PESQUISA QUALITATIVA
LEITURA E QUALIDADE DE ENSINO
RELATÓRIO CONSOLIDADO
MAIO/2010
REALIZADA COM EXCLUSIVIDADE PARA : FUNDAÇÃO SM-BRASIL
POR: MARA KOTSCHO PESQUISA DE MERCADO
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ÍNDICE
Página
03
I. Introdução
II. Resultados segmento alunos
1. Associações despertadas pelo tema “Leitura”
2. Hábitos de leitura
3. Histórico com relação à leitura
4. Leitura e escrita
5. Agrupamento livros
6. Sugestões para despertar o gosto pela leitura
12
14
21
42
46
57
60
III. Resultados segmento professores
1. Associações despertadas pelo tema “Leitura”
2. Histórico com relação à leitura
3. Hábitos de leitura
4. Como trabalham a leitura e a escrita
5. Expectativas com relação a alguma forma de auxílio
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64
69
73
85
101
IV. Considerações Finais
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INTRODUÇÃO
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OBJETIVO CENTRAL
Fornecer subsídios para que a SM-Brasil possa oferecer a órgãos
governamentais e não governamentais ligados à Educação dados e
sugestões para uma abordagem mais produtiva do hábito da leitura entre
alunos e professores (de escolas públicas e privadas)
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OBJETIVOS
 ESPECÍFICOS, junto a alunos:
 Aferir hábitos de leitura
 Perceber como inserem a leitura e a escrita no contexto de vida
 Levantar dificuldades relacionadas aos hábitos de leitura e escrita
 Elencar aspectos que poderiam colaborar para o aumento da vontade de
ler e escrever
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OBJETIVOS
 ESPECÍFICOS, junto a professores:
 Aferir hábitos de leitura
 Levantar dados acerca de como trabalham a questão da leitura e da
escrita junto a seus alunos
 Elencar as dificuldades enfrentadas neste processo
 Identificar expectativas com relação ao que poderia ser feito para
diminuir estas dificuldades (tanto por parte do poder público, como por
parte da iniciativa privada, especialmente por parte das editoras)
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METODOLOGIA E TÉCNICA
QUALITATIVA
• Aprofundamento das questões
a serem abordadas
• Percepção de aspectos comportamentais, subjacentes às verbalizações
DISCUSSÕES EM GRUPO
• Troca de idéias
• Contraposição de opiniões
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UNIVERSOS
 Professores de Língua Portuguesa, de 5ª a 8ª séries (ou de 6º a 9º anos),
de escolas particulares e de escolas públicas de São Paulo, Capital
 Alunos e alunas de 5ª a 8ª séries (ou de 6º a 9º anos ) do Ensino
Fundamental , de escolas públicas e particulares de São Paulo, Capital
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AMOSTRA DE ALUNOS
8 DISCUSSÕES EM GRUPO
 4 grupos com alunos da Rede Pública, assim distribuídos:
• 1 grupo feminino de 5ª série (ou 6º ano)
• 1 grupo masculino de 6ª série (ou 7º ano)
• 1 grupo feminino de 7ª série (ou 8º ano)
• 1 grupo masculino de 8ª série (ou 9º ano)
 4 grupos com alunos da Rede Privada, assim distribuídos:
• 1 grupo masculino de 5ª série (ou 6º ano)
• 1 grupo feminino de 6ª série (ou 7º ano)
• 1 grupo masculino de 7ª série (ou 8º ano)
• 1 grupo feminino de 8ª série (ou 9º ano)
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AMOSTRA DE PROFESSORES
4 DISCUSSÕES EM GRUPO
 2 grupos com professores da Rede Pública, assim distribuídos:
•
1 grupo com docentes de 5ª e 6ª séries (ou 6º e 7º anos)
•
1 grupo com docentes de 7ª e 8ª séries (ou 8º e 9º anos)
 2 grupos com professores da Rede Privada, assim distribuídos:
•
1 grupo com docentes de 5ª e 6ª séries (ou de 6º e 7º anos)
•
1 grupo com docentes de 7ª e 8ª séries (ou de 8º e 9º anos)
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RESULTADOS
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SEGMENTO
“ALUNOS”
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PANO DE FUNDO
 Não existem diferenças significativas entre as crianças de escolas públicas e
de escolas privadas. As diferenças serão apontadas, conforme apareçam, em
contextos específicos.
 Ao que tudo indica, a agitação natural da idade, os inúmeros apelos “mais
interessantes” que os rodeiam e uma notória indisciplina fazem com que estas
crianças se distanciem significativamente da leitura. Adicione-se a isso os
temas “desinteressantes” a que são submetidos nas escolas e a falta de
hábito se torna generalizada.
 De certa forma, existe alguma coerência neste comportamento. No mundo
interativo e agitado em que vivem, onde a coisa que menos gostam é de “ficar
em casa, sem ter o que fazer”, ler parece ser uma tarefa passiva, que
convida ao isolamento.
 No geral, as meninas se mostram mais interessadas pelo ato de ler do que os
meninos. Contudo, em ambos os casos, o grau de interesse é bastante baixo.
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1.ASSOCIAÇÕES
DESPERTADAS
PELO TEMA
“LEITURA”
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1ªs REAÇÕES AO TEMA: “LEITURA”
(“QUAL A PRIMEIRA COISA QUE VEM À CABEÇA QUANDO V. PENSA EM LEITURA?”)
Referências a...
Veículos
•
•
•
•
Gibis
Livros
Revistas
Jornais
Conteúdo
• Histórias
• Contos
• Textos
Ganhos
• Conhecimento
• Informação
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SENTIMENTOS / SENSAÇÕES
DESPERTADAS PELO TEMA “LEITURA”


• Sensações boas, quando o
texto é interessante
• Dificuldade de entendimento /
compreensão
• Sensações ruins, quando o texto
é chato
• Prazer (+ entre meninas)
• Referem-se, ainda, a sensações/sentimentos que o próprio texto possa
provocar: medo, alegria, tristeza
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SENTIMENTOS / SENSAÇÕES
DESPERTADAS PELO TEMA “LEITURA”
NEGATIVAS
“Às vezes a gente não consegue entender o texto”
“Às vezes é muito chato”
“Eu não gosto de ler” (Maioria)
“Na escola, nem todos os livros são interessantes”
“Para mim é uma sensação ruim, porque os livros que não gosto largo pelo
caminho e isso é ruim”
POSITIVAS
“É bom. Eu gosto de ler. Na minha escola tem que fazer trabalho de leitura”
“A gente sente tudo que o personagem está sentindo. A gente fica no lugar
do personagem, mergulha na história”
“Desperta a imaginação, serve para expandir os seus conhecimentos”
“A gente se desliga do mundo e se concentra no livro. Aí eu viajo. Me coloco
dentro da história, é muito bom”
“A leitura é saudável, você refresca a mente”
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“LEITURA”: PRAZER OU SACRIFÍCIO?
Depende do tema / assunto
(consenso)
“Quando eu gosto,
eu leio o livro todo!”
“Depende do livro.
