O Nordeste e a Integração Regional Sul-Americana Maria Lúcia de Oliveira Falcón* RESUMO Apesar da integração regional Sul-Americana ter uma história onde organizações como Mercosul já datam de 22 anos, a IIRSA está em funcionamento há 13 anos e a União das Nações Sul-Americanas - Unasul - ter cinco anos de existência, o Nordeste brasileiro nunca fez parte da carteira de investimentos que financia a integração física do continente. O avanço da globalização pode trazer maiores assimetrias regionais e intra-regionais, o que deve ser enfrentado com políticas de desenvolvimento locais integradoras e sustentáveis. Assim, a partir de 2011, com a revisão do Plano de Investimentos e Projetos Integradores para o período 2012-2022, aprovada pelo Cosiplan, o Nordeste apresentou uma proposta para sua inclusão como projeto prioritário brasileiro, no Eixo Peru-Brasil-Bolívia. Após análises e negociações com os demais países da Unasul, passou a fazer parte do Eixo Amazonas Ampliado. Esse corredor transoceânico multimodal, composto por rodovias, ferrovias e portos, certamente trará impactos significativos na economia nordestina no longo prazo e sua implementação exigira das estruturas estaduais e regionais de planejamento um trabalho consistente e persistente, começando com o detalhamento e viabilidade dos projetos e seu financiamento. Palavras-chave: Integração Regional. Unasul. Nordeste. Eixos de Integração. ABSTRACT Despite regional integration in South America having a story where organizations like Mercosur date back 22 years, IIRSA has been operating for 13 years and the Union of South American Nations - UNASUR - going on five years of existence, the Brazilian Northeast has never been part of the investment portfolio that finances physical integration of the continent. The advance of globalization can bring greater regional and intra-regional asymmetries, which must be faced with integrating and sustainable local development policies. Thus, from 2011, with the revision of the Investment Plan and Projects Integrators for the period 2012-2022, approved by Cosiplan, the Northeast submitted a proposal for its inclusion as a priority project in Brazil, in the Peru-Brazil-Bolivia Axis. After analysis and negotiations with other countries of UNASUR, it became part of the Expanded Amazon Axis. This is a transoceanic multimodal corridor, made up of roads, railways and ports, that will certainly bring significant impacts to the Northeastern economy in the long term and its implementation will demand of state and regional planning structures a consistent and persistent job, beginning with the detailing and viability of the projects and their funding. Keywords: Regional Integration. UNASUR. Northeast. Axes of Integration. * Doutorado em Sociologia pela Universidade de Brasília (UNB) e mestre em Economia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora adjunta do Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e secretária de Desenvolvimento Urbano de Sergipe. [email protected] IX Encontro de Economia Baiana – SET. 2013 Economia REGIONAL • 573 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón Introdução No espaço desafiador criado pelo tema e áreas de interesse do IX Encontro de Economia Baiana, a associação entre Economia Regional e mundialização econômica, com suas fortes implicações nas economias locais, é particularmente inovadora. O Mercado Comum do Sul Mercosul completa agora 22 anos e a União de Nações Sul-Americanas - Unasul tem apenas 5 anos de existência. São poucas as reflexões sobre os vínculos e impactos criados pela integração regional Sul-Americana com (e para) a economia nordestina, seja no campo econômico, seja no campo político e cultural. No mapa dos investimentos para integração física planejados pela Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana Iirsa nos últimos dez anos, não se viam rotas nem espaços planejados que integrassem os vizinhos Sul-Americanos ao Nordeste brasileiro. Ainda pior era o isolamento físico do Nordeste em relação ao interior do país, no rumo do Norte e Centro-Oeste. A geopolítica da América do Sul mudou bastante nesses últimos dez anos e uma nova safra de políticos de origem democrática trouxe mais estabilidade ao continente, abrindo novas possibilidades ao plano de integração regional e ampliando sua dimensão econômica para o campo político e para a gestão em diversas áreas, da Defesa à Saúde, da Energia e Logística, à Cultura. Uma nova estrutura surgiu para facilitar os esforços diplomáticos e comerciais: a UNASUL, que através do Conselho Sul-americano de Infraestrutura e Planejamento Cosiplan e partindo da IIRSA, atualizou e reprogramou em 2011, sob coordenação brasileira, os investimentos para a integração física regional, adotando inclusive nova metodologia de planejamento integrado dos territórios impactados pelas obras físicas dos vários modais de transporte – viário, ferroviário, hidroviário. E, dessa vez, o Nordeste foi levado em conta na programação, compondo um novo eixo de integração que se desdobra no sentido centro-sul e centro-oeste, podendo chegar ao eixo amazônico num futuro não muito distante. Esse artigo trata da integração regional Sul-Americana e da recente versão do plano de investimentos para