OCTÁVIO COSTA O empenho do tenista Feijão na Copa Davis é bom exemplo para nossos políticos. P48 AGRICULTURA IBGE prevê nova safra recorde com aumento de 3,5% da produção de 2015. P8 AUTOMANIA Honda investe no HR-V, seu novo SUV compacto, com motor 1.8 do Civic. P16 TABELA IR Governo apresenta proposta com 4 faixas de correção, de acordo com a renda. P5 INDICADORES Brasil Ações da Gafisa ON Econom ico 2,07 2,01 (em R$) 1,97 1,97 1,81 brasileconomico.com.br 4/3 5/3 6/3 9/3 10/3 PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . QUARTA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2015 . ANO 6 . Nº 1.385 . R$ 3,00 Cidades produtoras de petróleo pedirão ajuda ao governo Findo o período de fartura com os royalties, prefeituras do Norte Fluminense querem agora socorro para enfrentar uma perda de arrecadação estimada em até 60%, provocada pela queda das cotações internacionais e pela crise na Petrobras. Em fevereiro, a receita com a produção de petróleo despencou 27% em apenas um ano. P6e7 LAVA JATO Barusco: antes propina era só minha Ex-gerente de Tecnologia da Petrobras, Pedro Barusco negou conexão entre o dinheiro desviado antes de 2004 com o esquema de corrupção agora investigado. “Antes era coisa só minha. Depois ficou institucionalizado”, disse à CPI. P4e5 Arnd Wiegmann/ Reuters Dilma enfrenta São Paulo novamente A presidenta ouviu vaias do público no Salão Internacional da Construção, onde mais uma vez afirmou que o país enfrenta o momento mais difícil dos últimos anos. Os empresários gostaram do discurso. P3 CÂMBIO Cotação do dólar recua para R$ 3,10 Credit Suisse troca comando Tidjane Thiam (E) vai substituir Brady Dougan (D) como principal executivo do banco. Em nota, o presidente do conselho, Urs Rohner, reforçou a aposta na experiência de Thiam em novos mercados para a recuperação da instituição. P41 A moeda chegou a ser negociada a R$ 3,17 e caiu sem novidades econômicas. Onde há “realização” não há crise, ou pelo menos não aquela que estava sendo alardeada, alerta Luiz Sérgio Guimarães. P36a38 2 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 MOSAICO POLÍTICO LEONARDO FUHRMANN (interino) [email protected] CUNHA: POR SI E PELOS ALIADOS “ O Executivo governa junto com o Congresso. É fundamental a presença do Parlamento nas medidas para obter uma economia saudável” Divulgação Na CCJ, o pedido de suspeição incluía o presidente do colegiado, Arthur Lira (PP-AL), e o primeiro vice, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Os dois chegaram aos cargos por conta de um acordo do partido com Cunha, na época da disputa pelo comando da Casa. A eleição de Ribeiro quase foi barrada pelos colegas de comissão. Ele recebeu 28 votos favoráveis e outros 26 deputados votaram em branco. Ou seja, a indicação foi aprovada pela diferença mínima, porque o empate obrigaria o PP a apresentar outro nome. Também incluído nos pedidos de investigação de Janot, o presidente da Câmara se antecipou e se ofereceu para ser ouvido pela CPI da Petrobras. Para integrantes da comissão, a estratégia é uma tentativa de defesa prévia, pois o colegiado não tem ainda informações suficientes para questionar Cunha sobre o sua participação no esquema. Fabi Rodrigues Pozzebom/ Ag. Brasil À sombra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o PP tenta se manter vivo no Parlamento. O partido foi o mais atingido pelos pedidos de inquérito feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em razão das investigações da Operação Lava Jato. Ao todo, 18 dos 40 deputados da legenda tiveram seus nomes enviados ao Supremo, entre eles, o líder Eduardo da Fonte (PE). O líder do PSB, Julio Delgado (MG), chegou a pedir o afastamento de investigados da CPI da Petrobras, do Conselho de Ética e da Comissão de Constituição e Justiça. O argumento é que os parlamentares poderão se manifestar sobre questões que envolvem situações em que eles próprios também são investigados. As comissões deixaram a decisão a cargo dos deputados e seus líderes. Michel Temer Vice-presidente da República, sobre a ajuda dos congressistas para aprovação dos ajustes Raiz divulga manifesto nesta semana O movimento criado por dissidentes da Rede, idealizado pelo ex-porta-voz Celio Turino, divulga na quinta-feira um manifesto para a formação do novo partido. Além de antigos integrantes do grupo da ex-presidenciável Marina Silva, eles contam com o apoio de militantes que deixaram outros partidos de esquerda, como o PT. Cada vez mais descontente com o PSB, a deputada Luiza Erundina (SP) tem sido uma presença constante nas atividades do Raiz, movimento cidadanista. E espalha sementes pelo continente Ciclistas viram alvos de anti-petistas O pedido de investigação contra parlamentares suspeitos de ligação com a corrupção na Petrobras atingiu a bancada ruralista. Dos 22 deputados citados por Rodrigo Janot, 14 fazem parte desse grupo de interesse. Entre os 12 senadores apontados, apenas um é ligado ao agronegócio. Como as ciclovias construídas na cidade de São Paulo se tornaram um símbolo da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), entidades de defesa dos ciclistas apontam um aumento da agressividade dos motoristas contra quem pedala. Para líderes dessas entidades, a disputa em torno da construção das faixas exclusivas na capital paulista e o acirramento de um sentimento antipetista motivam a violência no trânsito contra os ciclistas, que são — ao lado dos pedestres — os elos mais frágeis do trânsito. Fechadas propositalmente perigosas e a invasão da faixa segregada são alguns dos problemas mais relatados, muitas vezes com vídeos feitos pelas vítimas. FALE CONOSCO Isaac Amorim/ AGMJ Problema rural O grupo busca apoio para se manter por arrecadação via crowdfunding e se inspira principalmente na experiência dos espanhóis do Podemos, partido que lidera as pesquisas eleitorais daquele país. Além dos europeus, que inclusive participaram de encontros do Raiz no Brasil, existe uma articulação com outros movimentos de esquerda da América Latina. Colaborou Priscilla Arroyo E-mail: [email protected] Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ). As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Discurso e ações não batem com realidade do país Sem perspectivas para a nuvem negra se dissipar Voz do eleitor é para ser levada em consideração O grande problema quanto à insatisfação no país é que o primeiro mandato do governo e o discurso de campanha não batem mais com a realidade atual. Se Dilma Rousseff foi eleita pela grande massa, a falta de comunicação com esta fatia após as eleições foi fatal para um bom entendimento das medidas. Para reverter o quadro, vai ser difícil. Estamos no terceiro mês do ano e parece que passou muito mais tempo. Os acontecimentos estão frenéticos. Inflação, impeachment, corrupção, propina, educação em crise, nada de bom entre os temas mais comentados nos últimos dias. A nuvem negra que se abateu no país de 2014 para cá parece que se expande a largos passos. A indignação do povo em relação ao governo é legítima. Diante das medidas econômicas, que aperta as contas e encurta os salários, isso já era esperado. Se a comandante da nação vem a público dar explicações, o eleitor tem o direito de se manifestar e cobrar, mais que palavras, ações que vão de encontro ao bem comum. A reação é democrática. Vanessa Mello Alexandre Farias Juliana Nogueira Rio de Janeiro, RJ São Paulo, SP São Paulo, SP INDICADORES O Ibovespa caiu 1,8% ontem, a 48.293 pontos, acumulando queda de quase 6% em cinco sessões, refletindo o aumento da tensão política no país. O giro financeiro da sessão foi de R$ 7,9 bilhões. TAXAS DE CÂMBIO ▼ Dólar comercial (R$ / US$) COMPRA VENDA 3,1015 3,1040 ▼ Euro (R$ / E) 3,3205 3,3228 JUROS ■ Selic (ao ano) META EFETIVA 12,75% 12,65% BOLSAS ▼ Bovespa - São Paulo ▼ Dow Jones - Nova York ▼ FTSE 100 - Londres VAR. % ÍNDICES 1,80% 48.293,40 1,85% 17.662,94 2,52% 6.702,84 Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 3 ▲ BRASIL SCO/STF LAVA JATO STF convoca ministro da Primeira Turma A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), colegiado que será responsável pelo julgamento do processo da Operação Lava Jato, decidiu convocar um ministro da Primeira Turma para ocupar a cadeira deixada pelo ministro Joaquim Barbosa, que se aposentou. A questão foi decidida diante da demora da presidenta Dilma Rousseff na indicação de um nome para o lugar de Barbosa. ABr Editor: Paulo Henrique de Noronha [email protected] Em SP, vaias e apoio a Dilma Presidenta ouviu protestos em visita a salão de construção, mas seu discurso foi bem recebido por empresários Fotos Paulo Whitaker/Reuters Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected] São Paulo Depois do panelaço em várias cidades brasileiras do último domingo, durante pronunciamento em cadeia nacional, a presidenta Dilma Rousseff enfrentou novo desgaste político, durante visita oficial ao 21ª Salão Internacional da Construção, realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi. A petista foi vaiada na rua, ao chegar ao evento, e enquanto percorria os estandes de empresas fabricantes de material de construção, onde foi hostilizada por cerca de 200 funcionários dos expositores e terceirizados. Para evitar os gritos de “Fora Dilma!” e “Fora PT!”, o cortejo presidencial teve de refazer o trajeto previsto. Dilma estava acompanhada pelo prefeito Fernando Haddad e pelo ministro Gilberto Kassab (das Cidades). Apesar da recepção negativa, Dilma foi acolhida respeitosamente pelos empresários e lideranças do varejo e da indústria de materiais de construção. “O momento político é delicado. Somos favoráveis aos ajustes fiscais. Consideramos que são necessários para manter o equilíbrio das finanças públicas. Também somos favoráveis à manutenção da governabilidade e da consolidação do processo democrático”, disse Walter Cover, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Material de Construção (Abramat), no discurso de abertura do evento. O executivo relembrou as conquistas do programa Minha Casa, Minha Vida, que corresponde a 7% das vendas de material de construção. “Até 2014, tivemos uma média de construção de 450 mil unidades habitacionais por ano. Com a terceira fase do projeto, a média vai praticamente dobrar, passando a 800 mil unidades. Para isso, precisaremos das medidas do governo para impulsionar a atividade industrial, que tem enfrentado situações desafiadoras”, afirmou, pleiteando melhorias no crédito para aquisição de materiais para pessoa física e a preservação da desoneração da folha de pagamentos do setor. “Aposte em nós, presidenta. Nosso setor sempre foi e continuará sendo um aliado no crescimento econômico do país, gerando emprego e renda para os brasileiros”, reforçou Cláudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). “ A conjuntura atual é muito mais difícil que a dos últimos anos (...) Até o final deste ano, perceberemos sinais de recuperação econômica” Dilma Rousseff Presidenta da República Cerca de 200 pessoas, entre expositores e trabalhadores do evento, gritaram: “Fora Dilma, fora PT” Ao contrário dos manifestantes, empresários da construção civil saudaram Dilma, relembraram os bons resultados gerados pelo programa Minha Casa Minha Vida Para uma plateia cheia de empresários, Dilma disse que os ajustes fiscais eram necessários para retomar o crescimento econômico. “A conjuntura atual é muito mais difícil que a dos últimos anos, mas ela não pode ofuscar os avanços, nem tampouco obscurecer que hoje temos as bases, o aprendizado para ir muito do que já fomos para dar saltos de produção e de competitividade maio- res”, afirmou, mencionando que a economia brasileira tem fundamentos sólidos para superar o atual momento de dificuldade. “Até o final deste ano, perceberemos sinais de recuperação econômica”, ressaltou, argumentando que não há crise na dimensão que alguns dizem. A presidente relembrou que o crédito imobiliário representava 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2003, saltando para 9,7% até o ano passado. “Nos últimos quatro anos o volume de crédito habitacional aumentou de R$ 138 bilhões para os atuais R$ 498 bilhões, gerando 2,7 milhões de empregos na construção civil”, ressaltou, dizendo que o PIB da construção civil vem crescendo acima da média da economia brasileira nos últimos anos. A presidenta frisou que em breve lançará a terceira etapa do Minha Casa Minha Vida, com a meta de construir 3 milhões de moradias até 2018, atingindo um total de 6,7 milhões de habitações desde a criação do programa, em 2009. Dilma anunciou também que lançará a terceira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) e uma nova etapa do programa de concessões e PPPs de rodovias, aeroportos, portos, ferrovias, incluindo agora projetos de hidrovias. No final do discurso, Dilma foi francamente aplaudida pelos empresários. São Paulo, onde predomina um forte sentimento contra o PT que rendeu muitos votos à oposição nas últimas eleições presidenciais, foi uma das cidades onde aconteceu o panelaço de domingo. O estado reelegeu o governador Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno com 57% dos votos, e deu a vitória ao presidenciável tucano Aécio Neves nos dois turnos da eleição de 2104. 4 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ▲ BRASIL Edla Lula [email protected] Brasília O ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco negou ontem haver qualquer conexão entre propinas recebidas antes de 2004 e o esquema de corrupção na estatal que vem sendo investigado no âmbito da operação Lava Jato. Ele confirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga desvio de recursos da Petrobras, a divisão do dinheiro, a partir de 2004, entre ele, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o então diretor de Serviços da empresa, Renato Duque. “Antes, era coisa minha. Depois, foi institucionalizada”, disse Barusco, em depoimento de cinco horas e meia, no qual também admitiu não haver provas que comprometam o PT ou Vaccari. Ele confirmou aos parlamentares o recebimento de propina desde 1997 ou 1998, que totalizam US$ 97 milhões só para si. Mas somente a partir de 2004, os recursos eram compartilhados entre ele, Renato Duque e Vaccari. Embora por diversas Propina ‘institucional’, só a partir de 2004 Pedro Barusco, ex-gerente de tecnologia da estatal, negou qualquer conexão entre o dinheiro que recebeu sozinho desde 1997 e o esquema da Operação Lava Jato vezes tenha afirmado não saber se o dinheiro de Vaccari iria para o PT ou para o próprio tesoureiro, Barusco disse que a parte de Vaccari era rotulada “para o PT”. “O que eu disse e quero esclarecer é que eu estimo que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões”, afirmou, ressalvando que a estimativa parte de uma dedução, a partir dos valores que ele mesmo recebia. “Não sei se o Vaccari recebeu, se foi doa- ção legal, se foi no exterior, se foi em dinheiro”, disse Barusco em outro momento, ao afirmar ser difícil “separar o joio do trigo”, ou seja, o dinheiro lícito do ilícito. Ele voltou a afirmar — assim como fez na delação premiada — que o valor da propina paga pelas empresas variava entre 1% e 2% dos contratos. Segundo o ex-gerente, metade iria para Vaccari, que representaria o PT, e metade para a “Casa”, ou seja, ele, Duque e, às vezes, o ex-diretor Internacional da estatal, Jorge Luiz Zelada. Ele também confirmou divisão de propina na empresa Sete Brasil, contratada pela Petrobras para a exploração do pré-sal e da qual também foi executivo. Nesse caso, Vaccari ficaria com dois terços e os diretores da Sete Brasil, com um terço. Indagado pelo petista Afonso Florence (BA) sobre a apresentação de provas à Polícia Federal ou ao Ministério Público, Barusco Indagado sobre a apresentação de provas à Polícia Federal ou ao Ministério Público, Barusco afirmou não ter fornecido, porque muitos documentos haviam sido destruídos antes da delação Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 5 Divulgação REFORMA POLÍTICA Dias Tóffoli defende cláusula de barreira O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, defendeu ontem, em audiência pública na Câmara, uma reforma política com um sistema eleitoral que dificulte a criação de partidos. Toffoli é a favor da implantação gradativa da cláusula de barreira e do estabelecimento de teto de gastos nas campanhas eleitorais, com um limite nominal para doações de empresas. ABr Fotos Ueslei Marcelino/Reuters “ CPI define cronograma dos próximos depoimentos Quero esclarecer que eu estimo que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões (...) Não sei se o Vaccari recebeu, se foi doação legal, se foi no exterior, se foi em dinheiro” O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli serão os próximos a depor na CPI da Petrobras, amanhã. Cunha falará às 9h30. Em seguida, é a vez do ex-presidente da estatal. A comissão se reúne hoje, às 16h, para definir o cronograma dos demais depoimentos. Além de Pedro Barusco, que depôs ontem, a comissão pretende convocar para as primeiras oitivas a ex-presidente da Petrobras Graça Foster; a presidente da ANP, Magda Chambriard; o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. Na sequência, a comissão propôs cinco eixos de investigação. O primeiro deles será sobre superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias. Nesta etapa, serão ouvidos Jorge Celestino Ramos, diretor de Abastecimento da Petrobras, executivos da Abreu e Lima e representantes da Associação Brasileira de Engenharia Industrial e da Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base. O segundo eixo, sobre a constituição e a Pedro Barusco Ex-gerente da Petrobras operação irregulares de empresas subsidiárias e sociedades de propósito específico, ouvirá executivos da Petrobras. O terceiro eixo contemplará o afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda e terá depoimentos de Renato Duque e de representantes da SBM Offshore no Brasil. O quarto eixo focará na operação da Sete Brasil. Na quinta etapa, sobre irregularidades na venda de ativos da Petrobras na África, Graça Foster, Nestor Ceveró e Jorge Luiz Celada serão ouvidos. Ontem, o PP afastou da CPI os deputados Lázaro Botelho (TO) e Sandes Júnior (GO). Ambos integram a lista de congressistas com pedido de abertura de inquérito encaminhado ao STF. A lista de convocados pela CPI é longa e inclui Graça Foster, Magda Chambriard e Paulo Roberto Costa. Depoimentos começam com Eduardo Cunha e José Sérgio Gabrielli ABr Barusco admitiu não haver provas que comprometam Vaccari (foto) afirmou não ter fornecido porque muitos documentos haviam sido destruídos antes da delação. “Eu simplesmente falei o que sabia”, disse, apostando que “o trabalho de coletar provas vai progredir”. A oitiva do ex-executivo, requerida tanto pelo PSDB quanto pelo PT, praticamente descartou a possibilidade de ampliação das investigações para o período a partir de 1997, quando Barusco diz ter começado a receber dinheiro ilegalmente. “O que ele disse foi que recebia propina antes, porém de forma pessoal. Isso não tem nenhuma relação com aquilo que a CPI está fazendo”, comentou o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), após o depoimento. “Ele também não nominou nenhum político envolvido e nenhum empresário ou dirigente de empresa ou ocupante de cargo. A conectividade que permitiria a extensão das investigações não foi atendida”, reforçou. Para o relator da comissão, Luiz Sérgio (PT), Barusco não trouxe fato novo, além do que do que já foi divulgado na imprensa. Por isso teria insistido para que ele desse detalhes do período anterior a 2004: “O ideal seria que ele pudesse aprofundar aquele período, porque é impossível imaginar que a corrupção na Petrobras tenha nascido com ele sozinho a partir de 1997”. Sempre que indagado sobre pagamento de propina à época em que o país era governado pelo tucano Fernando Henrique Cardoso, Barusco afirmou tratar-se de um ato pessoal. Sob a alegação de que o fato estava sendo investigado, recusou-se a dar detalhes, o que causou reação dos parlamentares petistas. “Partidos como o PSDB estão gostando desse depoimento em que o depoente não explica tudo e diz meias verdades. Ele não sabe para onde foi o dinheiro”, reclamou Maria do Rosário (PT-RS). No final do dia, a direção nacional do PT divulgou nota, na qual volta a negar o recebimento de propinas por Vaccari e afirma que as doações são declaradas ao TSE. Governo cede e amplia correção da tabela do IR Planalto acata proposta do PMDB para viabilizar a aprovação das medidas do ajuste fiscal O governou aceitou a proposta da base aliada no Congresso, liderada pelo PMDB, e mudou sua proposta para reajuste da tabela do Imposto de Renda (IR) para pessoa física. Ontem à noite, o Planalto enviou Medida Provisória, para ser publicada hoje no Diário Oficial da União, com quatro faixas de reajuste: 6,5%, 5,5% 5% e 4,5%. A maior faixa, 6,5%, beneficiará os contribuintes de menor renda. Segundo o senador Eunicio Oliveira,líder do PMDB no Senado, a medida valerá a partir de 2 de abril. A oposição reagiu rapidamente: considerou a propsota um “arremedo de reajuste”, nas palavras do líder tucano Cássio Cunha Lima, que assegurou que a oposição vai defender o reajuste único de 6,5%. Segundo o ministro da Fazenda Joaquim Levy, que foi à noite ao Congresso para levar a proposta, a mudança implicará numa perda de R$ 6 bilhões de receita para o governo. O acordo foi fruto de uma preocupação do governo com o péssimo sinal que a crise política passa para o mercado, colocando em risco a aprovação de medidas do ajuste fiscal. Na segunda-feira, o PMDB indicou que podia aceitar uma trégua. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se reuniram com o ministro Joaquim Levy para negociar a alternativa. A proposta foi apresentada a Dilma no mesmo dia, numa reunião com os líderes aliados do Senado, e pela primeira vez a presidenta recuou da ideia inicial reajuste de 4,5% para todas as alíquotas. Ela foi avisada que, se o governo não mudasse de posição, seu veto seria derrubado no Congresso e a tabela seria reajustada em 6,5%. A proposta de reajuste diferenciado por alíquotas, com menor correção para as pessoas com maior renda, foi elaborada pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), que pediu ajuda do ministro de Minas e Energia, o também peemedebista Eduardo Braga. com Reuters 6 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ▲ BRASIL Receita com royalties cai a níveis de 2012 Petróleo barato e crise da Petrobras derrubam arrecadação de municípios produtores, que querem ajuda do governo federal Nicola Pamplona [email protected] As estatísticas sobre a arrecadação de royalties do petróleo em fevereiro confirmaram os piores temores de estados e municípios beneficiados pelos recursos. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as petroleiras pagaram no mês passado um total de R$ 1,179 bilhão, o pior patamar desde o final de 2011. O volume representa uma queda de 10,13% com relação ao mês anterior, que já havia sido ruim, e de 26,9% com relação ao pico de R$ 1,614 bilhão atingido em fevereiro de 2014. Municípios produtores de petróleo do Rio se preparam para ir a Brasília pedir ajuda ao governo federal. “É um momento extremamente delicado”, diz o secretário-executivo da Organização dos Muni- cípios Produtores de Petróleo (Ompetro), Marcelo Neves. “A queda da arrecadação foi muito abrupta e, além disso, a crise da Petrobras tem grande impacto na iniciativa privada da região”, acrescenta ele. A entidade estima que as prefeituras associadas sofrerão queda de arrecadação entre 50% e 60% este ano, incluindo royalties e impostos como ISS, IPTU e repasses de ICMS. Os royalties são pagos dois meses após a produção, o que significa que a arrecadação de fevereiro refere-se à produção de petróleo em dezembro, quando as cotações internacionais chegaram à casa dos US$ 40 por barril. Em janeiro, quando foram pagos os recursos referentes à novembro, a receita já havia caído 13,17%, para R$ 1,312 bilhão. O cenário prejudica também a arrecadação da participação especial, que é cobrada sobre campos petrolíferos de alta A Ompetro estima que as prefeituras associadas sofrerão queda de arrecadação entre 50% e 60% este ano, incluindo royalties e impostos como ISS, IPTU e repasses de ICMS FEV/2014 OS ROYALTIES DESDE 2011 1.614 Em todo o país, em R$ bilhões FEV/2015 OUT/2011 1.179 1.120 OUT/ 2011 JAN/ 2012 JUL JAN/ 2013 JUL JAN/ 2014 JUL JAN/ 2015 Plataforma na Bacia de Santos: aumento da produção não compensa queda dos preços Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 7 Divulgação ENERGIA Secretários participam de debate em SP Ag. Petrobras O Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura (foto), e o secretário Estadual da Energia de São Paulo, João Carlos Meirelles, participam amanhã, em São Paulo, de debate sobre as perspectivas energéticas para 2015 e o risco de racionamento. O encontro — às 17h30m, no auditório do Sindeprestem — terá participação de empresários. Redação produtividade, cuja arrecadação caiu, em média, 26% no ano passado, de acordo com dados da ANP compilados pela Ompetro. Desde o fim de 2011, a arrecadação com royalties só havia caído abaixo de R$ 1,2 bilhão uma vez, em junho de 2013. A queda, no entanto, foi motivada por paradas simultâneas para manutenção em plataformas de produção. No último ano, a receita oscilou entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,6 bilhão. Segundo projeções do CBIE, a arrecadação com royalties deve cair 25,9% este ano, considerando os preços futuros de petróleo, a projeção de câmbio e a taxa de crescimento da produção Para analista, arrecadação cairá 25,9% no ano Segundo projeções do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a arrecadação com royalties deve fechar o ano em queda de 25,9%, considerando os preços futuros de petróleo, a projeção de câmbio do Boletim Focus do Banco Central e a taxa de crescimento da produção do Plano Decenal de Energia (PDE 2014) da EPE. No cenário mais pessimista, a queda seria de 40,8%, diz o analista Amadeu Pumar. Ontem, o petróleo Brent, negociado em Londres, fechou o pregão cotado a US$ 58,39 por barril. Já o WTI, negociado em Nova York, ficou em US$ 48,29 por barril. Os impactos da perda de receita são maiores nos cofres dos governos do Rio e do Espírito Santo e em cidades localizadas entre o Norte fluminense e o litoral sul capixaba, que têm grande dependência da receita com a produção de petróleo. De acordo com dados do portal InfoRoyalties, da Universidade Cândido Mendes de Campos dos Goytacazes (RJ), os royalties representavam, em 2011, 44% das receitas de Presidente Kennedy (ES), por exemplo. Em Carapebus (RJ), a dependência chega a 40%. O governo do Rio, por sua vez, prevê um impacto de R$ 2,2 bilhões nos cofres estaduais. Consi- “ É um momento extremamente delicado. A queda da arrecadação foi muito abrupta e, além disso, a crise da Petrobras tem grande impacto na iniciativa privada da região” Marcelo Neves Secretário-executivo da Ompetro derando também os municípios, o rombo sobe para R$ 4,4 bilhões. A cifra pode ser revisada para cima, mantidas as condições adversas para o preço do petróleo. Logo após sua posse, no início do ano, o governador Luiz Fernando Pezão anunciou corte de até 25% no orçamento para enfrentar o problema. No Espírito Santo, o governador Paulo Hartung falou em reduzir gastos em R$ 1,3 bilhão. No Norte fluminense, os primeiros afetados são os servidores públicos. “Os municípios estão fazendo cortes na folha de pagamento, reduzindo cargos comissionados e renegociando contratos”, conta o secretário executivo da Ompetro. Ele diz que a entidade tenta marcar uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff para solicitar ajuda do governo federal. A ideia é pedir investimentos em infraestrutura na região, para gerar negócios e oportunidades para atrair novas indústrias. “Vamos pedir apoio de todas as áreas. Queremos que uma equipe sente com a gente para discutir alternativas”, adianta. Segundo Neves, há ainda grande preocupação na região com os desdobramentos da crise da Petrobras. “A região é altamente dependente da indústria do petróleo e concentra muitas empresas fornecedoras e prestadoras de serviço. Quando a Petrobras passa por dificuldades, é natural que outras empresas também tenham problemas”, comenta. De fato, segundo dados do Cadastro Geral do Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho (Caged), a indústria extrativa mineral teve, em 2014, um saldo negativo de 658 postos de trabalho em Macaé, principal base de apoio à exploração de petróleo na região. Com a revisão do plano de investimentos da Petrobras, anunciada no início do ano, a expectativa é de agravamento da crise entre fornecedores e trabalhadores do setor. Ampla terá aumento de 42,19% na tarifa a partir de 15 de março Distribuidora de energia atende a 2,8 milhões de consumidores no estado do Rio de Janeiro A conta de luz paga por cerca de 2,8 milhões de consumidores do Rio de Janeiro, atendidos pela Ampla Energia e Serviços, terá aumento médio de 42,19%, a ser cobrado a partir do dia 15 de março. Para consumidores de baixa tensão, o efeito médio será 36,41%. Já para os de alta tensão foi autorizado aumento médio de 56,15%. Autorizados ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica, os reajustes foram maiores do que os autorizados para outras distribuidoras. Segundo o diretor da agência, Romeu Rufino, a Ampla é “um caso único”, diferenciado, por não ter participado do processo de revisão extraordinária. “Com isso, foi um dos processos que tiveram os menores reajustes no ano passado”, justificou. A diferença (de -5,95%) entre o reajuste médio calculado (48,14%) e o efeito médio a ser percebido (42,19%) se deve à contabilização de alguns gastos já compensados durante o processo tarifário anterior. Também contribuiu para o reajuste os 21,6% a mais que a empresa teve de pagar para cumprir seus contratos de compra de energia. O valor médio pago pela energia adquirida passou de R$133,70 megawatt-hora (MWh) para R$162,50 por MWh. A distribuidora atende em torno de 2,8 milhões de clientes de 66 municípios do Rio de Janeiro. Entre eles, os localizados na re- gião metropolitana de Niterói e São Gonçalo, além dos municípios de Itaboraí e Magé. Ao todo, a empresa atende 7 milhões de pessoas que vivem em 32 mil quilômetros quadrados (73% do território estadual). A redução na quantidade de água bombeada e a chuva acima da média estão ajudando a elevar o nível do Sistema Cantareira que ontem chegou a 13,3% de sua capacidade. Foi a quarta alta seguida com um acréscimo de 0,4 ponto percentual em relação ao dia anterior. Desde o início de março choveu 100,5 milímetros (mm), representando 56,46% da média histórica para o mês (178 mm). Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), as medidas que vêm sendo tomadas desde o começo da crise hídrica há um ano alteraram a liderança que esse sistema tinha na produção de água nos últimos 42 anos. Houve mudança no número de consumidores. Antes da crise hídrica, a retirada de água abastecia 8,8 milhões de pessoas. O número foi reduzido para 6,2 milhões. O maior número de consumidores passou a ser atendido pela produção de água da Represa de Guarapiranga que soma 5,8 milhões de pessoas. Este sistema opera hoje com 70,4% de sua capacidade. Ontem foi verificada a medição de 69,3%. Também subiram os níveis dos demais sistemas: o Alto Tietê passou de 19,7% para 19,9%; o Alto Cotia, de 50,3% para 51,4%; o Rio Grande, de 89,8% para 92,4%, e o Rio Claro, de 39,3% para 39,6%. ABr Divulgação Nova tarifa recompõe perdas provocadas pela crise hídrica no país 8 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ▲ BRASIL Safra recorde vai minimizar tombo do PIB em 2015 Produção agrícola deve crescer 3,5%, mas a queda dos preços das commodities será obstáculo a uma expansão maior da receita Aline Salgado [email protected] A segunda estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2015 totalizou 199,6 milhões de toneladas, 3,5% superior à obtida em 2014, quando alcançou 192,8 milhões de toneladas. O avanço na produção agrícola — 0,9% menor do que o estimado na primeira prévia do ano, em janeiro — deve minimizar o resultado pouco favorável do Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 que, segundo projeção de analistas de mercado ouvidos pelo Banco Central para o Boletim Focus, fechará o ano com retração de 0,66%. Especialistas alertam, no entanto, que a queda internacional dos preços das commodities será obstáculo a um avanço maior da receita agrícola, o que resultará em uma contribuição boa, porém pequena, da agropecuária para o PIB. “Apesar do incremento da produção, o cenário de preços menos favorável fará com que o crescimento da receita seja modesto”, avalia o economista Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores. “Logo, a contribuição para impedir uma maior recessão da eco- nomia brasileira será pequena”, acrescenta. Segundo cálculos da consultoria, após crescer 11% no ano passado — para R$ 293,5 bilhões — a receita agrícola deve apresentar um menor ímpeto este ano, avançando apenas 0,4%, o equivalente a R$ 294,6 bilhões. Thiago Biscuola ressalta, no entanto, que o crescimento da produção agrícola deve gerar um efeito em cadeia sobre o PIB, impactando positivamente as receitas de outros setores, como os serviços e a indústria. “O agronegócio como um todo, que engloba serviços de transporte, financeiro, armazenagem e agroindústria, respondem por 22,5% do PIB nacional”, diz. O efeito câmbio, com o dólar no patamar dos R$ 3, deve contri- Segundo cálculos da RC Consultores, após crescer 11% em 2014, para R$ 293,5 bilhões, a receita agrícola deve apresentar um menor ímpeto este ano, avançando apenas 0,4% buir também para alavancar as exportações. Em termos agrícolas, a soja, que teve expansão de 9,8% na produção e pode atingir 94,8 milhões de toneladas, deve ganhar mais espaço no mercado internacional e dar retornos ainda rentáveis ao produtor, neutralizando a queda dos preços no mercado internacional. “A alta do dólar compensa a queda dos preços internacionais, e o produtor aqui dentro não sente tanto a redução dos preços . Por isso, a renda da agricultura deve ser ainda boa este ano e bem parecida com a do ano passado”, diz a analista de grãos da MB AGRO Consultoria, Ana Menegatti. Para a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/ USP, Andrea Adami, os grãos devem ser a esperança do PIB nacional este ano. “Com o setor de grãos aumentando sua produção, espera-se um impacto positivo no PIB nacional”, afirma. Estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), também divulgadas ontem, reforçam as projeções positivas para a produção agrícola em 2015. A produção de grãos está estimada em 198,5 milhões de toneladas, 2,6% ou 4,98 milhões de toneladas a mais. EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA BRASILEIRA 199,5 milhões Produção obtida (+3,5%) (toneladas) 112,6 milhões (-5,5%) 57,1 milhões (+1,5%) Área colhida (toneladas) 47,6 milhões (+0,7%) 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Estimativa em 2015 por cultura Diferença 2014/2015 Em toneladas Cana-de-açúcar Soja a 2014 2015* 672,6 milhões 94,8 milhões -2,5% 9,8% -4,2% Milho (total) 75,4 milhões Feijão (total) 3,3 milhões 4,4% Café (total) 2,5 milhões -5,4% Sorgo 2,0 2 milhões -6,2% Fonte: IBGE - Produção Agrícola grícola Municipal 197 1975-2013 e Levantamento Sistemático da Produção Agrícola 2014/2015 * Posição em fevereiro São Paulo e Minas puxam expansão da indústria Em janeiro, a produção geral avançou 2%, com crescimento em 7 dos 14 locais analisados pelo IBGE O crescimento de 2% da produção industrial no primeiro mês do ano, frente a dezembro, foi puxado pela expansão registrada em São Paulo, que avançou 7,1%, e Minas Gerais, com alta de 6,5%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio de Janeiro também registrou crescimento, de 0,2%. Ao todo, sete dos 14 locais pesquisados tiveram expansão na produção industrial em janeiro. Pernambuco aparece no topo da lista, com crescimento de 13,5% no período. Também tiveram expansão na produção Goiás, de 4,4%, Espírito Santo, de 4,3%, e Santa Catarina, 2,4%. Os resultados positivos da indústria voltaram a aparecer depois de dois meses seguidos de retração, segundo apontou a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. O avanço, no entanto, está longe de indicar recuperação. Nos 12 meses, a atividade acumula retração de 3,5% e, no confronto com janeiro de 2014, a indústria teve redução de 5,2% — a 11ª taxa negativa consecutiva. Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial recuou a taxas ainda bastante elevadas nos três principais centros industriais do país: 5,4% em São Paulo, 3,7% em Minas Gerais e 3,1% no Rio de Janeiro. Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Indus- trial (Iedi), na indústria paulista, a queda de 5,4% frente a janeiro de 2014 teve caráter generalizado. Isso porque, 15 dos 18 ramos pesquisadas pelo IBGE no estado apresentaram retração de suas atividades. O destaque ficou para os veículos automotores, reboques e carrocerias, com queda de 14,3% na produção; além das máquinas e equipamentos, que tiveram retração de 15%; e os produtos alimentícios, que caíram 10,3%. No Rio e em Minas ocorreu o mesmo. No primeiro, houve queda em 12 das 14 atividades industriais. As principais quedas ficaram, novamente, com os ramos de veículos automotores, reboques e carrocerias, com recuo de 35,8%; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com queda de 7,2%. Em Minas, foram 10 de 13 ramos. As principais influências negativas vieram de veículos automotores, re b o q u e s e c a r r o c e r i a s (–10,0%) e de máquinas e equipamentos (–26,8%). AS Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 9 Divulgação ALIMENTOS E BEBIDAS Indústria registra crescimento de 9% A Abia informou ontem que a indústria de alimentação e bebidas faturou R$ 529,6 bilhões em 2014, alta nominal de 9,27% ante 2013. O setor de alimentos foi responsável por R$ 428,4 bilhões, enquanto o de bebidas chegou a R$ 101,2 bilhões. As exportações totalizaram US$ 41,1 bilhões, ante US$ 5,7 bilhões de importações, gerando um saldo de US$ 35,4 bilhões na balança comercial. Redação ASSIM CAMINHA O DESEMPREGO EM SÃO PAULO TAXA DE DESEMPREGO (em %) DEZ/2014 JAN/2014 Município de SP Demais municípios da Região Metropolitana de São Paulo OCUPADOS POR SETORES DE ATIVIDADE JAN/2015 JAN-15/DEZ-14 9,7 9,2 9,5 10,2 10,2 10,3 10,9 Região do ABC 8,9 10,4 JAN-15/JAN-14 -30 mil (-0,3%) -83 mil (-0,8%) Indústria de transformação TOTAL Para especialista, fatores de incerteza quanto aos rumos da economia pesarão muito mais sobre o ritmo de contratação de novos empregados do que o aumento da alíquota do imposto 24 mil (+1,5%) -24 mil (-1,4%) -51 mil (-7,0%) -65 mil (-8,7%) -24 mil (-1,4%) -102 mil (-5,8%) Serviços Fonte: Fundação Seade/Dieese Construção Comércio e reparação veículos 32 mil (+0,6%) 99 mil (+1,8%) Serviços ajudam a segurar o nível de emprego em São Paulo Início de ano traz relativa estabilidade na região metropolitana, mas fatores como ajuste fiscal e a ameaça de racionamento de água e energia podem adiar decisões de investimento e de contratações em 2015 Patrícia Büll [email protected] São Paulo Encerrado o primeiro bimestre do ano, o temor de que o desemprego comece a crescer como resultado da baixa atividade econômica ainda não se concretizou. Como mostra a pesquisa de emprego e desemprego (PED) da Fundação Seade e Dieese, a taxa de desemprego total na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) passou de 9,9% em dezembro para os atuais 9,8% em um movimento considerado usual para o período. “Essa relativa estabilidade de janeiro se deu mais pela redução da População Economicamente Ativa (PEA) do que pela criação de emprego”, afirma o coordenador de Análise da Fundação Seade, Alexandre Loloian. Em janeiro, 45 mil pessoas saíram da força de trabalho da região, ou -0,4%, movimento ligeiramente mais intenso do que o verificado no nível de ocupação, que teve eliminação de 30 mil postos de trabalho. “Isso mostra que mais gente está deixando de procurar trabalho e que continuou o processo de demissões”, explica Loloian. O técnico da Fundação Seade afirma que, a exemplo do que ocorreu no ano passado, foi o setor de serviços que segurou o emprego neste início de ano. Em janeiro, o setor gerou 32 mil vagas, variação de 0,6% sobre dezembro. Já o comércio fechou 24 mil vagas e a indústria criou 24 mil. “O setor de serviços é que está segurando o nível de emprego. Depois de fechar vagas em novembro e dezembro, o segmento se recuperou em janeiro e está, inclusive, acima do nível de igual mês de 2014, com quase 100 mil pessoas a mais empregadas”, diz Loloian. Mesmo serviços gerando mais vagas do que os outros setores, Loloian diz que é difícil analisar se está ou não ocorrendo uma migração das pessoas para determinadas atividades. “Sempre ocorre uma migração, mas não conseguimos identificar quantas pessoas deixaram a indústria, por exemplo, e agora estão em serviços.” Segundo ele, um dado que causou surpresa neste início de ano foi a criação de vagas na indústria. “Ocorre que estamos em um nível de ocupação bem abaixo do que foram janeiros anteriores, especialmente na indústria. Talvez o setor já tenha feito o ajuste mais pesado”, diz Loloian. Tanto é assim que no primeiro mês deste ano, o estoque de pes- “ Essa relativa estabilidade do desemprego em janeiro se deu mais pela redução da População Economicamente Ativa (PEA) do que pela criação de vagas” Alexandre Loloian Coordenador de Análise da Fundação Seade soas empregadas na indústria era de 1,635 milhão — 110 mil pessoas a menos do que em janeiro de 2013, por exemplo. Em igual mês do ano passado eram 1,659 milhão e, em 2013, 1,745 milhão de pessoas. Ou seja, de janeiro de 2013 para agora, foram fechadas 110 mil vagas apenas na indústria. Por regiões, a PED aponta que a taxa de desemprego total manteve-se relativamente estável na cidade de de São Paulo, passando de de 9,7% em dezembro para 9,5 % em janeiro e reduziu-se na região do ABC, que concentra grande parte do PIB industrial, de 10,9% para 10,4% no período. Ainda assim, a indústria puxou para baixo o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo em 2014. Segundo a Fundação Seade, o PIB paulista teve retração de 1,9% em 2014, em relação a 2013. O PIB industrial caiu 5,3% em igual comparação, enquanto o agropecuário teve queda de 6,3% e o de serviços se retraiu 0,5%. Em 2013, a economia paulista cresceu 1,9%. Fim da desoneração não deve intensificar demissões Em relação ao projeto de lei que põe fim às desonerações da folha de pagamento, Loloian diz qual- quer diminuição do rendimento causa insatisfação, a exemplo do que ocorre quando a tabela do imposto de renda para pessoa física não tem a correção desejada. E com os empresários não é diferente. Ainda assim, acha difícil afirmar se isso poderá ampliar o desemprego. “Nenhum empresário abre mão do seu mercado por causa de um novo tributo ou o aumento de um já existente. O que garante o crescimento do emprego é o crescimento da economia. É muito difícil dizer se o fim das desonerações irá aumentar o movimento de demissões”, afirma. Para ele, fatores de incerteza quanto aos rumos da economia pesarão muito mais nesse movimento do que o aumento da alíquota do imposto. Loloian comenta que as variáveis que podem afetar o mercado de trabalho este ano incluem o ajuste fiscal adotado pela nova equipe econômica. “Temos um primeiro trimestre atípico, com promessas de ajustes que tendem a arrefecer o nível da atividade econômica.” Ele também cita o risco de racionamento de água e energia, que provavelmente fará o empresariado adiar decisões de investimentos e de contratações. 10 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ▲ BRASIL ANTT: paradas para descanso terão impacto no pedágio Prévia do IGP-M revela alta de 0,74% Aceleração do índice corresponde à primeira apuração do mês, após variação de 0,09% no mesmo período de fevereiro. Expansão foi puxada pelo avanço dos preços no atacado O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou na primeira prévia de março, registrando alta de 0,74%, após variação de 0,09% no mesmo período de fevereiro. A expansão foi puxada pelo avanço dos preços no atacado. Apesar da aceleração do IGP-M nos últimos meses, o Índice FipeZap de Locação, que acompanha o preço do aluguel em nove cidades brasileiras registrou queda real de preços. O índice avançou 0,27% em fevereiro e acumula alta de 1,95% nos últimos 12 meses. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) — que responde por 60% do índice geral — avançou 0,79% na primeira prévia de março, após queda de 0,34% no mês anterior. Uma das principais influências positivas do IPA foi exercida pela soja em grão, que teve alta de 4,56%, após queda de 7,99% no mesmo período do mês anterior. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, subiu 0,88% na primeira prévia deste mês, contra 0,97% no mesmo período de fevereiro. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição partiu do grupo Habitação (1,10% para 0,67%). Nesta classe de despesa, vale mencionar o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 3,13% para 0,63%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também avançou no período, em 0,20%, após alta de 0,67% na primeira prévia de fevereiro. PREÇO DO ALUGUEL EM ALGUMAS CIDADES Índice FipeZap de preços de móveis anunciados. Fevereiro de 2015 (R$/m2) R$ 38 São Paulo R$ 31 Brasília R$ 28 Santos R$ 22 Porto Alegre R$ 22 Campinas R$ 21 Salvador São Bernardo do Campo Curitiba R$ 18 R$ 16 R$ 34 Média (9 cidades) Custo do aluguel sobe mais em São Paulo e São Bernardo A variação em 12 meses no FipeZap de Locação é menor do que a registrada pelo IGP-M e pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE). Enquanto o IGP-M atingiu alta de 3,86%, o IPCA avançou 7,70%. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP), a queda em termos reais do preço médio de locação foi de 5,34% nos últimos 12 meses. R$ 41 Rio de Janeiro A variação em 12 meses no FipeZap de Locação é menor do que a registrada pelo IGP-M e pelo IPCA. Enquanto o IPGP-M atingiu alta de 3,86% e o IPCA avançou 7,70%, o FipeZap subiu 1,95% Na passagem de janeiro para fevereiro, São Bernardo do Campo e São Paulo registraram os maiores aumentos, enquanto Curitiba e Santos foram as cidades que tiveram queda nominal. Os preços anunciados para locação considerados para o cálculo do índice Índice FipeZap de Locação são para novos aluguéis. Sendo assim, o indicador não mede a variação dos contratos vigentes, normalmente reajustados automaticamente pelo IGP-M ou por outros índices de correção. Nesse segundo mês do ano o aumento do preço de locação foi superior à variação do IGP-M. Em fevereiro de 2015, o retorno médio com aluguel foi de 4,9% ao ano, valor superior em 0,1 ponto percentual à taxa de janeiro. Ao mesmo tempo, a taxa de juros real no Brasil foi de 5,8%. Desde setembro/2014 a “taxa do aluguel” está abaixo dos juros reais. O preço médio anunciado para locação por m2 nas 9 cidades pesquisadas em janeiro/2015 foi de R$ 34/mês. A cidade com o m2 mais caro foi o Rio de Janeiro (R$ 41/mês), seguida por São Paulo (R$ 38/mês). O aluguel mais barato foi verificado em Curitiba (R$ 16/mês). Com Reuters O preço médio anunciado para locação por metro quadrado nas 9 cidades pesquisadas em janeiro/2015 foi de R$ 34/mês. A cidade com aluguel mais caro é o Rio de Janeiro Obras previstas na Lei do Caminhoneiro serão custeadas com aumento de tarifas O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Luiz Bastos, disse ontem que, no prazo máximo de um ano, todas as rodovias federais concedidas à iniciativa privada terão pontos de parada para descanso dos caminhoneiros. A construção dos locais de descanso para os motoristas profissionais consta na Lei do Caminhoneiro, sancionada na semana passada pela presidenta Dilma Rousseff. Segundo Bastos, no entanto, a medida deve elevar o preço dos pedágios, já que essas obras não estavam previstas no edital de licitação das rodovias concedidas antes da aprovação da nova lei. “A (construção dos pontos de parada) é uma readequação a partir da Lei do Caminhoneiro. Com certeza, vai ter que haver um reequilíbrio , mas vai ser pequeno nas tarifas”, explicou o diretor da ANTT após a primeira reunião do grupo de trabalho criado para debater as demandas que levaram os caminhoneiros a bloquear diversas estradas do país no mês passado. De acordo com o diretor-geral da ANTT, nas rodovias administradas pelo poder público, a construção dos pontos de parada ficará sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). “A implementação será feita junto com a iniciativa privada para que tenhamos o menor custo possível. Será em um prazo bem rápido. Acredito que em dois anos as rodovias do Dnit já vão estar com os pontos de parada estabelecidos”. A Lei do Caminhoneiro determina a publicação da relação dos locais de parada pelo poder público e condiciona a aplicação das penalidades aos motoristas que descumprirem a lei à divulgação dessa relação e de suas atualizações subsequentes relativamente a cada rodovia. O poder público terá cinco anos para ampliar a disponibilidade dos locais de repouso e descanso nas estradas, inclusive por meio da exigência de abertura pelas concessionárias de rodovias e disponibilização de linhas de crédito. ABr Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 11 Divulgação DESFALQUE TCE e PF investigam rombo em Itaguaí O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e a Polícia Federal se uniram para investigar desfalque de cerca de R$ 30 milhões na prefeitura de Itaguaí, Rio de Janeiro. Há 73 processos abertos no tribunal sobre a gestão do prefeito Luciano Mota (PSDB). Estão sob análise contratos para locação de veículos, compra de remédios e material de limpeza, além de contratação de artistas e shows. ABr CPI: trotes estudantis violentos devem ser tratados como tortura Comércio local cresce em favela de São Paulo Deputados paulistas querem tipificação do crime para evitar agressões contra calouros Violência do tráfico afasta as grandes redes e abre possibilidade para pequenos comerciantes expandirem os seus negócios Divulgação A informalidade e o tráfico de drogas afastam as grandes redes do comércio das comunidades brasileiras. A brecha virou uma oportunidade ao comércio local, que prospera nas ruas e vielas de Paraisópolis, em São Paulo, por exemplo. Com mais de 100 mil habitantes, a 2ª maior favela da capital paulista tem suas próprias redes de supermercado, açougues e farmácias. E os números de faturamento acompanham a dimensão da favela. Aos 28 anos, o empresário Clayton Medina viu seu investimento inicial de R$ 70 mil multiplicar 35 vezes. Após cinco anos, o mercado Nova Central conta com cinco filiais e vende aproximadamente R$ 2,5 milhões por mês ou R$ 30 milhões por ano, segundo o empresário. Diariamente, Medina visita as lojas falando em seu iPhone 6, com óculos escuros e com uma carteira Louis Vuitton na mão. Pesquisa do Data Favela, divulgada semana passada, revelou que ter o próprio negócio é o sonho de quatro em cada dez moradores. Além disso, 55% pretendem abrir o negócio em até três anos. “Já nos primeiros 30 dias tive lucro. Sete meses depois, contratava dez funcionários e comprava uma segunda loja. Continuei crescendo e comprei uma nova loja a cada ano”, explica o empresário, que é formado em Matemática e gerencia aproximadamente 100 funcionários, quase todos moradores de Paraisópolis. Após trabalhar na favela como vendedor, em 2010, Medina percebeu a deficiência de mercados e produtos de primeira linha: “Os moradores são humildes, sim, mas gostam de coisa boa. Antes, você só encontrava produtos de segunda ou terceira linha por aqui”. Ele comprou a primeira loja por R$ 70 mil, “dinheiro emprestado de um amigo”, e apostou em marcas líderes para conquistar a preferência dos moradores. Para ele, o comércio local poderia expandir ainda mais se não encontrasse as barreiras da favela: informalidade, logística e a presen- Paraisópolis, Zona Sul paulistana: mais de 100 mil habitantes Cada uma das três farmácias MTN rendem um lucro de R$ 6 mil mensais ao seu dono, Milton Ferreira, que trabalha desde os 13 anos de idade e mora na favela há mais de uma década ça do tráfico de drogas. As apertadas e sinuosas ruas afastam fornecedores. Além disso, como são construções irregulares, os prédios não têm documentação. “Esse prédio aqui eu comprei por R$ 1,2 milhão, no ano passado, mas não tenho documento. Só tenho uma declaração do antigo dono registrada em cartório”, contou. O comerciante Milton Ferreira, de 52 anos, deixou a Paraíba há mais de uma década e decidiu aplicar em Paraisópolis os seus conhecimentos da rotina de uma farmácia. Trabalhando desde os 13 anos atrás do balcão, Ferreira criou a MTN Drogaria & Farmácia, em 2011. O plano era simples: trabalharia apenas com os filhos para recuperar o investimento inicial de R$ 15 mil. “Depois dos primeiros anos, consegui recuperar essa quantia e contratei alguns funcionários. Mas nunca deixei de ser o principal funcionário daqui. Sou o primeiro a chegar e o último a sair”, conta Ferreira, que hoje administra três farmácias MTN nas ruas da favela com visitas diárias e monitoramento por câmeras. Cada filial rende um lucro de R$ 6 mil ao mês, segundo o dono. Para ele, moradores não querem deixar a comunidade para comprar coisas básicas e isso incentiva o comércio local. A ausência de grandes investidores é um ponto positivo aos pequenos empreendedores. Ferreira reconhece, no entanto, que os clientes ficaram mais exigentes nos últimos anos. E cruzam as fronteiras da favela para buscar “roupas de marcas e restaurantes bacanas”. iG A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de São Paulo que investigou denúncias de violações a direitos humanos em universidades paulistas apresentou ontem seu relatório final. Após 40 audiências, nas quais foram ouvidos mais de 200 depoimentos, o relatório, de 190 páginas, reúne em torno de 9 mil documentos, entre fotos, vídeos de trotes violentos e depoimentos de sete mulheres estupradas em festas universitárias. O relatório do deputado Ulysses Tassinari (PV) apresenta mais de 30 recomendações que serão encaminhadas, principalmente, ao Ministério Público. Em uma dessas recomendações, os deputados pedem que os trotes praticados contra calouros nas universidades de todo o país sejam classificados como crime de tortura no Código Penal Brasileiro. O documento também será encaminhado a autoridades brasileiras e também ao Papa Francisco, porque duas das universidades denunciadas são vinculadas à Igreja Católica: as Pontifícias Universidades Católicas de São Paulo (PUCSP) e e Campinas (PUC-Campinas). “O que acho mais urgente é tirar toda a violência, que ocorre nos trotes, do capítulo de ‘atentado violento ao pudor’, elevando-o à categoria de tortura. Trote é uma forma de tortura”, disse o deputado Adriano Diogo (PT), presidente da CPI, para quem os acusados pelas práticas de trotes e violações devem ter seus nomes incluídos em um cadastro estudan- til de antecedentes. Ele explica, porém, que não se trata de uma ficha criminal, para ser usada em concursos para admissibilidade em bolsas de estudo e financiamento de pesquisa. Mas ressalta que “nenhum torturador pode ascender na carreira sem que apareça, em seu currículo, que ele participou de atividades de tortura”. O relatório da CPI propõe ainda a criação de dois projetos de lei para combater os trotes nas universidades. Um pede a proibição de patrocínio de eventos estudantis por empresas que fabriquem, comercializem ou distribuam bebidas alcoólicas. O outro pretende combater os trotes nas universidades e investigar as violações de direitos humanos e demais ilegalidades no âmbito das universidades. Os deputados pedem a responsabilização civil, penal e administrativa das pessoas que integram os centros acadêmicos e as associações atléticas das universidades, responsáveis por trotes violentos a calouros e pelas festas denunciadas por casos de estupro, abuso e violência. ABr “ O que acho mais urgente é tirar toda a violência, que ocorre nos trotes, do capítulo de ‘atentado violento ao pudor’, elevando-o à categoria de tortura. Trote é uma forma de tortura” Adriano Diogo Deputado estadual (PT-SP) Edital de Citação. Prazo 20 dias. Processo 0009520-18.2013.8.26.0005. O Dr Eduardo Hipolito Haddad, Juiz de Direito da 3ª Vara Cível do Foro Regional de São Miguel Paulista/SP. Faz Saber a Lourenço Silva Reis, que Indústria de Pregos Leon Ltda, lhe ajuizou uma Ação de Execução, para cobrança de R$4.376,79 (03/2013), referente a duplicata não paga pelo executado em seu vencimento, conforme descrito na inicial. Estando o executado em lugar ignorado, foi determinada a sua citação por edital, para que no prazo de 3 dias, pague o débito atualizado, podendo pena de penhora. NADA MAIS. Dado e passado nesta cidade de São Paulo, aos 18 de fevereiro de 2015. Edital de Citação - prazo de 20 dias. Processo nº 0078291-46.2008.8.26.0224-ORDEM 2469/08 O(A) Doutor(a) Mariana Horta Greenhalgh, MM. Juiz(a) de Direito da 1ª Vara Cível, do Foro Foro de Guarulhos, da Comarca de de Guarulhos, do Estado de São Paulo, na forma da Lei, etc. FAZ SABER a(o) Fabiano Martins de Oliveira, Rua Santa Cecilia,, 467, Centro - CEP 07400-000, Aruja-SP, CPF 251.808.038- 45, RG 236624013, que lhe foi proposta uma ação de Procedimento Ordinário por parte de Banco Bradesco S/A, alegando em síntese: O suplicante concedeu ao em 04/12/2007, cujos valores deveriam ser restituídos nos prazos e condições contratuais, vencidas as obrigações o suplicado não cumpriu o avençado, deixando de pagar o saldo devedor de R$11.684,97. Encontrando-se o réu em lugar incerto e não sabido, foi determinada a sua CITAÇÃO, por EDITAL, para os atos e termos da ação proposta e ! " ! #% & " Não sendo contestada a ação, presumir-se-ão aceitos, pelo(a)(s) ré(u)(s), como verdadeiros, os fatos articulados '*'* '*'* +% ; ; < =& localizado na Rua José Maurício, 103, Centro - CEP 07011-060, Fone: (11) 2408-8122, Guarulhos-SP. 12 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ▲ EMPRESAS Editora: Flavia Galembeck [email protected] Novas rotas para os estaleiros brasileiros Depois de crescerem nos últimos cinco anos, empresas voltam a apostar na exportação, ajudadas pela alta do dólar. A catarinense Schaefer Yachts está em fase de elaboração do projeto de sua fábrica na Coreia do Sul Fotos Divulgação Gabriela Murno [email protected] Depois da vinda de estaleiros internacionais focados em embarcações de lazer para o Brasil, que era visto como mercado em crescimento, o fluxo agora se inverteu. Os estaleiros brasileiros cresceram nos últimos cinco anos e recomeçam a exportar, abrindo até unidades fora do país. Ruim para uns, mas muito boa para outros, a alta do dólar foi um fator que ajudou na decisão de ganhar os mares mundo afora. “O Brasil é um mercado com potencial muito grande de crescimento, por ainda ser novo, por termos uma costa grande e boas condições climáticas. Quanto às vendas para outros países, voltamos a ser competitivos por conta do câmbio”, diz Ernani Paciornik, idealizador do Rio Boat Show, maior evento náutico da América Latina, que será realizado de 26 a 31 de março, no Rio de Janeiro e reunirá cem expositores. O estaleiro catarinense Schaefer Yachts — há 23 anos no mercado fabricando lanchas e iates entre 30 e 80 pés — já planeja sua unidade em Busan, segunda maior cidade da Coreia do Sul, com seis milhões de habitantes e de onde são escoadas as exportações daquele país. Depois de assinar um acordo com o prefeito da cidade, Don Young Cho, e o secretário da Divisão de Investimentos Estrangeiros, Jae Hyung Lee, a Schaefer está atualmente na fase de estudo do projeto do novo estaleiro. A ideia, diz o presidente da “ A Coreia do Sul é líder mundial na indústria naval de grande porte, mas não tem estaleiros de embarcações de lazer e está abrindo uma oportunidade não só naquela nação, mas no mercado asiático” Marcio Schaefer Presidente da Schaefer Yachts Prefeito Don Young Cho firma acordo com Schaefer para uma unidade do estaleiro brasileiro em Busan empresa brasileira, Marcio Schaefer, é que a produção comece dentro de cerca de dois anos, com lanchas a partir de 30 pés (aproximadamente 10 metros de comprimento), como a Phantom 303. De acordo com ele, o tamanho dos barcos vai crescer ano a ano, até chegar a produção do iate de 83 pés da empresa, a Schaefer 830. O investimento no projeto será de cerca de US$ 10 milhões, mas há contrapartidas do governo e, ainda, dinheiro de parceiros. “A Coreia do Sul é líder mundial na indústria naval de grande porte, mas não tem estaleiros de embarcações de lazer e está abrindo uma oportunidade para ingressarmos não só naquela nação, mas no mercado asiático. O país é um hub muito importante para toda a Ásia”, ressalta Schaefer. No Brasil, o preço médio de uma Phantom 303 é de R$ 400 mil, porém na Coreia do Sul será pelo menos 25% mais baixo, por conta de menor carga tributária e da competitividade da economia daquele país, diz a empresa. A aproximação entre a empresa e o país asiático começou em 2013, mas foi alavancada quando o barco Phantom 303 foi eleito o melhor equipamento do Busan Boat Show, em outubro de 2014. Atualmente, a Schaefer Yachts produz de 130 a 150 barcos ao ano. Para 2015, a previsão é também de 130 unidades. Com a alta do dó- Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 13 Antonio Milena INTERNET Expedia terá participação na Decolar.com A agência de viagens online americana Expedia investirá US$ 270 milhões na empresa latino-americana Decolar.com, na qual terá participação minoritária. As companhias vão expandir sua parceria para incluir “cooperação mais profunda na oferta de hotéis”, segundo nota conjunta divulgada ontem pelas empresas. Fundada em 1999, a Decolar.com está presente em 21 países na região. Redação Rio Tinto: mercado de minério de ferro perderá capacidade Multinacional estima que fechamento de minas este ano vai acontecer principalmente na China Rio Boat Show desembarca no Riocentro lar e incertezas que ainda persistem no mercado interno, a empresa, que dedicava dois meses para a fabricação de embarcações para o mercado externo até 2008, resolveu voltar a exportar para ajudar a atingir sua previsão de produção. As principais apostas são os Estados Unidos e as nações europeias, como Noruega e Suécia, países com os quais a empresa costumava ter boas relações no passado. “Gostaríamos que as exportações fossem pelo menos 20% das nossas vendas. No passado, eram de 10% a 15%, e passávamos de março a maio trabalhando praticamente só para fora. Era muito bom, porque quando mercado acalmava aqui, vendíamos mais para fora, o que nos ajudava até a manter os preços. O mercado americano é muito bom e temos produtos competitivos”, ressalta Marcio Schaefer. A expectativa é faturar R$ 200 milhões em 2015, resultado pouco maior do que o de 2014, ano também afetado pela Copa do Mundo. “Já fechamos alguns acordos e os primeiros barcos para outros países devem sair ainda no primeiro semestre”, completa ele. Cimitarra também aposta na exportação e na Ásia Outro estaleiro brasileiro, o Cimitarra volta a apostar na exportação e também tem a Ásia em sua rota. Com a meta de fabricar 90 barcos por ano, a empresa do Rio Grande do Sul já vendeu 25 unidades neste início de ano, sendo aproximadamente um quinto para o mercado externo. “O dólar ajuda, apesar de ainda pagarmos na moeda americana alguns dos componentes”, explica o representante do estaleiro Tomas Ko Freitag. Segundo ele, o barco se valorizou nos Estados Unidos e outros países também veem seu mercado crescer. “Estamos entrando via Dubai, nos Emirados Árabes. Mas estamos buscando todos os mercados potenciais para barcos e temos tido boa receptividade”, diz Freitag, que espera um ano difícil no cenário interno e cita outros países como África do Sul e Noruega como mercados potenciais: “Estamos enxugando a empresa e cuidando ao máximo da qualidade. Temos medo, acho que muitas empresas vão desaparecer. Por outro lado, digo que quem cruzar 2015 e 2016 vai ter muitas oportunidades.” NÚMEROS R$ 200 mi Expectativa de faturamento, em 2015, do estaleiro catarinense Schaefer Yachts, que fabrica de 130 a 150 unidades ao ano. Meta é que as exportações cheguem a 20% das vendas da empresa. R$ 193 mi Negócios realizados durante o Rio Boat Show de 2014. A feira recebeu cerca de 34 mil visitantes em sete dias. O Rio Boat Show chega a sua 18ª edição este ano. De 26 a 31 de março, a feira reunirá mais de cem expositores entre estaleiros, indústrias especializadas em motores e equipamentos, empresas fornecedoras de peças e tecnologia, além de outras áreas da cadeia produtiva do setor. Mais de 120 embarcações estarão em exposição. A novidade fica por conta do local escolhido para este ano. Ao invés da Marina da Glória, o evento será realizado no Pavilhão 3 do Riocentro, zona Oeste do Rio de Janeiro. “Vejo como se estivéssemos chegando à outra cidade. Será um ano de ampliar mercado, pois a região da Barra da Tijuca tem um potencial muito grande de consumo. Acredito que vamos perder pouco público que ia à Marina, mas vamos agregar muitos visitantes que antes não iam”, diz Ernani Paciornik, idealizador do Rio Boat Show. No ano passado, o evento, que é considerado o maior salão náutico da América Latina, movimentou R$ 193 milhões em negócios, valor um pouco menor do que a previsão inicial. Paciornik prefere não arriscar qual será o montante movimentado este ano. “O mercado vinha de um crescimento muito grande e agora deu uma estagnada. Por outro lado, é uma oportunidade para os consumidores, pois os estaleiros têm que vender e, provavelmente, vão fazer boas ofertas”, diz ele. A mineradora global Rio Tinto espera que cerca de 85 milhões de toneladas de capacidade de minério de ferro sejam retiradas do mercado mundial em 2015 devido à queda nos preços da commodity para níveis que desestimulam a produção. Para o ano passado, a companhia projetou uma diminuição de 125 milhões de toneladas de capacidade. As minas chinesas — entre as menos eficientes globalmente — vão absorver a maior parte das perdas, segundo o chefe de minério de ferro da Rio Tinto, Andrew Harding. No entanto, parte dessa retração será compensada pelo provável início de operação neste ano da mina Roy Hill, na Austrália. “Estimamos que por volta de 85 milhões de toneladas de produção existente sairão do mercado em 2015”, disse Harding ontem, numa conferência em Perth, na Austrália. “Isso virá da China como também de fornecedoras por via marítima.” A resistência de mineradoras chinesas — com custos mais altos — em diminuir a produção tem sido apontada pela Rio Tinto e as rivais BHP Billiton e Vale como cul- pada pela queda acentuada nos preços do minério de ferro. Analistas dizem que as grandes mineradoras têm aumentado ativamente a produção para pressionar produtores menores com custos mais altos. Para os especialistas, o montante de tonelagem que ainda deixará o mercado pode aumentar em mais 50 milhões a 80 milhões de toneladas, por conta de siderúrgicas que evitam minério de qualidade mais baixa produzido em países como Irã, Malásia e México. No entanto, os analistas ressaltam que tonelagem perdida seria compensada pela nova oferta da mina Roy Hill, na Austrália. Executivo-chefe da Roy Hill, Barry Fitzgerald deve anunciar hoje que os primeiros embarques serão feitos em setembro, com a mina atingindo futuramente o montante anual de 55 milhões de toneladas. Ontem, o banco Citi divulgou estimativa de que os preços do minério de ferro deverão cair para aproximadamente US$ 50 por tonelada no curto prazo, afetados negativamente pela fraca demanda das siderúrgicas chinesas e pelo excedente de oferta no mercado internacional. Mesmo assim, a instituição financeira mantém sua previsão de que os preços fecharão 2015 com média de US$ 58 por tonelada. Reuters Edital de Citação, com Prazo de 20 dias. O Doutor Lidia Regina Rodrigues Monteiro Cabrini, MM. Juiz de Direito da 8ª Vara Cível, do Estado de São Paulo, na forma da lei, Faz Saber a Joanice Santos Rodrigues, CPF 281.855.138-21, RG nº 358711861 que a Instituição Paulista Adventista de Educação e Assistência Social, lhe ajuizou uma ação MONITÓRIA, objetivando a cobrança da quantia de R$ 4.059,19 (07/2008), corrigida pela Tabela Prática Para Cálculo de Atualização Monetária dos Débitos Judiciais decorrente da inadimplência em relação a contrato de prestação de serviços educacionais (exercício de 2006). ! " ! oferecimento de embargos, será iniciada a execução, conforme previsto no Livro II, Título II, capítulos II e IV, prosseguindo-se #%& ' *+*: ; < : = + >? @>B&: SÁVIA S.A. EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS CNPJ/MF nº 31.459.464/0001-94 AVISO AOS ACIONISTAS. Acham-se à disposição dos Srs. Acionistas na sede da sociedade, na Av. Rio Branco, 26/15º andar - parte, Rio de Janeiro, RJ, os documentos a que se refere o artigo 133, da Lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2014. Rio de Janeiro, 06/03/2015. Stefano Marzotto Festa - Diretor Presidente. INVESTCO S.A. Companhia Aberta CNPJ/MF nº 00.644.907/0001-93 - NIRE 17.300.000.914 Edital de Convocação - Assembleia Geral Ordinária Ficam convocados os senhores acionistas a se reunirem em Assembleia Geral Ordinária, que se realizará no dia 08 de abril de 2015, às 09 horas, na sede social, na Rodovia TO Miracema, Km 23, s/nº, Miracema do Tocantins, Estado do Tocantins, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: (a) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras, acompanhadas do parecer dos auditores externos independentes, referentes ao exercício findo em 31.12.2014; (b) aprovar a destinação do lucro líquido e a distribuição de dividendos referente ao exercício de 2014; (c) eleger membros do conselho de administração para um novo mandato; e (d) fixar a remuneração global dos administradores. Os documentos mencionados na ordem do dia estão disponíveis para consulta dos Srs. Acionistas na sede da Companhia e foram encaminhados para a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, nos termos da legislação aplicável. As pessoas que comparecerem à Assembleia deverão provar a sua qualidade de acionista mediante apresentação de documento de identidade e/ou procuração outorgada por acionista da Companhia, na forma e prazo do Art. 126, § 1° da Lei n° 6.404, de 15.12.1976, conforme alterada. Miracema do Tocantins, 09 de março de 2015. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas - Presidente do Conselho de Administração. 14 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ▲ EMPRESAS Erica Ribeiro [email protected] Depois de um período de pelo menos três anos debruçados em pesquisas e em novos projetos, os executivos da Korin Agropecuária — fundada em 1994 no Brasil e mais conhecida pela linha de cortes de frango orgânicos, criados sem antibióticos — coloca o pé no acelerador este ano, com o lançamento de uma ampla linha de produtos. Os planos de expansão incluem ainda a injeção de recursos na ampliação de suas unidades de fabricação, a entrada efetiva no mercado de carnes bovinas e a retomada do projeto de franquias das lojas Korin. As novidades deverão render à empresa — que tem origem na Igreja Messiânica, defensora da alimentação natural como uma dos pilares da religião — um faturamento de R$ 120milhõesesteano,anteR$94milhões em 2014. A holding Korin Empreendimentos e Participações detém 99% da Korin Agropecuária. O projeto de franquias da marca, que passou por uma reformulação, terá predominantemente itens produzidos pela Korin, explica Edson Shiguemoto, diretor comercial da empresa. Quando a Korin surgiu, chegou a ter lojas próprias, iniciativa que não deu certo, levando ao fechamento das unidades. Sobrou apenas a da Vila Mariana (SP), que se tornou a unidade-piloto para a reabertura de franquias. “Antes, nossas lojas tinha apenas 15% de produtos da Korin. A maioria do sortimento era de itens convencionais, o que fugia da filosofia e do método de agricultura natural que pontua nossos princípios. Diante disso, recuamos, fechamos as lojas em 1997 e retomamos o projeto em 2009. Hoje, além da loja da Vila Mariana, temos as unidades nas cidades de Campo Belo (também em São Paulo), Natal (RN) e Rio de Janeiro, que vão receber em abril cada uma a sua segunda unidade franqueada. E também temos uma loja em Brasília”, diz ele, que projeta a abertura de cem lojas em cinco anos pelo sistema de franquias. Este projeto, diz ele, pode ser revisto de acordo com a procura de franqueados. Shiguemoto admite queumafranquiadevarejocomprodutosorgânicosnãoétãofácildeadministrar. Mas a paciência oriental dá o tom dos planos da companhia, que não enxerga dificuldades diante daatualsituaçãodaeconomia.“Estamos confiantes”, confirma ele. As lojas serão também instrumentos de apresentação dos novos produtos e da estratégia de marketing da companhia. A nova linha de produtos será lançada até o começo do segundo semestre deste ano. A Korin apresentou no ano passado a chegada de cortes bovinos, resultadodeumaparceriacomumacooperativa de criadores do Pantanal (MS).Osprodutoscomeçaramache- Lojas franqueadas e novos produtos Mais conhecida pelo frango orgânico, a Korin vai lançar este ano linhas de embutidos, massas e peixes, além de reformular projeto de franquias, chegando a 100 lojas em 5 anos A Korin no Brasil não é a única no mundo. Há empresas semelhantes na França, na Tailândia, no Japão e em outros países, que atuam ligadas às igrejas locais. O nome Korin significa anéis de luz gar às gôndolas de supermercados e às lojas da marca este ano. “Na verdade é uma carne de vaca, da novilha precoce, que tem, nessa faixa de vida, a mesma maciez da carne do boi, amplamente comercializada.Todassãoalimentadas com orgânicos, sem antibióticos, e criadas no pasto. Até o momento, estamos coma venda em supermercados, na rede Hortifruti e em nossas lojas. Porém ainda temos um abate de 66 cabeças por quinze- na. A meta é chegar a 400 cabeças por semana, já projetando o lançamento, dentro de três meses, da linha de embutidos da marca, que terá hambúrguer de carne bovina, almôndegas, kibe, carne moída, além das salsichas de frango”, detalha o executivo da Korin. Toda a linha de embutidos será produzida na Condessa Alimentos, uma empresa sediada em Sumaré (SP) e que também é parceira de outras marcas, como a Sadia. “Agora, temos o cardápio completo com extensões de linhas de produtos. Há um ano também iniciamos a produção de arroz e feijão orgânico e lançamos este ano o nosso óleo de soja orgânico”, completa Shiguemoto. Paradarsuporteatodososlançamentos programados para os próximos meses, a Korin está desembolsando R$ 5 milhões na aquisição de equipamentos que vão aumentar a linha de abate de frangos — de 18 Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 15 Divulgação AGRONEGÓCIO Preço do açúcar atinge mínima de 6 anos Os contratos futuros do açúcar bruto na ICE Futures, em Nova York, caíram ontem para uma mínima de seis anos e os do café arábica recuaram para perto de uma mínima de 13 meses, devido a uma desvalorização do real, que estimula vendas de produtores no Brasil e de especuladores. Além disso, fundos de investimento estão fugindo das commodities e indo para o mercado de ações. Reuters Piervi Fonseca “ A Korin Agropecuária só teve o primeiro lucro em 2009 e diante dos resultados anteriores, a Igreja Messiânica seguiu com o projeto por acreditar na filosofia de levar a alimentação natural a todos Se fôssemos uma empresa comum, certamente teríamos fechado as portas. Temos uma administração profissional, boa parte de nossos executivos são ministros da igreja” Edson Shiguemoto Diretor Comercial da Korin NÚMEROS R$ 120 mi Previsão de faturamento da Korin Agropecuária para 2015. Em 2014, a empresa fechou o caixa com R$ 94 milhões. 30% É quanto o Rio de Janeiro representa do faturamento da empresa. A cidade terá em abril a segunda unidade franqueada das lojas da Korin, em Copacabana. 99% É a fatia que a Korin Empreendimentos e Participações, holding criada pela Igreja Messiânica brasileira, detém na Korin Agropecuária. mil aves por dia para 24 mil até 2016 — e também na ampliação de sua unidade fabril em Ipeúna (SP), sem contar projetos para a área de sementes orgânicas. Por enquanto, a empresa vem usando recursos próprios em seu plano de expansão. Mas solicitou um aporte ao Banco Nacional de Desenvolvimento EconômicoeSocial(BNDES)noanopassado,novalor de R$40milhões,para estes e outros projetos. Entre as iniciativas estão a linha de massas frescasorgânicas e ospeixes orgânicos e sem antibióticos, a começar pela truta,quetambém serãovendidos este ano. O fato de ter um caixa disponível e de a Korin Participações ter um visão diferente de uma corporaçãotradicionalajudamaempresaamanterprojetosemdiausando recursos da holding. “A Korin Agropecuária só teve o seu primeiro lucro em 2009 e diante de todos os resultados anteriores, a Igreja Messiânica seguiu com o projeto por acreditar na filosofia de levar a alimentação natural a todos. Obviamente pensamos no lucro e nos resultados. Mas se fôssemos uma empresa comum, certamente teríamos fechado as portas. Temos uma administração profissional, boa parte de nossos executivos são ministros da igreja”, diz ele, que também é ministro. A Korin no Brasil não é a única no mundo. Há empresas semelhantes na França, na Tailândia, no Japão e outros países, que atuam ligadas às igrejas messiânicas locais. O nome Korin se traduz em dois ideogramas japoneses que significam anéis de luz. Chevron venderá US$ 15 bi em ativos até o fim de 2017 Empresa amplia em 50% montante de alienações que serão realizadas nos próximos dois anos A Chevron vai aumentar em 50% a venda de ativos para um patamar de US$ 15 bilhões, além de reduzir investimentos pelos próximos dois anos, como consequência da queda nos preços do petróleo, que vem comprimindo o fluxo de caixa da segunda maior companhia do ramo de energia nos Estados Unidos. A venda de campos de petróleo e gás natural e de outros ativos de exploração e produção da Chevron continuará até 2017, segundo informou ontem o presidente do Conselho e CEO da companhia, John Watson, durante apresentação para analistas, em Nova York. Os investimentos vão diminuir ao longo do período à medida em que megaprojetos como o Gorgon, orçado em US$ 54 bilhões e voltado para a exportação de gás a partir da Austrália, são concluídos, disse Watson. A companhia com sede em San Ramon, na Califórnia, reduziu em janeiro seu plano de investimentos para 2015 em 13%, para US$ 35 bilhões. Mesmo com o corte, o presidente da Chevron reafirmou os planos de aumentar a produção da empresa em 20%, para o equivalente a 3,1 milhões de barris de petróleo, até o fim de 2017. Mesmo com o corte nos investimentos, o CEO da Chevron reafirmou os planos de aumentar a produção da empresa em 20%, para 3,1 milhões de barris de petróleo, até o fim de 2017 O petróleo perdeu cerca de metade do seu valor desde o fim de junho do ano passado. Entre as razões para a queda nas cotações estão a desaceleração no ritmo de expansão da demanda internacional e a ampliação do suprimento de óleo produzido a partir de xisto nos Estados Unidos. A Chevron trabalha com cortes de custos em equipamentos e serviços de fornecedores entre 10% e 40%, de acordo com o vice-presidente sênior de Exploração e Produção da companhia, Jay Johnson. Relatório recente divulgado pela agência de classificação de risco Moody’s indica que duas das maiores empresas de petróleo do mundo, a Exxon Mobil Corp e a Royal Dutch Shell, estão mais bem preparadas que suas rivais para suportar a queda nos preços do petróleo, por estarem perto de concluir projetos que exigem investimentos mais altos, enquanto outras empresas ainda terão de fazer desembolsos elevados. “Ambas (Exxon e Shell) já entraram numa fase de redução das despesas, com grandes projetos próximos de serem concluídos ou entrando em funcionamento ao longo dos próximos dois anos”, informa o relatório. Maior empresa de petróleo de capital aberto no mundo, a Exxon foi capaz de diminuir em 11% seus gastos para 2015 em projetos, para cerca de US$ 34 bilhões, sem impacto significativo na produção. A Shell, segunda maior, optou por um corte de US$ 15 bilhões ao longo dos próximos três anos e manteve seus investimentos neste ano em US$ 35 bilhões. A portuguesa Galp Energia reviu para baixo seu plano de investimento até 2019, anunciando ontem um corte de 20%, para uma média anual entre ¤ 1,2 bilhão e ¤ 1,4 bilhão. O contexto adverso no mercado internacional de petróleo levou a empresa a reduzir as estimativas para o crescimento de seu lucro operacional e metas de produção. Para 2015, o investimento é estimado em ¤ 1,3 bilhão a ¤ 1,5 bilhão, ante um desembolso de ¤ 1,143 bilhão no ano passado. A petroleira estima que o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) crescerá a uma taxa média anual de 20% até 2019 com os novos patamares de preços do petróleo. A projeção anterior da Galp era de uma taxa média anual de crescimento de 25% para o período de 2014 a 2018. 16 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 AUTOMANIA MARCELLUS LEITÃO Fotos Divulgação [email protected] KTM chega poderosa BRIGA ENTRE OS ALTINHOS E xcitadíssima com seu lançamento do ano, a Honda não poupa elogios ao filhote HR-V, o crossover compacto que chega com status de alavanca para vendas mais polpudas nesses meses de vacas magras e pneus finos. O novo modelo, um típico crossover, vai utilizar no Brasil o propulsor do Civic, 1.8 litro com comando de válvulas variável i-VTEC e até 140 cv. Terá três opções e acabamento e duas de câmbio: manual seis marchas e CVT com simulação de sete velocidades. A lamentar é a tração dianteira, enquanto que nos EUA o modelo usa tração integral permanente acoplada ao motor 1.5 que equipa o City. Ficaram fora do pacote nacional, ainda, a partida por botão e o teto solar, itens que levariam o carrinho para além dos R$ 90 mil. Estamos hoje no lançamento do HR-V em Brasília onde vamos conhecê-lo com mais vagar em curso urbano e rodoviário. Por enquanto, dá para revelar que o novo Honda tem acabamento de bom nível desde a versão de entrada, a LX, única com o câmbio manual e a opção de CVT. Nas demais, a EX, que deve concentrar o maior volume de vendas, e a ELX, a topo de linha, somente câmbio CVT simulado. No mais, além dos detalhes nos plásticos e acabamentos de bancos, todos têm o freio de estacionamento eletrônico, que extinguiu a alavanca e aumentou o espaço, banco do motorista com regulagens de altura, volante com regulagens de altura e profundidade, ar-condicionado, assistente de partida em rampa, freios ABS com distribuidor eletrônico de frenagem, som com Bluetooth e comandos no volante, direção elétrica, airbags e freios a disco nas quatro rodas. Nas versões mais caras vêm ainda LEDs indicadores de direção nos retrovisores e, na EXL, os bancos são forrados em couro, o ar-condicionado é digital em uma zona com comandos em tela de toque. Esta versão oferece a tela LCD multimídia de sete polegadas com câmera de ré e os retrovisores com rebatimento elétrico. Os cada vez mais requisitados ‘paddle-shifts’, para mudanças de marcha através de borboletas na coluna de direção, estão nas versões EX e EXL. Com articulação nos bancos traseiros, o HR-V pode transportar volumes grandes como pranchas de surfe. Em posição normal, o porta-malas leva até 437 litros, segundo dados do fabricante. Veja os preços: LX MT – R$ 69.900; LX CVT – R$ 75.400; EX CVT – R$ 80.400; EXL CVT – R$ 88.700. O novo modelo segue a receita dos irmãos, com importação de partes ‘sensíveis’ como motores, transmissão e eletrônica, e nacionalização do restante. A marca pretende, com o novo ‘crossover’, abocanhar maior fatia no segmento, uma vez que seu importado CR-V, amarga a 41ª posição no ranking e pode até deixar a gama. Os compactos Fit e City estão na ponta nos seus respectivos mercados e o sedã médio Civic é o segundo em vendas, com indicação de crescimento, em meio ao marasmo do comércio de veículos. Assim,éclaroqueonovoHondinhamirano EcoSport,quecustaentreR$57,5mile R$82mil,eoDuster,quesaidesde R$55,4milatéR$72,4mil, cotaçõesdatabelaFipe,com odetalhequeosdois concorrentesoferecem tração4WDentresuas versões.Masestáclaro tambémqueafabricante pretendemelhorarmuitas posiçõesnomercadocom asvendasdoHR-V,produto quetemquasetudopara conseguirisso. Alta potência (148 cv) e baixo peso (217 kg) são as características desta bicilíndrica que chega da Áustria. A KTM é uma marca tradicional e a 1190 Adventure é sua maior expressão. Alta e multiuso, a ‘big trail’ tem quatro modos de pilotagem, controle de tração, painel LCD, regulagem de bancos, freios ABS etc. Custa R$ 79 mil. Robô ‘valet’ É um teste-piloto que promete inovar e fazer escola. Dois robôs transportam os Audi que deixam a linha de montagem em Ingolstad, na Alemanha. As máquinas avaliam o tamanho do modelo, introduzem uma plataforma e carregam o carro até a vaga mais adequada, serviço que evita o desgaste humano. O novo pace car Ele é o primeiro a largar na F1 2015. Na Austrália, domingo, o Mercedes-Benz AMG GT S substitui o SLS AMG como ‘pace car’ da categoria. Modificado, o GT tem gaiola de sobrevivência, giroscópio e motor de 517 cv . Pode chegar aos 310 km/h, depois de atingir os 100 km/h em 3,8s. Coluna publicada às quartas-feiras Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 17 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2014 Mensagem da Administração O ano de 2014 consolidou o patamar de rentabilidade do Grupo Contax, resultante do término de grandes projetos de reestruturação da Companhia iniciados em 2013. A Companhia encerra o ano como a empresa líder na América do Sul e entre os maiores players de Business Process Outsourcing (BPO) do mundo. Essa operação emprega aproximadamente 105 mil colaboradores em 75 unidades operacionais e administrativas em 22 cidades. O quadro do Comitê Executivo, implementado durante o ano, conta hoje com estruturas dedicadas ao pipeline comercial e à gestão operacional prontas para continuar o processo de ganho de eficiência dos nossos negócios. Essa estruturação é fundamental para a manutenção das margens e do desenvolvimento e crescimento das nossas operações. Em que pese o cenário macroeconômico brasileiro, estamos hoje preparados para as movimentações comerciais que acontecerão sempre que nossos clientes atuais e potenciais procurarem mais e melhores soluções especializadas para seus processos e serviços. Nossas iniciativas de desenvolvimento comercial continuam sendo suportadas pelo portfolio de soluções do Grupo bem como por nossa eficiência operacional, advinda dos projetos de transformação da Companhia, que se traduzem em maior competitividade com melhores propostas de valor para nossos clientes. Fora do Brasil, nossas operações continuaram a se desenvolver de forma bastante saudável, com crescimento de 26% ano contra ano em moeda local. As operações na Argentina, Colômbia e Peru estão entre as líderes em seus países com presença comercial consolidada. No Chile, através da exportação de serviços, já temos hoje uma presença material com um market share de aproximadamente 4%. Para essas operações, destacamos as soluções de social media e plataformas offshore que crescem de forma consistente e rentável. Destacamos ainda o crescimento nos mercados da Colômbia e Peru como consequência da qualidade dos serviços e força da nossa marca. Nesse ano, também já podemos observar importantes sinergias comerciais entre o Brasil e demais operações onde os negócios com clientes em um país alavancam negócios nos outros países em que temos presença. Seguimos também com o processo de adequação de nossas unidades operacionais e avançando em nossa estratégia de buscar eficiências de forma estrutural em nossas operações. Nesse modelo, investimos em sites built-to-suit, que são mais sustentáveis, menos intensivos em capital e possuem um desenho de infraestrutura e tecnologia customizado para o pleno e eficiente desenvolvimento de nossas atividades. Esses sites contam com estruturas mais amplas e modernas, e são planejados para propiciar o uso eficiente e sustentável de recursos hídricos, energia, telecomunicações, segurança, manutenção, entre outros. A movimentação do nosso contingente operacional para regiões como essa otimizam o desenvolvimento de nossas atividades, impulsionando a eficiência de nossas operações como consequência de menores índices de rotatividade e absenteísmo. Na frente de Pessoas, a Companhia começa a colher os frutos de projetos de larga escala que aperfeiçoaram o ambiente de trabalho, a qualificação e a produtividade de nossos profissionais com destaque para programas de formação, parcerias com universidades subsidiando cursos de formação, e a implementação do modelo de alimentação interna nos edifícios. Ambos esses movimentos possibilitam um ambiente mais propício à produtividade e à segurança laboral e passam a ser fatores diferenciadores para os funcionários, clientes e reguladores, aumentando assim a eficiência de nossas operações e segurança jurídica da nossa atividade. Em Tecnologia da Informação & Comunicação (TIC), nossa competência de implementação e capacidade de investimento são cada vez mais importantes para diferenciar nossas soluções. Obtivemos crescimento importante no volume de projetos vendidos na fábrica de software principalmente pela conquista de novos projetos em clientes do setor financeiro. Além disso, estamos nos desenvolvendo para oferecer soluções de Gestão de Cidades, um mercado com favoráveis expectativas de crescimento e margens diferenciadas. Nesse pilar, ganhamos a concorrência do projeto de infraestrutura de TIC do Parque da Cidade, uma iniciativa apoiada pela Fundação Clinton por sua perspectiva de sustentabilidade. Outra frente importante, de onde partimos com grande expertise, é a de atendimento via plataformas IP, um mercado relativamente pequeno hoje mas que apresenta uma perspectiva de crescimento significativo. No Brasil, no âmbito regulatório, vimos evoluções importantes nas discussões sobre terceirização. A visão da Companhia é de que uma maior segurança do marco regulatório da terceirização e maior alinhamento da legislação trabalhista ao contexto econômico atual possibilitará o contínuo crescimento do setor que, além do papel de facilitar um relacionamento de qualidade entre nossos clientes e seus usuários/clientes finais, exerce uma importante função social para o país em termos de geração de empregos formais, principalmente, para jovens que estão iniciando suas carreiras profissionais. Destacamos ainda os prêmios recebidos pela Companhia no período como sinal do reconhecimento dos nossos clientes e do mercado em relação à qualidade de nossas operações e serviços. No Brasil, o Grupo Contax recebeu o Prêmio “Frost & Sullivan 2014 - Technology Leadership in the Brazilian Contact Center Outsourcing Industry” e três reconhecimentos no Prêmio Nacional de Telesserviços (ABT) referente às operações de clientes do setor automotivo e de telecomunicações. Nos outros países, fomos reconhecidos pelo “Premio Nacional de Excelência en la Indústria de Contact Center” entregue pela Associação Colombiana de Contact Center nas seguintes categorias: “Premio Oro – Mejor Operación de Tercerización de Servicios”, “BPO Premio Plata – Mejor Operación de Call Center y Contact Center”, “Premio Bronce – Mejor Gestión del Talento Humano” e pelo “Premio LatAm a las mejores organizaciones de interacción con clientes” com o “Premio Bronce de Mejor Administración del Recurso Humano”. Recebemos ainda as seguintes certificações: “Certificación en la NORMA COCP para las áreas de WORKFORCE (Certificación de Procesos de Serie 2.5 - Pronósticos, Planificación y Programación de Personal) y CALIDAD (Certificación de Procesos de Serie 2.4 - Monitoreo de Transacciones)”. O ano de 2014 foi bastante desafiador em função do ambiente macroeconômico, principalmente, no Brasil e na Argentina. As condições conjunturais indicam um ano também bastante desafiador em 2015. Apesar disso, entendemos que o reposicionamento do Grupo e as iniciativas de reestruturação conduzidas nos dois últimos anos prepararam a Companhia para capturar as oportunidades que se apresentarem nos mercados nos quais está presente, de forma a preservar nossa posição de liderança. A Administração está confiante na competência do Grupo para a implementação de inovação e captura de eficiência em soluções efetivas para os processos de nossos clientes. A estruturação dessa engenharia para capturar eficiência e inovar tornam essas duas características parte do DNA do Grupo e a razão de existência do nosso negócio. Por fim, reforçamos nossos diferenciais estratégicos que consistem em portfolio diferenciado de serviços, presença geográfica em mercados estratégicos e robusta equipe de gestão com comprovada capacidade de implementação como os pilares principais de geração de valor para nossos acionistas. Receita Operacional Líquida Receita Líquida Total Em 2014, a Receita Operacional Líquida (ROL) do Grupo foi de R$ 3.452,2 milhões, representando uma redução de 5% na comparação anual. No 4T14, a receita líquida atingiu R$ 861,8 milhões, sendo 3% inferior ao valor registrado em igual período do ano anterior. Em relação ao 3T14, a ROL apresentou uma leve queda de 2%. 