Se for um livro chato,
é um sacrifício”
“Quando não me
interesso, não vejo a
hora de acabar”
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“LEITURA”: PRAZER OU SACRIFÍCIO?
“Só leio quando acaba
a luz e não tenho nada
pra fazer”
“Não tenho saco
para ficar lendo.
Tenho preguiça de
ler”
“Leitura é ruim e bom.
Bom, quando a gente
escolhe o que ler e ruim
quando a gente é
obrigado a ler”
“A leitura me dá dor
de cabeça. Nunca li
um livro inteiro”
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A LEITURA NO CONTEXTO DA VIDA
Para a grande maioria dos meninos, ler fica entre as coisas de que menos gostam;
Para um número significativo de meninas, entre as coisas de que mais gostam;
Mas, no geral, é uma atividade que fica “no meio termo”, entre gostar e não gostar.
Meninos gostam de:
•
•
•
•
•
•
•
Computador (MSN / Orkut)
Jogar futebol / bola / esportes
Jogar vídeo game
Empinar pipa
Andar de skate / bicicleta
Sair / ficar na rua com amigos
Assistir TV
Meninas gostam de:
•
•
•
•
Computador (MSN / Orkut)
Ouvir música / Dançar
Esportes (natação, volei)
Sair / conversar / ficar na rua com
amigas
• Assistir TV
• Ler / estudar
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2. HÁBITOS DE
LEITURA
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A LEITURA NO DIA-A-DIA
Reconhecem, no entanto, a importância da leitura no dia-a-dia
• Para ler placas de rua / cartazes
• Para ler o destino do ônibus
• Para se informar (jornal, internet, revistas)
• Para aprender a interpretar um texto
E, entre alguns, ainda,
• Apesar da postura imediatista generalizada, há a uma certa
preocupação com a vida adulta: “Para se dar bem no futuro”
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VEÍCULOS
PREFERIDOS
VEÍCULOS
PRETERIDOS
• Gibis (+++)
• Jornais
• Internet
• Livros
• Revistas
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QUEM LÊ / FREQUÊNCIA COM QUE LÊEM...
GIBI

Maioria; de 2 a 4 vezes por semana (Turma da Mônica, Turma da
Mônica Jovem, Mangá)
REVISTAS
Minoria; semanalmente; + meninas (Capricho, Atrevida, “revistas
de fofoca”)
LIVROS

Poucos espontaneamente; maioria, “só quando a escola manda”
(em geral, 1 livro a cada bimestre / entre 3 e 5 livros por ano).
Mas, a maior parte não lê o livro todo. Apenas o começo e o fim,
para poder fazer a prova
JORNAL 
Poucos; eventualmente; + meninos mais velhos (caderno de
esportes), alguns na Internet
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A LEITURA NO DIA-A-DIA
“As revistas influenciam muito, essa coisa de moda, de maquiagem...Minha
prima me empresta”
“O Mangá me chama a atenção pelo traço, pelo desenho”
“Eu leio o que a escola pede, mas eu não gosto. É um livro a cada 2 meses”
“Eu leio o da escola e mais outros, porque os da escola não são muito
interessantes”
“Eu leio Capricho e alguma outra (revista) de fofoca, que fale das novelas”
“Gosto de ler. Mas, não aqueles (livros) que a professora pede. Quando eu
escolho é melhor”
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ONDE COSTUMAM LER
• A maioria afirma que, quando lê, prefere ler em casa, principalmente no
quarto.
• Poucos são aqueles que o fazem em bibliotecas.
• De qualquer forma, parece haver um consenso em torno da necessidade de
estarem em um lugar silencioso, que favoreça a concentração.
“Gosto de ler em casa”
“Leio em qualquer lugar. Procuro lugares calmos e, se o livro for
interessante, não gosto de parar”
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ESTILOS
REJEITADOS
ESTILOS
PREFERIDOS
(+)
(-)
MENINOS:
• Livros de ação
• Livros de aventura
• Livros de suspense
• Livros de terror
• Livros de comédia
• Livros que deram
origem a filmes
(+)
• Clássicos / “Livros antigos”
• Romances (entre meninos)
• Poesias / poemas (salvo
(-)
raras exceções)
(+)
(-)
MENINAS:
• Romances (+++)
• Suspense / policial
• Ação e Aventura
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ESTILOS PREFERIDOS / REJEITADOS
“Quando me interesso, eu viajo com o personagem”
“´Crepúsculo`, eu vi o filme. Muito feminino” (menino, 14 anos)
“Poesia eu não gosto...Não gosto de nada muito meloso” (menino, 14 anos)
“Romance é muito chato” (menino, 14 anos)
“Livro de filme, pra ver se é igual. Mas, geralmente, o livro é mais legal que o
filme”
“Os clássicos também são importantes, para se conhecer a História, outros
estilos de vida, outras linguagens. Mas, geralmente são muito chatos”
“A linguagem antiga cansa um pouco a gente. A linguagem atual, a nossa, é
mais legal, a gente entende direto. Não precisa ficar parando, relendo”
“Gosto da Agatha Christie. Algumas histórias são interessantes, outras são
muito devagar”
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PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE
MATERIAL PARA LEITURA
• Ter sido recomendado por um amigo é o principal critério para se decidir ler
um livro espontaneamente
• A capa - com um título que desperte a curiosidade e/ou sinalize o tema e um
desenho que chame a atenção – fica em segundo lugar
• Ser um livro de série pode despertar a curiosidade de quem já leu e gostou de
algum título da série
• Embora considerem a resenha importante, ninguém costuma ler o resumo da
contra capa
• Ter sido recomendado pela professora, sobretudo quando se trata de um
clássico da literatura, muitas vezes, é motivo de rejeição antecipada
Sendo que,
• Embora, para alguns, seja uma referência, o autor não chega a configurar um
critério de escolha. Alguns, poucos participantes, mencionam: Pedro Bandeira,
Ruth Rocha, Monteiro Lobato, Victor Hugo, Julio Verne e Jorge Amado.
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CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE
MATERIAL PARA LEITURA
“O que mais convence é quando um amigo indica”
“Quando é um amigo que indica, é mais confiável. Isso se a pessoa tiver o
mesmo gosto que você...”
