23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental I-219 - AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS NATURAIS DE SECAGEM DE LODO DE ETA ATRAVÉS DO ESTUDO DE VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS: ESTUDO DE CASO PARA O ESTADO DO PARANÁ Soraia Giordani(1) Engenheira Civil (UFPR) 1999, Mestre em Engenharia Ambiental (UFPR) 2002, Engenheira de Projetos da Unidade de Serviços de Projetos Especiais (USPE) da SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná. Bruno Passos de Abreu Tecnólogo em Construção Civil (CEFET-PR) 2004, Pós-graduando (MBA) em Sistemas de Gestão Ambiental (PUC-PR), Funcionário da SERENCO – Serviço de Engenharia Consultiva. Endereço(1): Rua Engos. Rebouças, 1376 - Rebouças - Curitiba - PR - CEP 80215-900 - Brasil - Fone: (41) 3303627 - Fax: (41) 330-3287 - e-mail: [email protected] RESUMO As impurezas retidas no processo de potabilização das águas e os produtos químicos utilizados no tratamento originam o lodo das Estações de Tratamento de Água-ETAs. Estes lodos são classificados como “resíduos sólidos” e devem, portanto, ser tratados e dispostos como tal. Entretanto, estes resíduos são, em sua maioria, lançados nos cursos d’água, sendo raras as ETAs que possuem um sistema de tratamento e disposição do lodo produzido. O tratamento, consiste na secagem dos lodos podendo ser utilizados sistemas mecânicos ou naturais para tal. Os sistemas naturais possuem, menores custos de implantação e manutenção, quando comparados aos sistemas de desaguamento mecânico. Todavia, por ser um método natural sua eficiência é bastante dependente das condições climáticas locais, devendo ser procedido estudo destas variáveis para avaliação da aplicabilidade destes sistemas em cada caso. O estado do Paraná possui grande variação climatológica. Em sua porção sudeste os índices pluviométricos e umidade relativa do ar são altos. Já em sua porção noroeste, nota-se diminuição dos índices pluviométricos e baixa umidade relativa do ar. Isto indica que a possibilidade de sucesso na implantação de lagoas e leitos seja maior na região noroeste em relação a região sudeste. Todavia, sentiu-se a necessidade de se realizar um estudo científico com base em uma metodologia própria e coleta de dados meteorológicos para a real avaliação da viabilidade de implantação de lagos e leitos em cada município do estado. Para sanar tal necessidade, este artigo apresenta e aplica uma metodologia para identificação dos municípios onde as condições climáticas são mais favoráveis à implantação de sistemas naturais de secagem. Após a coleta de dados e as manipulações matemáticas as conclusões corroboraram com as suspeitas iniciais e indicaram que a possibilidade de sucesso na implantação de leitos e lagoas para secagem de lodo de ETA no estado do Paraná é maior na região noroeste do estado, em comparação a região central e sudeste. PALAVRAS-CHAVE: Lodo, lodo de água, lodo de ETA, lagoas de secagem, leitos de secagem. INTRODUÇÃO As impurezas retidas no processo de potabilização das águas naturais e os produtos químicos utilizados no tratamento originam o lodo das Estações de Tratamento de Água- ETA. Estes resíduos são originados por ocasião da lavagem de filtros e descarga de decantador e são classificados pela NBR-10.004/87 como “resíduos sólidos” e devem, portanto, ser tratados e dispostos como tal. Todavia, em nosso país, estes resíduos são, em sua maioria, lançados nos cursos d’água, sendo raras as estações que possuem um sistema adequado de tratamento e disposição do lodo produzido. Todavia, face às novas exigências legais e com o advento da Lei 9.605/98, mais comumente chamada Lei de Crimes Ambientais, o não atendimento à legislação vigente faz com que as empresas de saneamento acumulem um passivo ambiental o que poderá acarretar por conseqüência uma série de punições legais e transtornos aos responsáveis pelo funcionamento das ETAs. A solução para este passivo ambiental consiste na promoção da coleta, tratamento e correta destinação final dos lodos produzidos. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Existem várias alternativas para a disposição final do lodo de ETA e na definição do sistema a ser adotado deve ser realizada uma análise da viabilidade técnica, ambiental e econômica das alternativas disponíveis. As possibilidades de disposição final e/ou reutilização são listadas abaixo: • Aplicações diversas na industria da construção civil: cimento, tijolo, cerâmicas, concreto não estrutural, base para pavimentação de estradas, entre outros; • Disposição controlada em certos tipos de solo; • Disposição em aterros sanitário; • Co-disposição com outros resíduos sólidos, lodo de ETE, caliça, etc; • Cultivo de grama comercial; • Produção de solo comercial para aterro; • Co-processamento em fornos de cimento; • Incineração; O tratamento ou desaguamento do lodo tem por objetivo a redução de seu volume e consequentemente a redução dos custos de transporte e destinação. Além disso na maior parte das formas de disposição final exige-se um Teor de Sólidos-TS mínimo. Por exemplo, na disposição em aterro sanitário e para a incorporação à massa de argila e moldagem de tijolos exige-se um TS superior a 25%, teores inferiores não dão capacidade suporte, no caso de aterros, ou não permitem a moldagem dos tijolos, no caso de reúso em olaria. No momento de sua geração estes resíduos possuem de 99,5 a 95% de teor de umidade e a remoção da água pode ser realizada através dos seguintes processos: • Desaguamento natural em lagoas e leitos de secagem; • Desaguamento mecânico com filtros-prensa, centrífuga, prensa desaguadora, filtro a vácuo, prensa parafuso, tubos de geotêxtil etc. Os sistemas naturais de remoção de água possuem, geralmente, menores custos de implantação e manutenção, quando comparados aos sistemas de desaguamento mecânico. Todavia, os custos referentes à implantação de lagoas e leitos de secagem variam bastante em função do arranjo definido e principalmente da disponibilidade e do valor do terreno. Por ser um método natural de tratamento sua eficiência é bastante dependente das condições climáticas locais, devendo ser procedido estudo destas variáveis para avaliação da aplicabilidade destes sistemas em cada caso. Para o desaguamento mecânico o projeto completo contempla tanques de equalização, adensador e desidratador mecânico. Estes equipamentos possuem valores de aquisição elevados e consomem energia elétrica em seu funcionamento. Em pequenas ETAs dificilmente se viabiliza a implantação destes sistemas de tratamento devendo ser perseguida a utilização de sistemas naturais devido aos baixos custos de implantação, operação e manutenção, facilidade operacional e melhor desempenho ambiental, visto que em sistemas naturais não são utilizados insumos tais como energia elétrica e produtos químicos. O estado do Paraná possui grande variação climatológica ao longo de sua extensão. Em sua porção litorânea, a evaporação das águas do atlântico aliado a presença da serra do mar faz com que esta região possua altos índices pluviométricos e seja alta umidade relativa do ar. Já em sua porção noroeste, localizada no terceiro planalto, nota-se diminuição dos índices pluviométricos e baixa umidade relativa do ar. Isto indica que a possibilidade de sucesso na implantação de lagoas e leitos seja maior na região noroeste em relação a região sudeste. Todavia, é necessário se realizar um estudo científico com base em uma metodologia própria e coleta de dados meteorológicos para a real avaliação da viabilidade de implantação de lagos e leitos em cada município do estado. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental OBJETIVO O estudo apresentado tem como objetivo realizar averiguações sobre a possibilidade de sucesso na implantação de lagoas e leitos para secagem dos lodos produzidos nas ETAs da Sanepar. Esta análise tem a intenção de indicar municípios que possuem condições climáticas favoráveis à implantação de sistemas naturais para secagem de lodo de ETA. METODOLOGIA Para o alcance do objetivo proposto foi realizada primeiramente uma breve revisão bibliográfica das principais características dos leitos e lagoas para secagem de lodo de ETA. Esta revisão auxiliou a definição das variáveis meteorológicas de interesse. Posteriormente estas variáveis foram coletadas e trabalhadas matematicamente tendo em vista à geração de um índice que referenda para cada município uma nota que indica a viabilidade de implantação de lagoas e leitos de secagem do lodo de ETA. Devido à diferenças significativas entre as unidades e ordem de grandeza das variáveis estudadas calculou-se primeiramente um índice para cada variável através da comparação dos dados meteorológicos entre os municípios do estado. Para exemplificar o exposto cita-se o exemplo do cálculo do índice da evaporação e precipitação. Nesta análise, ao município que possuía a maior taxa de evaporação atribuiu-se nota 10 e ao município que possuía menor evaporação atribuiu-se nota zero. Isto porque a evaporação é diretamente proporcional à eficiência de secagem, quanto maior a evaporação melhor o desempenho do sistema de tratamento. Para os demais municípios foram atribuídas notas proporcionais através de uma regra de três composta. No caso da precipitação o procedimento foi semelhante invertendo-se as notas, ou seja, atribuindo 10 ao município que possuía o menor índice pluviométrico e zero ao município que possuía o maior índice pluviométrico, uma vez que quanto maior a precipitação menor a eficiência de secagem em sistemas naturais. Ao final do cálculo dos índices individuais para todas as variáveis meteorológicas estudadas obteve-se a nota ou índice global através da média aritmética dos índices individuais. Devido à possibilidade de cobertura destes sistemas naturais de secagem, foi gerado também um segundo índice excluíndo o índice da precipitação da média aritmética. Desta forma ao final dos cálculos foram gerados dois índices globais o Índice Global para Sistemas Abertos-IGA e Índice Global para Sistemas Cobertos-IGC. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA • LEITOS DE SECAGEM Os leitos de secagem são constituídos por tanques rasos, compostos de camada suporte, meio filtrante e sistema drenante. A camada suporte tem por finalidade, manter a espessura do lodo uniforme, facilitar a remoção manual do lodo e evitar a formação de buracos devido à movimentação de funcionários sobre o leito. Esta camada possui uma espessura de 0,3 m de areia com tamanho efetivo de 0,3 a 0,5 mm e o coeficiente de não- uniformidade menor que 5,0. O meio filtrante é geralmente constituído por britas graduadas de 1/8” a 1/4“, com 0,15 a 0,3 m de espessura. O sistema drenante é constituído por tubos perfurados de 150 ou 200 mm de diâmetro. O lodo é espalhado em camadas de 20 a 30 cm e uma nova camada deve ser lançada somente após a secagem total do mesmo (REALI, 1999). A tabela 1 apresenta as vantagens e desvantagens deste sistema. O fundo do leito pode ser o próprio solo protegido por uma camada de concreto simples. Em caso de leitos implantados em regiões com lençol freático alto pode-se pensar na concepção de leitos elevados, construídos a pelo menos 30 cm do solo, ou pode-se pensar em realizar a impermeabilização do fundo do mesmo, tendo em vista evitar o aporte das águas subterrâneas à massa de lodo que se pretende secar. Na ilha de Florianópolis, capital Catarinense, foram implantados leitos de secagem apoiados para o desaguamento do lodo gerado na ETA Lagoa do Peri e devido ao alto nível freático local, o sistema falhou e teve de ser abandonado. Os tubos que transportam o lodo para os leitos de secagem devem ser dimensionados para trabalhar com velocidade de 0,75 m/s (RICHTER, 2001 e REALI, 1999). O filtrado do leito, deve ser caracterizado, pois ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental pode possuir valores elevados de DQO, metais, cor e turbidez. A possibilidade de retorno à entrada da ETA e o reúso do drenado é fator fundamental (REALI, 1999). A operação do sistema de leitos de secagem completa-se em um ciclo de duas fases: enchimento e secagem. O tempo de enchimento geralmente varia entre 15 a 30 dias e é função do número de unidades ou capacidade de cada leito. O tempo de secagem dura em média 3 semanas e varia em função do clima regional e do teor de sólidos desejado (RICHTER, 2001). Durante o desenvolvimento das Pesquisas do PROSAB 2 – Tema 4, foi proposto pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) leitos de secagem com meio filtrante e camada suporte composto por uma camada variável entre 15 a 30 cm de brita 1, recoberta por manta geotêxtil. As mantas mais espessas (600 g/m²) caracterizam-se em materiais mais apropriados para utilização em leitos de secagem, apresentando maior resistência, podendo ser lavadas com sistema de hidrojateamento sem sofrer danos o que permite sua reutilização (CORDEIRO, 2001 citado em REALI, 1999). Tabela 1 - vantagens e desvantagens de leitos de secagem VANTAGENS DESVANTAGENS Baixo custo inicial quando o custo da terra é baixo Seu projeto tem necessidade de conhecimentos sobre o clima Pequena necessidade de operação Necessidade de maior área Baixo consumo de energia Remoção do lodo seco exige trabalho intensivo Pouca necessidade de utilização condicionantes Necessita trabalhar com lodo estabilizado químicos Alta concentração de sólidos Fonte: Water Pollution Control Federation – WPCF (1983). Sludge Dewatering – Manual of Practice no20. Washington, citado em REALLI, (1999). Existem também outros dois tipos de sistemas de leitos de secagem alternativos como os leitos de secagem a vácuo e os leitos de secagem de tela em cunha. O leito de secagem a vácuo utiliza pressões negativas para ativar a operação de drenagem. Os leitos de secagem de tela em cunha são constituídos por tanques retangulares rasos e impermeáveis. O fundo é formado por um septo de tela em cunha. O fundo falso é vedado e o controle do drenado é realizado através de uma válvula de gaveta (REALI, 1999). No Brasil a cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, que está aplicando sistemas de leitos de secagem para remoção de água de lodos de ETAs. Para países como os EUA e alguns situados na Europa, os dados são um pouco mais consistentes. Nos EUA, cerca de 10% de ETAs utilizam leitos de secagem (REALI, 1999). No Paraná foram construídos leitos de secagem para tratamento dos lodos da ETA de Salto do Lontra. O sistema tem funcionado adequadamente. • LAGOAS DE SECAGEM Lagoas de secagem são sistemas construídos com a finalidade de recebimento, equalização da vazão de lodos e retenção dos sólidos. Por promover a clarificação mediante decantação dos efluentes os mesmos podem ser recirculados para a entrada da ETA. As áreas necessárias são grandes, desta forma, o custo e a disponibilidade do terreno são fatores essenciais na definição de viabilidade de implantação deste método. Recomenda-se que a profundidade das lagoas para secagem de lodo de ETA varie de 0,7 a 1,4 m, apesar de existirem lagoas que atinjam 3,0 m de profundidade. A taxa de aplicação de sólidos recomendada varia entre 36 a 39 Kg de sólidos/m³, devendo ser previstas duas células, no mínimo, para facilitar a estocagem do lodo. O tempo para desidratação pode variar bastante, principalmente quando são consideradas as condições climáticas. Vários são os fatores que devem ser avaliados nos critérios de projeto, podendo ser citados: clima, permeabilidade do subsolo (ou coeficiente de infiltração), características do lodo, profundidade da lagoa e área superficial. A permeabilidade do subsolo (K) deve possuir valores moderados, variando de 4,2 x 10-4 a 1,4 x 10-3 cm/s, e o fundo da lagoa deverá estar, no mínimo, 50 cm acima do nível de água do lençol freático, ou de acordo com as legislações locais (REALI, 1999). ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental RICHTER (2001) cita que a profundidade de lagoas pode variar entre 1,2 a 1,8m. Este mesmo autor comenta também que o projeto de lagoas deve ser realizado considerando o período de carga de um ano. O projeto de lagoas de secagem inclui tubulações de entrada de lodo, coletores flutuantes ou vertedores reguláveis para saída do decantado, sistema de bombeamento para retorno do clarificado, proteção dos taludes, impermeabilização de fundo e rampa de acesso para entrada de equipamentos e limpeza da mesma. Algumas vezes pode ser economicamente viável o bombeamento dos lodos até uma determinada distância para implantação da lagoa. Deve-se tomar o cuidado de prever o cercamento da área para prevenção de acidentes e na escolha do local de implantação deve-se avaliar a possibilidade de proliferação de insetos e exalação de maus odores, isto poderá ocorrer quando o lodo possui altas concentrações de matéria orgânica. Na Sabesp a experiência com lagoas para remoção de água de lodos de ETAs é a desenvolvida na ETA - Alto Tietê (Taiçopeba), na Região Metropolitana de São Paulo. Essa estação foi inaugurada em 1991, entrando em operação com sistema de recuperação de água de lavagem e lagoas para desidratação de lodos. O sistema não funcionou adequadamente em função das características do tamanho de partículas do lodo e do clima da região (REALI, 1999). Na Sanepar as ETAs Fazenda Rio Grande e Audi (Cotia), localizadas respectivamente nos municípios de Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais, ambos na Região Metropolitana de Curitiba, sudeste do estado, possuem Lagoas para tratamento do lodo. Na limpeza das lagoas da ETA Fazenda Rio Grande verificou-se que o teor de sólidos do lodo após remoção da água livre foi de 30% na entrada ou inicio da lagoa, 17% na região central e 20% na região de saída do clarificado. A figura 1 ilustra a limpeza da lagoa da ETA Fazenda Rio Grande. Figura 1 – Limpeza das Lagoas de Lodo da ETA Fazenda Rio Grande Fonte: Fazenda Rio Grande - Sanepar • DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS DE INTERESSE Para entender quais são as variáveis de interesse deve-se conhecer os mecanismos de remoção da água em leitos e lagoas. A figuras 2 e 3 ilustram estes mecanismos apresentando-os de forma esquemática. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Figura 2 – Esquema de entrada e saída da água em leito de secagem P = Precipitação (para leitos abertos) E = Evaporação U = Umidade relativa do ar T = Temperatura local N = Nível do lençol freático PM = Porosidade do meio I = Insolação V = Ventos Figura 3 – Esquema de entrada e saída da água em lagoas de secagem PRECIPITAÇÃO f = (U, I, E, T, V) EVAPORAÇÃO f = (U, I, P, T, V) LODO DRENAGEM DRENAGEM DRENAGEM f = ( K, N) P = Precipitação (para leitos abertos) E = Evaporação U = Umidade relativa do ar T = Temperatura local I = Insolação P = Nível do lençol freático V = Ventos K = Coeficiente de infiltração do solo N = Nível do lençol freático Percebe-se nestas figuras que as variáveis de interesse para o estudo da eficiência de leitos de secagem são: P = Precipitação (para leitos abertos); E = Evaporação; U = Umidade relativa do ar; I = Insolação; T =Temperatura local; N =Nível do lençol freático (para leitos enterrados); V = Ventos. PM = Porosidade do meio Para lagoas as variáveis de interesse para o estudo da eficiência de lagoas de secagem são: P = Precipitação (para lagoas abertas); E = Evaporação; ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental U = Umidade relativa do ar; I = Insolação; T =Temperatura local; P =Nível do Lençol freático; V = Ventos; K = Coeficiente de infiltração do solo; N =Nível do lençol freático. Cabe destacar que a variável precipitação só terá influência sobre a viabilidade de implantação de leitos e lagoas que não possuem cobertura e no caso de municípios onde o único fator desestimulante for a quantidades de chuvas pode-se pensar em realizar a cobertura dos mesmos visando não permitir o aporte de águas pluviais ao material que se pretende secar. Destaca-se também que quando for realizada a impermeabilização do fundo das lagoas a drenagem torna-se praticamente nula, assim como quando for realizada a impermeabilização do fundo dos leitos o nível do lençol freático se torna pouco relevante. ESTUDO DAS VARIÁVEIS DE INTERESSE A busca aos atlas hidrográficos e meteorológicos possibilitou a coleta dos seguintes dados: 1. 2. 3. 4. 5. Precipitação média anual (mm); Evaporação da superfície líquida (mm); Umidade relativa do ar (%); Insolação média anual (horas); Temperatura local (oC); O nível do lençol freático e o coeficiente de infiltração do solo não foram avaliados por apresentarem grande variação espacial, sendo fatores que devem ser avaliados no local onde se pretende implantar as lagoas ou leitos. Dados de vento também não foram coletados devido à inexistência destes nos atlas consultados. Para a obtenção dos dados de umidade relativa do ar, insolação média anual e temperatura média foi consultado o Atlas Metereológico do Estado do Paraná do Centro de Hidráulica e Hidrologia Professor Parigot de Souza-CEHPAR (KAVISKI, KRUGER, KUWABARA e ROHN, 1996). Para estudo da precipitação utilizou-se o Atlas de Recursos Hídricos do Estado do Paraná elaborado pela Superintendência de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (SUDERHSA, 1999). A avaliação da evaporação da superfície líquida foi realizada com base na dissertação de mestrado de Ingrid Illich Muller intitulada Métodos de Avaliação da Evaporação e Evapotranspiração – Análise comparativa para o estado do Paraná (MULLER, 1995). Utilizando as fontes citadas acima se identificou manualmente em mapa, para cada município, o valor das cinco variáveis em estudo. Para a definição do local exato onde seriam coletados os dados, definiu-se por bem utilizar o núcleo urbano do município, uma vez que as ETAs estão localizadas nele ou bem próximo à eles. Após a geração dos índices individuais foram calculados dois índices globais. O primeiro considerando todas as variáveis coletadas e um segundo retirando-se o índice da precipitação (que deverá ser observada na definição da viabilidade de implantação de lagoas e leitos cobertos). A Tabela 2 apresenta os índices para leitos e lagoas abertos e cobertos. As figuras 4 e 5 ilustram a distribuição destas variáveis ao longo do estado correlacionando as notas obtidas para cada município com cores. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Tabela 2 - Índices globais para leitos e lagoas abertos e cobertos calculados para os municípios paranaenses MUNICÍPIO IGA IGC MUNICÍPIO IGA IGC MUNICÍPIO IGA IGC Abatiá Adrianópolis Agudos do Sul Almirante Tamandaré Altamira do Paraná Alto Paraná Alto Piquiri Altônia Alvorada do Sul Amaporã Ampere Anahy Andirá Ângulo Antonina Antonio Olinto Apucarana Arapongas Arapoti Arapuã Araruna Araucária 8,2 4,6 3,4 3,6 6,8 8,7 8,0 7,7 8,3 8,5 5,6 6,9 8,3 8,7 1,8 2,8 6,8 6,8 3,8 6,2 7,2 3,0 6,4 2,6 1,7 1,8 5,7 7,2 6,5 6,0 6,5 6,8 4,6 5,8 6,5 7,0 1,8 1,2 5,4 5,4 2,3 5,0 5,9 1,3 Ariranha do Ivaí Armond Assaí Assis Chateaubriand Astorga Atalaia Balsa Nova Bandeirantes Barbosa Ferraz Barra do Jacaré Barracão Bela Vista da Caroba Bela Vista do Paraíso Bituruna Boa Esperança Boa Esp. do Iguaçu Boa Vent.do São Roque Boa Vista da Aparecida Bocaiúva do Sul Bom Jesus do Sul Bom Sucesso Bom Sucesso do Sul Borrazópolis 6,8 6,0 8,0 7,2 7,8 8,7 3,0 8,3 7,0 7,7 6,1 6,2 8,0 3,1 7,2 5,9 5,2 5,5 4,9 6,3 5,9 6,3 7,0 1,3 6,5 5,6 6,0 5,2 5,3 6,4 2,2 5,9 4,9 3,8 Braganey Brasilândia do Sul Cafeara Cafelândia Cafezal do Sul Califórnia Cambará Cambé Cambira Campina da Lagoa Campina do Simão Campina Gr.do Sul Campo Bonito Campo do Tenente Campo Largo Campo Magro Campo Mourão Cândido de Abreu Candoí Cantagalo Capanema Cap. Leonidas Marques Carambeí Carlópolis Cascavel Castro Catanduva Centenário do Sul Cerro Azul Céu Azul Chopinzinho Cianorte Cidade Gaúcha Clevelândia Coioxim Colombo Colorado Congoinhas Conselheiro Mairinck 6,6 5,6 Contenda 3,1 5,6 6,9 5,8 6,8 1,4 4,7 5,6 5,0 5,4 Corbélia Cornélio Procópio Cel Domingos Soares Coronel Vivida Corumbataí do Sul 6,7 7,4 8,4 6,9 7,7 6,7 7,8 7,6 7,3 7,1 4,9 3,0 6,1 2,9 3,0 3,1 6,7 5,9 4,8 5,9 6,9 6,8 5,6 5,9 6,7 5,8 6,0 5,4 6,0 6,1 5,9 5,9 3,8 1,3 5,1 1,2 1,3 1,3 5,3 4,4 3,8 4,8 5,8 5,7 Cruz Machado Cruzeiro do Iguaçu Cruzeiro do Oeste Cruzeiro do Sul Cruzmaltina Curitiba Curiúva Diamante do Norte Diamante do Oeste Diamante do Sul Dois Vizinhos Douradina Doutor Camargo Doutor Ulysses Enéas Marques Engenheiro Beltrão Entre Rios do Oeste Esperança Nova Espigão Alto Iguaçu Farol Faxinal Fazenda Rio Grande 3,3 6,3 8,6 8,8 6,2 3,5 6,2 8,3 7,2 6,1 5,9 8,4 7,9 4,4 5,9 7,8 6,9 7,9 5,9 7,2 6,2 3,5 2,2 5,4 7,0 7,2 4,9 1,8 4,5 6,5 6,0 5,1 4,9 6,8 6,4 2,6 5,0 6,3 5,5 6,2 4,9 5,9 5,0 1,8 3,3 7,5 6,1 3,4 6,0 8,3 3,9 6,8 5,7 8,5 7,8 3,9 4,9 3,6 8,4 6,9 7,5 1,8 5,8 5,1 1,8 5,0 6,5 2,1 5,8 4,9 7,0 6,2 3,0 3,8 1,8 6,7 5,3 5,8 Fênix Fernandes Pinheiro Figueira Flor da Serra do Sul Floraí Floresta Florestópolis Flórida Formosa do Oeste Foz do Iguaçu Foz do Jordão Francisco Alves Francisco Beltrão General Carneiro Godoy Moreira Goioêre Grandes Rios 7,0 3,2 7,4 5,5 8,6 7,8 8,7 8,7 7,3 7,0 5,0 7,1 5,8 3,4 6,8 7,3 6,7 5,6 1,8 5,6 4,6 7,1 6,3 7,0 7,0 5,9 5,6 4,3 5,5 5,0 2,0 5,6 5,9 5,5 3,5 1,8 Guaíra 6,7 8,2 3,9 5,2 7,0 5,6 6,5 2,9 4,4 5,6 Guairaça Guamiranga Guapirama Guaporema Guaraci ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7,4 5,5 8,6 4,4 7,4 8,9 8,2 6,8 2,9 5,8 7,2 6,5 8 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Tabela 2 - Índices globais para leitos e lagoas abertos e cobertos calculados para os municípios paranaenses MUNICÍPIO IGA IGC MUNICÍPIO IGA IGC MUNICÍPIO IGA IGC Guaraniaçu Guarapuava Guaraqueçaba Guaratuba Honório Serpa Ibaiti 6,0 4,2 2,6 2,6 4,6 6,3 5,0 3,1 1,9 1,9 3,7 4,6 Jundiai do Sul Juranda Jussara Kaloré Lapa Laranjal 7,5 7,2 8,4 6,8 3,4 6,1 5,9 5,9 7,0 5,4 1,7 5,1 7,3 2,3 8,1 8,8 8,9 8,2 5,9 2,3 6,4 7,1 7,2 6,5 7,0 6,7 8,7 6,0 5,9 5,7 7,1 5,0 6,9 7,1 6,3 5,2 5,5 6,7 1,7 5,3 7,0 6,1 1,3 5,1 3,2 5,0 5,5 Moreira Sales Morretes Munhoz de Mello Nossa Sr das Graças Nova Aliança do Ivaí Nova América da Colina Nova Aurora Nova Cantu Nova Esperança Nova Esp. do Sudoeste Nova Fátima Nova Itacolomi Nova Laranjeiras Nova Londrina Nova Olímpia Nova Prata do Iguaçu Nova Santa Bárbara Nova Santa Rosa Nova Tebas Ortigueira Ourizona Ouro Verde do Oeste Paiçandu Palmas Palmeira Ibema Ibiporã Icaraíma Iguaraçu 6,0 8,0 8,0 8,5 5,0 6,5 6,3 6,9 Laranjeiras do Sul Leópolis Lidianópolis Lindoeste 5,9 8,3 6,8 6,2 4,9 6,6 5,5 5,2 Iguatu Imbaú Imbituva Inácio Martins Inajá Indianápolis Ipiranga Iporã Iracema do Oeste Irati Iretama Itaguajé Itaipulândia Itambaracá Itambé 6,9 5,9 3,4 3,1 