1. DIAGNÓSTICO PRÉ NATAL
2. DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL E
MEDICINA REPRODUTIVA
3. DISMORFOLOGIA
4. EDUCAÇÃO EM GENÉTICA
5. ERROS INATOS DO METABOLISMO
6. GENÉTICA COMUNITÁRIA
7. NEUROGENÉTICA
8. ONCOGENÉTICA
9. POLIMORFISMOS RELACIONADOS A
DOENÇAS
CBGM 2013
1. DIAGNÓSTICO PRÉ NATAL
AVALIAÇÃO DE DISPLASIAS ESQUELÉTICAS COM MANIFESTAÇÃO PRÉNATAL NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE –
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E MOLECULAR.
EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL
JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO MAGALHÃES (HCPA/UFRGS) - BRASIL
JÚLIO CÉSAR LOGUÉRCIO LEITE LOGUERCIO LEITE (HCPA?UFRGS) BRASIL
TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL
DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL
LUIZ ALBERTO TODESCHINI
LAVINIA SCHÜLER-FACCINI
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
Displasias esqueléticas ou osteocondrodisplasias (OCDs) compreendem um vasto
grupo de doenças genéticas que comprometem a formação e/ou o desenvolvimento
do esqueleto humano. Embora individualmente raras, a prevalência global das
OCDs é de aproximadamente 3,2 casos para cada 10.000 nascimentos, apresentando
alta taxa de letalidade perinatal. Como parte da iniciativa de estabelecimento de
uma rede brasileira de diagnóstico de displasias esqueléticas, este trabalho faz um
levantamento das características clínicas e moleculares dos casos de OCD
detectados durante a gestação, identificados no Serviço de Genética Médica do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) entre 1996 e 2013. O estudo foi
composto por segmentos retrospectivo e prospectivo e incluiu todos os casos de
displasia esquelética com manifestação pré-natal. Casos de disostoses ou de
anormalidades ósseas secundárias a outras patologias foram excluídos. Todos os
casos suspeitos no período pré-natal foram confirmados por análise radiológica pósnatal e foram reavaliados por profissionais especialistas em OCDs. Amostras de
sangue ou de tecidos preservados em parafina foram utilizadas para extração de
DNA e posterior investigação molecular por sequenciamento de genes candidatos.
Esse trabalho foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCPA.
Trinta e seis casos sugestivos de OCD foram recuperados, mas 6 foram excluídos por
falta de evidências (n=3) ou por apresentação de displasia esquelética secundária a
síndromes ou alterações metabólicas. Dos 30 casos restantes, osteogênese imperfeita
tipo 2 foi o diagnóstico mais frequente (n=8), seguida das displasias tanatofórica
(n=7) e campomélica (n=4). Alterações menos comuns incluíram acondrogênese tipo
2 (n=3), síndrome de costelas curtas e polidactilia tipos 1/3 (n=2) e acondroplasia,
hipocondrogênese, síndrome de Larsen recessiva, displasia espondiloepifisária
congênita e displasia espondilometafisária (1 caso cada). Para um paciente não foi
ainda possível chegar a um diagnóstico conclusivo, apesar dos indícios claros de
OCD. Em todos os casos se observou encurtamento de ossos longos em exame
ultrassonográfico de segundo (n=21; 70%) ou terceiro trimestres (n=9; 30%). Nesse
grupo de pacientes a letalidade perinatal chegou a 80% (n=24), incluindo óbitos
neonatais e natimortos. Doze casos foram especificados no período pré-natal como
letais e, desses, todos evoluíram ao óbito, o que corresponde a uma precisão de
especificação de letalidade de 100% para essa amostra. Finalmente, para 20
pacientes (67%) foi estabelecida uma hipótese diagnóstica específica antes do
nascimento. Esses diagnósticos foram confirmados em 19 indivíduos, resultando em
uma acurácia de detecção pré-natal de 63% (19 de 30 casos) para essa amostra.
Baseando-se nas características radiológicas de cada caso, foi possível inferir genes
candidatos para sequenciamento e confirmação diagnóstica. Até o momento, cerca
de um terço dos casos já possue mutações identificadas que corroboraram o
diagnóstico clínico. Os achados aqui relatados reforçam as evidências de grande
letalidade perinatal nas OCDs e a prevalência das displasias mais frequentes. A
definição do caráter letal de uma OCD, assim como a proporção de diagnósticos
corretos no período pré-natal, estão de acordo com outros estudos. Além disso, as
investigações moleculares propiciam a confirmação diagnóstica e contribuem para o
planejamento familiar e o aconselhamento genético.
Palavras-Chave:displasias esqueléticas, osteocondrodisplasias, diagnóstico pré-natal, aconselhamento genético
CONTRIBUIÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
TRIDIMENSIONAL (TC-3D) NA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PRÉ-NATAL
DAS DISPLASIAS ESQUELÉTICAS
CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL
KLÉBER ANDRADE CURSINO
INÊS MINNITI RODRIGUES PEREIRA (FCM DA UNICAMP) - BRASIL
KARINA DA COSTA SILVEIRA (UNICAMP) - BRASIL
THATIANE YOSHIE KANAZAWA (UNICAMP) - BRASIL
LUCIANA CARDOSO BONADIA (UNICAMP) - BRASIL
SARA REIS TEIXEIRA (HC-FMRP-USP) - BRASIL
DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL
Aproximadamente metade das osteocondrodisplasias (OCD) de manifestação
perinatal é letal, mas nem sempre a ultrassonografia (US) se mostra eficaz para
precisar a letalidade das mesmas na nossa realidade. O presente estudo teve como
objetivo avaliar a contribuição da tomografia computadorizada com reconstrução
tridimensional (TC-3D) na avaliação diagnóstica pré-natal das OCD com suspeita
de letalidade. Para tanto, sete casos de OCD previamente identificados pela US
foram submetidos à TC-3D durante o pré-natal após as mães serem devidamente
orientadas em consultas com geneticista. A partir da suspeita diagnóstica obtida pela
US, esta foi comparada com a hipótese diagnóstica realizada após a TC-3D e
posteriormente com o diagnóstico final baseado no estudo radiológico simples do
esqueleto completo (Rx) realizado no pós-natal. Em dois casos o diagnóstico final
obtido após Rx foi corroborado pela identificação da mutação no gene da OCD em
questão. Em dois casos o Rx não pôde ser avaliado. Alterações sugestivas de
displasia esquelética foram identificadas pela US entre 17 e 29 semanas (mediana:
20). A TC-3D foi realizada entre 26 e 36 semanas (mediana: 31). O achado
relacionado à OCD mais frequentemente descrito pela 1ª US alterada foi o
encurtamento de ossos longos (7/7=100%), seguido de hipoplasia de caixa torácica
(3/7= 43%). A sequência cronológica dos diagnósticos [US → TC-3D → Rx →
estudo molecular] para cada caso é descrita a seguir. Caso 1 (C1): displasia
tanatofórica (DT) → Colagenopatia-2 → SEDC → COL2A1 (c.1781G>A); C2:
OCD não especificada → Colagenopatia-2 → SEDC → COL2A1 (c.1546G>A); C3:
DT → DT → não realizado (NR) → NR; C4: costela curta-polidactilia (SRP) →
SRP-III ou IV → SRP-III → em andamento; C5: osteogênese imperfeita (OI) letal →
OI letal → NR → NR; C6: OI letal → OI letal → OI-IIA → NR; C7: displasia
diastrófica → acondrogênese (ACG) → ACG-IA → NR. Resumindo, a avaliação prénatal com TC-3D corroborou a hipótese diagnóstica sugerida pela US em quatro
casos (OI letal [2], SRP e DT) e modificou a hipótese inicial em três ocasiões (SEDC [2] e ACG-IA). Em quatro casos (SEDC [2], SRP-III e ACG-IA), embora a
TC-3D tenha identificado alterações adicionais em relação à US, o diagnóstico final
foi confirmado somente pelo Rx pós-natal, como deve ser. Em nenhum caso a
hipótese enquanto grupo diagnóstico sugerida pela TC-3D foi discordante do
diagnóstico radiológico pós-natal quando o mesmo pôde ser realizado. Concluindo,
a TC-3D adiciona informações na avaliação diagnóstica pré-natal das OCD e
deveria ser considerada nos casos de suspeita de OCD letal durante a gestação,
enquanto o Rx pós-natal mantém-se como padrão-ouro na avaliação das OCD, uma
vez que permite a identificação de modo mais preciso dos achados necessários para
a conclusão diagnóstica.
Palavras-Chave:osteocondrodisplasia, diagnóstico pré-natal, TC-3D
DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL DE MUCOLIPIDOSE II Α/Β ATRAVÉS DE
TESTES BIOQUÍMICOS E DE DNA: UMA ABORDAGEM VIÁVEL E
PRECISA.
TIAGO KOPPE (UFRGS) - BRASIL
OSVALDO ARTIGALÁS (UFRGS) - BRASIL
TACIANE ALEGRA (UFRGS) - BRASIL
ANGELINA XAVIER ACOSTA
MANOEL SARNO
MAIRA GRAEFF BURIN (HCPA) - BRASIL
FERNANDA SPERB (HCPA/UFRGS) - BRASIL
URSULA MATTE (HCPA) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Introdução: A mucolipidose do tipo II (ML II) é uma doença lisossômica autossômica
recessiva, secundária à deficiência da enzima GlcNAc-1-fosfotransferase (o subtipo
α/β é causado por mutações no gene GNPTAB). O diagnóstico geralmente é feito por
meio da medida das hidrolases lisossômicas no soro e em fibroblastos, sendo a
avaliação pré-natal possível através de ensaios bioquímicos realizados em líquido
amniótico. Há poucos relatos sobre a presença de alterações bioquímicas em
heterozigotos. Objetivo: relatar o diagnóstico pré-natal de um concepto heterozigoto
para ML II. Relato de Caso: O feto é o segundo filho de um casal não-consangüíneo.
O primogênito recebeu diagnóstico clínico e bioquímico de ML II, confirmado com
seqüenciamento do GNPTAB, que demonstrava homozigoze para a mutação c.
[3503_3504delTC] no éxon XIX. Os pais optaram por outra gestação e testes prénatais foram realizados por amniocentese. A análise enzimática de sobrenadantes
apresentou atividade normal da hexosaminidase A, β-glicuronidase, α-manosidase e
quitotriosidase. O cultivo e a análise enzimática dos amniócitos tiveram resultados
de β-glicuronidase e hexosaminidase A total normais, mas a atividade da βgalactosidase e α-iduronidase estavam reduzidas, tornando a análise bioquímica
inconclusiva. O seqüenciamento do éxon XIX do GNPTAB demonstrou que o feto era
heterozigoto para c. [3503_3504delTC]. Ultra-sonografia obstétrica morfológica e a
medida da translucência nucal estavam dentro da normalidade. O bebê nasceu sem
intercorrências, com exame físico e antropometria normais. No período pós-natal,
análises a partir do plasma, evidenciaram níveis enzimáticos discretamente elevados
de α-iduronidase e α-manosidase, mas níveis normais de Hexosaminidase, βglicuronidase, quitotriosidase e β-galactosidase (atividade em leucócitos não
avaliada). Conclusão: Acreditamos que este é o primeiro relato de diagnóstico prénatal de ML II através da análise de DNA. De acordo com nossos resultados, os
heterozigotos podem apresentar alterações bioquímicas relacionadas com esta
doença, assim, a análise de DNA deve ser considerada o método padrão-ouro para o
diagnóstico.
Palavras-Chave:Diagnóstico pré-natal; mucolipidose II α/β; testes bioquímicos; testes de DNA
DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL DE SÍNDROME DE MECKEL-GRUBER
CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL
JULIANA ALVES JOSAHKIAN (HC-FMRP-USP) - BRASIL
CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL
MARÍA LUCÍA CASTRO MOREIRA (HC/USPRP) - BRASIL
SIMONE GUSMÃO RAMOS (FMRP USP) - BRASIL
JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL
A Síndrome de Meckel-Gruber é uma ciliopatia autossômica recessiva caracterizada
por encefalocele occipital, rins policísticos e polidactilia. A prevalência estimada da
condição é em torno de 1/13.250-140.000 gestações, sendo que o gene responsável
está no cromossomo 17 (17q21). O diagnóstico pode ser feito ao nascimento ou
durante pré-natal. Vários casos diagnosticados por meios ultrassonográficos já
foram relatados na literatura. Objetivo: Mostrar, através de um relato de caso clínico
de Síndrome de Meckel- Gruber, a importância do diagnóstico pré-natal de doenças
genéticas, tanto para prognóstico fetal como para aconselhamento genético. Método:
Descrevemos recém-nascido, G1P1A0, filhos de pais não cosanguíneos, mãe com 31
anos. Ultrassonografia obstétrica de 28 semanas de gestação que evidenciou rins
multicísticos, oligodrâmnio absoluto e sinais de hipoplasia pulmonar. Ressonância
magnética fetal com 31 semanas e 4 dias que evidenciou microcefalia, encefalocele
occipital com saco medindo 5,9cm x 2,7cm x 2,2cm, herniação de tronco cerebelar
pelo forame Magno e fossa posterior de dimensões reduzidas. Nasceu de parto
normal, prematuro de 34 semanas, cefálico, líquido amniótico claro e escasso, apgar
2/1, peso 2100g, comprimento 43cm, sorologias negativas. Evoluiu com óbito após 2
horas de vida, por parada cardiorrespiratória secundária a expansão pulmonar não
suficiente. Durante necropsia foram observados face anormal (hipertelorismo,
retromicrognatia, nariz achatado, orelhas baixo implantadas, pescoço curto e sobra
de pele em nuca), polidactilia pós-axial de mãos e pés, prega palmar única, pé torto,
genitália ambígua com ovários rudimentares, rins multicísticos, fígado aumentado
com estrias fibróticas, presença de forame em occiptal (orifício de saída da
encefalocele). Resultados: Os achados ultrassonográficos foram confirmados ao
nascimento. Juntamente a polidactilia, alterações de genitália e dismorfias em face,
o diagnóstico clínico de Síndrome de Meckel-Gruber foi realizado. Isso possibilitou o
aconselhamento genético para os pais, visto a possibilidade de 25% de recorrência.
Conclusões: Enfatizamos a necessidade e importância do acompanhamento conjunto
dos serviços de ultrassonografia, patologia e genética médica, visto que as
especialidades são complementares, possibilitando diagnóstico precoce mesmo de
doenças raras.
