Vivianne da Veiga Jardim Costa COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA DE DROGAS NO CONTROLE DA DOR ASSOCIADA AO ELÁSTICO SEPARADOR ORTODÔNTICO Goiânia - GO 2011 Vivianne da Veiga Jardim Costa Comparação da eficácia de drogas no controle da dor associada ao elástico separador ortodôntico Monografia apresentada a Faculdades Unidas do Norte de Minas, como requisito parcial à obtenção do Título de Especialista em Ortodontia. Orientador: Edson Sidião de Souza Júnior Co-orientador: Marcos Augusto Lenza Goiânia - GO 2011 Folha de aprovação Autor: Vivianne da Veiga Jardim Costa Título: Comparação da eficácia de drogas no controle da dor associada ao elástico separador ortodôntico Monografia apresentada a Faculdades Unidas do Norte de Minas, como requisito parcial à obtenção do Título de Especialista em Ortodontia. Data: ___26____/___________05__/__________2009____ Nota___________________________ BANCA EXAMINADORA Marcos Augusto Lenza – Pós-Doutor em Ortodontia Edson Sidião de Souza Júnior- Doutor em Medicina Tropical Alexandre Valtuille Ribeiro- Mestre em Ortodontia Paulene de Carvalho Cardoso de Lucca- Mestre em Ortodontia Goiânia – GO 2011 COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA DE DROGAS NO CONTROLE DA DOR ASSOCIADA AO ELÁSTICO SEPARADOR ORTODÔNTICO Vivianne da Veiga Jardim Costa1, Marcos Augusto Lenza PhD2 e Dr. Edson Sidião de Souza Júnior3 RESUMO A dor e desconforto durante o tratamento ortodôntico é motivo de queixas constantes na clínica odontológica, apesar disso não temos na literatura um protocolo terapêutico estabelecido para o controle dos mesmos. O objetivo desse trabalho foi o de comparar a efetividade de drogas comumente utilizadas pela população no controle da dor e desconforto causado por elásticos separadores ortodônticos, identificando quais foram as drogas mais usadas pelos pacientes e em quais períodos elas foram administradas, bem como caracterizar os períodos críticos de dor. Foram ainda avaliadas as variáveis: sexo, idade, número de dentes separados, presença de terceiro molar e apinhamentos. A amostra totalizou 34 pacientes, que estavam dando início ao tratamento ortodôntico na EAP-GO e em consultório particular do pesquisador, de ambos os sexos, faixa etária entre 07 a 46 anos. O elástico separador usado foi da cor verde, em forma de anel, Ø 3/16 = 4.80mm, da marca Morelli. Um questionário que continha uma escala analógica visual (EAV) foi aplicado para que pudesse avaliar o nível de dor sentida em três tempos diferentes: T1= 4 horas após separação, T2= 24 horas após e T3= 7 dias depois. Os resultados apresentados revelam que alguns medicamentos são úteis no controle da dor proveniente da separação ortodôntica e promovem um melhor conforto para os pacientes que se submetem a este tratamento. PALAVRAS-CHAVES: Separação ortodôntica; Dor; Analgésicos. ABSTRACT The pain and discomfort during orthodontic treatment is cause for complaint in the dental clinic, though we do not have the literature established a therapeutic protocol to control them. The aim of this study was to compare the effectiveness of drugs commonly used by people in control of pain and discomfort caused by orthodontic elastic separators, identifying what were the drugs most used by patients and at which times they were administered, and characterize the periods critical pain. Variables were evaluated: sex, age, number of separate teeth, presence of third molars and crowding. The sample comprised 34 patients who were initiating the orthodontic treatment in the EAP-GO and the researcher in a private, of both sexes, aged from 07 to 46 years. The elastic tab of the color green was used, in the form of ring, is Ø 3/16 = 4.80mm, the Morelli brand. A questionnaire that included a visual analog scale (VAS) was applied so that it could assess the level of pain felt in three different times: T1 = 4 hours after separation, T2 = 24 hours and 7 days after T3. The results presented show that some 1 Aluna do curso de especialização e m Ortodontia da EAP-GO. 2 Coordenador do curso de especialização em ortodontia da UFG, EAP-GO, Instituto Lenza. 