UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA HOMEM E SOCIEDADE Profª Teresinha Minelli Tavares 1 ALUNO (A) _________________________CURSO:____________________ PERÍODO: ( ) MANHà ) NOTURNO ( PRINCIPAIS VISÕES SOBRE A ORIGEM HUMANA: O EVOLUCIONISMO O Evolucionismo é uma teoria fundamentada em achadosde fósseis concretos ou em experiências bio-genéticasrealizadas, embora eventualmente questionadas em suasconclusões: A teoria evolucionista e a explicação da biologia para a origem e evolução do ser humano; A colaboração da teoria antropológica sobre a visão da biologia e do evolucionismo a antropologia defende que a explicação puramente biológica é apenas uma parte de nossa complexa evolução do comportamento cultural também foi o papel determinante para surgimento de nossa espécie como é hoje. A antropologia afirma que é falsa a afirmação que o ser humano é determinado pelo clima ou pela herança genética; sim, as populações se adaptam a diferentes meio ambientes para sobreviver, mas não é o meio ambiente que determina nosso comportamento; sim, cada indivíduo é resultado de uma herança genética, o que não significa que é “escravo” dessa herança. Voltar às origens da cultura é também voltar à origem da humanidade. Ter costumes e hábitos aprendidos é um comportamento relacionado com a nossa sobrevivência e evolução enquanto espécie. O tema possibilita uma abordagem que ressalta a importância da compreensão do ser humano como um ser bio-psicosocial, ou seja, somos seres cujo comportamento é determinado ao mesmo tempo: 2 BIO - por nossas características orgânicas (o tipo de aparelho físico que temos e como podemos utilizá-lo); PSICO - por nossas experiências pessoais racionais e afetivas de mundo e; SOCIAL - pelo meio social onde vivemos. Parece a você que todo ser humano tem como qualidade inata (que nos pertence desde o nascimento) certos comportamentos como preferir alguns tipos de roupas ou alimentos, e ainda se comunicar através desta ou daquela língua? Pois a Antropologia, junto com outras ciências como a Arqueologia, a Paleontologia e a História, tem explorado profundamente essa questão sobre a diferença do Homem em relação ao resto do mundo animal que nos cerca. Até o momento puderam concluir que nosso comportamento é fruto de um processo histórico no qual BIOLOGIA e CULTURA modelaram nossos ancestrais. CULTURA - rede de significados que dão sentido ao mundo que cerca um indivíduo, ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um conjunto de diversos aspectos, como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc. http://www.alunosonline.com.br/filosofia/o-que-e-cultura/ Esse trabalho conjunto entre nosso desenvolvimento biológico e a cultura foram responsáveis por tamanhas mudanças em nossa espécie, que hoje achamos um fato “natural” não necessitarmos entrar na “luta pela sobrevivência”, na “lei da selva”. Quem começou a inventar palavras para dar nomes às coisas, ou saber que alimentos são comestíveis e como devemos prepará-los? Quem inventou o primeiro tipo de calçado, ou descobriu como fabricar o vidro? Enfim, como surgiu a cultura? Que importância decifrar esse fato pode ter para nossa compreensão de ser humano? Essas questões devem ser respondidas ao longo desse tema. 3 No séc. XIX Charles Darwin (biólogo), afirmou que todas as espécies vivas resultam de uma EVOLUÇÃO ao longo do tempo. Isso significa, que se retornássemos em nosso planeta há milhões de anos atrás não encontraríamos as espécies conforme as vemos hoje. Cada ser vivo, para chegar até hoje, passou por sucessivas e pequenas transformações que possibilitaram sua sobrevivência; esse processo de mudanças orgânicas ocorre por necessidade de ADAPTAÇÃO AO MEIO. Consideremos que as condições do meio como clima, quantidade na oferta de alimentos e todas as questões relacionadas às condições ambientais, estão em constante mudança. Pois bem, as formas de vida existentes precisam acompanhar essas mudanças, estando sujeitas – segundo Darwin – a dois destinos: a) podem se adaptar e ao longo de muitas gerações apresentarem mudanças visíveis; b) não conseguem se adaptar, entrando em extinção. Quais são as espécies que conseguem se adaptar? São as que possuem alguns indivíduos do grupo dotados de características tais que o permitem sobreviver e gerar uma prole (conjunto de filhos/as) que dá continuidade a essas características. Os outros indivíduos de sua mesma espécie que não possuam tais características, não conseguindo “lutar” pela sobrevivência, têm mais chances de morrer sem deixarem descendentes. Assim, após muitas gerações, temos uma espécie que já não se parece com seu primeiro exemplar. A possibilidade da geração de uma prole com características que permitam a adaptação ao meio é, para os evolucionistas, chamada de “seleção natural” – sobrevivem apenas aqueles indivíduos com traços que os permitam a sobrevivência. Ao lado da seleção natural, as mutações aleatórias também são responsáveis pelas modificações de um organismo ao longo do tempo. Uma das dificuldades do senso-comum em aceitar as idéias evolucionistas, está no fato que não podemos “ver” a evolução acontecendo apesar de ela estar sempre acontecendo , isto é, não testemunhamos alterações expressivas, pois as mudanças são muito 4 sutis e ao longo de períodos de tempo muito longos do ponto de vista do ser humano. As alterações podem ser consideradas em intervalos de tempo não inferiores a cem ou duzentos mil anos. Portanto, muito além de qualquer evento que possamos acompanhar. Mas podemos acompanhar sim a luta pela sobrevivência e a mudança de hábitos em muitas espécies, como os pombos que povoam as cidades, mas não estão tão concentrados demograficamente nos campos. Essa espécie encontrou um ambiente ótimo nas cidades construídas pelos seres humanos, aprendendo rapidamente como obter abrigo e alimento, com a vantagem de estar livre de predadores como nas florestas e campos. Faz parte de sua evolução esse novo ambiente. Assim entendemos que a evolução biológica de todas as espécies vivas não acontece sem influência de muitos fatores, não acontece de forma “mágica” e independente do tipo de meio e hábitos que podemos observar. Hoje em dia o darwinismo está com uma nova roupagem e temos teorias como o pós-darwinismo ou neo-darwinismo, que são conseqüência do desenvolvimento de nossa tecnologia de pesquisa, e do próprio conhecimento cujas portas foram abertas por Charles Darwin para seus sucessores. "O APARECIMENTO DO HOMO SAPIENS “uma espécie que trabalha" O homem descende do macaco. Essa foi à afirmação polêmica de Darwin na segunda metade do séc. XIX e que dividiu opiniões na sociedade moderna. Essa polêmica permanece até hoje, pois encontrou como opositor o ponto de vista de uma prática humana muito mais antiga que a teoria da evolução: a religião. Não conhecemos nenhuma crença, em nenhuma cultura que coincida e concorde totalmente com a afirmação de Darwin. Da perspectiva das crenças, a criação da vida é atribuída a um “ser criador”, a algo externo e superior a toda a vida existente. Ao conjunto de teorias e 5 explicações que partem desse tipo de raciocínio, denominamos “criacionismo”. Pois bem, para pensar como Darwin e a maior parte dos cientistas até hoje, esqueça suas crenças. A ciência não reconhece como possível a existência de seres superiores que tenham dado origem à vida, e muito menos entende que o ser humano é uma espécie “privilegiada” ou “superior”, seja pela capacidade de raciocínio, seja pela capacidade de criar crenças. Para os evolucionistas, todas as espécies vivas foram surgindo das transformações de outras já existentes, dando origem a novas espécies, enquanto outras se extinguiram. Os primeiros humanos, chamados cientificamente de hominídeos, surgiram das transformações de algumas famílias de símios que fazem parte dos chimpanzés. Nossa espécie surgiu devido a mudanças biológicas e ao surgimento da cultura. Que mudanças biológicas são essas que nos diferenciam dos símios? O aumento da caixa craniana que nos dotou de um volume cerebral muitas vezes maior que o de um macaco. A postura ereta, que possibilita utilizarmos apenas os membros inferiores para nos locomover. E o surgimento do polegar opositor, que possibilita a nossa espécie da capacidade do chamado “movimento de pinça”. 6 São a partir dessas três características básicas que desenvolvemos inúmeras outras características fascinantes como a capacidade da fala ou ainda a de fabricar instrumentos para nossa sobrevivência. Mas essas características como inteligência, fala e indústria não teria surgido em nossos ancestrais se não fosse à presença de um tipo de comportamento que ajudou a modelar o corpo de nossos ancestrais, que é o comportamento baseado na CULTURA. Ou seja, a necessidade de comunicação, cooperação e divisão de tarefas facilitou o desenvolvimento dessas características BIOLÓGICAS. Características biológicas: forma, funcionamento e estrutura do corpo. É a nossa anatomia, características herdadas biologicamente e que não são resultado da nossa escolha pessoal. Características culturais: todo comportamento que não é baseado nos instintos, mas nas regras de comportamento em grupo que nos permite transformar a natureza para a sobrevivência (trabalho), e nos permite atribuir significados e sentidos ao mundo através dos símbolos (a cor branco simboliza a paz, ou o tipo de vestimenta simboliza status). Durante muito tempo pensou-se que o ser humano já teria surgido plenamente dotado dessas características em conjunto. Hoje sabemos que nossa cultura foi determinante para modelar nossas características biológicas ao longo do tempo, e vice-versa. Nossos ancestrais foram lentamente se transformando em humanos, e essa espécie que somos agora, foi aos poucos sofrendo pequenas transformações que ao longo de milhões de anos nos diferenciaram totalmente de qualquer ancestral símio. No início da história humana, nossos ancestrais eram muito semelhantes a um macaco. Tinham mais pelos pelo corpo, o cérebro 7 era menor e a mandíbula maior. A postura não era totalmente ereta, e as mãos não tinham muita habilidade, pois o polegar ficava mais próximo dos outros dedos. O tamanho do cérebro foi aumentando muito devagar, como também a postura ereta surgiu gradualmente, e igualmente o polegar opositor não surgiu repentinamente. A cada geração, mudanças muito sutis transformaram a espécie, e nesse processo a cultura teve um papel fundamental, pois possibilitou ou exigiu que nosso ancestral desenvolvesse comportamentos capazes de mudar nossa estrutura biológica. Um exemplo: sabemos que o surgimento da fala tem relação com duas características que são a posição da laringe resultante da postura ereta e a utilização das mãos para trabalhos de fabricação de instrumentos. Ao fabricar os chamados instrumentos de “pedra lascada”, nosso ancestral permitiu operações mais complexas e passou a utilizar uma área do cérebro, que é a mesma que nos permite falar. É importante compreender que nossa espécie não é fruto de coisas inexplicáveis, mas resulta de um longo e lento processo de evolução, que significa mudanças ao longo do tempo. Essas mudanças por sua vez, são fruto de uma dura luta por parte de nossos ancestrais para sobreviver em condições pouco favoráveis e convivendo com espécies mais fortes e predadores mais bem preparados fisicamente para tal. Nossos ancestrais não tinham a mesma caixa craniana que temos hoje, e não eram tão inteligentes; não tinham a postura totalmente ereta, e não viviam em cidades. Eram mais uma espécie entre tantas outras, e o pouco que puderam fazer então determinou sua sobrevivência, e mais que isso, determinou COMO somos hoje. Sobreviveram lascando uma pedra na outra para conseguir objetos pontiagudos e cortantes que serviam como arma de caça, como raspador de alimentos ou qualquer utilidade para a vida humana. Dormiam em cavernas, ao invés de fabricar abrigos. Durante muito tempo o domínio do fogo era um mistério, portanto não comiam muitos alimentos cozidos. Nessa época não havia escrita, e os únicos 8 vestígios de comunicação encontrados são as pinturas em cavernas (arte rupestre) e pequenas estatuetas representando figuras femininas. Eram organizados em bandos que praticavam caça e coleta, por isso dependiam de deslocamentos constantes em busca de alimento. Durante quase quatro milhões de anos sobreviveram dessa forma, e nesse período de tempo nossa forma física foi se alterando, até que no chamado período “neolítico”, houve uma revolução. A “revolução neolítica” foi um período marcante em nossa evolução, durante o qual o ser humano desenvolveu técnicas determinantes para a história de nossa espécie: A agricultura e a domesticação de animais, que permitiram o sedentarismo (começamos a construir abrigos e povoados ao invés de habitar em abrigos naturais). A agricultura e a domesticação de animais significaram a garantia de alimentação dos grupos humanos, independente do sucesso na caça e coleta. Isso permitiu à nossa espécie se fixar por períodos prolongados em determinados lugares, formando aldeias e também colaborou para o crescimento demográfico. É nesse momento que o ser humano começa a TRABALHAR, e não mais viver da caça/coleta que o tornava dependente dos recursos nos territórios habitados. A introdução do trabalho como estratégia de sobrevivência, segue um padrão estabelecido em nossa evolução para obter resultados: A divisão de tarefas; A cooperação com o grupo; E a especialização. Essas características são importantes uma vez que possibilita que cada um de nós realize apenas um tipo de tarefa. Não é possível produzir sozinho tudo que necessitamos em nossa vida. Se não tivessem desenvolvido a capacidade de trabalho, baseado nos princípios acima, provavelmente, nossos ancestrais não teriam tido 9 sucesso em sua evolução, e nenhum de nós estaria aqui hoje, compartilhando a condição se HUMANOS. Até hoje utilizamos essas habilidades de trabalho em grupo para viabilizar nossa existência social. A capacidade de dividir tarefas cooperar e se especializar permite atingir objetivos com resultados mais efetivos e também possibilita um conjunto social com melhor qualidade de vida. O conjunto de tudo que o grupo social produz torna viável uma existência cultural, nos libertando da “lei da selva”. O trabalho humano se fundamenta em características básicas como comunicação e cooperação. Fixando-se em um lugar, inaugurando o sedentarismo, o ser humano passa a viver em uma sociedade organizada. Mais alimentos disponíveis, mais segurança com as casas fabricadas, maior permanência do grupo, isso tudo levou a uma maior reprodução da espécie. Tais condições permitiram aos nossos ancestrais uma organização social mais complexa baseada na SOCIEDADE, e não mais em bandos. A comunicação também sofre uma revolução que foi o surgimento da ESCRITA. A partir da escrita e do surgimento das grandes civilizações da Antiguidade como Egito, Grécia e China, conhecemos exatamente como a humanidade se desenvolveu. Mas para chegar até esse ponto, nossos ancestrais percorreram um longo caminho. Ele é o resultado de um processo muito longo no tempo, e para os quais foram determinantes: A postura ereta; A capacidade craniana; O polegar opositor; E a aquisição da fala. Entretanto, nenhuma dessas características nos valeria muita coisa se não tivéssemos desenvolvido um tipo de comportamento baseado em regras de convivência social, divisão de grupos em parentesco, divisão do trabalho e uma mente dotada de raciocínio 10 lógico e abstrato ligado à criatividade e imaginação. Foram nossas capacidades de ORGANIZAÇÃO e COMUNICAÇÃO que definiram tal resultado, afastando nossa espécie do comportamento instintivo e determinando essa longa e rica viagem chamada HUMANIDADE. “Clifford GEERTZ – como a Antropologia evidencia a importância da cultura na evolução da espécie humana.” Silas GUERRIERO afirma na pg. 24 do texto “A origem do antropos”, indicado na bibliografia: CURIOSIDADES DE ALGUMAS ESPÉCIES Homo habilis conseguia fazer utensílios de pedra, inclusive armas, com as quais podia caçar animais, o que lhe permitiu incluir a carne na sua dieta. Homo erectus, um descendente direto do Homo habilis. Seu corpo e crânio eram maiores (cerca de 900 centímetros cúbicos). Sabia usar, também, o fogo, vivia em cavernas e conseguia construir elaborados instrumentos de pedra. Finalmente, há cerca de 200 mil anos, surgiu o Homo sapiens, cujo crânio media 1.500 centímetros cúbicos. Ele é o nosso antepassado mais próximo, e foi o que melhor soube transformar a natureza em seu benefício. 11 CRIACIONISMO AULA 01 EVOLUCIONISMO O homem e os demais Deus criou o homem e os demais seres vivos já na forma atual há menos de seres vivos são resultado X 10 mil anos de uma lenta e gradual transformação remonta que há milhões de anos Os fósseis (inclusive de Os fósseis e sua datação dinossauros) são animais que não conseguiram embarcar na Arca de Noé remota confirmam que a X extinção de espécies também faz parte do a tempo de salvarem-se processo evolutivo do dilúvio As transformações evolutivas são resultado de Deus teria criado todos os seres vivos seguindo um X propósito e uma intenção mutações genéticas aleatórias expostas à seleção natural pelo ambiente O homem não é descendente dos primatas O homem foi feito à imagem e semelhança de Deus e, portanto, não atuais, mas tem uma X relação de parentesco. Ambos descendem de um descende de primatas ancestral comum já extinto (simios) A origem da vida ainda não é explicada de modo satisfatório pelos Aspectos fundamentais X envolvendo a origem da vida ainda precisam ser 12 evolucionistas mais bem esclarecidos, mas o método científico e não-dogmático é o caminho mais adequado para atingir esses objetivos EXERCÍCIOS 01 - Sobre a evolução da espécie humana, podemos afirmar que: I. O desenvolvimento de habilidades físicas e intelectuais na espécie humana deve-se principalmente ao fato de nossa hereditariedade garantir aos novos membros da espécie características vantajosas como a capacidade intelectual e do uso da razão, bem como habilidades motoras como o polegar opositor. II. Nossa evolução deve-se ao mesmo tempo a fatores de três ordens diferentes - às respostas do nosso organismo às demandas impostas pelo meio ambiente, às demandas coletivas desenvolvidas por nossa característica gregária e às lentas modificações físicas que disso se sucederam. III. O desenvolvimento de um cérebro maior, da postura ereta e o surgimento determinantes do para polegar que opositor nossos foram ancestrais fatores tivessem sobrevivido. Entretanto, os biólogos não admitem que essas sejam características que nos atribuam superioridade em relação aos outros seres vivos. IV. De acordo com a teoria evolucionista a espécie humana teve origem ao mesmo tempo em todos os continentes, isso explica o fato de que em cada lugar encontramos características biológicas diferenciadas como a cor da pele, dos olhos, estatura média do grupo e assim por diante. 