Publicação Interna da Rede VITA - Ano VII - 1° Trimestre de 2007 Todo Cuidado é Pouco com o Câncer de Mama Afinal, o que é Transplante de Medula Óssea? VITA CURITIBA Acreditar na Excelência 1 www.redevita.com.br Desde 1939 Parabéns, Grupo VITA! Sua vitória é também a nossa! A parabeniza o Grupo VITA pela conquista do nível de Excelência, o mais alto grau de Acreditação que um hospital pode atingir. A é prestadora de serviços do Hospital VITA Volta Redonda e participou ativamente do esforço conjunto para alcançar a Acreditação. Com o VITA e com todos os nossos demais clientes, temos um comprometimento total de fornecer serviços com qualidade, preço e melhoria constante. Faça como o Grupo VITA, conte com os serviços da para alcançar a excelência! Monteverde Prestação de Serviços www.monteverde.srv.br RIO DE JANEIRO R. Curupira, 90 - Rocha Miranda CEP 21540-440 - Rio de Janeiro RJ fone (21) 2533-2000 email: [email protected] BRASÍLIA Av. W2 SUL Qd. 516 - Bl C - Nº 42 CEP 70381-535 - Brasília DF fone (61) 3245-2288 email: [email protected] ÍNDICE ÍNDICE Imagem de Capa • Big Stock Foto Opinião 4 • Editorial: Fazendo Negócios em Saúde 5 • A primeira rede pan-americana de hospitais Ciência 6 7 • Câncer de mama, o inimigo da mulher • Cardiotocografia monitora o bem-estar de fetos • Revolução nos diagnósticos com tomografia multislice 8 • O hematologista Eurípedes Ferreira explica o transplante de medula óssea Artigo Médico Ping Pong 10 • O segredo do sucesso do Grupo VITA, segundo seus diretores Gente 12 • Festas de final de ano e lançamento do VITA Doc Class Capa 14 • Hospital VITA Curitiba alcança o topo da Acreditação 18 • Entra em cena o colesterol 19 • Perfil da Verinha, do Hospital VITA Curitiba • Conheça os planos da Unimed Volta Redonda • As mudanças na tecnologia da informação do VITA • Hospitais também têm locais de oração Túnel do Tempo 20 Em Rede Saiba Mais 21 . Como surgiu o Dia da Mulher 22 • A colunista social que sabe de tudo e conta todas Cida Bandeira 3 www.redevita.com.br Fazendo Francisco Balestrin “Nil est dictu facilius (nada é mais fácil que falar)” - ditado romano Mais um ano de VITAL e de VITA! Em 2006, continuamos com nossa característica de fazer, com critérios técnicos e empresariais, as coisas acontecerem em nossos Hospitais. Não propriamente em silêncio, porém, dando publicidade apenas aos fatos com um grau de realidade já estudada e com grande possibilidade de realização. É de extremo interesse das empresas apresentarem seus feitos à comunidade que as acompanha ou pode, de algum modo, ser afetada por aquilo que acontece dentro de um grupo empresarial. São os “stake holders”, jargão americano, ou seja, pessoas ou grupo de pessoas que apesar de não terem interesse empresarial ou institucional direto naquela empresa (e isto vale também para clubes, igrejas, partidos, etc.) poderão, em alguma medida, ser afetados. Por exemplo: se o hospital coloca uma nova tecnologia diagnóstica, que poderá ser útil para muitas pessoas, deve informá-la. Sempre haverá alguém que possa se beneficiar deste novo método. Não deverá fazê-lo apenas por publicidade ou simplesmente anunciar panacéias sem a devida comprovação técnica com objetivos meramente comerciais. Entre outros, no nosso caso, um fato intensamente interessante a TODA comunidade, seja de clientes, fornecedores, funcionários, profissionais de saúde e autoridades de um modo geral, foi a conquista, em 2006, de Acreditações Nível 3 ou de Excelência que os Hospitais VITA Curitiba e Volta Redonda lograram obter, com muito esforço organizacional e com relativo custo financeiro. Hoje, o padrão de qualidade de nossos Hospitais, atestado pela ONA (Organização Nacional de Acreditação)1, é compatível com o padrão de qualidade classe mundial, além de extremamente seguro para nossos usuários. Neste número da VITAL, damos conta da maravilhosa saga do Hospital VITA Curitiba na conquista do ONA 3 (vide pg. 14). Temos, também, uma matéria na seção Negócios em Saúde que, seguindo à risca nosso preceito de informar adequadamente nossos clientes e fazer para depois falar, apresenta a iniciativa da Rede VITA de compor um novo modelo empresarial, focado na atenção médica mais globalizada e na formatação de uma rede hospitalar pan-americana. Saudamos, ainda, as matérias de interesse médico, realizadas com especialistas dos Hospitais da Rede VITA, que além de apresentarem seu conhecimento científico de forma didática e técnica, presenteiam o leitor com a clareza necessária para seu entendimento e aproveitamento das informações ali contidas. Com especial carinho, apresentamos na seção Ping-Pong a visão de mais um grupo dos grandes responsáveis pela formatação filosófica e suporte empresarial ao nosso negócio: os Diretores da rede VITA Luiz Sérgio, Ernesto, Marcelo e José Mauro, que nos brindam com um diálogo inteligente e amadurecido. Para não fugir ao padrão, demos nosso melhor nesta edição do VITAL. Espero que gostem. 1 Órgão oficial, em nosso País, que certifica a qualidade das Instituições Hospitalares como possuidoras das melhores práticas organizacionais, técnicas e empresariais. Expediente VITA www.redevita.com.br Hospital VITA Batel (41) 3883-8482; [email protected] Hospital VITA Curitiba (41) 3315-1900; [email protected] Hospital VITA Volta Redonda (24) 2102-0001; [email protected] Maternidade VITA Volta Redonda (24) 3344-3333; [email protected] Grupo VITA (11) 3817-5544; [email protected] 4 www.redevita.com.br Presidente: Edson Santos VITAL é uma publicação interna da Rede VITA. Vice-Presidente Executivo: Francisco Balestrin Conselho Editorial: Luiz Sérgio Santana, Diretor de Operações: Luiz Sérgio Santana Márcia Almeida. Diretor Técnico: José Mauro Rezende Editor: Francisco Balestrin Marcelo Pina, Ligia Piola, Cynara Heller e Produção: Headline Publicações e Assessoria (11.3951-4478). Email: [email protected] Jornalista responsável: João Carlos de Brito Diretor de Controladoria e Finanças: Ernesto Fonseca Mtb 21.952. Direção de arte: Alex Franco. Diagramação: Carla Caprera Tondim. Diretor de Relações Institucionais: Marcelo Pina Revisão: Ligia Piola. Tiragem: 10.000 Superintendente Curitiba: Maurício Uhle (11.3865-6308) Superintendente Volta Redonda: Deumy Rabelo Correspondência: Av Pedroso de Moraes 1788 exemplares. Impressão Gráfica Josemar Email: [email protected]. São Paulo SP Cep 05420-002 A Primeira Rede Pan-Americana de Hospitais Edson Santos Numa iniciativa inédita e que envolveu um ano de planejamento intensivo e muito trabalho, nossos parceiros da IHC – International Hospital Corporation lideraram o processo para criação da primeira rede Pan-Americana de Hospitais, denominada IHH – International Hospital Holding. A Rede IHH passa a agrupar numa só empresa as redes VITA, CIMA México e CIMA América Central. São 8 Hospitais em Operação: No México: CIMA Hermosillo, CIMA Chihuahua, CIMA Santa Engracia (Monterrey); na Costa Rica: CIMA San José; e no Brasil: VITA Curitiba, VITA Volta Redonda, VITA Batel e Maternidade VITA Volta Redonda. São 2 Hospitais em processo de implantação: CIMA Puebla, no México, que deverá ser inaugurado ainda neste ano e, no Brasil, VITA Florianópolis. Além desses, existe o projeto de aquisição, dentro do ano de 2007 e 2008, de mais cinco hospitais, sendo um no México, dois na América Central e dois no Brasil. Com um faturamento projetado para 2007 de US$ 170 milhões e de US$ 220 milhões para 2008, essa Rede é única pelo seu alcance geográfico e pela quantidade de investidores que já se engajaram no projeto. Neste momento, são mais de 90 e esse número deve crescer nos próximos anos. No México e na América Central, os Hospitais CIMA foram construídos nos últimos 10 anos, dentro das mais modernas tendências da arquitetura hospitalar, tendo seus projetos sido desenvolvidos nos Estados Unidos. Apresentamos, abaixo, os Hospitais das Redes CIMA México e CIMA América Central. Concluída a operação em dezembro passa- CIMA Chihuahua CIMA Santa Engracia CIMA San José CIMA Hermosillo do, trabalhamos, agora, no processo de uniformização dos vários aspectos que definem uma Rede com Gestão Centralizada, sendo que cada uma delas manterá sua gestão local, que por sua vez se reportará à IHH. Em termos operacionais, não haverá mudanças daquilo que praticamos atualmente. As grandes mudanças são no nível corporativo e de imagem corporativa de nossos Hospitais. A criação dessa Rede faz com que o negócio, como um todo, seja mais atrativo a Investidores Institucionais, tanto pelo seu porte quanto pela abrangência geográfica e tipicidade de estratégia em cada um dos mercados de atuação, além da esperada sinergia gerada por um maior número de unidades operadoras. Para finalizar, posso garantir que muito trabalho já foi realizado e que há muito trabalho pela frente. É o que esperamos. 