12 e 13 de agosto de 2011
ISSN 1984-9354
PERFIL DE EMPRESAS INCUBADAS E
LEVANTAMENTO DAS EXPECTATIVAS
DESSAS EMPRESAS COM RELAÇÃO AO
PROCESSO DE INCUBAÇÃO: O CASO
DA INCUBADORA DE BASE
TECNOLÓCIGA DA UFJF
Adriana Duque de Freitas, M.Sc.
(UFF)
Mara Telles Salles, D.Sc.
(UFF)
Resumo
Reconhecidas como geradoras de conhecimento e informações as
incubadoras de empresas são locais onde nascem, crescem e se
desenvolvem pequenos negócios. Com o objetivo de conhecer e
analisar o perfil das empresas incubadas e levantar as exppectativas
das mesmas em relação ao processo de incubação, assim como o
alcance dessas expectativas, foi realizado um estudo de caso em
empresas oriundas da Incubadora de Base Tecnológica (IBT) ligada
ao Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia
(CRITT) e pertencente à Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF). Através de uma pesquisa exploratória de caráter qualitativo,
foram entrevistados empresários incubados e graduados no período de
2003 a 2007. Os resultados demonstram pontos relevantes para o
sucesso das empresas, como infraestrutura, serviços oferecidos, acesso
a informações tecno-científicas e apoio no desenvolvimento do plano
de negócio. No entanto, merecem uma atenção especial os itens
relativos à aconselhamento técnico, acesso a laboratórios
universitários e comunicação com órgãos internacionais. Aponta
também a necessidade de atuação mais profícua da incubadora
visando à disseminação do processo de incubação para o mercado
uma vez que todas as empresas pesquisadas tem algum tipo de ligação
com a instituição de origem.
Palavras-chaves: Micro e pequenas empresas; Empreendedorismo;
Incubadoras de empresas; Relação universidade-empresas
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1 - INTRODUÇÃO: SITUAÇÃO PROBLEMA
As grandes transformações do mundo atual, como a globalização, os avanços
científicos e tecnológicos, o aumento significativo no número de micro e pequenas empresas
formam pontos relevantes de estudo. Neste contexto surge o papel do empreendedor como
agente de mudança e transformação, considerado o motor da economia.
Conforme Hisrich e Peters (2004), empreendedor é o indivíduo que se arrisca e dá início
a algo novo, combinando recursos, trabalho, materiais e outras características para
transformar o valor de algo maior que antes.
Amato Neto (2000) contribui ao afirmar que as relações intra e interempresas,
particularmente aquelas envolvendo micro e pequenas empresas, são uma tendência da
economia moderna. Na visão de Silva (2004), as micro e pequenas empresas têm demonstrado
flexibilidade para se organizarem em arranjos1 com o intuito de alcançarem competitividade.
São a partir destes arranjos empresariais que se produzem trocas de experiência de
forma contínua entre os agentes envolvidos com o intuito de se desenvolver a tecnologia e
consequentemente as empresas (VENCE DEZA, 2007).
Neste cenário surgem as incubadoras de empresas “que além de incentivar o
desenvolvimento de negócios de micro e pequeno porte, buscam capacitar os empreendedores
na gestão do empreendimento” (BAETA, 2004, p.6). Segundo a Pesquisa GEM (2006) o
aparecimento das incuboras demonstram um grande avanço no desenvolvimento do
empreendedorismo, oferecendo estrutura física, acesso a informações, contribuindo para o
desenvolvimento de novos negócios.
Normalmente ligadas às universidades ou institutos de pesquisa, as incubadoras foram
criadas para dar suporte aos pequenos empreendimentos, além de contribuir na formação de
empreendedores inovadores.
1
Constituem aglomerados de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, que
apresentam vínculos consistentes de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros
atores locais.
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No ano de 2007 o Brasil já contava com 393 incubadoras em operação, com grande
concentração nas regiões sul e sudeste e apresentava um crescimento em torno de 10% em
comparação com o ano anterior. Em cinco anos o movimento cresceu mais de 300% (
ANPROTEC, 2006).
