Equipe Pedagógica do IBEM Caderno de Atividades Educacionais sobre a Paz Volume 03 Caderno de Atividades Educacionais sobre a Paz Volume 03 Editado pelo Instituto Brasileiro de Educação Moral – IBEM Parte integrante do Programa Vivendo Sempre em Paz 1ª edição Agosto de 2005 2ª edição Revisada e ampliada – janeiro de 2014 IBEM Tel.: (21) 3439-0665 / 3381-1429 E-mail: [email protected] www.educacaomoral.org Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, por qualquer meio, sem a prévia autorização do IBEM. Índice Apresentação Objetivos Justificativa Recomendação Aviso Dinâmicas Educativas Artistas da Paz Gincana Cultural da Paz Teatro da Paz TV Paz Textos de Apoio A Minha Paz Paz e Ética Deus não Existe O Amor Constrói a Paz Queremos Paz Apresentação Assistimos, desde o lançamento do Programa Vivendo Sempre em Paz, um crescimento acentuado de escolas e organizações sociais que procuram o IBEM para tornarem-se participantes do trabalho pela cultura da paz, o que nos deixa felizes, percebendo pelos depoimentos enviados que os Cadernos de Atividades Educacionais sobre a Paz têm atingido plenamente o objetivo, servindo de ferramenta útil para alimentar e realimentar os procedimentos pedagógicos do Programa. Como já feito nos cadernos anteriores, entregamos aos participantes do Programa o Caderno de Atividades Educacionais sobre a Paz, volume 03, com diversas sugestões de atividades pedagógicas, sempre envolvendo do aluno até os pais, assim como textos para leitura, debate, dramatização e tudo o mais que a criatividade de educadores e educandos explorarem. O IBEM ao desenvolver o Programa Vivendo Sempre em Paz está, na verdade, ampliando os horizontes do Projeto Educação Moral para Formação do Homem, base de todos os seus procedimentos, pois o trabalho pela paz entre os homens é uma atitude pedagógica a favor da educação moral do ser. Lembramos aos coordenadores responsáveis pela aplicação do programa da necessidade de realizar reunião de coordenação para estudo, debate e aplicação das atividades propostas, pois somente assim, com a sensibilização, conscientização e participação de todos o trabalho pode ter sucesso. Os educadores são livres para adaptar o material e criar sobre o mesmo, de acordo com suas experiências e necessidades, e o IBEM está aberto para receber críticas, sugestões e novas experiências, sempre com o objetivo de enriquecer o programa. Vamos, educadores, ao trabalho. Marcus De Mario Diretor Geral Objetivos do Programa Vivendo Sempre em Paz 1. Promover na criança, no adolescente, no jovem e no adulto valores humanos como tolerância, respeito, fraternidade e solidariedade. 2. Conduzir as novas gerações para uma convivência harmoniosa e geradora de felicidade. 3. Estimular o processo contínuo de auto-educação. 4. Integrar, através de atividades didático-pedagógicas, os agentes da educação: a escola, a família e a comunidade. 5. Despertar a consciência de educadores e educandos para a necessidade da paz mundial. 6. Trabalhar ações de paz dentro dos contextos da vida, destacando a importância da cooperação e do amor ao próximo. 7. Destacar a importância da convivência solidária na família para a construção da paz. Justificativa “O caminho da paz é o caminho da verdade. Ser honesto é ainda mais importante do que ser pacífico. Na verdade, a mentira é a mãe da violência. Um homem sincero não pode permanecer violento por muito tempo. Ele vai perceber, no curso de sua busca, que não tem necessidade de ser violento. Vai também descobrir que enquanto houver nele o menor vestígio de violência não conseguirá encontrar a verdade que está procurando”. Gandh “Se queremos alcançar a verdadeira paz neste mundo e se queremos desfechar uma guerra verdadeira contra a guerra, teremos de começar pelas crianças; se crescerem com a sua inocência natural, não teremos de lutar; não teremos de tomar resoluções ociosas e infrutíferas, mas seguiremos do amor para o amor, da paz para a paz, até que finalmente todos os cantos do mundo estarão dominados pela paz e amor, pelo que o mundo inteiro está ansiando, consciente ou inconscientemente”. Gandhi “É no equilíbrio interior, através da conquista de si mesmo pela auto-educação, que o homem fará surgir a paz e viverá em estado pleno de felicidade, e essa auto-educação deve ser exercida primeiro na família, para que a paz possa ser estabelecida do lar para a