Relatório conjunto de
recomendações futuras no apoio ao
empreendedorismo e PME’s
Reflexões sobre a incubação de empresas
na região Centro
Documento elaborado
no projecto INTERREG IIIC
“Interregional Entrepreneurial Teams”
3E0010I E-teams
www.eteams.ae.katowice.pl
Junho 2006
Este documento foi elaborado no âmbito do projecto “Interregional Entrepreneurial Teams
(E-teams)”. O projecto é co-financiado pela União Europeia, através da Iniciativa Comunitária
INTERREG IIIC Zona Este.
Este documento foi elaborado por:
Instituto Pedro Nunes
Carlos Cerqueira
Paulo Santos
Teresa Mendes
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Índice
Índice
1. Enquadramento
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2. O empreendedorismo e as actividades de incubação de empresas na região centro
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3. Políticas públicas e casos de boas práticas de incubação
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4. Conclusão e proposta dos MAP’s
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1. Enquadramento
O E-teams é um projecto apoiado pela Iniciativa Comunitária INTERREG IIIC,
Zona Este. Conta com a participação de dez parceiros oriundos de nove países europeus,
que são os seguintes:
Karol Adamiecki University of Economics in Katowice (Slaskie, Polónia), enquanto
coordenadora do projecto, e o Bautzen Innovation Center (Sachsen, Alemanha),
Coventry University Enterprises Ltd. (West Midlands, Reino Unido), Incubator of New
Enterprises of Chania (Kriti, Grécia), Instituto Pedro Nunes (Centro, Portugal), Klaipeda
Regional Development Agency (Lietuva, Lituânia), Södertörns högskola University College
(Stockholm, Suécia), Terrassa City Council (Cataluna, Espanha), University of Girona
Technological Trampoline (Cataluna, Espanha) e a University of Oulu (Pohjois-Suomi,
Finlândia)
Este projecto tem como objectivo o de apoiar o empreendedorismo e a
competitividade / internacionalização das PME’s, através de uma rede local de suporte
que envolva o Estado, os agentes de desenvolvimento e as próprias PME’s.
Para concretizar esse objectivo, o E-Teams vai conceber, testar e implementar
uma estratégia de apoio ao empreendedorismo, através do trabalho desenvolvido por
dois grupos de trabalho multidisciplinares, com agentes do Estado, autarquias, agências
de apoio às PME’s, universidades e empresários. Estes grupos trabalharam sobre
estratégias de promoção de empreendedorismo na sua região, dando contínuo feed-back
e informação aos decisores e aos utilizadores.
O primeiro grupo, denominado MAP’s (Multi-Actor Partnerships), debruçou-se
essencialmente sobre a transferência de experiências, metodologias, know-how e
soluções inovadoras no apoio ao empreendedorismo e às PME’s, das diversas regiões que
constituem a parceria, com um foco especial sobre o apoio ao empreendedorismo através
das actividades de incubação de empresas, uma escolha determinada pela actualidade do
tema face ao número de projectos de incubadoras de empresas que foram lançados na
Região Centro (ver ponto 2).
O grupo MAP’s foi constituído com os seguintes parceiros regionais: Associação da
Incubadora do Beira Atlântico Parque (AIBAP), Câmara Municipal de Castelo Branco,
Câmara Municipal de Mortágua, Câmara Municipal de Proença-a-Nova, Comissão de
Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Conselho Empresarial do
Centro (CEC-CCIC), Direcção Regional do Centro do Ministério da Economia (DRECENTRO), Incubadora D. Dinis - Associação para o Desenv. do Empreend., Inovação e
Novas Tecnologias (IDD), Incubadora de Empresas da Figueira da Foz (IEFF), Instituto
de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI), IPN INCUBADORA
- Associação para o Desenvolvimento de Actividades de Incubação de Ideias e Empresas
e a OPEN – Associação para Oportunidades Específicas de Negócio.
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O segundo grupo, denominado de E-Teams, assegura uma perspectiva bottomup nas soluções desenhadas pelas MAP’s, ao colocar um grupo de 6 a 8 PME’s de
sectores chaves da região a analisar e dar feedback às soluções propostas nas MAP’s, em
face das suas necessidades, e também ao fazerem propostas de medidas sobre os temas
do projecto (apoio às PME’s, internacionalização, etc.).
