caderno do
ensino fundamental
a
6 - SÉRIE
volume 3 – 2009
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROFESSOR
Coordenação do Desenvolvimento dos
Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos
Professores
Ghisleine Trigo Silveira
AUTORES
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov,
Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu
Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo,
Regina Célia Bega dos Santos e Sérgio Adas
Governador
José Serra
Vice-Governador
Alberto Goldman
Secretário da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário-Adjunto
Guilherme Bueno de Camargo
Chefe de Gabinete
Fernando Padula
Coordenadora de Estudos e Normas
Pedagógicas
Valéria de Souza
Coordenador de Ensino da Região
Metropolitana da Grande São Paulo
José Benedito de Oliveira
Coordenador de Ensino do Interior
Rubens Antonio Mandetta
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Fábio Bonini Simões de Lima
EXECUÇÃO
Coordenação Geral
Maria Inês Fini
Concepção
Guiomar Namo de Mello
Lino de Macedo
Luis Carlos de Menezes
Maria Inês Fini
Ruy Berger
GESTÃO
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
Presidente do Conselho Curador:
Antonio Rafael Namur Muscat
Presidente da Diretoria Executiva:
Mauro Zilbovicius
Diretor de Gestão de Tecnologias
aplicadas à Educação:
Guilherme Ary Plonski
Coordenadoras Executivas de Projetos:
Beatriz Scavazza e Angela Sprenger
COORDENAÇÃO TÉCNICA
CENP – Coordenadoria de Estudos e Normas
Pedagógicas
História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
Raquel dos Santos Funari
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
Schrijnemaekers
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar
Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo
Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares
de Camargo
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina
Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino
e Sayonara Pereira
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches
Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges,
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini
Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli
Salles Fidalgo
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
José Luís Marques López Landeira e João Henrique
Nogueira Mateos
Matemática
Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz
Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério
Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e
Walter Spinelli
Caderno do Gestor
Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika
de Felice Murrie
Equipe de Produção
Coordenação Executiva: Beatriz Scavazza
Assessores: Alex Barros, Beatriz Blay, Carla de Meira
Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de
Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria
Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo
Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark,
Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti
Equipe Editorial
Coordenação Executiva: Angela Sprenger
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam
Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel,
Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho
Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira,
Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia
Salem e Yassuko Hosoume
Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes,
Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza,
Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de
Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi,
Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone
Mussa Esperidião
APOIO
Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie
Edição e Produção Editorial: Conexão Editorial,
Buscato Informação Corporativa, Edições Jogo de
Amarelinha e Occy Design (projeto gráfico)
FDE – Fundação para o Desenvolvimento da
Educação
CTP, Impressão e Acabamento
Esdeva Indústria Gráfica
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos*
deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98.
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam
em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
S239c
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Caderno do professor: educação física, ensino fundamental - 6ª- série,
volume 3 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe,
Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti. –
São Paulo : SEE, 2009.
ISBN 978-85-7849-323-3
1. Educação Física 2. Ensino Fundamental 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria
Inês. II. Daolio, Jocimar. III. Venâncio, Luciana. IV. Sanches Neto, Luiz. V. Betti,
Mauro. VI. Título.
CDU: 373.3:796
Caras professoras e caros professores,
Tenho a grata satisfação de entregar-lhes o volume 3 dos Cadernos do Professor.
Vocês constatarão que as excelentes críticas e sugestões recebidas dos profissionais da rede estão incorporadas ao novo texto do currículo. A partir dessas
mesmas sugestões, também organizamos e produzimos os Cadernos do Aluno.
Recebemos informações constantes acerca do grande esforço que tem caracterizado as ações de professoras, professores e especialistas de nossa rede para
promover mais aprendizagem aos alunos.
A equipe da Secretaria segue muito motivada para apoiá-los, mobilizando
todos os recursos possíveis para garantir-lhes melhores condições de trabalho.
Contamos mais uma vez com a colaboração de vocês.
Paulo Renato Souza
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
Sumário
São Paulo faz escola – Uma Proposta Curricular para o Estado
Ficha do Caderno
5
7
Orientação sobre os conteúdos do Caderno
8
Tema 1 – Esporte – Modalidade individual: ginástica rítmica
10
Situação de Aprendizagem 1 – Exploração de diferentes movimentos
15
Situação de Aprendizagem 2 – Os movimentos e as relações com os aparelhos da GR
Atividade Avaliadora
17
18
Proposta de Situações de Recuperação
19
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 19
Tema 2 – Ginástica – Ginástica geral
21
Situação de Aprendizagem 3 – Compreendendo as características da ginástica
24
Situação de Aprendizagem 4 – A GG e outras manifestações da Cultura de Movimento 25
Atividade Avaliadora
28
Proposta de Situações de Recuperação
30
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 30
Considerações finais
Quadro de conteúdos
31
32
São Paulo Faz ESCola – uma PRoPoSTa
CuRRiCulaR PaRa o ESTado
Prezado(a) professor(a),
É com muita satisfação que lhe entregamos mais um volume dos Cadernos do Professor,
parte integrante da Proposta Curricular de 5ª- a 8ª- séries do Ensino Fundamental – Ciclo II e
do Ensino Médio do Estado de São Paulo. É sempre oportuno relembrar que esta é a nova
versão, que traz também a sua autoria, uma vez que inclui as sugestões e críticas recebidas
após a implantação da Proposta.
É também necessário relembrar que os Cadernos do Professor espelharam-se, de forma
objetiva, na Base Curricular, referência comum a todas as escolas da rede estadual, e deram
origem à produção dos Cadernos dos Alunos, justa reivindicação de professores, pais e famílias para que nossas crianças e jovens possuíssem registros acadêmicos pessoais mais organizados e para que o tempo de trabalho em sala de aula pudesse ser melhor aproveitado.
Já temos as primeiras notícias sobre o sucesso do uso dos dois Cadernos em sala de
aula. Este mérito é, sem dúvida, de todos os profissionais da nossa rede, especialmente seu,
professor!
O objetivo dos Cadernos sempre será o de apoiar os professores em suas práticas de
sala de aula. Podemos dizer que este objetivo está sendo alcançado, porque os professores
da rede pública do Estado de São Paulo fizeram dos Cadernos um instrumento pedagógico
com bons resultados.
Ao entregar a você estes novos volumes, reiteramos nossa confiança no seu trabalho e
contamos mais uma vez com seu entusiasmo e dedicação para que todas as crianças e jovens da nossa rede possam ter acesso a uma educação básica de qualidade cada vez maior.
Maria Inês Fini
Coordenadora Geral
Projeto São Paulo Faz Escola
5
6
FiCha do CadERno
Esporte e Ginástica
nome da disciplina:
área:
Etapa da educação básica:
Educação Física
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Ensino Fundamental
Série:
6a
Volume:
3
Temas e conteúdos:
Esporte
Ginástica
7
oRiEnTação SobRE oS ConTEúdoS do CadERno
Professor, este Caderno foi elaborado para
servir de apoio ao seu trabalho pedagógico cotidiano com a 6a série do Ensino Fundamental. Os temas deste 3o bimestre são enfocados
a partir da concepção teórica da disciplina,
já explicitada anteriormente, fundamentada nos conceitos de Cultura de movimento e
Se-movimentar.
Assim, pretende-se que as Situações de
Aprendizagem aqui sugeridas para os temas
Esporte e Ginástica possibilitem aos alunos
diversificar, sistematizar e aprofundar suas
experiências do Se-Movimentar no âmbito das culturas lúdica, esportiva e gímnica,
tanto para proporcionar novas experiências
(permitindo aos alunos novas significações),
como ressignificar experiências já vivenciadas.
Espera-se que o enfoque adotado para o desenvolvimento dos conteúdos deste bimestre
seja compatível com as intencionalidades do
projeto político-pedagógico de cada escola.
As estratégias escolhidas – que incluem
a realização de gestos/movimentos, como a
busca de informações, a projeção de vídeos,
a resolução de situações-problema etc. – possibilitam aos alunos a reflexão, a partir do
confronto das próprias experiências com a sistematização e o aprofundamento dos conhecimentos no âmbito da Cultura de Movimento.
