GUSTAVO ARAUJO DIAS THEMUDO LESSA DRYWALL EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. SÃO PAULO 2005 GUSTAVO ARAUJO DIAS THEMUDO LESSA DRYWALL EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhembi Morumbi no âmbito do Curso de Engenharia Civil com ênfase Ambiental. Orientador: Prof. Dr. Sidney Lazaro Martins SÃO PAULO 2005 i ii AGRADECIMENTOS Agradeço pela execução deste trabalho aos meus pais que me deram incentivo aos meus estudos, ao professor e orientador Dr. Sidney Lazaro Martins, a professora Jane Luchtenberg Vieira e a professora Gisleine Coelho de Campos. iii RESUMO O desenvolvimento deste trabalho visa obter os conhecimentos do uso das divisórias de Drywall no processo de construção a seco, o qual leva uma grande vantagem em relação às paredes de alvenaria, pois apresenta características próprias, que as diferem muito das vedações de alvenaria, gerando uma alta produtividade com ganho de eficiência e um melhor padrão de qualidade nas construções. O Drywall é um sistema construtivo industrializado o que faz reduzir bastante o tempo de execução da obra e o desperdício, fazendo com que as construções sejam mais limpas e com um ótimo acabamento final. As características do Drywall foram abordadas de uma maneira técnica e usual, fazendo com que o usuário saiba exatamente o potencial deste produto e principalmente as possibilidades de utilização que irão gerar um custo menor na edificação e uma produtividade maior, que foi analisado, para que o usuário consiga unir e dirigir a sua necessidade ao produto. Palavras-Chave: drywall; sistema construtivo; construção a seco; paredes internas. iv ABSTRACT This paper intends to discuss the tecnique of use of Drywall in the process of dry construction. This process has a great advantage over “brick” contraction, since it has its own characteristics, which differ considerably from the sealment of brick construction. This process generates high productivity with efficiency gain and a better quality standard for constructions. Drywall is an industrialized construction system which reduces considerably the time for execution of the civil work and the loss, making civil work cleaner and with great end result. Drywall characteristics shall be discussed in technical and in usual manners, allowing the reader to understand the potential of this product and, mainly, the situations which such material may be used that will produce civil work with less cost and better productivity. These aspects will be discussed to allow the reader to unify and drive the product to its need. Keywords: drywall; construction system; dry construction; internal walls. v LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 5.1: Matéria Prima .9 Figura 5.2: Fábrica .10 Figura 5.3: Tubulação elétrica na estrutura de Drywall .15 Figura 5.4: Painéis de manutenção .18 Figura 5.5: Shaft .18 Figura 5.6: Retirada da placa do caminhão .24 Figura 5.7: Subida vertical do material .25 Figura 5.8: Carrinho paleteiro descarregando as placas no pavimento .25 Figura 5.9: Armazenamento no pavimento .26 Figura 5.10: Marcação da parede com trena de pó xadrez .28 Figura 5.11: Conferência da marcação .28 Figura 5.12: Estrutura .31 Figura 5.13: Colocação de reforços de madeira .31 Figura 5.14: Chapeamento .33 Figura 5.15: Placa colocada .34 Figura 5.16: Lã mineral .35 Figura 5.17: Aplicação do rejunte .37 Figura 5.18: Parede acabada .38 Figura 5.19: Forro de Drywall .39 Figura 6.2: Tabela de Custos .43 vi LISTA DE TABELAS Tabela 5.1: Produção de chapas de gesso .9 Tabela 5.2: Tabela dos elementos estruturais .12 Tabela 5.3: Tabela de fitas, massas e parafusos .13 Tabela 5.4: Tabela de ferramentas .14 vii GLOSSÁRIO Mani-fold: é um quadro com distribuidores, onde a água é distribuída diretamente aos pontos de consumo sem conexões intermediárias. Tubos Pex: tubos de polietileno reticulado Polietileno: é uma resina plástica composta de macromoléculas lineares constituídas de Hidrogênio e Carbono em ligações alternadas. Reticulação: nada mais é que expulsar o Hidrogênio do sistema fazendo com que as novas ligações espaciais formadas de Carbono mais Carbono, gerem ao novo produto suas principais qualidades. Shaft: duto, espécie de quadros embutidos na parede que percorrem verticalmente todo o edifício. viii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................1 2 OBJETIVOS.........................................................................................................4 2.1 Objetivo Geral............................................................................................................. 4 2.2 Objetivo Específico ................................................................................................... 4 3 METODOLOGIA DO TRABALHO.......................................................................5 4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................6 5 O DRYWALL .......................................................................................................7 5.1 Processo de Fabricação do Drywall..................................................................... 7 5.2 Componentes ........................................................................................................... 10 5.2.1 – Placas..................................................................................................................... 10 5.2.2 – Elementos estruturais .......................................................................................... 11 5.2.3 – Acessórios ............................................................................................................. 12 5.3 Características do Sistema ................................................................................... 15 5.3.1 – Instalação Elétrica ................................................................................................ 15 5.3.2 – Instalação de Gás................................................................................................. 16 5.3.3 – Instalação Hidráulica............................................................................................ 17 5.3.4 – Redução de Custos.............................................................................................. 18 5.3.5 – Recomendações................................................................................................... 19 5.3.6 – Desempenho Acústico......................................................................................... 20 5.3.7 – Cargas .................................................................................................................... 