CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ ANA PAULA KNAUL CONTRIBUIÇÕES DE PRÁTICAS TRANSDISCIPLINARES NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS ÍNDIGO São José 2011 ANA PAULA KNAUL CONTRIBUIÇÕES DE PRÁTICAS TRANSDISCIPLINARES NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS ÍNDIGO Trabalho elaborado para a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, para aprovação no Curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José – USJ. Orientadora: Profª. Dra. Izabel Cristina Feijó de Andrade. São José 2011 ANA PAULA KNAUL CONTRIBUÍÇÕES DE PRÁTICAS TRANSDISCIPLINARES NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS ÍNDIGO Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito final para a aprovação no Curso de Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José - USJ. Avaliado em: 20 de Junho de 2011 por: BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________________ Profª Dra. Izabel Cristina Feijó de Andrade – Orientador(a) Orientadora _______________________________________________________________ Profª MSc. Silvanira Lisboa Scheffler Membro Examinador _______________________________________________________________ Profª MSc. Marli Lucia Lisboa Membro Examinador Dedico este trabalho, a todas as crianças índigo, compreendidas em sua essência como uma rosa em seu desabrochar para a vida, envolvida pela natureza que conhece o seu papel neste mundo. A esta profundeza de ser humano incomparável que foi possível conhecer a partir das vivências e às futuras gerações que estão chegando nesse processo de evolução e transformação da humanidade. AGRADECIMENTOS A Deus, por me dar coragem, força de vontade e determinação para ampliar meus conhecimentos, com um desejo incessante de enfrentar desafios. A minha família, que foi muito importante na construção deste projeto, porque me proporcionou momentos de desabafo sobre os vários afazeres em que eu estava envolvida, em meio a construção deste projeto e me motivou a seguir em frente, para lutar pelos meus objetivos. Ao meu namorado, meu amor, grande companheiro de todas as horas, que soube me compreender nos momentos em que tive que me dedicar inteiramente para construção deste projeto, escutando-me e dialogando diariamente sobre a construção do mesmo. A minha querida professora orientadora, Dra. Izabel Cristina Feijó de Andrade, que me guiou, me instigando a buscar os fundamentos necessários para a concretização deste projeto, fomentando a minha sede pelo conhecimento. Aos demais membros da minha banca examinadora, por terem aceitado o meu convite para fazerem parte da avaliação deste estudo em que dirijo um olhar sensível sobre os educandos pesquisados. A todos os professores que fizeram parte da minha caminhada acadêmica no Centro Universitário Municipal de São José, contribuindo para aumentar minha bagagem pedagógica e para elaboração desta pesquisa. As minhas grandes amigas de sala de aula, Muller, Tavares, Hoffmann, Córdova, Geleucther, Kuhn, Fontanella, que levarei em meu coração para o resto da vida, porque juntas pudemos dialogar várias vezes sobre a elaboração de nossos projetos, uma auxiliando a outra em suas dúvidas e considerações. Ao Colégio Alternativo Talismã, por me ter proporcionado a oportunidade de encontrar um espaço onde pude estar em contato com essas crianças maravilhosas, que foram o foco principal do meu trabalho, e pela relação que consegui estabelecer com todos os que lá trabalham. Aos professores e parceiros do Colégio Alternativo Talismã, em especial à professora Marilene Furtado, psicopedagoga que atua na escola, que me ajudou em todos os momentos de dúvidas, respondendo aos meus questionamentos, iluminando o meu caminho na busca de respostas sobre as crianças índigo. Às crianças maravilhosas, que compartilharam comigo vários momentos na escola, e que me receberam todos os dias com muitos beijos e abraços, dedicando-me um carinho imenso e fazendo com que eu me sentisse acolhida no ambiente escolar em que realizei a minha pesquisa. Às crianças índigo pesquisadas: ao Lírio, pela nobreza de sentimentos que ele expressa através do olhar brilhante e de um sorriso esplêndido de felicidade; ao Jasmim, pela pureza e sinceridade que expressa no olhar intenso e profundo, que é como um rio de imaginações e sentimentos; e finalmente ao Girassol, uma personalidade verdadeira e serena, que cultiva a verdade e a justiça em todos os momentos. Agradeço a vocês, crianças, que me deixaram fazer parte deste mundo especial que existe dentro de cada um que pude conhecer, aos poucos, durante nossas vivências. Enfim, agradeço a todos que compreenderam este momento pelo qual atravessei e ao qual me dediquei de corpo e alma literalmente, para que este estudo tivesse a mesma essência que descobri nas crianças índigo - uma essência transcendental. Por favor, sintam-se todos homenageados. Convite para uma reflexão... TRANSFORMAÇÃO - O recado do lago Sou um lago que reflete o azul do céu, embora não seja o céu. Mesmo sendo lago, tenho o sol em meu espelho, tenho as nuvens em minha superfície, tenho a lua e as estrelas me adornando. Vou mudando de forma, continuamente, a depender da estação do ano. Posso tornar-me menor ou maior, mais calmo ou mais movimentado, mais cristalino ou com águas mais turvas. O mais importante é a riqueza que guardo em meu interior, os peixes que abrigo e a vida que habita ao meu redor, as flores que permito existir às minhas margens e as aves que vêm se encontrar e brincar em minhas águas. Nunca serei o mesmo e sempre serei eu mesmo... ...Não temo a mudança - eu a abençôo. E quando, mais tarde, deixar definitivamente de ser lago, minha água habitará o oceano ou o mais profundo veio da terra; meu leito será, talvez, uma floresta; e minha memória estará eternizada em todos os que se beneficiaram com meu ser inconstante. Kau Mascarenhas RESUMO Esta é uma nova era, de crianças mais evoluídas, as chamadas crianças índigo, que precisam de novas práticas pedagógicas para atender às suas especificidades. Com isso, surge a necessidade de dirigir um novo olhar para a educação, considerando o educando, sujeito complexo, como ponto de partida para a elaboração de uma metodologia diferenciada, que trabalha o conhecimento em diferentes níveis de realidade. Pensou-se, então, na prática transdisciplinar para configurar este novo modelo de ensino, que ultrapassa as disciplinas, fazendo com que o educando incorpore o conhecimento adquirido, contextualizando-o em sua realidade. Para a elaboração desta pesquisa, foi realizado um levantamento bibliográfico detalhado da temática em questão, para então ir-se a campo observar as crianças e confirmar se realmente a teoria se faz presente na prática cotidiana escolar. Esta pesquisa é qualitativa e conta com as análises e observações da pesquisadora, com o objetivo de compreender as vivências que envolvem o trio de alunos pesquisados. No campo, a pesquisa participante se fez presente, sendo realizadas duas oficinas, pautadas em estratégias transdisciplinares. Como estratégia para implantação da prática transdisciplinar, contou-se com as contribuições da Programação Neurolinguística ligada ao relaxamento a partir da imaginação criativa. Durante o desenvolvimento desta pesquisa, foi possível perceber, na prática em campo, nas observações realizadas, as dificuldades que os educadores têm para lidar com as crianças índigo, constatando-se, com isso, a importância de utilizar um novo método de trabalho, para conseguir realizar os exercícios pedagógicos com as demais crianças do grupo. Assim, a necessidade de uma metodologia diferenciada se fez presente durante as observações, quando se observou um lado espiritual evoluído dos índigos, que precisa ser trabalhado e compreendido, para que eles se desenvolvam juntamente às outras crianças. Palavras-chave: Crianças índigo. Transdisciplinaridade. Programação Neurolinguística. Relaxamento. Imaginação criativa. LISTA DE FOTOS Foto 01 Foto 02 Foto 03 Foto 04 Foto 05 Foto 06 Foto 07 Foto 08 Foto 09 Foto 10 Foto 11 Foto 12 Foto 13 Foto 14 Foto 15 Foto 16 Foto 17 Foto 18 Foto 19 Foto 20 Foto 21 Foto 22 Foto 23 Foto 24 Lírio .......................................................................................... Atividade da apostila de Lírio ................................................... Jasmim ..................................................................................... Girassol .................................................................................... Caixa de Valores ...................................................................... Momento da dinâmica da Caixa de Valores ............................ Relaxamento na oficina “A busca de si, no mundo da imaginação” .............................................................................. Girassol e Jasmim .................................................................... Girassol realizando seu desenho ............................................. Desenho de Girassol ................................................................ Jasmim pintando seu desenho ................................................ Desenho de Jasmim ................................................................ Desenhos das demais crianças que participaram da oficina ... Pesquisadora e as crianças no término da oficina ................... Relaxamento na oficina o mundo mágico das cores e dos sentidos .................................................................................... Jasmim socializando a sua interpretação na dinâmica ............ Lírio contando sobre a sua experiência imaginária .................. Momento da pintura da mandala ............................................. Mandala pintada por Lírio ........................................................ Mandala pintada por Jasmim ................................................... Mandala pintada por Girassol .................................................. Mandalas pintadas pelas demais crianças .............................. Jasmim e a pesquisadora com a sua flor amor perfeito .......... Índigos pesquisados: Girassol, Lírio e Jasmim ........................ 54 55 59 65 73 74 75 77 77 78 78 79 79 80 81 84 85 86 86 87 87 88 89 89 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................ 11 1.1 OBJETIVOS ................................................................................. 13 1.1.1 Objetivo geral ............................................................................... 13 1.1.2 Objetivos específicos ................................................................... 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................... 15 2.1 CRIANÇAS ÍNDIGO .................................................................... 15 2.2 CARACTERÍSTICAS POSITIVAS DAS CRIANÇAS ÍNDIGO ..... 21 2.3 CARACTERÍSTICAS NEGATIVAS DAS CRIANÇAS ÍNDIGO .... 22 2.4 PRÁTICA TRANSFORMADORA: TRANSDISCIPLINARIDADE . 24 2.5 PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA ................................... 28 2.6 RELAXAMENTO A PARTIR DA IMAGINAÇÃO CRIATIVA ........ 32 3 PERCURSO METODOLÓGICO ................................................. 36 3.1 OFICINAS TRANSDISCIPLINARES/INTERVENÇÕES .............. 41 3.1.1 Oficina: a busca de si no mundo da imaginação ......................... 42 3.1.1.1 Dinâmica da caixa de valores ...................................................... 42 3.1.1.2 Relaxamento dirigido ................................................................... 42 3.1.2 Oficina: o mundo mágico das cores e dos sentidos .................... 45 3.1.2.1 Dinâmica dos sentimentos representados pelas cores ............... 47 4 ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES EM CAMPO ........................... 49 4.1 CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS DO COLÉGIO ALTERNATIVO TALISMÃ – CONCEITUALIZAÇÃO COM OS BIÓTIPOS DOS ÍNDIGOS, POR NANCY ANN TAPPE................ 4.2 53 DIDÁTICA DO EDUCADOR NO PROCESSO DE ENSINO – APRENDIZAGEM DA CRIANÇA ÍNDIGO ................................... 67 5 ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES / PRÁTICA TRANSDISCIPLINAR ................................................................. 71 5.1 OFICINA: A BUSCA DE SI NOMUNDO DA IMAGINAÇÃO ........ 71 5.2 OFICINA: O MUNDO MÁGICO DAS CORES E DOS SENTIDOS .................................................................................. 80 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................ 91 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 93 ANEXOS .................................................................................................... 97 6 11 1 INTRODUÇÃO Em busca de um novo olhar para a educação, um olhar focado no educando, considerando o contexto em que cada um está inserido e respeitando suas especificidades, é que esta pesquisa propõe alternativas diferenciadas, com o objetivo de auxiliar no cotidiano, tanto escolar quanto social das crianças índigo. Este novo olhar é fruto da evolução do universo e para isso, é preciso atentar para esta nova geração de crianças, identificando as estratégias adequadas para uma educação transformadora. Os educadores da atualidade se deparam com uma nova geração de crianças, mais evoluídas, com um comportamento ainda não classificado pela psicologia, que não se contentam apenas com o conteúdo aplicado em sala de aula, que buscam algo mais, algo que transcenda. A utilização de disciplinas fragmentadas torna difícil associar a teoria à prática. Por isso, há necessidade de uma prática transdisciplinar, de uma caminhada entre as disciplinas, buscando ir além, trabalhando os diferentes níveis de realidade. Como afirma Morin (2009, p. 20), “o conhecimento torna-se pertinente quando é capaz de situar toda a informação em seu contexto e, se possível, no conjunto global no qual se insere.” No estágio de anos iniciais, percebeu-se a possibilidade de um fazer sersendo diferenciado. Isso serviu de guia para o desenvolvimento do tema em questão, instigando a pesquisadora a aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto e a procurar argumentos válidos para realizar uma prática alternativa que contemple as atuais exigências educacionais. A teoria e a prática estão ligadas intrinsecamente e se fizeram presentes durante a observação do estágio realizado junto a uma turma do 4º ano, no Colégio Alternativo Talismã1. A classe era composta por três meninas e quatro meninos, sendo que entre eles havia uma criança índigo. Durante uma observação do estágio, pode-se presenciar a prática da professora que lecionava naquela sala. Os alunos chegavam à sala, após uma aula de Educação Física, e o educando índigo, principalmente, não conseguia se 1 Localizada no município de São José - SC, no bairro Barreiros, há 14 anos, a escola segue uma perspectiva educacional inter e transdisciplinar, trazendo ao educando o saber como forma de transformação da realidade. 12 concentrar e prestar atenção às explicações da professora, inquietando, assim, os demais também. Então, a professora pediu que todos abaixassem a cabeça e começou a acalmá-los fazendo uma massagem em seus ombros. Em seguida, iniciou um relaxamento dirigido em que utilizou uma Programação Neurolinguística adaptada, fazendo com que os alunos recuperassem a atenção e participassem da aula. O resultado da prática daquela educadora foi significativamente impulsionador para esta pesquisa. Considera-se interessante citar aqui Vygotsky (1994, p. 340), que afirma: [...] ainda que a experiência emocional da criança em relação ao meio social é decisiva no curso de seu desenvolvimento psicológico, pois determina o tipo de influência que a situação ou o meio terá sobre ela. Não é um fator em si que influencia o curso do desenvolvimento da criança, mas os diversos fatores refratados pelo prisma da experiência emocional da criança. A necessidade de uma metodologia diferenciada, voltada às crianças índigo, criou um novo olhar para este educando, fazendo a pesquisadora escolher a transdisciplinaridade como ferramenta estratégica na prática da educação com estas crianças que hoje vêm sendo consideradas crianças difíceis de lidar na sala de aula. Desta forma, o objetivo foi proporcionar momentos de conhecimento interior, resultando em um melhor desenvolvimento para as mesmas. Tais momentos podem ser mediados por técnicas de relaxamento ou até mesmo de meditação. No caso desta pesquisa, optou-se pela técnica do relaxamento, tendo em vista a seguinte afirmação de Goleman (1999, p.32): [...] a meditação treina a capacidade de prestar atenção. Isso a diferencia de muitas outras formas de relaxamento que permite que a mente divague à vontade. Esse aguçamento da atenção dura além da própria sessão de meditação. Com uma prática pautada em técnicas de relaxamento é possível resgatar o mundo mágico da imaginação das crianças índigo, fazendo destas experiências uma forma de se autoconhecer e de se autotransformar de dentro para fora. Além da técnica de relaxamento, escolheu-se a Programação Neurolinguística, que auxiliou no desenvolvimento da imaginação criativa dessas crianças, e que nada mais é do que o relaxamento dirigido, pois a transformação exterior é a conseqüência da transformação interior 13 Estas discussões no campo educacional ainda são novas, mas as experiências práticas se multiplicam a cada dia. Entre elas, a transdisciplinaridade permite vislumbrar novos horizontes na área educacional. Portanto, este foi o desafio: apresentar outra forma de relacionamento com as crianças índigo e assim contribuir para a sua educação. Como ponto de partida, utilizou-se a Carta da Transdisciplinaridade, elaborada pelo comitê de redação, composto pelos autores Freitas, Morin, Nicolescu (1994), a qual aponta, no seu terceiro artigo, um objetivo muito importante: [...] a transdisciplinaridade é complementar à abordagem disciplinar; ela faz emergir do confronto das disciplinas dos novos dados que as articulam entre si; e ela nos oferece uma nova visão da natureza e da realidade. A transdisciplinaridade não busca o domínio de várias disciplinas, mas a abertura de todas elas àquilo que as atravessa e as ultrapassa. Desta forma, acredita-se que este trabalho poderá servir como fonte de referências para o aprofundamento científico na área da educação. 1.1 OBJETIVOS A seguir apresentam-se o objetivo geral e, posteriormente, os objetivos específicos. No objetivo geral, será apresentada a intenção principal desta pesquisa. Nos objetivos específicos, essa intenção será detalhada em categorias que serão contempladas no decorrer deste trabalho, para uma melhor compreensão do leitor. 1.1.1 Objetivo geral Propor uma metodologia transdisciplinar, utilizando como estratégias de atuação o relaxamento e a programação neurolinguística, para a ampliação da imaginação criativa e a busca do equilíbrio interior das crianças índigo, servindo como facilitadores no processo pedagógico escolar. 14 1.1.2 Objetivos específicos a) Observar e apontar as características pontuais das crianças índigo, suas qualidades e dificuldades. b) Aplicar a prática transdisciplinar no cotidiano escolar. c) Descrever as contribuições das técnicas de relaxamento e da programação neurolinguística na educação de crianças índigo. 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO Neste tópico, serão apresentados os fundamentos teóricos, amparados em autores que argumentam sobre: crianças índigo, prática transdisciplinar, programação neurolinguística e relaxamento a partir da imaginação criativa. 2.1 CRIANÇAS ÍNDIGO Com o propósito de discorrer um pouco mais sobre esta “nova era” que vem movimentando nosso planeta, a chamada era das crianças, buscou-se uma aproximação transdisciplinar na educação, na tentativa de seguir uma caminhada que se construirá durante as vivências. Para tanto, iniciou-se fazendo um levantamento bibliográfico detalhado, pois embora o assunto tenha muita informação, sendo esta muito extensa, é também algo novo, por isso, este levantamento tornou-se mais demorado e ao mesmo tempo desafiador. As informações sobre o assunto, obtidas com diversos autores, ora eram iguais, ora eram contraditórias. Neste estudo, procurou-se apontar as características dessas crianças e qual sua principal função neste planeta. A partir das leituras em Carrol e Tober (2008), Simon (2010) e Vecchio (2006), relacionadas às crianças índigo, pode-se dizer que são seres transformadores, que estão abrindo os caminhos de uma nova era e que, de maneira pacífica e harmoniosa, querem dar uma nova oportunidade às pessoas para que elas possam transformar o meio em que vivem e principalmente o seu interior, buscando o crescimento espiritual e preparando-se para o que ainda há por vir. Conhecer e dividir experiências faz com que todos possam aprender e aceitar o novo com outros olhos e de maneira mais aberta, sem preconceitos e reprovações. Todos empreendem uma caminhada única, e terão que dividir seus espaços, em todos os momentos, com pessoas que permanecerão junto durante todo o percurso, que estarão por alguns minutos do seu lado ou que até mesmo apenas passarão ao seu lado. Independente disso, é preciso fazer desta convivência uma experiência única e transformadora para o crescimento pessoal, pois cada um tem algo a ensinar e muito a aprender. Todos estes 16 momentos devem servir para o crescimento interior, de forma transformadora e feliz. Crianças do Novo Milênio, podendo ser assim chamadas, crianças que começaram a surgir aos poucos, a partir dos anos 80, com uma aura diferente ao seu redor, sendo ela azul claro, de acordo com Nancy Ann Tappe a primeira pessoa conhecida por ter visto a aura de um índigo, como Carrol e Tober (2005) abordam, (crianças que vieram com uma missão [para espiritualidade] estabelecida a cumprir, espalhar o amor, paz no mundo). Segundo Carrol e Tober (2005), os precursores do surgimento dos índigos, existem quatro biótipos destes índigos, cada um com certas características mais presentes, podendo ser: conceitual, artístico, interdimensional, humanista. Conceitual: estas crianças adoram atividades físicas. Interessam-se mais por projetos do que por pessoas, serão os futuros engenheiros, arquitetos, projetistas, astronautas, pilotos e oficiais militares. São extremos controladores, geralmente, dos pais. Na adolescência, têm grande chance de virem a usar drogas, como um refúgio. Quando não compreendidos, tendem a se isolar. Artístico: são seres extremamente sensíveis, com estrutura física menor em estatura, comparando com os demais. Poderão ser futuros médicos, ou seguirem seu lado artístico. Muito criativos, tem diversas aptidões artísticas. Interdimensional: são mais evoluídos espiritualmente, trarão novas filosofias para o mundo. Maiores em estatura. Desde cedo, têm caráter de autosuficiência, sempre argumentando que sabem tudo. Humanista: serão os futuros doutores, advogados, professores, vendedores, executivos e políticos, trabalharão com a massa. São hiperativos. Leitores ferozes. São muito simpáticos e sociáveis. Sabem lidar bem com as situações do cotidiano, têm grande aptidão para resolver problemas. Franco (2007, p.02) vem contribuir com algumas informações a respeito destes biótipos: [...] qualquer tipo de agressividade torna-as rebeldes, o que pode levar algumas a se tornar criminosos seriais. Os estudos generalizados demonstram que algumas delas têm pendores artísticos especiais, enquanto outras são portadoras de grandes sentimentos humanistas, outras mais são emocionais e outras ainda são portadoras de natureza transcendental. Aquelas transcendentais, provavelmente serão os grandes e nobres governantes da Humanidade no futuro. As artísticas vêm trazer uma visão diferenciada a respeito do Mundo, da arte, da beleza. Qualquer tipo 17 de punição provoca-lhes ressentimento, amargura que podem levar à violência, à perversidade. As informações sobre as crianças índigos ainda são recentes para o mundo acadêmico, e não há constatações científicas que possam apresentar provas da chegada delas, porém as bibliografias existentes são bastante convincentes e capazes de ajudar a chegar a alguma conclusão. Assim sendo, de acordo com o site Fonte de Luz (2001, p. 01), comenta que As Crianças Índigo têm estado a encarnar na Terra nos últimos 100 anos. Os primeiros Índigos eram pioneiros