OCTÁVIO COSTA
O empenho do tenista Feijão
na Copa Davis é bom exemplo
para nossos políticos. P48
AGRICULTURA
IBGE prevê nova safra recorde
com aumento de 3,5% da
produção de 2015. P8
AUTOMANIA
Honda investe no HR-V, seu
novo SUV compacto, com
motor 1.8 do Civic. P16
TABELA IR
Governo apresenta proposta
com 4 faixas de correção, de
acordo com a renda. P5
INDICADORES
Brasil
Ações da Gafisa ON
Econom ico
2,07
2,01
(em R$)
1,97
1,97
1,81
brasileconomico.com.br
4/3
5/3
6/3
9/3
10/3
PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . QUARTA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2015 . ANO 6 . Nº 1.385 . R$ 3,00
Cidades produtoras
de petróleo pedirão
ajuda ao governo
Findo o período de fartura com os royalties, prefeituras do Norte Fluminense querem
agora socorro para enfrentar uma perda de arrecadação estimada em até 60%, provocada pela queda das cotações internacionais e pela crise na Petrobras. Em fevereiro, a
receita com a produção de petróleo despencou 27% em apenas um ano. P6e7
LAVA JATO
Barusco:
antes propina
era só minha
Ex-gerente de Tecnologia da
Petrobras, Pedro Barusco negou conexão entre o dinheiro
desviado antes de 2004 com o
esquema de corrupção agora
investigado. “Antes era coisa só
minha. Depois ficou institucionalizado”, disse à CPI. P4e5
Arnd Wiegmann/ Reuters
Dilma enfrenta
São Paulo
novamente
A presidenta ouviu vaias do
público no Salão Internacional
da Construção, onde mais uma
vez afirmou que o país enfrenta o momento mais difícil dos
últimos anos. Os empresários
gostaram do discurso. P3
CÂMBIO
Cotação do
dólar recua
para R$ 3,10
Credit Suisse troca comando
Tidjane Thiam (E) vai substituir Brady Dougan (D) como principal executivo do banco.
Em nota, o presidente do conselho, Urs Rohner, reforçou a aposta na experiência de
Thiam em novos mercados para a recuperação da instituição. P41
A moeda chegou a ser negociada a R$ 3,17 e caiu sem novidades econômicas. Onde há “realização” não há crise, ou pelo
menos não aquela que estava
sendo alardeada, alerta Luiz
Sérgio Guimarães. P36a38
2 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
MOSAICO POLÍTICO
LEONARDO FUHRMANN (interino)
[email protected]
CUNHA: POR SI E PELOS ALIADOS
“
O Executivo
governa junto
com o Congresso.
É fundamental
a presença do
Parlamento nas
medidas para obter
uma economia
saudável”
Divulgação
Na CCJ, o pedido de suspeição incluía o presidente do colegiado,
Arthur Lira (PP-AL), e o primeiro
vice, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Os dois chegaram aos cargos por
conta de um acordo do partido
com Cunha, na época da disputa
pelo comando da Casa. A eleição
de Ribeiro quase foi barrada pelos
colegas de comissão. Ele recebeu
28 votos favoráveis e outros 26 deputados votaram em branco. Ou
seja, a indicação foi aprovada pela
diferença mínima, porque o empate obrigaria o PP a apresentar outro nome. Também incluído nos
pedidos de investigação de Janot,
o presidente da Câmara se antecipou e se ofereceu para ser ouvido
pela CPI da Petrobras. Para integrantes da comissão, a estratégia
é uma tentativa de defesa prévia,
pois o colegiado não tem ainda informações suficientes para questionar Cunha sobre o sua participação no esquema.
Fabi Rodrigues Pozzebom/ Ag. Brasil
À
sombra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o PP tenta se manter vivo no
Parlamento. O partido foi o mais atingido pelos pedidos de inquérito feitos pelo procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, em razão das investigações da Operação Lava Jato. Ao todo, 18 dos
40 deputados da legenda tiveram seus nomes enviados ao Supremo, entre eles, o líder Eduardo da Fonte
(PE). O líder do PSB, Julio Delgado (MG), chegou a pedir o afastamento de investigados da CPI da
Petrobras, do Conselho de Ética e da Comissão de Constituição e Justiça. O argumento é que os
parlamentares poderão se manifestar sobre questões que envolvem situações em que eles próprios
também são investigados. As comissões deixaram a decisão a cargo dos deputados e seus líderes.
Michel Temer
Vice-presidente da
República, sobre a ajuda dos
congressistas para
aprovação dos ajustes
Raiz divulga manifesto nesta semana
O movimento criado por dissidentes da Rede, idealizado pelo
ex-porta-voz Celio Turino, divulga na quinta-feira um manifesto para a
formação do novo partido. Além de antigos integrantes do grupo da
ex-presidenciável Marina Silva, eles contam com o apoio de militantes
que deixaram outros partidos de esquerda, como o PT. Cada vez mais
descontente com o PSB, a deputada Luiza Erundina (SP) tem sido uma
presença constante nas atividades do Raiz, movimento cidadanista.
E espalha sementes pelo continente
Ciclistas viram alvos de anti-petistas
O pedido de investigação contra
parlamentares suspeitos de
ligação com a corrupção na
Petrobras atingiu a bancada
ruralista. Dos 22 deputados citados
por Rodrigo Janot, 14 fazem parte
desse grupo de interesse. Entre os
12 senadores apontados, apenas
um é ligado ao agronegócio.
Como as ciclovias construídas na cidade de São Paulo se tornaram um
símbolo da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), entidades de defesa
dos ciclistas apontam um aumento da agressividade dos motoristas contra
quem pedala. Para líderes dessas entidades, a disputa em torno da
construção das faixas exclusivas na capital paulista e o acirramento de um
sentimento antipetista motivam a violência no trânsito contra os ciclistas,
que são — ao lado dos pedestres — os elos mais frágeis do trânsito. Fechadas
propositalmente perigosas e a invasão da faixa segregada são alguns dos
problemas mais relatados, muitas vezes com vídeos feitos pelas vítimas.
FALE CONOSCO
Isaac Amorim/ AGMJ
Problema rural
O grupo busca apoio para se
manter por arrecadação via
crowdfunding e se inspira
principalmente na experiência
dos espanhóis do Podemos,
partido que lidera as pesquisas
eleitorais daquele país. Além dos
europeus, que inclusive
participaram de encontros do
Raiz no Brasil, existe uma
articulação com outros
movimentos de esquerda da
América Latina.
Colaborou Priscilla Arroyo
E-mail: [email protected] Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar,
CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ). As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura.
Em razão de espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br
Discurso e ações
não batem com
realidade do país
Sem perspectivas
para a nuvem
negra se dissipar
Voz do eleitor é
para ser levada em
consideração
O grande problema quanto à
insatisfação no país é que o
primeiro mandato do governo e o
discurso de campanha não batem
mais com a realidade atual. Se
Dilma Rousseff foi eleita pela
grande massa, a falta de
comunicação com esta fatia após
as eleições foi fatal para um bom
entendimento das medidas. Para
reverter o quadro, vai ser difícil.
Estamos no terceiro mês do
ano e parece que passou muito
mais tempo. Os acontecimentos
estão frenéticos. Inflação,
impeachment, corrupção,
propina, educação em crise, nada
de bom entre os temas mais
comentados nos últimos dias. A
nuvem negra que se abateu no
país de 2014 para cá parece que se
expande a largos passos.
A indignação do povo em
relação ao governo é legítima.
Diante das medidas econômicas,
que aperta as contas e encurta os
salários, isso já era esperado. Se a
comandante da nação vem a
público dar explicações, o eleitor
tem o direito de se manifestar e
cobrar, mais que palavras, ações
que vão de encontro ao bem
comum. A reação é democrática.
Vanessa Mello
Alexandre Farias
Juliana Nogueira
Rio de Janeiro, RJ
São Paulo, SP
São Paulo, SP
INDICADORES
O Ibovespa caiu 1,8% ontem, a 48.293 pontos, acumulando queda de
quase 6% em cinco sessões, refletindo o aumento da tensão política no
país. O giro financeiro da sessão foi de R$ 7,9 bilhões.
TAXAS DE CÂMBIO
▼ Dólar comercial (R$ / US$)
COMPRA
VENDA
3,1015
3,1040
▼ Euro (R$ / E)
3,3205
3,3228
JUROS
■ Selic (ao ano)
META
EFETIVA
12,75%
12,65%
BOLSAS
▼ Bovespa - São Paulo
▼ Dow Jones - Nova York
▼ FTSE 100 - Londres
VAR. %
ÍNDICES
1,80%
48.293,40
1,85%
17.662,94
2,52%
6.702,84
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 3
▲
BRASIL
SCO/STF
LAVA JATO
STF convoca ministro da Primeira Turma
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), colegiado que
será responsável pelo julgamento do processo da Operação Lava
Jato, decidiu convocar um ministro da Primeira Turma para ocupar a
cadeira deixada pelo ministro Joaquim Barbosa, que se aposentou. A
questão foi decidida diante da demora da presidenta Dilma Rousseff
na indicação de um nome para o lugar de Barbosa. ABr
Editor: Paulo Henrique de Noronha
[email protected]
Em SP, vaias e apoio a Dilma
Presidenta ouviu protestos em visita a salão de construção, mas seu discurso foi bem recebido por empresários
Fotos Paulo Whitaker/Reuters
Patrycia Monteiro Rizzotto
[email protected]
São Paulo
Depois do panelaço em várias cidades brasileiras do último domingo, durante pronunciamento em
cadeia nacional, a presidenta Dilma Rousseff enfrentou novo desgaste político, durante visita oficial ao 21ª Salão Internacional da
Construção, realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi.
A petista foi vaiada na rua, ao chegar ao evento, e enquanto percorria os estandes de empresas fabricantes de material de construção,
onde foi hostilizada por cerca de
200 funcionários dos expositores
e terceirizados. Para evitar os gritos de “Fora Dilma!” e “Fora PT!”,
o cortejo presidencial teve de refazer o trajeto previsto. Dilma estava acompanhada pelo prefeito Fernando Haddad e pelo ministro Gilberto Kassab (das Cidades).
Apesar da recepção negativa,
Dilma foi acolhida respeitosamente pelos empresários e lideranças
do varejo e da indústria de materiais de construção. “O momento
político é delicado. Somos favoráveis aos ajustes fiscais. Consideramos que são necessários para manter o equilíbrio das finanças públicas. Também somos favoráveis à
manutenção da governabilidade e
da consolidação do processo democrático”, disse Walter Cover,
presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Material de
Construção (Abramat), no discurso de abertura do evento.
O executivo relembrou as conquistas do programa Minha Casa,
Minha Vida, que corresponde a
7% das vendas de material de
construção. “Até 2014, tivemos
uma média de construção de 450
mil unidades habitacionais por
ano. Com a terceira fase do projeto, a média vai praticamente dobrar, passando a 800 mil unidades. Para isso, precisaremos das
medidas do governo para impulsionar a atividade industrial, que
tem enfrentado situações desafiadoras”, afirmou, pleiteando melhorias no crédito para aquisição
de materiais para pessoa física e a
preservação da desoneração da folha de pagamentos do setor.
“Aposte em nós, presidenta.
Nosso setor sempre foi e continuará sendo um aliado no crescimento econômico do país, gerando emprego e renda para os brasileiros”,
reforçou Cláudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco).
“
A conjuntura
atual é muito
mais difícil que
a dos últimos anos (...)
Até o final deste ano,
perceberemos
sinais de
recuperação
econômica”
Dilma Rousseff
Presidenta da República
Cerca de 200 pessoas, entre expositores e trabalhadores do evento, gritaram: “Fora Dilma, fora PT”
Ao contrário
dos manifestantes,
empresários da
construção civil
saudaram Dilma,
relembraram os bons
resultados gerados
pelo programa
Minha Casa Minha Vida
Para uma plateia cheia de empresários, Dilma disse que os ajustes fiscais eram necessários para
retomar o crescimento econômico. “A conjuntura atual é muito
mais difícil que a dos últimos
anos, mas ela não pode ofuscar os
avanços, nem tampouco obscurecer que hoje temos as bases, o
aprendizado para ir muito do que
já fomos para dar saltos de produção e de competitividade maio-
res”, afirmou, mencionando que
a economia brasileira tem fundamentos sólidos para superar o
atual momento de dificuldade.
“Até o final deste ano, perceberemos sinais de recuperação econômica”, ressaltou, argumentando
que não há crise na dimensão que
alguns dizem.
A presidente relembrou que o
crédito imobiliário representava
1,5% do Produto Interno Bruto
(PIB) em 2003, saltando para
9,7% até o ano passado. “Nos últimos quatro anos o volume de crédito habitacional aumentou de R$
138 bilhões para os atuais R$ 498
bilhões, gerando 2,7 milhões de
empregos na construção civil”,
ressaltou, dizendo que o PIB da
construção civil vem crescendo
acima da média da economia brasileira nos últimos anos.
A presidenta frisou que em breve lançará a terceira etapa do Minha Casa Minha Vida, com a meta
de construir 3 milhões de moradias até 2018, atingindo um total
de 6,7 milhões de habitações desde a criação do programa, em
2009. Dilma anunciou também
que lançará a terceira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) e uma nova etapa
do programa de concessões e
PPPs de rodovias, aeroportos, portos, ferrovias, incluindo agora projetos de hidrovias. No final do discurso, Dilma foi francamente
aplaudida pelos empresários.
São Paulo, onde predomina
um forte sentimento contra o PT
que rendeu muitos votos à oposição nas últimas eleições presidenciais, foi uma das cidades onde
aconteceu o panelaço de domingo. O estado reelegeu o governador Geraldo Alckmin (PSDB) no
primeiro turno com 57% dos votos, e deu a vitória ao presidenciável tucano Aécio Neves nos dois
turnos da eleição de 2104.
4 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
▲
BRASIL
Edla Lula
[email protected]
Brasília
O ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco negou ontem haver qualquer conexão entre
propinas recebidas antes de 2004
e o esquema de corrupção na estatal que vem sendo investigado no
âmbito da operação Lava Jato. Ele
confirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga desvio de recursos da Petrobras, a divisão do dinheiro, a partir de 2004, entre ele, o tesoureiro
do PT, João Vaccari Neto, e o então
diretor de Serviços da empresa, Renato Duque.
“Antes, era coisa minha. Depois, foi institucionalizada”, disse
Barusco, em depoimento de cinco
horas e meia, no qual também admitiu não haver provas que comprometam o PT ou Vaccari. Ele confirmou aos parlamentares o recebimento de propina desde 1997 ou
1998, que totalizam US$ 97 milhões só para si. Mas somente a partir de 2004, os recursos eram compartilhados entre ele, Renato Duque e Vaccari. Embora por diversas
Propina ‘institucional’,
só a partir de 2004
Pedro Barusco, ex-gerente de tecnologia da estatal, negou qualquer conexão entre
o dinheiro que recebeu sozinho desde 1997 e o esquema da Operação Lava Jato
vezes tenha afirmado não saber se
o dinheiro de Vaccari iria para o PT
ou para o próprio tesoureiro, Barusco disse que a parte de Vaccari era
rotulada “para o PT”.
“O que eu disse e quero esclarecer é que eu estimo que o PT tenha
recebido entre US$ 150 milhões e
US$ 200 milhões”, afirmou, ressalvando que a estimativa parte
de uma dedução, a partir dos valores que ele mesmo recebia. “Não
sei se o Vaccari recebeu, se foi doa-
ção legal, se foi no exterior, se foi
em dinheiro”, disse Barusco em
outro momento, ao afirmar ser difícil “separar o joio do trigo”, ou
seja, o dinheiro lícito do ilícito.
Ele voltou a afirmar — assim como fez na delação premiada — que
o valor da propina paga pelas empresas variava entre 1% e 2% dos
contratos. Segundo o ex-gerente,
metade iria para Vaccari, que representaria o PT, e metade para a
“Casa”, ou seja, ele, Duque e, às
vezes, o ex-diretor Internacional
da estatal, Jorge Luiz Zelada. Ele
também confirmou divisão de propina na empresa Sete Brasil, contratada pela Petrobras para a exploração do pré-sal e da qual também
foi executivo. Nesse caso, Vaccari
ficaria com dois terços e os diretores da Sete Brasil, com um terço.
Indagado pelo petista Afonso
Florence (BA) sobre a apresentação de provas à Polícia Federal ou
ao Ministério Público, Barusco
Indagado sobre a
apresentação de provas
à Polícia Federal ou
ao Ministério Público,
Barusco afirmou não
ter fornecido, porque
muitos documentos
haviam sido destruídos
antes da delação
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 5
Divulgação
REFORMA POLÍTICA
Dias Tóffoli defende cláusula de barreira
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias
Toffoli, defendeu ontem, em audiência pública na Câmara, uma
reforma política com um sistema eleitoral que dificulte a criação de
partidos. Toffoli é a favor da implantação gradativa da cláusula de
barreira e do estabelecimento de teto de gastos nas campanhas
eleitorais, com um limite nominal para doações de empresas. ABr
Fotos Ueslei Marcelino/Reuters
“
CPI define cronograma
dos próximos depoimentos
Quero esclarecer que
eu estimo que o PT
tenha recebido entre
US$ 150 milhões e
US$ 200 milhões (...)
Não sei se o Vaccari
recebeu, se foi doação
legal, se foi no exterior,
se foi em dinheiro”
O presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), e o ex-presidente
da Petrobras José Sérgio
Gabrielli serão os próximos a
depor na CPI da Petrobras,
amanhã. Cunha falará às
9h30. Em seguida, é a vez do
ex-presidente da estatal.
A comissão se reúne hoje,
às 16h, para definir o
cronograma dos demais
depoimentos. Além de Pedro
Barusco, que depôs ontem, a
comissão pretende convocar
para as primeiras oitivas a
ex-presidente da Petrobras
Graça Foster; a presidente da
ANP, Magda Chambriard; o
doleiro Alberto Youssef e o
ex-diretor de Abastecimento
Paulo Roberto Costa.
Na sequência, a comissão
propôs cinco eixos de
investigação. O primeiro deles
será sobre superfaturamento
e gestão temerária na
construção de refinarias.
Nesta etapa, serão ouvidos
Jorge Celestino Ramos,
diretor de Abastecimento da
Petrobras, executivos da
Abreu e Lima e
representantes da
Associação Brasileira de
Engenharia Industrial e da
Associação Brasileira da
Infraestrutura e das
Indústrias de Base. O segundo
eixo, sobre a constituição e a
Pedro Barusco
Ex-gerente da Petrobras
operação irregulares de
empresas subsidiárias e
sociedades de propósito
específico, ouvirá executivos da
Petrobras. O terceiro eixo
contemplará o afretamento de
navios de transporte,
navios-plataforma e
navios-sonda e terá
depoimentos de Renato Duque
e de representantes da SBM
Offshore no Brasil. O quarto eixo
focará na operação da Sete
Brasil. Na quinta etapa, sobre
irregularidades na venda de
ativos da Petrobras na África,
Graça Foster, Nestor Ceveró e
Jorge Luiz Celada serão ouvidos.
Ontem, o PP afastou da CPI os
deputados Lázaro Botelho (TO) e
Sandes Júnior (GO). Ambos
integram a lista de congressistas
com pedido de abertura de
inquérito encaminhado ao STF.
A lista de convocados
pela CPI é longa e
inclui Graça Foster,
Magda Chambriard e
Paulo Roberto Costa.
Depoimentos
começam com
Eduardo Cunha e
José Sérgio Gabrielli
ABr
Barusco admitiu não haver provas que comprometam Vaccari (foto)
afirmou não ter fornecido porque
muitos documentos haviam sido
destruídos antes da delação. “Eu
simplesmente falei o que sabia”,
disse, apostando que “o trabalho
de coletar provas vai progredir”.
A oitiva do ex-executivo, requerida tanto pelo PSDB quanto
pelo PT, praticamente descartou a
possibilidade de ampliação das investigações para o período a partir de 1997, quando Barusco diz
ter começado a receber dinheiro
ilegalmente. “O que ele disse foi
que recebia propina antes, porém
de forma pessoal. Isso não tem nenhuma relação com aquilo que a
CPI está fazendo”, comentou o
presidente da CPI, Hugo Motta
(PMDB-PB), após o depoimento.
“Ele também não nominou nenhum político envolvido e nenhum empresário ou dirigente de
empresa ou ocupante de cargo. A
conectividade que permitiria a extensão das investigações não foi
atendida”, reforçou.
Para o relator da comissão,
Luiz Sérgio (PT), Barusco não trouxe fato novo, além do que do que
já foi divulgado na imprensa. Por
isso teria insistido para que ele
desse detalhes do período anterior a 2004: “O ideal seria que
ele pudesse aprofundar aquele
período, porque é impossível
imaginar que a corrupção na
Petrobras tenha nascido com
ele sozinho a partir de 1997”.
Sempre que indagado sobre
pagamento de propina à época
em que o país era governado pelo tucano Fernando Henrique
Cardoso, Barusco afirmou tratar-se de um ato pessoal. Sob a
alegação de que o fato estava
sendo investigado, recusou-se
a dar detalhes, o que causou
reação dos parlamentares petistas. “Partidos como o PSDB estão gostando desse depoimento em que o depoente não explica tudo e diz meias verdades.
Ele não sabe para onde foi o dinheiro”, reclamou Maria do Rosário (PT-RS).
No final do dia, a direção nacional do PT divulgou nota, na
qual volta a negar o recebimento de propinas por Vaccari e
afirma que as doações são declaradas ao TSE.
Governo
cede e amplia
correção da
tabela do IR
Planalto acata proposta
do PMDB para viabilizar
a aprovação das
medidas do ajuste fiscal
O governou aceitou a proposta
da base aliada no Congresso, liderada pelo PMDB, e mudou
sua proposta para reajuste da
tabela do Imposto de Renda
(IR) para pessoa física. Ontem
à noite, o Planalto enviou Medida Provisória, para ser publicada hoje no Diário Oficial da
União, com quatro faixas de
reajuste: 6,5%, 5,5% 5% e
4,5%. A maior faixa, 6,5%, beneficiará os contribuintes de
menor renda. Segundo o senador Eunicio Oliveira,líder do
PMDB no Senado, a medida valerá a partir de 2 de abril.
A oposição reagiu rapidamente: considerou a propsota
um “arremedo de reajuste”,
nas palavras do líder tucano
Cássio Cunha Lima, que assegurou que a oposição vai defender o reajuste único de 6,5%.
Segundo o ministro da Fazenda Joaquim Levy, que foi à noite ao Congresso para levar a
proposta, a mudança implicará numa perda de R$ 6 bilhões
de receita para o governo.
O acordo foi fruto de uma
preocupação do governo com
o péssimo sinal que a crise política passa para o mercado, colocando em risco a aprovação de
medidas do ajuste fiscal. Na segunda-feira, o PMDB indicou
que podia aceitar uma trégua.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e
da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), se reuniram com
o ministro Joaquim Levy para
negociar a alternativa.
A proposta foi apresentada
a Dilma no mesmo dia, numa
reunião com os líderes aliados
do Senado, e pela primeira vez
a presidenta recuou da ideia inicial reajuste de 4,5% para todas as alíquotas. Ela foi avisada
que, se o governo não mudasse
de posição, seu veto seria derrubado no Congresso e a tabela
seria reajustada em 6,5%.
A proposta de reajuste diferenciado por alíquotas, com
menor correção para as pessoas com maior renda, foi elaborada pelo líder do PMDB no
Senado, Eunício Oliveira (CE),
que pediu ajuda do ministro de
Minas e Energia, o também peemedebista Eduardo Braga. com
Reuters
6 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
▲
BRASIL
Receita com
royalties cai a
níveis de 2012
Petróleo barato e crise da Petrobras derrubam arrecadação de
municípios produtores, que querem ajuda do governo federal
Nicola Pamplona
[email protected]
As estatísticas sobre a arrecadação de royalties do petróleo em fevereiro confirmaram os piores temores de estados e municípios beneficiados pelos recursos. Segundo dados da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as petroleiras pagaram no mês passado um total
de R$ 1,179 bilhão, o pior patamar desde o final de 2011. O volume representa uma queda de
10,13% com relação ao mês anterior, que já havia sido ruim, e de
26,9% com relação ao pico de R$
1,614 bilhão atingido em fevereiro de 2014. Municípios produtores de petróleo do Rio se preparam para ir a Brasília pedir ajuda
ao governo federal.
“É um momento extremamente delicado”, diz o secretário-executivo da Organização dos Muni-
cípios Produtores de Petróleo
(Ompetro), Marcelo Neves. “A
queda da arrecadação foi muito
abrupta e, além disso, a crise da
Petrobras tem grande impacto na
iniciativa privada da região”,
acrescenta ele. A entidade estima
que as prefeituras associadas sofrerão queda de arrecadação entre 50% e 60% este ano, incluindo royalties e impostos como ISS,
IPTU e repasses de ICMS.
Os royalties são pagos dois meses após a produção, o que significa que a arrecadação de fevereiro
refere-se à produção de petróleo
em dezembro, quando as cotações internacionais chegaram à casa dos US$ 40 por barril. Em janeiro, quando foram pagos os recursos referentes à novembro, a receita já havia caído 13,17%, para R$
1,312 bilhão. O cenário prejudica
também a arrecadação da participação especial, que é cobrada sobre campos petrolíferos de alta
A Ompetro estima
que as prefeituras
associadas sofrerão
queda de arrecadação
entre 50% e 60%
este ano, incluindo
royalties e impostos
como ISS, IPTU e
repasses de ICMS
FEV/2014
OS ROYALTIES DESDE 2011
1.614
Em todo o país, em R$ bilhões
FEV/2015
OUT/2011
1.179
1.120
OUT/
2011
JAN/
2012
JUL
JAN/
2013
JUL
JAN/
2014
JUL
JAN/
2015
Plataforma
na Bacia de
Santos:
aumento da
produção
não compensa
queda dos
preços
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 7
Divulgação
ENERGIA
Secretários participam de debate em SP
Ag. Petrobras
O Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do
Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura (foto), e o secretário
Estadual da Energia de São Paulo, João Carlos Meirelles, participam
amanhã, em São Paulo, de debate sobre as perspectivas energéticas
para 2015 e o risco de racionamento. O encontro — às 17h30m, no
auditório do Sindeprestem — terá participação de empresários. Redação
produtividade, cuja arrecadação
caiu, em média, 26% no ano passado, de acordo com dados da ANP
compilados pela Ompetro.
Desde o fim de 2011, a arrecadação com royalties só havia caído
abaixo de R$ 1,2 bilhão uma vez,
em junho de 2013. A queda, no entanto, foi motivada por paradas simultâneas para manutenção em
plataformas de produção. No último ano, a receita oscilou entre R$
1,4 bilhão e R$ 1,6 bilhão.
Segundo projeções do
CBIE, a arrecadação
com royalties deve
cair 25,9% este ano,
considerando os preços
futuros de petróleo,
a projeção de câmbio
e a taxa de crescimento
da produção
Para analista, arrecadação
cairá 25,9% no ano
Segundo projeções do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a
arrecadação com royalties deve
fechar o ano em queda de 25,9%,
considerando os preços futuros
de petróleo, a projeção de câmbio do Boletim Focus do Banco
Central e a taxa de crescimento
da produção do Plano Decenal de
Energia (PDE 2014) da EPE. No cenário mais pessimista, a queda seria de 40,8%, diz o analista Amadeu Pumar. Ontem, o petróleo
Brent, negociado em Londres, fechou o pregão cotado a US$
58,39 por barril. Já o WTI, negociado em Nova York, ficou em
US$ 48,29 por barril.
Os impactos da perda de receita são maiores nos cofres dos governos do Rio e do Espírito Santo e
em cidades localizadas entre o
Norte fluminense e o litoral sul capixaba, que têm grande dependência da receita com a produção de
petróleo. De acordo com dados do
portal InfoRoyalties, da Universidade Cândido Mendes de Campos
dos Goytacazes (RJ), os royalties
representavam, em 2011, 44% das
receitas de Presidente Kennedy
(ES), por exemplo. Em Carapebus
(RJ), a dependência chega a 40%.
O governo do Rio, por sua vez,
prevê um impacto de R$ 2,2 bilhões nos cofres estaduais. Consi-
“
É um momento
extremamente
delicado. A queda
da arrecadação foi
muito abrupta e,
além disso, a crise da
Petrobras tem grande
impacto na iniciativa
privada da região”
Marcelo Neves
Secretário-executivo da Ompetro
derando também os municípios,
o rombo sobe para R$ 4,4 bilhões.
A cifra pode ser revisada para cima, mantidas as condições adversas para o preço do petróleo. Logo
após sua posse, no início do ano, o
governador Luiz Fernando Pezão
anunciou corte de até 25% no orçamento para enfrentar o problema. No Espírito Santo, o governador Paulo Hartung falou em reduzir gastos em R$ 1,3 bilhão.
No Norte fluminense, os primeiros afetados são os servidores
públicos. “Os municípios estão fazendo cortes na folha de pagamento, reduzindo cargos comissionados e renegociando contratos”, conta o secretário executivo
da Ompetro. Ele diz que a entidade tenta marcar uma reunião com
a presidenta Dilma Rousseff para
solicitar ajuda do governo federal. A ideia é pedir investimentos
em infraestrutura na região, para
gerar negócios e oportunidades
para atrair novas indústrias. “Vamos pedir apoio de todas as áreas.
Queremos que uma equipe sente
com a gente para discutir alternativas”, adianta.
Segundo Neves, há ainda grande preocupação na região com os
desdobramentos da crise da Petrobras. “A região é altamente dependente da indústria do petróleo e
concentra muitas empresas fornecedoras e prestadoras de serviço.
Quando a Petrobras passa por dificuldades, é natural que outras empresas também tenham problemas”, comenta. De fato, segundo
dados do Cadastro Geral do Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho (Caged), a indústria extrativa mineral teve, em
2014, um saldo negativo de 658
postos de trabalho em Macaé,
principal base de apoio à exploração de petróleo na região. Com a
revisão do plano de investimentos
da Petrobras, anunciada no início
do ano, a expectativa é de agravamento da crise entre fornecedores
e trabalhadores do setor.
Ampla terá aumento
de 42,19% na tarifa a
partir de 15 de março
Distribuidora de energia
atende a 2,8 milhões de
consumidores no estado
do Rio de Janeiro
A conta de luz paga por cerca de
2,8 milhões de consumidores do
Rio de Janeiro, atendidos pela Ampla Energia e Serviços, terá aumento médio de 42,19%, a ser cobrado a partir do dia 15 de março.
Para consumidores de baixa tensão, o efeito médio será 36,41%. Já
para os de alta tensão foi autorizado aumento médio de 56,15%.
Autorizados ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica,
os reajustes foram maiores do que
os autorizados para outras distribuidoras. Segundo o diretor da
agência, Romeu Rufino, a Ampla
é “um caso único”, diferenciado,
por não ter participado do processo de revisão extraordinária.
“Com isso, foi um dos processos
que tiveram os menores reajustes
no ano passado”, justificou.
A diferença (de -5,95%) entre
o reajuste médio calculado
(48,14%) e o efeito médio a ser
percebido (42,19%) se deve à contabilização de alguns gastos já
compensados durante o processo
tarifário anterior. Também contribuiu para o reajuste os 21,6% a
mais que a empresa teve de pagar
para cumprir seus contratos de
compra de energia. O valor médio
pago pela energia adquirida passou de R$133,70 megawatt-hora
(MWh) para R$162,50 por MWh.
A distribuidora atende em torno de 2,8 milhões de clientes de
66 municípios do Rio de Janeiro.
Entre eles, os localizados na re-
gião metropolitana de Niterói e
São Gonçalo, além dos municípios de Itaboraí e Magé. Ao todo, a
empresa atende 7 milhões de pessoas que vivem em 32 mil quilômetros quadrados (73% do território
estadual).
A redução na quantidade de
água bombeada e a chuva acima
da média estão ajudando a elevar
o nível do Sistema Cantareira que
ontem chegou a 13,3% de sua capacidade. Foi a quarta alta seguida com um acréscimo de 0,4 ponto percentual em relação ao dia anterior. Desde o início de março
choveu 100,5 milímetros (mm),
representando 56,46% da média
histórica para o mês (178 mm).
Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo (Sabesp), as medidas
que vêm sendo tomadas desde o
começo da crise hídrica há um
ano alteraram a liderança que esse
sistema tinha na produção de
água nos últimos 42 anos. Houve
mudança no número de consumidores. Antes da crise hídrica, a retirada de água abastecia 8,8 milhões de pessoas. O número foi reduzido para 6,2 milhões.
O maior número de consumidores passou a ser atendido pela
produção de água da Represa de
Guarapiranga que soma 5,8 milhões de pessoas. Este sistema opera hoje com 70,4% de sua capacidade. Ontem foi verificada a medição de 69,3%. Também subiram
os níveis dos demais sistemas: o Alto Tietê passou de 19,7% para
19,9%; o Alto Cotia, de 50,3% para 51,4%; o Rio Grande, de 89,8%
para 92,4%, e o Rio Claro, de
39,3% para 39,6%. ABr
Divulgação
Nova tarifa recompõe perdas provocadas pela crise hídrica no país
8 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
▲
BRASIL
Safra recorde vai
minimizar tombo
do PIB em 2015
Produção agrícola deve crescer 3,5%, mas a queda dos preços
das commodities será obstáculo a uma expansão maior da receita
Aline Salgado
[email protected]
A segunda estimativa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a safra nacional de
cereais, leguminosas e oleaginosas em 2015 totalizou 199,6 milhões de toneladas, 3,5% superior
à obtida em 2014, quando alcançou 192,8 milhões de toneladas. O
avanço na produção agrícola —
0,9% menor do que o estimado na
primeira prévia do ano, em janeiro — deve minimizar o resultado
pouco favorável do Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 que, segundo projeção de analistas de mercado ouvidos pelo Banco Central para o Boletim Focus, fechará o ano
com retração de 0,66%.
Especialistas alertam, no entanto, que a queda internacional
dos preços das commodities será
obstáculo a um avanço maior da
receita agrícola, o que resultará
em uma contribuição boa, porém
pequena, da agropecuária para o
PIB. “Apesar do incremento da
produção, o cenário de preços menos favorável fará com que o crescimento da receita seja modesto”,
avalia o economista Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores.
“Logo, a contribuição para impedir uma maior recessão da eco-
nomia brasileira será pequena”,
acrescenta. Segundo cálculos da
consultoria, após crescer 11% no
ano passado — para R$ 293,5 bilhões — a receita agrícola deve
apresentar um menor ímpeto este
ano, avançando apenas 0,4%, o
equivalente a R$ 294,6 bilhões.
Thiago Biscuola ressalta, no entanto, que o crescimento da produção agrícola deve gerar um efeito
em cadeia sobre o PIB, impactando positivamente as receitas de outros setores, como os serviços e a
indústria. “O agronegócio como
um todo, que engloba serviços de
transporte, financeiro, armazenagem e agroindústria, respondem
por 22,5% do PIB nacional”, diz.
O efeito câmbio, com o dólar
no patamar dos R$ 3, deve contri-
Segundo cálculos da
RC Consultores, após
crescer 11% em 2014,
para R$ 293,5 bilhões,
a receita agrícola
deve apresentar
um menor ímpeto
este ano, avançando
apenas 0,4%
buir também para alavancar as exportações. Em termos agrícolas, a
soja, que teve expansão de 9,8%
na produção e pode atingir 94,8
milhões de toneladas, deve ganhar mais espaço no mercado internacional e dar retornos ainda
rentáveis ao produtor, neutralizando a queda dos preços no mercado internacional.
“A alta do dólar compensa a
queda dos preços internacionais,
e o produtor aqui dentro não sente
tanto a redução dos preços . Por isso, a renda da agricultura deve ser
ainda boa este ano e bem parecida
com a do ano passado”, diz a analista de grãos da MB AGRO Consultoria, Ana Menegatti.
Para a pesquisadora do Centro
de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/
USP, Andrea Adami, os grãos devem ser a esperança do PIB nacional este ano. “Com o setor de
grãos aumentando sua produção,
espera-se um impacto positivo no
PIB nacional”, afirma. Estimativas da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), também
divulgadas ontem, reforçam as
projeções positivas para a produção agrícola em 2015. A produção
de grãos está estimada em 198,5
milhões de toneladas, 2,6% ou
4,98 milhões de toneladas a mais.
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO
AGRÍCOLA BRASILEIRA
199,5
milhões
Produção
obtida
(+3,5%)
(toneladas)
112,6
milhões
(-5,5%)
57,1
milhões
(+1,5%)
Área colhida
(toneladas)
47,6
milhões
(+0,7%)
2005 2006 2007 2008 2009 2010
2011
2012
2013
Estimativa em 2015 por cultura
Diferença
2014/2015
Em toneladas
Cana-de-açúcar
Soja
a
2014 2015*
672,6 milhões
94,8 milhões
-2,5%
9,8%
-4,2%
Milho (total)
75,4 milhões
Feijão (total)
3,3 milhões 4,4%
Café (total)
2,5 milhões -5,4%
Sorgo
2,0
2 milhões -6,2%
Fonte: IBGE - Produção Agrícola
grícola Municipal 197
1975-2013 e Levantamento Sistemático da Produção Agrícola 2014/2015
* Posição em fevereiro
São Paulo e Minas puxam expansão da indústria
Em janeiro, a produção
geral avançou 2%, com
crescimento em 7 dos 14
locais analisados pelo IBGE
O crescimento de 2% da produção
industrial no primeiro mês do
ano, frente a dezembro, foi puxado pela expansão registrada em
São Paulo, que avançou 7,1%, e Minas Gerais, com alta de 6,5%. Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o
Rio de Janeiro também registrou
crescimento, de 0,2%. Ao todo, sete dos 14 locais pesquisados tiveram expansão na produção industrial em janeiro.
Pernambuco aparece no topo
da lista, com crescimento de
13,5% no período. Também tiveram expansão na produção Goiás,
de 4,4%, Espírito Santo, de 4,3%,
e Santa Catarina, 2,4%. Os resultados positivos da indústria voltaram a aparecer depois de dois meses seguidos de retração, segundo
apontou a Pesquisa Industrial
Mensal do IBGE.
O avanço, no entanto, está longe de indicar recuperação. Nos 12
meses, a atividade acumula retração de 3,5% e, no confronto com janeiro de 2014, a indústria teve redução de 5,2% — a 11ª taxa negativa
consecutiva. Na comparação com
igual mês do ano anterior, a produção industrial recuou a taxas ainda
bastante elevadas nos três principais centros industriais do país:
5,4% em São Paulo, 3,7% em Minas Gerais e 3,1% no Rio de Janeiro.
Segundo o Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Indus-
trial (Iedi), na indústria paulista,
a queda de 5,4% frente a janeiro
de 2014 teve caráter generalizado.
Isso porque, 15 dos 18 ramos pesquisadas pelo IBGE no estado apresentaram retração de suas atividades. O destaque ficou para os veículos automotores, reboques e carrocerias, com queda de 14,3% na
produção; além das máquinas e
equipamentos, que tiveram retração de 15%; e os produtos alimentícios, que caíram 10,3%.
No Rio e em Minas ocorreu o
mesmo. No primeiro, houve
queda em 12 das 14 atividades
industriais. As principais quedas ficaram, novamente, com
os ramos de veículos automotores, reboques e carrocerias,
com recuo de 35,8%; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com
queda de 7,2%. Em Minas, foram 10 de 13 ramos. As principais influências negativas vieram de veículos automotores,
re b o q u e s e c a r r o c e r i a s
(–10,0%) e de máquinas e equipamentos (–26,8%). AS
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 9
Divulgação
ALIMENTOS E BEBIDAS
Indústria registra crescimento de 9%
A Abia informou ontem que a indústria de alimentação e bebidas
faturou R$ 529,6 bilhões em 2014, alta nominal de 9,27% ante 2013.
O setor de alimentos foi responsável por R$ 428,4 bilhões, enquanto
o de bebidas chegou a R$ 101,2 bilhões. As exportações totalizaram
US$ 41,1 bilhões, ante US$ 5,7 bilhões de importações, gerando um
saldo de US$ 35,4 bilhões na balança comercial. Redação
ASSIM CAMINHA O DESEMPREGO EM SÃO PAULO
TAXA DE DESEMPREGO (em %)
DEZ/2014
JAN/2014
Município de SP
Demais municípios da
Região Metropolitana
de São Paulo
OCUPADOS POR SETORES DE ATIVIDADE
JAN/2015
JAN-15/DEZ-14
9,7
9,2
9,5
10,2
10,2
10,3
10,9
Região do ABC
8,9
10,4
JAN-15/JAN-14
-30 mil (-0,3%)
-83 mil (-0,8%)
Indústria de transformação
TOTAL
Para especialista,
fatores de incerteza
quanto aos rumos
da economia pesarão
muito mais sobre
o ritmo de contratação
de novos empregados
do que o aumento
da alíquota do imposto
24 mil (+1,5%)
-24 mil (-1,4%)
-51 mil (-7,0%)
-65 mil (-8,7%)
-24 mil (-1,4%)
-102 mil (-5,8%)
Serviços
Fonte: Fundação Seade/Dieese
Construção
Comércio e reparação veículos
32 mil (+0,6%)
99 mil (+1,8%)
Serviços ajudam a segurar o
nível de emprego em São Paulo
Início de ano traz relativa estabilidade na região metropolitana, mas fatores como ajuste fiscal e a ameaça
de racionamento de água e energia podem adiar decisões de investimento e de contratações em 2015
Patrícia Büll
[email protected]
São Paulo
Encerrado o primeiro bimestre do
ano, o temor de que o desemprego
comece a crescer como resultado
da baixa atividade econômica ainda não se concretizou. Como mostra a pesquisa de emprego e desemprego (PED) da Fundação Seade e Dieese, a taxa de desemprego
total na Região Metropolitana de
São Paulo (RMSP) passou de 9,9%
em dezembro para os atuais 9,8%
em um movimento considerado
usual para o período.
“Essa relativa estabilidade de
janeiro se deu mais pela redução
da População Economicamente
Ativa (PEA) do que pela criação de
emprego”, afirma o coordenador
de Análise da Fundação Seade,
Alexandre Loloian. Em janeiro, 45
mil pessoas saíram da força de trabalho da região, ou -0,4%, movimento ligeiramente mais intenso
do que o verificado no nível de
ocupação, que teve eliminação de
30 mil postos de trabalho. “Isso
mostra que mais gente está deixando de procurar trabalho e que
continuou o processo de demissões”, explica Loloian.
O técnico da Fundação Seade
afirma que, a exemplo do que
ocorreu no ano passado, foi o setor de serviços que segurou o emprego neste início de ano. Em janeiro, o setor gerou 32 mil vagas,
variação de 0,6% sobre dezembro. Já o comércio fechou 24 mil
vagas e a indústria criou 24 mil.
“O setor de serviços é que está
segurando o nível de emprego. Depois de fechar vagas em novembro e dezembro, o segmento se recuperou em janeiro e está, inclusive, acima do nível de igual mês de
2014, com quase 100 mil pessoas a
mais empregadas”, diz Loloian.
Mesmo serviços gerando mais
vagas do que os outros setores, Loloian diz que é difícil analisar se está ou não ocorrendo uma migração das pessoas para determinadas atividades. “Sempre ocorre
uma migração, mas não conseguimos identificar quantas pessoas
deixaram a indústria, por exemplo, e agora estão em serviços.”
Segundo ele, um dado que causou surpresa neste início de ano
foi a criação de vagas na indústria.
“Ocorre que estamos em um nível
de ocupação bem abaixo do que foram janeiros anteriores, especialmente na indústria. Talvez o setor
já tenha feito o ajuste mais pesado”, diz Loloian.
Tanto é assim que no primeiro
mês deste ano, o estoque de pes-
“
Essa relativa
estabilidade do
desemprego em janeiro
se deu mais pela
redução da População
Economicamente Ativa
(PEA) do que pela
criação de vagas”
Alexandre Loloian
Coordenador de Análise da
Fundação Seade
soas empregadas na indústria era
de 1,635 milhão — 110 mil pessoas
a menos do que em janeiro de
2013, por exemplo. Em igual mês
do ano passado eram 1,659 milhão e, em 2013, 1,745 milhão de
pessoas. Ou seja, de janeiro de
2013 para agora, foram fechadas
110 mil vagas apenas na indústria.
Por regiões, a PED aponta que
a taxa de desemprego total manteve-se relativamente estável na cidade de de São Paulo, passando de
de 9,7% em dezembro para 9,5 %
em janeiro e reduziu-se na região
do ABC, que concentra grande parte do PIB industrial, de 10,9% para 10,4% no período.
Ainda assim, a indústria puxou
para baixo o resultado do Produto
Interno Bruto (PIB) do Estado de
São Paulo em 2014. Segundo a Fundação Seade, o PIB paulista teve retração de 1,9% em 2014, em relação a 2013. O PIB industrial caiu
5,3% em igual comparação, enquanto o agropecuário teve queda
de 6,3% e o de serviços se retraiu
0,5%. Em 2013, a economia paulista cresceu 1,9%.
Fim da desoneração não deve
intensificar demissões
Em relação ao projeto de lei que
põe fim às desonerações da folha
de pagamento, Loloian diz qual-
quer diminuição do rendimento
causa insatisfação, a exemplo do
que ocorre quando a tabela do imposto de renda para pessoa física
não tem a correção desejada. E
com os empresários não é diferente. Ainda assim, acha difícil afirmar se isso poderá ampliar o desemprego.
“Nenhum empresário abre
mão do seu mercado por causa de
um novo tributo ou o aumento de
um já existente. O que garante o
crescimento do emprego é o crescimento da economia. É muito difícil dizer se o fim das desonerações irá aumentar o movimento
de demissões”, afirma.
Para ele, fatores de incerteza
quanto aos rumos da economia pesarão muito mais nesse movimento do que o aumento da alíquota
do imposto. Loloian comenta que
as variáveis que podem afetar o
mercado de trabalho este ano incluem o ajuste fiscal adotado pela
nova equipe econômica.
“Temos um primeiro trimestre
atípico, com promessas de ajustes
que tendem a arrefecer o nível da
atividade econômica.” Ele também cita o risco de racionamento
de água e energia, que provavelmente fará o empresariado adiar
decisões de investimentos e de
contratações.
10 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
▲
BRASIL
ANTT: paradas
para descanso
terão impacto
no pedágio
Prévia do IGP-M
revela alta de 0,74%
Aceleração do índice corresponde à primeira apuração do mês, após variação de 0,09%
no mesmo período de fevereiro. Expansão foi puxada pelo avanço dos preços no atacado
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou na primeira
prévia de março, registrando alta
de 0,74%, após variação de
0,09% no mesmo período de fevereiro. A expansão foi puxada pelo
avanço dos preços no atacado.
Apesar da aceleração do IGP-M
nos últimos meses, o Índice FipeZap de Locação, que acompanha
o preço do aluguel em nove cidades brasileiras registrou queda
real de preços. O índice avançou
0,27% em fevereiro e acumula alta de 1,95% nos últimos 12 meses.
Segundo a Fundação Getulio
Vargas (FGV), o Índice de Preços
ao Produtor Amplo (IPA) — que
responde por 60% do índice geral
— avançou 0,79% na primeira prévia de março, após queda de
0,34% no mês anterior. Uma das
principais influências positivas do
IPA foi exercida pela soja em grão,
que teve alta de 4,56%, após queda de 7,99% no mesmo período
do mês anterior.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no
IGP-M, subiu 0,88% na primeira
prévia deste mês, contra 0,97%
no mesmo período de fevereiro.
Cinco das oito classes de despesa
componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de
variação. A maior contribuição
partiu do grupo Habitação (1,10%
para 0,67%). Nesta classe de despesa, vale mencionar o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou
de 3,13% para 0,63%.
O Índice Nacional de Custo da
Construção (INCC) também avançou no período, em 0,20%, após
alta de 0,67% na primeira prévia
de fevereiro.
PREÇO DO ALUGUEL EM ALGUMAS CIDADES
Índice FipeZap de preços de móveis anunciados. Fevereiro de 2015 (R$/m2)
R$ 38
São Paulo
R$ 31
Brasília
R$ 28
Santos
R$ 22
Porto Alegre
R$ 22
Campinas
R$ 21
Salvador
São Bernardo
do Campo
Curitiba
R$ 18
R$ 16
R$ 34
Média (9 cidades)
Custo do aluguel sobe mais em
São Paulo e São Bernardo
A variação em 12 meses no FipeZap de Locação é menor do que a
registrada pelo IGP-M e pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística ( IBGE).
Enquanto o IGP-M atingiu alta de
3,86%, o IPCA avançou 7,70%. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP), a queda em termos reais do preço médio de locação foi de 5,34% nos últimos 12 meses.
R$ 41
Rio de Janeiro
A variação em 12 meses
no FipeZap de Locação
é menor do que a
registrada pelo IGP-M
e pelo IPCA. Enquanto
o IPGP-M atingiu alta
de 3,86% e o IPCA
avançou 7,70%, o
FipeZap subiu 1,95%
Na passagem de janeiro para fevereiro, São Bernardo do Campo e
São Paulo registraram os maiores
aumentos, enquanto Curitiba e
Santos foram as cidades que tiveram queda nominal. Os preços
anunciados para locação considerados para o cálculo do índice Índice FipeZap de Locação são para novos aluguéis. Sendo assim, o indicador não mede a variação dos
contratos vigentes, normalmente
reajustados automaticamente pelo IGP-M ou por outros índices de
correção.
Nesse segundo mês do ano o
aumento do preço de locação foi
superior à variação do IGP-M.
Em fevereiro de 2015, o retorno
médio com aluguel foi de 4,9% ao
ano, valor superior em 0,1 ponto
percentual à taxa de janeiro. Ao
mesmo tempo, a taxa de juros
real no Brasil foi de 5,8%. Desde
setembro/2014 a “taxa do aluguel” está abaixo dos juros reais.
O preço médio anunciado para locação por m2 nas 9 cidades pesquisadas em janeiro/2015 foi de
R$ 34/mês. A cidade com o m2
mais caro foi o Rio de Janeiro (R$
41/mês), seguida por São Paulo
(R$ 38/mês). O aluguel mais barato foi verificado em Curitiba (R$
16/mês). Com Reuters
O preço médio
anunciado para
locação por metro
quadrado nas 9
cidades pesquisadas
em janeiro/2015 foi de
R$ 34/mês. A cidade
com aluguel mais caro
é o Rio de Janeiro
Obras previstas na
Lei do Caminhoneiro
serão custeadas com
aumento de tarifas
O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Luiz Bastos,
disse ontem que, no prazo máximo de um ano, todas as rodovias federais concedidas à iniciativa privada terão pontos de
parada para descanso dos caminhoneiros. A construção dos locais de descanso para os motoristas profissionais consta na
Lei do Caminhoneiro, sancionada na semana passada pela
presidenta Dilma Rousseff.
