XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
AÇÕES DE GESTÃO AMBIENTAL NAS
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (IES) DE
CARUARU-PE
Romario Fagundes Ferreira Silva (unifavip)
[email protected]
LUCYANNO M. C. DE HOLANDA (unifavip)
[email protected]
Caio Eduardo da Mota Brito (unifavip)
[email protected]
Antonio Romao Alves da Silva Filho (unifavip)
[email protected]
O estudo objetiva investigar o atual engajamento de sete IES, que atuam na
cidade de Caruaru-PE, quanto as suas práticas de Gestão Ambiental (GA).
Para tanto, buscou-se conhecer as organizações, seus objetivos e os
princípios que as norteiam em seus processos de tomada de decisão por
questões ambientais.A pesquisa é classificada como aplicada, qualitativa,
exploratória e descritiva, sendo aplicado em sete IES e os critérios de escolha
foi a sua representatividade em dimensões (m²) e quantidade de alunos
matriculados. Os resultados da pesquisa demonstra a formação de dois
grupos: (2, 5 e 6) classificadas como insatisfatória para com as ações
ambientais e, (1,3, 4 e 7) apresentam ações suficientes para se enquadrar no
nível satisfatório. Em algumas delas nem o impacto ambiental é
compreendido e muito menos avaliado, são raros as parcerias e os
treinamentos bem limitados, portanto existe uma grande lacuna de
conhecimentos no que tange as potencialidades da gestão ambiental. Para
trabalhos futuros sugere-se o uso de ferramentas estatísticas bem como
ampliação para outras IES do Estado de Pernambuco como do Nordeste.
Palavras-chave: IES, práticas de Gestão ambiental, Região Nordeste
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1 Introdução
Atualmente as discussões sobre o meio ambiente é de grande relevância devido a fenômenos
como o aquecimento global, desmatamento, grandes secas e/ou enchentes, tornados, tsunamis
dentre outros, e, diante das consequências trazidas por esses fenômenos, percebe-se que a
sociedade organizada começa a rever seus hábitos em relação as questões ambientais.
Nesse sentido as Instituições de Ensino Superior (IES), podem contribuir com a temática
gestão do meio ambiente através de ensinamento nas salas de aula, debates, palestras,
workshops, projetos de iniciação científica e extensão e também promovendo boas práticas
nas suas diversas atividades.
Essa iniciativa proporciona aos docentes e discentes a possibilidade de rever os seus hábitos,
mudar o estilo de vida e também de servir como intermediador e facilitador de novas técnicas
ambientais para com os demais membros da sociedade.
Para tanto, as IES são convocadas a liderar um processo de mudança em busca do
desenvolvimento sustentável, pois as mesmas detêm as capacidades necessárias no que se
refere à infraestrutura, central de informações e conhecimentos (VEIGA, 2010).
Esse processo de mudança busca combater alguns desequilíbrios percebidos pelos problemas
ambientais que vem preocupando cada vez mais os ambientalistas e estudiosos da área.
Muitos alegam que a Revolução Industrial é a maior culpada pelo crescente aumento desses
problemas (BARBIERI, 2011).
Quanto às ações efetivas, sabe-se que, desde a década de 1960 nos Estados Unidos (EUA),
implantou a temática ambiental nas IES e que se estendeu pela década de setenta com
promoção de profissionais nas ciências ambientais, já nos anos de 1980 as ações foram
destinadas a gestão dos resíduos e eficiência energética e em 1990 são estabelecidas políticas
de âmbito global como por exemplo o campus ecológico na universidade Wisconsin at
Madison (DELGADO e VÉLEZ, 2005).
Segundo Tauchen e Brandli (2006) a discursão sobre desenvolvimento sustentável nas IES do
Brasil começam a partir da Eco 92. Já Nolasco et al (2006) afirmam que as iniciativas foram
isoladas e lista treze (13) Universidades que implantaram Sistemas de Gestão Ambiental
(SGA), como exemplo, a Universidade do Vale do Rio Sinos, no Rio Grande do Sul, que
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introduziu seu SGA através do projeto Verde Campus, esse elucidou na certificação ISO
14001 (VERDE CAMPUS, 1997).
