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CONTRIBUA COM NOSSO INSTITUTO!
Instruções
Leia atentamente o documento a seguir, que é a versão inicial do Plano Institucional
de Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia Social do INPA. Fique a vontade
para fazer críticas, sugestões, complementos, ampliações, etc. Precisamos da
contribuição de todos para que este seja, de fato, um documento gerado em Processo
Participativo e Democrático, dando voz a toda a comunidade INPA. Sugestões enviar
para o e-mail:
[email protected]
Grata,
Denise Machado Duran Gutierrez
Coordenadora de Tecnologia Social-COTS/COEX
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Av. André Araújo, 2936, Aleixo, CEP 69060-001 Manaus-AM
Tel.: (92) 3643 3360
Cel.: (92) 9.9984 7127
POR UMA PRAXIS MAIS CONDIZENTE COM A MISSÃO INSTITUCIONAL!!!
SEMINÁRIO INTERNO DE TECNOLOGIA SOCIAL (Ocorrido)
Data: 02 e 03 de março de 2015 (04, 05 e 06 trabalho interno de produção de texto
pela equipe)
Local: Sala de reuniões COEX
Horário: 9h-12h
Objetivo:
Obter
subsídios
para
a
construção
do
Plano
Institucional
de
Desenvolvimento e Transferência de Tecnologias Sociais. A partir daí construir
proposta de modo que parte significativa dos projetos de pesquisa incluam Inovação
Tecnológica/Social e compartilhamento de Tecnologia Social, incluindo a participação
da pós-graduação.
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Esses elementos ajudarão a compor esse plano de construção conjunta entre
comunidade científica e sociedade local/regional. Nessa primeira etapa estaremos
ouvindo a comunidade interna do Instituto.
Participantes: Foram convidadas cerca de 80 pessoas com participação efetiva e
estratégica na comunidade interna do Inpa, porém o atendimento ao grupo foi
bastante reduzido, pois tivemos cerca de 20 pessoas envolvidas no total.
Metodologia: Foram trabalhados 4 tópicos para a construção de uma concertação
interna e pactuação de compromissos ao final dos trabalhos.
Dinâmica: Cada participante recebeu um conjunto de cartões de diversas cores, nos
quais anotou sua opinião conforme instruções.
1. Expectativas dos participantes quanto ao papel e desempenho da área de
Tecnologia Social do INPA (cartão azul);
2. Recursos e possibilidades institucionais que favorecem o desenvolvimento da área
de tecnologia social no INPA (cartão verde);
3. Obstáculos e limites que dificultam o desenvolvimento da área de tecnologia social
no INPA (cartão vermelho);
4. Sugestões e estratégias para o desenvolvimento futuro da área de tecnologia social
no INPA (cartão branco);
5. Como posso contribuir de forma concreta e objetiva para o desenvolvimento da
área de Tecnologia Social no INPA (cartão amarelo).
Os 4 primeiros tópicos foram listados e agrupados conforme aproximação de conteúdo
dos cartões para dar uma boa visibilidade a todos a respeito da ideias mais
fundamentais indicadas por um maior número de pessoas.
O último tópico seria alocado em um quadro bem amplo, representando a estrutura
institucional, para podermos melhor dimensionar a localização das contribuições e
quais parceiros e ações estão envolvidos nos compromissos firmados. Porém, devido
ao reduzido número de participantes, essa parte do programa não foi realizada.
A partir desses elementos, formulamos o documento que segue, sintetizando as
principais ideias que surgiram.
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Fundamentos legais para a propositura de ações de inclusão social através da
ciência:

Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCT)

Plano Diretor Institucional (PDU) do INPA

Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Lei nº 11.346/06 e
Decreto n° 7.272/2010).

Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PLANSAN)

Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001),

Política Nacional sobre Mudanças do Clima (Lei nº 12.187/2009)

Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010).

INBAR – Rede Internacional de Bambu e Vime

Rede Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Bambu – Redebambu/BR

Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis.

