UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL JOSÉ MARIA DE ANDRADE ANÁLISE DO USO DE CARTILHAS E GUIAS DE ORIENTAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL CUIABÁ 2014 JOSÉ MARIA DE ANDRADE ANÁLISE DO USO DE CARTILHAS E GUIAS DE ORIENTAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Engenharia de Edificações e Ambiental – PPGEEA, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), como requisito para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Edificações e Ambiental, na Área de Concentração da Construção Civil. Orientador: Prof. Dr. Humberto da Silva Metello. Cuiabá 2014 FICHA CATALOGRÁFICA A553a Andrade, José Maria de. Análise do uso de cartilhas e guias de orientação para construção de habitações de interesse social / José Maria de Andrade. – 2014. 111 f. : il. color. Orientador: Prof. Dr. Humberto da Silva Metello. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia, Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, Área de Concentração: Construção Civil, 2014. Bibliografia: f. 95-100. 1. Habitação social. 2. Habitação – Mutirão comunitário. 3. Habitação – Interesse social. 4. Habitação – Manuais de autoajuda. 5. Autoconstrução – Cartilha – Análise de conteúdo. I. Título. CDU – 728.1 Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a todos aqueles que de uma forma ou outra são excluídos da sociedade em que vivem e que não têm acesso de forma igualitária às oportunidades que a cidade proporciona. São os mesmos que necessitam de um espaço construído que seja de sua propriedade, na qual possam criar e educar seus filhos com dignidade. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador pela paciência e dedicação que tem como educador que é. Por terme mostrado o melhor caminho para desenvolver este trabalho e a todos os colegas de curso que de um jeito ou de outro, participaram desta construção de conhecimentos. Agradeço muito os professores, todos eles, que muito contribuíram para que eu desse um passo gigantesco na direção de uma preparação acadêmica mais eficiente. Aos funcionários da secretaria que sempre nos atenderam com muita presteza. Aos meus colegas de trabalho, ainda meus professores que, através de discussões informais, muito contribuíram para que meus pensamentos amadurecessem. Agradeço especialmente a Leo Chig. Aos familiares que estão próximos e os que estão distantes fisicamente. Pelo amor que nutrimos uns pelos outros, pela compreensão, por nossa união e nossa amizade. Ao meu querido pai Olegário, que já não faz mais parte deste mundo. Um ser iluminado com quem aprendi muito, principalmente o respeito pelo outro. A minha amada Mãe que me fez acreditar nas palavras do Altíssimo. As minhas queridíssimas irmãs Deila, Maria José, Carmem, Márcia e ao irmãozão Luís. Eles se traduzem na razão para entender que a vida deve ser vivida da melhor forma possível. Aos amigos que fiz por onde andei, em especial, a Ivar e Thélia, todos verdadeiros irmãos. A minha querida esposa Socorro, a qual chamo vez ou outra de SuperSoc, porque é uma super mulher e que muito me orgulho de ter realizado a maior e mais importante escolha da minha vida ao tomá-la como esposa. Minhas amadas filhas Sophia e Bárbara, que de igual forma também muito me orgulho, pois percebo o quão são corretas e dedicadas naquilo que fazem. Estou tranquilo em relação a elas e sei que crescerão no caminho do bem. Ao meu neto querido Davi, que está por vir. Amo incondicionalmente e vivo por todos eles: minha família, meu maior bem. A todos e principalmente ao nosso Deus, que tudo vê e tudo pode, o meu muito obrigado. Que Ele nos abençoe hoje e sempre. RESUMO A questão habitacional no Brasil constitui-se em um dos mais graves problemas sociais dos dias atuais, seja nos grandes centros urbanos, com seus contingentes elevados de população favelada, seja nas regiões mais pobres do interior do país, nas quais, a precariedade da estrutura de moradias aparece como um fator agravante para a questão da pobreza em suas inúmeras manifestações. Uma ação conjunta pode ser opção a ser implantada junto aos movimentos sociais organizados, adotando o regime de mutirão ou autoajuda, contribuindo, assim, para aquisição da moradia. Com a assistência técnica ativa junto ao futuro usuário e com o uso de publicações como manuais, cartilhas, cadernos técnicos ou guias que orientem passo a passo a construção da habitação, os problemas relacionados a este bem e consequentemente ao déficit habitacional poderão ser minimizados. Atualmente, existe uma quantidade significativa de publicações a disposição do internauta, que oferecem uma série de informações teóricas e práticas sobre diferentes temas correlatos ao tema principal que é a habitação, como construção de parede, piso, teto, cobertura, instalações de água, esgoto e muitos outros. Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise de conteúdo destas publicações existentes considerando uma abordagem qualitativa no sentido de mensurar sua aplicabilidade. Inicialmente, desenvolveu-se o estado da arte, tendo como finalidade entender seu uso e a sua evolução. A internet, em virtude da expansão que vem alcançando, é a principal fonte de busca. Verificou-se, no início da pesquisa, que a aplicação de publicações ocorre praticamente em todas as áreas do conhecimento e na área da arquitetura e da construção civil basicamente orientam a execução de práticas construtivas para toda a sociedade, no entanto, as intenções e atenções estão voltadas para aquelas que são destinadas às comunidades mais carentes. Observou-se que essa modalidade de publicação tem um papel importante na orientação de processos construtivos voltados para a habitação social, sendo, portanto, muito útil não só para os processos de manutenção da edificação, quanto em suas reformas e em ampliações futuras. Palavras - chave: Habitação social. Habitação – Mutirão comunitário. Habitação – Interesse social. Habitação – Manuais de autoajuda. Autoconstrução – Cartilha – Análise de conteúdo. ABSTRACT The housing issue in Brazil is definitely a crucial social problem in both large urban centers and its large population and also in areas where the precarious structure of housing contributes to increase poverty. Combining forces together with the organized social society might be an alternative, in this case as a community effort campaign to purchase a house. An active technical assistance for the future user along with the use of publications such as booklets, guides, manuals, technical books and other notebooks that guide through the building process might minimize the difficulties on this matter and therefore the housing issue. Nowadays a significant number of online publications provide theoretical and practical information on different topics related to housing, such as wall-building, floor, roof, cover, water facilities, sewage system, among others. This study aims to analyze the online content in order to assess its applicability. Initially, an art aspect was developed and the goal was to understand their use and their evolution. The internet is the main source of our search due to its range. It was noted during the first steps of this study that online publications are widely used in all fields and publications for the architecture and construction have advised on building practices to the society in general, however, the focus of this study is directed to those who belong to the poorest communities. It was noted that these publications have an important role in guiding the construction process, therefore they are very useful also in maintenance, renovations and future extensions. Keywords: Social Housing. Housing - Community Effort. Housing - Social interest. Housing - Self-help manuals. Self-construction – primer - Content analysis. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Cartilha do ABC ............................................................................................ 26 Figura 2 Nova Cartilha ................................................................................................. 26 Figura 3 Cartilha Maternal ........................................................................................... 26 Figura 4 Cartilha Analítica ........................................................................................... 26 Figura 5 Cartilha da Roça .............................................................................................. 26 Figura 6 Cartilha do Operário ........................................................................................ 26 Figura 7 Cartilha Sodré .................................................................................................. 27 Figura 8 Cartilha Caminho Suave ..................................................................................27 Figura 9 Cartilha No Reino da Alegria .......................................................................... 27 Figura 10 A Casinha Feliz ............................................................................................... 28 Figura 11 Histórias em quadrinhos sobre a importância da educação .............................28 Figura 12 Capa da Revista Téchne - Edição 54 ............................................................... 30 Figura 13 Destaque Habitação de Interesse Social .......................................................... 30 Figura 14 Capítulo como construir (revista Téchne)........................................................ 31 Figura 15 Guia Manual do Construtor – Projetos............................................................. 31 Figura 16 Guia Manual do Construtor – Etapas de obra.................................................. 31 Figura 17 Cartilha do PMCMV - Volume 1..................................................................... 33 Figura 18 Cartilha do PMCMV - Volume 2..................................................................... 33 Figura 19 Cadernos CAIXA - Projetos padrão................................................................. 33 Figura 20 A Caixa e a Habitação Rural............................................................................ 34 Figura 21 Minha Casa Minha Vida - Rural...................................................................... 34 Figura 22 Benfeitorias de Uso Geral................................................................................ 35 Figura 23 Como usar os Materiais.................................................................................... 35 Figura 24 Benfeitorias para Bovinocultura ......................................................................35 Figura 25 Construção e Reforma - Vila Velha / ES..........................................................36 Figura 26 Construção e Reforma Legal - CREA – RJ......................................................36 Figura 27 Manual para Aprovação de Projetos / 2006..................................................... 37 Figura 28 Plano Diretor de Desenvolvimento Estratégico / 2007.................................... 37 Figura 29 Manual de Vias Públicas / Calçadas / 2006 .................................................... 37 Figura 30 Manual de Construção...................................................................................... 38 Figura 31 Manual do Construtor.......................................................................................38 Figura 32 Manual do Arquiteto Descalço......................................................................... 38 Figura 33 Manual do Construtor – Capa ..........................................................................39 Figura 34 Manual do Construtor – Índice........................................................................ 39 Figura 35 Manual do Construtor – Introdução ................................................................ 39 Figura 36 Apostila Técnicas de Construção Civil........................................................... 40 Figura 37 Parte do Sumário.............................................................................................. 40 Figura 38 Ilustrações originais..........................................................................................40 Figura 39 Planta baixa, vista frontal e lateral .................................................................. 56 Figura 40 Montagem da cobertura em palha ................................................................... 56 Figura 41 Croquis da planta e vista externa ................................................................... 57 Figura 42 Vista aérea parcial do conjunto........................................................................ 57 Figura 43 Detalhes isolados de peças............................................................................... 58 Figura 44 Detalhes executivos da casa padrão................................................................. 58 Figura 45 Vila são Francisco VII – São Paulo / 1983.......................................................59 Figura 46 Vila são Francisco VIII – São Paulo / 1983..................................................... 59 Figura 47 Mutirão City Jaraguá – São Paulo.................................................................... 60 Figura 48 Mutirão 1º de maio – Ipatinga, MG................................................................. 60 Figura 49 Print Screen do site Mãos a Obra da ABCP ................................................... 62 Figura 50 Cartilha Mãos a Obra........................................................................................63 Figura 51 Sobre telhados.................................................................................................. 63 Figura 52 Sobre esquadrias .............................................................................................. 63 Figura 53 1ª Edição / 2000................................................................................................ 64 Figura 54 2ª Edição / 2009................................................................................................ 64 Figura 55 3ª Edição / 2010................................................................................................ 64 Figura 56 Projeto Casa..................................................................................................... 65 Figura 57 Noções de matemática...................................................................................... 65 Figura 58 Tomada de nível............................................................................................... 65 Figura 59 Cartilha O Solo Cimento.................................................................................. 66 Figura 60 Manual Tijolo Ecológico Modular................................................................... 66 Figura 61 Capa da Cartilha .............................................................................................. 67 Figura 62 Gabarito de locação da moradia....................................................................... 67 Figura 63 A trama sendo montada.................................................................................... 67 Figura 64 Esquema de montagem das cartilhas................................................................ 89 Figura 65 Estruturação das páginas.................................................................................. 89 Figura 66 Estudo para a capa ........................................................................................... 90 Figura 67 Estudo para primeira página ............................................................................ 90 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Distribuição das publicações por área de aplicação.................................... 69 Gráfico 2 Publicações por título.................................................................................. 70 Gráfico 3 Publicações por página................................................................................ 70 Gráfico 4 Tipos de publicações/quantidade................................................................ 71 Gráfico 5 Tipos de publicações/número de páginas................................................... 71 Gráfico 6 Desempenho das Cartilhas.......................................................................... 72 Gráfico 7 Desempenho dos Cadernos Técnicos......................................................... 72 Gráfico 8 Desempenho da HQ.................................................................................... 73 Gráfico 9 Desempenho dos Manuais.......................................................................... 73 Gráfico 10 Desempenho dos Guias............................................................................... 73 Gráfico 11 Desempenho das publicações sobrepostas.................................................. 73 Gráfico 12 Número de Publicações por Região............................................................. 74 Gráfico 13 Número de Publicações em percentuais...................................................... 74 Gráfico 14 Tipos de publicações catalogadas................................................................ 75 Gráfico 15 Origem das publicações .............................................................................. 77 Gráfico 16 Número de publicações relacionado ao número de páginas........................ 77 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Evolução da pesquisa através de palavras adotadas........................................... 42 Tabela 2 Publicações catalogadas por área de conhecimento e tipos de publicação.......... 68 Tabela 3 Publicações catalogadas e fragmentadas............................................................. 76 Tabela 4 Comparativo entre Cartilhas e Manuais.............................................................. 79 Tabela 5 Tipos de programas arquitetônicos / necessidades.............................................. 87 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABCP Associação Brasileira do Cimento Portland ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APP Área de Preservação Permanente ANPUH Associação Nacional de Professores de História ANTAC Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído ASBEA Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura CAU Conselho de Arquitetura e Urbanismo CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção CEBRAP Centro Brasileiro de Análise e Planejamento CEF Caixa Econômica Federal CMDE Conselho Municipal de Desenvolvimento Estratégico CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico COBRACON Comitê Brasileiro da Construção Civil COHAB Companhia de Habitação Popular CONAM Confederação Nacional de Associações de Moradores CMP Central de Movimentos Populares CNAM Confederação Nacional de Associação e Moradores CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia ECA-USP Escola de Comunicações e Artes – Universidade de São Paulo EFAP Escola de Formação de Professores EPI Equipamento de Proteção Individual ES Espírito Santo EUA Estados Unidos da América FINEP Financiadora de Estudos e Projetos FNDCT Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico HIS Habitação de Interesse Social HQs História em Quadrinhos IAB Instituto de Arquitetos do Brasil IBEP Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INTERCOM Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação IPDU Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas MNLM Movimento Nacional de Luta por Moradia MT Mato Grosso ONG Organização Não Governamental PMCMV Programa Minha Casa Minha Vida PPGEEA Programa de Pós Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental PUC Pontifícia Universidade de Campinas RS Rio Grande do Sul SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena Empresa SEC Secretaria de Educação SEE-SP Secretaria de Educação do Estado de São Paulo SEDU Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República SEPLAN Secretaria de Planejamento SC Santa Catarina SINDUSCON Sindicato da Indústria da Construção Civil SM Salário Mínimo SMADES Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano SNCS Seminário Nacional de Construções Sustentáveis SP São Paulo UFMT Universidade Federal de Mato Grosso UFP Universidade Fernando Pessoa UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UNICAMP Universidade de Campinas UNMP União Nacional por Moradia Popular UNB Universidade de Brasília UNEB Universidade do Estado da Bahia UNIC Universidade de Cuiabá USP Universidade de São Paulo THABA Núcleo de Pesquisa e Extensão em Habitação Popular SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 16 1.1 Justificativa ...................................................................................................................... 17 1.2 Objetivos.......................................................................................................................... 19 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 19 1.2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 19 1.3 Área de Estudo e Público Alvo ....................................................................................... 20 1.4 Contextualização ............................................................................................................. 20 1.5 Limitações ....................................................................................................................... 22 1.6 A Estrutura do Trabalho .................................................................................................. 22 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 24 2.1 Cartilhas e Outras Publicações ........................................................................................ 24 2.1.1 Cartilhas na Educação e sua Evolução ............................................................................ 24 2.1.2 Cartilhas, Guias e Outras Publicações que Orientam na Construção da Moradia ........... 29 2.1.3 Cartilhas, Guias, Manuais e Cadernos Voltados às Construções Rurais ......................... 34 2.1.4 Cartilhas e Manuais de CREAs e Prefeituras Municipais ............................................... 36 2.1.5 Manuais da Construção ................................................................................................... 38 2.1.6 Apostilas .......................................................................................................................... 39 3 METODOLOGIA.......................................................................................................... 41 3.1 A Pesquisa ....................................................................................................................... 41 3.2 A Evolução da Pesquisa .................................................................................................. 42 3.3 Conceitos Básicos e Fundamentais.................................................................................. 43 3.3.1 Cartilhas ........................................................................................................................... 43 3.3.2 Manuais ........................................................................................................................... 44 3.3.3 Guias ................................................................................................................................ 44 3.3.4 Cadernos .......................................................................................................................... 45 3.3.5 Movimentos Populares .................................................................................................... 45 3.3.6 Mutirões ........................................................................................................................... 46 3.3.7 Autoconstrução ................................................................................................................ 49 3.4 Sistemas Construtivos Aplicáveis a Movimentos Populares ........................................... 50 3.4.1 Tijolos Cerâmicos ............................................................................................................ 51 3.4.2 Construções com Terra - Adobe ...................................................................................... 52 3.4.3 Construções com Terra - O Super Adobe........................................................................ 53 3.4.4 Construções com Terra - Taipa de Pilão ......................................................................... 53 3.4.5 Construções com Terra - Taipa de Sopapo ...................................................................... 53 3.4.6 Construções com Paredes Monolíticas em Solo Cimento ............................................... 54 3.4.7 Construções em Solo Cimento ou Solo Cal .................................................................... 54 3.4.8 Construções com Madeira ............................................................................................... 54 3.5 Projetos e Experiências Referenciais ............................................................................... 55 3.5.1 Projeto Executado em Pernambuco ................................................................................. 55 3.5.2 Projeto Executado em Goiás............................................................................................ 57 3.5.3 Projetos executados em São Paulo e em Minas Gerais ................................................... 59 3.6 Publicações Consideradas como Referências .................................................................. 61 3.6.1 Cartilha Mãos à Obra da ABCP ...................................................................................... 62 3.6.2 Cartilha do Pedreiro ......................................................................................................... 63 3.6.3 Cartilha Projeto Casa ....................................................................................................... 64 3.6.4 Publicações da SAHARA ................................................................................................ 65 3.6.5 Cartilha Taipa – Pau a Pique ........................................................................................... 