21 5.3.8 – Durabilidade .......................................................................................................... 22 ix 5.3.9 – Preconceitos.......................................................................................................... 22 5.4 Manual de montagem ............................................................................................. 23 5.4.1 – Armazenamento e logística ................................................................................ 23 5.4.2 – Marcação e fixação das guias ............................................................................ 27 5.4.3 – Montagem da Estrutura ....................................................................................... 29 5.4.4 – Chapeamento........................................................................................................ 32 5.4.5 – Tratamento em Juntas......................................................................................... 35 5.4.6 – Forros ..................................................................................................................... 38 6 6.1 7 ESTUDO DE CASO ...........................................................................................41 Drywall x Alvenaria Convencional ...................................................................... 41 COMPARAÇÃO DO DRYWALL EM RELAÇÃO A ALVENARIA CONVENIONAL........................................................................................................44 7.1 Vantagens .................................................................................................................. 44 7.2 Desvantagens ........................................................................................................... 46 8 CONCLUSÕES..................................................................................................49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................50 1 1 INTRODUÇÃO Construções rápidas, econômicas e eficientes são alguns desafios da construção civil para o novo milênio. Como uma solução alternativa para o novo quadro de necessidades da construção, a chamada obra seca apresenta vantagens quanto à rapidez, manutenção e desperdício durante a execução da obra. Comparando aos métodos construtivos tradicionais, quase sempre leva vantagem em relação à rapidez da instalação. Um dos sistemas de melhor custo x produtividade para as paredes internas é o Drywall palavra composta de origem do velho alemão, utilizado na composição da língua inglesa. Dry = seco Wall = parede Composto de duas placas de gesso acartonado acopladas em estrutura metálicas (resistentes à corrosão), que dispensam as argamassas do sistema tradicional. Entre as placas, a utilização de lã de vidro proporciona o conforto térmico e acústico de cada ambiente. Hoje se faz necessário um desenvolvimento maior, pois, a carência de estudos sobre este serviço no Brasil é bastante grande. Este estudo além de mostrar o “potencial” deste serviço, ainda serve de ferramenta para construtoras, para que as mesmas possam balizar o planejamento das equipes e previsão de gastos de materiais; Um pedreiro para executar 40m2 de uma parede, leva em média, quatro dias para deixar pronta para receber massa corrida, enquanto que com as placas de gesso acartonado, o serviço estaria concluído em apenas oito horas. Outra importante inovação para uso em instalações hidráulicas, é o uso de tubos flexíveis de 2 polietileno reticulado. Semelhantes a mangueiras, elas correm dentro de conduítes que fazem curvas sem dobrar nem estrangular a passagem de água. Havendo a necessidade de manutenção, basta retirá-los e reinstalá-los sem "quebra-quebra". Trata-se, na verdade, de um sistema que substitui o tradicional e que permite também encaixes externos sem qualquer conexão dentro da parede. Entretanto todas as fases do processo devem ser antes previstas e planejadas, como uma linha de montagem. A manutenção fácil e limpa é outra vantagem, basta apenas cortar um pedaço da placa do gesso para ter acesso as instalações e realizar o conserto, depois é só emendar o gesso. Na década de 40, nos Estados Unidos, foram inventadas as chapas de gesso acartonado - Drywall por Augustine Sackett. No Brasil a produção destas chapas iniciou-se em Petrolina, no Nordeste pela empresa Gypsum na década de 70, mais especificamente em 1972. Existem registros de inúmeras utilizações de chapas de gesso acartonado anteriores a Gypsum, somente quando se iniciou a produção, pela mesma, é que passou a haver disponibilização no mercado de métodos construtivos que as empregassem. Um marco representativo foi à construção do conjunto habitacional Zezinho Magalhães, na cidade de Guarulhos com apartamentos e 950 casas. Por diversas razões as divisórias de Drywall não obtiveram o sucesso esperado a exemplo do que ocorreu na Europa. 3 Este fato despertou o interesse de diversos grupos estrangeiros, que passaram a analisar o mercado brasileiro e em 1995 o grupo francês Lafarge comprou a Gypsum do Nordeste e constituiu a Lafarge Gypsum, objetivando ofertar sistemas de construção a seco. Neste mesmo ano um grupo francês BPB constituiu a Placo do Brasil e em 1997 o grupo alemão Knauf instalou-se no Brasil. 4 2 OBJETIVOS O presente trabalho tem os seguintes objetivos 2.1 Objetivo Geral Este trabalho tem por objetivo mostrar o que vem a ser o Drywall - gesso acartonado e sua aplicação na construção civil. 2.2 Objetivo Específico Este trabalho tem por objetivo específico estudar quais são as vantagens e as desvantagens do uso do Drywall em empreendimentos residenciais, em especial na obra Maison Lalique da Construtora INPAR. 5 3 METODOLOGIA DO TRABALHO Para realizar este trabalho, foram feitas visitas a obras que utilizam o método construtivo, pesquisas com consultores e engenheiros, e análise de bibliografias disponíveis. O estudo de caso mostra um comparativo entre uma obra em alvenaria convencional em relação a uma obra em Drywall. Também são mostradas quais são as vantagens e desvantagens dos Drywall em relação à alvenaria convencional. 6 4 JUSTIFICATIVA Construções rápidas, econômicas, eficientes e mais limpas são alguns dos desafios da construção civil e uma solução para essa alternativa é o uso do Drywall - gesso acartonado, o qual apresenta vantagens quanto à rapidez, manutenção e desperdício durante a execução de uma obra. O presente estudo analisa as características técnicas da produção e sua execução do Drywall em uma obra residencial. O estudo de caso apresenta um comparativo entre um apartamento realizado em alvenaria convencional e um realizado em Drywall, destacando as características técnicas e orçamento. 