Políticas Públicas de Direitos Humanos

Programa Brasil Quilombola (PBQ) da Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial (SEPPIR)

Brasil Sem Miséria

Objetivos do Milênio (ONU até 2015)
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EXPECTATIVAS DA COMUNIDADE DO INPA PARA A ÁREA DE TECNOLOGIAS SOCIAIS
É preciso tomar as demandas sociais como premissa básica para o desenho das
atividades. Os participantes foram enfáticos em afirmar que é fundamental que
tenhamos uma aproximação efetiva com a sociedade. Essa aproximação deve ser feita
pelo conhecimento, qualificação e legitimação das demandas, mas também por meio
das pautas das pesquisas que devem se dedicar com empenho à resolução das grandes
questões amazônicas. O instituto precisa avançar desenhando formas e canais de troca
com a sociedade.
Inclusão social significa dar voz e ouvir comunitários, entender suas lógicas e formas
de encarar a realidade e de fato internalizar esses pontos de vista envolvendo-os nos
processos de investigação. Esse envolvimento vai desde a eleição de tópicos de
pesquisa que sejam relevantes do ponto de vista social, até a responsabilidade ética de
socializar resultados e influenciar Políticas Públicas em favor dos povos da região, com
vistas a uma melhoria da qualidade de vida, e geração de trabalho e renda.
Significa ainda um esforço para a socialização do conhecimento, que deve ser levada a
cabo através do uso de linguagem adequada, em nível compreensível para o cidadão
em geral. Informação decodificada de modo que a comunicação seja eficiente e atinja
os objetivos de apropriação do conhecimento e ampliação de consciências.
Quando falamos de comunidades, especialmente as rurais e de povos tradicionais
(indígenas, quilombolas, ribeirinhos, caboclos, etc.), objeto fim de nossa ação de
inclusão, nos referimos a um enorme contingente de pessoas excluídas dos processos
produtivos e da proteção social plena, que enfrentam condições de alto risco social e
baixo índice de desenvolvimento social e econômico.
As condições adversas em termos de dificuldades de acesso a bens e serviços, em
especial os ligados a má qualidade da educação e a indisponibilidade da rede de saúde,
aparecem como desafios importantes. A falta de oportunidades de trabalho e
desenvolvimento para os jovens em área rural, e o êxodo destes para áreas urbanas,
pedem por ações de formação educativa que consigam agregar conhecimento
científico a práticas produtivas e abram oportunidades, inclusive para o
despertamento de vocações em áreas técnico-científicas.
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Ao mesmo tempo que é importante sensibilizar a comunidade interna e os diversos
grupos de pesquisa do Inpa para ações de compartilhamento do conhecimento, é
igualmente importante organizar atividades que evidenciem o quanto a ciência e a
tecnologia são fundamentais para a vida das pessoas na sociedade contemporânea.
Compreendemos que nos dias de hoje é impossível pensar a vida social em um país
desenvolvido à parte da ciência e tecnologia. Os processos de desenvolvimento
histórico de diversos países desenvolvidos evidenciam o quanto o desenvolvimento e
incorporação de ciência e tecnologia nos processos produtivos é essencial para um
salto qualitativo em termos de desenvolvimento social e econômico da sociedade
como um todo.
A ideia chave que deve inspirar as ações de inclusão social na Amazônia é, sem sombra
de dúvida, a de sustentabilidade, em suas mais diversas dimensões: ambiental,
econômica, social, cultural, etc. Para tal as boas práticas produtivas e de manejo de
recursos devem ser divulgadas, fortalecidas e incentivadas.
O trabalho deve superar tendências de caráter endógeno para abranger parcerias
interinstitucionais que envolvam outros órgãos de ensino e pesquisa numa lógica
solidária de partilha de esforços e conhecimentos. A interlocução com órgãos da
sociedade civil (ONGs, OSCIPs, Cooperativas e Associações) que interagem em base
regular com as comunidades locais também é importante e deve ser reforçada.
Os tópicos de interesse social já amplamente reconhecidos pela comunidade
envolvem: a) uso sustentável dos recursos hídricos, em especial, o reaproveitamento
de águas e proteção de mananciais; b) propostas voltadas para a habitação adequada,
de melhor conforto térmico e sanidade para populações rurais de baixa renda; c)
piscicultura (produção); d) produtos florestais (inclui tecnologia de bambu); e)
segurança alimentar; f) silvicultura; g) doenças tropicais (prevenção); h) meio ambiente
(sustentabilidade).
Precisamos ter um protagonismo mais pujante em termos de políticas públicas: a)
participar efetivamente de conselhos voltados para construção e implementação de