66 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 68 4.1 Pré-Análise das Publicações Encontradas ....................................................................... 68 4.2 Classificação das Publicações ......................................................................................... 70 5 ANÁLISE FINAL .......................................................................................................... 75 5.1 As Publicações ................................................................................................................. 75 5.2 Os Objetivos .................................................................................................................... 78 5.3 Os Conceitos .................................................................................................................... 78 5.4 As Publicações de Referências ........................................................................................ 79 5.5 O Conteúdo das Publicações ........................................................................................... 80 5.6 Os Sistemas Construtivos ................................................................................................ 80 5.7 Trabalhos Futuros ............................................................................................................ 81 5.8 A Cartilha como Publicação Ideal ................................................................................... 83 5.9 Parcerias .......................................................................................................................... 86 5.10 Projetos Arquitetônicos ................................................................................................... 87 5.11 A Formatação da Cartilha ................................................................................................ 88 6 CONCLUSÕES.............................................................................................................. 91 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 93 APÊNDICE A – Publicações Catalogadas na Área de Construção Civil ...................... 99 APÊNDICE B – Links de Acesso aos Materiais Catalogados ..................................... 106 16 1 INTRODUÇÃO A população de baixa renda, que hoje é assistida pelos governos através de programas sociais, aguardam soluções que visam atender questões relacionadas às suas necessidades básicas como moradia, educação, transporte, saúde, geração de emprego e renda entre outros. No campo da habitação, observa-se que em muitas cidades brasileiras, surgem diariamente muitas construções em lugares inapropriados, geralmente frágeis por pertencerem muitas vezes a áreas de proteção ambiental ou que podem trazer riscos à população tais como margens de córregos ou de rios, em encostas, próximas a linhas férreas e linhas de transmissão de energia de alta tensão e em outros ambientes insalubres. Em muitos casos, a estrutura e a configuração das cidades colaboram para o surgimento deste tipo de problema. Os planos diretores das cidades, por meio de suas políticas de assentamentos e de habitação popular, caso não sejam elaborados com profundidade, também podem contribuir para a sua intensificação. O principal exemplo disso é a malha viária urbana que em muitas vezes privilegia o transporte particular em detrimento do transporte coletivo. Isto, somado às condições impostas pela sociedade, isola cada vez mais a maior parte da população carente, situando-a na periferia das grandes cidades ou levando-a a ocupar locais inapropriados novamente, fato que revela uma situação cíclica. Nota-se que um número significativo destas casas são construídas nestas áreas com diferentes materiais como papelão, pedaços de madeiras, chapas metálicas, plásticos e outro tipo de resíduos, desde que ofereça uma vedação para criar um espaço físico habitável. Estas construções são executadas de forma improvisada a princípio, no entanto acabam tendo muitas vezes caráter definitivo. Seus ocupantes vão, ao longo do tempo, geralmente com a melhoria do poder aquisitivo familiar, renovando, ampliando e reformando o que já está construído. Utilizam, na substituição dos materiais utilizados inicialmente, materiais reconhecidamente como sendo tradicionais, tais como tijolo cerâmico, esquadrias metálicas, telhas cerâmicas ou fibrocimento, entre outros. As construções de habitações realizadas no sentido de atender as faixas da população com menor poder aquisitivo é o foco deste trabalho principalmente no que diz respeito a como construí-las. Um sistema alternativo de combate à falta de moradia que adquire relevância no trabalho é o regime de construção do tipo mutirão ou autoconstrução (autoajuda), que já existe naturalmente nesta faixa da população. Os participantes deste sistema, na maioria das vezes, 17 são os próprios e futuros usuários das habitações que, via de regra, não são preparados para a empreitada. Neste sentido, a qualidade das obras está ligada à capacitação destas pessoas para construí-las e, neste sentido, devem ser utilizados mecanismos1 que apoiem o objetivo maior. Desta forma, material didático deve ser preparado e utilizado como guia que orienta passo a passo a construção. Percebe-se, tanto no meio acadêmico quanto fora dele que, para difundir informações valiosas sobre conhecimentos já apropriados sobre como realizar a construção da moradia nas classes menos favorecidas, têm-se utilizado diversos tipos de publicações, sejam na forma de cartilhas, guias, manuais, cadernos técnicos e outros. Esta pesquisa identificará uma série destas publicações que estão sendo desenvolvidas e utilizadas com este propósito, por diferentes segmentos da sociedade. Observa-se que a produção de conhecimento, considerando como tema a habitação de interesse social, tem surgido principalmente nas universidades, no entanto, se observa mesmo timidamente que a iniciativa privada, através de empresários da área da construção civil, assim como a própria população, também as desenvolve. Segundo Abreu (2012), foi a partir de 2000 que se intensificou a produção de teses e dissertações sobre este tema. A contribuição acadêmica tende a crescer, considerando as melhorias das condições de vida da população de baixa renda. 1.1 Justificativa As ocupações irregulares2 e ilegítimas dos espaços urbanos acontecem em uma velocidade muito grande. Em diversos casos espalhados pelo país, observa-se que as construções se proliferam com insegurança e com poucas condições relacionadas à habitabilidade, conforto ambiental, acessibilidade, etc. Segundo o IBGE (2010)3, há nos 1 2 3 Contratação de técnicos especializados como arquitetos, engenheiros, topógrafos; realização de cursos preparatórios, palestras e elaboração de publicações que orientem no passo a passo fazem parte do mecanismo. A Lei Complementar nº 231, de 26 de maio de 2011 e a Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979 tratam das diretrizes urbanísticas do município de Cuiabá. Endente-se como ocupação irregular, qualquer que seja o tipo de ocupação e uso do solo, que não atenda a estas leis. Ocupação em Áreas de Preservação Permanente (APP), em áreas de risco como margens de rios e outras. Informação extraída da Tabela 1.8 - População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões, as Unidades da Federação e a situação do domicílio - 1960/2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge. gov.br/sinopse/index.php?dados=8>. Acesso em: 22 abr. 2014. 18 centros urbanos uma população cinco vezes maior que na área rural 4. Esta migração, dentre outros fatores, é alimentada pelo desejo de melhores condições de vida, de outras opções de trabalho, por estudo e por outras oportunidades que os centros urbanos oferecem. Este contingente, que no primeiro instante sofre por não ter para onde ir, e isto somado como a falta de emprego, a ausência de recursos, etc. têm colaborado significativamente para a falta de moradia. É importante ressaltar que os movimentos organizados principalmente entre a população carente acontecem devido à necessidade de redução de custos na construção e a uma provável inexistência de programas habitacionais mais consistentes. Encontrar soluções que minimizem o problema relacionado à falta de moradia é uma constante em todas as partes do mundo. Pesquisadores, estudantes, profissionais como arquitetos, engenheiros e outras especialidades apresentam diferentes projetos arquitetônicos e urbanísticos com propostas de uso de materiais alternativos, com custos reduzidos. Busca-se por mais simplicidade na construção, por um maior comprometimento com a sustentabilidade e por uma racionalização na habitação de interesse social. Programas sociais dos governos Federal, Estadual e Municipal, de ONGs e de outras instituições públicas e privadas têm colaborado neste sentido, elaborando propostas e sugestões que são divulgadas por meio de publicações, tais como cartilhas, manuais e guias de práticas construtivas. Contribuem desta forma, apresentando recomendações de uso e aplicação de materiais e sistemas construtivos, trazendo informações básicas para as construções. Busca-se, portanto, com este trabalho, estudar estas publicações que na sua grande maioria são disponibilizadas gratuitamente. Em especial, aquelas que podem ser relacionadas com as Habitações de Interesse Social (HIS). Estas publicações devem estar voltadas à população cuja renda familiar se situa entre 0 (zero) e 3 (três) salários mínimos5. Neste sentido observa-se a aplicabilidade do material que deverá ser utilizado como um elemento básico de orientação, abordando as diferentes fases construtivas, envolvendo desde a fundação à cobertura. O presente estudo se justifica: 4 Segundo o censo IBGE 2010, a população que vive em áreas urbanas no país é de 160.925.792 pessoas contra 29.830.007 pessoas vivendo em áreas rurais. Ou seja, cerca de 16% da população total (190.755.799 pessoas) vivem em áreas rurais. 5 Segundo a Lei Complementar Nº 231, de 26 de maio de 2011, disciplina o Uso, a Ocupação e a Urbanização do Solo Urbano no Município de Cuiabá, Seção II, Artigo 6º, que trata das definições e sobre a população nesta faixa de renda familiar é considerada de Baixa Renda. 19 (i) Pelo crescente déficit habitacional6 mato-grossense; (ii) Pela possibilidade de oferecer instrumentos de orientação centrados no perfil da população de baixa renda; (iii) Pela possibilidade do uso de uma Publicação que oriente a construção, seja através do regime de mutirão, autoconstrução ou autogestão, para promover a redução de custos da obra e proporcionar a metodologia de “saber participar”, de “saber entender” e “saber fazer”. 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Analisar os aspectos técnicos de publicações existentes intituladas de cartilhas, manuais e guias para a construção, voltados para a habitação de interesse social e verificar sua aplicação principalmente no regime de autoconstrução. 1.2.2 Objetivos Específicos Para atingir o objetivo principal neste trabalho, definiu-se como sendo os objetivos específicos: i) Verificar, através de uma avaliação sistemática, quais são as características dos materiais publicados ou publicáveis7; ii) Definir ou optar pelo contrário, quanto ao uso deste tipo de material a ser utilizado na construção de habitação de interesse social; iii) Verificar se o material pode atender a regimes de mutirão no sistema de autoajuda como sendo um guia orientativo. 6 7 Déficit Habitacional no Estado de Mato Grosso em 2000 com 97.650 habitações e 2002 com 107.198 habitações (IBGE/ Censo Demográfico 2000 e SEPLAN, MT, 2004). Considera-se como sendo materiais publicáveis, aqueles que são disponibilizados para downloads de forma livre. 20 1.3 Área de Estudo e Público Alvo A abrangência do trabalho não se restringe territorialmente a uma ou várias regiões uma vez que a principal fonte de informações é a rede mundial de computadores (www world wide web) através da internet. Pode, portanto, ser aplicado em todo o território nacional. Quanto ao público alvo, este pertence à população que vive com baixíssima renda familiar8, isto é, trata-se de um valor igual ou inferior a três salários mínimos (SM)9, constituintes por famílias que não possuem recursos financeiros para construir suas moradias. 1.4 Contextualização Mesmo admitindo a existência de polêmicas10 sobre a aplicação e uso destes regimes de construção, entende-se que morar requer, acima de tudo, envolvimento dos interessados. A inércia que em muitos casos toma conta de um número imenso daquelas famílias que deixam tudo a cargo dos governos também contribui para a falta de moradia. A autoconstrução, no caso desassistida, é um sistema que está na essência das famílias pertencentes à faixa da população que é foco deste estudo. A dificuldade de se ter na prática o que já está estabelecido impulsiona a novas possibilidades. O que se propõe é que, diante desta inoperância, ou seja, da inexistência de mão de obra especializada, a adoção e aplicação desses regimes de forma, que caso não exista de fato um acompanhamento técnico de profissionais habilitados e especializados, seja adotado instrumento elaborado por estes mesmos profissionais que auxilie no processo, mas que ao mesmo tempo, não os substituam. No entanto, transformar estes regimes oficialmente como políticas públicas seria isentar os governos de sua responsabilidade. 8 A que tem como renda familiar mensal o valor que vai até 3 salários mínimos, segundo a Lei Complementar Nº 231, de 26 de maio de 2011. 9 O salário mínimo vigente na data de conclusão deste trabalho é de R$ 724,00, a partir de 01/01/2014. Fonte <http://portal.mte.gov.br/sal_min/>. 10 “O vício da virtude – autoconstrução e acumulação capitalista no Brasil”. Novos Estudos CEBRAP, Francisco de Oliveira. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-33002006000100005&script=sci_art text>. 21 Para uma grande parcela da população brasileira, os últimos anos tem proporcionado um avanço no sentido de conquistas de benefícios sociais como também ao acesso à moradia e às premissas de uma cidade mais humana. No entanto, para muitos, ainda há um distanciamento, pois observa-se que muitas ações relacionadas, como as retiradas de pessoas de áreas particulares, áreas de preservação ou em áreas de risco e reassentadas em lugares geralmente periféricos das cidades brasileiras, só agravam a situação social, econômica e principalmente a acessibilidade entre o local do assentamento e a do trabalho, aumentando ainda mais as diferenças sociais já existentes. Segundo Rolnik (2006), em uma cidade dividida entre a porção legal, rica e com infraestrutura e a ilegal, pobre e precária, a população que está em situação desfavorável acaba tendo muito pouco acesso a oportunidades de trabalho, cultura e lazer. A habitação de interesse social, ao ser entendida como um processo e não simplesmente como um produto final, tendo apenas as dimensões físicas da moradia, contribui de forma decisiva no sentido de uma melhor qualidade de vida. É notório e sabido que a habitação não se restringe apenas à unidade habitacional que tem como objetivo cumprir também as suas funções sociais. Além do espaço físico que deve ser confortável, seguro e salubre, a população habita a moradia que está na rua, no bairro, na cidade e que nela vive, trafega, trabalha, comercializa, educa, intensifica o lazer e a recreação. A apropriação destes espaços é comum a todas as faixas da população: “na minha rua”, “no meu bairro” e até “na minha cidade” fazem parte do repertório coloquial em muitos casos até inconscientemente. [...] as oportunidades de crescimento circulam no meio daqueles que vivem melhor, pois a sobreposição das diversas dimensões da exclusão incidindo sobre a mesma população fazem com que a permeabilidade entre as duas partes seja muito pequena (ROLNIK, 2006, p. 199). Portanto, a habitação de interesse social não envolve apenas o ato de construir a moradia e ocupá-la. É preciso que sejam considerados e acrescidos neste ato, todos os elementos necessários para proporcionar não só as condições de uma boa habitabilidade, mas que principalmente possibilite o acesso à cidade e tudo o que ela pode oferecer, como está previsto no Artigo 6 da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988): “São direitos sociais a educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, 22 proteção à maternidade e à infância, assistência aos desamparados, na forma desta constituição”. Atualmente existem muitas opções de sistemas construtivos utilizados na construção civil, desde os que utilizam tecnologia de última geração, até àqueles que são consagrados por muitos anos, como a “execução da parede utilizando o tijolo por tijolo”. Para o caso de habitação de interesse social, existe a questão do custo x benefício e como os recursos financeiros disponíveis são escassos, é preciso adotar os sistemas construtivos que agreguem rapidez e poucos gastos, adaptando-se à realidade local e da comunidade. 1.5 Limitações A pesquisa realizada neste trabalho baseia-se na realidade das publicações existentes e disponibilizadas gratuitamente na internet e em outros locais como lojas de materiais de construção, CAU e CREAs. Em particular, o trabalho procura verificar como estes materiais estão sendo produzidos e de que forma estão sendo estruturados. Limita-se objetivamente analisar como o material publicado pode contribuir para que as pessoas de baixa renda possam construir não só a sua moradia, como também outros elementos pertencentes ao habitar. A análise destes materiais disponíveis, que é o elemento principal desta proposta, pode revelar a sua eficiência ou não e, a partir desta conclusão, sugerir outros pontos de partida para uma subsequente nova pesquisa e, por fim, a sua aplicabilidade. 1.6 A Estrutura do Trabalho No capítulo 1, apresentam-se as considerações iniciais juntamente com a revisão bibliográfica com a parte da produção e uso de publicações que embasam toda a pesquisa. O capítulo 2 define o método utilizado no desenvolvimento da pesquisa que ocorre inicialmente apresentando os conceitos básicos e fundamentais para o seu entendimento. Analisa quais sistemas construtivos estão mais próximos dos propósitos do trabalho e apresenta alguns projetos que foram executados no país e que serão adotados como 23 referências e por fim, as publicações encontradas e catalogadas que são adotadas como sendo de referência. O capítulo 3 apresenta os resultados obtidos através da análise das publicações que permitirá uma compreensão a respeito da estruturação e formatação destes materiais, bem como se estabelecem as relações entre textos e ilustrações. O capítulo 4 e último apresenta as conclusões finais do trabalho e aponta sugestões para trabalhos futuros. 24 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA São apresentados tópicos que apresentam o uso de publicações orientativas desde o século XIX. As publicações do tipo Cartilhas foram utilizadas a princípio, como um aliado importante no processo educativo e que gradativamente, embora fosse utilizada com o mesmo intuito, foi recebendo outros valores informativos de alta relevância considerando interesses do momento. 2.1 Cartilhas e Outras Publicações Neste tópico, será abordado o uso de publicações como aliado importante na transmissão de informações, em especial a Cartilha, que surgiu como sendo o primeiro livro de leituras a ser utilizado no processo de ensino e aprendizagem. São apresentados também outros tipos de publicações que, com os mesmos objetivos, apesar de nomes e conceitos diferentes, levam informações e instruções sobre o como fazer. 2.1.1 Cartilhas na Educação e sua Evolução O processo educacional no Brasil está diretamente ligado aos regimes governamentais pelos quais o País passou. O uso de cartilhas, visando à alfabetização, surge no início do século XIX, no entanto, foi após a Proclamação da República que seu uso teve um grande impulso. Até esta data, estudar era um privilégio para poucos afortunados que iam para Portugal, a fim de realizar ou concluir seus estudos. As escolas adotavam inicialmente uma cartilha editada e produzida na Europa 11, mais especificamente em Portugal e só após a Proclamação da República (1889) começaram a ser produzidas internamente. Segundo a Secretaria de Educação da Bahia (SEC), o conteúdo das cartilhas era constituído da apresentação do alfabeto que deveria ser copiado visando à 11 Até 1808 não se permitia que cartilhas, também chamadas de livretos, fossem elaborados e impressos na então Colônia. 25 alfabetização. Geralmente e invariavelmente as cartilhas apresentavam as letras isoladamente, depois sílabas e em seguida as palavras. Analisando cronologicamente a estrutura operacional das cartilhas, observa-se que, ao longo do tempo, houve uma série de mudanças na sua apresentação visual assim como houve a implantação de diferentes metodologias no processo de comunicação de massas. Vale ressaltar que esta dinâmica evoluiu com o tempo e desta forma, permitiu nos dias atuais que este instrumento ainda possa utilizado eficientemente. Antonio Feliciano de Castilho, um dos mais célebres escritores da língua portuguesa, elaborou em Lisboa no ano 18853, um método que foi denominado de Método Castilho e veio ao Brasil divulgar sua obra em 1855. De acordo com Liza Cavalcante (2012), este passaria então a ser um método tradicional e mais antigo de alfabetização que ficou conhecido como o Método Sintético, também chamado de método ABC. A Figura 1 representa a capa da cartilha, datada de 1905, que apresentava o método e tem como subtítulo Cartas para Aprender a Ler. Consistiam em trabalhar primeiro as letras do alfabeto, depois sílabas e por fim as palavras. Este método foi utilizado até 1956, no entanto, outros surgiriam paralelamente uns aos outros no decorrer deste tempo. Em 1916, Mariano de Oliveira propõe conciliar dois métodos de alfabetização, o moderno e o antigo (analítico – sintético respectivamente) e sua última edição foi no ano de 1955 (Figura 2). Uma proposta diferente da original, ou seja, das publicações que visavam somente à alfabetização, surgiu em 1922 através do Dr. A. de Almeida Júnior que elaborou a Cartilha de Hygiene. Consistia em alfabetizar também, no entanto, através da construção de frases, trazia como conteúdo noções e orientações gerais de higiene (Figura 3). Esta publicação foi uma das que abriram precedentes para que outras seguissem o mesmo destino, ou seja, educar e paralelamente levar à população, não somente às crianças em fase de alfabetização, outras informações de interesse para a sua formação. Em 1936, surgiria outra cartilha também com estes mesmos propósitos, através de Renato Kehl e, ainda no início do século XX, surgiram as discussões a respeito da eficiência da sua comunicação. A publicação de Arnaldo Barreto intitulada Cartilha Analítica, publicada pela Livraria Francisco Alves, cuja capa está apresentada na Figura 4, teve sua primeira edição em 1909. Esta proposta de alfabetização fazia oposição ao método analítico, na qual trabalhava com a alfabetização, utilizando como formação das palavras, apenas conjuntos de sílabas, 26 dispensando o uso de letras isoladas. Renato Séneca Fleury publicou em 1935, ”Cartilha na Roça”. Como o título sugere, era voltada à alfabetização no meio rural e sua publicação foi no ano de 1958 (Figura 5). Figura 1 – Cartilha do ABC. Figura 2 – Nova Cartilha Figura 3 – Cartilha Maternal Fonte: Centro de Referência em Educação Mário Covas-EFAP/SEE-SP. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/obj_a.php?t=cartilhas02>. Acesso em: 05 jan. 2014. Ainda em 1935, o Professor Theodoro de Moraes, adotando como processo o método analítico, propõe pela primeira vez um material voltado somente a adolescentes e adultos (Figura 6). As cartilhas utilizadas como importantes instrumentos no processo educacional foram, ao longo da sua existência, sofrendo várias alterações sejam de métodos, de conteúdo e de formatação, atingindo públicos diferentes com interesses diferentes. Figura 4 – Cartilha Analítica. Figura 5 – Cartilha na Roça. Figura 6 - Cartilha do Operário Fonte: Centro de Referência em Educação Mário Covas-EFAP/SEE-SP. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/obj_a.php?t=cartilhas02>. Acesso em: 05 jan. 2014. 27 De certa forma, estas alternâncias trazendo mudanças, seja na sua estrutura interna ou externa, seja através do uso de ilustrações ou de frases e textos diferentes, seguem os interesses e a dinâmica do momento, fato que contribuiu para a sua longevidade. Assim, tendo sua primeira publicação no ano de 1940, a cartilha Sodré de Benedita Stahl Sodré foi a primeira que teve seu formato alterado consideravelmente com o acréscimo de mais de 30 páginas. Em 1977, foi totalmente remodelada por Isis Sodré Verganini que, apesar do mesmo sobrenome, não se sabe o grau de parentesco. Esta cartilha trouxe com estas novas medidas a introdução do caderno do professor. O objetivo então seria a padronização de uso de cartilhas com este formato e características (Figura 7). A cartilha Caminho Suave teve sua primeira edição publicada em 1948. Branca Alves de Lima é a sua autora e tem como subtítulo: alfabetização pela imagem. Foi modificada somente em 1980 com a inclusão de vários outros exercícios (Figura 8), no entanto colaborou, assim como outras que seguiram o mesmo exemplo, para o uso de imagens e, a partir delas, surgiram outras com mais frequência. Doracy de Almeida publicou, em 1974, através do Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas (IBEP), a cartilha No Reino da Alegria. Alterou consideravelmente o formato com medidas ampliadas em relação às cartilhas existentes até então. Outra novidade foi a introdução de exercícios logo após cada instrução dada e mais: introduziu quadrinhos na forma de tiras como ilustrações (Figura 9). Figura 7 – Cartilha Sodré (1961) Figura 8 – Cartilha Caminho Suave (1962) Figura 9 – Cartilha No Reino da Alegria (1974) Fonte: Centro de Referência em Educação Mário Covas-EFAP/SEE-SP. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/obj_a.php?t=cartilhas02>. Acesso em: 05 jan. 2014. 