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História
Curso Extensivo – B
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MÓDULO
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HISTÓRIA
Sistema Colonial
1. (FGV) – O mercantilismo correspondeu a
a) um conjunto de práticas e ideias econômicas baseadas em princípios
protecionistas.
b) uma teoria econômica defensora da livre prática comercial entre os
diversos países.
c) um movimento do século XVII que defendia a mercantilização dos
escravos africanos.
d) uma doutrina econômica que combatia a intervenção do Estado na
economia.
e) uma política econônica dos reinos ibéricos, voltada para a defesa de
seus interesses coloniais.
RESOLUÇÃO:
O protecionismo constituía um dos aspectos da política econômica
mercantilista, voltada essencialmente para a acumulação metalista nos
países que a praticassem. Nesse sentido, as medidas protecionistas desempenhavam um papel importante, visto que inibiam as importações e,
destarte, evitavam a evasão de ouro e prata para o exterior.
Resposta: A
2. (VUNESP) – Na Idade Moderna, o processo de colonização
europeia no continente americano não foi uniforme, podendo ser
dividido em
a) colônias de povoamento, ocupadas por contingentes de africanos, e
colônias de exploração, com predomínio do trabalho indígena.
b) colônias de exploração, baseadas na escravidão e na grande
propriedade agrícola, e colônias de povoamento.
c) áreas de produção e exportação de mercadorias manufaturadas e
áreas de importação de matérias-primas europeias.
d) domínios políticos, com submissão da população local, e domínios
econômicos, nos quais a liberdade dos indígenas era assegurada.
e) regiões de exploração de recursos naturais e regiões dedicadas a
atividades manufatureiras e industriais.
RESOLUÇÃO:
O Sistema Colonial foi implantado na América para atender às
necessidades econômicas das metrópoles europeias. Para tanto,
caracterizou-se pela colonização de exploração, voltada para o
extrativismo mineral ou para a grande lavoura – atividades apoiadas no
escravismo. Em casos específicos (Canadá e colônias inglesas setentrionais), foi praticada a colonização de povoamento, cuja produção
agrícola se destinava ao consumo local, baseando-se para tal na pequena
propriedade e no trabalho livre.
Resposta: B
3. (FATEC) – As colônias representavam uma importante fonte de
riqueza para certas monarquias europeias, que utilizavam os recursos
delas provenientes para se consolidar como Estados centralizados.
Sobre o Brasil Colônia, é correto afirmar que
a) a sociedade apresentava relações feudais de produção, perceptíveis
na submissão das populações nativas aos proprietários de terras com
ascendência europeia.
b) a pecuária era uma atividade econômica introvertida e também
voltada para exportação, visto que abastecia as várias regiões brasileiras e a metrópole.
c) o governo era descentralizado, cabendo às câmaras municipais,
dominadas pelos comerciantes portugueses, controlarem a administração colonial.
d) a região das Minas Gerais, no século XVIII, sofreu um declínio
populacional devido às restrições da metrópole, que temia perder o
controle sobre as lavras auríferas.
e) o processo de povoamento e de instalação da estrutura administrativa portuguesa ocorreu concomitantemente com a implantação
da lavoura canavieira.
RESOLUÇÃO:
Entre 1500 e 1530, o Brasil não recebeu de Portugal uma verdadeira
colonização, pois os interesses da metrópole estavam concentrados no
comércio com as Índias. Devido ao fracasso dessa atividade, a Coroa
Portuguesa deu início à exploração efetiva de sua possessão americana,
recorrendo à produção açucareira como principal fonte de renda. Para
tanto, foi necessário montar uma estrutura administrativa na colônia,
inicialmente por meio das capitanias hereditárias e, depois, do governogeral.
Resposta: E
4. (FATEC) – O engenho foi um marco dentro do Brasil Colonial.
Podemos dizer que ele era o símbolo
a) do poder dos senhores de terras e de escravos, afigurando-se como
modelo da organização socioeconômica da colônia.
b) da resistência negra contra a escravidão, pois nele os escravos se organizavam e realizavam frequentes levantes contra seus dominadores.
c) da luta contra a monarquia, uma vez que os senhores de terras
desejavam o livre-comércio, proibido pelo governo imperial.
d) do movimento republicano, já que os ideais de liberdade constituíam antigas aspirações dos senhores de engenho.
e) do capitalismo colonial, tendo em vista que valorizava a mão de obra
assalariada, captada nas grandes correntes imigratórias do século XIX.
RESOLUÇÃO:
O engenho (associado à fazenda de cana-de-açúcar) constituía a base do
poder da aristocracia rural brasileira no Período Colonial — embora
outras atividades, como a pecuária e a produção fumageira, também
significassem fontes de poder da elite agrária colonial. Por outro lado, a
base escravista do trabalho no engenho pode ser considerada como um
modelo da organização socioeconômica do Brasil Colônia.
Resposta: A
–1
HISTÓRIA B
Revisão
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5. (FGV) – “Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho,
porque sem eles não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda,
nem ter engenho corrente.”
(Antonil, Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas.
Belo Horizonte: Itatiaia, 1982, p. 89.)
HISTÓRIA B
Assinale a alternativa correta.
a) A utilização de mão de obra africana na grande lavoura e na
mineração permitiu que os índios deixassem de ser escravizados
durante o Período Colonial.
b) O trabalho manual era visto como degradante pelos senhores
brancos, sendo a escravidão o meio de lhes garantir uma vida honrosa
no continente americano.
c) Apesar dos vultosos lucros obtidos com o tráfico, a adoção da
escravidão de africanos explica-se pela melhor adequação dos negros
à rotina do trabalho colonial.
d) Extremamente difundida na Região Nordeste, a escravidão teve um
papel secundário e marginal na exploração de pedras e metais preciosos
no interior do Brasil.
e) Diante das péssimas condições de vida dos escravos, os jesuítas
criticaram duramente a instituição escravista, o que provocou diversos
conflitos com os colonos.
RESOLUÇÃO:
Alternativa escolhida por exclusão. O texto de Antonil faz uma análise
econômica da importância do escravismo para a produção açucareira,
enquanto o examinador elabora uma reflexão de caráter sociológico sobre
o status superior que a posse de escravos conferia à aristocracia canavieira.
Resposta: B
6. (UFC) – Nos primórdios do Sistema Colonial, a concessão de terras
efetuada pela metrópole portuguesa visava, simultaneamente, povoar
a colônia e organizar a produção de açúcar para fins comerciais.
Assinale a alternativa correta sobre as medidas que a Coroa Portuguesa
adotou para atingir esses objetivos.
a) O território brasileiro foi dividido em capitanias hereditárias,
cedidas a donatários que, por sua vez, distribuíram sesmarias àqueles
que as demandassem.
b) As terras brasileiras foram vendidas a senhores de engenho já
experientes, os quais garantiriam uma produção crescente de açúcar
para ser comercializado na Europa.
c) O território brasileiro foi dividido em governações vitalícias, cujos
dirigentes distribuíam as terras entre colonos portugueses, subsidiando
suas despesas de instalação.
d) Os colonos receberam das autoridades armamento para defender a
colônia, ao mesmo tempo em que as terras eram divididas equitativamente entre portugueses e índios.
e) As terras litorâneas permaneceram em poder da Coroa, a qual
favoreceu a instalação de engenhos no interior, para que produzissem
açúcar durante todo o ano.
RESOLUÇÃO:
O sistema de capitanias hereditárias, criado em 1534, tinha a finalidade
de transferir os custos da colonização para a iniciativa privada. Visando
estimular a colonização, os portugueses que aqui se fixassem receberiam
sesmarias — grandes porções de terra que permaneceriam em poder dos
sesmeiros e de seus descendentes, desde que eles as cultivassem.
Resposta: A
2–
7. (FUVEST) – Sobre a chegada dos espanhóis à América e a
subsequente colonização do continente, pode-se afirmar que
a) as populações indígenas foram escravizadas, suas riquezas confiscadas e a administração do Novo Mundo atribuída pela Coroa aos
criollos, auxiliados pelos jesuítas.
b) astecas e incas, depois da execução de seus imperadores, foram
confinados em missões religiosas, sendo os fugitivos capturados por
expedições organizadas pelos espanhóis.
c) os espanhóis fizeram incursões bem-sucedidas pelo interior do
continente, dominaram culturas indígenas complexas e encontraram
metais preciosos em abundância.
d) a agricultura de exportação foi a base da economia colonial, sendo
sustentada por um sistema cooperativo de produção e pelo trabalho
indígena compulsório.
e) o trabalho indígena eliminou a necessidade de escravos africanos,
sendo que o lucro do comércio metropolitano permitiu afrouxar as
regras do mercantilismo.
RESOLUÇÃO:
A colonização espanhola da América, poucas décadas depois de iniciada,
já se beneficiava com a exploração de enormes jazidas de ouro (mais
tarde, também de prata). Esse sucesso foi uma decorrência da conquista
e destruição dos Impérios Asteca e Inca, situados respectivamente no
interior do México e do Peru.
Resposta: C
8. (MACKENZIE) – A atividade mineradora no Brasil Colônia,
desenvolvida a partir dos primeiros anos do século XVIII, produziu
consequências notáveis para a vida da colônia e da metrópole. Assinale
a alternativa que não corresponde a uma consequência da mineração.
a) Ampliação das relações inter-regionais no Brasil, incluindo o
comércio de alimentos procedentes do Nordeste e o de animais de
transporte procedentes do Rio Grande do Sul.
b) Interiorização do povoamento, crescimento urbano em Minas
Gerais e o primeiro grande fluxo imigratório para o Brasil, proveniente
tanto do Reino como das ilhas do Atlântico.
c) Adoção de uma política mais rígida para fiscalizar a atividade
mineradora, visando ao controle do trânsito de pessoas, à maior
arrecadação de tributos e à coibição do contrabando.
d) Transferência do centro administrativo da cidade de Salvador para
o Rio de Janeiro, acompanhando o deslocamento do eixo econômico
brasileiro do Nordeste para o Centro-Sul.
e) Sucessivas invasões do território brasileiro, organizadas pela
Companhia das Índias Ocidentais (holandesa), que pretendia controlar
a extração de ouro e o comércio de escravos.
RESOLUÇÃO:
As invasões holandesas no Brasil ocorreram no século XVII, em um
momento anterior ao desenvolvimento da mineração na América
Portuguesa. O objetivo da Companhia das Índias Ocidentais era controlar
a produção açucareira do Nordeste e o tráfico de escravos africanos.
Resposta: E
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Crise do Sistema Colonial e Independências na América
1. (FATEC) – O iluminismo, que surgiu na França no século XVIII,
caracterizava-se por procurar uma explicação racional para todas as
coisas. Sobre essa ideologia, é correto afirmar que
a) a filosofia iluminista preocupou-se com o estudo da Natureza; por
isso, acreditava em Deus como Criador do Universo e na intermediação
da Igreja para se chegar até Ele.
b) seus pensadores dividiam-se em dois grupos: os filósofos e os
economistas, sendo estes últimos defensores do intervencionismo
estatal nas atividades econômicas.
c) os déspotas esclarecidos, monarcas e ministros europeus adeptos
de ideias iluministas, modernizaram seus Estados e abandonaram o
absolutismo, adotando práticas democráticas.
d) propunha a reforma da sociedade para corrigir as desigualdades
sociais, com a concessão, a todos, da liberdade de expressão e de culto,
além de proteção contra a injustiça, a opressão e as guerras.
e) um de seus maiores representantes foi Montesquieu, autor de O
Contrato Social, no qual criticava a Igreja e defendia a participação de
todos os homens na vida política.
RESOLUÇÃO:
A ideologia iluminista expressou o pensamento burguês do século XVIII,
contrário às estruturas do Antigo Regime. Suas principais características
eram o racionalismo, o liberalismo, o naturalismo, o antiabsolutismo, o
anticlericalismo e a defesa da igualdade de todos perante a lei. Rousseau
diferenciava-se dos demais pensadores iluministas por defender a
supremacia dos sentimentos sobre a razão e a democracia em vez do
governo de uma “minoria esclarecida”.
Resposta: D
RESOLUÇÃO:
O processo de independência das Treze Colônias Inglesas foi conduzido
pela burguesia das colônias de povoamento e pela aristocracia rural das
colônias de exploração. À primeira, não interessava atender às reivindicações das camadas populares (cujos líderes mais destacados eram
Samuel Adams, John Hancock e o inglês Thomas Paine); à segunda,
convinha preservar o escravismo. Daí o caráter relativamente
conservador da Revolução Americana no plano socioeconômico.
Resposta: A
HISTÓRIA B
MÓDULO
3. (UNITAU) – “Em uma chuvosa noite de dezembro de 1788, um
mensageiro desceu a Rua Direita, em Vila Rica. A recém-construída
casa de João Rodrigues de Macedo ficava ao lado da ponte. Depois de
bater à porta, o escravo entregou um bilhete fechado, endereçado a
Alvarenga Peixoto. O texto dizia: ‘Estamos reunidos. Venha
imediatamente.’ A mensagem chamava o destinatário para um encontro
previamente combinado, cujo propósito era fomentar uma revolução.”
(MAXWELL, Kenneth. Conflicts and Conspiracies: Brazil and
Portugal 1750-1808. Londres, Cambridge. 1973. p. 115-116.)
2. (FGV) – “Consideramos estas verdades como evidentes por si
mesmas: que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador
de certos direitos inalienáveis; que entre estes estão a vida, a liberdade
e a busca da felicidade.”
“Animai-vos, povo baiense! Está para chegar o tempo feliz de nossa
liberdade, o tempo em que seremos todos irmãos, o tempo em que
seremos todos iguais. Ó vós, povo, que nascestes para serdes livre e
para gozardes dos bons efeitos da liberdade! Ó vós, povo, que viveis
flagelado com o pleno poder do indigno coroado, esse mesmo rei tirano
que se firma no trono para vos vexar, para vos roubar e para vos
maltratar!”
(Declaração de Independência dos Estados Unidos, 4 de julho de 1776.)
(Panfleto revolucionário, 1798.)
Acerca da independência das Treze Colônias Inglesas, é correto afirmar
que
a) a ruptura com a metrópole foi efetivada pelas classes coloniais
dominantes, fazendo com que as demandas dos mais pobres fossem
barradas e que não houvesse solução imediata para a questão escravista.
b) os colonos, liderados pelos setores mais radicais da pequena burguesia nortista, criaram uma república federativa, tendo como pilares
da nova ordem institucional a igualdade política econômica e social.
c) sua concretização só foi possível devido à fragilidade econômica e
militar da Inglaterra, envolvida na Guerra dos Sete Anos com a França,
e à aliança militar dos colonos com a poderosa marinha de guerra da
Espanha.
d) o desejo demonstrado pelos colonos de se emanciparem da
Inglaterra nasceu em uma conjuntura de abertura da política colonial,
na qual as Treze Colônias haviam sido autorizadas a comerciar com as
Antilhas.
e) o processo de ruptura colonial foi facilitado pela identidade econômica e política entre as colônias do Norte e as do Sul, todas elas praticantes da economia de mercado e da utilização de mão de obra livre.
“Desde a gloriosíssima Revolução, bravos patriotas exterminaram
daquela parte do Brasil o monstro da tirania real. Depois de tanto
abusar de nossa paciência por um sistema de administração criado para
sustentar as vaidades de uma Corte insolente, o povo entra na posse de
seus legítimos direitos sociais. Instalou-se o Governo Provisório,
composto por cinco patriotas (...) que aboliu os impostos de manifesta
injustiça. Viva a Pátria! Vivam os patriotas e acabe para sempre a
tirania real!”
(José Luís de Mendonça, membro do Governo Provisório.)
Os textos acima referem-se às revoltas pró-Independência conhecidas,
respectivamente, pelos nomes de
a) Conjuração Baiana, Inconfidência Mineira e Revolta de Canudos.
b) Cabanagem, Revolta de Canudos e Revolução Farroupilha.
c) Revolução Pernambucana de 1817, Inconfidência Mineira e
Cabanagem.
d) Revolução Farroupilha, Cabanagem e Revolta de Canudos.
e) Inconfidência Mineira, Conjuração Baiana e Revolução Pernambucana de 1817.
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RESOLUÇÃO:
Alvarenga Peixoto foi um participante preeminente da Inconfidência
Mineira. A face visível da Conjuração Baiana foi a afixação, em portas e
paredes da cidade de Salvador, de panfletos manuscritos que conclamavam à independência da Bahia. A Revolução Pernambucana de 1817
foi o único movimento emancipacionista que chegou à fase da ação
concreta, com a organização de um Governo Provisório e a luta armada
contra a administração de D. João VI, que se transferira para o Brasil em
1808, acompanhado por toda a Corte Portuguesa.
Resposta: E
HISTÓRIA B
4. (MACKENZIE) – “Adotar os princípios do liberalismo econômico
em toda a sua extensão significaria destruir as bases sobre as quais se
apoiava a Coroa. Mas manter intacto o Sistema Colonial era
impossível, tendo em vista as novas condições. Daí as contradições de
sua política econômica.”
(Emília Viotti da Costa.)
O texto se refere à política econômica adotada pelo príncipe-regente D.
João (mais tarde D. João VI) após sua transferência para o Brasil.
Acerca desse contexto, é correto afirmar que
a) foi mantida a proibição do estabelecimento de manufaturas e
fábricas no Brasil, cuja produção representaria uma possível concorrência aos produtos ingleses.
b) foi dificultada a entrada de vinhos estrangeiros, adotando-se para
esse fim tarifas favoráveis aos vinhos portugueses, que continuaram a
ser os mais consumidos no Brasil.
c) a abertura dos portos às “nações amigas”, em 1808, concedeu
liberdade de comércio à colônia, mas não extinguiu o monopólio
português sobre a economia brasileira.
d) a assinatura dos Tratados de 1810 consolidou a dominação
econômica inglesa sobre nosso país, mas não assegurou a liberdade
religiosa para os cidadãos ingleses aqui residentes.
e) as medidas tomadas durante o Período Joanino acentuaram as divergências entre os interesses da elite nacional, as pressões britânicas e as
necessidades dos comerciantes metropolitanos.
RESOLUÇÃO:
A Abertura dos Portos, decretada em 1808, prejudicou gravemente os
comerciantes de Portugal, os quais perderam o controle sobre o comércio
com o Brasil. O fortalecimento da hegemonia inglesa sobre a economia
brasileira, a partir dos Tratados de 1810, afetou ainda mais o comércio
da colônia com Portugal, devido à elevação da taxa alfandegária sobre
produtos lusitanos. Além disso, ao restringir o tráfico negreiro para o
Brasil, o Tratado de Aliança e Amizade daquele ano causou danos aos
interesses dos proprietários brasileiros que utilizavam mão de obra
escrava.
Resposta: E
4–
5. (MACKENZIE) – “Não foram os brasileiros os agentes iniciais da
Independência, nem precisavam sê-lo. Em 1820, era muito mais
Portugal que precisava reconquistar o Brasil do que este a necessitar de
uma separação.”
(Jorge Caldeira – A Nação Mercantilista.)
O texto se refere a um importante fato cujas consequências guardam
relação direta com nossa Independência, proclamada em 1822. Assinale
a alternativa que menciona esse fato.
a) A invasão de Portugal por tropas napoleônicas, em 1820, que obrigou
a Corte Portuguesa a se transferir para o Brasil, com ajuda britânica.
b) A Abertura dos Portos, que enfraqueceu a economia brasileira e obrigou o governo português a tomar medidas visando a seu reerguimento.
c) O descontentamento dos portugueses com a “Inversão Brasileira”,
na qual o progresso do Brasil contrastava com o declínio de Portugal.
d) A recusa de D. João VI em regressar a Portugal, que desencadeou
um movimento das elites brasileiras em prol da Independência.
e) A Revolução Liberal do Porto de 1820 que, ao pretender preservar
o estatuto do Reino Unido, descontentou as elites brasileiras.
RESOLUÇÃO:
A ocorrência da “Inversão Brasileira” fez com que os portugueses
passassem a ver, na recolonização do Brasil, o meio mais rápido para
restabelecer a preponderância econômica e política de Portugal. Para
alcançar esse objetivo, seria necessário derrubar o absolutismo, já que D.
João VI se recusava a voltar para Portugal. Esses fatores produziram a
Revolução Liberal do Porto e a consequente instalação das Cortes de
Lisboa — Assembleia Constituinte que tinha, como um de seus objetivos,
recolonizar o Brasil. A reação da aristocracia brasileira contra esse projeto
levaria ao Movimento da Independência.
Resposta: C
6. (UNESP) – O Haiti se tornou independente da França em 1804.
Cuba libertou-se da Espanha quase um século depois, em 1898. Sobre
os dois processos de independência, é possível afirmar que
a) a ação autonomista dos senhores de escravos determinou a
precocidade da independência do Haiti e a demora na de Cuba.
b) as lutas emancipacionistas nos dois países receberam ajuda militar
e financeira de Estados da Europa Ocidental.
c) a libertação do Haiti nasceu de uma rebelião de escravos e a de
Cuba contou com a participação norte-americana.
d) as lavouras canavieiras das duas colônias foram totalmente
destruídas durante as lutas pela independência.
e) a independência do Haiti gerou o cenário miserável da atualidade e
a de Cuba permitiu a instalação do socialismo na ilha.
RESOLUÇÃO:
A questão proposta é de simples conhecimento factual. Mas seria
conveniente esclarecer que a independência do Haiti se encaixa no
contexto da Revolução Francesa e da crise do Sistema Colonial; já a
independência de Cuba, alcançada graças à intervenção dos Estados
Unidos, faz parte do imperialismo praticado pelas grandes potências da
época e, mais especificamente, da expansão dos interesses norte-americanos na região do Caribe (Big Stick).
Resposta: C
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(PRADO, Maria Lígia. A formação das nações latino-americanas.
São Paulo: Atual, 1985. p. 16.)