2014 4T14 4T14 vs. 2014 2013 vs. (R$ milhões) 4T14 4T13 3T14 vs. 2013 4T13 3T14 Total 861,8 891,9 879,4 -3,4% -2,0% 3.452,2 3.618,0 -4,6% Contact Center & BPO 810,3 835,0 824,7 -3,0% -1,7% 3.227,1 3.370,1 -4,2% Atendimento e e-Care 557,1 533,8 550,2 4,4% 1,3% 2.168,7 2.156,7 0,6% CRM Services 162,3 180,0 174,8 -9,9% -7,2% 666,6 708,8 -5,9% Recuperação de Crédito 53,0 69,5 56,7 -23,8% -6,5% 235,9 297,7 -20,8% Outros Serviços 38,0 51,7 43,1 -26,5% -11,8% 155,9 206,9 -24,7% Trade Marketing 39,6 41,5 35,1 -4,6% 12,7% 152,0 174,5 -12,9% TIC 11,9 15,5 19,6 -23,3% -39,4% 73,2 73,4 -0,3% (i) Atendimento e e-Care: praticamente estável quando comparado a 4T13 e 3T14. O desempenho dessa receita no trimestre reflete ainda o período de reorganização da Companhia, no qual foram descontinuados contratos não aderentes ao modelo de negócio do Grupo. (ii) CRM Services: redução de R$ 14,8 milhões, ou 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Quando comparado ao 3T14, houve redução de 6%. Essa variação decorre principalmente da menor atividade comercial observada em alguns clientes, em função da desaceleração da economia, a qual reduz a demanda por serviços de televendas. (iii) Recuperação de Crédito: redução de R$ 20,9 milhões ou 33% quando comparado ao 4T13 relacionada ao menor volume demandado pelos clientes do setor financeiro e efeito de mudança de canalidade para SMS em alguns clientes de outros setores. Em relação ao 3T14, houve redução de 13%. (iv) Trade Marketing: leve redução de receita de R$ 1,9 milhão, ou 5% em relação ao 4T13 decorrente principalmente à retração da atividade industrial (principalmente do setor de eletrodomésticos) no segundo semestre, com declínio das vendas e consecutivamente influenciando no volume de contratação de promotores de vendas. Quando comparado ao 3T14, houve aumento de 13% na receita influenciada pelas iniciativas sazonais de vendas de fim de ano por parte de alguns clientes (principalmente de telefonia celular e tecnologia). (v) TIC: redução de R$ 3,6 milhões ou 23% em relação ao 4T13. Na comparação com o 3T14, houve queda de 39%. Tivemos, no trimestre anterior, receitas provenientes de projetos de inovação e eficiência de um importante cliente do setor financeiro além de receitas advindas de novos clientes. América Latina (ex-Brasil) Brasil (R$ milhões) 2014 4T14 4T14 vs. 2014 2013 vs. vs. 2013 4T13 3T14 688,7 740,4 710,9 -7,0% -3,1% 2.797,4 3.030,7 -7,7% 4T14 4T13 3T14 Brasil Contact Center & BPO 637,3 683,5 656,2 -6,8% -2,9% 2.572,2 2.782,8 -7,6% Atendimento e e-Care 417,5 416,4 416,8 0,3% 0,2% 1.644,9 1.708,7 -3,7% CRM Services 146,2 161,0 155,8 -9,2% -6,1% 602,9 631,5 -4,5% Recuperação de Crédito 42,0 62,9 48,5 -33,2% -13,3% 199,8 273,4 -26,9% Outros Serviços 31,5 43,1 35,2 -26,8% -10,3% 124,6 169,2 -26,3% Trade Marketing 39,6 41,5 35,1 -4,6% 12,7% 152,0 174,5 -12,9% TIC 11,9 15,5 19,6 -23,3% -39,4% 73,2 73,4 -0,3% A Receita Operacional Líquida total das atividades no Brasil foi de R$ 2.797,4 milhões em 2014, redução de 8% na comparação com 2013. Destacamos abaixo os demais pontos que influenciaram a variação da receita neste período: (i) Atendimento e e-Care: redução de R$ 63,8 milhões ou 4% devido ao período de reorganização da Companhia no qual foram descontinuados contratos não aderentes ao modelo de negócio do Grupo. (ii) CRM Services: redução de R$ 28,6 milhões ou 5% decorrente principalmente da menor atividade comercial observada em alguns clientes, em função da desaceleração da economia. (iii) Recuperação de Crédito: redução de R$ 73,6 milhões ou 27%, fruto do menor volume demandado pelos clientes do setor financeiro no ano de 2014 no Brasil, principalmente em função à forte retração do mercado e oferta de crédito pelas instituições financeiras. (iv) Trade Marketing: redução de R$ 22,5 milhões ou 13%. O resultado reflete a descontinuação de contratos que não apresentavam rentabilidade adequada desde 2013. (v) TIC: estável em relação a 2013. Destacamos importantes projetos de fábrica de software com clientes do setor financeiro desenvolvidos ao longo do ano. O crescimento nesse pilar está em linha com a estratégia do Grupo de posicionar a inovação como pilar dos ganhos de eficiência operacional e ativação de novos clientes e serviços. Vale observar que essa receita não inclui os serviços de TIC agregados às soluções de Atendimento e e-Care derivados da tecnologia e produtos desenvolvidos pela unidade de negócios de TIC, e que diferenciam a proposta de valor dessas soluções em relação às de outros concorrentes. A Receita Operacional Líquida total das atividades no Brasil foi de R$ 688,7 milhões no 4T14. Na comparação anual (sobre 4T13), houve redução de 7% e na comparação trimestral (sobre 3T14) houve redução de 3%. Os principais fatores que influenciaram a receita nos períodos foram: (R$ milhões) Unidade Internacional Atendimento e e-Care CRM Services Recuperação de Crédito Outros Serviços 4T14 4T13 3T14 4T14 4T14 vs. vs. 4T13 3T14 173,0 151,5 168,5 14,2% 2014 2013 2014 vs. 2013 2,7% 654,8 587,2 11,5% 139,6 117,4 133,5 19,0% 4,6% 523,7 447,9 16,9% 16,0 19,0 19,0 -15,5% -15,5% 63,8 77,3 -17,5% 11,0 6,4 6,6 8,6 8,2 65,7% 33,3% 7,9 -24,9% -18,5% 36,1 31,2 24,3 48,8% 37,7 -17,2% A Receita Operacional Líquida das operações internacionais atingiu R$ 654,8 milhões em 2014, um aumento de R$ 67,6 milhões ou 12% (ou R$ 132,3 milhões, 25% em moeda funcional) em relação ao valor registrado em 2013. Os principais fatores que contribuíram para este resultado foram: (i) Colômbia: crescimento de R$ 34,0 milhões, ou 13%. A Companhia manteve sólido patamar de receita com os clientes locais bem como ampliou a oferta de serviços offshore, suportados pela inauguração de um novo site em Bogotá durante o ano. (ii) Peru: aumento de R$ 35,6 milhões ou 68%. O bom desempenho da operação no país decorreu principalmente da forte expansão dos serviços offshore. (iii) Argentina: redução de R$ 2,0 milhões ou 1%. O resultado em reais (R$) foi fortemente impactado pela variação cambial no ano. Em moeda funcional, notamos um crescimento de R$ 69,6 milhões ou 36% em moeda funcional, principalmente devido ao alto volume demandado pelos clientes do setor de telecomunicações. Nosso site em Córdoba exclusivamente dedicado à gestão do relacionamento via redes sociais respondeu por 7% da receita no país sem o comprometimento das receitas dos serviços tradicionais. A Receita Operacional Líquida total das atividades internacionais foi de R$ 173,0 milhões no 4T14, um aumento de 14% (25% em moeda funcional) em relação ao 4T13 e de 3% (queda de 1% em moeda funcional) sobre o trimestre anterior. A seguir, comentamos os principais fatores que influenciaram as variações trimestrais da receita em cada país: (i) Colômbia: crescimento de R$ 6,3 milhões, ou 9% em relação ao 4T13 devido à resiliência dos clientes locais ao longo do ano bem como o crescimento na exportação de serviços (plataforma offshore). A carteira de clientes no exterior respondeu por aproximadamente 15% da receita no país no 4T14. Em relação ao 3T14, a receita permaneceu praticamente estável, apresentando pequena queda de 2%. (ii) Peru: aumento da receita de R$ 6,3 milhões, ou 34% frente ao 4T13, e R$ 3,1 milhões ou 14% em relação ao 3T14. Esse aumento decorre continua 18 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 continuação RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2014 principalmente da expansão da operação no país que atingiu 4.000 colaboradores no período com a abertura de um novo site. Ainda no trimestre, a Companhia ganhou uma licitação de serviço de social media para atender uma importante empresa de telecomunicações do Chile. A carteira de clientes no exterior respondeu por aproximadamente 63% da receita no país no 4T14. (iii) Argentina: aumento de R$ 8,9 milhões ou 14% em relação do 4T13 (aumento de R$ 21,8 milhões ou 45% em moeda funcional). Quando comparado ao 3T14, houve expansão de R$ 3,3 milhões, ou 5% (redução de R$ 2,3 milhões ou 3% em moeda funcional). Resultado bruto, margem bruta e Custo dos Serviços Prestados Nos quadros abaixo, apresentamos os valores sem depreciação. No Anexo III, apresentamos a compilação dos principais indicadores financeiros seguindo esse critério. No Anexo V, apresentamos a Demonstração do Resultado do Período consolidada conforme IFRS, considerando a depreciação. (R$ milhões) 2014 Receita Operacional Líquida Custos dos Serviços Prestados Resultado Bruto % ROL 2013 3.452,2 (2.755,0) 697,2 (R$ milhões) % ROL 3.618,0 79,8% 20,2% 2014 (2.895,4) 722,6 % ROL 2013 -4,6% 80,0% 20,0% (R$ milhões) 4T14 4T13 Custos dos Serviços Prestados (704,9) 81,8% (672,7) Pessoal (574,8) 66,7% (554,4) Contingências Trabalhistas (19,1) 2,2% (8,3) Serviços de Terceiros (66,9) 7,8% (69,4) Aluguéis e Seguros (40,9) 4,7% (36,2) Outros (3,1) 0,4% (4,5) % ROL 3T14 -4,8% -3,5% 2014 vs. 2013 80,0% -4,8% 65,1% -2,7% 0,7% 60,2% 9,4% -24,2% 4,2% 2,1% 0,7% -46,5% % ROL Custos dos Serviços Prestados (2.755,0) 79,8% (2.895,4) Pessoal (2.291,6) 66,4% (2.355,3) Contingências Trabalhistas (38,2) 1,1% (23,8) Serviços de Terceiros (256,4) 7,4% (338,4) Aluguéis e Seguros (154,7) 4,5% (151,5) Outros (14,1) 0,4% (26,4) % ROL 2014 vs. 2013 % ROL 75,4% (686,5) 78,1% 62,2% (566,7) 64,4% 4T14 4T14 vs. vs. 4T13 3T14 4,8% 2,7% 3,7% 1,4% 0,9% (16,5) 1,9% 131,4% 16,0% 7,8% (60,7) 6,9% 4,1% (39,1) 0,5% (3,5) 4,4% 13,0% 4,6% 0,4% -29,6% -9,1% -3,6% 10,2% Os Custos dos Serviços Prestados somaram R$ 2.755,0 milhões em 2014, inferiores ao ano anterior em R$ 140,4 milhões, ou 5%. Em termos de percentual da ROL houve uma redução de 0,2 p.p. (79,8% em 2014 vs. 80,0% em 2013). Pessoal – diminuição de R$ 63,7 milhões, ou 3%, devido aos menores gastos com salários, encargos sociais e benefícios considerando a redução de colaboradores operacionais no período resultante da restruturação do Grupo, passando de 101,6 mil ao final de 2013 para 99,2 mil ao final de 2014. Serviços de Terceiros – menor em R$ 82,0 milhões, ou 24%, principalmente devido ao processo de migração das operações para sites mais eficientes, que resultou em menores gastos com facilities e serviço de manutenção de planta. Além disso, houve menos gastos com consultorias e assessorias jurídicas, devido ao avanço da restruturação. Aluguéis e Seguros – aumento de R$ 3,3 milhões, ou 2%, principalmente, devido à expansão das operações internacionais e início da transição para o modelo built-to-suit. Contingências Trabalhistas – aumento de R$ 14,3 milhões, ou 60%, principalmente, devido ao trabalho realizado no segundo semestre de 2014 que reavaliou os processos de gestão relacionados às nossas contingências passivas para garantir a assertividade no dimensionamento desses passivos e seus riscos. No 4T14, os Custos dos Serviços Prestados da Companhia somaram R$ 704,9 milhões, superior em R$ 32,1 milhões, ou 5%, se comparado ao igual período do ano passado. Em termos percentuais da ROL houve aumento de 6,4 p.p. (81,8% no 4T14 vs. 75,4% no 4T13). Na comparação com o 3T14, os Custos e Serviços Prestados foram superiores em R$ 18,4 milhões, ou 3%. Em termos de percentual da ROL houve um aumento de 3,7 p.p., conforme variações explicadas abaixo. Pessoal – aumento de R$ 20,4 milhões ou aumento 4% sobre 4T13, refletindo principalmente os reajustes decorrentes de acordos coletivos pactuados no período. Em relação 3T14, houve aumento de R$ 8,0 milhões ou 1% também sendo o principal efeito alguns acordos coletivos celebrados no 4T14. Serviços de Terceiros – redução de R$ 2,5 milhões ou 4% em relação ao 4T13, devido principalmente à (i) redução de despesas relacionadas à estrutura de facilities, decorrente do processo de devolução de sites menos eficientes e (ii) aos menores gastos com consultoria que impactaram o 4T13 devido ao estágio da reestruturação do Grupo Contax naquele período. Na comparação com o trimestre anterior, serviços de terceiros aumentaram R$ 6,2 milhões ou 10%, devido a algumas despesas recorrentes com facilities (principalmente limpeza de imóveis) relativas ao 3T14 que foram excepcionalmente postergadas para o 4T14. Aluguéis e Seguros – aumento de R$ 4,7 milhões ou 13,0%, devido à expansão de nossas operações internacionais e da adoção do modelo built-to-suit. Esses fatores também explicam o aumento de R$ 1,8 milhão ou 5% em relação ao 3T14. Contingências Trabalhistas – aumento de R$ 10,9 milhões e R$ 2,6 milhões em relação ao 4T13 e 3T14, respectivamente, devido ao trabalho realizado no segundo semestre de 2014 que reavaliou os processos de gestão relacionados às nossas contingências passivas para garantir a assertividade no dimensionamento desses passivos e seus riscos. A Companhia está conduzindo uma importante frente de adequação de sites, com a devolução gradativa de unidades menos eficientes e/ou em regiões menos atrativas para o desempenho de nossas atividades no Brasil. Isso gera um custo temporário duplicado tanto em sua estrutura física quanto no custo de pessoal, ocasionando temporariamente custos adicionais, sem a devida contrapartida nas receitas. Mesmo com esse efeito, a Companhia apresentou estabilidade na margem bruta no ano de 2014 que atingiu 20,2% em comparação a 20,0% em 2013. O avanço no processo de migração de sites para unidades totalmente aderentes ao novo modelo de franquia operacional do Grupo contribuiu para um aumento temporário da capacidade ociosa da operação no período impactando diretamente a margem bruta da Companhia. Essa ociosidade temporária deve se reduzir ao longo dos próximos trimestres à medida que as novas instalações passem a gerar receita e a duplicidade se reduza com o avanço no processo de migração de sites e o encerramento da operação em algumas cidades. Esse processo contribuirá positivamente para a margem bruta do Grupo. Despesas Totais 2014 vs. (R$ milhões) 2014 % ROL 2013 % ROL 2013 Com. Gerais e Adm. (307,9) 8,9% (302,6) 8,4% 1,8% Outras Despesas e Receitas Operacionais 23,5 -0,7% (16,4) 0,5% n.m. DespesasTotais (284,5) 8,2% (319,0) 8,8% -10,8% (R$ milhões) 4T14 % ROL 4T13 % ROL 3T14 % ROL 4T14 vs. 4T13 EBIT Em 2014, o EBIT totalizou R$ 239,3 milhões, 42,9 milhões ou 22% superior ao do ano anterior. A margem EBIT foi de 6,9%, 1,5 p.p. superior à margem apresentada em 2013. Apesar do menor resultado bruto, houve uma maior conversão em EBIT, em função do impacto positivo em outras despesas e receitas operacionais e da menor depreciação. O EBIT totalizou R$ 78,7 milhões no 4T14, inferior em 9,8 milhões ou 11% em relação ao registrado no 4T13. A margem EBIT do trimestre foi de 9,1%, 0,8 p.p. inferior ao 4T13, principalmente, devido ao menor resultado bruto registrado no período porém parcialmente compensada por outras despesas e receitas operacionais e pelo menor nível de depreciação. Na comparação com o 3T14, o EBIT foi superior em R$ 18,8 milhões, ou 31%. A margem EBIT foi 2,3 p.p. superior ao 3T14. 4T14 4T14 2014 (R$ milhões) 4T14 4T13 vs. 3T14 vs. 2014 2013 vs. 4T13 3T14 2013 Receita Operacional Líquida 861,8 891,9 -3,4% 879,4 -2,0% 3.452,2 3.618,0 -4,6% Custo dos Serviços Prestados (704,9) (672,7) 4,8% (686,5) 2,7% (2.755,0) (2.895,4) -4,8% Resultado Bruto 156,9 219,2 -28,4% 192,9 -18,7% 697,2 722,6 -3,5% CG&A (79,8) (74,3) 7,3% (89,4) -10,8% (307,9) (302,6) 1,8% Outras Despesas e Receitas Operacionais 32,4 (3,0) n.m. (1,7) n.m. 23,5 (16,4) n.m. EBITDA 109,6 141,8 -22,7% 101,8 7,7% 412,7 403,5 2,3% Margem EBITDA 12,7% 15,9% -3,1 p.p. 11,6% 1,1 p.p. 12,0% 11,2% 0,8 p.p. Depreciação e EBIT Margem EBIT 78,7 88,5 -11,1% 59,9 31,5% 239,3 196,4 21,9% 9,1% 9,9% -0,8 p.p. 6,8% 2,3 p.p. 6,9% 5,4% 1,5 p.p. 4T14 vs. 3T14 Com. Gerais e Adm. (79,8) 9,3% (74,3) 8,3% (89,4) 10,2% 7,3% -10,8% Outras Despesas e Receitas Operacionais 32,4 -3,8% (3,0) 0,3% (1,7) 0,2% n.m. n.m. DespesasTotais (47,3) 5,5% (77,3) 8,7% (91,2) 10,4% -38,8% -48,1% As Despesas Totais em 2014 somaram R$ 284,5 milhões, R$ 34,6 milhões ou 11% inferior ao total de 2013. A redução pode ser explicada majoritariamente por (i) reversões de processos fiscais e cíveis e (ii) menores gastos com consultorias. Esses efeitos foram parcialmente compensadas por (i) aumento das despesas com patrocínios não dedutíveis e (ii) maior despesa com pessoal. Esse resultado demonstra o avanço da eficiência operacional com as Despesas Operacionais representando 8,2% da ROL ante 8,8% em 2013. As Despesas Totais do 4T14 somaram R$ 47,3 milhões, uma redução de R$ 30,0 milhões ou 39% em relação ao 4T13. O menor nível de despesas deve-se, principalmente a (i) reversão de provisão de contingência relacionada a um processo fiscal no valor de R$ 21,5 milhões registrada em Outras Despesas e Receitas Operacionais e (ii) aos menores gastos com consultorias. Em relação ao 3T14, as despesas foram inferiores em R$ 43,8 milhões, ou 48%, também em função das reversões mencionadas e menor valor de provisões de contingências trabalhistas. Depreciação e Amortização A depreciação atingiu R$ 173,5 milhões em 2014, uma redução de 16% em relação ao ano anterior. Essa redução se deve principalmente à adequação dos critérios de depreciação à real vida útil dos bens imobilizados e intangíveis no Brasil, após decisão da Administração de revisar o parque operacional da Companhia e refletir corretamente a vida útil de seus ativos. Tal decisão foi suportada por laudo técnico, com ajustes positivos e negativos, resultando em um efeito líquido positivo de R$ 11,4 milhões reconhecido no 4T14. Esse trabalho dá referência e permite maior coerência entre a politica de investimentos, a real vida útil dos ativos e os critérios de depreciação do Grupo. O mesmo processo será estendido ao parque instalado dos demais países a partir do ano de 2015. A redução adicional decorre do processo de desmobilização de sites, ocorrido durante o ano de 2013 com a migração para estruturas mais eficientes para as atividades de contact center, que também ocasionou a revisão da vida útil de alguns ativos, impactando negativamente a linha de depreciação. A depreciação e amortização do 4T14 foi de R$ 30,8 milhões, menor em R$ 22,5 milhões, ou 42%, em relação ao quarto trimestre de 2013. Na comparação com o 3T14, a depreciação e amortização apresentaram redução de R$ 11,0 milhões ou 26%.Ambas as variações são principalmente justificadas pela revisão mencionada acima conduzida no 4T14. Resultado Financeiro Em 2014, as despesas financeiras líquidas atingiram R$ 93,9 milhões, uma redução de R$ 6,8 milhões ou 7% em relação a 2013, principalmente devido aos efeitos reconhecidos no 4T14. O resultado financeiro líquido foi uma receita de R$ 0,4 milhão no 4T14, em comparação a uma despesa de R$ 30,7 milhões no 4T13 e uma despesa de R$ 28,0 milhões no 3T14. Essa variação reflete (i) reversão da contraprestação contingente de aquisições no valor de R$ 10,4 milhões na linha de instrumentos financeiros, (ii) reversão de provisão de atualização monetária relacionada às provisões de contingências fiscais também revertidas no trimestre no valor de R$ 8,0 milhões e (iii) capitalização de juros sobre financiamento no valor de R$ 7,5 milhões referentes a projetos de investimentos em obras em sites e software. Investimentos (Capex) No ano de 2014, os investimentos totalizaram R$ 184,9 milhões em comparação a R$ 202,4 milhões em 2013. Essa redução se deve principalmente ao menor número de unidades operacionais e administrativas que passaram de 83 ao final de 2013 para 75 ao final de 2014, consumindo menos investimentos em infraestrutura. No 4T14, o Capex totalizou R$ 89,8 milhões, em comparação a R$ 117,4 milhões no 4T13 e R$ 53,2 milhões no 3T14. Os investimentos foram destinados majoritariamente para projetos de tecnologia e licenças de software voltados para a qualidade e eficiência das operações de contact center. Imposto de Renda e Contribuição Social Em 2014, o imposto de renda e a contribuição social sobre lucro líquido (IR/ CSLL) correntes foi de R$ 34,2 milhões, inferior em R$ 14,1 milhões em relação ao ano anterior, em função, dentre outros fatores, da compensação do prejuízo fiscal e base negativa da CSLL na Contax-Mobitel e Todo. O IR/CSLL foi uma despesa de R$ 48,8 milhões comparado a uma receita de R$ 8,0 milhões em 2013. Essa variação é explicada principalmente continua Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 19 continuação RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2014 por (i) registro contábil no valor de R$ 36,6 milhões relativo ao ativo fiscal de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, pertinente ao prejuízo fiscal acumulado da Todo no 4T13, (ii) reconhecimento do passivo diferido sobre diferenças temporárias consequentes da alteração, para fins contábeis, do prazo de vida útil de parte dos ativos da Companhia e (iii) reversão das provisões detalhadas anteriormente. No 4T14, O IRPJ/CSLL da Companhia apresentou despesa de R$ 29,3 milhões no 4T14 contra saldo credor de R$ 17,5 milhões no 4T13 e despesa de R$ 12,3 milhões no 3T14, variações explicadas principalmente pelos itens (ii) e (iii) acima. 4T14 4T14 2014 (R$ milhões) 4T14 4T13 3T14 vs. vs. 2014 2013 vs. 4T13 3T14 2013 Resultado antes de impostos 79,1 57,8 31,9 36,9% 148,0% 145,4 95,7 52,0% IR/CSLL Corrente -11,0 -20,2 -8,4 -45,4% 31,2% -34,2 -48,3 -29,2% IR/CSLL Diferido -18,3 37,7 -3,9 -148,5% 367,1% -14,6 56,2 -126,0% IR/CSLLTotal -29,3 17,5 -12,3 -267,1% 138,0% -48,8 8,0 -713,2% Alíquota 67,3 -1,6 41,9 Efetiva - % 37,0% -30,3% 38,6% p.p. p.p. 33,5% -8,3% p.p. Lucro Líquido Em 2014, a Companhia obteve Lucro Líquido de R$ 96,6 milhões, em comparação a R$ 102,3 milhões em 2013. Essa variação reflete (i) redução da receita no período e (ii) maior reconhecimento de Imposto de Renda e CSLL considerando os efeitos não recorrentes do 4T14. Esses efeitos foram parcialmente compensados por (i) leve melhora na margem bruta da Companhia resultante de maior eficiência operacional e (ii) crescimento do Composição acionária em 31/12/2014 Resultado Antes de Tributações e Participações refletindo principalmente Participação no capital total resultado positivo de Outras Receitas e Despesas Operacionais combinado Acionistas dez/13 set/14 dez/14 a uma menor despesa financeira líquida no período. A Companhia obteve Lucro Líquido de R$ 49,8 milhões no 4T14, em Controladores ¹ 42,32% 28,91% 24,31% comparação a R$ 75,3 milhões no 4T13 e R$ 19,5 milhões no 3T14. Este CTX Participações 27,31% 27,31% 22,73% número representa margem líquida de 5,8% e um lucro por unit de R$ 0,3536. 44,91% 44,91% 44,91% Na comparação anual, a variação é explicada principalmente pela redução Grupo Andrade Gutierrez ² da margem operacional bruta. Na comparação trimestral, o crescimento do Grupo Jereissati ² 44,91% 44,91% 44,91% lucro deriva basicamente da redução das despesas comerciais, gerais e Fundação Atlântico ² 10,18% 10,18% 10,18% administrativas e também da melhora do resultado financeiro líquido. Portugal Telecom 6,21% – – Grupo Andrade Gutierrez 3,84% 0,24% – Grupo Jereissati 3,84% 0,24% – Fundação Atlântico 1,12% 1,12% 1,58% Tesouraria 0,51% 0,51% 1,96% FREE FLOAT 57,17% 70,58% 73,73% ¹ Grupo de Controle detém 56,3% das ações ordinárias de emissão da Companhia. ² Participações na CTX Participações S.A. Companhia está desenvolvendo estudos internos para avaliar os impactos da MP 669/15 e optar pelo método menos oneroso aos seus negócios. Redução atípica na receita auferida junto à Oi S.A. A Administração tem observado, a partir de janeiro de 2015, uma queda atípica na prestação de serviços e consequentemente na receita auferida junto à Oi S.A., dentro dos limites previstos contratualmente, em comparação com a média do último trimestre de 2014. A Administração monitora constantemente os fluxos de caixa esperados valendo-se de sua Política de Risco e tem envidado esforços na mitigação dos efeitos da redução de faturamento nas operações da Oi S.A. por meio da busca de novos negócios e redução de despesas. Anexo I – Indicadores Financeiros Investor’s Day 08 de dezembro Calendário de Assembleias Evento AGO Data 29 de abril Eventos Subsequentes Alteração de alíquota para recolhimento da contribuição previdenciária patronal Em 26 de fevereiro de 2015, o Governo Federal do Brasil, promulgou a Medida Provisória MP 669/15, que alterou a alíquota para determinação da contribuição previdenciária patronal de 2% para 4,5% sobre a receita bruta excluída as vendas canceladas e os descontos incondicionais, a partir do mês de junho de 2015. Como consequência desse incremento na alíquota, a Companhia deverá optar no mês de junho se manterá a adesão pela opção de tributação substitutiva ou se voltará a recolher tal contribuição pelo valor correspondente a 20% sobre salário, férias e 13º salário. Atualmente a 4T14 vs. 3T14 2014 vs. 2013 4T14 4T13 3T14 Receita Operacional Bruta 930,0 965,6 950,0 -3,7% -2,1% 3.728,0 3.925,1 -5,0% Receita Operacional Líquida 861,8 891,9 879,4 -3,4% -2,0% 3.452,2 3.618,0 -4,6% Lucro Bruto 156,9 219,2 192,9 -28,4% -18,7% 697,2 722,6 -3,5% Margem Bruta EBITDA Margem EBITDA Margem EBIT 109,6 141,8 101,8 -22,7% 78,7 88,5 49,8 75,3 Preço/Lucro - R$ 9,07 14,34 Retorno* Sobre Capital Investido -% 2,3% 59,9 -11,1% 31,5% 239,3 196,4 21,9% 19,6 -33,9% 154,3% 1,47 5,4% 1,5 p.p. 96,6 102,3 -5,5% 5,8% 8,4% 2,2% -2,7 p.p. 3,5 p.p. 2,8% 0,35 Retorno* Sobre Patrimônio Médio - % 7,7% 412,7 403,5 9,1% 9,9% 6,8% -0,8 p.p. 2,3 p.p. 6,9% Lucro por Unit - R$ Retorno* Sobre Ativo Médio - % 2013 12,7% 15,9% 11,6% -3,1 p.p. 1,1 p.p. 12,0% 11,2% 0,8 p.p. Lucro Líquido Margem Líquida 2014 18,2% 24,6% 21,9% -6,5 p.p. -3,8 p.p. 20,2% 20,0% 0,2 p.p. EBIT 2,8% 0,0 p.p. 0,44 -75,9% -20,0% 1,41 9,39 -36,7% 9,07 14,34 -36,7% -3,3% 2,30 -38,9% 4,0% -0,4 p.p. 22,3% 24,9% 27,5% -2,6 p.p. -5,2 p.p. 22,3% 24,9% -2,6 p.p. 3,6% 4,0% 4,6% -0,4 p.p. -1,0 p.p. 3,6% 6,5% 8,2% 9,9% -1,7 p.p. -3,4 p.p. 6,5% 8,2% -1,7 p.p. Valor da Firma/ EBITDA* 4,65 5,69 4,34 -18,3% 4,65 5,69 -18,3% Dívida Líquida 1.042 830 786 25,5% 32,6% 1.042 830 25,5% Dívida Líquida/ EBITDA* 2,52 2,06 1,77 22,7% 43,0% 2,06 22,7% Capex 89,8 125,4 Capex/ROL - % Endividamento A Dívida Líquida consolidada ao final de dezembro de 2014 era de R$ 1.041,8 milhões, superior em R$ 211,7 milhões ao valor registrado em dezembro de 2013 e R$ 256,1 milhões superior à dívida líquida de setembro de 2014. A Dívida Bruta da Contax alcançou R$ 1.413,4 milhões em dezembro de 2014, um aumento de R$ 199,6 milhões em relação a dezembro de 2013, decorrente principalmente, da emissão de debêntures no valor de R$ 310 milhões em agosto de 2014 para refinanciamento das dívidas da Companhia e manutenção do caixa em níveis estabelecidos pela política de caixa mínimo da empresa. Ao final de dezembro de 2014, 73,4% da dívida da Companhia possuía vencimento de longo prazo. A dívida em moeda estrangeira representava aproximadamente 2,8% do total e o custo médio da dívida registrado no 4T14 foi de 11,1% ao ano. A relação Dívida Líquida/EBITDA dos últimos 12 meses variou de 2,06 no 4T13 para 1,77 no 3T14 e para 2,52 no 4T14. No 4T14, essa variação reflete Agenda Corporativa para 2014 principalmente (i) desembolso para pagamento de dividendos em dezembro Calendário de Divulgação de Resultados de 2014, (ii) programa de investimento (Capex), (iii) pagamento de décimo terceiro e férias coletivas aos colaboradores, (iv) maior volume de depósitos Evento Data judiciais decorrente do trabalho de inventário conduzido no segundo Divulgação do Relatório Trimestral 1T15 14 de maio semestre e (v) desembolsos para realização do plano de recompra de ações. Audioconferência 1T15 15 de maio 4T14 vs. 4T14 vs. (R$ milhões) 4T14 4T13 3T14 4T13 3T14 Divulgação do Relatório Trimestral 2T15 6 de agosto (-) Dívida Bruta (1.413,4) (1.213,9) 16,4% (1.438,3) -1,7% Audioconferência 2T15 7 de agosto Curto Prazo (375,3) (200,3) 87,4% (258,6) 45,1% Divulgação do Relatório Trimestral 3T15 5 de novembro Longo Prazo (1.038,1) (1.013,6) 2,4% (1.179,6) -12,0% 6 de novembro (+) Caixa 371,6 383,7 -3,1% 652,6 -43,1% Audioconferência 3T15 Curto Prazo 371,6 383,7 -3,1% 652,6 -43,1% Calendário de Reuniões Públicas Caixa (Dívida) Líquido(a) (1.041,8) (830,1) 25,5% (785,7) 32,6% Evento Data 4T14 vs. 4T13 (R$ milhões) 7,1% 2,52 53,2 -28,4% 68,8% 184,9 210,3 -12,1% 10,4% 14,1% 6,0% -25,9% 72,3% 5,4% 5,8% -7,9% *Últimos 12 meses – Anualizado ou médio ** n.m. – não mensurável Anexo II – Indicadores Operacionais Período 4T14 vs. 4T14 vs. 4T13 3T14 4T14 4T13 3T14 63.813 59.413 61.979 7,4% 3,0% 2.823 3.108 2.895 -9,2% -2,5% 2,8% Workstations Instaladas - Qtde Argentina Brasil 51.689 48.096 50.270 7,5% Colômbia 6.683 6.309 6.380 5,9% 4,7% Peru 2.618 1.900 2.434 37,8% 7,6% 45.350 47.372 45.162 -4,3% 0,4% 2.630 2.923 2.564 -10,0% 2,6% 34.308 36.763 34.521 -6,7% -0,6% Workstations Faturadas - Qtde Argentina Brasil Colômbia 5.960 5.841 5.922 2,0% 0,6% Peru 2.452 1.845 2.155 32,9% 13,8% Colaboradores - Qtde 104.431 108.044 105.189 -3,3% -0,7% Contact Center 96.110 97.960 96.847 -1,9% -0,8% Argentina 5.265 5.553 4.967 -5,2% 6,0% 78.779 81.226 80.042 -3,0% -1,6% Colômbia 8.369 7.948 8.201 5,3% 2,0% Peru 3.697 3.233 3.637 14,4% 1,6% 2.524 2.946 2.286 -14,3% 10,4% 571 715 572 -20,1% -0,2% Brasil Trade Marketing TIC Período Administrativos Área Ocupada - m2 Argentina Brasil 4T14 4T13 5.226 5.484 -18,6% -4,7% 417.791 441.570 409.537 -5,4% 2,0% 16.452 -4,4% 0,0% 347.258 377.203 339.979 -7,9% 2,1% 16.452 6.423 3T14 4T14 vs. 4T14 vs. 4T13 3T14 17.207 Colômbia 40.519 35.370 40.119 14,6% 1,0% Peru 13.562 11.790 12.987 15,0% 4,4% * Worstations = Estações de Trabalho continua 20 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 continuação RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2014 Anexo III – Desempenho Econômico Financeiro 4T14 (R$ 4T14 vs. 4T14 4T13 3T14 vs. milhões) 4T13 3T14 Receita Operacional Líquida Custo dos Serviços Prestados Pessoal ContingênciasTrabalhistas Serviços de Terceiros Aluguéis e Seguros Outros Resultado Bruto Despesas Comerciais Gerais e Administrativas 861,8 891,9 879,4 (704,9) (672,7) (686,5) (574,8) (554,4) (566,7) (19,1) 2014 -3,4% -2,0% 3.452,2 3.618,0 -4,6% 4,8% 3,7% -4,8% -2,7% 2,7% (2.755,0) (2.895,4) 1,4% (2.291,6) (2.355,3) (8,3) (16,5) 131,4% 16,0% (66,9) (69,4) (60,7) 2014 vs. 2013 2013 (38,2) (23,8) 60,2% -3,6% 10,2% (256,4) (338,4) -24,2% (40,9) (36,2) (39,1) 13,0% 4,6% (154,7) (151,5) 2,1% (3,1) (4,5) (3,5) -29,6% -9,1% (14,1) (26,4) -46,5% 156,9 219,2 192,9 -28,4% -18,7% 697,2 722,6 -3,5% (47,3) (77,3) (91,2) -38,8% -48,1% (284,5) (319,0) -10,8% (6,1) (2,5) (5,7) 146,7% 7,7% (17,5) (20,1) -12,6% (73,6) (71,8) (83,8) 2,5% -12,1% (290,4) (282,5) 2,8% (R$ milhões) 4T14 4T13 4T14 4T14 vs. vs. 4T13 3T14 3T14 Outras Despesas e Receitas Operacionais 32,4 (3,0) EBITDA 109,6 141,8 Depreciação e Amortização (30,8) (53,3) EBIT 78,7 88,5 Resultado Financeiro Líquido 0,4 (30,7) LAIR 79,1 57,8 IRPJ & CSLL (29,3) 17,5 Participação de Acionistas não controladores Lucro (Prejuízo) Líquido do Período 49,8 75,3 n.m. não mensurável 2014 2013 2014 vs. (R$ milhões) 2013 Caixa Líquido – Atividades de Investimentos 4T14 Receita Bruta deVendas e/ou Serviços Deduções da Receita Bruta Receita Líquida de Serviços Prestados Custo dos Serviços Prestados Resultado Bruto Comerciais Gerais e Administrativas Financeiras Receitas Financeiras Despesas Financeiras Outras Receitas Operacionais Outras Despesas Operacionais Resultado antes deTributações e Participações IRPJ & CSLL Participação de Acionistas não controladores Lucro (Prejuízo) Líquido do Período Nº Ações, Ex.Tesouraria (Milhares) 4T13 930,0 (68,2) 861,8 (730,4) 131,4 (6,1) (79,0) 0,4 35,2 (34,9) 37,1 (4,7) 79,1 (29,3) 49,8 338.976 3T14 965,6 (73,7) 891,9 (717,6) 174,3 (2,5) (80,2) (30,7) 16,1 (46,8) 6,0 (9,0) 57,8 17,5 75,3 344.008 950,0 (70,6) 879,4 (720,8) 158,6 (5,7) (91,3) (28,0) 13,4 (41,4) 2,3 (4,1) 31,9 (12,3) 19,6 344.008 Anexo V – Balanço Patrimonial – Consolidado Ativo (R$ milhões) 31/12/2014 31/12/2013 30/09/2014 AtivoTotal 2.653,8 2.638,6 2.907,5 Ativo Circulante 948,9 918,2 1.209,6 Caixa e Equivalentes de Caixa 371,6 383,7 652,6 Caixa restrito 25,5 6,8 2,1 Contas a Receber 375,5 382,9 381,3 Tributos a Recuperar 90,1 69,0 74,8 Depósitos judiciais 23,1 23,1 23,1 Despesas Antecipadas e Demais Ativos 63,1 52,7 75,7 Ativo não Circulante 1.704,9 1.720,4 1.697,8 Ativo Realizável a Longo Prazo 535,8 539,6 571,9 Depósitos judiciais 275,8 219,0 253,7 Caixa Restrito – 50,1 22,4 Tributos Diferidos e a Recuperar 232,5 246,9 254,5 Transações com Partes Relacionadas 7,8 7,8 7,8 Despesas Antecipadas e Demais Ativos 19,7 15,8 33,6 Ativo Permanente 1.169,1 1.180,8 1.125,9 Imobilizado 448,6 508,4 440,0 Intangível 720,5 672,4 686,0 Passivo (R$ milhões) 31/12/2014 31/12/2013 30/09/2014 PassivoTotal 2.653,8 2.638,6 2.907,5 Passivo Circulante 1.005,8 933,3 990,4 Empréstimos e financiamentos 143,0 128,9 145,5 Debêntures e mútuos 232,3 71,4 113,1 Fornecedores 157,2 201,9 158,4 Salários, encargos e benefícios sociais 309,4 364,5 399,1 Anexo VI – Demonstração Fluxo de Caixa – Consolidado (R$ milhões) 31/12/2014 31/12/2013 30/09/2014 Lucro Líquido 96,6 102,3 46,8 Depreciação e Amortização 173,5 207,2 142,6 Ganho / (perda) com juros e variação monetária líquidos 104,4 44,0 74,6 Contingências e outras Provisões (20,4) 12,7 6,3 0,5 (2,1) 0,7 14,6 (56,2) (3,7) – 1,4 – (Ganho) / perda na venda de Ativos Imobilizados 0,6 2,6 0,6 (Aumento) / Diminuição do Contas a Receber 20,4 (15,6) 1,6 Inst. Patrim. p/ pagamentos baseados em ações IRPJ/CSLL Diferido Participação de Acionista não Controladores 4T14 vs. 4T13 -3,7% -7,4% -3,4% 1,8% -24,6% 146,8% -1,6% n.m. 119,5% -25,5% 517,3% -48,3% 36,9% -267,1% n.m. -33,9% -1,5% (184,8) (202,0) (68,5) (1,5) – (1,1) 79,0 286,0 63,5 (192,6) (273,9) (144,4) 310,0 – 310,0 – – – (28,9) – (21,0) – 3,6 – – (11,0) – Pagamento de Arrendamento Mercantil (1,7) n.m. 101,8 -22,7% n.m. 7,7% 23,5 412,7 (16,4) 403,5 Financiamento Obtido n.m. 2,3% Pagamento de Financiamento Debêntures Nota Promissória (41,9) -42,1% -26,3% (173,5) (207,2) -16,3% 59,9 -11,1% 31,5% 239,3 196,4 21,9% Amortização Debêntures e Notas Promissórias (28,0) n.m. n.m. 31,9 36,9% 148,0% (12,3) -267,1% 138,0% Recebimento por Cisão de Investimento (93,9) (100,7) -6,8% Ágio em transações de capital 145,4 95,7 52,0% (48,8) 8,0 -713,2% Aquisição de Investimento Juros pagos – (3,7) – (98,8) (56,0) (51,5) (102,0) (62,7) – (14,0) (4,7) – – – – Caixa líquido – Atividades Financiamento (48,8) (122,4) 155,5 Variação Cambial caixa e equivalentes de caixa Dividendos pagos - n.m. n.m. 19,6 -33,9% 154,3% (1,4) -100,0% Recompra de Ações Venda de Ações - 96,6 102,3 -5,5% Anexo IV – Demonstração do Resultado do Período – Consolidado IFRS (R$ milhões) 31/12/2014 31/12/2013 30/09/2014 4T14 vs. 3T14 -2,1% -3,4% -2,0% 1,3% -17,1% 7,7% -13,5% n.m. 163,7% -15,7% 1.502,5% 15,3% 148,0% 138,0% n.m. 154,3% -1,5% Passivo (R$ milhões) Impostos, taxas e contribuições Provisões Dividendos a pagar Repasse a Acionistas Contraprestação contingente Outras obrigações Passivo Não Circulante Empréstimos e financiamentos 2014 2013 3.728,0 (275,7) 3.452,2 (2.899,6) 552,7 (17,5) (319,3) (93,9) 64,5 (158,3) 50,3 (26,8) 145,4 (48,8) 96,6 338.976 3.925,2 (307,2) 3.618,0 (3.073,7) 544,2 (20,1) (311,4) (100,7) 61,7 (162,4) 20,0 (36,5) 95,7 8,0 (1,4) 102,3 344.008 Debêntures e mútuos 830,9 678,0 162,8 178,5 Contraprestação contingente Outros 3,9 (8,0) 383,7 355,2 383,7 Saldo Final de Caixa e Equivalentes de Caixa 371,6 383,7 652,6 Aumento (Redução) de Caixa e Equivalentes (12,1) 28,5 268,9 Anexo VII– Reconciliação do EBITDA (R$ milhões) 4T14 4T13 4T13 3T14 2014 2013 2014 vs. 2013 Período 49,8 75,3 19,6 –33,9% 154,3% 96,6 102,3 -5,5% (-) Participação – 22,2 51,3 52,8 944,7 Financeiras 192,0 (-) Receitas 15,6 Financeiras – 477,7 EBITDA Capital social 181,6 181,6 181,6 0,1 e amortização Reservas de capital 59,9 59,4 60,1 Outros resultados abrangentes 76,7 101,4 93,4 Reservas de lucro 100,9 105,1 105,1 Ações em Tesouraria (23,3) (9,3) (9,3) – – 46,8 0,0 0,0 Participação de Acionistas não 31/12/2014 31/12/2013 (30,1) (28,9) (56,8) (39,8) Aumento / (Diminuição) de Salários, Encargos (60,7) 11,7 Aumento / (Diminuição) de Fornecedores Outros Passivos (46,3) 27,0 51,2 58,8 Caixa Líquido – Atividades Operacionais 223,3 349,0 0,0 (184,9) 0,3 (202,4) – – – – 34,9 46,8 41,4 -25,5% -15,7% 158,3 162,4 -2,5% (35,2) (16,1) (13,4) 119,5% 163,7% (64,5) (61,7) 4,5% 52,1 (+) Depreciação 438,2 Venda de Ativo Imobilizado Compra de Ativo Imobilizado Aplicações financeiras mantidas até o vencimento Caixa Restrito vs. Líquido do – (R$ milhões) Outros Ativos Depósitos Judiciais 4T14 vs. (Prejuízo) 395,8 controladores 4T14 Lucro Patrimônio Líquido Lucros Acumulados 3T14 de Acionistas 31/12/2014 31/12/2013 30/09/2014 não contro56,2 61,0 72,4 – – – n.m. n.m. – 1,4 -100,0% 24,4 24,4 24,5 ladores 29,3 (17,5) 12,3 n.m. 138,0% 48,8 (8,0) n.m. 31,2 31,4 31,4 (+) IR & CSLL 25,8 25,9 25,9 4T14 4T14 2014 vs. 11,8 6,3 6,7 (R$ milhões) 4T14 4T13 3T14 vs. 2014 2013 vs. 2013 14,4 17,7 13,3 4T13 3T14 1.252,2 1.267,1 1.439,4 LAIR 79,1 57,8 31,9 36,9% 148,0% 145,4 95,7 52,0% 207,2 335,6 234,9 (+) Despesas Provisões Tributos Diferidos e a Recolher 2014 vs. 2013 -5,0% -10,3% -4,6% -5,7% 1,5% -12,5% 2,5% -6,8% 4,5% -2,5% 150,7% -26,5% 52,0% -713,1% -100,0% -5,5% -1,5% (1,7) Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes de Caixa 30,8 53,3 41,9 -42,1% -26,3% 173,5 207,2 109,6 141,8 101,8 -22,7% 7,7% 412,7 403,5 -16,3% 2,3% O Grupo Contax é um dos quatro maiores grupos globais, especializado, de forma 0,0 abrangente, na gestão do relacionamento com o consumidor. Com uma atuação consultiva e personalizada, o Grupo Contax dispõe de diferentes canais de relacionamento voltados a atender, entender e satisfazer o consumidor final dos clientes 30/09/2014 que contratam os seus serviços. Atualmente, a maior parte de sua atividade está (41,8) concentrada nos segmentos de Atendimento e e-Care, CRM Services, Recupe(43,4) ração de Crédito, Back-office, Serviços de Tecnologia e Trade Marketing. Nossa estratégia de negócios busca o desenvolvimento das relações de longo prazo com 34,6 seus clientes, grandes empresas de diversos setores que utilizam seus serviços, como telecomunicações, financeiro, transportes aéreos, utilities, serviços, governo, saúde, varejo, entre outros. Em dezembro de 2014, o Grupo Contax detinha ope(43,5) rações físicas no Brasil, na Colômbia, na Argentina e no Peru, com prestação de 14,5 serviços offshore para Chile, Equador, Panamá, EUA, Canadá e Espanha, tendo em seus quadros um total de aproximadamente 104 mil colaboradores. 189,9 As afirmações contidas neste documento relacionadas a perspectivas sobre os 0,0 negócios, projeções sobre resultados operacionais e financeiros e aquelas relacio(95,1) nadas a perspectivas de crescimento do Grupo Contax são meramente projeções e, como tais, são baseadas exclusivamente nas expectativas da Diretoria sobre o futuro dos negócios.Essas expectativas dependem, substancialmente, de mudan26,5 ças nas condições de mercado, do desempenho da economia brasileira, do setor – e dos mercados internacionais e, portanto, sujeitas a mudanças sem aviso prévio. continua Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 21 continuação BALANÇO PATRIMONIAL LEVANTADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 31 DE DEZEMBRO DE 2013 (Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma) ATIVO ATIVO CIRCULANTE Caixa e equivalentes de caixa Caixa restrito Contas a receber de clientes Saldo a receber de partes relacionadas Tributos a recuperar Depósitos judiciais Dividendos a receber Despesas antecipadas e demais ativos Total do ativo circulante ATIVO NÃO CIRCULANTE Depósitos judiciais Caixa restrito Tributos a recuperar Tributos diferidos Saldo a receber de partes relacionadas Despesas antecipadas e demais ativos Investimento em controladas Imobilizado Intangível Total do ativo não circulante TOTAL DO ATIVO BR GAAP BR GAAP E IFRS Controladora Consolidado Nota explicativa 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 8 9 10 33 11 12 14 12 9 11 13 33 14 15 16 17 25.519 4.179 – 127.848 12.611 – – 392 170.549 1.463 546 – 49.516 6.739 – 65.550 505 124.319 371.626 25.457 375.498 – 90.102 23.112 – 63.081 948.876 383.710 6.799 382.890 – 69.030 23.099 – 52.666 918.194 859 – – 2.579 977.755 – 409.362 – – 1.390.555 1.561.104 714 3.271 5 3 727.232 – 392.592 – – 1.123.817 1.248.136 275.757 – 31.435 201.114 7.780 19.674 – 448.575 720.543 1.704.878 2.653.754 218.986 50.117 21.264 225.679 7.780 15.783 – 508.411 672.402 1.720.422 2.638.616 BR GAAP BR GAAP E IFRS Controladora Consolidado Nota explicativa 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE Debêntures 18 232.339 71.397 232.339 71.397 Saldo a pagar à partes relacionadas 40.115 – – – Empréstimos e financiamentos 19 – – 142.430 127.674 Fornecedores 20 220 120 157.235 201.863 Salários, encargos sociais e benefícios 21 377 187 309.409 364.479 Obrigações com arrendamento mercantil 22 – – 568 1.219 Tributos a recolher 23 1.367 710 56.234 61.011 Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 24 – – 24.421 24.405 Dividendos a pagar 31.180 31.448 31.180 31.448 Repasse à acionistas 25.835 25.877 25.835 25.877 Contraprestação contingente – – 11.771 6.253 475 – 14.397 17.651 Demais obrigações Total do passivo circulante 331.908 129.739 1.005.819 933.277 PASSIVO NÃO CIRCULANTE Debêntures 18 830.896 677.955 830.896 677.955 Empréstimos e financiamentos 19 – – 207.099 334.856 Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 24 – – 162.794 178.493 Obrigações com arrendamento mercantil 22 – – 98 750 Tributos a recolher 23 – – 3.183 1.985 Contraprestação contingente – – – 22.240 2.518 2.194 48.082 50.811 Tributos diferidos 13 833.414 680.149 1.252.152 1.267.090 Total do passivo não circulante 1.165.322 809.888 2.257.971 2.200.367 TOTAL DO PASSIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 25 181.638 181.638 181.638 181.638 Reserva de capital 25 59.918 59.442 59.918 59.442 Reservas de lucros 25 100.862 105.071 100.862 105.071 Ações em tesouraria 25 (23.307) (9.322) (23.307) (9.322) 76.671 101.419 76.671 101.419 Outros resultados abrangentes Patrimônio líquido atribuível aos controladores 395.782 438.248 395.782 438.248 – – 1 1 Participação de não controladores 395.782 438.248 395.783 438.249 Total do patrimônio líquido 1.561.104 1.248.136 2.653.754 2.638.616 TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. DEMONSTRAÇÃO DA MUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 2013 (Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma) Outros resultados Patrimônio Proposta de líquido atribuível abrangentes Reservas de lucros distribuição Reserva de a acionistas da Participação Patrimônio Capital Reserva Reserva Reserva Ações em Lucros de dividendo dos não líquido conversão de controladora social de capital legal estatutária tesouraria moeda estrangeira acumulados adicional (BR GAAP) controladores consolidado 258.329 101.789 28.378 – (9.901) 75.788 – 39.898 494.281 10.141 504.422 Saldo em 31 de dezembro de 2012 Redução de capital social por cisão (76.691) – – – – – – – (76.691) – (76.691) Variação patrimonial por cisão – (1.664) – – – – – – (1.664) – (1.664) Constituição reserva de capital – (41) – – – – – – (41) – (41) Aquisição de ações de acionistas não controladores – (33.237) – – – – – – (33.237) – (33.237) Outros resultados abrangentes: Diferença de câmbio na conversão de operações no exterior – – – – – 25.631 – – 25.631 – 25.631 Participação de acionistas não controladores: Dividendos – – – – – – – – – (10.140) (10.140) Instrumentos patrimoniais outorgados – (7.405) – – – – – – (7.405) – (7.405) Venda de ações em tesouraria – – – – 579 – – – 579 – 579 Lucro líquido do período – – – – – – 102.257 – 102.257 – 102.257 Destinações do lucro líquido do exercício: Constituição de reserva estatutária – – – 76.693 – – (76.693) – – – – Dividendo mínimo obrigatório conforme AGOE de 30 de abril de 2014 – – – – – – (25.564) – (25.564) – (25.564) – – – – – – – (39.898) (39.898) – (39.898) Pagamento de dividendos sobre resultado do exercício anterior 181.638 59.442 28.378 76.693 (9.322) 101.419 – – 438.248 1 438.249 Saldo em 31 de dezembro de 2013 Diferença de câmbio na conversão de operações no exterior – – – – – (24.748) – – (24.748) – (24.748) Instrumentos patrimoniais outorgados – 476 – – – – – – 476 – 476 Pagamento de dividendos sobre resultado do exercício anterior – – – (76.693) – – – – (76.693) – (76.693) Compra de ações de emissão própria – – – – (13.985) – – – (13.985) – (13.985) Lucro líquido do período – – – – – – 96.646 – 96.646 – 96.646 Destinações do lucro líquido do exercício: Constituição de reserva estatutária – – – 72.484 – – (72.484) – – – – – – – – – – (24.162) – (24.162) – (24.162) Dividendo mínimo obrigatório 181.638 59.918 28.378 72.484 (23.307) 76.671 – – 395.782 1 395.783 Saldo em 31 de dezembro de 2014 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 2013 (Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma) Receita operacional líquida Custo dos serviços prestados Lucro operacional bruto Receitas (despesas) operacionais Comerciais Gerais e administrativas Pagamento baseado em ações Resultado de equivalência patrimonial Receitas financeiras Despesas financeiras Outras (despesas) receitas operacionais, líquidas Lucro operacional antes do imposto de renda e da contribuição social Imposto de renda e contribuição social: Corrente Diferido Lucro líquido do período Lucro líquido atribuível a: Acionistas da controladora Participação de não controladores DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E 2013 (Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma) BR GAAP BR GAAP E IFRS Nota Controladora Consolidado explicativa 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 26 – – 3.452.231 3.617.962 27 – – (2.899.578) (3.073.741) – – 552.653 544.221 27 27 27 15 30 30 28 13 13 – (3.775) (476) 101.492 102.316 (105.139) (23) 94.395 – (4.452) 2.131 88.701 101.146 (79.293) (75) 108.158 (17.544) (318.819) (476) – 64.473 (158.325) 23.467 (407.224) (20.057) (313.505) 2.131 – 61.717 (162.419) (16.424) (448.557) 94.395 108.158 145.429 95.664 – 2.251 96.646 (2.381) (3.520) 102.257 (34.178) (14.605) 96.646 (48.283) 56.239 103.620 96.646 – 96.646 102.257 – 102.257 96.646 – 96.646 103.620 (1.363) 102.257 Lucro por ação: Básico Ações ordinárias (centavos por ação) 31 0,28331 0,27745 0,28331 Ações preferenciais (centavos por ação) 31 0,28092 0,31161 0,28092 Diluído Ações ordinárias (centavos por ação) 31 0,28306 0,27457 0,28306 Ações preferenciais (centavos por ação) 31 0,28042 0,31161 0,28042 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. 0,27745 0,31161 0,27457 0,31161 Receitas Prestação de Serviços Provisão para crédito de liquidação duvidosa Outras receitas Insumos adquiridos de terceiros Custos de serviços prestados Materiais, energia e serviços de terceiros BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 – – – – (192) (2.240) (2.432) (2.432) – (2.432) – 3.727.967 3.925.149 – (3.272) (4) – 25 328 – 3.724.720 3.925.473 (75) (2.680) (2.755) (2.755) – (2.755) (20.530) (345.715) (366.245) 3.358.475 (173.459) 3.185.016 (23.905) (452.771) (476.676) 3.448.797 (207.176) 3.241.621 Valor adicionado bruto Depreciação e amortização Valor adicionado líquido produzido pela entidade Valor adicionado recebido em transferência Resultado de equivalência patrimonial 101.492 88.701 – – Receitas financeiras 102.316 101.146 64.473 61.717 Valor adicionado total a distribuir 201.376 187.092 3.249.489 3.303.338 Pessoal Remuneração direta 1.914 (718) 1.897.078 1.895.040 Benefícios – – 392.290 418.742 FGTS – – 140.355 140.205 Outros – – 20.794 32.779 Impostos, taxas e contribuições Federais – 6.440 270.356 268.916 Municipais – – 106.533 119.623 Remuneração de capitais de terceiros Juros e variações monetárias 102.702 79.008 154.018 158.291 Aluguéis 114 105 171.419 166.122 Remuneração de capitais próprios Dividendos 24.162 25.564 24.162 25.564 Lucros retidos do exercício 72.484 76.693 72.484 76.693 Participação dos não controladores – – – 1.363 Valor adicionado distribuído 201.376 187.092 3.249.489 3.303.338 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. continua 22 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 continuação DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 2013 (Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma) Lucro líquido do período Outros resultados abrangentes: Diferença de câmbio na conversão de operações no exterior: Resultado abrangente total do período Resultado abrangente total atribuído a: Proprietários da controladora Participações de não controladores BR GAAP Controladora 2014 2013 96.646 102.257 BR GAAP E IFRS Consolidado 2014 2013 96.646 103.620 (24.748) (24.748) 71.898 (24.748) (24.748) 71.898 25.631 25.631 127.888 71.898 127.888 71.898 – – – 71.898 127.888 71.898 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. 25.631 25.631 129.251 127.888 1.363 129.251 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 2013 (Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto quando indicado de outra forma) BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 ATIVIDADES OPERACIONAIS Lucro do período 96.646 102.257 96.646 102.257 Ajustes ao lucro líquido: Depreciação e amortização – – 173.459 207.176 Provisão para liquidação de créditos duvidosos – – (3.272) (593) Resultado de equivalência patrimonial (101.492) (88.701) – – Perda na alienação de ativo imobilizado – – 608 2.585 (Reversão) provisão de riscos tributários, cíveis e trabalhistas – – (17.152) 13.269 Imposto de renda e contribuição social diferidos (2.251) 3.520 14.605 (56.239) Ganho (perda) com juros e variação monetária, líquidos 5.737 (34.554) 104.360 43.951 Despesas com instrumentos patrimoniais outorgados 476 (2.131) 476 (2.131) Participação de não controladores – – – 1.363 Variações no capital circulante e não circulante: Contas a receber de clientes – – 20.415 (15.612) Tributos a recuperar (6.192) 7.789 (16.326) (24.104) Despesas antecipadas e demais ativos 113 (1.078) (13.755) (4.827) Depósitos judiciais (145) – (56.778) (39.773) Salários, encargos sociais e benefícios 190 30 (60.713) 11.694 Fornecedores 100 92 (46.312) 51.215 Tributos a recolher 981 2.068 (11.845) 17.889 Demais obrigações 71 18.762 9.752 19.975 1.557 3.102 29.094 20.910 Juros recebidos (4.209) 11.156 223.262 349.005 Caixa líquido proveniente das (usado nas) atividades operacionais ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Aquisição de investimento, líquido do caixa adquirido 3.624 – – – Recebimento pela venda de ativo imobilizado – – 25 328 Aquisição de ativo imobilizado – – (184.874) (202.350) Emissão de debêntures com partes relacionadas (310.000) (103.517) – – Recebimento de transações com partes relacionadas 55.312 – – – Mútuo com partes relacionadas – (1.528) – – Recebimento de mútuo com partes relacionadas – – – – Recebimento pela alienação de investimentos – 114.000 – – Juros recebidos 20.472 9.197 – – 126.595 – – – Dividendos recebidos de controladas Caixa líquido (usado nas) proveniente das atividades (103.997) 18.152 (184.849) (202.022) de investimentos ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Arrendamento mercantil – – – 24 Pagamento de arrendamento mercantil – – (1.516) – Financiamentos obtidos – – 79.006 285.955 Pagamentos de financiamentos – (21.777) (192.593) (273.879) Captação de debêntures 310.000 – 310.000 – Amortização debêntures principal (28.893) – (28.893) – Mútuo com partes relacionadas 37.534 – – – Recebimento por cisão de investimento – 3.570 – 3.570 Ágio em transações de capital – – – (10.997) Aquisição de investimentos – – – (3.703) Dividendos mínimos e adicionais pagos (102.044) (54.861) (102.044) (62.661) Recompra de ações (13.985) (4.695) (13.985) (4.695) (70.350) (51.987) (98.751) (56.047) Juros pagos 132.262 (129.750) (48.776) (122.433) Caixa gerado nas (aplicado nas) atividades de financiamentos Variação cambial sobre caixa e equivalentes de caixa – – (1.721) 3.913 24.056 (100.442) (12.084) 28.463 Aumento (redução) de caixa e equivalentes de caixa 1.463 101.905 383.710 355.247 Caixa e equivalentes de caixa no início do período Caixa e equivalentes de caixa no fim do período 25.519 1.463 371.626 383.710 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE 2013 (Valores expressos em milhares de reais - R$, excento quando indicado de outra forma) 1. CONTEXTO OPERACIONAL A Contax Participações S.A. (“Contax” ou “controladora”), em conjunto com suas subsidiárias (“Companhia”) é uma das empresas líderes em contact center e uma das maiores do mundo em Business Process Outsourcing (“BPO”), especializada em soluções para gestão do relacionamento com o consumidor. A Companhia atua em toda a cadeia de relacionamento por meio de soluções remotas e presenciais. A Contax é uma sociedade anônima de capital aberto, listada na Bolsa de Valores de São Paulo (“BM&F Bovespa”), no segmento especial de listagem Nível 2, sob os tickers: CTAX3 (ON), CTAX4 (PN) e CTAX11 (“UNITS”), foi constituída em julho de 2000, tendo como objeto social a participação em outras sociedades comerciais e civis, como sócia, acionista ou cotista, no país ou no exterior. Atualmente a sua sede social está localizada na Praia de Botafogo, 370 - 13º andar, no bairro de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. A Companhia atua nas seguintes linhas de serviços que por sua vez estão divididas em três segmentos operacionais: Contact Center & BPO: Relacionamento com clientes Relacionamento por meio de mídias sociais Cobrança Lyfe cycle management Tecnologia & Informação: Fábrica de software Gestão de ambiente de tecnologia da informação e comunicação (“TIC”) Parcerias em revendas de soluções / integrador Integrador e revendedor de soluções de TIC e gerenciamento das relações com clientes (“CRM”) Trade Marketing: Presencial Treinamento Marketing promocional e de incentivo Vendas Atualmente a Companhia opera no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos da América e Peru. A tabela a seguir resume as participações societárias da Contax e de suas subsidiárias, bem como as atividades operacionais nas quais estão engajadas: Nome Atividade principal País 31/12/2014 31/12/2013 Contax S.A.(a) Contact center Brasil – 100% Ability Comunicação Integrada Ltda. Trade marketing Brasil 100% 100% Ability Trade Marketing Colômbia S.A.S. (b) Trade marketing Colômbia 100% 100% Contax Mobitel S.A. Contact center Brasil 100% 100% TODO Tecnologia da Informação S.A. Tecnologia & Informação Brasil 100% 100% TODO Soluções em Engenharia e Tecnologia S.A. Tecnologia & Informação Brasil 100% 100% Venecia SP Participações S.A. (b) Contact center Brasil 100% 100% BRC Empreendimentos Imobiliários Ltda. (b) Brasil 100% 100% Contax Sucursal Empresa Extranjera Contact center Argentina 100% 100% Stratton Spain S.L. Holding Espanha 100% 100% Multienlace S. A. S. Contact center Colômbia 100% 100% Stratton Peru S.A. Contact center Peru 100% 100% Allus Spain a Bex S.A. Espanha 100% 100% Allus Spain S.L. Espanha 100% 100% Allus Peru S.A. Contact center Peru 100% 100% Stratton Argentina S.A. Contact center Argentina 100% 100% Stratton Chaco S.A. Contact center Argentina 100% 100% Stratton Nea S.A. Contact center Argentina 100% 100% (a) Empresa incorporada em 1º de julho de 2014 pela Contax Mobitel S.A. (b) Empresa dormente. No Brasil a Companhia opera 49 unidades, sendo, 34 sites em 10 Estados, conforme apresentados abaixo: # Site Tipo UF Cidade 1 BOA VIAGEM Operacional BA Salvador 2 CABULA Operacional BA Salvador 3 COMÉRCIO Operacional BA Salvador 4 FONTE NOVA Operacional BA Salvador 5 BORGES DE MELO Operacional CE Fortaleza 6 NASCENTE Operacional CE Fortaleza 7 Rangel Pestana VECTOR Operacional CE Fortaleza 8 Visconde do Rio Branco VECTOR Operacional CE Fortaleza 9 PRADO I Operacional MG Minas Gerais 10 PRADO II Operacional MG Minas Gerais 11 JOÃO PESSOA Operacional PB João Pessoa 12 AURORA Operacional PE Recife 13 CONQUISTA Operacional PE Recife 14 PRÍNCIPE Operacional PE Recife 15 SANTO AMARO Operacional PE Recife 16 LUIGI AMORESE Operacional PR Londrina 17 NITERÓI Operacional RJ Niterói 18 BENEDITINOS Operacional RJ Rio de Janeiro 19 ENGENHO DE DENTRO Operacional RJ Rio de Janeiro 20 MACKENZIE Operacional RJ Rio de Janeiro 21 MAUÁ Operacional RJ Rio de Janeiro 22 RIO COMPRIDO Operacional RJ Rio de Janeiro 23 SÃO CRISTÓVÃO Operacional RJ Rio de Janeiro 24 NAVEGANTES Operacional RS Porto Alegre 25 JOINVILLE Operacional SC Joinville 26 BAHAMAS Operacional SP Campinas 27 ELEKTRO Operacional SP Campinas 28 HICHAM Operacional SP Campinas 29 ALEGRIA Operacional SP São Paulo 30 ANTÁRTICA Operacional SP São Paulo 31 AUGUSTA Operacional SP São Paulo 32 INHAÚMA Operacional SP São Paulo 33 LAPA Operacional SP São Paulo 34 PAULISTA 07 Operacional SP São Paulo 35 ABILITY TRADE MARKETING - DF Administrativo DF Distrito Federal 36 ABILITY TRADE MARKETING - CURITIBA Administrativo PR Curitiba 37 BOTAFOGO - RJ Administrativo RJ Rio de Janeiro 38 PASSEIO - MATRIZ - CPD Administrativo RJ Rio de Janeiro 39 TODO! ALPHAVILLE Administrativo SP Alphaville 40 ABILITY TRADE MARKETING - SP Administrativo SP São Paulo 41 PAULISTA 407 Administrativo SP São Paulo 42 TODO! SP Administrativo SP São Paulo 43 CTC - COMÉRCIO (ORBITAL) Centro de Treinamento BA Salvador 44 CTC - TAMOIOS Centro de Treinamento MG Belo Horizonte 45 CTC - RECIFE (ESTAÇÃO DO CONHECIMENTO) Centro de Treinamento PE Recife 46 CTC - TREINAMENTO - CAMPINAS Centro de Treinamento SP Campinas 47 CTC - DOM PEDRO Centro de Treinamento SP São Paulo 48 CTC - BRASIL TRAINING SE CE Fortaleza 49 ACCTIVA - ASD SE RJ Rio de Janeiro No exterior a Companhia opera 24 unidades, sendo, 20 sites, conforme apresentados abaixo: # Site Tipo Cidade País 1 Site 1 Operacional Cordoba Argentina 2 Site 6 Operacional Cordoba Argentina 3 Site 7 Operacional Mendoza Argentina 4 Site 8 Operacional Resistencia Argentina 5 Site 9 Operacional Resistencia Argentina 6 Ed. Bancafe Operacional Medellin Colômbia 7 Ed. Banrepublica Operacional Medellin Colômbia 8 Ed. Bancolombia Operacional Medellin Colômbia 9 Ed. Edatel Operacional Medellin Colômbia 10 CEOH Operacional Medellin Colômbia 11 Cra 8 Operacional Bogotá Colômbia 12 Av Dorado Operacional Bogotá Colômbia 13 Acciones y Servicios Operacional Cali Colômbia 14 Acciones y Servicios Operacional Barranquilla Colômbia 15 Puerto Seco Operacional Medellin Colômbia 16 Buro 24 Operacional Bogotá Colômbia 17 Popular Operacional Medellin Colômbia 18 Site 1 Operacional Lima Peru 19 Site 2 Operacional Lima Peru 20 Site 3 Temporal Operacional Chiclayo Peru 21 Headquarters Administrativo Cordoba Argentina 22 Depósito Yapeyú Administrativo Cordoba Argentina 23 Ed. Rose Street Administrativo Medellin Colômbia 24 Telecom Administrativo Medellin Colômbia continua Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 23 continuação A Companhia não apresenta efeito de sazonalidade significativa em suas operações. 2. EXPANSÃO E MUDANÇAS NA ESTRUTURA SOCIETÁRIA Inicialmente, a Contax foi criada para atender as demandas de contact center da Oi S.A. e suas controladas e coligadas (anteriormente denominada Telemar Norte Leste S.A.), concessionária de serviços de telecomunicações. No entanto, ao longo dos anos, a Contax ampliou e diversificou sua carteira de serviços, apresentando forte crescimento em clientes de alto volume e complexidade tendo se consolidado como uma das maiores empresas do mercado de serviços corporativos do Brasil e do mundo. O crescimento operacional da empresa passa por uma série de mudanças societárias decorrentes de aquisições, cisões e incorporações, das quais as mais importantes ocorridas nos últimos anos estão destacadas a seguir: Em Outubro de 2008, a Companhia investiu em uma nova subsidiária, a TODO BPO Soluções em Tecnologia S.A. (“TODO”), passando a deter 80% de participação societária. Em novembro de 2009 a Contax adquiriu a BRC Empreendimentos Imobiliários Ltda. (“BRC”), objetivando o desenvolvimento e a execução do projeto imobiliário inserido no programa de incentivos seletivos para região adjacente à estação da Luz, na área central do município de São Paulo. Em setembro de 2010, a Companhia adquiriu 100% do capital social da Ability Comunicação Integrada Ltda. (“Ability”), inserindo-se no segmento de trade marketing. Ainda em setembro de 2010, a Companhia estabeleceu sua filial na Argentina, a Contax Sucursal Empresa Extranjera (“Contax Argentina”), iniciando suas operações internacionais. Em abril de 2011, a Contax deu mais um passo importante na internacionalização de suas operações com a aquisição de 100% do capital do Grupo Allus, uma das maiores empresas de contact center da América Latina, com operações na Argentina, Colômbia e Peru e atividades comerciais offshore nos Estados Unidos da América, Chile e Espanha. O valor pago pela aquisição foi de R$246.262. Em julho de 2011, ocorreu outro movimento societário importante com a aquisição da Dedic GPTI, atualmente sob a denominação de Contax Mobitel S.A., uma das maiores empresas de contact center e tecnologia da informação do Brasil, anteriormente controlada pela Portugal Telecom. Foi aprovada em assembleia geral extraordinária, a incorporação de ações desta pelo valor total de R$118.097. Com esta união, a Contax deu prosseguimento à expansão de seus negócios de contact center e acelerou sua consolidação no mercado de tecnologia da informação, que havia sido iniciado com o investimento na TODO. Em 2012, a Companhia deu início às operações de trade marketing na Colômbia, aproveitando as oportunidades de venda cruzada junto aos clientes do Grupo Allus com a criação da subsidiária Ability Trade e Marketing Colômbia S.A.S. (“Ability Colômbia”). Em abril de 2013, foi aprovada pelos acionistas a incorporação de uma parcela cindida do patrimônio líquido da controladora, CTX Participações, pela controlada, Contax. Tal incorporação foi proposta pelos acionistas minoritários Skopos e Credit Suisse Hedging-Griffo com o objetivo de permitir a migração da Contax para o segmento especial de listagem Nível 2 da BM&F Bovespa. Adicionalmente, em 26 de abril de 2013 foi concluída a aquisição de 20% das ações de emissão da TODO detidas até então por acionistas minoritários, gerando ágio no montante de R$33.237, registrado no patrimônio líquido. Com essa operação a Contax passou a deter a totalidade das ações de todas as suas subsidiárias. Em maio de 2013, a Stratton Spain adquiriu por meio da sua controlada Stratton Argentina a Stratton Nea S.A. (“Stratton Nea”), empresa localizada na província de Chaco. A Stratton Nea foi adquirida pelo montante de ARS24.950. Esta aquisição objetivou pleitear benefício fiscal para as atividades de contact center na província de Chaco, Argentina. Em 1º de julho de 2014 a Companhia promoveu a incorporação reversa de sua subsidiária integral, a Contax S.A., pela sua outra subsidiária integral, a Contax-Mobitel S.A., com o objetivo de simplificação da estrutura subsidiária e aproveitamento de sinergias operacionais entre as subsidiárias. A incorporação não acarretou qualquer variação patrimonial na Companhia. Em 31 de dezembro de 2014, a estrutura societária da Companhia e de suas controladas está apresentada a seguir: 3. DECLARAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO E BASE DE PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS As demonstrações financeiras consolidadas estão de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil que compreendem as normas da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) e os pronunciamentos e interpretações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (“CPC”), estando totalmente em convergência com as normas internacionais de contabilidade (“IFRS”) emitidas pelo International Accounting Standards Board (“IASB”). As demonstrações financeiras individuais da controladora foram preparadas conforme as práticas contábeis adotadas no Brasil, que compreendem as disposições da legislação societária, previstas na Lei nº 6.404/76 com alterações da Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09, e os pronunciamentos contábeis, interpretações e orientações emitidos pelo CPC, aprovados pela CVM. Até 31/12/13, essas práticas diferiam do IFRS, aplicável às demonstrações financeiras separadas, somente no que se referia à avaliação de investimentos em controladas, coligadas e empreendimentos controlados em conjunto pelo método de equivalência patrimonial, enquanto que para fins de IFRS seria custo ou valor justo. Com a emissão do pronunciamento IAS 27 (Separate Financial Statements) revisado pelo IASB em 2014, as demonstrações separadas de acordo com as IFRS’s, passaram a permitir o uso do método da equivalência patrimonial para avaliação dos investimentos em controladas, coligadas e empreendimentos controlados em conjunto. Em dezembro de 2014, a CVM emitiu a Deliberação CVM nº 733/14, que aprovou o Documento de Revisão de Pronunciamentos Técnicos nº 07 referente aos pronunciamentos CPC 18, CPC 35 e CPC 37 emitidos pelo CPC, em função das alterações feitas no IAS 27, permitindo sua adoção a partir dos exercícios findos em 31/12/14. Dessa forma, as demonstrações financeiras individuais da controladora passaram a estar em conformidade com as IFRS’s a partir desse exercício. As demonstrações financeiras individuais e consolidadas da Companhia estão expressas em milhares de Reais (“R$”), bem como as divulgações de montantes em outras moedas, quando necessário, também foram efetuadas em milhares. Os itens divulgados em Reais estão informados quando aplicáveis. A preparação das demonstrações financeiras da Companhia requer que a Administração faça julgamentos, use estimativas e adote premissas que afetam os valores apresentados de receitas, despesas, ativos e passivos, na data-base das demonstrações financeiras. Contudo, a incerteza relativa a esses julgamentos, premissas e estimativas pode resultar em ajuste significativo ao valor contábil de certos ativos ou passivos em exercícios futuros. A Companhia revisa seus julgamentos, estimativas e premissas trimestralmente. As demonstrações financeiras individuais e consolidadas foram preparadas com base no custo histórico, com exceção dos seguintes itens materiais: Instrumentos financeiros derivativos e não derivativos mensurados pelo valor justo; Contraprestação contingente oriunda de aquisição de participação societária; e Obrigação decorrente de pagamento baseado em ações. 4. PRINCIPAIS POLÍTICAS E PRÁTICAS CONTÁBEIS 4.1 Consolidação: As demonstrações financeiras consolidadas incluem as demonstrações financeiras da Contax e das subsidiárias nas quais detenha o controle de forma direta ou indireta. Todas as transações e saldos entre a Contax e suas controladas foram eliminados na consolidação, bem como os lucros ou prejuízos não realizados decorrentes destas transações, líquidos dos efeitos tributários. A participação dos acionistas não controladores, quando houver, está destacada. Na elaboração das demonstrações financeiras consolidadas, a Companhia aplicou a Deliberação CVM nº 640/10, que aprovou o pronunciamento técnico CPC 02 (R2), que trata dos Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Financeiras. De acordo com essa deliberação, a Companhia deve aplicar os critérios apresentados no item 4.2 na consolidação de subsidiárias no exterior. 4.2 Moeda funcional: as demonstrações financeiras de cada subsidiária incluída na consolidação são preparadas utilizando-se a moeda do ambiente econômico principal em que ela opera. As subsidiárias no exterior adotam o Real como moeda funcional. As demonstrações financeiras das controladas no exterior são convertidas para Reais, utilizando-se os seguintes critérios: Ativos e passivos não monetários são convertidos pela taxa histórica da transação; Ativos e passivos monetários são convertidos pela taxa de câmbio do final do exercício; Contas de resultado são convertidas pela taxa de câmbio obtida através da média mensal das taxas de cada mês; e Os efeitos acumulados de ganho ou perda na conversão são registrados no patrimônio líquido no grupo de outros resultados abrangentes. As práticas contábeis foram aplicadas de maneira uniforme em todas as empresas consolidadas, consistentes com aquelas utilizadas na controladora. As taxas de câmbio em Reais em vigor na data dos balanços foram as seguintes: 31/12/2014 31/12/2013 Taxa final 3,2270 3,2265 Euro ( ) Peso Argentino (AR$) 0,3172 0,3594 Peso Colombiano (COP$) 0,0011 0,0012 Novo Sol (S/.) 0,8873 0,8375 Taxa média 3,2525 3,2148 Euro ( ) Peso Argentino (AR$) 0,3091 0,3705 Peso Colombiano (COP$) 0,0011 0,0012 Novo Sol (S/.) 0,8913 0,8421 4.3 Investimentos: nas demonstrações financeiras da controladora, os investimentos em controladas são reconhecidos inicialmente pelo seu custo e posteriormente ajustados pelo método da equivalência patrimonial. 4.4 Combinação de negócios: são contabilizadas utilizando o método de aquisição. O custo de uma aquisição é mensurado pela soma da contraprestação transferida, avaliada com base no valor justo na data de aquisição, e o valor de qualquer participação de não controladores na adquirida. Para cada combinação de negócios, a adquirente deve mensurar a participação de não controladores na adquirida pelo valor justo ou com base na sua participação nos ativos líquidos identificados na adquirida. Custos diretamente atribuíveis à aquisição são contabilizados como despesa quando incorridos. Na aquisição de um negócio, a Administração avalia os ativos adquiridos e passivos assumidos com o objetivo de classificá-los e alocá-los de acordo com os termos contratuais, as circunstâncias econômicas e as condições pertinentes na data de aquisição. Inicialmente, o ágio é mensurado como sendo o excedente da contraprestação transferida em relação ao valor justo dos ativos líquidos adquiridos (ativos identificáveis e passivos assumidos, líquidos). Se a contraprestação for menor do que o valor justo dos ativos líquidos adquiridos, a diferença deverá ser reconhecida como ganho na demonstração do resultado. Após o reconhecimento inicial, o ágio é mensurado pelo custo, deduzido de quaisquer perdas acumuladas do valor recuperável. Para fins de teste do valor recuperável, o ágio adquirido em uma combinação de negócios, a partir da data de aquisição, deve ser alocado a cada uma das unidades geradoras de caixa da Companhia que se espera sejam beneficiadas pelas sinergias da combinação, independentemente de outros ativos ou passivos da adquirida serem atribuídos a essas unidades. 4.5 Informação por segmento: um segmento operacional é um componente da Companhia que desenvolve atividades de negócio para obter receitas e incorrer em despesas. Os segmentos operacionais refletem a forma como a Administração da Companhia revisa as informações financeiras para tomada de decisão. A Administração da Companhia identificou três segmentos divulgáveis que atendem aos parâmetros quantitativos e qualitativos de divulgação. Os segmentos divulgáveis identificados representam principalmente características específicas de cada negócio. Para o gerenciamento do caixa, a Companhia não efetua alocação para cada segmento, considerando um caixa único para os três segmentos. 4.6 Caixa e equivalentes de caixa: compreende os saldos de caixa, bancos e aplicações financeiras de liquidez imediata em títulos cujos vencimentos, quando de sua aquisição, eram iguais ou inferiores a 90 dias, prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitos a um risco insignificante de mudança de valor. As aplicações financeiras classificadas nesse grupo, por sua própria natureza, estão mensuradas a valor justo por meio do resultado. 4.7 Caixa restrito: Os recursos financeiros dados em garantia de operações de empréstimos, não disponíveis para a Companhia são registrados como caixa restrito. 4.8 Instrumentos financeiros: os ativos e os passivos financeiros são contabilizados na data em que estes são entregues à Companhia (data de Liquidação) e nesta data classificados de acordo com a finalidade para que foram adquiridos ou contratados, sendo classificados nas seguintes categorias: aplicações financeiras, empréstimos, recebíveis, derivativos e outros. 4.8.1 Aplicações financeiras: são ativos financeiros que compreendem títulos de renda fixa públicos e privados, classificados e registrados de acordo com o propósito para os quais foram adquiridos. Em 31 de dezembro de 2014 e 2013 a Companhia não possuía ativos classificáveis nessa categoria. 4.8.2 Empréstimos e recebíveis: são passivos e ativos financeiros com pagamentos fixos ou calculáveis que não são cotados no mercado ativo. Tais passivos e ativos são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, os empréstimos e recebíveis são avaliados pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos, deduzidos de qualquer perda por redução ao valor recuperável. 4.9 Contas a receber de clientes e outros recebíveis: são registradas pelos valores correspondentes aos serviços prestados com aceite do cliente que podem estar faturados na data de encerramento das demonstrações financeiras ou não, deduzidas das provisões para perdas estimadas em créditos de Liquidação duvidosa. A provisão para perdas estimadas em créditos de Liquidação duvidosa são constituídos analisando-se a capacidade de liquidez individualizada de cada cliente, considerando-se as garantias fornecidas pelos clientes. Em caso de inadimplência, esforços de cobrança são efetuados, incluindo contatos diretos com os clientes. Caso esses esforços não sejam suficientes, medidas judiciais são consideradas. Os títulos são baixados contra a provisão à medida que a Administração considera que estes não são mais recuperáveis após ter tomado todas as medidas cabíveis para recebê-los. 4.10 Depósitos judiciais: No decurso das ações impetradas contra a Companhia e sobre as quais esta questiona a legitimidade das reclamações, pode ocorrer que a Companhia seja requerida a efetuar depósitos recursais e/ou judiciais de forma a dar continuidade a sua estratégia de defesa. Tais valores são corrigidos monetariamente em sua maioria pelos índices inflacionários e caracterizam-se como recursos não alcançáveis pela Companhia pendentes de decisão judicial. continua 24 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 continuação 4.11 Ativo imobilizado: apresentado pelo custo de aquisição, formação ou construção, deduzido da depreciação acumulada e perda por redução ao valor recuperável, quando aplicável. Os custos de empréstimos e financiamentos são registrados como parte dos custos do imobilizado em andamento, considerando a taxa média ponderada dos empréstimos e financiamentos vigentes na data da capitalização, de acordo com a Deliberação CVM nº 672/11. Em decorrência da natureza dos sistemas de tecnologia da informação e telecomunicações de propriedade da Companhia, as estimativas de vida útil, requerem considerável julgamento e são inerentemente incertas principalmente em decorrência da rápida evolução destas tecnologias podendo ocorrer obsolescência prematura de tais sistemas. A depreciação é reconhecida com base na vida útil econômica estimada de cada ativo pelo método linear. A vida útil estimada, os valores residuais e os métodos de depreciação são revisados anualmente e os efeitos de quaisquer mudanças nas estimativas são contabilizados prospectivamente. Os terrenos não sofrem depreciação. No exercício findo em 31 de dezembro de 2014, a Administração efetuou a mudança de vida útil dos ativos imobilizados - móveis e utensílios, equipamentos de informática e software, com base em laudo preparado por especialistas e nova estratégia da Companhia em gerir esses ativos, os efeitos dessa mudança na estimativa são prospectivos e estão divulgados na nota 16. A Deliberação CVM nº 639/10 requer que seja realizada avaliação da recuperação de todos os itens integrantes deste subgrupo sempre que houver indício de perda, visto que nenhum item deve permanecer registrado por valor maior que o valor de realização, seja pela venda ou pelo uso. A Companhia realiza anualmente a análise de indícios de perda no valor recuperável do ativo imobilizado em conjunto com a análise de recuperação de ágio. Na ocorrência de indício de perda, os ativos correspondentes são submetidos ao teste de impairment através da metodologia de fluxo de caixa descontado. Por sua vez, quando identificado que o valor contábil do ativo não será recuperado, uma provisão é registrada. A recuperação dos investimentos no ativo imobilizado foi testada em 2014 não sendo identificados ajustes para refletir perda no valor recuperável. A realização do teste envolveu a adoção de premissas e julgamentos divulgados na nota 17.1. Os ganhos e as perdas em alienações de ativos imobilizados são apurados comparando-se o valor da venda com o valor contábil residual e são reconhecidos na demonstração do resultado na data de alienação. 4.12 Ativo intangível: os ativos intangíveis são recursos identificáveis, sob o controle da Companhia e que geram benefícios econômicos futuros. Os ativos intangíveis adquiridos são mensurados ao custo no momento do seu reconhecimento inicial. O custo de ativos intangíveis adquiridos em uma combinação de negócios corresponde ao valor justo na data de aquisição. Após o reconhecimento inicial, os ativos intangíveis são apresentados ao custo deduzido da amortização acumulada e das perdas por redução do valor recuperável, quando aplicável. Ativos intangíveis gerados internamente, excluindo custo de desenvolvimento, não são capitalizados e o gasto é refletido na demonstração do resultado no exercício em que foi incorrido. A vida útil de ativo intangível é avaliada como definida ou indefinida. Ativos intangíveis com vida definida são amortizados ao longo da vida útil econômica e avaliados em relação à perda por redução ao valor recuperável sempre que houver indício de perda de valor econômico do ativo. O período e o método de amortização para um ativo intangível com vida definida são revisados no mínimo ao final de cada exercício social. A amortização de ativos intangíveis com vida definida é reconhecida na demonstração do resultado na categoria de despesa consistente com a utilização do ativo intangível. Ativos intangíveis com vida útil indefinida não são amortizados, mas são testados anualmente em relação à perdas por redução ao valor recuperável, individualmente ou no nível da unidade geradora de caixa. A Companhia registra neste subgrupo principalmente ágio por expectativa de rentabilidade futura e marcas. A avaliação da recuperação dos ágios realizada anualmente, considera premissas e julgamentos divulgados na nota explicativa 17.1. Em 31 de dezembro de 2014, não foram identificados ajustes nos valores dos ativos registrados. 4.13 Impostos e contribuições sobre o lucro: no Brasil compreende o imposto de renda (“IRPJ”) e a contribuição social sobre o lucro (“CSLL”), que são calculados mensalmente com base no lucro tributável, aplicando-se a alíquota de 15% acrescida do adicional de 10% para o IRPJ e 9% para a CSLL e considera a compensação de prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social, limitada a 30% do lucro real. Os resultados apurados nas subsidiárias no exterior estão sujeitos à tributação dos países onde estão sediadas, de acordo com alíquotas e normas locais, conforme abaixo: País Alíquota - % Argentina 35 Colômbia 34 Peru 28 Os impostos diferidos representam os créditos e débitos sobre prejuízos fiscais de IRPJ e bases negativas de CSLL, bem como diferenças temporárias entre a base fiscal e a contábil. Os ativos e passivos de impostos e contribuições diferidos são classificados como não circulante conforme requerido pela Deliberação CVM nº 676/11. Quando os estudos internos da Companhia indicar que a utilização futura desses créditos, no prazo máximo de 10 anos, não é provável, uma provisão para perda será constituída. Os impostos diferidos ativos e passivos são apresentados líquidos se existir um direito legal exequível de compensar os passivos fiscais com os ativos fiscais, e se estiverem relacionados aos impostos lançados pela mesma autoridade fiscal sob a mesma entidade tributável. Nas demonstrações financeiras consolidadas, o ativo ou passivo fiscal da Companhia pode ser compensado contra o ativo ou passivo fiscal das controladas se, e somente se, as referidas entidades tiverem o direito legalmente executável de fazer ou receber um único pagamento líquido e as mesmas pretendam fazer ou receber esse pagamento líquido ou recuperar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente. Portanto, para fins de apresentação, os saldos de ativo e passivo fiscal, que não atendem ao critério legal de execução, estão sendo divulgados separadamente. Os ativos e passivos fiscais diferidos devem ser mensurados pelas alíquotas que se espera sejam aplicáveis no período em que o ativo for realizado ou o passivo liquidado, com base nas alíquotas que estejam em vigor na data do balanço. 4.14 Fornecedores: são inicialmente reconhecidos pelo valor nominal e, subsequentemente, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos e das variações monetárias e cambiais incorridos, se aplicável, até as datas de encerramento das demonstrações financeiras. 4.15 Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas: as provisões são reconhecidas quando a Companhia tem uma obrigação presente, formalizada ou não, em consequência de um evento passado e é provável que benefícios econômicos sejam requeridos para liquidar a obrigação e uma estimativa confiável do valor desta possa ser feita. A Companhia é parte de diversos processos judiciais e administrativos. As avaliações das probabilidades de perdas destes processos incluem a análise das evidências disponíveis, a hierarquia das leis, as jurisprudências disponíveis, as decisões mais recentes nos tribunais e sua relevância no ordenamento jurídico, bem como a avaliação dos advogados externos. As provisões são revisadas e ajustadas para refletir alterações nas circunstâncias, conclusões de inspeções fiscais ou exposições adicionais identificadas com base em novos assuntos ou decisões de tribunais. 4.16 Arrendamento mercantil: as operações de arrendamento mercantil, cujos riscos e benefícios inerentes à propriedade são substancialmente transferidos à Companhia, são classificadas como arrendamentos financeiros. Se não houver transferência significativa dos riscos e benefícios inerentes à propriedade, as operações são classificadas como arrendamentos operacionais. Os contratos de arrendamento mercantil financeiro são reconhecidos no imobilizado em contrapartida ao passivo pelo menor montante entre o valor presente das parcelas mínimas obrigatórias do contrato e o valor justo do ativo, acrescidos, quando aplicável, dos custos iniciais diretos incorridos na transação. Os montantes registrados no ativo imobilizado são depreciados pelo menor prazo entre a vida útil do bem e a vigência do contrato, os juros implícitos no passivo são apropriados ao resultado de acordo com a duração do contrato. Os contratos de arrendamento mercantil operacional são reconhecidos como despesa ao longo do período do arrendamento. 4.17 Pagamento baseado em ações: a Companhia oferece a seus executivos planos de opção de compra de ações de sua própria emissão. A Companhia adota as disposições da Deliberação CVM nº 650/10, reconhecendo como despesa, em base linear, o valor justo das opções, apurado na data da outorga, durante o período de serviço exigido pelo plano em contrapartida ao patrimônio líquido. A despesa acumulada reconhecida reflete o período de aquisição adquirido e a melhor estimativa da Companhia sobre o número de ações que serão adquiridas. A despesa ou receita da movimentação ocorrida no exercício é reconhecida na demonstração do resultado na rubrica de pagamento baseado em ações. Nenhuma despesa é reconhecida para as opções que não tenham iniciado o seu período de aquisição. 4.18 Capital social: corresponde ao valor obtido na emissão de ações. Os custos adicionais diretamente atribuíveis à emissão de ações, se houver, são reconhecidos como dedução do patrimônio líquido, líquidos dos efeitos tributários. 4.19 Ações em tesouraria: quando o capital reconhecido como patrimônio líquido é recomprado, o valor da remuneração paga, o qual inclui custos diretamente atribuíveis, líquido de quaisquer efeitos tributários, é reconhecido como uma dedução do patrimônio líquido e as ações recompradas são classificadas como ações em tesouraria. Quando as ações em tesouraria são vendidas ou reemitidas subsequentemente, a diferença entre o valor contábil e o valor recebido é reconhecida como um aumento no patrimônio líquido na rubrica de reservas de capital. Nenhum ganho ou perda é reconhecido na demonstração do resultado na compra, na venda, na emissão ou no cancelamento dos instrumentos patrimoniais próprios. 4.20 Lucro por ação: o cálculo do lucro básico por ação é feito através da divisão do lucro líquido do exercício, atribuído aos detentores de ações ordinárias da controladora, pela quantidade média ponderada de ações ordinárias disponíveis durante o exercício. O lucro diluído por ação é calculado através da divisão do lucro líquido atribuído aos detentores de ações ordinárias da controladora pela quantidade média ponderada de ações ordinárias disponíveis durante o exercício mais a quantidade média ponderada de ações ordinárias que seriam emitidas na conversão de todas as ações ordinárias potenciais diluídas em ações ordinárias. 4.21 Apuração do resultado: o resultado das operações é apurado em conformidade com o regime contábil de competência do exercício. 4.22 Receita de vendas: as receitas de vendas compreendem o valor justo da contraprestação recebida ou a receber pela prestação de serviços executados de acordo com contratos firmados junto aos clientes. Os serviços são faturados e/ ou estimados de acordo com a sua natureza, a saber: Serviços de telemarketing e atendimento ao consumidor: a receita é auferida com base em tempo de conversação e/ou por preço fixo por posição de atendimento (“PAs”) disponibilizada ao cliente. Serviços de recuperação de crédito: a receita é auferida com base no percentual acordado com o cliente sobre os créditos recuperados junto aos clientes destes, somente após o reconhecimento pelo contratante que o crédito foi recuperado a receita é reconhecida. Serviço de desenvolvimento de software personalizado: a receita é auferida com base no estágio de desenvolvimento e também contemplam receitas com os serviços de manutenção (pós-venda). Nas demonstrações financeiras consolidadas as receitas de vendas também estão líquidas das eliminações de vendas entre a Contax e suas subsidiárias, se houver. 4.23 Participação dos funcionários e administradores nos lucros: os funcionários têm direito a uma participação nos lucros com base em determinadas metas acordadas anualmente, e os administradores com base nas disposições estatutárias, propostas pelo Conselho de Administração e aprovadas pelos acionistas. O montante da participação é reconhecido no resultado do período em que as metas são atingidas. 4.24 Pesquisa e desenvolvimento: gastos em atividades de pesquisa, realizados com a possibilidade de ganho de conhecimento e entendimento científico ou tecnológico, são reconhecidos no resultado quando incorridos. As atividades de desenvolvimento envolvem um plano ou projeto visando à produção de produtos novos ou substancialmente aprimorados. Os gastos com desenvolvimento são capitalizados somente se os custos de desenvolvimento puderem ser mensurados de maneira confiável, se o produto ou processo forem técnica e comercialmente viáveis, se os benefícios econômicos futuros forem prováveis, e se a Companhia tiver a intenção e os recursos suficientes para concluir o desenvolvimento e usar ou vender o ativo. Os gastos capitalizados incluem o custo de materiais, mão-de-obra e outros custos diretamente atribuíveis à preparação do ativo para seu uso proposto. Outros gastos de desenvolvimento são reconhecidos no resultado quando incorridos. Os gastos de desenvolvimento capitalizados são mensurados pelo custo, deduzido da amortização acumulada e perdas por redução ao valor recuperável, se houver. 4.25 Custos e despesas: os custos e as despesas operacionais são registrados de acordo com o regime de competência estão representados principalmente por despesas com pessoal. 4.26 Receitas e despesas financeiras: as receitas financeiras abrangem os juros sobre montantes investidos, incluindo ativos financeiros disponíveis para venda, ganhos na alienação de ativos financeiros disponíveis para venda, variações no valor justo de ativos financeiros mensurados pelo valor justo por meio do resultado. A receita de juros é reconhecida no resultado, através do método dos juros efetivos. As despesas financeiras compreendem juros e correção monetária de empréstimos, financiamentos de outros passivos bem como variações cambiais. 4.27 Dividendos: o dividendo mínimo obrigatório é registrado como passivo circulante, por ser considerado uma obrigação legal prevista no estatuto social, entretanto, a parcela dos dividendos superior ao dividendo mínimo obrigatório. 4.28 Demonstração do valor adicionado: A Administração da Companhia elaborou demonstrações do valor adicionado (“DVA”) individuais e consolidadas nos termos da Deliberação CVM n° 557/08, as quais são apresentadas como parte integrante das demonstrações financeiras conforme BR GAAP, para IFRS representam informação financeira adicional. 4.29 Julgamentos, estimativas e premissas contábeis: conforme divulgado na nota 3, no processo de aplicação das políticas contábeis da Companhia, a Administração fez julgamentos nos seguintes assuntos que têm efeito significativo sobre os valores reconhecidos nas demonstrações financeiras: valor justo de instrumentos financeiros, vide nota 6; contas a receber de clientes e receita na prestação de serviços, vide notas 10 e 26; perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa, vide nota 10; perda por redução ao valor recuperável de impostos, vide nota 13; vida útil dos bens do ativo imobilizado e intangíveis com vida útil definida, vide notas 16 e 17; provisão para riscos tributários trabalhistas e cíveis, vide nota 24; transações com pagamento baseado em ações, vide nota 32; perdas por redução a valor recuperável de intangíveis, vide nota 17.1. A Companhia revisa anualmente as premissas utilizadas em suas estimativas contábeis. O efeito das revisões das estimativas contábeis é reconhecido nas demonstrações financeiras no período em que tais revisões são efetuadas. 4.30 Pronunciamento novo ou revisado aplicado pela primeira vez em 2014: Não houve a adoção de novos pronunciamentos e/ou revisões que causassem efeitos materiais nas demonstrações financeiras. 4.31 Reclassificações: foram efetuadas algumas reclassificações nos saldos de 31 de dezembro de 2013, apresentados para fins de comparação, com o objetivo de melhor refletir o entendimento da Administração acerca da natureza dos negócios da Companhia, a saber: (i) Juros sobre contratos de debêntures a receber de parte relacionada, divulgados anteriormente como IRRF a recuperar, no montante de R$15.809 na controladora. (ii) Bloqueios bancários judiciais anteriormente classificados dentro da rubrica de despesas antecipadas, no valor de R$714 na controladora e R$8.665 no consolidado. (iii) Contingências trabalhistas, anteriormente divulgadas em outras (despesas) receitas operacionais, líquidas no valor de R$43.372. Parte desse valor (R$23.817) foi reclassificado para custos dos serviços prestados, refletindo melhor os negócios da Companhia e o valor remanescente de R$19.555 para gerais e administrativas. 5. REAPRESENTAÇÃO DOS SALDOS DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA CORRESPONDENTES AO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013 Adicionalmente, está sendo reapresentado o saldo da demonstração do fluxo de caixa correspondentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2013, originalmente incluídos nas demonstrações financeiras emitidas em 25 de fevereiro de 2014, em conformidade com a Deliberação CVM n°. 592/09 equivalente ao CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro e CPC 26(R1) – Apresentação das demonstrações contábeis. A reapresentação está sendo efetuada em decorrência da identificação de erro em período subsequente a emissão, referente à variação cambial sobre o caixa e equivalentes de caixa, indevidamente alocada na variação de contas e adicionalmente a Companhia definiu alterar a política contábil referente os depósitos judiciais, que eram classificados como atividades de investimento e passaram a ser classificados como atividades operacionais. Esta classificação foi feita em função da Companhia entender que parte substancial dos depósitos judiciais serem decorrentes das atividades rotineiras da Companhia. O valor envolvido em 31 de dezembro de 2013 era de R$39.773. continua Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 25 continuação Abaixo são demonstrados os ajustes realizados nas demonstrações financeiras originalmente apresentadas, comparativamente às demonstrações ora apresentadas: DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado ReapreReapreDivulgado Ajustes sentado Divulgado Ajustes sentado 31/12/2013 31/12/2013 ATIVIDADES OPERACIONAIS Lucro do período 102.257 – 102.257 102.257 – 102.257 Caixa líquido proveniente das (12.881) 24.037 11.156 359.112 (10.107) 349.005 (usado nas) atividades operacionais ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Caixa líquido (usado nas) proveniente 42.189 (24.037) 18.152 (208.216) 6.194 (202.022) das atividades de investimentos ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Caixa gerado nas (aplicado nas) (129.750) – (129.750) (122.433) – (122.433) atividades de financiamentos Variação cambial sobre caixa e equivalentes de caixa – – – – 3.913 3.913 Aumento (redução) de caixa e (100.442) – (100.442) 28.463 – 28.463 equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa no 101.905 – 101.905 355.247 – 355.247 início do período Caixa e equivalentes de caixa no fim do período 1.463 – 1.463 383.710 – 383.710 6. INSTRUMENTOS FINANCEIROS E GERENCIAMENTO DE RISCOS No curso normal de seus negócios, a Companhia está exposta a riscos de crédito, liquidez e de mercado os quais são gerenciados ativamente em conformidade com a Política de Gestão de Risco Financeiro (“Política de Risco”). A Política de Risco está sob a administração do Comitê Executivo, do Comitê Financeiro e do Conselho de Administração e Diretoria Financeira, todos com papéis e responsabilidades claros e definidos, a saber: Conselho de Administração: é o responsável pela aprovação da Política de Risco. Ademais, define os limites de tolerância aos diferentes riscos identificados como aceitáveis para a Companhia em nome de seus acionistas; Comitê Financeiro: é responsável pela execução da Política de Risco, por meio da supervisão do processo de gestão de risco, do planejamento e verificação dos impactos das decisões implementadas, assim como da avaliação e aprovação das estratégias de hedge e monitoramento dos níveis de exposição aos riscos de forma a garantir o cumprimento da Política de Risco; Comitê Executivo: é responsável pela avaliação do posicionamento da Companhia para cada risco identificado, de acordo com as diretrizes emanadas do Conselho de Administração; e Diretoria Financeira: tem como tarefa primordial o monitoramento, avaliação e comunicação dos riscos financeiros incorridos pela Companhia. Ainda destaca-se da Política de Riscos a vedação à Companhia em contratar operações alavancadas em mercados derivativos, bem como a determinação que operações individuais de hedge estejam limitadas a 2,5% do patrimônio líquido da Companhia. A Companhia administra sua estrutura de capital para garantir a continuidade de suas operações e maximizar o retorno aos acionistas, por meio da otimização de uso de instrumentos de dívida e de capital. Em 31 de dezembro de 2014, a Companhia apresenta capital circulante líquido consolidado negativo no montante de R$56.943 (R$15.083 em 31 de dezembro de 2013). A Administração tem enviado esforços e ações para reestruturar e o alongar o perfil da dívida, dentre essas ações destaca-se a captação de R$310.000 de debêntures, conforme detalhado na nota explicativa 18. A Administração da Companhia acredita que os recursos financeiros disponíveis são suficientes para as necessidades de capital de giro e compromissos assumidos para os próximos 12 meses. 6.1. Administração de risco de liquidez A gestão do risco de liquidez visa minimizar os impactos causados por eventos que possam comprometer o desempenho da Companhia sob a perspectiva de caixa. Para isso a Companhia utiliza as seguintes métricas: Cash Flow at Risk (“CFaR”), o qual visa modelar estatisticamente os fluxos de caixa futuros dos próximos 12 meses e quanto em risco está sua liquidez, dada suas projeções. Aliada a esta métrica, a Companhia definiu que o valor mínimo de suas disponibilidades deve considerar principalmente o faturamento médio mensal e o EBITDA (“Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”) dos últimos 12 meses. A Companhia mantêm níveis de alavancagem que não comprometem sua capacidade de honrar seus compromissos e obrigações. Como diretriz, o endividamento bruto deve estar concentrado no longo prazo. Em 31 de dezembro de 2014 o endividamento consolidado de longo prazo representava 73,47% (83,57% em 31 de dezembro de 2013) do endividamento financeiro bruto com prazo médio de liquidação superior a 2,9 anos. A tabela abaixo resume as obrigações contratuais e compromissos financeiros significativos que podem impactar a liquidez da Companhia em 31 de dezembro de 2014: BR GAAP Controladora 31/12/2014 Fluxo Acima Valor de caixa de 2015 2016 2017 2018 2019 5 anos contábil contratual Passivos financeiros não derivativos Fornecedores 220 220 220 – – – – – Debêntures 1.063.235 1.305.318 254.633 542.576 170.280 337.829 – – Fluxo Valor de caixa contábil contratual BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 Acima de 5 2018 2019 anos 2015 2016 2017 Passivos financeiros não derivativos Empréstimos e financiamentos 349.529 350.851 141.069 117.568 54.892 37.228 94 – Obrigações com arrendamento mercantil 666 790 623 143 24 – – – Obrigações com arrendamento operacional – 400.262 108.320 84.711 65.461 53.508 28.055 60.207 Fornecedores 157.235 157.235 157.235 – – – – – Debêntures 1.063.235 1.305.318 254.633 542.576 170.280 337.829 – – 6.2. Administração de risco de crédito A Companhia está sujeita ao risco de crédito relacionado às contas a receber de clientes, depósitos bancários à vista e aplicações financeiras, o gerenciamento deste risco se dá conforme apresentado abaixo: O risco de crédito relacionado às contas a receber é monitorado ativamente, por equipe dedicada. A Administração avalia que suas políticas de crédito são prudentes e refletem condições normais de mercado e risco. A Administração não antecipa o descumprimento dos acordos pelas contrapartes e, portanto, não vem exigindo garantias colaterais. O risco de crédito de depósitos à vista e aplicações financeiras está limitado às contrapartes. A Companhia possui política vigente estabelecendo que este tipo de operação somente possa ser contratada junto a instituições financeiras, com patrimônio líquido superior a R$1.000.000 e classificação de risco melhor ou igual a “A” por agência conceituada. Em 31 de dezembro de 2014 a Companhia mantinha saldos de depósitos à vista e aplicações financeiras com as seguintes instituições financeiras: País Instituição financeira Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, HSBC, Safra, Itaú, Brasil Santander, Votorantim Peru Banco de la Nación, Banco de Crédito, BBVA e Interbank Argentina Banco de Chaco, Banco Galícia, Banco Patagônia, HSBC e Santander Colômbia Bancolombia, BBVA, Helm Bank e Santander 6.3. Administração de risco de taxa de juros O risco de taxas de juros é aquele pelo qual a Companhia poderá vir a sofrer perdas econômicas decorrentes de alterações nas taxas de juros que afetem seus ativos e passivos. A Política de Risco da Companhia não restringe a exposição às diferentes taxas de juros e também não estabelece limites entre taxas pré ou pós-fixadas, entretanto, a Companhia monitora continuamente as taxas de juros de mercado visando avaliar a eventual necessidade de contratação de operações com o objetivo de proteção contra a volatilidade dessas taxas e para gerenciar o descasamento entre suas aplicações financeiras e dívidas. Durante o exercício encerrado em 31 de dezembro de 2014, a Companhia não celebrou contratos de instrumentos financeiros derivativos. O endividamento da Companhia está atrelado, essencialmente, às taxas do Certificado de Depósito Interbancário (“CDI”), Taxa de Juros de Longo Prazo (“TJLP”) e ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (“IPCA”). Na ocorrência de alterações adversas no mercado que resulte na elevação do CDI, TJLP e do IPCA, o custo do endividamento pósfixado se eleva e por outro lado, o custo do endividamento pré-fixado se reduz em termos relativos. A Companhia mantém parte substancial dos saldos de caixa e equivalentes de caixa indexados à variação do CDI. A Companhia apresenta a seguir o quadro de análise de sensibilidade às variações das taxas de juros, considerando as projeções macroeconômicas divulgadas no Relatório Focus, emitido pelo Banco Central do Brasil (“BACEN”), divulgado em 26 de dezembro de 2014, o qual indicava as seguintes taxas como cenário provável: Índice Taxa estimada como cenário provável CDI 12,36% IPCA 7,19% TJLP 6,50% BR GAAP Controladora 31/12/2014 Cenário II Cenário III Valor Encargos Cenário I variação da taxa variação da taxa Instrumentos Taxa provável contábil financeiros em 25% em 50% Caixa e equivalentes de caixa 25.519 CDI 11,09% 28.674 21.981 21.274 Caixa restrito 4.179 CDI 11,09% 4.179 3.600 3.484 Debêntures (574.868) CDI 11,09% (645.938) (654.559) (670.497) Debêntures (370.855) IPCA 6,38% (397.529) (400.431) (406.346) Debêntures (117.040) TJLP 5,00% (124.648) (124.355) (125.818) Financiamentos (290.959) TJLP 5,00% (309.871) (309.144) (312.781) Impacto sobre as receitas/despesas financeiras líquidas (121.109) (138.884) (166.660) BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 Cenário II Cenário III Valor Encargos Cenário I variação da taxa variação da taxa Instrumentos Taxa provável contábil financeiros em 25% em 50% Caixa e equivalentes de caixa 371.626 CDI 11,09% 417.570 320.109 309.806 Caixa restrito 25.457 CDI 11,09% 28.604 21.928 21.222 Debêntures (574.868) CDI 11,09% (645.938) (654.559) (670.497) Debêntures (370.855) IPCA 6,38% (397.529) (400.431) (406.346) Debêntures (117.040) TJLP 5,00% (124.648) (124.355) (125.818) Financiamentos (290.959) TJLP 5,00% (309.871) (309.144) (312.781) Impacto sobre as receitas/despesas financeiras líquidas (75.173) (189.813) (227.775) 6.4. Administração de riscos cambiais O risco de taxa cambial refere-se às alterações das taxas de câmbio de moeda estrangeira que possam fazer com que a Companhia incorra em perdas não esperadas, levando a uma redução dos ativos ou aumento das obrigações. A Política de Risco tem como objetivo proteger o resultado da Companhia destas variações, de forma a equilibrar os ativos e passivos denominados em moeda estrangeira, protegendo assim o balanço patrimonial da Companhia. A exposição ao risco cambial está relacionada principalmente à: (i) carteira de financiamentos em moeda estrangeira, (ii) investimentos em controladas no exterior, (iii) receitas e custos relacionados à prestação de serviços pelas controladas no exterior; e (iv) dispêndios de capital em futuras aquisições de equipamentos de tecnologia, que apesar de não serem expressos em moedas estrangeiras, são indiretamente afetados pelas mudanças nas taxas de câmbio por conterem componentes importados. A Companhia não vem celebrando contratos de derivativos para cobrir esse risco, porém, vem monitorando continuadamente as variações de câmbio, a fim de observar eventual necessidade de contratação desses instrumentos. As demonstrações financeiras da Companhia são impactadas principalmente pelas seguintes moedas: (i) dólar norte-americano; (ii) peso argentino; (iii) nuevo sol; e (iv) peso colombiano. Os ativos e passivos denominados em moeda estrangeira estão demonstrados a seguir: BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 Exposição total Caixa, equivalentes de caixa e aplicações financeiras 24.745 26.309 Contas a receber de clientes 130.892 122.340 Empréstimos e financiamentos (38.204) (53.421) Fornecedores (19.222) (20.572) (55.411) (52.747) Outros ativos e passivos, líquidos 42.800 21.909 Exposição cambial em moeda estrangeira (em US$) 16.113 9.363 Exposição cambial impactando o resultado (em US$) (14.383) (22.829) 30.496 32.192 Exposição cambial impactando o patrimônio líquido (em US$) 16.113 9.363 Exposição cambial em moeda estrangeira (em US$) A Companhia apresenta a seguir o quadro de análise de sensibilidade às variações de câmbio, considerando as projeções macroeconômicas divulgadas no Relatório Focus, emitido pelo BACEN, divulgado em 26 de dezembro de 2014, o qual indicava com o taxa provável a paridade do US$ para o R$ em R$2,66. BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado 31/12/2014 Cenário I Cenário II Cenário III Valor Expectativa Elevação da Elevação da Instrumentos contábil Câmbio de Mercado taxa em 25% taxa em 50% Empréstimos em moeda estrangeira - US$ 38.204 2,66 36.677 47.755 57.306 Impacto sobre as despesas financeiras líquidas 1.527 (9.551) (19.102) 6.5. Composição dos saldos de instrumentos financeiros por categoria - exceto derivativos A posição dos instrumentos financeiros, exceto derivativos, em aberto na data de encerramento destas demonstrações financeiras está demonstrada a seguir: BR GAAP Controladora 31/12/2014 Empréstimos Mantidos até Passivos Total e recebíveis o vencimento financeiros Ativos Custo amortizado Caixa restrito – 4.179 – 4.179 Debêntures 1.105.603 – – 1.105.603 Passivos Custo amortizado Fornecedores – – (220) (220) – – (1.063.235) (1.063.235) Debêntures 1.105.603 4.179 (1.063.455) 46.327 continua 26 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 continuação Ativos Custo amortizado Caixa restrito Debêntures Passivos Custo amortizado Fornecedores Debêntures Ativos Custo amortizado Caixa restrito Contas a receber Passivos Custo amortizado Debêntures Empréstimos e financiamentos Moeda nacional Moeda estrangeira Fornecedores Arrendamento mercantil financeiro a pagar Contraprestação contingente Ativos Custo amortizado Caixa restrito Contas a receber Passivos Custo amortizado Debêntures Empréstimos e financiamentos Moeda nacional Moeda estrangeira Fornecedores Arrendamento mercantil financeiro a pagar Contraprestação contingente Empréstimos Mantidos até Passivos e recebíveis o vencimento financeiros – 776.748 3.817 – – – 776.748 – – 3.817 – 375.498 25.457 – – – – – – – – 375.498 – – – – – 25.457 – 382.890 56.916 – – – – – BR GAAP Controladora 31/12/2013 Total 3.817 776.748 (120) (120) (749.352) (749.352) (749.472) 31.093 BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 Empréstimos Mantidos até Passivos Total e recebíveis o vencimento financeiros – – (1.063.235) 25.457 375.498 (1.063.235) (311.325) (311.325) (38.204) (38.204) (157.235) (157.235) (666) (666) (11.771) (11.771) (1.582.436) (1.181.481) BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2013 Empréstimos Mantidos até Passivos Total e recebíveis o vencimento financeiros – – (749.352) 56.916 382.890 (749.352) – – (409.109) (409.109) – – (53.421) (53.421) – – (201.863) (201.863) – – (1.969) (1.969) – – (28.493) (28.493) 382.890 56.916 (1.444.207) (1.004.401) 6.6. Composição dos saldos de instrumentos financeiros derivativos Nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013, a Companhia não operou com instrumentos financeiros derivativos com objetivo de proteção (hedge) ou de caráter especulativo, entretanto, a Companhia contratou derivativos embutidos à emissão de debêntures. As posições dos instrumentos financeiros derivativos em aberto na data de encerramento destas demonstrações financeiras estão demonstradas a seguir: BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 472 1.427 Bônus de subscrição sobre debêntures 6.7. Determinação do valor justo de instrumentos financeiros A Companhia divulga seus ativos e passivos financeiros, quando requerido e aplicável, a valor justo, com base nos pronunciamentos contábeis pertinentes, os quais se referem a conceitos de avaliação e requerimentos de divulgações. Especificamente quanto à divulgação, a Companhia aplica os requerimentos de hierarquização previstos na Deliberação CVM nº 699/12, que envolve os seguintes aspectos: O valor justo é a quantia pela qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo Liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso em transação sem favorecimento; e Hierarquização em três níveis para a mensuração do valor justo, de acordo com inputs observáveis para a valorização de um ativo ou passivo na data de sua mensuração. A valorização em três níveis de hierarquia para a mensuração do valor justo é baseada nos inputs observáveis e não observáveis. Inputs observáveis refletem dados de mercado obtidos de fontes independentes, enquanto inputs não observáveis refletem técnicas de avaliação adotadas pela Companhia. Esses dois tipos de inputs criam a hierarquia de valor justo apresentada a seguir: Nível 1 - Preços cotados (não ajustados) para instrumentos idênticos em mercados ativos; Nível 2 - Preços cotados em mercados ativos para instrumentos similares, preços cotados para instrumentos idênticos ou similares em mercados não ativos e modelos de avaliação para os quais inputs são observáveis; e Nível 3 - Instrumentos cujos inputs significativos não são observáveis. A tabela abaixo apresenta a classificação geral dos instrumentos financeiros ativos e passivos em conformidade com a hierarquia de valorização: BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado 31/12/2014 Instrumentos Nível 1 Nível 2 Nível 3 Total Passivos Passivos financeiros Derivativo embutido – 472 – 472 – 472 – 472 BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado 31/12/2013 Instrumentos Nível 1 Nível 2 Nível 3 Total Passivos financeiros Derivativo embutido – 1.427 – 1.427 – 1.427 – 1.427 6.8. Comparação entre valor contábil e valor justo dos instrumentos financeiros BR GAAP Controladora Valor contábil Valor justo Valor contábil Valor justo Ativos financeiros 31/12/2014 31/12/2013 Empréstimos e recebíveis: Caixa restrito 4.179 4.179 3.817 3.817 Saldo a receber de partes relacionadas 1.105.603 1.105.603 776.748 776.748 Dividendos a receber – – 65.550 65.550 Total dos ativos financeiros 1.109.782 1.109.782 846.115 846.115 Passivos financeiros Ao custo amortizado: Debêntures 1.063.235 1.063.235 749.352 749.352 Fornecedores 220 220 120 120 Saldo a pagar à partes relacionadas 40.115 40.115 – – Total dos passivos financeiros 1.103.570 1.103.570 749.472 749.472 BR GAAP e IFRS Consolidado Valor contábil Valor justo 31/12/2013 Valor contábil Valor justo Ativos financeiros 31/12/2014 Empréstimos e recebíveis: Caixa restrito 25.457 25.457 56.916 36.845 Contas a receber de clientes 375.498 375.498 382.890 382.890 24.453 24.453 20.771 20.771 Outros recebíveis 425.408 425.408 460.577 440.506 Total dos ativos financeiros Passivos financeiros Ao custo amortizado: Debêntures 1.063.235 1.063.235 749.352 749.352 Empréstimos e financiamentos 349.529 349.529 462.530 462.530 Fornecedores 157.235 157.235 201.863 201.863 Obrigações com arrendamento mercantil 666 666 1.969 1.969 11.771 11.771 28.493 28.493 Contraprestação contingente 1.582.436 1.582.436 1.444.207 1.444.207 Total dos passivos financeiros 7. INFORMAÇÃO POR SEGMENTO Os segmentos operacionais são reportados de forma consistente com os relatórios gerenciais utilizados pelos principais tomadores de decisões estratégicas e operacionais (Conselho de Administração e Diretoria Executiva) para fins de avaliação de desempenho de cada segmento e alocação de recursos. As informações por segmento são elaboradas considerando três segmentos divulgáveis, sendo: contact center & BPO, tecnologia & informação e trade marketing. Os segmentos divulgáveis identificados observam primariamente a divisão por tipo de serviço e suas características (nota explicativa nº 1). Os ativos e passivos atribuíveis a cada um dos segmentos operacionais divulgáveis, devidamente conciliados com os montantes divulgados no consolidado, estão apresentados a seguir: BR GAAP e IFRS 31/12/2014 Contact center Tecnologia & Trade & BPO informação marketing Corporativo Consolidado Ativos: Circulante 42.701 781.595 76.455 48.125 948.876 Não circulante 3.438 1.178.899 98.080 32.598 1.313.015 Ágio – 247.163 95.619 49.081 391.863 Total dos ativos 46.139 2.207.657 270.154 129.804 2.653.754 Passivos: Circulante 59.454 895.320 27.991 23.054 1.005.819 Não circulante 2.518 1.237.013 10.867 1.754 1.252.152 Total dos passivos 61.972 2.132.333 38.858 24.808 2.257.971 BR GAAP e IFRS 31/12/2013 Contact center Tecnologia & Trade & BPO informação marketing Corporativo Consolidado Ativos: Circulante 74.803 881.621 81.309 42.847 1.080.580 Não circulante 3.993 1.177.358 101.534 35.235 1.318.120 Ágio – 257.602 95.619 49.081 402.302 Total dos ativos 78.796 2.316.581 278.462 127.163 2.801.002 Passivos: Circulante 58.342 817.585 34.807 22.543 933.277 Não circulante 2.194 1.241.601 18.624 4.671 1.267.090 Total dos passivos 60.536 2.059.186 53.431 27.214 2.200.367 Os saldos apresentados como corporativo não estão segregados nos segmentos em função de serem gerenciados de forma centralizada. Os ágios foram alocados aos segmentos reportáveis de acordo com os negócios que os originaram, por sua vez, os ativos e passivos utilizados conjuntamente pelos segmentos divulgáveis foram alocados com base nas receitas geradas por cada segmento. A recuperabilidade dos ativos alocados intangíveis e tangíveis alocados aos segmentos divulgáveis identificados foi testada pelo método do fluxo de caixa descontado e os resultados e premissas destes testes estão apresentados na nota explicativa 17.1. As demonstrações dos resultados para cada um dos segmentos operacionais divulgáveis, devidamente conciliadas com os montantes divulgados na demonstração do resultado consolidada, estão apresentadas a seguir: BR GAAP e IFRS 31/12/2014 Contact center Tecnologia & Trade & BPO informação marketing Consolidado Receita operacional líquida 3.227.097 73.180 151.954 3.452.231 Custo dos serviços prestados (2.721.247) (53.951) (124.380) (2.899.578) Lucro operacional bruto 505.850 19.229 27.574 552.653 Receitas (despesas) receitas operacionais: Comerciais (16.465) (43) (1.036) (17.544) Gerais e administrativas (280.986) (21.786) (16.047) (318.819) Pagamento baseado em ações (476) – – (476) Resultado de equivalência patrimonial 214 – (214) – Receitas financeiras 52.403 9.906 2.164 64.473 Despesas financeiras (152.941) (5.054) (330) (158.325) Outras (despesas) receitas operacionais, líquidas 16.081 7.599 (213) 23.467 (382.170) (9.378) (15.676) (407.224) Lucro operacional antes do imposto de renda e da contribuição social 123.680 9.851 11.898 145.429 Imposto de renda e contribuição social: Corrente (27.455) (1.947) (4.776) (34.178) Diferido (11.994) (1.638) (973) (14.605) Lucro líquido do período 84.231 6.266 6.149 96.646 Lucro atribuível aos acionistas da controladora 84.231 6.266 6.149 96.646 BR GAAP e IFRS 31/12/2013 Contact center Tecnologia & Trade & BPO informação marketing Consolidado Receita operacional líquida 3.297.689 145.796 174.477 3.617.962 Custo dos serviços prestados (2.795.678) (129.911) (148.152) (3.073.741) Lucro operacional bruto 502.011 15.885 26.325 544.221 Receitas (despesas) operacionais: Comerciais (19.138) (40) (879) (20.057) Gerais e administrativas (274.202) (20.317) (18.986) (313.505) Pagamento baseado em ações 2.131 – – 2.131 Resultado de equivalência patrimonial 6.369 (5.754) (615) – Receitas financeiras 54.601 5.967 1.149 61.717 Despesas financeiras (152.404) (9.319) (696) (162.419) Outras (despesas) receitas operacionais, líquidas (14.854) (1.145) (425) (16.424) (397.497) (30.608) (20.452) (448.557) Lucro (prejuízo) operacional antes do imposto de renda e da contribuição social 104.514 (14.723) 5.873 95.664 Imposto de renda e contribuição social: Corrente (43.495) (3.164) (1.624) (48.283) Diferido 13.906 42.669 (336) 56.239 Lucro líquido do período 74.925 24.782 3.913 103.620 Participação dos não controladores – (1.363) – (1.363) Lucro atribuível aos acionistas da controladora 74.925 23.419 3.913 102.257 Conforme divulgado na nota explicativa 1, a Companhia tem operações nos seguintes países: Brasil, Peru, Colômbia e Argentina, a receita líquida por país está detalhada a seguir: BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 Receita líquida por país Brasil 2.797.382 3.030.730 Argentina 262.582 264.575 Peru 88.089 52.446 304.178 270.211 Colômbia 3.452.231 3.617.962 continua Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 27 continuação No exercício findo em 31 de dezembro de 2014, os clientes que foram responsáveis por mais de 5% de participação da receita líquida estão demonstrados abaixo: BR GAAP e IFRS Consolidado Cliente % Receita líquida Oi 42,60% Vivo 7,86% Santander 5,42% 8. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA BR GAAP BR GAAP e IFRS Taxa Controladora Consolidado média a.a. 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 Caixa e bancos Reais 35 148 9.822 19.462 Euro – – 13.947 7.843 Pesos argentinos – – – 7.890 Pesos colombianos – – 8.139 7.287 Pesos peruanos – – 2.659 3.289 35 148 34.567 45.771 Equivalentes de caixa: Em reais: Certificado de depósito bancário 11,48% – – 44.869 51.466 Operação compromissada 11,04% 25.484 1.315 268.816 259.587 Em pesos argentinos: Fundos de investimentos 24,50% – – 11.327 – Em pesos colombianos: Fundos de investimentos 3,80% – – 12.047 26.886 25.484 1.315 337.059 337.939 Total do caixa e equivalentes de caixa 25.519 1.463 371.626 383.710 9. CAIXA RESTRITO BR GAAP BR GAAP e IFRS Taxa Controladora Consolidado média a.a. 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 Circulante: Certificado de depósito bancário 11,43% 590 – 590 – Operação compromissada 8,82% 3.589 546 24.867 6.799 4.179 546 25.457 6.799 Não circulante: Certificado de depósito bancário 11,43% – 546 – 546 Operação compromissada 8,82% – 2.725 – 49.571 – 3.271 – 50.117 Os saldos classificados como caixa restrito estão relacionados à garantia oferecida pela subsidiária integral Contax-Mobitel ao pagamento do contrato de empréstimo, firmado com o Banco do Nordeste do Brasil S.A., no montante de R$21.278, em 31 de dezembro de 2014 no ativo circulante, e R$26.775 em 31 de dezembro de 2013 no ativo não circulante, sendo o vencimento do contrato em 16 de março de 2015. Adicionalmente, conforme previsto no contrato de aquisição da subsidiária Ability, a Companhia mantém recursos depositados em conta garantia (escrow) para fazer face ao aparecimento de obrigações não detectadas no processo de due diligence efetuado na aquisição. O saldo do valor restrito depositado em conta garantia será liberado para a vendedora em 16 de agosto de 2015. 10. CONTAS A RECEBER DE CLIENTES BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 Partes relacionadas no país 43.728 39.584 Terceiros no país 205.128 221.944 Terceiros no exterior 130.892 122.340 (4.250) (978) (–) Provisão para crédito de liquidação duvidosa 375.498 382.890 Em 31 de dezembro de 2014, do saldo de contas a receber com partes relacionadas o montante de R$39.646 (R$39.537 em 31 de dezembro de 2013) é constituído principalmente pelas empresas do grupo Oi S.A, conforme apresentado detalhadamente na nota explicativa nº 33. A composição dos valores de contas a receber por idade de vencimento está demonstrada a seguir: BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 A vencer 311.072 351.815 Vencidos até 30 dias 44.024 19.234 Vencidos de 31 a 60 dias 15.614 3.898 Vencidos de 61 a 90 dias 1.971 480 Vencidos de 91 a 180 dias 2.298 1.180 Vencidos acima de 180 dias 4.769 7.262 Provisão para crédito de liquidação duvidosa (4.250) (978) 375.498 382.890 A movimentação da provisão para créditos de liquidação duvidosa está demonstrada a seguir: BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado Saldo em 31 de dezembro de 2013 (978) Constituição (3.332) Reversão 60 Saldo em 31 de dezembro de 2014 (4.250) A composição dos valores de créditos de liquidação duvidosa por idade de vencimento está demonstrada a seguir: BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 Vencidos de 91 a 180 dias – (11) (4.250) (967) Vencidos acima de 180 dias (4.250) (978) 11.TRIBUTOS A RECUPERAR BR GAAP Controladora 31/12/2014 31/12/2013 Circulante Circulante Não circulante IRRF 10.740 1.818 5 IRPJ e CSLL 1.759 4.921 – 112 – – PIS/COFINS/CSLL 12.611 6.739 5 BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 Circulante Não circulante Circulante Não circulante IRRF 36.308 – 21.125 19 IRPJ e CSLL 23.186 21.175 30.370 13.625 PIS/COFINS/CSLL 17.054 – 9.853 7 INSS 6.673 – 2.601 – ISS (i) – 10.260 – 7.613 IVA (ii) 6.189 – 5.050 – 692 – 31 – Outros impostos 90.102 31.435 69.030 21.264 (i) O ISS a recuperar está classificado no ativo não circulante em virtude dos prazos de ressarcimento junto aos órgãos municipais. (ii) Imposto sobre o valor agregado apurado pelas controladas no exterior. 12. DEPÓSITOS JUDICIAIS Os depósitos judiciais estão apresentados a seguir: Tributária Trabalhistas Cíveis Bloqueio judicial trabalhista BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 – – 92.558 74.502 – – 191.013 158.725 – – 201 193 859 714 15.097 8.665 859 714 298.869 242.085 – – 23.112 23.099 859 714 275.757 218.986 Circulante Não circulante 13. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 13.1. Composição do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro, diferidos BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 Ativo Prejuízo fiscais de IRPJ 1.896 3 88.981 92.602 Base de cálculo negativa de CSLL 683 – 34.090 33.326 Diferenças temporárias ativas Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas – – 47.618 59.858 Ágio sobre investimentos e outros – – 27.237 30.707 Programa de participação nos resultados – – 3.188 9.186 2.579 3 201.114 225.679 Passivo Diferenças temporárias passivas Ágio (parcela alocada) (2.518) (2.194) (48.082) (50.811) (2.518) (2.194) (48.082) (50.811) Em dezembro de 2010, a Contax transferiu o controle da Ability para a Companhia, por meio de uma cisão parcial de ativos, bem como as referidas obrigações de contraprestação. Dessa forma, o ágio registrado anteriormente na Contax foi transferido para os livros contábeis da Ability como crédito fiscal nos termos da Instrução CVM n° 319/99 e de acordo com a Interpretação Técnica ICPC 09 (Demonstrações Financeiras Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência Patrimonial). Adicionalmente, o Grupo Contax possui um crédito fiscal referente ao ágio registrado na Multienlace, com base no saldo do balanço de transferência em 30 de abril de 2011, calculado com base na alíquota vigente no país de origem (34% - Colômbia). O saldo em 31 de dezembro de 2014 representa R$27.649 na Ability e R$54.052 na Multienlace (R$41.977 e R$49.803 em 31 de dezembro de 2013, respectivamente). Em maio e julho de 2011, o Grupo Contax adquiriu o controle do Grupo Allus e da Contax-Mobitel/TODO, respectivamente. Em 31 de dezembro de 2014 a parcela do ágio alocada à carteira de clientes e marca do Grupo Allus e à carteira de clientes e ativo imobilizado da Contax-Mobitel/TODO representa um montante total de R$95.647 e R$45.755, respectivamente (R$98.255 e R$54.079 em 31 de dezembro de 2013, respectivamente). A Administração realizou estudos técnicos de viabilidade que foram aprovados pelos órgãos de Administração e pelo Conselho Fiscal, indicando a realização integral do ativo fiscal diferido até o exercício de 2024. Os estudos técnicos de viabilidade consideram estimativas que estão relacionadas ao desempenho da Companhia, assim como o comportamento do mercado de atuação e determinados aspectos econômicos. Os valores reais podem divergir das estimativas adotadas, conforme divulgado na nota explicativa nº 3. As premissas adotadas para o teste de recuperabilidade dos impostos diferidos estão apresentados abaixo: Unidades geradoras de caixa Taxa de desconto a.a. Taxa média de crescimento a.a. Contact center & BPO Contax-Mobitel 13,9% 10,0% Operações Argentina 12,4% 8,9% Operações Peru 12,3% 11,0% Operações Colômbia 12,3% 6,7% Tecnologia & informação 13,9% 10,0% Trade marketing 13,9% 7,1% 13.2. Período estimado de realização Os ativos fiscais diferidos decorrentes de diferenças temporárias serão realizados à medida que estas sejam Liquidadas ou realizadas. O período de liquidação ou realização de tais diferenças é imprevisto e está vinculado a diversos fatores que não estão sob o controle da Administração. Na estimativa de realização dos créditos fiscais diferidos ativos, constituídos sobre prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social, a Administração considera seu plano orçamentário e estratégico, ajustados com base nas estimativas das principais adições e exclusões fiscais. Com base nesta estimativa a Administração acredita que é provável que os impostos diferidos sejam realizados, conforme demonstrado abaixo, entretanto, essa estimativa pode não se concretizar nos próximos exercícios, se as estimativas de lucro tributável futuro não se confirmarem. BR GAAP e IFRS Consolidado 2015 13.970 2016 14.231 2017 14.945 2018 16.666 2019 16.974 2020 17.191 2021 11.367 17.727 2022/2024 123.071 13.3. Conciliação do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro As despesas e benefícios com imposto de renda e contribuição social nos resultados dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 encontram-se resumidas a seguir: BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 Corrente Imposto de renda – (1.744) (29.755) (38.660) – (637) (4.423) (9.623) Contribuição social – (2.381) (34.178) (48.283) Diferido Imposto de renda sobre adições temporárias – – (8.587) 5.536 Contribuição social sobre adições temporárias – – (4.391) 3.436 Imposto de renda sobre prejuízos fiscais 1.569 (3.169) (1.282) 34.356 682 (351) (345) 12.911 Contribuição social sobre base negativa 2.251 (3.520) (14.605) 56.239 2.251 (5.901) (48.783) 7.956 A conciliação entre a despesa tributária e o resultado da multiplicação do lucro contábil pela alíquota fiscal vigente no Brasil e nos demais países onde o Grupo Contax atua, nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 estão apresentadas a seguir: BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 Lucro operacional antes do imposto de renda e da contribuição 94.395 108.158 145.429 95.664 social Imposto de renda e contribuição social à alíquota nominal (34%) (32.094) (36.774) (49.446) (32.526) Ajustes para apuração da alíquota efetiva Adição (exclusão) permanente de equivalência patrimonial 34.507 30.158 – – Efeitos tributários sobre adições (exclusões) permanentes, líquidas (i) – (34) 2.803 631 Alteração à Lei das Sociedades por Ações - Lei nº 11.638/07 (162) 724 (162) 947 Constituição do ativo fiscal diferido sobre prejuízo fiscal – – – 36.612 – 25 (1.978) 2.292 Outros 2.251 (5.901) (48.783) 7.956 Despesa de imposto de renda e contribuição social (i) Refere-se, substancialmente, à despesa com multa, doações, brindes e patrocínios, considerados indedutíveis, dentre outros. continua 28 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 continuação 14. DESPESAS ANTECIPADAS E DEMAIS ATIVOS BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 392 505 28.461 13.775 – – 24.533 30.388 – – 29.761 24.286 392 505 82.755 68.449 392 505 63.081 52.666 – – 19.674 15.783 Adiantamentos a fornecedores Adiantamentos a empregados Créditos a receber Circulante Não circulante 15. INVESTIMENTO EM CONTROLADAS 15.1. Composição dos investimentos Controladas Ability Contax Contax-Mobitel 31/12/2014 106.375 – 302.987 409.362 BR GAAP Controladora 31/12/2013 100.008 292.584 – 392.592 15.2. Informações financeiras resumidas de controladas diretas 31/12/2014 31/12/2013 Contax-Mobitel Ability Contax (i) Contax (i) Ability Ativo circulante 626.569 49.171 – 438.153 42.416 Ativo não circulante 1.685.394 32.598 – 1.727.121 35.210 Passivo circulante (680.292) (22.722) – (673.248) (22.028) Passivo não circulante (1.328.684) (1.754) – 1.199.443 4.671 Patrimônio líquido (302.987) (57.294) – (292.584) (50.927) Receita líquida 1.454.684 151.790 1.117.728 2.428.152 173.082 Lucro líquido 68.114 6.362 27.016 84.173 4.528 (i) Empresa incorporada pela subsidiária Contax-Mobitel em 1º de julho de 2014, o saldo acima demonstrado referese ao período findo em 30 de junho de 2014. 15.3. Movimentação dos investimentos diretos em controladas Controladas diretas Contax-Mobitel Ability Contax 31/12/2014 31/12/2013 a) Participação no capital 31/12/2014 % de participação 100% 100% – – – Quantidade total de ações 429.751 4.570.585 – – – Quantidade de ações detidas 429.751 4.570.585 – – – b) Informações das controladas em 31/12/2014 – – Capital social 435.389 4.571 – – – Patrimônio líquido 302.987 57.294 – – – Reserva especial de ágio – 49.081 – – – Resultado do exercício 68.114 6.362 – – – c) Saldo do investimento em 31/12/2014: Saldo no investimento no início do exercício – 100.008 292.584 392.592 377.001 Equivalência patrimonial 68.114 6.362 27.016 101.492 88.701 Variação cambial de empresas no exterior 464 5 (25.217) (24.748) 25.631 Incorporação 294.383 – (294.383) – – Dividendos distribuídos (59.974) – – (59.974) (65.463) Constituição de reserva (i) – – – – (41) Reserva especial de ágio na aquisição de participação minoritária da controlada TODO – – – – (33.237) Total 302.987 106.375 – 409.362 392.592 (i) Constituição de reserva referente a operação de transferência de controle acionário da controlada Multienlace para a controlada Stratton Spain. Os ganhos e perdas decorrentes da variação cambial sobre a conversão dos investimentos nas subsidiárias no exterior, cuja moeda funcional é o Real, totalizaram R$24.748 em 31 de dezembro de 2014 (R$25.631 em 31 de dezembro de 2013) e estão reconhecidos no grupo de outros resultados abrangentes no patrimônio líquido. 16. IMOBILIZADO BR GAAP e IFRS Consolidado Taxa média ponderada Transferências Variação a.a. (i) Baixas cambial 31/12/2014 31/12/2013 Adições Custo: Terrenos 831 226 – – – 1.057 Edificações 13.681 – – – – 13.681 Telecom e equipamentos de TI 680.919 21.963 2.192 (12.072) (2.486) 690.516 Benfeitorias em imóveis de terceiros 418.728 18.015 2.252 (19.045) (2.046) 417.904 Móveis e utensílios 208.045 8.392 1.685 (972) (3.649) 213.501 Equipamentos de transmissão 91.192 2.977 1.348 (243) (4.727) 90.547 Equipamentos de energia 54.471 467 (183) (20) (631) 54.104 Equipamentos de climatização 36.977 825 – – – 37.802 Imobilizações em andamento 36.870 30.901 (15.318) (128) 159 52.484 Outros 14.329 267 309 (153) (89) 14.663 Total 1.556.043 84.033 (7.715) (32.633) (13.469) 1.586.259 Depreciação acumulada: Edificações 7,00% (9.452) (780) – – – (10.232) Telecom e equipamentos de TI 17,15% (564.010) (44.807) 714 12.139 2.273 (593.691) Instalações em imóveis de terceiros 22,03% (243.728) (48.716) (99) 19.016 1.156 (272.371) Móveis e utensílios 12,50% (123.783) (18.559) 361 923 1.661 (139.397) Equipamentos de transmissão 10,00% (56.644) (8.119) (266) 273 3.460 (61.296) Equipamentos de energia 10,00% (25.516) (5.626) – – 347 (30.795) Equipamentos de climatização 10,00% (15.290) (3.561) – – – (18.851) Outros 15,00% (9.209) (2.067) 57 120 48 (11.051) Total (1.047.632) (132.235) 767 32.471 8.945 (1.137.684) Imobilizado líquido 508.411 (48.202) (6.948) (162) (4.524) 448.575 (i) Transferência líquida para o intangível no montante de R$6.948. Em 2 de maio de 2014 a Companhia, em decorrência de uma nova política de gestão do ativo imobilizado, principalmente nos móveis e utensílios, equipamentos de informática e software, com base no laudo técnico, emitido por especialista, foi definido nova vida útil para depreciar esses bens na data-base de 30 de abril de 2014. Os efeitos das mudanças de vida útil registrados no resultado do exercício correspondem a R$11.352. A mudança da estimativa contábil, de vida útil dos ativos é decorrente da nova forma de gestão e intenção de utilização desses ativos. O quadro a seguir demonstra o intervalo de taxas e as taxas médias ponderadas anuais de depreciação, que foram definidas com base na vida útil econômica dos ativos da Companhia: Taxa média ponderada anual Taxas - % de depreciação - % Telecom e equipamentos de TI 17,15 14,29 a 20,00 Móveis e utensílios 12,50 12,50 Instalações em imóveis de terceiros 22,03 10,00 a 50,00 Edificações 7,00 4,00 a 10,00 Equipamentos de energia 10,00 10,00 Equipamentos de transmissão 10,00 10,00 Softwares 12,00 10,00 a 14,29 Outros 15,00 10,00 a 20,00 A partir do exercício findo em 31 de dezembro de 2014, a Companhia passou a capitalizar o valor dos juros de empréstimos, o valor total capitalizado no exercício corresponde a R$3.837. A taxa média ponderada utilizada para determinar o montante dos juros de empréstimos passíveis de capitalização foi de 10,89% a.a. Em 31 de dezembro de 2014, a Companhia assumiu compromisso com o BNDES FINAME em decorrência da aquisição de ativos imobilizados, no montante de R$1.346. 17. INTANGÍVEL O intangível é composto pelos seguintes itens: BR GAAP e IFRS Consolidado Amortização Saldos em Saldos em Custo acumulada 31/12/2014 31/12/2013 Ágio 391.863 – 391.863 402.302 Carteira de Clientes - Aquisição Grupo Allus 88.044 (18.156) 69.888 80.534 Carteira de Clientes -Aquisição Contax-Mobitel 45.954 (16.531) 29.423 34.273 Software em desenvolvimento 74.478 – 74.478 25.624 Marcas e patentes 2.276 (187) 2.089 2.068 Marcas - Aquisição Grupo Allus 5.921 (2.918) 3.003 3.427 492.299 (342.500) 149.799 124.174 Sistema de processamento de dados 1.100.835 (380.292) 720.543 672.402 A movimentação do intangível é apresentada a seguir: 31/12/2013 Adições Transferências Custo: Ágio Contax-Mobitel Ability TODO Grupo Allus Carteira de Clientes - Aquisição Grupo Allus Carteira de Clientes - Aquisição Contax-Mobitel Software em desenvolvimento Marcas e patentes Marcas - Aquisição Grupo Allus Sistema de processamento de dados Amortização acumulada: Carteira de clientes - Aquisição Grupo Allus Carteira de Clientes - Aquisição Contax-Mobitel Marcas e patentes Marcas - Aquisição Grupo Allus Sistema de processamento de dados Intangível líquido Bônus de subscrição sobre debêntures Total (i) Prazo médio de vencimento em anos Série 1º 2º 1º 2º 1º Única Data de emissão 15/12/11 15/12/11 18/09/12 18/09/12 19/09/11 29/08/14 Vencimento final 15/12/16 15/12/18 15/08/18 15/12/18 19/05/16 29/02/16 Quantidade emitida 21.264 18.736 126.719 126.719 55 31.000 – – – – – – – – – – – – 45.954 – 25.624 43.163 2.251 54 6.233 – 439.289 57.624 1.014.644 100.841 – 5.691 – – – 5.691 (12.457) (4.534) – (11.681) (4.850) (183) (23) (2.806) (177) (315.115) (31.640) (342.242) (41.224) 672.402 59.617 – – – 1.257 1.257 6.948 – – – – – – (10.439) – – – (10.439) (4.947) 391.863 31.396 49.081 95.619 215.767 88.044 – – 45.954 – – 74.478 – (29) 2.276 – (312) 5.921 (545) (4.069) 492.299 (545) (19.796) 1.100.835 – (1.165) (18.156) – – – 19 – 65 99 2.899 99 1.818 (446) (17.978) (16.531) (187) (2.918) (342.500) (380.292) 720.543 A partir do exercício findo em 31 de dezembro de 2014, a Companhia passou a capitalizar o valor dos juros de empréstimos, o valor total capitalizado no exercício corresponde a R$3.662. A taxa média ponderada utilizada para determinar o montante dos juros de empréstimo passíveis de capitalização foi de 10,89% a.a. Em julho de 2011, a Contax, por meio de incorporação de ações, adquiriu o controle integral da Contax-Mobitel. O valor de mercado da operação foi de R$118.097 sendo R$31.396, referente ao ágio fundamentado no valor econômico em função de rentabilidade futura. No balanço incorporado da Contax-Mobitel encontra-se registro de ágio fundamentado em valor econômico, em função de operação de compra de sua controlada TODO no montante de R$95.619. Em setembro de 2010, a Contax adquiriu o controle integral da Ability, pelo montante de R$72.585, dos quais R$74.365 como ágio fundamentado no seu valor econômico, em função da estimativa de rentabilidade futura do negócio. Em dezembro de 2010, a Contax transferiu o controle da Ability para a Companhia, por meio de uma cisão parcial. No processo de cisão foi transferido para a Companhia o valor do ágio líquido do crédito tributário no valor de R$49.081. O valor de R$25.284 foi reconhecido na Ability como imposto de renda e contribuição social diferidos, no consolidado, e como investimento no individual. Em maio de 2011 foi concluída a transferência, nos termos do contrato de compra e venda celebrado entre as partes, da totalidade das ações de emissão das sociedades que compõem o Grupo Allus para as controladas Contax e Contax Colômbia, (essa última incorporada pela Multienlace Colômbia, em novembro de 2012), pelo montante de R$246.262, dos quais R$215.767 como ágio fundamentado no seu valor econômico, em função da estimativa de rentabilidade futura. 17.1. Alocação do ágio às unidades geradoras de caixa O valor recuperável é determinado com base no cálculo do valor em uso, utilizando as projeções dos fluxos de caixa descontados com base em orçamento financeiro de cinco anos aprovado pela Administração. Para fins de teste de redução ao valor recuperável impairment foram adotadas as premissas apresentadas abaixo: Unidades geradoras de caixa Taxa de desconto a.a. Taxa média de crescimento a.a. Contact center & BPO Contax-Mobitel 13,9% 10,0% Operações Argentina 12,4% 8,9% Operações Peru 12,3% 11,0% Operações Colômbia 12,3% 6,7% Tecnologia & informação 13,9% 10,0% Trade marketing 13,9% 7,1% 18. DEBÊNTURES A Companhia vem ao longo dos anos captando recursos por meio da emissão de debêntures visando aumentar o seu volume de investimentos e promover a readequação do perfil de suas dívidas alongando-as para o longo prazo, apresenta-se abaixo um quadro resumo com as características pertinentes aos títulos emitidos e ainda vigentes: Na data da emissão Tipo de emissão Pública Pública Pública Pública Pública Pública 402.302 31.396 49.081 95.619 226.206 92.991 BR GAAP e IFRS Consolidado Variação Baixas cambial 31/12/2014 P.U. Custo de emissão emissão Prêmio 10.000 1.159 761 10.000 1.022 670 1.000 658 1.535 1.000 658 1.535 1.000 241 – 10.000 1.345 – BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado Quantidade em circulação 21.264 18.736 126.719 126.719 55 31.000 Encargos a.a. CDI +1,25% IPCA + 6,8% IPCA + 6,5% TJLP + 2,5% CDI +1,25% CDI +1,20% Taxa média efetiva de juros a.a. P.M.V.A. (i) 12,16% 1,5 13,69% 4,0 13,15% 3,8 7,50% 2,7 12,11% 1,1 12,40% 1,3 Circulante Não circulante 107.473 106.235 36.648 187.275 22.934 123.997 32.277 84.763 20.995 18.303 12.012 309.851 232.339 830.424 – 472 232.339 830.896 31/12/2014 213.708 223.923 146.931 117.040 39.298 321.863 1.062.763 472 1.063.235 31/12/2013 213.385 210.020 137.832 128.542 58.146 – 747.925 1.427 749.352 continua Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 29 continuação 18.1. Cronograma de vencimentos de endividamento BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado 31/12/2014 2015 232.339 2016 466.680 2017 125.631 2018 238.585 1.063.235 Os custos incorridos e os prêmios recebidos com as emissões de debêntures estão sendo amortizados pelo prazo do contrato, conforme requerido pela Deliberação CVM nº 649/10. Aos debenturistas detentores dos títulos emitidos em 18 de setembro de 2012, foi outorgado um bônus de subscrição de ações a ser exercido mediante o pagamento por parte da Companhia das debêntures da 1ª série. Conforme requerido pela Deliberação CVM nº 604/10, ao bônus de subscrição foi dado o tratamento contábil de derivativo embutido, haja vista se tratar de instrumento financeiro que outorga o direito de subscrever uma quantidade de UNITS de emissão da Companhia resultante da divisão entre o valor atualizado das debêntures da 1ª Série ao preço de R$28,60 (vinte e oito reais e sessenta centavos), ou seja, uma opção de compra. O valor justo da opção foi determinado a partir do modelo Black & Scholes, as premissas adotadas foram as seguintes: Valor das debêntures atualizado no final do exercício; Preço de exercício do bônus de subscrição da ação; Quantidade de ações com direito a subscrição; Prazo de vencimento das debêntures; Período de volatilidade; Taxa de volatilidade; Valor para atualização da opção. As escrituras de debêntures estabelecem que caso sejam descumpridas as condições descritas abaixo, as debêntures tornar-se-ão automaticamente vencidas, independentemente de aviso ou notificação judicial ou extrajudicial, a saber: Pedido de recuperação judicial ou extrajudicial formulado pela Companhia ou por qualquer uma de suas controladas relevantes independentemente do diferimento do respectivo pedido; Liquidação ou dissolução da Companhia ou de qualquer uma de suas controladas relevantes; Cancelamento, revogação ou rescisão de quaisquer documentos referentes às emissões de debêntures, sem a observância de seus termos; Sentença transitada em julgado prolatada por qualquer juiz ou tribunal declarando a ilegalidade, nulidade ou inexequibilidade de qualquer documento referente às emissões de debêntures; Não pagamento de quaisquer valores devidos aos credores das debêntures nas datas previstas, não sanado no prazo de 2 dias úteis contados da data devida; Vencimento antecipado em razão de inadimplemento no pagamento de quaisquer obrigações financeiras da Companhia ou de qualquer uma de suas controladas relevantes em valor, individual ou agregado, igual ou superior a R$30.000, sendo certo que será atualizado, anualmente, de acordo com a variação acumulada do Índice Geral de Preços ao Mercado, emitido pela Fundação Getúlio Vargas (“IGP-M/FGV”), ou seu equivalente em outras moedas, não sanado em até 15 dias contados de sua ocorrência; Protesto de títulos contra a Companhia ou de qualquer uma de suas controladas relevantes em valor, individual ou agregado, igual ou superior a R$30.000, sendo certo que será atualizado, anualmente, de acordo com a variação Vigência Início Vencimento acumulada do IGP-M/FGV, ou seu equivalente em outras moedas, não sanado em até 30 dias contados de sua ocorrência; e Transformação da forma societária da Companhia de sociedade anônima para sociedade limitada. Adicionalmente, as escrituras de debêntures ainda estabelecem a obrigação da manutenção de índices financeiros (“covenants”) de forma a evitar a aceleração destas obrigações. Destaca-se que, no caso de inobservância a esta exigência a aceleração não é automática, devendo a Companhia informar imediatamente ao agente fiduciário que, por sua vez, no prazo máximo de 5 dias úteis, deverá convocar uma assembleia geral de debenturistas com no mínimo 2/3 de quórum para deliberar sobre o vencimento antecipado das obrigações contraídas pela Companhia. No caso de não instalação da assembleia geral de debenturistas o agente fiduciário deverá declarar o vencimento antecipado das debêntures. Conforme exposto acima, trimestralmente a Companhia deverá manter os seguinte índices financeiros: (i) Dívida líquida/ EBITDA igual ou inferior a 3,0 (três) vezes; e (ii) EBITDA / Despesa financeira líquida igual ou superior a 1,65 (um inteiro e sessenta e cinco centésimos) vez. Onde: Dívida líquida: corresponde ao somatório das dívidas onerosas da beneficiária em bases consolidadas, menos as disponibilidades de curto e longo prazo (somatório do caixa mais aplicações financeiras não restritos); EBITDA: corresponde ao lucro (prejuízo) operacional, adicionado da depreciação e amortização e diminuído do resultado financeiro, apurados de forma acumulada nos últimos 12 meses. Assim sendo, em 31 de dezembro de 2014 e 2013 a Companhia cumpriu com as exigências, conforme demonstrado abaixo: BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 Debêntures de curto prazo 232.339 71.397 Debêntures de longo prazo 830.896 677.955 Empréstimos e financiamentos de curto prazo 142.430 127.674 Empréstimos e financiamentos de longo prazo 207.099 334.856 Arrendamento financeiro de curto prazo 568 1.219 Arrendamento financeiro de longo prazo 98 750 = Dívida bruta 1.413.430 1.213.851 (–) Saldo de disponibilidades 371.626 383.710 = Dívida líquida 1.041.804 830.141 Lucro operacional antes do IRPJ e CSLL 145.429 95.664 Depreciação e amortização 173.459 207.176 Despesas financeiras, líquidas 93.852 100.702 EBITDA 412.740 403.542 (i) Dívida líquida/ EBITDA igual ou inferior a 3,0 2,52 2,06 (ii) EBITDA / Despesa financeira líquida igual ou superior a 1,65 4,40 4,01 De forma a repassar para suas subsidiárias operacionais os recursos financeiros obtidos com a emissão de debêntures a Companhia espelhou suas captações para a Contax-Mobitel, configurando como credora nestas operações, conforme divulgado na nota explicativa 33. 19. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS A composição da posição de empréstimos e financiamentos contraídos pela Companhia e vigentes na data de encerramento destas demonstrações financeiras está apresentada a seguir: Encargos financeiros a.a. Taxa efetiva Objeto Em moeda nacional BNDES - expansão da capacidade instalada BNDES - máquinas e equipamentos BNDES - capital de giro BNDES - Prosoft I BNDES - Prosoft II BNDES - Prosoft III BNDES - PSI Financiamento 03/2010 03/2010 05/2011 09/2012 09/2012 09/2012 10/2014 03/2010 09/2016 09/2016 05/2017 09/2018 09/2018 09/2018 06/2019 03/2015 TJLP + 2,73% 4,50% TJLP + 2,50% TJLP + 1,50% TJLP + 2,50% TJLP + 0,90% 3,50% 8,50% Em moeda estrangeira Capital de Giro - Peru Capital de Giro - Peru Capital de Giro - Peru Capital de Giro - Argentina Capital de Giro - Argentina 03/2011 03/2010 08/2010 03/2013 – 01/2019 07/2016 12/2018 05/2016 – 4,50% 4,70% a 6,0% 3,60% a 7,70% 15,00% 18,00% Apresenta-se abaixo um breve descritivo dos contratos de empréstimos e financiamentos vigentes em 31 de dezembro de 2014: BNDES – expansão da capacidade instalada: Em março de 2010 a Companhia, por meio da subsidiária integral Contax S.A., incorporada em 2014, pela também subsidiária integral Contax Mobitel, contraiu um empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (“BNDES”) com o objetivo de utilizar os recursos financeiros na ampliação da capacidade instalada e modernização das instalações, implementação de programas de qualidade. O valor do principal e os juros serão Liquidados em parcelas mensais e consecutivas com vencimento final previsto para 15 de setembro de 2016. BNDES – máquinas e equipamentos: Também em março de 2010 a Companhia, por meio da subsidiária integral Contax S.A., incorporada em 2014, pela também subsidiária integral Contax Mobitel, contraiu um empréstimo para aquisição de máquinas e equipamentos nacionais, que se enquadrem nos critérios da Agência Especial de Financiamento Industrial (“FINAME”). O valor do principal e os juros serão Liquidados em parcelas mensais e consecutivas com vencimento final previsto para 15 de setembro de 2016. Para ambos os empréstimos descritos anteriormente, as cláusulas relacionadas à cessão fiduciária de direitos creditórios e manutenção de índices financeiros contidas neste contrato foram substituídas com anuência do credor, por carta fiança contratada pela Companhia junto ao Banco Safra S.A., no montante equivalente ao saldo devedor conforme consta do aditivo contratual celebrado entre as partes em 2 de setembro de 2014. BNDES – capital de giro: Em 16 de maio de 2011, a subsidiária integral Contax-Mobitel celebrou contrato de financiamento com o BNDES, na modalidade de capital de giro, cujo vencimento será em 15 de maio de 2017. BNDES – PROSOFT: No âmbito do Programa BNDES para o Desenvolvimento da Indústria Nacional de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (“PROSOFT”), em setembro de 2012 a Companhia captou três tranches, com pagamentos mensais e consecutivos, com vencimento final em 15 de setembro de 2018, a saber: I – Subcrédito “A”: destinado à investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas soluções; II – Subcrédito “B”: destinado a investimentos na ampliação de posições de atendimento, em infraestrutura, mobiliário e treinamento; e III – Subcrédito “C”: destinado a investimentos em projeto de âmbito social designado Projeto Estação do Conhecimento Contax. Em garantia aos empréstimos obtidos no âmbito do PROSOFT, a Companhia ofereceu fianças por meio de Instituições Financeiras. BNDES – PSI: No âmbito do Programa BNDES de Sustentação do Investimento, em 16 de dezembro de 2014, a Companhia contraiu empréstimo para aquisição de equipamentos de informática. O vencimento final desta obrigação está previsto para 15 de junho de 2019. Em garantia ao financiamento, a Contax-Mobitel ofereceu avais e alienação fiduciária dos equipamentos adquiridos por meio desse contrato. Adicionalmente este contrato prevê condições de vencimento antecipado relacionadas à manutenção de índices financeiros conforme divulgado no item 19.1. Financiamento – unidade Recife: Em março de 2010, a Companhia celebrou contrato de financiamento com o Banco do Nordeste do Brasil S.A., com o objetivo de financiar a implantação de uma nova unidade operacional na cidade de Recife, no Estado de Pernambuco. O saldo devedor será atualizado por uma taxa fixa de 10% a.a., com bônus de adimplência de 15%, perfazendo uma taxa efetiva de 8,5% a.a. O principal e os encargos serão pagos mensalmente. O vencimento final está previsto para março de 2015. Capital de giro - Peru: Por meio de suas subsidiárias indiretas Allus Peru e Stratton Peru, a Companhia contraiu empréstimos na modalidade de capital de giro, com vencimento máximo previsto para abril de 2018. Não foram oferecidas garantias na obtenção destes recursos. Capital de giro - Argentina: Por meio de sua subsidiária indireta Stratton Argentina, a Companhia contraiu empréstimos na modalidade de capital de giro, com vencimento máximo previsto para julho de 2016. Não foram oferecidas garantias na obtenção destes recursos. Conforme mencionado anteriormente a Companhia contratou junto à instituições financeiras carta fiança para garantia aos credores das operações de empréstimos e financiamentos. No exercício findo em 31 de dezembro de 2014, os custos relativos a essas fianças totalizaram R$2.162 (R$2.089 em 31 de dezembro de 2013). BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado Circulante Não circulante 31/12/2014 31/12/2013 7,73% 4,50% 7,50% 6,50% 7,50% 5,90% 3,50% 8,50% 56.617 8.448 5.275 17.179 30.027 1.044 246 4.268 123.104 42.217 6.315 7.416 46.750 81.590 2.844 1.089 – 188.221 98.834 14.763 12.691 63.929 111.617 3.888 1.335 4.268 311.325 155.280 23.196 17.939 68.179 119.034 4.146 – 21.335 409.109 4,50% 6,00% 7,70% 15,30% – 11.110 434 6.562 1.220 – 19.326 142.430 4.515 178 13.209 976 – 18.878 207.099 15.625 612 19.771 2.196 – 38.204 349.529 14.362 2.056 19.745 16.293 965 53.421 462.530 19.1. Exigência de manutenção de índices financeiros (covenants) Em decorrência do empréstimo contraído junto ao BNDES no âmbito do Programa BNDES de Sustentação do Investimento a Companhia, de forma a evitar a aceleração das dívidas contraídas junto a esta instituição, deverá manter em bases trimestrais os seguintes índices financeiros: (i) Dívida líquida/ EBITDA igual ou inferior a 3,0 (três) vezes; e (ii) EBITDA / Despesa financeira líquida igual ou superior a 1,65 (um inteiro e sessenta e cinco centésimos) vez. Onde: Dívida líquida: corresponde ao somatório das dívidas onerosas da beneficiária em bases consolidadas, menos as disponibilidades de curto e longo prazo (somatório do caixa mais aplicações financeiras não restritos). EBITDA: corresponde ao lucro (prejuízo) operacional, adicionado da depreciação e amortização e diminuído do resultado financeiro, apurados de forma acumulada nos últimos 12 meses. Assim sendo, em 31 de dezembro de 2014 e 2013 a Companhia cumpriu com as exigências, conforme demonstrado abaixo: BR GAAP e IFRS Controladora e Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 Debêntures de curto prazo 232.339 71.397 Debêntures de longo prazo 830.896 677.955 Empréstimos e financiamentos de curto prazo 142.430 127.674 Empréstimos e financiamentos de longo prazo 207.099 334.856 Arrendamento financeiro de curto prazo 568 1.219 Arrendamento financeiro de longo prazo 98 750 = Dívida bruta 1.413.430 1.213.851 (–) Saldo de disponibilidades 371.626 383.710 = Dívida líquida 1.041.804 830.141 Lucro operacional antes do IRPJ e CSLL 145.429 95.664 Depreciação e amortização 173.459 207.176 Despesas financeiras, líquidas 93.852 100.702 EBITDA 412.740 403.542 (i) Dívida líquida/ EBITDA igual ou inferior a 3,0 2,52 2,06 (ii) EBITDA / Despesa financeira líquida igual ou superior a 1,65 4,40 4,01 O cronograma de vencimentos do endividamento está apresentado abaixo: BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 2015 142.430 2016 109.944 2017 56.186 2018 40.590 379 2019 em diante 349.529 Garantias: BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 349.529 462.530 Saldo de empréstimos e financiamentos Garantias vinculadas ao BNDES Fiança 313.657 218.512 1.346 – Alienação fiduciária dos bens financiados 315.003 218.512 continua 30 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 continuação 20. FORNECEDORES Fornecedores nacionais Terceiros Partes relacionadas Fornecedores estrangeiros Terceiros BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 220 – 220 120 – 120 134.706 3.307 138.013 173.855 7.436 181.291 – – 19.222 20.572 – – 19.222 20.572 220 120 157.235 201.863 O saldo de fornecedores com partes relacionadas é constituído pelas empresas do grupo Oi S.A, conforme apresentado detalhadamente na nota explicativa nº 33. As contas a pagar à fornecedores não estão sujeitas a incidência de juros e são geralmente Liquidadas no prazo de 60 dias. 21. SALÁRIOS, ENCARGOS SOCIAIS E BENEFÍCIOS BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 Salários e honorários 103 12 110.474 118.782 Férias provisionadas – – 118.450 125.657 Encargos sociais 274 175 41.087 83.320 Benefícios – – 8.375 8.470 Gratificações e participações de empregados – – 30.237 27.670 – – 786 580 Outros 377 187 309.409 364.479 22. OBRIGAÇÕES COM ARRENDAMENTO MERCANTIL A Companhia é arrendatária em diversos contratos que podem ser classificados como arrendamento operacional ou financeiro. 22.1. Operacional Os pagamentos mínimos futuros de arrendamentos mercantis operacionais não canceláveis, são apresentados a seguir: BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 2015 108.320 2016 84.711 2017 65.461 2018 53.508 88.262 2019 em diante 400.262 Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2014, os pagamentos de arrendamentos operacionais reconhecidos como despesa no exercício totalizaram R$140.036 (R$140.019 em 31 de dezembro 2013). 22.2. Financeiros A Companhia contrata arrendamentos mercantis financeiros de equipamentos, de informática e imobiliário, destinados à manutenção de suas atividades. A Companhia mantém controle dos bens arrendados os quais estão apresentados a seguir: BR GAAP e IFRS Consolidado Taxa média 31/12/2014 31/12/20013 ponderada a.a. Custo Veículos 311 311 Máquinas e equipamentos 1.676 2.259 Equipamentos de informática 97 1.023 – 145 Equipamentos de telecomunicação 2.084 3.738 Depreciação acumulada Veículos 20% (179) (116) Máquinas e equipamentos 33% (885) (585) Equipamentos de informática 20% (69) (759) – (46) Equipamentos de telecomunicação 10% (1.133) (1.506) 951 2.232 Os pagamentos futuros mínimos obrigatórios estão segregados conforme a seguir e foram registrados no passivo circulante e não circulante. A expectativa para os pagamentos dos contratos de arrendamento mercantil em aberto está descrita no quadro a seguir: BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 Valor presente dos Pagamentos Juros pagamentos mínimos futuros mínimos 2015 568 55 623 2016 75 68 143 23 1 24 2017 666 124 790 As cláusulas dos contratos de ambas as modalidades, no que tange a renovação, reajuste e opção de compra, são as práticas de mercado. Ademais, não existem cláusulas de pagamentos contingentes ou relativas à restrição de distribuição de dividendos, pagamentos de juros sobre capital próprio ou captação de dívida adicional. 23.TRIBUTOS A RECOLHER BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 IRPJ e CSLL – 637 11.196 15.730 ISS 3 3 13.666 9.718 PIS e COFINS 5 – 8.922 11.023 Impostos parcelados (i) – – 4.648 3.637 IRRF 1.320 10 4.815 855 39 60 16.170 22.033 Outros tributos a recolher (ii) 1.367 710 59.417 62.996 Circulante 1.367 710 56.234 61.011 Não circulante – – 3.183 1.985 (i) Em agosto de 2014, a Companhia aderiu ao programa de recuperação fiscal denominado - REFIS DA COPA, instituído pelas Leis nº 12.996 em 30 parcelas mensais. O valor da adesão foi de R$2.895 e as amortizações do parcelamento ocorrerão a partir de janeiro de 2015, momento em que o débito for consolidado. Em setembro de 2009 a Companhia aderiu ao parcelamento previsto na Lei 11.941/2009 em 180 prestações mensais, com o objetivo de liquidar os valores correspondentes à multa de mora ou de ofício e à juros moratórios, inclusive as relativas a débitos inscritos em dívida ativa, com a utilização de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativo da contribuição social sobre o lucro líquido próprios. O saldo a pagar é de R$1.337 e encerrará em setembro de 2024. (ii) Refere-se basicamente a impostos retidos sobre consignação a favor de terceiros. 24. PROVISÕES PARA RISCOS TRIBUTÁRIOS, CÍVEIS E TRABALHISTAS A Companhia e suas controladas estão envolvidas em determinados assuntos legais oriundos do curso normal de seus negócios, que incluem processos cíveis, administrativos, tributários, previdenciários e trabalhistas. A Companhia classifica os riscos de perda nos processos legais como “prováveis”, “possíveis” ou “remotos”. A provisão registrada em relação à tais processos é determinada pela Administração da Companhia, com base na análise de seus assessores jurídicos, e refletem razoavelmente as perdas prováveis estimadas. No Brasil, a atividade operacional da Companhia a expõe, por meio de ações impetradas por colaboradores desligados à contingências das quais a matéria em discussão está em fase de regulamentação, com a discussão do marco regulatório da terceirização. Em 23 de setembro de 2014 ocorreu mais um importante avanço com o tratamento dado pelo Supremo Tribunal Federal sobre o tema com a decretação do sobrestamento das ações judiciais que questionam a licitude da terceirização de serviços pelas companhias telefônicas para os prestadores de serviços especializados, conforme prevista na Lei Geral das Telecomunicações. O sobrestamento decretado suspende as execuções e recursos das ações judiciais trabalhistas sem decisão definitiva em todas as instâncias até que seja julgada a repercussão geral. Atualmente, no Brasil, não se dispõe de legislação específica sobre a terceirização e o Judiciário vem tratando as discussões sobre o tema através da Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (“TST”), que autoriza a terceirização de “atividade meio” das empresas. A Administração da Companhia acredita que a provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas, constituída de acordo com a Deliberação CVM n° 594/09, é suficiente para cobrir eventuais perdas com processos administrativos e judiciais, conforme apresentado a seguir. A Companhia e suas controladas. 24.1. Contingências com perdas prováveis BR GAAP e IFRS Consolidado Atualização 31/12/2013 Adições Pagamentos Reversões 31/12/2014 monetária Fiscais 99.770 16.464 – (27.276) 1.286 90.244 Trabalhistas 95.093 40.598 (30.048) (9.724) 232 96.151 8.035 262 – (7.428) (49) 820 Cíveis 202.898 57.324 (30.048) (44.428) 1.469 187.215 Total Circulante 24.405 24.421 Não Circulante 178.493 162.794 24.1.1. Tributárias As contingências tributárias consolidadas e classificadas como perda provável, envolvem principalmente os seguintes processos: Multiplicador FAP: a partir de 1º de janeiro de 2010, a Previdência Social do Brasil, por força de lei, instituiu o Fator Acidentário de Prevenção (“FAP”). O FAP tem como base a dicotomia “bonus - malus” e seu valor varia entre 0,5% e 2,0% sobre a alíquota do encargo previdenciário referente ao Risco de Acidente de Trabalho (“RAT”), conforme o maior ou menor grau de investimentos em programas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho e proteção contra os riscos ambientais do trabalho, respectivamente. A Contax está questionando, judicialmente, a aplicação do multiplicador FAP, pois há diversas ofensas à Constituição Federal do Brasil e à legislação ordinária, na metodologia desenvolvida pela Previdência Social do Brasil. Em 11 de fevereiro de 2010, foi obtida liminar para realização de depósito judicial do montante decorrente da diferença advinda do multiplicador FAP. Aguarda-se análise do pedido liminar de mérito, para suspensão do pagamento da referida diferença, até decisão final. Em 31 de dezembro de 2014, o valor provisionado referente a este risco tributário corresponde a R$83.961 (R$61.708 em 31 de dezembro de 2013). Imposto sobre Serviços (“ISS”): Em 20 de fevereiro de 2006, a Secretaria da Fazenda do município do Rio de Janeiro, lavrou auto de infração, que tem como objeto o recolhimento a menor de ISS e o não recolhimento dos acréscimos moratórios incidentes sobre o pagamento após o vencimento, referente aos períodos compreendidos entre janeiro de 2000 a julho de 2005. Foi apresentada, por parte da Companhia, impugnação, a qual foi julgada improcedente, motivo pelo qual a Companhia enviou recurso voluntário, que se encontra no Conselho de Contribuintes do Município aguardando julgamento. Em 31 de dezembro de 2014, o valor provisionado referente a este risco tributário corresponde à R$2.201 (R$2.131 em 31 de dezembro de 2013). Imposto sobre Serviços (“ISS”) na base de cálculo do PIS e da COFINS: Em abril de 2007, a Contax S.A. ajuizou ação declaratória pleiteando a exclusão do ISS na base de cálculo das parcelas vincendas do PIS e da COFINS e, sucessivamente, autorizar a compensação dos valores indevidamente recolhidos a este título nos últimos cinco exercícios. Em julho de 2008, foi expedida uma decisão favorável a Companhia que passou a não recolher as parcelas discutidas, entretanto, mantendo o devido provisionamento dos valores envolvidos. Em 8 de outubro de 2014, o Supremo Tribunal Federal do Brasil julgou um recurso extraordinário de uma ação com características bastante similares ao pleito da Companhia, dando provimento ao recurso do contribuinte, sendo esta decisão o principal fator para mudança de prognóstico dos assessores legais da Companhia em relação à possibilidade de êxito neste pleito, o que acarretou na reversão do valor total provisionado no montante de R$29.532, sendo, R$21.494 de principal e R$8.038 de atualização monetária. O efeito desta reversão foi registrado na linha de gerais e administrativas da demonstração do resultado. 24.1.2.Trabalhistas A Companhia é ré em diversas reclamações trabalhistas individuais em andamento, principalmente relacionadas às horas extras, equiparação salarial, continuidade de vínculo empregatício, entre outras. Nenhum destes processos é isoladamente relevante. A Companhia constituiu provisão baseada em informações históricas. Na opinião da Administração e de seus assessores legais, a provisão é suficiente para fazer face de prováveis perdas. Em 31 de dezembro de 2014, a Companhia figurava como ré em 25.904 ações trabalhistas (22.152 em 31 de dezembro de 2013) a provisão constituída com base em histórico de condenações corresponde à R$96.151 em 31 de dezembro de 2014 (R$95.093 em 31 de dezembro de 2013). 24.1.3. Cíveis A Companhia apresenta processos cíveis, os quais na opinião dos assessores jurídicos, a probabilidade de perda é possível. 24.2. Contingências classificadas como perdas possíveis A Companhia possui contingências de natureza tributária, trabalhista, previdenciária e cível, cuja expectativa de perda avaliada pela Administração e suportada pelos assessores jurídicos está classificada como possível e, portanto, nenhuma provisão foi constituída. Em 31 de dezembro de 2014 as contingências classificadas com probabilidade de perda possível, totalizaram R$662.074, sendo: R$285.036 de tributárias e R$377.038 de trabalhistas. 24.2.1.Tributários As contingências tributárias consolidadas e classificadas como perda possível, envolvem principalmente os seguintes processos: Autos de infração: Em outubro de 2012, a subsidiária integral Contax-Mobitel foi autuada pela Receita Federal do Brasil, no montante de R$44,7 milhões. Os autos de infração recebidos compreendem os anos calendários de 2006 e 2007 e referem-se ao não recolhimento das contribuições previdenciárias e glosa de valores contabilizados como despesas dedutíveis, para fins de apuração de IRPJ e CSLL, além de multas (obrigações acessórias) e penalização por realização de campanhas de marketing de incentivo, com o pagamento de bônus a determinados empregados, mediante a distribuição de cartões corporativos. A Contax-Mobitel impugnou administrativamente os autos de infração. As impugnações foram julgadas parcialmente procedentes, para reconhecer a decadência parcial da cobrança. Atualmente, os processos encontram-se no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Dedutibilidade de amortização de ágio decorrente de incorporação: A controlada indireta Multienlace foi autuada pelo agente fiscal da Colômbia, denominado Dirección de Impuestos y Aduanas Nacionales (“DIAN”) que alega que as incorporações ocorridas que proporcionaram a amortização do ágio oriundo de aquisições somente tiveram propósito de redução de carga tributária. O valor envolvido nestas autuações corresponde a R$36.798 em 31 de dezembro de 2014 (R$19.599 em 31 de dezembro de 2013). ISS sobre serviços de cobrança: Em 2013, a empresa foi objeto de fiscalização pelo município de Belo Horizonte, com o objetivo de apurar se parte das atividades realizadas naquele município, ainda que por meio de central de telemarketing, caracterizariam o serviço do item 17.22 da lista anexa à Lei complementar nº 116/2003 (“cobrança em geral”), sujeito à alíquota de 5% para o ISS. Em dezembro de 2013, foi lavrado auto de infração para cobrança da diferença entre as alíquotas de ISS de 2% (serviços de telemarketing) e 5% (serviços de cobrança), referentes aos períodos compreendidos entre dezembro de 2008 e junho de 2013. Além disso, a fiscalização municipal também glosou parte dos abatimentos realizados pela empresa a título de doações para incentivos culturais (benefício fiscal concedido pelo município), sob a alegação de falta de comprovação dos depósitos efetuados em favor dos produtores das atividades incentivadas. Foi apresentada impugnação, que aguarda julgamento. Em 31 de dezembro de 2014 o valor envolvido nesta autuação corresponde à R$41.687 (R$38.124 em 31 de dezembro de 2013). ISS sobre prestação de serviço fora do município: Em 2014, a empresa foi autuada em 32 autos de infração lavrados pela Prefeitura do Município de São Paulo com o intuito de exigir o ISS supostamente não recolhido, ou recolhido a menor, ao município em razão de serviços prestados a tomadores localizados em diversos municípios ou no exterior, referentes aos períodos compreendidos entre janeiro de 2009 a dezembro de 2013. Em 31 de dezembro de 2014 o valor envolvido nestas autuações corresponde a R$23.545. Contribuição previdenciária:Refere-se a 3 autos de infração, requerendo a cobrança de contribuições previdenciárias devido à divergências entre a guia de recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (“FGTS”) e a folha de pagamento e abono. Em abril de 2014, a Companhia entrou com ação anulatória desses débitos fiscais. Em 31 de dezembro de 2014 o valor envolvido nestas autuações corresponde a R$38.563 (R$29.136 em 31 de dezembro de 2013). Não recolhimento de contribuições ao SAT: Refere-se a auto de infração sobre suposto descumprimento de acordo coletivo com o não recolhimento do Seguro de Acidente do Trabalho (“SAT”) sobre abono pago aos funcionários, nos períodos compreendidos entre julho de 2004 e novembro de 2005. Em 31 de dezembro de 2014 o valor envolvido nestas autuações corresponde a R$17.811 (R$16.578 em 31 de dezembro de 2013). 25. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 25.1. Capital social Em 31 de dezembro de 2014 e de 2013, o capital subscrito e integralizado era de R$181.637.683,90 (cento e oitenta e um milhões, seiscentos e trinta e sete mil, seiscentos e oitenta e três reais e noventa centavos), representados por 345.767.870 ações escriturais, nominativas e sem valor nominal, ordinárias e preferenciais, a saber: Quantidade Participação do capital 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 % 31/12/2013 % Ordinárias 119.725.707 119.725.707 63.573 35% 63.573 35% 226.042.163 226.042.163 118.065 65% 118.065 65% Preferenciais 345.767.870 345.767.870 181.638 100% 181.638 100% As ações preferenciais poderão representar até dois terços do total das ações emitidas pela Companhia, podendo em sua emissão ser alterada a proporção anterior existente entre ações ordinárias e preferenciais. A Companhia está autorizada a aumentar seu capital social em até 500.000.000 (quinhentos milhões) de ações, ordinárias ou preferenciais, independente de reforma estatutária, mediante deliberação do Conselho de Administração, que fixará as condições da emissão. continua Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 31 continuação Ao detentor de cada ação ordinária é conferido o direito a um voto nas assembleias gerais de acionistas da Companhia. Ressalvadas as exceções previstas em lei, as deliberações da assembleia geral de acionistas são tomadas por votos de titulares de ações ordinárias. Os votos em branco não são computados. As ações preferenciais emitidas pela Companhia conferem a seus titulares o direito a voto restrito, exclusivamente as seguintes matérias: (i) transformação, incorporação, fusão ou cisão da Companhia; (ii) aprovação de contratos entre a Companhia e o acionista controlador, conforme definido no regulamento do nível 2, diretamente ou por meio de terceiros, assim como de outras sociedades nas quais o acionista controlador tem interesse, sempre que por força de disposição legal ou estatutária, sejam deliberados em assembleia geral; (iii) avaliação de bens destinados à integralização de aumento de capital da Companhia; (iv) escolha de instituição ou empresa especializada para determinação do valor econômico da Companhia; e (v) alteração ou revogação de dispositivos estatutários que alterem ou modifiquem quaisquer das exigências previstas no item 4.1 do regulamento do nível 2 da BMF&Bovespa, devendo tal direito a voto prevalecer enquanto estiver em vigor o contrato de participação no nível 2, sendo-lhes assegurada prioridade no reembolso em caso de liquidação da Companhia, sem prêmio, e no pagamento de dividendos mínimos, não cumulativos, de (i) 6% ao ano, sobre o valor resultante da divisão do capital subscrito pelo número de ações da Companhia ou (ii) 3% do valor do patrimônio líquido da ação, prevalecendo o que for maior entre estas duas condições. Os titulares de ações preferenciais poderão adquirir direitos de voto irrestritos a partir do momento em que a Companhia deixar de pagar dividendos durante 3 anos consecutivos. Os direitos de voto perduram até que os dividendos sejam devidamente pagos. Em 2 de abril de 2013, os acionistas, por meio de uma assembleia geral extraordinária, aprovaram a implantação do programa de emissão de certificados de depósitos de ações (“Units”), onde cada Unit é representativa de 1 ação ordinária e 4 ações preferenciais de emissão da Contax (“Múltiplos de Ações”) e negociada por meio do código CTAX11. Desde a aprovação, foram emitidas 54.384.723 (“Units”). 25.1.1. Composição do capital social por natureza BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 Ações ordinárias 119.725.707 119.725.707 (1.358.300) (352.011) Ações em tesouraria 118.367.407 119.373.696 Ações em circulação 25.1.2. Movimentação das ações em circulação BR GAAP e IFRS Consolidado Quantidade de ações em circulação 31/12/2014 31/12/2013 Ações no início do exercício 119.373.696 24.614.786 Cisão CTX Participações – 4.467.493 Desdobramento – 117.736.300 Conversão para UNITS – (27.444.668) Compra de ações (tesouraria) (1.006.289) (1.407.184) – 1.406.969 Venda de ações em tesouraria 118.367.407 119.373.696 Ações no final do exercício 25.2. Ações em tesouraria A Companhia possui 1.358.300 ações de sua própria emissão em tesouraria, com custo médio de R$17,15 (dezessete reais e quinze centavos) por ação, com valor de mercado correspondente a R$14.941. Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2014, conforme autorizado pelo Conselho de Administração, a Companhia adquiriu 1.006.289 ações de sua própria emissão a um custo de R$13.985, tendo como objetivo a manutenção das ações em tesouraria para eventual atendimento ao disposto nos planos de opção de compras de ações. 25.3. Composição do capital social por titularidade A posição acionária dos maiores acionistas, administradores, membros do Conselho de Administração e Conselho Fiscal da Companhia é apresentada a seguir: 31/12/2014 31/12/2013 Acionistas Quantidade % Quantidade % Maiores acionistas CTX Participações S.A. 66.318.675 55,39 69.486.980 58,04 Fundo Verde - Credit Suisse Hedging Griffo 15.223.290 12,72 15.223.290 12,72 Skopos Investimentos Ltda. 10.692.460 8,93 10.692.460 8,93 Portugal Telecom Brasil – – 4.292.096 3,58 AG Telecom Participações – – 2.652.644 2,22 LF Tel S.A. – – 2.652.644 2,22 Previ 3.902.250 3,26 – – Funcep 3.069.598 2,56 – – Fundação Atlantico de Seguridade Social 1.094.747 0,91 772.270 0,65 Administradores Conselho da administração 240.475 0,20 120.575 0,10 Diretoria 24.577 0,02 – – Ações em tesouraria 1.358.300 1,13 352.011 0,29 17.801.335 14,88 13.480.737 11,25 Outros 119.725.707 100,00 119.725.707 100,00 A posição acionária dos acionistas detentores de mais de 5% do capital votante é apresentada a seguir: 31/12/2014 31/12/2013 Acionistas Quantidade % Quantidade % CTX Participações S.A. 66.318.675 55,39 69.486.980 58,04 Fundo Verde - Credit Suisse Hedging Griffo 15.223.290 12,72 15.223.290 12,72 Skopos Investimentos Ltda. 10.692.460 8,93 10.692.460 8,93 27.491.282 22,96 24.322.977 20,31 Outros 119.725.707 100,00 119.725.707 100,00 A Companhia está vinculada à arbitragem na Câmara de Arbitragem do Mercado, conforme Cláusula Compromissória constante no seu estatuto social. 25.4. Distribuição do lucro BR GAAP e IFRS Controladora 31/12/2014 31/12/2013 – – Saldo no início do exercício Lucro atribuível aos acionistas 96.646 102.257 Dividendo mínimo obrigatório 24.162 25.564 72.484 76.693 Reserva estatutária – – Saldo no final do exercício 25.5. Reserva de Capital A reserva de capital em 31 de dezembro de 2014 apresenta o saldo de R$59.918 (R$59.442 em 31 de dezembro de 2013), ambos os saldos líquidos do montante de R$33.237, referente ao ágio pago na aquisição da participação de acionistas não controladores da TODO, ocorrida no exercício findo em 31 de dezembro de 2013. 25.6. Reservas de lucros O estatuto social da Companhia prevê que a reserva estatutária será constituída com o objetivo de assegurar a realização de investimentos de interesse da Companhia, bem como para reforçar seu capital de giro. Conforme aviso aos acionistas emitido em 12 de dezembro de 2014, foram distribuídos dividendos intermediários no valor de R$76.693, da conta de reserva estatutária, referentes ao exercício de 2013. A Administração da Companhia deliberou pela destinação de R$72.484 do lucro auferido no exercício para constituição da reserva estatutária. Conforme facultado pelo art. 193 da Lei 6.404/76, Lei das Sociedades por Ações. Como consequência dos atos acima descritos, em 31 de dezembro de 2014 o saldo da reserva estatutária corresponde a R$72.484 (R$76.693 em 31 de dezembro de 2013). Conforme facultado pelo art.193, §1º; a Companhia não destinou parte dos lucros auferidos para a reserva legal, visto que a soma dos saldos da reserva legal e da reserva estatutária ultrapassam o percentual equivalente a 30% do capital social. Em 31 de dezembro de 2014 e 2013 o saldo acumulado da reserva legal corresponde à R$28.378. 25.7. Remuneração dos acionistas O estatuto social da Companhia estabelece que as ações preferenciais tenham direito ao recebimento, até o limite dos lucros e reservas disponíveis, a um dividendo não cumulativo, correspondente ao maior valor apurado entre: (i) seis por cento do resultado da divisão do capital social subscrito pelo valor total das ações, e (ii) três por cento do valor patrimonial de cada ação (“dividendo preferencial”), o que for maior entre eles. Havendo lucro adicional passível de distribuição, a Companhia está obrigada a distribuir a todos os acionistas um valor igual a, no mínimo, vinte e cinco por cento do lucro líquido ajustado (“dividendo obrigatório”), conforme requerido pela Lei 6.404/76, Lei das Sociedades por Ações. Desta forma, a Companhia é obrigada a pagar o dividendo obrigatório aos titulares de ações preferenciais, na medida em que os dividendos de ações preferenciais forem pagos. O pagamento do dividendo obrigatório poderá se limitar ao lucro líquido realizado do exercício, contanto que a diferença seja registrada como reserva não realizada. O lucro líquido registrado como reserva de lucros a realizar, quando realizado e, desde que não seja compensado por prejuízos de anos subsequentes, deverá ser acrescentado ao primeiro dividendo declarado, após a respectiva realização. A Companhia poderá efetuar outras distribuições, na medida em que existirem lucros e reservas disponíveis. Todas as distribuições acima mencionadas poderão ser realizadas sob a forma de dividendos ou juros sobre capital próprio. A remuneração dos acionistas foi determinada conforme apresentado abaixo: BR GAAP e IFRS Controladora 31/12/2014 31/12/2013 96.646 102.257 Lucro líquido do exercício Base de cálculo dos dividendos 96.646 102.257 Dividendo mínimo obrigatório (25,00%) 24.162 25.564 72.484 76.693 Remuneração excedente ao dividendo mínimo obrigatório 96.646 102.257 Remuneração dos acionistas no exercício Percentual da remuneração sobre a base de cálculo 100,00% 100,00% Dividendos pagos por ação 0,00082 0,00086 102.044 – Pagamentos de dividendos relativos à 2013 102.044 – Pagamentos efetuados no exercício Nos exercícios de 2014 e 2013 a reserva legal não foi acrescida, pois o saldo da reserva de capital acrescido do saldo da reserva legal está acima de 30% do capital social, conforme critério adotado pela Companhia. Os dividendos mínimos obrigatórios estão demonstrados no balanço patrimonial de 31 de dezembro de 2014 como obrigações legais (provisões no passivo circulante). 26. RECEITA OPERACIONAL A conciliação entre a receita bruta e a receita operacional líquida apresentada na demonstração do resultado dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 está demonstrada a seguir: BR GAAP e IFRS Controladora 31/12/2014 31/12/2013 3.727.967 3.925.149 Receita bruta Impostos sobre as vendas COFINS (97.224) (107.805) ISS (99.331) (111.881) INSS (58.094) (64.141) (21.087) (23.360) PIS 3.452.231 3.617.962 Receita operacional líquida 27. RESULTADO POR NATUREZA O Grupo Contax apresentou a demonstração do resultado utilizando uma classificação dos custos e das despesas baseada na sua função. As informações sobre a natureza desses custos e despesas, reconhecidos na demonstração do resultado são apresentadas a seguir: BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 Custos dos serviços prestados Contingências – – 38.161 23.817 Serviços de terceiros – – 191.903 275.056 Depreciação/amortização – – 144.546 178.335 Salários e benefícios a empregados – – 2.291.647 2.355.309 Energia elétrica – – 62.704 60.341 Aluguéis e seguros – – 154.726 151.476 Marketing, patrocínios, doações – – 1.758 2.983 – – 14.133 26.424 Outros – – 2.899.578 3.073.741 Despesas com vendas Serviços de terceiros – – 5.570 2.662 Depreciação/amortização – – 4 – Salários e benefícios a empregados – – 4.915 10.556 Marketing, patrocínios, doações – – 7.009 6.838 – – 46 1 Outros – – 17.544 20.057 Despesas administrativas Contingências 131 – 19.117 19.555 Serviços de terceiros 1.421 2.006 68.343 88.973 Depreciação/amortização – – 28.909 28.841 Salários e benefícios a empregados 278 300 163.365 151.914 Honorários 1.298 1.404 1.298 1.404 Energia elétrica – – 2.456 1.959 Aluguéis e seguros 114 105 16.693 14.646 Marketing, patrocínios, doações 520 628 13.721 2.680 13 9 4.917 3.533 Outros 3.775 4.452 318.819 313.505 Pagamento baseado em ações 476 (2.131) 476 (2.131) Remuneração baseada em ações 476 (2.131) 476 (2.131) 28. OUTRAS (DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS, LÍQUIDAS BR GAAP BR GAAP e IFRS Controladora Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 Receitas Reversões de provisão para contingências – – 28.415 1.162 Despesas recuperadas 168 – 21.609 15.427 Venda de imobilizado – – 25 – – – 214 3.457 Outros 168 – 50.263 20.046 Despesas Provisões para contingências – – (2.982) (4.555) IPTU – – (7.165) (7.743) Custo de imobilizado baixado – – – (2.585) (191) (75) (16.649) (21.587) Outros (191) (75) (26.796) (36.470) (23) (75) 23.467 (16.424) 29. DESPESAS COM REMUNERAÇÃO DE COLABORADORES BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 1.405.048 1.434.072 Remuneração fixa Encargos sociais 528.507 534.374 Benefícios 254.713 282.240 Participação dos empregados nos lucros 24.114 27.536 Remuneração variável 193.398 169.561 476 (2.131) Pagamento baseado em ações 55.445 71.400 Outros 2.461.701 2.517.052 continua 32 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 continuação 30. RECEITAS (DESPESAS) FINANCEIRAS, LÍQUIDAS 31/12/2014 Receitas financeiras: Rendimento de aplicações financeiras (i) Juros e atualização monetárias sobre outros ativos Instrumentos financeiros (ii) Outros Ajuste valor justo – conversibilidade debêntures Juros sobre debêntures 1.557 1.985 – – 955 97.819 102.316 31/12/2014 Despesas financeiras: Juros sobre debêntures Juros sobre financiamento Juros e variações monetárias sobre outros passivos Outras despesas financeiras Comissão carta de fiança Juros e atualização monetária de contingências Instrumentos financeiros (99.514) – BR GAAP Controladora 31/12/2013 3.102 657 25.516 87 6.452 65.332 101.146 BR GAAP Controladora 31/12/2013 (78.019) (5) BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 29.094 18.925 15.018 6.617 10.470 25.270 8.936 4.453 955 6.452 – – 64.473 61.717 BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 (99.514) (23.671) (78.148) (33.683) (1.013) (25) (19.316) (18.582) (3.652) (290) (9.835) (5.035) (960) (954) (4.519) (4.688) – – (1.470) (6.194) – – – (16.089) (105.139) (79.293) (158.325) (162.419) (i) Os rendimentos com aplicações financeiras no consolidado apresentaram aumento em virtude de um maior volume de caixa no exercício. (ii) Refere-se a marcação a mercado da contraprestação contingente decorrente da aquisição dos acionistas minoritários da TODO no exercício de 2014 e da Ability no exercício de 2013. 31. LUCRO POR AÇÃO O estatuto social da Companhia assegura aos acionistas detentores de ações preferenciais a seguinte vantagem, entre outras: pagamento de dividendos mínimos, não cumulativos, de: (a) 6% (seis por cento) ao ano, sobre o valor resultante da divisão do capital subscrito pelo número de ações da Companhia; ou (b) 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação; Prevalecendo o que for maior entre (a) e (b). O lucro por ação foi calculado observando-se os requerimentos da Deliberação CVM nº 553/08, bem como as disposições do estatuto social da Companhia e da Lei das Sociedades por Ações, conforme demonstrado abaixo: BR GAAP e IFRS Controladora 31/12/2014 31/12/2013 Numerador Lucro líquido do período 96.646 102.257 Dividendo preferencial conforme estatuto social 11.873 13.147 (1) 15.796 16.712 Dividendo preferencial inserido no dividendo mínimo obrigatório (1) Como a parcela dos dividendos mínimos obrigatórios destinados aos acionistas detentores de ações preferenciais é superior ao mínimo inserido no estatuto social, este último não afeta a distribuição do lucro gerado no ano. Lucro a ser distribuído 96.646 102.257 Ações ordinárias emitidas 119.725.707 35% 119.725.707 35% 226.042.163 65% 226.042.163 65% Ações preferenciais emitidas 345.767.870 100% 345.767.870 100% Numerador por tipo de ação: Ações ordinárias 33.465 35.408 Ações preferenciais 63.181 66.849 Número médio ponderado de ações em circulação – básico Ações ordinárias 118.122.497 127.617.315 Ações preferenciais 224.909.489 214.529.403 Lucro líquido por ação – básico em R$ Ações ordinárias 0,28331 0,27745 Ações preferenciais 0,28092 0,31161 Número de ações potenciais Ações ordinárias 100.573 1.340.000 Ações preferenciais 402.292 – Número médio ponderado de ações em circulação diluído Ações ordinárias 118.223.070 128.957.315 Ações preferenciais 225.311.781 214.529.403 Lucro líquido por ação – diluído em R$ Ações ordinárias 0,28306 0,27457 Ações preferenciais 0,28042 0,31161 32. PAGAMENTOS BASEADOS EM AÇÕES As opções de compra de ações da Companhia têm como objetivo a outorga de opção para subscrição UNITS. O plano foi criado com o objetivo de atrair executivos altamente qualificados, para a Companhia, bem como incentivar o desempenho e favorecer a retenção dos executivos, que uma vez beneficiados pelos resultados para os quais tenham contribuído, constituirão um maior alinhamento de interesses com os acionistas e um consequente compartilhamento de riscos do mercado de capitais. Os planos constituem negócio oneroso de natureza exclusivamente civil e não criam qualquer obrigação de natureza trabalhista ou previdenciária entre a Companhia e os beneficiários. O Plano será administrado pelo Conselho de Administração ou, por opção deste, por um Comitê de Gestão de Pessoas que será composto por três membros do Conselho de Administração, sendo pelo menos um deles necessariamente membro efetivo do mesmo Conselho, o Diretor Presidente da Companhia e um membro externo. Os membros do Conselho de Administração ficam impedidos de votar nas deliberações relativas a Programas nos quais sejam contemplados como beneficiários. Para atender ao exercício das opções, a Companhia poderá emitir novas ações ou utilizar ações mantidas em tesouraria. A posição das opções outorgadas em aberto em 31 de dezembro de 2014 está demonstrada a seguir: Data Quantidade Outorga Cotação em Início do Final do Opções Opções Valor justo Preço de Plano Instrumento Outorga exercício exercício outorgadas em aberto da opção exercício 31/12/2014 1º Plano CTAX3 14/11/2012 14/11/2012 14/11/2018 1.340.000 1.340.000 3,72 3,80 3,99 2º Plano CTAX11 07/05/2014 07/05/2015 06/05/2020 100.573 100.573 16,80 16,87 11,00 Não ocorreram exercícios, prescrição ou perdas (forfeit) de opções de ações durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2014. A posição comparativa de opções em aberto na data destas demonstrações financeiras está apresentada a seguir: Quantidade 31/12/2014 31/12/2013 Plano 1 1.340.000 1.340.000 Plano 2 100.573 – No resultado do exercício findo em 31 de dezembro de 2014, foi reconhecida uma despesa de R$476 (R$2.131 de reversão em 31 de dezembro de 2013). 33. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS No curso das operações da Companhia, direito e obrigações são contraídos entre partes relacionadas, oriundos de serviços prestados, transferência de recursos financeiros de forma onerosa, etc. Tais direitos e obrigações são necessariamente pactuados em condições normais de mercado para operações semelhantes, baseadas em contrato. Todos os direitos entre controladora e controladas foram divulgados, assim como da Companhia e suas controladas com partes relacionadas não consolidadas nestas demonstrações financeiras. Todas as transações entre as partes relacionadas consolidadas foram eliminadas para elaboração das demonstrações financeiras consolidadas. 33.1. Transações com partes relacionadas consolidadas A Companhia repassou os recursos financeiros obtidos por meio da emissão de debêntures às suas subsidiárias integrais Contax-Mobitel e Ability. Os saldos referentes a esses repasses de recursos estão apresentados abaixo: BR GAAP Controladora Quantidade Valor na Encargos Saldo em: Data de de títulos em data de financeiros Receita de juros: Contraparte Séries emissão circulação emissão atuais 31/12/2014 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2013 Contax Mobitel 3ª Série 02/08/2011 1.660 16.600 105% CDI 2.319 1.486 22.897 20.573 Contax Mobitel 4ª Série 03/01/2012 36.000 360.000 118% CDI 50.692 34.737 442.591 432.990 Contax Mobitel 5ª Série 05/01/2012 4.000 40.000 118% CDI 6.245 3.892 54.359 48.159 Contax Mobitel 6ª Série 11/10/2012 7.500 75.000 IPCA + 6,5% 10.730 13.917 88.736 83.258 Contax Mobitel 6ª Série 11/10/2012 7.500 75.000 TJLP + 2,5% 5.463 5.116 68.971 75.651 Contax Mobitel 7ª Série 19/02/2013 1.750 17.500 IPCA + 6,5% 2.504 3.237 20.705 19.427 Contax Mobitel 7ª Série 19/02/2013 1.750 17.500 TJLP + 2,5% 1.275 1.193 16.093 17.652 Contax Mobitel 8ª Série 20/03/2013 500 5.000 IPCA + 6,5% 715 967 5.916 5.551 Contax Mobitel 8ª Série 20/03/2013 500 5.000 TJLP + 2,5% 364 365 4.598 5.043 Contax Mobitel 9ª Série 29/11/2013 2.913 29.193 TJLP + 2,5% 3.357 188 26.787 29.382 Contax Mobitel 9ª Série 29/11/2013 29.129 29.323 IPCA + 6,5% 2.010 234 30.451 29.556 Contax Mobitel 10ª Série 09/09/2014 31.000 310.000 CDI + 1,20% 12.145 – 321.797 – Contax Única 01/02/2012 3.624 3.624 – – – – 3.624 Contax Única 20/06/2012 3.873 3.873 100% CDI – – – 4.346 166 7 1.702 1.536 Ability Única 12/12/2013 1.529 1.529 100% CDI 97.985 65.339 1.105.603 776.748 33.2. Outras partes relacionadas Outras partes relacionadas que não fazem parte das demonstrações financeiras consolidadas figuram como clientes e fornecedores da Companhia no curso normal de suas operações. A Oi S.A. e suas subsidiárias são consideradas partes relacionadas da Companhia por serem controladas pelos mesmos grupos de acionistas (grupo de controle), mesmo essa relação se dando de forma indireta por meio da controladora CTX Participações S.A. Os saldos referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2014 e 2013 das operações com esses clientes e fornecedores estão apresentados a seguir: Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 Ativo Passivo Ativo Passivo Crédito a Crédito a Contas a Contas a receber – receber – receber contingência (i) Fornecedores receber contingência (i) Fornecedores Oi Fixa Oi Móvel Oi S.A. Brasil Telecom Móvel Brasil Telecom Multimídia Iguatemi Paggo Administradora de Crédito PT Sistemas de Informação Total 32.026 5.992 1.587 – – 4.082 7.780 – – – – – (3.307) – – – – – 18.743 14.430 5.055 1.058 – 47 7.780 – – – – – (6.365) (483) (262) – (1) – 41 – 43.728 – – 7.780 – – (3.307) 251 – 39.584 – – 7.780 – (325) (7.436) (i) De acordo com o contrato de prestação de serviços firmado entre a Oi Fixa e a Contax, foi definido que ações de natureza trabalhista, originadas por migração de contratos de trabalho são de responsabilidade daquela entidade, cujo montante foi registrado em contrapartida de “Créditos a receber”. O montante de contingência trabalhista de responsabilidade da Oi Fixa é de R$7.780 (R$7.780 em 31 de dezembro de 2013). Os saldos referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2014 e 2013 das operações com esse cliente e fornecedores que figuram na demonstração de resultado da Companhia estão apresentados a seguir: BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 31/12/2013 Receita de Custo dos Receita de Receita com Custo dos serviços serviços serviços vendas serviços Oi Fixa 1.029.931 (28.658) 963.891 – (26.460) Oi Internet 30.927 – 26.541 – – Oi Móvel 292.076 (1.730) 507.541 2.764 (2.963) Oi S.A. 82.771 (738) 86.423 – (804) Brasil Telecom Móvel 197.584 (654) 68.122 – (36) Brasil Telecom Multimídia – – – – (1) Iguatemi 540 – 479 – – Paggo Administradora de Crédito 618 – 2.677 – – Paggo Soluções – – 127 – – – – – – 381 PT Sistemas de Informação 1.634.447 (31.780) 1.655.801 2.764 (29.883) Total Em 5 de maio de 2014, no contexto da operação de união das atividades, negócios e das bases acionárias da Oi S.A. e da Portugal Telecom, houve uma transferência de participação societária até então detida pela Portugal Telecom na Companhia para as empresas dos grupos Andrade Gutierrez e Jereissati. Em razão disso, a Portugal Telecom deixou de participar, direta ou indiretamente do grupo de controle da Companhia. A Companhia presta diversos serviços à Oi S.A. e suas subsidiárias. As operações da Oi S.A. e de suas subsidiárias incluem terminais de telefonia fixa, serviços de longa distância, serviços móveis, bem como banda larga e serviços de voz e dados para pessoas jurídicas. Assim sendo, a Companhia presta serviços de atendimento aos consumidores de sua parte relacionada, incluindo esforços de retenção e cobrança. A Oi S.A. e suas subsidiárias, por sua vez, são os principais prestadores de serviços de telecomunicações contratados pela Contax. Esses serviços compreendem: serviço telefônico fixo comutado, serviços de telefonia móvel, longa distância/chamadas gratuitas, dados, entre outros; tornando-se assim um fornecedor relevante para as operações da Companhia. Na hipótese, da Oi S.A. e suas subsidiárias se tornem incapazes de prestar tais serviços ou resolvessem rescindir a prestação dos aludidos serviços, a Administração da Companhia entende que seria possível obter a prestação dos referidos serviços de outro prestador com um impacto mínimo nos seus negócios e atividades. 33.3. Avais concedidos Em 31 de dezembro de 2014 não há avais concedidos em nome de partes relacionadas. 33.4. Remuneração dos administradores O pessoal-chave da Administração inclui os conselheiros e os membros da diretoria executiva. Em 31 de dezembro de 2014 este grupo está composto por 22 profissionais (25 profissionais em 31 de dezembro de 2013). continua Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 33 continuação O total da despesa com remuneração e benefícios à esses profissionais, estão apresentados a seguir: 31/12/2014 31/12/2013 Salários e encargos 3.427 2.817 Honorários 1.298 1.404 Participação nos lucros 572 3.321 476 361 Plano de opção de compra de ações 5.773 7.903 O valor da participação nos lucros pago a cada diretor em qualquer exercício social está relacionado principalmente ao desempenho da Companhia e na avaliação de desempenho individual. Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2014 e 2013, o Grupo Contax não concedeu empréstimos de curto prazo, tampouco concedeu garantias em nome dos profissionais que compõem o pessoal-chave ou de membros de suas respectivas famílias. Os membros suplentes do Conselho de Administração e Conselho Fiscal são remunerados de acordo com suas participações nas reuniões, não têm vínculo empregatício com a Companhia e não prestam serviços a esta de qualquer natureza. 34. COBERTURA DE SEGUROS O Grupo Contax possui um programa corporativo de gerenciamento de riscos com o objetivo de delimitar riscos, buscando no mercado coberturas compatíveis com o porte de suas operações. As coberturas foram contratadas por montantes considerados suficientes pela Administração para cobrir eventuais sinistros, considerando a natureza de sua atividade, os riscos envolvidos em suas operações e a orientação de seus consultores de seguros, garantindo a integridade patrimonial e a continuidade operacional do Grupo Contax. Todas as apólices de seguro do Grupo Contax são renováveis automaticamente. Em 31 de dezembro de 2014, a cobertura de seguros para o Grupo Contax, estão contratadas conforme demonstrados no quadro ao lado: CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO MEMBROS EFETIVOS: MEMBROS SUPLENTES: Fernando Antonio Pimentel Melo Cristiano Yazbek Pereira Alexandre Jereissati Legey Renato Torres Faria Armando Galhardo Nunes Guerra Junior Marcio de Araújo Faria BR GAAP e IFRS Consolidado 31/12/2014 Vencimento 15/07/2015 14/08/2015 14/08/2015 Bens segurados Importâncias seguradas Responsabilidade civil de diretores e administradores 50.000 Patrimônio / Lucros cessantes 200.000 Responsabilidade civil geral 10.000 35. EVENTOS SUBSEQUENTES 35.1. Alteração de alíquota para recolhimento da contribuição previdenciária patronal Em 26 de fevereiro de 2015, o Governo Federal do Brasil, promulgou a Medida Provisória MP 669/15, que alterou a alíquota para determinação da contribuição previdenciária patronal de 2% para 4,5% sobre a receita bruta excluída as vendas canceladas e os descontos incondicionais, a partir do mês de junho de 2015. Como consequência desse incremento na alíquota, a Companhia deverá optar no mês de junho se manterá a adesão pela opção de tributação substitutiva ou se voltará a recolher tal contribuição pelo valor correspondente a 20% sobre salário, férias e 13º salário. Atualmente a Companhia está desenvolvendo estudos internos para avaliar os impactos da MP 669/15 e optar pelo método menos oneroso aos seus negócios. 35.2. Redução atípica na receita auferida junto a Oi S.A. A Administração tem observado, a partir de janeiro de 2015, uma queda atípica na prestação de serviços e consequentemente na receita auferida junto à Oi S.A., dentro dos limites previstos contratualmente, em comparação com a média do último trimestre de 2014. A Administração monitora constantemente os fluxos de caixa esperados valendo–se de sua Política de Risco e tem envidado esforços na mitigação dos efeitos da redução de faturamento nas operações da Oi S.A. por meio da busca de novos negócios e redução de despesas. 36. APROVAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS As demonstrações financeiras foram aprovadas e sua emissão autorizada pelo Conselho de Administração em 5 de março de 2015, bem como pela Diretoria Executiva em 5 de março de 2015. DIRETORIA Carlos Henrique Zanvettor Diretor Presidente José Roberto Beraldo Diretor de Finanças e Relações com Investidores Carlos Jereissati Maurício Pereira Ignácio Diretor Rafael Cardoso Cordeiro André Sant’Anna de Valadares Rogério Ziviani Manuel Jeremias Leite Caldas Pedro Luiz Cerize Marcelo Cerize Ibrahim José Jamhour Diretor CONSELHO FISCAL MEMBROS EFETIVOS: MEMBROS SUPLENTES: Aparecido Carlos Correia Galdino Sidnei Nunes Marco Tulio de Oliveira Alves Newton Brandão Ferraz Ramos Marcio Magno de Abreu Sérgio Bernstein Wander Rodrigues Teles Wancler Ferreira da Silva Bruno Cabral Bergamasco José Luiz Montans Anacleto DIRETORA GLOBAL DE CONTROLADORIA Renata Bandeira Gomes do Nascimento GERENTE DE CONTROLADORIA Paulo César Picolli CONTADOR Moacir Pereira da Silva CRC RJ-078603/O-9 CPF nº 590.911.427–15 DECLARAÇÃO DOS DIRETORES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Em atendimento ao disposto nos incisos V e VI do artigo 25 da Instrução CVM nº 480/09, a diretoria executiva da Contax Participações S.A., declara que: revisaram, discutiram e concordam com as demonstrações financeiras da Companhia do exercício social findo em 31/12/14; e revisaram, discutiram e concordam com as opiniões expressas no relatório da KPMG Auditores Independentes, relativamente às demonstrações financeiras da Companhia do exercício social findo em 31/12/14. Rio de Janeiro, 05 de março de 2015. Carlos Henrique Zanvettor Diretor Presidente José Roberto Beraldo Renata Bandeira Gomes do Nascimento Diretor de Finanças e Relações com Investidores Diretora Global de Controladoria Maurício Pereira Ignácio Diretor Ibrahim José Jamhour Diretor DECLARAÇÃO DA DIRETORIA SOBRE O PARECER DOS AUDITORES Em conformidade com o inciso V do artigo 25 da Instrução CVM Nº 480, de 7 de dezembro de 2009, a Diretoria declara que revisou, discutiu e concordou com o relatório dos auditores independentes sobre as Demonstrações Financeiras referentes ao exercício de 2014. Rio de Janeiro, 05 de Março de 2015. Carlos Henrique Zanvettor Diretor Presidente José Roberto Beraldo Renata Bandeira Gomes do Nascimento Diretor de Finanças e Relações com Investidores Diretora Global de Controladoria Maurício Pereira Ignácio Ibrahim José Jamhour Diretor Diretor PARECER DO CONSELHO FISCAL O Conselho Fiscal da CONTAX PARTICIPAÇÕES S.A., em conformidade com as atribuições dispostas nos incisos II e VII do Art. 163 da Lei 6.404/76, examinou as Demonstrações Financeiras, o Balanço Patrimonial, a Proposta de distribuição de dividendos da Companhia, o relatório anual da administração e os demais demonstrativos elaborados pela Companhia, relativos ao exercício findo em 31 de dezembro de 2014. Com base nos documentos examinados e nos esclarecimentos prestados pelos representantes da Companhia e da KPMG Auditores Independentes, os membros do Conselho abaixo assinados concluíram que as referidas Demonstrações Financeiras expressam adequadamente a situação financeira e patrimonial da Companhia. Em consonância com o disposto no Art. 163 da Lei 6.404/76, opinaram favoravelmente quanto ao encaminhamento dos referidos documentos para aprovação pela Assembleia Geral Ordinária de acionistas da Contax Participações S.A, que será realizada até o dia 30 de abril de 2015. Rio de Janeiro, 05 de março de 2015. Marco Túlio de Oliveira Alves Presidente do Conselho Aparecido Carlos Correia Galdino Membro do Conselho Wander Rodrigues Teles Membro do Conselho Marcio Magno de Abreu Membro do Conselho Bruno Cabral Bergamasco Membro do Conselho RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Ao Conselho de Administração e Acionistas da Contax Participações S.A. Rio de Janeiro - RJ Examinamos as demonstrações financeiras individuais e consolidadas da Contax Participações S.A (“Companhia”), identificadas como Controladora e Consolidado, respectivamente, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2014 e as respectivas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras individuais de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e das demonstrações financeiras consolidadas de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board – IASB, e de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, assim como pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração dessas demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentes Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Opinião sobre as demonstrações financeiras individuais Em nossa opinião, as demonstrações financeiras individuais acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Contax Participações S.A. em 31 de dezembro de 2014, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Opinião sobre as demonstrações financeiras consolidadas Em nossa opinião as demonstrações financeiras consolidadas acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira consolidada da Contax Participações S.A. em 31 de dezembro de 2014, o desempenho consolidado de suas operações e os seus fluxos de caixa consolidados para o exercício findo naquela data, de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board – IASB e as práticas contábeis adotadas no Brasil. Outros assuntos Demonstrações do valor adicionado Examinamos, também, as demonstrações, individual e consolidada, do valor adicionado (DVA), referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2014, elaboradas sob a responsabilidade da administração da Companhia, cuja apresentação é requerida pela legislação societária brasileira para companhias abertas, e como informação suplementar pelas IFRS que não requerem a apresentação da DVA. Essas demonstrações foram submetidas aos mesmos procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, estão adequadamente apresentadas, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Rio de Janeiro, 05 de março de 2015 KPMG Auditores Independentes CRC SP-014428/O-6 F-RJ Carla Bellangero Contadora CRC RJ-196751/O. 34 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ▲ EMPRESAS TELECOMUNICAÇÕES Oi convoca assembleia para o dia 26 A Oi informou na segunda-feira à noite a convocação de uma assembleia de acionistas para 26 de março, com o objetivo de votar os contratos de permuta de ações e de opção de compra assinados pela companhia e a Portugal Telecom. A permuta faz parte do acordo fechado entre as empresas para viabilizar a fusão, após o escândalo da Rioforte, que resultou em prejuízo de ¤ 897 milhões para a PT. Redação Marcela Beltrão “ Hoje, nós temos resiliência para enfrentar a crise. Construímos uma base de 500 mil clientes, de todos os portes, e não temos uma dependência extrema de nenhum setor” Cleber Morais Presidente da Bematech Preparada para driblar a crise Bematech diversifica base de clientes com atuação em setores ligados ao consumo, como varejo, hotelaria e restaurantes, para contornar cenário econômico adverso. Empresa registrou Ebitda de R$ 88,2 milhões em 2014 Moacir Drska [email protected] São Paulo Após fechar 2014 com o melhor resultado anual de sua história, a brasileira Bematech tem pela frente um cenário desafiador para prosseguir em sua trilha de expansão. Conhecida pela oferta de automação comercial para os setores do varejo, de hotelaria e de restaurantes — diretamente ligados ao consumo —, a empresa já escolheu, no entanto, as armas para enfrentar os impactos do contexto econômico nesses segmentos. E a estratégia será justamente reforçar os pilares que sustentaram a trajetória recente de 13 trimestres consecutivos de expansão da receita na companhia: a diversificação da atuação; a incorporação de novas tecnologias ao portfólio de equipamentos, softwares e serviços; e as parcerias para ampliar a capilaridade no mercado. “Esse será um ano muito difícil, especialmente para o varejo, dada a redução do crédito e da confiança do consumidor. Mas hoje temos diversificação e resiliência para enfrentar a crise. Cons- truímos uma base de 500 mil clientes, de todos os portes, e não temos uma dependência extrema de nenhum setor”, diz Cleber Morais, presidente da Bematech. “Os setores de hotelaria e de restaurantes ainda têm demanda aquecida e mesmo no varejo, que é extremamente segmentado, há boas oportunidades para ampliarmos nossa presença nos clientes e, ao mesmo tempo, conquistar novos contratos”, observa. Um dos pontos que explicam a confiança da Bematech é o investimento em novas ofertas e tecnologias, especialmente em áreas como soluções fiscais, mobilidade, computação em nuvem e meios de pagamento. Um dos destaques dessa abordagem foi uma parceria para o lançamento, em dezembro, de uma plataforma móvel de automação comercial totalmente integrada à Rede, empresa de pagamentos eletrônicos do Itaú Unibanco. “Com a nuvem e um modelo de pagamento como serviço, com taxas recorrentes, a ideia é facilitar o acesso do pequeno e médio varejista a uma solução de ponta a ponta. Já estamos colhendo os primeiros resultados dessa parceria”. NÚMEROS R$ 426,5mi Foi a receita líquida reportada pela Bematech em 2014, o que representou um crescimento de 16,5% sobre o desempenho da companhia em 2013 25,9% Foi o salto do lucro líquido da companhia no período, para R$ 54 milhões. A empresa fechou o ano com uma geração de caixa de R$ 117,5 milhões Com um aporte de R$ 17 milhões em pesquisa e desenvolvimento em 2014, a questão da inovação permeou a atuação da Bematech em todos os segmentos. Para os restaurantes, uma das apostas foi o lançamento de soluções móveis para acelerar processos como pedidos e comandas. A mesma abordagem foi aplicada na oferta de tecnologias para aprimorar o atendimen- to em hotéis e no setor de transportes, que compõem a base da atuação da companhia em hotelaria. Nesses dois setores, Morais destaca que a visão mais otimista está diretamente ligada a fatores como a expansão das franquias de restaurantes e de fast food, e das redes de hotéis rumo ao interior do país. Ao mesmo tempo, a proximidade da Olimpíada de 2016, diz ele, já está aquecendo a demanda das empresas desses segmentos por novos projetos de tecnologia. “Em um momento em que a expectativa de crescimento do varejo está em patamares mais baixos, esse cenário nos dá boas perspectivas para sustentar o crescimento das nossas operações para 2015”, explica. O foco em parcerias com outros elos dessas indústrias é mais um plano que continuará no escopo da Bematech. Entre os exemplos recentes dessa abordagem está o acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF) para indicar a empresa como fornecedora de tecnologia aos seus mais de 1,2 mil associados. No varejo, uma parceria costurada em 2014 envolveu a Samsung, para a oferta conjunta de tecnologias móveis. Como reflexo dessas estratégias, a Bematech apurou uma receita líquida de R$ 426,5 milhões em 2014, alta de 16,5% sobre 2013. Na mesma base de comparação, o lucro líquido cresceu 25,9%, para R$ 54 milhões, enquanto o lucro antes de juros, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) avançou R$ 88,2 milhões, 18,3% superior ao índice reportado um ano antes. As receitas recorrentes — outro indicador importante no modelo da companhia e diretamente ligado ao formato de pagamento como serviço —, alcançaram uma participação de 30% no faturamento total da companhia. Morais destaca ainda o fato de a Bematech ter encerrado o ano com uma geração de caixa de R$ 117,5 milhões. “Temos musculatura para continuar a investir em aquisições e estamos atentos a boas oportunidades que permitam reforçar o nosso portfólio”, afirma. Em 2014, após um hiato de acordos, a Bematech voltou às compras, com as aquisições da Unum, empresa de software de gestão na nuvem, e da RJ Participações, de vendas online de passagens rodoviárias. Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 35 36 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ▲ FINANÇAS Editora: Eliane Velloso [email protected] A ameaça do dólar André Boudon [email protected] Alessandra Taraborelli [email protected] A instabilidade política, a incerteza quanto à execução do ajuste fiscal e o cenário externo formaram uma combinação explosiva que catapultou o dólar frente ao real. No ano, a divisa norte-americana já acumula uma valorização de 16,80%, com uma volatilidade que dificulta a análise de investidores e economistas quanto aos rumos que o mercado de câmbio tomará. O componente especulativo na formação da cotação do dólar ficou claro ontem, com a moeda abrindo em alta, chegando à máxima de R$ 3,17 para depois ceder 0,82% em relação à divisa brasileira. O real fechou cotado a R$ 3,104 interrompendo um rali de seis sessões em que a divisa norteamericana acumulou alta de 10%. A queda reflete a estratégia das mesas de operação: os investidores aproveitaram para embolsar os ganhos, vendendo os dólares e reduzindo a pressão sobre o real. Porém, na opinião de analistas, a tendência de alta ainda vai perdurar. “Estamos passando por um momento imponderável porque a gente não consegue estimar qual o teto para a moeda norte-americana. Não é só um problema econômico que afeta a divisa, há um problema de confiança institucional que tem afetado muita a decisão de investimentos. Tentar mensurar o dólar para o final do ano neste momento é pura ilusão. Tudo vai depender da conjunção de fatores econômicos e políticos”, afirma o economista da X-Infinity Invest Jason Vieira. Para o profissional, no curto prazo, a apreciação da moeda deve continuar independente de um aumento da taxa Selic. “É uma questão política. O maior problema que temos agora é um cenário de ingovernabilidade, se o governo não conseguir aliados políticos o cenário econômico pode ficar muito mais difícil”, avalia. O economista-chefe da Garde Asset Management, Daniel Weeks ressalta que o dólar vêm experimentando um movimento global de alta, mas, no Brasil, a situação se agrava em virtude da insegurança causada pela crise política que vem minando o governo da presidenta Dilma Roussef. “O movi- “ Estamos passando por um momento imponderável porque a gente não consegue estimar qual o teto para a moeda.Não é só um problema econômico que afeta a divisa, há um problema de confiança institucional” Jason Vieira Economista da X-Infinity Invest mento do dólar no mundo reflete a divergência política monetária entre a Europa e o Japão em relação aos Estados Unidos, que deve elevar a taxa de juro em algum momento este ano” explica. Internamente, a paralisia política tem gerado pressão adicional sobre a moeda. “A Fazenda, o Planejamento e o Banco Central têm mostrado maior leniência com o câmbio. Antes, a preocupação era maior, agora, parecem sinalizar que que esta alta faz parte do ajuste”, diz. Weeks pondera que a alta da moeda dos EUA, por um lado, favorece a competitividade doméstica e ajuda no déficit de conta corrente, que precisa se reduzido. “A desvalorização do real tem efeito ruim no curto prazo, principalmente na inflação, mas num prazo maior devolve a competitividade da indústria e ajuda a reduzir o déficit externo”, diz. Para o economista, a autoridade monetária não deve determinar um teto para a moeda, mas a questão é saber em qual nível a moeda começa a ter um impacto positivo sobre as contas externas. “Obviamente, tem um tempo para o câmbio ter efeito nas contas externas, mas a moeda perto de R$ 3,20 a R$ 3,30 começa a melhorar a balança comercial”, estima. Weeks ressalta, no entanto, que se a situação política piorar e o ajuste fiscal ficar mais difícil de ser concluído, haverá uma pressão adicional sobre o câmbio. Para evitar esse movimento, o executivo avalia que o BC poderia aumentar mais fortemente a taxa Selic, que encerraria o ano em 13,50% ou mais, se necessário. “O BC deve promover mais uma alta de A instabilidade política, a incerteza quanto à execução do ajuste fiscal e o cenário externo formaram uma combinação explosiva que já levou a moeda morte-america na a valorizar 16% este ano 0,50 e outra de 0,25 pontos percentuais nas próximos reuniões,” diz. Para justificar a alta maior da Selic em abril, o economista lembra que em março a inflação deve ser fortemente impactada pelo avanço dos preços administrados e pela depreciação do câmbio mais forte do que o esperado. “Neste cenário, convém ser mais duro e sinalizar que pode subir o juro, se necessário”, avalia. O diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidney Nehme, acredita que o mercado está operando sem fundamentos claros que determinem o ponto de equilíbrio para a câmbio. “É mais um movimento irracional do que racional”, diz ele. O executivo avalia que a incerteza dos investidores quanto à aprovação do pacote de ajuste fiscal no Congresso tem causado forte pressão altista na divisa norte-americana e é necessário que haja uma resolução o quanto antes. “Um impasse pode colocar o superávit em risco, colocando o grau de investimento em risco, o que aumentaria o risco no câmbio. Se (o Brasil) perder o grau de investimento a situação deve ficar drástica porque o BC não tem tantos elementos para conter a pressão de alta”, diz. Nehme ressaltou ainda que há cunho especulativo que vem do mercado futuro. “Hoje, a moeda subiu também por pressão externa, com o povo vendendo euro e indo para o dólar. Este ambiente justifica a moeda ter atingido R$ 3,17 hoje”, diz. De acordo com o executivo, o mercado também está aproveitando este momento de incerteza política para antecipar uma possível Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 37 NOVO CARGO Awazu, diretor do BC, vai ser vice do BIS O diretor de Política Econômica e Assuntos Internacionais do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira da Silva, será o novo vice-gerente geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS), entidade com sede na Basileia, Suíça, que reúne autoridades monetárias das maiores economias. O cargo é equivalente a uma vice-presidência, e Awazu deve assumir o posto dia 1º de outubro, com mandato de cinco anos. Evandro Monteiro Divulgação “ O mercado está projetando inflação em queda em 2016. O mercado financeiro entende que a alta da inflação este ano é transitória, causada pela alta dos preços administrados” Mauro Rochlin Professo de MBAs da FGV rolagem integral de swaps cambiais do Banco Central. Nehme lembra que dos R$ 9,9 bilhões que estão vencendo até o final do mês, o BC só rolou 22%. “Provavelmente, com esta taxa o BC deve acabar rolando o resto e esta percepção fez com que o especulador vendesse sua posição para aproveitar o preço atual”, diz. Para Nehme, a autoridade monetária não tem condições de interromper o programa de swap cambial. “Se interromper, a taxa explode”, afirma. Assim como Weeks, Nehme também acredita que a alta do dólar pode levar o BC a elevar a Selic em mais de 0,25 ponto porcentual em abril. “O BC vai ter que aumentar mais os juros se a moeda continuar subindo. Além disso, também tem a alta de mais 30% da energia que já vai impactar a inflação a partir de março. O juro deve subir além dos 13%”, estima. “ O movimento do dólar no mundo reflete a divergência política monetária entre a Europa e o Japão em relação aos Estados Unidos, que deve elevar a taxa de juro em algum momento” Daniel Weeks Economista Garde Asset Management O professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin, também faz questão de ressaltar o movimento de depreciação do euro e das moedas emergentes em relação ao dólar, embora num ritmo mais lento que o real. Segundo ele, a tendência de alta global do dólar é decorrente da expectativa de alta dos juros nos Estados Unidos, no Brasil ela é intensificada pela aversão ao risco. “Apesar de todas as dificuldades, déficit primário, inflação de administrados e juros nos EUA, o que mais pesa é a aversão ao risco”, diz, se referindo à cena política. Rochlin também lembrou que a desvalorização do real tem um impacto positivo. “No caso da exportação, o movimento pode ajudar a indústria nacional, pois um dólar mais caro colabora para as empresas a ganharem competitividade diante dos produtos importados”. Porém, pode haver pressão sobre os preços. “No caso da importação, várias cadeias podem ser atingidas pela alta da moeda, ampliando o efeito na inflação”, diz. O professor chama a atenção para o fato de o último boletim Focus do Banco Central mostrar que os analistas ouvidos pela instituição estão projetando inflação de 5,5% para 2016 e de 7,8% este ano. “Esse é um ponto muito importante. O mercado está projetando inflação em queda em 2016. O mercado financeiro entende que a alta da inflação este ano é transitória, causada pela alta dos preços administrados”, avalia. “ Hoje, a moeda subiu também por pressão externa, com o povo vendendo euro e indo para o dólar. Este ambiente justifica a moeda ter atingido R$ 3,17” Sidney Nehme Diretor-executivo da NGO Ibovespa recua pelo quinto dia seguido A Bovespa fechou em queda pelo quinto pregão ontem, afetada pelo viés negativo no ambiente financeiro global e preocupações de agentes financeiros quanto aos ajustes fiscais no país. O Ibovespa caiu 1,8%, a 48.293 pontos, acumulando queda de quase 6% em cinco sessões. O giro financeiro foi de R$ 7,9 bilhões, acima da média do ano, de R$ 6,57 bilhões. Apostas de proximidade da alta dos juros nos Estados Unidos pela primeira vez em quase uma década fortaleceram o dólar no mundo e minaram o humor de investidores desde cedo, o que abriu espaço para realização de lucros em Wall Street. O índice S&P 500 caiu 1,7%. O petróleo e as moedas de mercados emergentes despencaram. Aqui, Petrobras dominou a ponta negativa do índice, com a ação ordinária caindo 5,35% e a preferencial, cedendo 4,04%. Itaú Unibanco e Bradesco, que detêm juntos quase 20% do índice, recuaram 3,93% e 3,33% respectivamente. Banco do Brasil descolou e subiu 0,61%. Na ponta positiva, CCR e Ecorodovias subiram 3,76% e 2,65%, respectivamente, diante de especulação em torno de reajuste de pedágios. Reuters 38 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 O MERCADO COMO ELE É... LUIZ SÉRGIO GUIMARÃES [email protected] NA CRISE, NÃO SE ‘REALIZA’ Editoria de Arte S e alguém ainda precisava de uma prova de que a escalada recente do dólar não derivava de “pânico” causado por crise “institucional”, basta analisar o comportamento dos investidores ontem. Justamente num dia de alta da moeda americana do exterior, o mercado resolveu “realizar”. Após seis altas seguidas, a moeda fechou em queda de 0,82%, a R$ 3,1040. Quem comprou moeda no final do pregão de sexta-feira, 27, pagou R$ 2,8560. A escalada teve início na segunda-feira seguinte, 2, e atingiu o ápice na manhã de ontem, R$ 3,1735, uma valorização de 11,17%. Essa constatação – um ganho acima de 10% em seis pregões e meio — acendeu uma luz nas mesas de operações: estava na hora de “realizar”. É preciso que se compreenda que onde há “realização” não há crise, ou pelo menos não aquela que estava sendo alardeada. O que significa “realizar lucros”? Significa vender um ativo que auferiu, em determinado período, geralmente curto, valorização exuberante, transformando a alta até então meramente estatística em dinheiro vivo, antes que a instalação de um movimento contrário anule o ganho já conquistado. O investidor só realiza quando não tem certeza absoluta da continuidade da alta. Como não tem esta certeza, corre para trocar seus dólares fortes e imunes a turbulências por reais frágeis, infectados por inflação que já se vê descontrolada e por fraturas nas instituições da República. Para justificar a escalada, amplifica-se a dimensão de uma tragédia insuperável. Mas, inexplicavelmente, mesmo sem sinais de superação do drama anteriormente realçado, vende-se dólar forte e compra-se real fraco. A “realização” ocorrida ontem no mercado de câmbio coloca a crise no seu devido lugar. Não é uma crise “institucional”, não há paralisia e aturdimento generalizado nos três Poderes da República. Há o velho jogo de empurra e puxa da política, anabolizado agora por imperícias do Executivo e rebelião do Legislativo por causa da inclusão dos presidentes das duas casas nos inquéritos de investigação das denúncias levantadas na Operação Lava-Jato. A crise pode agravar-se se Eduardo Cunha e Renan Calheiros não forem blindados, prejudicando o ajuste fiscal do ministro da Fazenda Joaquim Levy. Ou não. Pode esfumaçar-se rapidamente dependendo das negociações de bastidores. Se a crise fosse “institucional”, abalando pesadamente a economia real — recessão aberta, desemprego capaz de gerar comoção social e descontrole inflacionário —, o dólar não ia “realizar”. Iria subir sem parar e não no ritmo de 1% a 2% ao dia. Iria saltar 10% a 20% por dia, superaria facilmente os R$ 4,00, e o BC teria de vender reservas cambiais. Nessas conjunturas de crises para valer, o BC não tem escolha. As reservas de US$ 372 bilhões não são suas, não são do País, pertencem a quem, no passado, vendeu dólares ao BC. Pertencem a investidores internacionais, a empresas e bancos. Se quiserem de volta, o BC vai ter de entregar. A “realização” de ontem mostra que não querem seus dólares de volta. Estão interessados, prosaicamente, em lucrar em reais. Não há crise para valer quando o mercado faz uma “correção técnica”, eufemismo edulcorado da atividade de colher os frutos da especulação. O gatilho que disparou a realização foi o número mágico de 10% alcançado na manhã de ontem. Mas, para não dar bandeira, os operadores inventaram que os investidores ficaram mais tranquilos depois que Levy se reuniu com Calheiros e acenou com mudanças no reajuste da tabela do Imposto de Renda. Não haveria mais a antiga intransigência na imposição de um teto de apenas 4,5%. O que poucos repararam é que este mesmo argumento utilizado para “realizar” também poderia amparar movimento oposto, de arrancada do dólar, já que a nova disposição negociadora do Executivo pode minguar o tamanho do ajuste fiscal — tal opção pelo diálogo, se fragilizar o ordenamento fiscal, pode precipitar o “downgrade” brasileiro. Como se vê, o mote serve para os dois lados. Os “realizadores”, satisfeitos com os lucros, já preparam o retorno do rali de alta, ao assegurar que, no fundo, não houve nenhuma mudança positiva no quadro da crise. Já preparam o terreno para novos esticões, de hoje até sexta-feira, baseados na “expectativa” vastamente catastrófica em torno das manifestações marcadas para domingo. Acontecerão “compras preventivas de dólar” para se proteger contra o mergulho do país no oceano das “revoltas populares”. O que não dá para entender é a omissão do BC diante dessas arapucas cambiais. O BC, possivelmente sob ordens desenvolvimentistas do Planalto, pode ter pego uma carona na especulação para velozmente trazer o dólar para o seu patamar ideal — os R$ 3,20 que, segundo algumas consultorias, é o patamar que restaura a competitividade da indústria e equilibra o balanço de pagamentos. Não é assim que se faz, não a reboque do mercado. Uma política de perseguição de uma taxa de câmbio depreciada em termos reais e efetivos sempre é de longo prazo. De nada adianta o dólar alcançar R$ 3,15 este mês e, no seguinte, em sintonia com os humores mutantes do mercado, descer a R$ 2,85. E precisa estar em fina sintonia com políticas fiscal e monetária compensadoras. A primeira terá de combater a inflação gerada pelo câmbio por meio do corte do gasto corrente. E a segunda, para suavizar a recessão, buscará um juro básico ajustado à atividade econômica deprimida. Sem uma coisa e sem outra, o dólar a R$ 3,20 só traz prejuízo. Além de fomentar raciocínios tortuosos. Executivos acreditam que, se o BC liberou o câmbio, precisa continuar subindo a Selic com desenvoltura para evitar o repasse do dólar aos preços. É o contrário: se o BC exagera na alta do juro, acaba atraindo investimentos estrangeiros cujo impacto será o de enfraquecer sua decisão de depreciar o real. Para manter a moeda nacional depreciada ao longo do tempo, o juro básico precisa ser baixo, não o contrário. O mercado está aproveitando a crise política para fazer lobby em cima de lobby. A realização cambial estendeuse ao pregão de juros futuros da BM&F. As taxas caíram em bloco. Para a virada do ano, o DI cedeu de 13,83% para 13,73%. E o contrato mais líquido, para janeiro de 2017, recuou de 13,85% parra 13,65%. Contribuiu para a queda dos DIs o recuo do rendimento do título de 10 anos do Tesouro americano. O dólar se fortaleceu globalmente menos pela perspectiva de elevação da taxa básica americana e mais em função do aumento na procura por “treasuries”. Para investir nos títulos americanos, os investidores precisam, antes, comprar dólar. Ao fazer isso, ajudam a derrubar a inflação americana e retardam a alta da “fed funds rate”. Enquanto o mundo estiver patinando, o Fed dificilmente perderá sua paciência monetária. Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 39 Marcelo Camargo/ABr ▲ FINANÇAS RATING SOBERANO Secretário descarta downgrade Piervi Fonseca O secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, disse ontem que não existe risco de mudança no grau de investimento dos títulos do governo federal por parte das agências de classificação. “A agência olha a credibilidade da política fiscal. Tem sido demonstrado que a meta de superávit é uma meta do governo; que a gente tem buscado anunciar medidas que sinalizam para o alcance dessa meta”. ABr Bancos vão aumentar provisões em 30%, diz Fitch Esta alta reduziria os lucros do setor bancário brasileiro de 20% a 25% em 2015 “Allianz está de volta ao jogo”, diz presidente Depois de registrar prejuízos em 2014, seguradora prevê voltar ao azul no último trimestre Léa De Luca [email protected] São Paulo “A Allianz está de volta ao jogo”. A frase é do presidente da seguradora no Brasil, Miguel Pérez Jaime. No ano passado, a companhia registrou queda de 12,5% nas receitas e prejuízo de R$ 363 milhões no país, devido aos grandes investimentos que foram realizados para trocar a plataforma tecnológica. “Nos primeiros dois meses deste ano, já crescemos 28,6%. Somente em seguros para automóvel, a alta foi de 45,8%, revelou. O executivo não espera manter esses índices de crescimento durante o ano mas prevê crescer mais do que os 13% previstos para o mercado como um todo, e entrar no azul no último trimestre deste ano. “A matriz, que investiu R$ 331 milhões na Allianz Brasil no ano passado, já aprovou investimentos de mais R$ 325 milhões para este ano”, informou. “Com isso, a seguradora já está em conformidade de capital segundo as exigência do regulador do setor, a Susep”, informou. Se precisar, a matriz pode fazer novo aporte em 2016”, adiantou. Jaime falou ontem a jornalistas sobre uma nova parceria com o Instituto Ayrton Senna (leia mais ao lado). Para 2015, disse, há quatro frentes abertas: retomar o crescimento , colher os ganhos da mudança de modelo de negócio, expandir a presença geográfica com quatro novas filiais; e voltar ao lucro no último trimestre. O novo modelo de negócio inclui a divisão da seguradora em duas diretorias executivas, a de seguros massificados, descentralizados, produtos simples e de “ A matriz, que investiu R$ 331 milhões na Allianz Brasil no ano passado, já aprovou investimentos de mais R$ 325 milhões para este ano. E pode fazer novo aporte em 2016, se precisar” Miguel Pérez Jaime Presidente da Allianz Seguros contratação automática; e a de riscos corporativos. “Queremos manter a liderança em grandes riscos e unificar as áreas de distribuição e tecnológica”, acrescentou Jaime. O executivo disse que a unificação da plataforma de negócio tem potencial para gerar um adicional de R$ 20 bilhões em prêmios. “Antes tínhamos sete sistemas de TI, e cinco bases de dados”, disse, acrescentando que a companhia está investindo também no reforço das parcerias com os corretores, que segundo Jaime são responsáveis por 25% das receitas da Allianz. “Também buscamos aprofundar o relacionamento com clientes e melhorar a percepção da marca”, diz, lembrando que a empresa inaugurou no ano passado a Allianz Parque, do Palmeiras, que além de jogos abriga shows e eventos. A Allianz está no Brasil há 110 anos e em 2015 comemora 125 anos da sua fundação, na Alemanha. A empresa teve no ano passado 122,25 bilhões de euros em receitas e lucro operacional de 10 bilhões de euros. Aqui, tem 51 filiais, 1,4 mil colaboradores e 14 mil corretores. Novo produto apoia educação A Allianz Seguros do Brasil fechou parceria com o Instituto Ayrton Senna para investir em educação. Para torná-lo mais atraente, a seguradora incrementou o produto para automóveis para classes de renda mais alta - sem cobrar nada a mais por isso, garante Felipe Gomes, diretor executivo de Gestão de Mercado e Estratégia da Allianz. Durante cinco anos, uma parte do que for arrecadado com a venda da nova apólice de seguro vai para o Instituto. “A meta é vender um milhão de apólices e ajudar 15 mil crianças por ano”, informou Gomes, sem contudo revelar qual o percentual dos prêmios será repassado. “Os recursos ajudarão a desenvolver o potencial das novas gerações, algo que só é possível por meio da educação de qualidade”, afirma Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna. L.D.L Os bancos brasileiros enfrentarão uma pressão maior sobre a qualidade de seus ativos e maiores provisões para perdas de crédito em 2015, o que deve impactar a lucratividade do setor, afirma a Fitch Ratings no relatório especial “Bancos Brasileiros Se Preparam Para Aumentar Provisões num 2015 Mais Difícil”, divulgado ontem. A previsão é de que as reservas contra calotes possam aumentar em até 30%, para cerca de 4,3% da média dos ativos. Segundo a Fitch, esta alta reduziria os lucros do setor bancário brasileiro de 20% a 25% em 2015, equivalente a um retorno sobre a média de ativos de aproximadamente 0,8%, abaixo da média de 1,2% dos últimos três anos. “O rápido aumento do financiamento imobiliário, que quadruplicou nos últimos seis anos, esconde a taxa real de créditos duvidosos”, diz a Fitch. No entanto, a Fitch considera que esse aumento de 30% deve ser “administrável” para a maioria dos bancos e ter impacto moderado sobre os ratings, assumindo que capitalização, captação e liquidez permaneçam alinhadas às tendências históricas. A investigação sobre Petrobras e a redução dos investimentos pela empresa aumentam a pressão sobre o setor bancário. Enquanto as receitas dos bancos crescem devido à alta das taxas de juros desde 2014, o desgaste na capacidade de pagamento dos tomadores aumenta pela mesma razão. Um maior provisionamento viria tanto da carteira corporativa como da de varejo. Em geral, a deterioração da qualidade dos ativos na carteira de varejo contribui mais para provisões para perda dos bancos brasileiros, uma vez que 47% dos empréstimos do sistema, ao fim de 2014, foram para o segmento, enquanto os empréstimos corporativos totalizaram cerca de 35%. “Estes são mais expostos a riscos idiossincráticos, dado o nível relativamente maior de concentração de tomadores”, diz o relatório. Léa De Luca 40 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ▲ FINANÇAS Crédito mais restrito desacelera inadimplência do consumidor Segundo SPC e CNDL, dívidas atrasadas subiram 1,81% em fevereiro; em janeiro índice registrou alta de 2,40%, Mariana Pitasse [email protected] A quantidade de consumidores inadimplentes e o número de dívidas não pagas desaceleraram em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo levantamento divulgado ontem pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O número de pessoas registradas no banco de dados da instituição, que em janeiro havia aumentado 3,12%, cresceu apenas 2,33% em fevereiro, atingindo a menor variação desde o início da série histórica — contabilizada a partir de 2011. Acompanhando o mesmo movimento, a quantidade de dívidas atrasadas, que em janeiro havia registrado alta de 2,40%, subiu apenas 1,81% em fevereiro. Comobasede comparação,a instituição chama atenção para os dados do ano passado. Na passagem de janeiro para fevereiro de 2014, o número de inadimplentes apresentou variação que beira a estabilidade, ao somar 0,14%. A quantidade de dívidas registrou também leve avanço mensal de 0,10%. Para a economista do SPC Brasil Marcela Kawauti, a desacelera- ção do indicador em fevereiro não tem qualquer relação com o aumento da quantidade de pagamentos de dívidas atrasadas. “Muito pelo contrário: o consumidor enfrenta dificuldades com a piora do nível de emprego e com a redução do poder de compra dos salários por conta da inflação”, explica, acrescentando que os bancos e os estabelecimentos comerciais passaram a ser mais rigorosos e criteriosos na hora de conceder financiamentos e empréstimos. “Esse movimento implica em uma menor oferta de crédito. Como consequência, a inadimplência vem recuando mês após mês", explica. PERFIL DA INADIMPLÊNCIA 8 Variação anual Quantidade de devedores 2,33% 6 4 2 Quantidade de dívidas 1,81% 0 AGO/2011 FEV/2012 AGO/2012 FEV/2013 AGO/2013 FEV/2014 AGO/2014 FEV/2015 Quantidade de consumidores inadimplentes Variação anual (em relação ao mesmo mês do ano anterior) FEV/2015 FEV/2014 Para a economista do SPC Brasil Marcela Kawauti, a desaceleração do indicador não tem relação com o aumento da quantidade de pagamentos de dívidas atrasadas 2,96% 2,33% Total Até 90 dias 91 a 180 dias -1,31% -9,59% -1,99% 181 a 360 dias 361 dias a 3 anos 1,72% -0,83% 7,03% 8,67% -1,53% 3 a 5 anos Fonte: SPC Brasil 0,14% 8,05% Ainda de acordo com levantamento, houve queda na demanda por bens de consumo mais caros, que dependem de financiamento, como automóveis, eletrodomésticos e móveis. Em fevereiro, o volume de vendas a prazo caiu 4,83%, segundo o indicador de consultas do SPC Brasil. Em números absolutos, o SPC Brasil estima que, em fevereiro de 2015, havia 53,6 milhões de devedores negativados, número equivalente 36,89% da população acima de 18 anos. Em janeiro, a estimativa era de 54,6 milhões, o que significa uma diminuição de aproximadamente um milhão de consumidores com dívidas em atraso na passagem de janeiro para fevereiro deste ano. O detalhamento por segmento credor da dívida mostra que o setor de Comunicação, que compreende telefonia fixa e móvel, TV a cabo, internet, é o que mais concentra crescimento no número de pendências não pagas, somando crescimento anual de 8,48%. A segunda maior variação, foi apresentada no setor de Água e Luz, com alta de 6,67%.Por outro lado, o comércio mostrou a menor variação no número de dívidas para o mês de fevereiro desde 2012, com retração de 1,12%. Demanda por novos empréstimos cai 10,7% Índice apresentou queda pelo segundo mês seguido, após ter recuado 2,5% em janeiro, segundo Serasa a demanda do consumidor por crédito caiu novamente em fevereiro, após ter recuado 2,5% em janeiro desse ano. De acordo com o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, a quantidade de pessoas que buscou crédito teve queda de 10,7% em fevereiro na comparação com janeiro. Já na comparação com fevereiro do ano passado, houve crescimento de 0,9% na procura por crédito — o menor ritmo de avanço anual dos últimos sete meses. No acumulado do primeiro bimestre, a busca do consumidor por crédito registrou alta de 1,5% frente ao primeiro bimestre de 2014. Para o economista da Serasa Experian Luiz Rabi, o baixo grau de confiança dos consumidores, as altas taxas de juros e a menor quantidade de dias úteis devido ao feriado do carnaval, derrubaram a procura do consumidor por crédito no mês de fevereiro. A análise por renda mensal aponta ainda que os recuos das demandas do consumidor por crédito em fevereiro foram bastante semelhantes em todos os orçamentos. As maiores retrações, ambas de 11%, ocorreram para aqueles consumidores que recebem até R$ 500 por mês e entre R$ 500 e R$ 1 mil mensais. Para os que ganham entre R$ 1 mil e R$ 2 mil por mês, a queda foi de 10,5% e para os que recebem entre R$ 2 mil e R$ 5 mil a retração foi de 10,3%. Já para os que ganham entre R$ 5 mil e R$ 10 mil mensais a queda da busca por crédito somou 10% e, por fim, para aqueles que possuem rendimentos mensais acima de R$ 10 mil, a demanda caiu 10,2%. No primeiro bimestre do ano, ma comparação com o mesmo período do ano passado, a maior retração da demanda por crédito aconteceu para aqueles que recebem até R$ 500 por mês, uma queda de 18,2%. Também houve queda considerável, de 3,8%, para os consumidores que recebem entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por mês. O levantamento da Serasa apurou ainda que todas as regiões do país Para Luiz Rabi, da Serasa Experian, o baixo grau de confiança dos consumidores, as altas taxas de juros e a menor quantidade de dias úteis, derrubaram a busca por crédito em fevereiro registraram retração das demandas dos seus consumidores por crédito em fevereiro. As maiores delas ocorreram no Centro-Oeste, com queda de 12,5%, e no Nordeste, com recuo de 12,2%. Em seguida aparecem as quedas de 10,5% no Sul e de 10,1% no Sudeste. O menor recuo, de 8,3%, aconteceu na região Norte. Na comparação com o primeiro bimestre de 2014, as regiões que registraram avanço da demanda no primeiro bimestre de 2015 foram: Centro-Oeste, somando 15,3%; Norte com alta de 6,0%; e Nordeste que apresentou crescimento de 0,7%. Na direção contrária, as regiões Sul e Sudeste registraram retrações de 0,8% e de 0,2%, respectivamente, no mesmo período. Mariana Pitasse Yves Herman/Reuters Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 41 Banco francês Credit Suisse tem primeiro presidente africano da sua história David Levenson/Bloomberg A experiência nos setores de gestão de fortunas e novos mercados justifica a sua nomeação Varoufakis disse que darcréditoabanqueiroscorruptosdopaísfoiumcrimecontraahumanidade Grécia deve acessar fundo de resgate bancário Ministro grego irrita alemães ao dizer em documentário que país não pagará dívidas A Grécia está prestes a acessar mais de meio bilhão de euros em recursos do fundo de resgate bancário do país enquanto luta para fechar as contas de março, afirmaram ontem fontes do governo e de instituições bancárias. Isolada dos mercados de dívida e com ajuda de credores congelada, Atenas corre o risco de esgotar seus cofres nas próximas semanas após uma forte queda nas receitas estatais. O governo tem pela frente um pagamento de empréstimo de € 1,5 bilhão ao Fundo Monetário Internacional (FMI) neste mês e tem que refinanciar cerca de € 3,2 bilhões em papéisdo Tesourode curto prazo que estão para vencer. Para ajudar a aliviar a crise, o governo planeja tomar € 555 milhões que estão no Fundo Helênico de Estabilidade Financeira — veículo bancário de resgate que foi usado em 2012 para recapitalizar seus principais credores. Os quatro principais bancos da Grécia – Nacional, Piraeus, Eurobank e Piraeus — devolveram esse dinheiro em comissão após sua recapitalização. Ministro grego disse em documentário que pessoas inteligentes em Bruxelas, em Frankfurt e em Berlim sabiam em maio de 2010 que a Grécia nunca pagaria suas dívidas Esse é um dinheiro para o qual não há outra reivindicação, está disponível para o governo”, disse à Reuters um banqueiro com conhecimento direto do assunto, pedindo para não ser identificado. A Grécia também tem avaliado a possibilidade de acessar as reservas de fundos de pensão e entidades do setor público por meio de operações de recompra para cobrir parte de suas necessidades de financiamento em março. O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, descreveu seu país como o mais falido do mundo e disse que os líderes europeus sabiam que a Grécia nunca pagaria suas dívidas, em declarações ásperas que provocaram revolta na mídia alemã ontem. Um documentário sobre a crise de dívida grega na transmissora pública alemã ARD foi ao ar no mesmo dia em que ministros das Finanças da zona do euro se reuniram em Bruxelas para discutir se dão a Atenas mais fundos em troca de reformas. “Pessoas inteligentes em Bruxelas, em Frankfurt e em Berlim sabiam em maio de 2010 que a Grécia nunca pagaria suas dívidas. Mas eles agiram como se a Grécia não estivesse falida, como se ela apenas não tivesse recursos suficientes”, disse Varoufakis no documentário. “Nessa posição, dar ao mais falidodosEstadosomaiorcréditodahistória, como banqueiros corruptos de terceira classe, foi um crime contra a humanidade”, disse Varoufakis de acordo com a tradução alemã de suas declarações. Não estava claro quando o programa foi gravado. Embora fortes críticas sobre a maneira como a Grécia esteja sendo tratada seja algo típico para Varoufakis, um economista marxista, as declarações provocaram revolta na Alemanha, onde eleitores e políticos estão cada vez mais relutantes a emprestar dinheiro à Grécia. Reuters O banco francês Credit Suisse está contratando Tidjane Thiam, chefe da seguradora britânica Prudential, como novo presidente-executivo para ajudar a liderar a investida do banco suíço em gestão de fortunas em mercados emergentes. O executivo será o primeiro africano a chefiar a instituição. O presidente do Conselho do Credit Suisse, Urs Rohner, disse que o chefe de longa data Brady Dougan deixará o cargo de presidente-executivo no fim de junho e será substituído por Thiam, chefe da Prudential desde 2009 e que tem visto um aumento no preço da ação da empresa de mais de 200% nos últimos cinco anos. Thiam tem 52 anos. “Com Tidjane Thiam, um líder forte e reconhecido, com um passado impressionante na indústria global de serviços financeiros vamos recuperar o nosso banco”, disse Rohner no comunicado, Ex-ministro do governo na Costa do Marfim e sócio da empresa de consultoria McKinsey & Co, Thiam se tornou o primeiro presidente-executivo negro de uma companhia do índice FTSE 100 ao passar a ocupar o cargo mais alto da Prudential, deixando a seguradora Aviva, mas nunca administrou um banco. Dougan vinha recebendo pedidos para deixar o posto desde o ano passado, quando o Credit Suisse fechou um acordo de US$ 2,5 bilhões com autoridades dos Estados Unidos por ajudar norte-americanos a sonegar impostos por meio de contas secretas. O norteamericano está saindo após 25 anos no Credit Suisse, oito deles como presidente-executivo. “É a pessoa certa para a organização e para que eu possa sair da função”, disse, por seu lado, Brady Dougan. Dougan vinha recebendo pedidos para deixar o posto desde o ano passado, quando o Credit Suisse fechou um acordo de US$ 2,5 bilhões com autoridades dos Estados Unidos CEO da seguradora Prudential deixa o cargo com lucro em alta Rohner disse que a experiência internacional de Thiam, particularmente nos setores de gestão de fortunas e de ativos e no desenvolvimento de novos mercados, pavimentou o caminho para sua nomeação, que foi divulgada durante a noite por vários veículos da mídia. Coincidindo com o anúncio, a Prudential anunciou ontem que seu lucro líquido aumentou 65% em 2014, e somou 2,216 bilhões de libras (US$ 3,3 bilhões).A seguradora tem presença na Ásia, Estados Unidos e Reino Unido. Tidjane Thiam deixa a Prudential com um crescimento nos lucros em 2014. Já o Credit Suisse reportou lucros líquidos de 921 milhões de francos suíços (861 milhões de euros) no quarto trimestre de 2014, que contrastam com os prejuízos de 476 milhões de francos suíços registrados no mesmo período do ano anterior (445 milhões de euros). A subida do franco face ao euro teve um impacto negativo de 3% nos grupos e o banco anunciou medidas para compensar estas perdas, como o corte de custos na ordem dos 200 milhões de francos (187 milhões de euros), onde se inclui uma redução de 25% do salário dos membros do conselho de administração. Com agências internacionais 42 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ▲ MUNDO Editora: Florência Costa [email protected] Ëditoria de Arte/Nei Lima Os iPhones e iPads da Apple foram alvos da espionagem da CIA por sete anos. Pesquisadores da agência americana de espionagem trabalharam para decifrar a encriptação dos celulares e tablets da Apple, segundo do c u m e n to s o b t i do s p o r Edward Snowden, delator da agência de segurança nacional dos Estados Unidos (NSA), publicados ontem no site investigativo “The Intercept”. O site cita documentos confidenciais dos EUA que sugerem que estes pesquisadores criaram uma versão do XCode, ferramenta de desenvolvimento de aplicativos da Apple, para desenvolverem meios de criarem “portas dos fundos” em programas distribuídos pela App Store. Os documentos, que cobrem um período de 2006 a 2013, não informam se os pesquisadores da CIA tiveram sucesso em quebrar a codificação da Apple, que assegura os dados dos usuários e outras comunicações deles contra invasões. Os esforços para quebrar códigos de produtos da Apple por pesquisadores do governo americano começaram em 2006, um ano antes da empresa ter lançado o primeiro iPhone e continuaram até 2013, depois do lançamento do iPad (2010). O “The Intercept” já havia publicado no passado uma série de textos a partir de documentos fornecidos por Snowden. Entre os editore s d o s i te e s t ã o G l e n n Greenwald, que ganhou um prêmio Pulitzer por seu trabalho sobre as revelações de Snowden e a documentarista vencedora do Oscar Laura Poitras. A violação da segurança da Apple foi parte de um programa ‘iEspionagem’ da CIA As tentativas da CIA de quebrar códigos de produtos da Apple começaram em 2006, um ano antes do lançamento do primeiro iPhone, e continuaram até 2013, depois da criação do iPad ultra secreto do governo americano, apoiado por pesquisadores da inteligência britânica, com o objetivo de invadir “produtos de comunicação seguros, tanto domésticos quanto estrangeiros”, incluindo os celulares Android, sistema operacional do Google, afirmou o site. Os investigadores envolvidos nesta missão trabalham na Sandia National Laboratories e apresentaram seus trabalhos durante reunião secreta na CIA em 2012, da qual membros da NSA também participaram. Seus trabalhos fazem parte de um programa mais amplo de segurança das comunicações, alimentado por um “orçamento secreto”, segundo os documento de Snowden. A CIA não comentou a repor- A CIA trabalhou por anos para decifrar a encriptação dos iPhones e iPads da Apple, disse o site investigativo ‘The Intercept’, com base em documentos de Edward Snowden; não se sabe se a agência quebrou o sigilo da empresa tagem. Um porta-voz da Apple apenas citou comentários públicos do presidente-executivo da companhia, Tim Cook. “Eu quero ser absolutamente claro de que nós nunca trabalhamos com qualquer agência governamental de qualquer país para criar uma porta dos fundos em qualquer um de nossos produtos ou serviços”, disse Cook em comentário publicado no ano passado. “Também nunca permitimos acesso a nossos servidores", completou. Apple e Google haviam anunciado em 2014 que iriam reforçar o sistema de codificação dos seus telefones celulares para que o governo americano não conseguisse acessar seus dispositivos mesmo com autorização legal.Reuters e AFP Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 43 CYBER-TERRORISMO Apoiadores do EI lançam CaliphateBook Reprodução Twitter Defensores do Estado Islâmico lançaram o CaliphateBook (referência ao Califado do EI na Síria) para contornar os bloqueios no Facebook e outras redes sociais, e espalhar a sua mensagem militante através da Internet. O site 5elafabook.com, parecido com o Facebook, suspendeu temporariamente as operações para "proteger as informações de seus membros e a sua segurança". Reuters Libertários, mas nem tanto Primeiro site de relacionamento extraconjugal para mulheres causa grande polêmica na França e irrita religiosos Redação [email protected] Após sucessivos escândalos de infidelidade de presidentes e da polêmica sobre as atividades sexuais do ex-diretor do FMI, Dominique Strauss Kahn, a bola da vez na França é a guerra judicial entre entidades religiosas e o site de relacionamento extraconjugal Gleeden. Fundado em 2009, o serviço já conta com pelo menos um milhão de clientes no país, mas voltou a atrair os holofotes agora, após ter estampado os ônibus de várias cidades com anúncios do negócio. Para muitos, esse é mais um indicativo da guinada conservadora de um país considerado historicamente libertário. Com a propaganda de que é o primeiro site voltado às mulheres casadas que procuram um amante, a plataforma colocou nas ruas sua mais nova campanha publicitária, que traz uma maçã mordida em referência às tentações de Eva. O anúncio foi veiculado, inclusive, em pequenas cidades, onde a repercussão foi bastante negativa. Em pelo menos sete localidades as propagandas foram recolhidas após fortes reações na Justiça e nas redes sociais, o que levou a um intenso debate sobre os limites da moralidade pública e da liberdade de expressão no país. A principal queixa veio das Associações Familiares Católicas, que fizeram uma representação oficial contra o grupo editorial americano Black Divino, dono do site. Segundo os religiosos, a campanha é “imoral” e “representa grave violação do código civil”. “Ao facilitar o adultério, Gleeden faz uma promoção pública da mentira e da violação da lei”, argumentam. Embora a infidelidade não seja considerada crime na França desde 1975, um dos artigos do código civil — escrito em 1804, em plena era napoleônica — afirma que “esposos devem respeito mútuo, fidelidade, ajuda e assistência”. Os “Percursores”, outro grupo conservador católico que tem atuado na mesma linha, enviou às redes de transporte francesa RATP, Keolis e Transdev uma petição com mais de 20 mil assinaturas para exigir a retirada dos “anúncios escandalosos”. A RATP negou a solicitação sob a alegação de que as Oito franceses, sendo três atletas famosos, fariam parte de ‘Reality Show’ de sobrevivência A França amanheceu em estado de choque ontem, após a morte de oito franceses, incluindo três atletas olímpicos famosos, nas filmagens do reality show de sobrevivência “Dropped”. A colisão entre dois helicópteros na Patagônia Argentina também vitimou os dois pilotos argentinos. A navegadora Florence Arthaud, a nadadora Camille Muffat e o boxeador Alexis Vastine — os dois últimos medalhistas olímpicos — estão entre os 10 mortos. Eles participavam das gravações do programa do canal de televisão TF1, em que atletas enfrentam desafios na natureza ao redor do mundo. No caso da Argentina, as paisagens escolhidas foram a a Quebrada del Yeso e a Villa Castelli, área montanhosa a 200 km da capital da província de La Rioja, onde tudo aconteceu. As filmagens haviam começado em fevereiro, em Ushuaia, extremo sul do continente americano. campanhas estavam resguardadas pelo princípio da liberdade de expressão. O mesmo, no entanto, não aconteceu com a Keolis, que retirou os cartazes dos ônibus da pequena Versailles, a uma hora da capital Paris, em função da reação da população. De acordo com o jornal francês “Le Monde”, a companhia recebeu mais de 500 reclamações em apenas uma semana, enquanto a média é de 900 queixas a cada ano. Em outra cidade, Rambouillet, o próprio prefeito pediu à Transdev para recolher as propagandas “em nome da moralidade”. A porta-voz da Gleeden, Solène Paillet, argumenta que o site, dirigido por mulheres e para mulheres, também é uma maneira de fazer justiça às francesas. Traídas por seus maridos há séculos, quando se arriscavam, elas ainda sofriam punições, sendo enviadas para conventos ou para a prisão. “Queremos dar às mulheres um meio de enganarem os seus maridos e serem sexualmente independentes”, explica Paillet. Em entrevista ao jornal “New York Times”, Paillet fez uma provocação ao invocar o recente ataque terrorista ao semanário satírico “Charlie Hebdo”, já que, há algumas semanas atrás, estes mesmos queixosos estavam nas ruas lutando por liberdade de expressão. “Em pleno 2015, organizações religiosas não podem ditar a moral para os franceses”, opinou. O presidente François Hollande expressou ‘sua comoção’ ao ser informado da maior tragédia da história dos ‘reality shows’ Colaborou o estagiário Gabriel Vasconcelos Em pelo menos sete localidades as propagandas do site foram recolhidas após fortes reações na Justiça e nas redes sociais, o que levou a um debate sobre os limites da moralidade pública e da liberdade de expressão no país Franceses em choque com tragédia que matou atletas Reproduções de campanhas publicitárias no Twitter do site de relacionamento extraconjugal Gleeden, o primeiro dedicado apenas às mulheres O presidente François Hollande expressou “seu espanto e comoção” ao ser informado do acidente, a maior tragédia da história dos reality shows. Muffat foi campeã nos 400 metros livre e medalhista de prata nos 200 metros, em Londres (2012). Já o boxeador Vastine foi medalhista de bronze em Pequim(2008)e, Arthaud, uma célebre navegadora que ficou conhecida como “a noiva do Atlântico”. Ela tinha acabado de escrever o livro de memórias “Cette nuit la mer est noire” (Esta noite o mar é negro, em tradução livre). “Eu quero doar. Eu quero ajudar aqueles que, como eu, sonham com aventuras, em fazer de suas vidas seu sonho. Eu quero dedicar-me às mulheres que desejam navegar”, escreveu Arthaud no livro que será lançado em 19 de março. AFP 44 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ▲ MUNDO ESTADOS UNIDOS União para aprovar maconha medicinal Senadores democratas e republicanos apresentaram ontem o projeto de lei mais abrangente sobre uso medicinal da maconha. Dos 50 estados dos EUA, 23 legalizaram a cannabis, planta de onde se extrai a maconha, para tratar pessoas com câncer, esclerose múltipla e epilepsia. Mas a lei federal continua a investigar criminalmente, inclusive com prisões, quem é encontrado com porte de drogas. AFP Conta pessoal foi usado por conveniência, alega Hillary Maduro quer governar com superpoderes Ex-secretária de Estado e possível candidata a presidente pode ter violado lei federal Presidente venezuelano Nicolás Maduro pretende que Legislativo aprove superpoderes em tema de segurança para enfrentar ‘agressões imperialistas’ dos Estados Unidos AFP O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se preparava ontem para enviar à Assembleia Nacional um pedido de superpoderes em tema de segurança para enfrentar “agressões imperialistas” dos Estados Unidos contra seu país, atingido por inflação, recessão e desabastecimento. “Vou solicitar uma lei habilitante anti-imperialista para nos preparar para todos os cenários e em todos eles ganhar e triunfar com a paz", disse Maduro na noite de segunda-feira, em um pronunciamento nacional de rádio e televisão. O presidente americano Barack Obama, em uma nova escalada da tensão bilateral, classificou na segunda-feira a situação na nação sul-americana como “uma ameaça extraordinária e incomum à segurança nacional e à política externa dos Estados Unidos”, ao implementar sanções contra sete funcionários venezuelanos que, segundo Washington, participaram da repressão às manifestações antigovernamentais que deixaram 43 mortos em 2014. O socialista Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, respondeu acusando os Estados Unidos de terem dado “o passo mais agressivo, injusto e nefasto já aplicado contra a Venezuela”. A última vez em que o presidente pediu superpoderes para legislar (em temas econômicos) foi no fim de 2013 e o tempo entre a solicitação e a concessão foi seis semanas. Líderes de ONGs especializadas em temas de segurança e analistas políticos opinaram que esta habilitante pode ser utilizada para bloquear as garantias individuais sob o fantasma do inimigo externo. “Usando a figura do inimigo externo, que é o imperialismo, o governo aproveita para construir um quadro jurídico mais repressivo”, disse o cientista político Edgard Gutiérrez, coordenador da empresa de pesquisas Venebarómetro. “A Lei Habilitante Anti-imperialista será um instrumento contra o inimigo interno e, como as habilitantes de Maduro, orientada a minar os direitos humanos”, declarou no Twitter Rocío San Miguel, chefe da organização não governamental Control Ciudadano, especializada em temas militares e de segurança. Nicolás Maduro acusou os EUA de ter dado ‘o passo mais agressivo e injusto contra a Venezuela’ A lei habilitante é um dispositivo da Constituição venezuelana que permite ao chefe de Estado governar durante um ano por decreto em temas específicos.Uma habilitante deve ser aprovada pela maioria especial constitucional de 60% dos deputados do legislativo unicameral. Esta é a porcentagem de que dispõe, precisamente, o governo chavista, cuja equipe parlamentar soma 99 legisladores de um total de 165.Esta maioria da Assembleia permite ao governismo não apenas sancionar as habilitantes, mas também dar quórum às sessões, controlar a agenda parlamentar e aprovar ou rejeitar todos os proje- O governo dos EUA disse ontem que não promove a instabilidade na Venezuela e que as sanções se propõem a ‘persuadir’ Caracas a ‘mudar seu comportamento’ tos de lei sem a necessidade de nenhuma aliança com a oposição. O governo dos Estados Unidos disse ontem que não promove a instabilidade na Venezuela e que as sanções anunciadas na segunda-feira se propõem a “persuadir” Caracas a “mudar seu comportamento”, assegurou uma porta-voz do Departamento de Estado. “Apesar de declarações em sentido contrário de parte de funcionários venezuelanos, não estamos promovendo a instabilidade na Venezuela”, disse a porta-voz, Jen Psaki, que qualificou de “falsa” a versão de que Washington se propõe a abalar o governo de Nicolás Maduro. AFP Atingida por um escândalo que envolve o uso de e-mails de sua conta pessoal, e não o oficial do governo, para questões de trabalho enquanto ocupava o cargo de secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton admitiu ontem que teria sido melhor ter usado duas contas e dois celulares. Hillary, que poderá ser prejudicada com este escândalo na sua pretensão de ser candidata democrata à Presidência, no ano que vem, explicou que fez isso por “razões práticas”. A ex-secretária de Estado, que ocupou o cargo durante quatro anos e o deixou em 2013, disse que optou, por conveniência usar sua conta pessoal para carregar apenas um celular, ao invés de dois. Ela explicou que houve um processo rigoroso para identificar os e-mails relacionados a trabalho e entregá-los ao Departamento de Estado. A “grande maioria” das mensagens, segundo ela, foi enviada ao Departamento de Estado. Hillary entregou mais de 55 mil páginas de e-mail, informou o jornal “New York Times”, devido à determinação do Departamento de Estado de cumprir com as práticas de manutenção de registros e devido à lei segundo a qual correspondências enviadas e recebidos por funcionários federais devem ser guardados. “Eu quero que o público veja os meus e-mails”, escreveu Hillary em um tuíte. “Pedi ao Departamento de Estado que os divulgue", completou. O Departamento de Estado informou que divulgará seus e-mails em um site após análise do material que poderá demorar meses, segundo Jen Psaki, porta-voz do órgão. A divulgação pública dos e-mails seguirá procedimentos da lei de acesso à informação do país, a Freedom of Information Act (FOIA).O caso fez com que vários políticos democratas passassem a questionar se uma outra pessoa deveria ser escolhida no lugar de Hillary Clinton para ser candidata à sucessão do presidente Barack Obama. Redação, com Agências Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 45 Nir Elias/Reuters ELEIÇÕES EM ISRAEL Netanyahu diz ser alvo de complô global O 1º ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que há um "enorme esforço mundial" para garantir que seu partido, o direitista Likud, perca a eleição na semana que vem, segundo comentários divulgados pela rádio do Exército. De acordo com a rádio Netanyahu se referia ao financiamento estrangeiro para grupos de defesa de direitos, que lutam pela mudança de governo em Israel. Reuters ENTREVISTA Christian Stoffaes Presidente do Conselho Mundial para Eletrificação Sustentável ‘A ELETRIFICAÇÃO AJUDA NA ERRADICAÇÃO DA POBREZA’ Jacques Demarthon/AFP ções. Provavelmente, a revolução na Rússia em 1991 foi causada por isso, porque vinha de um longo período de preços baixos iniciado em 1986. E países produtores de petróleo têm dificuldades de sobreviver a uma década de preços baixos, porque normalmente usam a receita da exportação para investir em políticas sociais, habitação de baixo custo, para subsidiar comida e necessidades básicas. Quando isso é cortado, acontecem as revoluções. Isso aconteceu na Nigéria em 1990. Isso provavelmente aconteceu na Rússia em 1991. O acesso à energia não é uma questão relativa apenas ao meio ambiente. É uma pré-condição para aliviar muitos problemas associados com a pobreza, de saúde à falta de educação, diz o economista Christian Stoffaes, presidente do Conselho Mundial para Eletrificação Sustentável e representante da Fundação Getúlio Vargas em Paris. Ele esteve em todas as conferências internacionais sobre o clima desde a origem no Rio, em 1992. Há dois anos, Stoffaes participou no Brasil da Rio + 20, quando anunciou uma proposta para incentivar a eletrificação em países pobres, assunto que será debatido no COP 21, no final do ano em Paris. Nicola Pamplona [email protected] O que se pode esperar de novo na reunião deste ano em Paris sobre a Mudança Climática, a COP 21, em termos de políticas de eletrificação? Em um evento paralelo da Rio+20 fizemos uma proposta que será apresentada na COP 21. Fui secretário geral do E7, grupo das sete maiores empresas de energia, criado na conferência do Rio em 1992 para desenvolver projetos de eletrificação de pequena escala. Já fizemos 15 projetos na África e na América Latina. O projeto foi criado para trabalhar em energia para a África por meio de uma nova agência das Nações Unidas especializada em eletrificação, que coloca nas mãos dos estados africanos o trabalho de desenvolver o programa. Então, estamos trabalhando nisso. Criamos, por ocasião do Rio+20, o Conselho Global para a Eletrificação Sustentável. Acredito que será um tema importante porque deverá haver na COP21 a busca por algo novo. Já não há razão para insistir no protocolo de Kyoto. Nosso argumento é que a eletrificação não tem impacto apenas sobre mudança climática, mas também sobre erradicação da pobreza. Atende as metas do milênio e custaria apenas US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões, o que não é muito dinheiro. A proposta é que 1% das tarifas de energia da Europa sejam usadas para financiar o programa, não? Nós fizemos essa proposta. Acreditamos que a ferramenta mais eficiente para promover as energias renováveis foi a “feed-in tariff”, que é a obrigação das empresas de serviços públicos de energia de comprar a eletricidade produzida por produtores independentes a um preço fixo. É uma espécie de subsídio que se mostrou um instrumento muito eficiente. O objetivo é aplicar esse modelo para eletrificar os países pobres. A ideia é cobrar 1% da tarifa para desenvolver isso. Como o Sr. vê o Brasil neste cenário? O Brasil é muito rico em termos de recursos naturais. Vocês usam muito a energia hidrelétrica, ainda que não esteja totalmente explorada, e vocês têm óleo e podem se tornar um grande exportador. Vocês são um tipo de milagre geológico, com grande futuro. A crise financeira tem tido algum impacto no desenvolvimento de energias renováveis? Mas não estamos chegando tarde à bonança do petróleo? Não muito. As renováveis tem uma especificidade: elas não são lucrativas, não são competitivas. Estão se tornando competitivas, mas ainda não são completamente. São subsidiadas. Não. Vamos precisar de óleo por muito tempo ainda. Há uma depressão temporária nos preços por causa dos Estados Unidos, mas os preços vão voltar a um bom nível novamente. Vocês não terão problema para viver a bonança do petróleo. Mas os países continuam interessados em subsidiar, mesmo com os problemas financeiros? Sim. Porque, além de não representar muito dinheiro, é bom para a imagem e é uma causa legítima. Mesmo nos países não desenvolvidos? Nesse caso, não haverá impacto porque o tema da energia é muito importante. Há um grande esforço para evitar racionamentos, blecautes. É provavelmente o tema mais importante para países em desenvolvimento. Então o risco de falta de energia pode motivar investimentos em renováveis também? “ Produtores de petróleo têm dificuldades de sobreviver uma década de preços baixos. Eles usam a receita da importação para investir em políticas sociais e quando isso é cortado acontecem as revoluções. Foi o que ocorreu na Nigéria em 1990 e na Rússia em 1991” A mais eficiente e rápida maneira de gerar energia são as plantas a gás ou carvão, mas as renováveis têm suas vantagens. Depois da construção, o custo do combustível é zero e o custo da construção é próximo de zero. Então, isso compensa os subsídios. Há uma mudança, nos últimos anos, na geopolítica da energia, com os Estados Unidos se transformando em grandes produtores de óleo, carvão e gás barato.Quais os impactos geopolíticos? Já estamos vendo um efeito imediato na Rússia. O país era bastante arrogante em sua relação com os EUA, era agressivo na Crimeia, mas podia fazer isso porque estava rico com a exportação de petróleo e gás. Agora, o que vemos é a Rússia preocupada com a situação, porque está perdendo receita de exporta- Como a crise da Petrobras pode afetar a imagem do Brasil? Penso que é um problema doméstico, que vem sendo usado como uma desculpa para atacar a presidenta Dilma Rousseff. Ela tem enfrentado questões na economia, é uma apoiadora do Lula, que é bem popular e fez uma revolução positiva no Brasil. Mas isso foi há dez anos, então a memória se esvaiu e as pessoas estão usando a Operação Lava Jato para atacar ela. Não é um assunto importante para o investidor? Não, é doméstico. É uma coisa política. Para os brasileiros, é um grande evento, mas não vejo grande impacto. 46 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 OPINIÃO Editoria de Arte Antipetismo e golpismo Saturnino Braga [email protected] antipetismo, mesmo raivoso, enquanto posição política organizada democraticamente para se opor com dureza ao governo é inteiramente válido e faz parte do jogo da democracia. Quando avança, porém, além de certos limites e elege um presidente para a Câmara cuja atuação não condiz com o conceito de “ficha limpa”, só por ser um esperto antipestista, assim como, quando usa as redes sociais para convocar manifestações destinadas a forjar um impeachment da presidenta recentemente reeleita, o antipetismo passa a atentar contra as instituições democráticas. Quando usa a tática do combate à corrupção com o fim de atacar o governo e ganhar mais adesão política, o antipetismo está bem dentro dos limites do jogo e está mesmo servindo à Nação. Quando, em nome do combate à corrupção, agride ferozmente a Petrobras, com intenção claramente demolidora, está servindo a interesses não brasileiros que visam ao empoderamento do petróleo do pré-sal. E o fato é que vai ficando cada vez mais claro que a sanha antipetista está de fato ultrapassando os limites democráticos e resvalando rapidamente para a fogueira do golpe. É claro que no atiçamento deste golpismo há uma articulação vinda de fora com o objetivo de derrubar a presidenta que tomou decisões ousadas de autonomia brasileira: a da Lei do pré-sal, a da aliança efetiva com os Brics e a de investir em sistemas nacionais de comunicação, autônomos em relação à espionagem de Washington. Ousadas e frontalmente contrárias aos interesses do grande capital. A Petrobras já foi gravemente ferida. Mas não basta; é preciso derrubar o governo para mudar a Lei; e derrubar o governo para acabar com os Brics. A Índia já foi conversada, Obama esteve lá no mês passado; a Rússia se desgasta pela guerra na Ucrânia; a África do Sul não conta muito; é preciso, sim, tirar o Brasil, que é um país estratégico, é um país sul-americano. E o Brasil tradicionalmente se tira com o golpe, militar ou judiciário. Já se comenta que foi instalada a “República de Curitiba”, autônoma em relação às leis brasileiras, parodiando a República do Galeão que derrubou Getúlio Vargas. O E o fato é que vai ficando cada vez mais claro que a sanha antipetista está ultrapassando os limites democráticos e resvalando rapidamente para a fogueira do golpe É este o quadro grave que temos pela frente. Ao qual se soma, infelizmente, uma situação econômica frágil, que facilita a sabotagem, coisa que a CIA sabe fazer muito bem. O rebaixamento da Petrobras que corta o seu financiamento, a subida da inflação com Joaquim Levy e a greve dos caminhoneiros (que derrubou Allende) podem ser os primeiros atos dessa sabotagem. Na Venezuela, que ousou mais, há mais tempo, o processo está bem mais avançado e é muito difícil para o governo resistir ao desfecho golpista. Aqui ainda há forças confiáveis e robustas para a resistência. Temos alguns órgãos importantes de comunicação, a liderança de Lula, a honradez de Dilma, a OAB, a ABI, o Clube de Engenharia, a CNBB, e a consciência política ainda viva na maioria do povo (já tão desgastada na Venezuela e na Argentina). Não, no Brasil o golpe ainda não cresceu e não crescerá o bastante para vencer. Mas é decisivo o trabalho político de unir e articular todas as forças democráticas para desmoralizar o golpismo já atuante. A partir do próprio PT, que deve, sim, discutir o esforço fiscal, mas não criar embaraços ao governo além dos já complicados que ele enfrenta. Política é difícil, eu bem sei, requer maturidade, grandeza, coragem e discernimento. É o que se espera do PT neste grave momento. Saturnino Braga é presidente do Centro Celso Furtado e ex-senador pelo Rio de Janeiro Quarta-feira, 11 de março, 2015 Brasil Econômico 47 PAULO SARDINHA FABRICIO SCALZILLI Presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ) Presidente da Comissão Especial de Falências e Recuperação Judicial da OAB/RS O contraste de um diálogo sobre remuneração salarial Aos dez anos,Recuperação Judicial pode acabar no país Em um primeiro olhar, pode parecer impossível que o discurso de uma vencedora do Oscar dialogue com a fala de um deputado federal no Brasil. Mas, surpreendentemente, o depoimento da Patricia Arquette, que levou a estatueta de atriz coadjuvante, enfatizou tema que também esteve presente em entrevista da pelo político dias antes: a desigualdade de salários entre homens e mulheres. Porém, enquanto ela reivindicava por remunerações iguais em Hollywood, o deputado foi no sentido contrário ao defender que as mulheres recebam menos. O título deste artigo pode parecer pesado, mas nos faz refletir sobre qual a real amplitude e eficácia deste instituto que completa dez anos e que os críticos dizem só servir efetivamente para grandes empresas. O mercado financeiro e os investidores em geral possuem aversão a risco. Infelizmente no Brasil, a visão que se tem é que a empresa que obtêm o benefício da Recuperação Judicial está em um estado agonizante e pré-falimentar. Como resultado, não há créditos para essas empresas organizarem seu fluxo de caixa e compromissos futuros. É inegável que, após muita luta e trabalho, elas conquistaram direitos que eram impensáveis há cem anos. E foi justamente o pleito por melhores salários que fez com que hoje em dia se celebre o Dia Internacional das Mulheres. É uma homenagem às operárias que, em 1957, iniciaram uma greve e mobilizaram uma fábrica têxtil em Nova York, pois estas ganhavam em torno de um terço do salário de um homem na mesma função. Os dois discursos comprovam, porém, que há muito a ser feito. Se grandes estrelas do cinema admitem que não são tão valorizadas quanto os galãs, fica a certeza de que profissionais espalhadas pelo mundo enfrentam a mesma barreira. Aqui, no Brasil, pesquisas apontam que o público feminino não responde nem por 20% das diretorias de empresas presentes em território nacional. Em grandes companhias, os interesses em jogo e a complexidade das relações com mercado e com os credores são tão grandes que a quebra teria um efeito negativo. Neste contexto, as empresas que geralmente possuem bons ativos e fluxo de caixa robusto, mesmo que deficitário, acabam contando com diversas estruturas financeiras a seu favor para regar a operação, além da benevolência de grandes credores expostos que entendem será melhor colocar mais dinheiro do que perder o que foi investido. Os governos e fundos de investimentos que apostaram recursos no desenvolvimento de mercados e grandes corporações não raro passam por esta encruzilhada. Empreendedores que valorizam a gestão de pessoas sabem que não é o gênero que determina o grau de produtividade de um colaborador, mas sim o seu engajamento E justamente são visões distorcidas, que defendem menores salários para as mulheres pelo simples fato delas poderem ficar grávidas, que impedem avanço mais veloz rumo ao mundo menos desigual. Empreendedores que valorizam a gestão de pessoas sabem que não é o gênero que determina o grau de produtividade de um colaborador, mas sim o seu engajamento, comprometimento e a sua qualificação profissional. Do mesmo jeito que devem ser esses os fatores a influenciar a elevação de remuneração dentro de uma empresa. Opiniões que expõem visão retrógrada inibiram por muito tempo a mulher no mercado de trabalho. Porém, a presença delas à frente de grandes organizações e de algumas das principais nações esvazia qualquer pseudoargumento. Ao invés de questionar o papel de uma lei trabalhista, seria mais importante destacar o quão grave é o desrespeito à CLT. Em pleno século XXI há casos de pessoas sob condições análogas à escravidão. Existe um debate se as mulheres trouxeram para o mundo corporativo qualidades na gestão que normalmente não são tão desenvolvidas nos homens. Há quem veja nelas capacidade maior de sensibilizar a organização, de conseguir organizar melhor o trabalho em equipe, de realizar mais tarefas simultâneas e de conseguir equilibrar melhor a vida profissional e pessoal. Não há unanimidade nessa “guerra dos sexos” e talvez não seja esta uma questão vital. O fato é: não há como negar que elas contribuíram e muito para o crescimento do país. Infelizmente, a coincidência de temas nas duas falas comprova que a questão da desigualdade ainda é grande e está presente em diversos setores e no mundo todo. E o desafio para superá-la está longe de ser realizado. Enquanto houver autoridades que justifiquem a disparidade de tratamento entre homens e mulheres, significa que ainda há uma parcela da sociedade que acha a legitimidade nessa injustiça. Felizmente, discursos como o do Oscar contribuem para que a razão ajude a superar a ignorância. Enquanto isso, no mundo das PMEs, o cenário é outro. Recuperação Judicial é sinônimo de mais custo em curto prazo para soluções não tão tangíveis de longo prazo Os planos de recuperação, quando aprovados, aliviam o caixa e reorganizam a dívida, mas em geral falam pouco do futuro. A empresa chegou nessa situação por fatores internos de gestão ou externos de mercado, que levaram há um desencaixe financeiro e um espiral de crise. Quem disse que isso não vai ocorrer de novo? No Brasil, em 2015, tudo é possível! E assim a vida segue no mercado de crise com decisões judiciais que encerram o processo de recuperação judicial em dois anos, mesmo sequer tendo iniciado o período de pagamento. A Justiça entende que organizou as regras do jogo e o plano agora é autoexecutável. Cabe aos credores fiscalizarem a empresa. Na teoria é ótimo; na prática, muitas vezes o mesmo modelo de gestão continua e lá na frente apresenta-se um cenário mais agudo. A brecha da lei que visa preservar as empresas tem levado a devedora lá na frente a buscar adaptações e renegociações ao plano aprovado, criando a meu ver um não comprometimento com o resultado e com o compromisso assumido de pagamento dos credores. Restaaos credoresaceitarem asmudanças e irem novamente à mesa de negociação, caso não queiram a decretação da falência, cujo patrimônio da empresa, quando existente, paga somente parte de dívidas trabalhistas. Enquanto isso, no mundo das pequenas e médias empresas, o cenário é outro. Recuperação Judicial é sinônimo de mais custo em curto prazo para soluções não tão tangíveis de longo prazo. Sem acesso a crédito e com recebíveis futuros já vendidos e consumidos, com a operação cambaleante, pressão das dívidas fiscais e outros credores não sujeitos a recuperação judicial, o plano de recuperação judicial, montado às pressas, prevê o básico — deságio e alongamento de dívida, sem ninguém se debruçar sobre o futuro da empresa. Esta, salvo alguma sorte ou mudança real de rumo, pode ter iniciado a sua travessia para quebra. Como a maioria das empresas no Brasil em crise são médias e pequenas, a Lei terá de rever seus conceitos e sua eficácia senão poderá acabar em desuso para esse grande grupo da economia. Seria mais uma concordata largada na prateleira das leis inutilizáveis no Brasil. Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Diretor Presidente José Mascarenhas BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. Publisher Ramiro Alves Chefe de Redação Octávio Costa Editora-Chefe Sonia Soares Diretor de arte André Hippertt Editor de arte Carlos Mancuso Redação (RJ) Rua dos Inválidos, 198, Centro, CEP 20231-048, Rio de Janeiro Tels.: (21) 2222-8000 e 2222-8200 Redação (SP) Rua Guararapes, 2064, Térreo, Brooklin Novo, CEP 04561-004, São Paulo Redação (DF) SHS Quadra 6 Conjunto A, Complexo Brasil 21, Bloco C, Salas 520 a 523, CEP 70316-109, Brasília. Tel.: (61) 3223-4274 E-mail [email protected] CONTATOS Redação (21) 2222-8000, (11) 3320-2000 e (61) 3223-4274 Administração (21) 2222-8050 e (11) 3320-2128 Publicidade (21) 2222-8151 e (11) 3320-2182 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos [email protected] Tel.: (11) 3320-2017 (circulação de segunda à sexta, exceto nos feriados nacionais) Atendimento ao assinante / leitor Rio de Janeiro (Capital) — Tels.: (21) 3878-9100 São Paulo e demais localidades — Tels.: 0800 021-0118 De segunda a sexta-feira — das 6h30 às 18h30 Sábados, domingos e feriados — das 7h às 14h brasileconomico.com.br/assine [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro Tel.: (11) 3320-2112 Impressão Editora O DIA S.A. (RJ) 48 Brasil Econômico Quarta-feira, 11 de março, 2015 ASSINE JÁ! São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) : (21) 3878-9100 [email protected] Empresa Jornalística Econômico S. A. Rua dos Inválidos, 198, Centro - CEP: 20231-048, Rio de Janeiro (RJ) - Tels.: (21) 2222-8000 e 2222-8200 brasileconomico.com.br PONTO FINAL OCTÁVIO COSTA Chefe de Redação [email protected] Imaginem se os políticos e os governantes que têm o destino do Brasil em suas mãos se dedicassem aos problemas nacionais como fez nosso valente tenista na Copa Davis Feijão saiu da quadra sob aplausos dos argentinos, que reconheceram sua valentia. Leonardo Mayer também brilhou debaixo do forte calor, mas jogava em casa e era o franco favorito. Era de se esperar que o 29º tenista do ças, conquistava os pontos, adiava a derrota e calava a boca dos argentinos. Depois do jogo, bastante emocionado, o valoroso tenista de Mogi das Cruzes comentou seu esforço: “Dei 300% de mim, lutei até o último ponto. Ele tam- AROEIRA mundo vencesse o 75º. Mas teve que enfrentar o heroísmo do brasileiro. Quem acompanha tênis poucas vezes viu algo parecido. Quando tudo parecia perdido, com vantagem para seu adversário, Feijão buscava as últimas for- Atenas, que sofreram pelos maridos, pelo poder e pela força de Atenas. Depois do jogo de domingo, seria justo adaptar a famosa letra: “Senhores e senhoras, miremse no exemplo do Feijão”. Imaginem se os políticos e os governantes que têm o destino do país em suas mãos se dedicassem aos problemas nacionais como fez o valente Feijão na Copa Davis. Imaginem se eles dedicassem ao exercício de seus mandatos 300% da energia. Imaginem se simplesmente honrassem os votos que receberam. O Brasil certamente não estaria vivendo estes dias de angústia e incerteza. Em seu histórico discurso de posse em 1960, o presidente John Kennedy cunhou uma frase célebre: “Não pergunte o que seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país”. O domingo 8 de março entrou para a história do esporte nacional: na batalha épica de Buenos Aires, o tenista João Olavo Souza, o Feijão, fez o que pôde pelo Brasil. SOBE E DESCE André Mourão N este dias de baixo astral e de decepção com a política e a economia, foi emocionante assistir ao jogo do tenista brasileiro João Olavo Souza contra o argentino Leonardo Mayer pela Copa Davis, na tarde de domingo. O nosso Feijão, assim chamado desde moleque pela pele morena e por gostar da comida, mostrou uma resistência épica. Numa quadra de saibro improvisada no Complexo Tecnopolis, em Buenos Aires, tomada de torcedores argentinos, Feijão conseguiu evitar dezenas de match points do adversário, que chegou ao limite da exaustão para conseguir a vitória no quinto set, por 15 games a 13. Depois de 6 horas e 42 minutos, os dois realizaram a partida de simples mais longa da história da Copa Davis (o principal torneio entre nações). Deixaram para trás o recorde anterior de 6 horas e 22 minutos, da disputa entre o americano John McEnroe e o sueco Mats Wilander, em 1982. bém deu 300% dele. Alguém tinha que ganhar e foi para o lado dele. Só pensei em jogar ponto a ponto e jamais desistir”. Feijão não desistiu e teve o esforço premiado. Agora, aos 26 anos, o paulista é o 72º colocado no ranking mundial de simples. Para quem não entende nada de tênis, vale explicar que a Copa Davis não é um torneio de premiação milionária. Os tenistas jogam pela honra de seu país. Suam a camisa pela bandeira nacional. Portanto, Feijão não resistiu a Mayer por mais de 6 horas para abocanhar mais um punhado de dólares. Jogou o que jogou em nome do Brasil. Não importa se, no final, perdeu para o argentino. Com alma de vencedor, mostrou uma raça e uma dedicação que tem feito muita falta nestes tempos de crise econômica e decadência política. Nos anos de chumbo, numa de suas belas músicas, Chico Buarque de Holanda recomendou que todos se mirassem na coragem das mulheres de ■ O presidente da Vale, Murilo Ferreira, deverá presidir o Conselho de Administração da Petrobras, no lugar do ex-ministro Guido Mantega. A nomeação acontecerá na reunião do próximo dia 23. Paulo Whitaker/Reuters O HEROÍSMO DE FEIJÃO ■ Protestar é livre e democrático. Estar irritado com a economia do país até Dilma Rousseff já disse que a população tem motivos para tal. Mas chamar a presidenta de “vagabunda”, como fizeram à porta de evento em SP, é demais.