6º. Ano de Comemoração do Dia do Assistente Social e
III Jornada Científica em Pesquisa Social
UniFOA
Centro Universitário de Volta Redonda
Campus Três Poços,16 a 18 de maio de 2006
APRESENTAÇÃO
A III Jornada Científica em Pesquisa Social é um evento de divulgação e estímulo à pesquisa
científica, com a finalidade de estabelecer a troca de informações e idéias sobre temas de investigação e
estudos em andamento. Cumpre, ainda, o papel de despertar o aluno recém-ingresso na graduação para o
desenvolvimento de uma iniciação científica. Nas versões anteriores, a quase totalidade de trabalhos
apresentados esteve relacionada às disciplinas de pesquisa, atividades dos Núcleos Temáticos, como grupos
de estudo e orientação de estágio ou, senão, ao processo de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso.
Na atual versão, como nas anteriores, as temáticas escolhidas são decorrentes de interesses de
pesquisa dos próprios alunos, pesquisadores e professores orientadores. Contudo, o reconhecimento do
curso de Serviço Social do UniFOA, após a formação de duas turmas de assistentes sociais, permitiram-nos
identificar os interesses temáticos que têm sido configurados nos últimos anos. Assim, buscamos relacionar
as atividades da III Jornada - como as Oficinas e os Painéis Temáticos, aos quatro eixos temáticos do curso,
quais sejam: “Estado, Sociedade e Políticas Sociais”; “Interdisciplinaridade e Trabalho Profissional”; Trabalho
e Sociabilidade” e “Práticas Sociais e Cidadania”. Neste formato, as Oficinas ficam a cargo de professores
especialistas em cada uma das temáticas, e os painéis apresentam o desenvolvimento ou resultado de
projetos de pesquisa. A finalidade é a de oferecer um painel múltiplo sobre cada temática e agregar densidade
ao conhecimento e à discussão dos assuntos abordados.
Através da Jornada, esperamos poder avançar no processo de consolidação da atividade científica
no curso, ao lado do desenvolvimento dos Núcleos Temáticos (que reúne os grupos de estudos, as atividades
complementares ou de extensão e a orientação de Trabalho de Conclusão de Curso e de estágio) e do grupo,
linhas de pesquisa e projetos que visam estar articulados ao Programa de Iniciação Científica – PIC/UniFOA.
Desejamos para todos uma boa Jornada.
Saudações acadêmicas,
A Comissão Organizadora.
APRESENTAÇÕES ORAIS
PAINEL TEMÁTICO 1: ESTADO, SOCIEDADE E POLÍTICAS SOCIAIS
AS POLÍTICAS DE ATENÇÃO À INFÂNCIA E JUVENTUDE NO MUNICÍPIO DE
VOLTA REDONDA: UM MAPEAMENTO DAS INSTITUIÇÕES
Autora: Monica Santos Barison
Este trabalho objetiva apresentar os dados obtidos a partir da pesquisa realizada, inscrita no PIC do UniFOA,
através do Curso de Serviço Social. A pesquisa, intitulada “Políticas de Atenção a Criança e ao Adolescente
no Município de Volta Redonda”, traçou como objetivo o mapeamento das políticas de atenção à criança e ao
adolescente no município de Volta Redonda nos campos da assistência social e saúde. O interesse para a
realização da pesquisa foi construído a partir dos debates da disciplina “oficina de supervisão”.
Compreendendo a pesquisa como eixo fundante da formação, esta atividade assumiu ainda como objetivo
possibilitar o aprendizado dos alunos no que se refere à análise dos elementos constitutivos do trabalho do
assistente social. As políticas sociais têm se constituído como campo de trabalho destes profissionais. A
capacidade de analisar o processo de (des) organização destas políticas tem sido uma das exigências postas
ao assistente social na contemporaneidade. É sabido que, no caso das políticas de atenção à infância e
adolescência, desde a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, novos princípios se
apresentam como referência para a implantação de projetos, programas. Fundamentada na Doutrina da
Proteção Integral, a lei determina a redefinição do “status” que os infantes ocupam na sociedade e do papel
do Estado, da sociedade civil e da família, na perspectiva de garantia dos seus direitos. Entretanto, se
mudanças foram levadas a cabo no plano legal, a expectativa é a de que fossem produzidas alterações no
conjunto das relações sociais que materializam o cuidado com a infância e juventude. Neste sentido,
consideramos que a dicotomia existente entre a letra legal e o modo como as políticas sociais efetivamente se
organizam, deve ser assumida como objeto de análise, na perspectiva de construção de subsídios para
alteração desta realidade e, conseqüentemente, para a aplicação dos dispositivos legais. O universo da
pesquisa se constituiu de instituições cadastradas no CMDCA. Os pesquisadores, por variados motivos,
tiveram acesso a 23 instituições inscritas neste órgão. Assim, os dados obtidos estão relacionados à realidade
de 04 instituições vinculadas à política pública e às de 19 instituições da rede não-governamental. Os dados
da pesquisa mapearam, dentre outros: abrangência de atuação das instituições; tempo de funcionamento;
publico alvo; objetivos; linha de ação; regime de atendimento; mecanismos de financiamento; articulações
com a rede de serviços e com o Conselho Tutelar; participação no CMDCA. Ressaltamos que este trabalho
deve ser considerado como um ensaio, que se propôs a iniciar o debate sobre tema. Muitas outras questões
podem ser formuladas para a realização de novas pesquisas. Esperamos que este material seja utilizado, na
perspectiva de contribuir para o processo de construção de representações sociais que assumam como
referência o paradigma de garantia de direitos.
POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA: A TRAJETÓRIA DO SUAS DO
PLANEJAMENTO À EXECUÇÃO
Autora: Gilvane Mazza Ribeiro
Este trabalho é um esboço do que está sendo desenvolvido no TCC, baseado na experiência de estágio na
Secretaria Municipal de Ação Comunitária. O objetivo da pesquisa é acompanhar a implementação do SUAS
no município, fazendo um breve relato da sua proposta, como também seu funcionamento. Busca também
traçar o perfil dos técnicos que atuam no planejamento e execução da mesma secretaria, que apresentam
alguns embates no tocante à aplicação e implantação do SUAS em suas unidades de atuação. Como forma
de analisar e compreender esses embates estamos fazendo também uma pesquisa bibliográfica que nos
apresente reflexões acerca da relação técnico/instituição, pois para Faleiros(1997, 43-45), “os limites impostos
pelas instituições não podem ser encarados como barreiras, mas sim vencidos na articulação e buscando
possibilidades que permitam ao profissional de Serviço Social ‘atender’ e alterar a correlação de forças
constituída pelo saber e poder institucional.” Tem sido constatado, através da participação no campo de
estágio na Assessoria da SMAC, uma distorção entre o que é planejado e o que é executado. Buscamos
também: entender os embates, impasses e contradições defrontados na implantação desta política, pelos
profissionais envolvidos, avaliando suas expectativas e dilemas enfrenta dos frente ao processo de seleção,
contratação e capacitação de pessoal; compreender de que forma a PNAS está sendo conduzida; Como os
técnicos vêm se capacitando para trabalhar em sua execução, colocando em seu exercício profissional a
centralidade na família, deixando de lado práticas assistencialistas; observar quais mecanismos teóricometodológicos os assistentes sociais do planejamento e os da execução utilizam na aplicação desta nova
política; conhecer a trajetória da política de assistência no município de Volta Redonda; analisar o(s)
processo(s) de trabalho estabelecido (s) na instituição.
O ACESSO À SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL APÓS A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Autora: Camila Lopes de Souza
O tema do trabalho aqui proposto consiste no debate que vem sendo construído para o desenvolvimento do
Trabalho de Conclusão de Curso a ser apresentado no curso de Serviço Social do UNIFOA. Trata-se,
portanto, de um trabalho em plena construção. A saúde pública no Brasil possui uma larga história. Sabe-se
que a antes da Constituição Federal de 1988, a política de saúde no país não possuía um caráter de Direito. A
saúde, assim como diversas outras políticas sociais, era destinada aos trabalhadores que possuíam vínculo
fixo de trabalho com carteira de trabalho registrada. Aos demais trabalhadoras era destinado a ação
assistencial em saúde organizada pelos municípios e a caridade das Santas Casas de Misericórdia. A partir
de 1990 se estabelece o Sistema Único de Saúde (SUS), tendo como alguns de seus princípios:
“universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência, integralidade da
assistência entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos e igualdade de assistência a saúde sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie” (Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 ). A inscrição do direito à saúde na carta constitucional
brasileira em 1988, recria espaços antes pautados no não direito e na caridade das classes dominantes
através de suas ações caritativas. Portanto, a saúde passa ao patamar de direito de todo cidadão brasileiro,
assegurado em lei. É importante ressaltar, que tal inscrição da política de saúde como política pública na
Constituição, é derivada da história dos movimentos sociais organizados em torno da área da saúde no Brasil.
