CURSO DE SERVIÇO SOCIAL PROJETO PEDAGÓGICO OUTUBRO/2009 2 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA REITOR Prof. MSc. Pe. José Romualdo Degasperi PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO Prof. MSc.Ricardo Spindola Mariz PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Profa. Adelaide dos Santos Figueiredo PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO Prof. Dr. Luís Síveres DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO Prof. MSc. Leonardo Nunes Ferreira 3 DIRETORA DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL Profa. MSc. Cilene Sebastiana Braga Lins ASSESSORES PEDAGÓGICOS Profa. Dra. Ozanira Ferreira da Costa Profa. Msc Karina Aparecida Figueiredo Prof. Msc Thiago Bazi Brandão SECRETARIA 4 Sumário 1. HISTÓRICO DO CURSO .................................................................................................................. 5 2. CONTEXTUALIZAÇÃO..................................................................................................................... 6 2.1. CENÁRIO PROFISSIONAL........................................................................................................ 6 2.2. MERCADO DE TRABALHO ...................................................................................................... 9 2.3. FORMAS DE ACESSO .............................................................................................................. 9 3. OBJETIVOS DOS CURSOS ..................................................................................................... 10 4. PERFIL DE EGRESSO ............................................................................................................. 11 5. RECURSOS ................................................................................................................................... 12 6. 5.1. INSTITUCIONAIS .................................................................................................................. 12 5.2. ESPECÍFICOS ........................................................................................................................ 15 MATRIZ CURRICULAR .................................................................................................................. 16 6.1. FLUXO DAS DISCIPLINAS E ESTRUTURA DA MATRIZ ........................................................... 17 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 23 5 1 – HISTÓRICO DO CURSO A implantação do Curso de Serviço Social na UCB ocorreu no segundo semestre de 2005. Ele foi idealizado pela UCB como forma de ampliar o leque de cursos que já oferece grandes contribuições na área social, destacando-se os cursos da área de Ciências Sociais Aplicadas: Direito, Ciências Contábeis, Administração, Relações Sociais, Ciências Econômicas, Comunicação Social e Relações Internacionais, além de sua interface com cursos da área de Ciências da Vida como: Medicina, Enfermagem, Farmácia e Psicologia. Cabe destacar também os Mestrados em Psicologia e Gerontologia. Na época da implantação do curso de Serviço Social na UCB não existiam propostas desta natureza em outras Instituições privadas de Brasília. O mesmo existia apenas na Universidade de Brasília - UnB, que na época completava 30 anos de existência. Neste sentido, o curso foi implantando para suprir uma necessidade de trabalhadores que não tinham disponibilidade de estudar no período diurno, ofertado na UnB. O CONSEPE, em reunião realizada em 2005, aprovou a criação do Curso de Serviço Social, nos termos da Resolução nº 17, de junho de 2005. A criação do curso na Universidade Católica de Brasília vem ao encontro das perspectivas institucionais, principalmente no que tange a sua relevância institucional para a comunidade de Taguatinga, com a responsabilidade social de garantir a construção do protagonismo da Comunidade por meio dos serviços oferecidos pela Instituição. O curso adotou um referencial tendo como base a perspectiva crítica dialética, onde o homem é visto como sujeito histórico, social e transformador de sua realidade. A linha pedagógica adotada parte do principio da aprendizagem voltada para a produção e construção do conhecimento articulado por uma visão integral do homem nas suas várias dimensões. Não se restringe desse modo a pensar um profissional para servir ao mercado exclusivamente, mas para olhar 6 o mundo de forma crítica e propositiva. Desta forma, a linha pedagógica fundamenta-se na aprendizagem do estudante e não na sua reprovação. O curso de Graduação em Serviço Social, objeto deste Projeto Pedagógico, foi concebido de acordo com as determinações da Lei nº 8662, de 7 de junho de 1993, que regulamenta a profissão de Assistente Social e as Diretrizes Curriculares aprovadas pelo Parecer CNE/CES 492, de 03 de abril de 2001. Durante o ano de 2008 a Universidade Católica de Brasília recebeu a Comissão de Especialistas do Ministério da Educação e Cultura para avaliação do Curso de Serviço Social. O Curso foi avaliado como bom e reconhecido conforme Portaria n. 286, de 06 de março de 2009. 