Segundo Bastos, no entanto, a medida deve elevar o preço dos pedágios, já que essas
obras não estavam previstas no
edital de licitação das rodovias
concedidas antes da aprovação
da nova lei. “A (construção dos
pontos de parada) é uma readequação a partir da Lei do Caminhoneiro. Com certeza, vai ter
que haver um reequilíbrio ,
mas vai ser pequeno nas tarifas”, explicou o diretor da
ANTT após a primeira reunião
do grupo de trabalho criado para debater as demandas que levaram os caminhoneiros a bloquear diversas estradas do país
no mês passado.
De acordo com o diretor-geral da ANTT, nas rodovias administradas pelo poder público, a
construção dos pontos de parada ficará sob responsabilidade
do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes
(Dnit). “A implementação será
feita junto com a iniciativa privada para que tenhamos o menor custo possível. Será em um
prazo bem rápido. Acredito
que em dois anos as rodovias
do Dnit já vão estar com os pontos de parada estabelecidos”.
A Lei do Caminhoneiro determina a publicação da relação dos locais de parada pelo
poder público e condiciona a
aplicação das penalidades aos
motoristas que descumprirem
a lei à divulgação dessa relação
e de suas atualizações subsequentes relativamente a cada
rodovia. O poder público terá
cinco anos para ampliar a disponibilidade dos locais de repouso e descanso nas estradas,
inclusive por meio da exigência de abertura pelas concessionárias de rodovias e disponibilização de linhas de crédito. ABr
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 11
Divulgação
DESFALQUE
TCE e PF investigam rombo em Itaguaí
O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e a Polícia Federal
se uniram para investigar desfalque de cerca de R$ 30 milhões na
prefeitura de Itaguaí, Rio de Janeiro. Há 73 processos abertos no
tribunal sobre a gestão do prefeito Luciano Mota (PSDB). Estão sob
análise contratos para locação de veículos, compra de remédios e
material de limpeza, além de contratação de artistas e shows. ABr
CPI: trotes estudantis
violentos devem ser
tratados como tortura
Comércio local
cresce em favela
de São Paulo
Deputados paulistas
querem tipificação
do crime para evitar
agressões contra calouros
Violência do tráfico afasta as grandes redes e abre possibilidade
para pequenos comerciantes expandirem os seus negócios
Divulgação
A informalidade e o tráfico de drogas afastam as grandes redes do
comércio das comunidades brasileiras. A brecha virou uma oportunidade ao comércio local, que
prospera nas ruas e vielas de Paraisópolis, em São Paulo, por exemplo. Com mais de 100 mil habitantes, a 2ª maior favela da capital
paulista tem suas próprias redes
de supermercado, açougues e farmácias. E os números de faturamento acompanham a dimensão
da favela.
Aos 28 anos, o empresário
Clayton Medina viu seu investimento inicial de R$ 70 mil multiplicar 35 vezes. Após cinco anos,
o mercado Nova Central conta
com cinco filiais e vende aproximadamente R$ 2,5 milhões por
mês ou R$ 30 milhões por ano, segundo o empresário. Diariamente, Medina visita as lojas falando
em seu iPhone 6, com óculos escuros e com uma carteira Louis Vuitton na mão.
Pesquisa do Data Favela, divulgada semana passada, revelou que
ter o próprio negócio é o sonho de
quatro em cada dez moradores.
Além disso, 55% pretendem abrir
o negócio em até três anos.
“Já nos primeiros 30 dias tive
lucro. Sete meses depois, contratava dez funcionários e comprava
uma segunda loja. Continuei crescendo e comprei uma nova loja a
cada ano”, explica o empresário,
que é formado em Matemática e
gerencia aproximadamente 100
funcionários, quase todos moradores de Paraisópolis.
Após trabalhar na favela como
vendedor, em 2010, Medina percebeu a deficiência de mercados e
produtos de primeira linha: “Os
moradores são humildes, sim,
mas gostam de coisa boa. Antes,
você só encontrava produtos de segunda ou terceira linha por aqui”.
Ele comprou a primeira loja por
R$ 70 mil, “dinheiro emprestado
de um amigo”, e apostou em marcas líderes para conquistar a preferência dos moradores.
Para ele, o comércio local poderia expandir ainda mais se não encontrasse as barreiras da favela: informalidade, logística e a presen-
Paraisópolis, Zona Sul paulistana: mais de 100 mil habitantes
Cada uma das três
farmácias MTN rendem
um lucro de R$ 6 mil
mensais ao seu dono,
Milton Ferreira,
que trabalha desde
os 13 anos de idade
e mora na favela há
mais de uma década
ça do tráfico de drogas. As apertadas e sinuosas ruas afastam fornecedores. Além disso, como são
construções irregulares, os prédios não têm documentação. “Esse prédio aqui eu comprei por R$
1,2 milhão, no ano passado, mas
não tenho documento. Só tenho
uma declaração do antigo dono registrada em cartório”, contou.
O comerciante Milton Ferreira,
de 52 anos, deixou a Paraíba há
mais de uma década e decidiu aplicar em Paraisópolis os seus conhecimentos da rotina de uma farmácia. Trabalhando desde os 13 anos
atrás do balcão, Ferreira criou a
MTN Drogaria & Farmácia, em
2011. O plano era simples: trabalharia apenas com os filhos
para recuperar o investimento
inicial de R$ 15 mil.
“Depois dos primeiros
anos, consegui recuperar essa
quantia e contratei alguns funcionários. Mas nunca deixei de
ser o principal funcionário daqui. Sou o primeiro a chegar e o
último a sair”, conta Ferreira,
que hoje administra três farmácias MTN nas ruas da favela
com visitas diárias e monitoramento por câmeras. Cada filial
rende um lucro de R$ 6 mil ao
mês, segundo o dono.
Para ele, moradores não querem deixar a comunidade para
comprar coisas básicas e isso
incentiva o comércio local. A
ausência de grandes investidores é um ponto positivo aos pequenos empreendedores. Ferreira reconhece, no entanto,
que os clientes ficaram mais
exigentes nos últimos anos. E
cruzam as fronteiras da favela
para buscar “roupas de marcas
e restaurantes bacanas”. iG
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de São Paulo que investigou denúncias de violações a direitos humanos em universidades paulistas apresentou ontem seu relatório final. Após 40 audiências, nas
quais foram ouvidos mais de 200
depoimentos, o relatório, de 190
páginas, reúne em torno de 9 mil
documentos, entre fotos, vídeos
de trotes violentos e depoimentos
de sete mulheres estupradas em
festas universitárias.
O relatório do deputado Ulysses Tassinari (PV) apresenta mais
de 30 recomendações que serão
encaminhadas, principalmente,
ao Ministério Público. Em uma
dessas recomendações, os deputados pedem que os trotes praticados contra calouros nas universidades de todo o país sejam classificados como crime de tortura no
Código Penal Brasileiro.
O documento também será encaminhado a autoridades brasileiras e também ao Papa Francisco,
porque duas das universidades denunciadas são vinculadas à Igreja
Católica: as Pontifícias Universidades Católicas de São Paulo (PUCSP) e e Campinas (PUC-Campinas).
“O que acho mais urgente é tirar toda a violência, que ocorre
nos trotes, do capítulo de ‘atentado violento ao pudor’, elevando-o à categoria de tortura. Trote
é uma forma de tortura”, disse o
deputado Adriano Diogo (PT), presidente da CPI, para quem os acusados pelas práticas de trotes e violações devem ter seus nomes incluídos em um cadastro estudan-
til de antecedentes. Ele explica,
porém, que não se trata de uma ficha criminal, para ser usada em
concursos para admissibilidade
em bolsas de estudo e financiamento de pesquisa. Mas ressalta
que “nenhum torturador pode ascender na carreira sem que apareça, em seu currículo, que ele participou de atividades de tortura”.
O relatório da CPI propõe ainda a criação de dois projetos de lei
para combater os trotes nas universidades. Um pede a proibição
de patrocínio de eventos estudantis por empresas que fabriquem,
comercializem ou distribuam bebidas alcoólicas. O outro pretende
combater os trotes nas universidades e investigar as violações de direitos humanos e demais ilegalidades no âmbito das universidades.
Os deputados pedem a responsabilização civil, penal e administrativa das pessoas que integram
os centros acadêmicos e as associações atléticas das universidades,
responsáveis por trotes violentos
a calouros e pelas festas denunciadas por casos de estupro, abuso e
violência. ABr
“
O que acho mais
urgente é tirar toda
a violência, que ocorre
nos trotes, do capítulo
de ‘atentado violento
ao pudor’, elevando-o
à categoria de tortura.
Trote é uma
forma de tortura”
Adriano Diogo
Deputado estadual (PT-SP)
Edital de Citação. Prazo 20 dias. Processo 0009520-18.2013.8.26.0005. O Dr Eduardo Hipolito Haddad, Juiz de
Direito da 3ª Vara Cível do Foro Regional de São Miguel Paulista/SP. Faz Saber a Lourenço Silva Reis, que Indústria
de Pregos Leon Ltda, lhe ajuizou uma Ação de Execução, para cobrança de R$4.376,79 (03/2013), referente a
duplicata não paga pelo executado em seu vencimento, conforme descrito na inicial. Estando o executado em lugar
ignorado, foi determinada a sua citação por edital, para que no prazo de 3 dias, pague o débito atualizado, podendo
pena de penhora. NADA MAIS. Dado e passado nesta cidade de São Paulo, aos 18 de fevereiro de 2015.
Edital de Citação - prazo de 20 dias. Processo nº 0078291-46.2008.8.26.0224-ORDEM 2469/08 O(A) Doutor(a)
Mariana Horta Greenhalgh, MM. Juiz(a) de Direito da 1ª Vara Cível, do Foro Foro de Guarulhos, da Comarca de de
Guarulhos, do Estado de São Paulo, na forma da Lei, etc. FAZ SABER a(o) Fabiano Martins de Oliveira, Rua Santa
Cecilia,, 467, Centro - CEP 07400-000, Aruja-SP, CPF 251.808.038- 45, RG 236624013, que lhe foi proposta uma
ação de Procedimento Ordinário por parte de Banco Bradesco S/A, alegando em síntese: O suplicante concedeu ao
em 04/12/2007, cujos valores deveriam ser restituídos nos prazos e condições contratuais, vencidas as obrigações
o suplicado não cumpriu o avençado, deixando de pagar o saldo devedor de R$11.684,97. Encontrando-se o réu em
lugar incerto e não sabido, foi determinada a sua CITAÇÃO, por EDITAL, para os atos e termos da ação proposta e
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Não sendo contestada a ação, presumir-se-ão aceitos, pelo(a)(s) ré(u)(s), como verdadeiros, os fatos articulados
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localizado na Rua José Maurício, 103, Centro - CEP 07011-060, Fone: (11) 2408-8122, Guarulhos-SP.
12 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
▲
EMPRESAS
Editora: Flavia Galembeck
[email protected]
Novas rotas
para os estaleiros
brasileiros
Depois de crescerem nos últimos cinco anos, empresas
voltam a apostar na exportação, ajudadas pela alta do
dólar. A catarinense Schaefer Yachts está em fase de
elaboração do projeto de sua fábrica na Coreia do Sul
Fotos Divulgação
Gabriela Murno
[email protected]
Depois da vinda de estaleiros internacionais focados em embarcações de lazer para o Brasil, que era
visto como mercado em crescimento, o fluxo agora se inverteu.
Os estaleiros brasileiros cresceram nos últimos cinco anos e recomeçam a exportar, abrindo até
unidades fora do país. Ruim para
uns, mas muito boa para outros, a
alta do dólar foi um fator que ajudou na decisão de ganhar os mares mundo afora.
“O Brasil é um mercado com
potencial muito grande de crescimento, por ainda ser novo, por termos uma costa grande e boas condições climáticas. Quanto às vendas para outros países, voltamos a
ser competitivos por conta do
câmbio”, diz Ernani Paciornik,
idealizador do Rio Boat Show,
maior evento náutico da América
Latina, que será realizado de 26 a
31 de março, no Rio de Janeiro e
reunirá cem expositores.
O estaleiro catarinense Schaefer Yachts — há 23 anos no mercado fabricando lanchas e iates entre 30 e 80 pés — já planeja sua unidade em Busan, segunda maior cidade da Coreia do Sul, com seis milhões de habitantes e de onde são
escoadas as exportações daquele
país. Depois de assinar um acordo
com o prefeito da cidade, Don
Young Cho, e o secretário da Divisão de Investimentos Estrangeiros, Jae Hyung Lee, a Schaefer está atualmente na fase de estudo
do projeto do novo estaleiro.
A ideia, diz o presidente da
“
A Coreia do Sul é líder
mundial na indústria
naval de grande porte,
mas não tem estaleiros
de embarcações de
lazer e está abrindo
uma oportunidade não
só naquela nação, mas
no mercado asiático”
Marcio Schaefer
Presidente da Schaefer Yachts
Prefeito Don Young Cho firma acordo com Schaefer para uma unidade do estaleiro brasileiro em Busan
empresa brasileira, Marcio Schaefer, é que a produção comece
dentro de cerca de dois anos,
com lanchas a partir de 30 pés
(aproximadamente 10 metros de
comprimento), como a Phantom
303. De acordo com ele, o tamanho dos barcos vai crescer ano a
ano, até chegar a produção do iate
de 83 pés da empresa, a Schaefer
830. O investimento no projeto será de cerca de US$ 10 milhões,
mas há contrapartidas do governo
e, ainda, dinheiro de parceiros.
“A Coreia do Sul é líder mundial na indústria naval de grande
porte, mas não tem estaleiros de
embarcações de lazer e está abrindo uma oportunidade para ingressarmos não só naquela nação, mas
no mercado asiático. O país é um
hub muito importante para toda a
Ásia”, ressalta Schaefer.
No Brasil, o preço médio de
uma Phantom 303 é de R$ 400
mil, porém na Coreia do Sul será
pelo menos 25% mais baixo, por
conta de menor carga tributária e
da competitividade da economia
daquele país, diz a empresa.
A aproximação entre a empresa e o país asiático começou em
2013, mas foi alavancada quando
o barco Phantom 303 foi eleito o
melhor equipamento do Busan
Boat Show, em outubro de 2014.
Atualmente, a Schaefer Yachts
produz de 130 a 150 barcos ao ano.
Para 2015, a previsão é também
de 130 unidades. Com a alta do dó-
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 13
Antonio Milena
INTERNET
Expedia terá participação na Decolar.com
A agência de viagens online americana Expedia investirá US$ 270
milhões na empresa latino-americana Decolar.com, na qual terá
participação minoritária. As companhias vão expandir sua parceria
para incluir “cooperação mais profunda na oferta de hotéis”,
segundo nota conjunta divulgada ontem pelas empresas. Fundada
em 1999, a Decolar.com está presente em 21 países na região. Redação
Rio Tinto: mercado
de minério de ferro
perderá capacidade
Multinacional estima que
fechamento de minas este
ano vai acontecer
principalmente na China
Rio Boat Show
desembarca
no Riocentro
lar e incertezas que ainda persistem no mercado interno, a empresa, que dedicava dois meses para
a fabricação de embarcações para
o mercado externo até 2008, resolveu voltar a exportar para ajudar
a atingir sua previsão de produção. As principais apostas são os
Estados Unidos e as nações europeias, como Noruega e Suécia, países com os quais a empresa costumava ter boas relações no passado. “Gostaríamos que as exportações fossem pelo menos 20% das
nossas vendas. No passado, eram
de 10% a 15%, e passávamos de
março a maio trabalhando praticamente só para fora. Era muito
bom, porque quando mercado
acalmava aqui, vendíamos mais
para fora, o que nos ajudava até a
manter os preços. O mercado americano é muito bom e temos produtos competitivos”, ressalta Marcio Schaefer.
A expectativa é faturar R$ 200
milhões em 2015, resultado pouco
maior do que o de 2014, ano também afetado pela Copa do Mundo.
“Já fechamos alguns acordos e os
primeiros barcos para outros países devem sair ainda no primeiro
semestre”, completa ele.
Cimitarra também aposta na
exportação e na Ásia
Outro estaleiro brasileiro, o Cimitarra volta a apostar na exportação e também tem a Ásia em sua
rota. Com a meta de fabricar 90
barcos por ano, a empresa do
Rio Grande do Sul já vendeu 25
unidades neste início de ano,
sendo aproximadamente um
quinto para o mercado externo.
“O dólar ajuda, apesar de ainda
pagarmos na moeda americana
alguns dos componentes”, explica o representante do estaleiro
Tomas Ko Freitag.
Segundo ele, o barco se valorizou nos Estados Unidos e outros
países também veem seu mercado crescer. “Estamos entrando
via Dubai, nos Emirados Árabes.
Mas estamos buscando todos os
mercados potenciais para barcos
e temos tido boa receptividade”,
diz Freitag, que espera um ano difícil no cenário interno e cita outros países como África do Sul e
Noruega como mercados potenciais: “Estamos enxugando a empresa e cuidando ao máximo da
qualidade. Temos medo, acho
que muitas empresas vão desaparecer. Por outro lado, digo que
quem cruzar 2015 e 2016 vai ter
muitas oportunidades.”
NÚMEROS
R$ 200 mi
Expectativa de faturamento, em
2015, do estaleiro catarinense
Schaefer Yachts, que fabrica de
130 a 150 unidades ao ano. Meta é
que as exportações cheguem a
20% das vendas da empresa.
R$ 193 mi
Negócios realizados durante o Rio
Boat Show de 2014. A feira
recebeu cerca de 34 mil visitantes
em sete dias.
O Rio Boat Show chega a
sua 18ª edição este ano. De
26 a 31 de março, a feira
reunirá mais de cem
expositores entre
estaleiros, indústrias
especializadas em motores
e equipamentos, empresas
fornecedoras de peças e
tecnologia, além de outras
áreas da cadeia produtiva
do setor. Mais de 120
embarcações estarão em
exposição.
A novidade fica por
conta do local escolhido
para este ano. Ao invés da
Marina da Glória, o evento
será realizado no Pavilhão
3 do Riocentro, zona Oeste
do Rio de Janeiro.
“Vejo como se
estivéssemos chegando à
outra cidade. Será um ano
de ampliar mercado, pois a
região da Barra da Tijuca
tem um potencial muito
grande de consumo.
Acredito que vamos perder
pouco público que ia à
Marina, mas vamos
agregar muitos visitantes
que antes não iam”, diz
Ernani Paciornik,
idealizador do Rio Boat
Show. No ano passado, o
evento, que é considerado
o maior salão náutico da
América Latina,
movimentou R$ 193
milhões em negócios, valor
um pouco menor do que a
previsão inicial. Paciornik
prefere não arriscar qual
será o montante
movimentado este ano.
“O mercado vinha de
um crescimento muito
grande e agora deu uma
estagnada. Por outro lado,
é uma oportunidade para
os consumidores, pois os
estaleiros têm que vender
e, provavelmente, vão
fazer boas ofertas”, diz ele.
A mineradora global Rio Tinto espera que cerca de 85 milhões de
toneladas de capacidade de minério de ferro sejam retiradas do
mercado mundial em 2015 devido à queda nos preços da commodity para níveis que desestimulam a produção. Para o ano passado, a companhia projetou uma diminuição de 125 milhões de toneladas de capacidade.
As minas chinesas — entre as
menos eficientes globalmente —
vão absorver a maior parte das
perdas, segundo o chefe de minério de ferro da Rio Tinto, Andrew
Harding. No entanto, parte dessa
retração será compensada pelo
provável início de operação neste
ano da mina Roy Hill, na Austrália. “Estimamos que por volta de
85 milhões de toneladas de produção existente sairão do mercado
em 2015”, disse Harding ontem,
numa conferência em Perth, na
Austrália. “Isso virá da China como também de fornecedoras por
via marítima.”
A resistência de mineradoras
chinesas — com custos mais altos
— em diminuir a produção tem sido apontada pela Rio Tinto e as rivais BHP Billiton e Vale como cul-
pada pela queda acentuada nos
preços do minério de ferro.
Analistas dizem que as grandes mineradoras têm aumentado
ativamente a produção para pressionar produtores menores com
custos mais altos. Para os especialistas, o montante de tonelagem
que ainda deixará o mercado pode aumentar em mais 50 milhões
a 80 milhões de toneladas, por
conta de siderúrgicas que evitam
minério de qualidade mais baixa
produzido em países como Irã,
Malásia e México.
No entanto, os analistas ressaltam que tonelagem perdida
seria compensada pela nova oferta da mina Roy Hill, na Austrália. Executivo-chefe da Roy Hill,
Barry Fitzgerald deve anunciar
hoje que os primeiros embarques serão feitos em setembro,
com a mina atingindo futuramente o montante anual de 55
milhões de toneladas.
Ontem, o banco Citi divulgou
estimativa de que os preços do minério de ferro deverão cair para
aproximadamente US$ 50 por tonelada no curto prazo, afetados
negativamente pela fraca demanda das siderúrgicas chinesas e pelo excedente de oferta no mercado internacional. Mesmo assim, a
instituição financeira mantém
sua previsão de que os preços fecharão 2015 com média de US$
58 por tonelada. Reuters
Edital de Citação, com Prazo de 20 dias. O Doutor Lidia Regina Rodrigues Monteiro Cabrini, MM. Juiz de Direito da 8ª Vara
Cível, do Estado de São Paulo, na forma da lei, Faz Saber a Joanice Santos Rodrigues, CPF 281.855.138-21, RG nº 358711861
que a Instituição Paulista Adventista de Educação e Assistência Social, lhe ajuizou uma ação MONITÓRIA, objetivando a
cobrança da quantia de R$ 4.059,19 (07/2008), corrigida pela Tabela Prática Para Cálculo de Atualização Monetária dos Débitos Judiciais decorrente da inadimplência em relação a contrato de prestação de serviços educacionais (exercício de 2006).
! " ! oferecimento de embargos, será iniciada a execução, conforme previsto no Livro II, Título II, capítulos II e IV, prosseguindo-se
#%&
' *+*: ; < : = + >? @>B&:
SÁVIA S.A. EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS
CNPJ/MF nº 31.459.464/0001-94
AVISO AOS ACIONISTAS. Acham-se à disposição dos Srs. Acionistas na sede da
sociedade, na Av. Rio Branco, 26/15º andar - parte, Rio de Janeiro, RJ, os documentos
a que se refere o artigo 133, da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em
31/12/2014. Rio de Janeiro, 06/03/2015. Stefano Marzotto Festa - Diretor Presidente.
INVESTCO S.A.
Companhia Aberta
CNPJ/MF nº 00.644.907/0001-93 - NIRE 17.300.000.914
Edital de Convocação - Assembleia Geral Ordinária
Ficam convocados os senhores acionistas a se reunirem em Assembleia Geral Ordinária, que se realizará no
dia 08 de abril de 2015, às 09 horas, na sede social, na Rodovia TO Miracema, Km 23, s/nº, Miracema do
Tocantins, Estado do Tocantins, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: (a) tomar as contas dos
administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras, acompanhadas do parecer dos
auditores externos independentes, referentes ao exercício findo em 31.12.2014; (b) aprovar a destinação
do lucro líquido e a distribuição de dividendos referente ao exercício de 2014; (c) eleger membros do
conselho de administração para um novo mandato; e (d) fixar a remuneração global dos administradores.
Os documentos mencionados na ordem do dia estão disponíveis para consulta dos Srs. Acionistas na
sede da Companhia e foram encaminhados para a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, nos termos
da legislação aplicável. As pessoas que comparecerem à Assembleia deverão provar a sua qualidade de
acionista mediante apresentação de documento de identidade e/ou procuração outorgada por acionista
da Companhia, na forma e prazo do Art. 126, § 1° da Lei n° 6.404, de 15.12.1976, conforme alterada.
Miracema do Tocantins, 09 de março de 2015. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas - Presidente
do Conselho de Administração.
14 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
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EMPRESAS
Erica Ribeiro
[email protected]
Depois de um período de pelo menos três anos debruçados em pesquisas e em novos projetos, os
executivos da Korin Agropecuária — fundada em 1994 no Brasil e
mais conhecida pela linha de cortes de frango orgânicos, criados
sem antibióticos — coloca o pé
no acelerador este ano, com o lançamento de uma ampla linha de
produtos. Os planos de expansão
incluem ainda a injeção de recursos na ampliação de suas unidades de fabricação, a entrada efetiva no mercado de carnes bovinas
e a retomada do projeto de franquias das lojas Korin.
As novidades deverão render à
empresa — que tem origem na Igreja
Messiânica, defensora da alimentação natural como uma dos pilares da
religião — um faturamento de R$
120milhõesesteano,anteR$94milhões em 2014. A holding Korin Empreendimentos e Participações detém 99% da Korin Agropecuária.
O projeto de franquias da marca, que passou por uma reformulação, terá predominantemente itens
produzidos pela Korin, explica Edson Shiguemoto, diretor comercial
da empresa. Quando a Korin surgiu, chegou a ter lojas próprias, iniciativa que não deu certo, levando
ao fechamento das unidades. Sobrou apenas a da Vila Mariana (SP),
que se tornou a unidade-piloto para a reabertura de franquias.
“Antes, nossas lojas tinha apenas 15% de produtos da Korin. A
maioria do sortimento era de itens
convencionais, o que fugia da filosofia e do método de agricultura
natural que pontua nossos princípios. Diante disso, recuamos, fechamos as lojas em 1997 e retomamos o projeto em 2009. Hoje, além
da loja da Vila Mariana, temos as
unidades nas cidades de Campo Belo (também em São Paulo), Natal
(RN) e Rio de Janeiro, que vão receber em abril cada uma a sua segunda unidade franqueada. E também
temos uma loja em Brasília”, diz
ele, que projeta a abertura de cem
lojas em cinco anos pelo sistema
de franquias.
Este projeto, diz ele, pode ser revisto de acordo com a procura de
franqueados. Shiguemoto admite
queumafranquiadevarejocomprodutosorgânicosnãoétãofácildeadministrar. Mas a paciência oriental
dá o tom dos planos da companhia,
que não enxerga dificuldades diante
daatualsituaçãodaeconomia.“Estamos confiantes”, confirma ele.
As lojas serão também instrumentos de apresentação dos novos
produtos e da estratégia de marketing da companhia. A nova linha de
produtos será lançada até o começo
do segundo semestre deste ano. A
Korin apresentou no ano passado a
chegada de cortes bovinos, resultadodeumaparceriacomumacooperativa de criadores do Pantanal
(MS).Osprodutoscomeçaramache-
Lojas franqueadas
e novos produtos
Mais conhecida pelo frango orgânico, a Korin vai lançar este ano linhas de embutidos,
massas e peixes, além de reformular projeto de franquias, chegando a 100 lojas em 5 anos
A Korin no Brasil não é
a única no mundo. Há
empresas semelhantes
na França, na
Tailândia, no Japão e
em outros países, que
atuam ligadas às igrejas
locais. O nome Korin
significa anéis de luz
gar às gôndolas de supermercados e
às lojas da marca este ano.
“Na verdade é uma carne de vaca, da novilha precoce, que tem,
nessa faixa de vida, a mesma maciez da carne do boi, amplamente
comercializada.Todassãoalimentadas com orgânicos, sem antibióticos, e criadas no pasto. Até o momento, estamos coma venda em supermercados, na rede Hortifruti e
em nossas lojas. Porém ainda temos
um abate de 66 cabeças por quinze-
na. A meta é chegar a 400 cabeças
por semana, já projetando o lançamento, dentro de três meses, da linha de embutidos da marca, que terá hambúrguer de carne bovina, almôndegas, kibe, carne moída,
além das salsichas de frango”, detalha o executivo da Korin.
Toda a linha de embutidos será
produzida na Condessa Alimentos, uma empresa sediada em Sumaré (SP) e que também é parceira de outras marcas, como a Sadia.
“Agora, temos o cardápio completo com extensões de linhas de
produtos. Há um ano também iniciamos a produção de arroz e feijão orgânico e lançamos este ano o
nosso óleo de soja orgânico”, completa Shiguemoto.
Paradarsuporteatodososlançamentos programados para os próximos meses, a Korin está desembolsando R$ 5 milhões na aquisição de
equipamentos que vão aumentar a
linha de abate de frangos — de 18
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 15
Divulgação
AGRONEGÓCIO
Preço do açúcar atinge mínima de 6 anos
Os contratos futuros do açúcar bruto na ICE Futures, em Nova York,
caíram ontem para uma mínima de seis anos e os do café arábica
recuaram para perto de uma mínima de 13 meses, devido a uma
desvalorização do real, que estimula vendas de produtores no Brasil
e de especuladores. Além disso, fundos de investimento estão
fugindo das commodities e indo para o mercado de ações. Reuters
Piervi Fonseca
“
A Korin Agropecuária
só teve o primeiro lucro
em 2009 e diante dos
resultados anteriores,
a Igreja Messiânica
seguiu com o projeto por
acreditar na filosofia
de levar a alimentação
natural a todos
Se fôssemos uma
empresa comum,
certamente teríamos
fechado as portas.
Temos uma
administração
profissional, boa parte
de nossos executivos
são ministros da igreja”
Edson Shiguemoto
Diretor Comercial da Korin
NÚMEROS
R$ 120 mi
Previsão de faturamento da Korin Agropecuária para
2015. Em 2014, a empresa fechou o caixa com R$ 94
milhões.
30%
É quanto o Rio de Janeiro representa do faturamento
da empresa. A cidade terá em abril a segunda unidade
franqueada das lojas da Korin, em Copacabana.
99%
É a fatia que a Korin Empreendimentos e
Participações, holding criada pela Igreja Messiânica
brasileira, detém na Korin Agropecuária.
mil aves por dia para 24 mil até 2016
— e também na ampliação de sua
unidade fabril em Ipeúna (SP), sem
contar projetos para a área de sementes orgânicas. Por enquanto, a
empresa vem usando recursos próprios em seu plano de expansão.
Mas solicitou um aporte ao Banco
Nacional de Desenvolvimento EconômicoeSocial(BNDES)noanopassado,novalor de R$40milhões,para estes e outros projetos. Entre as
iniciativas estão a linha de massas
frescasorgânicas e ospeixes orgânicos e sem antibióticos, a começar
pela truta,quetambém serãovendidos este ano. O fato de ter um caixa
disponível e de a Korin Participações ter um visão diferente de uma
corporaçãotradicionalajudamaempresaamanterprojetosemdiausando recursos da holding.
“A Korin Agropecuária só teve o
seu primeiro lucro em 2009 e diante
de todos os resultados anteriores, a
Igreja Messiânica seguiu com o projeto por acreditar na filosofia de levar a alimentação natural a todos.
Obviamente pensamos no lucro e
nos resultados. Mas se fôssemos
uma empresa comum, certamente
teríamos fechado as portas. Temos
uma administração profissional,
boa parte de nossos executivos são
ministros da igreja”, diz ele, que
também é ministro.
A Korin no Brasil não é a única
no mundo. Há empresas semelhantes na França, na Tailândia, no Japão e outros países, que atuam ligadas às igrejas messiânicas locais. O
nome Korin se traduz em dois ideogramas japoneses que significam
anéis de luz.
Chevron venderá
US$ 15 bi em ativos
até o fim de 2017
Empresa amplia em 50%
montante de alienações
que serão realizadas nos
próximos dois anos
A Chevron vai aumentar em 50%
a venda de ativos para um patamar de US$ 15 bilhões, além de reduzir investimentos pelos próximos dois anos, como consequência da queda nos preços do petróleo, que vem comprimindo o fluxo de caixa da segunda maior
companhia do ramo de energia
nos Estados Unidos.
A venda de campos de petróleo e gás natural e de outros ativos de exploração e produção da
Chevron continuará até 2017, segundo informou ontem o presidente do Conselho e CEO da companhia, John Watson, durante
apresentação para analistas, em
Nova York.
Os investimentos vão diminuir ao longo do período à medida em que megaprojetos como o
Gorgon, orçado em US$ 54 bilhões e voltado para a exportação
de gás a partir da Austrália, são
concluídos, disse Watson.
A companhia com sede em
San Ramon, na Califórnia, reduziu em janeiro seu plano de investimentos para 2015 em 13%, para
US$ 35 bilhões. Mesmo com o corte, o presidente da Chevron reafirmou os planos de aumentar a produção da empresa em 20%, para
o equivalente a 3,1 milhões de barris de petróleo, até o fim de 2017.
Mesmo com o corte
nos investimentos, o
CEO da Chevron
reafirmou os planos de
aumentar a produção
da empresa em 20%,
para 3,1 milhões de
barris de petróleo, até
o fim de 2017
O petróleo perdeu cerca de metade do seu valor desde o fim de
junho do ano passado. Entre as razões para a queda nas cotações estão a desaceleração no ritmo de
expansão da demanda internacional e a ampliação do suprimento
de óleo produzido a partir de xisto nos Estados Unidos.
A Chevron trabalha com cortes
de custos em equipamentos e serviços de fornecedores entre 10% e
40%, de acordo com o vice-presidente sênior de Exploração e Produção da companhia, Jay Johnson.
Relatório recente divulgado pela agência de classificação de risco Moody’s indica que duas das
maiores empresas de petróleo do
mundo, a Exxon Mobil Corp e a
Royal Dutch Shell, estão mais
bem preparadas que suas rivais
para suportar a queda nos preços
do petróleo, por estarem perto de
concluir projetos que exigem investimentos mais altos, enquanto
outras empresas ainda terão de fazer desembolsos elevados.
“Ambas (Exxon e Shell) já entraram numa fase de redução das
despesas, com grandes projetos
próximos de serem concluídos ou
entrando em funcionamento ao
longo dos próximos dois anos”,
informa o relatório.
Maior empresa de petróleo de
capital aberto no mundo, a Exxon foi capaz de diminuir em 11%
seus gastos para 2015 em projetos, para cerca de US$ 34 bilhões,
sem impacto significativo na produção. A Shell, segunda maior,
optou por um corte de US$ 15 bilhões ao longo dos próximos três
anos e manteve seus investimentos neste ano em US$ 35 bilhões.
A portuguesa Galp Energia reviu para baixo seu plano de investimento até 2019, anunciando ontem um corte de 20%, para uma
média anual entre ¤ 1,2 bilhão e ¤
1,4 bilhão. O contexto adverso no
mercado internacional de petróleo levou a empresa a reduzir as estimativas para o crescimento de
seu lucro operacional e metas de
produção. Para 2015, o investimento é estimado em ¤ 1,3 bilhão a ¤
1,5 bilhão, ante um desembolso de
¤ 1,143 bilhão no ano passado.
A petroleira estima que o lucro
antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) crescerá a uma taxa média anual de 20% até 2019
com os novos patamares de preços do petróleo. A projeção anterior da Galp era de uma taxa média anual de crescimento de 25%
para o período de 2014 a 2018.
16 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
AUTOMANIA
MARCELLUS LEITÃO
Fotos Divulgação
[email protected]
KTM chega
poderosa
BRIGA ENTRE OS ALTINHOS
E
xcitadíssima com seu
lançamento do ano, a Honda
não poupa elogios ao filhote
HR-V, o crossover compacto
que chega com status de
alavanca para vendas mais
polpudas nesses meses de
vacas magras e pneus finos. O
novo modelo, um típico
crossover, vai utilizar no Brasil
o propulsor do Civic, 1.8 litro
com comando de válvulas
variável i-VTEC e até 140 cv.
Terá três opções e
acabamento e duas de câmbio:
manual seis marchas e CVT
com simulação de sete velocidades. A lamentar é a tração
dianteira, enquanto que nos EUA o modelo usa tração
integral permanente acoplada ao motor 1.5 que equipa o
City. Ficaram fora do pacote nacional, ainda, a partida por
botão e o teto solar, itens que levariam o carrinho para além
dos R$ 90 mil.
Estamos hoje no lançamento do HR-V em Brasília onde
vamos conhecê-lo com mais vagar em curso urbano e
rodoviário. Por enquanto, dá para revelar que o novo Honda
tem acabamento de bom nível desde a versão de entrada, a
LX, única com o câmbio manual e a opção de CVT. Nas
demais, a EX, que deve concentrar o maior volume de vendas,
e a ELX, a topo de linha, somente câmbio CVT simulado.
No mais, além dos detalhes nos plásticos e acabamentos de
bancos, todos têm o freio de estacionamento eletrônico,
que extinguiu a alavanca e aumentou o
espaço, banco do motorista com
regulagens de altura, volante com
regulagens de altura e
profundidade,
ar-condicionado,
assistente de partida em
rampa, freios ABS com
distribuidor eletrônico
de frenagem, som com
Bluetooth e comandos
no volante, direção
elétrica, airbags e freios
a disco nas quatro rodas. Nas
versões mais caras vêm ainda LEDs
indicadores de direção nos retrovisores
e, na EXL, os bancos são forrados em
couro, o ar-condicionado é digital em
uma zona com comandos em
tela de toque. Esta versão
oferece a tela LCD multimídia
de sete polegadas com
câmera de ré e os retrovisores
com rebatimento elétrico. Os
cada vez mais requisitados
‘paddle-shifts’, para
mudanças de marcha através
de borboletas na coluna de
direção, estão nas versões EX
e EXL. Com articulação nos
bancos traseiros, o HR-V pode
transportar volumes grandes como pranchas de surfe. Em
posição normal, o porta-malas leva até 437 litros, segundo
dados do fabricante. Veja os preços: LX MT – R$ 69.900; LX
CVT – R$ 75.400; EX CVT – R$ 80.400; EXL CVT – R$
88.700.
O novo modelo segue a receita dos irmãos, com importação
de partes ‘sensíveis’ como motores, transmissão e
eletrônica, e nacionalização do restante.
A marca pretende, com o novo ‘crossover’, abocanhar maior
fatia no segmento, uma vez que seu importado CR-V,
amarga a 41ª posição no ranking e pode até deixar a gama.
Os compactos Fit e City estão na ponta nos seus
respectivos mercados e o sedã médio Civic é o segundo em
vendas, com indicação de crescimento, em meio ao
marasmo do comércio de veículos.
Assim,éclaroqueonovoHondinhamirano
EcoSport,quecustaentreR$57,5mile
R$82mil,eoDuster,quesaidesde
R$55,4milatéR$72,4mil,
cotaçõesdatabelaFipe,com
odetalhequeosdois
concorrentesoferecem
tração4WDentresuas
versões.Masestáclaro
tambémqueafabricante
pretendemelhorarmuitas
posiçõesnomercadocom
asvendasdoHR-V,produto
quetemquasetudopara
conseguirisso.
Alta potência (148 cv) e baixo peso
(217 kg) são as características desta
bicilíndrica que chega da Áustria.
A KTM é uma marca tradicional e a
1190 Adventure é sua maior
expressão. Alta e multiuso,
a ‘big trail’ tem quatro modos de
pilotagem, controle de tração,
painel LCD, regulagem de bancos,
freios ABS etc. Custa R$ 79 mil.
Robô
‘valet’
É um teste-piloto que promete
inovar e fazer escola. Dois robôs
transportam os Audi que deixam a
linha de montagem em Ingolstad,
na Alemanha. As máquinas avaliam
o tamanho do modelo, introduzem
uma plataforma e carregam o carro
até a vaga mais adequada, serviço
que evita o desgaste humano.
O novo
pace car
Ele é o primeiro a largar na F1 2015. Na
Austrália, domingo, o Mercedes-Benz
AMG GT S substitui o SLS AMG como
‘pace car’ da categoria. Modificado,
o GT tem gaiola de sobrevivência,
giroscópio e motor de 517 cv . Pode
chegar aos 310 km/h, depois de
atingir os 100 km/h em 3,8s.
Coluna publicada às quartas-feiras
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 17
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2014
Mensagem da Administração
O ano de 2014 consolidou o patamar de rentabilidade do Grupo
Contax, resultante do término de grandes projetos de reestruturação
da Companhia iniciados em 2013. A Companhia encerra o ano como
a empresa líder na América do Sul e entre os maiores players de
Business Process Outsourcing (BPO) do mundo. Essa operação emprega
aproximadamente 105 mil colaboradores em 75 unidades operacionais e
administrativas em 22 cidades.
O quadro do Comitê Executivo, implementado durante o ano, conta hoje
com estruturas dedicadas ao pipeline comercial e à gestão operacional
prontas para continuar o processo de ganho de eficiência dos nossos
negócios. Essa estruturação é fundamental para a manutenção das
margens e do desenvolvimento e crescimento das nossas operações.
Em que pese o cenário macroeconômico brasileiro, estamos hoje
preparados para as movimentações comerciais que acontecerão sempre
que nossos clientes atuais e potenciais procurarem mais e melhores
soluções especializadas para seus processos e serviços. Nossas
iniciativas de desenvolvimento comercial continuam sendo suportadas
pelo portfolio de soluções do Grupo bem como por nossa eficiência
operacional, advinda dos projetos de transformação da Companhia, que
se traduzem em maior competitividade com melhores propostas de valor
para nossos clientes.
Fora do Brasil, nossas operações continuaram a se desenvolver de
forma bastante saudável, com crescimento de 26% ano contra ano em
moeda local. As operações na Argentina, Colômbia e Peru estão entre
as líderes em seus países com presença comercial consolidada. No
Chile, através da exportação de serviços, já temos hoje uma presença
material com um market share de aproximadamente 4%. Para essas
operações, destacamos as soluções de social media e plataformas
offshore que crescem de forma consistente e rentável. Destacamos ainda
o crescimento nos mercados da Colômbia e Peru como consequência
da qualidade dos serviços e força da nossa marca. Nesse ano, também
já podemos observar importantes sinergias comerciais entre o Brasil e
demais operações onde os negócios com clientes em um país alavancam
negócios nos outros países em que temos presença.
Seguimos também com o processo de adequação de nossas unidades
operacionais e avançando em nossa estratégia de buscar eficiências de
forma estrutural em nossas operações. Nesse modelo, investimos em
sites built-to-suit, que são mais sustentáveis, menos intensivos em capital
e possuem um desenho de infraestrutura e tecnologia customizado para
o pleno e eficiente desenvolvimento de nossas atividades. Esses sites
contam com estruturas mais amplas e modernas, e são planejados
para propiciar o uso eficiente e sustentável de recursos hídricos,
energia, telecomunicações, segurança, manutenção, entre outros. A
movimentação do nosso contingente operacional para regiões como
essa otimizam o desenvolvimento de nossas atividades, impulsionando a
eficiência de nossas operações como consequência de menores índices
de rotatividade e absenteísmo.
Na frente de Pessoas, a Companhia começa a colher os frutos de
projetos de larga escala que aperfeiçoaram o ambiente de trabalho, a
qualificação e a produtividade de nossos profissionais com destaque para
programas de formação, parcerias com universidades subsidiando cursos
de formação, e a implementação do modelo de alimentação interna nos
edifícios.
Ambos esses movimentos possibilitam um ambiente mais propício à
produtividade e à segurança laboral e passam a ser fatores diferenciadores
para os funcionários, clientes e reguladores, aumentando assim a
eficiência de nossas operações e segurança jurídica da nossa atividade.
Em Tecnologia da Informação & Comunicação (TIC), nossa competência
de implementação e capacidade de investimento são cada vez mais
importantes para diferenciar nossas soluções. Obtivemos crescimento
importante no volume de projetos vendidos na fábrica de software
principalmente pela conquista de novos projetos em clientes do setor
financeiro. Além disso, estamos nos desenvolvendo para oferecer
soluções de Gestão de Cidades, um mercado com favoráveis expectativas
de crescimento e margens diferenciadas. Nesse pilar, ganhamos a
concorrência do projeto de infraestrutura de TIC do Parque da Cidade,
uma iniciativa apoiada pela Fundação Clinton por sua perspectiva
de sustentabilidade. Outra frente importante, de onde partimos com
grande expertise, é a de atendimento via plataformas IP, um mercado
relativamente pequeno hoje mas que apresenta uma perspectiva de
crescimento significativo.
No Brasil, no âmbito regulatório, vimos evoluções importantes nas
discussões sobre terceirização. A visão da Companhia é de que uma maior
segurança do marco regulatório da terceirização e maior alinhamento da
legislação trabalhista ao contexto econômico atual possibilitará o contínuo
crescimento do setor que, além do papel de facilitar um relacionamento
de qualidade entre nossos clientes e seus usuários/clientes finais, exerce
uma importante função social para o país em termos de geração de
empregos formais, principalmente, para jovens que estão iniciando suas
carreiras profissionais.
Destacamos ainda os prêmios recebidos pela Companhia no período
como sinal do reconhecimento dos nossos clientes e do mercado
em relação à qualidade de nossas operações e serviços. No Brasil, o
Grupo Contax recebeu o Prêmio “Frost & Sullivan 2014 - Technology
Leadership in the Brazilian Contact Center Outsourcing Industry” e três
reconhecimentos no Prêmio Nacional de Telesserviços (ABT) referente
às operações de clientes do setor automotivo e de telecomunicações.
Nos outros países, fomos reconhecidos pelo “Premio Nacional de
Excelência en la Indústria de Contact Center” entregue pela Associação
Colombiana de Contact Center nas seguintes categorias: “Premio Oro
– Mejor Operación de Tercerización de Servicios”, “BPO Premio Plata
– Mejor Operación de Call Center y Contact Center”, “Premio Bronce –
Mejor Gestión del Talento Humano” e pelo “Premio LatAm a las mejores
organizaciones de interacción con clientes” com o “Premio Bronce
de Mejor Administración del Recurso Humano”. Recebemos ainda as
seguintes certificações: “Certificación en la NORMA COCP para las áreas
de WORKFORCE (Certificación de Procesos de Serie 2.5 - Pronósticos,
Planificación y Programación de Personal) y CALIDAD (Certificación de
Procesos de Serie 2.4 - Monitoreo de Transacciones)”.
O ano de 2014 foi bastante desafiador em função do ambiente
macroeconômico, principalmente, no Brasil e na Argentina. As condições
conjunturais indicam um ano também bastante desafiador em 2015.
Apesar disso, entendemos que o reposicionamento do Grupo e as
iniciativas de reestruturação conduzidas nos dois últimos anos prepararam
a Companhia para capturar as oportunidades que se apresentarem nos
mercados nos quais está presente, de forma a preservar nossa posição
de liderança.
A Administração está confiante na competência do Grupo para a
implementação de inovação e captura de eficiência em soluções efetivas
para os processos de nossos clientes. A estruturação dessa engenharia
para capturar eficiência e inovar tornam essas duas características parte
do DNA do Grupo e a razão de existência do nosso negócio.
Por fim, reforçamos nossos diferenciais estratégicos que consistem em
portfolio diferenciado de serviços, presença geográfica em mercados
estratégicos e robusta equipe de gestão com comprovada capacidade
de implementação como os pilares principais de geração de valor para
nossos acionistas.
Receita Operacional Líquida
Receita Líquida Total
Em 2014, a Receita Operacional Líquida (ROL) do Grupo foi de
R$ 3.452,2 milhões, representando uma redução de 5% na comparação
anual. No 4T14, a receita líquida atingiu R$ 861,8 milhões, sendo 3%
inferior ao valor registrado em igual período do ano anterior. Em relação
ao 3T14, a ROL apresentou uma leve queda de 2%.
2014
4T14 4T14
vs. 2014 2013
vs.
(R$ milhões)
4T14 4T13 3T14
vs.
2013
4T13 3T14
Total
861,8 891,9 879,4 -3,4% -2,0% 3.452,2 3.618,0 -4,6%
Contact Center
& BPO
810,3 835,0 824,7 -3,0% -1,7% 3.227,1 3.370,1 -4,2%
Atendimento e
e-Care
557,1 533,8 550,2 4,4% 1,3% 2.168,7 2.156,7 0,6%
CRM Services
162,3 180,0 174,8 -9,9% -7,2% 666,6 708,8 -5,9%
Recuperação de
Crédito
53,0 69,5 56,7 -23,8% -6,5% 235,9 297,7 -20,8%
Outros Serviços
38,0 51,7 43,1 -26,5% -11,8% 155,9 206,9 -24,7%
Trade Marketing
39,6 41,5 35,1 -4,6% 12,7% 152,0 174,5 -12,9%
TIC
11,9 15,5 19,6 -23,3% -39,4%
73,2
73,4 -0,3%
(i) Atendimento e e-Care: praticamente estável quando comparado a
4T13 e 3T14. O desempenho dessa receita no trimestre reflete ainda o
período de reorganização da Companhia, no qual foram descontinuados
contratos não aderentes ao modelo de negócio do Grupo.
(ii) CRM Services: redução de R$ 14,8 milhões, ou 9% em relação ao
mesmo período do ano anterior. Quando comparado ao 3T14, houve
redução de 6%. Essa variação decorre principalmente da menor atividade
comercial observada em alguns clientes, em função da desaceleração da
economia, a qual reduz a demanda por serviços de televendas.
(iii) Recuperação de Crédito: redução de R$ 20,9 milhões ou 33% quando
comparado ao 4T13 relacionada ao menor volume demandado pelos clientes
do setor financeiro e efeito de mudança de canalidade para SMS em alguns
clientes de outros setores. Em relação ao 3T14, houve redução de 13%.
(iv) Trade Marketing: leve redução de receita de R$ 1,9 milhão, ou 5%
em relação ao 4T13 decorrente principalmente à retração da atividade
industrial (principalmente do setor de eletrodomésticos) no segundo
semestre, com declínio das vendas e consecutivamente influenciando no
volume de contratação de promotores de vendas. Quando comparado ao
3T14, houve aumento de 13% na receita influenciada pelas iniciativas
sazonais de vendas de fim de ano por parte de alguns clientes
(principalmente de telefonia celular e tecnologia).
(v) TIC: redução de R$ 3,6 milhões ou 23% em relação ao 4T13. Na
comparação com o 3T14, houve queda de 39%. Tivemos, no trimestre
anterior, receitas provenientes de projetos de inovação e eficiência de
um importante cliente do setor financeiro além de receitas advindas de
novos clientes.
América Latina (ex-Brasil)
Brasil
(R$ milhões)
2014
4T14 4T14
vs. 2014 2013
vs.
vs.