É neste contexto que foi elaborado o presente documento. É fruto de diversas
contribuições desta parceria, e visa sobretudo traçar um retrato da situação actual dos
projectos de apoio ao empreendedorismo pela incubação de empresas, das suas
potencialidades, mas também das suas especificidades e necessidades, e pretende
sobretudo ser um contributo para o processo de preparação do QREN 2007-2013, dentro
dum espírito de participação activa dos agentes de desenvolvimento da Região Centro na
construção das prioridades estratégicas da sua Região.
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2. O empreendedorismo e as actividades de incubação de empresas na região
Centro
As prioridades estratégicas para a Região Centro, no que toca à próxima década,
têm sido objecto de profuso debate e reflexão, especialmente dentro do processo de
preparação do QREN 2007-2013. E uma das linhas fortes enunciadas nesse processo de
reflexão é uma clara aposta na promoção do empreendedorismo, especialmente na
criação de novas empresas inovadoras de pequena dimensão. Assim, no documento
Prioridades Estratégicas para a Região Centro Maio de 2006 (CCRCD, 2006), é feita uma
especial referência à necessidade de apoiar as pequenas empresas, quer por existirem
mais candidatos a este tipo de iniciativa, quer pelo potencial de crescimento associado
aos projectos que sejam verdadeiramente inovadores e competitivos (como as start-ups
tecnológicas); por outro lado, há que ter em conta as dificuldades (de entrada no
mercado e de desenvolvimento) destas empresas e as necessidades de apoio específico
(técnico, logístico, financeiro, marketing) que são essenciais nesses primeiros anos.
Para além do mais, e conforme é referido no mesmo documento, este esforço de
mobilização implica necessariamente a participação das entidades do sistema científico e
tecnológico localizadas na região (universidades, institutos politécnicos, centros
tecnológicos, estruturas de incubação de empresas, etc.), que devem ser considerados
parceiros fundamentais na realização das prioridades estratégicas definidas.
É no contexto da prossecução destes objectivos que se nos afigura como de
particular importância os projectos de incubadoras que tem surgido na Região Centro. A
importância das actividades de incubação para a promoção do empreendedorismo de
base tecnológica tem sido demonstrada em vários estudos:
Criação de emprego – as incubadoras europeias estão a gerar cerca de 30,000
novos empregos todos os anos, e estima-se que o efeito indirecto seja de 1,8
(multiplicador de emprego de base local);
Vantagens competitivas para as empresas incubadas – instalações qualificadas e
equipamentos, consultoria, formação, marketing, acesso a investidores (venture
capital, business angels) e redes (formais e informais).
Taxa de insucesso bastante inferior à de empresas não incubadas;
Empresas graduadas apresentam taxa de sobrevivência superior a 80 %;
Maior probabilidade de fixação da empresa na região, após a graduação;
Retenção de “capital intelectual” na região;
Difusão do espírito empreendedor e introdução de práticas inovadoras.
Melhoria da imagem local na atracção de investimento externo
Fonte: “O despertar das Incubadoras”, Avelino Pinto - Director da GesventureNorte/ Galiza
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Na região Centro, no âmbito do PO Centro (Medida III.11), estão a ser apoiados dez
projectos de criação de infra-estruturas dos sistemas tecnológico, dos quais destacamos
os seguintes centros de incubação:
Associação da Incubadora do Beira Atlântico Parque (AIBAP)
Localização: Mira
Associados: ABAP e CM Mira.
Localizada no pólo de Mira do parque tecnológico do Beira Atlântico Parque, este centro
de incubação visa a promoção da criação e/ou o desenvolvimento de pequenas iniciativas
empresariais que tenham por base a utilização de novas tecnologias ou inovação, tendo
como áreas preferenciais a biotecnologia, genética, novos materiais, electrónica,
telecomunicações, informática, internet e produtos multimédia.
Incubadora de Empresas da Figueira da Foz (IEFF)
Localização: Figueira da Foz
Associados: Figueira Paraindústria, S.A., ACIFF, Estruturas e Investimentos do Mondego,
ADR, S.A. e a Casa do Paço, Lda.