Neste 3o bimestre da 6a série serão desenvolvidos os temas Esporte e Ginástica. No
primeiro caso, a Ginástica Rítmica (GR) será
tomada como exemplo de modalidade esportiva individual, considerando os principais
gestos técnicos, as principais regras e o processo histórico. Espera-se que os alunos sejam
capazes de identificar e compreender os principais gestos técnicos e relacioná-los com as
regras e aparelhos específicos da GR.
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Em relação ao segundo tema, a Ginástica
Geral (GG) será privilegiada como conteúdo gímnico, com enfoque nos fundamentos e
gestos dos métodos ginásticos clássicos à Ginástica Contemporânea. Pretende-se que os
alunos sejam capazes de identificar e reconhecer os movimentos característicos de modalidades gímnicas esportivas e de modalidades
gímnicas de participação. Espera-se também
que eles possam criar movimentos conforme
os desejos, interesses, necessidades e características de cada grupo.
Os procedimentos propostos para a avaliação caminham na direção de uma avaliação
integrada ao processo de ensino e aprendizagem, sem estabelecer procedimentos isolados
e formais, como provas escritas ou testes de
habilidade motora, por exemplo. As Atividades Avaliadoras devem favorecer a geração,
por parte dos alunos, de informações ou indícios, qualitativos e quantitativos, verbais
e não verbais, que serão interpretados pelo
professor, nos termos das competências e habilidades que se pretende desenvolver em cada
tema/conteúdo. Privilegia-se a proposição de
Situações de Aprendizagem que favoreçam
a aplicação dos conhecimentos em situações
coletivas e a elaboração de textos-síntese relacionados aos temas abordados, bem como
questionamentos dirigidos aos alunos ao longo das aulas, visando verificar a compreensão
dos conteúdos e a aquisição das competências
e habilidades propostas.
A quadra é o tradicional espaço de aula
de Educação Física, mas algumas Situações
de Aprendizagem aqui sugeridas poderão
ser desenvolvidas no espaço convencional
da sala de aula, no pátio externo, na biblioteca, na sala de informática ou de vídeo,
bem como em espaços da comunidade local,
Educação Física - 6a série - Volume 3
desde que compatível com as atividades programadas. Algumas etapas podem ser também realizadas pelos alunos como atividade
extra-aula.
As orientações e sugestões a seguir oferecem-lhe subsídios para o desenvolvimento dos
temas apresentados. Não pretendem apresentar as Situações de Aprendizagem como as
únicas a serem realizadas, nem restringir sua
criatividade, como professor, para outras atividades ou variações de abordagem dos mesmos temas.
Neste mesmo sentido, o Caderno do Aluno
é mais um instrumento para servir de apoio
ao seu trabalho e ao aprendizado dos alunos.
Elaborado a partir do Caderno do Professor,
este material adicional não tem a pretensão de
restringir ou limitar as possibilidades do seu
fazer pedagógico.
De acordo com o projeto político-pedagógico
da escola e da sua condução do componente curricular, é possível que os temas nele elencados,
selecionados dentre os propostos no Caderno do
Professor, não coincidam com as atividades que
vêm sendo desenvolvidas na escola. Neste caso, a
expectativa é subsidiar a condução dessas atividades para que sejam realizadas de maneira similar
às propostas no Caderno do Aluno.
Para otimizar seu tempo em quadra, o
Caderno do Aluno apresenta as Situações de
Aprendizagem de caráter teórico, também propostas no Caderno do Professor, como sugestões de pesquisa e atividades de lição de casa.
Além disso, traz, em todos os volumes, dicas
sobre nutrição ou postura, afim de contribuir
para a construção da autonomia dos alunos,
um dos princípios da Proposta Curricular
da disciplina.
Isto posto, professor, bom trabalho!
9
TEma 1 – ESPoRTE – modalidadE indiVidual:
GináSTiCa RÍTmiCa
A ginástica faz parte das manifestações
humanas há muito tempo, algo que já apontamos em outros Cadernos.
Apropriar-se de experiências significativas
do Se-Movimentar coloca-nos diante de difíceis desafios pedagógicos, dada a complexidade
de como alguns elementos da Cultura de Movimento nos são apresentados. O universo da
Cultura de Movimento da ginástica e suas diferentes modalidades não fogem à regra.
Sabemos que a ginástica como elemento
da Cultura de Movimento, historicamente,
constituiu as mais diversas modalidades esportivas que conhecemos no mundo contemporâneo. As corridas, os saltos, as lutas,
dentre outros exercícios físicos, eram sinônimos de ginástica.
A GR constitui-se a partir da Segunda
Guerra Mundial como modalidade esportiva,
mas já era praticada desde o final da Primeira Guerra. Não possuía nome específico nem
código de regras. Foram os russos, por volta
de 1946, que introduziram a música nessa manifestação, e o termo “rítmica” passou a ser
incorporado.
Foi reconhecida pela Federação Internacional de Ginástica (FIG), na década de 1960,
como modalidade esportiva individual feminina e teve diferentes denominações: ginástica
moderna, ginástica rítmica moderna, ginástica rítmica desportiva e, desde 1998, ginástica
rítmica.
A estreia da GR em Olimpíadas aconteceu
em 1984, em Los Angeles. No Brasil, a GR foi
introduzida na década de 1950 e começou a
se desenvolver como modalidade esportiva em
10
meados de 1960. Rio de Janeiro e Londrina são
as cidades brasileiras que tiveram atuação importante para o desenvolvimento dessa modalidade esportiva. Nos Jogos Pan-Americanos
de Winnipeg, no Canadá, em 1999, o conjunto brasileiro encantou os espectadores com
uma apresentação fantástica e com a conquista da medalha de ouro.
As manifestações gímnicas do esporte são
conhecidas ou tornam-se mais “populares” sempre que há um calendário esportivo amplamente
divulgado ou quando um atleta se destaca em
um evento nacional ou internacional (como por
ocasião dos Jogos Olímpicos) e passa a ser objeto de ampla atenção das mídias.
A GR caracteriza-se no cenário esportivo
como uma modalidade exclusivamente feminina (alguns países, como o Japão, apresentam
equipes masculinas). Nessa modalidade, utilizam-se aparelhos específicos denominados:
arco, bola, corda, fita e maças. Há também os
exercícios sem o uso de aparelhos: “mãos livres”. Todos os exercícios são realizados com
acompanhamento musical.
No universo escolar, a GR como modalidade esportiva individual, entre outras manifestações gímnicas, tem sido preterida em
relação a outras manifestações da Cultura de
Movimento. Como essa situação pode ser explicada? A GR na escola não é contemplada
por ser uma modalidade esportiva feminina,
de acordo com as regras da FIG? Por necessitar de aparelhos oficiais que pressupõem
gestos técnicos perfeitos? Por ter um código
de pontuação específico que avalia a dificuldade técnica, o valor artístico e a execução dos
exercícios obrigatórios? Por ser formada por
movimentos complexos?
© Ray Moller/Getty Images
Educação Física - 6a série - Volume 3
Figura 1 – Ginástica rítmica: attitude (postura) – equilíbrio.
As respostas a tais questionamentos são
muito particulares e requerem uma reflexão a
respeito de quais conhecimentos e estratégias
de ensino estão sendo colocados à disposição
dos alunos a respeito da GR nas aulas de Educação Física.
A GR como modalidade esportiva possibilita inúmeras experiências para que os alunos
possam desenvolver suas competências e habilidades no sentido de identificar e relacionar
os conteúdos específicos com outras manifestações da Cultura de Movimento.
A GR apresenta características esportivas que podem torná-la compatível com
o cotidiano escolar quando identificadas suas
possibilidades gímnicas e lúdicas. Para isso
algumas reflexões podem ser realizadas, tais
como:
f As representações que fazemos dos gêneros feminino e masculino na ginástica
têm relação com o processo histórico de
desenvolvimento da modalidade?
f Quais são os elementos que permitem
caracterizá-la como uma modalidade
esportiva exclusivamente feminina: as
sequências de movimentos obrigatórios? A presença da música?
f Quais os motivos dos homens não participarem de competições esportivas oficiais dessa modalidade?
