1. Panorama Internacional Em estudo da U.S. Energy Information Administration1 (EIA) ‐ Internacional Energy Outlook 2010, estima‐se que a geração mundial de energia deverá aumentar 87% entre os anos de 2007 e 2035, o que representa um crescimento médio anual de 2,3%. Esse crescimento é puxado, principalmente, pelos países emergentes que precisam atender uma nova demanda de suas populações por eletricidade2. Já os países desenvolvidos, com seus mercados maduros, terão um crescimento mais lento. Para suprir o mundo com energia, há que se recorrer aos diversos meios disponíveis e, segundo estimativas da EIA, as fontes de energia renováveis serão responsáveis por um crescimento médio anual de 3%, incrementando sua participação na matriz mundial de energia elétrica de 18,6% para 22,8%, embora o carvão continue como o grande supridor global de eletricidade no período analisado. Geração de Energia Elétrica Mundial (2007-2035)
Em bilhões (109) de MW
Fontes
2007
Carvão
7,9
(%)
42,0
2035
15,0
(%)
42,7
Crescimento Médio
Anual (%)
2,3
Gás Natural
3,9
20,7
6,8
19,4
2,1
Renováveis
3,5
18,6
8,0
22,8
3,0
Nuclear
2,6
13,8
4,5
12,8
2,0
Líquidos
0,9
4,8
0,8
2,3
-0,4
18,8
100,0
35,1
100,0
2,3
Total
Fonte: US Energy Information Administration; elaboração FIEB/SDI.
1
Órgão do governo norte‐americano responsável pelas informações e estatísticas de energia. Segundo a Agência Internacional de Energia, em 2008, 22% da população mundial não tinha acesso à eletricidade, ou seja, cerca de 1,5 bilhão de pessoas.
2
1
Segundo o mesmo estudo, dentre as fontes de energia renováveis, aquela que mais crescerá será a geração solar (12,7% a.a., partindo de uma base muito baixa), seguida da eólica (7,8% a.a.), que passaria a responder por 17% da geração de energia elétrica renovável do mundo em 2035. Geração Renovável de Energia Elétrica Mundial (2007-2035)
Em milhões (106) de MW
Fontes
2007
Hidroelétrica
Eólica
Geotérmica
Solar
Outras
Total
(%)
2035
Crescimento Médio
Anual (%)
(%)
2.999
86,6
5.418
68,0
2,1
165
4,8
1.355
17,0
7,8
57
1,6
160
2,0
3,7
6
0,2
165
2,1
12,7
235
6,8
874
11,0
4,8
3.462
100,0
7.972
100,0
3,0
Fonte: US Energy Information Administration; elaboração FIEB/SDI.
Nos últimos 15 anos, a geração eólica no mundo registrou um crescimento médio anual de 26%, tendo alcançado uma capacidade instalada da ordem de 197 GW em 2010. Dificilmente esse nível de crescimento será reproduzido no longo prazo. No entanto, no curto e médio prazos, alguns sinais apontam para a continuidade da forte evolução do mercado de geração eólica no mundo: (i) a necessidade dos países diversificarem suas matrizes energéticas; (ii) a necessidade de maior segurança no suprimento de energia, com redução da dependência de importação de combustível fóssil; (iii) maiores cobranças nas questões ambiental e de saúde pública; e (iv) o avanço tecnológico, permitindo uma rápida redução dos custos da geração eólica. Fonte: GWEC ‐ Global Wind Energy Council 2
Países líderes na geração eólica: Geração Eólica ‐ Ranking da Capacidade Instalada ‐ 2010 Países MW % China 44.733 22,7 Estados Unidos 40.180 20,4 Alemanha 27.214 13,8 Espanha 20.676 10,5 Índia 13.065 6,6 Itália 5.797 2,9 França 5.660 2,9 Reino Unido 5.204 2,6 Canadá 4.009 2,0 Dinamarca 3.752 1,9 170.290 86,4 Subtotal Resto do Mundo Total 26.749 13,6 197.039 100,0 Fonte: GWEC ‐ Global Wind Energy Council China – possui atualmente o maior parque gerador do mundo e também o que mais cresce. Realizando investimentos anuais superiores a US$ 20 bilhões, adicionou à sua