Palavras-Chave:Meckel-Gruber, diagnóstico pré-natal, aconselhamento genético, rins policísticos, encefalocele,
autossômica recessiva
EXPERIÊNCIA NO SERVIÇO DE GENÉTICA MÉDICA NO
ACONSELHAMENTO GENÉTICO PRÉ-NATAL E PRÉ-CONCEPCIONAL DO
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE
FLÁVIA ROMARIZ FERREIRA (UFRGS) - BRASIL
EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL
REJANE GUS KESSLER (HCPA) - BRASIL
ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL
KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL
MAIRA GRAEFF BURIN (HCPA) - BRASIL
SANDRA LEISTNER-SEGAL (HCPA/SGM) - BRASIL
JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO MAGALHÃES (HCPA/UFRGS) - BRASIL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
A etiologia das anormalidades embrionárias e fetais é bastante ampla, incluindo
doenças cromossômicas, gênicas e multifatoriais, além das doenças maternas e
exposições ambientais. Frente a esta variedade, incentiva-se a busca por serviços de
aconselhamento periconcepcional para orientações adequadas para cada situação
no intuito de evitar tais desfechos quando possível. O Serviço de Genética Médica do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (SGM-HCPA) disponibiliza este atendimento
em um ambulatório de Genética Pré-natal (GPN-SGM) pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) há mais de 20 anos. Este programa é parte do Grupo de Medicina Fetal do
HCPA, que realiza atendimento multidisciplinar para as gestantes com
anormalidades. Os procedimentos de diagnostico pré-natal invasivo são oferecidos
quando indicado. Para as gestantes, é realizada uma consulta após o parto para
seguimento e aconselhamento genético. Nas consultas pré-concepcionais,
investigam-se os fatores de risco potenciais para gestação, além daquele que motivou
o atendimento, e é planejado o acompanhamento durante a futura gravidez.Objetivo:
caracterizar a população atendida no GPN-SGM nos últimos 5 anos (período de
Janeiro de 2008 a Dezembro de 2012). Métodos: utilizou-se uma abordagem
longitudinal retrospectiva. Fichas clínicas dos casais atendidos neste ambulatório
foram analisadas de forma descritiva quanto a aspectos sociais e clínicos das
mulheres atendidas. De 633 fichas clínicas inicialmente identificadas, 43 foram
excluídas por falta de informações essenciais para o estudo. Os dados foram
armazenados em Excel.Resultados: Entre o período analisado, a média de
atendimento foi de 116 casos novos por ano. A mediana de idade das mulheres
atendidas foi de 29 anos (variando de 14 a 50 anos). A maior parte dos atendimentos
foi proveniente de 143 cidades do interior do Rio Grande do Sul, entretanto as
cidades da grande Porto Alegre contaram com um maior número de consultas por
localidade. A maior parte das mulheres tinha ensino médio completo (n=229;
38,81%). O motivo de consulta foi por interesse em planejar uma futura gestação em
48% dos casos (n=284) e por gestação em curso em 52% (n=306). Durante a
gestação, a busca pelo serviço concentrou-se em torno das 21 semanas de gestação
(variando de 4 a 39 semanas), e motivo de encaminhamento mais frequente foi a
presença de anomalia na ecografia fetal (n=135; 44% das gestantes). Conclusões:
Nosso estudo evidencia que é possível estabelecer um programa de atendimento prénatal e periconcepcional em serviços públicos de Genética. Em casos de anomalia
fetal é importante a investigação da etiologia para estabelecer o aconselhamento
genético do casal. A identificação de fatores de risco pré-concepcionais pode
permitir o desenvolvimento de futuras estratégias para minimizar desfechos
gestacionais adversos e prevenir novos casos de anormalidades.
Palavras-Chave:Diagnóstico Pré-Natal, Medicina Fetal, Atenção Pré-Concepcional, Pré-Natal
GASTROSQUISE E ONFALOCELE: ESTUDO DE CASOS EM CONCEPTOS
NASCIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR POLYDORO
ERNANI DE SÃO THIAGO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
CATARINA (HU-UFSC)
GRAZIELE DENEGA SOUZA (UFSC) - BRASIL
ELIANA TERNES PEREIRA TERNES PEREIRA (UFSC) - BRASIL
GABRIELA GUIMARÃES GONÇALVES (UFSC) - BRASIL
DAYARA SALES (UFSC) - BRASIL
SAMANTHA THIFANI ALRUTZ BARCELOS (UFSC) - BRASIL
Introdução: Entre os defeitos da parede abdominal de maior relevância em recémnascidos estão a gastrosquise e a onfalocele. São malformações que, apesar de suas
grandes diferenças, se manifestam por herniação de vísceras intra-abdominais. A
onfalocele é consequência de um retorno incompleto do conteúdo intestinal para a
cavidade abdominal durante a vida intrauterina, de forma que esse conteúdo fica
exteriorizado, mas recoberto por membrana. Já a gastrosquise é um defeito na
parede abdominal, lateral a um cordão umbilical íntegro, geralmente à direita, por
onde há evisceração de órgãos abdominais, não recobertos por membranas.
Objetivos: estudar casos de conceptos com malformações da parede abdominal
anterior – especificamente onfalocele egastrosquise – nascidos no Hospital
Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de
Santa Catarina (HU-UFSC) e analisar fatores associados a esses defeitos. Métodos:
foi realizado um estudo transversal retrospectivo, através da revisão de prontuários,
no qual foram incluídos todos os conceptos com onfalocele e gastrosquise que
nasceram na instituição, de janeiro de 2010 a dezembro de 2012. Resultados: no
período do estudo, foram atendidos 16 casos de malformações fetais relacionadas a
defeitos no fechamento da parede abdominal. Das malformações analisadas, a mais
prevalente foi a gastrosquise, com 62,5% dos casos. Dos casos observados de
gastrosquise, sete eram do sexo masculino e três do sexo feminino. Já dos casos de
onfalocele, dois eram do sexo masculino, três do sexo feminino e um intersexo. Dos
recém-nascidos, 14 tiveram diagnóstico pré-natal e em dois casos não havia
especificação da época do diagnóstico. Em 81,3% dos casos, o tipo de parto foi
cesárea, sendo que 56,3% foram nascimentos prematuros. Apesar da alta taxa de
prematuridade, 56,3% do total foram classificados com tamanho adequado para a
idade gestacional. Em quatro recém-nascidos estava presente outra malformação,
como atresia de íleo, gemelaridade imperfeita e cardiopatia congênita. Um paciente
apresentou restrição do crescimento intrauterino (RCIU). A idade materna variou de
17 a 37 anos, sendo a média de 25,3 anos, e em cinco casos houve o relato de
malformações na família. Conclusões: A importância do estudo das malformações do
fechamento da parede abdominal anterior reside no seu reconhecimento e realização
de diagnóstico pré-natal, através de ultrassonografia, essencial para definir a
gravidade dos defeitos de parede abdominal e analisar a possibilidade de
malformações associadas, o que é mais recorrente na onfalocele. A família pode ser
preparada psicologicamente, sobretudo pela maior frequência em mulheres jovens –
o que não é esperado pela população em geral, que associa malformações à idade
materna avançada. O diagnóstico precoce também permite que a melhor via de parto
seja definida em cada caso, alem de preparar a equipe neonatal e de cirurgia
pediátrica, pois muitos bebês podem nascer prematuros e 100% precisarão de
intervenção cirúrgica.
Palavras-Chave:onfalocele, gastrosquise, malformações
INVESTIGAÇÃO DA DISPLASIA CAMPOMÉLICA EM UMA COORTE DE
PACIENTES BRASILEIROS.
EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL
JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO MAGALHÃES (HCPA/UFRGS) - BRASIL
JÚLIO CÉSAR LOGUÉRCIO LEITE LOGUERCIO LEITE (HCPA?UFRGS) BRASIL
TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL
DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL
LUIZ ALBERTO TODESCHINI
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
LAVINIA SCHÜLER-FACCINI
A displasia campomélica (DC) é uma das osteocondrodisplasias (OCDs) mais
prevalentes entre as que se manifestam no período perinatal, sendo comumente letal
e determinada por mutações no gene SOX9, importante regulador do
desenvolvimento esquelético e testicular. Como parte da iniciativa de
estabelecimento da Rede Brasileira de Displasias Esqueléticas, este trabalho busca
identificar casos de DC e realizar uma revisão dos achados clínico-radiológicos de
uma coorte desses pacientes e, posteriormente, proceder à investigação molecular de
SOX9. Esse estudo é composto por segmentos retrospectivo e prospectivo e inclui
casos de DC com manifestação perinatal detectados em diferentes serviços de
genética médica brasileiros. Todos os casos suspeitos durante o pré-natal foram
confirmados por avaliação radiológica pós-natal e reavaliados por profissionais
experientes. Amostras de sangue ou de tecidos preservados em parafina foram
utilizadas para extração de DNA que serão posteriormente submetidos à
investigação molecular por sequenciamento dos éxons e junções éxon/íntron de
SOX9. Até o momento, 12 casos de DC foram identificados, todos resultando em
óbito perinatal (dez nativivos e dois natimortos). DNA foi obtido em 11 casos. A
proporção sexual encontrada foi de 9 pacientes do sexo feminino para 3 do sexo
masculino. Dos seis pacientes com cariótipo disponível, todos apresentaram sexo
cromossômico concordante com o fenótipo, à exceção de um caso de reversão sexual
(46,XY) com genitália externa feminina. Adicionalmente, um recém-nascido do sexo
masculino apresentou micropênis e hidrocele bilateral, o que pode estar relacionado
a um espectro de alterações sexuais causadas por mutações em SOX9. A mediana de
idade materna dos casos foi de 27,5 anos, enquanto que a mediana de idade paterna
foi de 31,5 anos. O peso médio ao nascimento foi de 2499 ± 804,5 gramas, enquanto
que a altura e o perímetro cefálico médios ao nascimento foram 39,5 ± 4,6 cm e 35,2
± 5,1 cm, respectivamente. A mediana da idade gestacional da amostra ao
nascimento foi de 37 semanas. O sequenciamento será realizado inicialmente nas
regiões codificantes do SOX9, uma vez que todos os casos foram letais. Concluindo,
esta casuística confirma a grande mortalidade da displasia campomélica e reforça a
necessidade da investigação cariotípica nessa displasia, visto que a freqüência de
reversão sexual foi de 16%. Esses resultados também atestam a qualidade dos
serviços envolvidos, já que 100% dos casos tinham radiografia pós-natal que
permitiu a confirmação diagnóstica. Similarmente, 92% dos casos tinham DNA
armazenado ou tecido disponível, que agora contribuirão para o estudo molecular de
uma casuística brasileira de DC. Por último, os dados desta apresentação reforçam
a necessidade de formação de redes para o estudo de doenças raras.
Palavras-Chave:Displasias esqueléticas, displasia campomélica, diagnóstico pré-natal, aconselhamento genético
RELATO DE CASO: SÍNDROME DO INCISIVO CENTRAL SUPERIOR
SOLITÁRIO.
CAMILA GARCIA PERINI (UNISUL-PB) - BRASIL
LOUISE LAPAGESSE (HIJG) - BRASIL
ROSANA CRISTINE OTERO CUNHA (HIJG) - BRASIL
FERNANDA MAIA MONTEIRO FASOLO (HIJG) - BRASIL
GEAN CARLO ROCHA (HIJG) - BRASIL
MAIARA CRISTINA DA SILVA CUNHA GARCIA (HIJG) - BRASIL
Síndrome do incisivo central superior solitário (SICSS) é uma alteração do
desenvolvimento, considerada como expressão da holoprosencefalia e que envolve
ossos cranianos, maxila e dentes (especificamente o incisivo central), incomum na
população. O incisivo solitário pode ocorrer de forma isolada ou em associação com
outras anomalias de desenvolvimento. Essa alteração no desenvolvimento da oclusão
dentária é caracterizada por más formações estruturais, sobretudo na região de
linha média do paciente. A incidência é estimada em 1:50.000 nascidos vivos m
meninas. A etiologia tem sido associada a mutações no gene Sonic Hedgehog,
especialmente deleção do 7q. O objetivo é apresentar um caso da SICSS. Os
procedimentos ortodônticos, nesses casos, variam dependendo do grau de
comprometimento das estruturas ósseas da maxila, da oclusão em si, e
principalmente da sutura palatina mediana. Este relato refere-se a um paciente de 40
dias, masculino, prematuro, baixo peso, que foi levado pela mãe à emergência do
Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), Santa Catarina, com quadro de
dificuldade respiratória e cianose. À anamnese, mãe relatou que o filho apresentou
dispneia pós amamentação e regurgitação do leite materno por nariz e boca. Ao
exame físico, observou-se que o paciente apresentava, hipertelorismo, terço médio da
face reduzido e respiração bucal. Oroscopia demonstrou a presença de palato ogival
e fenda palatina. Após internação e seguimento do paciente tomografia
computadorizada revelou presença de único incisivo central superior e estenose de
seio piriforme. Através da literatura, observa-se a importância do diagnóstico
correto e precoce dessa síndrome, uma vez que há possibilidade da mesma estar
associada a outros problemas de desenvolvimento. Além disso, o paciente acometido
pela SICSS deve ser assistido por uma equipe multidisciplinar de saúde, de forma a
otimizar os resultados clínicos e devolver-lhe qualidade de vida.
Palavras-Chave:*prematuro *incisivo central superior solítário *genética
TRISSOMIA PARCIAL 1Q32-QTER: DESCRIÇÃO DE CASO DETECTADO
INTRAUTERINAMENTE
MARÍA LUCÍA CASTRO MOREIRA (HC/USPRP) - BRASIL
JULIANA ALVES JOSAHKIAN (HC-FMRP-USP) - BRASIL
CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL
CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL
NATÁLIA RENAULT QUARESEMIN
JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL
A trissomia parcial do braço longo do cromossomo 1 é relativamente rara, com
poucos casos descritos na literatura e com uma ampla heterogeneidade citogenética,
que torna difícil a definição do fenótipo. Na literatura, está relacionado com atraso
de desenvolvimento, distúrbio comportamental e múltiplas dismorfias .Relatamos
caso encaminhado por alteração em ultrassonografia pré-natal (12 semanas) com
translucência nucal aumentada (10,25 mm), artéria umbilical única e ventrículo
cerebral único (holoprosencefalia). Ultrassom morfológico (23 semanas) demonstrou
polihidrâmnio, holoprosencefalia alobar, defeito da linha média da face de difícil
caracterização, não sendo possível observar osso nasal e coração com provável
defeito de septo atrioventricular. Indicado exame citogenético, por cultura de
amniócitos as 18 semanas, que evidenciou 46XX,add(5)(p15). Cariótipo da mãe e do
avô materno com translocação balanceada 46XX,t(1;5)(q32;p15).O cariótipo do pai
foi normal. Gravidez evoluiu com parto prematuro as 30 semanas de gestação. A
necrópsia foi autorizada pelos pais e observado: feto macerado, turricefalia, frontal
amplo, aumento do diâmetro biparietal , face triangular, microftalmia, micronagtia,
hipertricose, hipoplasia nasal, fenda labio palatina, orelhas baixo implantadas e
displásicas, pescoço curto, camptodactilia de quirodáctilos bilateralmente,
polidactilia pós-axial à esquerda .A partir desses resultados, foi feito diagnóstico de
trissomia parcial 1q32-qter. Esse trabalho demostra a importância do diagnóstico
citogenético quando estamos frente a achados relevantes no ultrasom pré-natal,
possibilitando a definição do prognóstico fetal e o aconselhamento genético.