13 A) Estão corretas as alternativas I, II e IV B) Estão corretas as alternativas II, III e IV C) Estão corretas as alternativas II e IV D) Estão corretas as alternativas I, II e III E) Estão corretas as alternativas II e III 02 - A respeito do evolucionismo, podemos afirmar que: A) Os evolucionistas e antropólogos encaram a espécie humana como um exemplo especial da evolução uma vez que as outras espécies vivas evoluem muito mais lentamente pelo fato de não terem desenvolvido um cérebro equivalente ao nosso. Isso permitiu que nossa espécie sofresse modificações que dificilmente serão igualadas por qualquer outro ser vivo. B) Segundo o evolucionismo, todas as espécies conseguem evoluir, portanto não existe possibilidade de mudança na quantidade de espécies existente, e sim na sua condição biológica que sofre alteração a cada passo da evolução. C) Para os evolucionistas, todo organismo EVOLUI. Evolução para eles significa que todas as espécies que evoluem se tornam necessariamente melhores, mais complexas e com organismos superiores aos que tinham há milhares de anos atrás. D) A busca de restos humanos pré-históricos nos obrigou a considerar a evolução da espécie humana como um outro animal qualquer. Além disso, segundo essa teoria todas as espécies vivas são fruto de uma longa e lenta evolução, não apenas o ser humano. Devemos então compreender que o processo da vida é evolutivo, inacabado e sem um objetivo ou plano pré-definido. E) Segundo o evolucionismo, apenas as espécies superiores evoluem, enquanto as inferiores acabem sofrendo extinção. 03 - Entre as características que definem e especificidades da espécie humana, podemos apontar: marcam as A) É uma espécie que dependeu das características biológicas para definir a Humanidade. A única diferença entre o Humano e as outras espécies, pode ser resumida à evolução biológica de um cérebro capaz de efetuar operações complexas. B) Organiza agrupamentos de indivíduos que definem formas coletivas e ordenadas de práticas, pensamento, comportamento, convivência e sobrevivência. Não podemos compreendê-la sem considerar como a evolução cultural interferiu na evolução biológica. C) Define-se coletivamente dentro de grupos que compartilham a mesma história e que ignoram as diferenças e hierarquizações entre as diversas sociedades e culturas existentes. 14 D) Trata-se de uma espécie que tem garantido em sua carga genética a capacidade de aprendizado e socialização, reproduzindo através da história sempre as mesmas respostas às mesmas necessidades, que são únicas para todos os indivíduos da espécie. E) Pode ser explicada através da capacidade para inovação, transformação e adaptação das formas de vida socioculturais que, a cada geração procura garantir inevitavelmente o progresso. 04 - Segundo a teoria evolucionista: A) a espécie humana é uma das mais antigas existentes no planeta, tendo surgido praticamente no momento em que o nosso planeta resfriou o suficiente para permitir a existência de uma imensa diversidade biológica. B) nossa espécie é um exemplo de evolução; nenhuma outra espécie foi capaz de evoluir tanto quanto a nossa, por isso encontramos humanos que habitam em todas as partes do planeta, enquanto as outras espécies se restringem a territórios específicos. C) cada espécie surgiu em um determinado momento, de acordo com a maior capacidade de sobreviver naquele ambiente; assim, nossos antepassados humanos tiveram que conviver com mamíferos como os dinossauros, pois ambos necessitam do mesmo tipo de condição climática e ambiental. D) evoluir é uma medida da superioridade de uma espécie; assim, todas as espécies que sobreviveram à extinção podem ser consideradas melhores que seus antepassados. O melhor exemplo disso é o ser humano. E) a espécie humana evoluiu de antepassados que foram adquirindo lentamente capacidades que os diferenciavam de um ancestral comum aos macacos, e nessa cadeia evolutiva podemos encontrar as famílias de Australopitecus, os Homo Habilis e os Homo Erectus. 05 - A explicação evolucionista mais aceita sobre a origem geográfica do ser humano afirma que: A) nossa espécie teve origem de algumas famílias de macacos da África, e só mais tarde surgiram os primeiros hominídeos no Norte (Europa) e Oriente Médio. B) o ser humano teria surgido ao mesmo tempo em dois pontos do globo – África e Europa – tendo se dispersado pelo resto do mundo a partir das eras glaciais. C) somos originários da Europa, por isso durante muito tempo ela foi chamada de o “velho continente”; dali partiram as correntes migratórias para o resto do globo. D) nossa espécie teve origem indeterminada geograficamente; as evidências fósseis são bastante confusas e não possibilita afirmarmos de onde viemos. 15 E) o ser humano teve origem de algumas famílias de hominídeos africanos, que se dispersaram pelo globo em busca de alimento, adquirindo características locais em conseqüência da adaptação a diferentes ambientes. 06 - Assinale a alternativa correta. De acordo com as descobertas da arqueologia e da paleontologia, o homo sapiens-sapiens se desenvolveu: A) A partir da criação de uma espécie dotada de capacidades especiais, reproduzidas à imagem e semelhança de formas superiores e sobrenaturais, tendo permanecido estável e imutável através dos tempos com o destino de povoar e dominar o planeta. B) A partir de transformações anatômicas sucessivas e formas de adaptação ao meio e às demais espécies, pertencendo a um grupo de espécies que desenvolveram uma capacidade simbólica como instrumento adaptativo e de organização das relações com o ambiente e com os demais indivíduos da espécie através de regras e cooperação. C) Como a forma mais sofisticada de evolução, sendo portanto o resultado de um processo contínuo de progresso das espécies em direção a uma forma definitiva e superior de vida biológica, podendo ser tomada como modelo do projeto evolutivo pelo qual todas as espécies devem passar. D) Como resultado de uma evolução prevista, pois nenhuma outra espécie teria tido capacidade de desenvolver raciocínio, postura ereta e comportamento modelável pela cultura. E) A partir da evolução casual de uma família de símios que começou a gerar uma prole com cérebro avantajado e a postura ereta 07 - As principais vertentes de explicação sobre a origem humana atualmente, segundo o texto de Silas GUERRIERO “As origens do antropos” são respectivamente: A) a evolucionista que defende que viemos dos macacos, a funcionalista que defende que nossa espécie cumpre a função de manter a evolução e a criacionista, baseada em um conjunto de evidências sobre a criação de nossa espécie por um ser superior. B) a criacionista que defende que somos criados pelos macacos, a evolucionista que afirma baseada em evidencias que somos fruto de uma evolução critica, e a estruturalista, responsável pela afirmação que nossa estrutura biológica foi favorecida por eventos climáticos. C) a evolucionista, baseada em um conjunto de evidências que sugerem que somos fruto de uma evolução que partiu dos símios e a criacionista, baseada em um conjunto de dogmas e crenças que 16 partem da idéia de um ser superior que criou a vida humana exatamente como ela é hoje, e procuram na ciência um embasamento para essa afirmação. D) a teoria do ponto crítico, que defende que nossos ancestrais sofreram uma “revolução” evolucionista que o transformou em ser humano; a evolucionista, que afirma ter sido nossa evolução do macaco ao homem um longo e lento processo e a metodológica, responsável pela idéia segundo a qual a natureza tem seu próprio método de evolução, independente de forças superiores. E) a científica representada pelo ponto críti co, e as religiosas representadas pelo evolucionismo teológico. 08 - Afinal, o ser humano é fruto de uma evolução? A) Não. O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus B) Sim. De acordo com a teoria da evolução somos apenas mais uma espécie animal C) Não. A teoria da evolução não está provada D) Sim. Evoluiu a partir do macaco, que por sua vez não evoluiu E) Não. As descobertas científicas atuais colocam em dúvida a evolução e mostram que, desde o início, o ser humano já possuía essa forma atual DETERMINAÇÕES BIOLÓGICAS E PROCESSO CULTURAL Cada indivíduo possui um fenótipo, que corresponde à aparência física, entretanto somos portadores de genótipos que são genes que carregamos. FENÓTIPO: (características - pele clara e olhos azuis) GENES: (são as informações hereditárias de um organismo ) • Durante muito tempo acreditava-se que cada raça correspondia uma cultura. Dessa perspectiva ultrapassada surgiram as teorias deterministas. • DETERMINISMO BIOLÓGICO – Defendia que a herança genética seria responsável pelo comportamento diferenciado do ser humano dentro de cada cultura. • DETERMINISMO GEOGRÁFICO – Defendia que o meio ambiente no qual essa ou aquela população se desenvolveu, 17 também seria um fator determinante para a cultura ali desenvolvida. Portanto, populações de lugares com clima quente, ou muito frio teriam sofrido influências que somadas ao fator biológico, explicariam costumes, mentalidade, valores e tradições. • Então a geografia desempenhou um importante papel para a diversidade de tipos humanos? Sem dúvida! Ao longo do processo evolutivo, mudanças importantes ocorreram para permitir a sobrevivência de nossa espécie em diferentes meios. A quantidade de melanina na pele e a dimensão do aparelho nasal foram sendo modelados para permitir nossa sobrevivência. Como a grande família humana foi seguindo rumos diferentes, os grupos migravam para esse ou aquele lugar, carregavam um conjunto genético que foi se estabilizando ao longo da história. Isso foi criando fenótipos próprios a cada população humana que viveram praticamente isoladas umas das outras durante tempo suficiente para que fosse surgindo um tipo de “padrão” que chamamos etnia • Mas não existe uma determinação biológica/geográfica que sustente a explicação sobre a diversidade cultural. Esses fatores são importantes na relação do ser humano com o meio, seja para sobreviver, seja para se relacionarem com os outros, mas não são determinantes. Exemplos: Nós não dependemos dos genes para isto ou aquilo, podemos com esforço chegarmos onde queremos, porém indivíduos que carregam genes para alguma coisa chega ao mesmo resultado com mais facilidades Para qualquer comportamento humano que seja levantado, a resposta é que o meio e a genética podem ser elementos que influenciam os grupos humanos, mas não há como afirmar que eles definem por si sós a nossa espécie. 18 Ter tendência a gostar mais de arroz e feijão ou de peixe cru, faz parte de algo que aprendemos, e não de uma informação genética que não pode ser manipulada. • E claro que carregamos a herança genética, mas não podemos afirmar, por exemplo, que um filho de alcoólatra possa ser alcoólatra também. O ser humano é uma espécie moldável e criativa. Em cada grupo social as respostas às necessidades e a qualidade dos vínculos sociais resultam de uma história que é única aquele grupo. Portadores das marcas da história, das experiências coletivamente vividas, das soluções criadas, cada grupo vai construindo um conjunto absolutamente único que é sua CULTURA. EXERCÍCIOS 01 - Durante muito tempo acreditava-se que cada raça correspondia uma cultura. Dessa perspectiva ultrapassada surgiram algumas teorias, quais foram? Explique-as. ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ _____________________________________________________ 02 - AS MENINAS LOBO Após ler o texto escreva um texto (minimo 15 linhas, descrevendo as possiveis causas que as meninas lobos não conseguiram se adaptar a vida humana. 19 NA Índia, onde os casos de meninos-lobo foram relativamente numerosos, descobriram-se, em 1920, duas crianças. Amala e Kamala, vivendo no meio de uma família de lobos. A primeira tinha um ano e meio e veio a morrer um ano mais tarde. Kamala, de 8 anos de idade, viveu até 1929. Não tinham nada de humano e seu comportamento era exatamente semelhante aquele de seus irmãos lobos. Elas caminhavam de quatro patas, apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos trajetos e sobre as mãos e os pés para os trajetos mais longos e rápidos. Eram incapazes de permanecer de pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre, comiam e bebiam como os animais, lançando a cabeça para frente e lambendo os líquidos. Na instituição onde foram recolhidas, passaram o dia acabrunhadas (abatidas) . Eram ativas e ruidosas durante a noite, procurando fugir e uivando como lobos. Nunca choraram ou riam. Kamala viveu durante oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se lentamente. Ela necessitou de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só tinha um vocabulário de cinqüenta palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos. Ela chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às pessoas que cuidaram dela e às outras crianças com que mais conviveu. A sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se com outros por gestos, inicialmente, e depois por palavras de um vocabulário rudimentar (não desenvolvido), aprendendo a executar ordens simples. _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ 20 _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ ______________________________________________________ 03 - Procure informar-se sobre a história de Tarzan. Com base no que foi estudado no texto acima sobre as meninas-lobo, explique por que essa lenda é inverossímil. (mínimo 15 linhas) _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ ____________________________________________________ 04 - Sabemos que desde a Antiguidade, o Homem procura explicações para a grande diversidade cultural, que é característica do conjunto das sociedades humanas. Entre essas explicações, existem aquelas que atribuem à diversidade cultural a fatores geográficos e biológicos. Sobre essas afirmações, uma das alternativas abaixo é correta. Assinale-a: A - Não é correto que fatores como clima, oferta de alimentos e raça influencia a cultura, uma vez que a cultura é uma herança social que não depende de fatores externos à própria sociedade. B - É correta essa afirmação, uma vez que a cultura é apenas uma solução para os problemas de sobrevivência da espécie humana, e dependendo do clima e do espaço onde se desenvolve uma cultura ela será uma resposta a essas condições; além disso, é sabido que o fator racial influencia em questões como a capacidade de desenvolvimento tecnológico e de organização institucional. 21 C - Geografia e biologia são fatores importantes, mas não determinantes para o desenvolvimento de uma cultura, pois podemos encontrar populações que vivem em meio ambientes muito semelhantes, porém suas culturas são diferentes. A cultura não é apenas resposta ao meio ou de capacidades inatas, mas um conjunto de hábitos e costumes, saberes e instituições que se desenvolve de maneira única em cada sociedade. D -Não é correta essa afirmação, pois apesar da geografia não ser determinante para as características de uma cultura, a biologia é que consiste num aspecto fundamental; podemos perceber isso através de culturas que se desenvolvem igualmente para cada raça humana, ou seja, as culturas dos brancos, negros, amarelos e índios. E - É correta essa afirmação, pois a geografia influencia uma cultura através de aspectos como clima, qualidade do solo, distâncias em relação ao mar; já a biologia influencia em aspectos como a diversidade biológica à disposição de uma população em seu meio e que é fundamental como recurso para sua sobrevivência. Utilizando os recursos adequadamente, uma cultura se desenvolve melhor. 05- Os dados científicos de que dispomos atualmente não confirmam a teoria segundo a qual as diferenças genéticas hereditárias constituiriam um fator de importância primordial entre as causas das diferenças que se manifestam entre as culturas e as obras das civilizações dos diversos povos ou grupos étnicos. Eles nos informam, pelo contrário, que essas diferenças se explicam antes de tudo pela história cultural de cada grupo. Os fatores que tiveram um papel preponderante na evolução do homem são a sua faculdade de aprender e a sua plasticidade. Esta dupla aptidão é o apanágio de todos os seres humanos. Ela constitui, de fato, uma das características específicas do Homo Sapiens”. (Declaração redigida por vários cientistas em 1950, no pós-nazismo, no encontro da Unesco em Paris) “Nada, no estado atual da ciência, permite afirmar a superioridade ou a inferioridade intelectual de uma raça em relação à outra”. Claude Lévi-Strauss, “Raça e cultura” Os dois pensamentos citados acima têm como objetivo: A) confirmar as teses que atribuíram características e aptidões raciais inatas. 