5 www.redevita.com.br Mantenha-se Longe do Câncer de Mama Freqüente e perigoso, o câncer de mama afeta milhares de brasileiras todos os anos Ah, os seios da mulher... Cantados, idolatrados, expostos, cobiçados... Mas todo cuidado é pouco com eles. Os seios, maior símbolo da feminilidade, são, também, responsáveis pelo tecido onde se desenvolve um dos tipos de câncer mais letais. Cerca de dez mil mulheres morrem, anualmente no Brasil, vítimas de câncer de mama e aproximadamente 50 mil novos casos são diagnosticados. Em uma homenagem à saúde da mulher, entrevistamos cinco médicos que atendem na Rede VITA, para falar dessa doença, como preveni-la e tratá-la. Segundo o médico João Antônio Guerreiro, oncologista do Grupo VITA, o câncer de mama é o mais freqüente na mulher brasileira, mais até que o câncer de colo de útero. Lamentavelmente, é uma doença bastante agressiva, que se espalha rapidamente. “A mortalidade é alta, porque o diagnóstico costuma ocorrer em uma fase já avançada da doença”, explica Guerreiro. A melhor maneira de se proteger do câncer de mama é obtendo o chamado “diagnóstico precoce”, isto é, identificar a doença em seus estágios iniciais, quando a cura é certa e a recuperação, rápida. Vinícius Milani Budel, médico oncologista da Rede VITA e professor da Universidade Federal do Paraná, é categórico: “Sem dúvida, nada substitui o diagnóstico precoce na prevenção do câncer de mama”, afirma. Budel diz que toda mulher que estiver dentro da população de risco (veja quadro nesta página) tem o dever de se prevenir para preservar seu corpo e a própria vida. Diagnóstico Os médicos contam, hoje, com uma série de recursos de diagnóstico para identificar esse inimigo silencioso. O método principal é a mamografia, uma radiografia da mama, pela qual o médico identifica microcalcificações, que podem ser sinal do início de um tumor. Caso encontre indícios que gerem suspeitas, o médico poderá prescrever um tratamento em uma fase em que o nódulo sequer possa ser percebido pelo tato. Segundo Budel, outra vantagem do diagnóstico precoce que não deve ser desprezada é que ele permite tratar o nódulo preservando a mama e evitando procedimentos mais radicais, como a mastectomia completa. “Com isso também se evita uma quimioterapia mais pesada”, acrescenta. Uma dica de Guerreiro para tornar a mamografia mais confortável (algumas pacientes se queixam de dor, porque a mama sofre uma compressão no aparelho) é agendar o exame para uma data a partir do quinto dia da menstruação, para que a mama esteja menos sensível. Apesar de uma mamografia conseguir identificar um tumor antes que qualquer exame externo, o oncologista e mastologista Sergio Hatschbach, do Hospital VITA Curitiba, alerta que a mulher deve estar atenta a qualquer alteração na mama: nódulos, derrame papilar, particularmente se este for sanguinolento, ou seja, secreção com sangue pelo bico do seio, lesões Veja se você está em risco Mostramos, a seguir, as características da população de maior risco para câncer de mama: • idade de 50 a 55 anos, ou ter entrado na menopausa; • ter a primeira menstruação muito cedo, antes dos 15 anos; • não ter filhos, ou ter a primeira gravidez após os 35 anos; • sedentarismo e obesidade; • fazer terapia de reposição hormonal (quem faz reposição hormonal há mais de dez anos tem maior risco); • hereditariedade (duas ou mais familiares com câncer de mama ou ovário). 06 www.redevita.com.br Sintomas que não devem ser ignorados Preste atenção a todos os seguintes sintomas, que podem indicar um tumor: • nódulo na mama (por auto-exame); • aumento da mama, afundamento ou retração; • mama com a pele avermelhada; • derrame papilar (saída de um líquido pelo bico do seio; maior risco se for sanguinolento). Vinícius Milani Budel (acima); Plínio Gasperin Jr. (esq.) que não se curam naturalmente, e, também, alterações na forma do mamilo. Um mamilo retraído ou voltado para dentro do seio pode ser sinal de um pequeno tumor e é um sintoma que não deve ser ignorado. Plínio Gasperin Jr., mastologista, ginecologista e oncologista do VITA Batel, explica que diferentes métodos de diagnóstico costumam ser utilizados conforme a paciente, porque o tecido da mama muda com a idade. Nas mais jovens, por terem o tecido mamário mais denso, Gasperin prefere utilizar a ecografia, um exame por ultrassom, enquanto nas mulheres com mais de 35 anos, a mamografia é preferida. “Na mulher jovem, a imagem da mamografia pode resultar excessivamente esbranquiçada, o que dificulta a visualização dos indícios de tumores”, explica. Gasperin recomenda que, mesmo sem sintomas, a mulher faça pelo menos uma mamografia anualmente a partir dos 35 anos. “Ela deve guardar essa imagem mamográfica, para que o médico possa comparar o aspecto das mamas em diferentes momentos”, recomenda. O homem também pode ser vítima do câncer de mama, diz Hatschbach, ainda que numa proporção de apenas 1% do número de casos apresentados em mulheres. Homens adultos devem ficar atentos a nódulos e aumento do tecido mamário, conhecido como ginecomastia, que pode indicar um tumor. Prótese Não existe nenhuma evidência científica que aponte uma relação entre o uso de prótese de silicone e câncer de mama. Por isso, podem ficar tranqüilas aquelas que querem colocar uma ou já a tem. Entretanto, Hatschbach alerta que, conforme a posição da prótese, ela pode dificultar o diagnóstico de um tumor, Chega de Sofrimento A cardiotocografia é um exame por ultra-som destinado a identificar sofrimento ao feto A gestação costuma ser um período feliz para a mulher, mas também repleto de preocupações: como está o meu bebê? Ele está saudável? Está se desenvolvendo bem? Um dos diagnósticos mais importantes para garantir a tranqüilidade da mãe e a saúde da criança é a cardiotocografia, que vem sendo utilizada com sucesso na Maternidade VITA Volta Redonda. Sergio Hatschbach (acima, esq.); Alfredo Duarte (acima, dir.); João Antonio Guerreiro (dir.) porque o silicone é uma substância opaca e pode encobrir uma lesão. Ao decidir-se por uma prótese de silicone nos seios, a mulher deve consultar um mastologista, para que ele indique exames que verificarão se ela não tem qualquer indício de tumores. Segundo Hatshcbach, tem-se utilizado a ressonância magnética para fazer exames em mulheres com prótese mamária para contornar o problema de opacidade. Reconstrução Que tal entrar na sala de cirurgia para tratar um tumor, sair curada e também com uma plástica de seios e barriga? Essa situação, hoje, torna-se cada vez mais comum, explica o cirurgião plástico Alfredo Duarte, do VITA Curitiba. Segundo ele, no caso de um tumor de tamanho reduzido, pode-se na mesma intervenção em que se extrai o tumor, reconstruir a mama com uma técnica conhecida como quadrantectomia, onde se usa o tecido da própria mama para recuperá-la. Normalmente, os dois seios são operados, para que fiquem simétricos. No caso de mastectomia, ou seja, uma intervenção mais radical, o cirurgião plástico pode utilizar tecido do abdômen da paciente para a reconstrução da mama e, nesse caso, ela acaba passando por uma cirurgia de barriga também. “Hoje em dia, temos obtido resultados estéticos excelentes. Às vezes, existe até uma melhora em relação à situação anterior”, diz Duarte. Com isso, a resistência das mulheres ao tratamento do câncer de mama tem diminuído. “O objetivo desse exame é verificar se o feto está recebendo a oxigenação adequada”, diz o médico Júlio Aragão, diretor clínico da maternidade VITA Volta Redonda. Ele explica que é um exame simples, por ultra-som, sem coleta de material e não-invasivo. Nele, mede-se a freqüência cardíaca do feto, que indica se está recebendo a oxigenação adequada. A cardiotocografia é considerada padrão para a gravidez de alto risco, caso de gestantes com hipertensão, diabetes entre outras condições. Nessas circunstâncias, realiza-se o exame a partir da 32ª semana de gesta- Exame de ção. “O que pode ocorrer cardiotocografia nessas situações é identi- na Maternidade ficarmos uma insuficiência VITA Volta Redonda placentária, que gere sofrimento ao feto, então vamos tomar as medidas necessárias para corrigir o problema ou decidir pela antecipação do parto”, comenta Aragão. Realizado na própria Maternidade, o exame de cardiotocografia demora aproximadamente 15 a 20 minutos, com a paciente deitada, e não requer a utilização de contraste. Em uma gravidez normal, faz-se pelo menos uma cardiotocografia, a partir da 36ª semana de gestação. Durante o trabalho de parto o exame é utilizado para identificar a presença de qualquer problema de oxigenação da criança. Também é indicado quando a gestação ultrapassa 40 semanas. Tomografia Expressa Os tomógrafos do tipo multislice deixam os tradicionais “comendo poeira” nos quesitos velocidade e precisão A tomografia computadorizada é um exame que revolucionou o diagnóstico por imagem, ao permitir a construção de imagens tridimensionais do interior do corpo humano. Funciona mais ou menos assim: o paciente fica deitado, enquanto um anel com equipamento de Raios X gira em torno dele. Depois de cada giro, a mesa de exames se move uma pequena distância à frente. O resultado é como se fossem diversas fatias de imagem do interior do corpo do paciente, que são transformadas em imagens tridimensionais pelo computador do tomógrafo. A grande novidade nesse tipo de diagnóstico é o surgimento da tomografia multislice, ou seja, multicamadas. Segundo o médico Sérgio Pitaki, cardiologista e especialista em diagnóstico por imagem do Hospital VITA Batel, os tomógrafos multislice têm vários detectores que giram em torno do paciente, em vez de apenas um. Com isso o exame se tornou muito mais rápido e preciso. Tão rápido que é capaz, até, de mostrar imagens de órgãos em movimento: do coração, por exemplo. “É, sem dúvida, a melhor alternativa para diagnosticar a estenose coronariana, ou seja, a diminuição do calibre das artérias coronárias”, garante. Segundo Pitaki, o pri- meiro tomógrafo multislice, apresentado em 1998, tinha dois detectores. Hoje, existem modelos de 16 a 64 detectores. Segundo o médico radiologista Ricardo Laviola, responsável técnico pelo serviço de rádio-diagnóstico do Hospital VITA Volta Redonda, a maior vantagem da tomografia multislice é, sem dúvida, o tempo de exame: mesmo exames de áreas extensas, como o tórax, levam de cinco a dez minutos, no máximo. Outra vantagem é que esse exame chega a substituir cateterismos. Laviola explica que com a tomografia não é mais necessário colocar um catéter no paciente, para injetar contraste no coração e fazer uma radiografia das coronárias. Com a tomografia, na maioria dos casos é possível injetar contraste em uma veia periférica do braço, por exemplo, e obter um diagnóstico muito menos invasivo. Os Hospitais VITA Volta Redonda e VITA Curitiba devem receber, ainda neste semestre, os primeiros tomógrafos multislice da Rede VITA. No caso de Volta Redonda, será um equipamento Philips, com 16 detectores, no Laboratório Labs D’Or, que presta serviços de diagnóstico laboratorial e por imagem nas instalações do Hospital. 