caderno do ensino fundamental a 6 - SÉRIE volume 3 – 2009 EDUCAÇÃO FÍSICA PROFESSOR Coordenação do Desenvolvimento dos Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos Professores Ghisleine Trigo Silveira AUTORES Ciências Humanas e suas Tecnologias Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo, Regina Célia Bega dos Santos e Sérgio Adas Governador José Serra Vice-Governador Alberto Goldman Secretário da Educação Paulo Renato Souza Secretário-Adjunto Guilherme Bueno de Camargo Chefe de Gabinete Fernando Padula Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas Valéria de Souza Coordenador de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo José Benedito de Oliveira Coordenador de Ensino do Interior Rubens Antonio Mandetta Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Fábio Bonini Simões de Lima EXECUÇÃO Coordenação Geral Maria Inês Fini Concepção Guiomar Namo de Mello Lino de Macedo Luis Carlos de Menezes Maria Inês Fini Ruy Berger GESTÃO Fundação Carlos Alberto Vanzolini Presidente do Conselho Curador: Antonio Rafael Namur Muscat Presidente da Diretoria Executiva: Mauro Zilbovicius Diretor de Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação: Guilherme Ary Plonski Coordenadoras Executivas de Projetos: Beatriz Scavazza e Angela Sprenger COORDENAÇÃO TÉCNICA CENP – Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers Ciências da Natureza e suas Tecnologias Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos Matemática Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie Equipe de Produção Coordenação Executiva: Beatriz Scavazza Assessores: Alex Barros, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti Equipe Editorial Coordenação Executiva: Angela Sprenger Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião APOIO Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie Edição e Produção Editorial: Conexão Editorial, Buscato Informação Corporativa, Edições Jogo de Amarelinha e Occy Design (projeto gráfico) FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação CTP, Impressão e Acabamento Esdeva Indústria Gráfica A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98. * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais. Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas S239c São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: educação física, ensino fundamental - 6ª- série, volume 3 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti. – São Paulo : SEE, 2009. ISBN 978-85-7849-323-3 1. Educação Física 2. Ensino Fundamental 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Daolio, Jocimar. III. Venâncio, Luciana. IV. Sanches Neto, Luiz. V. Betti, Mauro. VI. Título. CDU: 373.3:796 Caras professoras e caros professores, Tenho a grata satisfação de entregar-lhes o volume 3 dos Cadernos do Professor. Vocês constatarão que as excelentes críticas e sugestões recebidas dos profissionais da rede estão incorporadas ao novo texto do currículo. A partir dessas mesmas sugestões, também organizamos e produzimos os Cadernos do Aluno. Recebemos informações constantes acerca do grande esforço que tem caracterizado as ações de professoras, professores e especialistas de nossa rede para promover mais aprendizagem aos alunos. A equipe da Secretaria segue muito motivada para apoiá-los, mobilizando todos os recursos possíveis para garantir-lhes melhores condições de trabalho. Contamos mais uma vez com a colaboração de vocês. Paulo Renato Souza Secretário da Educação do Estado de São Paulo Sumário São Paulo faz escola – Uma Proposta Curricular para o Estado Ficha do Caderno 5 7 Orientação sobre os conteúdos do Caderno 8 Tema 1 – Esporte – Modalidade individual: ginástica rítmica 10 Situação de Aprendizagem 1 – Exploração de diferentes movimentos 15 Situação de Aprendizagem 2 – Os movimentos e as relações com os aparelhos da GR Atividade Avaliadora 17 18 Proposta de Situações de Recuperação 19 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 19 Tema 2 – Ginástica – Ginástica geral 21 Situação de Aprendizagem 3 – Compreendendo as características da ginástica 24 Situação de Aprendizagem 4 – A GG e outras manifestações da Cultura de Movimento 25 Atividade Avaliadora 28 Proposta de Situações de Recuperação 30 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 30 Considerações finais Quadro de conteúdos 31 32 São Paulo Faz ESCola – uma PRoPoSTa CuRRiCulaR PaRa o ESTado Prezado(a) professor(a), É com muita satisfação que lhe entregamos mais um volume dos Cadernos do Professor, parte integrante da Proposta Curricular de 5ª- a 8ª- séries do Ensino Fundamental – Ciclo II e do Ensino Médio do Estado de São Paulo. É sempre oportuno relembrar que esta é a nova versão, que traz também a sua autoria, uma vez que inclui as sugestões e críticas recebidas após a implantação da Proposta. É também necessário relembrar que os Cadernos do Professor espelharam-se, de forma objetiva, na Base Curricular, referência comum a todas as escolas da rede estadual, e deram origem à produção dos Cadernos dos Alunos, justa reivindicação de professores, pais e famílias para que nossas crianças e jovens possuíssem registros acadêmicos pessoais mais organizados e para que o tempo de trabalho em sala de aula pudesse ser melhor aproveitado. Já temos as primeiras notícias sobre o sucesso do uso dos dois Cadernos em sala de aula. Este mérito é, sem dúvida, de todos os profissionais da nossa rede, especialmente seu, professor! O objetivo dos Cadernos sempre será o de apoiar os professores em suas práticas de sala de aula. Podemos dizer que este objetivo está sendo alcançado, porque os professores da rede pública do Estado de São Paulo fizeram dos Cadernos um instrumento pedagógico com bons resultados. Ao entregar a você estes novos volumes, reiteramos nossa confiança no seu trabalho e contamos mais uma vez com seu entusiasmo e dedicação para que todas as crianças e jovens da nossa rede possam ter acesso a uma educação básica de qualidade cada vez maior. Maria Inês Fini Coordenadora Geral Projeto São Paulo Faz Escola 5 6 FiCha do CadERno Esporte e Ginástica nome da disciplina: área: Etapa da educação básica: Educação Física Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Ensino Fundamental Série: 6a Volume: 3 Temas e conteúdos: Esporte Ginástica 7 oRiEnTação SobRE oS ConTEúdoS do CadERno Professor, este Caderno foi elaborado para servir de apoio ao seu trabalho pedagógico cotidiano com a 6a série do Ensino Fundamental. Os temas deste 3o bimestre são enfocados a partir da concepção teórica da disciplina, já explicitada anteriormente, fundamentada nos conceitos de Cultura de movimento e Se-movimentar. Assim, pretende-se que as Situações de Aprendizagem aqui sugeridas para os temas Esporte e Ginástica possibilitem aos alunos diversificar, sistematizar e aprofundar suas experiências do Se-Movimentar no âmbito das culturas lúdica, esportiva e gímnica, tanto para proporcionar novas experiências (permitindo aos alunos novas significações), como ressignificar experiências já vivenciadas. Espera-se que o enfoque adotado para o desenvolvimento dos conteúdos deste bimestre seja compatível com as intencionalidades do projeto político-pedagógico de cada escola. As estratégias escolhidas – que incluem a realização de gestos/movimentos, como a busca de informações, a projeção de vídeos, a resolução de situações-problema etc. – possibilitam aos alunos a reflexão, a partir do confronto das próprias experiências com a sistematização e o aprofundamento dos conhecimentos no âmbito da Cultura de Movimento. Neste 3o bimestre da 6a série serão desenvolvidos os temas Esporte e Ginástica. No primeiro caso, a Ginástica Rítmica (GR) será tomada como exemplo de modalidade