e mostradores de caminho. Depois da Segunda Guerra Mundial nasceram um numero significativo delas e estes são os adultos Índigo de hoje. No entanto, na década 70 uma onda grande de Índigos nasceu e por isso agora temos uma geração inteira de Índigos que estão a atingir o fim dos vinte anos e no principio dos seus trinta anos e que irão tomar o seu lugar como lideres deste mundo. Os Índigos continuaram a nascer até mais ou menos o ano 2000 com mais habilidades e maior grau de sofisticação tecnológico e criativo. Tais crianças apresentam maiores capacidades, aptidões, sensibilidade, afetividade, percepção, espiritualismo; todas estas características aparecem muito mais precocemente do que se está acostumado. Têm seus sentidos muito aguçados, assim se diferenciando dos demais, tornando-se destaque para observação e estudos no âmbito social. Mas afinal, quem são essas crianças? Como se pode identificá-las? Como se pode contribuir para sua evolução, buscando novas alternativas para lidar com elas, para um melhor convívio em sociedade? São muitos questionamentos que serão devidamente respondidos no decorrer da pesquisa. De acordo com o texto de Menezes (2001), a partir da década de 80 a chegada das crianças índigo começou a tornar-se visível de maneira mais expressiva. Para o autor citado, estas crianças estão chegando ao planeta para uma transformação social, educacional, familiar e espiritual. Os índigos utilizam o cérebro de maneira diferente, sendo que o hemisfério direito é mais potencializado e o esquerdo é menos, de acordo com Vecchio (2006). Isto significa que elas estão muito além do plano intelectual, destacando-se pelo seu comportamento. Estas crianças têm características tão diferenciadas que acabam por desafiar o ambiente em que vivem, quebrando paradigmas, fazendo com que o 18 agir e o pensar andem juntos ou pelo menos dentro do mesmo patamar, gerando uma sociedade mais coesa, confiante, transparente e, principalmente, muito mais autêntica. Além disso, estas crianças mostram que eu e o próximo somos um só, restabelecendo a confiança mútua, a confiança na humanidade, tendo como objetivo diminuir o egoísmo, a inveja, o ódio e potencializar conseqüentemente, mais solidariedade e doação. O que vem ocorrendo há anos com muita freqüência, é que estas crianças estão sendo confundidas, sendo chamadas de crianças com déficit de atenção e hiperatividade, também podendo ser confundidas com crianças autistas ou asperger. Com intuito de conhecer um pouco mais sobre o que se trata essas síndromes, alguns autores vêm argumentar: segundo Benczik (2000, p. 25) define o Transtorno de déficit de atenção/Hiperatividade como “um problema de saúde mental, considerando-o como um distúrbio bidimensional, que envolve a atenção e a hiperatividade/impulsividade”. Para Dias... et. al. (2009, p. 03) a síndrome de Asperger ou "Psicopatia Autística" como a síndrome foi inicialmente denominada pelo pediatra vienense Hans Asperger que, em 1944 descreveu um grupo de crianças, principalmente meninos, com um padrão típico de comportamentos e déficits. Ao resumir as características típicas desta alteração, o autor pontuou a aparência física das crianças, seu bom nível intelectual, dificuldades de linguagem e de atenção, um comportamento problemático em situações sociais e dificuldades emocionais. O autismo, como Klin (2006, p. 03) aborda, “também conhecido como transtorno autistico, autismo da infância, autismo infantil e autismo infantil precoce, é o TID mais conhecido. Nessa condição, existe um marcado e permanente prejuízo na interação social, alterações da comunicação e padrões limitados ou estereotipados de comportamentos e interesses”. De acordo com as características apresentadas pelas síndromes, algumas possuem pontos em comum com as características das crianças índigo, no entanto, as características dos índigos se sobressaem, podendo assim, considerá-los como as novas crianças mais evoluídas, como veremos posteriormente de forma mais detalhada. 19 Simon (2010) afirma que, atualmente, casos de crianças rebeldes, que se recusam a obedecer, comer, dormir e que desprezam a maior parte dos adultos deixaram de ser exceção e estão se tornando regra. Os pais, preocupados, não compreendendo a reação de seus filhos, acabam por achar que são crianças com problemas psicológicos, levando seus filhos a se consultarem com psiquiatras e a serem tratados com medicamentos psicotrópicos. Simon ainda completa afirmando que na França há cerca de 370 institutos de reeducação que acolhem crianças de 5 a 12 anos. Ainda conforme Simon (2010, p. 14): [...] esse tratamento químico é uma faca de dois gumes. Ele pode, com efeito, permitir que essas crianças hiperativas se integrem as normas em uso e, assim, tranqüilizar os pais, mas, como todas as drogas desse tipo, gera uma certa euforia que permite aos consumidores esquecer suas diferenças e seus complexos em relação aos outros. Contudo, paralelamente a essas vantagens teóricas, ele destrói a personalidade, a intuição, os dons espirituais, as faculdades extrassensoriais dessas crianças e, sem sombra de dúvida, sua saúde física. Considerando o que foi aqui exposto, um dos grandes desafios desta pesquisa é de desmistificar estes conceitos pré-estabelecidos e compreender melhor estas crianças, procurando uma melhor forma de convívio com elas e delas com o mundo. Vecchio2 (2007, p.63) vem contribuir, mostrando alguns obstáculos no desenvolvimento das crianças índigo, dentre os quais: [...] incutir-lhe medo, sem compreender a autêntica verdade de como funcionam as coisas; preocupá-lo desnecessariamente; fazer um drama trágico por coisas que sempre podem ser solucionadas; mostrar a ela aspectos baixos e negativos da vida, como se essa fosse a única realidade humana; não confiar na sua pureza de intenções; ter intenção pouco firme em assuntos que colocam em jogo os valores humanos; Por serem crianças com características diferenciadas das demais, tornase necessário adotar um convívio diferenciado com elas e com as demais, não 2 Egídio Vecchio, radicado no Brasil desde o ano de 1972, é argentino, doutor em psicologia, psicopedagogia,e psicologia clínica (Universidade Argentina John F. Kennedy). Pesquisador, professor universitário, palestrante e escritor com várias obras publicadas. Atende crianças e adolescentes índigos, bem como orienta pais e professores para ajudá-los a conviver melhor com seus filhos e alunos, de modo que estes possam desenvolver melhor, sem dificuldades, suas potencialidades tão especiais. 20 excluindo ninguém, criando assim uma nova maneira de lidar com as crianças na escola e na sociedade. Simon (2010) vem contribuir, explicando que as crianças índigo são especificamente criativas, querem sempre inovar, não gostam de atividades repetitivas, o que acarreta dificuldades durante o seu percurso escolar. Quando não compreendidas, algumas se fecham em sua inquietude, em seu mundo interior, não exteriorizando o que sentem, por isso, podem chegar a ser confundidas com autistas, com características semelhantes. Em alguns casos, essas crianças começam a desenvolver a telepatia3 como meio de comunicação. O tema sobre os índigos, as novas crianças, é muito interessante, porém é algo ainda novo. Antes dos anos 80, as crianças índigos morriam cedo, pois a freqüência do planeta não era ajustada para a sua permanência por aqui, porém, com o passar do tempo, estas crianças fizeram transformações formidáveis no planeta, tornando-o melhor, possibilitando o aumento destas criaturas, que estão transformando o mundo. Os autores Carroll e Tober (1999) que escreveram o livro com o título “The índigo children”, fizeram, por longo tempo, um estudo em relação a estas crianças e perceberam a grande transformação que estes seres “azuis” estavam promovendo no planeta. Puderam também verificar a dificuldade com que os pais lidavam com elas. Eles comentam ainda, que este aparecimento não é um fenômeno norte-americano, ele foi testemunhado em três continentes diferentes, mas ninguém deu atenção, exatamente por seguir paradigmas da psicologia que acreditam que a evolução só é possível da maneira como já foi considerada anteriormente. Na verdade, a evolução está chegando de maneira branda e revolucionária, mas poucos estão se dando conta. Então, o que é uma Criança Índigo? Para os autores citados, é aquela que apresenta um novo conjunto de atributos psicológicos e tem, em geral, um comportamento que ainda não foi documentado. Já para Vecchio (2006, p.20): Uma das diferenças que caracterizam a criança índigo é sua estrutura psicobiológica e espiritual diferente. Suas células são diferentes; o código genético é diferente; a psique é 3 É definida na parapsicologia como a habilidade de adquirir informação acerca dos pensamentos, sentimentos ou atividades de outra pessoa. Segundo wikipédia: a enciclopédia livre. 21 diferente porque sua biologia também é diferente. Sua condição antropológica é diferente, a energia é diferente, a freqüência vibracional é diferente. Os índigos são algo mais que simplesmente criaturas superdotadas. Eles “vêm” ao mundo nada mais nada menos que para mudar a natureza humana. Seus comportamentos, no entanto, deixam claro que os que interagem com elas precisam mudar seu tratamento para que encontrem o equilíbrio e não venham a causar danos a elas. Vecchio (2006) argumenta que a escola, juntamente com a Pedagogia de Valores, pode contribuir para o desenvolvimento destas crianças, passando a elas os valores necessários á sabedoria, para, assim, serem úteis para si mesmas e para o próximo, aproveitando suas potencialidades em prol do bem. 2.2 CARACTERÍSTICAS POSITIVAS DAS CRIANÇAS ÍNDIGO Alertando que nem todas as crianças índigo apresentam todas estas características ao mesmo tempo, pois um indivíduo difere do outro, esta relação de características foi pesquisada em referenciais teóricos de autores que argumentam sobre a existência dos índigos, sendo eles: Carroll, Tober (2005), Vecchio (2006), Simon (2010). A partir destas leituras, considera-se que as características mais presentes são as seguintes: a) Nascem, agem e se desenvolvem de uma forma mais madura e preparada. b) Têm uma boa auto-estima. c) Sabem quem são e para que vieram a este mundo. d) Têm facilidade em identificar tarefas facilitadoras para certos trabalhos, facilidade em resolver problemas. e) Não têm vergonha de expressar suas necessidades e o que precisam. f) Acreditam ser capazes de realizar tudo. g) São crianças que possuem metas e objetivos estabelecidos claramente em sua memória. h) Possuem diversos talentos. i) Têm alta sensibilidade espiritual, social, ética e emocional. 22 j) Aprendem rápido o que lhes é ensinado. k) Têm muita energia, são muito ativos. l) Parecem ter contato extra-sensorial. m) Têm todos os sentidos do corpo muito aguçados. n) Encantam-se desde cedo pela tecnologia. o) São carinhosos, perseverantes, carismáticos. p) Têm inteligência múltipla e intuitiva. q) Têm perfil para liderança. r) Possuem grande agilidade mental. s) São dotados de uma estrutura física maior e de um metabolismo acelerado. t) Têm uma atenção e um respeito maior com a natureza, os animais, a preservação. u) Em muitos casos, são vegetarianos. v) Não suportam a mentira e a manipulação de pessoas. w) São seres evoluídos e muito criativos. O fato de ser portadora destas características ou algumas delas não significa que uma criança é um indivíduo índigo, mas é necessário estar sempre alerta para compreender estes seres desde muito cedo, pois desta maneira torna-se possível colaborar com a sua missão. Estas crianças, de alguma forma, estão sempre pedindo ajuda para descobrir novos limites, ajustes para suas habilidades ou talentos e assim poder desenvolver o seu “crescimento”. 2.3 CARACTERÍSTICAS NEGATIVAS DAS CRIANÇAS ÍNDIGO Estas características são descritas a partir de leituras de Atwater (2008), Cañete (s.d), entre outros teóricos da área. São elas: a) Não aceitam receber ordens, serem controlados e seguirem padrões. b) São impacientes. c) Em alguns casos, são rotulados como crianças com déficit de atenção, hiperatividade e como bipolares. d) Não têm medo de nada, têm caráter de auto-suficiência. 23 e) Quando não compreendidos, eles se fecham em seu mundo interior, tentando buscar a compreensão dentro de si. f) Alguns, quando não compreendidos, passam a ser confundidos com crianças autistas. g) Aborrecem-se facilmente, pois querem tudo rápido, como a velocidade do seu pensamento. h) Têm grande nível de auto-estima, mas a queda desse nível pode levar à depressão. i) Seu estado psíquico é inconstante. j) Se não compreendidos, podem se frustrar. Para Menezes (2001), a chegada das crianças índigos fez a primeira transformação na família, pois esta se baseia na imposição de regras. A família atual está cada vez mais comprometida com suas atividades diárias e seus membros acabam tendo cada vez menos tempo para dedicar-se uns aos outros. As crianças índigos, por terem um diferencial, não se adaptam às estruturas rígidas, pois elas primam pelas relações verdadeiras e para isso, querem o entendimento e a negociação. São crianças intuitivas, sendo assim, podem ver as verdadeiras intenções e fraquezas dos adultos. Por serem questionadoras, acabam por resolver os conflitos de maneira diferente dos demais, isto também influenciará em seu comportamento nas demais atividades como, por exemplo, no mercado de trabalho, cidadania, nas relações interpessoais, relações amorosas e nas instituições espirituais, por serem essencialmente dirigidas pelo hemisfério direito. Os autores clássicos, como Carroll e Tober (2008), mencionam três complicações que as crianças índigos podem experimentar e que foram por eles testemunhadas tanto na vida particular quanto profissional. São as seguintes: a) Elas têm a vida como preciosa demais para deixar escapar, sendo assim, freqüentemente, forçam algumas situações para realizarem o desejado, fazendo com que seus pais cedam e caiam nas suas armadilhas, muitas vezes, deixando de ser o exemplo, a modelagem, fazendo a inversão de papéis. 24 b) Estas crianças podem tornar-se emocionalmente irritadas por pessoas que não as entendam. Quando jovens, podem ter problemas de ajustamento com outras crianças. c) Normalmente, as crianças índigos são diagnosticadas como crianças hiperativas, sendo muitas vezes tratadas com medicamentos, quando poderiam ser tratadas apenas de forma diferente. Diante do exposto, é possível concluir que estas crianças são seres espiritualmente desenvolvidos, vindos com a missão de transformar o planeta, portanto, deve-se dar a elas a oportunidade de se expressar e dar a todos a oportunidade de aprender e mudar, considerando-as como agentes transformadores e ouvindo o que elas têm a dizer. Sua chegada tem por objetivo a transformação de cada ser, é um pedido de amor pela humanidade e, principalmente, é um apelo para que o homem não se perca diante de sua própria inteligência, abastecendo principalmente o ser e o seu interior, chamado “alma”. Novamente recorre-se a Vecchio (2006, p.19), que vem contribuir com informações sobre as crianças índigo: Evidências científicas comprovarão, aos poucos, a existência das 12 hélices às quais Lee Carroll referiu-se, que trata-se de uma tese compartilhada não só por cientistas mas por pesquisadores espiritualistas. Os primeiros, como a doutora Berrenda Fox, obtiveram evidências de mudanças celulares e de formação de outras hélices no DNA, e os segundos receberam espiritualmente a informação que teremos 12 hélices de DNA. Contudo, aos poucos, os índigos estão sendo inseridos no meio acadêmico, como crianças mais evoluídas, assim, este trabalho pode vir a ser mais uma fonte de referências para o estudo da temática. As novas crianças vêm para transformar o mundo, gerando, com isso, a evolução da espécie humana. 2.4 PRÁTICA TRANSFORMADORA: TRANSDICIPLINARIDADE Atualmente, ouve-se falar muito sobre as práticas interdisciplinares na educação, trabalhando todas as disciplinas englobadas num contexto a que se quer chegar. A transdisciplinaridade é algo que vai além destas disciplinas, que 25 ultrapassa a interdisciplinaridade, que requer algo mais complexo, que é trabalhar a espiritualidade das crianças em torno da realidade em que se encontram, alcançando assim um equilíbrio físico, emocional sobre o corpo, a mente, o espaço e o mundo a sua volta. A educação Transdisciplinar vem para preencher um vazio que existe nos indivíduos, acessando o mundo interior, muitas vezes desconhecido pelas crianças, como aborda Peres... et. al. (2007). Com esta educação, parte-se do ponto de vista do “eu” da criança, dando voz e autonomia a ela para se manifestar e ter atitudes diante das situações geradas. A criança deve ser o foco na sociedade, é ela que se encarregará do futuro, devendo ser regada de muito equilíbrio, paz, amor e tranqüilidade. Além de todo conteúdo adquirido no ambiente escolar, deve-se trabalhar a parte espiritual destas crianças para que assim ela aprenda a lidar com as situações cotidianas inconstantes da vida. É necessário preparar as crianças não só para o conhecimento, mas também para um mundo novo, de contextos sociais os mais diversos. O novo olhar para a transdisciplinaridade requer a liberdade de espírito para transitar em todas as áreas da diversidade nas disciplinas da vida. Morin (2003, p. 99100) ressalta que: A imensa máquina da educação é rígida e inflexível, fechada, burocratizada. Muitos professores estão instalados em seus hábitos e autonomia disciplinares. [...] Para eles o desafio é invisível. [...] Mas é preciso começar e o começo pode ser desviante e marginal. [...] Como sempre, a iniciativa só pode partir de uma minoria, a princípio incompreendida, às vezes perseguida. Depois a idéia é disseminada, quando se difunde, torna-se força atuante. Como Morin (2001) aborda sobre em sua obra “os sete saberes necessários à educação do futuro”, julga-se de grande valia ressaltá-los nesta pesquisa, como fundamento necessário para a educação da nova geração de crianças. Esses sete saberes compreendem: primeiro, estudar o próprio conhecimento; segundo, manter a coerência e pertinência dos conteúdos aplicados, ligando-os à realidade; terceiro, considerar a importância de estudar a condição humana, trabalhando de uma maneira ampla no assunto; quarto, ensinar a identidade terrena, de modo a fazer o indivíduo notar o seu papel social; quinto, saber enfrentar as incertezas a partir de fundamentos científicos, assim podendo ir além; sexto, aprender a compreender o diferente; e sétimo, o 26 indivíduo construindo a ética global da sua relação com o mundo e a sociedade, englobando assim, todas as práticas necessárias à educação do futuro. Partindo deste novo foco, a educação de índigos, o doutor Herrera Figueroa e Miguel Reale, seu pai, foram os precursores do trialismo4, trazendo uma nova metodologia a ser trabalhada. No entender de Vecchio (2006), “o trialismo vem contribuir para uma nova pedagogia espiritualista, que está contida em nossas células”. Para essa nova Pedagogia, Herrera Figueroa, traz a Paidosofia5, sendo ela dividida em três modos de viver: físico, mental e espiritual-valorativo. Desta forma, a nova Pedagogia de Valores traz como eixos centrais: os valores, os conhecimentos e normas, e os fatos. Mais uma vez citando Vecchio (2006, p.85-86), considera-se que na educação paidosófica o índigo aprende a utilizar a sua Inteligência Emocional para lidar com os próprios valores, conhecimentos e acontecimentos, como também aprende a lidar com os acontecimentos, valores e fatos referentes a condutas dos outros. Isto para “paidosóficos”, é educar. Conforme rege a “Paidosofia”, Vecchio (2006) afirma que os índigos necessitam de uma educação que mostre os caminhos que os levem à verdade, trazendo a justiça como valor básico da vida humana, conhecida como “Dikelogia6”. As pessoas, atualmente, são educadas seguindo o paradigma dos antigos, sendo influenciados a acreditar no que eles acreditam, e por fim, se dão conta de que não é isso que realmente é o correto para si. Então, caem no medo, na culpa, por não aceitarem os mesmos valores que seus pais acreditam serem os certos. A mente da criança deve ser alimentada pelas normas que a sociedade deve seguir para então ela mesma criar suas próprias leis, baseada no que é certo. A criança deve ativar a sua Inteligência Lógica, para assim ser feliz, e usar esta inteligência criando uma relação das normas da sociedade e com as suas próprias regras, dando origem à sua personalidade equilibrada. Para Vecchio (2006, p.89), os principais objetivos da Pedagogia Paidosófica são: 4 Para Vecchio (2006), é a corrente científica da nova era, que nos trouxe a nova energia. Segundo Herrera Figueroa e Miguel Reale, os três formam a base da existência, de uma nova visão do mundo e das coisas. 5 Do grego paidós = crianças e sofia = sabedoria. Herrera Figueroa traz a Paidosofia como a sabedoria acerca das crianças. 6 É a ciência da prática da justiça consigo mesmo e com os outros. Diké, quer dizer valor, em grego, sendo o estudo de valores. 27 Facilitar a aquisição de conhecimentos para o índigo criar as próprias normas de conduta; facilitar a construção de valores para o índigo viver em paz; gerar fatos comportamentais que integrem o índigo consigo mesmo, com seus semelhantes e com Deus; facilitar os caminhos para o índigo completar sua evolução holística a partir de um “DNA capacitado”. O educador, na escola, precisa optar por um papel de facilitador, no qual ele cria soluções e alternativas para lidar com as crianças índigo, auxiliando assim na sua interação com o grupo e contribuindo para o seu desenvolvimento. Em muitos casos, quando a criança tem um gênio difícil, o educador deve saber negociar com ela, alcançando sua confiança para ter o controle da situação. De acordo com Vecchio (2006), as práticas da Pedagogia de Valores são eficazes na atuação com crianças índigo. Precisam existir diversos momentos de aprendizado, de maneira criativa e inovadora, em que a criança índigo possa desenvolver suas potencialidades. O educador tem de assumir o papel de facilitador, que contribui no desenvolvimento dos índigos. Toda criança necessita de motivação, principalmente as crianças índigo, por serem mais sensíveis e influenciáveis. Por isso a importância de tratá-las como únicas. É preciso trabalhar com as crianças os valores e as verdades, como lei da vida. Muitos índigos não gostam da escola, pelo passo vagaroso que ela segue em comparação ao seu desenvolvimento rápido. Por este motivo, eles sentem a necessidade de uma prática diferenciada, diversificada e inovadora, que foque suas potencialidades, a fim de sentirem-se úteis e motivados a aprender cada vez mais, saciando a sua sede de conhecimentos. Há necessidade de uma pedagogia da autonomia, fazendo das crianças índigo os autores de suas próprias decisões e tornando o educador um impulsionador de tudo isto. Não é possível deixar de falar sobre a pedagogia de valores criada a partir da metodologia de Maria Montessori (1907) e do Dr. Rudolf Steiner, criador da Antroposofia. Steiner (1919) apresentou seu método pedagógico chamado Waldorf, que vem tratar, na metodologia, do amor à criança. Segundo Franco (2007, p. 01): [...] a criança não é um adulto em miniatura. É um ser que está sendo formado, que merece o nosso melhor carinho. A criança não é objeto de exibição, e deve ser tratada como criança. Sem pieguismo, mas também sem exigências acima do seu nível intelectual. Então, essas crianças esperam encontrar uma visão diferenciada, porque, ao 28 serem matriculadas em escolas convencionais, tornam-se quase insuportáveis. De acordo com Vecchio (2006) esta pedagogia de Steiner serviu como impulsionadora de um novo olhar para as crianças, considerando-as como ponto de partida, para toda e qualquer construção de conhecimento. A criança é considerada como criança, em sua essência, para fazer o educador doar espaço da sala de aula às suas idéias e vontades. Da ligação entre a pedagogia montessoriana e a pedagogia de Steiner surge a Pedagogia de Valores. 