ADRIANA DUQUE DE FREITAS
REFLEXOS DO PROCESSO DE INCUBAÇÃO EM EMPRESAS DE BASE
TECNOLÓGICA: O CASO DA INCUBADORA DE BASE TECNOLÓGICA DA UFJF
Dissertação apresentada ao Curso de
Mestrado em Sistemas de Gestão da
Universidade Federal Fluminense como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Sistemas de Gestão. Área de
concentração:
Organizações
e
Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema
de Gestão pela Qualidade Total.
Orientadora: Profª. Mara Telles Salles, D.Sc.
Niterói
2010
ADRIANA DUQUE DE FREITAS
2
ADRIANA DUQUE DE FREITAS
REFLEXOS DO PROCESSO DE INCUBAÇÃO EM EMPRESAS DE BASE
TECNOLÓGICA: O CASO DA INCUBADORA DE BASE TECNOLÓGICA DA UFJF
Dissertação apresentada ao Curso de
Mestrado em Sistemas de Gestão da
Universidade Federal Fluminense como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Sistemas de Gestão. Área de
concentração:
Organizações
e
Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema
de Gestão pela Qualidade Total.
Aprovada em 16 de Março de 2010.
BANCA EXAMINADORA:
___________________________________________
Profª. Mara Telles Salles, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense - UFF
___________________________________________
Prof. Sérgio José Mecena da Silva Filho, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense - UFF
__________________________________________
Prof. José Humberto Viana Lima Júnior, D.Sc.
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
3
AGRADECIMENTOS
Inicialmente agradeço a Deus pela força nos momentos difíceis da
jornada.
À minha orientadora Doutora Mara Telles Salles pela sabedoria e
paciência ao conduzir este trabalho.
Em especial ao meu esposo Diego, companheiro de todas as horas, pelo
incentivo e força nos momentos de desânimo. Seu apoio foi fundamental!
À minha “grande irmã” Raquel Ferreira de Sousa por ter tornado vários
desses momentos tão agradáveis.
A Flávia Ruback, minha referência para o trabalho dentro da incubadora,
pela presteza e disponibilidade.
Aos meus pais, Helena e Wilson, pela paciência nos momentos de
ausência.
Agradeço ao Jair Croce, professor “da faculdade ao mestrado”.
Aos funcionários do LATEC pelo direcionamento e aos professores do
mestrado que trouxeram à luz o conhecimento necessário para atingirmos tal
objetivo.
E, finalmente, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para o
resultado deste trabalho.
4
RESUMO
O Brasil é um país empreendedor por natureza. Anualmente a quantidade de micro e
pequenas empresas fundadas em território nacional crescem em nível
surpreendente, mas ao mesmo tempo, o que se percebe é um elevado número de
mortalidade empresarial. Com o propósito de moldar as iniciativas empreendedoras,
surgem as incubadoras de empresas, locais onde nascem, crescem e se
desenvolvem pequenos negócios, normalmente ligadas às universidades,
reconhecidas como geradoras de conhecimento e informações. Com o objetivo de
analisar a contribuição da incubadora para a atuação de micros e pequenas
empresas que passaram pelo processo de incubação foi realizado um estudo de
caso em empresas oriundas da Incubadora de Base Tecnológica (IBT) ligada ao
Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (CRITT) e pertencente
a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Através de uma pesquisa
exploratória de caráter qualitativo, foram entrevistados os empresários incubados e
graduados no período de 2003 a 2007, além do gestor da incubadora em exercício,
gerando os principais cruzamentos de dados, resultantes do trabalho. Os resultados
obtidos demonstram pontos relevantes para o sucesso das empresas e apontam
aspectos que merecem uma atenção especial. Tais resultados servirão de
parâmetros para novos empreendedores, possibilitando a análise sobre o processo
de incubação, além de servir de referência para a melhoria no desempenho das
empresas incubadas na IBT e da própria incubadora.
Palavras-Chaves: Empreendedorismo. Micro e Pequenas Empresas. Incubadoras.
5
ABSTRACT
Entrepreneurship is a natural characteristic of Brazil. The number of micro and small
businesses started in the country grows significantly each year. On the other hand, a
great amount of enterprises are closed down every year. Aimed at guiding
entrepreneurial initiatives, enterprise incubators have been created, mainly inside
universities, institutions which are recognized as reference centers for the generation
and propagation of information and knowledge. Within such incubators, small
businesses can be created and developed. In order to analyze the contribution of the
incubator for the performance of micro and small businesses that have gone through
the incubation process, a case study was carried out comprising companies from the
Technology-Based Business Incubator (IBT), which is connected to the Regional
Center for Innovation and Technology Transfer (CRITT) and belongs to the Federal
University of Juiz de Fora (UFJF). By means of an exploratory qualitative research,
respondents were incubated entrepreneurs and graduates from the 2003-2007
period, besides the acting manager of the incubator, generating major data
intersections resulting from the study. The results demonstrate relevant points for the
success of companies and point out aspects that deserve special attention. These
results will provide the parameters for new entrepreneurs, enabling the analysis of
the incubation process, and serve as a reference for improving the performance of
IBT-incubated companies and the incubator itself.
Keywords: Entrepreneurship. Micro and Small Businesses. Incubators.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Evolução histórica das teorias administrativas .........................................24
Figura 2 – Fatores que influenciam no processo empreendedor.............................. 27
Figura 3 – O processo empreendedor........................................................................28
Figura 4 – Estrutura da pesquisa...............................................................................57
7
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Taxa de Mortalidade de MPE no Brasil...................................................34
Gráfico 2 – Número de Incubadoras em Operação no Brasil, de 1988 a 2006..........40
Gráfico 3 – Incubadoras em Operação por região, de 1999 a 2006..........................41
Gráfico 4 – Tipos de Incubadoras em Operação no Brasil.........................................44
Gráfico 5 – Área de atuação das empresas incubadas..............................................44
Gráfico 6 – Serviços/ Infraestrutura oferecidos às incubadas....................................46
Gráfico 7 – Taxa de Sucesso de Empresas Graduadas............................................51
Gráfico 8 – Empresas graduadas que permanecem no mercado..............................60
Gráfico 9 – Empresas desligas durante o processo de incubação............................60
Gráfico 10 – Nível de formação dos entrevistados.....................................................65
Gráfico 11 – Tempo de Incubação.............................................................................66
Gráfico 12 – Processo de incubação..........................................................................67
Gráfico 13 – Gráfico comparativo entre a IBT X Moda das questões 20 e 12 ..........71
Gráfico 14 – Gráfico comparativo entre a Média X Desvio Padrão das
questões 20 e 12........................................................................................................72
Gráfico 15 – Motivos para abertura da empresa........................................................73
Gráfico 16 – Gráfico comparativo entre a IBT X Moda das questões 16 e 16...........75
Gráfico 17 – Gráfico comparativo entre a Média X Desvio Padrão das
questões 16 e 16 .......................................................................................................76
Gráfico 18 – Gráfico comparativo entre a IBT X Moda das questões 13 e 18...........78
Gráfico 19 – Gráfico comparativo entre a Média X Desvio Padrão das
questões 13 e 18........................................................................................................79
Gráfico 20 – Gráfico comparativo entre a IBT X Moda das questões 13 e 18...........82
Gráfico 21 – Gráfico comparativo entre a Média X Desvio Padrão das
questões 13 e 18........................................................................................................84
8
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Características dos Empreendedores de Sucesso.................................26
Quadro 2 – Fatores básicos para a inovação.............................................................30
Quadro 3 – Classificação de porte quanto ao faturamento........................................31
Quadro 4 – Classificação de porte quanto ao número de funcionários......................32
Quadro 5 – Infraestrutura e Serviços de uma Incubadora.........................................45
Quadro 6 – Processo de Incubação de Empresas.....................................................47
Quadro 7 – Empresas graduadas pelo IBT/ CRITT no período de 2003 a 2007.......55
Quadro 8 – Principais características das empresas pesquisadas............................64
Quadro 9 – Número de pessoas ocupadas................................................................68
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Variação percentual na massa de salários e rendimentos pagos,
por porte de empresa e setor de atividade – 2002/1996 ...........................................18
Tabela 2 – Causas das dificuldades e razões para o fechamento das MPE.............34
Tabela 3 – Empresas ligadas ao IBT.........................................................................60
Tabela 4 – Motivos que levaram a buscar a incubadora............................................67
10
LISTA DE SIGLAS
ANPROTEC - Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CRITT - Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia
FAP - Fundação de Amparo à Pesquisa000
Finep - Financiadora de Estudos e Projetos
GEM - Global Entrepreneurship Monitor
IBT - Incubadora de Base Tecnológica
MPE - Micro e Pequena Empresa
MPMEs - Micro, Pequenas e Médias Empresas
NIT - Núcleo de Inovação Tecnológica
PIB - Produto Interno Bruto
P&D - Pesquisa & Desenvolvimento
PNI - Programa Nacional de Apoio a Incubadoras de Empresas e Parques
Tecnológicos
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Sectes - Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado de Minas
Gerais
UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................13
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA......................................................................13
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA .....................................................16
1.3 OBJETIVO GERAL DA PESQUISA ....................................................................16
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA PESQUISA ......................................................16
1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ...........................................................................17
1.6 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E JUSTIFICATIVA ...............................................18
1.7 QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS ............................................................19
1.8 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO............................................................................20
2 EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO E A MICRO E PEQUENA EMPRESA......22
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..............................................................................22
2.2 EMPREENDEDORISMO.....................................................................................23
2.3 INOVAÇÃO .........................................................................................................28
2.4 MICRO E PEQUENA EMPRESA NO CONTEXTO BRASILEIRO ......................31
3 INCUBADORAS DE EMPRESAS..........................................................................36
3.1 SURGIMENTO E DEFINIÇÃO.............................................................................36
3.2 INCUBADORAS DE EMPRESAS NO BRASIL....................................................39
3.2.1 Classificação....................................................................................................41
3.2.2 Infraestrutura e serviços oferecidos.............................................................45
3.3 PROCESSO DE INCUBAÇÃO DE EMPRESAS..................................................47
3.3.1 Prospecção e seleção de empresas..............................................................48
3.3.2 Pré-Incubação..................................................................................................48
3.3.3 Incubação.........................................................................................................49
3.3.4 Graduação........................................................................................................50
3.4 TAXA DE SUCESSO DE EMPRESAS GRADUADAS.........................................50
3.5 INCUBADORAS DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA............................51
4 METODOLOGIA DE PESQUISA ...........................................................................52
4.1 CONCEITO E TIPOS DE PESQUISA .................................................................52
12
4.2 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA ..........................................................54
4.3 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS ...................................55
4.4 DELINEAMENTO DA PESQUISA........................................................................56
5 RESULTADOS DA PESQUISA .............................................................................58
5.1 IBT – INCUBADORA DE BASE TECNOLÓGICA................................................59
5.2 EMPRESAS ORIUNDAS DA
INCUBADORA
IBT
NO PERÍODO
DE
2003 A 2007...............................................................................................................62
5.3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS PESQUISADAS.............64
5.4 PESSOAS OCUPADAS NO PERÍODO DE INCUBAÇÃO..................................68
5.5 ANÁLISE DAS QUESTÕES QUE ENVOLVEM INFORMAÇÕES OBTIDAS NA
INCUBADORA E NAS EMPRESAS INCUBADAS.....................................................69
5.5.1 Análise das questões que envolvem aspectos relativos ao processo de
incubação..................................................................................................................69
5.5.2 Análise das questões que envolvem aspectos relativos às práticas
empreendedoras e inovadoras...............................................................................72
5.5.3 Análise das questões que envolvem aspectos relativos à contribuição da
incubadora para atuação da empresa....................................................................76
5.5.4 Análise das questões que envolvem aspectos relativos à sobrevivência
no mercado...............................................................................................................80
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................85
6.1 DESTAQUES DA PESQUISA..............................................................................87
6.2 CONTRIBUIÇÃO CIENTÍFICA DO TRABALHO..................................................87
6.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...................................................87
REFERÊNCIAS..........................................................................................................89
APÊNDICE 1 – INSTRUMENTO DE PESQUISA – QUESTIONÁRIO DIRECIONADO
AO IBT/CRITT............................................................................................................96
APÊNDICE 2 – INSTRUMENTO DE PESQUISA – QUESTIONÁRIO DIRECIONADO
ÀS EMPRESAS ORIUNDAS DO IBT/CRITT..........................................................103
ANEXO 1 – FOLDER IBT/ CRITT/ UFJF.................................................................112
13
1 INTRODUÇÃO
Inicialmente são abordados os aspectos introdutórios da pesquisa,
destacando a contextualização do tema, a situação problema, os objetivos - geral e
específicos, a delimitação da pesquisa, a importância do estudo e sua justificativa,
as questões a serem respondidas e, por fim, a organização do estudo.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
As grandes transformações do mundo atual, como a globalização, os
avanços científicos e tecnológicos, o aumento significativo no número de micros e
pequenas empresas formam pontos relevantes de estudo. Neste contexto, surge o
papel do empreendedor como agente de mudança e transformação, sendo
considerado o motor da economia. Conforme Hisrich e Peters (2004), empreendedor
é o indivíduo que se arrisca e dá início a algo novo, combinando recursos, trabalho,
materiais e outras características para transformar o valor de algo maior que antes.
É importante destacar que existem várias definições sobre o conceito de
empreendedorismo aplicadas a diversas áreas, no entanto, todas com noções
semelhantes. Aqui consideraremos a seguinte definição:
Empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor dedicando o
tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos
e sociais e recebendo as conseqüentes recompensas da satisfação e
independência econômica e pessoal (HISRICH e PETERS, 2004, p. 29).
O empreendedorismo vem ganhando destaque num cenário de
crescimento constante que inclui a oferta de cursos universitários, seminários e
debates acerca do tema, além do interesse de autoridades governamentais. Sua
importância é evidente no que tange à competitividade e produtividade de uma micro
e pequena empresa. Tudo isso é consequência do aumento da participação desse
tipo de empreendimento na economia mundial mesmo que com altos índices de
mortalidade empresarial (HISRICH e PETERS, 2004).
14
De acordo com a última pesquisa internacional realizada pelo GEM
(Global Entrepreneurship Monitor) no ano 2007, consolidando-se como o principal
painel sobre empreendedorismo no Brasil e no mundo, conforme relatório
apresentado no site institucional do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas), o País vem se firmando como altamente empreendedor, seja
por identificação de uma oportunidade ou pela necessidade de sobrevivência.
Por outro lado, a pesquisa apresenta ainda o comportamento de outra
variável
essencial
à
compreensão
do
empreendedorismo
no
Brasil:
a
descontinuidade dos negócios, que relata o percentual de empresas que foram
encerradas ou interrompidas por entrevistados nos doze meses anteriores à
entrevista. E os índices apresentados, embora menores que nas últimas pesquisas,
ainda são significativos (Pesquisa GEM, 2007).
Em outro estudo denominado “Fatores condicionantes e taxa de
mortalidade de empresas no Brasil” realizado pelo SEBRAE, 2004, são avaliadas
empresas no Estado de Minas Gerais com apresentação de dados alarmantes que
mostram, em empresas constituídas na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais
nos anos de 2002, 2001 e 2000, uma taxa de mortalidade de 45% para aquelas com
até 2 (dois) anos de existência, 50% em estabelecimentos com até 3 (três) anos e,
ainda, 47,4% das empresas não permanecem no mercado além de 4 (quatro) anos,
tendo como motivos principais a falta de capital de giro e a elevada carga tributária.
É fato que os países que centram seus modelos econômicos na criação,
desenvolvimento e aperfeiçoamento de empresas alcançam um nível de geração de
riquezas sustentável (CASTILLO, 2006).
As condições essenciais para o alcance do desenvolvimento empresarial
nas economias modernas se baseiam na gestão do conhecimento como elemento
estratégico e que permite alcançar uma melhor competitividade das empresas
(RUBIANO e DOMÍNGUEZ, 2007).
Na visão de Silva (2004), as micros e pequenas empresas têm
demonstrado flexibilidade para se organizarem em arranjos1 com o intuito de
alcançarem competitividade.
1
Constituem aglomerados de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo
território, que apresentam vínculos consistentes de articulação, interação, cooperação e aprendizagem
entre si e com outros atores locais.
15
Amato Neto (2000) contribui ao afirmar que as relações intra e
interempresas, particularmente aquelas envolvendo micros e pequenas empresas,
são uma tendência da economia moderna.
São a partir desses arranjos empresariais que se produzem trocas de
experiência de forma contínua entre os agentes envolvidos com o intuito de se
desenvolver a tecnologia e consequentemente as empresas (VENCE DEZA, 2007).
Nesse cenário, surgem as incubadoras de empresas “que, além de
incentivar o desenvolvimento de negócios de micro e pequeno porte, buscam
capacitar os empreendedores na gestão do empreendimento” (BAETA, 2004, p.6).
[...] O surgimento das incubadoras de empresas foi um grande avanço em
relação aos programas voltados para o desenvolvimento do
empreendedorismo inovador. Na medida em que oferecem estrutura física,
acesso a informações, formação de redes de contatos e outros benefícios,
contribuem imensamente para o desenvolvimento de novos negócios
(Pesquisa GEM, 2006, p. 168).
Normalmente ligadas às universidades ou institutos de pesquisa, as
incubadoras foram criadas para dar suporte aos pequenos empreendimentos, além
de contribuir para a formação de empreendedores inovadores.
No ano de 2006, o Brasil já contava com 359 incubadoras em operação,
com grande concentração nas regiões sul e sudeste e apresentava um crescimento
em torno de 20% em comparação com o ano anterior. Em cinco anos o movimento
cresceu mais de 300% ( ANPROTEC, 2006).
Hisrich e Peters (2004) dizem que o tema empreendedorismo está
intimamente relacionado à inovação que, por sua vez, remete-se à inovação
tecnológica, considerada o diferencial do desenvolvimento econômico mundial. Para
Dornelas (2005), talento empreendedor, somado à tecnologia, a capital e know-how
geram negócios de sucesso.
A capacidade inovadora de um país depende muito da harmonia existente
entre as entidades que gerenciam e transferem o conhecimento tecnológico nas
empresas, como as Incubadoras, os Centros Tecnológicos, as Universidades, os
Centros de Formação Intelectual e a política de financiamento da pesquisa, quer
sejam públicos ou privados. O desenvolvimento socioeconômico de um país tem no
processo inovador a base para a sua evolução (FORNIELES, 2007).
16
Sendo assim, o presente trabalho visa analisar a contribuição de uma
incubadora para empresas oriundas desse processo, tomando como ponto de
partida o estudo de caso de uma incubadora de base tecnológica localizada em uma
universidade.
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
O presente estudo visa responder à seguinte questão de pesquisa: Como
uma Incubadora de Base Tecnológica contribui para a atuação das micros e
pequenas empresas que passaram por esse processo de incubação?
Apesar de inúmeros dados sobre a finalidade e importância de uma
incubadora de base tecnológica, o problema vinculado à pesquisa está diretamente
relacionado à percepção dos empreendedores ou gestores de empresas oriundas
desse processo, visando esclarecer essa contribuição sob o ponto de vista de quem
vivenciou um processo de incubação.
1.3 OBJETIVO GERAL DA PESQUISA
Investigar a contribuição da incubadora para a atuação de micros e
pequenas empresas que passaram por esse processo de incubação.
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA PESQUISA

Levantar as expectativas das empresas incubadas com relação
ao processo, especialmente no que tange ao momento anterior à
incubação e ao atingimento dessas expectativas.
17

Analisar a contribuição da incubadora para o desenvolvimento
de práticas empreendedoras e inovadoras.

