1 ANEXO II.6 Projeto Básico: Caderno de Pontos de Parada 1. PADRÃO PARA SINALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE PONTOS DE PARADA Compete ao Concessionário sinalizar e identificar todos os pontos de parada, utilizando-se para tanto dos padrões e formatos descritos neste anexo. 1.1 Conceituação Os locais (pontos) de embarque e desembarque de passageiros de ônibus localizados nos passeios públicos são denominados genericamente de pontos de parada. 1.2 Identificação de Pontos de Parada 1.2.1 Instalações e Equipamentos A identificação de cada ponto de parada é obrigatória e deve ser feita de conformidade com os padrões aqui estabelecidos, podendo ser utilizado postes da rede de energia elétrica ou da rede de telefonia. Cada ponto de parada deverá contar com a identificação correspondente e sua respectiva numeração. Os pontos de parada dotados de abrigo também deverão ser sinalizados e identificados. A existência de abrigos nos pontos de parada de ônibus é um importante item de conveniência, cujo fim é abrigar e proteger as pessoas usuárias da chuva, do sol e do vento (quando fechados na lateral e na parte de trás), proporcionando maior conforto aos usuários durante a espera. Para uma maior comodidade, recomenda-se que os pontos de parada sejam dotados de banco para sentar. A rede de pontos de parada consta enumerada e demonstrada no Anexo 02-6-1. Cadastro dos Pontos de Parada. 1.2.2 Padrão de Sinalização 2 Para evitar que outros tipos de veículos estacionem em frente ou junto dos pontos de parada, prejudicando a operação do transporte coletivo, é recomendável que os locais de ponto de parada sejam adequadamente sinalizados, com placas verticais e marcas no pavimento. O Padrão básico para sinalização horizontal é demonstrado na Figura 01, o qual segue o que determina o Código de Trânsito Brasileiro, com faixas pintadas em amarelo e a palavra ônibus, em branco. Complementam o padrão estabelecido, os detalhes demonstrados nas Figuras 02, 03 e 04. Figura 01 – Dimensões ideais dos pontos de parada para ônibus com 12 m de comprimento – FONTE: Coca1 1 Fonte: TRANSPORTE PÚBLICO URBANO: FERRAZ, Antônio Clóvis “Coca” Pinto; TORRES, Isaac Guilhermo Espinosa – São Paulo: Rima, 2004. 3 Figura 02 – Sinalização de ponto de ônibus– FONTE: Coca1 Figura 03 – Placa Vertical para Identificação de Ponto de Parada em conformidade com o Código de Trânsito Brasileiro 1.2.2.1 Dimensões mínimas da Placa Dimensões Placa Quadro Interno Margem Superior Largura 0,40 m 0,30 m 0,07 m Altura 0,60 m 0,30 m 1.2.2.2 Cores Padrão da Placa Fundo Quadro Interno Legenda Símbolo Azul Branca Branca Preta 1.2.3 Padrão de Postes para Fixação de Placas para Ponto de Parada As dimensões determinadas para os postes onde serão fixadas as placas para identificação dos Pontos de Parada, deverão atender ao seguinte padrão, conforme apresentado no croqui a seguir: 4 Dimensões (mm) A B C D E F H e Φ 450 2000 400 2850 200 80 50 1,90 50,8 600 2000 400 3000 200 80 50 1,90 50,8 800 2000 600 3400 200 80 50 2,25 50,8 1000 2000 600 3600 200 80 50 2,25 50,8 Nota: Os Postes deverão ser de ## Figura 04 – Croqui 5 1.2.4 Distância entre Paradas A distância entre paradas tem grande influência na velocidade operacional dos veículos do Sistema de Transporte Público de Passageiros do Município de Rio do Sul. Na distância entre paradas, contemplou-se o aspecto acessibilidade (distância de caminhada), concentração de usuários nos pontos de parada e tempo de parada para as operações de embarque e desembarque. O valor das distâncias entre paradas levantados do atual sistema, variam entre 200 à 2.000 metros, sendo que a faixa de distância usual para ônibus seria de 200 à 600 metros. A interface entre usuário e o sistema de transporte público de passageiros é feita através dos pontos de parada. A utilização de uma rede de transporte público urbano pressupõe a aceitação por parte do usuário de realizar um pequeno deslocamento a pé de seu local de origem (destino) até um ponto de parada ou estação. O traçado das linhas, a implantação das paradas e a localização dos pontos terminais ou estações, em geral são condicionados muito mais pelos aspectos da circulação do trânsito do que pela redução dos trajetos de acesso ao ponto de parada. Para o usuário, a marcha a pé é sempre sentida como uma penalidade, que deve ser minimizada pela disponibilização de condições agradáveis: existência de calçadas, arborização, iluminação noturna, topografia plana etc. Para os efeitos do presente Projeto Básico, em condições normais, a área de influência do ponto de parada poderá variar entre 150m a 250m, medidos linearmente na forma de raio, com centro no ponto, salvo as condições excepcionais determinadas pelo uso e ocupação do solo lindeiro. 