07 www.redevita.com.br Desvendando o Transplante de Medula Óssea Eurípides Ferreira Muito se tem falado em transplante de medula óssea, e as grandes esperanças de recuperação que esse procedimento pode representar para anemias graves, alguns tipos de leucemia e outras doenças. Neste artigo, o médico hematologista e professor Eurípedes Ferreira, especialista no assunto, explica o que é o transplante de medula, suas indicações e resultados. A medula óssea, também conhecida como tutano do osso, é responsável pela produção contínua das diferentes células do sangue como leucócitos, hemáceas e plaquetas, que evitam infecções, anemias e sangramentos, respectivamente. A radiação atômica de bombas como a de Hiroshima e Nagasaki fez com que muitos sobreviventes desenvolvessem uma destruição da medula óssea e acabassem morrendo pela falência na produção das células sangüíneas. No final da década de 40 e durante os anos 50, cientistas americanos realizaram vários experimentos em camundongos e cobaias. Os camundongos, irradiados letalmente, morreram por um quadro de falência da medula óssea, como observado nos sobreviventes do desastre atômico. Entretanto, os camundongos que foram irradiados, porém que tiveram seus baços protegidos, foram capazes de recuperar a medula óssea e sobreviveram normalmente. Essa recuperação também foi observada em camundongos irradiados e que posteriormente receberam o sangue da medula óssea de outro camundongo da mesma linhagem, ou seja, de camundongos “gêmeos Ainda na década de 50, esses experimentos foram testados em humanos para o tratamento de leucemia. Utilizando altas doses de radioterapia, o Dr. E Donnall Thomas, de Seattle, tratou pacientes com leucemia e transfundiu sangue de medula óssea de seus irmãos gêmeos univitelinos. A recuperação da função da medula óssea foi um sucesso, mas, infelizmente, a doença voltou e levou esses pacientes à morte. Nessa época, ainda eram desconhecidos os antígenos HLA – Human Leukocytes Antigens – ou antígenos de transplantes, que constituem uma barreira extremamente grande a ser vencida para se obter sucesso em transplantes. Esses antígenos são responsáveis, também, pelo fenômeno de rejeição, que no caso do transplante de medula óssea se manifesta como a Doença do Enxerto contra o Hospedeiro (DECH). Paradoxalmente, a DECH também é responsável por outro fenômeno: a reação do enxerto versus leucemia, e esta é a maior agente na cura das leucemias. Com os avanços nos estudos e a descoberta de novos antígenos HLA, hoje também conhecido como Complexo Principal de Histocompatibilidade, tornou-se possível identificar potenciais doadores na família ou na população em geral, nos chamados bancos de medula óssea ou de cordão umbilical. A ilustração mostra o que é a medula óssea, e as células que ela produz 8 www.redevita.com.br Em quais doenças há a indicação do transplante de medula óssea? O transplante de medula óssea permite o tratamento de várias doenças não malignas, como Anemia Aplástica (como o ocorrido com os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki), Anemia de Fanconi, algumas Anemias Hereditárias como a Talas- semia e Anemia Falciforme, Osteopetrose, Doenças de Acúmulo, Imunodeficiências Congênitas e algumas Doenças Autoimunes. Esse tipo de transplante é indicado, também, no tratamento de doenças malignas como Leucemias, Linfomas, Mieloma Múltiplo e Tumores sólidos. Quais são os tipos de transplantes de medula óssea? Basicamente, são três os tipos de transplantes. 1) Alogênico - quando o doador é um irmão HLA idêntico, familiar HLA metade idêntico ou HLA parcialmente idêntico, ou ainda quando o doador é HLA fenotipicamente idêntico e oriundo de um banco de medula óssea ou de cordão umbilical. 2) Singênico - quando o doador é um irmão gêmeo univitelino. 3) Autólogo - quando a medula óssea ou as chamadas células tronco da hematopoiese (produção contínua das células do sangue) são oriundas do próprio paciente. Quais são as fontes de células do transplante de medula óssea? As células capazes de reconstituir a medula óssea são chamadas células tronco da hematopoiese. São multipotentes e podem ser obtidas de três maneiras. Primeira, diretamente da medula óssea, através de múltiplas punções no osso da bacia (pelve) e do osso esterno. Segundo, por meio de um processo chamado de leucoaferese, que utiliza máquinas especiais para coletar células-tronco do sangue periférico. Nesse caso, o doador é submetido à quimioterapia (recurso utilizado no transplante autólogo) e/ou recebe drogas conhecidas como fatores de crescimento, que mobilizam as células-tronco da medula óssea para o sangue periférico. E terceiro, através de células oriundas do sangue de cordão umbilical. Como se prepara o paciente para o transplante de medula óssea? Tecnicamente, o preparo para o transplante de medula óssea chama-se condicionamento. Dependendo da doença a ser tratada, o paciente recebe altas doses de quimioterapia e/ou radioterapia, com os objetivos de produ- Eurípides Ferreira é Professor Adjunto de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da UFPR; Professor Adjunto de Imunologia - Escola Paulista de Medicina - UNIFESP; Médico Hematologista do Hospital Infantil Pequeno Principe e Médico Hematologista do Hospital VITA Curitiba. da equipe de enfermagem. Toda essa equipe multidisciplinar deve receber treinamento especializado. Quais são as complicações do transplante de medula óssea? As principais complicações no transplante podem ser resumidas em três tópicos. Primeiro, efeitos adversos ocasionados pelos regimes de condicionamento, tais como mucosite (lesões da mucosa bucal), lesões hepáticas, renais, pulmonares, neurológicas, cardíacas, entre outras. zir espaço físico na medula óssea e induzir uma imunossupressão intensa (destruição do sistema imunológico). O espaço será ocupado pelas células transplantadas e a imunossupressão impedirá a rejeição do transplante. Estes são os chamados transplantes mieloablativos. Uma nova modalidade de condicionamento visa somente à imunossupressão e estes são conhecidos como transplantes não mieloablativos. Como é feito o transplante de medula óssea? As células-tronco da hematopoiese, coletadas das diferentes fontes acima descritas, são transfundidas como habitualmente se faz uma transfusão de sangue, não requerendo nenhum procedimento cirúrgico. Quais os profissionais envolvidos no transplante de medula óssea? O transplante de medula óssea é um procedimento médico de alta complexidade, que exige a participação da equipe de médicos hematologistas, do apoio de outras especialidades médicas, de nutricionistas, de psicólogos, de fisioterapeutas e, fundamentalmente, Segundo, complicações infecciosas, pois durante um determinado período os pacientes ficam absolutamente zerados quanto à produção de leucócitos - células que defendem o organismo das infecções - e, também, incapazes de realizar uma resposta imunológica, por exemplo, produzir anticorpos. Esse quadro clínico permite a ocorrência das chamadas infecções oportunísticas, que normalmente não acometem os indivíduos normais. Essas podem ser ocasionadas por bactérias, fungos, protozoários e vírus, e a prevenção e o manejo dessas infecções são fundamentais para o sucesso dos transplantes. Terceiro, a Doença do Enxerto contra o Hospedeiro (DECH). Quando recebemos um rim, coração ou fígado, nosso sistema imune, exercendo sua função natural, promove a rejeição do órgão transplantado. No transplante de medula óssea ocorre o inverso. Em função de ter sido destruído o sistema imunológico do paciente pelas altas doses de quimioterapia e/ou radioterapia, células imunologicamente competentes que estão entre as células-tronco transfundidas, rejeitam o receptor, ou seja, o paciente. Existem duas formas de DECH. A forma aguda, que ocorre desde os primeiros dias até 100 dias pós-transplante. Há diferentes graus de intensidade, sendo as formas mais severas – graus III e IV – geralmente fatais. A fim de prevenir esses graus de DECH, utilizam-se drogas imunosupressoras, as quais, por sua vez, retardam a recuperação imunológica e abrem as portas para as já mencionadas infecções oportunísticas. Uma segunda forma de DECH é a chamada forma crônica, que ocorre até 400 dias após o transplante. Essa forma também requer tratamento imunosupressor e, muitas vezes, apesar do tratamento, pode evoluir para uma má qualidade de vida e até a morte. Quais são os resultados do transplante de medula óssea? Embora complexo e pleno de dificuldades, sem representar a panacéia capaz de resolver todos os problemas, inúmeros pacientes têmse beneficiado do transplante de medula óssea, gozando de plena saúde e retornando ao convívio produtivo da comunidade. É extremamente complicado avaliar o sucesso do transplante, já que há múltiplas variantes envolvidas, tais como a doença de base para o qual foi indicado, a fase de evolução, as condições físicas do paciente no momento do transplante, a sua idade, entre outras. Apenas para citar, o transplante de medula óssea provocou uma revolução no tratamento da Anemia Aplástica. Anteriormente, praticamente 100% dos pacientes faleciam entre um e dois anos. Com o advento do transplante, particularmente em crianças, o índice de cura atinge 95%, ou seja, uma virada de 180 graus. Muitos pacientes com leucemias também são beneficiados, igualmente aqueles com imunodeficiência congênita (o menino da bolha), além dos portadores de linfomas, mielomas e tumores sólidos. Quais são as considerações finais? O Transplante de Medula Óssea significou um grande avanço da medicina, constituindo-se o “estado da arte” para o tratamento de inúmeras doenças. Futuramente, com o avanço da biotecnologia e da engenharia genética, talvez esse tipo de tratamento venha a ser classificado como “dinossáurico”. Novas abordagens no manejo dessas doenças serão realizadas, talvez apertando um botão. Sim, um determinado botão do extraordinário e complexo mecanismo do que se chama VIDA. 9 www.redevita.com.br O Segredo do Sucesso Há onze anos, ao ser fundado, o Grupo VITA tinha um hospital em Curitiba. Hoje, são quatro hospitais, dos quais dois com certificado de Acreditação em Nível de Excelência, distinção concedida a apenas 14 hospitais em todo o País, o que demonstra o