Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo ESTUDO DA VIABILIDADE DA UTILIZAÇÃO DE FILMES DE CARBONO TIPO DIAMANTE COMO CAMADA DE REVESTIMENTO INTERNO EM DUTOS DE TRANSPORTE DE PETRÓLEO FEASIBILITY STUDY ON THE USE OF DIAMOND TYPE CARBON FILMS AS INTERNAL COATING IN PETROLEUM PIPELINING ESTUDIO DE FACTIBILIDAD PARA LA UTILIZACIÓN DE PELICULAS DE CARBONO TIPO DIAMANTE COMO CAPA DE REVESTIMIENTO INTERNO EN LOS DUCTOS DE TRANSPORTE DE PETRÓLEO Paula Maria Nogueira Escola Politécnica Laboratório de Sistemas Integráveis Universidade de São Paulo e-mail: [email protected] RESUMO Este projeto é o estudo da viabilidade do emprego de filmes de carbono tipo diamante como camada de revestimento interno nos dutos para transporte de hidrocarbonetos, proporcionando, assim, uma vida útil maior para as tubulações de transporte utilizadas. Para isto, filmes de carbono tipo diamante (DLC) foram depositados por Sputtering Reativo sobre silício, aço inoxidável e aço-carbono. Estas amostras foram submetidas a testes de corrosão em soluções de ácido sulfúrico, ácido nítrico, ácido clorídrico, ácido fluorídrico; básicas de hidróxido de potássio, hidróxido de amônia e em solventes orgânicos, 2-propanol, xileno e acetona, assim como no próprio petróleo, para se verificar o ataque químico à superfície. Após a corrosão, foram medidas a absorção de novas ligações nos filmes, detectadas por meio de medidas com FTIR (Fourier Transformed Infrared), que mede a absorção de vibrações apolares, e medidas de Raman, que detectam as ligações polares. Foi observada, também, a rugosidade adquirida após as corrosões. Também foram feitos testes dinâmicos de corrosão utilizando métodos voltimétricos. Como resultados destes testes observaram-se pequenas degradações dos filmes de carbono quando submetidos a soluções de ácido sulfúrico e de ácido nítrico, porém a resistência química apresentada foi muito maior do que a apresentada pelos aços sem cobertura. Assim, pode-se concluir que esta é uma alternativa bastante viável, e que pode ser empregada em tubulações industriais. ABSTRACT This project is a feasibility study on the use of diamond type carbon films as internal coating in hydrocarbon pipelining, providing a longer life span for the pipelining being used. To do this, diamond type (DLC) carbon films were deposited on silicon, stainless steel and carbon-steel through Reactive Sputtering. These samples were then submitted to corrosion tests in sulfuric acid, nitric acid, hydrochloric acid, hydrofluoric acid solutions; basic potassium hydroxide, ammonium hydroxide and in organic solvents, 2-propanol, xylene and acetone, as well as in petroleum itself, to evaluate the chemical attack on the surface. After the corrosion had taken place, the absorption of the new connections on the films was measured. These connections were detected through measures taken with FTIR (Fourier Transformed Infrared), which measures the absorption of nonpolar vibrations, and Raman measures, which detect polar connections. The roughness brought on after the corrosions had taken place was also analyzed. Dynamic corrosion Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 66 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo tests were also performed using voltmeter methods. The results showed small degradations of the carbon films when submitted to sulfuric and nitric acid solutions, but chemical resistance proved to be greater than that presented by uncoated steels. Therefore, it is possible to infer that this is quite a feasible alternative and that it can be used in industrial pipelines. RESUMEN Este proyecto es un estudio de factibilidad para la utilización de películas de carbono tipo diamante como capa de revestimiento interno en los ductos que transportan hidrocarburos, proporcionando así una mayor vida útil a las tuberías de transporte en uso. Para ello, las películas de carbono tipo diamante (DLC) fueron depositadas sobre silicio, acero inoxidable y acero carbono, por medio de la técnica de sputtering reactivo. Con el fin de evaluar el ataque químico a la superficie, se sometieron dichas muestras a pruebas de corrosión en soluciones de ácido sulfúrico, ácido nítrico, ácido clorhídrico, ácido fluorhídrico; soluciones básicas de hidróxido de potasio, hidróxido de amonia y en solventes orgánicos, 2-propanol, xileno y acetona, así como en el propio petróleo. Después de producirse la corrosión, se midió la absorción de cada uno de los nuevos enlaces en las películas. Estos enlaces se detectaron mediante mediciones tomadas usando la espectrometría FTIR (Fourier Transformed Infrared), que mide la absorción de vibraciones apolares, así como empleando la espectrometría Raman, que detecta los enlaces polares. Se verificó también la rugosidad adquirida después de las corrosiones. Igualmente, se realizaron pruebas dinámicas de corrosión utilizando métodos voltimétricos. Como resultados de estas pruebas, se observaron pequeñas degradaciones de las películas de carbono cuando fueron sometidas a la acción de soluciones de ácido sulfúrico y de ácido nítrico. Sin embargo, la resistencia química presentada fue mucho mayor que la presentada por los aceros sin revestimiento. Así, puede concluirse que este proyecto es una alternativa bastante factible y que puede ser empleada en tuberías industriales. 1. INTRODUÇÃO 1.1. Aços Carbono e Inoxidáveis Os aços-carbono constituem o mais importante grupo de materiais utilizados na Engenharia e na indústria. De fato, as propriedades mecânicas desses aços, sem qualquer elemento de liga, e na maioria dos casos também sem qualquer tratamento térmico, são suficientes para atender à maioria das aplicações práticas . É evidente que os aços-carbono apresentam certas limitações, sobretudo quando se desejam propriedades especiais de resistência à corrosão, resistência ao calor, resistência ao desgaste, características elétricas ou magnéticas etc. Nestes casos, recorre-se aos aços-liga. A resistência do aço à corrosão é algo que depende da formação de uma superfície, usualmente um óxido. Este filme, que é produto de ação destrutiva, é visível a olho nu. Com filmes espessos e densos, a penetração do oxigênio e da água na superfície do metal diminui, o que retarda a taxa de corrosão. Se a camada de ferrugem é volumosa, há pequena resistência à penetração do ar e da umidade, e a taxa de ataque permanece a mesma ou aumenta. A taxa geral de corrosão do aço-carbono exposto à atmosfera varia de acordo com o grau de umidade e poluição. Quando ambos são baixos, a taxa de ataque é quase desprezível. Sob condições de alta umidade, a taxa é ainda baixa. A combinação de umidade e poluição resulta em efeitos variados, com uma taxa de 0,0254 mm por ano em áreas rurais, até 0,127 mm em ambiente marinho a 0,254 mm em áreas densamente industrializadas. O aço é pouco afetado por águas naturais, e não é difícil encontrarem-se tubos de aço-carbono em serviço contínuo por mais de 25 anos. À medida que o pH muda de alcalino para neutro e ácido, a taxa de ataque aumenta. A água do mar corrói o aço numa taxa de 0,127 mm por ano. Os ácidos são muito agressivos, e geralmente o aço não pode ser utilizado em contato com eles. Com a acidez de pH 4 ou mais baixa, o metal é susceptível à fragilização do hidrogênio. Aumentando-se a acidez, aumenta a taxa de corrosão geral, mas decresce a oportunidade da fragilização do hidrogênio. Como todas as concentrações de ácido clorídrico, fosfórico e nítrico são muito corrosivas, o aço não é recomendado como material de construção nestes ambientes. Ácido sulfúrico diluído é muito agressivo, mas o ácido acima de Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 67 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 70% e abaixo de 52 oC pode ser manipulado em equipamento de aço-carbono. Um aumento de 4 oC na temperatura, a aeração ou agitação duplicará a taxa de ataque. Produtos químicos orgânicos por si só causam poucos danos à superfície do aço: são as impurezas ou aditivos que causam problemas e impedem a aplicação do aço-carbono. Também a necessidade de um produto de alta qualidade e coloração impedem o uso de um metal que pode conferir ao produto final uma coloração marrom. Solventes orgânicos, naftaleno, formaldeído, fenóis, óleos leves etc. são usualmente processados em aço-carbono. Como ácidos resinosos, ácidos graxos e ácido acético