UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP CÂMPUS DE JABOTICABAL INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO EM CANA-DE-AÇÚCAR SOBRE AS BACTÉRIAS SOLUBILIZADORAS DE FÓSFORO Lívia Lima Campitelli Bióloga 2014 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP CÂMPUS DE JABOTICABAL INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO EM CANA-DE-AÇÚCAR SOBRE AS BACTÉRIAS SOLUBILIZADORAS DE FÓSFORO Lívia Lima Campitelli Orientador: Prof. Dr. Everlon Cid Rigobelo Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Microbiologia Agropecuária 2014 C196e Campitelli, Lívia Lima Influência da Adubação em Cana-de-açúcar sobre as Bactérias Solubilizadoras de Fósforo / Lívia Lima Campitelli. – – Jaboticabal, 2014 iii, 40 p. ; 29 cm Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2014 Orientador: Everlon Cid Rigobelo Banca examinadora: Adolfo Valente Marcelo, Eduardo da Silva Martins Bibliografia 1. Bactérias solubilizadoras de fósforo. 2. Cana. 3. Bactérias que promovem crescimento de plantas. 4. Torta de filtro. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. CDU 576.8:633.61 Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal. DADOS CURRICULARES DA AUTORA LÍVIA LIMA CAMPITELLI – Nascida em 07 de outubro de 1985, em Frutal, estado de Minas Gerais, filha de Antônio Carlos Gangini e Eliana Alice Lima Silva, casada com Flávio Moreti Campitelli em 2012, tornou-se graduada em Ciências Biológicas, em janeiro de 2008, pela Universidade Estadual Paulista – UNESP, Câmpus de São José do Rio Preto, SP. Concluiu o cursou de MBA (Pós-Graduação lato sensu) em Tecnologia Sucroalcooleira no ano de 2010, pela Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, Câmpus de Ribeirão Preto, SP. Ingressou no Programa de Pós-graduação em Microbiologia Agropecuária no curso de Mestrado, iniciando-o em Agosto de 2013 sob orientação do Prof. Dr. Everlon Cid Rigobelo. “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.” Arthur Schopenhauer A minha mãe Eliana, que me ensinou a abraçar todas as oportunidades e valorizar todas as conquistas, sem perder a humildade. Obrigada pelo incentivo, conselhos, compreensão e amor incondicional. A minha irmã Graziela, pela amizade, carinho, apoio e confiança e união em todos os momentos. Ao meu amado Flávio, que sempre esteve ao meu lado, me ajudando a superar todas as dificuldades, pois o caminho percorrido para chegar até aqui não foi nada fácil e sem o seu apoio eu jamais conseguiria. Com amor, DEDICO AGRADECIMENTOS À Deus, sempre presente na minha vida me fazendo ver sua infinita magnitude, me dando força, coragem e saúde para nunca desistir dos meus sonhos. À minha família, que sempre me incentivou e me apoiou. Ao meu orientador Prof. Dr. Everlon Cid Rigobelo, cuja orientação e dedicação vou agradecer para sempre. Obrigada pela oportunidade e paciência. Ao querido Assis, que tanto me ajudou no laboratório, sendo que sem seu apoio não conseguiria ter realizado esse trabalho. À Usina Cerradão, que forneceu o material a ser analisado e disponibilizou as informações necessárias, tratando com atenção e interesse o presente estudo. Ao pessoal do laboratório da UEMG, que muito me ajudou e ficou comigo até mudando as suas rotinas de trabalho. A Samira que muitas vezes me ajudou no transporte de materiais entre Jaboticabal e Frutal. A Osania, meu muito obrigada por todo apoio e ajuda, de fundamental importância. A todos os meus colegas do Minter, por terem vencido essa comigo, em especial a Marília, colega de estudos e uma amiga que ganhei pra vida toda. As minhas amigas mais que especiais, Renata Follone, Cristina Veloso e Rúbia Spirandelli, por terem me apoiado e me compreendido nos momentos mais difíceis. Aos meus colegas de trabalho que não mediram esforços em me ajudar a cumprir esse sonho. Enfim, a todos que participaram dessa conquista, meu muito obrigada! i SUMÁRIO Página RESUMO ................................................................................................................................................ ii ABSTRACT ........................................................................................................................................... iii 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................... 3 3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................................. 10 3.1. Descrição dos tratamentos.................................................................................................... 10 3.2. As amostras de solo ............................................................................................................... 11 3.3. Caracterização da torta de filtro e da vinhaça .................................................................... 11 3.4. Análises químicas do solo ..................................................................................................... 13 3.5. Análises microbiológicas do solo ......................................................................................... 13 3.6. Seleção de bactérias solubilizadoras de fósforo e inoculação na torta ......................... 15 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 17 5. CONCLUSÕES .............................................................................................................................. 29 6. REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 30 ii INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO EM CANA-DE-AÇÚCAR SOBRE AS BACTÉRIAS SOLUBILIZADORAS DE FÓSFORO RESUMO - O uso de bactérias solubilizadores de fósforo pode ser uma alternativa para reduzir a quantidade de fertilizantes fosfatados. O presente trabalho examinou quatro diferentes áreas que recebem tratamentos distintos, sendo: soja como cultura de rotação, vinhaça e torta de filtro, como fertilizantes, comparando com o controle; relacionando o número total de bactérias solubilizadores de fósforo, bactérias totais e alguns parâmetros microbiológicos do solo para cada tratamento. Mesmo a matéria orgânica sendo maior (19,8%) para área de torta de filtro, a umidade apresentando maior valor (18,9%) para a área de vinhaça e as bactérias totais variando de 7,1 log10 de até 7,4 unidades formadoras de colônias, não houve diferença significativa entre as áreas. A desidrogenase (TFF 593.5μg / 24h.g) e o carbono da biomassa microbiana (916.7μg C / g) foram maiores para a área de torta de filtro. A atividade respiratória foi menor (5,23 mg / 100g de CO 2) para a área de soja e a concentração de fósforo foi maior (1011,3 g P g-1) para a área