Dentre as modalidades de incubadoras existentes, no Brasil desta-case a Incubação de
Base Tecnólogica, com cerca de 48% das incubadoras existentes em 2007 (ANPROTEC,
2008). Tratam-se de incubadoras que abrigam empreendimentos cujo o conhecimento é o
principal insumo, e que comercializam produtos com alto valor agregado.
Para Fornieles (2007), a capacidade inovadora de um país depende muito da harmonia
existente entre as entidades que gerenciam e transferem o conhecimento tecnológico nas
empresas, como as Incubadoras, os Centros Tecnológicos; as Universidades, Centros de
Formação Intelectual e a política de financiamento da pesquisa, querem seja público ou
privado. O desenvolvimento sócio-econômico de um país tem no processo inovador a base
para a sua evolução.
Sendo assim, o presente trabalho visa conhecer e analisar o perfil de empresas
incubadas e levantar as expectativas dessas empresas com relação ao processo de incubação,
assim como o alcançe dessas expectativas, tanto pela perspectiva dos empreendedores quanto
pela do gerente da incubadora.
2 - OBJETIVO
Conhecer e analisar o perfil das empresas incubadas e levantar as expectativas dessas
empresas com relação ao processo de incubação, assim como o alcance dessas expectativas.
3 – REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 – Incubadoras de Empresas: surgimento, definições e classificação
Os fatos indicam que os programas de incubação de empresas surgiram no final da
década de 50 nos Estados Unidos. Esses programas tiveram sua origem em três movimentos
diferentes e que se desenvolveram simultaneamente, os programas de empreendedorismo, os
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de investimento em empresas de tecnologia e os de condomínios de empresas (ARANHA,
2002).
Baeta (1997, p. 38) afirma que,
As incubadoras americanas originaram-se de iniciativas de
empreendedores privados ou de grupos de investidores, interessados
em transferir a novos empreendedores sua experiência e
conhecimentos. Com essa finalidade, criaram ambientes de incubação,
de modo a propiciarem às empresas nascentes o sucesso da
comercialização e da inovação tecnológica.
De acordo com a National Business Incubator Association (NBIA, 2008), a maior
agência de desenvolvimento do empreendedorismo e de incubadoras de empresas do mundo,
o movimento de incubação só ganhou destaque a partir de meados dos anos 80. No início
dessa década, havia apenas 12 incubadoras em território norte-americano, em 2002, esse
número saltava para o patamar de 900 incubadoras em operação.
A instalação das incubadoras próximas a centros de excelência em pesquisa gerou um
ambiente propício ao desenvolvimento de novas tecnologias. O sucesso nesse processo de
instalação só foi possível devido ao envolvimento e incentivo do Governo, das Universidades
e da Indústria. Essa cooperação contribuiu de forma efetiva para a proliferação de empresas
de ponta nas áreas de computação, comunicação e eletrônica (STAINSACK, 2003).
Para Lalkaka (2002), as iniciativas de estudantes universitários de Stanford, como
Hewlett e Packard, dentre outros, corrobora a constatação do sucesso desse modelo de
associação. É a partir da experiência norte-americana que muitas práticas nessa área foram
transmitidas para os países em desenvolvimento.
Quanto às definições, Aranha (2002) afirma que as incubadoras de empresas são
ambientes onde as dimensões científicas e empresariais se misturam. Na realidade, a principal
função dessa junção é criar um elo entre o pensamento acadêmico-científico com a aplicação
empresarial. Dessa forma, leva-se à sociedade o resultado dessa união que são novos
processos, novos produtos e novos serviços. Outro fator destacado é o importante papel que as
incubadoras desempenham na região em que estão inseridas, que é a de incentivadoras do
desenvolvimento socioeconômico e cultural.
As incubadoras de empresas são locais onde nascem, crescem e desenvolvem-se
pequenos negócios, normalmente de base tecnológica (que têm no conhecimento seu principal
insumo de produção), assistidos por uma infraestrutura comum e, por vezes com a presença
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de uma Universidade, de forma a transformar ideias em produtos, serviços e processos
(WOLFFENBÜTTEL, 2001). São também formas de unir tecnologia, capital e know how para
alavancar o talento empreendedor e acelerar o desenvolvimento de novas empresas
(GRIMALDI; GRANDI, 2003).