Movimentos sociais esses, que se fizeram presentes no momento da construção da Constituição do Brasil
debatendo a formulação e a implementação das políticas sociais e inserindo a saúde na agenda de
intervenção governamental. Nesse processo, destaca-se o movimento social de Reforma Sanitária que
nasceu entre os profissionais de saúde e usuários dessa política tendo como foco de debate, a reformulação
do sistema de saúde então vigente – período antes de 1988 -, no sentido de uma política de saúde pública e
articulada com as necessidades da população brasileira. Desse modo, é possível afirmar que a Constituição
Federal quanto as leis referentes à saúde que regulamentaram essa política social (Lei Orgânica da saúde –
8.142/1990 e Lei sobre a participação da população no SUS – 8.142/1990) tem por premissa a defesa e a
difusão da saúde pública no Brasil. Assim sendo, pode-se considerar que a questão do acesso à saúde no
Brasil é um tema extremamente importante de se pesquisar na atualidade brasileira. Sabemos que o SUS
possui inúmeras dificuldades de implementação. Durante boa parte da história, houve o pleno domínio de uma
cultura hospitalar que priorizava o hospital como o grande centro dos cuidados e saberes em saúde. As
noções de promoção em saúde em torno de outros espaços, como nas unidades básicas (postos de saúde) e
nas comunidades locais é ainda muito recente sendo um processo em sua construção. Dessa forma sabemos
que embora o acesso à saúde esteja assegurado em lei no cotidiano de cada brasileiro que necessite do
SUS, esse acesso se desenvolve em muitos momentos, com extrema dificuldade. É importante ressaltar que
a década de 1990 se constituiu no Brasil, como uma década de plena ofensiva neoliberal. É sabido ainda que,
para o neoliberalismo o estado deve ser mínimo para a área social ficando esse setor a cargo da filantropia e
da caridade. Desse modo a saúde no Brasil sofreu nas últimas décadas, todas as formas de sucateamento
que rebateu também, nas políticas sociais de forma geral. E, supomos que, as dificuldades de acesso à saúde
pública no país – sempre noticiadas pelos meios de comunicação, com exemplos de hospitais lotados e
pessoas aguardando atendimento – são, em parte, derivadas do processo de não investimento nas políticas
sociais. Porém, temos ciência que a questão do acesso à saúde possui também outras variáveis. Como
exemplo, podemos citar o próprio fato de tal política ser ainda recente e se construir sobre bases inteiramente
novas já que antes não havia a noção de direito social assegurado. Desse modo, é possível considerar que a
política de saúde no Brasil tem ainda um longo caminho a percorrer para a sua plena efetivação. Nesse
processo destacamos como de fundamental importância os movimentos sociais organizados de usuários e
profissionais de saúde no sentido da defesa dos direitos conquistados ao longo da história no país.
AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DE PLANEJAMENTO FAMILIAR E A PREVENÇÃO DE
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E AIDS NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA
Autora: Natália Galbas Alves
O trabalho aqui apresentado consiste no Tema de um Trabalho de Conclusão de Curso em construção no
curso de Serviço Social do UNIFOA. Trata-se, portanto, de uma pesquisa em construção. É importante
registrar que o interesse por tal tema surgiu a partir das nossas reflexões como estagiária de Serviço Social
no Hospital São João Batista. É importante saber que o planejamento familiar se funda na idéia de que ao
cidadão é dado o direito de determinar o momento de ter filhos e a forma de tê-los, assim como o direito à não
procriação, à prevenção de gestações não desejadas e de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Na
Constituição Brasileira (1988), se encontra assegurado que é direito de qualquer cidadão o acesso à
informação sobre planejamento familiar e a prevenção das DSTs. Contudo, são notórias as inúmeras
dificuldades estruturais vivenciadas pelo sistema educacional e pelo sistema de saúde no Brasil, questões
essas que de forma marcante dificultam o acesso de grande parte da população a informações básicas sobre
tais direitos assegurados no texto constitucional. Também o fato de sermos um país em desenvolvimento e
com uma considerável parte da população sobrevivendo em condições de pobreza, dificultam o acesso
contínuo a formas mais difundidas e seguras de contracepção e prevenção de DSTs, como o uso da pílula e
do preservativo. Vale ressaltar que consideramos ser de fundamental importância que cada homem e cada
mulher, possam ter acesso a informação sobre meios contraceptivos e DSTs, para que posteriormente,
possam pensar e refletir sobre a vida sexual e efetuar suas escolhas a respeito do melhor método
contraceptivo e de prevenção das DSTs. Sabemos que o campo da sexualidade resguarda muitos mitos, além
de uma forte conotação moral e religiosa que não devem ser desconsideradas em uma pesquisa. Contudo,
consideramos que a existência de instituições que possuem por objetivo principal, a orientação quanto às
questões voltadas para a sexualidade humana - em Volta Redonda existem três instituições com esse perfil , apresenta-se como um importante avanço já conquistado pela cidade. Desse modo, buscamos com esta
pesquisa contribuir para a construção de um processo de conhecimento sobre a realidade do município de
Volta Redonda quanto à política de prevenção de DSTs – AIDS e de planejamento familiar. Para isso,
buscaremos mapear as ações postas em prática no município, referente às políticas sociais que estamos
examinando, assim como avaliar a questão do acesso da população as tais políticas sociais.