28 As iniciativas vindas através de novas publicações buscavam alfabetizar e solucionar os problemas ou resolvê-los de certa forma e neste sentido foi lançada na década de 60 e reeditada no ano de 1987, a cartilha Casinha Feliz. Segundo a Secretaria de Educação (SEC) da Bahia, através da postagem de Fernando Paixão (2008), esta cartilha foi um marco do método fônico no Brasil. Tal método enfatizava a menor unidade da fala, o fonema, e sua representação na escrita. Ensinava as formas e os sons das vogais, para em seguida ensinar as consoantes e vogais, estabelecendo entre elas relações cada vez complexas (Figura 10). Educadores passaram a trabalhar com textos diversificados que circulavam na sociedade como livros, jornais, revistas, embalagens, bulas, entre outros. O que ocasionou a associação de diferentes suportes não só na estruturação cartilha e no seu conteúdo como no processo de difundir informações. Mais recentemente, o uso de revistas em quadrinhos como instrumento importante na educação tomou outras proporções. O cartunista e Ziraldo e o quadrinista Maurício de Souza deram, junto com outros profissionais pouco conhecidos, um maior impulso neste tipo de literatura. Maurício, por exemplo, tornou-se um grande parceiro e muito colaborou utilizando as revistas em quadrinhos não somente como um passatempo, mas também para despertar o gosto pela leitura. A Figura 11 mostra que o autor deixa claro que, dentro da literatura existente, as HQs (Histórias em quadrinhos) podem ser um grande aliado para a pedagogia da educação, principalmente por atrair tanto crianças quanto adultos. Figura 10 – A Casinha Feliz. Figura 11 – Histórias em quadrinhos sobre a importância da Educação. Fonte: SEC – Bahia. Disponível em: <http://secbahia. blogspot.com.br/2008/08/cartilha s-de-alfabetizao.htm>. Acesso em: 05 jan. 2014. Fonte: Blog Educar para Crescer. Disponível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/poderhistorias-quadrinhos-676039.shtml>. Acesso em: 05 jan. 2014. 29 Segundo Carvalho (2012), as histórias em quadrinhos - que foram por muito tempo consideradas ou entendidas como sendo um tipo de leitura inválida12 - atualmente estão sendo mais atraentes principalmente pela ligação emocional que elas costumam desenvolver com os personagens. Carvalho (2012) estabelece que hoje não há mais dúvidas sobre o valor desse tipo de narrativa, tanto que os quadrinhos são recomendados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e reconhecidos com sendo uma ferramenta de alfabetização e formação no aprendizado. O uso de publicações, como guias que orientam, assim como outras mídias, colaboram com o processo de aceleração da divulgação do conhecimento, fazendo com que o processo seja sempre dinâmico e inovativo. 2.1.2 Cartilhas, Guias e Outras Publicações que Orientam na Construção da Moradia Uma grande diversidade de publicações são elaboradas e disponibilizadas para trazer informações ao leitor, orientando-o independente da formatação e do nome que lhe são atribuídos. Livros, livretos, revistas, cadernos técnicos, manuais, cartilhas, panfletos e outros têm sido utilizados em todas as áreas do conhecimento, como meio de fazer chegar às mãos de um público, muitas vezes específico e outras vezes generalizado, informações muito úteis, sejam elas básicas ou não, relacionadas aos mais diversos assuntos. A busca pelo conhecimento somado às intenções de cada publicação que vai desde apenas fazer com que o leitor tome ciência de algum fato, de uma notícia qualquer, de uma lei, de direitos e deveres, de prestação de contas, de explanação de programas, de uso e manutenção de equipamento ou mesmo de uma residência, indo à orientação de como executar determinada tarefa para alimentar este processo. Na sua essência, todos estes materiais são publicações orientativas. Desta forma, podem-se citar como exemplo os manuais de aparelhos eletroeletrônicos de uso e manutenção de máquinas, as bulas de remédios, os folders, mapas turísticos, etc. que, independente de normas, existem para orientar. Existem dúvidas quanto à nomeação que recebem estas publicações em se considerando seus conceitos encontrados em dicionários. Os objetivos são semelhantes, no entanto e em muitos casos, as características gerais dos materiais podem ser diferentes. 12 No sentido de ser apenas entretenimento. 30 Pretende-se, ao findar este trabalho, chegar a uma conclusão a este respeito, ou seja, quais são estas diferenças e como devem ser produzidos estes dois exemplos. Importante destacar que os meios para que o cidadão possa obter um determinado material é diretamente na origem, ou seja, em pontos tomados como estratégicos por quem pretende divulgar determinado assunto. Por exemplo, para obtermos informações a respeito de aprovação de projetos, a prefeitura deve ser a fonte das informações. As bancas de jornal e revistas, assim como também em alguns magazines13 ou livrarias, costumeiramente oferecem revistas que são direcionadas a atender a área da construção. A revista Téchne da editora PINI, que é uma publicação que trata de tecnologia e informação para a área da construção civil, traz sempre na última secção, um capítulo intitulado Como Construir e para cada revista um assunto diferente é abordado. Apesar de ser uma publicação específica e técnica voltada para profissionais, há mais de uma década, trouxe na edição número 54 de setembro (TÉCHNE, 2001), dentre outros assuntos de interesse, dois de grande importância e intensa discussão. A necessidade de combater o déficit existente na habitação e uma nova tecnologia de construção para a habitação de interesse social (Figura 12 e Figura 13). Figura 12 – Capa da revista Téchne edição 54. Figura 13 – Destaque a habitação de interesse social. Fonte: Revista Téchne. Disponível em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/54/artigo287224-1.aspx>. Acesso em: 11 jan. 2014. 13 Onde se verifica uma maior variedade e disponibilidade de publicações. 31 Na edição número 58 (TÉCHNE, 2002), o assunto é Telhas Cerâmicas. Com texto de Márcia Maria de Melo, engenheira, e Carlos André Fois de Lima, gerente técnico do fabricante, são apresentados os componentes que devem existir em uma cobertura com sugestões de espaçamentos máximos que devem existir na trama, tipos de estrutura, de formas do telhado, de tipos de telhas, exigências funcionais das coberturas, gráfico de inclinação de telhados com coeficiente de inclinação, acabamentos laterais, drenagem de águas pluviais e dicas gerais de como montar um telhado (Figura 14). A secção vai da página 60 à página 63 desta edição. Publicados exclusivamente para serem distribuídos em bancas de jornal e revistas, a CASE Editorial disponibilizou, em 2013, nos meses de agosto e setembro respectivamente, dois volumes com 98 páginas cada um, medindo 133 x 205 mm. O primeiro a chegar às bancas foi o Guia Manual14 do Construtor – Projetos. Traz sugestões e dicas sobre construção e reforma de habitações. A Figura 15 mostra a sua capa e o segundo foi o Guia Manual do Construtor – Etapas de obra. Apresenta informações genéricas sobre inúmeros assuntos relacionados à etapas de execução das obras em uma habitação (Figura 16). Figura 14 – Capítulo como construir (Revista Téchne). Fonte: Revista Téchne. Disponível em: <http://www.techne.pini.com.br/ engenharia-civil/58/sumario.aspx>. Acesso em: 11 jan. 2014. 14 Figura 15 – Guia Manual do construtor – Projetos. Figura 16 - Guia Manual do construtor – Etapas de obra. Fonte: Acervo particular adquiridos respectivamente em banca de jornais e revistas nos meses de agosto e setembro de 2013. Esta expressão confunde o leitor quanto ao aspecto do material, pois outras publicações são utilizadas deixando dúvidas quanto a melhor designação. 32 O momento de inclusão digital pelo qual passamos está presente seja no sistema educacional visto nas escolas ou mesmo nos lares das famílias brasileiras. Em relação às escolas, os laboratórios de informática estão se tornando uma realidade e já não é mais tão difícil ter acesso à informação. [...] A concepção de ensino até o século da cultura industrial, em que o adulto ativo transmitia seus conhecimentos a alunos passivos e heterônomos, é completamente substituída pela concepção de aprendizagem em que o adulto orienta e desafia motivação dos alunos para a pesquisa, para a investigação, para o juízo crítico e consciente, para a busca com motivos pessoais e coletivos, com liberdade de escolha e com responsabilidade individual, nunca “passivos e submissos em massas indiferenciadas” (FAGUNDES, 2010, p. 3). É importante destacar a internet como ferramenta de pesquisa e fonte de informações. Segundo Seabra (2010), a interação das crianças e dos jovens com as tecnologias digitais nos permite comprovar que uma nova inteligência está se desenvolvendo nas novas gerações que crescem incluídas na cultura digital. Complementa dizendo que sua utilização pode abrir novas possibilidades para alunos e professores, superando as barreiras físicas e o acesso limitado aos recursos de informação existentes e, literalmente, colocando o mundo acessível na ponta dos dedos (SEABRA, 2010). As habilidades e competências que se pretende desenvolver em estudantes passam pela pesquisa. Novos termos surgem nesta interação: Webquest. Sobre este termo e ainda em Seabra: [...] O conceito de Webquest, que significa “busca na web” foi criado em 1995 por Bernie Dogde, professor da Universidade Estadual da Califórnia, EUA, e por Tom March, seu assistente na época. Segundo o próprio Dogde, uma Webquest é “uma atividade investigativa, em que alguma ou toda a informação com que os alunos interagem provém da internet” (SEABRA, 2010, p. 5). Por meio da internet e às vezes por comodidade, o interessado tem uma maior liberdade de escolha e pode fazer download de informações que mais lhe interessam mesmo dentro da própria residência. Hoje, a velocidade com que se busca uma informação é uma constante e faz parte da vida dos jovens independente do nível de escolaridade. Profissionais mais experientes devem se atualizar com estes novos recursos sob a pena de ficar à margem da evolução digital. Sites do CREA, da Caixa, do IAB, do SINDUSCON, de fabricantes de materiais utilizados nas construções, blogs e tantos outros inclusive sites de prefeituras municipais, trazem material significativo a respeito de construções. 33 Existem também sites que comercializam estes materiais disponibilizando-os mediante pagamento. No entanto, foge do foco do trabalho que visa a facilidade de acesso à informação e dispor de recursos para tal não atende aos objetivos declarados. Seguem alguns exemplos de publicações sobre construção disponibilizadas gratuitamente e de vários formatos. A Caixa Econômica Federal (CEF), por ser atualmente o maior agente financiador de programas habitacionais no país, apresenta suas cartilhas com objetivos específicos relacionados ao déficit habitacional. A Figura 17 apresenta a capa da cartilha do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), volume 1, com suas diretrizes e considerações gerais a respeito deste programa. A Figura 18 representa a capa da cartilha do Programa Minha Casa Minha Vida volume 2, direcionada aos municípios para uma população de até 50 mil habitantes. A cartilha detalha toda a documentação necessária para que as famílias pertencentes à população com renda familiar de até 10 salários mínimos (SM) possam se candidatar ao financiamento da casa própria. A Figura 19 apresenta a capa de uma publicação intitulada de Cadernos CAIXA, com duas sugestões de projeto padrão de casas populares, incorporando o projeto arquitetônico ao projeto de instalações com memorial descritivo completo. Publicada em 2007, na cidade de Vitória - (ES). Figura 17 – Cartilha do PMCMV Volume 1. Figura 18 – Cartilha do PMCMV Volume 2. Figura 19 – Cadernos CAIXA Projeto Padrão. Fonte: Site da Caixa Econômica Federal. Disponível em: <http://mcmv.caixa.gov.br/minha-casa-melhor-teracartilha-com-informacoes-sobre-o-credito/>. Acesso em: 13 jun. 2013. 34 2.1.3 Cartilhas, Guias, Manuais e Cadernos Voltados às Construções Rurais A CEF também apresenta material orientativo voltado para o meio rural. Com o título ”A CAIXA e a Habitação Rural: construindo um ambiente saudável e sustentável”, com 92 p. (s.d.). Este Caderno apresenta as situações do entorno da casa, do jardim, passando pelo pomar e edificações de apoio como curral, galpões, pocilga, estábulo, etc.. Apesar de ser bastante completo, tem poucas ilustrações (Figura 20). O Manual intitulado Minha Casa Minha Vida: Programa Nacional de Habitação Rural é direcionado também ao público que vive no meio rural. Seu objetivo é apresentar os caminhos para a aquisição de subsídios financeiros para a produção da habitação rural. O programa atenderá apenas àquelas famílias que tenham renda familiar bruta anual máxima de R$ 15.000,00 – ano de referência 2009. A Figura 21 apresenta a capa do Manual. Figura 20 – A Caixa e a Habitação Rural. Figura 21 – Minha Casa Minha Vida – Rural. Fonte: Site da Caixa Econômica Federal. Disponível em: <http://mcmv.caixa.gov.br/minha-casa-melhor-teracartilha-com-informacoes-sobre-o-credito/>. Acesso em: 13 jun. 2013 A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) apresenta um conjunto de publicações intituladas de “Guias de Construções Rurais a base de cimento”. São três volumes e cada um trata de construções com benfeitorias específicas para o meio rural e informações muito úteis ao produtor. 35 Estes Guias descrevem características e vantagens de elementos pré-moldados construídos com cimento, com detalhes de instalação ou montagem. Utilizam como argumento para justificar o uso de pré-moldados a base de cimento, o fato da possibilidade de preservação de recursos naturais como a madeira, substituindo-a por peças de concreto. Cada publicação é um assunto diferente e, no geral, todas apresentam o uso de elementos construtivos no meio rural. Alguns assuntos são de aplicação mais generalizada, como: cercas, muros, mata-burros, pontilhões, moradias, fossas sépticas, piso e revestimentos, cochos e outros são mais específicos, como as questões que atendem à bovinocultura, suinocultura, avicultura, armazenamento e secagem de grãos, como é especificado em suas primeiras páginas. A Figura 22 apresenta a capa do guia de número 1 que trata de benfeitorias de uso geral que poderão ser construídas em qualquer tipo de propriedade rural. A Figura 23 representa a capa do guia de número 3, como usar os materiais, com 55 págs.. Apresenta o preparo do concreto, componentes de argamassas, solo- cimento, ferrocimento15 e outras informações. A Figura 24, com 64 págs., representa a capa do guia com as benfeitorias para bovinocultura. Figura 22 – Benfeitorias de uso geral. Figura 23 – Como usar os materiais. Figura 24 – Benfeitorias para bovinocultura. Fonte: ABCP. Disponível em: <www.maosaobra.org.br>. Acesso em: 03 jun. 2013. 15 O ferrocimento é um material constituído de uma argamassa de cimento e areia, envolvendo um aramado de vergalhões finos e telas. 36 2.1.4 Cartilhas e Manuais de CREAs e Prefeituras Municipais As Prefeituras Municipais das cidades brasileiras e os CREAs regionais têm demonstrado a preocupação com o problema do déficit habitacional no país ao divulgar várias cartilhas de orientação para população, geralmente disponível nos seus sites, como mostram os exemplos a seguir. Com o título CONSTRUÇÃO E REFORMA – MÃOS A OBRA e subtítulo Cartilha de orientação ao cidadão, a Prefeitura Municipal de Vila Velha (ES), por meio da sua Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, fornece várias informações úteis sobre a documentação necessária desde a compra do terreno, à liberação do habite-se. Traz na sua apresentação que seu objetivo é orientar os melhores procedimentos e as melhores práticas nas reformas e construções de edificações em geral, no entanto, e apesar do nome, não menciona nada a respeito da prática das construções (Figura 25). Com o título Construção e Reforma Legal, o CREA do estado do Rio de Janeiro orienta o cidadão na compra, contratação de profissionais para a realização em reformas e construção de maneira geral e, de igual forma, não menciona quais as técnicas construtivas indicadas ou sugeridas para alcançar seu objetivo (Figura 26). Em ambos os casos, fica evidenciado que a população interessada deve atentar para o fato de que profissionais especializados das áreas de arquitetura e engenharia civil devem ser procurados para a devida assistência técnica. Figura 25 – Cartilha Construção e Reforma. Fonte: CREA – ES. Disponível em: <www.vilavelha.es.gov.br/Cartilha %PMVVMãosaObra>. Acesso em: 21 set. 2013. Figura 26 – Cartilha Construção e Reforma Legal. Fonte: CREA – RJ. Disponível em: <www.crea-rj.org. br.orgvilavelha.es.gov.br/.../Cartilha%PMVVMãosaOb ra>. Acesso em: 21 set. 2013. 37 A Prefeitura Municipal de Cuiabá (MT) utiliza Cartilhas e Manuais para que a população tenha acesso a materiais informativos importantes com facilidade. Destaca-se o Manual para Aprovação de projetos, que fornece diversas informações que são necessárias à aprovação de projetos. Possui 66 págs., poucas ilustrações e foi elaborado e publicado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano – SMADES em 2006. A Figura 27 apresenta a sua capa. O Plano Diretor de Desenvolvimento Estratégico de Cuiabá, elaborado pelo hoje extinto Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano – IPDU - com a colaboração e aprovação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Estratégico – CMDE - conta com 14 págs. e está no formato de cartilha. Relaciona a Lei Complementar nº 150, de 29 de janeiro de 2007 que dispõe sobre o próprio Plano Diretor de Desenvolvimento Estratégico de Cuiabá e dá outras Providências, como diz o enunciado (Figura 28). O Manual de vias públicas: Calçadas, elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano, que explica como devem ser construídas, mantidas ou adequadas as calçadas das vias públicas da cidade. São 76 págs. e acompanha um CD com a publicação digitalizada. A data de sua publicação é de 2006. Apresenta os assuntos com clareza e é ricamente ilustrado (Figura 29). Figura 27 – Manual para Aprovação de Projetos. Figura 28 – Plano Diretor de Desenvolvimento Estratégico. Figura 29 – Manual de Vias Públicas / Calçadas. Fonte: Prefeitura Municipal de Cuiabá – MT. Disponível em: <www.cuiaba.mt.gov.br/>. Acesso em: 22 abr. 2013. 38 2.1.5 Manuais da Construção Os manuais, por serem geralmente muito técnicos, são certamente muito eficientes tanto no meio acadêmico quanto nas práticas profissionais, no entanto, podem tornar a leitura cansativa e de difícil compreensão em função de suas características gerais, ao ser aplicado como guias orientativos à população pouco preparada para este tipo de leitura, que é o caso do púbico alvo deste trabalho. Os exemplos a seguir mostram que são publicações que, por terem as características mencionadas são impressas como livros técnicos e na sua grande maioria, são comercializadas e não disponibilizados gratuitamente. O Manual de construção de G. Baud, por exemplo, vem em três volumes com 946 págs., sendo 155 págs. no volume 1, 316 págs. no volume 2 e o mais denso com 475 págs., no volume 3 (Figura 30). Já o Manual do construtor, de João Batista Pianca, vem em seis volumes. Estes dois exemplos têm longa história, pois são publicados desde a década de1970. A Figura 31 apresenta a capa da edição de 1977, com 712 págs.. O Manual do arquiteto descalço, de Johan Van Lengen, com 708 págs., é o que tem o número menor de páginas destes exemplos. A Figura 32 apresenta a capa da sua 5ª reedição, datada de 2008 e dos três exemplos, é o único que adota a bioarquitetura e a sustentabilidade aplicada às construções. Figura 30 – Manual de Construção. Figura 31 – Manual do Construtor. Figura 32 – Manual do Arquiteto Descalço. Fonte: ISSUU. Disponível em: <http://issuu.com/arquitetoboina/docs/projeto_casa>. Acesso em: 21 abr. 2013. 39 Outro exemplo de guia orientativo que se diferencia no volume na comparação com os anteriores, é o Manual do Construtor, da Editora Confronto (s.d.). Utiliza bem ilustrações em preto e branco e as Figuras 33, 34 e 35 apresentam respectivamente a sua capa, seu índice e a primeira página. Figura 33 – Manual do Construtor – Capa. Figura 34 – Manual do Construtor – Índice. Figura 35 – Manual do Construtor – Introdução. Fonte: Acervo particular Foi distribuído gratuitamente e trata-se de um guia prático para construir sua própria casa (muros, paredes, lajes, material, orçamento e procedimento), com 66 págs., medindo 140 x 210 mm, com informações básicas e genéricas que vão da escolha do terreno à cobertura da edificação. 2.1.6 Apostilas Outro meio muito utilizado para difundir técnicas nesta área do conhecimento são as apostilas. Milito (s.d.)16 elaborou uma série de informações técnicas de Construção Civil e Construção de Edifícios neste formato. Conta com 296 páginas e é dedicada a estudantes universitários da área de construção civil (Figura 36). É ricamente ilustrada e, apesar de 16 José Antonio de Milito, professor da Pontifícia Universidade de Campinas (PUC) e de Sorocaba (SP). 40 contar com uma linguagem mais técnica, aborda todos os assuntos pertinentes à construção de um edifício, como se pode verificar através do sumário parcial apresentado na Figura 37. O material tem por objetivo facilitar, através da consulta em suas páginas, o bom entendimento da disciplina que empresta seu nome à apostila. Suas ilustrações são totalmente originais, como mostra a Figura 38. Figura 36 – Apostila Técnicas de Construção Civil. Figura 37 – Parte do sumário. Figura 38 – Ilustrações originais. Fonte: WR Design 3D. Disponível em: <http://mtcprojetos.blogspot.com.br/2011/05/maos-obra-aprenda-vocemesmo-construir.html>. Acesso em: 22 maio 2013. 41 3 METODOLOGIA Este tópico define o tipo de pesquisa, descreve a metodologia adotada para a realização do trabalho e os conceitos básicos e necessários que norteiam a pesquisa. Trata-se de um estudo bibliográfico-descritivo que, através de um levantamento de dados, realiza uma análise de material publicado ou publicável17. As informações observadas estão relacionadas à comunicação que estas publicações oferecem através dos textos e imagens utilizadas e como isto ocorre. Trata-se de uma abordagem qualitativa, no entanto, será conferida a frequência com que determinadas características surgem no material catalogado. Para a sua classificação e respectiva análise, serão utilizados os recursos básicos encontrados nas técnicas da estatística para reforçar ou eliminar hipóteses e isso faz com que esta pesquisa tenha também uma abordagem quantitativa. São abordados os movimentos populares, que uma vez bem organizados e com uma boa representatividade, geralmente adotam sistemas de construção, seja na forma de mutirão, autoconstrução ou autogestão, também denominado de autoajuda para providenciarem a sua moradia. São apresentados também projetos e experiências vivenciadas e, por fim, uma amostra de cartilhas e guias como instrumentos orientativos da execução da moradia. 3.1 A Pesquisa Para a obtenção das informações, foi adotada a busca por referências por meio da internet, onde se verificou o uso relevante deste tipo de material por usuários de todas as idades. Estão sendo produzidas publicações de diversas origens como instituições públicas, particulares, empresas, Ongs e tantas outras que, independente do nome dado a elas, informam, orientam, ensinam, previnem, etc. Foram utilizadas inicialmente as palavras chave cartilhas, manuais e guias para a busca de material disponível para download e para materiais semelhantes já publicados, impressos e disponíveis em pontos específicos18 para realizar o registro e a catalogação. Estes últimos, apesar do número reduzido, também foram considerados e registrados. Aqueles 17 18 Materiais disponíveis para a publicação através de download. São impressos e distribuídos gratuitamente, em geral, nas lojas de materiais de construção, no caso de publicações direcionadas às edificações ou de outros encontrados em prefeituras, secretarias, etc. 42 materiais que estão disponibilizados, mas mediante pagamento, foram desconsiderados, pois fogem do foco principal que é atender a uma faixa da população classificada como sendo de baixa renda. As cartilhas de alfabetização apresentadas na fundamentação teórica para este trabalho também foram desconsideradas. 3.2 A Evolução da Pesquisa Durante a busca, que teve seu início em agosto de 2012 e deu-se por encerrada em outubro de 2013, houve uma evolução no processo. Os termos adotados inicialmente na pesquisa e que foram utilizados como palavras chave trouxe um resultado muito diversificado. Fato este que contribuiu para que outras palavras fossem utilizadas ou pequenas frases e assim, o trabalho se desenvolveu em etapas. Na Etapa 1, foram utilizadas as palavras chave isoladas com um termo apenas, como mostra a Fase 1 da Tabela 1. Nesta fase, foi encontrado um número significativo de publicações e todas elas foram consideradas e catalogadas. Percebeu-se que várias áreas de conhecimento e interesses utilizam este meio para levar informações a um público específico na área da Construção Civil e Arquitetura. Na Etapa 2, com a intenção de melhor direcionar a pesquisa, foram adotadas uma formação com duas palavras, como mostra a Fase 2 e combinações com mais de duas palavras, formando pequenas frases na Fase 3 (Tabela 1). Tabela 1 – Evolução da pesquisa através de palavras chave adotadas. FASE 1 FASE 2 FASE 3 Cartilha(s) Manual(ais) Cartilhas construtivas Cartilhas orientativas Cartilhas da construção Cartilha sobre mutirão(ões) habitacionais Guias(s) Manuais construtivos Cartilhas para construção civil Caderno(s) técnico(s) Caderno(s) orientativo(s) Cartilhas sobre construção civil Manuais da construção Manual(ais) técnico(s) Cartilha de como construir Manual(ais) orientativo(s) Guia(s) orientativo(s) Manual da construção civil Manual da construção da casa popular Guia da construção Cartilha da habitação de interesse social Manual da habitação de interesse social Cartilha da construção da casa popular Fonte: Organizada pelo autor. 