www.pnuma.org.br Escritório do PNUMA no Brasil Setor de Embaixadas Norte, Quadra 802 Conjunto C, Lote 17, CEP 70800-400 - Brasília/DF Tel: +55 61 3038-9233 Fax: +55 61 3038-9239 e-mail: [email protected] ISBN: 978-92-807-3424-9 DEW/1686/NA O GEO-5 para o Setor de Negócios foi escrito para líderes de negócios que são responsáveis por garantir que riscos e oportunidades sejam entendidos, discutidos e transformados em vantagem competitiva de longo prazo para suas empresas. O relatório avalia as implicações operacionais, de mercado, de reputação e políticas das tendências ambientais sobre dez setores de negócios. Ele é baseado nas informações extraídas de literaturas científicas, de negócios, políticas e dentre outras existentes. Ele também inclui breves exemplos do reais que ilustram a natureza de alguns destes riscos e oportunidades Mais Fontes: Panorama Ambiental Global 5: www.unep.org/geo Green Economy: www.unep.org/greeneconomy Sustainable Consumption and Production: www.unep.fr/scp GEO-5 para o Setor de Negócios Impactos de um Meio Ambiente em Mudança sobre o Setor corporativo © 2013 Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ISBN: 978-92-807-3344-0 DEW/1686/NA Renúncia de Responsabilidade O conteúdo e pontos de vista expressas nesta publicação são dos autores e não necessariamente refletem as opiniões ou políticas, ou é endossado pelas organizações que contribuíram para este documento ou pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente(PNUMA). As designações empregadas e a apresentação do material nestapublicação não implicama expressão de qualquer opinião por parte do PNUMA em relação à situação jurídica de qualquer país, território ou cidade,bem como desuas autoridades, ou em relação à delimitação de fronteiras ou limites. Referências a uma empresa ou produto comercial nesta publicação não constituem um endosso a estes pelo PNUMA. Esta publicação poderá ser reproduzida integralmente ou em parte e emqualquer formatopara propósitos educacionais ou sem fins lucrativossem a permissão especial do detentor dos direitos autorais, desde que seja feita uma menção à fonte. O PNUMA gostaria de receber uma cópia de qualquer publicação que utilize este relatóriocomo fonte. Esta publicação não poderá ser usada para revenda ou quaisquer outros fins comerciais sem a permissãoprévia por escrito do PNUMA. Pedidos de autorização, com uma declaração dafinalidadee intenção da reprodução, devem ser endereçadosao Diretor do Departamento de Comunicações e Informações Públicas (DCPI), UNEP, P.O. Box 30552, Nairóbi 00100, Quênia. O uso de informações desta publicação sobre produtos registrados não está autorizado para fins de propaganda ou promoção dos mesmos. Este relatório foi produzido pelo PNUMA e SustainAbility Inc. com apoio financeiro de BP plc, Syngenta, The Walt Disney Company e Chevron Corporation (coletivamente chamados “os apoiadores”). A versão em Português deste relatório foi desenvolvido p em parceria com o Conselho Empresaria Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS. As declarações e conclusões neste relatóriosão da SustainAbility e/ou do PNUMA e não necessariamente refletem as opiniões dos apoiadores. Os apoiadores não impõem qualquer representação, garantias, expressas ou implícitas, quanto à exatidão, qualidade, adequação à finalidade ou integridade das informações contidas neste relatório. O uso deste documento e das informações contidas nele épor conta e risco do leitor e os apoiadores não têm nenhuma obrigação ou responsabilidade para com ele em relação a este documento ou seus conteúdos. Design da Capa: Jinta Shah/Escritório das Nações Unidas em Nairóbi. Impressão: Escritório das Nações Unidas em Nairóbi./Setor de Serviços de Publicação, UNON, Nairobi, ISO 10041:2004-certificado. Versão Original em inglês. © [Novembro/2014] Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Todos os direitos reservados ISBN: 978-92-807-3424-9 Esta publicação poderá ser reproduzida total ou parcialmente, em qualquer formato para fins educacionais ou sem fins lucrativos, sem a necessidade de permissão especial dos detentores dos direitos autorais, desde que a fonte seja citada e que trechos sejam colocados em contexto. O PNUMA gostaria de receber um exemplar de qualquer publicação que venha a utilizar o presente documento como fonte. A reprodução desta publicação para revenda ou quaisquer finalidades comerciais não é permitida sem permissão por escrito do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Pedidos de autorização, com uma declaração da finalidade e extensão da reprodução, devem ser enviados a: Publishing Unit Division of Communications and Public Information United Nations Environment Programme P.O. Box 30552 UN Avenue, Gigiri Nairobi, Kenya [email protected] Todas as medidas foram tomadas para garantir que o conteúdo desta publicação esteja correto e devidamente citado, porém o PNUMA não se responsabiliza por eventuais erros ou omissões neste, e não deve ser responsabilizado por quaisquer perdas ou danos que possam decorrer do uso direto ou indireto do conteúdo desta publicação, inclusive de suas traduções. Esta não é uma tradução ou publicação oficial das Nações Unidas. A tradução foi realizada pelo CEBDS com autorização do PNUMA, que publicou o texto original em inglês. O CEBDS se responsabiliza pela exatidão da tradução que será revisada e autorizada pelo escritório do PNUMA no Brasil. Os autores são responsáveis pelas escolhas e apresentação dos fatos contidos e pelas opiniões expressas nesta publicação, e não refletem necessariamente as opiniões ou políticas do PNUMA. As designações empregadas e a apresentação do material desta publicação não significam a expressão de qualquer tipo de opinião do PNUMA sobre o status legal de qualquer país, território ou cidade, ou sobre suas autoridades, delimitação de suas fronteiras ou limites. Esse relatório foi impresso em papel livre de cloro, produzido com madeira certificada, tinta produzida por fontes renováveis e embalagens biodegradavéis. GEO-5 para o Setor de Negócios Impactos de um Meio Ambiente em Mudança sobre o Setor corporativo SUSTAINABILITYLOGOTYPE FOR PRINT ONLY G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Autores e Agradecimentos Autor Principal: Dave Grossman (Green Light Group) Autores Colaboradores: Jeff Erikson (SustainAbility); Neeyati Patel (UNEP) Colegas Revisores: Clarissa Lins, Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável(FBDS); Diana Liverman, University of Arizona; Karen Wuestenfeld, BP; Juan Gonzalez-Valero, Syngenta; Beth Stevens, The Walt Disney Company; Kirsten Thorne, Chevron; Brian Sullivan, International Petroleum Industry Environmental Association (IPIECA); Sophie Depraz, IPIECA; Ros Taplin, Australian Centre for Sustainable Mining Practices (ACSMP); Maggie Comstock, US Green Building Council; Nigel Lucas, expert; Trevor Morgan, Menecon Consulting; Amos Bien, Rara Avis; Reinhard Joas, International Support for Sustainable Products and Production (ISSPPRO); Mary Otto-Chang, Consultor sobre Desenvolvimento Sustentável e Mudanças Climáticas; Graciela Metternicht, University of New South Wales Institute of Environmental Studies; Edward Cameron, Business for Social Responsibility (BSR); Sissel Waage, Business for Social Responsibility (BSR); France Bourgouin, Business for Social Responsibility (BSR); Dave Knight, DNV Two Tomorrows; Priti Nigam, DNV Two Tomorrows; Luigi Cabrini, UN World Tourism Organization (UNWTO); Norine Kennedy, United States Council for International Business (USCIB); Michael Allen, United States Council for International Business (USCIB); Birgit Engelhardt, International Council for Chemical Associations; Adriano Basanini, Consultor; Mark Lee, SustainAbility. Gerentes do Projeto: Garrette Clark (DTIE); Neeyati Patel (DEWA) PNUMA DTIEE: Sylvie Lemmet, Kaveh Zahedi, Arab Hoballah, Elisa Tonda; Garrette Clark; Joni Pegram; Mark Radka, David Piper, Rob de Jong, Eric Usher, Nick Bertrand, Sonia Valdivia, Li Shaoyi, Tomas Marques, Curt Garrigan, Djaheezah Subratty, James Lomax, Helena Rey, Johanna Suikkanen, Pierre Quiblier, Yuki Yasui, Dean Cooper, Hilary French, Emily Werner, Seraphine Haeussling, Sophie Bonnard, Moira O’Brien-Malone PNUMA DEWA: Peter Gilruth, Fatoumata Keita-Ouane, Jason Jabbour, Andrea Salinas, Matthew Billot, Thierry de Oliveira PNUMA DCPI: Nick Nuttall, Bryan Coll, Waiganjo Njoroge Para esta versão em português do relatório, agradecimento especial ao Escritório do PNUMA no Brasil, nas pessoas de Denise Hamú, Luisa Madruga, Marina Bortoletti e Regina Cavini, assim como ao CEBDS, nas pessoas de Marina Grossi, Fernanda Gimenes, Fernando Malta, Marina Santa Rosa e Sueli Mendes. Design e layout: Catherine Kimeu, Neeyati Patel Créditos das Fotos: p. 1: © vesilvio/Shutterstock p. 2: © Denise Kappa/Shutterstock p. 6: © ruchos/iStock p. 8: © ssguy/Shutterstock; © vintagerobot/iStock p. 9: © Volker Müther p. 11: © Kibae Park/UN Photo p. 12: © Mary Terriberry/Shutterstock p. 13: © Stephen Gibson/Shutterstock p. 14 (l-r): © Josemoraes/iStock; © TebNad/Shutterstock; © Adisa /Shutterstock; © BanksPhotos/iStock; © Mark Wragg/iStock; © George Clerk/iStock p. 15: © iurii/Shutterstock p. 16: © Klaas Lingbeek-van Kranen p. 17: © akiyoko/Shutterstock p. 18: © Toa55/Shutterstock p. 20: © gyn9037/Shutterstock ii p. 22: © Patrick Poendl/iStock p. 23: © Christopher Kolaczan/Shutterstock p. 26: © Robert Churchill/iStock p. 29: © Aleph Studio/Shutterstock p. 32: © S. Kuelcue/Shutterstock p. 33: © sfam_photo/Shutterstock p. 35: © Denise Kappa/Shutterstock p. 36: © TebNad/Shutterstock p. 38: © Oleksiy Mark/Shutterstock p. 39: © Zxvisual/iStock p. 41: © Katie Dickinson/Shutterstock p. 42: © Ryan Lindsay p. 44: © iStock/code6d p. 45: © Andrey tiyk/Shutterstock p. 46: © ssuaphotos/Shutterstock T A B L E O F C O NÍ N T EDNI CT SE Índice Autores e Agradecimentos.............................................................................................................................................................................................ii Prefácio...................................................................................................................................................................................................................................... iv Sumário Executivo...............................................................................................................................................................................................................2 1.Introdução.......................................................................................................................................................................................................................6 2. Conclusões-chave do GEO-5 em relação ao estado e tendências do Meio Ambiente ................................................8 2.1Fatores-chave .....................................................................................................................................................................................................8 2.2 Proteções Ambientais....................................................................................................................................................................................9 3. Implicações específicas aos setores.............................................................................................................................................................14 3.1 Construção Civil.............................................................................................................................................................................................15 3.2 Produtos Químicos......................................................................................................................................................................................18 3.3 Energia Elétrica................................................................................................................................................................................................20 3.4 Indústria extrativista....................................................................................................................................................................................23 3.5Finanças...............................................................................................................................................................................................................26 3.6 Alimentos e bebidas....................................................................................................................................................................................29 3.7Saúde....................................................................................................................................................................................................................33 3.8 Tecnologia da Informação e da Comunicação.............................................................................................................................36 3.9Turismo...............................................................................................................................................................................................................39 3.10Transportes.......................................................................................................................................................................................................42 4.Conclusão......................................................................................................................................................................................................................45 Notas...........................................................................................................................................................................................................................................47 iii G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Prefácio As alterações no meio ambiente, em curso, não apenas terão impacto e influência sobre os mercados atuais, como também desencadearão inovações e mudanças tecnológicas, estimularão o aperfeiçoamento de políticas e regulamentações, em âmbito nacional e internacional. Tais mudanças poderão se configurar em novas oportunidades de negócios, novos produtos e novos serviços. À medida que formuladores de políticas, investidores e público em geral se conscientizam sobre as mudanças ambientais, passam a demandar, de forma crescente, mais transparência e mais relatórios corporativos de sustentabilidade; estimular a produção de relatório de sustentabilidade foi uma dos resultados esperados da Rio+20. As mudanças ambientais impulsionadas, principalmente, pela demanda humana por recursos, pelo aumento do padrão de consumo e pelo crescimento populacional, vêm gerando novos desafios e oportunidades de negócios. As empresas que estiverem melhor preparadas para essa realidade desafiadora serão as que mais prosperarão, mantendo-se competitivas. O impacto de suas ações nas alterações climáticas e na escassez de recursos naturais, como a água, serão determinantes para as perdas e ganhos futuros, assim como para estimular novos mercados. O Relatório GEO-5 para o Setor de Negócios que aqui se apresenta, baseia-se na publicação de referência do Programa das Naçoes Unidas para o Meio Ambiente -PNUMA, denominado Panorama Ambiental Global GEO 5, lançado por ocasião da Rio+20. O GEO-5 para o Setor de Negócios destaca os impactos atuais e projeções futuras de grandes mudanças no meio ambiente sobre uma série de setores desde a construção civil até a indústria de alimentos. Este relatório se alinha também com outras avaliações feitas pelo Painel Internacional de Recursos do PNUMA, o qual estima que até 2050, o consumo dos recursos naturais triplicará, a não ser que se tomem ações urgentes a fim de dissociar crescimento econômico do uso de recursos naturais. iv O Relatório GEO -5 para o Setor de Negócios também enfatiza que nem todas as oportunidades de negócios de hoje existirão no futuro. Por exemplo, devido ao derretimento do Ártico, diversas empresas de petróleo e gás estão disputando a oportunidade de exploração; no futuro, o que hoje se considera uma oportunidade, poderá expô-las a uma série de riscos dado o ambiente frágil do Ártico. A recomendaçao do Relatório GEO-5 para o Setor de Negócios é que as empresas façam uma análise mais profunda, específica para sua realidade, utilizando a abordagem de ciclo de vida do produto, utilizando este relatório como referência. As empresas bem sucedidas poderão descobrir que lidar com o enfrentamento das questões ambientais, além de lhes proporcionar vantagens competitivas, podem gerar soluções concretas e cada vez mais transformadoras para os desafios ambientais em um mundo que muda rapidamente. Achim Steiner Subsecretário Geral das Nações Unidas e Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente FOREWORD 1 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Sumário Executivo A s mudanças ambientais globais estão criando novos riscos e oportunidades para os negócios em todos os setores da indústria. De fato, a transição para uma economia verde, agora em seus estágios iniciais, criará ótimas oportunidades para empresas que entendam as implicações destas mudanças e as levem em consideração em seus planejamentos e estratégias de negócio. Do mesmo modo, empresas que não consigam entendê-las, ou que atuem demasiado devagar, colocarão seu valor em risco. O GEO-5 para o Setor de Negócios foi escrito para líderes de negócios que são responsáveis por garantir que os riscos e as oportunidades sejam entendidos, abordados e transformados em vantagem competitiva de longo prazo para suas empresas. O relatório avalia as implicações das projeções ambientais em questões operacionais, de mercado, de reputação e de políticas em dez setores de negócios: • • • • • • • • • • Construção Civil Produtos Químicos Energia Elétrica Indústria Extrativista Finanças Alimentos e Bebidas Saúde Tecnologia da Informação e da Comunicação Turismo Transportes Este relatório descreve os riscos e as oportunidades de negócios baseados em informações extraídas da literatura científica, de negócios, políticas e outras existentes. Também inclui breves exemplos reais que ilustram a natureza de alguns destes riscos e oportunidades. O relatório contém em todo o texto extensivas citações, permitindo aos leitores acessar facilmente os documentos-fonte que oferecem mais detalhes sobre tendências e impactos específicos. O GEO-5 para o Setor de Negócios tem como base as conclusões do relatório do quinto Panorama Ambiental Global (GEO-5) do PNUMA, apresentado em junho de 2012. O GEO-5 avalia o estado atual e as projeções do meio ambiente global, no qual o crescimento populacional, o desenvolvimento econômico, a urbanização e a globalização estão levando à degradação considerando inúmeros indicadores ambientais. De 90 objetivos e metas ambientais avaliados no GEO-5, um progresso significativo só foi observado em quatro. O Capítulo 2 deste relatório resume brevemente mudanças e as projeções descritas no GEO-5. Tanto as tendências específicas como o panorama geral de declínio apresentados no GEO-5 têm significativas implicações para empresas em todo o mundo, independentemente de tamanho ou setor.Algumas destas projeções estão descritas na tabela a seguir. 2 sumário executivo Projeção ambiental do GEO-5 Implicações-chave para negócios Gases de efeito estufa – Emissões de gases de efeito estufa apresentam projeção de duplicarem nos próximos 50 anos. Tal crescimento pode levar a um aumento na temperatura média da superfície terrestre de 3oC a 6oC até o final do século [GEO-5, pp.16, 20, 36, 429] Mudanças de mercado a favor de produtos de baixo carbono; rupturas nas cadeias operacional e de suprimentos; aumento nos custos da energia, alimentos, e outras commodities; mudanças em padrões de produção e transporte para adaptação a condições locais. Clima Rigoroso – Houve 230% de aumento no número de desastres causados por enchentes e um aumento de 38% nos causados pela seca entre as décadas de 1980 e 2000 [GEO-5, pp.107-108] Interrupções nas cadeias operacional e de suprimentos; aumento no custo de operação e de materiais; danos à infraestrutura pública compartilhada; aumento da demanda por serviços de reconstrução. Conversão de Terras – Há uma projeção de aumento da necessidade de terras para uso urbano de 100-200 milhões de hectares ao longo dos próximos 40 anos [GEO-5, p.77] Mercados novos e em crescimento devido à expansão urbana; acesso restrito a recursos da terra; perda de serviços ecossistêmicos; competição por terra arável; aumento da pressão para proteger recursos naturais críticos. Disponibilidade de água – Captação de água em todo o mundo triplicou nos últimos 50 anos para atender a demandas agrícolas, industriais e domésticas [GEO-5, pp.102-104, 436] Novos mercados para produtos eficientes no uso de água; limitações ao crescimento devido à escassez de água; interrupções nas cadeias operacional e de suprimentos; conflitos com outras partes interessadas devido a limitação do recurso; aumento no custo da água. Poluição da água – Poluentes químicos tóxicos persistentes, agora encontrados em 90% dos corpos d’água continuam a se acumular nos sistemas aquáticos [GEO-5, p.112] Aumento na demanda por dispositivos e sistemas para controle de poluição; aumento no custo do tratamento da água; regulamentações mais rígidas sobre a qualidade da água; aumento na demanda por serviços médicos para tratar os impactos na saúde. Biodiversidade – Habitats críticos como florestas, zonas úmidas e zonas secas continuam a serem reduzidos 13 milhões de hectares de floresta foram perdidos entre 2000 e 2010. É esperado que a extinção de espécies se mantenha a uma taxa acelerada ao longo do século XXI [GEO-5, pp.71-72, 140, 158] Aumento das pressões de mercado, de reputação e regulatória para reduzir os impactos na biodiversidade; aumento no custo e redução da disponibilidade de recursos escassos; oportunidades reduzidas para a criação de novos produtos; limitações ao acesso à terra. Exposição química – Mais de 248.000 produtos químicos estão comercialmente disponíveis, mas faltam dados sobre seus efeitos individuais e sinérgicos sobre a saúde e o meio ambiente [GEO-5, pp.170, 172-173, 185] Mudanças de mercado a favor de produtos “mais verdes”; restrições ao uso de produtos; pressão regulatória, dos consumidores e do público para mais transparência. Resíduos – Materiais são cada vez mais produzidos em uma região, usados em outra e gerenciados como resíduos em uma terceira. O fluxo de resíduos em crescimento mais rápido no mundo, estimado em 20-50 milhões de toneladas por ano, é de resíduo eletrônico, que contêm substâncias perigosas assim como metais estratégicos que podem ser recuperados [GEO-5, pp.175, Oportunidade de mercado crescentes para recuperar / reutilizar resíduos eletrônicos; aumento na pressão regulatória e dos consumidores para reduzir / gerenciar os resíduos; danos à reputação resultantes da geração não controlada de resíduos. 184] Este é o mundo em que os negócios devem acontecer, hoje e no futuro. Sem mudanças dramáticas e inesperadas nas causas destas projeções, pode-se esperar que pressões ambientais como as descritas acima aumentem no futuro próximo, causando grandes transformações não só nas paisagens físicas, mas também em cenários sociais, políticos e de negócios. As implicações específicas destas projeções ambientais sobre os negócios estão descritas em mais detalhe no Capítulo 3. A tabela abaixo oferece um breve resumo de alguns dos principais riscos e oportunidades para cada um dos setores avaliados neste relatório. Note-se que algumas das oportunidades de negócios identificadas podem ter efeitos negativos no meio ambiente; a única intenção do relatório é identificá-las, não avaliar o quão desejável elas são. As pressões ambientais aumentarão certamente no futuro próximo previsível, causando grandes mudanças não só nas paisagens físicas, mas também em paisagens sociais, políticas e de negócios. 