integração física patrocinado pela Unasul, bem como dos esforços para incluir o Nordeste nesse plano. Ele se inicia com uma breve revisão teórica que traz o debate para as razões econômicas e políticas para o avanço da integração regional num mundo em franca globalização. Faz, em seguida, um histórico conciso da integração Sul-Americana e apresenta o Plano de Investimentos de longo prazo da Unasul, bem como a proposta elaborada pelo Nordeste para sua participação nos investimentos. À guisa de conclusão, discute-se os possíveis impactos, diretos e indiretos, que serão gerados para a economia e a política nordestinas com o avanço da integração nos próximos dez anos. 1- Globalização e Integração Regional: razões econômicas e políticas Num texto apresentado em 1988 em Paris, num colóquio sobre os novos espaços industriais criados com a globalização que se iniciava, Danièle Leborgne e Alain Lipietz apontavam dois possíveis caminhos para a regulação internacional do fordismo em crise, com rebatimentos diferenciados sobre os territórios, regiões e países. O primeiro caminho era o da “flexibilização defensiva” e o segundo caminho, o da “flexibilização ofensiva”. Nos dois casos, havia a reestruturação produtiva com reposicionamento da indústria local na divisão internacional do trabalho e uma alteração na regulação da relação capital-trabalho e na relação entre firmas. Os efeitos da flexibilização defensiva eram a destruição de áreas industriais obsoletas com perda do know-how e cultura tecnológica existente, a maior dependência de importações, perda de mercado interno e uma polarização entre “polos de competitividade” IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 574 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón versus setores arcaicos da economia. Os efeitos da flexibilização ofensiva eram a negociação e pactuação das conversões que seriam necessárias à modernização da base produtiva, com mobilização e atualização do conhecimento tecnológico existente, adensamento das cadeias produtivas e das relações intersetoriais no território, com manutenção dos mercados internos e difusão das inovações tecnológicas e gerenciais resultando num dinamismo econômico dos territórios. O espaço urbano refletia a escolha, mediante especialização das áreas metropolitanas no setor terciário e zonas industriais, no primeiro caso; e desenvolvimento de sistemas locais de produção e inovação, com uma transição de zonas produtivas especializadas para sistemas produtivos inovativos locais, no segundo caso. Os sintomas da flexibilização defensiva ficavam visíveis na criação de tecnopolos artificiais, enquanto que a flexibilização ofensiva adensava as relações de parceria entre firmas, universidades e administração pública local, dali emergindo novas multinacionais. A complexidade da realidade levava à convivência, num mesmo país e em diferentes territórios, o modelo defensivo e o ofensivo. Porém, no modelo ofensivo, a competitividade é produzida e, ao mesmo tempo, produz, uma “quase-renda” que eleva a condição de vida da população mediante capacitação, inovação e negociação política das condições de trabalho, além de proporcionar espaços de cooperação entre as firmas com alianças estratégicas para a pesquisa tecnológica. Sem as contradições de interesse de classes nem a concorrência entre firmas, as teorias marxista e neoclássica ficam sem ter o que dizer. (LIPIETZ; LEBORGNE, 1988) Ana Arroio (2012) analisa as políticas de estímulo ao desenvolvimento territorial nos BRICS, focando nas micro e pequenas empresas, que vão se integrar numa cadeia de suprimentos e transferência de valor para os países centrais, num processo de reprodução de assimetrias regionais dentro dos países: It is important to note that in India, as in other Brics countries, the distribution of industries is highly skewed regionally and this imbalance has been accentuated as investment decisions become increasingly governed by the Market test of profitability rather then social objectives, leading to a further concentration of industries in more developed regions. (...) As a result, most of the poorer states in India have fared badly since the opening up of the economy in 1991. This highlights the need for conceptual frameworks that link innovation to regional or spatial dimensions and SME development. (ARROIO, 2012; p. 327-328) Uma análise consistente foi elaborada por Timothy Sturgeon (2012) sobre a evolução das economias industrializadas e da divisão internacional do trabalho após a etapa mais aguda de globalização materializada no surgimento de novas cadeias de valores. Sua análise diferencia entre cadeias de produção de valor e cadeias de suprimentos, sendo a primeira a sequência completa de atividades que agregam valor no processo produtivo dos componentes e materiais até o bem final, enquanto que a segunda se refere ao conjunto específico de fornecedores de uma firma líder específica. A evolução de firmas fordistas integradas verticalmente, para a terceirização com bases de suprimentos internacionais e regionais, e a atual globalização em larga escala de setores inteiros de suprimentos, deve-se à evolução dos próprios vínculos inter-firmas, que deixaram de ser idiossincráticos para tornarem-se eletronicamente