43 O número de publicações encontradas, considerando todos estes termos e expressões, totalizaram 606 e por amostragem representam então o universo a ser estudado. Verificou-se que o uso das combinações com termos mais específicos trouxeram resultados mais expressivos e da mesma forma, verificou-se também que o número deste tipo de publicações é bem maior do que se previa. Percebeu-se que as publicações relacionadas à construção de habitações foram segmentadas, ou seja, surgiram publicações com objetivos de informar à população como construir não só a moradia, como também outros itens relacionados a ela como paredes, pisos, coberturas, instalações, calçadas, cisternas, fogões artesanais e diversos outros elementos construtivos pertinentes ao processo de morar. 3.3 Conceitos Básicos e Fundamentais Devido à variedade de publicações encontradas e a um desencontro entre os conceitos19, é importante estabelecer a especificidade de cada uma delas. Neste tópico, apresenta-se a definição vigente, obtida através de dicionários e enciclopédias sobre o que se espera quanto à definição conceitual, de forma e de estrutura das publicações investigadas. Buscaram-se inicialmente as definições de termos que serão empregados como palavras chave na pesquisa: a-) Cartilhas; b-) Manuais; c-) Guias e d-) Cadernos. 3.3.1 Cartilhas As Cartilhas20 têm como objetivos: i) - Informar a respeito de um determinado assunto, visando uma aprendizagem ou apenas a ciência por parte do leitor e ii) - Ensinar, apresentando instruções de como realizar uma tarefa, com a utilização de metodologia específica. 19 20 Considerando as características conceituais, foram encontradas publicações denominadas de manuais com aspectos de cartilhas e cartilhas com aspectos de manuais. Cartilha s.f. (Do cast. cartilla) Livro para ensinar a ler. II Rezar ou ler pela cartilha (de alguém), ter as mesmas convicções; seguir as ideias, as teorias, os métodos (de uma pessoa – grifo nosso): Ele reza pela minha cartilha. Ali, todos lêem pela mesma cartilha. Fonte: Grande Enciclopédia Larousse Cultural (1998, p. 1210). 44 As publicações do tipo cartilhas devem ser rápidas21, ou seja, ter dimensões e número de páginas reduzidos; ter uma linguagem direta e de fácil entendimento; deve ser ricamente ilustrada e sem a utilização de termos muito técnicos; ter uma grande abrangência e deve ainda atender os mais diversos tipos de leitores. Esta definição será abordada novamente no final do trabalho. 3.3.2 Manuais Os Manuais22 são publicações que apresentam informações na forma de normas ou de procedimentos que devem ser obedecidos no conjunto. Seu principal objetivo é fazer com que o leitor possa realizar através das suas orientações, seja individualmente ou coletivamente, atividades relacionadas à montagem e uso de um objeto ou simplesmente adquirir conhecimento. Em relação à quantidade de páginas, não há um número específico, uma vez que manuais podem ser encontrados desde a formatação de panfletos a livros. É a única publicação que possui uma norma elaborada especificamente para manuais de proprietários, que são aqueles entregues aos adquirentes de algum imóvel residencial. Trata-se da NBR 14037. 3.3.3 Guias Os Guias23, segundo a fonte de referência, têm explicações diferentes de uso e aplicação, no entanto, para não ficar muito extenso com o uso de conceitos direcionados para áreas diferentes, encerrou-se neste ponto, uma vez que a essência da publicação está nas informações sobre algum tipo de serviço ou produto contido nela. 21 Significa não ter número de páginas elevado e fluir rapidamente, através de uma boa interrelação entre texto e imagens. 22 Manual adj. (Do lat. Manuale, manualis) 1. Relativo à mão. – 2. Que se faz com as mãos: trabalho manual. – 3. Que é acionado com as mãos: máquina manual. – 4. Que se pode levar com as mãos. ♦ s.m. 1. Compêndio, livro pequeno que encerra os conhecimentos básicos de uma ciência, uma técnica, um ofício: manual do agricultor, do carpinteiro (grifo nosso). – 2. Livro de rezas, breviário. Fonte: Grande Enciclopédia Larousse Cultural (1998, p. 1210, p. 3786). 23 Guia ♦ s.m. 1. Publicação destinada a orientar habitantes ou visitantes de determinada região ou cidade, sobre pontos de interesse turístico, estradas, logradouros, horários de transportes, etc. – 2. Publicação que traz informações sobre algum tipo de serviço ou produto (grifo nosso). – 3. Vaqueiro que conduz a boiada (p. 2867). Fonte: Grande Enciclopédia Larousse Cultural (1998, p. 1210). 45 3.3.4 Cadernos Segundo a enciclopédia Delta Larousse, a palavra caderno24 significa: reunião de folhas de papel cosidas, coladas ou grampeadas de maneira a servir como livro de apontamentos, exercícios escolares, etc.. No meio jornalístico, significa cada uma das partes em que se divide um jornal. De um modo geral, pode-se entender que a definição da palavra caderno de forma isolada simplesmente não se encaixa no emprego que se busca neste trabalho, no entanto, ao adicionar a palavra técnico, a expressão tem outro significado. Tratase de um documento que irá traduzir todo o desempenho operacional de um projeto. Geralmente é denso, com muitas páginas e muito técnico. Semelhante a manuais. 3.3.5 Movimentos Populares Movimentos populares são movimentos sociais por natureza e podem surgir através de uma provável insatisfação de parte da sociedade relativa a respostas governamentais ou não, sobre determinados assuntos ou necessidades, por exemplo, a falta de moradia. Segundo Ammann (2008), movimento social é uma ação coletiva de caráter contestador, no âmbito das relações sociais, objetivando a transformação ou a conservação da ordem estabelecida na sociedade. A partir deste princípio e com enfoque nas questões relacionadas à moradia ou à falta dela, considera-se este conceito, no entanto, acrescenta-se que tais movimentos, de acordo com o grau de sua organização, adquirem força enquanto conjunto e conseguem acelerar processos. No entanto, movimentos populares mal articulados ou estruturados geralmente têm dificuldades, considerando o aporte financeiro para a aquisição de um terreno e de material para construção onde possam edificar sua casa própria. Precisam criar uma entidade ou pertencerem a uma, seja ela uma associação, cooperativa ou mesmo uma organização não governamental (Ong), uma vez que as dificuldades são muitas e podem tornar o processo de obtenção de um espaço e construção muito lentos. 24 Caderno s.m. (Do lat. Quaternus, forma sing. Do distributivo quaterni, quatro de cada vez.). Fonte: Grande Enciclopédia Larousse Cultural (1998, p. 1032). 46 Esta população, uma vez bem organizada, ágil e politizada pode ter os seus problemas relacionados à moradia amenizados e até mesmo resolvidos, se filiada a uma entidade criada para este fim, como por exemplo, o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), a União Nacional por Moradia Popular (UNMP), a Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM), Associação Brasileira de COHAB’s e a Central de Movimentos Populares (CMP) entre outras. Destaca-se que geralmente a população que é desprovida de recursos financeiros tem na sua essência, mesmo que precariamente ou por necessidade, características relacionadas à solidariedade e à autoconstrução. Neste contexto, uma das formas mais utilizadas para que sejam construídas suas moradias é por meio do sistema de mutirões. 3.3.6 Mutirões Segundo Abiko e Coelho (2006), o mutirão, também conhecido como sistema de ajuda mútua, é uma alternativa habitacional baseada no esforço coletivo e organizado da comunidade – os chamados mutirantes – para a construção das próprias moradias. Reconhecido como sendo um sistema alternativo de política habitacional que se evidencia através do cooperativismo. No sistema de mutirão, geralmente as casas são construídas e só depois de concluídas é que se escolhem os moradores. Todo o trabalho é feito durante os dias úteis e o mutirante normalmente assume o papel de servente, com a mão de obra especializada contratada. Como este movimento popular faz parte da cultura brasileira, tem sua origem na área rural. As relações de amizade e respeito existentes em uma comunidade é que moveram este tipo de cooperativismo e ainda o fazem principalmente na região do nordeste brasileiro. Os trabalhos podem ser de qualquer natureza. Sempre que alguém ou uma família necessitarem de ajuda, todos se mobilizam em grupo, contribuindo para que a atividade se realize. Uma festa religiosa, uma colheita, uma cerca refeita, uma cisterna, uma pocilga ou outra construção em benefício da comunidade são exemplos de cooperação. Os resultados são tão verdadeiros que geralmente e invariavelmente ao término do trabalho, aqueles que foram agraciados com os benefícios oferecem uma festa para que sejam declarados à comunidade o seu agradecimento e satisfação. Esta solidariedade veio juntamente com a migração do homem do campo para as cidades. A Grande Enciclopédia Larousse Cultural (MUTIRÃO, 1998, p. 4136), assim define mutirão: 47 [...] O sistema cooperativo do mutirão estendeu-se também às cidades brasileiras, principalmente na construção de moradias populares, como opção ao sistema tradicional da Cohab, que contratava em praticamente 90% dos casos empresas de construção civil. A adoção do sistema de ajuda mútua ou mutirão reduziu custos e permitiu a discussão democrática de conflitos em todos os níveis, principalmente nas questões relacionadas ao Estado. Os terrenos são financiados aos moradores, o grupo constrói as casas em mutirão (conjuntamente, segundo regras prefixadas), os materiais de construção são financiados e a mão de obra resulta em custo zero. O custo total e, portanto, inferior em relação à solução tradicional. O governo fornece os profissionais que apoiam os moradores na resolução das questões técnicas. É importante ressaltar que o uso do regime de mutirão como política habitacional para centros urbanos, que muitas vezes não prevê a participação ativa da população no processo de planejamento, elaboração, preparação e execução do projeto, geralmente não é nada positivo. De outra parte, a comunidade, quando este envolvida e participante de todo o processo, pode influenciar nos resultados que podem ser mais satisfatórios. Mesmo tendo a atual Lei da Assistência Técnica a favor daqueles que mais necessitam, devido ao seu tempo de existência, ainda é pouco expressiva entre as comunidades carentes brasileiras. Pode, com o tempo, vir a ser uma importante ferramenta a ser aplicada principalmente com a adoção do sistema de construção pelos mutirões como opção de política habitacional. Independentemente do seu desenvolvimento, alguns países tem-se utilizado deste regime nos momentos de crises. Segundo Abiko e Coelho (2006), os mutirões habitacionais no Brasil têm três fases distintas de evolução: i) Fase 1: implantação, meados de 1970; ii) Fase 2: institucionalização, de 1982 a 1989; e iii) Fase 3: desenvolvimento, a partir de 1989. É importante destacar a participação de diferentes profissionais nas assessorias técnicas dos movimentos populares em que as associações de futuros moradores, devidamente organizados e participativos, é que gerenciam os processos, desde as contratações às execuções da obra. Fato este que tem contribuído muito para a existência de qualidade nos projetos habitacionais, assim como na qualidade das suas construções. Faz-se necessário, portanto, definir qual deve ser a estruturação deste programa de mutirões a ser implementado na base da comunidade. Segundo Abiko e Coelho (2006), antes de se pensar na elaboração de um modo de provisão em mutirão, é necessário que se possa 48 contar com uma estrutura organizacional que contemple as diversas etapas, definindo especificidades, os atores envolvidos e suas responsabilidades. São consideradas três modalidades deste tipo de processo construtivo: (i) O mutirão por gestão institucional ou administração direta – corresponde aos casos em que o agente público gera o empreendimento, isto é, elabora os projetos, fornece a equipe técnica que gerencia a obra e administra todos os recursos financeiros e não financeiros aportados; (ii) O mutirão por cogestão – corresponde aos empreendimentos nos quais o Poder Público repassa recursos às comunidades, representadas e organizadas em associações comunitárias, as quais contratam escritórios técnicos autônomos para assessorá-las na administração dos recursos. Tais escritórios, também conhecidos como “assessorias técnicas”, normalmente elaboram os projetos e exercem a direção técnica das obras, responsabilizando-se tecnicamente por sua execução; (iii) O mutirão por autogestão – é a modalidade na qual a comunidade, por meio das associações de moradores, é a responsável pela administração geral do empreendimento, bem como pelo gerenciamento de todos os recursos. Nesse caso, também pode haver participação de assessorias técnicas. Os movimentos populares que utilizam como regime de construção o mutirão ou autoajuda na construção de moradias às vezes não trazem bons resultados e isso se deve à ausência de equipe técnica, de assistência técnica e de um planejamento operacional eficiente. É comum acontecer o início de uma obra, por exemplo, com apenas os desenhos muitas vezes elementares relativos apenas à planta baixa do imóvel, quando muito das instalações elétricas e hidrossanitárias. Via de regra, são cópias dos mesmos desenhos que foram aprovados na prefeitura municipal. Isso quando a aprovação do projeto acontece que é o mínimo que se espera de uma organização, ou seja, construir legalmente. Outro fator que muito contribui negativamente é a inexperiência e a falta de capacitação das pessoas que estão dispostas a trabalhar no local. Os participantes do movimento fazem parte de uma mão de obra não qualificada e geralmente não estão 49 disponíveis para a obra todos os dias, somente nas suas folgas semanais. Esta falta de domínio do sistema construtivo também está ligada à baixa produção no canteiro de obras e a uma ausência de racionalização, levando ao desperdício de tempo, de material e da força de trabalho vindas dos próprios e futuros usuários das moradias a serem construídas. Nestes casos, faz-se necessário intensificar a socialização ou a transferência de conhecimentos neste processo. Isso acontece através da assistência técnica cuja preocupação principal é orientar e preparar a população para que as obras sejam executadas com o máximo de controle de qualidade e técnica construtiva. A difusão das informações encontra-se no uso de publicações orientativas, sejam elas cartilhas, manuais ou outro qualquer elemento que sistematiza todos os pressupostos e metodologias que podem servir como facilitadores quando da execução de uma ou de todas as atividades relativos à construção da casa. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT possui uma linha de pesquisa que prioriza o estudo de soluções alternativas para a produção de habitações com a participação da comunidade em regimes de mutirão na modalidade de cogestão e autoconstrução. Oficialmente, autoconstrução é a denominação do ato de construir, no caso a moradia, em terreno que seja de propriedade de quem constrói. O sujeito o faz com recursos próprios, com as próprias mãos, sem projeto e sem nenhum tipo de assistência técnica de profissional habilitado para tal e muita vezes sem mão de obra especializada. Desta forma então, um sistema desassistido. Na autoconstrução, cada família faz sua casa com um projeto personalizado. Recebe treinamento e capacitação que pode contar com reforço de amigos e parentes e/ou contrata pedreiro. Situações em que se verifica a edificação de habitações, mesmo que sub-humanas em áreas impróprias ou que não sejam de propriedade de quem a ocupa, também é autoconstrução de um modo geral. Esta é a essência de parte da população pertencente à classe menos favorecida. 3.3.7 Autoconstrução A maioria dos casos de falta de moradia para a população mais carente e de baixa renda, solucionados pelo próprio interessado, está no fato de ele adquirir um lote por um preço menor em virtude de estar localizado na periferia das cidades ou fora delas. Através de um processo muito longo e penoso, o sujeito vai edificando sua moradia nos finais de semana 50 ou em período de férias se for assalariado, tendo o apoio de familiares ou amigos e sem assistência técnica nenhuma. Geralmente inicia a construção de maneira precária na divisa de fundos do lote e aos poucos vai trabalhando na construção principal. O termo autoconstrução, considerando isso, pode ser entendido então como um processo onde o próprio e futuro morador é quem gerencia a sua própria moradia e, como não tem acompanhamento de profissionais habilitados para a devida orientação, trata-se de uma autoconstrução desassistida. [...] no Brasil, a intervenção do Estado na autoconstrução, apesar de constar em documentos oficiais e diagnósticos desde as décadas de 1960 e 1970, passou a ser apreciada apenas a partir dos anos 80, após a fase de descapitalização do Sistema Financeiro da Habitação (após 1983), através de programas governamentais específicos e organização de mutirões, quando se começou a valorizar a “participação” da população, apropriando-se das formas espontâneas populares (FRANCISCO et al., 2004, p. 7). Esse processo construtivo tem grande participação na solução contra a falta de moradias tanto em áreas urbanas quanto em áreas rurais. Em reconhecimento, foi criada, em dezembro de 2008, a Lei nº 11.888 que trata da assistência técnica gratuita de engenheiros e arquitetos a processos não só de autoconstrução, como no regime de mutirões também, conduzindo estes processos a fazerem parte das políticas públicas vigentes no país. Como instrumento de desenvolvimento urbano e social, pode crescer e se transformar em um grande aliado no combate a falta de moradias. Desta forma, denomina-se de autoconstrução assistida o processo onde há a participação de profissionais habilitados e qualificados pagos pelo governo, prestando assistência à construção onde o próprio morador, com ou sem a participação de pedreiro, é que constrói sua moradia. 3.4 Sistemas Construtivos Aplicáveis a Movimentos Populares Em workshop realizado em 2001, na cidade de Florianópolis (SC), o Programa 25 Habitare discutiu assuntos relacionados à tecnologia aplicada em ambientes construídos com o objetivo de identificar as estratégias de inovação e modernização. 25 Coordenado pela Financiadora de Estudos e Pesquisas (FINEP), Caixa Econômica Federal (CEF), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Ciência e da Tecnologia 51 O documento originário deste encontro trabalha propostas entendendo que em termos de requisitos dos produtos, haverá uma demanda crescente por construções de baixo custo de operação, baixo custo de manutenção e mais sustentáveis, inteligentes, individualizadas e, flexíveis, de forma a se adaptar às mudanças de necessidades dos usuários. Fica claro que é preciso se atentar quanto ao período que se entende quando se fala em futuro, pois uma das considerações finais deste seminário é que as tendências de mudança, em se considerando estratégias, acontecem num horizonte de cinco a sete anos. Certamente este estreito período não se aplica a uso de materiais e tecnologias construtivas para o público alvo do estudo. Entende-se que qualquer material e qualquer sistema construtivo podem ter como apoio, no transmitir orientações, materiais publicados, associando-se a outros meios ou não. No entanto, os sistemas apontados aqui, considerando o público alvo, valorizam a questão de redução de custos, de gasto de energia e uma melhor satisfação do futuro usuário, pois os sistemas vinculados aos processos de construção através de mutirões ou autoconstrução têm como princípio a participação do próprio usuário do espaço a ser construído. 3.4.1 Tijolos Cerâmicos Mesmo com novas tecnologias e materiais utilizados na construção civil de uma maneira geral e extensivos à habitação de interesse social, o uso de materiais tradicionais como o velho, prático e acessível tijolo cerâmico ainda se mantêm na atualidade. Altamente confiável e de baixo custo, é fácil de ser encontrado e utilizado. É também o material mais empregado nas construções, sejam elas para a população mais carente ou não. Com as discussões estabelecidas em torno da sustentabilidade, as tecnologias mais antigas estão sendo resgatadas e valorizadas por seu baixo impacto causado ao meio ambiente quando da sua fabricação e uso. (MCT), Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC), Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República (SEDU), Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena Empresa (SEBRAE), Comitê Brasileiro da Construção Civil (COBRACON/ABNT) e Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). 52 São vistos como possiblidades reais de produção da moradia principalmente para a população de baixa e baixíssima renda que, uma vez organizada, pode aplicar estes sistemas construtivos com o auxílio de movimentos populares ou simplesmente pela solidariedade, ou seja, construir através do regime de mutirões, que é conhecido entre esta camada da população. 3.4.2 Construções com Terra - Adobe A Bioarquitetura ou Bioconstrução, que lidam com estas tecnologias mais antigas, ganham cada vez mais espaço e notoriedade. Um material abundante, que temos facilmente encontrado e que em muitos casos dispensa transporte é a própria terra. Alguns processos construtivos podem ser executados com a terra do próprio lugar onde se pretende construir. Testes simples ou dependendo dos casos, exames mais apurados podem mostrar a qualidade da terra que, associada a outros materiais, podem oferecer a resistência e durabilidade necessárias às construções. O arquiteto alemão Gernot Minke tem se destacado internacionalmente com projetos construídos com este material inclusive no Brasil26. Sua pesquisa ininterrupta em construções com terra crua chegou a um nível de desenvolvimento que o torna uma referência no assunto. A projeção deste tipo de construção, no campo da habitação, está em processo crescente e a bioarquitetura27 têm em Minke (alemão) e Lengen (holandês) nomes que a representam com autoridade. Estão constantemente em solo brasileiro ora ministrando cursos ora proferindo palestras. Rio Grande do sul (Minke) e Bahia (Lengen) são respectivamente os estados que executaram construções com suas técnicas. O adobe é uma espécie de tijolo em terra crua, misturado com palha ou capim geralmente seco é preparado tradicionalmente com os pés e depois da massa pronta, é colocado em uma fôrma de madeira. Logo em seguida, é desformada para secar naturalmente, ou seja, sem queima. Os blocos, que podem ter tamanhos diversos, depois de secos, são utilizados na construção das paredes das edificações sendo assentados geralmente com o próprio barro utilizado na confecção do adobe. 26 27 Picada Café (RS). Foi construída sob sua supervisão, uma construção em terra crua e adobe com teto verde. Surgiu nos anos 60 é a parte da arquitetura que busca executar as construções em harmonia com a natureza com baixo impacto ambiental e custos mais reduzidos (por Yuri Vasconcelos do site Planeta Sustentável http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/casa/conteudo_271284.shtml). 53 3.4.3 Construções com Terra - O Super Adobe Com o mesmo material do adobe comum, o super adobe se diferencia apenas pelo processo de execução. Foi criado por um israelense nos anos 80 e basicamente é ensacar o material ainda úmido em sacos de polipropileno. Após o processo, os sacos são empilhados no formato e medidas desejados e depois socados um a um. Após ter adquirido a estabilidade final, que acontece com a execução da cobertura, os sacos são incinerados ficando aparente o material interno, ou seja, terra compactada. A partir daí, vem o acabamento final e o material aceita com facilidade o reboco tradicional se o construtor ou morador optar por isso. No caso, a pintura também é opção de acabamento. 3.4.4 Construções com Terra - Taipa de Pilão Muito utilizada na arquitetura colonial, é uma técnica árabe que praticamente consiste em levantar paredes utilizando como matéria prima a terra umedecida. Sobre uma fundação de pedra e mais recentemente concreto, utilizam-se madeiras utilizadas verticalmente para receber tábuas lado a lado e, em seu interior, vai se jogando o material e socando. Estudantes de arquitetura, auxiliados por seus professores, estudiosos sobre o assunto, realizam experiências em algumas universidades. 3.4.5 Construções com Terra - Taipa de Sopapo Esta técnica é ainda muito utilizada no meio rural das regiões Norte e Nordeste, principalmente em cidades do interior, mas pode facilmente ser encontrada em todas as regiões brasileiras. Consiste em utilizar uma estrutura de madeira como suporte que recebe o barro que é literalmente jogado sobre ela. A técnica é reconhecida também por outros nomes como: pau-a-pique; taipa de sopapo; barro armado ou ainda taipa de sebe. A variação de aplicação verifica-se na cobertura em palha, que é mais indicado devido à fragilidade das paredes. Apresenta peças de madeira nos cantos funcionando como pilares. Neste caso, podese cobrir com telhas cerâmicas, pois a resistência é maior. Geralmente possui o pé direito baixo exatamente para diminuir os esforços sobre as paredes. Por dispensar mão de obra 54 qualificada, toda a família pode participar na construção deste modelo de habitação. O preenchimento ou vedação das paredes, que consiste em tapar ou cobrir a trama feita de madeira com barro preparado para tal, não necessita de maiores cuidados e pode ser executado por toda a família. 3.4.6 Construções com Paredes Monolíticas em Solo Cimento Por sua semelhança, utiliza-se o mesmo processo de construção das paredes de taipa de pilão, o que difere é o material, pois é utilizada a mistura de solo e cimento. A sua execução, tanto quanto as de outras técnicas, precisa acontecer contando com a assistência técnica devida. Apesar de ser um processo aparentemente simples, a mão de obra deve ser qualificada. No entanto, assim como outros exemplos de técnicas que transformam a construção em um monólito, existem grandes dificuldades de novos arranjos espaciais, ou seja, reformas ou ampliações futuras utilizando a mesma técnica precisam ser muito bem planejadas. Caso o contrário, não é possível. O mesmo se aplica a construções com tijolos solo cimento. 