Uma incubadora de empresas é um mecanismo de aceleração do desenvolvimento de
empreendimentos mediante um regime de negócios, serviços e suporte técnico compartilhado,
além de orientação prática e profissional. O principal objetivo de uma incubadora deve ser a
produção de empresas de sucesso, em constante desenvolvimento, financeiramente viáveis e
competitivas em seu mercado (DORNELAS, 2002).
No Brasil o movimento de incubadoras de empresas teve o seu início na década de 80.
Em 1987, foi criada a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de
Tecnologias Avançadas (ANPROTEC), que passou a representar as entidades gestoras de
incubadoras de empresas, pólos e parques tecnológicos. A ANPROTEC passou a representar
não só as incubadoras de empresas, mas todo e qualquer empreendimento que utilizasse o
processo de incubação para gerar inovação no País.
A ANPROTEC (2002) e NBIA (2008) definem incubadoras de empresas como um
ambiente planejado para acolher micro e pequenas empresas nascentes, assim como as que
buscam a modernização das atividades, transformando idéias em produtos, processos e/ou
serviços. Nestes casos, o processo de incubação pretende dar às empresas condições
favoráveis para detectar tendências, incorporar novidades e acompanhar as mudanças no
mercado, atuando ainda como interface entre o setor acadêmico e produtivo.
Quanto à classificação, as incubadoras seguem os seguintes critérios: instituições líder,
objetivo estratégico, localização, modelo operacional, razão do empreendimento e foco
(ARANHA, 2003). Segundo o mesmo autor, o que define mais claramente o tipo de
incubadora é o seu foco, que as classifica como sendo tradicionais, mistas, tecnológicas,
culturais, sociais, agroindustriais, serviços e target2. (ARANHA, 2003)
Para Guimarães e Salomão (2006, p. 20), “o foco, portanto, é a dinamização de
diferentes nichos para o desenvolvimento de caráter não-excludente. Para tanto trabalham em
seu processo de incubação com métodos adaptados às necessidades de seu público alvo”.
Para fins deste trabalho, utilizaremos a classificação da ANPROTEC (2002) e SEBRAE
(2002), onde as incubadoras podem ser de dez tipos, dependendo do tipo de empresa que as
2
São aquelas incubadoras em que o foco algumas vezes pode ser mais específico do que o foco já definido,
podendo, neste caso, trabalhar em nichos específicos.
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abriga: agroindustrial, cultural, de artes, de cooperativa, de empresas de base tecnológica, dos
setores tradicionais, mista, setorial, social e virtual.
De acordo com estatísticas da ANPROTEC, através da pesquisa Panorama 2005, que
vem se consolidando a cada ano, a grande maioria das incubadoras incentiva a criação de
empreendimentos ligados ao desenvolvimento de novas tecnologias, de empreendimentos
mistos e tradicionais no Brasil. Do total, 40% das incubadoras são de Base Tecnológica, 23%,
Mistas e 18%, Tradicionais.
As empresas de base tecnológica vêm chamando a atenção de vários setores da
sociedade econômica e produtiva não só pelo potencial empreendedor e capacidade inovadora
desses
empreendimentos,
mas
também
pela
contribuição
no
desenvolvimento
socioeconômico, na incorporação de tecnologias de vanguarda e do seu papel estratégico no
desenvolvimento de uma nação (TRENADO, 2007).
As incubadoras de base tecnológica têm como objetivo promover um ambiente
econômico mais avançado e propenso ao desenvolvimento tecnológico, que favoreça também
o socioeconômico, deixando-o competitivo e sustentado. (VEDOVELLO, 2005)
Baeta (1997, p. 35) define empresas de base tecnológicas como “sinônimo de empresas
de alta tecnologia ou de tecnologia avançada” e que procuram “gerar produtos existentes com
grande redução de custos e de tempo de produção ou produzir novos produtos necessários à
sociedade”.