2013
4T13 3T14
688,7 740,4 710,9 -7,0% -3,1% 2.797,4 3.030,7 -7,7%
4T14
4T13
3T14
Brasil
Contact Center
& BPO
637,3 683,5 656,2 -6,8% -2,9% 2.572,2 2.782,8 -7,6%
Atendimento e
e-Care
417,5 416,4 416,8 0,3% 0,2% 1.644,9 1.708,7 -3,7%
CRM Services
146,2 161,0 155,8 -9,2% -6,1% 602,9 631,5 -4,5%
Recuperação de
Crédito
42,0 62,9 48,5 -33,2% -13,3% 199,8 273,4 -26,9%
Outros Serviços
31,5 43,1 35,2 -26,8% -10,3% 124,6 169,2 -26,3%
Trade Marketing
39,6 41,5 35,1 -4,6% 12,7% 152,0 174,5 -12,9%
TIC
11,9 15,5 19,6 -23,3% -39,4%
73,2
73,4 -0,3%
A Receita Operacional Líquida total das atividades no Brasil foi de
R$ 2.797,4 milhões em 2014, redução de 8% na comparação com 2013.
Destacamos abaixo os demais pontos que influenciaram a variação da
receita neste período:
(i) Atendimento e e-Care: redução de R$ 63,8 milhões ou 4% devido ao
período de reorganização da Companhia no qual foram descontinuados
contratos não aderentes ao modelo de negócio do Grupo.
(ii) CRM Services: redução de R$ 28,6 milhões ou 5% decorrente
principalmente da menor atividade comercial observada em alguns
clientes, em função da desaceleração da economia.
(iii) Recuperação de Crédito: redução de R$ 73,6 milhões ou 27%, fruto
do menor volume demandado pelos clientes do setor financeiro no ano de
2014 no Brasil, principalmente em função à forte retração do mercado e
oferta de crédito pelas instituições financeiras.
(iv) Trade Marketing: redução de R$ 22,5 milhões ou 13%. O resultado
reflete a descontinuação de contratos que não apresentavam rentabilidade
adequada desde 2013.
(v) TIC: estável em relação a 2013. Destacamos importantes projetos de
fábrica de software com clientes do setor financeiro desenvolvidos ao
longo do ano. O crescimento nesse pilar está em linha com a estratégia
do Grupo de posicionar a inovação como pilar dos ganhos de eficiência
operacional e ativação de novos clientes e serviços. Vale observar que
essa receita não inclui os serviços de TIC agregados às soluções de
Atendimento e e-Care derivados da tecnologia e produtos desenvolvidos
pela unidade de negócios de TIC, e que diferenciam a proposta de valor
dessas soluções em relação às de outros concorrentes.
A Receita Operacional Líquida total das atividades no Brasil foi
de R$ 688,7 milhões no 4T14. Na comparação anual (sobre 4T13),
houve redução de 7% e na comparação trimestral (sobre 3T14) houve
redução de 3%. Os principais fatores que influenciaram a receita nos
períodos foram:
(R$ milhões)
Unidade
Internacional
Atendimento e
e-Care
CRM Services
Recuperação de
Crédito
Outros Serviços
4T14
4T13
3T14
4T14 4T14
vs.
vs.
4T13 3T14
173,0 151,5 168,5 14,2%
2014
2013
2014
vs.
2013
2,7% 654,8 587,2 11,5%
139,6 117,4 133,5 19,0% 4,6% 523,7 447,9 16,9%
16,0 19,0 19,0 -15,5% -15,5% 63,8 77,3 -17,5%
11,0
6,4
6,6
8,6
8,2 65,7% 33,3%
7,9 -24,9% -18,5%
36,1
31,2
24,3 48,8%
37,7 -17,2%
A Receita Operacional Líquida das operações internacionais atingiu
R$ 654,8 milhões em 2014, um aumento de R$ 67,6 milhões ou 12% (ou
R$ 132,3 milhões, 25% em moeda funcional) em relação ao valor registrado
em 2013. Os principais fatores que contribuíram para este resultado foram:
(i) Colômbia: crescimento de R$ 34,0 milhões, ou 13%. A Companhia
manteve sólido patamar de receita com os clientes locais bem como
ampliou a oferta de serviços offshore, suportados pela inauguração de
um novo site em Bogotá durante o ano.
(ii) Peru: aumento de R$ 35,6 milhões ou 68%. O bom desempenho da operação
no país decorreu principalmente da forte expansão dos serviços offshore.
(iii) Argentina: redução de R$ 2,0 milhões ou 1%. O resultado em
reais (R$) foi fortemente impactado pela variação cambial no ano. Em
moeda funcional, notamos um crescimento de R$ 69,6 milhões ou 36%
em moeda funcional, principalmente devido ao alto volume demandado
pelos clientes do setor de telecomunicações. Nosso site em Córdoba
exclusivamente dedicado à gestão do relacionamento via redes sociais
respondeu por 7% da receita no país sem o comprometimento das
receitas dos serviços tradicionais.
A Receita Operacional Líquida total das atividades internacionais foi
de R$ 173,0 milhões no 4T14, um aumento de 14% (25% em moeda
funcional) em relação ao 4T13 e de 3% (queda de 1% em moeda funcional)
sobre o trimestre anterior. A seguir, comentamos os principais fatores que
influenciaram as variações trimestrais da receita em cada país:
(i) Colômbia: crescimento de R$ 6,3 milhões, ou 9% em relação ao 4T13
devido à resiliência dos clientes locais ao longo do ano bem como o
crescimento na exportação de serviços (plataforma offshore). A carteira
de clientes no exterior respondeu por aproximadamente 15% da receita
no país no 4T14. Em relação ao 3T14, a receita permaneceu praticamente
estável, apresentando pequena queda de 2%.
(ii) Peru: aumento da receita de R$ 6,3 milhões, ou 34% frente ao 4T13,
e R$ 3,1 milhões ou 14% em relação ao 3T14. Esse aumento decorre
continua
18 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
continuação
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2014
principalmente da expansão da operação no país que atingiu 4.000
colaboradores no período com a abertura de um novo site. Ainda no trimestre,
a Companhia ganhou uma licitação de serviço de social media para atender
uma importante empresa de telecomunicações do Chile. A carteira de clientes
no exterior respondeu por aproximadamente 63% da receita no país no 4T14.
(iii) Argentina: aumento de R$ 8,9 milhões ou 14% em relação do 4T13
(aumento de R$ 21,8 milhões ou 45% em moeda funcional). Quando
comparado ao 3T14, houve expansão de R$ 3,3 milhões, ou 5% (redução
de R$ 2,3 milhões ou 3% em moeda funcional).
Resultado bruto, margem bruta e Custo dos Serviços Prestados
Nos quadros abaixo, apresentamos os valores sem depreciação. No Anexo III,
apresentamos a compilação dos principais indicadores financeiros seguindo
esse critério. No Anexo V, apresentamos a Demonstração do Resultado do
Período consolidada conforme IFRS, considerando a depreciação.
(R$ milhões)
2014
Receita Operacional
Líquida
Custos dos Serviços
Prestados
Resultado Bruto
% ROL
2013
3.452,2
(2.755,0)
697,2
(R$ milhões)
% ROL
3.618,0
79,8%
20,2%
2014
(2.895,4)
722,6
% ROL
2013
-4,6%
80,0%
20,0%
(R$ milhões)
4T14
4T13
Custos dos
Serviços
Prestados
(704,9) 81,8% (672,7)
Pessoal
(574,8) 66,7% (554,4)
Contingências
Trabalhistas
(19,1) 2,2% (8,3)
Serviços de
Terceiros
(66,9) 7,8% (69,4)
Aluguéis
e Seguros
(40,9) 4,7% (36,2)
Outros
(3,1) 0,4% (4,5)
%
ROL
3T14
-4,8%
-3,5%
2014 vs.
2013
80,0%
-4,8%
65,1%
-2,7%
0,7% 60,2%
9,4% -24,2%
4,2%
2,1%
0,7% -46,5%
% ROL
Custos dos Serviços Prestados (2.755,0) 79,8% (2.895,4)
Pessoal
(2.291,6) 66,4% (2.355,3)
Contingências Trabalhistas
(38,2) 1,1%
(23,8)
Serviços de Terceiros
(256,4) 7,4% (338,4)
Aluguéis e Seguros
(154,7) 4,5% (151,5)
Outros
(14,1) 0,4%
(26,4)
%
ROL
2014 vs.
2013
%
ROL
75,4% (686,5) 78,1%
62,2% (566,7) 64,4%
4T14 4T14
vs.
vs.
4T13 3T14
4,8% 2,7%
3,7% 1,4%
0,9% (16,5)
1,9% 131,4% 16,0%
7,8% (60,7)
6,9%
4,1% (39,1)
0,5% (3,5)
4,4% 13,0% 4,6%
0,4% -29,6% -9,1%
-3,6% 10,2%
Os Custos dos Serviços Prestados somaram R$ 2.755,0 milhões em
2014, inferiores ao ano anterior em R$ 140,4 milhões, ou 5%. Em termos
de percentual da ROL houve uma redução de 0,2 p.p. (79,8% em 2014
vs. 80,0% em 2013).
Pessoal – diminuição de R$ 63,7 milhões, ou 3%, devido aos menores
gastos com salários, encargos sociais e benefícios considerando
a redução de colaboradores operacionais no período resultante da
restruturação do Grupo, passando de 101,6 mil ao final de 2013 para 99,2
mil ao final de 2014.
Serviços de Terceiros – menor em R$ 82,0 milhões, ou 24%,
principalmente devido ao processo de migração das operações para
sites mais eficientes, que resultou em menores gastos com facilities e
serviço de manutenção de planta. Além disso, houve menos gastos com
consultorias e assessorias jurídicas, devido ao avanço da restruturação.
Aluguéis e Seguros – aumento de R$ 3,3 milhões, ou 2%, principalmente,
devido à expansão das operações internacionais e início da transição
para o modelo built-to-suit.
Contingências Trabalhistas – aumento de R$ 14,3 milhões, ou 60%,
principalmente, devido ao trabalho realizado no segundo semestre de
2014 que reavaliou os processos de gestão relacionados às nossas
contingências passivas para garantir a assertividade no dimensionamento
desses passivos e seus riscos.
No 4T14, os Custos dos Serviços Prestados da Companhia somaram
R$ 704,9 milhões, superior em R$ 32,1 milhões, ou 5%, se comparado
ao igual período do ano passado. Em termos percentuais da ROL houve
aumento de 6,4 p.p. (81,8% no 4T14 vs. 75,4% no 4T13). Na comparação
com o 3T14, os Custos e Serviços Prestados foram superiores em R$
18,4 milhões, ou 3%. Em termos de percentual da ROL houve um
aumento de 3,7 p.p., conforme variações explicadas abaixo.
Pessoal – aumento de R$ 20,4 milhões ou aumento 4% sobre 4T13,
refletindo principalmente os reajustes decorrentes de acordos coletivos
pactuados no período. Em relação 3T14, houve aumento de R$ 8,0
milhões ou 1% também sendo o principal efeito alguns acordos coletivos
celebrados no 4T14.
Serviços de Terceiros – redução de R$ 2,5 milhões ou 4% em relação
ao 4T13, devido principalmente à (i) redução de despesas relacionadas
à estrutura de facilities, decorrente do processo de devolução de
sites menos eficientes e (ii) aos menores gastos com consultoria que
impactaram o 4T13 devido ao estágio da reestruturação do Grupo Contax
naquele período. Na comparação com o trimestre anterior, serviços
de terceiros aumentaram R$ 6,2 milhões ou 10%, devido a algumas
despesas recorrentes com facilities (principalmente limpeza de imóveis)
relativas ao 3T14 que foram excepcionalmente postergadas para o 4T14.
Aluguéis e Seguros – aumento de R$ 4,7 milhões ou 13,0%, devido à
expansão de nossas operações internacionais e da adoção do modelo
built-to-suit. Esses fatores também explicam o aumento de R$ 1,8 milhão
ou 5% em relação ao 3T14.
Contingências Trabalhistas – aumento de R$ 10,9 milhões e R$ 2,6
milhões em relação ao 4T13 e 3T14, respectivamente, devido ao trabalho
realizado no segundo semestre de 2014 que reavaliou os processos de
gestão relacionados às nossas contingências passivas para garantir a
assertividade no dimensionamento desses passivos e seus riscos.
A Companhia está conduzindo uma importante frente de adequação de
sites, com a devolução gradativa de unidades menos eficientes e/ou em
regiões menos atrativas para o desempenho de nossas atividades no
Brasil. Isso gera um custo temporário duplicado tanto em sua estrutura
física quanto no custo de pessoal, ocasionando temporariamente custos
adicionais, sem a devida contrapartida nas receitas. Mesmo com esse
efeito, a Companhia apresentou estabilidade na margem bruta no ano de
2014 que atingiu 20,2% em comparação a 20,0% em 2013.
O avanço no processo de migração de sites para unidades totalmente
aderentes ao novo modelo de franquia operacional do Grupo contribuiu
para um aumento temporário da capacidade ociosa da operação no
período impactando diretamente a margem bruta da Companhia.
Essa ociosidade temporária deve se reduzir ao longo dos próximos
trimestres à medida que as novas instalações passem a gerar receita
e a duplicidade se reduza com o avanço no processo de migração de
sites e o encerramento da operação em algumas cidades. Esse processo
contribuirá positivamente para a margem bruta do Grupo.
Despesas Totais
2014 vs.
(R$ milhões)
2014 % ROL 2013 % ROL
2013
Com. Gerais e Adm.
(307,9)
8,9% (302,6)
8,4%
1,8%
Outras Despesas e Receitas
Operacionais
23,5 -0,7%
(16,4)
0,5%
n.m.
DespesasTotais
(284,5)
8,2% (319,0)
8,8% -10,8%
(R$ milhões)
4T14
%
ROL
4T13
%
ROL
3T14
%
ROL
4T14
vs.
4T13
EBIT
Em 2014, o EBIT totalizou R$ 239,3 milhões, 42,9 milhões ou 22%
superior ao do ano anterior. A margem EBIT foi de 6,9%, 1,5 p.p. superior
à margem apresentada em 2013. Apesar do menor resultado bruto, houve
uma maior conversão em EBIT, em função do impacto positivo em outras
despesas e receitas operacionais e da menor depreciação.
O EBIT totalizou R$ 78,7 milhões no 4T14, inferior em 9,8 milhões ou
11% em relação ao registrado no 4T13. A margem EBIT do trimestre
foi de 9,1%, 0,8 p.p. inferior ao 4T13, principalmente, devido ao menor
resultado bruto registrado no período porém parcialmente compensada
por outras despesas e receitas operacionais e pelo menor nível de
depreciação. Na comparação com o 3T14, o EBIT foi superior em R$ 18,8
milhões, ou 31%. A margem EBIT foi 2,3 p.p. superior ao 3T14.
4T14
4T14
2014
(R$ milhões) 4T14 4T13
vs.
3T14
vs.
2014
2013
vs.
4T13
3T14
2013
Receita
Operacional
Líquida
861,8 891,9 -3,4% 879,4 -2,0% 3.452,2 3.618,0 -4,6%
Custo dos
Serviços
Prestados
(704,9) (672,7) 4,8% (686,5) 2,7% (2.755,0) (2.895,4) -4,8%
Resultado
Bruto
156,9 219,2 -28,4% 192,9 -18,7% 697,2 722,6 -3,5%
CG&A
(79,8) (74,3) 7,3% (89,4) -10,8% (307,9) (302,6) 1,8%
Outras
Despesas
e Receitas
Operacionais 32,4 (3,0)
n.m. (1,7) n.m.
23,5 (16,4) n.m.
EBITDA
109,6 141,8 -22,7% 101,8 7,7% 412,7 403,5 2,3%
Margem
EBITDA
12,7% 15,9% -3,1 p.p. 11,6% 1,1 p.p. 12,0% 11,2% 0,8 p.p.
Depreciação e
EBIT
Margem
EBIT
78,7
88,5 -11,1%
59,9 31,5%
239,3
196,4 21,9%
9,1%
9,9% -0,8 p.p.
6,8% 2,3 p.p.
6,9%
5,4% 1,5 p.p.
4T14
vs.
3T14
Com. Gerais e
Adm.
(79,8) 9,3% (74,3) 8,3% (89,4) 10,2% 7,3% -10,8%
Outras Despesas
e Receitas
Operacionais
32,4 -3,8% (3,0) 0,3% (1,7) 0,2% n.m. n.m.
DespesasTotais (47,3) 5,5% (77,3) 8,7% (91,2) 10,4% -38,8% -48,1%
As Despesas Totais em 2014 somaram R$ 284,5 milhões, R$ 34,6
milhões ou 11% inferior ao total de 2013. A redução pode ser explicada
majoritariamente por (i) reversões de processos fiscais e cíveis e (ii)
menores gastos com consultorias. Esses efeitos foram parcialmente
compensadas por (i) aumento das despesas com patrocínios não
dedutíveis e (ii) maior despesa com pessoal. Esse resultado demonstra
o avanço da eficiência operacional com as Despesas Operacionais
representando 8,2% da ROL ante 8,8% em 2013.
As Despesas Totais do 4T14 somaram R$ 47,3 milhões, uma redução de
R$ 30,0 milhões ou 39% em relação ao 4T13. O menor nível de despesas
deve-se, principalmente a (i) reversão de provisão de contingência
relacionada a um processo fiscal no valor de R$ 21,5 milhões registrada
em Outras Despesas e Receitas Operacionais e (ii) aos menores gastos
com consultorias. Em relação ao 3T14, as despesas foram inferiores em R$
43,8 milhões, ou 48%, também em função das reversões mencionadas e
menor valor de provisões de contingências trabalhistas.
Depreciação e Amortização
A depreciação atingiu R$ 173,5 milhões em 2014, uma redução de
16% em relação ao ano anterior. Essa redução se deve principalmente
à adequação dos critérios de depreciação à real vida útil dos bens
imobilizados e intangíveis no Brasil, após decisão da Administração de
revisar o parque operacional da Companhia e refletir corretamente a vida
útil de seus ativos. Tal decisão foi suportada por laudo técnico, com ajustes
positivos e negativos, resultando em um efeito líquido positivo de R$ 11,4
milhões reconhecido no 4T14. Esse trabalho dá referência e permite maior
coerência entre a politica de investimentos, a real vida útil dos ativos e os
critérios de depreciação do Grupo. O mesmo processo será estendido ao
parque instalado dos demais países a partir do ano de 2015.
A redução adicional decorre do processo de desmobilização de sites, ocorrido
durante o ano de 2013 com a migração para estruturas mais eficientes para
as atividades de contact center, que também ocasionou a revisão da vida útil
de alguns ativos, impactando negativamente a linha de depreciação.
A depreciação e amortização do 4T14 foi de R$ 30,8 milhões, menor
em R$ 22,5 milhões, ou 42%, em relação ao quarto trimestre de 2013.
Na comparação com o 3T14, a depreciação e amortização apresentaram
redução de R$ 11,0 milhões ou 26%.Ambas as variações são principalmente
justificadas pela revisão mencionada acima conduzida no 4T14.
Resultado Financeiro
Em 2014, as despesas financeiras líquidas atingiram R$ 93,9 milhões,
uma redução de R$ 6,8 milhões ou 7% em relação a 2013, principalmente
devido aos efeitos reconhecidos no 4T14.
O resultado financeiro líquido foi uma receita de R$ 0,4 milhão no 4T14,
em comparação a uma despesa de R$ 30,7 milhões no 4T13 e uma
despesa de R$ 28,0 milhões no 3T14. Essa variação reflete (i) reversão
da contraprestação contingente de aquisições no valor de R$ 10,4
milhões na linha de instrumentos financeiros, (ii) reversão de provisão
de atualização monetária relacionada às provisões de contingências
fiscais também revertidas no trimestre no valor de R$ 8,0 milhões e (iii)
capitalização de juros sobre financiamento no valor de R$ 7,5 milhões
referentes a projetos de investimentos em obras em sites e software.
Investimentos (Capex)
No ano de 2014, os investimentos totalizaram R$ 184,9 milhões
em comparação a R$ 202,4 milhões em 2013. Essa redução se
deve principalmente ao menor número de unidades operacionais e
administrativas que passaram de 83 ao final de 2013 para 75 ao final de
2014, consumindo menos investimentos em infraestrutura. No 4T14, o
Capex totalizou R$ 89,8 milhões, em comparação a R$ 117,4 milhões
no 4T13 e R$ 53,2 milhões no 3T14. Os investimentos foram destinados
majoritariamente para projetos de tecnologia e licenças de software
voltados para a qualidade e eficiência das operações de contact center.
Imposto de Renda e Contribuição Social
Em 2014, o imposto de renda e a contribuição social sobre lucro líquido (IR/
CSLL) correntes foi de R$ 34,2 milhões, inferior em R$ 14,1 milhões em
relação ao ano anterior, em função, dentre outros fatores, da compensação
do prejuízo fiscal e base negativa da CSLL na Contax-Mobitel e Todo. O
IR/CSLL foi uma despesa de R$ 48,8 milhões comparado a uma receita
de R$ 8,0 milhões em 2013. Essa variação é explicada principalmente
continua
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 19
continuação
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2014
por (i) registro contábil no valor de R$ 36,6 milhões relativo ao ativo fiscal
de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ e de Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido – CSLL, pertinente ao prejuízo fiscal acumulado da
Todo no 4T13, (ii) reconhecimento do passivo diferido sobre diferenças
temporárias consequentes da alteração, para fins contábeis, do prazo de
vida útil de parte dos ativos da Companhia e (iii) reversão das provisões
detalhadas anteriormente.
No 4T14, O IRPJ/CSLL da Companhia apresentou despesa de R$
29,3 milhões no 4T14 contra saldo credor de R$ 17,5 milhões no
4T13 e despesa de R$ 12,3 milhões no 3T14, variações explicadas
principalmente pelos itens (ii) e (iii) acima.
4T14 4T14
2014
(R$ milhões)
4T14 4T13 3T14
vs.
vs. 2014 2013
vs.
4T13 3T14
2013
Resultado antes
de impostos
79,1 57,8 31,9 36,9% 148,0% 145,4 95,7 52,0%
IR/CSLL
Corrente
-11,0 -20,2 -8,4 -45,4% 31,2% -34,2 -48,3 -29,2%
IR/CSLL
Diferido
-18,3 37,7 -3,9 -148,5% 367,1% -14,6 56,2 -126,0%
IR/CSLLTotal
-29,3 17,5 -12,3 -267,1% 138,0% -48,8
8,0 -713,2%
Alíquota
67,3
-1,6
41,9
Efetiva - %
37,0% -30,3% 38,6%
p.p.
p.p. 33,5% -8,3%
p.p.
Lucro Líquido
Em 2014, a Companhia obteve Lucro Líquido de R$ 96,6 milhões, em
comparação a R$ 102,3 milhões em 2013. Essa variação reflete (i) redução
da receita no período e (ii) maior reconhecimento de Imposto de Renda
e CSLL considerando os efeitos não recorrentes do 4T14. Esses efeitos
foram parcialmente compensados por (i) leve melhora na margem bruta da
Companhia resultante de maior eficiência operacional e (ii) crescimento do Composição acionária em 31/12/2014
Resultado Antes de Tributações e Participações refletindo principalmente
Participação no capital total
resultado positivo de Outras Receitas e Despesas Operacionais combinado
Acionistas
dez/13
set/14
dez/14
a uma menor despesa financeira líquida no período.
A Companhia obteve Lucro Líquido de R$ 49,8 milhões no 4T14, em Controladores ¹
42,32%
28,91%
24,31%
comparação a R$ 75,3 milhões no 4T13 e R$ 19,5 milhões no 3T14. Este
CTX Participações
27,31%
27,31%
22,73%
número representa margem líquida de 5,8% e um lucro por unit de R$ 0,3536.
44,91%
44,91%
44,91%
Na comparação anual, a variação é explicada principalmente pela redução Grupo Andrade Gutierrez ²
da margem operacional bruta. Na comparação trimestral, o crescimento do Grupo Jereissati ²
44,91%
44,91%
44,91%
lucro deriva basicamente da redução das despesas comerciais, gerais e
Fundação Atlântico ²
10,18%
10,18%
10,18%
administrativas e também da melhora do resultado financeiro líquido.
Portugal Telecom
6,21%
–
–
Grupo Andrade Gutierrez
3,84%
0,24%
–
Grupo Jereissati
3,84%
0,24%
–
Fundação Atlântico
1,12%
1,12%
1,58%
Tesouraria
0,51%
0,51%
1,96%
FREE FLOAT
57,17%
70,58%
73,73%
¹ Grupo de Controle detém 56,3% das ações ordinárias de emissão da Companhia.
² Participações na CTX Participações S.A.
Companhia está desenvolvendo estudos internos para avaliar os impactos
da MP 669/15 e optar pelo método menos oneroso aos seus negócios.
Redução atípica na receita auferida junto à Oi S.A.
A Administração tem observado, a partir de janeiro de 2015, uma queda atípica
na prestação de serviços e consequentemente na receita auferida junto à Oi
S.A., dentro dos limites previstos contratualmente, em comparação com a média
do último trimestre de 2014. A Administração monitora constantemente os fluxos
de caixa esperados valendo-se de sua Política de Risco e tem envidado esforços
na mitigação dos efeitos da redução de faturamento nas operações da Oi S.A.
por meio da busca de novos negócios e redução de despesas.
Anexo I – Indicadores Financeiros
Investor’s Day
08 de dezembro
Calendário de Assembleias
Evento
AGO
Data
29 de abril
Eventos Subsequentes
Alteração de alíquota para recolhimento da contribuição
previdenciária patronal
Em 26 de fevereiro de 2015, o Governo Federal do Brasil, promulgou a
Medida Provisória MP 669/15, que alterou a alíquota para determinação da
contribuição previdenciária patronal de 2% para 4,5% sobre a receita bruta
excluída as vendas canceladas e os descontos incondicionais, a partir do
mês de junho de 2015. Como consequência desse incremento na alíquota,
a Companhia deverá optar no mês de junho se manterá a adesão pela
opção de tributação substitutiva ou se voltará a recolher tal contribuição pelo
valor correspondente a 20% sobre salário, férias e 13º salário. Atualmente a
4T14
vs.
3T14
2014
vs.
2013
4T14 4T13 3T14
Receita
Operacional
Bruta
930,0 965,6 950,0 -3,7%
-2,1% 3.728,0 3.925,1 -5,0%
Receita
Operacional
Líquida
861,8 891,9 879,4 -3,4%
-2,0% 3.452,2 3.618,0 -4,6%
Lucro Bruto
156,9 219,2 192,9 -28,4% -18,7% 697,2 722,6 -3,5%
Margem Bruta
EBITDA
Margem EBITDA
Margem EBIT
109,6 141,8 101,8 -22,7%
78,7
88,5
49,8
75,3
Preço/Lucro - R$
9,07 14,34
Retorno* Sobre
Capital Investido
-%
2,3%
59,9 -11,1% 31,5% 239,3 196,4 21,9%
19,6 -33,9% 154,3%
1,47
5,4% 1,5 p.p.
96,6 102,3 -5,5%
5,8% 8,4% 2,2% -2,7 p.p. 3,5 p.p. 2,8%
0,35
Retorno* Sobre
Patrimônio
Médio - %
7,7% 412,7 403,5
9,1% 9,9% 6,8% -0,8 p.p. 2,3 p.p. 6,9%
Lucro por Unit - R$
Retorno* Sobre
Ativo Médio - %
2013
12,7% 15,9% 11,6% -3,1 p.p. 1,1 p.p. 12,0% 11,2% 0,8 p.p.
Lucro Líquido
Margem Líquida
2014
18,2% 24,6% 21,9% -6,5 p.p. -3,8 p.p. 20,2% 20,0% 0,2 p.p.
EBIT
2,8% 0,0 p.p.
0,44 -75,9% -20,0%
1,41
9,39 -36,7%
9,07 14,34 -36,7%
-3,3%
2,30 -38,9%
4,0%
-0,4
p.p.
22,3% 24,9% 27,5% -2,6 p.p. -5,2 p.p. 22,3% 24,9%
-2,6
p.p.
3,6% 4,0% 4,6% -0,4 p.p. -1,0 p.p. 3,6%
6,5% 8,2% 9,9% -1,7 p.p. -3,4 p.p. 6,5%
8,2%
-1,7
p.p.
Valor da Firma/
EBITDA*
4,65
5,69
4,34 -18,3%
4,65
5,69 -18,3%
Dívida Líquida
1.042
830
786 25,5% 32,6% 1.042
830 25,5%
Dívida Líquida/
EBITDA*
2,52
2,06
1,77 22,7% 43,0%
2,06 22,7%
Capex
89,8 125,4
Capex/ROL - %
Endividamento
A Dívida Líquida consolidada ao final de dezembro de 2014 era de R$ 1.041,8
milhões, superior em R$ 211,7 milhões ao valor registrado em dezembro
de 2013 e R$ 256,1 milhões superior à dívida líquida de setembro de 2014.
A Dívida Bruta da Contax alcançou R$ 1.413,4 milhões em dezembro
de 2014, um aumento de R$ 199,6 milhões em relação a dezembro de
2013, decorrente principalmente, da emissão de debêntures no valor de
R$ 310 milhões em agosto de 2014 para refinanciamento das dívidas da
Companhia e manutenção do caixa em níveis estabelecidos pela política
de caixa mínimo da empresa.
Ao final de dezembro de 2014, 73,4% da dívida da Companhia possuía vencimento
de longo prazo. A dívida em moeda estrangeira representava aproximadamente
2,8% do total e o custo médio da dívida registrado no 4T14 foi de 11,1% ao ano.
A relação Dívida Líquida/EBITDA dos últimos 12 meses variou de 2,06 no
4T13 para 1,77 no 3T14 e para 2,52 no 4T14. No 4T14, essa variação reflete Agenda Corporativa para 2014
principalmente (i) desembolso para pagamento de dividendos em dezembro
Calendário de Divulgação de Resultados
de 2014, (ii) programa de investimento (Capex), (iii) pagamento de décimo
terceiro e férias coletivas aos colaboradores, (iv) maior volume de depósitos
Evento
Data
judiciais decorrente do trabalho de inventário conduzido no segundo
Divulgação
do
Relatório
Trimestral
1T15
14
de
maio
semestre e (v) desembolsos para realização do plano de recompra de ações.
Audioconferência 1T15
15 de maio
4T14 vs.
4T14 vs.
(R$ milhões)
4T14
4T13
3T14
4T13
3T14
Divulgação do Relatório Trimestral 2T15
6 de agosto
(-) Dívida Bruta
(1.413,4) (1.213,9) 16,4% (1.438,3)
-1,7% Audioconferência 2T15
7 de agosto
Curto Prazo
(375,3)
(200,3) 87,4%
(258,6)
45,1%
Divulgação do Relatório Trimestral 3T15
5 de novembro
Longo Prazo
(1.038,1) (1.013,6)
2,4% (1.179,6)
-12,0%
6 de novembro
(+) Caixa
371,6
383,7
-3,1%
652,6
-43,1% Audioconferência 3T15
Curto Prazo
371,6
383,7
-3,1%
652,6
-43,1%
Calendário de Reuniões Públicas
Caixa (Dívida) Líquido(a) (1.041,8)
(830,1) 25,5%
(785,7)
32,6%
Evento
Data
4T14
vs.
4T13
(R$ milhões)
7,1%
2,52
53,2 -28,4% 68,8% 184,9 210,3 -12,1%
10,4% 14,1% 6,0% -25,9% 72,3%
5,4%
5,8% -7,9%
*Últimos 12 meses – Anualizado ou médio
** n.m. – não mensurável
Anexo II – Indicadores Operacionais
Período
4T14 vs. 4T14 vs.
4T13
3T14
4T14
4T13
3T14
63.813
59.413
61.979
7,4%
3,0%
2.823
3.108
2.895
-9,2%
-2,5%
2,8%
Workstations
Instaladas - Qtde
Argentina
Brasil
51.689
48.096
50.270
7,5%
Colômbia
6.683
6.309
6.380
5,9%
4,7%
Peru
2.618
1.900
2.434
37,8%
7,6%
45.350
47.372
45.162
-4,3%
0,4%
2.630
2.923
2.564
-10,0%
2,6%
34.308
36.763
34.521
-6,7%
-0,6%
Workstations
Faturadas - Qtde
Argentina
Brasil
Colômbia
5.960
5.841
5.922
2,0%
0,6%
Peru
2.452
1.845
2.155
32,9%
13,8%
Colaboradores - Qtde 104.431 108.044 105.189
-3,3%
-0,7%
Contact Center
96.110
97.960
96.847
-1,9%
-0,8%
Argentina
5.265
5.553
4.967
-5,2%
6,0%
78.779
81.226
80.042
-3,0%
-1,6%
Colômbia
8.369
7.948
8.201
5,3%
2,0%
Peru
3.697
3.233
3.637
14,4%
1,6%
2.524
2.946
2.286
-14,3%
10,4%
571
715
572
-20,1%
-0,2%
Brasil
Trade Marketing
TIC
Período
Administrativos
Área Ocupada - m2
Argentina
Brasil
4T14
4T13
5.226
5.484
-18,6%
-4,7%
417.791 441.570 409.537
-5,4%
2,0%
16.452
-4,4%
0,0%
347.258 377.203 339.979
-7,9%
2,1%
16.452
6.423
3T14
4T14 vs. 4T14 vs.
4T13
3T14
17.207
Colômbia
40.519
35.370
40.119
14,6%
1,0%
Peru
13.562
11.790
12.987
15,0%
4,4%
* Worstations = Estações de Trabalho
continua
20 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
continuação
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2014
Anexo III – Desempenho Econômico Financeiro
4T14
(R$
4T14 vs.
4T14 4T13 3T14
vs.
milhões)
4T13
3T14
Receita
Operacional Líquida
Custo dos
Serviços
Prestados
Pessoal
ContingênciasTrabalhistas
Serviços de
Terceiros
Aluguéis e
Seguros
Outros
Resultado
Bruto
Despesas
Comerciais
Gerais e Administrativas
861,8 891,9 879,4
(704,9) (672,7) (686,5)
(574,8) (554,4) (566,7)
(19,1)
2014
-3,4% -2,0% 3.452,2 3.618,0
-4,6%
4,8%
3,7%
-4,8%
-2,7%
2,7% (2.755,0) (2.895,4)
1,4% (2.291,6) (2.355,3)
(8,3) (16,5) 131,4% 16,0%
(66,9) (69,4) (60,7)
2014 vs.
2013
2013
(38,2)
(23,8)
60,2%
-3,6% 10,2% (256,4) (338,4) -24,2%
(40,9) (36,2) (39,1) 13,0% 4,6% (154,7) (151,5)
2,1%
(3,1) (4,5) (3,5) -29,6% -9,1% (14,1) (26,4) -46,5%
156,9 219,2 192,9 -28,4% -18,7% 697,2 722,6 -3,5%
(47,3) (77,3) (91,2) -38,8% -48,1% (284,5) (319,0) -10,8%
(6,1) (2,5) (5,7) 146,7% 7,7% (17,5) (20,1) -12,6%
(73,6) (71,8) (83,8)
2,5% -12,1% (290,4) (282,5)
2,8%
(R$
milhões)
4T14
4T13
4T14
4T14 vs.
vs.
4T13
3T14
3T14
Outras
Despesas
e Receitas
Operacionais 32,4 (3,0)
EBITDA
109,6 141,8
Depreciação
e Amortização
(30,8) (53,3)
EBIT
78,7 88,5
Resultado
Financeiro
Líquido
0,4 (30,7)
LAIR
79,1 57,8
IRPJ & CSLL (29,3) 17,5
Participação
de Acionistas
não controladores
Lucro
(Prejuízo)
Líquido do
Período
49,8 75,3
n.m. não mensurável
2014
2013
2014 vs. (R$ milhões)
2013 Caixa Líquido – Atividades de
Investimentos
4T14
Receita Bruta deVendas e/ou Serviços
Deduções da Receita Bruta
Receita Líquida de Serviços Prestados
Custo dos Serviços Prestados
Resultado Bruto
Comerciais
Gerais e Administrativas
Financeiras
Receitas Financeiras
Despesas Financeiras
Outras Receitas Operacionais
Outras Despesas Operacionais
Resultado antes deTributações e Participações
IRPJ & CSLL
Participação de Acionistas não controladores
Lucro (Prejuízo) Líquido do Período
Nº Ações, Ex.Tesouraria (Milhares)
4T13
930,0
(68,2)
861,8
(730,4)
131,4
(6,1)
(79,0)
0,4
35,2
(34,9)
37,1
(4,7)
79,1
(29,3)
49,8
338.976
3T14
965,6
(73,7)
891,9
(717,6)
174,3
(2,5)
(80,2)
(30,7)
16,1
(46,8)
6,0
(9,0)
57,8
17,5
75,3
344.008
950,0
(70,6)
879,4
(720,8)
158,6
(5,7)
(91,3)
(28,0)
13,4
(41,4)
2,3
(4,1)
31,9
(12,3)
19,6
344.008
Anexo V – Balanço Patrimonial – Consolidado
Ativo (R$ milhões)
31/12/2014 31/12/2013 30/09/2014
AtivoTotal
2.653,8
2.638,6
2.907,5
Ativo Circulante
948,9
918,2
1.209,6
Caixa e Equivalentes de Caixa
371,6
383,7
652,6
Caixa restrito
25,5
6,8
2,1
Contas a Receber
375,5
382,9
381,3
Tributos a Recuperar
90,1
69,0
74,8
Depósitos judiciais
23,1
23,1
23,1
Despesas Antecipadas e Demais Ativos
63,1
52,7
75,7
Ativo não Circulante
1.704,9
1.720,4
1.697,8
Ativo Realizável a Longo Prazo
535,8
539,6
571,9
Depósitos judiciais
275,8
219,0
253,7
Caixa Restrito
–
50,1
22,4
Tributos Diferidos e a Recuperar
232,5
246,9
254,5
Transações com Partes Relacionadas
7,8
7,8
7,8
Despesas Antecipadas e Demais Ativos
19,7
15,8
33,6
Ativo Permanente
1.169,1
1.180,8
1.125,9
Imobilizado
448,6
508,4
440,0
Intangível
720,5
672,4
686,0
Passivo (R$ milhões)
31/12/2014 31/12/2013 30/09/2014
PassivoTotal
2.653,8
2.638,6
2.907,5
Passivo Circulante
1.005,8
933,3
990,4
Empréstimos e financiamentos
143,0
128,9
145,5
Debêntures e mútuos
232,3
71,4
113,1
Fornecedores
157,2
201,9
158,4
Salários, encargos e benefícios sociais
309,4
364,5
399,1
Anexo VI – Demonstração Fluxo de Caixa – Consolidado
(R$ milhões)
31/12/2014 31/12/2013 30/09/2014
Lucro Líquido
96,6
102,3
46,8
Depreciação e Amortização
173,5
207,2
142,6
Ganho / (perda) com juros e variação
monetária líquidos
104,4
44,0
74,6
Contingências e outras Provisões
(20,4)
12,7
6,3
0,5
(2,1)
0,7
14,6
(56,2)
(3,7)
–
1,4
–
(Ganho) / perda na venda de Ativos
Imobilizados
0,6
2,6
0,6
(Aumento) / Diminuição do Contas a
Receber
20,4
(15,6)
1,6
Inst. Patrim. p/ pagamentos baseados
em ações
IRPJ/CSLL Diferido
Participação de Acionista não
Controladores
4T14 vs.
4T13
-3,7%
-7,4%
-3,4%
1,8%
-24,6%
146,8%
-1,6%
n.m.
119,5%
-25,5%
517,3%
-48,3%
36,9%
-267,1%
n.m.
-33,9%
-1,5%
(184,8)
(202,0)
(68,5)
(1,5)
–
(1,1)
79,0
286,0
63,5
(192,6)
(273,9)
(144,4)
310,0
–
310,0
–
–
–
(28,9)
–
(21,0)
–
3,6
–
–
(11,0)
–
Pagamento de Arrendamento Mercantil
(1,7)
n.m.
101,8 -22,7%
n.m.
7,7%
23,5
412,7
(16,4)
403,5
Financiamento Obtido
n.m.
2,3% Pagamento de Financiamento
Debêntures
Nota Promissória
(41,9) -42,1% -26,3% (173,5) (207,2) -16,3%
59,9 -11,1% 31,5% 239,3 196,4 21,9% Amortização Debêntures e Notas
Promissórias
(28,0)
n.m.
n.m.
31,9 36,9% 148,0%
(12,3) -267,1% 138,0%
Recebimento por Cisão de Investimento
(93,9) (100,7) -6,8%
Ágio em transações de capital
145,4
95,7 52,0%
(48,8)
8,0 -713,2% Aquisição de Investimento
Juros pagos
–
(3,7)
–
(98,8)
(56,0)
(51,5)
(102,0)
(62,7)
–
(14,0)
(4,7)
–
–
–
–
Caixa líquido – Atividades
Financiamento
(48,8)
(122,4)
155,5
Variação Cambial caixa e
equivalentes de caixa
Dividendos pagos
-
n.m.
n.m.
19,6 -33,9% 154,3%
(1,4) -100,0% Recompra de Ações
Venda de Ações
-
96,6
102,3
-5,5%
Anexo IV – Demonstração do Resultado do Período – Consolidado IFRS
(R$ milhões)
31/12/2014 31/12/2013 30/09/2014
4T14 vs.
3T14
-2,1%
-3,4%
-2,0%
1,3%
-17,1%
7,7%
-13,5%
n.m.
163,7%
-15,7%
1.502,5%
15,3%
148,0%
138,0%
n.m.
154,3%
-1,5%
Passivo (R$ milhões)
Impostos, taxas e contribuições
Provisões
Dividendos a pagar
Repasse a Acionistas
Contraprestação contingente
Outras obrigações
Passivo Não Circulante
Empréstimos e financiamentos
2014
2013
3.728,0
(275,7)
3.452,2
(2.899,6)
552,7
(17,5)
(319,3)
(93,9)
64,5
(158,3)
50,3
(26,8)
145,4
(48,8)
96,6
338.976
3.925,2
(307,2)
3.618,0
(3.073,7)
544,2
(20,1)
(311,4)
(100,7)
61,7
(162,4)
20,0
(36,5)
95,7
8,0
(1,4)
102,3
344.008
Debêntures e mútuos
830,9
678,0
162,8
178,5
Contraprestação contingente
Outros
3,9
(8,0)
383,7
355,2
383,7
Saldo Final de Caixa e Equivalentes
de Caixa
371,6
383,7
652,6
Aumento (Redução) de Caixa e
Equivalentes
(12,1)
28,5
268,9
Anexo VII– Reconciliação do EBITDA
(R$ milhões) 4T14 4T13
4T13
3T14
2014 2013
2014 vs.
2013
Período
49,8
75,3
19,6 –33,9% 154,3%
96,6 102,3
-5,5%
(-) Participação
–
22,2
51,3
52,8
944,7 Financeiras
192,0 (-) Receitas
15,6 Financeiras
–
477,7 EBITDA
Capital social
181,6
181,6
181,6
0,1 e amortização
Reservas de capital
59,9
59,4
60,1
Outros resultados abrangentes
76,7
101,4
93,4
Reservas de lucro
100,9
105,1
105,1
Ações em Tesouraria
(23,3)
(9,3)
(9,3)
–
–
46,8
0,0
0,0
Participação de Acionistas não
31/12/2014 31/12/2013
(30,1)
(28,9)
(56,8)
(39,8)
Aumento / (Diminuição) de Salários,
Encargos
(60,7)
11,7
Aumento / (Diminuição) de
Fornecedores
Outros Passivos
(46,3)
27,0
51,2
58,8
Caixa Líquido – Atividades
Operacionais
223,3
349,0
0,0
(184,9)
0,3
(202,4)
–
–
–
–
34,9
46,8
41,4 -25,5% -15,7% 158,3 162,4
-2,5%
(35,2) (16,1) (13,4) 119,5% 163,7% (64,5) (61,7)
4,5%
52,1 (+) Depreciação
438,2
Venda de Ativo Imobilizado
Compra de Ativo Imobilizado
Aplicações financeiras mantidas até o
vencimento
Caixa Restrito
vs.
Líquido do
–
(R$ milhões)
Outros Ativos
Depósitos Judiciais
4T14
vs.
(Prejuízo)
395,8
controladores
4T14
Lucro
Patrimônio Líquido
Lucros Acumulados
3T14
de Acionistas
31/12/2014 31/12/2013 30/09/2014
não contro56,2
61,0
72,4
–
–
–
n.m.
n.m.
– 1,4 -100,0%
24,4
24,4
24,5 ladores
29,3 (17,5) 12,3
n.m. 138,0% 48,8 (8,0)
n.m.
31,2
31,4
31,4 (+) IR & CSLL
25,8
25,9
25,9
4T14 4T14
2014 vs.
11,8
6,3
6,7 (R$ milhões) 4T14 4T13 3T14
vs.
2014 2013
vs.
2013
14,4
17,7
13,3
4T13 3T14
1.252,2
1.267,1
1.439,4 LAIR
79,1 57,8 31,9 36,9% 148,0% 145,4 95,7 52,0%
207,2
335,6
234,9 (+) Despesas
Provisões
Tributos Diferidos e a Recolher
2014 vs.
2013
-5,0%
-10,3%
-4,6%
-5,7%
1,5%
-12,5%
2,5%
-6,8%
4,5%
-2,5%
150,7%
-26,5%
52,0%
-713,1%
-100,0%
-5,5%
-1,5%
(1,7)
Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes
de Caixa
30,8
53,3
41,9 -42,1% -26,3% 173,5 207,2
109,6 141,8 101,8 -22,7%
7,7% 412,7 403,5
-16,3%
2,3%
O Grupo Contax é um dos quatro maiores grupos globais, especializado, de forma
0,0 abrangente, na gestão do relacionamento com o consumidor. Com uma atuação
consultiva e personalizada, o Grupo Contax dispõe de diferentes canais de relacionamento voltados a atender, entender e satisfazer o consumidor final dos clientes
30/09/2014 que contratam os seus serviços. Atualmente, a maior parte de sua atividade está
(41,8) concentrada nos segmentos de Atendimento e e-Care, CRM Services, Recupe(43,4) ração de Crédito, Back-office, Serviços de Tecnologia e Trade Marketing. Nossa
estratégia de negócios busca o desenvolvimento das relações de longo prazo com
34,6 seus clientes, grandes empresas de diversos setores que utilizam seus serviços,
como telecomunicações, financeiro, transportes aéreos, utilities, serviços, governo,
saúde, varejo, entre outros. Em dezembro de 2014, o Grupo Contax detinha ope(43,5)
rações físicas no Brasil, na Colômbia, na Argentina e no Peru, com prestação de
14,5 serviços offshore para Chile, Equador, Panamá, EUA, Canadá e Espanha, tendo
em seus quadros um total de aproximadamente 104 mil colaboradores.