Verificar o que as Incubadoras de Base Tecnológica fornecem
às Micros e Pequenas Empresas.

Analisar se a incerteza, em termos de sobrevivência, está
sendo minimizada pelo processo de incubação.
1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
O presente estudo tem como foco as empresas graduadas no período de
2003 a 2007 pela Incubadora de Base Tecnológica (IBT) da Universidade Federal de
Juiz de Fora (UFJF).
Para tanto, fixou-se também atenção na própria incubadora estudada,
bem como em sua estrutura e em seus processos, uma vez que poderiam
apresentar características que influenciariam no modelo de incubação.
O estudo ficou restrito às relações existentes entre incubadora e
incubada, especificamente, às relações internas, que formaram a base de
sustentação para o trabalho ora proposto.
As empresas desligadas do processo nesse mesmo período não são
alvos de pesquisa, pois formam a base para um novo enfoque de estudo.
Outras incubadoras também não foram estudadas pela questão de
conveniência e tempo.
As razões pela escolha das empresas objeto deste estudo fazem-se em
função de:
1º - Formarem um nicho de mercado que gera grande interesse de estudo
por parte do pesquisador – micros e pequenas empresas.
2º - Estarem ligadas a uma importante instituição de ensino superior e
que, por tradição, apóia a pesquisa.
3º - Constituírem o interesse da incubadora pela pesquisa, agregando
informações e ampliando os seus objetivos.
18
1.6 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E JUSTIFICATIVA
Um dos principais pilares de sustentação da economia brasileira são as
micros e pequenas empresas. Estudos elaborados anualmente pelo SEBRAE
comprovam que micros e pequenas empresas são responsáveis não só pela
geração de empregos, como também por um montante significativo do PIB (Produto
Interno Bruto) nacional.
Dados apresentados no Boletim Estatístico de Micros e Pequenas
Empresas (SEBRAE, 2005) apontam um crescimento neste segmento que, em
2002, responderam por 57,2 % dos empregos totais e por 26,0% da massa salarial,
o que representa um aumento no número de empregos gerados, refletindo
incremento na massa salarial, conforme apresenta tabela 1 abaixo.
Tabela 1 – Variação percentual na massa de salários e rendimentos pagos, por
porte de empresa e setor de atividade – 2002/1996
Fonte: Boletim Estatístico de Micros e Pequenas Empresas (2005, p.21).
Micro
Pequena
Média
Grande
Total (%)
2002 / 1996
2002 / 1996
2002 / 1996
2002 / 1996
2002 / 1996
Indústria
50,1
27,2
- 0,4
- 9,7
- 0,9
Construção
18,8
18,3
12,3
- 0,7
9,5
Comércio
78,1
50,3
2,1
0,1
26,8
Serviços
52,2
43,1
33,4
13,0
19,7
Total
57,3
37,9
7,6
3,2
12,2
De acordo com Pazos (2007), “as pequenas e médias empresas são um
dos pilares das economias modernas devido a sua grande capacidade de geração
de riquezas e emprego”.
Mas esses mesmos estudos mostram também a elevada taxa de
mortalidade desse tipo de empreendimento além da pouca competitividade no
cenário globalizado.
19
Neste cenário, surgem como elementos importantes, as incubadoras de
empresas, que buscam lapidar as idéias e ambições do empresário a fim de
prepará-los para o mercado.
O Ministério de Ciência e Tecnologia, em sua página institucional na
internet, disponibiliza o PNI (Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de
Empresas e Parques Tecnológicos). O programa serve como suporte a
empreendimentos residentes em incubadoras e parques tecnológicos, justificando
que o processo de incubação é um dos mais eficazes mecanismos de constituição
de empresas sólidas. São apresentados dados estatísticos de empresas americanas
e européias, demonstrando que a taxa de mortalidade das empresas nascidas em
incubadoras é reduzida de 70% para 20%. De acordo com pesquisa realizada em
2006, pela ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos Inovadores), no Brasil, a taxa de mortalidade é semelhante a
essas, o que será apresentado detalhadamente no item 3.4.
Diante do exposto, um estudo que dê tratamento especial à questão da
incubação de empresas e o consequente auxílio que as incubadoras prestam aos
empreendedores no desenvolvimento da produtividade e da competitividade é de
extrema relevância.
Este mesmo estudo servirá de parâmetro para novos empreendedores,
permitindo uma análise sobre o processo de incubação, além de apresentar
resultados relevantes para a perenidade das empresas. Permitirá ainda detectar os
pontos positivos e negativos do processo de incubação utilizado pelo IBT.
Espera-se que os resultados apresentados por esta pesquisa sirvam de
parâmetro para a melhoria no desempenho das empresas incubadas no IBT/UFJF e
da própria incubadora.
1.7 QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS
1.
O que as empresas oriundas do IBT/CRITT esperavam do processo de
incubação e o que foi obtido?
20
2.
Qual a contribuição da incubadora para o desenvolvimento de práticas
empreendedoras e inovadoras?
3.
Como o processo de incubação contribui para a atuação de micros e
pequenas empresas?
4.
Qual a contribuição da incubadora para a diminuição do índice de
mortalidade de micros e pequenas empresas?
1.8 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO
Visando uma melhor explanação do tema e a otimização dos resultados,
esta dissertação apresenta-se da seguinte forma:

No capítulo introdutório, conforme visto, apresenta-se os
principais aspectos concernentes à presente pesquisa, como: a
contextualização do tema, a formulação da situação problema,
os objetivos e a delimitação da pesquisa, a importância do
estudo e justificativa e as questões a serem respondidas.

No segundo e terceiro capítulos, é demonstrada uma revisão da
literatura acerca das principais abordagens e assuntos tratados
nesta investigação, como forma de apresentar uma base
conceitual adequada às necessidades do trabalho. Será tratado
o tema empreendedorismo e a inovação como fator de
diferenciação, a Micro e Pequena Empresa e sua importância no
contexto brasileiro, além do surgimento das incubadoras de
empresas, oriundas de iniciativas empreendedoras. Também é
dada ênfase à Incubadora de Base Tecnológica, que destaca a
tecnologia envolvida no processo.

No quarto capítulo, delineia-se a metodologia empregada nesta
pesquisa, buscando-se uma completa coerência com as
técnicas de pesquisa divulgadas pela literatura pertinente.

O quinto capítulo abordará sucintamente a atuação de uma
Incubadora
de
Base
Tecnológica,
a
caracterização
da
21
incubadora IBT/CRITT, um breve relato das empresas oriundas
do IBT no período de 2003 a 2007 e a pesquisa empírica com os
resultados, a análise dos dados, a interpretação e a discussão
dos resultados obtidos.

No
sexto
capítulo,
recomendações
serão
quanto
registradas
à
as
aplicabilidade
conclusões
e
e
possíveis
desdobramentos do estudo.

Na última parte, encontram-se as referências bibliográficas que
deram suporte ao desenvolvimento da presente dissertação.
22
2 EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO E A MICRO E PEQUENA EMPRESA
Vislumbrando os objetivos deste estudo, a revisão da literatura irá abordar
os seguintes aspectos teóricos: numa primeira etapa, será tratada a questão do
empreendedorismo e da inovação e o surgimento
de novas
empresas,
especialmente micros e pequenas empresas além, é claro, de sua importância no
cenário econômico. A etapa seguinte dará ênfase às incubadoras de empresas, bem
como ao seu papel de desenvolvimento social e apoio ao empreendedor. Por fim,
trata-se especialmente das incubadoras de base tecnológica, tendo a inovação e a
tecnologia como ferramentas de diferenciação no ambiente empresarial.
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Ações eventuais ou sistêmicas que visam estimular o comportamento
empreendedor, com foco na criação e manutenção de negócios ou empresas,
surgem com mais intensidade, dentre elas pólos, parques tecnológicos e
incubadoras de empresas. Cada uma com objetivos específicos, porém todas com
uma meta única: sobrevivência e competitividade da micro e pequena empresa.
Nesse ambiente, cresce significativamente no Brasil o movimento das
incubadoras de empresas. Na liderança, encontra-se a ANPROTEC, entidade que
dá suporte às iniciativas na área. Responsáveis pelo fomento, destacam-se algumas
entidades: CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico),
Sebrae e o MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) através do PNI (Programa
Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos).
No processo de incubação, são consideradas as estruturações lógicas
dos programas que compreendem estímulo à cultura empreendedora e estímulo ao
surgimento de novos negócios, ou seja, busca-se uma formatação dos processos
tanto de criação quanto de estruturação da empresa com o objetivo de auxiliar o
empreendedor. O detalhamento das atividades empresariais, conectadas com o
23
planejamento dos programas institucionais, é crucial para o sucesso dos negócios
envolvidos nesse processo (TONHOLO e PIRES, 2005).
Qualitativamente, percebe-se a influência que as incubadoras exercem
sobre o desenvolvimento das regiões e locais onde são instaladas. Segundo
Lahorgue (2004, p. 93), “elas contribuem para a modificação das formas de pensar e
agir, em favor do avanço econômico, valorizando a cultura empreendedora e
aproveitando as ideias inovadoras surgidas no âmbito dos institutos de ensino e
pesquisa”.
No decorrer dos capítulos seguintes, o que se pretende é apresentar
teoricamente a importância do desenvolvimento empresarial baseado nas questões
do empreendedorismo e na inovação, tutelados por uma estrutura administrativa
profissional que possibilite o aumento da competitividade e produtividade das micros
e pequenas empresas.
2.2 EMPREENDEDORISMO
Hisrich e Peters (2004) afirmam que existe um crescente interesse
mundial nos empreendedores. Esse interesse passa pela identificação de quem são
os empreendedores e vai até em quais os impactos estes causam em uma
economia.
Castilho (2006) corrobora esse argumento ao afirmar que o interesse no
estudo do empreendedorismo passa pela importância que este assunto tem no
desenvolvimento social e econômico de qualquer nação.
A comunidade mundial vive um momento de convergência a respeito das
virtudes e da indispensabilidade da livre iniciativa. O que se percebe são discursos
que enfatizam o papel do empreendedor como novo foco de atenção dos teóricos
(DEGEN, 1989).
Segundo Bulgacov (1999, p.47), as pessoas, independentemente do seu
país, estão escolhendo sistemas econômicos baseados em pequenos negócios
altamente produtivos. Ele ainda justifica o mencionado em razão de que “o
24
ressurgimento do espírito empreendedor é um dos movimentos mais importantes da
história recente da administração”.
De acordo com Dornelas (2005, p.22), “o momento atual pode ser
chamado como a era do empreendedorismo”. A figura 1 demonstra a evolução
histórica das teorias administrativas exemplificando tal fato.
1900
1910
1920 1930
1940
1950
1960
1970
1980
1990
2000
Movimento de racionalização
do trabalho: foco na gerência
administrativa
Movimento das
relações humanas
foco nos processos
Movimento do funcionalismo
estrutural: foco na gerência
por objetivos
Movimento dos sistemas
abertos: foco no
planejamento estratégico
Movimento das
contigências ambientais:
foco na competitividade
Observações:
Movimento: refere-se ao
movimento que predominou
no período
Foco: refere-se aos conceitos
administrativos predominantes
Não se tem um movimento
predominante, mas há cada
vez mais o foco no papel do
empreendedor como gerador
de riqueza para a sociedade
Figura 1 – Evolução histórica das teorias administrativas
Fonte: Adaptado de Dornelas (2005, p.23)
O conceito de empreendedorismo vem sendo muito difundido no Brasil. A
difusão desse assunto se deve às constantes modificações na economia nacional
bem como às imposições advindas do fenômeno da globalização que, aliada à
busca pela competitividade da pequena e média empresa, gera constantes
inovações e a necessidade de um espaço propício para seu desenvolvimento e
sustentação no mercado (DORNELAS, 2005).
Dolabela (1999, p. 43) afirma que “o empreendedorismo é um neologismo
derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para designar os
25
estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de
atividades, seu universo de atuação”.
Cantillon (2002) identificou o empreendedor como alguém que exerce a
mesma atividade de outrem mais de forma diferente, criando um diferencial no
produto ou na forma de atendimento.
Jean Baptiste Say (1983, p. 120), diz:
O que fazem os empreendedores? Eles usam sua indústria (ou seu
trabalho) para organizar e dirigir os fatores de produção, de forma a atender
as necessidades humanas. No entanto, eles não são apenas dirigentes. São
também planejadores, avaliadores de projetos e tomadores de riscos. (...) O
sucesso empresarial não apenas é almejado pelo indivíduo, mas também
essencial para a sociedade. Um país com muitos comerciantes, fabricantes
e agricultores inteligentes tem maiores possibilidades de alcançar a
prosperidade do que um outro que se dedique principalmente à busca das
artes e das ciências.
Say (1983) contribuiu para o pensamento econômico ao enfatizar o
empreendedorismo como o quarto fator de produção, junto com os fatores mais
tradicionais: terra, trabalho e capital.
Dornelas (2005, p. 21) afirma que “os empreendedores são pessoas
diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não
se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas,
referenciadas e imitadas, querem deixar um legado.”
Para Dolabela (1999, p. 68), “o empreendedor é alguém que define por si
mesmo o que vai fazer e em que contexto será feito. Ao definir o que vai fazer, ele
leva em conta seus sonhos, desejos, preferências, o estilo de vida que quer ter.
Dessa forma, consegue dedicar-se intensamente, já que seu trabalho se confunde
com o prazer”.
É fato que hoje uma sociedade com mercado livre é capaz de produzir
mais riqueza. Mas há uma condição primordial para que isso aconteça, uma
característica sem a qual o mercado mais livre pode se tornar o menos aproveitado
de todos: gente. Sem pessoas capazes de criar e aproveitar oportunidades, melhorar
processos e inventar negócios, de pouco adiantaria ter o mercado mais livre do
mundo.
Dornelas (2003, p.5) corrobora essa afirmativa ao dizer:
26
O principal ativo das empresas atuais são as pessoas. E isso não é um
modismo ou apenas um discurso vago. Trata-se de observar o que vem
ocorrendo nos mercados mundiais e buscar respostas para tais
acontecimentos (…). A era dos negócios baseados no conhecimento tem
trazido surpresas para grandes conglomerados, acostumados a agir sempre
da mesma forma, tratando os clientes da mesma maneira, achando que o
sucesso do passado garantirá o sucesso no presente e, pior ainda, no futuro.
O empreendedorismo é utilizado para abarcar as atividades das pessoas
que se dedicam a gerar riquezas, quer seja na transformação de conhecimento em
produtos ou serviços, quer seja na melhora de processos existentes (DOLABELA,
1999).
Segundo Degen (1989), o empreendedor tem a necessidade de fazer
coisas novas, de alcançar um objetivo, colocando em prática ideias próprias ou
reformuladas; características de personalidade estas que não são encontradas
facilmente nas pessoas.
Além das características intrínsecas ao papel do administrador, o
empreendedor de sucesso deve somar suas habilidades pessoais, além de alguns
atributos extras. O quadro 1 apresenta as características dos empreendedores de
sucesso (DORNELAS, 2005).
CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR
São Visionários
São independentes e constroem o
próprio destino
Sabem tomar decisões
Riqueza é consequência do trabalho
São indivíduos que fazem a diferença
São líderes e formadores de equipes
Exploram ao máximo as oportunidades
São bem relacionados
São determinados e dinâmicos
Acima de tudo, planejam
São dedicados
Possuem conhecimento
São otimistas e apaixonados pelo que
Assumem riscos calculados
fazem
Criam valor para a sociedade
Quadro 1 – Características dos Empreendedores de Sucesso
Fonte: Adaptado de Dornelas (2005, p. 33).
É a composição desses fatores que transformam uma pessoa normal em
empreendedor e, dessa maneira, vem a contribuir de forma ativa para o
desenvolvimento econômico de um país (MAXIMIANO, 2006).
Somados às características pessoais, alguns outros fatores são
determinantes para o processo empreendedor, tais como: fatores externos,
27
ambientais e sociais. Tudo isso leva ao crescimento e surgimento de novas
empresas. A figura 2 demonstra alguns dos fatores influenciadores (DORNELAS,
2005).
Fatores Pessoais
assumir riscos
insatisfação com
o trabalho
ser demitido
educação
idade
Fatores Pessoais
realização pessoal
assumir riscos
valores pessoais
educação
experiência
INOVAÇÃO
Fatores Sociológicos
networking
equipes
influência dos pais
família
modelos (pessoas)
de sucesso
EVENTO INICIAL
IMPLEMENTAÇÃO
Ambiente
competição
recursos
incubadoras
políticas públicas
Ambiente
oportunidade
criatividade
modelos (pessoas)
de sucesso
Fatores Pessoais
empreendedor
líder
gerente
visão
Fatores
Organizacionais
equipe
estratégia
estrutura
cultura
produtos
CRESCIMENTO
Ambiente
competidores
clientes
fornecedores
investidores
bancos
advogados
recursos
políticas públicas
Figura 2 – Fatores que influenciam no processo empreendedor
Fonte: Adaptado de Dornelas (2005, p. 41).
Uma
vez
identificados
os
fatores
que
influenciam o
processo
empreendedor, Dornelas (2005) apresenta as fases desse mesmo processo,
conforme ilustra a figura 3.
A predisposição para identificar oportunidades é fundamental para quem
deseja empreender em alguma atividade. As pessoas estão expostas, diariamente, a
dezenas de empreendimentos e cabe ao empreendedor vislumbrar as possibilidades
de negócios oriundas dessas oportunidades.
Uma vez identificada a oportunidade, e estando esta aliada ao perfil do
empreendedor, é fundamental a análise de sua viabilidade para detectar as
possibilidades de lucro no empreendimento; é nesse momento que surge a
necessidade de confecção de um plano de negócios.
28
Identificar e
Avaliar as
Oportunidades
Criação e abrangência da
op ortunid ade
Valores pe rce bidos e reais
da op ortunida de
Risco s e reto rnos da
op ortunid ade
Oport unidade versus habilidades
e meta s pessoais
Situação dos competidores
Desenvolver o
Plano de Negócios
De termina r e Captar
os R ecursos Necessári os
Gerenciar a Empresa
Criada
Sumário Executivo
O Conceito do Negócio
Equipe de Gestão
Mercado e Competidores
Marketing e Vendas
Estrutura e Operaçã o
Análise Estraté gica
Plan o Fina nceiro
Anexos
Re cursos pessoais
Re cursos de amigos e parentes
Angels
Ca pitalismo de risco
Bancos
Governos
Incubadoras
Estilo de gestã o
Fatores críticos de sucesso
Identificar problem as atuais
e potencia is
Implementar um sistema de
controle
Pro fissionalizar a gestão
Entrar em novos mercados
Figura 3 – O processo empreendedor
Fonte: Adaptado de Dornelas (2005, p.43).
A elaboração do plano de negócios consiste em uma etapa complexa à
medida que ela estabelece todo o planejamento do negócio, destacando os pontos
relativos ao desenvolvimento da oportunidade e ainda elencando os recursos
necessários.
Uma vez identificados os recursos necessários, deve-se analisar as
melhores formas de captar tais recursos. É importante frisar que, diferentemente de
tempos passados, as formas de captação financeira também se desenvolveram e,
hoje, é possível buscar não só no mercado financeiro tradicional recursos para esses
investimentos, mas também por meio de investidores de risco, parceiros de
negócios, dentre outros. Sem desconsiderar os recursos próprios fundamentais
numa etapa inicial.
Por fim, uma etapa de extrema importância é o gerenciamento da
empresa criada, que deve levar em consideração o modelo de gestão, as formas de
controle e a profissionalização do negócio como um todo.
O reconhecimento da importância de se promoverem as condições ideais
para o desenvolvimento do empreendedorismo vem sendo incorporado no âmbito
das políticas de desenvolvimento e de ampliação da competitividade, mobilizando
esforços para incrementar a dinâmica e a capacidade empreendedora local,
particularmente, de empresas iniciantes.
2.3 INOVAÇÃO
“A inovação é o instrumento específico do espírito empreendedor”
(DRUCKER, 2005, p. 39).
29
Schumpeter (1964) desenvolveu a teoria da "destruição criativa", que
sustenta que o sistema capitalista progride por revolucionar constantemente sua
estrutura econômica: novas firmas, novas tecnologias e novos produtos substituem
constantemente os antigos. Como a inovação acontece “aos trancos e barrancos”, a
economia capitalista está, de forma natural e saudável, sujeita a ciclos de
crescimento e implosão.
A inovação precisa de recompensa, daí a economia dinâmica permitir
enormes lucros ao inovador. A produção exclusiva temporária é a forma de a
natureza permitir que os inovadores ganhem com suas invenções. A desigualdade
de curto prazo é o preço do progresso no longo prazo (SCHUMPETER, 1964).
Hirisch e Peters (2004) consideram a inovação como a responsável pelo
crescimento econômico e social de uma nação.
Segundo Dornelas (2002), um fator básico para o desenvolvimento
econômico é a inovação e, quando se usa o termo inovação, é natural que se
remeta ao termo inovação tecnológica, o que é o objetivo das empresas de base
tecnológica.
As inovações, segundo Hirisch e Peters (2004), são classificadas em:

Inovações comuns: produtos novos, mas que possuem pouca
ou nenhuma mudança tecnológica.