codificados, padronizados e modulados. O resultado desse processo é a formação de GVCs – global value chains – que, ao final e ao cabo, provocam (ou podem provocar) uma reconcentração industrial em alguns territórios ou regiões fornecedoras de bens e serviços, como o que aconteceu a partir dos anos 1990 no leste asiático e na China. As multinacionais (especialmente as americanas) superaram diferenças culturais e político-institucionais usando o mercado como arma de cooptação, formando sua cadeia mundial de suprimentos e IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 575 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón transferência de valores. Parece incrível que no mesmo mundo estudado por Sturgeon esteja se consolidando a União Europeia. Desde o pós-guerra, na verdade, portanto há mais de 50 anos, vem sendo gestado o projeto europeu de unificação econômica, que depois evoluiu para a unificação política e monetária. Não se trata de algo simples, portanto. Começou com o Tratado da Comunidade Europeia de Carvão e Aço, em 1951, prosseguiu com os Tratados de Energia Atômica e Comunidade Econômica Europeia em 1957 e com a união aduaneira em 1968; a criação do Sistema Monetário Europeu ocorreu em 1979 e o Tratado de Maastricht, que formaliza a União Europeia, foi assinado em 1991. O Banco Central Europeu é criado em 1998 e a moeda única - o Euro – entra em vigor em 1999. A partir de então são aprovadas sucessivas adesões de países que possuíam evidentes assimetrias em relação aos países mais ricos da UE, dando início a um processo de GVC dentro do bloco, em diferentes graus de integração industrial e econômica. Com sua história marcada pelas disputas territoriais e imperialistas, a UE apostou na negociação política para superar as barreiras culturais, institucionais e econômicas. Nas palavras de Angela Merkel, antes da crise financeira global iniciada em 2008, Já se foram os tempos em que a política da Europa significava exclusivamente fazer avançar a integração no seio do continente e em que sobretudo questões econômicas ocupavam o primeiro plano. (...) Por meio da Política Externa e de Segurança Comum (PESC), a implementação das relações externas da União Europeia adquiriu uma nova importância. Futuramente, esta área política tornar-se-á ainda mais relevante – mormente porque, na era da globalização, os diferentes Estados-Membros da União Europeia, ante a evolução demográfica e os desenvolvimentos registrados na economia mundial, já não logram, sozinhos, fazer valer seus valores, suas metas e seus interesses. (MERKEL, 2007, p. 11). A aposta na criação de uma identidade cultural europeia, como instrumento de consolidação da UE certamente perdeu força nessa conjuntura de crise global, porém mirando o longo prazo, as palavras da gestora de políticas de integração cultural com o Sudeste Europeu são válidas: Durante muito tempo, a grande atenção dada a questões político-econômicas fez com que os fundamentos culturais de uma ideia de Europa ocupassem um segundo plano na consciência das pessoas. Uma identidade europeia não surge, porém, através do crescimento do mercado europeu, mas através do crescimento de valores comuns. (PACK, 2007; p. 48) Todavia, o verdadeiro desafio da política cultural no nível europeu deve consistir em assegurar, do ponto de vista cognitivo e emocional, a pluralidade, a tolerância, a liberdade e a democracia. (Idem, p. 54) Outros blocos regionais podem ser listados, com maior ou menor repercussão em termos práticos para o comércio global e para a integração política dos países envolvidos. A maioria enfatiza as relações comerciais e de defesa. Exemplos disso são a Associação das Nações do Sudeste Asiático - Asean, criada em 1967 mas só em 1992 se estabeleceu como zona de livre comércio e em 2008 publica carta que integra outros membros, como Índia e China, Japão e Coréia do Sul; a Área de Livre Comércio da América do Norte - NAFTA (1990), a União Africana, a Liga dos Estados Árabes, dentre outros. A América do Sul fundou uma zona de livre comércio em 1980, a Associação LatinoAmericana de Integração - ALADI, em substituição à Associação Latino-Americana de Livre IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 576 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón Comércio - ALALC, que se perdeu em incontornáveis disputas de visão do processo de integração, ficando de um lado os “desenvolvimentistas” (entre eles o Brasil) e os “comercialistas”, entre eles, Argentina e Chile (ver SIMÕES, 2010; p. 66-68). Outro elemento importante a ser considerado na análise do contexto político-econômico e diplomático global no qual se desenvolve a integração Sul-Americana é o Global Agreement on Tariffs and Trade - GATT. Criado em 1947, teve até hoje oito rodadas de negociação de normas para o comércio mundial, sendo a primeira delas em Genebra em 1947, quando 23 países participaram; a do Uruguai, que se estendeu de 1986 a 1994, com a participação de 123 países; até a inconclusa rodada de Doha, iniciada em 2001 e durante a qual o Brasil, África do Sul e a Índia lideraram a criação do G20 (grupo dos 20 países em desenvolvimento) em 2003, mas da qual se retiraram por discordâncias na questão dos subsídios agrícolas. De qualquer modo, a