Introdução
Cada região da Ásia tinha um estilo de luta com diferentes denominações. O nome genérico deste conjunto de lutas
japonesas era conhecido como jiu-jitsu, a arte marcial mais completa que existe. Literalmente, jiu-jitsu significa
“arte de vencer a brutalidade com suavidade”. O ideograma “jiu”, significa “suavidade”, “jitsu” significa “arte”. A
palavra “jiu” é o mesmo que “Kangi” (letra japonesa). A arte em si, baseia-se no princípio de “ceder para vencer”,
utilizando técnicas que permita a uma pessoa fraca defender-se e se necessário dominar um adversário maior e
mais forte, não adoptando a violência, e obedecendo a uma ordem crescente de controlo e inteligência.
Os motivos que me levaram a escolher esta arte marcial foram: o facto de ser a arte marcial mais abrangente que
existe, verificando a sua eficácia em um combate real e, no entanto, sem ser necessário recorrer ao uso de violência.
E a razão pela qual essa arte marcial é o desporto de luta que mais cresce no mundo, e tantos milhares de pessoas
praticam esta modalidade, é que o jiu-jitsu, é uma arte marcial com aspectos que contribuem para o individuo, que
não so queira praticar um desporto, ganhar saúde, e sentir-se com uma qualidade de vida melhor, será praticar um
desporto e aprender uma arte marcial que conta com um excelente sistema de defesa pessoal, e de ser a mais
respeitada de todas as lutas. O JIU-JITSU Brasileiro.
O QUE É O JIU-JITSU?
O Jiu-jitsu é uma das mais antigas formas de arte marciais, completa e de eficiente defesa pessoal, notabilizada
pelos samurais guerreiros de Japão feudal, para se defenderem sem armas.
Actualmente, mantém o seu espírito e a sua tradicional eficiência, embora adaptada às situações existentes dos dias
que correm, é um sistema bastante completo, onde se usa essencialmente a adaptação e a flexibilidade. É uma arte
marcial intelectualizada tendo em vista a junção de toda a atenção (mente) e sangue frio. É considerada a luta mais
abrangente que existe, pois tecnicamente consiste numa reunião de projecções, chaves, luxações,
estrangulamentos, defesa contra ataques com armas, golpes nas articulações, técnicas de luta no chão e técnicas de
controlo em que o seu praticante procura o máximo de eficácia com o mínimo desgaste de energia, não sendo
necessário o uso de força, pois utiliza sistemas de alavancas e desequilíbrios, onde o lutador aproveita a força e o
movimento do próprio adversário para executar os seus golpes. As bases fundamentais para um praticante de jiujitsu são a destreza, a rapidez e a flexibilidade. Esta luta movimenta todos os músculos do corpo e estes movimentos
regulam o controlo motor, actuando como efeito de psicomotricidade, autoconfiança e total controlo de si mesmo,
condicionando os reflexos, induzindo as decisões rápidas e seguras em situações caóticas e consequentemente
desprovendo de complexo os seus praticantes.
Assim, se obteve a 1ª modalidade que permite vencer adversários mais fortes, visto que se procura aquilo que é
mais simples, prático e real.
ORIGEM DO JIU-JITSU
O jiu-jitsu foi criado no norte da Índia, algumas milhas em cima de Benares, à mais de 500 anos A.C. Os Monges
Budistas de Longínquos Monastérios, obrigados a percorrer longas caminhadas em estradas infestadas de bandidos
para propagarem a sua fé, eram constantemente agredidos e roubados. Os Monges Indianos, apesar de não
desejarem entrar em confrontos físicos, o que era contra os seus princípios, principalmente porque viviam para a
contemplação divina, não podiam continuar a serem vítimas desses ataques. Sendo assim, dotados de grande saber e
perfeito conhecimento do corpo humano, desenvolveram técnicas de defesa pessoal. Por possuírem um porte físico
muito fraco, as suas técnicas não poderiam utilizar força, já que neste aspecto, eles estariam em desvantagem, sendo
assim, criaram movimentos em que pudesse ser aproveitada a própria força do adversário, com base em leis físicas,
tais como: sistema de alavancas, movimento de força, equilíbrio, ciente de estudo minucioso dos pontos vitais do
corpo humano, inércia e centro de gravidade.