189,9 As afirmações contidas neste documento relacionadas a perspectivas sobre os
0,0 negócios, projeções sobre resultados operacionais e financeiros e aquelas relacio(95,1) nadas a perspectivas de crescimento do Grupo Contax são meramente projeções
e, como tais, são baseadas exclusivamente nas expectativas da Diretoria sobre o
futuro dos negócios.Essas expectativas dependem, substancialmente, de mudan26,5
ças nas condições de mercado, do desempenho da economia brasileira, do setor
– e dos mercados internacionais e, portanto, sujeitas a mudanças sem aviso prévio.
continua
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 21
continuação
BALANÇO PATRIMONIAL LEVANTADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 31 DE DEZEMBRO DE 2013
(Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma)
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
Caixa e equivalentes de caixa
Caixa restrito
Contas a receber de clientes
Saldo a receber de partes relacionadas
Tributos a recuperar
Depósitos judiciais
Dividendos a receber
Despesas antecipadas e demais ativos
Total do ativo circulante
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Depósitos judiciais
Caixa restrito
Tributos a recuperar
Tributos diferidos
Saldo a receber de partes relacionadas
Despesas antecipadas e demais ativos
Investimento em controladas
Imobilizado
Intangível
Total do ativo não circulante
TOTAL DO ATIVO
BR GAAP
BR GAAP E IFRS
Controladora
Consolidado
Nota
explicativa 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
8
9
10
33
11
12
14
12
9
11
13
33
14
15
16
17
25.519
4.179
–
127.848
12.611
–
–
392
170.549
1.463
546
–
49.516
6.739
–
65.550
505
124.319
371.626
25.457
375.498
–
90.102
23.112
–
63.081
948.876
383.710
6.799
382.890
–
69.030
23.099
–
52.666
918.194
859
–
–
2.579
977.755
–
409.362
–
–
1.390.555
1.561.104
714
3.271
5
3
727.232
–
392.592
–
–
1.123.817
1.248.136
275.757
–
31.435
201.114
7.780
19.674
–
448.575
720.543
1.704.878
2.653.754
218.986
50.117
21.264
225.679
7.780
15.783
–
508.411
672.402
1.720.422
2.638.616
BR GAAP
BR GAAP E IFRS
Controladora
Consolidado
Nota
explicativa 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Debêntures
18
232.339
71.397
232.339
71.397
Saldo a pagar à partes relacionadas
40.115
–
–
–
Empréstimos e financiamentos
19
–
–
142.430
127.674
Fornecedores
20
220
120
157.235
201.863
Salários, encargos sociais e benefícios
21
377
187
309.409
364.479
Obrigações com arrendamento mercantil
22
–
–
568
1.219
Tributos a recolher
23
1.367
710
56.234
61.011
Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas
24
–
–
24.421
24.405
Dividendos a pagar
31.180
31.448
31.180
31.448
Repasse à acionistas
25.835
25.877
25.835
25.877
Contraprestação contingente
–
–
11.771
6.253
475
–
14.397
17.651
Demais obrigações
Total do passivo circulante
331.908
129.739
1.005.819
933.277
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Debêntures
18
830.896
677.955
830.896
677.955
Empréstimos e financiamentos
19
–
–
207.099
334.856
Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas
24
–
–
162.794
178.493
Obrigações com arrendamento mercantil
22
–
–
98
750
Tributos a recolher
23
–
–
3.183
1.985
Contraprestação contingente
–
–
–
22.240
2.518
2.194
48.082
50.811
Tributos diferidos
13
833.414
680.149
1.252.152
1.267.090
Total do passivo não circulante
1.165.322
809.888
2.257.971
2.200.367
TOTAL DO PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social
25
181.638
181.638
181.638
181.638
Reserva de capital
25
59.918
59.442
59.918
59.442
Reservas de lucros
25
100.862
105.071
100.862
105.071
Ações em tesouraria
25
(23.307)
(9.322)
(23.307)
(9.322)
76.671
101.419
76.671
101.419
Outros resultados abrangentes
Patrimônio líquido atribuível aos controladores
395.782
438.248
395.782
438.248
–
–
1
1
Participação de não controladores
395.782
438.248
395.783
438.249
Total do patrimônio líquido
1.561.104
1.248.136
2.653.754
2.638.616
TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
DEMONSTRAÇÃO DA MUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 2013
(Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma)
Outros resultados
Patrimônio
Proposta de líquido atribuível
abrangentes
Reservas de lucros
distribuição
Reserva de
a acionistas da Participação Patrimônio
Capital
Reserva Reserva
Reserva Ações em
Lucros de dividendo
dos não
líquido
conversão de
controladora
social de capital
legal estatutária tesouraria moeda estrangeira acumulados
adicional
(BR GAAP) controladores consolidado
258.329
101.789
28.378
–
(9.901)
75.788
–
39.898
494.281
10.141
504.422
Saldo em 31 de dezembro de 2012
Redução de capital social por cisão
(76.691)
–
–
–
–
–
–
–
(76.691)
–
(76.691)
Variação patrimonial por cisão
–
(1.664)
–
–
–
–
–
–
(1.664)
–
(1.664)
Constituição reserva de capital
–
(41)
–
–
–
–
–
–
(41)
–
(41)
Aquisição de ações de acionistas não controladores
–
(33.237)
–
–
–
–
–
–
(33.237)
–
(33.237)
Outros resultados abrangentes:
Diferença de câmbio na conversão de operações no exterior
–
–
–
–
–
25.631
–
–
25.631
–
25.631
Participação de acionistas não controladores:
Dividendos
–
–
–
–
–
–
–
–
–
(10.140)
(10.140)
Instrumentos patrimoniais outorgados
–
(7.405)
–
–
–
–
–
–
(7.405)
–
(7.405)
Venda de ações em tesouraria
–
–
–
–
579
–
–
–
579
–
579
Lucro líquido do período
–
–
–
–
–
–
102.257
–
102.257
–
102.257
Destinações do lucro líquido do exercício:
Constituição de reserva estatutária
–
–
–
76.693
–
–
(76.693)
–
–
–
–
Dividendo mínimo obrigatório conforme AGOE de 30 de abril de 2014
–
–
–
–
–
–
(25.564)
–
(25.564)
–
(25.564)
–
–
–
–
–
–
–
(39.898)
(39.898)
–
(39.898)
Pagamento de dividendos sobre resultado do exercício anterior
181.638
59.442
28.378
76.693
(9.322)
101.419
–
–
438.248
1
438.249
Saldo em 31 de dezembro de 2013
Diferença de câmbio na conversão de operações no exterior
–
–
–
–
–
(24.748)
–
–
(24.748)
–
(24.748)
Instrumentos patrimoniais outorgados
–
476
–
–
–
–
–
–
476
–
476
Pagamento de dividendos sobre resultado do exercício anterior
–
–
–
(76.693)
–
–
–
–
(76.693)
–
(76.693)
Compra de ações de emissão própria
–
–
–
–
(13.985)
–
–
–
(13.985)
–
(13.985)
Lucro líquido do período
–
–
–
–
–
–
96.646
–
96.646
–
96.646
Destinações do lucro líquido do exercício:
Constituição de reserva estatutária
–
–
–
72.484
–
–
(72.484)
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
(24.162)
–
(24.162)
–
(24.162)
Dividendo mínimo obrigatório
181.638
59.918
28.378
72.484
(23.307)
76.671
–
–
395.782
1
395.783
Saldo em 31 de dezembro de 2014
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PARA OS EXERCÍCIOS
FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 2013
(Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma)
Receita operacional líquida
Custo dos serviços prestados
Lucro operacional bruto
Receitas (despesas) operacionais
Comerciais
Gerais e administrativas
Pagamento baseado em ações
Resultado de equivalência patrimonial
Receitas financeiras
Despesas financeiras
Outras (despesas) receitas operacionais, líquidas
Lucro operacional antes do imposto de renda
e da contribuição social
Imposto de renda e contribuição social:
Corrente
Diferido
Lucro líquido do período
Lucro líquido atribuível a:
Acionistas da controladora
Participação de não controladores
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO PARA OS EXERCÍCIOS
FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E 2013
(Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma)
BR GAAP
BR GAAP E IFRS
Nota
Controladora
Consolidado
explicativa 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
26
–
– 3.452.231 3.617.962
27
–
– (2.899.578) (3.073.741)
–
–
552.653
544.221
27
27
27
15
30
30
28
13
13
–
(3.775)
(476)
101.492
102.316
(105.139)
(23)
94.395
–
(4.452)
2.131
88.701
101.146
(79.293)
(75)
108.158
(17.544)
(318.819)
(476)
–
64.473
(158.325)
23.467
(407.224)
(20.057)
(313.505)
2.131
–
61.717
(162.419)
(16.424)
(448.557)
94.395
108.158
145.429
95.664
–
2.251
96.646
(2.381)
(3.520)
102.257
(34.178)
(14.605)
96.646
(48.283)
56.239
103.620
96.646
–
96.646
102.257
–
102.257
96.646
–
96.646
103.620
(1.363)
102.257
Lucro por ação:
Básico
Ações ordinárias (centavos por ação)
31
0,28331
0,27745
0,28331
Ações preferenciais (centavos por ação)
31
0,28092
0,31161
0,28092
Diluído
Ações ordinárias (centavos por ação)
31
0,28306
0,27457
0,28306
Ações preferenciais (centavos por ação)
31
0,28042
0,31161
0,28042
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
0,27745
0,31161
0,27457
0,31161
Receitas
Prestação de Serviços
Provisão para crédito de liquidação duvidosa
Outras receitas
Insumos adquiridos de terceiros
Custos de serviços prestados
Materiais, energia e serviços de terceiros
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
–
–
–
–
(192)
(2.240)
(2.432)
(2.432)
–
(2.432)
– 3.727.967 3.925.149
–
(3.272)
(4)
–
25
328
– 3.724.720 3.925.473
(75)
(2.680)
(2.755)
(2.755)
–
(2.755)
(20.530)
(345.715)
(366.245)
3.358.475
(173.459)
3.185.016
(23.905)
(452.771)
(476.676)
3.448.797
(207.176)
3.241.621
Valor adicionado bruto
Depreciação e amortização
Valor adicionado líquido produzido pela entidade
Valor adicionado recebido em transferência
Resultado de equivalência patrimonial
101.492
88.701
–
–
Receitas financeiras
102.316
101.146
64.473
61.717
Valor adicionado total a distribuir
201.376
187.092 3.249.489 3.303.338
Pessoal
Remuneração direta
1.914
(718) 1.897.078 1.895.040
Benefícios
–
–
392.290
418.742
FGTS
–
–
140.355
140.205
Outros
–
–
20.794
32.779
Impostos, taxas e contribuições
Federais
–
6.440
270.356
268.916
Municipais
–
–
106.533
119.623
Remuneração de capitais de terceiros
Juros e variações monetárias
102.702
79.008
154.018
158.291
Aluguéis
114
105
171.419
166.122
Remuneração de capitais próprios
Dividendos
24.162
25.564
24.162
25.564
Lucros retidos do exercício
72.484
76.693
72.484
76.693
Participação dos não controladores
–
–
–
1.363
Valor adicionado distribuído
201.376
187.092 3.249.489 3.303.338
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
continua
22 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
continuação
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE PARA OS EXERCÍCIOS
FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 2013
(Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma)
Lucro líquido do período
Outros resultados abrangentes:
Diferença de câmbio na conversão de operações no exterior:
Resultado abrangente total do período
Resultado abrangente total atribuído a:
Proprietários da controladora
Participações de não controladores
BR GAAP
Controladora
2014
2013
96.646
102.257
BR GAAP E IFRS
Consolidado
2014
2013
96.646
103.620
(24.748)
(24.748)
71.898
(24.748)
(24.748)
71.898
25.631
25.631
127.888
71.898
127.888
71.898
–
–
–
71.898
127.888
71.898
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
25.631
25.631
129.251
127.888
1.363
129.251
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS EXERCÍCIOS
FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 2013
(Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma)
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro do período
96.646
102.257
96.646
102.257
Ajustes ao lucro líquido:
Depreciação e amortização
–
–
173.459
207.176
Provisão para liquidação de créditos duvidosos
–
–
(3.272)
(593)
Resultado de equivalência patrimonial
(101.492)
(88.701)
–
–
Perda na alienação de ativo imobilizado
–
–
608
2.585
(Reversão) provisão de riscos tributários, cíveis e trabalhistas
–
–
(17.152)
13.269
Imposto de renda e contribuição social diferidos
(2.251)
3.520
14.605
(56.239)
Ganho (perda) com juros e variação monetária, líquidos
5.737
(34.554) 104.360
43.951
Despesas com instrumentos patrimoniais outorgados
476
(2.131)
476
(2.131)
Participação de não controladores
–
–
–
1.363
Variações no capital circulante e não circulante:
Contas a receber de clientes
–
–
20.415
(15.612)
Tributos a recuperar
(6.192)
7.789
(16.326)
(24.104)
Despesas antecipadas e demais ativos
113
(1.078)
(13.755)
(4.827)
Depósitos judiciais
(145)
–
(56.778)
(39.773)
Salários, encargos sociais e benefícios
190
30
(60.713)
11.694
Fornecedores
100
92
(46.312)
51.215
Tributos a recolher
981
2.068
(11.845)
17.889
Demais obrigações
71
18.762
9.752
19.975
1.557
3.102
29.094
20.910
Juros recebidos
(4.209)
11.156
223.262
349.005
Caixa líquido proveniente das (usado nas) atividades operacionais
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
Aquisição de investimento, líquido do caixa adquirido
3.624
–
–
–
Recebimento pela venda de ativo imobilizado
–
–
25
328
Aquisição de ativo imobilizado
–
– (184.874) (202.350)
Emissão de debêntures com partes relacionadas
(310.000) (103.517)
–
–
Recebimento de transações com partes relacionadas
55.312
–
–
–
Mútuo com partes relacionadas
–
(1.528)
–
–
Recebimento de mútuo com partes relacionadas
–
–
–
–
Recebimento pela alienação de investimentos
–
114.000
–
–
Juros recebidos
20.472
9.197
–
–
126.595
–
–
–
Dividendos recebidos de controladas
Caixa líquido (usado nas) proveniente das atividades
(103.997)
18.152 (184.849) (202.022)
de investimentos
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
Arrendamento mercantil
–
–
–
24
Pagamento de arrendamento mercantil
–
–
(1.516)
–
Financiamentos obtidos
–
–
79.006
285.955
Pagamentos de financiamentos
–
(21.777) (192.593) (273.879)
Captação de debêntures
310.000
–
310.000
–
Amortização debêntures principal
(28.893)
–
(28.893)
–
Mútuo com partes relacionadas
37.534
–
–
–
Recebimento por cisão de investimento
–
3.570
–
3.570
Ágio em transações de capital
–
–
–
(10.997)
Aquisição de investimentos
–
–
–
(3.703)
Dividendos mínimos e adicionais pagos
(102.044)
(54.861) (102.044)
(62.661)
Recompra de ações
(13.985)
(4.695)
(13.985)
(4.695)
(70.350)
(51.987)
(98.751)
(56.047)
Juros pagos
132.262 (129.750)
(48.776) (122.433)
Caixa gerado nas (aplicado nas) atividades de financiamentos
Variação cambial sobre caixa e equivalentes de caixa
–
–
(1.721)
3.913
24.056 (100.442)
(12.084)
28.463
Aumento (redução) de caixa e equivalentes de caixa
1.463
101.905
383.710
355.247
Caixa e equivalentes de caixa no início do período
Caixa e equivalentes de caixa no fim do período
25.519
1.463
371.626
383.710
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 2013
(Valores expressos em milhares de reais - R$, excento quando indicado de outra forma)
1. CONTEXTO OPERACIONAL
A Contax Participações S.A. (“Contax” ou “controladora”), em conjunto com suas subsidiárias (“Companhia”) é
uma das empresas líderes em contact center e uma das maiores do mundo em Business Process Outsourcing
(“BPO”), especializada em soluções para gestão do relacionamento com o consumidor. A Companhia atua em
toda a cadeia de relacionamento por meio de soluções remotas e presenciais.
A Contax é uma sociedade anônima de capital aberto, listada na Bolsa de Valores de São Paulo (“BM&F Bovespa”),
no segmento especial de listagem Nível 2, sob os tickers: CTAX3 (ON), CTAX4 (PN) e CTAX11 (“UNITS”), foi
constituída em julho de 2000, tendo como objeto social a participação em outras sociedades comerciais e civis,
como sócia, acionista ou cotista, no país ou no exterior. Atualmente a sua sede social está localizada na Praia
de Botafogo, 370 - 13º andar, no bairro de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro.
A Companhia atua nas seguintes linhas de serviços que por sua vez estão divididas em três segmentos operacionais:
Contact Center & BPO:
Relacionamento com clientes
Relacionamento por meio de mídias sociais
Cobrança
Lyfe cycle management
Tecnologia & Informação:
Fábrica de software
Gestão de ambiente de tecnologia da informação e comunicação (“TIC”)
Parcerias em revendas de soluções / integrador
Integrador e revendedor de soluções de TIC e gerenciamento das relações com clientes (“CRM”)
Trade Marketing:
Presencial
Treinamento
Marketing promocional e de incentivo
Vendas
Atualmente a Companhia opera no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos da América e Peru.
A tabela a seguir resume as participações societárias da Contax e de suas subsidiárias, bem como as atividades
operacionais nas quais estão engajadas:
Nome
Atividade principal
País
31/12/2014 31/12/2013
Contax S.A.(a)
Contact center
Brasil
–
100%
Ability Comunicação Integrada Ltda.
Trade marketing
Brasil
100%
100%
Ability Trade Marketing Colômbia S.A.S. (b)
Trade marketing
Colômbia
100%
100%
Contax Mobitel S.A.
Contact center
Brasil
100%
100%
TODO Tecnologia da Informação S.A.
Tecnologia & Informação
Brasil
100%
100%
TODO Soluções em Engenharia e
Tecnologia S.A.
Tecnologia & Informação
Brasil
100%
100%
Venecia SP Participações S.A. (b)
Contact center
Brasil
100%
100%
BRC Empreendimentos Imobiliários Ltda. (b)
Brasil
100%
100%
Contax Sucursal Empresa Extranjera
Contact center
Argentina
100%
100%
Stratton Spain S.L.
Holding
Espanha
100%
100%
Multienlace S. A. S.
Contact center
Colômbia
100%
100%
Stratton Peru S.A.
Contact center
Peru
100%
100%
Allus Spain a Bex S.A.
Espanha
100%
100%
Allus Spain S.L.
Espanha
100%
100%
Allus Peru S.A.
Contact center
Peru
100%
100%
Stratton Argentina S.A.
Contact center
Argentina
100%
100%
Stratton Chaco S.A.
Contact center
Argentina
100%
100%
Stratton Nea S.A.
Contact center
Argentina
100%
100%
(a) Empresa incorporada em 1º de julho de 2014 pela Contax Mobitel S.A.
(b) Empresa dormente.
No Brasil a Companhia opera 49 unidades, sendo, 34 sites em 10 Estados, conforme apresentados abaixo:
# Site
Tipo
UF
Cidade
1 BOA VIAGEM
Operacional
BA
Salvador
2 CABULA
Operacional
BA
Salvador
3 COMÉRCIO
Operacional
BA
Salvador
4 FONTE NOVA
Operacional
BA
Salvador
5 BORGES DE MELO
Operacional
CE Fortaleza
6 NASCENTE
Operacional
CE Fortaleza
7
Rangel Pestana VECTOR
Operacional
CE Fortaleza
8 Visconde do Rio Branco VECTOR
Operacional
CE Fortaleza
9 PRADO I
Operacional
MG Minas Gerais
10 PRADO II
Operacional
MG Minas Gerais
11 JOÃO PESSOA
Operacional
PB
João Pessoa
12 AURORA
Operacional
PE
Recife
13 CONQUISTA
Operacional
PE
Recife
14 PRÍNCIPE
Operacional
PE
Recife
15 SANTO AMARO
Operacional
PE
Recife
16 LUIGI AMORESE
Operacional
PR Londrina
17 NITERÓI
Operacional
RJ
Niterói
18 BENEDITINOS
Operacional
RJ
Rio de Janeiro
19 ENGENHO DE DENTRO
Operacional
RJ
Rio de Janeiro
20 MACKENZIE
Operacional
RJ
Rio de Janeiro
21 MAUÁ
Operacional
RJ
Rio de Janeiro
22 RIO COMPRIDO
Operacional
RJ
Rio de Janeiro
23 SÃO CRISTÓVÃO
Operacional
RJ
Rio de Janeiro
24 NAVEGANTES
Operacional
RS Porto Alegre
25 JOINVILLE
Operacional
SC Joinville
26 BAHAMAS
Operacional
SP
Campinas
27 ELEKTRO
Operacional
SP
Campinas
28 HICHAM
Operacional
SP
Campinas
29 ALEGRIA
Operacional
SP
São Paulo
30 ANTÁRTICA
Operacional
SP
São Paulo
31 AUGUSTA
Operacional
SP
São Paulo
32 INHAÚMA
Operacional
SP
São Paulo
33 LAPA
Operacional
SP
São Paulo
34 PAULISTA 07
Operacional
SP
São Paulo
35 ABILITY TRADE MARKETING - DF
Administrativo
DF
Distrito Federal
36 ABILITY TRADE MARKETING - CURITIBA
Administrativo
PR Curitiba
37 BOTAFOGO - RJ
Administrativo
RJ
Rio de Janeiro
38 PASSEIO - MATRIZ - CPD
Administrativo
RJ
Rio de Janeiro
39 TODO! ALPHAVILLE
Administrativo
SP
Alphaville
40 ABILITY TRADE MARKETING - SP
Administrativo
SP
São Paulo
41 PAULISTA 407
Administrativo
SP
São Paulo
42 TODO! SP
Administrativo
SP
São Paulo
43 CTC - COMÉRCIO (ORBITAL)
Centro de Treinamento BA
Salvador
44 CTC - TAMOIOS
Centro de Treinamento MG Belo Horizonte
45 CTC - RECIFE (ESTAÇÃO DO CONHECIMENTO) Centro de Treinamento PE
Recife
46 CTC - TREINAMENTO - CAMPINAS
Centro de Treinamento SP
Campinas
47 CTC - DOM PEDRO
Centro de Treinamento SP
São Paulo
48 CTC - BRASIL TRAINING
SE
CE Fortaleza
49 ACCTIVA - ASD
SE
RJ
Rio de Janeiro
No exterior a Companhia opera 24 unidades, sendo, 20 sites, conforme apresentados abaixo:
#
Site
Tipo
Cidade
País
1
Site 1
Operacional
Cordoba
Argentina
2
Site 6
Operacional
Cordoba
Argentina
3
Site 7
Operacional
Mendoza
Argentina
4
Site 8
Operacional
Resistencia
Argentina
5
Site 9
Operacional
Resistencia
Argentina
6
Ed. Bancafe
Operacional
Medellin
Colômbia
7
Ed. Banrepublica
Operacional
Medellin
Colômbia
8
Ed. Bancolombia
Operacional
Medellin
Colômbia
9
Ed. Edatel
Operacional
Medellin
Colômbia
10
CEOH
Operacional
Medellin
Colômbia
11
Cra 8
Operacional
Bogotá
Colômbia
12
Av Dorado
Operacional
Bogotá
Colômbia
13
Acciones y Servicios
Operacional
Cali
Colômbia
14
Acciones y Servicios
Operacional
Barranquilla
Colômbia
15
Puerto Seco
Operacional
Medellin
Colômbia
16
Buro 24
Operacional
Bogotá
Colômbia
17
Popular
Operacional
Medellin
Colômbia
18
Site 1
Operacional
Lima
Peru
19
Site 2
Operacional
Lima
Peru
20
Site 3 Temporal
Operacional
Chiclayo
Peru
21
Headquarters
Administrativo
Cordoba
Argentina
22
Depósito Yapeyú
Administrativo
Cordoba
Argentina
23
Ed. Rose Street
Administrativo
Medellin
Colômbia
24
Telecom
Administrativo
Medellin
Colômbia
continua
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 23
continuação
A Companhia não apresenta efeito de sazonalidade significativa em suas operações.
2. EXPANSÃO E MUDANÇAS NA ESTRUTURA SOCIETÁRIA
Inicialmente, a Contax foi criada para atender as demandas de contact center da Oi S.A. e suas controladas
e coligadas (anteriormente denominada Telemar Norte Leste S.A.), concessionária de serviços de
telecomunicações. No entanto, ao longo dos anos, a Contax ampliou e diversificou sua carteira de serviços,
apresentando forte crescimento em clientes de alto volume e complexidade tendo se consolidado como uma
das maiores empresas do mercado de serviços corporativos do Brasil e do mundo.
O crescimento operacional da empresa passa por uma série de mudanças societárias decorrentes de aquisições,
cisões e incorporações, das quais as mais importantes ocorridas nos últimos anos estão destacadas a seguir:
Em Outubro de 2008, a Companhia investiu em uma nova subsidiária, a TODO BPO Soluções em Tecnologia
S.A. (“TODO”), passando a deter 80% de participação societária.
Em novembro de 2009 a Contax adquiriu a BRC Empreendimentos Imobiliários Ltda. (“BRC”), objetivando o
desenvolvimento e a execução do projeto imobiliário inserido no programa de incentivos seletivos para região
adjacente à estação da Luz, na área central do município de São Paulo.
Em setembro de 2010, a Companhia adquiriu 100% do capital social da Ability Comunicação Integrada Ltda.
(“Ability”), inserindo-se no segmento de trade marketing.
Ainda em setembro de 2010, a Companhia estabeleceu sua filial na Argentina, a Contax Sucursal Empresa
Extranjera (“Contax Argentina”), iniciando suas operações internacionais.
Em abril de 2011, a Contax deu mais um passo importante na internacionalização de suas operações com
a aquisição de 100% do capital do Grupo Allus, uma das maiores empresas de contact center da América
Latina, com operações na Argentina, Colômbia e Peru e atividades comerciais offshore nos Estados Unidos da
América, Chile e Espanha. O valor pago pela aquisição foi de R$246.262.
Em julho de 2011, ocorreu outro movimento societário importante com a aquisição da Dedic GPTI, atualmente
sob a denominação de Contax Mobitel S.A., uma das maiores empresas de contact center e tecnologia da
informação do Brasil, anteriormente controlada pela Portugal Telecom. Foi aprovada em assembleia geral
extraordinária, a incorporação de ações desta pelo valor total de R$118.097.
Com esta união, a Contax deu prosseguimento à expansão de seus negócios de contact center e acelerou sua
consolidação no mercado de tecnologia da informação, que havia sido iniciado com o investimento na TODO.
Em 2012, a Companhia deu início às operações de trade marketing na Colômbia, aproveitando as oportunidades
de venda cruzada junto aos clientes do Grupo Allus com a criação da subsidiária Ability Trade e Marketing
Colômbia S.A.S. (“Ability Colômbia”).
Em abril de 2013, foi aprovada pelos acionistas a incorporação de uma parcela cindida do patrimônio líquido
da controladora, CTX Participações, pela controlada, Contax. Tal incorporação foi proposta pelos acionistas
minoritários Skopos e Credit Suisse Hedging-Griffo com o objetivo de permitir a migração da Contax para o
segmento especial de listagem Nível 2 da BM&F Bovespa.
Adicionalmente, em 26 de abril de 2013 foi concluída a aquisição de 20% das ações de emissão da TODO
detidas até então por acionistas minoritários, gerando ágio no montante de R$33.237, registrado no patrimônio
líquido. Com essa operação a Contax passou a deter a totalidade das ações de todas as suas subsidiárias.
Em maio de 2013, a Stratton Spain adquiriu por meio da sua controlada Stratton Argentina a Stratton Nea S.A.
(“Stratton Nea”), empresa localizada na província de Chaco. A Stratton Nea foi adquirida pelo montante de
ARS24.950. Esta aquisição objetivou pleitear benefício fiscal para as atividades de contact center na província
de Chaco, Argentina.
Em 1º de julho de 2014 a Companhia promoveu a incorporação reversa de sua subsidiária integral, a Contax
S.A., pela sua outra subsidiária integral, a Contax-Mobitel S.A., com o objetivo de simplificação da estrutura
subsidiária e aproveitamento de sinergias operacionais entre as subsidiárias. A incorporação não acarretou
qualquer variação patrimonial na Companhia.
Em 31 de dezembro de 2014, a estrutura societária da Companhia e de suas controladas está apresentada a
seguir:
3. DECLARAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO E BASE DE PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
As demonstrações financeiras consolidadas estão de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil que
compreendem as normas da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) e os pronunciamentos e interpretações
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (“CPC”), estando totalmente em convergência com as normas
internacionais de contabilidade (“IFRS”) emitidas pelo International Accounting Standards Board (“IASB”).
As demonstrações financeiras individuais da controladora foram preparadas conforme as práticas contábeis
adotadas no Brasil, que compreendem as disposições da legislação societária, previstas na Lei nº 6.404/76
com alterações da Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09, e os pronunciamentos contábeis, interpretações e
orientações emitidos pelo CPC, aprovados pela CVM. Até 31/12/13, essas práticas diferiam do IFRS, aplicável às
demonstrações financeiras separadas, somente no que se referia à avaliação de investimentos em controladas,
coligadas e empreendimentos controlados em conjunto pelo método de equivalência patrimonial, enquanto que
para fins de IFRS seria custo ou valor justo.
Com a emissão do pronunciamento IAS 27 (Separate Financial Statements) revisado pelo IASB em 2014, as
demonstrações separadas de acordo com as IFRS’s, passaram a permitir o uso do método da equivalência
patrimonial para avaliação dos investimentos em controladas, coligadas e empreendimentos controlados em
conjunto. Em dezembro de 2014, a CVM emitiu a Deliberação CVM nº 733/14, que aprovou o Documento
de Revisão de Pronunciamentos Técnicos nº 07 referente aos pronunciamentos CPC 18, CPC 35 e CPC 37
emitidos pelo CPC, em função das alterações feitas no IAS 27, permitindo sua adoção a partir dos exercícios
findos em 31/12/14. Dessa forma, as demonstrações financeiras individuais da controladora passaram a estar
em conformidade com as IFRS’s a partir desse exercício.
As demonstrações financeiras individuais e consolidadas da Companhia estão expressas em milhares de
Reais (“R$”), bem como as divulgações de montantes em outras moedas, quando necessário, também foram
efetuadas em milhares. Os itens divulgados em Reais estão informados quando aplicáveis.
A preparação das demonstrações financeiras da Companhia requer que a Administração faça julgamentos, use
estimativas e adote premissas que afetam os valores apresentados de receitas, despesas, ativos e passivos,
na data-base das demonstrações financeiras. Contudo, a incerteza relativa a esses julgamentos, premissas e
estimativas pode resultar em ajuste significativo ao valor contábil de certos ativos ou passivos em exercícios
futuros.
A Companhia revisa seus julgamentos, estimativas e premissas trimestralmente.
As demonstrações financeiras individuais e consolidadas foram preparadas com base no custo histórico, com
exceção dos seguintes itens materiais:
Instrumentos financeiros derivativos e não derivativos mensurados pelo valor justo;
Contraprestação contingente oriunda de aquisição de participação societária; e
Obrigação decorrente de pagamento baseado em ações.
4. PRINCIPAIS POLÍTICAS E PRÁTICAS CONTÁBEIS
4.1 Consolidação: As demonstrações financeiras consolidadas incluem as demonstrações financeiras da
Contax e das subsidiárias nas quais detenha o controle de forma direta ou indireta. Todas as transações e
saldos entre a Contax e suas controladas foram eliminados na consolidação, bem como os lucros ou prejuízos
não realizados decorrentes destas transações, líquidos dos efeitos tributários. A participação dos acionistas não
controladores, quando houver, está destacada.
Na elaboração das demonstrações financeiras consolidadas, a Companhia aplicou a Deliberação CVM nº
640/10, que aprovou o pronunciamento técnico CPC 02 (R2), que trata dos Efeitos das Mudanças nas Taxas
de Câmbio e Conversão de Demonstrações Financeiras. De acordo com essa deliberação, a Companhia deve
aplicar os critérios apresentados no item 4.2 na consolidação de subsidiárias no exterior.
4.2 Moeda funcional: as demonstrações financeiras de cada subsidiária incluída na consolidação são
preparadas utilizando-se a moeda do ambiente econômico principal em que ela opera. As subsidiárias no
exterior adotam o Real como moeda funcional.
As demonstrações financeiras das controladas no exterior são convertidas para Reais, utilizando-se os
seguintes critérios:
Ativos e passivos não monetários são convertidos pela taxa histórica da transação;
Ativos e passivos monetários são convertidos pela taxa de câmbio do final do exercício;
Contas de resultado são convertidas pela taxa de câmbio obtida através da média mensal das taxas de cada
mês; e
Os efeitos acumulados de ganho ou perda na conversão são registrados no patrimônio líquido no grupo de
outros resultados abrangentes.
As práticas contábeis foram aplicadas de maneira uniforme em todas as empresas consolidadas, consistentes
com aquelas utilizadas na controladora.
As taxas de câmbio em Reais em vigor na data dos balanços foram as seguintes:
31/12/2014 31/12/2013
Taxa final
3,2270
3,2265
Euro ( )
Peso Argentino (AR$)
0,3172
0,3594
Peso Colombiano (COP$)
0,0011
0,0012
Novo Sol (S/.)
0,8873
0,8375
Taxa média
3,2525
3,2148
Euro ( )
Peso Argentino (AR$)
0,3091
0,3705
Peso Colombiano (COP$)
0,0011
0,0012
Novo Sol (S/.)
0,8913
0,8421
4.3 Investimentos: nas demonstrações financeiras da controladora, os investimentos em controladas são
reconhecidos inicialmente pelo seu custo e posteriormente ajustados pelo método da equivalência patrimonial.
4.4 Combinação de negócios: são contabilizadas utilizando o método de aquisição. O custo de uma aquisição
é mensurado pela soma da contraprestação transferida, avaliada com base no valor justo na data de aquisição,
e o valor de qualquer participação de não controladores na adquirida. Para cada combinação de negócios, a
adquirente deve mensurar a participação de não controladores na adquirida pelo valor justo ou com base na
sua participação nos ativos líquidos identificados na adquirida. Custos diretamente atribuíveis à aquisição são
contabilizados como despesa quando incorridos.
Na aquisição de um negócio, a Administração avalia os ativos adquiridos e passivos assumidos com o objetivo
de classificá-los e alocá-los de acordo com os termos contratuais, as circunstâncias econômicas e as condições
pertinentes na data de aquisição.
Inicialmente, o ágio é mensurado como sendo o excedente da contraprestação transferida em relação ao valor
justo dos ativos líquidos adquiridos (ativos identificáveis e passivos assumidos, líquidos). Se a contraprestação
for menor do que o valor justo dos ativos líquidos adquiridos, a diferença deverá ser reconhecida como ganho
na demonstração do resultado. Após o reconhecimento inicial, o ágio é mensurado pelo custo, deduzido de
quaisquer perdas acumuladas do valor recuperável. Para fins de teste do valor recuperável, o ágio adquirido
em uma combinação de negócios, a partir da data de aquisição, deve ser alocado a cada uma das unidades
geradoras de caixa da Companhia que se espera sejam beneficiadas pelas sinergias da combinação,
independentemente de outros ativos ou passivos da adquirida serem atribuídos a essas unidades.
4.5 Informação por segmento: um segmento operacional é um componente da Companhia que desenvolve
atividades de negócio para obter receitas e incorrer em despesas. Os segmentos operacionais refletem a
forma como a Administração da Companhia revisa as informações financeiras para tomada de decisão. A
Administração da Companhia identificou três segmentos divulgáveis que atendem aos parâmetros quantitativos
e qualitativos de divulgação. Os segmentos divulgáveis identificados representam principalmente características
específicas de cada negócio. Para o gerenciamento do caixa, a Companhia não efetua alocação para cada
segmento, considerando um caixa único para os três segmentos.
4.6 Caixa e equivalentes de caixa: compreende os saldos de caixa, bancos e aplicações financeiras de
liquidez imediata em títulos cujos vencimentos, quando de sua aquisição, eram iguais ou inferiores a 90 dias,
prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitos a um risco insignificante
de mudança de valor. As aplicações financeiras classificadas nesse grupo, por sua própria natureza, estão
mensuradas a valor justo por meio do resultado.
4.7 Caixa restrito: Os recursos financeiros dados em garantia de operações de empréstimos, não disponíveis
para a Companhia são registrados como caixa restrito.
4.8 Instrumentos financeiros: os ativos e os passivos financeiros são contabilizados na data em que estes
são entregues à Companhia (data de Liquidação) e nesta data classificados de acordo com a finalidade para
que foram adquiridos ou contratados, sendo classificados nas seguintes categorias: aplicações financeiras,
empréstimos, recebíveis, derivativos e outros.
4.8.1 Aplicações financeiras: são ativos financeiros que compreendem títulos de renda fixa públicos e
privados, classificados e registrados de acordo com o propósito para os quais foram adquiridos. Em 31 de
dezembro de 2014 e 2013 a Companhia não possuía ativos classificáveis nessa categoria.
4.8.2 Empréstimos e recebíveis: são passivos e ativos financeiros com pagamentos fixos ou calculáveis
que não são cotados no mercado ativo. Tais passivos e ativos são reconhecidos inicialmente pelo valor justo
acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, os empréstimos e
recebíveis são avaliados pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos, deduzidos de qualquer
perda por redução ao valor recuperável.
4.9 Contas a receber de clientes e outros recebíveis: são registradas pelos valores correspondentes
aos serviços prestados com aceite do cliente que podem estar faturados na data de encerramento das
demonstrações financeiras ou não, deduzidas das provisões para perdas estimadas em créditos de Liquidação
duvidosa.
A provisão para perdas estimadas em créditos de Liquidação duvidosa são constituídos analisando-se a
capacidade de liquidez individualizada de cada cliente, considerando-se as garantias fornecidas pelos clientes.
Em caso de inadimplência, esforços de cobrança são efetuados, incluindo contatos diretos com os clientes.
Caso esses esforços não sejam suficientes, medidas judiciais são consideradas. Os títulos são baixados contra
a provisão à medida que a Administração considera que estes não são mais recuperáveis após ter tomado
todas as medidas cabíveis para recebê-los.
4.10 Depósitos judiciais: No decurso das ações impetradas contra a Companhia e sobre as quais esta
questiona a legitimidade das reclamações, pode ocorrer que a Companhia seja requerida a efetuar depósitos
recursais e/ou judiciais de forma a dar continuidade a sua estratégia de defesa. Tais valores são corrigidos
monetariamente em sua maioria pelos índices inflacionários e caracterizam-se como recursos não alcançáveis
pela Companhia pendentes de decisão judicial.
continua
24 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
continuação
4.11 Ativo imobilizado: apresentado pelo custo de aquisição, formação ou construção, deduzido da
depreciação acumulada e perda por redução ao valor recuperável, quando aplicável. Os custos de empréstimos
e financiamentos são registrados como parte dos custos do imobilizado em andamento, considerando a taxa
média ponderada dos empréstimos e financiamentos vigentes na data da capitalização, de acordo com a
Deliberação CVM nº 672/11.
Em decorrência da natureza dos sistemas de tecnologia da informação e telecomunicações de propriedade
da Companhia, as estimativas de vida útil, requerem considerável julgamento e são inerentemente incertas
principalmente em decorrência da rápida evolução destas tecnologias podendo ocorrer obsolescência
prematura de tais sistemas.
A depreciação é reconhecida com base na vida útil econômica estimada de cada ativo pelo método linear. A
vida útil estimada, os valores residuais e os métodos de depreciação são revisados anualmente e os efeitos de
quaisquer mudanças nas estimativas são contabilizados prospectivamente. Os terrenos não sofrem depreciação.
No exercício findo em 31 de dezembro de 2014, a Administração efetuou a mudança de vida útil dos ativos
imobilizados - móveis e utensílios, equipamentos de informática e software, com base em laudo preparado por
especialistas e nova estratégia da Companhia em gerir esses ativos, os efeitos dessa mudança na estimativa
são prospectivos e estão divulgados na nota 16.
A Deliberação CVM nº 639/10 requer que seja realizada avaliação da recuperação de todos os itens integrantes
deste subgrupo sempre que houver indício de perda, visto que nenhum item deve permanecer registrado por
valor maior que o valor de realização, seja pela venda ou pelo uso. A Companhia realiza anualmente a análise
de indícios de perda no valor recuperável do ativo imobilizado em conjunto com a análise de recuperação de
ágio. Na ocorrência de indício de perda, os ativos correspondentes são submetidos ao teste de impairment
através da metodologia de fluxo de caixa descontado. Por sua vez, quando identificado que o valor contábil do
ativo não será recuperado, uma provisão é registrada. A recuperação dos investimentos no ativo imobilizado foi
testada em 2014 não sendo identificados ajustes para refletir perda no valor recuperável. A realização do teste
envolveu a adoção de premissas e julgamentos divulgados na nota 17.1.
Os ganhos e as perdas em alienações de ativos imobilizados são apurados comparando-se o valor da venda
com o valor contábil residual e são reconhecidos na demonstração do resultado na data de alienação.
4.12 Ativo intangível: os ativos intangíveis são recursos identificáveis, sob o controle da Companhia e que
geram benefícios econômicos futuros.
Os ativos intangíveis adquiridos são mensurados ao custo no momento do seu reconhecimento inicial. O
custo de ativos intangíveis adquiridos em uma combinação de negócios corresponde ao valor justo na data
de aquisição. Após o reconhecimento inicial, os ativos intangíveis são apresentados ao custo deduzido da
amortização acumulada e das perdas por redução do valor recuperável, quando aplicável. Ativos intangíveis
gerados internamente, excluindo custo de desenvolvimento, não são capitalizados e o gasto é refletido na
demonstração do resultado no exercício em que foi incorrido.
A vida útil de ativo intangível é avaliada como definida ou indefinida. Ativos intangíveis com vida definida são
amortizados ao longo da vida útil econômica e avaliados em relação à perda por redução ao valor recuperável
sempre que houver indício de perda de valor econômico do ativo. O período e o método de amortização para
um ativo intangível com vida definida são revisados no mínimo ao final de cada exercício social. A amortização
de ativos intangíveis com vida definida é reconhecida na demonstração do resultado na categoria de despesa
consistente com a utilização do ativo intangível. Ativos intangíveis com vida útil indefinida não são amortizados,
mas são testados anualmente em relação à perdas por redução ao valor recuperável, individualmente ou no
nível da unidade geradora de caixa. A Companhia registra neste subgrupo principalmente ágio por expectativa
de rentabilidade futura e marcas.
A avaliação da recuperação dos ágios realizada anualmente, considera premissas e julgamentos divulgados
na nota explicativa 17.1. Em 31 de dezembro de 2014, não foram identificados ajustes nos valores dos ativos
registrados.
4.13 Impostos e contribuições sobre o lucro: no Brasil compreende o imposto de renda (“IRPJ”) e a
contribuição social sobre o lucro (“CSLL”), que são calculados mensalmente com base no lucro tributável,
aplicando-se a alíquota de 15% acrescida do adicional de 10% para o IRPJ e 9% para a CSLL e considera a
compensação de prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social, limitada a 30% do lucro real.
Os resultados apurados nas subsidiárias no exterior estão sujeitos à tributação dos países onde estão sediadas,
de acordo com alíquotas e normas locais, conforme abaixo:
País
Alíquota - %
Argentina
35
Colômbia
34
Peru
28
Os impostos diferidos representam os créditos e débitos sobre prejuízos fiscais de IRPJ e bases negativas de
CSLL, bem como diferenças temporárias entre a base fiscal e a contábil. Os ativos e passivos de impostos e
contribuições diferidos são classificados como não circulante conforme requerido pela Deliberação CVM nº
676/11. Quando os estudos internos da Companhia indicar que a utilização futura desses créditos, no prazo
máximo de 10 anos, não é provável, uma provisão para perda será constituída.
Os impostos diferidos ativos e passivos são apresentados líquidos se existir um direito legal exequível de
compensar os passivos fiscais com os ativos fiscais, e se estiverem relacionados aos impostos lançados pela
mesma autoridade fiscal sob a mesma entidade tributável. Nas demonstrações financeiras consolidadas, o
ativo ou passivo fiscal da Companhia pode ser compensado contra o ativo ou passivo fiscal das controladas
se, e somente se, as referidas entidades tiverem o direito legalmente executável de fazer ou receber um único
pagamento líquido e as mesmas pretendam fazer ou receber esse pagamento líquido ou recuperar o ativo e
liquidar o passivo simultaneamente. Portanto, para fins de apresentação, os saldos de ativo e passivo fiscal, que
não atendem ao critério legal de execução, estão sendo divulgados separadamente.
Os ativos e passivos fiscais diferidos devem ser mensurados pelas alíquotas que se espera sejam aplicáveis
no período em que o ativo for realizado ou o passivo liquidado, com base nas alíquotas que estejam em vigor
na data do balanço.
4.14 Fornecedores: são inicialmente reconhecidos pelo valor nominal e, subsequentemente, acrescidos,
quando aplicável, dos correspondentes encargos e das variações monetárias e cambiais incorridos, se
aplicável, até as datas de encerramento das demonstrações financeiras.
4.15 Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas: as provisões são reconhecidas quando a
Companhia tem uma obrigação presente, formalizada ou não, em consequência de um evento passado e é
provável que benefícios econômicos sejam requeridos para liquidar a obrigação e uma estimativa confiável do
valor desta possa ser feita.
A Companhia é parte de diversos processos judiciais e administrativos. As avaliações das probabilidades de
perdas destes processos incluem a análise das evidências disponíveis, a hierarquia das leis, as jurisprudências
disponíveis, as decisões mais recentes nos tribunais e sua relevância no ordenamento jurídico, bem como
a avaliação dos advogados externos. As provisões são revisadas e ajustadas para refletir alterações nas
circunstâncias, conclusões de inspeções fiscais ou exposições adicionais identificadas com base em novos
assuntos ou decisões de tribunais.
4.16 Arrendamento mercantil: as operações de arrendamento mercantil, cujos riscos e benefícios inerentes
à propriedade são substancialmente transferidos à Companhia, são classificadas como arrendamentos
financeiros. Se não houver transferência significativa dos riscos e benefícios inerentes à propriedade, as
operações são classificadas como arrendamentos operacionais.
Os contratos de arrendamento mercantil financeiro são reconhecidos no imobilizado em contrapartida ao
passivo pelo menor montante entre o valor presente das parcelas mínimas obrigatórias do contrato e o valor
justo do ativo, acrescidos, quando aplicável, dos custos iniciais diretos incorridos na transação.
Os montantes registrados no ativo imobilizado são depreciados pelo menor prazo entre a vida útil do bem e a
vigência do contrato, os juros implícitos no passivo são apropriados ao resultado de acordo com a duração do
contrato.
Os contratos de arrendamento mercantil operacional são reconhecidos como despesa ao longo do período do
arrendamento.
4.17 Pagamento baseado em ações: a Companhia oferece a seus executivos planos de opção de compra
de ações de sua própria emissão. A Companhia adota as disposições da Deliberação CVM nº 650/10,
reconhecendo como despesa, em base linear, o valor justo das opções, apurado na data da outorga, durante o
período de serviço exigido pelo plano em contrapartida ao patrimônio líquido.
A despesa acumulada reconhecida reflete o período de aquisição adquirido e a melhor estimativa da Companhia
sobre o número de ações que serão adquiridas. A despesa ou receita da movimentação ocorrida no exercício é
reconhecida na demonstração do resultado na rubrica de pagamento baseado em ações. Nenhuma despesa é
reconhecida para as opções que não tenham iniciado o seu período de aquisição.
4.18 Capital social: corresponde ao valor obtido na emissão de ações. Os custos adicionais diretamente
atribuíveis à emissão de ações, se houver, são reconhecidos como dedução do patrimônio líquido, líquidos dos
efeitos tributários.
4.19 Ações em tesouraria: quando o capital reconhecido como patrimônio líquido é recomprado, o valor
da remuneração paga, o qual inclui custos diretamente atribuíveis, líquido de quaisquer efeitos tributários, é
reconhecido como uma dedução do patrimônio líquido e as ações recompradas são classificadas como ações
em tesouraria. Quando as ações em tesouraria são vendidas ou reemitidas subsequentemente, a diferença
entre o valor contábil e o valor recebido é reconhecida como um aumento no patrimônio líquido na rubrica
de reservas de capital. Nenhum ganho ou perda é reconhecido na demonstração do resultado na compra, na
venda, na emissão ou no cancelamento dos instrumentos patrimoniais próprios.
4.20 Lucro por ação: o cálculo do lucro básico por ação é feito através da divisão do lucro líquido do exercício,
atribuído aos detentores de ações ordinárias da controladora, pela quantidade média ponderada de ações
ordinárias disponíveis durante o exercício.
O lucro diluído por ação é calculado através da divisão do lucro líquido atribuído aos detentores de ações
ordinárias da controladora pela quantidade média ponderada de ações ordinárias disponíveis durante o
exercício mais a quantidade média ponderada de ações ordinárias que seriam emitidas na conversão de todas
as ações ordinárias potenciais diluídas em ações ordinárias.
4.21 Apuração do resultado: o resultado das operações é apurado em conformidade com o regime contábil
de competência do exercício.
4.22 Receita de vendas: as receitas de vendas compreendem o valor justo da contraprestação recebida ou
a receber pela prestação de serviços executados de acordo com contratos firmados junto aos clientes. Os
serviços são faturados e/ ou estimados de acordo com a sua natureza, a saber:
Serviços de telemarketing e atendimento ao consumidor: a receita é auferida com base em tempo de
conversação e/ou por preço fixo por posição de atendimento (“PAs”) disponibilizada ao cliente.
Serviços de recuperação de crédito: a receita é auferida com base no percentual acordado com o cliente sobre
os créditos recuperados junto aos clientes destes, somente após o reconhecimento pelo contratante que o
crédito foi recuperado a receita é reconhecida.
Serviço de desenvolvimento de software personalizado: a receita é auferida com base no estágio de
desenvolvimento e também contemplam receitas com os serviços de manutenção (pós-venda).
Nas demonstrações financeiras consolidadas as receitas de vendas também estão líquidas das eliminações de
vendas entre a Contax e suas subsidiárias, se houver.
4.23 Participação dos funcionários e administradores nos lucros: os funcionários têm direito a uma
participação nos lucros com base em determinadas metas acordadas anualmente, e os administradores com
base nas disposições estatutárias, propostas pelo Conselho de Administração e aprovadas pelos acionistas. O
montante da participação é reconhecido no resultado do período em que as metas são atingidas.
4.24 Pesquisa e desenvolvimento: gastos em atividades de pesquisa, realizados com a possibilidade de ganho
de conhecimento e entendimento científico ou tecnológico, são reconhecidos no resultado quando incorridos.
As atividades de desenvolvimento envolvem um plano ou projeto visando à produção de produtos novos ou
substancialmente aprimorados. Os gastos com desenvolvimento são capitalizados somente se os custos de
desenvolvimento puderem ser mensurados de maneira confiável, se o produto ou processo forem técnica e
comercialmente viáveis, se os benefícios econômicos futuros forem prováveis, e se a Companhia tiver a intenção e
os recursos suficientes para concluir o desenvolvimento e usar ou vender o ativo. Os gastos capitalizados incluem
o custo de materiais, mão-de-obra e outros custos diretamente atribuíveis à preparação do ativo para seu uso
proposto. Outros gastos de desenvolvimento são reconhecidos no resultado quando incorridos.
Os gastos de desenvolvimento capitalizados são mensurados pelo custo, deduzido da amortização acumulada
e perdas por redução ao valor recuperável, se houver.
4.25 Custos e despesas: os custos e as despesas operacionais são registrados de acordo com o regime de
competência estão representados principalmente por despesas com pessoal.
4.26 Receitas e despesas financeiras: as receitas financeiras abrangem os juros sobre montantes investidos,
incluindo ativos financeiros disponíveis para venda, ganhos na alienação de ativos financeiros disponíveis para
venda, variações no valor justo de ativos financeiros mensurados pelo valor justo por meio do resultado. A
receita de juros é reconhecida no resultado, através do método dos juros efetivos. As despesas financeiras
compreendem juros e correção monetária de empréstimos, financiamentos de outros passivos bem como
variações cambiais.
4.27 Dividendos: o dividendo mínimo obrigatório é registrado como passivo circulante, por ser considerado
uma obrigação legal prevista no estatuto social, entretanto, a parcela dos dividendos superior ao dividendo
mínimo obrigatório.
4.28 Demonstração do valor adicionado: A Administração da Companhia elaborou demonstrações do
valor adicionado (“DVA”) individuais e consolidadas nos termos da Deliberação CVM n° 557/08, as quais
são apresentadas como parte integrante das demonstrações financeiras conforme BR GAAP, para IFRS
representam informação financeira adicional.
4.29 Julgamentos, estimativas e premissas contábeis: conforme divulgado na nota 3, no processo de
aplicação das políticas contábeis da Companhia, a Administração fez julgamentos nos seguintes assuntos que
têm efeito significativo sobre os valores reconhecidos nas demonstrações financeiras:
valor justo de instrumentos financeiros, vide nota 6;
contas a receber de clientes e receita na prestação de serviços, vide notas 10 e 26;
perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa, vide nota 10;
perda por redução ao valor recuperável de impostos, vide nota 13;
vida útil dos bens do ativo imobilizado e intangíveis com vida útil definida, vide notas 16 e 17;
provisão para riscos tributários trabalhistas e cíveis, vide nota 24;
transações com pagamento baseado em ações, vide nota 32;
perdas por redução a valor recuperável de intangíveis, vide nota 17.1.
A Companhia revisa anualmente as premissas utilizadas em suas estimativas contábeis. O efeito das revisões das
estimativas contábeis é reconhecido nas demonstrações financeiras no período em que tais revisões são efetuadas.
4.30 Pronunciamento novo ou revisado aplicado pela primeira vez em 2014: Não houve a adoção de novos
pronunciamentos e/ou revisões que causassem efeitos materiais nas demonstrações financeiras.