ANPROTEC (2002, p. 61) colabora com este conceito ao afirmar que incubadoras de
empresas de base tecnológica são “organizações que abrigam empresas cujos produtos,
processos e serviços resultam de pesquisa científica, para os quais a tecnologia representa alto
valor agregado.” Ainda usando a ANPROTEC (2002, p.61), o que distingue esse tipo de
incubadora das incubadoras de empresas tradicionais é que “estas abrigam exclusivamente
empreendimentos oriundos de pesquisa científica”.
Para que o processo de incubação seja satisfatório é necessário ainda que a incubadora
tenha infraestrutura adequada e que os serviços oferecidos dêem suporte às expectativas das
incubadas.
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3.2 – Infraestrutura, serviços oferecidos e processo de incubação
Com relação ao conjunto de serviços e recursos de infraestrutura, cada incubadora deve
oferecer uma gama deles, conforme suas especificidades, levando em consideração as
características dos empreendimentos aos quais pretende auxiliar, além de atuar em parceria
com outras organizações como empresas de consultoria, universidades e institutos de
pesquisa, o que é ilustrado no Quadro 1 a seguir.
Infraestrutura
Serviços
Infraestrutura e Serviços de uma Incubadora
Espaço Físico, Salas, Laboratórios, Ambientes
para Reuniões e Eventos
Portfólio de Serviços
Programas de Suporte Estratégico e Gerencial
Programa de Suporte Tecnológico
Serviços de Suporte Operacional
Quadro 1 – Infraestrutura e Serviços de uma Incubadora
Fonte: Adaptado de Fiates (2005, p. 50)
No entanto, nem sempre isso acontece: Fiates (2005, p. 48) reforça essa afirmativa ao
dizer que “muitas vezes as incubadoras oferecem um conjunto de serviços e implementam
uma infraestrutura que não atendem à demanda dos empreendedores e não contribuem para
gerar resultados relevantes”. Ainda segundo Fiates (2005, p. 48), “um portfólio de serviços
diversificado e de qualidade e uma infraestrutura moderna e completa, certamente constituem
um bom começo para que a incubadora tenha uma boa aceitação junto aos empreendedores e
possa cumprir a sua missão de gerar empresas inovadoras e competitivas”.
O Gráfico 1 apresenta a distribuição de serviços e infraestrutura oferecidos aos
empreendimentos incubados, segundo pesquisa da ANPROTEC, Panorama 2003, que teve
como base 144 incubadoras.
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Gráfico 1 – Serviços/ Infraestrutura oferecidos às incubadas
Fonte: Adaptado Pesquisa PANORAMA 2003 (p. 32)
De certa forma, o público-alvo das incubadoras se aproxima mais do empreendedor
inovador, que conhece o seu produto ou serviço, mas desconhece a melhor maneira de
comercializá-lo. Portanto, o que os empreendimentos esperam é uma atuação mais efetiva por
parte das incubadoras, por seus processos de gestão e organização se diferenciarem da
estrutura disponível às micros e pequenas empresas (GUIMARÃES, 2006).
Outro aspecto relevante é o processo de incubação de empresas em suas diversas fases:
prospecção, seleção de empresas, pré-incubação, avaliação e acompanhamento durante a
incubação, graduação ou liberação e ainda pós-incubação (FIATES, 2005).
O papel da incubadora é importante em cada etapa e de formas distintas, de maneira a
garantir o atendimento das empresas incubadas e a obtenção dos resultados planejados.
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4 - METODOLOGIA
Tipo de pesquisa: trata-se de uma pesquisa exploratória de caráter qualitativo, adotandose o estudo de caso (YIN, 2005).
O universo foi constituido de sete empresas graduadas pela IBT/CRITT no período de
2003 a 2007. A escolha do período foi em função de apresentar dados mais recentes e, em
levantamentos prévios juntos à incubadora, percebeu-se um volume condizente com o
trabalho em questão. No entanto, a amostra ficou reduzida a cinco empresas, pois duas delas
não participaram, sendo que uma, apesar de inúmeras tentativas, não se dispôs a colaborar
com o trabalho e a outra não se encontrava mais na ativa.