Beneficiando de uma parceria com o IPN, este centro de incubação tem como objectivo
estratégico contribuir para o desenvolvimento económico sustentado da Região, através
da dinamização e diversificação do tecido empresarial e da estrutura económica da sua
área de influência, contribuindo para a fixação da população e para a captação de jovens
quadros qualificados. Serão privilegiados projectos com forte componente tecnológica,
empregadores de mão-de-obra qualificada e não agressores do ambiente.
Incubadora D. Dinis - Associação para o Desenv. do Empreend., Inovação e
Novas Tecnologias (IDD)
Localização: Leiria
Associados: NERLEI, CM Leiria, IP Leiria, ANJE, entre outros.
Reconhecendo a inexistência de uma cultura de estabelecimento de parcerias entre
entidades da Região, especialmente a nível sectorial, a fragilidade do sistema de
transferência de tecnologia entre as instituições locais de ensino superior e o meio
empresarial e, ainda, a necessidade de reforçar a implementação das TIC naquele tecido,
este centro de incubação pretende afirmar-se como pivot, fomentando o
empreendedorismo de base tecnológica e potenciando a incubação de empresas com
forte componente tecnológica, nomeadamente na área das TIC.
IPN INCUBADORA - Associação para o Desenvolvimento de Actividades de
Incubação de Ideias e Empresas
Localização: Coimbra
Associados: IPN e Universidade de Coimbra.
Constituída para impulsionar novas ideias e empresas de elevado valor acrescentado,
assente em ligações permanentes ao meio científico e proporcionando formação prática
empresarial, esta incubadora estará vocacionada para apoiar empresas inovadoras de
base tecnológica e prestadoras de serviços avançados em áreas científicas e técnicas e
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empresas inovadoras com carácter industrial na fase de arranque, relacionadas com as
ciências da vida (biotecnologias), electrónica e automação, não agressoras do ambiente.
OPEN – Associação para Oportunidades Específicas de Negócio
Localização: Marinha Grande
Associados: CENTIMFE, CEFAMOL, CM Marinha Grande, INOVA e ANJE.
Iniciativa resultante do claro potencial do tecido económico e social onde se insere, esta
infra-estrutura destina-se, genericamente, à dinamização da criação de empresas de alto
desempenho, utilizadoras de processos e tecnologias avançadas e está projectada para
acolher simultaneamente empresas de carácter industrial e empresas de serviços,
principalmente nas áreas dos moldes e dos plásticos.
Estes cinco projectos perfazem um investimento total de mais de treze milhões de euros.
Candidaturas Homologadas
Inv. Total (em euros)
IPN Incubadora
2.235.908,00
OPEN (Centro de Incubação)
3.002.435,00
Incubadora de Empresas da Figueira da Foz (IEFF)
1.663.320,00
Associação da incubadora do Beira Atlântico Parque (AIBAP)
4.754.449,00
Incubadora D. Dinis (IDD)
1.376.517,57
TOTAL
13.032.629,57
Fonte: DRE
A estes centros de incubação podemos acrescentar outros projectos de apoio ao
empreendedorismo:
Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã:
O Parkurbis - Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã SA, é um projecto de
dinamização da inovação e do empreendedorismo que visa desenvolver novas indústrias
na região, atraindo investidores nacionais e estrangeiros, proporcionando à indústria
tradicional a aquisição de capacidade inovadora diversificando e melhorando os
equipamentos e tecnologias de fabrico incorporando novos avanços tecnológicos.
Os principais objectivos do Parkurbis passam por criar as condições para o
desenvolvimento de novas actividades de base tecnológica, assegurando uma
interligação dinâmica entre a Universidade da Beira Interior (UBI) e o tecido empresarial
de forma a aproximar a oferta de I&D com as necessidades do meio empresarial. Este
projecto tem um especial enfoque também no incentivo do empreendedorismo de base
tecnológica e no fornecimento de serviços de apoio às empresas "start up".