7 5 O DRYWALL Este capitulo detalha todo o processo de fabricação das placas de gesso acartonado. 5.1 Processo de Fabricação do Drywall O gesso é misturado com água e aditivos para a moldagem. Posteriormente, as chapas recebem uma camada de cartão de cada lado e depois passam por uma guilhotina que as corta nas dimensões necessárias. Essas chapas são então encaminhadas á secagem. As chapas de gesso devem ser produzidas de acordo com as seguintes Normas ABNT: NBR 14715:2001, NBR 14716:2001 e NBR 14717:20. No processo de fabricação existem 2 etapas, figuras 5.1 e 5.2. Placo do Brasil (2003). • A primeira fase é a gessaria que constitui na extração da gipsita, moagem e calcinação. • A segunda fase, conforme figura 5.3, é o processo de fabricação que constitui em: Matéria Prima - O minério gipsita é extraído de jazidas selecionadas que garantem alto grau de pureza mínima, conforme figura 5.1. Tremonha - Equipamento através do qual o minério é introduzido no processo produtivo. Gessaria - O minério é transformado em semi-hidrato, também conhecido como stucco. O processo de beneficiamento inclui moagem, calcinação – remoção das moléculas de água através de calor – e resfriamento controlado. 8 Papel - O papel especial de fibras longas, obtido através de matéria prima reciclada. Introduzidos continuamente na linha de produção, os papéis superior e inferior são devidamente tencionados e alinhados. Misturador - O misturador especialmente desenvolvido recebe o gesso calcinado (stucco), os aditivos e a água convertendo-os numa massa homogênea, que é continuamente depositada sobre o papel inferior. Sala de Controle - É o cérebro da fábrica, onde todo processo fabril, da alimentação das matérias primas a paletização das placas, é integrado, monitorado e continuamente ajustado. A tecnologia de ponte aqui instalada não só otimiza o fluxo produtivo, mas principalmente assegura a qualidade. Guilhotina - Uma vez formado e endurecido o tapete de gesso acartonado, é cortado em placas nos comprimentos programados. Transferência úmida - Depois de cortadas, as placas são transferidas para uma mesa elevatória que alimenta os níveis do secador. Secador - O secador de doze estágios é responsável pela eliminação da água excedente existente nas placas. Nele também se conclui o processo de aderência papel/miolo de gesso. Acabamento e paletização - Ao deixar o secador, as placas são transferidas para o acabamento, onde são esquadrejadas, identificadas e paletizadas. Armazenagem - Os paletes são transferidos para o setor de armazenagem, em áreas pré definidas e identificadas, para despacho. 9 Tabela 5.1: Produção de chapas de gesso EMPRESA SISTEMA PRODUÇÃO DE FABRICA CHAPAS DE GESSO m² chapa / Início ano Lafarge Pregymetal Petrolina-PE 3.500.000 1995 Placo Placostil 11.000.000 1998 Knauf seco-Knauf Queimados-RJ 12.000.000 1999 Gypsum Mogi das Cruzes Fonte: Yazigi, 1997. Figura 5.1: Matéria Prima do Drywall 10 Figura 5.2: Fábrica – Knauf (2003). 5.2 Componentes Este capitulo aborda quais tipos de placas existem, como são os elementos estruturais e os tipos de ferramentas utilizados. 5.2.1 – Placas Existem 3 tipos de placas de Drywall: A Standard é uma chapa de uso geral, destinada a paredes de áreas secas. A chapa tipo RU (resistente à umidade, popular chapa verde) é empregada em áreas de serviço, cozinhas e banheiros, por sua composição especial própria a ambientes molháveis ou expostos à umidade momentânea. A absorção máxima de água desse tipo de placa não deve ultrapassar 5%, e devem ser previstos detalhes 11 especiais de impermeabilização flexível na base da parede e no encontro com o piso. A chapa RF (resistente ao fogo) apresenta características que conferem à parede resistência ao fogo. Vale lembrar que, seja qual for a placa, o gesso acartonado deve ser empregado apenas em ambientes internos e nunca em locais sujeitos a intempéries ou umidade permanente, como sauna ou piscina. As dimensões típicas das chapas de gesso acartonado são de 1,20m de largura por comprimentos de 2,60 a 3,0 m e espessura de 12,5 mm, 15 mm e 18 mm. No Brasil, a chapa mais utilizada é a de 12,5 mm de espessura. A borda das chapas rebaixada deve estar situada na face da frente da chapa e sua largura e profundidade devem ser medidas de acordo com a NBR 14716 (2001). 5.2.2 – Elementos estruturais Os elementos estruturais são constituídos de perfis de aço galvanizado, protegidos com tratamento de zincagem tipo B (260g/m²), em chapas de 0,5mm de espessura, conformados a frio em perfiladeiras de rolete, garantindo a precisão dimensional. A tabela 5.2 mostra os tipos de guias, montantes, perfis, cantoneiras, tabicas e rodapés utilizados na montagem. 12 Tabela 5.2: Tabela dos elementos estruturais Fonte: Placo do Brasil (2003). 5.2.3 – Acessórios Cada fabricante possui conjunto de acessórios específico do seu sistema. Dentre eles, são básicos os seguintes: • Parafuso para fixação das chapas de gesso acartonado a estrutura; • Fita de papel reforçado, empregada na junta entre chapas ou em reforços ou acabamento de cantos; 13 • Cantoneiras metálicas para acabamento e proteção das chapas nos cantos de paredes ou em reforços ou acabamentos de cantos; • Lã de vidro ou rocha para enchimento do ´´miolo`` das paredes, visando melhor desempenho acústico; • Massa especial para rejuntamento, a base de gesso e aditivos, inclusive resinas, que conferem maior trabalhabilidade e plasticidade; As massas para rejuntamento são geralmente preparadas no local da obra, por meio da mistura de material em pó com água. Podem ser encontradas massas prontas para uso. Não deve ser empregada de para gesso e água, preparada em obra com gesso em pó comum – Placo do Brasil (2003). Os acessórios e as ferramentas estão nas tabelas 5.3 e 5.4. Tabela 5.3: Tabela de fitas, massas e parafusos Fonte: Placo do Brasil (2003). 14 Tabela 5.4: Tabela de ferramentas Fonte: Placo do Brasil (2003). 15 5.3 Características do Sistema Este capitulo mostra as características que existem como as instalações elétricas e hidráulicas e algumas recomendações. 5.3.1 – Instalação Elétrica Os condutores elétricos são instalados diretamente nos espaços ocos das paredes, facilitando muito a sua colocação, já que não há necessidade de cortar as paredes. Os condutores elétricos deverão ser instalados de tal maneira que não sejam danificados por cantos vivos ou pelos parafusos de fixação das chapas. Isto significa que os condutores elétricos jamais poderão ser instalados nos perfis de aço sem o devido isolamento, conforme figura 5.3. Figura 5.3: Tubulação elétrica na estrutura de Drywall – INPAR (2004). 