da torta de filtro. Em contrapartida, o número total de bactérias solubilizadores de fósforo foi maior (6,03 log10 UFC) para a área de soja e não para a área da torta de filtro ou vinhaça. Estes resultados sugerem que o uso da vinhaça e torta de filtro não melhora as condições para colonização e estabelecimento de bactérias solubilizadores de fósforo e que a utilização de bactérias solubilizadoras de fósforo em torta de filtro melhora a disponibilidade desse nutriente, tratando-se de uma possível alternativa de baixo custo. Palavras-chave: bactérias solubilizadores de fósforo; cana; bactérias que promovem o crescimento de plantas; torta de filtro iii INFLUENCE OF FERTILIZATION IN SUGAR CANE ON PHOSPHORUS SOLUBILIZING BACTERIA ABSTRACT - The use of phosphate solubilizing bacteria can be an alternative to reduce the amount of phosphate fertilizers. The present work examined four different areas that receive different treatments, as follows: soybeans as crop rotation, vinasse and filter cake as fertilizer, compared with control; relating the total number of phosphorus solubilizing bacteria, total bacteria and some soil microbiological parameters for each treatment. Even the organic matter was higher (19.8%) to filter cake area, moisture having greater value (18.9%) to the area of vinasse and total bacteria ranging from 7.1 to 7.4 log10 colony forming units, there was no significant difference between the areas. Dehydrogenase (TFF 593.5μg / 24h.g) and microbial biomass carbon (C 916.7μg / g) were higher in the area of filter cake. The respiratory activity was lower (5.23 mg / 100g of CO2) for soybean area and the concentration of phosphorus was higher (1011.3 g P g-1) to the area of the filter cake. However, the total number of phosphorus solubilizing bacteria was higher (6.03 log10 CFU) in the area of soy and not to the area of the filter cake and vinasse. These results suggest that the use of vinasse and filter cake does not improve the conditions for colonization and establishment of phosphorus solubilizing bacteria and the use of phosphorus solubilizing microorganisms in the filter cake improving the availability of this nutrient , in the case of a possible low-cost alternative. Keywords: P bacteria solubilizing; sugarcane; plant growth bacteria promoting; filter cake 1 1. INTRODUÇÃO Desde o século passado a industrialização da agricultura tem provocado um significativo e essencial aumento de produtividade, que tem proporcionado uma maior disponibilidade de alimentos para a população. Juntamente com essa maior abundância, surgiram sérios problemas ambientais, tais como aumento no uso de suplementos e defensivos agrícolas, problemas estes que devem ser enfrentados e resolvidos em um futuro não muito distante. Os esforços de manejo ambiental visam a manutenção do ecossistema e da biodiversidade, buscando possiblidades de se diminuir possíveis impactos ambientais negativos resultantes do uso contínuo de fertilizantes químicos, herbicidas e inseticidas, como por exemplo através do uso de bactérias promotoras de crescimento em plantas (BPCP). Esse grupo de espécies de bactérias que possuem esta ação de solubilização é chamado de bactérias promotoras de crescimento da planta (BOWEN; ROVIRA, 1999; OSÓRIO-VEGA, 2007). Estas são por organismos de vida livre que colonizam ativamente as raízes das plantas, exercendo efeito benéfico sobre o desenvolvimento da planta (PÉREZ-MONTAÑO et al., 2014). Dentre os elementos essenciais aos seres vivos, têm-se o fósforo, podendo ser o principal nutriente a limitar o crescimento vegetal (AZZIZ et al., 2012). A maioria dos solos agrícolas contêm grandes reservas de fósforo, todavia, uma pequena porção é a que está disponível (DEY, 1988). Sendo assim, faz-se necessário a incorporação ao solo desse nutriente mineral, o que eleva os custos da produção vegetal. Há anos a agricultura brasileira vem utilizando vinhaça e torta de filtro, resíduos da produção de açúcar e álcool, na cultura de cana-de-açúcar, seja na fertirrigação ou como adubos no plantio e durante o cultivo (CHRISTOFOLETTE et al, 2013; DOS SANTOS; GATIBONI; KAMINSKI, 2008). A vinhaça tem a finalidade de irrigar e reduzir os custos com fertilizantes químicos (LAIME et al., 2011) e a torta de filtro é aplicada como adubo no sulco de plantio de cana de açúcar devido a sua grande quantidade de fósforo (ADORNA et 2 al., 2013). No entanto, o impacto dessa aplicação sobre a comunidade bacteriana total; bactérias solubilizadores de fósforo; e alguns importantes parâmetros do solo ainda não foram estudados. O presente trabalho examinou quatro diferentes áreas que receberam tratamento fertilizante biológico distinto (soja como rotação de culturas, vinhaça e torta de filtro, como fertilizantes), comparando-as com a área de controle que recebeu apenas fertilizantes químicos. Foram analisados o número total de bactérias solubilizadores de fósforo e outros parâmetros, como matéria orgânica, umidade do solo, desidrogenase, C da biomassa microbiana e atividade respiratória, visando verificar se a deposição de vinhaça e de torta de filtro durante anos no solo, permitiriam o estabelecimento de bactérias solubilizadoras de fósforo, avaliando o impacto desses fertilizantes sobre as atividades microbianas e importantes parâmetros do solo. Além disso, foi verificado no estudo, a ação de bactérias solubilizadoras de fósforo, selecionadas do solo analisado e inoculadas na torta de filtro afim de detectar a taxa de solubilização do fósforo nesse resíduo. 3 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O termo bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP) foi primeiramente utilizado por Kloepper e Schroth (1978) para descrever bactérias de solo que colonizam a rizosfera das plantas crescendo na rizosfera ao redor do tecido vegetal e estimulando o crescimento das plantas por diversos mecanismos. Desde aquele tempo, os estudos realizados tiveram como objetivo o entendimento de como essas bactérias atuavam sobre as plantas. Vários foram os estudos realizados nesse sentido. Primeiramente, selecionando rizobactérias in vivo que possuam habilidades para síntese de fitormônios (CASSAN et al., 2009; HOYOS-CARVAJAL et al., 2009; ABBASI et al., 2011) tais como auxinas (KHALID et al., 2004); sideróforos (FILIPPI et al., 2011; YU et al., 2011); solubilizadores de fósforo (YASMIM et al., 2004; TAJINI; TRABELSI; DREVON, 2012; KREY et al., 2013) ou fixação de nitrogênio (PEIX et al., 2001; RIGGS et al., 2001; FISCHER et al., 2007). Nesses estudos, foram usados BPCP isoladas da rizosfera