capacidade 18,9 GW de geração em 2010, alcançando um total de 44,7 GW. Outro ponto de destaque é que o país possui três representantes na lista dos dez maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo. Segundo estudo do governo chinês, o potencial explorável de geração eólica do país é de aproximadamente 2.580 GW (em terra e offshore). Estados Unidos – possui o segundo maior parque gerador do mundo. No ano de maior expansão (2009), adicionou 10 GW de geração a sua capacidade total. Em 2010, o ritmo de crescimento caiu a metade e o parque instalado alcançou um total de 40,2 GW. Como fator positivo, os contratos de compra de energia eólica dos últimos dois anos ficaram na casa de US$ 5‐6 cents/KW, tornando as plantas eólicas competitivas com as novas plantas de gás natural. O país possui um representante entre os dez maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo. 3
Alemanha – mantém‐se como o maior parque gerador da Europa. Em 2010, adicionou 1,49 GW, alcançando um total de 27,2 GW. As plantas eólicas produziram 37.300 GWh em 2010, correspondendo a 6,2% do consumo de energia do país. A geração eólica é a maior fonte de energia renovável da Alemanha, que aplica formas de subsídio3 às energias renováveis desde 1991. A Lei de Fontes de Energia Renovável (EEG) entrou em vigor em 2000 e ainda fornece o principal estímulo para o mercado eólico alemão, estipulando uma tarifa diferenciada para cada kWh produzido de energia elétrica e também prioridade de acesso à rede de transmissão. A EEG é alterada com regularidade para adaptar as tarifas subsidiadas às condições de mercado atuais e novos desenvolvimentos tecnológicos. O país possui dois dos dez maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo. Espanha – atualmente é o maior mercado para energia eólica e o segundo maior parque gerador da Europa. Em 2010, adicionou 1,51 GW de geração, alcançando um total de 20,7 GW. As plantas eólicas produziram 42.700 GWh em 2010, correspondendo a 16,6% do consumo de energia do país. O total das fontes renováveis responde por 38% do consumo de energia da Espanha, sendo a geração eólica a maior fonte de energia renovável do país. Possui um dos dez maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo. 10 Maiores Fabricantes de Turbinas Eólicas, por Market Share ‐ 2009 Empresa Market Share (%) 1. Vestas 2. GE Wind Energy 3. Sinovel 4. Enercon 5. Goldwind 6. Gamesa 7. Dongfang Electric 8. Suzlon 9. Siemens Wind Power 10. REpower (comprada pela Suzlon Energy) Subtotal Outras 12,5 12,4 9,2 8,5 7,2 6,7 6,5 6,4 5,9 3,4 78,7 21,3 Origem Dinamarca Estados Unidos China Alemanha China Espanha China Índia Alemanha Índia Fonte: BTM Consult 3
Feed‐in tariff – política de subsídio adotada com o objetivo de encorajar a adoção de novas tecnologias de geração de energia, a exemplo da geração eólica, biomassa, geotérmica e solar. Cada tecnologia possui sua tarifa própria de modo a equalizar as diferenças de custos e garantir a lucratividade do negócio. O custo extra da tarifa subsidiada é repassado para todos os consumidores, com vista a reduzir o peso do incremento, por unidade de consumo. 4
GERAÇÃO EÓLICA – PREVISÃO DE MERCADO (2010‐2015) | EM GW Fonte: GWEC ‐ Global Wind Energy Council 2. Panorama Nacional O Brasil possui uma matriz de geração elétrica diferenciada, predominantemente renovável. Adicionando‐se à fonte hidráulica, as importações (Itaipu) e a geração eólica, pode‐se afirmar que mais de 85% da eletricidade do País é originada de fontes renováveis, enquanto o mundo gera mais de 40% de sua energia através da queima de carvão. Fonte: EPE ‐ Balanço Energético Nacional 2010; elaboração FIEB/SDI. 5