Palavras-Chave:Trissomia parcial 1q32-qter
2. DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL E
MEDICINA REPRODUTIVA
DIAGNÓSTICO CITOGENÉTICO PRÉ-NATAL A PARTIR DE URINA FETAL
NA OBSTRUÇÃO DO TRATO URINÁRIO INFERIOR
SIMONE HERNANDEZ RUANO (CDMDACR) - BRASIL
SINA HAERI (BCM) - ESTADOS UNIDOS
LEILA MONTENEGRO SILVEIRA FARAH (LABGEN) - BRASIL
RAQUEL JOFFE (LABGEN) - BRASIL
RODRIGO RUANO (BCM) - ESTADOS UNIDOS
Objetivo: Testar a hipótese de que o diagnóstico citogenético pré-natal pode ser
realizado a partir da urina do feto, em gestações complicadas pela obstrução do
trato urinário inferior fetal. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte
retrospectivo com todos os casos de fetos que apresentavam obstrução do trato
urinário inferior (obstrução LUTO), atendidas ao longo de um período de quatro
anos em uma instituição. Foram incluídos todos os casos em que a avaliação
citogenética foi testada em amostras de urina fetal, bem como amostras de líquido
amniótico. Resultados: Um total de 11 casos, com idade gestacional variando de 15 a
25 semanas, foi submetido a amniocentese e vesicocentese. Avaliação citogenética
tradicional foi concluída, com sucesso, a partir do líquido amniótico e, também, a
partir de amostras de urina fetal em todos os 11 casos (100%). O cariótipo foi
normal em 7 casos (64%), apresentou trissomia do cromossomo 21 em 2 casos
(18%), Trissomia do 13, em 1 (9%), e deleção parcial do cromossomo 4, em 1 caso
(9%). Conclusão: A avaliação citogenética tradicional pode ser realizada com
sucesso a partir de amostras de urina de fetos com obstrução do trato urinário
inferior, o que pode ajudar nos casos em que não é possível realizar amniocentese ou
biópsia de vilo corial.
Palavras-Chave:obstrução do trato urinário inferior, válvula de uretra posterior, atresia uretral, cariótipo fetal,
vesicocentesis
EXPERIÊNCIA DA OTIMIZAÇÃO DAS TERAPIAS DE REPOSIÇÃO
ENZIMÁTICA EM 2 CENTROS
GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL
RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL
CATIA CRISTINA MACHADO GASPARONI DE LEMOS (HUPE/UERJ) - BRASIL
ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL
CECÍLIA AQUINO SEQUEIRA (HUPE-UERJ) - BRASIL
MARIA DA PENHA LEITE DOS SANTOS () MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
Objetivos: Relatar a experiência de dois centros com a otimização da TRE, em
termos de ajuste de doses e redução do tempo de duração das infusões, ou sua
frequência. Métodos: Selecionamos pacientes em infusão por períodos prolongados,
(dezenove semanas – sete anos), sem apresentar reações relevantes no último
semestre, com mucopolissacaridoses I, II e VI, para redução escalonada da
quantidade de etapas, e aumento final da velocidade de infusão, seguindo
orientações de bula, ou relatos já publicados de modificações bem sucedidas no
protocolo de infusão. Em relação a otimização do consumo de medicação, duas
famílias, uma com dois pacientes com MPS II e outra com quatro pacientes com
doença de Fabry, ajustamos suas doses, dentro do intervalo terapêutico, de forma a
possibilitar a redução do número de frascos utilizados. Concomitantemente,
abordamos o problema de ajuste de dose de um paciente com repetidas faltas à
terapia, usando o conceito de dose-acumulada. Resultados: Obtivemos sucesso nos
objetivos almejados, sem intercorrências no período. Reduzimos o tempo de infusão
dos pacientes com MPS I e II em cerca de 100 horas-ano, e dos pacientes com MPS
VI em 50 horas-ano. Dois destes pacientes apresentaram relato prévio de reações
adversas à infusão, já tendo sido dessensibilizados com sucesso previamente.
Reduzimos o consumo de medicação nos casos citados, obtendo uma economia
prevista de 50 frascos de Elaprase e 25 frascos de Fabrazyme ao ano. Reduzimos
ainda consideravelmente o trabalho da enfermagem com o controle das mudanças de
velocidade, permitindo o atendimento simultâneo de mais pacientes. Conclusões: Há
possibilidades para manejo dos esquemas de infusão da reposição enzimática, além
dos iniciais propostos, que permitiu diminuição do tempo de permanência hospitalar
dos pacientes, associado a aumento da taxa de ocupação de leito, otimização do
tempo da enfermagem e redução dos custos, naqueles pacientes já estáveis.
Demonstramos ainda ser possível aplicar o mesmo protocolo aos pacientes com
relato prévio de reações adversas, desde que estas já tenham sido previamente bem
controladas.
Palavras-Chave:Otimização, Reposição Enzimática
O POLIMORFISMO DO RECEPTOR DO HORMÔNIO LUTEINIZANTE
INSLQ ESTÁ PRESENTE NA INFERTILIDADE ASSOCIADA À
ENDOMETRIOSE
CARLA REGINA SCHMITZ (UFRGS) - BRASIL
EMILY DE CONTO (UFRGS/HCPA) - BRASIL
CARLOS AUGUSTO BASTOS DE SOUZA (HCPA) - BRASIL
VANESSA KREBS GENRO (UFRGS) - BRASIL
URSULA MATTE (HCPA) - BRASIL
JOÃO SABINO LAHORGUE CUNHA FILHO (UFRGS) - BRASIL
Objetivo: Avaliar a associação do polimorfismo do receptor do Hormônio
Luteinizante (LH) insLQ que consiste na inserção das bases CTGCAG – LeucinaGlicina – no códon 18 do exon 1 do gene em pacientes com infertilidade associada à
endometriose. Métodos: Foi realizado um estudo de caso controle comparando 67
pacientes inférteis com endometriose (grupo de estudo) e 65 pacientes férteis (grupo
controle). Todas pacientes foram submetidas a videolaparoscopia diagnóstica: o
grupo de estudo para diagnóstico de endometriose e o grupo controle para ligadura
tubária. Foram dosados os níveis séricos de FSH, LH e CA-125. O DNA das
pacientes foi extraído a partir de sangue periférico coletado em EDTA, foi realizada
reação de PCR para amplificar a região de interesse no gene e, através de
sequenciamento direto, foi possível analisar a inserção LQ no gene das pacientes.
Resultados: Os níveis de FSH e LH séricos foram semelhantes entre os grupos
estudados, no entanto, os níveis de CA-125 foram maiores no grupo em estudo, como
esperado. Vinte e nove pacientes (43%) no grupo de estudo e treze pacientes (20%)
no grupo controle apresentaram o polimorfismo insLQ no receptor do LH. Essa
diferença foi estatisticamente significativa, sendo p=0,005 e OR 3,05 (IC 95% 1,40 –
6,63). Conclusão: O polimorfismo insLQ, que confere maior sensibilidade ao
receptor do LH em células in vitro, está associado ao diagnóstico de infertilidade
associada à endometriose em mulheres.
Palavras-Chave:LHR, receptor, inserção, polimorfismo, endometriose, infertilidade
POLIMORFISMOS DO GDF9 EM MULHERES INFÉRTEIS COM
ENDOMETRIOSE
EMILY DE CONTO (UFRGS/HCPA) - BRASIL
VANESSA KREBS GENRO (UFRGS) - BRASIL
CARLOS AUGUSTO BASTOS DE SOUZA (HCPA) - BRASIL
JOÃO PAOLO BILIBIO (UFRGS) - BRASIL
URSULA MATTE (HCPA) - BRASIL
JOÃO SABINO LAHORGUE CUNHA FILHO (UFRGS) - BRASIL
Objetivos: Comparar a frequência dos polimorfismos (SNPs) G>C (rs254285),
C447T (rs254286), G546A (rs10491279) e G646A, do gene do Fator de Crescimento
e Diferenciação 9 (GDF9) entre pacientes inférteis com endometriose e mulheres
férteis sem endometriose. Métodos: O grupo controle foi composto por quarenta
pacientes férteis submetidas à ligadura tubária. Quinze mulheres inférteis com
endometriose em tratamento para gestar por fertilização in vitro (FIV) compunham o
grupo de estudo. O DNA dessas pacientes foi extraído a partir do sangue periférico
coletado em EDTA e foi realizado o sequenciamento do fragmento do gene que
contém os SNPs. A concentração de DNA utilizada na reação de PCR foi de 200
ng/µL determinada por quantificação em espectrofotômetro NanoDrop. A dosagem
de FSH como indicador de reserva ovariana foi coletada no 3o dia do ciclo
menstrual. A análise estatística aplicada foi Teste t para as variáveis contínuas e
Teste de Monte Carlo para as variáveis categóricas. Resultados: Os SNPs não
apresentaram diferenças estatísticas entre os grupos. O SNP G>C apresentou
p=0,352; C447T, p=0,108; G546A, p=0,645 e para o polimorfismo G646A todas as
pacientes apresentaram o genótipo GG, sendo p=1. A média de idade de ambos os
grupos foi próxima, não resultando em diferença estatística. A média dos níveis de
FSH foi maior no grupo de estudo, sendo de 4,8U/L no grupo controle diante de
8,1U/L no grupo de estudo, o que sugere que a reserva ovariana do grupo de
pacientes inférteis com endometriose é menor do que a reserva ovariana do grupo
controle. Conclusão: Os resultados preliminares não demonstram diferença gênica
ou alélica para os polimorfismos do GDF9 entre os grupos estudados.
Palavras-Chave:GDF9, polimorfismos, infertilidade, endometriose
3. DISMORFOLOGIA
ACHADOS CLÍNICOS DE UM PACIENTE APRESENTANDO VARIANTE DA
SÍNDROME DE KLINEFELTER 49,XXXXY
PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL
VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL
CAMILA SAPORITI MESQUITA (UFCSPA) - BRASIL
JULIANA CAVALHEIRO DORNELES (UFCSPA) - BRASIL
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
SILVIA BARBOSA (UFCSPA) - BRASIL
FRANCYELLE OLIVEIRA (UFCSPA) - BRASIL
JULIETE NATHALI SCHOLL (UFCSPA) - BRASIL
BIBIANA CUNEGATTO (UFCSPA) - BRASIL
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
Objetivos: descrever os achados clínicos de um paciente apresentando variante da
síndrome de Klinefelter 49,XXXXY. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma
revisão da literatura. Resultados: o paciente é o primeiro filho de casal com 25 anos
(mãe) e 26 anos (pai), ambos não consanguíneos. Durante a sua gestação,
diagnosticou-se crescimento intrauterino restrito no sétimo mês. Ele nasceu a termo,
por parto normal, pesando 1950 g, medindo 43 cm, e com escore de Apgar no quinto
minuto de 9. Ao nascimento, o pediatra levantou a hipótese de síndrome de Down
como diagnóstico. O paciente nasceu com pé torto congênito, sendo que necessitou
utilizar bota gessada até o quarto mês de vida. Com 1 ano e 6 meses, foi submetido a
uma cirurgia para correção da movimentação da perna esquerda. Contudo, não se
obteve resultado satisfatório. Ele apresentava sopro cardíaco sistólico. A avaliação
clínica cardiológica constatou provável estenose pulmonar sem repercussão
hemodinâmica. Quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, ele evoluiu com atraso,
sendo que sentou sem apoio com 8 meses, caminhou sozinho com 3 anos e 1 mês. Aos
3 anos e 9 meses ele pronunciava apenas poucas palavras. A radiografia de punho,
realizada com 3 anos e 7 meses, mostrou importante retardo da maturação óssea (a
idade óssea era de cerca de 6 meses). Neste período, seu peso e altura eram
adequados para a idade; porém, seu perímetro cefálico se encontrava no limite
inferior da normalidade. Ao exame físico evidenciou-se achatamento occipital do
crânio; implantação baixa dos cabelos na fronte e na nuca; fenda palpebral oblíqua
para cima; orelhas retrovertidas com hélix sobredobrada; palato alto; hipertelorismo
mamário; testículos retráteis e pênis escondido na gordura pubiana; clinodactilia do
quinto dedo das mãos; pés planos valgos com leve protusão do calcâneo, e
sobreposição dos 2° e 3° pododáctilos bilateral. O cariótipo mostrou a presença de
uma constituição cromossômica masculina apresentando tetrassomia do cromossomo
X, o que foi compatível com o diagnóstico de variante de síndrome de Klinefelter:
49,XXXXY[25]. Na avaliação endocrinológica, aos 18 anos de idade, verificou-se a
presença de hipogonadismo hipergonadotrófico. A radiografia de crânio demonstrou
aumento da espessura da calota craniana e da densidade das suturas. Havia
prognatismo da mandíbula. A sela túrcica apresentava volume diminuído. A idade
óssea era compatível com 15 anos de idade. Na ecografia, os testículos não foram
visualizados. Ao eletroencefalograma observaram-se moderadas alterações lentas
difusas e alguns esboços de surtos de pontas duplas, difusas, bilaterais e
sincrômicas. Conclusões: a síndrome de Klinefelter é uma anomalia cromossômica
que se caracteriza por falha na função testicular com azoospermia e níveis elevados
de gonadotrofinas. Relatos de variantes da síndrome de Klinefelter são considerados
raros. Salientamos a dificuldade do diagnóstico baseado em achados clínicos, uma
vez que há sobreposição das características clínicas com outros tipos de
cromossomopatia. Em nosso caso, por exemplo, a suspeita inicial foi de síndrome de
Down, sendo que esta condição é considerada um diagnóstico diferencial. Sendo
assim, a realização do cariótipo é muito importante para a definição etiológica da
síndrome e, consequentemente, adequado manejo do paciente.