para a seleção de habilidade de promoção de crescimento de plantas. Uma vez que a bactéria candidata a ser promotora de crescimento de plantas tivesse apresentado alguma habilidade para isso em condições controladas, essas foram usadas como inoculantes para plantas cultivadas em condições de campo. A aplicação das BPCP em leguminosas tem sido restrita ao uso do rizóbio como promotor de crescimento e desenvolvimento das plantas utilizando como mecanismos para isso a fixação biológica do nitrogênio. O maior motivo para isso é que existe uma grande amplitude de rizóbios que podem estabelecer simbiose com leguminosas (COOPER, 2008). Por isso, a bactéria rizóbio pode ser considerada a mais conhecida bactéria beneficiadora de crescimento de planta e um dos mais importantes biofertilizantes. Os benefícios promovidos pelas bactérias e suas interações com as plantas têm sido mostrados, incluindo a saúde da planta e seu crescimento, supressão de doenças causadas por microrganismos e o aumento da disponibilidade e assimilação de nutrientes (MANTELIN; TOURAINE, 2004; YANG; KLOEPPER; RYU, 4 2009). Esses efeitos benéficos sobre as plantas podem ser alcançados pela direta interação entre BPCP e suas plantas hospedeiras e também são indiretamente devido às atividades antagônicas contra patógenos de plantas. A estimulação direta inclui diversos mecanismos como a produção de 1aminociclopropano-1 carboxilato (ACC)-deaminase para reduzir os níveis de etileno nas raízes para o desenvolvimento das plantas; produção de reguladores de crescimento de plantas como auxinas, giberelinas, citocinas e certos voláteis; fixação simbiótica do nitrogênio; solubilização de minerais como fósforo e outros nutrientes. E a estimulação indireta é relacionada ao biocontrole por meio das atividades antagônicas contra microrganismos fitopatogênicos induzindo a planta a uma resposta de resistência sistêmica, interferindo no Quorum Sensing (QS) bacteriano. Alguns estudos mostram que BPCP podem ser usadas tendo habilidades para mais do que um mecanismo de promoção de crescimento de plantas (BASHAN; HOLGUIN, 1997; AHMAD; AHMAD; KHAN, 2008). Diferentes BPCP podem ser administradas nas culturas em indicações que estão disponíveis no mercado (LUCY; REED; GLICK, 2004) e recentemente a popularidade dos inoculantes microbianos tem aumentado substancialmente, facilitado pelo extenso número de estudos que tem aprimorado a eficácia e a consistência desses biofertilizantes (BERG, 2009; THAKORE, 2006). Os inoculantes microbianos incluem três grandes grupos: (1) fungos micorrízicos arbusculares; (2) BPCP e (3) rizóbios fixadores de nitrogênio. A capacidade de benefícios de cada grupo tem sido estudada separadamente (DOBBELAERE et al., 2001; BAREA; AZCÓN; AZCÓN-AGUILAR, 2002; MURRAY, 2011; VERMA et al., 2010). Ademais, numerosos estudos estão sendo conduzidos para avaliar os efeitos de crescimento das plantas aplicando diferentes combinações microbianas ou em consórcio, tais como bactérias fixadoras de nitrogênio e bactérias promotoras de crescimento de plantas ou simplesmente diferentes bactérias promotoras de crescimento de plantas (SINGH e KAPOOR, 1999; SWARNALAKSHMI et al., 2013). Nesse contexto, entender os mecanismos de promoção de crescimento de plantas e entender o comportamento dos microrganismos promotores de tal 5 crescimento, é importante para se decidir qual é o melhor método para se usar em uma determinada planta exposta a uma determinada situação. Rizosfera é a zona de solo que circunda as raízes das plantas. Neste local, a biologia e a química do solo são influenciadas pelas raízes (LUGTENBERG; KAMILOVA, 2009). Exsudatos de raízes incluem aminoácidos, ácidos orgânicos, carboidratos, açúcares, mucilagem e proteínas. A habilidade das rizobactérias em usar os ácidos orgânicos como fontes de carbono estão correlatas com a competência de viver na rizosfera. A estrutura das comunidades rizobacterianas é determinada pela espécie de plantas justamente pelas diferenças de composição e quantidades de exsudatos de raízes que mais afetam as populações microbianas. O entendimento de como se dá a interação entre as raízes de plantas e os microrganismos do solo, formando as comunidades microbianas da rizosfera, é um importante papel da ciência quando se considera o uso de rizobactérias promotoras de crescimento de plantas (DROGUE et al., 2012). Um dos mecanismos para a promoção do crescimento das plantas é a biofertilização, no qual, a rizobactéria promove o crescimento da planta melhorando a absorção de nutrientes para as plantas. Essas bactérias são chamadas de biofertilizantes. Elas têm o papel de melhorar a assimilação de nutrientes em plantas plantas, por meio da fixação de nitrogênio, aumentando a disponibilidade de nutrientes na rizosfera, promovendo o aumento da superfície da área das raízes ou aprimorando a simbiose benéfica para o hospedeiro. Geralmente, a promoção do crescimento é devido a combinação desses modos de ação (PÉREZ-MONTANO et al., 2014). Plantas podem assimilar nitrogênio (N), um dos principais nutrientes para as plantas na forma de nitrato ou amônia. Essas formas de nitrogênio são as mais abundantes na maioria dos solos e é o nutriente químico mais empregado na agricultura sendo, frequentemente, perdido durante as chuvas por lixiviação. Bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico, tais como as dos gêneros Rhizobium e Bradyrhizobium, podem estabelecer simbioses, formando nódulos sobre as raízes de plantas leguminosas, tais como soja, ervilha, amendoim e alfafa, no qual elas convertem N2 em amônio, que pode ser usada pelas plantas como uma fonte de nitrogênio (MURRAY, 2011). 