Reflexão do Evangelho
Ano B - Marcos - Setembro - 2015
1
Terça-feira
1Ts 5,1-6.9-11
Sl 27 9260 – Vou comtemplar a bondade do Senhor.
Lc 4, 31-37
A palavra de Jesus vence o mal - As pessoas ficam admiradas com Jesus, porque ele ensina como quem tem autoridade. De onde vem a autoridade de Jesus? A RUÍNA DO ESPÍRITO MAU - A
desarticulação dos esquemas do espírito mal fazia parte do ministério de Jesus. Vítima das forças demoníacas, o ser humano via-se privado de sua dignidade e reduzido à condição de inimigo de
Deus. A libertação tornava-se uma exigência premente. Em todas as circunstâncias em que se defrontou com alguém subjugado pelo espírito mau, Jesus não se furtou em socorrê-lo. Assim aconteceu
com o homem possuído por um espírito impuro, encontrado na sinagoga de Cafarnaum. Não deixa de ser contraditória a presença de um possesso na assembleia litúrgica sinagogal, em dia de
sábado. Tem-se a impressão de que ele foi lá só para se defrontar com o "Santo de Deus". Foi é a maneira como se dirigiu a Jesus. O demônio constatou a inexistência de pontos em comum entre ele
e Jesus. Aliás, pensou que este nada teria a ver com ele. Enganou-se! Ele está na mira do "Santo de Deus" para ser arruinado e ser obrigado a pôr fim à opressão imposta aos seres humanos. Estava
chegando ao fim sua liberdade de ação. Doravante, iria defrontar-se com o Messias, o qual se colocaria sempre na defesa da pessoa que estivesse fragilizada por sua ação maligna. O Mestre agiu com
severidade, servindo-se da autoridade e do poder recebidos do Pai. E o homem, livre da opressão demoníaca, pode finalmente associar-se à assembleia cultual.
2
Quarta-feira
1Cl 1,1-8
Sl 52 (51) – Refugiei-me no amor de Deus.
Lc 4, 38-44
Jesus é o Senhor da vida e sua palavra faz viver - Por que as pessoas procuram a religião? A maioria das pessoas que procuram a religião o faz por motivos egoístas, procuram a Deus para fazer
dele seu servidor, querem proteção, saúde, sucesso econômico, profissional, social ou afetivo, ou fogem do medo do desconhecido, do sobrenatural ou da própria morte. Devemos procurar na
religião um relacionamento pessoal e amoroso com o próprio Deus, para que possamos servi-lo amando os nossos irmãos e irmãs. Para isso, precisamos conhecer o Evangelho, no qual Jesus anuncia
a boa nova do Reino de Deus. A partir do conhecimento do Evangelho, vamos nos sentir apelados por Deus para a vivência concreta do amor e, a partir de uma resposta positiva a esse apelo, teremos
um relacionamento maduro e amoroso com Deus.
3
Quinta-feira
Cl 1,9-14
Sl 98 (97) – Exultai diante do rei, o Senhor.
Lc 5, 1-11
Vocação dos primeiros discípulos de Jesus - Um dos elementos mais importantes do cristianismo é a vida comunitária. Para quem é cristão, não existe lugar para o individualismo. Jesus nos
mostra isso quando não realiza sozinho a sua missão, mas chama os apóstolos para participarem ativamente dela. Para o apostolado, Jesus não chama os melhores do ponto de vista da economia, da
sociedade ou mesmo os mais santos; Jesus chama a todos, sem fazer qualquer tipo de distinção entre as pessoas. Assim, nos mostra que na atuação pastoral, devemos nos preocupar não
simplesmente em fazer o trabalho, mas sim em envolver todas as pessoas, para que a atuação pastoral seja comunitária e revele este importante valor do Evangelho.
4
Sexta-feira
Cl 1,15-20
Sl 100 (99) – O Senhor é bom eterno é seu amor.
Lc 5, 33-39
A maioria das novidades que nós encontramos no dia a dia não passa, na verdade, de mudanças superficiais em coisas que já existiam antes ou de uma continuidade de um processo evolutivo, de
modo que muito pouco vemos de realmente novo. Por isso, temos muita dificuldade em ver a novidade do Evangelho, não percebemos que na verdade ele nos apresenta valores que não existiam
antes e uma forma totalmente nova de nos relacionarmos com Deus e com as outras pessoas. Se não estivermos bem atentos e totalmente abertos para a novidade do Evangelho, corremos o risco de
querer fazer com que ele seja remendo novo em pano velho, ou vinho novo em odres velhos, uma continuidade dos valores do home m velho, algo que não se insere na realidade nem a transforma.
5
Sábado
Cl 1,21-23
Sl 54 (53) – Eis que Deus virá em meu auxilio.
Lc 6, 1-5
O descanso sabático está no centro da controvérsia de Jesus com os fariseus. O que predomina, segundo os evangelhos, na visão dos fariseus sobre o sábado são as interdições. Fica esquecida a
finalidade primeira do sábado: recordando o dom da vida e de toda criação e os sofrimentos da escravidão do Egito da qual o povo foi libertado por Deus, deviam imitar a misericórdia de Deus. É
muito fácil a gente ver o que as pessoas estão fazendo e, a partir da aparência dos seus atos e de princípios previamente estabelecidos, emitir os nossos juízos e opiniões. O Evangelho de hoje mostra
para nós os erros que podemos incorrer com este tipo de comportamento. Podemos fazer com que Deus se torne o grande opressor da humanidade, porque é um grande ditador e está à espera para
punir a todos os que lhe desobedecem e não um Pai amoroso e podemos também deixar de olhar a realidade das pessoas e as suas motivações, que podem modificar profundamente a nossa opinião a
respeito delas.
6
Domingo
1ª - Is 35,4-7ª, 2ª Tg 2,1-5
Sl 145 (145) – O Senhor reina para sempre.
Mc 7,31-37 - 23º Domingo Tempo Comum
Jesus revela o rosto misericordioso de Deus - A IMPOSIÇÃO DAS MÃOS - A mão é considerada como portadora de força. De certo modo, concentra a força da pessoa e, através dela, é possível
transmitir aos outros esta força. Desta forma, torna-se símbolo de poder. Por isso, as pessoas aproximavam-se de Jesus, implorando que lhes impusesse as mãos. Essa era a maneira de usufruir da
força divina que Jesus possuía e obter o benefício da cura. De sua parte, Jesus nunca se recusava a atender o pedido de quem lhe suplicasse a cura. O efeito da imposição de suas mãos era imediato.
Ele agia com a máxima discrição para não suscitar um entusiasmo exagerado e atrair pessoas interessadas apenas em aproveitar-se dele, sem aderir efetivamente ao Reino. A cura do surdo-mudo,
portanto, deu-se longe da multidão e foi seguida da ordem peremptória de não dizer nada a ninguém. Era necessário guardar segredo a respeito do ocorrido. Mas, como era possível manter calado
quem fora surdo-mudo e agora tinha recuperado a capacidade de falar corretamente? Como impedi-lo de proclamar, aos quatro ventos, o benefício recebido pela imposição das mãos de Jesus? Eis
por que, quanto mais Jesus o proibia de falar, tanto mais ele narrava o ocorrido. A constatação do povo de que Jesus fazia bem todas as coisas correspondia a reconhecer que, pela imposição de sua
mão, o Reino se fazia presente na história humana.
7
Segunda-feira
Cl 1,24-2,3
Sl 62 (61) – Em Deus está minha salvação.
Lc 6, 6-11
O dom da vida e da liberdade precede a Lei - Duas perguntas podem ser feitas a partir do Evangelho de hoje: a primeira é sobre o motivo da existência da lei, e a segunda é sobre a nossa atitude
em relação ao modo de agir das outras pessoas. No primeiro caso, a lei pode existir tanto para garantir direitos como para ser instrumento de opressão e de dominação. Os fariseus e os mestres da Lei
fizerem da Lei de Deus não um meio para garantir o bem, mas um meio de estabelecerem relações de poder e dominação. No segundo caso, quando uma pessoa faz algo que nos surpreende, nós
podemos condená-la e excluí-la porque não segue os padrões da normalidade ou podemos buscar os seus motivos, e talvez aprendamos novas formas de amar.
8
Terça-feira
Mq 5,1-4ª ou Rm8,38-30
Sl 71 (70); 13(12) – Senhor eu confiei na tua misericórdia.
Mt 1, 1-16-18-23 - Natividade de N. Senhora
A origem de Jesus - A genealogia tinha uma importância capital para os antigos, pois inseria a pessoa no tecido social e histórico de um povo. Jesus se insere na história da humanidade e, ao
fazê-lo, também passa a ter uma história. Ele é verdadeiramente homem e assume em tudo a condição humana, menos o pecado. Ao comemorarmos o nascimento da Virgem Maria, estamos
comemorando um fato da história do próprio Cristo, pois o seu nascimento está condicionado ao dela, uma vez que ele é seu descendente, já que ela é sua mãe. Com isso, podemos perceber o Senhor
da história se inserindo e agindo na própria história da humanidade, para nela realizar o seu plano de amor e salvação.
9
Quarta-feira
Cl 3,1-11
Sl 145 (144) – O Senhor é bom para com todos.
Lc 6, 20-26
O anúncio do Reino transforma os corações - Os destinatários deste trecho do sermão da planície são os discípulos. O mundo nos prega valores que não são do Reino de Deus. Se formos viver de
acordo com os valores do mundo, seremos egoístas e buscaremos unicamente a nossa própria satisfação. Porém, se quisermos viver de acordo com os valores do Reino de Deus, deveremos ser
capazes de amar e, em nome do amor, buscar a felicidade, a satisfação e o bem-estar de todos, e denunciar com coragem profética todos os que vivem e pregam os valores que não são do Reino de
Deus. As consequências dessas posturas são que os que vivem de acordo com os valores do mundo, terão a consolação do mundo, e os que vivem de acordo com os valores do Reino, terão a
consolação do Reino.
10
Quinta-feira
Cl 3,12-17
Sl 150 – Todo ser vivo louve o Senhor.
Lc 6, 27-38
O amor cristão move o coração do ser humano - O tema central do evangelho de hoje é o amor aos inimigos com a consequente gratuidade e generosidade que esse modo de viver exige de todo
cristão. A regra do ouro da vida do cristão é resumida por Jesus na frase: 'O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles'. Todas as pessoas desejam ser amadas,
compreendidas e servidas, por isso, todos devem amar, compreender e servir. Devemos ser diferentes das pessoas que vivem a reciprocidade: devemos viver a gratuidade, ser diferentes dos que
vivem fazendo justiça: devemos ser misericordiosos. O critério do nosso agir em relação aos outros não pode ser o agir dos outros, mas sim o próprio Deus, que não nos trata segundo nossas faltas,
mas ama a todas as pessoas, indistintamente, com amor eterno e as cumula com a abundância dos seus bens. Se vivermos segundo esse critério, seremos filhos do Altíssimo e será grande a nossa
recompensa nos céus.
11
Sexta-feira
1Tm 1,1-2.12-14
Sl 16 (15) – Bendigo o Senhor que me aconselhou.
Lc 6, 39-42
Ver os semelhantes com o olhar de misericórdia de Jesus - A parábola que nos é proposta hoje deve ser compreendida à luz das exigências precedentes que formam o conteúdo do sermão da
planície, centrado fundamentalmente sobre a exigência do amor e da misericórdia. A nossa vida espiritual deve ser marcada por um constante aprendizado, de modo que sejamos, ao mesmo tempo,
evangelizadores e evangelizados, e o crescimento na fé realize-se principalmente na experiência da vida comunitária, na troca de experiência e na valorização de tudo o que os outros podem nos
oferecer, sem ficar vendo apenas as dificuldades, os problemas e os erros das pessoas que estão ao nosso lado. Mas tudo isso deve ser iluminado por uma mística: devemos ser dóceis ao Espírito
Santo, nos deixar ser conduzidos por ele, já que não somos os donos da verdade e ele é o Espírito da Verdade, que nos conduzirá à plena verdade. Somente agindo assim é que não seremos os cegos
que guiam outros cegos, mas sim todos guiados pelo próprio Deus.
12
Sábado
1Tm 1,15-17
Sl 113 (112) - Do nascer do sol ao por do sol, louvado seja o nome do Senhor!
Lc 6, 43-49
Podemos falar muitas coisas a respeito dos valores que devem nortear as nossas vidas e dos fundamentos mais profundos desses valores, porém o maior discurso que nós podemos fazer sobre o
Reino de Deus e a Vida Nova em Cristo é o discurso da vida, uma vez que a nossa vida expressa o que de fato cremos e que valores de fato temos. Se temos uma vida marcada pelo amor e pela
solidariedade, na busca da justiça e da fraternidade, é porque de fato a nossa fé é verdadeira, que possui o seu alicerce na verdadeira rocha, que é o próprio Jesus.
13
Domingo
Is 50,5-9ª; Tg 2,14-18
Sl 116ª (114) – O Senhor escuta a minha prece.
Mc 8,27-35 - 24º Domingo Tempo Comum
TU ÉS O MESSIAS - A pessoa de Jesus não se enquadrava nas categorias da época e era interpretada de formas as mais variadas. Seu modo de ser austero e a maneira incisiva de sua pregação
levavam alguns a confundi-lo com João Batista ou com Elias. Pensava-se que Jesus tivesse como que feito reviver em si estas figuras. A postura de Jesus era também identificada com as dos profetas
do passado, cujas vidas pareciam servir-lhe de inspiração. Jesus quis saber a opinião dos discípulos a seu respeito, por não estar bem seguro de como o consideravam. A resposta foi dada por Pedro,
em nome do grupo, de maneira correta, e convenceu a Jesus. Ele, de fato, era o Messias. Entretanto, o Mestre sentiu-se na obrigação de oferecer aos discípulos pistas para a correta compreensão de
sua condição messiânica. Seu messianismo leva-lo-ia a confrontar-se com a rejeição das autoridades e com a morte violenta. Ele, no entanto, estava também destinado à ressurreição. As expectativas
em voga giravam em torno de um futuro Messias revestido de glória e poder. Os discípulos, pois, tiveram de fazer um esforço gigantesco para introduzir o sofrimento no messianismo do Mestre.
Jamais se esperava um Messias sofredor, como Jesus se proclamava ser. Os discípulos viram-se, portanto, na obrigação de refazer seus esquemas.
14
Segunda-feira
Nm 21,4b-9; Fl 2,6-11
Sl 78 ( 77) - Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
Jo 3, 13-17 - Exaltação da Santa Cruz
É pela fé em Jesus Cristo crucificado, morto e ressuscitado que se é salvo e se tem a vida eterna. Todos os que creem no Filho de Deus elevado entre o céu e a terra, suspenso na cruz, recebem dele a
vida eterna. A cruz, instrumento de suplício e de maldição, torna-se, em Jesus Cristo, instrumento de salvação para todas as pessoas. Por isso, somos convidados a nos associar à cruz de Cristo.
Quando falamos em união à cruz, logo pensamos em sofrimento, mas devemos pensar em algo que é mais importante que o sofrimento: Jesus, no alto da cruz, não era nada para si, mas todo para os
outros, nos mostrando, assim, que cruz significa não viver para nós mesmos, mas fazer da nossa vida um serviço a Deus e aos irmãos e irmãs. A cruz só pode ser verdadeiramente compreendida sob
o horizonte do amor maior.
15
Terça-feira
Hb 5,7-9
Sl 31 (30) Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!
Jo 19,25-27 ou Lc 2, 33-35
Maria amou o seu filho até o fim - A presença de Maria junto ao seu Filho no momento do seu suplício mostra para nós a realização da profecia de Simeão: “E quanto a ti, uma espada de dor
transpassará a tua alma”. Esta presença também nos mostra a necessidade da nossa presença e da nossa solidariedade junto a todos os que sofrem e que esta presença deve ser muito mais do que estar
ao lado fazendo alguma coisa. Ela deve ser também a presença solidária de quem sofre junto, porque temos os mesmos valores, comungamos as mesmas ideias e lutamos pela realização plena dos
mesmos projetos.
16
Quarta-feira
1Tm 3,14-16
Sl 111 (110) – Grande são as obras do Senhor.
Lc 7, 31-35
A salvação se realiza na pessoa de Jesus - O trecho anterior ao evangelho da liturgia de hoje é o episódio em que João Batista, da prisão, envia seus discípulos a Jesus para perguntar se, de fato, ele
era o Messias prometido. Jesus responde a João citando o profeta Isaías. A pergunta de João mostra a sua dificuldade de discernir e compreender os sinais que revelam a identidade profunda de
Jesus. A resposta de Jesus citando Isaías é suficiente para que João compreenda que, efetivamente, o “hoje” da salvação se realiza na pessoa de Jesus, no seu ensinamento e nos seus gestos. Todos
nós somos cristãos, e muitas vezes nos orgulhamos disso, afinal de contas, temos a salvação em Jesus Cristo e a filiação divina, sem contar que somos templos do Espírito Santo. Porém devemos nos
questionar se a nossa vida é coerente com o que cremos, pois muitas vezes vivemos uma religião de gestos exteriores, de cumprimento de normas rituais, de práticas religiosas, mas não vivemos o
essencial: não somos capazes de amar, não temos os mesmos sentimentos de Jesus Cristo: a misericórdia, a justiça, a fraternidade, a solidariedade. Com isso, o Evangelho soa todos os dias em nossos
ouvidos, mas não toca os nossos corações, nem transforma as nossas vidas, e a sabedoria fica longe de nós.
17
Quinta-feira
1Tm 4,12-16
Sl 111 (110) – De todo o coração darei graças ao Senhor.
Lc 7, 36-50
Deus perdoou a mulher por sua fé em Jesus - Jesus vai à casa de quem lhe convida e acolhe quem o procura. 'Dize-me com quem andas e eu direi quem és!' A partir deste ditado, vemos as
relações de exclusão que são estabelecidas entre os 'santos' e os 'pecadores'. E claro que quem é 'santo' não pode conviver com os 'pecadores' pois correrá o risco de se contaminar e se tornar um
deles. Esta é a lógica da mentira e do farisaísmo que marca a vida de muitos de nós. Ninguém é 'santo', pois só Deus é Santo, e o pecado marca a nossa existência, e quem disser que não é pecador, é
mentiroso, logo não somos melhores que ninguém. Se uma pessoa é reta de coração, deve conviver com todos para que possa testemunhar a todos o amor de Deus, a vivência na busca da santidade, e
assim colaborar com a conversão dos pecadores.
18
Sexta-feira
1Tm 6,2c-12
Sl 49 (48) – Deus é minha riqueza.
Lc 8, 1-3
As mulheres participam ativamente da vida eclesial - Em diversas ocasiões, os evangelhos informam que o grupo dos discípulos é muito mais amplo que o grupo dos Doze (Lc 6,13). O trecho do
evangelho de hoje é um sumário da atividade de Jesus. À diferença dos rabinos que não aceitavam as mulheres como discípulas, no grupo dos Doze que acompanhavam Jesus, Lucas observa haver
um grupo de mulheres. Assim como Jesus não parava, mas vivia caminhando de um lado para o outro anunciando a chegada do Reino de Deus, a sua Igreja não pode ficar parada. Ela deve ir sempre
ao encontro do outro, abrir novas fronteiras no trabalho evangelizador para que todos possam ter a oportunidade de conhecer o Reino de Deus, assim como livremente optar por ele. Para realizar a
sua missão, a Igreja deve, assim como o divino Mestre, envolver o maior número possível de pessoas, sem distinção entre elas, que queiram colocar a sua vida a serviço do Reino de Deus, como
fizeram as mulheres, conforme nos narra o Evangelho de hoje.
19
Sábado
1Tm 6,13-16
Sl 100 (99) - Aclamai o Senhor, ó terra inteira.
Lc 8, 4-15
Deus confia na humanidade e aposta no ser humano. Produzir frutos na perseverança - Perseverança é uma palavra-chave na vida dos discípulos do Reino. Sem esta virtude, a vida cristã tende
a ser estéril e, por conseguinte, indigna de quem aderiu a Jesus. Muitas vezes, quando estamos exercendo o trabalho evangelizador, ficamos angustiados porque não vemos os resultados que
estávamos esperando, e isso acaba por se tornar para nós causa de desânimo. O Evangelho de hoje nos mostra que o mais importante é evangelizar, e que sempre devemos lançar as sementes da
Palavra. O semeador do Evangelho de hoje não estava preocupado se as sementes estavam caindo em terreno bom. Nós também não devemos lançar as sementes apenas para os que podem responder
de forma positiva. A evangelização é para todos e os resultados não dependem de nós, mas da Graça divina.