Palavras-Chave:Síndrome de Klinefelter, variante, 49,XXXXY, hipogonadismo, diagnóstico diferencial
ACONDROPLASIA: UM ESTUDO DE CASO
LETÍCIA SABOIA DA SILVA (UFPEL) - BRASIL
INGRID IOOST ESTANIESKI (UFPEL) - BRASIL
NICOLE RUAS GUARANY (UFPEL) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Objetivos: O presente estudo tem como objetivo discutir a importância da
intervenção terapêutica ocupacional em uma menina com Acondroplasia (nanismo)
atendida no setor de Terapia Ocupacional no Núcleo de Neurodesenvolvimento da
Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Rio Grande do Sul (RS). Métodos: O
estudo de caso foi desenvolvido através de análise de prontuário clínico, anamnese
com os pais e avaliação de Terapia Ocupacional, desenvolvida especialmente para
os pacientes atendidos neste setor. Esta avaliação compreende aspectos tais como
capacidades motoras, cognitivas, realização das atividades de vida diária, função
social, comunicação, entre outros. Até o momento foram realizadas as avaliações em
dois atendimentos de Terapia Ocupacional, semanalmente esta paciente seguirá em
atendimento. A avaliação foi realizada por duas estagiárias do Curso de Terapia
Ocupacional da UFPel, sendo documentados diariamente. Resultados: H.L.S. sexo
feminino, nascida em junho de 2012, na ocasião com 9 meses de vida, nascida e com
procedência de Pelotas-RS. Mãe com 24 anos e pai com 67 anos. Foi diagnosticada
com Acondroplasia pela equipe multiprofissional dos serviços do Ambulatório de
Neurodesenvolvimento da UFPel. A criança apresenta macrocefalia, membros
inferiores e superiores curtos e com sobra de pele. A avaliação Terapêutica
Ocupacional foi realizada com acompanhamento da mãe, a criança não faz trocas de
decúbitos, não engatinha e não fica em pé de forma independente, apresenta controle
cervical, tem déficit no controle de tronco, mas senta sem apoio por alguns minutos,
realiza preensões adequadamente, responde a estímulos visuais e auditivos, e têm
dificuldade respiratória, apresentando grande fadiga quando realiza movimentos que
exigem força. Está com o desenvolvimento motor em atraso, porém apresenta
desenvolvimento cognitivo adequado a idade. Conclusão: As dificuldades
encontradas pelos Acondroplásicos são inexoráveis devido as alterações esqueléticas
e deformidades que se desenvolvem ao longo da vida. A intervenção precoce é de
extrema importância nessa população. Neste sentido a intervenção terapêutica
ocupacional visa promover o desenvolvimento neuropsicomotor da criança e
adequação postural a fim de evitar deformidades e facilitar respiração, fortalecer a
musculatura da coluna cervical, lombar, membros inferiores e equilíbrio a fim de
facilitar as trocas de decúbitos, estimular o engatinhar e futuramente auxiliar na
aquisição de marcha de forma independente, a Terapia Ocupacional buscará neste
acompanhamento desenvolver autonomia e independência a criança nas suas
atividades de vida diária buscando se necessários possíveis adequações.
Palavras-Chave:Acondroplasia, Terapia Ocupacional
ALBINISMO OCULOCUTÂNEO AFETANDO PAI E FILHO DE ORIGEM
INDÍGENA: UM CASO DE PSEUDODOMINÂNCIA?
JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL
VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL
LUCIANA AMORIM BELTRÃO (UFCSPA) - BRASIL
VICTÓRIA BERNARDES GUIMARÃES (UFCSPA) - BRASIL
PRICILA BERNARDI
CARLA GRAZIADIO
GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
Objetivos: relatar um paciente de origem indígena com albinismo oculocutâneo, cujo
pai é afetado pela mesma condição. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma
revisão da literatura. Resultados: o paciente é o primeiro filho de pais com 32 anos
(mãe) e 30 anos (pai), não consanguíneos, ambos indígenas. Ele nasceu de parto
normal, a termo, em uma reserva indígena. Não havia descrição de suas medidas
antropométricas ao nascimento. Aos 5 meses, foi hospitalizado por quadro de
diarréia acompanhada de febre. Na avaliação, diagnosticou-se sepse e choque
hipovolêmico. Ao exame físico, observou-se aspecto facial de origem indígena, com
presença de epicanto, base nasal baixa e larga, e impressão de telecanto. Notou-se
também a presença de cabelos com coloração clara-alaranjada; nistagmo
persistente biltateral, íris clara-esverdeada; palato alto; orelhas com
sobredobramento do ramo horizontal da hélix; mamilos invertidos; pele muito clara
e hipotonia. Ele apresentava atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, sendo que
não possuía ainda sustento cefálico. Suas medidas antropométricas (peso,
comprimento e perímetro cefálico) eram adequadas para a idade. A avaliação
oftalmológica complementar identificou também rarefação do epitélio pigmentar da
retina. No exame neurológico, verificou-se ataxia ocular ligada ao albinismo. O
eletroencefalograma em sono e vigília, bem como a tomografia computadorizada de
crânio sem contraste foram normais. O pai possuía achados similares, com pele
clara e cabelos claros-alaranjados, além de nistagmo. Assim, os achados de nosso
paciente, juntamente com os de seu pai, foram compatíveis com o diagnóstico de
albinismo oculocutâneo. A mãe era hígida e não possuía casos em sua família de
albinismo oculocutâneo. Conclusões: o albinismo oculocutâneo é uma condição
genética autossômica recessiva. Assim, em nosso caso (onde há pai e filho afetados),
acreditamos que se trate de um padrão de herança pseudominante, onde a mãe,
possivelmente, é portadora também da mutação para o albinismo oculocutâneo. Em
um primeiro momento, pensamos que os pais pudessem ser originários de uma
mesma tribo, ou seja, de uma população mais restrita, o que poderia explicar a
possibilidade da mãe ser portadora também da mutação para o albinismo
oculocutâneo. Contudo, apesar do local atual de origem da família ser uma
comunidade de índios Guarani, a mãe nasceu e cresceu em uma aldeia diferente e
bastante distante da do pai (o pai era originário de São Paulo e a mãe, daqui do Rio
Grande do Sul). Por outro lado, chamou-nos a atenção que o albinismo oculocutâneo
é uma condição comum em algumas tribos da América do Norte e Central (no caso,
índios Hopi e Sans Blas, respectivamente). Porém, não encontramos descrição na
literatura da frequência de albinismo oculocutâneo entre índios Guarani.
Palavras-Chave:Albinismo oculocutâneo, pseudodominância, autossômico recessivo, povos indígenas
ALTERAÇÕES DE CARIÓTIPO EM CRIANÇAS COM ATRASO NO
DESENVOLVIMENTO
ISABEL CRISTINA NEVES DE SOUZA (UFPA) - BRASIL
RAIMUNDA HELENA FEIO (UFPA) - BRASIL
MARIA SUELY FERNANDES
LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA SANTANA DA SILVA (UFPA) - BRASIL
AMIRA CONSUÊLO DE MELO FIGUEIRAS (UFPA) - BRASIL
Objetivo: Verificar alterações de cariótipo em crianças de 0 a 12 anos com atraso de
desenvolvimento estabelecido. Métodos: Estudo transversal de 642 crianças
atendidas no Ambulatório de Desenvolvimento do Serviço Caminhar do Hospital
Universitário Bettina Ferro de Souza, no período 01 de agosto de 2007 a 31 de julho
de 2010. Os dados obtidos foram analisados pelos programas Bioestat 5.3.
Resultados: O cariótipo foi o exame mais solicitado na avaliação da genética e o que
também mais se apresentou alterado em 16,9%, a alteração cromossômica mais
encontrada foi a Síndrome de Down, com casos de trissomia simples, mosaicismo e
translocações D/G e G/G, além Síndrome de Turner, Síndrome de klinefelter,
duplicações envolvendo o cromossoma 9, deleções no 11, 5 e X, isocromossomo e
outras translocações. Conclusão: Os resultados encontrados mostram que a
investigação das causas de atraso no desenvolvimento devem incluir a avaliação
cromossômica, a depender de alterações de exame físico, como por exemplo, fácies
típico, que podem levar a uma suspeita inicial, ou mesmo nos casos em que não se
tem nenhuma outra evidencia clara da causa do atraso no desenvolvimento, visto que
segundo Shevell et al, (2003) o cariótipo estaria alterado em 3,5% a 10%, mesmo na
ausência de características dismórficas ou características sugestivas de uma
síndrome específica.
Palavras-Chave:cariótipo, atraso no desenvolvimento, criança
ALTERAÇÕES DENTÁRIAS EM UMA GRANDE AMOSTRA DE PACIENTES
COM INCONTINÊNCIA PIGMENTAR: IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO
ODONTOLÓGICA
FERNANDA DIFFINI SANTA MARIA (UFCSPA) - BRASIL
CLÁUDIA POZIOMCZYK
MARCIA ANGELICA PETER MAAHS (UFCSPA) - BRASIL
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL
JULIANE NASCIMENTO DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL
VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL
ANA ELISA KISZEWSKI (UFCSPA) - BRASIL
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
Objetivos: verificar as alterações odontológicas em pacientes com incontinência
pigmentar (IP). Métodos: para a obtenção da amostra foram revisados os
prontuários de pacientes pediátricos com diagnóstico de IP do Serviço de
Dermatologia Pediátrica do Hospital Santo Antônio da Criança, da Universidade
Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), entre 2003 e 2012. Os
pacientes e seus familiares, após a confirmação da doença, foram submetidos a uma
avaliação clínica, sendo que foi dada ênfase, no presente estudo, aos aspectos
odontológicos. Além do exame clínico, foi realizada uma investigação radiológica
utilizando uma radiografia panorâmica, a fim de observar os dentes permanentes e
decíduos, e a presença de alguma alteração estrutural nos mesmos. Resultados: a
amostra foi composta de 13 pacientes, todos do sexo feminino, com média de idade
de 6 anos. Os primeiros sinais de IP foram observados ao nascimento em apenas 2
pacientes, enquanto que nas outras 11 o seu aparecimento ocorreu ao longo do
primeiro ano de vida. No momento da análise clínica dermatológica, 11 pacientes
apresentavam lesões hipercrômicas lineares, acometendo principalmente os membros
inferiores; 1 deles possuía lesões verrucosas e 1 estrias atróficas e hipopigmentadas.
Outros achados comuns foram cabelos esparsos com alopécia de vértice (85%) e
presença de nevos melanocíticos (31%). Com relação ao exame odontológico, 4 dos
13 pacientes (31%) não entraram no estudo, ou por ter ido a óbito (n=1) ou por não
terem tido nenhuma erupção dentária (n=3). No exame clínico, observou-se que dos
9 pacientes avaliados, 7 (78%) apresentavam anomalia dos dentes decíduos, sendo
as mais comuns dentes cônicos e diastemas, principalmente nos dentes anteriores
superiores e inferiores. Já no exame radiográfico, verificou-se que 6 pacientes (67%)
possuíam agenesia dos dentes decíduos, acometendo com maior frequência o incisivo
lateral superior. Já em relação aos dentes permanentes, em 8 pacientes (89%)
constatou-se a agenesia de algum dente, sendo também o incisivo lateral o mais
frequentemente envolvido (63%). Todos os pacientes apresentaram atraso na erupção
dentária. Conclusões: a IP é caracterizada por ser uma síndrome rara, de herança
ligada ao cromossomo X, com traço dominante, em que existem anomalias com o
envolvimento tanto do ectoderma quanto da mesoderma de diferentes órgãos e
tecidos, sendo a pele o principal local de acometimento. O gene mutante é
geralmente letal para fetos masculinos. Isto justifica o nosso achado de que todos os
pacientes da amostra eram meninas. As lesões cutâneas da IP normalmente
aparecem ao nascimento ou logo após e manifestam-se em uma série de estágios, que
evolui do bolhoso, passando pelo verrucoso e hiperpigmentado, até o atrófico. Com
relação aos achados odontológicos, dentes ausentes ou cônicos, e atraso na erupção
dentária são frequentes, e foram os principais achados verificados em nossa
amostra. Diferentemente da literatura, a impressão que tivemos foi de que a dentição
decídua é mais afetada do que a permanente. Assim, achados odontológicos são
comuns em IP, sendo que entender todos os aspectos da síndrome torna-se
importante, tanto para proporcionar um correto diagnóstico, como para ministrar o
adequado manejo dos pacientes.
Palavras-Chave:Incontinência pigmentar, avaliação odontológica, dentes cônicos, dentição
ANÁLISE COMPARATIVA DE GENOMAS COM AMOSTRAS DE SANGUE EM
PAPEL FILTRO DE RECÉM-NASCIDOS COM MALFORMAÇÕES
CARDÍACAS CONGÊNITAS: UM ESTUDO PILOTO
Mariluce RIEGEL (HCPA/UFRGS) - Brasil
Eduardo Enrique Castilla
Ieda Maria Orioli
Objetivos e Métodos: Amostras de sangue colhidas em papel filtro servem como um
recurso valioso para estudos genéticos retrospectivos. Embora a quantidade da
amostra de sangue obtida deste modo é limitada, é um método conveniente para o
armazenamento de amostras a longo prazo. O objetivo deste estudo foi identificar
anormalidades cromossômicas entre as crianças nascidas com malformações
cardíacas congênitas através da análise comparativa de genomas por array-CGH
(Agilent, 8x60k), utilizando-se DNA recuperado á partir de sangue seco armazenado
previamente em papel filtro por 10-12 anos. Após a extração de DNA, a amplificação
genômica foi realizada em 15 amostras. Resultados: Em cinco amostras a
concentração de DNA obtida foi baixa (<10 ng) e a utilização de DNA para arrayCGH não foi possível. O experimento foi bem sucedido em 6 das 10 amostras de
DNA amplificadas. Foram identificados dois indivíduos com uma deleção de 2,5 Mb
em 22q11.2 associada com a região da síndrome de del22q11.2. As deleções
patogênicas, não detectadas anteriormente, foram identificadas e associadas com o
fenótipo nestes dois casos. Em uma amostra, uma trissomia completa do cromossomo
21 foi identificada. Um desequilíbrio genômico envolvendo a região 7q36.3 foi
classificado como variação de significado desconhecido. As duas amostras restantes
não apresentaram ganho ou perda de sequências genômicas consideradas
significativas. Conclusão: Apesar das vantagens que o sangue coletado e
armazenado por longos períodos em papel filtro pode oferecer, a recuperação do
material genético para fins de análise do genoma ainda é crítica devido a qualidade
e quantidade de DNA necessárias para a obtenção de resultados por array-CGH.