6 Entretanto, esse processo é praticamente limitado às culturas de leguminosas. Por outro lado, diversas bactérias não simbióticas tem sido identificadas como bactérias fixadoras de nitrogênio de vida livre como Azospirillum, Azoarcus, Azotobacter, Bacillus polymyxa, Burkholderia, Gluconoacetobacter E Herbaspirillum. Essas BPCP podem fertilizar diversas plantas de interesse agronômicos, como trigo (BODDEY et al., 1986), sorgo (STEIN; HAYEN-SCHMEG; FENDRIK, 1997), milho (GARCIA e SALAMONE et al., 1996), arroz (MALIK et al., 1997) ou cana de açúcar (BODDEY et al., 2001). A inoculação com essas BPCP geralmente aumenta o peso seco das plantas, o florescimento e a produção de grãos. Entretanto, o aumento da produtividade quando se utiliza BPCP poderia frequentemente ser atribuído a um aumento do desenvolvimento radicular, o qual permite maior absorção de água e nutrientes minerais (OKON; BLOEMBERG; LUGTENBERG, 1998). Outro elemento essencial para todos os seres vivos é o fósforo (P). Este faz parte de proteínas, ácidos nucléicos, membranas e moléculas de energia, tais como ATP, GTP, e NADH. Dependendo das condições ambientais e biológicas, o P pode ser o principal nutriente a limitar o crescimento vegetal (AZZIZ et al., 2012). A condição biológica mais importante na diminuição da limitação de nutrientes e capaz de promover o crescimento das plantas é a presença de espécies de bactérias específicas, capazes de solubilizar P de fosfatos presentes na solução do solo (RODRIGUEZ et al., 2006). A maioria dos solos agrícolas contêm grandes reservas de fósforo, onde há uma parte considerável do que se acumulou como consequência da aplicação regular de fertilizantes fosfatados (RICHARDSON, 1994). No entanto, uma porção significativa do fosfato inorgânico solúvel aplicada ao solo como adubos químicos é rapidamente imobilizada após a fertilização e normalmente fica indisponível para as plantas (DEY, 1988). O fósforo está presente nos níveis entre 400 – 1200 mg/Kg de solo (FERNANDEZ et al., 1988). Seu ciclo biológico pode ser descrito como aberto ou sedimentário pelo fato de não haver um intercâmbio com a atmosfera (BERGON et al., 1990). Os microrganismos apresentam um importante papel no ciclo natural do fósforo, que ocorre por meio de oxidação e redução dos componentes de fósforo, 7 sendo que as reações de transferência de elétrons ocorrem a partir dos estágios de fosfina (-3) para fosfato (+5) (GOLDSTEIN, 1994). Os mecanismos genéticos e bioquímicos dessas transformações não são ainda completamente entendidos (OHTAKE et al., 1996). As formas minerais do solo são representadas por minerais primários tais como apatita, hidróxidoapatita e oxiapatita. Eles são encontrados fazendo parte de uma parte da rocha estratificada e sua principal característica é a insolubilidade. Apesar disso, eles constituem a maior reserva desse elemento no solo porque, sob condições apropriadas, eles podem ser solubilizados e se tornam disponíveis para as plantas e para os microrganismos. O fosfato mineral pode ser encontrado associado à superfície de óxidos de ferro hidratados, alumínios e manganês, que são muito pouco solúveis e assimiláveis. Esta é uma característica dos solos ferrosos, no qual a hidratação e o acúmulo de óxidos hidratados e hidróxidos de ferro ocorrem, produzindo um aumento na capacidade de fixação (FERNANDEZ; NOVO, 1988). O fenômeno de fixação e precipitação do fósforo no solo é altamente dependente do pH e do tipo de solo. Assim, em solos ácidos, o fósforo é fixado por óxidos livres e hidróxidos de alumínio e ferro, enquanto em solos alcalinos o fósforo é fixado pelo cálcio, causando uma baixa eficiência dos fertilizantes solúveis como o super cálcio (GOLDSTEIN, 1994; GOLDSTEIN, 1986; JONES et al., 1991). De acordo com Lindsay (1979) o superfosfato simples contém uma quantidade suficiente de cálcio para precipitar metade do seu próprio fósforo na forma de fosfato dicálcio ou dicálcio di-hidratado. O segundo maior componente de fósforo no solo é a matéria orgânica. Formas orgânicas de fósforo podem conter de 30-50% de fósforo na maioria dos solos, embora essa quantidade possa ser menor do que 5% ou maior que 95% (PAUL; CLARK, 1988). O P orgânico do solo está largamente na forma de fosfato inositol (fitato). O fitato é sintetizado por microrganismos e plantas e é a mais estável forma orgânica de fósforo no solo podendo chegar até 50% do fósforo orgânico total (DALAL, 1977; HARLEY e SMITH, 1983). Outros componentes do fósforo orgânico do solo são as formas de fosfomonodiésteres incluindo fosfolipídios e ácidos nucleicos e fosforotriésteres. 8 Entre os componentes identificáveis nos extratos de hidrolases estão as citosinas, adeninas, guaninas, uracilas e xantinas (decomposição de produtos de guaninas e adeninas). Do total do fósforo orgânico do solo, aproximadamente 1% pode ser identificado como ácidos nucleicos e seus derivados (DALAL, 1977). Entre os fosfolipídios, a colina tem sido identificada como um dos produtos da hidrólise da lecitina . Vários limites têm mostrado que apenas aproximadamente de 1-5 ppm de fosfolipídios ocorre no solo, embora valores muito elevados como de 34 ppm tem sido detectados (PAUL; CLARK, 1988). Como a concentração de P solúvel no solo geralmente é muito baixa, normalmente os níveis estão entre 1ppm ou menos (BEEVER; BURNS, 1996), necessita-se de adubações contendo esse mineral. Para tanto, utiliza-se fósforos proveniente de rochas e outros depósitos, tais como apatitas primárias e minerais primários formados durante a era geológica, que são suas maiores reservas (FERNANDEZ; NOVO, 1988; ODUM, 1986). Por exemplo, estima-se que haja mais de 40 milhões de toneladas de depósito de rocha fosfática na Índia (ROYCHOUDHURY e KAUSHIK, 1989) e este material deveria ser fornecido como fonte barata de fertilizante de fósforo para a produção agrícola (HALDER et al., 1990), o que não acontece. Na agricultura brasileira é comum a utilização de resíduos das indústrias de açúcar e álcool, como a vinhaça e torta de filtro, na cultura de cana-de-açúcar. Esses resíduos são, respectivamente, usados na fertirrigação e como adubos no plantio e durante o cultivo (CHRISTOFOLETTE et al, 2013; DOS SANTOS; GATIBONI; KAMINSKI, 2008). A fertirrigação consiste na infiltração da vinhaça crua no solo pela irrigação de lavouras de cana (CAMARGO et al., 2009). Quando aplicada in natura no solo com cana-de-açúcar, a vinhaça, além de irrigação, reduz os custos com fertilizantes químicos (LAIME et al., 2011). Já a torta de filtro é um resíduo constituído por uma mistura de bagaço e lodo de decantação, resultante do processo de clarificação do açúcar. Por cada tonelada de cana moída, entre 30 e 40 kg de torta de filtro são produzidos. A torta de filtro é aplicada principalmente como adubo no sulco de plantio de cana de açúcar (ADORNA et al., 2013). 9 Ambos, vinhaça e torta de filtro, são usados como fertilizante de acordo com a recomendação da análise química para reduzir o uso de quantidade de fertilizantes K2O e P2O5, respectivamente. A quantidade de vinhaça e torta de filtro no solo é baseada na análise do solo, portanto, o valor varia a cada ano-safra. O uso de vinhaça e torta de filtro podem criar diferentes condições ambientais para o estabelecimento de microrganismos do solo (CAMARGO et al, 2009; ADORNA et al, 2013) diferindo em suas taxas de C, N e mineralização de P (PUPIN; NAHAS, 2011). Entretanto, mesmo sabendo que a utilização desses materiais altera o ambiente microbiológico do solo, muito pouco se estudou acerca desse impacto. 