3.4.7 Construções em Solo Cimento ou Solo Cal As características plásticas da terra podem ter resultados diferentes para cada caso. Geralmente adiciona-se cimento ou cal virgem, na relação de 1 porção de um destes produtos para cada 10 ou 20 porções de terra crua. A decisão fica por conta de análises dos tipos de terra que se pretende utilizar. Por ser um tijolo modular fabricado para ser encaixado uns nos outros, é uma opção excelente pata a atuação do regime de mutirão, pois não depende de mão de obra especializada. 3.4.8 Construções com Madeira A madeira é utilizada há muito tempo pela população mais carente principalmente aquelas ribeirinhas em cidades como, por exemplo, Manaus e tantas outras cidades que são 55 cortadas por um ou mais rios. A região Norte, vê-se com muita frequência esta tecnologia de construção. A habitação é construída com o conhecimento adquirido na família, transmitido através da herança cultural. Pode-se observar que as famílias que não fazem parte da população de baixa renda também investem em casas de madeira seja pela rusticidade ou simplicidade na construção. Geralmente estas casas se localizam nas propriedades de campo, utilizadas para o lazer. Este tipo de construção exige que a madeira a ser utilizada não tenha contato direto com o solo. Uma base de concreto pode dar uma sobrevida a madeira por isolá-la melhor da umidade proveniente do solo. 3.5 Projetos e Experiências Referenciais Busca-se neste tópico relacionar algumas experiências que proporcionaram grande contribuição técnica e social para as comunidades carentes e também como registro de precedentes para diversas ações. 3.5.1 Projeto Executado em Pernambuco Em 1963, o Nordeste Brasileiro adota o regime de mutirão, na forma de autoconstrução assistida para edificar habitações de interesse social. O momento político pelo qual o país passava era autoritário e esta experiência pode ter sido uma das pioneiras, senão a primeira, a utilizar este regime. O arquiteto Acácio Gil Borsói elabora um projeto de casa popular para a comunidade de Cajueiro Seco em Jaboatão, interior do Estado do Pernambuco, que contava com os próprios habitantes do local para construírem suas moradias. Eram 500 famílias que habitavam em um terreno pertencente ao exército e foram todas removidas do lugar e levadas para outro terreno pertencente ao Estado. Borsói elabora um projeto arquitetônico que conta com uma técnica construtiva que é conhecida dos 56 moradores da região: a taipa de sopapo28, também conhecida pau a pique ou ainda por barro armado que, além de baixo custo, tem sua matéria prima encontrada com facilidade na região. A decisão por este sistema construtivo aconteceu em virtude de ser utilizado costumeiramente pelos moradores através de seus conhecimentos e técnicas já praticadas na região. O arquiteto relata o seguinte: [...] Notou-se que, mesmo existindo tijolos disponíveis para a construção das casas, a população não conseguia utilizá-los, devido ao desconhecimento em relação ao sistema construtivo (fio de prumo, andaime, nível, amarração dos tijolos). A taipa permite o emprego da mão de obra de toda a família (BORSÓI, 2006, p. 77 apud BIERRENBACH, 2008, p. 52). Para a elaboração do projeto arquitetônico, o arquiteto considera as necessidades de cada família e elabora junto com elas diferentes plantas que as atendam sem adotar uma única solução genérica. A metodologia pode ser observada das Figuras 39 e 40. O que chama a atenção nesta proposta, além da contradição entre o vernacular e o contemporâneo, foi o fato de ter sido criado exclusivamente para este caso, a pré-fabricação de componentes construtivos, tendo como referência a taipa. Figura 39 – Planta baixa, vista frontal e lateral. Figura 40 – Montagem da cobertura em palha. Fonte: Bierrenbach, Ana Carolina de Souza (2008). Disponível em: <www.revistas.usp.br/risco/article/view/44723>. Acesso em: 04 maio 2013. 28 Técnica também conhecida como pau a pique, taipa de mão, barro armado ou ainda taipa de sebe, consiste em armar uma estrutura de ripas de madeira ou bambu com uma mistura de barro (HOWSTUFFWORKS). 57 3.5.2 Projeto Executado em Goiás Em 1983, por meio do regime de mutirão, a população executa 1000 habitações na capital de Goiás em apenas um dia. Era um momento difícil e o país passava por dificuldades financeiras e exatamente por este motivo as questões sociais mobilizavam muita gente. Curiosamente, surgiram centenas de pessoas que, mesmo não fazendo parte das famílias beneficiárias, participaram solidariamente, sensibilizadas com as questões sociais. O grande contingente de pessoas, inclusive os próprios beneficiários destas moradias, recebeu um kit de pré-moldados com placas, pilares e telhas onduladas de fibrocimento. Cuidadosamente planejado, os kits foram posicionados nos respectivos lotes para que tudo funcionasse e na manhã do mesmo dia, centenas de casas já estavam construídas. É importante destacar que o conjunto dos elementos construtivos foi entregue dias depois da sua construção em virtude de ainda terem ficado alguns detalhes a serem executados a posteriori, fato que não permitiu que os posseiros pudessem, enfim, ocupar suas moradias no mesmo dia. Apesar da grande distância do centro da capital, o conjunto provocou o crescimento da região Noroeste de Goiânia e, mais do que isso, inovou com a proposta do sistema construtivo. Ficou denominado de Vila Mutirão (Figuras 41 e 42). Figura 41– Croquis da planta e vista externa29. Figura 42–Vista aérea parcial do conjunto 30. Fonte: 1º Seminário Nacional de Construções Sustentáveis (2012)31. Disponível em: <http://sncs.imed.edu.br/7080/anais/>. Acesso em: 05 out. 2013. 29 Foto Valdir Lima. Foto: Roberto Cintra de Campos. 31 Artigo de Edinardo Rodrigues Lucas e de Luis Cláudio Moura intitulado: Habitação de interesse social: do conformismo à elevação cultural (LUCAS; MOURA, 2012). 30 58 Apesar da simplicidade, o projeto foi detalhado com profundidade. As Figuras 43 e 44 a seguir, apresentam parte dos desenhos relativos a este detalhamento. Figura 43 – Detalhes isolados de peças. Figura 44 – Detalhes executivos da casa padrão. Fonte: FREITAS, Silvio Antonio32. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/>. Acesso em: 09 out. 2014. Apesar de o momento ter sido satisfatório, o desafio imposto pela empreitada foi enorme e pela primeira vez, fica registrado que, durante a preparação da mão de obra, ou seja, da qualificação do pessoal para a sua realização foram realizadas a produção e publicação de material de apoio que se acredita ser de grande valia em propostas dessa envergadura. [...] Paralelamente ao recrutamento, foi considerada de fundamental importância a etapa de treinamento do pessoal responsável pela montagem das casas. Foram utilizados diversos recursos, tais como: cartilhas, manuais (grifo nosso) e audiovisual para auxiliar na preparação das pessoas e, assim, evitar contratempos no dia do mutirão. O manual de montagem descrevia e distribuía racionalmente as diversas etapas de montagem (FREITAS, 2007, p. 54). Percebe-se que, pela transcrição do texto, as cartilhas foram utilizadas na conscientização ou sensibilização da população e empresários e que os manuais traziam as informações relativas ao detalhamento e consequentemente, o como fazer. A associação destes elementos foi de grande importância para que o projeto fosse executado conforme fora planejado. 32 FREITAS, Silvio Antonio. Habitação popular em Goiânia: Vila Mutirão mil casas em um dia. 2007. 128 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura)–Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/11386/0006110 04.pdf?sequence=1>. Acesso em: 09 jan. 2014. 59 3.5.3 Projetos executados em São Paulo e em Minas Gerais Numa gleba situada na Zona Leste de São Paulo, foi construído, no ano de 1983, por meio de mutirão e autogestão, um conjunto habitacional que, dividido em oito setores, abriga cerca de 4.000 famílias (Figuras 45 e 46). Outros casos ocorreram na mesma região da capital, como o caso da Vila Mara e Rio das Pedras. Estes exemplos foram pioneiros na construção de prédios de quatro pavimentos por mutirão e autogestão. Figura 45 – Vila São Francisco VII - São Paulo/1983. Figura 46 – Vila São Francisco VIII - São Paulo/1983. Fonte: Suplemento Especial da Revista PROJETO, sem numeração e data de publicação. Fonte: Co.Opera.Ativa.Disponível em: <http://coop eraativa.blogspot.com.br/2010_04_01_archive.html>. Acesso em: 02 maio 2013. Ainda em São Paulo, a União Nacional por Moradia Popular (UNMP)33, em parceria com os governos municipal, estadual e federal, construiu cerca de 70 empreendimentos na década de 80. No ano de 1988, fez contato com uma Cooperativa Uruguaia que trabalha com projetos de moradia baseados no regime de construção por ajuda mútua e através deste contato, implantou os primeiros projetos com estas características na região do ABC. Neste sentido, A UNMP entrega na Zona Oeste, o Mutirão City Jaraguá (Figura 47) e simultaneamente, um grupo de famílias na cidade de Ipatinga, em Minas Gerais, organiza-se e, através de ajuda mútua, solicita o que necessitam junto à comunidade para construir suas moradias. 33 Presente em nove estados brasileiros, a UNMP tem empreendimentos concluídos nos estados de Minas Gerais, Maranhão, Sergipe, Goiás e Rio de janeiro. 60 Surge então o Mutirão Nova Conquista, que atende a 105 famílias e se torna o primeiro mutirão habitacional desta cidade. Este conjunto contribui para o surgimento da Associação Habitacional de Ipatinga no ano de 1990. A partir desta data, vários empreendimentos surgiram na modalidade de construção por autoajuda, segundo Pereira (2006), como o Mutirão 1º de Maio (Figura 48), no bairro Bom Jardim, também em Ipatinga, cujo projeto inicial constava a construção de 200 unidades habitacionais 39m². Figura 47 – Mutirão City Jaraguá - São Paulo. Figura 48 – Mutirão 1º de Maio, 1993 - Ipatinga, MG. Fonte: Revista Proposta 11634. Disponível em: <http://www.fase.org.br/v2/admin/anexos/acervo/1 regina.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2013. Graças à organização popular, foram entregues 2001 unidades com 79m² cada, comprovando que o regime de construção por mutirão pode ser uma alternativa com custos acessíveis na construção de moradias. Ainda em São Paulo, na cidade de Campinas mais precisamente, exemplos de construção sob o regime de autoconstrução acontecem com bastante intensidade e são acompanhados de perto por pesquisadores da UNICAMP. Dados levantados nestes estudos dão conta de que as moradias são realizadas sem planejamento prévio, adequado ou orientado por profissionais, onde a reforma é uma constante, criando um círculo vicioso de construir, demolir e reconstruir. É a autoconstrução 34 Artigo: As experiências autogestionárias de produção dos movimentos sociais urbanos (FERREIRA; PEREIRA, 2008). 61 desassistida, neste caso, que termina por apresentar moradias precárias e que, em muitos casos, comprometem o bom funcionamento da construção. Esta aproximação da universidade junto à população de baixa renda propiciou uma troca de conhecimentos mútuos que resultou no seguinte: i- com a percepção do meio acadêmico sobre a forma de morar e de como eles entendem a moradia, foi possível a elaboração de planos que contemplem a aproximação desta parte da população com técnicas construtivas mais eficientes e que levem mais qualidade no habitar; ii - esta aproximação fez surgir uma nova forma de sistematização de uma metodologia que propiciasse uma melhor comunicação entre as partes e, iii – o caminho para efetivar a aproximação e o bom entendimento nesta relação apresentou-se através do desenvolvido de um material de apoio que fizesse este papel. [...] a experiência da transferência de tecnologia reforçou a idéia inicial da equipe em complementar o apoio com o fornecimento de informações e dados que orientassem o autoconstrutor também nas duas frentes de atuação, ou seja, o projeto e a obra em si. Originalmente três instrumentos de apoio complementar estavam previstos: o Manual do autoconstrutor, uma página interativa na WEB e um CDRom para treinamentos (FRANCISCO et al., 2004)35. 3.6 Publicações Consideradas como Referências Neste tópico, apresentam-se as publicações que serão adotadas como sendo de referências por trazerem em seu conteúdo um número de informações consideradas de alta relevância tanto para o ensino quanto para a execução da obra, funcionando como um aliado importante na assistência técnica principalmente em regimes de construção do tipo mutirão e autoconstrução. Destaca-se, entre o material encontrado, um conjunto de publicações que são intituladas como sendo guias, pertencente à ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO CIMENTO PORTLAND (ABCP), por ser o mais completo no campo da Arquitetura e Engenharia Civil. São ricamente ilustradas, no entanto, trazem um texto ainda técnico, considerando-se o público alvo, que é a camada da população com renda mensal inferior a três salários mínimos. 35 Artigo acessado em meio eletrônico, sem indicação de páginas. 62 O site disponibiliza 70 cartilhas para download imediato e cada assunto voltado à construção da moradia é tratado em detalhes. O internauta pode, depois de se cadastrar, obter uma série de informações sobre todos os assuntos da execução de uma habitação, da fundação à cobertura, distribuídos em diversos fascículos com informações de fácil entendimento, apresentadas passo a passo (Figura 49). Figura 49 – Print Screen do site Mãos a obra da ABCP. Fonte: <www.maosaobra.org.br>. Acesso em: 03 fev. 2013. 3.6.1 Cartilha Mãos à Obra da ABCP Antes da popularização da internet, este material era distribuído gratuitamente à população por intermédio das lojas de materiais de construção. Suas ilustrações sofreram poucas alterações ao longo da sua existência e todas aquelas que foram utilizadas na primeira 63 versão impressa continuam originais, ou seja, foram elaboradas especificamente para esta obra e não sofreram nenhuma alteração ao longo de tempo. A exceção fica por conta de novidades relacionadas à tecnologia. Independente do sistema construtivo, estas publicações podem ser utilizadas como material de apoio no sentido de orientar passo a passo a construção com a participação do próprio e futuro morador. A Figura 50 apresenta a capa da publicação que possui 32 págs. e é a mesma disponibilizada no site. Internamente, a obra se divide em capítulos e a Figura 51 mostra assunto relacionado ao telhado. A Figura 52 mostra a página seguinte que trata do assunto esquadrias. Figura 50 – Cartilha Mãos a Obra. Figura 51 – Sobre telhados. Figura 52 – Sobre esquadrias. Fonte: ABCP. Disponibilizado em: <www.maosaobra.org.br>. Acesso em: 03 fev. 2013. 3.6.2 Cartilha do Pedreiro Foi elaborada em três versões para alunos do curso de pedreiro do Programa Aprendendo Construindo da Universidade Estadual da Bahia (UNEB). É bem ilustrada e trata de todos os temas relacionados à construção de uma habitação. Enfoca as fases construtivas e as ferramentas de uso quando da construção, envolvendo seu manuseio e manutenção. Fato de alta relevância em cursos visando a qualificação do mutirante. 64 A Figura 53 é a capa da 1ª Edição, contendo 35 págs., tem como subtítulo: Aprendendo construindo e a data de sua publicação é 2001. A Figura 54 representa sua 2ª Edição, 2009, com 72 págs.. Foge à regra da gratuidade e é vendida pelo valor de R$ 10,00. Adilson Brito de Arruda Filho, Warley Pitanga Souza e Sandro Luiz da Silva são seus autores. A Figura 55 representa a 3ª Edição, com 70 págs., 2010, UNEB. As publicações são do Núcleo de Pesquisa e Extensão (THABA). Figura 53 – 1ª Edição / 2000. Figura 54 – 2ª Edição / 2009. Figura 55 – 3ª Edição / 2010. Fonte: Slideshare e Eduneb. Disponível em: <http://pt.extpdf.com/cartilha-do-pedreiro-uneb-pdf.html>. Acesso em: 08 jun. 2013. 3.6.3 Cartilha Projeto Casa Com 74 páginas, oferece uma assessoria para recuperação e adequação das habitações, elaborando diagnósticos que permitem uma intervenção e execução adequadas. A Figura 56 apresenta a capa da cartilha e internamente, a Figura 57 mostra capítulo sobre noções básicas de Matemática. A Figura 58 ensina ao leitor como realizar levantamento de alturas de níveis através de mangueira transparente. Este processo, apesar de ser rudimentar, ainda é muito eficiente para pequenos ambientes. É completa, embora faça uso de diferentes ilustrações já utilizadas em outras publicações. A questão relacionada à Matemática básica e a leitura e interpretação de desenhos técnicos arquitetônicos é de suma importância na aplicação em mutirões, pois dá 65 subsídios a um melhor entendimento e consequentemente a uma melhor preparação do mutirante para a execução da obra. Esta publicação aborda também questões relativas ao terreno, embora seja de grande importância não menciona a forma geométrica, a boa localização do mesmo, a sua topografia e possíveis movimentações de terra, as questões relativas à insolação e ventos predominantes, vizinhos imediatos e não imediatos, infraestrutura existente no local da construção enfim, informações valiosas para uma solução mais razoável da moradia. Adota apenas um formato padrão e de forma sequencial, apresenta a locação da obra neste terreno, a fundação, preparo do concreto, preparo da argamassa, alvenaria, laje, telhado, instalações hidráulicas – água, instalações hidráulicas – esgoto, instalações elétricas, revestimento de piso e revestimentos de parede, nesta ordem e com esta escrita. Figura 56 – Projeto Casa. Figura 57 – Noções de Matemática. Figura 58 – Tomada de nível. Fonte: ISSUU. Disponível em: <http://issuu.com/arquitetoboina/docs/projeto_casa>. Acesso em: 07 ago. 2013. 3.6.4 Publicações da SAHARA As publicações disponibilizadas por este grupo também são de fácil leitura e constituem um grupo de cinco publicações de interesse para aplicação em regime de mutirões, são elas: Brick e Brikito – O Solo Cimento (Figura 59); Tijolo Ecológico Modular (Figura 60); O novo Brick – Prensa Modular Multifuncional; Brasileirinho: O Bloco de Concreto e 66 Revest Fácil – Pastilha para revestimento. Todas disponíveis para download imediato no site do grupo. Figura 59 – Cartilha O Solo Cimento. Figura 60 – Manual Tijolo Ecológico Modular. Fonte: SAHARA – Grupo Aguilar. Disponível em: <http://www.sahara.com.br/downloads>. Acesso em: 23 jun. 2014. A característica principal destas publicações é que se baseiam inteiramente em uma HQ, ou seja, são inteiramente ilustradas e apresentam personagens como o Brick, o Brikito e o professor Pastilho, que em situações do cotidiano, trazem informações importantes do construir a moradia com os produtos SAHARA. 3.6.5 Cartilha Taipa – Pau a Pique As construções realizadas com o material do local, sem agressões ao meio ambiente e permitindo que gerações futuras possam utilizar destes mesmos recursos é a essência hoje da sustentabilidade. A bioarquitetura, que precede o conceito de “sustentável”, trabalha com este princípio há mais tempo e as construções como taipa de sopapo, comumente chamadas de pau a pique é um destes exemplos. Como técnica construtiva é hoje estudada nos centros de pesquisa de campos universitários em algumas universidades principalmente com o reforço da norma de desempenho, a NBR – 15.575. As Figuras 61, 62 e 63 respectivamente, apresentam a Cartilha Taipa – Pau-a-Pique, que foi preparada por uma equipe de arquitetos e atende plenamente a uma empreitada por regime de mutirão ou autoajuda. 67 Figura 61 – Capa de Cartilha. Figura 62 – Gabarito de locação da moradia. Figura 63 – A trama sendo montada. Fonte: Blog do arquiteto Cydno Silveira. Disponível em: <http://csaarquitetura.com.br/taipas/cartilha-dotaipeiro/>. Acesso em: 25 out. 2013. A publicação sobre esta técnica vernacular, datada de 1987, foi fruto de um trabalho realizado pelo Centro de Estudos e pesquisas Urbanas do IBAM, sob o patrocínio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). As ilustrações foram todas realizadas especificamente para esta publicação e sem o auxílio de softwares, ou seja, simplesmente feitas a mão e sem aplicação de cores, o que torna sua reprodução simplificada e de custo reduzido, uma vez que ilustrações coloridas fica mais cara a reprodução e, em muitos casos, ao serem reproduzidas em preto e branco, podem ter sua qualidade prejudicada, comprometendo seu objetivo. 68 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste primeiro momento, realiza-se uma pré-análise através da exploração dos diversos materiais encontrados, no sentido de definir estas publicações como sendo o universo a ser estudado. Para um melhor entendimento sobre as mesmas, foram classificadas inicialmente por áreas de aplicação associadas as suas respectivas áreas de conhecimento. Considera-se como sendo áreas de aplicação, aquelas que foram declaradas pelos seus autores como sendo os objetivos de cada publicação, encontrados na apresentação do material e não pelo seu título. 4.1 Pré-Análise das Publicações Encontradas Com os primeiros resultados da busca, percebeu-se que existem publicações utilizadas em diversas áreas do conhecimento. Organizando o material encontrado, constatouse a que estão distribuídas em 25 áreas de aplicação (Tabela 2). Tabela 2 – Publicações catalogadas por área de conhecimento e tipos de publicações. (continua) PUBLICAÇÕES CATALOGADAS Área de Aplicação 01 Acessibilidade 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Agricultura Bioconstrução Capacitação Cidadania Construção Civil Construção Naval Construções Rurais Desenvolvimento Drogas Educação Empreendedorismo Entretenimento Inclusão Social Internet Legislação / Normas Mobilidade Urbana Patrimônio Histórico Planejamento Saneamento Cartilhas 7 Cadernos 1 HQs 1 Manuais 0 Guias 0 Total 9 3 5 5 27 82 0 5 1 3 15 27 0 2 6 16 3 5 21 6 0 0 0 0 3 0 0 9 0 0 0 1 0 0 5 1 1 3 1 0 0 0 3 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 1 1 0 0 2 3 3 0 54 1 1 0 0 7 0 0 0 0 3 0 3 10 0 0 0 0 0 2 0 3 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 5 8 8 30 141 1 9 10 4 23 27 2 2 6 25 6 10 35 7 69 Tabela 2 – Publicações catalogadas por área de conhecimento e tipos de publicações. (conclusão) PUBLICAÇÕES CATALOGADAS Área de Aplicação 21 Saúde 22 Segurança 23 Social 24 Sustentabilidade 25 Turismo Total Geral Cartilhas 26 16 79 61 10 431 Cadernos 1 1 3 5 1 36 HQs 4 0 1 1 0 15 Manuais 4 2 5 11 2 111 Guias 0 0 1 5 0 14 Total 35 19 89 83 13 607 Fonte: Organizada pelo autor. Observa-se que a área da Construção Civil, em negrito, se destaca entre todas as outras pelo número de publicações e a área da Bioconstrução, também em negrito por ser de interesse no trabalho. Deste modo, considerando então todo o material encontrado como sendo o universo a ser estudado, apresentam-se então, as publicações com seu respectivo número de elementos no gráfico a seguir (Gráfico 1). Gráfico 1 – Distribuição das publicações por área de aplicação. Fonte: Organizado pelo autor. 70 4.2 Classificação das Publicações As publicações trazem características semelhantes ao serem comparadas com o que é definido pelos dicionários, mas notou-se através de uma pequena, mas considerável frequência, que alguns elementos se distanciam do conceito encontrado. Algumas publicações autointituladas36 como cartilhas, manuais, guias e outros, mostram características diferentes e todos foram catalogados e identificados da forma em que aparecem na busca. Quanto às características reais37 de cada tipo de publicação, o resultado final mostra que não há um consenso. Sendo assim, espera-se que esta situação fique mais clara na conclusão do trabalho. Por tipologia, foram encontradas publicações no formato de cartilha, manual, caderno técnico, guia e história em quadrinhos. Estas são as mais significativas, no entanto, outras publicações intituladas cadernos surgiram, com algumas variações. Por exemplo: caderno informativo, caderno educativo, caderno orientativo, etc. Pelo seu baixo número, todos enquadrados na categoria “outros”. São 431 publicações intituladas cartilhas e este número corresponde a 71% do total catalogado. Aquelas intituladas manuais chegam a 111 e isto corresponde a 18% do total. Os cadernos técnicos chegam a 36 e os guias a 14. Estes quatro são os mais expressivos e o gráfico apresentado no Gráfico 2 ilustra estes números. Aquelas publicações que foram definidas em outros ficaram fora da estatística. Quanto ao número de páginas, estas publicações revelaram que as cartilhas possuem entre 10 a 50 páginas (Gráfico 3). Gráfico 2 – Publicações pelo título. 3614 15 9 Gráfico 3 – Publicações por páginas. 300 Cartilha Manual 111 431 Caderno Técnico Guia 272 Até 10 Paginas 250 Até 20 páginas 200 Até 50 páginas 150 100 50 0 88 99 115 33 Até 100 páginas Acima de 100 páginas Fonte: Organizados pelo autor. 36 São aqueles que foram encontrados já denominados pelos seus autores como manuais, cartilhas, guias e outros exemplos, tendo características contrárias às definições encontradas nos dicionários. 37 De acordo com as definições obtidas em dicionários. 71 Mesmo com todos os cuidados observados, entende-se que o material elaborado deve conter os conceitos de flexibilidade, permitindo ao longo do tempo e do seu uso, uma remodelação que considere sempre o perfil da comunidade, atualizando-se e ajustando-se às suas necessidades e possibilitando que outras contribuições venham colaborar com os seus objetivos. De todo o material catalogado e considerando o objetivo principal deste trabalho, que é realizar uma análise do uso de cartilhas como guia de orientação para construir uma habitação de interesse social, é necessário que se estabeleça uma diferença entre as principais publicações que são os manuais e as cartilhas, pois se destacam entre as outras. Do material encontrado, cartilhas e manuais somados chegam a 89% do total das publicações catalogadas. As cartilhas representando 71% com o total de 431 publicações e os manuais com 111 publicações, representando 18% (Gráficos 4 e 5). Gráfico 4 – Tipos de publicações e quantidade. Gráfico 5 – Tipos de publicações e número de paginas. 