Os elementos que constituem o Se-Movimentar significativo na GR são fundamentais para os exercícios individuais e coletivos
(conjuntos). Tais elementos podem ser
vivenciados em várias direções, planos, níveis com ou sem deslocamento, com apoio
de um ou dois pés, uma ou duas mãos, cuja
coordenação consensual de condutas possibilitará movimentos gímnicos harmoniosos,
dinâmicos e lúdicos. Andar e correr, saltar
e saltitar, balancear e circunduzir, girar, rolar e equilibrar-se, flexionar-se e estender-se,
lançar e receber diferentes aparelhos, enfim,
tudo isso compõe a Cultura de Movimento
da GR.
11
© Danilo Marques
Figura 2 – GR: conjunto de arco e maças.
É necessário compreender que, embora as
regras para avaliar a execução dos movimentos
sejam bastante rígidas no universo esportivo
competitivo da GR e de outras modalidades
gímnicas, nas aulas de Educação Física, a GR
pode seguir regras adaptadas pelo professor e
pelos próprios alunos, respeitando as características individuais e interpessoais.
É possível também que o aluno crie os próprios movimentos e aparelhos, o que contribui
para tornar mais significativas as suas vivências nessa prática e descobrir diferentes alternativas de movimento, relacionando-os com
as várias modalidades esportivas existentes.
Enfim, experiências que permitam ao aluno recontextualizar suas vivências, ampliando a sua
comunicação com a Cultura de Movimento.
Assim, no decorrer das Situações de
Aprendizagem da GR, caberá ao professor
motivar os alunos – tanto os meninos como
as meninas – para que percebam a necessidade de identificar os principais gestos técnicos e relacioná-los às possibilidades do
Se-Movimentar com os diferentes aparelhos,
respeitando as características individuais e
interpessoais de cada um, além de compreender as principais regras e o processo histórico
que envolve a GR.
Segue um quadro que visa auxiliar o professor nas Situações de Aprendizagem, sugerindo-lhe algumas possibilidades de adaptação
de aparelhos, em substituição aos aparelhos
oficiais da GR.
Quadro de possibilidades de adaptação dos aparelhos da GR
aparelho original
material adaptado
Bola
f Jornal
©Samuel Silva
f Fita adesiva
12
f Sacolas de plástico
f Bolas de borracha de
iniciação esportiva
descrição da adaptação
f As bolas são feitas com o jornal; ao redor
delas é colocada fita adesiva, deixando seu
formato mais arredondado. Por fim, pode
ser colocado um plástico para colorir e melhorar a aparência do material.
f Bolas de borracha tamanho 10 ou 12, utilizadas para a iniciação esportiva, preenchem
as necessidades da modalidade, e podem ser
pintadas com tinta a óleo, não tóxica.
Educação Física - 6a série - Volume 3
Corda
f Cordas de sisal, elástico f As tiras podem ser entrelaçadas para auou outro material
mentar o volume do material. Faça um
nó nas extremidades para que a trança
f Tiras de tecido
não se desfaça durante o manuseio.
Arco
f Bambolê
f Conduíte
f Arame
f Fita isolante
f Papel crepom ou faixas
de plástico (mais resistente)
Fita
f Barbante
f Cola ou fita adesiva
f O professor deverá moldar os conduítes
no formato de um arco, colocar o arame
pela parte interior e aplicar a fita isolante
pela parte exterior. Deverá inserir uma
rolha ou uma cavilha na união das extremidades, para fixá-las.
f O bambolê não precisa de nenhum ajuste para maiores adaptações (entre 80 ou
90 cm de diâmetro).
f O papel crepom é cortado em faixas de
aproximadamente três metros; em seguida, as faixas são fixadas em folha de papel
jornal dobrada e amarrada com barbante.
É importante deixar um pedaço de barbante para facilitar o manuseio.
f Tiras de 6 metros de faixa, com fixação de
um ilhós na extremidade próxima ao estilete. Inserir o alfinete de pesca no ilhós.
O rodízio de pesca (para evitar que a fita
enrole) é preso na outra extremidade do
alfinete. A outra argola do rodízio da fita
f “Pitão”, rodízio de pesca
é fixada no “pitão” (peça em forma de
e alfinete de pesca
gancho, com uma rosca em uma das extremidades para ser parafusada e que é
f Faixas de demarcação
colocada em portas de armários ou oude trânsito (amarelo e
tros objetos). O “pitão” deve ser fixado em
preto)
uma das extremidades do bastão.
f Palitos (churrasco ou
similar) ou bastões de
madeira de cabides (com
cerca de 50 centímetros
de comprimento)
Maça
f
f
f
f
©Samuel Silva
f
f
f
f
f
Pares de meia
f Coloca-se uma bola ou um saquinho de
Bola pequena de borracha
areia no interior das meias, que, em seguida, são amarradas nas extremidades.
Saquinhos de areia
Garrafas PET, garrafi- f Abrir um orifício na tampa da garrafa
nhas de iogurte
PET e, por ele, inserir o bastãozinho.
Fixá-lo na extremidade oposta com um
Bastãozinho de madeira
parafuso. A garrafa PET pode ser preen(cerca de 50 centímetros)
chida com retalhos de EVA, tecidos ou de
EVA
outro material para aumentar ligeiramenParafusos
te o seu peso. No caso de se utilizar de colheres de pau, pode-se preencher a parte
Colher de pau
da colher com bola de jornal encapada
Fita adesiva transpacom fita crepe ou fita adesiva colorida.
rente ou colorida
13
Se a escola não tiver os aparelhos oficiais
mencionados, sugere-se que o professor analise, com a classe, as possibilidades de adaptá-los e utilizar os aparelhos construídos
pelos alunos.
Na GR, os programas das competições são
compostos por exercícios individuais e em
conjunto de cinco ginastas, realizados em um
tablado. As apresentações masculinas não compõem as competições oficiais da modalidade,
porém sugere-se que todos os alunos (meninos e meninas) tenham acesso a esse conteúdo.
Nos programas individuais, cada participante se apresenta em quatro dos cinco aparelhos, com duração entre 1’15” e 1’30” cada
um. Nos programas em conjunto, cada equipe se apresenta em dois exercícios, sendo um
com um aparelho e outro com dois aparelhos.
A duração das apresentações fica entre 2’15” e
2’30”. O final da apresentação tem que coincidir com o final da música.
Os movimentos básicos da GR são realizados com os diferentes aparelhos e apresentam características nas quais são avaliados
o equilíbrio, a flexibilidade e a onda, os
saltos e os pivots. No equilíbrio, a participante/atleta equilibra-se em uma das pernas
enquanto a outra é elevada. A attitude (postura) é uma característica dos movimentos de equilíbrio e pivot. Na flexibilidade e
na onda, os movimentos descrevem ondas
combinadas com a capacidade de flexionar
o corpo. Os saltos são avaliados conforme a
altura da execução. Os pivots são movimentos caracterizados por um giro de 360o sobre
um dos pés. Tais movimentos combinados
com outros constituem a beleza e a elegância características da GR.
A corda permite a realização de saltos, saltitos, círculos, balanços e figuras no ar (movimentos em oito), lançamentos (solturas) e pegadas,
envolvimento no corpo, circunduções, giros etc.
© Danilo Marques
Os exercícios da GR são avaliados segundo
um código de pontuação a partir do qual os
árbitros observam a dificuldade (grau técnico), o valor artístico e a execução.
Figura 3 – GR: Apresentação com corda.
14
Educação Física - 6a série - Volume 3
A bola une-se ao próprio corpo e à beleza
dos movimentos comuns de giros no chão, em
lançamentos, rolamentos, equilíbrios, movimentos em oito, circunduções etc. Durante a
execução, a bola não pode ser agarrada, mas
apenas sustentada sobre ou sob o corpo.
