Universidade Presbiteriana Mackenzie AVALIAÇÃO DO GRAU DE FUNCIONALIDADE E SUA INFLUÊNCIA NA OXIGENAÇÃO DE PACIENTES PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL Naiane Muniz de Castro (IC) e Marcelo Fernandes (Orientador) Apoio: PIBIC Mackenzie/MackPesquisa Resumo O trabalho tem como objetivo avaliar a correlação entre a funcionalidade e oxigenação de indivíduos com PC. Para isso incluímos pacientes portadores de PC de diversos graus de comprometimento motor. Os sujeitos deveriam estar sem descompensação respiratória ou hemodinâmica que pudessem ser detectadas por meio da presença de sinais de desconforto respiratório. No primeiro dia, coletamos em ficha padronizada dados pessoais, antropométricos, clínicos e medicação utilizada. Os indivíduos foram monitorados durante 20 minutos, tempo no qual a SpO2 foi anotada minuto a minuto por 5 minutos em cada decúbito. Após esse período foi avaliado o grau de funcionalidade do paciente por meio da escala de funcionalidade GMFCS e PEDI. A coleta durou três meses consecutivos. Foram estudados 12 indivíduos com idade média de 16,2 +/- 3,7 anos e altura de 1,3 +/- 0,1 metro. Correlações moderadas e significantes foram observadas entre os escores da escala PEDI AC e MO e SpO2 aferida em DD no T1. Verificamos correlações negativas e significantes entre os escores da escala GMFCS e os valores de SpO2 em DLE e DV no T2. Após analisarmos percebemos que alterações no sistema respiratório, em geral, possuem relação com imobilidade. Essa relação foi atestada em nosso estudo em apenas alguns decúbitos. Acreditamos que o cuidado diário recebido pelos pacientes por meio da equipe de profissionais da instituição permitiu a manutenção de adequado estado clínico ao longo do estudo. Esse entendimento revela que na medida em que adequado tratamento é garantido, alterações no sistema respiratório podem ser minimizadas. Palavras-chave: paralisia cerebral, saturação de oxigênio, funcionalidade Abstract The study aims to evaluate the correlation between function and oxygenation of patients with PC. For this we included patients with CP of different degrees of motor impairment. The subject should be without respiratory or hemodynamic decompensation that could be detected by the presence of signs of respiratory distress. On the first day, we collect personal data on a standardized form, anthropometric, clinical, and medication use. Subjects were monitored for 20 minutes, during which time the SpO2 was recorded every minute for 5 minutes on each recumbency. After this period we measured the degree of functionality of the patient through the GMFCS level of functionality and PEDI. The gathering lasted for three consecutive months. We studied 12 subjects with a mean age of 16.2 +/- 3.7 years and height of 1.3 +/- 0.1 meters. Moderate and significant correlations were observed between the scores of the PEDI scale AC and MO and SpO2 in T1 measured in supine. We found significant negative correlation between the GMFCS scale scores and the values of SpO2 in LLD and prone in T2. After reviewing realize that changes in the respiratory system in general, show a relationship with immobility. This relationship was evidenced in our study in only a few decubitus. We believe that the day care received by patients on the team of the institution allowed the maintenance of adequate clinical status throughout the study. This understanding reveals that the extent appropriate treatment is warranted, changes in the respiratory system can be minimized. Key-words: cerebral palsy, oxygen saturation, functionality 1 VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Introdução Em diversos estudos observamos que a paralisia cerebral (PC) é uma doença que acomete principalmente o sistema motor conduzindo a diminuição da movimentação e alterações em diversos outros sistemas orgânicos, dentre eles o sistema respiratório. Alterações no sistema respiratório são freqüentes nessa população. Frente à imobilidade, mudanças posturais e movimentação geral são necessárias nesses indivíduos com vistas a melhorar a ventilação pulmonar, reduzindo assim as complicações relacionadas ao sistema respiratório. Sendo assim acreditamos a exista relação positiva e importante entre maior mobilidade, observada por meio do grau de funcionalidade do indivíduo e sua condição pulmonar. Nossa hipótese é a de que a maior funcionalidade de pacientes portadores de PC promova impacto favorável em sua função pulmonar. A maioria dos testes que avaliam a função pulmonar exige um adequado grau de entendimento por parte dos indivíduos para execução satisfatória das provas funcionais respiratórias. Tendo em vista a condição neurológica de alguns pacientes, a execução de tais testes torna-se tecnicamente difícil. Sendo assim escolhemos utilizar uma medida não-invasiva indireta da função pulmonar, a oximetria de pulso. Tal método prescinde da colaboração do indivíduo e reflete o nível de oxigenação, algo intimamente ligado a função pulmonar. A possível constatação de nossa hipótese é relevante à medida que as adoções de ações fisioterapêuticas, além de estratégias educacionais junto a familiares na direção de aumentar a funcionalidade dessa população, passariam a ser mandatórias por conduzirem à melhora pulmonar. Dessa forma nos propomos a avaliar a oxigenação de indivíduos portadores de PC em diversos decúbitos e correlaciona-la com seu grau de funcionalidade. Referencial Teórico Paralisia Cerebral (PC) é uma afecção causada por um conjunto de alterações neurológicas não progressivas que se manifestam de varias maneiras e em todos os sistemas. É uma enfermidade do sistema nervoso central que acontece durante sua maturação devido às complicações na formação deste sistema. Tal enfermidade se traduz por distúrbios de motricidade caracterizada por alterações posturais, equilíbrio e coordenação do tônus dos movimentos voluntários, podendo ou não alterar os movimentos involuntários (MANCINI et al., 2002). Atualmente a paralisia cerebral é conceituada como encefalopatia crônica não progressiva, embora as seqüelas possam evoluir. É uma deficiência física acompanhada, algumas vezes, por deficiência mental. A encefalopatia crônica possui diferentes etiologias, dividindo-se em 2 Universidade Presbiteriana Mackenzie fatores pré, peri ou pós-natais (MANCINI et al., 2002; BORGES et al., 2005; TECKLIN, 2006 e BRASILEIRO et al., 2009). A PC pode ser classificada em cinco diferentes tipos de acordo com a freqüência dos sinais clínicos. Pode ser do tipo “Espástica”, encontrada em pacientes que possuem lesão no sistema piramidal, apresentando um aumento do tônus muscular. Tipo “Atetóide”, proveniente de lesão nos gânglios da base (ou extrapiramidal), acometendo os movimentos finos e delicados. Assim o indivíduo apresentará flutuação de tônus muscular e movimentos involuntários. Tipo “Hipotônico”, a qual o paciente não apresenta reflexos e normalmente evolui para atetóide. Tipo “Atáxica”, que acomete a região do cerebelo responsável pela coordenação de movimentos e equilíbrio. O paciente apresentará dificuldade na coordenação de velocidade, amplitude, força e direção dos movimentos. Por fim encontramos a forma mista que seria a combinação das características da forma espástica, atetósica e atáxica. Outra subdivisão encontrada diz respeito a topografia da lesão, sendo as principais: a tetraparética, diparética e hemiparética (TECKLIN, 2006; MARTINEZ e BLASCOVI-ASSIS, 2009). O sistema respiratório possui duas vias, a de condução que é responsável por preparar e conduzir o ar para os pulmões e a via respiratória, essa última responsável pela troca gasosa entre o ar inspirado e o sangue circulante presente na circulação pulmonar. A troca gasosa ou hematose ocorre em uma estrutura chamada unidade alvéolo-capilar, na qual há comunicação entre o oxigênio presente no gás inspirado e o sangue que perfunde os pulmões. A movimentação de ar para dentro e para fora dos pulmões denomina-se ventilação e ocorre a partir da ação dos músculos respiratórios (CARVALHO, 2005). Funcionalidade é definida como a capacidade do individuo, relacionada ou não a saúde, de realizar a atividade em sua vida diária. Como parâmetro para classificação da funcionalidade leva-se em consideração o local de vivencia, limitações corporais e ambiente social. A funcionalidade pode ser avaliada por diferentes tipos de escalas funcionais. Tais escalas podem avaliar de forma diferente a funcionalidade tendo, no entanto, pontos em comuns e específicos a serem observados (BRASILEIRO et al., 2009). As alterações de postura são importantes para aqueles que apresentam alguma alteração da condição respiratória. As posições de decúbito ventral e lateral são utilizadas como forma de auxílio à melhora das doenças, e são medidas utilizadas principalmente em indivíduos acamados (SANTOS et al., 2010). McPherson et al., (1992 apud COELHO et al. 2008) afirma em seu trabalho que pacientes PC possuem, além de problemas motores, o comprometimento do sistema respiratório. Entre os problemas associados ao sistema respiratório na paralisia cerebral estão as 3 VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 alterações de postura, tônus e movimento. Essas alterações posturais podem gerar deformidades que acometem a estrutura da coluna vertebral de muitos pacientes neurológicos, alterando a estrutura da caixa torácica, conduzindo dessa forma à alterações pulmonares além de problemas de equilíbrio de tronco e outras estruturas. Para Iandelli et al. (2001) a fraqueza muscular dos músculos respiratórios pode gerar risco de insuficiência respiratória intermitente. Essa fraqueza conduz a dificuldade do paciente em manter sua ventilação, por isso há presença de sinais de desconforto respiratório nesses pacientes. O paciente com PC realiza movimentos de forma inapropriada, pois a presença de reflexos patológicos o leva a fazer torções que podem comprometer o desenvolvimento torácico e levá-lo a uma menor eficiência do fluxo respiratório, o que, associado à fraqueza de músculos e mecânica respiratória ineficaz e diminuição da complacência torácica, predispõem a comprometimentos respiratórios (BARBOSA et al., 2002; COELHO et al. 2008). Reid e Sochaniwskyj (1991) avaliaram volume corrente, ventilação por minuto e taxa de respiração em um grupo de crianças com PC. Os autores observaram diferença significativa em relação às crianças normais, demonstrando déficit ventilatório em crianças portadoras de PC. Santos et al., (2009) descreveram que os respiradores orais encontram maiores problemas respiratórios, o que facilita a prevalência de infecções pulmonares devido à falta de proteção encontrada nas vias aéreas superiores. O paciente portador de PC encontra dificuldade em respirar normalmente e para aumentar a oferta de ar em seus pulmões se utiliza da respiração oral. A ocorrência de problemas na deglutição, encontrados em crianças e pacientes neurológicos, gera como conseqüência problemas no sistema respiratório. O refluxo gastroesofágico e a diminuição de sensibilidade são achados normais da doença e contribuem para o aumento da incidência de pneumonias e problemas respiratórios, que são relativamente freqüentes nessa população. McPherson et al. (1992) realizaram um estudo que avaliava a alimentação da criança com PC em diferentes momentos do ciclo da respiração. Os autores demonstraram que tais pacientes evoluíam com grande dificuldade na respiração ao final dessa tarefa, o que demonstra a predisposição a doenças respiratórias. Isso ressalta a importância do paciente com PC receber cuidados de uma equipe multidisciplinar para que seja evitada qualquer complicação, promovendo assim melhora da qualidade de vida do indivíduo e prevenção de sequelas, e ainda reconfortando a família que a acompanha. Posicionamento inadequado do paciente também pode contribuir para o agravamento deste quadro. No estudo de Caleiro e Schwartzman (2003) são citados problemas como colapso 4 Universidade Presbiteriana Mackenzie da coluna vertebral, perda de equilíbrio e comprometimento cardiorrespiratório em pacientes portadores de doenças neurológicas. Além do problema neuromuscular encontrado no paciente com PC, observa-se que alguns indivíduos evoluem em longa permanência no leito em centros de emergências ou em outros locais. Tais pacientes são mais propícios a desenvolverem problemas respiratórios e descompensações de outros sistemas (GARCIA et al., 2007; ZAMORA et al., 2010). No estudo de Brasileiro et al., (2009) a capacidade funcional esta relacionada ao grau de acometimento neurológico e neuromuscular, o que nos faz acreditar que sua função está relacionada a estímulos que ajudam a criança a se desenvolver. As limitações encontradas por tais crianças levam a morbidade e custo social e familiar prejudicado. Como descrito por Coelho et al., (2008) a falta de funcionalidade da criança prejudica a complacência do tórax, desenvolvendo seqüelas no seu sistema respiratório que agravam seu estado. A falta de movimento faz com que a criança adote vícios que agravam sua postura, o que demonstra que as deformidades e alterações musculares são advindas de uma menor capacidade funcional. No estudo realizado pelo mesmo autor observou-se que com a utilização de manobras ou instrumentos que colaborem com a melhora desse quadro respiratório ocorreria melhora da ventilação alveolar. Dessa forma, conforme exposto anteriormente, a possível identificação de associação entre a maior funcionalidade e preservação da função pulmonar se traduz em uma importante constatação à medida que corrobora a idéia de que o estímulo ao tratamento fisioterapêutico e o adequado cuidado diário dessa população conduz à menor morbidade. Método O presente trabalho foi aprovado pela Comissão Interna de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Os objetivos e procedimentos foram integralmente expostos ao responsável legal e após sua anuência por escrito os procedimentos de coleta de dados foram iniciados. Foram incluídos pacientes portadores de PC de diversos graus de comprometimento motor, abrigados em entidade sem fins lucrativos que promove assistência gratuita aos portadores de deficiência mental grave no Município de Carapicuíba. Os sujeitos deveriam estar sem descompensação respiratória ou hemodinâmica que pudessem ser detectadas por meio da presença de sinais de desconforto respiratório, saturação periférica de oxigênio (SpO2) menor que 80%, freqüência respiratória maior que 30rpm e freqüência cardíaca (FC) menor que 50 bpm. Foram excluídos pacientes que apresentaram qualquer instabilidade no 5 VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 sistema respiratório e cardiocirculatório durante o estudo verificado pela presença de alterações nos índices acima descritos (desconforto respiratório, redução na SpO2 e FC). Foi utilizado o Oximetro de dedo NONIN 9500 Onyx®, o inventário PEDI (Pediatric Evaluation of Disability Inventory) e a escala de funcionalidade GMFCS (PALISANO et al., 1997). A oxímetria é um método não-invasivo que, por meio da colocação de um pequeno dispositivo na polpa digital do indivíduo, permite a monitorização do percentual de oxigênio circulante ligado à hemoglobina (oxi-hemoglobina), também chamado de SpO2. A leitura dessa variável é feita por meio de luz infravermelha emitida e absorvida pelo próprio dispositivo. Seu uso é amplamente difundido na prática clínica. A Gross Motor Function Classification System (GMFCS) é uma escala de avaliação desenvolvida para classificar a mobilidade do paciente com PC em suas diferentes faixas etárias, visando a avaliação de sua funcionalidade, principalmente nas atividades de sentar e andar. A classificação depende da idade em que o paciente se encontra. Essa avaliação por faixa etária é dividida em: antes do aniversário de dois anos, entre o segundo e o quarto aniversário, entre o quarto e o sexto aniversario e entre o sexto e o décimo segundo aniversário. Sua aplicação é feita pela observação do paciente em momentos de movimentos iniciados voluntariamente visando o sentar e andar da criança. Porém embora essa escala seja até os doze anos, existem trabalhos (MAGRE et al., 2010; MCCORMICK et al., 2007) que utilizam essa classificação para indivíduos adultos. No nível I estão classificadas as crianças que possuem um comprometimento neuromuscular menor e no nível V são os pacientes com paralisia cerebrais mais graves, apresentando uma maior dependência. Essa escala tem o objetivo de classificar a função motora grossa atual da criança, não sendo útil para classificações de potencial de melhora ou qualidade do movimento (PALISANO et al., 1997; MCCORMICK et al., 2007). O Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI) constitui-se em outra ferramenta de avaliação do grau de funcionalidade. Trata-se de um inventário de avaliação funcional, coletado por meio de entrevista junto às cuidadoras ou pais, e que investiga habilidades funcionais da criança, incluindo 197 itens, distribuídos nas três áreas de função: autocuidado (73 itens relacionados a atividades funcionais), mobilidade (59 itens relacionados a atividades funcionais) e função social (65 itens relacionados a atividades funcionais) (MARTINEZ E BLASCOVI-ASSIS, 2009). Apesar do PEDI possuir três áreas de função é possível coletar dados independentes, podendo utilizar dados de maior déficit. No primeiro dia do estudo foram coletados em ficha padronizada dados pessoais, antropométricos, clínicos e medicação utilizada. Os indivíduos foram monitorados durante 20 minutos, tempo no qual a SpO2 foi anotada minuto a minuto. O registro da SpO2 se deu 6 Universidade Presbiteriana Mackenzie da seguinte forma: cinco minutos em cada postura, decúbito dorsal (DD), decúbito lateral direito (DLD), decúbito lateral esquerdo (DLE) e decúbito ventral (DV). Após esse período foi avaliado o grau de funcionalidade do paciente por meio da escala de funcionalidade GMFCS e PEDI. Essa avaliação foi repetida mensalmente durante três meses consecutivos, exceto a avaliação do PEDI, que foi feita na primeira e última avaliação de cada paciente. Assim denominamos as três avaliações, nos meses como T1, T2 e T3. Quanto a análise estatística, comparações entre decúbitos foram realizadas utilizando-se análise de variância de único fator (ANOVA One-Way). Para análise das variáveis ao longo do tempo utilizamos análise de variância de medidas repetidas de único fator (Anova Oneway RM). Correlações entre variáveis foi feita por meio dos testes de correlação de Pearson ou Spearman. Resultados Foram estudados 12 indivíduos com idade média de 16,2 +/- 3,7 anos e altura de 1,3 +/- 0,1 metro. Não foram observadas diferenças estatísticas quanto a Pressão Arterial, Frequência Respiratória e Cardíaca ao longo dos tempos de estudo (Tabela 1) Tabela 1. Comparação de Pressão Arterial, Frequência Respiratória e Frequência Cardíaca nos três momentos. PAS (mmHg) PAD (mmHg) f (rpm) FC (bpm) T1 117,2 +/- 26,2 66,9 +/- 16,2 20 +/- 6 86 +/- 15 T2 113,4 +/- 16,8 64,3 +/- 14,3 21 +/- 4 92 +/- 16 T3 108,8 +/- 24 66,9 +/- 17,4 22 +/- 5 90 +/- 20 Quanto a oxigenação em um primeiro momento fizemos uma comparação entre os decúbitos nos tempos de estudo. Observamos diferença estatística entre decúbito lateral direito e decúbito lateral esquerdo (p=0,008) no T2. Essa diferença, no entanto não apresenta significância clínica (Tabela 2). Posteriormente realizamos uma comparação entre os tempos no mesmo decúbito. Diferentes estatísticas foram encontradas quanto a saturação periférica de oxigênio entre T2 e os demais (p=<0,001) no decúbito lateral direito. Além disso, verificamos diferença estatística (p=<0,012) entre T1 e T3 no decúbito lateral esquerdo. No entanto tais diferenças não traduzem alterações clínicas significantes. Tabela 2. Comportamento da SpO2 entre os tempos no mesmo decúbito. DD DLD DLE DV T1 95,3 +/- 3,3 95,3 +/- 3,1 95,6 +/- 3,6 ‡ 95,4 +/-3,7 T2 95,8 +/- 3,1 96,6 +/- 3*§ 95,3 +/- 3,4 95,7 +/- 2,5 T3 96,2 +/- 1,8 95,4 +/- 3,6 95,2 +/- 4 95,1 +/- 4,2 *p<0,05 versus DLE T2; §p<0,05 versus DLD T1 e T3; ‡ p<0,05 versus DLE T3. 7 VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Em relação a funcionalidade os indivíduos estudados foram classificados como dependentes, conforme verificado pela escala GMFCS, sem diferença estatística nos tempos. Em relação ao PEDI verificamos que os indivíduos apresentaram os seguintes escores para Auto-Cuidado (AC), Mobilidade (MO) e Função Social (FS) respectivamente: 28+/-11; 17+/-8 e 38+/-17. Tais índices foram observados nos tempos de coleta T1 e T3 (p=1) conforme apresentado no Gráfico 1. Gráfico 1. Comparação da funcionalidade nos tempos T1 e T3. Correlações moderadas e significantes foram observadas entre os escores da escala PEDI AC e MO e SpO2 aferida em DD no T1. Verificamos correlações negativas e significantes entre os escores da escala GMFCS e os valores de SpO2 em DLE e DV no T2 (Tabela 3). Tabela 3. Relação entre SpO2 nos decúbitos e pontuação do Inventário PEDI e escala GMFCS PEDI (T1) AC SpO2 DD (%) SpO2 DLE (%) SpO2 DV (%) r 0,572 - GMFCS (T2) MOI p 0,0478 - r 0,670 - p 0,0154 - r - 0,69 - 0,867 p 0,0165 < 0,0001 PEDI: Pediatric Evaluation of Disability Inventory; AC: ---; MOI: ---; GMFCS: Gross Motor Function Classification System; SpO2: saturação periférica de oxigênio; r: coeficiente de correlação; p: significância estatística. Discussão O presente estudo avaliou o comportamento da oxigenação sanguínea, por meio da SpO2, e o grau de funcionalidade de pacientes portadores de PC por meio das escalas PEDI e GMFCS. Os valores de SpO2, PA, freqüência cardíaca e respiratória mantiveram-se dentro de limites fisiológicos ao longo do período estudado demonstrando estabilidade clínica dos indivíduos pertencentes à amostra. Observamos que maior grau de funcionalidade correlacionou-se a melhores índices de oxigenação em determinados decúbitos. 8 Universidade Presbiteriana Mackenzie Mau et al. (2005) descreve valores de normalidade de SpO2 entre 95 e 97% em lactentes e crianças hospitalizadas. Para Presto e Damázio (2009) uma SpO2 igual ou superior a 94% garante níveis adequados para o corpo. De acordo com Santos, et.al. (2010), são verificadas alterações na saturação de oxigênio em pacientes com acometimento no sistema respiratório. Mudanças de decúbitos são benéficas na medida em que proporcionam maior homogeneização da ventilação pulmonar reduzindo áreas de shunt intrapulmonar. O presente trabalho os valores de SpO2 na população apresentavam-se dentro dos limites de normalidade na população estudada, o que aponta para o fato de que tais indivíduos estavam livres de afecções pulmonares graves que inviabilizassem a troca gasosa. Embora alterações posturais tenham sido estivessem presentes em diversos graus na amostra, tais alterações ainda propiciavam impacto significativo na condição pulmonar Para Paiva, et al. (2005 apud COELHO et al., 2010) a utilização de decúbitos laterais auxiliam na melhora da oxigenação. Em nosso estudo encontramos alteração estatística entre os decúbitos embora sem relevância clínica. As alterações de decúbitos previnem outras complicações vindas do imobilismo dos pacientes, sendo importante a alteração de posições periodicamente. Hiratuka, et.al. (2010) em seu trabalho afirma que a