6 Às condições em que se apresentam instaladas estão descritas no Anexo 02-6-1. Cadastro dos Pontos de Parada. O registro das condições apresentadas pelos pontos de parada exige um esforço conjunto do Concedente e do Concessionário na identificação das necessidades de melhoria dos mesmos. A correta identificação, a sua rápida visualização e o projeto adequado de localização dos mesmos são fundamentais para um desempenho compatível com a operação preconizada. A implantação de novos pontos de parada ou a reavaliação dos pontos de parada existentes, deve ser examinada sob diversos enfoques, notadamente quanto às condições: • Acessibilidade; • Da circulação geral; • Da velocidade comercial da linha; • De manobra dos veículos; • Dos equipamentos urbanos vinculados. Na Ficha Técnica de cadastro dos pontos de parada, os mesmos são classificados segundo a infraestrutura disponível. Com respeito à circulação geral, a experiência mostra que os pontos de parada devem ser implantados nas áreas de maior demanda e as proximidades com os cruzamentos viários (pois estes são os locais de acesso ao sistema pela maioria dos usuários), considerados em locais de convergência das calçadas transversais à via que serve de base para o itinerário das linhas. Geralmente, as paradas depois do cruzamento apresentam-se mais vantajosas para a circulação do trânsito em geral do que as paradas antes do cruzamento, pois elas aumentam a capacidade da pista. A velocidade comercial da linha é outro aspecto a ser analisado na localização dos pontos de parada de ônibus, pois a sua disposição ao longo do itinerário de uma linha está condicionada a dois elementos de igual importância: 7 • A distância entre paradas deve ser curta, para melhorar a acessibilidade das zonas lindeiras à linha, minimizando as distâncias dos trajetos a pé (no sentido de se aproximar do atendimento porta-a-porta); • A distância entre paradas deve ser tão longa quanto possível, para reduzir os tempos perdidos (manobras de desaceleração, tempo parado, tempo para a manobra de aceleração) e aumentando assim a velocidade média de percurso além de diminuir o desgaste do material rodante (*). A DISTÂNCIA ÓTIMA entre Pontos de Parada pode ser determinada através da expressão: do = (OT .Cp + Co ).F .TM .4vp dp.Ca onde: do = distância ótima entre pontos de parada (km); Ot = ocupação média no trecho (pass/ôn); Ca = valor do tempo para passageiro andando a pé (R$/h); Cp = valor do tempo para passageiro no ônibus (R$/h); Co = custo operacional do ônibus (R$/h) F = frequência do ônibus no corredor (ôn/h); TM = tempo morto na aceleração/desaceleração (h); vp = velocidade normal de marcha a pé (km/h); dp = densidade de demanda do trecho (pass/h/km). Em situações especiais, recomendam-se os seguintes espaçamentos entre pontos de parada: 8 • Em áreas centrais e áreas comerciais, de 200m a 350m, pois é maior a quantidade de usuários e é necessário, portanto, uma melhor condição de acessibilidade (captação e distribuição) e sem causar tanta interferência com os veículos estacionados e as manobras de carga/descarga; • Em corredores viários, de 300m a 500m, para não penalizar em demasia a velocidade de percurso; • Em áreas residenciais, de 300m a 400m, para garantir uma razoável acessibilidade e também uma boa velocidade de percurso; • Em áreas rarefeitas, de 400m a 700m (ou até mesmo paradas livres) em geral posicionadas próximas a polos geradores de viagens da região (supermercados, escolas, posto de saúde, etc.). Além dos aspectos relativos à engenharia de tráfego (posição do ponto de parada em relação aos cruzamentos, regulamentos do estacionamento, carga/descarga e paradas rápidas) são necessárias análises referentes às próprias condições do transporte a ser ofertado. Com respeito à capacidade de atendimento do ponto, cabe considerar o efeito restritivo na operação que um ponto de parada pode eventualmente provocar nos grandes corredores ou eixos de transporte, quer pelo excesso de ônibus e/ou de passageiros, provocando congestionamentos na faixa de circulação reservada ao ônibus, isto interfere na capacidade de atendimento do ponto de parada. Com isso, a velocidade operacional prevista acaba por ser reduzida, prejudicando a programação estabelecida. Portanto ações do tipo subdivisão do ponto de parada (seleção de linhas), separação de pontos de embarque x desembarque, implantação de estações de pré-embarque e organização dos embarques através da formação de comboios ordenados de ônibus, poderão solucionar o problema e recuperar a velocidade operacional para o valor estabelecido. 