PERCEPÇÃO DE ACADÊMICAS DE FISIOTERAPIA SOBRE A PREPARAÇÃO DO
PROFISSIONAL DE SAÚDE PARA ATENÇÃO AO ACOMPANHANTE: LIDANDO
COM O PARADIGMA DO CÂNCER
MUNIRA ZIEGLER GONCALVES ([email protected]) / Fisioterapia / Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria - RS
BEATRIZ CORTE REAL RODRIGUES ([email protected]) / Fisioterapia / Universidade Federal de
Santa Maria, Santa Maria - RS
ALINE DOS SANTOS MACHADO ([email protected]) / Fisioterapia / Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria - RS
ORIENTADOR: ANALU LOPES RODRIGUES ([email protected]) / Professora Fisioterapia /
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria - RS
Palavras-Chave:
FISIOTERAPIA, CÂNCER, ACOMPANHANTES
INTRODUÇÃO
A elaboração desse estudo provém da participação das acadêmicas de fisioterapia no projeto de extensão:
Ações interdisciplinares na humanização da atenção a saúde das crianças e dos adolescentes em
tratamento hemato-oncológico no CTCRIAC e no centro de convivência Turma do Ique e na promoção de
saúde de seus cuidadores e familiares, que visa promover atenção aos familiares e acompanhantes de
crianças com câncer, através de ações de terapia em grupo que proporcionam diminuição nos níveis de
estresse e dores musculares.
Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, fica garantido o direito de um acompanhante durante a
internação, na maioria dos casos: mães. No entanto, estas, encontram-se fora do processo assistencial,
considerando que suas necessidades, carências, sentimentos e medos, na maioria dos casos não estão
incluídos no cuidado (CARNEIRO, 2009).
Essa presença materna evidencia que a mãe também necessita de atenção e apoio, pois vivencia as dores e
os medos decorrentes do processo de adoecimento e morte, tanto quanto a criança (COSTENARO, 1998).
No tratamento oncológico pediátrico, a participação constante da família é cada vez mais solicitada, pois
minimiza o sofrimento psíquico destas e fortalece a capacidade de reação ao tratamento.
Estudos evidenciam o fato de que em determinados casos, um elemento da família pode apresentar estresse
até maior do que o do próprio doente. Deliberato (2002) reafirma o papel do fisioterapeuta preventivo, que
age em programas de promoção da saúde, a fim de minimizar ou eliminar fatores que possam prejudicar o
bem estar do cuidador.
Esse estudo pretende mostrar as percepções de acadêmicas de fisioterapia de semestres iniciais sobre a
convivência com esses familiares em situação de fragilidade e o impacto da internação na vida de uma
criança com câncer.
METODOLOGIA
Esta pesquisa caracteriza-se por uma abordagem descritiva, que segundo Gil (2006), objetiva a descrição
das características de um determinado grupo, pretende descrever com exatidão os fatos e fenômenos de
determinada realidade.
A partir de um registro diário das atividades desenvolvidas por três acadêmicas do quarto (2) e quinto (1)
semestres do curso de fisioterapia, através da participação no projeto de extensão Ações interdisciplinares
na humanização da atenção a saúde das crianças e dos adolescentes em tratamento hemato-oncológico no
CTCRIAC e no centro de convivência Turma do Ique e na promoção de saúde de seus cuidadores e
familiares da UFSM durante o primeiro semestre de 2011, destacou-se as principais percepções sobre as
contribuições que a atenção à acompanhantes de crianças internadas em um setor de hemato-oncologia
proporciona à formação acadêmica do profissional de saúde.
RESULTADOS
A vivência em um setor de hemato-oncologia nas ações de atenção ao acompanhante, através do projeto de
extensão, proporciona as acadêmicas de fisioterapia uma relação com a prática hospitalar que a estrutura
curricular não oferece nos primeiros semestres. Essa ação estimula a curiosidade do acadêmico, levando-o a
buscar referências que complementem teoricamente o que é visto na prática, resultando em maior interesse
ao estudo e a pesquisa.
O acadêmico pode vivenciar os resultados de um trabalho em equipe e algumas vezes, multiprofissional;
vivenciar as responsabilidades de um serviço da saúde e ter as primeiras experiências de abordagem,
atenção e interação com um usuário.
O contato com a face prática da formação pode estimular o acadêmico, proporcionando a percepção de
afinidades e interesses, assim como orientá-lo a procurar novas áreas de estudo.
CONCLUSÃO
A participação no projeto em um setor de hemato-oncologia proporciona aos acadêmicos uma visão mais
humanitária em relação à doença e a morte, visto que a graduação não nos prepara para tal realidade.
REFERÊNCIAS:
GIL, Antônio Carlos; Métodos e técnicas de pesquisa social ; São Paulo; Atlas; 2006.
COSTENARO, Regina G. Santini; Daros, Alessandra; Arruda, Eloita Neves.; O cuidado na perspectiva do
acompanhante de crianças e adolescentes hospitalizados; Revista Escola Anna Nery Revista de
Enfermagem; 2(1/2); 111-126; 1998.
CARNEIRO, Dayse Mary de Souza ; SOUZA, Ivis Emília de Oliveira ; PAULA , Cristiane Cardoso ; Cotidiano
de mães-acompanhantes-de-filhos-que-foram-a-Óbito: Contribuições para a enfermagem oncológica; Escola
Anna Nery Revista de Enfermagem; 13; 757-758; 2009.
DELIBERATO, Paulo César Porto; Fisioterapia Preventiva: Fundamentos e Aplicações; São Paulo; Manole;
2002.
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percepção de acadêmicas de fisioterapia sobre a