3 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Riscos Oportunidades Construção Civil (seção 3.1) • Restrição da oferta e aumento no custo de materiais • Impactos das mudanças climáticas sobre os cronogramas / custos de construção • Limites à construção em áreas de escassez de água e de alta biodiversidade • Mudanças nas habilidades e conhecimentos necessários para responder ao mercado em mudança • Limites mais rígidos sobre resíduos e poluição • Aumento da demanda do mercado por infraestrutura e prédios sustentáveis, reparo / reconstrução de danos causados por tempestades, remodelagem e tecnologias para eficiência energética e estruturas resistentes ao clima • Aumento da demanda por materiais e processos renováveis, reciclados e eficientes no uso de recursos • Aumento do valor de mercado de prédios verdes • Aumento na demanda por mão-de-obra qualificada em design e construção sustentáveis • Benefícios à reputação associados ao design verde e certificação de construções Produtos Químicos (seção 3.2) • Aumento nos custos de energia e matérias-primas dependentes de combustíveis fósseis. • Maior custo da água e operações limitadas devido ao aumento da escassez de água • Interrupções nos negócios relacionados a eventos meteorológicos extremos ou escassez de água • Restrições no uso de produtos ou descontinuação • Reduções na demanda de produtos químicos por motivos regulatórios ou impulsionados pelo mercado • Limites regulatórios mais rígidos sobre emissões atmosféricas e efluentes líquidos • Danos à reputação causados por conflitos com comunidades devido a recursos ou poluição • Pressão para divulgar dados sobre os efeitos dos produtos químicos na saúde e no meio ambiente • Aumento da demanda por componentes de eficiência energética ou tecnologias de energia renovável, tecnologias para tratamento de água e insumos agrícolas mais sustentáveis • Aumento da demanda por produtos químicos verdes e modelos de negócio de “arrendamento químico” (chemical leasing) • Novas oportunidades de mercado para produtos que podem substituir outros restritos ou descontinuados • Benefícios à reputação associados a química verde Energia Elétrica (seção 3.3) • Oferta limitada e aumento nos custos das ações baseadas em combustíveis fósseis devido a políticas de mudança climática • Demanda reduzida por eletricidade carbono-intensiva • Redução da confiança na rede devido ao aumento na demanda de pico • Danos à infraestrutura devido a eventos meteorológicos extremos • Limites à geração de eletricidade devido à escassez de água e potenciais conflitos com usuários competidores por recursos hídricos limitados • Limites regulatórios mais rigorosos sobre emissões atmosféricos e efluentes líquidos • Ameaça ao atual modelo de negócios devido a ações regulatórias e normativas • Legislação/ regulamentação mais rigorosa sobre emissão de gases de efeito estufa, qualidade do ar, descarga de efluentes líquidos e localização de usinas de energia • Aumento da demanda por eletricidade para ar condicionado de prédios e veículos movidos a energia elétrica • Aumento da demanda por eletricidade renovável e de baixa emissão de carbono • Novos modelos de negócio estimulados por ações regulatórias • Aumento da demanda por tecnologias ’smart-grid’, armazenamento de energia e serviços energeticamente eficientes Indústria Extrativista (seção 3.4) • Aumento no custo da energia baseada em combustíveis fósseis para algumas operações de mineração • Danos à infraestrutura e interrupção de negócios devido a eventos meteorológicos extremos • Interrupção de negócios devido à escassez de água • Limites ao acesso de recursos em áreas com escassez de água ou de alta biodiversidade • Limites regulatórios mais rígidos sobre emissões atmosféricas e efluentes líquidos • Aumento dos riscos de responsabilização e custos de desmantelamento devido a mudanças nos padrões climáticos • Ativos abandonados (ex.: reservas de petróleo e carvão) se limitações rigorosas ou custos forem impostos ao carbono • Demanda reduzida por materiais virgens a favor de materiais reciclados • Danos à reputação e potencial perda de licença para operar por empresas consideradas como grandes contribuintes para as mudanças climáticas ou grandes utilizadores de água em áreas de escassez • Aumento da demanda por certos minerais e materiais usados em energia renovável, eficiência energética, controle da poluição do ar e tecnologias para purificação de água • Aumento dos mercados para combustíveis mais limpos • Aumento dos mercados para minerais reciclados e mais sustentáveis • Temperaturas mais altas abrindo áreas anteriormente inacessíveis ou não-econômicas para exploração e extração • Vantagem à reputação das empresas vistas como parte da solução para as mudanças climáticas • Novos mercados para captura / armazenamento de carbono e outras tecnologias para reduzir as emissões de carbono resultantes da queima de combustível fóssil Finanças (seção 3.5) • Aumento da incerteza por seguradoras devido a mudanças nos padrões climáticos • Aumento no custo de pedidos de seguro resultantes de eventos meteorológicos mais severos • Aumento da pressão sobre credores e investidores para melhorarem a consideração e a divulgação do impacto das empresas-cliente devido às tendências ambientais. • Potenciais riscos sistêmicos de longo prazo para mercados financeiros devido ao “carbono inutilizável” se limitações ou custos rigorosos forem impostos • Aumento da inadimplência com ativos abandonados (relacionados às mudanças climáticas ou à escassez de água) para pagar empréstimos aos credores • Danos à reputação de empresas que realizam empréstimos para atividades que causam danos ao meio-ambiente 4 • Aumento da demanda por cobertura de seguro à propriedade • Novos mercados para mecanismos financeiros que reduzam os riscos ou criem retornos positivos / custos de capital menores para produtos e serviços mais sustentáveis • Aumento da demanda por financiamento de capital para soluções ambientais • Aumento de oportunidades de investimento atrativas na economia verde • Mercados novos ou em expansão para investimentos em produtos que incorporam critérios ambientais e/ou soluções para questões tais como a mudança climática • Mercados em expansão para produtos de seguros que encorajem casas e prédios energeticamente mais eficientes e tecnologias de energia renovável sumário executivo Riscos Oportunidades Alimentos e Bebidas (seção 3.6) • Mudança na disponibilidade, qualidade, preço e fontes de produtos agrícolas devido a mudanças climáticas e outras mudanças ambientais • Aumento do custo da energia baseada em combustíveis fósseis • Redução dos rendimentos da produção agrícola devido à escassez de água • Conflitos entre diferentes usuários de recursos hídricos limitados • Aumento da competição por terra cultivável • Depleção dos estoques de populações marinhas • Aumento das pressões regulatórias e dos consumidores para redução dos impactos ambientais da produção de carne, produtos químicos e fertilizantes • Novos mercados para fontes alternativas ou variedades de alimentos mais resistentes ao clima • Oportunidades de negócios em novas áreas agrícolas em expansão • Mercados em expansão para alimentos orgânicos e produção sustentável • Benefícios à reputação por certificação de produtos alimentícios sustentáveis Saúde (seção 3.7) • Aumento dos custos de energia baseada em combustíveis fósseis para estruturas de • Aumento na demanda por tratamentos para doenças saúde resultantes de mudanças ambientais e exposição à • Aumento da pressão para melhorar a sustentabilidade, mantendo medicamentos poluição (ex.: doenças respiratórias e cardiovasculares, fora do fluxo de resíduos, reduzindo o uso de energia e reduzindo o uso de doenças transmitidas pela água e outros vetores) substâncias tóxicas em produtos de limpeza • Novos mercados para remédios que não requerem água • Aumento da perda de componentes naturais que são remédios tradicionais e limpa ou armazenamento com temperatura controlada ingredientes ativos nos fármacos Tecnologia da Informação e da Comunicação (seção 3.8) • Aumento do custo da energia baseada em combustíveis fósseis (ex.: para centros de processamento de dados) • Interrupção ou limitação da produção devido à disponibilidade limitada de água • Interrupções na cadeia de suprimentos devido a eventos meteorológicos extremos e outros fatores ambientais • Aumento nos custos devido à pressão regulatória ou dos consumidores para reduzir os resíduos eletrônicos • Limitações regulatórias sobre a emissão de gases do efeito estufa durante a produção, uso e fim da vida útil do produto • Danos à reputação devido a produção não controlada de resíduos eletrônicos ou impactos ambientais causados pelos fornecedores • Mercados novos e em expansão para produtos que permitam melhorias ambientais em outras indústrias (ex.: prédios inteligentes, transporte integrado, produção automatizada) • Mercados em expansão para substituição de bens e serviços tradicionais por versões virtuais • Mercados em expansão para a coleta e processamento de dados ambientais • Benefícios à reputação de empresas reconhecidas por contribuírem para resolução de desafios ambientais tais como mudança climática, qualidade / disponibilidade de água e desmatamento. Turismo (seção 3.9) • Aumento no custo de energia baseada em combustíveis fósseis • Aumentos dos custos operacionais devido a médias mais altas de temperatura e queda na disponibilidade de recursos locais • Interrupção de negócios, danos à propriedade e atraso em viagens devido a condições climáticas extremas • Limites às atividades disponíveis devido à escassez de água, mudanças nos ecossistemas e preocupações com a biodiversidade. • Redução do interesse por alguns destinos devido a mudanças ambientais • Regulamentações mais rigorosas para algumas práticas (ex.: pesca em recifes de corais, desenvolvimento costeiro em áreas de manguezais) • Aumento de conflitos com comunidades locais relacionados à escassez de recursos • Aumento do interesse por alguns destinos devido a mudanças ambientais • Aumento da demanda por turismo de natureza, ecoturismo e agroturismo • Benefícios para a reputação e aumento da demanda por empresas / destinos vistos como ambientalmente responsáveis Transportes (seção 3.10) • Aumento nos custos do combustível para o funcionamento de veículos • Aumento da demanda por parte dos clientes para que os • Danos à infraestrutura e interrupções na cadeia de suprimentos devido a condições negócios reduzam a pegada e custos logísticos climáticas extremas e outros fatores ambientais • Mercados novos e em expansão para opções de • Aumento nos custos ou produção limitada devido à escassez de água em alguns transportes mais limpos e de baixo carbono (ex.: veículos, locais de produção combustíveis). • Mais regulamentações para limitar as emissões de gases do efeito estufa e controle • Novas rotas de frete resultantes da diminuição de gelo do fluxo de resíduos no mar No Capítulo 4 o relatório sugere um caminho para as lideranças empresariais que queiram entender e lidar com os riscos e oportunidades impostos pelas projeções ambientais. Este caminho inclui: •Conduzir uma análise mais profunda e específica da empresa, usando uma abordagem de ciclo de vida e usando este relatório como suporte e guia; •Continuar a mitigar os impactos do negócio no meio ambiente; •Pensar de forma estratégica sobre como o negócio deve mudar a fim de refletir as mudanças do meio ambiente global e local; •Relatar às partes interessadas (investidores, empregados, clientes, comunidades, ONGs e outros) os impactos da empresa sobre o meio ambiente, os riscos e oportunidades impostos pelas projeções ambientais, e estratégias para lidar com elas; •Trabalhar com formuladores de políticas para criação de políticas públicas que encorajem as práticas de negócio sustentáveis; e •Colaborar com outros para criação de soluções poderosas para os desafios impostos pelas pressões ambientais. O GEO-5 para o Setor de Negócios deixa claro que o valor do negócio está em risco devido a mudanças no meio ambiente mundial. Os riscos são altos, mas as oportunidades são abundantes. Avaliar as implicações das pressões ambientais em todo o ciclo de vida e levá-las em consideração no planejamento e modelo de negócios, melhorará a competitividade das empresas, diminuirá a degradação ambiental, e elevará o bem estar humano. 5 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S 1.Introdução no meio ambiente e recursos naturais – e nos serviços que eles oferecem – aceleraram de forma dramática. A pressão tem sido impulsionada primeiramente por uma combinação de crescimento da população humana, rápido crescimento dos níveis de prosperidade e consumo e a intensificação da atividade industrial. Ao longo dos últimos 50 anos em particular, a degradação ambiental se expandiu de uma escala local para uma global. As consequências desta aceleração são claras: enquanto o crescimento econômico e a prosperidade aumentaram a qualidade de vida para bilhões de pessoas, eles também desestabilizaram o clima e degradaram os recursos naturais do mundo – a base da qual a prosperidade futura depende. As ramificações destas mudanças nos negócios são abrangentes. Por exemplo, danos causados pelos impactos das mudanças climáticas (particularmente a longo prazo) podem ter efeitos enormes na economia global e nos sistemas ambientais de suporte do qual todos os negócios (e sociedades humanas) dependem. Especialmente se a temperatura média da superfície global aumentar mais de 2°C, como parece provável, se não houver grandes mudanças nas políticas e ações de transformação por parte de governos, negócios e outros.1 De forma similar, impactos do clima, escassez de recursos e mudanças resultantes da migração populacional podem ter efeitos mais amplos em termos de sistemas, desestabilizando países e consequentemente os contextos político e socioeconômico nos quais os negócios operam.2 O atual sistema econômico, construído sobre a ideia de crescimento perpétuo, baseia-se de forma desconfortável em um sistema ecológico que está restrito pelos limites biofísicos. GEO-5 do PNUMA E ntender as projeções ambientais é de extrema importância para os líderes de negócios. Assim como as projeções sociais, econômicas, de mercado e tecnológicas – e a resposta das empresas a elas – influenciam o sucesso dos negócios, também as projeções ambientais o fazem. Condições ambientais atuais e futuras afetam os preços operacionais, disponibilidade de matériaprima, regulamentações, preferência dos consumidores, considerações sobre as reputações e demanda por produtos. A necessidade de entender as projeções ambientais não é nova. De fato, a disponibilidade de solo fértil, água limpa, vida selvagem e seu habitat e um clima estável têm influenciado o assentamento e o desenvolvimento humano por milênios. Porém, desde a Revolução Industrial, pressões 6 O crescimento perpétuo é o princípio de funcionamento, reforçado por nossos sistemas econômico e político atuais, sob o qual muitos dos líderes de negócios mundiais, formuladores de políticas e investidores tomam decisões todos os dias. Como resultado, a disparidade entre nosso nível de consumo atual e o que o meio ambiente global é capaz de suportar de forma sustentável continua a crescer. A ciência é clara: nós estamos alcançando, e em alguns casos ultrapassando, o limite dos recursos e a capacidade de carga do nosso planeta. Cientistas alertam que muitos destes impactos podem se tornar permanentes em escalas de tempo humanas se ações para aliviar as pressões não forem tomadas imediatamente.3 A necessidade dos negócios também é clara: avaliar as projeções ambientais através do ciclo de vida e entender seus impactos em operações, mercados, políticas e reputação é essencial para as empresas gerenciarem de forma eficiente os A ciência é clara: nós riscos, capturarem estamos alcançando, oportunidades e criarem vantagens e em alguns casos competitivas de longo ultrapassando, os prazo. limites dos recursos e a capacidade de suporte do nosso planeta. INTRODUÇÃO As Perspectivas do PNUMA para o Meio Ambiente Global Desde 1997, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) produziu cinco relatórios de avaliação do Panorama Ambiental Global (GEO, na sigla em inglês). O principal objetivo da série GEO é manter governos e outras partes interessadas informadas sobre o estado, tendências e perspectivas do meio ambiente global, em face da necessidade contínua de informações atualizadas, cientificamente críveis e relevantes para as políticas, sobre mudanças ambientais em todo o mundo. A quinta edição do Panorama Ambiental Global – GEO-5 – foi lançado em junho de 2012 às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (ou Rio +20) no Rio de Janeiro. Ele integra informações de centenas de cientistas e especialistas em política e está organizado em três partes: (1) estado e projeções do meio ambiente global, incluindo os fatores da mudança; (2) opções de políticas de todas as regiões do mundo que tiveram sucesso em avançar nos objetivos acordados internacionalmente, e (3) oportunidades para uma resposta global. O PNUMA também publicou diversos suplementos ao GEO-5, incluindo o Resumo do GEO-5 para Formuladores de Políticas Públicas, GEO-5 para Governos Locais, Acompanhando o Progresso do Nosso Meio Ambiente e o GEO-5 Juvenil disponíveis em http://www.unep.org/geo. GEO-5 para o Setor de Negócios Este relatório – GEO-5 para o Setor de Negócios – acrescenta uma contribuição importante para a continuidade dos suplementos do GEO-5. Ele foi escrito especialmente para os líderes de negócios. Ao lidar com as necessidades dos negócios, o PNUMA espera iniciar um diálogo que abranja futuros ciclos de avaliação GEO e ofereça oportunidades de parceria. • Implicações específicas das projeções e fatores ambientais para cada setor. O Capítulo 3 descreve os impactos das projeções e fatores ambientais em dez setores de negócios, focando em implicações relacionadas a (a) operações (incluindo cadeia de suprimentos), (b) mercados, (c) políticas públicas, e (d) reputação / valor da marca. Breves exemplos reais são descritos para ilustrar as implicações das tendências ambientais sobre os negócios. Ainda que muitos dos exemplos citados neste relatório se refiram a grandes empresas multinacionais, o GEO-5 para o Setor de Negócios é igualmente relevante para empresas de pequeno e médio porte que operam diretamente nos dez setores analisados, assim como nas cadeias de valor mais amplas destes setores. Além disso, o relatório é tão relevante para empresas nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento. O GEO-5 para o Setor de Negócios concentra-se nos impactos das projeções ambientais sobre os negócios, ao invés dos impactos dos negócios sobre as projeções ambientais. Esse enfoque não almeja sugerir que as empresas não devam continuar os esforços para mitigar seus impactos ambientais; ao invés disso, tem a intenção de destacar que os negócios também precisam avaliar os riscos e oportunidades – e se adaptar a um futuro diferente. Este relatório descreve como as projeções ambientais provavelmente irão impactar cada setor industrial especifico. Apesar dele oferecer uma orientação valiosa, não é um substituto para uma análise robusta de riscos e oportunidades especifica de Ainda que muitos dos cada empresa. Uma gama de exemplos se refiram produtos, geografia, tamanho, a grandes empresas base de clientes e outros fatores variam de empresa multinacionais, o GEO-5 para empresa, e todos afetam para Negócios é igualmente a materialidade das tendências relevante para empresas individuais e as respostas de pequeno e médio porte. apropriadas a elas. O relatório é tão relevante para empresas em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. O GEO-5 para o Setor de Negócios extrai as conclusões mais importantes do relatório abrangente do GEO-5 e mapeia suas relevâncias para os setores específicos dos negócios. O relatório inclui dois componentes principais: Paisagens físicas, sociais, políticas e de negócios estão mudando rapidamente. O modo como as empresas avaliam os riscos e oportunidades e respondem às paisagens em mudanças irá determinar quanto sucesso elas terão no futuro. • Um resumo das projeções ambientais e fatores. O Capítulo 2 oferece um resumo breve sobre algumas das principais mensagens do GEO-5. Mesmo reconhecendo a existência de numerosas outras fontes de informação científica sobre as tendências ambientais, este capítulo está limitado ao conteúdo do GEO-5. Várias outras fontes são citadas ao longo dos capítulos subsequentes. 7 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S 2. Conclusões-chave do GEO-5 em relação ao Estado e Projeções do Meio Ambiente 2.1Fatores-chave As projeções ambientais descritas no GEO-5 são, em grande parte, resultado de dois fatores-chave correlacionados: • Crescimento Populacional – Ao longo dos últimos 100 anos, a população da Terra quadriplicou para 7 bilhões de pessoas. Espera-se que a população chegue a 10 bilhões de pessoas em 2100, com a maioria do crescimento populacional líquido até 2050 projetado para ocorrer nas cidades mais pobres do mundo.4 • Desenvolvimento Econômico – A produção econômica mundial aumentou cerca de 20 vezes ao longo dos últimos 100 anos e espera-se que continue a crescer ao longo deste século. Enquanto projeções de consumo parecem ter se estabilizado nos países desenvolvidos, as economias emergentes estão assistindo ao crescimento do uso de recursos per capita e dos impactos ambientais associados, e os países menos desenvolvidos estão apenas iniciando a transição em direção a níveis de consumo mais elevados.5 Estes fatores se manifestam de quatro formas fundamentais: Conforme as pressões humanas dentro do Sistema Terrestre aumentam, diversos limites críticos estão se aproximando ou foram excedidos. Além disso, mudanças abruptas e não lineares nas funções de suporte à vida do planeta podem ocorrer. GEO-5 do PNUMA A quinta edição do Panorama Ambiental Global (GEO-5) oferece uma atualização abrangente do estado e das projeções do meio ambiente global em cinco domínios (atmosfera, solo, água, biodiversidade, e produtos químicos e resíduos), descreve os fatores por trás deles e avalia o progresso em direção ao alcance de objetivos selecionados acordados internacionalmente. 8 • Consumo de Energia – Espera-se que o consumo global de energia triplique ao longo do século XXI. No entanto, é esperado que a taxa global de crescimento do consumo energia primária caia no futuro, devido à suposta estabilização do crescimento populacional e a melhorias na eficiência energética.6 • Urbanização –Áreas urbanas comportam agora metade da população mundial, usam dois terços da energia global e produzem 70 por cento das emissões globais de carbono.7 • Globalização–O comércio internacional cresceu 12 por cento por ano desde 1990.8 • Demanda por transporte–O número de veículos motorizados no mundo está crescendo muito mais rápido que o número de pessoas, e espera-se que cresça ainda mais conforme a renda aumenta.9 A escala, extensão, e taxa da mudança dos fatores globais são sem precedentes e estão conduzindo os sistemas ambientais a limites desestabilizantes.10 P R I N C I PA I S C O N C L U S Õ E S D O G E O - 5 E M R E L A Ç Ã O A O E S TA D O E P R O J E Ç Õ E S D O M E I O A M B I E N T E Crescimento na população, PIB, comércio e emissões de CO2, 1990-2008 Fonte:Peters,G.P.,Minx,J.C.,Weber,C.L.andEdenhofer,O.(2011).Growth in emission transfers via international trade from1990 to 2008. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America 108(21), 8903–8908 (GEO-5p.19) 2.2 Projeções Ambientais O GEO-5 avaliou o estado e as projeções ambientais globais em relação aos objetivos acordados internacionalmente. De noventa objetivos e metas avaliados no GEO- 5, somente em quatro houve um progresso significativo, enquanto em catorze, não houve avaliação devido à falta de dados.11 Atmosfera • A concentração de gases do efeito estufa na atmosfera continua a crescer. Sem grandes mudanças nas políticas, as emissões de gases do efeito estufa estão projetadas para praticamente duplicarem nos próximos 50 anos, com o seu crescimento vindo primeiramente dos países em desenvolvimento. Tal crescimento pode levar a aumentos na temperatura da superfície terrestre de 3oC a 6oC até o final do século. Adotar ações para reduzir os poluentes de vida curta do clima tais como metano, carbono negro, precursores do ozônio troposférico e alguns hidrofluorcarbonos (HFCs) – que se mantém na atmosfera por muito menos tempo que o dióxido de carbono – poderia contribuir para desacelerar a taxa de aquecimento na primeira metade deste século.12 • As manifestações das mudanças climáticas estão se tornando mais claras. Os anos entre 2000-2009 foram a década mais quente já registrada; o maior aquecimento aconteceu em altas latitudes. A cobertura de gelo do Mar Ártico diminuiu drasticamente, enquanto os mantos de gelo da Groelândia e da Antártica revelam um rápido crescimento das taxas de derretimento. A probabilidade de um calor extremo durante verão, incluindo ondas de calor, tenderá a crescer de 5 a 10 vezes nos próximos 40 anos. Espera-se que os impactos do clima expandam as regiões áridas nos subtrópicos, aumentem os danos em áreas de baixa altitude devido à subida do nível do mar e a frequência e intensidade dos eventos meteorológicos extremos ao redor do mundo.13 • Grande parte do mundo desenvolvido obteve sucesso na redução das concentrações de material particulado (MP) e compostos de enxofre e nitrogênio, mas ainda há grande preocupação em outro lugares.14Espera-se que o dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio e emissões de MP caiam ainda mais na Europa e na América do Norte até o meio do século, mas aumentem na Ásia e em outras regiões em desenvolvimento.15 • Concentrações de ozônio superficial, que causa danos à saúde humana e à vegetação, também têm declinado na Europa e na América do Norte, mas aumentado na Ásia.16 • Substâncias que destroem a camada de ozônio na estratosfera diminuiram 31 por cento em latitudes médias e 17 por cento na Antártica desde o pico em 1994. A recuperação da camada de ozônio é esperada até o meio do século.17 • A maioria dos países tem reduzido gradualmente o uso do chumbo em combustíveis desde 2002, e estudos ao redor do mundo mostram uma forte correlação entre a queda no uso de chumbo em combustíveis e a redução de chumbo no sangue. A eliminação completa do chumbo nos combustíveis é esperada dentro dos próximos anos.18 9 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Projeções na mudança de temperatura e concentrações de CO2 atmosférico, 1850–2010 Note:0=1961–1990 global significa Fonte: NOAA NCDC; NASA GISS; Hadley Climatic Research Unit at the University of East Anglia (HadCRU); Japan Meteorological Agency (JMA) (GEO-5 p. 37) Solo • Projeta-se que potencialmente 100-200 milhões de hectares de terra sejam convertidos para uso urbano ao longo dos próximos 40 anos.19 • A perda anual de florestas em todo o mundo diminuiu de 16 milhões de hectares nos anos 1990 para aproximadamente 13 milhões de hectares entre 2000 e 2010. Alguns países que sofreram desmatamento extensivo nos anos 1990, incluindo Brasil e Indonésia, reduziram significativamente suas taxas de perda de floresta, enquanto nações menos desenvolvidas na América Latina e na África continuam a apresentar altas taxas de desmatamento.20 Fonte: Scripps Institute of Oceanography, NOAA (GEO-5 p. 37) • No mundo, as zonas costeiras continuam a diminuir a mais de 100.000 hectares (mais de 0,7 por cento) por ano, apesar da taxa de perda ter desacelerado em relação ao 1% por ano na década de 1980.21 Pressões nas zonas úmidas tendem a continuar ou aumentar devido à demanda por terras agrícolas e para expansão urbana.22 • A produtividade agrícola em zonas áridas continua a cair devido à desertificação e à seca – cerca de 4-10% da produtividade de zonas áridas são perdidas a cada ano devido à degradação.23 • As temperaturas do permafrost do Ártico já aumentaram até 2oC ao longo das últimas duas a três décadas, e espera-se que até 90% do permafrost perto da superfície desapareça devido a derretimentos até 2100.24 Mudança nas áreas de floresta por região,1990–2010 Fontes: Keeping Track of our