UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MSG - MESTRADO EM SISTEMAS DE GESTÃO ALEXANDRE DUTRA SALGADO MODELOS DE GOVERNANÇA UTILIZADOS POR INCUBADORAS DE EMPRESAS ÂNCORAS DURANTE PROJETOS EM REDE: ESTUDO DE CASO DO PROJETO FINEP/PNI-2006 Niterói 2009 ALEXANDRE DUTRA SALGADO MODELOS DE GOVERNANÇA UTILIZADOS POR INCUBADORAS DE EMPRESAS ÂNCORAS DURANTE PROJETOS EM REDE: ESTUDO DE CASO DO PROJETO FINEP/PNI-2006 Dissertação apresentada ao Departamento de Engenharia de produção da Universidade Federal Fluminense - UFF, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Sistema de Gestão. Orientadora: Profº Stella Regina Reis da Costa, D. Sc. Niterói 2009 ALEXANDRE DUTRA SALGADO MODELOS DE GOVERNANÇA UTILIZADOS POR INCUBADORAS DE EMPRESAS ÂNCORAS DURANTE PROJETOS EM REDE: ESTUDO DE CASO DO PROJETO FINEP/PNI-2006 Dissertação apresentada ao Departamento de Engenharia de produção da Universidade Federal Fluminense - UFF, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Sistema de Gestão. Aprovado em ............de.............................de 2009. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________ Profª. Stella Regina Reis da Costa, D. Sc. Universidade Federal Fluminense – UFF ___________________________________________ Prof. Sergio José Mecena da Silva Filho, D. Sc. Universidade Federal Fluminense – UFF ___________________________________________ Prof. Hélio Fernandes Machado Júnior, D. Sc. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ DEDICATÓRIA Dedico especialmente à minha família,pelo apoio, pelo incentivo e compreensão durante a realização do curso,minha eterna gratidão. AGRADECIMENTO A Deus, Aquele para quem se resume toda nossa existência, nosso respeito e nosso conhecimento. À minha professora e orientadora, pelo apoio e incentivo. A minha esposa pelo apoio logístico. Às minhas filhas, que são fontes inesgotáveis de inspiração. E a todos os colegas de curso que compartilharam comigo destes anos de estudo e explicativas, pelas amizades encontradas e transferência de conhecimentos realizados. “Grande parte de nossas conquistas são conseguidas através de nossos esforços pessoais, de nossa luta diária em busca da perfeição, de ideias e atitudes; mas, em meio ao nosso caminho, nos deparamos com pessoas especiais, pessoas que buscam junto conosco o mesmo objetivo, os mesmos sonhos distantes, a mesma vitória. A elas dedicamos este trabalho, com muito carinho”. Autor desconhecido RESUMO Este estudo destaca a importância da incubadora de empresa no contexto estratégico para promover inovação tecnológica, observamos o modelo de governança utilizado por incubadoras de empresas âncoras do Rio de Janeiro, Instituto Gênesis PUC- RIO, Incubadora de empresas COPPE/UFRJ e Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro BIO Rio/UFRJ durante projetos em rede FINEP/PNI. Delimitou-se como investigação verificar como as incubadoras âncoras adaptam seus próprios modelos de governança para gerenciar projetos em rede. A intenção do estudo é analisar a relevância dos modelos que são implementados nas incubadoras-âncoras durante o projeto FINEP/PNI, como funcionam as ações de relacionamento das incubadoras pesquisadas com outras incubadoras satélites, a importância da FINEP neste contexto. As incubadoras (Bio Rio, COPPE e GENESIS) têm apresentado trabalhos relevantes no desenvolvimento tecnológico e transformando ideias em negócios apesar das dificuldades em operar em rede, este trabalho é um reflexo do que acontece no dia a dia dessas incubadoras como poderão observar através desta pesquisa. Palavras- chave: Incubadora. Governança - FINEP. Inovação. Modelo - PNI. ABSTRACT This study highlights the importance of business incubators in the strategic context to promote technological innovation, we look at the governance model used by business incubators anchors of Rio de Janeiro, PUC-RIO Genesis Institute, business incubator COPPE / UFRJ and Polo's Biotechnology BIO Rio Rio de Janeiro / UFRJ for network projects FINEP / PNI. Delimited as research incubators see how anchors adapt their own models of governance to manage projects online. The intent of the study is to analyze the relevance of models that are implemented in incubators anchor during the project FINEP / PNI, how the actions of the incubators surveyed relationships with other incubators satellites, the importance of this context FINEP. Incubators (Bio River, COPPE and GENESIS) have had relevant work in the technological development and transforming ideas into business despite the difficulties of operating in the network, this work is a reflection of what happens in everyday life such as incubators may be seen through this research. Keywords: Incubator.- Governance - FINEP.- Innovation. Model - PNI. LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Fases da Pesquisa.................................................................................. 44 Figura 02 - Campus PUC-Rio.................................................................................... 50 Figura 03 - Estrutura e Campos de Atuação Instituto Gênesis PUC-Rio .................. 51 Figura 04 - Localização da Incubadora COPPE ........................................................ 52 Figura 05 - Incubadora BioRio................................................................................... 56 LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Quantidade de incubadoras satélites sob sua coordenação no projeto FINEP .................................................................................................... 62 Tabela 02 - Há quanto tempo a incubadora opera com o projeto FINEP/PNI. .......... 63 Tabela 03 - Quantidade de funcionários que estão envolvidos nas atividades das incubadoras nos projetos FINEP/PNI. ................................................... 63 Tabela 04 - Quantidade de patentes e ou desenvolvimento tecnológicos foram gerados com valores do projeto FINEP/PNI. ......................................... 64 Tabela 05 - Grau de satisfação da incubadora com FINEP ...................................... 64 Tabela 6 - Dos itens abaixo relacionados, marque a opção que você considera, hoje, como principais vantagens de sua incubadora frente ao projeto PRIME ................................................................................................... 65 Tabela 07 - Dos itens abaixo relacionados, marque a opção que você considera, hoje, como principal fator de desenvolvimento do processo FINEP/PNI : ........................................................................................... 66 Tabela 08 - Como você considera a relação FINEP, âncoras e satélites no desenvolvimento dos projetos................................................................ 67 Tabela 09 - Tipo de Modelo administrativo que a incubadora adota ......................... 67 Tabela 10 - Como percebe a estrutura da Incubadora para a governança de suas ações........................................................................................ 68 Tabela 11 - Em relação às suas expectativas quanto ao desenvolvimento dos processos FINEP/PNI, como qualifica a infraestrutura que foi disponibilizada pela incubadora. ............................................................ 69 Tabela 12 - Existe alguma incubadora satélite fora do estado do Rio de Janeiro sob sua gestão .......................................................................... 69 Tabela 13 - Isto dificulta o relacionamento e a tomada de decisão ........................... 70 Tabela 14 - Existe algum treinamento para estas incubadoras para execução desses projetos em rede ....................................................... 70 Tabela 15 - E para a incubadora âncora ................................................................... 71 Tabela 16 - A incubadora promove algum tipo de evento em parceria com as incubadoras satélites ................................................................. 71 Tabela 17 - Como é definido o planejamento para a execução do projeto ............... 72 Tabela 18 - Como são definidos os planos de ação para aexecução dos projetos ... 73 Tabela 19 - Indicadores utilizados para medir a evolução e os resultados. .............. 74 Tabela 20 - As incubadoras satélites sugerem estratégias e inovações ................... 76 para a execução dos objetivos .............................................................. 76 Tabela 21 - Expectativa quanto ao projeto PRIME .................................................... 76 Tabela 22 - O que pretende mudar na forma de coordenação para o ...................... 77 projeto PRIME ....................................................................................... 77 Tabela 23 - Contribuição que a FINEP oferece aos projetos de sua incubadora, além do financiamento. .......................................................................... 77 Tabela 24 - Maior desafio de sua incubadora no trabalho em rede. ......................... 78 LISTA DE SIGLAS ABRABI Associação Brasileira das Empresas de Biotecnologia ACRJ Associação Comercial do Rio de Janeiro ANPROTEC Associação Nacional de Entidades Promotoras de Tecnologia BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. BIORIO Incubadora BioRio CEFET/RJ Centro Federal Tecnológico do Rio de Janeiro CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. CNPq Conselho Nacional de Pesquisa. C&T Ciência e Tecnologia. COPPE Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares DRE Demonstrativo de Resultados. EUA Estados Unidos da América. FAP Fundação de Amparo à Pesquisa. FAPERJ Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. FINEP Financiadora de Estudos e Projetos. FIRJAN Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro FLUPEME Associação Fluminense da Pequena e Média Empresa FNDCT Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. FUNTEC Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico GENÊSIS Incubadora Gênesis IASP International Association of Science Parks IBC Índice Benefício/Custo. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPF – UERJ Instituto Politécnico de Friburgo MCT Ministério da Ciência e Tecnologia. MPE’s Micro e Pequenas Empresas. PUC/RJ Pontífice Universidade Católica do Rio de Janeiro. P&D Pesquisa e Desenvolvimento. ROIA Retorno sobre o Investimento Adicionado. SBA Small Business Administration. SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas. SERRASOFT Incubadora de Base Tecnológica de Petrópolis SOFTEX Programa Nacional de Software para Exportação. TIR Taxa Interna de Retorno. TMA Taxa Mínima de Atratividade. UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro. UFF Universidade Federal Fluminense. UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro. UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. USP Universidade de São Paulo. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................... 17 1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA ..................................................... 19 1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 19 1.4 DELIMITAÇÃO .................................................................................................... 19 1.5 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E JUSTIFICATIVA ............................................... 20 1.6 QUESTÃO DE PESQUISA.................................................................................. 20 1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................ 20 2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 22 2.1 INCUBADORA DE EMPRESAS .......................................................................... 22 2.2 CARACTERIZANDO UMA INCUBADORA DE EMPRESAS ............................... 26 2.3 MODELOS DE GESTÃO..................................................................................... 31 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 41 3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................................................................. 41 3.2 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 42 3.3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA........................................................... 43 3.4 FASES DA PESQUISA ....................................................................................... 43 3.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA DA PESQUISA ....................................................... 45 3.6 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 45 3.7 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS .......................................................... 46 3.8 LIMITAÇÃO DO MÉTODO .................................................................................. 46 4 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO ...................................................... 47 4.1 INCUBADORA: INSTITUTO GENESIS PUC-RIO ............................................... 47 4.2 INCUBADORA COPPE ....................................................................................... 52 4.3 POLO DE BIOTECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO BIO RIO/UFRJ ................. 53 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................... 59 5.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 59 5.2 O PROJETO PRIME ........................................................................................... 59 5.3 O PNI................................................................................................................... 61 5.4 TRATAMENTO DAS RESPOSTAS .................................................................... 62 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ........................................................................... 79 6.1 CONCLUSÕES ................................................................................................... 79 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 82 17 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO A expressão governança surge a partir de reflexões conduzidas principalmente pelo banco mundial, “tendo em vista aprofundar o conhecimento das condições que “garantem um Estado eficiente” (DINIZ, 1995, p. 400). Ainda segundo Diniz, “tal“ preocupação deslocou o foco da atenção das implicações estritamente econômicas da ação estatal para uma visão mais abrangente, envolvendo as dimensões sociais e politicas da gestão publica” (DINIZ, p. 400). A capacidade de governança não seria avaliada apenas pelos resultados das políticas governamentais, e sim também pela forma pela qual o governo exerce o seu poder. Segundo o Banco Mundial, em seu documento Governance and Development, de 1992, a definição geral de governança é “o exercício da autoridade, controle, administração, poder de governo”. Precisando melhor, “e a maneira pela qual o poder e exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de um paÍs visando ao desenvolvimento”, implicando ainda “a capacidade dos governos de planejar, formular e implementar politicas e cumprir funções”. Duas questões merecem aqui destaque: a) A ideia de que uma “boa” governança é um requisito fundamental para um desenvolvimento sustentado, que incorpora ao crescimento econômico equidade social e também direitos humanos (SANTOS, 1997, p. 340-341). b) A questão dos procedimentos e práticas governamentais, na consecução de suas metas adquire relevância, incluindo aspectos como o formato institucional do processo decisório, a articulação público-privada na formulação de politicas ou ainda a abertura maior ou menor para a participação dos setores interessados ou de distintas esferas de poder (BANCO MUNDIAL, 1992 apud DINIZ, 1995, p. 400). As incubadoras de empresas, por sua vez, são programas de assistência às micro e pequenas empresas em fase inicial. Sua finalidade é viabilizar projetos, 18 criando novos produtos, processos ou serviços, gerando novas empresas que, após deixarem à incubadora, estejam aptas a se manter no mercado. Há experiências bem sucedidas em várias áreas (SANTOS, 1997, p. 340-341); A incubadora oferece infraestrutura, apoio técnico, administrativo e serviços. A estrutura e a assessoria oferecidas diminuem sensivelmente os riscos de fracasso das empresas residentes. O ambiente encorajador - com custos e impostos minimizados - facilita o desenvolvimento inicial da empresa. Além disso, os parceiros envolvidos contribuem para firmar a credibilidade da instituição no mercado. Empresa pública vinculada ao Ministério das Ciências e Tecnologia (MCT), a FINEP foi criada em 24 de julho de 1967, com o objetivo de institucionalizar o Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas, criado em 1965. Posteriormente, a FINEP substituiu e ampliou o papel até então exercido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (FUNTEC), constituído em 1964 com a finalidade de financiar a implantação de programas de pós-graduação nas universidades brasileiras (FINEP). Outro ponto de destaque é o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos (PNI), que visa a congregar, articular, aprimorar e divulgar os esforços institucionais e financeiros de suporte a empreendimentos residentes nas incubadoras de empresas e parques tecnológicos, a fim de ampliar e otimizar a maior parte dos recursos que deverão ser canalizados para apoiar a geração e consolidação de um crescente número de micro e pequenas empresas inovadoras. O objetivo deste programa é de fomentar o surgimento e a consolidação de incubadoras de empresas de base tecnológica, mistas e tradicionais caracterizadas pela inovação tecnológica, pelo conteúdo tecnológico de seus produtos, processos e serviços, bem como pela utilização de modernos métodos de gestão. 