Deste modo, baseada nessas leis físicas, nos movimentos dos animais, nas brincadeiras das crianças e da natureza,
foi criada a “Arte Suave”, o jiu-jitsu.
1
HISTÓRIA E PROPAGAÇÃO JIU-JITSU
Como foi referido anteriormente, o jiu-jitsu foi criado na Índia, por Monges Budistas. A sua disseminação pela Ásia
viria séculos mais tarde, quando reinou na Índia Devanampriya Priydarsim, conhecido como rei Asoka – 2 séculos
depois de Buda. Asoka, que também era budista, desenvolveu milhares de mosteiros dentro e fora da Índia. Desta
maneira, o budismo e, com ele, o jiu-jitsu atingiram o Ceilão, a Birmânia, o Tibete, o Sião e todo o Sudeste da Ásia,
e posteriormente à China chegando finalmente ao Japão onde cresceu e tomou um grande impulso, e migrando, de
seguida, para o Ocidente.
Em 1871, o Imperador Meiji inicia grandes modificações sociais, propiciando a imigração de ocidentais. A
“ocidentalização” do Japão e a consequente penetração estrangeira iniciada nesta fase quando até então era um país
fechado à cobiça de europeus e americanos, trouxe sério problema para os hipônicos e também para o jiu-jitsu.
Os japoneses de pequena estatura com conhecimentos de jiu-jitsu, tinham condições de derrotar, numa luta real, os
grandes e fortes ocidentais. Porém, a partir do momento em que esses aprendessem esta arte marcial, a supremacia
técnica dos japoneses, em luta corpo-a-corpo desapareceria.
A curiosidade dos ocidentais de aprender o famoso sistema de luta passou a ser o problema de maior preocupação
para os filhos do império do “sol nascente”. Então, o governo japonês, resolveu criar um falso estilo de jiu-jitsu para
uso externo, sem eficiência como luta real. Assim sendo, por volta de 1880, Jigoro Kano funcionário do Ministério
da Cultura Japonesa é escolhido para ensinar o “falso jiu-jitsu”, o que veio mais tarde ser baptizado com o nome de
judo.
Foram assim escondidos, os segredos da sua arte marcial milenar. Os livros e publicações sobre o verdadeiro jiujitsu foram recolhidos e tornou-se crime contra a pátria, ensinar esta arte para os estrangeiros, pois era a principal
defesa do povo japonês.
O judo, que nada mais é do que as técnicas de quedas extraídas do jiu-jitsu, foi exportado para o Ocidente,
acompanhado de grande propaganda. Os japoneses passaram então, a treinar o jiu-jitsu entre si, às escondidas.
Recentemente, após a morte de Kano, os próprios japoneses sentiram que o judo os estava a prejudicar em relação
aos estudos do jiu-jitsu, sem a presença de Kano, trataram de introduzir secretamente um jiu-jitsu que servisse de
defesa pessoal para os praticantes de judo.
No final do século XIX, quando foi proibido a prática do jiu-jitsu no Japão, muitos mestres, descontentes e como
não queriam abandonar a sua arte, resolveram deixar o país.
Em 1912, chegou ao Brasil, a Belém de Pára, um grupo de Japoneses, liderados pelo grande mestre e campeão
mundial da época, Mitsuio Maeda. Tendo dificuldades em se estabelecer no país, Maeda, conhecido como Conde
Koma, foi ajudado por Gastão Gracie, que tinha muita influência política no Brasil, naquela época. Para mostrar a
sua gratidão a Gastão, Conde Koma decidiu ensinar as técnicas do jiu-jitsu ao seu filho Carlos Gracie. Carlos, na
altura, com apenas catorze anos, praticava boxe e interessava-se muito por lutas de rua, assim modificou as técnicas
clássicas que aprendeu com o Conde Koma para encontrar uma situação real de luta sem regras, e adaptou também
os nomes para o portugues usado no Brasil, porque em japonês eram complicados. Motivo este que chama-se
Gracie jiu-jitsu, ou jiu-jitsu brasileiro. Mais tarde, criou a primeira escola de jiu-jitsu. Carlos testou o seu sistema
através de constantes combates nos quais podiam participar todos os tipos de desafiadores, sem se importar com o
tamanho, peso, força do adversário e estilo de luta, causando grande impacto sobre o povo brasileiro devido às
constantes vitórias. Posteriormente, ensinou as suas técnicas aos seus irmãos Hélio, Gastão, Jorge e Osvaldo.