O texto menciona os resultados mais notáveis dos processos de
independência política na América Hispânica. Sobre eles, é possível
dizer que, no pós-independência,
a) o predomínio das elites urbanas ligadas ao comércio restringiu a
expansão da agricultura, provocando o rápido declínio da produção
rural voltada para a exportação.
b) a ausência de regimes fortes nos novos Estados facilitou a
penetração imediata de capitais norte-americanos, sobretudo na
América do Sul.
c) o fim do trabalho escravo e a abolição de quaisquer tributos sobre
comunidades indígenas provocaram a queda abrupta da extração de
minérios.
d) a hegemonia política e econômica das elites agrárias e comerciais
sobre os novos Estados impediu a realização de transformações sociais
profundas.
e) o interesse inglês na abertura dos mercados hispano-americanos
favoreceu a rápida unificação política dos países envolvidos no
processo.
RESOLUÇÃO:
A independência das colônias hispano-americanas — como também a do
Brasil — foi um fato essencialmente político, que transferiu o poder, até
então exercido pela metrópole, para as elites agrárias e comerciais, sem
alterar a estrutura socioeconômica vigente. Assim, o processo emancipacionista deu origem a regimes oligárquicos, cujos dirigentes (muitos deles
caudilhos) atuavam como defensores e mantenedores do status quo, e não
como agentes de transformações sociais.
Resposta: D
8. (UNESP) – “Bolívar, durante os anos de luta pela independência,
escrevera cantos de louvor à liberdade, nos quais prognosticava um
porvir que faria da América um exemplo para o mundo. Quinze anos
depois, morreria desiludido e só. Poucos dias antes de sua morte,
escreveu uma carta, na qual afirmava que nem mesmo os espanhóis
desejariam reconquistar a América, tal o caos que nela se instalara.
Dizia ele: ‘Nosso destino é ser governados por pequenos tiranos’.”
(Maria Lígia Coelho Prado,
América Latina no século XIX: tramas, telas e textos.)
As afirmações de Bolívar
a) expressam opiniões pessoais de um líder político favorável ao
estabelecimento de governos anti-imperialistas.
b) revelam que o peso da herança do colonialismo era maior do que
supunham os heróis da independência.
c) foram negadas pela experiência histórica concreta da América
Latina ao longo do século XIX.
d) indicam o descontentamento da elite agrária, prejudicada pela
adoção de princípios liberais.
e) aplicam-se somente aos países do Caribe, que não conseguiram
alcançar estabilidade após a independência.
RESOLUÇÃO:
Alternativa escolhida por eliminação. Trata-se de uma análise correta sob
o ponto de vista histórico, mas que não é corroborada pelo texto
transcrito. Neste, afirma-se que, para Bolívar, “nem mesmo os espanhóis
desejariam reconquistar a América” — dando a entender que, para o
Libertador, a situação dos países hispano-americanos, após a independência, piorara muito em relação ao Período Colonial.
Resposta: B
–5
HISTÓRIA B
7. (PUC-SP) – “A independência se fez em nome dos ideais liberais,
justificando os interesses dos setores dominantes criollos, que
controlaram a direção política do processo na América Espanhola.
Caíam os monopólios reais, abriam-se as linhas de comércio: a
economia devia reger-se sem a intervenção da antiga metrópole.”
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MÓDULO
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Primeiro Reinado e Regências
1. (UFU) – “Dar-vos-ão um código de leis adequadas à natureza de
vossas circunstâncias locais, de vossa povoação, interesses e relações,
cuja execução será confiada a juízes íntegros, que vos administrem
justiça gratuita e façam desaparecer de vosso povo todas as trapaças, fundadas em antigas leis obscuras, ineptas, complicadas e contraditórias.”
(Manifesto do príncipe regente D. Pedro aos Povos do Brasil – 1822.
In: SOUSA, Iara Lis C. A Independência do Brasil. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2000. p. 50.)
HISTÓRIA B
O texto faz parte da convocação de uma Assembleia Constituinte
Brasileira, feita por D. Pedro quando ainda era príncipe regente —antes,
portanto, da Proclamação da Independência. Considerando as
circunstâncias em que esse documento foi redigido, analise as
proposições a seguir.
I – D. Pedro tinha a intenção de conquistar o apoio das câmaras
municipais, comprometendo-se a estabelecer e respeitar uma
Constituição liberal, que levasse em consideração as particularidades
de cada região (federalismo).
II – D. Pedro alimentava o projeto de estabelecer uma monarquia
constitucional, na qual todos os brasileiros, incluindo mulheres,
homens livres pobres e também escravos, teriam participação na vida
política do País.
III – D. Pedro procurava aproximar-se dos grupos políticos defensores
das ideias liberais e de uma monarquia constitucional, os quais se
opunham à irracionalidade, ineficiência e arbítrio atribuídos à
legislação colonial.
IV – O príncipe regente tinha a convicção de que a legitimidade do
poder advém do povo e da Constituição, o que se refletiria,
futuramente, no respeito do imperador à autonomia da Assembleia
Constituinte instalada em 1823.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as proposições I e II são verdadeiras.
b) Somente as proposições I e III são verdadeiras.
c) Somente as proposições I e IV são verdadeiras.
d) Somente as proposições II e IV são verdadeiras.
e) Somente as proposições III e IV são verdadeiras.
RESOLUÇÃO:
A proposição II é falsa porque a maioria dos brasileiros não gozava de
direitos políticos e os escravos nem mesmo faziam parte do conjunto dos
cidadãos. A proposição IV é falsa porque D. Pedro tinha tendência
autoritária, o que se refletiria, mais tarde, em seu confronto com a
Assembleia Constituinte.
Resposta: B
2. (UNIFESP) – Alcançada a emancipação política em 1822, o Estado
Brasileiro
a) surgiu pronto e acabado, ao contrário do que ocorreu com os demais
países da América do Sul.
b) passou por uma prolongada e difícil etapa de consolidação, tal como
ocorreu com os demais países da América do Sul.
c) vivenciou, tal como ocorreu com o México, um longo período
monárquico e uma curta ocupação estrangeira.
d) desconheceu, ao contrário do que ocorreu com os Estados Unidos,
guerras externas e conflitos internos.
e) adquiriu interiormente um espírito republicano muito semelhante
ao argentino, apesar da forma exterior monárquica.
RESOLUÇÃO:
A principal dificuldade política para a consolidação do Estado Brasileiro
residiu no antagonismo entre os defensores do unitarismo, isto é, da
centralização do poder, e os partidários da federação, ou seja, da
autonomia provincial. A tendência unitarista (ou centralista), embora
preponderasse desde o início do Primeiro Reinado, somente se
consolidaria na década de 1840.
Resposta: B
3. (UFRRJ) – Após a Independência, seria necessário organizar o
Estado Brasileiro por meio de uma Constituição. Com essa finalidade,
foi instalada, em maio de 1823, uma Assembleia Constituinte formada
por 90 deputados. Na abertura dos trabalhos, o imperador revelou sua
posição autoritária, comprometendo-se a defender a futura
Constituição, desde que ela fosse digna do Brasil e dele próprio. O
desagrado do imperador com a possibilidade – previsível no projeto
da Assembleia Constituinte – de seu poder vir a ser restringido, levouo a ordenar o fechamento daquela assembleia, em novembro de 1823.
Uma comissão foi nomeada para elaborar um novo texto
constitucional, outorgado por D. Pedro em 25 de março de 1824.
Em relação à Constituição Imperial de 1824, é correto afirmar que nela
a) foi determinada a extinção do tráfico de escravos africanos, devido
à pressão dos meios liberais do Rio de Janeiro.
b) foi introduzido o sufrágio universal, válido somente para os homens
maiores de 18 anos e alfabetizados, garantindo-se o sigilo do voto.
c) foi assegurada a liberdade religiosa dos brasileiros natos e extinta
a instituição do padroado.
d) o Poder Moderador era atribuição exclusiva do imperador,
conferindo-lhe preeminência sobre os demais Poderes.
e) o Poder Executivo seria exercido pelos ministros de Estado, cuja
nomeação caberia ao Poder Legislativo.
RESOLUÇÃO:
O exercício do Poder Moderador permitia que o imperador interferisse
nos demais Poderes, o que fazia do monarca o árbitro supremo da vida
política e administrativa nacional.
Resposta: D
6–
REVISAO 1_B_Hist_Prof Lis 12/08/11 09:21 Página 7
4. (ENEM) – “Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a
organização política e é delegado privativamente ao Imperador para
que, incessantemente, vele pela manutenção da independência,
equilíbrio, e harmonia dos demais poderes políticos, dissolvendo a
Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do
Estado.”
RESOLUÇÃO:
A proposição III é falsa porque, embora a Grã-Bretanha tivesse exigido e
o Brasil se comprometesse a extinguir em breve o tráfico negreiro, a lei
brasileira de 1831, promulgada naquele sentido, não teve resultados
práticos, visto que escravos africanos continuaram a entrar no Brasil até
1850.
Resposta: D
“O Poder Moderador é a chave mestra da opressão da Nação Brasileira
e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador
pode dissolver a Câmara dos Deputados, que é a representante do povo,
ficando sempre no gozo de seus direitos o Senado, que é o
representante dos apaniguados do imperador.”
(Frei Caneca, 1824.)
Para Frei Caneca, o Poder Moderador, definido pela Constituição
outorgada por D. Pedro I em 1824, era
a) adequado ao funcionamento de uma monarquia constitucional, pois
os senadores eram escolhidos pelo imperador.
b) eficaz e responsável pela liberdade do povo, pois garantia a
representação da sociedade nas duas esferas do Poder Legislativo.
c) arbitrário, porque permitia ao imperador dissolver a Câmara dos
Deputados, que constituía o poder representativo da sociedade.
d) neutro e fraco, especialmente nos momentos de crise, pois era
incapaz de controlar os deputados representantes da Nação.
e) capaz de responder às exigências da Nação, pois supria as
deficiências da representação política dos cidadãos.
RESOLUÇÃO:
Mera interpretação de texto, pois a transcrição das observações de Frei
Caneca mostra que, para o revolucionário pernambucano, o Poder
Moderador era um instrumento de opressão, uma vez que poderia
dissolver a Câmara dos Deputados – única instituição política originária
do voto dos cidadãos (ainda que censitário).
Resposta: C
5. (MACKENZIE) – As três proposições abaixo referem-se ao
contexto do reconhecimento da independência brasileira, conquistada
em 1822.
I – O reconhecimento por parte dos Estados Unidos, em 1824,
obedeceu aos princípios da Doutrina Monroe, segundo os quais os
norte-americanos deviam apoiar os movimentos de emancipação no
continente e combater as pretensões europeias de intervenção ou
recolonização na América.
II – Para formalizar seu reconhecimento em 1825, Portugal exigiu do
Brasil uma compensação de 2 milhões de libras e o compromisso de
não se unir a nenhuma colônia portuguesa.
III – Uma condição imposta pela Inglaterra nas negociações com o
Brasil foi a promessa de extinção imediata do tráfico de escravos
africanos — condição que, embora gerasse discordâncias, acabou por
ser plenamente aceita.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas a proposição I é verdadeira.
b) Apenas a proposição II é verdadeira.
c) Apenas a proposição III é verdadeira.
d) Apenas as proposições I e II são verdadeiras.
e) Todas as proposições são verdadeiras.
6. (FATEC) – Acerca do Período Regencial, analise as proposições a
seguir.
I – A Constituição de 1824 previa a eleição de um regente, caso o
imperador estivesse impossibilitado de governar; como D. Pedro II era
menor de idade, o regente foi eleito pela Assembleia Geral do Império.
II – O Ato Adicional de 1834 alterou a Constituição do Império nos
seguintes aspectos: substituiu a Regência Una por uma Regência Trina,
retirou a autonomia das províncias e criou o Conselho de Estado.
III – Os moderados reivindicavam a autonomia das províncias, os
restauradores defendiam a monarquia centralizada e os exaltados
queriam a volta de D. Pedro I ao trono imperial.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente I e II são verdadeiras.
b) Somente I e III são verdadeiras.
c) Somente II e III são verdadeiras.
d) Todas são verdadeiras.
e) Nenhuma é verdadeira.
RESOLUÇÃO:
A proposição I é falsa porque a Constituição de 1824 previa a eleição de
uma Regência Trina, caso não houvesse um membro da Família Imperial
apto a exercer o cargo de regente. A proposição II é falsa porque as
determinações do Ato Adicional foram invertidas. A proposição III é falsa
porque os moderados defendiam a monarquia centralizada, os
restauradores queriam a volta de D. Pedro I e os exaltados reivindicavam
autonomia para as províncias.
Obs.: “Assembleia Geral do Império” era a denominação oficial do
Parlamento Brasileiro (composto pelo Senado e Câmara dos Deputados)
durante o Período Monárquico.
Resposta: E
7. (UNAMA) – “Examinando-se o movimento no que ele expressa
como explosão de multidões mestiças e indígenas da província, contra
a vida e a propriedade dos que detinham o poder político-econômico e
possuiam projeção social, compreende-se que a Cabanagem não pode
ser inscrita na História do Brasil como um episódio a mais de aspiração
meramente política.”
(A. C. F. Reis.)
Assinale a alternativa que melhor caracteriza a Cabanagem.
a) A intensa participação das massas de origem indígena na
Cabanagem deveu-se à ausência de escravos negros e à inexistência
de uma agricultura de exportação significativa na região.
b) A Cabanagem constituía um risco maior para os imperialismos do
que para a unidade política pretendida pelo Império Brasileiro, como
atestam as seguidas intervenções americanas e britânicas no Grão-Pará.
–7
HISTÓRIA B
(Constituição Brasileira de 1824.)
REVISAO 1_B_Hist_Prof Lis 12/08/11 09:21 Página 8
c) A Cabanagem não pode ser inscrita na História do Brasil como um
episódio político porque, em se tratando de uma sublevação generalizada no Pará, foi um fato militar e, no máximo, social.
d) A Cabanagem começou como um conflito entre setores oligárquicos do Pará; mas, pelas condições socioeconômicas da região e
devido à participação popular, converteu-se em rebelião social.
e) O desfecho da Cabanagem, com perseguição feroz aos cabanos,
deveu-se mais à violência dos mercenários estrangeiros do que ao ódio
de classe das elites brasileiras contra as camadas populares.
c) permitiu a implantação de um regime federativo no Brasil, uma vez
que as negociações entre o governo imperial e os rebeldes resultaram
na autonomia rio-grandense.
d) evidenciou a impossibilidade de se estabelecerem relações políticas
e diplomáticas regulares na América Latina durante o período de
formação dos Estados nacionais.
e) pôs fim ao Período Regencial porque o governo imperial aceitou a
exigência dos rebeldes de que a maioridade de Pedro II fosse
antecipada, ainda que ilegalmente.
RESOLUÇÃO:
A Cabanagem no Pará, juntamente com a Balaiada no Maranhão e a
Revolta dos Malês na Bahia, ocupa uma posição de destaque entre as
rebeliões do Período Regencial porque, além de contar com grande
participação popular, foi um movimento com conteúdo social, direcionado
contra as elites locais.
Resposta: D
RESOLUÇÃO:
Os fatores citados na alternativa (elevação das taxas aduaneiras sobre o
charque uruguaio e concessão de anistia aos revoltosos) relacionam-se
com o restabelecimento da paz no Rio Grande do Sul, pondo fim à Guerra
dos Farrapos. Todavia, o texto omite o elemento essencial para o fim da
luta, qual seja a derrota militar dos insurretos, imposta pela atuação do
Barão de Caxias no comando das forças imperiais.
Resposta: A
HISTÓRIA B
8. (UNESP) – Entre as rebeliões ocorridas no Período Regencial,
destaca-se a Guerra dos Farrapos, iniciada em 1835. Esse conflito
a) prosseguiu até a metade da década seguinte, quando o governo
imperial elevou os impostos de importação sobre o charque uruguaio
e anistiou os revoltosos.
b) demonstra que as disputas comerciais entre Brasil e Argentina se
iniciaram logo depois da Independência, agravando-se progressivamente até atingir a rivalidade dos dias de hoje.
MÓDULO
4
Segundo Reinado
1. (UNESP) – “Os dois grandes partidos imperiais formaram-se como
agremiações políticas opostas. Mas havia mesmo diferenças
ideológicas ou sociais entre eles? Não passariam, no fundo, de grupos
quase idênticos, separados apenas por rivalidades pessoais? Muitos
contemporâneos afirmam isso. Ficou célebre uma frase atribuída ao
político pernambucano Holanda Cavalcanti: ‘Nada se assemelha mais
a um saquarema do que um luzia no poder’.”
(B. Fausto, História do Brasil.)
O texto refere-se aos Partidos
a) Radical e Justicialista, que formaram a estrutura bipartidária vigente
durante as Regências.
b) Republicano e Democrático, que deram o tom político ao longo do
Primeiro Reinado.
c) Progressista e Ruralista, que constituíram as duas forças políticas
em ação no Segundo Reinado.
d) Trabalhista e Positivista, que moldaram a vida política nos
primórdios da República Brasileira.
e) Conservador e Liberal, que dominaram a cena política até a
Proclamação da República.
RESOLUÇÃO:
Apesar de suas denominações aparentemente antagônicas, tanto o Partido
Liberal como o Conservador representavam a aristocracia rural brasileira, diferenciando-se apenas pela disputa do poder político. No exercício deste, não apresentavam peculiaridades significativas em sua
atuação.
Resposta: E
8–
2. (MACKENZIE) – No quadro político brasileiro do Segundo
Reinado, criou-se, em 1847, o cargo de presidente do Conselho de
Ministros. A partir de então, o País passou a ter uma forma muito peculiar de parlamentarismo. A esse respeito, analise as afirmações a seguir.
I – Como resultado direto dessa inovação política, eclodiram rebeliões
em diversas províncias, sendo as mais importantes a Farroupilha, no
Rio Grande do Sul, e a Praieira, em Pernambuco.
II – A presidência do Conselho de Ministros ofuscou e enfraqueceu o
papel político de D. Pedro II, transformado daí em diante em mero
joguete de liberais e conservadores.
III – Na prática, o novo sistema de governo funcionava segundo o
modelo inglês, que subordinava o Poder Executivo (exercido pelo imperador) ao Poder Legislativo (exercido pela Câmara dos Deputados).
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas a afirmação I é verdadeira.
b) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
c) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras.
d) Todas as afirmações são verdadeiras.
e) Todas as afirmações são falsas.
RESOLUÇÃO:
A afirmação I é falsa porque a Farroupilha é anterior a 1847 e a Praieira
não tem relação direta com a instituição do parlamentarismo. A afirmação
II é falsa porque o imperador continuou a ser a principal força política do
Império, em razão do exercício do Poder Moderador. A afirmação III é
falsa porque o parlamentarismo brasileiro funcionava “às avessas” se
comparado com seu congênere britânico.
Resposta: E
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(Maria L. Renaux e Luiz F. de Alencastro.
História da Vida Privada no Brasil.)
Uma das reivindicações atendidas com a entrada desses imigrantes foi
a de
a) administradores nortistas, interessados em povoar as áreas de
fronteira.
b) fazendeiros escravagistas, que desejavam aumentar a produção
canavieira.
c) políticos favoráveis à imigração europeia para “branquear” a
população nacional.
d) industriais paulistas, que necessitavam de mão de obra especializada.
e) governantes europeus, preocupados em reduzir excedentes
demográficos.
RESOLUÇÃO:
Influenciados pelas teorias racistas correntes a partir de meados do século
XIX, que afirmavam a superioridade da raça branca, setores do governo
brasileiro demonstraram interesse em promover o “branqueamento” da
população.
Resposta: C
4. (ENEM) – “Substitui-se então uma história crítica, profunda, por
uma crônica de detalhes na qual o patriotismo e a bravura de nossos
soldados encobrem a vilania dos motivos que levaram a Inglaterra a
armar brasileiros e argentinos para destruir a mais gloriosa república
que já se viu na América Latina: a do Paraguai.”
(CHIAVENATTO, J. J. Genocídio americano:
A Guerra do Paraguai. São Paulo: Brasiliense, 1979 – Adaptado.)
“O imperialismo inglês, ‘destruindo o Paraguai, manteve o status quo
na América Meridional, impedindo a ascensão de seu único Estado
economicamente livre’. Essa teoria conspiratória vai contra a realidade
dos fatos e não tem provas documentais. Contudo ela alcançou alguma
repercussão.”
(DORATIOTO. F. Maldita guerra: nova história da
Guerra do Paraguai. São Paulo: Cia. das Letras, 2002 – Adaptado.)
A leitura dessas análises divergentes demonstra que ambas refletem
a) a carência de fontes para a pesquisa sobre os reais motivos da
guerra.
b) o caráter positivista das diferentes versões sobre as motivações que
levaram a essa guerra.
c) o resultado da interferência britânica no conflito, apoiando o
Paraguai contra o Brasil.
d) a dificuldade de elaborar explicações convincentes sobre os motivos
dessa guerra.
e) o nível de crueldade das ações praticadas pelos exércitos brasileiro
e argentino durante o conflito.
RESOLUÇÃO:
Os textos citados sobre as causas da Guerra do Paraguai mostram o
antagonismo entre uma interpretação ideológica (a primeira) e outra mais
científica, embasada em documentos.
Resposta: D
5. (UNESP) – A Guerra do Paraguai (1864-70) foi definida por alguns
historiadores como o momento de apogeu do Império Brasileiro.