Changing Environment: from Rio to Rio+20 (1992–2012). United Nations Environment Programme, Nairobi; Global Forest Resources Assessment 2010. FAO Forestry Paper No. 163. Food and Agriculture Organization of the United Nations, Rome. (GEO-5 p. 72) 10 P R I N C I PA I S C O N C L U S Õ E S D O G E O - 5 E M R E L A Ç Ã O A O E S TA D O E P R O J E Ç Õ E S D O M E I O A M B I E N T E Água • Mais de 2 bilhões de pessoas vivem atualmente em áreas com escassez de água (a maioria na Ásia) e espera-se que tal número cresça substancialmente (ex.: quadruplicação do crescimento na África) devido ao crescimento populacional, aumento no uso de água e mudanças climáticas.25 • As retiradas globais de água (subterrânea e de superfície) triplicaram nos últimos 50 anos. A captação de água para uso agrícola, industrial e doméstico cresceu de forma constante. A maioria das projeções sobre a demanda de água e captação de água até 2050 indicam um grande crescimento líquido global (com variações regionais significativas).26 • Entre os anos 1980 e 2000 o número de desastres por enchentes ou secas aumentou 230 por cento e 38 por cento respectivamente, causando perdas econômicas de bilhões de dólares.27 • Uma maior intensidade de precipitação é prevista para o hemisfério norte e áreas equatoriais, enquanto esperase que muitas áreas áridas e semi-áridas fiquem ainda mais secas. Globalmente, a precipitação intensa deverá aumentar em cerca de 7% por cada grau (Celsius) de aumento da temperatura no século 21.28 • A qualidade da água doce e da água do mar está comprometida. A água subterrânea em todo o mundo está ameaçada pela poluição de áreas agrícolas, industriais, extrativistas e urbanas. Patogênios microbianos são, com frequência, a questão que mais pressiona a qualidade da água em muitos países em desenvolvimento. A eutrofização (provocada pela poluição por nutrientes em excesso) também é generalizada e pelo menos 169 áreas costeiras ao redor do mundo são consideradas hipóxicas. Poluentes químicos tóxicos persistentes são encontrados agora em 90% dos corpos d’água e continuam a se acumular. Produtos farmacêuticos e de higiene pessoal entram frequentemente nos sistemas de água após o uso, com riscos biológicos de longo prazo desconhecidos para organismos aquáticos e humanos29 • O aumento do nível dos mares, causado pela expansão térmica oceânica e pelo derretimento de glaciarese mantos de gelo está aumentando. Medições entre 1993 e 2008 indicam que o nível do mar já está aumentando duas vezes mais rápido do que nas décadas anteriores e está excedendo o aumento previsto pelos modelos climáticos..30 • O rápido crescimento das concentrações de CO2 atmosférico está associado com o também rápido crescimento na acidificação dos oceanos, que afeta os organismos marinhos, particularmente aqueles com conchas e esqueletos de carbonato.31 Pessoas afetadas por danos associados a enchentes e secas,1980–2010 Nota: Os custos das grandes enchentes na Tailândia e no Paquistão em 2011 não estão inclusos aqui. Fonte: EM-DAT: The OFDA/CRED International Disaster Database. Université Catholique de Louvain, Brussels. (GEO-5 p. 107) 11 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Biodiversidade • O mundo perdeu 20% de seus habitats de sargaços e manguezais desde 1970 e 1980 respectivamente.32 • No século XX, as zonas úmidas sofreram uma perda global de 50% – e de 95% em algumas regiões.33 • Os recifes de corais declinaram de forma global em 38% desde 1980, e os recifes de corais tropicais podem sofrer uma redução rápida até 2050.34 • Dois terços dos maiores rios do mundo estão agora moderado ou severamente fragmentados por barragens e represas.35 • A proporção de populações de peixes marinhos que está sobre-explorada, esgotada ou se reestabelencendo cresceu de 10% em 1974 para 32% em 2008.36 • A Lista Vermelha da IUCN de mamíferos, aves, anfíbios e corais mostra que, ao longo das décadas recentes, o número de espécies que se tornou ameaçada de extinção é consideravelmente maior do que o de espécies que sofreu menos ameaça.37 A maioria dos cenários futuros sobre mudanças na biodiversidade projeta a continuidade de altos níveis de extinção de populações e espécies, perda de habitats, e mudanças nas distribuições e abundâncias de espécies e biomas ao longo do século XXI.38 • As áreas protegidas se expandiram nos últimos 20 anos, tanto em número quanto em área. Atualmente quase 13% da área terrestre do planeta e cerca de 1,5% das áreas marinhas estão sob algum nível de proteção, apesar de muitos locais importantes para a biodiversidade não serem protegidos.39 Índice de sobrevivência de espécies de pássaros, mamíferos, anfíbios e corais da Lista Vermelha,1980–2010 Nota: As áreas sombreadas mostram intervalos com 95por cento de certeza. O número de espécies existentes com dados suficientes no primeiro ano de avaliação foi: 9785 aves, 4555 mamíferos, 4416 anfíbiose 704 corais (somente espécies de recife de água quentes). Um índice de 1 significa todas as espécies sendo classificadas como de Pouca Preocupação, enquanto um índice de 0 para todas as espécies tem classificação de Extinta. Fonte: Adaptado de Vié et al. 2009 (GEO-5 p. 145) Vié, J.-C., Hilton-Taylor, C. and Stuart, S.N. (eds.) (2009). Wildlife in a Changing World. An Analysis of the 2008 IUCN Red List of Threatened Species. International Union for Conservation of Nature, Gland 12 P R I N C I PA I S C O N C L U S Õ E S D O G E O - 5 E M R E L A Ç Ã O A O E S TA D O E P R O J E Ç Õ E S D O M E I O A M B I E N T E Químicos e Resíduos • Mais de 248 mil produtos químicos estão disponíveis comercialmente. Seres humanos e ecossistemas estão expostos a produtos químicos ao longo do ciclo de vida das substâncias químicas, incluindo produção, uso e descarte, mas dados escassos tornam difícil documentar a extensão do risco imposto à saúde humana e ao meio ambiente por produtos químicos individuais e “coquetéis” químicos. Uma variedade de iniciativas e regulamentações estão contribuindo para suprir algumas destas lacunas de informação.40 • O consumo de produtos químicos está crescendo muito mais rápido nos países em desenvolvimento do que nos países desenvolvidos. Alguns dados mostram que países desenvolvidos estão reduzindo o uso de alguns tipos de produtos químicos (ex.: pesticidas, substâncias que destroem a camada de ozônio).41 • Devido à globalização, materiais podem ser produzidos em uma região, usados em outra e gerenciados como resíduos em uma terceira. O fluxo de crescimento mais rápido no mundo é de resíduos eletrônico (ex.: produtos elétricos e eletrônicos obsoletos), estimado em 20-50 milhões de toneladas por ano.42 Análise do ciclo de vida dos produtos químicos Nota: As linhas pontilhadas são opções de gerenciamento; linhas continuas correspondem ao ciclo de vida Fonte: Adaptado de Prüss-Ustün et al. 2011 (GEO-5- p. 176) Prüss-Ustün, A., Vickers, C., Haefliger, P. and Bertollini, R. (2011). Knowns and unknowns on burden of disease due to chemicals: a systematic review. Environmental Health 10, 9–24 13 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S 3. Implicações específicas aos setores meio ambiente, com implicações importantes para o bem estar humano e a comunidade empresarial. Esta seção descreve os riscos e oportunidades de negócios que surgem das projeções e fatores do GEO-5 em quatro dimensões – operações, mercados, políticas públicas e reputação – para os seguintes dez setores: • • • • • • • • • • Construção Civil Químicos Energia Elétrica Indústria Extrativista Finanças Alimentos e bebidas Saúde Tecnologia da Informação e da Comunicação Turismo Transportes Note que algumas das oportunidades de negócios identificadas podem ter impactos negativos no meio ambiente. A única intenção deste relatório é identificá-las, e não avaliar o quão desejáveis elas são. Ainda que este relatório não possa prever como as projeções e fatores ambientais podem impactar empresas de forma individual, ele oferece dados e percepções cruciais que podem ajudar os líderes de negócios a desenvolver estratégias para antecipar mudanças ambientais e guiar o sucesso de longo prazo. Há, claro, sobreposições entre os dez setores. A interdependência entre os setores significa que impactos em um podem muito bem desencadear impactos nos outros. E mpresas de sucesso se antecipam e se adaptam às mudanças que acontecem nos ambientes físicos nos quais elas operam. Tendo em vista que as projeções ambientais e os fatores identificados no GEO-5 tendem a impactar todos os setores de maneiras diversas, reconhecer e determinar a relevância estratégica destas projeções e fatores – e embutir tais análises no planejamento estratégico central – é um imperativo dos negócios. O GEO-5 deixa clara a necessidade de aplicar conhecimento científico crível à tomada de decisão dos negócios – e de fazer isso urgentemente. Algumas das tendências ambientais específicas e fatores subjacentes identificados no GEO-5 já estão no radar de muitas empresas. Realmente, empresas líderes estão tomando medidas significativas para lidar com biodiversidade, escassez de água, vulnerabilidade às mudanças climáticas, produtos químicos e resíduos e outras questões específicas. O retrato agregado revelado pelo GEO-5, porém, apresenta uma imagem nova e problemática do estado e projeções do nosso 14 A interdependência entre os setores significa que impactos em um podem muito bem desencadear impactos nos outros. 3. Implicações específicas aos setores 3.1 Construção Civil O setor de construção civil – aqui considerado como englobando a construção, operação e renovação de prédios (inclusive residenciais) e infraestrutura civil – enfrenta alguns riscos, mas também oportunidades claras a partir das projeções ambientais e fatores subjacentes. Este setor tem ligações óbvias com todos os outros setores de negócios, os quais têm ou usam prédios, instalações e infraestrutura, assim como ligações com setores de que dependem os prédios e as construções (ex.: energia elétrica). Implicações Operacionais Disponibilidade e custos do material de construção Materiais de construção tais como concreto, aço e alumínio são muito intensivos em energia para serem produzidos e transportados, e por isso os custos de material para o setor de construção civil são vulneráveis à volatilidade dos mercados de energia e ao aumento dos preços (ex.: limitações relacionadas ao clima ou custos dos combustíveis fósseis). Custos de fornecimento mais elevados conduzem a aumentos dos custos de suporte de construção e dos custos de construção (o que pode diminuir as margens de lucro e afetar as decisões de desenvolvimento).43 Preocupações sobre a perda de biodiversidade e habitats, diminuição dos sumidouros de carbono e queda na qualidade da água podem levar ao aumento da proteção de florestas e restrições ao corte de árvores, o que por sua vez pode resultar em queda na produção, limitações na disponibilidade e maiores preços de madeira. Em 1998, por exemplo, a China impôs restrições ao corte de árvores devido a preocupações com secas, enchentes e assoreamento das hidrovias. Isso levou a um declínio de dois terços no corte de madeira nos cinco anos posteriores – e um aumento de 20 a 30 por cento dos preços no mercado madeireiro em Pequim.44 De forma similar, a epidemia em expansão de besouros que causa uma mortandade massiva de árvore na América do Norte – provavelmente em parte devido aos aumentos de temperatura e secas relacionados ao clima – pode ter sérios impactos sobre o fornecimento e custos da madeira.45 Cronogramas e custos da construção Eventos meteorológicos extremos e mudanças nas condições climáticas afetarão o cumprimento do cronograma e os custos de projeto. Danos causados por água e vento, interrupções de energia e paralisação do trabalho em dias de muito calor tenderão a acontecer com mais frequência.46 Por outro lado, temperaturas mais altas durante os meses de inverno em climas mais frios podem melhorar as condições para projetos de construção e reduzir os danos por geada em prédios e estradas.47 Práticas de Construção A indústria da construção civil é responsável por mais de um terço do consumo dos recursos globais (incluindo 12 por cento de todo o uso de água doce), e gera em torno de 40 por cento do volume total de resíduos sólidos, enquanto a produção de materiais de construção usa cerca de 10 por cento do fornecimento de energia global.48 Conforme as preocupações com as mudanças climáticas, resíduos e escassez de recursos aumentam, este setor tende a sofrer pressões dos consumidores e da sociedade para lidar com os seus impactos ambientais e para acelerar a proliferação de práticas de construção sustentáveis e acessíveis.49 Localização e design Os impactos climáticos de longo e curto prazo (ex.: aumento no nível dos oceanos, ventos fortes, mudanças no regime de chuvas, eventos meteorológicos extremos) influenciarão na escolha de locais, designs e técnicas de construção, além de materiais para prédios e infraestruturas.50 O aumento nos níveis dos oceanos e das tempestades também pode levar à realocação de equipamentos essenciais e infraestruturas vulneráveis para altitudes maiores (ex.: acima dos níveis de enchentes). Em 2012, por exemplo, o Furacão Sandy causou grandes danos a transformadores, painéis de circuito e outros equipamentos elétricos que estavam no nível do porão em cerca de 250 arranha-céus de Manhattan, deixando-os sem energia por semanas e levando donos de prédios a realocarem infraestrutura elétrica para andares mais altos, anteriormente rentáveis.51 Operações e manutenção Enchentes, tempestades, incêndios e eventos meteorológicos extremos provavelmente levarão a mais interrupções nos fornecimentos de energia e danos físicos a edificações e infraestruturas.52 Mudanças no regime de chuvas, enchentes, temperaturas mais quentes e outros impactos das mudanças climáticas podem criar condições de solos saturados e de descongelamento do permafrost, afetando a integridade das fundações, tubulações e outras estruturas do subsolo.53 O aumento das temperaturas médias tenderá a aumentar a necessidade de ar condicionado e a reduzir a necessidade de aquecimento (apesar dos impactos dependerem do local). Além disso, ondas de calor mais longas e intensas podem reduzir a eficiência das técnicas passivas de resfriamento dos edifícios (ex.: climatização evaporativa ou ventilação noturna).54 A elevação dos níveis da umidade relacionados ao clima pode aumentar a ocorrência de mofo e condensação, e diminuir o desempenho térmico das edificações.55 15 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Temperaturas mais altas e maior pluviosidade podem levar a custos de manutenção mais altos devido a mudanças na corrosão das fachadas dos edifícios.56 Implicações para o mercado Demanda global O crescimento populacional, a rápida urbanização e o desenvolvimento econômico em países emergentes significarão uma demanda substancial por habitações, novos prédios e novas infraestruturas.57 Segundo algumas estimativas, 40 trilhões de dólares precisarão ser investidos em infraestrutura urbana de forma global até 2030.58 Materiais Sustentáveis Ao passo que diversas pressões ambientais crescem, pode haver um aumento na demanda dos consumidores por materiais de construção e designs que incorporem fontes renováveis, materiais reciclados e tecnologias e processos eficientes no uso de água e energia.59 Por exemplo, as indústrias de concreto e cimento provavelmente continuarão a enfrentar pressões para reduzir seus consumos de eletricidade e água, reciclar concreto e reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.60 Novos mercados provavelmente serão criados para produtos mais sustentáveis através das cadeias de suprimento da construção. Na África do Sul, em 2009, a produtora de tintas Dulux Trade acelerou o desenvolvimento e produção local das suas tintas de baixo COV (que anteriormente não estavam disponíveis localmente) para dar apoio ao prédio do Nedbank que tinha como objetivo receber a primeira classificação 4 estrelas da história do Green Building Council da África do Sul, e, desta forma, ganharia vantagem como um precursor conforme surgia o mercado para um novo produto.61 Prédios Sustentáveis Crescentes preocupações com as mudanças climáticas, resíduos e escassez de recursos sugerem que o mercado para prédios mais verdes, de forma geral, tende a expandir, levando para a produção convencional uma variedade de práticas e tecnologias regionalmente apropriadas que promovem energia renovável no local e uso eficiente de energia, água e recursos.62 Leadership in Energy and Environmental Design Os proprietários de (LEED), por exemplo, já está certificando prédios podem assistir mais de 139.000 a redução nos custos de metros quadrados de operação, aumento dos espaços edificados a valores dos prédios, maior cada dia, em mais de 63 retorno do investimento, 130 países, e é só um dos diversos padrões e maior ocupação para de prédios verdes prédios verdes novos e ao redor do mundo. remodelados. Os proprietários de prédios podem ver redução nos custos de operação, aumento dos valores dos prédios e maior retorno do investimento, além de maior ocupação de prédios verdes novos e remodelados.64 Conforme o formato destes mercados muda, haverá mais demanda (e assim vantagens competitivas) para empreiteiras e consultores de engenharia com habilidades de design e construção sustentáveis, e treinamento.65 Desenvolvedores, designers e empreiteiras que não entenderem completamente os requisitos detalhados para conseguir e manter as certificações de prédios verdes, arriscam perder fatias do mercado e ter sua reputação danificada.66 Estruturas resistentes a desastres Provavelmente haverá o aumento da demanda para remodelar prédios já existentes e construir novos prédios e infraestruturas com maior resistência a impactos climáticos (ex.: prédios que suportam ventos com força de furacão, estradas que estão acima de potenciais níveis de alagamento). A demanda por defesas costeiras e contra alagamentos (ex.: paredões) também pode aumentar.67 Reparos e reconstrução Prédios e infraestruturas danificados pelos impactos climáticos são normalmente reparados ou reconstruídos, o que significa que provavelmente haverá demandas regionais por limpeza, reparo e substituição de estruturas que foram perdidas ou danificadas devido a enchentes, tempestades, incêndios florestais, ondas de calor e outros eventos meteorológicos extremos.68 Limites às oportunidades de desenvolvimento Preocupações com a disponibilidade de água pode limitar as potenciais oportunidades de desenvolvimento para construtoras em regiões de escassez de água, seja porque as forças do mercado e disponibilidade física da água fazem o desenvolvimento ficar impraticável, ou porque os reguladores restringem ou suspendem as obras devido à insuficiente disponibilidade hídrica projetada ao longo da vida do projeto.69 Preocupações com os impactos na qualidade da água podem limitar as potenciais oportunidades de desenvolvimento em ecossistemas de água doce particularmente vulneráveis (ex.: zonas úmidas).70 16 3. Implicações nas Políticas Eficiência energética, energia renovável e emissões de gases de efeito estufa O setor de construções é o maior contribuinte para a emissão de gases do efeito estufa, consumindo aproximadamente um terço do uso final de energia global.71 Conforme os impactos das mudanças climáticas aumentam, as medidas regulatórias em várias regiões do mundo provavelmente continuarão a impulsionar práticas construtivas e tecnologias verdes que reduzam o uso de energia e emissões de gases do efeito estufa na corrente convencional. Os governos podem usar normas de eficiência energética para as construções, padrões de aplicação, programas de comissionamento e auditoria, políticas para encorajar tecnologias in loco de energia renovável, políticas sustentáveis nos contratos públicos e medidas mais amplas designadas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.72 Onde tais políticas não existem, empresas do setor ainda podem achar benéfico agir como se elas existissem, tanto em antecipação à evolução do ambiente regulatório quanto em reconhecimento aos outros benefícios econômicos que surgem de construções sustentáveis. Uma série de incentivos fiscais, requerimentos de licenças aperfeiçoadas e outras medidas de políticas públicas para a proteção contra intempéries e outras melhorias em casas e construções ineficientes já existentes podem ajudar no aumento da demanda por serviços de remodelagem e tecnologias de eficiência energética, permitindo sua implementação.73 Implicações específicas aos setores Resíduos Dado os grandes volumes de resíduos sólidos gerados pela indústria da construção, as preocupações crescentes sobre esses resíduos e os impactos ambientais de aterros sanitários podem levar ao aumento das regulamentações que restringem a quantidade e o tipo de resíduos permitidos em aterros sanitários, em particular nos países desenvolvidos. Impostos sobre o uso de materiais virgens (ou subsídios para o uso de materiais reciclados) também podem ser aplicados, estimulando ainda mais os esforços para reciclar e reutilizar os resíduos de demolição e construção.76 Implicações à reputação Biodiversidade e recursos naturais A reputação de uma empresa no que diz respeito à proteção e restauração da biodiversidade e recursos naturais pode afetar a sua capacidade de ter acesso a novos locais. Da mesma forma, restaurar canteiros de obras para benefício da biodiversidade pode melhorar a reputação das empresas perante clientes, financiadores e outros.77 Certificações de Construções Sustentáveis Empresas e suas instalações podem obter benefícios para suas reputações ao conseguir certificações de construções sustentáveis. Uma pesquisa de 2011 com adultos nos EUA, por exemplo, mostrou que 64% deles prefeririam apoiar um negócio cujas instalações sejam certificadas como verdes, enquanto 48% indicaram que a certificação verde de uma instalação melhora a imagem de uma empresa.78 Além de dióxido de carbono, o setor de construção civil também é responsável por níveis significativos de emissões de uma variedade de outros gases do efeito estufa, incluindo halocarbonos, CFCs, HCFCs e HFCs, devido a seus usos em resfriamento, refrigeração e isolamento. A produção de tijolos também pode ser uma fonte local significativa de carbono negro em algumas regiões. As preocupações crescentes sobre as mudanças climáticas podem levar ao aumento da regulamentação também destas fontes de emissões.74 Qualidade de água O aumento das preocupações sobre a qualidade da água pode levar a maiores restrições regulatórias sobre o escoamento das águas pluviais nos canteiros de obras para garantir que o carreamento do solo e de sedimentos não polua corpos d’água e aquíferos. Empresas podem enfrentar custos adicionais consideráveis para implementar o controle de erosão e de sedimentos, além de medidas para prevenir a poluição, monitorar descargas de efluentes, amonstragens e outros requisitos a serem cumpridos.75 17 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S 3.2Químicos O setor químico – aqui considerado como englobando químicos, misturas químicas (formulações) e plásticos – se baseia fortemente em combustíveis fósseis e água e enfrenta constantes preocupações dos consumidores e órgãos reguladores sobre os efeitos das emissões atmosféricas e hídricas, a cadeia de resíduos e seus efeitos na saúde humana. Ao mesmo tempo, o setor pode ter um papel central no avanço da proteção do meio ambiente e da saúde humana. O setor químico também está na base de todos os outros setores e apoia virtualmente a todos. Logo, na medida em que os negócios sintam os efeitos das e respondam às projeções ambientais e fatores implícitos, o setor irá enfrentar tantos riscos como oportunidades. Implicações Operacionais a não causar impactos negativos nas fontes de água das comunidades.83 Continuidade do negócio Eventos meteorológicos extremos ligados às mudanças climáticas podem levar ao déficit de matérias-primas e riscos à continuidade da cadeia de suprimentos e dos negócios, afetando de forma negativa as margens operacionais.84 De forma mais direta, eventos meteorológicos extremos podem danificar ou destruir usinas químicas e infraestruturas. Enquanto o potencial existe em todos os setores de produção, o risco associado é maior nas usinas químicas devido ao potencial de liberação de produtos químicos perigosos no ar, solo e água.85 Por exemplo, quando o furacão Meihua atingiu Dahua na China em 2011 e danificou o dique que protegia a usina petroquímica de Fujia Dahua, o governo municipal ordenou que a usina fosse fechada e realocada longe da cidade para proteger os moradores.86 Custo dos combustíveis fósseis Implicações de Mercado Petróleo e gás natural são as matérias-primas para o setor químico, apesar de haver uma nova projeção (liderada pela China) no uso do carvão na produção de químicos. A produção química também é, por vezes, intensiva em energia. Desta forma, o setor químico está exposto a flutuações dos preços dos combustíveis fósseis e de fornecimento (ex.: limitações ou custos impostos aos combustíveis fósseis por políticas relacionadas ao clima).79 Esforços crescentes para lidar com as mudanças climáticas criarão mercados maiores para muitos produtos e tecnologias especializadas do setor químico, incluindo aqueles utilizados no isolamento de alto desempenho, iluminação avançada, tecnologias de energia renovável e materiais leves (ex.: para automóveis).87 Aumentar os preços da energia pode ameaçar a lucratividade dos processos que são particularmente intensivos em energia, e pode estimular o setor a prosseguir seus esforços para melhorar a eficiência energética.80 Preços mais altos da energia e preocupações com as mudanças climáticas também podem levar empresas químicas a diversificar a sua base de matéria-prima para além dos combustíveis fósseis.81 Disponibilidade de água Produtos e tecnologias eficiente em energia/ de energia renovável Tecnologias para o tratamento de água Conforme os desafios à qualidade e escassez de água aumentam, assim como cresce a população e a urbanização, a demanda por produtos do setor químico que esterilizam, purificam e dessalinizam a água também crescerá de forma proporcional.88 Insumos agrícolas Preocupações com os impactos climáticos (ex.: secas, A indústria química é, com frequência, intensiva em água, aumento da variedade de pestes), junto às crescentes consumindo-a em grandes quantidades como matéria-prima preocupações com escassez e qualidade da água, segurança e para processos tais como resfriamento, limpeza, dissolução alimentar e crescimento populacional, podem criar mercados e diluição. A partir de 1995, o setor químico, tanto nos países maiores para empresas químicas de ciências biológicas desenvolvidos quanto em desenvolvimento, usava mais desenvolverem insumos agrícolas projetados para lidar com água que qualquer outra indústria (42 % da água usada pela tais questões (ex.: sementes resistentes à seca, produtos para indústria no mundo). A produção química proteção das safras).89 tem se deslocado, ao longo da última década, de países desenvolvidos para economias Por outro lado, as preocupações dos O setor químico pode enfrentar o aumento de emergentes, tais como China e Índia, locais consumidores e da comunidade com os pressão não apenas para onde é esperado que ocorra um aumento impactos ambientais e na saúde causados reprojetar seus processos da escassez de água. Como resultado, o por produtos químicos agrícolas (ex.: de modo a serem mais setor químico pode experimentar custos de carreamento de fertilizantes, exposição eficientes no uso de água, água notavelmente mais altos ou operações aos pesticidas) podem levar à demanda mas também para terem limitadas devido à escassez crescente.82 Além crescente pela produção sustentável e/ou mais atenção para que disso, o setor pode enfrentar o aumento da orgânica de alimentos, o que pode reduzir não causem impactos pressão não só para reprojetar seus processos a demanda do mercado por tais produtos negativos nas fontes de químicos.90 (Veja a seção 3.6 abaixo para para serem mais eficientes no uso de água, água das comunidades mas também para ter mais atenção de modo mais informação sobre impactos no setor de alimentos e bebidas). 