16 Os montantes são perfurados de 50 em 50 cm facilitando assim a passagem de condutores e conduítes. As caixas de passagem para tomadas/interruptores utilizadas em paredes montadas deverão ser do tipo adequado para paredes ocas. Os furos para estas caixas deverão ser feitos com serra-copo ou tico-tico, no tamanho exato das caixas. As caixas serão fixadas nas chapas ou em travessas. Havendo necessidade, deverão ser utilizados os gabaritos do fabricante das caixas. Este pode ser o caso quando várias caixas forem instaladas lado a lado. Aberturas para caixas especiais, retangulares ou quadradas, serão feitas com serras tico-tico ou serrote de ponta. Em recintos úmidos, recomenda-se a distância mínima de 60 mm entre os condutores e as paredes sujeitas à ação direta da água. Manual do procedimento executivo - Construtora INPAR. 5.3.2 – Instalação de Gás Em paredes de Drywall o projeto de instalações de gás deve atender algumas exigências. As prumadas devem preferencialmente localizar-se externamente ao edifício, sendo totalmente proibido a passagem pelo shaft que tenham continuidade com o ambiente interno ou pelas paredes de Drywall. Essas tubulações de gás devem ser de cobre ou aço galvanizado 17 5.3.3 – Instalação Hidráulica A parede hidráulica é feita com uma placa cimentícia resistente a ação direta da água. Nesta parede estão integradas o shaft do empreendimento, onde se encontram as tubulações de água pluvial, esgoto, ventilação, água quente. A espessura da parede é determinada pelo diâmetro das instalações e pelo seu percurso. Para a fixação das tubulações utilizam-se suportes específicos, ou quando possível, fixa-se a tubulação com respectivas braçadeiras aos perfis montantes ou guias. Peças e elementos em cobre devem necessariamente ser isoladas dos perfis zincados. Os condutores de encanamento deverão recomendavelmente ser revestidos com uma fita para isolamento a fim de reduzir a transmissão de ruídos e vibrações. Deve-se colocar um reforço para que seja fixado o mani-fold. As tubulações que ligam o mani-fold até as respectivas louças e metais é feita através de tubos pex. Normalmente são colocados alguns painéis para futuras manutenções das tubulações dos shafts. Alguns podem ter uma tampa visitavel, onde se encontrar os registros, figuras 5.4 e 5.5. Manual do procedimento executivo - Construtora INPAR (1997). 18 Figura 5.4: Painéis de manutenção – Pex do Brasil (2003). Figura 5.5: Shaft – INPAR (2004). 5.3.4 – Redução de Custos Devido ao seu baixo peso cerca de 23 N por m² contra 165 N por m² da alvenaria convencional, em um edifício a economia nas fundações é cerca de 10%, 19 consequentemente proporcionado uma redução no custo da obra entre 20 à 30%,quando comparado com a alvenaria convencional. 5.3.5 – Recomendações Antes da aplicação de cerâmica, a superfície deve estar completamente limpa, livre de poeira. Neste caso não é necessário o lixamento das juntas nem das cabeças dos parafusos. Na aplicação da pintura, a região das juntas e dos parafusos deve ser lixada adequadamente com o taco de madeira ou suporte plano para a lixa, evitando criar ondulações e eliminando rebarbas ou saliências. Nos forros somente é permitida a fixação de spots de iluminação ou outras cargas diretamente na chapa de gesso desde que não excedam 3 N por peça. O espaçamento entre os eixos dos spots deve ser de no mínimo 60 cm. Nas paredes, antes de executar a fixação de peças suspensas, deve-se observar o peso da carga a ser fixada e o tipo da carga. As peças devem ser fixadas com o auxílio de buchas de expansão, próprias para materiais vazados. O espaçamento mínimo entre pontos de fixação deve ser de 40 cm. 20 5.3.6 – Desempenho Acústico O conforto acústico merece maior atenção em construções com gesso acartonado. Um tratamento é fundamental. ”Uma parede constituída por uma placa simples de cada lado tem 36 dB (decibéis), sem lã de vidro, chegando a 43 dB com o material”, diz Mitidieri (2000). O mais indicado é trabalhar com uma parede dupla, com montantes de 48 ou 70 mm e materiais acústicos absorventes no miolo. Dessa forma é possível alcançar 50 dB, índice bastante significativo, já que a norma de desempenho acústico estabelece um mínimo de 45 dB para as divisórias internas de apartamentos e de 50 dB para paredes entre habitações. A lã de vidro no miolo da parede pode ter espessura entre 45 e 50 mm, com uma massa específica de 16 kg/m³. Eventualmente pode ocorrer uma perda do desempenho acústico quando existem muitos pontos de instalação elétrica e caixas dos dois lados de uma parede. Nesses casos é recomendável mudar a disposição das instalações ou adotar um material absorvente entre as caixas. Um número exagerado de juntas é o fator que mais pode prejudicar o desempenho acústico das paredes. Portanto, não é recomendável que se use pequenos pedaços de chapas (retalhos) para compor a parede. Além disso, para evitar a passagem de som, recomenda-se também que as juntas sejam desencontradas. No caso de paredes com duas chapas, é preciso defasá-las duplamente. Na montagem as guias devem ser fixadas no piso e no teto a cada 60 cm no máximo, com parafuso, bucha ou pino de aço, e os montantes devem possuir aproximadamente a altura do pé direito, com 5 a 10 mm, menor. As chapas de gesso também devem possuir 10 mm a menos que o pé direito. As chapas são parafusadas nos montantes, com espaçamento entre parafusos de 25 cm, no mínimo 1 cm da borda da chapa. No caso de duas chapas pode-se aumentar a 21 distância entre os parafusos da primeira camada de chapa para 75 cm, pois, os parafusos empregados para a segunda camada também atravessam a primeira, fixando a chapa. ”A cabeça do parafuso não deve perfurar totalmente o cartão nem ficar saliente em relação ao cartão da chapa”, aconselha Mitidieri (2000). As aberturas para caixas elétricas e outras instalações podem ser feitas antes ou após a montagem, dependendo da seqüência executiva, e os fios e cabos elétricos devem ser colocados em eletrodutos, principalmente quando passarem nos furos dos montantes. Um outro cuidado é para que as tubulações de cobre ou bronze sejam isoladas dos perfis de aço galvanizado, para evitar corrosão. 