promovem a corrosão, não devem ser utilizados em equipamento de aço. Hidrocarbonetos clorados são inofensivos, pois não hidrolisam-se na presença de umidade, com formação de ácido clorídrico diluído. As propriedades a alta temperatura são tais que o metal encontra muitas aplicações em temperaturas de até 480 oC. O metal irá resistir ao ataque de oxidação atmosférica, vapor, gases de combustão, monóxido de carbono, dióxido de carbono e hidrocarbonetos gasosos conforme a NORMA ASA.B.31 (American Standard Code for Pressure Piping). Geralmente não se empregam tubos de aço-carbono para serviços em temperaturas inferiores a –30 oC, devido ao comportamento quebradiço desses materiais em baixas temperaturas. A norma ASA.B.31 permite, entretanto, o uso de aço-carbono em temperaturas desde –50 oC, exigindo, porém, que seja feito, para cada peça, o teste de impacto “Charpy”. Um aumento da resistência à corrosão pode ser encontrado nos aços inoxidáveis. Nestes aços tem-se a adição de cromo, que garante ao material elevada resistência à corrosão; outros elementos adicionados ao inox, tais como níquel, molibdênio, vanádio e tungstênio também elevam a resistência do material à corrosão, além de garantirem ao produto múltiplas aplicações. A seleção correta do tipo de inox e de sua superfície de acabamento são importantes para assegurar uma longa vida útil ao material. 1.2. Filmes de Carbono Tipo Diamante (DLC) Os filmes de carbono tipo diamante são compostos por pequenos cristais, cuja configuração atômica local pode ser tetraédrica sp3 ou planar sp2, mas esses cristais são pequenos o suficiente para que a difração de raios X indique-os como sendo um material amorfo. Os filmes de DLC podem ser divididos em dois subgrupos, conhecidos como: • • DLC amorfo (a-C); DLC hidrogenado (a-C:H). O tipo de hibridação que os átomos de carbono sofrem nos seus compostos diferencia as suas formas alotrópicas: • • • diamante - carbono sofre somente hibridações sp3 nas suas ligações; grafite - carbono sofre somente hibridações sp2 nas suas ligações; DLC - carbono sofre hibridações sp3, sp2 e sp1 nas suas ligações. Os filmes de DLC possuem os três tipos de hibridações (sp3, sp2 e sp1), e a concentração relativa das mesmas estabelece a variação das características físico-químicas dos filmes. No entanto, sabe-se que a hibridação sp1 pode ser desprezada neste material, portanto, pode-se afirmar que a razão sp3:sp2 é que rege a qualidade dos filmes de carbono hidrogenado. Em sistemas de deposição por sputtering a energia das partículas incidentes se localiza na faixa intermediária, gerando assim filmes com concentrações em torno de 40% de hidrogênio, conseguindo, assim, obter filmes com grande quantidade de hibridações sp3 e características que tornam esse material bastante interessante para diversas aplicações elétricas, mecânicas e ópticas. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 68 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Os filmes de DLC são materiais amorfos metaestáveis, compostos principalmente por átomos de carbono ligados por hibridações sp2 e sp3 em uma cadeia desordenada. Os filmes de DLC vêm sendo produzidos por uma grande variedade de métodos, incluindo deposição química a vapor, assistida por plasma DC e RF, sputtering, ou deposição por feixe de íons, a partir de uma variedade de fontes de carbono, seja como substrato, sólido ou fonte gasosa do material. Estes filmes são caracterizados por extrema dureza (entre 2 000 - 9000 kg/mm2), geralmente por um baixo coeficiente de atrito (entre 0,01 e 0,28), assim como por baixo strees interno compressivo (em torno de 1 - 4 GPa). Os filmes possuem uma alta transparência óptica em uma ampla faixa espectral, alta resistividade elétrica e são inertes a bases e ácidos fracos. Dependendo do material utilizado e da técnica de crescimento, os filmes de DLC possuem uma quantidade significativa de hidrogênio, cuja concentração tem sido mostrada como uma concentração menor do que 10% até mais de 50% de hidrogênio. O teor de hidrogênio determina criticamente a estrutura do filme, a razão sp3:sp2 e, desta maneira, as propriedades do filme. O teor de hidrogênio é também a chave para se obter um gap óptico amplo (Eopt) e alta resistividade elétrica, com a passivação das ligações pendentes da estrutura amorfa. Propriedades únicas pertencentes ao DLC permitem que ele seja utilizado como camada de proteção sobre metais, como componentes ópticos ou eletrônicos, e em aplicações particulares onde a espessura da camada exigida for menor do que 100 nm, como é o caso de disco/cabeçote de discos rígidos para gravação magnética, onde a camada protetora deve ser resistente à corrosão mas fina o suficiente para não impedir a realização de gravações de alta densidade. Em outras palavras, o filme de DLC deve ser transparente ao fluxo magnético, sem impedimentos significativos. Os filmes de DLC estão sendo empregados em temperaturas ao redor da temperatura ambiente, mas algumas aplicações requerem temperaturas maiores de uso ou para processos realizados após a deposição, onde a estabilidade térmica do filme de DLC torna-se importante. A estabilidade térmica de alguns filmes de DLC vem sendo previamente examinada, com ênfase na mudança do teor de hidrogênio ou na absorção de infravermelho. A tendência observada foi uma redução no teor de hidrogênio e mudanças na absorção IR, indicando uma grafitização dos filmes com o aumento da temperatura de recozimento. Contudo, o comportamento dos filmes após o recozimento térmico mostra dependência em relação aos métodos de preparação usados por autores diferentes, similar às propriedades de como o filme de DLC foi depositado. Tendo em vista as limitações dos aços-carbono e inoxidável, quando se trata de resistência à corrosão, e às excelentes propriedades dos filmes de carbono tipo diamante, foi desenvolvido este trabalho, na tentativa de usar um revestimento interno de filmes DLC para suprir essas deficiências em relação aos ataques provocados por ácidos, bases e solventes orgânicos em situações e procedimentos bem controlados, a fim de se obter uma boa caracterização dos filmes. Visou-se, com isso, aumentar a resistência à corrosão e à vida útil das tubulações, diminuindo os gastos relacionados à manutenção. 1.3. Análises Realizadas 1.3.1. Tribocorrosão Eletroquímica Tribocorrosão é a degradação de um material devido a efeitos mecânicos, químicos ou eletroquímicos. Tipicamente, quando uma liga ou material passivo é submetido a um ambiente corrosivo, a razão de material removido depende das condições do ambiente ao qual ele foi exposto. Pode ocorrer uma sinergia entre as causas que propiciam a retirada do material, e os principais efeitos são a abrasão mecânica associada a processos químicos. Por exemplo, uma abrasão local do filme de passivação pode ocorrer de modo a acelerar a corrosão durante a rápida dissociação de passivação local da camada de material apassivado, seguida por uma repassivação e a continuação do ciclo corrosão/passivação. O efeito de abrasão é dado pelos íons gerados na solução e acelerados contra a superfície do material, e também pelas partículas de óxido geradas pelo processo de corrosão do material, que ficam em suspensão na solução. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 69 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Este processo de corrosão mecânico/químico pode ocorrer em qualquer ambiente no qual potenciais eletroquímicos são gerados. Este efeito não pode ser negligenciado, pois pode inviabilizar o uso de camadas de passivação. 1.3.2. Ângulo de Contato A adsorção de produtos químicos pela superfície dos materiais é um dos fatores que podem afetar as aplicações destes materiais em vários ramos da indústria. O acúmulo de material na superfície pode provocar a degradação local do material, gerando pequenos defeitos como furos e corrosões localizadas. Existem diversas técnicas que podem ser empregadas no estudo da adsorção de produtos químicos pelos materiais. A adsorção química pode ser observada pela técnica de FTIR. Outra técnica empregada é a de ângulo de contato, que é uma medida macroscópica em que é pipetada uma gota da solução em estudo sobre as amostras. Após a deposição da gota observa-se a forma da gota e a curvatura da mesma (esquema 1). Pela medida do ângulo da curvatura pode-se relacionar ângulo de contato com a tensão superficial apresentada pelo material em relação à solução empregada, como apresentado nas equações 1 e 2. O aumento no ângulo de contato, que corresponde à menor tensão superficial apresentada, significa menor aderência da solução aos materiais empregados. (1+cos α) γ = 4 γd + 4 γp γ = (δG / δA) (1) (2) onde: d = componente polar; p =componente dispersivo ou apolar; G = energia livre de Gibbs total do sistema; A = área superficial; WJ . DOWXUD GD JRWD UDLR GD JRWD Esquema 1 - Forma da gota e sua curvatura. Diagram. 