2.5 PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA A mente é a maior força que o ser humano tem em mãos, mas muitas vezes ele não se dá conta deste poder. É ela que o guia e o estimula a fazer as coisas. Estando rodeado de pólos negativos e positivos, o ser humano precisa aprender a filtrar estes pólos de conhecimento, de uma maneira qualitativa para a prática da vida. A partir das experiências negativas, surge o medo, que serve para se aprender com os erros, não voltando a cometê-los. Com as experiências positivas, o homem é estimulado e instigado e refazer estas ações. Não se pode dizer que devem existir apenas acontecimentos e fatos positivos, pois é preciso encontrar o equilíbrio e assim ter a experiência como ponto de partida para alcançar o sucesso esperado. Em seus estudos, O’Connor (1995, p.19) explica que a Programação neurolinguística é a arte e a ciência da excelência, ou seja, das qualidades pessoais. É arte porque cada pessoa imprime sua personalidade e seu estilo, àquilo que faz, algo que jamais pode ser apreendido através de palavras ou técnicas. E é ciência porque utiliza um método e um processo para determinar os padrões que as pessoas usam para obter resultados excepcionais naquilo que fazem. Esse processo chama-se modelagem, e os padrões, habilidades e técnicas descobertas através dele estão sendo cada vez mais usados em terapia, no campo educacional e profissional, para criar um nível de comunicação mais eficaz, um melhor desenvolvimento pessoal e uma aprendizagem mais rápida. 29 A programação neurolinguística teve origem nos anos 70, com os precursores John Grinder e Richard Bandler, uma parceria feita com o objetivo de encontrar novas técnicas para melhorar a comunicação entre as pessoas, através de uma mudança pessoal, e para melhorar a convivência entre os indivíduos alcançando a felicidade e o bem estar social de todos. A fim de compreender melhor a programação neurolinguística, acreditase que é importante resgatar o momento em que foi elaborada esta palavra para chamar esta nova técnica inventada por Grinder e Bandler, em 1976. Dessa forma, O’Connor et. al. (1995, p.21) assim definem: A parte “Neuro” da PNL reconhece a idéia fundamental de que todos os comportamentos nascem dos processos neurológicos da visão, audição, olfato, paladar, tato e sensação. Percebemos o mundo através dos cinco sentidos. “Compreendemos” a informação e depois agimos. Nossa neurologia inclui não apenas os processos mentais invisíveis, mas também as reações fisiológicas as idéias e acontecimentos. Uns refletem os outros no nível físico. Corpo e mente formam uma unidade inseparável, um ser humano. A parte “Lingüística” do título indica que usamos a linguagem para ordenar nossos pensamentos e comportamentos e nos comunicarmos com os outros. A “Programação” refere-se à maneira como organizamos nossas idéias e ações a fim de produzir resultados. Tendo em vista a necessidade que todos têm de organizar seus pensamentos, objetivos, suas metas para criar as estratégias de ação, surge a PNL como ferramenta a ser utilizada para se encontrar o equilíbrio esperado diante das situações e viajar no mundo imaginário. Com o auxílio da Programação Neurolinguística é possível dar uma ressignificação aos fatos ocorridos durantes as vivências das pessoas, que muitas vezes deixaram um sentimento negativo. Em muitos casos, nota-se que pessoas próximas possuem traumas por situações ocorridas em algum momento da sua vida, mal interpretadas quando ocorridas, e durante a vida carregam consigo a carga negativa do acontecimento. Este pensamento negativo é uma crença que o indivíduo tem e interioriza ao se deparar com a situação. A PNL pode ser considerada um filtro, por meio do qual cada indivíduo pode moldar e mudar a interpretação a respeito de algo. Por este motivo, nunca se tem a garantia de que a pessoa compreendeu aquilo que alguém está tentando comunicar. Segundo O’Connor et. al. (1995), as pessoas analisam também a linguagem corporal, o tom de voz e as palavras que o outro utiliza ao repassar a informação, para então criar a sua interpretação. 30 Também Mascarenhas (2007, p. 43) vem tratar do “[...] pressuposto da PNL, de que, por detrás de qualquer comportamento negativo, há sempre uma intenção positiva. Todas as subpersonalidades têm uma razão, uma motivação positiva no fundo, para fazerem o que fazem.” Estas subpersonalidades que Mascarenhas (2007) aborda, constituem um conjunto de “eus” existentes dentro de cada um e que em algum momento de sua vida o indivíduo irá manifestar, pois poderá se deparar com situações em que será necessário que este “eu” desconhecido venha à tona para dominar a situação. Mesmo não gostando deste “eu” existente de si, o ser humano não pode matá-lo, pois ele contribui para a formação de sua personalidade, equilibrando suas características. É preciso educar essas subpersonalidades, como são chamadas, pois assim como os seres humanos, essas identidades internas também são capazes de crescer, se transformar e evoluir significativamente. É de grande importância a criação do equilíbrio entre as subpersonalidades, servindo como estratégia interessante para trabalhá-las, fazer uma ligação com a prática da PNL e o relaxamento dirigido, a partir da imaginação criativa, no qual o educador conduz o educando a um relaxamento, concentrando as emoções, juntamente com a atenção do corpo e da mente. Falando sobre este assunto, Bolstad (1997, p.02) enfatiza que: [...] aprender e criar funcionam melhor quando a mente do estudante está livre da distração, quando está em estado de calma e alerta quase meditativos. Pesquisas mostram que conseguindo que os estudantes relaxem no inicio de cada sessão de estudo, o seu rendimento aumentará 25%. A PNL nos fornece algumas maneiras notáveis de colocar os estudantes rapidamente naquele estado. Como uma estratégia que vem a ser fundamentada neste estudo, a prática do relaxamento, ligada a PNL, tem por objetivo criar uma nova metodologia na atuação com as crianças índigo que, na maioria dos casos, exibem um comportamento muito ativo, comparado ao das demais crianças. Para realizar o relaxamento com a prática da PNL dirigida, existe um manual que indica os níveis necessários para obter a mudança, ou seja, para encontrar o equilíbrio, a atenção, que é o foco neste trabalho junto com as crianças índigo. Seguem alguns itens que, segundo Mascarenhas (2007, p.62), são necessários para que a transformação e a aprendizagem ocorram: 31 [...] ambiente (onde): tudo aquilo que nos rodeia, os contextos onde estamos inseridos; comportamento (o quê): atos, posturas, falas, pensamentos; o que provocamos; capacidades (como): estratégias, habilidades, competências, talentos; conjunto de potenciais que colocamos a serviço; crenças e valores (os porquês): convicções que constroem nossos paradigmas; o que é importante; certezas e definições que norteiam nossas vidas; identidade (quem): papéis que desempenhamos personas; nosso eu diante do mundo e nossa missão; espiritual (quem mais): os diversos sistemas maiores que o eu com os quais estou conectado: eu e comunidade, eu e família, eu e Deus, eu e universo, etc. Estes níveis explicam as necessidades envolvidas na prática da PNL, para sua eficácia na transmissão através das palavras juntamente com o relaxamento dirigido. É necessário todo um contexto para que a prática venha a fazer a diferença no cotidiano do educando. Ainda segundo O’Connor et. al. (1995, p.26), “os indivíduos têm quatro estágios de aprendizagem: incompetência inconsciente, incompetência consciente, competência consciente, competência inconsciente”. Por isso a necessidade de esclarecer estes possíveis níveis de aprendizado, fazendo com que o indivíduo se reeduque a partir de sua auto-avaliação diante dos acontecimentos ocorridos em suas vivências. É interessante compreender como a PNL se desenvolve no cérebro e respalda comportamento das pessoas. O’Connor et. al. (1995, p.132) assim se expressam sobre o tema: o hemisfério esquerdo, geralmente considerado o lado dominante, cuida da linguagem. Ele processa a informação da maneira analítica e racional. O lado direito, conhecido como o hemisfério não 7 dominante, trata a informação de maneira mais hoslística e intuitiva. Parece também estar mais envolvido na música, na visualização e em tarefas que incluem comparação e mudança gradativa. É possível realizar a ressignificação em seis etapas, conforme descreve O’Connor (1995), que são: identificar o comportamento que quer ser mudado; estabelecer uma comunicação do lado responsável com o lado a ser mudado no indivíduo; descobrir a intenção positiva deste comportamento; pedir ao seu lado criativo ajuda para criar novas maneiras de alcançar o mesmo objetivo; 7 Segundo Weil (2006, p.01), o movimento holístico consiste em passar da realidade relativa do mundo concreto à realidade absoluta do mundo de luz e integrar os dois mundos de tal modo que o programa do todo se encontra em todas as partes. O movimento holístico, por conseguinte, transcende toda fragmentação disciplinar e integra nele o novo paradigma transdisciplinar, tal como foi descrito, por Basarab Nicolescu. 32 perguntar ao lado da ação a ser mudada se aceita novas opções de comportamento; realizar uma verificação ecológica para saber se há alguma outra parte de mim que não queira aceitar esta mudança de comportamento. 2.6 RELAXAMENTO A PARTIR DA IMAGINAÇÃO CRIATIVA Na atualidade, existe um número bastante grande de crianças com um desenvolvimento intelectual muito avançado, o que dificulta um pouco, para o educador, pensar em uma metodologia diferenciada que atenda a este movimento acelerado, este novo ritmo que vem tomando conta das novas crianças. Se alguém parar para analisar a criança e a sua essência, lembrará de coisas que fazia quando era criança como, por exemplo, inventar histórias durante as brincadeiras. Em todos os momentos, a imaginação falava mais alto, era ela quem guiava, quem levava a criança a fazer das brincadeiras um momento mágico e inesquecível. Ao parar para pensar nessas novas crianças, com este desenvolvimento intelectual, espiritual, extra-sensorial avançado e, com certeza, com uma imaginação muito mais fértil, sem limites entre o pensar e o imaginar, o pedagogo (ou o profissional da educação) descobrirá que é possível unir o útil ao agradável, utilizando como estratégia metodológica a imaginação das crianças, para então alcançar seus objetivos nesta prática pedagógica. Juntamente com a imaginação, o relaxamento vem fazer com que as crianças tenham um olhar para dentro de si, alcançando um equilíbrio emocional e físico, para então dar início às atividades pedagógicas. A este propósito, Hay (1991, p.45) diz que “o relaxamento é uma grande ajuda. É absolutamente essencial para poder se contactar o poder dentro de nós. Se estivermos tensos e assustados, ficamos automaticamente desligados dessa energia.” Pode-se pensar também na utilização desta metodologia, de imaginação e relaxamento para a introdução de algum conteúdo programado que o educador quer trazer, tornando este novo conhecimento mais significativo, pois inicia com uma introdução na mente das crianças, para então exteriorizar as sensações e os conhecimentos iniciais sobre a temática em questão Levando em conta esses aspectos, no estágio nos anos iniciais foi realizado através do relaxamento dirigido. A partir da abordagem 33 transdisciplinar como uma prática alternativa, utilizou-se o relaxamento como uma forma de introdução ao conteúdo a ser trabalhado, tanto na disciplina de artes como na de filosofia. Fazendo uma ligação intrínseca entre os conteúdos, através de uma prática diferenciada, realizou-se um relaxamento, induzido por uma das estagiárias, que remeteu o aluno a uma contextualização imaginária em volta do conteúdo indígena que seria trabalhado. O objetivo era atingir a atenção diferenciada dos educandos e obter uma melhor assimilação quanto à cultura indígena, instigando sua curiosidade e provocando questionamentos sobre a temática. Criando um clima de relaxamento, foi proposta uma viagem imaginária, despertando para a criatividade, mediante o uso de uma técnica de meditação dirigida para obter o relaxamento desejado. Segundo Goleman (1999, p.32): [...] a meditação treina a capacidade de prestar atenção. Isso a diferencia de muitas outras formas de relaxamento que permitem que a mente divague a vontade [...] Verificou-se, por exemplo, que a meditação aperfeiçoa a habilidade da pessoa de captar sutis manifestações no ambiente e de prestar atenção ao que está acontecendo, em vez de deixar a mente dispersar-se. A meditação é um guia para um caminho desconhecido. Goleman (1999), em uma de suas obras, define a meditação como a arte da atenção. Mantendo o equilíbrio do corpo, da mente e do seu espírito, o indivíduo consegue aumentar o seu nível de concentração em tudo que faz. Pode-se trabalhar a meditação de uma maneira positiva dentro da instituição, buscando, através dela, uma ressignificação de fatos na vida dos educandos. A prática do relaxamento, na busca da imaginação criativa, também está ligada à Programação Neurolinguística, pois será através da palavra falada do condutor/educador que a criança irá alcançar o nível de relaxamento esperado. Por intermédio dessa projeção, durante o relaxamento dirigido, o educando trabalha a atenção, ao ouvir cada detalhe com a expressão oral do educador, e transporta estas informações para a imaginação, que vai tecendo uma história, um contexto, construído a partir do que é escutado. Este procedimento faz com que a fala do educador se internalize e viaje nos pensamentos das crianças. Contando sua história, Hay (1991, p.15) afirma: 34 [...] na escola também ninguém me ensinou que a minha escolha das palavras tinha alguma coisa a ver com as minhas experiências futuras ao longo da vida. Ninguém me disse que os meus pensamentos tinham um potencial criador, nem que podiam literalmente moldar a minha vida. Nunca ninguém me esclareceu que as palavras que saíssem da minha boca serme-iam devolvidas como experiência. É possível praticar com as crianças uma nova forma de se moldarem a pensar e a falar coisas positivas, e utilizando esta imaginação fantástica, podem-se criar contextos que serão trabalhados nas disciplinas, ressignificando, ou seja, dando novos sentidos aos acontecimentos e esclarecendo questões de uma maneira objetiva. Goleman (1999, p. 63) afirma que “as crenças da pessoa que medita determinam de que modo ela interpreta e rotula as suas experiências de meditação.” O indivíduo deve estar aberto à ressignificação de rótulos, rompendo com paradigmas falsos, internalizados em sua subjetividade, com o objetivo de auxiliar no seu cotidiano e nas relações sociais. Com relação ao que se acabou de comentar, Freire (2002, p.46) afirma: [...] respeitar a leitura do mundo do educando significa tomála como ponto de partida para compreensão do papel da curiosidade, de modo geral, e da humana, de modo especial, como um dos impulsos fundantes da produção do conhecimento. Atualmente a escola vem tentando se adaptar aos métodos interdisciplinaridades de educar, caminhando entre as disciplinas, mas ainda há muita resistência por conta do material didático que o educador deve seguir, principalmente em escolas públicas, em que as disciplinas ainda estão muito fragmentadas. A mudança deve partir do educador, que deve trazer uma nova perspectiva para a educação, iniciando com seus alunos esse novo olhar, mais focado no ser educando. Entretanto, os alunos já estão tão acomodados à esse modelo de educação que muitas vezes acabam se desmotivando de freqüentar as aulas, por isso, qualquer prática nova que seja abordada com eles irá criar um impacto e influenciar seus olhares sobre a escola. Na busca de argumentos para a fundamentação desta questão, consultou-se Goleman (1999, p. 36), que declara o seguinte: 35 ... a meditação é o esforço para reexercitar a atenção. É isso que dá a meditação os efeitos incomparáveis de obtenção de conhecimentos, aumento da concentração e capacidade de relacionar-se com empatia. A meditação é porém mais usada como uma técnica rápida e fácil de relaxamento. Os avanços tecnológicos e o desenvolvimento mundial trazem uma bagagem de informações muito grande, que muitas vezes se perde, porque o indivíduo não consegue organizá-las dentro de si e assim, acaba não assimilando o necessário. A prática transdisciplinar é o olhar para o aluno, para auxiliá-lo a encontrar o equilíbrio, para conseguir, de uma maneira significativa e satisfatória, organizar toda esta explosão de informações do cotidiano, propiciando uma melhor qualidade de vida, com equilíbrio de corpo, mente e alma. Para finalizar estas considerações, cita-se novamente Goleman (1999) para quem “o efeito mais importante da meditação, do relaxamento, seja a paz interior, um refúgio onde você pode escapar da turbulência do seu dia-dia. Fazendo do hábito de meditar uma prática que lhe trará calma e energia”. Desta forma, o relaxamento vem para contribuir significativamente no desenvolvimento do educando na escola, auxiliando em sua concentração, para então realizar as atividades pedagógicas. 36 3 PERCURSO METODOLÓGICO No decorrer do percurso acadêmico no Centro Universitário Municipal de São José, deparei-me com diferentes metodologias de ensino e pensadores que influenciaram significativamente a história da educação. Durante minha formação acadêmica, sempre tive como objetivo buscar novos desafios, e realizar e lutar por algo que realmente acredito ser o correto para a educação. Ainda como acadêmica, pude compreender que, como fala Vygotsky (1994), o meio social influencia significativamente na formação e no desenvolvimento da criança. Também acompanhei o pensamento de Piaget (1975) que, em suas teorias da cognição e percepção, afirma que o desenvolvimento da criança ocorre por estágios, sendo o educador um precursor de estímulos para as crianças. Entretanto, todo este conhecimento adquirido ao longo dos anos não bastou e sendo assim, me propus a enfrentar um desafio maior, buscando algo novo, que pudesse criar um impacto positivo e transformador na educação. Depois de estudar tantas teorias realmente comprovadas por vários pensadores na área da educação, pude perceber a necessidade de estratégias para por em prática uma educação transformadora, que conquista a criança, trazendo-a para a escola. Descobri então que a palavra certa é ousar, partindo dos educadores o desafio de efetivar uma educação voltada à criança como um ser - sendo. Mas foi somente quando me deparei com o estudo da transdisciplinaridade que pude enxergar a peça que faltava no jogo de ensinar e aprender, de troca de experiências no ambiente pedagógico. Exatamente no momento do estágio, ao observar as crianças, com suas brincadeiras, suas especificidades, seus olhares, suas vontades, seus medos, tão distintos uns dos outros, é que pude notar, na sua individualidade, os seus comportamentos. Percebi que a maioria tem personalidade muito específica, cada uma com um jeito diferente de reagir às situações, mas em meio a tantas, notei um pequeno grupo que se destacava dos demais. Estas crianças, com suas personalidades um tanto quanto rebeldes, sem medo de agir, incontroláveis ou até mesmo, incompreendidas, talvez se sentissem diferentes diante do grupo. E constatei 37 que elas precisavam de uma atenção diferenciada, que o educador trouxesse uma prática que realmente trabalhasse de forma significativa, no sentido de desenvolver para evoluir. De fato, as crianças índigo, precisam de uma evolução interior, elas precisam compreender a si mesmas para depois entender o mundo e evoluir, juntamente com seus colegas e parceiros. Por isso, busquei na transdisciplinaridade a prática voltada às crianças índigo, trabalhando não somente entre as disciplinas, fazendo a realidade agir entre elas, mas com o objetivo de englobar os diversos níveis de realidade, fazendo o educando incorporar esta prática, pois conforme Peres et. al. (2007, p.14): A transdisciplinaridade vem preencher o vazio existencial no qual a humanidade está imersa, pois tal concepção integra diferentes níveis de realidade, mais flagrantemente dicotômicos no mundo dominante, uma vez que a crise da modernidade se origina dessas rupturas e é nutrida por elas. É fundamental, dentro desta perspectiva, a valorização de uma consciência social, ecológica, planetária e espiritual própria da antropologia globalizante [...] Para a execução desta prática transdisciplinar a que me refiro nesta pesquisa, foi de suma importância fazer um levantamento bibliográfico detalhado buscando, através das argumentações teóricas, um aprendizado sobre a identidade dessas novas crianças e sobre as contribuições da abordagem transdisciplinar no âmbito pedagógico. Sempre com a intenção de atingir uma metodologia aplicada que ajude a potencializar as inteligências destas crianças procurei enfatizar as comprovações científicas da Programação Neurolinguística (PNL). Este novo olhar para a transdisciplinaridade, juntamente com a PNL, a força das palavras faladas, traz consigo a necessidade de uma atuação pedagógica significativa rumo a uma metodologia que trabalhe o que a criança tem de mais puro e ingênuo dentro de si, a sua imaginação, que torna mágico o mundo infantil. A PNL, junto com o relaxamento, vem equilibrar os sentimentos e as emoções, organizando tudo isto no interior da criança, resultando assim em atitudes externas equilibradas, objetivas e conscientes. Essa postura de pesquisador engendra um movimento qualitativo dos dados. Segundo Gil (2002, p. 133) vem argumentar sobre os fatores que influenciam nesta pesquisa: 38 ... tais como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam a investigação. Pode-se, no entanto, definir esse processo como uma seqüência de atividades, que envolve a redução dos dados, a categorização desses dados, sua interpretação e a redação do relatório. Esses fatores garantem uma argumentação capaz de suportar todos os questionamentos possíveis sobre o objeto estudado, com amparo de grandes referenciais teóricos da área. Ainda conforme Gil (2009, p.175), “... não há fórmulas ou receitas predefinidas para orientar os pesquisadores. Assim, a análise dos dados na pesquisa qualitativa passa a depender muito da capacidade e do estilo do pesquisador”. Como afirma Gil (2009) a pesquisa qualitativa deixa claro o papel do pesquisador diante da temática em estudo, sendo ele o indicador dos caminhos a seguir, no percurso metodológico, para alcançar os objetivos esperados. Nesse sentido, buscou-se por um novo caminho a seguir na prática pedagógica, com o objetivo de melhorar o desenvolvimento das crianças índigo, procurando compreendê-las e atendê-las por meio de uma prática contextualizada, voltada ao ser educando, respeitando suas especificidades e utilizando seus desejos e suas vontades como ferramentas na construção de uma nova metodologia voltada para elas. No momento da pesquisa de campo, optei por ver, na prática, como funciona toda a teoria que os envolve. Assim, fiz contato com o Colégio Alternativo Talismã, localizado em Barreiros, São José/SC, lembrando que neste mesmo colégio surgiu a escolha pela temática desta pesquisa, quando realizei o estágio de ensino fundamental e séries iniciais, na 7ª fase do meu percurso acadêmico. O presente estudo tem como foco especial o desenvolvimento das crianças índigo, por isso, senti a necessidade de realizar observações na instituição, com o intuito de lançar um olhar minucioso sobre as crianças que se destacam das demais, ou seja, aquelas que possuem as características específicas das crianças índigo. Por isso, se fez necessário a realização de sete observações, nas quais procurei ressaltar as características mais marcantes dessas crianças, com a ajuda dos profissionais da escola, dentre eles, 39 professores, diretora e psicopedagoga, salientando os obstáculos encontrados durante o processo de ensino-aprendizagem e na interação das crianças índigo com as demais na instituição. A respeito do estudo de campo, Gil (2002, p. 53) vem contribuir quando explica que a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais como a análise de documentos, filmagens e fotografias. Desta forma, Gil (2002) enfatiza a contribuição do contato pessoal do pesquisador com o envolvido, observando de modo a ter uma experiência direta com seu objeto de estudo. O mesmo autor também afirma que a presença do pesquisador no campo torna os resultados mais fidedignos. Uma vez que meu intuito era