A pesquisa foi realizada
nas empresas foco do trabalho com entrevista pessoal,
mediante questionário contendo perguntas abertas e fechadas. Foram entrevistados os
proprietários/empreendedores através de entrevista pessoal, em horário previamente
agendado. E, para acesso às empresas, teve-se o apoio da incubadora, que se propôs a fazer
um contato preliminar, uma vez que tinha interesse na pesquisa.
Na incubadora, a entrevista foi direcionada ao gestor em exercício e, como se trata de
uma pesquisa exploratória, na qual existem várias perspectivas a serem investigadas, visando
uma melhor compreensão do tema abordado, optou-se por utilizar entrevista semi-estrutrada.
5 – RESULTADOS
Os resultados apresentados nessa seção versam primeiramente sobre o perfil e
características das empresas incubadas e, a seguir, apresentam-se os aspectos relacionados ao
processo de incubação, que visa avaliar o que as empresas esperavam e o que foi obtido,
gerando um cruzamento de dados entre a incubadora e empresas incubadas.
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5.1 - Empresas oriundas da incubadora IBT no período de 2003 a 2007:
perfil e características
O universo da pesquisa estava limitado a sete empresas oriundas da incubação no
período proposto, no entanto, a amostra limitou-se a cinco, pois uma não se encontra mais na
ativa - Only Tech Solutions e a outra não se propôs a participar deste trabalho - Zeus Rio
Solutions.
No Quadro 2 são apresentadas as características gerais, os principais pontos coletados
nas empresas pesquisadas, refletindo os aspectos relativos à identificação do respondente e ao
processo de incubação.
Empresa
Setor de Tempo
atividade no
mercado
Cargo
do Nível
de
entrevistado formação
(a)
profissional do
entrevistado (a)
Dynamiccad
Serviço
Sócio-
12 anos
Software
Mestrado
Tempo
de Tempo de
experiência
incubação
do
entrevistado
(a)
no
negócio
12 anos
5 anos
Mestrado
13 anos
4 anos
Doutorado
10 anos
7 anos
Especialização
10 anos
5 anos
Especialização
11 anos
3 anos
fundador
Técnico Ltda.
Gemini
Serviço
13 anos
Sistemas
fundador
Ortofarma
Serviço
10 anos
Laboratório de
Controle
Sócio-
Sóciofundador
de
Qualidade
Virtual
Serviço
7 anos
Business
Vale
fundador
Verde Serviço
Agropecuária
Sócio-
11 anos
Sóciofundador
e Informática
Quadro 2 – Principais características das empresas pesquisadas
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Com relação à formação profissional, conforme demonstrado no gráfico 2, percebe-se
um excelente nível profissional, sendo especialistas, mestres ou doutores. Foi verificado
também que o tempo de experiência do entrevistado no negócio situa-se entre dez e treze
anos, considerando aí o momento anterior ao processo de incubação. É importante ressaltar
que a pesquisa foi aplicada nos meses de agosto e setembro de 2009, refletindo aí o parâmetro
de tempo.
20%
40%
Mestrado
Pós-graduação
Doutorado
40%
Gráfico 2 – Nível de formação dos entrevistados
Conforme dados apresentados, verifica-se que todas as empresas pesquisadas (100%)
são prestadoras de serviços. Em se tratando do tempo de incubação, que foi de três a sete
anos, variou de acordo com os programas ofertados pela incubadora e com questões
peculiares de cada processo. A empresa Gemini Sistemas, por exemplo, se desligou da
incubadora, graduando-se com quatro anos em função da aprovação de um projeto, em que
um dos pré-requisitos era se graduar. Já a empresa Ortofarma Laboratório de Controle de
Qualidade apresentou um tempo maior, sete anos, justificando a renovação do contrato em
virtude das peculiaridades da empresa farmacêutica.
As demais seguiram o tempo de
graduação proposto pela incubadora que, para algumas era de três anos e, posteriormente,
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para outras de cinco anos, em função de mudanças da própria incubadora. Um dado relevante
também é o tempo que essas empresas estão no mercado, variando entre sete e treze anos,
mostrando uma maturidade empresarial.