19 1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA As incubadoras de empresas gerenciam suas atividades de acordo com modelos adequados à sua cultura e a das empresas residentes. Ao aceitarem coordenar projetos em rede devem adaptar seus modelos gerenciais para harmonizar as diferentes culturas. Mediante este contexto, estabeleceu-se como problema de investigação a seguinte questão: Quais os modelos de governança das incubadoras âncoras durante os projetos em rede financiados pela FINEP/PNI? 1.3 OBJETIVOS O estudo tem como objetivo geral verificar quais modelos de governança as incubadoras de empresas âncoras têm utilizado para gerenciar os projetos em rede resultando em ações práticas que permitam uma administração eficiente. Como objetivos específicos, tem-se: Analisar os modelos que são implementados nas incubadoras-âncoras durante os projetos FINEP/PNI. Propor as melhores práticas das incubadoras entrevistadas para a formulação de uma gestão mais adequada neste tipo de projeto. 1.4 DELIMITAÇÃO A abordagem deste estudo diz respeito às incubadoras âncoras do Rio de Janeiro, Instituto Gênesis PUC- RIO, Incubadora de empresas COPPE/UFRRJ e Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro BIO Rio/UFRJ, durante o PNI 2006. A intenção é verificar a efetividade do modelo de governança das incubadoras âncoras, que participam de projetos em rede financiados pela FINEP/PNI. 20 1.5 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E JUSTIFICATIVA O estudo é importante porque identifica o modelo de governança utilizado pelas incubadoras pesquisadas, destacando as dificuldades e facilidades em operar em rede durante os projetos FINEP/PNI. Diante de sua importância, entende-se ser de grande utilidade a valorização dos modelos de governança das incubadoras, pois possibilitará não só estruturar ações de apoio às mesmas como também servirá de modelos para outras incubadoras que operam em rede em projetos FINEP/PNI. 1.6 QUESTÃO DE PESQUISA Como as incubadoras âncoras adaptam seus próprios modelos de governança para gerenciar projetos em rede FINEP/PNI? 1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO A organização do estudo, para ficar mais bem compreendida, foi estruturada em alguns capítulos distintos: O primeiro capítulo aborda a introdução do tema, enfocando a contextualização do estudo, a formulação da situação-problema, a apresentação dos objetivos, a delimitação do estudo, a importância do estudo e justificativa, a questão de pesquisa e a organização do estudo. O segundo capítulo destaca a revisão da literatura apresentando os seguintes tópicos: incubadoras, uma caracterização de uma incubadora de empresas, os modelos de gestão e modelo de governança da incubadora. O terceiro capítulo trata da metodologia de pesquisa, enfatizando pontos importantes como as considerações iniciais, a conceituação e os tipos de pesquisa, os métodos e técnicas de pesquisa, as fases da pesquisa, a população e amostra da 21 pesquisa, a coleta de dados, o tratamento e análise dos dados e as limitações do estudo.O quarto capítulo enfatiza, sobretudo, a pesquisa realizada junto às incubadoras: Instituto Gênesis PUC- RIO, Incubadora de empresas COPPE/UFRRJ e Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro BIO Rio/UFRJ. O quinto capítulo trata da apresentação e análise de resultados junto às empresas incubadoras no Rio de Janeiro. Outro destaque deste capítulo é a discussão relacionada ao questionário de entrevista e o tratamento das respostas. Por fim, serão apresentadas as conclusões a cerca do estudo investigado e sugestões para pesquisas futuras. 22 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 INCUBADORA DE EMPRESAS A trajetória histórica das incubadoras demonstra que a origem dos programas de incubação de empresas, e por extensão as próprias incubadoras, teve ponto de partida nos Estados Unidos da América. Segundo Dias e Carvalho. (2002), três origens são tidas como marcos primário desses empreendimentos: o movimento de condomínios de empresas; os programas de empreendedorismo e os investimentos em novas empresas de tecnologia. A Incubadora de Empresas é um ambiente que oferece condições especialmente planejadas para favorecer o nascimento e o desenvolvimento de empresas, até que estas tenham condições de trabalhar competitivamente no mercado. A Incubadora de Empresas disponibiliza soluções através de ferramentas de gestão e tecnologia, atuando como uma facilitadora de informações e serviços, ampliando as possibilidades de sucesso das empresas numa economia globalizada, de forma competitiva e com responsabilidade social. De acordo com Pereira e Pereira (2002) as primeiras iniciativas referentes a incubadoras dão conta de que as iniciativas pertenceram a Universidade de Stanford. Primeiro, criando na década de 50 um Parque Industrial, e, posteriormente, um Parque Tecnológico (Stanford Research Park). Pereira e Pereira (2002) afirmam que: Este último tinha por objetivos: 1) promover a transferência da tecnologia desenvolvida na Universidade para as empresas e 2) criar novas empresas que pudessem ser intensivas em tecnologia, principalmente do setor eletroeletrônico. Vale ressaltar ainda, que no ano de 1937, a Universidade de Stanford incentivou e apoiou o surgimento da atual gigante Hewllett Packard. Alunos recém-graduados daquela universidade foram beneficiados com bolsas; obtiveram acesso, mesmo após suas formaturas, ao Laboratório de Radiocomunicação, e finalmente foram estimulados a criar uma empresa (PEREIRA; PEREIRA, 2002). A Incubadora é fruto da parceria instituída entre as forças vivas da comunidade: meio acadêmico, iniciativa privada, entidades associativas e Poder 23 Público. Quando as ações executadas não atuam positivamente para o crescimento do empreendimento, é necessário redefinir e redesenhá-las, adotando medidas corretivas (GUIMARÃES, 2006.p, 58). Cabe mencionar que a rápida evolução do movimento das incubadoras no Brasil, principalmente após o ano de 1993, causou espanto. A taxa de crescimento do período 1993/2003 girou pela casa de 990% neste decênio (ANUÁRIO ANPROTEC, 2003). É importante dizer também que o processo de incubação iniciou-se de um número de 13 incubadoras para a cifra de 207 incubadoras registradas na ANPROTEC. Em vista dessa expansão significativa, algumas medidas precisavam ser adotadas. A ANPROTEC criou critérios para que o ingresso de qualquer nova incubadora pudesse ser efetivado em consonância com seus princípios. Outra medida de significativa importância foi o estreitamento maior com os agentes e parceiros desses novos empreendimentos, buscando melhorar as articulações entre aqueles agentes e as empresas incubadas e também as incubadoras (ANUÁRIO ANPROTEC, 2003). No caso do processo de incubação, o ideal seria ter condições de obter registros instantâneos do status de cada incubada. No entanto, isso seria extremamente dispendioso. Por outro lado, o levantamento de dados não pode ser um fim em si mesmo, deve ser subsídio para o planejamento e para a execução do processo de incubação (GUIMARÃES, 2006, p. 58). É importante mencionar que a Anprotec1 atua diretamente na promoção do empreendedorismo inovador no Brasil, por meio do apoio ao Movimento Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas. Para isso desenvolve diversas ações de capacitação, divulgação, geração de conhecimento e articulação de parcerias e programas de apoio ao setor de incubação de empresas (ANPROTEC, 2008). O controle decorre da comparação do que foi planejado e formalizado em 1 A Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC) é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 30 de outubro de 1987. A ANPROTEC tem o papel de criar mecanismos de apoio às Incubadoras de Empresas, Parques Tecnológicos, Pólos, Tecnópoles e outras Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC, 2008). Estimular a capacidade empreendedora e a inovação em seus diversos níveis de conhecimento faz parte da cultura institucional da ANPROTEC. Para isso, busca posicionar as Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores - em especial Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos como plataformas estratégicas e operacionais dos agentes de fomento e das entidades responsáveis por ações de desenvolvimento econômico, social e cultural do Brasil (ANPROTEC, 2008). 24 instrumentos de planejamento, por exemplo, cronograma e orçamento, com o que se verifica na prática. Por meio do controle é verificado se os prazos definidos estão sendo cumpridos, se os recursos necessários estão disponíveis, ou seja, foram ultrapassados etc. (GUIMARÃES, 2006, p. 58). A incubação de empresas surgiu a partir da tese de que seria possível conceber, estruturar e desenvolver um novo negócio competitivo, da mesma forma como se fazia em relação a novos produtos ou serviços. Trata-se, portanto, de um fenômeno baseado na crença de que é possível criar condições favoráveis que propiciem o surgimento de um novo negócio, maximizando as chances de sucesso em um mercado cada vez mais competitivo (FIATES, 2005, p. 12). Uma Incubadora de Empresas deve ser criada e instalada com base em Lei Municipal sancionada pelo Poder Legislativo e pelo Poder Executivo do Município como forma de evitar que mudanças futuras no posicionamento político das pessoas que ocupam os cargos públicos venham afetar o funcionamento da Incubadora (BIAGIO, 2006, p. 52). Por outro lado, a partir da data de publicação da lei, os aportes econômicos ou financeiros realizados pelo poder público na Incubadora estarão protegidos pela Lei da Responsabilidade Fiscal, podendo ser incluídas nos documentos de prestação de contas do Município ao Tribunal de Contas, encarregado de fiscalizar as contas públicas municipais (BIAGIO, 2006, p. 52). No monitoramento, quando adotados os indicadores adequados, as alterações de escopo, pertinentes à execução dos objetivos e metas estabelecidos, tornam-se mais evidentes, ou seja, é possível analisar com grande precisão se a intervenção realizada surtiu efeito, ou se foi insuficiente para se atingir as metas propostas. Caso tenha sido insuficiente, são adotadas medidas corretivas ao longo da execução do projeto. O sistema de indicadores de monitoramento Incubcoope permite o monitoramento eficaz e auxilia na definição da execução de medidas corretivas (GUIMARÃES, 2006, p. 58). A informação necessária para que o sistema de Planejamento, Monitoramento e Avaliação (PMA) funcione não é espontânea. É necessário que o processo de coleta, tratamento e divulgação dos dados faça parte da metodologia adotada. Tais processos têm custo, seja em recursos humanos, seja em recursos materiais (GUIMARÃES, 2006, p. 59). Qualquer que seja a constituição jurídica utilizada é importante que sejam 25 estabelecidos alguns instrumentos que permitam a operacionalização formal da Incubadora deixando claro e transparente, os critérios para a tomada de decisão e a movimentação e aplicação dos recursos (BIAGIO, 2006, p. 51). As incubadoras de empresas são ambientes que estimulam a criação e protegem o desenvolvimento de novas empresas. Abrigam novos negócios por um período de tempo limitado e se destacam entre os vários mecanismos criados para estimular a transformação de resultados de pesquisas em produtos e serviços. Assim, revertem em atividade econômica os investimentos em pesquisa realizados pela sociedade (COPPE, 2008). As Incubadoras, especialmente no Brasil, costumam localizar-se junto a uma universidade ou a um instituto de pesquisas, para que as empresas se beneficiem da proximidade dos laboratórios e dos recursos humanos destas instituições. As incubadoras oferecem às empresas infraestrutura de uso compartilhado, assistência permanente, treinamento na área de negócios e acesso facilitado aos grupos de pesquisa e ao mercado (COPPE, 2008). Estas vantagens, somadas à sinergia decorrente da própria convivência entre os novos empresários, fazem com que a taxa de mortalidade desses empreendimentos seja minimizada. As incubadoras geram emprego, renda, e estimulam, a partir da demonstração do sucesso de suas empresas, uma atividade empreendedora dentro da própria comunidade (COPPE, 2008). As incubadoras Instituto Gênesis PUC - RIO, Incubadora de empresas COPPE/UFRRJ e Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro BIO Rio/UFRJ têm como objetivo central a criação de empreendimentos diferenciados seja por sua área de atuação (Cultural, artística), seja pelo seu público-alvo (empreendedores de baixa renda), seja pelo tipo de negócio que incubam (cooperativas empresas autogestionárias, projetos culturais). (GUIMARÃES, 2006, p. 5) O foco, portanto é a dinamização de diferentes nichos para o desenvolvimento de caráter não excludente. Para tanto trabalham em seu processo de incubação com métodos adaptados às necessidades de seu público-alvo. (GUIMARÃES, 2006, p. 5) Estas incubadoras traduzem os processos de gestão de negócios e de inovação para um ambiente geralmente de baixo nível de gerência. Atuam com grupos e pessoas que não se enquadram no perfil típico de empreendedor, mas que contam com grande capacidade empreendedora. 