22 B) afirmar que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural. C) negar a grande diversidade cultural da espécie humana. D) negar as teses deterministas biológicas, lutando contra o preconceito racista e todas as tentativas de discriminação e de exploração. E) legitimar a hierarquia de raças. 06 - “Folha - A senhora leu as declarações do presidente da Universidade Harvard, Lawrence Summers, que sugeriu que diferenças biológicas inatas entre homens e mulheres poderiam explicar a existência de um número menor de pesquisadoras nas ciências exatas? Collin - Ele disse isso? “Folha - A senhora leu as declarações do presidente da Universidade Harvard, Lawrence Summers, que sugeriu que diferenças biológicas inatas entre homens e mulheres poderiam explicar a existência de um número menor de pesquisadoras nas ciências exatas? Collin - Ele disse isso? Folha - Disse. Collin - É um comentário estúpido. Isso me lembra de um comentário de um jornalista que disse que o nível das universidades francesas tinha caído por causa do número grande de mulheres que estavam estudando. Ele foi processado e, no processo, várias mulheres levaram livros de sua autoria para a mesa do juiz. Elas encheram a mesa com livros e ganharam o processo. Folha - No entanto, testes oficiais aplicados em estudantes no Brasil e em outros países do mundo mostram que meninos têm, em média, melhor desempenho em matemática, enquanto meninas têm notas melhores em português ou em sua língua materna. Negar essas diferenças não prejudica o entendimento dessa questão? Collin - Mesmo se essas estatísticas que você citou forem realmente corretas, elas têm que ser analisadas a partir do contexto cultural. Se 23 for realmente verdade, e não estou dizendo que é, isso não permite dizer que essas diferenças ocorrem por razões naturais. Uma menina que recebeu menos incentivo da família do que um garoto poderá ter desempenho pior, mesmo se estudar na mesma classe. Essas diferenças, caso existam, são muito sensíveis ao contexto cultural.” (Jornal Folha de São Paulo, Segunda-feira, 2 de maio de 2005, “ENTREVISTA DA 2ª” com FRANÇOISE COLLIN, por ANTÔNIO GOIS) De acordo com a posição que Françoise Collin assume nesta entrevista, qual das afirmações abaixo é INCORRETA: A) as diferentes aptidões de homens e mulheres não se devem a causas naturais. B) homens e mulheres agem diferentemente sobretudo por terem sempre recebido um aprendizado diferenciado. C) a constituição genética feminina é o que determina o pior desempenho das mulheres em matemática. D) uma menina que recebeu menos incentivo de seu grupo cultural para gostar de matemática tenderá a ter um desempenho mais fraco do que o de um menino que tenha sido estimulado a gostar das ciências exatas. E) é falso que as diferenças de comportamento existentes entre pessoas de sexo diferentes sejam determinadas geneticamente. 07 - Muita gente ... acredita que os nórdicos são mais inteligentes do que os negros; que os alemães têm mais habilidade para a mecânica; que os judeus são avarentos e negociantes; que os norte-americanos são empreendedores, traiçoeiros e cruéis; que os ciganos são nômades por instinto, e, finalmente, que os brasileiros herdaram a preguiça dos negros, a imprevidências dos índios e a luxúria dos portugueses.” (LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 17ª ed. RJ: Zahar,2004, p.17). Escolha a alternativa CONTRÁRIA à forma de pensar apresentada na citação acima. 24 A) A cultura do homem é determinada pela quantidade de livros lidos. B) A cultura do homem é determinada pelos aspectos geográficos. C) A cultura do homem é determinada pela sua genética. D ) A cultura do homem é resultado do criacionismo. E) A cultura do homem não é determinada pelo aspecto biológico. CULTURA A antropologia propõe que a cultura é à base de nossa forma de encarar o mundo à nossa volta e dar formas e significados a ele. Vamos considerar que grande parte das coisas que realizamos em nosso dia-a-dia, incluindo planos pessoais e organização de regras de convivência, é resultado de um modelo coletivo de pensar como devemos ser? Isto significa que aprendemos a estar no mundo, e não simplesmente somos “jogados” nele. Desde a língua que falamos para nos comunicar, até os símbolos que associamos a crenças, sonhos e mensagens, são criados de acordo com uma mentalidade coletiva comum. Esse “modelo” para nos comunicar e dar sentido ao que pensamos, é dado pela nossa cultura. E em cada uma das culturas humanas, aquilo que nos faz rir, chorar ou sonhar varia imensamente. Para Edward Tylor, (antropólogo) cultura é um conjunto complexo que inclui os conhecimentos, as crenças, a arte, a lei, a moral, os costumes e todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade. E claro que para outros autores o conceito é diferente, pois cada um tem uma forma de analisar a palavra. CULTURA NA VISÃO DE ALGUNS AUTORES 25 • Franz Boas– relação entre o individuo e a sociedade, ou seja, as reações do individuo na medida em que são afetadas pelos costumes do grupo que vive; • B.Malinoswski – E a totalidade • Goodenough – e uma organização de tudo que a sociedade conhece e acredita • M.Harris – Estilo de vida pessoal • Anthony Giddens – Conjunto de regras, valores e a produção de bens materiais. • Geertz, podemos afirmar que a cultura é produto do humano, mas o humano é também produto da cultura. Não fosse essa extraordinária capacidade de articulação e fabricação de símbolos, provavelmente não teríamos sobrevivido e, se o tivéssemos conseguido, não teríamos diferenças anatômicas tão marcantes frente a nossos parentes mais próximos. Em outras palavras, não estaríamos aqui contando essa história.” Concluindo, entre todas as definições de cultura que foram apresentadas, hoje em dia na antropologia, o consenso gira em torno de nossa capacidade de simbolização. Para expressar a cultura dependemos da utilização dos símbolos. Língua, conceitos, valores, idéias, crenças, tudo que faz parte da cultura humana é baseada em símbolos que precisam de uma convenção social para serem associados pelos indivíduos a um mesmo significado, e faz com que seja possível a interpretação dos conteúdos comunicados. Cada local tem a sua simbologia, porém alguns símbolos são mundiais 26 ENDOCULTURAÇÃO: é o processo permanente de aprendizagem de uma cultura que se inicia com assimilação de valores e experiências a partir do nascimento de um indivíduo e que se completa com a morte. Este processo de aprendizagem é permanente, desde a infância até à idade adulta de um indivíduo. A medida que o individuo nasce, cresce, e desenvolve, ele aprende envolvendo-se cada vez mais a agir da forma que lhe foi ensinado Senso comum O senso comum ou conhecimento espontâneo é a primeira compreensão do mundo resultante da herança do grupo a que pertencemos e das experiências atuais que continuam sendo efetuadas. Baseia-se em conhecimentos espontâneos e intuitivos, uma forma de conhecimento que fica no nível das crenças. Este conhecimento vai do hábito à tradição, muitos deles, aprendemos com os nossos pais que aprenderam com nossos avós ... EX.: Peixe Senso comum fatores • Fatores como crenças, desejos, tradição, fazem com que haja um apego ao senso comum. Não são raros os casos em que as crenças do senso comum produziram comportamentos preconceituosos, com base numa postura dogmática diante da compreensão dos fenômenos. • Durante muito tempo, acreditou-se que uma determinada raça fosse superior à outra. Não raro, o radicalismo em torno dessas crenças levou à condenação de pessoas que foram perseguidas 27 pelo simples fato de criticá-las ou por se enquadrarem como hereges ou como membros de uma etnia inferior. O conhecimento científico • É o que é produzido pela investigação científica, através de seus métodos. • O pensamento científico é uma forma de o homem tentar alterar uma realidade através da corroboração (confirmação) de uma lei. Ex.: Bom ou ruim? Depende? Vacinas / Bombas EXERCÍCIOS 01 “... é o conjunto dos comportamentos, saberes e saber fazer característicos de um grupo humano ou de uma sociedade dada, sendo essas atividades adquiridas através de um processo de aprendizagem, e transmitidas ao conjunto de seus membros." (LAPLANTINE, 1995, p.120). Escolha a alternativa que corresponda ao conceito acima. A) Cultura B) Antropologia C) Sociologia D) Sociedade E) Vida 28 “02 - Os operários alemães são muito cultos.” “Aquela menina não tem cultura nenhuma.” As frases acima expressam que tipo de pensamento ou explicação: A) senso crítico B) senso comum C) explicação científica D) explicação crítica E) bom senso 03 - Podemos identificar uma cultura através de: 1) dinâmica e adaptação 2) repetição e ritualização 3) traços materiais, linguagem, artes etc. 4) maior ou menor quantidade e qualidade de conhecimentos. A) são corretas as alternativas 1, 2 e 4 B) são corretas apenas as alternativas 1, 2 e 3 C) são corretas apenas as alternativas 1 ,3 e 5 D) todas as alternativas são corretas E) apenas as alternativas 3 e 4 são corretas 04- “É a parte do ambiente feita pelo homem.” (Herskovits). Tal afirmação se refere ao conceito de: A) tecnologia B) natureza C) cultura D) criacionismo E) relativismo cultural 05 - É correto afirmar que: 1) existem diferentes explicações sobre a origem do homem 29 2) 3) 4) 5) todos são incultos uma sociedade não existe sem cultura o homem não é um ser cultural uma cultura não existe sem sociedade A) as alternativas 2, 3 e 4 estão corretas B) todas as alternativas estão corretas C) as alternativas 1, 3, 4 e 5 são corretas D) as alternativas 2 e 5 estão corretas E) as alternativas 1 - 3 e 5 estão corretas 06 - Ao adquirir a cultura, podemos dizer que o homem: A) não perdeu a propriedade animal, geneticamente determinada, de repetir os atos de seus antepassados B) desenvolveu a propriedade animal, de repetir os atos de seus antepassados, com a necessidade de copiá-los e sem se submeter a um processo de aprendizado. C) manteve intacto o processo de transmissão de conhecimento determinado pela genética aos seus descendentes. D) perdeu a propriedade animal, geneticamente determinada, de repetir os atos de seus antepassados, sem a necessidade de simplesmente copiá-los e passou a se submeter a um processo de aprendizado que é cultural. E sofreu uma mutação biológica que o possibilitou, alterar geneticamente a sua mente. 07- A cultura interfere em nosso plano biológico. Essa afirmação pode ser considerada: A) Verdadeira, pois em cada cultura nascemos com uma herança biológica diferente; assim, os traços físicos de um japonês serão diferentes de um mexicano, e assim por diante. B) Falsa, pois a cultura faz parte do nosso comportamento, sem ter qualquer relação com nossas características biológicas. 30 C) Verdadeira, pois de acordo com cada costume os indivíduos se relacionam diferentemente com seus corpos, e as doenças psicossomáticas são um exemplo dos efeitos possíveis de um tipo de vida sobre nosso organismo. D) Verdadeira, pois em todas as culturas as mulheres praticam necessariamente rituais que modelam ou alteram a forma física. E) Falsa, pois a biologia não determina nenhum tipo de cultura. 08- fatores. Assim, a cultura que recebemos de nossos pais, não será a mesma que nossos netos conhecerão. Essas transformações podem ser explicadas como se segue: I. A capacidade de aprendizado faz com que a cultura tenha a característica de ser acumulativa; a cada geração selecionamos, descartamos ou aperfeiçoamos a herança cultural recebida. II. O contato com outras culturas agiliza as mudanças; muitas vezes esse contato pode influenciar algumas características, transformandoas. III. As transformações podem ser resultados do impacto de alguns fatos históricos como guerras e revoluções, por isso culturas semelhantes em um momento histórico podem ser diferentes um pouco depois. IV. As transformações culturais são resultados da capacidade que cada cultura tem para se adaptar a uma nova situação histórica, funcionando como uma espécie de “seleção natural”, as mudanças culturais podem determinar quais sociedades serão dominantes e quais serão dominadas. A) Estão corretas II e III. B) Apenas I está correta. C) Todas estão corretas. D) Estão corretas I e IV. E) Estão corretas I, II e III. 31 09 - O Professor Pardal é uma personagem de Banda Desenhada que representa um cientista muito inteligente, criativo e inventivo. Nesta imagem podemos vê-lo a evitar passar por debaixo de uma escada, pois isso supostamente dá azar - mas sem reconhecer, sem assumir o receio. Ele sabe que a ciência é incompatível com a superstição. Só que... Porque serão as superstições tão resistentes à análise racional e científica? _____________________________________________ _____________________________________________ 10 - Os textos a seguir apresentados referem vários conhecimentos. Identifique quais são conhecimentos científicos e quais são vulgares. 1. Muitos habitantes de Faro sabem onde fica a sede da Câmara Municipal de Faro. _____________________ 2. Em Portugal (nas zonas urbanas, mas, sobretudo nas zonas rurais) é muito frequente a crença de que alimentos como a 32 canja de galinha e os citrinos (laranjas, tangerinas, limões, etc.) ajudam a curar as constipações. _______________ 3. «Numa tradução da História Natural, de Plínio, escrita no início da era cristã, pode ler-se o seguinte parágrafo (...): “A mão da mulher com a menstruação torna o vinho em vinagre, seca as colheitas, mata as sementes, murcha os jardins, embacia os espelhos, oxida o ferro e o latão (sobretudo quando a Lua está na fase de quarto minguante), mata as abelhas, o marfim perde o seu brilho, os cães enlouquecem se lambem o seu mênstruo...” (...) Algumas comunidades judaicas da Europa Oriental acreditam que, se as mulheres se aproximarem das conservas durante a menstruação, estas estragar-se-ão. Na Carolina do Norte mantém-se a crença tradicional de que, se a mulher amassar um bolo durante o período, este não será comestível.» _________________ 4. Plutão leva 247,7 anos a completar uma volta em torno do Sol. ____________________________________________ 5. A temperatura média na superfície de Plutão é de 237 graus negativos. _________________________ 6. No planeta Mercúrio, que é o mais próximo do Sol, chegam a registar-se temperaturas de 430 graus (positivos). ________________________ HERANÇA CULTURAL Da mesma forma como cada família pode deixar aos seus descendentes uma herança material (patrimônio familiar), a nossa sociedade nos deixa uma HERANÇA de valores, modos de agir e pensar, conhecimentos, e assim por diante. É parte da nosso PATRIMÔNIO CULTURAL, seja material ou imaterial. Então, temos que a CULTURA influencia nossas vidas em diversos níveis: A moral; 33 As noções de higiene pessoal; Os sentimentos; Nossa alimentação; Os critérios de beleza; As necessidades e o uso da tecnologia; O que entendemos como SAÚDE e também a DOENÇA; Nosso gestual e a forma como utilizamos o corpo, entre tantos outros. Assim, podemos identificar facilmente indivíduos de diferentes culturas por características como: Modo de agir De vestir De caminhar De comer Ou mesmo pela mais simples delas - a língua que cada um deles fala Desde que fase de nossas vidas essa influência acontece? Desde o parto, somos condicionados pela nossa cultura. 34 Da esquerda para a direita: África, Índia, Inglaterra, Nova Zelândia, Brasil. A CULTURA INTERFERE NO PLANO BIOLÓGICO Ao longo de nossas vidas o nosso corpo físico é intensamente afetado pelas nossas experiências culturais. Para manter tradições, obedecer a regras e principalmente, para nos sentirmos INCLUÍDOS (o que dá aquela sensação de confiança e auto estima, quando nos sentimos parte de um todo, quando “pertencemos” a um lugar social), nosso corpo físico é submetido frequentemente a exigências. Portanto, o que o autor chama de “PLANO BIOLÓGICO” é exatamente nossa forma física, saúde e aparência corporal. Pense em quantas situações ao longo de nossas vidas nosso corpo é atingido em função de experiências culturais. Para lembrar alguns exemplos: O tipo de parto que cada cultura oferece e considera melhor; Perfuração ou alargamento de lóbulos, lábios, pálpebras; Técnicas de desenhos ou formação de saliências na pele como Tatuagens, e implantes; A dieta cotidiana que pode incluir desde insetos; carnes dos mais variados tipos e partes de animais (cruas ou cozidas); 35 ingestão de bebidas alcoólicas ou qualquer outra que altere igualmente a percepção e reações; Alimentos processados industrialmente; vegetais, raízes, sementes, folhas, frutas e flores; grãos e castanhas. Neste item você pode ter considerado algumas coisas muito normais e outras repugnantes. Pense que se você tivesse sido socializado em outra cultura, suas escolhas poderiam ter sido completamente invertidas. Formas de tratamento de doenças que podem incluir uma imensa lista como conhecidos a ingestão como de remédios; fitoterápicos, rituais que preparados envolvem químicos ou não a participação e presença física do doente que pode ser submetido a todo tipo de intervenção passiva ou ativa – às vezes o doente precisa ingerir, inalar, sugar outras vezes ele é sugado; cortes, incisões, perfurações, com ou sem anestesias, e muitos outros tipos. - modelagem do corpo com muitas técnicas diferentes como dietas, cirurgias e implantes, ou treinos especiais (militares, esportivos, rituais ou de espetáculos); - uso de vestuário e adornos corporais. Neste item você pode se perguntar como nossa indumentária pode interferir no plano biológico, mas é possível sim. As famosas “mulheres girafas” da Tailândia (Ásia), que desde os cinco anos começam a utilizar argolas no pescoço com o objetivo de esticá-los; as mulheres chinesas que durante séculos enfaixavam os pés para evitar seu livre crescimento; o processo de treinamento das modelos ocidentais que para serem vistas com roupas e acessórios à venda pela indústria da moda se submetem a dietas incríveis de emagrecimento e treino para o controle do corpo, movimento e expressões faciais na passarela. A participação em festas e ocasiões especiais, que além de exigir o controle da postura e gestual em função da utilização de vestimentas especiais, exigem também a submissão (em alguns casos) de horas em jejum e em seguida horas de ingestão de uma quantidade incrível de alimentos e bebidas; 36 A submissão a rotinas que podem gerar lesões físicas e/ou desconfortos psicológicos dos mais variados graus; O desenvolvimento de doenças psicossomáticas; a reação do organismo na forma de doença a experiências negativas; Você pode fazer o exercício de encontrar outros e tantos inúmeros exemplos. Não restam dúvidas do quanto submetemos nossos corpos em função das experiências culturais. Interpretamos isso como algo “natural”. Entretanto é muito comum a reação de espanto, indignação ou repúdio ao que os “outros” fazem com seus corpos. Ter a vida de uma modelo da moda pode parecer normal entre nós, mas pode ser considerado incompreensível aos outros, tanto quanto perfurar lábios para o uso de botoques nos parece. 