PAINEL TEMÁTICO 2: INTERDISCIPLINARIDADE E TRABALHO PROFISSIONAL
“QUERO, MAS NÃO POSSO. POSSO, MAS NÃO QUERO”. O CAMINHO DA PERDA OU DA ENTREGA
DE UM FILHO PARA ADOÇÃO: A REALIDADE DE TRÊS RIOS
Autora: Ticiane de Almeida Teixeira
O tema que pesquisei foi fruto da minha trajetória como estagiária no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, na Vara de Família, Infância e Juventude. Assim, ao trabalhar e acompanhar alguns processos de
crianças que foram entregues em adoção, fiquei instigada e isto despertou-me o interesse em realizar esta
pesquisa, com o intuito de desvelar e apreender os motivos relevantes que contribuíam para que as mães
entregassem ou perdessem os seus filhos para adoção. A decisão de entregar um filho em adoção ou a idéia
de fazê-lo pode ter vários significados. O mito do amor materno exerce nítida sua influência sobre a
construção de estigmas em relação às mães que entregam os seus filhos. A ideologia da maternidade vivida
ainda em nossos dias confere a todas as mulheres a capacidade “natural” de amar os filhos e deles cuidar,
sem restrições. Todas essas possibilidades acabam por estigmatizar, discriminar e repudiar socialmente
essas mulheres, e pensando que essas mães são cidadãs e merecem atenção nesse processo, propus ir
buscar além do preconceito e da pré-concepção, os motivos da entrega. Assim, a partir da perspectiva de
análise das condições subjetivas de vida, realizei esta pesquisa, na qual não encontrei uma resposta linear e
absoluta e sim vários significados para este fenômeno social. Em síntese, acreditei na relevância desta
temática e na importância da pesquisa no processo de formação profissional e para que a categoria possa
refletir e propor ações interventivas direcionadas a essas mães antes, durante e depois do processo de
entrega de um filho em adoção.
O SERVIÇO SOCIAL NO SISTEMA PRISIONAL ADULTO
Autoras: Ana Luiza Moreira Barbosa de Souza, Elani de
Almeida Vale, Eliane Costa Ribeiro, Naiara Candido Faria,
Natália da Costa Rodrigues
O trabalho aborda de forma introdutória os caminhos que levam à criminalidade, a constituição do sistema
prisional brasileiro, o exercício profissional determinado na legislação, o exercício profissional na realidade de
Volta Redonda e as atividades exercidas pelas APAC’s.
CIDADANIA OU TUTELA: UMA REFLEXÃO SOBRE O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
NO CENTRO DE RECURSOS INTEGRADOS DE ATENDIMENTO AO MENOR - CRIAM
Autora: Gisele Maria Rodrigues Rocha
O tema que pesquisei foi fruto de minha trajetória no campo de estágio, dentro do Centro de Recursos
Integrados de Atendimento ao menor - CRIAM. Assim, ao acompanhar esse cotidiano, surgiram as primeiras
dúvidas, conflitos e indignações que possibilitaram uma reflexão maior do tema que serviu de inspiração para
o meu TCC. Através da minha observação em reuniões com famílias, adolescentes, equipe interdisciplinar,
funcionários e visitas a outras instituições, pude participar da dinâmica da instituição e do trabalho do
assistente social. Através dessa proximidade com o campo de trabalho do assistente social é que pude
entender e compreender um pouco melhor a realidade, os entraves, dilemas e desafios, como a falta de
recursos humanos e materiais, as representações sociais tanto da sociedade como do poder judiciário.
