Alfabetização de Adultos e
Conscientização
INSTRUMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO
Nenhuma ação educativa pode prescindir
de uma reflexão sobre o homem e de uma
análise sobre suas condições culturais.
Não há educação fora das sociedades
humanas e não há homens isolados
O HOMEM COMO SER DE RELAÇÕES
Pluralidade
Temporalidade
Criticidade
Consequencia
O HOMEM E SUA ÉPOCA
O homem cria e recria, formando as épocas
históricas
 Necessidade permanente de uma atitude
crítica para se integrar às tarefas de sua
época
 A passagem de uma época para outra
caracteriza-se por fortes contradições que se
aprofundam.
A TRANSIÇÃO
A transição é mais que a mudança:
 Implica realmente na marcha que faz a
sociedade na procura de novas tarefas ou
mais precisamente na procura de objetivação;
As mudanças se produzem numa mesma
unidade
de
tempo,
sem
afetá-la
profundamente
BRASIL, UMA SOCIEDADE EM
TRANSIÇÃO
A passagem de uma sociedade para
outra:
Uma sociedade fechada para uma
sociedade aberta (época que se desvanecia
e outra que se formava)
DEMOCRATIZAÇÃO
FUNDAMENTAL
Participação do povo em seu processo
histórico
A
ORGANIZAÇÃO
PENSAMENTO
REFLEXIVA
DO
Ajudar o homem a organizar reflexivamente
o pensamento é colocar um novo termo
entre o compreender e o atuar: o pensar.
Fazê-lo sentir que é capaz de superar a via
dominante reflexiva (que se apresenta como
única). Participação do povo em seu
processo histórico.
COMO FAZÊ-LO ?
As resposta parecem estar:
- Num método ativo, diálogico, crítico, e criticista.
- Na modificação do conteúdo programático da
educação;
- No uso de técnicas, como e de redução e a de
codificação;
- Somente um método ativo, dialogal e participante
poderia fazê-lo.
- E o que é o diálogo?
- (Uma relação horizontal de A com B).
NOVO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Mas, quem dialoga, dialoga com alguém
sobre alguma coisa. Esta “alguma
coisa” deveria ser um novo conteúdo
programático.
- Destruição da compreensão mágica
(alfabetização consciente) – (construção
duma compreensão crítica crescente)
- Distinção entre natureza e cultura:
Natureza: o papel ativo do homem em
sua realidade e com sua realidade.
Cultura: o acréscimo que o homem faz
ao mundo que não criou, a cultura como
resultado de seu trabalho, de seu
esforço criador e recriador.
ALFABETIZAÇÃO COMO UM ATO
CRIADOR
Todo o debate que se coloca é altamente
crítico e motivador.
O analfabeto apreende criticamente a
necessidade de ler e escrever. Prepara-se
para ser o agente desta aprendizagem. E
consegue fazê-lo na medida em que a
alfabetização é mais que o simples
domínio mecânico de técnicas para
escrever e ler. Ela é o domínio das
técnicas em termos conscientes. É
entender o que se lê e escrever o que se
entende.
Todo o debate que se coloca é
altamente crítico e motivador.
A alfabetização é um passo no processo
da cidadania, pois abre um horizonte na
vida do adulto. Ela não é fim porém
início, com o despertar para o
desempenho da pessoa como ser social.
LEVANTAMENTO DO
UNIVERSO VOCABULAR
Círculos de cultura
- Momentos de socialização das palavras
“ Paulo Freire convida os analfabetos para
sair da apatia e do conformismo de
demitidos
da
vida.
Instiga-os
a
compreenderem que eles também são
fazedores de cultura.”
Círculos de cultura
- O quê?
- Por quê?
- Como?
- Para quê?
- Por quem?
- Contra quem?
- Contra o quê?
- A favor de quem?
- A favor de quê?
Círculos de cultura
TEXTO:
Visita a um assentamento de Reforma
Agrária no Chile
Livro: PEDAGOGIA DO OPRIMIDO
Círculos de cultura
Tomemos a palavra TIJOLO, usada como a
primeira palavra em Brasília, nos anos 60,
escolhida por ser uma cidade em construção,
para facilitar o entendimento do leitor.
Círculos de cultura
1º - Apresenta-se a palavra geradora “tijolo”
inserida na representação de uma situação
concreta:
homens
trabalhando
numa
construção.
Círculos de cultura
2º - Escreve-se simplesmente a
palavra “TIJOLO”
Círculos de cultura
3º - Escreve-se a mesma palavra
com as sílabas separadas
“TI-JO-LO”
Círculos de cultura
4º - Apresenta-se a “família
fonêmica” da primeira sílaba
“TA-TE-TI-TO-TU”
Círculos de cultura
5º - Apresenta-se a “família
fonêmica” da segunda sílaba
“JA-JE-JI-JO-JU”
Círculos de cultura
6º - Apresenta-se a “família
fonêmica” da terceira sílaba
“LA-LE-LI-LO-LU”
Círculos de cultura
7º - Apresentam-se as “famílias
fonêmicas” da palavra que está
sendo decodificada
TA-TE-TI-TO-TU
JA-JE-JI-JO-JU
LA-LE-LI-LO-LU
Círculos de cultura
Este conjunto das “famílias fonêmicas”
da palavra geradora foi denominado de
“ficha de descoberta” pois ele propicia
ao alfabetizando juntar os “pedaços,
isto é fazer dessas sílabas novas
combinações
fonêmicas
que
necessariamente
devem
formar
palavras da Língua Portuguesa.
Círculos de cultura
8º - Apresentam-se as vogais
A-E-I-O-U
Círculos de cultura
Em síntese, no momento em que o
alfabetizando consegue, articulando as
sílabas, formar palavras, ele ou ela,
está alfabetizado (a).
O processo requer, evidentemente,
aprofundamento, ou seja, continuidade.
Círculos de cultura
A eficiência e validade do “Métod”
consistem em prtir da realidade do
alfabetizando, do que ele já conhece,
do valor pragmático das coisas e fatos
de sua vida cotidina, de suas situações
existenciais. Respeitando o senso
comum e dele partindo.
“Através da decodificação da palavra, o
alfabetizando vai-se descobrindo como
homem, sujeito de todo o processo
histórico”
Paulo Freire
“A alfabetização não pode ser feita de
cima para baixo, nem de fora para
dentro. Mas sim, de dentro para fora
(daquilo que ele conhece – sua
realidade)”
Paulo Freire
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