5.3.7 – Cargas Para fixação de peças suspensas na parede, o fornecedor deve deixar claro ao usuário a carga de uso recomendada, que não pode chegar no limite da ruptura. No caso de mão francesa (prateleira) com braço vertical de 15 cm, a carga total deve ser aplicada dois braços distantes 50 cm entre si. Cantoneiras com pequenas dimensões como 75 x 75 mm, são indicadas para objetos menores. Buchas aplicadas diretamente na chapa proporcionam menor resistência, enquanto fixações que ancoram por trás da chapa são melhores. Os limites de carga de uso deve ter um coeficiente de carga três. ”Se é feito um ensaio e a carga de ruptura é de 30 N, o recomendado é que a carga de serviço seja 10 N”, explica Mitidieri (2000). 22 5.3.8 – Durabilidade O usuário de gesso acartonado deve mudar alguns hábitos para conviver bem com o sistema. Mesmo que a parede suporte impactos normais, não se deve bater com objetos pontiagudos, como o martelo, por exemplo. Caso ocorra alguma avaria, no entanto, as paredes podem ser reparadas com fitas microperfuradas, trechos de chapa de gesso e massa para rejuntamento. Os vazamentos devem ser consertados imediatamente. O gesso, diferente da alvenaria, não suporta exposição à umidade por muito tempo. 5.3.9 – Preconceitos Apesar do crescimento pela procura do gesso acartonado, algumas construtoras não utilizam o sistema, por constatarem que os usuários não estariam satisfeitos, principalmente com o desempenho acústico, no caso quando é realizado com chapas simples e sem lã mineral. Outro dado importante está na colocação de quadros e prateleiras que exigem que sejam colocados com buchas especiais que tem ancoragem. Também vale ressaltar que como é um sistema de placas de gesso acartonado não se pode lavar o local onde foi utilizada chapas tipo RU, pois as mesmas não resistem a água e sim umidade, portanto chamamos isso de lavagem a seco. 23 5.4 Manual de montagem Ver-se-á todo o processo de montagem do Drywall, desde a logística, passando pela marcação, estrutura, plaqueamento e acabamento das paredes e forros, num sistema de uso de paredes acartonadas. 5.4.1 – Armazenamento e logística As chapas de Drywall chegam na obra em pallets vindo em de caminhões,conforme figura 5.6. O descarregamento dessas placas é feito através de uma empilhadeira, normalmente locado pela construtora, e levada ao local de armazenagem, conforme figura 5.6. 24 Figura 5.6: Retirada da placa do caminhão – INPAR (2004). As chapas devem ser empilhadas sobre apoios de no mínimo 5 cm de largura, espaçados de aproximadamente 40 cm. Para não sofrerem abalos o comprimento dos apoios deve ser igual à largura das chapas. O alinhamento dos apoios deve ser mantido ao empilhar vários pallets. Não deve-se empilhar chapas curtas em conjunto com chapas longas ou fora de alinhamento. O transporte manual do local de armazenamento para o local de execução é feito com um carrinho paleteiro movido por duas pessoas. O transporte vertical deste carrinho paleteiro é feito com um elevador cremalheira, conforme figura 5.7. 25 Figura 5.7: Subida vertical do material – INPAR (2004). As placas são distribuídas pelo carrinho paleteiro nos andares, de forma que fiquem bem espaçadas e perto de pilares. É colocada uma lona plástica branca (de preferência), ou preta para que as mesmas fiquem protegidas de eventuais chuvas, conforme figuras 5.8 e 5.9. Figura 5.8: Carrinho paleteiro descarregando as placas no pavimento – INPAR (2004). 26 Figura 5.9: Armazenamento no pavimento – INPAR (2004). Os perfis metálicos devem ser mantidos preferencialmente amarrados e alinhados. Deve-se evitar balanços ou distorções que possam causar amassamento ou torções nos perfis. Perfis menores sempre devem estar apoiados sobre perfis maiores. As massas, no caso de serem em pó, devem ser estocadas em local seco, afastados do piso, preferencialmente sobre estrados e em pilha de no máximo 20 sacos intercalados para assegurar a estabilidade da pilha. Se for massa pronta deve estocar em local seco e em pilhas de no máximo 3 baldes. Manual do procedimento executivo - Construtora INPAR (1997). 27 5.4.2 – Marcação e fixação das guias Antes de começar a marcação precisa ter condições para o início do serviço. Essas condições são: • Revestimentos internos e externos concluídos; • Shaft´s vedados; • Furações executadas; • Chapas estocadas no andar. Depois do andar liberado demarcam-se, onde será colocada a guia, a partir dos eixos, com uma linha vermelha conforme o projeto e uma trena calibrada. Concluída a marcação coloca-se uma banda acústica auto adesiva nas guias e as posiciona-se conforme a marcação fixando-as no chão com uma pistola, utilizando carga e ferramenta de tiro adequada para cada tipo de superfície á ser afixada, sendo que a distância de fixação entre tiros deverá ser de 60 cm e o tiro deve ser realizado de 5 a 10 cm das extremidades. Em todas as áreas de portas deixa-se 20 cm para cima da superfície do montante do batente, evitando sobrepor as abas, cortando-as com ângulo igual ou superior a 45º(corte em v). 28 Para executar a guia superior deve-se utilizar um nível a laser. O serviço deve ser feito com muita atenção para que as guias fiquem no esquadro, conforme figuras 5.10 e 5.11. Manual do procedimento executivo - Construtora INPAR (1997). Figura 5.10: Marcação da parede com trena de pó xadrez – INPAR (2004). Figura 5.11: Conferência da marcação – INPAR (2004). 29 5.4.3 – Montagem da Estrutura O montante deve ser apoiado totalmente na guia inferior, e deve-se deixar um espaçamento de 1 cm em relação a guia superior. A instalação dos montantes deve ser feita respeitando o espaçamento e a quantidade descrita no projeto. O travamento dos montantes na guia superior deve ser feito com um alicate de punção, nos dois lados, e na guia inferior o travamento deve ser feito com aparafusamento nos dois lados do montante. No caso das bandeiras das portas, realizar o travamento da guia superior, aparafusando a aba da guia de virada da bandeira com 20 cm. O nível das bandeiras deve sempre ser checado. Na superfície lisa interna do montante de vão de porta deve ser feito a fixação com 4 parafusos na diagonal, tanto na guia inferior como na guia superior. Não é permitido aparafusar nas abas externas e viradas de bandeiras, reforços, para que se evite saliência na chapa. Antes de passar para a fase de chapeamento os prumos internos dos montantes devem ser checados. 30 Havendo a necessidade da passagem de instalações elétricas, hidráulicas e outras, ou da colocação de reforços para a fixação de peças suspensas pesadas, estes elementos devem ser aplicados preferencialmente antes da colocação das chapas, facilitando a sua execução. Certificar-se do seu correto posicionamento conforme o projeto e testar a estanqueidade das instalações hidráulicas antes do fechamento das paredes. As aberturas para as caixas elétricas e outras instalações podem ser feitas antes ou após a colocação das chapas, dependendo da seqüência executiva e do tipo de instalação utilizada. No caso de uma abertura de vão de janela interna, devem-se utilizar preferencialmente montantes duplos nas laterais da janela. Encaixa-los e fixá-los nas guias superior e inferior, conforme figuras 5.12 e 5.13. Manual do procedimento executivo - Construtora INPAR (1997). 