sucesso do modelo de gestão adotado no Grupo. Reunimos o diretor técnico José Mauro Rezende (médico intensivista), o diretor de operações Luiz Sérgio Santana (engenheiro e administrador de empresas, com especialização em gestão de saúde), o diretor de controladoria e finanças Ernesto Fonseca (administrador de empresas com concentração em finanças) e o diretor de relações institucionais Marcelo Pina (bacharel em direito, com extensão em finanças e controladoria e especialização em marketing), para falar sobre o sucesso do modelo de gestão do Grupo e sobre os motivos que fazem com que todos se sintam tão envolvidos e responsáveis pelas conquistas alcançadas. Veja o que eles dizem sobre essa nova forma de prestar serviços de saúde: VITAL - Como é para vocês o Grupo VITA ser um grupo hospitalar, mas com uma forte visão empresarial? O que isso muda em relação à forma tradicional de se administrar hospitais? Marcelo Pina - A principal diferença em relação a esses empreendimentos é o fato de não termos um perfil filantrópico, não estarmos ligados a nenhuma empresa familiar e sermos um conjunto de S.A.s (sociedades anônimas). A conseqüência disso é que a própria estrutura jurídica, por se tratar de S.A.s, faz com que tenhamos um conjunto de controles e de informações que os outros hospitais não têm. Por exemplo, o Grupo é obrigado a manter seus balanços financeiros auditados, não pode mascarar suas atividades e tudo que fazemos precisa ser muito transparente. Esse conjunto de informações também pressupõe uma organização diferente, pois o nível de exigência sobre a informação é muito maior. Essa é a principal diferença entre o VITA e a maioria dos hospitais. Ernesto Fonseca – Há, também, desvantagens em não termos esse perfil filantrópico, mas que acabam nos tornando ainda mais focados e fortes para mostrarmos resultados. A principal desvantagem de não sermos uma instituição filantrópica é não termos as isenções que nossos concorrentes têm. Temos características empresariais, visamos o lucro para remunerar o investidor e concorremos com instituições que não têm fins lucrativos e que, por isso, têm uma série de isenções de impostos e contribuições de que nós não nos beneficiamos. Por exemplo, isenção de ISS (imposto sobre serviços), PIS, Cofins, parcela empresarial do INSS e assim por diante. 10 www.redevita.com.br Essa dificuldade maior resulta na vantagem de estarmos todos focados para a efetiva obtenção de resultados. Essa visão de hospital como negócio, a forma de administrar, de buscar os resultados, tem um peso muito maior do que dentro de uma instituição filantrópica. Já tive oportunidade de trabalhar dentro de entidades sem fins lucrativos e pude testemunhar essa diferença. VITAL - E como as fontes pagadoras, ou seja, os planos de saúde de forma geral, vêem esse perfil? Pina - Do ponto de vista comercial, a gente percebe que aquilo que construímos é muito bem visto pelas operadoras e fontes pagadoras de modo geral. Elas percebem que se trata de um modelo empresarial baseado nas melhores práticas, tanto do ponto de vista médico, quanto administrativo e comercial. Tudo que reivindicamos junto a uma operadora, todos os nossos pedidos vêm amparados por uma série de informações e argumentações, que existem devido ao nosso modo de funcionamento. O resultado é que isso acaba permitindo um melhor contato, uma melhor comunicação também. No momento em que negociamos, podemos argumentar que nossos números são auditados, que somos uma S.A., o que dá um nível de credibilidade muito maior às nossas informações. Isso é muito bem recebido pelas operadoras, que nos vêem de forma diferenciada. Ernesto - No meu modo de entender, as fontes pagadoras vêem como uma boa condição. Por termos esse caráter empresarial, voltado ao resultado, com demonstração clara dos números envolvidos, tudo é tratado de forma estritamente profis- sional. Assim, o diálogo com as fontes pagadoras se torna mais fácil e mais transparente. VITAL - E para o médico, esse perfil empresarial de alguma forma prejudica as atividades médicas? José Mauro Rezende - Na realidade, eu considero essa evolução para um perfil empresarial um movimento histórico. A assistência médica no Brasil começou pelas congregações religiosas, depois evoluiu para um modelo assistencial baseado no setor público, principalmente no Rio de Janeiro, onde tínhamos um grande número de hospitais ligados a sindicatos e, posteriormente, a institutos. Depois, surgiram os hospitais formados por grupos de médicos. De modo que, durante muito tempo, faltou ao médico não ligado a esse tipo de empreendimento, um local onde ele pudesse exercer a medicina, fazer parte do corpo clínico, sem precisar ser, necessariamente, proprietário de uma instituição. Então, a existência de um ambiente hospitalar como o nosso, de perfil empresarial, foi algo muito bom, porque também dá ao médico um entendimento muito claro de que se espera dele uma postura empresarial. Hoje ele precisa se comportar como um parceiro do hospital, e não simplesmente ignorar uma atividade que o hospital desenvolve. Por exemplo, no caso do VITA, nos projetos de Acreditação, o envolvimento do corpo clínico foi grande, cada médico participando e entendendo que era importante fazer aquilo, adequando-se aos processos, para que houvesse uma melhoria global do atendimento. VITAL - Outras instituições contestam essa administração feita por pessoas que não são médicos? Luiz Sérgio Santana - Na verdade, acredito que os médicos e hospitais gostariam que suas próprias instituições fossem como a nossa. Em um Seminário da ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Particulares), em que foi feita uma apresentação de modelos e tendências, havia um painel de votação para modelos de administração hospitalar, e o modelo mais votado foi justamente o do VITA. Uma administração profissionalizada e busca de investimentos, superando outros modelos apresentados. As pessoas do setor vêem com bons olhos essa questão de profissionalização, gestão e até mesmo propriedade dos hospitais, sendo encarados como empresas. Do ponto de vista operacional, as melhorias que conquistamos são mais do que evidentes. Temos indicadores mostrando o quanto os hospitais têm evoluído, e a coroação disso foi a conquista da Acreditação em nível de Excelência nos Hospitais VITA Curitiba e VITA Volta Redonda. E a esse respeito, da aprovação do modelo, acon- Marcelo Pina Luiz Sérgio Santana José Mauro Rezende tece uma coisa curiosa. Na área de Saúde, muitos profissionais trabalham em mais de uma instituição, principalmente os ligados à enfermagem, à assistência direta ao paciente. Eles têm turnos de seis horas e, muitas vezes, acabam tendo mais de um emprego. Esses profissionais levam o método de trabalho do VITA para outras instituições e percebem as vantagens do trabalho profissional, com métodos e processos padronizados. em diversos hospitais, de utilizar o recurso financeiro do médico para sanar contas do hospital. Muitas vezes, o honorário é recebido pela instituição, que fica postergando o pagamento ao médico. No VITA, o médico tem seu honorário respeitado, o que é muito bom para a relação entre médico e hospital. A visão do médico a nosso respeito é muito boa, o que se pode ver pela liderança que atingimos nos dois mercados em que atuamos. Pina - O que a gente observa, por conta de todo esse trabalho que é feito no Grupo e que apresentamos na ANAHP, em encontros de federações e outras oportunidades, é que servimos cada vez mais como benchmark, ou seja, como modelo de comparação para outras instituições. Somos procurados por outros hospitais, instituições fortes, renomadas, que vêm nos visitar e conhecer nosso trabalho, além de sermos convidados constantemente para palestras e apresentações para mostrarmos nosso modelo de administração. Pina - Existe um esforço muito grande de nossa parte para tratar o médico como um cliente diferenciado, como o mais importante dentro dessa cadeia de prestação de serviços. É um esforço que envolve toda a estrutura dos hospitais. E por isso é que temos iniciativas como o VITA Doc Class, trazendo uma série de benefícios e vantagens para eles. LS - Antigamente, quando se procuravam modelos de administração hospitalar, olhavam-se os hospitais de São Paulo, quando muito do Rio de Janeiro e só. Agora, o que se vê são hospitais até do Rio de Janeiro procurando fazer uma visita ao VITA Volta Redonda, porque o diferencial que nosso hospital tem é único no Estado. Esse fenômeno acaba sendo muito positivo para os nossos profissionais, que percebem como o esforço deles é reconhecido, e lhes dá orgulho de participar desse modelo vitorioso. VITAL - Como os médicos vêem o VITA? Qual é a imagem que eles têm do hospital? JM - O VITA é um hospital muito bem posicionado quando se discute a opinião do médico em relação a ele. São hospitais em que o médico claramente se sente respeitado. O que ele precisa é de uma estrutura que lhe garanta qualidade e segurança, e isso o VITA claramente lhe fornece. Temos uma série de indicadores para demonstrar o quanto isso é real. Outra coisa de que o médico precisa é de uma relação comercial que seja ética, o que o VITA também fornece. No VITA não existe uma prática comum VITAL - Percebo que existe no VITA um comprometimento, um amor ao trabalho, por parte dos funcionários. Como vocês conquistaram esse comprometimento? LS - Acho que pesam muito os aspectos de valorização e integração de recursos humanos que praticamos. Por exemplo, todas as promoções que acontecem dentro do hospital são priorizadas para o pessoal interno. Procura-se, inicialmente, alguém de um escalão inferior para ser promovido, fazendo com que as pessoas percebam o valor que têm dentro da organização. Não acontece de alguém, que está esperando uma vaga há anos, ser ignorado porque, de repente, aparece um profissional de fora da organização para ocupar aquele posto. A não ser que não se tenha realmente nenhum profissional pronto para a função. Mas aí, falha nossa, porque nosso trabalho tem de ser