Inovações
incrementais:
novos
produtos
com
algumas
alterações tecnológicas.

Inovações tecnológicas: em que se percebe uma significativa
alteração tecnológica na criação de novos produtos.
Outro fator importante é a inovação social. É por meio da mudança
cultural e comportamental de uma sociedade, ou de um grupo de pessoas, que se
possibilita o surgimento de oportunidades para o novo, para o diferente. A inovação
sistemática, tanto no aspecto tecnológico quanto no comportamental, é o que
possibilitará ao empreendedor visualizar maneiras de se diferenciar e contribuir para
a evolução econômica e social de um país (DRUCKER, 2005).
Schwartz (2003) afirma que existem quatro fatores básicos que preparam
o caminho para grandes avanços na área de ciência e tecnologia. O quadro abaixo
exemplifica esses fatores.
30
FATORES
Emergência de anomalias científicas
Desenvolvimento de novos instrumentos
Comunicação rápida
Cultura política e econômica
CARACTERÍSTICAS
Discrepâncias e paradoxos nos antigos
modelos científicos, revelados quando
novos fatos vêm à tona.
Surgimento de novas ferramentas e
instrumentos
que
possibilitam
o
desenvolvimento de novos produtos.
A facilidade no acesso a novas
pesquisas e o maior contato com
cientistas
Políticas que valorizem a evolução
tecnológica e recompensem as pessoas
pelo esforço.
Quadro 2 – Fatores básicos para a inovação
Fonte: Adaptado de Schwartz (2003, p. 170 - 175).
O desenvolvimento de novas tecnologias e sua difusão universal impõe
um novo padrão de mudança institucional e de acúmulo de conhecimento
(FREEMAN, 2000).
Para Mytelka (1999), a competição baseada na inovação derruba, a cada
dia, barreiras tradicionais de comércio e investimento. É nesse contexto que
pequenas
empresas
competem buscando, antes de tudo, assegurar sua
sobrevivência.
De acordo com Gagnon e Toulouse (1996), cabe observar também que as
MPEs (Micros e Pequenas Empresas) podem não ter consciência dos possíveis
ganhos de competitividade trazidos pelas inovações. A maioria dessas empresas
gera ou adota inovações
apenas
quando elas percebem claramente as
oportunidades de negócio ligadas à inovação ou então porque estão sob pressão de
clientes e/ou fornecedores.
Aranha (2002) afirma que as inovações são geradas em três ambientes, a
saber, nos centros de pesquisa das empresas, no meio acadêmico-científico e em
ambientes nos quais a dimensão científica e a empresarial interagem. Mas,
independentemente do local onde a inovação surge, o que se percebe é um
distanciamento entre a geração do conhecimento e sua aplicação prática. É nesse
ponto, a fim de auxiliar os empreendimentos inovadores, que as incubadoras de
base tecnológica devem agir.
31
2.4 MICRO E PEQUENA EMPRESA NO CONTEXTO BRASILEIRO
As MPMEs (Micros, Pequenas e Médias empresas) vêm sendo há muito
tempo alvo de atenção de analistas econômicos devido ao seu potencial de geração
de renda e de emprego. É ainda um dos principais pilares de sustentação da
economia brasileira, quer pela sua enorme capacidade geradora de empregos, quer
pelo infindável número de estabelecimentos desconcentrados geograficamente
(ROVERE, 2001).
As dificuldades de definição do conceito de MPMEs e o peso do setor
informal na economia brasileira levam a diferentes visões sobre a importância
dessas empresas na economia do país.
O SEBRAE, por meio do Estatuto da Micro e Pequena Empresa, de 1999,
estabelece dois parâmetros para a classificação: o primeiro baseado no faturamento
da empresa, conforme demonstra o quadro 3, e o segundo baseado no número de
empregados, de acordo com o quadro 4, ambos demonstrados a seguir.
Porte
Microempresa
Empresa de Pequeno Porte
Faturamento
Receita bruta anual igual ou
inferior a R$ 433.755,14
Receita bruta anual superior a
R$ 433.755,14 e igual ou
inferior a R$ 2.133.222,00
Quadro 3 – Classificação de porte quanto ao faturamento
Fonte: Adaptado de SEBRAE (2008)
Em termos estatísticos, conforme apresentado no Boletim Estatístico de
Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2005), esse segmento empresarial
representou, em 2002, 99,2% do total de estabelecimentos, responsáveis por 52,8%
dos empregos. Dessa forma, a importância das MPMEs tanto para a economia
quanto para a geração de emprego no Brasil é evidente.
32
Porte
Microempresa
Número de Empregados
Na indústria e construção: até 19 funcionários
No comércio e serviços: até 09 funcionários.
Empresa de Pequeno Porte
Na indústria e construção: de 20 a 99 funcionários
No comércio e serviços: de 10 a 49 funcionários.
Empresa de Médio Porte
Na indústria e construção: de 100 a 499 funcionários
No comércio e serviços: de 50 a 99 funcionários.
Empresa de Grande Porte
Na indústria e construção: acima de 499 funcionários
No comércio e serviços: acima de 99 funcionários.
Quadro 4 – Classificação de porte quanto ao número de funcionários
Fonte: Adaptado de SEBRAE (2008)
Diferentes fatores contribuem para a crescente participação desse tipo de
empresa na economia brasileira:
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
mostra, por meio do estudo “Apoio do Sistema BNDES às micros, pequenas e
médias empresas”, que parte da proliferação dos pequenos empreendimentos é
resultado da globalização, já que este fenômeno exige que as grandes empresas, ao
buscarem uma maior eficiência, terceirizem as atividades de apoio ao negócio
principal.
Segundo a mesma pesquisa divulgada pelo BNDES, outro fator
importante na elevação do número de pequenos negócios é a criação de estruturas
flexíveis que permitem responder melhor e mais rapidamente às crises econômicas.
Além de exigência da modernidade, que requer empresas mais enxutas, menores e
com maior índice de produtividade.
De acordo com pesquisa divulgada pelo GEM no ano de 2007, o Brasil se
aproximou mais dos principais países empreendedores do mundo, passando da 10ª
para a 9ª colocação.
A pesquisa do GEM (2007) enfatiza as razões que levam a verificar as
iniciativas empreendedoras, tanto por oportunidade quanto por necessidade.
Entende-se por empreendedorismo por oportunidade as iniciativas ligadas a
oportunidades de negócio e ao espírito empreendedor. Já o empreendedorismo por
necessidade está ligado à falta de opções no mercado de trabalho.
No Brasil, o número de empreendedorismo por oportunidade atinge a
casa de 57% da população dos empreendedores iniciais e os empreendedores por
33
necessidade representam 43%. Portanto, percebe-se que, no Brasil, para cada
indivíduo que empreende por oportunidade, existe outro que empreende por
necessidade.
A pesquisa mostra que boa parte dos empreendedores por necessidade é
compelida à informalidade. Além disso, questões como a falta de financiamento e o
pouco preparo educacional, tanto em relação ao ensino escolar, quanto em relação
ao conhecimento administrativo, influenciam na longevidade dos negócios. Quanto
mais alto o índice de escolaridade, maior o tempo de vida da empresa. Entretanto,
ressalta-se que, se for um negócio informal, mesmo que se tenha estudado, as
garantias de sucesso são muito reduzidas.
Outro fator importante constatado em MPMEs é a baixa capacitação
gerencial decorrente do fato de que essas empresas são formadas, em sua maioria,
por familiares. Além disso, o tamanho reduzido das empresas faz com que seus
proprietários/administradores tenham um horizonte de planejamento de curto prazo,
ficando presos num círculo vicioso em que a resolução de problemas diários impede
a definição de estratégias de longo prazo e de inovação. Essa baixa capacitação é
responsável também pelas dificuldades que MPMEs têm em conquistar novos
mercados (VOS, KEIZER e HALMAN,1998).
Diante dos dados apresentados, percebe-se que o pequeno empresário
atua normalmente de forma amadora e sem qualquer tipo de planejamento, o que
reflete no alto índice de mortalidade desses negócios, conforme demonstra o gráfico
1 a seguir.
As limitações ao desenvolvimento da MPEMs apontadas são agravadas
quando essas empresas se encontram isoladas no mercado em vez de estarem em
redes de empresas.
Muitos fatores, como a globalização e os paradigmas tecnológicos, têm
tornado o ambiente empresarial turbulento, especialmente para Micros e Pequenas
Empresas. Nesse cenário, as MPEMs buscam formas de sobrevivência às
características de seu porte específico (CEZARINO, 2005).
34
Taxa de Mortalidade de Micro e Pequena Empresa no
Brasil (2003 - 2005)
100,0%
80,0%
60,0%
40,0%
20,0%
35,9%
31,3%
22,0%
2003 (Fundada há 3 anos)
2004 (Fundada há 2 anos)
2005 (Fundada há 1 ano)
0,0%
Encerramento
Em Atividade
Gráfico 1 – Taxa de Mortalidade de MPE no Brasil
Fonte: Adaptado de SEBRAE – Fatores Condicionantes da Taxa de
Mortalidade de Empresas no Brasil (2007, p. 14)
De acordo com a mesma pesquisa, as causas dos fechamentos das
empresas estão intimamente relacionadas a falhas gerenciais, causas econômicas,
logística operacional e questões legais, como são apresentadas na tabela 2 abaixo.
Tabela 2 – Causas das dificuldades e razões para o fechamento das MPE
Fonte: Adaptado de SEBRAE – Fatores Condicionantes da Taxa de
Mortalidade de Empresas no Brasil (2004, p. 11)
Causas das dificuldades e razões para o fechamento das empresas
Percentual de
Categorias
Ranking
Dificuldades / Razões
Empresários que
Responderam
1º
Falta de capital de giro
42%
Falhas
3º
Problemas financeiros
21%
Gerenciais
8º
Ponto / local inadequado
8%
9º
Falta de conhecimentos gerenciais
7%
2º
Falta de clientes
25%
Causas
Econômicas
4º
Maus pagadores
16%
Conjunturais
6º
Recessão econômica do país
14%
Logística
12º
Instalações inadequadas
3%
Operacional
11º
Falta de mão de obra qualificada
5%
5º
Falta de crédito bancário
14%
Políticas
Públicas e
10º
Problemas com a fiscalização
6%
arcabouço
13º
Carga tributária elevada
1%
legal
7º
Outra razão
14%
OBS: A pergunta admitia respostas múltiplas
Segundo CANIELS e ROMIJN (2003), um dos principais achados das
MPEMs (Micro, Pequenas e Médias Empresas) é que sua competitividade pode ser
35
acrescida da participação em aglomerações de firmas engajadas em atividades
similares e até mesmo complementares.
Passaremos a seguir a tratar as incubadoras de empresas e suas
especificidades.
36
3 INCUBADORAS DE EMPRESAS
3.1 SUGIMENTO E DEFINIÇÃO
Os fatos indicam que o surgimento das incubadoras está relacionado com
o surgimento dos parques tecnológicos, cujos primeiros conceitos são da década de
30 (IMASATO, 2005 apud LALKAKA e BISHOP, 1998).
ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Investimentos de Tecnologias Avançadas) e SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas) em seu Glossário dinâmico de termos na área de
Tecnópolis, Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas (2002, p. 80),
conceituam parque tecnológico como:
(a) Complexo industrial de base científico-tecnológica planejado, de caráter
formal, concentrado e cooperativo, que agrega empresas cuja produção se
baseia em pesquisa tecnológica desenvolvida nos centros P&D vinculados
ao Parque; (b) empreendimento promotor da cultura e inovação, da
competitividade, do aumento da capacitação empresarial fundamentado na
transferência de conhecimento e tecnologia, com o objetivo de incrementar a
produção de riqueza.
Conforme apresentado no PNI, no site institucional do MCT (Ministério da
Cultura e Tecnologia), 2008,
os parques tecnológicos revelaram-se como importantes mecanismos no
processo de inovação tecnológica, em especial por terem a capacidade de
promover o desenvolvimento de empresas a partir de ideias e tecnologias
geradas em instituições de ensino e pesquisa em parceria com seus
profissionais, ou oriundas de incubadoras de empresas e de empresas que
estavam fora desse contexto e resolveram se atualizar tecnologicamente de
forma mais rápida, buscando melhorar sua competitividade.
O PNI relata ainda que a principal diferença entre um distrito industrial e
um parque tecnológico é que este não constitui apenas uma área física, onde
diversas empresas são instaladas, mas em um ambiente de forte integração entre
universidades e instituições de pesquisa.
Já os parques tecnológicos se diferenciam das incubadoras por estas
apresentarem mecanismos de sustentação às empresas nascentes (IMASATO,
2006).
37
Dentro desse contexto, o surgimento das incubadoras de empresas
apresenta uma forte relação entre instituições de ensino e pesquisa, onde são
formados os recursos humanos e produzido o conhecimento científico, instituições
governamentais e o setor produtivo, onde se dá a transformação do conhecimento
em riqueza (ANPROTEC, 2008).
Os programas de incubação de empresas surgiram no final da década de
50 nos Estados Unidos. Esses programas tiveram sua origem em três movimentos
diferentes
e
que
se
desenvolveram
simultaneamente,
os
programas
de
empreendedorismo, os de investimento em empresas de tecnologia e os de
condomínios de empresas (ARANHA, 2002).
A família Mancuso, em 1959, compradora de um grande galpão na cidade
de Nova Iorque, decide dividir esse galpão e alugá-lo a várias pequenas empresas.
Incluídos nesse aluguel estaria à disposição das empresas uma estrutura básica
comum a
todas.
Dentre
as
primeiras
empresas
a se hospedar
nesse
empreendimento se encontrava um aviário, o que acabou conferindo ao prédio o
apelido de “incubadora” (ADKINS, 2002).
Lahorgue (2004) afirma que o movimento de incubadoras de empresas
surge no Vale do Silício, Califórnia, também na década de 50, derivado da parceria
entre Universidades, centros de pesquisas locais e iniciativa privada.
Baeta (1997) afirma que,
As incubadoras americanas originaram-se de iniciativas de empreendedores
privados ou de grupos de investidores, interessados em transferir a novos
empreendedores sua experiência e conhecimentos. Com essa finalidade,
criaram ambientes de incubação, de modo a propiciarem às empresas
nascentes o sucesso da comercialização e da inovação tecnológica.
De acordo com a National Business Incubation Association (NBIA, 2008),
a maior agência de desenvolvimento do empreendedorismo e de incubadoras de
empresas do mundo, o movimento de incubação só ganhou destaque a partir de
meados dos anos 80. No início dessa década, havia apenas 12 incubadoras em
território norte-americano, em 2002, esse número saltava para o patamar de 900
incubadoras em operação.
A instalação das incubadoras próximas a centros de excelência em
pesquisa gerou um ambiente propício ao desenvolvimento de novas tecnologias. O
sucesso nesse processo de instalação só foi possível devido ao envolvimento e
38
incentivo do Governo, das Universidades e da Indústria. Essa cooperação contribuiu
de forma efetiva para a proliferação de empresas de ponta nas áreas de
computação, comunicação e eletrônica (STAINSACK, 2003).
Para Lalkaka (2002), as iniciativas de estudantes universitários de
Stanford, como Hewlett e Packard, dentre outros, corrobora a constatação do
sucesso desse modelo de associação. É a partir da experiência norte-americana que
muitas práticas nessa área foram transmitidas para os países em desenvolvimento.
O PNI do Ministério da Ciência e Tecnologia do Governo Federal (MCT,
2003) define incubadoras de empresas como:
Um mecanismo que estimula a criação e o desenvolvimento de micros e
pequenas empresas industriais ou de prestação de serviços, de base
tecnológica ou de manufaturas leves por meio da formação complementar
do empreendedor em seus aspectos técnicos e gerenciais e que, além disso,
facilita e agiliza o processo de inovação tecnológica nas micros e pequenas
empresas. Para tanto, conta com um espaço físico especialmente construído
ou adaptado para alojar temporariamente micros e pequenas empresas
industriais ou de prestação de serviços e que, necessariamente, dispõe de
uma série de serviços e facilidades.
Aranha (2002) afirma que as incubadoras de empresas são ambientes
onde as dimensões científicas e empresariais se misturam. Na realidade, a principal
função dessa junção é criar um elo entre o pensamento acadêmico-científico com a
aplicação empresarial. Dessa forma, leva-se à sociedade o resultado dessa união
que são novos processos, novos produtos e novos serviços. Outro fator destacado é
o importante papel que as incubadoras desempenham na região em que estão
inseridas, que é a de incentivadoras do desenvolvimento socioeconômico e cultural.
As incubadoras de empresas são locais onde nascem, crescem e
desenvolvem-se pequenos negócios, normalmente de base tecnológica (que têm no
conhecimento seu principal insumo de produção), assistidos por uma infraestrutura
comum e, por vezes com a presença de uma Universidade, de forma a transformar
ideias em produtos, serviços e processos (WOLFFENBÜTTEL, 2001).
São também formas de unir tecnologia, capital e know how para alavancar
o talento empreendedor e acelerar o desenvolvimento de novas empresas
(GRIMALDI; GRANDI, 2003).
39
Segundo
a
Associação
Nacional
de
Entidades
Promotoras
de
Investimentos de Tecnologias Avançadas (ANPROTEC, 2008):
Uma incubadora de empresas é um ambiente flexível e
encorajador onde é oferecida uma série de facilidades para o
surgimento e crescimento de novos empreendimentos. Além da
assessoria na gestão técnica e empresarial da empresa, a
incubadora oferece a infraestrutura e serviços compartilhados
necessários para o desenvolvimento do novo negócio, como
espaço físico, salas de reunião, telefone, fax, acesso à Internet,
suporte em informática, entre outros. Dessa forma, as
incubadoras de empresas geridas por órgãos governamentais,
universidades, associações empresariais e fundações, são
canalizadoras do processo de desenvolvimento e consolidação
de empreendimentos inovadores no mercado competitivo.
Uma incubadora de empresas é um mecanismo de aceleração do
desenvolvimento de empreendimentos mediante um regime de negócios, serviços e
suporte técnico compartilhado, além de orientação prática e profissional. O principal
objetivo de uma incubadora deve ser a produção de empresas de sucesso, em
constante desenvolvimento, financeiramente viáveis e competitivas em seu mercado
(DORNELAS, 2002).
3.2 INCUBADORAS DE EMPRESAS NO BRASIL
O movimento de incubadoras de empresas teve o seu início no Brasil na
década de 80. Em 1987, foi criada a Associação Nacional de Entidades Promotoras
de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (ANPROTEC), que passou a
representar as entidades gestoras de incubadoras de empresas, pólos e parques
tecnológicos. A ANPROTEC passou a representar não só as incubadoras de
empresas, mas todo e qualquer empreendimento que utilizasse o processo de
incubação para gerar inovação no Brasil.
Segundo a ANPROTEC, as primeiras incubadoras surgiram por iniciativa
do então presidente do CNPq, através do professor Lynaldo Cavalcanti, onde cinco
fundações tecnológicas foram criadas, Campina Grande (PB), Manaus (AM), São
Carlos (SP), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC).
40
Da iniciativa conhecida como PNI, resultou a primeira incubadora
brasileira, criada em São Carlos (SP) sob o nome de Fundação Parqtec – São
Carlos, inaugurada em 1984, com quatro empresas instaladas.
A expansão das incubadoras no Brasil vem ocorrendo a taxas
expressivas, o que só é comparado ao crescimento verificado nos Estados Unidos
na década de 80 e que já coloca o Brasil como o terceiro país no mundo em
números de incubadoras, segundo pesquisa divulgada anualmente pela ANPROTEC
(2002).
O gráfico a seguir demonstra que o número de incubadoras de empresas
no Brasil se elevou de 38 para 359, entre 1996 e 2006.
Número de Incubadoras em Operação no Brasil
400
359
339
350
283
300
250
207
183
200
135
150
150
100
100
60
4
7
27
10 12 13 19
1990
1991
2
1989
50
74
38
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1988
0
Gráfico 2 – Número de Incubadoras em Operação no Brasil, de 1988 a 2006.
Fonte: Adaptado Pesquisa PANORAMA 2006 (p. 1)
Geograficamente distribuídas por estados e regiões brasileiras, as
incubadoras apresentam uma forte concentração nas regiões Sul e Sudeste, com
127 incubadoras cada, representando juntas 70% do total de incubadoras existentes
no país, conforme demonstrado no gráfico 3 a seguir.
A ANPROTEC, no XVII Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e
Incubadoras, realizado em 2007, divulgou balanços mostrando números e vantagens
41
do setor, entre eles o número de 400 incubadoras no país, 55 parques em fase de
projeto, implantação ou operação, seis mil empresas incubadas, graduadas e
associadas, dois mil postos de trabalho no gerenciamento das incubadoras, 24 mil
empregos diretos nas empresas incubadas.
Incubadoras em Operação por Região
1999 - 2006
Região Sul
Região Norte
120
120
90
90
60
30
84
2
3
4
6
1999
2000
2001
2002
2003
9
14
14
2004
2005
2006
127
2004
2005
2006
120
127
2005
2006
29
30
0
0
1999
2000
Região Nordeste
2001
2002
2003
Região Sudeste
120
120
90
56
60
30
123
60
50
60
8
123
96
90
63
37
13
19
21
23
24
1999
2000
2001
2002
2003
92
55
62
1999
2000
63
71
2002
2003
64
60
30
0
0
2004
2005
2006
2001
2004
Região Centro Oeste
120
90
60
30
1
1
1
7
8
1999
2000
2001
2002
2003
22
26
28
2004
2005
2006
0
Gráfico 3 – Incubadoras em Operação por região, de 1999 a 2006.
Fonte: Adaptado Pesquisa PANORAMA 2006 (p. 2)
Trataremos a seguir da classificação das incubadoras no Brasil.
3.2.1 Classificação
Podemos classificar as incubadoras seguindo os seguintes critérios:
instituições líder, objetivo estratégico, localização, modelo operacional, razão do
empreendimento e foco (ARANHA, 2003).
42
Segundo o mesmo autor, o que define mais claramente o tipo de
incubadora é o seu foco. De acordo com o foco, pode representar diversas
dimensões de uma incubadora, por exemplo, o mercado-alvo (mídia, comunicações)
a área geográfica (ciências da vida) ou o estágio de desenvolvimentos das empresas
incubadas nas quais a incubadora tem seu foco (idéia, semente, crescimento).
Quanto ao foco de atuação das incubadoras, Aranha (2003) as classifica
como sendo tradicionais, mistas, tecnológicas, culturais, sociais, agroindustriais,
serviços e target2.
Para Guimarães e Salomão (2006, p. 20), “o foco, portanto, é a
dinamização de diferentes nichos para o desenvolvimento de caráter nãoexcludente. Para tanto trabalham em seu processo de incubação com métodos
adaptados às necessidades de seu público alvo”.
Para fins deste trabalho, utilizaremos a classificação da ANPROTEC e
SEBRAE (2002, p. 60-61), segundo a qual as incubadoras podem ser de dez tipos,
dependendo do tipo de empresa que abriga:

Incubadora
Agroindustrial:
organização
que
abriga
empreendimentos de produtos e serviços agropecuários, com vistas
a facilitar o processo de empresariamento e inovação tecnológica.

Incubadora
Cultural:
organização
que
abriga
empreendimentos na área da cultura, com vistas a promover o
processo de empresariamento de produtos e serviços culturais.

Incubadora de Artes: organização que objetiva apoiar
pessoas criativas e empreendedoras que pretendam desenvolver
negócio inovador na área de artes.

Incubadora
de
Cooperativa:
incubadora
que
apoia
cooperativas em processo de formação e/ou consolidação instaladas
dentro ou fora do município. Estrutura que apresenta características
tanto das incubadoras tradicionais como do processo de incubação à
distância com o objetivo de criação de trabalho e renda.

Incubadora de Empresas de Base Tecnológica: É a
incubadora que abriga empresas cujos produtos, processos ou
serviços são gerados a partir de resultados de pesquisas aplicadas e
2
São aquelas incubadoras em que o foco algumas vezes pode ser mais específico do que o foco já
definido, podendo, neste caso, trabalhar em nichos específicos.
43
nos quais a tecnologia representa alto valor agregado.
Abriga
empreendimentos na área de informática, biotecnologia, química fina,
mecânica de precisão e novos materiais. Distingue-se da incubadora
de empresas setoriais tradicionais por abrigar exclusivamente
empreendimentos oriundos de pesquisa.

Incubadora
de
Empresas
dos
Setores
Tradicionais:
organização que abriga empresas ligadas aos setores tradicionais da
economia, as quais detêm tecnologia largamente difundida e querem
agregar valor aos seus produtos, processos ou serviços por meio de
um incremento no nível tecnológico que empregam. Deve estar
comprometida com a absorção ou o desenvolvimento de novas
tecnologias.

Incubadora Mista: organização que abriga ao mesmo tempo
empresas de base tecnológica e de setores tradicionais.

Incubadora
Setorial:
organização
que
abriga
empreendimentos de apenas um setor da economia.

Incubadora Social: organização que abriga empreendimentos
oriundos de projetos sociais, ligados aos setores tradicionais, cujo
conhecimento é de domínio público e que atendem à demanda de
criação de empregos e renda e melhoria das condições de vida da
comunidade. Os objetivos da incubadora devem estar alinhados com
os objetivos do programa do desenvolvimento local.

Incubadora Virtual: organização que se estabelece, via
internet, conta com amplo banco de dados e informática, com vistas
a estimular novos negócios.
De acordo com estatísticas da ANPROTEC, através da pesquisa
Panorama 2005, que vem se consolidando a cada ano, a grande maioria das
incubadoras incentiva a criação de empreendimentos ligados ao desenvolvimento
de novas tecnologias, de empreendimentos mistos e tradicionais no Brasil. Do
total, 40% das incubadoras são de Base Tecnológica, 23%, Mistas e 18%,
Tradicionais, conforme demonstrado no gráfico 4 a seguir.
44
Incubadoras em Operaçao - Foco no Tipo
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
40%
23%
Base
Tecnológica
18%
Mista
Tradicional
7%
5%
4%
3%
Serviços
Agroindustrial
Social
Cultural
Gráfico 4 – Tipos de Incubadoras em Operação no Brasil
Fonte: Adaptado Pesquisa PANORAMA (2005, P.6)
O gráfico 5 reafirma essa orientação ao apresentar as áreas de atuação
das empresas incubadas, tendo como base 1341 empresas incubadas de um
universo de 2114.
Empresas Incubadas por Área de Atuação
Confecções
3%
Couro
3%
Alimentos
4%
Telecomunicações
4%
Design
4%
Biotecnologia
5%
Mecânica
5%
6%
Química
11%
Internet
14%
Eletroeletrônica
16%
Outras
25%
Software / Informática
0%
5%
10%
15%
20%
Gráfico 5 – Área de atuação das empresas incubadas
Fonte: Adaptado Pesquisa PANORAMA (2004, p. 7)
25%
45
Para que o processo de incubação seja satisfatório é necessário ainda
que a incubadora tenha infraestrutura adequada e que os serviços oferecidos dêem
suporte às expectativas das incubadas.
3.2.2 Infraestrutura e serviços oferecidos
Com relação ao conjunto de serviços e recursos de infraestrutura, cada
incubadora deve oferecer uma gama deles, conforme suas especificidades, levando
em consideração as características dos empreendimentos aos quais pretende
auxiliar, além de atuar em parceria com outras organizações como empresas de
consultoria, universidades e institutos de pesquisa, o que é ilustrado no quadro 5 a
seguir. No entanto, nem sempre isso acontece. Fiates (2005, p. 48) reforça essa
afirmativa ao dizer que “muitas vezes as incubadoras oferecem um conjunto de
serviços e implementam uma infraestrutura que não atendem à demanda dos
empreendedores e não contribuem para gerar resultados relevantes”.
Infraestrutura e Serviços de uma Incubadora
Infraestrutura
Serviços
Espaço Físico, Salas, Laboratórios, Ambientes
para Reuniões e Eventos
Portfólio de Serviços
Programas de Suporte Estratégico e Gerencial
Programa de Suporte Tecnológico
Serviços de Suporte Operacional
Quadro 5 – Infraestrutura e Serviços de uma Incubadora
Fonte: Adaptado de Fiates (2005, p. 50)
Ainda segundo Fiates (2005, p. 48), “um portfólio de serviços diversificado
e de qualidade e uma infraestrutura moderna e completa, certamente constituem um
bom começo para que a incubadora tenha uma boa aceitação junto aos
empreendedores e possa cumprir a sua missão de gerar empresas inovadoras e
competitivas”.
46
O gráfico 6 apresenta a distribuição de serviços e infraestrutura oferecidos
aos empreendimentos incubados, segundo pesquisa da ANPROTEC, Panorama
2003, que teve como base 144 incubadoras.
Percebe-se ainda que a incubadora procura oferecer um leque de
Serviços / Infraestruturas Oferecidos
Restaurante
31%
37%
Show -Room
Outros
39%
Apoio para Exportação
41%
Laboratórios Especializados
51%
67%
Assistência Jurídica
Apoio em Propriedade Intelectual
69%
Auditório
71%
Biblioteca
72%
74%
Suporte em Informática
Consultoria Financeira
81%
Apoio Coop Univ/C. Pesquisa
82%
Consultoria em Marketing
86%
91%
Sala de Reunião
Secretaria
92%
Orientação Empresarial
0%
95%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
serviços de acordo com as possibilidades.
Gráfico 6 – Serviços/ Infraestrutura oferecidos às incubadas
Fonte: Adaptado Pesquisa PANORAMA 2003 (p. 32)
De certa forma, o público-alvo das incubadoras se aproxima mais do
empreendedor inovador, que conhece o seu produto ou serviço, mas desconhece a
melhor maneira de comercializá-lo. Portanto, o que os empreendimentos esperam é
uma atuação mais efetiva por parte das incubadoras, por seus processos de gestão
e organização se diferenciarem da estrutura disponível às micros e pequenas
empresas (Guimarães, 2006).
47
Outro aspecto relevante é o processo de incubação de empresas em suas
diversas fases, o que será tratado no próximo item.
3.3 PROCESSO DE INCUBAÇÃO DE EMPRESAS
Fiates (2005) afirma que um processo de incubação completo deve
passar pelas fases de prospecção, seleção de empresas, pré-incubação, avaliação e
acompanhamento durante a incubação, graduação ou liberação e ainda pósincubação. O papel da incubadora é importante em cada etapa e de formas distintas,
de maneira a garantir o atendimento das empresas incubadas e a obtenção dos
resultados planejados, conforme ilustrado no quadro 6 a seguir.
Processo de Incubação de Empresas
Atividades
Concurso de Plano de Negócios.
Estimulando Novos Empreendimentos e
Empreendedores
Prospecção de Novos Empreendedores.
Processo de Seleção.
Avaliação e Seleção de Negócios para
Encaminhamento, Apresentação e Avaliação do
Incubação
Plano de Negócios.
Etapas
Pré-Incubação
Incubação
Graduação
Estímulo, prospecção, preparação e seleção de
futuros empreendimentos competitivos.
Implementação de um processo de avaliação e
acompanhamento rigoroso, sistemático, pró-ativo
e diferenciado.
Desenvolvimento de um processo competente de
graduação, liberação e pós-incubação que
consolide todas as conquistas do processo de
incubação.
Quadro 6 – Processo de Incubação de Empresas
Fonte: Adaptado de Fiates (2005, p. 46)
Trataremos a seguir de forma específica de cada etapa do processo.
48
3.3.1 Prospecção e seleção de empresas
A prospecção e seleção de empresas são etapas primordiais
no processo de incubação. É necessário “definir um processo de seleção de
empresas competente, que contribua efetivamente para identificar empresas nas
áreas consideradas prioritárias pela incubadora e que apresente características
positivas em termos de potencial de mercado, perfil empreendedor, capacidade
técnica e visão estratégica” (Fiates, 2005).
3.3.2 Pré-Incubação
O processo de pré-incubação tem como objetivo oferecer as condições
necessárias para que o empreendedor desenvolva a sua ideia de produto ou
negócio e, dessa maneira, formalize juridicamente a sua empresa e possa colocar o
seu produto ou serviço no mercado.
Na realidade, o processo de pré-incubação existe para que seja possível
se formatar a ideia de negócio do empreendimento, pois, na maioria dos casos, o
empreendedor não possui uma visão clara da empresa que quer desenvolver, o
produto ou serviço não está modelado de forma adequada a ser comercializado e
não apresenta nenhum plano de negócios para estudar a viabilidade do
empreendimento.
A ANPROTEC define três objetivos principais que devem ser alcançados
na fase de pré-incubação:

Empresa formalizada juridicamente – a empresa deve ser constituída
formalmente e, assim, estar apta ao comércio de seus produtos e
serviços;

Plano de negócios formalizado e consistente – antes de iniciar o
processo de incubação é necessário observar a viabilidade do
empreendimento.
49