A família Gracie vive desta arte marcial desde a década de vinte até aos dias de hoje, e todos os membros da família
lutam ou já lutaram jiu-jitsu, inclusive as mulheres. Desde então, esta família tem vindo a ganhar todos os desafios,
a todo o tipo de lutadores e de diversas modalidades de artes marciais, propagando, desta forma, o jiu-jitsu. Nos
U.S.A., país onde os heróis são admirados, um brasileiro de nome de Rickson Gracie, com mais de 500 lutas invicto
é considerado o melhor lutador do mundo, vence todo e qualquer desafio, provando que o jiu-jitsu é a mais eficaz
arte marcial que existe. Deste modo, o Rio de Janeiro tornou-se a capital mundial do jiu-jitsu, e o Brasil tornou-se a
maior potência mundial do desporto, sendo praticado actualmente por milhares de brasileiros.
2
FILOSOFIA DO JIU-JITSU
As origens de jiu-jitsu foram encontradas na filosofia do wu-wei, e de acordo com a lenda, foi descoberto pela
observação da neve caindo nos ramos das árvores. Nos galhos mais fortes e rígidos, a neve amontoava-se até que
eles se partissem com o peso, enquanto que nos ramos mais fracos e flexíveis, eles simplesmente se curvavam com o
peso da neve e deixavam-na cair sem se quebrarem, voltando então a posição original. O jiu-jitsu fundamenta-se
nos dois princípios do wu-wei, o de “ir directo e em frente”, ou na simultaneidade do ataque e defesa. Quanto mais
força se usar para tentar derrotar um perito no jiu-jitsu, mais provável será ser-se feridos. O mesmo acontece,
quando uma pessoa empurra com força uma porta de trinque fraco. A porta simplesmente se abre e essa pessoa cai
no chão. “CEDER PARA VENCER”. Quanto ao segundo princípio, “simultaneidade de ataque e defesa” verifica-se
que não pode haver êxito no jiu-jitsu, caso exista o menor intervalo possível entre estes dois movimentos. Se o
lutador parar para pensar num contra-movimento durante uma fracção de segundo, o adversário tem tempo de
recuperar o seu equilíbrio.
Se não ceder imediatamente, ele encontrará bastante resistência para impedir que o ataque passe ao lado, e no
momento em que encontra algo contra o que lutar, já tem probabilidade de triunfar. A essência do jiu-jitsu é que
nunca deve existir algo contra o que se possa lutar. O verdadeiro perito, nesta arte, deve ser tão evasivo quanto a
verdade do Zen; tem de se transformar num Koan: um quebra-cabeças cuja solução nos foge quanto mais tentamos
resolvê-lo. Tem de ser como a água que escorre através dos dedos quando tentamos segurá-la. A água não hesita
antes de correr, pois no momento em que os dedos se começam a fechar ela escapa, não pela sua força, mas usando
a pressão que lhe é aplicada. “ADAPTAR-SE A CADA SITUAÇÃO”.
Um praticante da arte tem a opção de fazer um dano corporal grande ao seu adversário. O praticante tem também a
escolha de fazer com o seu oponente tenha dor severa sem nenhum ferimento real.
Por causa deste potencial, o praticante do jiu-jitsu aceita também uma filosofia da não-violência. Um confronto
físico deve ser evitado sempre que possível. O praticante de jiu-jitsu deve adoptar uma atitude de auto-controle,
que o ajudará a evoluir para uma pessoa melhor e ao mesmo tempo evitar confrontos desnecessários. É a paz e a
confiança interna que o praticante adquire que torna isso possível. A paciência é a chave.