4.31 Reclassificações: foram efetuadas algumas reclassificações nos saldos de 31 de dezembro de 2013,
apresentados para fins de comparação, com o objetivo de melhor refletir o entendimento da Administração
acerca da natureza dos negócios da Companhia, a saber:
(i) Juros sobre contratos de debêntures a receber de parte relacionada, divulgados anteriormente como IRRF a
recuperar, no montante de R$15.809 na controladora.
(ii) Bloqueios bancários judiciais anteriormente classificados dentro da rubrica de despesas antecipadas, no
valor de R$714 na controladora e R$8.665 no consolidado.
(iii) Contingências trabalhistas, anteriormente divulgadas em outras (despesas) receitas operacionais, líquidas
no valor de R$43.372. Parte desse valor (R$23.817) foi reclassificado para custos dos serviços prestados,
refletindo melhor os negócios da Companhia e o valor remanescente de R$19.555 para gerais e administrativas.
5. REAPRESENTAÇÃO DOS SALDOS DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA CORRESPONDENTES
AO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013
Adicionalmente, está sendo reapresentado o saldo da demonstração do fluxo de caixa correspondentes ao exercício
findo em 31 de dezembro de 2013, originalmente incluídos nas demonstrações financeiras emitidas em 25 de
fevereiro de 2014, em conformidade com a Deliberação CVM n°. 592/09 equivalente ao CPC 23 – Políticas Contábeis,
Mudança de Estimativa e Retificação de Erro e CPC 26(R1) – Apresentação das demonstrações contábeis.
A reapresentação está sendo efetuada em decorrência da identificação de erro em período subsequente
a emissão, referente à variação cambial sobre o caixa e equivalentes de caixa, indevidamente alocada na
variação de contas e adicionalmente a Companhia definiu alterar a política contábil referente os depósitos
judiciais, que eram classificados como atividades de investimento e passaram a ser classificados como
atividades operacionais. Esta classificação foi feita em função da Companhia entender que parte substancial
dos depósitos judiciais serem decorrentes das atividades rotineiras da Companhia. O valor envolvido em 31 de
dezembro de 2013 era de R$39.773.
continua
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 25
continuação
Abaixo são demonstrados os ajustes realizados nas demonstrações financeiras originalmente apresentadas,
comparativamente às demonstrações ora apresentadas:
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
ReapreReapreDivulgado Ajustes
sentado Divulgado Ajustes
sentado
31/12/2013
31/12/2013
ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro do período
102.257
–
102.257
102.257
–
102.257
Caixa líquido proveniente das
(12.881)
24.037
11.156
359.112
(10.107) 349.005
(usado nas) atividades operacionais
ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
Caixa líquido (usado nas) proveniente
42.189
(24.037)
18.152 (208.216)
6.194 (202.022)
das atividades de investimentos
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
Caixa gerado nas (aplicado nas)
(129.750)
– (129.750) (122.433)
– (122.433)
atividades de financiamentos
Variação cambial sobre caixa e
equivalentes de caixa
–
–
–
–
3.913
3.913
Aumento (redução) de caixa e
(100.442)
– (100.442)
28.463
–
28.463
equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no
101.905
–
101.905
355.247
–
355.247
início do período
Caixa e equivalentes de caixa no
fim do período
1.463
–
1.463
383.710
–
383.710
6. INSTRUMENTOS FINANCEIROS E GERENCIAMENTO DE RISCOS
No curso normal de seus negócios, a Companhia está exposta a riscos de crédito, liquidez e de mercado os quais
são gerenciados ativamente em conformidade com a Política de Gestão de Risco Financeiro (“Política de Risco”).
A Política de Risco está sob a administração do Comitê Executivo, do Comitê Financeiro e do Conselho de
Administração e Diretoria Financeira, todos com papéis e responsabilidades claros e definidos, a saber:
Conselho de Administração: é o responsável pela aprovação da Política de Risco. Ademais, define os limites de
tolerância aos diferentes riscos identificados como aceitáveis para a Companhia em nome de seus acionistas;
Comitê Financeiro: é responsável pela execução da Política de Risco, por meio da supervisão do processo de gestão
de risco, do planejamento e verificação dos impactos das decisões implementadas, assim como da avaliação e
aprovação das estratégias de hedge e monitoramento dos níveis de exposição aos riscos de forma a garantir o
cumprimento da Política de Risco;
Comitê Executivo: é responsável pela avaliação do posicionamento da Companhia para cada risco identificado, de
acordo com as diretrizes emanadas do Conselho de Administração; e
Diretoria Financeira: tem como tarefa primordial o monitoramento, avaliação e comunicação dos riscos financeiros
incorridos pela Companhia.
Ainda destaca-se da Política de Riscos a vedação à Companhia em contratar operações alavancadas em mercados
derivativos, bem como a determinação que operações individuais de hedge estejam limitadas a 2,5% do patrimônio
líquido da Companhia.
A Companhia administra sua estrutura de capital para garantir a continuidade de suas operações e maximizar o
retorno aos acionistas, por meio da otimização de uso de instrumentos de dívida e de capital.
Em 31 de dezembro de 2014, a Companhia apresenta capital circulante líquido consolidado negativo no montante de
R$56.943 (R$15.083 em 31 de dezembro de 2013). A Administração tem enviado esforços e ações para reestruturar
e o alongar o perfil da dívida, dentre essas ações destaca-se a captação de R$310.000 de debêntures, conforme
detalhado na nota explicativa 18.
A Administração da Companhia acredita que os recursos financeiros disponíveis são suficientes para as necessidades
de capital de giro e compromissos assumidos para os próximos 12 meses.
6.1. Administração de risco de liquidez
A gestão do risco de liquidez visa minimizar os impactos causados por eventos que possam comprometer o
desempenho da Companhia sob a perspectiva de caixa. Para isso a Companhia utiliza as seguintes métricas:
Cash Flow at Risk (“CFaR”), o qual visa modelar estatisticamente os fluxos de caixa futuros dos próximos 12 meses
e quanto em risco está sua liquidez, dada suas projeções. Aliada a esta métrica, a Companhia definiu que o valor
mínimo de suas disponibilidades deve considerar principalmente o faturamento médio mensal e o EBITDA (“Earnings
Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”) dos últimos 12 meses.
A Companhia mantêm níveis de alavancagem que não comprometem sua capacidade de honrar seus compromissos
e obrigações. Como diretriz, o endividamento bruto deve estar concentrado no longo prazo. Em 31 de dezembro de
2014 o endividamento consolidado de longo prazo representava 73,47% (83,57% em 31 de dezembro de 2013) do
endividamento financeiro bruto com prazo médio de liquidação superior a 2,9 anos.
A tabela abaixo resume as obrigações contratuais e compromissos financeiros significativos que podem impactar a
liquidez da Companhia em 31 de dezembro de 2014:
BR GAAP
Controladora
31/12/2014
Fluxo
Acima
Valor
de caixa
de
2015
2016
2017
2018
2019 5 anos
contábil contratual
Passivos financeiros não derivativos
Fornecedores
220
220
220
–
–
–
–
–
Debêntures
1.063.235 1.305.318 254.633 542.576 170.280 337.829
–
–
Fluxo
Valor
de caixa
contábil contratual
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
Acima
de 5
2018
2019
anos
2015
2016
2017
Passivos financeiros não derivativos
Empréstimos e financiamentos
349.529
350.851 141.069 117.568 54.892 37.228
94
–
Obrigações com arrendamento
mercantil
666
790
623
143
24
–
–
–
Obrigações com arrendamento
operacional
–
400.262 108.320 84.711 65.461 53.508 28.055 60.207
Fornecedores
157.235
157.235 157.235
–
–
–
–
–
Debêntures
1.063.235 1.305.318 254.633 542.576 170.280 337.829
–
–
6.2. Administração de risco de crédito
A Companhia está sujeita ao risco de crédito relacionado às contas a receber de clientes, depósitos bancários à vista
e aplicações financeiras, o gerenciamento deste risco se dá conforme apresentado abaixo:
O risco de crédito relacionado às contas a receber é monitorado ativamente, por equipe dedicada. A Administração
avalia que suas políticas de crédito são prudentes e refletem condições normais de mercado e risco. A Administração
não antecipa o descumprimento dos acordos pelas contrapartes e, portanto, não vem exigindo garantias colaterais.
O risco de crédito de depósitos à vista e aplicações financeiras está limitado às contrapartes. A Companhia possui
política vigente estabelecendo que este tipo de operação somente possa ser contratada junto a instituições financeiras,
com patrimônio líquido superior a R$1.000.000 e classificação de risco melhor ou igual a “A” por agência conceituada.
Em 31 de dezembro de 2014 a Companhia mantinha saldos de depósitos à vista e aplicações financeiras com as
seguintes instituições financeiras:
País
Instituição financeira
Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, HSBC, Safra, Itaú,
Brasil
Santander, Votorantim
Peru
Banco de la Nación, Banco de Crédito, BBVA e Interbank
Argentina Banco de Chaco, Banco Galícia, Banco Patagônia, HSBC e Santander
Colômbia Bancolombia, BBVA, Helm Bank e Santander
6.3. Administração de risco de taxa de juros
O risco de taxas de juros é aquele pelo qual a Companhia poderá vir a sofrer perdas econômicas decorrentes de
alterações nas taxas de juros que afetem seus ativos e passivos.
A Política de Risco da Companhia não restringe a exposição às diferentes taxas de juros e também não estabelece
limites entre taxas pré ou pós-fixadas, entretanto, a Companhia monitora continuamente as taxas de juros de mercado
visando avaliar a eventual necessidade de contratação de operações com o objetivo de proteção contra a volatilidade
dessas taxas e para gerenciar o descasamento entre suas aplicações financeiras e dívidas. Durante o exercício
encerrado em 31 de dezembro de 2014, a Companhia não celebrou contratos de instrumentos financeiros derivativos.
O endividamento da Companhia está atrelado, essencialmente, às taxas do Certificado de Depósito Interbancário
(“CDI”), Taxa de Juros de Longo Prazo (“TJLP”) e ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (“IPCA”). Na ocorrência
de alterações adversas no mercado que resulte na elevação do CDI, TJLP e do IPCA, o custo do endividamento pósfixado se eleva e por outro lado, o custo do endividamento pré-fixado se reduz em termos relativos.
A Companhia mantém parte substancial dos saldos de caixa e equivalentes de caixa indexados à variação do CDI.
A Companhia apresenta a seguir o quadro de análise de sensibilidade às variações das taxas de juros, considerando
as projeções macroeconômicas divulgadas no Relatório Focus, emitido pelo Banco Central do Brasil (“BACEN”),
divulgado em 26 de dezembro de 2014, o qual indicava as seguintes taxas como cenário provável:
Índice
Taxa estimada como cenário provável
CDI
12,36%
IPCA
7,19%
TJLP
6,50%
BR GAAP
Controladora
31/12/2014
Cenário II
Cenário III
Valor Encargos
Cenário I variação da taxa variação da taxa
Instrumentos
Taxa provável
contábil financeiros
em 25%
em 50%
Caixa e equivalentes de caixa
25.519
CDI
11,09%
28.674
21.981
21.274
Caixa restrito
4.179
CDI
11,09%
4.179
3.600
3.484
Debêntures
(574.868)
CDI
11,09%
(645.938)
(654.559)
(670.497)
Debêntures
(370.855)
IPCA
6,38%
(397.529)
(400.431)
(406.346)
Debêntures
(117.040)
TJLP
5,00%
(124.648)
(124.355)
(125.818)
Financiamentos
(290.959)
TJLP
5,00%
(309.871)
(309.144)
(312.781)
Impacto sobre as receitas/despesas financeiras líquidas
(121.109)
(138.884)
(166.660)
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
Cenário II
Cenário III
Valor Encargos
Cenário I variação da taxa variação da taxa
Instrumentos
Taxa provável
contábil financeiros
em 25%
em 50%
Caixa e equivalentes de caixa
371.626
CDI
11,09%
417.570
320.109
309.806
Caixa restrito
25.457
CDI
11,09%
28.604
21.928
21.222
Debêntures
(574.868)
CDI
11,09%
(645.938)
(654.559)
(670.497)
Debêntures
(370.855)
IPCA
6,38%
(397.529)
(400.431)
(406.346)
Debêntures
(117.040)
TJLP
5,00%
(124.648)
(124.355)
(125.818)
Financiamentos
(290.959)
TJLP
5,00%
(309.871)
(309.144)
(312.781)
Impacto sobre as receitas/despesas financeiras líquidas
(75.173)
(189.813)
(227.775)
6.4. Administração de riscos cambiais
O risco de taxa cambial refere-se às alterações das taxas de câmbio de moeda estrangeira que possam fazer com
que a Companhia incorra em perdas não esperadas, levando a uma redução dos ativos ou aumento das obrigações.
A Política de Risco tem como objetivo proteger o resultado da Companhia destas variações, de forma a equilibrar
os ativos e passivos denominados em moeda estrangeira, protegendo assim o balanço patrimonial da Companhia.
A exposição ao risco cambial está relacionada principalmente à:
(i) carteira de financiamentos em moeda estrangeira,
(ii) investimentos em controladas no exterior,
(iii) receitas e custos relacionados à prestação de serviços pelas controladas no exterior; e
(iv) dispêndios de capital em futuras aquisições de equipamentos de tecnologia, que apesar de não serem
expressos em moedas estrangeiras, são indiretamente afetados pelas mudanças nas taxas de câmbio por conterem
componentes importados.
A Companhia não vem celebrando contratos de derivativos para cobrir esse risco, porém, vem monitorando
continuadamente as variações de câmbio, a fim de observar eventual necessidade de contratação desses instrumentos.
As demonstrações financeiras da Companhia são impactadas principalmente pelas seguintes moedas: (i) dólar
norte-americano; (ii) peso argentino; (iii) nuevo sol; e (iv) peso colombiano.
Os ativos e passivos denominados em moeda estrangeira estão demonstrados a seguir:
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
Exposição total
Caixa, equivalentes de caixa e aplicações financeiras
24.745
26.309
Contas a receber de clientes
130.892
122.340
Empréstimos e financiamentos
(38.204)
(53.421)
Fornecedores
(19.222)
(20.572)
(55.411)
(52.747)
Outros ativos e passivos, líquidos
42.800
21.909
Exposição cambial em moeda estrangeira (em US$)
16.113
9.363
Exposição cambial impactando o resultado (em US$)
(14.383)
(22.829)
30.496
32.192
Exposição cambial impactando o patrimônio líquido (em US$)
16.113
9.363
Exposição cambial em moeda estrangeira (em US$)
A Companhia apresenta a seguir o quadro de análise de sensibilidade às variações de câmbio, considerando as
projeções macroeconômicas divulgadas no Relatório Focus, emitido pelo BACEN, divulgado em 26 de dezembro de
2014, o qual indicava com o taxa provável a paridade do US$ para o R$ em R$2,66.
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
31/12/2014
Cenário I
Cenário II
Cenário III
Valor
Expectativa Elevação da Elevação da
Instrumentos
contábil Câmbio de Mercado taxa em 25% taxa em 50%
Empréstimos em moeda estrangeira - US$
38.204
2,66
36.677
47.755
57.306
Impacto sobre as despesas financeiras líquidas
1.527
(9.551)
(19.102)
6.5. Composição dos saldos de instrumentos financeiros por categoria - exceto derivativos
A posição dos instrumentos financeiros, exceto derivativos, em aberto na data de encerramento destas
demonstrações financeiras está demonstrada a seguir:
BR GAAP
Controladora
31/12/2014
Empréstimos Mantidos até
Passivos
Total
e recebíveis o vencimento financeiros
Ativos
Custo amortizado
Caixa restrito
–
4.179
–
4.179
Debêntures
1.105.603
–
–
1.105.603
Passivos
Custo amortizado
Fornecedores
–
–
(220)
(220)
–
–
(1.063.235)
(1.063.235)
Debêntures
1.105.603
4.179
(1.063.455)
46.327
continua
26 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
continuação
Ativos
Custo amortizado
Caixa restrito
Debêntures
Passivos
Custo amortizado
Fornecedores
Debêntures
Ativos
Custo amortizado
Caixa restrito
Contas a receber
Passivos
Custo amortizado
Debêntures
Empréstimos e financiamentos
Moeda nacional
Moeda estrangeira
Fornecedores
Arrendamento mercantil financeiro a pagar
Contraprestação contingente
Ativos
Custo amortizado
Caixa restrito
Contas a receber
Passivos
Custo amortizado
Debêntures
Empréstimos e financiamentos
Moeda nacional
Moeda estrangeira
Fornecedores
Arrendamento mercantil financeiro a pagar
Contraprestação contingente
Empréstimos Mantidos até
Passivos
e recebíveis o vencimento financeiros
–
776.748
3.817
–
–
–
776.748
–
–
3.817
–
375.498
25.457
–
–
–
–
–
–
–
–
375.498
–
–
–
–
–
25.457
–
382.890
56.916
–
–
–
–
–
BR GAAP
Controladora
31/12/2013
Total
3.817
776.748
(120)
(120)
(749.352)
(749.352)
(749.472)
31.093
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
Empréstimos Mantidos até
Passivos
Total
e recebíveis o vencimento financeiros
–
–
(1.063.235)
25.457
375.498
(1.063.235)
(311.325)
(311.325)
(38.204)
(38.204)
(157.235)
(157.235)
(666)
(666)
(11.771)
(11.771)
(1.582.436)
(1.181.481)
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2013
Empréstimos Mantidos até
Passivos
Total
e recebíveis o vencimento financeiros
–
–
(749.352)
56.916
382.890
(749.352)
–
–
(409.109)
(409.109)
–
–
(53.421)
(53.421)
–
–
(201.863)
(201.863)
–
–
(1.969)
(1.969)
–
–
(28.493)
(28.493)
382.890
56.916
(1.444.207)
(1.004.401)
6.6. Composição dos saldos de instrumentos financeiros derivativos
Nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013, a Companhia não operou com instrumentos financeiros
derivativos com objetivo de proteção (hedge) ou de caráter especulativo, entretanto, a Companhia contratou
derivativos embutidos à emissão de debêntures.
As posições dos instrumentos financeiros derivativos em aberto na data de encerramento destas demonstrações
financeiras estão demonstradas a seguir:
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
472
1.427
Bônus de subscrição sobre debêntures
6.7. Determinação do valor justo de instrumentos financeiros
A Companhia divulga seus ativos e passivos financeiros, quando requerido e aplicável, a valor justo, com base
nos pronunciamentos contábeis pertinentes, os quais se referem a conceitos de avaliação e requerimentos
de divulgações. Especificamente quanto à divulgação, a Companhia aplica os requerimentos de hierarquização
previstos na Deliberação CVM nº 699/12, que envolve os seguintes aspectos:
O valor justo é a quantia pela qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo Liquidado, entre partes conhecedoras
e dispostas a isso em transação sem favorecimento; e
Hierarquização em três níveis para a mensuração do valor justo, de acordo com inputs observáveis para a
valorização de um ativo ou passivo na data de sua mensuração.
A valorização em três níveis de hierarquia para a mensuração do valor justo é baseada nos inputs observáveis e não
observáveis. Inputs observáveis refletem dados de mercado obtidos de fontes independentes, enquanto inputs não
observáveis refletem técnicas de avaliação adotadas pela Companhia. Esses dois tipos de inputs criam a hierarquia
de valor justo apresentada a seguir:
Nível 1 - Preços cotados (não ajustados) para instrumentos idênticos em mercados ativos;
Nível 2 - Preços cotados em mercados ativos para instrumentos similares, preços cotados para instrumentos
idênticos ou similares em mercados não ativos e modelos de avaliação para os quais inputs são observáveis; e
Nível 3 - Instrumentos cujos inputs significativos não são observáveis.
A tabela abaixo apresenta a classificação geral dos instrumentos financeiros ativos e passivos em conformidade com
a hierarquia de valorização:
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
31/12/2014
Instrumentos
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Total
Passivos
Passivos financeiros
Derivativo embutido
–
472
–
472
–
472
–
472
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
31/12/2013
Instrumentos
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Total
Passivos financeiros
Derivativo embutido
–
1.427
–
1.427
–
1.427
–
1.427
6.8. Comparação entre valor contábil e valor justo dos instrumentos financeiros
BR GAAP
Controladora
Valor contábil
Valor justo Valor contábil
Valor justo
Ativos financeiros
31/12/2014
31/12/2013
Empréstimos e recebíveis:
Caixa restrito
4.179
4.179
3.817
3.817
Saldo a receber de partes relacionadas
1.105.603
1.105.603
776.748
776.748
Dividendos a receber
–
–
65.550
65.550
Total dos ativos financeiros
1.109.782
1.109.782
846.115
846.115
Passivos financeiros
Ao custo amortizado:
Debêntures
1.063.235
1.063.235
749.352
749.352
Fornecedores
220
220
120
120
Saldo a pagar à partes relacionadas
40.115
40.115
–
–
Total dos passivos financeiros
1.103.570
1.103.570
749.472
749.472
BR GAAP e IFRS
Consolidado
Valor contábil
Valor justo
31/12/2013
Valor contábil
Valor justo
Ativos financeiros
31/12/2014
Empréstimos e recebíveis:
Caixa restrito
25.457
25.457
56.916
36.845
Contas a receber de clientes
375.498
375.498
382.890
382.890
24.453
24.453
20.771
20.771
Outros recebíveis
425.408
425.408
460.577
440.506
Total dos ativos financeiros
Passivos financeiros
Ao custo amortizado:
Debêntures
1.063.235
1.063.235
749.352
749.352
Empréstimos e financiamentos
349.529
349.529
462.530
462.530
Fornecedores
157.235
157.235
201.863
201.863
Obrigações com arrendamento mercantil
666
666
1.969
1.969
11.771
11.771
28.493
28.493
Contraprestação contingente
1.582.436
1.582.436
1.444.207
1.444.207
Total dos passivos financeiros
7. INFORMAÇÃO POR SEGMENTO
Os segmentos operacionais são reportados de forma consistente com os relatórios gerenciais utilizados pelos
principais tomadores de decisões estratégicas e operacionais (Conselho de Administração e Diretoria Executiva)
para fins de avaliação de desempenho de cada segmento e alocação de recursos. As informações por segmento
são elaboradas considerando três segmentos divulgáveis, sendo: contact center & BPO, tecnologia & informação
e trade marketing. Os segmentos divulgáveis identificados observam primariamente a divisão por tipo de serviço e
suas características (nota explicativa nº 1).
Os ativos e passivos atribuíveis a cada um dos segmentos operacionais divulgáveis, devidamente conciliados com
os montantes divulgados no consolidado, estão apresentados a seguir:
BR GAAP e IFRS
31/12/2014
Contact center
Tecnologia &
Trade
& BPO
informação
marketing
Corporativo
Consolidado
Ativos:
Circulante
42.701
781.595
76.455
48.125
948.876
Não circulante
3.438
1.178.899
98.080
32.598
1.313.015
Ágio
–
247.163
95.619
49.081
391.863
Total dos ativos
46.139
2.207.657
270.154
129.804
2.653.754
Passivos:
Circulante
59.454
895.320
27.991
23.054
1.005.819
Não circulante
2.518
1.237.013
10.867
1.754
1.252.152
Total dos passivos
61.972
2.132.333
38.858
24.808
2.257.971
BR GAAP e IFRS
31/12/2013
Contact center
Tecnologia &
Trade
& BPO
informação
marketing
Corporativo
Consolidado
Ativos:
Circulante
74.803
881.621
81.309
42.847
1.080.580
Não circulante
3.993
1.177.358
101.534
35.235
1.318.120
Ágio
–
257.602
95.619
49.081
402.302
Total dos ativos
78.796
2.316.581
278.462
127.163
2.801.002
Passivos:
Circulante
58.342
817.585
34.807
22.543
933.277
Não circulante
2.194
1.241.601
18.624
4.671
1.267.090
Total dos passivos
60.536
2.059.186
53.431
27.214
2.200.367
Os saldos apresentados como corporativo não estão segregados nos segmentos em função de serem gerenciados
de forma centralizada.
Os ágios foram alocados aos segmentos reportáveis de acordo com os negócios que os originaram, por sua vez,
os ativos e passivos utilizados conjuntamente pelos segmentos divulgáveis foram alocados com base nas receitas
geradas por cada segmento.
A recuperabilidade dos ativos alocados intangíveis e tangíveis alocados aos segmentos divulgáveis identificados foi
testada pelo método do fluxo de caixa descontado e os resultados e premissas destes testes estão apresentados
na nota explicativa 17.1.
As demonstrações dos resultados para cada um dos segmentos operacionais divulgáveis, devidamente conciliadas
com os montantes divulgados na demonstração do resultado consolidada, estão apresentadas a seguir:
BR GAAP e IFRS
31/12/2014
Contact center
Tecnologia &
Trade
& BPO
informação
marketing
Consolidado
Receita operacional líquida
3.227.097
73.180
151.954
3.452.231
Custo dos serviços prestados
(2.721.247)
(53.951)
(124.380)
(2.899.578)
Lucro operacional bruto
505.850
19.229
27.574
552.653
Receitas (despesas) receitas operacionais:
Comerciais
(16.465)
(43)
(1.036)
(17.544)
Gerais e administrativas
(280.986)
(21.786)
(16.047)
(318.819)
Pagamento baseado em ações
(476)
–
–
(476)
Resultado de equivalência patrimonial
214
–
(214)
–
Receitas financeiras
52.403
9.906
2.164
64.473
Despesas financeiras
(152.941)
(5.054)
(330)
(158.325)
Outras (despesas) receitas operacionais, líquidas
16.081
7.599
(213)
23.467
(382.170)
(9.378)
(15.676)
(407.224)
Lucro operacional antes do imposto de renda e
da contribuição social
123.680
9.851
11.898
145.429
Imposto de renda e contribuição social:
Corrente
(27.455)
(1.947)
(4.776)
(34.178)
Diferido
(11.994)
(1.638)
(973)
(14.605)
Lucro líquido do período
84.231
6.266
6.149
96.646
Lucro atribuível aos acionistas da controladora
84.231
6.266
6.149
96.646
BR GAAP e IFRS
31/12/2013
Contact center
Tecnologia &
Trade
& BPO
informação
marketing
Consolidado
Receita operacional líquida
3.297.689
145.796
174.477
3.617.962
Custo dos serviços prestados
(2.795.678)
(129.911)
(148.152)
(3.073.741)
Lucro operacional bruto
502.011
15.885
26.325
544.221
Receitas (despesas) operacionais:
Comerciais
(19.138)
(40)
(879)
(20.057)
Gerais e administrativas
(274.202)
(20.317)
(18.986)
(313.505)
Pagamento baseado em ações
2.131
–
–
2.131
Resultado de equivalência patrimonial
6.369
(5.754)
(615)
–
Receitas financeiras
54.601
5.967
1.149
61.717
Despesas financeiras
(152.404)
(9.319)
(696)
(162.419)
Outras (despesas) receitas operacionais, líquidas
(14.854)
(1.145)
(425)
(16.424)
(397.497)
(30.608)
(20.452)
(448.557)
Lucro (prejuízo) operacional antes do imposto
de renda e da contribuição social
104.514
(14.723)
5.873
95.664
Imposto de renda e contribuição social:
Corrente
(43.495)
(3.164)
(1.624)
(48.283)
Diferido
13.906
42.669
(336)
56.239
Lucro líquido do período
74.925
24.782
3.913
103.620
Participação dos não controladores
–
(1.363)
–
(1.363)
Lucro atribuível aos acionistas da controladora
74.925
23.419
3.913
102.257
Conforme divulgado na nota explicativa 1, a Companhia tem operações nos seguintes países: Brasil, Peru, Colômbia
e Argentina, a receita líquida por país está detalhada a seguir:
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
Receita líquida por país
Brasil
2.797.382
3.030.730
Argentina
262.582
264.575
Peru
88.089
52.446
304.178
270.211
Colômbia
3.452.231
3.617.962
continua
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 27
continuação
No exercício findo em 31 de dezembro de 2014, os clientes que foram responsáveis por mais de 5% de participação da
receita líquida estão demonstrados abaixo:
BR GAAP e IFRS
Consolidado
Cliente
% Receita líquida
Oi
42,60%
Vivo
7,86%
Santander
5,42%
8. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Taxa
Controladora
Consolidado
média a.a. 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
Caixa e bancos
Reais
35
148
9.822
19.462
Euro
–
–
13.947
7.843
Pesos argentinos
–
–
–
7.890
Pesos colombianos
–
–
8.139
7.287
Pesos peruanos
–
–
2.659
3.289
35
148
34.567
45.771
Equivalentes de caixa:
Em reais:
Certificado de depósito bancário
11,48%
–
–
44.869
51.466
Operação compromissada
11,04%
25.484
1.315
268.816
259.587
Em pesos argentinos:
Fundos de investimentos
24,50%
–
–
11.327
–
Em pesos colombianos:
Fundos de investimentos
3,80%
–
–
12.047
26.886
25.484
1.315
337.059
337.939
Total do caixa e equivalentes de caixa
25.519
1.463
371.626
383.710
9. CAIXA RESTRITO
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Taxa
Controladora
Consolidado
média a.a. 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
Circulante:
Certificado de depósito bancário
11,43%
590
–
590
–
Operação compromissada
8,82%
3.589
546
24.867
6.799
4.179
546
25.457
6.799
Não circulante:
Certificado de depósito bancário
11,43%
–
546
–
546
Operação compromissada
8,82%
–
2.725
–
49.571
–
3.271
–
50.117
Os saldos classificados como caixa restrito estão relacionados à garantia oferecida pela subsidiária integral Contax-Mobitel
ao pagamento do contrato de empréstimo, firmado com o Banco do Nordeste do Brasil S.A., no montante de R$21.278,
em 31 de dezembro de 2014 no ativo circulante, e R$26.775 em 31 de dezembro de 2013 no ativo não circulante, sendo o
vencimento do contrato em 16 de março de 2015.
Adicionalmente, conforme previsto no contrato de aquisição da subsidiária Ability, a Companhia mantém recursos depositados
em conta garantia (escrow) para fazer face ao aparecimento de obrigações não detectadas no processo de due diligence
efetuado na aquisição. O saldo do valor restrito depositado em conta garantia será liberado para a vendedora em 16 de
agosto de 2015.
10. CONTAS A RECEBER DE CLIENTES
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
Partes relacionadas no país
43.728
39.584
Terceiros no país
205.128
221.944
Terceiros no exterior
130.892
122.340
(4.250)
(978)
(–) Provisão para crédito de liquidação duvidosa
375.498
382.890
Em 31 de dezembro de 2014, do saldo de contas a receber com partes relacionadas o montante de R$39.646 (R$39.537
em 31 de dezembro de 2013) é constituído principalmente pelas empresas do grupo Oi S.A, conforme apresentado
detalhadamente na nota explicativa nº 33.
A composição dos valores de contas a receber por idade de vencimento está demonstrada a seguir:
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
A vencer
311.072
351.815
Vencidos até 30 dias
44.024
19.234
Vencidos de 31 a 60 dias
15.614
3.898
Vencidos de 61 a 90 dias
1.971
480
Vencidos de 91 a 180 dias
2.298
1.180
Vencidos acima de 180 dias
4.769
7.262
Provisão para crédito de liquidação duvidosa
(4.250)
(978)
375.498
382.890
A movimentação da provisão para créditos de liquidação duvidosa está demonstrada a seguir:
BR GAAP e IFRS
Controladora e
Consolidado
Saldo em 31 de dezembro de 2013
(978)
Constituição
(3.332)
Reversão
60
Saldo em 31 de dezembro de 2014
(4.250)
A composição dos valores de créditos de liquidação duvidosa por idade de vencimento está demonstrada a seguir:
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
Vencidos de 91 a 180 dias
–
(11)
(4.250)
(967)
Vencidos acima de 180 dias
(4.250)
(978)
11.TRIBUTOS A RECUPERAR
BR GAAP
Controladora
31/12/2014
31/12/2013
Circulante
Circulante Não circulante
IRRF
10.740
1.818
5
IRPJ e CSLL
1.759
4.921
–
112
–
–
PIS/COFINS/CSLL
12.611
6.739
5
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
Circulante Não circulante
Circulante Não circulante
IRRF
36.308
–
21.125
19
IRPJ e CSLL
23.186
21.175
30.370
13.625
PIS/COFINS/CSLL
17.054
–
9.853
7
INSS
6.673
–
2.601
–
ISS (i)
–
10.260
–
7.613
IVA (ii)
6.189
–
5.050
–
692
–
31
–
Outros impostos
90.102
31.435
69.030
21.264
(i) O ISS a recuperar está classificado no ativo não circulante em virtude dos prazos de ressarcimento junto aos órgãos
municipais.
(ii) Imposto sobre o valor agregado apurado pelas controladas no exterior.
12. DEPÓSITOS JUDICIAIS
Os depósitos judiciais estão apresentados a seguir:
Tributária
Trabalhistas
Cíveis
Bloqueio judicial trabalhista
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
–
–
92.558
74.502
–
–
191.013
158.725
–
–
201
193
859
714
15.097
8.665
859
714
298.869
242.085
–
–
23.112
23.099
859
714
275.757
218.986
Circulante
Não circulante
13. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
13.1. Composição do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro, diferidos
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
Ativo
Prejuízo fiscais de IRPJ
1.896
3
88.981
92.602
Base de cálculo negativa de CSLL
683
–
34.090
33.326
Diferenças temporárias ativas
Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas
–
–
47.618
59.858
Ágio sobre investimentos e outros
–
–
27.237
30.707
Programa de participação nos resultados
–
–
3.188
9.186
2.579
3
201.114
225.679
Passivo
Diferenças temporárias passivas
Ágio (parcela alocada)
(2.518)
(2.194)
(48.082)
(50.811)
(2.518)
(2.194)
(48.082)
(50.811)
Em dezembro de 2010, a Contax transferiu o controle da Ability para a Companhia, por meio de uma cisão parcial de
ativos, bem como as referidas obrigações de contraprestação. Dessa forma, o ágio registrado anteriormente na Contax
foi transferido para os livros contábeis da Ability como crédito fiscal nos termos da Instrução CVM n° 319/99 e de acordo
com a Interpretação Técnica ICPC 09 (Demonstrações Financeiras Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações
Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial). Adicionalmente, o Grupo Contax possui um crédito fiscal
referente ao ágio registrado na Multienlace, com base no saldo do balanço de transferência em 30 de abril de 2011, calculado
com base na alíquota vigente no país de origem (34% - Colômbia). O saldo em 31 de dezembro de 2014 representa
R$27.649 na Ability e R$54.052 na Multienlace (R$41.977 e R$49.803 em 31 de dezembro de 2013, respectivamente).
Em maio e julho de 2011, o Grupo Contax adquiriu o controle do Grupo Allus e da Contax-Mobitel/TODO, respectivamente.
Em 31 de dezembro de 2014 a parcela do ágio alocada à carteira de clientes e marca do Grupo Allus e à carteira de clientes
e ativo imobilizado da Contax-Mobitel/TODO representa um montante total de R$95.647 e R$45.755, respectivamente
(R$98.255 e R$54.079 em 31 de dezembro de 2013, respectivamente).
A Administração realizou estudos técnicos de viabilidade que foram aprovados pelos órgãos de Administração e pelo
Conselho Fiscal, indicando a realização integral do ativo fiscal diferido até o exercício de 2024.
Os estudos técnicos de viabilidade consideram estimativas que estão relacionadas ao desempenho da Companhia, assim
como o comportamento do mercado de atuação e determinados aspectos econômicos. Os valores reais podem divergir das
estimativas adotadas, conforme divulgado na nota explicativa nº 3.
As premissas adotadas para o teste de recuperabilidade dos impostos diferidos estão apresentados abaixo:
Unidades geradoras de caixa
Taxa de desconto a.a.
Taxa média de crescimento a.a.
Contact center & BPO
Contax-Mobitel
13,9%
10,0%
Operações Argentina
12,4%
8,9%
Operações Peru
12,3%
11,0%
Operações Colômbia
12,3%
6,7%
Tecnologia & informação
13,9%
10,0%
Trade marketing
13,9%
7,1%
13.2. Período estimado de realização
Os ativos fiscais diferidos decorrentes de diferenças temporárias serão realizados à medida que estas sejam Liquidadas ou
realizadas. O período de liquidação ou realização de tais diferenças é imprevisto e está vinculado a diversos fatores que não
estão sob o controle da Administração.
Na estimativa de realização dos créditos fiscais diferidos ativos, constituídos sobre prejuízos fiscais e base negativa de
contribuição social, a Administração considera seu plano orçamentário e estratégico, ajustados com base nas estimativas das
principais adições e exclusões fiscais. Com base nesta estimativa a Administração acredita que é provável que os impostos
diferidos sejam realizados, conforme demonstrado abaixo, entretanto, essa estimativa pode não se concretizar nos próximos
exercícios, se as estimativas de lucro tributável futuro não se confirmarem.
BR GAAP e IFRS
Consolidado
2015
13.970
2016
14.231
2017
14.945
2018
16.666
2019
16.974
2020
17.191
2021
11.367
17.727
2022/2024
123.071
13.3. Conciliação do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro
As despesas e benefícios com imposto de renda e contribuição social nos resultados dos exercícios findos em 31 de
dezembro de 2014 e 2013 encontram-se resumidas a seguir:
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
Corrente
Imposto de renda
–
(1.744)
(29.755)
(38.660)
–
(637)
(4.423)
(9.623)
Contribuição social
–
(2.381)
(34.178)
(48.283)
Diferido
Imposto de renda sobre adições temporárias
–
–
(8.587)
5.536
Contribuição social sobre adições temporárias
–
–
(4.391)
3.436
Imposto de renda sobre prejuízos fiscais
1.569
(3.169)
(1.282)
34.356
682
(351)
(345)
12.911
Contribuição social sobre base negativa
2.251
(3.520)
(14.605)
56.239
2.251
(5.901)
(48.783)
7.956
A conciliação entre a despesa tributária e o resultado da multiplicação do lucro contábil pela alíquota fiscal vigente no
Brasil e nos demais países onde o Grupo Contax atua, nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 estão
apresentadas a seguir:
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
Lucro operacional antes do imposto de renda e da contribuição
94.395
108.158
145.429
95.664
social
Imposto de renda e contribuição
social à alíquota nominal (34%)
(32.094)
(36.774)
(49.446)
(32.526)
Ajustes para apuração da alíquota efetiva
Adição (exclusão) permanente de equivalência patrimonial
34.507
30.158
–
–
Efeitos tributários sobre adições (exclusões) permanentes,
líquidas (i)
–
(34)
2.803
631
Alteração à Lei das Sociedades por Ações - Lei nº 11.638/07
(162)
724
(162)
947
Constituição do ativo fiscal diferido sobre prejuízo fiscal
–
–
–
36.612
–
25
(1.978)
2.292
Outros
2.251
(5.901)
(48.783)
7.956
Despesa de imposto de renda e contribuição social
(i) Refere-se, substancialmente, à despesa com multa, doações, brindes e patrocínios, considerados indedutíveis, dentre outros.
continua
28 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
continuação
14. DESPESAS ANTECIPADAS E DEMAIS ATIVOS
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
392
505
28.461
13.775
–
–
24.533
30.388
–
–
29.761
24.286
392
505
82.755
68.449
392
505
63.081
52.666
–
–
19.674
15.783
Adiantamentos a fornecedores
Adiantamentos a empregados
Créditos a receber
Circulante
Não circulante
15. INVESTIMENTO EM CONTROLADAS
15.1. Composição dos investimentos
Controladas
Ability
Contax
Contax-Mobitel
31/12/2014
106.375
–
302.987
409.362
BR GAAP
Controladora
31/12/2013
100.008
292.584
–
392.592
15.2. Informações financeiras resumidas de controladas diretas
31/12/2014
31/12/2013
Contax-Mobitel
Ability
Contax (i) Contax (i)
Ability
Ativo circulante
626.569
49.171
–
438.153
42.416
Ativo não circulante
1.685.394
32.598
–
1.727.121
35.210
Passivo circulante
(680.292)
(22.722)
–
(673.248)
(22.028)
Passivo não circulante
(1.328.684)
(1.754)
–
1.199.443
4.671
Patrimônio líquido
(302.987)
(57.294)
–
(292.584)
(50.927)
Receita líquida
1.454.684
151.790
1.117.728
2.428.152
173.082
Lucro líquido
68.114
6.362
27.016
84.173
4.528
(i) Empresa incorporada pela subsidiária Contax-Mobitel em 1º de julho de 2014, o saldo acima demonstrado referese ao período findo em 30 de junho de 2014.
15.3. Movimentação dos investimentos diretos em controladas
Controladas diretas
Contax-Mobitel
Ability
Contax 31/12/2014 31/12/2013
a) Participação no capital 31/12/2014
% de participação
100%
100%
–
–
–
Quantidade total de ações
429.751 4.570.585
–
–
–
Quantidade de ações detidas
429.751 4.570.585
–
–
–
b) Informações das controladas em 31/12/2014
–
–
Capital social
435.389
4.571
–
–
–
Patrimônio líquido
302.987
57.294
–
–
–
Reserva especial de ágio
–
49.081
–
–
–
Resultado do exercício
68.114
6.362
–
–
–
c) Saldo do investimento em 31/12/2014:
Saldo no investimento no início do exercício
–
100.008
292.584
392.592
377.001
Equivalência patrimonial
68.114
6.362
27.016
101.492
88.701
Variação cambial de empresas no exterior
464
5
(25.217)
(24.748)
25.631
Incorporação
294.383
–
(294.383)
–
–
Dividendos distribuídos
(59.974)
–
–
(59.974)
(65.463)
Constituição de reserva (i)
–
–
–
–
(41)
Reserva especial de ágio na aquisição de
participação minoritária da controlada TODO
–
–
–
–
(33.237)
Total
302.987
106.375
–
409.362
392.592
(i) Constituição de reserva referente a operação de transferência de controle acionário da controlada Multienlace
para a controlada Stratton Spain.
Os ganhos e perdas decorrentes da variação cambial sobre a conversão dos investimentos nas subsidiárias no
exterior, cuja moeda funcional é o Real, totalizaram R$24.748 em 31 de dezembro de 2014 (R$25.631 em 31 de
dezembro de 2013) e estão reconhecidos no grupo de outros resultados abrangentes no patrimônio líquido.
16. IMOBILIZADO
BR GAAP e IFRS
Consolidado
Taxa média
ponderada
Transferências
Variação
a.a.
(i) Baixas cambial 31/12/2014
31/12/2013 Adições
Custo:
Terrenos
831
226
–
–
–
1.057
Edificações
13.681
–
–
–
–
13.681
Telecom e equipamentos de TI
680.919 21.963
2.192 (12.072) (2.486)
690.516
Benfeitorias em imóveis de
terceiros
418.728 18.015
2.252 (19.045) (2.046)
417.904
Móveis e utensílios
208.045
8.392
1.685
(972) (3.649)
213.501
Equipamentos de transmissão
91.192
2.977
1.348
(243) (4.727)
90.547
Equipamentos de energia
54.471
467
(183)
(20)
(631)
54.104
Equipamentos de climatização
36.977
825
–
–
–
37.802
Imobilizações em andamento
36.870 30.901
(15.318)
(128)
159
52.484
Outros
14.329
267
309
(153)
(89)
14.663
Total
1.556.043 84.033
(7.715) (32.633) (13.469) 1.586.259
Depreciação acumulada:
Edificações
7,00%
(9.452)
(780)
–
–
–
(10.232)
Telecom e equipamentos de TI
17,15%
(564.010) (44.807)
714 12.139
2.273
(593.691)
Instalações em imóveis de
terceiros
22,03%
(243.728) (48.716)
(99) 19.016
1.156
(272.371)
Móveis e utensílios
12,50%
(123.783) (18.559)
361
923
1.661
(139.397)
Equipamentos de transmissão
10,00%
(56.644) (8.119)
(266)
273
3.460
(61.296)
Equipamentos de energia
10,00%
(25.516) (5.626)
–
–
347
(30.795)
Equipamentos de climatização
10,00%
(15.290) (3.561)
–
–
–
(18.851)
Outros
15,00%
(9.209) (2.067)
57
120
48
(11.051)
Total
(1.047.632) (132.235)
767 32.471
8.945 (1.137.684)
Imobilizado líquido
508.411 (48.202)
(6.948)
(162) (4.524)
448.575
(i) Transferência líquida para o intangível no montante de R$6.948.
Em 2 de maio de 2014 a Companhia, em decorrência de uma nova política de gestão do ativo imobilizado,
principalmente nos móveis e utensílios, equipamentos de informática e software, com base no laudo técnico, emitido
por especialista, foi definido nova vida útil para depreciar esses bens na data-base de 30 de abril de 2014. Os efeitos
das mudanças de vida útil registrados no resultado do exercício correspondem a R$11.352.
A mudança da estimativa contábil, de vida útil dos ativos é decorrente da nova forma de gestão e intenção de
utilização desses ativos.
O quadro a seguir demonstra o intervalo de taxas e as taxas médias ponderadas anuais de depreciação, que foram
definidas com base na vida útil econômica dos ativos da Companhia:
Taxa média ponderada anual
Taxas - %
de depreciação - %
Telecom e equipamentos de TI
17,15
14,29 a 20,00
Móveis e utensílios
12,50
12,50
Instalações em imóveis de terceiros
22,03
10,00 a 50,00
Edificações
7,00
4,00 a 10,00
Equipamentos de energia
10,00
10,00
Equipamentos de transmissão
10,00
10,00
Softwares
12,00
10,00 a 14,29
Outros
15,00
10,00 a 20,00
A partir do exercício findo em 31 de dezembro de 2014, a Companhia passou a capitalizar o valor dos juros de
empréstimos, o valor total capitalizado no exercício corresponde a R$3.837. A taxa média ponderada utilizada para
determinar o montante dos juros de empréstimos passíveis de capitalização foi de 10,89% a.a.
Em 31 de dezembro de 2014, a Companhia assumiu compromisso com o BNDES FINAME em decorrência da
aquisição de ativos imobilizados, no montante de R$1.346.
17. INTANGÍVEL
O intangível é composto pelos seguintes itens:
BR GAAP e IFRS
Consolidado
Amortização Saldos em Saldos em
Custo acumulada 31/12/2014 31/12/2013
Ágio
391.863
–
391.863
402.302
Carteira de Clientes - Aquisição Grupo Allus
88.044
(18.156)
69.888
80.534
Carteira de Clientes -Aquisição Contax-Mobitel
45.954
(16.531)
29.423
34.273
Software em desenvolvimento
74.478
–
74.478
25.624
Marcas e patentes
2.276
(187)
2.089
2.068
Marcas - Aquisição Grupo Allus
5.921
(2.918)
3.003
3.427
492.299
(342.500)
149.799
124.174
Sistema de processamento de dados
1.100.835
(380.292)
720.543
672.402
A movimentação do intangível é apresentada a seguir:
31/12/2013 Adições Transferências
Custo:
Ágio
Contax-Mobitel
Ability
TODO
Grupo Allus
Carteira de Clientes - Aquisição Grupo Allus
Carteira de Clientes - Aquisição
Contax-Mobitel
Software em desenvolvimento
Marcas e patentes
Marcas - Aquisição Grupo Allus
Sistema de processamento de dados
Amortização acumulada:
Carteira de clientes - Aquisição Grupo Allus
Carteira de Clientes - Aquisição
Contax-Mobitel
Marcas e patentes
Marcas - Aquisição Grupo Allus
Sistema de processamento de dados
Intangível líquido
Bônus de subscrição sobre debêntures
Total
(i) Prazo médio de vencimento em anos
Série
1º
2º
1º
2º
1º
Única
Data de
emissão
15/12/11
15/12/11
18/09/12
18/09/12
19/09/11
29/08/14
Vencimento
final
15/12/16
15/12/18
15/08/18
15/12/18
19/05/16
29/02/16
Quantidade
emitida
21.264
18.736
126.719
126.719
55
31.000
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
45.954
–
25.624 43.163
2.251
54
6.233
–
439.289 57.624
1.014.644 100.841
–
5.691
–
–
–
5.691
(12.457)
(4.534)
–
(11.681) (4.850)
(183)
(23)
(2.806)
(177)
(315.115) (31.640)
(342.242) (41.224)
672.402 59.617
–
–
–
1.257
1.257
6.948
–
–
–
–
–
–
(10.439)
–
–
–
(10.439)
(4.947)
391.863
31.396
49.081
95.619
215.767
88.044
–
–
45.954
–
–
74.478
–
(29)
2.276
–
(312)
5.921
(545) (4.069)
492.299
(545) (19.796) 1.100.835
–
(1.165)
(18.156)
–
–
–
19
–
65
99
2.899
99
1.818
(446) (17.978)
(16.531)
(187)
(2.918)
(342.500)
(380.292)
720.543
A partir do exercício findo em 31 de dezembro de 2014, a Companhia passou a capitalizar o valor dos juros de
empréstimos, o valor total capitalizado no exercício corresponde a R$3.662. A taxa média ponderada utilizada para
determinar o montante dos juros de empréstimo passíveis de capitalização foi de 10,89% a.a.
Em julho de 2011, a Contax, por meio de incorporação de ações, adquiriu o controle integral da Contax-Mobitel.
O valor de mercado da operação foi de R$118.097 sendo R$31.396, referente ao ágio fundamentado no valor
econômico em função de rentabilidade futura. No balanço incorporado da Contax-Mobitel encontra-se registro de
ágio fundamentado em valor econômico, em função de operação de compra de sua controlada TODO no montante
de R$95.619.
Em setembro de 2010, a Contax adquiriu o controle integral da Ability, pelo montante de R$72.585, dos quais
R$74.365 como ágio fundamentado no seu valor econômico, em função da estimativa de rentabilidade futura do
negócio. Em dezembro de 2010, a Contax transferiu o controle da Ability para a Companhia, por meio de uma cisão
parcial. No processo de cisão foi transferido para a Companhia o valor do ágio líquido do crédito tributário no valor de
R$49.081. O valor de R$25.284 foi reconhecido na Ability como imposto de renda e contribuição social diferidos, no
consolidado, e como investimento no individual.
Em maio de 2011 foi concluída a transferência, nos termos do contrato de compra e venda celebrado entre as partes,
da totalidade das ações de emissão das sociedades que compõem o Grupo Allus para as controladas Contax e
Contax Colômbia, (essa última incorporada pela Multienlace Colômbia, em novembro de 2012), pelo montante de
R$246.262, dos quais R$215.767 como ágio fundamentado no seu valor econômico, em função da estimativa de
rentabilidade futura.