sempre pensando no desenvolvimento das pessoas. Essa transparência em relação aos funcionários gera confiança, e quando buscamos um comprometimento maior, um sacrifício pessoal, como foi todo esse processo de Acreditação, temos sempre um retorno positivo. Por que? Porque as pessoas acreditam realmente na empresa, porque a empresa tem feito por elas aquilo que é justo. É uma via de mão dupla, um comprometimento mútuo entre os funcionários e a empresa. Ernesto Fonseca Hoje, temos dentro do VITA muitos profissionais que se formaram na própria empresa, como Maurício Dias (gerente de logística em Volta Redonda), Bianca Piasecki (coordenadora do Escritório da Qualidade em Curitiba), Adriana Kraft (gerente de enfermagem em Curitiba) e tantos outros. Sem falar nos próprios superintendentes, o Deumy Rabelo (Volta Redonda) e o Maurício Uhle (Curitiba) são funcionários de carreira da empresa, que começaram em chefias e hoje são superintendentes. Acredito que seja uma das coisas que fazemos melhor: formar e desenvolver pessoas. Ernesto - Temos funcionários que estão no VITA, em Curitiba, desde o início da sua operação, assim como temos funcionários em Volta Redonda que estão no Hospital há mais de 20 anos, antes mesmo do hospital pertencer ao Grupo VITA. Quando nós assumimos, essas pessoas passaram a ser valorizadas pelo seu aspecto profissional, avaliadas tecnicamente pelo seu desempenho. Em minha opinião, para o funcionário que quer desenvolver uma carreira, não existe nada melhor do que ser tratado como profissional. Essa atitude baseada em nossos valores institucionais fez com que as pessoas se dedicassem ao nosso projeto de um hospital privado. Obviamente, isso aliado a outras vantagens, de remuneração, condições de trabalho e benefícios. Pina - Naturalmente, nossa meta é alcançar resultados, mas não só resultados financeiros. Esse é apenas um dos aspectos. Nós buscamos resultados como um todo. Então, definimos metas em cada situação, traçamos estratégias e definimos métodos para alcançar os objetivos. Tudo isso de forma muito transparente e trazendo os funcionários para participarem das decisões. Acho que esse tipo de conduta e de postura facilita atingir as metas. E uma vez que você atinge as metas, você se sente envaidecido e isso vai contagiando todo mundo. Com a Acreditação foi a mesma coisa: todos ficaram muito orgulhosos, desde os que ocupam os cargos mais básicos, até a alta gerência. Esse modo de trabalhar com metas gera o clima de comprometimento. Todo mundo se sente participando, e a conquista é de todos. 11 www.redevita.com.br 12 www.redevita.com.br 13 www.redevita.com.br VITA Curitiba em Plena Excelência Com o esforço conjunto de funcionários, médicos, prestadores de serviços e administração, o Hospital VITA Curitiba conseguiu, em menos de três anos, o certificado de qualidade que apenas 14 hospitais brasileiros detêm Isso é que é uma vitória. Médicos, enfermeiros, administradores, prestadores de serviços, psicólogos, todos no Hospital VITA Curitiba estão andando nas nuvens, de tanto orgulho de sua mais recente conquista: dois anos após ter alcançado sua primeira Acreditação da Organização Nacional de Acreditação (ONA), em Nível Pleno, o VITA Curitiba passou por uma nova auditoria e conseguiu a Acreditação em Nível de Excelência, tornando-se, assim, um dos 14 hospitais com essa distinção, entre os 7,5 mil existentes no País. “É um reconhecimento externo e uma comprovação da qualidade do nosso trabalho que nos deixa muito orgulhosos”, diz Maurício Uhle, Superintendente do VITA Curitiba. Para Uhle, esse feito só foi possível graças ao comprometimento de todos os funcionários e colaboradores. Segundo ele, a Acreditação da ONA no nível de Excelência atesta a qualidade da gestão da entidade e, portanto, não há porque parar: “Sabemos que ainda temos muitos pontos a melhorar e vamos continuar nos esforçando para atingir o máximo de qualidade em cada detalhe”, promete. Outro hospital do grupo já havia recebido a Acreditação em Nível de Excelência, no ano passado: o Hospital VITA Volta Redonda. Deumy Rabelo, Superintendente do VITA Volta Redonda, ressalta que a busca por esse certificado é uma ação voluntária do Grupo, uma forma encontrada para se diferenciar. “Uma certificação é muito mais que um selo. É a garantia de que o paciente e o médico terão serviços de qualidade, amparados em normas Localizado na BR 116, o VITA Curitiba possui mais de 18 mil metros quadrados de área construída, 140 leitos, (sendo 37 de UTI) e realiza uma média de 75 mil atendimentos emergenciais e 8 mil cirurgias por ano. O Hospital possui convênio com mais de 50 operadoras. legais e dentro das melhores práticas da instituição”, diz Rabelo. Carla Bianca Piasecki, coordenadora do Escritório da Qualidade dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel, conta que o VITA Curitiba não passou pelo nível mais básico de Acreditação, o de segurança (veja quadro nesta matéria), porque Acreditação em Números Os números da Acreditação do Hospital VITA Curitiba são impressionantes. Conheça abaixo alguns deles: • 24 meses de dedicação • 26 Grupos de Trabalho • 200 pessoas envolvidas diretamente • Todos os serviços terceirizados inseridos no processo de Qualidade • 45 processos estruturados • 260 Indicadores de Processos, definidos / apurados / analisados • 95 Indicadores Estratégicos, definidos / apurados / analisados • 1800 Documentos formalizados e padronizados, entre normas, rotinas, protocolos e formulários • 4 Giga bytes de informações produzidas • 2644 horas-homem de treinamento para cultura da qualidade • 2139 m² obras e reformas para melhoria da estrutura física. • 5% de incremento na força de trabalho • Plano viário e de sinalização • Novas instalações de centro de estudos (auditório 70 pessoas) • Central de alarme de prevenção de incêndios 14 www.redevita.com.br nove meses após o início do projeto, já conquistava nível Pleno. Dois anos depois, em uma visita de recertificação (que verifica, periodicamente, se as práticas continuam sendo mantidas), o Hospital conquistou Excelência. Visibilidade Segundo Uhle, o que caracteriza uma certificação em Nível de Excelência é a avaliação do modelo de gestão da empresa, ou seja, como ela trabalha, em vez de se aprofundar em detalhes de cada atividade do hospital. “Em outras palavras, um hospital com Nível de Excelência também pode cometer erros, mas sua gestão dispõe de mecanismos para identificar o erro e criar formas de corrigi-lo”, explica Uhle. Assim, a Excelência é um nível dado a hospitais que podem comprovar que implantaram ciclos de melhoria contínua, de identificação de erros e correção. Segundo Uhle, essa avaliação também inclui o planejamento estratégico do hospital, ou seja, o VITA Curitiba também precisou demonstrar que tem estratégias de desenvolvimento, que elas estão em andamento, e que existem indicadores para O que é Acreditação acompanhá-las. “Uma de nossas estratégias é, justamente, a fidelização do nosso Corpo Clínico. Daí a criação do VITA Doc Class, o programa de relacionamento médico do Grupo VITA”, diz Uhle. O Grupo VITA tem, aproximadamente, 100 planos de ação em andamento. Quem concede Para quem não conhece, a Acreditação é um processo pelo qual a ONA certifica um hospital, garantindo que seus processos, suas práticas e gestão obedecem a critérios específicos e se encaixam dentro de normas legais, oferecendo o máximo de qualidade e segurança a médicos, pacientes e funcionários. A Acreditação pode ser concedida em três níveis: Segurança (nível 1), Plena (nível 2) e Excelência (nível 3). No caso do Hospital VITA Curitiba, o IQG (Instituto Qualisa de Gestão) é o instituto credenciado pela ONA responsável pela avaliação e certificação. Segundo Celso Fiszbeyn, gerente médico do Hospital VITA Curitiba, a Acreditação é muito bem vista pelos médicos. “Primeiro, o fato de termos protocolos, normas e rotinas faz com que a linha de atuação médica seja una,” comenta Fiszbeyn. “A segunda vantagem é que todos os médicos conhecem a Acreditação e sabem que vão trabalhar com qualidade e excelência. Terceiro, eles se sentem seguros, porque sabem que erros podem acontecer, mas que serão rápida e acuradamente resolvidos”, conclui. Para Fiszbeyn, o fato de se trabalhar com manuais e protocolos não é uma “camisa-de-força” para a atividade clínica, mas uma diretriz, um norte a ser seguido. “A Acreditação dá uma segurança, inclusive jurí- “Uma certificação é muito mais que um selo”, afirma Deumy Rabelo De acordo com o superintendente médico de acreditação do IQG (Instituto Qualisa de Gestão), Rubens José Covello, a acreditação de serviços de saúde é um sistema de avaliação externa, voluntário, periódico e reservado. “Obter um certificado é demonstrar, para a sociedade, a responsabilidade de todos os envolvidos com a qualidade da assistência prestada”, ressalta. O IQG é o instituto credenciado pela Organização Nacional de Acreditação responsável pela avaliação e certificação do VITA Curitiba. A Acreditação pode ser concedida em três níveis (veja abaixo) e é reavaliada periodicamente. Nível 1 (Segurança) Foco na segurança, de risco dica, para o médico”, acrescenta. Num piscar de olhos À primeira vista pode parecer que conseguir a Acreditação máxima em dois anos foi um esforço estupendo. Sim, não há como negar que todos colaboraram em uma quantidade de atividades impressionante (veja quadro). Mas o estilo de administração do VITA, desde sua fundação, facilitou as coisas. “Esse processo, na verdade, começou quando o VITA comprou o hospital em 2000, e colocamos nosso modelo de gestão em funcionamento”, diz Uhle. “Então, estamos implementando esse modelo de gestão há sete anos, mas agora é que convidamos uma auditoria externa para nos conceder um certificado”. Para ele, são características muito arraigadas no “DNA” da empresa, desde o início em suas atividades de administração hospitalar. “Quando decidimos buscar a Acreditação, já tínhamos os manuais, já trabalhávamos com rotinas e as pessoas já eram treinadas nisso”, conta Uhle. “É o