2 - Shape and curve of drop. 1.3.3. Dureza Para que se possa aplicar um material como cobertura em processos industriais, são importantes dois parâmetros referentes à vida útil do mesmo, à dureza e à resistência ao desgaste. Pode-se definir dureza como sendo a resistência que um material apresenta à penetração ou ao desgaste devido a partículas sólidas. Existem diversas técnicas que podem ser empregadas em medidas de dureza. No caso de filmes finos e coberturas, as mais indicadas são a micro e a nano indentação, com base na medida Vickers. Neste método, um penetrador com ponta de diamante, em forma de pirâmide e com ângulo de 136 graus é comprimido contra a superfície da amostra com carga conhecida. A partir do valor da carga e da diagonal da marca gerada pela ponta é possível se calcular a dureza de um material e/ou cobertura. O termo micro ou nano indentação é devido ao tamanho da ponta entre µm e mm, e a carga aplicada que pode estar no intervalo de µN até dezenas de N. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 70 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Outra técnica bastante empregada quando a cobertura sobre um material pouco dúctil, como silício ou vidro, é a técnica de risco, onde a superfície do filme ou do substrato é riscada com uma ponta de diamante com uma carga conhecida. A profundidade do risco medida por AFM ou microscopia eletrônica de varredura possibilita o cálculo da dureza do material. 2. PROCEDIMENTOS Uma das propostas apresentadas é a análise das modificações sofridas na composição química dos filmes de carbono, causada pela corrosão química. Primeiramente, o filme de carbono foi depositado sobre lâminas de silício, pois o Si é transparente ao infravermelho, possibilitando, então, a realização das medidas FTIR, o que não seria possível se os filmes tivessem sido depositados diretamente sobre as amostras de aço-carbono (1020) e aço inoxidável (316L). Esta análise possibilita mapear as vibrações internas do filme, isto é, os dados do espectro consistem nas freqüências de vibração e nas intensidades das interações com a radiação infravermelha, permitindo, assim, o reconhecimento de uma substância pela observação e interpretação de seu espectro. Como o Si é um material inerte quimicamente, foram feitos todos os testes de corrosão dos filmes de carbono, depositando-os sobre as lâminas de Si e, após isso, foram escolhidos três meios para realizar os testes sobre amostras de aço. Foram utilizadas lâminas de três polegadas de diâmetro, 330µm de espessura, tipo-p, com resistividade entre 10-20 Ohm.cm e orientação (100). Abaixo, encontram-se as etapas resumidas realizadas: 1. Limpeza: todas as lâminas utilizadas passaram por um processo de limpeza antes de sua utilização, que consiste em: (a) (b) (c) (d) lavagem: 2 minutos em água deionizada (18 M Ω.cm); corrosão: 10 minutos em H2SO4 - (1 H2O2 + 2 H2SO4); lavagem: 2 minutos em água deionizada (18 M Ω.cm); corrosão: 1 minuto em HF - (1 HF + 20 H2O DI). As lavagens realizadas nas etapas (a) e (c) têm como função básica a remoção de particulados e resíduos existentes nas lâminas. Já a etapa (b) remove resíduos (uma lâmina virgem possui um filme protetor) que possam contaminar a lâmina, e também promove a oxidação da superfície. Na etapa (d) tem-se a remoção da camada de óxido formada na etapa (c). 2. Deposição dos filmes de carbono tipo diamante Deposição dos filmes de carbono tipo diamante sobre lâminas de silício por Sputtering Magnetron Reativo. Nesta técnica de deposição foi utilizado um alvo de grafite e gás metano como fontes de carbono. O esquema 2 é bastante representativo do Sputtering. A seguir, estão relacionadas as condições em que os filmes foram depositados: - - vazão: 15,54sccm de CH4 puro; pressão: 5mTorr; potência: (lâmina A ) 300W durante 5 minutos e 150W durante 55 minutos, (lâmina B) 300W durante 40 minutos; tempo total de processo: 60 minutos. Deposição Si Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 DLC Si 71 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 3. Determinação da composição química dos filmes depositados por FTIR e Raman. A absorção de novas ligações nos filmes serão detectadas por meio de medidas com FTIR (Fourier Transformed Infrared), que mede a absorção das vibrações das ligações apolares e medidas de Raman que detectam as ligações polares. (1) Câmara metálica de aço inox (2) Porta-amostras (3) Alvo de grafite de 6 polegadas de diâmetro e 99,9999% de pureza (4) Eletrodo (5) Válvula (6) Bomba turbo molecular (7) Gerador RF (13,56 MHz) Esquema 2 - Sputtering Magnetron Reativo. 4. Medidas da espessura dos filmes por elipsometria e perfilometria. 5. Medida do ângulo de contato. Foram utilizados, aqui, três tipos de amostras: lâminas de silício, lâminas de silício oxidadas termicamente com um óxido de 1 µm de espessura e lâminas de silício com uma camada de 1 µm de DLC. Sobre estas amostras foi pipetada uma gota de petróleo com diâmetro aproximado de 100 µm. O ângulo de contato foi observado em um microscópio óptico com um espelho a 45 graus, acoplado a uma câmera CCD, e o aumento empregado foi de 100 vezes. Após a imagem ter sido adquirida foi possível medir-se o ângulo de contato. 6. Medidas da rugosidade dos filmes antes da corrosão por AFM. 7. Corrosão úmida em soluções aquosas de ácido sulfúrico, ácido nítrico, ácido clorídrico, ácido fluorídrico, hidróxido de potássio, hidróxido de amônia, 2-propanol, xileno e acetona. Foram calculados os pHs das soluções utilizadas e apresentados na tabela I. Como pode ser observado, o trabalho foi realizado com os extremos da faixa de pH, desde soluções muito ácidas até soluções muito básicas. Na faixa intermediária de pHs (4-8) os filmes de carbono tipo diamante são inertes. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 72 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo TABELA I CÁCULO DE pHs PARA AS SOLUÇÕES UTILIZADAS NO ATAQUE DOS FILMES DE DLC TABLE I pHs CALCULATION FOR ATTACK SOLUTIONS USED ON DLC FILMS Solução HF H2SO4 HNO3 HCl NH4OH KOH Acetona Xileno 2-propanol Peso Molecular Densidade (g/mL) % mássica 20,01 98,08 63,01 36,46 35,05 56,01 58,08 106,0 60,10 1,153 1,840 1,400 1,200 0,900 1,259 0,832 0,868 0,804 48,8-49,2 95,5-96,5 65 37,2 28-30 27 100 100 min. 99,5 25% 1,168 -0,788 -0,512 0,082 11,263 - pH (% volumétrica) 50% 75% 100% 1,016 -1,101 -0,779 -0,084 11,413 - 0,929 -1,125 -0,926 -0,185 11,502 - 0,866 -1,206 -1,027 -0,253 11,564 14,21 7 7 7 8. Medida da composição química dos filmes para verificar possíveis incorporações de novas espécies nos filmes de carbono, por FTIR e Raman: (a) medidas dos filmes corroídos nas soluções ácidas, básicas e nos solventes orgânicos; (b) medidas das amostras de DLC depositado sobre Si e de óxido sobre Si imersos em banho de petróleo com teor de enxofre 1,33%, conforme mostra a medida de microanálise da amostra de petróleo utilizada, realizada no Laboratório de Microanálise IQ-USP. 9. Medidas da espessura dos filmes após o ataque químico apenas por perfilometria, pois houve uma mudança no índice de refração do filme, o que impossibilitou efetuar medidas precisas por elipsometria; (a) para se efetuarem as medidas de perfilometria nas amostras, utilizou-se uma máscara mecânica com a qual protegeu-se o filme que seria analisado e, após isso, o filme exposto foi submetido a um processo de corrosão por plasma utilizando gás oxigênio, assim, obtive-se um degrau na amostra, que foi medido para a determinação da espessura do filme após as corrosões; pois, como houve uma mudança no índice de refração do filme não pôde ser utilizada a técnica de elipsometria, visto que o índice de refração é um dos dados que alimenta o equipamento. Máscara DLC Si 10. Medidas da rugosidade dos filmes corroídos por AFM. 11. Novas deposições sobre amostras de aço-carbono (1020) e aço inoxidável (316L). DLC Aço-carbono 1020 Aço-carbono 1020 Deposição DLC Aço inoxidável 316L Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 Aço inixidável 316L 73 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 12. Medidas da rugosidade do aço-carbono (1020) e do aço inoxidável (316L) para posterior comparação com as amostras de aço com revestimento de filmes de carbono. 