17.1. Alocação do ágio às unidades geradoras de caixa
O valor recuperável é determinado com base no cálculo do valor em uso, utilizando as projeções dos fluxos de caixa
descontados com base em orçamento financeiro de cinco anos aprovado pela Administração.
Para fins de teste de redução ao valor recuperável impairment foram adotadas as premissas apresentadas abaixo:
Unidades geradoras de caixa
Taxa de desconto a.a.
Taxa média de crescimento a.a.
Contact center & BPO
Contax-Mobitel
13,9%
10,0%
Operações Argentina
12,4%
8,9%
Operações Peru
12,3%
11,0%
Operações Colômbia
12,3%
6,7%
Tecnologia & informação
13,9%
10,0%
Trade marketing
13,9%
7,1%
18. DEBÊNTURES
A Companhia vem ao longo dos anos captando recursos por meio da emissão de debêntures visando aumentar o
seu volume de investimentos e promover a readequação do perfil de suas dívidas alongando-as para o longo prazo,
apresenta-se abaixo um quadro resumo com as características pertinentes aos títulos emitidos e ainda vigentes:
Na data da emissão
Tipo de emissão
Pública
Pública
Pública
Pública
Pública
Pública
402.302
31.396
49.081
95.619
226.206
92.991
BR GAAP e IFRS
Consolidado
Variação
Baixas cambial 31/12/2014
P.U. Custo de
emissão emissão Prêmio
10.000
1.159
761
10.000
1.022
670
1.000
658 1.535
1.000
658 1.535
1.000
241
–
10.000
1.345
–
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
Quantidade
em
circulação
21.264
18.736
126.719
126.719
55
31.000
Encargos a.a.
CDI +1,25%
IPCA + 6,8%
IPCA + 6,5%
TJLP + 2,5%
CDI +1,25%
CDI +1,20%
Taxa média
efetiva de
juros a.a. P.M.V.A. (i)
12,16%
1,5
13,69%
4,0
13,15%
3,8
7,50%
2,7
12,11%
1,1
12,40%
1,3
Circulante Não circulante
107.473
106.235
36.648
187.275
22.934
123.997
32.277
84.763
20.995
18.303
12.012
309.851
232.339
830.424
–
472
232.339
830.896
31/12/2014
213.708
223.923
146.931
117.040
39.298
321.863
1.062.763
472
1.063.235
31/12/2013
213.385
210.020
137.832
128.542
58.146
–
747.925
1.427
749.352
continua
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 29
continuação
18.1. Cronograma de vencimentos de endividamento
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
31/12/2014
2015
232.339
2016
466.680
2017
125.631
2018
238.585
1.063.235
Os custos incorridos e os prêmios recebidos com as emissões de debêntures estão sendo amortizados pelo prazo
do contrato, conforme requerido pela Deliberação CVM nº 649/10.
Aos debenturistas detentores dos títulos emitidos em 18 de setembro de 2012, foi outorgado um bônus de subscrição
de ações a ser exercido mediante o pagamento por parte da Companhia das debêntures da 1ª série. Conforme
requerido pela Deliberação CVM nº 604/10, ao bônus de subscrição foi dado o tratamento contábil de derivativo
embutido, haja vista se tratar de instrumento financeiro que outorga o direito de subscrever uma quantidade de
UNITS de emissão da Companhia resultante da divisão entre o valor atualizado das debêntures da 1ª Série ao preço
de R$28,60 (vinte e oito reais e sessenta centavos), ou seja, uma opção de compra.
O valor justo da opção foi determinado a partir do modelo Black & Scholes, as premissas adotadas foram as
seguintes:
Valor das debêntures atualizado no final do exercício;
Preço de exercício do bônus de subscrição da ação;
Quantidade de ações com direito a subscrição;
Prazo de vencimento das debêntures;
Período de volatilidade;
Taxa de volatilidade;
Valor para atualização da opção.
As escrituras de debêntures estabelecem que caso sejam descumpridas as condições descritas abaixo, as debêntures
tornar-se-ão automaticamente vencidas, independentemente de aviso ou notificação judicial ou extrajudicial, a saber:
Pedido de recuperação judicial ou extrajudicial formulado pela Companhia ou por qualquer uma de suas controladas
relevantes independentemente do diferimento do respectivo pedido;
Liquidação ou dissolução da Companhia ou de qualquer uma de suas controladas relevantes;
Cancelamento, revogação ou rescisão de quaisquer documentos referentes às emissões de debêntures, sem a
observância de seus termos;
Sentença transitada em julgado prolatada por qualquer juiz ou tribunal declarando a ilegalidade, nulidade ou
inexequibilidade de qualquer documento referente às emissões de debêntures;
Não pagamento de quaisquer valores devidos aos credores das debêntures nas datas previstas, não sanado no
prazo de 2 dias úteis contados da data devida;
Vencimento antecipado em razão de inadimplemento no pagamento de quaisquer obrigações financeiras da
Companhia ou de qualquer uma de suas controladas relevantes em valor, individual ou agregado, igual ou superior
a R$30.000, sendo certo que será atualizado, anualmente, de acordo com a variação acumulada do Índice Geral de
Preços ao Mercado, emitido pela Fundação Getúlio Vargas (“IGP-M/FGV”), ou seu equivalente em outras moedas,
não sanado em até 15 dias contados de sua ocorrência;
Protesto de títulos contra a Companhia ou de qualquer uma de suas controladas relevantes em valor, individual ou
agregado, igual ou superior a R$30.000, sendo certo que será atualizado, anualmente, de acordo com a variação
Vigência
Início
Vencimento
acumulada do IGP-M/FGV, ou seu equivalente em outras moedas, não sanado em até 30 dias contados de sua
ocorrência; e
Transformação da forma societária da Companhia de sociedade anônima para sociedade limitada.
Adicionalmente, as escrituras de debêntures ainda estabelecem a obrigação da manutenção de índices financeiros
(“covenants”) de forma a evitar a aceleração destas obrigações. Destaca-se que, no caso de inobservância a esta
exigência a aceleração não é automática, devendo a Companhia informar imediatamente ao agente fiduciário que,
por sua vez, no prazo máximo de 5 dias úteis, deverá convocar uma assembleia geral de debenturistas com no
mínimo 2/3 de quórum para deliberar sobre o vencimento antecipado das obrigações contraídas pela Companhia.
No caso de não instalação da assembleia geral de debenturistas o agente fiduciário deverá declarar o vencimento
antecipado das debêntures.
Conforme exposto acima, trimestralmente a Companhia deverá manter os seguinte índices financeiros:
(i) Dívida líquida/ EBITDA igual ou inferior a 3,0 (três) vezes; e
(ii) EBITDA / Despesa financeira líquida igual ou superior a 1,65 (um inteiro e sessenta e cinco centésimos) vez.
Onde:
Dívida líquida: corresponde ao somatório das dívidas onerosas da beneficiária em bases consolidadas, menos as
disponibilidades de curto e longo prazo (somatório do caixa mais aplicações financeiras não restritos);
EBITDA: corresponde ao lucro (prejuízo) operacional, adicionado da depreciação e amortização e diminuído do
resultado financeiro, apurados de forma acumulada nos últimos 12 meses.
Assim sendo, em 31 de dezembro de 2014 e 2013 a Companhia cumpriu com as exigências, conforme
demonstrado abaixo:
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
Debêntures de curto prazo
232.339
71.397
Debêntures de longo prazo
830.896
677.955
Empréstimos e financiamentos de curto prazo
142.430
127.674
Empréstimos e financiamentos de longo prazo
207.099
334.856
Arrendamento financeiro de curto prazo
568
1.219
Arrendamento financeiro de longo prazo
98
750
= Dívida bruta
1.413.430
1.213.851
(–) Saldo de disponibilidades
371.626
383.710
= Dívida líquida
1.041.804
830.141
Lucro operacional antes do IRPJ e CSLL
145.429
95.664
Depreciação e amortização
173.459
207.176
Despesas financeiras, líquidas
93.852
100.702
EBITDA
412.740
403.542
(i) Dívida líquida/ EBITDA igual ou inferior a 3,0
2,52
2,06
(ii) EBITDA / Despesa financeira líquida igual ou superior a 1,65
4,40
4,01
De forma a repassar para suas subsidiárias operacionais os recursos financeiros obtidos com a emissão de
debêntures a Companhia espelhou suas captações para a Contax-Mobitel, configurando como credora nestas
operações, conforme divulgado na nota explicativa 33.
19. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
A composição da posição de empréstimos e financiamentos contraídos pela Companhia e vigentes na data de
encerramento destas demonstrações financeiras está apresentada a seguir:
Encargos
financeiros a.a.
Taxa
efetiva
Objeto
Em moeda nacional
BNDES - expansão da capacidade instalada
BNDES - máquinas e equipamentos
BNDES - capital de giro
BNDES - Prosoft I
BNDES - Prosoft II
BNDES - Prosoft III
BNDES - PSI
Financiamento
03/2010
03/2010
05/2011
09/2012
09/2012
09/2012
10/2014
03/2010
09/2016
09/2016
05/2017
09/2018
09/2018
09/2018
06/2019
03/2015
TJLP + 2,73%
4,50%
TJLP + 2,50%
TJLP + 1,50%
TJLP + 2,50%
TJLP + 0,90%
3,50%
8,50%
Em moeda estrangeira
Capital de Giro - Peru
Capital de Giro - Peru
Capital de Giro - Peru
Capital de Giro - Argentina
Capital de Giro - Argentina
03/2011
03/2010
08/2010
03/2013
–
01/2019
07/2016
12/2018
05/2016
–
4,50%
4,70% a 6,0%
3,60% a 7,70%
15,00%
18,00%
Apresenta-se abaixo um breve descritivo dos contratos de empréstimos e financiamentos vigentes em 31 de
dezembro de 2014:
BNDES – expansão da capacidade instalada: Em março de 2010 a Companhia, por meio da subsidiária integral
Contax S.A., incorporada em 2014, pela também subsidiária integral Contax Mobitel, contraiu um empréstimo junto
ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (“BNDES”) com o objetivo de utilizar os recursos
financeiros na ampliação da capacidade instalada e modernização das instalações, implementação de programas
de qualidade. O valor do principal e os juros serão Liquidados em parcelas mensais e consecutivas com vencimento
final previsto para 15 de setembro de 2016.
BNDES – máquinas e equipamentos: Também em março de 2010 a Companhia, por meio da subsidiária integral
Contax S.A., incorporada em 2014, pela também subsidiária integral Contax Mobitel, contraiu um empréstimo
para aquisição de máquinas e equipamentos nacionais, que se enquadrem nos critérios da Agência Especial de
Financiamento Industrial (“FINAME”). O valor do principal e os juros serão Liquidados em parcelas mensais e
consecutivas com vencimento final previsto para 15 de setembro de 2016.
Para ambos os empréstimos descritos anteriormente, as cláusulas relacionadas à cessão fiduciária de direitos
creditórios e manutenção de índices financeiros contidas neste contrato foram substituídas com anuência do credor,
por carta fiança contratada pela Companhia junto ao Banco Safra S.A., no montante equivalente ao saldo devedor
conforme consta do aditivo contratual celebrado entre as partes em 2 de setembro de 2014.
BNDES – capital de giro: Em 16 de maio de 2011, a subsidiária integral Contax-Mobitel celebrou contrato de
financiamento com o BNDES, na modalidade de capital de giro, cujo vencimento será em 15 de maio de 2017.
BNDES – PROSOFT: No âmbito do Programa BNDES para o Desenvolvimento da Indústria Nacional de Software e
Serviços de Tecnologia da Informação (“PROSOFT”), em setembro de 2012 a Companhia captou três tranches, com
pagamentos mensais e consecutivos, com vencimento final em 15 de setembro de 2018, a saber:
I – Subcrédito “A”: destinado à investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas soluções;
II – Subcrédito “B”: destinado a investimentos na ampliação de posições de atendimento, em infraestrutura, mobiliário
e treinamento; e
III – Subcrédito “C”: destinado a investimentos em projeto de âmbito social designado Projeto Estação do
Conhecimento Contax.
Em garantia aos empréstimos obtidos no âmbito do PROSOFT, a Companhia ofereceu fianças por meio de
Instituições Financeiras.
BNDES – PSI: No âmbito do Programa BNDES de Sustentação do Investimento, em 16 de dezembro de 2014, a
Companhia contraiu empréstimo para aquisição de equipamentos de informática. O vencimento final desta obrigação
está previsto para 15 de junho de 2019. Em garantia ao financiamento, a Contax-Mobitel ofereceu avais e alienação
fiduciária dos equipamentos adquiridos por meio desse contrato. Adicionalmente este contrato prevê condições de
vencimento antecipado relacionadas à manutenção de índices financeiros conforme divulgado no item 19.1.
Financiamento – unidade Recife: Em março de 2010, a Companhia celebrou contrato de financiamento com o Banco
do Nordeste do Brasil S.A., com o objetivo de financiar a implantação de uma nova unidade operacional na cidade
de Recife, no Estado de Pernambuco. O saldo devedor será atualizado por uma taxa fixa de 10% a.a., com bônus de
adimplência de 15%, perfazendo uma taxa efetiva de 8,5% a.a. O principal e os encargos serão pagos mensalmente.
O vencimento final está previsto para março de 2015.
Capital de giro - Peru: Por meio de suas subsidiárias indiretas Allus Peru e Stratton Peru, a Companhia contraiu
empréstimos na modalidade de capital de giro, com vencimento máximo previsto para abril de 2018. Não foram
oferecidas garantias na obtenção destes recursos.
Capital de giro - Argentina: Por meio de sua subsidiária indireta Stratton Argentina, a Companhia contraiu
empréstimos na modalidade de capital de giro, com vencimento máximo previsto para julho de 2016. Não foram
oferecidas garantias na obtenção destes recursos.
Conforme mencionado anteriormente a Companhia contratou junto à instituições financeiras carta fiança para
garantia aos credores das operações de empréstimos e financiamentos. No exercício findo em 31 de dezembro de
2014, os custos relativos a essas fianças totalizaram R$2.162 (R$2.089 em 31 de dezembro de 2013).
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
Circulante
Não circulante
31/12/2014
31/12/2013
7,73%
4,50%
7,50%
6,50%
7,50%
5,90%
3,50%
8,50%
56.617
8.448
5.275
17.179
30.027
1.044
246
4.268
123.104
42.217
6.315
7.416
46.750
81.590
2.844
1.089
–
188.221
98.834
14.763
12.691
63.929
111.617
3.888
1.335
4.268
311.325
155.280
23.196
17.939
68.179
119.034
4.146
–
21.335
409.109
4,50%
6,00%
7,70%
15,30%
–
11.110
434
6.562
1.220
–
19.326
142.430
4.515
178
13.209
976
–
18.878
207.099
15.625
612
19.771
2.196
–
38.204
349.529
14.362
2.056
19.745
16.293
965
53.421
462.530
19.1. Exigência de manutenção de índices financeiros (covenants)
Em decorrência do empréstimo contraído junto ao BNDES no âmbito do Programa BNDES de Sustentação do
Investimento a Companhia, de forma a evitar a aceleração das dívidas contraídas junto a esta instituição, deverá
manter em bases trimestrais os seguintes índices financeiros:
(i) Dívida líquida/ EBITDA igual ou inferior a 3,0 (três) vezes; e
(ii) EBITDA / Despesa financeira líquida igual ou superior a 1,65 (um inteiro e sessenta e cinco centésimos) vez.
Onde:
Dívida líquida: corresponde ao somatório das dívidas onerosas da beneficiária em bases consolidadas, menos as
disponibilidades de curto e longo prazo (somatório do caixa mais aplicações financeiras não restritos).
EBITDA: corresponde ao lucro (prejuízo) operacional, adicionado da depreciação e amortização e diminuído do
resultado financeiro, apurados de forma acumulada nos últimos 12 meses.
Assim sendo, em 31 de dezembro de 2014 e 2013 a Companhia cumpriu com as exigências, conforme
demonstrado abaixo:
BR GAAP e IFRS
Controladora e Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
Debêntures de curto prazo
232.339
71.397
Debêntures de longo prazo
830.896
677.955
Empréstimos e financiamentos de curto prazo
142.430
127.674
Empréstimos e financiamentos de longo prazo
207.099
334.856
Arrendamento financeiro de curto prazo
568
1.219
Arrendamento financeiro de longo prazo
98
750
= Dívida bruta
1.413.430
1.213.851
(–) Saldo de disponibilidades
371.626
383.710
= Dívida líquida
1.041.804
830.141
Lucro operacional antes do IRPJ e CSLL
145.429
95.664
Depreciação e amortização
173.459
207.176
Despesas financeiras, líquidas
93.852
100.702
EBITDA
412.740
403.542
(i) Dívida líquida/ EBITDA igual ou inferior a 3,0
2,52
2,06
(ii) EBITDA / Despesa financeira líquida igual ou superior a 1,65
4,40
4,01
O cronograma de vencimentos do endividamento está apresentado abaixo:
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
2015
142.430
2016
109.944
2017
56.186
2018
40.590
379
2019 em diante
349.529
Garantias:
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
349.529
462.530
Saldo de empréstimos e financiamentos
Garantias vinculadas ao BNDES
Fiança
313.657
218.512
1.346
–
Alienação fiduciária dos bens financiados
315.003
218.512
continua
30 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
continuação
20. FORNECEDORES
Fornecedores nacionais
Terceiros
Partes relacionadas
Fornecedores estrangeiros
Terceiros
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
220
–
220
120
–
120
134.706
3.307
138.013
173.855
7.436
181.291
–
–
19.222
20.572
–
–
19.222
20.572
220
120
157.235
201.863
O saldo de fornecedores com partes relacionadas é constituído pelas empresas do grupo Oi S.A, conforme
apresentado detalhadamente na nota explicativa nº 33.
As contas a pagar à fornecedores não estão sujeitas a incidência de juros e são geralmente Liquidadas no prazo
de 60 dias.
21. SALÁRIOS, ENCARGOS SOCIAIS E BENEFÍCIOS
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
Salários e honorários
103
12
110.474
118.782
Férias provisionadas
–
–
118.450
125.657
Encargos sociais
274
175
41.087
83.320
Benefícios
–
–
8.375
8.470
Gratificações e participações de empregados
–
–
30.237
27.670
–
–
786
580
Outros
377
187
309.409
364.479
22. OBRIGAÇÕES COM ARRENDAMENTO MERCANTIL
A Companhia é arrendatária em diversos contratos que podem ser classificados como arrendamento
operacional ou financeiro.
22.1. Operacional
Os pagamentos mínimos futuros de arrendamentos mercantis operacionais não canceláveis, são apresentados
a seguir:
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
2015
108.320
2016
84.711
2017
65.461
2018
53.508
88.262
2019 em diante
400.262
Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2014, os pagamentos de arrendamentos operacionais reconhecidos
como despesa no exercício totalizaram R$140.036 (R$140.019 em 31 de dezembro 2013).
22.2. Financeiros
A Companhia contrata arrendamentos mercantis financeiros de equipamentos, de informática e imobiliário,
destinados à manutenção de suas atividades.
A Companhia mantém controle dos bens arrendados os quais estão apresentados a seguir:
BR GAAP e IFRS
Consolidado
Taxa média
31/12/2014
31/12/20013
ponderada a.a.
Custo
Veículos
311
311
Máquinas e equipamentos
1.676
2.259
Equipamentos de informática
97
1.023
–
145
Equipamentos de telecomunicação
2.084
3.738
Depreciação acumulada
Veículos
20%
(179)
(116)
Máquinas e equipamentos
33%
(885)
(585)
Equipamentos de informática
20%
(69)
(759)
–
(46)
Equipamentos de telecomunicação
10%
(1.133)
(1.506)
951
2.232
Os pagamentos futuros mínimos obrigatórios estão segregados conforme a seguir e foram registrados no passivo
circulante e não circulante.
A expectativa para os pagamentos dos contratos de arrendamento mercantil em aberto está descrita no quadro a seguir:
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
Valor presente dos
Pagamentos
Juros
pagamentos mínimos
futuros mínimos
2015
568
55
623
2016
75
68
143
23
1
24
2017
666
124
790
As cláusulas dos contratos de ambas as modalidades, no que tange a renovação, reajuste e opção de compra, são
as práticas de mercado. Ademais, não existem cláusulas de pagamentos contingentes ou relativas à restrição de
distribuição de dividendos, pagamentos de juros sobre capital próprio ou captação de dívida adicional.
23.TRIBUTOS A RECOLHER
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
IRPJ e CSLL
–
637
11.196
15.730
ISS
3
3
13.666
9.718
PIS e COFINS
5
–
8.922
11.023
Impostos parcelados (i)
–
–
4.648
3.637
IRRF
1.320
10
4.815
855
39
60
16.170
22.033
Outros tributos a recolher (ii)
1.367
710
59.417
62.996
Circulante
1.367
710
56.234
61.011
Não circulante
–
–
3.183
1.985
(i) Em agosto de 2014, a Companhia aderiu ao programa de recuperação fiscal denominado - REFIS DA COPA,
instituído pelas Leis nº 12.996 em 30 parcelas mensais. O valor da adesão foi de R$2.895 e as amortizações do
parcelamento ocorrerão a partir de janeiro de 2015, momento em que o débito for consolidado. Em setembro de 2009
a Companhia aderiu ao parcelamento previsto na Lei 11.941/2009 em 180 prestações mensais, com o objetivo de
liquidar os valores correspondentes à multa de mora ou de ofício e à juros moratórios, inclusive as relativas a débitos
inscritos em dívida ativa, com a utilização de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativo da contribuição social sobre
o lucro líquido próprios. O saldo a pagar é de R$1.337 e encerrará em setembro de 2024.
(ii) Refere-se basicamente a impostos retidos sobre consignação a favor de terceiros.
24. PROVISÕES PARA RISCOS TRIBUTÁRIOS, CÍVEIS E TRABALHISTAS
A Companhia e suas controladas estão envolvidas em determinados assuntos legais oriundos do curso normal de
seus negócios, que incluem processos cíveis, administrativos, tributários, previdenciários e trabalhistas.
A Companhia classifica os riscos de perda nos processos legais como “prováveis”, “possíveis” ou “remotos”. A
provisão registrada em relação à tais processos é determinada pela Administração da Companhia, com base na
análise de seus assessores jurídicos, e refletem razoavelmente as perdas prováveis estimadas.
No Brasil, a atividade operacional da Companhia a expõe, por meio de ações impetradas por colaboradores
desligados à contingências das quais a matéria em discussão está em fase de regulamentação, com a discussão
do marco regulatório da terceirização. Em 23 de setembro de 2014 ocorreu mais um importante avanço com o
tratamento dado pelo Supremo Tribunal Federal sobre o tema com a decretação do sobrestamento das ações
judiciais que questionam a licitude da terceirização de serviços pelas companhias telefônicas para os prestadores
de serviços especializados, conforme prevista na Lei Geral das Telecomunicações. O sobrestamento decretado
suspende as execuções e recursos das ações judiciais trabalhistas sem decisão definitiva em todas as instâncias até
que seja julgada a repercussão geral.
Atualmente, no Brasil, não se dispõe de legislação específica sobre a terceirização e o Judiciário vem tratando
as discussões sobre o tema através da Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (“TST”), que autoriza a
terceirização de “atividade meio” das empresas.
A Administração da Companhia acredita que a provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas, constituída de
acordo com a Deliberação CVM n° 594/09, é suficiente para cobrir eventuais perdas com processos administrativos
e judiciais, conforme apresentado a seguir. A Companhia e suas controladas.
24.1. Contingências com perdas prováveis
BR GAAP e IFRS
Consolidado
Atualização
31/12/2013
Adições Pagamentos
Reversões
31/12/2014
monetária
Fiscais
99.770
16.464
–
(27.276)
1.286
90.244
Trabalhistas
95.093
40.598
(30.048)
(9.724)
232
96.151
8.035
262
–
(7.428)
(49)
820
Cíveis
202.898
57.324
(30.048)
(44.428)
1.469
187.215
Total
Circulante
24.405
24.421
Não Circulante
178.493
162.794
24.1.1. Tributárias
As contingências tributárias consolidadas e classificadas como perda provável, envolvem principalmente os
seguintes processos:
Multiplicador FAP: a partir de 1º de janeiro de 2010, a Previdência Social do Brasil, por força de lei, instituiu o Fator
Acidentário de Prevenção (“FAP”). O FAP tem como base a dicotomia “bonus - malus” e seu valor varia entre 0,5%
e 2,0% sobre a alíquota do encargo previdenciário referente ao Risco de Acidente de Trabalho (“RAT”), conforme o
maior ou menor grau de investimentos em programas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho e proteção
contra os riscos ambientais do trabalho, respectivamente.
A Contax está questionando, judicialmente, a aplicação do multiplicador FAP, pois há diversas ofensas à Constituição
Federal do Brasil e à legislação ordinária, na metodologia desenvolvida pela Previdência Social do Brasil.
Em 11 de fevereiro de 2010, foi obtida liminar para realização de depósito judicial do montante decorrente da diferença
advinda do multiplicador FAP. Aguarda-se análise do pedido liminar de mérito, para suspensão do pagamento da
referida diferença, até decisão final.
Em 31 de dezembro de 2014, o valor provisionado referente a este risco tributário corresponde a R$83.961 (R$61.708
em 31 de dezembro de 2013).
Imposto sobre Serviços (“ISS”): Em 20 de fevereiro de 2006, a Secretaria da Fazenda do município do Rio de
Janeiro, lavrou auto de infração, que tem como objeto o recolhimento a menor de ISS e o não recolhimento
dos acréscimos moratórios incidentes sobre o pagamento após o vencimento, referente aos períodos
compreendidos entre janeiro de 2000 a julho de 2005. Foi apresentada, por parte da Companhia, impugnação,
a qual foi julgada improcedente, motivo pelo qual a Companhia enviou recurso voluntário, que se encontra
no Conselho de Contribuintes do Município aguardando julgamento. Em 31 de dezembro de 2014, o valor
provisionado referente a este risco tributário corresponde à R$2.201 (R$2.131 em 31 de dezembro de 2013).
Imposto sobre Serviços (“ISS”) na base de cálculo do PIS e da COFINS: Em abril de 2007, a Contax S.A.
ajuizou ação declaratória pleiteando a exclusão do ISS na base de cálculo das parcelas vincendas do PIS e da
COFINS e, sucessivamente, autorizar a compensação dos valores indevidamente recolhidos a este título nos
últimos cinco exercícios.
Em julho de 2008, foi expedida uma decisão favorável a Companhia que passou a não recolher as parcelas
discutidas, entretanto, mantendo o devido provisionamento dos valores envolvidos.
Em 8 de outubro de 2014, o Supremo Tribunal Federal do Brasil julgou um recurso extraordinário de uma ação com
características bastante similares ao pleito da Companhia, dando provimento ao recurso do contribuinte, sendo
esta decisão o principal fator para mudança de prognóstico dos assessores legais da Companhia em relação à
possibilidade de êxito neste pleito, o que acarretou na reversão do valor total provisionado no montante de R$29.532,
sendo, R$21.494 de principal e R$8.038 de atualização monetária. O efeito desta reversão foi registrado na linha de
gerais e administrativas da demonstração do resultado.
24.1.2.Trabalhistas
A Companhia é ré em diversas reclamações trabalhistas individuais em andamento, principalmente relacionadas às
horas extras, equiparação salarial, continuidade de vínculo empregatício, entre outras. Nenhum destes processos
é isoladamente relevante. A Companhia constituiu provisão baseada em informações históricas. Na opinião da
Administração e de seus assessores legais, a provisão é suficiente para fazer face de prováveis perdas.
Em 31 de dezembro de 2014, a Companhia figurava como ré em 25.904 ações trabalhistas (22.152 em 31 de
dezembro de 2013) a provisão constituída com base em histórico de condenações corresponde à R$96.151 em 31
de dezembro de 2014 (R$95.093 em 31 de dezembro de 2013).
24.1.3. Cíveis
A Companhia apresenta processos cíveis, os quais na opinião dos assessores jurídicos, a probabilidade de perda
é possível.
24.2. Contingências classificadas como perdas possíveis
A Companhia possui contingências de natureza tributária, trabalhista, previdenciária e cível, cuja expectativa de perda
avaliada pela Administração e suportada pelos assessores jurídicos está classificada como possível e, portanto,
nenhuma provisão foi constituída. Em 31 de dezembro de 2014 as contingências classificadas com probabilidade de
perda possível, totalizaram R$662.074, sendo: R$285.036 de tributárias e R$377.038 de trabalhistas.
24.2.1.Tributários
As contingências tributárias consolidadas e classificadas como perda possível, envolvem principalmente os
seguintes processos:
Autos de infração: Em outubro de 2012, a subsidiária integral Contax-Mobitel foi autuada pela Receita Federal
do Brasil, no montante de R$44,7 milhões. Os autos de infração recebidos compreendem os anos calendários de
2006 e 2007 e referem-se ao não recolhimento das contribuições previdenciárias e glosa de valores contabilizados
como despesas dedutíveis, para fins de apuração de IRPJ e CSLL, além de multas (obrigações acessórias) e
penalização por realização de campanhas de marketing de incentivo, com o pagamento de bônus a determinados
empregados, mediante a distribuição de cartões corporativos. A Contax-Mobitel impugnou administrativamente os
autos de infração. As impugnações foram julgadas parcialmente procedentes, para reconhecer a decadência parcial
da cobrança. Atualmente, os processos encontram-se no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Dedutibilidade de amortização de ágio decorrente de incorporação: A controlada indireta Multienlace foi autuada
pelo agente fiscal da Colômbia, denominado Dirección de Impuestos y Aduanas Nacionales (“DIAN”) que alega
que as incorporações ocorridas que proporcionaram a amortização do ágio oriundo de aquisições somente tiveram
propósito de redução de carga tributária. O valor envolvido nestas autuações corresponde a R$36.798 em 31 de
dezembro de 2014 (R$19.599 em 31 de dezembro de 2013).
ISS sobre serviços de cobrança: Em 2013, a empresa foi objeto de fiscalização pelo município de Belo Horizonte,
com o objetivo de apurar se parte das atividades realizadas naquele município, ainda que por meio de central de
telemarketing, caracterizariam o serviço do item 17.22 da lista anexa à Lei complementar nº 116/2003 (“cobrança
em geral”), sujeito à alíquota de 5% para o ISS. Em dezembro de 2013, foi lavrado auto de infração para cobrança
da diferença entre as alíquotas de ISS de 2% (serviços de telemarketing) e 5% (serviços de cobrança), referentes
aos períodos compreendidos entre dezembro de 2008 e junho de 2013. Além disso, a fiscalização municipal também
glosou parte dos abatimentos realizados pela empresa a título de doações para incentivos culturais (benefício
fiscal concedido pelo município), sob a alegação de falta de comprovação dos depósitos efetuados em favor dos
produtores das atividades incentivadas. Foi apresentada impugnação, que aguarda julgamento. Em 31 de dezembro
de 2014 o valor envolvido nesta autuação corresponde à R$41.687 (R$38.124 em 31 de dezembro de 2013).
ISS sobre prestação de serviço fora do município: Em 2014, a empresa foi autuada em 32 autos de infração lavrados
pela Prefeitura do Município de São Paulo com o intuito de exigir o ISS supostamente não recolhido, ou recolhido a
menor, ao município em razão de serviços prestados a tomadores localizados em diversos municípios ou no exterior,
referentes aos períodos compreendidos entre janeiro de 2009 a dezembro de 2013. Em 31 de dezembro de 2014 o
valor envolvido nestas autuações corresponde a R$23.545.
Contribuição previdenciária:Refere-se a 3 autos de infração, requerendo a cobrança de contribuições previdenciárias devido
à divergências entre a guia de recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (“FGTS”) e a folha de pagamento
e abono. Em abril de 2014, a Companhia entrou com ação anulatória desses débitos fiscais. Em 31 de dezembro de 2014
o valor envolvido nestas autuações corresponde a R$38.563 (R$29.136 em 31 de dezembro de 2013).
Não recolhimento de contribuições ao SAT: Refere-se a auto de infração sobre suposto descumprimento de acordo
coletivo com o não recolhimento do Seguro de Acidente do Trabalho (“SAT”) sobre abono pago aos funcionários, nos
períodos compreendidos entre julho de 2004 e novembro de 2005. Em 31 de dezembro de 2014 o valor envolvido
nestas autuações corresponde a R$17.811 (R$16.578 em 31 de dezembro de 2013).
25. PATRIMÔNIO LÍQUIDO
25.1. Capital social
Em 31 de dezembro de 2014 e de 2013, o capital subscrito e integralizado era de R$181.637.683,90 (cento e oitenta
e um milhões, seiscentos e trinta e sete mil, seiscentos e oitenta e três reais e noventa centavos), representados por
345.767.870 ações escriturais, nominativas e sem valor nominal, ordinárias e preferenciais, a saber:
Quantidade
Participação do capital
31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014
% 31/12/2013
%
Ordinárias
119.725.707 119.725.707
63.573
35%
63.573
35%
226.042.163 226.042.163
118.065
65%
118.065
65%
Preferenciais
345.767.870 345.767.870
181.638
100%
181.638
100%
As ações preferenciais poderão representar até dois terços do total das ações emitidas pela Companhia, podendo
em sua emissão ser alterada a proporção anterior existente entre ações ordinárias e preferenciais.
A Companhia está autorizada a aumentar seu capital social em até 500.000.000 (quinhentos milhões) de
ações, ordinárias ou preferenciais, independente de reforma estatutária, mediante deliberação do Conselho de
Administração, que fixará as condições da emissão.
continua
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 31
continuação
Ao detentor de cada ação ordinária é conferido o direito a um voto nas assembleias gerais de acionistas da
Companhia. Ressalvadas as exceções previstas em lei, as deliberações da assembleia geral de acionistas são
tomadas por votos de titulares de ações ordinárias. Os votos em branco não são computados.
As ações preferenciais emitidas pela Companhia conferem a seus titulares o direito a voto restrito, exclusivamente
as seguintes matérias: (i) transformação, incorporação, fusão ou cisão da Companhia; (ii) aprovação de contratos
entre a Companhia e o acionista controlador, conforme definido no regulamento do nível 2, diretamente ou por meio
de terceiros, assim como de outras sociedades nas quais o acionista controlador tem interesse, sempre que por
força de disposição legal ou estatutária, sejam deliberados em assembleia geral; (iii) avaliação de bens destinados
à integralização de aumento de capital da Companhia; (iv) escolha de instituição ou empresa especializada para
determinação do valor econômico da Companhia; e (v) alteração ou revogação de dispositivos estatutários que
alterem ou modifiquem quaisquer das exigências previstas no item 4.1 do regulamento do nível 2 da BMF&Bovespa,
devendo tal direito a voto prevalecer enquanto estiver em vigor o contrato de participação no nível 2, sendo-lhes
assegurada prioridade no reembolso em caso de liquidação da Companhia, sem prêmio, e no pagamento de
dividendos mínimos, não cumulativos, de (i) 6% ao ano, sobre o valor resultante da divisão do capital subscrito pelo
número de ações da Companhia ou (ii) 3% do valor do patrimônio líquido da ação, prevalecendo o que for maior
entre estas duas condições.
Os titulares de ações preferenciais poderão adquirir direitos de voto irrestritos a partir do momento em que a
Companhia deixar de pagar dividendos durante 3 anos consecutivos. Os direitos de voto perduram até que os
dividendos sejam devidamente pagos.
Em 2 de abril de 2013, os acionistas, por meio de uma assembleia geral extraordinária, aprovaram a implantação
do programa de emissão de certificados de depósitos de ações (“Units”), onde cada Unit é representativa de 1 ação
ordinária e 4 ações preferenciais de emissão da Contax (“Múltiplos de Ações”) e negociada por meio do código
CTAX11.
Desde a aprovação, foram emitidas 54.384.723 (“Units”).
25.1.1. Composição do capital social por natureza
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
Ações ordinárias
119.725.707
119.725.707
(1.358.300)
(352.011)
Ações em tesouraria
118.367.407
119.373.696
Ações em circulação
25.1.2. Movimentação das ações em circulação
BR GAAP e IFRS
Consolidado
Quantidade de ações em circulação
31/12/2014
31/12/2013
Ações no início do exercício
119.373.696
24.614.786
Cisão CTX Participações
–
4.467.493
Desdobramento
–
117.736.300
Conversão para UNITS
–
(27.444.668)
Compra de ações (tesouraria)
(1.006.289)
(1.407.184)
–
1.406.969
Venda de ações em tesouraria
118.367.407
119.373.696
Ações no final do exercício
25.2. Ações em tesouraria
A Companhia possui 1.358.300 ações de sua própria emissão em tesouraria, com custo médio de R$17,15
(dezessete reais e quinze centavos) por ação, com valor de mercado correspondente a R$14.941. Durante o
exercício findo em 31 de dezembro de 2014, conforme autorizado pelo Conselho de Administração, a Companhia
adquiriu 1.006.289 ações de sua própria emissão a um custo de R$13.985, tendo como objetivo a manutenção das
ações em tesouraria para eventual atendimento ao disposto nos planos de opção de compras de ações.
25.3. Composição do capital social por titularidade
A posição acionária dos maiores acionistas, administradores, membros do Conselho de Administração e Conselho
Fiscal da Companhia é apresentada a seguir:
31/12/2014
31/12/2013
Acionistas
Quantidade
% Quantidade
%
Maiores acionistas
CTX Participações S.A.
66.318.675
55,39 69.486.980
58,04
Fundo Verde - Credit Suisse Hedging Griffo
15.223.290
12,72 15.223.290
12,72
Skopos Investimentos Ltda.
10.692.460
8,93 10.692.460
8,93
Portugal Telecom Brasil
–
–
4.292.096
3,58
AG Telecom Participações
–
–
2.652.644
2,22
LF Tel S.A.
–
–
2.652.644
2,22
Previ
3.902.250
3,26
–
–
Funcep
3.069.598
2,56
–
–
Fundação Atlantico de Seguridade Social
1.094.747
0,91
772.270
0,65
Administradores
Conselho da administração
240.475
0,20
120.575
0,10
Diretoria
24.577
0,02
–
–
Ações em tesouraria
1.358.300
1,13
352.011
0,29
17.801.335
14,88 13.480.737
11,25
Outros
119.725.707
100,00 119.725.707
100,00
A posição acionária dos acionistas detentores de mais de 5% do capital votante é apresentada a seguir:
31/12/2014
31/12/2013
Acionistas
Quantidade
% Quantidade
%
CTX Participações S.A.
66.318.675
55,39 69.486.980
58,04
Fundo Verde - Credit Suisse Hedging Griffo
15.223.290
12,72 15.223.290
12,72
Skopos Investimentos Ltda.
10.692.460
8,93 10.692.460
8,93
27.491.282
22,96 24.322.977
20,31
Outros
119.725.707
100,00 119.725.707
100,00
A Companhia está vinculada à arbitragem na Câmara de Arbitragem do Mercado, conforme Cláusula Compromissória
constante no seu estatuto social.
25.4. Distribuição do lucro
BR GAAP e IFRS
Controladora
31/12/2014
31/12/2013
–
–
Saldo no início do exercício
Lucro atribuível aos acionistas
96.646
102.257
Dividendo mínimo obrigatório
24.162
25.564
72.484
76.693
Reserva estatutária
–
–
Saldo no final do exercício
25.5. Reserva de Capital
A reserva de capital em 31 de dezembro de 2014 apresenta o saldo de R$59.918 (R$59.442 em 31 de
dezembro de 2013), ambos os saldos líquidos do montante de R$33.237, referente ao ágio pago na aquisição
da participação de acionistas não controladores da TODO, ocorrida no exercício findo em 31 de dezembro de
2013.
25.6. Reservas de lucros
O estatuto social da Companhia prevê que a reserva estatutária será constituída com o objetivo de assegurar a
realização de investimentos de interesse da Companhia, bem como para reforçar seu capital de giro.
Conforme aviso aos acionistas emitido em 12 de dezembro de 2014, foram distribuídos dividendos intermediários
no valor de R$76.693, da conta de reserva estatutária, referentes ao exercício de 2013.
A Administração da Companhia deliberou pela destinação de R$72.484 do lucro auferido no exercício para
constituição da reserva estatutária. Conforme facultado pelo art. 193 da Lei 6.404/76, Lei das Sociedades
por Ações.
Como consequência dos atos acima descritos, em 31 de dezembro de 2014 o saldo da reserva estatutária
corresponde a R$72.484 (R$76.693 em 31 de dezembro de 2013).
Conforme facultado pelo art.193, §1º; a Companhia não destinou parte dos lucros auferidos para a reserva legal,
visto que a soma dos saldos da reserva legal e da reserva estatutária ultrapassam o percentual equivalente a
30% do capital social. Em 31 de dezembro de 2014 e 2013 o saldo acumulado da reserva legal corresponde
à R$28.378.
25.7. Remuneração dos acionistas
O estatuto social da Companhia estabelece que as ações preferenciais tenham direito ao recebimento, até o limite
dos lucros e reservas disponíveis, a um dividendo não cumulativo, correspondente ao maior valor apurado entre:
(i) seis por cento do resultado da divisão do capital social subscrito pelo valor total das ações, e
(ii) três por cento do valor patrimonial de cada ação (“dividendo preferencial”), o que for maior entre eles.
Havendo lucro adicional passível de distribuição, a Companhia está obrigada a distribuir a todos os acionistas
um valor igual a, no mínimo, vinte e cinco por cento do lucro líquido ajustado (“dividendo obrigatório”), conforme
requerido pela Lei 6.404/76, Lei das Sociedades por Ações. Desta forma, a Companhia é obrigada a pagar
o dividendo obrigatório aos titulares de ações preferenciais, na medida em que os dividendos de ações
preferenciais forem pagos. O pagamento do dividendo obrigatório poderá se limitar ao lucro líquido realizado do
exercício, contanto que a diferença seja registrada como reserva não realizada.
O lucro líquido registrado como reserva de lucros a realizar, quando realizado e, desde que não seja
compensado por prejuízos de anos subsequentes, deverá ser acrescentado ao primeiro dividendo declarado,
após a respectiva realização.
A Companhia poderá efetuar outras distribuições, na medida em que existirem lucros e reservas disponíveis.
Todas as distribuições acima mencionadas poderão ser realizadas sob a forma de dividendos ou juros sobre
capital próprio.
A remuneração dos acionistas foi determinada conforme apresentado abaixo:
BR GAAP e IFRS
Controladora
31/12/2014
31/12/2013
96.646
102.257
Lucro líquido do exercício
Base de cálculo dos dividendos
96.646
102.257
Dividendo mínimo obrigatório (25,00%)
24.162
25.564
72.484
76.693
Remuneração excedente ao dividendo mínimo obrigatório
96.646
102.257
Remuneração dos acionistas no exercício
Percentual da remuneração sobre a base de cálculo
100,00%
100,00%
Dividendos pagos por ação
0,00082
0,00086
102.044
–
Pagamentos de dividendos relativos à 2013
102.044
–
Pagamentos efetuados no exercício
Nos exercícios de 2014 e 2013 a reserva legal não foi acrescida, pois o saldo da reserva de capital acrescido do
saldo da reserva legal está acima de 30% do capital social, conforme critério adotado pela Companhia.
Os dividendos mínimos obrigatórios estão demonstrados no balanço patrimonial de 31 de dezembro de 2014
como obrigações legais (provisões no passivo circulante).
26. RECEITA OPERACIONAL
A conciliação entre a receita bruta e a receita operacional líquida apresentada na demonstração do resultado
dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 está demonstrada a seguir:
BR GAAP e IFRS
Controladora
31/12/2014
31/12/2013
3.727.967
3.925.149
Receita bruta
Impostos sobre as vendas
COFINS
(97.224)
(107.805)
ISS
(99.331)
(111.881)
INSS
(58.094)
(64.141)
(21.087)
(23.360)
PIS
3.452.231
3.617.962
Receita operacional líquida
27. RESULTADO POR NATUREZA
O Grupo Contax apresentou a demonstração do resultado utilizando uma classificação dos custos e das
despesas baseada na sua função. As informações sobre a natureza desses custos e despesas, reconhecidos
na demonstração do resultado são apresentadas a seguir:
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
31/12/2014
31/12/2013
Custos dos serviços prestados
Contingências
–
–
38.161
23.817
Serviços de terceiros
–
–
191.903
275.056
Depreciação/amortização
–
–
144.546
178.335
Salários e benefícios a empregados
–
–
2.291.647
2.355.309
Energia elétrica
–
–
62.704
60.341
Aluguéis e seguros
–
–
154.726
151.476
Marketing, patrocínios, doações
–
–
1.758
2.983
–
–
14.133
26.424
Outros
–
–
2.899.578
3.073.741
Despesas com vendas
Serviços de terceiros
–
–
5.570
2.662
Depreciação/amortização
–
–
4
–
Salários e benefícios a empregados
–
–
4.915
10.556
Marketing, patrocínios, doações
–
–
7.009
6.838
–
–
46
1
Outros
–
–
17.544
20.057
Despesas administrativas
Contingências
131
–
19.117
19.555
Serviços de terceiros
1.421
2.006
68.343
88.973
Depreciação/amortização
–
–
28.909
28.841
Salários e benefícios a empregados
278
300
163.365
151.914
Honorários
1.298
1.404
1.298
1.404
Energia elétrica
–
–
2.456
1.959
Aluguéis e seguros
114
105
16.693
14.646
Marketing, patrocínios, doações
520
628
13.721
2.680
13
9
4.917
3.533
Outros
3.775
4.452
318.819
313.505
Pagamento baseado em ações
476
(2.131)
476
(2.131)
Remuneração baseada em ações
476
(2.131)
476
(2.131)
28. OUTRAS (DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS, LÍQUIDAS
BR GAAP
BR GAAP e IFRS
Controladora
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
31/12/2014
31/12/2013
Receitas
Reversões de provisão para contingências
–
–
28.415
1.162
Despesas recuperadas
168
–
21.609
15.427
Venda de imobilizado
–
–
25
–
–
–
214
3.457
Outros
168
–
50.263
20.046
Despesas
Provisões para contingências
–
–
(2.982)
(4.555)
IPTU
–
–
(7.165)
(7.743)
Custo de imobilizado baixado
–
–
–
(2.585)
(191)
(75)
(16.649)
(21.587)
Outros
(191)
(75)
(26.796)
(36.470)
(23)
(75)
23.467
(16.424)
29. DESPESAS COM REMUNERAÇÃO DE COLABORADORES
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
1.405.048
1.434.072
Remuneração fixa
Encargos sociais
528.507
534.374
Benefícios
254.713
282.240
Participação dos empregados nos lucros
24.114
27.536
Remuneração variável
193.398
169.561
476
(2.131)
Pagamento baseado em ações
55.445
71.400
Outros
2.461.701
2.517.052
continua
32 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
continuação
30. RECEITAS (DESPESAS) FINANCEIRAS, LÍQUIDAS
31/12/2014
Receitas financeiras:
Rendimento de aplicações financeiras (i)
Juros e atualização monetárias sobre outros
ativos
Instrumentos financeiros (ii)
Outros
Ajuste valor justo – conversibilidade debêntures
Juros sobre debêntures
1.557
1.985
–
–
955
97.819
102.316
31/12/2014
Despesas financeiras:
Juros sobre debêntures
Juros sobre financiamento
Juros e variações monetárias sobre outros
passivos
Outras despesas financeiras
Comissão carta de fiança
Juros e atualização monetária de contingências
Instrumentos financeiros
(99.514)
–
BR GAAP
Controladora
31/12/2013
3.102
657
25.516
87
6.452
65.332
101.146
BR GAAP
Controladora
31/12/2013
(78.019)
(5)
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
29.094
18.925
15.018
6.617
10.470
25.270
8.936
4.453
955
6.452
–
–
64.473
61.717
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
(99.514)
(23.671)
(78.148)
(33.683)
(1.013)
(25)
(19.316)
(18.582)
(3.652)
(290)
(9.835)
(5.035)
(960)
(954)
(4.519)
(4.688)
–
–
(1.470)
(6.194)
–
–
–
(16.089)
(105.139)
(79.293)
(158.325)
(162.419)
(i) Os rendimentos com aplicações financeiras no consolidado apresentaram aumento em virtude de um maior
volume de caixa no exercício.
(ii) Refere-se a marcação a mercado da contraprestação contingente decorrente da aquisição dos acionistas
minoritários da TODO no exercício de 2014 e da Ability no exercício de 2013.
31. LUCRO POR AÇÃO
O estatuto social da Companhia assegura aos acionistas detentores de ações preferenciais a seguinte
vantagem, entre outras: pagamento de dividendos mínimos, não cumulativos, de:
(a) 6% (seis por cento) ao ano, sobre o valor resultante da divisão do capital subscrito pelo número de ações
da Companhia; ou
(b) 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação;
Prevalecendo o que for maior entre (a) e (b).
O lucro por ação foi calculado observando-se os requerimentos da Deliberação CVM nº 553/08, bem como
as disposições do estatuto social da Companhia e da Lei das Sociedades por Ações, conforme demonstrado
abaixo:
BR GAAP e IFRS
Controladora
31/12/2014
31/12/2013
Numerador
Lucro líquido do período
96.646
102.257
Dividendo preferencial conforme estatuto social
11.873
13.147
(1)
15.796
16.712
Dividendo preferencial inserido no dividendo mínimo obrigatório
(1)
Como a parcela dos dividendos mínimos obrigatórios destinados aos acionistas detentores de ações
preferenciais é superior ao mínimo inserido no estatuto social, este último não afeta a distribuição do lucro
gerado no ano.
Lucro a ser distribuído
96.646
102.257
Ações ordinárias emitidas
119.725.707 35% 119.725.707 35%
226.042.163 65% 226.042.163 65%
Ações preferenciais emitidas
345.767.870 100% 345.767.870 100%
Numerador por tipo de ação:
Ações ordinárias
33.465
35.408
Ações preferenciais
63.181
66.849
Número médio ponderado de ações em circulação – básico
Ações ordinárias
118.122.497
127.617.315
Ações preferenciais
224.909.489
214.529.403
Lucro líquido por ação – básico em R$
Ações ordinárias
0,28331
0,27745
Ações preferenciais
0,28092
0,31161
Número de ações potenciais
Ações ordinárias
100.573
1.340.000
Ações preferenciais
402.292
–
Número médio ponderado de ações em circulação diluído
Ações ordinárias
118.223.070
128.957.315
Ações preferenciais
225.311.781
214.529.403
Lucro líquido por ação – diluído em R$
Ações ordinárias
0,28306
0,27457
Ações preferenciais
0,28042
0,31161
32. PAGAMENTOS BASEADOS EM AÇÕES
As opções de compra de ações da Companhia têm como objetivo a outorga de opção para subscrição UNITS.
O plano foi criado com o objetivo de atrair executivos altamente qualificados, para a Companhia, bem como
incentivar o desempenho e favorecer a retenção dos executivos, que uma vez beneficiados pelos resultados
para os quais tenham contribuído, constituirão um maior alinhamento de interesses com os acionistas e um
consequente compartilhamento de riscos do mercado de capitais.
Os planos constituem negócio oneroso de natureza exclusivamente civil e não criam qualquer obrigação de
natureza trabalhista ou previdenciária entre a Companhia e os beneficiários.
O Plano será administrado pelo Conselho de Administração ou, por opção deste, por um Comitê de Gestão de
Pessoas que será composto por três membros do Conselho de Administração, sendo pelo menos um deles
necessariamente membro efetivo do mesmo Conselho, o Diretor Presidente da Companhia e um membro externo.
Os membros do Conselho de Administração ficam impedidos de votar nas deliberações relativas a Programas
nos quais sejam contemplados como beneficiários.
Para atender ao exercício das opções, a Companhia poderá emitir novas ações ou utilizar ações mantidas em
tesouraria.
A posição das opções outorgadas em aberto em 31 de dezembro de 2014 está demonstrada a seguir:
Data
Quantidade
Outorga
Cotação
em
Início do Final do
Opções
Opções Valor justo Preço de
Plano Instrumento Outorga exercício exercício outorgadas em aberto da opção exercício 31/12/2014
1º Plano CTAX3
14/11/2012 14/11/2012 14/11/2018
1.340.000 1.340.000
3,72
3,80
3,99
2º Plano CTAX11
07/05/2014 07/05/2015 06/05/2020
100.573
100.573
16,80
16,87
11,00
Não ocorreram exercícios, prescrição ou perdas (forfeit) de opções de ações durante o exercício findo em 31
de dezembro de 2014. A posição comparativa de opções em aberto na data destas demonstrações financeiras
está apresentada a seguir:
Quantidade
31/12/2014
31/12/2013
Plano 1
1.340.000
1.340.000
Plano 2
100.573
–
No resultado do exercício findo em 31 de dezembro de 2014, foi reconhecida uma despesa de R$476 (R$2.131
de reversão em 31 de dezembro de 2013).
33. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS
No curso das operações da Companhia, direito e obrigações são contraídos entre partes relacionadas, oriundos
de serviços prestados, transferência de recursos financeiros de forma onerosa, etc. Tais direitos e obrigações
são necessariamente pactuados em condições normais de mercado para operações semelhantes, baseadas
em contrato.
Todos os direitos entre controladora e controladas foram divulgados, assim como da Companhia e suas
controladas com partes relacionadas não consolidadas nestas demonstrações financeiras.
Todas as transações entre as partes relacionadas consolidadas foram eliminadas para elaboração das
demonstrações financeiras consolidadas.
33.1. Transações com partes relacionadas consolidadas
A Companhia repassou os recursos financeiros obtidos por meio da emissão de debêntures às suas subsidiárias
integrais Contax-Mobitel e Ability.
Os saldos referentes a esses repasses de recursos estão apresentados abaixo:
BR GAAP
Controladora
Quantidade Valor na Encargos
Saldo em:
Data de de títulos em data de financeiros Receita de juros:
Contraparte
Séries emissão
circulação emissão
atuais 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013
Contax Mobitel 3ª Série 02/08/2011
1.660 16.600 105% CDI
2.319
1.486
22.897
20.573
Contax Mobitel 4ª Série 03/01/2012
36.000 360.000 118% CDI
50.692
34.737
442.591
432.990
Contax Mobitel 5ª Série 05/01/2012
4.000 40.000 118% CDI
6.245
3.892
54.359
48.159
Contax Mobitel 6ª Série 11/10/2012
7.500 75.000 IPCA + 6,5%
10.730
13.917
88.736
83.258
Contax Mobitel 6ª Série 11/10/2012
7.500 75.000 TJLP + 2,5%
5.463
5.116
68.971
75.651
Contax Mobitel 7ª Série 19/02/2013
1.750 17.500 IPCA + 6,5%
2.504
3.237
20.705
19.427
Contax Mobitel 7ª Série 19/02/2013
1.750 17.500 TJLP + 2,5%
1.275
1.193
16.093
17.652
Contax Mobitel 8ª Série 20/03/2013
500
5.000 IPCA + 6,5%
715
967
5.916
5.551
Contax Mobitel 8ª Série 20/03/2013
500
5.000 TJLP + 2,5%
364
365
4.598
5.043
Contax Mobitel 9ª Série 29/11/2013
2.913 29.193 TJLP + 2,5%
3.357
188
26.787
29.382
Contax Mobitel 9ª Série 29/11/2013
29.129 29.323 IPCA + 6,5%
2.010
234
30.451
29.556
Contax Mobitel 10ª Série 09/09/2014
31.000 310.000 CDI + 1,20%
12.145
–
321.797
–
Contax
Única 01/02/2012
3.624
3.624
–
–
–
–
3.624
Contax
Única 20/06/2012
3.873
3.873 100% CDI
–
–
–
4.346
166
7
1.702
1.536
Ability
Única 12/12/2013
1.529
1.529 100% CDI
97.985
65.339 1.105.603
776.748
33.2. Outras partes relacionadas
Outras partes relacionadas que não fazem parte das demonstrações financeiras consolidadas figuram como
clientes e fornecedores da Companhia no curso normal de suas operações.
A Oi S.A. e suas subsidiárias são consideradas partes relacionadas da Companhia por serem controladas pelos
mesmos grupos de acionistas (grupo de controle), mesmo essa relação se dando de forma indireta por meio da
controladora CTX Participações S.A.
Os saldos referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2014 e 2013 das operações com esses clientes
e fornecedores estão apresentados a seguir:
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
Ativo
Passivo
Ativo
Passivo
Crédito a
Crédito a
Contas a
Contas a
receber –
receber –
receber contingência (i) Fornecedores receber contingência (i) Fornecedores
Oi Fixa
Oi Móvel
Oi S.A.
Brasil Telecom Móvel
Brasil Telecom Multimídia
Iguatemi
Paggo Administradora de
Crédito
PT Sistemas de Informação
Total
32.026
5.992
1.587
–
–
4.082
7.780
–
–
–
–
–
(3.307)
–
–
–
–
–
18.743
14.430
5.055
1.058
–
47
7.780
–
–
–
–
–
(6.365)
(483)
(262)
–
(1)
–
41
–
43.728
–
–
7.780
–
–
(3.307)
251
–
39.584
–
–
7.780
–
(325)
(7.436)
(i) De acordo com o contrato de prestação de serviços firmado entre a Oi Fixa e a Contax, foi definido que ações
de natureza trabalhista, originadas por migração de contratos de trabalho são de responsabilidade daquela
entidade, cujo montante foi registrado em contrapartida de “Créditos a receber”. O montante de contingência
trabalhista de responsabilidade da Oi Fixa é de R$7.780 (R$7.780 em 31 de dezembro de 2013).
Os saldos referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2014 e 2013 das operações com esse cliente e
fornecedores que figuram na demonstração de resultado da Companhia estão apresentados a seguir:
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
31/12/2013
Receita de Custo dos Receita de
Receita com Custo dos
serviços
serviços
serviços
vendas
serviços
Oi Fixa
1.029.931
(28.658)
963.891
–
(26.460)
Oi Internet
30.927
–
26.541
–
–
Oi Móvel
292.076
(1.730)
507.541
2.764
(2.963)
Oi S.A.
82.771
(738)
86.423
–
(804)
Brasil Telecom Móvel
197.584
(654)
68.122
–
(36)
Brasil Telecom Multimídia
–
–
–
–
(1)
Iguatemi
540
–
479
–
–
Paggo Administradora de Crédito
618
–
2.677
–
–
Paggo Soluções
–
–
127
–
–
–
–
–
–
381
PT Sistemas de Informação
1.634.447
(31.780)
1.655.801
2.764
(29.883)
Total
Em 5 de maio de 2014, no contexto da operação de união das atividades, negócios e das bases acionárias
da Oi S.A. e da Portugal Telecom, houve uma transferência de participação societária até então detida pela
Portugal Telecom na Companhia para as empresas dos grupos Andrade Gutierrez e Jereissati. Em razão disso,
a Portugal Telecom deixou de participar, direta ou indiretamente do grupo de controle da Companhia.
A Companhia presta diversos serviços à Oi S.A. e suas subsidiárias. As operações da Oi S.A. e de suas
subsidiárias incluem terminais de telefonia fixa, serviços de longa distância, serviços móveis, bem como
banda larga e serviços de voz e dados para pessoas jurídicas. Assim sendo, a Companhia presta serviços de
atendimento aos consumidores de sua parte relacionada, incluindo esforços de retenção e cobrança.
A Oi S.A. e suas subsidiárias, por sua vez, são os principais prestadores de serviços de telecomunicações
contratados pela Contax. Esses serviços compreendem: serviço telefônico fixo comutado, serviços de telefonia
móvel, longa distância/chamadas gratuitas, dados, entre outros; tornando-se assim um fornecedor relevante
para as operações da Companhia. Na hipótese, da Oi S.A. e suas subsidiárias se tornem incapazes de prestar
tais serviços ou resolvessem rescindir a prestação dos aludidos serviços, a Administração da Companhia
entende que seria possível obter a prestação dos referidos serviços de outro prestador com um impacto mínimo
nos seus negócios e atividades.
33.3. Avais concedidos
Em 31 de dezembro de 2014 não há avais concedidos em nome de partes relacionadas.
33.4. Remuneração dos administradores
O pessoal-chave da Administração inclui os conselheiros e os membros da diretoria executiva. Em 31 de
dezembro de 2014 este grupo está composto por 22 profissionais (25 profissionais em 31 de dezembro
de 2013).
continua
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 33
continuação
O total da despesa com remuneração e benefícios à esses profissionais, estão apresentados a seguir:
31/12/2014
31/12/2013
Salários e encargos
3.427
2.817
Honorários
1.298
1.404
Participação nos lucros
572
3.321
476
361
Plano de opção de compra de ações
5.773
7.903
O valor da participação nos lucros pago a cada diretor em qualquer exercício social está relacionado
principalmente ao desempenho da Companhia e na avaliação de desempenho individual.
Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2014 e 2013, o Grupo Contax não concedeu empréstimos de
curto prazo, tampouco concedeu garantias em nome dos profissionais que compõem o pessoal-chave ou de
membros de suas respectivas famílias.
Os membros suplentes do Conselho de Administração e Conselho Fiscal são remunerados de acordo com suas
participações nas reuniões, não têm vínculo empregatício com a Companhia e não prestam serviços a esta de
qualquer natureza.
34. COBERTURA DE SEGUROS
O Grupo Contax possui um programa corporativo de gerenciamento de riscos com o objetivo de delimitar riscos,
buscando no mercado coberturas compatíveis com o porte de suas operações. As coberturas foram contratadas
por montantes considerados suficientes pela Administração para cobrir eventuais sinistros, considerando a
natureza de sua atividade, os riscos envolvidos em suas operações e a orientação de seus consultores de
seguros, garantindo a integridade patrimonial e a continuidade operacional do Grupo Contax. Todas as apólices
de seguro do Grupo Contax são renováveis automaticamente.
Em 31 de dezembro de 2014, a cobertura de seguros para o Grupo Contax, estão contratadas conforme
demonstrados no quadro ao lado:
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
MEMBROS EFETIVOS:
MEMBROS SUPLENTES:
Fernando Antonio Pimentel Melo
Cristiano Yazbek Pereira
Alexandre Jereissati Legey
Renato Torres Faria
Armando Galhardo Nunes Guerra Junior
Marcio de Araújo Faria
BR GAAP e IFRS
Consolidado
31/12/2014
Vencimento
15/07/2015
14/08/2015
14/08/2015
Bens segurados
Importâncias seguradas
Responsabilidade civil de diretores e administradores
50.000
Patrimônio / Lucros cessantes
200.000
Responsabilidade civil geral
10.000
35. EVENTOS SUBSEQUENTES
35.1. Alteração de alíquota para recolhimento da contribuição previdenciária patronal
Em 26 de fevereiro de 2015, o Governo Federal do Brasil, promulgou a Medida Provisória MP 669/15, que
alterou a alíquota para determinação da contribuição previdenciária patronal de 2% para 4,5% sobre a receita
bruta excluída as vendas canceladas e os descontos incondicionais, a partir do mês de junho de 2015.
Como consequência desse incremento na alíquota, a Companhia deverá optar no mês de junho se manterá a
adesão pela opção de tributação substitutiva ou se voltará a recolher tal contribuição pelo valor correspondente
a 20% sobre salário, férias e 13º salário. Atualmente a Companhia está desenvolvendo estudos internos para
avaliar os impactos da MP 669/15 e optar pelo método menos oneroso aos seus negócios.
35.2. Redução atípica na receita auferida junto a Oi S.A.
A Administração tem observado, a partir de janeiro de 2015, uma queda atípica na prestação de serviços e
consequentemente na receita auferida junto à Oi S.A., dentro dos limites previstos contratualmente, em
comparação com a média do último trimestre de 2014. A Administração monitora constantemente os fluxos
de caixa esperados valendo–se de sua Política de Risco e tem envidado esforços na mitigação dos efeitos da
redução de faturamento nas operações da Oi S.A. por meio da busca de novos negócios e redução de despesas.
36. APROVAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
As demonstrações financeiras foram aprovadas e sua emissão autorizada pelo Conselho de Administração em
5 de março de 2015, bem como pela Diretoria Executiva em 5 de março de 2015.
DIRETORIA
Carlos Henrique Zanvettor
Diretor Presidente
José Roberto Beraldo
Diretor de Finanças e Relações com Investidores
Carlos Jereissati
Maurício Pereira Ignácio
Diretor
Rafael Cardoso Cordeiro
André Sant’Anna de Valadares
Rogério Ziviani
Manuel Jeremias Leite Caldas
Pedro Luiz Cerize
Marcelo Cerize
Ibrahim José Jamhour
Diretor
CONSELHO FISCAL
MEMBROS EFETIVOS:
MEMBROS SUPLENTES:
Aparecido Carlos Correia Galdino
Sidnei Nunes
Marco Tulio de Oliveira Alves
Newton Brandão Ferraz Ramos
Marcio Magno de Abreu
Sérgio Bernstein
Wander Rodrigues Teles
Wancler Ferreira da Silva
Bruno Cabral Bergamasco
José Luiz Montans Anacleto
DIRETORA GLOBAL DE CONTROLADORIA
Renata Bandeira Gomes do Nascimento
GERENTE DE CONTROLADORIA
Paulo César Picolli
CONTADOR
Moacir Pereira da Silva
CRC RJ-078603/O-9
CPF nº 590.911.427–15
DECLARAÇÃO DOS DIRETORES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Em atendimento ao disposto nos incisos V e VI do artigo 25 da Instrução CVM nº 480/09, a diretoria executiva
da Contax Participações S.A., declara que:
revisaram, discutiram e concordam com as demonstrações financeiras da Companhia do exercício social findo
em 31/12/14; e
revisaram, discutiram e concordam com as opiniões expressas no relatório da KPMG Auditores Independentes,
relativamente às demonstrações financeiras da Companhia do exercício social findo em 31/12/14.
Rio de Janeiro, 05 de março de 2015.
Carlos Henrique Zanvettor
Diretor Presidente
José Roberto Beraldo
Renata Bandeira Gomes do Nascimento
Diretor de Finanças e Relações com Investidores
Diretora Global de Controladoria
Maurício Pereira Ignácio
Diretor
Ibrahim José Jamhour
Diretor
DECLARAÇÃO DA DIRETORIA SOBRE O PARECER DOS AUDITORES
Em conformidade com o inciso V do artigo 25 da Instrução CVM Nº 480, de 7 de dezembro de 2009, a Diretoria declara que revisou, discutiu e concordou com o relatório dos auditores independentes sobre as Demonstrações
Financeiras referentes ao exercício de 2014. Rio de Janeiro, 05 de Março de 2015.
Carlos Henrique Zanvettor
Diretor Presidente
José Roberto Beraldo
Renata Bandeira Gomes do Nascimento
Diretor de Finanças e Relações com Investidores
Diretora Global de Controladoria
Maurício Pereira Ignácio
Ibrahim José Jamhour
Diretor
Diretor
PARECER DO CONSELHO FISCAL
O Conselho Fiscal da CONTAX PARTICIPAÇÕES S.A., em conformidade com as atribuições dispostas nos
incisos II e VII do Art. 163 da Lei 6.404/76, examinou as Demonstrações Financeiras, o Balanço Patrimonial,
a Proposta de distribuição de dividendos da Companhia, o relatório anual da administração e os demais
demonstrativos elaborados pela Companhia, relativos ao exercício findo em 31 de dezembro de 2014. Com
base nos documentos examinados e nos esclarecimentos prestados pelos representantes da Companhia e
da KPMG Auditores Independentes, os membros do Conselho abaixo assinados concluíram que as referidas
Demonstrações Financeiras expressam adequadamente a situação financeira e patrimonial da Companhia. Em
consonância com o disposto no Art. 163 da Lei 6.404/76, opinaram favoravelmente quanto ao encaminhamento
dos referidos documentos para aprovação pela Assembleia Geral Ordinária de acionistas da Contax
Participações S.A, que será realizada até o dia 30 de abril de 2015.
Rio de Janeiro, 05 de março de 2015.
Marco Túlio de Oliveira Alves
Presidente do Conselho
Aparecido Carlos Correia Galdino
Membro do Conselho
Wander Rodrigues Teles
Membro do Conselho
Marcio Magno de Abreu
Membro do Conselho
Bruno Cabral Bergamasco
Membro do Conselho
RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Ao Conselho de Administração e Acionistas da
Contax Participações S.A.
Rio de Janeiro - RJ
Examinamos as demonstrações financeiras individuais e consolidadas da Contax Participações S.A
(“Companhia”), identificadas como Controladora e Consolidado, respectivamente, que compreendem o balanço
patrimonial em 31 de dezembro de 2014 e as respectivas demonstrações do resultado, do resultado abrangente,
das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, para o exercício findo naquela data, assim como o
resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas.
Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras
A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações
financeiras individuais de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e das demonstrações
financeiras consolidadas de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) emitidas pelo
International Accounting Standards Board – IASB, e de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil,
assim como pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração dessas
demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro.
Responsabilidade dos auditores independentes
Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras com base em
nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas
requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com
o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras estão livres de distorção relevante.
Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito
dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos selecionados
dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações
financeiras, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera
os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras
da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não
para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria
inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas
contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras
tomadas em conjunto.
Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião.
Opinião sobre as demonstrações financeiras individuais
Em nossa opinião, as demonstrações financeiras individuais acima referidas apresentam adequadamente,
em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Contax Participações S.A. em 31 de
dezembro de 2014, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela
data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
Opinião sobre as demonstrações financeiras consolidadas
Em nossa opinião as demonstrações financeiras consolidadas acima referidas apresentam adequadamente, em
todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira consolidada da Contax Participações S.A. em
31 de dezembro de 2014, o desempenho consolidado de suas operações e os seus fluxos de caixa consolidados
para o exercício findo naquela data, de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS)
emitidas pelo International Accounting Standards Board – IASB e as práticas contábeis adotadas no Brasil.
Outros assuntos
Demonstrações do valor adicionado
Examinamos, também, as demonstrações, individual e consolidada, do valor adicionado (DVA), referentes
ao exercício findo em 31 de dezembro de 2014, elaboradas sob a responsabilidade da administração da
Companhia, cuja apresentação é requerida pela legislação societária brasileira para companhias abertas, e
como informação suplementar pelas IFRS que não requerem a apresentação da DVA. Essas demonstrações
foram submetidas aos mesmos procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião,
estão adequadamente apresentadas, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações
financeiras tomadas em conjunto.
Rio de Janeiro, 05 de março de 2015
KPMG Auditores Independentes
CRC SP-014428/O-6 F-RJ
Carla Bellangero
Contadora CRC RJ-196751/O.
34 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
▲
EMPRESAS
TELECOMUNICAÇÕES
Oi convoca assembleia para o dia 26
A Oi informou na segunda-feira à noite a convocação de uma
assembleia de acionistas para 26 de março, com o objetivo de votar os
contratos de permuta de ações e de opção de compra assinados pela
companhia e a Portugal Telecom. A permuta faz parte do acordo
fechado entre as empresas para viabilizar a fusão, após o escândalo da
Rioforte, que resultou em prejuízo de ¤ 897 milhões para a PT. Redação
Marcela Beltrão
“
Hoje, nós temos
resiliência para
enfrentar a crise.
Construímos uma base
de 500 mil clientes, de
todos os portes, e não
temos uma
dependência extrema
de nenhum setor”
Cleber Morais
Presidente da Bematech
Preparada para driblar a crise
Bematech diversifica base de clientes com atuação em setores ligados ao consumo, como varejo, hotelaria e
restaurantes, para contornar cenário econômico adverso. Empresa registrou Ebitda de R$ 88,2 milhões em 2014
Moacir Drska
[email protected]
São Paulo
Após fechar 2014 com o melhor resultado anual de sua história, a
brasileira Bematech tem pela frente um cenário desafiador para
prosseguir em sua trilha de expansão. Conhecida pela oferta de automação comercial para os setores do varejo, de hotelaria e de restaurantes — diretamente ligados
ao consumo —, a empresa já escolheu, no entanto, as armas para
enfrentar os impactos do contexto econômico nesses segmentos.
E a estratégia será justamente reforçar os pilares que sustentaram
a trajetória recente de 13 trimestres consecutivos de expansão da
receita na companhia: a diversificação da atuação; a incorporação
de novas tecnologias ao portfólio
de equipamentos, softwares e serviços; e as parcerias para ampliar
a capilaridade no mercado.
“Esse será um ano muito difícil, especialmente para o varejo,
dada a redução do crédito e da
confiança do consumidor. Mas hoje temos diversificação e resiliência para enfrentar a crise. Cons-
truímos uma base de 500 mil
clientes, de todos os portes, e não
temos uma dependência extrema
de nenhum setor”, diz Cleber Morais, presidente da Bematech.
“Os setores de hotelaria e de restaurantes ainda têm demanda
aquecida e mesmo no varejo, que
é extremamente segmentado, há
boas oportunidades para ampliarmos nossa presença nos clientes
e, ao mesmo tempo, conquistar
novos contratos”, observa.
Um dos pontos que explicam a
confiança da Bematech é o investimento em novas ofertas e tecnologias, especialmente em áreas como soluções fiscais, mobilidade,
computação em nuvem e meios de
pagamento. Um dos destaques dessa abordagem foi uma parceria para o lançamento, em dezembro, de
uma plataforma móvel de automação comercial totalmente integrada à Rede, empresa de pagamentos eletrônicos do Itaú Unibanco.
“Com a nuvem e um modelo de pagamento como serviço, com taxas
recorrentes, a ideia é facilitar o
acesso do pequeno e médio varejista a uma solução de ponta a ponta.
Já estamos colhendo os primeiros
resultados dessa parceria”.
NÚMEROS
R$ 426,5mi
Foi a receita líquida reportada pela
Bematech em 2014, o que
representou um crescimento de
16,5% sobre o desempenho da
companhia em 2013
25,9%
Foi o salto do lucro líquido da
companhia no período, para R$ 54
milhões. A empresa fechou o ano
com uma geração de caixa de R$
117,5 milhões
Com um aporte de R$ 17 milhões em pesquisa e desenvolvimento em 2014, a questão da inovação permeou a atuação da Bematech em todos os segmentos. Para os
restaurantes, uma das apostas foi o
lançamento de soluções móveis para acelerar processos como pedidos e comandas. A mesma abordagem foi aplicada na oferta de tecnologias para aprimorar o atendimen-
to em hotéis e no setor de transportes, que compõem a base da atuação da companhia em hotelaria.
Nesses dois setores, Morais destaca que a visão mais otimista está
diretamente ligada a fatores como
a expansão das franquias de restaurantes e de fast food, e das redes de
hotéis rumo ao interior do país. Ao
mesmo tempo, a proximidade da
Olimpíada de 2016, diz ele, já está
aquecendo a demanda das empresas desses segmentos por novos
projetos de tecnologia. “Em um
momento em que a expectativa de
crescimento do varejo está em patamares mais baixos, esse cenário
nos dá boas perspectivas para sustentar o crescimento das nossas
operações para 2015”, explica.
O foco em parcerias com outros
elos dessas indústrias é mais um
plano que continuará no escopo da
Bematech. Entre os exemplos recentes dessa abordagem está o
acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF) para indicar a empresa como fornecedora
de tecnologia aos seus mais de 1,2
mil associados. No varejo, uma parceria costurada em 2014 envolveu
a Samsung, para a oferta conjunta
de tecnologias móveis.
Como reflexo dessas estratégias, a Bematech apurou uma receita líquida de R$ 426,5 milhões em
2014, alta de 16,5% sobre 2013. Na
mesma base de comparação, o lucro líquido cresceu 25,9%, para R$
54 milhões, enquanto o lucro antes de juros, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês)
avançou R$ 88,2 milhões, 18,3%
superior ao índice reportado um
ano antes. As receitas recorrentes
— outro indicador importante no
modelo da companhia e diretamente ligado ao formato de pagamento como serviço —, alcançaram uma participação de 30% no
faturamento total da companhia.
Morais destaca ainda o fato de a
Bematech ter encerrado o ano
com uma geração de caixa de R$
117,5 milhões. “Temos musculatura para continuar a investir em
aquisições e estamos atentos a
boas oportunidades que permitam reforçar o nosso portfólio”,
afirma. Em 2014, após um hiato de
acordos, a Bematech voltou às
compras, com as aquisições da
Unum, empresa de software de
gestão na nuvem, e da RJ Participações, de vendas online de passagens rodoviárias.
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 35
36 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
▲
FINANÇAS
Editora: Eliane Velloso
[email protected]
A ameaça do
dólar
André Boudon
[email protected]
Alessandra Taraborelli
[email protected]
A instabilidade política, a incerteza quanto à execução do ajuste
fiscal e o cenário externo formaram uma combinação explosiva
que catapultou o dólar frente ao
real. No ano, a divisa norte-americana já acumula uma valorização de 16,80%, com uma volatilidade que dificulta a análise de investidores e economistas quanto
aos rumos que o mercado de câmbio tomará.
O componente especulativo na
formação da cotação do dólar ficou claro ontem, com a moeda
abrindo em alta, chegando à máxima de R$ 3,17 para depois ceder
0,82% em relação à divisa brasileira. O real fechou cotado a R$
3,104 interrompendo um rali de
seis sessões em que a divisa norteamericana acumulou alta de 10%.
A queda reflete a estratégia das
mesas de operação: os investidores aproveitaram para embolsar
os ganhos, vendendo os dólares e
reduzindo a pressão sobre o real.
Porém, na opinião de analistas, a tendência de alta ainda
vai perdurar.
“Estamos passando por um momento imponderável porque a
gente não consegue estimar qual
o teto para a moeda norte-americana. Não é só um problema econômico que afeta a divisa, há um
problema de confiança institucional que tem afetado muita a decisão de investimentos. Tentar mensurar o dólar para o final do ano
neste momento é pura ilusão. Tudo vai depender da conjunção de
fatores econômicos e políticos”,
afirma o economista da X-Infinity Invest Jason Vieira.
Para o profissional, no curto
prazo, a apreciação da moeda deve continuar independente de um
aumento da taxa Selic. “É uma
questão política. O maior problema que temos agora é um cenário
de ingovernabilidade, se o governo não conseguir aliados políticos
o cenário econômico pode ficar
muito mais difícil”, avalia.
O economista-chefe da Garde
Asset Management, Daniel Weeks
ressalta que o dólar vêm experimentando um movimento global
de alta, mas, no Brasil, a situação
se agrava em virtude da insegurança causada pela crise política que
vem minando o governo da presidenta Dilma Roussef. “O movi-
“
Estamos passando por
um momento
imponderável porque a
gente não consegue
estimar qual o teto para
a moeda.Não é só um
problema econômico
que afeta a divisa,
há um problema
de confiança
institucional”
Jason Vieira
Economista da X-Infinity Invest
mento do dólar no mundo reflete
a divergência política monetária
entre a Europa e o Japão em relação aos Estados Unidos, que deve
elevar a taxa de juro em algum momento este ano” explica.
Internamente, a paralisia política tem gerado pressão adicional sobre a moeda. “A Fazenda,
o Planejamento e o Banco Central têm mostrado maior leniência com o câmbio. Antes, a preocupação era maior, agora, parecem sinalizar que que esta alta
faz parte do ajuste”, diz.
Weeks pondera que a alta da
moeda dos EUA, por um lado, favorece a competitividade doméstica e ajuda no déficit de conta corrente, que precisa se reduzido. “A
desvalorização do real tem efeito
ruim no curto prazo, principalmente na inflação, mas num prazo maior devolve a competitividade da indústria e ajuda a reduzir o
déficit externo”, diz.
Para o economista, a autoridade monetária não deve determinar um teto para a moeda, mas a
questão é saber em qual nível a
moeda começa a ter um impacto
positivo sobre as contas externas.
“Obviamente, tem um tempo para o câmbio ter efeito nas contas
externas, mas a moeda perto de
R$ 3,20 a R$ 3,30 começa a melhorar a balança comercial”, estima.
Weeks ressalta, no entanto,
que se a situação política piorar e
o ajuste fiscal ficar mais difícil de
ser concluído, haverá uma pressão adicional sobre o câmbio. Para
evitar esse movimento, o executivo avalia que o BC poderia aumentar mais fortemente a taxa Selic,
que encerraria o ano em 13,50%
ou mais, se necessário. “O BC deve promover mais uma alta de
A instabilidade
política, a
incerteza
quanto à
execução do
ajuste fiscal
e o cenário
externo
formaram uma
combinação
explosiva que
já levou
a moeda
morte-america
na a valorizar
16% este ano
0,50 e outra de 0,25 pontos percentuais nas próximos reuniões,”
diz. Para justificar a alta maior da
Selic em abril, o economista lembra que em março a inflação deve
ser fortemente impactada pelo
avanço dos preços administrados
e pela depreciação do câmbio
mais forte do que o esperado.
“Neste cenário, convém ser mais
duro e sinalizar que pode subir o
juro, se necessário”, avalia.
O diretor-executivo da NGO
Corretora de Câmbio, Sidney Nehme, acredita que o mercado está
operando sem fundamentos claros que determinem o ponto de
equilíbrio para a câmbio. “É mais
um movimento irracional do que
racional”, diz ele.
O executivo avalia que a incerteza dos investidores quanto à
aprovação do pacote de ajuste fiscal no Congresso tem causado
forte pressão altista na divisa norte-americana e é necessário que
haja uma resolução o quanto antes. “Um impasse pode colocar o
superávit em risco, colocando o
grau de investimento em risco, o
que aumentaria o risco no câmbio. Se (o Brasil) perder o grau de
investimento a situação deve ficar drástica porque o BC não tem
tantos elementos para conter a
pressão de alta”, diz.
Nehme ressaltou ainda que há
cunho especulativo que vem do
mercado futuro. “Hoje, a moeda
subiu também por pressão externa, com o povo vendendo euro e
indo para o dólar. Este ambiente
justifica a moeda ter atingido R$
3,17 hoje”, diz.
De acordo com o executivo, o
mercado também está aproveitando este momento de incerteza política para antecipar uma possível
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 37
NOVO CARGO
Awazu, diretor do BC, vai ser vice do BIS
O diretor de Política Econômica e Assuntos Internacionais do Banco
Central (BC), Luiz Awazu Pereira da Silva, será o novo vice-gerente
geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS), entidade com
sede na Basileia, Suíça, que reúne autoridades monetárias das maiores
economias. O cargo é equivalente a uma vice-presidência, e Awazu
deve assumir o posto dia 1º de outubro, com mandato de cinco anos.
Evandro Monteiro
Divulgação
“
O mercado está
projetando inflação
em queda em 2016.
O mercado
financeiro entende
que a alta da
inflação este ano é
transitória, causada
pela alta dos preços
administrados”
Mauro Rochlin
Professo de MBAs da FGV
rolagem integral de swaps cambiais do Banco Central. Nehme
lembra que dos R$ 9,9 bilhões que
estão vencendo até o final do mês,
o BC só rolou 22%. “Provavelmente, com esta taxa o BC deve acabar
rolando o resto e esta percepção
fez com que o especulador vendesse sua posição para aproveitar o
preço atual”, diz.
Para Nehme, a autoridade monetária não tem condições de interromper o programa de swap
cambial. “Se interromper, a taxa
explode”, afirma. Assim como
Weeks, Nehme também acredita
que a alta do dólar pode levar o BC
a elevar a Selic em mais de 0,25
ponto porcentual em abril. “O BC
vai ter que aumentar mais os juros
se a moeda continuar subindo.
Além disso, também tem a alta de
mais 30% da energia que já vai impactar a inflação a partir de março. O juro deve subir além dos
13%”, estima.
“
O movimento do dólar
no mundo reflete a
divergência política
monetária entre a
Europa e o Japão em
relação aos Estados
Unidos, que deve elevar
a taxa de juro em
algum momento”
Daniel Weeks
Economista
Garde Asset Management
O professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV),
Mauro Rochlin, também faz
questão de ressaltar o movimento de depreciação do euro
e das moedas emergentes em
relação ao dólar, embora num
ritmo mais lento que o real. Segundo ele, a tendência de alta
global do dólar é decorrente da
expectativa de alta dos juros
nos Estados Unidos, no Brasil
ela é intensificada pela aversão
ao risco. “Apesar de todas as dificuldades, déficit primário, inflação de administrados e juros
nos EUA, o que mais pesa é a
aversão ao risco”, diz, se referindo à cena política.
Rochlin também lembrou
que a desvalorização do real tem
um impacto positivo. “No caso
da exportação, o movimento pode ajudar a indústria nacional,
pois um dólar mais caro colabora para as empresas a ganharem
competitividade diante dos produtos importados”. Porém, pode haver pressão sobre os preços. “No caso da importação, várias cadeias podem ser atingidas
pela alta da moeda, ampliando
o efeito na inflação”, diz.
O professor chama a atenção para o fato de o último boletim Focus do Banco Central
mostrar que os analistas ouvidos pela instituição estão projetando inflação de 5,5% para
2016 e de 7,8% este ano. “Esse é um ponto muito importante. O mercado está projetando inflação em queda em
2016. O mercado financeiro
entende que a alta da inflação
este ano é transitória, causada pela alta dos preços administrados”, avalia.
“
Hoje, a moeda
subiu também por
pressão externa,
com o povo vendendo
euro e indo
para o dólar.
Este ambiente
justifica a moeda
ter atingido R$ 3,17”
Sidney Nehme
Diretor-executivo da NGO
Ibovespa recua
pelo quinto
dia seguido
A Bovespa fechou em queda
pelo quinto pregão ontem,
afetada pelo viés negativo no
ambiente financeiro global e
preocupações de agentes
financeiros quanto aos ajustes
fiscais no país.
O Ibovespa caiu 1,8%, a
48.293 pontos, acumulando
queda de quase 6% em cinco
sessões. O giro financeiro
foi de R$ 7,9 bilhões, acima
da média do ano, de
R$ 6,57 bilhões.
Apostas de proximidade da
alta dos juros nos Estados
Unidos pela primeira vez em
quase uma década
fortaleceram o dólar no mundo
e minaram o humor de
investidores desde cedo, o que
abriu espaço para realização
de lucros em Wall Street. O
índice S&P 500 caiu 1,7%.
O petróleo e as moedas de
mercados emergentes
despencaram.
Aqui, Petrobras dominou a
ponta negativa do índice, com a
ação ordinária caindo 5,35% e
a preferencial, cedendo 4,04%.
Itaú Unibanco e Bradesco,
que detêm juntos quase 20%
do índice, recuaram 3,93% e
3,33% respectivamente. Banco
do Brasil descolou e subiu
0,61%. Na ponta positiva,
CCR e Ecorodovias subiram
3,76% e 2,65%,
respectivamente, diante de
especulação em torno de
reajuste de pedágios. Reuters
38 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
O MERCADO COMO ELE É...
LUIZ SÉRGIO GUIMARÃES
[email protected]
NA CRISE, NÃO SE ‘REALIZA’
Editoria de Arte
S
e alguém ainda precisava de uma prova de que a escalada
recente do dólar não derivava de “pânico” causado por
crise “institucional”, basta analisar o comportamento dos
investidores ontem. Justamente num dia de alta da moeda
americana do exterior, o mercado resolveu “realizar”. Após seis
altas seguidas, a moeda fechou em queda de 0,82%, a R$ 3,1040.
Quem comprou moeda no final do pregão de sexta-feira, 27,
pagou R$ 2,8560. A escalada teve início na segunda-feira
seguinte, 2, e atingiu o ápice na manhã de ontem, R$ 3,1735, uma
valorização de 11,17%. Essa constatação – um ganho acima de 10%
em seis pregões e meio — acendeu uma luz nas mesas de
operações: estava na hora de “realizar”. É preciso que se
compreenda que onde há “realização” não há crise, ou pelo
menos não aquela que estava sendo alardeada.
O que significa “realizar lucros”? Significa vender um ativo
que auferiu, em determinado período, geralmente curto, valorização exuberante, transformando a
alta até então meramente estatística em dinheiro vivo, antes que
a instalação de um movimento
contrário anule o ganho já conquistado. O investidor só realiza
quando não tem certeza absoluta
da continuidade da alta. Como
não tem esta certeza, corre para
trocar seus dólares fortes e imunes a turbulências por reais frágeis, infectados por inflação que
já se vê descontrolada e por fraturas nas instituições da República.
Para justificar a escalada, amplifica-se a dimensão de uma tragédia insuperável. Mas, inexplicavelmente, mesmo sem sinais de
superação do drama anteriormente realçado, vende-se dólar
forte e compra-se real fraco.
A “realização” ocorrida ontem no mercado de câmbio coloca a crise no seu devido lugar.
Não é uma crise “institucional”,
não há paralisia e aturdimento generalizado nos três Poderes da República. Há o velho jogo de empurra e puxa da política, anabolizado agora por imperícias do Executivo e rebelião do Legislativo
por causa da inclusão dos presidentes das duas casas nos inquéritos de investigação das denúncias levantadas na Operação Lava-Jato. A crise pode agravar-se
se Eduardo Cunha e Renan Calheiros não forem blindados, prejudicando o ajuste fiscal do ministro
da Fazenda Joaquim Levy. Ou
não. Pode esfumaçar-se rapidamente dependendo das negociações de bastidores.
Se a crise fosse “institucional”, abalando pesadamente a
economia real — recessão aberta,
desemprego capaz de gerar comoção social e descontrole inflacionário —, o dólar não ia “realizar”. Iria subir sem parar e não
no ritmo de 1% a 2% ao dia. Iria
saltar 10% a 20% por dia, superaria facilmente os R$ 4,00, e o BC
teria de vender reservas cambiais. Nessas conjunturas de crises para valer, o BC não tem escolha. As reservas de US$ 372 bilhões não são suas, não são do
País, pertencem a quem, no passado, vendeu dólares ao BC. Pertencem a investidores internacionais, a empresas e bancos. Se quiserem de volta, o BC vai ter de entregar. A “realização” de ontem
mostra que não querem seus dólares de volta. Estão interessados,
prosaicamente, em lucrar em
reais. Não há crise para valer
quando o mercado faz uma “correção técnica”, eufemismo edulcorado da atividade de colher os
frutos da especulação.
O gatilho que disparou a realização foi o número mágico de
10% alcançado na manhã de ontem. Mas, para não dar bandeira, os operadores inventaram
que os investidores ficaram mais
tranquilos depois que Levy se
reuniu com Calheiros e acenou
com mudanças no reajuste da tabela do Imposto de Renda. Não
haveria mais a antiga intransigência na imposição de um teto
de apenas 4,5%. O que poucos repararam é que este mesmo argumento utilizado para “realizar”
também poderia amparar movimento oposto, de arrancada do
dólar, já que a nova disposição
negociadora do Executivo pode
minguar o tamanho do ajuste fiscal — tal opção pelo diálogo, se
fragilizar o ordenamento fiscal,
pode precipitar o “downgrade”
brasileiro. Como se vê, o mote
serve para os dois lados.
Os “realizadores”, satisfeitos
com os lucros, já preparam o retorno do rali de alta, ao assegurar
que, no fundo, não houve nenhuma mudança positiva no quadro
da crise. Já preparam o terreno
para novos esticões, de hoje até
sexta-feira, baseados na “expectativa” vastamente catastrófica
em torno das manifestações marcadas para domingo. Acontecerão “compras preventivas de dólar” para se proteger contra o
mergulho do país no oceano das
“revoltas populares”.
O que não dá para entender é
a omissão do BC diante dessas
arapucas cambiais. O BC, possivelmente sob ordens desenvolvimentistas do Planalto, pode ter
pego uma carona na especulação
para velozmente trazer o dólar
para o seu patamar ideal — os R$
3,20 que, segundo algumas consultorias, é o patamar que restaura a competitividade da indústria e equilibra o balanço de pagamentos. Não é assim que se faz,
não a reboque do mercado. Uma
política de perseguição de uma
taxa de câmbio depreciada em
termos reais e efetivos sempre é
de longo prazo. De nada adianta
o dólar alcançar R$ 3,15 este mês
e, no seguinte, em sintonia com
os humores mutantes do mercado, descer a R$ 2,85. E precisa estar em fina sintonia com políticas fiscal e monetária compensadoras. A primeira terá de combater a inflação gerada pelo câmbio por meio do corte do gasto
corrente. E a segunda, para suavizar a recessão, buscará um juro básico ajustado à atividade
econômica deprimida.
Sem uma coisa e sem outra, o
dólar a R$ 3,20 só traz prejuízo.
Além de fomentar raciocínios tortuosos. Executivos acreditam
que, se o BC liberou o câmbio,
precisa continuar subindo a Selic
com desenvoltura para evitar o
repasse do dólar aos preços. É o
contrário: se o BC exagera na alta
do juro, acaba atraindo investimentos estrangeiros cujo impacto será o de enfraquecer sua decisão de depreciar o real. Para manter a moeda nacional depreciada
ao longo do tempo, o juro básico
precisa ser baixo, não o contrário. O mercado está aproveitando a crise política para fazer lobby em cima de lobby.
A realização cambial estendeuse ao pregão de juros futuros da
BM&F. As taxas caíram em bloco. Para a virada do ano, o DI cedeu de 13,83% para 13,73%. E o
contrato mais líquido, para janeiro de 2017, recuou de 13,85% parra 13,65%. Contribuiu para a queda dos DIs o recuo do rendimento
do título de 10 anos do Tesouro
americano. O dólar se fortaleceu
globalmente menos pela perspectiva de elevação da taxa básica
americana e mais em função do
aumento na procura por “treasuries”. Para investir nos títulos
americanos, os investidores precisam, antes, comprar dólar. Ao
fazer isso, ajudam a derrubar a inflação americana e retardam a alta da “fed funds rate”. Enquanto
o mundo estiver patinando, o
Fed dificilmente perderá sua paciência monetária.
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 39
Marcelo Camargo/ABr
▲
FINANÇAS
RATING SOBERANO
Secretário descarta downgrade
Piervi Fonseca
O secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, disse ontem que
não existe risco de mudança no grau de investimento dos títulos do
governo federal por parte das agências de classificação. “A agência
olha a credibilidade da política fiscal. Tem sido demonstrado que a
meta de superávit é uma meta do governo; que a gente tem buscado
anunciar medidas que sinalizam para o alcance dessa meta”. ABr
Bancos vão
aumentar
provisões em
30%, diz Fitch
Esta alta reduziria os
lucros do setor
bancário brasileiro de
20% a 25% em 2015
“Allianz está de volta
ao jogo”, diz presidente
Depois de registrar prejuízos em 2014, seguradora prevê voltar ao azul no último trimestre
Léa De Luca
[email protected]
São Paulo
“A Allianz está de volta ao jogo”. A
frase é do presidente da seguradora no Brasil, Miguel Pérez Jaime.
No ano passado, a companhia registrou queda de 12,5% nas receitas e prejuízo de R$ 363 milhões
no país, devido aos grandes investimentos que foram realizados para trocar a plataforma tecnológica. “Nos primeiros dois meses deste ano, já crescemos 28,6%. Somente em seguros para automóvel, a alta foi de 45,8%, revelou.
O executivo não espera manter
esses índices de crescimento durante o ano mas prevê crescer mais
do que os 13% previstos para o mercado como um todo, e entrar no
azul no último trimestre deste ano.
“A matriz, que investiu R$ 331
milhões na Allianz Brasil no ano
passado, já aprovou investimentos de mais R$ 325 milhões para
este ano”, informou. “Com isso,
a seguradora já está em conformidade de capital segundo as exigência do regulador do setor, a Susep”, informou. Se precisar, a matriz pode fazer novo aporte em
2016”, adiantou.
Jaime falou ontem a jornalistas
sobre uma nova parceria com o
Instituto Ayrton Senna (leia mais
ao lado). Para 2015, disse, há quatro frentes abertas: retomar o crescimento , colher os ganhos da mudança de modelo de negócio, expandir a presença geográfica com
quatro novas filiais; e voltar ao lucro no último trimestre.
O novo modelo de negócio inclui a divisão da seguradora em
duas diretorias executivas, a de
seguros massificados, descentralizados, produtos simples e de
“
A matriz, que investiu
R$ 331 milhões na
Allianz Brasil no ano
passado, já aprovou
investimentos de mais
R$ 325 milhões para
este ano. E pode fazer
novo aporte em
2016, se precisar”
Miguel Pérez Jaime
Presidente da Allianz Seguros
contratação automática; e a de
riscos corporativos. “Queremos
manter a liderança em grandes
riscos e unificar as áreas de distribuição e tecnológica”, acrescentou Jaime.
O executivo disse que a unificação da plataforma de negócio
tem potencial para gerar um adicional de R$ 20 bilhões em prêmios. “Antes tínhamos sete sistemas de TI, e cinco bases de dados”, disse, acrescentando que a
companhia está investindo também no reforço das parcerias
com os corretores, que segundo
Jaime são responsáveis por 25%
das receitas da Allianz. “Também
buscamos aprofundar o relacionamento com clientes e melhorar a
percepção da marca”, diz, lembrando que a empresa inaugurou
no ano passado a Allianz Parque,
do Palmeiras, que além de jogos
abriga shows e eventos.
A Allianz está no Brasil há 110
anos e em 2015 comemora 125
anos da sua fundação, na Alemanha. A empresa teve no ano passado 122,25 bilhões de euros em receitas e lucro operacional de 10 bilhões de euros. Aqui, tem 51 filiais, 1,4 mil colaboradores e 14
mil corretores.
Novo produto
apoia educação
A Allianz Seguros do Brasil
fechou parceria com o Instituto
Ayrton Senna para investir em
educação. Para torná-lo mais
atraente, a seguradora
incrementou o produto para
automóveis para classes de
renda mais alta - sem cobrar
nada a mais por isso, garante
Felipe Gomes, diretor executivo
de Gestão de Mercado e
Estratégia da Allianz.
Durante cinco anos, uma
parte do que for arrecadado
com a venda da nova apólice de
seguro vai para o Instituto. “A
meta é vender um milhão de
apólices e ajudar 15 mil
crianças por ano”, informou
Gomes, sem contudo revelar
qual o percentual dos prêmios
será repassado.
“Os recursos ajudarão a
desenvolver o potencial das
novas gerações, algo que só é
possível por meio da educação
de qualidade”, afirma Viviane
Senna, presidente do Instituto
Ayrton Senna. L.D.L
Os bancos brasileiros enfrentarão uma pressão maior sobre a
qualidade de seus ativos e maiores provisões para perdas de
crédito em 2015, o que deve impactar a lucratividade do setor,
afirma a Fitch Ratings no relatório especial “Bancos Brasileiros Se Preparam Para Aumentar Provisões num 2015 Mais Difícil”, divulgado ontem. A previsão é de que as reservas contra calotes possam aumentar
em até 30%, para cerca de
4,3% da média dos ativos.
Segundo a Fitch, esta alta reduziria os lucros do setor bancário brasileiro de 20% a 25%
em 2015, equivalente a um retorno sobre a média de ativos
de aproximadamente 0,8%,
abaixo da média de 1,2% dos últimos três anos.
“O rápido aumento do financiamento imobiliário, que quadruplicou nos últimos seis
anos, esconde a taxa real de créditos duvidosos”, diz a Fitch.
No entanto, a Fitch considera que esse aumento de 30%
deve ser “administrável” para
a maioria dos bancos e ter impacto moderado sobre os ratings, assumindo que capitalização, captação e liquidez permaneçam alinhadas às tendências históricas.
A investigação sobre Petrobras e a redução dos investimentos pela empresa aumentam a pressão sobre o setor bancário. Enquanto as receitas dos
bancos crescem devido à alta
das taxas de juros desde 2014,
o desgaste na capacidade de pagamento dos tomadores aumenta pela mesma razão.
Um maior provisionamento viria tanto da carteira corporativa como da de varejo. Em
geral, a deterioração da qualidade dos ativos na carteira de
varejo contribui mais para provisões para perda dos bancos
brasileiros, uma vez que 47%
dos empréstimos do sistema,
ao fim de 2014, foram para o
segmento, enquanto os empréstimos corporativos totalizaram cerca de 35%. “Estes
são mais expostos a riscos
idiossincráticos, dado o nível
relativamente maior de concentração de tomadores”, diz
o relatório. Léa De Luca
40 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
▲
FINANÇAS
Crédito mais restrito desacelera
inadimplência do consumidor
Segundo SPC e CNDL, dívidas atrasadas subiram 1,81% em fevereiro; em janeiro índice registrou alta de 2,40%,
Mariana Pitasse
[email protected]
A quantidade de consumidores
inadimplentes e o número de dívidas não pagas desaceleraram
em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo levantamento divulgado ontem pela Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL) e
do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O número de pessoas registradas no banco de dados da instituição, que em janeiro havia aumentado 3,12%, cresceu apenas
2,33% em fevereiro, atingindo a
menor variação desde o início da
série histórica — contabilizada a
partir de 2011. Acompanhando o
mesmo movimento, a quantidade
de dívidas atrasadas, que em janeiro havia registrado alta de 2,40%,
subiu apenas 1,81% em fevereiro.
Comobasede comparação,a instituição chama atenção para os dados do ano passado. Na passagem
de janeiro para fevereiro de 2014, o
número de inadimplentes apresentou variação que beira a estabilidade, ao somar 0,14%. A quantidade
de dívidas registrou também leve
avanço mensal de 0,10%.
Para a economista do SPC Brasil Marcela Kawauti, a desacelera-
ção do indicador em fevereiro não
tem qualquer relação com o aumento da quantidade de pagamentos de dívidas atrasadas. “Muito
pelo contrário: o consumidor enfrenta dificuldades com a piora do
nível de emprego e com a redução
do poder de compra dos salários
por conta da inflação”, explica,
acrescentando que os bancos e os
estabelecimentos comerciais passaram a ser mais rigorosos e criteriosos na hora de conceder financiamentos e empréstimos. “Esse
movimento implica em uma menor oferta de crédito. Como consequência, a inadimplência vem recuando mês após mês", explica.
PERFIL DA INADIMPLÊNCIA
8
Variação anual
Quantidade
de devedores
2,33%
6
4
2
Quantidade
de dívidas
1,81%
0
AGO/2011 FEV/2012 AGO/2012 FEV/2013 AGO/2013 FEV/2014 AGO/2014 FEV/2015
Quantidade de consumidores inadimplentes
Variação anual (em relação ao mesmo mês do ano anterior)
FEV/2015
FEV/2014
Para a economista do
SPC Brasil Marcela
Kawauti, a
desaceleração do
indicador não tem
relação com o aumento
da quantidade de
pagamentos de
dívidas atrasadas
2,96%
2,33%
Total
Até 90 dias
91 a 180 dias
-1,31%
-9,59%
-1,99%
181 a 360 dias
361 dias a 3 anos
1,72%
-0,83%
7,03%
8,67%
-1,53%
3 a 5 anos
Fonte: SPC Brasil
0,14%
8,05%
Ainda de acordo com levantamento, houve queda na demanda
por bens de consumo mais caros,
que dependem de financiamento,
como automóveis, eletrodomésticos e móveis. Em fevereiro, o volume de vendas a prazo caiu 4,83%,
segundo o indicador de consultas
do SPC Brasil.
Em números absolutos, o SPC
Brasil estima que, em fevereiro de
2015, havia 53,6 milhões de devedores negativados, número equivalente 36,89% da população acima de 18 anos. Em janeiro, a estimativa era de 54,6 milhões, o que
significa uma diminuição de aproximadamente um milhão de consumidores com dívidas em atraso
na passagem de janeiro para fevereiro deste ano.
O detalhamento por segmento
credor da dívida mostra que o setor de Comunicação, que compreende telefonia fixa e móvel, TV
a cabo, internet, é o que mais concentra crescimento no número de
pendências não pagas, somando
crescimento anual de 8,48%. A segunda maior variação, foi apresentada no setor de Água e Luz, com
alta de 6,67%.Por outro lado, o comércio mostrou a menor variação
no número de dívidas para o mês
de fevereiro desde 2012, com retração de 1,12%.
Demanda por novos empréstimos cai 10,7%
Índice apresentou queda
pelo segundo mês seguido,
após ter recuado 2,5% em
janeiro, segundo Serasa
a demanda do consumidor por crédito caiu novamente em fevereiro, após ter recuado 2,5% em janeiro desse ano. De acordo com o
Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, a quantidade de pessoas que
buscou crédito teve queda de
10,7% em fevereiro na comparação com janeiro.
Já na comparação com fevereiro do ano passado, houve crescimento de 0,9% na procura por crédito — o menor ritmo de avanço
anual dos últimos sete meses. No
acumulado do primeiro bimestre,
a busca do consumidor por crédito registrou alta de 1,5% frente ao
primeiro bimestre de 2014.
Para o economista da Serasa Experian Luiz Rabi, o baixo grau de
confiança dos consumidores, as altas taxas de juros e a menor quantidade de dias úteis devido ao feriado do carnaval, derrubaram a procura do consumidor por crédito
no mês de fevereiro.
A análise por renda mensal
aponta ainda que os recuos das
demandas do consumidor por
crédito em fevereiro foram bastante semelhantes em todos os orçamentos. As maiores retrações,
ambas de 11%, ocorreram para
aqueles consumidores que recebem até R$ 500 por mês e entre
R$ 500 e R$ 1 mil mensais. Para
os que ganham entre R$ 1 mil e
R$ 2 mil por mês, a queda foi de
10,5% e para os que recebem entre R$ 2 mil e R$ 5 mil a retração
foi de 10,3%. Já para os que ganham entre R$ 5 mil e R$ 10 mil
mensais a queda da busca por crédito somou 10% e, por fim, para
aqueles que possuem rendimentos mensais acima de R$ 10 mil, a
demanda caiu 10,2%.
No primeiro bimestre do ano,
ma comparação com o mesmo período do ano passado, a maior retração da demanda por crédito
aconteceu para aqueles que recebem até R$ 500 por mês, uma queda de 18,2%. Também houve queda considerável, de 3,8%, para os
consumidores que recebem entre
R$ 5 mil e R$ 10 mil por mês.
O levantamento da Serasa apurou
ainda que todas as regiões do país
Para Luiz Rabi,
da Serasa Experian, o
baixo grau de confiança
dos consumidores, as
altas taxas de juros e
a menor quantidade de
dias úteis, derrubaram
a busca por crédito
em fevereiro
registraram retração das demandas dos seus consumidores por
crédito em fevereiro. As maiores
delas ocorreram no Centro-Oeste, com queda de 12,5%, e no Nordeste, com recuo de 12,2%. Em seguida aparecem as quedas de
10,5% no Sul e de 10,1% no Sudeste. O menor recuo, de 8,3%, aconteceu na região Norte.
Na comparação com o primeiro bimestre de 2014, as regiões
que registraram avanço da demanda no primeiro bimestre de 2015
foram: Centro-Oeste, somando
15,3%; Norte com alta de 6,0%; e
Nordeste que apresentou crescimento de 0,7%. Na direção contrária, as regiões Sul e Sudeste registraram retrações de 0,8% e de
0,2%, respectivamente, no mesmo período. Mariana Pitasse
Yves Herman/Reuters
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 41
Banco francês Credit Suisse
tem primeiro presidente
africano da sua história
David Levenson/Bloomberg
A experiência nos setores
de gestão de fortunas e
novos mercados justifica
a sua nomeação
Varoufakis disse que darcréditoabanqueiroscorruptosdopaísfoiumcrimecontraahumanidade
Grécia deve
acessar fundo
de resgate
bancário
Ministro grego irrita alemães ao dizer em
documentário que país não pagará dívidas
A Grécia está prestes a acessar
mais de meio bilhão de euros em
recursos do fundo de resgate bancário do país enquanto luta para
fechar as contas de março, afirmaram ontem fontes do governo
e de instituições bancárias.
Isolada dos mercados de dívida e com ajuda de credores congelada, Atenas corre o risco de esgotar seus cofres nas próximas
semanas após uma forte queda
nas receitas estatais.
O governo tem pela frente um
pagamento de empréstimo de €
1,5 bilhão ao Fundo Monetário Internacional (FMI) neste mês e tem
que refinanciar cerca de € 3,2 bilhões em papéisdo Tesourode curto prazo que estão para vencer.
Para ajudar a aliviar a crise, o
governo planeja tomar € 555 milhões que estão no Fundo Helênico de Estabilidade Financeira —
veículo bancário de resgate que
foi usado em 2012 para recapitalizar seus principais credores.
Os quatro principais bancos
da Grécia – Nacional, Piraeus, Eurobank e Piraeus — devolveram
esse dinheiro em comissão após
sua recapitalização.
Ministro grego disse
em documentário que
pessoas inteligentes
em Bruxelas, em
Frankfurt e em
Berlim sabiam em
maio de 2010 que a
Grécia nunca
pagaria suas dívidas
Esse é um dinheiro para o qual
não há outra reivindicação, está
disponível para o governo”, disse
à Reuters um banqueiro com conhecimento direto do assunto, pedindo para não ser identificado.
A Grécia também tem avaliado
a possibilidade de acessar as reservas de fundos de pensão e entidades do setor público por meio de
operações de recompra para cobrir parte de suas necessidades de
financiamento em março.
O ministro das Finanças grego,
Yanis Varoufakis, descreveu seu
país como o mais falido do mundo
e disse que os líderes europeus sabiam que a Grécia nunca pagaria
suas dívidas, em declarações ásperas que provocaram revolta na mídia alemã ontem.
Um documentário sobre a crise
de dívida grega na transmissora
pública alemã ARD foi ao ar no
mesmo dia em que ministros das
Finanças da zona do euro se reuniram em Bruxelas para discutir se
dão a Atenas mais fundos em troca de reformas.
“Pessoas inteligentes em Bruxelas, em Frankfurt e em Berlim sabiam em maio de 2010 que a Grécia
nunca pagaria suas dívidas. Mas
eles agiram como se a Grécia não estivesse falida, como se ela apenas
não tivesse recursos suficientes”,
disse Varoufakis no documentário.
“Nessa posição, dar ao mais falidodosEstadosomaiorcréditodahistória, como banqueiros corruptos
de terceira classe, foi um crime contra a humanidade”, disse Varoufakis
de acordo com a tradução alemã de
suas declarações. Não estava claro
quando o programa foi gravado.
Embora fortes críticas sobre a
maneira como a Grécia esteja sendo tratada seja algo típico para Varoufakis, um economista marxista, as declarações provocaram revolta na Alemanha, onde eleitores
e políticos estão cada vez mais relutantes a emprestar dinheiro à
Grécia. Reuters
O banco francês Credit Suisse está
contratando Tidjane Thiam, chefe
da seguradora britânica Prudential, como novo presidente-executivo para ajudar a liderar a investida do banco suíço em gestão de
fortunas em mercados emergentes. O executivo será o primeiro
africano a chefiar a instituição.
O presidente do Conselho do
Credit Suisse, Urs Rohner, disse
que o chefe de longa data Brady
Dougan deixará o cargo de presidente-executivo no fim de junho
e será substituído por Thiam, chefe da Prudential desde 2009 e que
tem visto um aumento no preço
da ação da empresa de mais de
200% nos últimos cinco anos.
Thiam tem 52 anos.
“Com Tidjane Thiam, um líder
forte e reconhecido, com um passado impressionante na indústria
global de serviços financeiros vamos recuperar o nosso banco”,
disse Rohner no comunicado,
Ex-ministro do governo na
Costa do Marfim e sócio da empresa de consultoria McKinsey & Co,
Thiam se tornou o primeiro presidente-executivo negro de uma
companhia do índice FTSE 100 ao
passar a ocupar o cargo mais alto
da Prudential, deixando a seguradora Aviva, mas nunca administrou um banco.
Dougan vinha recebendo pedidos para deixar o posto desde o
ano passado, quando o Credit Suisse fechou um acordo de US$ 2,5 bilhões com autoridades dos Estados Unidos por ajudar norte-americanos a sonegar impostos por
meio de contas secretas. O norteamericano está saindo após 25
anos no Credit Suisse, oito deles
como presidente-executivo.
“É a pessoa certa para a organização e para que eu possa sair da
função”, disse, por seu lado, Brady Dougan.
Dougan vinha
recebendo pedidos
para deixar o posto
desde o ano passado,
quando o Credit Suisse
fechou um acordo de
US$ 2,5 bilhões com
autoridades dos
Estados Unidos
CEO da seguradora Prudential
deixa o cargo com lucro em alta
Rohner disse que a experiência internacional de Thiam, particularmente nos setores de gestão
de fortunas e de ativos e no desenvolvimento de novos mercados,
pavimentou o caminho para sua
nomeação, que foi divulgada durante a noite por vários veículos
da mídia.
Coincidindo com o anúncio, a
Prudential anunciou ontem que
seu lucro líquido aumentou 65%
em 2014, e somou 2,216 bilhões de
libras (US$ 3,3 bilhões).A seguradora tem presença na Ásia, Estados Unidos e Reino Unido.
Tidjane Thiam deixa a Prudential com um crescimento nos lucros em 2014. Já o Credit Suisse reportou lucros líquidos de 921 milhões de francos suíços (861 milhões de euros) no quarto trimestre de 2014, que contrastam com
os prejuízos de 476 milhões de
francos suíços registrados no mesmo período do ano anterior (445
milhões de euros).
A subida do franco face ao euro teve um impacto negativo de
3% nos grupos e o banco anunciou medidas para compensar estas perdas, como o corte de custos na ordem dos 200 milhões de
francos (187 milhões de euros),
onde se inclui uma redução de
25% do salário dos membros do
conselho de administração. Com
agências internacionais
42 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
▲
MUNDO
Editora: Florência Costa
[email protected]
Ëditoria de Arte/Nei Lima
Os iPhones e iPads da Apple foram alvos da espionagem da
CIA por sete anos. Pesquisadores da agência americana de espionagem trabalharam para decifrar a encriptação dos celulares e tablets da Apple, segundo
do c u m e n to s o b t i do s p o r
Edward Snowden, delator da
agência de segurança nacional
dos Estados Unidos (NSA), publicados ontem no site investigativo “The Intercept”.
O site cita documentos confidenciais dos EUA que sugerem
que estes pesquisadores criaram uma versão do XCode, ferramenta de desenvolvimento de
aplicativos da Apple, para desenvolverem meios de criarem
“portas dos fundos” em programas distribuídos pela App Store. Os documentos, que cobrem
um período de 2006 a 2013, não
informam se os pesquisadores
da CIA tiveram sucesso em quebrar a codificação da Apple, que
assegura os dados dos usuários
e outras comunicações deles
contra invasões.
Os esforços para quebrar códigos de produtos da Apple por
pesquisadores do governo americano começaram em 2006,
um ano antes da empresa ter lançado o primeiro iPhone e continuaram até 2013, depois do lançamento do iPad (2010). O “The
Intercept” já havia publicado
no passado uma série de textos
a partir de documentos fornecidos por Snowden. Entre os editore s d o s i te e s t ã o G l e n n
Greenwald, que ganhou um prêmio Pulitzer por seu trabalho sobre as revelações de Snowden e
a documentarista vencedora do
Oscar Laura Poitras.
A violação da segurança da
Apple foi parte de um programa
‘iEspionagem’
da CIA
As tentativas da CIA
de quebrar códigos
de produtos da Apple
começaram em 2006,
um ano antes do
lançamento do
primeiro iPhone,
e continuaram até
2013, depois da
criação do iPad
ultra secreto do governo americano, apoiado por pesquisadores da inteligência britânica,
com o objetivo de invadir “produtos de comunicação seguros,
tanto domésticos quanto estrangeiros”, incluindo os celulares
Android, sistema operacional
do Google, afirmou o site. Os investigadores envolvidos nesta
missão trabalham na Sandia National Laboratories e apresentaram seus trabalhos durante reunião secreta na CIA em 2012, da
qual membros da NSA também
participaram. Seus trabalhos fazem parte de um programa mais
amplo de segurança das comunicações, alimentado por um “orçamento secreto”, segundo os
documento de Snowden.
A CIA não comentou a repor-
A CIA trabalhou por
anos para decifrar a
encriptação dos
iPhones e iPads da
Apple, disse o site
investigativo ‘The
Intercept’, com base
em documentos de
Edward Snowden;
não se sabe se a
agência quebrou o
sigilo da empresa
tagem. Um porta-voz da Apple
apenas citou comentários públicos do presidente-executivo da
companhia, Tim Cook. “Eu quero ser absolutamente claro de
que nós nunca trabalhamos com
qualquer agência governamental de qualquer país para criar
uma porta dos fundos em qualquer um de nossos produtos ou
serviços”, disse Cook em comentário publicado no ano passado.
“Também nunca permitimos
acesso a nossos servidores",
completou. Apple e Google haviam anunciado em 2014 que
iriam reforçar o sistema de codificação dos seus telefones celulares para que o governo americano não conseguisse acessar seus
dispositivos mesmo com autorização legal.Reuters e AFP
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 43
CYBER-TERRORISMO
Apoiadores do EI lançam CaliphateBook
Reprodução Twitter
Defensores do Estado Islâmico lançaram o CaliphateBook (referência
ao Califado do EI na Síria) para contornar os bloqueios no Facebook e
outras redes sociais, e espalhar a sua mensagem militante através da
Internet. O site 5elafabook.com, parecido com o Facebook,
suspendeu temporariamente as operações para "proteger as
informações de seus membros e a sua segurança". Reuters
Libertários,
mas nem tanto
Primeiro site de relacionamento
extraconjugal para mulheres causa grande
polêmica na França e irrita religiosos
Redação
[email protected]
Após sucessivos escândalos de infidelidade de presidentes e da polêmica sobre as atividades sexuais
do ex-diretor do FMI, Dominique
Strauss Kahn, a bola da vez na
França é a guerra judicial entre entidades religiosas e o site de relacionamento extraconjugal Gleeden. Fundado em 2009, o serviço
já conta com pelo menos um milhão de clientes no país, mas voltou a atrair os holofotes agora,
após ter estampado os ônibus de
várias cidades com anúncios do
negócio. Para muitos, esse é mais
um indicativo da guinada conservadora de um país considerado
historicamente libertário.
Com a propaganda de que é o
primeiro site voltado às mulheres
casadas que procuram um amante, a plataforma colocou nas ruas
sua mais nova campanha publicitária, que traz uma maçã mordida
em referência às tentações de Eva.
O anúncio foi veiculado, inclusive, em pequenas cidades, onde a
repercussão foi bastante negativa.
Em pelo menos sete localidades as
propagandas foram recolhidas
após fortes reações na Justiça e
nas redes sociais, o que levou a um
intenso debate sobre os limites da
moralidade pública e da liberdade
de expressão no país.
A principal queixa veio das Associações Familiares Católicas,
que fizeram uma representação
oficial contra o grupo editorial
americano Black Divino, dono do
site. Segundo os religiosos, a campanha é “imoral” e “representa
grave violação do código civil”.
“Ao facilitar o adultério, Gleeden
faz uma promoção pública da mentira e da violação da lei”, argumentam. Embora a infidelidade não seja considerada crime na França
desde 1975, um dos artigos do código civil — escrito em 1804, em plena era napoleônica — afirma que
“esposos devem respeito mútuo,
fidelidade, ajuda e assistência”.
Os “Percursores”, outro grupo
conservador católico que tem atuado na mesma linha, enviou às redes de transporte francesa RATP,
Keolis e Transdev uma petição
com mais de 20 mil assinaturas para exigir a retirada dos “anúncios
escandalosos”. A RATP negou a solicitação sob a alegação de que as
Oito franceses, sendo
três atletas famosos,
fariam parte de ‘Reality
Show’ de sobrevivência
A França amanheceu em estado de choque ontem, após a
morte de oito franceses, incluindo três atletas olímpicos
famosos, nas filmagens do reality show de sobrevivência
“Dropped”. A colisão entre
dois helicópteros na Patagônia
Argentina também vitimou os
dois pilotos argentinos.
A navegadora Florence Arthaud, a nadadora Camille Muffat e o boxeador Alexis Vastine
— os dois últimos medalhistas
olímpicos — estão entre os 10
mortos. Eles participavam das
gravações do programa do canal de televisão TF1, em que
atletas enfrentam desafios na
natureza ao redor do mundo.
No caso da Argentina, as paisagens escolhidas foram a a Quebrada del Yeso e a Villa Castelli,
área montanhosa a 200 km da
capital da província de La Rioja,
onde tudo aconteceu. As filmagens haviam começado em fevereiro, em Ushuaia, extremo sul
do continente americano.
campanhas estavam resguardadas
pelo princípio da liberdade de expressão. O mesmo, no entanto,
não aconteceu com a Keolis, que retirou os cartazes dos ônibus da pequena Versailles, a uma hora da capital Paris, em função da reação da
população. De acordo com o jornal
francês “Le Monde”, a companhia
recebeu mais de 500 reclamações
em apenas uma semana,
enquanto a média é de
900 queixas a cada ano.
Em outra cidade, Rambouillet, o próprio prefeito pediu à Transdev para recolher as propagandas “em
nome da moralidade”.
A porta-voz da Gleeden,
Solène Paillet, argumenta
que o site, dirigido por mulheres e para mulheres, também é uma maneira de fazer
justiça às francesas. Traídas
por seus maridos há séculos,
quando se arriscavam, elas ainda sofriam punições, sendo enviadas para conventos ou para
a prisão. “Queremos dar às mulheres um meio de enganarem os
seus maridos e serem sexualmente
independentes”, explica Paillet.
Em entrevista ao jornal “New
York Times”, Paillet fez uma provocação ao invocar o recente ataque terrorista ao semanário satírico “Charlie Hebdo”, já que, há algumas semanas atrás, estes mesmos queixosos estavam nas ruas
lutando por liberdade de
expressão. “Em pleno
2015, organizações religiosas não podem ditar a moral
para os franceses”, opinou.
O presidente
François Hollande
expressou ‘sua
comoção’ ao ser
informado da maior
tragédia da história
dos ‘reality shows’
Colaborou o estagiário Gabriel Vasconcelos
Em pelo menos sete
localidades as
propagandas do site
foram recolhidas após
fortes reações na
Justiça e nas redes
sociais, o que levou a
um debate sobre os
limites da moralidade
pública e da liberdade
de expressão no país
Franceses em
choque com
tragédia que
matou atletas
Reproduções de campanhas
publicitárias no Twitter do site
de relacionamento extraconjugal
Gleeden, o primeiro dedicado
apenas às mulheres
O presidente François Hollande expressou “seu espanto
e comoção” ao ser informado
do acidente, a maior tragédia
da história dos reality shows.
Muffat foi campeã nos 400
metros livre e medalhista de prata nos 200 metros, em Londres
(2012). Já o boxeador Vastine foi
medalhista de bronze em Pequim(2008)e, Arthaud, uma célebre navegadora que ficou conhecida como “a noiva do Atlântico”. Ela tinha acabado de escrever o livro de memórias “Cette nuit la mer est noire” (Esta
noite o mar é negro, em tradução livre). “Eu quero doar. Eu
quero ajudar aqueles que, como
eu, sonham com aventuras, em
fazer de suas vidas seu sonho.
Eu quero dedicar-me às mulheres que desejam navegar”, escreveu Arthaud no livro que será
lançado em 19 de março. AFP
44 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
▲
MUNDO
ESTADOS UNIDOS
União para aprovar maconha medicinal
Senadores democratas e republicanos apresentaram ontem o
projeto de lei mais abrangente sobre uso medicinal da maconha. Dos
50 estados dos EUA, 23 legalizaram a cannabis, planta de onde se
extrai a maconha, para tratar pessoas com câncer, esclerose múltipla
e epilepsia. Mas a lei federal continua a investigar criminalmente,
inclusive com prisões, quem é encontrado com porte de drogas. AFP
Conta pessoal
foi usado por
conveniência,
alega Hillary
Maduro quer governar
com superpoderes
Ex-secretária de Estado
e possível candidata a
presidente pode ter
violado lei federal
Presidente venezuelano Nicolás Maduro pretende que Legislativo aprove superpoderes
em tema de segurança para enfrentar ‘agressões imperialistas’ dos Estados Unidos
AFP
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se preparava ontem
para enviar à Assembleia Nacional
um pedido de superpoderes em tema de segurança para enfrentar
“agressões imperialistas” dos Estados Unidos contra seu país, atingido por inflação, recessão e desabastecimento. “Vou solicitar uma
lei habilitante anti-imperialista
para nos preparar para todos os cenários e em todos eles ganhar e
triunfar com a paz", disse Maduro
na noite de segunda-feira, em um
pronunciamento nacional de rádio e televisão.
O presidente americano Barack Obama, em uma nova escalada
da tensão bilateral, classificou na
segunda-feira a situação na nação
sul-americana como “uma ameaça extraordinária e incomum à segurança nacional e à política externa dos Estados Unidos”, ao implementar sanções contra sete funcionários venezuelanos que, segundo Washington, participaram da
repressão às manifestações antigovernamentais que deixaram 43
mortos em 2014.
O socialista Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, respondeu acusando os Estados
Unidos de terem dado “o passo
mais agressivo, injusto e nefasto já aplicado contra a Venezuela”. A última vez em que o presidente pediu superpoderes para
legislar (em temas econômicos)
foi no fim de 2013 e o tempo entre a solicitação e a concessão
foi seis semanas.
Líderes de ONGs especializadas em temas de segurança e analistas políticos opinaram que esta
habilitante pode ser utilizada para
bloquear as garantias individuais
sob o fantasma do inimigo externo. “Usando a figura do inimigo
externo, que é o imperialismo, o
governo aproveita para construir
um quadro jurídico mais repressivo”, disse o cientista político Edgard Gutiérrez, coordenador da
empresa de pesquisas Venebarómetro. “A Lei Habilitante Anti-imperialista será um instrumento
contra o inimigo interno e, como
as habilitantes de Maduro, orientada a minar os direitos humanos”,
declarou no Twitter Rocío San Miguel, chefe da organização não governamental Control Ciudadano,
especializada em temas militares
e de segurança.
Nicolás Maduro acusou os EUA de ter dado ‘o passo mais agressivo e injusto contra a Venezuela’
A lei habilitante é um dispositivo da Constituição venezuelana
que permite ao chefe de Estado
governar durante um ano por decreto em temas específicos.Uma
habilitante deve ser aprovada pela maioria especial constitucional de 60% dos deputados do legislativo unicameral. Esta é a porcentagem de que dispõe, precisamente, o governo chavista, cuja
equipe parlamentar soma 99 legisladores de um total de 165.Esta maioria da Assembleia permite ao governismo não apenas sancionar as habilitantes, mas também dar quórum às sessões, controlar a agenda parlamentar e
aprovar ou rejeitar todos os proje-
O governo dos EUA
disse ontem que não
promove a
instabilidade na
Venezuela e que as
sanções se propõem a
‘persuadir’ Caracas a
‘mudar seu
comportamento’
tos de lei sem a necessidade de nenhuma aliança com a oposição.
O governo dos Estados Unidos
disse ontem que não promove a
instabilidade na Venezuela e que
as sanções anunciadas na segunda-feira se propõem a “persuadir” Caracas a “mudar seu comportamento”, assegurou uma porta-voz do Departamento de Estado. “Apesar de declarações em
sentido contrário de parte de funcionários venezuelanos, não estamos promovendo a instabilidade
na Venezuela”, disse a porta-voz,
Jen Psaki, que qualificou de “falsa” a versão de que Washington se
propõe a abalar o governo de Nicolás Maduro. AFP
Atingida por um escândalo
que envolve o uso de e-mails
de sua conta pessoal, e não o
oficial do governo, para questões de trabalho enquanto ocupava o cargo de secretária de
Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton admitiu ontem
que teria sido melhor ter usado duas contas e dois celulares. Hillary, que poderá ser
prejudicada com este escândalo na sua pretensão de ser candidata democrata à Presidência, no ano que vem, explicou
que fez isso por “razões práticas”. A ex-secretária de Estado, que ocupou o cargo durante quatro anos e o deixou em
2013, disse que optou, por conveniência usar sua conta pessoal para carregar apenas um
celular, ao invés de dois.
Ela explicou que houve um
processo rigoroso para identificar os e-mails relacionados a
trabalho e entregá-los ao Departamento de Estado. A “grande maioria” das mensagens, segundo ela, foi enviada ao Departamento de Estado. Hillary
entregou mais de 55 mil páginas de e-mail, informou o jornal “New York Times”, devido
à determinação do Departamento de Estado de cumprir
com as práticas de manutenção de registros e devido à lei
segundo a qual correspondências enviadas e recebidos por
funcionários federais devem
ser guardados.
“Eu quero que o público veja os meus e-mails”, escreveu
Hillary em um tuíte. “Pedi ao
Departamento de Estado que
os divulgue", completou. O Departamento de Estado informou que divulgará seus
e-mails em um site após análise do material que poderá demorar meses, segundo Jen
Psaki, porta-voz do órgão. A divulgação pública dos e-mails
seguirá procedimentos da lei
de acesso à informação do
país, a Freedom of Information
Act (FOIA).O caso fez com que
vários políticos democratas
passassem a questionar se uma
outra pessoa deveria ser escolhida no lugar de Hillary Clinton para ser candidata à sucessão do presidente Barack Obama. Redação, com Agências
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 45
Nir Elias/Reuters
ELEIÇÕES EM ISRAEL
Netanyahu diz ser alvo de complô global
O 1º ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que há um
"enorme esforço mundial" para garantir que seu partido, o direitista
Likud, perca a eleição na semana que vem, segundo comentários
divulgados pela rádio do Exército. De acordo com a rádio Netanyahu
se referia ao financiamento estrangeiro para grupos de defesa de
direitos, que lutam pela mudança de governo em Israel. Reuters
ENTREVISTA Christian Stoffaes Presidente do Conselho Mundial para Eletrificação Sustentável
‘A ELETRIFICAÇÃO AJUDA NA
ERRADICAÇÃO DA POBREZA’
Jacques Demarthon/AFP
ções. Provavelmente, a revolução na Rússia em 1991 foi causada por isso, porque vinha de
um longo período de preços baixos iniciado em 1986. E países
produtores de petróleo têm dificuldades de sobreviver a uma
década de preços baixos, porque normalmente usam a receita da exportação para investir
em políticas sociais, habitação
de baixo custo, para subsidiar
comida e necessidades básicas.
Quando isso é cortado, acontecem as revoluções. Isso aconteceu na Nigéria em 1990. Isso
provavelmente aconteceu na
Rússia em 1991.
O acesso à energia não é uma questão relativa apenas
ao meio ambiente. É uma pré-condição para aliviar
muitos problemas associados com a pobreza, de saúde
à falta de educação, diz o economista Christian Stoffaes, presidente do Conselho Mundial para Eletrificação Sustentável e representante da Fundação Getúlio
Vargas em Paris. Ele esteve em todas as conferências internacionais sobre o clima desde a origem no Rio, em
1992. Há dois anos, Stoffaes participou no Brasil da Rio
+ 20, quando anunciou uma proposta para incentivar a
eletrificação em países pobres, assunto que será debatido no COP 21, no final do ano em Paris.
Nicola Pamplona
[email protected]
O que se pode esperar de novo
na reunião deste ano em Paris
sobre a Mudança Climática, a
COP 21, em termos de políticas
de eletrificação?
Em um evento paralelo da
Rio+20 fizemos uma proposta
que será apresentada na COP 21.
Fui secretário geral do E7, grupo
das sete maiores empresas de
energia, criado na conferência
do Rio em 1992 para desenvolver
projetos de eletrificação de pequena escala. Já fizemos 15 projetos na África e na América Latina. O projeto foi criado para trabalhar em energia para a África
por meio de uma nova agência
das Nações Unidas especializada
em eletrificação, que coloca nas
mãos dos estados africanos o trabalho de desenvolver o programa. Então, estamos trabalhando
nisso. Criamos, por ocasião do
Rio+20, o Conselho Global para a
Eletrificação Sustentável. Acredito que será um tema importante
porque deverá haver na COP21 a
busca por algo novo. Já não há razão para insistir no protocolo de
Kyoto. Nosso argumento é que a
eletrificação não tem impacto
apenas sobre mudança climática, mas também sobre erradicação da pobreza. Atende as metas
do milênio e custaria apenas
US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões, o
que não é muito dinheiro.
A proposta é que 1% das tarifas
de energia da Europa sejam
usadas para financiar o
programa, não?
Nós fizemos essa proposta. Acreditamos que a ferramenta mais
eficiente para promover as energias renováveis foi a “feed-in tariff”, que é a obrigação das empresas de serviços públicos de
energia de comprar a eletricidade produzida por produtores independentes a um preço fixo. É
uma espécie de subsídio que se
mostrou um instrumento muito
eficiente. O objetivo é aplicar esse modelo para eletrificar os países pobres. A ideia é cobrar 1%
da tarifa para desenvolver isso.
Como o Sr. vê o Brasil
neste cenário?
O Brasil é muito rico em termos
de recursos naturais. Vocês
usam muito a energia hidrelétrica, ainda que não esteja totalmente explorada, e vocês têm
óleo e podem se tornar um grande exportador. Vocês são um tipo de milagre geológico, com
grande futuro.
A crise financeira tem tido
algum impacto no
desenvolvimento de energias
renováveis?
Mas não estamos chegando
tarde à bonança do petróleo?
Não muito. As renováveis tem
uma especificidade: elas não são
lucrativas, não são competitivas. Estão se tornando competitivas, mas ainda não são completamente. São subsidiadas.
Não. Vamos precisar de óleo por
muito tempo ainda. Há uma depressão temporária nos preços
por causa dos Estados Unidos,
mas os preços vão voltar a um
bom nível novamente. Vocês
não terão problema para viver a
bonança do petróleo.
Mas os países continuam
interessados em subsidiar,
mesmo com os problemas
financeiros?
Sim. Porque, além de não representar muito dinheiro, é
bom para a imagem e é uma
causa legítima.
Mesmo nos países não
desenvolvidos?
Nesse caso, não haverá impacto
porque o tema da energia é muito importante. Há um grande esforço para evitar racionamentos, blecautes. É provavelmente
o tema mais importante para países em desenvolvimento.
Então o risco de falta de energia
pode motivar investimentos em
renováveis também?
“
Produtores de petróleo
têm dificuldades de
sobreviver uma década
de preços baixos. Eles
usam a receita da
importação para
investir em políticas
sociais e quando isso é
cortado acontecem as
revoluções. Foi o que
ocorreu na Nigéria
em 1990 e na Rússia
em 1991”
A mais eficiente e rápida maneira de gerar energia são as plantas
a gás ou carvão, mas as renováveis têm suas vantagens. Depois
da construção, o custo do combustível é zero e o custo da construção é próximo de zero. Então,
isso compensa os subsídios.
Há uma mudança, nos últimos
anos, na geopolítica da energia,
com os Estados Unidos se
transformando em grandes
produtores de óleo, carvão e gás
barato.Quais os impactos
geopolíticos?
Já estamos vendo um efeito imediato na Rússia. O país era bastante arrogante em sua relação
com os EUA, era agressivo na
Crimeia, mas podia fazer isso
porque estava rico com a exportação de petróleo e gás. Agora,
o que vemos é a Rússia preocupada com a situação, porque está perdendo receita de exporta-
Como a crise da Petrobras pode
afetar a imagem do Brasil?
Penso que é um problema doméstico, que vem sendo usado
como uma desculpa para atacar
a presidenta Dilma Rousseff. Ela
tem enfrentado questões na economia, é uma apoiadora do Lula, que é bem popular e fez uma
revolução positiva no Brasil.
Mas isso foi há dez anos, então a
memória se esvaiu e as pessoas
estão usando a Operação Lava Jato para atacar ela.
Não é um assunto importante
para o investidor?
Não, é doméstico. É uma coisa
política. Para os brasileiros, é
um grande evento, mas não vejo
grande impacto.
46 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
OPINIÃO
Editoria de Arte
Antipetismo
e golpismo
Saturnino Braga
[email protected]
antipetismo, mesmo raivoso,
enquanto posição política organizada democraticamente
para se opor com dureza ao governo é inteiramente válido e
faz parte do jogo da democracia. Quando avança, porém, além de
certos limites e elege um presidente para a Câmara cuja atuação não condiz
com o conceito de “ficha limpa”, só
por ser um esperto antipestista, assim
como, quando usa as redes sociais para
convocar manifestações destinadas a
forjar um impeachment da presidenta
recentemente reeleita, o antipetismo
passa a atentar contra as instituições
democráticas.
Quando usa a tática do combate à
corrupção com o fim de atacar o governo e ganhar mais adesão política, o antipetismo está bem dentro dos limites do
jogo e está mesmo servindo à Nação.
Quando, em nome do combate à corrupção, agride ferozmente a Petrobras,
com intenção claramente demolidora,
está servindo a interesses não brasileiros que visam ao empoderamento do petróleo do pré-sal.
E o fato é que vai ficando cada vez
mais claro que a sanha antipetista está
de fato ultrapassando os limites democráticos e resvalando rapidamente para
a fogueira do golpe. É claro que no atiçamento deste golpismo há uma articulação vinda de fora com o objetivo de derrubar a presidenta que tomou decisões
ousadas de autonomia brasileira: a da
Lei do pré-sal, a da aliança efetiva com
os Brics e a de investir em sistemas nacionais de comunicação, autônomos
em relação à espionagem de Washington. Ousadas e frontalmente contrárias
aos interesses do grande capital.
A Petrobras já foi gravemente ferida.
Mas não basta; é preciso derrubar o governo para mudar a Lei; e derrubar o governo para acabar com os Brics. A Índia
já foi conversada, Obama esteve lá no
mês passado; a Rússia se desgasta pela
guerra na Ucrânia; a África do Sul não
conta muito; é preciso, sim, tirar o Brasil, que é um país estratégico, é um país
sul-americano. E o Brasil tradicionalmente se tira com o golpe, militar ou judiciário. Já se comenta que foi instalada
a “República de Curitiba”, autônoma
em relação às leis brasileiras, parodiando a República do Galeão que derrubou
Getúlio Vargas.
O
E o fato é que vai ficando
cada vez mais claro
que a sanha antipetista
está ultrapassando os
limites democráticos e
resvalando rapidamente
para a fogueira do golpe
É este o quadro grave que temos pela
frente. Ao qual se soma, infelizmente,
uma situação econômica frágil, que facilita a sabotagem, coisa que a CIA sabe fazer muito bem. O rebaixamento da Petrobras que corta o seu financiamento,
a subida da inflação com Joaquim Levy
e a greve dos caminhoneiros (que derrubou Allende) podem ser os primeiros
atos dessa sabotagem. Na Venezuela,
que ousou mais, há mais tempo, o processo está bem mais avançado e é muito
difícil para o governo resistir ao desfecho golpista.
Aqui ainda há forças confiáveis e robustas para a resistência. Temos alguns
órgãos importantes de comunicação, a
liderança de Lula, a honradez de Dilma,
a OAB, a ABI, o Clube de Engenharia, a
CNBB, e a consciência política ainda viva na maioria do povo (já tão desgastada na Venezuela e na Argentina).
Não, no Brasil o golpe ainda não cresceu e não crescerá o bastante para vencer. Mas é decisivo o trabalho político
de unir e articular todas as forças democráticas para desmoralizar o golpismo
já atuante. A partir do próprio PT, que
deve, sim, discutir o esforço fiscal, mas
não criar embaraços ao governo além
dos já complicados que ele enfrenta.
Política é difícil, eu bem sei, requer
maturidade, grandeza, coragem e discernimento. É o que se espera do PT neste grave momento.
Saturnino Braga é presidente do Centro Celso Furtado
e ex-senador pelo Rio de Janeiro
Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 47
PAULO SARDINHA
FABRICIO SCALZILLI
Presidente da Associação Brasileira
de Recursos Humanos (ABRH-RJ)
Presidente da Comissão Especial de Falências
e Recuperação Judicial da OAB/RS
O contraste de um diálogo
sobre remuneração salarial
Aos dez anos,Recuperação
Judicial pode acabar no país
Em um primeiro olhar, pode parecer impossível que o discurso de uma vencedora do Oscar dialogue com a fala de um deputado federal no Brasil. Mas, surpreendentemente, o depoimento da Patricia Arquette, que levou a estatueta de atriz coadjuvante, enfatizou tema que também esteve presente em entrevista da pelo político dias antes: a desigualdade de salários entre homens e mulheres. Porém, enquanto ela reivindicava por
remunerações iguais em Hollywood, o deputado foi no sentido contrário ao defender que as mulheres recebam menos.
O título deste artigo pode parecer pesado, mas nos faz refletir
sobre qual a real amplitude e eficácia deste instituto que completa dez anos e que os críticos dizem só servir efetivamente
para grandes empresas. O mercado financeiro e os investidores em geral possuem aversão a risco. Infelizmente no Brasil,
a visão que se tem é que a empresa que obtêm o benefício da
Recuperação Judicial está em um estado agonizante e pré-falimentar. Como resultado, não há créditos para essas empresas organizarem seu fluxo de caixa e compromissos futuros.
É inegável que, após muita luta e
trabalho, elas conquistaram direitos
que eram impensáveis há cem anos.
E foi justamente o pleito por melhores salários que fez com que hoje em
dia se celebre o Dia Internacional das
Mulheres. É uma homenagem às operárias que, em 1957, iniciaram uma
greve e mobilizaram uma fábrica têxtil em Nova York, pois estas ganhavam em torno de um terço do salário
de um homem na mesma função.
Os dois discursos comprovam, porém, que há muito a ser feito. Se grandes estrelas do cinema admitem que
não são tão valorizadas quanto os galãs, fica a certeza de que profissionais
espalhadas pelo mundo enfrentam a
mesma barreira. Aqui, no Brasil, pesquisas apontam que o público feminino não responde nem por 20% das diretorias de empresas presentes em território nacional.
Em grandes companhias, os interesses em jogo e a complexidade das
relações com mercado e com os credores são tão grandes que a quebra teria um efeito negativo. Neste contexto, as empresas que geralmente possuem bons ativos e fluxo de caixa robusto, mesmo que deficitário, acabam contando com diversas estruturas financeiras a seu favor para regar
a operação, além da benevolência de
grandes credores expostos que entendem será melhor colocar mais dinheiro do que perder o que foi investido. Os governos e fundos de investimentos que apostaram recursos no
desenvolvimento de mercados e
grandes corporações não raro passam por esta encruzilhada.
Empreendedores que
valorizam a gestão de
pessoas sabem que não é o
gênero que determina o
grau de produtividade de
um colaborador, mas
sim o seu engajamento
E justamente são visões distorcidas, que defendem menores salários
para as mulheres pelo simples fato
delas poderem ficar grávidas, que impedem avanço mais veloz rumo ao
mundo menos desigual. Empreendedores que valorizam a gestão de pessoas sabem que não é o gênero que
determina o grau de produtividade
de um colaborador, mas sim o seu engajamento, comprometimento e a
sua qualificação profissional. Do
mesmo jeito que devem ser esses os
fatores a influenciar a elevação de remuneração dentro de uma empresa.
Opiniões que expõem visão retrógrada inibiram por muito tempo a
mulher no mercado de trabalho. Porém, a presença delas à frente de grandes organizações e de algumas das
principais nações esvazia qualquer
pseudoargumento. Ao invés de questionar o papel de uma lei trabalhista,
seria mais importante destacar o
quão grave é o desrespeito à CLT. Em
pleno século XXI há casos de pessoas
sob condições análogas à escravidão.
Existe um debate se as mulheres
trouxeram para o mundo corporativo qualidades na gestão que normalmente não são tão desenvolvidas
nos homens. Há quem veja nelas capacidade maior de sensibilizar a organização, de conseguir organizar
melhor o trabalho em equipe, de realizar mais tarefas simultâneas e de
conseguir equilibrar melhor a vida
profissional e pessoal. Não há unanimidade nessa “guerra dos sexos” e
talvez não seja esta uma questão vital. O fato é: não há como negar que
elas contribuíram e muito para o
crescimento do país.
Infelizmente, a coincidência de
temas nas duas falas comprova que
a questão da desigualdade ainda é
grande e está presente em diversos
setores e no mundo todo. E o desafio
para superá-la está longe de ser realizado. Enquanto houver autoridades que justifiquem a disparidade
de tratamento entre homens e mulheres, significa que ainda há uma
parcela da sociedade que acha a legitimidade nessa injustiça. Felizmente, discursos como o do Oscar contribuem para que a razão ajude a superar a ignorância.
Enquanto isso, no mundo
das PMEs, o cenário é
outro. Recuperação
Judicial é sinônimo de
mais custo em curto prazo
para soluções não tão
tangíveis de longo prazo
Os planos de recuperação, quando aprovados, aliviam o caixa e reorganizam a dívida, mas em geral falam pouco do futuro. A empresa chegou nessa situação por fatores internos de gestão ou externos de mercado, que levaram há um desencaixe financeiro e um espiral de crise.
Quem disse que isso não vai ocorrer
de novo? No Brasil, em 2015, tudo é
possível! E assim a vida segue no mercado de crise com decisões judiciais
que encerram o processo de recuperação judicial em dois anos, mesmo
sequer tendo iniciado o período de
pagamento.
A Justiça entende que organizou
as regras do jogo e o plano agora é autoexecutável. Cabe aos credores fiscalizarem a empresa. Na teoria é ótimo; na prática, muitas vezes o mesmo modelo de gestão continua e lá
na frente apresenta-se um cenário
mais agudo. A brecha da lei que visa
preservar as empresas tem levado a
devedora lá na frente a buscar adaptações e renegociações ao plano aprovado, criando a meu ver um não comprometimento com o resultado e
com o compromisso assumido de pagamento dos credores.
Restaaos credoresaceitarem asmudanças e irem novamente à mesa de
negociação, caso não queiram a decretação da falência, cujo patrimônio da
empresa, quando existente, paga somente parte de dívidas trabalhistas.
Enquanto isso, no mundo das pequenas e médias empresas, o cenário é outro. Recuperação Judicial é sinônimo de mais custo em curto prazo para soluções não tão tangíveis de
longo prazo. Sem acesso a crédito e
com recebíveis futuros já vendidos e
consumidos, com a operação cambaleante, pressão das dívidas fiscais e
outros credores não sujeitos a recuperação judicial, o plano de recuperação judicial, montado às pressas, prevê o básico — deságio e alongamento
de dívida, sem ninguém se debruçar
sobre o futuro da empresa. Esta, salvo alguma sorte ou mudança real de
rumo, pode ter iniciado a sua travessia para quebra. Como a maioria das
empresas no Brasil em crise são médias e pequenas, a Lei terá de rever
seus conceitos e sua eficácia senão
poderá acabar em desuso para esse
grande grupo da economia. Seria
mais uma concordata largada na prateleira das leis inutilizáveis no Brasil.
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas
Diretor Presidente José Mascarenhas
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48 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015
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PONTO FINAL
OCTÁVIO COSTA Chefe de Redação
[email protected]
Imaginem se
os políticos e os
governantes que têm
o destino do Brasil
em suas mãos se
dedicassem aos
problemas nacionais
como fez nosso valente
tenista na Copa Davis
Feijão saiu da quadra sob aplausos dos argentinos, que reconheceram sua valentia. Leonardo
Mayer também brilhou debaixo
do forte calor, mas jogava em casa e era o franco favorito. Era de
se esperar que o 29º tenista do
ças, conquistava os pontos, adiava a derrota e calava a boca dos argentinos. Depois do jogo, bastante emocionado, o valoroso tenista de Mogi das Cruzes comentou
seu esforço: “Dei 300% de mim,
lutei até o último ponto. Ele tam-
AROEIRA
mundo vencesse o 75º. Mas teve
que enfrentar o heroísmo do brasileiro. Quem acompanha tênis
poucas vezes viu algo parecido.
Quando tudo parecia perdido,
com vantagem para seu adversário, Feijão buscava as últimas for-
Atenas, que sofreram pelos maridos, pelo poder e pela força de
Atenas. Depois do jogo de domingo, seria justo adaptar a famosa letra: “Senhores e senhoras, miremse no exemplo do Feijão”.
Imaginem se os políticos e os
governantes que têm o destino do
país em suas mãos se dedicassem
aos problemas nacionais como
fez o valente Feijão na Copa Davis. Imaginem se eles dedicassem
ao exercício de seus mandatos
300% da energia. Imaginem se
simplesmente honrassem os votos que receberam. O Brasil certamente não estaria vivendo estes
dias de angústia e incerteza. Em
seu histórico discurso de posse
em 1960, o presidente John Kennedy cunhou uma frase célebre:
“Não pergunte o que seu país pode fazer por você. Pergunte o que
você pode fazer por seu país”. O
domingo 8 de março entrou para
a história do esporte nacional: na
batalha épica de Buenos Aires, o
tenista João Olavo Souza, o Feijão, fez o que pôde pelo Brasil.
SOBE E DESCE
André Mourão
N
este dias de baixo astral e de decepção com a política e a
economia, foi emocionante assistir ao jogo do tenista
brasileiro João Olavo Souza contra o argentino Leonardo
Mayer pela Copa Davis, na tarde de domingo. O nosso Feijão, assim
chamado desde moleque pela pele morena e por gostar da comida,
mostrou uma resistência épica. Numa quadra de saibro improvisada
no Complexo Tecnopolis, em Buenos Aires, tomada de torcedores
argentinos, Feijão conseguiu evitar dezenas de match points do
adversário, que chegou ao limite da exaustão para conseguir a
vitória no quinto set, por 15 games a 13. Depois de 6 horas e 42
minutos, os dois realizaram a partida de simples mais longa da
história da Copa Davis (o principal torneio entre nações). Deixaram
para trás o recorde anterior de 6 horas e 22 minutos, da disputa entre
o americano John McEnroe e o sueco Mats Wilander, em 1982.
bém deu 300% dele. Alguém tinha que ganhar e foi para o lado
dele. Só pensei em jogar ponto a
ponto e jamais desistir”. Feijão
não desistiu e teve o esforço premiado. Agora, aos 26 anos, o paulista é o 72º colocado no ranking
mundial de simples.
Para quem não entende nada
de tênis, vale explicar que a Copa
Davis não é um torneio de premiação milionária. Os tenistas jogam
pela honra de seu país. Suam a camisa pela bandeira nacional. Portanto, Feijão não resistiu a Mayer
por mais de 6 horas para abocanhar mais um punhado de dólares. Jogou o que jogou em nome
do Brasil. Não importa se, no final, perdeu para o argentino.
Com alma de vencedor, mostrou
uma raça e uma dedicação que
tem feito muita falta nestes tempos de crise econômica e decadência política. Nos anos de
chumbo, numa de suas belas músicas, Chico Buarque de Holanda
recomendou que todos se mirassem na coragem das mulheres de
■ O presidente da Vale, Murilo
Ferreira, deverá presidir o
Conselho de Administração da
Petrobras, no lugar do ex-ministro
Guido Mantega. A nomeação
acontecerá na reunião do
próximo dia 23.
Paulo Whitaker/Reuters
O HEROÍSMO DE FEIJÃO
■ Protestar é livre e democrático.
Estar irritado com a economia do
país até Dilma Rousseff já disse
que a população tem motivos para
tal. Mas chamar a presidenta de
“vagabunda”, como fizeram à
porta de evento em SP, é demais.
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