reconhecimento externo da qualidade”, diz Maurício Uhle na prestação de serviços e desempenho dos recursos humanos; conformidade com exigências legais e da vigilância sanitária. Nível 2 (Plena) Os itens do Nível 1, mais: foco na organização do trabalho, suas normas, rotinas e protocolos atualizados e aplicados. Criação de manuais de rotinas e procedimentos; treinamento dos funcionários nessas rotinas. Nível 3 (Excelência) Itens dos níveis 1 e 2, foco na gestão da qualidade e de seus resultados. Criação de indicadores de avaliação de desempenho, criação de metas de excelência, implantação de ciclos de melhoria contínua. Outro facilitador foi o próprio perfil profissional de Uhle, administrador acostumado a lidar com o tipo de exigência que uma certificação requer. “Estou há dez anos no VITA, a maioria deles na área financeira, e fazer a gestão de processos através da análise de indicadores é algo muito comum nesse setor”, explica Uhle. Comprometimento Esse nível de qualidade em todo o hospital só pode ser alcançado quando se tem o envolvimento de todos os funcionários, de todos os escalões, na tarefa. “Inicialmente houve alguma resistência, mas fizemos um longo trabalho de educação, explicando o que eram processos e todos começaram perceber as vantagens de se trabalhar da forma que a Acreditação exige”, conta Uhle. Um dos maiores orgulhos do Hospital VITA Curitiba é ter se livrado da cultura da “punição do erro”. Ou seja, erros são encarados como “não-conformidades” que devem ser entendidas e corrigidas. Assim, os próprios funcioná- “É um trabalho conjunto, todos no mesmo barco”, garante Bianca Piasecki 15 www.redevita.com.br Muito mais Corpo Clínico Vale a pena? O ditado “Em time que está ganhando não se mexe” definitivamente não parece fazer parte do ideário do Grupo VITA. Apesar de todas as conquistas recentes, os gestores descobriram que podem melhorar o que já está bom: nos próximos três anos será colocado em andamento um programa para aprimorar as práticas médicas e valorizar o corpo clínico. Por melhores que sejam as práticas de um hospital, é muito difícil demonstrar para o público externo que, de fato, existe um comprometimento com a qualidade. “É preciso buscar um reconhecimento externo dessa excelência, e uma forma de obter isso é através de uma auditoria independente, como a Acreditação”, diz Uhle. A experiência bem-sucedida do Grupo VITA pode ser atribuída ao seu modelo de administração (veja matéria Ping-Pong nesta edição, pág. 10), ao passo que a maior parte das instituições de saúde costuma se originar de um corpo clínico de peso, que acaba funcionando como locomotiva do empreendimento. “Agora que estamos estruturados a partir de um modelo de administração forte, nosso objetivo será dar mais força ao corpo técnico, para que tenhamos essas duas forças impulsionando nossos hospitais”, diz Francisco Balestrin, vice-presidente executivo e diretor médico do Grupo VITA. O corpo clínico da Rede VITA já conta com médicos e especialistas de renome, professores das melhores universidades, tanto em Curitiba quanto em Volta Redonda. O nível de atendimentos nos hospitais é amplamente reconhecido nas duas cidades. O que se vai buscar, explica Balestrin, é um aprimoramento de práticas, equipamentos e instalações que permita elevar ainda mais o nível de atendimento oferecido. Aconteceu nos dias 22 e 23 de março, em Penedo (RJ), o 1º Seminário de Planejamento Estratégico da Gestão Médica da Rede VITA, um evento que reuniu os profissionais responsáveis pela área clínica dos hospitais, para debater metas, estratégias, indicadores de qualidade e outros fatores. O resultado disso será um programa para os próximos três anos, visando o desenvolvimento do corpo clínico de toda a Rede VITA, nos aspectos técnicos, científicos, operacionais e indicadores. “Além de aprimorar o atendimento, estamos criando no grupo um ambiente de desenvolvimento técnico-científico, possibilitado principalmente pelo CEVITA em cada hospital (Centro de Estudos VITA)”, explica Balestrin. Com isso, um médico poderá ter no VITA não só um local de trabalho, mas de atualização e desenvolvimento profissional. rios se sentem à vontade para apresentar as ocorrências e propor soluções. “Tudo é discutido abertamente, sem o peso do erro, do medo da punição, em reuniões com 30 a 40 pessoas no Comitê da Qualidade”, conta Uhle. “Não houve ameaças nem pressão; nós convidamos as pessoas a participarem”, conta Bianca. Segundo ela, foi a partir de uma série de reuniões, atividades motivacionais e gincanas que os funcionários começaram “adotar” a idéia de certificação. “Um fator importante foi a criação dos Grupos de Trabalho, em que todos estavam no mesmo nível para decidir qual era a melhor solução para determinado processo, independente de hierarquia. Isso foi muito estimulante para todo mundo”. Conquistar o envolvimento dos funcionários foi fundamental para a certificação. “É tudo ou nada”, diz Bianca, “Na acreditação, ou todas as áreas atingem aquele mesmo nível, ou não se consegue a certificação. É todo mundo no mesmo barco, todo mundo tem que comprar a idéia. Isso é muito bonito, é muito gratificante”, diz Bianca. 16 www.redevita.com.br “A Acreditação só dá certo quando cada funcionário entende seu papel, entende que seu trabalho contribui para o atendimento do paciente internado”, diz Rabelo. Ele também ressalta a importância do voto de confiança da presidência, que precisa acreditar no processo para fazer com que as mudanças necessárias ocorram. Esse “diploma” de qualidade traz uma série de benefícios para a instituição, na busca de novos investimentos, no contato com médicos, junto aos pacientes e seus familiares. Segundo Uhle, as fontes pagadoras, ou seja, os planos de saúde, já começam a reconhecer que o trabalho dos hospitais que buscam a Acreditação é diferenciado e por isso merecem uma remuneração também diferenciada. “Em algumas praças do País, como Belo Horizonte e Fortaleza, essa diferenciação já começa a surgir”, diz Uhle E o próximo será... Embora ainda não haja datas definidas, ao menos publicamente, o passo seguinte do Grupo VITA deve ser buscar a Acreditação para os mais novos hospitais da rede, o VITA Batel, também em Curitiba, e a Maternidade VITA, em Volta Redonda. Com a experiência acumulada, essa deverá ser uma conquista sem sustos. “Desde que abrimos o VITA Batel, os princípios de gestão são os mesmos”, diz Uhle. “Já temos manuais implantados, rotinas, formulários, todos os processos que ocorrem no VITA Curitiba já são automaticamente colocados no VITA Batel”. O mesmo se dá na Maternidade VITA. Assim, é só uma questão de tempo para que o Grupo VITA conquiste uma nova Acreditação em sua rede. Um Breve Histórico do Projeto Q Ao ser lançada, em 2004, a Acreditação recebeu um nome em código: Projeto Q, de qualidade. Veja a seqüência de auditorias internas e externas realizadas. O projeto foi iniciado por Deumy Rabelo, que era o superintendente do Hospital VITA Curitiba, na época, e foi concluído sob a superintendência de Maurício Uhle. Fase 1 Março 2004 - Lançamento do Projeto Q Maio 2004 - 1ª Auditoria Interna da Qualidade Julho 2004 - 2ª Auditoria Interna da Qualidade Setembro 2004 - 3ª Auditoria Interna da Qualidade Outubro 2004 - Pré-Auditoria Externa IQG Dezembro 2004 - 4ª Auditoria Interna da Qualidade Dezembro 2004 - Auditoria Externa IQG para Acreditação ONA Nível 2 Fase 2 Junho 2005 - 5ª Auditoria Interna da Qualidade Agosto 2005 - 6ª Auditoria Interna da Qualidade Agosto 2005 - 1ª Visita de Manutenção IQG Nível 2 Abril 2006 - 7ª Auditoria Interna da Qualidade Maio 2006 - 2ª Visita de Manutenção IQG Nível 2 (50% setores em Nível 3) Setembro 2006 - 8ª Auditoria Interna da Qualidade Outubro 2006 - 9ª Auditoria Interna da Qualidade Novembro 2006 - 10ª Auditoria Interna da Qualidade Dezembro 2006 - Visita de Recertificação IQG e upgrade para Nível de Excelência. 17 www.redevita.com.br Em Busca do Colesterol Representação gráfica da molécula de colesterol neo”, ao apontar que determinadas populações européias ingeriam grande quantidade de gorduras insaturadas, mas não desenvolviam doenças cardíacas. Muitos dos nossos conceitos a respeito de dieta, gasto de energia, metabolismo e saúde, foram apresentados por Keys. Conhecido em suas campanhas sobre alimentação como “Mr. Cholesterol”, Keys publicou diversos livros sobre o assunto, como “Eat Well, Stay Well” (coma bem, fique bem), de 1959. Ele morreu em novembro de 2004, aos 100 anos de idade. Em 1974, Joseph Goldstein e Michael Brown descobriram que o nível de LDL no sangue é controlado pela atividade de uma proteína da superUma multidão de cientistas pesquisou durante mais de um século fície da célula, e que o nível elevado de colesterol é causado por um defeito genético no receptor até conseguir relacionar colesterol e ataques cardíacos de LDL que bloqueia a remoção do LDL do sangue. “Meu colesterol está alto”. Hoje, uma frase como da experiência de Anitschkow Por esse trabalho, Goldstein essa, dita na hora do almoço diante de uma foi praticamente ignorado: e Brown receberam o Prêbela picanha, parece algo trivial para todos, mas cães e ratos não elevaram mio Nobel de Medicina de a descoberta da relação do colesterol com proseus níveis de colesterol no 1985. Em 1976, o cientista blemas cardíacos foi resultado de décadas de sangue, mesmo quando japonês Akira Endo descopesquisa por cientistas no mundo todo. Atualsubmetidos a uma dieta briu um metabólito de orimente, sabe-se que a substância é responsável rica em gorduras - esses anigem em fungos, que podepelo acúmulo de placas de gordura nas artérias, mais metabolizavam o Gofman acionando uma ultracenria bloquear a síntese de mas ainda se discute se, de fato, existe uma colesterol sem dificuldades. trífuga para separar lipoproteínas colesterol. Essa descoberta relação direta entre consumo de alimentos ricos levou ao desenvolvimento de medicamentos e, em gordura e níveis altos de colesterol no sangue. O fator de predisposição hereditária para altas em 1986, os EUA aprovaram a