1 – CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 – CENÁRIO PROFISSIONAL O surgimento do Serviço Social ocorreu na sociedade no bojo das transformações da sociedade capitalista, momento em que a pobreza mais se intensificou. Sua criação ocorreu inicialmente nos Estados Unidos e Europa. Os Estados Unidos adotaram como linha de análise a psicologização da questão social e relação social, tendo como referência de análise o estudo de caso e os fundamentos de Freud. A perspectiva Européia adotou como direção a visão da “ajuda” e caridade da Igreja Católica, momento em que a mesma mais perdia adeptos no mundo. Na América Latina, a criação do curso ocorreu primeiramente no Chile, por meio da Escola Madre Elvira. No Brasil o mesmo foi implantado como profissão pela primeira vez em São Paulo e depois no Rio de Janeiro, especialmente entre as décadas de 30 e 40. A trajetória da formação profissional em Serviço Social se situa em diferentes contextos, e cada estrutura curricular reflete uma determinada conjuntura econômica, social, política e ideológica. Faleiros (2000) destaca seis momentos nesse processo. A sistematização elaborada por Jeanete L. Martins de Sá (1995) considera três momentos na formação curricular. A autora, de acordo com o esquema teórico de Adam Schaff, distinguiu esse três 7 períodos: o período “idealista-ativista”, de 1936 a 1954; o “mecanicista”, de 1955 a 1975 e o “objetivo-ativista” de 1976 em diante. No primeiro projeto curricular, organizado por matérias isoladas, o sujeito tem papel preponderante como criador da realidade; no segundo, também organizado por matérias isoladas, o objeto tem preponderância sobre o sujeito; no terceiro, o sujeito e objeto interatuam, e o currículo é modular - integrativo. Na síntese seguinte, Faleiros (2000) toma como referência da estruturação curricular o eixo central da sua organização, o contexto, o objeto profissional e os valores predominantes. • Anos 30 – Currículo fragmentado, centrado no disciplinamento da força de trabalho por meio dos valores cristãos e controle paramédico e parajurídico. Prática social paramédica, parajurídica, em obras sociais e de acordo com a doutrina social da igreja. • Pós Guerra – Currículo centrado na integração com o meio com ênfase na família e nas instituições para a adaptação social ou bem estar social. Visões com base na teoria funcionalista. A Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social é fundada em 1946, e em 1952 elabora um currículo que tem traços da visão anterior, mas estrutura os três enfoques de “caso”, “grupo” e “comunidade”, introduzindo as disciplinas de pesquisa, administração e campos de ação. Prática institucional, principalmente no SESI, SENAI, SESC (Sistema S), LBA, IAPs, Hospitais e com crianças e adolescentes. Visão clínica e moral. • Anos 60 - Currículo centrado na solução (tratamento) de problemas individuais, no desenvolvimento e no planejamento social, com ênfase na comunidade e nos valores cristãos por parte das escolas católicas; há o contraponto crítico da visão social, da influência dos setores progressistas cristãos socialmente engajados. Prática junto a comunidades, habitação, centros urbanos, centros de saúde, Sistema S, previdência, municípios, LBA, empresas. Visão desenvolvimentista predominante. • Anos 70- Currículos centrados por um lado, no planejamento social com ênfase na marginalização/integração, e por outro lado, na luta de classes. Práticas em órgãos estaduais, Sistema S, previdência, LBA, centros 8 urbanos, empresas. Visão tecnocrática /integradora predominante, com o contraponto do trabalho comunitário e pesquisa crítica. • Anos 80 – Reforma curricular centrada na crítica ao sistema capitalista, nas políticas sociais e nos movimentos sociais. Teoria dialética. Prática em centros de saúde, LBA, previdência, empresas, movimentos sociais, educação popular. Segundo pesquisa da CENEAS (1982) 62 % dos assistentes sociais trabalham no setor público (14,4% em nível municipal), 