comunidade”. Marcus De Mario Recomendação Para melhor execução do Programa Vivendo Sempre em Paz recomendamos que durante todo o ano letivo sejam trabalhadas em sala de aula as atividades educacionais propostas pela Pedagogia da Sensibilidade, quais sejam: • Atividades para Desenvolvimento dos Instintos • Atividades para Desenvolvimento do Cognitivo • Atividades para Desenvolvimento dos Sentimentos • Técnicas de Sensibilização • Exercícios de Vida • Práticas de Bondade • Vivências de Solidariedade • Jogos Cooperativos • Jogos para Estimulação das Relações Interpessoais Aviso As atividades propostas pelo Programa Vivendo Sempre em Paz devem ser aplicadas de forma contínua, ao longo do ano letivo, e também durante as férias e em projetos que envolvam a comunidade. A aplicação deverá ser feita pelos professores e/ou monitores voluntários e deve fazer parte do projeto pedagógico da Escola/Organização. DINÂMICAS EDUCATIVAS Artistas da Paz Objetivo Motivar os alunos a envolver a comunidade em campanha pela paz. Descrição Envolver os alunos do 5º ao 9º ano para pintar o muro da escola com desenhos inspirados no tema da paz e também colorir a rua da escola e uma praça próxima, culminando com uma passeata pela comunidade com distribuição de flores confeccionadas pelos alunos. Material Cartolina, cola, pincel, tinta, tesoura. Recursos Muros, calçadas e equipamentos urbanos. Tempo Previsto De seis meses a um ano. Preparação As turmas devem ser preparadas através de atividades que levem os alunos a trabalhar seus medos, lembranças e aflições com relação à violência, confeccionando desenhos que formarão uma colcha de retalhos. Ao mesmo tempo a direção da escola entrará em contato com a Associação de Moradores local e a Prefeitura, para poder realizar o trabalho externo de pintura e passeata. Ação As colchas de retalho serão expostas e as turmas trabalharão a confecção do material para a passeata, ao mesmo tempo em que pintarão o muro da escola e a praça. Avaliação Solicite aos alunos falarem sobre a experiência de utilizar a arte para expressar a paz, e sobre as reações dos pais e da comunidade com a pintura da rua e a passeata. Observação As pinturas externas e a passeata devem emocionar as pessoas, fazendo com que elas se envolvam no projeto. Gincana Cultural da Paz Objetivo Ensinar a cooperação através da superação de desafios e cumprimento de tarefas agendadas, assim como o respeito às opiniões dos colegas. Descrição Formar grupos de trinta a quarenta alunos misturando as turmas, para participar de uma gincana cultural com o tema Paz. A pontuação será dada para todos os grupos que completem com qualidade a tarefa solicitada, não havendo exclusão dos concorrentes. Material Papel ofício, canetas coloridas, pano, tinta para tecido, cabo de vassoura, cartolina, papel colorido, papel cartão, vassouras, pás, sacos de lixo. Recursos Computador. Tempo Previsto Cinco dias. Preparação Cada grupo precisa ter espaço próprio para trabalhar e um professor destacado para dar o apoio necessário. O professor deve ser um orientador, estimulando a cooperação entre os componentes do grupo. Ação 1º Dia: Explicação das regras da gincana; escolha de nome, símbolo, representantes, divisão de times e confecção de bandeira. 2º Dia: Leitura de textos sobre a importância da paz na escola; confecção de folheto sobre o tema da leitura; levantamento do estado físico da escola; criação de slogans e desenhos para cartaz educativo. 3º Dia: Escrever um texto jornalístico sobre a área de recreação da escola; fazer a planta ideal do espaço; redigir um plano de intervenção; entrega do folheto. 4º Dia: Dividir a área em partes iguais ao número de equipes; limpeza da área; criação de placas edu- cativas sobre a limpeza da área. 5º Dia: Arrumar a área de acordo com o plano idealizado no terceiro dia; colocação das placas educativas na área; distribuição dos cartazes com slogan pela escola. Avaliação Realizar reuniões no final de cada período de trabalho para avaliar a participação e o compromisso de cada um com os objetivos do grupo, identificando dificuldades e dando sugestões sobre a melhor maneira de superá-las. Observação A gincana pode ser encerrada com a realização de jogos cooperativos e esportivos. Teatro da Paz Objetivo Montagem de peças teatrais para ampliar a cultura e estimular mudanças de comportamento dos alunos. Descrição Debates, exposições