esportiva individual, considerando os principais gestos técnicos, as principais regras e o processo histórico. Espera-se que os alunos sejam capazes de identificar e compreender os principais gestos técnicos e relacioná-los com as regras e aparelhos específicos da GR. 8 Em relação ao segundo tema, a Ginástica Geral (GG) será privilegiada como conteúdo gímnico, com enfoque nos fundamentos e gestos dos métodos ginásticos clássicos à Ginástica Contemporânea. Pretende-se que os alunos sejam capazes de identificar e reconhecer os movimentos característicos de modalidades gímnicas esportivas e de modalidades gímnicas de participação. Espera-se também que eles possam criar movimentos conforme os desejos, interesses, necessidades e características de cada grupo. Os procedimentos propostos para a avaliação caminham na direção de uma avaliação integrada ao processo de ensino e aprendizagem, sem estabelecer procedimentos isolados e formais, como provas escritas ou testes de habilidade motora, por exemplo. As Atividades Avaliadoras devem favorecer a geração, por parte dos alunos, de informações ou indícios, qualitativos e quantitativos, verbais e não verbais, que serão interpretados pelo professor, nos termos das competências e habilidades que se pretende desenvolver em cada tema/conteúdo. Privilegia-se a proposição de Situações de Aprendizagem que favoreçam a aplicação dos conhecimentos em situações coletivas e a elaboração de textos-síntese relacionados aos temas abordados, bem como questionamentos dirigidos aos alunos ao longo das aulas, visando verificar a compreensão dos conteúdos e a aquisição das competências e habilidades propostas. A quadra é o tradicional espaço de aula de Educação Física, mas algumas Situações de Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser desenvolvidas no espaço convencional da sala de aula, no pátio externo, na biblioteca, na sala de informática ou de vídeo, bem como em espaços da comunidade local, Educação Física - 6a série - Volume 3 desde que compatível com as atividades programadas. Algumas etapas podem ser também realizadas pelos alunos como atividade extra-aula. As orientações e sugestões a seguir oferecem-lhe subsídios para o desenvolvimento dos temas apresentados. Não pretendem apresentar as Situações de Aprendizagem como as únicas a serem realizadas, nem restringir sua criatividade, como professor, para outras atividades ou variações de abordagem dos mesmos temas. Neste mesmo sentido, o Caderno do Aluno é mais um instrumento para servir de apoio ao seu trabalho e ao aprendizado dos alunos. Elaborado a partir do Caderno do Professor, este material adicional não tem a pretensão de restringir ou limitar as possibilidades do seu fazer pedagógico. De acordo com o projeto político-pedagógico da escola e da sua condução do componente curricular, é possível que os temas nele elencados, selecionados dentre os propostos no Caderno do Professor, não coincidam com as atividades que vêm sendo desenvolvidas na escola. Neste caso, a expectativa é subsidiar a condução dessas atividades para que sejam realizadas de maneira similar às propostas no Caderno do Aluno. Para otimizar seu tempo em quadra, o Caderno do Aluno apresenta as Situações de Aprendizagem de caráter teórico, também propostas no Caderno do Professor, como sugestões de pesquisa e atividades de lição de casa. Além disso, traz, em todos os volumes, dicas sobre nutrição ou postura, afim de contribuir para a construção da autonomia dos alunos, um dos princípios da Proposta Curricular da disciplina. Isto posto, professor, bom trabalho! 9 TEma 1 – ESPoRTE – modalidadE indiVidual: GináSTiCa RÍTmiCa A ginástica faz parte das manifestações humanas há muito tempo, algo que já apontamos em outros Cadernos. Apropriar-se de experiências significativas do Se-Movimentar coloca-nos diante de difíceis desafios pedagógicos, dada a complexidade de como alguns elementos da Cultura de Movimento nos são apresentados. O universo da Cultura de Movimento da ginástica e suas diferentes modalidades não fogem à regra. Sabemos que a ginástica como elemento da Cultura de Movimento, historicamente, constituiu as mais diversas modalidades esportivas que conhecemos no mundo contemporâneo. As corridas, os saltos, as lutas, dentre outros exercícios físicos, eram sinônimos de ginástica. A GR constitui-se a partir da Segunda Guerra Mundial como modalidade esportiva, mas já era praticada desde o final da Primeira Guerra. Não possuía nome específico nem código de regras. Foram os russos, por volta de 1946, que introduziram a música nessa manifestação, e o termo “rítmica” passou a ser incorporado. Foi reconhecida pela Federação Internacional de Ginástica (FIG), na década de 1960, como modalidade esportiva individual feminina e teve diferentes denominações: ginástica moderna, ginástica rítmica moderna, ginástica rítmica desportiva e, desde 1998, ginástica rítmica. A estreia da GR em Olimpíadas aconteceu em 1984, em Los Angeles. No Brasil, a GR foi introduzida na década de 1950 e começou a se desenvolver como modalidade esportiva em 10 meados de 1960. Rio de Janeiro e Londrina são as cidades brasileiras que tiveram atuação importante para o desenvolvimento dessa modalidade esportiva. Nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999, o conjunto brasileiro encantou os espectadores com uma apresentação fantástica e com a conquista da medalha de ouro. As manifestações gímnicas do esporte são conhecidas ou tornam-se mais “populares” sempre que há um calendário esportivo amplamente divulgado ou quando um atleta se destaca em um evento nacional ou internacional (como por ocasião dos Jogos Olímpicos) e passa a ser objeto de ampla atenção das mídias. A GR caracteriza-se no cenário esportivo como uma modalidade exclusivamente feminina (alguns países, como o Japão, apresentam equipes masculinas). Nessa modalidade, utilizam-se aparelhos específicos denominados: arco, bola, corda, fita e maças. Há também os exercícios sem o uso de aparelhos: “mãos livres”. Todos os exercícios são realizados com acompanhamento musical. No universo escolar, a GR como modalidade esportiva individual, entre outras manifestações gímnicas, tem sido preterida em relação a outras manifestações da Cultura de Movimento. Como essa situação pode ser explicada? A GR na escola não é contemplada por ser uma modalidade esportiva feminina, de acordo com as regras da FIG? Por necessitar de aparelhos oficiais que pressupõem gestos técnicos perfeitos? Por ter um código de pontuação específico que avalia a dificuldade técnica, o valor artístico e a execução dos exercícios obrigatórios? Por ser formada por movimentos complexos? © Ray Moller/Getty Images Educação Física - 6a série - Volume 3 Figura 1 – Ginástica rítmica: attitude (postura) – equilíbrio. As respostas a tais questionamentos são muito particulares e requerem uma reflexão a respeito de quais conhecimentos e estratégias de ensino estão sendo colocados à disposição dos alunos a respeito da GR nas aulas de Educação Física. A GR como modalidade esportiva possibilita inúmeras experiências para que os alunos possam desenvolver suas competências e habilidades no sentido de identificar e relacionar os conteúdos específicos com outras manifestações da Cultura de Movimento. A GR apresenta características esportivas que podem torná-la compatível com o cotidiano escolar quando identificadas suas possibilidades gímnicas e lúdicas. Para isso algumas reflexões podem ser realizadas, tais como: f As representações que fazemos dos gêneros feminino e masculino na ginástica têm relação com o processo histórico de desenvolvimento da modalidade? f Quais são os elementos que permitem caracterizá-la como uma modalidade esportiva