Um praticante devidamente instruído faz tudo o que for possível para evitar um confronto físico, não somente
porque ele sabe que um tal confronto é desnecessário, mas também porque tem uma melhor possibilidade de sair
bem sucedido ao se defender, (consequentemente, demonstrar isso é desnecessário), e porque um confronto físico é
filosoficamente degradante, como indicador que todos os outros meios de fuga ao conflito falharam. Se for
necessário usar o jiu-jitsu contra um adversário, o praticante deve auto restringir-se na utilização das técnicas e
usar um bom julgamento. Deve usar o seu conhecimento somente para se proteger a ele e a terceiros de danos na
altura e na retirada do conflito.
ARMAS UTILIZADAS NA PRÁTICA DO JIUJITSU
Embora o jiu-jitsu seja essencialmente uma arte de combate corpo-a-corpo desarmada, em algumas escolas é
adaptado o treino com armas sendo parte integrante do sistema. Normalmente utilizam armas curtas, pois são as
que se utilizam com mais frequência actualmente. As armas permitem ter uma superioridade táctica sobre um ou
mais adversários.
O treino de armas é específico do jiu-jitsu e visa dotar o praticante de uma perspectiva mais realista sobre as
situações de confronto. Por outro lado, as aulas são frequentadas também por muitos militares, polícias, seguranças
e outras pessoas que nas suas profissões se vêem obrigadas a recorrer ao uso de armas.
Kubotan: Arma de impacto e submissão. Na sua versão actual encontra-se dissimulada como um porta-chaves.
Trata-se de um bastão de cerca de 14 cm, fabricado em metal ou fibra, extremamente eficaz na luta corpo-a-corpo.
Tanbo (Bastão): Considerada a melhor arma curta existente, devido à sua versatilidade e capacidade de impacto em
vários alvos num espaço reduzido de tempo. O seu treino no jiu-jitsu é ainda complementado com o treino em
artes de combate filipinas.
Tonfa: Também conhecido como side handle baton, bastante útil para os trabalhos de segurança, pois trata-se de
uma arma defensiva. Embora alguns sistemas utilizem esta arma aos pares numa perspectiva tradicional..
Tanto (Faca): Arma temível na luta corpo-a-corpo, devido aos seus efeitos potencialmente letais e devastadores.
3
TÉCNICAS UTILIZADAS NA PRÁTICA DO JIU-JITSU
A perfeição e a habilidade, com que se aplica o golpe, dependem muito dos movimentos de avanço e recua do
corpo (shintai, o mesmo que andar, caminhar).
A respiração é vital, pois, uma vez ordenada, o raciocínio fluí correctamente e os golpes têm a eficácia desejada,
além de um ritmo de luta constante por muito tempo, a perda de fôlego é reduzida, assim não há um desgaste tão
rápido.
A força não é o mais importante. Ela deve ser usada com método e descriminação. Se pudesse ser expressado em
forma gráfica, teria a percentagem de 30 % de força e 70 ou 80 % de técnica.
Os Segredos da Força são:
1.
Se o adversário emperra, deverá ser puxado; se o puxar, deverá ser empurrado.
2.
Manter sempre o equilíbrio.
3.
Desequilibrar o oponente com a mínima força (usar o força dele para causar instabilidade).
4.
Não permitir que o oponente perceba as acções do outro adversário.
5.
Não ficar com o corpo tenso e fazer movimentos precisos.
6.
Desequilibrar o adversário com pequenos movimentos, forçando-o a fazer grandes movimentos. Este é o
princípio da força centrífuga: o lutador coloca-se no centro da acção e, com o mínimo de esforço, obriga o
adversário a mexer-se à sua volta.
O Jiu-Jitsu Compreende-se como as Técnicas de:
Atemi-wasa – socos, chutes, (golpes traumáticos, usados no vale-tudo e defesa pessoal).
Nage-waza – quedas, arremessos, projecções, desequilíbrio
Ne-waza – luta de chão (raspagem, passagens, guarda, finalizações)
Shine-waza – estrangulamentos
Kanetsu-wasa – chave de braço, perna; torções
DsaeKomi-wasa – imobilizações
O JIU-JITSU EM TERMOS COMPETITIVOS
O Jiu-Jitsu é praticado de 4 formas:
Defesa pessoal: Com técnicas específicas para se defender de um agressor, como por exemplo de um assaltante
(mesmo armado). Podendo utilizar golpes traumáticos, e golpes proibidos, como dedo nos olhos, mordidas e golpes
nos genitais etc. Além das técnicas utilizadas no jiu-jitsu desportivo.