Moreira (2013) corrobora comentando que pouco é percebido em termos de ações e
implantações, práticas dirigidas à questão ambiental na educação Brasileira, visto que as IES
atuam de forma incipiente na distribuição do conhecimento pedagógico das áreas de gestão
ambiental e direito ambiental.
Ante ao contexto inicial foi observado uma lacuna de estudos relacionando IES a temáticas
como educação ambiental e/ou SGA na região Nordeste, esta concentra 28% da população
nacional e 18% das IES, já no Estado de Pernambuco 64% das IES encontram no interior
(IBGE E CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR, 2011) onde estão localizadas as instituições
estudada.
Ante ao contexto inicial, formula-se a pergunta de partida: Investigar o atual engajamento
de sete IES, que atuam na cidade de Caruaru-PE, quanto as suas práticas de Gestão
Ambiental (GA). Para tanto, buscou-se conhecer as organizações, seus objetivos e os
princípios que as norteiam em seus processos de tomada de decisão por questões ambientais.
Realizar investigação para identificar as práticas de GA em IES se faz necessário pelo fato de
que esse ambiente é propício a reflexões, debates e geração de novas ideias. Através da
formação de pessoas, da criação da consciência ambiental, as universidades promovem
mudanças de comportamento que iram impactar diretamente numa sociedade mais
sustentável.
A temática da Gestão Ambiental e Sistema de Gestão Ambiental, serão abordadas de forma a
conscientizar a importância de tais assuntos nas práticas das IES, visto que a disseminação
pedagógica dos assuntos é crescente. Os resultados desta investigação poderá subsidiar
iniciativas à conscientização ambiental das IES envolvidas, bem como a elaboração de
políticas ou Sistemas de Gestão Ambiental e servir como fonte para futuras pesquisas.
2. IES e a construção da educação ambiental
Nesse tópico, foi realizado uma compilação histórica dos principais acontecimentos
envolvendo IES e a educação ambiental, o Quadro 1 apresenta este fatos.
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Quadro 1- Fatores Históricos
FONTE: adaptação de The talloires declaration (1990); The halifax declaration (1991); The swansea
declaration (1993); Oiudsma (2002); The haga declaration (2000).
É possível compreender que o envolvimento das IES com as questões ambientais está
acontecendo há algumas décadas, elas tentam alertar a comunidade mundial, através de suas
pesquisas, que está ocorrendo uma degradação desenfreada do meio ambiente, e que ações
como a GA e SGA podem minimizar esses impactos dando condições para que o planeta
possa se recuperar. O tópico 2.1 aborda a temática supracitada.
2.1 Gestão ambiental e sistema de gestão ambiental
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Ao longo dos anos, diversos encontros em vários locais do planeta aconteceram para debater
sobre as questões ambientais, esses eventos ajudaram a formalizar opiniões e a estimular
pensadores das diversas áreas do conhecimento no intuito de encontrar um denominador
comum nas relações envolvendo sociedade, economia e a natureza.
Donaire (2011) comenta que a questão ambiental vem se firmando como ponto indispensável
na agenda das reuniões de grandes executivos, com o intuito de planejar, ações e
implantações, de práticas ambientalmente corretas. Reforçando esse contexto, Tachizawa
(2011) afirma que essas práticas demanda nova função administrativa com corpo técnico e
sistemas gerenciais exclusivos, que forneçam uma integração entre setores internos e uma
comunicação social consciente.
A GA é difundida por Barbieri (2011) como sendo a administração ou gestão do meio
ambiente, que é entendida como as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais,
tais como: planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o
objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, tanto reduzindo, eliminando ou
compensando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quanto também evitando
que eles surjam.
Da mesma forma Tinoco e Kraemer (2004) acreditam que GA é um sistema que acrescenta à
organização da empresa atividades de planejamento, responsabilidades, procedimentos e
processos analisados de forma contínua que mantenham a instituição resguardada quanto à
política ambiental.
Mas para que o planejamento seja implantado é necessário conscientização a respeito da
responsabilidade ambiental, como vem explicando Moreira (2013) que a condição de
existência para uma empresa é satisfazer o que demanda a sociedade e tomar postura proativa
aceitando sua responsabilidade social e ambiental.