A geração eólica no Brasil ainda tem um longo caminho a trilhar. Em 2009, a fonte respondia por somente 0,2% da oferta interna de energia elétrica do país. No entanto, é importante destacar que os primeiros passos para o seu desenvolvimento foram dados com a criação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA) e com a realização dos últimos leilões de energia, que atraíram o interesse dos investidores. O potencial eólico brasileiro, para 50 metros de altura e velocidade do vento de 7m/s, foi estimado em 143 GW. Esse cálculo foi divulgado no estudo Atlas do Potencial Eólico Brasileiro4 em 2001. Nesse período, os padrões técnicos mudaram substancialmente. Atualmente, o padrão de geração eólica exigiria aferição para uma altura de 100 metros ou mais. Desse modo, há consenso de que o potencial oficial disponível se encontra bastante subestimado. Com base em estudos feitos em âmbito estadual para alturas de 80‐100 metros, estima‐se que o potencial nacional seria de mais de 350 GW5. Ainda que com ressalvas, analisando o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, vê‐se que mais de 50% do potencial eólico está localizado na região Nordeste, com posição destacada para os Estados da Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte. 4
O estudo não contemplou o potencial offshore. Para efeito de referência, a capacidade instalada de todo o parque gerador brasileiro é de 113,3 GW, em 2010 (ANEEL).
5
6
Segundo avaliação da GWEC ‐ Global Wind Energy Council, o Brasil possui excelentes condições para se tornar uma referência na geração eólica, com base nos seguintes fatores: 1. Energia renovável considerada limpa por não emitir poluentes, contribuindo assim com a redução do efeito estufa. 2. Gratuidade do combustível (vento). 3. Complementaridade entre o regime dos ventos e o regime hídrico, especialmente no Nordeste, podendo contribuir com o acúmulo de água nos reservatórios das hidroelétricas. 4. Os parques eólicos são modulares, permitem o uso múltiplo da terra e geram royalties para os proprietários. 5. A geração eólica pode contribuir com a universalização do acesso à energia e com o reforço de áreas na ponta do sistema de distribuição. 6. O potencial eólico se encontra relativamente próximo da rede de energia e dos centros de demanda. 7. O Brasil dispõe de grandes áreas pouco povoadas que podem abrigar parques geradores com pequeno impacto socioambiental. 8. O País dispõe de mais de 7 mil quilômetros de costa pouco explorada pela geração eólica. Potencial offshore sequer foi mensurado. Além dos fatores apresentados, os resultados dos leilões de fontes alternativas, que elegeram projetos com fator de capacidade6 médio superior a 40% e preços decrescentes e bastante competitivos7 em relação às outras fontes de geração, permitem gerar algum otimismo em relação ao desenvolvimento do setor eólico em território nacional. 6
Proporção entre a geração média e o valor da capacidade de uma unidade geradora elétrica durante um período específico (expresso em porcentagem). 7
Leilão de dezembro de 2009 as eólicas ofereceram um preço médio de R$ 148,39/MWh. No leilão de agosto de 2010, as eólicas geraram um preço médio de R$ 130,86/MWh. Os preços ofertados pelas eólicas nos leilões realizados em agosto de 2011 foram pouco abaixo de R$ 100/MWh, nível inferior ao cobrado pelas térmicas a gás (acima de R$ 120/MWh).