Vale-tudo: Com golpes traumáticos com socos, chutes, cotoveladas, cabeçadas, joelhadas, etc., contendo regras
onde não velem, mordidas, dedos nos olhos e golpes nos genitais, além das técnicas utilizadas no jiu-jitsu
desportivo.
Desportivo: Sem golpes traumáticos, apenas com projecções, chaves (de braço, pé, etc.), estrangulamentos,
imobilizações, torções, etc.
Submission: Assim como o desportivo sem golpes traumáticos, apenas com projecções, chaves (de braço, pé, etc.),
estrangulamentos, imobilizações, torções, etc. A diferença que se luta sem Kimono.
O jiu-jitsu desportivo é a parte competitiva, onde os atletas exibirão as suas habilidades técnicas, físicas e
psicológicas com o objectivo de alcançar a vitória sobre os seus adversários. As aptidões necessárias para um bom
praticante de jiu-jitsu são: capacidade aeróbia, composição corporal, flexibilidade, força e resistência muscular,
agilidade, equilíbrio, velocidade, potência, tempo de reacção e coordenação. Qualidades que são adquiridas com a
prática do mesmo.
Os golpes válidos são aqueles que procuram neutralizar, imobilizar, estrangular, pressionar, torcer articulações,
como também lançar o seu adversário ao solo através de quedas,, enquanto os golpes não válidos, considerados
desleais, são: morder, puxar o cabelo, enfiar os dedos nos olhos, atingir os órgãos genitais, torcer dedos ou qualquer
4
outro processo tendente a traumatizar com o uso das mãos, cotovelos, cabeça, joelhos e pés. As competições são o
marco da modalidade, que é o momento mais importante para os atletas, técnicos-professores e para todos aqueles
que estão envolvidos directa ou indirectamente, não cabendo portanto a vitória a qualquer custo, pelo contrário o
fair play deve ser o principal factor. O comportamento ético é o que dará à competição credibilidade e segurança,
sendo estes factores, indispensáveis.
REGRAS
A seguir, estão as regras típicas dos campeonatos de Jiu-jitsu. Estas regras não são universais, variando em alguns
torneios.
Os torneios competitivos são divididos em idade, peso e graduação.
Os participantes começam em pé, como o Judo, e em seguida vão para o chão, como consequência de uma queda.
Tipicamente, nenhum “golpe” como socos e chutes são permitidos.
Qualquer sinal de desistência “bater a mão” acaba e o desistente perde a luta. Se a luta acabar com o tempo, sem
nenhum golpe que ocasione a desistência do adversário, o competidor que tiver ganho a maior parte dos pontos é
declarado o vencedor. Se os pontos são iguais, a vitória é decidida pelo juiz pelos seguintes aspectos: agressividade,
controlo da luta, vantagens, etc.
Decisão das lutas
1.
Desistência (Finalização): Quando um adversário bater com a palma da mão consecutivamente no tatame
ou no oponente, termina a luta pois será considerada a desistência, geralmente ocorrida quando um golpe
de finalização é aplicado com perfeição no adversário (chave de articulações, estrangulamento, atc).
2.
Montada (4 pontos): Quando o lutador se senta na barriga do adversário que está com as costas no chão (o
adversário deve tentar sair da montada e proteger-se), pois esta é a posição onde a maior parte dos golpes
pode ser aplicada.
3.
Pegada pelas costas (4 pontos): Quando o lutador pega o adversário por trás, colocando os “ganchos”
(Domínio, por traz, os dois calcanhares por dentro das coxas do adversário) com os dois pés, só é
caracterizado ponto quando os dois ganchos estiverem no adversário.
4.
Passagem de guarda (3 pontos): Guarda é a posição onde o adversário está ajoelhado e o outro lutador o
prende entre as suas pernas (dizemos que o adversário está na guarda). Passar a guarda é quando o outro
lutador sai da guarda do adversário e vai para o seu lado, imobilizando-o por, no mínimo, 3 segundos.
(Consolidando a posição).
5.
Queda (2 pontos): Quando, durante a luta de pé, o lutador derruba o adversário com uma das muitas
quedas existentes.
6.