Outros, porém, preferiram considerá-la como uma evidência do
declínio da Monarquia no Brasil. Tal discordância se explica porque o
conflito sul-americano
a) consolidou a influência política brasileira sobre os países da Região
do Prata, mas provocou grave crise financeira no Brasil.
b) abriu o mercado paraguaio às manufaturas brasileiras, mas não evitou
a entrada, naquele país, de mercadorias inglesas contrabandeadas.
c) freou o crescimento econômico dos países vizinhos ao Brasil, mas
permitiu o aumento da influência norte-americana na região.
d) contribuiu para profissionalizar o Exército Brasileiro, mas também
influiu na difusão das ideias abolicionistas entre os líderes militares.
e) fez do imperador um líder continental, mas provocou a morte de
milhares de soldados brasileiros, o que tornou a Monarquia impopular.
RESOLUÇÃO:
A Guerra do Paraguai pode ser entendida como o apogeu do Império no
plano externo, já que o Brasil eliminou seu último adversário na disputa
pela hegemonia sobre a Bacia do Prata. Por outro lado, a profissionalização do Exército (com a consequente politização de seus oficiais)
contribuiu para o declínio do regime imperial, juntamente com a difusão
das ideias abolicionistas e republicanas resultante daquele conflito.
Resposta: D
6. (FGV) – A Lei Áurea, de 13 de maio de 1888, assinala o fim da
escravidão no Império Brasileiro. A lei assinada pela princesa Isabel foi
precedida por movimentos de resistência dos escravos em diversas
partes do Brasil. Com base nessa temática, considere as afirmações a
seguir.
I – Líderes negros, como o advogado Luís Gama e o jornalista José do
Patrocínio, tiveram atuação destacada no combate à escravidão no
Brasil.
II – Fugas de escravos foram estimuladas pelos caifases, que
encaminhavam os fugitivos para o Quilombo do Jabaquara, em Santos,
e até para o Ceará, onde a escravidão já havia sido abolida.
III – A abolição implementada pela Monarquia não previa medidas que
preparassem os ex-escravos para o pleno exercício da cidadania, o que
só viria a ser realizado pelos governos republicanos a partir de 1889.
Assilnale a alternativa correta
a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
b) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras.
c) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras.
d) Todas as afirmações são verdadeiras.
e) Nenhuma a afirmação é verdadeira.
RESOLUÇÃO:
A afirmação III é falsa porque, excetuada a Lei Afonso Arinos, de 1951
(que estabelecia punição para manifestações de preconceito racial),
políticas afirmativas em favor dos afrodescendentes somente foram implementadas a partir da promulgação da “Constituição Cidadã” de 1988. O
longo período que medeou entre a Abolição e a adoção daquelas medidas
se explica pela preocupação dos governos brasileiros em aparentar a
existência, no País, de uma democracia racial — o que tornaria desnecessária qualquer providência contra o preconceito ou a discriminação. Com
isso, manter-se-ia a ficção de que, desde o fim da escravidão, todos os
brasileiros têm acesso ao pleno exercício da cidadania.
Obs.: O Ceará aboliu a escravidão em seu território no ano de 1885 —
portanto, antes da Lei Áurea.
Resposta: A
–9
HISTÓRIA B
3. (FUVEST) – “Em certo sentido, os portugueses, os espanhóis e os
italianos, que compuseram os maiores contingentes imigratórios para
o Brasil entre a Independência e a Primeira Guerra Mundial,
satisfaziam as exigências dos dois grupos de pressão nacionais.”
REVISAO 1_B_Hist_Prof Lis 12/08/11 09:21 Página 10
HISTÓRIA B
7. (PUC-PR) – Entre as causas da Proclamação da República, não é
correto afirmar que
a) havia descontentamento nos quartéis, devido às restrições quanto à
participação dos militares na vida política.
b) a Igreja mostrava-se indiferente à sorte da Monarquia desde a
Questão Religiosa, quando dois bispos foram condenados à prisão.
c) os cafeicultores do Vale do Paraíba sentiram-se prejudicados pela
Lei Áurea, que aboliu a escravatura sem indenizar os ex-proprietários.
d) a influência da filosofia positivista de Auguste Comte estava
presente, principalmente entre a jovem oficialidade do Exército.
e) os oficiais da Marinha de Guerra eram tão republicanos quanto os
do Exército, pois as duas oficialidades tinham a mesma origem social.
8. Acerca do movimento republicano registrado nas duas últimas
décadas do Brasil Império, assinale a alternativa correta.
a) O PRP, formado sobretudo por integrantes do setor cafeeiro, seria
a principal agremiação política da República Velha.
b) O movimento republicano ganhou impulso depois que o governo
imperial implantou o federalismo, na década de 1870.
c) Abolicionismo e republicanismo foram movimentos distintos, pois
o primeiro era político e o segundo, essencialmente social.
d) Os republicanos paulistas eram geralmente proprietários de
escravos e, por isso, opunham-se à abolição da escravatura.
e) A propaganda republicana cooptou importantes membros da elite
imperial, o que debilitou as instituições monárquicas.
RESOLUÇÃO:
A maioria dos oficiais navais era monarquista e sua origem predominantemente aristocrática contrastava com a de muitos oficiais do Exército,
oriundos da classe média ou, às vezes, de estratos populares.
Resposta: E
RESOLUÇÃO:
O PRP (Partido Republicano Paulista), fundado em 1871, foi a mais
importante agremiação republicana no ocaso do Império. Durante a
República Velha (1889-1930), aliado ao Partido Republicano Mineiro na
“Política do Café com Leite”, dominou a vida nacional.
Resposta: A
MÓDULO
5
Primeira República
1. Durante o Governo Provisório (1889-91), o ministro da Fazenda,
Rui Barbosa, pôs em prática uma política econômica caracterizada pela
formação de sociedades anônimas, pela emissão de papel-moeda e pela
elevação das tarifas alfandegárias para os produtos estrangeiros, com
vistas a promover o crescimento industrial do País. Essa política ficou
conhecida como
a) Plano de Metas.
b) Convênio de Taubaté.
c) Funding Loan.
d) Salvacionismo.
e) Encilhamento.
RESOLUÇÃO:
A política econômica empreendida por Rui Barbosa – conhecida como
“Encilhamento” – procurou incentivar a industrialização por meio da
capitalização de sociedades anônimas, da facilidade na obtenção de
créditos e na emissão de papel-moeda sem aumentar o lastro-ouro
correspondente. Seu resultado, porém, foi desastroso: criação de
empresas-fantasmas, especulação com ações, inflação, falências e aumento
da dívida pública.
Resposta: E
10 –
2. (FUVEST) – Sobre a Constituição de 1891, podemos afirmar que
ela foi
a) parlamentarista e positivista.
b) presidencialista e laica.
c) parlamentarista e liberal.
d) positivista e laica.
e) presidencialista e liberal.
RESOLUÇÃO:
A primeira Constituição do Brasil República, promulgada em 1891,
adotou o modelo presidencialista e federalista dos Estados Unidos. Além
disso, ao separar a Igreja do Estado e estabelecer a liberdade de cultos, ela
definiu o Brasil como um Estado laico.
Resposta: B
REVISAO 1_B_Hist_Prof Lis 12/08/11 09:21 Página 11
RESOLUÇÃO:
Para poder completar o quadriênio de Deodoro, Floriano desrespeitou o
artigo 42 da Constituição de 1891, que determinava a realização de nova
eleição presidencial caso o presidente anterior não tivesse completado
metade de seu mandato. A maioria dos senadores e deputados federais,
assim como os políticos estaduais, apoiou essa e outras medidas ilegais de
Floriano Peixoto, pois a eles interessava consolidar a qualquer preço o
regime republicano. Por essa razão, apoiaram igualmente as prisões
arbritárias e o fuzilamento de antiflorianistas.
Resposta: C
4. (FATEC)
A charge do caricaturista gaúcho Storni, publicada na revista Careta em
1925, faz uma crítica
a) à Constituição de 1891, que dava autonomia aos estados e a seus
governadores, em detrimento da autoridade do governo federal.
b) à “Política do Café com Leite”, na qual os candidatos à Presidência
eram indicados ora pela oligarquia paulista, ora pela mineira.
c) às oligarquias rurais — representadas na charge por Paraíba e Bahia
— por meio das quais os “coronéis” influenciavam o governo central.
d) ao clientelismo entre os “coronéis” e os trabalhadores rurais, que
garantia aos primeiros a vitória nas eleições realizadas nos estados.
e) à “Política dos Governadores”, resultante de acordos entre o governo
federal, de um lado, e os grupos oligárquicos dos estados, de outro.
RESOLUÇÃO:
A “Política do Café com Leite”, que aliou as oligarquias de São Paulo e
Minas Gerais para controlar o governo federal, foi criada por Campos
Sales (1898-1902) e se manteve ao longo da República Velha, tendo sido
interrompida apenas durante o quadriênio de Hermes da Fonseca
(1910-14).
Resposta: B
5. (MACKENZIE) – O messianismo desenvolveu-se em áreas rurais
pobres do Brasil. Seus componentes básicos eram a religiosidade dos
sertanejos, o sentimento de revolta contra o abandono em que viviam
e também uma reação contra à opressão dos “coronéis”.
Assinale a alternativa que cita movimentos rebeldes com essas características.
a) Revoltas do Quebra-Quilo e da Chibata.
b) Canudos e Contestado.
c) Revoltas da Vacina e do Forte de Copacabana.
d) Revolução de 1924 e Coluna Prestes.
e) Revolução Federalista e Revolta da Armada.
RESOLUÇÃO:
A Revolta de Canudos (1893-97) e o Movimento do Contestado (1912-16),
ocorridos respectivamente no sertão baiano e na divisa entre Paraná e
Santa Catarina, foram os principais movimentos sociais rurais da
Primeira República. Suas características, coincidentes com às
mencionadas no enunciado, permitem que sejam definidos como
movimentos messiânicos.
Resposta: B
A FÓRMULA DEMOCRÁTICA
Os detentores do poder: “Tenham paciência,
mas aqui não entra mais ninguém!”
(http://novahistorianet.blogspot.com/2009/01/republica-velha.html.
Acesso em 05.03.2010.)
– 11
HISTÓRIA B
3. Assumindo a Presidência da República, o marechal Floriano
Peixoto deveria convocar novas eleições, mas não o fez. Diante da
crescente oposição, Floriano optou por medidas de força. A esse
respeito, pode-se afirmar que
a) Floriano dissolveu o Congresso e proclamou-se ditador, a fim de
assegurar sua permanência no poder.
b) a continuidade do governo de Floriano somente foi possível graças
à coesão das Forças Armadas.
c) o Congresso apoiou as medidas repressivas de Floriano, mesmo
quando manifestamente ilegais.
d) as pressões do Congresso, majoritariamente oposicionista,
obrigaram Floriano a abandonar o poder.
e) a política autoritária de Floriano desagradou as oligarquias do Sul,
que apoiaram a Revolta da Armada.
REVISAO 1_B_Hist_Prof Lis 12/08/11 09:21 Página 12
6. (FATEC) – Sobre os movimentos sociais urbanos ocorridos na
República Velha, afirma-se que
I – a Revolta da Vacina foi um movimento iniciado pelas camadas
mais pobres da população carioca, que reivindicavam a vacinação em
massa da população para combater as epidemias de malária e febre
amarela.
II – a greve geral de 1917 em São Paulo reivindicava aumento
salarial, redução da jornada de trabalho, melhores condições de
segurança e higiene nas fábricas e liberdade de organização.
III – a Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, reivindicava a
supressão dos castigos corporais na Marinha, redução da jornada de
trabalho e aumento salarial.
RESOLUÇÃO:
Os governos brasileiros do período sequer tentaram resolver a questão
social (mais especificamente, a questão operária). A postura repressiva
das autoridades, que contribuiu para agravar as tensões sociais, pode ser
sintetizada na Lei de Repressão ao Anarquismo (1906) e na frase de um
ministro do governo Washington Luís, ao afirmar que “a questão operária
é uma questão de polícia”.
Obs.: Embora não reconhecidas pelo governo, surgiram na República
Velha algumas organizações da classe operária com fins mutualistas ou
mesmo de caráter político, como o PCB (fundado em 1922). Em 1927, foi
criado o Bloco Operário e Camponês (BOC), que conseguiu eleger alguns
candidatos aos legislativos municipais e estaduais.
Resposta: E
HISTÓRIA B
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as proposições I e II são verdadeiras.
b) Somente as proposições I e III são verdadeiras.
c) Somente as proposições II e III são verdadeiras.
d) Todas as proposições são verdadeiras.
e) Nenhuma proposição é verdadeira.
RESOLUÇÃO:
A proposição I é falsa porque a Revolta da Vacina eclodiu justamente
contra a vacinação obrigatória imposta pelo governo Rodrigues Alves.
Obs.: Na proposição III, referente a uma revolta de marinheiros, é
inadequado utilizar as expressões “jornada de trabalho” e “aumento
salarial”, como se militares (ainda que de extração popular) pudessem ser
qualificados como operários.
Resposta: C
7. (MACKENZIE) – A década de 1920 foi marcada por crises que
prenunciavam o colapso da República das Oligarquias. Assinale a
alternativa que não menciona dificuldades ocorridas no período citado.
a) A Semana de Arte Moderna, que sintetizava as críticas formuladas
por artistas e intelectuais de vanguarda à cultura e à sociedade brasileira
da época.
b) A “Reação Republicana” de 1922 que, ao apresentar uma
candidatura presidencial de oposição, contestava a hegemonia do “Café
com Leite”.
c) Os levantes tenentistas, por meio dos quais a jovem oficialidade do
Exército esperava pôr fim ao domínio das oligarquias e moralizar as
práticas políticas.
d) O avanço do movimento operário que, apesar da repressão
governamental, conseguiu organizar agremiações de classe e criar
partidos políticos.
e) As tensões sociais da época que, ao serem desvinculadas dos crimes
políticos, passaram a encaminhar-se para uma harmonização entre
capital e trabalho.
12 –
8. (UNIP) – “A crise que se configurara ao longo da década atingiu
sua culminância: as oligarquias regionais dissidentes optavam pela luta
armada, o descontentamento militar ganhava novo alento e as classes
médias urbanas insatisfeitas constituíam um amplo setor de apoio.
Nesse momento, o setor cafeeiro era atingido pelos primeiros efeitos da
Grande Depressão e se distanciava do governo federal. Daí a
perspectiva de vitória de uma revolução, que levaria a uma nova
composição de equilíbrio entre setores da classe dominante. Não houve
uma ruptura no processo histórico, mas apenas uma acomodação de
interesses e uma atualização de instituições.”
O texto faz referência às condições que levariam
a) à organização da Coluna Prestes, ápice do movimento tenentista na
década de 1920.
b) Getúlio Vargas à chefia do Estado, pondo fim à Primeira República
Brasileira.
c) ao movimento constitucionalista de 1932, cujo objetivo era afastar
Vargas do poder.
d) à queda do Estado Novo, frustrando as manobras continuístas de
Vargas.
e) à tomada do poder pelos militares, derrubando o governo populista
de João Goulart.
RESOLUÇÃO:
O texto descreve o processo da Revolução de 1930, que poria fim à
República das Oligarquias e daria início à Era Vargas.
Resposta: B
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MÓDULO
6
Era Vargas
RESOLUÇÃO:
O governo que emergiu da Revolução de 30 foi marcado pela autoridade
de Vargas, fosse de forma aparentemente democrática, fosse por processos
explicitamente autoritários. Esse estadista teve a habilidade de conciliar
interesses diversos, criando um “Estado de compromisso”, do qual ele era
o principal beneficiário político.
Resposta: D
2. No início do Governo Provisório (1930-34), Vargas legalizou os
sindicatos, mas mantendo-os sob controle governamental. Um recurso
não oficial para preservar esse controle foi
a) a imposição, aos sindicatos, de lideranças nomeadas pelo governo
federal.
b) a permanente intervenção ministerial nos sindicatos, cerceando a
liberdade dos trabalhadores.
c) o incentivo à atuação dos “pelegos”, isto é, de líderes sindicais aliciados pelo governo.
d) a criação da CLT, que regulamentou as relações entre empregados
e patrões.
e) a nomeação de líderes sindicais para altos postos da administração
federal.
HISTÓRIA B
1. (MACKENZIE) – A respeito da Revolução de 1930, podemos
afirmar que
a) o movimento tenentista assumiu o poder e impôs seu ideário, a
despeito da Revolução Paulista de 1932, que reivindicava medidas de
caráter socialista.
b) a Revolução modificou drasticamente as estruturas econômicas e
políticas e alterou as condições sociais brasileiras, sobretudo nas áreas
rurais.
c) a extensão da legislação trabalhista ao campo e a reforma agrária
melhoraram a vida da população rural, mas descontentaram os grandes
proprietários.
d) o Estado dela resultante não expressava diretamente a hegemonia de
grupos ou classes sociais, mas se aglutinou em torno da pessoa de
Getúlio Vargas.
e) Vargas assumiu o poder e formou um governo homogêneo, constituído basicamente pela burguesia industrial e desvinculado das classes
urbanas.
(Jornal do Século, 26/11/2000.)
3. (UERJ) – Na década de 1930, para combater o governo estabelecido por Getúlio Vargas, os paulistas pegaram em armas. Os cartazes
acima fazem parte de sua propaganda, pedindo a colaboração da
população no esforço de guerra. A Revolução de 1932 ocorreu na
seguinte conjuntura política nacional:
a) Aprovação do novo Código Eleitoral sem o voto secreto, o que
permitiria a continuidade das fraudes eleitorais.
b) Perda, pela oligarquia paulista, da hegemonia política em nível
federal, após a Revolução de 30.
c) Intervenção do poder federal no governo de São Paulo por meio da
“Política dos Governadores”.
d) Aliança entre o Partido Republicano Paulista e produtores rurais,
intermediada por militares tenentistas.
e) Contradição entre a prosperidade das exportações de café e o
enfraquecimento político de São Paulo.
RESOLUÇÃO:
Ao serem alijados do poder federal por Getúlio Vargas, os paulistas
usaram a reconstitucionalização do Brasil como pretexto para tentar
reconquistar as posições perdidas. Vargas, no entanto, teve a habilidade de
reunir o apoio dos demais estados (com excessão de Mato Grosso),
acusando a revolução paulista de ser separatista. Diante da esmagadora
superioridade das forças varguistas, São Paulo captulou após quase três
meses de luta.
Resposta: B
RESOLUÇÃO:
Os “pelegos” eram líderes sindicais que, embora tivessem um discurso
aparentemente afinado com os interesses dos trabalhadores, constituíam
um instrumento do governo para granjear o apoio do movimento sindical.
Resposta: C
– 13
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4. (MACKENZIE) – “Os movimentos armados de novembro de
1935 foram fatos históricos gestados no contexto da sociedade
brasileira da época. Suas origens estavam nas tradições das lutas
populares e na significativa participação de lideranças – sobretudo
militares – oriundas das camadas médias.”
RESOLUÇÃO:
A argumentação de Francisco Campos, em favor da Constituição de 1937
e do Estado Novo por ela instaurado, tinha por objetivo apresentar
Getúlio Vargas como a pessoa adequada para dirigir a Nação, dentro de
um regime centralizado e autoritário.
Resposta: E
(Marly de Almeida G. Vianna, Revolucionários de 35.)
HISTÓRIA B
O trecho refere-se aos movimentos armados conhecidos como
“Intentona Comunista”. Assinale a alternativa cujo conteúdo não tenha
relação direta com a origem daquela revolta.
a) A existência de uma tradição insurrecional dos tenentistas e de
setores populares, vinculados em 1935 ao PCB e à ANL, e o prestígio
de sua figura principal, Luís Carlos Prestes.
b) A revolta organizada contra Vargas, em 1932, pelos grupos ligados
à oligarquia cafeeira paulista, reunidos em torno de ideias constitucionalistas e redemocratizadoras.
c) A organização de um movimento popular e de classe média,
nucleado pelo Partido Comunista, contra o integralismo no plano
nacional e o nazifascismo no internacional.
d) A oposição de certos setores operários e intelectuais a Getúlio
Vargas, visto por eles como um ditador simpatizante dos governos de
Hitler e de Mussolini.
e) A organização pela ANL, seguindo instruções da III Internacional,
de uma frente progressista antifascista que deveria unir operários,
profissionais liberais e militares.
RESOLUÇÃO:
A Revolução Paulista de 1932 não guarda nenhuma relação direta com a
gênese da Intentona Comunista de 1935, pois foi conduzida pela
tradicional oligarquia paulista, de tendência conservadora.
Resposta: B
5. (ENEM) – O autor da Constituição de 1937, Francisco Campos,
afirma em seu livro O Estado Nacional que “o eleitor seria apático; a
democracia de partidos conduziria à desordem; a independência do
Poder Judiciário acabaria em injustiça e ineficiência e apenas o Poder
Executivo, centralizado em Getúlio Vargas, seria capaz de dar
racionalidade imparcial ao Estado, pois Vargas teria uma intuição
providencial do bem e da verdade, além de ser um gênio político”.
(CAMPOS, F. O Estado nacional.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1940 – Adaptado. )
Segundo as ideias de Francisco Campos,
a) os eleitores, políticos e juízes não tinham como objetivo o bem do
País.
b) o governo Vargas seria um mal transitório, pois não haveria políticos capazes de substituí-lo.
c) Vargas seria o homem adequado para implantar a democracia de
partidos.
d) a Constituição de 1937 seria a preparação para uma futura democracia liberal.
e) Vargas seria o homem indicado para exercer o poder de modo
inteligente e correto.
14 –
6. (MACKENZIE) – Analise as proposições a seguir, relacionando-as
com o Estado Novo (1937-45).
I – Pela Constituição de 1937, o Poder Legislativo era composto pelo
presidente da República, pelo Conselho da Economia Nacional e pelo
Parlamento Nacional, que viria a substituir a Câmara dos Deputados.
II – O Dasp (Departamento Administrativo do Serviço Público) tinha
como função racionalizar e modernizar a administração pública, mas
sem mudar os critérios paternalistas para a contratação de funcionários.
III – O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) era o órgão
encarregado do controle ideológico, tendo o poder de censurar os meios
de comunicação.