“Na minha classe, quando alguém descobre um livro legal, a gente passa
para a classe inteira”
“O título e o desenho (da capa) se completam”
“O título tem que ser grande, criativo, atraente”
“É legal quando é uma série. Você fica com vontade de ler o resto, o que vem
depois”
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LIVROS QUE MAIS MARCARAM A VIDA
 Entre meninos de 8ª série da
Escola Pública:
• Capitães de Areia
• 1808
• Harry Potter
• A mulher do Vizinho
• Matilda
• Segunda Guerra Mundial
• O Segredo
• Ilíada
• Lua Nova
• O mestre dos Games
• Um inimigo em cada esquina
 Entre meninas de 8ª série da
Escola Particular:
• A predestinada
• Meu querido Vampiro
• A saga
• Harry Potter
• O mundo flutuante
• O pequeno Vampiro
• O Pequeno Príncipe
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LIVROS QUE MAIS MARCARAM A VIDA
 Entre meninos de 7ª série de
Escola Particular:
• A droga da obediência
• Sonhos de uma noite de verão
• Assassinato no Orient Express
• Sherlock Holmes
 Entre meninas de 7ª série da
Escola Pública:
• Sangue fresco
• Crepúsculo
• Marley e eu
• Coraline
• A droga da obediência
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LIVROS QUE MAIS MARCARAM A VIDA
 Entre meninos, de 6ª série de
Escola Pública:
• Crepúsculo
• Ronaldinho
 Entre meninas de 6ª série da
Escola Pública:
• A droga da obediência
• Crepúsculo
• Jornada pelo rio mar
• Dom Quixote
• Harry Potter
• Diário da Princesa
• Mistério das 5 estrelas
• Judy Mudy
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LIVROS QUE MAIS MARCARAM A VIDA
 Entre meninos, de 5ª série de
Escola Particular:
• Invasores do espaço
• Crepúsculo
• Os miseráveis
• Barcos de papel
• Férias no orfanato
• Lua Nova
• O trem fantasma
• Peter Pan
• Tudo é possível
• Incrível viagem no tempo
• Do alto da barca do inferno
 Entre meninas de 5ª série da
Escola Pública:
• A branca de neve
• O pequeno príncipe
• Alice no país das maravilhas
• 111 poemas
• Júlia vai à praia
• A marca de uma lágrima
• O segredo da amizade
• A casa da floresta
• Harry Potter e a ordem da Fênix
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COMO CONSEGUEM O
MATERIAL PARA LEITURA
São várias (e igualmente praticadas) as formas de se conseguir material para
leitura:
• pedir emprestado ou trocar livros com amigos
• pedir livros emprestados a parentes
• pegar livros na biblioteca da escola
• pegar livros na estante de casa (mesmo entre alunos de escolas públicas)
• comprar livros (+ entre crianças da rede privada)
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COMO CONSEGUEM O
MATERIAL PARA LEITURA
“Tem muitos livros na minha casa e, também, alguns eu compro”
“Pego na casa da minha tia”
“Peço emprestado pras minhas primas”
“Peço livros de presente”
“A escola dá dois livros por ano”
“Na escola tem feira de livros”
“Peço emprestado ou troco com algum amigo”
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FREQUÊNCIA A BIBLIOTECAS
• Salvo raríssimas exceções, quase todas as escolas que estes alunos
frequentam têm biblioteca e/ou sala de leitura.
• A maioria, no entanto, só vai à biblioteca para retirar e devolver livros. Poucos
são aqueles que costumam usar a biblioteca como lugar de leitura. Há uma
minoria que diz que lá permanece apenas para fazer pesquisa / trabalho da
escola (a maior parte afirma que prefere fazer pesquisa pela Internet).
• No geral, relatam bastante incentivo dos professores na frequência à
biblioteca. Apenas um participante (no conjunto dos 8 grupos) diz que a
professora “só manda pra biblioteca de castigo”
• Não há um consenso acerca da qualidade das bibliotecas escolares: algumas
são limpas, conservadas e bastante completas (sobretudo as de escolas
particulares); outras são consideradas feias, com acervo pequeno e livros mal
conservados (mais as de escolas públicas).
• São raros os alunos que costumam frequentar outras bibliotecas, que não a da
escola (apenas um participante menciona a biblioteca do bairro)
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FREQUÊNCIA A BIBLIOTECAS
“A Biblioteca da minha escola fica bem no pátio. Então, tem muito barulho...”
“A da minha é boa. Não tem muitos livros, mas é organizada”
“Na minha tem muitos livros rasgados e eles não consertam. Isso é ruim”
“A minha tem bastante livro e é bem organizada”
“Vamos lá 2 vezes por semana, na aula de leitura”
“Só vou quando a professora manda”
“Eu mudei de casa, mudei de escola, não conhecia ninguém, passei a ir à
biblioteca e gostei”
“Vou à biblioteca uma vez por mês. Tem gente que vai para estudar... Eu vou
fazer trabalho e, às vezes, pego um livro”
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FREQUÊNCIA A BIBLIOTECAS
“Vou para conseguir informações sobre as matérias e, às vezes, tem alguns
livros legais, aí eu pego”
“Lá só tem livros caídos, com páginas amareladas, livros antigos com
histórias muito chatas...Teria que ter livros novos”
“É legal, é bem calmo, é mais tranquilo”
“É silencioso...”
“É bom porque tem muitos livros e você acaba se impressionando,
comparando com o que você tem em casa”
“Não gosto muito da biblioteca...É muito silencioso, muito parado”
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HÁBITOS COM RELAÇÃO À INTERNET
• A grande maioria das crianças, principalmente as mais velhas, inclusive as de
escola pública, tem computador e acesso à Internet em casa
• Costumam acessar a rede todos os dias, em geral sem limite de tempo para
ficarem navegando, ainda que muitos tenham que disputar o espaço com os
irmãos
• Na Internet, costumam baixar jogos/músicas/fotos/filmes e acessar o Orkut, o
MSN e alguns sites de interesse (geralmente, para pesquisa escolar)
• Alguns afirmam que costumam ler os textos antes de fazer os trabalhos de
escola. Alegam que têm que “ter certeza de que o texto está correto” ou “que a
professora exige o trabalho manuscrito”. Por outro lado, alguns professores
relatam ter recebido pesquisas “impressas direto do site, até em russo”
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HÁBITOS COM RELAÇÃO À INTERNET
“Tem que ler. Vai que tem alguma coisa errada. Tem que conferir”
“Vou ao Google, acho lá, copio e colo algumas imagens”
“Eu imprimo e, depois, copio a mão, porque a professora pede”
“Uso livro de vez em nunca, só quando não acho na Internet”
“Para fazer pesquisa, trabalho de escola, é mais fácil de achar na Internet.
Você vai direto no assunto”
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3.HISTÓRICO COM
RELAÇÃO À
LEITURA
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LEITURA COMO HÁBITO DE FAMÍLIA
• Exceção feita aos meninos mais velhos da escola pública, a maioria dos
participantes costumava ouvir histórias contadas ou lidas pelos pais e avós,
quando pequenos. Lembram-se que gostavam de ouvir estas histórias, mas isso
não significa que tenham passado a gostar de ler.
• Por outro lado, os que gostam de ler mencionam, também, algum parente “que
gosta muito de ler / está sempre com um livro nas mãos” e reconhecem alguma
influência destas pessoas no seu próprio hábito de leitura
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LEITURA COMO HÁBITO DE FAMÍLIA
“Minha tia lê muito”
“Minha mãe gosta de ler bastante. Ela é viciada em ler”
“Minha mãe lia para mim livros que não tinham figuras, mas eu adorava
mesmo assim”
“Foi pelo embalo do meu pai. Ele lê muito”
“Eles (os avós) contavam histórias da vida deles, de antigamente e
inventavam histórias”
“Meu avô contava histórias de dar medo, era super legal. Foi ele que me
contou a história do Chapeuzinho Vermelho”
“É bem melhor ouvir do que ler”
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44
LIVROS COMO PRESENTE
Vários participantes afirmam já ter ganhado livros de presente, mas
gostar do presente depende do interesse pelo tema / da identidade
que o texto desperta. Em geral, não gostam de ganhar livros.