26 Assim, o foco do empreendimento está muito mais no resultado que se deseja ao abraçar uma nova idéia do que a rentabilidade que se conseguirá. De certa forma, o público-alvo dessas incubadoras se aproxima do papel do pesquisador, empreendedor necessariamente a melhor inovador, maneira que de conhece seu comercializá-lo. produto No e não entanto, os empreendimentos carecem muito mais de incentivos, políticas direcionadas e atuação efetiva da incubadora, por seus processos de gestão e organização se diferenciarem do arcabouço disponível às micro e pequenas empresas. (GUIMARÃES, 2006, p. 6) 2.2 CARACTERIZANDO UMA INCUBADORA DE EMPRESAS No centro desse verdadeiro "Furacão de Oportunidades e Riscos", diversos tipos de estratégias e mecanismos de desenvolvimento podem ser identificados. Desde o investimento dos governos em programas de capacitação e infraestrutura tecnológica até estratégias agressivas de grandes grupos empresariais de porte mundial (FIATES, 2005, p. 12). Diante da relevância do movimento de incubação de empresas no Brasil (o qual, aliás, coloca o país em evidência, se comparado ao cenário mundial), este estudo busca analisar o modelo de gestão de projetos financiados pela FINEP para empresas incubadoras âncoras. Vale destacar que a literatura sobre incubadoras de empresas é ampla, com grande parte se concentrando no relato de variadas experiências. Há, entretanto, abordagens analíticas, como a feita por Godinho et al. (2001, p.280), que enfatiza: [...] as dificuldades em se definir incubadoras de empresas de uma forma ampla e única, devido principalmente à diversidade e heterogeneidade dos modelos em operação. Tal situação é exemplificada pelo contexto europeu, em que a diversidade de estratégia observadas no estabelecimento de incubadoras reflete as diversidades e as peculiaridades nacionais dentro do próprio continente. Essas diferenças podem ser encontradas, por exemplo, nos níveis médios de desenvolvimento tecnológico-empresarial e nas políticas nacionais de apoio às empresas. A autora explica quais são os principais grupos de interesse envolvidos com 27 esses empreendimentos (universidades e institutos de pesquisa; empresários e os chamados acadêmico-empresários; agentes financeiros e venture capitalists; e governo, autoridades e agências de desenvolvimento), seus objetivos e fatores determinantes de sucesso (entre eles: existência de infraestrutura adequada; universidades e centros/institutos de pesquisa de excelência; empresas e suas características e envolvimento com atividades de P&D; empreendedorismo; e recursos financeiros tanto em termos de fundos como de venture capital). Se existem medidas objetivas largamente utilizadas que tornam simples mensurar os resultados econômicos de um empreendimento, não se pode dizer o mesmo dos aspectos subjetivos inerentes às características sociais do empreendimento. (GUIMARÃES, 2006, p. 60) Sobre as características socioeconômicas, há inúmeras metodologias de mensuração, observação e comparação, inclusive as análises derivadas de dados oficiais do IBGE servem como balizas. No que se refere às transformações de cunho político, psicológico e de inserção na sociedade a que o grupo está sujeito, não existem medidas oficiais ou consenso quanto à forma de mensuração. (GUIMARÃES, 2006, p. 60) Atualmente, há cerca de 4.000 incubadoras no mundo, que apresentam as mais diversas configurações, propósitos, modelos de sustentação e de operação. Essa disseminação tem ocorrido de forma significativa em países em desenvolvimento, especialmente nos últimos anos, exatamente por representarem uma alternativa estratégica de baixo custo e alto potencial de resultado para a promoção de um modelo de desenvolvimento econômico e social sustentável (FIATES, 2005, p. 13). Informações que poderiam ser interessantes, mas que se mostram irrelevantes dentro do processo de incubação, devem sempre ser descartadas quando da definição dos indicadores, sob o risco de inviabilizar seu funcionamento, ou de descaracterizar o objetivo que o indicador pretende representar (GUIMARÃES, 2006, p. 63). Como o trabalho de incubação é um trabalho de assessoria continuada, é importante obter indicadores que possam, ao longo do processo, verificar a evolução alcançada servindo, também, como um instrumento que alimente o planejamento e as ações de assessorias (GUIMARÃES, 2006, p. 63). Pode-se de maneira geral delimitar-se três tipos de incubadoras que são 28 comumente aceitos: a) De Base Tecnológica; b) Tradicional e c) Mista. As primeiras são encontradas mais facilmente ligadas a universidades e centros de pesquisa e excelência (geralmente de natureza pública). As do tipo tradicional geralmente são incubadoras associadas e com vinculação a algum órgão local como, por exemplo: as prefeituras municipais, as agências de desenvolvimento locais, as federações das indústrias de um estado (FIESP, por exemplo), as associações variadas de uma dada sociedade (comunidade) ou até mesmo a empresas de grande porte no mercado. E por fim, as mistas. Nestas últimas, pode-se encontrar em regime de residência nas Incubadoras, tanto projetos de inovação tecnológica, e, portanto gerando tecnologia de ponta; quanta produção em escala de produtos já conhecidos pelo público. De outra forma pode-se também classificar incubadoras com outras denominações, como por exemplo: culturais, de cooperativas, de agronegócio, de arte entre outras. Entretanto, várias incubadoras em nível mundial ainda não conseguiram alcançar resultados satisfatórios e tendem a desaparecer após alguns anos de funcionamento sem alcançar seu objetivo primordial de gerar empresas, promover o desenvolvimento da região e contribuir para o processo de inovação (FIATES, 2005, p. 13). Uma incubadora consiste em um imóvel, equipado com instalações elétricas e hidráulicas apropriadas, com áreas de uso compartilhado entre as empresas incubadas. É constituída por uma entidade coordenadora e algumas empresas incubadas (aproximadamente dez, mas este número pode variar de acordo com as condições e necessidades em questão). A entidade gestora é composta por: a) Conselho Superior trata-se do conselho técnico e de orientação; b) Gerência da Incubadora, composto por gerente, secretária e auxiliar de serviços gerais; c) Comitê de Consultores, responsáveis pelas análises das propostas de ingresso de novas empresas, pelo acompanhamento e avaliação das empresas incubadas. A entidade gestora da incubadora promove assessoria técnica e empresarial da empresa, fornecendo acesso às informações, treinamento e serviços para aquisição de recursos tecnológicos e humanos de alta qualificação. As empresas incubadas contam com informações de mercado, orientação fiscal e contábil, auxílio em relação aos processos jurídicos e burocráticos, compra 29 conjunta de materiais e equipamentos, serviços de marketing e contratação de consultorias especializadas para a administração empresarial. A instalação e os serviços não são gratuitos. No início são oferecidos a baixo custo e vão aumentando gradativamente no decorrer do período de incubação, que dura de três a cinco anos, aproximadamente na maioria das incubadoras. A incubação oferece facilidades, mas a empresa incubada deve procurar se inserir no mercado, buscando lucros e competitividade. Os incentivos em relação ao pagamento de impostos são essenciais para a implantação de novas empresas e, por isso, é importante que o projeto de incubação de empresas tenha o caráter de política pública. Parcerias: A criação de uma incubadora em geral é fruto da parceria entre universidades e entidades de pesquisa, prefeitura municipal, governo do estado e governo federal, agências de fomento e financiamentos estaduais e federais, SEBRAE nacional e dos estados, associações comerciais e industriais e outras organizações da sociedade civil (FIATES, 2005, p. 13). O planejamento da iniciativa e a avaliação dos resultados são atribuições do setor privado e do governo. As universidades e centros de pesquisa (incluindo as escolas técnicas) auxiliam com informações técnicas e administrativas, também participando da coordenação do projeto. A incubadora deve ser gerida por uma articulação entre os parceiros envolvidos, pois é um patrimônio da sociedade e não exclusividade da iniciativa privada ou do governo. Implantação: Os projetos de incubadoras devem estar de acordo com as possibilidades econômicas do município. Assim, um estudo das alternativas econômicas pode ser o primeiro passo para a prefeitura interessada em implantar um projeto de incubadoras de empresas. Há princípios para seleção de empreendimentos a serem transformados em empresas incubadas. Os projetos precisam demonstrar viabilidade técnica e comercial, contendo um estudo prévio sobre as possibilidades de êxito do empreendimento, com definição das estratégias e formas de atuação que garantam o sucesso e o retorno dos produtos e serviços prestados (FIATES, 2005, p. 13). É fundamental que os novos empreendimentos possibilitem inovação tecnológica, principalmente no caso das incubadoras de base tecnológica. Por outro lado, precisam estar em consonância com as condições locais existentes, atendendo às necessidades da população regional. Empresas poluentes, por exemplo, não 30 devem ser aceitas. Há diferentes tipos de empreendedores: pesquisadores, alunos, ex-alunos e professores de universidades e autônomos. Eles devem ter interesse em utilizar os resultados das pesquisas disponíveis nas instituições da região. Quanto ao espaço físico, pode ser um prédio ou galpão adaptado, com módulos de uso individual, constando de: salas de recepção, secretaria, showroom, salas de reunião, salas de serviço de apoio e treinamento; serviços de secretaria; serviços de comunicação (fax, telefone, correio); serviços de limpeza e segurança; almoxarifado, vestiário, sanitário e copa. Muitas vezes, utilizam-se edifícios de escolas ou armazéns desativados para o estabelecimento da incubadora. Usar imóveis já disponíveis ou adaptáveis reduz os custos de implantação (FIATES, 2005, p. 13). Para isto deve-se estabelecer procedimentos que viabilizem o acesso aos laboratórios, equipamentos e recursos humanos das instituições de pesquisa, com sistemas de remuneração estabelecidos. Além disso, devem-se capacitar os novos profissionais em relação aos procedimentos de atualização e gestão tecnológica, às formas de interação entre setores de pesquisas e empresas, à administração da produtividade, qualidade e competitividade e aos novos métodos de administração de finanças e marketing. Dois outros requisitos importantes no que se refere à assessoria são: disponibilização de informações relativas a oportunidades tecnológicas e mercadológicas e identificação das necessidades das empresas incubadas. Há várias experiências de implantação de incubadoras de empresas no Brasil. Os níveis de articulação entre os parceiros variam entre uma incubadora e outra, tendo formas diferentes em cada experiência. O principal resultado obtido com a implantação de incubadoras de empresas é a criação de novos de empregos, geralmente mais qualificados. Eleva-se, assim, o nível de renda da sociedade, melhorando a qualidade de vida, resgatando a 31 cidadania e a justiça social. Ao se garantir às novas empresas o acesso às universidades e centros de pesquisa, elas passam a trabalhar com tecnologia de ponta. Desta forma, a experiência de incubação de empresas produz como desdobramento, a modernização dos processos produtivos (FIATES, 2005, p. 13). No médio e longo prazo, implantar incubadoras de empresas resulta em melhorias na qualificação dos recursos humanos e no padrão de gerenciamento de empresas, elevando os níveis de qualidade e produtividade. 2.3 MODELOS DE GESTÃO A palavra modelo, derivada do latim modulus, conduz a molde, forma, e, embora utilizada em diferentes contextos e significados diferenciados, implica de algum modo a ideia de organização e ordenamento de partes que compõem um conjunto. Assim, em linguagem simples e sem sofisticação científica pode-se definir modelo como aquilo que serve de exemplo ou norma em determinada situação (FERREIRA et al., 2006, p. 19). Assim, os modelos de gestão englobam forma e função. É imperioso, porém, distinguir uma da outra, porque a tendência é pensar-se em modelo como forma, algo estático, determinante de comportamentos que dele não podem desviar-se (FERREIRA et al., 2006, p. 20). A palavra e o conceito de modelo impregnam as relações humanas e sociais que estabelecemos com outras pessoas. A existência de um modelo indica a predominância da forma sobre os desejos, intenções, motivos, funções e objetivos, os quais tendem a ficar subordinados à modelagem adotada (FERREIRA et al., 2006, p. 19). É importante mencionar que a estratégia do modelo de parceria é buscar um equilíbrio entre as ofertas geradas dentro das universidades e/ou instituições de pesquisa e as necessidades que poderão surgir no mercado, num futuro próximo. Ao contrário dos modelos anteriores, que empurram tecnologia ou captam necessidades de mercado, neste modelo, ambos os parceiros se reúnem para estabelecer uma estratégia de ação conjunta que traga resultados mútuos. 32 A responsabilidade pela gestão do processo é de ambos os parceiros. As decisões são conjuntas e de comum acordo, pois os resultados vão se refletir para ambas as instituições. O foco da pesquisa ainda é interdisciplinar, mas há uma ênfase para o desenvolvimento de atividades integradas que irão gerar uma inovação (CUNHA, 1998). Diante de tanta variedade de modelos de gestão, nota-se uma evolução, ao longo do tempo, da forma como percebemos as organizações. Em decorrência, evoluem também os modelos de gestão. Assim, contrapondo-se à visão chamada mecanicista, com ênfase na forma em detrimento da função, surgiu outra: orgânica, viva, muito mais complexa, porque paradoxal, ambígua e contraditória. (FERREIRA et al., 2006, p. 20). As escolas de pensamento em termos de gestão podem ser agrupadas em três grandes categorias: perspectiva estrutural, perspectiva humanística e perspectiva integrativa (FERREIRA et al., 2006, p. 20). As incubadoras têm sido alvo de grande atenção por parte de países em desenvolvimento e das agências internacionais de promoção do desenvolvimento e da igualdade entre as nações. Há, também, projetos desenvolvidos internamente pela própria incubadora que contam ou não com parcerias externas. Além disso, dentro do próprio processo de incubação produzem-se planos de negócio que também devem ser entendidos como projetos de empreendimentos (GUIMARÃES, 2006, p. 57). O planejamento, portanto, é realizado em separado para cada tipo de projeto. O processo de planejamento parte do know-how estabelecido e agrega novos elementos e instrumentos de acordo com a especificidade de cada projeto (GUIMARÃES, 2006, p. 57). Tome-se como exemplo a gestão da incubação. O planejamento do processo de incubação é feito em dois níveis: o planejamento das atividades específicas dos empreendimentos incubados, e o planejamento das atividades e eventos complementares que influenciam o desenvolvimento de mais de um empreendimento (GUIMARÃES, 2006, p. 57). O planejamento para um empreendimento específico depende de seu status de desenvolvimento. Uma cooperativa recém-aceita para o processo de préincubação passa por uma etapa de diagnóstico que permite analisar seus principais pontos fortes e fracos. Isso é o que já existe de concreto em termos de organização 33 e gestão do empreendimento, e as competências técnicas e potencialidades de seus associados. A gestão eficaz do escopo do planejamento do processo de incubação envolve observar não só o resultado do processo como monitorá-lo ao longo de sua execução. Portanto o Planejamento, Monitoramento e Avaliação (PMA) é um importante instrumento para identificar em que as ações da incubadora estão indo ao encontro dos objetivos definidos (GUIMARÃES, 2006, p. 58). Quando as ações executadas não atuam positivamente para o crescimento do empreendimento, é necessário redefinir e redesenhá-las, adotando medidas corretivas (GUIMARÃES, 2006, p. 58). Para que se possa alcançar eficiência e eficácia organizacional, é indispensável à manutenção de coerência e compatibilidade na modelagem das diversas variáveis organizacionais. As escolhas das variáveis devem atender a critérios de sua adequação à tarefa/função da organização. Fica clara, assim, a necessidade de adequação do modelo organizacional conforme a natureza da organização e sua relação com o ambiente (FERREIRA et al., 2006, p.21). A maior adequação dos modelos mecanicistas ou dos orgânicos depende das características de certeza, estabilidade e previsibilidade que a organização mantém com seu ambiente (FERREIRA et al., 2006, p. 21). Quando predominam a incerteza, a instabilidade e a imprevisibilidade revela-se mais recomendável à adoção de modelos predominantemente orgânicos. (FERREIRA et al., 2006, p. 21). Como se pode perceber são múltiplas as dimensões que precisam ser consideradas no delineamento de um modelo de gestão que se revele adequado a uma determinada organização. Cada item que compõe as dimensões apresentadas pode assumir características diversas, requerendo medidas distintas para que funcione a contento (FERREIRA et al., 2006, p. 23). É fundamental que as medidas adotadas e as características assumidas pelos modelos de gestão guardem o chamado alinhamento sistêmico. Ou seja, é preciso que exista coerência entre as ações e decisões tomadas, de modo que sejam compatíveis com a filosofia de gestão adotada e que não se contradigam entre si. Um arranjo organizacional que se revela excelente em um determinado contexto pode ser desastroso quando aplicado em situações distintas (FERREIRA et al., 2006, p. 23). 