18 3. Expectativas dos consumidores Preocupações crescentes com os efeitos de produtos químicos sobre o meio ambiente e a saúde, e as quantidades de substâncias químicas perigosas em várias cadeias de resíduos, estão levando mais empresas a requerer padrões de qualidade mais altos de seus fornecedores. Estes requisitos, por sua vez, podem afetar a demanda e gerenciamento de produtos químicos. Por exemplo, empresas como a Nike continuam a buscar programas agressivos de gerenciamento da cadeia de suprimentos com foco na eliminação do descarte de produtos químicos perigosos.91 O Walmart ajudou a desenvolver o Green WERCS, uma ferramenta de software que ajuda varejistas a identificar produtos que contenham substâncias perigosas.92 Química verde e Chemical leasing Preocupações com a proliferação, o uso ineficiente, os efeitos ambientais e de saúde, e a quantidade de produtos químicos em diversos fluxos de resíduos podem aumentar as pressões do mercado e dos reguladores sobre o setor para que mudem seus modelos de negócio e produtos. Isso pode incluir avanços nos esforços de “química verde” e “plásticos verdes” para criar produtos químicos menos perigosos e mais sustentáveis (apesar de com frequência mais caros), como a empresa brasileira Braskem tem feito.93 Isso também pode incluir a oferta de serviços de chemical leasing que dissocia pagamentos dos volumes de consumo de substâncias químicas, desta forma promovendo um gerenciamento melhor dos produtos químicos94 Implicações nas Políticas Restrições ao uso e descontinuação de produtos Em resposta às preocupações sobre os impactos dos produtos químicos na saúde humana, fauna, água e atmosfera, medidas regulatórias podem restringir o uso de alguns produtos químicos setoriais, assim como as emissões do setor. Países desenvolvidos já estão reduzindo o uso de certos tipos de produtos químicos. Por exemplo, o total de liberações e transferências de 152 pesticidas que são comuns aos Estados Unidos e Canadá caiu 18 %, e a produção de substâncias que destroem a camada de ozônio praticamente parou, enquanto a emissão dos precursores da chuva ácida caiu 48%, dos precursores de ozônio em 38 % e compostos orgânicos voláteis não-metano caiu 26 %.95 Medidas regulatórias tais como o Ato do Ar Limpo (Clear Air Act) nos Estados Unidos, assim como o Protocolo de Montreal, foram impulsionadoreschave destas reduções. Na União Europeia, regulamentações como a Diretiva Quadro da Água e, de forma mais notável, a Regulamentação sobre Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de Substâncias Químicas (REACH) estão impulsionando a descontinuação daqueles produtos químicos que se julga oferecerem sérios perigos à saúde humana e ao meio ambiente.96Tais regulamentações também podem abrir oportunidades de mercado para a oferta de produtos que possam substituir os produtos regulados, como aconteceu com as substâncias que destroem a camada de ozônio.97 Implicações específicas aos setores um vazamento químico em 2005 no Rio Songhua impulsionou revisões na Lei de Controle de Poluição Hídrica na China.98 Conforme cresce a preocupação com os efeitos cumulativos de micro-poluentes na água superficial sobre a vida aquática e a saúde humana, os requisitos para liberação das usinas químicas podem ficar mais rigorosos.99 Emissões dos gases do efeito estufa Dada a natureza intensiva em energia do processo produtivo dos produtos químicos, a legislação de mudanças climáticas e os impostos sobre carbono podem impactar os custos e a lucratividade do setor, particularmente devido à mudança na produção e consumo de produtos químicos em economias emergentes que tendem a ser menos eficientes energeticamente e mais baseadas em carvão.100 Transparência Em muitos mercados, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, a demanda por mais transparência está crescendo. Há ausência de dados disponíveis publicamente e aumento as preocupações com os riscos potenciais à saúde e ao meio ambiente impostos pela química nos produtos. Isto pode aumentar a pressão regulatória sobre as empresas químicas para gerar, avaliar e oferecer acesso público aos dados básicos sobre os efeitos na saúde e no meio ambiente dos produtos disponíveis no comércio (potencialmente incluindo efeitos sinergéticos das misturas químicas). 101 Regulamentação de outras indústrias Regulamentações tratando das tendências ambientais que afetam diretamente outros setores podem reduzir ou mudar os mercados para o setor químico. Por exemplo, a União Europeia impôs o banimento por dois anos de pesticidas amplamente usados que contém neonicotinoide devido à preocupação crescente sobre sua potencial contribuição na queda de colônias de abelhas, com efeitos na polinização e na produção das safras.102 (Veja a seção 3.6 abaixo para mais impactos no setor de alimentos e bebidas). Implicações às reputações Conflitos entre comunidades A preocupação crescente com a qualidade da água, do ar e de outros aspectos ambientais, particularmente no contexto do aumento do crescimento populacional e urbanização, pode levar ao aumento da sensibilidade da comunidade ao potencial das usinas químicas de impactar o ambiente local (ex.: devido à liberação de produtos químicos). Esta sensibilidade intensificada pode impactar operações em usinas já existentes e relações com a comunidade e pode resultar em realocações forçadas ou em impedimentos à construção de novas plantas. Dada a natureza intensiva em água de alguns processos químicos e operações de manufatura, o setor químico enfrenta riscos similares à sua reputação devido aos conflitos com comunidades em regiões com escassez de água.103 Emissões e descargas de poluentes Químicos verdes Conforme a indústria química migra para economias emergentes, estes países podem enfrentar uma pressão crescente para promulgar regulamentações químicas que protejam mais a qualidade do meio ambiente; por exemplo, O uso maior, por empresas químicas (e seus consumidores), de “produtos químicos verdes” ou de mais produtos químicos convencionais produzidos de forma mais sustentável pode melhorar a reputação e o valor da marca destas empresas e seus produtos, criando vantagens competitivas.104 19 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S 3.3 Energia elétrica O setor de eletricidade – aqui considerado como englobando a geração, transmissão e distribuição de eletricidade, mas sem nenhuma forma de extração de combustível (ex.: mineração de carvão ou urânio) ou nenhuma forma de serviço (ex.: sistema urbano de aquecimento, fornecimento de água) – está altamente exposto às tendências ambientais e aos fatores subjacentes. De forma geral, o setor tem necessidades de recursos e impactos intensivos, assim como infraestrutura extensiva. Também tem um grande papel em contribuir e responder às mudanças climáticas. Além disso, o setor está bastante relacionado com cada um dos outros setores, e seu produto – eletricidade – é uma necessidade fundamental para a maioria da sociedade moderna. Implicações Operacionais Disponibilidade de água A geração de eletricidade é intensiva em água, correspondendo a cerca de 15 por cento das captações de água doce em 2010 e quase 40 por cento em países desenvolvidos (apesar de muita desta água eventualmente ser devolvida aos corpos d’água superficiais).105 A escassez de água e a variedade de impactos da mudança climática (ex.: secas, mudança nos níveis e padrões de chuvas) têm, consequentemente, implicações operacionais para a geração de energia. A geração hidrelétrica é sensível a mudanças no volume de água, nos períodos de tempo e na distribuição geográfica, então mudanças relacionadas ao clima nas fontes de água e regimes de chuva podem resultar em quantidade inadequada de água para energia hidrelétrica em algumas regiões e condições de fornecimento de água mais favoráveis em outras.106 Sistemas de energia solar concentrados também consomem grande quantidade de água, com frequência em áreas com escassez e, assim, poderiam enfrentar restrições operacionais e custos mais altos.107 A escassez de água também pode limitar a geração de usinas alimentadas por combustíveis fósseis e nucleares, que podem demandar quantidades maiores de água para resfriamento.108 Na Índia, por exemplo, níveis baixos de água na represa de Erai em 2010 e no Rio Mun em 2012 forçaram a Maharashtra State Power Generation Company (MahaGenco) a fechar centrais elétricas térmicas em Chandrapur e Paras.109 Usinas térmicas podem precisar buscar alternativas, como resfriamento por ar ou tratamento e uso de água de rejeito, o que pode levar a gastos maiores de capital.110 Conflitos em potencial com usuários que competem por fontes limitadas de água em áreas de escassez podem afetar as operações, em particular no que diz respeito a usinas de energia planejadas recentemente.111 Novas usinas construídas sem preocupação com possíveis limitações de água da 20 região correm o risco de se tornarem ativos ociosos.112 Por exemplo, planos para muitas barragens na Amazônia, como o projeto de Belo Monte, não levam em consideração os efeitos que o desmatamento e as mudanças climáticas podem ter na disponibilidade de água e na produção de energia no longo prazo.113 Esforços para lidar com as mudanças climáticas podem aumentar a necessidade de água no setor de energia elétrica. A captura e armazenamento de carbono para usinas movidas por carvão, por exemplo, pode aumentar o consumo de água de 45 a 90 por cento comparado às usinas convencionais.114 Temperatura da água Temperaturas mais altas em corpos d’água resultantes de ondas de calor mais frequentes e severas podem limitar o seu uso para resfriamento e podem restringir os descartes de água permitidos às usinas (limitando a produção de energia em ambos os casos).115 Por exemplo, uma séria onda de calor na Europa em 2003 forçou a Électricité de France a limitar ou suspender operações em várias usinas nucleares devido às temperaturas elevadas dos rios. Isso levou a uma perda de 335 milhões de euros depois que a empresa teve que comprar energia a preços mais altos no mercado aberto.116 Espera-se que as temperaturas observadas durante a onda de calor de 2003 sejam comuns durante o verão europeu até o meio do século.117 Demanda por energia O aumento da temperatura média e ondas de calor mais frequentes e severas associadas com as mudanças climáticas provavelmente aumentarão a demanda por energia (particularmente demanda de pico) para ar condicionados no verão e demanda reduzida no inverno.118 Por exemplo, uma onda de calor recorde no estado americano do Texas em 2011 contribuiu para uma demanda sem precedentes por eletricidade e picos nos preços, forçando a Constellation Energy, o serviço público local, a comprar energia a preços mais altos no mercado, levando a uma redução de cerca de U$$0,16 após impostos por ação da empresa no trimestre.119 Até o fim do século, espera-se que a demanda por eletricidade no estado americano da Califórnia, em praticamente todos os dias de verão, seja maior do que os 90% da carga de pico per capita hoje em dia.120 As mudanças na demanda, particularmente devido Os blecautes de 2012 a dias extremamente no norte da Índia, quentes, podem resultar provavelmente causados na queda na confiabilidade das redes e mais por uma demanda maior interrupções de energia.121 devido a temperaturas Por exemplo, os blecautes altas atípicas e poucas de 2012 no norte da Índia, chuvas de monção, provavelmente causados deixaram milhões de por uma demanda maior pessoas sem energia por devido a temperaturas diversas horas altas atípicas e poucas 3. Implicações específicas aos setores chuvas de monção, deixaram milhões de pessoas sem energia por diversas horas.122 Infraestrutura da eletricidade Eventos meteorológicos extremos, enchentes, tempestades e aumento nos níveis dos mares podem causar danos extensivos para as instalações de geração, transmissão e distribuição de energia e infraestruturas relacionadas, particularmente ao longo da vida útil dos ativos fixos do setor.123 Por exemplo, os Furacões Katrina e Rita, que atingiram a Costa do Golfo dos EUA em 2005, forçaram uma empresa local, a Entergy, a gastar aproximadamente 1,5 bilhões de dólares em custos de reparação, a consertar mais de 75.000 milhas de linhas de transmissão e circuitos de distribuição e a realocar sua sede de Nova Orleans.124 Eficiência Operacional Mudanças climáticas podem levar a mudanças na nebulosidade (que é influenciada por temperatura, chuvas, e outros fatores) causando mudanças no desempenho operacional dos sistemas de geração de energia solar. De forma similar, mudanças climáticas podem alterar a velocidade dos ventos, afetando as operações das turbinas eólicas.132 Temperaturas médias mais altas do ar provavelmente levarão à eficiência reduzida da turbina de gás e maiores perdas nos sistemas de transmissão e distribuição.133 Implicações de Mercado Demanda por eletricidade O crescimento populacional, a urbanização e o desenvolvimento econômico nos países em desenvolvimento levarão a uma demanda maior por eletricidade.134 A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que o setor vá precisar de quase $17 trilhões em investimentos até 2035 a fim de responder à demanda global por eletricidade, que pode ser mais que 70% acima do que era em 2009; a maior parte deste crescimento e investimentos necessários serão nos países em desenvolvimento.135 Responder a esta demanda crescente de forma sustentável e eficiente, enquanto se mantém lucrativa, será um desafio sistêmico para o setor, já que muitas áreas urbanas têm uma infraestrutura de energia inadequada para responder a esta demanda Os Furacões Katrina e Rita maior.136 que atingiram a Costa do Os danos crescentes devido a eventos meteorológicos extremos provavelmente continuarão a colocar pressão regulatória e dos consumidores sobre as empresas de energia elétrica para que deixem suas infraestruturas e serviços mais resistentes.125Empresas podem precisar melhorar, adaptar ou realocar infraestruturas vulneráveis, expandir a redundância na capacidade de transmissão e se preparar melhor para interrupções no fornecimento (ex.: com maior investimento e manutenção em sistemas substitutos).126 Enchentes severas e mudanças nos padrões de chuvas e temperatura podem aumentar a carga de erosão e carreamento de sedimentos, levando ao aumento do assoreamento das barragens, danos às pás das turbinas e desempenho reduzido das barragens hidrelétricas.127 Além disso, o aumento do nível do mar pode afetar a avaliação das responsabilidades de desmantelamento de longo prazo para usinas nucleares costeiras.128 Golfo dos EUA em 2005 forçaram uma empresa local, a Entergy, a gastar aproximadamente 1,5 bilhões de dólares em custos de reparação, a consertar mais de 75.000 milhas de linhas de transmissão e circuitos de distribuição e a realocar sua sede de Nova Orleans. Preocupações com a perda de biodiversidade e segurança alimentar poderiam desencadear, ou pelo menos criar pressões, para reavaliar barragens hidrelétricas planejadas, dado o potencial de impactos ambientais significativos da construção de hidrelétricas.129 Temperaturas maiores em regiões frias podem impactar de forma negativa a integridade da infraestrutura de energia elétrica construída sobre o permafrost.130 Confiabilidade no fornecimento de combustíveis A variedade de impactos devido a tendências e fatores ambientais sobre a extração de combustíveis fosseis (veja a seção 3.4 abaixo para mais informações sobre os impactos no setor extrativista) pode interromper os fornecimentos de combustíveis para usinas dependentes de carvão, gás natural ou petróleo para a geração de eletricidade. Ao mesmo tempo, a demanda rapidamente crescente pela biomassa (ex.: impulsionada pelas políticas de mudanças climáticas e incentivos às energias renováveis) pode levar a escassez no fornecimento e preços mais altos dos combustíveis para as usinas de biomassa.131 Algumas soluções para outras pressões ambientais – como a dessalinização da água marinha em países em desenvolvimento (em resposta às preocupações com a escassez de água) e a eletrificação de veículos nos países desenvolvidos (em resposta às preocupações com as mudanças climáticas e a poluição do ar) – podem aumentar ainda mais a demanda por eletricidade.137 Nos Estados Unidos, por exemplo, projeta-se que a demanda por eletricidade atribuída a veículos elétricos aumente mais de 1700 por cento até o final da década, de 146.000 megawatt hora (MWh) em 2010 para 2,6 milhões de MWh em 2020.138 Fonte mista de combustíveis Preocupações com as mudanças climáticas, qualidade do ar, da água e outras questões ambientais, junto com mandados e incentivos regulatórios, estão levando a uma descarbonização geral da eletricidade. Espera-se que a fatia global do carvão na geração total caia de dois quintos para um terço até 2035, enquanto as fontes renováveis cresçam de 20% para 31%. Prevê-se que o gás natural quase substitua o carvão na matriz energética primária até 2035. É esperado que a energia nuclear se mantenha em cerca de 12 por cento, já que o interesse por esta energia como barreira contra as mudanças climáticas é compensado pelas preocupações com a segurança.139 O acidente na usina nuclear de Fukushima Daiichi em 2010, por exemplo, levou a Alemanha a anunciar a descontinuação da energia nuclear, um processo que será terminado até 2022.140 Se os governos assumirem compromissos robustos para limitar o aquecimento global, a 21 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S descarbonização da eletricidade vai acontecer mais rápido e ir mais longe do que se antecipa hoje. A demanda crescente por energia renovável intermitente e geração distribuída no fornecimento de eletricidade provavelmente aumentará a demanda por novas tecnologias de armazenamento de eletricidade e redes elétricas melhores e “mais inteligentes” para gerenciar as cargas, o que pode criar oportunidades para atores não-tradicionais no setor energético.141 O aumento da geração por fontes renováveis intermitentes também pode criar oportunidades para o gás natural como uma fonte de energia substituta em potencial.142 Além disso, preocupações sobre mudanças climáticas e segurança energética estimularão mais esforços para garantir a eficiência energética (ex.: “mega-watts) a fim de responder à demanda crescente por eletricidade em países desenvolvidos e em desenvolvimento.143 Implicações nas Políticas Emissões de gases do efeito estufa, eficiência energética e energia renovável A legislação projetada para reduzir as emissões de gases do efeito estufa pode ter impactos significativos no setor de energia, já que dois terços da geração global de energia vêm de combustíveis fósseis.144 O setor já está sujeito a regulamentações de redução de carbono, impostos sobre carbono e reduções dos subsídios aos combustíveis fósseis em alguns países, e estas medidas provavelmente se espalharão mais e ficarão mais rigorosas ao longo do tempo, criando custos potencialmente significativos e desafios complexos de conformidade. 145 Provavelmente também haverá mais regulamentações promovendo eficiência energética e incentivando os consumidores a economizar energia, o que poderia levar a mudanças nos modelos de negócios de serviços (que tipicamente relaciona os lucros à venda de energia).146 Ao mesmo tempo, haverá oportunidades crescentes para o setor avançar com tecnologias de energia renovável, particularmente em locais com mandatos ou incentivos para a produção de energia renovável.147 A província canadense de Ontário, por exemplo, irá desativar completamente as usinas abastecidas por carvão até 2014 para lidar com as mudanças climáticas e reduzir a poluição do ar, se apoiando em novas usinas de gás natural e numa variedade de iniciativas de conservação de energia e energias renováveis, incluindo tarifas de alimentação que criam oportunidades de negócios para projetos de energia renovável.148 Poluentes carregados pelo ar A geração de energia pode produzir quantidades significativas de dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, mercúrio e outros poluentes do ar, dependendo do combustível e tecnologia usados. Conforme preocupações com a qualidade do ar crescem nos países desenvolvidos e especialmente nos em desenvolvimento, regulamentações sobre poluição atmosférica podem se tornar mais restritivas e custosas para o setor.149 Por exemplo, níveis recordes de poluição do ar na China no início de 2013 estimularam novos limites rigorosos de emissões em seis setores, incluindo usinas a carvão.150 Uso e Qualidade da água Em áreas cada vez mais preocupadas com a escassez de água, o setor de energia elétrica pode perceber uma maior atenção regulatória, e em alguns casos, rejeição dos pedidos de licença para a construção de novas usinas que requeiram insumos significativos de água. Novas usinas podem encontrar mais restrições sobre o uso e eficiência no uso da água, enquanto as existentes podem enfrentar restrições crescentes sobre o volume permitido para a captação de água. Para novas plantas, isso pode resultar em períodos de licenciamento e de desenvolvimento mais longos e financiamentos mais difíceis e caros.151 Preocupações crescentes sobre a qualidade da água podem resultar em regulamentações mais severas para o descarte de águas residuais das usinas de energia, especialmente para usinas a carvão, que podem liberar arsênio, mercúrio, chumbo e outros poluentes em seus efluentes. De forma similar, o setor pode ver as regulamentações sobre os resíduos da combustão de carvão crescerem para prevenir descarte inadequado de cinzas de carvão e contaminação dos corpos d’água.152 Biodiversidade Preocupações crescentes sobre impactos na biodiversidade e nos habitats podem levar a restrições regulatórias sobre a localização das construções elétricas, incluindo as de energia renovável.153 Gerenciamento de demanda A volatilidade do preço da energia e o aumento da incorporação de fontes renováveis intermitentes no fornecimento de energia podem estimular reguladores a expandir a aplicação de preços por tempo de uso e de outros programas projetados para encorajar mudanças no tempo do uso de energia.154 Implicações à Reputação Confiabilidade O serviço das empresas de energia elétrica e falhas de confiabilidade devido à preparação inadequada para eventos meteorológicos extremos podem causar reações adversas da mídia, de consumidores e investidores.155 Mudança climática Empresas de energia elétrica que se mantiverem dependentes de carvão e petróleo e incorporarem níveis inadequados de energia renovável e eficiência energética enfrentam riscos as suas reputações, podendo serem vistas como grandes contribuintes das mudanças climáticas.156 22 3. Implicações específicas aos setores 3.4 Indústria Extrativista Empresas extrativistas – aqui consideradas como englobando produção de petróleo e gás, e mineração de todos os materiais (ex.: metais, carvão, cascalho, argila) – devem operar onde as fontes são encontradas, expondo as empresas a condições ambientais altamente localizadas. Estas empresas também têm ligações fortes com outros setores incluindo fornecimento de materiais para a construção e combustíveis para os setores de transporte e energia elétrica. Implicações operacionais Danos à infraestrutura e continuidade dos negócios outras infraestruturas antes de eventualmente se desmancharem.161 Acesso físico aos recursos Temperaturas mais quentes no Ártico, devido às mudanças climáticas podem afetar o acesso das indústrias extrativistas aos recursos. Estradas de gelo sazonais, das quais as indústrias extrativistas dependem para operações de inverno, podem estar disponíveis por menos tempo;162 por exemplo, um inverno quente em 2006 forçou o fechamento antecipado das estradas de gelo que permitiam que combustível e suprimentos chegassem às minas de diamantes no Canadá, levando a uma interrupção, custos operacionais muito mais altos (ex.: para usar carregamento aéreo como alternativa) e, em pelo menos uma instância, ao fechamento de uma mina e a falência de uma empresa.163 O permafrost em descongelamento também pode interromper operações de petróleo e gás no Ártico, que dependem da temporada invernal de exploração na tundra.164 Eventos meteorológicos extremos, aumento de incêndios florestais, níveis dos mares mais altos e outros impactos associados às mudanças climáticas podem danificar a inPor outro lado, as temperaturas mais quentes no Ártico e a fraestrutura e os equipamentos das indústrias extrativistas, cobertura de gelo marítimo sazonal no Oceano Ártico em interrompendo operações e cronogramas de produção e queda abrirão áreas anteriormente inacessíveis ou nãorotas de transporte e impondo riscos à segurança dos trabaleconômicas à exploração e extração, assim como permitirão hadores.157 Por exemplo, no começo de 2011, as operações temporadas de navegação mais longas e novas rotas nos da Rio Tinto na Austrália sofreram com ciclones, chuvas canais dos mares do norte.165 fortes, enchentes em vários locais e o descarrilamento de Disponibilidade de água um trem, levando a uma queda de 5% no envio de minério de ferro de algumas operações, restringindo a produção em Operações de mineração e exploração de petróleo e gás uma mina de diamantes e o fechamento por 6 meses de uma são vulneráveis à seca e às mudanças na disponibilidade usina de processamento em uma mina de urânio, o que no local de água.166 A mineração depende de grandes quantifinal das contas, reduziu os ganhos da dades de água – tanto para minas a céu empresa em $245 milhões.158 (A seção aberto quanto subterrâneas, assim como 3.10 detalha mais informações sobre as para processamento e refinamento – em No início de 2011, as interrupções nas rotas de transporte). particular para metais preciosos, diamanoperações da Rio Tinto na Austrália sofreram com tes, cobre e níquel. A demanda por água ciclones, chuvas fortes, Empresas de petróleo e gás com frequênprovavelmente aumentará nos próximos enchentes generalizadas, e cia operam em condições extremas (ex.: anos conforme commodities relevantes um descarrilamento de trem, águas profundas) e em localizações que enfrentam queda no grau dos minérios. A levando a uma queda de tendem a ter eventos meteorológicos exdisponibilidade reduzida de água em uma 5% no envio de minério de tremos e severos (ex.: o Ártico e a Costa região pode limitar ou parar a produção, ferro de algumas operações, do Golfo nos EUA). Os danos operacioaumentar a competição com comunidades à produção restrita em uma nais à indústria com os Furacões Katrina locais e outros setores industriais pelo mina de diamantes e ao e Rita em 2005 – incluindo a destruição fornecimento de água, aumentar os custos fechamento de uma usina de mais de 100 plataformas de produção, para tratamento de água para pré e pós de processamento em uma danos a mais de 50 outras e a mais de uso e impulsionar reguladores a ou cobrar mina de urânio por 6 meses, 450 óleodutos e gasodutos subterrâneos mais pela água ou exigir que operações de o que reduziu os ganhos da no Golfo do México – ilustram a vulneramineração tenham suas próprias fontes.167 empresa em $245 milhões bilidade operacional a eventos meteorológicos extremos.159 De forma similar, a escassez e/ou necessidade de criar novas fontes de água doce O descongelamento do permafrost pode pode aumentar os custos operacionais e desestabilizar infraestruturas como dutos limitar de forma significativa a exploração e pistas de pouso em regiões frias. 