Do pão, o gosto sem lugar Que é um domingo desenraizado Um não fazer forçado Vende-se um atestado para falsos domingos Domingo Pão de todos Pão de templo Pão de não lembro, e sei, o que de sagrado secreta Sua face de todos Pão de povos, de tempos Vem o gosto de porvir Não cifrado gosto Gosto ágrafo, Se gosta sem pensar substantivo Gosto de está posto A ser carne e fez-se uma pauta para a civilizar o mundo Daí, seus cheiros imemoriais Seu processo longo De mãos à terra A afago e sova se (con) forma Feito em cor de areias, pontos distraídos Pólens-cereais E dá-se em cascas Fermento, família, farinha Do que mais se constitui a humanidade do pão Partem-se com um pouco mais de força Deixa ver seu conteúdo: tessituras da fome Ninguém joga a fome no lixo sem ônus Que é domingo profanado Lugar para o gosto de pão