Parque Industrial de Mortágua / Incubadora de empresas:
A estratégia de dinamização do concelho passa pela criação de infra-estruturas como as
obras de expansão do Parque Industrial e a criação do “Ninho de Empresas” de
Mortágua. O “Ninho de Empresas” é um espaço destinado a acolher e apoiar a iniciativa
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empresarial, a instalação e/ou desenvolvimento de pequenas e médias empresas,
facultando-lhes não só instalações físicas mas também um conjunto de serviços de apoio,
a nível administrativo e técnico. Com uma área de construção de 1411.7 metros
quadrados, permitirá acolher catorze empresas em fase de constituição ou incubação,
nomeadamente, jovens empresários em início de actividade, com forte vocação para
novas áreas do empreendedorismo e das novas tecnologias.
Parque Industrial de Castelo Branco
A Zona Industrial de Castelo Branco, com uma área de 158 hectares e 108 empresas
instaladas, de dimensão e sectores diversificados, gerando 3500 postos de trabalho, vai
transformar-se num Centro Empresarial com mais 122 hectares e um conjunto de infraestruturas e serviços mais sofisticados, com uma componente tecnológica mais forte,
capazes de criar empregos qualificados e gerar sinergias com o ensino Politécnico e
Superior.
Tecnopólo de Coimbra
O Parque de Ciência e Tecnologia de Coimbra é gerido pela Associação Tecnopólo de
Coimbra, uma associação sem fins lucrativos, que está ligada à Universidade daquela
cidade. A associação nasceu em 1998, tendo como sócios fundadores a Universidade de
Coimbra, o Instituto Politécnico de Coimbra, a Câmara Municipal de Coimbra, a
Associação Comercial e Industrial de Coimbra, o Instituto Pedro Nunes e a Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, entre outros.
A associação tem por objecto a implementação, gestão e administração de parques
empresariais, científicos e tecnológicos e o apoio à actividade económica e empresarial
em geral. Perfila-se também como um complemento às actividades de incubação da
região permitindo acolher as empresas graduadas num ambiente que continue a
potenciar as sinergias entre entidades do sistema científico e tecnológico, empresas e
empreendedores.
W.R.C. - Web para a Região Centro, Agência de Desenvolvimento Regional, S.A.
A W.R.C é uma Agência de Desenvolvimento Regional criada para promover acções
geradoras de emprego e que permitam fomentar a coesão e melhorar a qualidade de
vida na Região Centro, em actividades de serviços, indústria e comércio, exclusivamente
relacionadas com a sociedade de informação e a nova economia. Entre outros projectos,
promove uma incubadora de empresas de base tecnológica.
O surgimento destas iniciativas tem-se revelado como catalizador de
desenvolvimento, não só no sentido em que proporciona uma plataforma de aproximação
e entendimento entre estado central, municípios, empresas e academia, geradora das
sinergias que necessitam de estar na base da competitividade regional; mas sobretudo
porque é através de instituições com estas características que a Região Centro pode
dispor de infra-estruturas adequadas para apoiar o empreendedorismo de base
tecnológica.
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Deste
modo,
afigura-se-nos
como
fundamental
na
promoção
do
empreendedorismo, a actuação de instituições com as características das atrás descritas,
especialmente na criação de novas empresas inovadoras de pequena dimensão.
3. Políticas públicas e casos de boas práticas de incubação
O projecto “Benchmarking of Business Incubators” (2003) foi realizado para a
Comissão Europeia pelo Centre for Strategy & Evaluation Services (CSES). Os objectivos
deste projecto consistiram na definição de headline benchmarks para as incubadoras, no
que toca à sua performance, gestão e promoção, e desde então tem sido uma referência
fundamental para a actuação das incubadoras no espaço europeu. O seu relatório final
contém um núcleo de ideias chave que apontam caminhos claros para as estratégias de
implementação e actuação das incubadoras de empresas, das quais destacamos:
3.1. A actividade das incubadoras deve estar integrada numa estratégia mais global
(territorial ou sectorial) de promoção de empreendedorismo (a montante e a jusante,
desde a geração das ideias e transferência de tecnologia até à graduação da empresa); e
não como uma actividade “stand-alone”.
3.2. É crucial o investimento na fase de arranque das incubadoras (pump-priming
investment). Tendo aqui as autoridades públicas um papel decisivo. Existem vários
modelos de financiamento das incubadoras, mas uma evidencia deste relatório é a de
que para o funcionamento das actividades de incubação, na Europa o apoio público tem
sido fundamental (37% dos proveitos, em média), sendo que 77% das incubadoras
europeias opera numa base não lucrativa, i.e., não gera os proveitos necessários para
cobrir os custos da actividade. Isto acontece, sobretudo porque os preços praticados
tendem a estar abaixo dos preços praticados no mercado.