3 Coordenador do curso de Farmácia da Faculdade Estácio de Sá de Goiás. Endereço para correspondência: Rua 03 Qd.14 Lt.09 St. Morais Fone: 8424-2187– e-mail: [email protected] drugs may be useful in controlling pain, separation from the orthodontic and promoting a better comfort for patients who undergo this treatment. KEY WORDS: Orthodontic Separation, Pain, Analgesics. INTRODUÇÃO O paciente ortodôntico invariavelmente é acometido pelo fenômeno da dor, ele geralmente é informado que algum desconforto irá sentir quando da colocação de elásticos separadores, arcos ortodônticos iniciais e durante o período de ajustes de seu aparelho ortodôntico. Mas a intensidade e duração do desconforto não são ainda bem discutidas e os mecanismos que causam a dor resultante da movimentação ortodôntica não são totalmente esclarecidos10, 11. Entretanto, a dor é subjetiva, imensurável e individual, por isso dificulta a sua interpretação e requer um adequado controle proveniente de um diagnóstico preciso e cauteloso6. A percepção da dor pode ser influenciada por diferentes fatores, tais como: psicossomático, ambiental, cultural, experiências anteriores. É proveniente de estímulos nervosos capazes de produzir experiências de desconforto, variável em intensidade e extensão, a qual representa significativo mecanismo de alerta e proteção do organismo6. Estudos que investigaram experiências de dor durante um tratamento comum ortodôntico verificaram que 87% dos pacientes apresentaram dor na primeira noite e que a intensidade de dor era maior no dia seguinte à colocação de elásticos separadores ortodônticos2. A dor apresentada pelo paciente ortodôntico está geralmente associada à mastigação, apreensão dos alimentos, ato de cortá-los e uso dos dentes posteriores e anteriores, sendo que aquela se inicia por volta de quatro horas após a inserção dos elásticos, tendo o seu pico às 24 horas depois e decresce ao sétimo dia2, 10. O elástico separador ortodôntico é colocado geralmente, nos pontos de contatos dos dentes posteriores para posterior bandagem. O período de permanência é variável, podendo se estender por até uma semana4. A percepção da dor é maior no período de 24 a 48 horas, diminuindo consideravelmente depois10, 11, 14,15. Alguns pacientes descrevem até ocorrências de dores de cabeça e dores em alguns músculos faciais, tais como o masseter e temporal anterior, geralmente relacionados a pacientes que usam AEB, elásticos intermaxilares ou elásticos separadores8. Sendo assim, alguns pacientes sentem-se desmotivados a iniciar ou mesmo dar continuidade a um tratamento ortodôntico já iniciado, por isso o controle da dor torna-se justificado durante a terapia ortodôntica, principalmente nos seus estágios iniciais e logo após os ajustes periódicos7, 11. Assim, muitos ortodontistas indicam o uso de analgésicos para o controle e alívio da dor pós-operatória1. Mas também é desconhecida qual droga analgésica os ortodontistas brasileiros têm elegido como a de escolha, qual posologia eles têm adotado, tempo de administração da droga e resultados efetivos no controle da dor. O presente estudo tem como objetivo traçar o perfil clínico da dor em pacientes submetidos à separação ortodôntica correlacionando ao uso de medicamentos para controle da dor. Constitui um estudo prospectivo, em que pacientes foram acompanhados através de um questionário da intensidade de dor através de uma escala analógica visual (EAV) 9 e observados quanto ao uso de medicação analgésica e/ou antiinflamatória administrada para controle da dor. Assim a percepção de desconforto, dor e a efetividade da droga analgésica poderão ser graduadas, item essencial para a construção de protocolos terapêuticos necessários para fornecer um melhor conforto aos pacientes submetidos a estes tratamentos ortodônticos. MATERIAL E MÉTODOS População: Trata-se de um estudo prospectivo realizado com pacientes ortodônticos do curso de especialização em Ortodontia da EAP-GO (Escola de Aperfeiçoamento Profissional de Cirurgiões-Dentistas do estado de Goiás) e de pacientes de consultório particular do pesquisador. Totalizando 34 (trinta e quatro) indivíduos voluntários, que estavam dando início ao tratamento ortodôntico, de ambos os sexos, com faixa etária variando de 07 a 46 anos, e que aceitaram em participar do Projeto, após ter tomado conhecimento das informações básicas do mesmo, dos seus procedimentos e de seus riscos; e que assinaram, na presença de uma testemunha, o “Termo de Consentimento livre e esclarecido”. Aspectos éticos: Essa pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa “Dr. Henrique Santillo”- Superintendência Leide das Neves-SES/GO. Separação ortodôntica: Foi usado o elástico separador ortodôntico da cor verde em forma de anel, Ø 3/16" = 4.80mm, da marca Morelli para separar as faces mesiais e distais dos dentes molares e /ou pré-molares. O profissional que realizou a separação teve o cuidado de não esticar o elástico antes de inseri-lo e passar primeiramente pelo ponto de contato dos dentes e só depois subir o elástico até a face oclusal dos dentes. Este profissional foi o mesmo em toda a pesquisa e foi quem fez os questionamentos e explicações a todos . Avaliação clínica: Foram aplicados questionários em forma de “cartão de índice de desconforto” que contém uma escala analógica visual (VAS) 9, com 10 cm de comprimento, variando de “sem dor” até “pior dor”, sendo estas acompanhadas de faces ilustrativas (fig.1). A representação da dor foi feita com um pequeno traço vertical em cada linha da escala horizontal para indicar a quantidade de desconforto sentida naquele momento. A medida é feita em milímetros, a partir do lado esquerdo da escala até a marca vertical feita pelo paciente. Essa distância representou a severidade da dor sentida ou o score da dor. O paciente respondeu o questionário em três diferentes períodos: T1= (4 horas após a inserção dos elásticos), T2= (24h após) e T3= (7 dias após). Além deste preenchimento foi questionado ao paciente se ele fez uso de algum tipo de medicação neste período de separação, e se sim, quais foram os critérios de escolha (prescrição, custo, eficácia, segurança, etc.). Foram avaliadas ainda as variáveis: idade, sexo, número de dentes separados, presença de terceiros molares e apinhamento dentário. Figura 1- escala analógica visual (VAS) utilizada no estudo (adaptado de MCCORMACK HM, HORNE DJ, SHEATHER S, 1988). Análise estatística: A análise estatística dos dados foi feita através dos testes: Wilcoxon, Fisher, Spearman, Mann Whitney, todos do software spss versão 13.0. Pela natureza do estudo foram calculados testes não-paramétricos. O nível de significância dos testes não foi menor de 5%. RESULTADOS Os resultados estão apresentados nas tabelas 1, 2, bem como, nos gráficos: 1, 2, 3, 4 e 5. A Tabela 1 reproduz o perfil da população avaliada no estudo, evidenciando sexo, idade, número de dentes com separador, presença de dente 3º molar, presença de dentes apinhados, medicamentos utilizados para controle da dor, e escalas de dor apontadas após 4 horas (T1), 24 horas (T2) e sete dias (T3) depois da separação ortodôntica. A tabela 2 e o gráfico 1 apresentam a distribuição da freqüência dos pacientes de acordo com a escala de dor mensurada nos períodos T1, T2 e T3 após a separação ortodôntica. Os gráficos 2, 3, 4 e 5 apresentam a distribuição da freqüência dos pacientes que utilizaram medicamentos para controle da dor de acordo com o score alegado na escala da dor nos períodos T1, T2, períodos em que os medicamentos foram utilizados. TABELA 1: Perfil da população avaliada no estudo, evidenciando sexo, idade, número de dentes com separador, presença de 3º molar, presença de dentes apinhados, medicamentos utilizados para controle da dor, e escalas de dor apontadas após 4 horas, 24 horas e sete dias depois da separação ortodôntica. Paciente 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Sexo F M F F M F F F F F M M M F F F F F M Idade 19 34 23 39 26 13 14 15 18 13 15 12 9 10 13 25 17 23 7 N° de Dentes com separador 2 3 2 1 4 2 1 4 4 2 2 2 4 2 2 2 2 2 2 Presença de 3° Molar Ausente Presente Presente Presente Presente Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente Ausente Presença de dentes apinhados Ausente Presente Presente Ausente Presente Ausente Presente Ausente Presente Presente Ausente Ausente Presente Presente Presente Ausente Ausente Presente Presente Medicamentos utilizados para controle da dor 0 0 Dipirona 0 0 0 0 Dipirona Paracetamol 0 Paracetamol 0 Paracetamol 0 Dipirona 0 0 0 0 T1= Dor após 4 horas (010) 3,5 2,5 2,5 2,6 2,4 0,4 4,4 4,5 4,5 7,4 4,5 0,5 4,4 0,4 4 6,6 4,7 4,4 0,5 T2= Dor após 24 horas (0-10) 6,6 4,5 7,5 5,1 2,4 4,4 8,4 4,6 8,6 6,5 0,6 0,5 0,5 0,3 4,5 6,4 6,5 6,6 2,3 T3= Dor após 7dias (0-10) 0,4 0,5 2,5 0,8 0,6 0,5 0,5 0,4 4,4 0,4 0,3 0,4 8,4 0,4 0,3 2,5 0 4,4 0,4 20 M 11 