10 3. MATERIAL E MÉTODOS O sítio experimental está localizado na cidade de Frutal-MG (Latitude: 20º 01' 29" S; Longitude: 48º 56' 26" W), com altitude de 550 m. O tipo de solo para todas as áreas é Latossolo Vermelho (EMBRAPA, 2006) e o clima, segundo a classificação de Köppen, foi classificado como Cwa, com verões quentes e invernos secos. A temperatura média anual é de 21ºC e a precipitação média é de 1428 milímetros. Todas as áreas estão localizadas nas proximidades da fazenda produtora de cana de açúcar e também estão nas mesmas condições ambientais. 3.1. Descrição dos tratamentos As amostras de solo foram coletadas em quatro áreas de uma fazenda produtora de cana de açúcar. Essas quatro áreas têm a mesma classificação quanto ao tipo de solo (Cwa) e praticamente a mesma altitude (em média 550m). No entanto, com base na distância da área em relação à indústria cada área recebeu um tratamento diferente durante a fertilização por pelo menos cinco anos. Na primeira área (Controle) foi plantada cana durante cinco anos, e não recebeu soja como a rotação de culturas nem vinhaça ou torta de filtro como adubos, recebendo apenas fertilizante químico de acordo com a recomendação da análise de solo, que é realizada anualmente e varia conforme as condições do solo. A segunda área, denominada no estudo de área de soja, após a quinta colheita da cana (5 anos) foi plantada soja como a rotação de culturas, não recebendo torta de filtro nem vinhaça, apenas fertilizante químico de acordo com a recomendação da análise de solo, o que também varia anualmente. A terceira área, denominada por vinhaça, recebeu vinhaça como fertilizante durante a safra de cana em substituição de K2O, juntamente com fertilizantes químicos baseado na análise química anual do solo. A quarta área e última área, denominada no estudo por área de torta de filtro, recebeu torta de filtro como fertilizante durante a safra de cana em substituição ao 11 P2O5 junto com fertilizantes químicos baseados na recomendação da análise química anual do solo. Como a quantidade de vinhaça e torta de filtro no solo é baseada na análise do solo, seu valor varia a cada ano-safra. Já a semeadura da soja é feito a cada cinco anos, como a rotação de culturas. 3.2. As amostras de solo Amostras de solo, Latossolo Vermelho (EMBRAPA, 2006) foram coletadas aleatoriamente no inverno, ao mês de junho, em todas as áreas. Cada amostra foi composta por seis sub-amostras colhidas de 0-20 cm de profundidade do solo. Todas as quatro áreas foram divididas em cinco lotes, nas quais foram coletadas uma amostra de composto por parcela de 20 amostras. As amostras de solo foram transportadas para o laboratório, peneiradas (2 mm) e homogeneizadas. Cada amostra foi dividida em duas partes: uma parte foi mantida a 7º C até à análise e a outra parte foi e armazenado à temperatura ambiente, onde secou ao ar. 3.3. Caracterização da torta de filtro e da vinhaça As concentrações de matéria orgânica, elementos minerais, os valores de pH e as relações C/N determinados na torta de filtro calculado com base no peso seco são retratados na Tabela 1. A Tabela 2 mostra os requisitos químicos para oxigênio (CRO), requisitos biológicos (BRO), condutividade elétrica (CE), sólidos totais dissolvidos (TDS), valores de pH, sódio e concentrações de macronutrientes de vinhaça. 12 Tabela 1. Concentrações de matéria orgânica, elementos minerais, valores de pH e relações C/N determinados na torta de filtro, calculado com base no peso seco, conforme Prado; Caione e Campos (2013). Determinações Matéria Orgânica (%) pH N (%) P (%) K (%) Ca (%) Mg (%) S (%) C/N ratio Torta de filtro (Meios) 22.3 7.7 2.0 1.1 0.3 2.1 0.6 0.25 24 Tabela 2. Requisitos química de oxigênio (CRO), requisitos biológicos para (BRO), condutividade elétrica (CE), sólidos dissolvidos totais (SDT), valores de pH, de sódio e de macronutrientes de vinhaça de acordo com Prado, Caione e Campos (2013). Determinações CRO (mg L-1) BRO (mg L-1) EC (dS L-1) TDS (mg L-1) pH N (mg L-1) P (mg L-1) K (mg L-1) Na (mg L-1) Ca (mg L-1) Mg (mg L-1) Torta de Filtro (Meios) 32.360 12.092 9.72 12.764 4.8 485 175 1.644 191 500 129 Mesmo que a composição da vinhaça dependa do tipo de matéria-prima empregada no preparo do mosto, da procedência ou localização da destilaria, da época de amostragem e do processo utilizado na fabricação do álcool (SILVA; ORLANDO FILHO, 1981), pode-se traçar um parâmetro médio para a composição da vinhaça da planta estudada. A vinhaça proveniente de mosto de melaço, como é o caso, é, em geral, mais rica em melaço orgânico e elementos minerais que a de mosto misto e a de caldo, sendo que o potássio e o elemento mineral predominante, 13 com teores razoáveis de cálcio e sulfato, e pobre em nitrogênio, fósforo e magnésio. Entre os vários micronutrientes que a compõe, o ferro aparece em maior concentração, seguido de manganês, cobre e zinco em pequenas concentrações (SILVA; ORLANDO FILHO, 1981). 3.4. Análises químicas do solo Uma amostra composta de cada uma das quatro áreas foi enviada ao Laboratório de Solos do Departamento de Solos e Adubos, UNESP / Jaboticabal, a fim de se verificar as propriedades e a fertilidade do solo em cada área. 3.5. Análises microbiológicas do solo A matéria orgânica do solo foi determinada após a adição do ácido sulfúricodicromato de potássio nas amostras de solo (SIMS & HALY, 1971). O teor de água foi determinado por secagem do solo em 105°C até que um peso constante fosse obtido. O Carbono da biomassa microbiana (MB-C) foi determinado de acordo com o método de irradiação de extração (MENDONÇA; MATOS, 2005), que consiste de energia eletromagnética (micro-ondas) para transferir o calor (a temperatura), o que leva a rebentamento celular, com libertação de compostos intracelulares. De acordo com o Islam e Weil (1998), a lise bacteriana exige energia de 800 J s -1 g-1 solo (matéria seca). Por isso, a seguinte fórmula para calcular o tempo de irradiação é usada: T = RW / P, em que T corresponde tempo de irradiação; R da energia incidente pretenso na amostra; W a massa de solo (base seca) e P é a potência de micro-ondas. No entanto, esses autores destacam que a temperatura do solo úmido deve ser mantida acima de 80ºC e não exceder 88°C, evitando a liberação C não microbiano durante a irradiação. Antes da extração, a calibração de micro-ondas 14 com um volume conhecido de água, seguido de pré estabelecimento do tempo de irradiação de micro-ondas para elevar a temperatura. Atividade respiratória