Produto ou serviço pronto para ser oferecido ao mercado (ou pelo
menos um protótipo) – o produto ou serviço deve ser lapidado e
adequado ao consumo, amparado em muitos casos por pesquisas de
mercado quando for necessário.
Na fase de pré-incubação, é comum o oferecimento de treinamentos e
consultorias com a finalidade de auxiliar o empreendedor a desenvolver o seu plano
de negócios e ampliar seu horizonte administrativo e empresarial com o auxílio das
ferramentas administrativas.
3.3.3 Incubação
O processo de incubação se caracteriza pelos serviços que cada
incubadora oferece durante o período em que as empresas estão instaladas em
seus domínios.
Nesta etapa do processo, é importante observar que as incubadoras, na
figura de sua equipe técnica, ofereçam serviços e atividades que auxiliem a equipe
instalada e possibilitem o desenvolvimento de vantagens competitivas a essa
empresa ao ser inserida no mercado. É importante que a incubadora monitore
constantemente as empresas incubadas através de indicadores de qualidade,
financeiro, dentre outros com a finalidade de possibilitar ao empreendedor a aferição
dos resultados obtidos pelo seu empreendimento e, consequentemente, fazer os
ajustes necessários para que o mesmo alcance os seus objetivos.
Também nesta fase é muito comum e importante que a incubadora, além de
oferecer uma infraestrutura adequada, possibilite, tanto ao empresário quanto a sua
equipe, um treinamento efetivo com a oferta de cursos e seminários durante todo o
processo de incubação.
De acordo com a ANPROTEC, os principais problemas enfrentados pelas
empresas residentes se encontram no campo técnico, no qual existe uma dificuldade
no desenvolvimento do produto, na inexperiência administrativa por parte dos
empreendedores, na falta de conhecimento do mercado e das melhores formas de
se conseguir penetrar nesses mercados.
50
Com o intuito de minimizar esses problemas, as incubadoras de empresas
devem disponibilizar profissionais experientes e que de alguma forma forneçam os
serviços e orientações necessários para que os empreendedores possam criar
empresas competitivas e que possam sobreviver no mercado.
3.3.4 Graduação
Após a passagem por todo o processo de incubação, a empresa deve
montar um espaço independente e buscar se consolidar no mercado.
Esta etapa é muito importante, pois, mesmo que a empresa tenha passado
com êxito por todos os processos tanto de pré quanto de incubação, a mesma
sempre teve uma orientação mais próxima e, a partir desse momento, esse suporte
não é mais tão presente. Por esse motivo as incubadoras de empresa devem
desenvolver programas que permitam uma assessoria aos primeiros passos do
empreendedor no mercado escolhido, a pós-incubação.
3.4 TAXA DE SUCESSO DE EMPRESAS GRADUADAS
Estudos realizados indicam que um processo de incubação organizado,
com estrutura adequada e bem gerenciado é importante para alcançar as taxas de
sucesso e sobrevivência das empresas que passam por processos de incubação
(FIATES, 2005).
No gráfico 7 são demonstradas as taxas de sucesso de empresas
graduadas no Brasil, resultados da pesquisa PANORAMA 2004, considerando um
universo de 1580 empresas pesquisadas, segundo dados da ANPROTEC.
51
Taxa de Sucesso de Empresas Graduadas
7%
93%
Permanecem no mercado
Não permanecem no mercado
Gráfico 7 – Taxa de Sucesso de Empresas Graduadas
Fonte: Adaptado Pesquisa PANORAMA 2004 (p. 23)
Uma vez que apresentam características específicas, a seguir trataremos
das incubadoras de empresas de base tecnológica.
3.5 INCUBADORAS DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA
As empresas de base tecnológica vêm chamando a atenção de vários
setores da sociedade econômica e produtiva não só pelo potencial empreendedor e
capacidade inovadora desses empreendimentos, mas também pela contribuição no
desenvolvimento socioeconômico, na incorporação de tecnologias de vanguarda e
do seu papel estratégico no desenvolvimento de uma nação (TRENADO, 2007).
A tecnologia é o diferencial de competitividade nas empresas de base
tecnológica. É em tecnologia que a maioria das pessoas da empresa trabalha
(BAETA, 1997).
As incubadoras de base tecnológica têm como objetivo promover um
ambiente econômico mais avançado e propenso ao desenvolvimento tecnológico,
que favoreça também o socioeconômico, deixando-o competitivo e sustentado.
(VEDOVELLO, 2005)
Baeta (1997, p. 35) define empresas de base tecnológicas como
“sinônimo de empresas de alta tecnologia ou de tecnologia avançada” e que
procuram “gerar produtos existentes com grande redução de custos e de tempo de
produção ou produzir novos produtos necessários à sociedade”.
52
ANPROTEC (2002, p. 61) colabora com este conceito ao afirmar que
incubadoras de empresas de base tecnológica são “organizações que abrigam
empresas cujos produtos, processos e serviços resultam de pesquisa científica, para
os quais a tecnologia representa alto valor agregado.” Ainda usando a ANPROTEC
(2002, p.61), o que distingue esse tipo de incubadora das incubadoras de empresas
tradicionais é que “estas abrigam exclusivamente empreendimentos oriundos de
pesquisa científica”.
Vedovello (2005, p. 5) ressalta que “infraestruturas tecnológicas, tais
como incubadoras de empresas, têm desempenhado um papel cada vez mais
importante no cenário da inovação”.
De forma específica foram apresentados aspectos concernentes as
incubadoras de empresas de base tecnológica, além assuntos tratados nesta
investigação acerca das incubadoras. Através dos autores pesquisados, foi tratado
também do
tema empreendedorismo e inovação,
importantes
fatores
de
diferenciação e a Micro e Pequena empresa no contexto brasileiro. A revisão
bibliográfica permitiu, ainda, identificar os aspectos a serem pesquisados por meio
dos instrumentos de coleta de dados (questionários) descritos nos apêndices 1 e 2.
Trataremos a seguir da metodologia utilizada para o trabalho em questão.
4 METODOLOGIA DE PESQUISA
Neste capítulo, é apresentada a metodologia científica que embasou a
pesquisa, identificando: os tipos de pesquisa utilizados e sua conceituação, a
população estudada, os critérios usados para a seleção dos entrevistados, os
procedimentos para a coleta, bem como as limitações dos métodos empregados.
4.1 CONCEITO E TIPOS DE PESQUISA UTILIZADOS
A pesquisa é “o processo formal e sistemático de desenvolvimento do
método científico”. (GIL, 2007, p. 42).
53
Para Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 57), a pesquisa “é uma atividade
voltada para a investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego
de processos científicos. Ela parte, pois, de uma dúvida ou problema e, com o uso
do método científico, busca uma resposta ou solução”.
Outros autores conceituam e classificam a pesquisa científica de forma
distinta, porém com o mesmo fundamento teórico dos citados neste trabalho.
Visando atingir os objetivos propostos, foi relaizada uma pesquisa
exploratória de caráter qualitativo, adotando-se o estudo de caso.
Segundo Lakatos e Marconi (2007, p. 190), as pesquisas exploratórias:
São investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de
questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses,
aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou
fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou
clarificar conceitos.
O estudo exploratório é apropriado por apresentar um panorama geral de
determinado fato em situações nas quais torna-se difícil “formular hipóteses precisas
e operacionalizáveis” sobre o assunto poposto (GIL, 2007, p.43).
Ainda de acordo com Samara e Barros (2006, p. 29), o estudo
exploratório apresenta como característica o fato de ser realizado “a partir de dados
secundários (já disponíveis); conversas informais com pessoas especializadas no
assunto de interesse e estudos de casos selecionados”.
O método qualitativo é apropriado por estar diretamente relacionado à
qualidade dos dados encontrados (FERNANDES, 2001).
A pesquisa qualitativa tem como característica principal auxiliar na
compreensão em “profundidade” de um assunto específico. Esse método de
pesquisa também se caracteriza pela realização de entrevistas individuais ou
coletivas em que o papel do entrevistador é essencial (SAMARA e BARROS, 2006).
Levando-se em consideração o enfoque deste trabalho, utiliza-se o
estudo de caso como estratégia de pesquisa por ser uma investigação empírica
sobre um fenômeno contemporâneo, além de ser a mais propícia quando a forma de
questão está relacionada a “como” e “por que”. Pode-se ainda acrescentar “o que”,
fundamento lógico dos estudos exploratórios, objetivando o desenvolvimento de
hipóteses pertinentes a averiguações adicionais (YIN, 2005).
54
De acordo com YIN (2005), o estudo de caso permite uma investigação
em que é preservada a visão global dos acontecimentos da vida real, o que faz com
que sejam cada vez mais utilizados como ferramentas de pesquisa.
Além disso, o estudo de caso apresenta algumas das técnicas utilizadas
pelas pesquisas históricas, acrescentando duas fontes de evidências: “observação
direta dos acontecimentos que estão sendo estudados e entrevistas das pessoas
neles envolvidas”, e tem como ponto diferenciador a “capacidade de lidar com uma
ampla variedade de evidências – documentos, artefatos, entrevistas e observações”.
(YIN, 2005, p. 26).
Dessa forma, a pesquisa será um estudo de caso, por se apresentar como
estratégia mais adequada ao trabalho proposto.
A pesquisa possui ainda outras duas caracterizações:

Pesquisa
de
Campo:
pela
utilização
de
entrevistas
direcionadas aos empreendedores/gestores das empresas oriundas
da incubadora no período proposto, além de entrevista aplicada
com o gestor da incubora quando do desenvolvimento deste
trabalho.

Pesquisa Bibliográfica: tendo em vista que estão sendo
realizadas pesquisas em livros, artigos, teses e dissertações, além
de redes eletrônicas direcionadas e demais documentos.
4.2 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA
Para o levantamento dos dados necessários, foi realizado um censo
onde foram entrevistados representantes das empresas graduadas pelo IBT/CRITT
no período de 2003 a 2007. A escolha do período foi em função de apresentar
informações recentes e, em levantamantos prévios junto à incubadora, percebeu-se
um volume condizente com o trabalho em questão. De acordo com os objetivos
definidos e informações preliminares, o universo da pesquisa está delimitado a sete
empresas, representando o total de empresas graduadas no período proposto,
conforme demonstra o quadro 7 a seguir.
55
ANO
EMPRESAS GRADUADAS
2003
 DynamiCad Software Técnico
Ltda
 Gemini Sistemas Ltda
2004
 Zeus Rio Solutions
 Vale Verde Assessoria
Agropecuária e Informática Ltda
 Ortofarma Laboratório de
Controle de Qualidade
 Only Tech Solutions
2006
2007
 Virtual Business Solutions
Quadro 7 – Empresas graduadas pelo IBT/ CRITT no período de 2003 a 2007
No entanto, a empresa Zeus Rio Solutions, apesar de inúmeras tentativas,
não se dispôs a colaborar com o trabalho. Já a empresa Only Tech Solutions não se
encontra mais na ativa, e nenhum dado, tanto da empresa quanto dos proprietários,
foi encontrado, o que geraria uma nova pesquisa para se investigar os motivos da
mortandade.
4.3 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS
A pesquisa foi realizada nas empresas foco do trabalho com entrevista
pessoal (apêndice 2), mediante questionário contendo perguntas abertas e fechadas.
A investigação teve a intenção de detectar como o processo de incubação
contribuiu para a atuação dessas empresas, além da busca de informações da
própria incubadora. Fontes primárias foram investigadas, conforme apresentado nos
apêndices 1 e 2, visando levantar dados que deram subsídio a este trabalho.
Foram entrevistados
os
proprietários/empreendedores
através
de
entrevista pessoal, em horário previamente agendado. E, para acesso às empresas,
teve-se o apoio da incubadora, que se propôs a fazer um contato preliminar, uma vez
que tinha interesse na pesquisa. Na incubadora, a entrevista foi direcionada ao
gestor em exercício.
56
Para a pesquisa bibliográfica, fonte secundária da pesquisa, conforme
apresentado, foram feitos levantamentos em livros, revistas especializadas, artigos,
teses e dissertações e em sites especializados como ANPROTEC, SEBRAE, CRITT,
além de outros documentos com dados relevantes sobre o assunto.
4.4 DELINEAMENTO DA PESQUISA
A lógica aplicada à presente pesquisa seguiu os seguintes passos ou
pontos relevantes:
a) Definição do problema de pesquisa: elucidar qual a pergunta a
responder;
b) Definição de um tema para a pesquisa, dando destaque ao problema;
c) Definição dos objetivos da pesquisa;
d) Realização da pesquisa bibliográfica e revisão de estudos anteriores,
criando a base conceitual;
e) Seleção da metodologia da pesquisa: estruturação da entrevista,
apoiada em questionário; aplicação inicialmente em uma empresa e análise dos
dados, visando verificar as falhas na entrevista e no instrumento de pesquisa;
posteriormente, foi dada continuidade ao processo;
f) Tratamento dos dados e análise dos resultados encontrados através do
software excel.
g) Conclusão baseando-se nos resultados encontrados na pesquisa, na
base conceitual e revisão bibliográfica apresentada anteriormente e nos objetivos
dispostos.
A figura 4 a seguir apresenta em forma de esquema a estrutura de
pesquisa utilizada.
57
Figura 4 – Estrutura da Pesquisa
Uma vez cumpridas as etapas pré-definidas, passaremos a seguir para a
última etapa que apresenta os resultados da pesquisa.
58
5 RESULTADOS DA PESQUISA
Considerando os dados coletados nas entrevistas, proceder-se-á a
análise dos mesmos, tendo como apoio gráficos e tabelas além de comentários com
o propósito de ajudar no entendimento das questões.
Visando a alcançar os objetivos deste estudo, as entrevistas foram
divididas em dois momentos: inicialmente à incubadora e, posteriormente, as
empresas oriundas do processo de incubação no período proposto. Foram
estabelecidas, então, as dimensões de análise conforme apresentado nesta unidade.
Para um melhor entendimento do conteúdo, a análise dos dados
coletados foi dividida em duas etapas:

Primeiramente são abordados aspectos gerais da IBT: caracterização,
instituição gestora, e recursos, além da parte de pessoal (funcionários,
estagiários, bolsistas e terceirizados) e aspectos financeiros – Partes I, II, V,
VI e VII do instrumento de pesquisa.
Destacam-se, ainda, dados das empresas incubadas, tais como: número de
empresas incubadas, desligadas e graduadas, critério de seleção das
empresas, estágio em que tais empresas vão para a incubadora, além do
número de empregos gerados – Parte VIII do questionário.
As partes III e IV, refletem a contribuição da incubadora para as práticas
empreendedoras e inovadoras, além dos objetivos da incubadora.

Num segundo momento é citado um breve relato de cada empresa
pesquisada, seguida dos dados coletados que geraram os principais
cruzamentos oriundos dos objetivos da pesquisa, tendo, aí, o confronto das
informações entre incubadora e empresas incubadas.
Os dados coletados através do questionário, instrumento de pesquisa,
direcionado às empresas, apresentaram-se da seguinte maneira:

Parte I: Busca identificar o respondente e caracterizar a empresa pesquisada
– Questões 1 a 7.

Parte II: Busca identificar aspectos relacionados ao processo de incubação –
avaliar o que as empresas esperavam do processo de incubação e o que foi
obtido – Questões 8 a 12.
59

Parte
III:
Busca
identificar
atributos
pertinentes
aos
aspectos
empreendedores e inovadores – avaliar a contribuição da incubadora para o
desenvolvimento de práticas empreendedoras e inovadoras – Questões 13 a
17.

Parte IV: Busca identificar a contribuição da incubadora na atuação da
empresa - Questão 18.

Parte V: Busca identificar os atributos relativos à sobrevivência no mercado –
avaliar a contribuição da incubadora para a permanência da empresa no
mercado – Questões 19 a 24.