“Não gosto (de ganhar livro), porque, geralmente, a pessoa não sabe o meu
gosto”
“É muito pessoal. Não é sempre que as pessoas acertam”
“Se for um assunto interessante, é legal ganhar livro”
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4. LEITURA E
ESCRITA
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RAZÕES PELAS QUAIS NÃO COSTUMAM LER
Os que não têm o hábito da leitura, alegam várias razões para o fato de não
gostarem muito de ler:
• falta de vontade / “preguiça”
• atividades / apelos “mais interessantes”
• falta de tempo
• tamanho dos livros (muito grandes)
• dificuldades pessoais com a leitura
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DIFICULDADES PESSOAIS
As principais dificuldades pessoais mencionadas são:
• falta de paciência
• falta de concentração
• dificuldade de compreensão / entendimento do texto
• “palavras difíceis” / que não conhecem o significado (neste caso, embora
digam que procuram o significado da palavra no dicionário, fica claro que a
maioria “passa batido”; alguns perguntam o significado a outra pessoa )
• medo (generalizado) / insegurança de ler em público
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RAZÕES PELAS QUAIS NÃO COSTUMAM LER
“Não gosto. Não tenho paciência”
“No começo, dá preguiça. Mas, depois, você se envolve e, se for legal, você
lê até o fim”
“Não gosto (de ler em público). Todo mundo começa a zoar com a sua cara”
“Quando você erra, ficam rindo da gente”
“Quando a professora pede para ir lá na frente, aí é chato. Fico nervosa”
“Tem vezes que eu não entendo tudo. A dificuldade maior é por não saber o
significado das palavras. Antes de ter que procurar no dicionário, pergunto
para alguém”
“Eu me enrolo toda, quando tem muito barulho. Tenho que ficar voltando
para trás, para poder entender”
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RAZÕES PELAS QUAIS NÃO COSTUMAM LER
“Me atrapalha quando estou lendo e o meu irmão está jogando vídeo game,
porque, aí, eu quero parar e jogar também”
“Tenho dificuldade para me concentrar, quando quero ler e ver TV ao mesmo
tempo”
“Se o livro for muito grande, eu esqueço o que já li no começo”
“Até gosto de ler, mas não entendo o que leio, porque geralmente estou
pensando em outra coisa”
“Tenho ansiedade de terminar o livro rápido... Quero ver o fim da história,
mesmo não entendendo alguns pedaços”
“Se eu ler muito rápido, acabo não entendendo nada. Então, tenho que ler
devagar, para prestar atenção. Aí, demora muito...”
“Quando o livro é muito grosso, dá preguiça. Quando não dá para entender o
texto, aparecem umas palavras enormes, monstruosas que desanimam a
gente”
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LEITURA vs. ESCRITA: PREFERÊNCIA / RAZÕES
• A maioria dos meninos prefere escrever a ler. Ao que tudo indica, parece uma
tarefa menos passiva.
• Já boa parte das meninas prefere ler a escrever. Acham que não há risco de
errar e que “cansa menos”.
• Contudo, poucos gostam de criar textos. É geral a preferência por “copiar”.
Neste caso, a chance de errar é menor.
E ainda,
• Reconhecem plenamente que “quem lê sabe escrever melhor”
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LEITURA vs. ESCRITA: PREFERÊNCIA / RAZÕES
“Prefiro ler. É mais fácil” (menina + velha)
“Para escrever (criar), você tem que saber ortografia e saber pensar”
“No MSN a gente abrevia tudo. Aí fica mais fácil pra gente”
“Eu tenho que escrever sempre certo. Se não, não gravo o jeito certo de
escrever”
“A leitura aumenta o vocabulário. Quem lê mais, escreve melhor e fala
melhor”
“Prefiro escrever porque é mais ativo. Você está fazendo alguma coisa. Ler,
você fica sentado ali, como se não estivesse fazendo nada”
“Todos os trabalhos importantes (vida profissional) tem escrita”
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LEITURA vs. ESCRITA: PREFERÊNCIA / RAZÕES
“Você lê bastante, faz vários cursos e isso vai contribuir para seu currículo,
vai ajudar na sua vida profissional”
“Não gosto de inventar texto. Gosto de copiar”
“Fazer redação é mais difícil, porque a gente esquece de pontuar, não sabe
se põe acento ou não...”
“Escrever (criar) é mais legal do que ler uma coisa que já existe, que já está
pronta, que você não pode mudar o que vai acontecer”
“Gosto de escrever quando eu invento a história. Gosto de fazer redação”
“Não gosto nem de ler, nem de escrever. Tem coisa muito melhor para fazer,
tem futebol, TV, vídeo game, Internet”
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PRINCIPAIS INCENTIVOS
(O que faz as pessoas gostarem ou não de ler e escrever?)
• Família e professores parecem desempenhar um papel fundamental e
determinante na criação do hábito da leitura. Exemplos e incentivos (tais como,
concursos com premiação, feiras de livro, salas de leitura, projeto soletrando
etc) colaboram decisivamente para despertar e desenvolver o gosto pelos livros.
• Contudo, é determinante também que os textos recomendados e/ou sugeridos
sejam interessantes, adequados ao target e que despertem identificação,
para que haja persistência.
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54
PRINCIPAIS INCENTIVOS
(O que faz as pessoas gostarem ou não de ler e escrever?)
“É muito importante a influência de outras pessoas. Se elas te incentivam e
você gosta do livro, aí vai bem”
“A gente tem que acostumar. Tem que começar e persistir”
“O único jeito (de criar o hábito) é começar a ler só o que a gente gosta”
“Tinha que começar com um livro pequeno”
“Os seus melhores amigos estarem lendo e recomendarem algum livro”
“(O que poderia incentivar mais) Era os professores darem mais opções,
livros mais adequados aos meninos e livros mais adequados às meninas,
com um tema que interesse a cada um”
“Eu gostaria de ter mais vontade de ler. A gente perde muito tempo na
Internet, vendo TV...E a leitura é mais importante”
mk
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55
PRINCIPAIS INCENTIVOS
(O que faz as pessoas gostarem ou não de ler e escrever?)
“A leitura tem que ser uma coisa estimulante”
“As professoras deveriam passar livros mais atuais, principalmente para
quem está começando a ler, quando você ainda está criando o hábito”
“Os livros tem que ser mais simples, menores, com uma linguagem mais
atraente, mais fácil de entender”
“Na minha escola tem o projeto soletrando, que todo mundo gosta de
participar. A gente ganha medalha”
“Na minha escola tem concurso. É muito legal. Você concorre a câmeras,
celulares...”