9 Com respeito aos pontos de parada, a meta consiste em: Pontos com mais de 100 (cem) embarques por dia deverão ser dotados de abrigo coberto e todos os pontos deverão ser identificados. 1.2.5 Localização dos Pontos Por razões de segurança e racionalidade, não se deve colocar pontos de parada em curvas, rampas acentuadas, defronte de garagens, muito próximos a cruzamentos, etc. No que tange à posição, os pontos de parada podem estar antes do cruzamento, depois do cruzamento ou no meio da quadra. Como os cruzamentos já são locais naturais de conflitos de veículos e pedestres, o ideal é que os pontos de parada sejam localizados mais direcionados ao meio das quadras, observando-se que os pontos de parada não sejam coincidentes com as paradas dos trajetos de retorno, em vias de duplo sentido de trafego. 1.2.6 Tipos de pontos de parada em relação à posição da guia Em relação à posição da guia, três tipos básicos de pontos podem ser identificados: guia em posição normal (caso mais comum), guia recuada tipo baia e guia avançada. Essas situações são observadas na Figura 05, 06, 07, 08. Como exemplo, consideramos o caso comum de uma via com sentido único de tráfego, duas faixas de rolamento e uma faixa de estacionamento (largura típica entre 8 e 10 metros), com o estacionamento podendo estar do lado direito ou esquerdo. Na Figura 05, é apresentado um resumo das vantagens e das desvantagens relativas a várias soluções possíveis, as quais são comentadas na sequência. 10 Figura 05 – Comparação de diversas soluções de pontos de parada para o caso de uma via com duas faixas de rolamento e uma de estacionamento – FONTE: Coca1 11 Figura 06 – Dimensões ideais dos pontos de parada para ônibus com 12 m de comprimento – FONTE: Coca1 Figura 07 – Características geométricas de baias recuadas para estacionamento fora do fluxo. – FONTE: Coca1 12 Figura 08 – Pontos em baias avançadas – FONTE: Coca1 A solução normalmente adotada é a de guia em posição normal. Nesse caso podese permitir estacionamento do lado direito ou esquerdo da via. Se houver estacionamento do lado direito é necessário sinalizar adequadamente o local, para que os ônibus tenham espaço suficiente para estacionar. O emprego de baia recuada beneficia o tráfego normal de veículos, mas dificulta a volta dos coletivos ao fluxo de tráfego quando o trânsito é intenso, provocando atrasos. Outro aspecto a ser verificado nesse caso é a largura restante do passeio (calçada) após a implantação da baia recuada – o mínimo recomendável é 2,5 metros. Obviamente esse tipo de solução pressupõe a proibição de estacionamento do lado direito da via. Um esquema de guias recuadas que pode ser indicado em algumas situações é o arranjo físico denominado “dente de serra”, conforme mostrado na Figura 09. 13 Figura 09 – Pontos de ônibus tipo “dente de serra”. – FONTE: Coca1 Em calçadas estreitas, onde o acúmulo de usuários esperando nos pontos de parada prejudica o trânsito de pedestres e dificulta o acesso a estabelecimentos comerciais, pode ser indicado o emprego de guias avançadas. Outra característica positiva dessa solução é permitir a colocação de abrigo nos pontos. Impacto negativo: impedir o fluxo de veículos na faixa da direita quando coletivos estão parados nos pontos. A solução com guia avançada é empregada com estacionamento de veículos do lado direito da via, e consome menos vagas em relação à alternativa de guia em posição normal e estacionamento do lado direito, a qual exige maior espaço para manobras dos ônibus ao estacionar e partir. Os principais aspectos a serem analisados na adoção de uma ou outra solução são os seguintes: fluidez no trânsito, quantidade de vagas de estacionamento, comodidade de pedestres e usuários esperando no ponto de parada e facilidade de retorno do ônibus à corrente de tráfego. No caso da alternativa com guia na posição normal e estacionamento do lado direito, perde-se um número significativo de vagas próximas ao ponto de ônibus, para permitir que o mesmo estacione adequadamente. Em contrapartida, o ônibus estacionado não prejudica o fluxo nas duas faixas de rolamento. A manobra de um veículo para estacionar bloqueia a faixa da direita, podendo eventualmente, 14 prejudicar o fluxo de ônibus, mas mantém desobstruída a faixa da esquerda. Em caso de fluxo intenso, pode haver a dificuldade para o ônibus voltar ao tráfego normal. Com a guia em posição normal e estacionamento do lado esquerdo, consegue-se um maior número de vagas e não há problema para o ônibus voltar ao fluxo normal de trânsito, entretanto, a faixa da direita fica obstruída quando o ônibus se encontra parado no ponto e as duas faixas podem ficar bloqueadas se um carro realizar manobra para estacionar em frente ao ponto onde o ônibus está parado. Nos pontos de