3.3. A importância do software em detrimento do hardware: o valor acrescentado que
uma incubadora fornece as suas empresas, está cada vez mais associado a serviços
(sofisticados) baseados no conhecimento, e menos na concessão de espaços. Estes
serviços normalmente estão centrados em áreas como formação do empreendedor (na
pré-incubação), consultoria de gestão e financeira, marketing intelligence e cooperação e
networking com outras redes/clusters globais.
3.4. Do ponto 3.3, incorre obviamente que a qualidade da equipa de gestão é crucial no
sucesso da incubadora, pelas razões “naturais” que valem para qualquer projecto ou
actividade, mas também pela mudança do foco de actuação, de providenciar espaço para
providenciar serviços/conhecimento. Daí a necessidade de ter pessoal qualificado, com a
equipa a ter de incorporar pessoal com experiência de negócios e transferência de
tecnologia.
3.5 Na grande parte dos países da União Europeia, as actividades de incubação são alvo
de fortes apoios ao seu funcionamento. E a razão é clara: trata-se duma actividade que
envolve um grande leque de competências específicas, mas necessárias para acrescentar
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valor às actividades das empresas e fazer a diferença nos primeiros anos de laboração (o
que muito vezes é o factor determinante na taxa de sobrevivência das empresas). Esta
necessidade de apoio reflecte também mudança no paradigma de actuação, para as
chamadas “incubadoras de 3ª Geração” (Bokx, 2005), que são incubadoras que para
além de oferecerem os serviços “básicos” de alojamento e facilidades, se especializam
num tipo de apoio que engloba serviços como marketing intelligence, prospecção de
novos mercados e clientes, consultoria de gestão e financeira, e cooperação e networking
com outras redes globais para transferências de tecnologia e acesso a mercados
externos.
Como conclusão, o relatório indica que as incubadoras são uma das formas mais
eficientes (relação custo/proveito) de criar empregos, mas que os pontos anteriormente
mencionados são fundamentais para existir um desempenho positivo.
A título de exemplo, podemos mencionar uns dados relativos à incubadora do IPN, que
reforçam esta conclusão.
Em 10 anos:
Investimento em Infra-estruturas +- 1.000.000€ (custo do Edifício da Incubadora em
1995)
Projectos e ideias Avaliados: > 200;
Empresas Criadas: > 70;
Taxa de supervivência: > 80%;
Postos de Trabalho directos:> 400 (altamente qualificados) (+ 1,8 Multiplicador de
Emprego)
Volume de negócios anual (2005) das empresas Incubadas e Ex-Incubadas:
> 30.000.000€.
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4. Conclusão e Proposta dos MAP’s
A actividade de incubação de empresas é uma das melhores formas de gerar
novas empresas de base tecnológica (mais empresas e maior taxa de sobrevivência).
Foi feito recentemente um grande esforço de investimento na criação de infraestruturas de incubação (mais de treze milhões de euros), encontrando-se a Região
Centro dotada de um boa rede de incubadoras de empresas.
No entanto, essas instituições, que estão agora a começar as suas actividades de
incubação, também elas enfrentam dificuldades inerentes ao início de qualquer actividade
(tal como as empresas).
Ou seja, esta é uma fase crucial para se apostar no “capital humano” e na
promoção: agora as incubadoras da Região Centro enfrentam a necessidade em se
dotarem dos adequados recursos humanos, consultoria especializada (para suprir as
necessidades das empresas), formação do pessoal, bem como a promoção/ divulgação e
actividades de Networking.
