Pró-Reitoria de Graduação Curso de Nutrição Trabalho de Conclusão de Curso ANÁLISE HIGIÊNICA E MICROBIOLÓGICA DO LIQUIDIFICADOR EM UNIDADES DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS Autora: Sara Pinheiro Prates Orientador: Antônio José de Rezende Brasília - DF 2012 SARA PINHEIRO PRATES ANÁLISE HIGIÊNICA E MICROBIOLÓGICA DO LIQUIDIFICADOR EM UNIDADES DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS Monografia apresentada ao curso de graduação em Nutrição da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Nutrição. Orientador: Prof. MsC. Antônio José de Rezende Brasília 2012 Monografia de autoria de Sara Pinheiro Prates, intitulada ANÁLISE HIGIÊNICA E MICROBIOLÓGICA DO LIQUIDIFICADOR EM UNIDADES DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS, apresentada como requisito parcial para obtenção de certificado de especialista em Nutrição da Universidade Católica de Brasília, em novembro de 2012, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada. _____________________________________________ Prof. MsC. Antônio José de Rezende Orientador Nutrição - UCB ____________________________________________ Profa. MsC. Fernanda Damas de Matos Nutrição – UCB Brasília 2012 . Dedico este trabalho à Deus, aos meus pais e amigos que me deram força e coragem, para concluir essa nova etapa em minha vida. AGRADECIMENTO Agradeço ao professor Antônio José de Rezende pela contribuição na execução deste trabalho que foi de suma importância, não só para o desenvolvimento desta monografia, mas também para minha vida profissional. ANÁLISE HIGIÊNICA E MICROBIOLÓGICA DO LIQUIDIFICADOR EM UNIDADES DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS SARA PINHEIRO PRATES RESUMO Este trabalho aborda os riscos relacionados com a segurança alimentar nos setores de alimentos e bebidas, para tanto, foi realizada avaliação da qualidade da mão de obra empregada na higienização de liquidificadores que é um dos equipamentos bastante utilizado em estabelecimentos de produção de alimentos e que exige cuidado para uma boa higienização. Observou se as características dos estabelecimentos como layout, produtos de higienização, manipuladores. Foi possível perceber a falta de uma rotina de qualidade e de preocupação por parte de todos os envolvidos, existindo assim uma preocupação com determinados microrganismos patogênicos e com doenças transmitidas por alimentos (DTAs). Com isso foram feitas visitas a estes locais onde foi feito um questionário e observada um pouco da rotina destes estabelecimentos, em seguida amostras dos liquidificadores foram coletadas para posterior análise em laboratório. Palavras-chaves: Liquidificador. Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs). Utensílios e Alimentos. 1 INTRODUÇÃO Quando se pensa em unidades produtoras de alimentos e ou de refeições não se pode deixar de pensar em vários aspectos básicos como público alvo, tipo de estabelecimento, de alimentos manipulados, equipamentos utilizados, e controle higiênico sanitário. O que mais será levado em consideração neste trabalho serão os dois últimos aspectos. Equipamentos para cozinha industrial normalmente são de grande capacidade e com potência muito acima dos utilizados em cozinha doméstica, pois a demanda de produção nestes estabelecimentos é grande. São utilizados para a fabricação destes equipamentos materiais como polietileno e aço inox, sendo este último, de maior durabilidade e resistência e o mais indicado para estabelecimento de produção em larga escala. Por outro lado, estes equipamentos possuem muitas dobraduras e reentrâncias, o que dificultam a higienização, proliferando assim, micro-organismos que podem trazer riscos à saúde de clientes. Equipamentos em aço inox são bem resistentes em relação aos de polietileno, estes quebram e trincam facilmente facilitando assim o acúmulo de sujidade e criando mais um foco de contaminação. Apesar das vantagens dos que são fabricados em material de aço inox, o valor do equipamento chega a ser ate 3 vezes maior que os de etileno e os donos não têm o interesse neste investimento o que pode ser um dos problemas para controle higiênico sanitário além da falta de treinamento dos funcionários responsáveis. Higiene é a ciência que tem como objetivo preservar a saúde e prevenir doenças através de práticas de limpeza ou higienização. Existem diversos tipos de higiene, mas as de importância relacionadas com os alimentos são a higiene pessoal, ambiental e, claro, dos equipamentos e utensílios. Equipamentos e utensílios com higienização deficiente têm sido responsáveis, isoladamente ou associados a outros fatores, por surtos de doenças de origem alimentar ou por alterações de alimentos processados (ANDRADE e MACÊDO, 1996). Há relatos de que utensílios e equipamentos contaminados estão na origem de aproximadamente 16% dos surtos de DVAs (Doenças Veiculadas por Alimentos). (FREITAS, 1995). Com o aumento do número de empresas no setor de refeições coletivas, aumentam também as chances de ocorrências de toxinfecções alimentares. 2 Atualmente, estima-se que aproximadamente dois bilhões de refeições são produzidas anualmente em cozinhas de grande porte, atendendo cerca de 28% da população economicamente ativa (FREITAS, 1995). Para atender à legislação em vigor (BRASIL, 2001) e não colocar em risco a saúde dos usuários, com a veiculação de microrganismos patogênicos, deve-se controlar a contaminação, a multiplicação e a sobrevivência microbiana nos diversos ambientes, tais como: equipamentos, utensílios e manipuladores, o que contribuirá para a obtenção de alimentos com boa qualidade microbiológica (HAZELWOOD, 1994; ABERC, 1995). A limpeza reduz grande parte da carga microbiana das superfícies. Ainda assim, o processo de desinfecção é indispensável, tornando a eficácia dos compostos de limpeza e de desinfecção utilizados nas superfícies dos equipamentos e nas instalações fatores determinantes do sucesso do processo de higienização (GUERRA e BERNARDO, 2006). Cortadores de frios, cortadores de legumes, bandejas, pratos, talheres, tabuleiros, placas de etileno, amaciadores de carne, entre outros, devem passar constantemente por uma avaliação microbiológica para controle da eficiência do procedimento de higienização, evitando-se a contaminação dos alimentos produzidos (ANDRADE e MACÊDO, 1996). Doenças de origem alimentar normalmente infecciosas ou tóxicas na natureza são causadas por agentes que entram no corpo pela ingestão de alimentos contaminados. Estas doenças são muitas vezes chamadas de intoxicações alimentares. Incluem uma gama de doenças de origem química e biológica, cólera, infecções diarreicas e parasitárias (OMS, 2006). As consequências para a saúde das doenças de origem alimentar variam de acordo com o patógeno, tratamento e duração, bem como idade, e outros fatores como resistência e susceptibilidade de uma pessoa. Sintomas agudos incluem diarreia, náusea, vômito, dor abdominal, câimbras e febre. Na maioria dos casos as pessoas se recuperam em dias ou semanas. Em alguns casos, porém em, particularmente em grupos vulneráveis, por exemplo, bebês, crianças pequenas, mulheres grávidas, subnutridas, pessoas imunocomprometidas, certas doenças de origem alimentar podem ser fatais (OMS, 2006). Os empresários na área de alimentação devem estar cientes também da importância dos produtos de higienização e sanitização destes equipamentos. Só podem ser utilizados produtos aprovados e autorizados pelos órgãos competentes 3 como Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Os procedimentos de limpeza e sanificação precisam seguir os princípios do Programa de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), que inclui os Procedimentos Operacionais Padronizados de Higienização (POPH) e as Boas Práticas de Fabricação (BPF), realizadas por profissionais adequadamente treinados. A limpeza e a desinfecção dos equipamentos são divididas em quatro etapas: 1. Pré-lavagem: importante para reduzir as quantidades de resíduos que se adere aos equipamentos. Quando bem realizada chega a remover até 90% do material solúvel; 2. Limpeza com detergentes: esta operação é muito importante, exigindo um conhecimento aprimorado das características dos detergentes e das suas condições de emprego; 3. Nova lavagem ou enxague: esta etapa tem a função de remover resíduos do detergente empregado; 4. Desinfecção: tem por finalidade a eliminação de microrganismos contaminantes, aderentes à superfície dos equipamentos e não removidos após os tratamentos prévios de pré-lavagem e de aplicação de detergentes. Podem ser utilizados métodos físicos (calor, radiações ultravioleta) e, mais comumente, métodos químicos. 4 MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em 5 estabelecimentos produtores de refeições sendo 1 de comida chinesa, 1 panificadora, 1 restaurante de caldos, 1 restaurante de comida brasileira e 1 bar e lanchonete. Avaliou se a higienização dos liquidificadores, onde foram coletadas 3 amostras em dias diferentes, em cada estabelecimento. Todas as amostras foram coletadas no período da manhã após o uso e higienização dos mesmos. Para todo o trabalho foi necessário o uso de luvas descartáveis, álcool 70%, tesoura, hastes flexíveis estéreis (Swab), tubos de ensaio com meio esterilizado (solução salina), caixa de isopor com gelo reutilizável, canetas esferográficas para identificação. Em cada estabelecimento os tubos foram primeiramente identificados, as luvas calçadas e sanitizadas com álcool 70% e com o auxílio de um manipulador os pontos no equipamento onde seriam feitas as coletas foram identificados. O método utilizado foi o de esfregaço de superfície com Swab - haste flexível com algodão esterilizada - umedecido em solução salina, onde foram coletadas amostras da base, dobraduras (saliências nas laterais internas do copo) e das hélices destes equipamentos. A haste foi friccionada suavemente sobre as superfícies a serem avaliadas, sendo o Swab imediatamente colocado no interior do tubo devidamente identificado. Imediatamente após as coletas, as amostras foram armazenadas e transportadas em caixas térmicas com gelo reutilizável, para ajudar a manter a temperatura, ao Laboratório de Microbiologia de Alimentos da Universidade Católica de Brasília (UCB). Deu-se início então às análises com a preparação dos meios para a inoculação do material coletado. Foram preparados os meios BP (Baird-Parker) e tubos com soro liofilizado de coelho para a verificação da presença de Staphylococcus aureus, PCA (Ágar padrão para contagem) para a verificação de bactérias mesófilas aeróbias, e DRBC (Dicloran Rosa com Base Bengala) para bolores e leveduras. Todas as placas foram e reservadas. Tubos com diluições a 10-1 e 10-2 de água peptonada estéril (meio de crescimento), também foram preparados para dar início ao processo. Uma alíquota de 0,3ml de cada uma das amostras coletadas foi transferida para estas diluições, 5 Os tubos foram colocados nas estufas por 24h seguindo se, posteriormente, a inoculação nas placas já preparadas. Para bactérias mesófilas aeróbias e Staphylococcus aureus o tempo de incubação foi de 24 a 48 h e 3 a 7 dias para bolores e leveduras, todos sob uma temperatura de 37°C. Após incubação foi feita contagem de bolores e leveduras e contagem e isolamento das colônias típicas de Staphylococcus aureus nas respectivas placas. As colônias típicas foram transferidas para os tubos contendo o plasma de coelho com leitura realizada com 6h a 24horas de incubação. Para também avaliar os procedimentos utilizados pelos manipuladores responsáveis e não responsáveis - aqueles remanejados de outras funções - foi verificado através de um questionário e observações durante as visitas o modo como a higienização estava sendo realizada e se a utilização dos produtos estavam sendo eficazes, observou-se o material de fabricação dos liquidificadores, o estado de conservação e a mão de obra. 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO Inicialmente foi feito um questionário (em anexo) e as seguintes observações nos estabelecimentos de acordo com as visitas e relatos de funcionários: Relato do estabelecimento 1 (Restaurante comida brasileira): Os utensílios e equipamentos são lavados antes de se iniciarem as atividades e após o uso. Não possuem empresa especializada em produtos de higiene. Produtos de higiene utilizados na unidade: Detergente concentrado neutro de uso caseiro, agua sanitária, álcool e bucha de uso doméstico. Há apenas uma responsável pela higienização de utensílios e bancadas, uma das auxiliares de cozinha, que está lá há 2 meses e não possui treinamento. Nenhum dos manipuladores possui treinamento. Não possuem água quente. 1 liquidificador de uso caseiro, de etileno, de uso apenas dos manipuladores para preparo de suco (Figura 1 A e B). Não é desmontável. (Figura 1 A e B). Não enxugam naturalmente. O copo fica pendurado em uma haste fixada na parede acima da pia de higienização de louças (Figura 1 A e B). Aparentemente em bom estado de conservação (Figura 1 A e B). Nunca leram o manual do equipamento (Figura 1 A e B). Possuem pia exclusiva para higienização de utensílios e equipamentos. 7 Figura 1 A e B: Copo do liquidificador no estabelecimento 1. Relato do estabelecimento 2 (Bar e lanchonete): Os utensílios e equipamentos são lavados antes de se iniciarem as atividades e após o uso com água, sabão em barra ou detergente. Não possuem empresa especializada em produtos de higiene. Produtos de higiene utilizados: Detergente concentrado neutro, bucha de uso doméstico, sabão em barra, água sanitária. Possuem 1 responsável pela higienização dos utensílios. Este manipulador possui treinamento, mas que foi feito há mais de 1 ano e não possui certificado. Não possuem água quente. Dois liquidificadores de uso doméstico de etileno. Em bom estado de conservação (Figura 2). Não desmontam (Figura 2). Utilizados para preparo de sucos para clientes. Enxugam naturalmente, ficam sempre em cima da bancada (Figura 2). Nunca leram o manual do equipamento (Figura 2). 8 Não possuem pia exclusiva para higienização de utensílios e equipamentos. Figura 2: Liquidificador estabelecimento 2. Relato do estabelecimento 3 ( Restaurante de caldos): Os utensílios e equipamentos são lavados antes de se iniciarem as atividades e após o uso. Antes de iniciar o serviço passam apenas água. Possuem empresa especializada em produtos de higiene. Produtos com diluidor. Produtos de higiene utilizados na unidade: Desinfetante quaternário, limpador de piso, limpador para vidros e espelhos, desinfetantes para ambientes, limpador multiuso, detergente concentrado de uso doméstico não neutro, sabão em barra, bucha de uso doméstico. Todos são responsáveis pela higienização de utensílios e bancadas. Possuem treinamento, certificado em poder da empresa. Não possuem água quente. 1 liquidificador de uso industrial em aço inox, uso apenas para os caldos. Não desmontável (Figura 3 A e B). 9 Fica todo o tempo sem tampa, sendo esta colocada apenas com alimento dentro (Figura 3 A e B). Nunca leram o manual. Fica no piso (Figura 3 A e B). Não possuem pia exclusiva para higienização de utensílios e equipamentos. Figura 3 A e B: Liquidificador do estabelecimento 3. Relato do estabelecimento 4 (Panificadora): Os utensílios e equipamentos são lavados antes de se iniciarem as atividades e sempre após o uso. Não possuem empresa especializada em produtos de higiene. Produtos de higiene utilizados na unidade: Detergente concentrado neutro de uso caseiro, água sanitária, álcool, bucha de uso doméstico, palha de aço, sabão em barra. Há apenas uma responsável pela higienização de utensílios e bancadas, não possui treinamento. Nenhum dos manipuladores possui treinamento. 10 Não possuem água quente. 1 liquidificador de uso industrial em aço inox, para todas as preparações. Não desmontável (Figura 4 A e B). Utilizam aproximadamente uma vez por semana. Lavam antes de usar. Deixam de molho na água com detergente. Fica em cima de uma prateleira fixada na parede. Nunca leram o manual. Não possuem pia exclusiva para higienização de utensílios e equipamentos. Figura 4 A e B: Copo de liquidificador do estabelecimento 4. Relato do estabelecimento 5 (Restaurante de comida chinesa): Os utensílios e equipamentos são lavados antes de se iniciarem as atividades e sempre após o uso. Não possuem empresa especializada em produtos de higiene. 11 Produtos de higiene utilizados na unidade: Detergente concentrado neutro de uso caseiro, água sanitária, álcool 46%, bucha de uso doméstico, palha de aço. Há apenas uma responsável pela higienização de utensílios e bancadas, não possui treinamento. Nenhum dos manipuladores possui treinamento. Não possuem água quente. 2 liquidificadores de uso doméstico em etileno. São separados por preparações. Não desmontável (Figura 5). Lavam antes de usar. Fica em cima do refrigerador. Nunca leram o manual. Não possuem pia exclusiva para higienização de utensílios e equipamentos. Figura 5: copo do estabelecimento 5. 11 Este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar as condições higiênicosanitárias de liquidificadores, por meio da contagem de microrganismos mesófilos aeróbios, fungos e leveduras. No laboratório foi feita a diferenciação entre Staphylococcus coagulase positiva (S. aureus) e Staphylococcus coagulase negativa (não aureus). As tabelas a seguir representam os resultados das análises microbiológicas obtidos dos cinco liquidificadores nas três coletas: Tabela 1. Contagens microbianas em equipamento, em Unidade de Alimentação e Nutrição. 1ªcoleta Estabelecimento Staphylococcus Mesófilos Bolores (UFC*) (UFC*) (UFC*) (UFC*) Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente 10,6 x 105 1 x 103 1,1 x 105 Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente 1 2 3 4 5 Leveduras *UFC: Unidade Formadora de Colônia Tabela 2. Contagens microbianas em equipamento, em Unidade de Alimentação e Nutrição. 2ª coleta Estabelecimento Staphylococcus Mesófilos Bolores (UFC*) (UFC*) (UFC*) (UFC*) Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente 1,6 x 104 Ausente Ausente 10 10 200 Ausente Ausente 40 10 Ausente 100 1 2 3 4 5 Leveduras *UFC: Unidade Formadora de Colônia Tabela 1. Contagens microbianas em equipamento em Unidade de Alimentação e Nutrição. 3ª coleta Estabelecimento 1 2 3 4 5 Staphylococcus Mesófilos Bolores (UFC*) (UFC*) (UFC*) (UFC*) Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente 1,11 x 104 1,72 x 105 Ausente 4,52 x 105 Ausente 2 x 103 1,46 x 105 1,6 x 103 1,1 x 103 Ausente 2x 103 Ausente 3 x 102 1 x 103 2 x 102 *UFC: Unidade Formadora de Colônia Leveduras 12 Tentando avaliar os resultados encontrados, foram levados em consideração os parâmetros de acordo com os critérios para “TEST SWAB” em superfícies retilíneas de equipamentos e utensílios (SILVA,1995), dificultando a análise dos liquidificadores. Em (SILVA,1995), é expresso como satisfatório até 50 UFC/cm 2 para a contagem de microrganismos mesófilos aeróbios. A legislação brasileira nos fornece parâmetros sobre quantidade de microrganismos em alimentos, mas não em equipamentos e utensílios, então os resultados foram avaliados de forma qualitativa observando se o crescimento de bactérias mesófilas aeróbias, levando se em consideração que microrganismos patogênicos como Staphylococcus aureus faz parte desta categoria onde o crescimento de dá entre 15 a 40°C. Os estabelecimentos em geral possuem falhas na higienização, a RDC 216/2004 estabelece que higienização se compõe de lavagem e sanificação sendo observado apenas a etapa de lavagem, além de produtos como a palha de aço, sabão em barra, água sanitária com mais compostos além de hipoclorito de sódio e água como fragrãncia, ácool com concentrações inferiores ao 70% e assim por diante o que dificultam o processo e podem até contribuir para a contaminação. 