30,6% no setor privado e 6,8% em empresas de economia mista com visão de integração social e contraponto da visão de participação social, de cidadania e de luta de classes. • Anos 90 – Reforma curricular centrada na análise da “questão social” e nos fundamentos teóricos e históricos da profissão enquanto “processo de trabalho” – em implementação. Teoria critica da reprodução social. Aumenta a prática em nível municipal e no judiciário e se intensifica a prática em ONGs. Visão pautada na mudança/transformação social. Segundo dados de Rose Mary S. Serra (1998) no Estado do Rio de Janeiro dentre 1.119 empregadores de assistentes sociais pode-se observar que 23,9% estão em órgãos municipais, 15% estaduais, 15% federais, 19,5% empresas privadas, 11,7% entidades filantrópicas, 6,8% empresas estatais, 1,7% fundações privadas, 0,5% ONGs e 5,6% - outras. Essa síntese, baseada nos textos citados de história do serviço social, mostra que há um movimento de mudança curricular que se vincula às mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais, como aconteceu no pósguerra, nos anos 60 (desenvolvimentismo), na crise dos anos 70, no final dos anos 90 (globalização). A articulação de atores e exigência das condições externas são fundamentais para se entender esse processo. Não sendo, pois, um ato isolado, o currículo é, fundamentalmente, relacional, refletindo a correlação de forças sociais que se enfrentam na sociedade e no âmbito universitário. O currículo aqui proposto está inserido no novo contexto de discussão da profissão no processo de mundialização financeira, e na busca de “formular respostas profissionais para o enfrentamento da questão social”, “numa teoria social crítica”. Ele é voltado para a articulação teoria-prática-pesquisa, 9 conforme o projeto profissional hoje definido no âmago das discussões da ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) e definido nas Diretrizes Curriculares. 2.2 - MERCADO DE TRABALHO A procura por cursos de graduação em Serviço Social é conseqüência da necessidade de contratação de profissionais dessa área nos mais diversificados campos de atuação. Regulamentada pela Lei nº 8662/93, a profissão de assistente social tem sido uma das que mais ampliaram seu espaço de atuação nos últimos dez anos. Atualmente, o profissional de Serviço Social vem se firmando na sociedade por seu conhecimento e capacidade de atuação nas seguintes áreas: Seguridade Social (Saúde, Previdência e Assistência Social), Educação, Habitação, Política Agrária, Direitos Humanos, Instituições Públicas, Empresas Privadas e Organizações Não Governamentais, desenvolvendo atividades de planejamento, gestão e execução de políticas e serviços sociais. O aumento dessa procura por cursos assume uma característica peculiar, em se tratando da Região Centro-Oeste, em função de muitos Assistentes Sociais comporem os quadros técnicos das Autarquias. Além disso, destaca-se também pelo grande número de profissionais atuando na área de Saúde, Judiciário e Assistência Social. 2.3 – FORMAS DE ACESSO O estudante ingressa no Curso de sua escolha, por meio de processo seletivo, denominado vestibular, que é realizado em data e horário estabelecidos em edital, amplamente divulgado. A execução técnicoadministrativa do concurso vestibular fica a cargo da Fundação Universa – Funiversa, conforme o Oitavo Termo Aditivo ao Acordo de Mútua Cooperação No 80.019/2005, celebrado entre a União Brasiliense de Educação e Cultura – UBEC (Mantenedora da UCB) e a Fundação Universa – Funiversa. Os cursos de Graduação funcionam sob o regime de créditos, com pré-requisitos estabelecidos na Matriz Curricular. Tal regime possibilita ao estudante cursar, a 10 cada semestre, disciplinas que totalizem diferentes quantidades de créditos, a partir do mínimo de 12 créditos. Poderão se inscrever no processo seletivo os candidatos que já tenham concluído ou estejam em fase de conclusão do ensino médio ou equivalente, devendo apresentar obrigatoriamente o documento de conclusão do Ensino Médio no ato da matrícula. O Processo Seletivo consta de dois cadernos de provas sobre os conteúdos dos programas dos ensinos fundamental e médio, sendo 1 (uma) prova de Redação e 4 (quatro) provas objetivas, comuns a todos os candidatos. As provas objetivas constarão de questões de Língua Portuguesa, de Conhecimentos Gerais (Geografia, História e Atualidades), de Matemática e de Ciências (Biologia, Física e Química) para todos os cursos. Será eliminado do Processo Seletivo o candidato que obtiver resultado 0 (zero) ponto em uma ou mais das provas objetivas, e/ou nota menor que 20 (vinte) em Redação (de um total de 100). Na possibilidade de ter vagas ociosas a UCB recebe estudantes advindos de outras IES, desde que estas estejam regularizadas em consonância com a legislação brasileira. Há, na hipótese de vagas ociosas, possibilidade de aceitar candidatos que apresentam desempenho em outros processos seletivos realizados em outras IES, desde que tragam declaração de desempenho com aproveitamento mínimo de 70%, nesse caso, também é possível o ingresso de candidatos que tenham realizados avaliações oficiais, tais como o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM. A UCB como participante do Programa de Governo Universidade para Todos possui vagas reservadas para os candidatos encaminhados pelo MEC habilitados para receberem bolsa PROUNI. 3 – OBJETIVOS DO CURSO Considerando as diferentes e complexas atribuições e os papéis que a sociedade atual exige do Assistente Social, é desejável que ele possua um alto nível de criticidade, de formação científica e operacional e de capacidade propositiva. Esses atributos lhe permitirão uma percepção clara do significado da profissão, da sua relação profissional no interior da instituição em que vier a atuar e fora desta, bem como da sua relação com o meio ambiente no campo político, social, econômico e cultural. Ou seja, a percepção das relações do homem com o mundo, no tempo e no espaço, e de seu papel profissional na 11 complexidade sociocultural contemporânea. Além disso, a formação voltada para o respeito a princípios éticos e para a defesa dos direitos humanos e sociais, irão colocá-lo à frente do seu tempo, como um agente de mudanças e empreendedor. A formação profissional da UCB deve viabilizar uma capacitação teóricometodológica e ético-política, como requisito fundamental para o exercício de atividades técnico-operativas, com vistas à: 1 Apreensão crítica dos processos sociais numa perspectiva de totalidade; 2 Análise do movimento histórico da apreendendo as particularidades do sociedade brasileira, desenvolvimento do capitalismo no país; 3 Compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio-histórico, nos cenários internacional e nacional, desvendo as possibilidade de ação contidas na realidade; 4 Identificação das demandas presentes na sociedade, visando formular respostas profissionais para o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre o público e o privado. 4 – PERFIL DO EGRESSO Tendo em vista a natureza das atividades desenvolvidas pelo Assistente Social, são desejáveis, como dimensões básicas para o desempenho de suas funções, o perfil abaixo caracterizado para os egressos do curso: 1 Profissional capaz de atuar nas relações de força das expressões da Questão Social, formulando e implementando propostas para seu enfrentamento, por meio de políticas sociais e ações públicas, empresariais, de organização da sociedade civil e movimentos sociais. 12 2 Profissional capaz de entender as demandas instituídas, assim como as demandas instituintes de grupos, segmentos e movimentos sociais, 3 Profissional dotado de formação intelectual e cultural crítica, competente em sua área de desempenho, com capacidade de inserção criativa e propositiva, no conjunto das relações sociais e no mercado de trabalho e capaz de articular teoria e prática, 4 Profissional comprometido com os valores e princípios norteadores do Código de Ética profissional que deve perpassar todo o processo de formação, 5 Profissional capaz de entender a pesquisar a realidade social na dinâmica geral e particular, 6 Profissional capaz de trabalhar a multi, a inter e transdisciplinariedade 5 – RECURSOS 5.1 – RECURSOS INSTITUCIONAIS O compartilhamento na UCB é fundamentado na política de Fomento e Manutenção dos laboratórios, que se consolida por meio das atividades de uma Comissão de Investimentos, composta por membros de todas as áreas, além de técnicos e especialistas. Esse compartilhamento não se dá somente por meio da divisão de espaços e custos, mas também pelo aproveitamento conjunto do trabalho dos técnicos, que apóiam, normalmente, a mais de um curso na mesma área. A UCB caminha para a implementação, em todas as áreas de conhecimento, de laboratórios multiuso, que se destacam pela baixa ociosidade, pela maior sustentabilidade e pelo estímulo ao ensino, à pesquisa e à extensão, realizados conjuntamente, na mesma área e em áreas afins do conhecimento. Com o intuito de favorecer a troca de saberes o curso de Serviço Social oferece