“Na minha escola teve um concurso de redação, quem fizesse a melhor
redação ganhava para ir a um acampamento”
mk
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56
5. AGRUPAMENTO
LIVROS
mk
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57
CRITÉRIOS ADOTADOS
• Vários critérios foram adotados para formar os grupos, conforme solicitação da
moderadora (“alguma questão de similaridade que vissem entre os livros”):
• Temas / estilo literário
• Faixa etária do público alvo (infantil / juvenil)
• “livros chatos” / “livros legais”
• “mais sérios” / “menos sérios”
• Títulos parecidos
• Gênero do público alvo (“para meninos” e “para meninas”)
• No geral, contudo, os agrupamentos apresentam alguma consistência:
mk
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58
AGRUPAMENTOS
Infantis

Umbigo indiscreto; O louco do meu bairro; Menino
Maluquinho
Juvenis

Fala sério, mãe; Tipo assim; Balada; Coisas que todo
garoto deve saber
Aventura

A maldição do ídolo perdido; Peter Pan; As aventuras de
Tom Sawyer; Jornada pelo rio Mar; Flora Segunda
Mistério / Suspense /
Terror/Magia 
Comédia

Al Capone; Irmãos pretos; Histórias de crime e mistério
Creuza em crise; Oxente
Arte

Odisséia; Pablo Picasso
Informação

Gramática de hoje; Lendas brasileiras
mk
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59
6. SUGESTÕES PARA
DESPERTAR O
GOSTO PELA
LEITURA
mk
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60
SUGESTÕES
Meninos e meninas fazem poucas, mas consistentes sugestões para que os
responsáveis pelo Sistema Educacional, autores e editores despertem neles o
gosto pela leitura:
•
lançar e indicar livros mais interessantes, adequados à faixa etária e ao
gênero e que gerem identidade/ façam parte da realidade das crianças
• livros com capas mais interessantes, que despertem a curiosidade
• livros com temas mais interessantes (aventura, ação, suspense, terror,
ligados à adolescência)
• livros com mais ilustrações
mk
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61
SEGMENTO
“PROFESSORES”
mk
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62
PANO DE FUNDO
 Não existem diferenças significativas entre os professores de escolas da rede
pública e os da rede privada de ensino (excluídas da amostra escolas de
primeira linha – mais caras e/ou de melhor qualidade). As diferenças serão
apontadas, quando necessário, em função das especificidades do contexto de
análise.
 A maioria dos professores, mesmo os de escolas particulares, tem
dificuldades para se expressar corretamente, especialmente no que toca a
questões de concordância verbal.
 São vários os depoimentos de docentes que relatam serem filhos de pais
analfabetos ou semi alfabetizados. Se por um lado isto indica ascensão social,
por outro, compromete o histórico de educação informal que tiveram.
 Muitos deles, afirmam, também, terem adquirido o hábito da leitura apenas na
Universidade , por força das circunstâncias.
mk
 São unânimes ao descreverem suas dificuldades em lidar com os alunos,
sobretudo no que se relaciona à questão da disciplina. mara kotscho
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63
1.ASSOCIAÇÕES
DESPERTADAS
PELO TEMA
“LEITURA”
mk
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64
1ªs REAÇÕES AO TEMA: “LEITURA”
(“QUAL A PRIMEIRA COISA QUE VEM À CABEÇA QUANDO V. PENSA EM LEITURA?”)
Referências a...
Questões de ordem
mais subjetiva / emocional
•
•
•
•
•
•
Prazer
Relaxamento
Curiosidade
Liberdade
Conforto
Descoberta
Ganhos
•
•
•
•
Conhecimento
Informação
Aprendizado
Novidades para
trabalhar com alunos
Questões de ordem
mais objetiva / racional
•
•
•
•
Interpretar
Criticar
Compreender
Reações dos alunos
quando recomendam
alguma leitura
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65
SENTIMENTOS / SENSAÇÕES
DESPERTADAS PELO TEMA “LEITURA”

• Desenvolvimento
• Aprendizagem / conhecimento
• Liberdade
• Emoções / Sensações despertadas
pelo texto: alegria, medo
• Entusiasmo / “viagem”
• Hábito
• Poder
• Partilha
mk
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66
“LEITURA”: PRAZER OU SACRIFÍCIO?
Assim como entre os alunos, também para os professores,
ler é um prazer quando o tema interessa e gera identificação
“Não gosto de romances”
“Uma leitura muito pesada, não é prazerosa”
“Ler na minha casa é muito prazeroso;
ler num lugar barulhento, ainda mais se
for um texto que eu não goste, aí é
tortura”
mk
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67
“LEITURA”: PRAZER OU SACRIFÍCIO?
“Gosto de livros que reflitam a minha realidade”
“Para mim, o livro é uma viagem”
“Tudo depende do nosso interesse pelo assunto”
“Ler um livro histórico, confesso que é muito cansativo... tipo ‘Memórias
Póstumas de Brás Cubas’. Os alunos gostam só daquilo com que se
identificam”
“A leitura é um prazer, mas é também, às vezes, uma obrigação profissional”
“O mundo “leitura” para o professor é essencial”
“É um enorme prazer! Quem lê um livro nunca está só. Está sempre muito
bem acompanhado”
mk
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2.HISTÓRICO COM
RELAÇÃO À
LEITURA
mk
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69
HISTÓRICO COM RELAÇÃO À LEITURA
 Embora vários professores afirmem que ler está entre as
coisas de que mais gostam de fazer, fica claro que a leitura
não é uma prioridade em suas vidas.
 A maioria afirma que adquiriu o hábito só na faculdade.
mk
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70
HISTÓRICO COM RELAÇÃO À LEITURA
“Tive uma professora horrível, mas meu pai sempre me incentivou. Ele ficava
comigo, quando chegava do serviço... Mas, foi na faculdade que isso
realmente aconteceu”
“Fui morar no Recife. Minha filha ia pra escolinha e eu voltei a estudar...Aí
veio o gosto pela leitura. Ficava muito só, então lia bastante”
“Meu pai era analfabeto e minha mãe só fez até a 4ª série. Minha irmã que lia
um pouco para mim, mas mais batia do que lia”
“Quando eu tinha uns 5 anos, minha madrinha começou a introduzir os
livros na minha vida. Ela era professora e começou isso de forma muito bem
feita...Para se formar um leitor, quanto antes começar, melhor”
“Minha geração foi formada pelo Maurício de Souza. Lia muito gibi, era muito
acessível, dava pra comprar”
“Eu diria que ler está entre as dez coisas que mais gosto de fazer na vida.
Entre as 5 , não”
mk
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71
HISTÓRICO COM RELAÇÃO À LEITURA
“Meu irmão colecionava gibis. Ele tinha uma caixa cheia de gibis e eu
adorava ler a Turma da Mônica. Isso foi o início da minha leitura”
“Meus pais nunca foram de fazer leitura. Como fui ser telefonista, comecei a
ler, para passar o tempo...Quando criança não lia”
“Fui Morar com minha avó, por causa da separação dos meus pais. Lá, eles
eram muito bem informados e eu procurava não ficar atrás...Dalí, foi um
passo para a literatura”
“Eu adorava gibis. Minhas irmãs traziam das casas onde trabalhavam como
empregadas domésticas... A partir daí, passei por todas as fases da vida
lendo”
“Sou um amante da leitura, toda a minha família lia muito e liam para mim.