Quanto às alternativas que fizeram parte do processo de incubação, percebe-se que
todas as empresas pesquisadas passaram especificamente pelo processo de incubação e
graduação, sendo esta a proposta da incubadora àquela época.
Quando se avalia como as empresas tiveram informações da incubadora, nenhuma
empresa citou os meios de comunicação apresentados, como televisão, rádio, jornal, palestras
ou amigos. Dentre as opções propostas, todas as empresas optaram pela alternativa “outros”,
ressaltando pontos como algum tipo de ligação com a universidade: contatos com a
instituição, ter sido aluno de algum curso de graduação ou pós-graduação, bolsista de
iniciação científica e funcionário da instituição.
No que diz respeito aos motivos que levaram as empresas a buscar a incubadora,
remetendo às expectativas das empresas quanto ao processo de incubação, conforme
demonstrado na Quadro 3, percebe-se que, para todas as empresas pesquisadas, o item
infraestrutura e serviços oferecidos foram relevantes. Para uma delas, outro aspecto
importante foi à facilidade de crédito e, para outra, destaca-se também o apoio no
desenvolvimento do Plano de Negócios.
Infraestrutura e
serviços oferecidos
5
Facilidade de crédito
Apoio no
desenvolvimento do
Plano de Negócio
Outros
1
1
4
Quadro 3 – Motivos que levaram a buscar a incubadora
Além dos itens apresentados, o item “outros” é citado por 80% das empresas
entrevistadas, prevalecendo os seguintes pontos: a possibilidade de troca de informações com
outras empresas do mesmo segmento já incubadas, busca de capacitação e orientação na área
administrativa, pois tinham origens em áreas técnicas. Ainda com relação ao item “outros”,
um ponto apresentado por um dos entrevistados merece destaque: segundo o mesmo “a
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universidade não tem boa infraestrutura, mas a informação nasce aqui. O conhecimento brota
aqui”.
Por fim, apresenta-se o número de pessoas ocupadas (sócios, funcionários e estagiários)
no período da incubação e da realização da pesquisa, conforme quadro 4 a seguir:
Empresa
Número de sócios
Incubação
Período
Número de funcionários
da Incubação
Pesquisa
Dynamiccad
Software
Técnico Ltda.
Gemini
Sistemas
Ortofarma
Laboratório de
Controle
de
Qualidade
Virtual
Business
Vale
Verde
Agropecuária
e Informática
Período
Número de estagiários
da Incubação
Pesquisa
Período
Pesquisa
2
3
0a2
7
1a2
2
3
2
2
4
0
9
2
2
3
90
2
6
1
3
0
20
1
6
3
3
1
150
6
18
Quadro 4 – Número de pessoas ocupadas
Com os dados acima se percebe uma significativa importância de tais empresas no
cenário atual, principalmente pelo expressivo número de empregos gerados, o que corrobora
as estatísticas de contribuição das micro e pequenas empresas no mercado de trabalho. Vê-se
também um expressivo número de estágios gerados, proporcionando capacitação para atuação
no mercado.
13
da
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5.2 – Aspectos relativos ao processo de incubação: expectativas das
empresas incubadas e atingimento das mesmas.
Com relação ao processo de incubação, onde se avalia o que as empresas esperavam e o
que foi obtido, utilizou-se uma escala de 1 a 5 da seguinte maneira:
 A incubadora, ao ser entrevistada, classifica os serviços oferecidos como sendo: 1–
Péssimo; 2- Ruim; 3-Bom; 4-Muito Bom; 5-Excelente; 6-Não tenho opinião/Não sei.
 Já as empresas incubadas, indicaram o grau de satisfação em relação aos itens
descritos, como sendo: 1- Péssimo; 2- Ruim; 3- Bom; 4- Muito Bom; 5- Excelente e 6– Não
tenho opinião/Não sei.
