Horta, 5 de setembro de 2012
Berta Cabral afirma que resposta para situação financeira “não está na
austeridade”
A candidata do PSD/Açores a presidente do governo afirmou hoje que a resposta para a
situação financeira da Região “não está na austeridade”, mas sim em ter um “governo
melhor”, alegando que é necessária uma boa utilização dos dinheiros públicos.
“A resposta para a situação financeira dos Açores não está na austeridade. Está na forma
como governamos. Está na racionalidade com que investimos os recursos que temos.
Está na parcimónia com que utilizamos os dinheiros públicos. Está na defesa da nossa
Autonomia. Não precisamos de austeridade. Precisamos é de um governo melhor”,
disse Berta Cabral, na Assembleia Legislativa dos Açores, no encerramento de um
debate sobre a situação financeira regional.
A líder social-democrata salientou que, apesar do governo regional estar “sem dinheiro
e sem crédito para pagar os seus compromissos”, o PS continua a insistir que os Açores
estão bem e “repetir as mesmas frases, as mesmas imagens e os mesmos eufemismos”
em relação à situação financeira da Região.
“[O PS diz que] está tudo bem. E ironicamente o governo regional acaba a pedir ajuda a
quem o PS diz estar pior do que nós”, disse.
Berta Cabral garantiu não sofrer de “dogmatismo partidário”, sabendo “reconhecer as
coisas boas que foram feitas, da mesma forma que reconhecemos o que está mal” no
ciclo de governação socialista.
“Mas hoje temos o mais elevado número de desempregados de sempre, a mais elevada
taxa de desemprego jovem de sempre, a maior taxa de beneficiários de Rendimento
Social de Inserção do país, o turismo em queda, ao contrário do que acontece no resto
do país, hotéis fechados e outros que nunca chegaram a abrir, o sistema de saúde em
pré-falência e um governo sem dinheiro e sem crédito para pagar os seus compromissos.
Este ciclo de governação merecia um final melhor”, frisou.
A candidata do PSD/Açores a presidente do governo afirmou que nas próximas semanas
a Região vai entrar num “novo ciclo de governação e num terceiro ciclo da autonomia”,
em que os desafios que se colocam ao arquipélago “são enormes”.
“Mas sabemos as respostas que temos de dar. Sabemos o que temos de fazer. O tempo
das grandes obras passou, o tempo dos grandes investimentos em infraestruturas passou.
O tempo agora é de investir nas pessoas. De governar para as pessoas”, afirmou.
A líder social-democrata explicou que governar para as pessoas é “resolver a dramática
situação do desemprego” que afeta os Açores e “criar oportunidades para todas as
ilhas”.
“Sabemos que os postos de trabalho não se criam por decreto. Resolver a situação do
desemprego é revitalizar as nossas empresas. Apoiar os nossos agricultores, valorizar os
nossos pescadores. É promover o turismo é por em prática um novo modelo de
transportes que promova os nossos produtos. É construir uma Região Económica que
garanta o progresso e o desenvolvimento sustentado”, considerou.
Segundo Berta Cabral, “só assim se criam novos postos de trabalho e só assim se
defende a nossa Autonomia”.
A candidata do PSD/Açores a presidente do governo realçou que governar para as
pessoas passa também por “salvar o nosso sistema de saúde” e garantir os apoios
regionais na terceira idade.
“Não podemos repetir que 'está tudo bem' quando há idosos que vivem com
dificuldades e não têm dinheiro para os medicamentos que precisam”, disse.
Governar para as pessoas, explicou, “é investir no nosso sistema educativo, garantindo
que todos os açorianos tenham as mesmas oportunidades que qualquer outro cidadão
europeu. É dar esperança aos nossos jovens. Não podemos repetir que “está tudo bem”
quando quatro em cada dez jovens não têm emprego”, sublinhou.
A líder social-democrata elogiou ainda o trabalho dos funcionários públicos açorianos,
tendo-se comprometido a “assegurar estabilidade” à administração pública regional.
“Temos uma das melhores administrações públicas. Temos dos melhores funcionários
públicos do país. Não podemos sacrificá-los, nem admitir que os sacrifiquem em nome
dos erros financeiros de quem nos governa”, garantiu.
Berta Cabral acrescentou que os açorianos necessitam de “mais governo e menos
política”, exigindo-se a quem governa “menos retórica”.
“Mais do que nunca os açorianos precisam de nós. Precisam de mais atenção e menos
betão. Precisam de mais segurança e menos retórica. Precisam, em suma, de mais
governo e menos política. Nós somos açorianos. Nunca nos resignámos às dificuldades.
Eu acredito nos açorianos”, afirmou.
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