111/18% 15 / 3% 14 / 2% 36 / 6% Guias = 74,57 CARTILHAS CADERNO HQ MANUAL GUIA Manuais = 7,08 HQs = 21,80 Cadernos = 6,50 Cartilhas = 4,86 431/71% 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 Fonte: Organizados pelo autor. As cartilhas têm-se apresentado com muita semelhança em relação a uma HQ, que indevidamente é vista apenas como um tipo de literatura que dá acesso aos livros. As publicações do tipo cartilhas já faz parte em determinadas situações, de um sistema educativo cuja abordagem pedagógica esteja sendo baseada em HQs e já proposto por algumas escolas. Aos poucos vem sendo discutido nos meios acadêmicos: A realização de fóruns temáticos sobre quadrinhos no Brasil tem propiciado o encontro entre pesquisadores de diferentes regiões do país e estimulado a troca de ideias e a produção acadêmica em maior volume, contribuindo para o incremento de materiais de referência e da bibliografia especializada (CHINEN, 2014, p. 53). 72 No período em que estão datadas as publicações, as mesmas apresentam-se diferentemente, considerando os períodos ao longo do tempo. As publicações denominadas de Cartilhas e de Cadernos Técnicos tiveram comportamentos mais expressivos. As Cartilhas foram muito utilizadas a partir dos anos 2000-2001, recuando logo em seguida e retornando com força a partir de 2004 até 2010, tendo seu máximo valor. Não foi possível verificar o motivo para tal comportamento. Quanto aos Cadernos Técnicos, mantiveram-se tímidos durante seu uso até 2010 a 2012, tendo seu máximo valor em 2011. O evento repetiu-se no período compreendido entre os anos 2006 até 2010, tendo seu máximo valor em 2010, como mostra o gráfico a seguir (Gráficos 6 e 7). Gráfico 6 – Desempenho das Cartilhas. 50 47 44 41 38 35 32 29 26 23 20 17 14 11 8 5 2 -1 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 Cartilhas Gráfico 7 – Desempenho dos Cadernos Técnicos. 50 47 44 41 38 35 32 29 26 23 20 17 14 11 8 5 2 -1 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 Cadernos Fonte: Organizados pelo autor. Coincidentemente, foi neste período que o assunto sobre HQs foi muito produtivo em se falando de Pedagogia Educacional. Aconteceram no mínimo seis fóruns38 acadêmicos que discutiam quadrinhos. Isso pode ser entendido como um indício de que este tipo de literatura vem tomando um espaço importante e que lhe pertence por natureza, principalmente para a área educacional. Paralelamente, foi neste período também que as publicações independentes da denominação que possuem tiveram aumento nas áreas catalogadas. Sendo assim, os conceitos de cartilha aliados à funcionalidade das HQs combinam perfeitamente. 38 Congresso da Associação Nacional de Professores de História (Anpuh); 34º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (INTERCOM); 1º Colóquio Filosofia e Quadrinhos: Realidade e Ficção, Bachelard, Arte e Política; Jornada de Estudos sobre Romances Gráficos (UnB); Encontro Nacional de Estudos sobre Quadrinhos e Cultura Pop (UFP); 1ª Jornada Internacional de Histórias em Quadrinhos (ECA-USP). 73 O motivo pelo qual cartilhas e HQs têm muito em comum reside nas suas intenções e até mesmo na sua estrutura. [...] Em sua estrutura usual, as HQs utilizam a linguagem não verbal, fundamental na transmissão da mensagem. Por isso a importância de seus elementos específicos, como o enquadramento, a paginação ou diagramação, os personagens, o balão, as legendas que auxiliam os recursos linguísticos (discurso direto, onomatopeia, expressões faciais) e dos elementos paralingúisticos (prolongamento e intensificação de sons), que auxiliam na compreensão da narrativa (AMARAL, 2014, p. 57). Com tais características, considera-se que publicações desta natureza podem ser aplicadas como guias orientativos em qualquer possibilidade de regime de construção, inclusive em regimes de mutirão no sistema de autoajuda. Gráfico 8 – Desempenho da HQ. 50 47 44 41 38 35 32 29 26 23 20 17 14 11 8 5 2 -1 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 Gráfico 9 – Desempenho dos Manuais. 50 47 44 41 38 35 32 29 26 23 20 17 14 11 8 5 2 -1 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 HQ's Manuais Gráfico 10 – Desempenho dos Guias. Gráfico 11 – Desempenho das publicações sobrepostas. 50 47 44 41 38 35 32 29 26 23 20 17 14 11 8 5 2 -1 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 50 47 44 41 38 35 32 29 26 23 20 17 14 11 8 5 2 -1 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 Guias Fonte: Organizados pelo autor. Cartilhas Cadernos Manuais Guias HQ's 74 A região em destaque com o maior número de publicações é a Região Sudeste. Não é o argumento mais viável, no entanto, por ser a região mais populosa do país, aceita-se como normal este volume representativo de publicações (Gráficos 12 e 13). Gráfico 12 – Número de Publicações por Região. 290 270 250 230 210 190 170 150 130 110 90 70 50 30 10 -10 Sudeste ; 281 Gráfico 13 – Número de publicações em percentuais. Sudeste 46,99% 50% 45% 40% Centro 35% Oeste; 132 30% Sul; 69 Centro Oeste; 22% 25% Nordeste ; 49 S/Ref.; 58 Norte; 9 20% 15% S/ Ref.; 10% Sul; 12% Nordeste; 8% 10% 5% Norte; 2% 0% Sul Centro Oeste Sul Centro Oeste Nordeste Sudeste Nordeste Sudeste Norte S/ Ref. Norte S/ Ref. Fonte: Organizados pelo autor. 75 5 ANÁLISE FINAL Neste tópico, serão apresentados os resultados finais sobre as publicações das áreas da Engenharia Civil e da Bioarquitetura apenas. Através da exposição dos números obtidos pela leitura dos resultados, percebeu-se que a utilização de um instrumento impresso, que possa servir de apoio a execução de um projeto cujo maior objetivo é a moradia, vai desempenhar um papel fundamental em todo o processo. 5.1 As Publicações As publicações encontradas no segmento de Engenharia Civil, que chega a 141 publicações e as publicações encontradas no segmento Bioconstrução que são 8, farão parte de um mesmo interesse nesta fase e as publicações catalogadas destas duas áreas somadas chegam a 149. Desta forma, este será considerado o número final de publicações a ser estudado. Nesta situação, observou-se que surgiram quatro tipos de publicações: Cadernos, Guias, Manuais e Cartilhas. As publicações do tipo Cadernos, com 3% e as do tipo Guias, com 7% do total das publicações, aparecem como sendo as de menor expressão. As publicações do tipo Manuais, com 40% do total das publicações e as do tipo Cartilhas, com 50% do total das publicações, predominam somando 90% do total de tipos catalogados. Gráfico 14 – Tipos de publicações catalogadas. 4 (3%) Publicações CADERNOS 10 (7%) GUIAS 60 (40%) MANUAIS 75 (50%) CARTILHAS 0 10 20 30 40 50 Número das publicações e respectiva porcentagem de aparecimento Fonte: Organizado pelo autor. 60 76 Foram itemizados 14 assuntos para as publicações nesta fase e percebe-se que o assunto “Construção de casas e/ou seus componentes” se destaca entre os demais (Tabela 3). São publicações no formato de cartilhas e, se não fossem de forma isolada, certamente dariam uma publicação com características de livro tão denso seria. Esta resposta indica que o caminho é a utilização de publicações mais rápidas e com um número menor de páginas, no entanto, a abordagem de tantos assuntos direcionados à construção da moradia apresenta-se de forma contraditória a esta situação. Fato que direciona à fragmentação dos assuntos em várias publicações e não em apenas uma. Tabela 3 – Publicações catalogadas e fragmentadas. Assuntos encontrados 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Construção de casas e/ou seus componentes Construção de sistemas e instalações hidráulicas Construção de sistemas e instalações sanitárias Construção de sistemas e instalações elétricas Construção de instalações de Gás Aprovação /Construção e Regularização/Documentação Construção de calçadas e/ou seus componentes Construção em madeira Desenvolvimento urbano Construção de estufa com Bambú Manutenção de edifícios Pavimentação de pisos externos Construções rurais Questões sociais Total de publicações Cadernos Guias Manuais Cartilhas Total 3 1 4 4 1 2 3 10 44 3 1 1 5 1 1 4 60 53 3 4 3 2 6 1 2 1 75 104 4 4 6 1 2 9 6 1 1 1 6 3 1 149 Fonte: Organizada pelo autor. Foram encontradas publicações que tratam da construção através de elementos constituintes da moradia como paredes, pisos, telhados e outros; todos foram agrupados neste item. Representam a maioria com 104 publicações, ou seja, 70% delas estão relacionados à construção da moradia. Deste número, 53 são cartilhas, ou seja, este tipo de publicação representa 51% do total é, portanto, o material mais utilizado. Os manuais seguem bem de perto com 44 publicações e representam 29% do total encontrado. Já os cadernos e guias juntos representam 4% do total, indicando que seu uso é insignificante para este fim. Destaca-se também que a região Sudeste é a que mais produziu estas publicações. (Gráfico 15). 77 Gráfico 15 – Origem das publicações. 120 96 Número de publicações 100 80 60 40 20 12 8 3 5 2 2 0 Regiões Fonte: Organizado pelo autor. Quanto ao número de páginas, fica claro que as publicações do tipo Guias, Manuais e Cadernos, respectivamente, são os mais volumosos. Estes números reforçam a escolha pela publicação do tipo Cartilha como o ideal para o propósito deste estudo. (Gráfico 16). Gráfico 16 – Número de publicações relacionado ao número de páginas. 83 90 80 75 70 60 60 48 50 50 40 30 20 20 10 10 4 0 CARTILHAS MANUAIS Nº de Publicações Fonte: Organizado pelo autor. GUIAS Média de páginas Colunas1 CADERNOS 78 5.2 Os Objetivos Com relação aos objetivos lançados inicialmente para esta dissertação, pode-se afirmar que o período de duração da pesquisa foi suficientemente esclarecedor para que se entenda que o uso de publicações cujos objetivos sejam orientar, é uma constante. Desta forma, considera-se que este objetivo foi alcançado, no entanto, trata-se apenas de um princípio cujo entendimento é ver o habitante tendo sequencialmente, orientações sobre sua moradia seja na manutenção, reforma ou ampliação futura. 5.3 Os Conceitos De início, pretendia-se observar dois tipos de publicações, as denominadas especificamente de Cartilhas e outras denominadas de Guias, no entanto, com o desenvolvimento do trabalho, as publicações do tipo Cartilhas e as do tipo Manuais destacaram-se deixando as do tipo Guias e Cadernos para trás, por terem uma representatividade muito baixa no contexto geral. Cartilhas e Manuais possuem diferenças tanto conceitualmente quanto fisicamente, apesar de, na prática, terem suas características alternas entre uma e outra publicação. Detalhes que pertencem ao manual encontrados em cartilhas e vice-versa, assim como em muitos casos, com troca de nomes ou outra denominação. Utilizando os elementos que se apresentam, faz-se, na tabela que se segue, uma identificação do que se espera destes dois tipos de publicações (Tabela 4). Considerando as definições encontradas em dicionários, percebe-se que há uma pequena confusão em se tratando dos nomes quando da sua utilização associado a um determinado fim. Apesar disso, o número de publicações intituladas de cartilhas superam todos os outros tipos. Este fato valoriza a cartilha em sua aplicação, contribuindo não só durante a execução da obra como também na sua manutenção e, principalmente, nas ampliações futuras. 79 Tabela 4 – Comparativo entre Cartilhas e manuais. CARTILHAS Compactas, pouco volume (até 40 páginas no máximo). Formatação semelhante a história em quadrinhos sendo ricamente ilustrada. Leitura fácil com texto pouco técnico. Ilustrações próximas do cotidiano do publico alvo, utilizando personagens em soluções divertidas em sua grande maioria. Texto funciona como facilitador da linguagem escrita associando diretamente uma ilustração a mensagem (característica principal da HQ). MANUAIS Denso, muito volume (acima de 40 páginas e sem limites de máximo). Formatação que se assemelha a livros com poucas ilustrações (quando tem, são geralmente muito técnicas). Leitura mais técnica dificultando em muitos casos a sua compreensão. Ilustrações próximas do cotidiano do publico alvo, utilizando personagens (as vezes) em soluções divertidas em também (as vezes) em situações sérias. Fonte: Organizada pelo autor. Cartilha então é um tipo de publicação que tem o papel orientativo. Deve ser rápida, compacta, poucas páginas, com estrutura de HQs, tendo personagens em situações cômicas, leitura fácil com textos poucos técnicos, com ilustrações que se aproximam do cotidiano do leitor e que funcione como um facilitador da linguagem: um instrumento da decodificação da mensagem escrita. Retomando o enunciado conceitual sobre a publicação Cartilha, esta deve ser rápida, ou seja, ter dimensões e número de páginas reduzidas; ter uma linguagem direta e de fácil entendimento; ser ricamente ilustrada e sem a utilização de termos muito técnicos; ter uma grande abrangência e deve ainda atender os mais diversos tipos de leitores (p. 53). 5.4 As Publicações de Referências Apesar da dificuldade em encontrar material que pudesse ser tomado como referências, foram consideradas neste trabalho como publicações que mais se aproximam do que seria idealizado, as publicações que constam no item 3.6, na página 61 deste trabalho. No entanto, adicionam-se a estas, os modelos existentes de “Manual do proprietário” que, em suma, é o memorial descritivo da casa e por fim, respeitando a legislação de uso e ocupação do solo, as orientações para reformas e indicações de futuras ampliações. É uma forma de estender as ações de Assistência técnica garantido por lei sem a presença dos técnicos quando isso não acontece. 80 A razão é que em todas as publicações oferecidas como manual do proprietário trazem todas as informações do imóvel sem orientar quanto a acréscimos e ampliações futuras. Desta forma, as ações dos moradores podem implicar em mau uso do espaço, atrapalhando a circulação de ventos, a iluminação natural dos ambientes e até mesmo alterar sem critérios previamente estabelecidos os aspectos físicos finais das construções. Assim sendo, ao mesclar as características destas publicações, o usuário de espaço construído teria informações no processo de pós-ocupação, não só sobre o uso e a manutenção da moradia, mas principalmente sobre ampliações ou reformas futuras sem prejudicar a solução arquitetônica inicial por mais simples que seja, com respeito à legislação vigente e podendo acionar com facilidade a assistência técnica já defendida e pouco utilizada. 5.5 O Conteúdo das Publicações As análises apresentadas neste trabalho permitiram observar que a maioria de publicações do tipo cartilha está sendo utilizada por várias áreas do conhecimento. No entanto, ao serem analisadas, percebeu-se que, em muitos casos, principalmente na área da construção civil, o assunto tratado não corresponde à expectativa criada pelo título da obra ou deixa dúvidas sobre seu conteúdo. Em outros exemplos, o título dificulta até mesmo a separação por área de aplicação que é o objetivo desta fase do trabalho e isso fez com que fosse adotada uma direção de raciocínio no que diz respeito à compreensão das publicações. Toma-se como exemplo uma cartilha cujo título é A segurança na construção civil e seu objetivo visa esclarecer a necessidade sobre o uso de Equipamento de Proteção Individual - EPI. Neste caso, foi considerado que a área de aplicação é a de segurança (micro) e não a construção civil (macro). Que por sua vez, passa a ser entendida como área do conhecimento. Assim, outros casos semelhantes ocorreram e adotou-se o mesmo procedimento. 5.6 Os Sistemas Construtivos As possibilidades de técnicas e sistemas construtivos apresentam-se de muitas maneiras. No entanto, sabe-se que o uso de sistemas e materiais não tradicionais pode esbarrar 81 na desconfiança da população mais carente em utilizá-los em detrimento daqueles que já são mais conhecidos. Desta forma, a adoção de um sistema construtivo com a utilização de materiais tradicionais em mutirões ou em sistemas de construção por autoconstrução seria o mais indicado para a aplicação de cartilhas como material de apoio à Assistência Técnica. No entanto, é de suma importância que uma pesquisa junto a uma população previamente escolhida seja plicada no sentido de buscar as respostas mais concretas e definitivas sobre o caso. 5.7 Trabalhos Futuros Precisam ser providenciados questionários e testes, onde se possa mensurar na prática, a aceitação da publicação junto à população estudada, verificando principalmente a eficiência do material empregado como guia orientativo. Todavia, entende-se que, ao findar o trabalho, as tecnologias ou métodos construtivos diferenciados, além dos tradicionais e até mesmo as construções vernaculares, podem ser incluídos neste processo sem objeções. Assim, é imprescindível lembrar que a assistência técnica, já garantida por lei, não pode ficar em segundo plano. Quanto à continuação da pesquisa, pode-se utilizar a mesma metodologia aplicada, no entanto, com palavras chave mais diretamente direcionadas à construção civil. Sobre o uso da internet como ferramenta indispensável para pesquisas atualmente, afirma-se que muito rapidamente, a WWW (world wide web) mudou padrões de acesso à informação, de leitura e de pensamento. Hoje, os sujeitos e as narrativas são diferentes do que eram quinze anos atrás e mudam com velocidade constante. É precipitado dizer como será daqui a uns anos devido à rapidez com as notícias correm. Por ora, basta o entendimento do processo e colocá-lo a favor da informação. A etapa que sustenta o planejamento é a execução de um diagnóstico junto a uma determinada comunidade. A sua eleição não é tarefa difícil, uma vez que ocupações irregulares em áreas de risco estão espalhadas por todas as cidades brasileiras de médio e grande porte. É nesta fase, ou seja, de escolha da comunidade que se identifica e se define a estrutura que deve ser respeitada para o planejamento e concepção de uma cartilha. A elaboração deste tipo de publicação implica na apresentação de informações importantes de forma sintética, clara e simples. Exige planejamento adequado e a adoção de cuidados básicos 82 para a obtenção de um bom produto final. Uma série de perguntas precisa ser formulada e suas respostas devidamente respondidas. Temos como exemplos o seguinte: i) Qual será a finalidade da publicação da cartilha e por que se está realizando o trabalho? ii) Para quem (público alvo) se destina e com que objetivos? iii) Quais são as características principais do público alvo? iv) Este tipo de trabalho já foi realizado em outras ocasiões e por quem? v) O que foi realizado e por quem? vi) Quais experiências semelhantes podem ser utilizadas como referência? vii) É possível readequar soluções de outras regiões e outras comunidades para a realidade da comunidade estudada? viii) O que deve ser considerado na elaboração de conteúdo, formato (dimensões físicas e diagramação interna) da publicação? ix) Qual será a estratégia de apresentação do tema? No caso de um estudo visando a construção de habitação de interesse social para a faixa de renda que está entre 0 (zero) e 3 (três) salários mínimos de renda familiar e o mesmo estudo para uma outra faixa que estaria acima de 10 (dez) salários mínimos, certamente as soluções não seriam as mesmas, pois parte-se do pressuposto de que a primeira faixa é menos escolarizada do que a segunda. Este é um exemplo de que os casos devem ser estudados nas suas particularidades, porque as informações a serem transmitidas muitas vezes dependem de informação e conhecimento por parte do leitor. A cartilha, no formato associado à estrutura de uma HQ, fornecerá maiores facilidades na transmissão das mensagens pela sua formatação. A afirmação é embasada no fato de ter este tipo de publicação, um uso que vem de longa data, que é o caso das cartilhas na alfabetização de crianças, jovens e adultos. Os recursos humanos e as condições individuais de assimilar informações passam pela codificação e cabe a quem elabora e executa um projeto desta natureza, equilibrar as potencialidades dos indivíduos envolvidos. 83 5.8 A Cartilha como Publicação Ideal Após o entendimento de como deve ser uma cartilha e já definido que se trata de um conteúdo vasto a ser tratado, abandou-se definitivamente guias e manuais como objeto de implementação da proposta. Os assuntos tratados isoladamente em modelo do tipo cartilha é o indicado para servir como guias de orientação. Desta forma, já adotada a cartilha como instrumento de apoio ao projeto e mantendo todos os assuntos necessários como conteúdo, faz-se necessário separá-la em volumes para que não fique muito densa e não se torne uma leitura cansativa. Cada volume deverá ter entre 30 páginas no mínimo e 50 páginas no máximo como revelam os resultados da pesquisa. Este volume, por não aparentar alta densidade, deverá atrair mais a atenção e interesse do leitor. Como tudo se relaciona a custos, as ilustrações deverão ser em preto e branco. O texto deverá ser o mais simples possível, buscando de forma adequada a transmissão da mensagem evitando termos técnicos. Para o dimensionamento da cartilha, será adotado como referência o formato A5, com medidas 150 mm x 210 mm. Objetivando a sua maior aproximação do público alvo, serão criados personagens. Assim como serão criadas situações o mais próximas possível das situações corriqueiras, para que as mensagens possam alcançar seu propósito de maneira sucinta e com êxito. A proposta é elencar os principais assuntos e tratar um por um sem ser demasiadamente cansativo. Tudo reunido em um só volume seria aplicar o modelo de manual ou livro de tão denso que ficaria como foi demonstrado na pesquisa. A opção de separar o trabalho em temas pode trazer uma ação por parte do leitor que a princípio é indesejável. Entretanto, escolher para ler os assuntos que quiser não prejudica o conjunto, uma vez que na prática, a execução do trabalho acontece mesmo em etapas. De qualquer forma, como é prevista esta possibilidade, o leitor será orientado no sentido de fazê-lo entender que as etapas que estão distribuídas através dos temas se correlacionam e os assuntos são dependentes uns dos outros, assim como a execução de uma obra. O conteúdo das cartilhas ficará distribuído da seguinte forma: Tema 1: Planejamento – O leitor encontrará neste volume assuntos relacionados ao que antecede toda e qualquer construção, ou seja, o planejamento. Seja individual ou coletivo, 84 com temas considerados básicos. Por exemplo: a importância da elaboração do projeto e do respeito que se deve ter em relação à verificação da documentação do terreno, bem como a legislação. O estudo da área onde vai ser edificada a casa, como observações a respeito da localidade, acessos, infraestrutura, topografia da região, índices urbanísticos, o entorno e outros que se fizerem necessários. Será tratado ainda neste volume a organização do grupo através de uma associação devidamente oficializada que irá cadastrar as famílias. Cadastramento que permitirá separar as famílias por grupos, considerando suas particularidades conforme perfil levantado no cadastro. Por fim, mas não necessariamente nesta ordem, o entendimento de que o projeto é parte do planejamento. Tema 2: O projeto – Através dos dados coletados e vistos no tema anterior, este apresenta instruções que permitam a elaboração dos projetos e o envolvimento de profissionais da área, prestando a assistência técnica prevista em lei. Aqui também será tratada a elaboração de programa de necessidades que, para ser construído, deverá levar em conta as necessidades percebidas através do perfil dos grupos. A ideia é fazer como que o programa atenda não genericamente a todos, mas grupos familiares com semelhanças entre si. A proposta é dar assistência às famílias, elaborando projetos específicos para os grupos e não só o arquitetônico, mas também o estrutural, instalações elétricas, hidro sanitárias e paisagismo. Tema 3: O terreno – Serão abordados neste tema as particularidades do terreno, suas características como sua forma e dimensões, topografia, insolação, ventos predominantes, cobertura vegetal e documentação. A ocupação do terreno seguindo os índices urbanísticos previstos na legislação de uso do solo e se for necessário, indicar o estudo geológico da área para ter conhecimento do tipo de solo existente. Também devem ser comentadas neste fascículo, informações sobre o entorno imediato e não imediato, cobertura vegetal existente e a infraestrutura do local. Tema 4: A estrutura – Seguindo dados levantados nas etapas anteriores e também tendo um projeto específico, apresenta a execução de fundações, lajes de piso, pilares e lajes de cobertura de forma genérica, assim como todas as outras fases. Outras possibilidades devem ser abordadas, no entanto, é essencial que fique muito claro que a definição pelo tipo de estrutura a ser utilizada, deve passar por profissional da área. 85 Tema 5: Paredes e pisos – As vedações da edificação e os vãos das aberturas, sejam eles destinados a serem janelas ou portas, bem como os seus respectivos modelos serão tratados aqui. Farão parte também deste tema os acabamentos, revestimentos e impermeabilização de paredes e de pisos. Tema 6: A cobertura – As informações serão totalmente voltadas à cobertura da edificação. Tipo de coberturas, de telhas, estrutura do telhado, calhas, rufos, lajes impermeabilizadas, etc. Os forros também serão abordados assim como escoamento de águas dos telhados e solo com possibilidade de aproveitamento deste recurso natural que em muitos casos e regiões, está trazendo situações que levam ao racionamento devido a falta que vem fazendo. Tema 7: As instalações elétricas – Como devem ser executadas as instalações e quais os materiais e tipos de lâmpadas utilizados, pois indicar modelos que propiciem um uso racional da energia e dos serviços prestados é o ideal. Tema 8: As instalações hidro sanitárias – Como devem ser as instalações hidro sanitárias com reaproveitamento de águas cinzas. Orientações sobre o uso correto da água e outras informações importantes. Tema 9: O paisagismo – Serão tratadas aqui as orientações relativas à execução de um jardim, seja com espécies ornamentais, medicinais ou frutíferas. Tema 10: A documentação – Como providenciar ou solicitar documentação para a regularização da edificação junto a órgãos competentes para tal. Tema 11: Manutenção – Usar um imóvel é estar a par de qualquer problema físico que neste possa vir a se manifestar. Como manter o imóvel em bom estado é o papel desta cartilha. Tema 12: Ampliações e reformas - O grande problema verificado no processo de pós-ocupação é a falta de orientação sobre a construção inicial construída e a reformas e possíveis ampliações futuras. Em muitos casos, é muito mais de acordo com as vontades do que necessidades, que o morador vai ampliando desconsiderando regras básicas de funcionamento da construção como a circulação de ventos, a exploração da luz natural e a estética. Esta parte da cartilha terá como objetivo orientar nestas questões. 