microbiana (MRA) foi determinada através da incubação de solo úmido (100 g solo seco) com 20 mL de água e 20 mL de NaOH 0,5 M em potes de 2,5 L, que foram selados e incubados por 12 dias a 30°C no escuro (RESENDE; SANTOS; XAVIER, 2006). O CO2 liberado, proveniente da atividade respiratória, foi determinado por titulação a solução de NaOH a 1M restante com HCL utilizando como indicador a fenolftaleína. Bactérias solubilizadores de P foram identificadas através da incubação de 10g de solo com água de peptona a 0,9% e agitação por 10 minutos. Em seguida, uma alíquota foi transferida para meio Bunt & Rovira com adição de 38,4 mg/g de solo fluorapatita seca durante uma semana a 30°C. Depois, a presença do halo de solubilização no prato foi verificada todos os dias. Todas as estirpes que apresentaram o halo na placa foram contadas como bactérias P solubilizantes (Figura 1). Figura 1. Presença de halos de solubilização ao redor da colônia de bactérias solubilizadoras Amônio e nitrato foram determinados usando método indofenol azul de acordo com Keeney e Nelson (1982). Resultados NO3- e NH4+ foram expressos em base seca. 15 Os teores de P foram determinados utilizando um espectrofotômetro pelo método do ácido ascórbico (WATANABE & OLSEN, 1965) seguindo o procedimento de digestão molhado. O fosfato disponível foi determinado colorimetricamente (WATANABE & OLSEN, 1965) após uma extração de bicarbonato de sódio a pH 8,5 (OLSEN e SOMMER, 1982). Atividade da desidrogenase foi determinada de acordo com o método modificado de Casida (1977), por adição de 0,06 g de CaCO 3 de 0,5 ml de 0,5% de cloreto de trifenil tetrazólio, e 1,0mL de água destilada a 3g de solo em tubos de ensaio. Os tubos foram fechados e incubados durante 24h a 37°C. A mistura foi filtrada num filtro Whatman No. 1, e o formazano trifenil (TPF) foi extraído com 5mL de metanol e determinado colorimetricamente a 485nm, utilizando-se metanol como um controle. Os resultados foram expressos como mg TPF/g de solo seco 24h. A relação entre o azoto de carbono (Relação C:N) foi medida usando os valores de matéria orgânica dividido pela soma dos valores de amônio e nitrato. O coeficiente metabólico qCO2 foi medido dividindo a atividade respiratória por valores de carbono da biomassa. Esse valor representa a quantidade liberada de CO2 por quantidade de biomassa. Os resultados foram expressos como ug de CO2/ug biomassa C. 3.6. Seleção de bactérias solubilizadoras de fósforo e inoculação na torta De todas as estirpes que apresentaram o halo na placa, contadas como bactérias P solubilizantes, foram selecionadas seis bactérias que apresentaram os maiores halos. Após a seleção dessas seis bactérias, estas foram inoculadas, separadamente, em 20 gramas de torta de filtro durante 10 dias com três repetições cada dia. Todos os dias a concentração de fósforo de três placas de petri de cada bactéria solubilizadora foi dosada. Foi utilizado como testemunha a torta de filtro sem a inoculação de bactérias solubilizadoras de fósforo. Os teores de P nas placas de petri foram determinados utilizando um espectrofotômetro pelo método do ácido ascórbico (WATANABE & OLSEN, 1965) 16 seguindo o procedimento de digestão molhado. O fosfato disponível foi determinado colorimetricamente (WATANABE & OLSEN, 1965) após uma extração de bicarbonato de sódio a pH 8,5 (OLSEN e SOMMER, 1982). 17 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 3 apresenta os resultados das propriedades químicas do solo em cada uma das quatro áreas, conforme determinado pelo Departamento de Solos. Tabela 3. Propriedades químicas do solo, Latossolo Vermelho da cana em quatro sistemas de adubações. Propriedades pH Matéria orgânica P resina K+ Ca+ Mg2+ H+ + Al3+ Soma das bases, SB (K+Ca+Mg) Capaciadade de troca catiônica, T (SB + H +Al) Saturação por bases (SB/T *100) Controle Soja Vinhaça Torta de Filtro CaCl2 g dm-3 mg dm-3 mmol L dm-3 mmol L dm-3 mmol L dm-3 mmol L dm-3 mmol L dm-3 6.1 34 24 1.3 137 62 15 200.3 5.0 23 35 1.4 31 7 28 39.4 5.6 35 9 6.4 58 25 28 89.4 6.4 77 1024 6.8 239 78 15 323.8 mmol L dm-3 215.3 67.4 117.4 338.8 % 93 58 76 96 As análises químicas de todas as áreas demonstraram que há grandes diferenças de matéria orgânica, teor de P, soma de bases, capacidade de troca catiônica conteúdo e Mg2+ comparando cada área. Entretanto, não houve grande diferença comparando a fertilidade do solo (Tabela 1). A torta de filtro foi utilizada com bons resultados como um substituto para os fertilizantes minerais de fosfato na produção de culturas de campo, por causa de sua composição, que tem grande teor de P (Tabela 2). Já o uso da vinhaça na fertirrigação é crescente em diversas áreas agrícolas, em substituição aos fertilizantes minerais de potássio e fornecimento de água, matéria orgânica e outros nutrientes minerais em quantidades menores. Isso porque a vinhaça de cana apresenta elevada quantidade de potássio (Tabela 3). A faixa de matéria orgânica foi de 4,6% (soja) até 19,8% (torta de filtro). Comparando cada área com o controle, verifica-se que o aumento da matéria 18 orgânica foi 61,42%, 11,10% para torta de filtro e vinhaça, respectivamente, e houve uma redução de 62,86% na área de soja (Figura 2). A 25 % de Matéria Orgânica 20 B 15 C 10 D 5 0 Controle Soja Vinhaça Torta de Filtro Tratamentos Figura 2. Porcentagem de matéria orgânica por grama de solo seco de solo submetido a quatro tratamentos sob cana-de-açúcar. A umidade do solo foi diferente para cada área, sendo a vinhaça o mais alto teor, 18,9%, seguido de torta de filtro, 15,4%, enquanto que o controle tinha 14,3% e a soja teve a menor quantidade de umidade, com 6,3% (Figura 3). 25 A 20 % de Umidade B B 15 10 C 5 0 Controle Soja Vinhaça Torta de Filtro Tratamentos Figura 3. Porcentagem de umidade do solo a partir do solo sob cana com quatro tratamentos diferentes 19 A área com vinhaça apresentou o teor de umidade mais elevado em comparação com a área de controle (Figura 3), certamente como consequência de sua composição, que consiste basicamente de água (93%), sólidos orgânicos e nutrientes minerais (LAIME et al, 2011;. CHRISTOFOLETTI et al, 2013). A vinhaça é uma fonte de nutrientes, matéria orgânica e água e seu uso pode contribuir para aumentar a produtividade da cana (RESENDE; SANTOS; XAVIER, 2006). No entanto o seu uso excessivo pode causar a lixiviação de minerais e nitrato de potássio e de contaminação das águas subterrâneas (PRADO; CAIONE; CAMPOS, 2013). A maior atividade da desidrogenase, que foi mais um parâmetro para medir a atividade microbiana, ocorreu na área de torta de filtro, 593.48μg TFF/24h.g, enquanto a vinhaça apresentou 243.92μg TFF/24h.g. A soja apresentou 168.97μg TFF/24h.g e a menor atividade da desidrogenase foi apresentada pela área controle, 150.64μg TFF/24h.g (Figura 4). 