Ganhei um livro de Monteiro Lobato quando criança e me apaixonei pela
leitura”
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72
3. HÁBITOS DE
LEITURA
mk
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73
A LEITURA NO DIA-A-DIA

Hoje, no dia-a-dia, lêem:
•
jornais (alguns na Internet, outros só no final de semana)
• revistas (Veja, Isto É, Nova Escola, Carta Capital, Caras,
Superinteressante, revista de fofoca, revista de moda)
• material didático / material de trabalho
“Jornal, leio alguma coisa. Não dá tempo de ler tudo”
“Quando não consigo ler o jornal durante o dia, vou para a Internet à noite”
“Leio revistas só na Internet”
mk
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74
A LEITURA NO DIA-A-DIA
Sendo que,
 A literatura fica em segundo plano: em média lêem entre 2 e 4 livros
por ano e as principais razões apontadas para o baixo índice são “a
falta de tempo e o cansaço”, por trabalharem demais (em média têm
de 2 a 3 empregos).
Mas,
 Acham, também, que há um “componente pessoal” que determina o
maior ou menor interesse pela leitura
mk
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75
A LEITURA NO DIA-A-DIA
“Para quem é solteiro, ainda dá para ler. Mas, pra quem é casada, fica difícil”
“A gente lê no consultório médico, no dentista, quando a oportunidade
aparece”
“Eu ando sem vontade de ler. Já li muito. Mas, hoje estou assim: só quero
textos curtos”
“Chego muito cansada e, ainda, tenho muitas coisas pra fazer em casa.
Trabalho, trânsito, condução, deslocamentos, é tudo muito estressante.
Quando a gente chega não tem disposição pra mais nada”
“E, cada pessoa, tem uma coisa dentro dela...Tem esse desejo, que já está
enraizado dentro dela e, em algum momento da vida, isso vai despertar”
mk
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76
PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE
MATERIAL PARA LEITURA
 São os seguintes os principais critérios de escolha de material de literatura
para leitura:
• Recomendação / indicação de terceiros / indicação da mídia
(+)
• Tema / estilo / assunto (auto ajuda, romance, suspense, clássicos
brasileiros, literatura estrangeira)
• Autor
(-)
• Capa / título
• “Bisbilhotando” / Folheando nas livrarias / biblioteca da faculdade ou
do bairro
• Necessidade pessoal / profissional
mk
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77
CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE
MATERIAL PARA LEITURA
“Adoro José Saramago, os clássicos brasileiros e alguma coisa de literatura
estrangeira”
“Gosto de grandes autores antigos, Jorge Amado...Tem muita coisa boa, aí
pra trás”
“Eu já comprei livro pela capa. Era colorida! Eu gosto muito de suspense.
Literatura estrangeira tem muito disso”
“Cada um tem seu momento de leitura. Numa fase é uma coisa, noutra é
outra, e assim vai”
“Tem um site, “o livreiro” lá tem um monte de coisa”
“Dou uma olhada na Saraiva e na Cultura”
mk
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78
ONDE COSTUMAM LER
• Em casa / no quarto
• Na escola / na sala de leitura / no intervalo entre as aulas
• No ônibus / no trajeto entre um emprego e outro
“Leio em casa, na cama, uns dez minutos antes de dormir”
“Leio em casa e um pouquinho na hora do almoço”
“Leio andando, na rua”
“Leio indo de uma escola pra outra, no ônibus”
mk
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79
LIVROS QUE MAIS MARCARAM A VIDA
Professores de Escolas Públicas
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
A ilha
Capitães da areia
A droga da obediência
Memórias póstumas de Brás
Cubas
Grande sertão Veredas
Morte e vida Severina
Uma queda para o alto
Assim falou Zaratrusta
Admirável mundo novo
Um estranho no espelho
Intensidade
O pequeno Príncipe
Uma luz no fim do túnel
•
•
•
•
•
Primo Basílio
A hora da estrela
O escaravelho do diabo
O menino do dedo verde
Éramos seis
•
•
•
•
•
•
•
•
O diário de Anne Frank
O crepúsculo
A cabana
Anjos e demônios
O pequeno príncipe
Você pode curar a sua vida
Contos de Edgar Alan Poe
A menina que roubava livros
mk
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80
LIVROS QUE MAIS MARCARAM A VIDA
Professores de Escolas Particulares
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
A hora da estrela
A moreninha
Macunaíma
O meu pé de laranja lima
Teresa Batista cansada de
guerra
Seara vermelha
Lucíola
Senhora
Pais inteligentes, filhos brilhantes
Botija de ouro
Bairro dos estranhos
Black out
Farwell
•
•
•
•
•
•
•
•
Triste fim de Policarpo Quaresma
O primo Basílio
A hora da estrela
Por uma semente de paz
Nunca desista de seus sonhos
Nada fica sem resposta
O garoto de ouro
O pequeno príncipe
mk
Sendo que, em geral, os livros de cabeceira são livros religiosos ou de auto ajuda
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81
COMO CONSEGUEM O
MATERIAL PARA LEITURA
Assim como entre os alunos, são várias as formas utilizadas pelos professores
para conseguirem material para leitura:
• Troca
• Empréstimo ( de terceiros, de bibliotecas)
• Compra no sebo
• Compra pela Internet
• Compra em livrarias
mk
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82
COMO CONSEGUEM O
MATERIAL PARA LEITURA
“Eu frequento a biblioteca do meu bairro. Livro, no Brasil, é muito caro”
“Na Internet você encontra qualquer livro, você compra, eles entregam em
casa. É um facilitador”
“Eu sempre fiz uso das bibliotecas públicas, elas sempre fizeram parte da
minha vida”
“Gosto de comprar no sebo. Gosto do sebo na Internet. O acervo de livros na
Internet é bem mais barato”
“Vou à biblioteca do clube e da escola”
“Eu compro. Quando posso, compro”
mk
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83
HÁBITOS COM RELAÇÃO À INTERNET
A maioria dos participantes usa intensamente a Internet.
As atividades na rede são bastante diversificadas:
• Abrir / ler e responder emails
• Fazer pesquisas (para o trabalho / para a faculdade)
• Ler notícias
• Ler textos diversos / livros
• Escutar música
• Elaborar provas / atividades para os alunos
• Fazer cursos à distância
• Orkut / MSN (“Para conhecer o mundo dos alunos”)
mk
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84
4. COMO TRABALHAM
LEITURA E ESCRITA
mk
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85
PERCEPÇÃO DO NÍVEL DE INTERESSE /APRENDIZADO DOS ALUNOS
 Parece consensual, entre os professores, a opinião de que há um generalizado
desinteresse dos alunos não só com relação à leitura, mas em relação ao
processo de aprendizagem como um todo.
 Além dos apelos externos, a absoluta falta de disciplina parece ser o principal
problema na relação direta com as crianças / adolescentes.