3 F F F F M F F F F F M F M F Ausente 0 0,5 0-1 Dor após 4 horas (0-10) 12 Dor após 24 horas Dor após 7dias (0-10) (0-10) 6 24 1-2 0 0 1 2-3 7 4 3 3-4 1 1 0 4-5 10 11 3 5-6 0 1 1 6-7 2 6 1 7-8 1 2 0 8-9 1 3 1 Escala da dor 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 Ausente 9-10 0 0 0 TOTAL 34 34 34 13 15 14 8 40 12 14 17 46 14 18 45 24 14 2 2 4 4 2 4 2 2 4 4 2 2 4 2 Ausente Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Ausente Ausente Presente Ausente Presente Ausente Ausente Ausente Presente Presente Ausente Presente Presente Presente Presente Presente Presente Presente Presente Ausente Presente Presente Paracetamol 0 Dipirona 0 0 0 ÁAS Paracetamol 0 0 Paracetamol 0 Nimesulida Dipirona 2,5 0,4 6,8 2,5 0,5 0,4 0,6 2,4 0,4 4,5 4,5 0,5 0,4 8,4 0,6 0,4 0,5 4,7 3,5 4,4 4,5 4,5 4,2 7,5 2,6 4,6 2,6 4,8 6,6 8,1 6,7 0,7 0,9 2,5 0,5 0,4 5,3 1,4 0,3 4,5 0,5 0,5 0,4 0,5 TABELA 2: Distribuição da freqüência dos pacientes de acordo com a escala de dor mensurada após 4 horas, 24 horas e 7 dias, respectivamente após a separação ortodôntica. GRÁFICO 1: Freqüência dos pacientes de acordo com a escala de dor mensurada após 4 horas, 24 horas e 7 dia, respectivamente, após a separação ortodôntica. GRÁFICO 2: Freqüência dos pacientes que utilizaram como medicamento para controle da dor a Dipirona correlacionada com a escala de dor mensurada após 4 horas, 24 horas, respectivamente, após a separação ortodôntica (período em que o medicamento foi utilizado). GRÁFICO 3: Freqüência dos pacientes que utilizaram como medicamento para controle da dor o Paracetamol correlacionada com a escala de dor mensurada após 4 horas, 24 horas, respectivamente, após a separação ortodôntica (período em que o medicamento foi utilizado). GRÁFICO 4: Freqüência dos pacientes que utilizaram como medicamento para controle da dor o Ácido Acetil Salicílico correlacionada com a escala de dor mensurada após 4 horas, 24 horas, respectivamente, após a separação ortodôntica (período em que o medicamento foi utilizado). GRÁFICO 5: Frequência dos pacientes que utilizaram como medicamento para controle da dor a Nimesulida correlacionada com a escala da dor mensurada após 4 horas, 24 horas, respectivamente, após a separação ortodôntica (período em que o medicamento foi utilizado). DISCUSSÃO Os resultados revelaram que quando os medicamentos para controle da dor foram utilizados as escalas de dor não diferiram entre os períodos comparados (p< 0,05). Quando não se usou medicamento, as escalas de dor foram diferentes entre os períodos analisados. Comparando os pacientes que tomaram medicamento com os que não tomaram, as escalas de dor não apresentaram diferenças estatísticas significativas. Somente foi observado o uso de medicamentos para o controle da dor nos dois primeiros períodos estudados e em 13 pacientes, e nestes períodos observamos o uso da Dipirona (5/13), Paracetamol (6/13), Ácido Acetil Salicílico (1/13) e Nimesulida (1/13). Estes pacientes esclareceram que não receberam prescrição para o uso de tais medicamentos e que sua escolha foi baseada no custo e em experiências anteriores com tais drogas. Comparando-se os períodos em que houve o uso de medicamentos para controle da dor (T1 e T2) não houve diferença estatística significativa entre os score da escala da dor alegadas pelos pacientes que usaram Paracetamol, Dipirona, Ácido Acetil Salicílico (AAS) e Nimesulida em T1. Já a mesma comparação feita em T2 revelou que o Paracetamol foi mais eficaz na redução do score alegado pelos pacientes na escala de dor. Comparando-se as escalas de dor nos três períodos avaliados, houve diferenças estatísticas entre T1 e T2 (p= 0,004), bem como entre T2 e T3(p=0,000) e T1 e T3(p=0,010). Quanto ao sexo dos indivíduos, nos períodos T1 e T3, não houve diferenças estatísticas significativas. Mas no período T2 houve diferenças (p=0,006), já que neste período as mulheres alegaram sentir uma dor com maior score do que as alegadas pelos homens. O score médio da dor para T1 foi de 2,94 (d.p=2,31), para T2 de 4,42 (d.p=2,47) e para T3 de 1,57 (d.p=2,09). O dente terceiro molar não interferiu nas escalas de dor nos três tempos analisados, assim como a presença de apinhamentos dentários (p<0,05). E a presença de terceiro molar não se correlacionou com o apinhamento (p<0,05). Comparando-se os três períodos