13 CONCLUSÃO Apesar de não ter sido observada a presença de Staphylococcus aureus nos equipamentos analisados e a quantidade de fungos e leveduras também terem sido satisfatórios, ainda sim houve presença considerável destes micro-organismos, sugerindo assim a adoção de medidas para o seu controle. Com isso observa se que a higienização e os produtos utilizados não estão sendo 100% eficazes. Foi observado que os funcionários responsáveis não são ou não estão capacitados para a função. Muitos dos produtos utilizados não são autorizados para utilização em produção industrial de alimentos, já os que são não são utilizados para a superfície especifica além das diluições provavelmente não estarem adequadas. Nenhum dos estabelecimentos possui procedimentos operacionais padrão POP´s. A implementação do manual de boas práticas nestes locais assim como os POP´s diminuiria o risco de pontos críticos, contribuindo para melhora da higienização e para um serviço de qualidade. 14 ABSTRACT This paper addresses the risks associated with food safety in the food and beverage, therefore, was performed evaluating the quality of the workforce employed in cleaning of blenders that is one of the very equipment used in food production establishments and requiring care for good hygiene. Observed the characteristics of establishments such as layout, hygiene products, handlers. It was possible to notice the lack of a routine quality and concern on the part of everyone involved, so there is a concern with certain pathogens and foodborne illness. With that visits were made to these places was made a questionnaire and observed some of these establishments routine, then blenders samples were collected for later analysis in the laboratory. Keywords: Blender. Foodborne Diseases. Utensils and food. 15 REFERÊNCIAS ANDRADE, N. J.; MACÊDO, J. A. B. Higienização na indústria de alimentos. São Paulo: Varela, 1996. 189 p. ANDREOTTI A, BALERONI FH, PAROSCHI VHB, PANZA SGA. Importância do treinamento para manipuladores de alimentos em relação à higiene pessoal. Iniciação científica – CESUMAR. jan-jun, 2003; 05(01): 29-3. Disponível em: URL: http://www.cesumar.com.br/pesquisa/periodicos/index.php/iccesumar/article/viewFile/ 67/33pdf AKUTSU RC, BOTELHO RA, CAMARGO EB, SAVIOK EO, ARAÚJO WC. Adequação das boas práticas de fabricação em serviços de alimentação. Rev. Nutr.maio/junho 2005; 18(3): 419-27. Disponível em: URL: http://www.scielo.br/pdf/rn/v18n3/a13v18n3.pdf ARRUDA, G. A.; MANUAL DE HIGIENE PARA MANIPULADORES DE ALIMENTOS; SÃO PAULO; PONTO CRÍTICO; 2006. V.1 e 2. BRASIL. Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Aprova regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação. Disponível na internet, http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2004/rdc/216_04rdc.htm BRASIL. Resolução RDC n. 12, 2 de janeiro de 2001. Estabelece padrões microbiológicos de alimentos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. BRASIL. Resolução RDC n. 12, 2 de janeiro de 2001. Estabelece padrões microbiológicos de alimentos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. FREITAS, L. H. Sistema especialista para diagnóstico de toxinfecções alimentares de origem bacteriana. 1995. 97 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. HAZELWOOD, H. D. Manual de higiene para manipuladores de alimentos. São Paulo: Varela, 1994. 140p. OMS. Doenças de origem alimentar enfoque para Educação e saúde. São Paulo: Roca, 2006. RÊGO, J. C.; FARO, Z. P. Manual de limpeza e desinfecção para unidades produtoras de refeições. São Paulo: Varela, 1999. 16 QUESTIONÁRIO 1. Os equipamentos e utensílios são higienizados de que forma e com que frequência? 2. Possuem empresa especializada em produtos de higiene para unidades de alimentação? 3. Quais produtos são utilizados? 4. Como é feita a diluição? 5. Tem funcionário específico para higienização dos utensílios e equipamentos? 6. Possuem pia exclusiva para higienização de utensílios? 7. Os manipuladores tem treinamento? 8. O estabelecimento possui água quente? 9. Possui quantos liquidificadores? 10. Qual o material destes liquidificadores? 11. São desmontáveis? 12. Secam de que forma? 13. São guardados em local específicos? 14. Estão em bom estado de conservação? Possuem quebraduras, trincas? 15. Os manipuladores já leram o manual de instrução do equipamento? 16. Possuem liquidificadores separados por tipo de alimento?