13. Testes de dureza Foram utilizados tanto o aço inoxidável quanto o silício como material de substrato; por isso, foram utilizadas tanto a técnica de risco para o silício quanto a microindentação para o aço inoxidável nos testes de dureza. No caso do silício, o filme de 1 µm de DLC foi depositado sobre lâminas de silício; e utilizando-se um Scriber da ATV technologie Gmbh, com carga variável entre 0,25 e 10 N e ponta de diamante, foi possível riscar as amostras com várias cargas entre 0,5 e 4 N, tomando-se o cuidado de somente riscar o filme (para 0,5 e 1 N) foi possível, com a ajuda de um AFM, calcular a dureza do filme depositado sobre o silício. Como termo de comparação, foi feita a mesma medida nas amostras de silício sem depósito e calculada a dureza do mesmo. Nas amostras sobre aço inoxidável, devido à grande rugosidade do substrato, utilizou-se um microindentador, neste caso variando a carga desde 100 g até 2 kg ,e, tendo-se o cuidado de não fraturar o substrato, foi possível calcular a dureza dos filmes depositados. Para evitar a influência do substrato foram testadas coberturas com 1, 2, 4 e 6 µm. Também foram testados o substrato de aço inoxidável e amostras de silício, alumínio e cobre para que se pudesse ter um método de calibração do sistema de medida. 14. Medidas de Tribocorrosão Foram realizados testes de tribocorrosão para se verificar a eficácia dos filmes de DLC como camada de passivação para aços. Para isso, utilizaram-se amostras de aço inoxidável com espessura de 0,5 mm, com largura de 9 mm e comprimento de 50 mm. Sobre estas amostras foram depositados filmes de DLC com espessura de 1 µm em ambos os lados, e foi deixada também uma área para aplicação de potencial elétrico. Para se terem alguns valores de comparação foram utilizadas amostras de aço inoxidável sem cobertura para que se pudesse observar o efeito da corrosão dos eletrólitos utilizados no aço e também para se observarem as diferenças nas correntes obtidas durante os experimentos. Também foi utilizado um eletrodo de ouro para que se pudesse observar os níveis de corrente referentes à degradação da solução empregada. Na realização do experimento foi empregado um potenciostato voltimétrico CV-50W Voltimetric Analyzer BAS conectado a uma célula eletroquímica composta de um eletrodo-padrão de platina com diâmetro de 1 mm e comprimento de 50 mm, associado a um eletrodo de referência de prata e cloreto de sódio. Os potenciais empregados foram entre –0,5 e 0,5 volts e foram feitas variações entre –3 e 3 volts para que se escolhesse a faixa de estudo. Para potenciais fora da faixa de –0,5 e 0,5 ocorre a degradação da solução. As soluções escolhidas foram: solução de ácido sulfúrico (20% em água DI), ácido fluorídrico (20% em agua DI) e KOH (27% em água DI). NO caso das amostras de aço sem cobertura foram efetuados dez ciclos de varredura que, além de propiciar a tribocorrossão, também promove o envelhecimento do material, propiciando resultados muito maiores do que os observados no ambiente de trabalho do material. Para as amostras cobertas com DLC foram feitos 20 ciclos de corrosão, que seria um esforço muito maior do que o observado no emprego destes materiais. 15. Medidas da rugosidade das amostras de aço submetidas à corrosão. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 74 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 16. Imagens obtidas por Microscopia Óptica destas amostras de aço submetidas ao método tribocorrosivo. 3. RESULTADOS 1-) Resultados das análises dos filmes de DLC depositados sobre substrato de silício (a) Medidas de espessura Foram realizadas medidas para a determinação da espessura dos filmes depositados sobre silício. Na tabela II, são mostradas as espessuras dos filmes antes e após a corrosão. Como pode ser observado, alguns filmes apresentaram espessura final maior do que a inicial, isso pode ser devido a um certo inchamento do filme provocado pelas soluções ou por uma certa desuniformidade da deposição do filme, mas em geral não foi observada nenhuma corrosão significativa em nenhum dos filmes, mesmo em soluções muito concentradas. Na gráfico da figura 1 mostra-se a variação da espessura (espessura inicial - espessura final) em função da percentagem volumétrica das soluções utilizadas. TABELA II ESPESSURAS INICIAIS, FINAIS E RUGOSIDADE DAS AMOSTRAS DEPOSITADAS SOBRE LÂMINAS DE SILÍCIO TABLE II INITIAL / FINAL THICKNESS AND ROUGHNESS OF SAMPLES DEPOSITED ON SILICON LEAFS Número da Amostra 1 (amostra A) 2 (amostra A) 3 (amostra A) 4 (amostra A) 5 (amostra A) 6 (amostra A) 7 (amostra A) 8 (amostra A) 9 (amostra B) 10 (amostra B) 11 (amostra B) 12 (amostra B) 13 (amostra B) 14 (amostra B) 15 (amostra B) 16 (amostra B) 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Solução para Corrosão H2SO4 100% H2SO4 75% H2SO4 50% H2SO4 25% HF 100% HF 75% HF 50% HF 25% H2SO4 100% H2SO4 75% H2SO4 50% H2SO4 25% HF 100% HF 75% HF 50% HF 25% HCl 100% HCl 75% HCl 50% HCl 25% HNO3 100% HNO3 75% HNO3 50% HNO3 25% NH4OH 100% NH4OH 75% NH4OH 50% Espessura Inicial (A) 10704 10704 10704 10704 10704 10704 10704 10704 2943,5 2943,5 2943,5 2943,5 2943,5 2943,5 2943,5 2943,5 9210 8769 8929 9371 8691 8772 8721 9045 6754 6754 6754 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 Espessura Final (A) 11163 11649 10571 10510 11362 10881 10578 10552 3489 3389 3723 3723 3517 3501 3516 4483 8097 7637 7019 7766 7312 7748 8157 7736 7372 7313 7532 Rugosidade RA (nm) 0,937 0,694 0,768 0,505 0,437 0,606 0,400 0,266 2,237 3,090 1,422 2,788 1,993 2,38 1,45 1,072 0,570 0,537 0,580 0,752 0,488 0,512 0,640 0,588 0,619 0,301 0,497 75 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 28 29 30 31 32 33 34 35 36 NH4OH 25% Acetona 2-propanol Xileno Lâmina A Lâmina B Lâmina 1 Lâmina 2 Lâmina 3 6754 7689 7689 7689 10704 2944 6754 7689 7663 7693 7790 7256 7211 - espessura inicial-final (nm) 2500 0,502 0,724 0,536 0,61 0,339 0,786 0,320 0,447 0,551 H2SO4 HF 2000 HCl 1500 HNO3 NH4OH 1000 500 0 -500 0 25 50 75 100 125 -1000 -1500 % volumétrica Fig. 1 – Gráfico da variação na espessura do filme em função das soluções específicas e de suas respectivas percentagens volumétricas. Fig. 1 - Film thickness variation chart according to specific solutions and their corresponding volume percentage. (b) Medidas de Rugosidade Foram realizadas medidas da rugosidade dos filmes antes e após as corrosões para que fossem observadas possíveis mudanças na superfície após as corrosões. Assim, observou-se um pequeno aumento da rugosidade em alguns filmes depois de submetidos às soluções de ataque, sendo as soluções de ácido sulfúrico 100% e ácido fluorídrico 25% as que mais afetaram a superfície do filme. Ainda na tabela II, são apresentadas as medidas de rugosidade e, no gráfico da figura 2, a variação da rugosidade em função da percentagem volumétrica de cada uma das soluções de ataque. Nas figuras 3 e 4 pode-se visualizar a rugosidade dos filmes antes da corrosão (amostras A e B), nas figuras de 5 a 10 os casos de maior ataque químico (amostra C), nas figuras de 11 a 18 (amostras da lâmina A) e nas figuras de19 a 26 (amostras da lâmina B), que mostram a rugosidade dos filmes obtidos por diferentes processos de deposição e que foram submetidos ao mesmo ataque químico em soluções de ácidos sulfúrico e fluorídrico. Comparando-se as corrosões nas amostras da lâmina A com as amostras da lâmina B pode-se concluir que os filmes obtidos em baixa potência (300W durante 5 minutos e 150W durante 55 minutos) mostraram-se mais resistentes ao ataque. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 76 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Rugosidade RA (nm) 2,5 H2SO4 2 HF HCl HNO3 1,5 NH4OH 1 0,5 0 0 25 50 75 100 125 % volumétrica Fig. 2 - Gráfico da variação da rugosidade do filme depositado sobre lâminas de silício em função das soluções específicas e de suas respectivas percentagens volumétricas. Fig. 2 - Roughness variation chart of film deposited on silicon leafs according to specific solutions and their corresponding volume percentages. Fig. 3 - Rugosidade do DLC sobre silício (padrão A). Fig. 3 - DLC roughness on standard silicon (A standard) Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 77 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 4 - Rugosidade do DLC sobre silício (padrão B). Fig. 4 - DLC roughness on silicon (B standard). Fig. 5 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução de 2-propanol. Fig. 5 - DLC roughness on silicon corroded in a 2-propanol solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 78 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 6 – Rugosidade do DLC sobre silício corrido em solução de xileno. Fig. 6 – DLC roughness on silicon corroded in a xylene solution. Fig. 7 – Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução de acetona. Fig. 7 – DLC roughness on silicon corroded in an acetone solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 79 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 8 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 100% NH4OH. Fig. 8 - DLC roughness on silicon corroded in a 100% NH4OH.solution. Fig. 9 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 50% HNO3. Fig. 9 - DLC roughness on silicon corroded in a 50% HNO3 solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 80 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 10 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 25% HCl. Fig. 10 - DLC roughness on silicon corroded in a 25% HCl solution. Fig. 11 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 100% H2SO4 (padrão A). Fig. 11 - DLC roughness on silicon corroded in a 100% H2SO4 (A standard) solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 81 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 12 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 75% H2SO4 (padrão A). Fig. 12 - DLC roughness on silicon corroded in a 75% H2SO4 (A standard) solution. Fig. 13 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 50% H2SO4 (padrão A). Fig. 13 - DLC roughness on silicon corroded in a 50% H2SO4 (A standard) solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 82 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 14 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 25% H2SO4 (padrão A). Fig. 14 - DLC roughness on silicon corroded in a 25% H2SO4 (A standard) solution. Fig. 15 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 100% HF (padrão A). Fig. 15 - DLC roughness on silicon corroded in a 100% HF (A standard) solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 83 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 16 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 75% HF (padrão A). Fig. 16 - DLC roughness on silicon corroded in a 75% HF (A standard) solution. Fig. 17 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 50% HF (padrão A). Fig. 17 - DLC roughness on silicon corroded in a 50% HF (A standard) solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 84 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 18 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 25% HF (padrão A). Fig. 18 - DLC roughness on silicon corroded in a 25% HF (A standard) solution. Fig. 19 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 100% H2SO4 (padrão B). Fig. 19 - DLC roughness on silicon corroded in a 100% H2SO4 (B standard) solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 85 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 20 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 75% H2SO4 (padrão B). Fig. 20 - DLC roughness on silicon corroded in a 75% H2SO4 (B standard) solution. Fig. 21 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 50% H2SO4 (padrão B). Fig. 21 - DLC roughness on silicon corroded in a 50% H2SO4 (B standard) solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 86 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 22 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 25% H2SO4 (padrão B). Fig. 22 - DLC roughness on silicon corroded in a 25% H2SO4 (B standard) solution. Fig. 23 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 100% HF (padrão B). Fig. 23 - DLC roughness on silicon corroded in a 100% HF (B standard) solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 87 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 24 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 75% HF (padrão B). Fig. 24 - DLC roughness on silicon corroded in a 75% HF (B standard) solution. Fig. 25 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 50% HF (padrão B). Fig. 25 - DLC roughness on silicon corroded in a 50% HF (B standard) solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 88 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 26 - Rugosidade do DLC sobre silício corroído em solução 25% HF (padrão B). Fig. 26 - DLC roughness on silicon corroded in a 25% HF (B standard) solution. (c) Medida de FTIR No gráfico da figura 27, mostra-se um espectro característico do filme de carbono tipo diamante, de uma das amostras depositada por Sputtering, com o qual poderão ser justificadas possíveis mudanças na composição química dos filmes submetidos à corrosão. Nele, estão identificados os principais picos e suas respectivas áreas. Os picos representativos da qualidade do filme depositado encontram-se no intervalo de 3200 a 2700 cm -1 (número de ondas). Eles mostram as hibridações sp3 e sp2 das ligações C-HX. Para a análise desse espectro foram utilizados os seguintes picos: - 2875 cm-1 correspondente à hibridação sp3 CH3; - 2920 cm-1 correspondente à hibridação sp3 CH2; - 2960 cm-1 correspondente à hibridação sp3 CH3. No caso desta amostra, o único pico referente à hibridação sp2, neste intervalo, encontra-se no número de onda 1635cm-1, por isso nessa região, escolhida para avaliar a qualidade do filme, foram encontradas apenas hibridações sp3 das ligações –CH. O parâmetro que fornece a qualidade dos filmes é a quantidade de hibridações sp3, por isso, quanto maior a soma das áreas correspondentes a essa hibridação melhor será a qualidade do filme Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 89 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 0,08 0,07 Absorbância 0,06 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 0 4000-0,01 3600 3200 2800 2400 2000 1600 1200 800 400 -0,02 Número de onda (cm-1) Fig. 27 - Gráfico da curva característica de absorbância versus comprimento de onda de um filme de DLC depositado sobre lâmina de silício. Fig. 27 - Absorbency curve chart versus wavelength of DCL film deposited on silicon leaf. Para as amostras submetidas ao ataque químico, foram obtidos espectros que forneceram a diferença entre esse espectro inicial (background) e o espectro após o ataque. Na tabela III são apresentadas as variações nesses picos principais encontrados no DLC, bem como os picos que não existiam inicialmente no espectro do DLC. Na tabela IV relaciona-se cada nova vibração encontrada, com as possíveis ligações presentes no filme. Pode-se apenas supor que determinado comprimento de onda corresponde a determinada ligação pois, por meio das tabelas, não se pode afirmar que cada novo pico encontrado corresponda a apenas uma determinada ligação. Observou-se, também, que a qualidade do filme foi mantida na maioria dos casos, mostrando apenas um consumo mais significativo nas hibridações sp3 com o ataque em solução de HNO3. (d) Medidas de Raman Na tabela V e nos gráficos das figuras 28 e 29 são mostrados os resultados da análise dos espectros Raman, onde pode-se observar que as amostras depositadas com as condições A não apresentaram mudanças significativas na razão entre as áreas das bandas D e G, exceto nas amostras submetidas a soluções de H2SO4 (tanto as amostras da lâmina A quanto da lâmina B) onde, à medida que se aumentou a percentagem volumétrica do ácido em solução observou-se uma diminuição na largura das bandas G, um aumento nas posições das bandas G e um aumento na razão entre as áreas das bandas D/bandas G, o que indica uma grafitização do filme, ou seja, uma diminuição na sua qualidade, provacada pela degradação das ligações C – H. Nos gráficos das figuras de 30 a 34 mostram-se as posições, larguras e áreas das bandas D e G relacionadas com a lâmina-padrão B antes da corrosão e em cada solução de ataque, onde ficam claras estas variações, principalmente no que se refere à banda G. (e) Testes de Dureza No caso dos filmes de DLC de 1µm depositados sobre silício foi utilizado um Scriber da ATV Technologie Gmbh para realizar as medidas. Os resultados encontram-se na tabela VI, que mostra um dureza bastante elevada para o DLC depositado sobre silício quando comparada com a do silício sem cobertura. Pôde-se perceber que houve um aumento na dureza dos materiais ao ser adicionada uma camada de DLC. Como para as técnicas de dureza macroscópica (Vickers etc) não foi possível isolar o filme do substrato, as medidas da dureza do filme de DLC foram também determinadas pelo tipo de substrato. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 90 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo (f) Ângulo de Contato Na tabela VII pode-se observar o ângulo de contato para o DLC, o silício e o óxido de silício. O maior ângulo foi obtido para as lâminas de silício cobertas com o filme de DLC . Isso mostra a pequena absorção dos filmes (molhamento) ao petróleo. O silício também apresenta baixa tensão superficial, o que reduz a aderência do petróleo à sua superfície. O pior resultado foi observado para o óxido de silício, que teve um ângulo de contato baixo, mostrando o alto “molhamento” da sua superfície pelo petróleo. TABELA III PICOS DO ESPECTRO CARACTERÍSTICO DE DLC OBTIDOS POR FTIR E VARIAÇÃO E PICOS, QUE NÃO EXISTIAM ANTES DO ATAQUE QUÍMICO, NO ESPECTRO DO DLC TABLE III PEAKS OF SPECTRUM SPECIFIC TO DLC OBTAINED THROUGH FTIR, AND VARIATION AND PEAKS NOT PRESENT BEFORE CHEMICAL ATTACK ON DLC SPECTRUM Solução de Ataque (padrão) H2SO4 100% H2SO4 75% H2SO4 50% H2SO4 25% HF 100% HF 75% HF 50% HF 25% HCl 100% HCl 75% HCl 50% HCl 25% HNO3 100% HNO3 75% HNO3 50% HNO3 25% NH4OH 100% NH4OH 75% NH4OH 50% NH4OH 25% Variação das Áreas das lig. sp3 após a Corrosão 2,773 -1,037 +0,314 +0,484 -0,339 -0,544 +0,242 +0,460 +0,119 +0,05 +0,486 -1,927 -1,605 -1,418 +0,198 +0,679 +0,564 +0,009 Acetona +0,099 2-propanol Xileno +0,159 +0,168 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 Outros Picos (após a corrosão) 3426, 1701, 1635, 1455, 1376 2360, 2339, 1701, 1623, 1459, 1362, 1252, 1171, 1049, 1032, 936, 919, 626, 609, 587 2362, 2339, 2144, 1707, 1590, 1493, 1347, 1103, 950, 934, 667, 616 2361, 2340, 2000-1300, 1105, 700-400 2361, 2340, 1717, 1649, 1557, 1507, 1349, 1279, 1109, 847, 668 2361, 2340, 2000-1400, 1070, 667, 457, 418 3708, 3088, 3039, 2800-2400, 2361, 2337, 2183, 2152, 1800-1500, 1396, 1339, 1227, 1069, 705, 666, 461, 417 2362, 2339, 1698, 1419, 1396, 11601127, 949, 814, 667, 631, 554-417 2362, 2340, 1700, 1106, 1040, 796, 771, 695, 619 91 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo TABELA IV POSSÍVEIS LIGAÇÕES CORRESPONDENTESA CADA NOVA VIBRAÇÃO ENCONTRADA TABLE IV POSSIBLE CONNECTIONS ASSOCIATED WITH EACH NEW VIBRATION Ligações C–H C–H C–H C–H C=C C=C C --- C C–O O–H Tipos de Compostos Alcanos Alcenos Anéis aromáticos Alcinos Alcenos Alcinos Anéis aromáticos Álcoois, éteres, esteres, ácidos carboxílicos Aldeídos, cetonas, ácidos carboxilícos, ésteres Álcoois monômeros, fenóis Ligações hidrogênio em álcoois Ácidos carboxílicos N–H C–N C=N - NO2 S–H C=S S=O SO2 C–F C – Cl NH4+ SO4 2NO3 NO2 - Aminas Aminas Nitrilas Nitrosos Sulfonados Sulfonados Sulfonados Sulfonados Halogenados Halogenados Íon inorgânico - amônia Íon inorgânico - sulfato Íon inorgânico - nitrato Íon inorgânico - nitrito C=O Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 Faixa de Freqüência (cm-1) 2850-2960, 1350-1470 3020-3080, 675-1000 3000-3100, 675-870 3300 1640-1680 2100-2260 1500, 1600 1080-1300 1690-1760 3610-3640 3220-3600 2500-3000 3300-3500 1180-1360 2210-2260 1515-1560, 1345-1385 2600-2550 1200-1050 1060-1040 1350-1310, 1160-1120 1365-1120, 1270-100 830-560, 100-1030 3300-3030 1130-1080 1380-1350 1250-1230 92 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo TABELA V POSIÇÕES, LARGURAS E ÁREAS DAS BANDAS D E G E RAZÃO ENTRE AS ÁREAS DAS BANDAS D E G CORRESPONDENTES A CADA AMOSTRA EM SUA RESPECTIVA SOLUÇÃO DE ATAQUE BEM COMO A DAS AMOSTRAS ANTES DO ATAQUE TABLE V LOCATION, WIDTH AND AREA OF D AND G BANDS AND D BAND AREA / G BAND AREA RATIO ASSOCIATED WITH EACH SAMPLE IN CORRESPONDING ATTACK SOLUTION, AS WELL AS OF SAMPLES BEFORE ATTACK. Amostras 1 amostra A 2 amostra A 3 amostra A 4 amostra A 5 amostra A 6 amostra A 7 amostra A 8 amostra A 9 amostra B 10 amostra B 11 amostra B 12 amostra B 13 amostra B 14 amostra B 15 amostra B 16 amostra B 17 elipsom 18 elipsom 19 elipsom 20 elipsom 21 elipsom 22 elipsom 23 elipsom 24 elipsom 25 perfilom 26 perfilom 27 perfilom 28 perfilom 29 lâmina 4 30 lâmina 4 31 lâmina 4 32 33 34 35 36 A B C D Ataque Químico H2SO4 100% H2SO4 75% H2SO4 50% H2SO4 25% HF 100% HF 75% HF 50% HF 25% H2SO4 100% H2SO4 75% H2SO4 50% H2SO4 25% HF 100% HF 75% HF 50% HF 25% HCl 100 HCl 75 HCl 50 HCl 25 HNO3 100 HNO3 75 HNO3 50 HNO3 25 NH4OH 100% NH4OH 75% NH4OH 50% NH4OH 25% Acetona Álcool Xileno Lâmina A Lâmina B Lâmina D Lâmina F Lâmina C Posição Banda D 1311,3 1320,8 1334,1 1267,8 1286,8 1282,2 1282,4 1390,1 1382 1386,5 1383,7 1332,1 1304,3 1318,7 1289,4 1301,1 1306,4 1293,4 1286 1284,9 1421,4 1280,4 1284,9 1286,6 1280,9 1284,6 1289,4 1307,5 1277,1 1308 1278 1375,3 1290,2 1294,9 1283 1213,5 1441,1 1442,2 1357 Largura Banda D 236,57 361,26 478,24 206,33 233,22 224,45 226,63 554,2 300,67 322,11 364,65 260,58 240,88 257,44 230,73 253,85 250,86 243,2 232,74 234,74 551,58 227,15 238,37 228,65 209,83 497,49 230,01 423,85 219,32 355,06 221,15 306,64 227,71 452,31 230,16 348,89 550,66 718,39 489,16 Área Banda D 5,34E+05 1,90E+06 1,00E+06 1,01E+05 2,31E+05 1,65E+05 2,40E+05 1,73E+06 28262 15683 1,52E+05 95864 88488 1,17E+05 94205 1,32E+05 2,86E+05 2,36E+05 3,41E+05 1,62E+05 1,61E+06 1,59E+05 2,23E+05 3,08E+05 1,78E+05 2,88E+06 2,59E+05 1,40E+06 2,00E+05 1,35E+06 2,79E+05 52726 2,41E+05 1,78E+06 1,90E+05 1,31E+05 6,61E+05 1,32E+06 3,91E+05 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 Posição Banda G 1554,3 1588,4 1677,2 1497,4 1578,4 1,55E+03 1550,8 1738,2 1593 1588,3 1605,1 1579,3 1561,7 1570,7 1568,9 1583,6 1586,6 1573,8 1559,9 1543,8 1692,5 1548,3 1574,9 1561,7 1573,5 1655,4 1567,1 1628,6 1569,1 1587,4 1529,9 1585,8 1571,4 1623,4 155,4 1592,8 1810,5 Largura Banda G 264,17 317,18 428,12 343,95 395,64 367,64 372,08 458,48 107,98 85,743 229,24 241,27 293,59 276,05 340,97 325,88 339,88 380,48 378,59 359,69 367,05 373,16 383,25 393,67 404,13 472,18 378,39 422,96 419,97 336,78 369,91 127,4 380,24 411,41 386,92 519,61 451,93 Área Banda G 9,06E+05 1,95E+06 1,22E+06 4,89E+05 1,63E+06 9,21E+05 1,40E+06 1,82E+06 6373,2 3443,9 61700 93755 2,08E+05 1,84E+05 3,77E+05 4,17E+05 1,09E+06 1,34E+06 1,97E+06 6,61E+05 5,92E+05 8,67E+05 1,66E+06 2,05E+06 1,70E+06 3,32E+06 1,50E+06 1,69E+06 2,46E+06 1,51E+06 1,53E+06 11131 1,59E+06 1,90E+06 1,14E+06 9,46E+05 5,54E+05 ÁreaD/ Área G 5,89E-01 9,77E-01 8,22E-01 2,07E-01 1,41E-01 1,79E-01 1,72E-01 9,52E-01 4,43E+00 4,55E+00 2,47E+00 1,02E+00 4,25E-01 6,35E-01 2,50E-01 3,17E-01 2,61E-01 1,76E-01 1,73E-01 2,46E-01 2,71E+00 1,84E-01 1,34E-01 1,50E-01 1,05E-01 8,70E-01 1,73E-01 8,25E-01 8,14E-02 8,94E-01 1,82E-01 4,74E+00 1,52E-01 9,37E-01 1,66E-01 1,38E-01 1,19E+00 1711,2 471,96 4,37E+05 8,95E-01 93 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 5 4,5 H2SO4 (A) HF (A) H2SO4 (D) HF (D) Área D/Área G 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 0 25 50 75 % Volumétrica 100 125 Fig. 28 - Gráfico da razão entre a área da banda D / área da banda G das amostras A e D submetidas em soluções de ataque a H2SO4 e HF. Fig. 28 - Chart of D band area / G band area ratio of A and D samples submitted to attack of H2SO4 and HF solutions. 3 HCl HNO3 NH4OH Acetona 2-propanol Xileno área D/ Área G 2,5 2 1,5 1 0,5 0 0 25 50 75 % Volum étrica 100 125 Fig. 29 - Gráfico da razão entre a área da banda D / área da banda G das amostras L submetidas às respectivas soluções de ataque. Fig. 29 - Chart of D band area / G band area ratio of L samples submitted to corresponding attack solutions. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 94 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 900 800 Y Axis Title 700 Gauss(3) fit to R.33_B: Peak Area Center Width Height --------------------------------------------------------------------------1 52726 1375,3 306,64 109,47 2 11131 1585,8 127,40 55,624 3 5,0388E5 1975,4 632,78 506,94 --------------------------------------------------------------------------Yoffset = 206 600 500 400 300 200 1000 1200 1400 1600 1800 2000 X axis title Fig. 30 – Gráfico do espectro Raman da amostra padrão D de DLC sobre silício antes de ser submetida à corrosão. Fig. 30 – Raman spectrum chart of D standard sample of DLC on silicon before submitted to corrosion. 