Entretanto, a utilização de DNA recuperado á partir de manchas de sangue seco
para análise cromossômica por microarrays, é uma abordagem inovadora e atraente
para os investigadores que necessitam trabalhar com amostras armazenadas em
papel filtro, como é o caso dos programas de monitoramento em grande escala, tais
como o ECLAMC (Estudo Colaborativo Latino de Malformações Congênitas). Apoio
financeiro: FIPE/HCPA 10-560; CNPq 214906/2012-4;
Palavras-Chave:análise cromossomica, array-CGH, malformação congenita
ANÁLISE DA MUTAÇÃO P250R DO GENE FGFR3 EM CRANIOSSINOSTOSE
THAYNE WOYCINCK KOWALSKI (HCPA) - BRASIL
JÉSSICA FERRARI (UFCSPA) - BRASIL
LILIANE TODESCHINI DE SOUZA (UFRGS) - BRASIL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
MARCUS VINICIUS MARTINS COLLARES (UFRGS) - BRASIL
VANESSA SUÑÉ MATTEVI (UFCSPA) - BRASIL
TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL
Introdução: A craniossinostose é uma malformação com prevalência de 1 em 2000
nascidos vivos. Ocorre devido ao fechamento prematuro de uma ou mais suturas
cranianas, podendo levar a um aumento da pressão intracraniana, alterando o fluxo
sanguíneo cerebral resultando na ocorrência de distúrbios visuais, auditivos e outras
disfunções neurológicas. Apresenta etiologia genética, sendo a mutação C749G no
gene FGFR3 uma das mais frequentes. Essa mutação leva a substituição P250R no
produto gênico, definindo a característica molecular da Síndrome de Muenke, que
possui caráter autossômico dominante. Acredita-se que a Síndrome de Muenke afete
cerca de 8% de todos os casos de craniossinostose. Objetivo: Esse estudo tem como
objetivo analisar a mutação P250R no gene FGRF3 em pacientes com
craniossinostose isolada atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e
identificar a origem parental dos casos positivos. Métodos: Após assinatura do
TCLE, foram coletados 5mL de sangue periférico e procedeu-se a extração de DNA
por método Puregene. Para a identificação da mutação foi utilizada a técnica de
PCR/RFLP com a enzima de restrição Nci I, sendo o produto da reação aplicado em
gel de agarose 2%. Resultados: Foram analisados 25 pacientes com
craniossinostose. Cinco casos (20,83%) foram positivos para P250R. Nos 12 casos
com envolvimento da sutura coronal, 4 casos (33%) foram diagnosticados e dos 4
casos com sutura sagital, 1 (25%) apresentou mutação positiva. Análise do DNA dos
pais em 3 casos demonstrou herança materna em 2 casos e um caso mutação de
novo. As mães com a mutação também apresentavam craniossinostose coronal. Um
irmão com macrocefalia sem craniossinostose foi também identificado com a
mutação, demonstrando a expressividade variável em casos de Síndrome de Muenke.
Conclusão: A mutação P250R é freqüente em casos de craniossinostose,
principalmente envolvendo as suturas coronais. Sua identificação é fundamental pois
apresenta herança autossômica dominante com expressividade variável, contribuindo
para um melhor aconselhamento genético nestas famílias.
Palavras-Chave:craniossinostose, FGFR3, mutação P250R
ASPECTOS CLÍNICOS E CITOGENÉTICOS DE UMA AMOSTRA DE
PACIENTES COM FENÓTIPO DE ESPECTRO ÓCULO-AURÍCULOVERTEBRAL (SÍNDROME DE GOLDENHAR): UM ESTUDO PROSPECTIVO
ALESSANDRA PAWELEC DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL
THAYSE BIENERT GOETZE (UFCSPA) - BRASIL
JULIANA CAVALHEIRO DORNELES (UFCSPA) - BRASIL
CAMILA SAPORITI MESQUITA (UFCSPA) - BRASIL
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL
JULIANE NASCIMENTO DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL
VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL
GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
Objetivos: descrever as características clínicas e citogenéticas de uma amostra de
pacientes com fenótipo de espectro óculo-aurículo-vertebral (EOAV). Métodos: a
amostra foi composta por 23 pacientes que apresentavam achados em pelo menos
duas dentre as quatro áreas: oro-crânio-facial, ocular, auricular e vertebral. Todos
os pacientes foram submetidos ao cariótipo de alta resolução em sangue por bandas
GTG (com contagem de 100 metáfases), hibridização in situ fluorescente para as
microdeleções 22q11 e 5p, e pesquisa de instabilidade cromossômica para anemia de
Fanconi. Resultados: alterações citogenéticas foram observadas em 3 pacientes
(todos
através
do
cariótipo):
47,XX,+mar;
47,XX,+mar/46,XX
e
46,XX,t(6;10)(q13;q24). No caso do cromossomo marcador sem mosaicismo, chamou
a atenção que este foi marcado pela sonda para microdeleção 22q11, evidenciado
que pelo menos parte dele era originária do cromossomo 22. O paciente com
47,XX,+mar/46,XX apresentava um quadro compatível com a síndrome do cat-eye.
Não identificamos casos de anemia de Fanconi. Observamos pacientes com história
de exposição gestacional à fluoxetina e ao ácido retinóico, teratógenos já descritos
em associação com o EOAV. Um dos pacientes foi um gemelar monozigótico
discordante para o EOAV que apresentou restrição assimétrica de crescimento
durante a gestação. Os pacientes com EOAV caracterizaram-se por um espectro
clínico amplo, sendo que intercorrências e necessidade de realização de
procedimentos cirúrgicos (tanto cosméticos como curativos) e hospitalizações foram
frequentes entre os mesmos. Alguns apresentaram achados atípicos, como defeito de
redução de membro inferior e tumoração no terço distal do braço direito, sugestiva
de um hemangioma/linfangioma. Conclusões: o EOAV é considerado um defeito da
embriogênese que envolve as estruturas originárias dos primeiros arcos branquiais.
Fenótipos similares ao do EOAV podem ser encontrados em pacientes com
anomalias cromossômicas, gênicas e expostos a diferentes teratógenos, sendo
importante o diagnóstico diferencial. Por isso, os autores acreditam que este sempre
deva ser perseguido para proporcionar um aconselhamento genético adequado às
famílias. Apesar da não identificação de pacientes com anemia de Fanconi, nosso
estudo procura ressaltar a importância do diagnóstico diferencial do EOAV com esta
condição. Além disso, os autores sugerem que a análise de metáfases no exame de
cariótipo seja ampliada em casos de EOAV sem uma etiologia definida para
aumentar a possibilidade de que casos de mosaicismo possam ser também
identificados.
Palavras-Chave:espectro óculo-aurículo-vertebral, síndrome de Goldenhar, cariótipo de alta resolução, FISH, anemia
de Fanconi, teratógenos, gêmeos monozigóticos
ASSOCIAÇÃO VACTERL NA MATERNIDADE DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DA UFMG NO PERÍODO DE 1990-2011
ANA PAULA MACHADO BOTELHO (UFMG) - BRASIL
BARBARA AKEMY CRUZ (UFMG) - BRASIL
ARSONVAL LAMOUNIER JUNIOR (UFMG) - BRASIL
JOZIELE SOUZA LIMA (HC-UFMG) - BRASIL
MARCOS JOSÉ BURLE DE AGUIAR (FM UFMG) - BRASIL
OBJETIVOS: Estabelecer a prevalência da Associação VACTERL no Hospital das
Clínicas da UFMG. Identificar as malformações mais frequentes presentes. Verificar
a associação com peso ao nascimento, idade e paridade maternas. MÉTODOS:
Estudo retrospectivo baseado no Banco de Dados do Estudo Colaborativo LatinoAmericano de Malformações Congênitas (ECLAMC). Foram analisados achados
clínicos, radiológicos e necropsia dos casos de VACTERL e sua relação com, peso,
paridade e idade maternas, e outras anomalias associadas. Para o diagnóstico da
Associação Vacterl foram considerados a presença de, pelo menos, três
características fenotípicas, do acrônimo (defeitos vertebrais (V), atresia anal (A),
cardiopatias (C), fístula traqueoesofágica (TEF) com atresia de esôfago (AE),
displasia renal e displasia radial (R) e anormalidades de membros (L). Esse foi o
critério utilizado neste estudo. Foi calculada a incidência da associação VACTERL
utilizando o registro de nascimentos. Para estudos de Associação foi utilizado o
Risco Relativo e utilizado o programa Openepi versão 3.01.RESULTADOS: Entre
agosto de 1990 e dezembro de 2011 ocorreram 52.141 partos, com 1.418 Natimortos
(NM), 50.723 Recém nascidos vivos (RNVs). Foram identificados 27 casos de
Associação VACTERL (0,51:1.000), 19 RNVs (0,37:1.000) e 8 NMs (5,6:1.000).
Dentre os casos identificados, 3 (11,1%) foram do sexo feminino, 15 (55,6%)
masculino, 7 (25,9%) intersexo e 2 (7,4%) não especificado. Em 22 casos houve
baixo peso ao nascer (<2500 Kg). A Associação VACTERL foi mais frequente em RN
de baixo peso, (RR=18,08; IC 95%; 6,849-47,73; p<0,001). Não houve associação
com idade materna (RR= 0,57; IC95%, 0,137-2,44; p=0,57), ou com paridade
(RR=1,361; IC 95%, 0,6373 2,907;P=0,688). As malformações mais encontradas
foram: displasia renal em 22 casos (81,5%), atresia de esôfago com fístula traqueoesofágica em 19 casos (70,4%), atresia anal em 16 casos (59,3%), anomalias de
membros em 14 casos (51,85%), cardiopatia em 13 casos (48,1%), defeitos
vertebrais em 9 casos(33,3%). O Ultrassom prénatal foi realizado em 74,1% dos
casos. Do total de casos, 7 (25,9%) foram submetidos à cirurgia.Dos óbitos,19 casos,
63,1% foram submetidos à autopsia. A taxa de letalidade foi 70,4%. CONCLUSÃO:
A prevalência da Associação VACTERL foi maior que a descrita na literatura (1:
40.000 nascimentos), o que pode ser explicado pelo hospital ser centro de referência
estadual em medicina fetal e malformações congênitas. A associação com o baixo
peso ao nascimento provavelmente é consequência das malformações associadas. O
diagnóstico pré-natal foi realizado em um número significativo de casos. Os casos
que evoluiram ao óbito, apresentavam principalmente displasia renal e anomalias
cardiovasculares.
Palavras-Chave:VACTER, VACTERL, malformações congênitas, defeitos vertebrais
ATENÇÃO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM FENDAS OROFACIAIS
EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM GENÉTICA NO SUS EM ALAGOAS.
ANA KAROLINA MAIA DE ANDRADE (UFAL) - BRASIL
AMANDA GABRIELA ROSENDO DE BARROS (UFAL) - BRASIL
EGABRIELLA DA SILVA MONTEIRO (UFAL) - BRASIL
KATHLEEN MOURA DOS SANTOS MOURA (UNCISAL) - BRASIL
DIOGO LUCAS LIMA DO NASCIMENTO (UNCISAL) - BRASIL
LUCAS RIBEIRO GOMES (UNCISAL) - BRASIL
MARSHALL ÍTALO BARROS FONTES (UNCISAL) - BRASIL
VERA LUCIA GIL-DA-SILVA-LOPES (UNICAMP) - BRASIL
ISABELLA LOPES MONLLEÓ (UFAL) - BRASIL
Objetivos: descrever características demográficas e genético-clínicas de crianças e
adolescentes com Fendas Orofaciais (FOF) atendidos em serviço de referência em
genética no estado de Alagoas. Métodos: Aplicou-se protocolo previamente validado
em 111 sujeitos com FOF atendidos no período de setembro/2009 a março/2013. Os
pacientes foram provenientes de busca ativa em mutirão de cirurgia corretiva de
FOF (Grupo 1) e de demanda espontânea ao Serviço de Genética (Grupo 2). A
análise dos dados foi descritiva. Foram utilizados teste Exato de Fisher e Quiquadrado para comparação entre os grupos. Adotou-se nível de significância de 5%.
Resultados: O Grupo 1 foi constituído por 83 (75%) pacientes e o Grupo 2 por 28
(25%). No Grupo 1 a média de idade foi 7,4 anos e 54% eram do sexo masculino
enquanto no Grupo 2, a média foi 1,8 anos e 54% eram do sexo feminino. Em ambos
os grupos, um terço dos casos foi proveniente da capital e dois terços, do interior; a
maioria das mães tinha entre 1 e 8 anos de estudo. Houve diferença entre os grupos
em relação à topografia da fenda (p<0,02), sendo as labiopalatais (63%) e
esquerdas (54%) mais frequentes no Grupo 1; as fendas labiopalatais e palatais
ocorreram na mesma proporção no Grupo 2 (39%), sendo bilaterais em 53% dos
casos. No Grupo 2, ocorreram 21% de uniões consanguíneas, duas vezes mais fendas
sindrômicas e 25% dos casos eram defeitos congênitos múltiplos sem etiologia
definida. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos em
relação à taxa de recorrência familial (p<0,15) e a outros fatores de risco descritos
na literatura. Entretanto, 25% das mães referiram consumo de álcool e
aproximadamente 20%, tabagismo durante a gestação. O acesso à cirurgia primária
antes dos dois anos de idade foi mais observado no Grupo 2 (p<0,01). Conclusões: A
maior média de idade no Grupo 1 pode refletir dificuldade de acesso a serviços de
saúde. Este grupo, cujo acesso à genética se deu por busca ativa, foi
predominantemente constituído por pacientes com quadros mais simples em que
muitas vezes a etiologia genética não é reconhecida. A procura por avaliação
genética foi mais precoce no Grupo 2 e muito provavelmente reflete a maior
gravidade clínica dos casos que requerem investigação diagnóstica especializada.
Neste grupo, o acesso a serviços de saúde de maior complexidade pode justificar a
realização de cirurgia primária mais cedo. Os fatores de risco ambientais
identificados são passíveis de prevenção por meio de ações de educação em saúde.
Para tanto, seria importante o desenvolvimento de programas de capacitação de
profissionais da saúde.
Palavras-Chave:Fendas orofaciais, atenção em genética clínica, fatores de risco.