IV – A autonomia sindical foi sacrificada, por força de uma política
trabalhista influenciada pelo corporativismo norte-americano da década
de 1930.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as proposições I e II são verdadeiras.
b) Apenas as proposições I e III são verdadeiras.
c) Apenas as proposições I e IV são verdadeiras.
d) Apenas as proposições II e III são verdadeiras.
e) Apenas as proposições II e IV são verdadeiras
RESOLUÇÃO:
A proposição II é falsa porque o Dasp estabeleceu concursos para a
contratação de funcionários públicos (exceto para os “cargos de
confiança” de alto escalão), com vistas a aumentar a eficiência da
administração e eliminar os apadrinhamentos. A proposição IV é falsa
porque o corporativismo era uma característica do fascismo italiano.
Obs.: A proposição I é verdadeira porque, pela Constituição de 1937, o
presidente da República e o Conselho de Economia Nacional estavam
associados ao Parlamento no exercício do Poder Legislativo: o primeiro,
pela prerrogativa de poder legislar por meio de decretos-leis; o segundo,
por exercer funções consultivas nos assuntos econômicos. Aliás, o
Parlamento Nacional (unicameral) previsto na Constituição de 1937
nunca chegou a ser eleito, pelo simples fato de não terem sido realizadas
eleições entre 1937 e 1945.
Resposta: B
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8. (CESGRANRIO) – A redemocratização do Brasil, no final do
Estado Novo, pode ser associada a diferentes transformações internas
e externas do período. Entre elas, podemos destacar
a) a aproximação de Getúlio Vargas com os setores liberais, em torno
do projeto “queremista”.
b) a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, que fortaleceu os
ideais democráticos e antitotalitários.
c) a recusa do governo em convocar eleições e permitir a recriação
dos partidos políticos.
d) a resistência do empresariado à implantação da legislação
trabalhista e previdenciária.
e) o apoio de movimentos sociais como a União Nacional dos
Estudantes, inspirados no ideário nazifascista.
RESOLUÇÃO:
A vitória das democracias na guerra colocou em xeque a ditadura
varguista, pois lhe retirou a sustentação ideológica proporcionada pelo
nazifascismo.
Resposta: B
RESOLUÇÃO:
Dentro do nacionalismo econômico do Estado Novo, caracterizado pela
“política de substituição das importações” e pela implantação de
indústrias de base, Vargas procurou obter recursos e tecnologia no
exterior. Aproveitando o contexto da Segunda Guerra Mundial e a
neutralidade inicial do Brasil, o governante brasileiro entrou em
negociações com os Estados Unidos e a Alemanha. Essa atuação
pragmática resultou em um empréstimo norte-americano (somente
liberado depois que o Brasil declarou guerra ao Eixo) para a construção
da Usina Siderúrgica de Volta Redonda, além de ajuda tecnológica para
essa mesma finalidade.
Resposta: A
MÓDULO
7
República Populista (1946-64)
1. (MACKENZIE) – No período de 1930-60, em muitos países
latino-americanos, a reação contra as distorções sociais provocadas
pelo sistema oligárquico de poder deu origem à experiência política
conhecida como “populismo”. A respeito desse fenômeno, é correto
afirmar que
a) os partidos populistas eram agremiações elitistas de origem
oligárquica, embora apoiadas pelas classes médias urbanas, pelo
operariado e pelos trabalhadores do campo.
b) as lideranças populistas procuravam atrair o capital externo por
meios demagógicos, como comícios e atividades de propaganda, mas
sempre obedecendo às diretrizes do partido.
c) surgiu devido à passagem da sociedade rural para a urbana e
industrial, criando novos mecanismos de controle social que,
simultaneamente, favoreceram a burguesia empresarial.
d) apresentava um discurso fortemente nacionalista e com tendência
esquerdista, opondo-se ao sistema capitalista e à exploração
imperialista dele decorrente.
e) o Estado passou a fazer concessões aos trabalhadores por meio de
leis específicas e, para consolidar o apoio político desses setores,
ampliou a liberdade sindical.
RESOLUÇÃO:
O populismo foi a forma de atuação política encontrada pelos setores
dominantes latino-americanos para substituir o caudilhismo e o
coronelismo — tornados anacrônicos pela mudança de perfil das camadas
populares, em função da industrialização e da urbanização. As práticas
populistas, ao satisfazerem parcialmente as aspirações das massas
trabalhadoras, contribuíram para manter a paz social e o nível de
produção desejado pelo empresariado industrial.
Resposta: C
– 15
HISTÓRIA B
7. Sobre a política externa do governo brasileiro durante o Estado
Novo (1937-45), é correto afirmar que
a) um de seus objetivos centrais era a busca de recursos, em capitais
e tecnologia, para promover a industrialização do País; daí a ambiguidade de Vargas nas relações com os Estados Unidos e a Alemanha.
b) sua prioridade foi encontrar mercados para os produtos brasileiros,
cuja exportação ainda sofria os efeitos da crise iniciada em 1929; a
estratégia adotada foi a do alinhamento com a Alemanha.
c) Vargas, visando obter recursos externos para promover a industrialização do País, optou desde 1939 pelo alinhamento com os Estados
Unidos, por serem estes a maior potência capitalista.
d) o Brasil alinhou-se com os Estados Unidos para beneficiar suas
exportações de café, o qual foi desonerado de taxas alfandegárias pelo
governo norte-americano.
e) as relações diplomáticas brasileiras caracterizaram-se, nesse
período, pelo alinhamento com a Alemanha, em função da convergência ideológica que aproximava a ditadura varguista do nazismo.
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2. (FGV) – A Constituição Brasileira de 1946
a) manteve o sistema presidencialista e instituiu o mandato
presidencial de cinco anos, sem direito à reeleição.
b) proibiu explicitamente as atividades sindicais e não reconheceu o
direito de greve dos trabalhadores.
c) garantiu o direito de voto aos analfabetos, mas não implementou o
voto secreto nem a Justiça Eleitoral.
d) estabeleceu o bipartidarismo e consagrou o controle do Executivo
sobre o Legislativo e o Judiciário.
e) adotou o sistema parlamentarista de governo e permitiu a livre
organização dos sindicatos.
HISTÓRIA B
RESOLUÇÃO:
A Constituição de 1946, promulgada no início do mandato de Eurico
Gaspar Dutra (1946-51), assemelhava-se à Constituição democrática de
1934. Suas principais diferenças em relação àquela eram o
restabelecimento do cargo de vice-presidente, a extinção dos deputados
classistas e o mandato presidencial de cinco anos, continuando vedado o
direito à reeleição.
Resposta: A
4. (GAMA FILHO) – O segundo governo Vargas (1951-54), que
terminou com o suicídio do presidente, pode ter seu desenrolar político
sintetizado
a) pelo apoio dos Estados Unidos, beneficiados pela política brasileira
de industrialização.
b) pela oposição sistemática dos setores partidários do liberalismo
econômico, liderados pela UDN.
c) pela maioria parlamentar dos partidos com base eleitoral nas
cidades, como o PSD.
d) pela unidade da cúpula das Forças Armadas, em seu esforço para
dar sustentação ao governo.
e) pela desvinculação do presidente em relação aos partidos, pois
preferia apoiar-se na lealdade do povo.
RESOLUÇÃO:
O segundo governo constitucional de Vargas foi marcado pela forte
oposição dos setores politicamente conservadores (mas liberais no plano
econômico), particularmente da grande imprensa e da União Democrática
Nacional — descontentes com o populismo e o nacionalismo econômico
varguistas.
Resposta: B
3. (FGV) – A gestão do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-51) foi
marcada pela adoção de medidas que visavam modernizar aspectos da
vida do País. Entre essas medidas, pode ser destacada
a) a promulgação de uma nova Constituição que seguiu os princípios
democráticos, estabelecendo o voto secreto e estendendo esse direito
às mulheres e aos analfabetos.
b) a aproximação do Brasil com a União Soviética e demais países do
bloco socialista, em função do grande prestígio dos parlamentares
ligados ao PCB.
c) a extinção do corporativismo, com a regulamentação de centrais
sindicais livres da tutela do Estado e financiadas exclusivamente pelas
contribuições de seus filiados.
d) a implantação de um plano de metas (Plano Salte) que visava
atender às necessidades da industrialização e do abastecimento
doméstico.
e) a recusa de incluir o Brasil na Organização dos Estados Americanos, por ser esta última um instrumento da hegemonia norte-americana.
5. (FATEC) – Analise as proposições a seguir, referentes ao governo
de Juscelino Kubitschek.
I – Baseou-se em dois conceitos-chave: o nacionalismo e o desenvolvimentismo.
II – Elaborou um Plano de Metas que apontava, como áreas
prioritárias dos investimentos estatais, os setores de energia,
alimentação, educação, transportes e indústrias de base.
III – Implantou a reforma agrária, o que desagradou a elite
latifundiária brasileira.
IV – Apesar de populista, favoreceu os setores empresariais ligados
direta ou indiretamente ao capital transnacional.
RESOLUÇÃO:
A política econômica liberal, adotada pelo governo Dutra (1946-51) em
sua fase inicial, consumiu as reservas cambiais brasileiras acumuladas
durante a Segunda Guerra Mundial, o que desequilibrou as contas
públicas e provocou deficit na balança comercial. Em 1949, o governo
optou pela volta ao intervencionismo por meio do Plano Salte, visando
desenvolver a saúde, a alimentação, os transportes e a energia no País.
Todavia, tais objetivos não puderam ser alcançados, em razão da
insuficiência de recursos disponíveis.
Resposta: D
RESOLUÇÃO:
A proposição III é falsa porque o governo JK não realizou a reforma
agrária; aliás, nada fez no sentido de alterar as relações sociais no campo.
Obs.: Embora o próprio JK se proclamasse nacionalista, essa afirmação
tem sido contestada por aqueles que criticam as grandes facilidades que
seu governo ofereceu aos capitais de origem externa.
Resposta: A
16 –
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as proposições I, II e IV são verdadeiras.
b) Apenas as proposições I e III são verdadeiras.
c) Apenas as proposições I, III e IV são verdadeiras.
d) Apenas as proposições II, III e IV são verdadeiras.
e) Todas as proposições são verdadeiras.
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RESOLUÇÃO:
A execução do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek acarretou
mudanças substantivas na economia brasileira. Contudo, o crescimento
industrial consolidou a dependência econômica do Brasil em relação ao
capital internacional. Outrossim, a ruptura de JK com o FMI obrigou o
governo a emitir papel-moeda para financiar projetos de infraestrutura
— o que daria início a um processo inflacionário somente revertido após
o Golpe de 64.
Resposta: E
7. (UFAM) – Analise as afirmações a seguir, referentes ao governo
do presidente Jânio Quadros (1961).
I – A política externa independente de Jânio buscava, apoiada pela
burguesia desenvolvimentista, ampliar o mercado externo para
produtos brasileiros, a fim de aliviar a crise econômica.
II – A política externa independente de Jânio, ao estabelecer ou
reforçar relações diplomáticas com países do campo socialista,
contrariou forças conservadoras que haviam apoiado a eleição do
presidente.
III – A política interna conservadora de Jânio, ao perseguir as forças de
esquerda e os sindicatos, tentava compensar a aproximação com os
países socialistas.
IV – Jânio prometia usar a "vassoura"— seu símbolo eleitoral — para
combater a corrupção e a especulação, evidenciando a sua postura
conservadora e sóbria, avessa ao populismo.
8. (FATEC) – “A posse de João Goulart na Presidência significava a
volta do esquema populista, em um contexto de mobilizações e
pressões sociais muito maiores do que no período Vargas. Os ideólogos
do governo e os dirigentes sindicais trataram de fortalecer o esquema.
O Estado seria o eixo articulador dessa aliança, cuja ideologia básica
era o nacionalismo e as reformas sociopolíticas denominadas ‘reformas
de base’.”
(FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo:
Edusp/FDE, 1996. p. 447.)
As “reformas de base” a que o texto se refere tinham como objetivo,
entre outros,
a) realizar uma ampla reforma tributária, elevando as taxas de juros
dos bancos privados nacionais e internacionais.
b) garantir o acesso de trabalhadores do campo à propriedade,
atendendo em parte às reivindicações dos sindicatos rurais.
c) vender aos trustes e cartéis internacionais algumas empresas
nacionais, como forma de obter receita para o Estado Brasileiro.
d) conceder a fazendeiros títulos de propriedade de terras que estavam
ocupadas há muito tempo por posseiros.
e) mudar a legislação eleitoral, com o objetivo de impedir a
candidatura de analfabetos aos cargos do Poder Executivo.
RESOLUÇÃO:
Entre as “reformas de base” propostas pelo governo Goulart, avultava a
reforma agrária reivindicada pelas organizações de trabalhadores rurais,
cuja ponta de lança eram as Ligas Camponesas do Nordeste, lideradas
por Francisco Julião. Complementarmente, a reforma bancária deveria
proporcionar créditos à população de baixa renda — o que incluiria o
campesinato.
Obs.: Outras reformas de base pretendidas por João Gulart eram a
tributária (maior taxação sobre os ricos), a eleitoral (direito de voto aos
analfabetos) e a universitária (participação de alunos na direção das
universidades).
Resposta: B
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
b) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras
c) Apenas as afirmações I e IV são verdadeiras.
d) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras.
e) Apenas as afirmações II e IV são verdadeiras.
RESOLUÇÃO:
A afirmação III é falsa porque Jânio não perseguiu os sindicatos nem os
grupos de esquerda. A afirmação IV é falsa porque Jânio Quadros
praticava um populismo de aparência, baseado em atitudes espalhafatosas
e anticonvencionais.
Resposta: A
– 17
HISTÓRIA B
6. O desenvolvimentismo marcou o governo de Juscelino Kubitschek.
Podemos considerar, como decorrência desta política,
a) a correção dos desequilíbrios regionais, beneficiando de forma
equitativa todas as áreas do País.
b) um processo de desenvolvimento autônomo, desvinculado das
influências do capital externo.
c) o fortalecimento dos Poderes Legislativo e Judiciário, em
detrimento da autoridade do Executivo.
d) a estabilização da moeda, pondo fim ao processo inflacionário que
corroía o salário dos trabalhadores.
e) notáveis índices de desenvolvimento industrial, acompanhados,
porém, de inflação e internacionalização da economia.
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MÓDULO
8
Estado Autoritário e Nova República
HISTÓRIA B
1. (FATEC) – Em 31 de março de 1964, o general Mourão Filho
iniciou em Minas Gerais um movimento de tropas em direção ao estado
da Guanabara. Movimentações semelhantes ocorreram em outros
estados. Em 02 de abril, sem qualquer resistência do governo, da
população ou de militares legalistas, João Goulart foi deposto da
Presidência da República. A justificativa dos militares para a derrubada
de Jango foi a seguinte:
a) Jango estava transformando o Brasil em uma república sindicalista
e comunista, seguindo o modelo cubano.
b) Jango pretendia realizar reformas que prejudicavam os setores
exportadores de mercadorias para Cuba e China.
c) Jango estava se desviando da “revolução redentora” ao não querer
implantar a reforma agrária aprovada pelo Congresso.
d) Jango havia realizado a reforma agrária, desapropriando latifúndios
de empresas norte-americanas, sem no entanto indenizá-las.
e) Jango não obedeceu a uma resolução do Supremo Tribunal Federal
que regulamentava a Lei de Remessa de Lucros.
3. (MACKENZIE) – “O movimento estudantil funcionou como
principal porta-voz dos descontentamentos da sociedade frente ao
regime militar. Em 28 de março de 1968, o estudante secundarista
Edson Luís Lima Souto foi morto por policiais que reprimiam uma
manifestação pacífica em defesa de um restaurante universitário em
vias de ser fechado.”
RESOLUÇÃO:
O golpe militar de 31 de março de 1964 foi uma consequência da crise do
populismo, da conjuntura da Guerra Fria e da polarização ideológica
entre a esquerda reformista e a direita conservadora, que acusava Jango
de querer transformar o País em uma república sindicalista de cunho
marxista.
Resposta: A
RESOLUÇÃO:
A morte do estudante Edson Luís, ocorrida no restaurante universitário
carioca conhecido como “Calabouço”, gerou o protesto denominado
“Passeata dos Cem Mil”.
Resposta: B
2. “Valendo-se da suspensão das garantias constitucionais, o
Executivo arrogou-se a prerrogativa de cassar mandatos eletivos,
suspender os direitos políticos de cidadãos e anular a estabilidade dos
funcionários públicos civis e militares. Criou-se a figura do ‘cassado’ –
termo depreciativo pelo qual se designaram, por mais de uma década,
as vítimas do regime. Entre 1964 e 1966, cerca de 2 mil funcionários
públicos foram demitidos ou aposentados compulsoriamente, e 386
pessoas tiveram seus mandatos cassados e/ou viram-se com os direitos
políticos suspensos por dez anos.”
(GASPARI, Elio. A ditadura envergonhada. São Paulo:
Companhia das Letras, p.130-131. 2002 – Adaptado.)
A partir do texto, indique a alternativa que contém o instrumento
utilizado pelo regime militar para promover as cassações e
aposentadorias compulsórias de cidadãos brasileiros.
a) A Constituição de 1946.
b) Os Atos Institucionais.
c) As leis ordinárias.
d) O Congresso Nacional.
e) As medidas provisórias.
RESOLUÇÃO:
O poder de cassar mandatos eletivos, suspender direitos políticos por 10
anos e determinar a aposentadoria compulsória de funcionários públicos,
foi atribuído ao governo militar pelo Ato Institucional n.º 1 (1964), sendo
reiterado pelo AI-2 (1965) e AI-5 (1968). Os Atos Institucionais, criados
pelo regime militar, eram decisões do Executivo que se sobrepunham à
própria Constituição e contra as quais não cabiam providências judiciais.
Resposta: B
18 –
(Brasil Nunca Mais – Um Relato para a História.)
Os acontecimentos descritos provocaram um célebre protesto contra a
morte de Edson Luís, contra a política econômica vigente e contra as
medidas restritivas à liberdade de manifestação. Identifique-o entre as
alternativas abaixo.
a) Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo.
b) Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro.
c) As greves do ABC Paulista, lideradas pelo novo sindicalismo.
d) A campanha das “Diretas Já”, em várias capitais brasileiras.
e) O Comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro.
4. “A vigência do AI-5, os limites impostos à instituição parlamentar,
a repressão política, a censura prévia e a ação privilegiada do Executivo
evidenciam a predominância, em relação ao Estado, da função
coercitiva que potencializa toda uma rede de mecanismos de sujeição,
acionados em lugares estratégicos do corpo social, da fábrica ao
aparelho escolar. Em nome do desenvolvimento e dos ideais do
Ocidente, promove-se a criminalização da atividade política.”
(Heloísa B. de Hollanda e Marcos A. Gonçalves.
Cultura e participação nos anos 60, p. 93.)
O texto descreve
a) o processo de abertura política do regime militar.
b) o fortalecimento do coronelismo após o Golpe de 64.
c) a implementação da censura durante o regime populista.
d) o endurecimento do regime militar a partir de 1968.
e) a adoção do regime parlamentarista entre 1961 e 1963.
RESOLUÇÃO:
O Ato Institucional n.º 5, de 13 de dezembro de 1968, posto em vigor pelo
marechal-presidente Costa e Silva, serviu de base legal para o endurecimento do regime militar e para as ações repressivas que se seguiriam
até o governo Geisel.
Resposta: D
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Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmações I e II são verdadeiras.
b) Somente as afirmações I e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmações II e III são verdadeiras.
d) Todas as afirmações são verdadeiras.
e) Todas as afirmações são falsas.
RESOLUÇÃO:
A afirmação III é falsa porque o presidente eleito em sucessão a João
Figueiredo foi Tancredo Neves, que não chegou a tomar posse por ter sido
hospitalizado. Ademais, Figueiredo não “transmitiu o cargo” ao vice-presidente eleito José Sarney, pois saiu do Palácio do Planalto pela porta dos
fundos, antes da chegada de seu sucessor.
Resposta: A
6. A respeito da Constituição de 1988, é correto afirmar que
a) o direito de promover ações de inconstitucionalidade foi retirado
do Ministério Público, que se enfraqueceu.
b) o direito de voto foi assegurado a todos os brasileiros e brasileiras,
a partir dos dezesseis anos, desde que alfabetizados.
c) os direitos civis foram amplamente assegurados, sendo a prática de
racismo classificada como crime inafiançável.
d) o direito de intervenção do poder público nos sindicatos foi
assegurado, aumentando o controle do Estado sobre os trabalhadores.
e) o direito à informação ampliou-se, ainda que o governo possa impor
censura prévia à imprensa.
RESOLUÇÃO:
A Constituição de 1988 tem sido chamada de “Constituição Cidadã”
porque consolidou os direitos inerentes à cidadania. Assim, além de
ampliar direitos políticos (voto dos analfabetos e dos menores entre 16 e
18 anos) e sociais (mais direitos trabalhistas), reforçou os direitos civis e
o combate às várias formas de discriminação – inclusive racial.
Resposta: C
7. Após o impeachment de Fernando Collor, Itamar Franco assumiu a
Presidência, afirmando que sua meta era combater a pobreza, a inflação
e a recessão. Sobre o governo de Itamar, é correto afirmar que
a) o desemprego e a miséria diminuíram, graças à adoção de uma
política direcionada fundamentalmente para o social.
b) os erros políticos, administrativos e econômicos cometidos pelo
presidente geraram incertezas quanto ao futuro do País.
c) conseguiu reduzir consideravelmente a taxa inflacionária do País,
graças à adoção do Plano Real.
d) decretou a moratória da dívida externa, com o objetivo de aumentar
as reservas cambiais do País.
e) pôs em prática o Plano Cruzado, que bloqueou os ativos financeiros
das pessoas físicas e jurídicas.