7
3. Potencial de Desenvolvimento na Bahia O potencial eólico da Bahia foi estimado em 5,6 GW para 50 metros de altura e em 14,5 GW para 70 metros de altura, de acordo com estudo realizado pela Coelba ‐ Estado da Bahia: Atlas do Potencial Eólico (2002). 8
A Bahia não dispõe de estudo atualizado que estime o potencial eólico estadual para a altura de 100 metros ou mais. Tendo em conta a avaliação de investidores do setor eólico, acredita‐se que o potencial do Estado é substancialmente superior à estimativa disponível, que foi calculada em 2002. No entanto, há negociações em curso entre o governo estadual e o Sistema FIEB para a realização de monitoramento e atualização do Atlas do Potencial Eólico do Estado da Bahia, de acordo com o novo patamar de produção dos equipamentos (de 100 a 120 metros de altura). 9
Cabe destacar alguns fatores positivos do desenvolvimento do setor eólico para o Estado da Bahia: 1. Os parques de geração eólica atualmente demandam, para cada KW instalado, investimentos de entre R$ 2,5 a 3,0 mil, de maneira geral distribuídos em 25% em infraestrutura (obra civil, subestação, cabos e linhas) e 75% em equipamentos (aerogerador, nacelles, pás, torres, montagem e testes). A título ilustrativo, o complexo eólico de Brotas formado por três parques eólicos (Macaúbas, Novo Horizonte e Seabra) deverá gerar cerca de 90 MW8, com um investimento anunciado de 100 milhões de euros. 2. O potencial de geração se encontra no interior, em áreas com baixo desenvolvimento social e econômico. Desse modo, a implantação dos projetos eólicos poderá levar emprego, renda e desenvolvimento a estas localidades. Além disso, o impacto ambiental é minimizado em relação às instalações no litoral. 3. A existência de ventos constantes e com pouca variação na direção, permitindo a instalação de plantas com fator de capacidade acima de 40%, enquanto na Europa projetos com fator de capacidade de 25% são considerados bons. 4. A Bahia tem condição de se tornar um centro técnico de referência nacional para o setor eólico, utilizando‐se da estrutura e do corpo técnico do SENAI‐CIMATEC, que está se capacitando para realizar a certificação de equipamentos e de sítios eólicos. O considerável potencial que o Estado da Bahia possui para desenvolver a geração eólica se reflete nos resultados dos leilões de energia realizados em 2009, 2010 e em agosto de 2011: Leilões de Energia - Eólicas (2009 - 2011)
dez/09
Estados
ago/10
ago/11
Resultado
Global
%
Em MW
Rio Grande do Norte
628,2
1.061,0
458,2
2.147,4
37,1
Bahia
390,0
587,4
414,4
1.391,8
24,1
Ceará
572,7
150,0
278,1
1.000,8
17,3
Rio Grande do Sul
186,0
249,4
624,4
1.059,8
18,3
Pernambuco
-
-
78,0
78,0
1,3
Piauí
-
-
75,6
75,6
1,3
30,0
0,0
30,0
0,5
1.806,9
2.047,8
1.928,8
5.783,5
100,0
913,1
913,0
44,6
47,3
Sergipe
Total
Garantia Física (MW médio)
Fator de Capacidade (%)
Fonte: EPE; elaboração FIEB/SDI
8
Com entrada comercial prevista para janeiro de 2012 10
Adicionalmente aos parques eólicos, a Bahia tem conseguido atrair investimentos com a instalação de fábricas de equipamentos como Alstom, Gamesa e a recém‐anunciada GE. Bahia: Investimentos em Fábricas de Aerogeradores
Empresa
Gamesa
Investimento
R$ milhões
Empregos
Localização
Camaçari
Status
100
100
Em operação
Alstom
50
150
Camaçari
Em operação
General Electric
45
80
Indefinida
Prevista para meados de 2013
Fonte: SICM