AVALIAÇÃO CLÍNICA E CRANIOMÉTRICA DE UMA FAMÍLIA COM
ANIRIDIA CONGÊNITA DO SERTÃO DE ALAGOAS
ANA KAROLINA MAIA DE ANDRADE (UFAL) - BRASIL
ZULEIDE SILVA FERNANDES LIMA (UFRGS) - BRASIL
ALINE SAMPAIO FERNANDES (UFAL) - BRASIL
BRUNO NOBRE LINS CORONADO (UFAL) - BRASIL
REINALDO LUNA DE OMENA FILHO (UNCISAL) - BRASIL
VIRGINIA RAMALLO (UFRGS) - BRASIL
TÁBITA HÜNEMEIER (UFRGS) - BRASIL
VANESSA RODRIGUES PAIXÃO-CÔRTES (PPGBM-UFRGS) - BRASIL
LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL
ISABELLA LOPES MONLLEÓ (UFAL) - BRASIL
Objetivos: Descrever as características clínicas e craniométricas de sujeitos com
aniridia congênita pertencentes a uma grande família procedente do sertão de
Alagoas. Métodos: A partir da consulta inicial de avaliação diagnóstica e
aconselhamento genético de um indivíduo de 29 anos, no Serviço de Genética Clínica
da UFAL, foram identificados 51 afetados pertencentes a seis gerações de uma
mesma família composta por 163 indivíduos. Foram avaliados 28 afetados quanto à
presença de dismorfias e anomalias oftalmológicas. Dados antropométricos e
material biológico para posterior extração de DNA foram coletados de 29 afetados e
28 controles intrafamiliais. Os dados foram registrados em protocolo clínicoantropométrico próprio para posterior análise descritiva. Para as comparações
craniométricas ultilizou-se o teste de ANOVA simples (α=0.05; df=1). Resultados: A
idade dos avaliados variou de 1 a 73 anos, 11 (39%) eram crianças e adolescentes,
15 (54%) eram adultos e 2 (7%) eram idosos, 16(57%) eram do sexo masculino e 12
(43%) do sexo feminino. Dismorfias minor foram encontradas em 20 (71%) afetados,
e compreendem: sinofre, orelhas baixo implantadas, pregas epicânticas, afastamento
entre hálux e segundo artelho, clinodactilia bilateral dos 5° quirodáctilos. Aniridia
foi diagnosticada em 24 sujeitos, sendo total em 22 e parcial em dois. Entre estes, 21
apresentavam acometimento bilateral e três, unilateral da íris. Três pacientes foram
diagnosticados com corectopia, sendo dois bilaterais e um unilateral. Um sujeito
apresentou corectopia em olho esquerdo e aniridia parcial no direito. As principais
comorbidades oftalmológicas compreenderam nistagmo em 27(96%), catarata
18(64%), estrabismo 15(54%), fotofobia 16(57%) opacificação de córnea e
microftalmia 11(39%). Considerando as variáveis craniométricas, os indivíduos
afetados diferem significativamente (p=0.038) em relação ao seu índice cefálico
quando comparados com os controles familiares, apresentando-se mais
braquicéfalos. No entanto, quando foram comparados os perímetros cefálicos entre
os dois grupos, não foi encontrada diferença estastistica significativa (p=0.193).
Conclusões: A análise do heredograma e dos achados clínicos sugere padrão de
herança autossômico dominante com expressão fenotípica variável e penetrância
completa, características que corroboram a literatura. Destaca-se que esta é a
primeira descrição de variação craniofacial em indivíduos com aniridia até o
momento. A morfogênese do olho e do neurocrânio é direcionada ao longo do
desenvolvimento embrionário por uma complexa rede de genes. É amplamente
descrito na literatura diferentes mutações no gene PAX6 como causa mais comum de
aniridia. Considerando os resultados encontrados em relação às diferenças
craniofaciais entre afetados e não afetados, e o papel interseccional do gene PAX6
para o desenvolvimento da íris e do neurocrânio, é provável que uma única mutação
esteja afetando ambos os fenótipos (formato do neurocrânio e formação da íris).
Será realizado o screening molecular do gene PAX6, bem como análise morfométrica
detalhada destes indivíduos a fim tentar estabelecer uma correlação fenótiposgenótipo.
Palavras-Chave:Aniridia congênita, PAX6, morfogênese.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA TIPO I, III E IV
ANA PAULA VANZ (HCPA) - BRASIL
TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL
NEUSA SICA DA ROCHA SICA ROCHA (UFRGS, HCPA) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Introdução: As Osteogêneses Imperfeitas (OI) são doenças genéticas, que afetam a
biossíntese do colágeno. A incidência aproximada é de 1 a cada 10.000 nascimentos,
sendo o padrão de herança autossômico dominante o mais frequente. São
caracterizadas por fragilidade óssea, baixa estatura e dentinogênese imperfeita. As
OI apresentam variedades clínicas distintas. Sillence (1979) foi o primeiro a propor
uma classificação baseada em características clínicas e radiográficas, distribuindo a
OI em quatro tipos (tipo I ao IV), essa classificação é amplamente utilizada, embora
com a evolução e incorporação de métodos diagnósticos, essa foi estendida a oito
apresentações do tipo I ao VIII. O quadro clínico presente nos pacientes com OI leva
a uma importante limitação funcional, na maioria dos pacientes, o que acarreta a
necessidade da assistência de um cuidador. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida
(QV) de cuidadores de crianças e adolescentes com OI. Métodos: Este foi um estudo
transversal. A estratégia de amostragem foi de conveniência. O instrumento
WHOQOL-Bref foi utilizado para a avaliação da QV. Resultados: foram incluídos 24
cuidadores (média de idade= 39 ± 9,1 anos; mães= 18/24), sendo que 2 dos
cuidadores apresentavam o diagnostico de OI. Vinte e dois cuidadores assistiam
apenas um indivíduo com OI. Em relação ao tipo de OI dos assistidos, 13 indivíduos
apresentavam o tipo IV, 10 o tipo I e 4 o tipo III. Considerando a amostra total, a
média do escore total (ET) 4-20 do WHOQOL-Bref foi 14,59 no domínio físico; 13,80
no psicológico; 15,19 no social; 12,87 no ambiental; e do escore total de QV foi
14,16. Não foi observada diferença significativa dos escores de QV de acordo com o
tipo de OI do assistido ou com o número de fraturas apresentadas. A correlação entre
o nível econômico e os escores de QV não se mostrou significativa. Quando
comparadas as médias dos escores desta amostra com as médias em adultos da
população referência (validação do questionário WHOQOL-Bref na população
brasileira) foi encontrada diferença significativa nos domínios físico, psicológico e
ambiental, sendo as menores médias apresentadas pelos cuidadores. Essa diferença
permanece quando são comparados somente os 22 cuidadores sem OI. Conclusões:
QV parece estar prejudicada, em alguns domínios, em cuidadores de pacientes com
OI. Estudos adicionais são necessários para confirmar e sustentar estes resultados,
além de tentar elencar os fatores responsáveis por tais valores.
Palavras-Chave:Osteogênese Imperfeita, Qualidade de Vida; Cuidadores
CAMPTODACTILIA DE GUADALAJARA TIPO I: RELATO DE DOIS CASOS E
REVISÃO DA LITERATURA.
MARCO ANTONIO CURIATI (UNIFESP) - BRASIL
THAMY PELATIERI CANELOI (EPM-UNIFESP) - BRASIL
MARIA DE FÁTIMA DE FARIA SOARES (UNIFESP) - BRASIL
ANA LUIZA PILLA LUCE (UNIFESP) - BRASIL
INTRODUÇÃO: A Camptodactilia de Guadalajara Tipo I (CGTI) (OMIM 211910)
ou Síndrome Facio-Toraco-Esquelética, descrita em 1980 por Cantu e col., com 8
casos relatados na literatura, distingue-se das demais camptodactilias por
apresentar retardo de crescimento intrauterino, baixa estatura e outras alterações
esqueléticas associadas. Segue padrão de herança autossômica recessiva e, em
função da sua raridade, sua base molecular permanece desconhecida. Apresenta
duas variantes, que são a Camptodactilia de Guadalajara tipo II (OMIM 211920)
(que cursa com hipoplasia da patela) e a Camptodactilia de Guadalajara tipo III
(OMIM 611929) (que cursa com hipotonia, atraso de desenvolvimento
neuropsicomotor e múltiplos nevos em face e dorso, além de herança autossômica
dominante). OBJETIVO: Descrever dois casos de Camptodactilia de Guadalajara
Tipo I, comparando com os resultados já descritos na literatura. RELATO DOS
CASOS: Caso 1: 22 anos, sexo feminino, filha de casal de primos em segundo grau,
com baixa estatura, assimetria facial, fronte proeminente, fenda palpebral oblíqua
superior, depressão de terço inferior do esterno, camptodactilia bilateral, mais
pronunciada em segundo, terceiro e quarto quirodáctilos, com primeiro quirodáctilo
aparentemente normal. Adicionalmente apresenta limitação de flexão da articulação
coxo-femural e de joelhos, sindactilia parcial de segundo e terceiro pododáctilos e
história de luxação de quadril à esquerda, corrigida cirurgicamente. Ao exame
radiológico observa-se desproporção crânio-facial, escoliose tóraco-lombar, e
ausência de imagem da patela em morfologia habitual, apresentando-se luxada.
Caso 2: irmão do caso 1, 16 anos, apresenta baixa estatura, estrabismo divergente,
depressão de terço inferior do esterno, costelas inferiores proeminentes, discreta
limitação de flexão de cotovelos bilateralmente, camptodactilia bilateral, limitação
de flexão de ambos os joelhos e discreta limitação de extensão do joelho direito. As
imagens radiológicas demonstraram hipoplasia de terço médio de face, esclerose
radial e ulnar distais, camptodactilia bilateral de todos os quirodáctilos e ilíaco
pequeno. A patela, inicialmente não observada ao RX na primeira infância, foi
identificada na ressonância magnética de joelho, com morfologia e localização
normais. DISCUSSÃO: A camptodactilia, cursando com restrição de crescimento
intrauterino e baixa estatura, juntamente com outras alterações esqueléticas
(braquicefalia, hipoplasia de terço médio de face, hiperlordose de coluna vertebral,
ilíacos hipoplásicos e fíbula curta), sugerem o diagnóstico de Camptodactilia de
Guadalajara Tipo I. O diagnóstico diferencial deve ser realizado observando as
características que definem suas variantes, como a alteração da patela (na CGTII) e
o padrão de herança (na CGTIII). CONCLUSÃO: Os casos descritos são
compatíveis com o diagnóstico de Camptodactilia de Guadalajara Tipo I. A adição
de novos relatos à literatura permite melhor delinear as características clínicas e
radiológicas desta síndrome.
Palavras-Chave:síndrome malformativa; camptodactilia; baixa estatura; restrição de crescimento intrauterino
CARACTERÍSTICAS OROFACIAIS PRESENTES EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
PAULA CAROLINA MENDES SANTOS (UFMG) - BRASIL
SUÉLEN ALVES TEIXEIRA (UFMG) - BRASIL
TÚLIO CANELLA BEZERRA CARNEIRO
EUGÊNIA RIBEIRO VALADARES (UFMG) - BRASIL
ANA CRISTINA OLIVEIRA (UFMG) - BRASIL
A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma patologia de natureza constitutiva,
caracterizada pela fragilidade óssea de origem genética. Muitas crianças e
adolescentes com OI são identificados com dentinogênese imperfeita, podendo
apresentar os dentes com cor castanha acinzentada e perda de estrutura. Também
são frequentes as más oclusões, sobretudo aquelas de classe III. Na área
odontológica ainda são poucos os estudos dedicados a OI, sendo insuficientes as
informações sobre os níveis do estado de saúde e doença bucal das pessoas
acometidas por essa anomalia. Sendo assim, esta pesquisa objetiva comparar as
características orofaciais de crianças e adolescentes com OI e sem OI e os fatores
associados. A coleta de dados acontecerá nos Setores de Ortopedia Pediátrica e de
Pediatria do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), em Belo Horizonte. Os pais/responsáveis responderão um questionário
relacionado aos aspectos individuais, demográficos e socioeconômicos relacionados
aos filhos. As características bucais das crianças e adolescentes serão investigadas
por meio do exame clínico: dentinogênese imperfeita, má oclusão, cárie dentária e
higiene bucal. Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da UFMG sob parecer 83387/2012. Os dados serão armazenados e
analisados por meio do software SPSS. Serão realizadas as análises univariada,
bivariada e multivariada
Palavras-Chave:Osteogênese imperfeita. Assistência odontológica para pessoas com deficiências. Crianças com
deficiência. Criança. Adolescente.
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E CITOGENÔMICA DE UM PACIENTE COM
DELEÇÃO 6Q E DUPLICAÇÃO 20P
THEOHARIS EFCARPIDIS SFAKIANAKIS (UNIFESP) - BRASIL
EDUARDO PERRONE (UNIFESP) - BRASIL
PABLO DOMINGOS RODRIGUES DE NICOLA (UNIFESP) - BRASIL
SÍLVIA BRAGAGNOLO (UNIFESP) - BRASIL
CECILIA MARIA DRAQUE
GUILHERME ASSIS SANCHO
SYLVIA SATOMI TAKENO (UNIFESP) - BRASIL
MARIA ISABEL MELARAGNO (UNIFESP) - BRASIL
ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL
MIRLENE PINHO CERNACH (UNIFESP) - BRASIL
INTRODUÇÃO:
Os pacientes com derivados de translocações herdadas de um dos pais, em geral apresentam
deleções associadas a duplicações cromossômicas. O quadro clínico é extremamente variável e
dependente das alterações na regulação dos genes relacionados com as áreas afetadas.
OBJETIVO:
Descrever o quadro clínico e citogenômico de um paciente portador de uma síndrome de deleção
cromossômica resultante de uma translocação recíproca materna e discutir acorrelação genótipofenótipo dos genes envolvidos na região deletada.
PACIENTE E MÉTODOS;
Recém-nascido a termo (38 2/7 semanas), parto cesáreo, sexo masculino, peso de 2180 g(<p3),
comprimento de 46,5 cm (p3), perímetro cefálico de 38 cm (>p97), Apgar 7/8. Aoexame físico
apresentava macrocefalia com fronte ampla, micrognatia, macrotia e fendapalatina, além de
hipotonia global. Realizada ressonância nuclear magnética do crânio que mostrou Anomalia de
Dandy-Walker, dilatação de ventrículos laterais e hipoplasia do corpo caloso. À Ultrassonografia
abdominal foi observado: rins de dimensões reduzidas com hidronefrose bilateral e redução da
espessura do parênquima renal. Evoluiu para óbito com cinco meses de vida. Realizado cariótipo
com bandas G do sangue periférico do paciente, da mãe e do pai, e SNP-Array do paciente.