O confronto dos dados são apresentados no quadro 5 a seguir:
Quadro 5 – Quadro comparativo entre a IBT X Empresas Incubadas quanto aos
aspectos descritos
Referente ao espaço físico, ambiente de cooperação, acesso a financiamentos, acesso a
laboratórios universitários, cursos e seminários, participação em feiras e exposições e
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oportunidades de negócios e oportunidades de negócios, a IBT afirma ser excelente o serviço
prestado, enquanto as empresas afirmam ser muito bom. O Gráfico 2 a seguir apresenta uma
comparação desses dados utilizando-se a moda.
7
6
5
Percepções
4
EI
IBT
3
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14
Aspectos Descritos
Gráfico 2 – Gráfico comparativo entre a Moda - IBT X Empresas Incubadas (EI)
Concernente aos serviços de escritório e ao aconselhamento técnico, a IBT afirma que o
serviço prestado é excelente, enquanto as empresas afirmam ser apenas bom, gerando aí
pontos discrepantes.
No que tange a parceiros adequados, acesso a informações tecno-científicas e apoio no
desenvolvimento do plano de negócio a IBT e as empresas concordam com o nível de
excelência.
Observando-se o acesso a laboratórios de empresas a IBT acredita ser excelente,
enquanto as empresas não opinaram ou não sabiam. Em complementação, duas empresas
responderam que “não procuravam por tais laboratórios” e que, em seu caso específico, “não
se aplicava”.
E quanto à comunicação com órgãos internacionais a IBT acredita ser bom o seu
desempenho enquanto as empresas não opinaram ou não sabiam. Neste caso, faz-se
necessário um trabalho mais direcionado à questão para verificar os motivos pelos quais as
empresas não souberam responder.
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Em termos de aconselhamento técnico, acesso a laboratórios universitários e
comunicação com órgãos internacionais, as empresas demonstraram não ter percepções
próximas. Há de se pensar em uma alternativa que unifique tais procedimentos.
6 – CONCLUSÕES
O presente estudo teve como objetivo conhecer e analisar o perfil das empresas
incubadas na IBT e levantar as expectativas dessas empresas com relação ao processo de
incubação, assim como o alcance dessas expectativas. Tais objetivos foram alcançados,
permitindo compreender as características que versam em uma empresa oriunda de uma
incubadora. Avaliou-se o que essas empresas esperavam e o que foi obtido e, concluímos que
as incubadoras de empresas, quando cumprem o papel ao qual se propõem, são elementos
fundamentais para o desenvolvimento de iniciativas empreendedoras e inovadoras no país.
A pesquisa desenvolvida corrobora para ratificar o desempenho da incubadora, com
relação ao que as empresas esperavam (espaço físico, serviços de escritório, aconselhamento
técnico...) e o que foi obtido. As expectativas são atendidas, existindo uma pequena
defasagem entre aquilo que a incubadora tem de percepção com relação à das empresas.
Merecem uma atenção especial os itens relativos a aconselhamento técnico, acesso a
laboratórios universitários e comunicação com órgãos internacionais, que apresentaram uma
diferença de percepção. Aponta também a necessidade de atuação mais profícua da
incubadora visando à disseminação do processo de incubação para o mercado uma vez que
todas às empresas pesquisadas têm algum tipo de ligação com a instituição de origem.
Outro fator relevante da pesquisa está relacionado ao tempo de experiência dos
entrevistados e das empresas no mercado, variando de sete a treze anos, além de um excelente
nível de formação profissional. Empreendimentos em que o valor agregado pelo capital
intelectual é mister para o sucesso assumem cada vez mais a necessidade de parcerias
frutíferas. Neste sentido a junção empresas-universidade-incubadora apresenta um papel
fundamental à medida que potencializa a transformação de idéias nascentes na Academia, em
produtos inovadores e a transferência de tecnologia.
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Como contribuição científica do trabalho: O modelo pode ser aproveitado para
verificação do desempenho da IBT. Serve ainda como parâmetro para outras empresas que
pretendam entrar no mercado, ou que visem participar de um processo de incubação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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para as pequenas e médias empresas. São Paulo: Atlas, 2000.
ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores (org). Disponível em http://www.anprotec.org.br. Acesso em Jan. de 2011.
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2008.
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