RESOLUÇÃO:
O Plano Real, posto em vigor em 1994, conseguiu a curto prazo aquilo
que nenhum plano econômico anterior alcançara: a derrubada consistente
da inflação. A chave desse sucesso foi, grosso modo, a desindexação da
economia, isto é, o fim da correlação automática entre salários, tarifas e
preços, de um lado, e os índices de inflação, do outro.
Resposta: C
8. (UFBA-adaptada) – Analise os itens a seguir, referentes a questões
relevantes do Brasil atual, assinalando V (verdadeiro) ou F (falso).
1. As privatizações de empresas estatais tem sido apresentada pelos
governos brasileiros – sobretudo o de FHC – como medidas necessárias
para reduzir os gastos com a máquina governamental, conter o deficit
público e aumentar a eficiência e produtividade dos serviços.
2. O neoliberalismo, adotado pelos governos brasileiros desde a
década de 1990, preconiza a intervenção e o controle do Estado sobre
a economia e as atividades sindicais.
3. A participação no Mercosul tem proporcionado ao Brasil uma
ampliação significativa de sua produção industrial e a consequente
expansão do mercado de trabalho.
4. A crise no setor de saúde pública, responsável pelo precário
atendimento às camadas populares, contrasta com os avanços
verificados na medicina e na odontologia nacionais.
5. O crescimento do contingente dos sem-terra decorre do aumento
do desemprego urbano, da concentração fundiária e da lentidão do
Estado na aplicação de projetos de reforma agrária.
RESOLUÇÃO:
O item 2 é falso porque o neoliberalismo tem como um de seus
fundamentos a redução da presença do Estado na economia, levando à
privatização de empresas estatais e à flexibilização das relações
trabalhistas.
Resposta: 1 – V; 2 – F; 3 – V; 4 – V; 5 – V.
– 19
HISTÓRIA B
5. (MACKENZIE) – Considere as afirmações a seguir, referentes aos
governos militares brasileiros.
I - Quando o marechal Costa e Silva se afastou da Presidência por
motivo de saúde, o poder foi assumido interinamente pelos ministros
das Três Armas.
II - O governo de Garrastazu Médici (1969-74) representou a fase
mais autoritária da ditadura militar, mas também se distinguiu pela
ocorrência do “Milagre Brasileiro”.
III - O presidente João Batista Figueiredo (1979-85) consolidou a
abertura política e, ao final de seu governo, transmitiu o cargo a José
Sarney, eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral.
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MÓDULO
9
Grécia Antiga
1. A educação dos jovens espartanos era extremamente rígida. Nela,
a xenofobia e o laconismo constituíam aspectos marcantes, pois
a) preservariam a cultura de Esparta e seu ideal de dominação sobre o
Mundo Grego.
b) manteriam a superioridade cultural de Esparta sobre as demais
cidades da Grécia.
c) evitariam as influências externas e o desenvolvimento do espírito
crítico.
d) reforçariam a dominação sobre os hilotas, considerados inferiores
aos espartíatas.
e) permitiriam que os espartanos deixassem a atividade militar para
se dedicarem à agricultura.
HISTÓRIA B
RESOLUÇÃO:
A aversão aos estrangeiros (o que incluía os demais gregos) era uma forma
de preservar a estrutura social e política de Esparta. O laconismo, por sua
vez, geralmente é entendido como um meio de limitar o vocabulário dos
espartanos e sua capacidade de formular raciocínios complexos, inibindo
com isso o espírito crítico.
Resposta: C
2. (UFC) – “Na cidade grega antiga, ser cidadão não significava
apenas fazer parte de uma entidade ‘nacional’, mas também participar
de uma vida comum.”
(MOSSÉ, Claude. O cidadão na Grécia antiga.
Lisboa: Edições 70, 1999, p. 51.)
Tomando por base a afirmativa acima, pode-se compreender que, para
o cidadão grego, a vida na pólis significava
a) romper com a religião e os mitos tradicionais, adotando o modo de
vida racional proposto pelos filósofos e disseminando a filosofia e a
democracia em todas as cidades-Estado.
b) suprimir todas as tiranias e oligarquias, concretizando o antigo ideal
helênico de unificar as cidades-Estado no plano econômico, político,
militar, religioso e cultural.
c) ocupar pelo menos uma magistratura ao longo da vida, pois o
exercício da política por todos os cidadãos representava a garantia do
bem-estar social e da manutenção da democracia.
d) fazer parte de um corpo de dirigentes, cujas decisões contribuiriam
para manter a influência econômica e política das famílias detentoras
das grandes propriedades rurais.
e) integrar uma comunidade que visasse ao bem comum, tomando
decisões políticas e adotando práticas religiosas que buscavam obter
benefícios dos deuses protetores da cidade.
RESOLUÇÃO:
Embora nem todas as pólis seguissem o modelo democrático de Atenas,
valorizavam sempre a ideia de que os cidadãos integravam a comunidade
e tinham deveres cívicos e militares para com sua cidade. Curiosamente,
apesar da visão antropocêntrica e do pensamento lógico dominantes entre
os gregos, a religião continuava a ter um peso considerável na tomada de
decisões.
Resposta: E
20 –
3. (UFPEL) – “O regime era oligárquico. Os pobres, chamados de
‘sextanários’, trabalhavam nos domínios dos ricos com a condição de
guardar para si apenas 1/6 da colheita. Quando contraiam empréstimos,
oferenciam-se a si mesmos como caução; e, se não pagassem a dívida,
eram reduzidos à escravidão, juntamente com sua família. O povo não
possuía nenhum direito e por isso revoltou-se contra os nobres. Após
violenta e demorada luta, as duas partes concordaram em eleger Sólon,
chefe do partido popular, para o cargo de arconte, afim de arbritrar a
questão. Ele libertou o povo, proibindo que os empréstimos tivessem
pessoas como caução, e aboliu a escravidão por dívidas.”
(FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história.
Lisboa: Plátano, 1975 – Adaptado.)
O texto refere-se à atuação de Sólon em Atenas, quando foi instituída
uma legislação
a) eclética e cosmopolita.
b) imperialista e xenófoba.
c) mercantil e agrária.
d) democrática e conservadora.
e) reformista e progressista.
RESOLUÇÃO:
As reformas de Sólon tiveram um caráter progressista, pois reduziram o
poder dos eupátridas (Aristocracia Fundiária), deram força política à
camada mercantil (criação de um regime cencitário) e melhoraram as
condições das camadas pobres (fim da escravidão por dívidas), além de
promoverem o desenvolvimento de Atenas (concessão da cidadania à
artesãos que se estabelecessem na cidade).
Resposta: E
4. (UEG) – O filme Trezentos, que fez grande sucesso em 2007,
aborda uma das batalhas mais importantes das Guerras Médicas (490449 a.C.). Esse longo conflito
a) foi causado pelo expancionismo do Império Persa, que ambicionava
impor sua dominação sobre a Grécia.
b) enfraqueceu as cidades-Estado gregas e persas, facilitando o
domínio macedônico sobre a região.
c) resultou na dominação dos gregos sobre a Pérsia e na expansão da
cultura helênica pelo Oriente.
d) consolidou a unificação de medos e persas, os quais impuseram sua
supremacia aos povos da vizinha Mesopotâmia.
e) deu início ao processo expansionista helênico que culminaria na
conquista de territórios romanos pelos gregos.
RESOLUÇÃO:
O Império Persa criado por Ciro, o Grande, além de englobar as cidades
helênicas da Ásia Menor, alcançou os Mares Egeu e Negro, dominados na
época pelo comércio praticado pelos gregos. Visando assumir o controle
dessas áreas e eliminar seus rivais comerciais, o rei persa Dario I atacou a
Grécia, dando início às Guerras Médicas.
Resposta: A
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RESOLUÇÃO:
As Guerras Médicas, também conhecidas como Guerras Greco-Pérsicas
(490-449 a.C.), foram travadas entre gregos e persas (na época também
chamados de “medos”) pelo controle do comércio nos Mares Egeu e Negro.
O embate concluiu-se com a vitória dos gregos e abriu espaço para o
apogeu da cidade de Atenas.
Resposta: E
c) a suspensão dos contatos entre Oriente e Ocidente, provocando a
retração do comércio no Mediterrâneo.
d) a fusão de elementos culturais gregos com outros de origem
oriental.
e) o recuo da cultura helênica em relação aos valores orientais, dando
origem à civilização romanística.
RESOLUÇÃO:
O principal legado das conquistas de Alexandre Magno foi a cultura
helenística — fusão de elementos gregos e orientais, com predominância
dos primeiros, resultante dos esforços empreendidos pelo conquistador
para dar consistência a seu império.
Resposta: D
HISTÓRIA B
5. (UNIP) – No século V a.C., o território grego foi atacado por um
inimigo que pôs em risco a soberania das cidades-Estado. Assinale a
alternativa que especifica esse inimigo e o conflito em questão.
a) Romanos – Guerras Mediterrâneas.
b) Cretenses – Guerras Creto-Micênicas.
c) Macedônios – Guerras Filípicas.
d) Cartagineses – Guerras Púnicas.
e) Persas – Guerras Médicas.
8. (UNESP-2011)
6. (FGV) – A Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), que teve
importância fundamental na evolução histórica da Grécia Antiga, resultou, entre outros fatores,
a) da disputa comercial entre Atenas e as demais cidades da Confederação de Delos.
b) do esforço empreendido pelos persas para eliminar a influência
grega na Ásia Menor.
c) de um conflito entre duas formações político-sociais antagônicas: a
espartana, oligárquica e a ateniense, democrática.
d) das manobras de Esparta para consolidar sua hegemonia sobre as
ilhas do Mar Egeu.
e) do projeto ateniense de constituir um império marítimo no
Mediterrâneo, em detrimento de Esparta.
RESOLUÇÃO:
A Guerra do Peloponeso foi sobretudo o confronto de hegemonias: a de
Atenas, exercida sobre a maior parte da Grécia por meio da Liga de Delos;
e a de Esparta, líder da Liga do Peloponeso e decidida oponente do
expancionismo ateniense. Embora envolvesse todo o Mundo Grego e, em
sua fase final, tenha sofrido a intromissão dos persas, a Guerra do
Peloponeso pode ser interpretada, basicamente, como um choque entre
duas formações políticas, sociais e econômicas antagônicas: a ateniense e
a espartana.
Resposta: C
7. O império criado por Alexandre Magno não sobreviveu a seu
fundador, tendo sido partilhado entre os principais generais macedônios. Assim, o legado maior de Alexandre foi
a) a introdução dos conceitos democráticos gregos entre os povos do
Oriente Próximo.
b) um retrocesso cultural que levou os povos do Oriente a mergulhar
em uma fase de obscurantismo.
(Templo da Concórdia em Agrigento, Itália.)
O Templo da Concórdia, construído no sul da Sicília durante o século
V a.C., constitui um exemplo da
a) arte românica, caracterizada pelos arcos de meia volta e pela
inspiração religiosa politeísta.
b) arquitetura clássica, difundida pelos macedônios na região ao longo
do processo de helenização empreendido por Alexandre Magno.
c) arte etrusca, oriunda do norte da Península Itálica e desenvolvida no
Mediterrâneo, dentro do processo da expansão romana.
d) arquitetura dórica, levada à região pelos gregos, dentro da expansão
mediterrânica e colonização da chamada “Magna Grécia”.
e) arte gótica, marcada pela verticalização das construções e pela
sugestão de ascensão dos homens ao Reino dos Céus.
RESOLUÇÃO:
As colunas mostradas na ilustração pertencem ao estilo dórico, mais
despojado que os estilos jônico e coríntio — todos eles característicos da
arquitetura grega antiga. Agrigento, assim como outras cidades da Sicília
e da Magna Grécia (Sul da Península Itálica), localizava-se em uma área
colonizada por um ramo dos dórios que migrou para oeste, durante a
Segunda Diáspora Grega.
Resposta: D
– 21
REVISAO 1_B_Hist_Prof Lis 12/08/11 09:22 Página 22
MÓDULO
10
Roma Antiga
1. (FGV) – “Como tudo entre nós depende não de uma minoria, mas
de todo o povo, quando se trata de resolver as questões de cada um
todos são iguais perante a lei. Quando se trata de escolher entre uma
pessoa e outra para posições de responsabilidade pública, o que vale
não é o fato de pertencer a determinada classe, mas o mérito real que
o homem possui.”
“Se alguém atentar contra os tribunos da plebe, terá a cabeça imolada
a Júpiter e todos os seus bens serão vendidos em benefício dos
templos.”
HISTÓRIA B
Os dois textos se referem, respectivamente,
a) à oligarquia espartana e à República Romana.
b) à democracia ateniense e à oligarquia espartana.
c) à democracia ateniense e à República Romana.
d) à democracia ateniense e ao Império Romano.
e) ao Império Romano e à oligarquia espartana.
3. (FGV) – “Para ganhar o favor popular, o candidato deve conhecer
os eleitores por seu nome, elogiá-los e bajulá-los, ser generoso, fazer
propaganda e levantar-lhes a esperança de um emprego no governo.
Talvez sua renda privada não atinja todo o eleitorado; mas seus amigos
poderão ajudá-lo a agradar a plebe. Faça com que os eleitores falem e
pensem que você os conhece bem, que mesmo antes do amanhecer sua
casa está cheia de amigos, que todas as classes são suas aliadas, que
você fez promessas para todo mundo e as cumpriu.”
(Marco Túlio Cícero, Notas sobre as eleições.)
As práticas políticas na Roma Antiga nos fazem refletir sobre as atuais.
As palavras de Cícero (106-43 a.C.) evidenciam
a) a concessão de favores pelos eleitores, a fim de cativar os candidatos.
b) a necessidade de coagir o eleitorado para conseguir seu apoio.
c) o desinteresse do povo diante do poder econômico dos candidatos.
d) a existência de relações clientelistas entre eleitores e candidatos.
e) a pouca importância das relações pessoais para o sucesso eleitoral.
RESOLUÇÃO:
O primeiro trecho foi extraído de um discurso de Péricles, que governou
Atenas no apogeu da democracia instituída por Clístenes. O segundo se
refere à criação do cargo de tribuno da plebe — primeira concessão feita
pelo Senado aos plebeus durante a República Romana.
Resposta: C
RESOLUÇÃO:
Nos primeiros séculos de Roma, “clientes” eram parentes distantes dos
patrícios que, em troca de proteção, lhes davam apoio político. Com o
passar do tempo, as relações de clientela estenderam-se para além dos
laços de parentesco, e até hoje são entendidas como obtenção de votos em
troca de favores.
Resposta: D
2. Na história da República Romana, as principais reivindicações da
plebe, em seu conflito com os patrícios, diziam respeito
a) à existência de leis orais, à proibição do casamento interclasses e à
escravidão por dívidas.
b) aos baixos salários que recebiam por seu trabalho, tanto no campo
como nas atividades urbanas.
c) à institucionalização da “política do pão e circo” e à revogação da
Lei das XII Tábuas.
d) à obrigatoriedade do serviço militar e ao êxodo dos pequenos
proprietários rurais.
e) à pretensão dos “homens novos” ou equestres a participar das
decisões do Senado.
4. (FGV) – Avalie as afirmações a seguir, relativas à República
Romana (509-27 a.C.).
I – Nos primeiros tempos da República, a sociedade era composta
por duas camadas: patrícios e escravos.
II – Os escravos, pouco numerosos no início da República,
multiplicaram-se em decorrência das guerras de conquista.
III – Os principais cargos executivos da República eram os cônsules,
os pretores e os tribunos da plebe.
IV – A primeira conquista da plebe foi o direito de eleger um
representante junto ao Senado.
V – O expansionismo romano trouxe benefícios para os plebeus, os
quais passaram a vender trigo para as regiões conquistadas.
RESOLUÇÃO:
As reivindicações mencionadas foram atendidas, respectivamente, pela Lei
das XII Tábuas, pela Lei Canuleia e pela Lei Licínia.
Resposta: A
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmações I, II e III são verdadeiras.
b) Apenas as afirmações I, III e IV são verdadeiras.
c) Apenas as afirmações I, IV e V são verdadeiras.
d) Apenas as afirmações II, III e IV são verdadeiras.
e) Apenas as afirmações II, IV e V são verdadeiras.
RESOLUÇÃO:
A afirmação I é falsa por que a sociedade romana, em seus primórdios,
era formada por patrícios e plebeus. A afirmação V é falsa por que o
expansionismo romano prejudicou a plebe, marginalizando-a economica,
social e politicamente.
Resposta: D
22 –
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7. Durante séculos, os romanos divertiram-se com a atuação dos
gladiadores nos espetáculos públicos. Esses gladiadores eram
recrutados principalmente entre
a) militares profissionais.
b) atletas que se destacavam em competições.
c) servos das propriedades patrícias.
d) escravos das áreas dominadas.
e) heróis das guerras de conquista.
RESOLUÇÃO:
Os gladiadores eram escravos especialmente preparados para combater
entre si ou contra feras em espetáculos públicos, dentro da “política do
pão e circo” institucionalizada pelo Estado Romano.
Resposta: D
HISTÓRIA B
5. (UEL) – A expansão imperialista de Roma resultou, a partir do
século II a.C., na utilização do trabalho escravo em grande escala e no
aumento significativo do número de plebeus desocupados. A estes
juntaram-se levas de pequenos agricultores arruinados, provocando o
inchaço das cidades — notadamente de Roma. Para amenizar esse
problema social, o Estado passou a conceder subsídios à plebe, sob a
forma de
a) terras e implementos agrícolas para os pobres, de acordo com a
proposta de reforma agrária feita pelos Gracos.
b) dinheiro para a aquisição de roupas e alimentos, para minimizar os
efeitos da carestia que assolava a República.
c) grãos a preços baixos e espetáculos de arena gratuitos, dentro da
“política do pão e circo”.
d) sementes, instrumentos agrícolas e escravos para o cultivo de terras
na Sicília e no Norte da África.
e) estímulos à emigração e fundação de colônias fora do território
romano, para diminuir a pressão demográfica.
RESOLUÇÃO:
A “política do pão e circo”, inicialmente praticada pelos “homens novos”
ou cavaleiros, acabou sendo institucionalizada pelo Estado Romano como
forma de controlar a plebe, evitando revoltas sociais.
Resposta: C
6. (UNESP) – "O vínculo entre os legionários e seu comandante
progressivamente assemelhou-se ao existente entre patrão e clientes na
vida civil: a partir de Mário e Sila, os soldados procuravam os seus
generais para a reabilitação econômica e os generais usavam os
soldados para incursões políticas."
(Perry Anderson, Passagem da Antiguidade ao Feudalismo – Adaptado.)
O texto oferece subsídios para a compreensão
a) da crise da República Romana.
b) da implantação da monarquia etrusca.
c) do declínio do Império Romano.
d) da ascensão do Império Bizantino.
e) do fortalecimento do Senado.
RESOLUÇÃO:
Em 109 a.C., Mário – então ditador em Roma – promoveu uma importante
reforma no Exército, profissionalizando-o e estabelecendo um
engajamento de 25 anos para os soldados. A partir de então, a organização
militar de Roma ganhou coesão e as relações entre comandantes e
comandados tornaram-se mais sólidas. No quadro da crise da República,
generais ambiciosos passaram a intervir na política, usando o Exército
como instrumento de pressão sobre o Senado.
Resposta: A
8. (FUVEST) – Várias razões explicam as perseguições sofridas pelos
cristãos no Império Romano. Entre elas,
a) sua oposição à religião do Estado e a negação do caráter divino do
imperador.
b) a publicação do Edito de Milão, que intensificou a repressão aos
seguidores da nova religião.
c) o surgimento de heresias como o arianismo, que negava a natureza
divina de Jesus Cristo.
d) a organização de concílios ecumênicos, com o objetivo de definir
a doutrina cristã.
e) o fortalecimento do paganismo pela ação de Diocleciano, que
mandou martirizar milhares de cristãos.
RESOLUÇÃO:
Sendo uma religião monoteísta, o cristianismo rejeitava o politeísmo grecoromano, bem como o culto à divindade do imperador. Outro fator para as
perseguições aos cristãos foi o caráter subversivo atribuído à nova religião,
por causa de sua grande penetração junto às camadas populares.
Resposta: A
– 23
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MÓDULO
11
Alta Idade Média
HISTÓRIA B
1. Assinale a alternativa correta sobre os reinos bárbaros surgidos em
terras do antigo Império Romano do Ocidente.
a) Todos os Estados bárbaros implantados na região foram evangelizados, o que propiciaria à Europa Ocidental uma certa unidade
cultural já nos primeiros séculos da Idade Média.
b) Os reinos dos vândalos e dos ostrogodos, formados respectivamente
na África do Norte e na Itália, conseguiram resistir à chamada
“Reconquista de Justiniano”.
c) Carlos Magno fundiu francos, anglo-saxões e visigodos no
chamado “Sacro Império Romano-Germânico”, cuja existência se
prolongaria por mais de oito séculos.
d) Sob a liderança de Átila, os hunos, que não eram de origem
germânica, fundaram o Estado bárbaro mais longevo de todos os que
sucederam ao Império Romano.
e) O Reino da Inglaterra, criado pelos anglo-saxões, estendeu sua
dominação à Escócia e ao País de Gales, o que daria à Grã-Bretanha a
unidade política que ela preserva até os dias de hoje.
RESOLUÇÃO:
A Igreja foi a única instituição que sobreviveu à conquista do Império
Romano do Ocidente pelos germanos, em 476. Tão logo lhe foi possível, ela
deu início à conversão dos bárbaros, estendendo esse trabalho de
evangelização para além das antigas fronteiras romanas e alcançando,
por exemplo, a Irlanda, a Escócia e a Holanda. O resultado seria dar certa
homogeneidade à Europa que emergiu, na Alta Idade Média, das ruínas
do Império Romano.
Resposta: A
2. (FMTM) – Sobre a época feudal, julgue as proposições a seguir.