Representações em que estão intrínsecas as práticas da institucionalização, vigilância e punição desses
adolescentes em conflito com a lei. Através dessa experiência foi que houve a possibilidade de uma melhor
leitura critica dessa realidade. E, do interesse pelo tema e pelo aprendizado, acabei me interessando ainda
mais pelo trabalho do assistente social. Porque, ao me deparar com os entraves institucionais e materiais,
senti o desejo de entender o motivo pelo qual o trabalho do assistente social poderia ou não possibilitar o
acesso à cidadania ou à tutela, a fim de possibilitar uma ampliação no processo de formação profissional e
propor ações interventivas para a categoria.
PAINEL TEMÁTICO 3: TRABALHO E SOCIABILIDADE
O SERVIÇO SOCIAL NO CONTEXTO DA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: UMA REFLEXÃO
ANALÍTICA DA PROFISSÃO FRENTE A CRISE CAPITALISTA CONTEMPORÂNEA, A PARTIR DO
MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA
Autora: Maria Augusta da Silva Tavares
Este projeto de pesquisa tem como objeto de estudo o Serviço Social no contexto da reestruturação produtiva,
a partir do município de Volta Redonda. O objetivo geral é produzir um estudo sobre os significados da
reestruturação produtiva, especificamente, na realidade local e seus rebatimentos no Serviço Social. São
objetivos específicos deste estudo: descrever e analisar as áreas de atuação do assistente social no município
de Volta Redonda (no âmbito público e privado); refletir sobre a inserção institucional do Serviço Social,
estabelecendo uma correlação entre os postos de trabalho e vínculos empregatícios; identificar a valorização
salarial do profissional estabelecendo uma correlação entre faixa salarial e carga horária; pensar sobre as
atribuições profissionais, estabelecendo uma correlação entre o público-alvo e as requisições profissionais; a
sua função social; e as suas perspectivas teóricas no exercício profissional. Trata-se de uma pesquisa
qualitativa, porque parto da premissa que todos os dados (quantitativos e/ou qualitativos) devem ser
articulados com a teoria. O campo de trabalho é o município de Volta Redonda, e o grupo social mais
relevante é o do assistente social. Seguindo os critérios básicos para a pesquisa qualitativa, pretendo levantar
aspectos pertinentes aos objetivos propostos através de uma entrevista semi-estruturada com os assistentes
sociais; e registrar em diário de campo as observações que dizem respeito ao tema da pesquisa. As
representações sociais estarão presentes no tratamento dos dados obtidos, tendo como opção de abordagem
a metodologia dialética. Este estudo parte do pressuposto de que o Serviço Social legitima-se até os dias
atuais como uma profissão institucionalizada, com maior incidência de contratação no setor público. Mas, o
mercado profissional vem sofrendo os impactos diretos das transformações em curso na sociedade, através
da eliminação e/ou redução dos postos de trabalho (público e privado), e da flexibilização das relações de
trabalho expressa nos contratos temporários, conforme determina a agenda neoliberal.
A “QUESTÃO SOCIAL” EM VOLTA REDONDA (1988-1993): SERVIÇO SOCIAL, MOVIMENTO OPERÁRIO
E PRIVATIZAÇÃO DA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL
Autores: Rodrigo Castelo Branco Santos, Clemilde da Costa
Dalbone, Elaine Flor, Juliana Miranda, Marcella Rosas,
Michele Flores, Neiliane de Lima
A história da cidade de Volta Redonda é marcada indelevelmente pela fundação da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN). Marco da industrialização moderna do país, a CSN foi inaugurada durante o segundo
governo Getulio Vargas com o intuito de promover a industrialização de base do Brasil, processo este que foi
aprofundado na ditadura militar. Com o aprofundamento das forças produtivas do país, temos também o
acirramento dos conflitos sociais dentro do processo produtivo fabril. O movimento operário teve um
extraordinário desenvolvimento na CSN, e a greve dos metalúrgicos de 1989 foi um dos marcos da história
dos movimentos populares contra a exploração capitalista. Além da brutal repressão, o governo brasileiro
reagiu a ascensão do movimento operário com a privatização da CSN. Este é o pano de fundo histórico da
nossa pesquisa: movimento operário e privatização da CSN e seus rebatimentos sócio-econômicos na cidade,
configurando o que muitos autores do Serviço Social chamam de “questão social”. A pesquisa tem três
grandes objetivos: rememorar a tradição de resistência do movimento operário em Volta Redonda; interligar a
ascensão das lutas dos trabalhadores no final de 1980 com a privatização da empresa; estudar a trajetória
das assistentes sociais na CSN e questionar o porquê da categoria não estar mais presente no quadro de
funcionários da empresa. Para desenvolver tal pesquisa, utilizaremo-nos, em primeiro lugar, de uma
bibliografia básica sobre neoliberalismo, “questão social” e Serviço Social&empresas. Cumprida a etapa de
discussão e fichamentos desta bibliografia, pesquisaremos fontes primárias sobre a situação sócio-econômica
da população da cidade e sobre a privatização da CSN. Em um último momento, entrevistaremos sujeitos
históricos que participaram ativamente da greve, como membros do sindicato dos metalúrgicos, da Pastoral
Operária, assistentes sociais da CSN e outros.