Com o SGA nas organizações, este proporciona o envolvimento de todos, onde a
responsabilidade ambiental é disseminada em cada setor; seja a área de serviços gerais, área
operacional, estratégica, tática, P&D, entre outras. Então, quando todos passam a enxergar as
questões ambientais sob a mesma ótica, surgem produtos criativos, podendo ser exploradas
oportunidades que vão desde a substituição de insumos, reciclagem, eliminação de perdas nos
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processos e utilização de combustíveis alternativos, até mudanças tecnológicas (MOREIRA,
2013)
O SGA traz vantagens para a imagem da empresa que é vista como mais atraente para os
consumidores, devido ao benefício de ser intitulada como ambientalmente correta.
(MOREIRA, 2013). Além disso, com a utilização de um SGA, é possível reduzir desperdícios
como, água, energia e outros insumos, melhorando a lucratividade da empresa.
A sua implantação acontece se existir a disseminação de responsabilidades sobre os
problemas ambientais por toda a empresa, resultando em um alto comprometimento do
pessoal, especialmente quando suas unidades se encontram dispersas geograficamente,
trazendo uma significativa melhoria nas relações de trabalho, tais como, melhoria do
gerenciamento, na criatividade para novos desafios, nas relações com os órgãos
governamentais, comunidade e grupos ambientalistas, acesso assegurado ao mercado externo,
melhor adequação aos padrões ambientais. Tudo isso em função da cultura sistêmica da
padronização dos processos, treinamento e capacitação de pessoal. (MOREIRA, 2013;
DONAIRE, 2011).
Todas essas vantagens e benefícios são também demonstrados por Tachizawa (2011), onde
afirma que o poder da transformação e a influência ecológica nos negócios se mostram de
maneira crescente e com afeitos econômicos cada vez mais profundos. As organizações que
tomarem decisões estratégicas, integradas às questões ambientais e ecológicas, conseguirão
significativas vantagens competitivas, quando não, redução de custos e adição nos lucros, a
médio e longo prazo.
A diferença na implantação dos conceitos de GA e SGA é significativa, para as organizações
que visam apenas à gestão ambiental, elas formam um departamento que se preocupa em
atender apenas as exigências dos órgãos ambientais e a indicar os equipamentos ou
dispositivos de controle ambiental mais apropriados à realidade da empresa e ao potencial dos
seus impactos (MOREIRA, 2013)
Moreira (2013) ressalta que, por outro lado, uma empresa que implantou um SGA adquire
uma visão estratégica em relação ao meio ambiente, deixa de agir em função apenas dos
riscos e passa a perceber também as oportunidades.
3. Metodologia
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A pesquisa é aplicada por ter o objetivo de gerar conhecimentos para aplicação prática,
envolvendo verdades e interesses locais, com o intuito de gerar soluções há problemas
específicos (SILVA e MENESES, 2005). As investigações aconteceram em IES da cidade de
Caruaru-PE, com o objetivo gerar conhecimentos específicos de possível aplicação prática em
outras IES do país.
A abordagem qualitativa foi utilizada com o intuito de aprofundar a riqueza interpretativa, a
contextualização do ambiente, os detalhes e as experiências únicas (SAMPIERI et al, 2006).
Esse tipo abordagem foi necessária para elencar as ações ambientais de cada IES estudada,
além das dificuldades.
A pesquisa é exploratória pois proporciona uma maior flexibilidade ao pesquisador na busca
de informações sobre determinado fenômeno, a fim de torná-lo mais claro e possibilitar a
construção de novas ideias sobre o tema (MALHOTRA, 2006). Portanto esta foi escolhida
devido à ausência de estudos vinculando a temática da GA com IES e região Nordeste,
também possibilitando ao pesquisador maior flexibilidade na coleta das informações.
É classificada como descritiva, já que foi utilizado o questionário e, a partir das informações
colhidas, pode-se descrever sobre os aspectos ambientais das IES estudadas. Como explica
Gil, (1991), a pesquisa descritiva visa apresentar as características de determinada população
ou fenômeno, envolvendo o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados como o
questionário.