parada com guia recuada (baia), o estacionamento de carros deve necessariamente estar do lado esquerdo. Nessa situação, ocorrem os seguintes fatos relevantes: o número de vagas de estacionamento para carros é máximo e não há obstrução da faixa da direita quando o ônibus está estacionado, mas há dificuldade para o ônibus voltar ao fluxo normal de trânsito e, mesmo quando um carro realiza manobra para estacionar, impedindo, assim, o fluxo na faixa da esquerda, a faixa permanece livre ainda que haja um ônibus parado no ponto em frente. Os pedestres e usuários dos ônibus são prejudicados, pois há redução da largura da calçada e, portanto, menor espaço para a circulação de pedestres e usuários esperando os ônibus. Essa é uma das razões pelas quais essa solução em geral, somente é utilizada em praças, onde é possível ter calçada com largura suficiente mesmo com recuo da guia para a implantação da baia. O emprego de baia avançada pressupõe a existência de estacionamento do lado direito. Os principais pontos relevantes dessa alternativa são: o ônibus parado no ponto bloqueia a faixa da direita, não há dificuldade para o coletivo voltar ao fluxo normal de tráfego, a quantidade de vagas de estacionamento perdida não é tão grande como no caso das guias de posição normal, os veículos que fazem manobra para estacionar em frente ao ponto onde o ônibus é parado não interrompe a faixa da esquerda, o espaço disponível para a espera dos usuários nos pontos e a passagem de pedestres é maior (o que significa maior comodidade) e a colocação de abrigo nos pontos de parada passa a ser mais fácil. 15 1.2.7 Informações nos pontos de parada Sempre que possível, nos pontos de parada deverá ser informado o código das linhas que por ali passam, a frequência ou o intervalo entre os atendimentos. 1.2.8 Prazos para identificação e sinalização dos pontos de parada O Concessionário deverá providenciar a identificação e sinalização dos pontos de parada em no máximo, 12 meses contados da assinatura do contrato de concessão. 2. ABRIGOS DE PASSAGEIROS 2.1 Instalações e Equipamentos Considerando que a infraestrutura de apoio consiste das vias, pontos de parada, terminal e demais equipamentos urbanos, bem como das condições da pavimentação das vias e na adequação às características do uso do solo lindeiro que servem de itinerário e nas áreas de influência do terminal, a manutenção, conservação e ampliação da infraestrutura de oferta de pontos de parada dotados de abrigo é de responsabilidade do Poder Concedente. 2.2 Direitos e Obrigações 2.2.1 Direitos do Poder Concedente • Utilizar o espaço destinado à publicidade da forma que melhor lhe convier a fim de cobrir os custos de manutenção. • Definir as normas para instalação dos abrigos e indicar sua localização de acordo com a demanda de usuários para efeito de implantação dos abrigos. • Realocar os abrigos sempre que necessário. • Instalar nos abrigos os mapas de localização informando as linhas e os itinerários, os quais serão estilizados e definidos pela equipe técnica do Poder Concedente, bem como o tamanho, fonte e tipo, devendo ser colocado 16 futuramente quando da implantação do Sistema de Transporte Público do Município de Rio do Sul, após a construção dos mesmos. • Efetivar o sistema de iluminação e comunicação, para seus respectivos fins da forma que melhor convier. 2.2.2 Obrigações do Concessionário: • Responsabilizar-se pela identificação e sinalização dos pontos de parada e dos pontos de parada dotados de abrigo já disponível. • Responsabilizar-se fisicamente, tecnicamente e economicamente (inclusive em relação aos encargos sociais) pela confecção e implantação dos abrigos, caso esta incumbência venha a se delegada pelo Poder Concedente. • Responsabilizar-se pelas despesas de fabricação, fornecimento e instalação de cada abrigo, conforme projeto executivo, quando esta missão for delegada pelo Poder Concedente. • Não instalar qualquer abrigo sem a prévia autorização. • Instalar as placas de sinalização e identificação dos abrigos, definida pela equipe técnica do Poder Concedente, utilizando para tanto os padrões estabelecidos. • Executar, quando for o caso, rigorosamente a instalação dos dutos, caixas e demais equipamentos básicos para futura implantação do sistema de iluminação e comunicação. 2.2.3 Obrigações do Poder Concedente: • Preparar o local para implantação dos abrigos; • Implantar novos abrigos em pontos de parada; • Realizar a manutenção e a relocação dos abrigos, quando necessário. • A implantação e a manutenção de abrigos poderá ser delegada ao Concessionário, preservado o equilíbrio econômico e financeiro da concessão. 17 2.2.4 Anexos: • Anexo 02-6-1. Cadastro dos Pontos de Parada.