PAINEL TEMÁTICO 4: PRÁTICAS SOCIAIS E CIDADANIA
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM PINHEIRAL: O MOVIMENTO SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DE
FORMAS DE ENFRENTAMENTO DA QUESTÃO
Autora: Juliane Elisa Kinupp
Esta temática refere-se à discussão apresentada no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Serviço
Social, em que se considerou a problemática social presente em torno da violência contra mulher,
especificamente na cidade de Pinheiral. Violência esta que “passa despercebida socialmente, ou, em muitos
casos, é tolerada para não desestabilizar estruturas que ‘supostamente’ formam as bases da sociedade.”
Conforme nos esclarece Saffioti, “a violência é um comportamento aprendido” no interior das famílias, por
exemplo, a violência nem sempre é reconhecida, mesmo pelas pessoas que a ela estão submetidas, sendo,
com freqüência, considerada fato normal da vida de marido e mulher ou do processo de socialização ou
educação das crianças. Este ato violento, não reconhecido como tal, e, portanto, invisível aos olhos da
sociedade, “fragiliza as pessoas agredidas, impedindo-as ou dificultando-lhes a busca de ajuda para romper o
ciclo de violência em que estão envolvidas”. A relevância deste TCC se constata quando se propõe a analisar
como vêm se construindo formas de enfrentamento dessa expressão da questão social, a partir da
aproximação com um movimento social de mulheres, na perspectiva de evidenciar o protagonismo dos
sujeitos sociais na construção e implementação de políticas públicas, considerando o movimento de mulheres
enquanto um sujeito social coletivo mais evidente na busca de respostas efetivas para a questão
problematizada no processo da pesquisa. Desse modo, a construção de uma reflexão acadêmica a partir da
análise sobre as ações construídas pelo movimento de mulheres – que figura entre os movimentos sociais
mais participantes de debates das várias expressões da questão social – pretende-se articular a um esforço
em consolidar as “bases [sociais] necessárias à formulação [e implementação] de políticas públicas”,
contribuindo no somatório de forças e informações nesse debate que possibilite, ao menos em âmbito local, o
empoderamento dos sujeitos sociais.
ESTUDO SÓCIO-ECONÔMICO DAS REGIONAIS DO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA
Autoras: Gilvani Mazza Ribeiro, Gesiane Leonardo Jorge,
Liliane Rocha Ribeiro e Micheli Flores dos Santos
Esta proposta de pesquisa surgiu a partir do interesse da Secretaria Municipal de Ação Comunitária-SMAC do
município de Volta Redonda - onde as pesquisadoras se encontram como estagiárias - de conhecer os
bolsões de pobreza do município. Percebemos preliminarmente que, para que haja eficácia na implementação
da Política de Assistência Social no município de Volta Redonda, se faz necessário uma consônancia entre as
propostas elaboradas e a realidade da população. Desta forma nossa pesquisa visa contribuir para
identificação das necessidades e demandas das comunidades de 05 regiões administrativas de Volta
Redonda caracterizadas como bolsões de pobreza. Esses referidos bolsões foram delimitados a partir da
censo realizado no ano de 2000 pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano-IPPU do município. As
regiões pesquisadas serão: Regional I sede CRAS Siderlândia; Regional II sede CRAS Vila Brasília; Regional
III sede CRAS Caieira, Regional V sede CRAS Monte Castelo Regional VI sede CRAS Rústico O objetivo
desta pesquisa é elaborar um diagnóstico social que apresente necessidades e demandas a serem atendidas
posteriormente no exercício da Política Municipal de Assistência Social, com a efetivação e eficácia da
implantação do Sistema Único de Assistência Social.
PÔSTERES
DISCRIMINAÇÃO DE CLASSE
Autores: Kátia Pinto,Natália Vilela, Camila Faria, Regina
Caetano, Rachel do Carmo e Adriano Branco
O que você entende por discriminação de classe? Discriminação é o nome que se dá para a conduta (ação ou
omissão) que viola os direitos das pessoas. E, segundo Karl Marx, o conceito de classe estabelece um grupo
de indivíduos que ocupam uma mesma condição nas estruturas sociais. A desigualdade está embutida na
própria natureza da sociedade, somos parte de estruturas sociais que tolhem a igualdade de oportunidades.