o de considerar e efetivar o método transdisciplinar com as crianças índigo, foi preciso colocar a proposta em prática, colhendo posteriormente, as serem informações analisadas geradas e durante estruturadas o de percurso acordo para, com a fundamentação teórica de autores que defendem o método. No campo, a pesquisa participante se fez presente, em que foram realizadas duas oficinas, pautadas em estratégias transdisciplinares. Desse modo, analisei os relatos das crianças, desvendando todo o processo. Sobre a realização das oficinas pedagógicas, Veiga (1995, apud Lins e Miyata, 2008, p.12) vem contribuir ao declarar que “as oficinas permitem o ensino de um determinado ofício na prática, possibilitando ao aluno experimentar as diversas técnicas disponíveis naquele ofício”. Criam-se, assim, possibilidades para o educando ir além do que está sendo proposto, instigando a sua criatividade a partir da prática gerada, podendo, posteriormente, utilizar a produção desta imaginação para criar formas distintas de construir conhecimentos. Este estudo teve caráter participativo, uma vez que, segundo Gil (2002, p. 55), “a pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas.” Ou seja, há uma intensa interação do pesquisador com o pesquisado. Para Grossi (1981), a 40 pesquisa participante é um processo de pesquisa no qual a comunidade participa na análise de sua própria realidade, com vistas a promover uma transformação social em benefício dos participantes que são oprimidos. Portanto, é uma atividade de pesquisa, educacional orientada para a ação. Em certa medida, tentativa da Pesquisa Participante foi vista como uma abordagem que poderia resolver a tensão contínua entre o processo de geração de conhecimento e o uso deste conhecimento, entre o mundo "acadêmico" e o "irreal", entre intelectuais e trabalhadores, entre ciência e vida. Para complementar as observações sobre pesquisa participante, Lakatos e Marconi (1991) vêm definir a pesquisa participante como um tipo de pesquisa que não possui um planejamento ou um projeto anterior à prática, sendo que o mesmo só será construído junto aos participantes (objetos de pesquisa). Os quais auxiliarão na escolha das bases teóricas da pesquisa de seus objetivos e hipóteses e na elaboração do cronograma de atividades. As oficinas foram justamente sendo realizadas com a participação ativa das crianças e permitiram descobrir a essência que faz com que elas se sintam estimuladas. Desta forma, pode-se trabalhar com uma metodologia aplicada à interação das mesmas, respeitando suas especificidades, considerando o olhar do educando como ponto de partida para a criação de uma prática pedagógica transdisciplinar. As crianças pesquisadas foram observadas em suas salas de aula, no momento em que realizavam atividades pedagógicas propostas pela professora da classe, com a intenção de analisar suas reações e contribuições, diante das situações geradas no meio. No decorrer da pesquisa, na instituição de ensino, tive a ajuda da psicopedagoga da escola e dos parceiros, sendo eles professores, diretores, entre outros. Todos contribuíram para a formulação do conceito sobre as crianças índigo naquele grande grupo observado, sendo que já havia, por parte da instituição de ensino, um prévio conhecimento sobre o tema das crianças índigo. Todos os professores relataram casos já ocorridos com seus educandos na escola, apontando as crianças que mais chamavam a atenção por conta do seu perfil, e que, portanto, tinham a possibilidade de serem crianças índigo. Mas essas contribuições não bastaram, tive de analisar sob vários ângulos as crianças mencionadas, para então, filtrar as informações obtidas e, juntamente 41 com as análises, identificar três crianças com características específicas de serem prováveis índigos. O grupo pesquisado possui três crianças índigo que no decorrer deste estudo foram mencionadas por nomes de flores, preservando a sua real identidade. São elas: Lírio, com 5 anos de idade, que freqüenta o Pré; Jasmim, com 9 anos, que freqüenta o 3º ano; e Girassol, com 9 anos, que freqüenta o 5º ano. Todos são do sexo masculino e alunos do Colégio Alternativo Talismã. Na realização das oficinas transdisciplinares, além das três crianças pesquisadas que participaram da dinâmica, procurei trazer, juntamente com elas, outras quatro crianças que estudam em suas salas, e que têm maiores afinidades com as pesquisadas, com o objetivo de gerar uma interação maior com o grande grupo. 3.1 OFICINAS TRANSDISCIPLINARES / INTERVENÇÕES As oficinas transdisciplinares têm como objetivo trabalhar o lado interior das crianças para assim alcançarem um entendimento de si e do grupo. Para se autoconhecer e facilitar a interação entre elas e o educador, de modo a encurtar as distâncias existentes e explorar um lado que as crianças têm necessidade de conhecer para então evoluir significativamente. Juntamente com uma metodologia diferenciada, é possível atender às especificidades de cada criança e fazer do mundo imaginário as portas para a criatividade e para o desenvolvimento de suas potencialidades. Foram realizadas duas oficinas, cada uma com duração aproximada de 60 minutos. É importante ressaltar, que as oficinas foram efetuadas após o intervalo do recreio, com o objetivo de mostrar o efeito da oficina na criança índigo, trazendo as contribuições da mesma no processo pedagógico escolar. Essa metodologia aplicada às crianças índigo e às demais auxilia o processo de ensino aprendizagem, podendo ser uma forma de introduzir um conteúdo ou trabalhar a partir da imaginação das crianças, além de proporcionar o desenvolvimento das aptidões para o conhecer. O uso do relaxamento vem equilibrar as emoções, de forma a organizar, assim, as informações que a criança irá receber. Apresenta-se, a seguir, o desenvolvimento de cada oficina. 42 3.1.1 Oficina: a busca de si no mundo da imaginação Na primeira dinâmica que esta oficina propôs, as crianças estiveram em contato com os valores necessários do ser humano, socializando com os demais a sua interpretação sobre estes valores. Durante esta oficina, as crianças tiveram um entendimento melhor de si, propiciado por um momento de tranqüilidade, relaxante. 3.1.1.1 Dinâmica da caixa de valores a) Ferramentas necessárias: - caixa decorada; - cartões contendo palavras que representam valores como, por exemplo: honestidade, verdade, justiça, ética, disciplina, integridade, paz, auto-estima, autocontrole, autoconfiança, auto-aceitação e desapego, amor, fé. b) Atividade: Organizadas em uma roda, as crianças tiveram que retirar da caixa um cartão e socializar com o grupo o que significava o valor para elas. c) Objetivos: Promover a interação entre os pesquisados, sobre os valores que fazem parte de nossa personalidade, com objetivo de criar um diálogo entre os mesmos para assim se conhecerem melhor uns aos outros e a si mesmos, a partir do significado atribuído por eles a cada valor. 3.1.1.2 Relaxamento dirigido a) Ferramentas necessárias na construção do relaxamento: Na construção da oficina no Colégio Alternativa Talismã, foi necessário um ambiente espaçoso, para colocar colchonetes no chão, e que tivesse luz de baixa intensidade. A decoração também foi muito importante e para tornar o ambiente harmônico, ele foi decorado com 43 estrelas nas paredes, mandala, almofadas, essências com cheiro suave, transmitindo paz. Também foi colocada uma música de fundo calma e relaxante, criando assim um local apropriado para a realização da oficina e para a busca de si. Com o objetivo de iniciar a oficina no momento em que as crianças estivessem mais ativas, foi decidido fazê-la após o recreio, para ser de grande impacto o efeito das contribuições da oficina. b) O relaxamento passo a passo Iniciou-se a oficina explicando o que seria feito e pedindo a ajuda de todos para que participassem, colaborando com o que seria proposto. Então, foi dito às crianças que se sentissem bem, escutando a música de fundo e assim entrando em sintonia com o ambiente num clima de paz e relaxamento. Logo depois, pediu-se que elas se deitassem nos colchonetes, sentindo-se à vontade, sem nada incomodando, em uma posição confortável. Começou-se, então, o relaxamento propriamente dito, dando-se as instruções, de modo calmo, às crianças: “Fechem os olhos e suavemente vamos relaxar os pés, soltando-os, deixando-os leve; depois as pernas, deixando-as cair, acalmando-as, em seguida soltando o quadril, deixando-o relaxar e respirando profundamente. Agora relaxe os braços, o peito, solte-os, deixe-os sentirem-se bem e em paz. Agora o pescoço, sinta-o confortável e solto, relaxe seus olhos, descanse-os, mas fique atento à minha fala, pois você irá conhecer o desconhecido, que existe dentro de si. Escute atento, descanse, relaxe, respire. Agora, em harmonia, vamos respirar bem fundo, inspirar, puxar o ar pelo nariz e imaginar que você está inspirando uma luz azul, que vai purificando todo o seu corpo, fazendo você quase flutuar, de tão leve que sente seu corpo. Inspire essa luz azul e solte o ar. Solte o ar e imagine que ele é escuro, um ar sujo, pois estão saindo de você as energias negativas, que agora não fazem mais parte do seu ser. Inspire a luz azul e solte o ar escuro e sujo, e sinta seu corpo sendo purificado e pronto para viajar no mundo 44 desconhecido da imaginação. Você vai viajar para se autoconhecer e compreender as suas atitudes, vontades, seus medos, sentimentos, compreendendo melhor o seu papel no mundo. Acompanhando a minha fala, agora, nesse momento, você vai se dirigir ao momento em que você se encontrava dentro da barriga da sua mãe, sentindo o calor que o aquecia, a tranqüilidade que você tinha naquele espaço que era só seu. Era o seu momento. Sinta essa sensação boa, agora veja você criança, vindo ao mundo, dando os primeiros passos, falando as primeiras palavras, lembre dos seus pais e do sentimento deles por você naquele momento de descobertas. Veja você bem pequeno, agora, converse com a criança que você vê, pergunte a ele o que ele gosta de fazer, sinta o que o aflige, pergunte do que tem medo e porque tem medo, escute-o compreenda-o, converse com ele, leia os pensamentos dele, dessa criança que é você, que agora você tem a oportunidade de conhecer melhor, conhecer a sua essência. Após esse contato com você, no seu íntimo, dê um abraço em você e diga com seu pensamento que o entende e que o ama. Pois você ama a si mesmo, você pode e é capaz de conseguir o que quiser, basta querer. Então, agora, se despeça dessa criança em quem você se vê e nesse momento você vai se sentir bem e em paz consigo, porque conseguiu conhecer a sua essência, para assim compreender o mundo do qual faz parte. Você volta, agora, com um conhecimento acerca de quem é você mesmo e do seu papel no mundo. Você sabe que é capaz e vai conseguir fazer o bem e dar o bem sempre. Agora, nesse momento, você vai voltando da viagem e vai sentindo seu corpo, sentindo todo o seu corpo relaxado, e se dá conta que está deitado em um colchonete, vai tomando consciência da sala em que está. E agora você irá abrir seus olhos e se sentirá muito bem. Você já pode abrir os olhos, ficando sentado em cima do colchonete”. c) Após o relaxamento 45 Iniciou-se então uma conversa com os alunos para que trocassem idéias com os colegas e parceiros sobre a experiência realizada na infância interior de cada um, falando sobre medos, vontades, sentimentos, o que gostavam de fazer. O objetivo dessa conversa era o de conhecer melhor os sujeitos estudados, quem eles são na sua individualidade. Após essa conversa, deu-se a cada criança uma folha para que escrevessem o que sentiram durante o relaxamento e qual foi a sensação, se conseguiram realmente alcançar o objetivo da atividade e mergulhar no mundo imaginário. Logo após descreverem o que sentiram, pediu-se que fizessem um desenho descrevendo o que imaginaram durante a sessão de relaxamento, para então, registrar a oficina transdisciplinar. d) Objetivos esperados A partir da situação proposta, fazer com que os educando tenham um olhar focado para dentro de si, com o objetivo de se autoconhecerem para se autocontrolarem de forma equilibrada nas situações inconstantes do dia-a-dia. Promover um bem estar coletivo, com o intuito de alcançar mais tranqüilidade e calma para execução das atividades escolares. 3.1.2 Oficina: o mundo mágico das cores e dos sentidos Nesta oficina, as crianças entraram em contato com seus sentimentos e emoções, a partir de uma viagem em seu mundo imaginário. As cores escolhidas para compor os desenhos que foram feitos após a oficina representaram estes sentimentos. a) O relaxamento passo a passo Na segunda oficina, voltou-se a falar com as crianças: “Hoje nós iremos viajar no mundo mágico das cores e dos sentidos. E vocês sabem onde fica este mundo? Dentro de cada um de nós e 46 cada um irá representar ao seu modo, do seu jeito. Irei iniciar contando uma história para vocês, para depois, realizarmos uma atividade sobre o que foi contado. Neste momento, você pode deitar sobre os colchonetes, na posição que melhor se adapta para o seu conforto. Feche seus olhos e viaje a partir da minha voz, no mundo imaginário que está dentro de você. Relaxe seus pés, suas pernas, todo o seu corpo, solte-o e deixe-o descansar no local em que você está deitado. Sinta seu corpo relaxado e com uma paz imensa dentro de si, sentindo-se leve como uma pena, para voar até onde a sua mente permitir. Agora imagine você leve com uma pena, voando muito alto, com uma paz intensa dentro do seu coração, e de repente você enxerga, lá de cima, um ambiente muito colorido, mas você não sabe o que é, então, sua curiosidade se torna maior que a sua vontade de voar e você desce até este local colorido. Chegando ao destino, você fica impressionado, pois são muitas cores: azul céu, amarelo, branco, cinza, dourado, laranja, lilás, marrom, mostarda, ouro, prata, rosa claro, rosa choque, verde água, verde bandeira, vermelho, violeta. E então você percebe muitas formas: quadrados, triângulos, losangos, retângulos, formas ovais... Então você se aproxima e consegue ver, além dos seus próprios olhos, consegue sentir o cheiro agradável e suave que exalam. Você sente este cheiro que vai purificando seu corpo, deixando-o feliz e contente. Ao mesmo tempo em que observa as cores, você tem vários sentimentos: amor, carinho, saudade, afeto, emoção, curiosidade, alegria, beleza, tranqüilidade, harmonia. Estes sentimentos bons vão tomando conta de você. Você fica se questionando: o que serão essas cores com formas que você está vendo? Então, você se aproxima e cada vez que vai chegando mais perto, e você pode notar essas cores em movimento, e percebe que as elas estão caindo do céu em cima de você e que são flores: rosas, jasmins, girassóis, lírios, cravos, margaridas, orquídeas, tulipas, violetas, que trazem consigo um perfume fantástico e uma beleza inconfundível. São elas que vêm para trazer a energia que você precisa. Então, neste momento em que você se depara com estas 47 lindas flores, vem à sua mente a imagem da sua linda mãe, que merece um presente. Você seleciona a mais bela de todas, para dar à sua doce mãe, que sempre o acolheu com tanto amor e cuidado, durante todos estes anos. Traga consigo essa flor que concentra uma paz imensa em sua beleza e se despeça do ambiente que trouxe uma sensação muito boa para você. Aos poucos você vai se distanciando, se sentindo leve e voltando, em paz consigo e com o mundo, herdando desta viagem um presente para sua mãe. Agora você vai sentindo todo o seu corpo e vai se dando conta do local em que você está. E você levanta contente e feliz, com uma sensação muito boa, sentindo-se calmo e leve . b) Após o relaxamento Foi feita a socialização no grupo, e as crianças falaram sobre os sentimentos e as emoções sentidas durante o relaxamento. O objetivo era analisar o envolvimento dos pesquisados durante a dinâmica proposta. c) Objetivos esperados: A partir do relaxamento realizado, proporcionar aos educandos um momento para si, podendo vivenciar uma imensa quantidade de sentimentos bons durante esta prática. As crianças índigo pesquisadas e que realizaram o relaxamento são muito ativas, daí a importância de desta forma, auxiliando no equilíbrio dos seus sentimentos, com uma metodologia voltada para si. 3.1.2.1 Dinâmica dos sentimentos representados pelas cores a) Ferramentas necessárias: - música relaxante; - imagens de mandalas para colorir; - lápis de cor. 48 b) Atividade: As crianças escolheram a imagem de mandala que mais as atraiu, para então colori-la com lápis de cor, expressando seus sentimentos sobre aquele momento a partir das cores. c) Objetivos: Realizar uma análise das imagens das mandalas, no que diz respeito às cores que os educandos utilizaram em sua produção, as quais, segundo Grisa (2009), vem fundamentar estas representações. 49 4 ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES EM CAMPO Para dar início à pesquisa de campo, considerou-se de suma importância ter um amparo teórico aprofundado que guiasse a execução do trabalho e para tanto, consultaram-se diversas bibliografias que tratam sobre as crianças índigo. Com base nos argumentos teóricos pesquisados, pode-se conhecer, na prática, a essência que rege estas crianças, as características que as diferenciam das demais, suas ações diante das situações geradas no ambiente pedagógico, concretizando a sua presença no meio. Em suas pesquisas, Carrol eTober (2005, p.21), argumentam sobre essa nova criança dizendo que ...uma criança índigo é aquela que apresenta um conjunto de características psicológicas incomuns e um padrão de comportamento que ainda não classificado pela ciência. Esse tipo de comportamento faz com que todos os que interagem com ela (principalmente seus pais) tenham de se adaptar as circunstâncias diferentes e a um tipo específico de criação. Ignorar estas características é obrigar essa nova vida a crescer em um ambiente instável e insatisfatório. Considerando os referenciais, pareceu indispensável uma preparação, por parte da pesquisadora, para ir a campo e observar estas crianças, com um olhar sensível, conhecendo o que constitui cada uma delas, para então compreender suas atitudes, lembrando sempre da parábola do “Pequeno Príncipe” de Saint-Exupéry: “é somente com o coração que se pode ver; o que é essencial é invisível a olho nu.” Realmente, foi necessário ver além dos próprios olhos, sentir a reação dos educandos no seu íntimo para poder entendê-los. Dessa maneira, a partir das leituras realizadas sobre a temática e da prática em campo, foi-se evidenciando, para a pesquisadora, a existência dessas crianças, permitindo-lhe dirigir um olhar diferenciado para todas as crianças, observando, além de suas atitudes, os valores que formam sua personalidade. E foi assim que se pode destacar, em meio a tantas, a existência das crianças índigo, inseridas no grupo de alunos da escola, as quais já vinham mostrando seu diferencial há longo tempo. Julga-se que é fundamental salientar aqui o entendimento de Carroll e Tober (2005), para quem 50 as crianças índigo trazem consigo características específicas que se tornam presentes quando observadas e analisadas, trazendo consigo uma certeza no seu desenvolvimento, agindo como nobres, sabem dizer quem são e com uma certeza absoluta, sobre o seu papel no mundo. Tem uma auto-estima muito alta, pois se sentem como seres especiais. Apresentando também algumas complicações para sua convivência no mundo atual, não seguem ordens, têm muita dificuldade em lidar com isto, pois tudo deve ser conversado e esclarecido. Estas crianças, não conseguem se habituar a rotina, pois precisam de atividades que desenvolvam a sua criatividade, que é inigualável, e inalcançável, a não ser por outro índigo, que está no mesmo ritmo acelerado de evolução. Após muita leitura e com a ajuda essencial dos professores da escola, foi possível identificar os índigos no Colégio Alternativo Talismã e conceituá-los por meio da vivência e da troca de experiências com os educadores. Para a construção de conceitos acerca da existência das crianças índigo no colégio, foi preciso fazer várias observações, durante algumas tardes e manhãs, nas salas de Pré, 3º, 4º e 5º ano, com o intuito de observar os educandos com idades de 5 a 10 anos, analisando a interação das crianças entre si, durante a realização das atividades propostas, contando com o auxílio da professora da classe para guiar na identificação dos alunos que possuem um diferencial especial. Um caso interessante marcou o início da pesquisa. Durante uma observação realizada pela pesquisadora na turma do 3º ano, conversando com a professora da classe sobre a temática e sobre o que se estava buscando em campo, a educadora relatou que F, um educando do 3º ano, é muito inteligente e que ela tinha certeza de que o mesmo é índigo, afirmação esta baseada em algumas leituras que ela mesma fizera sobre o tema. A educadora prosseguiu, afirmando que o aluno se sobressai em meio às outras crianças, pois pensa muito rápido, e escreve muito bem, sendo o melhor aluno da classe, inteligentíssimo, segundo ela. Intrigada com esta inteligência que ela descreveu, a pesquisadora passou a observá-lo, tanto nas suas atitudes quanto nas suas contribuições durante as aulas, muito marcantes e consideráveis. Mas não foi possível ver mais do que isso, apenas um aluno superdotado, que não apresentou, em momento algum, as características específicas que definem as crianças índigo. Diante dessa constatação, é importante ressaltar uma afirmação de Simon (2010, p.25): 51 os superdotados podem se tornar gênios em matemática, pois o hemisfério esquerdo de seu cérebro é hipertrofiado, e possuem dados racionais e analíticos. Mesmo assim, elas não têm uma visão sintética do mundo, ao passo que, nas crianças índigo, os dois hemisférios são bem equilibrados, o que lhes permite utilizar o pensamento global ou o pensamento concreto, de acordo com as circunstâncias. A situação ocorrida em campo deixa claro o papel do pesquisador, que deve ter o olhar voltado para o educando, sempre com o amparo dos referenciais teóricos que argumentam sobre as crianças índigo, deixando claro quem são elas, para não confundi-las com nenhuma outra. Foi neste momento em campo que se percebeu ser necessária muita sensibilidade por parte da pesquisadora, a fim de não se deixar guiar somente pelo que é relatado. Outro auxílio importante foi o trabalho da psicopedagoga da escola, que presta auxilio aos educadores, quando estes têm dificuldades em lidar com os educandos. É ela quem projeta novas metodologias e cria situações que venham a instigar o educando a buscar conhecimento para assim suprir suas dificuldades. Deste modo, a psicopedagoga ajuda os educadores, que algumas vezes não se sentem preparados para lidar com as diversas situações que ocorrem durante o ano letivo e não sabem como agir diante das mesmas. Simon (2010) contribui neste ponto, afirmando que as crianças índigo, não aceitam qualquer resposta, só se forem muito bem fundamentadas. Elas não se adaptam ao ensino repetitivo e lento, pois estão muito à frente das demais crianças, querem informações novas sempre, para estar sempre evoluindo. A psicopedagoga foi uma espécie de guia para o encontro da pesquisadora com as crianças índigo que estudam na escola, revelando situações ocorridas que criaram um ponto de interrogação e instigaram a busca por respostas. A psicopedagoga, há cinco anos, realiza um estudo sobre as crianças índigo, porque sentiu a necessidade de se aprofundar no tema, a partir do cotidiano que presenciou no Colégio Alternativo Talismã. Diante dos indícios da existência de três crianças índigo na instituição, com a ajuda dos parceiros da escola, as análises das observações realizadas foram divididas em duas categorias, em virtude da sua presença continua durante as observações. As categorias elencadas são: características das crianças índigo do colégio alternativo talismã - conceitualização com os biótipos 52 dos índigos, por Nancy Ann Tappe; e didática do educador no processo ensinoaprendizagem da criança índigo. Nas categorias foram analisadas as características presentes durante as observações das três crianças pesquisadas. Ressalta-se que foi a partir de um levantamento bibliográfico detalhado que surgiu a possibilidade de criar esta ponte entre as características das crianças índigo e as peculiaridades das demais crianças no Colégio Alternativo Talismã, para então ser estabelecido o conceito de índigo. Somente após a análise das observações, juntamente com os referenciais teóricos é que se estabeleceu este conceito. Durante as análises, foi imprescindível todo o cuidado para preservar a identidade das crianças, que foram identificadas na pesquisa com nomes de flores, quais sejam: Lírio, Jasmim e Girassol. Na escolha dos nomes das flores, pesquisou-se, inicialmente, o significado de cada nome de flor, segundo a fonte de pesquisa: <http://www.floresrosas.com.pt/significado-flor.htm>. Assim, Lírio é o educando que estuda no Pré e o significado do nome da flor é doçura, inocência, pureza; Jasmim é o educando do 3º ano e o significado do nome da flor é amor, beleza delicada, graça; e Girassol é o educando do 5º ano e o significado do nome da flor é dignidade, glória, paixão. Desta forma, procurou-se atribuir o significado do nome de cada flor a cada criança pesquisada, destacando as características em comum. A seguir, apresentam-se as análises das observações das crianças, a partir das categorias escolhidas, consideradas as mais marcantes durante o percurso de observação. São elas: características das crianças do Colégio Alternativo Talismã - conceitualização com os biótipos dos índigos, por Nancy Ann Tappe; e didática do educador no processo ensino-aprendizagem da criança índigo. 