políticas de inclusão social (QUAIS? VERIFICAR); b) influenciar a abertura de editais
voltados a projetos de socialização do conhecimento e de inclusão social; c) alinhar
projetos do Inpa com o estabelecido para os programas estruturantes previstos pela
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SECIS/MCTI e outras políticas de inclusão social; d) influenciar a reformulação de
políticas voltadas à pontuação da produção científica dos pesquisadores ligados aos
Programas de Pós-graduação. Embora tenhamos assinalado um avanço, em termos do
reconhecimento de atividades de popularização da ciência serem do escopo dos
cientistas, conforme vemos incluído no Lattes, é preciso avançar de modo que também
os artigos que relatam experiências de extensão sejam valorizados (pontuados como
produções válidas) e encontrem maior oportunidade de publicação (as linhas editoriais
das revistas abram espaço para produções dessa natureza).
Com base nos eixos estruturantes do MCTI, acoplados aos Arranjos Institucionais
(plano diretor do INPA), precisamos propor momentos de discussão entre INPA e
sociedade com objetivo de promover maior interação entre Ciência e Sociedade, além
de obter subsídios para construção/formulação de Políticas de Inclusão Social.
É preciso, sobretudo, que se trabalhe na divulgação da Políticas Públicas e linhas de
fomento existentes para a área de ciência e tecnologia voltadas à inclusão social.
Estreitar relações com o IFAM, ou outra escola técnica, no sentido de disponibilizar aos
estudantes informações importantes resultantes da pesquisa tecnológica... Outra
opção seria propor a implantação de um Centro Vocacional Tecnológico (CVT) voltado
a capacitação de jovens e pequenos produtores em: manejo de recursos, boas práticas
produtivas para coleta, armazenamento e transporte de produtos agrícolas e do
extrativismo florestal... Ou ainda para capacitação na área de desenvolvimento e
reaplicação de tecnologias sociais.
É preciso definir áreas prioritárias para o desenvolvimento de pesquisa e extensão,
afinando projetos e fazendo convergir: demandas sociais, tópicos em pesquisa e
entendimentos com fundos de fomento, alinhando os processos de governança em
pesquisa e aumentando as prerrogativas dos Institutos de Pesquisa.
Como barreiras importantes no atual cenário local/nacional, conseguimos identificar:
a) Limitações de Recursos Humanos do instituto que vem sofrendo sério processo de
encolhimento de seus quadros motivados por diversas condições: adoecimento
aposentadoria, falta de novas vagas e concursos;
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b) Limitações orçamentárias e de recursos financeiros que dificultam o
desenvolvimento e reaplicação de tecnologias sociais especialmente pela falta de
apoio logístico em projetos localizados em áreas ribeirinhas com potenciais para
inserção de Tecnologias Sociais;
c) Prevalência de uma visão tradicional da ciência em que a mesma é tomada como
atividade neutra, que produz um arsenal tecnológico, o qual automaticamente
impulsionaria o desenvolvimento social. Esse fenômeno é também chamado na
literatura da área de determinismo tecnológico.
d) Por parte dos pesquisadores, transparece certo desinteresse, ou falta de formação,
ou falta de sensibilidade, ou falta de oportunidade; ou falta de habilidades de
comunicação, ou falta de motivação, ou falta de cultura institucional para
desenvolver atividades de socialização do conhecimento e inclusão social;
e) Falta de um Plano Institucional para o desenvolvimento de tecnologia social (o que
estamos fazendo no momento);
f) Falta de sinergia entre os grupos de pesquisa que trabalham numa lógica
individualista e sem compartilhamento de informações;
g) Dificuldades nos fluxos de informação dentro do Instituto de modo a fazer todas as
informações da área de extensão convergirem para a Coordenação de Extensão que
poderia servir de elo aglutinador e facilitador para possíveis alianças e aproximações;
Se, de um lado, identificamos diversas barreiras e dificuldades para o desenvolvimento
da área de tecnologia social; de outro, podemos assinalar diversos recursos
facilitadores:
a) Existência de um conjunto de políticas Internas em forma de Arranjos Institucionais
(Organograma Inpa, PDI, Plano de Metas) que prevêem inclusão social através da
socialização da ciência. Também Políticas Públicas desenvolvidas nas últimas décadas
voltadas à diminuição das desigualdades regionais e sociais intra região;
b) Forte infraestrutura instalada com laboratórios e materiais de última geração para
a produção de conhecimento seguro sobre a Amazônia;
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c) Um substrato bastante robusto de conhecimentos cristalizados erigidos ao longo