as seguintes disciplinas aos estudantes das outras áreas: Política Social no Brasil, Introdução à Gerontologia e Diversidade e Inclusão. Ao mesmo tempo possui a oportunidade de cursar a disciplina Realidade Brasileira e Regional junto com os estudantes de Comunicação Social. Esse processo 13 contribui para a sustentabilidade e também para uma formação profissional multidisciplinar. A Unidade de Assessoria Didático-administrativa (UADA) tem por objetivo principal organizar o compartilhamento de recursos para o favorecimento da aprendizagem, principalmente no tocante às “Salas Top” (com projetor multimídia, aparelhagem de som, telão e computador), salas para ambiente de aprendizagem em grupos cooperativos, salas de apoio ao professor, salas comuns e equipamentos audiovisuais. A informatização da UADA permite ao professor organizar com antecedência suas aulas, respeitando seu plano de ensino e tendo um acesso democrático aos espaços institucionais. Da mesma forma, o docente realiza o lançamento de notas e freqüências por meio do graduação on-line (GOL), um sistema que permite ainda a comunicação entre professores e estudantes para avisos, alterações na programação de aulas e outras atividades, envio de notas etc. As salas públicas da UCB, isto é, salas de informática providas de computadores com acesso à Internet e impressora, disponíveis em cada prédio, são destinadas aos estudantes da Instituição que têm direito, no ato de matrícula, a uma senha de acesso a esse espaço. Já para a realização de aulas de disciplinas com suporte de informática, a Instituição possui laboratórios com programas específicos, e ocupação coordenada pela Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI). Os recursos humanos também são compartilhados pela UADA. Os profissionais transitam pelas diferentes áreas e, assim, desenvolvem um conhecimento mais amplo da Instituição. O compartilhamento de recursos está no cerne, também, dos projetos de pesquisa e extensão realizados na Católica. Há pontuações para projetos com a participação de docentes de outras áreas do conhecimento, bem como de outras instituições, cultivando-se, dessa forma a valorização do trabalho multidisciplinar e até multiinstitucional como forma de garantir a sustentabilidade e estímulo a uma nova forma de produção científica. A Biblioteca representa e expressa esse compartilhamento de recursos. O Sistema de Bibliotecas (SIBI) é composto pela Biblioteca Central (Campus I), pela Biblioteca da Pós-Graduação (Campus II) e por Postos de Atendimento descentralizados. Com área ampla e acervo extenso e constantemente 14 atualizado, o SIBI tem como principais serviços o catálogo informatizado do acervo, renovação de empréstimo e reserva on line, auto-atendimento para acesso às bases de dados assinadas e ao portal Capes, Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UCB, orientação e treinamento de usuários, comutação bibliográfica, entre outros, disponíveis nas bibliotecas ou no endereço eletrônico www.biblioteca.ucb.br. Nas bibliotecas se destaca também o acesso sem fio à internet. Na UCB, em cada área do conhecimento são desenvolvidas práticas específicas de compartilhamento, seguindo a orientação geral de promover a sustentabilidade e de abrir fóruns de diálogo entre os vários cursos e habilitações. Para contribuir com o perfil complexo dos egressos de CSA, é necessário valorizar a multi, a inter e a transdisciplinariedade nas grades curriculares. E essa valorização pode ser colocada em prática no compartilhamento de saberes, por meio da oferta de disciplinas comuns e do aproveitamento de docentes em vários cursos da área. Os cursos já avançam também na realização de Projetos de Pesquisa e de Extensão em parceria, nos quais os estudantes dialogam com colegas e professores de outros cursos e com as demandas locais e comunitárias. O Serviço Social já possui essa experiência com o projeto “A Construção da Cidadania por meio do Fortalecimento das Cooperativas de Catadores do DF”, projeto de Extensão implantado em 2007. As práticas laboratoriais diferem em intensidade e forma utilização nos diferentes cursos da área. Tem-se, contudo, buscado o desenvolvimento de layout cada vez mais adequados às necessidades das Ciências Sociais Aplicadas, com possibilidade de trabalhos em grupo, disposição dos computadores em ilhas e espaço para deslocamento dos docentes, que podem, dessa forma, realizar acompanhamentos individuais aos seus estudantes. A Universidade Católica de Brasília lida com a problemática da inclusão por meio de incentivos a estudos e formação de profissionais aptos a lidar com essa demanda. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 10% da população mundial têm necessidades especiais. Neste sentido, a UCB já está sensibilizada com a problemática da inclusão de PNEs, estando totalmente adaptada em termos de infra-estrutura física, além de promover ações de 15 extensão, cujo objetivo é apoiar a inclusão de estudantes com ausência de visão, audição, fala ou mobilidade física no contexto universitário, desenvolvendo ações interdisciplinares e integradas que possam favorecer a implantação de uma política institucional que garanta o acesso e permanência de pessoas com necessidades especiais na UCB. 5.2 – RECURSOS ESPECIFICOS DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL Laboratório de Estratégias em Serviço Social O "Laboratório de Estratégias em Serviço Social” funciona no mesmo espaço do Laboratório de Gerontologia, bem como em outras salas de aula, situadas no bloco central da UCB Campus I. Este laboratório oferece a oportunidade de trocas de saberes e experiências profissionais. Esse espaço servirá como instrumento voltado para o compartilhamento de experiências profissionais, assim como, de trocas e saberes entre estudantes, docentes e profissionais. Nele caberá a troca de experiências quanto à gestão publica de serviços e construção de projetos analíticos e interventivos. O mesmo possui um Coordenador. Biblioteca No que tange aos acervos contidos na biblioteca referentes ao curso de Serviço Social destacamos que possuímos 1.691 títulos e 3.680 exemplares. 16 6 – MATRIZ CURRICULAR Sem Seq 1 2 1 3 4 Cód Nome Disciplina Pré-Req Dis Min Sem c .C Lim Sociologia Geral Introdução a Filosofia Oficina de Questão Social e Serviço Social Introdução ao Ensino Superior 2 7 8 9 Teorias Sociais Antropologia da Religião Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos de Serviço Social I Direito e Legislação Social Filosofia Política 11 3 12 13 14 Teorias Sociais II Fundamentos Históricos e Teóricos e Metodológicos do Serviço Social II Ética Economia Política Estado, Cidadania e Política Públicas 16 4 17 18 19 Pesquisa Social e Serviço Social I Serviço Social e Processo de Trabalho Assistência Social e Serviço Social Política Social no Brasil Ética e Serviço Social 20 21 5 22 23 Introdução a Gerontologia 24 Oficina de Entrevista e Trabalho Social com Grupos 60 60 4 20 4 4 60 300 60 60 4 60 60 5 4 4 20 4 60 60 300 60 60 60 300 60 7 4 60 60 9 4 4 60 60 60 60 9 4 60 60 5 20 4 300 30 11 4 60 60 14 14 12 4 4 4 20 60 60 60 270 0 30 60 60 60 300 15 4 30 10 30 70 18 4 60 19 4 60 18 4 60 19 4 30 20 240 1 3 2 Totais Instituições e Práticas do Serviço Social Previdência Social e Serviço Social Planejamento Social Estratégico e Avaliação 22 4 30 18 4 60 23 4 30 28 Estágio Supervisionado I 1922 4 29 Estatística e Banco de Dados 30 Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso I 25 26 6 27 1922 7 32 33 Realidade Brasileira e Regional Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso II Serviço Social, Infância e 0 0 30 2 10 4 60 0 30 20 300 60 80 60 30 30 60 60 330 30 60 60 30 60 60 120 30 30 30 30 60 180 360 60 30 30 60 60 120 60 0 60 2 20 4 60 300 60 60 0 2 4 Totais 31 Total 4 Totais Pesquisa Social em Serviço Social II Saúde e Serviço Social Poder, Mediações e Estratégias em Serviço Social Prát 120 60 Totais 15 Lab 120 60 Totais 10 Teo 8 4 Totais 5 6 Carga Horária Crd 60 17 Juventude 34 35 Estágio Supervisionado II Fundamentos de Psicologia 28 20 4 4 18 60 180 27 4 60 32 31 31 4 4 4 16 60 60 60 240 Totais Gestão Participativa e Serviço Social Trabalho de Conclusão de Curso Movimentos Sociais Diversidade e Inclusão 36 8 37 38 39 Totais 60 240 90 270 60 60 60 0 Optativas: acrescentou: • • • • • • • • • • Questão Urbana e Poder Local Inglês Instrumental Aplicado as Ciências Aplicadas Língua Brasileira de Sinais – Libras Psicologia Aplicada à Saúde Direito da Criança e do Adolescente e do Idoso Agencia Experimental de Comunicação Comunitária Novos Paradigmas em Ciências Ambientais Fundamentos de Linguagem Audiovisual Tópicos Especiais em Serviço Social Bioética 6.1 – FLUXO DAS DISCIPLINAS E ESTRUTURA DA MATRIZ CURRICULAR A formação profissional dos estudantes do curso de Serviço Social da UCB expressa uma concepção de ensino e aprendizagem calcada na dinâmica da vida social, o que estabelece os parâmetros para a inserção profissional da realidade sócio – institucional. O eixo epistemológico do curso tem como fundamento a Questão Social, objeto de estudo dos Assistentes Sociais. Além disso, a proposta do curso de bacharelado em Serviço Social da UCB parte da reafirmação do trabalho como atividade central na constituição do ser social. As metamorfoses do mundo do trabalho, os padrões de regulação e acumulação social, apresentam a necessidade de constante reflexão da prática profissional, o que culmina em novas formas de pensar e agir dos Assistentes Sociais diante de novas exigências profissionais. 