86 O conjunto das cartilhas, que se pode chamar de coleção, reunirá todas as informações necessárias para que o trabalho relativo à construção de uma casa esteja contemplado em suas páginas. 5.9 Parcerias A busca por parcerias deve ser uma constante, uma vez que serão estes parceiros que irão contribuir efetivamente para a implantação do projeto. Prefeitura, empresários, universidades, pessoas físicas e outros, ao participarem com colaborações efetivas darão novo impulso à proposta e os resultados virão através da somatória dos esforços dos envolvidos. Será esta unidade que dará condições técnicas ao projeto para atender ao objetivo proposto. Observa-se que existem muitos pesquisadores se dedicando às questões relacionadas à moradia, principalmente à popular, no entanto, as publicações têm-se restringido - quando extrapolam as paredes da academia - aos técnicos que trabalham com o desenvolvimento projetual. Este trabalho busca atender a quem mais nos interessa que é o usuário final do espaço construído e, neste sentido, a construção da casa própria por processos de mutirão e de autoconstrução, quando não há programas oficiais que os atenda, são indicados para o desenvolvimento na prática desta proposta. Cursos de leitura e interpretação de desenhos arquitetônicos, assim como treinamento para preparar mão de obra para a execução do conjunto na própria população cadastrada poderão ser viabilizados, utilizando o mutirão ou a autoconstrução como processos e considerando-se que o próprio morador participará com a devida e prévia qualificação. Cursos no sentido de fazer com que este cidadão, partícipe de uma comunidade organizada, em pleno gozo de sua cidadania, possa ler e entender um desenho técnico representativo de uma moradia é essencial. Importante ressaltar que oferecer benefícios para quem trabalha na obra, além da própria casa, é possível. Não é tarefa simples, mas é possível e depende de um trabalho sério e competente. A Lei de Assistência Técnica (Lei nº 11.888) aprovada como sendo uma necessidade principalmente na elaboração do projeto é ainda discutida e para muitas não saiu do papel. Esta proposta indica a atuação destes técnicos em todo o processo, não só na elaboração do projeto, como também na pós-ocupação das unidades habitacionais. 87 5.10 Projetos Arquitetônicos Pensar projetos que permitam a adaptabilidade dos moradores em arranjos futuros é uma maneira de assessorar o morador também, sem que o mesmo necessite de dispor de alguma quantia para tal. Segundo Brandão (2006, p. 51), “para que a moradia tenha esta função social tem que ser de qualidade. Afinal é o lugar determinado como estruturante do desenvolvimento psicossocial de indivíduos, e como tal tem que cumprir suas funções oferecendo máxima qualidade do morar aos habitantes”. Uma forma de buscar estes objetivos, considerando que a pesquisa inicial desenvolve um diagnóstico da população estudada, é oferecer programas diferentes para diferentes famílias. A visão de uma planta generalista que atenda a todos precisa definitivamente ser abandonada e, para elaborar os programas diferentes, deve-se aplicar o conceito de casa evolutiva, adotando um projeto idealizado na sua plenitude, com a utilização de todo o espaço disponível do terreno sem desrespeitar a legislação de uso e ocupação do solo. A partir daí e tendo as famílias separadas em grupos, considerando suas semelhanças e necessidades, como, por exemplo, o mesmo número de membros, o mesmo número de cômodos, faixa etária semelhante, etc.. A partir desta premissa, enxuga-se o projeto de tal forma a se adequar às necessidades de cada grupo. (Tabela 5). Tabela 5 – Tipos de programas arquitetônicos/necessidades. PROGRAMA 01 PROGRAMA 02 Sala/quarto/cozinha conjugados Sala/cozinha/conjuga dos Banheiro Área de serviço Quarto Banheiro Área de serviço PROGRAMA 03 PROGRAMA 04 PROGRAMA 05 Sala Sala Sala Quarto Cozinha Banheiro Área de serviço Dois quartos Cozinha Banheiro Área de serviço Três quartos Cozinha Banheiro Área de serviço Varanda ou garagem Fonte: Organizada pelo autor. Como a proposta é de trabalhar com mutirão, sabe-se que a maioria das pessoas não tem nenhum conhecimento a respeito de execução de obras. Faz parte do planejamento, incentivá-las desde o início em tudo, ou seja, os futuros moradores poderão eles próprios estabelecer o jeito da casa onde vão morar com o auxílio da assistência técnica. 88 5.11 A Formatação da Cartilha O ideal, segundo Bacelar39, é que a construção do projeto de uma cartilha seja de preferência uma ação coletiva, resultado de um trabalho multidisciplinar. No entanto, adota-se neste caso, a elaboração do material de forma disciplinar, aceitando-a como sendo uma proposta que irá, ao longo do tempo, ser remodelada e ajustada às necessidades da comunidade, à medida que outros profissionais possam contribuir com este propósito. A sua implantação requer uma série de elementos e ações com objetivos claros, estruturação, viabilidade técnica e financeira também, com definição de onde virá o recurso para a realização dos anseios da comunidade. Sobre os aspectos finais e considerando o material encontrado, onde se percebe que cartilhas geralmente são compactas, ou seja, possuem poucas páginas com mensagens rápidas e diretas, não muito complexas e repassadas basicamente através de diferentes ilustrações, com uma comunicação acessível à compreensão. Enquanto que no manual, verifica-se uma maior complexidade e aprofundamento, sobre os assuntos tratados. Os exemplares listados nos dão uma ideia prévia deste tipo de formatação. Como a faixa da população é muito carente e tudo se relaciona a custos, as ilustrações que comporão a publicação serão em preto e branco e sua reprodução acontecerá através de cópias Xerox. Para a sua montagem, será utilizado o papel A4 e cada folha irá conter quatro páginas, considerando frente e verso. Desta forma e para o dimensionamento da cartilha, será adotado como referência final, o formato A5. Uma vez que é a folha de origem, será dobrada ao meio, chegando às medidas 150 mm x 210 mm. Através de planejamento, a numeração das páginas será programada, uma vez que as folhas depois de copiadas, dobradas e inseridas umas dentro das outras, serão grampeadas (Figura 64). O custo para cada tema copiado, tendo aproximadamente 50 páginas (13 folhas), considerando o valor de uma cópia P&B, frente e verso a R$ 0,30 (trinta centavos), custará cerca de R$ 3,90 (Três reais e noventa centavos – valores na data de conclusão deste trabalho40). O texto deverá ser o mais simples possível, buscando de forma adequada a transmissão da mensagem, evitando termos técnicos. Como o objetivo específico destas cartilhas é uma maior aproximação do público alvo, personagens devem ser criados e cenas 39 Pode ser visto em Metodologia para Elaboração de Cartilhas em Projetos de Educação Ambiental em Micro e Pequenas Empresas. 40 Para o obtenção deste custo foi realizada uma pesquisa dentro do Campus da Unic (Universidade de Cuiabá) e seu entorno e no Campus da Ufmt, para depois encontrar uma média entre os valores obtidos. 89 do cotidiano podem ajudar a esclarecer melhor as situações e, assim, tirar as dúvidas existentes. Figura 64 – Esquema de montagem das Cartilhas. Fonte: Organizado pelo autor. A criação e uso de situações o mais próximas possível do dia a dia das famílias, para que as mensagens possam alcançar seu propósito de maneira simples é um princípio utilizado nas HQs. Desta forma e a princípio, a estrutura das páginas, ou seja, a sua visualização, se assemelhará a um gibi (Figura 65). Figura 65 – Estruturação das páginas. Fonte: Organizado pelo autor. 90 As Figuras 66 e 67 apresentam, respectivamente, os estudos para a capa e a primeira folha interna da cartilha que aborda o Tema 3, sobre o terreno. Figura 66 – Estudo para capa. Fonte: Organizadas pelo autor. Figura 67 – Estudo para primeira página. 91 6 CONCLUSÕES Conclui-se primeiramente, pelos estudos realizados nesta dissertação, que muitos são os trabalhos ainda a serem desenvolvidos sobre habitações de interesse social no Brasil e todos certamente exigirão ações contínuas e permanentes, envolvendo equipes multidisciplinares. Neste sentido, desenvolveu-se este estudo com o objetivo de contribuir com as demais propostas e estratégias de busca por uma minimização do problema relacionado à falta de moradia e o déficit habitacional na cidade. Este trabalho desenvolvido para a faixa da população que sobrevive com uma renda familiar mensal de até 3 salários mínimos, se articulado com outros trabalhos aplicados ao tema, certamente será muito útil a comunidades carentes. Acredita-se que o caminho percorrido sobre os estudos nesta área se complementam e que será necessário trabalhar para que os resultados já conquistados ultrapassem os domínios físicos das universidades e centros de pesquisa, no sentido de fazer com que as publicações orientativas cheguem à população. A construção de habitações de interesse social para esta camada da sociedade pode contar com uma publicação elaborada com uma estrutura de textos e imagens cujas mensagens possam ser facilmente decodificadas, orientando passo a passo os usuários do espaço construído na manutenção, reforma e ampliações futuras da sua moradia e servindo de apoio à assistência técnica. Os trabalhos desenvolvidos em outras cidades como Campinas em São Paulo, por equipe da UNICAMP, por exemplo, mostram que a proposta traz resultados positivos, no entanto, cuidados precisam fazer parte de estudos semelhantes, pois, como política de desenvolvimento urbano, a construção de moradia sob os regimes de mutirão ou autoconstrução não pode ser entendidas ou utilizadas apenas como exploração de mão de obra de quem necessita de um espaço para morar. O uso de publicações que orientam na construção da moradia é praticado em todo o país, tendo, como era de se esperar, a Região Sudeste com uma maior participação principalmente por ser a região mais populosa que temos. A Região Nordeste segue em segundo e, apesar da grande distância em números que a separa da Região Sudeste, apresentase de modo surpreendente, pois suas propostas são facilmente aplicadas aos regimes de mutirão e autoconstrução, principalmente as que são dedicadas ao semiárido. 92 Publicações sem data e sem referências de origem declaradas, mesmo que em número reduzido, são uma prática que dificulta o entendimento, pois não se sabe a temporalidade da orientação, fazendo com que o leitor leia um texto desatualizado ou ultrapassado, uma vez que tudo atualmente é muito dinâmico. Fato que precisa ser evitado. E, finalmente, conclui-se que os projetos das habitações para o público de baixa renda, não só o arquitetônico como todos os outros denominados de complementares, devem considerar que as publicações são apenas um apoio para se alcançar o objetivo maior. Portanto, as situações onde se verifica a sua aplicação pura e simplesmente, não é recomendado em virtude de não contarem com a participação de técnicos qualificados para o devido acompanhamento. No caso de situações onde estes mesmos projetos não preveem as reformas para a manutenção da moradia com as devidas ampliações futuras, seus autores precisam rever seus conceitos, pois como principal instrumento de divulgação de informações técnicas através de sua representação gráfica, percebe-se que os projetos não contemplam o conceito de moradia evolutiva. Sendo assim, os moradores vão, ao longo do tempo, sem mais informações, transformando o espaço construído de acordo apenas com seus conhecimentos, suas memórias e suas vontades. Em muitos casos comprometem o funcionamento da casa como um todo e uma publicação que os oriente, principalmente durante a pós-ocupação, embasada em um projeto de qualidade, certamente contribuirá para minimizar os problemas de modo significativo. 93 REFERÊNCIAS ABIKO, Alex Kenya. Introdução à gestão habitacional. São Paulo: EPUSP, 1995. 31 p. (Texto Técnico, 12). Disponível em: <http://publicacoes. pcc.usp.br/PDF/ttcap12.pdf>. Acesso em: 10 maio 2013. ______.; COELHO, Leandro de Oliveira. Mutirão habitacional: procedimentos de gestão. Porto Alegre: ANTAC, 2006. (Recomendações Técnicas Habitare, v. 2). ABREU, Mariana Garcia de. Habitação de interesse social no Brasil: caracterização da produção acadêmica dos programas de pós-graduação de 2006 a 2010. 2012. 154 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Ambiental)– Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2012. ACEVEDO, Tania Goussen. 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Fed. 8 9 Manual de Vias Públicas: Calçadas IPDU Cuiabá-MT (PMCba) Cadernos CAIXA Projeto Padrão Casas Populares 37m2 Região Data Págs. Sudeste S/ Data 16 Sudeste S/ Data 16 Nordeste 2001 35 Nordeste 2010 70 Nordeste S/ Data 15 C. Oeste 2008 28 Sudeste 2012 54 C. Oeste 2006 79 Sudeste 2006 36 C. Oeste S/ Data 32 10 Cartilha do Programa Cisternas 11 Cartilha Construção Cisterna Calçadão 52.000 Litros Construção da cisterna calçadão Nordeste 2008 49 12 Cartilha Construção Banheiro Redondo Const. Banheiro redondo Nordeste 2007 48 13 Cartilha da Boa Construção CREA-SC Interesses na hora de construir (Joinvile) Sul 2010 9 14 Cartilha Projeto Calçada Legal (ES) Execução ou recuperação de calçadas Sudeste 2008 30 15 Manual de Instalações Elétricas Residenciais. Instalação elétrica segura (São Paulo SP) Sudeste 2003 62 16 Manual de Concretagem Autoconstrução Instruções de concretagem (Engemix) Sudeste 2009 10 17 Manual para início de obra - Alphaville Procedimentos início de obra (Alphaville) Sudeste 2004 6 18 Cartilha de obras (Residencial Gan Éden) Normas internas de execução de obras Sudeste 2011 15 19 Cartilha para Produção Tijolo SoloCimento Técnicas de aplicação (Rio BrancoAC) Norte 1999 25 20 Cartilha Mãos a Obra (ABCP) Todas as Etapas da Construção Sudeste 1989 32 21 Cartilha Como Produzir Moradia Bem Localizada MCMV Com recursos do PMCMV C. Oeste 2010 69 22 Manual Tijolo Ecológico Modular Instruções de uso do tijolo ecológico Sul S/ Data 14 Manual de Projeto e Construção de Estrutura de Madeira (USP - São Carlos) Manual Prático Uso da Cal (IPHAN TO) Manual Prático Conservação Telhados (IPHAN - TO) Caderno Técnico Madeira: Uso e conservação IPHAN - Monumenta Estruturas peças roliças reflorestamento Programa Monumenta p/ cid. Natividade Programa Monumenta p/ cid. Natividade Sudeste 2010 334 Norte S/ Data 15 Norte S/ Data 16 C. Oeste 2006 247 S/ Ref. 1999 50 Sudeste 2011 98 23 24 25 26 27 Manual Conservação de Telhados IPHAN 28 Manual para Montagem de Estruturas Amaru Madeira: Uso e conservação Orientação a todos aqueles que participam da preservação do patrimônio histórico Serve como roteiro para o curso de montagem de estruturas com o sistema 100 Quadro 1 – Material encontrado e catalogado na área de Construção Civil. (continuação) Nº Título 29 Cartilha Habitação Projeto Inovarural 30 Manual do telhadista 31 Manual madeira legal 32 33 34 Manual de assentamentos e revestimentos cerâmicos: pisos externos Manual técnico telhas autoportantes IMAP - 850 Manual de projeto e construção de estruturas com peças roliças de madeira de reflorestamento - USP Conteúdo Apresentação de habitação rural por menos de R$ 10 mil Construção de edifícios: telhados Construir com madeira é trabalhar com o humano Dicas e informações importantes na elaboração de projetos e construção Região Data Nordeste S/ Data 2003 Sudeste 2014 S/ Ref. S/ Ref. S/ Data S/ Data Págs. 2 29 33 47 Cobertura estrutural autoportante Nordeste 11 Dicas e informações importantes na elaboração de projetos e construção Sudeste S/ Data 332 35 Manual Alvenarias 2ª Edição Orienta quanto a aplicação de elementos de vedação em estruturas metálicas Sudeste 2004 52 36 Cartilha Conheça as regras para arrumar a sua calçada PMSP Dicas e orientações gerais Sudeste 2004 40 37 Manual de Instalação da Placa Cimentícia BRICKAWALL S/ Ref. S/ Data 37 38 Cartilha aprenda a construir um Sistema Fossa Filtro – Seu Fossinha Sul 2012 9 39 Cartilha Alvenaria S/ Ref. S/ Data 26 40 Manual de Construção de Fogões Ecoeficientes 41 Manual de Montagem de Casa com 36m² 42 Guia Coletânea de Respostas Técnicas USP 43 Cartilha projeto cisternas - FEBRABAN 44 45 46 Manual Básico para Construção de Casas de Madeira Cartilha Pavimento intertravado impermeável Manual Técnico Descritivo Sistema Brickawall de Vedação 47 Cartilha Programa soluções Cidades ABCP 48 Manual Placas de Concreto - ABCP 49 Manual de ladrilho hidráulico - ABCP 50 Manual de pavimento intertravado ABCP 51 Guia Construções Rurais Volume 1 – Benfeitorias de uso geral / ABCP Orientações sobre a correta utilização da placa cimentícia com demonstração do processo de instalação Informações e orientações sobre a construção do sistema fossa - filtro Orientações básicas sobre a construção e características de materiais Objetivo de disseminar modelo eficiente de fogão a lenha Instruções de como montar um casa Sobre um conjunto de temas nos setores da indústria e agropecuária inclusive edificações Para as regiões semi- áridas com informações sobre a construção de reservatório de água Apresentação das técnicas de construção Dicas e orientações de melhores práticas Sistema Brickawall de Vedação – para especificações Qualificar o desenvolvimento urbano nas áreas de habitação, saneamento e mobilidade Dicas e orientações gerais de construção de pisos em placas de concreto Dicas e orientações gerais de construção de pisos com ladrilho hidráulico Dicas e orientações gerais de construção de pavimento intertravado Informações úteis para quem vai construir ou reformar no meio rural (moradias inclusive) Nordeste S/ Ref. S/ Data S/ Data 24 16 Sudeste 2009 102 Sudeste S/ Data 18 S/ Ref. S/ Data 30 Sudeste 2011 24 S/ Ref. S/ Data 13 S/ Ref. S/ Data 19 Sudeste 2009 36 Sudeste 2010 28 Sudeste 2010 36 Sudeste S/ Data 115 101 Quadro 1 – Material encontrado e catalogado na área de Construção Civil. (continuação) Nº Título 52 Guia Construções Rurais Volume 2 – Como usar os materiais / ABCP 53 Guia Construções Rurais Volume 3 – Benfeitorias para Bovinocultura / ABCP 54 Cartilha Cuidados Preliminares - ABCP 55 Cartilha Preparação do Terreno - ABCP 56 Cartilha Locação da Casa - ABCP 57 Cartilha Fundação - ABCP 58 Cartilha Impermeabilização - ABCP 59 Cartilha Paredes - ABCP 60 Cartilha Laje – ABCP 61 Cartilha Pisos - ABCP 62 Cartilha Revestimentos - ABCP 63 Cartilha Instalação Hidráulica - ABCP 64 Cartilha Esgoto - ABCP 65 Cartilha Instalação elétrica - ABCP 66 Cartilha Telhado - ABCP 67 Cartilha Muros - ABCP 68 Cartilha Calçadas - ABCP 69 Cartilha Casa com mais de um pavimento ABCP 70 Cartilha Escadas ABCP 71 Cartilha Piscinas - ABCP 72 Cartilha Piso de cimento queimado ABCP 73 74 Cartilha Estrutura de concreto armado ABCP Cartilha Pinturas e envernizamento para peças de madeira - ABCP 75 Cartilha Muros de Arrimo - ABCP 76 Cartilha Metodologia de execução de alvenaria em blocos vazados - ABCP Conteúdo Informações úteis para quem vai construir ou reformar no meio rural (moradias inclusive) Informações úteis para quem vai construir ou reformar no meio rural (moradias inclusive) Orientações gerais desde a escolha do terreno, passando pelo projeto e construção. Orientações quanto a demarcação e limpeza do terreno Contem o procedimento de locação da obra Contem o procedimento de execução da fundação da obra Informações e orientações gerais sobre a contratação do serviço Contem o procedimento de execução das paredes como vedação da obra Contem o procedimento de execução das lajes na construção Contem informações e orientação sobre a execução de pisos Contem informações e orientação sobre a execução de revestimentos Apresenta norma para a execução de instalações hidráulicas Contem informações e orientação geral sobre a execução de esgoto sanitário Contem informações e orientação geral sobre a execução de instalações elétricas Trata apenas da confecção de um telhado com todas as suas características Contem informações e orientação sobre a execução de muros Contem informações e orientação sobre a execução de calçadas Apenas sugere que deve ser elaborado por profissional Contém apenas explicações sobre cálculos de uma escada Contem informações e orientação geral sobre a execução de piscinas Contem informações e orientação geral sobre a execução de um piso de cimento queimado Apenas sugere que deve ser elaborado por profissional Contém apenas explicações sobre como proceder Apenas sugere que deve ser elaborado por profissional ou orientado por um Contém o passo a passo para construir alvenarias de blocos vazados de concreto Região Data Págs. Sudeste S/ Data 55 Sudeste S/ Data 64 Sudeste 2001 14 Sudeste 2001 3 Sudeste 2001 4 Sudeste 2001 9 Sudeste 2001 2 Sudeste 2001 14 Sudeste 2001 8 Sudeste 2001 9 Sudeste 2001 7 Sudeste 2001 7 Sudeste 2001 4 Sudeste 2001 6 Sudeste 2001 8 Sudeste 2001 8 Sudeste 2001 6 Sudeste 2001 1 Sudeste 2001 2 Sudeste 2001 6 Sudeste S/ Data 1 Sudeste 2001 1 Sudeste 2001 4 Sudeste 2001 2 Sudeste S/ Data 24 102 Quadro 1 – Material encontrado e catalogado na área de Construção Civil. (continuação) Nº Título 77 Cartilha Sistemas Integrados Calçadas – ABCP 78 Cartilha Sugestão de Planta Baixa – ABCP 79 Cadernos CAIXA Projeto Padrão Casas populares 42m2 80 Cartilha Mãos na Massa 4 81 Cartilha Mãos na Massa 7 82 Manual do Mestre de Obras por Inacio Vacchiano 83 Guia Mestre na obra - ABAI 84 Manual de Instalação elétrica para Autoconstrução 85 Conteúdo Informações a serem utilizadas na elaboração de políticas em relação a passeios públicos Contem uma sugestão de planta baixa e fachada para casa popular Contém todas as informações a respeito de construção de casa popular Como dosar traços em concreto Informações sobre blocos de concreto Orientações básicas a pequenos construtores para a construção de casas populares e serviços Dicas para melhorar a qualidade do seu trabalho com argamassa pronta Região Data Págs. Sudeste S/ Data 12 Sudeste S/ Data 2 Sudeste 2007 42 Sudeste 2008 21 Sudeste 2008 65 S/ Ref. 2013 133 Sudeste S/ Data 8 Trata-se de um curso prático de instalação elétrica Sudeste 1993 37 Manual Painéis de vedação em aço Apresenta os aspectos de produção, projeto e montagem de painéis de concreto Sudeste S/ Data 61 86 Manual de concreto estampado e concreto convencional: moldados in loco Instruções gerais Sudeste 2010 36 87 Cartilha Edifícios Públicos Sustentáveis C. Oeste 2010 45 88 Cartilha Cimento Queimado Pronto MSET S/ Ref. S/ Data 3 89 Cartilha Prática Recomendada pavimentos intertravados – preparo fundação Sudeste S/ Data 4 90 Caderno Construções Moradias Sustentáveis C. Oeste S/ Data 9 91 Cartilha Prática Recomendada: Sistemas Construtivos – Pavimentos Permeáveis Conceitos e requisitos para pavimentos intertravado permeáveis S/ Ref. S/ Data 8 92 Guia Sustentabilidade para Instalações domiciliares Água e Energia Sudeste 2011 23 93 Manual de Construção em Aço Alvenaria Sudeste S/ Data 55 94 Manual Desenho Universal Sudeste S/ Data 99 95 Cartilha Eletricidade Solar Sul S/ Data 10 96 Manual Dicas Qualyvinil Processos de pintura Informações que visam a sustentabilidade nestas instalações Sobre a aplicação correta de elementos de vedação em estruturas metálicas Sugestão da aplicação do conceito de que as edificações devem ser para todos sem distinção de deficiências Incentivo a adoção de política de integração e desenvolvimento que contemple fontes alternativas de energia Dicas sobre preparação de superfícies, aplicação de complementos, diluição e aplicação de acabamentos. S/ Ref. S/ Data 5 97 Cartilha Aplicada a Edificações - BH Sudeste S/ Data 57 Indicações de construções que contemplem uma melhor relação junto ao meio ambiente Apresentação de argamassa pronta semelhante ao cimento queimado Contém informações relativas a preparação da base a ser pavimentada Contém informações no sentido de minimizar os impactos ambientais quando da execução de uma obra Orienta quanto a construção, regularização e uso das edificações 103 Quadro 1 – Material encontrado e catalogado na área de Construção Civil. (continuação) Nº Título Conteúdo 98 Cartilha Projeto Obra Legal – Seu Imóvel Legalizado - SP Orienta quanto a construção, regularização e uso das edificações Sudeste 2010 16 99 Manual de Execução de Cobertura com Estrutura de Madeira e telhados com Telhas Cerâmicas – IPT / São Paulo Informações sobre a técnica construtiva deste tipo de telhado Sudeste 1988 80 100 Cartilha Projeto CASA – Curso de Capacitação Sudeste S/ Data 74 Sudeste S/ Data 6 S/ Ref. S/ Data 6 S/ Ref. S/ Data 16 S/ Ref. S/ Data 19 S/ Ref. S/ Data 4 Sudeste S/ Data 15 Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ Data 8 Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ Data 8 Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ Data 8 Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ Data 6 Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ Data 8 Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ Data 8 Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ Data 8 Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ Data 6 Cartilha Novo Brick Prensa Modular 101 Multifuncional - SAHARA Cartilha Romme passo a passo para a 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 construção Manual de Montagem de Casa – Sistema construtivo em Light Steel Frame. Manual de Montagem de Casa – Sistema em placas de concreto da metalúrgica Erwino Menegotti, sem data e origem. Cartilha: Projeto de Churrasqueira em Alvenaria elaborado por Giragrill, sem data. Guia Prático para construção de Calçadas. Secretaria de planejamento e Desenvolvimento Urbano. Mogi Guaçu/ São Paulo, sem data publicação. Manual de Instruções Técnicas – Atérmica. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP, sem data publicação. Manual de Instruções Técnicas – Crystalli/ Paris/Etrusco/Grezzo. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP, sem data publicação. Manual de Instruções Técnicas – Duna/Eclypse/Lêmini. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP, sem data publicação. Manual de Instruções Técnicas – Ekko e Ekko Plus. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP, sem data publicação. Manual de Instruções Técnicas – Gamma. Castelatto – Pisos e Revestimentos Atibaia / SP, sem data publicação. Manual de Instruções Técnicas – Illusie. Castelatto – Pisos e Revestimentos Atibaia / SP, sem data publicação. Manual de Instruções Técnicas – Labratto. Castelatto – Pisos e Revestimentos Atibaia / SP, sem data. Manual de Instruções Técnicas – Lucce. Castelatto – Pisos e Revestimentos Atibaia / SP, sem data publicação. Principais etapas de uma Construção Civil para disseminação dessas práticas Apresentação da máquina multifuncional que tem a capacidade de ser utilizada para vários modelos Orientações gerais sobre a construção Orientações de montagem através de kit, de casa unifamiliar com 36,00m². Orientações de montagem através de kit, de casa unifamiliar com em placas de concreto pré-moldados. Orienta o passo a passo na construção de uma churrasqueira em alvenaria. Sobre a importância de construir, recuperar e manter as calçadas da cidade em bom estado de conservação. Região Data Págs. 104 Quadro 1 – Material encontrado e catalogado na área de Construção Civil. (continuação) Nº 115 116 117 118 119 Título Manual de Instruções Técnicas – Madeira Vecchia. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP, sem data publicação. Manual de Instruções Técnicas – Matrice/Kynês/Squadri/Traços/Scaleno. Castelatto – Pisos e Revestimentos Atibaia / SP, sem data publicação. Manual de Instruções Técnicas – Mosaicos. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP, sem data publicação. Manual de Instruções Técnicas – Synus e Trama. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP, sem data publicação. Cartilha Prática Recomendada Alvenaria – Como projetar a Modulação Conteúdo Região Data Págs. Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ data 8 Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ Data 8 Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ Data 6 Orientações de instalações para um bom assentamento. Sudeste S/ Data 8 Dicas úteis no planejamento de modulação em alvenaria Sudeste S/ Data 4 120 Cartilha Capacitação de Equipes de Produção Orientação quanto a alvenaria de Vedação com blocos de concreto Nordeste 2008 34 121 Guia do Montador Placa Cimentícia Impermeabilizada Brasilit Recomendações técnicas na instalação de placas cimentícias S/ Ref. S/ Data 8 Manual de Instalações Esquadrias Galon. São Roque do Canaã – ES, sem data. Manual para aplicação do “Cimento Queimado”. Manual de instalações prediais de gás natural. COPERGÁS, Governo do Estado de Pernambuco. Sem data. Manual de fundamentos do Projeto Estrutural. UFC e SINDUSCON-CE. S/ data. Manual Pintura em Drywall: o que é preciso saber. Associação Brasileira de Drywall. LUCA, 2012. Orientações e instruções gerais sobre a instalação. Sudeste Instruções para a execução. Sudeste Trata das instalações mínimas exigíveis para a elaboração de projetos. Nordeste S/ Data 92 Padrão de formação tecnológica e moderna em cálculo estrutural. Nordeste S/ Data 29 Orientações quanto ao esquema de pintura aplicado sobre Drywall. Sudeste 2012 8 122 123 124 125 126 S/ Data S/ Data 6 2 127 Guia Princípios de Arquitetura em Aço Orientações sobre a opção de estrutura metálica como opção estrutura Sudeste 2004 67 128 Manual de Fixação, Manutenção e Acabamento. Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall. Sem data. Para facilitar o trabalho de profissionais das áreas de instalações hidráulicas, elétricas, telefonia, marcenaria e mobiliário. Sudeste S/ Data 16 129 Cartilha de Orientação Acessibilidade Nordeste 2007 40 130 Cartilha Tarifa social de energia elétrica C. Oeste 2013 28 131 Cartilha pastilha para Revestimento SAHARA Sudeste S/ Data 8 132 Manual de Placas cimentícias BRICK S/ Ref. S/Data 13 133 Cartilha O Trabalho do Pedreiro S/ Ref. S/ Data 16 Para consulta permanente no sentido de garantir ampla locomoção a todos Apresenta as condições para ter direito a tarifa social – da ANEEL Orientações quanto a fabricação e aplicação de pastilhas de revestimento Apresentação de lançamento de placa cimentícias para revestimento Informações básicas a respeito do trabalho de Pedreiro 105 Quadro 1 – Material encontrado e catalogado na área de Construção Civil. (conclusão) Nº Título Conteúdo 134 Manual de Assentamento de Revestimento Cerâmico em Pisos Internos. 135 Cartilha Direitos Humanos e Direito a Moradia Informações, instruções e dicas a respeito do assentamento de materiais cerâmicos de revestimento. Informações relativas aos direitos humanos 136 Manual de ladrilho Hidráulico em Passeios Públicos. ABCP, 2010. 137 138 139 140 141 Região Data Págs. Sudeste S/ Data 50 Sudeste S/ Data 8 Recomendações técnicas para assentamento de ladrilho hidráulico. Sudeste 2010 28 Cartilha Calçada cidadã – Normas para construção Guarapari – ES Apresenta normas para construção e conservação de calçadas Sudeste 2009 20 Cartilha Aquecimento solar (INMETRO) Sistemas de aquecimento solar Sudeste 2008 16 Manual do Proprietário Cielo Vita GAFISA Cartilha Construções próximas e barrancos (ABCP) Uso e manutenção do Edifício + Memorial Descritivo (As Built) Dicas para construções próximas de barranco Apresenta aspectos de projeto e montagem de edificações com o sistema este construtivo Sudeste S/ Data 112 Sudeste 2001 3 Sudeste 2006 124 Manual Steel Framing Arquitetura 141 TOTAL - CONSTRUÇÃO CIVIL Fonte: Organizado pelo autor. Quadro 2 – Material encontrado e catalogado na área de Bioarquitetura. Nº Título Conteúdo Região Data Págs. 142 Cartilha Taipa para o Brasil Instruções de construção S/ Ref. S/ Data 18 143 Cartilha Cores da Terra Fazendo tinta com terra Sudeste 2009 18 144 Cartilha Taipa / Pau-a-Pique Manual de construccion em Tierra Gernot 145 Minke - Alemanha Manual Estufa Ecológica – uso do Bambu 146 em Bioconstrução, Governo do Estado do Paraná, SILVA - 2011. Instruções de construção Instruções sobre aplicação e uso de terra (como barro) nas construções S/ Ref. 1987 23 Alemanha 2001 222 Orientações de como construir uma estufa com bambu. Sul 2011 33 Cartilha Superadobe – Construindo com o 147 terreno, Universidade Federal Fluminense – RJ. CESAR. Dicas e informações sobre construir com materiais naturais e técnicas vernaculares. Sudeste S/ Data 9 Cartilha O Uso dos Materiais Naturais na Arquitetura Archdomus 149 Manual Tierra Cruda Apresentação de materiais a serem aplicados na sua forma original Construção de habitações em terra S/ Ref. S/ Data 49 Chile 2012 252 148 8 TOTAL BIOARQUITETURA + 141 CONSTRUÇÃO CIVIL = TOTAL 149 Fonte: Organizado pelo autor. 106 APÊNDICE B – Links de Acesso aos Materiais Catalogados Quadro 3 – Links para acesso aos materiais catalogados nas áreas de Construção Civil e Bioarquitetura. (continua) Nº Título 1 Cartilha O Solo-Cimento (SAHARA) 2 Cartilha Construção e Reforma 3 Cartilha do Pedreiro – 1ª Edição (UNEB) 4 Cartilha do Pedreiro – 3ª Edição (UNEB) 5 Cartilha do Banheiro Seco 6 Guia Prático para a Construção de Calçadas – 2ª Edição 7 Cartilha Casa Sustentável (CREA – MG) Links http://www.sahara.com.br/downloads http://www.crea-rj.org.br/wpcontent/uploads/2010/11/cartilhaedificacoes.pdf?84cd58 http://pt.slideshare.net/JosMariaAndrade/savedfiles?s_title=cartilha-dopedreiro&user_login=DandaEDF http://pt.scribd.com/doc/63348036/Cartilha-Do-Pedreiro-2 http://banheirosecoecologico.blogspot.com.br/2011/03/cartilha-paracapacitar-usuarios.html http://www.sindusconms.com.br/guia_calcada/guia_calcadas.pdf 10 Cartilha do Programa Cisternas 11 Cartilha Construção Cisterna Calçadão 52.000 Litros 12 13 Cartilha Construção Banheiro Redondo Cartilha da Boa Construção CREA-SC http://www.sengemg.com.br/downloads/21-082012_construcao_sustent.pdf http://www.cuiaba.mt.gov.br/upload/arquivo/manual_de_vias_publicas _calcadas.pdf http://pt.scribd.com/doc/205384502/MODELO-DE-CASA-PADRAOCAIXA-ECONOMICA-37M2-pdf http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/29532/1/Cartilhavol-2-Cisterna-de-placas.pdf http://www.mds.gov.br/backup/programas/seguranca-alimentar-enutricional-san/cisternas/arquivos/cisterna-calcadao-52-mil-litrosdiaconia-no-semi-arido-brasileiro.pdf http://www.diaconia.org.br/novosite/biblioteca/int.php?id=36 http://www.crea-sc.org.br/portal/arquivosSGC/File/cartilha.pdf 14 Cartilha Projeto Calçada Legal (ES) http://app.serra.es.gov.br/portal/cartilha_calcada.pdf 15 Manual de Instalações Elétricas Residenciais. 16 Manual de Concretagem Autoconstrução 17 Manual para início de obra - Alphaville 18 Cartilha de obras (Residencial Gan Éden) Cartilha para Produção Tijolo SoloCimento Cartilha Mãos a Obra (ABCP) http://www.etelg.com.br/downloads/eletronica/apostilas/IE%20Parte1. pdf http://www.engemix.com.br/autoconstrucao/attach/manual/manual_de_ concretagem_autoconstrucao.pdf http://www.sacres.com.br/obras.asp http://www.ganeden.com.br/condominio/pdf/gan_eden_cartilha_obras. pdf http://pt.slideshare.net/JosMariaAndrade/savedfiles?s_title=producaode tijolosolocimento&user_login=bel85 http://www.lafarge.com.br/M_OBRA_sem_logo.pdf 21 Cartilha Como Produzir Moradia Bem Localizada MCMV http://pt.slideshare.net/recantodafelicidade/como-produzir-moradiabem-localizada-com-os-recursos-do-programa-minha-casa-minha-vida 22 Manual Tijolo Ecológico Modular 23 Manual de Projeto e Construção de Estrutura de Madeira (USP - São Carlos) 24 Manual Prático Uso da Cal (IPHAN TO) 25 Manual Prático Conservação Telhados (IPHAN - TO) http://www.ecoproducao.com.br/downloads/cartilha-eco-producao.pdf http://www.set.eesc.usp.br/portal/pt/livros/371-manual-de-projeto-econstrucao-de-estruturas-com-pecas-rolicas-de-madeira-dereflorestamento http://portal.iphan.gov.br/montarPaginaSecao.do;jsessionid=F99001D B02033822E56C7608766A08F8?id=17592&sigla=Institucional&retor no=paginaInstitucional http://portal.iphan.gov.br/montarPaginaSecao.do;jsessionid=F99001D B02033822E56C7608766A08F8?id=17592&sigla=Institucional&retor no=paginaInstitucional 26 Caderno Técnico Madeira: Uso e conservação IPHAN - Monumenta http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=4355 27 Manual Conservação de Telhados IPHAN http://portal.iphan.gov.br/montarPaginaSecao.do;jsessionid=F99001D B02033822E56C7608766A08F8?id=17592&sigla=Institucional&retor no=paginaInstitucional 8 9 19 20 Manual de Vias Públicas: Calçadas IPDU Cuiabá-MT (PMCba) Cadernos CAIXA Projeto Padrão Casas Populares 37m2 107 Quadro 3 – Links para acesso aos materiais catalogados nas áreas de Construção Civil e Bioarquitetura. (continuação) Nº Título 28 Manual para Montagem de Estruturas Amaru 29 Cartilha Habitação Projeto Inovarural 30 Manual do telhadista 31 Manual madeira legal 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 Manual de assentamentos e revestimentos cerâmicos: pisos externos Manual técnico telhas autoportantes IMAP - 850 Manual de projeto e construção de estruturas com peças roliças de madeira de reflorestamento - USP Manual Alvenarias 2ª Edição Cartilha Conheça as regras para arrumar a sua calçada PMSP Manual de Instalação da Placa Cimentícia BRICKAWALL Cartilha aprenda a construir um Sistema Fossa Filtro – Seu Fossinha Cartilha Alvenaria Manual de Construção de Fogões Ecoeficientes Manual de Montagem de Casa com 36m² Guia Coletânea de Respostas Técnicas USP Cartilha projeto cisternas - FEBRABAN Manual Básico para Construção de Casas de Madeira Cartilha Pavimento intertravado impermeável Manual Técnico Descritivo Sistema Brickawall de Vedação Cartilha Programa soluções Cidades ABCP Manual Placas de Concreto - ABCP Manual de ladrilho hidráulico - ABCP Manual de pavimento intertravado ABCP Guia Construções Rurais Volume 1 – Benfeitorias de uso geral / ABCP Guia Construções Rurais Volume 2 – Como usar os materiais / ABCP Guia Construções Rurais Volume 3 – Benfeitorias para Bovinocultura / ABCP Cartilha Cuidados Preliminares - ABCP Cartilha Preparação do Terreno - ABCP Cartilha Locação da Casa - ABCP Cartilha Fundação - ABCP Cartilha Impermeabilização - ABCP Cartilha Paredes - ABCP Cartilha Laje – ABCP Links http://www.plantar.com.br/wpcontent/uploads/2012/11/manual_curso_carpinteiros.pdf http://www.iau.usp.br/pesquisa/grupos/habis/biblioteca/digital/inova.ht ml http://pt.scribd.com/doc/54460943/Manual-Do-Telhadista http://www.sindimasp.org.br/conteudo/download/manual_madeira_leg al.pdf http://pt.scribd.com/doc/4898670/Manual-de-assentamento-erevestimento-de-pisos-ceramicos-piso-externo http://www.telaport.com.br/manual/manual_telhas_autoportantes.pdf http://www.google.com.br/url?url=http://www.montana.com.br/content /download/4696/45190/version/4/file/Manual%2Bde%2BProjeto%2Be %2BConstrucao%2Bde%2BEstruturas.pdf&rct=j&frm=1&q=&esrc=s &sa=U&ei=e74hVPD2BYzMggSRwIG4AQ&ved=0CCsQFjAE&usg= AFQjCNFSnenbJKMyzT_oskXvPKw5P0Cl3w https://edificaacoes.files.wordpress.com/2009/12/5-mat-alvenaria-ii.pdf http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/subprefeitura s/calcadas/arquivos/cartilha_-_draft_10.pdf http://www.bricka.com.br/manuais/Manual_de_Instalao_da_Placa_Ci mentcia_BRICKAWALL.pdf http://www.ifsc.edu.br/arquivos/extensao/cartilha%20seu%20fossina.p df http://www.npc.ufsc.br/gda/humberto/02.pdf http://www.institutoidesa.org.br/download/idesa_20091031_085453.pd f http://www.telhadometalico.com.br/pdf/manual_casa.pdf http://www.inovacao.usp.br/respostastecnicas/ http://www.febraban.org.br/7Rof7SWg6qmyvwJcFwF7I0aSDf9jyV/sit efebraban/Cartilha%20-%20Projeto%20Cisternas.pdf http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAUk0AF/manual-basicoconstrucao-casas-madeira http://www.menegotti.net/novo/public/arquivos/eng/midia/midia19.pdf http://www.bricka.com.br/manuais/Manual_de_Instalao_da_Placa_Ci mentcia_BRICKAWALL.pdf http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php 108 Quadro 3 – Links para acesso aos materiais catalogados nas áreas de Construção Civil e Bioarquitetura. (continuação) Nº Título 61 62 63 64 65 66 67 68 Cartilha Pisos - ABCP Cartilha Revestimentos – ABCP Cartilha Instalação Hidráulica - ABCP Cartilha Esgoto - ABCP Cartilha Instalação elétrica - ABCP Cartilha Telhado - ABCP Cartilha Muros – ABCP Cartilha Calçadas - ABCP Cartilha Casa com mais de um pavimento ABCP Cartilha Escadas ABCP Cartilha Piscinas - ABCP Cartilha Piso de cimento queimado ABCP Cartilha Estrutura de concreto armado ABCP Cartilha Pinturas e envernizamento para peças de madeira - ABCP http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php Cartilha Muros de Arrimo - ABCP http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 Cartilha Metodologia de execução de alvenaria em blocos vazados - ABCP Cartilha Sistemas Integrados Calçadas – ABCP Cartilha Sugestão de Planta Baixa – ABCP Cadernos CAIXA Projeto Padrão Casas populares 42m2 80 Cartilha Mãos na Massa 4 81 Cartilha Mãos na Massa 7 82 Manual do Mestre de Obras por Inacio Vacchiano 83 Guia Mestre na obra - ABAI 84 Manual de Instalação elétrica para Autoconstrução 85 Manual Painéis de vedação em aço 86 Manual de concreto estampado e concreto convencional: moldados in loco 87 Cartilha Edifícios Públicos Sustentáveis 88 89 90 91 92 Cartilha Cimento Queimado Pronto MSET Cartilha Prática Recomendada pavimentos intertravados – preparo fundação Caderno Construções Moradias Sustentáveis Cartilha Prática Recomendada: Sistemas Construtivos – Pavimentos Permeáveis Guia Sustentabilidade para Instalações domiciliares Água e Energia Links http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/banco_projetos/projetos_his/c asa_42m2.pdf http://www.abcp.org.br/colaborativoportal/download.php?selected=M%C3%A3o%20na%20Massa http://www.abcp.org.br/colaborativoportal/download.php?selected=M%C3%A3o%20na%20Massa http://inaciovacchiano.files.wordpress.com/2012/12/manual-do-mestrede-obras-por-inacio-vacchiano5.pdf http://www.solucoesparacidades.com.br/wpcontent/uploads/2010/01/01%20-%20Guia%20argamassa.pdf http://www.cienciamao.usp.br/dados/pdf/_manualdeinstalacaoeletricare sidencial.arquivopdf.pdf http://hojecivil.blogspot.com.br/2013/05/bibliografia-tecnica-parao.html http://solucoesparacidades.com.br/wpcontent/uploads/2012/08/ManualConcretoEstampadoConvencionalMol dadoInLoco.pdf http://www.senado.leg.br/senado/programas/senadoverde/siges/Cartilh a-edificios_publicos_sustentaveis_Visualizar.pdf http://www.mset.com.br/uploads/produtos/fichatecnica/95mset-resinaacr-lica-multiuso.pdf http://www.menegotti.net/novo/public/arquivos/eng/midia/midia16.pdf http://www.ambiente.sp.gov.br/publicacoes/files/2013/04/9-habitacaosustentavel-2012.pdf http://pt.slideshare.net/leonardoenginer/pr2-conceitosrequisitospavpermeavel http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/publ icacoes_svma/index.php?p=37789 109 Quadro 3 – Links para acesso aos materiais catalogados nas áreas de Construção Civil e Bioarquitetura. (continuação) Nº Título Links 93 Manual de Construção em Aço – Alvenaria https://edificaacoes.files.wordpress.com/2009/12/5-mat-alvenaria-ii.pdf 94 Manual Desenho Universal http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Cartilhas/manual-desenhouniversal.pdf 95 Cartilha Eletricidade Solar http://www.americadosol.org/wpcontent/uploads/2012/04/CARTILHA_FINAL_web.pdf 96 Manual Dicas Qualyvinil Processos de pintura http://www.qualyvinil.com/processos_pintura.pdf 97 Cartilha Aplicada a Edificações - BH http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pI dPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=regulacaourbana&tax=36687&l ang=pt_BR&pg=5570&taxp=0& 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 Cartilha Projeto Obra Legal – Seu Imóvel Legalizado - SP Manual de Execução de Cobertura com Estrutura de Madeira e telhados com Telhas Cerâmicas – IPT / São Paulo. Cartilha Projeto CASA – Curso de Capacitação Cartilha Novo Brick Prensa Modular Multifuncional - SAHARA Cartilha Romme passo a passo para a construção Manual de Montagem de Casa – Sistema construtivo em Light Steel Frame. Manual de Montagem de Casa – Sistema em placas de concreto da metalúrgica Erwino Menegotti. Cartilha: Projeto de Churrasqueira em Alvenaria elaborado por Giragrill. Guia Prático para construção de Calçadas. Secretaria de planejamento e Desenvolvimento Urbano. Mogi Guaçu/ São Paulo. Manual de Instruções Técnicas – Atérmica. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP. Manual de Instruções Técnicas – Crystalli/ Paris/Etrusco/Grezzo. Castelatto – Pisos e Revestimentos Atibaia / SP. Manual de Instruções Técnicas – Duna/Eclypse/Lêmini. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP. Manual de Instruções Técnicas – Ekko e Ekko Plus. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP. Manual de Instruções Técnicas – Gamma. Castelatto – Pisos e Revestimentos Atibaia / SP. Manual de Instruções Técnicas – Illusie. Castelatto – Pisos e Revestimentos Atibaia / SP. Manual de Instruções Técnicas – Labratto. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP. http://www.sindusconsp.com.br/downloads/prodserv/publicacoes/cartil ha_obra_legal.pdf http://pt.scribd.com/doc/69786213/Manual-Telhados-IPT http://issuu.com/arquitetoboina/docs/projeto_casa http://www.sahara.com.br/materiais-didaticos http://pt.scribd.com/doc/170673438/Manual-Romme-Passo-a-Passopara-construo-pdf http://www.cbca-acobrasil.org.br/upfiles/downloads/Datec-14-LSF.pdf http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/3922/materi al/manual_de_casas.pdf http://pt.slideshare.net/joaoreforma/manual-para-churrasqueira-dealvenaria-aria-elev-grill-584-704 http://www.mogiguacu.sp.gov.br/v2/sec_planejamento/arquivos/guia_c alcada_novo.pdf http://www.mogiguacu.sp.gov.br/v2/sec_planejamento/arquivos/guia_c alcada_novo.pdf http://www.porcelanatoseliane.com.br/img/GuiaTecnico/Castelatto/At %C3%A9rmica.pdf http://www.porcelanatoseliane.com.br/img/GuiaTecnico/Castelatto/Cry stalli_Etrusco_Grezzo.pdf http://www.porcelanatoseliane.com.br/img/GuiaTecnico/Castelatto/Du na_Eclypse_Lemini_Prisma_Dyamante.pdf http://www.porcelanatoseliane.com.br/img/GuiaTecnico/Castelatto/Ek ko%20e%20Ekko%20Plus.pdf http://bertolaccininet.com.br/img/GuiaTecnico/Castelatto/Gamma.pdf http://www.porcelanatoseliane.com.br/img/GuiaTecnico/Castelatto/Illu sie.pdf 110 Quadro 3 – Links para acesso aos materiais catalogados nas áreas de Construção Civil e Bioarquitetura. (continuação) Nº 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 Título Manual de Instruções Técnicas – Lucce. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP. Manual de Instruções Técnicas – Madeira Vecchia. Castelatto – Pisos e Revestimentos Atibaia / SP. Manual de Instruções Técnicas – Matrice/Kynês/Squadri/Traços/Scaleno. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP. Manual de Instruções Técnicas – Mosaicos. Castelatto – Pisos e Revestimentos - Atibaia / SP, sem data publicação. Manual de Instruções Técnicas – Synus e Trama. Castelatto – Pisos e Revestimentos Atibaia / SP. Cartilha Prática Recomendada Alvenaria – Como projetar a Modulação Cartilha Capacitação de Equipes de Produção Guia do Montador Placa Cimentícia Impermeabilizada Brasilit Manual de Instalações Esquadrias Galon. São Roque do Canaã – ES, sem data. Manual para aplicação do “Cimento Queimado”. Manual de instalações prediais de gás natural. COPERGÁS, Governo do Estado de Pernambuco. Manual de fundamentos do Projeto Estrutural. UFC e SINDUSCON-CE. Manual Pintura em Drywall: o que é preciso saber. Associação Brasileira de Drywall. LUCA, 2012. Links http://www.porcelanatoseliane.com.br/img/GuiaTecnico/Castelatt o/Labratto.pdf http://www.porcelanatoseliane.com.br/img/GuiaTecnico/Castelatt o/Madeyra%20Vecchia.pdf http://www.porcelanatoseliane.com.br/img/GuiaTecnico/Castelatt o/Matrice_Kyn%C3%AAs_Squadri_Tra%C3%A7os_Scaleno.pd f http://www.porcelanatoseliane.com.br/img/GuiaTecnico/Castelatt o/Mosaicos%20Oxyden_Etrusco_Crystalli_Paris_At%C3%A9rmica.pdf http://bertolaccininet.com.br/img/GuiaTecnico/Castelatto/Synus_ Trama.pdf http://solucoesparacidades.com.br/wpcontent/uploads/2012/08/pr2_alvenaria_estrutural.pdf http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/upload/ativos/245/a nexo/anexo04cart.pdf http://www.gessobh.com.br/catalogos/guia-do-montador-placacimenticia-impermeabilizada-brasilit.pdf http://www.esquadriasgalon.com.br/uploads/anexos/0905444346. pdf http://www.decoranea.com.br/img/uploads/manuais/1sok1mq_zf. pdf http://www.copergas.com.br/wpcontent/uploads/2010/03/manual_de_instalacoes_prediais.pdf http://www.sinduscon-ce.org/ce/downloads/links/Manual-deFundamentos-do-Projeto-Estrutural-Capas.pdf http://www.drywall.org.br/biblioteca.php/1/3/dl/5/manual-defixacao-manutencao-e-acabamento 127 Guia Princípios de Arquitetura em Aço http://www.skylightestruturas.com.br/downloads/manual_arquitet ura.pdf 128 Manual de Fixação, Manutenção e Acabamento. Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall. http://www.drywall.org.br/biblioteca.php/1/3/dl/5/manual-defixacao-manutencao-e-acabamento 129 Cartilha de Orientação Acessibilidade 130 Cartilha Tarifa social de energia elétrica 131 132 Cartilha pastilha para Revestimento SAHARA Manual de Placas cimentícias BRICK 133 Cartilha O Trabalho do Pedreiro 134 Manual de Assentamento de Revestimento Cerâmico em Pisos Internos. 135 Cartilha Direitos Humanos e Direito a Moradia 136 137 138 Manual de ladrilho Hidráulico em Passeios Públicos. ABCP, 2010. Cartilha Calçada cidadã – Normas para construção Guarapari – ES Cartilha Aquecimento solar (INMETRO) http://www.crea-sc.org.br/portal/arquivosSGC/File/cartilhaacessibilidade-final-web.pdf http://www.cemig.com.br/sites/Imprensa/ptbr/Documents/CartilhaTarifaSocial.PDF http://www.sahara.com.br/materiais-didaticos http://www.bricka.com.br/produtos/manuais/ http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAfKMAI/carttilhapedreiro http://www.pamesa.com.br/site/repository/pdf/pdf_1287080848.p df http://www.dhnet.org.br/dados/cartilhas/a_pdf/903_cartilha_cdh_ sp_moradia.pdf http://solucoesparacidades.com.br/wpcontent/uploads/2012/08/ManualLadrilhoHidraulico.pdf http://www.guarapari.es.gov.br/v3/phocadownload/DownloadGeral/cartilha_calcada_cidada_guarapari_es.pdf http://www.cidadessolares.org.br/conteudo_view.php?id=423 111 Quadro 3 – Links para acesso aos materiais catalogados nas áreas de Construção Civil e Bioarquitetura. (conclusão) Nº 139 140 Título Manual do Proprietário Cielo Vita - GAFISA Cartilha Construções próximas e barrancos (ABCP) Links http://cielovita.com.br/manual.pdf http://www.abcp.org.br/colaborativo-portal/download.php 141 Manual Steel Framing Arquitetura http://www.skylightestruturas.com.br/downloads/CBCA_manuai s_arquitetura.pdf 142 Cartilha Taipa para o Brasil http://arquivos.verdesaine.net/temp/Cartilha%20Taipa%2007.pdf 143 Cartilha Cores da Terra 144 Cartilha Taipa / Pau-a-Pique 145 146 Manual de construccion em Tierra Gernot Minke - Alemanha Manual Estufa Ecológica – uso do Bambu em Bioconstrução, Governo do Estado do Paraná, SILVA - 2011. 147 Cartilha Superadobe – Construindo com o terreno, Universidade Federal Fluminense – RJ. CESAR. 148 Cartilha O Uso dos Materiais Naturais na Arquitetura Archdomus 149 Manual Tierra Cruda Fonte: Organizado pelo autor. http://biowit.files.wordpress.com/2010/11/cartilha-cores-da-terra150dpi-modificada.pdf http://csaarquitetura.com.br/taipas/cartilha-do-taipeiro/ ou http://pt.scribd.com/doc/200361640/Cartilha-Pau-a-Pique-Taipa http://minhateca.com.br/rodneialquati/Privada/manual+de+constr uccion+en+tierra+-+gernot+minke,41552653.pdf http://pt.slideshare.net/arqmiriam/estufa-ecologicafeitadebambu http://www.google.com.br/url?url=http://permacoletivo.files.wor dpress.com/2008/11/superadobe_pronto.doc&rct=j&frm=1&q=& esrc=s&sa=U&ei=pbEhVNuxLI7NggTP14LgAQ&ved=0CBQQ FjAA&usg=AFQjCNHPC9jpNpKFMcphj6AsJxYnl4_pRQ http://www.aponte.org.br/modulos/publicacoes/materiais.naturais.arquitetura.p df http://www.google.com.br/url?url=http://www.minvu.cl/incjs/do wnload.aspx%3Fglb_cod_nodo%3D20131008125015%26hdd_n om_archivo%3DManual20Tierra20Cruda.pdf&rct=j&frm=1&q= &esrc=s&sa=U&ei=15chVMWwLY7KggTCtYGQAg&ved=0C BQQFjAA&usg=AFQjCNFgUQ2ubFY7dP_4cxleiYui5NhP8g