34 Essa necessidade de adequação dos modelos de gestão às características de cada situação somente foi incorporada pelas teorias administrativas nas contribuições mais recentes. Assim, as primeiras abordagens são extremamente prescritivas, desconsiderando os fatores circunstanciais envolvidos na gestão organizacional, como se a administração fosse uma ciência exata, com resultados previsíveis e condições de aplicação controláveis (FERREIRA et al., 2006, p. 23). 2.4 MODELO DE GOVERNANÇA DA INCUBADORA Segundo a ANPROTEC (2000), uma Incubadora de empresas é um ambiente flexível e encorajador onde é oferecida uma série de facilidades para o surgimento e crescimento de novos empreendimentos. Além da assessoria na gestão técnica e empresarial da empresa, a Incubadora oferece a infraestrutura e serviços compartilhados necessários para o desenvolvimento do novo negócio, como espaço físico, salas de reunião, telefone, fax, acesso à Internet, suporte em informática, entre outros. Desta forma, as Incubadoras de Empresas geridas por órgãos governamentais, universidades, associações empresariais e fundações, são catalisadoras do processo de desenvolvimento e consolidação de empreendimentos inovadores no mercado competitivo. De acordo com a classificação dos estágios de empreendimento, segundo a ANPROTEC (2000), elas podem estar em três níveis: 1. Em operação - são as incubadoras com pelo menos uma empresa instalada, ou seja, àquelas momentaneamente sem empresas instaladas, mas em fase de seleção de novas empresas, também se enquadram neste estágio. 2. Em implantação - incubadoras em fase de lançamento do seu primeiro edital de seleção de empresas. 3. Em projeto - incubadoras ainda sem previsão para o lançamento do seu primeiro edital de seleção de empresas. O objetivo maior das incubadoras de empresas é que após o surgimento, elas possam se consolidar com o apoio da iniciativa privada juntamente com o Estado, viabilizando assim, o crescimento de polos dinâmicos nas economias locais. É 35 necessário ter uma visão estratégica, ter uma visão de futuro e criar uma marca, ou seja, um padrão de referência. Também, o sucesso das incubadoras vai depender da produção das empresas incubadas, em constante desenvolvimento, financeiramente viáveis e competitivas em seu mercado. Em se tratando da questão da compreensão da gestão de incubadoras âncoras e satélites, é fundamental primeiramente compreender primeiro o que vem a ser a gestão democrática, para posteriormente se realizar uma conceituação mais pormenorizada sobre as incubadoras. As incubadoras âncoras demonstram em seu modelo de governança uma maturidade maior na condução dos projetos e uma estrutura mais adequada para atender a demanda solicitada na relação com as incubadoras satélites, que por sua vez apresentam limitadores em seu modelo de governança na condução dos projetos. O processo de democratização da sociedade brasileira ainda é muito novo. Em vista desse fato, compreende-se que, dada a falta de tradição e de práticas democráticas no país, os processos de implantação da gestão democrática nas empresas defrontam-se com enormes dificuldades e com inúmeros conflitos. O modelo de governança no Brasil é extremamente conservador, pois é baseado nos princípios administrativos das empresas capitalistas que foram originadas e instituídas pela necessidade e interesse do capital (GROH, 2006). Segundo Groh (2006), “outro obstáculo encontrado na governança democrática se refere à burocratização das organizações que criam mecanismos administrativos capazes de intimidar qualquer tipo de participação”. Spósito (2002) aponta algumas dificuldades para que esse processo ocorra. Em primeiro lugar, existe uma incompatibilidade entre modelos e práticas democráticas. A democratização não é possível ao lado de estruturas administrativas burocratizadas. Não há forma de governança democrática que possa ser viabilizada sem alteração profunda nas estruturas dos organismos ligados à educação, sejam eles federais, estaduais ou municipais. A prática democrática não se resume na indicação de representantes que se desligam dos representados. A prática democrática parte do principio de uma relação orgânica entre ambos, em que dessa relação se edifica uma nova relação. É preciso ter em conta a possibilidade real de tomada de decisões e, sobretudo, o reconhecimento das ações e responsabilidades dos atores envolvidos. O consenso 36 não é o ponto de partida para as relações sociais, pois obscurece a diversidade. Barbosa et al. (1995, p. 72), afirma que “[...] gerenciar uma organização é promover o relacionamento harmônico entre os diversos setores nela existentes, de modo que ele possa atingir seu objetivo da maneira mais perfeito e mais econômico possível”. Por outro lado, de acordo com Castro (1991, p. 45): [...] por mais diversificadas que sejam as organizações, todas elas têm uma característica em comum: possuem uma estrutura hierárquica com uma alta administração, com níveis intermediários de chefia ou supervisão, coordenação, etc., além do nível operacional, constituído das pessoas que executam as tarefas que, afinal, permitem à organização atingir os seus fins. O que se vê, é que toda organização requer um gerenciamento desses variados setores, departamentos e serviços, já que cada um deles trabalha servindo a si mesmo e aos demais, efetuando pagamentos, recebimentos, manutenção, recrutamento de pessoal, registros contábeis etc. A organização, como todo sistema aberto, caracteriza-se pelo incessante fluxo de recursos de que necessita para poder desenvolver suas operações e gerar resultados. Conforme destaca Chiavenato (2002, p. 178): A organização, de um lado, "importa" recursos e energia do ambiente externo, na forma de matérias-primas, equipamentos, máquinas, tecnologia, dinheiro, financiamentos, pedidos de clientes, informações, pessoal, água, energia elétrica etc. Todos esses recursos e formas de energia são processados e transformados dentro da organização. Chiavenato (2002, p. 178) relata ainda que: Por outro lado, a organização "exporta" para o ambiente externo os resultados de suas operações e de seus processos de transformação, na forma de produtos acabados ou serviços, materiais usados, refugos, lixo, equipamentos obsoletos para substituição, resultados operacionais, lucro, entregas a clientes, informações, pessoal, poluição etc. Observa-se que entre os insumos que a organização "importa" do ambiente externo e os resultados que "exporta" para esse ambiente deve existir certo equilíbrio dinâmico capaz de manter as operações do processo de transformação em níveis satisfatórios e controlados. Se os insumos forem mais volumosos do que as saídas, a organização tem seus processos de transformação congestionados e/ou seus estoques de resultados 37 armazenados e paralisados. Se, ao contrário, os insumos forem bem menores do que as saídas, a organização não tem recursos para operar as transformações e continuar a produzir resultados. Assim, tanto a entrada como a saída de recursos deve manter entre si mecanismos homeostáticos capazes de se autorregularem, mediante comparações, e de garantirem um equilíbrio dinâmico e constante. Esses mecanismos de controle recebem a denominação de retroação (feedback) ou realimentação (GROH, 2006). Muitas mudanças ainda estão para acontecer e algumas estão em andamento. Pode-se afirmar, com certeza, que a moeda do futuro não vai ser financeira, mais sim o capital intelectual. A partir disso as empresas precisam aprender a aprender, ou seja, precisam aprender a desenvolver e manter o seu capital intelectual e tornar-se uma Learning Organinization (Organização que aprende). Outro fator a se destacar é o fato de que segundo Dutra (1996, p. 172) é a questão do clima organizacional como fator determinante da relação entre as pessoas, que também está presente nas empresas incubadoras: A organização tem várias formas de concretizar a recompensa, desde o reconhecimento formal por uma contribuição da pessoa por meio de um elogio, de uma carta ou de um prêmio, até um aumento salarial ou uma promoção para posições organizacionais com desafios maiores. É no trabalho que o homem busca a satisfação das suas necessidades. Muitas pessoas são impulsionadas pelo dinheiro, outras por interesses fundamentais de segurança, inserção social ou autorrealização. Para Toledo (1992, p. 43) diversas pesquisas sobre motivação nas organizações comprovaram que a produtividade aumenta quando os funcionários: Percebem que as suas capacidades são identificadas e desenvolvidas; São motivados de forma particular. Vêm as promessas sendo cumpridas. Conhecem os objetivos da empresa e das tarefas. Recebem reconhecimento pessoal e profissional. Sentem-se aceitos pelo grupo de trabalho e mantêm um bom relacionamento. Sentem que aumenta a sua responsabilidade na realização das tarefas. Sentem que a empresa está investindo no seu potencial através de oportunidades de trabalho. 38 Encaram o trabalho como um desafio. Recebem feedback regularmente. São reconhecidos publicamente pelo trabalho bem feito. Participam da decisão e da operacionalidade do seu trabalho, sendo ouvidos. São reconhecidos e promovidos com base no seu desempenho. Participam dos lucros, tendendo à busca da excelência. Ainda na visão de Toledo (1992, p. 44): “a produtividade é mantida quando os funcionários: sentem que são orientados e supervisionados em seu trabalho; possuem as devidas condições de trabalho; sentem segurança no trabalho”. Visto que os funcionários são os que estão mais envolvidos com o dia-a-dia da organização e seu clima organizacional. Pode-se, então, perceber que um investimento maior nos aspectos motivacionais será certamente revertido em benefícios para a empresa, sendo o empresário o maior beneficiado. Cada vez mais deve ser fortalecida nas organizações a consciência em promover o crescimento do conhecimento organizacional. As pessoas somente raciocinam com base no conhecimento que elas têm. Se as organizações não se dispuserem a buscar meios de aumentar esses conhecimentos, a capacidade de inovação e criatividade se tornará limitada, contrariando a máxima do Consultor James Morse, de que “A única vantagem competitiva sustentável é conseguida quando se inova mais que a concorrência”. Guimarães (2006, p. 47) enfatizando as empresas incubadoras relata que: Muitas vezes, a urgência para solucionar um problema ou para aproveitar uma oportunidade, cria a sensação de "incêndios sucessivos". A prioridade em executar as tarefas, a despeito da documentação, faz com que a sistematização e o fluxo da informação fiquem prejudicados. A equipe detinha a informação, no entanto, esta não estava disponível para terceiros, a menos que fosse relatada pessoalmente. Isso leva ao primeiro ponto fundamental da gestão: documentação e sistematização das informações. (GUIMARÃES, 2006, p. 47) Além disso, no que se refere à incubação, por ser um processo continuado, o fluxo de ações, quando não é planejado e monitorado, sistematicamente, tende a sobrepor atividades cuja conexão pode não ser adequada. Isso leva à sobrecarga de parte da equipe, e, muitas vezes, as atividades executadas em momentos 39 inadequados, ou desconsiderando as relações de precedência com outras atividades, podem ter caráter inócuo. Por exemplo, uma atividade que ocorra quando a incubada não tem condições de absorver as informações, não surtirá o efeito desejado, ou seja, é necessário o planejamento efetivo das ações. (GUIMARÃES, 2006, p, 48) De acordo com Guimarães (2006, p. 48): As incubadoras sem fins lucrativos não podem ser entendidas como um negócio. Afinal, não geram recursos próprios. Nestas, os empreendimentos incubados não contribuem financeiramente para manter a infraestrutura que utilizam na incubadora. Na maioria delas, parte dos custos, relacionados à manutenção de sua infraestrutura, são suportados pela instituição (universitária, governamental ou outra) em que a incubadora está estabelecida. A outra parte dos recursos, muitas vezes a maior parte da receita, é proveniente dos convênios e projetos que realizam. É importante salientar que mesmo as incubadoras abertas, cuja estrutura fundamental para incubação está relacionada à capacidade da equipe em atender aos empreendimentos incubados, não é possível contar com recursos humanos que respondam a todas as áreas de conhecimento (GUIMARÃES, 2006.p, 48). Guimarães (2006, p. 47) relata ainda que: Desse ponto de vista, os resultados alcançados a partir do networking da incubadora são imprescindíveis, e podem ser estendidos às incubadas fomentando seu fortalecimento e desenvolvimento. Por exemplo, estabelecer convênios de cooperação técnica com laboratórios das universidades, ou captar voluntários para atuar como consultores em determinadas fases do processo de incubação geram sinergias importantes para incubadora e incubada. A relação com os stakeholders é estratégica, visto que muitos processos dependem dos apoios conseguidos junto ao Poder Público, empresas, agências de fomento, órgãos de classe, dentre outros. Garantir que o que se planejou sairá como desejado é indubitavelmente um dos pilares da gestão da incubadora. Para isso, é necessário estar atento ao "andar da carruagem" (GUIMARÃES, 2006, p. 47). Conforme menciona Guimarães (2006, p, 49): 40 O processo de governança da incubadora, portanto, é um processo de melhoria continuada que envolve todos os níveis de sua estrutura organizacional. Deve ser realizado de acordo com as seguintes etapas: Planejamento: definição das ações, atividades e tarefas que serão realizadas; Execução: implantação e consecução do que foi planejado, documentação do processo; Monitoramento: acompanhamento sistemático da execução e definição de ações corretivas; - Avaliação e finalização. Há, também, projetos desenvolvidos internamente pela própria incubadora que contam ou não com parcerias externas. Além disso, dentro do próprio processo de incubação produzem-se planos de negócio que também devem ser entendidos como projetos de empreendimentos. (GUIMARÃES, 2006, p. 57) É importante dizer que a governança eficaz do escopo do planejamento do processo de incubação envolve observar não só o resultado do processo como monitorá-lo ao longo de sua execução. Portanto o Planejamento, Monitoramento e Avaliação (PMA) é um importante instrumento para identificar em que as ações da incubadora estão indo ao encontro dos objetivos definidos (GUIMARÃES, 2006, p. 58). Como a função é a preocupação dominante das organizações nos dias de hoje - tendo em vista a existência de ambiente extremamente instável, devido à abertura dos mercados, à concorrência global e ao rápido avanço das tecnologias e, consequentemente, da informação -, observa-se que os modelos de governança são modelos cada vez mais integrativos. Eles abrangem as diversas dimensões estudadas pelas escolas administrativas no esforço de desenvolverem práticas de modelagem organizacional. Em decorrência, as principais variáveis organizacionais revelam-se intimamente interdependentes (FERREIRA et al., 2006, p. 20). Portanto, ser eficiente significa desempenhar tarefas de maneira racional, otimizando a relação dos recursos despendidos com os resultados alcançados e obedecendo às normas e aos regulamentos aplicáveis. Uma atividade eficiente é, portanto, aquela que é bem-feita. A eficácia está relacionada ao alcance dos objetivos adotados pela organização. Uma tarefa é considerada eficaz quando produz resultados relevantes, tendo como parâmetros os planos estabelecidos. O conceito de efetividade tem sido utilizado com diferentes significados por diversos autores. 41 3 METODOLOGIA 3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Neste capítulo será apresentada a metodologia científica que embasou a pesquisa, cujo tema trata-se do modelo de governança utilizado pelas incubadoras de empresas âncoras durante projeto em rede FINEP/PNI-2006, o centro da pesquisa serão as incubadoras âncoras do Rio de Janeiro, Instituto Gênesis PUCRIO, Incubadora de empresas COPPE/UFRRJ e Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro BIO Rio/UFRJ. O detalhamento da metodologia dar-se-á da seguinte forma: conceituação da pesquisa, tipos de pesquisa existentes, tipos de pesquisas utilizadas, métodos e técnicas de pesquisa, população e amostra, coleta de dados, tratamento e análise dos dados e limitações do método. A análise dos resultados seguirá fielmente as respostas obtidas através do questionário de entrevista, respeitando o que de fato os gestores opinaram no instrumento de coleta de dados. A partir da extração daquelas informações, serão traçados contrapontos com os conceitos já citados. Nesse caso, a técnica adotada é a seguinte: para cada questão arguida aos administradores, e transcritas para este tópico, serão elaboradas tabelas de maneira que se possa com mais visibilidade consolidar os dados colhidos. Importante informar que as tabelas foram criadas a partir da própria vivencia prática do autor. É importante mencionar também que da questão nº 1 à questão nº 9, a maioria das respostas é opcional, o que faz com que o entrevistado responda, sim ou não, informando de maneira objetiva à pergunta sem, ficar delongando na resposta. O que fez com que a tabulação fosse apenas de apresentação dos dados. Nesta mesma linha, seguiram as questões de nº 12 a nº 17; e a questão nº 21. 