37 Da esquerda para a direita: Kayapó (Xingú, Brasil) foto de Jean P. DUTILEUX Foto em revista de forma física e saúde Sumotori Tailandesa EXERCÍCIOS 01 - Alfred KROEBER afirma que existe uma diferença muito grande entre a evolução biológica dos animais e do ser humano. Para fundamentar sua idéia, ele cita o fato que os ursos polares desenvolveram ao longo de muitas gerações grossas camadas de pelos para sobreviver ao clima de seu meio ambiente, enquanto o ser humano ao invés de desenvolver pelos, utiliza roupas e cobertas. Ao realizar essa comparação, o autor está: A) demonstrando a importância da superioridade humana em relação aos outros animais, uma vez que nossa espécie é capaz de se adaptar a qualquer meio ambiente. 38 B) demonstrando a inferioridade da espécie humana, que depende dos recursos extra-orgânicos (exteriores ao corpo) para sobreviver, enquanto os outros animais são capazes de desenvolver características ideais de adaptação. C) ressaltando as diferenças entre animais e seres humanos, baseando-se em conceitos exclusivos da biologia; essa ciência é a única a definir de forma coerente e correta essa diferença. D) afirmando que apenas com a cultura é possível uma espécie evoluir; como os animais não utilizam a cultura, eles não evoluem. E) demonstrando que a evolução biológica do ser humano é diferente, pois nossa espécie não necessitou de uma adaptação biológica a diferentes meios. A cultura se mostrou como uma forma de adaptação ainda melhor e superior ao possibilitar a adaptação a qualquer ambiente sem necessidade da lenta adaptação genética. 02 - Sabemos que a cultura interfere no plano biológico dos indivíduos. A esse respeito é correto afirmar que: A) Ao evoluir culturalmente uma cultura proporciona a evolução biológica aos indivíduos, pois ambas não podem ser separadas. B) Não é possível observarmos claramente essa interferência, uma vez que é uma teoria antropológica e não da biologia. C) Em cada cultura o ser humano dispõe de um plano biológico distinto, assim não podemos comparar o organismo de alguém da cultura árabe com outros da cultura ocidental, por exemplo. D) A cultura possibilita conhecermos melhor nosso plano biológico, através da evolução de conhecimentos que desvendam seu funcionamento. E) As doenças psicossomáticas são exemplos visíveis da forma como os hábitos de uma cultura afetam nossa saúde. 39 03 - Alguns africanos que foram transportados violentamente como escravos para um continente desconhecidos passaram a apresentar uma apatia profunda, que podia provocar a morte. Denominou-se a essa doença o nome de “banzo”. Esse é um dos fatos que prova que: A) os africanos não tinham tanta capacidade de se adaptar ao novo continente e condições de vida diferentes da anterior. B) a cultura africana não facilitava a motivação para uma nova situação. C) a cultura interfere no funcionamento biológico de seus indivíduos. D) o novo continente não facilitou a adaptação dos africanos, que sofreram a seleção natural. E) deveriam ter sido escravizados no próprio continente africano para evitar essas mortes. 04 - Leia o texto abaixo e responda o que se pede: “Anorexia alimentar Nervosa que se é um transtorno desenvolve do comportamento principalmente em meninas adolescentes e caracteriza-se por uma grave restrição da ingestão alimentar, busca pela magreza, distorção da imagem corporal e amenorréia (suspensão da menstruação). (...)Acrescentando a todas estas dificuldades* o apelo da moda e o culto à magreza, dá para entender que ser mulher e adolescente, no mundo de hoje, é um duplo fator de risco para o desencadeamento de um transtorno alimentar.” Cybelle Weinberg, publicado pelo “Portal Psi”, no endereço eletrônico: http://www.redepsi.com.br 40 [*] no texto original a autora descreve o quadro psico-social de transformações muito observadas na puberdade. É possível perceber através da descrição feita pela autora que: A) em nossa cultura, todos os adolescentes têm sua forma física e saúde afetados pelos apelos da moda e o culto à magreza. B) não há como evitar o desencadeamento da anorexia nervosa, pois faz parte da visão de mundo dos adolescentes. C) ser mulher e adolescente no mundo de hoje é um fator de risco para a saúde. D) os apelos da cultura da moda e do culto à magreza são fatores de risco para o desencadeamento de um transtorno alimentar. E) o transtorno alimentar entre as adolescentes é comum apenas quando elas fazem parte do mundo da moda, onde o apelo à magreza se transformou em culto. 05 – Olhe a foto, após isto responda: Porque as Tailandesas utilizam este tipo de argola no Pescoço? __________________________________ 41 06 – Escreva alguns conceitos brasileiros que possam serem vistos como não natural na visão de outros paises: _______________________________________________________ _______________________________________________________ 07- Em nossas vidas nosso corpo é atingido em função de experiências culturais, a qual podemos citar: I - tipo de parto que cada cultura oferece e considera melhor; II - Perfuração ou alargamento de lóbulos, lábios, pálpebras; III - Técnicas de desenhos ou formação de saliências na pele como Tatuagens, e implantes; IV - A dieta cotidiana que pode incluir desde insetos; carnes dos mais variados tipos e partes de animais (cruas ou cozidas); ingestão de bebidas alcoólicas ou qualquer outra que altere igualmente a percepção e reações; Estão corretas as alternativas: A) Todas B) I e II C) III – IV D) I e III E) III e IV 08 – Escreva duas atitudes ou hábitos que lhe causam indignação ou repúdio ao que os “outros” fazem com seus corpos. Explique por que! _____________________________________________________ 09– Em que temos a CULTURA influencia nossas vidas: I - A moral II - As noções de higiene pessoal III - Os sentimentos; IV - Nossa alimentação V - Os critérios de beleza Estão corretas as alternativas: 42 A – Todas B – I apenas C – I e II D – II e III E – III – IV e V 10- Como podemos identificar indivíduos de diferentes culturas? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ OS INDIVÍDUOS PARTICIPAM DIFERENTEMENTE DE SUA CULTURA É impossível todos os indivíduos de um grupo terem exatamente o mesmo comportamento, apesar de compartilharem a mesma “visão mundo”. A individualidade está garantida em primeiro lugar pelo fato de que nem uma pessoa pode sozinha conhecer e dominar todos os conhecimentos, a história e o conjunto de valores de seu próprio povo. Somos socializados e aprendemos ao longo da vida aquilo que é mais importante para sermos aceitos e participarmos de uma cultura. Mas nossa participação é sempre diferente de um indivíduo para o outro. Em que critérios se baseiam essas diferenças individuais? As diferenciações baseadas no sexo dos indivíduos: Com exceção de algumas sociedades africanas - nas quais as mulheres desempenham papéis importantes na vida ritual e 43 econômica, a maior parte das sociedades humanas permite uma mais ampla participação na vida cultural aos elementos do sexo masculino. As diferenciações baseadas na idade dos indivíduos: Uma criança não está apta a exercer as funções dos adultos, portanto os motivos biológicos ficam explícitos nesses casos. Porém, há impedimentos etários totalmente arbitrários e criados pela nossa cultura: p.ex., por que podemos ter licença para dirigir e votar aos 18 anos, e não aos 16, ou 20? As diferenciações baseadas na impossibilidade de TODOS os indivíduos serem socializados da MESMA forma: Alguns aspectos se sobrepõem a outros, alguns traços são reforçados e outros não: Einstein era um gênio na física, mas provavelmente um desastre ao piano, e incapaz de pintar um quadro. É impossível que todos nós recebamos as MESMAS informações durante nosso crescimento, portanto existe um espaço na cultura, onde o grupo não determina totalmente sua vida. As diferenciações baseadas nas diferenciações de classe social: Nas sociedades que diferenciam os indivíduos de acordo com o pertencimento a determinadas classes sociais, existem tendências e limites para a socialização, que impedem que aqueles que estão mais abaixo na pirâmide social, tenham acesso à grande parte da cultura produzida pelo seu grupo. EXERCÍCIOS 01 - A história de um povo pode interferir de muitas formas em sua cultura. Podemos perceber isso principalmente através do que segue: 44 A) A história precisa ser conhecida pelos indivíduos de um grupo, do contrário eles não podem ser influenciados por ela. B) É através da relação com a história através de uma herança cultural, que não se dá de forma consciente, que os indivíduos atuam em uma sociedade. C) Apesar de percebermos a influência da história em nossa cultura, não existe qualquer tipo de pesquisa cientifica que comprove isso. D) Os mesmos fenômenos históricos afetam de forma idêntica culturas que são diferentes. E) É principalmente através da cultura material que percebemos a influência da história em nossa cultura, pois a cultura imaterial não nos influencia tanto. 02 - Partindo do princípio de que a cultura é uma lente através da qual o homem vê o mundo, pessoas de culturas diferentes usam lentes diferentes e, portanto, têm visões distintas das coisas. Escolha a alternativa correta: A) A visão de mundo determina as respostas e o comportamento humano a partir da sociedade em que está inserido. B) O processo de alimentar-se é característica de todo ser vivo, portanto, o homem se alimenta de uma mesma maneira em qualquer que seja a cultura de que faça parte. C) Não há diferenças entre as visões de mundo, a cultura sempre se apresenta de uma mesma forma seja qual for a sociedade. D) Um índio amazonense concebe o mundo e a sua forma de vida da mesma maneira de um paulistano que sempre viveu na cidade de São Paulo. E) Na concepção de mundo, todo ser humano deve se submeter aos seus instintos e desprezar a cultura em que vive. 03 - Leia a seguinte afirmação: “Mesmo em um país de maioria católica, encontramos crenças e práticas de muitas outras religiões.” Essa afirmativa está corretamente associada ao que segue: A) uma vez que os indivíduos participam diferentemente de sua cultura, é possível que muitos deles sejam estimulados a participar de religiões diversas. B) todas as culturas devem estimular a diversidade religiosa uma vez que a visão de mundo impede a existência de uma única crença. C) a presença de muitas religiões tem relação com o etnocentrismo que caracteriza as culturas mais antigas. D ) as lentes através das quais enxergamos o mundo se tornam mais precisas quanto mais religiões uma cultura tiver. 45 E) a presença de muitas religiões é um sinal de que uma cultura não possui visão de mundo. 04 - Leia a seguir a parábola de Roger Keesing: “Uma jovem da Bulgária ofereceu um jantar para os estudantes americanos, colegas de seu marido, e entre eles foi convidado um jovem asiático. Após os convidados terem terminado os seus pratos, a anfitriã perguntou quem gostaria de repetir, pois uma anfitriã búlgara que deixasse os seus convidados se retirarem famintos estaria desgraçada. O estudante asiático aceitou um segundo prato, e um terceiro – enquanto a anfitriã ansiosamente preparava mais comida na cozinha. Finalmente, no meio de seu quarto prato o estudante caiu ao solo, convencido de que agiu melhor do que insultar a anfitrião pela recusa da comida que lhe era oferecida, conforme o costume de seu país”. (Apud LARAIA, Cultura – um conceito antropológico, 2005: 72) O trecho acima descreve corretamente o seguinte: A) que os envolvidos estão tentando impor seu ponto de vista como o mais correto a todos que estão presentes. B) que devemos deixar de lado nossas regras sempre que estamos perante o diferente. C) que quando pessoas de culturas diferentes estão em contato, necessariamente elas seguem impulsos instintivos, deixando sua cultura em segundo plano. D) que os envolvidos estão praticando o relativismo cultural, por isso não conseguem chegar a um consenso sobre a atitude correta a ser tomada na situação. 46 E) que a cultura condiciona a nossa visão de mundo, ficando claro nesse tipo de situação que cada um procura agir de acordo com seus valores próprios, sem perceber os valores dos outros. 05 - Leia o trecho abaixo: “Antigamente os jovens entravam em conflito sobre valores sociais, políticos, econômicos, religiosos, estéticos e comportamentais (brigavam pelo direito de usar os cabelos compridos e vestir uma calça velha-azul-e-desbotada). (...) As crianças e os jovens do início do terceiro milênio não vivem um sonho coletivo de mudança social. Seu sonho é meramente subjetivo, tribal e plural. São mais propensos à discussão sobre assuntos menores do cotidiano como os games, amigos, namoro, aparência, do que os „grandes temas‟ da década de 1970. Os pais mais à esquerda já não conseguem conversar com os filhos os assuntos que eles, na sua época, consideravam importantes. Também, não conseguem fazê-los cumprir as pequenas coisas: regrar a hora de eles voltarem para casa, o tempo de ficar nos games, ler os jornais e revistas.” (Raimundo DE LIMA, Revista Espaço Acadêmico, nº 61, Junho 2006, disponível no endereço eletrônico http://www.espacoacademico.com.br/061/61lima.htm) Esse texto está corretamente associado com a seguinte afirmação A) a cultura tem uma lógica própria, assim quando uma geração é pressionada procura novas soluções mesmo que desagradem os mais velhos. B) a cultura é dinâmica, e as mudanças às vezes podem colocar em conflito interesses e valores das gerações mais velhas com as novas. C) a visão de mundo dos mais velhos está incorreta, e os jovens devem buscar novas formas de comportamento mesmo que a sociedade esteja em conflito com essa atitude. 47 D) a lógica de mundo da nova geração está incorreta e os mais velhos deveriam orientar melhor seus próprios filhos para garantir um comportamento mais adequado. E) a cultura é dinâmica, e esse conflito de gerações vai necessariamente levar a novas mudanças que acabem com qualquer comportamento indesejado. 06 - Somos socializados e aprendemos ao longo da vida aquilo que é mais importante para sermos aceitos e participarmos de uma cultura. Mas nossa participação é sempre diferente de um indivíduo para o outro. Em que critérios se baseiam essas diferenças individuais? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ DIVERSIDADE CULTURAL – ETNOCENTRISMO RELATIVISMO CULTURAL DIVERSIDADE CULTURAL É norma socialmente reconhecida entre nós que devemos cuidar dos nossos pais e de familiares quando atingem uma idade avançada; os Esquimós deixam-nos morrer de fome e de frio nessas mesmas condições. Algumas culturas permitem práticas homossexuais enquanto outras as condenam (pena de morte na Arábia Saudita). Em vários países muçulmanos a poligamia é uma prática normal, ao 48 passo que nas sociedades cristãs ela é vista como imoral e ilegal. Certas tribos da Nova Guiné consideram que roubar é moralmente correto; a maior parte das sociedades condenam esse ato. O infanticídio (morte dada a uma criança) é moralmente repelente para a maior parte das culturas, mas algumas ainda o praticam. Em certos países a pena de morte vigora, ao passo que noutras foi abolida; algumas tribos do deserto consideravam um dever sagrado matar após terríveis torturas um membro qualquer da tribo a que pertenciam os assassinos de um dos seus. Podemos notar através destes exemplos a diversidade cultural, existentes . ETNOCENTRISMO É a atitude característica de quem só reconhece legitimidade e validade às normas e valores vigentes na sua cultura ou sociedade. Tem a sua origem na tendência de julgarmos as realizações culturais de outros povos a partir dos nossos próprios padrões culturais, pelo que não é de admirar que consideremos o nosso modo de vida como preferível e superior a todos os outros. Os valores da sociedade a que pertencemos são, na atitude etnocêntrica, declarados como valores universalizáveis, aplicáveis a todos os homens, ou seja, dada a sua "superioridade" devem ser seguidos por todas as outras sociedades e culturas. Adaptando esta perspectiva, não é de estranhar que alguns povos tendam a intitular-se os únicos legítimos e verdadeiros representantes da espécie humana. RELATIVISMO CULTURAL É considerar o mundo DO PONTO DE VISTA DO OUTRO, entendendo seu sistema simbólico, seus próprios valores de mundo como beleza, justiça, honra, medo, e assim por diante. É deixar de tomar a NOSSA própria cultura (visão de mundo) como medida para julgar os outros. 