800 Desidrogenase (μg TFF/24h.g de solo seco) A 600 B 400 B B 200 0 Controle Soja Vinhaça Torta de Filtro Tratamentos Figura 4. Desidrogenase do solo de diferentes tratamentos com cana O valor do C da biomassa microbiana foi maior para a torta de filtro, 916,71 mg C/g, enquanto a vinhaça apresentou 312,78 mg C/g, soja 201,33 mg C/g e área controle apresentou 132,79 mg C/g. O aumento do C da biomassa microbiana a partir da área de torta de filtro foi de quase 7 vezes quando comparado com a área controle (Figura 5). 20 1600 A 1400 Biomassa Microbiana (μg C/g de solo seco) 1200 1000 800 600 B B 400 B 200 0 Controle Soja Vinhaça Torta de Filtro Tratamentos Figura 5. Carbono da biomassa microbiana do solo de diferentes tratamentos com cana A quantidade da atividade respiratória foi maior no solo com torta de filtro, 92,14 mg/100g de CO2, enquanto o controle apresentou 72,87 mg/100g de CO2, área de vinhaça apresentou 62,67 mg/100g de CO 2. A menor atividade respiratória foi apresentada para a área de soja, 5,23 mg/100g de CO2 (Figura 6). 160 A Atividade Respiratória (μg CO2 / 100g de solo seco) 140 120 A A 100 80 60 40 B 20 0 Controle Soja Vinhaça Torta de Filtro Tratamentos Figura 6. A atividade respiratória de solo de diferentes tratamentos com cana 21 A menor atividade respiratória ocorreu na área de soja em comparação com outras áreas (Figura 6). Gilbert et al., (2008) compararam a resposta de cana, após três anos de torta de filtro e vinhaça, fertilizantes padrão e cultura da soja antes de cana e os resultados indicaram que a soja era a que apresentava menos efeito do que as práticas de torta de filtro ou fertilizantes convencionais em aumentar a produtividade da cana em solos arenosos. Os efeitos benéficos no solo foram demonstrados por alguns estudos que trazem, em solos tropicais, a inclusão na rotação de culturas com leguminosas, aumenta a matéria orgânica do solo e melhora as propriedades biológicas, físicas e químicas do solo (FRANCHINI et al, 2007; HUNGRIA et al., 2009). No entanto, as maiores contribuições para a atividade microbiana, provavelmente, foram dadas por vinhaça e torta de filtro, pois ambas apresentaram mais matéria orgânica e nutrientes do que a área de soja (Figura 6). O maior número de UFC / g para bactérias solubilizadores de P foi na área de soja, log10 5,73; provavelmente devido ao alto desvio padrão. Comparando-se o total de bactérias solubilizadores de P a partir de cada área não é possível verificar a diferença entre eles. O maior número de UFC / g para bactérias solubilizadores de P era de 6,03 log 10 da área de soja que, para o controle foi de 6,01 log 10 , para a torta de filtro foi log10 5,84 e vinhaça foi log10 5,73. No entanto, não houve diferença de P> 0,05 entre os valores de bactérias solubilizadores de P (UFC), para controle, vinhaça e torta de filtro (Figura 7). 14 A log10 of UFC/g de solo seco 12 B B B Vinhaça Torta de Filtro 10 8 6 4 2 0 Controle Soja Tratamentos Figura 7. Bactérias solubilizadores de P no solo de diferentes tratamentos com cana 22 A quantidade de amônio mais alta foi apresentada pela área de torta de filtro, 68,35 mg NH4 + / g, enquanto que a área de soja foi de 61,38 mg NH4 + / g, seguida pela área de vinhaça, 57,23 mg NH4 + / g, e controle, 54,46 mg NH4 + / g. Não houve diferença entre a quantidade de amônio na área de vinhaça e na área controle. Houve diferença comparando a área de soja e de controle. No entanto, a quantidade de amônio a partir de área vinhaça não foi diferente quando comparada com a área de soja (Figura 8). 80 A B μgNH4+ -N/g de solo seco BC C 60 40 20 0 Controle Soja Vinhaça Torta de Filtro Tratamentos Figura 8. Quantidade de μgNH4 + N / g de solo seco de diferentes tratamentos sob cultivo de cana de açúcar A maior quantidade de nitrato foi apresentada pela área da torta de filtro, 339 mg NO3-N/GDS, em comparação com quantidades na área de soja, 97,03 mg NO3N/GDS, vinhaça, 78,87 mg NO3-N/GDS, e controle, 73,32 mg NO3-N/GDS. No entanto, não houve diferença entre a quantidade de nitrato nas áreas de soja, vinhaça e controle (Figura 9). 23 400 μgNO3-N/g de solo seco A 300 200 B 100 B B 0 Controle Soja Vinhaça Torta de Filtro Tratamentos Figura 9. Quantidade de NO3- a partir de quatro áreas com diferentes tratamentos sob cultivo de cana de açúcar. A maior concentração de fósforo foi apresentada pela área de torta de filtro, 1.011,3 g P g-1, enquanto que a área de soja apresentou 132,97 g P g-1, controle 108,80 g P g-1 e o menor valor de concentração de P foi apresentado na área de vinhaça, 63,80 g P g-1. Não houve diferença entre as concentrações de fósforo em relação ao controle, vinhaça e área de soja (Figura 10). 1600 A Concentração de P (g P g-1 de solo seco) 1400 1200 1000 800 600 400 200 B B Controle Soja B 0 Vinhaça Torta de Filtro Figura 10. As concentrações de fósforo de diferentes tratamentos de solo sob cana 24 O coeficiente metabólico foi apresentado na Figura 11 e não houve diferença comparando todos os tratamentos com o controle. A área de soja apresentou 33,52 mg CO2 / mg C biomassa, enquanto a área da torta de filtro apresentou 13,49 mg CO2 / mg C biomassa, seguido de vinhaça 7,14 mg CO 2/ mg C biomassa, e área controle, 1,73 mg de CO2 / mg C biomassa. Coeficiênte Metabólico 80 60 40 20 0 Controle Soja Vinhaça Torta de Filtro Tratamentos Figura 11. Coeficiente metabólico mg CO2 / biomassa mg C de diferentes tratamentos de solo sob cana. A relação C:N mostrou que tanto a área controle e a área com vinhaça apresentaram os maiores valores, 10,31 e 9,64, respectivamente. Os menores valores foram apresentados na área de soja e torta de filtro, 2,95 e 4,81, respectivamente. Não houve diferença entre os valores que comparam controle com vinhaça nem comparando soja e torta de filtro. No entanto, houve diferença entre os valores de controle e vinhaça, quando comparado com a soja e torta de filtro (Figura 12). 