53 4.1 CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS DO COLÉGIO ALTERNATIVO TALISMÃ - CONCEITUALIZAÇÃO COM OS BIOTIPOS DOS ÍNDIGOS, POR NANCY ANN TAPPE No percurso das observações na classe do Pré, foi interessante perceber as diferenças apresentadas pela criança índigo, em sua interação com as demais. Quando Lírio se apresentou para a pesquisadora, diante dos demais, já trouxe um linguajar diferenciado, conforme se observa no Relatório de Observação do dia 16/03/2011: no momento em que iniciou as apresentações, eu ainda não sabia quem era Lírio no meio de tantas crianças, foi no momento da apresentação que notei em suas primeiras palavras, ele se levantou dizendo: - Só um minuto professora, meu célebro ta confuso. Esperou uns instantes e disse: – Deu, agora já posso falar. Então se apresentou, com um olhar diferenciado dos demais, e uma firmeza em seu linguajar, notória. Apesar de sua personalidade estar ainda em processo de construção, podendo sofrer alterações ao longo do seu desenvolvimento, Lírio, com cinco anos de idade, demonstra, em vários momentos, uma visão global de mundo diante das questões solicitadas durante as atividades, conforme Relatório de Observação do dia 16/03/2011: durante uma atividade da aula de Inglês em que pintavam um desenho sobre a diferença do dia e da noite, sentei ao lado de Lírio contribuindo: - Nossa! Que lindo que está ficando o seu desenho, bem colorido. E questionei: - Mas, não entendi uma coisa Lírio, porque no mar você pintou metade dele roxo claro e metade roxo escuro? Lírio respondeu: - É porquê o mar, assim como o mundo todo, muda todos os dias, uma hora ele ta roxo claro, daqui a pouco ele já fica escuro. – Assim, como todas as coisas do mundo mudam, podemos pintar da cor que queremos. Explicando minuciosamente uma simples pintura. Lírio sempre fundamenta muito bem as suas explicações, trazendo uma visão ampla dos cuidados necessários que se deve ter com o planeta. Como abordam Carroll, Tober (2005, p. 135-136) sobre a preocupação e o amor que as crianças índigo têm pelo mundo, “essas crianças se preocupam com todos os seres vivos: o planeta, os animais, as plantas e as pessoas. Reagem a qualquer demonstração de crueldade, injustiça, violência e insensibilidade.” 54 Foto 01: Lírio Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Em outra observação, mais um acontecimento semelhante relativo ao cuidado e à compreensão da natureza, chamou a atenção, pela facilidade que Lírio tem de formular conceitos a partir das ações humanas, contextualizando a ação na futura conseqüência da mesma. No Relatório de observação do dia 07/04/2011, pode-se perceber este fato: folheando sua apostila, reparei em um desenho que me intrigou em que o enunciado dizia: - Desenhe abaixo, como ficará a natureza se não cuidarmos dela. Lírio desenhou uns bonecos pintados em vermelho, e no canto um tronco com uma serra ao lado e um boneco também em vermelho em cima do mesmo, e acima uma nuvem preta. Curiosa, em ter a explicação do significado do desenho de Lírio, iniciamos uma conversa: Pesquisadora: - O que você desenhou aqui? Lírio: - Então, essa parte escura é um arco-íris, que vai ficar assim se não cuidarmos. Pesquisadora: - E esses bonecos em vermelho o que é? Lírio: - esses em vermelhos somos nós que vamos ficar tristes e vamos morrer por causa da poluição, se não cuidarmos. Pesquisadora: - E porque este tronco, com esta pessoa em cima pintada de vermelho, e essa serra ao lado? Lírio: - É que se cortarem as árvores, vão destruir o planeta, o tronco vai cair, porque foi cortado, e com ele a pessoa que está em cima vai morrer por isso ela está pintada de vermelho. 55 Foto 02: Atividade da apostila de Lírio. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Reforça-se esta afirmativa com as palavras de Simon (2010, p.157), quando ela assim se manifesta: ... todas as crianças índigo afirmam, sem exceção, que estão a serviço do universo em que evoluem e que tudo é solidário com tudo. Elas estão, dessa forma, particularmente designadas para nos ajudar a preservar a Terra e seus habitantes. Não temos um planeta suplementar e devemos salvar este em que vivemos. Segundo a mesma autora, todos os índigos têm essa missão, mesmo que implícita em suas atitudes, que ao longo do tempo vão demonstrando a partir de suas ações cotidianas. Em conversa com a professora da classe, ela também contribuiu afirmando que, do mesmo modo que Lírio expõe suas opiniões bem fundamentadas, ele exige igualmente explicações minuciosas sobre os seus questionamentos, caso contrário, não se dá por satisfeito. Mais uma vez recorre-se a Simon (2010, p. 23) que vem ilustrar esta questão: ... essas crianças do terceiro milênio mostram uma insaciável necessidade de conhecimento. Elas fazem perguntas pertinentes e exigem respostas apropriadas. Não desejam absolutamente um ensino estereotipado e se recusam a aprender o que consideram desinteressante e que, sem dúvida, lhes é inútil para a vida. Outra característica interessante notada foi a empatia de Lírio com relação a algumas pessoas, especialmente com a pesquisadora. Durante a pesquisa na escola, foi necessário criar um vínculo de amizade com ele, que no começo demonstrou resistência, mas a pesquisadora persistiu com a conversa, interessada em conhecê-lo. Nesse sentido, Vecchio (2006, p. 165) vem contribuir quando fala sobre a importância do diálogo: “Dialogar sem impor 56 decisões, aprender a brincar, a rir, a respeitar para ser respeitado, são atitudes essenciais que honram os sentimentos e a inteligência do índigo.” De fato, aos poucos, o aluno foi se soltando e assim diminuiu a distância existente, dando chance de se compreender um pouco mais o seu universo interior e toda essa vibração que ele quer manifestar e compartilhar com todos, demonstrando-se muito ativo em todos os momentos. Vecchio (2006, p. 34) trata justamente dessa característica presente no índigo, que capta com a sua Intuição Emocional as emoções e sentimentos de pessoas que se aproximam dele. Quando o índigo possui essa empatia, constitui-se em verdadeiro radar que sintoniza tanto os sentimentos amorosos, nobres, positivos de uma pessoa, quanto os negativos. Isso explica muitas vezes porque o índigo, pode, na mesma hora, sem razão aparente, mostrar-se amistoso e carinhoso diante de uma pessoa, e até de um desconhecido ou, ao contrário, fechar-se, não conversar, não querer nada com essa pessoa, negarse até cumprimentá-la, mesmo que seus pais o obriguem a cumprir um ritual considerado como parte de conduta social de uma pessoa bem-educada. Esta característica presente na criança índigo fez resgatar uma conversa, realizada com a professora da turma, sobre a presença da pesquisadora na sala de aula observando Lírio, como se constata no Relatório de Obseração do dia 16/03/2011: simpatizei-me muito com ele, e percebi que ele também gostou de mim, a educadora da sala disse que tive sorte disso acontecer, pois ano passado outra menina fez estágio na sala dele, e ela não conseguiu realizar nada com eles, pois pelo fato dele não simpatizar com a estagiária, ele não contribui com nenhuma aula, atrapalhando o andamento das atividades, tirando a atenção dos demais. De acordo ainda com Vecchio (2006), as crianças índigo possuem personalidades fortes e tendem a se fechar quando não compreendidas ou quando sua opinião não é levada em conta. Isto ocorreu durante a participação da pesquisadora na brincadeira com papéis picados com as crianças, em uma das observações, como o Relatório de observação do dia 15/04/2011 atesta: Lírio não conseguia pegar os papéis picado, então ficava bravo todas as vezes, mas pedia repetição, não querendo desistir. As crianças começaram a pedir para poderem jogar o papel no meu lugar, Lírio ficou emburrado e disse que só participaria se eu continuasse a jogar. Atendendo o pedido de uma criança deixei-o jogar, Lírio então, se negou a continuar participando. Mostrando o seu lado rebelde, que as 57 coisas devem ser como ele quer e planeja, caso contrário ele não participa. No instante do acontecido à educadora, apontou para situação que estava ocorrendo, contribuindo dizendo que é assim que ele reage diariamente as posições da qual ele não está de acordo, por isso ela tem sempre de agir com muita cautela com o mesmo, negociando questões, e argumentando através de uma conversa minuciosa, fazendo-o compreender, mas dificilmente ele cede, só quando ele quer. No decorrer das vivências com as crianças da turma do Pré, no Colégio Alternativo Talismã, a professora contou que Lírio sempre realiza as atividades propostas com muita facilidade e rapidez, com um raciocínio muito acelerado, trazendo contribuições às aulas, e que muitas vezes, ela mesma se pergunta como ele sabe tanto sobre tantos assuntos e de onde tira várias idéias curiosas, sobressaindo-se diante dos demais educandos. Realmente, Carrol e Tober (2008, p. 19) ressaltam que: índigos possuem muita sabedoria. É interessante observá-los. Parecem ter na ponta da língua, uma lista de questões e perguntas muito sérias sobre a vida, pronta para ser despejada em qualquer um que esteja disposto a ouvi-las. Até os que não fazem tantas perguntas possuem uma forma de raciocínio muito perspicaz. Teve-se um exemplo dessa inteligência especial quando, durante uma conversa, Lírio interferiu fazendo um comentário inusitado, transcrito no Relatório de Observação do dia 16/03/2011: Um colega de Lírio que estava sentado próximo me questionou: - Tia, de que planeta você é? Então respondi: - Eu sou do planeta terra e você? Ele responde: - Ah, eu também. Lírio, então contribui, dizendo: - Não! Ele não é do planeta terra, ele é de um planeta em que os et’s controlam a mente das pessoas. E seguiu terminando a sua pintura. É nesse momento que se para a fim de pensar de onde vem esse conhecimento das crianças índigo acerca destas questões do Além, sendo que as demais crianças desconhecem quase tudo sobre o assunto. Ressalta-se ainda a quantidade de palavras que o menino domina em seu vocabulário, destacando-se das demais crianças. A partir das características que Lírio apresentou, juntamente com as leituras realizadas sobre os biótipos de Lee Carroll e Nancy Ann Tappe, foi possível notar em Lírio as características de um índigo humanista. Com efeito, nas adaptações de Vecchio (2006, p.57) aos biótipos criados, o autor esclarece que os indivíduos índigos 58 são muito sociais, amorosos, superativos (não hiperativos) e de opiniões muito firmes. Displicentes com seu corpo, brincam com diversos brinquedos. Não gostam de ordenar seu quarto ou sala, são leitores ávidos e revelam grande capacidade de persuasão. Possíveis profissões: médico, sociólogo, psicólogo, psicopedagogo, conselheiro, professor, vendedor, empresário, político. Analisando as características mais presentes nessas crianças, é possível apaixonar-se por elas, conhecendo a sua essência e a pureza que trazem os significados das coisas em suas palavras. Mas não se pode negar também que elas devem ser educadas com muita cautela, tanto pelos pais como pelos educadores, para assim conviver em sociedade de forma harmônica e saudável para sua evolução. A partir dos biótipos formulados por Nancy Ann Tappe em que Carroll e Tober (2005) abordam, conceituando as diferentes personalidades dos índigos com características muito específicas, fica mais fácil compreendê-los. Todos apresentam peculiaridades em comum, mas ao mesmo tempo trazem traços bem distintos, que podem ser explicados através das quatro categorias: humanista, conceitual, artística e interdimensional, criadas pelos respectivos autores. Nesta pesquisa, durante as observações das crianças e ao fazer as análises das mesmas, conseguiu-se identificar três biótipos de crianças índigo: humanista, interdimensional e conceitual. Para formular este conceito, levou-se em conta as características de cada biótipo apoiada nas idéias de Nancy Ann Tappe, ressaltando, porém, uma consideração de Vecchio (2006, p. 59): “ [...] não encontraremos um biótipo puro. Encontramos, sim, biótipos mesclados, porém com a predominância de um deles.” Observando Jasmim, durante a aula, no 3º ano, não foi possível notar nenhuma característica aparente, ele demonstrou ser apenas um educando que apresenta déficit de atenção e um alto grau de hiperatividade, o que dificulta sua concentração para a realização das atividades propostas, segundo a professora da sala já havia mencionado e ficou registrado no Relatório de Observação do dia 25/03/2011: ele apresentava muita dificuldade na elaboração da escrita das palavras, e na leitura das mesmas. Um aluno com perfil tímido, com déficit de atenção, e muita hiperatividade, que pela conversa que tive com a sua educadora, esta hiperatividade vem sendo inibida por um medicamento que ele toma já faz algum tempo, a ritalina. 59 Foto 03: Jasmim Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. No decorrer das aulas, Jasmim demonstrava, em vários momentos, uma certa agitação, não alcançando a concentração necessária para as atividades que eram propostas, e se negando a fazê-las, dizendo que não conseguia. Relativamente a esta falta de atenção, Cañete (s/d, p.02) aborda, em um artigo, as rotulagens atribuídas às crianças atualmente: Não é a toa que estamos assistindo a uma verdadeira epidemia de crianças, jovens e agora de adultos rotulados de DDA (distúrbio de déficit de atenção) e de DDAH (distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade), de bipolaridade, de crianças problemas. Na verdade, os rótulos são tentativas da ciência de fragmentar, catalogar e assim poder controlar por meio da supressão dos sintomas. Nem estamos falando de cura. É evidente aqui, que faço uma ressalva importante para a necessidade de que profissionais competentes avaliem e façam um diagnóstico diferencial. Mas, por enquanto ainda é pequeno o número de profissionais, médicos, psicólogos, pedagogos que se dispuseram a encarar um estudo mais atento e profundo, sem preconceitos, a este tema tão desafiador. Por isso, é importante desmistificar estes conceitos estabelecidos, trazendo uma nova explicação para as atitudes destas crianças com um desenvolvimento espiritual superior ao das demais, que são chamadas de crianças índigo. Neste ponto, Simon (2010, p. 20) vem contribuir, fazendo a distinção: 60 Muitas vezes tendemos a fazer o amálgama entre as crianças índigo e a crianças que sofrem de transtornos obsessivos do comportamento, de hiperatividade, ou de déficit de atenção, mas as crianças que sofrem de déficit de atenção não são de forma alguma índigo. Existem inúmeras diferenças entre elas e é impossível constatar qualquer anomalia física nas crianças índigo. Foi durante uma conversa com a psicopedagoga que se teve conhecimento de que Jasmim sabe ler, mas no seu tempo, e durante as aulas sempre se nega a fazê-lo. A psicopedagoga da escola realiza atendimentos semanais com Jasmim, trabalhando a prática da leitura, instigando-o com histórias inusitadas, como contos antigos. Ela relatou que tudo com ele deve ser muito negociado, para que então ele aceite o que está sendo proposto, como se pode constatar no Relatório de Observação do dia 25/03/2011: Chegando a sala, a educadora sugeriu que lessem um livro de histórias, e ele não quis, então ela começou a conversar com ele perguntando porque ele estava tão nervoso, não querendo realizar as atividades. Ele não respondeu, apenas dizia que não queria fazer nada. Esta é uma característica muito presente nos índigos, em que tudo deve ser muito bem argumentado e negociado. Todas as três crianças pesquisadas apresentaram esta característica marcante e por isso cita-se Vecchio (2006, p.164), que se manifesta sobre as contribuições da Pedagogia de Valores aplicada ao índigo durante as negociações: [...] é baseada na negociação com o índigo: negociar, negociar, negociar. Por negociação devemos entender, dar opções à criança, propor acordos que não sejam autoritários nem manipuladores. Permitir e incentivar o índigo a buscar suas próprias soluções. Seja qual for a situação, expor a verdade dos fatos. Procurar com cuidado, bom senso e tolerância, transmitir aquilo que poderá ferir sua sensibilidade. Ao longo das observações, as visitas da pesquisadora às salas dos pesquisados se tornaram freqüentes, e por isso, ela pode notar em Jasmim momentos de muita agitação, em que mal conseguia ficar sentado, demonstrando necessidade de se locomover pela sala, mas também notou momentos em que ele aparentava estar fechado no seu mundo interior, quieto em seu canto. Estes momentos podem ser justificados pelo uso do 61 medicamento, ritalina8, que inibe a personalidade do consumidor. Segundo Simon (2010, p. 14): [...] esse tratamento químico é uma faca de dois gumes. Ele pode, com efeito, permitir que essas crianças hiperativas se integrem às normas em uso e, assim tranqüilizar os pais, mas, como todas as drogas desse tipo, gera uma certa euforia que permite aos consumidores esquecer sua diferença e seus complexos em relação aos outros. Contudo, paralelamente a essas vantagens teóricas, ele destrói a personalidade, a intuição, os dons espirituais, as faculdades extrassensoriais dessas crianças e, sem sombra de dúvida, sua saúde física. Muitas vezes, a pesquisadora observou Jasmim, em sua sala, ainda ativo, não conseguindo se concentrar nas palavras da educadora. Durante uma conversa com a psicopedagoga da escola, sobre os atendimentos que ela presta a Jasmim, a profissional trouxe a questão de falta de concentração como um empecilho, como algo que vem a perturbar o aluno há muito tempo. Segue a conversa de Jasmim com a educadora, constante do Relatório de Observação do dia 06/04/2011: Jasmim chegou à sala impaciente, negando-se realizar as atividades propostas pela educadora, então, iniciaram uma conversa, pois ela queria saber o porquê dele estar agindo desta forma, a criança começou a contar que não consegue se concentrar, por causa dos seus amigos ocultos que ficam lhe perturbando. Jasmim relatou os motivos pelos quais não consegue se concentrar nas aulas, sendo por isso diagnosticado com déficit de atenção. Outro relato, sobre uma situação semelhante, de outra criança índigo, citado por Carrol e Tober (2008, p. 110) mostra os pontos em comum que essas crianças têm: meu primeiro filho morreu durante o parto. Seu nome seria Douglas. Jessica nasceu 13 meses depois e nunca escondemos dela que quase teve um irmão. Sempre dissemos que ele havia morrido e que fora para o céu. Às vezes, ela me diz que falou com ele e me transmite seus recados. Também fala de seu “anjo”, que se chama Sabrina. Jamais lhe disse que essas visões são fruto de sua 8 RITALINA é um estimulante do sistema nervoso central. Seu mecanismo de ação no homem ainda não foi completamente elucidado, mas presumivelmente ele exerce seu efeito estimulante ativando o sistema de excitação do tronco cerebral e o córtex. O mecanismo pelo qual ele produz seus efeitos psíquicos e comportamentais em crianças não está claramente estabelecido, nem há evidência conclusiva que demonstre como esses efeitos se relacionam com a condição do sistema nervoso central. RITALINA dada a crianças psicóticas pode exacerbar os sintomas comportamentais e as alterações de pensamento. O abuso de RITALINA pode conduzir à tolerância acentuada e dependência psíquica com graus variados de comportamento anormal. Fonte: http://www.bulas.med.br/bula/3721/ritalina.htm 62 imaginação (como meus pais faziam comigo). Acredito que suas experiências como o mundo espiritual são tão (ou mais) válidas quanto as que temos neste nível de realidade em que vivemos. Carrol e Tober (2008) entendem que essas crianças são espiritualmente mais desenvolvidas, sentem-se bem em um ambiente religioso, pois acreditam em Deus e sentem que possuem algo que vai além da realidade, constituindo o ser. Para os autores, essas crianças são extremamente sensíveis, podendo sentir a energia vibracional das pessoas com as quais convivem. Jasmim contou mais sobre as crianças que ele costuma ver e que o perturbam muito, e estas informações constam do Relatório de Observação do dia 06/04/2011: eles estão aqui, bem ao seu lado, eles não querem que eu faça as atividades, porque eles falam que quando estavam na escola, também não faziam. A educadora questionou novamente: - Mas como eles são? Como você sabe que estão aqui? Jasmim responde: - Eu to vendo eles, os dois estão com uma calça azul e uma blusa vermelha, é o Rã-rã e o Tcheury, e eles dizem que não é pra eu fazer a atividade. A psicopedagoga chegou a ficar assustada por este relato, então, conversou com o menino dizendo que esses amigos devem ir embora, porque ele sabe sim fazer a atividade. Realizou com o menino uma oração, abraçando-o, pedindo a Deus para que faça com que parem de perturbá-lo, Durante a oração Jasmim. dizia: - Olha! eles estão indo embora, estão subindo e desaparecendo. É importante que tanto os pais, quanto educadores das crianças índigo, respeitem e aceitem este comportamento, pois se a criança índigo é compreendida, ela continua evoluindo. Nas palavras de Carrol e Tober (2008, p.83): [...] quanto mais leve e tranqüilo for o processo, melhor será o relacionamento familiar. Os pais podem evitar dar grande atenção a fatos e circunstâncias negativas e se concentrar nas experiências positivas e no aprendizado, contribuindo para o processo de evolução da raça humana ao oferecer ao mundo um ser mais equilibrado que pode transmitir a todos ao seu redor muito amor, compaixão e paz. Por sua vez, Galvão (1995, apud Vega e Silva, 2008, p. 03) mencionam a importância da afetividade, segundo a teoria walloniana: [...] a inteligência e a afetividade estão integradas auxiliando no processo da aprendizagem. A teoria Walloniana suscita uma prática que deve atender as necessidades da criança nos planos afetivo, cognitivo e motor, promovendo o seu desenvolvimento em todos esses níveis. 