49 Se pensarmos que a cada cultura corresponde uma diferente “visão de mundo”, percebemos que os indivíduos se organizam mentalmente para estar no mundo de acordo com os valores introjetados de sua cultura. Tornamos “nosso” aquilo que é cultural. Exercitando. Vamos pensar sobre os sentimentos humanos. Obviamente, nossas emoções são universais. Amor, ódio, paixão, rivalidade, raiva, afeto, ironia, alegria, euforia e tudo quanto possamos lembrar agora, fazem parte da humanidade. Entretanto, as EXPERIÊNCIAS QUE SUSCITAM este ou aquele sentimento, e a forma como expressamos o que sentimos isso é cultural. Muitas situações que fazem um brasileiro rir podem não ter o mesmo efeito em pessoas de outros povos. Ou ainda, situações como o funeral que exigem circunspecção e tristeza em algumas culturas podem exigir expressões de alegria em outras. O exercício de relativizar é se colocar na condição do outro. Pois bem, muitas vezes fazemos julgamento equivocados do comportamento alheio, simplesmente pelo fato de desconhecer as motivações que levaram a tal ou qual atitude. Quando não temos a “chave simbólica” que permite a relativização dos costumes, tendemos a nos fechar em nosso etnocentrismo. Tudo bem, precisamos relativizar, não é mesmo? Sim, é correto que tenhamos reações mais respeitosas e éticas com os “outros”. Mas tanto o relativismo cultural como o etnocentrismo podem ser encontrados em diferentes graus, e quando praticados de forma radical, se tornam destrutivos das relações humanas. Quer dizer que relativizar demais pode ser perigoso? Sim! Quando apenas relativizamos tudo, aceitando qualquer atitude alheia como normal, natural e aceita, podemos correr o risco de não ter mais referencial ético de mundo. Em termos práticos, isso significaria, por exemplo, tornar aceito como normal as mutilações dos órgãos genitais femininos praticados em algumas sociedades de cultura mulçumana, principalmente em comunidades africanas. Percebe que deve existir um limite para a 50 prática do relativismo? Relativizar deve ser algo estimulado socialmente, mas dentro de padrões de respeito à integridade física, psíquica e moral do outro. O oposto também é verdadeiro. Etnocentrismo é sempre ruim? Não! Na verdade, todas as culturas praticam etnocentrismo de alguma forma. Quando reagimos com aversão ao fato da alimentação em algumas culturas incluir pratos com animais como insetos, cães ou lesmas (o famoso “escargot” francês), preferindo um bom arroz com feijão, estamos sendo um pouco etnocêntricos. Isso é necessariamente ruim? Bem, na medida em que pode servir para reforçar nossa identidade cultural e nos trazer bem estar dentro de nosso próprio padrão cultural, não é uma atitude ruim. Mas quando a aversão ao outro é tão grande que precisamos excluí-lo, destruir seus costumes estamos atingindo um grau de etnocentrismo inaceitável. O relativismo extremo pode levar à ausência de noções éticas. O etnocentrismo extremo pode levar ao genocídio e às práticas racistas / preconceituosas. Relativismo cultural e etnocentrismo supõem a presença da DIFERENÇA. Esse “outro” que aparece nas frases acima, pode estar ao nosso lado. Atualmente o mundo todo reflete de uma forma mais intensa sobre o convívio entre as diferentes culturas/etnias. MORAL – ÉTICA • Moral : Hábitos- Costumes - O que diz respeito à ética • Estabelece regras de condutas, construção do caráter. • Algumas passagens nossa: • Anomia – Sem regras (a etapa das crianças pequenas: com seu egocentrismo natural da infância, elas querem fazer somente o que desejam, sem considerar os outros e sem seguir regras e normas, acham que pode tudo) • Heteronomia – Faço pelos outros – Ex. Vou chamar seu pai. 51 • Autonomia – De dentro para fora (faço porque acho correto) • ETICA – estudo dos juízos (ato de julgar) de apreciação referentes à conduta humana do ponto de vista do bem e o mal. Conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano. Exercícios 01 - Em seu texto “O etnocentrismo”, Claude Lévi-Strauss afirma que é muito antiga a atitude que “consiste em repudiar pura e simplesmente as formas culturais, morais, religiosas, sociais e estéticas mais afastadas daquelas com que nos identificamos”. A) consiste numa visão de mundo em que nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através de nossos valores, nossos modelos, e nossas definições do que é a existência B) significa a supervalorização da própria cultura em detrimento das demais. C) é uma atitude universal, pois todos os indivíduos crêem que a própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo a sua única expressão. D)as apreciações negativas dos padrões culturais dos povos diferentes nunca foram utilizadas para justificar a violência praticada contra “o outro”. E) a propensão em considerar o nosso modo de vida como o mais natural e o mais correto pode levar a numerosos conflitos sociais, tais como a xenofobia, o racismo, as guerras étnicas, o preconceito e os estigmas, a segregação e a discriminação baseadas na raça, na etnia, no gênero, na idade ou na classe social. 02 - „Buda nasceu estando sua mãe, Mãya, agarrada, reta, a um ramo da árvore. Ela deu à luz em pé. Boa parte das mulheres na Índia ainda dão à luz desse modo‟. Para nós, a posição normal é a mãe deitada sobre as costas, e entre os Tupis e outros índios brasileiros a posição é de cócoras”. (Roque LARAIA, “A cultura condiciona a visão de mundo do homem”, citado na bibliografia do conteúdo) Com essa descrição das técnicas do nascimento e da obstetrícia, o autor procura demonstrar que: A) Não existem diferentes maneiras culturais de efetuar ações que são fisiológicas. 52 B) Mesmo em atos que podem ser classificados como naturais, há diferenças culturais C)Todos os homens são dotados do mesmo equipamento anatômico e por isso a utilização do mesmo é determinada geneticamente. D) o exercício de atividades consideradas como parte da fisiologia humana não reflete diferenças de cultura. E) as técnicas de obstetrícia da chamada civilização ocidental são mais evoluídas e, por isso, deveriam ser imitadas pelos demais povos. 03 - Diversidade cultural é corretamente definida como: A) Um modelo ideal da Antropologia, que, no entanto não corresponde à realidade das culturas humanas. B) Característica inata do ser humano, que o leva a ter um comportamento único para cada tipo de situação enfrentada. C) Observação que comprova que todas as sociedades possuem uma tendência natural para evoluir. D) A forma como a Antropologia pratica sua metodologia de pesquisa, com o objetivo de garantir que nenhum grupo cultural deixe suas tradições e prefira as mudanças ou inovações. E) Característica do comportamento humano, que considera as influências do meio ambiente, da herança cultural e da história do povo de um local sobre o comportamento correspondente à média dos indivíduos de um grupo social. 04 – Leia o texto, em seguida responda: O autor esta correto em suas afirmações? Justifique a resposta Existem verdades para descobrir no domínio moral, mas nenhuma cultura possui o monopólio destas verdades. As diferentes culturas necessitam de aprender umas com as outras. Para que tomemos consciência dos erros e dos nossos valores, é necessário conhecer como procedem as outras culturas, e de que forma reagem ao que nós fazemos. Aprender com diferentes culturas pode ajudar-nos a 53 corrigir os nossos valores e a aproximar-nos da verdade acerca do modo como devemos viver. A- Por que existem diferenças culturais? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ B - O etnocentrismo existe ainda hoje no Brasil? Dê exemplos. _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ 05 - No planeta Terra existe uma enorme diversidade cultural. As diferentes comunidades humanas desenvolveram diferentes línguas, costumes, normas, valores, etc. Por isso, existem milhares de culturas diferentes. Por vezes, as pessoas de uma sociedade não respeitam as inferiores e culturas de “atrasadas”. outras A sociedades, essa consideram-nas atitude chama-se _________________ Este é a atitude característica de quem só reconhece legitimidade e validade às normas e valores vigentes na sua própria cultura. As pessoas que pensam desse modo, consideram frequentemente que, sendo a sua cultura superior, têm o direito de a impor (pela força se necessário) a outros povos. Existem exemplos de atitudes etnocêntricas em muitas sociedades. Na Europa foi uma atitude habitual durante séculos, ostentada não só pelas pessoas do povo como por intelectuais. 06 - O que vem a ser relativismo cultural ? _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ ________________________________________________ 07 – Analise o texto e responda que tipo de conceito foi utilizado pelo pai, depois responda: _______________________________ 54 a) O pai estava certo? Por quê? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ ______________________________________________________ b) Se você fosse o pai do menino como agiria? Por quê? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ ______________________________________________________ - A temporada de pesca começaria no dia seguinte, mas o menino, de onze anos, sempre queria ir pescar... Saiu com seu pai no final da tarde para pegar peixes-lua e percas, liberada. cuja pesca era Amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Logo as ondulações se tornaram prateadas por causa do efeito da Lua nascendo sobre o lago. Quando o caniço vergou, soube haver algo enorme do outro lado da linha. O pai o olhava com admiração enquanto habilmentearrastava 55 o peixe ao longo do cais. Finalmente, com cuidado, levantou o peixe. Era o maior que havia visto. Mas era um peixe cuja pesca só seria permitida na temporada, que iniciava no dia seguinte, dali a algumas horas. Ele e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras para trás e para à frente sob a luz da lua. O pai acendeu um fósforo e olhou o relógio. Eram dez da noite - faltavam duas horas para a abertura da temporada. O pai olhou para o peixe, depois para o menino. - Você tem de devolvê-lo, filho - disse. - Mas, papaiiii ! – reclamou. - Vai aparecer outro peixe - disse o pai. - Não tão grande como este – choramingou... Observou à volta do lago. À forte luz do luar podia ver que não havia outros pescadores nem barcos. Mesmo sem ninguém por perto sabia, pela clareza da voz do pai, negociável. que a decisão não era Devagar tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. A criatura movimentou rapidamente seu corpo poderoso e desapareceu. Desconfiou que jamais veria um peixe tão grande como aquele. Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, aquele menino é um arquiteto de muito sucesso em Nova Iorque. O chalé do pai ainda está lá, numa ilha em meio do lago, perto o mesmo cais. Mas há três décadas, ambos estavam certos. O menino estava certo ao pensar que nunca mais conseguiria pescar um peixe tão maravilhoso como aquele, mas não houve perda, porque o pai também estava certo ao exigir da devolução: 08 - Sobre o relativismo cultural, é correto afirmar: 56 A) É uma forma de encarar a diversidade cultural rejeitando qualquer etnocentrismo, ao propor que a cada cultura corresponde uma lógica própria, e que devemos respeitar o ponto de vista de seus indivíduos, sem tentar impor rótulos. B) É uma teoria baseada nos princípios estruturalistas desenvolvidos por Lévi-Strauss, que defende que não há nenhuma característica universal que iguale o ser humano. C) O relativismo defende que todas as culturas tendem a se assemelhar com o passar do tempo, e que ao difundir nossos hábitos estamos colaborando com esse processo. D) Deriva das concepções antropológicas que defendem que existe uma única cultura que deu origem a todas as outras. E) É uma teoria profundamente influenciada pelo evolucionismo e que defende privilégios às culturas mais avançadas. RELAÇÕES ÉTNICO-CULTURAIS As relações étnico-culturais são todas as situações nas quais diferentes culturas/etnias são colocadas em contato, ou precisam negociar interesses, debater questões em comum. Que tal pontuar algumas questões e situações do mundo atual nas quais as relações étnico-culturais estão no centro dos debates e suscitam a reflexão? São questões que trazem à tona o relativismo cultural e o etnocentrismo, além de boas doses de ética, justiça e novos parâmetros para as relações humanas. Essas questões / situações seriam: - Qual é a realidade dos povos indígenas que convivem com a nossa sociedade nacional aqui no Brasil? E quais são suas reivindicações? 57 - Qual é a importância da eleição de Barack Hussein Obama como Presidente dos Estados Unidos da America? - Quais são os principais argumentos a favor e contra a política de cotas para afrodescendentes ingressarem nas universidades públicas brasileiras? - Como e preconceito por que contra é exercido nordestinos o nas regiões sul e sudeste do Brasil? As respostas a essas questões não possuem um consenso, são polêmicas sociais. Elas dependem em grande parte da posição e da capacidade de imparcialidade de quem as responde. De qualquer forma, pode-se caracterizar certas respostas como resultado de atitudes etnocêntricas ou relativistas. Dependendo da perspectiva a partir da qual se avalia essas questões, podemos obter respostas muito desencontradas. Em um mundo globalizado, onde o contato entre as diferentes culturas e povos é cada vez mais intenso e necessário, existe uma preocupação geral e a tendência a considerar reprováveis as atitudes que resultem em discriminação, preconceito, exclusão ou práticas moralmente/fisicamente agressivas. A garantia dos direitos humanos e as lutas pelo tratamento igualitário entre os povos têm trazido à tona importantes discussões sobre as relações étnico-culturais. 58 O que nos leva de volta ao conceito de CULTURA. Cada cultura desenvolve um sistema simbólico que permite aos indivíduos se relacionarem dentro de uma mesma linguagem de mundo. Ocorre que durante muitos séculos, um relativo isolamento entre os povos teve como resultado o surgimento de muitas etnias diferentes ao redor do mundo. Vamos desenvolver o conceito de ETNIA. Segundo o dicionário HOUAISS: Etnia. ANTROPOL coletividade de indivíduos que se diferencia por sua especificidade sociocultural, refletida principalmente na língua, religião e maneiras de agir; grupo étnico [Para alguns autores, a etnia pressupõe uma base biológica, podendo ser definida por uma raça, uma cultura ou ambas; o termo é evitado por parte da antropologia atual, por não haver recebido conceituação precisa]. Na história da Antropologia, desde final do século XIX teve início um movimento de recusa às teorias evolucionistas, que relacionavam a base biológica das populações humanas com a cultura. Quais eram os pressupostos do EVOLUCIONISMO SOCIAL? Parte da idéia de que haveria uma “escala evolutiva” entre os povos. De acordo com esse pensamento, poderíamos encontrar povos/culturas “mais evoluídos” e outros “menos evoluídos”. O resultado óbvio foi o sentimento de superioridade de algumas culturas sobre outras, que justificou decisões políticas como invasões, extermínios e a prática da discriminação e do racismo. Esse pensamento partia do pressuposto que a cultura é determinada pela herança genética de uma população. Ao recusar essas teorias, a antropologia substituiu o conceito de RAÇA (de base extremamente biologizante) pelo de ETNIA. Atualmente é consenso na antropologia, que a cultura não é determinada pelo padrão de herança genética de uma população. 59 O conceito de “raça” mostra-se impreciso uma vez que tenta determinar divisões em uma espécie que é única: o ser humano. Raça é uma construção social, e não uma realidade biológica. O conceito de etnia, contrariamente ao de raça, dá ênfase aos aspectos da herança cultural de um povo como forma de caracterizar a diferença de comportamento entre as várias populações humanas. Sempre que o assunto envolve questões de conflito de interesses entre populações, e este conflito revela questões culturais de qualquer abrangência, trata-se de questões étnico-raciais. Esses conflitos podem se revelar com diferentes graus de expressão e intolerância. Um povo pode expressar seu preconceito, racismo ou ódio, tanto por questões bastante específicas como a religião, ou os hábitos de vestuário / alimentação / higiene, ou ainda através de repúdio total ao outro. Entretanto não existe intolerância mais aceitável ou menos aceitável, simplesmente pelo fato dela abranger apenas um aspecto da cultura alheia, ou por ter se tornado tão profunda que apenas se resolve com o extermínio desse outro. É necessário perceber que a intolerância em qualquer dos casos é desnecessária, condenável e pouco efetiva no sentido de resolver conflitos de interesses entre dois ou mais povos. Um povo pode e deve saber valorizar suas próprias características sem que seja necessário diminuir, discriminar ou repudiar os que são diferentes. Percebemos que há um uso político dessas intolerâncias, e que serve como justificativa para ações que atinjam moral, física e socialmente muitos povos. Abaixo, um trecho do documento “Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana”, publicado pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. MEC, Brasília: 2004 e que pode ser encontrado na íntegra no endereço eletrônico: http://www.espacoacademico.com.br/040/40pc_diretriz.htm 60 Esse trecho traz importantes conceitos e revela uma importante questão das relações étnico-raciais no Brasil atualmente. Questões introdutórias O parecer procura oferecer uma resposta, entre outras, na área da educação, à demanda da população afrodescendente, no sentido de políticas de ações afirmativas, isto é, de políticas de reparações, e de reconhecimento e valorização de sua história, cultura, identidade. Trata, ele, de política curricular, fundada em dimensões históricas, sociais, antropológicas oriundas da realidade brasileira, e busca combater o racismo e as discriminações que atingem particularmente os negros. Nesta perspectiva, propõe à divulgação e produção de conhecimentos, a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial - descendentes de africanos, povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos – para interagirem na construção de uma nação democrática, em que todos, igualmente, tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada. É importante salientar que tais políticas têm como