31 Figura 5.12: Estrutura – INPAR (2004). Figura 5.13: Colocação de reforços de madeira – INPAR (2004). 32 5.4.4 – Chapeamento Antes de iniciar este serviço é recomendável que os caixilhos e vidros dos andares estejam colocados com a finalidade de proteger as chapas numa eventual chuva forte. As placas precisam ser cortadas nas medidas necessárias, com a utilização de régua tê, serra copo e raspador para acabamento, antes de serem instaladas. Na instalação das chapas, é necessário verificar no projeto qual placa está sendo pedida e a sua paginação adequada evitando possíveis transtornos. O aparafusamento sempre deve ser perpendicular à chapa não deixando frestas entre as mesmas. Precisam ser efetuadas folgas na parte inferior e superior da laje com 1 cm. Os parafusos precisam ter uma distância entre a borda (com ou sem rebaixo), de 1 cm e a última linha deve estar a 5 cm do teto. A profundidade de penetração do parafuso deve ser de 1 mm, para que se evite estourar o cartão e permitir o cobrimento da camada de massa, conforme figuras 5.14 e 5.15. 33 No caso de haver paredes duplas, deve-se instalar a primeira chapa de forma que a mesma esteja utilizada na posição que se contenha um melhor aproveitamento, evitando o desperdício de material. Manual do procedimento executivo - Construtora INPAR (1997). Figura 5.14: Chapeamento – INPAR (2004). 34 Figura 5.15: Placa colocada – INPAR (2004). Executar a segunda chapa de acordo com a seqüência para paredes simples, obervando-se que o aparafusamento deve estar a cada 50 cm na vertical e as juntas entre as chapas devem ser desencontradas. Caso previsto em projeto, a instalação de lã mineral no interior das paredes, revestimentos ou forros, a mesma deverá ser posicionada antes do fechamento. É preferível a instalação da lã mineral no interior das paredes após a fixação das chapas sobre uma das faces da mesma. A lã mineral deverá ser colocada entre os montantes, de acordo com o espaçamento dos mesmos. Zelar para que as lãs minerais estejam uniformemente distribuídas no interior das paredes, evitando espaços vazios, conforme figura 5.16. 35 Figura 5.16: Lã mineral – INPAR (2004). Os feltros de lã devem ser desenrolados e em seguida cortados no sentido transversal, em função do pé direito a ser aplicado, e no sentido transversal, em função do espaçamento dos montantes. O corte pode ser feito com faca, estilete ou serra. No caso da colocação de lãs juntamente com tubulações internas das paredes, executar se necessário, um corte em cada uma das faces da lã, facilitando o envolvimento da tubulação. Manual do procedimento executivo - Construtora INPAR (1997). 5.4.5 – Tratamento em Juntas O tratamento das juntas inicia-se com a preparação da massa com um batedor elétrico até atingir o ponto de enfitamento. Logo após deve-se embeber o lado correto da fita com o auxílio de ferramenta apropriada na massa pré misturada. 36 A fita deve ser aplicada no centro das juntas com o lado correto, comprimindo-a com os dedos, para que se obtenha a aderência inicial, alisando gradativamente com uma espátula de 4´´(polegadas) de largura até a retirada parcial da massa e possíveis bolhas. Em cantos internos com ângulos maiores que 90º e menores que 180°, utiliza-se uma fita com alma de aço. Após a secagem da fita, deve-se lixar levemente as superfícies enfitadas com o uso de um lixador com cabo. A massa tem que ser aplicada com consistência maior que a do enfitamento, com uma espátula de 8´´ de largura, no centro da fita, para poder preencher o rebaixo entre as chapas. Depois que a 1ª demão de massa estiver seca, lixa-se levemente as juntas suavizando e limpando a superfície por completo, para que se possa obter a planicidade da junta. A massa da 2ª demão deve ser aplicada com uma espátula de 10´´ de largura no centro da fita, reforçando o preenchimento do rebaixo da junta e as suavizações laterais. Após seca, lixa-se levemente as juntas, para que se obtenha uma planicidade entre as chapas. 37 Depois aplica-se uma 3ª demão de massa com uma espátula de 12´´ de largura no centro da fita, garantindo o aumento gradativo de cobrimento na largura e espessura da junta, assegurando a planicidade entre as chapas. Nos cantos internos, o processo é o mesmo com a diferença que só precisa ser feita uma demão de massa com a consistência da 2ª demão utilizando uma espátula de 5´´ de largura. O acabamento dos parafusos e alguma eventual irregularidade na superfície da chapa, deve ser feita com uma massa de consistência mais dura que a da 1ª demão para juntas, utilizando uma espátula de 3´´ de largura. Deve-se alizar a área em sentidos opostos, no caso dos parafusos, e suavizar a área em casos de regularidades na superfície das chapas. O mesmo processo deve ser feito na 2ª demão, só que utiliza-se uma espátula de 4´´ de largura. A aplicação das massas em todos os casos em que tiver mais de uma demão é necessário respeitar o período mínimo de 24 horas, figuras 5.17 e 5.18. Manual do procedimento executivo Construtora INPAR (1997). Figura 5.17: Aplicação do rejunte – INPAR (2005). 38 Figura 5.18: Parede acabada – INPAR (2005). 5.4.6 – Forros O processo de construção do forro inicia-se primeiramente com a marcação do nível do forro com o auxílio de uma mangueira ou laser em todo o perímetro da área. Concluída a marcação deve-se fixar os perfis perimetrais utilizando bucha e parafuso. Depois fixam-se os perfis principais. Se o perfil ficar curto é possível prolongá-lo usando um conector de perfil. Sobrepor os montantes com o transpasse mínimo de 30 cm, com pelo menos dois parafusos de cada lado. Pode-se, também, emendá-los com o auxílio de pedaço de guia ou de montante. Em ambos os casos o transpasse deve ser de pelo menos 30 cm de cada lado da emenda e com, no mínimo, quatro parafusos de cada lado, conforme figura 5.19. 