63 Esta afetividade se fez presente em uma das observações, em que se pode notar as contribuições da mesma no desenvolvimento de Jasmim, de acordo com o que se lê no Relatório de Observação do dia 06/042011: quando Jasmim ganhou o cartão do seu colega ficou muito feliz, pois estava escrito: Para o meu melhor amigo, seguindo com um desenho em baixo de uma carro-foguete, ele adorou e disse que gosta muito do amigo também. Foi interessante notar, como ele muda diante de situações de afetividade, demonstrando amor e afeto com os colegas, diferentemente de outras vezes que o presenciei na sala de aula, quieto em seu canto, e muito fechado. Até a professora da sala comentou, que ele teve um grande avanço nos últimos dias, interagindo melhor com os colegas. Por isso, é fundamental dirigir um olhar sensível para estas crianças, compreendendo a sua essência e atendendo às suas necessidades ao longo do seu desenvolvimento. Finalmente, analisando os biótipos elencados por Nancy Ann Tappe, acredita-se que Jasmim apresentou características do índigo interdimensional. Também Carrol e Tober (2005, p.31), em seus estudos, dizem que estes indivíduos são fisicamente mais desenvolvidos que os outros índigos e já aos dois anos respondem a tudo dizendo: eu sei e posso fazer sozinho. Deixe-me em paz. Trarão novas filosofias e religiões ao mundo. Podem ser briguentos por causa de seu tamanho e por não se encaixarem na sociedade como os outros tipos. Já segundo Vecchio (2006, p.58-59), de acordo com as características que Jasmim apresentou, ele é um índigo multidimensional, porque estas crianças gostam de filosofia acerca do cosmo, revelam tendência para a espiritualidade, vivem com a sensação de não pertencer a este mundo, buscam por si mesmo sua relação com Deus. Com alguma freqüência, quando crianças, expressam que enxergam seres do Além como anjo, parentes falecidos etc. Apresentam apuradíssimo senso de justiça. Mesmo quando crianças constituem-se em corajosos defensores dos menos capacitados, seja física, seja psiquicamente. A partir desta análise e dos argumentos teóricos que fundamentam tais características, é possível compreender as atitudes de Jasmim durante o seu desenvolvimento. Ao observar Girassol, estudante do 5º ano, notaram-se características em comum com Lírio e Jasmim. A educadora relatou que, em vários momentos 64 das aulas, é necessária uma abordagem de negociação para facilitar a convivência com ele e conseguir realizar o seu planejamento pedagógico com a turma. O relato da educadora, durante uma observação, está registrado no Relatório de Observação do dia 12/04/2011: contribuiu confirmando que Girassol é muito diferente das outras crianças, é preciso negociar situações com ele, pois se num momento ele não quer realizar uma atividade, ele não deixa que os demais façam, por isso, ela relata que conseguiu ter um novo olhar para com ele, aprendendo melhor a lidar, para assim facilitar a convivência dele com o grupo e sua interação na aula, utilizando-o como ajudante em diversos momentos das aula, assim ela conseguiu estreitar as distâncias, criando um laço de harmonia com o educando. Outro dado importante a ressaltar foi uma atitude que Girassol teve, no final do ano passado, chamando a sua mãe para uma conversa séria que é relatada na seqüência, dentro do Relatório de Observação do dia 12/04/2011: em uma conversa com a mãe de Girassol que trabalha na instituição em que realizo as observações, ela vem contar que no final do ano passado Girassol quis ter uma conversa muito séria com ela, segundo ele mesmo a comunicou, dizendo que se sentia diferente das outras crianças, que ele não queria mais ser assim. Disse também, que iria mudar, para todos gostarem dele. Segundo a mãe de Girassol ele brigava muito com os colegas, pois não os respeitava. Girassol tinha um olhar de auto-suficiência para si, o que prejudica suas vivências com os colegas. Ele prometeu a mãe que iria mudar, iria ser mais calmo, ouvir mais os colegas, para ser igual a todo mundo. Girassol demonstrou, com sua atitude, ter uma visão adulta quando tomou a iniciativa de chamar a mãe para conversar sobre uma dificuldade que atrapalhava seu relacionamento com os demais colegas. Pronunciando-se sobre esses seres frágeis, Carroll e Tober (2008, p. 83) apontam o tratamento que deve ser dado a eles: ao reconhecer em seu filho ou neto as características índigo, sua família terá melhores resultados em termos de educação tratando-o com respeito e amor como se fosse um adulto miniatura ou mesmo como um Cristo mirim. É preciso que se lembrem, constantemente, de dar o máximo em termos de apoio e incentivo a esse ser que habita ainda um frágil corpo infantil. As crianças índigo incorporam uma personalidade forte, demonstrando em muitos momentos um instinto de liderança, tornando-se, na maioria das vezes, o centro das atenções do grupo. Segundo um relato da educadora 65 quanto à posição de Girassol diante dos demais: “... Girassol sempre teve um instinto de liderança, uma influência sobre os colegas, conseguindo dominar a todos, fazendo-os participar ou não das atividades propostas.” (Relatório de observação do dia 12/04/2011). Foto 04: Girassol Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Quando se refere a essa característica presente nos índigos, Condron (2008, p. 40) declara que eles possuem alta auto-estima, forte integridade, honesta, direta, altamente sensível. Possui um senso de missão e o exibe desde cedo. Não será dissuadida depois que seu coração/cabeça tiver se decidido. Demanda escolhas e o direito de fazê-las. Energia excessiva leva a mudanças rápidas de atenção. Entedia-se facilmente. Precisa de adultos estáveis emocionalmente, amor constante. Habilidades de curas inatas. Atraídas por pensamento de grupo quanto a necessidade apresenta-se, não será isolada. Desenvolvimento do ser. Na verdade, durante as observações, Girassol sempre demonstrou este instinto de liderança, tanto nas brincadeiras realizadas quanto durante as aulas, nos momentos em que queria se destacar, respondendo a todos os questionamentos que a educadora fazia durante o processo de ensinoaprendizagem. Numa tarde, foi possível perceber isso mais claramente, e o fato consta do Relatório de Observação do dia 16/03/2011: 66 girassol se pronúncia com muita firmeza e determinação, uma autoestima muito forte. Na atividade da apostila, a questão pedia para citar o nome de objetos e Girassol declara: - eu coloquei lápis, borracha e apontador, porque é tudo que eu preciso neste momento. Outra situação marcou uma característica muito relevante de Girassol, que é a de não aceitar ordens e imposições feitas pelos adultos. O fato ocorreu no estágio de séries iniciais, quando a pesquisadora ainda me encontrava na fase de amadurecimento desta temática para o projeto de conclusão de curso. O que me impressionou realmente foi a atitude de Girassol em resposta a uma situação em que se contrariou sua vontade, como destacado no Relato do Estágio de séries iniciais da Intervenção em outubro/2010 apresentado a seguir: durante a realização desta atividade pedagógica, uma reação de Girassol fez com que fosse interrompida a atividade. Girassol era um dos auxiliares que estavam filmando. Durante a filmagem, ele brigou com um colega da outra sala, pois não queria que este aparecesse na filmagem, empurrando-o, entre várias discussões. Por este motivo, retirei a máquina filmadora dele, passando este papel a outro aluno, pois ele não estava se comportando. Com esta ação, Girassol ficou irremediável, pois foi contrariado. Repetindo várias vezes: - Não! sou eu quem vai filmar, a professora disse que eu iria fazer este papel. Ela não pode tirar a máquina de mim, sou eu que devo filmar. Com isso, gerou conflitos e tivemos que nos reunir na sala de aula para conversar com todos sobre o acontecido. Girassol ainda muito bravo, pelo fato da estagiária ter tirado a câmera dele respondeu: - Foi combinado! Nós já tínhamos combinado que eu iria filmar, ela não podia ter tirado a máquina de mim. A partir do relato deste acontecimento ocorrido no estágio de séries iniciais, é possível constatar a forte personalidade que Girassol apresenta, não aceitando ser contrariado quanto às decisões acordadas inicialmente, mostrando assim ter um gênio inflexível diante de situações impostas. Simon (2010, p. 31) explica essa atitude das crianças, dizendo que: [...] elas resistem ao tom autoritário, mas ouvem as explicações sensatas. Detestam se sentir depreciadas ou ser criticadas em público e suportam com dificuldade que lhes seja sugerida uma orientação de vida, pois julgam saber melhor do que ninguém o que farão mais tarde, mesmo que isso não corresponda aos hábitos familiares. Recusam receber ordens injustificadas, mas buscam o diálogo e desejam principalmente ser interlocutores para seus pais. O mesmo autor também alerta sobre a importância do diálogo com estas novas crianças, frisando que é preciso explicar minuciosamente caso ocorra mudanças de planos nas situações, se não cumprirem o prometido. 67 Com a análise das características de Girassol segundo os referenciais teóricos, foi possível o encaixe do educando dentro do biótipo Conceitual, segundo as idéias de Nancy Ann Tappe expressas por Menezes (2001, p. 04): [...] índigos conceituais estão mais para projetos do que para pessoas. Serão os futuros engenheiros, arquitetos, projetistas, astronautas, pilotos e oficiais militares. Eles não são desajeitados, ao contrário, são bem atléticos como crianças. Eles têm um ar de controle e a pessoa que eles tentam controlar na maioria das vezes é a mãe se são meninos. As meninas tentam controlar os pais. Se eles são impedidos de fazer isso, existe um grande problema. Este tipo de Índigo tem tendência para outras inclinações, especialmente as drogas na puberdade. Os pais precisam observar bem o padrão de comportamento dessas crianças quando elas começarem a esconder ou a dizer coisas tais como, "Não chegue perto do meu quarto": é exatamente quando os pais precisam se aproximar mais. Finalizando esta análise, constataram-se, no decorrer das observações, as características presentes nos pesquisados, e a partir da análise, as especificidades foram salientadas com o auxílio de referenciais teóricos constituindo, assim, a criança índigo. 4.2 DIDÁTICA DO EDUCADOR NO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM DA CRIANÇA ÍNDIGO Ao observar, na prática docente, como funciona o direcionamento das atividades destinadas às crianças índigo, juntamente com as demais crianças, considerou-se interessante notar a didática que o educador adota para lidar com estas crianças, que são um tanto quanto rebeldes e não aceitam ordens, ao mesmo tempo em que consegue concentrar a atenção da turma em sua interações. Em vários momentos das observações, as estratégias que os educadores utilizaram para lidar com as crianças índigo tornaram as vivências em grupo satisfatórias para todos, a partir de um “jogo de cintura”, durante as atividades que eram propostas. A educadora comentou sobre as atitudes de Lírio, na sala do Pré, mostrando como ela lida com ele, e essa conversa pode ser lida no Relatório de Observação do dia 16/03/2011: 68 [...] tudo deve ser negociado com ele. Dizendo o porquê que ele precisa fazer a atividade, e que só pode ir ao parque no término da mesma, utilizando de argumentos bem fundamentados. Uma resposta do tipo: - Não pode, porque não, jamais pode ser dada a ele, pois jamais é aceita. Ela afirma que conseguindo lidar com ele em sala de aula, é possível de realizar a atividade em que todos participem, ele é o centro das atenções da turma, as crianças seguem o que ele faz e acata. Nas atividades pedagógicas, a educadora mostrou a importância de gerar problematizações, instigando o educando a buscar o conhecimento. O Relatório de Observação do dia 07/04/2011 apresenta esse relato: em um momento a educadora, mostrou uma imagem que apresentava a foto de um crocodilo com a boca aberta e dentro da boca do animal, um passarinho intacto, não ferido pelo animal. Então, ela questionou: - O que será que esse passarinho ta fazendo dentro da boca do crocodilo? E as crianças logo responderam: - Ele vai ser comido, professora! Ele vai morrer! E Lírio antenado na questão, ainda em silêncio esperou a educadora se pronunciar quanto a resposta dos colegas. E ela questiona novamente: - Será mesmo? Lírio então, se manifesta: - Não, professora. Ele só ta limpando o dente do crocodilo, por isso que ele está vivo. A educadora demonstra-se surpresa, e pergunta como ele sabe. Logo Lírio responde dizendo que viu na televisão. Até mesmo as crianças ficam surpresas com as atitudes de Lírio diante das situações que são proposta, pois ele se sobressai entre o grupo. Com relação à forma de aquisição do conhecimento, Freire (1994, apud Freitas, 2004, p. 05) defende a importância da curiosidade epistemológica ao se referir a uma educação que se comprometa em promover essa passagem da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, que estimule criticamente a capacidade de aprender, de aventurar-se e arriscar-se no exercício fundamental da inteligibilidade crítica do mundo. Neste ponto é possível estabelecer uma relação com o que a professora propôs aos educandos do Pré, na sala de aula de Lírio. Igualmente quando Freitas (2004) discorre sobre a proposta de Paulo Freire para a educação, ela diz que o papel do educador é o de motivar o educando a ir à busca do conhecimento epistemológico, dessa forma, a curiosidade se torna agente principal da construção do conhecimento, tornandoo muito mais significativo. 69 Em uma situação na sala de aula, em que Lírio ficou bravo por não ter sido feita a sua vontade e se excluiu da brincadeira, a educadora da turma procedeu de modo a conseguir sua adesão, como ela mesma me contou e está registrado no Relatório de Observação do dia 15/04/2011: no instante do acontecido à educadora, apontou para situação que estava ocorrendo, contribuindo dizendo que é assim que ele reage diariamente as posições da qual ele não está de acordo, por isso ela tem sempre de agir com muita cautela com o mesmo, negociando questões, e argumentando através de uma conversa minuciosa, fazendo-o compreender, mas dificilmente ele cede, só quando ele quer. [...] deixando claro o “jogo de cintura” que a educadora deve ter para lidar com ele, caso contrário, como já descreveu a mesma sobre o educando, ele não faz as atividades propostas e tira a atenção de todos da turma, não os deixando participar. Na observação de Jasmim, a psicopedagoga deixou clara a necessidade da conversa com o educando, para que ele possa expor seus pensamentos e posteriormente consiga se concentrar na atividade que ela vai propor. O Relatório de Observação do dia 25/03/2011 ilustra essa atitude: chegando a sala, a educadora sugeriu que lessem um livro de histórias, e ele não quis, então ela começou a conversar com ele perguntando porque ele estava tão nervoso, não querendo realizar as atividades. Ele não respondeu, apenas dizia que não queria fazer nada. Ela continuou interrogando-o sobre o final de semana, e os amigos que tem no quarto dele, se ainda estão aparecendo, então ele começou a falar: - Olha, o meu amigo cacariano ainda vem me visitar. A educadora propõe a conversa como estratégia para lidar com as resistências do educando à realização dos seus objetivos, com o intuito de compreender melhor o que se passa em sua mente e o que o impede de fazer o que é solicitado. Em alguns momentos, Jasmim mencionou as conversas que ele tem com amigos ocultos, contando detalhes das mesmas para a educadora, e a pesquisadora registrou essa conversa no Relatório de Observação do dia 25/03/2011: a educadora segue questionando, mas quem é ele? Jasmim responde: - Ele é como um bicho de estimação é uma mistura de homem com cachorro. Ela continua, mas pra quê ele vai a sua casa? - Ele vai lá em casa porque os espíritos incomodam ele na rua, ai ele vai lá. O planeta dele foi destruído e eu tava lá, eu era um deles. A educadora pergunta: - Mas ele não pode ir à sua casa, ele tem que voltar para o lugar de onde ele veio. Jasmim fala: - Não, ele precisa 70 evoluir, e quando acontecer isso ele vai ganhar mísseis para combater os seus inimigos. A educadora segue: - Você tem que esquecer esse amigo, pois se ele tem inimigos ele não é do bem. Neste relato, foi possível notar a importância que a educadora dá às histórias que Jasmim conta. Ela o escutou com atenção, e em momento algum contradisse o que ele contou como se fosse uma invenção. Mas o alertou, dizendo que não é bom continuar tendo estas influências negativas. Sobre essas visões, Carrol e Tober (2005, p. 56) acrescentam que a maioria dos índigos consegue ver anjos e outros seres e descrevem tudo com detalhes. E não se trata de imaginação, mas de mera explicação. Costumam falar abertamente de suas visões um com o outro a não ser que sejam reprimidos pelos pais. Por sorte, as pessoas estão um pouco mais abertas e dispostas a ouvir esses emissários. Nossas fantasias sobre crianças estão sendo, pouco a pouco, substituídas pela curiosidade e pela confiança. Com base nesta vivência, é importante ressaltar a necessidade que as crianças índigo têm de serem compreendidas e escutadas com respeito, levando em conta suas contribuições. A partir desta análise foi possível identificar também o perfil que o educador precisa possuir para aprender a lidar melhor com estas novas crianças que vêm habitando a terra cada em número maior. É preciso ser um educador com uma ampla flexibilidade para então, a partir de um aprofundamento sobre a temática, criar um ambiente qualitativo para o desenvolvimento das potencialidades das crianças, sendo elas compreendidas, cada uma em sua especificidade. 71 5 ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES / PRÁTICA TRANSDISCIPLINAR Nesta parte do trabalho, analisa-se a prática transdisciplinar realizada com as crianças índigo através das oficinas pedagógicas, salientando as contribuições das dinâmicas, com o amparo de referenciais teóricos que confirmam as contribuições. 5.1 OFICINA: A BUSCA DE SI, NO MUNDO DA IMAGINAÇÃO Esta oficina tem como objetivo principal propor as contribuições das práticas transdisciplinares na educação de crianças índigo, com a intenção de relacionar a Programação Neurolinguística ao relaxamento a partir da imaginação criativa, para trabalhar além das disciplinas, proporcionando momentos de interação do educando consigo mesmo. Esses momentos são essenciais ao desenvolvimento dos índigos, porque lhes proporcionam uma nova maneira de lidarem com sentimentos e emoções que podem ser prejudiciais ao seu desenvolvimento, caso não sejam compreendidos, por serem as crianças índigo muito sensíveis. Vecchio (2006, p.153), em suas pesquisas, dá uma orientação prática para lidar com a criança índigo: [...] um bom facilitador, pai ou professor conscientiza as pessoas sobre o valor de vivenciar as sete palavras-chaves. Ensina como harmonizar a mente, as emoções, os instintos e o corpo. Ensina como conhecer as energias. Conduz aos poucos seus filhos e alunos até eles alcançarem os quatro primeiros valores, a fim de que, completando a vivência dos 28 valores, tenham pleno o poder da sabedoria em seu coração e em suas mãos. Na realização da oficina pedagógica, participaram três crianças índigo: Lírio, Jasmim e Girassol, que foram assim conceituadas a partir da leitura de estudos de diversos autores e das análises de suas características. Juntamente com estas, mais quatro crianças se fizeram presentes na atuação da dinâmica. Foi possível perceber, com a prática do relaxamento provocando a imaginação criativa, a influência gerada nas crianças índigo, foco principal deste estudo. A prática transdisciplinar contribui para o desenvolvimento do grupo todo, mas atende especialmente às especificidades espirituais que os índigos apresentam, de forma crescente e diferenciada dos demais. Nicolescu (1999, p. 72 103) contribui com seu comentário sobre a personalidade complexa dos sujeitos: a máscara torna-se mais importante que o rosto. Há um único rosto, mas várias máscaras. A máscara a persona – corresponde a uma certa personalidade, em função das necessidades da vida individual e social. O desacordo constante entre a vida individual e social produz as múltiplas personalidades de um único e mesmo indivíduo. As contradições e os conflitos entre as diferentes personalidades de uma única e mesma pessoa levam a dissolução do ser interior, que não se reconhece dentro de suas múltiplas máscaras. Diante dessa constatação, torna-se difícil o desenvolvimento, tanto individual como social, a vivência dos sujeitos com essas várias realidades que habitam dentro de si. Do mesmo modo Mascarenhas (2007) se manifesta sobre as várias subpersonalidades existentes dentro de uma personalidade, evidenciando a necessidade de educar cada uma delas, para melhor lidar com as situações cotidianas. Daí a necessidade desta prática transdisciplinar, fazendo com que o indivíduo incorpore, a partir da programação neurolinguística auxiliada pelo relaxamento, um bem-estar equilibrado e valores importantes para o seu desenvolvimento. Na oficina proposta, o objetivo principal foi de fazer com que os educandos tivessem um olhar focado para dentro de si, com o intuito de se autoconhecerem para se autocontrolarem de forma equilibrada nas situações inconstantes do dia-a-dia, promovendo um bem estar coletivo e alcançando mais tranqüilidade e calma para execução das atividades escolares. Iniciou-se com a dinâmica da “Caixa de Valores”, em que o educando precisava retirar da caixa um valor e socializar o significado do mesmo com o grupo. Foto 05: Caixa de Valores Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. 73 O objetivo principal era o de promover a interação entre os pesquisados sobre os valores que fazem parte de sua personalidade, desta forma, criando um diálogo entre eles, para conhecerem melhor uns aos outros e a si mesmos a partir do significado que cada um atribuiu. A seguir, apresenta-se o Relatório da Intervenção do dia 18/04/2011, com o registro desse momento: no momento da dinâmica todos participaram, contribuindo sobre as suas interpretações sobre cada valor. Para Lírio de 5 anos, justiça, é fazer o correto sempre. Para Girassol de 9 anos, paz, é tranqüilidade e silêncio. Jasmim de 9 anos, argumentou sobre o valor da “fé”, e ele contribui dizendo que fé é acreditar nas pessoas, em deus, é acreditar nos anjos... Então eu questiono: Mas você acredita em anjos? Jasmim responde: - Sim, eu era um anjo. Sempre andava eu e mais dois anjos. Então questionei: - E lembras o seu nome de anjo? E ele responde: Sim, eu tinha o nome de Misael, era bem legal. Algumas crianças que estavam presentes na roda começaram a rir, do que Jasmim estava contando, dizendo: - Até parece que ele já foi anjo. Nesse momento Jasmim encerrou o assunto e não quis mais falar sobre. Foto 06: Momento da dinâmica da Caixa de Valores. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Essas crianças têm necessidade de um conhecimento específico sobre os valores necessários que o ser humano deve possuir para ser feliz. Recorrese mais uma vez a Vecchio (2006, p.129), que destaca o que Osho diz ao abordar o tema da importância da conscientização na criança: [...] quando Osho fala “consciência” entenda “conscientização”. A única possibilidade que a criança tem de criar um mundo belo, pleno de paz e alegria depende de não ser contaminada pelo passado negativo dos adultos. Quanto mais condicionamentos e programações negativas pais e educadores induzirem o índigo, nessa mesma proporção diminuirá a capacidade dessa criança ser feliz na busca de si mesma e de Deus. 74 Nesse sentido, torna-se importante para o desenvolvimento das crianças índigo, principalmente por serem mais suscetíveis às energias e vibrações do meio, conforme trazem Carroll e Tober (2005), a contribuição do convívio com valores que somem em sua personalidade, abolindo, assim, o “script de vida”, como diz Eric Berne (1995), para então anular as questões negativas gravadas no inconsciente das crianças. A esse respeito Vecchio (2006, p.130) vem considerar: um choque emocional ou mental que resgate a pessoa à própria realidade; eliminação de programações, tal como fazemos no primeiro passo da Pedagogia de Valores; uma educação baseada em valores espirituais, principalmente a partir do valor Justiça amparado pelo valor verdade. Com esse tipo de orientação, a criança aprende a aplicar primeiro em si mesma esse valor e depois aplicará o que corresponde aos outros. As crianças índigo, em vários momentos de suas vivências, demonstram ter tido um contato com o além, ultrapassando a realidade, como no caso de Jasmim, que disse já ter sido um anjo. A educadora Constance Snow (apud Carrol e Tober, 2008, p. 86), relata o seguinte sobre os seus alunos índigos: [...] em vários momentos assuntos espirituais ou discussões sobre a vida vêm à tona. Essas crianças têm uma consciência desses assuntos, muito mais desenvolvida que a de seus pais. Á medida que evoluo espiritualmente, percebo melhor (e me surpreendo) com os conceitos claros e coerentes que elas apresentam. Muitas destas novas crianças apresentam características paranormais sendo que, segundo Atwater (2008, p. 79): [...] sonhos vividos, projeções mentais de vida real, imaginação criativa, comunicação telepática, clarividência, clariaudição, claricognição e clariolfato são comuns. Os lobos pré-frontais são ativos em estados mais elevados de conhecimento intuitivo. Eles funcionam como se fossem “asas” do cérebro – ampliando nossas mentes para experiências mais ricas de nós mesmas, nossos relacionamentos com os outros e com o nosso mundo. As crianças índigo apresentam um conjunto de características que as diferenciam das demais, por isso, um trabalho voltado ao seu desenvolvimento, com técnicas que as auxiliam a desabrochar, é tão importante. 