exclusivamente feminina: as sequências de movimentos obrigatórios? A presença da música? f Quais os motivos dos homens não participarem de competições esportivas oficiais dessa modalidade? Os elementos que constituem o Se-Movimentar significativo na GR são fundamentais para os exercícios individuais e coletivos (conjuntos). Tais elementos podem ser vivenciados em várias direções, planos, níveis com ou sem deslocamento, com apoio de um ou dois pés, uma ou duas mãos, cuja coordenação consensual de condutas possibilitará movimentos gímnicos harmoniosos, dinâmicos e lúdicos. Andar e correr, saltar e saltitar, balancear e circunduzir, girar, rolar e equilibrar-se, flexionar-se e estender-se, lançar e receber diferentes aparelhos, enfim, tudo isso compõe a Cultura de Movimento da GR. 11 © Danilo Marques Figura 2 – GR: conjunto de arco e maças. É necessário compreender que, embora as regras para avaliar a execução dos movimentos sejam bastante rígidas no universo esportivo competitivo da GR e de outras modalidades gímnicas, nas aulas de Educação Física, a GR pode seguir regras adaptadas pelo professor e pelos próprios alunos, respeitando as características individuais e interpessoais. É possível também que o aluno crie os próprios movimentos e aparelhos, o que contribui para tornar mais significativas as suas vivências nessa prática e descobrir diferentes alternativas de movimento, relacionando-os com as várias modalidades esportivas existentes. Enfim, experiências que permitam ao aluno recontextualizar suas vivências, ampliando a sua comunicação com a Cultura de Movimento. Assim, no decorrer das Situações de Aprendizagem da GR, caberá ao professor motivar os alunos – tanto os meninos como as meninas – para que percebam a necessidade de identificar os principais gestos técnicos e relacioná-los às possibilidades do Se-Movimentar com os diferentes aparelhos, respeitando as características individuais e interpessoais de cada um, além de compreender as principais regras e o processo histórico que envolve a GR. Segue um quadro que visa auxiliar o professor nas Situações de Aprendizagem, sugerindo-lhe algumas possibilidades de adaptação de aparelhos, em substituição aos aparelhos oficiais da GR. Quadro de possibilidades de adaptação dos aparelhos da GR aparelho original material adaptado Bola f Jornal ©Samuel Silva f Fita adesiva 12 f Sacolas de plástico f Bolas de borracha de iniciação esportiva descrição da adaptação f As bolas são feitas com o jornal; ao redor delas é colocada fita adesiva, deixando seu formato mais arredondado. Por fim, pode ser colocado um plástico para colorir e melhorar a aparência do material. f Bolas de borracha tamanho 10 ou 12, utilizadas para a iniciação esportiva, preenchem as necessidades da modalidade, e podem ser pintadas com tinta a óleo, não tóxica. Educação Física - 6a série - Volume 3 Corda f Cordas de sisal, elástico f As tiras podem ser entrelaçadas para auou outro material mentar o volume do material. Faça um nó nas extremidades para que a trança f Tiras de tecido não se desfaça durante o manuseio. Arco f Bambolê f Conduíte f Arame f Fita isolante f Papel crepom ou faixas de plástico (mais resistente) Fita f Barbante f Cola ou fita adesiva f O professor deverá moldar os conduítes no formato de um arco, colocar o arame pela parte interior e aplicar a fita isolante pela parte exterior. Deverá inserir uma rolha ou uma cavilha na união das extremidades, para fixá-las. f O bambolê não precisa de nenhum ajuste para maiores adaptações (entre 80 ou 90 cm de diâmetro). f O papel crepom é cortado em faixas de aproximadamente três metros; em seguida, as faixas são fixadas em folha de papel jornal dobrada e amarrada com barbante. É importante deixar um pedaço de barbante para facilitar o manuseio. f Tiras de 6 metros de faixa, com fixação de um ilhós na extremidade próxima ao estilete. Inserir o alfinete de pesca no ilhós. O rodízio de pesca (para evitar que a fita enrole) é preso na outra extremidade do alfinete. A outra argola do rodízio da fita f “Pitão”, rodízio de pesca é fixada no “pitão” (peça em forma de e alfinete de pesca gancho, com uma rosca em uma das extremidades para ser parafusada e que é f Faixas de demarcação colocada em portas de armários ou oude trânsito (amarelo e tros objetos). O “pitão” deve ser fixado em preto) uma das extremidades do bastão. f Palitos (churrasco ou similar) ou bastões de madeira de cabides (com cerca de 50 centímetros de comprimento) Maça f f f f ©Samuel Silva f f f f f Pares de meia f Coloca-se uma bola ou um saquinho de Bola pequena de borracha areia no interior das meias, que, em seguida, são amarradas nas extremidades. Saquinhos de areia Garrafas PET, garrafi- f Abrir um orifício na tampa da garrafa nhas de iogurte PET e, por ele, inserir o bastãozinho. Fixá-lo na extremidade oposta com um Bastãozinho de madeira parafuso. A garrafa PET pode ser preen(cerca de 50 centímetros) chida com retalhos de EVA, tecidos ou de EVA outro material para aumentar ligeiramenParafusos te o seu peso. No caso de se utilizar de colheres de pau, pode-se preencher a parte Colher de pau da colher com bola de jornal encapada Fita adesiva transpacom fita crepe ou fita adesiva colorida. rente ou colorida 13 Se a escola não tiver os aparelhos oficiais mencionados, sugere-se que o professor analise, com a classe, as possibilidades de adaptá-los e utilizar os aparelhos construídos pelos alunos. Na GR, os programas das competições são compostos por exercícios individuais e em conjunto de cinco ginastas, realizados em um tablado. As apresentações masculinas não compõem as competições oficiais da modalidade, porém sugere-se que todos os alunos (meninos e meninas) tenham acesso a esse conteúdo. Nos programas individuais, cada participante se apresenta em quatro dos cinco aparelhos, com duração entre 1’15” e 1’30” cada um. Nos programas em conjunto, cada equipe se apresenta em dois exercícios, sendo um com um aparelho e outro com dois aparelhos. A duração das apresentações fica entre 2’15” e 2’30”. O final da apresentação tem que coincidir com o final da música. Os movimentos básicos da GR são realizados com os diferentes aparelhos e apresentam características nas quais são avaliados o equilíbrio, a flexibilidade e a onda, os saltos e os pivots. No equilíbrio, a participante/atleta equilibra-se em uma das pernas enquanto a outra é elevada. A attitude (postura) é uma característica dos movimentos de equilíbrio e pivot. Na flexibilidade e na onda, os movimentos descrevem ondas combinadas com a capacidade de flexionar o corpo. Os saltos são avaliados conforme a altura da execução. Os pivots são movimentos caracterizados por um giro de 360o sobre um dos pés. Tais movimentos combinados com outros constituem a beleza e a elegância características da GR. A corda permite a realização de saltos, saltitos, círculos, balanços e figuras no ar (movimentos em oito), lançamentos (solturas) e pegadas, envolvimento no corpo, circunduções, giros etc. © Danilo Marques Os exercícios da GR são avaliados segundo um código de pontuação a partir do qual os árbitros observam a dificuldade (grau técnico), o valor artístico e a execução. Figura 3 – GR: Apresentação com corda. 14 Educação Física - 6a série - Volume 3 A bola une-se ao próprio corpo e à beleza dos movimentos comuns de giros no chão, em lançamentos, rolamentos, equilíbrios, movimentos em oito, circunduções etc. Durante a execução, a bola não pode ser agarrada, mas apenas sustentada sobre ou sob o corpo. A fita permite a realização de diferentes figuras no ar, além de lançamentos, capturas e espirais; é, visualmente, um dos momentos mais belos das apresentações. © Danilo Marques As maças permitem a realização de molinetes, rotações, rolamentos, circunduções (os círculos no ar), lançamentos e capturas juntamente com as batidas rítmicas. Os rolamentos e as rotações são característicos do arco, com o qual o participante usa diferentes partes do corpo com as rotações realizadas nas pernas e na cintura, por exemplo. Figura 4 – GR: Apresentação com arco e bola. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 EXPLORAÇÃO DE DIFERENTES MOVIMENTOS Os alunos são criativos quando desafiados a propor novos movimentos. Nesta Situação de Aprendizagem, o professor deve estimular os alunos a realizar diferentes possibilidades de Se-Movimentar com e sem aparelhos, para que percebam e identi- fiquem suas habilidades individuais e coletivas relacionando-as com as características da modalidade esportiva GR. É importante que todos os alunos, independentemente do gênero, experienciem os movimentos característicos da GR. 15 Tempo previsto: 3 a 4 aulas. Conteúdo e temas: a criatividade como elemento presente na GR; os gestos técnicos da modalidade esportiva GR; o trabalho individual e coletivo presente na GR. Competências e habilidades: identificar diferentes possibilidades de movimentos para compreender a GR; identificar e relacionar as características individuais e coletivas na composição dos principais gestos da GR. Recursos: aparelhos oficiais da ginástica rítmica ou materiais adaptados. desenvolvimento da Situação de aprendizagem 1 Etapa 1 – descobrindo diferentes maneiras de Se-movimentar Solicite aos alunos que falem sobre as diferentes maneiras e locais de movimentar-se do ser humano. Provavelmente aparecerão respostas criativas e inesperadas. Após uma rodada, direcione as perguntas para uma realidade mais próxima de todos os alunos: quais as possibilidades de movimento das pessoas no cotidiano? Na sequência, sugira aos alunos que escolham diferentes possibilidades de movimento e as demonstrem aos colegas da turma. Procure vivenciar com eles: andar em quatro apoios, andar em posições invertidas, rolar sobre o chão, andar agachado, rastejar, andar, correr e saltar, combinando ritmos e intensidades diferentes, andar e transportar outra pessoa etc. Etapa 2 – Escolher, identificar e justificar as escolhas de movimentos 16 mais recorrentes. Solicite que registrem e justifiquem por escrito suas escolhas na elaboração das apresentações. Etapa 3 – diferentes movimentos e o uso de aparelhos Apresente aos alunos os aparelhos da GR, aparelhos adaptados e outros objetos, como lenço pequeno, toalha de mesa, lençol, garrafas PET, bastões etc. Alguns objetos podem ser solicitados aos alunos com antecedência. Desafie-os a realizar individualmente, em duplas ou em grupos maiores, os diferentes movimentos apresentados nas etapas anteriores. Aproveite e proponha-lhes questões e desafios: f É possível andar em quatro apoios transportando uma bola nas costas? f Como rolar no chão segurando com as duas mãos duas garrafas PET? f É possível, sem se deslocar e em pé, rolar a bola por todo o corpo? Organize grupos de aproximadamente seis ou sete alunos e proponha que apresentem uma maneira de movimentar-se em conjunto; se possível, registre as apresentações com uma filmadora. f E, em deslocamento, é possível rolar a bola por todo o corpo? Após as apresentações, sugira que cada grupo identifique quais foram os movimentos f É possível lançar uma bola ao ar, rolar e recuperá-la antes que toque o chão? f É possível rolar um arco e saltá-lo? Educação Física - 6a série - Volume 3 É importante que todos os alunos explorem todos os materiais. Separe os aparelhos oficiais e os materiais adaptados e pergunte aos alunos como foi reali- zar os movimentos manuseando aparelhos. Solicite que registrem em uma folha o nome de cada aparelho ou material adaptado e as facilidades e dificuldades encontradas durante as vivências. O registro pode ser feito em grupo. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 OS MOVIMENTOS E AS RELAÇÕES COM OS APARELHOS DA GR Esta Situação de Aprendizagem complementará as experiências da Situação anterior, visto que o elemento musical não foi incorporado. É importante que os alunos se apropriem e compreendam os elementos que constituem a GR: movimentos, manuseio de aparelhos e acompanhamento musical. É importante também que identifiquem os gestos técnicos que compõem os exercícios da GR e que conheçam a necessidade das regras e o processo histórico de desenvolvimento da modalidade. Os grupos de alunos devem ser formados por meninas e meninos. O professor deve estar atento no sentido de estimular a participação de todos os alunos, principalmente a dos meninos, nas vivências da GR, uma vez que, por ser uma modalidade esportiva feminina, os alunos do sexo masculino podem apresentar algum constrangimento. Estes devem ser motivados e desafiados a realizar os movimentos complexos da GR. Tempo previsto: 3 a 4 aulas. Conteúdo e temas: principais gestos técnicos da GR; principais regras: compreensão e elaboração; processo histórico. Competências e habilidades: identificar e compreender os principais gestos técnicos e relacioná-los com as regras específicas da GR; reconhecer os gestos técnicos e relacioná-los com os aparelhos específicos da GR; identificar, compreender e relacionar o processo histórico de desenvolvimento da GR com outras modalidades esportivas. Recursos: aparelho de som, aparelho de vídeo ou DVD, CDs, filmadora, aparelhos oficiais da GR ou materiais adaptados. desenvolvimento da Situação de aprendizagem 2 Etapa 1 – identificando e reconhecendo a GR Selecione com antecedência um vídeo ou imagens para apresentar aos alunos e permita que identifiquem, relacionem e compreendam o nome ginástica rítmica dado à modalidade em questão. A seguir, solicite que associem, em grupos, alguns movimentos realizados com os movimentos percebidos no vídeo ou nas imagens. Se possível, solicite que descrevam, expliquem ou registrem suas hipóteses em uma folha. O professor poderá apresentar as informações sobre o processo histórico e como a música foi incorporada à GR. 17 Etapa 2 – Comparar e associar os movimentos e os aparelhos da GR Reserve com antecedência o aparelho de som e CDs de músicas com diferentes ritmos (se possível, solicite que cada grupo de alunos traga os próprios CDs). Caso a escola não disponha de aparelho de som, os alunos poderão fazer o acompanhamento rítmico com batidas de palmas, por exemplo. Organize os alunos em cinco grupos e proponha que cada um escolha um aparelho oficial ou adaptado para ser utilizado (se necessário sorteie o aparelho e/ou sugira sua confecção com antecedência). Solicite que explorem novamente os materiais e, na sequência, tentem relacionar os movimentos com as músicas selecionadas e elaborar coreografias. Oriente-os a criar formações diversas, tais como círculos, colunas, fileiras e outras. Nesse momento, é necessário que associem os movimentos da GR com outras experiências rítmicas. Etapa 3 – as apresentações em conjunto da GR Proponha aos alunos uma apresentação dos grupos com o acompanhamento musical (não é necessária apresentação para toda a escola, somente para a própria turma). Estabeleça antecipadamente com os grupos o tempo de apresentação e a presença (obrigatória ou não) de alguns exercícios. O uso da criatividade no manuseio dos aparelhos como critério para avaliação das coreografias dos grupos pode ser um importante elemento motivador. Se possível, registre essa experiência dos alunos em vídeo, permitindo que apreciem as próprias imagens. Depois solicite que registrem ou relatem a experiência vivenciada: as dificuldades de se movimentar manejando aparelhos com acompanhamento musical, os aparelhos preferidos associados às características de cada grupo etc. Professor, nas apresentações dos conjuntos podem ser combinados diferentes materiais. Outro ponto importante é que os alunos compreendam que há na GR exercícios individuais para cada aparelho. Se os alunos desejarem, outros poderão assumir os papéis de “árbitros avaliadores” para apreciar os conjuntos (se a escola tiver alunos do Ensino Médio, alguns poderão ser convidados a assumir essa função). ATIVIDADE AVALIADORA Estabeleça alguns critérios que permitam avaliar o envolvimento dos alunos com o tema proposto e se eles conseguem: f Registrar as informações solicitadas nas Situações de Aprendizagem. f Identificar suas dificuldades e facilidades na elaboração criativa dos movimentos. É possível apresentar aos alunos imagens para que identifiquem o nome dos movimentos e dos aparelhos e aproveitar os registros feitos durante as Situações de Aprendizagem como forma de verificar a compreensão dos conceitos. f Combinar diferentes movimentos característicos da GR utilizando os diferentes aparelhos. 