meta o direito dos negros se reconhecerem na cultura nacional, expressarem visões de mundo próprias, manifestarem com autonomia, individual e coletiva, seus pensamentos. É necessário sublinhar que tais políticas têm, também, como meta o direito dos negros, assim como de todos cidadãos brasileiros, cursarem cada um dos níveis de ensino, em escolas devidamente instaladas e equipadas, orientados por professores qualificados para o ensino das diferentes áreas de conhecimentos; com formação para lidar com as tensas relações produzidas pelo racismo e discriminações, sensíveis e capazes de conduzir a reeducação das relações entre diferentes grupos étnico-raciais, ou seja, entre descendentes de africanos, de europeus, de asiáticos, e povos indígenas. Estas condições materiais das escolas e de formação de professores são indispensáveis para uma educação de qualidade, para todos, assim como o é o reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos 61 descendentes de africanos. Políticas de Reparações, de Reconhecimento e Valorização, de Ações Afirmativas A demanda por reparações visa a que o Estado e a sociedade tomem medidas para ressarcir os descendentes de africanos negros, dos danos psicológicos, materiais, sociais, políticos e educacionais sofridos sob o regime escravista, bem como em virtude das políticas explícitas ou tácitas de branqueamento da população, de manutenção de privilégios exclusivos para grupos com poder de governar e de influir na formulação de políticas, no pós-abolição. Visa também a que tais medidas se concretizem em iniciativas de combate ao racismo e a toda sorte de discriminações. Cabe ao Estado promover e incentivar políticas de reparações, no que cumpre ao disposto na Constituição Federal, Art. 205, que assinala o dever do Estado de garantir indistintamente, por meio da educação, iguais direitos para o pleno desenvolvimento de todos e de cada um, enquanto pessoa, cidadão ou profissional. Sem a intervenção do Estado, os postos à margem, entre eles os afro-brasileiros, dificilmente, e as estatísticas o mostram sem deixar dúvidas, romperão o sistema meritocrático que agrava desigualdades e gera injustiça, ao reger-se por critérios de exclusão, fundados em preconceitos e manutenção de privilégios para os sempre privilegiados. Políticas de reparações voltadas para a educação dos negros devem oferecer garantias a essa população de ingresso, permanência e sucesso na educação escolar, de valorização do patrimônio histórico-cultural afrobrasileiro, de aquisição das competências e dos conhecimentos tidos como indispensáveis para continuidade nos estudos, de condições para alcançar todos os requisitos tendo em vista a conclusão de cada um dos níveis de ensino, bem como para atuar como cidadãos responsáveis e participantes, além de desempenharem com qualificação uma profissão. A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, 62 valorização e afirmação de direitos, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da Lei 10639/2003, que alterou a Lei 9394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e africanas. Reconhecimento implica justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a população brasileira. E isto requer mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas negras. Requer também que se conheça a sua história e cultura apresentadas, explicadas, buscando-se especificamente desconstruir o mito da democracia racial na sociedade brasileira; mito este que difunde a crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os não negros, é por falta de competência ou de interesse, desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social hierárquica cria com prejuízos para os negros. Reconhecimento requer a adoção de políticas educacionais e de estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnico-racial presente na educação escolar brasileira, nos diferentes níveis de ensino. Reconhecer exige que se questionem relações étnico-raciais baseadas em preconceitos que desqualificam os negros e salientam estereótipos depreciativos, palavras e atitudes que, velada ou explicitamente violentas, expressam sentimentos de superioridade em relação aos negros, próprios de uma sociedade hierárquica e desigual. Reconhecer é também valorizar, divulgar e respeitar os processos históricos de resistência negra desencadeados pelos africanos escravizados no Brasil e por seus descendentes na contemporaneidade, desde as formas individuais até as coletivas. Reconhecer exige a valorização e respeito às pessoas negras, à sua descendência africana, sua cultura e história. Significa buscar, 63 compreender seus valores e lutas, ser sensível ao sofrimento causado por tantas formas brincadeiras, piadas de de desqualificação: mau gosto apelidos depreciativos, sugerindo incapacidade, ridicularizando seus traços físicos, a textura de seus cabelos, fazendo pouco das religiões de raiz africana. Implica criar condições para que os estudantes negros não sejam rejeitados em virtude da cor da sua pele, menosprezados em virtude de seus antepassados terem sido explorados como escravos, não sejam desencorajados de prosseguir estudos, de estudar questões que dizem respeito à comunidade negra. Reconhecer exige que os estabelecimentos de ensino, freqüentados em sua maioria por população negra, contem com instalações e equipamentos sólidos, atualizados, com professores competentes no domínio dos conteúdos de ensino, comprometidos com a educação de negros e brancos, no sentido de que venham a relacionar-se com respeito, sendo capazes de corrigir posturas, atitudes e palavras que impliquem desrespeito e discriminação. Políticas de reparações e de reconhecimento formarão programas de ações afirmativas, isto é, conjuntos de ações políticas dirigidas à correção de desigualdades raciais e sociais, orientadas para oferta de tratamento diferenciado com vistas a corrigir desvantagens e marginalização criadas e mantidas por estrutura social excludente e discriminatória. Ações afirmativas atendem ao determinado pelo Programa Nacional de Direitos Humanos, bem como a compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, com o objetivo de combate ao racismo e a discriminações, tais como: a Convenção da UNESCO de 1960, direcionada ao combate ao racismo em todas as formas de ensino, bem como a Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Discriminações Correlatas de 2001. Nos trechos em itálico e sublinhado estão destacados alguns importantes princípios das políticas de ações afirmativas traçadas pelo Programa Nacional de Direitos Humanos. 64 Vamos a algumas questões que estão esclarecidas nos trechos em destaque: 01 - Quais populações são alvos da preocupação sobre a condição de exclusão ou tratamento preconceituoso? _________________________________________________ _________________________________________________ 02 - Qual o argumento do documento sobre a ênfase nas políticas de reparação voltadas à comunidade de afro descendentes pelo Estado brasileiro? _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ ________________________________________________ 03 - Como o documento define “ações afirmativas”? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ 04 - Para compreender a importância das discussões que envolvem as relações étnico-culturais atualmente, leia abaixo uma das questões dissertativas do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) realizado pelo MEC anualmente. ENADE 2006 – Prova de FORMAÇÃO GERAL para todos os cursos (QUESTÃO 9 – DISCURSIVA): Sobre a implantação de “políticas afirmativas” relacionadas à adoção de “sistemas de cotas” por meio de Projetos de Lei em tramitação no Congresso Nacional, leia os dois textos a seguir. 65 Texto I “Representantes do Movimento Negro Socialista entregaram ontem no Congresso um manifesto contra a votação dos projetos que propõem o estabelecimento de cotas para negros em Universidades Federais e a criação do Estatuto de Igualdade Racial. As duas propostas estão prontas para serem votadas na Câmara, mas o movimento quer que os projetos sejam retirados da pauta. (...) Entre os integrantes do movimento estava a professora titular de Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Yvonne Maggie. „É preciso fazer o debate. Por isso ter vindo aqui já foi um avanço‟, disse.” (Folha de S.Paulo – Cotidiano, 30 jun. 2006, com adaptação.) Texto II “Desde a última quinta-feira, quando um grupo de intelectuais entregou ao Congresso Nacional um manifesto contrário à adoção de cotas raciais no Brasil, a polêmica foi reacesa. (...) O diretor executivo da Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro), frei David Raimundo dos Santos, acredita que hoje o quadro do país é injusto com os negros e defende a adoção do sistema de cotas.” (Agência Estado-Brasil, 03 jul. 2006.) Ampliando ainda mais o debate sobre todas essas políticas afirmativas, há também os que adotam a posição de que o critério para cotas nas Universidades Públicas não deva ser restritivo, mas que considere também a condição social dos candidatos ao ingresso. Analisando a polêmica sobre o sistema de cotas “raciais”, identifique, no atual debate social. Analisando a polêmica sobre o sistema de cotas “raciais”, e seu conhecimento de mundo RESPONDA: a) Por que o manifesto dos negros estão contra a votação dos projetos que propõem o estabelecimento de cotas para negros em Universidades Federais e a criação do Estatuto de Igualdade Racial? (8 a 10 linhas) _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ 66 _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ b) Por que o diretor executivo da Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro), frei David Raimundo dos Santos, defende a adoção do sistema de cotas.” (8 a 10 linhas) _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ 05 - O conceito de etnia veio a substituir o de raça, pois: A) era uma necessidade de modernização dos referenciais conceituais tradicionais das ciências a partir dos movimentos sociais da década de 1960. B) as mudanças políticas do séc. XX que trouxeram a hegemonia norte-americana impediram a continuidade do uso do conceito de raça, pois tratava-se de uma teoria européia. C) não existe base científica que comprove a validade do uso do conceito de raça, e os abusos ideológicos de povos dominantes que o utilizaram como justificativa histórica para subjugar e exterminar povos, trataram de bani-lo. D) o conceito de etnia faz parte do senso comum, sendo melhor interpretado que o conceito de raça. E) a identidade racial é um conceito menos abrangente que o de identidade étnica; apesar do primeiro ser mais explicativo, considerase menos útil da perspectiva antropológica, daí a preferência pelo conceito de etnia. 06 - Os dados científicos de que dispomos atualmente não confirmam a teoria segundo a qual as diferenças genéticas hereditárias constituiriam um fator de importância primordial entre as causas das diferenças que se manifestam entre as culturas e as obras das civilizações dos diversos povos ou grupos étnicos. Eles nos informam, pelo contrário, que essas diferenças se explicam antes de tudo pela história cultural de cada grupo. Os fatores que tiveram um papel 67 preponderante na evolução do homem são a sua faculdade de aprender e a sua plasticidade. Esta dupla aptidão é o apanágio de todos os seres humanos. Ela constitui, de fato, uma das características específicas do Homo Sapiens”. (Declaração redigida por vários cientistas em 1950, no pós-nazismo, no encontro da Unesco em Paris) “Nada, no estado atual da ciência, permite afirmar a superioridade ou a inferioridade intelectual de uma raça em relação à outra”. Claude Lévi-Strauss, “Raça e cultura” Os dois pensamentos citados acima têm como objetivo: A) confirmar as teses que atribuíram características e aptidões raciais inatas. B) afirmar que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural. C) negar a grande diversidade cultural da espécie humana. D) negar as teses deterministas biológicas, lutando contra o preconceito racista e todas as tentativas de discriminação e de exploração. E) legitimar a hierarquia de raças. 07 - Podemos apontar como exemplos de “políticas afirmativas” para resgatar a condição social de um grupo dentro de uma sociedade que praticou exploração e preconceito contra uma etnia: A) mudanças no currículo educacional que valorizem a experiência histórica desse grupo; instituição de cotas para acesso ao ensino público superior; valorização de sua cultura. 68 B) obrigatoriedade de freqüência a escolas de uso exclusivo de indivíduos dessa etnia; proibição de casamentos interraciais para garantir a integridade étnica de cada grupo. C) instituição de modelos de comportamento aceitáveis para que os indivíduos desse grupo se sintam mais integrados à sociedade; banir o uso de imagens dos indivíduos desse grupo étnico em publicidade e livros didáticos; tornar obrigatório o uso de vestimentas étnicas. D) utilizar com maior frequência imagens dos indivíduos desse grupo étnico em publicidade e livros didáticos; legalizar práticas criminosas de grupos radicais que se supõem defensores de direitos étnicos. E) conscientizar toda a população da necessidade do convívio étnico baseado na democracia e direitos plenos; atribuir privilégios legais aos indivíduos das etnias em desvantagem social em todas as instâncias da vida coletiva. 08 - Os conflitos étnico-culturais podem ser percebidos através de manifestações como: A) Pactos de amizade e compreensão entre diferentes povos. B) Atos de racismo, ódio ou preconceito entre diferentes povos. C) Estudos antropológicos mais aprofundados sobre povos exóticos e distantes. D) Políticas que procuram reconhecer o direito de todos. E) Atos de união entre indivíduos que tem a mesma herança biológica. CULTURA NA SOCIEDADE ATUAL - CULTURA POPULAR – CULTURA ERUDITA – MEIOS DE COMUNICAÇÃO O PODER DA CULTURA É muito comum que as pessoas em seu dia-a-dia não se dêem conta que nossos hábitos, costumes valores morais ou formas de 69 julgamento são o resultado de um processo histórico de nosso grupo social. Entretanto, facilmente consegue-se relacionar a nossa vida material como a tecnologia, por exemplo, como resultante de um processo complexo de desenvolvimento que envolve conhecimento e condições técnicas-econômicas de implantação. Isso porque, no primeiro exemplo, estamos falando de um aspecto imaterial, simbólico, da cultura humana. Em geral, as pessoas tendem a naturalizar mais essa dimensão humana, dando como certo que se trata de algo que não procede de escolhas e muito menos de formas coletivas de vivência. O fato é que a história de qualquer grupo social interfere o tempo todo em seu presente, sendo impossível separarmos a cultura de um povo de sua história. As diferentes histórias de cada povo podem ser interpretadas antropologicamente, como estratégias locais de sobrevivência e reprodução, mas não se encontram desvinculadas da história da espécie humana como um todo. Assim, podemos afirmar que estamos em um mesmo momento da história de nossa espécie, em âmbitos que envolvem nossa evolução e nossa relação com o meio ambiente. Entretanto, cada povo em seu local específico, é o resultado das relações entre os indivíduos e seu grupo social. Como resultado das interferências pessoais em um dado conjunto de instituições, regras, leis e tecnologia que formam uma totalidade social é que podemos perceber a CARACTERÍSTICA, a ESPECIFICIDADE de uma cultura. É possível observar um grupo social a partir de sua perspectiva histórica, e como resultado percebemos que cada grupo é único, mesmo quando passa por eventos semelhantes e utiliza as mesmas convenções sociais. Portanto, a cultura nesse caso, é um elemento agregador que promove a intermediação das relações entre os indivíduos. Mas quando observamos a passagem do tempo (= história) em dois grupos diferentes que utilizam o mesmo referencial cultural, 70 percebemos que não é possível encontrar os mesmos resultados. Esta é a base do que denominamos CULTURA REGIONAL. No Brasil, temos a existência de regiões geográficas que definem regiões culturais diferentes. A experiência histórica em cada uma delas determinou características particulares dentro da grande totalidade que chamamos de “cultura brasileira”, ou cultura nacional. Assim como ocorre com os regionalismos, ocorre também com relação à sociedade nacional. Portanto as culturas regionais e nacionais se referem sempre a experiências compartilhadas por uma população durante um período de tempo suficiente para deixar marcas nas relações sociais, na visão de mundo desse povo. Neste âmbito é que reside a questão da relação indivíduo-sociedade. Ao mesmo tempo em que cada um de nós é marcado pela história de nosso grupo social, também marcamos essa história, com a possibilidade de reforçar certos comportamentos, repetindo-os e mantendo-os atuantes, ou recusando-os e enfraquecendo sua importância. Somos ao mesmo tempo resultados de uma HERANÇA cultural e produtores dessa herança para as próximas gerações. Não nos damos conta disso em nosso cotidiano, e a única forma de consciência disso se expressa através da necessidade pessoal em defender e preservar certos traços de comportamento e recusar outros. Se partirmos dessa compreensão de cultura como resultado da vida sócio-histórica dos indivíduos que atuam em um grupo, podemos então detalhar alguns aspectos importantes da vida cultural em nossa sociedade atualmente. Nossas condições materiais de existência afetam nossas condições psíquicas e culturais, e vice-versa. Em nossa sociedade, existe a questão do pertencimento a classes sociais, ou em outras palavras, da renda como determinante das posições na hierarquia social. Assim, notamos certos padrões de comportamento que se associam a padrões de consumo, e que por sua vez se associam a um conjunto 71 de valores morais, ou estéticos, ou de gosto, capazes de criar grupos de pessoas