39 Figura 5.19: Forro de Drywall – INPAR (2005). Os tirantes são fixados na laje com espaçamentos definidos em projeto. O espaçamento destes elementos depende do peso do forro. Os tirantes devem ser encaixados na estrutura do forro com o auxílio de regulador compatível com o tipo de estrutura, e se deve nivelar à estrutura. Após finalizada a estrutura vem a etapa da fixação das chapas, onde as chapas devem estar com o seu comprimento perpendicular à estrutura do forro. Utilizar chapas de gesso com o comprimento múltiplo do espaçamento da estrutura. Em casos especiais, como por exemplo, circulações, podem-se aplicar as chapas de gesso com o seu comprimento paralelo à estrutura do forro. As chapas são aparafusadas aos perfis, com o espaçamento entre 25 e 30 cm entre os parafusos e no mínimo a 1 cm da borda. No caso de duas camadas de gesso, pode-se aparafusar a primeira camada de chapa nos perfis com o espaçamento de 40 60 cm entre os parafusos, pois os parafusos de fixação da segunda camada, espaçados entre 25 e 30 cm, transpassam e fixam também a primeira camada aos perfis. Deve-se tomar cuidado no aparafusamento para que a cabeça do parafuso não perfure totalmente o cartão e para que não fique saliente em relação à face da chapa. Defasar as juntas das chapas nas duas camadas. A execução das juntas entre as chapas de gesso nos forros deve ser executada da mesma maneira que nas paredes. Manual do procedimento executivo - Construtora INPAR (1997). 41 6 ESTUDO DE CASO O estudo de caso mostra um comparativo do drywall em relação à alvenaria convencional. 6.1 Drywall x Alvenaria Convencional Neste estudo de caso mostra diferenças em relação a um apartamento feito em Drywall em relação ao mesmo apartamento feito em alvenaria com o auxílio da figura 6.2. Foram feitos levantamentos em cima de projetos de vedação e de arquitetura da obra Maison Lalique da Construtora INPAR e conversas realizadas junto ao engenheiro responsável pela obra. Os valores foram de contratos com o dissídio de maio de 2004 e não foram inclusas as alvenarias externas, já que não se usa o fechamento externo em Drywall. O Empreendimento tem duas torres de 28 pavimentos, sendo 26 apartamentos tipos e uma cobertura duplex. O apartamento possui 2 opções de plantas onde opção tipo contém 4 dormitórios, a opção 1 contém 3 dormitórios com sala ampliada. A área útil do apartamento é de 181m², e o empreendimento fica localizado na Alameda dos Arapanés, 631 Moema, São Paulo, SP, Maison Lalique, INPAR (2005). 42 Na figura 6.2, vê se uma tabela que mostra o custo de mão-de-obra de uma obra em Drywall, conforme proposta da empreiteira que realizou o empreendimento, e os valores estimados de uma obra alvenaria convencional. Maison Lalique, INPAR (2005). A redução de custos de uma obra feita com Drywall é considerável, pois o seu peso gira em torno de 23 N por m² contra 165 N por m² da alvenaria convencional, gerando uma economia considerável nas fundações de cerca de 10%, porque a estrutura é mais leve. Isso ocorre, pois as lajes de uma obra de Drywall são nervuradas e as dimensões das vigas e pilares são menores, com isso consegue-se reduzir o volume de aço e concreto. Esse sistema construtivo além de ser de fácil manutenção é também é mais rápido e mais limpo durante a sua execução em relação à alvenaria convencional, gerando muito menos volume de entulho, onde no Drywall temos este volume reduzido devido ao desperdício minimizado, diferentemente da alvenaria convencional que gera um desperdício muito alto de material. Em razão destas economias é proporcionada uma redução considerável do custo final da obra, girando em torno de 20 a 30% comparado a obra feita com alvenaria convencional. 43 PLANILHA DE CUSTOS Alvenaria Drywall Parede Forro Obra: Maison Lalique mai/05 alvenaria R$ 5.042,19 chapisco R$ 1.360,52 Massa sarrafeada R$ 6.123,52 marcação R$ 895,14 estrutura R$ 1.491,90 plaqueamento R$ 2.685,42 acabamento R$ 895,14 estrutura R$ 931,03 plaqueamento acabamento R$ 1.047,41 R$ 349,14 Resumo Alvenaria R$ 12.526,23 Drywall R$ 8.295,18 Diferença R$ 4.231,05 Obs: Metragem estimada Apartamento com 181m² de área útil Valor de contratos com preços sem o dissídio de maio/04 Não estão inclusos preços do forro no apto com alvenaria Valores referentes a mão-de-obra Figura 6.2: Tabela de custos, INPAR (2005). 44 7 COMPARAÇÃO DO DRYWALL EM RELAÇÃO A ALVENARIA CONVENIONAL Este capítulo mostra quais são as vantagens e desvantagens do Drywall em relação à alvenaria convencional. 7.1 Vantagens • Versatilidade para diferentes formas geométricas das paredes; • Capacidade de atendimento de diferentes necessidades em termos de desempenho acústico, quando realizado com chapa dupla e lã mineral; • Perfeito acabamento de paredes e tetos, resultando em uma superfície plana, sem trincas ou imperfeições, comuns na alvenaria convencional, e prontas para receber os mais variados acabamentos; • Graças ao seu reduzido peso, as paredes de gesso acartonado permitem o alívio das fundações, simplificação das estruturas, assim como maior espaçamento entre pilares, a adoção de lajes planas de concreto armado ou protendido, a eliminação das vigas entre pilares assim como das vigas de borda. A redução do volume e do peso dos elementos que compõem as paredes de gesso acartonado resultam, também, em sensíveis economias no transporte vertical e horizontal de material na obra, assim como a virtual eliminação do entulho decorrentes das quebras e do retrabalho; • Capacidade de obtenção de soluções racionalizadas para os demais subsistemas – instalações (com acesso para manutenção); componentes internos tais como eletrodutos, canalização de água e de esgotos, 45 instalações de sistemas centralizados de aspiração de pó e dutos de ar condicionado, são facilmente incorporados às paredes de gesso acartonado nos espaços vazios existentes entre os painéis de gesso acartonado; • Elevação da produtividade: pela continuidade de trabalho proporcionada, pelas operações de montagem, com elementos de grandes dimensões em relação aos blocos, pela repetição de operações resultantes da modulação, pela eliminação de perda de materiais e de tempo não produtivo de mão-de-obra; • Incremento da velocidade de execução da obra, com a eliminação de etapas de trabalho e liberação para a fase de acabamento em curto espaço de tempo; • Possibilidade de obtenção de ganhos diversos pela redução dos prazos de obra – custos globais da construção em até 15% em relação aos processos construtivos tradicionais já registrados por construtores brasileiros que adotaram o sistema; • Velocidade de vendas; • Executado com equipes especializadas e com etapas claramente definidas, o processo de montagem das paredes, assim como da incorporação de elementos internos, proporciona condições ideais de controle de qualidade, que reduz o retrabalho na obra. 46 7.2 Desvantagens • Vazamento acidental, este é o maior problema que pode ocorrer com