avaliados com as idades, somente em T2 houve diferença estatisticamente significante (p= 0,010), revelando que quanto maior for a idade do paciente, maior o grau de dor alegado. CONCLUSÃO A dor é uma sensação constante em quase todos os pacientes que são submetidos à separação ortodôntica, variando de indivíduo para indivíduo1, 2, 3, 10 . Portanto, é de extrema importância que se estabeleça um protocolo de controle da dor e desconforto destes pacientes, para que se tenha a devida colaboração dos mesmos com o tratamento a que irão se submeter, tendo ainda o bem estar deles7. Sabendo-se que a dor tem início por volta de 4 horas pós-separação, que seu pico máximo é atingido por volta de 24 horas após e que essa dor diminui ao longo de uma semana, justifica-se o uso de algum medicamento que venha a controlar ou diminuir o índice de dor neste período10, 11,14, 15. Neste estudo, foi encontrado que quando o paciente fez uso de algum medicamento os níveis de dor nestes períodos não se alteraram, ou seja, estavam controlados e quando o paciente não fez uso algum de medicação esses níveis alteraram bastante entre si nos tempos estudados. Reafirmando que, os medicamentos podem diminuir relativamente os índices de dor do paciente. Em relação à idade, somente no período de 24 horas após separação que notou-se alguma diferença estatisticamente significante, confirmando vários trabalhos da literatura que afirmam que quanto mais jovem o paciente for, menor o índice de dor relatado10, 11, 14. De acordo com os resultados desta pesquisa, as mulheres relataram maior índice de dor, no período de 24 horas pós-separação, confirmando o que se tem encontrado em vários outros estudos11, 14 . Estudos clássicos afirmam que mulheres relatam dores mais severas que homens e por períodos mais prolongados de tempo11, 14, isso pode ser devido à pressão que a sociedade exerce sobre os homens, fazendo-os suprimir sinais de dores11. Entretanto, em outros estudos revelaram que não houve diferenças estatísticas significantes entre os sexos 3. Um fato relevante de ser comentado é que parte da população observada se automedicou sem levar em consideração os aspectos de segurança, bem como os riscos inerentes a estas medicações, tais como a hepatoxicidade que pode ser provocada pelo Paracetamol, o risco de uma aplasia medular provocada pela Dipirona e a contraindicação do Ácido Acetil Salicílico para pacientes com gastroenterites ou com suspeita de dengue. Esta automedicação é fruto de uma carência na atenção farmacêutica em nosso meio, e principalmente pela facilidade em se adquirir tais drogas sem prescrições ou orientações prévias. Por isso, torna-se fundamental o estabelecimento de um protocolo terapêutico viável, a fim de que possamos além de atender as necessidades ortodônticas básicas dos pacientes, dar a eles também qualidade de vida. REFERÊNCIAS 1. ARIAS, O.R.; OROZCO, M.C.M. Aspirin, acetaminophen and ibuprofen: Their effects on orthodontic tooth movement. 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Dissertação (Mestrado)- Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, 2006. 8. MICHELOTTI, A.; FARELLA,M.;MARTINA,R. Sensory and motor changes of the human jaw muscles during induced orthodontic pain. European Journal of Orthodontics, n.21, p. 397-404, 1999. 9. MCCORMACK HM, HORNE DJ, SHEATHER S. Clinical applications of visual analogue scales: a critical review. Psychol Medicine, 18:1007–19, 1988. 10. NGAN, P.;KESS,B.;WILSON,S. Perception of discomfort by patients undergoing orthodontic treatment. , American Journal of Orthodontics Dentofacial Orthopedics, n.96, p.47-53, 1989. 11. POLAT, O. Pain and discomfort after Orthodontic Appointments. Seminars in Orthodontics, v.13, n.4, p.292-300, 2007. 12. ROCHE, J.J.; CISNEROS,G.J.The effect of acetaminophen on tooth movement in rabbits. The Angle Orthodontist, v.67, n.3, p.231-236, 1997. 13. SARI,E.;OLMEZ,H.; GURTON, A.U. 