primeira estatina taxas de colesterol foi identificado pelo médico para consumo humano. O colesterol, um lipídeo, está longe de ser um norueguês Carl Müller, em 1938, que estuveneno. Na realidade, ele é essencial ao funciodou diversas famílias com grande incidência Abandono essa picanha? namento do corpo humano. Representando perto de níveis de colesterol elevados e enfartes. de 0,2% do peso do corpo humano, o colesterol Assim, cerca de um século de pesquisas foi necesEm 1955, o biofísico John Gofman, da Universiestá espalhado em todo o organismo e desemsário até que os cientistas pudessem afirmar a penha várias funções, estruturais e metabólicas. dade de Berkeley, utilizou a ultracentrífuga, que existência de uma conexão entre o colesterol e a Por exemplo, nas gônadas (glândulas sexuais), o havia sido criada recentemente, para separar aterosclerose. Porém, o debate sobre consumo de lipoproteínas do plasma sangüíneo. Com esse colesterol é convertido em hormônio sexual gorduras ainda não chegou a uma conclusão: afiestradiol nas mulheres, testosterona nos homens. instrumento, ele pode perceber que os ataques nal, consumir colesterol eleva ou não o nível de Não obstante, é o principal responsável pela cardíacos estavam relacionados a elevados nícolesterol no sangue? A pesquisa Nurse’s Health veis de colesterol e, também, que essa subsaterosclerose, que nada mais é que o acúmulo Study, de 1976, acompanhou por 20 anos a alide placas de gordura no interior das artérias, tância estava contida na partícula de LDL (low mentação e o desenvolvimento de enfermidades obstruindo-as e provocando ataques cardíacos. density lipoprotein - lipoproteína de baixa densicrônicas em 50 mil enfermeiras americanas. Os dade). Gofman notou, também, que os ataques resultados não apontaram relação entre o conCoelhos com colesterol do coração eram menos freqüentes quando o sumo de gordura animal e doenças cardíacas. sangue continha altos níveis de outra Segundo os dados tabulados, dietas ricas em gorA primeira indicação de que o colesterol estava lipoproteína que também contém colesterol, o duras saturadas, como a carne vermelha, aumenrelacionado a problemas cardíacos data de 1910, HDL (high density lipoprotein - lipoproteína de tam pouco o risco de doenças coronarianas. quando o químico alemão Adolph Windaus desalta densidade). LDL e HDL não são o próprio creveu que placas de aterosclerose da aorta hucolesterol, mas o transportam, já que ele, em Na falta de resultados conclusivos, a indicação mana continham concentrações 20 a 26 vezes seu estado puro, não é solúvel em água. dos nutricionistas é ter uma alimentação balanmais altas de colesterol que as aortas normais. ceada, com muitos vegetais, e evitar o consumo Três anos depois, o patologista russo Nikolai Mr. Cholesterol excessivo de gordura animal. Do ponto de vista Anitschkow alimentou coelhos com colesterol puro, médico, uma coisa é certa: excesso de colesterol no Dados epidemiológicos coletados pelo biólogo o que produziu uma aterosclerose severa nos sangue é nocivo e deve ser controlado. animais. Foi uma primeira experiência de produfisiologista Ancel Keys, da universidade de ção artificial de aterosclerose, e a experiência de Minnesota, mostraram que a incidência de ataques do coração era linearmente proporciAnitschkow foi repetida milhares de vezes desde Fontes: Priory Medical Journals; Columbia University Press; Howard Hughes Medical Institute; então, em todo tipo de animais, de pombos a onal ao nível de colesterol no sangue. Ele tamDrauzio Varella; History of the Cholesterol Controversy seres humanos. No intenso debate sobre colesterol bém foi o autor das observações que vieram a - University Of California San Diego dar origem à chamada “Dieta do Mediterrâque aconteceu nos anos seguintes, um detalhe 18 www.redevita.com.br Um Imóvel e Um Sonho “No início, era um imóvel e um sonho”. A vida de Vera Lúcia, de Curitiba, e o desenvolvimento do Grupo VITA estão unidos de forma surpreendente Causa espanto, a princípio, perceber o quanto é profunda, sincera, importante e intensa a relação que Vera Lúcia Paiva Speltz, a Verinha, tem com o Grupo VITA. “É uma extensão do meu lar”, “É como se fosse a minha família”, “Aqui me sinto em casa”, são frases que ela diz durante a conversa, repete lá adiante, reitera de outras formas, sempre, como se quisesse deixar claro que não está exagerando. Ao longo da conversa, tudo começa a fazer sentido. Vera está falando da sua vida, não de um emprego. Da construção da sua personalidade, não de seu currículo. De suas relações pessoais mais importantes, não de colegas de trabalho. “Foi aqui que eu encontrei apoio nas dificuldades e comemorei as conquistas. Foi com estas pessoas que dividi os bons e os maus momentos. São tantos anos aqui que os laços são muito fortes, é muita cumplicidade”, explica Vera. Vera é responsável por compras dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel, e se tornou funcionária antes mesmo que o primeiro hospital da rede, o VITA Curitiba, fosse adquirido. Quanto tempo, Vera? “Onze anos e seis meses”, responde, sem hesitar. Nascida em Goioerê, uma pequena cidade do Noroeste do Paraná, Vera mudou-se para Curitiba em busca de oportunidades profissionais. Perfil Mas é como se o período ante“O VITA é, também, uma Vera Lúcia Paiv a Speltz Paiva rior ao Grupo VITA não tivesse escola de vida. As exigêngrande importância para Vera: cias são muitas, mas tamSigno Signo: Aquário ela conta que seu filho, George, bém se aprende muito”, fiPrato predileto: Camarão nasceu logo após a inauguralosofa Vera. “Aprende-se Característica: ção do hospital. “Hoje, eu olho que as mudanças são neExtremamente sensível para o meu filho, que tem dez cessárias e que a todo insHobby: Estar com os amigos anos, ele é um pouco mais novo tante é preciso estar aberto Frase: “Sempre que se vê um que o VITA, mas eu olho o para novos caminhos; tudo empreendimento de sucesso é George e penso no VITA, no crespara alcançar nossas metas”. porque alguém tomou uma decimento dos dois, que acontecisão destemida” Muito sensível, Vera é coceu simultaneamente, e me nhecida por rir de tudo e sinto muito orgulhosa de ter parchorar com a mesma facilidade. Satisfeita com ticipado do princípio de um sonho”, diz Vera. “Era as conquistas que obteve e de que participou, um imóvel e um sonho, e hoje o Hospital VITA cercada de amigos e trabalhando onde se sentem Acreditação Nível Três, conquistou o Top Hoste em casa, ela está à vontade para dizer que pitalar, a rede de hospitais cresceu, o sonho se o Grupo VITA é parte essencial de sua vida. tornou realidade”, completa. Unimed lança Pró Vida Programa de prevenção de doenças e promoção da saúde da UNIMED Volta Redonda busca elevar a qualidade de vida de seus clientes Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da UNIMED Volta Redonda A UNIMED Volta Redonda inicia uma nova fase em sua atitude com relação aos clientes: não apenas tratar de doenças, mas ajudá-los a preveni-las. Quem fala sobre a estratégia é Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da UNIMED Volta Redonda, médico pneumologista e professor da Faculdade de Medicina de Volta Redonda. “Nós continuaremos qualificando a nossa rede de atendimento, buscando excelência nesse sentido, mas vamos procurar orientar o paciente quanto a hábitos e atitudes que promovam sua saúde”, explica Tostes. A UNIMED Volta Redonda foi fundada em 1979. Desde o início de suas atividades ofereceu atendimento a seus clientes no antigo Hospital da Companhia Siderúrgica Nacional, parceria que continuou quando este se tornou Hospital VITA Volta Redonda. “O VITA é, hoje, responsável por quase 90% de nossos atendimentos”, diz Tostes. Volta Redonda tem cerca de 300 mil habitantes, dos quais cerca de 50 mil são clientes da UNIMED (aproximadamente 1/6 da população). Cidades próximas como Barra Mansa, Resende e Barra do Piraí têm suas próprias UNIMED, que também enviam clientes para o Hospital VITA Volta Redonda, para casos de maior complexidade. Ao longo dos anos, a parceria entre VITA e UNIMED Volta Redonda tem se fortalecido. “A conquista da Acreditação pelo Hospital foi um fato extremamente importante, que demonstra o nível de qualidade de atendimento que podemos oferecer a nossos clientes”, diz Tostes. O Hospital VITA Volta Redonda foi o quinto, em todo o País, a receber Acreditação em nível de Excelência, em junho de 2006. Com o programa Pró Vida, a UNIMED Volta Redonda orientará seus clientes com relação à prevenção de doenças e promoção da saúde. Já está em funcionamento e à disposição dos clientes uma unidade do Pró Vida, com médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros e outros profissionais. Darão orientações sobre questões como obesidade, hipertensão, reeducação alimentar, práticas esportivas etc. “Queremos, com isso, atingir um grande número de pessoas, incentivando-as a levar uma vida mais saudável. Daí o nome Pró Vida”, explica Tostes. 