e encenações sobre a paz e temas correlatos através de textos elaborados pelos próprios alunos. Material Os necessários para confecção de figurinos e cenários. Recursos Os necessários para sonoplastia, iluminação e encenação da peça teatral. Tempo Previsto Todo o ano letivo. Preparação Disponibilizar aulas curriculares de teatro e visita a teatros da cidade para assistir peças teatrais, assim como realizar a leitura e debate de textos teatrais de autores consagrados. Ação Os alunos escolhem os temas e também podem escrever as peças, construindo os personagens inspirados no comportamento das pessoas no dia-a-dia. Após os ensaios, encenar a peça, convidando alunos, pais, responsáveis, professores e a comunidade para assistir. Avaliação Após a encenação realizar debate com a plateia sobre o tema, captando o nível de conscientização e envolvimento. Em todo processo, da criação, passando pelos ensaios até a encenação, realizar sempre reuniões de avaliação sobre a participação, cooperação e nível de conscientização dos alunos. TV Paz Objetivo Levar educandos e educadores a ter atitudes para a paz. Descrição Produção e apresentação de programas televisivos sobre a paz. Material Todos os necessários para montagem de cenários e figurinos. Recursos Equipamentos de filmagem e vídeo. Tempo Previsto Todo o ano letivo. Preparação Realizar aulas curriculares sobre arte e televisão. Visita a estúdio de TV. Estudo prévio de roteiros televisivos. Ação Confeccionar projeto de TV Escola, para produção e exibição de documentários e programas no ambiente da escola, realizados pelos próprios alunos sob orientação dos professores. Após as exibições, realizar debates sobre a importância da paz na vida humana. Avaliação Utilizar os debates para perceber o nível de consciência dos alunos sobre os temas tratados, assim como realizar reuniões periódicas com as equipes de produção para trabalhar a cooperação e o respeito às opiniões dos colegas. TEXTOS DE APOIO A Minha Paz Você pode falar sobre paz. Pode também escrever sobre a paz. Se preferir, pode confeccionar cartazes sobre a paz. Pode optar por fazer parte de uma manifestação pública pela paz. Você pode solicitar que seus familiares e amigos tenham atitudes de paz. Mas você está em paz? Essa pergunta significa muita coisa. Por exemplo: Você está em paz consigo mesmo, aceitando-se tal como você é? Você sabe falar pausadamente, sem gritos, fazendo-se entender? Você contribui com a organização da casa? Você sabe fazer suas coisas sem perturbar os outros? Você sabe conviver solidariamente com as diferenças? Você é exemplo de paz para os outros? Pense em tudo isso porque falar é fácil, difícil é fazer. Mas se não nos esforçarmos para sermos exemplo do que discursamos, o melhor palavreado do mundo será derrubado, considerado até mesmo falso, se não for seguido pelo exemplo. É aquela velha história: todo mundo quer viver em paz, mas poucos fazem da sua existência uma história de atitudes pela paz. A minha paz é muito importante para a paz dos outros, por isso aqui vão algumas sugestões: Saiba ouvir com paciência. Receba as críticas com tolerância. Fale com bondade. Colabore sem reclamações. Seja gentil sem esperar recompensa. Faça amigos e não inimigos. É melhor compreender e perdoar do que brigar e carregar mágoas. Ficar em paz consigo mesmo, tendo a consciência tranqüila no esforço do bem, é a melhor atitude que se pode ter para a implantação da paz onde vivemos. Marcus De Mario Diretor do IBEM Paz e Ética Diante de uma sociedade onde a corrupção parece estabelecida, com escândalos na administração pública, sonegação das leis nas empresas, violência e criminalidade gratuitas e crimes contra o meio ambiente, a impressão que se tem é que a ética deixou de ser um parâmetro para a vida de relação, desde o casal até o coletivo social. E por que ser ético nas pequenas coisas se os pais, os gestores e os representantes políticos vivem a nos dar maus exemplos? A corrupção não é um sistema consagrado e estabelecido? De que adianta uma ou duas pessoas serem contra? É por pensar assim que acabamos nos acomodando ao não-ético, justificando por indiferença ou por vantagens pessoais as inversões de valores na sociedade humana. Exemplo: desvio de verba pública é crime, mas tirar uns trocados, às escondidas, da carteira do papai, não. Outro exemplo: falsificação de documentos, como escrituras