75 No momento do relaxamento, com o despertar da imaginação criativa, pode-se perceber as crianças mergulharem na história, pelas suas expressões corporais durante a atividade realizada. Foto 07: Relaxamento na oficina “A busca de si, no mundo da imaginação”. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Elas deitaram-se nos colchonetes, seguindo a voz da pesquisadora, prontas para a viagem ao mundo imaginário, cujo objetivo era resgatar a si próprio desde pequeno, com o auxílio de afirmações positivas que a pesquisadora foi reproduzindo, guiando-os para o autoconhecimento de uma maneira positiva e construtiva. Hay (1998, p. 19) contribui com sua argumentação sobre a importância das afirmações positivas: [...] se quisermos obter resultados positivos precisamos de introduzir padrões positivos ao nível do pensamento e linguagem. Está disposto a mudar o seu diálogo interior para afirmações positivas? Lembre-se que cada palavra que pronuncia, cada pensamento que ocorre, representam sempre uma afirmação. A afirmação é um ponto de partida. Abre-nos o caminho para a mudança. Fundamentalmente estamos a transmitir ao nosso subconsciente o seguinte: "Assumi o controle. Estou ciente que há coisas que têm de mudar." Quando me refiro a fazer afirmações quero significar uma escolha consciente de frases ou de palavras que, de um modo positivo, o ajudem a eliminar algo na sua vida ou que contribuam para criar algo de novo. Na verdade, o que Hay (1998) quer destacar é o poder que a palavra falada tem sobre o indivíduo, a partir das afirmações positivas, ressignificando sentimentos para um autoconhecimento da sua essência interior. Vale repetir que as crianças índigo necessitam de compreensão, inicialmente por si mesmas, posteriormente pelos outros. 76 Também O’Connor e Seymour (1995, p.144) afirmam suas idéias sobre a ressignificação por intermédio da programação neurolinguística: [...] o ponto fundamental da ressignificação é a distinção entre comportamento e intenção o que você faz e o que está realmente tentando obter com esta ação. É uma diferença primordial que deve ser feita quando lidamos com qualquer tipo de comportamento. Após todas essas colocações, pode-se enfatizar que os objetivos da pesquisa foram alcançados, com a prática realizada junto às crianças índigo, iniciando com o relaxamento, em que obtiveram uma tranqüilidade e calma, para posteriormente alcançarem uma melhor concentração para realizar suas atividades escolares. Ressalta-se que vários professores da instituição já alegaram que sentem dificuldades em conseguir a atenção dessas crianças em sala de aula, por serem muito ativas e difíceis de lidar. Para Hay (1998, p. 23): [...] é sempre bom relaxar o corpo antes de começar a sua reprogramação. Algumas pessoas começam pelas pontas dos pés e vão subindo até à cabeça, contraindo e relaxando. Seja qual for a técnica, liberte a tensão. Entregue as emoções. Tente alcançar um estado de abertura e receptividade. Quando mais relaxado estiver, mais fácil será receber a nova informação. Não se esqueça que está sempre em controlo e que está sempre a salvo. Procura-se novamente amparo em Goleman (2001, p. 94), que assim se manifesta sobre a importância do equilíbrio das emoções para a prática da atenção: [...] na medida em que estejamos preocupados com pensamentos movidos pela emoção, dispomos, na mesma proporção, de menos espaço para atenção em nossa memória operacional. Para uma criança em idade escolar, isso significa menos atenção a ser dada ao professor, a um livro, a um dever de casa. Quando isso se mantêm ao logo dos anos, o resultado é a deficiência no aprendizado que se refletiu nas notas baixas [...] Desta forma, pode-se concluir que o objetivo da oficina foi alcançado, recuperando-se a atenção dos educandos através da prática realizada. Os próprios alunos, posteriormente, deram seus relatos e fizeram um desenho sobre suas interpretações imaginárias durante o processo realizado. Lírio, um dos índigos pesquisados e analisados na escola, não esteve presente nesta prática, participando apenas da primeira dinâmica da “caixa de valores”, pois sua mãe chegou mais cedo para buscá-lo. 77 Foto 08: Girassol e Jasmim. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Por sua vez, Girassol relatou após a dinâmica: - eu adorei, agora to sentindo uma paz, uma coisa boa. E quanto ao desenho que realizou, Girassol argumentou: - Eu desenhei esse menino verde, pois no começo da minha imaginação, ele veio na minha mente, e ficou nela em toda a tua fala, por isso que desenhei ele. Foto 09: Girassol realizando seu desenho. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. No desenho, Girassol mostra sua interpretação durante a dinâmica, representando o que conseguiu pensar por meio do desenho de um menino verde em cima de uma montanha, separada das demais montanhas. 78 Foto 10: Desenho de Girassol. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Finalmente, Jasmim fez seu relato sobre a dinâmica do relaxamento dizendo: - Eu consegui me ver, vi vários “eus”, eu bem pequeno, eu mais novo e eu mais velho. Foto11: Jasmim pintando seu desenho. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Jasmim conseguiu incorporar a dinâmica de maneira positiva, ele relatou que estava se sentindo muito bem, distribuindo vários sorrisos e continuando a contar a história que imaginou: - Eu me vi bem pequeno, eu tinha uma coisa na pele, e uma doença estomacal, por isso eu vivia de fraldas. 79 Foto 12: Desenho de Jasmim. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Pelo relato de Jasmim, pode-se notar a sua incorporação na prática transdisciplinar elaborada e também as suas contribuições posteriores sobre a mesma, fundamentando de maneira minuciosa e instigante a sua interpretação. Foto 13: Desenhos das demais crianças que participaram da oficina. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. 80 São esses relatos acerca das contribuições da prática que fomentam a vontade de implantar cada vez mais esta dinâmica no âmbito escolar, principalmente na atuação com crianças índigo, que demonstraram a incorporação do sentido e da essência da oficina. Foto 14: Pesquisadora e as crianças no término da oficina. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. 5.2 OFICINA: O MUNDO MÁGICO DAS CORES E DOS SENTIDOS A segunda oficina pedagógica realizada teve como objetivo principal, proporcionar às crianças uma viagem no seu mundo imaginário através das cores e dos sentidos. Os educandos tiveram a oportunidade de imaginar cores, formas, aromas e sentimentos, podendo sentir as boas sensações que a dinâmica tinha como intuito propor. Foi um momento único para cada um que participou, considerando cada interpretação e fantasia que posteriormente as crianças tiveram a oportunidade de socializar com os demais. Saes (2010, p. 40) fala sobre o que vem a ser a imaginação para Aristóteles: [...] a imaginação depende de nossa vontade, de uma maneira que os juízos não podem depender. Pois podemos imaginar o que bem quisermos, e em nossa imaginação as imagens formam livremente, sem que sua verdade ou falsidade esteja em questão. Foi exatamente esta liberdade de pensamentos e interpretações que a prática da oficina tinha como intuito de oferecer às crianças, para então se poder conversar sobre os valores dos sentimentos que a criança pôde experimentar na dinâmica, respeitando suas especificidades, dando liberdade a 81 cada uma para viajar em seu mundo imaginário, guardando os sentimentos em seu interior. Também se referindo à imaginação, Postic (1993, p. 13) assim argumenta: [...] imaginar é evocar seres, colocá-los em determinada situação, fazê-los viver como se quer. É criar um mundo a seu bel-prazer, libertando-se. Tudo é possível. Tudo acontece. Na vida artística, imaginar é um ato criador. Na vida cotidiana, imaginar é uma atividade paralela à ação que exercemos ligada à realidade. A imaginação é um processo. O imaginário é seu produto. Isto quer dizer que é possível utilizar como ferramenta, no ambiente pedagógico, este imaginário, produto construído com as crianças, como estratégia para a construção de conhecimentos e valores necessários à formação e ao desenvolvimento da criança e na prática do educador em sala de aula. Esta oficina se propôs, em vários momentos, a trabalhar a significação dos sentimentos bons e das emoções do ser humano, fazendo com que o educando incorporasse este sentimento, a partir do relaxamento dirigido. Foto 15: Relaxamento na oficina o mundo mágico das cores e dos sentidos Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. A mente humana tem um enorme poder para captar o que é dito, ou seja, a palavra falada tem domínio sobre o ser humano, influencia significativamente em seus pensamentos e em suas atitudes cotidianas, como Hay (1998, p. 19) explica: A mente subconsciente é extremamente directa. Não tem quaisquer estratégias ou desígnios secretos. Age em conformidade com o que lhe dizem. Se disser "Odeio este carro", ela não lhe vai dar um carro novo fantástico, porque não sabe o que pretende. Caso venha a ter 82 um carro novo, provavelmente passado pouco tempo, vai estar a detestá-lo porque essa era a mensagem que andava a transmitir. O subconsciente fixou apenas, odeio este carro. Por isso é importante declarar os nossos desejos de uma forma positiva, por exemplo: "Tenho um carro novo fantástico que satisfaz todas as minhas necessidades." A oficina buscou interiorizar no educando as afirmações positivas que se fizeram presentes durante toda a dinâmica do relaxamento. Os educandos participaram significativamente da dinâmica proposta, conseguindo incorporar a essência dessa atividade, o que pôde ser comprovado nos seus relatos após o relaxamento. Girassol socializou com o grupo a sua experiência na intervenção realizada: “Eu me senti tão leve, igual a uma pena mesmo, e consegui ver duas flores, uma igual a esta aqui e outra bem diferente.” Esta flor que Girassol citou estava presente na sala, enfeitando-a, e posteriormente deu-se uma a cada criança, no término da atividade, como recordação. A intenção, ao se escolher a flor a ser dada, foi justamente o seu significado, Amor-Perfeito, que é relacionado a pensamentos e recordações de acordo com a fonte: <http://www.floresrosas.com.pt/significado-flor.htm>. Girassol continuou o seu relato: “Essa flor que eu trouxe da viagem, darei uma para minha mãe, e outra para minha televisão, porque eu amo muito ela. Seguiu com risadas. Essa outra flor bem diferente que lhe falei é como um Lírio, pois minha mãe ama lírios.” Girassol deixa explícito o valor que dá as tecnologias, conceituando-se assim como índigo conceitual, como já foi analisado. Após o relato de Girassol, a pesquisadora completou sua fala, lembrando aos alunos que essa flor que cada um trouxera da viagem imaginária deveria ser guardada em seus corações, pois ela simboliza o sentimento que deve ser dado todos os dias a esta pessoa tão especial em suas vidas. Após essa viagem imaginária, foi interessante perceber a mudança do estado de agitação de Girassol, que é sempre muito ativo, e que após a atividade aparentou estar muito calmo, tranqüilo, sem a ansiedade que está presente diariamente nas demais atividades escolares, como os professores já haviam comentado, e que também foi possível perceber durante as observações realizadas na escola. 83 Hay (1998, p. 45) dá este depoimento sobre as contribuições do relaxamento para o ser humano: [...] o relaxamento é uma grande ajuda. É absolutamente essencial para poder contactar o Poder dentro de nós. Se estivermos tensos e assustados, ficamos automaticamente desligados dessa energia. Bastam uns minutos por dia para nos libertar e relaxar. Em qualquer altura podemos inspirar profundamente, fechar os olhos e soltar a tensão que tenhamos sobre os ombros. Quando expirar, concentre-se e faça a seguinte afirmação em silêncio: "Amo-te. Está tudo bem." Vai ver como fica mais calmo. Esse é um processo de construção de mensagens que nos acalmam, que afirmam que não é necessário viver debaixo de fogo, assustados o tempo inteiro. Diante dessa afirmação, torna-se importante a aplicação deste método na educação das crianças índigo, que geralmente vêm sendo confundidas com crianças portadoras de hiperatividade e déficit de atenção, como aborda Vecchio (2006), por serem, na maioria das vezes, muito ativas e não conseguirem fixar a atenção em algo por muito tempo. Goleman (2001, p. 88) vem afirmar sobre a importância da mente tranqüila, para alcançar a atenção: [...] a área pré-frontal é o local da memória operacional, que é a capacidade de prestar atenção e reter na mente qualquer informação que seja destacada. A memória operacional é vital para a compreensão e o entendimento, o planejamento e a tomada de decisões, o raciocínio e o aprendizado. Quando a mente está tranqüila, a memória operacional tem seu melhor desempenho. Mas, quando ocorre uma emergência, o cérebro passa para um estado de autoproteção, retirando recursos da memória operacional e distribuindo-os para outras áreas do cérebro, a fim de manter os sentidos superalertas, ou seja, assumir uma postura mental delineada para a sobrevivência. Por isso, considera-se a necessidade de equilibrar as emoções e os sentimentos, para conquistar a atenção nas demais atividades cotidianas. No decorrer das socializações, as crianças foram se manifestando, contando até onde conseguiram chegar, a partir da proposta. Jasmim veio contribuir na intervenção realizada, com uma fala diferenciada das demais crianças, relatando: “Eu vi várias flores, era muito lindo, mas era umas flores diferentes, estranhas, eram pessoas flores, uma coisa que eu nunca vi antes. Foi bem legal. Quando eu tava voltando dessa viagem, tinha alguém me perseguindo e era um menino de 15 anos, ele me contou a sua idade, tinha os olhos bem 84 puxados também. Nesse momento, Lírio completou: Ah... ele era japonês então. Foto 16: Jasmim socializando a sua interpretação na dinâmica. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Julga-se oportuno citar uma situação ocorrida neste mesmo dia, na escola: “um relato da psicopedagoga da escola me fez criar relação a este “menino de olho puxado” que Jasmim relatou. A psicopedagoga havia mencionado há alguns minutos antes da dinâmica, quando encontrei com a mesma no corredor da escola, que Jasmim agora estava tendo visões com um menino japonês. A psicopedagoga relata que foi nos atendimentos que ela realiza com Jasmim, ele relatou sobre este “amigo oculto”. Como já foi mencionado, Jasmim é um índigo interdimensional. Segundo Vecchio (2006), esses indivíduos expressam ter visões diariamente, com anjos e espíritos, como se tivessem o “canal aberto” para as vibrações externas, mas em outros níveis de realidade que não se consegue alcançar. Como Carrol e Tober (2010, p.70) vêm considerar: [...] os índigos têm uma forte conexão espiritual, independentemente da denominação religiosa em que forem socializados pelos pais e família. Repetidamente, as crianças dizem: “Deus é amor; Deus é Deus; é claro que existe um Deus.” Os índigos têm um desenvolvimento espiritual muito mais desenvolvido que as outras crianças, e com isso, têm uma grande ligação com o Divino, pois elas sabem que são especiais. De fato, ao analisar as considerações dos índigos a partir da oficina, foi possível observar, em seus relatos, essa espiritualidade. Assim, continuando a 85 contar sobre suas experiências Lírio fez um comentário inusitado: “eu achei que parece que a gente tava num velório, de morte. Por que vi muitas flores, e parecia que alguém morreu.” Foto 17: Lírio contando sobre a sua experiência imaginária. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Lírio, de apenas 5 anos, terminou a sua consideração e ficou com a aparência séria, demonstrando aos seus amigos a sua interpretação e a sua incorporação na dinâmica. No fim da socialização do relaxamento, foi possível perceber a interação das crianças com o que foi proposto, resultando em bons sentimentos que elas deixaram guardados em seu interior. Após a socialização, as crianças realizaram a pintura de uma mandala que os remetia à imagem de uma flor com várias formas, como o relaxamento também propôs em sua imaginação. Nesse momento, foi solicitado que as crianças deixassem transparecer, a partir das cores, os sentimentos e as emoções sentidos durante o relaxamento, expressando assim o que se passou no seu íntimo. Elas puderam escolher o desenho da mandala que mais lhes chamou a atenção, tendo várias opções, para então colori-las. 86 Foto 18: Momento da pintura da mandala. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Os desenhos ficaram maravilhosos, com uma imensidão de cores, e todos pintaram entusiasmados, as formas que as mandalas apresentavam. Após esta pintura, como ferramenta de análise, foi necessário o amparo em referenciais teóricos que argumentam sobre o significado das cores, para então ser possível interpretar todos os sentimentos e as emoções que as crianças estavam sentindo, em especial, os pesquisados: Lírio, Jasmim e Girassol. Lírio, em seu desenho, deu destaque para as cores: verde, preto, vermelho, rosa, violeta, azul, amarelo, ouro. Foto 19: Mandala pintada por Lírio. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Jasmim, em sua representação pelas cores, encontrou um lápis do colega, um lápis que tinha todas as cores em um único material. Jasmim assim se expressou: “Nossa. Perfeito este lápis para esta pintura, é como um arco-íris 87 tem todas as cores, e o arco-íris me deixa muito feliz.” Então, Jasmim realizou toda a sua pintura com um lápis que englobava todas as cores. Foto 20: Mandala pintada por Jasmim. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Girassol utilizou o azul índigo no centro de sua pintura, e ainda vermelho, preto, azul claro, amarelo, laranja e verde. Foto 21: Mandala pintada por Girassol. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Grisa (2009, p. 197-199) fala do significado das cores escolhidas pelas crianças índigo pesquisadas: [...] o AZUL está presente na cor do céu. O azul é firmamento é a tranqüilidade colocada acima de nossas cabeças. Imagine um céu vermelho ou laranja! O cinza dos dias nublados já nos acabrunha... O AMARELO faz-se presente na cor do sol que transmite vitalidade aos seres vivos. O sol, através de sua energia amarela, transmite naturalmente, ALEGRIA, ENTUSIASMO...O VERDE representa a 88 saúde, especialmente a saúde psíquica: tranqüilidade e vitalidade são os elementos básicos de equilíbrio psíquico... O VERMELHO é a cor quente, representa o estímulo mais forte das energias coloridas. O vermelho se faz presente na cor do sangue e do fogo, particularmente na brasa... O VIOLETA é obtido misturando-se o azul com o vermelho. No choque entre o quente e o frio não há aço que resista... protege-nos , ainda, contra males mentais ou espirituais, contra as perturbações psíquicas... O DOURADO representando a PERFEIÇÃO... O PRETO é ausência de energia. A partir destas representações foi possível conhecer os sentimentos e emoções presentes nas crianças índigo após o relaxamento dirigido. Foto 22: Mandalas pintadas pelas demais crianças. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Grisa (2009, p.91) também se pronuncia sobre as contribuições do rilex psicossomático, o relaxamento, sobre quem o pratica: [...] essas técnicas, como o próprio nome já diz, visam dar-lhe a oportunidade de exercitar o relaxamento, afrouxamento, o desligar das tensões físicas, musculares e nervosas, obtendo – simultaneamente – uma tranqüilizarão interior, da mente e do coração. Essa prática auxilia a equilibrar o lado interior das crianças índigo, por terem sua espiritualidade mais desenvolvida que as demais crianças da escola. Esta metodologia faz com que a criança muito ativa e que apresenta grande falta de atenção durante as atividades pedagógicas reencontre sua atenção, através da paz e da harmonia que irá reinar em seu interior. 89 Foto 23: Jasmim e a pesquisadora com a sua flor amor perfeito. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Um campo que vem sendo estudado aos poucos é o da inteligência espiritual, existindo teóricos da área, como Emmons (2000, apud Silva, 2001, p. 04), que já estruturaram habilidades para os indivíduos que a possuem. Com efeito, Emmons sugere cinco habilidades como sendo os componentes operacionais que caraterizam a "inteligência espiritual" são cinco: a capacidade de transcendência; a habilidade de entrar em estados espiritualmente iluminados de consciência; a capacidade de investir em atividades, eventos e relacionamentos carregados com senso do sagrado; a habilidade de utilizar recursos espirituais para resolver problemas na vida e a capacidade de ser virtuoso e de se comportar efetivamente como tal. Foto 24: Índigos pesquisados: Girassol, Lírio e Jasmim. Fonte: Colégio Alternativo Talismã, 2011. Considerando-se que os índigos representam uma nova realidade de crianças, com características específicas, ficou clara, na presente pesquisa, a 90 necessidade da implantação de novas práticas pedagógicas para atender essas novas crianças que vem surgindo no mundo e que necessitam de uma metodologia diferenciada para se desenvolver. Uma das estratégias que podem ser adotadas para atender a estas especificidades tão distintas, compreendendo-as em sua essência, vem a ser a transdisciplinaridade. 91 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS No processo de construção do Relatório de Pesquisa em questão, foi possível analisar a educação de vários pontos de vista, compreendendo a prática transdisciplinar como necessária dentro do ambiente pedagógico, onde o educando não apenas adquire os conhecimentos sobre determinada temática, mas também incorpora este conhecimento em sua realidade social. Esta ciência ultrapassa as barreiras existentes entre as disciplinas, ela vai além, desfragmentando conceitos, tornando-os intrinsecamente ligados, na formação do mesmo. Como um exemplo para explicar melhor esta questão, pode-se citar a educação dos anos 70, época em que os pais eram muito rígidos com seus filhos, ensinando em casa os valores que a criança deveria seguir, para crescer como uma pessoa de caráter, respeitando os demais. Com o passar dos anos, essa educação foi deixando a desejar, os pais sentiram-se muito envolvidos com seu lado profissional e com isso, não deram mais a devida atenção e a educação necessária, que deveria partir de casa, aos seus filhos. O impacto dessa mudança foi sentido na escola, e hoje as crianças chegam sem demonstrar respeito pelos educadores, tornando-se cada vez mais difícil para os educadores lidarem com essas crianças. Entre elas, vêm também inseridas as crianças índigo, que precisam de uma atenção diferenciada e de uma nova maneira de lidar, como este projeto vem abordar. Durante esta pesquisa, foi possível perceber, na prática em campo, nas observações realizadas, as dificuldades que os educadores têm para lidar com as crianças índigo, negociando momentos. Isso mostrou a importância de se trabalhar utilizando um novo método, para então conseguir realizar os exercícios pedagógicos com as demais crianças do grupo. Assim, a necessidade de uma metodologia diferenciada se fez presente durante as observações, mostrando um lado espiritual evoluído dos índigos, que precisa ser trabalhado e compreendido, para que então se desenvolvam juntamente às outras crianças. A prática transdisciplinar é a metodologia da transformação, sendo preciso implantá-la nas escolas, como uma nova forma de ensinar os valores humanos e científicos às crianças, criando, nesses pequenos seres, uma 92 consciência acerca dos conhecimentos imprescindíveis para a formação do sujeito. Como estratégias de apoio à prática transdisciplinar, a Programação Neurolinguística e o relaxamento conseguiram potencializar o que as crianças têm de mais legítimo e específico: a sua imaginação criativa e o seu lado interior. As crianças pesquisadas relataram o bem-estar que a prática trouxe a elas, ajudando a tranqüilizá-las para assim equilibrar suas emoções e seus sentimentos, com isso auxiliando na busca da atenção, para a retomada dos conteúdos em sala de aula. Foi possível notar que as abordagens utilizadas durante essa pesquisa, trouxeram um grande benefício às crianças pesquisadas, com a contribuição dos educadores de cada uma delas, os quais vieram reportar a melhora no comportamento de seus alunos após as oficinas. Desta forma, esta pesquisa de campo, com caráter participativo, deixou clara a efetivação da prática realizada e a sua real contribuição. Assim, considera-se que é interessante estimular os novos educadores a se apropriarem da mesma, para lidarem com seus alunos, auxiliando no convívio e no desenvolvimento de alguns alunos específicos, como os índigos, essa nova era de crianças mais evoluídas. 