160 Além disso, “ilhas de de petróleo e gás, o refinamento de petróleo, a extração e gelo” que se soltaram das geleiras da Groelândia, que podem refinamento de areias petrolíferas, a extração de gás natural e aumentar em número em um mundo mais quente, podem produção em potencial de xisto betuminoso.168 potencialmente colidir com plataformas de perfuração e 23 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S As percepções das comunidades sobre os impactos das indústrias extrativistas sobre as fontes de água e o meio ambiente podem atrapalhar diretamente a habilidade das empresas de operarem em algumas regiões.169Em 2011, por exemplo, a Newmont suspendeu as atividades de construção de uma de suas minas de ouro e cobre no Peru devido a protestos na região sobre os impactos nas fontes locais de água. 170 Protestos parecidos levaram a Newmont a cancelar os planos de expandir outra mina de ouro em 2004.171 A extração de gás natural pode enfrentar desafios parecidos relacionado às preocupações com os impactos sobre a água.172 Empresas extrativistas que são proativas em lidar com seus impactos ambientais e preocupações das comunidades, e que mantém de forma consistente suas licenças sociais para operar podem, desta forma, ter vantagens competitivas.173 Confiabilidade e custos da energia A natureza intensiva em energia das operações de mineração podem deixar operações que não geram sua própria energia vulneráveis à falta dela (veja a seção 3.3 acima para mais informações sobre os impactos no setor de energia elétrica) e à volatilidade dos mercado e preços da energia, que podem afetar a continuidade e os custos operacionais.174Fornecimento inadequado de energia pode limitar seriamente a expansão ou o desenvolvimento de novos projetos extrativistas em algumas áreas.175Em 2008, por exemplo, a seca extrema, o crescimento populacional e o crescimento econômico na África do Sul, China, Chile e outros países em desenvolvimento levou à falta de energia e racionamentos que causaram o fechamento de minas, uma produção significativamente menor e preços mais altos dos metais.176 Conforme a temperatura aumenta devido às mudanças climáticas, a necessidade energética para resfriar minas subterrâneas e instalações na superfície pode aumentar, enquanto os custos de aquecimento em climas mais frios podem cair.177 Empresas extrativistas podem encontrar uma maior necessidade de aumentar os investimentos em auto-geração para garantir energia suficiente para continuar operando.178 Desativação As operações de mineração, incluindo a mineração de areias petrolíferas, enfrentam riscos de responsabilidade e maiores custos de desativação oriundos de ativos tais como bacias de decantação e barragens. Alguns destes ativos podem enfrentar um risco maior de falhas – e assim podem precisar ser reavaliados e reforçados – conforme as mudanças climáticas alteram os padrões de chuva, exacerbam as enchentes e aumentem as temperaturas do ar e da água.179 Ilustrativo dos riscos de mudanças nos padrões climáticos foi o colapso, em 2010, de uma barragem de resíduos em uma mina de bauxita húngara devido à chuva intensa, matando dez pessoas, ferindo cerca de 120 e levando o governo a assumir o controle da empresa.180 Força de Trabalho Até o meio do século, o stress perigoso desencadeado pelo calor que por sua vez é causado por temperaturas e umidade mais altas provavelmente diminuirá a capacidade de trabalho ao ar livre do mundo durante o verão em 10 por cento dos níveis atuais e 20% dos níveis pré-industriais.181Além disso, mudanças nos padrões das doenças exarcebados pela urbani-zação, globalização, qualidade ruim da água e mudanças climá-ticas – podem afetar a saúde dos empregados das empresas extrativistas.182 24 Implicações de mercado Demanda geral O crescimento populacional, a urbanização e o desenvolvimento econômico nos países em desenvolvimento levarão a uma demanda maior por energia, metais e outros materiais necessários para oferecer os bens e serviços associados com os padrões de vida mais elevados, alavancando as indústrias de mineração, petróleo e gás.183 A demanda por certos minerais e materiais usados em tecnlogias de energia renovável, eficiência energética e controle de poluição da água pode aumentar em decorrência das mudanças climáticas, poluição do ar e escassez e qualidade de água aumentam.184 Se os consumidores, investidores, mercados e governos fizerem esforços sérios para limitar o aquecimento global a 2oC acima dos níveis pré-industriais, grandes quantidades (até 80%) das atuais reservas conhecidas de petróleo, gás e carvão teriam que se manter não queimadas (ou o carbono de suas combustões teria que ser capturado). Ao longo do tempo, tais recursos imobilizados e a demanda reduzida poderia afetar seriamente os mercados e as apreciações do valor das empresas de petróleo, gás e mineração, com empresas lideres dessas áreas enfrentando uma perda potencial de 40 a 60% do valor de mercado.185 Energia “mais limpa” Empresas e indústrias vistas como grandes contribuintes para mudanças climáticas, perda de biodiversidade e outros problemas ambientais podem sofrer danos não só à sua reputação, mas também maiores pressões dos consumidores, investidores, credores e seguradoras para que mudem para alternativas “mais limpas” e menos danosas (ou perder mercados e investimentos para empresas que o fazem). Empresas de petróleo e gás, por exemplo, podem enfrentar uma pressão continua para reduzir os seus passivos de carbono ao aumentar investimentos em gás natural de queima mais limpa ao invés de petróleo e ajudar a tornar os biocombustiveis comercialmente viáveis.186De forma similar, empresas que mineram carvão podem limitar os gastos com estes ativos dados os impactos do carvão na mudança climática, conforme a BHP Billiton anunciou recentemente que faria.187 Novos mercados também podem se abrir para atores vistos como mais responsáveis ambientalmente que seus pares. Em 2009, por exemplo, o Conselho de Joias Responsável criou um esquema de certificação para jóias de ouro e diamantes que inclui critérios de resíduos específicos, emissões e biodiversidade para toda a cadeia de suprimentos, da mineração ao varejo.188 Recuperação e Reciclagem Muitas cidades em desenvolvimento (e outras) estão buscando alcançar resíduo zero, o que inclui recuperar e reciclar metais preciosos (ex.: ouro, paládio) e elementos terrestres raros dos aterros sanitários existentes.189Isso pode reduzir a demanda por materiais virgens e criar oportunidades para “minerar” aterros, uma vez que estima-se que haja “depósitos” de metais preciosos 40 a 50 vezes mais ricos nos resíduos eletrônicos do que nos minérios explorados no solo.190 3. Implicações nas políticas Qualidade da água Preocupações crescentes com a qualidade da água estão levando a restrições regulatórias cada vez maiores sobre as práticas operacionais das indústrias extrativistas. Nos últimos anos, por exemplo, a mineração de carvão no topo de montanhas nos Estados Unidos enfrentou uma avaliação regulatória minuciosa e mais restrita devido a preocupações com os impactos na qualidade hídrica, no habitat aquático e da vida selvagem.191 De forma similar, as preocupações com os impactos de fraturamento hidráulico (“fracking”) sobre as águas subterrâneas para xisto betuminoso e gás natural levaram alguns países (ex.: França, África do Sul) e alguns estados norte-americanos (ex.: Nova Iorque) a banir, restringir ou temporariamente suspender a prática.192 O banimento francês do fracking em 2011 também revogou licenças existentes, imobilizando grandes investimentos de empresas como a Toreador, que viu suas ações perderem um valor considerável nos meses seguintes.193Ainda assim, ao longo do tempo, os riscos financeiros devido à regulamentação, podem ser maiores em países com regulamentações mais fracas sobre a qualidade da água, que são aqueles que provavelmente tomarão ações retroativas quando os problemas sérios sobre a qualidade da água acontecerem.194 Disponibilidade de água Preocupações com a escassez de água podem incentivar o aumento da regulamentação que afeta os direitos e custos da água para empresas extrativistas. No Chile, por exemplo, os reguladores pediram que uma grande mina de cobre reduzisse em mais da metade sua taxa de extração de água.195 Na África do Sul, esperase que as minas de platina no sistema do Rio Olifants enfrentem cobranças pela água de dez vezes o valor atual até 2020, devido à escassez de água na região.196 Emissões de gases do efeito estufa As operações do setor de mineração são responsáveis por cerca de 2% das emissões globais de gases do efeito estufa, enquanto a combustão de petróleo, gás e produtos das empresas de mineração de carvão em veículos, usinas de eletricidade e outros lugares é o fator-chave das mudanças climáticas antropogênicas. Estes setores já estão sujeitos às regulamentações de redução de carbono e queima de gás, precificação e impostos de carbono e reduções nos subsídios a combustíveis fósseis em alguns países, e estas medidas provavelmente serão mais comuns e restritivas ao longo do tempo, impondo custos potenciais significativos, restringindo a demanda por produtos, criando novos e complexos desafios ao cumprimento, monitoramento, relato e verificação.197Por outro lado, políticas relacionadas ao clima podem criar oportunidades para o gás natural como o combustível menos intensivo em carbono e como substituto para a geração de energia de fontes renováveis intermitentes (veja a seção 3.3 acima para mais informações sobre os impactos no setor de energia elétrica).198 Biodiversidade Limitações nas áreas disponíveis para explorações futuras pela indústria extrativista podem ser impostas por legislações desenhadas para expandir as áreas protegidas para biodiversidade marinha e terrestre, aumentando a proteção legal para áreas protegidas ou para áreas florestadas que servem como sequestradoras de carbono. As tentativas regulatórias de gerenciar Implicações específicas aos setores as demandas competitivas por terra para urbanização, segurança alimentar, proteção da biodiverdade e outras fontes podem restringir ainda mais o acesso a recursos.199 Mercúrio O mercúrio é usado em países em desenvolvimento para amalgamar o ouro na mineração artesanal, causando problemas de saúde, comprometimento neurológico e poluição. Também é mais amplamente utilizado na fundição. Um tratado global com obrigações legais para controlar e reduzir o uso de mercúrio em uma série de produtos, processos e indústrias foi adotado em janeiro de 2013, o que pode levar a restrições no uso de mercúrio nos setores mineral e de mineração.200 Implicações à reputação Água A oposição das comunidades a projetos extrativistas devido a preocupações sobre os impactos na água, como ocorreu com a Newmont no Peru (veja acima em Implicações Operacionais), pode afetar não só as operações em questão, mas também a reputação e o valor mais amplo da empresa. Durante os protestos de 2004 no Peru, os preços das ações de Newmont caíram 7% em duas semanas. A percepção dos problemas de poluição hídrica na Indonésia, ao mesmo tempo, também danificou a reputação da Newmont, aumentou os desafios que futuros projetos naquele país podem enfrentar. Além disso, estes conflitos no Peru e na Indonésia afetaram as percepções locais sobre as minas da empresa em todo o mundo.201 Biodiversidade Campanhas por grupos de defesa e outros tratando dos potenciais impactos de projetos extrativistas sobre a biodiversidade têm criado desafios à reputação (e às operações) da indústria. Por exemplo, a Pebble Mine com localização proposta, pela Anglo American e pela Northern Dynasty, na cabeceira na Baía de Bristol no Alasca, tem enfrentado uma rígida oposição organizada de grupos ambientalistas e algumas empresas de jóias devido a preocupações sobre a poluição e impactos sobre o salmão.202 Conforme a pressão sobre os habitats e a biodiversidade aumenta, a resistência às operações extrativistas com potenciais impactos danosos sobre ecossistemas vulneráveis também tende a crescer.203 Mudança Climática No entendimento público, as indústrias de petróleo e carvão estão intimamente ligadas às mudanças climáticas e assim enfretam desafios às reputações conforme as mudanças climáticas e suas consequências se tornam mais evidentes. Além disso, estas empresas operam frequentemente em regiões do mundo com desafios políticos, sociais e econômicos que são vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. A extensão em que as industrias apóiam (ou pelo menos não enfraquecem) a resiliência das comunidades locais aos impactos climáticos pode afetar suas reputações e licenças sociais para operar.204Ao mesmo tempo, as empresas com um foco no gás natural podem ter ganhos às suas reputações a partir do papel que o gás natural possa ter como um combustível que emite pouco carbono, e como um substituto um potencial para as fontes renováveis intermitentes, presumindo que as empresas sejam vistas minimizando os vazamentos de metano e extraindo o gás de maneira responsável.205 25 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S 3.5Finanças O setor financeiro – aqui considerado como englobando empréstimos, investimentos e seguros – dá base para atividades em todos os outros setores. De forma única, o setor financeiro está exposto aos impactos das projeções ambientais e seus fatores subjacentes, em grande parte, devido aos impactos nos outros setores. Implicações Operacionais Seguro Empresas de seguro se baseiam em eventos passados para garantir e precificar de forma exata os riscos futuros. Mudanças climáticas podem forçar as seguradoras a revisitar tal abordagem, conforme elas se confrontam com padrões climáticos dramaticamente diferentes e eventos meteorológicos extremos. Isso pode impedir a habilidade da indústria de precificar riscos físicos, criar nova exposição de passivos, ameaçar a acessibilidade econômica dos seguros e a sua disponibilidade e ter potencialmente sérias ramificações à lucratividade do segurador. Seguradoras de propriedades e de acidentes provavelmente verão crescer os resgates devido ao clima severo. Seguradoras de saúde podem ver aumentar as demandas devido à variedade em expansão de doenças. Resseguradoras podem estar expostas a perdas totais, incluindo àquelas devido a eventos catastróficos.206 O crescimento populacional, a urbanização, as construções civis (especialmente em áreas costeiras), a canalização de rios, a perda de planícies de inundação e as mudanças no uso da terra somam-se aos crescentes impactos de eventos extremos, tais como enchentes e secas.207Por exemplo, as enchentes de 2010-2011 na Austrália resultaram em mais de $350 milhões de pedidos à Munich Re, o que foi parcialmente responsável pela queda de 38% no lucro trimestral da empresa. 208 Seguradoras com menos capacidade ou disponibilidade para identificar, se planejar e gerenciar uma grande variedade de riscos relacionados ao clima em subscrições e decisões cruciais podem sofrer severas perdas de capital e notavelmente ter lucratividade reduzida.209 As seguradoras também podem precisar aumentar os esforços para transferir os riscos dos mercados de seguros para o mercado de capital através de securitizações contra risco de catástrofe.210 Investindo e emprestando Os impactos de várias tendências e fatores ambientais em uma variedade de setores podem aumentar a pressão para integrar as questões ambientais na tomada de decisões sobre empréstimos e investimentos.211As instituições financeiras podem precisar melhorar a coordenação com a comunidade científica a fim de garantir acesso à informação ambiental útil ao setor financeiro.212 26 Como parte de suas devidas diligências, o gerenciamento de risco e o monitoramento de portfólio, os credores e investidores precisarão entender como as tendências ambientais e fatores afetam o comportamento dos consumidores, a demanda por produtos, a responsabilidade legal das empresas com severos impactos negativos nos ecossistemas e a competitividade do setor e de empresas em vários locais.213 Clientes da International Finance Corporation agora têm que aplicar os padrões de desempenho IFC para gerenciar riscos e impactos ambientais e sociais, incluindo o Padrão de Desempenho 6 para Conservação da Biodiversidade e Gestão dos Recursos Naturais Vivos.214 Revisões adicionais pelo IFC para fortalecer seus padrões podem levar a mudanças parecidas nas dezenas de instituições financeiras que adotaram os Princípios do Equador (se comprometendo a identificar, avaliar e gerenciar riscos ambientais e sociais em projetos de transação financeira). Os Princípios provavelmente serão atualizados em breve para incluir empréstimos corporativos relacionados a projetos e empréstimosponte.215 Investidores podem ver seus retornos de investimentos reduzidos de empresas que enfrentam dificuldades financeiras, operações interrompidas e danos à reputação devido às mudanças climáticas, escassez de água, perda de biodiversidade ou impactos corporativos no meio ambiente. Empresas enfrentando tais dificuldades financeiras, operações interrompidas e reputações danificadas podem representar maiores riscos de inadimplência.216 Investidores institucionais (tais como seguradoras e fundos de pensão) que têm horizontes de longo prazo e um portfólio grande e diversificado (ex.: proprietários universais) podem ter seus retornos afetados pelo impacto sistêmico das tendências e fatores ambientais na economia em geral.217 Recursos naturais e riscos ambientais talvez também terão impactos materiais financeiramente em mercados de títulos da dívida soberana.218 Continuidade dos negócios Os impactos físicos crescentes das mudanças climáticas, a escassez de água e outras tendências ambientais podem ter implicações diretas nas operações do setor financeiro, incluindo operações danificadas ou interrompidas em centros de dados e prédios comerciais (veja a seção 3.1 acima para mais informações sobre os impactos no setor de construção civil), o fechamento temporário das bolsas de ações e títulos e interrupções de energia mais frequentes, resultando em ameaça à segurança dos dados, perda de acesso à informação e interrupção dos serviços ao cliente.219 Implicações de Mercado Investimentos em soluções ambientais Tentativas por parte do governo e outros de tratar da variedade de impactos das tendências e fatores ambientais provavelmente vai requerer investimentos do setor privado, e os requisitos necessários de capital podem exceder 3. US$ 1 trilhão por ano para as próximas décadas. Estimase que mais de 80% do capital necessário para lidar com as mudanças climáticas deverá vir do setor privado. Dado que muitas tecnologias com baixa emissão de carbono são intensivas em capital, os requisitos adicionais de financiamento e a necessidade de inovações financeiras podem ser significativos. Isso pode implicar em uma criação maior de oportunidades atraentes de investimento em “economia verde” para o setor financeiro, incluindo oportunidades em energia limpa e infraestrutura resistente ao clima, presumindo que outros obstáculos ao investimento privado possam ser discutidos (ex.: disponibilidade de seguros contra riscos de políticas).220 Uma conscientização maior sobre as tendências e fatores ambientais pode levar a mercados novos ou em expansão e a produtos de investimento que incorporam critérios ambientais e/ou buscam soluções para questões como mudanças climáticas, água e agricultura.221Por exemplo, preocupações crescentes com as mudanças climáticas e a energia no setor de construção podem fazer da propriedade verde uma classe de ativos cada vez mais atraente.222(Veja a seção 3.1 acima para mais informações sobre os impactos no setor de construção civil). Além disso, os investidores podem ver oportunidades melhores em soluções de infraestrutura para o abastecimento de água e tratamento de efluentes.223 Oportunidades também podem surgir de desafios ambientais: por exemplo, traders de commodities podem encontrar oportunidades abundantes relacionadas à incerteza no fornecimento de água em mercados de produtos agrícolas.224 Recursos imobilizados, demanda reduzida e riscos sistêmicos Implicações específicas aos setores pagas e potencial renda (onde seguradoras poderão superar as pressões dos consumidores e regulatórias para manter os preços dos seguros artificialmente baixos). Onde essas pressões não puderem ser superadas, podem acontecer deslocamentos de mercado conforme a indústria perde a capacidade de oferecer cobertura (o que pode gerar riscos à reputação) .226 Seguros podem ser uma das principais ferramentas utilizadas por outros setores, governos e indivíduos como parte dos esforços para se adaptar às mudanças climáticas e outras tendências ambientais, e a indústria está explorando a viabilidade comercial de novos produtos e serviços que lidem com as questões de sustentabilidade global. 