Segundo dados da SICM – Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração, referentes aos investimentos industriais implantados, em implantação e aos protocolos de intenções assinados junto ao Governo do Estado, de janeiro a setembro de 2011, o setor de energia, sobretudo com base na fonte eólica, responde por um total de R$ 6,3 bilhões, equivalentes a 19,2% do total de investimentos cadastrados. Tal volume de recursos representa a 2ª maior fonte inversões no Estado da Bahia, abaixo apenas do setor de petróleo e biocombustíveis. No entanto, é necessário atentar para as dificuldades em transformar o potencial eólico existente e os investimentos previstos em realidade, contribuindo com o desenvolvimento do País e, particularmente, do Estado da Bahia. Entre os desafios para o desenvolvimento do setor eólico no país, destacam‐se: 1. Promover pesquisa e desenvolvimento de tecnologias próprias para a fabricação de equipamentos de geração, a exemplo do ocorrido na China e na Índia, que atualmente possuem empresas líderes em nível mundial no setor eólico. 2. Manter políticas de incentivo que estimulem a adoção de energias de fontes alternativas, de maneira que se complemente a matriz nacional de geração elétrica, predominantemente hidráulica. 3. Reduzir restrições e o tempo gasto na análise/aprovação de processos no âmbito dos órgãos ambientais. 4. Solucionar ou minorar as deficiências na logística de acesso às regiões de maior potencial eólico. 5. Construir em tempo hábil as interligações entre os parques geradores e o Sistema Interligado Nacional (SIN) para o despacho da energia. 11
Com a divulgação do trabalho do Projeto Aliança ‐ “Política Industrial da Bahia: Estratégias e Proposições9”, fruto de parceria entre a Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração – SICM, Petrobras e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEB, a relevância da opção eólica fica evidenciada na ação estratégica proposta para o tema transversal Energia: “fortalecer a infraestrutura energética como fator competitivo na perspectiva da garantia de disponibilidade de oferta, da competitividade de custos, da confiabilidade e da interiorização”. Entre as proposições do tema, destaca‐se ainda: “aproveitamento do potencial eólico e solar e incentivo à formação da sua cadeia de fornecedores no estado”. 4. Propostas de apoios do Sistema FIEB O Sistema FIEB pode desempenhar um papel relevante no desenvolvimento do setor eólico e da indústria do Estado da Bahia, através das seguintes linhas de atuação: 1. Atuar institucionalmente, demandando a atualização dos estudos de potencial eólico em nível nacional, ou mesmo realizando os mesmos, em nível estadual10. 2. Investir na estrutura de P&D do SENAI‐CIMATEC para torná‐lo um centro tecnológico de referência no País em energia eólica. 3. Formar e qualificar a mão‐de‐obra local para o atendimento do setor eólico, bem como dos potenciais fornecedores dos fabricantes de equipamentos, seja através das unidades da RMS, seja através das unidades/núcleos do interior ou mesmo da montagem de estruturas de atendimento nas áreas com maior densidade de implantação de parques geradores (interiorização). 4. Apresentar projetos contemplando a cadeia eólica no Programa DECAS (Densificação de Cadeias de Suprimento) para fomentar o incremento de conteúdo local dos parques geradores de energia eólica. O entendimento é de que a Bahia não deve se limitar a montar os equipamentos importados de geração eólica e realizar as obras civis, mas sim promover esforços no sentido de maximizar a produção de partes e componentes dos aerogeradores, agregando valor à cadeia produtiva. 9 Divulgada em 21 de novembro de 2011, no auditório da FIEB. 10
Negociações se encontram em curso, envolvendo o SENAI‐Cimatec e as Secretarias de Infraestrutura e de Ciência, Tecnologia e Inovação. 12