8,5 8,6 4,5 7,7 7,1 3,3 6,9 8,5 6,9 8,3 7,6 5,8 4,4 1,8 1,8 6,8 7,1 2,9 6,0 5,9 1,8 5,6 6,8 5,5 6,6 6,2 8,7 8,8 7,7 6,4 6,9 8,4 3,1 6,5 8,5 7,5 2,9 5,9 4,1 6,2 6,8 Itapejara do oeste Itaperuçu Itaúna do Sul Ivaí Ivaiporã Ivaté Ivatuba Jaboti Jacarezinho Jaguapitã Jaguariaíva Jandáia do Sul Janiópolis Japira Japura Jardim Alegre Jardim Olinda Jataizinho Jesuítas Joaquim Tavora 5,8 3,6 8,2 4,4 6,2 7,8 7,8 7,4 7,6 8,0 4,2 7,3 7,3 6,9 8,6 6,3 8,6 8,7 7,2 7,5 5,0 1,9 6,5 3,0 5,0 6,3 6,4 5,7 5,9 6,3 2,7 5,9 5,9 5,1 7,0 5,0 6,8 7,0 5,9 5,8 Loanda Lobato Londrina Luiziana Lunardelli Lupionópolis Mallet Mamborê Mandaguaçu Mandaguari Mandirituba Manfrinópolis Mangueirinha Manoel Ribas Marechal Cândido Rondon Maria Helena Marialva Marilândia do Sul Marilena Mariluz Maringá Mariópolis Maripá Marmeleiro Marquinho Marumbi Matelândia Matinhos Mato Rico Maua da Serra Medianeira Mercedes Mirador Miraselva Missal 8,0 6,7 5,8 8,2 8,8 6,1 7,4 6,8 6,8 6,1 8,5 7,1 8,4 2,5 4,4 6,4 5,4 4,9 6,5 7,2 5,1 5,8 5,4 5,6 4,5 7,0 5,8 6,9 1,5 2,9 8,7 7,1 6,6 8,3 8,4 8,3 4,6 7,3 5,3 5,9 6,7 6,9 2,6 6,0 6,6 6,9 6,9 8,0 8,1 6,9 7,2 5,7 5,4 6,5 7,0 6,8 3,7 5,9 4,6 5,0 5,4 5,9 1,9 5,1 5,5 5,9 5,5 6,2 6,4 5,5 Palmital Palotina Paraíso do Norte Paranacity Paranaguá Paranapoema Paranavaí Pato Bragado Pato Branco Paula Freitas Paulo Frontin Peabiru Perobal Pérola Pérola do Oeste Piên Pinhais Pinhal de São Bento Pinhalão Pinhão 5,9 7,3 8,4 8,8 2,6 8,0 8,7 6,9 4,8 2,4 2,5 7,2 8,1 8,3 6,7 3,4 3,0 6,1 6,3 3,9 5,1 5,9 6,7 7,2 1,8 6,3 7,2 5,5 3,9 1,1 1,1 5,8 6,5 6,6 5,8 1,7 1,3 5,2 4,6 3,0 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 9 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Tabela 2 - Índices globais para leitos e lagoas abertos e cobertos calculados para os municípios paranaenses MUNICÍPIO IGA IGC MUNICÍPIO IGA IGC MUNICÍPIO IGA IGC Piraí do Sul Piraquara Pitanga Pitangueira Planaltina do Paraná 3,6 3,0 6,2 7,7 8,6 Planalto 7,3 6,3 Rolândia 7,6 6,1 Ponta Grossa Pontal do Paraná 4,5 2,9 Roncador 2,6 1,9 Rondon 6,2 5,2 8,7 7,2 Porecatu Porto Amazonas Porto Barreiro Porto Rico Porto Vitória Prado Ferreira Pranchita 7,8 3,5 5,6 7,8 2,9 8,1 5,6 Pres.Castelo Branco 8,6 7,0 Primeiro de Maio Prudentópolis Quarto Centenário Quatiguá Quatro Barras 7,7 3,8 7,2 7,4 3,0 6,0 2,4 5,9 5,8 1,3 Quatro Pontes Quedas do Iguaçu Querência do Norte Quinta do Sol Quitandinha 7,3 5,8 8,1 7,1 3,5 5,9 4,9 6,4 5,7 1,7 Ramilândia 7,0 5,9 Rancho Alegre Rancho Al. do Oeste 7,8 6,0 7,2 5,9 Realeza 6,1 5,2 Rebouças 3,3 1,7 Renascença 5,3 4,5 Reserva Reserva do Iguaçu Ribeirão Claro 4,7 3,3 3,1 3,1 7,2 5,4 Ribeirão do Pinhal Rio Azul 7,6 5,9 2,9 1,7 2,0 1,3 4,9 6,1 6,8 6,0 1,8 4,8 6,0 1,6 6,4 4,8 Rio Bom Rio Bonito do Iguaçu Rio Branco do Ivaí Rio Branco do Sul Rio Negro Rosário do Ivaí Sabáudia Salgado Filho Salto do Itararé Salto do Lontra Santa Amélia Santa Cecília do Pavão Santa Cruz do Monte Castelo Santa Fé Santa Helena Santa Inês Santa Isabel do Ivaí Santa Izabel do Oeste Santa Lúcia Santa Maria do Oeste Santa Mariana Santa Mônica Santa Tereza do Oeste Santa Terezinha do Itaipu Santana do Itararé Santo Antonio da Platina Santo Antonio do Caiuá Santo Antonio do Paraíso Santo Antonio do Sudoeste Santo Inácio São Carlos do Ivaí São Jerônimo da Serra São João São João do Caiuá 6,2 5,7 6,3 3,6 3,3 5,7 7,6 5,5 7,6 6,0 8,2 8,0 4,9 4,9 5,0 1,9 1,7 4,5 6,1 4,6 5,7 5,0 6,5 6,3 8,1 6,4 8,8 6,9 8,0 8,6 6,1 7,0 5,5 6,3 6,8 5,1 6,7 5,4 8,2 8,1 6,2 5,7 4,4 6,5 6,3 5,1 São João do Ivaí São João do Triunfo São Jorge do Ivaí São Jorge do Oeste São José da Boa Vista São José das Palmeiras São José dos Pinhais São Manoel do Paraná São Mateus do Sul São Miguel do Iguaçu São Patrocínio São Pedro do Iguaçu São Pedro do Ivaí São Pedro do Paraná São Sebastião da Amoreira São Tomé 6,9 3,4 8,5 5,8 6,3 Sapopema Sarandi Saudade do Iguaçu Senges Serranópolis do Iguaçu Sertaneja Sertanópolis Siqueira Campos Sulina Tamarana 6,3 7,8 5,7 5,6 7,0 4,6 6,3 4,9 3,8 5,9 8,4 7,7 7,4 5,7 7,2 6,6 6,0 5,7 4,9 5,6 5,5 1,7 7,0 4,9 4,4 7,2 6,0 3,6 1,8 8,8 7,1 3,3 7,2 7,8 7,0 7,0 8,3 8,0 1,7 6,0 6,2 5,8 5,6 6,5 6,4 8,6 7,0 6,9 5,5 Tamboara 8,8 7,2 7,0 5,1 Tapejara 7,6 5,9 Tapira 8,6 7,0 8,5 6,8 8,6 6,8 Teixeira Soares 3,8 2,3 7,5 5,9 Telêmaco Borba 5,7 4,4 5,6 4,8 Terra Boa 8,3 6,9 7,9 6,2 Terra Rica 8,8 7,1 Terra Roxa 6,3 4,7 Tibagi 8,6 6,9 7,0 5,5 5,5 4,1 5,7 4,9 Tijucas do Sul 8,5 6,8 Toledo 3,4 1,7 7,0 5,7 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 