RESULTADOS
Cariótipo do paciente: 46,XY,der (6)t(6;20)(q25;p13)matSNP-Array do paciente:
6q25.1q27(150,766,291-170,914,297)×1,20p13(61,6612,777,194)×3,8q24.3(144,462,000144,823,948)×3.
arr
Cariótipo com bandas G do sangue periférico da mãe: 46,XX,t(6;20)(q25;p13)Cariótipo com
bandas G do sangue periférico do pai: 46,XY.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
A deleção parcial do braço longo do cromossomo 6 apresenta fenótipo característico com
microcefalia, face com fendas palpebrais reduzidas, ponte nasal alargada, anomalias de orelhas,
micrognatia, fenda palatina e pescoço curto. As anomalias em sistema nervoso são frequentes com
disgenesia de corpo caloso, hidrocefalia, heteropias de substância branca e cinzenta resultando em
deficiência intelectual e crises convulsivas. Outras anomalias são frequentemente encontradas:
defeitos cardíacos, gastrointestinais, hérnia diafragmática, anomalias urogenitais e malformações
em membros. Os achados laboratoriais encontrados no paciente sugerem a presença de um rearranjo
cromossômico não equilibrado envolvendo os cromossomos 6 e 20, além de uma duplicação cerca
de 362 kb no braço longo do cromossomo 8, a qual não está descrita na DGV (Base de dados de
variantes genômicas) e tem significado clínico desconhecido. A deleção terminal do braço longo do
cromossomo 6 abrange aproximadamente 20,1 Mb enquanto que a duplicação da região distal de
20p abrange cerca de 2,7. O fenótipo resultante em nosso paciente é consistente com os achados na
síndrome de deleção terminal do 6q e duplicação do 20p. Possivelmente o maior tamanho
observado na deleção do cromossomo 6q explica a predominância do fenótipo final encontrado no
paciente e que o aproxima mais das características encontradas na síndrome de deleção parcial do
6q.
Palavras-Chave:Síndrome de deleção cromossômica terminal do 6q; síndrome de microduplicação cromossômica do
20p; translocação recíproca parental; anomalias do sistem
CARACTERIZAÇÃO DE CROMOSSOMO MARCADOR POR FISH E ACGH
EM PACIENTE COM CARIÓTIPO 45,X/ 46,X,+MAR
MARIA CECILIA MENKS RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
SANDRA ALVES PEIXOTO PELLEGRINI (IPPMG-UFRJ) - BRASIL
COUTINHO,MP
GABRIELA LEAL BARROS (UFRJ) - BRASIL
DAHER, JG
GUIDA, G
ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL
EVELYN KAHN (IPPMG - UFRJ) - BRASIL
MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
Objetivo: Relatar o caso de um paciente com cariótipo 45,X/46,X,+mar e
caracterização do cromossomo marcador pelas técnicas de FISH e aCGH. Métodos:
Estudo descritivo do tipo relato de caso. Resultados: IR, sexo masculino, oito anos de
idade, pardo, Natural do Rio de Janeiro. Encaminhado por atraso no
desenvolvimento neuropsicomotor e distúrbio de comportamento (comportamento
autista, agressividade e hiperatividade). Primeiro filho de pais jovens não
consanguíneos. G II P II; relato de trombocitopenia materna. Gestação sem
intercorrências, com pré-natal completo. Nasceu de parto vaginal, a termo e eutócico
(Apgar 8/9); PN = 2.300g, EN = 47cm, PC = 32cm. Desenvolvimento
neuropsicomotor: deambulou aos 15 meses, não engatinhou e pronunciou primeiras
palavras após dois anos de idade. Relato de duas pneumonias. Na primeira
avaliação aos quatro anos de idade, foram obervados: face atípica, triangular,
sobrancelhas arqueadas com rarefação do terço externo, cílios longos e espessos,
dentes espaçados, hipertelorismo mamilar, prega única palmar bilateral. Genitália
externa masculina com testículos tópicos, pênis com tamanho normal e presença de
fimose. Ultrassonografia pélvica: próstata normal e ausência de estruturas
mullerianas. O estudo citogenético em linfócitos evidenciou cariótipo 45,X [10]/
46,X,+mar [10]. O cariótipo dos pais foi normal. O cromossomo marcador não pode
ser caracterizado pelas técnicas citogenéticas tradicionais. Trata-se de um
cromossomo pequeno circular, as técnicas de bandamento C e Q não evidenciaram
heterocromatina constitutiva característica do cromossomo Y, a incorporação com
BrdU (bromodeoxiuridina) evidenciou replicação tardia. A técnica de FISH,
realizada com sondas DXZ1 e DYZ1, não produziu hibridação no cromossomo
marcador. A avaliação com as sondas DXZ1 e SRY mostrou a presença de uma ou
duas cópias do gene SRY no cromossomo marcador. A técnica de FISH com wcp
(whole chromosome painting) para o cromossomo Y mostrou uma marcação
descontínua 45,X/46,X,+mar der(Y)(SRY+, wcpY+)/ (SRY++, wcpY++). A avaliação
molecular por PCR (polymerase chain reaction) evidenciou a presença dos genes
SRY e AMGY. O exame aCGH revelou deleção de grande parte do cromossomo Y,
inclusive da região centromérica, também foi detectada duplicação da região 10q11.
Conclusões: A ausência de centrômero do cromossomo Y e a descontinuidade da
marcação com wcpY sugerem que este cromossomo marcador pode tratar-se de um
cromossomo complexo. A região do cromossomo 10 duplicada (q11) contém um
elemento regulatório ativo, que poderia originar um neocentrômero. A presença de
dois sinais SRY e a descontinuidade da marcação na wcpY podem refletir a
instabilidade estrutural do cromossomo característica dos cromossomos em anel.
Por outro lado, os neocentromeros podem ter sua eficiência comprometida,
acarretando a perda do cromossomo na divisão celular, originando a linhagem 45,X.
A genitália externa e o desenvolvimento sexual do probando até a idade atual é
normal, concordante com a presença do gene SRY, mesmo na presença de
mosaicismo. A repercussão fenotípica desta alteração foi bastante limitada, não
sendo evidentes alterações do desenvolvimento sexual. Apoio Financeiro : IPPMG,
FAPERJ
Palavras-Chave:cariótipo, FISH, cromossomo Y, aCGH
CARACTERIZAÇÃO DE CROMOSSOMOS SUPRANUMERÁRIOS POR FISH
MARIA CECILIA MENKS RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
SANDRA ALVES PEIXOTO PELLEGRINI (IPPMG-UFRJ) - BRASIL
GABRIELA LEAL BARROS (UFRJ) - BRASIL
COUTINHO,MP
JOÃO GABRIEL LIMA DAHER (UFRJ/IPPMG) - BRASIL
ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL
OLÍVIA MIRANDA SOARES (UFRJ) - BRASIL
ALESSANDRA DE AGUIAR LOUREIRO DOS SANTOS (UFRJ) - BRASIL
MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
EVELYN KAHN (IPPMG - UFRJ) - BRASIL
Objetivo: Descrever as alterações citogenéticas e fenotípicas de dois indivíduos com
cromossomos supranumerários. Métodos: Estudo descritivo do tipo relato de caso.
Resultados: Caso 1 – Paciente com 8 anos , sexo masculino, filho de pais não
consanguíneos, mãe 37anos e pai 46 anos. GII/PII, gestação sem intercorrências,
parto vaginal, a termo e eutócico. Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. Ao
exame apresentava: fácies sindrômico, hipertelorismo ocular, epicanto, sinofris,
cílios longos, rarefação do terço distal das sobrancelhas, orelhas dismórficas de
baixa implantação, palato ogival, boca em tenda, prognatismo, cabelos de
implantação baixa, prega simiesca bilateral, pregas adicionais na palma da mão e
quirodactilos, fetal pads, clinodactilia do 50 quirodáctilo, afastamento dos 10 e 20
pododáctilos, criptorquidia bilateral, escoliose toraco-lombar. Ultrassonografia
abdominal evidenciou ausência de rim direito. Estudo citogenético: 47,XY, +mar. O
cromossomo marcador, de tamanho menor que o cromossomo 20, metacêntrico,
apresentou-se pouco corado através do bandeamento G, com marcação escura pelo
bandamento R e marcação positiva. A técnica de FISH (fluorescent in situ
hybridization) mostrou uma marcação com a sonda D18Z1, e marcação dupla com a
sonda D18S552 (telomérica 18p), caracterizando um isocromossomo do braço curto
do cromossomo 18 (47,XY, +mar (18)(D18Z1+, D18S552++). Caso 2: Paciente com
10 anos, sexo masculino, filho de pais não consanguíneos. História familiar positiva
para retardo mental: tio materno, primo materno de primeiro grau e tio-avô materno.
GIII/PII/AI (espontâneo), gestação: diminuição da mobilidade fetal, parto vaginal, a
termo e eutócico. Observado pé torto congênito. Atraso do desenvolvimento
neuropsicomotor e epilepsia de difícil controle. Ao exame físico apresentava:
macrocefalia relativa e orelhas grandes. Estudo citogenético: 47,XY, +mar . A mãe
apresentou cariótipo normal, mas o pai negou-se a realizá-lo. O cromossomo extra
dicêntrico apresentou marcação pelo bandeamento C e NOR em ambas as
extremidades e satélites fluorescentes ao bandeamento Q. A técnica de FISH com as
sondas D15Z1 e SNRPN mostrou dupla marcação, caracterizando tetrassomia
parcial 15q. Não houve hibridação com as sondas PML, sugerindo que o ponto de
quebra é proximal à banda 15q21(47,XY, +mar.ish.idic(15) (D15Z1++,SNRPN++,
PML-). Conclusões: As alterações detectadas nestes pacientes são alterações raras,
bem caracterizadas, sugerindo a susceptibilidade destes cromossomos a rearranjos.
As alterações como implantação baixa de orelhas, palato ogival, pontas dos dedos,
distância entre o 10 e 20 pododáctilos, tem alta prevalência nos indivíduos com
tetrassomia 18p; a criptorquidia e alterações renais são achados menos frequentes. A
síndrome da inv dup (15) é decorrente de rearranjos envolvendo a região crítica das
síndromes de Prader-Willi/ Angelman que caracteriza-se pelo retardo mental,
hipotonia, convulsões e comportamento autista. O paciente apresentou retardo do
desenvolvimento neuropsicomotor e epilepsia de difícil controle, compatível com as
características mencionadas; esta alteração é sempre esporádica. As tetrassomias
são condições bastante raras, e a observação de novos pacientes proporciona a
oportunidade de expandir o conhecimento. Apoio Financeiro : IPPMG, FAPERJ
Palavras-Chave:cariótipo, FISH, cromossomo marcador
CARACTERIZAÇÃO DE PACIENTES COM DISTÚRBIOS DO
DESENVOLVIMENTO DO SEXO (DDS) ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE
REFERÊNCIA EM ALAGOAS
ILANNA FRAGOSO PEIXOTO GAZZANEO (UFAL) - BRASIL
CAMILA MAIA COSTA DE QUEIROZ (UFAL) - BRASIL
MARIA DEYSIANE PORTO ARAUJO (UFAL) - BRASIL
PAULO MOZART DE BARROS (UNCISAL) - BRASIL
PAULA DIAS PEREIRA (UNCISAL) - BRASIL
REINALDO LUNA DE OMENA FILHO (UNCISAL) - BRASIL
DIOGO LUCAS LIMA DO NASCIMENTO (UNCISAL) - BRASIL
WALTER FERREIRA DE ARAÚJO FILHO
ROSEMARY BARBOSA MARINHO (HUPAA/UFAL) - BRASIL
ISABELLA LOPES MONLLEÓ (UFAL) - BRASIL
Objetivo: Descrever o perfil demográfico e genético-clínico de casos de DDS
avaliados no Serviço de Genética Clínica do Hospital Universitário Professor
Alberto Antunes da Universidade Federal de Alagoas (HUPAA/UFAL), referência em
genética no SUS em Alagoas. Métodos: Foram revisados 626 prontuários de
pacientes atendidos entre Abril de 2008 e Março de 2013. A amostra foi composta de
69 casos sugestivos de DDS. Resultados: Entre os 69 casos, a idade variou de zero a
38 anos, com predomínio de pacientes procedentes do interior do estado (68%), com
as seguintes as alterações clínicas: ambiguidade genital (23%), micropênis isolado
ou associado a hipospádia, criptorquidia e ginecomastia (23%), amenorreia
primária (20%) e outras anormalidades ( hipospádia, criptorquidia e ginecomastia
isoladas; hipodesenvolvimento da genitália feminina, virilização de genitália
feminina, fusão labial posterior, hipertrofia de clitóris – 20%). Em 14% casos não
havia anormalidades ao exame da genitália externa. Exame de cariótipo realizado
em 50 pacientes revelou: 46,XY em 54%, 46,XX em 30% e anormalidades numéricas
e/ou estruturais em 16%. No subgrupo com exame de cariótipo, a média de idade foi
7,5 anos, predominaram pacientes procedentes do interior (68%), encaminhados por
pediatras (26%), com sexo social feminino (52%). Consanguinidade parental ocorreu
em 22%, idade materna acima de 35 anos em 16% e recorrência familial em 14%. A
etiologia mais comum foi a Monogênica (74%) e as hipóteses diagnósticas
compreenderam: Síndrome da Insensibilidade Parcial aos Andrógenos/Deficiência
de 5 alfa redutase II (24%), Disgenesias Gonadais (24%), Hiperplasia Adrenal
Congênita (18%), Hipogonadismo Hipogonadotrófico (14%), Síndrome de Turner
(12%) e distúrbios raros (17 Beta-hidroxiesteróide Desidrogenase III, Síndrome da
Persistência dos Ductos de Müller, DDS Ovariotesticular e Agonadismo - 8%). Testes
moleculares foram realizados em 31 e estão concluídos em 8 casos. Conclusões: As
características avaliadas corroboram a literatura em termos de etiologia, nosologia,
sexo cromossômico, bem como alta taxa de consangüinidade parental e recorrência
familial. Este trabalho contribuiu para a padronização da rotina de atendimento aos
pacientes com DDS no serviço de genética clínica do HUPAA/UFAL. Esta
padronização facilitou a condução dos casos no que diz respeito à confirmação
diagnóstica e agilidade na tomada de condutas. Os resultados alcançados podem ser
extrapolados para a população de Alagoas, uma vez que o serviço em que foi
realizado esse estudo é referência em genética no Estado. O reconhecimento do perfil
descrito é fundamental para o planejamento da atenção à saúde de pessoas com DDS
desde o pré-natal até a idade adulta. Os autores agradecem ao Grupo
Interdisciplinar de Estudos dos Distúrbios da Diferenciação do Sexo (GIEDDS), pelo
suporte clínico e ao Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG)
/ Unicamp, pelos realização dos testes moleculares.Suporte: CNPq, FAPEAL.
Palavras-Chave:Distúrbios da Diferenciação do Sexo. Anormalidades genitais. Atenção à saúde.