5. Conclusão A manutenção de níveis sustentados de crescimento econômico exige planejamento de longo prazo e investimentos constantes em geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, de maneira que eventos como os racionamentos não se repitam, frustrando tanto o desenvolvimento da economia quanto o bem‐estar da população. Nesse contexto, a geração eólica de energia elétrica demonstra ser uma alternativa das mais promissoras, com rápida evolução das soluções técnicas e redução nos custos, tornando‐a mais atrativa frente a fontes tradicionais de geração de energia. Cabe ressaltar que a energia eólica possui caráter complementar à geração de origem hidráulica no Nordeste. A geração eólica não gera energia firme, ao contrário das usinas hidroelétricas, que podem armazenar energia (água) em reservatórios. Há ainda limitações de escala e de constância no ciclo anual de geração11. No entanto, tais restrições são parcialmente compensadas pela característica positiva de usufruir de regime de ventos mais intensos no período de menor vazão de água na bacia do rio São Francisco, responsável por grande parte da geração de energia elétrica na região Nordeste12. Por fim, a expansão da geração eólica, acompanhada pelo encadeamento entre os investimentos atraídos e o setor produtivo local, com a viabilização de um parque fabril fornecedor e de prestação de serviços, pode se transformar numa alternativa viável de desenvolvimento econômico e social, sobretudo para algumas das regiões menos favorecidas do interior do Estado da Bahia. 11
Vide mapa de potencial eólico sazonal – p. 9. Ver Anexo 6.2 – p. 15. 12
13
6. Anexo 6.1 ‐ Bahia: projetos eólicos contemplados nos leilões de energia (2009 – 2011) Leilões de Energia 2011 - Resultado Eólica na Bahia
Vendedor
Empreendimento
Potência
(MW)
Garantia
(MW Médio)
16,0
Preço
(R$/MWh)
6,0
99,98
Localidade
Sequoia Capital
Angical
Pindaí
Sequoia Capital
Caititu
20,8
10,5
99,98
Pindaí
Sequoia Capital
Coqueirinho
22,4
13,5
96.97
Pindaí
Sequoia Capital
Corrupiao
22,4
13,7
96,97
Pindaí
Sequoia Capital
Inhambu
25,6
15,5
96,97
Pindaí
Sequoia Capital
Tamandua Mirim
24,0
13,6
96,97
Pindaí
Sequoia Capital
Teiu
17,6
8,2
99,98
Pindaí
Enel Green Power
Emiliana
27,2
12,7
98,51
Caetité
Enel Green Power
Joana
25,6
12,2
98,50
Caetité
Renova
Ametista
28,8
13,9
98,53
Caetité
Renova
Borgo
19,2
9,7
98,53
Caetité
Renova
Caetité
28,8
14,7
98,53
Caetité
Renova
Dourados
28,8
13,2
98,53
Igaporã
Renova
Espigão
9,6
5,0
98,53
Igaporã
Renova
Maron
28,8
15,4
98,53
Igaporã
Renova
Pelourinho
22,4
11,8
98,53
Guanambi
Renova
Pilões
28,8
15,5
98,53
Guanambi
Renova
Serra do Espinhaço
17,6
8,9
98,53
Guanambi
265,6
133,0
98,53
Total
Fonte: CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e SICM
Leilões de Energia 2010 - Resultado Eólica na Bahia
Vendedor
Empreendimento
Potência
(MW)
Garantia
(MW Médio)
Preço
(R$/MWh)
Localidade
Brennand
Pedra Branca
28,8
12,2
132,50
Sento Sé
Brennand
Sao Pedro do Lago
28,8
13,5
132,50
Sento Sé
Brennand
Sete Gameleiras
28,8
12,6
132,50
Sento Sé
Chesf
Casa Nova
180,0
61,4
131,50
Casa Nova
Iberdrola
Caetite 2
30,0
11,2
137,99
Caetité
Iberdrola
Caetite 3
30,0
11,2
137,99
Caetité
Cons Pedra do Reino
Pedra do Reino III
18,0
6,8
123,98
Sobradinho
Enel Green Power
Cristal
30,0
15,7
120,93
Bonito
Enel Green Power
Primavera
30,0
16,4
120,92
Morro do Chapéu
Enel Green Power
Sao Judas
30,0
15,6
120,94
Morro do Chapéu
Renova
Da Prata
19,5
10,1
121,25
Igaporã
Renova
Dos Aracas
30,0
15,5
121,25
Pindaí
Renova
Morrao
30,0
16,1
121,25
Guanambi
Renova
Seraima
30
17,5
121,25
Caetité
Renova
Tanque
24
13,9
121,25
Guanambi
Renova
Ventos do Nordeste
19,5
10,1
121,25
Pindaí
261,0
137,7
121,43
Total
Fonte: CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e SICM
Leilões de Energia 2009 - Resultado Eólica na Bahia
Potência
(MW)
n.d.