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Sexo: ( )M ( )F Unidade: _____________________________________________________________________________ Endereço:____________________________________________________________________________ ____ Bairro: ______________________________________________ Tel.:___________________________________ Cidade/Estado:________________________________________________________________________ ____ Profissão:_____________________________________________________________________________ ___ Dados Clínicos Uso medicamento para dor: ( )Não ( )Sim Qual(is)?: _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ ____________ MENSURAÇÃO DA DOR: INSTRUÇÕES: MARQUE ATRAVÉS DE UM RISCO EM CIMA DA LINHA ABAIXO A DOR QUE ESTÁ SENTINDO NOS PERÍODOS RELACIONADOS ABAIXO: PERÍODO 1 (4 HORAS APÓS A COLOCAÇÃO DO ELÁSTICO) PERÍODO 2 (24 HORAS APÓS A COLOCAÇÃO DO ELÁSTICO) PERÍODO 3 (7 DIAS APÓS A COLOCAÇÃO DO ELÁSTICO) Responsável pelo __________________________________________________________ preenchimento: Obs.: O Termo de Consentimento encontra-se anexado e deve ser assinado pelo(s) participante(s) deste estudo ou seu responsável. 3- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA A PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO DA PESQUISA Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Meu nome é Vivianne da Veiga Jardim Costa, sou pesquisadora e minha área de atuação é a Ortodontia. Após ler com atenção esse documento e ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma. Qualquer dúvida sobre este o projeto, você poderá esclarecer junto aos pesquisadores pelo telefone 3092-8939, 3942-3352. Em caso de dúvida sobre os seus direitos como participante nesta pesquisa, você poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa “Dr. Henrique Santillo”, Superintedência Leide das Neves- SES-/GO. INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A PESQUISA: Título do Projeto: COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA DE DROGAS NO CONTROLE DA DOR ASSOCIADA AO ELÁSTICO SEPARADOR ORTODÔNTICO Pesquisadores: C.D. Vivianne da V. Jardim Costa, Prof. Dr.. Edson Sidião Souza Jr., Phd. Prof. Dr. Marcos A. Lenza. Telefones para contato: (62) 30928939 / (62) 99134822; 3942-3352,84242187. O objetivo deste estudo é comparar a efetividade de drogas analgésicas comumente utilizadas no controle da dor e desconforto pós-separação ortodôntica e determinar o melhor período para sua administração. Assim convidamos você para participar do estudo se submetendo aos seguintes procedimentos: 1. Responder a questionário-padrão a ser aplicado pelo pesquisador, nos períodos determinados pela equipe pesquisadora. Qualquer resultado de pacientes individuais, obtido nesta pesquisa, será mantido de forma estritamente sigilosa, sendo utilizada somente neste estudo, e não deverá ser divulgado publicamente, sem autorização do próprio paciente. Nesses termos, o paciente ou seu representante legal (em caso de crianças menores de idade ou de adultos com distúrbios mentais ou comportamentais ou de pessoas sem nenhuma familiaridade com conceitos médicos) após informação básica sobre o projeto em menção e os procedimentos a serem empregados ficaria em pleno direito de outorgar ou não o seu consentimento sem penalidades ou perda de benefícios aos quais teria direito. Não haverá nenhum tipo de pagamento ou gratificação financeira pela sua participação, entretanto é seu direito pleitear indenização em caso de danos decorrentes de sua participação na pesquisa. Em caso de consentimento, e após leitura e esclarecimento das dúvidas por ventura existentes nesse respeito, o paciente ou seu representante legal, voluntária e espontaneamente poderão assinar na presença de uma testemunha o “Termo de Consentimento”. Eu, _____________________________________, RG/ CPF/ n.ºde prontuário/ n.ºde matrícula ______________________________, abaixo assinado, concordo em participar do: COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA DE DROGAS NO CONTROLE DA DOR ASSOCIADA AO ELÁSTICO SEPARADOR ORTODÔNTICO, como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador ______________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência/ tratamento. Local e data: ________________________________________________________________ Nome e Assinatura do sujeito ou responsável: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ ______ Assinatura Dactiloscópica: Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar. Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores): Nome: ___________________________ Assinatura: _________________________ Nome: ___________________________ Assinatura: _________________________ Observações complementares: