Curas e Milagres
Escola Dominical - IPJG
Presb. Geraldo M. B. Valim
27 de abril de 2014
Curas e Milagres
Goethe, o pensador alemão, dizia
que O MILAGRE É O FILHO FAVORITO
DA FÉ. Ele disse isso de maneira
genérica. Ele era luterano, mas a
afirmação se referia a fé em geral.
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Mas nós, evangélicos, temos
observado o crescimento de curas e
milagres nas igrejas ditas
evangélicas.
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Uma cura milagrosa, para
entendermos o assunto, seria uma
recuperação completa e
instantânea de uma doença
orgânica, que acontece sem a
participação de nenhum agente
terapêutico.
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O Senhor Jesus fazia milagres, e isso
serviu de autenticação de seu
ministério. Lucas 7:22.
“Então lhes respondeu: Ide, e contai a João o
que tens visto e ouvido: os cegos vêem, os
coxos andam, os leprosos são purificados,
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e os surdos ouvem; os mortos são
ressuscitados, e aos pobres é anunciado o
evangelho.”
Lc. 7:22
E isso era o que Isaías profetizou que
iria acontecer quando o Messias viesse.
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Os apóstolos mesmos receberam
esse sinal de aprovação de Deus.
Pedro e João tiraram as dúvidas
quanto a sua autoridade apostólica
quando curaram o aleijado no portão
do templo.
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E Paulo, cujas credenciais apostólicas
eram suspeitas para muitos, declara
que o seu apostolado era
fundamentado em sinais, maravilhas
e milagres. 2 Corintios 12:12.
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“Os sinais do meu apostolado foram, de
fato, operados entre vós com toda a
paciência, por sinais, prodígios e
milagres.”
2 Cor. 12:12
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Resumindo, havia razões para esses
sinais:
a) Deus escolheu pessoas em particular
para uma comissão específica.
b) O que eles falavam tinha a aprovação
de Deus.
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a)
b)
Deus estava fazendo algo novo e
chamou a atenção e autenticou seus
agentes.
Isso era um fato especial, para
autenticar a Cristo como Deus e dar a
autoridade dele aos apóstolos.
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Se formos valorizar a Bíblia, milagres
devem ser esperados nesse contexto
apostólico.
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Como ensinou João Calvino, quando
os católicos pediram os milagres que
autenticassem a sua mensagem, ele
respondeu que a mensagem era a do
Novo Testamento e portanto os
milagres que a autenticam são
aqueles que lá estão.
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Só se fosse uma nova mensagem é
que seriam necessários novos
milagres.
A igreja pós-apostólica não tinha
essa preocupação.
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Não havia algo mais sagrado que outro.
Tudo era parte da criação de Deus, e
nada era acima dela.
As reuniões eram em salões
residenciais, não havia estátuas ou
pessoas mais santas que as outras.
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Mas começaram os grandes edifícios,
que viraram a “casa” de Deus, e por
isso mais sagrados; houve
perseguições, e do respeito aos que
morreram pela fé, passou-se a
peregrinar a esses túmulos;
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O óleo das catedrais passou a ter
poderes especiais de cura,
especialmente se ficassem em
contato com alguma relíquia de
mártir. E de uma função curadora,
por ineficácia, evoluiu a uma de selo
de morte, a “extrema unção”.
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Surgiram as estátuas, relíquias de
todo tipo, velas e cerimônias. E tudo
isso contra o ensino explícito do
apóstolo Paulo. Gálatas 4:8-11.
“Outrora, quando não conhecíeis a Deus, servíeis
aos que por natureza não são deuses; agora,
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porém, que já conheceis a Deus, ou, melhor,
sendo conhecidos por Deus, como tornais outra
vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais
de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e
tempos, e anos. Temo a vosso respeito não haja
eu trabalhado em vão entre vós. ”
Gl 4: 8-11
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Passou-se a enfatizar o visível. O
Deus invisível não era mais
suficiente. A ascensão atrapalhou a
fé de muitos!
O visível, mera criação como todo o
resto, passou a caracterizar o
sagrado.
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Curas sempre houve. Um médico,
que seja cristão, aceita duas formas
de cura: a natural e a miraculosa.
E ele reconhece Deus como a fonte
de ambas, e dá graças a Deus por
ambas.
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Ele sabe que com o conhecimento,
pode-se beneficiar uma pessoa com o
uso de recursos de nosso próprio
corpo e da natureza, seja química ou
física, dentro do âmbito da criação.
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Não há do ponto de vista bíblico,
diferença entre um produto orgânico,
químico ou o que seja. Tudo é
criação.
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Não que não existam curas miraculosas.
Mas devemos ter cuidado em identificálas.
Qualquer um que tenha vivência na área
da saúde, com algum conhecimento da
fisiologia e da patologia do corpo
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humano, sabe que o simples
desaparecimento de um sintoma não
é sinônimo de cura.
A psicopatologia também mostra que
a mente é capaz de mimetizar ou
suprimir sintomas patológicos. Mas, o
ponto não é esse.
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Há curas miraculosas. O Senhor fez
várias, que são didáticas. Por
exemplo, Jo.5:1-15.
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Jesus fez a pergunta do v.6:
Você quer ser curado?
A questão não era supérflua. A resposta
está no v.7. O paralítico não respondeu
a pergunta de Jesus. Ele lamentou seu
infortúnio, a falta de ajuda, mas não
disse que queria ser curado.
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Note que ele esperava ajuda apenas
dos outros, e não dele mesmo. Jesus
foi direto ao ponto.
E a atitude desse paralítico é a regra.
Como ele, temos a tendência de ficar
em uma procura incessante de curas
e milagres.
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E quando o Senhor o curou, foi por
que Ele quis por sua misericórdia e
para ser sinal de sua divindade.
Jo. 20:30,31.
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“Jesus, na verdade, operou na presença de
seus discípulos ainda muitos outros sinais
que não estão escritos neste livro; estes,
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porém, estão escritos para que creiais que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em seu nome.
Jo 20:30,31
O ponto é que foi por que o Senhor
quis. Não por causa da fé ou pedido
de terceiros.
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Esse texto do paralítico junto ao
tanque de Betesda é muito didático,
mas é mais comum se ouvir citações
de Jo. 14:12. No entanto, o contexto
desse texto de João é o caminho
para o Pai, em referência a salvação.
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Que os apóstolos fizeram milagres e
curas é bíblico.
Um texto didático a esse respeito é o
de Atos 8: 9-25.
Felipe fazia sinais e milagres, mas os
convertidos por ele não, até que
chegaram os apóstolos Pedro e João
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e impuseram as mãos e os
convertidos passaram a ter esse dom.
Isso impressionou tanto a Simão que
ele quis comprar com dinheiro esse
dom, de transmitir o poder de Deus.
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O que aprendemos é que havia um dom
que era exclusivo dos apóstolos, que
os autenticava, e lhes dava autoridade.
Foi esse o argumento de Paulo.
“Os sinais do meu apostolado foram, de fato,
operados entre vós com toda a paciência, por
sinais, prodígios e milagres.
2 Co. 12:12.
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Mas, um problema persistia e
persiste: a morte. Os apóstolos
ressuscitaram mortos, mas a igreja
pós-apostólica não o fez, e não se faz
desde então.
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Em 1 Tes. 4:13. O apóstolo Paulo
escreveu este texto por vários
motivos.
Um deles foi para que os crentes no
Senhor não superestimassem o valor
da vida (e da saúde!).
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Essa supervalorização leva a revolta e
ao desespero ante a doença e a morte.
Ele queria que a aflição fosse
suportada com paciência e esperança.
Bem diferente da atitude natural ao
homem, de saúde e bem-estar a
qualquer custo.
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E ele sabia do que estava falando
“Antes em tudo recomendando-nos como
ministros de Deus; em muita perseverança, em
aflições, em necessidades, em angústias, em
açoites, em prisões, em tumultos, em trabalhos,
em vigílias, em jejuns.”
2 Cor.6:4-5
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e fazia desse ensino um modo de vida.
“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes
na tribulação, perseverai na oração;”
Rom.12:12.
Muito diferente do ensino em algumas
igrejas, de que se uma cura não ocorrer,
ou se houver um infortúnio, é sinal de
uma “doença” espiritual.
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Essa atitude, de que as curas devem
ser rotina nos que tem uma fé
saudável, não são apenas erradas,
mas tem consequências sérias para os
doentes e para os crentes.
Ela DIMINUI A GRANDEZA DE CRISTO.
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Jesus foi tudo e mais um pouco, em
matéria de compaixão, e fez curas e
milagres, minorando o sofrimento de
muitos.
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Mas isso não deve nos levar a perder
o foco, de que Ele é infinitamente
mais do isso. O propósito supremo é
resumido em Jo.3:16.
Nunca houve um homem como ele e
nunca haverá.
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Essa atitude muda o conteúdo do
evangelho.
Ao enfatizar a cura do corpo, corre-se
o risco de desviar o foco da redenção
para a vida eterna.
O que a humanidade mais precisa não
é a cura de todas as doenças.
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Se isso ocorrer, ainda persiste o
maior problema, o pecado. Como
está em 1 Pe.2:24
“Levando ele mesmo os nossos pecados em seu
corpo sobre o madeiro, para que mortos para os
pecados, pudéssemos viver para a justiça; e
pelas suas feridas fostes sarados.”
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A cura que realmente precisamos é
outra. Paulo enfatiza isso de outra
forma em 1 Co. 15:19.
“Se é só para esta vida que esperamos em
Cristo, somos de todos os homens os mais
dignos de lástima.”
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Essa atitude divide a atenção da
igreja.
Pode levar o cristão, ou até igrejas
inteiras, a procurar experiências
especiais, achando que a vida cristã
é isso.
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Muda o contexto de santidade pela
obediência para um de satisfação
de necessidades pessoais, como se
vê por aí. Leva muitos crentes a
caírem na conversa de pregadores
“miraculosos”.
Essa atitude confunde os doentes.
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Quando o crente fica doente, ele pode
ficar na expectativa da cura miraculosa,
e não usar os meios, também vindos da
graça de Deus, que estão disponíveis,
mas são menos espetaculares. E os
outros irmãos ainda podem aumentar o
sofrimento, com acusações de “falta de
fé”.
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E quando a morte chega, a situação fica
insuportável, se não tivermos a
segurança de que saúde e bem-estar
não são tudo, e que muito melhor é
estar com Cristo.
Fica insuportável porque dos medos do
homem, nenhum supera o da morte.
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Como médico, sempre escuto que
“não tenho medo de morrer, o que
não quero é dar trabalho”.
– É mentira. A pessoa realmente não
quer dar trabalho, mas tem sim
medo de morrer.
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E eu creio que nada consegue
erradicar completamente esse medo,
na pessoa sã.
Na história humana, a única solução
para enfrentar a morte é estar com o
Senhor.
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Ele venceu a morte, e nos ensinou a não
ter medo dos que matam o corpo, mas
não podem matar a alma.
“E não temais os que matam o corpo, e não podem
matar a alma; temei antes aquele que pode fazer
perecer no inferno tanto a alma como o corpo.”
Mat. 10:28.
Ensino que Paulo reforçou como já vimos.
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Se estivermos com Cristo, que
conheceu o sofrimento, passou pela
angústia da morte, e ressuscitou,
teremos a dimensão correta de curas
e milagres.
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Uma cura ou um milagre terá apenas
a dimensão que merece ante a
enormidade do fato de que nem a
morte nos separa do Senhor.
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Assim, ao passarmos por sofrimentos,
pelas doenças que certamente virão,
e quando formos confrontados com a
morte, teremos uma visão positiva.
A fé não vai depender de sinais e
milagres. Como sabemos, é dom de
Deus. Ef.2:8.
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Porque pela graça sois salvos, por
meio da fé; e isto não vem de
vós, é dom de Deus;
Ef. 2:8
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27/04-Geraldo Valim