classificação da funcionalidade dos indivíduos com PC com a GMFCS em geral não apresenta mudança em seus escores em curto prazo, o que pode explicar o comportamento semelhante dos índices obtidos nessa escala ao longo do tempo. Isso também foi verificado nos escores relacionados à escala PEDI. Todos os indivíduos estudados recebiam cuidados diários de equipe treinada de cuidadores. O cuidado diário foi, possivelmente, o responsável pela manutenção do grau de funcionalidade ao longo do período. Avaliações de funcionalidade são relevantes na medida em que auxilia profissionais na identificação dos diversos comprometimentos dos pacientes com PC, além de proporcionar avaliação recorrente de aquisições motoras e funcionais ao longo de um tratamento fisioterapêutico. Para Mancini (2005) o PEDI é um instrumento eficaz quanto a notificar mudanças longitudinais Brasileiro, et al. (2009) encontrou em seu estudo indivíduos com PC com disfunção motora, caracterizado por dificuldade principalmente com relação as mudanças de decúbitos. O que condiz com os achados desse estudo, que demonstra uma baixa pontuação no inventário e escala utilizada. Borges, et al. (2005) comenta que os que apresentam comprometimento em mais partes do corpo apresentam maior probabilidade de apresentar complicações respiratórias. Com o maior acometimento motor, a possibilidade do individuo desenvolver maior funcionalidade 9 VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 fica difícil, podendo correlacionar com a possibilidade de surgimento de novas complicações respiratórias. Para Porto, et al. (2008) o posicionamento interfere diretamente no comportamento respiratório do indivíduo estudado, como na complacência pulmonar e outras propriedades mecânicas da respiração. Levitzky (2008) determina a existência de diferenças de gradientes de pressão influenciando a atividade pulmonar, sendo elas diferentes entre as zonas não-dependentes e dependentes. A zona dependente possui a maior facilidade em desencadear a atelectasia, pois apresentam menor volume em seus alvéolos do que nas zonas dependentes. Caso ocorra a diminuição do volume corrente é possível que ocorra o colabamento (atelectasia) de alvéolos (LEVITZKY, 2008; PRESTO e DAMÁZIO, 2009). Por isso a necessidade de alterar as posições no leito, pois isso fará com que a zona dependente varie, prevenindo a ocorrência de colapsos alveolares. O refluxo gastroesofágico é encontrado em pacientes com PC podendo lesionar ou obstruir os tecidos pulmonares, isso faz com que ocorra a diminuição do fluxo em partes ou em todo o pulmão podendo desencadear complicações respiratórias (MCPHERSON et al., 1992; SARMENTO et al., 2007). Como alternativa de tratamento para esse problema existe a alteração de postura, uso de medicamentos e mudanças de hábitos que auxilia com a como prevenção desse problema (SARMENTO, 2007). A alteração da propriedade do tórax do indivíduo pode ter ligação com a alteração neuromuscular que prejudica a dinâmica da movimentação dos músculos necessários para preparação do ar, isso leva a prejuízos (MCPHERSON et al., 1992 apud SANTOS et.al, 2008; KOOP, 2003 apud TORTATO et al., 2010). A alteração da dinâmica respiratória leva a predisposição ao aparecimento de infecções como visto no estudo de Santos, et al (2009) e também citado por Coelho, et al. (2008). A população com paralisia cerebral pode apresentar diversos acometimentos. No ponto de vista respiratório pode associar as alterações ortopédicas em que ao estar presente alterando a postura normal, apresenta complicações como escolioses e artrodeses. Isso provém de associação de fatores que prejudica a saúde do indivíduo (CALEIRO et al., 2003; SANTOS et. Al., 2009, Magre et al., 2010). Sarmento et al. (2007), explica que ao prolongar o período do individuo no leito desencadeia fatores de risco a saúde, prejudicando diversos sistemas. Alternativas