Parte VI: Busca fornecer um espaço ao entrevistado para aspectos que julgue
relevante para o trabalho – Questão 25.
5.1 IBT – INCUBADORA DE BASE TECNOLÓGICA
Sediada no Campus da UFJF, a IBT faz parte do CRITT, sendo este o
Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da UFJF. Criado em abril de 1995, entre as
atribuições do CRITT está o gerenciamento da política de inovação da universidade
e a coordenação da Incubadora de Base Tecnológica.
As incubadoras de empresas da UFJF têm como objetivo o fortalecimento
das empresas para o mercado e a superação de barreiras existentes nos primeiros
anos de atuação. A IBT “fornece apoio para empreendedores que desejam iniciar
uma empresa e desenvolver produtos, processos ou serviços que apresentam algum
grau de tecnologia e inovação” (CRITT, 2009).
Com uma área de 1.200 m2 a incubadora tem capacidade para 14
empresas. Sua estrutura organizacional é constituída por um diretor, uma gerente e
conta com o apoio de 8 funcionários da UFJF, 20 estagiários, 7 bolsistas e 9
terceirizados.
No que tange aos aspectos financeiros, a IBT apresenta um custo
operacional mensal de R$8.140,00, excetuando os valores correspondentes a água
e luz que são custeados pela UFJF.
Parte de seus recursos são oriundos da locação do espaço às incubadas,
consultoria e cursos; o restante, da instituição gestora – Universidade Federal de
60
Juiz de Fora – e órgãos como SEBRAE, CNPq, Finep (Financiadora de Estudos e
Projetos), FAP (Fundação de Amparo à Pesquisa), além do Sectes (Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado de Minas Gerais).
Os dados apresentados foram coletados através de documentos
fornecidos pela incubadora, folder (apêndice 1), site institucional e convalidados com
o questionário, instrumento de pesquisa.
5.1.1 EMPRESAS INCUBADAS
Aspectos importantes foram coletados no que diz respeito ao número de
empresas que estiveram ou ainda estão ligadas a IBT, apresentado na tabela 3
abaixo, conforme instrumento de pesquisa aplicado em setembro de 2009.
Atualmente
Desligadas
Incubadas
4
14
Graduadas que
Graduadas que
permanecem no
não permanecem
mercado
no mercado
22
1
Tabela 3 – Empresas ligadas ao IBT
De acordo com a capacidade de incubação apresentada, a incubadora
atualmente está utilizando apenas 29% da sua capacidade total.
Percebe-se também que, levando-se em consideração o universo das
empresas pesquisadas, do número de empresas graduadas, 96% permanecem no
mercado, sendo este um percentual significativo, conforme ilustrado no gráfico 8 a
seguir, o que mostra um pequeno índice de mortandade das empresas que
chegaram até o final do processo.
Conforme demonstrado na revisão da literatura, esse índice fica ainda
acima da média apresentada pela ANPROTEC demonstrada no gráfico 7, no qual
são relatadas as taxas de sucesso das empresas graduadas, apresentando um
percentual de 93%. Se comparados com a taxa de mortalidade de MPEMs no Brasil,
apresentadas no gráfico 1, evidencia-se um sucesso ainda maior.
61
4%
Graduadas que
permanecem no mercado
Graduadas que não
permanecem no mercado
96%
Gráfico 8 – Empresas graduadas que permanecem no mercado
No entanto, forma a base de uma nova pesquisa o alto número de
empresas que se desligaram durante o processo de incubação, conforme
demonstrado no gráfico 9 a seguir. Do universo de empresas que passaram pela
IBT, num total de 37, apresenta-se também o percentual de graduadas que
permanecem e que não permanecem no mercado.
Quanto ao critério para seleção das empresas, segundo a incubadora,
todos os aspectos apresentados são levados em consideração, tais como:
possibilidade de interação com universidades e centros de pesquisa, viabilidade
econômica, aplicação de novas tecnologias, potencial para rápido crescimento,
número de empregos criados, perfil dos empreendedores, além da possibilidade de
contribuição com o desenvolvimento local e setorial.
3%
Desligadas
38%
Graduadas que
permanecem no
mercado
59%
Graduadas que não
permanecem no
mercado
62
Gráfico 9 – Empresas desligas durante o processo de incubação
Com relação ao estágio em que as empresas vão para a incubadora
foram destacados alguns aspectos: empresas novas e já existentes – não tendo
exigência ou requisito que limite o tempo – além de empresas cujos projetos
nasceram em programas de pré-incubação.
Por fim, é importante destacar que as empresas incubadas geram
atualmente 29 empregos, considerando os sócios.
5.2 EMPRESAS ORIUNDAS DA INCUBADORA IBT NO PERÍODO DE 2003 A 2007
Conforme destacado, o universo da pesquisa estava limitado a sete
empresas oriundas da incubação no período proposto, no entanto, uma não se
encontra mais na ativa - Only Tech Solutions e a outra não se propôs a participar
deste trabalho - Zeus Rio Solutions, o que reduziu o número de entrevistadas para
cinco.
Em seguida, é apresentada uma sucinta descrição das empresas
pesquisadas, a partir de dados coletados em documentos disponibilizados pela
incubadora, nos sites institucionais das mesmas e na entrevista realizada.
5.2.1 Vale Verde Assessoria Agropecuária e Informática Ltda.
Atuando, desde 1993, nos segmentos de agropecuária e informática, foi
criada a partir da idéia de se ter profissionais atuando de forma multidisciplinar e
atendendo aos sistemas agropecuários produtivos, com o propósito de levar ao
campo a informática, técnicas agrícolas e veterinárias de última geração.
Em 2004, buscando um reposicionamento no mercado, a empresa criou
um projeto ingressando na IBT (Vale Verde, 2009).
63
5.2.2 Dynamiccad Software Técnico Ltda.
Fundada em março de 1998, atua na área de informática –
desenvolvimento de softwares para engenharia, arquitetura e construção civil,
ampliando seus serviços posteriormente com a criação da empresa Dynamiccad
Comércio e Representação (Dynamiccad, 2009).
5.2.3 Gemini Sistemas Ltda.
Criada em 1996 a partir de uma parceria entre colegas de faculdade, já no
primeiro ano de existência obteve êxito nas suas atividades atuando no setor de
softwares corporativos. Em 1999 deu mais um passo rumo à consolidação no
mercado, ingressando na IBT, quando começou a estruturação de atividades de
P&D (Gemini Sistemas, 2009).
5.2.4 Ortofarma Laboratório de Controle de Qualidade
Prestando serviços na área de controle de qualidade para farmácias
magistrais – farmácias autorizadas a manipular medicamentos de acordo com as
exigências legais da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – e para
empresas do segmento farmacêutico, foi criada em dezembro de 1999. Atua
especificamente na análise e controle de qualidade de fármacos e medicamentos
(Ortofarma, 2009).
5.2.5 Virtual Business Solutions
Empresa de base tecnológica, fundada em janeiro de 2002, atua no
mercado com produtos e serviços na área de tecnologia da informação. Prestam
serviços
de desenvolvimento customizado de software, serviços de web,
64
implantação de solução para comércio eletrônico, intranet, gestão de telefonia
celular e fixa, gestão de clínicas e hospitais, além da venda de software (Virtual
Business, 2009).
5.3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS PESQUISADAS
O quadro 8 a seguir apresenta, de forma resumida, os principais pontos
coletados nas empresas pesquisadas, refletindo os aspectos relativos à identificação
do respondente e ao processo de incubação, partes I e II do instrumento de
pesquisa.
Empresa
Setor de Tempo
Cargo
atividade no
entrevistado formação
mercado (a)
do Nível
de Tempo
de Tempo de
experiência
incubação
profissional do do
entrevistado
entrevistado
(a)
(a)
no
negócio
Dynamiccad
Serviço
12 anos
Software
Sócio-
Mestrado
12 anos
5 anos
Mestrado
13 anos
4 anos
Doutorado
10 anos
7 anos
Especialização 10 anos
5 anos
Especialização 11 anos
3 anos
fundador
Técnico
Ltda.
Gemini
Serviço
13 anos
Sistemas
Ortofarma
fundador
Serviço
10 anos
Laboratório
de
Sócio-
Sóciofundador
Controle
de Qualidade
Virtual
Serviço
7 anos
Business
Vale
fundador
Verde Serviço
Agropecuária
Sócio-
11 anos
Sóciofundador
e Informática
Quadro 8 – Principais características das empresas pesquisadas
65
Visando o foco da pesquisa, procurou-se entrevistar pessoas que fizeram
parte do processo de incubação, os sócio-fundadores, principalmente pela
credibilidade nos dados e experiência no processo.
Com relação à formação profissional, conforme demonstrado no gráfico
10 a seguir, percebe-se um excelente nível profissional, sendo especialistas,
mestres ou doutores. Foi verificado também que o tempo de experiência do
entrevistado no negócio situa-se entre dez e treze anos, considerando aí o momento
anterior ao processo de incubação. Ambos dados são relevantes, o que corrobora o
sucesso dos negócios, quando considerados os fatores que levam aos índices de
mortalidade empresarial. É importante ressaltar que a pesquisa foi aplicada nos
meses de agosto e setembro de 2009, refletindo aí o parâmetro de tempo.
20%
40%
Mestrado
Pós-graduação
Doutorado
40%
Gráfico 10 – Nível de formação dos entrevistados
Conforme dados apresentados, verifica-se que todas as empresas
pesquisadas (100%) são prestadoras de serviços.
Em se tratando do tempo de incubação, a média é de três a sete anos,
conforme gráfico 11, o que variou de acordo com os programas de incubação
ofertados pela incubadora e com questões peculiares de cada processo. A empresa
Gemini Sistemas, por exemplo, se desligou da incubadora, graduando-se com
quatro anos em função da aprovação de um projeto, em que um dos pré-requisitos
era se graduar. Já a empresa Ortofarma Laboratório de Controle de Qualidade
66
apresentou um tempo maior, sete anos, justificando a renovação do contrato em
virtude das peculiaridades da empresa farmacêutica. As demais seguiram o tempo
de graduação proposto pela incubadora que, para algumas era de três anos e,
posteriormente, para outras de cinco anos, em função de mudanças da própria
incubadora.
Um dado relevante também é o tempo que essas empresas estão no
mercado, variando entre sete e treze anos, mostrando uma maturidade empresarial,
principalmente se comparadas com o índice de mortalidade empresarial relatados na
revisão da bibliografia.
20%
20%
3 anos
0%
4 anos
5 anos
20%
6 anos
7 anos
40%
Gráfico 11 – Tempo de Incubação
Evoluindo com a análise dos resultados, quanto às alternativas que
fizeram parte do processo de incubação, percebe-se que todas as empresas
pesquisadas passaram especificamente pelo processo de incubação e graduação,
conforme demonstra o gráfico 12, sendo esta a proposta da incubadora àquela
época.
Quando se avalia como as empresas tiveram informações da incubadora,
questão 10 do instrumento de pesquisa, nenhuma empresa citou os meios de
comunicação apresentados, como televisão, rádio, jornal, palestras ou amigos.
Dentre as opções propostas, todas as empresas optaram pela alternativa “outros”,
ressaltando pontos como algum tipo de ligação com a universidade: contatos com a
67
instituição, ter sido aluno de algum curso de graduação ou pós-graduação, bolsista
de iniciação científica e funcionário da instituição.
6
5
4
Série1
3
2
1
0
Pré- Incubação
Incubação
Graduação
Pós-graduação
Gráfico 12 – Processo de incubação
No que diz respeito aos motivos que levaram as empresas a buscar a
incubadora, questão 11, remetendo às expectativas das empresas quanto ao
processo de incubação, objetivo da pesquisa, conforme demonstrado na tabela 4,
percebe-se que, para todas as empresas pesquisadas, o item infraestrutura e
serviços oferecidos foram relevantes.
Para uma delas, outro aspecto importante foi a facilidade de crédito e,
para outra, destaca-se também o apoio no desenvolvimento do Plano de Negócios.
Infraestrutura e
Facilidade de
Apoio no
serviços oferecidos
crédito
desenvolvimento
Outros
do Plano de
Negócio
5
1
1
4
Tabela 4 – Motivos que levaram a buscar a incubadora
Além dos itens apresentados, o item “outros” é citado por 80% das
empresas entrevistadas, prevalecendo os seguintes pontos: a possibilidade de troca
68
de informações com outras empresas do mesmo segmento já incubadas – exemplo:
empresas no segmento de software, mas com focos diferentes; busca de
capacitação e orientação na área administrativa, pois tinham origens em áreas
técnicas. Ainda com relação ao item “outros”, um ponto apresentado por um dos
entrevistados merece destaque: segundo o mesmo “a universidade não tem boa
infraestrutura, mas a informação nasce aqui. O conhecimento brota aqui”.
5.4 PESSOAS OCUPADAS NO PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Por fim, apresenta-se o número de pessoas ocupadas no período da
incubação e atualmente, questão 14 do instrumento de pesquisa, conforme quadro 9
abaixo:
Empresa
Número de sócios
Número de
Número de
funcionários
estagiários
Incubação Atualmente Incubação Atualmente Incubação Atualmente
Dynamiccad
Software
Técnico Ltda.
2
3
0a2
7
1a2
2
Gemini
Sistemas
3
2
2
4
0
9
Ortofarma
Laboratório de
Controle
de
Qualidade
Virtual
Business
Vale
Verde
Agropecuária e
Informática
2
2
3
90
2
6
1
3
0
20
1
6
3
3
1
150
6
18
Quadro 9 – Número de pessoas ocupadas
Com os dados acima se percebe uma significativa importância de tais
empresas no cenário atual, principalmente pelo expressivo número de empregos
gerados, o que corrobora as estatísticas de contribuição das micro e pequenas
empresas no mercado de trabalho. Vê-se também um expressivo número de
estágios gerados, proporcionando capacitação para atuação no mercado.
69
Partiremos a seguir para análise das questões que envolvem informações
obtidas na incubadora e nas empresas incubadas.
5.6 ANÁLISE DAS QUESTÕES QUE ENVOLVEM INFORMAÇÕES OBTIDAS NA
INCUBADORA E NAS EMPRESAS INCUBADAS
Seqüencialmente na pesquisa aplicada foram definidos quatro pontos a
serem avaliados na forma de cruzamento de informações entre a incubadora e as
empresas incubadas. Estes pontos são referentes aos aspectos concernentes ao
processo de incubação, práticas empreendedoras e inovadoras, contribuição da
incubadora na atuação da empresa e atributos relativos à sobrevivência empresarial,
que refletem as partes II, III, IV e V do instrumento de pesquisa respectivamente.
Serão apresentados os enunciados de cada questão direcionada à
incubadora e às empresas incubadas, sequencialmente com a análise gráfica.
Durante a aplicação dos questionários, houve empresas que, quando
questionadas sobre determinado item, não se restringiram apenas ao enunciado,
acrescendo informações, o que será relatado no decorrer da análise.
É importante ressaltar que a numeração das empresas não apresenta
correlação alguma com os nomes anteriormente citados. Visando manter a
confidencialidade dos dados, os mesmos foram colocados de forma aleatória.
5.5.1 Análise das questões que envolvem aspectos relativos ao processo de
incubação.
A seguir, apresentam-se os aspectos relacionados ao processo de
incubação, que visa avaliar o que as empresas esperavam e o que foi obtido,
gerando o primeiro cruzamento de dados entre a incubadora e empresas incubadas.
Questão 20 (Incubadora) - Com relação aos aspectos descritos, concernentes à
incubadora, classifique-os conforme serviços oferecidos. (Mostrar opções).
1.( ) Péssimo
2.( ) Ruim
3.( ) Bom
4.( ) Muito Bom
5.( ) Excelente
6.( ) Não tenho opinião / Não sei
70
Questão 12 (Empresas) - Com relação aos aspectos descritos, concernentes à
incubadora, indique o grau de satisfação. (Mostrar opções).
1.( ) Péssimo
2.( ) Ruim
3.( ) Bom
4.( ) Muito Bom
5.( ) Excelente
6.( ) Não tenho opinião / Não sei
5.5.1.1 Análise gráfica das questões 20 e 12
Com relação aos aspectos descritos anteriormente é importante
demonstrar o que a Incubadora tem de percepção do serviço oferecido em
comparação com a opinião das empresas graduadas.
Referente ao espaço físico, ambiente de cooperação, acesso a
financiamentos, acesso a laboratórios
universitários, cursos
e
seminários,
participação em feiras e exposições e oportunidades de negócios, a IBT afirma ser
excelente o serviço prestado enquanto as empresas afirmam ser muito bom.
71
7
Percepções
6
5
4
Moda
3
IBT
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14
Aspectos Descritos
Gráfico 13 – Gráfico comparativo entre a IBT X Moda das questões 20 e 12
Concernente aos serviços de escritório e ao aconselhamento técnico, a
IBT afirma que o serviço prestado é excelente enquanto as empresas afirmam ser
apenas bom, gerando pontos discrepantes.
No que tange a parceiros adequados, acesso a informações tecnocientíficas e apoio no desenvolvimento do plano de negócio a IBT e as empresas
concordam com o nível de excelência.
Observando-se o acesso a laboratórios de empresas a IBT acredita ser
excelente,
enquanto
as
empresas
não
opinaram
ou
não
sabiam.
Em
complementação, duas empresas responderam que “não procuravam por tais
laboratórios” e que, em seu caso específico, “não se aplicava”. Portanto, torna-se
pertinente um levantamento das demais para verificar porque não opinaram.
E quanto à comunicação com órgãos internacionais a IBT acredita ser
bom o seu desempenho enquanto as empresas não opinaram ou não sabiam. Neste
caso, faz-se necessário um trabalho mais direcionado à questão para verificar os
motivos pelos quais as empresas não souberam responder.
Concluindo a análise gráfica sobre questões que envolvem aspectos
relativos ao processo de incubação, passaremos a verificar a média x desvio padrão.
72
7
6
Percepções
5
4
Média
3
Desvio Padrão
2
1
0
1
2
3
4
5 6
7
8
9 10 11 12 13 14
Aspectos Descritos
Gráfico 14 – Gráfico comparativo entre a Média X Desvio Padrão das
questões 20 e 12
O gráfico 14 demonstra que em termos de desvio padrão apenas as questões
3, 7 e 10 apresentam uma variação elevada, nas demais se observa uma pequena
variação, portanto não sendo significativa.
Em termos de aconselhamento técnico, acesso a laboratórios universitários e
comunicação com órgãos internacionais, as empresas demonstraram não ter
percepções próximas. Há de se pensar em uma alternativa que unifique tais
procedimentos.
5.5.2 Análise das questões que envolvem aspectos relativos às práticas
empreendedoras e inovadoras.
Partindo para os aspectos relativos às práticas empreendedoras e
inovadoras, outro objetivo do trabalho em questão, conforme demonstrado no gráfico
15 a seguir, 40% das empresas pesquisadas foram motivadas pela identificação de
uma oportunidade sem estudo de viabilidade, outros 40% pela identificação de uma
oportunidade com estudo de viabilidade e 20% apenas pela vontade de ter um
negócio.
73
20%
Vontade de ter um
negócio próprio
40%
Identificação de uma
portunidade (sem estudo
de viabilidade)
Identificação de uma
oportunidade (com
estudo de viabilidade)
40%
Gráfico 15 – Motivação para abertura de empresa
fico 15 – Motivação para abertura da empresa
Gráfico 15 – Motivos para abertura da empresa
Posteriormente analisaremos os aspectos relativos à inovação, cruzando
dados entre a incubadora e empresas oriundas da incubadora, conforme
demonstrados a seguir.
Questão 16 (Incubadora) - Com relação à Inovação avalie os itens abaixo, segundo
atividades incentivadas pela incubadora às incubadas.
1.Incentiva muito
4. Pouco incentiva
2. Incentiva
5. Não incentiva
3. Incentiva moderadamente
6. Não tenho opinião/ Não sei
Questão 16 (Empresas) - Com relação à Inovação avalie os itens abaixo, segundo
atividades praticadas pela sua empresa.
1. Pratica muito
4. Pouco pratica
2. Pratica
5. Não pratica
3. Pratica moderadamente
6. Não tenho opinião/ Não sei
74
5.5.2.1 Análise gráfica das questões 16 (incubadora) e 16 (empresas incubadas)
EMPRESAS
ASPECTOS DESCRITOS
01. As pessoas de todos os níveis são
incentivadas a contribuir com idéias e
sugestões para a melhoria dos serviços
prestados pela empresa.
02. Investimento em P&D (Pesquisa &
Desenvolvimento)
03. Número de projetos para
desenvolvimento de novos produtos.
ESTATÍSTICAS
IBT
Desvio
A B C D E Média
Moda IBT
Padrão
1 2 2 3 2
2
0,71
2
2
3 2 2 2 2
2,2
0,45
2
1
1 3 2 3 3
2,4
0,89
3
1
1 2 1 2 5
2,2
1,64
1
1
3,4
1,67
2
2
3
1,58
#N/D
1
1 1 2 1 1
1,2
0,45
1
1
08. A empresa possui dados que indicam
2 1 2 3 1
que a satisfação dos clientes com o serviço
prestado (ou produtos) tem melhorado.
1,8
0,84
2
1
04. Incentivo ao desenvolvimento de
projetos inovadores e soluções voltadas
para o aprimoramento dos negócios
praticados pela empresa.
05. Adoção de técnicas avançadas de
marketing, comunicação e informação,
3 2 2 4 6
incluindo pesquisas mercadológicas, como
instrumento sistemático de gestão.
06. As equipes utilizam sistematicamente
4 2 1 3 5
novas técnicas e metodologias para
proceder à melhoria de seus processos.
07. A empresa possui dados que
demonstram uma melhoria do resultado
operacional ao longo dos últimos anos.
Com relação à inovação é importante demonstrar o que a Incubadora tem de
percepção da influência que exerce sobre as empresas incubadas, em comparação
com a opinião das empresas graduadas, quanto a esta prática.
Concernente ao fato de as pessoas de todos os níveis serem incentivadas
a contribuir com ideias e sugestões para a melhoria dos serviços prestados pela
empresa e a adoção de técnicas avançadas de marketing, comunicação e
informação, incluindo pesquisas mercadológicas, como instrumento sistemático de
gestão, a IBT acredita “incentivar” as empresas enquanto as mesmas “praticam”.
75
3,5
3
Percepções
2,5
2
Moda
IBT
1,5
1
0,5
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Aspectos Descritos
Gráfico 16 – Gráfico comparativo entre a IBT X Moda das questões 16 e 16
.
No que tange ao Investimento em P&D (Pesquisa & Desenvolvimento) e a
empresa possuir dados que indicam que a satisfação dos clientes com o serviço
prestado (ou produtos) tem melhorado, a IBT acredita “incentivar muito” enquanto as
empresas “praticam”, gerando certa discordância.
Observando o número de projetos para desenvolvimento de novos
produtos, a IBT acredita “incentivar muito” enquanto as empresas “praticam
moderadamente”, gerando ponto discrepante.
Com relação ao incentivo ao desenvolvimento de projetos inovadores e
soluções voltadas para o aprimoramento dos negócios praticados pela empresa e a
empresa possuir dados que demonstram uma melhoria do resultado operacional ao
longo dos últimos anos, existe concordância entre ambas, tanto a IBT “incentiva
muito” quanto as empresas “praticam muito”.
A IBT acredita incentivar muito as equipes a utilizar sistematicamente
novas técnicas e metodologias para proceder à melhoria de seus processos,
enquanto cada empresa respondeu um dos itens citados, gerando ponto de
discrepância.
76
Sintetizando a análise gráfica sobre questões que envolvem aspectos
relativos às práticas empreendedoras e inovadoras, verificaremos a seguir a média x
desvio padrão.
4
3,5
Percepções
3
2,5
Média
2
Desvio Padrão
1,5
1
0,5
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Aspectos Descritos
Gráfico 17 – Gráfico comparativo entre a Média X Desvio Padrão das
questões 16 e 16
O gráfico acima demonstra que, em termos de desvio padrão, apenas as
questões 4, 5 e 6 apresentam uma variação elevada. Quanto aos aspectos
apresentados nessas questões, as empresas demonstraram não ter percepções
próximas. Há de se pensar em uma alternativa que unifique tais procedimentos.
Nas demais se observa uma pequena variação, portanto não sendo
significativa.
5.5.3 Análise das questões que envolvem aspectos relativos à contribuição da
incubadora para atuação da empresa.
Em se tratando dos aspectos relativos à contribuição da incubadora para
atuação da empresa, temos os resultados apresentados a seguir:
77
Questão 13 (Incubadora) - No que concerne à contribuição da Incubadora para
atuação das incubadas, responda: (Mostrar opções).
1. Contribui muito
2. Contribui
4. Pouca contribuição
3. Contribuição média
5. Não tenho opinião/ Não sei
Questão 18 (Empresas) - No que concerne à contribuição da Incubadora para
atuação da sua empresa, responda: (Mostrar opções).
1. Discordo plenamente
2. Discordo
4. Concordo plenamente
3. Concordo
5. Não tenho opinião/ Não sei
5.5.3.1 Análise gráfica das questões 13 e 18
Percepções
78
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Moda
IBT
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Aspectos Descritos
Gráfico 18 – Gráfico comparativo entre a IBT X Moda das questões 13 e 18
No que se refere à contribuição da incubadora para a atuação da empresa é
importante demonstrar o que a incubadora avalia sobre a contribuição oferecida em
comparação com a opinião das empresas graduadas.
Com relação ao ambiente acadêmico-científico encontrado na Incubadora ter
contribuído para a evolução da empresa, para evolução do produto e/ou serviço e,
quanto ao fato do modelo de gestão proposto pela Incubadora fornecer ferramentas
de planejamento estratégico, tais como definição de objetivos e metas, visão,
missão, posicionamento, dentre outros, tanto a IBT quanto as empresas concordam
com o elevado apoio para os seus negócios.
No que tange ao fato de a IBT ter sido ágil e eficaz na busca pelo
atendimento das necessidades apresentadas pelas empresas, as ferramentas de
gestão fornecidas atender às necessidades das incubadas e a IBT incentivar a
necessidade de se conhecer os concorrentes, as empresas concordam com o
incentivo da IBT, enquanto esta afirma ter contribuído muito para que estes itens
fossem satisfeitos.
Quanto às questões relativas à ajuda da incubadora ao posicionamento
do produto/serviço no mercado, auxilio na elaboração do preço praticado e ao
assessoramento na escolha do ponto/localização da empresa, a IBT acredita
“contribuir muito” enquanto as empresas “discordam” desta afirmação, gerando
ponto discrepante.
79
Passaremos a seguir à análise gráfica das questões que envolvem
aspectos relativos à contribuição da incubadora para atuação da empresa,