Neste sentido, propomos a criação de programas de apoio ao empreendedorismo, que
apoiem projectos inseridos nos planos de actividades dos promotores, ou seja, o apoio
dum plano de actividades anual (ou bianual), onde estas organizações possam
desenvolver actividades de apoio ao empreendedorismo, dos quais avançamos os
seguintes exemplos:
I - Projectos de apoio aos empreendedores:
a) Elaboração
de
Planos
de
Negócio
e
a
consultoria
especializada
para
a
implementação dos projectos;
b) Apoio à participação em feiras internacionais, na perspectiva da monitorização,
mas também da promoção de produtos/serviços dos promotores;
c) Apoios à produção e demonstração de protótipos que permitam a viabilização
e/ou ampliação de projectos empreendedores;
d) Apoios à participação em acções de formação específicas, nomeadamente ao nível
da Gestão e Finanças;
e) Apoios à elaboração de projectos para a implementação de empresas incubadas
em zonas Industriais/Parques tecnológicos da Região Centro;
f)
Marketing intelligence e prospecção de novos mercados e clientes.
g) Outros (…)
12
II – Actividades de Promoção e Networking das Incubadoras
a) Campanhas de promoção, nacionais e internacionais, da capacidade instalada na
Região Centro, em termos de Incubadoras e apoio ao empreendedorismo.
b) Cooperação e networking com outras redes globais para transferência de tecnologia e
acesso a mercados externos.
c) Criação de instrumentos de apoio à dinamização de Fóruns de Empreendedorismo
(workshops, missões internacionais, exibições, road-shows, palestras nas universidades,
Politécnicos e Escolas, entre outras acções), que mobilizem uma dinâmica integrada para
o Empreendedorismo Regional.
d) Outros (…)
É, pois, duma fase crucial que se trata:
- O início dum novo período de programação de apoios públicos, onde haverá
aposta clara na promoção do empreendedorismo, especialmente na criação de novas
empresas inovadoras de pequena dimensão.
- Um aumento quantitativo e qualitativo nas infra-estruturas de apoio ao
empreendedorismo de base tecnológica.
- A necessidade de conjugar a procura e a oferta de serviços de apoio ao
empreendedorismo.
E, para isso, as incubadoras necessitam de estar preparadas para esta oferta de
competências de 3º geração, que permita responder aos desafios dos mercados globais,
mais exigentes e competitivos para as empresas que hoje se criam, e por isso decisivas
na criação de riqueza e na sobrevivência dessas mesmas empresas.
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Bibliografia:
CCDRC (2006), Prioridades Estratégicas para a Região Centro Maio de 2006; Disponível
[online]: < http://www.ccdrc.pt/regia6o-centro-prioridades-estrategicas-maio-2006.pdf> [12 de
Junho de 2006]
European Commission, Enterprise Directorate General (2002), Final Report Benchmarking of Business Incubators. ; Disponível [online]:
<http://cordis.europa.eu/incubators/bench-result.htm> [12 de Junho de 2006]
IPN (2005), The Report on SMEs Support Policies and Practices in Centro Region,
Documento de trabalho no âmbito do projecto “Interregional Entrepreneurial Teams”
(3E0010I E-teams), INTERREG IIIC operation; Disponível [online]:
<http://www.eteams.ae.katowice.pl/?content_id=7> [12 de Junho de 2006]
Bokx, Pim de (2005), Three generations of Incubation, presentation for the Training
Incubator Management, Incubator Forum, Turin
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INTERREG IIIC East operation “Interregional Entrepreneurial Teams” 3E0010I
E-teams visa criar uma plataforma europeia de desenvolvimento baseada em
estruturas regionais e inter-regionais de apoio a PME’s, seu sejam sustentáveis
e focada na internacionalização.
Duração:
- Setembro 2004 – Dezembro 2007
Promotor:
- The Karol Adamiecki University of Economics in Katowice, Slaskie, Poland
Parceiros:
- Bautzen Innovation Center, Sachsen, Germany
- Coventry University Enterprises Ltd., West Midlands, UK
- Incubator of New Enterprises of Chania, Kriti, Greece
- Institute Pedro Nunes, Centro, Portugal
- Klaipeda Regional Development Agency, Lithuania
- Södertörns högskola University College, Stockholm, Sweden
- Terrassa City Council, Catalunya, Spain
- University of Girona Technological Trampoline, Catalunya, Spain
- University of Oulu, Pohjois-Suomi, Finland
Este material reflecte a opinião dos seus autores. As Autoridades de gestão da
Iniciativa Comunitária INTERREG IIC da Zona Leste não são responsáveis por
qualquer uso que possa ser feito com esta informação.
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Relatório conjunto de recomendações futuras no apoio ao - E