 Colaboram para o quadro de desinteresse o processo de progressão
continuada / aprovação incondicional dos alunos ao final do ano e a falta
de interesse / envolvimento dos pais com relação à educação formal de seus
filhos.
mk
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86
NÍVEL DE INTERESSE E APRENDIZADO
“O aluno, hoje, é imediatista. Ele assiste TV, joga vídeo game, entra na
internet... A leitura, o livro é algo muito lento, muito parado... As crianças são
super ativas em decorrência do mundo em que vivem e da (falta de )
educação que recebem em casa”
“Tudo é muito fácil na Internet. Eles não querem ter trabalho... Eles têm
preguiça de pensar”
“Com essa política do Estado (progressão continuada), a escola virou um
depósito de gente. Hoje não somos mais professores, somos monitores”
“Mais de metade da aula, a gente fica tentando acalmar a classe...
Trabalhamos em péssimas condições, então, não tem como criar um leitor
crítico”
“Eles vivem sem sentido. Um deles, outro dia falou pra mim: porque eu vou
estudar, se vou morrer logo mesmo”
mk
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87
NÍVEL DE INTERESSE E APRENDIZADO
“Falta orientação por parte dos pais”
“Na minha escola teve uma criança que estava andando em cima de um
muro de 2 metros de altura. Fui chamar a atenção, ela virou pra mim e disse:
se eu cair é até bom, porque o Estado vai ter que me indenizar!”
“Eu vivo escutando: Por que eu vou estudar, se eu já passei
mesmo?”
de ano
“Os pais não participam, são completamente ausentes, não impõem limites...
Os pais precisam ser mais participativos”
“As crianças não têm o mínimo de educação e nem um mínimo de disciplina.
Como conseguir passar o mínimo de conteúdo?”
“ A progressão continuada e a aprovação automática, ambas trouxeram
grande prejuízo à Educação e ao ensino”
mk
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88
PRINCIPAIS DIFICULDADES PERCEBIDAS
 A baixa capacidade de compreensão do texto parece ser o maior problema
enfrentado no aprendizado da leitura, entre os alunos dos professores ouvidos.
 Além disso, mencionam ainda:
• Dificuldade de concentração
• Dificuldade em pronunciar as palavras corretamente
• Dificuldade de entendimento das palavras / palavras desconhecidas
• Falta de tempo em função de múltiplas atividades
• Preguiça / preferência por outras atividades (Internet, games, futebol etc)
• “Analfabetismo funcional”
mk
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89
PRINCIPAIS DIFICULDADES PERCEBIDAS
“A capacidade de compreensão é muito baixa. Eles não sabem extrair do
texto a idéia central”
“Eles não tem concentração nenhuma. Não é falta de capacidade, porque eles
aprendem mil coisas, haja visto o uso de toda essa tecnologia que está a
disposição deles e com o que eles lidam muito bem”
“Ler dá trabalho, quando não sabe o que a palavra quer dizer, tem que
procurar no dicionário”
“Tem o fator econômico, que também pesa bastante. Quem tem dinheiro
prefere outros estímulos e quem não tem dinheiro não pode nem comprar um
livro”
“É o analfabeto funcional, filho da progressão continuada. Isso também
ocorre na escola particular. A escola estadual abriu as pernas literalmente e a
escola particular, camufladamente, já entrou muito tempo antes, dado seu
aspecto mercadológico”
mk
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90
COMO ENFRENTAM AS DIFICULDADES
 Poucos tentam “trabalhar alguns alunos”, que acham que ainda
tem como
recuperar o interesse.
 A maioria, no entanto, parece bastante cética com relação ao processo de
aprendizado de seus alunos
 Dizem que para que houvesse mais interesse pela leitura, seria preciso que
pais e mestres reiterassem cotidianamente a importância do hábito junto
às crianças. Além disso, acham que os pais deveriam impor um limite de
tempo para outras atividades, mais sedutoras para a faixa etária (Internet, vídeo
games etc)
mk
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91
SOBRE AS DIFICULDADES
“Com alguns, eu ainda consigo fazer alguma coisa, com outros... Paciência,
não consigo nada”
“(Gostar ou não de ler) É uma somatória de coisas: tipo de criação e exemplo
familiar, abordagem escolar, necessidade profissional e pessoal. Além disso,
implica uma boa dose de habilidade pessoal”
“Precisa ser de circo e saber fazer mágica”
“Tem que enfrentar com a cara e com a coragem”
“Precisamos fazer um trabalho de conscientização com os alunos, porque os
pais, infelizmente, não são participativos”
“A gente tem que começar ganhando os pais, pois eles delegam toda a
educação dos filhos para a gente”
mk
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92
RECURSOS QUE PODERIAM SER UTILIZADOS
PARA REVERTER A SITUAÇÃO
 Muitos professores acham que a abordagem inicial por parte dos pais é
fundamental para definir um futuro leitor (ou não). Pais e professores deveriam
se unir nesta jornada.
 Para muitos, também, o Estado poderia colaborar, adotando uma política de
ensino mais adequada, que exija do aluno algum esforço. Ou seja: há que se
acabar com a progressão continuada / aprovação automática.
 Ainda com relação à escola pública, deveriam criar condições mais adequadas
de ensino e aprendizagem, fornecendo material de qualidade e em número
compatível com as necessidades.
 Os professores de escolas particulares, sugerem ainda: rodas de leitura, rodas
de conversação, leitura compartilhada
mk
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93
RECURSOS QUE PODERIAM SER UTILIZADOS
PARA REVERTER A SITUAÇÃO
“Tentando cada um fazer a sua parte: os pais a parte deles e os educadores a
nossa. É um processo longo e, no caso da escola pública, esperando que o
governo não atrapalhe mais”
“Gosto muito de fazer leitura compartilhada com eles (alunos). Com esta
atividade, você consegue tirar vários pesos. Você tira a timidez, entre outras
coisas”
mk
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94
INCENTIVO AO USO DE BIBLIOTECAS
 Todas as escolas onde trabalham têm bibliotecas, no geral bem montadas e
bem completas.
 Afirmam incentivar seus alunos a frequentá-las, mas percebem que a maioria
deles “não gosta”, não se interessa.
 Os principais incentivos são: feiras culturais, feiras de livros, dramatização de
texto e leitura compartilhada.
 A concorrência mais direta das bibliotecas (e causa de afastamento dos alunos)
é a Internet.
mk
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95
INCENTIVO AO USO DE BIBLIOTECAS
“A gente tem que levar o aluno para um outro espaço, ir para o jardim, um
lugar bonito, agradável dentro da escola, tornando a leitura uma ação
diferente e gostosa”
“O professor tem que incentivar a frequência à biblioteca para que o aluno
faça pesquisas, estudo, consulte outros livros. Para ele não ter a sensação de
ir lá somente por obrigação, para ler um livro somente porque vai ter prova”
“As crianças vêem a biblioteca como uma coisa antiga, velha. Com a Internet,
a biblioteca parece uma coisa ultrapassada. É uma luta desigual essa”
mk
“Lá, na Internet, eles acham tudo à mão. Todo o resto dá preguiça neles”
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96
INCENTIVO AO USO DE BIBLIOTECAS
“Sempre monto projetos de leitura com a biblioteca da escola. Vou com eles
sempre que possível e, lá, eles podem escolher o livro que quiserem, sem se
preocupar em ter que fazer prova, tirar nota ou fazer qualquer tipo de
avaliação”
“Os alunos do futuro pouco frequentarão a biblioteca. A internet é a realidade.
