A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA: LEVANTAMENTO DOS
ATRATIVOS LOCALIZADOS NO PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS
GERAIS- PR
SARA FERREIRA RIBAS 1
JASMINE MOREIRA CARDOZO2
Resumo: O Parque Nacional dos Campos Gerais é uma Unidade de Conservação de proteção
integral, porém, já existia um fluxo de visitação local e regional antes mesmo de sua criação.
Pensando nisso a presente pesquisa objetivou destacar quais áreas vem sendo utilizadas e quais
atividades tem potencial para prática de turismo de aventura e ecoturismo. Para isso foi realizada
pesquisa bibliográfica, chegando a um número de 7 áreas com atual uso público, para visitação e
recreação. Em segundo momento, foi realizada visitas in loco onde constatou-se 5 diferentes
modalidades praticadas dentro do PNCG. O parque ainda está passando por processo de
regularização, por isso ainda não possui plano de manejo, desta maneira o objetivo geral foi um
estudo avaliativo para implementação de ecoturismo e turismo de aventura.
Palavras-chave: Unidade de conservação; ecoturismo; turismo de aventura
Abstract: The National Park Campos Gerais is an Integral Protection Conservation Unit, however,
there was already a stream of local and regional visitation even before its creation. Thinking about that
the present search aimed highlight which areas has been used and which activities has potential for
practicing the adventure tourism and ecotourism. For thats was made bibliographic research, reaching
a number 7 areas with current public used, for visitation and recreation. In the second moment, was
made visit in loco where it was found 5 different modalities practiced in to the NPCG. The park is still
regularization process , therefore so it does not have management plan, this way the general objective
was one evaluation study for deployment that ecotourism e adventure tourism.
Key-words: Conservation unit; ecotourism; adventure tourism
1 – Introdução
O Parque Nacional dos Campos Gerais compreende os municípios
paranaenses de Castro, Carambeí e Ponta Grossa, na região Sul do Brasil, com
área de 21.287 hectares. (Oliveira, 2012).
Situado parte na região do Segundo Planalto onde se localiza os municípios
de Ponta Grossa e Carambeí, e parte no Primeiro Planalto Paranaense onde está
1
- Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Email de contato: [email protected]
2
Docente do programa de pós-graduação da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
E-mail de contato: [email protected]
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localizado o município de Castro, região denominada de Campos Gerais.
(MENEGUZZO e MELO, 2001).
Foi criado através do Decreto Federal s/no (23 de março de 2006), que
levou em conta a relevância e fragilidade ambiental, cruzamento entre a geologia,
geomorfologia, pedologia, vegetação natural, uso do solo e sítios de especial
interesse ecológico. Tem como finalidade a preservação dos ecossistemas naturais
de relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a pesquisa cientifica e a
atividades de educação e de turismo ecológico. É uma Unidade de Conservação
(UC) Federal e cabe ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) gerir, proteger, fiscalizar e monitorar. (Oliveira, 2012).
Em seu entorno estão localizadas outras áreas de Unidades de
Conservação (UC’s), como a Área de Preservação Ambiental da Escarpa Devoniana
e o Parque Estadual de Vila Velha. (Moreira, 2009). Apresenta belíssima paisagem,
seu relevo ruineforme proporciona formas singulares, como furnas, cannyons e
trechos encaixados dos rios, corredeiras e inúmeras cachoeiras, locais com grande
potencial para prática de esportes de aventura. (MENEGUZZO e MELO, 2001).
O ecoturismo e o turismo de aventura contemplam o patrimônio natural
como um todo, ambos, cumprem critérios e princípios básicos de sustentabilidade
com a finalidade de atrair turistas que gerem renda as comunidades envolvidas e
aproximar a sociedade à natureza, despertando a conscientização da preservação
das áreas naturais (Moreira, 2011).
2 – Desenvolvimento
1.1 - Caracterização do Parque Nacional dos Campos Gerais
Região do bioma Mata Atlântica localiza-se na região fitogeográfica Mata
Ombrófila Mista com Matas de Araucárias mais densas nos planaltos basálticos e
com manchas de Campo Naturais nas áreas de afloramento eventuais de arenitos.
Estas áreas vêm sendo densamente ocupadas por atividades agrárias. Restam
apenas 15% a 20% da biomassa original dos pinheirais. (Ab`Saber, 2003).