I – Os servos da gleba, despossuídos dos meios de produção, eram
sustentados pelos senhores feudais por imposição da Igreja.
II – Embora o rei fosse o suserano da alta nobreza, o Estado feudal
deve ser entendido como descentralizado.
III – A posição do indivíduo era definida pelo nascimento, o que
caracterizava a sociedade feudal como estamental.
IV – A economia feudal era autárquica e desmonetizada, baseando-se
sobretudo em trocas naturais.
V – A Igreja combatia as desigualdades sociais e a exploração dos
camponeses por seus senhores.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as proposições I, II e III são verdadeiras.
b) Apenas as proposições I, III e IV são verdadeiras.
c) Apenas as proposições I, IV e V são verdadeiras.
d) Apenas as proposições II, III e IV são verdadeiras.
e) Apenas as proposições II, IV e V são verdadeiras.
24 –
RESOLUÇÃO:
A proposição I é falsa porque o sistema feudal baseava-se justamente na
exploração do trabalho servil, cabendo aos servos sustentar seus senhores
em troca de proteção. A proposição V é falsa porque a Igreja justificava
as desigualdades da sociedade feudal dividindo-a em três grupos, com
funções complementares: bellatores (nobreza feudal), oratores (clero) e
laboratores (servos).
Resposta: D
3. (MACKENZIE) – O feudalismo foi um sistema de organização
econômica, social e política que vigorou na maior parte da Europa entre
os séculos IX e XV. Seus fundamentos essenciais eram a propriedade
da terra e as relações de suserania e vassalagem. Analise as proposições
a seguir, relacionando-as com o feudalismo.
I – Hierarquização da sociedade em ordens ou “estados”: clero,
nobreza e terceiro estado.
II – Grande mobilidade social, decorrente das oportunidades de
enriquecimento propiciadas pelo comércio.
III – Predominância do trabalho escravo sobre o servil, recorrendo-se
à mão de obra assalariada nas épocas de crise.
IV – As relações de suserania e vassalagem estabeleciam compromissos recíprocos entre o rei e os nobres, ou entre os próprios nobres.
V – Obrigações consuetudinárias devidas pelos servos ao senhor,
geralmente pagas com gêneros.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as proposições I, II e III são verdadeiras.
b) Apenas as proposições I, III e IV são verdadeiras.
c) Apenas as proposições I, IV e V são verdadeiras.
d) Apenas as proposições II, III e IV são verdadeiras.
e) Apenas as proposições II, IV e V são verdadeiras.
RESOLUÇÃO:
A proposição II é falsa porque a sociedade feudal era estamental e
desmonetizada, com comércio pouco expressivo; tais circunstâncias
dificultavam grandemente a acumulação de riqueza. A proposição III é
falsa porque o feudalismo se embasava no trabalho servil, praticamente
inexistindo a escravidão e o trabalho assalariado.
Resposta: C
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RESOLUÇÃO:
O clero regular – formado por comunidades de monges – foi criado no
ocidente por São Bento de Núrsia (480-543). A Regra de São Bento (Regula
Sancti Benedicti), redigida em 529, que deu origem à Ordem Beniditina,
serviria de base para outras congregações religiosas medievais. Seus
princípios fundamentais eram a pobreza, a castidade, a obediência e a
dedicação à oração e ao trabalho. Recomendava ainda abrigar aos
viandantes, dar assistência aos pobres e preservar o conhecimento,
mantendo bibliotecas em que obras da Antiguidade e também mais
recentes eram conservadas e recopiadas.
Resposta: E
HISTÓRIA B
4. (UFC) – “Na sociedade medieval, a mulher era considerada inferior
ao homem, o que resultava em um cotidiano marcado pela hegemonia
masculina. Embora a Igreja afirmasse que homens e mulheres eram
igualmente objeto do amor de Deus, não poucos religiosos viam as
mulheres como agentes do Demônio.”
Com base nas informações acima e em outros conhecimentos a respeito
do tema, assinale a alternativa correta sobre a cultura e a sociedade
europeias na Idade Média.
a) A participação de mulheres na política da época demonstra que a
pretensa inferioridade feminina já era questionada.
b) A mentalidade vigente era marcada pelo ideário católico, o qual
definia o papel de homens e mulheres na sociedade.
c) A submissão feminina à autoridade masculina caracterizou a sociedade medieval como uma organização matriarcal.
d) A mulher, ainda que colocada em condição submissa diante do
homem, tinha grande influência sobre a Igreja Católica.
e) A condição feminina na sociedade feudal era fruto da influência do
pensamento racional vigente no período.
RESOLUÇÃO:
A supremacia masculina tem sido recorrente nas sociedades humanas,
salvo raríssimas excessões. A ideologia dominante na Europa Medieval,
formulada pela Igreja Católica, apontava a mulher como responsável pela
queda de Adão e agente do pecado da luxúria. E, sendo em tudo
considerada inferior ao homem, devia submeter-se a ele e dele receber
proteção. No entanto, houve algumas mulheres – embora poucas – que se
distinguiram na política da época.
Resposta: B
6. (UNIFESP) – “O mosteiro deve ser construído de tal forma que
todo o necessário (a água, o moinho, o jardim e os vários ofícios) seja
exercido em seu interior, de modo que os monges não sejam obrigados
a correr para fora, pois isso não seria nada bom para suas almas.”
(Regra elaborada por São Bento,
fundador da Ordem dos Beneditinos, em meados do século VI.)
5. (UEL) – Sobre a religiosidade medieval, é correto afirmar que
a) o cristianismo, duramente perseguido no Império Romano, após a
queda deste último difundiu-se pela Europa, sendo seus adeptos isentos
dos impostos pagos pelos idólatras.
b) a prática da bruxaria, muito disseminada nos meios eclesiásticos,
gerou uma reação dos fiéis que se corporificaria na Reforma
Protestante e levaria à renovação da experiência cristã.
c) o ateísmo foi combatido pelo Tribunal da Inquisição, o que fez os
descrentes desaparecerem do cenário europeu até o surgimento do
iluminismo, no século XVIII.
d) a ativa participação dos leigos nas instituições da Igreja, estimulada
pelo próprio Papado veio a fortalecer os laços entre a hierarquia
eclesiástica e os fiéis a ela subordinados.
e) o isolamento monástico foi uma importante característica da vida
religiosa medieval, destacando-se nesse aspecto a Ordem Beneditina,
defensora da dedicação à oração e ao trabalho.
O texto revela
a) desprezo pelo trabalho, pois o mosteiro contava com os camponeses
para sobreviver e satisfazer suas necessidades materiais.
b) indiferença pelo trabalho, pois a ordem se preocupava com a
salvação espiritual e não com os bens terrenos.
c) a valorização do trabalho – historicamente inédita – visto que os
próprios monges deviam prover sua subsistência.
d) a presença, entre os monges, de valores germânicos baseados na
ociosidade dos dominadores e no trabalho dos dominados.
e) o fracasso da tentativa dos monges em estabelecer comunidades
que, visando à salvação da alma, se isolavam do mundo.
RESOLUÇÃO:
São Bento de Núrsia foi o fundador do clero regular no Ocidente. Seu
objetivo era criar comunidades autossuficientes de monges, as quais
poderiam, dessa forma, isolar-se da sociedade laica — ao contrário do que
fazia o clero secular. Para alcançar essa autossuficiência, seria necessário
que os monges trabalhassem em diversos misteres, paralelamente a seus
exercícios religiosos.
Resposta: C
– 25
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7. (UECE) – Sobre os fundamentos do Islão, assinale a alternativa
correta.
a) Trata-se de uma religião politeísta que surgiu no final do século IV
d.C. e tem em Maomé seu principal mártir.
b) Trata-se de uma religião monoteísta que surgiu no século X d.C. e
que tem Medina como principal cidade sagrada.
c) Trata-se de uma religião politeísta que surgiu no século I d.C. e tem
sua sede em Jerusalém.
d) Trata-se de uma religião monoteísta que surgiu no século VII d.C.
e tem no Alcorão seu livro sagrado.
e) Trata-se de uma religião dualista que surgiu no século IX d.C. e tem
no xiismo sua corrente principal.
HISTÓRIA B
RESOLUÇÃO:
O islamismo, fundado por Maomé no século VII d.C., é uma religião
monoteísta que reúne elementos judaico-cristãos, tradições árabes e
preceitos criados pelo próprio Maomé. Seu livro sagrado é o Corão ou
Alcorão.
Resposta: D
MÓDULO
12
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmações I e II são verdadeiras.
b) Somente as afirmações I e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmações II e III são verdadeiras.
d) Todas as afirmações são verdadeiras.
e) Nenhuma afirmação é verdadeira.
RESOLUÇÃO:
A afirmação II é falsa por que o Mediterrâneo Ocidental permaneceu
fechado ao comércio cristão durante a Alta Idade Média; sua reabertura
somente se deu nos séculos XI e XII, concomitantemente com a realização
das Cruzadas.
Resposta: B
Baixa Idade Média
1. "A todos que partirem e morrerem no caminho, em terra ou mar, ou
que perderem a vida combatendo os pagãos, será concedida a remissão
dos pecados."
(Conclamação do papa Urbano II para a Primeira Cruzada, feita no
Concílio de Clermont, 1095.)
Com relação às Cruzadas, é correto afirmar que
a) resultaram na reconquista da Palestina pelos cristãos, os quais
somente voltariam a perdê-la quando da expansão mongólica
comandada por Gengis Khan.
b) o apelo religioso para a conquista da Terra Santa, constantemente
estimulado pelos papas, foi o elemento dominante ao longo de todo o
movimento cruzadista.
c) o feudalismo europeu ganhou uma sobrevida de alguns séculos,
pois as riquezas resultantes de pilhagens praticadas no Oriente
fortaleceram os senhores feudais.
d) representaram, entre outros aspectos, um esforço para reduzir os
efeitos do crescimento demográfico experimentado pela Europa
Ocidental nos séculos XI e XII.
26 –
8. (UFRS) – Sobre o período histórico denominado “Alta Idade
Média”, considere as afirmações a seguir.
I – Na Europa Ocidental, a dignidade imperial foi restaurada pelo
papa na pessoa de Carlos Magno, rei dos francos.
II – As cidades continuaram a ser importantes centros econômicos e
culturais, graças à reabertura do Mar Mediterrâneo pelos cruzados.
III – A Europa cristã, fragilizada pelo declínio do Império Carolíngio,
foi vítima de invasões promovidas por escandinavos e sarracenos.
e) o cristianismo se fortaleceu, pois a luta conjunta contra os
mulçumanos fez com que a comunidade ortodoxa se reunificasse com
a Igreja Católica Romana.
RESOLUÇÃO:
O atendimento ao apelo do papa para a retomada de Jerusalém somente
foi possível porque a Europa Ocidental, nos séculos XI e XII, contava com
um excedente demográfico que estava provocando desequilíbrio entre a
produção feudal e o consumo. Provas desse excesso populacional foram a
Cruzada dos Mendigos e a Cruzada das Crianças, ocorridas à margem
das oito Cruzadas oficiais. Quanto ao fator religioso, tão presente na
Primeira Cruzada, sua intensidade arrefeceu nas expedições subsequentes,
quando foi igualado e até superado por outras motivações.
Resposta: D
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RESOLUÇÃO:
Durante a Baixa Idade Média, o Renascimento Comercial e Urbano
alterou as relações de produção nas cidades e também no campo; neste
último, as obrigações servis começaram a ser substituídas por pagamentos
em espécie e até mesmo pelo trabalho assalariado.
Resposta: E
4. (UNESP 2011) – “[Na Idade Média] Homens e mulheres gostavam
muito de festas. Isso vinha tanto das velhas tradições pagãs quanto da
liturgia cristã.”
(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007)
Sobre essas festas da Idade Média, podemos dizer que
a) muitos relatos do cotidiano medieval indicam que havia um
confronto entre as festas de origem pagã e as criadas pelo cristianismo.
b) os torneios eram as principais festas da época e quebravam as
distinções sociais entre senhores e servos, que se divertiam juntos.
c) a Igreja Católica apoiava todo tipo de comemoração popular,
mesmo quando se tratava do culto a alguma divindade pagã.
d) as festas rurais sempre representavam as relações sociais presentes
no campo, com a encenação do ritual da sagração de cavaleiros.
e) religiosos e nobres preferiam as festas privadas de origem pagã,
recusando-se a participar dos grandes eventos públicos cristãos.
RESOLUÇÃO:
A alternativa escolhida por eliminação, pois o texto transcrito limita-se a
relatar que, na Idade Média, homens e mulheres participavam de
festividades com origem tanto pagã quanto cristã, não esclarecendo a
posição da Igreja sobre tais eventos. Para responder a questão, seria
preciso saber que a Igreja geralmente condenava as festas de origem pagã
(daí a ideia de “confronto” presente na altenativa) e, na maioria dos casos,
acabou por integrá-las às comemorações cristãs.
Resposta: A
3. (UEL) – “Durante a Baixa Idade Média, a nobreza tornou-se mais
parasitária. Seus hábitos de consumo ampliaram-se e ficaram mais
refinados, o que exigia uma renda cada vez maior. Com isso, a
exploração dos servos tendeu a aumentar.”
O texto descreve uma das causas, na Europa Ocidental,
a) da crescente resistência da nobreza contra a autoridade monárquica.
b) do fortalecimento da autoridade real sobre o campesinato.
c) da decadência do comércio, levando à ruralização da economia.
d) do enfraquecimento das relações servis de produção.
e) da prosperidade econômica que antecedeu à Revolução Industrial.
RESOLUÇÃO:
O aumento das necessidades da nobreza senhorial produziu dois
resultados distintos, ambos prejudiciais à ordem econômica do feudalismo,
baseada nas relações servis de produção: em certas áreas, ocorreu um
enrijecimento na cobrança das obrigações servis, o que levou milhares de
servos a fugir para as cidades; em outras, as antigas obrigações devidas in
natura foram substituídas por pagamentos em espécie, conseguidos com a
venda dos produtos agrícolas pelos próprios camponeses.
Resposta: D
5. (FUVEST) – As comunas medievais caracterizaram-se
a) pelo radicalismo político, com tendência ao anticlericalismo e ao
republicanismo.
b) pela autonomia das cidades, expressada por meio de governo, legislação e símbolos próprios.
c) pela intensificação do clericalismo, resultando no reforço da
autoridade papal.
d) pelo fortalecimento da autoridade dos senhores feudais sobre os
núcleos urbanos.
e) pelo aumento do número de marginalizados que se dedicavam à
prática do banditismo.
RESOLUÇÃO:
O movimento comunal, que marcou principalmente a França e a
Alemanha na Baixa Idade Média, foi o responsável pela emancipação de
numerosas cidades em relação à tutela feudal, subordinando-as
diretamente à autoridade do rei ou do imperador.
Resposta: B
– 27
HISTÓRIA B
2. (MOSSORÓ) – No processo conhecido como “Renascimento
Comercial e Urbano”, que se desenvolveu entre os séculos XII e XV,
ocorreu
a) a decadência do sistema manufatureiro de produção.
b) a implantação do Sistema Colonial nas Américas.
c) a europeização do mundo, em decorrência da Expansão Marítima.
d) a substituição do modo de produção feudal pela tecnologia industrial.
e) a gradual substituição das relações servis pelo trabalho assalariado.
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6. (FUVEST) – A peste, a fome e a guerra constituíram os elementos
mais visíveis e terríveis do que se conhece como a “crise do século
XIV”. Como consequência dessa crise, ocorrida na Baixa Idade Média,
a) o movimento de reforma do cristianismo foi interrompido por mais
de um século, antes de reaparecer com Lutero e iniciar a Modernidade.
b) o campesinato, que estava em vias de conquistar sua liberdade,
permaneceu submetido às condições da servidão por mais um século.
c) o processo de centralização do poder político na pessoa do rei
intensificou-se, até alcançar o absolutismo, no início da Modernidade.
d) o feudalismo entrou em colapso no campo, mas manteve sua
dominação sobre a economia urbana até o fim do Antigo Regime.
e) a nobreza foi a camada social menos prejudicada pela crise do
século XIV, ao contrário do que ocorreu com a burguesia.
RESOLUÇÃO:
Interpretação de texto, o qual, aliás, reflete uma realidade anterior à
descrita no enunciado da questão. No início do século XII (época em que
viveu Bernad de Chartres), o conhecimento se pautava pela interpretação
de textos pré-existentes, geralmente de origem greco-romana. O
racionalismo e o espírito crítico, influenciados pela escolástica e pela
contribuição cultural árabe, ganhariam força nos séculos seguintes,
abrindo perspectivas para o Renascimento.
Resposta: B
HISTÓRIA B
RESOLUÇÃO:
Os primeiros sinais da crise do feudalismo começaram a manifestar-se
bem antes do século XIV, ou seja, nos séculos XI-XII, como se pode
depreender das Cruzadas, do Renascimento Comercial e Urbano e do
surgimento da burguesia. Mas foi a crise do século XIV, com a Guerra
dos Cem Anos, a Peste Negra e as fomes cíclicas, que enfraqueceu o
feudalismo de forma irreversível, intensificando o processo de centralização do poder nas mãos do rei.
Resposta: C
8. (UFPI) – “As universidades se originaram da associação entre
estudantes e mestres. Instaladas nas cidades mais importantes,
tornaram-se centros de estudos com vida própria, independentes da
autoridade da comuna (município), da interferência dos reis e, com o
passar do tempo, do próprio poder eclesiástico.”
(Cotrim)
7. (UFG) – "Somos anões carregados nos ombros de gigantes. Assim
vemos mais, e vemos mais longe do que eles, não porque nossa visão
seja mais aguda ou nossa estatura mais elevada, mas porque eles nos
carregam no alto e nos levantam acima de sua altura gigantesca."
(CHARTRES, Bernard de. [?-c.1130], in LE GOFF, Jacques.
Os intelectuais na Idade Média.
Rio de Janeiro: José Olímpio, 2003. p. 36.)
As universidades nasceram no Ocidente ao longo dos séculos XII e
XIII, dentro do Renascimento Urbano, estando ligadas ao desenvolvimento da escolástica e ao legado greco-árabe. O texto apresentado é
uma citação de um professor da Escola de Chartres, importante centro
científico do século XII, e expressa uma nova concepção acerca da
ciência e do conhecimento. Nessa perspectiva, conhecer significava
a) produzir um saber singular, que se diferenciasse da tradição
clássica.
b) desenvolver a tradição por meio de comentários dos textos herdados
da cultura antiga.
c) utilizar métodos científicos, por meio dos quais se pudesse alcançar
a verdade.
d) observar os fenômenos naturais para descobrir as leis que regiam
seu funcionamento.
e) cultivar o espírito racional por meio da refutação da autoridade dos
textos teológicos.
28 –
Sobre as universidades da Baixa Idade Média, é correto afirmar que
a) se incluem nas transformações resultantes do Renascimento
Comercial e Urbano.
b) os debates e questionamentos eram frequentes naquelas instituições
de ensino.
c) priorizavam o conhecimento científico, em detrimento do ensino
de Humanidades.
d) valorizavam o idealismo platônico, em detrimento da lógica
aristotélica.
e) foram patrocinadas pelos mecenas, no contexto do Renascimento
Cultural.
RESOLUÇÃO:
As universidades medievais, embora sujeitas a um currículo rígido e a
um aprendizado essencialmente mnemônico, representaram uma
abertura intelectual que rompeu o controle da Igreja sobre o pensamento
ocidental.
Resposta: A
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13
Idade Moderna I
1. (FUVEST) – Acerca das três seguintes formulações — a de
Copérnico, de que “a Terra não é o centro do mundo”; a de Darwin, de
que “não nascemos de Deus, mas viemos do macaco”; e a de Freud, de
que “não somos senhores de nossa própria consciência” — pode-se
dizer que
a) contribuíram para tornar o homem cada vez mais confiante e
orgulhoso de sua infalibilidade e perfeição.
b) constituem os fundamentos da Modernidade e desfecham golpes
profundos na pretensão do homem de ser o centro do Universo.
c) fortalecem a posição científica daqueles que as criticam por sua
falta de fundamentação empírica.
d) perdem cada vez mais credibilidade diante dos avanços científicos
proporcionados pela Astronomia, Biologia e Psicologia.
e) harmonizam-se com a tese do criacionismo ou com aqueles que
propõem um desígnio inteligente para a origem do Universo.
RESOLUÇÃO:
As teorias de Copérnico, Darwin e Freud tratam, sucessivamente, do
cosmos, da espécie humana e do indivíduo. Nesses três níveis, elas se
contrapõem, respectivamente, às ideias de que a Terra é o centro do
Universo (e não do “mundo”, como consta no enunciado), de que o homem
como tal foi criado diretamente por Deus e de que cada indivíduo, pelo
exercício da razão, é senhor de si mesmo.
Obs.: Na obra A Origem das Espécies (1859), em que expôs sua teoria
evolucionista, Darwin não afirmou que o homem descende do macaco, mas
que ambos devem ter um ancestral comum.
Resposta: B
2. (UFLA) – As Reformas Religiosas tiveram início no século XVI.
Assinale a alternativa que não se relaciona com esse processo.
a) A venda de indulgências foi estimulada pelos protestantes, que
aliavam sua ética religiosa ao espírito do capitalismo.
b) A Reforma Protestante constitui uma vertente das transformações
que assinalaram o início dos Tempos Modernos.
c) O despreparo de muitos sacerdotes católicos desmoralizava a Igreja
e causava insatisfação entre os fiéis.
d) A condenação dos lucros e da usura pela Igreja Católica descontentava certos setores da burguesia.
e) A Reforma Protestante e a Contrarreforma Católica reavivaram
aspectos do pensamento medieval, como o misticismo e o dogmatismo.