227 A perda de biodiversidade, a degradação de ecossistemas, o gerenciamento de recursos hídricos e as mudanças climáticas podem apresentar ao setor de seguros oportunidades em agrossilvicultura, sinistros, saúde, vida, propriedade, setor naval, aviação e transporte.228 Por exemplo, a Swiss Re (junto com a Oxfam America e o Programa Mundial de Alimentos) está liderando uma iniciativa para ajudar comunidades rurais pobres a proteger suas produções dos impactos das mudanças climáticas através de seguros indexados ao clima pagos com trabalho em projetos de adaptação ao clima local; o objetivo é criar um modelo de negócios viável comercialmente.229 Preocupações crescentes com as mudanças climáticas podem criar mercados em expansão para produtos de seguros que encorajem casas e prédios novos a serem energeticamente eficientes e tecnologias de energia renovável.230 Dada a variedade de formas em que a escassez de água, as mudanças climáticas e outros fatores ambientais podem interromper operações de negócios, as seguradores também podem ver um mercado bastante expandido para apólices de seguro contra interrupção nos negócios.231 Esforços sérios para limitar o aquecimento global a 2oC Transparência e divulgação acima dos níveis pré-industriais podem levar à redução da demanda por combustíveis Conforme preocupações com os impactos das fósseis e fazem com que grandes tendências e fatores ambientais crescem, os quantidades de petróleo, gás e investidores podem aumentar a pressão sobre Perda de biodiversidade, reservas de carvão se tornem as empresas para que divulguem mais seus degradação de ecossistemas, recursos imobilizados (Veja impactos, tais como escassez de água, mudangerenciamento de recursos a seção 3.4 acima para mais ças climáticas e perda de biodiversidade, assim hídricos e mudanças informações sobre os impaccomo a avaliação de riscos e processos de climáticas podem tos no setor extrativista). A gerenciamento de risco que elas têm aplicado apresentar ao setor de longo prazo, o risco do carbono e as visões das empresas sobre a materialidade não-queimável pode deixar os dos riscos. As empresas do setor financeiro seguros oportunidades em investidores das empresas de podem enfrentar aumento de pressão por agrossilvicultura, sinistros, combustíveis fósseis significaparte dos acionistas para emitir relatórios de saúde, vida, propriedade, tivamente expostos e também sustentabilidade e relatar suas avaliações sobre marinha, aviação e pode significar riscos sistêmicos (e programas para lidar com) as emissões de transporte para mercados financeiros.225 gases do efeito estufa e outros impactos ambientais relacionados com seus portfólios de Seguros empréstimo, investimento e financiamento.232 O crescimento populacional, a urbanização e o desenvolvimento econômico nos países em desenvolvimento (e em menor escala, países desenvolvidos) podem levar a Mecanismos de políticas baseados no mercado um aumento da demanda por seguros de imóveis. Com riscos crescentes devido às mudanças climáticas e outras Regulamentações usando mecanismos de mercado para tendências ambientais, provavelmente o mercado de seguros lidar com as mudanças climáticas e potencialmente a queda verá crescimento no recolhimento de prêmios, indenizações da biodiversidade e de serviços ecossistêmicos podem Implicações nas políticas 27 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S criar oportunidades novas ou em expansão de comércio e investimentos para o setor financeiro, como compensações de biodiversidade, créditos de água e créditos de carbono de floresta.233 Consideração necessária de critérios ambientais Respondendo aos impactos crescentes das projeções e fatores ambientais, os reguladores financeiros tanto nos países desenvolvidos como em desenvolvimento podem querer que instituições financeiras estabeleçam procedimentos que levem em consideração os critérios ambientais nas decisões de empréstimos e a promoção de financiamento verde, como já fizeram China, Brasil e Bangladesh.234 Divulgação aprimorada dos riscos ambientais A conscientização crescente sobre os impactos das projeções e fatores ambientais está incentivando governos e bolsas de valores, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, a requerer ou encorajar a melhoria da divulgação dos impactos e riscos ambientais das empresas, oferecendo às instituições financeiras maiores níveis de informação para incorporar em suas tomadas de decisão.235 Ambientes Regulatórios em Mudança Países em desenvolvimento que estão experimentando os impactos das tendências e fatores ambientais e aumentando seu desenvolvimento econômico (e capacidade institucional) podem fortalecer as regulamentações atualmente fracas a fim de lidar com tais projeções e fatores, levando a regimes regulatórios muito diferentes para empresas operando nestes países. Isso significa que investimentos convertidos em ações com horizonte de curto prazo e investimentos relacionados a dívidas com horizontes mais longos podem ter diferentes perfis de risco nestes mercados.236 Implicações à reputação Impactos Ambientais de clientes e projetos Conforme as preocupações com os impactos das tendências e fatores ambientais crescem, empresas que infligem danos a ecossistemas ou que contribuem de forma significativa para as mudanças climáticas podem enfrentar crescentes riscos à sua reputação. Empresas do setor financeiro que investirem ou emprestarem para estas empresas podem enfrentar os mesmos riscos. Muitos bancos comerciais já começaram a vivenciar isso no que diz respeito ao desmatamento associado à expansão do óleo de palma, e já começaram a fortalecer suas políticas de avaliação de risco e declarações de políticas sobre empréstimos para o óleo de palma.237 As empresas do setor financeiro com reputações de terem entendimento, conhecimento e preparação minuciosos no que diz respeito a uma variedade de questões de sustentabilidade podem ter mais capacidade de atrair e reter clientes e funcionários.238 28 Conforme as preocupações com os impactos das projeções ambientais crescem, empresas que infligem danos a ecossistemas ou que contribuem de forma significativa para as mudanças climáticas podem enfrentar crescentes riscos à sua reputação. Empresas do setor financeiro que investirem ou emprestarem para estas empresas podem enfrentar os mesmos riscos. 3. Implicações específicas aos setores 3.6 Alimentos e bebidas O setor alimentício e de bebidas – aqui considerado como englobando agricultura, processamento de alimentos e bebidas, e varejo / comercialização – talvez seja, dentre todos, o setor mais exposto às mudanças ambientais. Com uma demanda considerável de água e dependência profunda de serviços ecossistêmicos, as mudanças das condições metrológicas e os regime da água implicam riscos significativos e oportunidades para o setor. Com laços profundos com diversos outros setores, incluindo o de extrativos e de transporte, o setor de alimentos e bebidas está exposto de várias maneiras às tendências ambientais e fatores subjacentes. Implicações Operacionais níveis mais altos de gastos com produtos. 242 Por exemplo, estima-se que um aumento de 1% nos custos da cana de açúcar devido aos efeitos das mudanças climáticas, escassez de água e enchentes podem reduzir os lucros da empresa indiana de açúcar Balrampur Chini Mills entre 3 e 10%.243 De forma similar, as secas severas nos EUA em 2012 levaram os grãos a preços recordes, desta forma erodindo os lucros dos produtores pecuários e donos de restaurante e aumentando o potencial para que o preço da carne vermelha, de porco e de frango cresça.244 Empresas no setor alimentício já estão começando a identificar fontes alternativas ou desenvolver variedades de suprimentos essenciais mais resistentes ao clima. Apesar disso poder aumentar os custos de curto prazo, também pode aumentar a resistência de longo prazo e o desempenho dos negócios.245 Os desafios podem ser particularmente difíceis para empresas de bebidas alcoólicas, dada a natureza muito regional da uva e do lúpulo e a susceptibilidade das uvas às pequenas mudanças do clima.246 Disponibilidade, qualidade e preços das culturas e pecuária Zonas de crescimento Os impactos das mudanças climáticas – incluindo mudanças nas médias e extremos de temperatura, nos padrões e volumes de chuva, na variedade de doenças e pestes e incidência de eventos meteorológicos extremos, secas e enchentes – afetarão as condições de crescimento de safras assim como a pecuária, a aquicultura, a saúde e desempenho marinhos. O resultado líquido das projeções de aquecimento é, em sua maior parte, negativo (particularmente em latitudes mais baixas) apesar de poder ser positiva para algumas safras em algumas regiões em níveis baixos de aquecimento (ex.: devido a temporadas mais longas de crescimento). Agricultores estão descobrindo que as mudanças climáticas estão gerando condições incomuns com as quais eles não estão preparados para lidar.239 Temperaturas mais quentes em climas mais frios podem criar novas oportunidades para empresas alimentícias expandirem (ou mudarem) suas zonas de crescimento, levando em consideração a redução na cobertura de gelo sazonal do oceano Ártico, para o envio de produtos para novos mercados.247 Por exemplo, algumas empresas de alimentos e de agronegócios estão começando a mudar seus investimentos em instalações (ex.: silos, vagões) de locais como o estado norte-americano do Kansas para locais como o Canadá e o norte dos Estados Unidos, antecipando a mudança na produção de grãos nestas regiões.248 Riscos aos sub-setores devido à magnitude dos impactos das mudanças climáticas e escassez de água no setor de alimentos e bebidas no Sul e Sudeste da Ásia. Além disso, as crescentes emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) e, consequentemente, dos níveis de ozônio troposférico na Ásia e outras regiões em desenvolvimento terão impactos na vegetação e lavouras (tanto positivas, já que o depósito de nitrogênio pode aumentar as colheitas, quanto negativas, já que o crescimento do ozônio troposférico pode diminuir as colheitas) e aumentarão a eutrofização e acidificação em ecossistemas terrestres e aquáticos.240 E mais, a perda de habitats, as espécies invasoras, a urbanização, o uso de pesticidas e outros fatores estão levando à perda de abelhas nativas e outros polinizadores, o que pode afetar a qualidade e quantidade das colheitas locais e pode requerer um uso maior de técnicas artificiais de polinização.241 Empresas de alimentos e bebidas então vão enfrentar disponibilidade, qualidade e preços imprevisíveis dos produtos agrícolas, cortes nos lucros e forçando-os potencialmente a aumentar os preços para compensar Fonte: World Resources Institute and HSBC Climate Change (2010). Weeding Risk. Financial Impacts of Climate Change and Water Scarcity on Asia’s Food and Beverage. 29 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Redes de infraestrutura e distribuição O aumento nos níveis do mar, temperaturas mais quentes e eventos meteorológicos extremos associados às mudanças climáticas podem afetar as redes de infraestrutura, operação e distribuição das empresas alimentícias. Os impactos podem incluir danos a instalações, maior demanda por sistemas de resfriamento para prevenir que a comida se estrague ou impactos à saúde dos animais e produtos estagnados quando as redes de transporte (ex.: portos) estão comprometidos.249 Custo da energia Secas e outros impactos climáticos também podem levar a preços mais altos pela eletricidade, aumentando custos não só do uso direto de energia pelas usinas de processamento de alimentos e bebidas, mas também para a produção de suprimentos essenciais ao setor (ex.: alumínio para as latas) (veja a seção 3.3 acima para mais informações sobre os impactos no setor de energia elétrica).250 A agricultura depende de combustíveis fósseis tanto para energia (para bombear água de irrigação, processar e transportar alimentos e bebidas, e abastecer frotas de pescaria e equipamentos agrícolas) quanto para matérias primas (para produzir pesticidas e fertilizantes). Isso faz com que o setor fique vulnerável à volatilidade dos mercados de energia e aumentos dos preços (ex.: limitações ou custos dos combustíveis fósseis impostos pelas políticas relacionadas ao clima).251 Força de Trabalho O perigoso stress desencadeado pelo calor causado pelas temperaturas e umidade mais altas, provavelmente diminuirá a capacidade de trabalho a céu aberto durante os meses de verão em 10% dos níveis atuais e 20% dos níveis préindustriais até o meio do século.252 Disponibilidade e qualidade da água Para o setor alimentício, o consumo de água nos âmbitos da produção e do processamento fica pequeno em comparação ao uso na produção de matérias primas.253A agricultura é amplamente o maior usuário de água do mundo – contabilizando 70% do uso de água doce – e projeta-se que a captação de água para fins agrícolas continue a crescer.254 A escassez de água pode não só afetar a colheita e a produção (e desta forma os preços dos insumos agrícolas), mas também levar a conflitos entre empresas, comunidades lo- cais e outros usuários de água, colocando em risco as reputações das empresas e potencialmente interrompendo operações.255 Esta dinâmica pode ser particularmente complicada em locais onde o uso de água é bastante desigual, como na Índia, onde 10% das maiores fazendas consomem 90% da água subterrânea.256 As preocupações com a escassez e qualidade da água impõem desafios particulares para as empresas de bebidas que dependem da água doce como seu ingrediente primário. Fornecimentos inadequados de água de alta qualidade nas fábricas de engarrafamento em várias regiões do mundo podem interromper operações, comprometer a qualidade e a segurança dos produtos, e aumentar os custos para tratamento e acesso à água. Além disso, preocupações das comunidades sobre grandes retiradas de água podem bloquear ou atrasar fábricas de produção e engarrafamento novas ou em expansão (ou forçar o fechamento de fábricas existentes) e danificar as reputações das empresas. A Coca-Cola e a Nestlé estão entre as empresas de bebidas que já enfrentam tal oposição por parte das comunidades.257 Competição por terras aráveis As demandas competitivas de comida, ração, combustíveis, fibras e matérias primas vão continuar a intensificar as pressões sobre o uso da terra impulsionadas pelo crescimento da população, globalização, urbanização, mudança nas dietas, mudanças climáticas, produção de biocombustiveis e outros fatores.258 Essa pressão crescente por outros usos da terra, junto com a degradação do solo, pode potencialmente reduzir as terras disponíveis para a agricultura.259 Captação de água por região e por setor Fonte: FAO 2002. Crops and drops: making the best use of water for agriculture 30 3. Preocupações com a diminuição da biodiversidade, perda de habitat e proteção dos sequestradores de carbono podem levar a maiores proteções sobre as florestas e outras terras valiosas ecologicamente, limitando ainda mais a quantidade de terra onde empresas alimentícias podem expandir suas operações agrícolas ou redes de fornecimento. Isso pode induzir empresas do setor a focarem em reduzir o desperdício de alimentos (que atualmente representa cerca de um terço de toda a comida produzida para consumo humano) e aumentar a colheita em terras já produtivas (ex.: através das técnicas intensivas sustentáveis), em particular nos países em desenvolvimento.260 Implicações específicas aos setores potencial para fluxos de rendimentos e mercados crescentes.267 Nos países desenvolvidos, o interesse do consumidor pela produção sustentável de alimentos pode continuar a crescer. Por exemplo, os maiores mercados de alimentos orgânicos cresceram em média entre 10 e 20% por ano entre 2000 e 2007.268 Bebidas Dado que o cultivo orgânico pode resultar em colheitas menores, o mercado em expansão para alimentos produzidas organicamente (veja as implicações de mercado abaixo) pode aumentar ainda mais a competição por terra arável.261 Temperaturas médias mais quentes, ondas de calor e secas associadas com às mudanças climáticas, junto com o desenvolvimento econômico e o aumento da escassez e preocupações com a qualidade da água podem causar o aumento da demanda por produtos de empresas de bebida, em particular nos países em desenvolvimento.269Por outro lado, crescentes preocupações com a disponibilidade de água e resíduos plásticos podem reduzir a demanda de consumo por água engarrafada em alguns mercados.270 Disponibilidade de estoques pesqueiros Uso de produtos químicos e fertilizantes O aumento da acidez dos oceanos afeta animais marinhos, particularmente aqueles com conchas e esqueletos carbonados, incluindo espécies como caranguejos e moluscos que são consumidos por humanos, assim como algumas espécies de plâncton importantes para a cadeia alimentar marinha. Crê-se que a acidificação dos oceanos e as temperaturas mais altas da água sejam grandes fatores da destruição dos ecossistemas de recifes de corais em todo o mundo, que oferecem local de reprodução e desova para algumas espécies de peixes economicamente importantes. Porcentagens cada vez maiores de populações de peixe marinhos também são superexploradas, ou estão se recuperando de esgotamento, e estudos sugerem que as mudanças climáticas podem mudar o direcionamento polar de mais de 1000 espécies marinhas em cerca de 40km por década, levando a extinções locais e ruptura da composição das comunidades. 262 Além disso, a perturbação causada pela erosão a montante e o carreamento de substâncias químicas advindas da indústria e da agricultura podem levar a doenças e mortandade de peixes. Combinados, os impactos sobre o recursos pesqueiros e seus negócios podem ser significativos, afetando a disponibilidade, custos e margens de lucro.264 Preocupações crescentes com os impactos dos produtos químicos e fertilizantes no meio ambiente, fauna e saúde humana podem levar a maiores pressões de consumidores e regulatórias para eliminar, minimizar ou gerenciar melhor os produtos químicos agrícolas dos quais a agricultura tradicional depende. Tal pressão é provável nos países em desenvolvimento, onde ocorrem 99% das mortes por exposição aos pesticidas do mundo, e em países desenvolvidos.271 Implicações de Mercado Demanda Geral O crescimento populacional, a urbanização e o aumento do desenvolvimento econômico nos países em desenvolvimento levarão a maior demanda por comida, incluindo o aumento da demanda por carne, laticínios, e comidas processadas por parte das classes médias em expansão nos países em desenvolvimento.265Responder à demanda pela produção de carne pode ter limitações devido à pressão crescente dos consumidores e reguladores para lidar com os impactos de tal produção na água, na saúde, no solo e no clima.266 Produção Sustentável de Alimentos Preocupações com produtos químicos, poluição e saúde dos oceanos pode criar uma demanda crescente por parte dos consumidores e varejistas por alimentos produzidos ou colhidos de forma sustentável, representando uma área em Implicações nas Políticas Emissões de gases do efeito estufa Ações políticas projetadas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa podem impactar os produtores alimentícios e agrícolas, que geram uma quantidade substancial de emissões desses gases em sua maioria atribuídas à pecuária e à mudança no uso da terra. Iniciativas políticas para acabar com o desmatamento já estão em desenvolvimento (ex.: REDD+) e estão crescendo as regulamentações, certificações, esquemas e outros mecanismos projetados para limitar mais a expansão do óleo de palma nas florestas (ex.: the Roundtable on Sustainable Palm Oil). Alguns esquemas de comércio de carbono (cap-and-trade) existentes e em planejamento já englobam empresas de fertilizantes e produtores de carne e laticínios, e mais esforços direcionados às emissões agrícolas são prováveis.272 Iniciativas políticas que encorajam a redução de emissões através da expansão dos biocombustíveis podem intensificar a competição por culturas utilizadas na produção destes novos combustíveis ou por terras de cultivo irrigados.273 Regulamentações para reduzir as emissões de gases do efeito estufa podem impactar os produtores alimentícios e agrícolas, que geram uma quantidade substancial de emissões desses gases em sua maioria atribuídas à pecuária e à mudança no uso da terra 31 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Frotas de pesca, que contribuem com 1,2% das emissões globais de gases do efeito estufa, podem ter seus subsídios reduzidos para trainera que geram elevadas emissões por tonelada de peixe desembarcada.274 Água Preocupações crescentes com a escassez de água e o aumento da competição por usuários industriais, energéticos e domésticos pelos recursos hídricos limitados podem levar a uma variedade de ações políticas por parte do governo sobre o uso da água na agricultura. As ações podem reduzir subsídios, incentivos para à instalação de sistemas de irrigação modernos, desincentivos regulatórios para safras que utilizam muita água e limites à captação e realocação de água para outros usos.275A Bacia Murray-Darling na Austrália, por exemplo, opera sob um plano de bacia que define os arranjos para dividir a disponibilidade de água para o uso consuntivo por usuários competidores, incluindo a agricultura.276 Preocupações com a qualidade da água podem levar a regulamentações mais rígidas sobre o descarte de efluentes (ex.: carreamento de nutrientes) por empresas do setor de alimentos e bebidas.277 Produção de Carne Vermelha Preocupações crescentes com resíduos, poluição do ar e da água e mudanças climáticas podem resultar em mais regulamentações, e mais rigorosas, sobre a produção e o processamento de carne vermelha, incluindo restrições sobre poluição industrial por abatedouros e gerenciamento de esterco em operações de alimentação concentrada de animais.278 Pesca Queda na biodiversidade, aumento na acidificação dos oceanos e aumento da poluição podem impulsionar restrições regulatórias maiores sobre a pesca.279 32 Implicações à reputação Água Empresas alimentícias que tomam medidas para melhorar sua eficiência no uso de água (tanto nas cadeias de suprimentos da agricultura quanto em usinas de processamento e outras instalações) e que se comprometem com os agricultores, comunidades e ONGs locais para lidar com os desafios a nível local e das bacias hidrográficas podem ter benefícios à sua reputação, além de economias operacionais e vantagens competitivas.280 Biodiversidade Empresas alimentícias que não conseguirem lidar com os impactos sobre a perda de florestas, biodiversidade e outros indicadores ambientais podem enfrentar campanhas de alta repercussão por ONGs que causam danos à sua reputação.281 Modificação Genética Conforme a escassez de água, secas e mudanças climáticas aumentam a necessidade de variedades de alimentos mais resistentes, o uso de espécies que foram geneticamente modificadas para se adaptarem a estas condições também pode crescer. Por sua vez, isso pode ter implicações na reputação das empresas alimentícias, considerando as disputas sobre os riscos ambientais e à saúde e os benefícios impostos pelos organismos geneticamente modificados (OGMs).282 Seguranca Alimentar As temperaturas crescentes e a menor disponibilidade de água de alta qualidade aumentam os riscos de contaminação dos produtos das empresas de alimentos e bebidas. Incidentes de contaminação podem afetar as reputações das empresas, desencorajar as vendas e levar à perdas na receita.283 3. Implicações específicas aos setores 3.7Saúde O setor de saúde – aqui considerado como englobando empresas farmacêuticas, dispositivos e diagnósticos médicos, hospitais, centros cirúrgicos e outras instalações de saúde – enfrenta impactos únicos causados pelas projeções e fatores ambientais, muitos dos quais relacionados, sem surpresas, com os efeitos daquelas projeções e fatores sobre a saúde humana. O setor também enfrenta riscos e oportunidades mais diretos, alguns dos quais relacionados a outros setores (ex.: construção civil, energia elétrica). Implicações Operacionais Continuidade operacional das instalações de saúde Hospitais e outras instalações de saúde podem enfrentar ameaças crescentes devido ao aumento nos níveis dos mares, secas, ondas de calor e eventos meteorológicos extremos associados às mudanças climáticas, incluindo danos por enchentes e marés de tempestade, o que pode levar a falhas nos serviços elétricos e nos geradores reservas. Instalações de saúde danificadas e sem energia serão incapazes de manter dispositivos médicos (ex.: respiradores) funcionando, bem como de usar computadores para rastrear pacientes e aplicar medicamentos e, assim, precisarão evacuar os pacientes. Instalações de saúde já existentes podem precisar realocar componentes críticos como geradores reservas para andares mais altos, enquanto instalações novas podem ser localizadas e construídas para minimizar os riscos dos perigos locais.284 (Veja a seção 3.1 acima para mais informações sobre os impactos no setor de construção civil). Operações hospitalares sustentáveis (ex.: de limitações ou custos dos combustíveis fósseis impostos por políticas relacionadas ao clima).286 Empresas farmacêuticas usam grandes quantidades de água e energia no desenvolvimento e produção de medicamentos. Mesmo que os custos da água e da energia sejam normalmente uma porcentagem pequena dos custos totais de produção, eles ainda podem ser significativos. Em 2002, por exemplo, o custo total dos combustíveis e eletricidade comprados pela indústria farmacêutica nos EUA foi cerca de $1 bilhão. Conforme as preocupações com o clima e com a água crescem, a indústria pode ter custos operacionais e/ou restrições maiores.287 Descoberta, desenvolvimento e produção de medicamentos Cerca de um quarto do mercado farmacêutico é derivado de ingredientes ativos da natureza, e componentes naturais ainda são fontes para novos medicamentos (apesar de menos empresas ainda usarem a bio-prospecção ativa). A perda de biodiversidade limitará a descoberta de tais componentes. Uma estimativa sugere que as taxas atuais de extinção significam que a Terra está perdendo um grande medicamento a cada dois anos.288 A produção de medicamentos também depende de matérias primas inertes como açúcar, óleos de peixes, soja, óleo de palma, dióxido de titânio, e talco. (Veja as seções 3.1 e 3.6 acima para mais informações sobre os impactos nos setores extrativo e de alimentos e bebidas). Ingredientes ativos e inertes vulneráveis à degradação dos serviços ecossistêmicos e outras projeções ambientais podem interromper as cadeias de suprimentos da indústria farmacêutica e causar uma mudança maior em direção à criação de alternativas sintéticas mais caras. .289 Implicações de Mercado Demanda geral Dado o mandato do setor para promover a saúde humana, os hospitais podem enfrentar pressões crescentes O crescimento populacional, a urbanização e o desenvolpara melhorar sua sustentabilidade, incluindo manter vimento econômico nos países em desenvolvimento levarão medicamentos fora do fluxo de resíduos, ao aumento da demanda por serviços reduzir o uso de energia e de substâncias de saúde – demanda essa que pode ser A perda de biodiversidade tóxicas em produtos de limpeza e outros. desafiadora, dado o aumento dos níveis limitará a descoberta de Os hospitais podem ter economias de poluição, as favelas com acesso ruim novos medicamentos. Uma operacionais de longo prazo ao adotar às redes de esgoto e água e os impactos estimativa sugere que as iniciativas de construção verde mais amplas, das mudanças climáticas.290 taxas atuais de extinção incluindo economia pela aumento da significam que a Terra eficiência de energia, água e lixo.285 O aumento e alteração das variedades está perdendo um grande de doenças, como descritas abaixo, medicamento a cada Custos da água e da energia podem criar uma demanda maior pela dois anos Hospitais são extremamente intensivos provisão de serviços de saúde, medicaem energia. De fato, eles usam quase duas mentos e vacinas, particularmente nos vezes mais energia por metro quadrado do que um espaço países em desenvolvimento, apesar do aumento da mortalide escritório tradicional. No Brasil, por exemplo, estima-se dade (incluindo por temperaturas e eventos meteorológique os hospitais respondam por mais de 10 por cento do uso cos extremos) e algumas melhorias marginais na saúde em potencial devido às mudanças climáticas (ex.: zonas menores comercial de energia no país. Este uso intensivo de energia, de malária em partes da