O método de pesquisa utilizado foi o estudo de casos múltiplos. Este refere-se ao
aprofundamento da pesquisa nas questões ambientais em cada IES analisadas.
Após classificar a pesquisa, foi definido o seu universo, onde compreende as IES situadas na
cidade de Caruaru-PE que são, segundo o E-MEC (2015), dezenove IES e a amostra foi
escolhida a não probabilística intencional (SILVA e MENEZES, 2005), foram selecionadas
sete instituições, e os critérios de escolha foi a sua representatividade em dimensões (m²) e
quantidade de alunos matriculados.
Com intuito compreender o nível de preocupação das IES para com o temática e de investigar
quais práticas foram desenvolvidas e se essas impactaram nas questões ambientais, financeira
e social, além identificar as barreiras encontradas para implantação, foi elaborado um
questionário contendo quatorze indagações baseadas nos referencial teórico utilizado neste
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trabalho, a sua aplicação aconteceu no período de Setembro à Novembro de 2014, enviado
aos representantes das IES e posteriormente, foi marcada uma entrevista com intuito de
esclarecer dúvida e acrescentar informações.
Os critérios de classificação para identificar o nível de engajamento para com as questões
ambientais é apresentado no quadro 2.
Quadro 2 – Nível de engajamento
Fonte: autores (2014)
As IES serão identificadas neste trabalho por números, no intuito de preservar sua imagem.
4. Resultados da pesquisa
4.1 Perfil
Com a elaboração do quadro três foi possível traçar o perfil das IES, como observado, elas
estão atuando em Caruaru-PE há bastante tempo, mínimo de cinco anos, têm quantidade
significativa de alunos e o dimensionamento do terreno apresenta variações de 2.100m² até
116.884 m², no entanto, vale destacar pontos interessantes sobre suas áreas verdes, uma delas
não apresenta nenhum tipo de cobertura vegetal, quatro possuem poucos jardins, uma por
estar localizada em área preservada (caatinga) têm 80% do seu terreno com vegetação nativa,
e a outra, como existem poucos cursos, necessita de poucas edificações, contendo ainda 70%
de mata.
Quadro 3 – Perfil das IES
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Fonte: Pesquisa de Campo (2014).
Além do perfil das IES foi investigado no tópico 4.2 as ações ambientais, para melhor
entendimento foi elaborado o quadro 4.
4.2 Práticas individuais
As informações foram obtidas através da aplicação do questionário, para complementar
alguns pontos divergentes, solicitou entrevista com profissionais, de preferência os
responsáveis pela área ambiental das IES, para esclarecer algumas respostas e também
fornecer, se possível, maiores detalhes de cada ação identificada.
Quadro 4 – Presença ou ausência das Ações ambientais nas IES
Ações
IES (1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
Possui jardins /áreas
verdes em seu interior?
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Ausente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Disponibiliza coletores
para a separação correta
resíduos?
Há algum tipo de ação
preventiva ou corretiva,
que possibilite uma
diminuição e/ou
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eliminação dos resíduos
gerados?
Existe alguma
capacitação dos
Presente
Ausente
Presente
Ausente
Ausente
Ausente
Presente
Presente
Ausente
Presente
Presente
Presente
Ausente
Presente
Parceria ambiental com
seus fornecedores?
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Existe parceria com
empresas de reciclagem?
Presente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Ausente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Ausente
Presente
Presente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
Presente
colaboradores na área de
gestão ambiental?
Há programas internos
voltados a
conscientização
ambiental dos
funcionários?
Existe algum programa
interno destinado a
conscientização na
temática ambiental para
com os alunos?
Práticas pedagógicas
(eventos, seminários,
workshop) em gestão
ambiental?
Existem programas de
iniciação científica e
extensão envolvendo a
temática gestão
ambiental?
Setor ou departamento
que seja responsável pela
Gestão Ambiental?
Existe envolvimento da
direção com as questões
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ambientais?
Possui certificação ISO
14.000?
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Ausente
Sistema de Gestão
Ambiental (SGA)
implantado?