RESOLUÇÃO:
A venda de indulgências praticada pela Igreja Católica, ao ser criticada
por Lutero, constituiu justamente o elemento desencadeador da Reforma
Protestante; não pode, portanto, ser vinculada à ética capitalista do
calvinismo.
Resposta: A
3. (UFPR) – No contexto da Contrarreforma, o Concílio de Trento
(1545-63) marcou a reação católica contra o avanço do protestantismo
e também significou um esforço da Igreja para tentar resolver seus
graves problemas internos. Assinale a alternativa que não corresponde
às medidas adotadas pelo Concílio de Trento.
a) Reafirmação da autoridade papal e manutenção do celibato clerical.
b) Confirmação dos sete sacramentos e elaboração do catecismo.
c) Criação de seminários e proibição da venda de indulgências.
d) Apoio à Companhia de Jesus e idades mínimas para padres e bispos.
e) Livre interpretação da Bíblia e supressão das imagens de santos.
RESOLUÇÃO:
No plano doutrinário, o Concílio de Trento reafirmou todos os pontos
defendidos pelo catolicismo, inclusive a manutenção das imagens e o culto
dos santos, considerados intercessores dos fiéis junto a Deus. E, em
contraposição à defesa da livre interpretação da Bíblia feita por Lutero,
o concílio reiterou a necessidade da intermediação da Igreja para a
compreensão das Sagradas Escrituras.
Resposta: E
4. De acordo com a divisão tradicional da História, o ano de 1453
assinala o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, registrando
a ocorrência de mudanças significativas no mundo ocidental. Pode-se
afirmar que, a partir de então, a Europa passou a respirar outra
atmosfera, com novas ideias, valores e interesses.
Sobre as mudanças ocorridas na Europa no início dos Tempos
Modernos, assinale a alternativa correta.
a) Desenvolvimento das ideias socialistas, em função da expansão do
comércio.
b) Fortalecimento econômico da nobreza, devido às conquistas
ultramarinas.
c) Surgimento da ideologia iluminista, baseada em valores da moral
cristã.
d) Fim da unidade do pensamento cristão, fundamentada no monolitismo da Igreja Católica.
e) Centralização do poder do Estado na pessoa do rei, com apoio de
um amplo pacto social.
RESOLUÇÃO:
O início da Idade Moderna caracterizou-se pela Expansão Marítima, pelo
Renascimento Cultural, pela consolidação do absolutismo e pelo
desenvolvimento do mercantilismo. No plano religioso, o período foi
marcado pela eclosão da Reforma Protestante, que cindiu a cristandade
ocidental e subtraiu parte dela à influência da Igreja Católica.
Resposta: D
– 29
HISTÓRIA B
MÓDULO
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5. Segundo Marx, há períodos históricos em que as classes sociais em
luta se encontram em tal equilíbrio de forças que o poder político
adquire um acentuado grau de independência em relação a elas. Foi o
que aconteceu com
a) a monarquia absoluta, devido ao equilíbrio entre nobreza e
burguesia.
b) a monarquia feudal, devido ao equilíbrio entre guerreiros e
camponeses.
c) o Império Romano, devido ao equilíbrio entre a aristocracia patrícia
e a camada popular.
d) o Estado Soviético, devido ao equilíbrio entre proletários e
burocratas do Partido Comunista.
e) o Sacro Império Romano-Germânico, devido ao equilíbrio entre
príncipes e pequena nobreza.
HISTÓRIA B
RESOLUÇÃO:
Durante a Idade Moderna (séculos XV-XVIII), predominou na Europa a
estrutura conhecida como “Antigo Regime”, cuja característica política
era o absolutismo real. Para mantê-lo, o monarca equilibrava-se entre a
nobreza e a burguesia, concedendo à primeira privilégios sociais e à
segunda, as vantagens econômicas decorrentes da política mercantilista.
Resposta: A
7. (FUVEST) – No século XVII, a Inglaterra conheceu convulsões
revolucionárias que culminaram com a execução de um rei (1649) e a
deposição de outro (1688). Apesar de as transformações mais
significativas terem se verificado na primeira fase, sob Oliver
Cromwell, foi o período final que ficou conhecido como “Revolução
Gloriosa”. Isto se explica porque
a) em 1688 a Inglaterra passara a controlar totalmente o comércio
mundial, tornando-se a potência mais rica da Europa e dando início à
Revolução Industrial.
b) a Inglaterra, graças ao auxílio da Holanda, conseguiu em 1688
conter as forças que ameaçavam as conquistas realizadas por Cromwell
no continente europeu.
c) a tradição liberal inglesa preferiu celebrar a nova monarquia parlamentar, consolidada em 1688, mais do que relembrar a violência da
década de 1640, com suas execuções.
d) as forças radicais da primeira fase, como os “cavadores” e os
“niveladores”, que haviam assumido o controle do governo, foram
destituídas em 1688.
e) somente em 1688 foi estabelecido um pacto entre a aristocracia e a
burguesia, anulando as aspirações políticas da gentry (pequena
nobreza).
RESOLUÇÃO:
Considerando que a Inglaterra ainda hoje adota a forma de governo
monárquica, não lhe seria conveniente exaltar um período (a Revolução
Puritana de 1642-60) no qual, além de um rei ser decapitado, chegou-se
ao extremo de se proclamar a República.
Resposta: C
6. (UNESP) – O início da Época Moderna está ligado a um processo
geral de transformações econômicas, políticas, culturais e artísticas. A
concentração do poder deu origem a um novo tipo de Estado,
justificado por alguns pensadores da época sob a alegação de que
a) a função do governante é agir de acordo com a vontade da maioria.
b) a História se explica pelas diferenças raciais entre os diversos
povos.
c) a eficiência política reside na tripartição dos poderes de governo.
d) o rei governa por vontade de Deus, de Quem é o representante na
terra.
e) a soberania política deve ser exercida pelo conjunto dos cidadãos.
RESOLUÇÃO:
O conceito acima, bastante aceito na época, é o do “direito divino dos reis”,
formulado pelo bispo francês Jacques Bossuet (1627-1704).
Resposta: D
30 –
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8. (PUC-RJ) – “Para o progresso do armamento marítimo e da
navegação, que sob a boa providência e proteção divinas tanto
interessam à prosperidade, à segurança e ao poderio deste Reino,
nenhuma mercadoria será importada ou exportada dos países, ilhas,
plantações ou territórios pertencentes à Sua Majestade, ou em
possessão de Sua Majestade na Ásia, América e África, em outros
navios que não os pertencentes a súditos ingleses e comandados por
um capitão inglês, além de tripulados por uma equipagem com 3/4 de
ingleses (...) Nenhum estrangeiro poderá exercer o ofício de mercador
ou corretor nos lugares citados, sob pena de confisco de todos os seus
bens e mercadorias.”
(Segundo Ato de Navegação, 1660. In Pierre Deyon.
O mercantilismo. São Paulo: Perspectiva, 1973, p. 94-95.)
d) desenvolvia sua marinha, incentivava a indústria, expandia seu
império e abria novos mercados internacionais ao seus excedentes
agrícolas.
e) protegia as matérias-primas e manufaturados ingleses, que
deveriam ter sua saída dificultada para gerar acúmulo de metais
preciosos no Reino da Inglaterra.
RESOLUÇÃO:
O Ato de Navegação de 1660 ampliou as restrições que seu predecessor de
1651 impusera aos navios mercantes de outros países que comerciassem
com a Inglaterra. O novo dispositivo vedava aos barcos estrangeiros o
acesso às colônias inglesas e proibia que mercadores de outras
nacionalidades nelas pudessem se estabelecer.
Resposta: B
MÓDULO
14
HISTÓRIA B
Por meio do Ato de Navegação de 1660, o governo inglês
a) estabelecia que todas as mercadorias comercializadas por qualquer
país europeu fossem transportadas por navios ingleses ou pelo menos
comandados por capitães ingleses.
b) monopolizava seu próprio comércio e impulsionava a indústria
naval inglesa, aumentando ainda mais a presença da Inglaterra nos
mares do mundo.
c) prejudicava a hegemonia marítima da França, retirando-lhe a
posição privilegiada de intermediária no comércio oceânico em nível
mundial.
Idade Moderna II
1. (ENEM) – “Os cercamentos do século XVIII sintetizam as
transformações que levaram à consolidação do capitalismo na
Inglaterra. Em primeiro lugar, porque sua especificidade exigiu uma
maior articulação com o mercado: como as terras cercadas se
concentravam na produção de lã, o aumento da renda dos proprietários
dependia do emprego de novas tecnologias no beneficiamento do
produto e da criação de novas variedades de ovelhas.”
(RODRIGUES, A. E. M. Revoluções burguesas. In REIS FILHO, D. A. etal
(Orgs.). O século XX, v. I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 –
Adaptado.)
Outra consequência dos cercamentos que teria contribuído para a
Revolução Industrial na Inglaterra foi
a) a liberação de mão de obra rural para o trabalho urbano.
b) o congelamento do salário mínimo.
c) o fortalecimento dos sindicatos de trabalhadores têxteis.
d) a diminuição da produção de cereais.
e) o desmembramento das propriedades improdutivas.
RESOLUÇÃO:
Os cercamentos das propriedades rurais inglesas no século XVIII
provocaram um expressivo êxodo rural, proporcionando mão de obra
numerosa e barata para a Revolução Industrial que se iniciaria pouco
tempo depois.
Resposta: A
2. (UFC) – “A cada 1.º de maio, lembramo-nos de Parsons, Spies e
seus companheiros de patíbulo. Mas poucos lembram o nome de James
Towle, que foi, em 1816, o último ‘destruidor de máquinas’ a ser
enforcado. Ele morreu cantando um hino luddita, até que suas cordas
vocais se fecharam em um só nó.”
(FERRER, Christian. Os destruidores de máquinas.
In "Libertárias", n.o 4, dez/1998, São Paulo, p. 5 – Adaptado.)
Sobre os “destruidores de máquinas” de que trata o texto, assinale a
alternativa correta.
a) Eram trabalhadores ingleses que combatiam, com ações diretas, a
mecanização dos teares durante a Revolução Industrial.
b) Eram grupos de rebeldes franceses que, liderados por radicais
jacobinos, se opunham à restauração da monarquia dos Bourbons.
c) Eram integrantes das trade unions – os primeiros sindicatos de
trabalhadores da Inglaterra – e elaboraram a Carta do Povo.
d) Eram líderes anarquistas que morreram enforcados sob a acusação
de terem incitado os acontecimentos de Haymarket, em Chicago.
e) Eram indígenas das pradarias que atacavam os trens (“cavalos de
aço”), pois a passagem destes dispersava as manadas de búfalos.
RESOLUÇÃO:
A quebra de máquinas têxteis por artesãos desempregados ocorreu na
Inglaterra, de forma intermitente, nas primeiras décadas da Revolução
Industrial. A denominação “luddismo” deriva de Ned Ludd, seu líder mais
célebre.
Resposta: A
– 31
REVISAO 1_B_Hist_Prof Lis 12/08/11 09:22 Página 32
3. “Desta vala imunda, a maior corrente da indústria humana flui para
fertilizar o mundo todo. Deste esgoto jorra ouro puro. Aqui a
humanidade alcança seu mais completo desenvolvimento e sua maior
brutalidade. Aqui a civilização faz milagres e o homem civilizado
torna-se quase um selvagem.”
5. (MACKENZIE) – “Além do descontentamento com as medidas
adotadas pela Inglaterra, a elite intelectual norte-americana e muitos
colonos eram influenciados pelos ideais iluministas. Essas pessoas
sonhavam com a formação de um novo país, independente e senhor de
seu próprio destino.”
(in HOBSBAWM, Eric J.
A Era das Revoluções. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1979.)
(José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti. Toda a História.)
HISTÓRIA B
O comentário transcrito, feito por Alexis de Tocqueville em 1835,
refere-se à cidade de Manchester (Inglaterra) durante a Revolução
Industrial. A leitura do texto permite afirmar que o autor
a) revela um ponto de vista teocêntrico, pois entende a ação humana
como um verdadeiro milagre.
b) exalta o processo de industrialização, que tornaria ainda melhores
os seres humanos e a própria Natureza.
c) defende a política econômica mercantilista, que tinha como pontos
fundamentais o metalismo e as inovações tecnológicas.
d) constata que a industrialização poderia trazer, como consequência,
a degradação socioambiental.
e) afirma que a vida no estado natural seria melhor que a vida
civilizada nas cidades industriais.
RESOLUÇÃO:
Uma das consequências da revolução industrial foi o inchaço das cidades,
com as massas trabalhadoras vivendo em condições miseráveis, dentro do
“capitalismo selvagem”. A esse quadro de degradação social deve-se
acrescentar a degradação ambiental, provocada pela destruição do meio
natural e pela poluição resultante da atividade fabril.
Resposta: D
4. (CESGRANRIO) – Entre os séculos XVI e XVIII, ocorreram
diversas transformações culturais na Europa ocidental. Assinale a
seguir a opção que identifica corretamente uma dessas transformações.
a) O desenvolvimento do pensamento filosófico e científico, nos
séculos XVII e XVIII, baseava-se na espírito crítico, no empirismo e
no naturalismo.
b) O movimento reformista, no século XVI, caracterizou-se pela
unidade de pensamento e de práticas nos diversos países pelos quais se
difundiu.
c) A Contrarreforma, cujo ponto alto foi o Concílio de Trento, alterou
os dogmas católicos a partir de um enfoque humanista que extinguiu o
Tribunal da Santa Inquisição.
d) O Iluminismo do século XVIII, baseado no racionalismo, criticou
os fundamentos do poder da Igreja, apoiando os princípios do
absolutismo monárquico.
e) O Liberalismo econômico do século XVI criticou o Sistema
Colonial, defendendo a manutenção dos monopólios como geradores
de riqueza para a sociedade.
RESOLUÇÃO:
O pensamento filosófico e científico do século XVII, cujo principal
representante foi René Descartes (1596-1650), foi um desdobramento da
Renascença e, passando por Isaac Newton (1643-1727) e outros,
desembocaria no iluminismo do século seguinte.
Resposta: A
32 –
Na independência das Treze Colônias da América, o pensamento
iluminista serviu como suporte ideológico para a ruptura entre colônias
e metrópole. Sobre o assunto, é correto afirmar que
a) os pensadores iluministas acreditavam que a sociedade humana
havia sido precedida de um “estado de Natureza” em que cada indivíduo já nascia com seu potencial, o que acarretava diferenças sociais.
b) os iluministas eram adversários da intolerância e valorizavam a
razão e a liberdade do ser humano, afirmando que cabia ao governo
garantir os direitos naturais de cada cidadão.
c) os iluministas, embora buscassem corrigir as desigualdades sociais,
defendiam a permanência da escravidão, já que o escravo era uma
propriedade e como tal devia ser preservado.
d) Adam Smith, economista do iluminismo, pregava em seu livro —
A Riqueza das Nações — a liberdade de comércio e afirmava que a
prosperidade de uma país provinha da atividade agrícola.
e) os iluministas prezavam a razão como instrumento indispensável
para o estudo da Natureza e da sociedade, sendo apoiados nesse ponto
de vista pelos setores conservadores da Igreja Católica.
RESOLUÇÃO:
O pensamento iluminista (ou “ilustrado”), fundamentado nos princípios
da liberdade, da igualdade perante a lei e dos direitos naturais
inalienáveis, influenciou as revoluções burguesas no século XVIII —
notadamente a Revolução Norte-Americana de 1776, que iniciou a
destruição do Sistema Colonial na América, e a Revolução Francesa de
1789, que derrubou o Antigo Regime.
Resposta: B
6. (UFRS) – Adam Smith, autor de A Riqueza das Nações (1776),
referindo-se à produção e acumulação de riquezas, escreveu: “Não é
com ouro ou prata, mas com o trabalho, que se originou toda a riqueza
do mundo. Seu valor, para aqueles que a possuem e desejam trocá-la
por novos produtos, é igual à quantidade de trabalho necessária para
produzi-la.”
As ideias de Adam Smith se contrapunham
a) ao intervencionismo e ao metalismo que caracterizavam a política
mercantilista.
b) à estatização e ao coletivismo que caracterizavam o socialismo
científico.
c) ao liberalismo e ao pragmatismo que caracterizavam o pensamento
burguês.
d) ao naturalismo e ao primitivismo que caracterizavam a economia de
coleta.
e) ao reformismo e ao idealismo que caracterizavam o socialismo
utópico.
RESOLUÇÃO:
Cognominado “Pai do Liberalismo Econômico”, Adam Smith defendia a
liberdade da economia e afirmava ser o trabalho — entendido como
capacidade técnica — a base da riqueza de um país, e não suas reservas de
metais preciosos. Suas concepções, ligadas ao pensamento iluminista do
século XVIII, opunham-se aos princípios mercantilistas ainda praticados
pelos Estados europeus.
Resposta: A
8. (MACKENZIE) – As Revoluções Burguesas do século XVIII
completaram o processo de transição do feudalismo para o capitalismo,
iniciando a destruição do Antigo Regime e inaugurando a Época
Contemporânea. A respeito da crise do Antigo Regime, avalie as
proposições a seguir.
I – A derrubada do regime monárquico e a consequente afirmação do
capitalismo na França afetaram os demais países do continente europeu
e também foram sentidas, de forma significativa, nas outras partes do
mundo que estavam integradas e submetidas à nova dinâmica do
capitalismo.
II – A difusão do pensamento iluminista (que forneceu as bases
ideológicas para a edificação de um novo tipo de Estado), o processo
de independência dos Estados Unidos e a queda do absolutismo francês
consolidaram as conquistas populares alcançadas pouco antes nos
demais países da Europa.
III – Após a substituição da ordem política do Antigo Regime, o
capitalismo francês, pautado no desenvolvimento da indústria, do
comércio e das finanças – sob o comando da burguesia – encontraria
poucos entraves a seu crescimento, como ocorreu em 1848 e 1871.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a proposição I é verdadeira.
b) Somente a proposição II é verdeira.
c) Somente a proposição III é verdadeira.
d) Somente as proposições I e II são verdadeiras.
e) Somente as proposições II e III são verdadeiras.
RESOLUÇÃO:
A proposição I é falsa por que o desenvolvimento do capitalismo francês
não teve uma repercussão tão intensa quanto o enunciado permite supor.
A proposição II é falsa por que houve poucas “conquistas populares” nos
países europeus ao longo do século XIV, o qual poderia perfeitamente ser
denominado “Século da Burguesia”.
Obs.: Os entraves ao crescimento do “capitalismo francês” surgidos em
1848 e 1871 foram, respectivamente, durante a atuação dos socialistas
utópicos na II República e a eclosão da Comuna de Paris.
Resposta: C
7. (UNAERP) – Inspirados no iluminismo — e particularmente no
pensamento de Voltaire — os soberanos da Prússia, Rússia, Áustria,
Espanha e Portugal adotaram medidas que
a) tinham um forte cunho autoritário, mas foram apoiadas pelas
camadas populares e médias.
b) correspondiam a aspectos pontuais, mas deram uma sobrevida ao
Antigo Regime.
c) correspondiam aos anseios da burguesia e contaram com o apoio
irrestrito dessa classe social.
d) modernizaram a economia, graças à prática do mercantilismo, e
produziram um alto índice de urbanização.
e) trouxeram um sopro modernizador, aumentando a participação
política da aristocracia.
RESOLUÇÃO:
O chamado "despotismo esclarecido", cujos principais representantes
governaram no século XVIII os Estados mencionados no enunciado,
introduziram algumas reformas que, sem alterar a estrutura do Antigo
Regime, trouxeram uma certa modernização e evitaram o risco de uma
revolução imediata, protelando-a para o século seguinte (com excessão
da Rússia, onde o Antigo Regime se manteve até o início do século XX).
Resposta: B
– 33
HISTÓRIA B
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MÓDULO
15
Idade Contemporânea I
HISTÓRIA B
1. (IFSP-2011) – Em 1789, inúmeros problemas afligiam a França, o
que levou à grande Revolução de 14 de Julho. Assinale a alternativa
que apresenta fatores relacionados com o início da Revolução.
a) O decreto do Bloqueio Continental, assinado por Napoleão Bonaparte, desencadeou uma conflagração geral na Europa; esse conflito
causou o colapso da economia francesa, devido à falta de mão de obra
nas fábricas em consequência do recrutamento de soldados para a
guerra; essas circunstâncias levaram o país à Revolução de 14 de Julho.
b) Os enormes gastos de Luís XIV, o “Rei Sol”, com sua suntuosa
corte no Palácio de Versalhes, solaparam as finanças do Estado, o que
levou os filósofos iluministas a propor a substituição da Monarquia
pela República; o conflito entre monarquistas e republicanos
desembocaria na Revolução de 14 de Julho.
c) O Estado Francês apresentava o enorme deficit orçamentário,
devido às altas despesas com a corte e os gastos mais recentes com a
participação francesa na Guerra de Independência dos Estados Unidos;
como o ônus da tributação recaía sobre o Terceiro Estado, e
principalmente sobre a burguesia, esta se dispôs a iniciar a Revolução.
d) No século XVIII, a França foi devastada pelas Guerras de Religião
entre católicos e huguenotes, com grandes atrocidades contra os
segundos (“Noite de São Bartolomeu”); para restabelecer a paz, o rei
Luís XVI assinou o Edito de Nantes, o que descontentou os católicos,
levando-os a depôr o soberano e começar a Revolução.
e) O advento da Revolução Industrial na França deslocou milhares de
camponeses para Paris, em busca de ocupação; despreparados para o
trabalho nas fábricas, viram-se forçados a viver nas ruas, em condições
de absoluta miséria; parte dessa população invadiu a Bastilha para se
abrigar do inverno rigoroso, dando início a Revolução.
RESOLUÇÃO:
A alternativa enfatiza a situação pré-falimentar da França em 1789, que
tornou inevitável a Revolução. Também é destacado o papel da burguesia,
como dirigente e principal beneficiária do processo revolucionário. A esses
fatores poderiam ser aduzidos outros, como as condições de miséria das
camadas populares e a influência das ideias da Ilustração.