Não dá para pedir para ele consultar a Barsa. Procurar o volume na
biblioteca, carregar peso, mexer com aquele trambolho”
“No meu caso, o aluno, em vez de ir pra biblioteca, vai para a sala de
informática, atrás do computador e da Internet”
“A Internet é imediata. Por isso o adolescente se identifica tanto com este
meio”
mk
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97
CONHECIMENTO DO LIVRO ELETRÔNICO
•
Fica claro o desconhecimento do livro eletrônico entre os professores de
escolas públicas.
•
Entre os educadores da rede privada, alguns já “ouviram falar”, mas o aparelho
gera polêmica: para eles, pessoalmente, parece interessante, mas seria
“desastroso” no uso com alunos
mk
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98
CONHECIMENTO DO LIVRO ELETRÔNICO
“Só ouvi falar da lousa eletrônica, mas livro nunca ouvi falar, não” (pública)
“Só conheço a Bíblia eletrônica” (pública)
“Recebi por email o livro chip. Mas, não sei nada sobre isso” (pública)
“Já ouvi falar. É o e-book. São trezentos livros, na íntegra, dentro de um
equipamento” (particular)
“Se colocar o aluno na frente de um treco deste ele vai fazer de tudo, menos
ler o livro” (particular)
mk
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99
CONHECIMENTO DO LIVRO ELETRÔNICO
“Quero saber como vai ser o acesso” (particular)
“É tudo que a gente gostaria de ter! Mas, e o preço?”
“Tem a questão da eliminação do peso, de se carregar muito volume”
mk
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100
5. EXPECTATIVAS COM
RELAÇÃO A ALGUMA
FORMA DE AUXÍLIO
mk
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101
O QUE PODERIA SER FEITO
 Na opinião de um grupo (professores de escola pública), falta uma política
pública que favoreça o aprendizado. Acham que há má distribuição de verbas,
que privilegia os alunos, com distribuição de material e uniformes, mas sacrifica
os professores, que são submetidos a baixos salários.
 A maioria, no entanto, acha que enquanto houver a política da progressão
continuada, nada mudará
mk
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102
O QUE PODERIA SER FEITO
 De uma maneira geral, os professores – sobretudo os de escolas públicas sugerem:
• Fim da progressão continuada
• Professores mais bem preparados e comprometidos / cursos de
capacitação profissional
• Melhores salários para os professores
• A volta da disciplina escolar, onde o aluno não tenha só direitos, mas
também deveres
• Estabilidade para professores
• Ação integrada de todo o corpo docente
• Campanhas de incentivo aos pais para que colaborem / participem da vida
escolar de seus filhos
mk
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103
O QUE PODERIA SER FEITO
“Existe um grande investimento nesses benefícios (material escolar,
uniformes) e nenhum investimento no salário do professor”
“Programa de capacitação não existe. Tinham que pagar pós”
“Tem que disciplinar os alunos. O Estado só faz maquiagem... é o momento
de pensar nas drogas, colocar polícia dentro das escolas... É uma frustração
enorme para o professor, porque ele começa um trabalho, mas não termina”
“Então, a gente finge que dá aula, os alunos fingem que aprendem e o
Estado finge que está formando cidadãos”
“É tanto benefício para os alunos, que parece que o professor nem interessa.
Não que eu não ache correto os benefícios, mas em contrapartida, tinha que
exigir alguma coisa dos alunos. Hoje eles recebem e jogam tudo fora”
mk
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104
QUEM PODERIA AJUDÁ-LOS
 Empresas poderiam focar o mercado de trabalho para jovens / oferecer estágios
 Editoras poderiam oferecer cursos de capacitação para professores
 O Estado poderia fazer parcerias com ONGs, fundações, institutos para que
cada escola (pública ou particular) pudesse manter uma equipe interdisciplinar
própria (com psicólogos, pedagogos e psico-pedagogos), capaz de identificar,
diagnosticar e encaminhar ou tratar alunos com problemas recorrentes
relacionados à aprendizagem
 A mídia, como formadora de opinião, poderia colaborar na difusão destas
iniciativas
mk
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105
QUEM PODERIA AJUDÁ-LOS
“O professor, hoje, tem que identificar todas as nuances de distúrbios.
Desde os disléxicos até os hiperativos. Como se fôssemos capacitados para
reconhecer este tipo de coisa. Você precisaria ter outros profissionais
inseridos na escola para te orientar”
“O apoio da família é fundamental no caso de crianças que apresentam
alguma disfunção, mas o diagnóstico tem que ser feito por profissionais
habilitados para isso”
“Já que não existe este tipo de profissional, deveriam dar mais capacitação
ou cursos de especialização para os professores”
“A escola particular exige que você se especialize, que já venha pronto, com
todos os cursos feitos. Mais uma vez, aparece aí, a questão mercadológica!
“As instituições é que deveriam bancar estas especializações”
mk
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106
PAPEL DAS EDITORAS NESTE CONTEXTO
 Diminuir o preço dos livros
 Fazer livros mais atraentes (com linguagem mais acessível, textos mais curtos,
mais ilustrados, com capas chamativas)
 Oferecer cursos / palestras / seminários de capacitação para professores
 Promover gincanas, concursos, feiras de troca de livros entre os alunos
 Levar as crianças a conhecerem as editoras / conhecerem todo o processo de
edição / impressão de um livro
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107
CONSIDERAÇÕES FINAIS
mk
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108
Os resultados da pesquisa mostram que:
 Escolas da rede pública e escolas da rede privada (excluídas as de primeira
linha) estão igualmente em situação de penúria, no que diz respeito ao ensino e
ao aprendizado da leitura e da escrita.
 Em última instância, observam-se, por um lado, alunos absolutamente
indisciplinados e desinteressados e, por outro, professores reconhecidamente
despreparados e desmotivados. Ambos os segmentos parecem compor os dois
lados de uma mesma moeda, totalmente desvalorizada, agonizante.
 Contudo, numa instância anterior a essa, encontram-se outros dois segmentos,
que – talvez – sejam os grandes responsáveis por esta situação. De um lado,
pais / famílias totalmente alienadas do processo educativo de seus filhos e, de
outro, um Estado ausente, quando não manipulador.
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 Neste contexto, a inserção dos pais no processo educativo parece fundamental.
Da mesma forma, uma política de ensino, que exija mais dos alunos (tanto em
termos de disciplina, quanto de esforço de aprendizagem) e valorize os
professores (com melhores salários e condições de trabalho, incluindo
capacitação profissional)
é condição determinante para que o sistema
educacional, como um todo, possa funcionar de forma mais produtiva.
 No que diz respeito, especificamente, à leitura (e à escrita) os alunos parecem
apontar um caminho único e, relativamente, simples: professores deveriam indicar
livros mais interessantes, mais adequados à faixa etária e ao gosto do leitor
(lembrando que meninas preferem romances e meninos livros de ação/aventura),
que gerem identidade no público alvo, provoquem envolvimento e tenham a ver
com seu tempo e sua realidade.
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