18 Educação Física - 6a série - Volume 3 PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos e desenvolver as habilidades da forma esperada. É necessário, então, professor, elaborar outras Situações de Aprendizagem em que os elementos que compõem a GR possam ser problematizados e percebidos. Essas Situações de Aprendizagem devem ser diferentes, de preferência, daquela que gerou dificuldade para os alunos. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo: f Apreciação de gestos realizados pelos colegas durante as diferentes etapas das Situações de Aprendizagem. f Pesquisas em sites ou em outras fontes para posterior apresentação sobre temas como história da GR, características dos aparelhos e espaços oficiais etc. RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA livros artigos SCHIAVON, Laurita Marconi; NISTAPICCOLO, Vilma Leni. Aspectos pedagógicos no ensino da ginástica artística e da ginástica rítmica no cenário escolar. In: PAES, Roberto Rodrigues; BALBINO, Hermes Ferreira. Pedagogia do esporte: contextos e perspectivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 111-122. CAÇOLA, Priscila. Iniciação esportiva à ginástica rítmica. Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança. São Paulo, v. 2, n. 1, p. 9-15, mar. 2007. Disponível em: <http://www.refeld.com.br/pdf/28.03.07/ iniciacao.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2009. Nesse capítulo, as autoras apresentam informações sobre a GR, adaptações de materiais e espaços específicos. TOLEDO, Eliana. Proposta de conteúdos para a ginástica escolar: um paralelo com a teoria de Coll. Campinas 1999. s/p. Dissertação (Mestrado em Educação Física). Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, 1999. Disponível em: <http://libdigi.unicamp.br/ document/?code=vtls000223728>. Acesso em: 28 fev. 2009. A autora apresenta diversas possibilidades de utilização dos aparelhos da GR. A autora apresenta informações referentes à ginástica rítmica e ao processo de iniciação esportiva. CHIÉS, Paula Viviane. “Eis Quem Surge no Estádio: é Atalante!” A história das mulheres nos jogos gregos. Movimento, Porto Alegre, v. 12, n. 3, p. 99-121, set./dez. 2006. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/index.php/ Movimento/article/view/2911/1547>. Acesso em: 28 fev. 2009. A autora relata a educação feminina na Grécia Antiga, destacando as diferenças entre as cidades de Atenas e Esparta e as práticas e os exercícios físicos que constituíam os princípios educacionais. 19 Sites Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Disponível em: <www.cbginastica. com.br>. Acesso em: 28 fev. 2009. Informações sobre o calendário esportivo da GR e demais modalidades gímnicas. Federação Internacional de Ginástica (FIG). Disponível em: <www.fig-gymnastics. com>. Acesso em: 28 fev. 2009. Informações sobre o calendário esportivo da ginástica e suas diferentes modalidades gímnicas mundiais. 20 Ginástica.com (site filiado à Federação Paulista de Ginástica) Disponível em: <http://www.ginasticas.com/interacao/ int_downloads_codigos.html >. Acesso em: 28 fev. 2009. Informações sobre eventos das competições, características das diferentes modalidades de ginástica e Código de Pontuação. Ginástica Rítmica Masculina. Disponível em: <http://www.menrg.com>. Acesso em: 28 fev. 2009. Imagens e vídeos de apresentações masculinas de GR. Educação Física - 6a série - Volume 3 TEma 2 – GináSTiCa – GináSTiCa GERal ©Science Source/Photoresearchers-Latinstock. “De pernas para o ar” é uma expressão que possibilita atribuir significado a um movimento ou gesto característico exclusivamente da ginástica de competição? Vamos pensar na trajetória da ginástica antes de tentar responder a essa pergunta. Etimologicamente, a palavra ginástica vem do grego gymnastiké – arte ou ato de exercitar o corpo para deixá-lo forte e ágil. O termo gymnós (sem vestes, despido, nu) associa exercício físico à nudez do ser humano para que, desse modo, este se aproxime da sua essência. Considerar o movimento do ser humano ao longo da história é encontrar a ginástica como um dos elementos culturais que caracterizaram a retidão, a disciplina, a ordem, a força física e a moral desejada em sociedades e contextos diversos. Segundo Soares, o mundo do circo trazia imagens de luz e riso, do grotesco e do sublime e, sobretudo, do corpo como centro de entretenimento. Em suas passagens, o circo deslocava os habitantes das vilas e cidades das rotinas binárias do trabalho e do descanso. Seus integrantes “acenavam com a possibilidade de uma vida de alargamento de contornos e fronteiras em oposição à família, ao trabalho fixador, à vida estabelecida em um lar imóvel numa só cidade”1. Figura 5 – Gravuras de Groot Het (A grande tabela de loucura) representando atores e acrobatas anônimos. Na Europa Medieval, realizavam-se grandes feiras anuais, onde estes atores e acrobatas se apresentavam, incluindo acrobacias de equilíbrio caminhando sobre cabos etc. © Chip Simons/Taxi/Getty Images Em sociedades nas quais o “desperdício” foi combatido, imaginar ou pressupor movimentos e gestos criativos e ousados não combinava com os princípios da ordem e retidão tão desejados. Os movimentos realizados pelos artistas circenses foram questionados durante muito tempo pois, na sociedade europeia, representavam o desperdício de força e energia, que não contribuíam para a manutenção nem para a educação moral do corpo. Figura 6 – Acrobacias na GG. 1 SOARES, Carmen Lúcia. Imagens da educação no corpo: um estudo a partir da ginástica francesa no século XIX. Campinas: Autores Associados, 1998. p. 55.www.autoresassociados.com.br 21 © Bettmann/Corbis-Latinstock © Ray Massey/Stone-Getty Images Figura 9 – Aula de ginástica na escola naval, 1935. Figura 7 – Cena de uma companhia circense do mundo contemporâneo que integra elementos da Cultura de Movimento. O Movimento Ginástico Europeu, consideradas as diferenças e particularidades de cada região, teve aspectos em comum como desenvolver a saúde, a higiene, a coragem e a força sob o viés bélico e o da produção industrial, diferenciando, sobretudo, as funções morais atribuídas ao homem, à mulher e ao cotidiano da vida de pessoas com diferentes características. © Bob Thomas/Popperfoto-Getty Images Os modelos de ginástica alemão, francês e sueco influenciaram significativamente diferentes contextos, inclusive no Brasil. Essa influência foi percebida nos treinamentos, nas paradas militares e no currículo escolar. Figura 8 – Exercícios de ginástica sueca. 