AS REGIÕES DE CLIMA EQUATORIAL O Clima equatorial, como o próprio nome indica, localiza-se numa faixa que envolve o Equador, limitada, sensivelmente, pelos paralelos 5º S e 5 º N, podendo chegar, em algumas regiões, aos 10º S e 10º N. Ocupa áreas no Congo (antigo Zaire), a bacia do Amazonas, Madagáscar, a Indonésia e a maior parte das ilhas situadas entre os oceanos Índico e Pacífico, na zona equatorial. Temperaturas: acima de 20°C, ao longo do ano; Amplitudes térmicas anuais normalmente inferiores a 3° C; quase nulas, Precipitações abundantes e mais ou menos regular ao longo do ano: superiores a 1.500 mm (devido a presença constante das baixas pressões equatoriais – chuvas convectivas); Vegetação característica: Floresta Equatorial ou Floresta Ombrófila, densa, heterogênea, latifoliada, perenifólia. Existência de lianas (trepadeiras, cipós) epífitas (plantas que não raízes presas ao solo e vivem sobre outras, que lhes servem de suporte). Os climas tropicais localizam-se entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio, a seguir à faixa do Clima Equatorial, sensivelmente entre os 5º e os 12º de latitude Norte e Sul (clima tropical úmido) e entre os 10º e os 12º e os 15º e os 18º de latitude Norte e Sul (clima tropical seco). Principais características: - temperaturas médias mensais muito elevadas ao longo do ano (superiores a 20º C); -amplitudes térmicas reduzidas, embora ligeiramente superiores às do clima equatorial; - as chuvas são abundantes , mas concentram-se numa só época do ano (estação das chuvas); -apresentam duas estações distintas: uma estação úmida e uma estação seca. -Floresta Tropical (floresta bastante densa com árvores mais baixas que as da floresta equatorial, mais espaçadas entre si e de copa mais larga); Savana (formação vegetal dominante e que é constituída por ervas altas e espaçadas intercaladas por uma vegetação rasteira). Encontra-se a seguir à faixa dos climas tropicais e, localiza-se entre as latitudes 15º e 30º Norte e Sul. Abrange, por isso, áreas como, por exemplo, os desertos do Saara, da Namíbia (Calaári), do Arizona (Mojave), do Atacama e do Grande Deserto Australiano. Contudo podemos encontrar desertos em latitudes mais elevadas do globo em virtude de fatores locais como: a continentalidade, as barreiras orográficas e as correntes marítimas. Principais características: - temperaturas médias mensais muito elevadas ao longo do ano; - amplitudes térmicas anuais relativamente acentuadas, geralmente, superiores a 15º C; - amplitudes térmicas diurnas elevadíssimas, podendo ultrapassar os 30º C – Estas amplitudes térmicas diurnas explicam-se devido à escassez de vapor de água na atmosfera; - precipitação rara e irregular (menos de 250 mm por ano); - não existe estação úmida (podem passar-se anos sem cair uma gota de água, mas quando chove é torrencialmente, formando-se enxurradas que tudo arrastam na sua frente). Vegetação característica: vegetação rara e rudimentar constituída essencialmente por cactos (xerófilas), devido à elevada temperatura e escassez de precipitação. Nas regiões onde as chuvas são extremamente raras, a vegetação está completamente ausente: é o deserto absoluto, arenoso ou pedregoso. Apenas nos Oásis (espaço com vegetação no meio do deserto) onde as águas subterrâneas (toalha freática) estão próximas da superfície, surgindo áreas verdejantes. Os DESERTOS são caracterizados pela escassez de chuvas e grande limitação ao desenvolvimento da fauna e flora. Os solos são rasos, com acentuada deficiência hídrica e tendência à concentração de sais. Devido às altas temperaturas diurnas, o nível de evaporação é alto e muito rápido e a água, portanto, não consegue ser armazenada. OS DESERTOS FUNDAMENTAIS: TÊM AS SEGUINTES CAUSAS · Altas pressões subtropicais: são áreas que expulsam ventos e, portanto, impedem a entrada do ar úmido, geralmente vindo do litoral. Essas regiões são o ponto de partida dos ventos alísios que sopram na direção das baixas pressões · Continentalidade: quanto mais distante do litoral, menor é a maritimidade e maior é a continentalidade e, portanto, o clima tende a ser mais seco. · Relevo: planaltos e cadeias montanhosas formam