que se identificam e mantêm características e hábitos próprios. Para facilitar a compreensão desse fenômeno, utilizamos os conceitos de cultura popular, cultura erudita e cultura de massa. José Luiz dos SANTOS explica: Comecemos por esta última indagação, a qual é bem antiga na história das preocupações com cultura. É que, a partir de uma idéia de refinamento pessoal, cultura se transformou na descrição das formas de conhecimento dominantes nos Estados nacionais que se formavam na Europa a partir do fim da Idade Média. Esse aspecto das preocupações com a cultura nasce assim voltado para o conhecimento erudito ao qual só tinham acesso setores das classes dominantes desses países, esse conhecimento erudito se contrapunha ao conhecimento havido pela maior parte da população, um conhecimento que supunha inferior, atrasado, superado, e que aos poucos passou também a ser entendido como uma forma de cultura, a cultura popular. As preocupações com cultura popular são tentativas de classificar as formas de pensamento e ação das populações mais pobres de uma sociedade, buscando o que há de específico nelas, procurando entender a sua lógica interna, sua dinâmica e principalmente, as implicações políticas que possam ter. (...) De fato, ao longo da história a cultura dominante desenvolveu um universo de legitimidade própria, expresso pela filosofia, pela ciência e pelo saber produzido e controlado em instituições da sociedade nacional, tais com a universidade, as academias, as ordens profissionais (de médicos, advogados, engenheiros e outras). Devido à própria natureza da sociedade de classes em que vivemos, essas instituições estão fora do controle das classes dominadas. Entende-se por cultura popular as manifestações culturais dessas classes, manifestações diferentes da cultura dominante, que estão fora de 72 suas instituições, que existem independentemente delas, mesmo sendo suas contemporâneas. (Santos, J.L. 2006, pp.54-55) A conclusão é que denominamos cultura erudita toda a produção material e imaterial resultante de conhecimento intelectual e técnicos especializados, treinamento constante letrados, e dedicação que – dependem de tempo e de resultante de de investimentos financeiros. Já a cultura conhecimentos popular da é uma tradição produção oral, do convívio e da informalidade. O treinamento normalmente é proporcionado com baixos investimentos, ou mesmo como estratégia de sobrevivência. São artistas, artesãos, ou trabalhadores que dominam sua técnica de forma autodidata e reproduzem aprendizados que passam de geração a geração. E quanto à cultura de massa? Bem, é um fenômeno que depende da existência dos meios de comunicação de massa como o rádio, a televisão, o cinema, a imprensa, a Internet e assim por diante. A cultura de massa resulta do trabalho empresarial sobre produtos e artistas tanto da cultura erudita quanto da cultura popular. Não há criadores espontâneos da cultura de massa. Há empresários e técnicos, atrelados a uma empresa (editoras, gravadoras, produtoras, grupos de comunicação) que visa lucro com os produtos culturais. Eles se apropriam dessa cultura através de contratos e divulgam todo tipo de produção cultural através do mercado para que as pessoas adquiram esse material. São classificados como “de massa”, porque o mesmo conteúdo atinge um imenso número de pessoas ao mesmo tempo. A massa é ao mesmo tempo um fenômeno quantitativo, pois são muitas pessoas, e psicológico. O indivíduo que faz parte da 73 massa responde de forma imatura ao que recebe. Repete as opiniões alheias, pois não é capaz de ter opinião própria, e tem uma relação mais emocional que crítica em relação ao gosto. Gosta porque todos gostam, porque está na moda, e assim o inclui em um movimento; gosta porque esse consumo lhe dá status e uma boa visibilidade social. Na massa, o indivíduo gosta de ser diferente, mas igual. Quer ter personalidade, mas não quer chamar a atenção. Portanto podemos falar em uma cultura popular de massas, e uma cultura erudita de massas? Sim! Para exemplificar, os livros que se tornam campeões de vendas, normalmente são um exemplo da cultura erudita de massas. Já a maior parte dos programas televisivos de auditório, exemplifica a cultura popular de massa. Esse tipo de programa se baseia na antiga receita do circo, um palco e uma audiência que espera ser entretida por um apresentador que lhes proporciona carisma, admiração e que lhes mostra a vida como um espetáculo. EXERCÍCIOS 01 - Leia o trecho a seguir e escolha entre as alternativas aquela que corresponde ao pensamento expresso pelo autor: “Da mesma forma, como a cultura erudita é desde sempre associada com as classes dominantes, sua expansão pode ser vista como uma expansão colonizadora. A ampliação de seus domínios como, por exemplo, através da expansão da rede de escolas e de atendimento médico, pode ser entendida como uma forma de controle social, que mantêm as desigualdades básicas da sociedade em benefício da minoria da população.” (SANTOS, J.L. O QUE É CULTURA, pg. 56) 74 A) para o autor, a divisão entre cultura erudita e popular mostra uma relação de poder, pois uma minoria tem acesso ao conhecimento erudito, mas não toda a população. B) ele demonstra como a compreensão de como dividimos entre cultura erudita e popular tem interesse apenas para os médicos e professores que ocupam cargos públicos para atendimento à população. C) conclui que as desigualdades da sociedade poderiam ser resolvidas se a classe dominante providenciasse a expansão das redes de educação e atendimento à saúde da população. D) o autor se posiciona nitidamente a favor da colonização e da expansão das desigualdades básicas que atingem de forma inaceitável a minoria da população. E) a expansão da rede de escolas e de atendimento médico podem ser exemplos de cultura erudita e cultura popular respectivamente. 02- Em nossa sociedade os meios de comunicação de massa fazem parte da paisagem social moderna. Esta afirmação pode ser considerada correta se associada às seguintes observações: A) Nossa sociedade estabelece uma hierarquia de status através da imposição de uma mesma cultura para todos os indivíduos. A essa imposição denominamos cultura de massa. B) Não podemos saber exatamente que tipo de influência cultural cada indivíduo recebeu em nossa sociedade, pois as culturas erudita, popular e de massa são muito semelhantes entre si. C) A história cultural recente de nossa sociedade revela que os indivíduos já não se relacionam mais com seu passado como era o costume nas gerações anteriores. As pessoas não são influenciadas pela história de sua cultura. D) Esses meios estão presentes em todas as esferas de nossa vida social tais como a religião, a profissão, o lazer, a educação ou a política; eles difundem formas de comportamento e estilos de vida. E) Apesar da influência da cultura de massa no gosto de grande parcela da população, os indivíduos que fazem parte da massa não se deixam influenciar em termos de comportamento pelo gosto alheio. 03 - Podemos afirmar que a massa é um fenômeno ao mesmo tempo quantitativo e psicológico. Essa colocação está: A) Errada, pois a massa significa apenas uma grande quantidade de pessoas, não atingindo a afetividade dos indivíduos. 75 B) Correta, pois a massa é ao mesmo tempo um fenômeno demográfico de concentração urbana, e psicológico, uma vez que os indivíduos são influenciáveis pelos produtos dessa cultura. C) Correta, pois ao mesmo tempo em que falar em massa significa falar em um grande número de pessoas, elas são afetadas psicologicamente, pois resistem às possíveis influências dos meios de comunicação de massa, o que as torna estressadas. D) Errada, pois não é possível perceber como o fenômeno associado à existência de uma massa de pessoas pode afetar psicologicamente os indivíduos. E) Correta em termos, pois ao mesmo tempo em que podemos perceber que fazer parte da massa significa que há muitas pessoas envolvidas em processos semelhantes, não há evidências de que isso possa afetar psicologicamente os indivíduos. 04 - Quando pensamos a cultura de um grupo social, é possível ressaltar diferentes aspectos que a caracterizam. É muito comum associarmos essa cultura a modos de ser e sentir que são característicos desse grupo, que são seu patrimônio. Essa ênfase da cultura como patrimônio de um povo está associado a que tipo de cultura? A) cultura erudita B) cultura de classe C) cultura popular D) cultura de massa E) cultura patrimonial 05 - Atualmente é nítida a grande influência dos meios de comunicação de massa como a televisão, o cinema e a Internet na vida cultural de todos os povos. Quase todo o conteúdo que circula nesses meios, como filmes novelas, reality shows, publicidade, é chamado de “indústria cultural”. Isto porque são produtos feitos de 76 forma padronizada para atingir um imenso numero de pessoas ao mesmo tempo, como os bens produzidos em uma indústria. Esse tipo de cultura que predomina como forma de expressão em nossa sociedade está associado a que tipo de cultura das listadas abaixo? A) cultura erudita. B) cultura de classe. C) cultura popular. D) cultura de massa. E ) cultura patrimonial. 06 - Questão do ENADE 2006 – Prova de Conhecimentos Gerais para todos os cursos avaliados, (QUESTÃO 3) Jornal do Brasil, 3 ago. 2005. Tendo em vista a construção da idéia de nação no Brasil, o argumento da personagem expressa: A) B) C) D) E) a afirmação da identidade regional. a fragilização do multiculturalismo global. o ressurgimento do fundamentalismo local. o esfacelamento da unidade do território nacional. o fortalecimento do separatismo estadual. 07 - O Brasil possui regiões que são delimitadas geograficamente como Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Em cada uma delas existe um tipo característico de comportamento muito marcante, que diferencia as pessoas que ali vivem. A esse fenômeno chamamos: 77 A) Culturas regionais. B) Evolucionismo social. C) Etnocentrismo. D) Cultura globalizada. E) Conflito étnico-cultural. 08 - De acordo com os versos de uma canção de Chico Buarque, como reproduzidos abaixo, assinale a alternativa correta: "O meu pai era paulista/ Meu avô, pernambucano/ O meu bisavô, mineiro/ Meu tataravô, baiano/ Meu maestro soberano/ Foi Antonio Brasileiro." ("Paratodos", canção gravada por Chico Buarque em 1993.) A) Podemos perceber a denúncia preconceituosa que se manifesta contra a miscigenação de indivíduos originários de diferentes culturas. B) O autor poetiza o processo histórico de movimentação das populações no território nacional e a mistura que resulta do encontro das culturas regionais. C) Fica nítido o posicionamento do autor a favor das lutas em torno do direito à diferença. D) Ele tenta provocar polêmica sobre a questão dos regionalismos culturais no Brasil, colocando como superior a influência de um maestro e inferior a influência de baianos, mineiros ou paulistas. E) É uma forma poética de explicar o processo de globalização cultural. 09 - Assinale a alternativa correta. O rádio, a televisão, o cinema, o jornal, as revistas, as publicações em geral, são meios de comunicação cujos interesses de lucro procuram dar mais espaço para a divulgação dos produtos: 78 A) Da cultura popular. B) Da cultura de elite. C) Do folclore. D) Da cultura de massa. E) Do regionalismo cultural. 10 – Defina: Cultura Erudita – Cultura Popular: ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ A SOCIEDADE IDENTIDADE CULTURAL NA ATUALIDADE MULTICULTURALISMO – TRIBALISMO URBANO PESQUISA ANTROPOLOGICA Segundo Stuart HALL MULTICULTURAL: governabilidade características apresentados por sociais e sociedades problemas com de diferentes comunidades culturais. MULTICULTURALISMO: estratégias e políticas usadas para governar ou administrar problemas de diversidade e multiplicidade em sociedades multiculturais. É um termo que descreve a existência de muitas culturas numa localidade, cidade ou país, sem que uma delas predomine. Muitos países no mundo de hoje são sociedades multiculturais, e enfrentam muitos problemas políticos para que todos se sintam 79 INCLUÍDOS; não apenas com direitos iguais, mas que sejam igualmente valorizados como parte de uma sociedade múltipla. Portanto o debate do multiculturalismo nos leva aos conceitos de IDENTIDADE CULTURAL, e conseqüentemente de DIFERENÇA CULTURAL. Quem é igual a quem em uma sociedade multicultural? Ou mais, quem quer ser igual a quem, quem quer ser diferente e mesmo assim tratado igualmente? O conceito de identidade cultural permite compreender os processos através dos quais os indivíduos passam a tomar como “gosto” ou “preferência pessoal” um conjunto que expressa sua subjetividade e o coloca nas relações interpessoais de forma a sentir que pertence a um coletivo. A identidade cultural de um grupo se manifesta tanto externamente, através de práticas coletivas próprias, rituais, vestuário e adornos corporais, por exemplo; como intersubjetivamente, quando cada indivíduo entende como próprio de si mesmo um conjunto de hábitos e formas de sensibilidade que foram coletivamente constituídas. Para constituir uma identidade, os indivíduos passam pelos processos de socialização, endoculturação, recebem a visão de mundo de sua cultura, introjetam os valores. Todos os conceitos trabalhados anteriormente nos outros módulos fazem parte dos processos de identificação. A diferença está no seguinte ponto. A cada cultura corresponde um imenso e vasto repertório de hábitos, saberes, valores, técnicas. Nenhum indivíduo, de qualquer cultura que seja, pode conhecer, entrar em contato e experimentar a totalidade desse conjunto. Ao entrar em contato com diferentes setores e ordens da sociedade, cada indivíduo entra em um processo de identificação, onde os elementos de sua subjetividade vão se reorganizando em função de novas experiências. A cada uma delas o sujeito avalia qual seu grau de envolvimento e como delas se aproxima. Perguntas como: “Fazer isso, DESTA forma, me dá prazer?”; “Eu me sinto bem ao pensar sobre esse assunto DESTA maneira?”; “Eu considero justo que as 80 pessoas tomem ESTA tal atitude em tal situação?”; “Eu percebo beleza NESTA forma de aparência social?” Tais questionamentos fazem parte da capacidade de REFLEXÃO que cada um de nós possui, e que nas sociedades contemporâneas faz parte de uma exigência para nossos posicionamentos e atitudes. Somos o tempo todo “cobrados” a uma “opinião pessoal”, a um “estilo pessoal”, a uma “atitude pessoal”, a “ter personalidade” Somos cobrados a “ter identidade” (também uma outra noção do senso comum bastante confusa, pois entende que podemos “perder” nossa identidade). Bem, em nossa trajetória pessoal e os contatos sociais que vão se sucedendo ao longo da vida, temos a oportunidade de obter informações ou participar de diferentes grupos que relacionam os elementos culturais de forma original e passam a construir uma “identidade própria”. Nesse contato, podemos nos identificar mais, ou menos com cada tipo de comportamento, nos fazendo mais próximos ou distantes de uma ou outra forma de identidade coletiva. Essa identidade pode ser compreendida dentro dos seguintes processos: Relacional: é “em relação” ao outro que afirmamos nossa identidade. Processual: faz parte de um sistema complexo (pois inclui a referência dada pelo grupo, a subjetividade, as relações entre os vários grupos com diferentes identidades e assim por diante), e contínuo ao longo da vida de cada indivíduo. Contrastiva: para que se destaque de forma única, cada grupo precisa se fazer contrastar dos demais. A referência da diferença é o que faz a identidade. Nas sociedades modernizadas atualmente, podemos encontrar um amplo espectro (fantasma) de grupos que se identificam de forma bem distinta, o que faz com que pareça que identidade é sempre uma questão de escolha, uma opção. Mas não é exatamente assim que acontece no cotidiano das pessoas. 81 Para cada grupo social existem identidades que são hegemônicas, ou seja, dominantes em relação a muitas outras. Estamos falando sobre a forma como certos grupos exercem PODER sobre outros. As identidades hegemônicas correspondem a modelos do padrão moral, que são impostos a todos os indivíduos dessa dada sociedade, tanto através de mecanismos de socialização, como através da punição moral e da vigilância através de normas e leis. Desta forma, há como um “padrão” de comportamento social, e desde que as atitudes dos indivíduos se enquadrem dentro desse padrão aceito, a identidade cultural de um ou outro grupo que crie uma identidade será aceita pela maioria que segue o modelo imposto. Entretanto, existem processos de constituição de grupos com identidades que de alguma forma negam ou entram em conflito com esse padrão hegemônico. Nesse caso, a desenvolvimento sociedade dessas tenta identidades, reprimir o tratando processo os de indivíduos participantes através de estratégias que geram exclusão social – o estereótipo (modelo), o estigma, o preconceito. Quando há uma severa desaprovação relacionada à certa identidade social, seus participantes passam a receber um tratamento social desigual cuja mensagem bastante clara é: “não aceitamos sua identidade”. Ser estigmatizado em função de características de comportamento ou crenças é algo que podemos encontrar em referência a diversas identidades sociais ao longo da história. O estereótipo se realiza quando a sociedade cria uma imagem mental (um imaginário) falso com idéias que reduzem a identidade cultural de um certo grupo a conteúdos que pretendem denegrir, diminuir a importância desse tipo de comportamento. É como comumente se diz “rotular alguém”. Os critérios que possibilitam criar essas idéias não possuem comprovação e não são demonstráveis, mas possuem força moral sobre a maioria dos indivíduos do grupo. O preconceito é um julgamento estabelecido previamente a qualquer conhecimento aceitável. É um conceito sobre pessoas que é préestabelecido. Um pré-conceito de fato, pois se organiza em torno de 82 associações lógicas questionáveis e sem contato com a realidade sobre a qual pretende afirmar qualquer coisa. Essas associações fazem a ligação entre características físicas e conteúdo mental, psicológico ou moral dos “outros”. “Os negros são inferiores”, “as louras são burras”, “os pobres são ladrões” são afirmações carregadas de preconceito. O termo “minorias sociais” surge a partir da década de 70 do séc. XX. Ele procurava designar a existência de grupos dentro da sociedade contemporânea, cujos traços característicos ou comportamento expresso não correspondiam ao modelo hegemônico. Por que essa referência de dimensões? Minoria e maioria? Exatamente a o que elas se referem? Apenas ao número de pessoas? Entendia-se que estatisticamente, a maioria das pessoas correspondia às expectativas dos padrões morais que regem a conduta dentro de nossa sociedade. Também correspondia ao termo maioria, por conseguir impor através da hegemonia (fatores que influenciam nas decisões) um modelo padrão de identificação. À minoria corresponderia então grupos estatisticamente inferiores, e inferiores também em termos de poder ou alcance para fazer valer a legitimidade de sua identidade coletiva. Atualmente o conceito de minoria se refere a essa dimensão da posse do poder de controle sobre a moral da sociedade ou da ausência desse mesmo poder. À posse do discurso sobre os direitos ou da ausência do reconhecimento social de direitos iguais. Não existe mais a noção de maioria ou minoria estatística, mesmo porque essa questão é muito relativa ao universo social ao qual esse ou aquele grupo pode estar relacionado. Num certo contexto a minoria é realmente menor estatisticamente em relação a certo universo de pessoas, mas em outro contexto essa minoria pode representar até mesmo uma maioria estatística. Uma minoria pode ser constituída por traços básicos de uma etnia, ou de uma forma de orientação da sexualidade, ou de uma crença. Um determinado grupo social passa a ser reconhecido como “minoria social” quando vem de alguma forma se expressar, exigindo um 83 tratamento que não gere exclusão social ou desigualdade de direitos aos cidadãos. Um dos traços marcantes da sociedade contemporânea tem sido exatamente esse. Setores da sociedade que possuem características marcantes o suficiente para que lhes seja atribuída uma identidade, e que se organizam em torno de reivindicações de direitos sociais. É uma nova forma de atuação política, que foge dos padrões tradicionais e se organiza em torno de propostas de ação que gere impacto positivo, esclarecimento e receptividade da sociedade. São as chamadas “ações afirmativas”, cuja mobilização procura gerar um debate na sociedade em termos de direitos de igualdade e reverter situações de preconceito, estigma ou estereótipos. Afinal, quando as pessoas tomam contato com a realidade do outro há uma possibilidade de se abandonar preconceitos. São chamadas minorias hoje, principalmente grupos étnicos que em muitos lugares são oprimidos por sua condição de origem; grupos de orientação sexual bissexuais); não grupos de heterossexual orientação (homossexuais, religiosa não travestis, católica ou protestante. Ao lado das chamadas minorias sociais, podemos encontrar grupos que se organizam em torno de propostas de lazer, consumo, atividades lúdicas, arte e que em alguns casos, a atuação política se faz também presente. São as chamadas “tribos urbanas”. Em grandes cidades do mundo todo, desde o final da II Guerra Mundial, podemos testemunhar o fenômeno da formação desse tipo de constituição de uma coletividade. Com o crescimento do mercado capitalista de consumo, surgiu uma forma de expressão de identidades que com ele dialoga às vezes rejeitando os mecanismos que seduzem os indivíduos a participar dele, às vezes colaborando para aumentar seu repertório. Esses grupos se constituem em torno de estilos de vida, construindo uma estética própria, atividades de sociabilidade, valores e rituais que os diferenciam da sociedade em geral. 84 Vamos citar alguns: “rappers”, “metaleiros”, “jipeiros”, “skatistas”, “emos”, “góticos”, “moto bikers”, “modernos primitivos” (que praticam muitos estilos de modificação corporal como tatuagens, piercings, implantes, entre outros). Os grupos que se organizam em torno de estilos de vida, formando essas “tribos” são a expressão de novas formas de sensibilidade social. Normalmente, o senso comum considera “exagero” e reprime ou procura desmoralizar através do estigma, as pessoas que participam dessas tribos. O que esse fenômeno social nos mostra, para além do que o senso comum consegue compreender, é que atualmente os indivíduos procuram refletir sobre sua subjetividade e expressá-la de formas criativas e originais. Através da convivência nesses grupos, experimentam novas formas de convívio social e colocam em jogo novos valores. Sem a pretensão de se tornarem hegemônicos, eles provocam na sociedade uma reflexão sobre nossos padrões de conduta. E sobre a pesquisa antropológica? Qual sua importância para essa temática das identidades contemporâneas? A pesquisa de campo reescreveu a história da antropologia. Ela veio a ser uma alternativa às chamadas “pesquisas de gabinete”, que se caracteriza por manter o pesquisador distante da vida real dos indivíduos que pretende conhecer. A partir do contato direto entre pesquisador e cultura pesquisada, os pressupostos sobre cultura e comportamento humano sofreram mudanças importantes. Nesse tipo de pesquisa, o cientista passa um longo período de tempo convivendo na cultura que quer conhecer. Ele se torna o que chamamos de “observador participante”. Ou seja, ele não chega com questionários prontos e não se preocupa com a quantidade de respostas obtidas para a mesma questão. 85 Sua principal preocupação é obter “informantes”, que são pessoas que lhe facilitam o trânsito, os contatos e debatem com o pesquisador sobre suas dúvidas a respeito do que está sendo observado. Ele também não se limita a ser um observador, mas passa a participar de algumas atividades com seus anfitriões, procurando se colocar sempre que possível no lugar do outro. O principal, portanto, é tentar encontrar uma perspectiva de abordagem desse outro, que seja diferente do olhar imparcial e distante do observador de laboratório. Ao observar, mas também participar, o pesquisador tem a oportunidade de utilizar o “olhar antropológico”. Ao mudar sua própria subjetividade, o pesquisador promove uma mudança interna de valores e permite que o outro seja interpretado dentro de seu próprio conjunto de conceitos, dentro de sua própria visão de mundo. Após a permanência em campo, o pesquisador se retira, física e subjetivamente. Esse distanciamento posterior é o período de reflexão sobre os dados obtidos, quando ele pode garantir que não estará sendo etnocêntrico, mas também procura evitar o risco de se transformar no outro. Como cientista, é necessária uma imparcialidade em seu discurso, e há a procura de um meio termo, no qual o pesquisador consiga falar sobre o outro sem ser etnocêntrico, de fora para dentro, ou etnocêntrico, de dentro para fora. Assim, ele deve procurar a elaboração de uma interpretação que possa garantir a imparcialidade. Não está “em defesa” de ninguém, nem de sua própria cultura, nem da do outro. Os relatos produzidos pelos antropólogos em campo são chamados de “etnografias”, que literalmente significa o registro escrito da experiência étnica. As técnicas de observação de campo da antropologia passaram a influenciar muitos campos de estudo, que passaram a produzir pesquisas semelhantes. 86 O resultado é que temos hoje uma grande produção de textos, teorias, teses e artigos que abordam ENCONTROS COM O OUTRO. EXERCÍCIOS 01 - Uma característica marcante das identidades culturais no mundo globalizado contemporâneo é a que segue: A) a imposição de um único modelo referencial para a constituição das identidades, anulando a possibilidade da diversidade cultural; B) tem predominado a consciência sobre a necessidade de respeitar a diversidade cultural, por isso existe uma intensa troca de experiências culturais para definir todas as identidades atualmente; C) as identidades nacionais passam a ser mais importantes que as identidades globalizadas e desenraizadas; D) deixa de existir um único modelo de referências simbólicas para a construção das identidades, surgindo um número imenso de identidades grupais dentro de uma mesma sociedade; E) existe uma maior flexibilidade para que cada sociedade escolha qual cultura quer adotar como modelo; esse processo é portanto unicamente de caráter político, pois pressupõe que uma sociedade se posicione criticamente em relação ao multiculturalismo presente na mundialização (globalização) cultural. 02 - A importância da pesquisa de campo na observação antropológica do outro, pode ser corretamente associada com: A) pelo fato de terem oportunidade de conviver com o “outro”, os antropólogos podem compreender melhor e desenvolver planos de ação mais viáveis para as culturas estudadas, interferindo naquela realidade. B) o antropólogo necessita apoio áudio-visual de uma equipe especializada, pois a permanência em campo exige o registro imediato de todas as situações vividas. C) a antropologia aconselha aos pesquisadores que não abram mão de seus próprios valores, não se deixando influenciar pelo “outro” na experiência da observação participante. D) esse tipo de pesquisa exige uma mudança de valores por parte do pesquisador, para que seja possível compreender o “outro” a partir de sua própria visão de mundo. E) o objetivo da pesquisa de observação participante é dar voz ao “outro”; ao dar oportunidade do outro se posicionar, o antropólogo pode permanecer imparcial, sem se deixar influenciar pelas opiniões de seus entrevistados. 87 03 - Constituem elementos através dos quais podemos perceber a identidade e a manipulação simbólica que uma “tribo urbana” realiza: A) a coerência e a previsibilidade de seu comportamento perante os outros B) a presença de traços que permitem aos “outros” reconhecê-los, podendo estar em sua vestimenta, gírias, crenças entre outros C) a coerência e a previsibilidade de seus traços específicos como Forma de distinguir-se dos demais; a coerência e a previsibilidade de seus traços específicos como forma de distinguir-se dos demais D) a seleção totalmente arbitrária e incoerente de características que os tornem irreconhecíveis perante os outros E) o “estilo” que se resume à sua aparência 04 - Malinowski foi o primeiro antropólogo a desenvolver a metodologia de pesquisa de campo que caracteriza até hoje a Antropologia. O tipo de pesquisa por ele criado é chamado de: A) Estruturalismo B) Pesquisa de observação participante C) Metáfora orgânica D) Pesquisa de modelos culturais e diversidade E) Antropologia Cultural 05 - Quando as tradições culturais de um grupo constituem o único modelo de referência para a construção da identidade cultural de seus indivíduos, podemos caracterizar essa sociedade como: A) comunidade relacional B) sociedade tradicional C) sociedade moderna D) grupo complementar de identidade 88 E) modelo de diversidade cultural 06 - Quando as tradições culturais de um grupo deixam de ser o único modelo de referência para a construção da identidade cultural de seus indivíduos; além das tradições, os meios de comunicação podem influenciar os valores coletivos. Então podemos caracterizar essa sociedade como: A) comunidade relacional B) sociedade tradicional C) sociedade moderna D) grupo complementar de identidade E) modelo de diversidade cultural 07 - Leia o trecho do artigo de José Magnani, transcrito abaixo, utilize os conhecimentos adquiridos sobre o tema, e selecione a alternativa correta: Um primeiro significado, mais geral, de tribo urbana, tem como referente determinada escala que serve para designar uma tendência oposta ao gigantismo das instituições e do Estado nas sociedades modernas: diante da impessoalidade e anonimato destas últimas, tribo permitiria agrupar os iguais, possibilitando-lhes intensas vivências comuns, o estabelecimento de laços pessoais e lealdades, a criação de códigos de comunicação e comportamento particulares. Em outro contexto, tribo evoca o „primitivo‟ e designa pequenos grupos concretos com ênfase não já em seu tamanho, mas nos elementos que seus integrantes usam para estabelecer diferenças com o comportamento „normal‟: os cortes de cabelo e tatuagens de punks, carecas, a cor da roupa dos darks e assim por diante. (http://www.aguaforte.com/antropologia/magnani1.html.) 89 A) as tribos urbanas refletem a tentativa de alguns jovens de fugir da massificação imposta pelo ritmo das grandes cidades e do capitalismo. B) as tribos urbanas refletem o comportamento selvagem de alguns jovens que não possuem cultura. C) tribos urbanas são os aglomerados de jovens que não estão inseridos no mercado de trabalho. Como índio também não está acostumado a trabalhar, deu-se o nome de “tribo” a estes grupos. D) o jovem que participa de uma tribo urbana é um arruaceiro, sem cultura. E) tribos urbanas é um nome diferenciado para designar um bando de delinqüentes 08 - O contato com a diferença é necessário para que um povo tome consciência de sua própria identidade cultural. Essa afirmação: A) Está correta, pois no encontro com o outro realizamos a alteridade, abandonando a perspectiva que naturaliza a cultura e as identidades que ela produz. B) Pode ser considerada errada, pois cada povo constrói ao longo de sua história uma identidade de forma consciente e racional, sendo desnecessário o contato com a diferença para que sua própria identidade seja valorizada C) Está errada, pois a identidade cultural faz parte da essência, da alma de um povo, dispensando qualquer processo de contato D) Pode ser considerada correta, pois não existem exemplos na história de povos que refletissem conscientemente de sua própria identidade cultural sem o conflito com a diferença E) Pode estar correta, quando se trata de traços individuais da identidade; está errada quando nos referimos a traços que dão identidade às práticas coletivas de uma cultura 09 - Sobre a metodologia de pesquisa antropológica, é correto afirmar: A) A antropologia sempre se distinguiu das outras ciências humanas pela sua metodologia de pesquisa que inclui a coleta de dados direta por parte do pesquisador. B) Houve uma mudança histórica importante na pesquisa antropológica a partir do momento em que os pesquisadores 90 deixaram de coletar dados indiretamente e desenvolveram técnicas de pesquisa de campo. C) A pesquisa antropológica exige que o pesquisador faça uma pesquisa de gabinete antes de proceder a coleta direta dos dados em sua pesquisa de campo. D) Para a antropologia, é indiferente que o pesquisador colete os dados diretamente ou não, pois o importante é seu trabalho posterior de análise conceitual do material. E) Houve uma mudança histórica importante na pesquisa antropológica a partir do momento em que os pesquisadores deixaram de coletar dados diretamente e desenvolveram técnicas de pesquisa de gabinete. 10- A respeito do conceito de “minorias sociais”, assinale a alternativa correta: A) Elas surgem como resultado de uma nova forma de organização política em nossa sociedade, quando grupos identificados com questões sociais comuns em relação à desigualdade passam a reivindicar direitos civis. B) São minorias os grupos que podemos identificar como pouco representativos da ordem geral de uma sociedade. C) Elas surgem como resultado de movimentos políticos oficiais, que reconhecendo a falta de direitos iguais, incitam parte da sociedade a se organizar. D) As minorias são os grupos pouco expressivos quantitativamente, portanto não têm interesse para a sociedade em geral, sendo apenas uma forma de identidade cultural. E) As minorias são sempre o equivalente a “tribos urbanas”. INFORMAÇÕES IMPORTANTES NOTAS – NP1 NP2 ________ ________ SUB ________ MÉDIA : _______ EXAME _________ 91 DATAS AVALIAÇÕES : NP1 : ____/____/________ NP2 : ____/____/________ SUB: ____/____/________ EXAME: ____/____/________ FIM REFERÊNCIAS Grande parte deste material foi cedido pela líder de disciplina de Homem e Sociedade ( DP online), extraído das seguintes referências: 92 E Roque de Barros LARAIA, na pg. 58 do texto “Idéia sobre a origem da cultura” no livro “CULTURA – UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO”: “O desenvolvimento do conceito de cultura”, “Teorias modernas sobre a cultura”, in LARAIA, R.B. CULTURA - Um Conceito Antropológico, Rio de Janeiro: JORGE ZAHAR, 17ª ed., 2005. pp 3052; 59-64. “Primeiros movimentos”, “O Passaporte”, in ROCHA, Everardo. O QUE É ETNOCENTRISMO, São Paulo: Brasiliense, 19ª ed., 2004, pp. 23-55. “Os pais fundadores da etnografia – Boas e Malinowski”, in LAPLANTINE, F. APRENDER ANTROPOLOGIA, SP: Brasiliense, 2007. PP. 75-92 LARAIA, Roque de B. – “A cultura condiciona a visão de mundo do homem”; “A cultura interfere no plano biológico”; “Os indivíduos participam diferentemente de sua cultura”, in CULTURA – um conceito antropológico, Rio de Janeiro: JORGE ZAHAR, 21ª Ed, 2007. Pp. 67 – 86. RIBAS, João C. “O olhar”, in GUERRIERO, Silas (org). ANTROPOS E PSIQUE – o outro e sua subjetividade. SP: Olho d´Água, 2003. Pp 87-96. “Pensando em partir”, “Primeiros movimentos”, in ROCHA, E. O QUE É ETNOCENTRISMO, SP: Brasiliense, 12ª ed., 1996. BOAS, Franz. “Raça e Progresso”, in CASTRO, C. (org.)– Antropologia Cultural, Jorge Zahar, 2004, PP. 67-86. “Os métodos da etnologia”, in CASTRO, Celso (org.) Franz BOAS ANTROPOLOGIA CULTURAL, Jorge Zahar, 2004. SANTOS, J. L. O QUE É CULTURA, SP: Brasiliense, 2006 “A cultura em nossa sociedade”, in. pp. 51-79; “Cultura e relações de poder”, pp. 80-86. KEMP, K. “Identidade cultural”, in GUERRIERO, S (Org.). ANTROPOS E PSIQUE. O outro e sua subjetividade. São Paulo: Ed. 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