partir de 2003 a Organização Mundial do Comércio - OMC, referendada na rodada Uruguai, passa a ter poder de fiscalizar, julgar e punir países infratores das normas de comércio mundial, tanto em termos de protecionismo, subsídios, dumping, dentre outras infrações. Assim, pode-se desenhar um quadro do mundo globalizado onde a integração Sul-Americana irá se consolidar mais ou menos rapidamente, traçando as linhas da nova divisão internacional do trabalho – as GVCs – que interage com as instituições, a política e a cultura local ou regional. Essa integração poderá adotar, ou um caminho de adaptação e reestruturação produtiva para a dependência e reprodução das assimetrias intra-regionalmente, ou um caminho de desenvolvimento territorial em forma de sistemas produtivos e inovativos locais, superando as assimetrias econômicas e políticas. 2- Histórico: o processo de integração Sul-Americano Visto sob a ótica brasileira, o processo de integração regional Sul-Americano tem importância estratégica no longo prazo, seja porque ele é o caminho para a construção de estabilidade econômica e política no continente, seja porque ele representa o leito natural histórico onde construir as alianças políticas, comerciais e econômicas para ocupar um lugar de expressão no mundo tão desigual, em defesa da paz, da justiça social e da liberdade democrática. Apesar disso, durante séculos os países do continente estiveram mais voltados para suas antigas sedes coloniais europeias ou para a nova matriz norte-americana, dando as costas uns aos outros ou embarcando em disputas territoriais locais fortemente desagregadoras. Além disso, havia uma preocupação com a hegemonia brasileira num mercado regionalizado, em prejuízo dos demais países. As duas dificuldades foram removidas no campo político-diplomático, como veremos a seguir. Segundo Cordeiro (2009), a integração regional Sul-Americana, entendida como a construção de um projeto estratégico comum com nossos vizinhos, se desenvolve em quatro frentes de trabalho: aprofundar e melhorar as relações bilaterais, fortalecer e consolidar o Mercosul, a Unasul e iniciar a cooperação e concertação política entre a América do Sul e a região do Caribe. Na frente Unasul, o autor cita cinco dimensões para a integração regional: IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 577 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón a) promoção do diálogo e concertação política como instrumento para a solução de conflitos e para assegurar a estabilidade institucional e democrática; b) integração econômica e comercial para a promoção de prosperidade comum; c) integração da infraestrutura física de transportes, energia e comunicações; d) integração cidadã, para promover maior aproximação cultural, liberdade de circulação e a construção progressiva de uma verdadeira cidadania sul-americana; e e) integração fronteiriça, que apoie a transformação das zonas de fronteira em polos de desenvolvimento e aproximação. (CORDEIRO, 2009; p. 64) Para iniciar a reversão dessa tendência autofágica, desde a redemocratização do Brasil, em 1985, diversas iniciativas foram adotadas junto aos vizinhos do continente, no sentido da integração regional. Outras estruturas já existiam, então, como o Comitê dos Países da Bacia do Prata, congregando Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, criado em 1969, com finalidades socioambientais. Também em 1969 foi fundada a Comunidade Andina, tendo como membros a Bolívia, o Equador, a Colômbia e o Peru, com finalidade comercial. O Mercado Comum do Sul – Mercosul - foi criado em 1991, com a participação do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, com finalidade comercial e econômica, prevendo alcançar a livre circulação de pessoas e mercadorias no futuro, bem como uma moeda única. É criticado pelas falhas no livre comércio e nas normas aduaneiras, mas ele é um esforço de países em desenvolvimento para superar suas deficiências em vários campos, da infraestrutura até os direitos coletivos (sociais) e individuais (cidadania democrática). Completando 22 anos em 2013, o Mercosul deu exemplo de sua importância e força quando, recentemente, suspendeu a participação do Paraguai no bloco devido ao golpe de estado que derrubou o Presidente da República, só retornando após a realização de eleições democráticas naquele país. Na mesma ocasião, a Venezuela ingressou no bloco, aproveitando a ausência do Paraguai que lhe era contrário. Segundo Simões (2010), entre 2002 e 2008 as exportações brasileiras para a América do Sul cresceram de US$ 7,5 bilhões para US$ 38,4 bilhões (ou 412%). Também o Brasil comprou da região 220% mais, com importações crescendo de US$ 7,6 bilhões em 2002 para US$ 25 bilhões em 2008. Para esse autor, as assimetrias de desenvolvimento e as diferenças de competitividadesempre exigirão compensações para manter o bloco unido. Uma iniciativa neste sentido foi implementada em 2004 com a criação do FOCEM – Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul, em pleno funcionamento desde 2006. É composto por contribuições dos 4 paises no valor de cem milhões de dólares/ano, sendo que o Brasil aporta 70%, a Argentina 27%, o Uruguai 2% e o Paraguai 1%. Em 2011, os financiamentos do FOCEM chegavam a US$ 824 