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A Floresta com Araucária e Campos Nativos de grande potencial cênico,
onde são encontradas formações geomorfológicas singulares como o Buraco do
Padre, as Furnas Gêmeas, o cânion do rio São Jorge e a Cachoeira da Mariquinha.
(MOREIRA e ROCHA, 2007).
A geomorfologia local deve-se ao relevo escarpado, feição denominada
Escarpa Devoniana que é um degrau topográfico que separa o Primeiro do Segundo
Planalto (MAACK, 1968). Seu relevo abrupto proporciona formas singulares, como
grutas, cavernas, corredeiras e cachoeiras. As cachoeiras e rios, de amplo interesse
para o estudo, são encaixados em falhas e fraturas de direção NE-SW e NW-SE,
ocasionadas por processos tectônicos. (MELO, 2006).
Por se tratar de uma UC tem seu uso restringido, cada uma delas apresenta
objetivos específicos de manejo de acordo com sua classificação. São divididos em
dois grandes grupos: o de proteção integral e o de uso sustentável. Enquadram no
primeiro grupo Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento
Natural e Refúgio de Vida Silvestre. No segundo grupo, de uso sustentável, estão as
categorias de Área de proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico,
Floresta
Nacional,
Reserva
Extrativista,
Reserva
de
Fauna,
Reserva
de
Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural (BRASIL,
2000).
A área objeto de estudo está passando pela regularização da UC, porém
esse processo vem sendo realizado de forma lenta, comprometendo a conservação
dos elementos naturais da área objeto. Para Bach “estudos com caráter
conservacionista se fazem necessário para contribuir para a implementação e
gestão dessa importante UC federal”. (BACH p.59, 2015).
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Figura 01 – Localização do Parque Nacional dos Campos Gerais em relação ao território paranaense,
limites municipais, principais rios e rodovias (Layout: Oliveira, 2012.)
1.2- Ecoturismo e Turismo de Aventura
O turismo em sua essência é uma atividade econômica, a motivação é o
elemento fundamental que origina os segmentos turísticos. Em virtude da vida
agitada das grandes cidades, a falta de lugares naturais fez crescer o número de
turistas que buscam lugares in natura. Como nunca antes os turistas visitam parques
e reservas naturais no mundo todo e estão encarando essa experiência como uma
forma de conhecer o meio ambiente natural. (LINDBERG E HAWKING,1999).
O ecoturismo é uma segmentação do turismo que “ utiliza, de forma
sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a
formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente,
promovendo o bem-estar das populações”. Tem suas raízes na conservação
ambiental
aliadas
a
interação
das
comunidades
locais
buscando
um
desenvolvimento econômico e a preservação do patrimônio ambiental (BRASIL, p.
17, 2010).
O turismo de aventura muitas vezes confunde-se com ecoturismo, a distinção
entre os dois se dá pelo falto de que o ecoturismo é praticado apenas na natureza,
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já o mesmo não acontece com a atividade de aventura. (UVINHA, 2005). Podem
incorporam-se, como é o caso das caminhadas longas (trekking) e caminhadas
curtas (hiking) que acontecem em áreas naturais com caráter recreativo e não
competitivo, onde propiciam a interação homem e a natureza. (BRASIL, 2006a).
As atividades de aventura na região possuem grande potencial para o
desenvolvimento de diversas atividades para o turismo de aventura, onde já são
realizadas algumas modalidades como rapel, cachoeirismo, escalada, entre outros,
no entanto a pratica dessas atividades sejam realizadas de maneira adequada e
compatível com a conservação da natureza foram desenvolvidas as Diretrizes para
Visitação em UC. (BRASIL, 2007).
Metodologia
Inicialmente o estudo realizou-se mediante revisão bibliográfica em
levantamento de sítios eletrônicos da legislação pertinente ao PNCG, Como a Lei
9.985 de 18 de julho de 2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza (SNUC). Também o Decreto Federal s/n de março de
2006 de criação do parque.