Assim, passamos boa parte da vida tentando ter sucesso em uma sociedade que erradamente em nossa
concepção é aberta. O Estado brasileiro foi constituído a partir de diferentes matrizes étnicas, construídas
historicamente. À discriminação de classe, no Brasil, sobrepuseram-se outras discriminações, de classe, cor,
gênero, etc...
DESIGUALDADE SOCIAL
Autores: Elisângela Cristina de Oliveira, Thiago Nunes Silva,
Patrícia Donega, Michele Geri, Gilberton Ailton de Oliveira
A desigualdade é uma manifestação da violência estrutural, servindo com um pano de fundo, sobre o qual se
expressam outras formas de violência: intra-familiar, comunitária, escolar, institucional e racial. No mundo em
que vivemos percebemos que os indivíduos são diferentes, estas diferenças se baseiam nos seguintes
aspectos: bens materiais, raça, sexo, cultura, entre outros. Constatamos isto em nossa sociedade, pois nela
existem indivíduos que vivem em absoluta miséria, e outros que vivem em mansões rodeadas de bens
luxuosos, e com mesa muito farta todos os dias, enquanto outros, nem sequer têm o que comer durante o dia.
Por isso, vemos que em cada sociedade existem essas desigualdades, elas assumem feições distintas,
porque são constituídas por um conjunto de elementos econômicos, políticos e culturais próprios de cada
sociedade. A desigualdade social no Brasil é uma das maiores do mundo, fruto da concentração excessiva da
renda produzida no país, na mão de poucos indivíduos. Números oficiais mostram que o Brasil está em
penúltimo lugar no quesito distribuição de renda, em uma lista de 130 países.
DISCRIMINAÇÃO RACIAL
Autores: Paula Gurgel Inácio, Bruna, Aline Delgado, Aline
Pereira da Silva, Larissa, Tizza Eluá
Discriminação racial é a tendência do pensamento, ou modo de pensar em que se dá grande importância a
noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Parte-se, ainda, da equivocadas
convicção de que há relação entre características físicas hereditárias e determinados traços de caráter e
inteligência ou manifestações culturais, definindo a suposta superioridade ou inferioridade de uns grupos
frente a outros. O racismo é um conjunto de opiniões pré-concebidas, onde a principal função é valorizar as
diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros de acordo
com sua matriz fenotípica. A ideologia racista atinge várias etnias, como por exemplo, os negros, índios e
ciganos. Mas, no Brasil a forma mais significativa de racismo se refere à etnia negra, à qual daremos ênfase
em nossa pesquisa. Os negros vieram para ser escravos no Brasil, forçados a exercer os trabalhos mais
humildes e fundamentais na economia. Depois, com a abolição da escravatura, alguns conseguiram chegar à
classe média, enquanto a sua maioria permanece na classe de baixa renda. É importante lembrar que esse
trabalho tem como finalidade auxiliar no combate ao racismo, ao preconceito e à discriminação racial,
presentes no nosso cotidiano.
DISCRIMINAÇÃO DE GÊNEROS. MACHISMO, FEMINISMO, SEXISMO
Autores: Roberto Ferreira Pinto, Sandra Helena Figueiredo
Marques, Ana Paula Nunes de Souza Pinheiro, Francislaine
da Silva Sacramento, Débora Medeiros Faria
O termo “gênero” começou a ser utilizado para marcar que as diferenças entre homens e mulheres não são
apenas físicas e biológicas. Falar das relações de gêneros é falar das características atribuídas a cada sexo
pela sociedade e sua cultura. A diferença biológica é apenas o ponto de partida para construção do que é ser
mulher ou homem. O sexo é atributo biológico, enquanto o gênero é uma construção social e histórica. A
noção de gênero aponta para as dimensões das relações sociais do feminino e do masculino, o que nos
possibilta identificar os valores atribuídos a ambos os sexos, bem como as regras de comportamento
decorrentes desses valores. Assim, em diferentes sociedades, no passado ou no presente, é enfocada a
questão das diferenças entre homens e mulheres. Tais construções sociais afirmaram ou ainda afirmam que,
por exemplo, caberia à mulher o papel de ser reprodutora, isto é, vivenciar sua sexualidade com esta
finalidade específica, de ser zeladora da casa, etc... Por outro lado, ao homem caberia o papel de provedor
financeiro da família. Contudo, esse antogonismo existente entre homens e mulheres é fruto de uma
sociedade competitiva ao extremo, que faz essa discriminação tomar forma e dimensões diversas com o
decorrer do tempo, cabendo a cada um de nos compreender as diferenças como fontes de perspectivas
novas para o avanço de todos em comum.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Autores: Ângela Hofsteede, Josiane da Silva, Bárbara G.