93 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATWATER, P. M. H. 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Significado das flores. Disponível em: <http://www.floresrosas.com.pt/significado-flor.htm> Acesso em: 23 abr. 2011 às 18h56min. 97 ANEXOS Os anexos apresentam os relatórios das observações realizadas no Colégio Alternativo Talismã. 1ª OBSERVAÇÃO DIA: 16.03.2011 Observando Girassol Idade: 9 anos Instituição: Colégio Alternativo Talismã Período: Vespertino Duração: 2 horas e 30 minutos. Turma: 5º ano / 4ª série Na chegada a escola os educandos estavam na sala de dinâmicas realizando um jogo de mímicas, da disciplina de Geografia. Tinham de adivinhar o que o colega estava representando na mímica, sobre a temática de geografia, as respostas estavam distribuídas em um quadro, para auxiliá-los na adivinhação. Girassol estava muito entusiasmado com a brincadeira, ficava sempre se pronunciando: - Essa eu sei, vocês não irão acertar. Ele sempre chamando a atenção da turma com a sua participação ativa. Após esta atividade, seguimos para a sala, em que realizavam uma atividade na apostila, Girassol se pronúncia com muita firmeza e determinação, uma auto-estima muito forte. Na atividade da apostila, a questão pedia para citar o nome de objetos e Girassol declara: - eu coloquei lápis, borracha e apontador, porque é tudo que eu preciso neste momento. Reflexão sobre pontos importantes: A partir da minha caminhada na escola, durante uma intervenção do estágio em séries inicias, que meu grupo propôs para a sala de Girassol um acontecimento marcou muito aquela tarde, ficando registrado na minha memória. Hoje, utilizando deste acontecimento como base para estudos, o qual 98 venho realizando sobre crianças índigo, acho de suma necessidade citar este fato. Durante uma intervenção proposta à turma do 4º ano no Colégio Alternativo Talismã, no estágio de séries iniciais, foi realizado entrevistas nas salas de aula da escola, com o auxílio de máquinas filmadoras e um microfone confeccionado por um dos alunos, para então, fizessem o papel de repórteres entrevistando as turmas. Os alunos do 4º ano foram divididos em: dois repórteres, dois filmavam, e os demais faziam as anotações do que as crianças iam falando sobre o que mais gostavam na escola, e também o que seria interessante ter na escola para melhorias, entre outras questões. Durante a realização desta atividade pedagógica, uma reação de Girassol fez com que fosse interrompida a atividade. Girassol era um dos auxiliares que estavam filmando. Durante a filmagem, ele brigou com um colega da outra sala, pois não queria que este aparecesse na filmagem, empurrando-o, entre várias discussões. Por este motivo, retirei a máquina filmadora dele, passando este papel a outro aluno, pois ele não estava se comportando. Com esta ação, Girassol ficou irremediável, pois foi contrariado. Repetindo várias vezes: - Não! sou eu quem vai filmar, a professora disse que eu iria fazer este papel. Ela não pode tirar a máquina de mim, sou eu que devo filmar. Com isso, gerou conflitos e tivemos que nos reunir na sala de aula para conversar com todos sobre o acontecido. Girassol ainda muito bravo, pelo fato da estagiária ter tirado a câmera dele respondeu: - Foi combinado! Nós já tínhamos combinado que eu iria filmar, ela não podia ter tirado a máquina de mim. Analisando este fato, pude perceber a necessidade que existe em cumprir com acordos, e a importância da conversa com estes alunos, pois senão eles deixam de ser bons alunos, para se rebelarem diante dos demais, gerando conflito com toda a turma. Deve ser usados argumentos bem fundamentados, na explicação de um fato com as crianças índigo, para assim não causar situações como esta que presenciamos. Não se pode realizar uma ação sem comunicá-lo antes, e sem argumentar bem o porquê que será feito tal coisa. 99 2 ª OBSERVAÇÃO DIA: 16.03.2011 Observando Lírio Idade: 5 anos Instituição: Colégio Alternativo Talismã Período: Vespertino Duração: 2 horas. Turma: Pré Antes de iniciar a observação, conversei bastante com a educadora do pré, questionando como ocorre o desenvolvimento do Lírio na sala de aula. Ela declarou que tudo deve ser negociado com ele. Dizendo o porquê que ele precisa fazer a atividade, e que só pode ir ao parque no término da mesma, utilizando de argumentos bem fundamentados. Uma resposta do tipo: - Não pode, porque não, jamais pode ser dada a ele, pois jamais é aceita. Ela afirma que conseguindo lidar com ele em sala de aula, é possível de realizar a atividade em que todos participem, ele é o centro das atenções da turma, as crianças seguem o que ele faz e acata. Ao iniciar a observação, fiz uma apresentação para a turma, dizendo que ficaria com eles até o fim daquela tarde, e que gostaria que todos se apresentassem. No momento em que iniciou as apresentações, eu ainda não sabia quem era Lírio no meio de tantas crianças, foi no momento da apresentação que notei em suas primeiras palavras, ele se levantou dizendo: Só um minuto professora, meu celebro ta confuso. Esperou alguns instantes e disse: – Deu, agora já posso falar. Então se apresentou, com um olhar diferenciado dos demais, e uma firmeza em seu linguajar, notória. Simpatizeime muito com ele, e percebi que ele também gostou de mim, a educadora da sala disse que tive sorte disso acontecer, pois ano passado outra menina fez estágio na sala dele, e ela não conseguiu realizar nada com eles, pois pelo fato dele não simpatizar com a estagiária, ele não contribui com nenhuma aula, atrapalhando o andamento das atividades, tirando a atenção dos demais. 100 Durante uma atividade da aula de Inglês em que pintavam um desenho sobre a diferença do dia e da noite, sentei ao lado de Lírio contribuindo: Nossa! Que lindo que está ficando o seu desenho, bem colorido. E questionei: Mas, não entendi uma coisa Irã, porque no mar você pintou metade dele roxo claro e metade roxo escuro? Lírio respondeu: - É porque o mar, assim como o mundo todo, muda todos os dias, uma hora ele ta roxo claro, daqui a pouco ele já fica escuro. – Assim, como todas as coisas do mundo mudam, podemos pintar da cor que queremos. Explicando minuciosamente uma simples pintura. Um colega de Lírio que estava sentado próximo me questionou: - Tia, de que planeta você é? Então respondi: - Eu sou do planeta terra e você? Ele responde: - Ah, eu também. Irã então contribui dizendo: - Não! Ele não é do planeta terra, ele é de um planeta em que os et’s controlam a mente das pessoas. E seguiu terminando a sua pintura. É interessante destacar, a quantidade de palavras existente em seu vocabulário, assim se destacando das demais crianças. Em sua pronúncia sempre uma certeza, do que é e de quem é. E um conhecimento a cerca de questões do além, que as outras crianças não tratam durante o cotidiano. 101 3ª OBSERVAÇÃO DIA: 25.03.2011 Observando Jasmim Instituição: Colégio Alternativo Talismã Período: Matutino Duração: 1 hora. Turma: 3º ano Todos os alunos que observei, tive um indicativo da psicopedagoga da escola, que atualmente realiza um estudado aprofundado em crianças índigo. A mesma me indicou as crianças que ela nota algo diferente, com características que se encaixam no perfil das crianças índigo. Durante a observação realizada na sala de aula, não notei nenhuma característica que pudesse caracterizar esta criança como índigo. Ele apresentava muita dificuldade na elaboração da escrita das palavras, e na leitura das mesmas. Um aluno com perfil tímido, com déficit de atenção, e muita hiperatividade, que pela conversa que tive com a sua educadora, esta hiperatividade vem sendo inibida por um medicamento que ele toma já faz algum tempo, ritalina. Este aluno sempre necessita da intervenção da educadora na realização das atividades, pois não consegue alcançar o objetivo sozinho. Após esta observação não consegui compreender o porquê da psicopedagoga acreditar que o educando seja índigo. Comecei a questioná-la, então ela pediu que eu voltasse num outro dia para observar o atendimento dado a este aluno, o qual ela realiza três vezes por semana, no período de uma hora por atendimento. Chegando a sala, a educadora sugeriu que lessem um livro de histórias, e ele não quis, então ela começou a conversar com ele perguntando porque ele estava tão nervoso, não querendo realizar as atividades. Ele não respondeu, apenas dizia que não queria fazer nada. Ela continuou interrogando-o sobre o final de semana, e os amigos que tem no quarto dele, se ainda estão 102 aparecendo, então ele começou a falar: - Olha o meu amigo cacariano ainda vem me visitar. A educadora segue questionando, mas quem é ele? Jasmim responde: - Ele é como um bicho de estimação é uma mistura de homem com cachorro. Ela continua, mas pra quê ele vai a sua casa? - Ele vai lá em casa porque os espíritos incomodam ele na rua, ai ele vai lá. O planeta dele foi destruído e eu tava lá, eu era um deles. A educadora pergunta: - Mas ele não pode ir na sua casa, ele tem que voltar para o lugar de onde ele veio. Jasmim fala: - Não, ele precisa evoluir, e quando acontecer isso ele vai ganhar mísseis para combater os seus inimigos. A educadora segue: - Você tem que esquecer esse amigo, pois se ele tem inimigos ele não é do bem. - Será que ele é real? Jasmim responde: - É sim, basta eu acreditar nele. A psicopedagoga disse que já conversou com a mãe do menino pra ela não o deixar ver muitos filmes com história de ficção, pois a sua imaginação é muito rápida e ele começa a fantasiar muita coisa. A psicopedagoga acha de suma importância realizar este trabalho com o aluno, pois pelo fato de ele ter uma sensibilidade muito grande, engendra em uma imaginação muito fértil também. Dificultando sua concentração na realização das atividades pedagógicas, pois sua mente não para, dá para perceber só olhando para ele, em sua agitação. É necessário uma prática que tire ele desse mundo imaginário espiritual, que trata de temas não reais na realidade em que vive, com isso se tornando diferente das demais crianças. É preciso que ele se envolva com conteúdos que fazem parte do seu cotidiano, para não ter tanto tempo para fantasiar. Mas é de grande necessidade também, trabalhar este lado espiritual tão evoluído, que 103 segue num ritmo acelerado em comparação às demais crianças. Ele precisa de momento para trabalhar o seu lado interior. 104 4ª OBSERVAÇÃO DIA: 06.04.2011 Observando Jasmim Instituição: Colégio Alternativo Talismã Período: Vespertino Duração: 2 horas e 30 minutos. Turma: 3º ano Relatos sobre acontecimentos com Jasmim antes desta observação: “Na chegada à escola, fui logo conversar a psicopedagoga, para saber como está o desenvolvimento do Jasmim durante os atendimentos. Ela me relatou um caso ocorrido durante a manhã, em um atendimento. Jasmim chegou a sala impaciente, negando realizar as atividades propostas pela educadora, então, iniciaram uma conversa, pois ela queria saber o porquê dele estar agindo desta forma, a criança começou a contar que não consegue se concentrar, por causa dos seus amigos ocultos que ficam lhe perturbando. A educadora questionou-o, querendo aprofundar no assunto, para saber quem são esses amigos. O menino, logo, respondeu: - Eles estão aqui, bem ao seu lado, eles não querem que eu faça as atividades, porque eles falam que quando estavam na escola, também não faziam. A educadora questionou novamente: - Mas como eles são? Como você sabe que estão aqui? Jasmim responde: - Eu to vendo eles, os dois estão com uma calça azul e uma blusa vermelha, é o Rã-rã e o Dcheury, e eles dizem que eu não é pra eu fazer a atividade. A psicopedagoga chegou a ficar assustada por este relato, então, conversou com o menino dizendo que esses amigos devem ir embora, porque ele sabe sim fazer a atividade. Realizou com o menino uma oração, abraçandoo, pedindo a Deus para que faça com que parem de perturbá-lo, Durante a oração Jasmim disse: - Olha! eles estão indo embora, estão subindo e desaparecendo. A educadora demonstrou-se muito assustada com o acontecido. Mas, em todo o momento, escutou o que Jasmim tinha a dizer, com 105 intuito de compreendê-lo. Após o ocorrido, ele se acalmou e conseguiu voltar a se concentrar na atividade que ela estava propondo anteriormente. Jasmim relata para a psicopedagoga, ter essas visões diariamente, dizendo que o perturbam muito, não o deixando fazer nada. Continuando a conversa com a psicopedagoga, ela me relata de outro caso ocorrido com Jasmim em uma situação em que o pai de Jasmim vem até a escola e puxa a sua orelha em frente a todos os colegas. Jasmim conversando com a psicopedagoga relata se sentir muito mal com isso, pois ninguém acredita nele. E demonstra ter se sentido ridicularizado em frente a todos os seus colegas, pela ação do pai. Curiosa, do por que do ocorrido, me dirigi à educadora da sala, a professora que atua na sala de Jasmim, e ela relata que se sentiu culpada pelo acontecido. Então, perguntei o motivo, e ela responde: Pois, contei ao pai, que Jasmim não quis realizar a atividade em sala de aula, pois dizia que tinha passarinhos perto de sua mesa, que não o deixavam em paz, para ele se concentrar para fazer. Ela conta que presenciou a cena, do pai brigando com Jasmim e dizendo para ele parar de inventar coisas, logo, puxando a sua orelha.” Relato do Início da observação em sala de aula: “Chegando a sala, todos estavam entretidos na produção de um coração com papel reciclado, que os mesmos fizeram. Este coração seria entregue ao seu amigo secreto, a partir do sorteio realizado. Tinham de escrever no coração uma mensagem para este amigo secreto, que posteriormente seria revelado, e guardar o segredo. Terminada a construção do cartão, fomos até o pátio da escola, sentar embaixo das árvores para realizar a revelação do amigo secreto. Na revelação do amigo secreto todos estavam muito entusiasmados, para ver o que o amigo havia escrito sobre quem pegou. Quando Jasmim ganhou o cartão do seu colega ficou muito feliz, pois estava escrito: Para o meu melhor amigo, seguindo com um desenho em baixo de uma carro-foguete, ele adorou e disse que gosta muito do amigo também. Foi interessante notar, como ele muda diante de situações de afetividade, demonstrando amor e afeto com os colegas, diferentemente de outras vezes que o presenciei na sala de aula, quieto em seu canto, e muito fechado. Até a professora da sala comentou, que 106 ele teve um grande avanço nos últimos dias, interagindo melhor com os colegas.” 107 5ª OBSERVAÇÃO DIA: 07.04.2011 Observando Lírio Instituição: Colégio Alternativo Talismã Período: Vespertino Duração: 3 horas. Turma: Pré A educadora inicia a tarde, com uma conversa sobre os animais, perguntando às crianças quem são eles e onde vivem. Todos queriam falar ao mesmo tempo, intervindo continuamente na explicação da educadora com suas contribuições. Iran sempre era o primeiro a responder as perguntas que ela trazia, sobre a temática em questão. Ela apresentava imagens contidas na apostila, e questionava as crianças sobre que animal se tratava, e onde o mesmo morava. Iran sempre demonstrando muito interesse e conhecimento acerca dos animais. Em um momento a educadora, mostrou uma imagem que apresentava a foto de um crocodilo com a boca aberta e dentro da boca do animal, um passarinho intacto, não ferido pelo animal. Então, ela questionou: - O que será que esse passarinho ta fazendo dentro da boca do crocodilo? E as crianças logo responderam: - Ele vai ser comido, professora! Ele vai morrer! E Lírio antenado na questão, ainda em silêncio esperou a educadora se pronunciar quanto a resposta dos colegas. E ela questiona novamente: - Será mesmo? Lírio então, se manifesta: - Não, professora. Ele só ta limpando o dente do crocodilo, por isso que ele está vivo. A educadora demonstra-se surpresa, e pergunta como ele sabe. Logo Lírio responde dizendo que viu na televisão. Até mesmo as crianças ficam surpresas com as atitudes de Lírio diante das situações que são proposta, pois ele se sobressai entre o grupo. Durante a tarde, segui-se com atividades referentes aos animais e seus habitats, trabalhando na produção da escrita e da leitura a partir da temática abordada. Conversando com Lírio, pedi para olhar sua apostila, para ver suas produções. Ele logo reagiu com muita simpatia ao meu interesse sobre suas 108 atividades. Folheando sua apostila, reparei em um desenho que me intrigou em que o enunciado dizia: - Desenhe abaixo, como ficará a natureza se não cuidarmos dela. Lírio desenhou uns bonecos pintados em vermelho, e no canto um tronco com uma serra ao lado e um boneco também em vermelho em cima do mesmo, e acima uma nuvem preta. Curiosa, em ter a explicação do significado do desenho de Iran, iniciamos uma conversa: Pesquisadora: - O que você desenhou aqui, Iran? Lírio: - Então, essa parte escura é um arco-íris, que vai ficar assim se não cuidarmos. Pesquisadora: - E esses bonecos em vermelho o que é? Lírio: - esses em vermelhos somos nós que vamos ficar tristes e vamos morrer por causa da poluição, se não cuidarmos. Pesquisadora: - E porque este tronco, com esta pessoa em cima pintada de vermelho, e essa serra ao lado? Lírio: - É que se cortarem as árvores, vão destruir o planeta, o tronco vai cair, porque foi cortado, e com ele a pessoa que está em cima vai morrer, por isso ela está pintada de vermelho. Foi muito significativo poder observar, como ele gerou esta contextualização em volta da temática abordada na atividade, representando através do desenho desde a ação das pessoas quanto a natureza, até as conseqüências e o impacto causado na natureza e nos seres humanos. 109 6ª OBSERVAÇÃO DIA: 12.04.2011 Observando Girassol Instituição: Colégio Alternativo Talismã Período: Vespertino Duração: 3 horas. Turma: 5º ano Iniciando mais uma tarde de observação, os alunos se encontravam na quadra para a aula de educação física, começando por um alongamento em que todos participavam. A educadora propôs a brincadeira de “congelar, interagindo com os educandos na diversão. Tive logo, um primeiro contato com a educadora, conversando sobre a minha temática, e fazendo questionamentos quanto ao comportamento do aluno Girassol. No mesmo instante, ela contribuiu confirmando que Girassol é muito diferente das outras crianças, é preciso negociar situações com ele, pois se num momento ele não quer realizar uma atividade, ele não deixa que os demais façam, por isso, ela relata que conseguiu ter um novo olhar para com ele, aprendendo melhor a lidar, para assim facilitar a convivência dele com o grupo e sua interação na aula, utilizando-o como ajudante em diversos momentos das aulas, assim ela conseguiu estreitar as distâncias, criando um laço de harmonia com o educando. A educadora prossegue contando que Girassol sempre teve um instinto de liderança, uma influência sobre os colegas, conseguindo dominar a todos, fazendo-os participar ou não das atividades propostas. Por isso, a educadora precisou aprender a observar, para então trabalhar com Girassol conquistandoo para as suas aulas, assim conquistando também os demais. A educadora vem contribui afirmando que Girassol mudou muito seu comportamento do ano passado para o presente momento. Está mais calmo, respeitando mais os colegas, aceitando as opiniões alheias, com isso, tendo um melhor convívio com todos. Em uma conversa com a mãe de Girassol que trabalha na instituição em que realizo as observações, ela vem contar que no final do ano passado 110 Girassol teve uma conversa muito séria com ela, dizendo que se sentia diferente das outras crianças, que ele não queria mais ser assim. Disse também, que iria mudar, para todos gostarem dele. Segundo a mãe de Girassol ele brigava muito com os colegas, pois não os respeitava, Girassol tinha um olhar de auto-suficiência para si, o que prejudica suas vivências com os colegas. Ele prometeu a mãe que iria mudar, iria ser mais calmo, ouvir mais os colegas, para ser igual a todo mundo. Como confirmado pela educadora de educação física, ele está totalmente diferente neste ano, mais calmo, centrado, respeitando a voz dos colegas e participando ativamente das atividades propostas, mas ainda com seu diferencial diante dos demais, dando contribuições nas aulas que muitas vezes nem imagina de onde ele tirou tal coisa. É interessante notar, que a dificuldade para lidar com ele existe, mas a educadora teve de criar toda uma prática para conquistar o educando, trazendo-o para o seu lado. É necessário que o educador tenha esta sensibilidade para enxergar as diferenças existentes no grupo para então compreender cada um em sua especificidade, criando novas abordagens para lidar com estes. 111 7ª OBSERVAÇÃO DIA: 15.04.2011 Observando Lírio Instituição: Colégio Alternativo Talismã Período: Vespertino Duração: 3 horas. Turma: Pré Chegando a sala as crianças realizavam uma atividade na apostila, Lírio vem logo me cumprimentar com um sorriso intenso, mostrando o desenho que havia feito. Durante este percurso de observação me senti todos os dias muito acolhida por todos da turma, inclusive pela professora sempre me recepcionando muito bem, e comentando sobre o desenvolvimento de Lírio na escola, dizendo que ele tem sempre muita rapidez e aptidão em realizar as atividades, contribuindo sempre com comentários que a educadora diz se perguntar de onde que ele tira tudo isso. Durante a explicação da educadora sobre os animais, tema no qual estão trabalhando, Lírio sempre se sobressai com seus comentários e questionamentos inusitados e curiosos, ao qual até mesmo os outros educandos ficam impressionados com seu raciocínio acelerado. Iniciamos uma brincadeira enquanto a educadora arrumava a sala para dar continuidade às atividades. A brincadeira do papel picado, eu jogava pra cima os papéis e quem conseguisse pegar a maior quantidade era o vencedor. Contávamos juntos os resultados, trabalhando na matemática, que todos sentiam muita facilidade, e contavam na maior descontração, sempre pedindo “bis” na brincadeira. Lírio não conseguia pegar os papéis picado, então ficava bravo todas as vezes, mas pedia repetição, não querendo desistir. As crianças começaram a pedir para poderem jogar o papel no meu lugar, Lírio ficou emburrado e disse que só participaria se eu continuasse a jogar. Atendendo o pedido de uma criança deixei-o jogar, Iran então, se negou a continuar participando. Mostrando o seu lado rebelde, que as coisas devem ser como ele quer e planeja, caso contrário ele não participa. 112 No instante do acontecido à educadora, apontou para situação que estava ocorrendo, contribuindo dizendo que é assim que ele reage diariamente as posições da qual ele não está de acordo, por isso ela tem sempre de agir com muita cautela com o mesmo, negociando questões, e argumentando através de uma conversa minuciosa, fazendo-o compreender, mas dificilmente ele cede, só quando ele quer. É importante ressaltar, sobre as atitudes de Lírio diante de suas vontades, deixando claro o “jogo de cintura” que a educadora deve ter para lidar com ele, caso contrário, como já descreveu a mesma sobre o educando, ele não faz as atividades propostas e tira a atenção de todos da turma, não os deixando participar.