Também foram consultados documentos impressos como artigos e teses
cientificas sobre o assunto, e o Termo de Referência, documento do Ministério do
Meio Ambiente juntamente com o ICMBio, intitulado “Projeto de Pesquisa para
Elaboração de Estudos Prioritários de Uso Público para o Parque Nacional dos
Campos Gerais - PR, Como Ferramenta para a Gestão e Subsídios para o
Planejamento”. Este documento tem como finalidade a avaliação e adequação das
atividades de uso público existentes no parque (ICMBIO, 2012).
Em segunda instancia foi realizada visita in loco onde foram elencadas as
práticas já realizadas dentro da UC. Conforme as Diretrizes para Visitação em UC’s,
este documento apresenta um conjunto de princípios, recomendações para
visitação. Dentre as atividades como caminhada, escalada, ciclismo entre outras
(BRASIL, 2007).
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Resultados
Com base no estudo bibliográfico verificou-se a existência de uso público para
visitação e recreação em 7 áreas dentro da unidade de conservação e sua zona de
amortecimento. Dentro dessas áreas foram levantadas 5 atividades de interesse
para implementação do Turismo de Aventura conforme mostra a tabela 1.
De acordo com as Diretrizes para visitação em UC’s, para as caminhadas
foram consideradas as trilhas já abertas e levando em conta o estabelecimento das
mesmas no planejamento do acesso aos atrativos ecoturísticos e de atividades de
aventura.
Durante a pesquisa constatou-se que já havia demanda de escalada em
rocha na região, realizada em paredes relativamente pequenas onde o objetivo é a
ascensão de rotas com grau de complexidade cada vez mais elevado. As proteções
utilizadas são fixas com grampos e chapeletas encravadas na rocha.
O ciclismo vem crescendo na região, com grupos e entidades
representativas de praticantes, que promovem organizações das atividades de
ciclismo. As visitações em cavernas incluem os abrigos existentes na região. Que
possuem rico patrimônio cultural representado pelas pinturas rupestres.
Quanto a prática de cachoeirismo que é descida pelo curso d’água
utilizando técnicas na vertical, assim como o todo, deve obedecer o zoneamento das
unidade, porém essa atividade ocorre locais frágeis, o que torna essencial o
planejamento da visitação na UC.
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Principais Áreas para Ecoturismo e Turismo de Aventura
Áreas de Turismo de Aventura
Cachoeira da Mariquinha
Cachoeira do rio São Jorge
Ponte do rio São Jorge
Buraco do Padre
Capão da Onça
Setor Novo área de Escalada (próximo ao Buraco
do Padre)
Dolina Grande e Furnas Gêmeas
Modalidade/Atividade de Aventura
 Caminhada;
 Cachoeirismo;
 Montanhismo e Escalada;
 Ciclismo;
 Visita a cavernas.
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Caminhada;
Cachoeirismo;
Montanhismo e Escalada;
Ciclismo;
Visita a cavernas.
Caminhada;
Cachoeirismo;
Montanhismo e Escalada;
Ciclismo;
Visita a cavernas.
Caminhada;
Cachoeirismo;
Montanhismo e Escalada;
Ciclismo;
Visita a cavernas.
Caminhada;
Cachoeirismo;
Montanhismo e Escalada;
Ciclismo;
Visita a cavernas.
Escalada e Montanhismo;
Ciclismo.
Caminhada;
Montanhismo e Escalada;
Ciclismo.
Fonte: A Autora
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Conclusões
Embora as atividades de aventura e ecoturismo ocorram com frequência no
parque, elas são realizadas no âmbito de propriedade particular, isso acaba
comprometendo a realização de processos técnicos e operacionais, como da
delimitação do perímetro da UC, o zoneamento, a elaboração do plano de manejo.
A pratica de atividades de ecoturismo e de esportes de aventura deverão se
restringir em áreas delimitadas pela admiração do parque. Dessa maneira os
resultados podem orientar a delimitação das áreas para caminhada, escalada,
ciclismo, cachoeirismo e visitas a cavernas.
Posteriormente para dar prosseguimento as demais etapas da pesquisa
para do Termo de Referência para planejamento do uso público do PNCG, será o
desenho das adequações necessárias para cada atividade, com a descrição
detalhada de seus procedimentos, equipamentos necessários, pessoal mínimo para
sua operação, tempo de implantação estimado, sazonalidades e demais dados à
manutenção, segurança e monitoramento (ICMBIO, 2012).
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