42 3.2 TIPO DE PESQUISA De acordo com Vergara (2004) há vários tipos de pesquisa, conforme os critérios utilizados pelos autores. Ela propõe dois critérios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios. Neste estudo, segundo Vergara (2004) quanto aos fins serão utilizadas a pesquisa exploratória e a explicativa. Quanto aos meios serão utilizadas a pesquisa bibliográfica, a pesquisa de campo, a pesquisa documental e o estudo de caso. O trabalho de investigação proposto irá centrar na análise dos dados empíricos, reflexão e mudança do modelo de governança utilizado pelas incubadoras de empresas âncoras durante projeto em rede FINEP/PNI-2006, o centro do estudo de caso serão as incubadoras âncoras do Rio de Janeiro, Instituto Gênesis PUC- RIO, Incubadora de empresas COPPE/UFRRJ e Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro BIO Rio/UFRJ. Em relação ao método adotado como instrumento de análise e síntese do estudo, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, com consulta a revistas, livros, textos, artigos científicos, e teses entre outros, o que permitiu traçar o referencial teórico relacionado ao tema em questão. Segundo Vergara (2004, p. 48): A pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma. Por fim, outra forma de pesquisa a ser utilizada foi à explicativa, que segundo Vergara (2004) tem como principal objetivo, tornar algo inteligível, justificando lhe os motivos. Neste estudo, procurou-se esclarecer quais fatores contribuíram de alguma forma, para ocorrência de determinado fenômeno, que no caso desta pesquisa foi à análise empreendida nas revistas consultadas. É importante mencionar que Vergara (2004, p. 47) define a pesquisa de campo como a “investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos apara explicá-lo”. Por sua vez, o estudo de caso é definido por Vergara (2004, p. 49) como “circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, 43 comunidade ou mesmo país”. 3.3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA Foram utilizados métodos e técnicas de pesquisa que possibilitaram estabelecer estratégias e táticas indicadas para as diversas fases do processo: da problematização, da coleta de dados e informações, da mensuração, da formação do marco teórico de referência, do levantamento de variáveis e seu relacionamento, da análise de dados, da prova ou da comprovação. Segundo Gil (1995, p. 34), “os métodos específicos têm por objetivo proporcionar ao investigador os meios técnicos para garantir a objetividade e a precisão no estudo dos fatos sociais”. No caso deste estudo, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, além de sites que tratam da questão das empresas incubadoras. 3.4 FASES DA PESQUISA A figura 01 a ser apresentada busca demonstrar a sequência adotada para o desenvolvimento da pesquisa. Nas fases iniciais buscou-se situar quais os aspectos mais relevantes do processo de incubação de empresas; seu referencial histórico, conceitos e tipos de incubadoras. Foram também levantados os dados e as informações a respeito do tema principal que são as incubadoras âncoras durante projetos da FINEP em rede e seu modelo de gestão. A intenção principal desta fase teve por finalidade embasar as discussões que adviriam, a posteriori, e visavam à elaboração e o desenrolar da estrutura de análise da pesquisa. A revisão bibliográfica realizada propiciou subsequentes da pesquisa. um melhor desenvolvimento das fases 44 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA TEMA METODOLOGIA CIENTÍFICA ELABORAÇÃO DE ESTRUTURA DA ANÁLISE DA PESQUISA APLICAÇÃO DA ESTRUTURA DA ANÁLISE DA PESQUISA ANÁLISE DA EFICÁCIA DOS MODELOS DE GESTÃO DAS INCUBADORAS ÂNCORAS DURANTE PROJETOS DA FINEP EM REDE. ANÁLISE DE RESULTADOS: EMPRESAS INCUBADORAS GÊNESIS, COPPE E BIORIO. CONCLUSÕES E SUGESTÕES Figura 01 - Fases da Pesquisa Fonte: Adaptada de Oliveira (2004) 45 3.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA DA PESQUISA A partir das afirmações emitidas até o momento procurou-se conhecer o que pensa a população alvo desta pesquisa. Foi realizada uma pesquisa qualitativa tendo por base populacional as três empresas incubadoras Âncoras localizadas no Rio de Janeiro: Instituto Gênesis PUC- RIO, Incubadora de empresas COPPE/UFRRJ e Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro BIO Rio/UFRJ. .A amostra foi caracterizada particularmente por cada segmento, que foi descrito no decorrer deste trabalho. O instrumento a ser utilizado como coleta de dados foi o questionário. Observa-se que o critério adotado para a escolha de tais empresas, pela FINEP, deveu-se em boa parte ao “grau de maturidade” no processo de incubação. Isto significa dizer que foram selecionadas, dentre o universo das empresas incubadoras, aquelas empresas que se posicionavam num estágio mais avançado de sua vida produtiva. O modelo de governança utilizado no processo de incubação serviria como termo de comparação entre as empresas, uma vez que a intenção é verificar como se dá a governança destas incubadoras durante a liderança dos projetos em rede financiados pela FINEP/PNI. Os trabalhos foram desenvolvidos em (1) questionário que foi respondido por dirigentes das empresas analisadas. 3.6 COLETA DE DADOS A pesquisa se deu através de pesquisas bibliográficas, de leituras de autores que enfocam o objeto de estudo. Foram utilizadas informações, cujas fontes consultadas tiveram origem em sítios da Internet, livros, dissertações, teses, artigos, anais de congressos e outras publicações sobre o tema. A partir das informações colhidas, por meio da análise feita, foi possível criar um arcabouço teórico que contemplasse os modelos de gestão de empresas incubadoras. Os dados foram coletados a partir dos questionários estruturados respondidos 46 pelos responsáveis pelas empresas a respeito do modelo de gestão adotado pela incubadora. Por fim convém dizer que de posse das respostas fornecidas pelos empreendedores, foi realizada a análise do material e a redação final. 3.7 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS As questões discursivas foram analisadas, uma a uma, e de forma resumida tecidos alguns comentários. Nas questões objetivas quando se entendeu ser possível, também foram tecidos alguns comentários. No que diz respeito à aplicação dos questionários junto aos gestores das empresas incubadoras, verificou-se que o questionário utilizado foi composto de questões objetivas e discursivas. Algumas destas questões podiam ser justificadas se fosse de interesse e anuência do entrevistado. Os objetivos que nortearam a organização deste instrumento de pesquisa foram os de verificar quais os principais problemas encontrados na elaboração dos modelos de gestão das incubadoras durante os projetos em rede. 3.8 LIMITAÇÃO DO MÉTODO No que diz respeito às limitações do estudo, cabe mencionar que não foi possível, nem tampouco fazia parte do escopo deste trabalho, expandir o universo da pesquisa para outras regiões ou estados brasileiros além do Rio de Janeiro, por aspectos de acessibilidade. De certa maneira, é importante dizer que não foram estudados casos de empresas ligadas a outros tipos de Incubadoras, isto é, as empresas residentes em incubadoras culturais, mistas e de cooperativas, limitando-se o estudo apenas às incubadoras âncoras durante o Projeto FINEP/PNI. 47 4 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO 4.1 INCUBADORA: INSTITUTO GENESIS PUC-RIO Em relação ao seu histórico, o instituto Gênesis está localizado no bairro da Gávea, zona sul da cidade do Rio de Janeiro, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a PUC-Rio é considerada um caso de excelência. A PUC-Rio diferencia-se pela qualidade de seu ensino, que é reconhecido em todas as avaliações dos órgãos governamentais pelo excelente nível do corpo docente da Universidade, e por sua projeção nacional e internacional como centro de pesquisa e de desenvolvimento científico. Em julho de 1997, com o apoio de parceiros como o Citibank, o SEBRAE, a FINEP e a Faperj, a PUC-Rio inaugurou o Prédio Gênesis, que passou a sediar o processo de incubação. Também em 1997, com o apoio da Softex e do Departamento de Informática da PUC-Rio, foi iniciada uma pré-incubadora na área de informática - que recebeu o nome de InfoGene - e um conjunto de três disciplinas de empreendedorismo, nas áreas de comportamento, finanças e planejamento (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). A pré-incubadora de informática tornou-se a Incubadora Tecnológica Gênesis, com capacidade para 20 empresas residentes, e as três disciplinas de empreendedorismo tornaram-se o Programa de Formação de Empreendedores da PUC-Rio, o PFE, hoje com 24 disciplinas (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). Finalmente, o Projeto Gênesis tornou-se o Instituto Gênesis, uma Unidade Complementar da Vice-Reitoria Acadêmica, criado para coordenar não só o processo de pré-incubação e incubação, mas todo o Programa de Formação de Empreendedores da PUC-Rio (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). A Incubadora Tecnológica possui seu foco em negócios da produção e distribuição da informação, privilegiando empresas que forneçam informações sob qualquer forma (verbal e sonora, impressa ou em vídeo), e que sejam inovadoras e intensivas em capital intelectual e tecnologia (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). Sua missão é "Transferir conhecimento da Universidade para a sociedade, 48 contribuindo para a inclusão social, a preservando a cultura nacional e a melhoria da qualidade de vida da região através da formação de empreendedores e da geração de empreendimentos inovadores autossustentáveis" (INSTITUTO GENESIS PUCRIO, 2008). Em março de 2002, o Instituto Gênesis da PUC-Rio inaugurou a primeira Incubadora Cultural da América Latina com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento de empreendimentos de base cultural e artística (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). A Incubadora em 2008 englobava um total de 21 empresas focadas em diferentes áreas, tais como arte, educação, moda, design, turismo cultural, mercado editorial e audiovisual (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). Entre outros projetos, a Incubadora Cultural realizou um estudo sobre a cadeia produtiva da economia da música visando satisfazer a escassez de trabalhos que abordam a importância econômica desta indústria (INSTITUTO GENESIS PUCRIO, 2008). Tal pesquisa deu origem a inúmeros projetos, incluindo o Projeto Casa do Compositor em Conservatória, aprovado em 2004 pelo Ministério da Cultura como um Ponto de Cultura (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). Atenta às demandas do mercado, a Incubadora Cultural Gênesis da PUC-Rio lançou no ano de 2004, em parceria com o Departamento de Arte & Design, a Incubadora de Design de Jóias, sendo a primeira no Brasil especializada neste segmento (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). A criação da Incubadora Social de Comunidades Gênesis da PUC-Rio em julho de 2004, ocorreu como consequência natural da experiência obtida com a Incubadora Tecnológica e das necessidades e demandas sociais detectadas pela Incubadora Cultural. Tem como finalidade o fortalecimento comunitário local, municípios e cidades, através da formação de empreendedores e da geração de empreendimentos com uso de tecnologia social (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). A infraestrutura física do Instituto Gênesis compreende o Prédio Gênesis, os Laboratórios de Criatividade e o Núcleo de Estudos e Pesquisas. O Prédio Gênesis possui 895,14 m² de área construída, distribuídos em 25 módulos - sendo 10 Micros, 12 Genes, 1 Midi e 2 Macros - mais um Auditório para 30 pessoas, 2 Salas de Reunião, e dependências compartilhadas, como cozinha e banheiros. 49 Produção Científica e Tecnológica: Devido ao escopo de atuação do Instituto Gênesis, diversos projetos são desenvolvidos em conjunto com as empresas incubadas nas áreas de obtenção de patentes, prestação de serviços ao setor produtivo e pesquisa e desenvolvimento para produtos e serviços inovadores em parceria com laboratórios e departamentos da universidade (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). No ano de 2002, a Incubadora Tecnológica aprovou um projeto junto ao CNPq que visava à otimização do processo de inovação através de incubadoras. Este estudo e aplicação se contemplam a projetos dos anos de 2002 e 2003 apoiados pelo SEBARE/RJ (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). Um projeto sobre a Consolidação da Eficiência do Processo de Incubação do Instituto Gênesis da PUC-Rio começou a ser desenvolvido com o apoio do CNPq (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). Vinculado à Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos, funciona como um centro permanente de inovação que se preocupa em ser um ambiente de apoio e estímulo ao desenvolvimento de empreendimentos e empreendedores autossustentáveis. O Instituto Gênesis conta com a colaboração do Consórcio de Desenvolvimento, um órgão consultivo formado por instituições parceiras, que contribuí para o desenvolvimento e sustentação das ações do Instituto (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). A figura a seguir apresenta uma visão panorâmica do Campus PUC-Rio. 50 Figura 02 - Campus PUC-Rio Fonte: http://www.genesis.puc-rio.br A estrutura e organização do Instituto Gênesis é dividida em Unidades de Negócios e Unidades Operacionais: Unidades de Negócios: Coordenação de Ensino de Empreendedorismo (CEMP) CEMP Graduação CEMP-Ex CEMP-Pós Empresa Júnior Pré-Incubadora Incubadora Tecnológica Incubadora Cultural Incubadora de Design de Jóias Incubadora Social de Comunidades Aceleradora Desenvolvimento Local e Setorial Parque de Inovação Tecnológica e Cultural da Gávea Unidades Operacionais: Unidade de Gestão de Pessoas (RH) 51 Unidade Jurídica Unidade de Comunicação Unidade Predial Unidade Financeira Unidade de Suporte e TI (Tecnologia e Informação) Unidade de Relações Internacionais (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). A figura a ser apresentada a seguir deixa claro a estrutura e o campus de 0atuação do Instituto Genesis. Figura 03 - Estrutura e Campos de Atuação Instituto Gênesis PUC-Rio. Fonte: http://www.genesis.puc-rio.br/ Missão: de inovação, Formar por empreendedores, meio do empreendimentos, conhecimento da criar universidade, ambientes propiciando desenvolvimento local, cidadania, autossustentabilidade e melhoria de qualidade de vida da sociedade (INSTITUTO GENESIS PUC-RIO, 2008). 52 4.2 INCUBADORA COPPE A Incubadora de Empresas da COPPE/UFRJ funciona na Cidade Universitária da Ilha do Fundão, desde 1994. A Incubadora possui uma localização privilegiada, por estar instalada ao lado de importantes vias de acesso da cidade do Rio de Janeiro, como a Linha Amarela e Vermelha, a Av. Brasil e o Aeroporto Internacional Tom Jobim. Além disso, e de acordo com o próprio conceito de Incubadora, as empresas se aproveitam da proximidade com os laboratórios e os centros de pesquisa instalados na Cidade Universitária (COPPE, 2008). A Incubadora da COPPE/UFRJ faz parte do Parque Tecnológico do Rio de Janeiro, que ocupa uma área de 350.000 m2 na Cidade Universitária. A Incubadora é gerida pela Fundação COPPETEC, o escritório de transferência de tecnologia da COPPE criado em 1971 (COPPE, 2008). Figura 04 - Localização da Incubadora COPPE. Fonte: http://www.incubadora.coppe.ufrj.br/ineText.asp?sMenu=INCU&sSume=SERV A Incubadora de Empresas é o braço empresarial que vai possibilitar a comercialização das tecnologias desenvolvidas na COPPE através de empresas. Idéias que nascem nos laboratórios de pesquisa da COPPE se transformam em produtos e serviços que serão importantes para a sociedade e governo. Com a falta 53 de empresa de base tecnológica no país, uma saída é o fortalecimento da inovação e a Incubadora representa esta inovação. 