obstáculos que impedem a penetração do ar úmido, aumentando a aridez. · Correntes marítimas: as correntes frias resfriam o ar úmido sobre o oceano, provocando chuvas e esgotando a umidade do ar. Ao penetrar no continente, as massas de ar já estão sem umidade e são incapazes de provocar chuvas. AS REGIÕES DE CLIMA MEDITERRÂNEO O Clima Mediterrânico distribui-se pela bacia do mar Mediterrâneo (Sul da Europa e Norte de África), Califórnia, região central do Chile, região do Cabo na África do Sul e Sul/Sudoeste da Austrália. Principais características: - Verões quentes, longos e secos (temperatura média do mês mais quente compreendida entre os 21º e os 27º C e temperaturas máximas que podem atingir os 40º C) - (o número de meses secos é por vezes superior a 5); - Invernos são curtos, úmidos e suaves (temperatura média do mês mais frio entre 6 e 10º C); - amplitudes térmicas anuais moderadas (entre 6 e 17º C); -Precipitação escassa e irregular, concentrando-se essencialmente nos meses de Outono e Inverno, devido à maior influência das baixas pressões subpolares nesta altura do ano (o total anual pode variar de 400 a 900 mm). Vegetação característica: Floresta Mediterrânica (formação vegetal constituída por árvores, geralmente de pequeno porte e de folhagem persistente –sobreiros, azinheiras, alfarrobeiras, medronheiros, zambujeiros); Maquis (formação vegetal essencialmente arbustiva, muito densa, árvores-anãs); Garrigue (formação vegetal que surge em áreas onde o solo é mais pobre – de origem calcária – e que é constituída por vegetação arbustiva e herbácea, da qual sobressaem a oliveira brava, a lavanda e o rosmaninho etc.entre outras plantas aromáticas de muito pequeno porte. A vegetação dispersa-se pela paisagem. As regiões de Clima temperado Marítimo ou Oceânico Predomina na Europa Ocidental desde o Norte de Portugal até à costa setentrional e ocidental da Escandinávia, na faixa costeira do noroeste dos EUA e do sudoeste do Canadá, no litoral sul do Chile, no sudeste da Austrália e na Nova Zelândia. Principais características: - temperaturas médias mensais amenas, sendo o Verão fresco (temperatura média compreendida entre os 15 e os 20º C) e o Inverno pouco frio (temperatura média superior a 5º C); - amplitude térmica anual pouco acentuada; a amenidade das temperaturas deve-se à proximidade do mar. - chove todo o ano, embora mais abundantemente no Outono e no Inverno; - os máximos de precipitação ocorrem no período mais frio; - não tem meses secos; - Vegetação característica: Floresta de Folha Caduca ou Floresta Caducifólia constituída majoritariamente por árvores altas e de grandes folhas. Exemplo: os plátanos, o carvalho-roble, as faias, as bétulas, as tílias, os olmos, os freixos, etc.; Prados (formações herbáceas, tenras e quase sempre verdes). As regiões de Clima Temperado Continental Predomina no interior e nas fachadas orientais dos continentes, como no sul do Canadá, no leste e no centro dos EUA, no interior da Europa, no Sul e interior Norte da Ásia, longe das influências marítimas. Principais características: - Invernos longos, secos e muito frios (as temperaturas podem atingir com frequência valores inferiores a -15º C), enquanto os Verões são quentes, curtos e com precipitação; - amplitude térmica anual muito elevada, superior a 20º C, chegando a atingir, em algumas estações, os 40º C; - precipitações relativamente escassas com máximos no Verão e mínimos no Inverno, frequentemente sob a forma de neve; - Vegetação característica: Pradaria ou Estepe Temperada (formação vegetal herbácea contínua, muito densa e mais ou menos homogênea. Nas regiões onde este tipo de clima é menos excessivo e mais pluvioso, surge a Floresta Mista, assim chamada por ser constituída por árvores de folha caduca e por árvores de folha persistente. As mais comuns são os pinheiros e os abetos. FLORESTAS TEMPERADAS As regiões de Clima Frio Continental ou Clima Subpolar Localiza-se no interior dos continentes nas áreas de prolongamento do clima temperado continental, sensivelmente entre as latitudes 55º e 65º N. É próprio do Norte da Europa, da Sibéria, do Alasca e do Norte do Canadá). Principais características: - Invernos muito frios e longos (durante cerca de seis a oito meses a temperatura desce abaixo dos 0º C); - Verões pouco quentes e curtos (temperatura média mensal inferior a 18º C); - amplitudes térmicas anuais relativamente elevadas; - precipitações bastante reduzidas, ocorrendo os seus máximos na época estival (Verão). No Inverno, ocorre sob a forma de neve; - Vegetação característica: Floresta de Coníferas ou boreal constituída por árvores de folhas persistentes, resinosas e com forma de agulhas. Na Sibéria esta floresta toma a designação de Taiga. As mais comuns são os pinheiros e os abetos. As regiões de Clima Polar Este clima surge nas altas latitudes (70º a 80º) a norte dos continentes americano, asiático e junto às regiões polares da Europa (Norte da Escandinávia). Fazse sentir também em grande parte da Groenlândia e na Antártida. Principais características: - Invernos muito frios e prolongados; - Verões quase inexistentes (as temperaturas do mês mais quente não ultrapassam, em média, os 10º C); - temperaturas médias mensais negativas na maior parte dos meses do ano; - amplitudes térmicas anuais muito acentuadas; - precipitações muito reduzidas na maior parte do ano, sendo mais abundante nos meses menos frios. Nos restantes meses ocorre sob a forma de neve; - Vegetação característica: Tundra (formação vegetal rasteira, apenas com alguns centímetros de altura, constituída por ervas, musgos e líquenes e quase desprovida de árvores). Trata-se da formação vegetal mais degradada e pobre da superfície da Terra. -Nestas áreas, a neve e o gelo formam como que um deserto branco, na maior do ano. O solo está permanentemente gelado (permafrost ou frozen). Da base da montanha até ao topo existem como que diferentes climas, numa sucessão semelhante à distribuição latitudinal dos climas. A precipitação é mais abundante nas vertentes expostas aos ventos dominantes e à medida que aumenta a altitude a precipitação sob a forma de neve torna-se mais abundante. A vegetação vai acompanhar a variação do clima com a altitude e distribui-se por patamares. Principais características: - Verões praticamente inexistentes; - Invernos bastante frios; - amplitude térmica anula não muito elevada; - amplitude térmica diurna bastante significativa (chegando a atingir os 25º C e os 30º C, devido; ao rápido aquecimento do ar durante o dia e ao arrefecimento muito brusco durante a noite); - precipitação abundante, ocorrendo, na maior parte do ano, sob a forma de neve. O aumento da altitude provoca, de forma geral, dois efeitos climáticos: a redução da temperatura e da umidade. Em função desses fatores, as montanhas apresentam grande alteração da paisagem climato-botânica, de acordo com os níveis de altitude. Observe o desenho esquemático abaixo: AS SAVANAS A savana é uma formação arbustiva característica das regiões tropicais de maior continentalidade, ou seja, nas áreas onde os verões são úmidos e, os invernos, bastante secos. Na África, por exemplo, essa vegetação estende-se por amplas áreas e constitui o hábitat dos grandes mamíferos do continente. Outras denominações: Cerrados (Brasil), Puña (Peru), Lhanos (Venezuela), Chaparral (Estados UnidosMéxico), Jângal (Índia), Scrub (Austrália). ESTEPE quer dizer reserva, ou também beirada, no caso do lar dos Mongóis, o segundo significado é o mais correto. As Estepes Asiática constituem uma imensa região que se localiza abaixo das regiões Árticas (como a Sibéria) e acima das regiões desérticas (como o Deserto de Gobi). A leste, as Estepes limitam-se pela China, a oeste pelos montes Urais. Nessa região, as planícies são predominantes, existem vários rios e o clima é ditado por quatro estações bem definidas (isso porque não há a presença da maritimidade no clima). O verão é quente, no inverno neva, na primavera as pastagens verdejam e no outono secam. ESTEPES DA PATAGÔNIA O termo pradaria ou campo engloba ambientes abertos que diferem muito um com o outro: as estepes da Sibéria ocidental, as grandes planícies da América do Norte, as savanas da Índia e da África, os pampas da América do Sul, os cerrados do Brasil, e mesmo áreas florestadas que foram derrubadas para agricultura ou pastoreio. BIOMAS CONTINENTAIS BRASILEIROS BIOMA AMAZÔNIA BIOMA CERRADO BIOMA MATA ATLÂNTICA BIOMA CAATINGA BIOMA PAMPA BIOMA PANTANAL Área total BRASIL ÁREA APROXIMADA (KM2) 4.196.943 2.036.448 1.110.182 844.453 176.496 150.355 8.514.877 ÁREA /TOTAL BRASIL 49,29% 23.92% 13,04% 9,92% 2.07% 1,76% É HIGRÓFILA (OMBRÓFILA), HETERÓCLITA (HETEROGÊNEA), PERENIFÓLIA, DENSA (FECHADA), LATIFOLIADA (FOLHAS LARGAS). SOLOS POBRES (POUCO FÉRTEIS, DEVIDO A INTENSA LIXIVIAÇÃO. NUTRE-SE DE SI MESMA, ATRAVES DA DECOMPOSIÇAO E INCORPORAÇÃO NAS CAMADAS SUPERFICIAIS DO SOLO (PELA AÇÃO DO CALOR E DAS CHUVAS) DAS FOLHAS, SEMENTES, FRUTOS, GALHOS E ANIMAIS MORTOS. TIPOS DE VEGETAÇÃO: • MATA DE IGAPÓ: floresta submersa, permanentemente alagada pelos rios. Ex.: vitória-régia; • MATA DE VÁRZEA: mata de inundação temporária, de composição vegetal variável. Ex.: seringueira, jatobá e maçaranduba • MATA DE TERRA FIRME: ocupam a maior parte da região e não são inundadas pelas cheias dos rios. É uma formação densa, úmida e escura (a copa das árvores forma um telhado que pode reter até 95% da luz solar). Ex.: castanha-do-pará, caucho e guaraná. Também é considerada a mais rica em biodiversidade: em uma área de 2 km2 de mata chegam a ser encontradas 300 espécies vegetais diferentes. o avanço da pecuária; a expansão da soja, principalmente nos municípios de Querência (Norte do Mato Grosso), Humaitá (AM), Paragominas (PA) e Santarém (PA); grilagem de terras públicas; abertura de estradas clandestinas por indústrias madeireiras; obras de infra-estrutura (entre 1978 e 1994, 75% do desmatamento ocorreu nas proximidades das rodovias pavimentadas da região); assentamentos rurais feitos de forma precária; ausência de ações que possam efetivar a implantação de áreas protegidas. As florestas tropicais abrigam uma das maiores biodiversidades do mundo. Encontramos este tipo de floresta em regiões situadas, em sua grande maioria, na faixa entre os trópicos. A maior incidência de florestas tropicais ocorre nas seguintes regiões: África (bacia do rio Congo e Libéria), América Central, América do Sul (Floresta Amazônica e Mata Atlântica) Ásia (Vietnã, Laos, Kampúchea e Tailândia) e regiões da Oceania (Nova Guiné, Bornéu e costa norte da Austrália). Flora: São fechadas, heterogêneas, latifoliadas, perinifólias. Nelas aparecem arvores de grande e médio porte como bromélias, begônias, orquídeas, cipós, briófitas, pau-brasil, jacarandá, peroba, jequitibá-rosa. Fauna: mico-leão-dourado, onça-pintada, bicho-preguiça, capivara. Clima: A temperatura média anual é sempre em torno de 20°C, a pluviosidade anual aproximadamente de 1200 mm Ocupação Humana: O uso de plantas para se produzir remédios, matérias-primas para a produção de vestimentas, corantes, essências de perfumes; insumos para a indústria alimentícia ou ainda o corte de árvores feitos de maneira incorreta, trazem prejuízos para esse bioma Impactos Ambientais: Causam a extinção de algumas espécies da fauna e da flora, reduzem a região de ocupação desse bioma e também são favoráveis ao clima. MARES MORROS: DE corresponde à fachada oriental do país. O clima é tropical úmido, marcado pela ação do intemperismo e da erosão, modelou as meias-laranjas, morros arrendondados que formam os mares de morros. Destacam-se, também, as escarpas planálticas (rampas ou aclives) que separam os planaltos e serras (Serra do Mar e outras) da planície costeira. Devastada pela ocupação populacional e industrial. O relevo é formado basicamente por planaltos (planaltos da bacia do Parnaíba e da Borborema) e depressões (Depressão Sertaneja e São Francisco). Os solos são pobre em matéria orgânica. As áreas mais elevadas são cobertas por matas úmidas, e as mais baixas, pela caatinga, na qual predominam arbustos espinhentos, cactáceas e solo pedregoso. O DOMÍNIO DA CAATINGA corresponde à região da depressão sertaneja nordestina, com clima quente e semiárido. A caatinga, formada por cactáceas, bromeliáceas e árvores, é a vegetação típica. O extrativismo vegetal de fibras, como o caroá, o sisal e a piaçava, destaca-se nesse domínio. É atravessado pela bacia do São Francisco e tem destaque pelo aproveitamento hidrelétrico. Os