desses 60 anos de existência do Instituto sobre meio ambiente, sociodiversidade e
biodiversidade;
d) Processo diagnóstico, com levantamento de potenciais, realizado em 2013, para
identificação de projetos e ações de tecnologias sociais no Instituto;
e) Existência de ações de extensão em curso com populações tradicionais envolvidas
em áreas em que as pesquisas acontecem resultando em produtos de interesse social;
f) Recursos Humanos de altíssima qualificação técnico-científica;
g) Existência de 8 programas de pós-graduação acadêmico (mestrado e doutorado) e 1
programa de mestrado profissional voltados para áreas essenciais de desenvolvimento
regional (Agricultura no Trópico Úmido, Biologia de Água Doce e Pesca Interior,
Botânica, Ciências de Florestas Tropicais, Entomologia, Clima e Ambiente, Genética,
Conservação e Biologia Evolutiva, Ecologia, Gestão de Áreas Protegidas na Amazônia).
Em material de divulgação, encontramos que a pós-graduação do Inpa “forma capial
intelectual para atender as demandas da sociedade” (revista da pós-graduação, 2013).
Há uma rica oportunidade para multiplicação de ações, se considerarmos que os PPGs
contam em total cerca de 400 estudantes, os quais desenvolvem atividades de campo,
interagindo com diversos grupos e localidades da Amazônia;
h) Penetração e capilarização de atividades, contando com Núcleos do Inpa,
Incubadora de empresas e Coordenação da Rede de Incubadoras da Amazônia
Ocidental a cargo do INPA;
i) Existência de um cardápio de soluções tecnológicas com alto potencial para inclusão
social sob forma de Portfolio de Tecnologia Social, com 23 propostas que já
apresentaram efetividade em campo;
Em relação às sugestões para dinamização da área de inclusão social, o processo
interativo de troca de ideias entre os participantes trouxe as seguintes contribuições:
É importante que a política interna do Inpa seja consistente em todos os âmbitos do
Instituto, dando direção aos vários setores: pesquisa, pós-graduação, gestão, etc.
Nesse sentido é preciso que a ideia fundamental da extensão do conhecimento e do
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compartilhamento das informações produzidas pelas pesquisas seja transversal,
presente nas mentalidades dos diversos atores institucionais a todo momento. Essa
política fundante deve abarcar: a) Incluir nos critérios para contratação de pessoal,
em
futuros concursos,
não somente qualificações científicas, mas valorizar
experiências de socialização de conhecimento e participação em projetos de extensão;
b) Introduzir nos PPGs disciplinas obrigatórias e também optativas,
abordando
metodologias participativas de pesquisa (em forma de pesquisa-ação, etnografias);
reflexões sobre as relações entre ciência e sociedade (etno-conhecimento, sociologia e
filosofia da ciência, etc.); c) Introduzir nas propostas curriculares atividades
complementares em extensão, contando créditos para os estudantes de modo que
todos tenham oportunidade de contribuir em termos de responsabilidade social da
ciência; d) Promover Seminários Internos para compartilhamento de conhecimentos e
experiências obtidas pelos favorecidos nas atividades do Programa de Capacitação
(PAC/INPA) como contrapartida para a Instituição; e) Manter uma agenda de eventos
institucionais em que toda a comunidade interna esteja envolvida e compartilhe
conhecimento. Exemplos: workshop de tecnologia social, seminários internos de
Tecnologia Social, semana nacional de C&T etc.
Nos workshops de tecnologia social é importante divulgar sistematicamente as ações e
os documentos resultantes dos eventos que trazem diversas recomendações de
interesse para a organização das pesquisas.
A presença dos coordenadores de foco nos diversos eventos e reuniões de trabalho de
interesse do desenvolvimento e inovação social é fundamental, uma vez que esses são
atores de valor estratégico como disseminadores de informações para os diversos
grupos de pesquisa. Esses coordenadores são importantes ainda como agentes que
podem prospectar grupos e projetos em desenvolvimento no instituto, com interesse
para tecnologia social.
O contexto da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia seria bastante favorável para
introdução de um seminário interno voltado para disseminação das tecnologias sociais,
a exemplo do que realizamos no ano passado.
Por fim é preciso que avancemos em termos de extra muros, desenvolvendo um
trabalho de mapeamento tecnológico de produtos e instituições que produzem
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tecnologia social na região amazônica, de modo a fortalecer as iniciativas e organizar
um setor recém-criado no Instituto, ampliando inclusive as alianças e as cooperações
interinstitucionais.
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