4.3 POLO DE BIOTECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO BIO RIO/UFRJ O Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro, primeiro Parque Tecnológico da América Latina voltado para esse segmento de base tecnológica, é gerido pela Fundação Bio-Rio, entidade privada sem fins lucrativos, considerada de utilidade pública, que foi criada com o objetivo de promover o desenvolvimento integrado da Biotecnologia e de setores afins no âmbito das instituições científicas e das empresas associadas ao Polo Bio-Rio (BIORIO, 2008): 1986: Assinatura do Protocolo de Intenções para a instalação do Pólo de Biotecnologia do Rio de Janeiro, devido a estímulos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Prefeitura do Rio de Janeiro. 1987: Finalização da elaboração do Plano de Implantação do Pólo, que definiu algumas características do Pólo Bio-Rio e de seu sistema de gerenciamento. 1988: A Fundação Bio-Rio (FBR) foi instituída por duas Agências financiadoras de pesquisa e desenvolvimento: Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP; Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq. Associações de Classe do Rio de Janeiro: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJAN. Associação Comercial do Rio de Janeiro - ACRJ. Associação Brasileira das Empresas de Biotecnologia - ABRABI. Associação Fluminense da Pequena e Média Empresa - FLUPEME. 1988: Assinatura de Convênio de Concessão de Uso de Área com a UFRJ, pelo prazo de 30 anos renováveis, para a criação de um Parque Tecnológico, 54 compreendendo Incubadora de Empresas e Lotes Industriais. 1989: Transferência da FBR das dependências do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (UFRJ) para a área atual no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 1990: Instalação da primeira empresa na Incubadora Bio-Rio: a WL Imunoquímica, empresa dedicada à área de Saúde Humana e originária do Instituto de Microbiologia da UFRJ. 1996: Assinatura do contrato para instalação da primeira empresa no lote industrial, Ambio Engenharia. A Fundação Bio-Rio, responsável pela gestão do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro, tem experiência no mecanismo de incubadora de empresas. Desde 1988, mantém intensa atuação, numa localização privilegiada, encravada na área de saúde da UFRJ, na Ilha da Cidade Universitária (BIORIO, 2008). Administração da Fundação Bio-Rio A Fundação Bio-Rio (FBR) é gerida por: Conselho Deliberativo; Conselho Curador e Diretoria. O Conselho Deliberativo é composto pelo Presidente da FBR, além de 12 integrantes, com mandato de 4 anos (BIORIO, 2008). O Conselho Curador é composto por 3 integrantes indicados pelo Conselho Deliberativo, além do Presidente da FBR que o preside (BIORIO, 2008). A Diretoria é composta pelo Presidente, Vice-Presidente e Secretário Geral. É eleita pelo Conselho Deliberativo com mandato de 4 anos, competindo dirigir em instância máxima a FBR, assistida pelos Conselhos (BIORIO, 2008). Infraestrutura 116 mil m2 de área total do parque tecnológico, cercada e com vigilância 55 24 horas. 2.200 m2 destinados à incubação de empresas. 42.000 m2 de área urbanizada destinada à instalação de empresas graduadas (lotes industriais), composto por 42 módulos de 1.000m2. Laboratório de Controle de qualidade com 360m2 atendendo as áreas de Análise Microbiológica, Análise instrumental, Análise físico-química e Microscopia Alimentar. Área administrativa da Fundação Bio-Rio. Sala equipada para reuniões e treinamentos. Restaurante terceirizado; Estacionamento exclusivo com 5.670m2 de área total; Vigilância 24 horas por dia, inclusive domingos e feriados; Energia Elétrica, água, esgoto doméstico, canalização de águas pluviais, serviços de comunicação em fibra ótica (telefone e Internet). Posto bancário (Banco Santander). Além da infraestrutura acima, as empresas contam com o Balcão SEBRAE, instalado no Polo Bio-Rio (BIORIO, 2008). Localização: Situado dentro do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), próximo ao Centro de Ciências da Saúde (CCS) e ao Hospital Universitário, o Polo possui uma localização privilegiada (BIORIO, 2008). Próximo a instituições dedicadas à pesquisa, tais como Centro de Ciências da Saúde, Centro de Tecnologia e Centro de Ciências da Matemática e da Natureza da UFRJ, Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (COPPE), Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano (IMA), Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da PETROBRAS (CENPES), Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (CEPEL), Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), Centro de Referência Tecnológica da EMBRATEL e Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ); e diversas unidades de ensino básico e pós-graduação e de pesquisa da UFRJ (BIORIO, 2008). 56 Figura 05 - Incubadora BioRio Fonte: www.biorio.org.br A Fundação Bio-Rio é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro, que é constituído das seguintes unidades: Unidade Central de Apoio - oferece serviços de Laboratório de Controle de Qualidade, Administração de Projetos, Importações para pesquisa, Consultoria e Treinamento. Incubadora de Empresas - área com espaços individualizados de até 180m² destinados a abrigar empresas de Biotecnologia e áreas afins por períodos de até cinco anos. Lotes Industriais - área urbanizada destinada ao estabelecimento de divisões de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e produção de empresas atuantes em Biotecnologia e áreas afins. Os lotes de 1.000 m² podem ser agrupados, em função da disponibilidade, em área contínua e dispõe de serviços de distribuição de água, energia elétrica, coleta de lixo e esgoto. São aceitos projetos na área de: o Saúde humana e animal. o Farmacêutica. o Cosméticos. o Meio ambiente. o Biodiversidade. o Agroindústria. o Alimentos / Nutrição. 57 o Energia. São vedadas atividades com fins bélicos ou com potencial de risco de agressão ao meio ambiente e as voltadas exclusivamente para operações comerciais. Resultados Alcançados A Fundação Bio-Rio apresenta os resultados descritos a seguir: Primeiro semestre de 2005: 10 empresas instaladas no Pólo Industrial; 09 empresas incubadas; Ocupação de 10.500m2 de área dos lotes industriais; Ocupação de 1.268m2 de área da incubadora. Acumulado: 230 micro e pequenas empresas da área de saúde, cosméticos e alimentos atendidas pelos serviços de gerenciamento e controle de qualidade; 480 profissionais treinados em 32 cursos de controle de procedimentos químicos e microbiológicos; 13 patentes depositadas em nome da UFRJ e de pesquisadores autônomos; 201 projetos de pesquisa e desenvolvimentos administrados; 503 bolsas para desenvolvimento tecnológico industrial concedido. Parceiros: Ao longo de sua existência, o Polo Bio-Rio tem contato, em graus variados, com o apoio de inúmeras instituições parceiras. Para atuar como instrumento de integração entre Ciência e Indústria, o Polo Bio-Rio trabalha em estreita cooperação com várias entidades públicas e privadas, formando parcerias estratégicas para o desenvolvimento da 58 biotecnologia no Brasil. Associação Brasileira das Empresas de Biotecnologia – ABRABI Associação Comercial do Rio de Janeiro – ACRJ Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas – ANPROTEC Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobrás – CENPES Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro – CODIN Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – FIRJAN Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ Governo do Estado do Rio de Janeiro Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro Rede de Incubadoras, Pólos e Parques Tecnológicos do Rio de Janeiro - REINC Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro - REDETEC Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE Nacional Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE/ RJ Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE/ MG Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE/ SP 59 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 5.1 INTRODUÇÃO A intenção primordial deste tópico do capítulo cinco é relatar os resultados alcançados e a análise da pesquisa realizada junto aos administradores das três incubadoras objetos do estudo. É importante mencionar que a apresentação dos resultados, bem como a análise dos mesmos, será acompanhada dos conceitos teóricos referenciados nos capítulos anteriores. 5.2 O PROJETO PRIME Um ambicioso programa de incentivos governamentais, no valor de R$ 1,3 bilhão, pretende transformar, em curto prazo, o cenário da incubação de empresas inovadoras no Brasil. Trata-se do Prime - Programa Primeira Empresa Inovadora, lançado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e sua agência Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), em parceria com 18 incubadoras-âncoras de todo o país, com objetivo de fomentar o desenvolvimento de empresas nascentes de base tecnológica (ANPROTEC, 2009). Até 2011, informa Eduardo Costa, diretor de inovação da FINEP, o Prime deverá contemplar 5,4 mil empresas com grande potencial de crescimento e que apostem no diferencial inovador como estratégia de competitividade (ANPROTEC, 2009). Não é pouco. Nos últimos 20 anos de atividade de empreendedorismo no país, foram criados cerca de 400 incubadoras que articularam a formação de aproximadamente 6,3 mil empresas, com mais de 33 mil postos de trabalho e um faturamento anual em torno de R$ 2 bilhões (ANPROTEC, 2009). 60 São números já bastantes expressivos, mas que precisam ser incrementada tendo em conta as responsabilidade e oportunidades que o Brasil tem hoje com vistas a se inserir rapidamente na chamada sociedade do conhecimento avalia Guilherme Ary Plonski, presidente da Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) (PLONSKI, 2009). Segundo ele, o Prime vai mudar o panorama da inovação e do empreendedorismo de pequenas empresas no país, e dá continuidade ao trabalho de parceria que vem sendo realizados ao longo dos últimos 20 anos com várias entidades governamentais e privadas, como MCT, FINEP, SEBRAE e CNPq, entre outras, no sentido de estimular iniciativas inovadoras (PLONSKI, 2009). Segundo Plonski (2009): Para se ter uma ideia do que o Prime vai representar como agente de mudança basta dizer que ao longo das ultimas duas décadas, os recursos públicos ou de entidades parceiras aplicados nas incubadoras e parques foram de aproximadamente R$ 150 milhões, o que representou cerca de 40% do custo total, em torno de R$ 430 milhões. O Prime consta do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional, o chamado PAC da Ciência, lançado em novembro do ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevendo investimentos de R$ 41 bilhões em pesquisas e capacitação científica até 2010. "O programa demonstra a capacidade da FINEP de muito rapidamente começar a implementar essa proposta", assinala o presidente da Anprotec (ANPROTEC, 2009). No primeiro edital, anunciado em Brasília, no dia 26 de junho, o Prime torna disponível às empresas inovadoras R$ 216 milhões, verba que será repassada pelas incubadoras-âncoras encarregadas pela seleção dos empreendimentos. A empresa beneficiada pelo Prime terá o seu projeto apoiado por duas modalidades de financiamento operadas pela FINEP (ANPROTEC, 2009). O valor total do financiamento será da ordem de R$ 240 mil por empresa. Esses recursos serão liberados em dois anos, sendo que a primeira parcela, de R$ 120 mil, virá do Programa de Subvenção Econômica à Inovação (ANPROTEC, 2009). Nessa modalidade, o financiamento é não reembolsável. Já a segunda e última parcela utilizará recursos do Programa Juro Zero, que prevê a devolução do empréstimo em 100 vezes sem juros. Os primeiros R$ 120 mil serão repassados em 61 forma de subvenção econômica não reembolsável e, por isso, estarão livres de taxação. Esses recursos poderão ser utilizados para contratação de técnicos, administradores e consultores (ANPROTEC, 2009). De maneira geral, o programa não estabelece restrições à seleção de empresas para incubação de qualquer segmento de atividade. Pesquisa realizada anualmente pela Anprotec mostra que nos últimos anos os projetos das incubadoras setoriais foram dirigidos basicamente para o setor de informática. Mas, a FINEP aposta agora numa tendência de maior concentração dos projetos nas áreas de biotecnologia, novos materiais, equipamentos médicos, entre outros (ANPROTEC, 2009). 5.3 O PNI A incubação confere às micro e pequenas empresas condições favoráveis para detectar tendências, incorporar novidades e acompanhar as mudanças do mercado. Soma-se a isso a importância crescente das micro e pequenas empresas no contexto socioeconômico do País. Dentro desse contexto, a criação do Programa Nacional de Apoio a Incubadoras de Empresas (PNI), apresenta-se como uma importante iniciativa para a promoção do desenvolvimento tecnológico e da inovação das micro e pequenas empresas, ao estimular iniciativas de instalação e consolidação de incubadoras nas várias unidades da Federação (FINEP) O PNI reflete, em suas diretrizes, as visões unificadas de instituições governamentais e privadas que, articuladas, estabeleceram o arcabouço estratégico e conceitual do Programa. O Programa é administrado por um Comitê Gestor, no qual estão representadas instituições de âmbito nacional ou regional, comprometidas com o desenvolvimento de políticas e com o fomento de incubadoras de empresas e parques tecnológicos. As empresas âncoras do atual projeto PRIME são as mesmas que fizeram este papel no PNI que é o objeto principal deste estudo. 62 5.4 TRATAMENTO DAS RESPOSTAS Os dados que estão apresentados a seguir pretende deixar evidenciadas as respostas provenientes da pesquisa realizada junto às diretorias das três incubadoras analisadas: GÊNESIS, BIORIO E COPPE. No intuito de melhor elucidar as questões levantadas, juntamente ao questionário respondido, foi realizada uma entrevista informal, onde os administradores puderem emitir seu parecer ou opinião a respeito de determinada situação de alguma questão que julgasse importante. Tabela 01 - Quantidade de incubadoras satélites sob sua coordenação no projeto FINEP Opção Fi 1 2 - 3 - 4 1 Acima de 5 2 Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). O propósito desta pergunta inicial serviu tão somente para que se pudesse ingressar junto aos gestores entrevistados a pesquisa em si. De acordo com a BioRio, o projeto em rede sob sua coordenação é o de “Ações de Revitalização para Apoio às Empresas de Base Tecnológica, através de uma Rede de Inteligência Competitiva das Incubadoras do Rio de Janeiro”. A Incubadora Bio-Rio possui atuação ainda nas áreas de Saúde Humana e Animal, Farmacêutica, Cosméticos, Meio ambiente, Biodiversidade, Agroindústria, Alimentos / Nutrição e Energia. A Incubadora do CEFET possui atuação nas áreas de Telecomunicações, Informática, Telemática, Eletrônica, Mecatrônica e Mecânica de Alta Precisão. A Incubadora ND2TEC/ IEBTec da UERJ possui atuação nas áreas Têxtil/Confecção, Metal-Mecânico, Turismo e Agronegócios. A Incubadora de Empresas do SENAC Rio possui atuação em Informática e telecomunicações. 