Fonte: Pesquisa de campo (2014)
IES (1)
Participaram da entrevista a secretária do coordenador geral e o gerente de infraestrutura.
Além das ações elencadas no questionário como existentes na IES, foi enfatizado pelos
entrevistados:
- fóruns acadêmicos, onde reúnem estudantes e professores para debater diversas temáticas,
incluindo a ambiental;
- envolvimento de todo o quadro de colaboradores, da direção até os auxiliares de serviços
gerais, contando com uma boa aceitação e envolvimento;
- parceria com a ASPROMA (Associação dos Protetores do Meio Ambiente) onde ela realiza
coleta dos materiais recicláveis;
- parceria com o projeto Aprender, que é destinado para estudantes do ensino básico e, conta
também, com grupo de capoeira voltado ao adolescente.
Portanto, é possível concluir de acordo com as informações disponibilizadas, que o
engajamento da IES (1) é satisfatório, pois apresenta dez práticas ambientais, porém suas
principais dificuldades estão: ausência de parceria com fornecedores para compra de produtos
recicláveis e/ou menos poluentes; não existe setor ou departamento específico de gestão
ambiental; nunca se cogitou adequar aos padrões da norma ISO 14000; desconhecem a
expressão sistema de gestão ambiental.
A IES (2)
Participaram da entrevista o gerente de infraestrutura e o coordenador do núcleo de
tecnologia. Após a conclusão das respostas do questionário, eles mencionaram pontos
importantes como:
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- projeto de extensão, desenvolvido pelo grupo de pesquisa de gestão ambiental avançada
(GAMA), o projeto chama-se Amigo do Meio Ambiente (AMA);
- grupo de engenharia civil e ambiental que coleta lâmpadas florescentes e são processadas
transformando em matéria-prima para fabricação de cimento;
- ações pedagógicas, práticas em sala de aula na elaboração de ações ambientais referente a
coleta de pilhas e baterias.
Diante das informações obtidas o nível de engajamento da IES (2) é insatisfatório, esta
somente apresentou sete práticas ambientais, as principais dificuldades são: não possuir
capacitação interna para seus colaboradores; inexistem parcerias com instituições locais de
reciclagem ou com seus fornecedores; o departamento de gestão ambiental não é formalizado;
não tem certificação ISO 14000 e o SGA muito menos.
IES (3)
O único entrevistado foi o coordenador do curso de Administração, ele concluiu o
questionário, retirou algumas dúvidas e elencou as seguintes ações:
- instalação de um mecanismo de coleta e armazenamento de água pluvial para abastecer os
banheiros e irrigação dos jardins;
- programa interno de conscientização ambiental com a participação direta dos alunos.
Para essas ações identificadas o nível de engajamento da IES (3) é satisfatório, esta possui
nove práticas ambientais, as principais dificuldades são: ausência de parceria com
fornecedores e com instituições locais de reciclagem; o departamento específico de gestão
ambiental não existe, essa responsabilidade é repassada ao setor de operações; não possui
certificação ISO 14000; desconhece como implantar o SGA.
IES (4)
Responderam ao questionário o pró-reitor e o gerente de infraestrutura, as demais informações
obtidas foram:
- ação ambiental de preservação do meio ambiente interno por meio do setor de operações;
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- sinalização e materiais ilustrativos de conscientização sobre o melhor aproveitamento dos
recursos e combate ao desperdício, em pontos estratégicos de visualização;
- incentivos com treinamentos e cursos para o colaborador;
- curso de Arquitetura realiza estudo de preservação ambiental no Rio Ipojuca, em
Administração tem projeto de extensão denominado UNIFAVIP REVERSE.
Diante as informações obtidas é possível afirmar que o nível de engajamento da IES (4) é
satisfatório, sendo identificada oito ações ambientais. As principais dificuldades são:
inexistência do departamento específico e, consequentemente de um SGA, sendo repassado a
responsabilidade para o setor de operações; falta de capacitação para os colaboradores;
ausência de parcerias com empresas recicladoras e fornecedores; também não existe
mobilização para implantação da ISO 14000.