verificando a média x desvio padrão.
4,5
4
Percepções
3,5
3
2,5
Média
2
Desvio Padrão
1,5
1
0,5
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Aspectos Descritos
Gráfico 19 – Gráfico comparativo entre a Média X Desvio Padrão das
questões 13 e 18
O gráfico acima demonstra que em termos de desvio padrão as questões
8 e 9 apresentam uma variação elevada. Considera-se necessário que a incubadora
trabalhe os pontos auxílio na “escolha do ponto/localização da empresa” além do
incentivo a “conhecer os concorrentes”, visando um melhor nivelamento de
percepções. As questões 05 e 06 também apresentam um desvio padrão
significativo, o que deverá levar a incubadora a analisar os aspectos quanto ao
fornecimento de “ferramentas de planejamento estratégico”, bem como na ajuda ao
“posicionamento do produto/serviço no mercado”. Nas demais questões se
observam uma pequena variação, portanto não sendo significativa.
80
5.5.4 Análise das questões que envolvem aspectos relativos à sobrevivência no
mercado.
Fechando a análise dos dados coletados são apresentados a seguir os
dados relativos à sobrevivência no mercado, confrontando os objetivos da
incubadora e percepção das incubadas.
Questão 17 (Incubadora) - Com relação aos objetivos da incubadora listados
abaixo, classifique-os conforme o grau de importância para o IBT sendo que:
1. Muito importante
4. Pouco importante
2. Importante
5. Sem importância
3. Importância média
6. Não tenho opinião/ Não sei
Questão 23 (Empresas) - Com relação aos itens listados abaixo, classifique-os
conforme o grau de importância relativo à contribuição da IBT à sua empresa, sendo
que:
1. Contribuiu muito
4. Pouca contribuição
2. Contribuiu
5. Nenhuma contribuição
3. Contribuição média
6. Não tenho opinião/ Não sei
Com relação ao efetivo auxílio da Incubadora para com as questões
administrativas é importante demonstrar o que a Incubadora tem de percepção do
serviço oferecido em comparação com a opinião das empresas graduadas.
No que tange aumentar a taxa de sobrevivência e de sucesso das empresas
incubadas, fomentar o empreendedorismo, apoio para o desenvolvimento local e
regional (sendo agente de inovação), dotar a incubadora de infra-estrutura adequada
ao atendimento às empresas incubadas e adaptar o modelo de incubação à
realidade econômica, cultural, social e política da região que está inserida, tanto a
IBT quanto as empresas concordam na elevada importância e contribuição.
81
5.5.4.1
Análise gráfica das questões 17 e 23
82
6
Percepções
5
4
3
2
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Aspectos Descritos
Moda
IBT
Gráfico 20 – Gráfico comparativo entre a IBT X Moda das questões 17 e 23
No que diz respeito a proporcionar o crescimento e a estabilidade de
empresas incubadas, estimular o papel das universidades e centros de pesquisa no
processo de inovação tecnológica por meio da criação de novas empresas,
estruturar serviços que sejam realmente importantes para o desenvolvimento e a
consolidação dos empreendimentos, estabelecer relacionamentos e alianças que
assegurem
o
atendimento
às
empresas
incubadas,
identificar
fontes
de
financiamento e modelos de negócios que garantam a sustentabilidade da
incubadora, estruturar estratégias para captação de recursos para empresas
incubadas e ser símbolo do empreendedorismo e inovação, gerando empresas
fortes que inspirem as gerações futuras, a IBT afirma ser “muito importante”
enquanto as empresas apenas relatam a contribuição.
No aspecto referente à transferência de Tecnologia, capacitar equipes
inovadoras, empreendedoras e comprometidas para conduzir o processo de
incubação, criar estratégias para que as empresas incubadas desenvolvam sua
capacidade de vendas e gerem negócios e sintonizar as empresas incubadas com
as principais tendências tecnológicas e mercadológicas mundiais, a IBT diz ser
“muito importante” enquanto as empresas afirmam ter tido uma “contribuição média”,
gerando pontos de discrepância.
83
Observando
as
questões
quanto
a
estruturar
mecanismos
de
associativismo e cooperativismo entre as empresas incubadas como forma de
promover a troca de informação e a geração de redes de negócios e estimular e
gerar novas empresas que se insiram em clusters e cadeias estratégicas já
estruturadas ou em fase de consolidação, a IBT afirma ser “importante” enquanto
para as empresas houve “pouca contribuição”, gerando novamente pontos
discrepantes.
No que tange a gerar uma estratégia competitiva clara e bem sucedida no
segmento de mercado proposto pelas incubadas, criar mecanismos e instrumentos
de promoção de empresas incubadas junto à comunidade local, a órgãos e
instituições estratégicas e geração de empregos, a IBT e as empresas concordam
com a importância e a contribuição do processo de incubação.
Com relação a contribuição para a definição de políticas públicas
sintonizadas com a realidade de um mundo cada vez mais globalizado, a IBT afirma
ser “importante” enquanto que para as empresas houve “contribuição média”.
Com relação a estruturar processos gerenciais competentes, inovadores e
sustentáveis às incubadas, a IBT afirma ser “muito importante” enquanto cada
empresa respondeu de forma diferente gerando outro ponto de discordância.
E, por fim, com relação ao lucro para as empresas, a IBT afirma que a
geração dos mesmos não tem importância enquanto as empresas afirmam que o
processo de incubação contribui.
Concluindo a análise gráfica sobre questões que envolvem aspectos
relativos à sobrevivência no mercado, finalizaremos verificando a média x desvio
padrão.
84
4
3,5
Percepções
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Aspectos Descritos
Média
Desvio Padrão
Gráfico 21 – Gráfico comparativo entre a Média X Desvio Padrão das
questões 17 e 23
O gráfico acima demonstra que em termos de desvio padrão as questões
4, 6, 7, 8, 9, 14 e 21 apresentam uma variação elevada, nas demais se observa uma
pequena variação, portanto, não sendo significativa.
Quanto aos aspectos apresentados nas questões correlacionadas as
empresas demonstraram não ter percepções próximas. Há de se pensar em uma
alternativa que unifique tais procedimentos.
85
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa unidade é destinada a apresentar uma síntese dos resultados deste
trabalho, reflexo de cada objetivo do traçado. São enfatizados os destaques da
pesquisa, pontos relevantes, além de apresentar as contribuições científicas do
trabalho, resultados dos estudos desenvolvidos baseados tanto na pesquisa
bibliográfica, quanto na pesquisa empírica. Apresentam-se ainda algumas sugestões
para trabalhos futuros, baseadas em inquietudes geradas com o trabalho em
questão e visando trazer novos conhecimentos sobre o tema proposto.
Os objetivos da pesquisa foram alcançados, permitindo verificar a
contribuição da incubadora na atuação de micro e pequenas empresas que
passaram por este processo, em especial ligadas à IBT no período proposto.
Avaliou-se o que as empresas esperavam e o que foi obtido, a contribuição da
incubadora para o desenvolvimento de práticas empreendedoras e inovadoras, a
contribuição da incubadora na atuação das empresas, além dos atributos relativos à
sobrevivência no mercado.
Com relação ao que as empresas esperavam (espaço físico, serviços de
escritório, aconselhamento técnico...) e o que foi obtido, as expectativas são
atendidas, existindo uma pequena defasagem entre aquilo que a incubadora tem de
percepção com relação à percepção das empresas. Merecem uma atenção especial
apenas os itens relativos a aconselhamento técnico, acesso a laboratórios
universitários e comunicação com órgãos internacionais, que apresentaram um
desvio padrão mais significativo.
Quanto aos aspectos relativos às práticas empreendedoras e inovadoras
(incentivo a contribuir com idéias e sugestões para melhoria dos serviços,
investimento em P&D, número de projetos para desenvolvimento de novos
produtos...), nota-se uma semelhança de percepções, com exceção dos itens 4,5 e
6, que dizem respeito, respectivamente, a “incentivo ao desenvolvimento de projetos
inovadores e soluções voltadas para o aprimoramento dos negócios praticados pela
empresa”, “adoção de técnicas avançadas de marketing, comunicação e informação,
como instrumento sistemático de gestão”, além das “equipes usarem novas técnicas
e metodologias para proceder à melhoria de seus processos”. Esses itens merecem
uma atenção especial, pois as respostas apresentaram um elevado desvio padrão, o
86
que pode até representar um baixo entendimento das empresas com relação a
esses temas, requerendo uma atenção maior por parte da incubadora.
Com relação à contribuição da incubadora para a atuação de micros e
pequenas empresas (o ambiente acadêmico científico encontrado na incubadora
contribuiu para evolução da sua empresa, e para a evolução do produto/serviço, a
incubadora sempre foi ágil e eficaz na busca por atender às necessidades
apresentadas pelas empresas...), existe uma aproximação de resultados, com
destaque especial para o item 8, que fala sobre a contribuição da incubadora no
auxílio na escolha do ponto/localização da empresa, no qual a incubadora julga
contribuir muito, mas as empresas não têm essa percepção.
Por fim, ao analisar as questões que envolvem aspectos relativos à
sobrevivência no mercado, percebe-se que os itens 6, 19 e 21, que dizem respeito,
respectivamente, a “contribuir para a definição de políticas públicas sintonizadas
com a realidade de um mundo cada vez mais globalizado”, “estruturar mecanismos
de associativismo e cooperativismo entre as empresas incubadas como forma de
promover a troca de informação e a geração de redes de negócios” e “estimular e
gerar novas empresas que se insiram em clusters e cadeias estratégicas já
estruturadas ou em fase de consolidação”, as empresas destacam “pouca ou média
contribuição” e a IBT considera os itens como importantes objetivos para o processo
de incubação. Já o item 20, “sintonizar as empresas incubadas com as principais
tendências tecnológicas e mercadológicas mundiais”, apresenta um aspecto
destoante entre a percepção da incubadora e das empresas, merecendo uma
atenção especial por parte da incubadora.
Concluímos finalmente que as incubadoras de empresas, quando
cumprem o papel ao qual se propõem, são elementos fundamentais para o
desenvolvimento de iniciativas empreendedoras e inovadoras no país. Toda a
pesquisa desenvolvida corrobora para ratificar o desempenho da incubadora e os
reflexos
do processo
de incubação
em empresas
de base tecnológica,
considerando-se o caso da IBT.
A seguir serão apresentados os destaques da pesquisa.
87
6.1 DESTAQUES DA PESQUISA
Como destaques da pesquisa na IBT apresentam-se o Índice de
sobrevivência no mercado: 96% das empresas graduadas permanecem no mercado.
Temos aí um excelente resultado quando comparado com o índice de sobrevivência
das MPEMs no Brasil, conforme apresentado na revisão da literatura. O gráfico 1,
por exemplo, reflete o alto índice de mortalidade empresarial, apresentando
percentuais alarmantes. Essa estatística está ainda acima da média apontada pela
ANPROTEC, 93%, conforme demonstrada no Gráfico 7 – Taxa de Sucesso de
Empresas Graduadas.
Outro fator relevante da pesquisa está relacionado ao tempo de
experiência dos entrevistados e das empresas no mercado, variando de sete a treze
anos, mostrando aí uma maturidade empresarial, principalmente se comparadas
com o índice de mortalidade de empresas apresentadas na revisão da literatura.
6.2 CONTRIBUIÇÃO CIENTÍFICA DO TRABALHO
O modelo pode ser aproveitado para verificação do desempenho da IBT.
Serve ainda como parâmetro para outras empresas que pretendam entrar no
mercado, ou que visem participar de um processo de incubação.
6.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Como proposta para realização de trabalhos futuros, sugere-se:
a) replicar a pesquisa em outras incubadoras de empresas, visando
verificar se a visão e expectativas das empresas são semelhantes nos diversos
pólos de incubadoras;
88
b) fazer uma nova pesquisa, com foco complementar, em empresas que
se desligaram da IBT durante o processo de incubação, visando verificar o(s)
motivo(s) responsável(s) por tal desvínculo.
c) fazer uma nova pesquisa na IBT com foco no processo de incubação,
para verificar a subutilização do espaço destinado a empresas incubadas, em função
da capacidade atual utilizada, muito aquém da disponível.
89
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96
APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE PESQUISA – QUESTIONÁRIO/ ENTREVISTA
DIRECIONADA AO IBT (INCUBADORA DE BASE TECNOLÓGICA) DO CRITT
(CENTRO REGIONAL DE INOVAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA)
DA UFJF (UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA)
97
ROTEIRO DA ENTREVISTA
_____/_____/2009
PARTE I – IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA INCUBADORA
1 – Nome da Incubadora: __________________________________________________
1.1 – Sigla: __________________________________________________________
2 – Endereço:
Rua/ Av./ Número/ Compl.:______________________________________________
Bairro: _______________CEP:_____________Cidade:_______________UF:_____
Telefone(s): ______________________________Fax:________________________
3 - Entrevistado: _____________________________________________________
3.1 - Cargo: _________________________________________________________
3.2 - E-mail: _________________________________________________________
4 – Responsável pela gerência da incubadora:____________________________
5 – Site: ____________________________________________________________
6 - Data de início do empreendimento: ______/_______/________ (dia/mês/ano).
7 – Foco de atuação:
1.( ) Mista
2.( ) Base Tecnológica
3.( ) Tradicional
4.( ) Agroindustrial
5.(
6.(
7.(
8.(
) Cultural (arte, música, cinema...)
) Social (cooperativas...)
) Serviços (consultoria, design...)
) Outra: ______________________
8 – Qual a classificação da incubadora?
1.( ) Sistemas de promoção de empreendimentos inovadores orientados para o
desenvolvimento local e setorial.
2.( ) Sistemas de promoção de empreendimentos inovadores orientados para o uso
intensivo de tecnologias.
3.( ) Sistemas de promoção da cultura do empreendedor inovador.
4.( ) Sistema de promoção de habitats de inovação sustentáveis.
9 – Assinale a (s) alternativa (s) que fez/fizeram parte do processo de
incubação no período de 2003 a 2007:
1.( ) Pré-incubação
4.( ) Pós-graduação
2.( ) Incubação
5.( ) Outros:_______________________
3.( ) Graduação
PARTE II – INSTITUIÇÃO
10 – Instituição Gestora: ______________________________________________
98
10.1 – Natureza Jurídica da Instituição:
1.( ) Privada sem fins lucrativos
4.( ) Pública Estadual
2.( ) Privada com fins lucrativos
5.( ) Pública Federal
3.( ) Pública Municipal
6.( ) Outra: ________________________
11 – Existe vínculo com Universidade/ Centro de Pesquisa?
Se Sim responda as questões 12.1 e 12.2
1. ( ) Sim
2.( ) Não
12.1 – Tipo de Vínculo:
1. ( ) Formal
2. ( ) Informal
12.2 – Natureza Jurídica da Instituição:
1.( ) Universidade Privada
3.( ) Centro de Pesquisa Privado
2.( ) Universidade Pública
4.( ) Centro de Pesquisa Público
PARTE III – CONTRIBUIÇÃO DA INCUBADORA PARA PRÁTICAS
EMPREENDEDORAS E INOVADORAS
13 - No que concerne à contribuição da Incubadora para atuação das
incubadas, responda: (Mostrar opções).
1. Contribui muito
2.Contribui
4. Pouca contribuição
3.Contribuição Média
5. Não tenho opinião/ Não sei
01. O ambiente acadêmico-científico oferecido pela incubadora contribui para
evolução das empresas incubadas.
02. O ambiente acadêmico-científico oferecido pela Incubadora contribui para
evolução do produto e/ou serviço.
03. A Incubadora é sempre ágil e eficaz na busca por atender às
necessidades apresentadas pelas empresas.
04. As ferramentas de gestão fornecidas pela incubadora atendem totalmente
às necessidades das incubadas.
05. O modelo de gestão proposto pela Incubadora fornece ferramentas de
Planejamento Estratégico, como a definição de objetivos e metas, visão,
missão, posicionamento, etc.
06. A incubadora ajuda a posicionar o produto/ serviço das incubadas no
mercado.
07. A incubadora auxiliou na elaboração do preço praticado pelas incubadas.
08. A incubadora auxiliou na escolha do ponto/ localização da empresa
incubada.
09. A incubadora incentivou as empresas a conhecer seus concorrentes.
99
14 – A incubadora tem algum programa de disseminação da cultura
empreendedora?
1.( ) Sim.
Se Sim especifique: ___________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2.( ) Não.
15 – A incubadora contribui para o desenvolvimento de práticas inovadoras?
1.( ) Sim.
Se Sim responda a questão 16
2.( ) Não
16 - Com relação à Inovação, avalie os itens abaixo, segundo atividades
incentivadas pela incubadora às incubadas.
1.Incentiva muito
4. Pouco incentiva
2. Incentiva
5. Não incentiva
3. Incentiva Moderadamente
6. Não tenho opinião/ Não sei
01. As pessoas de todos os níveis são incentivadas a contribuir com ideias e
sugestões para a melhoria dos serviços prestados pela empresa.
02. Investimento em P&D (Pesquisa & Desenvolvimento)
03. Número de projetos para desenvolvimento de novos produtos.
04. Incentivo ao desenvolvimento de projetos inovadores e soluções voltadas
para o aprimoramento dos negócios praticados pela empresa.
05. Adoção de técnicas avançadas de marketing, comunicação e informação,
incluindo pesquisas mercadológicas, como instrumento sistemático de
gestão.
06. As equipes utilizam sistematicamente novas técnicas e metodologias para
proceder à melhoria de seus processos.
07. A empresa possui dados que demonstram uma melhoria do resultado
operacional ao longo dos últimos anos.
08. A empresa possui dados que indicam que a satisfação dos clientes com o
serviço prestado (ou produtos) tem melhorado.
PARTE IV – OBJETIVOS DA INCUBADORA
17 – Com relação aos objetivos da incubadora listados abaixo,
classifique-os conforme o grau de importância para o IBT sendo que:
1. Muito Importante
2. Importante
3. Importância Média
4. Pouco Importante
5. Sem Importância
6. Não tenho opinião/ Não sei
100
01. Aumentar a taxa de sobrevivência e de sucesso das empresas incubadas.
02. Proporcionar o crescimento e a estabilidade de empresas incubadas.
03. Fomentar o empreendedorismo.
04. Contribuir para o desenvolvimento local e regional, sendo agente de
inovação.
05. Gerar uma estratégia competitiva clara e bem sucedida no segmento de
mercado proposto pela incubadas.
06. Contribuir para a definição de políticas públicas sintonizadas com a
realidade de um mundo cada vez mais globalizado.
07. Estruturar processos gerenciais competentes, inovadores e sustentáveis
às incubadas.
08. Estimular o papel das universidades e centros de pesquisa no processo
de inovação tecnológica por meio da criação de novas empresas.
09. Estruturar serviços que sejam realmente importantes para o
desenvolvimento e a consolidação dos empreendimentos.
10. Estabelecer relacionamentos e alianças que assegurem o atendimento às
empresas incubadas.
11. Transferência de Tecnologia
12. Dotar a incubadora de infraestrutura adequada ao atendimento às
Empresas incubadas.
13. Capacitar equipes inovadoras, empreendedoras e comprometidas para
conduzir o processo de incubação.
14. Adequar o modelo de incubação à realidade econômica, cultural, social e
política da região em que está inserida.
15. Identificar fontes de financiamento e modelos de negócios que garantam a
sustentabilidade da incubadora.
16. Estruturar estratégias para captação de recursos para empresas
incubadas.
17. Criar estratégias para que as empresas incubadas desenvolvam sua
capacidade de vendas e gerem negócios.
18. Criar mecanismos e instrumentos de promoção de empresas incubadas
junto à comunidade local, a órgãos e instituições estratégicas.
19. Estruturar mecanismos de associativismo e cooperativismo entre as
empresas incubadas como forma de promover a troca de informação e a
geração de redes de negócios.
20. Sintonizar as empresas incubadas com as principais tendências
tecnológicas e mercadológicas mundiais.
21. Estimular e gerar novas empresas que se insiram em clusters e cadeias
estratégicas já estruturadas ou em fase de consolidação.
22. Ser símbolo do empreendedorismo e inovação, gerando empresas fortes
que inspirem as gerações futuras.
23. Lucro para incubadora.
24. Geração de empregos.
101
PARTE V – INFRAESTRUTURA E RECURSOS
18 – Com relação à área construída (marque apenas uma opção):
1.( ) Até 500 m2
2.( ) Até 1.000 m2
3.( ) De 1000 a 5000 m2
4.( ) De 5000 a 10.000 m2
19. Qual a capacidade de incubação (nº de empresas que podem ficar incubadas
ao mesmo tempo) ?
20 - Com relação aos aspectos descritos, concernentes à incubadora,
classifique-os conforme serviços oferecidos. (Mostrar opções).
1.( ) Péssimo
2.( ) Ruim
3.( ) Bom
4.( ) Muito Bom
5.( ) Excelente
6.( ) Não tenho opinião / Não sei
01. Espaço Físico
02. Serviços de escritório.
03. Aconselhamento técnico.
04. Parceiros adequados.
05. Ambiente de cooperação.
06. Acesso a financiamentos.
07. Acesso a laboratórios universitários.
08. Acesso a laboratórios de empresas.
09. Acesso a informações tecno-científicas.
10. Comunicação com órgãos internacionais
11. Cursos e Seminários
12. Participação em Feiras e Exposições
13. Oportunidades de Negócios
14. Apoio no desenvolvimento do Plano de Negócio.
PARTE VI – PESSOAL DA INCUBADORA
21. Com relação ao pessoal da incubadora, responda:
21.1 - Número de funcionários da Incubadora: ______________________________
21.2 – Número de estagiários:___________________________________________
21.3 – Número de bolsistas: ____________________________________________
21.4 – Outros (especificar): _____________________________________________
PARTE VII – ASPECTOS FINANCEIROS
22. Qual o custo operacional mensal da Incubadora?
(Incluir todos os custos, independente da forma como são cobertos).
R$______________________ (
).
23. De onde vêm os recursos da Incubadora?
(Questão de múltipla escolha).
1.( ) Recursos Próprios (locação de espaço, consultorias, participação no
faturamento das empresas, cursos, etc):
2.( ) Entidade gestora:
102
3.( ) SEBRAE
4.( ) CNPq
5.( ) Finep
6.( ) FAP
7.( ) Outros: _______________________________________________________
PARTE VIII – AS EMPRESAS
24. Número de empresas:
1. Atualmente Incubadas: _______________________________________________
2. Desligadas: ________________________________________________________
3. Graduadas que permanecem no mercado: _______________________________
4. Graduadas que não permanecem no mercado: ____________________________
4. Outro(s):__________________________________________________________
25. Quais os critérios para seleção das empresas?
(Questão de múltipla escolha).
1.(
2.(
3.(
4.(
) Possibilidade de interação com universidades/ centro de pesquisa
) Viabilidade econômica
) Aplicação de novas tecnologias
) Potencial para rápido crescimento
5.( ) Número de empregos criados
6.( ) Perfil dos empreendedores
7.( ) Possibilidade de contribuição com o desenvolvimento local e setorial
8.( ) Outros: ________________________________________________________
26. Qual o estágio em que as empresas vão para incubadora?
(Questão de múltipla escolha).
1.(
2.(
3.(
4.(
) Empresas novas
) Empresas já existentes. Até quanto tempo? ___________________________
) Empresas/projetos nascidos em programas de pré-incubação
) Outros: ________________________________________________________
27. Número de empregos gerados nas empresas (totais):
27.1 – Incubadas (sócios inclusive): ______________________________________
27.2 – Graduadas (sócios inclusive): _____________________________________
PARTE IX – INFORMAÇÕES ADICIONAIS
28. Existe alguma questão que o (a) Sr. (Sra.) gostaria de acrescentar à
pesquisa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Chegamos ao fim do questionário. Muito obrigada pela atenção!
103
APÊNDICE 2 – INSTRUMENTO DE PESQUISA - QUESTIONÁRIO DIRECIONADO
AS EMPRESAS ORIUNDAS DO IBT/CRITT
104
QUESTIONÁRIO SOBRE AS CONTRIBUIÇÕES DA INCUBADORA DE BASE
TECNOLÓGICA - IBT/CRITT - NA ATUAÇÃO MERCADOLÓGICA DAS MICROS E
PEQUENAS EMPRESAS QUE PASSARAM POR ESSE PROCESSO.
Apresentação: Prezado Empreendedor, sou aluna do Mestrado em Sistemas de
Gestão da UFF-Niterói e estou elaborando uma dissertação voltada ao
Empreendedorismo, Micros e Pequenas Empresas e Incubadora de Empresas. Este
questionário faz parte da elaboração dessa dissertação que tem como tema
Reflexos do Processo de Incubação em Empresas de Base Tecnológica: o Caso do
IBT/CRITT.
Objetivo: O objetivo principal deste questionário é investigar a contribuição da
incubadora para a atuação mercadológica de micros e pequenas empresas que
passaram por esse processo.
Participantes: Sócios/Fundadores de empresas empreendedoras oriundas da
incubadora IBT/CRITT no período de 2003 a 2007.
Termo de Confidencialidade: O estudo em questão tem objetivos e interesses
acadêmicos, e os dados e percepções levantados serão conduzidos pela autora, sob
a orientação da Profa. Dra. Mara Telles Salles. Os resultados finais desta pesquisa
poderão conter fragmentos das opiniões dos respondentes, no entanto, garantimos
que a identidade dos mesmos não será revelada.
Resultado esperado: Respostas dos questionários que retratem de maneira fiel, as
percepções dos sócios-gerentes sobre a contribuição da Incubadora para as micros
e pequenas empresas que passaram por esse processo.
Sua colaboração será muito importante. Desde já agradeço: muito obrigada!
Adriana Duque de Freitas
E-mail: [email protected]
Juiz de Fora, Junho de 2009.
105
Estrutura do Questionário