como a drenagem postural promovem a melhora do sistema respiratório, pois tem como objetivo a mobilização de muco de regiões menores para ductos maiores, utilizando a gravidade como auxílio. Assim favorece a higienização pulmonar e ainda varia as zonas dependentes e não dependentes auxiliando na reexpansão pulmonar em regiões que possivelmente estariam 10 Universidade Presbiteriana Mackenzie atelectasiadas, além de servir de meio a precaução de outras complicações como escaras. A mudança de posição no leito é uma estratégia adotada por diversos hospitais. (SARMENTO et al., 2007; LEVITZKY, 2008; PORTO et al., 2008; PRESTO e DAMÁZIO, 2009). Em diversas doenças neurológicas o aumento do período de permanecia no leito é inevitável, sendo importante o cuidado constante em mudanças de decúbitos e cuidados como a higiene (Garcia et al., 2007). Destacamos que em nosso estudo acreditamos que a atuação dos profissionais envolvidos com os indivíduos favorece o resultado, demonstrando valores estatísticos negativos. É possível que as mudanças freqüentes de postura feitas ao longo dos dias favoreçam a qualidade respiratória dessas pessoas. Em estudos como de Porto et al. (2003 apud PORTO et.al., 2008) mostra que a complacência pulmonar modifica significamente nas posições sentada e decúbito lateral, favorecendo o sistema respiratório em seu funcionamento, otimizando o pico de pressão inspiratória. O posicionamento sentado favorece a complacência pulmonar devido a diminuição da ação da gravidade sobre uma maior área pulmonar (PORTO et al., 2008). Alterações no sistema respiratório, em geral, possuem relação com imobilidade, uma vez que menor movimentação implica em redução da ventilação minuto, formação de atelectasia, aumento do efeito shunt e conseqüente hipoxemia. Essa relação foi atestada em nosso estudo em apenas alguns decúbitos. Acreditamos que o cuidado diário recebido pelos pacientes por meio da equipe de profissionais da instituição permitiu a manutenção de adequado estado clínico ao longo do estudo. Todos os pacientes na presente amostra recebiam assistência diária na forma de mudanças constantes de decúbito, nutrição adequada, e tratamento fisioterapêutico constante. Esse entendimento revela que, na medida em que adequado tratamento é garantido, alterações no sistema respiratório podem ser minimizadas, isso permitiu a redução do impacto da baixa funcionalidade, observada em diversos sujeitos sobre os índices de oxigenação. A falta de correlação entre funcionalidade e alterações na oxigenação em diversos decúbitos e em diversos momentos do estudo corrobora esse entendimento. Acreditamos, no entanto, que à medida que eventuais quadros patológicos no sistema respiratório ocorram, a maior funcionalidade contribua para atenuar as complicações respiratórias. Possivelmente maiores índices de correlação sejam encontrados entre oxigenação e funcionalidade em pacientes com quadros respiratórios agudos. 11 VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Conclusão Pacientes portadores de paralisia cerebral, institucionalizados e sob cuidados constantes de equipe profissional treinada, apresentam adequados índices de oxigenação sanguínea independente do grau de funcionalidade. Referências 1. Barbosa Sandra. Fisioterapia respiratória: encefalopatia crônica da infância. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Revinter; 2002. 2. Borges Maria Beatriz Silva e, Galigali Amanda Torrezan, Assad Raquel Aboudib. Prevalência de distúrbios respiratórios em crianças com Paralisia Cerebral na clínica da Escola de Fisioterapia da Universidade Católica de Brasília. Rev. Fisiot. em Mov. 2005; 18(1): 37-47. 3. Brasileiro Iamênia de Carvalho, Moreira Thereza Maria Magalhães, Jorge Maria Salete Bessa, Queiroz Maria Veraci Oliveira, Mont’Alverne Daniele Gardano Bucharles. 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