milhões, tendo US$ 141 milhões disponíveis para novos projetos. O Uruguai é o país que mais utilizou recursos do Fundo, como mostra o Quadro I. IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 578 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón Quadro I – Recursos do FOCEM (2011) Fonte: MP/SPI Uma intervenção política decisiva (SIMÕES, 2010)foi feita pelos Presidentes Luis Inácio Lula da Silva (Brasil) e Néstor Kirchner (Argentina), que desde 2003, ao firmar o “Consenso de Buenos Aires” quase em contraposição ideológica ao “Consenso de Washington”, trouxeram um discurso comprometido não apenas com a liberalização comercial, mas, simultaneamente, com a correção das assimetrias no bloco Mercosul, visando a articulação efetiva das principais cadeias produtivas e colocando em pauta uma agenda social. 3- Unasul: o plano de investimentos até 2022 A nova postura política dos dois líderes, bem como a ascensão de novos governantes em processos eleitorais democráticos nos demais países do continente, levou à criação da União de Nações Sul-Americanas - Unasul, em 2008. Fazem parte dela Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Possui uma Secretaria Executiva e um Parlamento. Em 23/05/2008, após 12 reuniões de Cúpula dos Chefes de Estado, criou-se a UNASUL, com a assinatura do Tratado Constitutivo da nião de Nações ul-Americanas em Brasília. la tem como ob etivo construir, de maneira participativa e consensual, um espaço de integração e união no mbito cultural, social, econ mico e pol tico entre seus povos, priorizando o di logo pol tico, as pol ticas sociais, a educação, a energia, a infraestrutura, o financiamento e o meio ambiente, entre outros, com vistas a eliminar a desigualdade sócio-econ mica, alcançar a inclusão social e a participação cidadã, fortalecer a democracia e reduzir as assimetrias no contexto do fortalecimento da soberania e independ ncia dos stados. A Tabela 01 mostra o que são essas assimetrias, das quais a política de integração precisa se ocupar, em termos de PIB (Produto Interno Bruto) e PIB per capita. IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 579 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón Tabela 1: PIB, População e PIB per capita dos países que compõem a Unasul Países Argentina Bolívia Brasil Chile Colombia Equador Guiana Paraguai Peru Suriname Uruguai Venezuela PIB (US$ a preços atuais) 446.044.143.596 23.948.670.618 2.476.652.189.880 248.585.499.941 333.371.937.903 65.945.432.310 2.576.731.667 23.836.769.722 176.925.341.932 4.304.467.564 46.709.797.684 316.482.190.800 População 40.764.561 10.088.108 196.655.014 17.269.525 46.927.125 14.666.055 75.604 6.568.290 29.399.817 529.419 3.368.595 29.278.000 PIB per capita (US$) 10.941,96 2.373,95 12.593,89 14.394,46 7.104,03 4.496,47 34.081,95 3.629,07 6.017,91 8.130,55 13.866,26 10.809,56 Fonte: Banco Mundial, 2013 A Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana - IIRSA foi criada em 2000, com a finalidade de estruturar e viabilizar junto aos bancos multilaterais que lhe dão suporte, uma carteira de projetos elaborada em consenso entre os países beneficiados, para a integração física do território. A primeira carteira acordada em 2004 previa investimentos para o período 2005-2010, num total de 500 projetos organizados em 10 Eixos de Integração e Desenvolvimento - EIDs. Desses, 31 projetos prioritários foram selecionados, graças ao seu forte impacto na integração física regional. Os EIDs planejados foram: Andino, Andino do Sul, Capricórnio, Hidrovia Paraguai-Paraná, Amazonas, Escudo Guianês, Sul, Interoceânico Central, Mercosul-Chile e Peru-Brasil-Bolívia. Los componentes de esta Agenda no son proyectos aislados, sino “proyectos estructurados”. Un proyecto estructurado es aquel que consolida redes de conectividad física con alcance regional, con el propósito de potenciar sinergias existentes y solucionar las deficiencias de la infraestructura implantada. Están compuestos por uno o más proyectos de la Cartera de Proyectos del COSIPLAN, denominados a los fines de esta Agenda “proyectos individuales”. La API está compuesta por 31 proyectos estructurados y por 88 proyectos individuales, seleccionados con el consenso de los 12 países de América del Sur. (site da Iirsa, 2013) Quando a Unasul criou o Conselho Sul-americano de Infraestrutura e Planejamento Cosiplan, em Quito, em agosto de 2009, para o planejamento da infraestrutura de integração regional, a Iirsa se transformou num fórum técnico do Conselho. statuto e o egulamento do Conselho foram aprovados pelos inistros do Cosiplan na sua primeira reunião em Buenos Aires, em dezembro de 2009. De acordo com seu Estatuto, o Cosiplan uma inst ncia de discussão pol tica e estrat gica (...) para implementar a integração da infraestrutura regional dos pa ses embros da nasul . or ocasião da eunião de Presidentes da Unasul (Georgetown, novembro de 2010), os mandat rios auguraram “a imediata implementação de seu lano de Ação, de especial import ncia para o futuro da integração regional” e enfatizaram “a import ncia de selecionar um con unto de obras de forte impacto para a integração e o desenvolvimento socioecon mico regional” ( C A A A N A NA , 2010). IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 