Joelho no abdómen (2 pontos): Quando o lutador imobiliza o adversário lateralmente e coloca o joelho
(flectido) na barriga, também por no mínimo, 3 segundos, para ganhar os pontos.
7.
Raspagem (2 pontos): Quando o lutador inverte a posição debaixo para cima.
NOTA: Ataque sem finalização (Vantagem): Quando o lutador executa algum tipo de ataque e o adversário
defende este ataque.
PONTOS NEGATIVOS: O atleta é desclassificado na 3ª advertência.
1.
Fuga da área, na luta em pé.
2.
Arrastar para fora da área, em luta no chão.
3.
Imobilizar para além de 30 segundos, sem dar movimento a luta. É considerado anti jogo. O árbitro
adverte verbalmente, continuando, determina o reinício da luta em pé.
4.
Retirar o Kimono para lutar.
5
Não haverá empate, as lutas serão decididas por:
I. Desistência
II. Desclassificação
III. Perdas dos sentidos
IV. Pontuação
V. Vantagem
FAIXA
TEMPO DE LUTA
Branca
5 Minutos
Azul
6 Minutos
Roxa
7 Minutos
Castanha
8 Minutos
Preta
10 Minutos
Competições entre Equipas
Tipicamente, os primeiros lugares em competições individuais ganham 9 pontos, segundos lugares ganham 3
pontos e terceiros lugares ganham 1 ponto. A equipe que acumular mais pontos é nomeada 1º lugar, e a equipa que
conseguir o 2º maior número de pontos, ficará em 2º lugar, e assim sucessivamente
GRADUAÇÃO DAS FAIXAS
Antigamente, após mais de 8 anos de treino e dedicação, o discípulo recebia um certificado “diploma de aptidão”,
era conhecido como “menkyo”, mas mais tarde com o surgimento do judo surgiu a graduação por faixa.
No jiu-jitsu, não existe um tempo estipulado para cada faixa, assim como não existem exames de faixa.
Cada professor tem seus critérios de avaliação, o atleta só recebe uma nova faixa se estiver empenhado bastante, e o
suficiente para merecer uma nova faixa.
De seguida, estão as faixas por ordem crescente:
Criança até aos 16 anos: faixa branca, amarela e verde, havendo três graus em cada faixa antes de receber a
próxima.
Para maiores de 16 anos: faixa branca, azul, roxa, castanha e preta, havendo 4 graus em cada, menos para a faixa
preta que se eleva até ao décimo grau, tornando-se então faixa vermelha.
Professor – faixa preta
Mestre – faixa preta e vermelha (7º e 8º grau)
Grande Mestre – vermelha (9º e 10º grau)
Nas faixas brancas até as castanhas é colocada no máximo uma tarja preta em uma das pontas, onde serão colocados
os graus em listas brancas. Na faixa preta, a tarja é vermelha e são 10 os graus existentes. Para além destas 10 faixas,
existem outros níveis de aprendizagem, ou seja, do 1º ao 10º grau. Estes níveis consolidam o que foi aprendido até
aqui. Poucos são ao que atingem os 8º, 9ºe 10º grau.
A QUEM SE DESTINA A PRATICA DO JIU-JITSU?
A prática de jiu-jitsu é recomendada pelos médicos, psicólogos e educadores, como integrante da educação,
paliativo de tensões psíquicas e factor de desenvolvimento físico, como tal é uma arte “aberta” a todo o tipo de
praticantes, acessível a ambos os sexos e a todas as classes etárias, com uma metodologia de ensino próprio que
permite um treino realista e seguro. Não é necessário ser-se forte e musculoso, pois é essencialmente utilizado
técnicas, estratégia, agilidade e adaptação. Sendo assim, qualquer pessoa que tenha saúde, dita normal, pode treinar
esta modalidade. Mas o treino jiu-jitsu é também a modalidade de combate procurada por forças militares e
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unidades especiais dos exércitos (S.A.S, Spetsnaz, Navy Seal, Marines), e por unidades de segurança policial (F.B.I.,
G.S.G.9, G.I.G.N., C.I., I.B.A., L.A.P.D., N.S.A., Polícia Japonesa, Gendarmerie, etc.) de todo o mundo.
VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA QUEM PRATICA JIU-JITSU
VANTAGENS:
Aprendizagem da disciplina e o respeito às regras: No jiu-jitsu o aluno aprende as normas da conduta, no
relacionamento da academia, observando as regras rigorosas de disciplina, desenvolvendo o conceito de respeito
pelos companheiros, professores e ”sensei”. Aprende atitudes simples como a saudação aos mais graduados, polidez
no tratamento com as pessoas, higiene, atenção aos comandos, etc. As regras são igualmente impostas a todos.
1.
Auto confiança e auto-estima: No jiu-jitsu a autoconfiança é desenvolvida através da noção de
igualdade entre todos, na possibilidade do fraco superar o mais forte, na igualdade que corrige
injustiças, transformando situações desvantajosas em vantagens. A integração no jiu-jitsu leva ao
conhecimento de si mesmo, permitindo criar a noção de respeito entre todos, ajudando a sedimentar
à auto-estima de cada um.
2.
Melhor controlo das emoções: Tendo maior autoconfiança e aprendendo a canalizar as suas forças, o
indivíduo aprende a ter maior controlo das suas atitudes, auto dominando as suas emoções.
3.
Desenvolvimento da coordenação motora: No jiu-jitsu os movimentos obedecem a uma variação
muito grande, que requerem concentração e coordenação motora desenvolvida, mesmo aqueles com
deficiências na psicomotricidade, conseguem, através dos movimentos repetitivos e em série,
melhorar as respostas coordenadoras dos movimentos, tanto do lado esquerdo, como do lado direito
do cérebro, já que, todo treino é feito bilateralmente.
4.
Condicionamento dos reflexos: Os praticantes de jiu-jitsu ficam mais rápidos, com os seus reflexos
apurados, visto que, o corpo é exigido de diversas formas, tendo que se adaptar rapidamente a novas
situações a todo instante, a mente está em alerta para prevenir situações desvantajosas.
Paliativo das tensões: O jiu-jitsu através do seu treino, ajuda a aliviar as tensões do dia-a-dia,
canalizando estas energias de forma construtiva, no exercício físico e mental, exigido no seu
aprendizado.
5.
6.
Controle da ansiedade: O treino do jiu-jitsu possibilita o controle da ansiedade, através das diversas
situações criadas, que imprimem a disciplina da calma, ensinando a esperar o momento certo do
ataque e de defesa. O jiu-jitsu controla a ansiedade, ensinando a paciência, não reprimindo a pessoa,
que aprende cometendo erros com seus movimentos ansiosos, aprendendo então a controlar as suas
acções e temperamento, levando este aprendizado preparado para a vida onde constantemente
vivemos momentos em que está presente a ansiedade.
7.
Controle de si mesmo: O jiu-jitsu desenvolve uma imagem exacta de si mesmo, trabalhando com as
atitudes reais das pessoas no seu treino, o hipotético é muito pouco usado, desenvolvendo assim um
controle maior de si mesmo em diversas situações, o descontrole frequente da dificuldade de se
ajustar à imagem verdadeira com a criada pelo exterior, os movimentos de expansão e contracção do
corpo e da mente, mostram um espaço verdadeiro, onde se desenvolve o controlo de si mesmo na
prática de adequação os espaços.
8.
Integração social respeitando o mais fraco: O jiu-jitsu ensina-nos a respeitar todas as pessoas,
inclusive os menos desprovidos fisicamente. No jiu-jitsu vemos constantemente o mais fraco
sobrepondo-se ao mais forte através do uso da técnica aprendida, possibilitando corrigir injustiças e
ensinar a deferência mútua, independente de tamanho, levando a uma melhor integração social com
o melhor discernimento de respeito.
9.
Auxilia o desenvolvimento da inteligência, incute audácia, coragem, agilidade e resistência à dar.
10. O trabalho psicossomático supõe:
- Redução da energia YANG (mau carácter, agressividade, etc.)
- Tonificação da energia YNG (passividade, timidez, indecisão perante a vida, etc.)