20
Domingo
Sb 2,12.17-20, Tg 3,16-4,3;
Sl 54 (53) - É o Senhor quem sustenta minha vida!
Mc 9,30-37- 25º Domingo Tempo Comum
O SERVIDOR DE TODOS - O testemunho de vida de Jesus, baseado na humildade e no espírito de serviço, não foi suficiente para conscientizar os discípulos a respeito do modo de proceder que
lhes estava sendo proposto. Nem mesmo a alusão à sua morte violenta e à sua ressurreição bastou para abrir-lhes os olhos. Entre eles, permanecia um espírito mesquinho de competição. Sua
preocupação era saber qual deles seria o maior. Jesus enunciou, com clareza, uma norma de conduta válida para regular as relações entre eles: quem quisesse ser considerado o primeiro e mais
importante de todos, deveria ser capaz de se colocar no último lugar e assumir a condição de servo dos demais. O colocar-se em último lugar deveria resultar de um ato livre, sem nenhum complexo
de inferioridade. O fazer-se servidor seria consequência da superação do próprio egoísmo, não uma atitude resignada de quem não sabe fazer valer seus direitos. Quebra-se, assim, o ciclo da ambição
e fica banida do seio da comunidade a tentação da tirania. O Reino, portanto, tem uma escala de valores que não corresponde àquela do mundo. A orientação de Jesus exigiu dos discípulos uma
reformulação de seus esquemas mentais. Não dava para aplicar ao Reino a visão mundana com que estavam contaminados. No seguimento de Cristo, o maior é o que serve.
21
Segunda-feira
Ef 4,1-7.11-13
Sl 19A(18A) – Por toda a terra difundiu-se a sua voz.
Mt 9, 9-13
Jesus vai aonde estão os pecadores para encontrá-los - “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores para que se convertam”. Ninguém está excluído da salvação; ela é um dom de Deus para
todas as pessoas. Todos nós vivemos afirmando que Jesus é misericordioso, que veio para trazer a salvação para todas as pessoas e coisas do gênero, mas na hora da convivência com as pessoas,
parece que não é bem assim, pois somos proibitivos e sabemos sempre evidenciar os erros e os pecados que são cometidos para provocarmos discórdia, separação e exclusão. É muito comum
ouvirmos nas comunidades: "Eu acho que Fulano não pode participar de tal coisa porque ele fez isso e aquilo". Devemos crer que de fato não somos nós quem chamamos para o serviço do Reino, é
Jesus quem chama e ele sabe muito melhor que nós quem está chamando e porque ele está chamando. A nós compete criar condições para que todos possam assumir a própria vocação.
22
Terça-feira
Esd 6,7-8.12b.14-20
Sl 122 (121) – Vamos a casa do Senhor.
Lc 8, 19-21
No centro da vida cristã deve estar a Palavra de Deus - Existem muitas pessoas que querem demonstrar-se religiosas, mostrar a todos que participam da vida da Igreja e têm amizade com o clero
e até usam dos cargos e funções sociais para conseguir isso. Porém, essas pessoas querem apenas se promover, não querem nenhum compromisso com o Evangelho e com o Reino de Deus. A atitude
de Jesus nos mostra quem é importante para ele: aquele que ouve a Palavra de Deus e a coloca em prática, aquele que é capaz de amar, perdoar, partilhar, acolher, socorrer, consolar, compreender,
ensinar, comprometer-se, doar-se, reunir, celebrar, orar, ser feliz com os que são felizes, chorar com os que choram, são empáticos, solidários, vivem o amor de Deus.
23
Quarta-feira
Esd 9,5-9
(Sl) Tb 13 – Bendizei o Senhor todos os eleitos.
Lc 9, 1-6
O Evangelho de hoje é uma espécie de "Manual do Evangelizador". Ele nos mostra que o evangelizador não age em nome próprio, pois ele não evengeliza por que quer, mas porque é enviado por
Deus. Os poderes que tem para evangelizar não são próprios, são recebidos para serem usados em uma finalidade própria. Os bens materiais não podem ser um empecilho para o trabalho, nem
podem ofuscar a força do anúncio e do testemunho. A inserção e a participação na vida das pessoas e das famílias é fundamental. Mas o mais importante são os dois objetivos que caracterizam o
profetismo: a luta contra toda espécie de mal, que se manifesta na ordem da cura, e a proclamação da presença do Reino de Deus na vida de todas as pessoas.