projetos de irrigação no seu vale propiciam a produção de frutas (melão, manga, goiaba, uva, por exemplo). A tradicional ocupação da caatinga é a pecuária extensiva de corte, porém com baixo aproveitamento. No domínio da caatinga, aparecem os inselbergs, ou morros residuais, resultantes do processo de pediplanação em clima semi-árido. Marcado por extensos planaltos, depressões e chapadas sedimentares; clima tropical com duas estações bem diferenciadas (verão chuvoso e inverno seco); predomínio de vegetação arbustiva e herbácea (cerrado) e solos ácidos. É fracamente povoado e de economia baseada na agricultura e pecuária extensivas. O clima predominante no Cerrado é o Tropical Sazonal, de inverno seco. A temperatura média anual é de 25° C, podendo chegar a marcações de até 40° C na primavera. As mínimas registradas podem chegar a valores próximos de 10° C ou até menos, nos meses de maio, junho e julho. A precipitação média anual fica entre 1 200 e 1 800 mm, sendo os meses de março e outubro os mais chuvosos. Curtos períodos de seca, chamados de veranicos, podem ocorrer no meio da primavera e do verão. No período de maio a setembro os índices pluviométricos mensais reduzem-se bastante, podendo chegar a zero. CARACTERÍSTICAS: Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi considerada uma área perdida para a economia do país. FLORESTA COM ARAUCÁRIA OU FLORESTA OMBRÓFILA MISTA: localiza-se no sul do Brasil, nos chamados planaltos arenito-basálticos da Bacia do Paraná, estendendo-se pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A região das araucárias principia no primeiro planalto, imediatamente a oeste da Serra do Mar, e estende-se pelos segundo e terceiro planaltos do Estado do Paraná e Laranjeiras do Sul, com associações florísticas da araucária. A região da araucária insere-se às partes mais altas das montanhas do Sul, nos planaltos, onde ocorrem até altitudes médias de 600 a 800 m, e em alguns poucos lugares em que ultrapassam 1.000 m. O limite inferior destas matas situa-se entre 500 e 600 m nos estados do Sul, sendo que ao norte este limite situa-se algumas centenas de metros acima. Nestas florestas aciculifoliadas, coexistem representantes da flora tropical e temperada do Brasil, sendo dominadas, no entanto, pelo pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia). Localizado no extremo sul do Brasil, também apresenta clima subtropical, sendo portanto marcado pela atuação da massa polar atlântica. ABRANGE OS PAMPAS, CAMPANHA GAÚCHA OU CAMPOS LIMPOS, marcados pela presença do solo de brunizens, oriundo da decomposição de rochas sedimentares e ígneas, o que possibilita o desenvolvimento da agricultura e principalmente da pecuária bovina semi-extensiva. É notável também a presença de coxilhas (colinas arredondadas e ricas em herbáceas e gramíneas) e das matas-galerias nas margens dos rios. Ocorrem em áreas planas que possuam clima com estações do ano bem definidas, com raras presenças de árvores ou arbustos isolados e bem espaçados. CAMPOS DE RORAIMA – Esse tipo de vegetação é encontrada em dois lugares distintos: os campos de terra firme (savanas de gramíneas baixas) são característicos do norte da Amazônia, Roraima, Pará e ilhas do Bananal e de Marajó, enquanto os campos limpos (estepes úmidas) são típicos da região sul. De um modo geral, o campo limpo é destituído de árvores, bastante uniforme e com arbustos espalhados e dispersos. Já nos campos de terra firme as árvores, baixas e espaçadas, se integram totalmente à paisagem. Em ambos os casos o solo é revestido de gramíneas, subarbustos e ervas. Campo de Roraima CAMPINARANA (CAMPINA) Os termos Campinarana e Campina são sinônimos e significam “falso campo”. Inegavelmente, é a região na qual mais chove no Brasil: cerca de 4000 mm anuais bem distribuídos mensalmente, mas com chuvas torrenciais no verão. Estas desempenham importante papel na ocorrência desta vegetação oligotrófica, daí o enfatizar-se a expressão vegetação de influência pluvial. As temperaturas são altas, atingindo a média de 25°C. Esta vegetação típica das bacias do Rio Negro, Orinoco e Branco ultrapassa as fronteiras brasileiras, atingindo a Venezuela e Colômbia, porém