580 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón A Agenda de Projetos Prioritários (API) aprovada em 30/11/2011 tem 31 projetos estruturados, no valor de US$ 17, 26 bilhões. Sua lista está no Quadro A, no anexo. A Figura 01 com os projetos prioritários e a Figura 02 com os EIDs também estão no anexo. Como pode ser observado na Figura 02, o Nordeste brasileiro é uma mancha branca neste mapa de investimentos. Então, o que aconteceu em 2011 para mudar esta situação de isolamento? Em primeiro lugar, deve-se observar a Figuara A, a seguir, que mostra as exportações brasileiras e nordestinas para a ALADI (o continente sul-americano, mais Cuba e Panamá). Entre 2000 e 2012, passando pela fase aurea do comércio mundial recente em 2007, a evolução foi de 418% a mais para o Nordeste (saiu de 597 milhões de dólares em 2000 para 2,498 bilhões em 2012), enquanto o Brasil exportou mais 349% para a região (saiu de 12, 9 bilhões de dólares em 2000 para 45 bilhões em 2012). Figura A – Evolução das exportações para a ALADI 2000-2012 (FOB) Qual o potencial da integração regional para a economia nordestina, caso se adensem as relações intersetoriais e as cadeias produtivas com os países vizinhos ou seus territórios? Quais as consequências da integração comercial e física para a correção de assimetrias intraregionais dos países da Unasul?A integração ajuda ou dificulta a superação da estagnação econômica e a pobreza em partes dos territórios nacionais? Por que o planejamento dos Estados e da Região Nordeste nunca se preocupou em inserir-se no plano de integração da América do Sul? Só a distantância da fronteira não é explicação suficiente para tal isolamento e omissão. Devem haver motivos relacionados aos centros de decisão de planejamneto público, dos quais o Nordeste estava ausente, e motivos relacionados à divisão do trabalho em GVCs que colocava as empresas nordestinas em posição subalterna às firmas líderes que alocavam sua cadeia de suprimentos seguindo, como disse Ana Arroio, a lógica da lucratividade e não da promoção do desenvolvimento territorial. De qualquer forma, em 2011 a Presidência do Cosiplan passou, pro-tempore, ao Brasil. Coube ao Ministério do Planejamento, através da sua Secretaria Nacional de Planejamento e Investimentos Estratégicos (SPI), a coordenação do processo de planejamento dos investimentos em infraestrutura para integração regional, para o período 2012-2022. Foi elaborado, em primeiro lugar, uma revisão da carteira de projetos, sendo que haviam 159 projetos em execução, representando 30% da carteira e US$ 52 bihões, ou 45% dos recursos; IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 581 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón 309 projetos estavam em preparação, representando 58% deles, com recursos de US$ 53,7 bilhões (46%); e 63 projetos foram concluídos (12%) consumindo 9% dos recursos ou US$ 10,4 bilhões. Em seguida elaborou-se um Plano Estratégico, com seis objetivos e 15 ações bem definidas. Os objetivos são: 1- Promover a conectividade da região a partir da construção de redes de infraestrutura para sua integração física, atendendo a critérios de desenvolvimento social e econômico sustentáveis, preservando o meio ambiente e o equilíbrio dos ecossistemas. 2- Ampliar as capacidades e potencialidades da população local e regional por meio do desenvolvimento da infraestrutura com a finalidade de melhorar a qualidade e a expectativa de vida. 3- Desenhar estratégias regionais de planejamento para o desenvolvimento da infraestrutura. 4- Consolidar a Carteira de Projetos para a Integração da Infraestrutura Regional SulAmericana. 5- Fomentar o uso intensivo de Tecnologias de Informação e Comunicação com a finalidade de superar barreiras geográficas e operacionais dentro da região. 6- Impulsionar a aplicação de metodologias, o desenvolvimento de processos setoriais e ações complementares que tornem possível o projeto, a avaliação e a operação dos empreendimentos de integração física. Na nova metodologia proposta e aprovada pelo Cosiplan, os EIDs devem, agora, elaborar planos de desenvolvimento territorial participativos e sustentáveis, superando ou minimizando os impactos negativos das obras nas comunidades atingidas e promovendo o desenvolvimento local. Critérios de enquadramento dos novos projetos foram estabelecidos em forma consensual: O projeto deve pertencer à Carteira de Projetos do COSIPLAN, ser prioridade na ação de governo e contar com compromisso de realização (evidenciada por alocação de recursos em planos plurianuais, legislação aprovada, orçamento etc.); Deve dispor de estudos de viabilidade, ou o país tem recursos alocados no orçamento para iniciar a execução dos mesmos; Consolida redes de conectividade com alcance regional; Existem sinergias transfronteiriças;representa oportunidade ou necessidade de desenvolvimento de um programa de ações complementares para a prestação efetiva de serviços e o desenvolvimento sustentável do território, segundo as características e modalidades de cada projeto. Cada país fez a revisão de sua carteira anterior, apresentou seus projetos prioritários aos Grupos Técnicos Executivos, que definiram a Agenda de Projetos Prioritários de Integração (API). Os 12 Coordenadores nacionais