África) podem de alguma forma na medida em que depende de combustíveis fósseis, significa reduzir tal crescimento na demanda.291 que os custos operacionais dos hospitais estão vulneráveis à volatilidade dos mercados de energia e aumentos nos preços 33 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Doenças respiratórias e cardiovasculares Doenças negligenciadas Altos níveis de concentração de material particulado no ar, em muitas cidades da América Latina, Ásia e África – com frequência relacionados com os setores de energia, transporte e indústria, assim como a quei-ma de lixo e resíduos da colheita – podem levar ao aumento dos níveis de doenças respiratórias e cardiovasculares. A poluição do ar tanto dentro e fora das construções causa mais de 3 milhões de mortes prematuras em todo o mundo a cada ano.292 Concentrações crescentes de ozônio em regiões de industrialização rápida perdem apenas para material particulado em relação aos efeitos sobre a saúde humana, levando a danos nos pulmões e causando uma estimativa de 700.000 mortes respiratórias por ano (mais de 75 por cento destas na Ásia).293 Várias das doenças que as mudanças climáticas provavelmente propagarão, tais como malária e dengue, são “doenças negligenciadas” que recebem menos investimentos farmacêuticos e esforços de pesquisa e desenvolvimento. Empresas farmacêuticas podem enfrentar pressões crescentes do mercado para impulsionar os esforços de desenvolvimento de medicamentos nestas áreas.299 Doenças por exposição ao sol Trauma A redução drástica no consumo de substâncias que destroem a camada de ozônio pode ajudar a evitar as altas incidências de câncer de pele, catarata e supressão do sistema imunológico no futuro. Porém, concentrações estratosféricas destas substâncias nocivas se mantêm altas devido a longa vida útil na atmosfera, o que significa que os impactos na saúde (e a demanda por serviços de saúde para lidar com eles) também podem se manter altos por algum tempo.294 A maior incidência e seriedade de eventos climáticos extremos pode, cada vez mais, prejudicar a saúde física e mental, com milhões de pessoas sofrendo ferimentos, doenças, deficiências de longo prazo e danos emocionais.301 Chumbo e outras poluições tóxicas A ampla descontinuação do uso de chumbo nos combustíveis resultou em reduções muitos significativas nos níveis deste metal no sangue humano, amplamente minimizando a incidência de envenenamento por chumbo e seus efeitos adversos e muitas vezes irreversíveis em humanos, especialmente em crianças.295Por outro lado, estima-se que cerca de 125 milhões de pessoas estão sob o risco de poluição perigosa, incluindo por chumbo, em 49 países de renda baixa ou média – uma carga global de doença similar à da malária – com grandes impactos advindos da reciclagem de baterias chumbo-ácida e da fundição de chumbo.296 A exposição cada vez maior à quantidade crescente de substâncias químicas tóxicas pode levar à incidência maior de várias consequências à saúde, incluindo danos a órgãos como o cérebro, pulmões, fígado ou rins; danos aos sistemas imunológico, respiratório, cardiovascular, nervoso, reprodutivo ou endócrino; além de doenças congênitas e crônicas como câncer, asma ou diabetes. Em particular, este é o caso de países de renda baixa ou média, onde a intensidade das substâncias químicas está crescendo e onde os custos de saúde relacionados à exposição química se tornarão cada vez mais significativos.297 Doenças transmitidas pela água e por vetores Água contaminada, particularmente na África e no sul da Ásia, causa uma variedade de doenças, incluindo diarréia, que é uma das doenças com maior incidência no globo. Temperaturas mais quentes, mudanças nos padrões e níveis de chuva, enchentes e outros impactos climáticos podem afetar a distribuição e incidência de doenças transmitidas pela água, assim como doenças transmitidas por vetores. Condições secas também favorecem surtos de meningite meningocócica e cólera.298 34 Desnutrição Impactos das mudanças climáticas, escassez de água e outras projeções ambientais sobre as colheitas, junto com o aumento da população podem levar a efeitos maiores da desnutrição.300 Alergias Considera-se que as mudanças climáticas levem a uma produção maior de alérgenos e, desta forma, a uma incidência maior dos sintomas nas pessoas que têm alergia, aumentando a demanda por serviços médicos e medicamentos para tratar estes sintomas.302 Medicamentos que requerem água ou temperatura controlada Desafios crescentes em relação à qualidade da água, escassez de água e mudanças climáticas podem criar uma pressão de mercado sobre as empresas farmacêuticas para desenvolver mais medicamentos cuja eficácia não dependa de tomá-los com água limpa ou de transporte e armazenamento em ambientes de temperatura e umidade controladas.303 Remédios Tradicionais Frequentemente, nos países em desenvolvimento, a perda de biodiversidade ameaça à saúde e ao bem estar de populações dependentes de plantas medicinais naturais que enfrentam um grande risco de extinção nestas partes do mundo.304 Então, a perda de biodiversidade provavelmente terá efeito negativo no fornecimento de remédios tradicionais pela indústria farmacêutica.305 Preço e acesso aos medicamentos Impactos crescentes das mudanças climáticas, escassez de água e outras projeções ambientais sobre a capacidade de produção na Índia, que atualmente produz uma grande porcentagem dos medicamentos genéricos do mundo, pode afetar a disponibilidade e custo destes medicamentos.306 Governos são grandes compradores de serviços de saúde em muitos mercados, logo, o aumento dos impactos negativos das mudanças climáticas e outras projeções ambientais sobre as finanças governamentais podem levar à redução dos gastos do governo com saúde, o que, por sua vez, pode afetar os preços dos medicamentos e a venda (e consequentemente o acesso) de medicamentos mais modernos.307 3. Implicações específicas aos setores Implicações nas Políticas Carga geral de doenças Cerca de 24% do total global das doenças e 23% de todas as mortes podem ser atribuídas a fatores ambientais. Regulamentações e tratados internacionais restringindo a poluição do ar, da água, produtos químicos, mercúrio e outros problemas ambientais devem ajudar de alguma forma a reduzir as doenças (e a demanda por serviços de saúde) atribuída a estes fatores ambientais.308 Edificações Verdes Preocupações crescentes sobre as projeções ambientais podem levar a mais regulamentações exigindo que hospitais, asilos e outras instalações de saúde que querem expandir ou reformar façam os serviços de acordo com padrões de construções verdes que, entre outras coisas, usam materiais de construção reciclados, reduzam o uso de energia e água, limitam o uso de fluidos refrigerantes que destroem a camada de ozônio e promovam opções de transporte alternativos para os funcionários.309 Resíduos de instalações de saúde Preocupações crescentes com a contaminação por fármacos e produtos químicos da água e do ar podem levar a regulamentações mais rígidas (ou aplicadas mais rigorosamente) no gerenciamento dos resíduos farmacêuticos e outros fluxos de resíduos das instalações de saúde, alguns dos quais podem ser altamente tóxicos (ex.: substâncias de quimioterapia, solventes).310Isso pode incluir restrições maiores sobre a incineração de lixo hospitalar, que é uma das fontes principais de dioxinas, mercúrio, chumbo e outros poluentes.311 Produtos médicos verdes Empresas de dispositivos e suprimentos médicos podem enfrentar pressões regulatórias e do mercado para oferecerem produtos mais sustentáveis (ex.: que reduzam o uso de substâncias químicas perigosas) aos fornecedores de serviços de saúde.312 Implicações à Reputação Pegadas ecológicas Instalações de saúde que tomaram medidas para reduzir suas pegadas ecológicas (e, simultaneamente, melhorar o conforto dos pacientes) podem obter benefícios a sua reputação dentro de suas comunidades e serem mais capazes de atrair pacientes e funcionários.313 Biodiversidade e Água Empresas farmacêuticas que têm como fonte ingredientes ativos ou inertes de espécies superexploradas ou que extraem água sem levar em consideração as comunidades locais e as necessidades ambientais podem enfrentar danos às suas reputações e acesso futuro restrito, particularmente se houver conflitos com as comunidades locais que dependem da água ou usam as espécies para a medicina tradicional. Empresas que dependem de ingredientes inertes como o óleo de palma, que está associado com o desmatamento e outros danos ao ecossistemas, podem enfrentar riscos similares.314 35 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S 3.8 Tecnologia da Informação e da Comunicação O setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) – aqui considerado como englobando hardwares e softwares de computadores, telefones celulares e outros dispositivos eletrônicos de informações e comunicação– enfrenta alguns riscos, mas também oportunidades de mercado significativas devido às projeções ambientais e fatores subjacentes. Este setor tem ligações óbvias com, virtualmente, todos os outros setores de negócios, muitos dos quais também apoiam a TIC (ex.: energia elétrica, extrativistas), assim como todos os setores dependem cada vez da TIC para uma série de necessidades. Implicações Operacionais Custos da Energia O uso de energia pelo setor de TIC é grande e crescente. Os centros de dados representam a parte com o crescimento mais rápido em relação à pegada de carbono, que, acredita-se que corresponda a 2% das emissões globais de gases do efeito estufa até 2020. Centros de dados podem usar de 100 a 200 vezes mais eletricidade que um prédio comercial comum. Isso faz com que os custos operacionais das empresas de TIC sejam vulneráveis à volatilidade do preço da energia e às regulamentações ou impostos sobre as emissões de gases do efeito estufa.315 Confiabilidade na eletricidade Crescentes faltas ou interrupções de energia devido a uma variedade de projeções ambientais pode interromper a produção de TIC, custando às empresas milhões de dólares em materiais perdidos.316(Veja a seção 3.3 acima para mais informações sobre os impactos no setor de energia elétrica). Disponibilidade e qualidade da água A produção de componentes e produtos de TIC e o resfriamento de centros de dados requerem volumes significativos de água. A produção de semicondutores, em particular, requer grandes volumes de água ultra pura (o que envolve um processo de purificação) e com frequência estão localizados em regiões do mundo com grande risco de escassez de água (ex.: Ásia, sudoeste dos EUA). O setor então enfrenta o risco crescente de custos operacionais mais altos e operações interrompidas ou paradas (e consequente perda de renda), devido a preocupações com a escassez e qualidade da água.317 Minerais e Metais O setor de TIC depende fortemente do fornecimento de minerais e metais, incluindo cádmio, gálio, tântalo e lítio. Isso expõe o setor a interrupções no fornecimento por parte da in- 36 dústria mineradora causadas por uma variedade de projeções ambientais.318 (Veja a seção 3.4 acima para mais informações sobre os impactos no setor extrativista) Continuidade dos negócios Eventos meteorológicos extremos e o aumento dos níveis dos mares associados às mudanças climáticas podem danificar ou interromper as operações produtivas do setor de TIC, as redes de dados, equipamentos, escritórios e outros ativos físicos (ex.: torres de celular). 319Uma enchente grave na Tailândia em outubro de 2011, por exemplo, danificou seriamente e interrompeu a produção de discos rígidos, levando a perdas nas vendas, produção suspensa e lançamento atrasado de alguns produtos – forçando empresas a reparar e reformular suas cadeia de suprimentos.320O setor de TIC pode precisar aumentar os investimentos em redes, instalações e outras infraestruturas mais resistentes .321 O Vale do Silício no estado da Califórnia, nos Estados Unidos – casa do Facebook, Google, Intel e muitas outras empresas de TIC localizadas na Baía de São Francisco – está entre 3 e 10 pés (aproximadamente de 1 a 3 metros) abaixo do nível do mar, e já depende de diques para deter a água; o aumento do nível dos mares ou uma grande ressaca poderiam danificar e/ou transbordar os diques, colocando os prédios e instalações das empresas de TIC em risco.322 Implicações de Mercado Demanda Geral O crescimento populacional, a urbanização e o desenvolvimento econômico criarão uma demanda crescente por produtos e serviços de TIC como celulares e acesso à internet, em especial em países em desenvolvimento. O aumento da urbanização também cria oportunidades para o setor dentro das novas cidades “inteligentes” com sistemas de serviços integrados (ex.: trânsito).323 Eventos meteorológicos extremos e aumento no nível dos mares associados às mudanças climáticas podem danificar ou interromper as operações de produção, redes de dados, equipamentos, escritórios e ativos físicos do setor de TIC –e.x.:torres de celular. 3. Implicações específicas aos setores Permitindo melhorias ambientais Substituição de bens e serviços tradicionais Conforme os esforços para lidar com os impactos das projeções ambientais crescem, o setor de TIC provavelmente terá mercados em expansão ou novos para a coleta de informações, análise de dados, produtos para integração de sistemas e serviços para monitorar e melhorar a eficiência energética, hídrica e de outros aspectos do desempenho ambiental em muitos outros setores. Provavelmente a TIC cada vez mais permitirá aos setores acompanhar o uso de seus recursos e suas emissões em tempo real. Preocupações crescentes com a variedade de impactos das projeções ambientais podem criar oportunidades de mercado crescentes para o setor de TIC para substituir bens ou serviços tradicionais por outros eletrônicos ou “virtuais”. Por exemplo, o setor provavelmente levará ao aumento da demanda por produtos ou serviços que permitam videoconferência ao invés de viagens, teletrabalho ao invés de deslocamento para o trabalho, materiais eletrônicos ao invés de papel ou outros produtos físicos, governo eletrônico, ao invés de serviços em papel e presenciais , e comércio online ao invés de construir, gerenciar e ir às lojas.325 Empresas de TIC podem ter maior demanda por serviços que reduzam a quantidade de água necessária para produção em outros setores (e em seus próprios). Elas devem ver o crescimento da demanda por prédios inteligentes (ex.: com sistemas de gerenciamento de energia predial), motores inteligentes (ex.: com variadores de velocidade) e processos de automação da manufatura, transporte inteligente e sistemas de armazenamento logístico (ex.: transferências intermodais, otimização de rotas). A TIC pode ter demanda aumentada por parte da agricultura para produtos e serviços que permitam aos agricultores avaliar mais precisamente quanto de irrigação e fertilizantes a produção precisa, reduzir a quantidade de terra necessária para a produção pecuária e prever melhor o clima. A TIC pode permitir o uso de rastreamento do transporte de resíduos perigosos dentro e além das fronteiras. No setor de energia elétrica, redes inteligentes dependerão da TIC para integrar quantidades maiores de energia renovável, geração distribuída, gerenciamento de demanda, preço em tempo real e balanceamento de carga, enquanto também reduz as perdas de eletricidade na transmissão e distribuição.324(veja as seções 3.1, 3.3 e 3.6 acima e 3.10 abaixo para mais informações sobre os impactos nos setores de construção civil, energia elétrica, alimentício e de transportes). Coletando dados ambientais O setor de TIC levará à demanda crescente por produtos e serviços para rastrear e avaliar melhor o estado e as projeções ambientais, incluindo permitir monitoramento remoto e local das mudanças ambientais. Além disso, o setor pode aumentar a demanda (particularmente em mercados emergentes) por ferramentas que ajudem os clientes a entender, antecipar, avaliar e integrar medidas em preparação para se adaptarem às mudanças climáticas, incluindo sistemas de alarme de emergência e desastres (ex.: o Centro de Operações Rio, no Brasil, desenvolvido pela IBM), e a continuidade dos negócios e produtos e serviços de recuperação.326 Hardware Verde As empresas de TIC podem sofrer pressão crescente por parte dos consumidores para reduzir a intensidade de carbono e energia e o uso de substâncias tóxicas – e pode ter um crescimento correspondente na demanda por “TIC verde”, mais sustentável e eficiente energeticamente. As empresas de TIC podem também sofrer pressões de clientes corporativos de outros setores que também estão sob pressão para reduzir suas pegadas ambientais.327 Diminuição potencial projetada em 2020 das emissões diretas da indústria de TIC e emissões globais de GHG Fonte: GeSI SMARTer 2020: The Role of ICT in Driving a Sustainable Future, Global e-Sustainability Initiative, 2012 37 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Implicações nas Políticas Implicações à Reputação Emissões de gases do efeito estufa Impactos da cadeia de suprimento no meio ambiente O setor de TIC pode enfrentar limitações crescentes à emissão de gases do efeito estufa como SF6 e PFCs durante a produção, uso e fim de vida de seus produtos.328 Dada a preocupação crescente com as projeções ambientais negativas, o setor de TIC pode expor sua reputação a riscos devido aos sérios impactos ambientais causados pela retirada de materiais-chave (ex.: minério de coltan retirados do leste da Republica Democrática do Congo) e pela manufatura de seus produtos (ex.: poluição por metais pesados na água da Bacia do Rio das Pérolas na região de Guangdong na China .332 Resíduo eletrônico Preocupações crescentes com os impactos de resíduos eletrônicos, que é o resíduo com as taxas de crescimento mais rápido do mundo (estimado em 20-50 milhões de toneladas totais por ano), no meio ambiente e na saúde humana nos países em desenvolvimento, podem levar a uma pressão maior dos consumidores e dos requisitos regulatórios (ex.: Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010, no Brasil) sobre as empresas no setor de TIC para que tenham mais responsabilidade sobre a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos.329 Resíduos Perigosos Os efluentes da produção de semicondutores podem conter uma variedade de substâncias químicas perigosas, incluindo arsênio, antimônio e ácido fluorídrico. Preocupações crescentes com a contaminação da água e do solo podem levar a regulamentações (e contenciosos) mais rígidas, requerendo que empresas gerenciem melhor as substâncias químicas perigosas em seus fluxos de resíduos e que recuperem os locais já contaminados.330 Eficiência Energética Normatizações com o objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa ou melhorar a eficiência energética podem levar a uma maior adoção da TIC. Por exemplo, códigos de construção e outras medidas normativas para melhorar a eficiência das construções podem estimular os estudos de caso para investir em sistemas de gerenciamento energético em prédios novos ou melhorados.331 (Veja a seção 3.1 acima para mais informações sobre os impactos no setor de construção civil). 38 Descarte de resíduos O descarte dos produtos rapidamente obsoletos do setor impõe um risco à reputação das empresas de TIC, conforme a poluição química perigosa e os efeitos resultantes na saúde dos locais de despejo de lixo eletrônico – como aquele na favela Agbogbloshie nas redondezas de Accra, em Gana – se tornam mais proeminentes.333 Energia Dado o crescente uso de energia por seus centros de dados, as empresas de TIC podem ter riscos crescentes à reputação baseados na eficiência e fontes de energia usada para alimentar estes centros, com maior consumo e pressão das ONGs para impulsionar a eficiência energética e o uso de energia renovável.334 Água A significativa demanda por água para a produção de TIC e resfriamento dos centros de dados pode criar riscos à reputação para o setor e limitações aos planos de expansão, particularmente em regiões em que a água é escassa.335 Soluções Ambientais As empresas de TIC que são reconhecidas por contribuírem para resolver grandes desafios ambientais como mudanças climáticas, qualidade/ disponibilidade de água e desmatamento podem ter benefícios em suas reputações.336 3. Implicações específicas aos setores 3.9Turismo O setor de turismo é considerado aqui como englobando os negócios relacionados a ajudar as pessoas a viajarem e se hospedarem em locais por lazer, negócios ou outros fins. Ele enfrenta riscos e oportunidades significativos devido às projeções ambientais, principalmente porque o clima, as condições metereológicas, e os recursos naturais são atributoschave para deixar os destinos turísticos interessantes à visitação. O setor turístico também está relacionado aos impactos das projeções ambientais em diversos outros setores – de forma mais próxima, claro, com o setor de transporte (que é levado em consideração nesta seção mas é detalhado na seção 3.10 abaixo). Implicações Operacionais Custo da energia O consumo de energia pelo setor de turismo é considerável, crescente e dependente de combustíveis fósseis. As viagens de turismo estão crescendo assim como a tendência de viajar para mais longe através de meios de transporte intensivos em energia (ex.: aviões e carros ao invés de trens). O turismo é responsável por cerca de 5% das emissões de gases do efeito estufa, 75% dos quais é devido ao transporte (incluindo 40% da aviação, 32% de carros, e cerca de 1,5% de navios de cruzeiro).Turismo de cruzeiro é a forma mais intensiva em energia considerando-se turista por viagem (veja a seção 3.10 abaixo para mais informações sobre os impactos no setor de transportes).Outros 21% das emissões do setor vêm da acomodação de turistas (a maior parte de aquecimento e ar condicionado). (Veja a seção 3.1 acima para mais informações sobre os impactos no setor de construção civil).O setor de turismo está então vulnerável à volatilidade dos preços da energia e regulamentações ou taxas visando a emissão de gases do efeito estufa, o que pode afetar os custos de chegar e ter conforto nas localidades turísticas.337 Investidores do setor para reduzir o consumo de energia, geraram retornos significativos com prazo de retorno pequeno.338Por outro lado, em alguns casos, os esforços das empresas turísticas para se adaptarem às condições climáticas em mudança podem levar a uso de energia e custos operacionais ainda maiores. Por exemplo, invernos mais quentes e camadas de neve reduzidas podem aumentar os custos operacionais (tanto de energia quanto de água) para resorts de ski que precisam realizar esforços para produzir neve (considerando que o clima esteja frio o suficiente), apesar dos custos de aquecimento de áreas internas poderem diminuir.Temperaturas mais altas e o aumento da incidência de ondas de calor podem também aumentar os custos operacionais para empresas hoteleiras em destinos de clima quente, que precisam oferecer níveis bem maiores de ar condicionado para garantir o conforto em áreas internas.339 Recursos Locais Diminuição na disponibilidade de recursos locais (ex.: água, comida) devido às projeções ambientais pode levar ao aumento dos custos de operação e à necessidade de importar mercadorias e matérias primas.340(Veja a seção 3.6 acima para mais informações no impacto o setor de alimentos e bebidas) Continuidade dos negócios O aumento de eventos meteorológicos extremos (ex.: tempestades, enchentes, incêndios florestais) podem danificar fisicamente a infraestrutura e instalações turísticas e levar a perdas por interrupções nos negócios.341Ilustrativo dos riscos são os danos causados em dezembro de 2012 pelo Ciclone Evan em hotéis, resorts e no aeroporto internacional de Samoa, incluindo milhões de dólares em danos ao Hotel Aggie Grey.342 Interrupção de Viagens O aumento dos eventos meteorológicos extremos causados pelas mudanças climáticas também pode interromper as viagens de turismo. Por exemplo, tempestades severas na Europa e parte dos Estados Unidos durante o inverno de 20102011 fecharam aeroportos e diminuíram a renda proveniente de parques e resorts da Walt Disney Company no primeiro trimestre de 2011.343Naquele inverno, tempestades em outras partes dos Estados Unidos também impediram que muitos dos consumidores da Boyd Gaming visitassem suas operações de jogos, custando à empresa quase 3 milhões de dólares em ganhos.344 (veja a seção 3.10 abaixo para mais informações sobre os impactos no setor de transportes). Implicações de mercado Demanda Geral Globalização, crescimento da população, urbanização e desenvolvimento econômico, em particular nos países emergentes e em desenvolvimento, criarão uma demanda crescente pelo setor de turismo, já que será mais fácil transpor fronteiras, mais pessoas (especialmente em cidades congestionadas) buscarão viagens de escapismo e rendas crescentes para permitir que sejam feitas.345 A volatilidade dos preços da energia e a pressão crescente para reduzir as emissões (veja Implicações Operacionais acima) podem fazer o preço dos transportes aéreos ficar mais caro, reduzindo a demanda por viagens de longa distância e consequentemente pelos serviços turísticos, dando maior acesso aos consumidores locais.346Custos mais altos, entre outros fatores, podem levar à demanda reduzida de viajantes a negócios, que podem, ao invés de viajar, preferir usar a videoconferência.347 (Veja a seção 3.7 acima para mais informações sobre o impacto no setor de TIC). 