e lançamentos contábeis, merece cadeia, mas assinar o próprio boletim ou caderneta escolar em nome da mãe, não. Contudo, pensando bem, essas pequenas atitudes também não configuram crime, não são verdadeiros escândalos? “A ética encara a virtude como prática do bem e esta como a promotora da felicidade dos seres, quer individualmente ou coletivamente”. Gostou da definição? Pois saiba que “ser ético hoje é assumir seu papel de cidadão, para chegar ao objetivo final que é o convívio harmônico entre os povos”. A ética não é um modismo, mas uma necessidade, pois através dela podemos discutir e melhor vivenciar estas três fundamentais questões: 1. Dignidade humana. 2. Qualidade de vida. 3. Felicidade. O viver ético pressupõe assumir as próprias responsabilidades, daí uma pergunta muito importante: não somos responsáveis, através da nossa conduta, pela paz e pela felicidade geral? Pense nisso antes de agir e de arrumar desculpas para justificar os próprios erros. Marcus De Mario Diretor do IBEM Deus não Existe O sol penetrava a fresta da janela aberta aquecendo meu rosto. Abri os olhos não desejando acordar, numa dificuldade íntima, pois estava à mercê do desânimo que me escravizava, entorpecendo toda minha vontade de viver. O sol, este sim, invadia sem permissão meus aposentos. Sentei por alguns instantes à beira da cama, tentava ter coragem para prosseguir a vida. A indiferença das pessoas, a miséria, as desigualdades sociais, a insegurança de estar vivendo numa selva de pedra sem recursos, sem emprego, sem ninguém, sozinho ali sentado, chorando as próprias mágoas e medos. Respirei bem fundo, o ar penetrava suavemente meus pulmões revitalizando-me, buscando forças para continuar. Levantei olhando para o espelho a frente, gotas desciam a minha face, sem minha permissão, soluçava desesperado. Fiquei por instantes ali parado fixando meu olhar no meu olhar. Tinha de dar um basta em tudo, acabar de vez com aquela situação. Ninguém, nem mesmo Deus, aliás, que Deus? Onde ele estava naquele momento, se é que ele existe? O fardo é meu, tenho de carregar este peso? Não, chega! Fui até a janela, olhei o céu azul limpo, pássaros cantando alegres. Alguns transeuntes passavam despercebidos, em cada olhar percebia um vazio, seus medos. Não estava ali para verificar a vida de ninguém, mesmo porque cada um tem de cuidar de si. O coração batia forte, estava exausto sem forças para prosseguir. Guerras em nome de Deus. Homens bombas se autodestruindo e exterminando os próprios semelhantes. Corrupções sem fins, desmandos, invejas, ambições, dinheiro! Dinheiro! Que mundo é esse? Meus sonhos de infância, a alegria, o sorriso sincero, as brincadeiras, correr, viver, brincar, liberdade, amar. Onde está o amor, quem amo, quem me ama? Indiferenças, cada um por si, orgulho, egoísmo. A campainha da porta tocou despertando-me do transtorno emocional que me angustiava a alma. Chorava compulsivamente, enxuguei as lágrimas e atendi a porta. “Boa tarde senhor, poderia me dar um pouco de água?” Era uma criança suja, maltrapilha, cheirando mal pela falta total de higiene, desnutrida, sem ninguém, me pedindo um simples copo de água. “Quantos anos você tem menina?”, perguntei. “Doze anos. Minha mãe e meu pai morreram e tenho de cuidar de meus irmãos menores, que são dois, um de seis e outro de oito anos”, ela respondeu. “Só um momento, verei o que posso trazer”, foi minha resposta. Alguns instantes depois, retornei. “Tome um quilo de arroz, feijão e estes pacotes de biscoito, e beba sua água”, fui falando, meio incomodado. “Muito obrigado, senhor. Deus lhe ajude, Deus lhe pague”. Fechei a porta. O que eu fiz, meu Deus! Reclamando esse tempo todo, até mesmo duvidando de sua existência, e em alguns minutos a revelação que está em nossas mãos a realização das transformações humanas, ajudando-nos uns aos outros, nos confraternizando, sermos humanos e não máquinas, agirmos e sairmos do verbalismo e não falsearmos nossos sentimentos, ser útil, ser simplesmente gente. Exercer nossa cidadania. A partir daquele instante percebi que tinha muito pouco ou quase nada que reclamar, mais muito e muito para realizar em benefício dos que estão perdidos e esquecidos pelas ruas, pelos hospitais do mundo. Aprendi que Deus espera até hoje, que nos re-eduquemos, pois a causa de tudo de ruim neste mundo é o nosso egoísmo e nossa indiferença para com o próprio