A COPA DO MUNDO DE 2014 E OS INVESTIMENTOS PÚBLICOS: um breve
relato sobre as principais realizações para o evento.
RAMALHO1, Rodrigo Alves; TEIXEIRA2, PROF Rogério de Assis (Orientador)
RESUMO
Os investimentos com a Copa do Mundo de Futebol em 2014 em sua maioria serão públicos,
divididos entre os poderes municipal, estadual e federal, com um orçamento de mais de trinta
bilhões de reais, serão utilizados para construção de estádios, reformas de aeroportos e
execução de obras de infra-estrutura em todas as doze sedes do torneio. Com o evento o Brasil
receberá turistas do mundo inteiro sendo necessário um ótimo acolhimento durante o período
do torneio, para que o legado do mundial permaneça por muitos anos, gerando assim retorno
não somente no período do mundial, mas também por um longo prazo. Para que todas as
obras de infra-estrutura estejam prontas até 12 de julho de 2014, será necessário o
comprometimento de todos os governantes e a população brasileira, com intuito de organizar
um evento que agrade todos os telespectadores mundiais, dentro do orçamento programado
pelo poder público.
Palavras-chave: Investimento, infra-estrutura, legado.
ABSTRACT
Investments with the FIFA World Cup in 2014 will be mostly public, divided between the
municipal, state and federal levels, with a budget of more than thirty billion reais, will be used
to build stadiums, airports and implementing reforms works infrastructure in all twelve
venues of the tournament. Brazil will get tourists all around the world, with this it will be
needed a great host during the event so that the legacy of the world remains for many years,
thereby creating not only return during the event, but also for a long time. For all the works of
infrastructure to be ready by July 12, 2014, it will be required the commitment of all
governments and the Brazilian population, aiming to organize an event that will please all
viewers worldwide, within the budget set by the government.
Key words: investments; infrastructure; legacy.
1
Acadêmico do Curso de Gestão Pública, nível pós-graduação do Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia do Sul de Minas Campus Muzambinho/MG. Graduado em Administração pelo Centro Universitário
da Fundação Educacional de Guaxupé – UNIFEG. [email protected].
2
Professor universitário, Graduado em Ciências Econômicas, Especialista em Controladoria e em Gestão Fiscal,
Mestre em Administração Pública Municipal, atua na área pública desde 1994. [email protected].
INTRODUÇÃO
No dia 30 de outubro de 2007 o Brasil foi escolhido pela Federação Internacional de
Futebol (FIFA) para organizar o maior evento do futebol mundial. Após esta data o país
passou a ter a missão adequar toda sua infra-estrutura de estádio, aeroportos, rede hoteleira,
entre outras, para receber este mega evento. (COPA DE 2014, 2012).
A escolha das sedes foi baseada em critérios técnicos estabelecidos pela FIFA, nos
quais foram verificadas através de várias inspeções nas cidades a partir de 2009. Os principais
pontos analisados nestas visitas foram à capacidade de investimento de cada cidade na
construção de seus estádios, segurança, tanto para as delegações dos países quando aos
turistas, rede hoteleira, sistema de transporte terrestre e aéreo.
De acordo com Proposta Estratégica de Turismo (2012), para realizar os investimentos
necessários para que todas as obras estejam prontas, conforme o especificado pela FIFA, as
sedes terão que arcar com no mínimo 30 bilhões de reais, sendo a maioria destes recursos
públicos, liberados através de convênios com as respectivas cidades.
A população brasileira acredita que as obras realizadas com dinheiro público possam
ser úteis mesmo após o término do torneio, significando um ganho na oferta de bens públicos.
Conforme Portal 2014 (2012) espera que os estádios brasileiros tenham as mesmas
características da multiarena Amsterdã na Holanda, onde além de jogos de futebol, são
realizados shows, palestras, encontros religiosos e vários outros eventos esportivos, como
futebol americano e rúgbi. Daqui alguns anos, vamos descobrir se os investimentos alocados
nas cidades sedes trarão grandes benefícios à população brasileira. O grande desafio do Brasil
é manter todos os seus investimentos em uso, assim deixando um legado por muitos anos.
O país espera receber (ibid) mais de 700 mil turistas estrangeiros e movimentar
milhões de brasileiros pelas sedes, criando empregos em larga escala e promovendo o Brasil
no exterior, Mesmo com toda esta expectativa de geração de empregos, existe uma grande
parcela da população que é contra o investimento realizado na Copa, onde os mesmo recursos
poderiam ser direcionados para educação, saúde e segurança, que são áreas que necessitam de
maiores investimentos e abrangem a população em geral.
O estudo dos investimentos públicos no evento de 2014 nos mostrará, onde e como
serão gastos os recursos, quais cidades que serão beneficiadas com a construção estádios,
ampliação de aeroportos e rodovias, aumento da rede hoteleira, melhoria na infra-estrutura em
geral das sedes do evento.