as divisórias de gesso acartonado. A parede sendo oca dissimula o local do vazamento, que tende a se difundir por uma grande extensão, até ser identificado. Isto pode provocar danos irreparáveis em muitas paredes. Deve-se analisar durante a fase de projeto as opções de instalações hidráulicas em tubos flexíveis ou solução que minimize os riscos como, por exemplo, as instalações hidráulicas serem executadas sobre o forro, e não no interior das divisórias. Sistemas de drenagem e alarme também são opções a serem consideradas, obviamente elevando o custo; • Umidade relativa do ar permanentemente elevada no ambiente. O cartão submetido a uma atmosfera próxima a de saturação, tende a desenvolver fungos. Para evitar a formação de fungos deve-se proteger a superfície com uma pintura de baixa permeabilidade ao vapor e/ou com fungicida; • Divisórias em contato com boxe, banheira e bancada de pia não se recomenda o emprego de chapas de gesso acartonado, mesmo as resistentes à água, pelo alto risco quanto a durabilidade da divisória. Existem chapas especiais, cimentícias, adequadas para esta situação e devem ser previstas em projeto; • A execução da divisória deve ser totalmente protegida da chuva. Para evitar o comprometimento das divisórias pela ação da chuva, recomenda-se que o início dos serviços se dê após o fechamento dos vãos de janelas e, impermeabilização da cobertura (ou execução dos 47 telhados). Isto impõe que este início se dê após o término do revestimento da fachada; • Encontro divisória-parede externa. A parede externa pode eventualmente umedecer-se por ação de infiltração de água de chuva. Se o risco for significativo, deve-se prever um detalhe que garanta a separação da chapa (junta de trabalho) e do montante da parede externa; • O maior aspecto negativo quando a divisória é percutida é o som oco, que quanto a isso, nada pode ser feito, pois é uma característica intrínseca da divisória. O usuário final pode e deve ser convencido de que isto não é um defeito, é uma questão de natureza cultural, e que pode ser equacionada com base em campanhas publicitárias de esclarecimento; • Os vazios internos podem se transformar em ninho e esconderijo de insetos, como baratas, cupins e formigas. Os detalhes construtivos devem impedir totalmente esta possibilidade. Esses vazios internos também podem se transformar em caminho para difusão de vazamentos. A característica de emprego de perfis em 'U' com montantes e guias podem trazer algumas dificuldades que devem ser equacionadas. Por exemplo, as guias não devem ser atravessadas por canalizações e conduítes, porque isso, além de provocar interferências na produção, que causa perda de produtividade, exigem uma maior precisão dimensional no posicionamento daquelas canalizações. Os montantes, em estruturas muito deformáveis, precisam ser telescópicos e pode-se utilizar chapas duplas ao invés da simples, e é o que está sendo feito 48 devido a alguns casos, as chapas simples não possuírem resistência de compressão para suportar tais deformações , se forem comprimidos pela deformação lenta das lajes poderão flambar e provocar trincas no fechamento. Os montantes que se fixam às paredes de alvenaria precisam ser isolados com banda acústica para permitir um adequado isolamento acústico. 49 8 CONCLUSÕES O uso das divisórias de gesso acartonado possui características próprias que limitam a sua utilização, e que devem ser respeitadas para que se obtenha o máximo das suas propriedades. Quando for utilizada de maneira correta e racional, trazem benefícios significativos, que viabilizam a sua aplicação, pois é um sistema construtivo rápido, econômico, eficiente e mais limpo, reduzindo indiretamente os custos e os prazos na obra. Este sistema construtivo tem grandes indícios de sucesso no Brasil, porém ainda depende de alguns fatores para o seu emprego efetivo no País, principalmente o da informação das suas vantagens e limitações, que através dos fabricantes das chapas de gesso e das empresas especializadas, devam fornecer corretamente tais informações, como propagandas em revistas e em televisões para que o possam mostrar quais são as qualidades e vantagens deste produto, que não acontece com todas estas empresas. Isso vale também para as construtoras que utilizam este sistema e também aos corretores que muitas das vezes não sabem o que estão vendendo e também não sabem as qualidades do Drywall, prejudicando o proprietário que acaba achando que adquiriu um produto com uma qualidade inferior ao da alvenaria convencional. 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAGESSO. Manual de montagem de sistemas de Drywall. São Paulo: Pini, 2004. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2001. NBR 14715: Chapas de gesso acartonado: requisitos. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2001. NBR 14716: Chapas de gesso acartonado: verificação das características geométricas. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2001. NBR 14717: Chapas de gesso acartonado: determinação das características físicas. Bava, C.; Cenário de um novo tempo. Arquitetura & Construção – Abril 2004. Bianchi, M.L. Na mira do construtor. Téchne, São Paulo, n 51, p.17-19, mar/abr 2001. CONSTRUTORA INPAR. Manual do procedimento executivo (1997). Economia que vem do Drywall: Desenho arquitetônico Estrutura de concreto Paredes de drywall. Téchne – ano 9, jan/fev, 2000. Gesso acartonado: Construções - Acabamentos Edifício. Arquitetura & Construção – p 122-125, out/nov, 2002. Gesso acartonado: Solução eficiente para o uso comercial e residencial. Qualidade na Construção, São Paulo, n 26, p. 18-28, abr/mai 2000. Gesso acartonado: Tecnologia invade interiores. Qualidade na Construção, São Paulo, n 26, p. 18-28, abr/mai 2002. 51 Introdução ao Drywall: Produção de Lowden e Associados e Construtora Inpar. Coordenação do Engº Itio Iamamoto Jr. São Paulo: Inpar, 2000. fita de vídeo (30min),VHS,som,color. Knauf: Produção. Disponível em www.knauf.com.br. Acesso em 7 junho 2005. MARISTELA GOMES DA SILVA, VANESSA GOMES DA SILVA. Painéis de Vedação. Rio de Janeiro, 2004. Mitidieri, C.: Fechamentos internos. São Paulo, n 44, p. 24-31, jan/fev 2000. Placo do Brasil: Processo de Produção. Disponível em www.bpbplaco.com.br. Acesso em 30 mai 2005. Pode molhar: Gesso acartonado Tipos de estruturas. Téchne –, maio, 2002. THOMAZ, E.: Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção. São Paulo: Pini, 2001. Use corretamente o gesso acartonado: Estrutura metálica Paredes de vedação. Téchne –, julho, 2003. YAZIGI, W.: A Técnica de Edificar. São Paulo: Pini, 1998. 52 53