10 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Tabela 2 - Índices globais para leitos e lagoas abertos e cobertos calculados para os municípios paranaenses Tomazina 7,3 5,6 Três Barrras do Par. 6,3 5,4 Tunas do Paraná 3,4 1,5 Tuneiras do Oeste 8,5 7,0 Tupassi 7,1 5,8 Turvo 4,6 3,2 Ubiratã 7,1 5,9 Umuarama 8,6 7,1 União da Vitória 2,5 1,1 Uniflor 8,7 7,1 Uraí 8,3 6,5 Ventania 4,1 2,8 Vera Cruz do Oeste 6,8 5,8 Verê 5,9 4,9 Vila Alta 7,8 6,2 Vitorino 4,8 3,9 Wenceslau Braz 6,7 5,0 Xambrê 7,8 6,2 Figura 4 – Mapa do Estado do Paraná com indicação visual do IGA- Índice Global para Sistemas Abertos ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 11 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Figura 5 – Mapa do Estado do Paraná com indicação visual do IGA- Índice Global para Sistemas Cobertos CONCLUSÕES Corroborando com as afirmações iniciais, os dados coletados e as manipulações matemáticas realizadas neste estudo levaram a concluir que a possibilidade de sucesso na implantação de leitos e lagoas para secagem de lodo de ETA no estado do Paraná é maior na região noroeste do estado, em comparação a região central e sudeste. Estes resultados sugerem que a implantação destes sistemas naturais para secagem de lodo deva ser incentivada inicialmente na região noroeste, onde as condições climáticas são mais favoráveis, seguindo, posteriormente, para implantação destes sistemas na região central e sudeste do estado. Cabe comentar que no caso da ETA Fazenda Rio Grande, apesar do município onde estão implantadas as lagoas ter obtido um baixo valor de IGA (3,54), o teor de sólidos obtido (17 a 30%) revelou um ótimo desempenho do sistema de secagem. Recorda-se neste momento que, os mecanismos de remoção de água em lagoas inclui além da evaporação, que é função das condições climáticas, a drenagem para o solo o que é função do coeficiente de permeabilidade do solo e nível freático. Neste caso, surgem duas hipóteses. A primeira é de que, apesar das condições climáticas desfavoráveis estas lagoas tiveram bom desempenho porque o principal mecanismo de secagem foi a drenagem para o solo e não a evaporação. Isto é bastante é plausível uma vez que não foi realizada impermeabilização das mesmas e o fundo das lagoas é o próprio solo compactado. Por outro lado isso pode indicar que em todo o território paranaenses as condições climáticas são favoráveis à implantação de sistemas naturais de secagem de lodo. Isto é muito animador pois se em Fazenda Rio Grande mesmo com a baixa nota o desempenho foi alto é de se esperar que nas regiões na região noroeste do estado. De qualquer forma, isto indica que valores baixos de IGA ou IGC não indicam necessariamente que no município não se deva implantar sistemas naturais de secam mas indica apenas a perspectiva de sucesso de um município em relação ao outro. É importante observar que as condições climáticas favoráveis não são condições únicas para determinação da eficiência de um sistema natural de secagem, um bom projeto e execução, a correta operação e principalmente as características da água em tratamento tem importância fundamental no sucesso dos mesmos. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 12 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Cabe destacar por fim que a análise comparativa, realizada neste trabalho, só tem validade para áreas de estudo que possuem grandes diferenças climáticas, como é o caso do estado do Paraná, frio e chuvoso em sua porção sudeste e quente e seco em sua porção noroeste. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. KAVISKI, E.; KRUGER C. M.; KUWABARA M. S.; e ROHN M. da C. Atlas Metereológico do Estado do Paraná: Centro de Hidráulica e Hidrologia Professor Parigot de Souza-(CEHPAR). Curitiba, 1996. SUDERHSA, Atlas de Recursos Hídricos do Estado do Paraná. 1999. MULLER; I. I; Métodos de Avaliação da Evaporação e Evapotranspiração – Análise comparativa para o estado do Paraná, Curitiba, 1999. 171 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Hidráulica: Área de Concentração em Hidrologia) – Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná, 1995. REALI, M. A. P; Noções Gerais de Tratamento e Disposição Final do Lodo de Estações de Tratamento de Águas. Rio de Janeiro: ABES, 1999. RICHTER, C. A.; Tratamento de Lodos de Estação de Tratamento de Água. São Paulo, SP: Editora Edgard Blucher LTD. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 13