22 Na perspectiva de contrapor-se aos modelos esportivos, fundamentam-se os princípios da ginástica geral (GG) de participação e criatividade de todos. Nesse aspecto, a GG coloca-se em oposição à ginástica competitiva, sendo conhecida como ginástica para todos, independentemente do nível técnico, caracterizando-se pela diversidade de possibilidades garantidas aos participantes: faixa etária, gênero, uso ou não de materiais, características pessoais e interpessoais etc. AyOUB (2003, p. 71), membro do Grupo de Pesquisa em Ginástica da Unicamp (GPG) – entende que a GG é uma “manifestação da Ginástica que engloba as diferentes modalidades gímnicas sem se restringir a nenhuma delas”. A GG está organizada, segundo a instituição internacional, em três grupos de atividades que atendem a ampla diversidade de possibilidades associadas à dança e ginástica, aos exercícios com aparelhos e aos jogos. No primeiro grupo, estão as várias modalidades de ginástica contemporâneas, diferentes estilos de dança, teatro e manifestações da cultura de cada país; no segundo, ginástica com aparelhos e sobre aparelhos, trampolim, tumbling, acrobacias, rodas ginásticas; no terceiro, jogos com características sociais e esportivas. Educação Física - 6a série - Volume 3 Quadro: Paralelo entre ginástica geral e as ginásticas de competição Ginástica geral Ginásticas de competição Abrangente: número ilimitado de participantes. Seletivas: limitado número de participantes. Não existem regras rígidas preestabelecidas. Regras rígidas preestabelecidas. Caminha no sentido da ampliação. Caminham no sentido da especialização. Comparação informal: não há vencedores. Comparação formal, classificatória e definida por pontos: busca-se um vencedor. Visa, sobretudo, ao prazer. Visam, sobretudo, à vitória. © Paulo Manzi © Grupo Ginástico Unicamp In: AyOUB, Eliana. Ginástica geral e educação física escolar. Campinas: Editora da Unicamp, 2003. p. 68. Figura 11 – GG: Utilização de materiais não convencionais (Grupo Ginástico Unicamp). Figura 12 – GG: Apresentação com roda ginástica – 1934. A GG configura-se atualmente como uma modalidade da ginástica cujo enfoque é a participação de todos e que traz o questionamento, por meio de símbolos e códigos próprios, à ginástica de competição. Retomando a expressão feita no início da apresentação deste tema, “De pernas © Grupo Ginástico Unicamp © FPG/Hulton Archive-Getty Images Figura 10 – GG: paraquedas – materiais não convencionais. Figura 13 – GG: Criatividade de movimentos e uso de materiais alternativos. (Grupo Ginástico Unicamp.). para o ar”, a GG permite uma ressignificação da ginástica no cotidiano das aulas de Educação Física. Os princípios da GG contrapõem-se aos estereótipos presentes nas modalidades de ginástica esportiva, pois enaltecem o gesto gímnico, lúdico e prazeroso dos participantes. 23 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 COMPREENDENDO AS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA Após as vivências nas Situações de Aprendizagem 1 e 2, os alunos devem ter percebido o leque de possibilidades de movimentos atribuído à GR como modalidade esportiva. A GR caracteriza-se pela prática de movimentos com aparelhos baseados nos critérios estabelecidos num Código de Pontuação, referência para a avaliação nas competições. A GG, cujo enfoque não é voltado para a competição, mas para a participação, devido a criação de movimentos e a elaboração de inúmeras propostas com materiais não convencionais, ritmos, número de participantes etc. Esperamos garantir aos alunos a compreensão do universo gímnico. Para isso, eles serão desafiados a identificar e compreender a presença de alguns elementos característicos da GR que constituem a GG como modalidade gímnica de participação não competitiva. Tempo previsto: 3 a 4 aulas. Conteúdo e temas: diferenças entre modalidades gímnicas esportivas e uma modalidade gímnica de participação. Competências e habilidades: identificar e reconhecer os movimentos característicos de modalidades gímnicas esportivas e de modalidades gímnicas de participação. Recursos: rádio, CDs, aparelhos oficiais de GR ou adaptados, pátio, quadra, gramado, colchonetes (dependendo do circuito elaborado pelo professor). desenvolvimento da Situação de aprendizagem 3 Etapa 1 – o mestre mandou! 4. Andar sobre cordas ou bancos sem perder o equilíbrio. Organize os alunos em grupos e solicite que apresentem oralmente ou por escrito uma lista de critérios possíveis que diferenciem uma modalidade gímnica esportiva de uma modalidade gímnica participativa. Procure garantir as justificativas para os critérios apresentados. 5. Lançamentos e recuperação de bolas e arcos sem deixá-los cair no chão etc. Pode-se utilizar música, desde que seja escolha do professor e não do grupo de alunos. Na sequência, solicite que permaneçam em grupos e realizem alguns exercícios em um circuito de estações, previamente numeradas, elaborado pelo próprio professor (sem consultar os alunos) e com tempo rigorosamente estabelecido. Por exemplo: Etapa 2 – agora é a vez de os alunos questionarem o mestre 1. Rolamentos para frente e para trás. 2. Saltos com e sem afastamento de pernas. 24 3. Saltos com e sem elevação de braços. Se possível, registre as imagens do circuito. Organize os alunos novamente em grupos e solicite que registrem as dificuldades e facilidades encontradas na realização das tarefas nas diferentes estações do circuito. Sugira que cada grupo organize uma ficha com as seguintes informações: Educação Física - 6a série - Volume 3 Estação 1. dificuldades Facilidades Sugestões 2. 3. 4. 5. De posse dessas informações, peça aos alunos que identifiquem aspectos que diferenciam as modalidades gímnicas esportivas de competição das de participação. Alguns aspectos podem orientar os alunos a diferenciá-las: o número de participantes ou as regras predefinidas pelo professor ou discutidas e elaboradas conjuntamente entre professor e alunos. Ou ainda, se eles priorizam os vencedores ou o prazer da participação, se permitem a criação de movimentos (ampliação das possibilidades de movimentos) ou determinam os movimentos que devem ser realizados (especialização de movimentos) etc. Etapa 3 – Professor e alunos: elaborando movimentos possíveis Nesta etapa, professor e alunos reorganizarão a Etapa 1. A seguir, os alunos, em grupos, proporão (a partir das sugestões apresentadas no quadro da Etapa 2) outras possibilidades de movimentos. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 A GG E OUTRAS MANIFESTAÇÕES DA CULTURA DE MOVIMENTO Na Situação de Aprendizagem 3, os alunos tiveram seus movimentos controlados pelo professor. Nesta Situação de Aprendizagem, a intenção é desafiá-los a pensar em movimentos e composições coletivas, presentes em outras manifestações da Cultura de Movimento, que visem à participação e à satisfação dos interesses e desejos de todos. Os alunos serão estimulados a perceber que algumas modalidades gímnicas esportivas têm certo rigor e foram ao longo da história sendo ressignificadas e (re)contextualizadas. Tempo previsto: 3 a 4 aulas. Conteúdo e temas: a GG como modalidade gímnica de participação e criatividade coletiva; princípio da inclusão na GG. Competências e habilidades: identificar e reconhecer movimentos presentes em diferentes manifestações da Cultura de Movimento para atribuir significado à GG; perceber e criar movimentos conforme os desejos, os interesses, as necessidades e características de cada grupo. Recursos: os materiais e espaços dependerão da escolha, criatividade e necessidades apresentadas pelos alunos e das condições da escola. No entanto, são sugeridos alguns materiais não convencionais que podem ser utilizados: caixas de papelão, garrafas PET, engradados de refrigerante, lençol, toalhas, bolas de praia, chapéus, latas, baldes, bambus, escadas, espaguete de natação, pneus, garrafões de água, cabos de vassoura, boias de praia, bicicleta, patins, skate, monociclo, banco sueco, cadeiras, mesas etc. 25 Etapa 1 – Reconhecendo GG em outras manifestações da Cultura de movimento bus para serem equilibrados, baldes ou caixas de papelão como instrumentos de percussão etc. As imagens e os objetos escolhidos devem ser apresentados pelos alunos e as escolhas, justificadas. © Robin Laurance / Look-Latinstock desenvolvimento da Situação de aprendizagem 4 Selecione com antecedência ou solicite aos alunos imagens de diferentes manifestações da Cultura de Movimento, que sejam significativas, como: acrobacias no futebol, movimentos que lembram a dança no basquetebol, crianças, adolescentes, adultos e idosos em situações de jogo, brincadeira, dança, luta, capoeira, circo e cenas do cotidiano (equilíbrios, malabarismos, saltos, acrobacias com bicicletas, patins, skate etc.) Figura 14 – GG: equilíbrio. © Foz Photos/Hulton Archive-Getty Images Solicite também que pesquisem e selecionem diferentes objetos, como uma bola de basquete em uma coreografia de dança, vestimentas inusitadas para uma roda de capoeira, coreografias com bolas de praias, cabos de vassoura ou bam- Figura 15 – GG: com bola. 26 © Evans/Hulton Archive – Getty Images Educação Física - 6a série - Volume 3 Figura 16 – Situação de trabalho com bolas. Etapa 2 – o espetáculo... Preparando la grande première Procure saber quantos alunos conhecem um circo, peça comentários a respeito. Depois, pergunte se as escolhas feitas na etapa anterior podem servir para elaborar uma apresentação do estilo circense. f Como são elaborados os números apresentados aos espectadores? f As apresentações no circo têm alguma semelhança com outros elementos da Cultura de Movimento? f Quais são os movimentos característicos presentes nas atividades circenses que podem ser associados a outras manifestações? f Há músicas nas apresentações? Números com dança? Acrobacias? 27 Feitas as escolhas, motive os alunos a criar coreografias que constituirão um festival de ginástica geral cujo tema será o circo. A criatividade na elaboração dos números permitirá que os desejos e as necessidades mencionados na Etapa 1 sejam contemplados. Etapa 3 – Festival de ginástica geral: o grande circo! Esperamos que as etapas anteriores tenham permitido aos alunos compreender a riqueza de possibilidades presentes na Cultura de Movimento, especificamente na ginástica. Na etapa anterior, os alunos fizeram escolhas de movimentos, gestos e materiais convencionais e não-convencionais. Nesta etapa é necessário que o professor coloque-se como um mediador e facilitador das escolhas para que os alunos criem, elaborem e apreciem os números uns dos outros. As apresentações e participações podem ser feitas individualmente ou em grupo. Esse critério deve ser discutido com os alunos. O importante é que todos participem de algu- ma maneira, seja na confecção do figurino, organização das coreografias, seleção dos materiais ou divulgação do festival na escola. O envolvimento subjetivo dos alunos é muito importante, pois permitirá que compreendam as diferentes possibilidades de expressão presentes na GG. Cada movimento realizado lhes permitirá manifestar seus gestos e movimentos próprios. Como a apresentação terá o formato de um festival, é importante que alguns detalhes sejam discutidos previamente com os alunos, como o tempo de apresentação de cada grupo, os responsáveis pelo equipamento de som etc. Se possível, solicite a ajuda de alunos de outras turmas, convide familiares dos alunos e/ou outras turmas da escola para participar das apresentações. O tema sugerido nesta etapa foi o circo, porque tem relação direta com o processo histórico de desenvolvimento da ginástica e ser parte integrante da Cultura de Movimento. Os materiais e os espaços utilizados dependerão da escolha, da criatividade e das necessidades apresentadas pelos alunos, assim como das condições da escola. ATIVIDADE AVALIADORA Na GG, como a participação, a criatividade e o envolvimento de todos são o enfoque principal, sugerimos que a avaliação seja feita no formato de autoavaliação pelos próprios 28 alunos. O professor pode apresentar, para os grupos, uma ficha com critérios para autoavaliação aos grupos e solicitar que avaliem suas condutas individuais e coletivas. Educação Física - 6a série - Volume 3 A ficha poderá conter as seguintes informações: Critérios para autoavaliação nome dos alunos/ grupos Comentários Sugestões Participação efetiva (alunos presentes participando efetivamente das Situações de Aprendizagem) Envolvimento subjetivo (envolvimento a partir das propostas sugeridas: individuais e coletivas) Condutas colaborativas (colaboração nas etapas propostas) Compreensão e elaboração de conceitos (percepção e entendimento das diferenças entre as diversas modalidades de ginástica) Dificuldades e facilidades encontradas nas várias etapas das Situações de Aprendizagem Fonte: Adaptado de SANCHES NETO, Luiz. A brincadeira e o jogo no contexto da Educação Física na escola. In: SCARPATO, Marta (Org.). Educação Física: como planejar as aulas na educação básica. São Paulo: Avercamp, 2007. p. 120-121. 29 PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO Durante o percurso pelas várias etapas das Situações de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos nem desenvolver as habilidades da forma esperada. É necessário, então, elaborar outras Situações de Aprendizagem em que o tema ginástica possa ser problematizado. Essas atividades devem ser diferentes, de preferência, daquelas que geraram dificuldade para os alunos. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo: f Pesquisa de imagens de diferentes elementos da Cultura de Movimento associadas aos gestos característicos da ginástica. f Pesquisa sobre as diversas modalidades de ginástica esportiva. RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA livros AyOUB, Eliana. Ginástica geral e educação física escolar. Campinas: Editora da Unicamp, 2003. A partir dos diferentes contextos de desenvolvimento da ginástica, a autora apresenta a concepção da ginástica geral no Brasil e no mundo, apontando para a necessidade de se incluir a ginástica geral no cotidiano das aulas de Educação Física. KUNZ, Elenor. Didática da Educação Física. Unijuí: Editora Unijuí, 2005. (3 vols.) Os livros contêm uma sequência de possibilidades de temáticas inovadoras sob uma perspectiva crítica e emancipatória. SOARES, Carmen Lúcia et alii. Metodologia de Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. Os autores discutem e apresentam a necessidade de a Educação Física ser tratada no cotidiano escolar sob o viés de um projeto político-pedagógico capaz de sustentar e legitimar o conteúdo histórico de determinadas modalidades esportivas, como a capoeira e a arte circense. SOARES, Carmen Lúcia. Imagens da Educação no Corpo: um estudo a partir da ginásti- 30 ca francesa no século XIX. Campinas: Autores Associados, 1998. Contextualizando os modelos ginásticos, a autora aponta as contradições, os usos e os costumes do corpo/movimento/ginástica, por meio de imagens que marcaram a forma de conceber a educação. SANCHES NETO, Luiz. A brincadeira e o jogo no contexto da Educação Física na escola. In: SCARPATO, Marta (Org.). Educação Física: como planejar as aulas na educação básica. São Paulo: Avercamp, 2007. p.109-130. Neste capítulo, o autor apresenta critérios que permitem avaliar as condutas dos alunos em diferentes situações do cotidiano das aulas de Educação Física. PAOLIELLO, E. (Org.) Ginástica Geral: Experiências e Reflexões. São Paulo: Phorte Editora, 2008. VENÂNCIO, L.; CARREIRO, E. A. Ginástica. In: DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição. Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 232-233. Educação Física - 6a série - Volume 3 Neste capítulo, os autores apresentam informações gerais sobre o desenvolvimento da ginástica, desde possibilidades para o tratamento do tema no cotidiano escolar a um quadro com as características e os representantes dos movimentos ginásticos europeus. artigos BARONI, José Francisco. Arte circense: a magia e o encantamento dentro e fora das lonas. Revista Pensar a Prática, Goiânia, v. 9. n. 1, p. 81-99, jan./jun. 2006. Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/ article/view/126/121>. Acesso em: 28 fev. 2009. O autor apresenta uma discussão sobre a arte circense em diferentes contextos históricos, circo tradicional e contemporâneo, além de possibilidades de inclusão do tema no cotidiano escolar. DUPRAT, Rodrigo M.; BORTOLETTO, Marco Antônio C. Educação Física escolar: pedagogia e didática das artes circenses. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 28, n. 2, p. 171-189. Disponível em:<http://www.rbceonline.org.br/revista/ index.php?journal=RBCE&page=article&o p=view&path[]=63&path[]=71>. Acesso em: 28 fev. 2009. Os autores apresentam possibilidades de tratar o circo como conteúdo da Educação Física na escola. Sites Confederação de Ginástica Brasileira (CGB). Disponível em: <http://www.cbginastica.com. br/>. Acesso em: 28 fev. 2009. O site contém informações de festivais e eventos da GG em diferentes regiões do país. Federação Internacional de Ginástica (FIG). Disponível em: <http://www.fig-gymnastics. com>. Acesso em: 28 fev. 2009. Grupo de Pesquisa em Ginástica (FEFUnicamp). Dísponível em: <http://www. unicamp.com.br/fef/grupos/gpg/index.htm>. Acesso em: 24 maio 2009. O site contém base de dados com indicação de livros, teses e dissertações relacionadas à GG. Grupo Ginástico Unicamp (GGU). Disponível em: <http://www.ggu.com.br>. Acesso em: 24 maio 2009. O site contém, além dos dados relacionados à origem e dos objetivos do grupo, imagens de apresentações de GG, notícias relacionadas ao grupo de GG e links com outras instituições universitárias, confederações e federações de ginástica. ConSidERaçÕES FinaiS Professor, as Situações de Aprendizagem aqui propostas permitem as mais diferentes adaptações em virtude das características específicas de cada escola, assim como uma análise crítica de sua parte para aperfeiçoar a Proposta Curricular da disciplina de Educação Física. Esperamos ter contribuído com o seu fazer cotidiano na perspectiva de ampliar o significado do Se-movimentar dos alunos no âmbito da Cultura de movimento. Os temas trabalhados neste Caderno poderão ser desenvolvidos de forma integrada, de modo a proporcionar uma melhor compreensão dos temas esporte e ginástica. É preciso também lembrar que os temas e conteúdos propostos para o Ensino Fundamental constroem uma continuidade ao longo das diversas séries e bimestres. Portanto, as Situações de Aprendizagem aqui propostas, assim como as habilidades e competências nelas trabalhadas, não devem ser tomadas de modo isolado, mas em relação ao que foi desenvolvido anteriormente e ao que se seguirá. 31 4o- bimestre 3o- bimestre 2o- bimestre 1o- bimestre QuadRo dE ConTEúdoS – EnSino FundamEnTal 32 5a- série 6a- série 7a- série 8a- série Jogo e esporte: competição e cooperação Jogos populares Jogos cooperativos Jogos pré-desportivos Esporte coletivo: princípios gerais – ataque – defesa – circulação da bola organismo humano, movimento e saúde Capacidades físicas: noções gerais – Agilidade, velocidade e flexibilidade – Alongamento e aquecimento Esporte Modalidade individual: atletismo (corridas e saltos) – Princípios técnicos e táticos – Principais regras – Processo histórico atividade rítmica Manifestações e representações da cultura rítmica nacional – Danças folclóricas/regionais – Processo histórico – A questão do gênero organismo humano, movimento e saúde Capacidades físicas: aplicações no atletismo e atividade rítmica Esporte Modalidade individual: atletismo (corridas e arremessos/lançamentos) – Princípios técnicos e táticos – Principais regras – Processo histórico luta Modalidade: judô, caratê, tae kwon do, boxe etc. – Princípios técnicos e táticos – Principais regras – Processo histórico organismo humano, movimento e saúde Capacidades físicas: aplicações no atletismo e na luta luta Modalidade: capoeira – Capoeira como luta, jogo e esporte – Princípios técnicos e táticos – Processo histórico atividade rítmica Manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop, street dance, entre outras – Diferentes estilos como expressão sociocultural – Principais passos e movimentos Esporte Modalidade coletiva: futsal ou handebol – Princípios técnicos e táticos – Principais regras – Processo histórico organismo humano, movimento e saúde Capacidades físicas: noções gerais – Resistência e força – Postura Esporte Modalidade coletiva: basquetebol ou voleibol – Princípios técnicos e táticos – Principais regras – Processo histórico organismo humano, movimento e saúde Capacidades físicas: aplicações em esportes coletivos Esporte Modalidade coletiva: a escolher – Técnicas e táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo – Noções de arbitragem Ginástica Práticas contemporâneas: ginástica aeróbica, ginástica localizada, entre outras – Princípios orientadores – Técnicas e exercícios Esporte Modalidade coletiva: a escolher – Técnicas e táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo – Noções de arbitragem – Processo histórico O esporte na comunidade escolar e em seu entorno: espaços, tempos e interesses Espetacularização do esporte e o esporte profissional – O esporte na mídia – Os grandes eventos esportivos atividade rítmica Manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop, street dance, entre outras – Coreografias Esporte Modalidade individual: ginástica artística ou ginástica rítmica – Principais gestos técnicos – Principais regras – Processo histórico organismo humano, movimento e saúde Aparelho locomotor e seus sistemas Esporte Modalidade individual: ginástica artística ou ginástica rítmica (a modalidade não contemplada no 3o bimestre da 5a série) – Principais gestos técnicos – Principais regras – Processo histórico Ginástica Ginástica geral – Fundamentos e gestos – Processo histórico: dos métodos ginásticos à ginástica contemporânea atividade rítmica Manifestações e representações de outros países – Danças folclóricas – Processo histórico – A questão do gênero Ginástica Práticas contemporâneas: ginásticas de academia – Padrões de beleza corporal, ginástica e saúde organismo humano, movimento e saúde Princípios e efeitos do treinamento físico Esporte Jogo e Esporte: diferenças conceituais e na experiência dos jogadores – Modalidade “alternativa”: rúgbi, beisebol, badminton, frisbee etc. – Princípios técnicos e táticos – Principais regras – Processo histórico Esporte Modalidade coletiva: futebol ou handebol (a modalidade não contemplada no 2o bimestre) – Princípios técnicos e táticos – Principais regras – Processo histórico organismo humano, movimento e saúde Noções gerais sobre ritmo Jogos rítmicos Esporte Modalidade coletiva: basquetebol ou voleibol (a modalidade não contemplada no 2o bimestre) – Princípios técnicos e táticos – Principais regras – Processo histórico luta Princípios de confronto e oposição Classificação e organização A questão da violência Esporte Modalidade individual ou coletiva (ainda não contemplada) – Princípios técnicos e táticos – Principais regras – Processo histórico organismo humano, movimento e saúde Atividade física/exercício físico: implicações na obesidade e no emagrecimento Doping: substâncias proibidas atividade rítmica Organização de festivais de dança Esporte Organização de campeonatos