na IIRSA fizeram a consolidação da API e o mesmo aconteceu no Comitê Coordenador do Cosiplan. Finalmente, em 30 de novembro de 2011, numa reunião no Palácio do Itamaraty, os doze Ministros aprovaram a nova carteira de projetos em reunião anual do Cosiplan, como mostra a Figura B. A Figura C ilustra a composição da nova carteira. IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 582 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón Figura B – II Reunião Ministerial do COSIPLAN Figura C – API em termos de valor dos projetos Fonte: MP/SPI Foi nessa ocasião, quando uma comissão interministerial composta pelos Ministérios do Planejamento, Relações Exteriores, Desenvolvimento Econômico, Transportes, Comunicações, dentre outros, foi organizada para fazer a revisão da carteira de projetos IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 583 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón prioritários brasileiros, que a SPI convidou, numa reunião do Conseplan – Conselho dos Secretários de Estado de Planejamento- os Estados para participarem das análises dos projetos e apresentarem suas sugestões. Apenas a Região Nordeste não estava contemplada com um EID. Então, os secretários nordestinos se reuniram e apresentaram, na reunião dos Grupos Técnicos Executivos em Lima, a ampliação do Eixo Peru-Brasil-Bolívia, promovendo a integração Leste-Oeste do continente, como mostra a Figura 03, no anexo. O novo Eixo beneficiaria exatamente as regiões mais pobres dos três países, no caso brasileiro, o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Além disso, é complementar aos demais Eixos que cruzam o território brasileiro. Justifica-se a criação do novo Eixo: pela rota de proximidade do Nordeste brasileiro em relação aos mercados europeu e norte-americano, facilitando o escoamento da produção sul-americana e brasileira, destacando-se a produção do agronegócio no Centro-Oeste, Peru e Bolívia, como também interligando parques petroquímicos e bacias exploratórias de hidrocarbonetos (petróleo e gás); redução das assimetrias e desigualdades sociais. Os investimentos propostos vào no sentido da interligação rodoviária e ferroviária entre os países, complementando-se com o modal de transporte naval através dos portos de Pecém, Suape, Cabedelo, Porto Sul, Itaqui e Aratu, do lado brasileiro, e Puerto Maldonado do lado peruano. Obras complementares já previstas no PAC são as rodovias federais, as ferrovias Transnordestina e Norte-Sul e outros ramais nordestinos, bem como a hidrovia do São Francisco. Em resumo, trata-se de um Eixo que abre uma nova fronteira para ocupação do vazio central do Brasil e proporciona a interiorização da base produtiva essencialmente litorânea do Nordeste. A partir da proposta apresentada pelo então Secretário de Planejamento da Bahia, Zezéu Ribeiro, o BID financiou através do CCT – Comitê de Coordenação Técnica um estudo de pre-viabilidade do novo Eixo, concluindo, em setembro de 2012, pela alteração da inclusão do projeto nordestino: ele ficou no Eixo do Amazonas e não no Eixo Peru-Brasil-Bolívia. Em março de 2013, em reunião do Grupo Técnico Executivo do EID Amazonas, o novo Eixo do Amazonas Ampliado foi constituído. Em maio de 2013, em Montevidéu, os projetos propostos pelo Nordeste foram, finalmente, incluídos na carteira de projetos do Cosiplan. Naturalmente, o investimento previsto será determinado ao serem elaborados os projetos executivos e os estudos de viabilidade. Portanto, o assunto deve ser acompanhado de perto pelos órgãos de planejamento estaduais nordestinos e pelos órgãos federais de promoção regional, como a Sudene e Banco do Nordeste. Na verdade, mesmo tendo transcorrido dois anos entre a proposta e a inclusão do Nordeste nos planos de integração regional SulAmericana, o trabalho está apenas começando. Particularmente deverão ser elaborados projetos de desenvolvimento local para as áreas afetadas pelas obras físicas dos sistemas viários, evitando a sua degradação ambiental e social. Nossas rodovias e portos não devem transportar exploração sexual de crianças e adolescentes, nem drogas, nem escravos, e sim a prosperidade, a cidadania e o conhecimento. IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 584 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón Conclusão A inclusão do Nordeste nos planos de integração Sul-Americana é absolutamente inovadora sob o aspecto do planejamento regional. Aqui fez-se uma descrição do processo de inclusão, porém os impactos diretos e indiretos, ambientais, econômicos e sociais ainda estão por serem avaliados, o que será possível em nível mais consistente com a divulgação dos projetos executivos e seus estudos de viabilidade. Aumento das exportações e do emprego, melhoria da renda e da condição urbana da rede de cidades abrangida pelo Eixo Amazonas Ampliado podem ser resultados positivos se adotarmos a “flexibilização ofensiva” que ipietz e eborgne explicaram. esenvolvimento de ASPILs – Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais 1 – pode ser planejados a partir do potencial dos territórios cortados pelas obras de integração física. O impacto potencial do Eixo Amazonas Ampliado sobre o Nordeste e sua economia é tão significativo que deveria ocupar um espaço privilegiado dos órgãos de planejamento estaduais e federais regionais. Certamente ocupará tempo – são obras estruturantes e de execução no longo prazo – e recursos humanos e financeiros significativos. Aliás, a discussão agora pode começar exatamente por aí: como serão financiados os projetos que integrarão o Nordeste ao Brasil e ao continente Sul-Americano. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APOLINÁRIO, Valdênia et SILVA, M L (org). 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América do Sul: desenvolver é desconstruir assimetrias in Conferência Nacional de Política Externa e Política Internacional (2009: Rio). O Brasil no mundo que vem aí. Brasília: FUNAG, 2010. pp 45-62 FUNAG. Conferência Nacional de Política Externa e Política Internacional (2009: Rio). O Brasil no mundo que vem aí. Brasília: FUNAG, 2010. 1 Conceito formulado pela Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais REDESIST (Ver CASSIOLATO e LASTRES, 2000). IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 585 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón FUNDAÇÃO KONRAD ADENAUER. A América Latina e a União Europeia. Brasília, 2007. LIPIETZ, Alain; LEBORGNE, Danièle. Deux Strategies Sociales Dans La Prodution Des Nouveaux Espaces Economiques. Nº 8911. Centre ’Études rospectives ’Économie Mathématique Appliquées a La Planification. Paris I, 21-22 Mars, 1988. MERKEL, A. Prefácio in Fundação Konrad Adenauer. 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IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 586 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón ANEXOS Figura 01- Agenda IIRSA 2005-2010 Fonte: IIRSA IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 587 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón Figura 02- Eixos de Integração e Desenvolvimento 2012-2022 Fonte: MP/SPI IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 588 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón FIGURA 03- Proposta do Nordeste para sua inclusão no Eixo Peru-Brasil-Bolívia PROPUESTA DE CREACIÓN DE UN NUEVO EJE DE INTEGRACIÓN Y DESARROLLO Caracas Georgetown Paramaribo VENEZUELA EJE ANDINO GUIANA COLOMBIA Bogotá á EJE DEL ESCUDO EJE DEL ESCUDO GUAYANÉS GUAYANÉS SURINAM SURINAME GUIANA FRANCESA GUAYANA FRANCESA Quito Belém EQUADOR ECUADOR F t l Fortaleza São Luís EJE DEL AMAZONAS Teresina PERU Natal Recife BRASIL EJE INTEROCEÁNICO PERÚ-BRASIL-BOLIVIA Maceió Lima Salvador Brasília Cuiabá La Paz EJE DE LA HIDROVÍA PARAGUAY -- PARANÁ BOLÍVIA Campo Grande CHILE PARAGUAI PARAGUAY Porto Alegre Santiago ARGENTINA Buenos Aires EJEINTEROCEÁNICO INTEROCEÁNICO EJE CENTRAL CENTRAL Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Asunción ón EJE DE CAPRICORNIO Belo Horizonte URUGUAI URUGUAY EJE MERCOSUR-CHILE Montevideo M del Mar d l Plata Pl t EJE ANDINO DEL SUR EJE DEL SUR EJE DEL SUR Fonte: Fuente: própria, Propia; trabalhado trabajo realizado sobre mapa sobre domapa IIRSAde IIRSA Fonte: CONSEPLAN, 2011 IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 589 O NORDESTE E A INTEGRAÇÃO REGIONAL SUL-AMERICANA Maria Lúcia de Oliveira Falcón Quadro A: Lista de 31 Projetos Prioritários para a Carteira de Investimentos COSIPLAN 2012-2022 4- Eje Vial Paita -Tarapoto - Yurimaguas, Puertos, Centros Logísticos e Hidrovías 5- Eje Vial Callao - La Oroya - Pucallpa, Puertos, Centros Logísticos e Hidrovías 6- Acceso Nororiental al Río Amazonas 7- Corredor Vial Caracas - Bogotá - Buenaventura / Quito 8- Interconexión Fronteriza Colombia - Ecuador 9- Sistema de Conectividad de Pasos de Frontera Colombia - Venezuela 10- Centro Binacional de Atención en Frontera (CEBAF) Desaguadero 11- Autopista del Sol: Mejoramiento y Rehabilitación del Tramo Sullana - Aguas Verdes 12- Construcción del Puente Binacional Salvador Mazza - Yacuiba y Centro de Frontera 13- Conexión Oeste Argentina - Bolivia 14- Corredor Ferroviario Bioceánico Paranaguá - Antofagasta 15- Conexión Vial Foz – Ciudad del Este - Asunción - Clorinda 16- Línea de Transmisión 500KV (Itaipú - Asunción - Yacyretá) 17- Rehabilitación de la Carretera Caracas - Manaos 18- Ruta Boa Vista - Bonfim - Lethem - Linden - Georgetown 19- Rutas de Conexión entre Venezuela (Ciudad Guayana) - Guyana (Georgetown) Suriname 20- Mejoramiento de la Navegabilidad de losRíos de la Cuenca del Plata 21- Interconexión Ferroviaria Paraguay - Argentina - Uruguay 22- Rehabilitación del Ramal Ferroviario Chamberlain - Fray Bentos 23- Circunvalación Vial de Nueva Palmira y Sistema de Accesos Terrestres al Puerto 24- Aeropuerto Distribuidor de Carga y Pasajeros para Sudamérica 25- Mejoramiento de la Conectividad Vial en el Eje Interoceánico Central 26- Paso de Frontera Infante Rivarola - Cañada Oruro 27- Corredor Ferroviario Bioceánico Central (Tramo Boliviano) 28- Gasoducto del Noreste Argentino 29- Construccióndel Puente Internacional Jaguarao - Río Branco 30- Transporte Multimodal en Sistema Laguna Merín y Lagoa Dos Patos 31- Corredor Ferroviario Montevideo - Cacequí 32- Optimización del Sistema Paso de Frontera Cristo Redentor 33- Túnel Binacional Agua Negra 34- Conexión Porto Velho - Costa Peruana INTAL - Secretaría de CCT © IIRSA 2012 IX ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – SET. 2013 ECONOMIA REGIONAL • 590