1800 1600 Y Axis Title 1400 Gauss(3) fit to R.12_B: Peak Area Center Width Height --------------------------------------------------------------------------1 95864 1332,1 260,58 234,21 2 93755 1579,3 241,27 247,38 3 7,4662E5 1967,6 521,87 910,78 --------------------------------------------------------------------------Yoffset = 511 1200 1000 800 600 400 1000 1200 1400 1600 1800 2000 X axis title Fig. 31 - Gráfico do espectro Raman da amostra D submetida à corrosão em H2SO4 25% (Amostra 12). Fig. 31 - Raman spectrum chart of D sample submitted to corrosion at 25% H2SO4 (sample # 12). Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 95 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 1600 Gauss(3) fit to R.11_B: 1400 Y Axis Title 1200 Peak Area Center Width Height --------------------------------------------------------------------------1 1,5247E5 1383,7 364,65 266,19 2 61700 1605,1 229,24 171,35 3 5,5817E5 1941,5 445,98 796,75 --------------------------------------------------------------------------Yoffset = 418,67978 1000 800 600 400 1000 1200 1400 1600 1800 2000 X axis title Fig. 32 - Gráfico do espectro Raman da amostra D submetida à corrosão em H2SO4 50% (Amostra 11). Fig. 32 - Raman spectrum chart of D sample submitted to corrosion at 50% H2SO4 (sample # 11). 200 180 Y Axis Title 160 140 Gauss(3) fit to R.10_B: Peak Area Center Width Height --------------------------------------------------------------------------1 15683 1386,5 322,11 30,997 2 3443,9 1588,3 85,743 25,570 3 1,0384E5 1961,6 652,95 101,24 --------------------------------------------------------------------------Yoffset = 57 120 100 80 60 40 1000 1200 1400 1600 1800 2000 X axis title Fig. 33 - Gráfico do espectro Raman da amostra D submetida à corrosão em H2SO4 75% (Amostra 10). Fig. 33 - Raman spectrum chart of D sample submitted to corrosion at 25% H2SO4 (sample # 10). Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 96 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 450 400 Y Axis Title 350 Gauss(3) fit to R.09_B: Peak Area Center Width Height --------------------------------------------------------------------------1 28262 1382,0 300,67 59,840 2 6373,2 1593,0 107,98 37,574 3 2,2896E5 1950,7 613,83 237,46 --------------------------------------------------------------------------Yoffset = 121 300 250 200 150 100 1000 1200 1400 1600 1800 2000 X axis title Fig. 34 - Gráfico do espectro Raman da amostra D submetida à corrosão em H2SO4 1000% (Amostra 09). Fig. 34 - Raman spectrum chart of D sample submitted to corrosion at 1 000% H2SO4 (sample # 9). TABELA VI RESULTADOS DOS TESTES DE DUREZA (ATV-TECHNOLOGY) DA LÂMINA DE SILÍCIO E DE DLC DEPOSITADO SOBRE SILÍCIO TABLE VI HARDNESS TEST RESULTS (ATV-TECHNOLOGY) OF SILICON LEAF AND DLC DEPOSITED ON SILICON Amostra Silício Silício Silício Silício Si+DLC (2m) 6L'/& P 6L'/& P 6L'/& P Força Aplicada (N) 1 2 3 4 1 2 3 4 Altura do Risco Dureza (GPa) P 2,025 2,136 2,177 2,051 0,813 2,398 2,829 2,884 9,95 17,9 25,8 38,8 61,8 14,2 15,3 19,6 TABELA VII ÂNGULOS DE CONTATO MEDIDOS PARA DIFERENTES SUPERFÍCIES TABLE VII CONTACT ANGLES MEASURED FOR DIFFERENT SURFACES Substrato Silício + DLC Silício Si + SiO2 Ângulo de Contato 19º 18º 15º Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 Aderência Relativa Menor Média Maior 97 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 2-) Resultados das análises dos filmes de DLC depositados sobre aço-carbono e aço inoxidável (a) Medidas de Rugosidade Na tabela VIII e no gráfico da figura 35 mostra-se o comportamento da rugosidade dos açoscarbono e inoxidável em função da espessura do filme de carbono depositado sobre sua superfície. Pode-se observar que a rugosidade diminuiu com filmes mais espessos. Houve uma queda significativa na rugosidade do aço inoxidável quando revestido com filmes de carbono de 6µm. Portanto, conclui-se que existe uma tendência da rugosidade diminuir com o aumento da espessura do filme, pois à medida que o filme vai ficando mais espesso ele vai fazendo a conformação da superfície do aço, tornando-o menos rugoso. Isso é de extrema importância para o revestimento interno das tubulações pois, diminuindo-se a rugosidade da superfície, o acúmulo de substâncias nas paredes dos tubos diminui e, conseqüentemente, diminui-se a corrosão localizada nessas paredes. Nas figuras de 36 a 45 mostra-se a superfície dos aços sem filme e com o filme depositado. (b) Testes de Dureza e Resistência à Tração (i) aço inoxidável - os resultados de resistência à tração e de dureza encontram-se na tabela IX, na qual pode-se observar o aumento da dureza do filme com o aumento da espessura do filme depositado; (ii) aço-carbono - para o aço-carbono estas medidas não obtiveram grande êxito. TABELA VIII RUGOSIDADE DO AÇO ANTES E APÓS A DEPOSIÇÃO DE FILMES DE DLC COM DIFERENTES ESPESSURAS TABLE VIII STEEL ROUGHNESS BEFORE AND AFTER DIFFERENT THICKNESS DLC FILM DEPOSITIONS Aço inox Aço-carbono Espessura (mm) Sem filme 1 2 4 6 Sem filme 1 2 4 6 Ra 1 Ra 2 Ra 3 102,25 111,93 135,33 61,264 63,066 45,859 96,786 99,499 87,196 188,7 150,14 163,74 52,54 81,875 57,631 68,274 206,98 109,19 197,32 121,63 82,821 100,21 98,354 80,149 143,96 71,081 - Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 Ra médio (nm) 111,74 125,29 95,41 71,5695 60,3485 64,76 149,24 93,26 142,258 155,165 98 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo 180 Rugosidade RA (nm) 160 140 120 100 80 60 aço inox aço carbono 40 20 0 0 1 2 3 4 5 6 Espessura (µm) Fig. 35 - Gráfico da rugosidade dos aços carbono e inoxidável em função da espessura do filme de DLC depositado sobre esses. Fig. 35 - Carbon steel and stainless steel roughness chart according to DLC film thickness deposited on them. Fig. 36 - Rugosidade do aço-carbono. Fig. 36 - Carbon steel roughness. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 99 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 37 – Rugosidade do aço-carbono com filme de DLC (1 P Fig. 37 – &DUERQ VWHHO URXJKQHVV ZLWK '/& ILOP P Fig. 38 – Rugosidade do aço-FDUERQR FRP ILOPH GH '/& P Fig. 38 – &DUERQ VWHHO URXJKQHVV ZLWK '/& ILOP P Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 100 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 39 – Rugosidade do aço-carbono com fLOPH GH '/& P Fig. 39 – &DUERQ VWHHO URXJKQHVV ZLWK '/& ILOP P Fig. 40 – Rugosidade do aço-FDUERQR FRP ILOPH GH '/& P Fig. 40 – &DUERQ VWHHO URXJKQHVV ZLWK '/& ILOP P Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 101 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 41 – Rugosidade do aço inoxidável. Fig. 41 – Stainless steel roughness. Fig. 42 – Rugosidade do aço inoxidável com filme de DLC (1 P Fig. 42 – 6WDLQOHVV VWHHO URXJKQHVV ZLWK '/& ILOP P Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 102 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 43 – Rugosidade do aço inoxidável com filme de DLC (2 P Fig. 43 – Stainless steel roug KQHVV ZLWK '/& ILOP P Fig. 44 – Rugosidade do ao inoxidável com filme de DLC (4 P Fig. 44 – 6WDLQOHVV VWHHO URXJKQHVV ZLWK '/& ILOP P Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 103 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 45 – Rugosidade do aço inoxidável com filme de DLC (6 P Fig. 45 – Stainless steel roug KQHVV ZLWK '/& ILOP P TABELA IX RESULTADOS DO TESTE DE DUREZA REALIZADO EM DLC TABLE IX HARDNESS TEST RESULTS PERFORMED ON DLC Amostra de Aço Inox 316L Aço inox sem filme Aço inox + DLC 2P Aço inox + DLC 2P Aço inox + DLC 4P Silício Silício + DLC 4P Silício + Óxido de silício Força Aplicada(N) 4,8 4,8 9,8 - Dureza Vicker (Kg/mm2) 201 438 551 460 841 1484 1118 Dureza Brinnel (Kg/mm2) 201 423 - Resistência à Tração (Gpa) 68 146 - P (c) Medidas de Tribocorrosão Para as amostras de aço inoxidável sem a camada de passivação de DLC em todas as soluções empregadas foram observadas variações na corrente durante a execução do experimento. O aumento dos níveis de corrente para cada ciclo é devido à maior quantidade de partículas dissolvidas na solução e ao aumento da área superficial da amostra apresentada a solução, com o aumento da rugosidade superficial da amostra. Estes dois efeitos são causados pelo processo de tribocorrosão, em que a corrosão química gera mais partículas na solução, que são aceleradas junto com os íons pelo potencial elétrico contra a superfície da amostra, provocando uma micro abrasão que aumenta o desgaste da superfície da amostra. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 104 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Estes resultados podem ser observados nas fotos 1, 2 e 3 de se vê um aumento do número de perfurações nos grãos do aço e redução do tamanho de grão pela corrosão de suas paredes laterais. Na medida voltimétrica também observa-se aumento no valor absoluto após cada ciclo de varredura. Para as amostras com cobertura de 1 µm de DLC foram feitos 20 ciclos de varredura, pois não foram observadas, na maior parte dos casos, variações significativas nos primeiros dez ciclos de corrosão. Foto 1 – Micrografia de uma amostra de aço inoxidável submetido a um ataque químico em solução de KOH 27% (sem filme de DLC). Photo. 1 – Sample of stainless steel submitted to chemical attack in 27% KOH solution (without DLC film). Foto 2 – Micrografia de uma amostra de aço inoxidável submetido a um ataque químico em solução de HF 10% (sem filme de DLC). Photo. 2 – Sample of stainless steel submitted to chemical attack in 10% HF solution (without DLC film). Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 105 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Foto 3 – Micrografia de uma amostra de aço inoxidável submetido a um ataque químico em solução H2SO4 22% (sem filme de DLC). Photo. 3 – Sample of stainless steel submitted to chemical attack in 22% H2SO4 solution (without DLC film). Para as solução de ácido sulfúrico e de KOH, após 20 ciclos de corrosão, não foi observada nenhuma variação significativa nos níveis de corrosão. As variações de corrente observadas são referentes à solução, como pode ser observado quando utiliza-se o eletrodo de ouro (gráficos das figuras de 46 a 51) Fig. 46 – Gráfico da tribocorrosão com eletrodo de ouro em solução de H2SO4. Fig. 46 – Tribocorrosion chart with gold electrode in H2SO4 solution. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 106 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 47 – Gráfico da tribocorrosão em solução de H2SO4 com eletrodo de aço-carbono com filme de carbono depositado sobre sua superfície. Fig. 47 – Tribocorrosion chart in H2SO4 solution with carbon steel electrode with carbon film deposited on its surface. Fig. 48 – Gráfico da tribocorrosão em solução de H2SO4 com eletrodo de aço inoxidável com filme de carbono depositado sobre sua superfície. Fig. 48 – Tribocorrosion chart in H2SO4 solution with stainless steel electrode with carbon film deposited on its surface. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 107 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 49 – Gráfico da tribocorrosão com eletrodo de ouro em solução de KOH. Fig. 49 – Tribocorrosion chart with gold electrode in KOH solution. Fig. 50 – Gráfico da tribocorrosão em solução de KOH com eletrodo de aço inoxidável com filme de carbono depositado sobre sua superfície. Fig. 50 – Tribocorrosion chart with gold electrode in KOH solution with stainless steel electrode with carbon film deposited on its surface. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 108 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 51 – Gráfico da tribocorrosão em solução de KOH com eletrodo de aço-carbono com filme de carbono depositado sobre sua superfície. Fig. 51 – Tribocorrosion chart with gold electrode in KOH solution with carbon steel electrode with carbon film deposited on its surface. Os resultados destes testes podem ser vistos nas fotos 4 e 5, onde não foi observada nenhuma mudança superficial entre as amostras com filmes depositados após a corrosão. Também apresentam-se as curvas de potencial onde não podem ser observadas variações significativas, quando comparadas às curvas obtidas para o aço inoxidável. No caso do HF ocorreu a corrosão dos filmes de DLC, como pode ser observado pelo aumento da amplitude dos níveis de corrente observados durante os experimentos (gráficos das figuras de 52 a 54). Isso pode ser confirmado pelas micrografias (foto 6), onde são percebidas variações de cor, que corresponde à espessura, nas amostras corroídas. Neste caso, a corrosão se dá principalmente pela formação dos compostos CF e HF da dissolução dos filmes, pois estes dois compostos não mantém ligações estáveis com os filmes de carbono, promovendo a dissolução do mesmo. Não foi observado nenhum indício de micro abrasão durante os processos. Isto pode indicar uma inibição deste efeito pela baixa geração de partículas em solução durante a corrosão dos filmes de carbono. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 109 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Foto 4 - Amostra de aço inoxídavel com cobertura de 1P GH '/& VXEPHWLGD à solução de ataque de KOH 27%. Photo. 4 - Sa PSOH RI VWDLQOHVV VWHHO ZLWK P '/& FRDWLQJ VXEPLWWHG WR DWWDFN RI .2+ VROXWLRQ Foto 5 - Amostra de aço inoxídavel com cobertura de 1P GH '/& VXEPHWLGD à solução de ataque de H2SO4 20%. Photo. 5 oating submitted to attack of 20% H2SO4 solution. 6DPSOH RI VWDLQOHVV VWHHO ZLWK P '/& F Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 110 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 52 – Gráfico da tribocorrosão com eletrodo de ouro em solução de HF. Fig. 52 – Tribocorrosion chart with gold electrode in HF solution. Fig. 53 – Gráfico da tribocorrosão em solução de HF com eletrodo de aço inoxidável com filme de carbono depositado sobre sua superfície. Fig. 53 – Tribocorrosion chart in HF solution with stainless steel electrode with carbon film deposited on its surface. Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 111 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo Fig. 54 – Gráfico da tribocorrosão em solução de HF com eletrodo de aço-carbono com filme de carbono depositado sobre sua superfície. Fig. 54 – Tribocorrosion chart in HF solution with carbon steel electrode with carbon film deposited on its surface. Foto 6 - Amostra de aço inoxidável coP FREHUWXUD GH P GH '/& VXEPHWLGD à solução de ataque de 10% de HF. Photo. 6 6DPSOH RI VWDLQOHVV VWHHO ZLWK P '/& FRDWLQJ VXEPLWWHG WR DWWDFN RI +) VROXWLRQ 4. CONCLUSÕES Realizou-se, aqui, um estudo mais aprofundado sobre os filmes de carbono tipo diamante (DLC) com o objetivo de viabilizar o emprego do DLC como camada de revestimento interno nos dutos para transporte de hidrocarbonetos, proporcionando, assim, uma vida útil maior para as tubulações de transporte utilizadas. Foram feitas análises químicas e físicas nos filmes tomando-se como base a variação sofrida pelos filmes quando submetidos a ataques químicos em soluções ácidas de ácido sulfúrico, ácido nítrico, ácido clorídrico, ácido fluorídrico; básicas de hidróxido de potássio, hidróxido de amônia e em solventes orgânicos, 2Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 45 (2): abr./jun., 2002 112 Estudo da Viabilidade da Utilização de Filmes de Carbono Tipo Diamante como Camada de Revestimento Interno em Dutos de Transporte de Petróleo propanol, xileno e acetona, assim como no próprio petróleo. Os resultados mostraram aumento significativo na resistência química dos aços quando revestidos com camadas de DLC, mesmo quando submetidos a testes dinâmicos de corrosão. Ocorreu a grafitização do filmes quando submetidos a soluções de ácido sulfúrico e perda de qualidade quando submetidos a soluções de ácido nítrico, mas mesmo nestes casos a resistência apresentada foi muito alta. Além da resistência química ocorreu um aumento na dureza das amostras de aço quando recobertas com DLC, passando de 211 Vickers para 460 Vickers. Esse aumento é significativo pois indica a possibilidade da redução do desgaste das paredes dos tubos. Com filmes de DLC depositados com espessuras de 4 e 6 µm também houve uma redução da rugosidade das amostras de aço inoxidável e de açocarbono. A redução da rugosidade e o baixo coeficiente de atrito dos filmes de carbono reduzem o encrustamento de material nas paredes do tubo reduzindo, assim, a possibilidade da formação de pits de corrosão localizados. 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