2 HISTÓRIA E INVESTIMENTOS COM A COPA DE 1950
A história conta que os eventos esportivos sempre movimentaram uma legião de
seguidores mundo afora. Com o passar do tempo estes eventos ficaram mais globalizados. O
primeiro grande evento esportivo mundial pode ser considerado os jogos Olímpicos de Atenas
em 1896, onde o mesmo foi batizado como o primeiro acontecimento da era moderna.
(ATENAS 1896, 2012).
O Brasil apesar de sempre participar dos maiores eventos esportivo, como as
Olimpíadas e as Copas do Mundo, até o ano de 1950 nunca tinha sido sede de um destes
grandes eventos mundiais. Conforme História Copa de 1950 (2012), Em 1948 o Brasil foi
escolhido para organizar a quarta edição da copa do mundo de futebol. Este evento ocorreu
em seis cidades brasileiras, sendo São Paulo, Curitiba;
Recife, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, e teve a participação de
dezesseis seleções, das quais sete eram europeias, sete americanas e duas asiáticas.
Para este torneio foi construído o maior estádio de futebol do mundo na época, o
Maracanã no Rio de Janeiro, com um investimento todo do governo federal. De acordo com
Silva (2010, p.64), os investimentos federais são “despesas orçamentárias com o
planejamento e a execução de obras, inclusive com aquisição de imóveis considerados
necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalação, equipamento e
material permanente”.
De acordo com Portal 2014 (2012), mais de um milhão de pessoas acompanharam os
jogos nos estádios brasileiros na edição de 1950, além de jornalistas do mundo todo. O
mundial mostrou que apesar do curto tempo de organização, o Brasil estava preparado para o
evento, e todos os estádios construídos ou reformados para 1950, até hoje são utilizados pelos
seus estados para acontecimentos esportivos, e o Maracanã, voltará a ser responsável por mais
uma final de copa do mundo, desta vez em 2014. Para Rubio (2008, p.64):
O planejamento estratégico e amplamente recomendado como um importante
instrumento para o desenvolvimento e está relacionado com a forma de antecipar e
regulares mudanças locais, de forma a promover o desenvolvimento ordenado
ampliando os benefícios sociais, econômicos e ambientais. Para conseguir isso o
planejamento deve possuir uma seqüência de operações ordenadas e desenhadas
para alcançar os objetivos esperados.
3 INVESTIMENTOS PÚBLICOS COPA DE 2014
Na história dos eventos esportivos há relatos em que a sede do evento esportivo, teve
um alto retorno em relação ao seu investimento, e outras que estão pagando até hoje pelo
evento realizado. O mega evento esportivo que teve o melhor impacto após o seu término para
a população foram às olimpíadas de 1992, realizada na cidade de Barcelona na Espanha, que
até hoje colhe seus frutos, com um grande número de turista de todo o mundo e também
consegue utilizar até hoje as arenas esportivas para vários eventos. Já Montreal, que fica no
Canadá, foi sede das olimpíadas de 1976 e adquiriu uma dívida de aproximadamente R$ 2,8
bilhões, que foi quitada apenas em 2006, após trinta anos do fim da competição. (GLOBO,
2012).
Até o início da próxima edição do maior evento de futebol mundial, serão sete anos de
preparação para que o Brasil consiga sediar um evento de alta complexidade, tanto na oferta
de estádios quanto no desenvolvimento da infra-estrutura. De acordo com Rubio (2008, p.24):
Infra-instrutora significa obviamente a infra-estrutura esportiva para competições e
treinamentos, mas também a infra-estrutura geral da cidade como aeroportos,
estradas, telecomunicações, alojamentos (atletas, mídias e oficiais), estrutura para o
entretenimento e parques, etc. Toda infra-estrutura deixada após um evento deve
caber no desenvolvimento geral da cidade. Hoje construções temporárias ajudam a
evitar legados negativos.
Após a escolha do Brasil como sede da copa de mundo de futebol de 2014, o segundo
passo foi escolher as cidades que participaram do evento, houve a candidatura de dezoito
cidades, sendo escolhidas apenas doze, quais sejam: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo
Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza
(CE), Manaus (AM), Natal (RN), Recife (PE) e Salvador (BA). (PORTAL 2014, 2012).
A estimativa é que o torneio de 2014 agregará cerca de cento e oitenta e três bilhões de
reais ao produto interno bruto brasileiro até 2019, com um investimento de aproximadamente
trinta bilhões em infra-estrutura, tanto na construção de estádios quanto na melhoraria do
transporte terrestre e aéreo, da rede hoteleira e maior segurança dos turistas e das delegações
que participarão do evento.