11. Parte-se do princípio que a pessoa equilibrada promove a felicidade e o bem-estar aos que a rodeiam,
o mesmo não ocorre com o desequilibrado (o neurótico) que além de ele próprio sofrer provoca dano
às pessoas que o rodeiam. O desequilíbrio entre a energia YANG e YNG produz enfermidade. A sua
justa medida será o bem-estar, mental e físico da pessoa e o desfruta. Mas este equilíbrio deve
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manter-se ou ser restabelecido quando é perdido, porque dele depende a nossa felicidade e das
pessoas que nos rodeiam.
DESVANTAGENS:
1.
Como em qualquer desporto o risco de lesões existe. Principalmente se o aluno não for bem
orientado.
O JIU-JITSU EM PORTUGAL
De um modo geral, o programa técnico das academias portuguesas dá especial importância à eficácia das técnicas,
não descorando a parte educacional e de formação. Abrange todos os grupos técnicos existentes na arte, apostando
na capacidade de combate, defesa pessoal e na inteligência. Além do aspecto prático, tem atenção também à
segurança dos alunos pelo que se desenvolve uma metodologia específica do trabalho e aprendizagem progressiva,
permitindo um treino realista mas sendo introduzidos factores de segurança. A evolução técnica é feita de dois
modos paralelos. Um é a aprendizagem feita com os instrutores com quem existem contactos, aproveitando a sua
experiência e conhecimentos, e o outro fundamenta-se no estudo e desenvolvimento das técnicas adaptadas ao que
se passa à nossa volta, visto que a realidade em Portugal é diferente da inglesa, espanhola, brasileira, japonesa, etc.
Assim, não se limitou a seguir aquilo que existia no estrangeiro, mas procurou-se uma evolução própria adaptada as
exigências e necessidades do nosso país.
CONCLUSÃO
O jiu-jitsu é uma arte marcial, considerada por todos os especialistas como uma, senão a mais completa de todas.
Tem por finalidade o desenvolvimento de todos os Homens e visa, principalmente, a defesa do indivíduo sem a
prática de violência. Assim quem pratica jiu-jitsu, mesmo fisicamente fraco, está em condições de se defender de
qualquer agressão através de movimentos que têm por base o princípio de alavanca, sem precisar de usar força. O
jiu-jitsu visa também o desenvolvimento da personalidade do indivíduo, estimulando as qualidades positivas e
intelectuais do praticante, pois trata-se de um sistema de defesa que exige acima de tudo, o uso da inteligência. O
jiu-jitsu não pretende criar “valentões”, mas sim pessoas confiantes, pois eliminando do subconsciente o medo do
golpe físico, que todos têm naturalmente, o praticante fica apto a enfrentar qualquer tipo de agressão, seja ela física
ou psicológica.
Fácil é verificar a utilidade do jiu-jitsu na educação, já que a criança e o jovem, vítimas de maior insegurança e dos
temores, bem depressa aprendem a ter confiança em si mesmos e passam a ter maior desenvolvimento nos estudos,
nos desportos, em geral e mesmo no relacionamento familiar, pois a confiança que adquirem com a prática do jiujitsu permite-lhes até mesmo eliminar a agressividade própria dos inseguros e lhes dá desinibição indispensável ao
relacionamento com seus semelhantes. Isto é válido também para os adultos, pois a confiança em si próprio é a
chave mestre do sucesso em qualquer ramo da actividade humana, notadamente naqueles sectores em que se exige
que o indivíduo se exponha aos olhos e, consequentemente, à crítica dos que o rodeiam. Pode-se concluir que o
jiu-jitsu Brasileiro e como é ensinado, é o maior auxiliar da formação moral e intelectual do praticante. A sua
prática é recomendada à todos, pois os princípios de ordem moral e física que o seu praticante adquire trazem
benefícios na formação do seu carácter e da sua personalidade.
Depoimento médico: “o jiu-jitsu é extremamente saudável, proporciona resistência, força, flexibilidade, liberação
de stress, coordenação, etc. Recomendo, mas é um exercício de explosão – não deve ser usado em excesso” (Dr.
Oswino Penna especializado em medicina desportiva e ortomulecular).
Onde praticar Jiu-Jitsu Brasileiro em Portugal
Professor credenciado pela confederação brasileira de jiu-jitsu e Federação
Portuguesa de Jiu-Jitsu Brasileiro:
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Gracie Jiu-Jitsu - Sérgio Vita Fight Club