Parte 1: Identificação do respondente e caracterização da
empresa pesquisada – Questões 1 a 7.

Parte 2: Busca identificar aspectos relacionados ao processo
de incubação – avaliar o que as empresas esperavam do processo
de incubação e o que foi obtido - Questões 8 a 12.

Parte 3: Busca identificar atributos pertinentes aos aspectos
empreendedores
e inovadores
–
avaliar
a contribuição
da
incubadora para o desenvolvimento de práticas empreendedoras e
inovadoras - Questões 13 a 17.

Parte 4: Busca identificar os atributos pertinentes aos aspectos
mercadológicos – avaliar a contribuição da incubadora na atuação
mercadológica da empresa - Questão 18.

Parte 5: Busca identificar os atributos relativos à sobrevivência
no mercado – avaliar a contribuição da incubadora para a
permanência da empresa no mercado - Questões 19 a 24.

Parte 6: Busca abrir um espaço ao entrevistado para aspectos
que julgue relevante ao trabalho – Questão 25.
106
QUESTIONÁRIO NÚMERO: 01
_____/_____/2009
PARTE I – IDENTIFICAÇÃO DO RESPONDENTE E CARACTERIZAÇÃO
DA EMPRESA
1 – Empresa
1.1 - Nome Fantasia: __________________________________________________
1.2 - Razão Social: ________________________________________________________
2 - Endereço
Rua/ Av./ Número/ Compl.:______________________________________________
Bairro: _________________CEP:_____________Site:________________________
Telefone(s): _________________________________________________________
3 - Entrevistado: _____________________________________________________
4 - Cargo:
1.( ) Sócio-Fundador
2.( ) Sócio
3.( ) Outro ________________________________
4.1 - E-mail: _________________________________________________________
5 – Com relação a sua experiência neste negócio, pode-se afirmar que:
1.( ) É menor que 3 anos
4.( ) Situa-se entre 5 e 10 anos
2.( ) Situa-se entre 3 e 5 anos
5.( ) Situa-se entre 10 e 15 anos
3.( ) Situa-se entre 5 e 10 anos
6.( ) É maior que 15 anos
6 – Qual o seu nível de formação?
1.( ) Doutorado/ Pós-Doutorado
2.( ) Mestrado – Completo/ Cursando
3.( ) Especialização – Completo/ Cursando
4.( ) Superior Completo/ Cursando
5.( ) Superior incompleto/ Cursando
6.( ) Outro: ____________________
7 - Setor da atividade econômica:
1.( ) Indústria
3.( ) Comércio
2.( ) Prestação de Serviços
4.( ) Outros _______________________________
7.1 Tipos de atividades desenvolvidas/ serviços prestados: ____________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
PARTE II – ASPECTOS CONCERNENTES AO PROCESSO DE INCUBAÇÃO - o
que as empresas esperavam e o que foi obtido.
8 – Com relação ao Período de Incubação, responda:
8.1 – Data de Início: ______/_______/________ (dia/mês/ano).
8.2 – Data de desligamento: ______/_______/________ (dia/mês/ano).
107
9 – Assinale a (s) alternativa (s) que fez/fizeram parte do processo de
incubação:
(Aceita-se mais de uma resposta).
1.( ) Pré-incubação
2.( ) Incubação
3.( ) Graduação
4.( ) Pós-graduação
5.( ) Outros:_______________________
10 - Como você ficou sabendo da incubadora IBT?
1.( ) TV, Rádio, Jornal
3.( ) Amigos
2.( ) Palestras
4.( ) Outros _______________________________
11 – O que o (a) levou a buscar a incubadora?
(Aceita-se mais de uma resposta).
1.(
2.(
3.(
4.(
) Infraestrutura e serviços oferecidos.
) Facilidade de Crédito.
) Apoio no desenvolvimento do Plano de Negócio.
) Outros _________________________________________________________
12 – Com relação aos aspectos descritos, concernentes à incubadora, indique
o grau de satisfação. (Mostrar opções).
1.( ) Péssimo
2.( ) Ruim
3.( ) Bom
4.( ) Muito Bom
5.( ) Excelente
6.( ) Não tenho opinião / Não sei
01. Espaço Físico
02. Serviços de escritório.
03. Aconselhamento técnico.
04. Parceiros adequados.
05. Ambiente de cooperação.
06. Acesso a financiamentos.
07. Acesso a laboratórios universitários.
08. Acesso a laboratórios de empresas.
09. Acesso a informações tecno-científicas.
10. Comunicação com órgãos internacionais
11. Cursos e Seminários
12. Participação em Feiras e Exposições
13. Oportunidades de Negócios
14. Apoio no desenvolvimento do Plano de Negócio.
PARTE III– ASPECTOS RELACIONADOS ÀS PRÁTICAS EMPREENDEDORAS
E INOVADORAS - avaliar a contribuição da incubadora para o desenvolvimento de
práticas empreendedoras e inovadoras.
13 – O que motivou a abertura da empresa?
1.( ) Intuição
2.( ) Vontade de ter um negócio próprio
3.( ) Necessidade
4.( ) Identificação de uma oportunidade (sem um estudo de viabilidade)
5.( ) Estudo de Viabilidade (com um estudo de viabilidade)
6.( ) Outros:______________________
108
14 - Com relação ao número de pessoas ocupadas, responda:
14.1 – Número de sócios: ______________________________________________
14.2 - Número de funcionários: __________________________________________
14.3 – Número de estagiários:___________________________________________
14.4 – Outros (especificar): _____________________________________________
15 – Sua empresa participa de alianças e redes estratégicas?
Se Sim responda as questões 15.1 e 15.2
1. ( ) Sim
2.( ) Não
15.1 – Quais tipos de alianças? (Aceita-se mais de uma resposta).
1.( ) Arranjos voluntários (...)
2.( ) Parcerias entre empresas envolvendo trocas
3.( ) Compartilhamento de produtos
4.( ) Compartilhamento de tecnologias
5.( ) Compartilhamento de serviços
6.( ) Outras: _______________
15.2 –Escolha no máximo três fatores determinantes para a busca de alianças
(Aceita-se mais de uma resposta).
1.( ) Aprendizagem com os parceiros
2.( ) Economia de escala
3.( ) Gerenciamento de riscos
4.( ) Compartilhamento de custos
5.( ) Redução de custos na entrada em novos segmentos
6.( ) Compartilhamento de recursos
7.( ) Estreitar relações comerciais
8.( ) Não se aplica
16 – Com relação à Inovação, avalie os itens abaixo, segundo atividades
praticadas pela sua empresa.
1. Pratica muito
4. Pouco pratica
2. Pratica
5. Não pratica
3. Pratica Moderadamente
6. Não tenho opinião/ Não sei
01. As pessoas de todos os níveis são incentivadas a contribuir com ideias e
sugestões para a melhoria dos serviços prestados pela empresa.
02. Investimento em P&D (Pesquisa & Desenvolvimento)
03. Número de projetos para desenvolvimento de novos produtos.
04. Incentivo ao desenvolvimento de projetos inovadores e soluções voltadas
para o aprimoramento dos negócios praticados pela empresa.
05. Adoção de técnicas avançadas de marketing, comunicação e informação,
incluindo pesquisas mercadológicas, como instrumento sistemático de
gestão.
06. As equipes utilizam sistematicamente novas técnicas e metodologias para
proceder à melhoria de seus processos.
07. A empresa possui dados que demonstram uma melhoria do resultado
operacional ao longo dos últimos anos.
08. A empresa possui dados que indicam que a satisfação dos clientes com o
serviço prestado (ou produtos) tem melhorado.
109
17 – Qual a origem dos recursos utilizados na abertura do empreendimento?
1.( ) Setor Governamental (financiamentos)
2.( ) Setor Privado (recursos próprios)
3.( ) Parte dos recursos através de financiamentos e parte de recursos próprios.
4.( ) Outro _______________
PARTE IV – ASPECTOS MERCADOLÓGICOS - avaliar a contribuição da
incubadora na atuação mercadológica da empresa.
18 - No que concerne à contribuição da Incubadora para atuação
mercadológica da sua empresa, responda: (Mostrar opções).
1. Discordo plenamente
4. Concordo mais do que discordo
2. Discordo mais do que concordo
5. Concordo plenamente
3. Concordo
6. Não tenho opinião/ Não sei
01. O ambiente acadêmico-científico, encontrado na Incubadora, facilita a
inovação das empresas em seu ramo de atuação.
02. A Incubadora da qual o (a) Sr. (Srª) participou é sempre ágil e eficaz na
busca por atender às necessidades apresentadas pelas empresas.
03. As ferramentas de gestão fornecidas pela incubadora atendem totalmente
às necessidades.
04. O modelo de gestão proposto pela Incubadora fornece ferramentas de
Planejamento Estratégico, como a definição de objetivos e metas, visão,
missão, posicionamento, etc.
05. A incubadora ajudou a posicionar o produto/ serviço no mercado.
06. A incubadora auxiliou na elaboração do preço praticado.
07. A incubadora auxiliou na escolha do ponto/ localização da empresa.
08. A empresa foi incentivada a conhecer seus concorrentes.
PARTE V – ATRIBUTOS RELATIVOS À SOBREVIVÊNCIA DAS EMPRESAS avaliar a contribuição da incubadora para a permanência da empresa no mercado.
19 – Sua empresa obteve lucro em 2008?
1. ( ) Sim
2.( ) Não
20 – Como você considera o desempenho financeiro da empresa?
1.( ) Péssimo
2.( ) Ruim
3.( ) Bom
4.( ) Muito Bom
5.( ) Excelente
6.( ) Não tenho opinião / Não sei
21 – Como você considera o desempenho financeiro da sua empresa frente
aos concorrentes?
1.( ) Péssimo
2.( ) Ruim
3.( ) Bom
4.( ) Muito Bom
5.( ) Excelente
6.( ) Não tenho opinião / Não sei
110
22 – O(A) Senhor (a) acha que o fato de sua empresa ter nascido em uma
Incubadora foi um fator decisivo para a viabilidade do negócio?
(Se NÃO, responda a questão 22.1)
1.( ) Sim
2.( ) Não
22.1 – Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
23 - Com relação aos itens listados abaixo, classifique-os conforme o
grau de importância relativo à contribuição do IBT à sua empresa, sendo
que:
1. Contribuiu Muito
2. Contribuiu
3. Contribuição Média
4. Pouca contribuição
5. Nenhuma contribuição
6. Não tenho opinião/ Não sei
01. Aumentar a taxa de sobrevivência e de sucesso das empresas incubadas.
02. Proporcionar o crescimento e a estabilidade de empresas incubadas.
03. Fomentar o empreendedorismo.
04. Contribuir para o desenvolvimento local e regional, sendo agente de
inovação.
05. Gerar uma estratégia competitiva clara e bem sucedida no segmento de
mercado proposto pela incubadas.
06. Contribuir para a definição de políticas públicas sintonizadas com a
realidade de um mundo cada vez mais globalizado.
07. Estruturar processos gerenciais competentes, inovadores e sustentáveis
às incubadas.
08. Estimular o papel das universidades e centros de pesquisa no processo
de inovação tecnológica por meio da criação de novas empresas.
09. Estruturar serviços que sejam realmente importantes para o
desenvolvimento e a consolidação dos empreendimentos.
10. Estabelecer relacionamentos e alianças que assegurem o atendimento às
empresas incubadas.
11. Transferência de Tecnologia
12. Dotar a incubadora de infraestrutura adequada ao atendimento às
empresas incubadas.
13. Capacitar equipes inovadoras, empreendedoras e comprometidas para
conduzir o processo de incubação.
14. Adequar o modelo de incubação à realidade econômica, cultural, social e
política da região em que está inserida.
15. Identificar fontes de financiamento e modelos de negócios que garantam a
sustentabilidade da incubadora.
16. Estruturar estratégias para captação de recursos para empresas
incubadas.
17. Criar estratégias para que as empresas incubadas desenvolvam sua
capacidade de vendas e gerem negócios.
18. Criar mecanismos e instrumentos de promoção de empresas incubadas
junto à comunidade local, a órgãos e instituições estratégicas.
111
19. Estruturar mecanismos de associativismo e cooperativismo entre as
empresas incubadas como forma de promover a troca de informação e a
geração de redes de negócios.
20. Sintonizar as empresas incubadas com as principais tendências
tecnológicas e mercadológicas mundiais.
21. Estimular e gerar novas empresas que se insiram em clusters e cadeias
estratégicas já estruturadas ou em fase de consolidação.
22. Ser símbolo do empreendedorismo e inovação, gerando empresas fortes
que inspirem as gerações futuras.
23. Lucro para incubadora.
24. Geração de empregos.
24 – Sua empresa ainda mantém contato com a Incubadora?
(Se sim, responda a questão 24.1)
1. ( ) Sim
2.( ) Não
24.1 – Como se dá esse contato?
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PARTE VI – INFORMAÇÕES ADICIONAIS
25. Existe alguma questão que o (a) Sr.(a) gostaria de acrescentar à pesquisa?
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Chegamos ao fim do questionário. Muito obrigada pela atenção!
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ANEXO 1 – FOLDER IBT/CRITT/ UFJF – EDITAL DE INCUBAÇÃO DE
MARÇO / 2009
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adriana duque de freitas reflexos do processo de incubação em