300 60 540 120 60 60 300 18 Esta concepção implica que o processo de trabalho do assistente social deve ser apreendido a partir de um debate teórico-metodológico que permita o repensar critico, recuperando o sujeito que trabalha enquanto individuo social. Os pressupostos norteadores da formação profissional dos Assistentes Sociais da UCB parte das seguintes perspectivas: - A relação do Serviço Social com a questão social – fundamento básico de sua existência – é mediatizada por um conjunto de processos sócio-históricos e teórico – metodológicos constitutivos de seu processo de trabalho. - O processo de trabalho do Assistente Social é determinado pelas configurações estruturais e conjunturais da questão social e pelas formas históricas de seu enfrentamento, permeadas pela ação dos trabalhadores, do capital e do Estado, através de políticas e lutas sociais. - O agravamento da questão social em face das particularidades do processo de reestruturação produtiva no Brasil, determina uma inflexão no campo profissional do Serviço Social. Esta inflexão é resultante de novas requisições postas pelo reordenamento do capital e do trabalho, pela reforma do Estado e pelo movimento de organização das classes trabalhadoras, com amplas repercussões no mercado profissional de trabalho. O Curso de Serviço Social da UCB tem como elemento fundamental a formação profissional de assistentes sociais para a atuação junto às expressões da Questão Social na sociedade capitalista. Esta concepção implica que a formação proposta pelas Diretrizes Curriculares para o curso, procura dotar os futuros Assistentes Sociais dos conhecimentos necessários para o exercício profissional, por meio de diversas competências e habilidades gerais, que se articulam nos seguintes núcleos. - Núcleo de fundamentos teórico-metodológicos da vida social, que compreende um conjunto de fundamentos teórico-metodológicos e éticospolíticos para conhecer o ser social; - Núcleo de fundamentos da formação sócio-histórica da sociedade brasileira, que remete à compreensão das características históricas particulares que presidem a sua formação e desenvolvimento urbano e rural, em suas diversidades regionais e locais; 19 - Núcleo de fundamentos do trabalho profissional, que compreende os elementos constitutivos do Serviço Social como uma especialização do trabalho: sua trajetória histórica, teórica, metodológica e técnica, os componentes éticos que envolvem o exercício profissional, a pesquisa, o planejamento e a administração em Serviço Social e o estágio supervisionado. De acordo com as Diretrizes Curriculares para o Curso de Serviço Social, a organização curricular deve superar as fragmentações do processo de ensino e aprendizagem, abrindo novos caminhos para a construção de conhecimentos como experiência concreta no decorrer da formação profissional, sustentando-se nos eixos definidos nos seguintes núcleos: A) NÚCLEO DE FUNDAMENTOS TÉORICO – METODOLÓGICOS DA VIDA SOCIAL - Antropologia da Religião - Sociologia Geral - Teorias Sociais - Fundamentos de Psicologia - Economia Política - Introdução a Filosofia - Filosofia Política - Introdução a Educação do Ensino Superior - Estatística Social e Banco de Dados - Introdução a Gerontologia - Projeto de Pesquisa I e II - Trabalho de Conclusão de Curso - Ética B) NÚCLEO DE FUNDAMENTOS DA PARTICULARIDADE DA FORMAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA - Serviço Social, Infância e Juventude 20 - Previdência Social e Serviço Social - Assistência Social e Serviço Social - Saúde e Serviço Social - Estado, Cidadania e Política Pública - Realidade Brasileira e Regional - Direito e Legislação Social - Movimentos Sociais - Política Social no Brasil - Diversidade e Inclusão C) NÚCLEO DE PROFISSIONAL ESTUDOS E FUNDAMENTOS DO TRABALHO - Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social I e II - Poder Mediações e Estratégias em Serviço Social - Ética Profissional e Serviço Social - Planejamento Social Estratégico e Avaliação - Estágio Supervisionado I e II - Oficina de Questão Social e Serviço Social - Gestão Participativa e Serviço Social - Pesquisa Social e Serviço Social I e II - Oficina de Entrevista e Trabalho Social com Grupo - Serviço Social, Instituições e Prática; - Serviço Social e Processos de Trabalho; Dentro dessa proposta, a Carga Horária total para integração do currículo é de 3.000 h/aula, com 420 horas de estágio supervisionado. O Estágio supervisionado terá início no 6º semestre letivo, Estágio I, com 200 h, distribuídas em 60 horas em sala de aula (UCB) e as demais, 140 h com atividades na Instituição campo de estágio. No 7º semestre, o Estágio II, contará com 220h de estágio, sendo que 60 h (UCB) em laboratório e 160 com atividades na instituição campo de estágio. Além de atividades práticas de 21 pesquisa, de informática e de operacionalização de mediações, estratégias e técnicas de serviço social. As atividades são distribuídas ao longo do curso. O curso possui 158 créditos, 2010h de aulas teóricas, 270 horas de Laboratório e 540h práticas e 180h de atividades complementares, totalizando a carga horária de 3000. Estrutura Curricular do Curso de Serviço Social Total de créditos: 158 Horas teóricas: 2010h Horas práticas: 540h Horas laboratório: 270h Horas de atividades complementares: 180h Integralização do curso: 3.000 horas A Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação em sua Resolução nº 2 de 18 de junho de 2007 instituiu currículos mínimos para vários cursos de graduação, bacharelados, na modalidade presencial e em seu art. 2º parágrafo II estabelece que a duração dos cursos deverá ser estabelecida por carga horária total curricular, contabilizada em horas. Em sua resolução nº 3, a mesma Câmara dispõe sobre os procedimentos a serem adotados para estabelecer esta relação, assim, estabelece que a hora-aula é uma necessidade de organização acadêmica das instituições, além de uma relação trabalhista. Desta forma, a UCB atentando para o que determina a legislação trabalhista referente aos professores e às necessidades emanadas pelo CNE no que concerne à formação em graduação na modalidade presencial, estabeleceu os seguintes parâmetros: 1 Portaria CNE/CES 261/2006, DOU 25/06/07 – 4 aulas x 60minutos = 240 minutos em 100 dias letivos = 3.600 horas 2 UCB – 4 aulas x 50 minutos = 200 minutos x 18 encontros = 3.600 horas 22 Além de um calendário acadêmico cuidadoso e que responde pela duração da formação, cada disciplina terá, de acordo com os Projetos Pedagógicos de Curso, tempo específico de estudo fora de sala de aula, garantindo assim o cumprimento do que determina o CNE,qualificando a formação do estudante. O curso de Serviço Social da UCB é estruturado em sistema de créditos e matrículas por disciplinas obrigatórias, funciona em turno noturno, oferecendo semestralmente 50 vagas. A organização do curso está em consonância com o Regimento da UCB e as normas legais que regem o funcionamento desse tipo de curso. 23 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS • BRASIL – Conselho Nacional de Educação. Câmara De Educação Superior.Resolução Nº 15, de 13 de março de 2002. Estabelece as Diretrizes curriculares para os cursos de Serviço Social. Brasília, 2002. • BRASIL, Lei Nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Regulamenta a profissão de assistente social. • BRASIL. Decreto nº 73.813, assinado pelo Presidente da República, Emílio Garrastazu Médici. Autorização do funcionamento da Faculdade Católica de Ciências Humanas, mantida pela União Brasiliense de Educação e Cultura—UBEC, 1974 • CRESS 7ª Região. Assistente Social: Ética e Direitos – Coletânea de Leis e Resoluções. 2ª Ed. Revista e Ampliada. CFESS, Rio de Janeiro, 2000. • DAHMER PEREIRA, L. Mercantilização de ensino superior e formação profissional em serviço Social: em direção a um intelectual colaboracionista? In Revista Agora: Políticas Públicas e Serviço social, Ano 3 , nº 6,abr 2007 ISSN-1807-698X. Disponível em http://www.assistentesocial.com.br • FALEIROS, Vicente de Paula. Saber Profissional e Poder Institucional. São Paulo: Cortez, 1985. • SÁ, Jeanete L. Martins de Sá. Serviço Social e Interdisciplinaridade. São Paulo: Cortez 1995. • UNIÃO BRASILIENSE DE EDUCAÇÃO E CULTURA. Regimento das Faculdades Integradas da Católica de Brasília, 1981-1984. • UNIÃO BRASILIENSE DE EDUCAÇÃO E CULTURA. Regimento das Faculdades Integradas da Católica de Brasília, 1981-1984. • UNIVERSIDADE CATOLICA DE BRASILIA. Projeto Pedagógico Institucional. Brasília, 2007. • UNIVERSIDADE CATOLICA DE BRASILIA. Relatório de Gestão – Reitora Débora Pinto Niquini. 2003/2006.