Os governantes brasileiros esperam gerar, entre empregos diretos e indiretos,
aproximadamente setecentos mil novos postos de trabalho. Todos os investimentos públicos
serão auditados pelo Tribunal de Contas da União, que colocou o portal da transparência a
disposição da população para tentar esclarecer qualquer dúvida sobre os investimentos que
serão feitos para a realização da copa. Para TCU (2012, p.1):
O Tribunal de Contas da União (TCU) é um tribunal administrativo. Julga as contas
de administradores públicos e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos federais, bem como as contas de qualquer pessoa que der causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. Tal competência
administrativa-judicante, entre outras, está prevista no art. 71 da Constituição
brasileira. Conhecido também como Corte de Contas, o TCU é órgão colegiado.
Compõe-se de nove ministros. Seis deles são indicados pelo Congresso Nacional,
um, pelo presidente da República e dois, escolhidos entre auditores e membros do
Ministério Público que funciona junto ao Tribunal. Suas deliberações são tomadas,
em regra, pelo Plenário – instância máxima – ou, nas hipóteses cabíveis, por uma
das duas Câmaras.
Com todos estes investimentos realizados para o evento de 2014, há uma grande
possibilidade do aumento da dívida pública do país, pois grande parte das arenas será
financiada com dinheiro público, e mesmo após o evento, terão sua manutenção custeada pelo
Estado, como algumas cidades sedes não têm tradição em levar uma grande platéia aos jogos,
os estádios destas cidades poderão virar “elefantes brancos” ocasionando um grande custo ao
governo de manter estas arenas em bom estado de conservação. Para Giambiagi (2008, p.32).
O administrador público, no ato de selecionar as atividades prioritárias, deve fazer
escolhas difíceis e, provavelmente, deixará algum grupo insatisfeito. Portanto muitos
de nós em algum momento poderemos ter reclamado do fato do gasto público ser
“excessivo”, criticando o governo por isso, mas por outro lado temos que entender
que e muito mais fácil pregar uma palavra de ordem (reduzir gastos) do que estar na
pelo do prefeito, governador ou do presidente da República e decidir qual gasto
especifico que vai ser cortado.
Quem pagará estes novos custos serão população brasileira, que já possui uma das
maiores cargas tributárias do mundo, e com os próximos eventos, os gastos públicos tendem a
crescer, o que pode vir a diminuir a possibilidade de investimentos em outras áreas críticas do
país.
3.1 Construções e reforma de Estádios
Das doze capitais brasileiras que receberão jogos da Copa 2014, nove delas terão
recursos totalmente públicos para a construção ou reformas de suas arenas, e os outros três
terão incentivos ficais, já que pertencem a clubes de futebol particulares. De acordo com
Templos do Futebol (2012, p.1):
Local para uma atividade de lazer, praticando ou apenas assistindo, os estádios de
futebol mais importantes do país estão em processo de reformulação, devido à
conquista de duas grandes oportunidades. Primeiramente, no ano de 2014, a
realização da Copa do Mundo em doze capitais brasileiras, e em 2016, as
Olimpíadas, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Esses estádios estão se adaptando às
normas da FIFA – Fédération Internationale de Football Association, para receber a
aprovação e sediarem os jogos do campeonato mundial e, posteriormente, se
manterem economicamente através da arrecadação nos valores de ingressos nas
partidas locais, nos espaços para shows e outros eventos nacionais e internacionais, e
também como pontos turísticos.
O grande destaque entre todas as arenas é o estádio do Maracanã no Rio de Janeiro,
que passa novamente por uma grande reforma, para sediar um grande evento esportivo, já que
em 2007, para a realização do Pan Americano do Rio de Janeiro, o estádio foi reformado. As
obras para a copa custarão aos cofres públicos, oitocentos e oitenta e três milhões de reais.
(COPA 2014, 2012).
O estádio mineiro do evento será o Mineirão, que receberá seis partidas do mundial,
com grande destaque para uma das semifinais. O investimento total na reforma será de quase
seiscentos e trinta e quatro milhões de reais, sendo que quatrocentos milhões financiados pelo
Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). O restante com recursos da prefeitura de
Belo Horizonte.
No nordeste são quatro sedes, com destaque para o Ceará, que receberá uma das
semifinais do mundial. O estádio Governador Plácido Castelo, conhecido por Castelão, dentre
todas as obras, é o que está com o cronograma mais adiantado, com previsão de entrega das
obras para o começo de dezembro de 2012. Com um orçamento de mais de quinhentos
milhões de reais para a reforma, quase 70% estão sendo financiados pelo BNDES e o restante
dos recursos serão de uma parceria pública privada, onde um consórcio de empresas terá o
direito de explorar o estádio por oito anos. De acordo com Silva (2010, p.27).
A contratação de uma parceria Pública Privada deve ser precedida de licitação na
modalidade de concorrência pública. A lei nº 11079/04 em seu artigo 10 estabelece
que a abertura do processo licitatório seja condicionada ao cumprimento de vários
requisitos que demonstrem a viabilidade do projeto do ponto de vista técnico, fiscal,
legal, orçamentário.