IES (5)
Após responder o questionário, o gerente do setor administrativo participou da entrevista
apresentando a seguintes informações:
- orientação para os alunos exercerem uma postura de respeito e conservação ao meio
ambiente;
- incentivo ao uso de garrafa (squeeze) e copos para uso pessoal;
- práticas pedagógicas, como workshops, eventos e feiras;
- ampliação do campus atende a legislação ambiental vigente.
Sobre o nível de engajamento da IES (5) é classificado como insatisfatório, apresenta seis
ações ambientais. Os problemas identificados são: não existe capacitação dos funcionários;
ausência de parcerias com fornecedores e empresas que trabalham com resíduos; falta de
política efetiva de sensibilização dos alunos, somente alguns informativos para utilização de
garrafinha de uso pessoal; inexiste programa de iniciação científica na temática; não segue
padrões ISO 14000 e o departamento específico e SGA também nunca foram cogitados.
IES (6)
A aplicação do questionário e a realização da entrevista aconteceu com o coordenador geral
que detalhou as seguintes ações:
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- distribuição de garrafinhas aos candidatos do processo seletivo (vestibular), podendo ser
solicitado outra em determinado período de tempo;
- programa de extensão, a Modateca Ambiental, onde realiza encontros e desfiles de moda, no
intuito de conscientizar o setor de sua reponsabilidade com o meio ambiente, desdar aquisição
da matéria prima até o pós-consumo;
De acordo com o informado, a IES (6) apresenta nível de engajamento considerado
insatisfatório. Somente seis ações ambientais foram identificadas, apresentando as seguintes
dificuldades: no terreno só existe o prédio, mal projetado, sem jardins e com telhado de metal,
aumentando a temperatura interna; não há capacitação e nem incentivo aos colaboradores para
com as questões ambientais; as parcerias, sejam com fornecedores e com empresas que
trabalham com resíduos, inexistem; ausência de departamento específico e SGA; total
desconhecimento do padrão ISO 14000.
IES (7)
O reitor da IES (7) atendeu à solicitação e respondeu o questionário e também participou da
entrevista junto com o coordenador de Engenharia Ambiental, eles relataram as seguintes
ações:
- comitê de biossegurança; programa de extensão voltado para o gerenciamento de
contaminantes sólidos, através do controle e monitoramento dos resíduos da área de saúde e
provenientes de outras fontes;
- programa de extensão responsável pelo gerenciamento da qualidade da água na região;
- programa de sustentabilidade institucional, que tem por objetivo promover práticas de
sustentabilidade ambiental para os colaboradores;
- trabalhos e projetos que visam redução dos impactos ambientais, desenvolvimento de novas
tecnologias ambientais de baixos custos, que englobam o reaproveitamento da água e uso de
fontes de energias renováveis e limpas;
- doação dos resíduos produzidos as empresas de reciclagem.
É possível inferir, de acordo com as informações disponibilizadas, que o nível de engajamento
da IES (7) é satisfatório, pois apresenta dez práticas ambientais, as suas dificuldades são:
carência de parceria com fornecedores para compra de produtos recicláveis, essa ação
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acontece unicamente com o insumo papel; o departamento específico de gestão ambiental não
é formalizado e não existe pretensões para um SGA a curto prazo; existe projeto formalizado,
mas nunca se colocou em prática, a adequação aos padrões da norma ISO 14000.
5. Considerações
Após análise dos resultados, percebe-se que as IES estudadas podem formar dois grupos: (2, 5
e 6) classificadas como insatisfatória para com as ações ambientais e, (1,3, 4 e 7) apresentam
ações suficientes para se enquadrar no nível satisfatório.
As IES 1 e 7 apresentam modesto destaque devido a algumas ações consideradas isoladas.
Outro ponto importante é a ausência do setor ou departamento específico e formalizado de
gestão ambiental, não existe adequação aos padrões da norma ISO 14000 e a implantação de
SGA trata de um procedimento não cogitado a curto prazo além de ser bastante dispendioso.
Em algumas delas nem o impacto ambiental é compreendido e muito menos avaliado, são
raros as parcerias e os treinamentos bem limitados, portanto existe uma grande lacuna de
conhecimentos no que tange as potencialidades da gestão ambiental.
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ações de gestão ambiental nas instituições de ensino