A fita permite a realização de diferentes
figuras no ar, além de lançamentos, capturas e espirais; é, visualmente, um dos momentos mais belos das apresentações.
© Danilo Marques
As maças permitem a realização de molinetes, rotações, rolamentos, circunduções
(os círculos no ar), lançamentos e capturas
juntamente com as batidas rítmicas.
Os rolamentos e as rotações são característicos do arco, com o qual o participante
usa diferentes partes do corpo com as rotações realizadas nas pernas e na cintura,
por exemplo.
Figura 4 – GR: Apresentação com arco e bola.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
EXPLORAÇÃO DE DIFERENTES MOVIMENTOS
Os alunos são criativos quando desafiados a propor novos movimentos. Nesta Situação de Aprendizagem, o professor deve
estimular os alunos a realizar diferentes
possibilidades de Se-Movimentar com e
sem aparelhos, para que percebam e identi-
fiquem suas habilidades individuais e coletivas relacionando-as com as características
da modalidade esportiva GR. É importante que todos os alunos, independentemente
do gênero, experienciem os movimentos característicos da GR.
15
Tempo previsto: 3 a 4 aulas.
Conteúdo e temas: a criatividade como elemento presente na GR; os gestos técnicos da modalidade
esportiva GR; o trabalho individual e coletivo presente na GR.
Competências e habilidades: identificar diferentes possibilidades de movimentos para compreender a
GR; identificar e relacionar as características individuais e coletivas na composição dos principais
gestos da GR.
Recursos: aparelhos oficiais da ginástica rítmica ou materiais adaptados.
desenvolvimento da Situação de
aprendizagem 1
Etapa 1 – descobrindo diferentes maneiras
de Se-movimentar
Solicite aos alunos que falem sobre as diferentes maneiras e locais de movimentar-se do ser
humano. Provavelmente aparecerão respostas
criativas e inesperadas. Após uma rodada, direcione as perguntas para uma realidade mais próxima de todos os alunos: quais as possibilidades
de movimento das pessoas no cotidiano?
Na sequência, sugira aos alunos que escolham diferentes possibilidades de movimento e as demonstrem aos colegas da turma.
Procure vivenciar com eles: andar em quatro
apoios, andar em posições invertidas, rolar
sobre o chão, andar agachado, rastejar, andar, correr e saltar, combinando ritmos e
intensidades diferentes, andar e transportar
outra pessoa etc.
Etapa 2 – Escolher, identificar e justificar
as escolhas de movimentos
16
mais recorrentes. Solicite que registrem e justifiquem por escrito suas escolhas na elaboração das apresentações.
Etapa 3 – diferentes movimentos e o uso
de aparelhos
Apresente aos alunos os aparelhos da GR,
aparelhos adaptados e outros objetos, como
lenço pequeno, toalha de mesa, lençol, garrafas PET, bastões etc. Alguns objetos podem ser
solicitados aos alunos com antecedência.
Desafie-os a realizar individualmente, em
duplas ou em grupos maiores, os diferentes
movimentos apresentados nas etapas anteriores. Aproveite e proponha-lhes questões
e desafios:
f É possível andar em quatro apoios
transportando uma bola nas costas?
f Como rolar no chão segurando com as
duas mãos duas garrafas PET?
f É possível, sem se deslocar e em pé, rolar a bola por todo o corpo?
Organize grupos de aproximadamente seis ou
sete alunos e proponha que apresentem uma maneira de movimentar-se em conjunto; se possível,
registre as apresentações com uma filmadora.
f E, em deslocamento, é possível rolar a
bola por todo o corpo?
Após as apresentações, sugira que cada
grupo identifique quais foram os movimentos
f É possível lançar uma bola ao ar, rolar e
recuperá-la antes que toque o chão?
f É possível rolar um arco e saltá-lo?
Educação Física - 6a série - Volume 3
É importante que todos os alunos explorem todos os materiais.
Separe os aparelhos oficiais e os materiais
adaptados e pergunte aos alunos como foi reali-
zar os movimentos manuseando aparelhos. Solicite que registrem em uma folha o nome de cada
aparelho ou material adaptado e as facilidades e
dificuldades encontradas durante as vivências. O
registro pode ser feito em grupo.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
OS MOVIMENTOS E AS RELAÇÕES COM OS APARELHOS DA GR
Esta Situação de Aprendizagem complementará as experiências da Situação anterior,
visto que o elemento musical não foi incorporado. É importante que os alunos se apropriem
e compreendam os elementos que constituem
a GR: movimentos, manuseio de aparelhos
e acompanhamento musical. É importante
também que identifiquem os gestos técnicos
que compõem os exercícios da GR e que conheçam a necessidade das regras e o processo
histórico de desenvolvimento da modalidade.
Os grupos de alunos devem ser formados
por meninas e meninos. O professor deve estar
atento no sentido de estimular a participação
de todos os alunos, principalmente a dos meninos, nas vivências da GR, uma vez que, por
ser uma modalidade esportiva feminina, os
alunos do sexo masculino podem apresentar
algum constrangimento. Estes devem ser motivados e desafiados a realizar os movimentos
complexos da GR.
Tempo previsto: 3 a 4 aulas.
Conteúdo e temas: principais gestos técnicos da GR; principais regras: compreensão e elaboração;
processo histórico.
Competências e habilidades: identificar e compreender os principais gestos técnicos e relacioná-los com
as regras específicas da GR; reconhecer os gestos técnicos e relacioná-los com os aparelhos específicos
da GR; identificar, compreender e relacionar o processo histórico de desenvolvimento da GR com
outras modalidades esportivas.
Recursos: aparelho de som, aparelho de vídeo ou DVD, CDs, filmadora, aparelhos oficiais da GR ou
materiais adaptados.
desenvolvimento da Situação de
aprendizagem 2
Etapa 1 – identificando e reconhecendo
a GR
Selecione com antecedência um vídeo ou
imagens para apresentar aos alunos e permita
que identifiquem, relacionem e compreendam
o nome ginástica rítmica dado à modalidade
em questão.
A seguir, solicite que associem, em grupos, alguns movimentos realizados com os
movimentos percebidos no vídeo ou nas imagens. Se possível, solicite que descrevam, expliquem ou registrem suas hipóteses em uma
folha. O professor poderá apresentar as informações sobre o processo histórico e como
a música foi incorporada à GR.
17
Etapa 2 – Comparar e associar os
movimentos e os aparelhos da GR
Reserve com antecedência o aparelho de
som e CDs de músicas com diferentes ritmos
(se possível, solicite que cada grupo de alunos
traga os próprios CDs). Caso a escola não disponha de aparelho de som, os alunos poderão
fazer o acompanhamento rítmico com batidas
de palmas, por exemplo.
Organize os alunos em cinco grupos e
proponha que cada um escolha um aparelho oficial ou adaptado para ser utilizado (se
necessário sorteie o aparelho e/ou sugira sua
confecção com antecedência).
Solicite que explorem novamente os materiais e, na sequência, tentem relacionar os
movimentos com as músicas selecionadas e
elaborar coreografias. Oriente-os a criar formações diversas, tais como círculos, colunas,
fileiras e outras. Nesse momento, é necessário
que associem os movimentos da GR com outras experiências rítmicas.
Etapa 3 – as apresentações em conjunto
da GR
Proponha aos alunos uma apresentação
dos grupos com o acompanhamento musical
(não é necessária apresentação para toda
a escola, somente para a própria turma).
Estabeleça antecipadamente com os grupos
o tempo de apresentação e a presença (obrigatória ou não) de alguns exercícios. O uso
da criatividade no manuseio dos aparelhos
como critério para avaliação das coreografias dos grupos pode ser um importante elemento motivador.
Se possível, registre essa experiência
dos alunos em vídeo, permitindo que apreciem as próprias imagens. Depois solicite
que registrem ou relatem a experiência vivenciada: as dificuldades de se movimentar
manejando aparelhos com acompanhamento
musical, os aparelhos preferidos associados
às características de cada grupo etc.
Professor, nas apresentações dos conjuntos podem ser combinados diferentes
materiais. Outro ponto importante é que os
alunos compreendam que há na GR exercícios individuais para cada aparelho.
Se os alunos desejarem, outros poderão
assumir os papéis de “árbitros avaliadores”
para apreciar os conjuntos (se a escola tiver
alunos do Ensino Médio, alguns poderão ser
convidados a assumir essa função).
ATIVIDADE AVALIADORA
Estabeleça alguns critérios que permitam
avaliar o envolvimento dos alunos com o tema
proposto e se eles conseguem:
f Registrar as informações solicitadas nas
Situações de Aprendizagem.
f Identificar suas dificuldades e facilidades
na elaboração criativa dos movimentos.
É possível apresentar aos alunos imagens
para que identifiquem o nome dos movimentos e dos aparelhos e aproveitar os registros
feitos durante as Situações de Aprendizagem como forma de verificar a compreensão
dos conceitos.
f Combinar diferentes movimentos característicos da GR utilizando os diferentes aparelhos.
18
Educação Física - 6a série - Volume 3
PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pelas várias etapas
da Situação de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos e
desenvolver as habilidades da forma esperada. É necessário, então, professor, elaborar
outras Situações de Aprendizagem em que
os elementos que compõem a GR possam ser
problematizados e percebidos. Essas Situações de Aprendizagem devem ser diferentes,
de preferência, daquela que gerou dificuldade para os alunos. Tais estratégias podem
ser desenvolvidas durante as aulas ou em
outros momentos, envolver todos os alunos ou
apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo:
f Apreciação de gestos realizados pelos
colegas durante as diferentes etapas das
Situações de Aprendizagem.
f Pesquisas em sites ou em outras fontes
para posterior apresentação sobre temas como história da GR, características dos aparelhos e espaços oficiais etc.
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E
DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
livros
artigos
SCHIAVON, Laurita Marconi; NISTAPICCOLO, Vilma Leni. Aspectos pedagógicos
no ensino da ginástica artística e da ginástica
rítmica no cenário escolar. In: PAES, Roberto
Rodrigues; BALBINO, Hermes Ferreira. Pedagogia do esporte: contextos e perspectivas.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
p. 111-122.
CAÇOLA, Priscila. Iniciação esportiva à
ginástica rítmica. Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança. São
Paulo, v. 2, n. 1, p. 9-15, mar. 2007. Disponível
em: <http://www.refeld.com.br/pdf/28.03.07/
iniciacao.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2009.
Nesse capítulo, as autoras apresentam informações sobre a GR, adaptações de materiais e espaços específicos.
TOLEDO, Eliana. Proposta de conteúdos
para a ginástica escolar: um paralelo com a teoria
de Coll. Campinas 1999. s/p. Dissertação (Mestrado em Educação Física). Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas,
1999. Disponível em: <http://libdigi.unicamp.br/
document/?code=vtls000223728>. Acesso em:
28 fev. 2009.
A autora apresenta diversas possibilidades
de utilização dos aparelhos da GR.
A autora apresenta informações referentes
à ginástica rítmica e ao processo de iniciação
esportiva.
CHIÉS, Paula Viviane. “Eis Quem Surge
no Estádio: é Atalante!” A história das mulheres nos jogos gregos. Movimento, Porto Alegre,
v. 12, n. 3, p. 99-121, set./dez. 2006. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/index.php/
Movimento/article/view/2911/1547>. Acesso
em: 28 fev. 2009.
A autora relata a educação feminina na
Grécia Antiga, destacando as diferenças entre
as cidades de Atenas e Esparta e as práticas e
os exercícios físicos que constituíam os princípios educacionais.
19
Sites
Confederação Brasileira de Ginástica
(CBG). Disponível em: <www.cbginastica.
com.br>. Acesso em: 28 fev. 2009. Informações sobre o calendário esportivo da GR e demais modalidades gímnicas.
Federação Internacional de Ginástica
(FIG). Disponível em: <www.fig-gymnastics.
com>. Acesso em: 28 fev. 2009. Informações
sobre o calendário esportivo da ginástica e suas
diferentes modalidades gímnicas mundiais.
20
Ginástica.com (site filiado à Federação Paulista de Ginástica) Disponível em:
<http://www.ginasticas.com/interacao/
int_downloads_codigos.html >. Acesso em:
28 fev. 2009. Informações sobre eventos das
competições, características das diferentes modalidades de ginástica e Código de Pontuação.
Ginástica Rítmica Masculina. Disponível
em: <http://www.menrg.com>. Acesso em: 28
fev. 2009. Imagens e vídeos de apresentações
masculinas de GR.
Educação Física - 6a série - Volume 3
TEma 2 – GináSTiCa – GináSTiCa GERal
©Science Source/Photoresearchers-Latinstock.
“De pernas para o ar” é uma expressão
que possibilita atribuir significado a um movimento ou gesto característico exclusivamente
da ginástica de competição? Vamos pensar na
trajetória da ginástica antes de tentar responder a essa pergunta.
Etimologicamente, a palavra ginástica vem
do grego gymnastiké – arte ou ato de exercitar o corpo para deixá-lo forte e ágil. O termo
gymnós (sem vestes, despido, nu) associa exercício físico à nudez do ser humano para que,
desse modo, este se aproxime da sua essência.
Considerar o movimento do ser humano
ao longo da história é encontrar a ginástica
como um dos elementos culturais que caracterizaram a retidão, a disciplina, a ordem, a
força física e a moral desejada em sociedades
e contextos diversos.
Segundo Soares, o mundo do circo trazia
imagens de luz e riso, do grotesco e do sublime
e, sobretudo, do corpo como centro de entretenimento. Em suas passagens, o circo deslocava
os habitantes das vilas e cidades das rotinas
binárias do trabalho e do descanso. Seus integrantes “acenavam com a possibilidade
de uma vida de alargamento de contornos e
fronteiras em oposição à família, ao trabalho
fixador, à vida estabelecida em um lar imóvel
numa só cidade”1.
Figura 5 – Gravuras de Groot Het (A grande
tabela de loucura) representando atores e acrobatas
anônimos. Na Europa Medieval, realizavam-se
grandes feiras anuais, onde estes atores e acrobatas
se apresentavam, incluindo acrobacias de equilíbrio
caminhando sobre cabos etc.
© Chip Simons/Taxi/Getty Images
Em sociedades nas quais o “desperdício”
foi combatido, imaginar ou pressupor movimentos e gestos criativos e ousados não combinava com os princípios da ordem e retidão
tão desejados. Os movimentos realizados pelos
artistas circenses foram questionados durante
muito tempo pois, na sociedade europeia, representavam o desperdício de força e energia,
que não contribuíam para a manutenção nem
para a educação moral do corpo.
Figura 6 – Acrobacias na GG.
1
SOARES, Carmen Lúcia. Imagens da educação no corpo: um estudo a partir da ginástica francesa no século
XIX. Campinas: Autores Associados, 1998. p. 55.www.autoresassociados.com.br
21
© Bettmann/Corbis-Latinstock
© Ray Massey/Stone-Getty Images
Figura 9 – Aula de ginástica na escola naval, 1935.
Figura 7 – Cena de uma companhia circense
do mundo contemporâneo que integra elementos da Cultura de Movimento.
O Movimento Ginástico Europeu, consideradas as diferenças e particularidades de
cada região, teve aspectos em comum como
desenvolver a saúde, a higiene, a coragem e a
força sob o viés bélico e o da produção industrial, diferenciando, sobretudo, as funções
morais atribuídas ao homem, à mulher e ao
cotidiano da vida de pessoas com diferentes
características.
© Bob Thomas/Popperfoto-Getty Images
Os modelos de ginástica alemão, francês e
sueco influenciaram significativamente diferentes contextos, inclusive no Brasil. Essa influência foi percebida nos treinamentos, nas
paradas militares e no currículo escolar.
Figura 8 – Exercícios de ginástica sueca.
22
Na perspectiva de contrapor-se aos modelos esportivos, fundamentam-se os princípios da ginástica geral (GG) de participação
e criatividade de todos. Nesse aspecto, a GG
coloca-se em oposição à ginástica competitiva, sendo conhecida como ginástica para
todos, independentemente do nível técnico,
caracterizando-se pela diversidade de possibilidades garantidas aos participantes: faixa
etária, gênero, uso ou não de materiais, características pessoais e interpessoais etc.
AyOUB (2003, p. 71), membro do Grupo de Pesquisa em Ginástica da Unicamp
(GPG) – entende que a GG é uma “manifestação da Ginástica que engloba as diferentes modalidades gímnicas sem se restringir
a nenhuma delas”. A GG está organizada,
segundo a instituição internacional, em três
grupos de atividades que atendem a ampla diversidade de possibilidades associadas à dança e ginástica, aos exercícios com
aparelhos e aos jogos. No primeiro grupo,
estão as várias modalidades de ginástica
contemporâneas, diferentes estilos de dança,
teatro e manifestações da cultura de cada
país; no segundo, ginástica com aparelhos e
sobre aparelhos, trampolim, tumbling, acrobacias, rodas ginásticas; no terceiro, jogos
com características sociais e esportivas.
Educação Física - 6a série - Volume 3
Quadro: Paralelo entre ginástica geral e as ginásticas de competição
Ginástica geral
Ginásticas de competição
Abrangente: número ilimitado de participantes.
Seletivas: limitado número de participantes.
Não existem regras rígidas preestabelecidas.
Regras rígidas preestabelecidas.
Caminha no sentido da ampliação.
Caminham no sentido da especialização.
Comparação informal: não há vencedores.
Comparação formal, classificatória e definida
por pontos: busca-se um vencedor.
Visa, sobretudo, ao prazer.
Visam, sobretudo, à vitória.
© Paulo Manzi
© Grupo Ginástico Unicamp
In: AyOUB, Eliana. Ginástica geral e educação física escolar. Campinas: Editora da Unicamp, 2003. p. 68.
Figura 11 – GG: Utilização de materiais não
convencionais (Grupo Ginástico Unicamp).
Figura 12 – GG: Apresentação com
roda ginástica – 1934.
A GG configura-se atualmente como uma
modalidade da ginástica cujo enfoque é a participação de todos e que traz o questionamento, por meio de símbolos e códigos próprios, à
ginástica de competição.
Retomando a expressão feita no início
da apresentação deste tema, “De pernas
© Grupo Ginástico Unicamp
© FPG/Hulton Archive-Getty Images
Figura 10 – GG: paraquedas – materiais
não convencionais.
Figura 13 – GG: Criatividade de
movimentos e uso de materiais alternativos.
(Grupo Ginástico Unicamp.).
para o ar”, a GG permite uma ressignificação da ginástica no cotidiano das aulas
de Educação Física. Os princípios da GG
contrapõem-se aos estereótipos presentes
nas modalidades de ginástica esportiva,
pois enaltecem o gesto gímnico, lúdico e
prazeroso dos participantes.
23
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
COMPREENDENDO AS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA
Após as vivências nas Situações de Aprendizagem 1 e 2, os alunos devem ter percebido o leque de possibilidades de movimentos atribuído
à GR como modalidade esportiva. A GR caracteriza-se pela prática de movimentos com
aparelhos baseados nos critérios estabelecidos
num Código de Pontuação, referência para a
avaliação nas competições. A GG, cujo enfoque
não é voltado para a competição, mas para a
participação, devido a criação de movimentos e
a elaboração de inúmeras propostas com materiais não convencionais, ritmos, número de participantes etc. Esperamos garantir aos alunos
a compreensão do universo gímnico. Para isso,
eles serão desafiados a identificar e compreender
a presença de alguns elementos característicos
da GR que constituem a GG como modalidade
gímnica de participação não competitiva.
Tempo previsto: 3 a 4 aulas.
Conteúdo e temas: diferenças entre modalidades gímnicas esportivas e uma modalidade gímnica de
participação.
Competências e habilidades: identificar e reconhecer os movimentos característicos de modalidades
gímnicas esportivas e de modalidades gímnicas de participação.
Recursos: rádio, CDs, aparelhos oficiais de GR ou adaptados, pátio, quadra, gramado, colchonetes
(dependendo do circuito elaborado pelo professor).
desenvolvimento da Situação de
aprendizagem 3
Etapa 1 – o mestre mandou!
4. Andar sobre cordas ou bancos sem perder
o equilíbrio.
Organize os alunos em grupos e solicite que
apresentem oralmente ou por escrito uma lista
de critérios possíveis que diferenciem uma modalidade gímnica esportiva de uma modalidade gímnica participativa. Procure garantir as
justificativas para os critérios apresentados.
5. Lançamentos e recuperação de bolas e arcos sem deixá-los cair no chão etc. Pode-se
utilizar música, desde que seja escolha do
professor e não do grupo de alunos.
Na sequência, solicite que permaneçam
em grupos e realizem alguns exercícios em um
circuito de estações, previamente numeradas,
elaborado pelo próprio professor (sem consultar os alunos) e com tempo rigorosamente
estabelecido. Por exemplo:
Etapa 2 – agora é a vez de os alunos
questionarem o mestre
1. Rolamentos para frente e para trás.
2. Saltos com e sem afastamento de pernas.
24
3. Saltos com e sem elevação de braços.
Se possível, registre as imagens do circuito.
Organize os alunos novamente em grupos
e solicite que registrem as dificuldades e facilidades encontradas na realização das tarefas
nas diferentes estações do circuito. Sugira que
cada grupo organize uma ficha com as seguintes informações:
Educação Física - 6a série - Volume 3
Estação
1.
dificuldades
Facilidades
Sugestões
2.
3.
4.
5.
De posse dessas informações, peça aos
alunos que identifiquem aspectos que diferenciam as modalidades gímnicas esportivas
de competição das de participação. Alguns
aspectos podem orientar os alunos a diferenciá-las: o número de participantes ou as
regras predefinidas pelo professor ou discutidas e elaboradas conjuntamente entre professor e alunos. Ou ainda, se eles priorizam
os vencedores ou o prazer da participação,
se permitem a criação de movimentos (ampliação das possibilidades de movimentos)
ou determinam os movimentos que devem
ser realizados (especialização de movimentos) etc.
Etapa 3 – Professor e alunos: elaborando
movimentos possíveis
Nesta etapa, professor e alunos reorganizarão a Etapa 1. A seguir, os alunos, em grupos,
proporão (a partir das sugestões apresentadas
no quadro da Etapa 2) outras possibilidades
de movimentos.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
A GG E OUTRAS MANIFESTAÇÕES DA CULTURA DE
MOVIMENTO
Na Situação de Aprendizagem 3, os alunos
tiveram seus movimentos controlados pelo
professor. Nesta Situação de Aprendizagem, a
intenção é desafiá-los a pensar em movimentos e composições coletivas, presentes em outras manifestações da Cultura de Movimento,
que visem à participação e à satisfação dos
interesses e desejos de todos. Os alunos serão
estimulados a perceber que algumas modalidades gímnicas esportivas têm certo rigor e foram ao longo da história sendo ressignificadas
e (re)contextualizadas.
Tempo previsto: 3 a 4 aulas.
Conteúdo e temas: a GG como modalidade gímnica de participação e criatividade coletiva; princípio
da inclusão na GG.
Competências e habilidades: identificar e reconhecer movimentos presentes em diferentes manifestações
da Cultura de Movimento para atribuir significado à GG; perceber e criar movimentos conforme
os desejos, os interesses, as necessidades e características de cada grupo.
Recursos: os materiais e espaços dependerão da escolha, criatividade e necessidades apresentadas pelos alunos
e das condições da escola. No entanto, são sugeridos alguns materiais não convencionais que podem ser
utilizados: caixas de papelão, garrafas PET, engradados de refrigerante, lençol, toalhas, bolas de praia,
chapéus, latas, baldes, bambus, escadas, espaguete de natação, pneus, garrafões de água, cabos de vassoura,
boias de praia, bicicleta, patins, skate, monociclo, banco sueco, cadeiras, mesas etc.