25 12 A A Relação C:N /g de solo seco 10 8 6 B 4 B 2 0 Controle Soja Vinhaça Torta de Filtro Tratamentos Figura 12. Relação C:N / g de solo de diferentes tratamentos sob cultivo de cana de açúcar A Figura 13 apresenta as médias de fósforo solubilizado em µg de P por 100 gramas de torta de filtro devido a ação de cada um dos isolados. Comparando com a torta sem bactéria, que apresentou resultado de 1538,0000 µg de P / 100 gramas de torta de filtro, todos os isolados apresentaram resultados significativos, melhorando a quantidade de fósforo solúvel. Todavia, das médias de fósforo solubilizado por cada inoculação de bactéria, bactéria 1 = 2498,0000 µg de P / 100 gramas de torta de filtro, bactéria 2 = 2815,0000 µg de P / 100 gramas de torta de filtro, bactéria 3 = 2883,0000 µg de P / 100 gramas de torta de filtro, bactéria 4 = 2989,0000 µg de P / 100 gramas de torta de filtro, bactéria 5 = 3049,0000 µg de P / 100 gramas de torta de filtro e bactéria 6 = 3248,0000 µg de P / 100 gramas de torta de filtro, não apresentaram diferença entre si. 26 4000 g de P/g de torta de filtro seca A A A A A 3000 A 2000 B 1000 0 controle Isolados Figura 13. Concentração de fósforo solúvel da torta de filtro sem inoculação (controle) e da torta de filtro incubada em placas de petri separadamente com seis bactérias solubilizadoras de fósforo durante 10 dias. O estudo identificou que a área que recebeu torta de filtro apresentou maiores valores de matéria orgânica, desidrogenase, biomassa microbiana, atividade respiratória, amônia, nitrato e concentração de fósforo (figuras 1, 4, 5, 6, 8, 9 e 10). Esta forte atividade microbiana mostra evidências de que a torta de filtro melhora a ciclagem de nutrientes aumentando a sua disponibilidade para as plantas (Hernández-Allica et al, 2006;. Hungria et al, 2009.). Microrganismos do solo desempenham um papel fundamental nos processos de mineralização e solubilização de P (Van Veen, 1997; Mendes e Reis Júnior, 2003). Mesmo que a torta de filtro apresente as melhores condições para a atividade microbiana em comparação com outras áreas em relação à maioria dos parâmetros do solo analisados e seu uso pode causar alguns problemas. Isso porque como a torta de filtro de cana é moderadamente ácida, sua adição em solos alcalinos levou à imobilização de N inorgânico (RASUL et al 2006; KHAN et al 2008). Esta imobilização é surpreendente como os traços de C no solo orgânico para o total de N e 0,5 M K2SO4 C orgânico extraível de N orgânico na torta de filtro de cana foram abaixo de 15, onde a imobilização N deve ocorrer (POWLSON et al., 2001). Isto 27 significa que a taxa de re-mineralização é independente do tamanho real dos resíduos microbianos e também independente do tamanho da biomassa microbiana do solo (RASUL et al., 2009). Compreender o modo de ação das alterações é essencial para a melhoria da sua eficácia e assimilação dos sistemas de cultura (LAZAROVITS; TENUTA; CONN, 2001). Se as alterações melhorarem o estabelecimento de bactérias solubilizadores de P, bem como a disponibilidade de nutrientes P para as plantas, seria possível reduzir a quantidade de fertilizantes fosfatados utilizados na cultura de cana de açúcar. Há populações consideráveis de bactérias solubilizadores de fosfato no solo e na rizosfera de plantas (RODRÍGUEZ; FRAGA, 1999). No entanto, a sua melhor criação ocorrerá quando as melhores condições ambientais são fornecidas para microrganismos. Como a área torta de filtro apresentou o maior teor de fósforo a hipótese inicial era de que o número de bactérias solubilizadores de P fosse maior do que as áreas de controle, de vinhaça e de soja. No entanto, surpreendentemente, a área que apresentou a maior quantidade de bactérias solubilizadores de P foi a área de soja. Esse resultado ocorreu provavelmente por dois motivos. Primeiro, a maior disponibilidade de nutrientes P não permite a seleção de bactérias solubilizadores de P, porque quem seleciona a população microbiana é a planta e quando a planta tem qualquer disponibilidade de nutrientes, não depende de solubilização. Em segundo lugar, a área de soja apresentou atividade microbiana menor e quando ocorre a diversidade microbiana é menor também. E a diversidade microbiana menor favorece a seleção de uma população microbiana específica. Analisando dois parâmetros do solo, tais como coeficiente metabólico e a relação C: N, é possível verificar que essas áreas que receberam vinhaça e torta de filtro não melhoram sua qualidade ou a fertilidade. Os resultados mostraram que não houve diferença entre os quatro tratamentos com relação coeficiente metabólico e sobre a relação C:N, e não houve diferença entre controle e área de vinhaça. Mas, ainda assim, os referentes valores para este parâmetro foram menores do que do controle, da torta de filtro e da soja (Figura 11 e 12). 28 O uso da torta de filtro como fonte de fósforo já vem a muito sendo utilizado no país, todavia, grande quantidade do fósforo presente nesse adubo está indisponível para utilização pelos vegetais. No que tange à solubilização do fósforo presente na torta de filtro, verificou-se que, como esperado, as bactérias solubilizadoras proporcionariam aumento no teor de P (Figura 13). Alguns estudos já demonstraram a melhora nesse teor a partir do uso de bactérias ou fungos solubilizadores (SOUCHIE et al, 2005; SOUSA, 2010), inclusive com a utilização de isolados a partir de solo sob o plantio de cana-de-açúcar (INUI, 2009). Além disso, na literatura encontram-se trabalhos que houve a inoculação de bactérias e fungos solubilizadores e verificou sua ação em cultivos, como rabanetes (NARLOCH, 2002) e espécies arbóreas (SOUCHIE et al, 2005), afim de avaliar os efeitos sobre o vegetal. Todavia, muito pouco se conhece sobre a ação dessas bactérias em torta de filtro, a fim de potencializar seu uso como fonte de fósforo para culturas, especialmente cana-de-açúcar. Com os dados do trabalho, verifica-se que as bactérias solubilizadoras melhoram o teor de P, mas não há diferença significativa quanto aos isolados utilizados. 29 5. CONCLUSÕES Pode-se concluir que a utilização da torta de filtro e vinhaça não favorecem o estabelecimento de bactérias solubilizadores de P solo sob o plantio de cana. Todavia, a utilizar a soja na rotação de cultura melhora a quantidade de bactérias solubilizadoras de fósforo no solo analisado. Entretanto, a utilização desses resíduos promovem ganhos de fertilidade do solo e economia de fertilizantes, o que é uma ótima opção já que a indústria sucroalcooleira gera esses resíduos e precisa dar alguma destinação a eles. Além disso, o presente trabalho demonstrou que todos os tratamentos com as bactérias solubilizadoras melhoraram a disponibilidade de P quando comparado com a torta não inoculada. Essa prática poderia ser utilizada como estratégia viável para se aumentar a quantidade de fósforo disponível com baixo custo. 30 6. REFERÊNCIAS ABBASI, M. K.; SHARIF, S.; KAZMI, M.; SULTAN, T.; ASLAM, M. 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