24
Quinta-feira
Ag 1,1-8
Sl 149 – Cantai ao Senhor um cântico novo.
Lc 9, 7-9
Jesus é um verdadeiro profeta - Vemos o surgimento de diferentes formas de misticismo e as diferentes religiões estão se multiplicando por todos os lados. Para nos defender, afirmamos que
existem falsos profetas que ficam enganando o povo para ganhar dinheiro e fazer da religião meio de vida. À luz do Evangelho de hoje, podemos analisar este fato. As pessoas falam muitas coisas a
respeito de Jesus, embora muitas vezes porque desconhecendo verdade, e esse desconhecimento se dá porque não evangelizamos como devemos e também porque conhecemos a nossa fé de modo
superficial, mas não admitimos a nossa ignorância e manifestamos nossa opinião como verdade de fé, basta ver o acúmulo de bobagens que cristãos de meia tigela veiculam na Internet, em sites que
afirmam ser católicos, mas que na verdade são caóticos e escondem Jesus.
25
Sexta-feira
Ag 1,15b-2,9
Sl 43 (42) – Tu és, ó Deus, a minha fortaleza.
Lc 9, 18-22
Jesus não é simplesmente um personagem histórico ou um mero objeto da razão humana, é uma pessoa viva, e uma pessoa só pode ser verdadeiramente conhecida através do encontro e do
relacionamento. Só conhece verdadeiramente Jesus quem realiza na sua própria vida a experiência do Ressuscitado presente e atuante na sua história pessoal e comunitária, quem descobre que Cristo
não é o sobrenome de Jesus, mas quem ele é verdadeiramente: o Messias, o Ungido de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Deus Encarnado, o Redentor de toda a humanidade. É
preciso que esta descoberta seja de forma existencial, de modo que essas verdades não sejam um conjunto de palavras teóricas e vazias, mas manifestam o que Jesus significa nas nossas vidas. Jesus
não é simplesmente um personagem histórico ou um mero objeto da razão humana, é uma pessoa viva, e uma pessoa só pode ser verdadeiramente conhecida através do encontro e do relacionamento.
Só conhece verdadeiramente Jesus quem realiza na sua própria vida a experiência do Ressuscitado presente e atuante na sua história pessoal e comunitária, quem descobre que Cristo não é o
sobrenome de Jesus, mas quem ele é verdadeiramente: o Messias, o Ungido de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Deus Encarnado, o Redentor de toda a humanidade. Mas é preciso
que a descoberta de tudo isso seja de forma existencial, de modo que essas verdades não sejam um conjunto de palavras teóricas e vazias, mas manifestam o que Jesus significa nas nossas vidas.
26
Sábado
Zc 2,5-9.14-15a
(Sl) Jr 31 – Ouvi, nações, a palavra do Senhor.
Lc 9, 43b-45
Muitas pessoas encontram dificuldades para compreender o que Jesus nos fala, e essas dificuldades existem porque verdadeiramente não conhecem Jesus e não comungam as suas propostas e os seus
valores. A única contribuição que podemos dar para que essas pessoas possam compreender Jesus é, auxiliados pela graça divina, nos lançarmos num verdadeiro trabalho missionário, juntamente
com toda a Igreja, no sentido de possibilitar às pessoas um verdadeiro encontro com o Divino Mestre, a fim de que possam de fato conhecê-lo, compreender a sua Palavra e viver o seu Evangelho.