63 Por sua vez, a Gênesis possui a Initia (Incubadora da UFF), TecVitoria, Phoenix (UERJ) e UVA. Em relação à área de atuação dessas incubadoras, têm-se: UFF: Naval e Off shore, TecVitoria: Tecnologias e Resíduos, Phoenix: Energias Renováveis e UVA: Moda. De acordo com os administradores da Gênesis, estão sob sua coordenação os projetos FINEP RAETEC - Rede de Apoio a Empreendimentos Tecnológicos e Clusters. Por sua vez, o outro gestor entrevistado, não quis fornecer os dados relativos às incubadoras sob sua coordenação no projeto FINEP. O que se observa, portanto, é que dois dos entrevistados alegaram possuir quatro incubadoras sob sua coordenação e um disse possuir mais de cinco incubadoras. Tabela 02 - Há quanto tempo a incubadora opera com o projeto FINEP/PNI. Opção Fi 1 ano - 2 anos - 3 anos - 4 anos - Acima de 5 anos 3 Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Nesta tabela pode ser visto que os gestores das incubadoras operam a mais de cinco anos, sendo que foram inauguradas respectivamente em 1988, 1994 e 1997, ou seja, todas com mais de 10 anos. Tabela 03 - Quantidade de funcionários que estão envolvidos nas atividades das incubadoras nos projetos FINEP/PNI. Opção Fi 5 empregados - Entre 5 e 10 empregados 1 Entre 11 e 20 empregados 2 Acima de 21 empregados - Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). 64 No que diz respeito à quantidade de empregados que estão envolvidos nos processos FINEP/PNI, verificou-se que duas possuem entre 11 e 20 empregados; e a outra entre 5 e 10 funcionários. Tabela 04 - Quantidade de patentes e ou desenvolvimento tecnológicos foram gerados com valores do projeto FINEP/PNI. Opção Fi 1 - 2 - 3 1 4 1 Acima de 5 1 Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). A respeito da quantidade de patentes e ou desenvolvimento tecnológicos que foram gerados com recurso gerado pelo programa FINEP/PNI, constatou-se que cada incubadora respectivamente alegaram ter gerado três, quatro e acima de cinco patentes. Tabela 05 - Grau de satisfação da incubadora com FINEP. Opção Fi Muito satisfeito Insatisfeito 2 Indiferente - Satisfeito 1 Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). No que diz respeito ao grau de satisfação com a incubadora com os projetos do FINEP/PNI, verificou-se que dois entrevistados estão insatisfeitos e outro satisfeito. A avaliação da satisfação e do processo em si permite comparar os resultados planejados com aqueles que foram efetivamente alcançados, ou seja, 65 esta se tratando da eficácia do projeto; observando o passado para analisar em que medida a utilização de determinada metodologia, tecnologia ou decisão impactou a consecução dos resultados planejados. (GUIMARÃES, 2006, p. 59) O relevante é a prestação de contas para os stakeholders, e o registro (interno) de informações para orientar novos projetos e, para que não sejam repetidas as mesmas falhas em outros processos/ projetos semelhantes (GUIMARÃES, 2006, p. 59). Tabela 6 - Dos itens abaixo relacionados, marque a opção que você considera, hoje, como principais vantagens de sua incubadora frente ao projeto PRIME: Opção Fi Comunicação - Preço - Qualidade do produto - Qualidade do atendimento - Qualidade do serviço pós-venda - Marketing - Imagem da incubadora - Equipe de colaboradores - Criatividade - Projetos 3 Serviços - Rapidez - Consultoria na solução do problema - Clima interno - Eventos - Treinamentos - Feedback - Outros - Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). 66 Em relação aos itens considerados como principais vantagens competitivas de sua incubadora frente ao mercado, verificou-se que todos os entrevistados disseram ser o desenvolvimento de projeto como principais vantagens competitivas. Tabela 07 - Dos itens abaixo relacionados, marque a opção que você considera, hoje, como principal fator de desenvolvimento do processo FINEP/PNI: Opção Fi Quantidade de treinamento - Qualidade de treinamento - Integração da equipe de trabalho 3 Oportunidade de crescimento - Autonomia - Estabilidade no emprego - Gostar do que faz - Salário somado a benefícios - Imagem da empresa - Desafios existentes no trabalho - Relação com o cliente - Participação nas decisões - Relação com a liderança equipe - Ser valorizado e reconhecido pelo trabalho que executa - Ser ouvido - Outros - Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Quando o questionamento se deu, a respeito do principal fator de motivação para os colaboradores da incubadora envolvidos no projeto FINEP/PNI, verificou-se que 100% dos entrevistados valorizam a integração da equipe nos projetos. 67 Tabela 08 - Como você considera a relação FINEP, âncoras e satélites no desenvolvimento dos projetos. Opção Fi Ótimo 1 Bom 2 Regular - Péssimo - Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Ao serem questionados sobre como considera a relação FINEP, âncoras e satélites no desenvolvimento dos projetos, dois dos entrevistados alegarem ser boa a relação e outro afirmou ser ótima. As "condições favoráveis" - ou o "ambiente propício" – para os entrevistados o conhecimento por parte das equipes de trabalho facilita o entendimento entre as partes envolvidas. Tabela 09 - Tipo de Modelo administrativo que a incubadora adota Administração Centralizadora Administração Descentralizador - Gestão de Projetos - Mediação de Desempenho com a metodologia “BSC Balanced Scorecard” - Visão por processos - Governança participativa 3 Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Em relação ao tipo de Modelo administrativo que a incubadora adota, verificou-se que unanimemente os entrevistados disseram exercer uma gestão participativa. Segundo os administradores da Gênesis, na Governança participativa o principal desafio é justamente a participação, pois são muitas as instituições, com características completamente diferentes: uma particular sem fins lucrativos, uma 68 estadual, uma federal, uma rede de incubadoras e uma privada. O processo de governança da incubadora, portanto, é um processo de melhoria continuada que envolve todos os níveis de sua estrutura organizacional (GUIMARÃES, 2006, p. 49). É preciso que os modelos de governança facilitem o alcance de níveis elevados de eficiência, eficácia e efetividade, três indicadores diferentes e complementares que podem ser utilizados na avaliação de um modelo de governança (FERREIRA et al., 2006, p. 20). Tabela 10 - Como percebe a estrutura da Incubadora para a governança de suas ações Opção Fi Plenamente satisfatória 1 Satisfatória 2 Parcialmente satisfatória - Não satisfatória - Inadequada - Não havia estrutura sugerida - Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Quando o questionamento foi relacionado ao fato de como percebe a estrutura da Incubadora para a governança de suas ações, percebeu-se que dois dos entrevistados disseram ser satisfatória; e um plenamente satisfatório. 69 Tabela 11 - Em relação às suas expectativas quanto ao desenvolvimento dos processos FINEP/PNI, como qualifica a infraestrutura que foi disponibilizada pela incubadora. Opção Fi Plenamente satisfatória - Satisfatória 3 Parcialmente satisfatória - Não satisfatória - Inadequada - Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Nesta tabela 11, constatou-se que os três administradores entrevistados estão plenamente satisfeitos em relação às suas expectativas quanto ao desenvolvimento dos processos FINEP/PNI que se encontravam à disposição do gerenciamento da incubadora, como qualifica a infraestrutura que foi disponibilizada pela incubadora. Tabela 12 - Existe alguma incubadora satélite fora do estado do Rio de Janeiro sob sua gestão opção Fi Sim 1 Não 2 Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor. 2008. Ao serem questionados se existe alguma incubadora satélite fora do estado do Rio de Janeiro sob sua gestão, dois dos administradores disseram que não e apenas a Gênesis disse possuir uma satélite em Vitória no Espírito Santo, a TecVitoria. O que se observa através desta análise é que são poucas as empresas incubadoras que possuem satélites fora do Estado do Rio de Janeiro. Nota-se que isso ocorre muitas vezes devido à dificuldade no gerenciamento das mesmas. 70 Tabela 13 - Isto dificulta o relacionamento e a tomada de decisão Opção Fi Sim 2 Não 1 Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Dois dos entrevistados afirmaram que por estarem sediadas fora da cidade, dificulta o relacionamento e a tomada de decisão, por sua vez, o outro entrevistado, ou seja, o Gênesis afirmou que não influencia, pois utiliza a tecnologia a seu favor, com programas como skype, MSN e o próprio telefone, e sempre que possível realizam visitas uns aos outros. Tabela 14 - Existe algum treinamento para estas incubadoras para execução desses projetos em rede Opção Fi Sim 3 Não - Total 3 Fonte: Elaborado pelo autor (2008). Ao serem questionados se existe algum treinamento para estas incubadoras para execução desses projetos em rede, verificou-se que três dos entrevistados alegaram que existe sim. Segundo administradores da Gênesis, existe treinamento em gerencia de incubadoras, treinamento para os empreendedores e muita troca na busca de melhores práticas. Outro destaque enfatizado foi em relação aos critérios de seleção das incubadoras para estes projetos em rede. Os administradores da Gênesis, afirmaram que na verdade não incubamos projetos em conjunto. ”O que temos é uma rede de troca de experiência. Então procuramos sempre as melhores práticas no processo de seleção de empreendimentos. Alguns empreendimentos são trabalhados em conjunto, porém estão vinculados a uma incubadora”. 71 Tabela 15 - E para a incubadora âncora Opção Fi Sim - Não 3 Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Os três entrevistados alegaram que não há treinamento para as âncoras. No entanto, o Gênesis deixa claro que a incubadora âncora não fez nenhum treinamento para realizar o projeto, mas tem aprendido muito na troca com as demais. Tabela 16 - A incubadora promove algum tipo de evento em parceria com as incubadoras satélites Opção Fi Sim 3 Não - Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). A totalidade dos entrevistados, ou seja, três afirmaram que a incubadora promove algum tipo de evento em parceria com as incubadoras satélites. No Gênesis, por exemplo, a grande maioria dos eventos e treinamentos disponibilizados para as empresas incubadas na âncora são abertos para as demais incubadas das afiliadas. Ademais, são realizados Workshops de convergência do projeto e participação conjunta, contando a experiência da rede em eventos e seminários. 72 Tabela 17 - Como é definido o planejamento para a execução do projeto Opção Fi Através de reuniões com os responsáveis Através de encontros informais 3 entre os - administradores Através de ordem pré-estabelecida pela diretoria responsável - Através de autorização do FINEPE - Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Para os três entrevistados, o planejamento para a execução do projeto é definido através de reuniões com os responsáveis. Isto pode ser visto na própria fala dos administradores: Gênesis: Sempre através de reuniões entre os responsáveis de cada incubadora. BioRio: Através de reuniões bimestrais com os gerentes das incubadoras acompanhando o cronograma previsto. Um ponto importante a se destacar nesta parte é o fato de que, quando se trabalhou com aspectos extremamente subjetivos que são alvo do processo de incubação e que necessitam ser mensurados, é necessário observar quais são as informações relevantes para apontar, ou indicar, a ocorrência de determinado fenômeno. Antes de se definir o planejamento para a execução do projeto, é fundamental se estabelecer que no caso da democracia administrativa, é mais simples encontrar indícios de concentração de poder, pouca transparência, do que afirmar que há simetria entre todos os sócios na tomada de decisão. Pode-se dizer que uma cooperativa é mais democrática, ou é menos democrática, a partir de indícios gerados dentro do próprio empreendimento (GUIMARÃES, 2006, p. 60). Assim, quanto mais democrática e autônoma for à incubadora melhor será o tipo de planejamento a ser executado. Muitas vezes não é possível afirmar, é necessário trabalhar com a negação, com o conceito oposto buscar uma proxy. Por exemplo, tanto mais democrático será o empreendimento quanto menos aspectos que indicam baixa democracia interna ele tiver (GUIMARÃES, 2006, p. 61). 73 Tabela 18 - Como são definidos os planos de ação para a execução dos projetos Opção Fi Através de reuniões com os responsáveis Através de encontros informais 2 entre os - administradores Através de ordem preestabelecida pela diretoria responsável - Através de autorização do FINEP - Através de planejamento interno 1 Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Constatou-se através desta questão que dois dos entrevistados definem os planos de ação para a execução dos projetos através de reuniões com os responsáveis; e outro através de planejamento interno. Segundo o Gênesis, no planejamento busca-se criar uma sinergia de trabalho mantendo uma certa independência, porém como não é possível a total independência, o que também não seria de grande valia para o aprendizado conjunto, são realizadas diversas reuniões durante a execução do projeto. 74 Tabela 19 - Indicadores utilizados para medir a evolução e os resultados. Opção Fi Número de projetos captados Número de empresas pré-incubadas - Número de tecnologias dos laboratórios transformadas em spin-offs - Número de postos de trabalho gerados - Número de publicações com as experiências das instituições e da rede - Número de patentes geradas, seminários de sensibilização para a questão do - empreendedorismo realizado, entre outros. Todas as alternativas acima 3 Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Ao serem questionados a respeito dos indicadores utilizados para medir a evolução e os resultados, três dos entrevistados disseram que todas as alternativas apresentadas acima condizem com a exigência das incubadoras. Analisando estas respostas e através dos coletados em entrevista, percebeuse que de acordo com o Gênesis os principais indicadores utilizados são: número de projetos captados (captação de recursos); número de empresas pré-incubadas, incubadas e graduadas, número de tecnologias dos laboratórios transformadas em spin-offs; número de postos de trabalho gerados; número de publicações com as experiências das instituições e da rede, número de patentes geradas, seminários de sensibilização para a questão do empreendedorismo realizado, entre outros. Por sua vez, a BioRio relata que foi elaborada ainda uma Metodologia de Avaliação do projeto, estabelecendo um padrão de verificação do atingimento das metas propostas. A Avaliação considerará as seguintes etapas: Avaliação dos Resultados: a) levantamento das atividades desenvolvidas e os resultados obtidos, verificando se estás/estes estão de acordo com o planejado e com o objetivo do projeto; 75 b) elaborar relatórios anuais sobre o desenvolvimento do projeto; Avaliação do Cumprimento do Cronograma: a) avaliar o andamento das atividades realizadas frente ao cronograma apresentado; b) elaborar relatórios anuais sobre as possibilidades de cumprimento do cronograma; Avaliação Geral: com base nos itens anteriores, elaborar relatórios anuais com entendimentos dos resultados. Assim sendo, o acompanhamento a ser realizado pela equipe técnica da BioRio em colaboração das instituições parceiras inclui atividades como: reuniões, contatos telefônicos, capacitações temáticas, articulação com outras organizações, comunicação e divulgação em boletins. Ferramentas de conferência eletrônica e boletim impresso estimulam o intercâmbio de idéias e experiências pelos participantes. A partir da necessidade de mensurar o sucesso do processo de incubação, baseado na premissa de gerar medidas objetivas, a ITCP/Coppe/UFRJ desenvolveu um sistema de indicadores. O sistema trabalha com dados objetivos provenientes do empreendimento, e busca indícios quanto aos aspectos subjetivos impactados pelo processo de incubação (GUIMARÃES, 2006, p. 60). Nesse sistema, um indicador não é um dado isolado, mas, sim, a composição qualitativa de informações que permite representar quantitativamente as transformações de aspectos da realidade social e econômica. Esse sistema considera, portanto, os aspectos econômicos e sociais inerentes ao processo de incubação, incluindo os relacionados ao empreendimento como pessoa jurídica e os relacionados ao indivíduo, pessoa física. (GUIMARÃES, 2006, p. 60) 76 Tabela 20 - As incubadoras satélites sugerem estratégias e inovações para a execução dos objetivos Opção Fi Sim 3 Não - Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Ao serem questionados se as incubadoras satélites sugerem estratégias e inovações para a execução dos objetivos, os três entrevistados alegaram que sim. Segundo o Gênesis, na verdade todas possuem autonomia para criar e inovar na execução dos objetivos, desde que claro, cumpram os objetivos do projeto dentro das rubricas existentes. Como existe uma troca grande de informações, sugestões são sempre realizadas e absorvidas quando pertinentes. Tabela 21 - Expectativa quanto ao projeto PRIME Opção Fi Contribuir e ajudar a fechar um ciclo de incentivo à inovação 1 Geração de empreendimentos que as incubadoras não podem realizar - Incentivo financeiro 2 Outros - Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). O que se se percebeu através desta análise é que dois dos entrevistados afirmam que em relação ao projeto PRIME, tem a expectativa de receber incentivo financeiro. Por sua vez, outra espera que seja possível contribuir e ajudar a fechar um ciclo de incentivo à inovação. A expectativa é de que o PRIME venha contribuir e ajudar a fechar um ciclo de incentivo à inovação e a geração de empreendimentos que as incubadoras não podem realizar que é o incentivo financeiro. O grande diferencial é que esse incentivo está completamente atrelado aos objetivos das incubadoras no apoio ao empreendimento o que reforça muito a perspectiva do sucesso desses 77 empreendimentos. Tabela 22 - O que pretende mudar na forma de coordenação para o projeto PRIME Opção Fi Melhorar a Estrutura 2 Organização - Melhorias no apoio oferecido 1 Maior apoio financeiro - Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). Dois dos entrevistados alegaram que pretendem mudar e melhorar a estrutura na forma de coordenação para o projeto PRIME; e outro realiza melhorias no apoio oferecido. Segundo o Gênesis, em verdade, uma estrutura específica será criada para atender ao PRIME dadas as especificidades do programa. Tabela 23 - Contribuição que a FINEP oferece aos projetos de sua incubadora, além do financiamento. Opção Fi Servir de projeto âncora para incentivar que outros projetos complementares ao Prime sejam 1 patrocinados por outras instituições. Ser um grande passo na preparação de empresas inovadoras. 