semelhante. Está em nossas mãos. Eduquemo-nos. Ainda há tempo. Estenda suas mãos. Seja útil Ronaldo Gomes Diretor do IBEM O Amor Constrói a Paz Perdeu-se o caminho da educação. Num simples problema, na primeira circunstância, aponta-se o desespero, saída falsa. Imagina-se tudo. O imaginário corre solto e sem freio, na contra mãos da felicidade. É preciso educar-se este homem físico/espiritual, cidadão do mundo e do céu. Ensinar que só pelo amor vale a vida. Cuidar e preservar a vida é uma grande prova de amor, é, sobretudo, gratidão pelo milagre de viver, desfrutando-se da maravilhosa evolução da humanidade. Ser paciente não significa acomodação e omissão. A pessoa paciente tem esperança, mas, trabalha, construindo o caminho, até alcançar o alvo. (...). O encontro do homem consigo mesmo liberta-o para reproduzir a marca de sua presenbça na construção do outro. Viver é sair todos os dias da própria caverna para oencontro do eu, doando-se, reconhecendo fraquezas e limitações. (...). A paz é luta diária, é obra inacabada. Como falar de paz neste mundo tão carente? Onde será que existe paz? Na companhia dos outros? Nas montanhas? Na cidade? Ou será que se pode trabalhar para que a consciência produza mecanismos capazes de encontrá-la? É claro que sim! A paz é um dos maiores anseios da humanidade. No imaginário, ela passeia de um lado para o outro, procurando espaço. É obra da consciência coletiva, materializada através da educação. A escola pode ajudar na construção de homens que promovam a paz. É dever seu desenvolver recursos pedagógicos que possam orientar as pessoas para as relações pacíficas. Ensinar a respeitar aos outros, respeitando-se e, assim, compreender que é possível viver melhor. Ivone Boechat (do livro “Uma Escola que Ensina a Amar”). Queremos Paz Não somente diante da guerra aniquiladora de vidas se deseja a paz, mas em todos os momentos da vida do ser humano. Quem não a deseja e ambiciona está doente e desconhece sua patologia contaminadora. Quem se disponha a lutar pela paz vai sentir-se pequeno, insignificante diante da quantidade de fatos violentos na vida. Percebe logo a pouca ressonância de suas palavras e atitudes diante de um bem tão precioso, mas ainda muito longe de ser logrado – a paz. A guerra e a violência são fatores destrutivos na vida do homem, tornando-o inditoso. Somente quando ele compreender a lei de ação e reação que devolve o mal que é feito a quem o realizou, na mesma intensidade, poderá oferecer à sua vida um outro rumo. Não mais provocarão as guerras, não mais praticarão atos de violência, após sentirem a acerbidade das dores como consequências de seus equivocados atos beligerantes. É óbvio que a paz precisa ser sentida, primeiro individualmente e, depois, implantada na sociedade dentro do processo natural de que o todo é, na realidade, o resultado das individualidades que o compõem. Não há sociedade pacífica sem homens pacificados nela vivendo. Que logre o homem a paz dentro de si, antes de exigir do outro ou da sociedade. Quem a ma a paz, vive em harmonia com a vida, cultiva bons sentimentos e pensamentos; não toma a defensiva, mas irradia confiança; nunca age impondo paz às criaturas, transmite-a em silêncio; confia na paz, aguardando confiante que ela se espalhe por todos os rincões do mundo, acreditando que ela fará para sempre parte importante de sua própria existência. Quando a pessoa vive absorvida pela paz, num processo natural, torna-se um seu foco emissor, impregnando as demais pessoas, felicitando-as, porque se lhes alteram as estruturas de seus problemas. O homem pacificado é confiante, vive sem temor porque acredita firmemente em Deus e na Sua proteção, nunca se irrita, nem recua, muito menos se precipita, porque conhece o caminho a ser trilhado, seguindo-o calmamente. Procuremos iniciar o nosso programa de pacificação interior, porque somente pacificados poderemos auxiliar a paz do mundo. Podemos e devemos fazê-lo, sem aguardar que os outros o façam, também. Adésio Alves Machado (do livro “Ser, Crer e Crescer”). O Programa Vivendo Sempre em Paz é desenvolvido pelo Distribuindo, de forma gratuita, aos educadores, às escolas e organizações sociais, o Caderno de Atividades Educacionais sobre a Paz. Participe da implantação da cultura da paz. IBEM – Instituto Brasileiro de Educação Moral Tel (21) 3439-0665 / 3381-1429 [email protected] www.educacaomoral.org