Garantia
(MW Médio)
n.d.
Macaúbas
n.d.
n.d.
139,99
Novo Horizonte
n.d.
n.d.
139,99
Brotas de Macaúbas
Desenvix
Seabra
n.d.
n.d.
139,99
Brotas de Macaúbas
Renova
Alvorada
n.d.
n.d.
144,94
Caetité
Renova
Candiba
n.d.
n.d.
144,94
Guanambi
Renova
Guanambi
n.d.
n.d.
144,94
Guanambi
Renova
Guirapa
n.d.
n.d.
144,94
Guanambi
Renova
Igaporã
n.d.
n.d.
144,94
Igaporã
Renova
Ilhéus
n.d.
n.d.
144,94
Igaporã
Renova
Licínio de Almeida
n.d.
n.d.
144,94
Guanambi
Renova
Nossa Senhora Conceição
n.d.
n.d.
144,94
Igaporã
Renova
Pajeú do Vento
n.d.
n.d.
144,94
Caetité
Renova
Pindai
n.d.
n.d.
144,94
Guanambi
Renova
Planaltina
n.d.
n.d.
144,94
Caetité
Renova
Porto Seguro
n.d.
n.d.
144,94
Igaporã
Renova
Rio Verde
n.d.
n.d.
144,94
Caetité
Renova
Serra do Salto
n.d.
n.d.
144,94
Guanambi
Vendedor
Empreendimento
Cons Pedra do Reino
Pedra do Reino
Desenvix
Desenvix
Total
Localidade
Sobradinho
Brotas de Macaúbas
144,52
Fonte: CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e SICM
n.d.: não divulgado
Preço
(R$/MWh)
152,27
14
6.2 ‐ Nordeste: Sazonalidade das Usinas Eólicas do Proinfa Fonte: Eletrobrás Geração de Usinas Eólicas do Proinfa (MWh) Vazão do rio São Francisco (m³/s) Pode‐se observar no gráfico acima o elevado grau de complementaridade entre a geração eólica e o sistema hídrico nordestino. Estudo realizado pela CHESF e analisado por técnicos do setor elétrico aponta que “a integração da operação de usinas de origens hidráulicas e eólicas tendem a otimizar o uso dos reservatórios hídricos e adicionam estabilidade sazonal ao sistema elétrico interligado13”. 13
Sistemas Complementares de Energia Eólica e Hidráulica no Brasil ‐ Dario Jackson Schultz (Copel), Odilon A. Camargo do Amarante (Camargo Schubert Engenheiros Associados), Nelson de Andrade Rocha (Promon Engenharia), Rogério Motta Bittencourt (CHESF), Martha Regina von Borstel Sugai (Copel). Outubro de 2005. Espaço Energia. 15
A Nota Técnica é uma publicação da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), produzida pela Superintendência de Desenvolvimento Industrial (SDI), no âmbito das ações do Conselho de Infraestrutura (Coinfra). Presidente: José de Freitas Mascarenhas Coordenador do Coinfra: Marcos Galindo Pereira Lopes Diretor Executivo: Leone Peter Correia Andrade Superintendente: João Marcelo Alves (Economista, Mestre em Administração pela UFBA/ISEG‐UTL, Especialista em Finanças Corporativas pela New York University) Equipe Técnica: Marcus Emerson Verhine (Mestre em Economia e Finanças pela Universidade da Califórnia) Ricardo Menezes Kawabe (Mestre em Administração Pública pela UFBA) Layout e Diagramação: SCI ‐ Superintendência de Comunicação Institucional Documento Atualizado: 23 de janeiro de 2012 16
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