25
Etapa 1 – Reconhecendo GG em outras
manifestações da Cultura de movimento
bus para serem equilibrados, baldes ou caixas de
papelão como instrumentos de percussão etc.
As imagens e os objetos escolhidos devem
ser apresentados pelos alunos e as escolhas,
justificadas.
© Robin Laurance / Look-Latinstock
desenvolvimento da Situação de
aprendizagem 4
Selecione com antecedência ou solicite aos
alunos imagens de diferentes manifestações da
Cultura de Movimento, que sejam significativas,
como: acrobacias no futebol, movimentos que
lembram a dança no basquetebol, crianças, adolescentes, adultos e idosos em situações de jogo,
brincadeira, dança, luta, capoeira, circo e cenas
do cotidiano (equilíbrios, malabarismos, saltos,
acrobacias com bicicletas, patins, skate etc.)
Figura 14 – GG: equilíbrio.
© Foz Photos/Hulton Archive-Getty Images
Solicite também que pesquisem e selecionem
diferentes objetos, como uma bola de basquete
em uma coreografia de dança, vestimentas inusitadas para uma roda de capoeira, coreografias
com bolas de praias, cabos de vassoura ou bam-
Figura 15 – GG: com bola.
26
© Evans/Hulton Archive – Getty Images
Educação Física - 6a série - Volume 3
Figura 16 – Situação de trabalho com bolas.
Etapa 2 – o espetáculo... Preparando la
grande première
Procure saber quantos alunos conhecem
um circo, peça comentários a respeito. Depois,
pergunte se as escolhas feitas na etapa anterior
podem servir para elaborar uma apresentação
do estilo circense.
f Como são elaborados os números apresentados aos espectadores?
f As apresentações no circo têm alguma semelhança com outros elementos da Cultura de Movimento?
f Quais são os movimentos característicos
presentes nas atividades circenses que podem ser associados a outras manifestações?
f Há músicas nas apresentações? Números
com dança? Acrobacias?
27
Feitas as escolhas, motive os alunos a criar
coreografias que constituirão um festival de
ginástica geral cujo tema será o circo. A criatividade na elaboração dos números permitirá
que os desejos e as necessidades mencionados
na Etapa 1 sejam contemplados.
Etapa 3 – Festival de ginástica geral: o
grande circo!
Esperamos que as etapas anteriores tenham
permitido aos alunos compreender a riqueza de possibilidades presentes na Cultura de
Movimento, especificamente na ginástica.
Na etapa anterior, os alunos fizeram escolhas de movimentos, gestos e materiais
convencionais e não-convencionais. Nesta
etapa é necessário que o professor coloque-se
como um mediador e facilitador das escolhas
para que os alunos criem, elaborem e apreciem
os números uns dos outros.
As apresentações e participações podem
ser feitas individualmente ou em grupo. Esse
critério deve ser discutido com os alunos. O
importante é que todos participem de algu-
ma maneira, seja na confecção do figurino,
organização das coreografias, seleção dos materiais ou divulgação do festival na escola. O
envolvimento subjetivo dos alunos é muito importante, pois permitirá que compreendam as diferentes possibilidades de expressão presentes na
GG. Cada movimento realizado lhes permitirá
manifestar seus gestos e movimentos próprios.
Como a apresentação terá o formato de um
festival, é importante que alguns detalhes sejam
discutidos previamente com os alunos, como
o tempo de apresentação de cada grupo, os
responsáveis pelo equipamento de som etc. Se
possível, solicite a ajuda de alunos de outras turmas, convide familiares dos alunos e/ou outras
turmas da escola para participar das apresentações.
O tema sugerido nesta etapa foi o circo,
porque tem relação direta com o processo histórico de desenvolvimento da ginástica e ser
parte integrante da Cultura de Movimento.
Os materiais e os espaços utilizados dependerão da escolha, da criatividade e das
necessidades apresentadas pelos alunos, assim
como das condições da escola.
ATIVIDADE AVALIADORA
Na GG, como a participação, a criatividade e o envolvimento de todos são o enfoque
principal, sugerimos que a avaliação seja feita no formato de autoavaliação pelos próprios
28
alunos. O professor pode apresentar, para
os grupos, uma ficha com critérios para
autoavaliação aos grupos e solicitar que avaliem suas condutas individuais e coletivas.
Educação Física - 6a série - Volume 3
A ficha poderá conter as seguintes informações:
Critérios para autoavaliação
nome dos alunos/
grupos
Comentários
Sugestões
Participação efetiva
(alunos presentes
participando efetivamente
das Situações de
Aprendizagem)
Envolvimento subjetivo
(envolvimento a partir
das propostas sugeridas:
individuais e coletivas)
Condutas colaborativas
(colaboração nas etapas
propostas)
Compreensão e
elaboração de conceitos
(percepção e entendimento
das diferenças entre as
diversas modalidades de
ginástica)
Dificuldades e facilidades
encontradas nas várias
etapas das Situações de
Aprendizagem
Fonte: Adaptado de SANCHES NETO, Luiz. A brincadeira e o jogo no contexto da Educação Física na escola.
In: SCARPATO, Marta (Org.). Educação Física: como planejar as aulas na educação básica. São Paulo: Avercamp,
2007. p. 120-121.
29
PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pelas várias etapas das
Situações de Aprendizagem, alguns alunos
poderão não apreender os conteúdos nem desenvolver as habilidades da forma esperada.
É necessário, então, elaborar outras Situações
de Aprendizagem em que o tema ginástica
possa ser problematizado. Essas atividades
devem ser diferentes, de preferência, daquelas
que geraram dificuldade para os alunos. Tais
estratégias podem ser desenvolvidas durante as
aulas ou em outros momentos, envolver todos
os alunos ou apenas aqueles que apresentaram
dificuldades. Por exemplo:
f Pesquisa de imagens de diferentes elementos da Cultura de Movimento associadas
aos gestos característicos da ginástica.
f Pesquisa sobre as diversas modalidades
de ginástica esportiva.
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E
DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
livros
AyOUB, Eliana. Ginástica geral e educação física escolar. Campinas: Editora da Unicamp, 2003.
A partir dos diferentes contextos de desenvolvimento da ginástica, a autora apresenta a concepção
da ginástica geral no Brasil e no mundo, apontando
para a necessidade de se incluir a ginástica geral
no cotidiano das aulas de Educação Física.
KUNZ, Elenor. Didática da Educação Física.
Unijuí: Editora Unijuí, 2005. (3 vols.)
Os livros contêm uma sequência de possibilidades de temáticas inovadoras sob uma
perspectiva crítica e emancipatória.
SOARES, Carmen Lúcia et alii. Metodologia de Ensino da Educação Física. São Paulo:
Cortez, 1992.
Os autores discutem e apresentam a necessidade de a Educação Física ser tratada no cotidiano
escolar sob o viés de um projeto político-pedagógico capaz de sustentar e legitimar o conteúdo
histórico de determinadas modalidades esportivas, como a capoeira e a arte circense.
SOARES, Carmen Lúcia. Imagens da Educação no Corpo: um estudo a partir da ginásti-
30
ca francesa no século XIX. Campinas: Autores
Associados, 1998.
Contextualizando os modelos ginásticos,
a autora aponta as contradições, os usos e os
costumes do corpo/movimento/ginástica, por
meio de imagens que marcaram a forma de
conceber a educação.
SANCHES NETO, Luiz. A brincadeira
e o jogo no contexto da Educação Física na
escola. In: SCARPATO, Marta (Org.). Educação Física: como planejar as aulas na educação
básica. São Paulo: Avercamp, 2007. p.109-130.
Neste capítulo, o autor apresenta critérios
que permitem avaliar as condutas dos alunos
em diferentes situações do cotidiano das aulas
de Educação Física.
PAOLIELLO, E. (Org.) Ginástica Geral:
Experiências e Reflexões. São Paulo: Phorte
Editora, 2008.