Outra sede nordestina será Recife (PE), que está construindo a Arena Pernambuco,
com capacidade para quarenta e seis mil espectadores. Para Portal 2014 (2012), após o
mundial esta arena poderá receber eventos como shows e convenções. Os investimentos são
da ordem de quinhentos milhões de reais, financiados pelo governo de Pernambuco em
parceria com o BNDES.
Em Natal (RN) de acordo com Copa 2014 (2012), as obras estão atrasadas, devido ao
atraso na licitação da Arena das Dunas. O orçamento é de quatrocentos e dezessete milhões,
sendo que 95% destes são recursos federais, e o restante de uma parceria pública privada, que
terá a concessão do estádio por vinte anos.
A última das sedes nordestinas para o evento, Salvador (BA) também optou por uma
parceria pública privada, onde a empresa que ganhou a licitação poderá explorar por trinta e
cinco anos as instalações em torno do estádio. Com recursos de quase seiscentos milhões de
reais, dos quais trezentos e trinta milhões são financiados pelo governo federal, e o restante
proveniente de uma parceria pública privada. O estádio da Fonte Nova comportará cinqüenta
mil pessoas, e receberá cinco jogos do mundial.
A região Norte será representada pela cidade de Manaus (AM) que construirá a Arena
Amazônia que terá investimento todo federal, orçado em quinhentos e trinta e dois milhões de
reais, com capacidade de quarenta e quatro mil espectadores e receberá quatro jogos do
mundial. No Centro Oeste além da capital federal, Cuiabá (MT), também receberá jogos do
evento, a Arena Pantanal terá capacidade de quarenta e três mil espectadores, com
investimento de mais de quatrocentos e cinquenta milhões de reais, totalmente provenientes
dos cofres públicos. (PORTAL 2014, 2012).
O Estádio Nacional Mané Garrincha em Brasília (DF) terá investimento público na
casa de oitocentos milhões reais, e receberá sete jogos. Como o Distrito Federal não possui
grandes clubes de futebol, o grande desafio será manter o palco útil, já que sua capacidade
será de setenta e um mil espectadores.
São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR) são arenas particulares, e com isso,
(ibid) os recursos para a construção e reformas dos estádios terão que vir da iniciativa privada.
O incentivo que o poder público poderá aplicar a estas arenas é a diminuição de impostos e o
financiamento do BNDES, com prazos maiores e uma taxa de juros reduzidos.
Em Curitiba (PR), os incentivos fiscais poderão chegar a noventa milhões de reais,
além de um financiamento do BNDES de aproximadamente cem milhões de reais, para a
reforma da Arena da Baixada.
Já Porto Alegre (RS) a arena Beira Rio terá um custo total de trezentos e trinta milhões
de reais, sendo que duzentos e trinta e cinco milhões financiados pelo BNDES, com prazo de
pagamento de trinta e cinco anos, e terá capacidade para sessenta mil espectadores.
A capital paulista concentra o maior incentivo para a construção de um estádio
particular no Brasil. A obra está orçada em oitocentos e vinte milhões de reais, sendo que
quatrocentos milhões de financiamento do BNDES e o restante através de Certificado
Incentivo ao Desenvolvimento (CIDS) emitido pela prefeitura de São Paulo. O Estádio que
ainda não tem nome definido receberá a abertura do mundial e terá disponibilidade para
sessenta e cinco mil pessoas, sendo que deste total quinze mil lugares serão de arquibancadas
móveis, que serão removidas após o término da Copa do Mundo. Conforme Correio do Povo
(2012, p.1):
Para o mestre em finanças públicas pela FGV Amir Kahir, é absurdo dizer que não
haverá dinheiro público no estádio corintiano. "É claro que é dinheiro público. Isso é
novidade para mim. Quando uma empresa ou uma pessoa tem a obrigação de pagar
um determinado valor, naturalmente esse valor entraria no tesouro da prefeitura.
Quando você dá algum tipo de incentivo, você está abrindo mão de receber um
recurso. Isso é enquadrado no artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que diz
que quando você reduz uma receita a que você tem direito, você tem que compensála com outra receita. Então quando você está dando um benefício, você abre mão de
uma receita. Senão, pela própria essência não tem por que falar em incentivo.
3.2 Ampliações e Reformas de Aeroportos
Um dos grandes problemas que o Brasil apresentou nos últimos anos, foi os
recorrentes “apagões” aéreos. O maior deles foi em 2006, quando ocorreu o acidente com o
avião da empresa aérea Gol, com a morte de todos os presentes a bordo. Neste ano, em um
único dia, foram cancelados mais de 30% vôos, por falta de estrutura dos aeroportos.