Almeida, Miriam Aparecida Almeida, Natália dos Santos
Miranda, Elisabeth Sizilo
A violência contra as mulheres é uma manifestação de relações de poder, historicamente desiguais, entre
homens e mulheres, que conduziram à dominação contra as mulheres pelos homens, e que impedem o pleno
avanço das mulheres. Essa violência constitui grave violação humana. Mais da metade das mulheres não
denunciam o crime que sofreram, muitas vezes, por maridos, namorados, pais, irmãos, chefes e outros
homens que acham que têm o direito de impor sua vontades às mulheres. Em nossa sociedade muita gente
ainda acha que o melhor jeito de resolver um conflito é a violência e que homens são mais fortes e superiores
às mulheres. As fases da situação de violência doméstica compõem um ciclo que pode se tornar vicioso,
repetindo-se ao longo de meses e anos. Esse ciclo constitui de três fases. Primeiro, a fase da tensão, que
começa se manifestando por meios de atritos, insultos e ameaças; em seguida, vem a fase da agressão, com
a descarga descontrolada da tensão acumulada e depois é a vez da fase da reconciliação, em que o agressor
pede perdão e promete que nunca mais aquilo irá acontecer. A violência contra as mulheres é um fenômeno
antiqüíssimo e considerado o crime encoberto mais praticado no mundo.
VIOLÊNCIA URBANA
Autores: Carine Bahia de Oliveira, Queite, Robson, Manoel
Albino, Rosane, Flávia, Tatiana
No pôster falaremos sobre a violência urbana no Brasil nos dias atuais.Tudo que fere os direitos humanos é
uma forma de violência.Todo ser humano tem direitos inalienáveis: viver a própria vida, desenvolver suas
capacidades; direitos a liberdade, à honra e a livre iniciativa.O homem tem direito não apenas à vida, mas a
uma vida digna, que lhe permita acesso ao trabalho, moradia, saúde e educação.A violência urbana no Brasil
é uma questão muito polêmica, pois trata-se de conflitos de classes, lutas pelo capitalismo que gera
problemas na vida em diferentes movimentos sociais. Nos países em desenvolvimento como o Brasil, a
urbanização costuma dar origem ao inchaço urbano. Milhões de pessoas migram do campo para a cidade
(êxodo rural), que não estão preparadas para recebê-las. A qualidade de vida diminui: os serviços públicos
tornam-se insuficientes, surgem favelas e áreas de periferias são ocupadas, aumentam a violência, a
criminalidade, à poluição e os problemas sociais ficam mais latentes. O tipo de violência urbana que se
presencia no país é fundamentado no crime organizado, que é a pior de todas, pois cria um poder paralelo.
Para o Estado,a violência urbana também representa dispêndios significativos.São retirados recursos da
saúde, da educação ,etc..., pra financiar a infra-estrutura penitenciária, os serviços de apoio às vitimas etc.O
Estado também perde com o abalo na confiança da população em suas instituições.A violência urbana afeta,
de forma incisiva ,as condições de investimentos no país.
NOTAS SOBRE ESTATÍSTICA SOCIAL
Autora: Eliane Costa Ribeiro
O Trabalho aborda conceitos fundamentais em estatística social, assim como a fundamental importância da
mesma na elaboração e na análise de pesquisas, em especial na pesquisa em serviço social.
UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda
Presidente da FOA
Dauro Aragão
Reitor do UniFOA
Prof. Jessé de Hollanda Cordeiro Júnior
Coordenadora do Curso de Serviço Social:
Profa. Úrsula Adriane Fraga Amorim
Organização da Jornada:
Coordenador: Prof. Douglas Mansur da Silva
Comissão: professores relacionados às disciplinas de ensino da pesquisa, chefes de Departamento e
coordenação de estágio.
Promoção:
Departamento Núcleo de Formação Social Brasileira e Pesquisa Social
Curso de Serviço Social
Apoios:
Departamentos Núcleo de Fundamentos da Vida Social e Núcleo do Trabalho Profissional
PROPEX – Programa de Políticas de Extensão
Secretaria do curso de Serviço Social
Divisão de Informática
Divisão de Marketing
Seccional Sul-Fluminense – CRESS – 7ª. Região
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III Jornada Científica em Pesquisa Social