39 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S Mudanças nas condições ambientais locais Eventos meteorológicos extremos, impactos de longo prazo das mudanças climáticas, escassez de água, diminuição da biodiversidade e outras mudanças nas condições ambientais podem influenciar alguns destinos turísticos tornando-os mais ou menos desejáveis, fundamentalmente afetando a demanda do mercado por empresas relacionadas àquelas localidades. Por exemplo: • Aumento dos níveis dos mares e a incidência crescente de furacões e tempestades tropicais podem reduzir a demanda por empresas, tais como resortes, que promovem férias na praia. • Invernos mais quentes e geleiras em derretimento podem reduzir a demanda por empresas que promovem atividades de clima frio ou de neve. Dos 103 resorts de ski operando no nordeste estadunidense, menos da metade deve se manter economicamente viável daqui a 30 anos se as temperaturas médias no inverno aumentarem entre 2.5o e 4oF. • Temperaturas mais altas dos mares, aumento da acidificação dos oceanos, e diminuição da biodiversidade marinha podem reduzir a demanda por empresas que promovem atividades relacionadas aos exuberantes recifes de corais (ex.: snorkeling, mergulho) • Mudanças nos níveis e regimes de chuva, secas e enchentes, assim como questões de qualidade da água, podem afetar a demanda por empresas que promovem atividades recreacionais em lagos, rios ou na neve (ex.: pesca, passeios de barco, rafting em águas limpas). • Uma variedade de tendências ambientais pode afetar o turismo relacionado com a produção agrícola e de alimentos (ex.: enoturismo) (veja a seção 3.6 acima para mais informações sobre os impactos no setor alimentício). . Tais mudanças podem forçar empresas de turismo, em particular empresas dependentes da demanda sazonal, a alterar suas estações primárias, mudar locais ou expandir sua gama de ofertas recreacionais para permitir geração de renda durante todo o ano. Por outro lado, verões mais quentes e invernos mais curtos podem estender as temporadas turísticas em localidades tipicamente frias, e a diminuição Eventos meteorológicos extremos, impactos de longo prazo das mudanças climáticas, escassez de água, diminuição da biodiversidade e outras mudanças nas condições ambientais podem fazer alguns destinos turísticos em particular mais ou menos desejáveis, fundamentalmente afetando a demanda do mercado por empresas relacionadas àquelas localidades 40 na cobertura de gelo do Oceano Ártico pode aumentar a demanda por turismo naquela região.348 Ecoturismo Conforme preocupações sobre as projeções ambientais crescem, também crescerá a demanda por turismo baseado na natureza, ecoturismo, e outras opções de turismo “verde” – pelos quais os turistas podem estar dispostos a pagar mais. Esta demanda pode levar mais empresas de turismo, incluindo as pequenas e médias empresas que são a maioria do setor, a melhorar o desempenho sustentável e a oferecer opções de turismo verde a fim de se manterem competitivas. A maior demanda dos consumidores por experiências turísticas que envolvam a fauna, ecossistemas intactos, ou quase intactos, e locais que podem mudar ou desaparecer devido à mudança climática pode tanto aumentar o impacto ambien-tal do turismo nestes locais ou levar o setor a aumentar os esforços (incluindo parcerias público-privadas) para proteger ecossistemas sensíveis.349 Agroturismo Esforços para proteger a biodiversidade e a qualidade da água em ambientes agrícolas podem levar ao aumento ou restauração dos campos, o que podem aumentar a demanda por agroturismo.350 Implicações nas Políticas Uso de recursos locais e construções Preocupações crescentes com o declínio da biodiversidade, perda de habitat, escassez de água, vulnerabilidade aos impactos climáticos, e outras projeções pode levar a regulamentações novas ou mais exigentes (ex.: leis de zoneamento, regras ambientais) que restringem ou alteram algumas das práticas atuais do setor, incluindo pesca em recifes de corais, despejo de esgoto, construções em mangues na costa e uso de água por campos de golfes.351 Poluição por cruzeiros Preocupações crescentes sobre a poluição da água e do ar podem levar a regulamentações novas ou mais rígidas sobre cruzeiros em portos e cidades portuárias e próximos à costa, aumentando os custos para os operadores destes navios.352 Implicações à reputação Consumo de água O setor de turismo pode ser o grande usuário de água em alguns países e regiões com escassez (ex.: pequenas ilhas), usando água em campos de golfe, jardins irrigados, piscinas, quartos para os hóspedes e outros fins. Isso pode pressionar as fontes de água locais já escassas, competir com outros setores locais, ameaçar as necessidade de subsistência das populações locais e resultar em grande desigualdade entre o uso de água pelos turistas e pelas comunidades vizinhas – desta forma criando riscos à reputação (e altos custos da água) para o setor.353 3. Implicações específicas aos setores Uso da terra De forma similar, na medida em que o desenvolvimento de instalações turísticas implica construir em terras agrícolas (ex.: para novos campos de golfe ou hotéis), empresas de turismo podem enfrentar oposição da comunidade e riscos à reputação, assim como pressões concorrentes sobre o uso da terra – particularmente arável – aumentam.354 Biodiversidade Turismo intensivo com frequência tem efeitos danosos na biodiversidade – incluindo recifes de corais, áreas úmidas costais e florestas tropicais – devido à poluição, desmatamento e outros impactos. Empresas que não forem capazes de incluir preocupações com a biodiversidade no planejamento dos destinos, nos investimentos e nas operações não só podem ter reduzida a criação potencial de valor do destino, mas também experimentar o aumento dos conflitos com as comunidades locais e aumentar os danos à sua reputação.355 Em contrapartida, as empresas de turismo que melhorarem suas práticas ambientais podem ter benefícios à reputação e de marketing. Por exemplo, a Exodus, uma operadora de turismo de aventura com sede no Reino Unido, obteve o aumento das reservas, publicidade positiva na mídia e um maior reconhecimento da indústria desde que adotou uma política de turismo responsável em 2000.356 Empresas que não forem capazes de incluir preocupações com a biodiversidade no planejamento dos destinos, nos investimentos e nas operações não só podem reduzir a atratividade dos destinos como contribuir para o aumento dos conflitos com as comunidades locais e aumentar os danos à sua reputação. 41 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S 3.10 Transportes O setor de transportes – aqui considerado como englobando o frete de mercadorias (por ar, ferrovias, mar ou rodovias) e transporte de passageiros (automóveis, trens, aviões), mas não transporte público (exceto quando pode impactar o setor privado) – se assemelha ao setor energético no que diz respeito a ser essencial para a sociedade moderna, estar na base praticamente de todos os outros setores, ter necessidades de recursos e impactos significativos, depender de infraestrutura extensiva e estar inexoravelmente ligado às causas e soluções das mudanças climáticas. O setor de transportes está exposto a sérios riscos, assim como algumas oportunidades, a partir das projeções ambientais e suas consequências. Implicações Operacionais Custo dos combustíveis O sistema global de transportes atual funciona praticamente todo à base de derivados do petróleo. O transporte consome mais da metade dos combustíveis fósseis líquidos do mundo hoje em dia, e acredita-se que seja responsável por quase todo o aumento no uso primário mundial de petróleo até 2030.357A lucratividade e custos do setor de transporte que opera veículos e embarcações – tais como transporte por caminhão, marítimo e empresas aéreas – são fortemente influenciados pelo preço do petróleo. Desta forma, estas empresas, que tendem a ter margens menores, são vulneráveis ao aumento dos preços do petróleo e flutuações no fornecimento (ex.: devido a limitações ou custos dos combustíveis fósseis impostos pelas políticas relacionadas ao clima). As empresas que forem mais eficientes em relação aos combustíveis e capazes de incorporar combustíveis mais limpos podem ter vantagens competitivas.358 Ao mesmo tempo, empresas que cada vez mais dependem de biocombustiveis podem enfrentar aumento nos preços e flutuações no fornecimento devido às projeções ambientais (ex.: secas) que afetam a produção da safra.359 Um clima mais quente também pode aumentar os custos energéticos associados com estocagem e transportes refrigerados.360 Fornecimento de Materiais O setor de transportes depende fortemente do fornecimento de certas matérias primas (ex.: metais, borracha), assim como de uma variedade de outros suprimentos que podem ser prejudicados por eventos meteorológicos extremos e outros fatores (veja, por exemplo, seção 3.4 acima para mais informações sobre o impacto no setor extrativista), o que pode aumentar os custos das empresas, gerar atrasos ou cortes temporários e levar à perda de negócios, contratos e clientes.361 42 Disponibilidade de água Produzir automóveis requer grandes quantidades de água, o que significa aumento da escassez em algumas regiões (e o consequente aumento da competição e regulamentação sobre a água), podendo adicionar custos operacionais para empresas que não se adaptem, determinando, por exemplo, a recuperação e a implementação de sistemas de redução de uso de água.362 Continuidade dos negócios Eventos meteorológicos extremos, aumento nos níveis dos mares, secas e outras condições climáticas relacionadas ao clima provavelmente terão impactos – tanto imediatos quanto de longo prazo – nas operações diárias, nos veículos e nas infraestruturas do setor de transportes. O aumento nos níveis do mar e tempestades podem prejudicar trajetos em que se passe por pontes, ou sob elas, e pode danificar portos, aeroportos e outras infraestruturas e instalações costeiras. Tempestades extremas e incêndios florestais podem fechar temporariamente portos ou rotas de transporte e danificar infraestruturas, veículos e instalações. Tempestades e ventos mais fortes podem deixar as viagens mais perigosas, aumentando os acidentes e os atrasos. Secas e enchentes podem interromper o tráfego de frete nos rios. Ondas de calor e o derretimento do permafrost podem danificar ferrovias, rodovias, pontes e aeroportos. “Ilhas de gelo” que se soltaram das geleiras da Groelândia, o que provavelmente se intensificará em um mundo aquecido, podem vagar em rotas de navegação, colocando em risco os transportes marinhos. Por outro lado, temperaturas mais altas podem reduzir os impactos dos ciclos de congelamento-desgelo, diminuir os custos de remoção da neve e aumentar o número de dias sem gelo em portos e hidrovias em alguns climas mais frios.363 Empresas de transporte e ativos em localizações altamente vulneráveis a impactos meteorológicos podem perder a cobertura do seguro. Além disso, muita da infraestrutura de transportes vulnerável pertence aos governos, aumentando o desafio de garantir sistemas mais resistentes ao clima.364 Carga útil A incidência crescente de ondas de calor extremas podem impactar as operações de carga aérea, assim como o calor extremo afeta o levantamento das aeronaves (particularmente em aeroportos de altas altitudes). Se as pistas não forem longas o suficiente, a carga útil nas aeronaves teria que ser reduzida (ou vôos cancelados). Por exemplo, estima-se que um Boeing 747 nos aeroportos de Denver e Phoenix nos EUA enfrentariam reduções de capacidade de carga durante o verão de 17% e 9% respectivamente até 2030, devido ao aumento das temperaturas e do vapor d’água.365 3. Implicações de Mercado Demanda geral Espera-se que os PIBs da Índia e da China cheguem ao nível ou ultrapassem o PIB dos EUA até o meio do século. Países e regiões estão se especializando (ex.: com foco em produção de bens em particular) para se tornarem economicamente competitivos, enquanto a mudança climática pode mudar a natureza e localização da produção agrícola, extração de recur-sos e viagens de turismo (veja as sessões, 3.4, 3.6 e 3.9 acima para mais informações sobre os impactos nos setores extrativista, de alimentos e bebidas e de turismo). Essa confluência de fatores terá implicações fundamentais para o comércio internacional, o fluxo global de mercadorias, a cadeia logística de suprimentos, e o desempenho de transporte já existentes (e a necessidade de novos) – e pode aumentar de forma significativa a demanda por transporte.366 Espera-se que o transporte por caminhão lidere o crescimento nos transportes de frete e, por conseguinte na demanda por combustíveis, nos países em desenvolvimento, enquanto as emissões de carbono dos navios podem mais do que dobrar até 2050. A expectativa é que a demanda da aviação cresça exponencialmente.367Os congestionamentos provavelmente vão aumentar nos maiores portos e aeroportos, resultando em atrasos, custos mais altos e mais poluição.368Alguns esforços atuais para reduzir as emissões pelos navios, como a adoção mais ampla de vaporização de baixa velocidade, podem ser revertidos a fim de responder à demanda vertiginosa – níveis de demanda que podem sobrecarregar portos e ancoradouros existentes.369 Além disso, o crescimento populacional, a urbanização, e o desenvolvimento econômico em países em desenvolvimento levarão ao crescimento na demanda por veículos automotores individuais. O número de veículos automotores já está crescendo muito mais rápido do que o número de pessoas no mundo, especialmente em nações como a Índia e a China. Em um caminho business-as-usual , a frota global de veículos é esperada para crescer de cerca de 800 milhões para 2-3 bilhões até o meio do século, com a maioria do crescimento nos países em desenvolvimento.370 Países em desenvolvimento preocupados com a poluição do ar, trânsito e limites de infraestrutura podem criar novas cidades que são efetivamente sem carros, ou ver cidades já existentes instituir mais restrições sobre a emissão de licenças para carros ou avançar outras iniciativas de planejamento urbano, que afetarão o crescimento da demanda pelo setor.371 Eficiência dos combustíveis e combustíveis limpos Como descrito acima, o sistema global de transportes depende em grande parte de derivados de petróleo.372 Desta maneira, os preços dos combustíveis fósseis e as flutuações no fornecimento podem influenciar a demanda varejista em termos de volume geral e preferência por veículos e barcos movidos a combustíveis fosseis. Preocupações com a qualidade do ar urbano e mudanças climáticas provavelmente vão aumentar ainda mais a pressão do mercado sobre os produtores de veículos e embarcações para que mudem o abastecimento Implicações específicas aos setores de seus veículos para combustíveis mais limpos, incluindo gás natural, biocombustiveis de segunda geração, hidrogênio e eletricidade. 373 Ao mesmo tempo, a volatilidade no preço da energia pode levar ao aumento da demanda por transporte marítmo em comparação com outras formas de transporte menos eficientes.374 Substitutos para o transporte convencional Preocupações com a qualidade do ar urbano, mudanças climáticas e a volatilidade do preço da energia também podem levar ao aumento do uso de teleconferências, teletrabalho, compartilhamento de veículos, transporte público, bicicletas e outros substitutos para o transporte convencional, e assim, de alguma maneira, ir reduzindo a demanda por algumas empresas no setor de transportes, ao mesmo tempo em que cria novas oportunidades para outras (ex.: empresas de compartilhamento de veículos ou empresas que produzem veículos de transporte público).375Além disso, estas preocupações podem abrir oportunidades de negócios para empresas de transporte para que respondam à demanda dos consumidores em outros setores buscando uma pegada ecológica reduzida das cadeias logística e de suprimentos.376 De forma mais ampla, a urbanização crescente e a gama de preocupações ambientais associadas aos transportes podem levar a uma mudança substancial no modelo de negócios automotivos no futuro próximo - de um modelo atual focado em veículos para um novo modelo que oferece múltiplas formas de se obter mobilidade sustentável individual.377 Frete Ártico As mudanças climáticas provavelmente levarão a uma abertura de rotas árticas de navegação e a um desenvolvimento maior dos recursos no Ártico, o que sugere que a região representará um mercado em expansão para empresas de navegação, ao mesmo em que aumenta o risco de danos ambientais aos ecossistemas frágeis.378 Implicações nas Políticas Poluição do ar O setor de transportes é uma fonte significativa de emissões Países em desenvolvimento de enxofre, óxidos de nitrogênio, preocupados com a poluição carbono negro (fuligem) e do ar, congestionamentos muitos outros poluentes. O transporte gera mais de 80% da e limites da infraestrutura poluição do ar em cidades nos podem criar novas cidades países em desenvolvimento. para funcionar efetivamente Em muitos locais, o setor já está sem carros, ou desenvolver sujeito a várias regulamentações novas iniciativas de que restringem as emissões planejamento urbano que e combustíveis dos veículos. afetarão o crescimento da Preocupações crescentes com a demanda para o setor qualidade do ar, sistemas de água e saúde humana – assim com o carbono negro e as mudanças climáticas – podem levar a regulamentações mais rigorosas e a outras iniciativas (especialmente na Ásia). Incentivos para 43 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S reduzir o conteúdo de enxofre em combustíveis diesel, emissões de óxido de nitrogênio dos transporte rodoviários, e uma variedade de emissões pelo transporte marítimo e portos (inclusive através da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL) e a Organização Marítima Internacional (OMI)). O cumprimento destas regulamentações pode aumentar a complexidade e os custos das empresas de transporte.379 Emissões de gases do efeito estufa Regulamentações com o objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa podem ter impactos significativos sobre o setor de transportes. A dependência dos combustíveis fósseis contribui com cerca de 25 % o das emissões de dióxido de carbono relacionados à energia, que ainda deverá crescer 1,7% ao ano até 2030.380 O setor já está sujeito a uma grande variedade de regulamentações (a maioria em países desenvolvidos e na China), incluindo padrões de economia energética nos veículos, emissão de gases do efeito estufa e impostos de carbono, que podem causar aumento de custos, mudar a demanda dos consumidores e influenciar o design dos produtos. Tais regulamentações só ficarão mais restritivas e comuns nos países em desenvolvimento conforme as preocupações com o clima aumentarem.381 Companhias aéreas e de frete podem ver as regulamentações sobre gases do efeito estufa ficarem mais rigorosas, tanto por parte das respectivas organizações internacionais (ICAO e IMO). Quando não houver uma abordagem global, uma colcha de retalhos de medidas regulatórias pode ser imposta por governos individualmente, já que qualquer um deles pode impulsionar o descarte precoce de veículos e embarcações.382 Ao mesmo tempo, os governos estão instituindo regulamentações e incentivos para estimular a adoção de transportes mais limpos, criando oportunidades para que empresas respondam a esta demanda.383 Biodiversidade Conforme crescem as preocupações com a biodiversidade e com espécies invasivas, empresas de frete podem esperar o aumento de regulamentações que requerem tratamento de água de lastro para matar organismos invasivos, ampliando as regras já adotadas pela IMO em 2009.384 Preocupações crescentes com a proteção de ecossistemas com alto valor de biodiversidade podem resultar em 44 mais recusas regulatórias para propostas de expansão das instalações de transportes (ex.: portos, aeroportos). Tais negativas às licenças podem forçar empresas a cancelar gastos investidos nos projetos e levar a potenciais quedas nos preços das ações.385 Descarte de fim de vida Preocupações com os fluxos de resíduos e a escassez de recursos podem levar a mais regulamentações sobre o tratamento de fim de vida para o setor de veículos (ex.: desmanche e reciclagem de navios) e seus componentes (ex.: baterias de veículos elétricos).386 De forma mais ampla, as pressões crescentes sobre os recursos globais podem levar a um maior foco regulatório sobre a promoção de processos “de circuito fechado” que reutilizam e reciclam.387 Implicações à Reputação Combustíveis / Comida / Florestas Preocupações crescentes com as mudanças climáticas (e com segurança energética) podem levar empresas de transporte a incorporar mais biocombustíveis em seus fornecimentos. A produção crescente destes combustíveis tem o potencial de aumentar a conversão de florestas em terras agrícolas, o que pode ter uma série de impactos ambientais e nos preços dos alimentos. Consequentemente, à reputação das empresas de transportes pode estar em risco devido à maior pressão normativa e dos consumidores para minimizar o uso de biocombustíveis ou para garantir a proteção de floresta e terras agrícolas.388 Mudança climática Preocupações crescentes com as mudanças climáticas colocam em risco às reputações das empresas de transportes que, segundo o público, não fazem sua parte para contribuir com soluções. Empresas podem cada vez mais ver benefícios ao aplicar ciência à tomada de decisões dos negócios e objetivos corporativos. Por exemplo, os planos tecnológicos da Ford se baseiam na análise de qual deveria ser a parte da empresa na redução das emissões de dióxido de carbono dos seus veículos leves para que se estabilize a concentração atmosférica em 450 ppm.389 ConcluSÃO 4.Conclusão Ao mesmo tempo em que os desafios são muitos, empresas que pensam a frente – em muitos setores e em diversos locais – estão ganhando vantagens competitivas ao entenderem as projeções ambientais e tomarem atitudes. O caminho adiante O cenário ambiental está mudando. Como consequência, o cenário do setor de negócios também está. Dessa forma, como os líderes de negócio podem garantir que os riscos e oportunidades impostos pelas projeções ambientais sejam entendidos, discutidos e transformados em vantagens competitivas de longo prazo? Nós apresentamos as seguintes recomendações: O GEO-5 mostra uma imagem assustadora do estado e das projeções do meio ambiente global. A degradação está acontecendo em muitos ecossistemas e já é visível em muitos indicadores ambientais. Embora haja alguns pontos positivos, a falta de mudanças regulatórias significativas, realizadas por ações combinadas de governo, empresas e outros atores, nos leva a pensar que a situação ambiental só poderá piorar, tanto no curto quanto no longo prazo. Para aqueles que ainda se perguntam por que o setor de negócios deve agir, este relatório esclarece que, em cada setor industrial, mudanças no ambiente global colocam em risco o valor dos negócios. O relatório também deixa claro que os riscos e oportunidades variam de setor para setor. Apesar de haver poucas novidades neste relatório, a figura completa que ele traz mostra que para cada setor, os impactos das mudanças ambientais nos negócios variam e são concretos e iminentes. • Aplique as recomendações gerais para o especifico. Os impactos identificados neste relatório são mais úteis para empresas individuais quando se pensa nos impactos em potencial. O próximo passo é aplicar este relatório ao modelo de negócios, localização geográfica, operações, cadeia de suprimentos, produtos e consumidores específicos de sua empresa. Considerando uma abordagem de ciclo de vida, avalie como as mudanças ambientais vão afetar seu negócio (ex.: classificação / rankeamento da relevância dos impactos específicos). Feito isso, tal análise vai esclarecer os riscos e oportunidades específicos que a sua empresa enfrenta. • Mitigue e se adapte. É crucial para as empresas minimizar seus impactos negativos no meio ambiente. Quanto mais eficiente a mitigação, menos severa será a adaptação necessária e o peso das regulamentações. Continue a procurar oportunidades para reduzir o impacto ambiental da sua empresa em todo o ciclo de vida. Tais reduções também podem aumentar a eficiência operacional, reduzir os passivos e melhorar a reputação da empresa. • Pense de forma estratégica. Adapte sua estratégia de negócios para enfrentar as mudanças ambientais no futuro. Integre informações sobre projeções ambientais ao planejamento e ao desenvolvimento de produtos, operações, marketing, relações externas e outras funções. • Seja transparente. As partes interessadas – incluindo investidores, empregados, consumidores, comunidades e ONGs – esperam um aumento de transparência das empresas. Regularmente relate às suas partes interessadas os impactos da empresa sobre o meio ambiente, assim como os riscos e oportunidades impostos pelas tendências ambientais. Descreva estratégias tanto para mitigar os impactos quanto Em todos os para se posicionar sobre as setores, e em condições em mudança, e uma variedade de também sobre o desempenho recente e os objetivos formas, os impactos futuros. Além de responder das mudanças às necessidades das partes ambientais sobre interessadas, transparência os negócios são e relatórios podem impulsionar melhorias internas de numerosos, materiais diversas formas• e iminintes. 45 G E O - 5 PA R A O S E T O R D E N E G Ó C I O S • Influencie políticas. As políticas públicas têm um papel importante em direcionar as projeções ambientais. Entretanto as empresas não devem simplesmente esperar que os governos tomem as medidas necessárias. Dialogue com legisladores e reguladores para moldar as políticas de modo que permitam e recompensem estratégias progressivas e bons desempenhos ambientais. • Colabore para soluções mais poderosas. Os desafios criados pelas mudanças no meio ambiente são muito grandes para uma empresa resolvê-los. Identifique organizações – governos, ONGs, competidores, fornecedores, clientes – que têm interesses em comum para lidar com os desafios, e juntos explorem como vocês podem colaborar para 46 achar soluções. Posteriormente, estabeleçam acordos que alavanquem a força de cada organização para chegar a um objetivo comum. Os impactos das projeções ambientais sobre os negócios não são mais preocupações futuras. Elas estão afetando empresas hoje, tanto de forma positiva quanto negativa. Aquelas que entenderem as pressões ambientais e levá-las em consideração em suas estratégias de negócio provavelmente estarão em posições melhores para um futuro próspero. N o ta s Notas 1 United Nations Environment Programme, Global Environment Outlook 5 (GEO-5): Environment for the future we want, 2012, p.36, http://www.unep.org/geo/pdfs/geo5/GEO5_report_full_en.pdf; The World Bank, Turn Down the Heat: Why a 4°C Warmer World Must be Avoided, November 2012, http://climatechange.worldbank.org/sites/ default/files/Turn_Down_the_heat_Why_a_4_degree_centrigrade_ warmer_world_must_be_avoided.pdf; PwC, Too late for two degrees? 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