Resposta: C
Sobre a fase do Terror ocorrida na Revolução Francesa, é correto
afirmar que
a) Robespierre, após assumir o controle político da República Jacobina,
decretou o fim dos impostos feudais e o confisco dos bens do clero.
b) a Assembleia dos Estados Gerais, em 1789, rompeu com o Antigo
Regime, determinando a execução do rei Luís XVI.
c) as principais realizações da República Jacobina foram a Declaração
dos Direitos do Homem e a abolição dos privilégios feudais.
d) a República Jacobina foi formada por uma aliança entre a pequena
burguesia e os sans-culottes contra os girondinos.
e) a República Jacobina começou com a tomada da Bastilha e terminou
com o Golpe de 18 Brumário praticado por Napoleão Bonaparte.
RESOLUÇÃO:
A chamada “República Jacobina” (1793-94) corresponde ao período
popular e mais violento da Revolução Francesa. Nessa fase revolucionária, o poder foi exercido por líderes pertencentes ao Clube dos
Jacobinos, tendo à frente Robespierre. Seu principal suporte eram os
sans-cullottes (trabalhadores urbanos), organizados de forma paramilitar
na Comuna de Paris (não confundir com sua homônima de 1871).
Resposta: D
3. (FGV) – “O hispano-americano principia como uma justificação
da independência, mas se transforma quase imediatamente em um
projeto: a América é menos uma tradição a seguir que um futuro a
realizar. Projeto e utopia são inseparáveis do pensamento hispanoamericano, desde o final do século XVIII até nossos dias.”
(PAZ, Octavio. Labirintos da solidão.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984, 2. ed., p.109.)
2. (FGV) – “Os revolucionários, especialmente na França, viram-na
como a primeira república do povo, inspiração de todas as revoltas
subsequentes; pois essa não era uma época a ser medida pelos critérios
cotidianos. Isto é verdade. Entretanto, para o francês da sólida classe
média que estava por trás do Terror, ele não era nem patológico nem
apocalíptico, mas primeiramente e sobretudo o único método efetivo de
preservar seu país.”
(HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p.86.)
34 –
Sobre o processo de independência da América Espanhola, é correto
afirmar que
a) o Congresso do Panamá, de iniciativa de Simón Bolívar, tinha como
objetivo a criação de uma Confederação Pan-Americana e contava com
a simpatia britânica.
b) a utopia da unidade era compartilhada por líderes da independência,
como San Martín, Hidalgo e Morelos, mas perdeu força na atualidade,
devido a incompatibilidades regionais.
c) a luta pela independência visava libertar os criollos da tutela
metropolitana, possibilitando assim a modificação da estrutura social
e econômica das ex-colônias.
d) as guerras de independência, inicialmente lideradas pelas elites
nativas, ganharam força para concretizar a emancipação, graças à
participação de índios e escravos.
e) Bolívar, cognominado “o Libertador”, era conservador, defensor de
uma monarquia pan-americana e contrário a qualquer modificação na
hierarquia social herdada da época colonial.
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4. “Até hoje, a história de todas as sociedades tem sido a história das
lutas de classes. A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas
da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classe. De todas as
classes que ora enfrentam a burguesia, só o proletariado é verdadeiramente revolucionário.”
O texto transcrito deve ser atribuído a
a) Fidel Castro, em declarações durante o processo que lhe foi movido
pela ditadura de Fulgencio Batista em 1953, reunidas sob o título A
História me Absolverá.
b) Karl Marx e a Friedrich Engels, no Manifesto Comunista de 1848,
em que conclamavam os proletários de todo o mundo a se unirem contra
as injustiças da sociedade capitalista.
c) Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso proferido no ABC Paulista
em 1979, incitando os metalúrgicos à greve geral contra o regime
militar brasileiro.
d) Leon Trotsky, em uma conferência realizada em 1938, na qual
criticou o modelo de socialismo imposto por Stalin à URSS e propôs
a criação da IV Internacional.
e) Vladimir Lenin, ao enunciar suas Teses de Abril de 1917, quando
defendeu a realização da revolução socialista e propôs que a Rússia
saísse da Primeira Guerra Mundial.
RESOLUÇÃO: O Manifesto Comunista, publicado por Marx e Engels em
1848, lançou as bases do socialismo científico, em oposição ao socialismo
utópico da época. A nova ideologia apresenta o processo histórico como
resultado da “luta de classes”, travada permanentemente entre grupos
sociais opressores e oprimidos.
Resposta: B
5. Antes de 1871, a Alemanha não era propriamente um país, mas um
território dividido politicamente em 39 Estados. Entretanto, desde 1834
seu mercado encontrava-se unificado por meio do Zollverein. Este era
a) um projeto da burguesia industrial católica para criar uma união
aduaneira entre os Estados alemães.
b) a união aduaneira que estabeleceria uma tarifa uniforme de 20%
para todos os Estados participantes.
c) a eliminação das barreiras alfandegárias que dificultavam o
intercâmbio econômico entre os Estados alemães.
d) um importante passo do movimento operário para o atendimento
de suas reivindicações de justiça social.
e) um plano para impor a hegemonia econômica da França sobre a
nascente indústria alemã.
RESOLUÇÃO:
O Zollverein, criado em 1834, incorporou gradualmente todos os Estados
alemães em uma união alfandegária que excluía a Áustria. Ele representou um importante pré-requisito para a unificação política da
Alemanha, completada em 1871.
Resposta: C
6. (UERJ-2011)
HISTÓRIA B
RESOLUÇÃO:
A independência das colônias hispano-americanas foi liderada pelas elites
criollas. Estas contaram com o forte apoio das camadas populares, o que
resultou na vitória dos habitantes das colônias contra as forças da reação
metropolitana.
Resposta: D
(Postal da Exposição Internacional de Paris – http://upload.wikimedia.org)
“A Exposição Internacional de Paris de 1889 centrava-se na ‘Torre de
Gustave Eiffel’, com 300 m de altura, mais de 7 000 toneladas e mais
de um milhão de rebites. Mas contava também com duas longas
galerias dedicadas às belas-artes e às artes decorativas; atrás delas
ficava o imponente ‘Palácio das Máquinas’.”
(Adaptado de http://www.esec-josefa-obidos.rcts.pt)
A Torre Eiffel, um dos símbolos da cidade de Paris, foi erguida para a
Exposição Internacional de 1889, comemorativa do centenário da
Revolução Francesa. Durante a expansão capitalista europeia do século
XIX, essas exposições (a primeira delas foi realizada em Londres, em
1851) tinham como principal objetivo ressaltar a importância da
a) associação financeira franco-britânica.
b) modernização tecnológica da produção.
c) consolidação das democracias burguesas.
d) uniformização dos padrões de desenvolvimento.
e) cooperação entre países ricos e pobres.
RESOLUÇÃO:
A alternativa contempla apenas uma das finalidades daquelas exposições.
Elas serviam também para estimular a concorrência entre os países
industrializados e, no plano ideológico, enfatizavam a superioridade das
sociedades brancas sobre os povos considerados “exóticos”.
Resposta: B
– 35
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7. (MACKENZIE) – A partir da Segunda Revolução Industrial, teve
início um processo no qual os monopólios dos países capitalistas, além
de procurar novas fontes de matérias-primas e outros mercados
consumidores, investiram capitais em outros países. Assinale a
alternativa que dá nome a essa fase do capitalismo.
a) Mercantilismo.
b) Protecionismo.
c) Capitalismo concorrencial.
d) Capitalismo comercial.
e) Imperialismo.
HISTÓRIA B
RESOLUÇÃO:
A forma de capitalismo que se desenvolveu a partir da Segunda Revolução
Industrial é mais conhecida pelo nome de “capitalismo monopolista”,
embora fosse preferível denominá-la “oligopolista”. Uma característica
marcante desse processo foi sua expansão para as áreas periféricas,
colonizando-as ou apenas dominando-as economicamente — processo
conhecido genericamente como “imperialismo”.
Resposta: E
8. (UERJ-2011) – “A palavra ‘imperialismo’, no sentido moderno,
desenvolveu-se primeiramente na língua inglesa, sobretudo depois de
1870. Seu significado sempre foi objeto de discussão, à medida que se
propunham diferentes justificativas para formas de comércio e de
governo organizados. Havia, por exemplo, uma campanha política
sistemática para equiparar imperialismo e ‘missão civilizadora’.”
(Adaptado de WILLIAMS, Raymond.
Um vocabulário de cultura e sociedade. São Paulo: Boitempo, 2007.)
No final do século XIX, os europeus defendiam seus interesses
imperialistas nas regiões africanas e asiáticas, justificando-as como
“missão civilizadora”. Um dos objetivos visados pelos europeus sob
essa alegação foi
a) a prática do livre-comércio.
b) a qualificação da mão de obra.
c) a padronização da estrutura produtiva.
d) a modernização dos sistemas de circulação.
e) a difusão da democracia.
RESOLUÇÃO:
As ações imperialistas europeias na África e na Ásia, na segunda metade
do século XIX, atendiam, em linhas gerais, aos interesses capitalistas na
exploração de novas fontes de matérias-primas, bem como de novos
mercados e praças para investimentos diversos. A justificativa para tais
ações baseou-se na necessidade de modernizar setores estratégicos da
economia, com destaque para os transportes e comunicações. Assim, em
nome de uma “missão civilizadora”, o imperialismo europeu garantiu a
ampliação da circulação de mercadorias e capitais em escala mundial.
Resposta: D
MÓDULO
16
Idade Contemporânea II
1. (UEL) – “A Grande Guerra de 1914-18 foi antes a expressão da
decadência e queda da antiga ordem, lutando para prolongar sua vida,
mais que do explosivo crescimento do capitalismo industrial, resolvido
a impor sua primazia. Por toda a Europa, a partir de 1917, as pressões
de uma guerra prolongada abalaram e romperam os alicerces da velha
ordem entrincheirada que gestara o conflito. Mesmo assim, à exceção
da Rússia, onde desmoronou o regime mais obstinado e tradicionalista
do continente, após 1918-19 as forças da permanência se recobraram
o suficiente para promover o fascismo e contribuir para a retomada da
guerra total em 1939.”
(MAYER, A. A força da tradição: a persistência do Antigo Regime.
São Paulo: Companhia das Letras, 1987. pp. 13-14.)
De acordo com o texto, é correto afirmar que a Primeira Guerra Mundial
a) resultou do conflito entre as forças da antiga ordem feudal e as da
nova ordem socialista, especialmente depois que estas últimas
triunfaram na Revolução Russa.
b) resultou do confronto entre as forças da permanência e as da
mudança, ou seja, do agrarismo escravista decadente e do
industrialismo capitalista em franca ascensão.
36 –
c) foi consequência do triunfo da indústria sobre a manufatura, o que
acirrou a concorrência internacional, levando as potências capitalistas
e imperialistas a um choque inevitável.
d) foi produto de um momento histórico em que as mudanças se processavam mais lentamente do que fazem crer aqueles que tratam a
guerra como fruto do imperialismo.
e) engendrou o nazifascismo porque a burguesia europeia, ao apoiar os
comunistas russos, criou um terreno propício ao surgimento e
expansão dos regimes totalitários.
RESOLUÇÃO:
A interpretação mais aceita sobre a Primeira Guerra Mundial considera
que ela foi fruto das disputas imperialistas em torno da redivisão dos
mercados e das áreas coloniais. O autor do texto citado, porém, analisa a
conflagração sob um enfoque essencialmente político, explicando-a como
um esforço de sobrevivência de velhas estruturas imperiais, representadas
sobretudo pela Rússia czarista e pelo Império Austro-Húngaro.
Resposta: D
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(Winston Churchill, trecho de seu pronunciamento
no Parlamento Inglês, 21/8/1941.)
O comentário confirma a continuidade de problemas não solucionados
pela Primeira Guerra Mundial, o que contribuiu para alimentar os
antagonismos e levar à eclosão da Segunda Guerra Mundial. Entre
esses, problemas podemos identificar
a) o crescente nacionalismo econômico e o aumento da disputa por
mercados consumidores e áreas de investimentos.
b) o desenvolvimento do imperialismo chinês na Ásia, ameçando os
interesses japonês no Extremo Oriente.
c) o antagonismo entre a Grã-Bretanha e França que girava em torno
da secular disputa pela Alsácia-Lorena.
d) a oposição ideológica que fragilizou os vínculos internacionais,
enfraquecendo manifestações de cunho nacionalista.
e) a divisão da Alemanha em quatro zonas de ocupação, provocando
a exacerbacão dos sentimentos nacionalistas naquele país.
RESOLUÇÃO:
Existe realmente uma similaridade entre os fatores econômicos
responsáveis pela eclosão da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais, o
que estabelece um nexo de continuidade entre ambas. Essa interpretação
é reforçada pela permanência de questões territoriais não resolvidas – e até
mesmo agravadas – pelo primeiro conflito e que são encontradas no
encaminhamento do segundo.
Resposta: A
3. (UEL) – Compreender o processo revolucionário socialista
ocorrido na Rússia de 1917 implica discernir historicamente seus
teóricos e as atitudes assumidas por eles. Sob esse aspecto, pode-se
afirmar que
a) o Partido Comunista Russo, criado por Marx e Engels em plena
vigência das medidas de exceção impostas pelo czar Nicolau II, adotou
táticas de guerrilha eficazes que, em 1917, consagrariam a vitória da
revolução socialista.
b) o processo revolucionário leninista colocou um ponto final no
feudalismo russo, unindo os comerciantes progressistas das principais
cidades e os camponeses, como anteriormente ocorrera na Revolução
Francesa.
c) o comandante do exército bolchevique, Joseph Stalin, ascendeu
ao poder supremo durante o processo revolucionário, tendo como
auxiliar direto Leon Trotsky, antigo líder dos sovietes de operários,
soldados e camponeses.
d) Marx e Bakunin elaboraram os princípios revolucionários de uma
sociedade socialista mas, devido a divergências sobre a forma como o
processo deveria ocorrer, vieram a distanciar-se, liderando correntes
ideológicas distintas.
e) O socialista francês Pierre Proudhon, considerado o “Pai do
Anarquismo”, refugiou-se na Rússia, onde veio a desempenhar um
papel de relevo no processo revolucionário, tendo influenciado a Nova
Política Econômica de Lenin.
4. (PUCRS) – Favorecida pelas condições internacionais do pósPrimeira Guerra Mundial, a economia dos Estados Unidos conheceu
um período de forte expansão e euforia na década de 1920. Todavia, ao
final desse período, o país seria o epicentro da crise mundial de 1929
e da Grande Depressão que a seguiu. Um dos motivos dessa violenta
reversão de expectativas foi
a) o fracasso das principais medidas estabilizadoras do New Deal.
b) a política antitruste determinada pela Sociedade das Nações.
c) a perda de mercados devido à descolonização afro-asiática.
d) a superprodução no setor primário dos Estados Unidos.
e) o crescimento da dívida para com as potências europeias.
RESOLUÇÃO:
Durante a Primeira Guerra Mundial, a agricultura e a indústria norteamericanas alcançaram elevados níveis de produção, para atender às
necessidades dos Aliados. A manutenção desses níveis no pós-guerra foi de
encontro à retração verificada no consumo – o que desembocaria na Crise
de 29. O setor agrícola, por ser o menos capitalizado e o mais dependente
de fatores sazonais, foi o primeiro a entrar em colapso, precedendo os
setores industrial e financeiro.
Resposta: D
5. (UFF-2011) – Diante dos resultados da Primeira Guerra Mundial na
Europa, entraram em decadência os valores civilizatórios construídos
no século XIX, substituídos por outros valores. Assinale a alternativa
que apresenta corretamente eventos relacionados com a análise
anterior.
a) Militarização da Europa, com a criação da Otan / Crise econômica
de 1929, seguida pela Grande Depressão.
b) Começo da hegemonia norte-americana, devido à Segunda
Revolução Industrial / Construção do Muro de Berlim.
c) Ascensão do nacional-socialismo na Alemanha, sob a liderança de
Hitler / Crise do socialismo real e fim da URSS.
d) Fim da hegemonia britânica e de seu modelo industrial / Início de
movimentos políticos críticos do liberalismo, como o fascismo italiano.
e) Início dos movimentos culturais de vanguarda europeus /
Surgimento das teorias psicanalíticas com Freud.
RESOLUÇÃO:
Ao final da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos emergiram como
a maior potência do mundo, encerrando mais de dois séculos de supremacia britânica. Além disso, os impactos econômicos e os traumas
políticos-sociais provocados pela guerra puseram em cheque o liberalismo
vigente desde o século XIX. Contrapondo-se a ele, surgiram movimentos
que, embora preservando o sistema capitalista, propunham uma forte
intervenção do Estado em todos os níveis; o iniciador dessa tendência, que
se difundiria na década de 1930, foi o fascismo de Mussolini, fundado em
1919 e entronizado no poder em 1922.
Resposta: D
RESOLUÇÃO:
A alternativa d faz referência à gênese do socialismo científico e do
internacionalismo proletário, no século XIX, abordando também à cisão
entre a ortodoxia comunista de Marx e o anarquismo libertário de
Bakunin.
Resposta: D
– 37
HISTÓRIA B
2. “Esta guerra, de fato, é uma continuação da anterior.”
REVISAO 1_B_Hist_Prof Lis 12/08/11 09:22 Página 38
6. (UFSC) – Os fascismos europeus do Período Entreguerras estão
associados
a) a uma reação da burguesia contra a expansão da extrema direita,
desejosa de destruir o Estado capitalista liberal.
b) a uma revalorização cultural do passado, com vistas a recriar a
civilização europeia como um todo.
c) ao temor em relação aos movimentos socialistas, os quais ganharam
ímpeto após o desastre capitalista de 1929.
d) à euforia da burguesia durante a Belle Époque que se seguiu à
Primeira Guerra Mundial.
e) ao processo de afirmação do campesinato, secularmente oprimido
pela nobreza de origem feudal.
RESOLUÇÃO:
A afirmativa a está incorreta porque na década de 1960 não houve nem o declínio dos processos de independência, nem um acirramento da Guerra Fria.
A afirmativa (b) está incorreta porque nem todos os impérios asiáticos,
caso do Japão com a Revolução Meiji, resistiram ao processo de modernização capitalista. A afirmativa (c) está incorreta porque o processo de
descolonização da maior parte dos territórios da África e do sudeste
asiático não ocorreu na década de 1950, nem as resoluções da Conferência
de Bandung tiveram uma influência tão imediata neste processo. A afirmativa (d)está incorreta porque, ao contrário, a ditadura de Salazar é
derrubada na década de 1970.
Resposta: E
HISTÓRIA B
RESOLUÇÃO:
Desde a Marcha sobre Roma, que levou Mussolini ao poder em 1922, a
ascensão dos movimentos de extrema direita, na Europa, sempre esteve
associada a situações de grave crise econômica e social. Nesse quadro, que
se generalizou após a Crise de 1929, o crescimento do movimento
comunista induziu a alta burguesia de certos países (notadamente à
Alemanha) a apoiar o fascismo, com o objetivo de preservar o sistema
capitalista.
Resposta: C
7. (PUCRJ) – Acerca da Descolonizacão Afro-Asiática, transcorrida
entre 1946 e 1990, é correto afirmar que
a) na década de 1960 o processo de emancipação perdeu força em
relação à década anterior, devido ao maior envolvimento das grandes
potências coloniais (Grã-Bretanha e França) na Guerra Fria, em apoio
aos Estados Unidos.
b) a Ásia precedeu a África no processo de emancipacão, pois os
grandes impérios asiáticos, politicamente estáveis, mantiveram suas
tradições políticas e culturais, resistindo à modernização capitalista
trazida pelo o Imperialismo.
c) o processo de emancipação da maior parte dos territórios afroasiáticos ocorreu na década de 1950, devido à interferência da ONU,
à influência das resoluções adotadas pela Conferência de Bandung e ao
desinteresse das próprias potências coloniais.
d) as colônias portuguesas na África – justamente as mais antigas do
continente, datando das Grandes Navegações – foram as últimas a se
emancipar, o que só se tornou possível na década de 1970, com a
consolidação do regime Salazarista em Portugal.
e) o processo de emancipação da África e da Ásia ganhou força a
partir do final da Segunda Guerra Mundial – momento de declínio das
grandes potências coloniais e de crescimento das aspirações nacionalistas dos povos dominados.
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8. Neste início do século XXI, o capitalismo, ainda não refeito do
abalo sofrido em 2008-09, enfrenta nova ameaça em 2011. Analisando
as raízes dessas duas crises – a primeira, iniciada nos Estados Unidos;
a segunda, na Europa – encontramos, respectivamente,
a) falência do Welfare State e problemas sociais provocados pela
intensa imigração ilegal proveniente dos países pobres.
b) gestão temerária de grandes corporações privadas e políticas
públicas demasiado dispendiosas.
c) esgotamento do potencial de crescimento do complexo industrialmilitar e fragilidade cambial do euro.
d) superprodução agrícola e industrial e incapacidade da União
Europeia para superar seus antagonismos internos.
e) retração do comércio internacional e política de dumping praticada
pelos países emergentes, prejudicando as exportações europeias.
RESOLUÇÃO:
A crise de 2008-09 começou no setor imobiliário norte-americano, devido
ao grande número de vendas efetuadas a clientes de alto risco; a elevada
inadimplência afetou as empresas do ramo e, por extensão, as seguradoras
que as garantiam e os bancos que financiavam as segundas. Quanto à crise
iniciada em 2011, sua origem se encontra na impossibilidade de vários
países da União Europeia (Grécia, Portugal, Irlanda, Itália e Espanha)
para saldar sua dívida pública, acumulada devido aos excessivos gastos
governamentais.
Resposta: B
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