19 www.redevita.com.br VITA... ATIV... A Tecnologia da Informação no VITA As redes de computadores do VITA estão cada vez mais integradas; as novidades incluem tecnologia Wi-Fi O sistema de administração utilizado pelo Grupo VITA é o AP7, da Microsiga, que inclui contabilidade, recursos humanos e ativo fixo, entre outros módulos. Centralizar as informações administrativas e unificar as redes de computadores foi o desafio que o departamento de Tecnologia da Informação do Grupo VITA enfrentou nos últimos três anos. Agora, depois de muito esforço e investimento, os dados dos quatro hospitais do grupo já estão centralizados nos servidores em São Paulo, e mais novidades vêm por aí: em breve, as redes de computadores de todas as unidades funcionarão como se fosse uma só. Paulo Roberto Antunes de Oliveira, coordenador de Tecnologia da Informação e Comunicação do Grupo VITA, explica a importância de se reunir os sistemas. “Ter as informações centralizadas é fundamental, para poder alocar melhor os recursos do grupo”, explica Oliveira. No Grupo, são cerca de 500 computadores e 8 servidores. A centralização das informações começou há três anos, quando o VITA colocou o servidor da homepage da empresa e de correio eletrônico em sua sede, em São Paulo. Depois disso, os sistemas também foram gradativamente transferidos. Agora, após unificar as informações, o Grupo dará um passo ainda mais audacioso: integrará as redes de computadores dos quatro hospitais VITA, que funcionarão como se fosse uma. Duas delas, as de Curitiba, já estão integradas. Segundo Oliveira, o acesso através de rede virtual também está passando por ampliação. Com esse recurso, já está em testes, é possível para um funcionário em trânsito acessar a rede como se estivesse em seu próprio computador. A questão da comunicação por voz mereceu importantes investimentos. Há mais de dois anos as ligações entre as unidades de São Paulo, Curitiba e Volta Redonda acontecem por números locais, graças à tecnologia VOiP. A novidade mais recente é a disponibilidade de rede Wi-Fi para médicos, pacientes e visitantes no Hospital VITA Batel. Com essa tecnologia, quem utiliza um notebook dentro do Hospital pode acessar a Internet para navegar na Web e verificar seus e-mails. Ainda neste ano o conforto será estendido às outras unidades. Locais de Oração As unidades do VITA também oferecem espaços para cuidar da espiritualidade A Rede VITA busca proporcionar a seus clientes, sejam pacientes, familiares ou médicos, um espaço onde possam viver sua religiosidade. No Hospital VITA Volta Redonda, a capela acolhe pessoas de todas as crenças para proporcionar-lhes um espaço de paz e contato com Deus. A capela foi inaugurada em 18 de janeiro deste ano, com a presença do bispo D. João Maria Messi, representando a Igreja Católica, o pastor Carlos Oliveira, representante da Igreja Evangélica Batista Central, e do sr. Izidoro Ribeiro, representando a religião Espírita. A capela do Hospital VITA Curitiba fica em um local central. Nela acontecem, regularmente, cerimônias religiosas: quartas-feiras, uma novena e quintas-feiras, cultos evangélicos, sempre 20 www.redevita.com.br às 13h. O Hospital VITA Batel dispõe de um espaço para oração no andar térreo, próximo à recepção. O local fica aberto diuturnamente, para quem quiser orar, meditar ou buscar um momento de paz. Inauguração da capela do Hospital VITA Volta Redonda, com a presença do José Mauro Rezende, diretor técnico, Pastor Carlos Oliveira, Sr. Izidoro Ribeiro, Bispo D. João Maria Messi, e Deumy Rabelo, superintendente. Capela do Hospital VITA Batel Direitos da Mulher: Uma Luta Que Não Terminou “Nós, as mulheres sufragistas, temos uma grande missão - a maior missão que o mundo jamais teve. A de libertar metade da humanidade e, através dessa libertação, salvar a outra metade.” Emmeline Pankhurst, 1912 Ao lado, caricatura sobre o movimento das “suffragettes” pelo direito ao voto feminino e abaixo,a edição de 28 de março de 1911 do New York Evening Journal sobre o incêndio da fábrica Triangle Shirtwaist, em que morreram 125 mulheres A longa luta das mulheres pela conquista de autonomia e de direitos equivalentes aos dos homens, comemorada anualmente no dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, ainda está longe de terminar. São milênios de repressão e discriminação que, para algumas mulheres, mudaram de forma espetacular nos últimos 100 anos, mas que ainda estão longe de atingir todo o planeta e todas as classes sociais. Mesmo onde as diferenças diminuíram, o acesso a trabalho e os níveis de salários continuam bastante desiguais. A situação da mulher só começou a mudar no século XIX, quando começaram trabalhar fora de casa, atuando como operárias, em péssimas condições e ganhando salários irrisórios. Logo iniciaram movimentos operários feministas e, ao mesmo tempo, passaram a reivindicar o direito ao voto. Em 1862, as mulheres suecas votaram pela primeira vez em eleições municipais. As “sufragistas” britânicas fizeram passeatas, se amarraram a trilhos, fizeram greve de fome e conquistaram o direito de votar em 1928. No Brasil, em 1932, mulheres conquistaram o direito ao voto. No século XX, após as vitórias trabalhistas e políticas, as mulheres fizeram uma nova revolução: desta vez, nos costumes e no comportamento. A obra da francesa Simone de Beauvoir, “O Segundo Sexo”, defende que a submissão da mulher ao homem não tem origens bioló- gicas, mas comportamentais e sociais. Ou seja, ela sustenta que a mulher não é “naturalmente” inferior, passiva ou maternal. Mas, sim, que esses são papéis que lhes são impostos e que devem mudar. Por que 8 de março? Comemorado no mundo todo, o Dia Internacional da Mulher tem sido relacionado a um relato, mais ou menos assim: no dia 8 de março de 1857, as operárias de uma tecelagem de Nova York entraram em greve para reivindicar melhores condições de trabalho, e foram reprimidas de forma selvagem, tanto pelos proprietários quanto pela polícia, que teria trancado as portas e ateado fogo ao prédio, resultando na morte de 129 mulheres. Esse massacre de 1857 é um mito e na verdade nunca aconteceu, como explica a socióloga Eva Alterman Blay, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Existiu, de fato, um incêndio: no dia 25 de março de 1911, a fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York, ficou em chamas, ocasionando o pior incêndio da história da cidade, com 146 vítimas fatais, das quais 125 mulheres. Várias portas no interior do edifício estavam trancadas, o que dificultou a evacuação. O desastre causou uma comoção mundial e contribuiu para a luta das mulheres, porque as operárias da fábrica Triangle Shirtwaist trabalhavam de 60 a 72 horas por semana com turnos de 14 horas, em péssimas condições, para ganhar seis dólares por semana. A Origem Verdadeira Conforme dados históricos da ONU (Organização das Nações Unidas), a verdadeira origem da data é a seguinte: 1857 Em 8 de março, as tecelãs de Nova York fizeram um protesto contra condições de trabalho desumanas e baixos salários. A polícia atacou e dispersou as manifestantes. 1908 Em 8 de março, 15 mil mulheres protestaram, em Nova York, por menos horas de trabalho, melhor pagamento, direito ao voto e fim do trabalho infantil. 1909 O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado nos EUA em 28 de fevereiro (último domingo de fevereiro). O Partido Socialista da América escolheu a data para homenagear a greve das tecelãs de 1908, em Nova York. 1910 A Internacional Socialista, reunida em Copenhagen (Dinamarca), criou um Dia Internacional da Mulher, para homenagear o movimento pelos direitos das mulheres e conseguir apoio para o sufrágio universal feminino, proposta aplaudida por mais de 100 mulheres de 17 países. Não foi estabelecida uma data comemorativa fixa. 1911 Como resultado da iniciativa em Copenhagen, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado pela primeira vez em 19 de março, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. (Menos de uma semana depois, ocorreu o incêndio na Triangle Shirtwaist, causando uma imensa comoção pela causa feminina). 1913-1914 O Dia Internacional da Mulher torna-se um mecanismo para protestar contra a I Guerra Mundial. 1917 Durante a guerra, as mulheres na Rússia protestaram e fizeram greve por “Pão e Paz”, no último domingo de fevereiro (que caiu no dia 8 de março do calendário Gregoriano, ocidental). 1975 Durante o Ano Internacional da Mulher, as Nações Unidas passaram a celebrar o Dia Internacional da Fontes: • A história do incêndio da Triangle Shirtwaist pode ser lida, em inglês, no site da Universidade de Cornell, no endereço http://www.ilr.cornell.edu/ trianglefire/. • Uma entrevista com Eva Blay sobre a origem do Dia Internacional da Mulher está disponível no site da Agência USP, no endereço http://www.usp.br/ agen/bols/2000/rede518.htm • O site da Organização das Nações Unidas para o Dia Internacional da mulher é http://www.un.org/events/women/iwd/2007/; ele traz um link para a história da origem da comemoração • A história do “Levante das 20.000” pode ser lida, em inglês, no site da Universidade de Harvard, no endereço http://ocp.hul.harvard.edu/ww/events_uprising.html 21 www.redevita.com.br Solto a Voz nas Estradas Adriano Carvalho, responsável pelo serviço de check-up do Hospital VITA Batel, é conhecido pela sua voz privilegiada, afinação e repertório. Ele canta em português, inglês e espanhol e tem se apresentado nos palcos dos teatros curitibanos. Rumo ao Pan As ginastas mais festejadas do Brasil passaram pelo VITA Curitiba para fazer um check-up, na preparação para os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, em julho. As meninas são Daiane dos Santos, Thamires Araújo, Laiz Souza, Daniele Hypólito, Milena Megumi Miranda e Ana Claudia da Silva. Engenheiro ou Arquiteto? O engenheiro José Paulo Coimbra, do Hospital VITA Volta Redonda, também conhecido como “Mick Jagger”, tem sido responsável pelas novidades que estão embelezando os ambientes do hospital, como o Club White, a manutenção, o departamento de compras, a sala da diretoria e outras. Maternidade faz dois aninhos! Mickey e Minie estiveram no aniversário de dois anos da Maternidade VITA Volta Redonda, brincando com pacientes, visitantes e funcionários. Na foto, as médicas Alanê (esq.) e Simone com os simpáticos camundongos. Superproduzidos!! Na festa de fim-de-ano, em Curitiba, toda a atenção era para eles. Daniele Boguslawski, Adriano Antunes, Carla Soffiatti e Cynthia Salvador, do Departamento Financeiro, deram uma “força na peruca” e apareceram assim, produzidíssimos. 22 www.redevita.com.br Superpoderosos A diretoria do Grupo VITA prestigiou, em caráter pessoal e intransferível, o fim de ano do HSBC no Palácio Avenida. Ernesto Fonseca, Luiz Sergio Santana, José Mauro Rezende, Marcelo Pina e Eduardo Steil também são conhecidos como “os meninos superpoderosos” Total Animação Vocal Em Volta Redonda, o coral da UNIMED esteve no Hospital VITA para dar “uma canja” dos seus atributos vocais para pacientes e funcionários. O regente foi o professor Oriel 23 www.redevita.com.br 24 www.redevita.com.br