em áreas bem menores do que a ocupada no Brasil, onde ocupa áreas tabulares arenosas, bastante lixiviadas pelas chuvas durante os últimos 10.000 anos. MATA DE COCAIS – presente, principalmente, na região norte dos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí. Por se tratar de um bioma de transição, apresenta características da Floresta Amazônica, Cerrado e da Caatinga. Presença de palmeiras com folhas grandes e finas. As árvores mais comuns são: carnaúba, babaçu, oiticica e buriti.Localização: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, norte do Tocantins. Apesar do seu nome, o Pantanal Matogrossense não é tecnicamente um pantanal, mas sim uma planície de inundação. O Pantanal Matogrossense é a maior planície de inundação contínua do mundo.Este bioma está presente nos estados de Mato-Grosso e Mato-Grosso do Sul. Algumas regiões do pantanal sofrem alagamentos durante os períodos de chuvas. Presença de gramíneas, arbustos e palmeiras. Nas regiões que sofrem inundação, há presença de árvores de floresta tropical. vegetação pantaneira é um mosaico de cinco regiões distintas: Floresta Amazônica, Cerrado,Caatinga, Mata Atlântica e Chaco (paraguaio,argentino e boliviano). Durante a seca, os campos se tornam amarelados e não sendo raro a temperatura descer a níveis abaixo de 0 ºC, e registrar geadas, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente (friagem). O termo "MANGUE" origina-se do vocábulo Malaio, "Manggimanggi" e do inglês mangrove, servindo para descrever as espécies vegetais que vivem no manguezal, ou seja, a árvore. O termo "MANGUEZAL" é utilizado para descrever uma variedade de comunidades costeiras tropicais dominadas por espécies vegetais, arbóreas ou arbustivas que conseguem crescer em solos com alto teor de sal, ou seja, um terreno cheio de mangue (o ecossistema). RISCOS: LANÇAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS E DEJETOS HUMANOS, ALÉM DA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA. Os MANGUEZAIS são vegetações litorâneas típicas de regiões onde há o encontro das águas dos rios com as do mar, formando solos pantanosos. Apresentam plantas aquáticas (ou higrófilas) e restingas, as quais se encontram ao longo de toda a costa; além de uma vegetação de plantas herbáceas, na área de dunas, moitas e arbustos, até árvores, à medida que se segue para o interior. Aspectos de uma restinga, com moitas de vegetação entremeadas pelo solo arenoso As RESTINGAS compreendem os ecossistemas costeiros que sofrem influência marinha com vegetação fisionomicamente distinta que cresce em solo arenoso e que suporta fatores como a salinidade, ventos e insolação forte. Nos termos da Resolução CONAMA n.º 007/96, vegetação de restinga o é "conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluvio-marinha". O ecossistema conhecido por restinga constitui uma espécie de transição entre as dunas e a vegetação herbácea rasteira litorânea e a floresta. As restingas brasileiras encontram-se, assim, distribuídas ao longo de todo o nosso litoral e dependendo das variações climáticas, apresenta-se com diferente grau de biodiversidade. Compreendem ecossistemas ricos em recursos hídricos, pois em muitas de suas extensões há lagoas e pequenos lagos. As dunas móveis têm flora cosmopolita (habitante em todo mundo) nos litorais tropicais, com ervas, capins e subarbustos, na sua grande maioria rasteiros. MARISMAS As marismas são áreas úmidas freqüentemente inundadas, caracterizadas por vegetação herbácea emergente adaptada às condições saturadas do solo. As marismas são encontradas no mundo todo em regiões costeiras protegidas nas médias e altas latitudes, sendo substituídos por manguezais nas costas tropicais e sub-tropicais. As plantas e animais desses sistemas são adaptados a estresses de salinidade, inundação periódica e extremos de temperatura. EUTROFIZAÇÃO Fenômeno em que um ecossistema aquático é enriquecido por nutrientes diversos, principalmente composto nitrogenados e fosforados. A eutrofização resulta ou da lixiviação de fertilizantes utilizados na agricultura ou da adição excessiva, na água, de lixo de esgoto doméstico e de resíduos industriais diversos.