27
Domingo
Nm 11,25-29; Tg 5,1-6
Sl 19B (18B) – As ordens do Senhor alegram o coração
Mc 9,38-43.45.47-48 - 26º Domingo Tempo Comum
Onde há o bem realizado, Deus aí está - Somente a experiência do mistério pascal dará aos discípulos a graça da compreensão do mistério de Jesus Cristo e da sua condição de discípulos. Aqui
aparece um novo tema da incompreensão dos discípulos. O porta-voz do grupo dos discípulos, desta vez, é João, talvez por seu caráter pretensioso, o que aparecerá com maior clareza mais adiante
no relato. Os discípulos pretendem que nenhum exorcismo seja praticado em nome de Jesus, se a pessoa que o pratica não participa do grupo dos discípulos. Por isso, eles impediram alguém,
anônimo, de praticar o exorcismo; atitude que Jesus reprova, pois o seu nome e o bem que por ele se realiza não é monopólio de qualquer outro grupo. Onde há o bem realizado, Deus aí está. Deus
está na origem de toda iniciativa que promove e protege a vida; Deus é a fonte de todo esforço sincero e verdadeiro de arrancar das forças do mal o ser humano. Os discípulos, e o leitor com eles,
devem compreender que o bem não é propriedade de nenhum grupo, e que, onde o mal é vencido, essa vitória é fruto do poder de Jesus Cristo ressuscitado agindo em tudo e por meio de todos. Em
seguida, Jesus exorta os discípulos a se abrirem ao bem que vem de fora. A comunidade é interpelada a viver a coerência entre a fé professada e a fé vivida. O escândalo é a pedra de tropeço, isto é, o
obstáculo que impede os outros de progredir e permanecer na vida cristã. A pura aparência, a vaidade das práticas religiosas, deve ser rejeitada em nome da coerência, do acordo interno e profundo
entre a fé e a sua vivência. O modo de vida dos discípulos deve ser o testemunho que estimula outros a desejarem viver a vida de Jesus Cristo.
28
Segunda-feira
Zc 8,1-8
Sl 102 (101) – Todos os reis da terra temerão a tua glória
Lc 9, 46-50
Jesus é um homem poderoso em gestos e palavras - A lógica que nos é proposta por Jesus nos desafia a entender as relações de autoridade e de poder de uma forma totalmente diferente da
proposta pelo mundo: autoridade significa conduzir as outras pessoas para uma vida melhor e poder significa serviço e humildade. Com isso, o Evangelho nos mostra que devemos nos afastar da
opressão, da dominação e do autoritarismo do poder pelo poder. O Evangelho de hoje também nos mostra que o fato de sermos a Igreja de Jesus Cristo não nos dá o direito de nos apossarmos da sua
pessoa e da sua ação, uma vez que ele chama diferentes pessoas através de modos diferentes para que, de diferentes modos, continue agindo no meio dos homens.
29
Terça-feira
Dn 7,9-10.13-14
Sl 138 (137) – Grande é a glória do Senhor.
Jo 1, 47-51
Muitas vezes, nós nos sentimos espantados com o que conhecemos sobre o poder de Deus, mas devemos ter consciência de que de fato devemos nos maravilhar muito mais, uma vez que não
conhecemos quase nada sobre este poder. Uma das grandes manifestações do poder de Deus, e que de fato nos faz fascina, é a existência dos anjos, essas criaturas maravilhosas que assistem diante
de Deus e sempre estão presentes também nas nossas vidas, como o caso dos arcanjos que festejamos hoje e que têm a sua existência e a sua ação descritas nas Sagradas Escrituras.
30
Quarta-feira
Ne 2,1-8
Sl 137 (136) – Senhor lembra-te da nossa ruína.
Lc 9, 57-62
Seguir Jesus significa muito mais do que ser um repetidor doutrinário, significa ser capaz de assumir o seu Projeto como algo próprio, ser capaz de olhar para o futuro e visualizar o Reino de Deus,
fundamentar a própria existência nesse Reino, fazer da esperança da sua realização o motor propulsor da própria vida e entregar-se de corpo e alma, com tudo o que se é e que se tem na luta em prol
da plena realização desse Projeto, renunciando a todas as conquistas humanas obtidas e a todas as formas de segurança que este mundo pode oferecer. É ser totalmente livre de todos os apegos deste
mundo para amar a Deus de forma total e exclusiva e fazer desse amor a grande motivação da construção do Reino e a causa da própria felicidade.
Conforme: http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/; www.paulinas.org.br e http://www.dehonianos.org/portal/liturgia.asp; http://; www.a12.com/santuario-nacional/santuario-virtual/liturgia-diaria
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Reflexão do Evangelho Ano B - Marcos - Setembro