1 Oferecer suporte técnico para que mais empresas consolidadas possam receber investimentos de 1 capital semente. Total 3 Fonte: Elaborada pelo autor (2008). No que diz respeito às contribuições que a FINEP oferece aos projetos de sua incubadora, além do financiamento, constatou-se que um entrevistado alegou ser o fato de servir de projeto âncora para incentivar que outros projetos complementares ao Prime sejam patrocinados por outras instituições. 78 Já para outro é ser um grande passo na preparação de empresas inovadoras. Por fim para outro é oferecer suporte técnico para que mais empresas consolidadas possam receber investimentos de capital semente. Tabela 24 - Maior desafio de sua incubadora no trabalho em rede. Opção Fi Solucionar problemas de rotatividade das equipes envolvidas no projeto. 1 Falta de estrutura física e financeira. 1 Dificuldade de trabalhar com instituições que possuem diferentes graus de maturidade no processo de incubação 1 de empresas. Fazer com que os participantes da rede entendam que existem programas e projetos que devem ser trabalhados em conjunto e outros que devem ser trabalhados - individualmente, mantendo-se a troca de experiências. Total 3 Fonte: Elaborado pelo autor (2008). Finalmente ao serem questionados sobre qual é o maior desafio de sua incubadora no trabalho em rede, um entrevistado respondeu que é solucionar problemas de rotatividade das equipes envolvidas no projeto; já para outro é a falta de estrutura física e financeira; e para outro a dificuldade em trabalhar com instituições que possuem diferentes graus de maturidade no processo de incubação de empresas. Além disso, fazer com que os nós da rede entendam que existem programas e projetos que devem ser trabalhados em conjunto e outros que devem ser trabalhados individualmente, mantendo-se a troca de experiências. 79 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES 6.1 CONCLUSÕES Finalizado o estudo percebeu-se que ao mesmo tempo, imersas nesse cenário político e econômico internacional, as incubadoras de empresas acabam assumindo importante papel na tentativa de estimular a inovação e promover o desenvolvimento tecnológico regional, sendo até mesmo incluídas no planejamento estratégico dos órgãos governamentais de fomento. O desenvolvimento de uma incubadora de empresa âncora de base tecnológica tem sido realizado por iniciativa de instituições de ensino superior (IES) a exceção a está afirmação temos a incubadora Bio Rio que não é ligada à uma instituição de ensino, na busca em desenvolver a capacidade empreendedora dos seus alunos e professores e no aproveitamento das oportunidades surgidas através de pesquisa e demanda de negócio. Desta forma, as incubadoras âncoras apresentam como base em seu desenvolvimento a atuação em rede com outras incubadoras, na preparação e capacitação dos projetos para se tornarem realidade. A limitação imposta pelo estatuto das incubadoras âncoras podem ser mais flexibilizadas nas incubadoras satélites, aumentando a abrangência de atuação desse segmento. Nessa pesquisa observou-se que a maior dificuldade em operar em rede está no fato das incubadoras terem grau de maturidade administrativa e focos diferentes, não sabendo o momento de desenvolver trabalhos em parcerias ou individuais. Nas três incubadoras âncoras pesquisadas (BIO RIO, COPPE e GENESIS) todas apresentaram essa dificuldade e colocando como desafio o trabalho em rede com outras incubadoras. Durante o desenvolvimento da pesquisa, podem-se observar aspectos importantes e comuns entre as incubadoras âncoras, como descrito abaixo: Todas operam em rede. Cada incubadora âncora possui no mínimo quatro incubadoras satélites. As três incubadoras âncoras são de base tecnológica. Todas as incubadoras possuem projetos financiados pela FINEP 80 A base de capacitação das incubadoras satélites são semelhantes, com treinamentos, reuniões periódicas (normalmente bimestral) e são membros da ReINC – Rede de incubadoras e parques do Rio de Janeiro. A FINEP tem se tornado ao longo dos anos um importante parceiro das incubadoras no desenvolvimento dos projetos inovadores, por ser um órgão de fomento. A FINEP apresenta em editais, oportunidades de financiamento de projetos que atendam a demanda criada pelo próprio órgão. Cada incubadora âncora no entendimento dos editais procurou atender às especificações e juntamente com a parceria de outras incubadoras satélites, apresentar projetos a serem financiados pelo órgão de fomento. Esse processo também pode ser iniciado por uma incubadora satélite. A maior dificuldade das incubadoras é em atender as especificações dos editais, sendo muitas vezes necessária a contratação de profissionais especializados para a concretização dos mesmos. Inclui-se a esta fato a dificuldade na operação em rede pelas incubadoras. O que se pôde observar na pesquisa que os projetos apresentado nos editais da FINEP sempre são direcionados pelos órgãos de fomento, cabendo às incubadoras a adequação às regras estipuladas. Desta forma, observa-se na pesquisa que o modelo apresentado pelas três incubadoras âncoras do Rio de Janeiro (BIO RIO, COPPE e GENESIS), apresentam diferentes modelos de gestão e atuação bem focadas com exceção da incubadora GENESIS, por ser a única das três que está ligada a uma IES particular (PUC RIO), seu modelo é mais dinâmico, mais voltado ao mercado e com atuação em segmentos diversos. O modelo identificado como predominante é o de parceria entre os colaboradores. É importante mencionar que a estratégia do modelo de parceria é buscar um equilíbrio entre as ofertas geradas dentro da incubadora e as necessidades que poderão surgir no mercado, num futuro próximo. Ao contrário dos modelos anteriores, que empurram tecnologia ou captam necessidades de mercado, neste modelo, os parceiros se reúnem para estabelecer uma estratégia de ação conjunta que traga resultados mútuos. A responsabilidade pela gestão do processo é dos parceiros. As decisões são conjuntas e de comum acordo, pois os resultados vão se refletir para todas as instituições. O foco da pesquisa ainda é interdisciplinar, mas há uma ênfase para o desenvolvimento de atividades integradas que irão gerar uma inovação. 81 A conclusão que se obtém quanto às questões apresentadas, é primeiramente a importância do trabalho apresentado pelas três incubadoras nas questões de desenvolvimento de projetos inovadores, na orientação para a preparação do financiamento da FINEP, na rede de relacionamento com outras incubadoras promovendo conhecimento e unificando as ações estratégicas de gestão, na capacitação dos stakeholders, na disseminação do conceito empreendedor e transformação de idéia e pesquisa em negócio. Porém, alguns fatores foram observados nessa pesquisa. A atuação em rede reflete bem a dificuldade de implementar um modelo de gestão mais moderna por parte das incubadoras âncoras e satélites. Esse modelo requer uma maior participação das incubadoras, um alinhamento das idéias, um plano de ação desenvolvido em conjunto e ações coordenadas. 82 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Carlos Magno. Incubadora de empresas da Coppe/UFRJ abre três novas vagas. 09 de maio de 2005 às 10:02. Agência Sebrae de Notícias: Assessoria Coope. Disponível em: http://www.administradores.com.br/noticias/incubadora_de_empresas_da_coppe_ufrj _abre_tres_novas_vagas/3948/. Acesso em: mar. 2009. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES PROMOTORAS DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES. ANPROTEC. Um senhor patrocínio para a inovação. Disponível em: http://www.anprotec.org.br/publicacao.php?idpublicacao=1050. Brasília. Acesso em: 8 fev. 2009. ______. Panorama 2000 e 2001. 2000. Disponível em www.anprotec.org.br. Acesso em: AUDY, Jorge Luiz Nicolas et al. TECNOPUC: uma proposta de habitat de inovação para Porto Alegre. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Disponível em: http://www.pucrs.br/agt/tecnopuc/downloads/anprotec2002.pdf. Acesso em: 12 dez. 2008. BIAGIO, Luiz Arnaldo. Incubadoras de empreendimentos orientados para o desenvolvimento local e setorial: planejamento e gestão / Brasília: ANPROTEC: SEBRAE, 2006. BARBOSA, Eduardo Fernandes et al. Implantação da qualidade total na educação. Belo Horizonte: UFMG, Escola de Engenharia, Fundação Christiano Ottoni, 1995. BOTELHO, D. Organizações de Aprendizagem. Dissertação (Mestrado), São Paulo: FGV, 1997 CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 7 ed. São Paulo: Atlas. 2002. ______. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 14 ed. São Paulo: Campus, 1999. ______. Introdução à teoria geral da administração. 5. ed. São Paulo: Makron 83 Books, 1997. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 5 ed. São Paulo: Makron Books, 1992. CUNHA, Neila C. Viana. Interação Universidade-Empresa em Projetos de Dois Centros de Biotecnologia. Dissertação (Mestrado) - Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1998. DIAS, C. CARVALHO, L.F. Modelo de Gestão para Incubadoras de Empresas. Rio de Janeiro: WalPrint Gráfica e Editora, 2002. DRUCKER Peter F. Recursos Humanos. Eles não são empregados. São Pessoas. 764 ed. Edição Especial Exame 35 Anos, 2002. DUTRA, J.S. Administração de carreiras: uma proposta para repensar a gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 1996. FERREIRA, Victor Cláudio Paradela et al. Modelos de gestão. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. FIATES, José Eduardo Azevedo. Incubação de Empresas. Ferramentas, métodos e técnicas para gestão de um programa de sucesso. Brasília: ANPROTEC & SEBRAE, 2005. FONTES, L. B. Manual do Treinamento na Empresa Moderna. São Paulo: Atlas, 1977. FORMICA, Piero. Atores inovadores do desenvolvimento econômico: empresas “acadêmicas” e universidades “empreendedoras” em ação nos ecossistemas territoriais e empresariais de inovação. In: GUEDES, Maurício; FORMICA, Piero. A Economia dos Parques Tecnológicos. Tradução de Maria de Fátima D. H. dos Santos e Maria de Lourdes D. Sette. Rio de Janeiro: ANPROTEC. 1997. FRACASSO, Edi Madalena; SANTOS, M. Elizabeth Ritter dos. Modelos de transferência de tecnologia da universidade para a empresa. In: 16º ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO. Anais..., Canela, v. 1, p. 08-17. 1992. 84 GIL, Antônio Carlos. Administração de Recursos Humanos: Um Enfoque Profissional. São Paulo: Atlas 1994. GUIMARÃES, Gonçalo. Planejamento e gestão de incubadoras de tecnologias sociais para o desenvolvimento: características e instrumentos / Inessa Salomão. Brasília: ANPROTEC: SEBRAE, 2006. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração Financeira. 7. ed. São Paulo: 2002. GROH, Ivanete Lago. Participação da comunidade na escola pública: As percepções de professores alunos, e pais sobre projetos em parceria escola, comunidade e empresa. Itajaí, 2006. 189f. Dissertação (Mestrado em Educação) Programa de Mestrado Acadêmico em Educação, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2006. HERSEY, P.; BLANCHARD, K. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da liderança situacional. São Paulo: EPU/Edusp, 1996. JURAN, J. M. A Qualidade desde o projeto. Trad. Nivaldo Montingelli Jr. São Paulo: Pioneira, 1992. JÚNIOR, José Neiva Santos. Gestão do conhecimento. Engenheiro mecânico do ITA; especialista em Informação pela Universidade de Lyon, Quarta-feira, 25 Abr. 2001.a LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. LIKERT, R. Novos padrões de administração. São Paulo: Pioneira, 1971. MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade na economia globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao Estratégico. 8. ed. São Paulo: Futura 1999. MEISTER, Jeanne C. Trad. Maria Cláudia Santos Ribeiro Ratto. Educação corporativa. A Gestão do Capital Intelectual Através das Universidades 85 Corporativas. São Paulo: Makron Books, 1999. PEREIRA, E.G.; PEREIRA, T.G. Planejamento e implantação de incubadora de empresas. ANPROTEC; SEBRAE -2002. PINON, Vanessa Oliveira. Reconhecimento e recompensa: principais desafios encontrados pelos gestores. Vila Velha: Projeto de pesquisa do curso de administração geral. Faculdade Estácio de Sá, 2005. PLONSKI, Guilherme Ary. Anprotec: novo programa vai provocar um reposicionamento do movimento de incubadoras e parques tecnológicos no país. Disponível em http://www.anprotec.org.br/publicacao.php?idpublicacao=1050. Acesso em 12 jan. 2009. REED, M. Sociologia da gestão. Portugal: Celta, 1997. ROGERS, Debra M. Amidon. The Challenge of Fifth Generation R&D. Research Technology Management. p. 33-41 jul./ago. 1996. ROTHWELL, R. e ZEGVELD, W. Reindustrialization and Technology. Longman, Harlow. 1985. ROTHWELL, Roy. Towards the Fifth-Generation Innovation Process. International Marketing Review. Sussex, MCB University Press., v.. 11, n. 1, p. 7-31, 1994. SPECTOR, P. E. Psicologia nas organizações. São Paulo: Saraiva, 2003. SPÓSITO, Marilia Pontes. Educação, gestão democrática e participação popular. In: BASTOS, J. P. (Org.). Gestão democrática. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p.45-56. SILVA, Bruno Mattos e. A Teoria da Empresa no Novo Código Civil e a Interpretação do Art. 966: Os Grandes Escritórios De Advocacia Deverão Ter Registro Na Junta Comercial? Disponível no site http://www.brunosilva.adv.br/art966.htm. Acesso em: 12 de ou. 2005. STEWART, Thomas A. Trad. Ana Betariz Rodrigues, Priscila Martins Celeste. Capital Intelectual. A Nova Vantagem Competitiva das Empresas. 9. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998. 86 STEWART, Tomas A. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. A Riqueza do conhecimento. O Capital Intelectual e a Organização do século XXl. Rio de Janeiro: Editora campos, 2002. TAVARES, Mauro Calixta. Gestão Estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. TOLEDO, Marco Antônio. A motivação nas organizações. São Paulo: McGraw-Hill, 1992. TERRA, José Cláudio C. Gestão do conhecimento. O grande Desafio Empresarial. Uma abordagem baseada no aprendizado e na criatividade. 2. ed. São Paulo: Negócio Editora, 2001. TUSHMAN, M & NADLER, D. Organizando-se para a inovação. In: como as organizações aprendem: relatos do sucesso das grandes empresas. São Paulo: Futura, 1997.