Conforme Revista Veja (2012, p.1):
O caos e a incerteza que dominam o setor aéreo são resultado de uma série de
problemas interligados. Os recursos da área são mal administrados; os aeroportos
não têm estrutura para atender a atual demanda; faltam controladores de tráfego
aéreo, e os que estão aí não têm boas condições de trabalho; os radares têm zonas
cegas; as comunicações por rádio falham. Basta que um desses elos da corrente não
funcione para que todos os outros sejam comprometidos. Como estão todos na
iminência de falhar, a vulnerabilidade do sistema - que há muito ultrapassou o seu
limite - é enorme.
Com todos estes dados há uma grande preocupação das autoridades brasileiras com o
movimento de turistas na Copa. A previsão de investimento neste setor é de mais de cinco
bilhões de reais, em sua maioria com recursos públicos, nas doze capitais que receberão jogos
do torneio. Caso haja um novo “apagão” aéreo na Copa de 2014, o Brasil poderá ter grande
dificuldade em conseguir sediar novos eventos dessa magnitude. (PORTAL 2014, 2012).
O quadro abaixo demonstra a quantidade de recursos que cada cidade sede terá para a
reforma e ampliação de seus aeroportos, e também como serão distribuídos os investimentos
entre o poder público e a iniciativa privada.
Investimentos
Investimentos
Públicos
Privados
São Paulo
André Franco Montoro
R$ 665 milhões
R$ 1,38 bilhão
Rio de Janeiro
Antônio Carlos Jobim
R$ 813 milhões
R$ 0,00
Belo Horizonte Tancredo Neves
R$ 508 milhões
R$ 0,00
Brasília
Juscelino Kubitscheck
R$ 17 milhões
R$ 626 milhões
Curitiba
Afonso Pena
R$ 84 milhões
R$ 0,00
Porto Alegre
Salgado Filho
R$ 579 milhões
R$ 0,00
Manaus
Brigadeiro Eduardo. Gomes
R$ 394 milhões
R$ 0,00
Cuiabá
Marechal Rondon
R$ 91 milhões
R$ 0,00
Natal
São Gonçalo. do Amarante
R$ 174 milhões
R$ 618 milhões
Salvador
Dep. Luís Ed. Magalhães
R$ 47 milhões
R$ 0,00
Recife
Gilberto Freyre
R$ 18 milhões
R$ 0,00
Fortaleza
Pinto Martins
R$ 350 milhões
R$ 0,00
Quadro 1 – Investimentos em aeroportos para a Copa de 2014. Fonte: Portal 2014 (2012).
Cidades
Aeroportos
São Paulo será a cidade que mais receberá recursos para ampliação de seu principal
aeroporto, por meio de uma parceria pública privada. A maior obra será a construção do
terceiro terminal, que terá capacidade de movimentação de um mil e oitocentos passageiros
internacionais/hora no embarque e dois mil e duzentos passageiros internacionais/hora para
desembarque, com previsão de entrega das reformas em dezembro de 2013.
O aeroporto do Rio de Janeiro vem passando por reformas desde dois mil e três,
quando a cidade foi escolhida para sediar o Pan Américo de 2007. As principais obras para o
torneio de 2014 são a reforma do terminal de passageiros e a ampliação da capacidade de
pouso de decolagens das aeronaves em vôos internacionais. Os investimentos federais para
estas obras devem ultrapassar a casa de oitocentos milhões de reais. (COPA 2014, 2012).
Na cidade de Belo Horizonte o aeroporto Internacional Tancredo Neves, está com as
obras adiantadas, com previsão para o término das reformas em dezembro de 2013. As
principais mudanças para receber os turistas da Copa 2014 são a reforma da pista de pouso e
melhoria nos pátios do aeroporto. Portal 2014 (2012).
Na capital Federal foi aprovada a ampliação do aeroporto Juscelino Kubitscheck, com
orçamento estimado em mais de seiscentos milhões de reais, sendo que dezessete milhões de
reais sairão dos cofres da INFRAERO e o restante dos recursos virá de uma parceria pública
privada. Esta ampliação irá aumentar em 47% a capacidade do aeroporto, passando de
quatorze milhões de passageiros para vinte e seis milhões de passageiros por ano.
Na região Sul o aeroporto Afonso Pena em Curitiba, também está ampliando suas
instalações, melhorando os pátios e a pista de pouso e decolagem. A previsão de término das
obras é para dezembro de 2012. O aeroporto Salgado Filho de Porto Alegre está com as obras
em andamento, a primeira fase de ampliação do pátio está prevista terminar em dezembro de
2013 e a segunda etapa da ampliação da pista de pouso e decolagem com previsão de término
em 2014.
Já em Manaus (AM), conforme Copa 2014 (2012), as obras do aeroporto Brigadeiro
Eduardo Gomes estão bem avançadas. A principal medida de melhoria é a ampliação da
capacidade de geração de energia em até oito vezes, com a construção de uma nova
subestação de energia. No Mato Grosso a cidade de Cuiabá, o aeroporto Marechal Rondon
tem como reforma principal o terminal de passageiros e a melhoria dos estacionamentos. A
previsão da entrega das obras é para o fim de julho de 2013.
Um dos maiores desafios da comissão organizadora da Copa 2014 é o término do
aeroporto São Gonçalo do Amarante, que fica em Natal (RN). Como era um aeroporto muito
precário, a maioria das estruturas terá que ser totalmente refeitas, com a construção de um
novo terminal de passageiros, ampliação dos estacionamentos, reforma da pista de pouso e
decolagem. Para Rodrigues (2008. p.63) “Todo o processo pré-evento, evento e pós-evento, e
a preparação dos legados, exigem a atenção dos gestores em todas as fases, desde a
candidatura, o planejamento, a execução e o pós-evento”.
O aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães (ibid), que fica em Salvador (BA),
terá como sua principal obra, o aumento de sua pista de pouso e decolagem e ampliação de
seus estacionamentos. Com o menor dos orçamentos entre todos os aeroportos das cidades
que receberão jogos da Copa 2014, o aeroporto Gilberto Freyre em Recife (PE), terá apenas a
construção de uma nova torre de controle. Já em Fortaleza (CE) o aeroporto Pinto Martins
está ampliando sua capacidade em 39%, com a reforma e ampliação do terminal de
passageiros e a melhoria nos estacionamentos, com previsão de entrega das obras em
dezembro de 2013.
3.3 Investimentos em infra-estrutura nas cidades sedes da Copa 2014
O Brasil ficou por muitos anos sem realizar investimentos significativos em infrainstrutora, porque geralmente são obras demoradas, que demandam um grande volume de
recursos. Muitas vezes alguns políticos preferem realizar construções em que a população
identifica rapidamente as melhorias. Isso pode resultar em uma infra-estrutura insuficiente,
diante da crescente demanda por bens e serviços públicos.
Mas para o evento de 2014 serão necessárias várias obras de infra-estrutura para o
sucesso do Brasil como organizador do torneio. De acordo com Jornal Marítimo (2012, p.1):
Logística é fundamental para que a Copa do Mundo de 2014 possa ser realizada de
uma forma eficiente no Brasil. Assim, é necessário ter a visão da importância
estratégica que esta área assume em que temos diversas atividades desde simples até
complexas que envolvem a chegada e saída dos torcedores, atletas e suas
delegações, assim como a necessidade de dimensionar estes fluxos de uma maneira
eficiente. Ao mesmo tempo em que percebemos oportunidades de grandes
investimentos nesta área, temos que nos preocupar com a lentidão dos tomadores de
decisão.
O quadro abaixo apresenta os recursos públicos que serão investidos no âmbito
municipal, estadual e federal para a melhoria da infra-estrutura das cidades sedes.
Cidades
Investimentos
Investimentos
Investimentos
Investimento
Federais
Estaduais
Municipais
Total
São Paulo
R$ 0,00
R$ 3 bilhões
R$ 0,00
R$ 3 bilhões
Rio de Janeiro R$ 0,00
R$ 1,8 bilhão
R$ 0,00
R$ 1,8 bilhão
Belo Horizonte R$ 650 milhões R$ 0,00
R$ 650 milhões
R$ 1,3 bilhão
Brasília
R$ 0,00
R$ 280 milhões
R$ 0,00
R$ 280 milhões
Curitiba
R$ 0,00
R$ 0,00
R$ 300 milhões
R$ 300 milhões
Porto Alegre
R$ 400 milhões R$ 0,00
R$ 0,00
R$ 400 milhões
Manaus
R$ 0,00
R$ 1,5 bilhão
R$ 0,00
R$ 1,5 bilhão
Cuiabá
R$ 1,5 bilhão
R$ 500 milhões
R$ 0,00
R$ 2 bilhões
Natal
R$ 250 milhões R$ 250 milhões
R$ 0,00
R$ 500 milhões
Salvador
R$ 0,00
R$ 50 milhões
R$ 0,00
R$ 50 milhões
Recife
R$ 300 milhões R$ 0,00
R$ 150 milhões
R$ 450 milhões
Fortaleza
R$ 900 milhões R$ 600 milhões
R$ 0,00
R$ 1,5 bilhão
Quadro 2 – Investimentos em infra-estrutura para a Copa de 2014. Fonte: Copa 2014 (2012).
Em Manaus (AM) para Copa 2014 (2012), além da construção de uma nova arena
esportiva e reforma do aeroporto, também serão feitos investimentos para a construção de um
monotrilho com duas linhas, sendo uma com sete e outra com doze estações. Outra obra que
deixará um legado para a população da cidade é a ampliação do terminal de passageiros,
melhoria nos armazéns, aumento do pátio de estacionamento e construção de uma passarela
de pedestres no porto de Manaus, com previsão de entrega para o início de 2014. Para
Rodrigues (2008, p.26):
Em termos de legados sociais, os megaeventos esportivos, ao modificarem a
estrutura e o cotidiano de uma cidade, precisam beneficiar toda a população. Ou
seja, mesmo que o espetáculo esportivo “ao vivo” não tenha como expectador o
indivíduo mais pobre, esse pode ser beneficiado pelas inúmeras ações que fazem
parte do megaevento (operários que trabalharam na construção e manutenção dos
equipamentos esportivos e de infra-estrutura em geral, cidadãos que passam a
utilizar um transporte coletivo de melhor qualidade, equipamentos públicos de
esporte e lazer.
Dentre todas as sedes, Cuiabá no Mato Grosso é considerada a cidade que mais se
preocupa com o meio ambiente, reaproveitando a água que é usada para lavar os caminhões e
exigindo certificação em toda a madeira usada nas obras. Para receber o evento a cidade está
organizando algumas melhorias, como a construção de um Veículo Leve sobre Trilho (VLT),
que é uma espécie de metrô de superfície, com mais de vinte e dois quilômetros de extensão.
Também está sendo construídos corredores exclusivos para ônibus, além da duplicação da
ponte Mário Andreazza para facilitar a locomoção do aeroporto até a Arena Pantanal. A rede
hoteleira que hoje tem capacidade para apenas sete mil leitos, será ampliada para mais de dez
mil leitos. (PORTAL 2014, 2012).
Como em sua arena, os projetos de mobilidade urbana de Natal (RN) também se
encontram bem atrasados, o principal projeto é a integração através de um anel rodoviário,
entre a Arena das Dunas, o aeroporto e setor hoteleiro, outro empreendimento compreende a
duplicação da via Prudente de Moraes que dá acesso ao estádio.
Fortaleza (CE), assim como Cuiabá (MT), tem a construção do VLT como principal
obra de mobilidade urbana. Em Fortaleza as obras se encontram atrasadas por causa das
negociações de desapropriação de vários terrenos particulares. Os trilhos terão treze
quilômetros de extensão e dez estações, passando por vinte e dois bairros da cidade. A
expectativa é de que mais de noventa mil pessoas utilize o VLT por dia, com previsão de
entrega para junho de 2014. O metrô de Fortaleza ganhará mais duas estações Juscelino
Kubitschek e Padre Cícero, aumentando assim sua capacidade em 20%. Já o porto de
Mucuripe será reformado, com a construção de um novo cais e reforma da estação de
passageiros. (PORTAL 2014, 2012).
Em Recife (PE), conforme Portal da Transparência (2012), as principais obras de
infra-estrutura para a população são a construção de um corredor rápido de ônibus, com doze
quilômetros de extensão e capacidade para transportar cento e vinte seis mil passageiros por
dia, a modernização da Avenida dos Mangues, que terá ciclovias, calçadas para pedestres,
além do alargamento da Ponte Paulo Guerra e do Viaduto Capitão Temudo, com previsão de
entrega para o final de 2012.
A capital baiana Salvador (BA), tem como sua principal obra, o término de duas
estações de metrô, com previsão de conclusão em meados de 2013. Mas há também projetos
de construção de uma via expressa entre o porto e a principal rodovia da cidade, além de
investimentos na ampliação do porto, investimentos em segurança dos turistas e o aumento da
capacidade hoteleira da cidade. (PORTAL 2014, 2012).
Conhecida como a cidade brasileira que mais se preocupa com o planejamento urbano,
Curitiba (PR) já tem uma boa infra-estrutura, se comparada com as demais capitais que
receberão o evento. Mas ainda assim executarão algumas melhorias em seu sistema de metrô,
com incremento de elevadores, melhorias na acessibilidade e aumento da iluminação.
Também será construído um corredor de ônibus que ligará o aeroporto a Arena da Baixada,
com previsão de entrega do projeto em dezembro de 2013.
No Rio Grande do Sul, a capital Porto Alegre está com as obras de melhorias urbanas
bem atrasadas, sendo a principal delas a duplicação da Avenida Moah Caldas, embora com
previsão de entrega no final de 2013, apenas 15% das melhorias projetadas estão concluídas.
Outra construção importante são quatro corredores exclusivos para ônibus, sendo que um
deles ligará o aeroporto a Arena Beira Rio. A rede hoteleira de Porto Alegre tem capacidade
de mais de vinte mil leitos, o que deve ser suficiente para receber os turistas no evento.
(COPA 2014, 2012).
Já a capital Federal Brasília (DF), o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que
deveria ficar pronto até a Copa de 2014, está parado por acusações de fraudes, e segundo
autoridades, não deve ficar pronto até o início do evento. Com valor estimado em duzentos e
oitenta milhões de reais, todo repassado pelo governo do Distrito Federal, as obras
começaram em 2009 e foram interrompidas em abril de 2011. Ainda não houve uma nova
licitação para terminar o VLT.
Na região Sudeste é onde se encontram as maiores obras de infra-estrutura para o
evento de 2014. Na capital mineira há várias obras de mobilidade urbana que podem ser
destacadas, como por exemplo, a construção de corredores exclusivos para ônibus, que terão
dezesseis quilômetros de extensão e capacidade para transportar aproximadamente vinte mil
usuários por hora. Outra importante obra na cidade é a ligação da Via do Minério à Avenida
Tereza Cristina, pela Via 210, esta via terá quase dois quilômetros de corredor de ônibus,
ligando a região do Barreiro ao centro de Belo Horizonte e ao metrô. (COPA 2014, 2012).
A rede hoteleira de Belo Horizonte oferece aproximadamente vinte e três mil leitos
para turistas, sendo assim necessária a construção de mais dois mil leitos para a Copa de
2014. Estes investimentos estão sendo realizados pela iniciativa privada.
A maior cidade do país também será a que mais irá investir em obras de mobilidade
urbana. De acordo com o Portal 2014 (2012), a principal obra é a construção de monotrilho
que ligará o aeroporto de Congonhas ao bairro do Morumbi, onde se encontra a maior
concentração de hotéis da cidade. As construções começaram com vinte meses de atraso, por
causa do atraso na emissão de licenças do projeto. Com orçamento superior a três bilhões de
reais, todo repassado pelo governo estadual, se tornou a obra de infra-estrutura mais cara até
então elaborada para o torneio de 2014. A rede hoteleira de São Paulo não precisará aumentar
seus leitos disponíveis, pois a cidade recebe aproximadamente noventa mil eventos anuais,
conseguindo assim disponibilizar hospedagens adequadas aos turistas da Copa.
O Rio de Janeiro que foi sede do Pan Américo de 2007 e será a cidade organizadora
das Olimpíadas de 2016, além de receber a grande final da Copa de 2014, tem elaborado
vários projetos de infra-estrutura para os eventos. O projeto do corredor expresso de ônibus
articulados e um deles, com previsão de entrega para junho de 2014, serão trinta e nove
quilômetros de extensão e fará ligação entre o aeroporto Internacional do Galeão e a Barra da
Tijuca. O projeto enfrenta várias críticas, pois terá que desapropriar quase quatro mil imóveis,
com investimento total de mais de um bilhão e oitocentos milhões de reais, todo proveniente
do governo estadual. Para Portal Popular da Copa (2012, p.1):
Não queremos que a Copa seja a reprodução do Pan 2007, no Rio de Janeiro. O
dinheiro utilizado para a realização daquele evento foi tirado da saúde, da educação,
da moradia. Resultado: a falta de recursos provocou o caos nos hospitais, a epidemia
de dengue e o desmoronamento de encostas.
Uma das obras mais emblemáticas prometidas pelo governo para a Copa, ainda não
saiu do papel. De acordo com EXAME (2012), a construção do trem-bala que ligaria São
Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, passou por uma licitação pública e não houve nenhuma
empresa interessa em realizar tal obra e com isso, o governo deve mudar o edital para facilitar
a entrada de empresas estrangeiras na concorrência pública.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sem dúvida a Copa de 2014, trará muitos recursos financeiros para o Brasil durante o
torneio, com o aumento do turismo e exposição das empresas brasileiras durante o evento.
Mas apenas isso não basta para que os bilhões de reais investidos pelo governo, em todas suas
esferas, garantam ganhos à sociedade brasileira. O mundial precisa deixar um legado que dure
por muitos anos, tanto no turismo, como na utilização das obras de infra-estrutura que serão
realizadas Brasil afora.
Para o sucesso do mega evento, todas as obras de infra-estrutura terão que estar
prontas no início torneio. Não adiantará em nada as arenas esportivas estarem em ótimas
condições para prática do futebol, se os aeroportos estiverem congestionados, os hotéis não
tiverem vagas, as rodovias engarrafadas, e faltar segurança para os atletas e turistas.
Como o Brasil é um país de dimensões continentais e as necessidades de cada cidade
são bem distintas, os recursos públicos não serão divididos de forma igualitária e sim de
acordo com a necessidade de todas as sedes e os projetos apresentados pelas suas respectivas
autoridades. Com todos os recursos públicos destinados a este mega evento esportivo, a
população brasileira espera que todas as obras estejam prontas até o início do mundial e que
possam durar vários anos, aumentando a quantidade e qualidade da infra-estrutura das cidades
que serão sedes do evento.
Cabe à população brasileira o importante papel de fiscalizar cada etapa das obras,
denunciarem fraudes e desvios cometidos e não deixar que os recursos públicos sejam
aplicados de forma incorreta, como há relatos de ocorrências no Pan Americano de 2007 no
Rio de Janeiro, quando determinadas obras ficaram até 400% mais caras que o orçamento
inicial. Como o evento ocorrerá em 2014, há várias etapas ainda para serem concluídas, mas
os projetos estão prontos, com recursos aprovados, dependendo da correta execução dos
cronogramas pelas autoridades competentes.
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A COPA DO MUNDO DE 2014 E OS INVESTIMENTOS