VENÂNCIO, L.; CARREIRO, E. A.
Ginástica. In: DARIDO, Suraya Cristina;
RANGEL, Irene Conceição. Educação Física
na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
p. 232-233.
Educação Física - 6a série - Volume 3
Neste capítulo, os autores apresentam
informações gerais sobre o desenvolvimento da ginástica, desde possibilidades para
o tratamento do tema no cotidiano escolar a um quadro com as características e os
representantes dos movimentos ginásticos
europeus.
artigos
BARONI, José Francisco. Arte circense: a
magia e o encantamento dentro e fora das lonas. Revista Pensar a Prática, Goiânia, v. 9.
n. 1, p. 81-99, jan./jun. 2006. Disponível em:
<http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/
article/view/126/121>. Acesso em: 28 fev. 2009.
O autor apresenta uma discussão sobre a
arte circense em diferentes contextos históricos, circo tradicional e contemporâneo, além
de possibilidades de inclusão do tema no cotidiano escolar.
DUPRAT, Rodrigo M.; BORTOLETTO,
Marco Antônio C. Educação Física escolar:
pedagogia e didática das artes circenses. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 28, n. 2, p. 171-189. Disponível
em:<http://www.rbceonline.org.br/revista/
index.php?journal=RBCE&page=article&o
p=view&path[]=63&path[]=71>. Acesso em:
28 fev. 2009.
Os autores apresentam possibilidades de
tratar o circo como conteúdo da Educação
Física na escola.
Sites
Confederação de Ginástica Brasileira (CGB).
Disponível em: <http://www.cbginastica.com.
br/>. Acesso em: 28 fev. 2009. O site contém
informações de festivais e eventos da GG em
diferentes regiões do país.
Federação Internacional de Ginástica (FIG).
Disponível em: <http://www.fig-gymnastics.
com>. Acesso em: 28 fev. 2009.
Grupo de Pesquisa em Ginástica (FEFUnicamp). Dísponível em: <http://www.
unicamp.com.br/fef/grupos/gpg/index.htm>.
Acesso em: 24 maio 2009.
O site contém base de dados com indicação de
livros, teses e dissertações relacionadas à GG.
Grupo Ginástico Unicamp (GGU). Disponível
em: <http://www.ggu.com.br>.
Acesso em: 24 maio 2009.
O site contém, além dos dados relacionados à origem e dos objetivos do grupo, imagens de apresentações de GG, notícias relacionadas ao grupo
de GG e links com outras instituições universitárias, confederações e federações de ginástica.
ConSidERaçÕES FinaiS
Professor, as Situações de Aprendizagem
aqui propostas permitem as mais diferentes
adaptações em virtude das características
específicas de cada escola, assim como uma
análise crítica de sua parte para aperfeiçoar a
Proposta Curricular da disciplina de Educação Física. Esperamos ter contribuído com o
seu fazer cotidiano na perspectiva de ampliar
o significado do Se-movimentar dos alunos no
âmbito da Cultura de movimento.
Os temas trabalhados neste Caderno poderão ser desenvolvidos de forma integrada, de
modo a proporcionar uma melhor compreensão dos temas esporte e ginástica.
É preciso também lembrar que os temas
e conteúdos propostos para o Ensino Fundamental constroem uma continuidade ao
longo das diversas séries e bimestres. Portanto, as Situações de Aprendizagem aqui
propostas, assim como as habilidades e competências nelas trabalhadas, não devem ser
tomadas de modo isolado, mas em relação
ao que foi desenvolvido anteriormente e ao
que se seguirá.
31
4o- bimestre
3o- bimestre
2o- bimestre
1o- bimestre
QuadRo dE ConTEúdoS – EnSino FundamEnTal
32
5a- série
6a- série
7a- série
8a- série
Jogo e esporte: competição
e cooperação
Jogos populares
Jogos cooperativos
Jogos pré-desportivos
Esporte coletivo: princípios gerais
– ataque
– defesa
– circulação da bola
organismo humano, movimento e saúde
Capacidades físicas: noções
gerais
– Agilidade, velocidade e
flexibilidade
– Alongamento e aquecimento
Esporte
Modalidade individual: atletismo
(corridas e saltos)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
atividade rítmica
Manifestações e representações
da cultura rítmica nacional
– Danças folclóricas/regionais
– Processo histórico
– A questão do gênero
organismo humano, movimento
e saúde
Capacidades físicas: aplicações
no atletismo e atividade rítmica
Esporte
Modalidade individual: atletismo
(corridas e arremessos/lançamentos)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
luta
Modalidade: judô, caratê, tae kwon
do, boxe etc.
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
organismo humano, movimento
e saúde
Capacidades físicas: aplicações no
atletismo e na luta
luta
Modalidade: capoeira
– Capoeira como luta, jogo e
esporte
– Princípios técnicos e táticos
– Processo histórico
atividade rítmica
Manifestações rítmicas ligadas
à cultura jovem: hip-hop, street
dance, entre outras
– Diferentes estilos como
expressão sociocultural
– Principais passos e
movimentos
Esporte
Modalidade coletiva: futsal
ou handebol
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
organismo humano, movimento e saúde
Capacidades físicas: noções
gerais
– Resistência e força
– Postura
Esporte
Modalidade coletiva: basquetebol ou voleibol
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
organismo humano, movimento
e saúde
Capacidades físicas: aplicações
em esportes coletivos
Esporte
Modalidade coletiva: a escolher
– Técnicas e táticas como fatores de
aumento da complexidade do jogo
– Noções de arbitragem
Ginástica
Práticas contemporâneas: ginástica
aeróbica, ginástica localizada, entre
outras
– Princípios orientadores
– Técnicas e exercícios
Esporte
Modalidade coletiva: a escolher
– Técnicas e táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo
– Noções de arbitragem
– Processo histórico
O esporte na comunidade escolar e em seu entorno: espaços,
tempos e interesses
Espetacularização do esporte e
o esporte profissional
– O esporte na mídia
– Os grandes eventos esportivos
atividade rítmica
Manifestações rítmicas ligadas
à cultura jovem: hip-hop, street
dance, entre outras
– Coreografias
Esporte
Modalidade individual:
ginástica artística ou ginástica
rítmica
– Principais gestos técnicos
– Principais regras
– Processo histórico
organismo humano, movimento e saúde
Aparelho locomotor e seus
sistemas
Esporte
Modalidade individual: ginástica
artística ou ginástica rítmica (a
modalidade não contemplada no
3o bimestre da 5a série)
– Principais gestos técnicos
– Principais regras
– Processo histórico
Ginástica
Ginástica geral
– Fundamentos e gestos
– Processo histórico: dos
métodos ginásticos à ginástica
contemporânea
atividade rítmica
Manifestações e representações de
outros países
– Danças folclóricas
– Processo histórico
– A questão do gênero
Ginástica
Práticas contemporâneas: ginásticas
de academia
– Padrões de beleza corporal, ginástica e saúde
organismo humano, movimento
e saúde
Princípios e efeitos do treinamento
físico
Esporte
Jogo e Esporte: diferenças
conceituais e na experiência
dos jogadores
– Modalidade “alternativa”:
rúgbi, beisebol, badminton,
frisbee etc.
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Esporte
Modalidade coletiva: futebol
ou handebol (a modalidade não
contemplada no 2o bimestre)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
organismo humano, movimento e saúde
Noções gerais sobre ritmo
Jogos rítmicos
Esporte
Modalidade coletiva: basquetebol ou voleibol (a modalidade
não contemplada no 2o bimestre)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
luta
Princípios de confronto e
oposição
Classificação e organização
A questão da violência
Esporte
Modalidade individual ou coletiva
(ainda não contemplada)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
organismo humano, movimento
e saúde
Atividade física/exercício físico:
implicações na obesidade e no
emagrecimento
Doping: substâncias proibidas
atividade rítmica
Organização de festivais de
dança
Esporte
Organização de campeonatos
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Caderno 6 série vol 3 gr