CARCINOMA FOLICULAR DE TIREÓIDE EM PACIENTE COM SÍNDROME
DE WILLIAMS-BEUREN: RELATO DE CASO.
Alessandra Miguel KAPP (UFSCar) - Brasil
Adriana Rosolia Costa SABBAG (UFSCAR) - Brasil
Bruno Garcia ROCHA (UFSCar) - Brasil
Victor Hugo MAION (UFSCar) - Brasil
Lucimar Retto da Silva DE AVÓ (UFSCar) - Brasil
Carla Maria Ramos GERMANO (UFSCar) - Brasil
Euclides MATHEUCCI JR (DNA Consult) - Brasil
Débora Gusmão MELO (UFSCar) - Brasil
A síndrome de Williams-Beuren (SWB) tem incidência estimada em 1:20.000
nascimentos, é causada pela deleção heterozigótica de uma região de 1,5 a 1,8Mb em
7q11.23 e sua patogenia está relacionada a pelo menos 8 genes principais implicados
no fenótipo. Clinicamente caracteriza-se por anomalias cardiovasculares, deficiência
intelectual leve a moderada, comportamento e fácies típicos. Apesar de
anormalidades de tireóide serem frequentes, a associação entre SWB e tumor de
tireóide não foi descrita até o momento. Relatamos um paciente com SWB que aos 11
anos de idade desenvolveu carcinoma folicular de tireóide. Paciente do sexo
masculino, no momento com 13 anos de idade; mãe com 31 anos e pai com 29 anos
na época do nascimento; é o terceiro filho de uma prole de três, possuindo duas
irmãs saudáveis. Nasceu de parto cesárea, a termo, com peso e comprimento
adequados, sem antecedentes relevantes na história pré e perinatais. Na lactância
foram diagnosticados estenose aórtica supravalvar e refluxo gastroesofágico, fez
tratamento conservador para ambos os problemas. Durante a primeira infância
apresentou atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e aos 5 anos começou a
frequentar a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, onde estuda até hoje.
Aos 11 anos foi avaliado por médica geneticista; na ocasião apresentava 152cm de
estatura (p75), peso de 42.700g (p75-90) e perímetro cefálico de 54cm (p50-75),
além do comportamento e das dismorfias faciais características da SWB: hipoplasia
de face média, epicanto, íris estrelada, orelhas baixo implantadas, lábios grossos e
sorriso frequente. O diagnóstico clínico de SWB foi confirmado por teste genético
molecular feito pela técnica de MLPA (“Multiplex Ligation-dependent Probe
Amplification”). Com base nas diretrizes de prática clínica específicas para SWB,
como parte do seguimento médico de rotina foi feita avaliação da tireóide. Nessa
investigação, diagnosticou-se um tumor caracterizado histologicamente como
carcinoma folicular de tireóide. O paciente foi submetido à ressecção cirúrgica da
glândula e terapia com iodo radioativo. Atualmente segue com oncologista e
endocrinologista pediátrica, realizando reposição hormonal. Problemas de tireóide
estão entre as complicações mais comuns em pacientes com SWB e, particularmente
na infância, há aumento da prevalência de hipotireoidismo clínico e subclínico,
possivelmente devido a uma maior frequência de alterações morfológicas
(hipoplasia) na glândula. Os mecanismos moleculares e os genes que levam a essas
anormalidades morfovolumétricas são em grande parte desconhecidos. Entretanto,
mesmo que os problemas relacionados à tireóide sejam comuns, até onde
pesquisamos, nunca foi descrito na literatura um paciente com SWB e câncer de
tireóide, sendo este um achado clínico inédito. O carcinoma folicular de tireoide
corresponde a 15 a 25% de todas as neoplasias da tireóide, acomete principalmente
mulheres na quarta década de vida e tem incidência aumentada nas áreas de
deficiência de iodo. Geralmente possui um comportamento mais agressivo do que o
carcinoma papilar, com tendência à disseminação hematogênica. No caso aqui
relatado, o diagnóstico precoce foi possível por causa do monitoramento de rotina da
tireóide, o que ressalta a importância do seguimento clínico criterioso, baseado em
evidências científicas, dos pacientes com SWB.
Palavras-Chave:Síndrome de Williams; diretrizes de prática clínica; câncer de tireóide.
COMPARAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO CLINICA DE SILLENCE E ESCORE
DE GRAVIDADE DE AGLAN EM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
EVELISE BRIZOLA
BRUNA PINHEIRO
KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL
MARINA BAUER ZAMBRANO
TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL
Introdução: A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma desordem genética caracterizada
por fragilidade óssea e fraturas de repetição. Devido à alta heterogeneidade na
apresentação da doença, existem desde formas leves com nenhuma ou poucas
fraturas até formas graves com múltiplas fraturas podendo evoluir para óbito, sendo
o principal critério para diagnóstico clínico. A tradicional classificação de Sillence
em quatro tipos de OI (I a IV) é a mais comumente utilizada, porém Aglan et al.
(2012) propuseram um novo escore para avaliação quantitativa da gravidade clínica
na OI. Objetivo: Classificar os sujeitos de acordo com o critério de Sillence e o
escore proposto por Aglan et al. (2012) e comparar as classificações em relação ao
nível de comprometimento dos sujeitos. Métodos: Este estudo transversal incluiu
pacientes de ambos os gêneros, idade entre 0 e 18 anos, com diagnóstico de OI em
tratamento no Centro de Referência em OI do Rio Grande do Sul (CROI-RS). Todos
os sujeitos foram classificados clinicamente de acordo com critério de Sillence em OI
do tipo I ao IV e segundo o escore de Aglan considerando os seguintes critérios:
densidade mineral óssea (DMO), marcos motores, deformidade de ossos longos,
número de fraturas/ano e desvio padrão para estatura. Cada paciente foi pontuado
numa escala de 1 a 20 sendo sub-classicados em leve, moderado ou grave.
Resultados: Foram avaliados 61 pacientes sendo 31 do gênero feminino. De acordo
com o critério de Sillence 30(49,2%) sujeitos foram classificados com OI tipo I que
corresponde a forma leve, 6(9,8%) com OI tipo III forma moderada e 25(41%) com
OI tipo IV forma moderada a grave. Dos 30 pacientes com OI tipo I, 29 obtiveram
pontuação entre 6 e 10 que corresponde a comprometimento leve e um único paciente
obteve escore 12 correspondendo à comprometimento moderado. Dos 6 pacientes
com OI tipo III, 4 obtiveram pontuação entre 16 e 20 correspondendo a
acometimento grave e os outros 2 pacientes foram moderadamente afetados. Dentre
os 25 sujeitos com OI tipo IV, 18 foram classificados como moderadamente afetados
e os demais como levemente afetados. Conclusão: Observamos uma correlação entre
as classificações, a maioria dos indivíduos que obtiveram pontuações mais baixas no
escore de Aglan apresentavam uma forma leve de OI (OI tipo I) e os sujeitos com
pontuações mais altas correspondiam às formas moderada ou grave (OI tipo IV e III,
respectivamente). O escore quantitativo proposto por Aglan é um instrumento útil
para classificação da gravidade clínica em pacientes com OI refletindo a
heterogeneidade da doença. Pode ser usado juntamente ao critério de Sillence para
realização de uma sub-classificação mais específica dos tipos de OI e para realizar o
acompanhamento clínico dos pacientes possibilitando comparação entre as
avaliações.
Palavras-Chave:Osteogênese imperfeita, classificação, gravidade
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS NA SÍNDROME DE GOMEZ-LOPEZHERNANDEZ: CONTRIBUIÇÃO DA CASUÍSTICA BRASILEIRA
CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL
LISANDRA MESQUITA BATISTA BATISTA (HCFMRP) - BRASIL
JULIANA ALVES JOSAHKIAN (HC-FMRP-USP) - BRASIL
MARÍA LUCÍA CASTRO MOREIRA (HC/USPRP) - BRASIL
CLARISSA GONDIM PICANÇO DE ALBUQUERQUE (FMRP-USP) - BRASIL
JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL
CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL
A Síndrome de Gomez-Lopez-Hernandez (SGLH) ou Displasia dermo-cerebelotrigeminal (OMIM 601853) é uma rara síndrome neurocutânea (34 casos reportados
na literatura) esporádica, de distribuição universal e etiologia ainda não conhecida.
É caracterizada pela tríade de romboencefalosinapsis, anestesia do nervo trigêmeo e
alopecia focal bilateral de localização geralmente parietal ou parieto-occipital. Com
a descrição de novos casos na literatura, outros achados foram descritos como
consistentes, tais como: retração de face média, hipertelorismo, FPO para baixo,
raiz nasal deprimida, orelhas baixo implantadas e/ou rodadas, hipotonia evoluindo
com ADNPM, deficiência intelectual de graus variáveis até inteligência normal,
desordens comportamentais como impulsividade e até movimentos estereotipados da
cabeça. Devido à descrição de novos pacientes e outros achados clínicos, assim
como a observação de que alguns pacientes não preenchiam a tríade descrita,
pesquisadores têm sugerido critérios para SGLH. Os critérios obrigatórios incluem
romboencefalosinapsis (RES) e alopecia em couro cabeludo (AL), pois a anestesia
trigeminal (AT) não foi observada em todos os pacientes. Braquicefalia/turrincefalia
e retração de face média são consideradas critérios craniofaciais maiores (CFM),
enquanto que estrabismo, hipertelorismo, plagiocefalia e estenose de sutura
lambdóide são considerados critérios menores (CFME). Critérios neurológicos (CN)
tais como: ADNPM, ataxia, hipotonia, deficiência intelectual e movimentos
estereotipados da cabeça são também considerados. Assim, de forma esquemática:
RES + AL + AT = SGLH; RES + AL + 1 CFM = SGLH; Também foi considerado que
pacientes sem exames de imagem para avaliação de RES podem ser classificados
como SGLH provável se houver AL + AT ou AL + 1 CFM ou ainda, SGLH possível,
se AL ou 1 CFM com 2 ou mais CN ou CFMM. Após a identificação de mais um
paciente com SGLH em nosso serviço, totalizando sete pacientes (20% da casuística
mundial), decidimos por caracterizar nossa amostra em relação aos critérios
diagnósticos propostos. Nossa amostra é composta por 4 meninos e 3 meninas. A
maioria (6/7) foi encaminhada ao nosso serviço por neurologistas pediátricos que
observaram ADNPM ou hipotonia associada à dismorfias craniofaciais e suspeita de
cranioestenose. Apenas um dos casais é consangüíneo e todos os casos foram
esporádicos. Os cariótipos foram normais e todos os pacientes apresentaram a tríade
clínica (RES + AT + AL) e já apresentavam complicações relacionadas à anestesia
trigeminal (opacificações corneanas). Em relação aos critérios craniofaciais maiores
e menores, observamos que todos os pacientes apresentavam tais características.
Ressaltamos que o prognatismo não foi considerado como critério maior, porém foi
uma característica observada em todos os pacientes. A baixa estatura proporcionada
pós natal também foi observada em 6 de 7 pacientes e deveria ser avaliada como
critério. Os critérios neurológicos observados em nossa amostra foram condizentes
com os da literatura, inclusive em relação à deficiência intelectual que se mostrou de
grau variável. Não foi descrito em nossa amostra movimentos estereotipados de
cabeça. Critérios diagnósticos são essenciais na construção do raciocínio clínico, na
busca de novos acometidos e fatores etiológicos.
Palavras-Chave:Síndrome de Gomez-Lopez-Hernandez; romboencafalosinapsis; anestesia de trigêmio; alopécia
bilateral; turrincefalia
DESAFIO DIAGNÓSTICO: NEUROFIBROMATOSE TIPO1 X SÍNDROME DE
WATSON
JOSÉ RICARDO MAGLIOCCO CERONI (PUC-SP) - BRASIL
MARTA WEY VIEIRA WEY WEY VIEIRA (PUC-SP) - BRASIL
JULIO BOSCHINI FILHO BOSCHINI BOSCHINI (PUC-SP) - BRASIL
DEBORA APARECIDA RODRIGUEIRO (PUCSP) - BRASIL
Objetivos: Alertar o pediatra para a realização do diagnóstico diferencial entre
Neurofibromatose tipo1(NF1) e Síndrome de Watson(SW). Metodologia: Descrição
de um caso clínico atendido no ambulatório de genética-clínica do Conjunto
Hospitalar de Sorocaba e revisão bibliográfica. Resultados: V.S.B., nove meses, sexo
feminino, filha de R.S.S.B., sexo feminino, 35 anos com diagnóstico prévio de
Neurofibromatose tipo1 (NF1; MIM#162200) procedentes de Itu-SP foi encaminhada
ao ambulatório de genética pela cardiologia pediátrica por estenose da artéria
pulmonar associada a manchas café com leite espalhadas pelo corpo. Antecedentes
pré-natais sem intercorrências. Nascida de parto cesáreo, 35 semanas por restrição
de crescimento intrauterino; peso 1850g, comprimento 39cm, perímetro cefálico(PC)
31cm, perímetro torácico 27cm, APGAR 6 e 9. Evoluiu com enterocolite necrotizante,
obstrução intestinal, estenose de cólon, infecção neonatal e desconforto respiratório
adaptativo, permanecendo três meses na maternidade. Apresentou sorriso social aos
seis meses, firmou pescoço aos oito meses. O exame genético-clínico aos 9 meses de
idade revelou: 5565g, 58cm, PC=44cm, macrocefalia, fronte alta com implantação
alta de cabelos, orelhas com implantação baixa e inclinada para trás, fendas
palpebrais estreitas, hipertelorismo, nariz em sela, sopro sistólico 3/4+, manchas
café com leite pelo corpo. A NF1 é uma desordem multissistêmica causada por
mutações dominantes no gene NF1 localizado em 17q11.2. O National Institutes of
Health (NIH) sugere para o diagnóstico clínico presença de dois ou mais dos sinais:
seis ou mais manchas café com leite (>5mm pré-puberes); dois ou mais
neurofibromas de qualquer tipo ou um ou mais neurofibroma plexiforme; sardas na
virilha axilar; glioma óptico; dois ou mais nódulos de Lisch; displasia de esfenoide
ou displasia ou afinamento de córtex de ossos longos e parente de primeiro grau com
NF1. Este padrão diagnóstico é menos sensível em menores de oito anos. Mutações
no gene NF1 são responsáveis ainda pela síndrome de Watson (SW; MIM#193520)
que pode apresentar sobreposição fenotípica com a NF1 e a síndrome de Noonan
(MIM#163950). A SW é caracterizada por de estenose da artéria pulmonar; manchas
café com leite; baixo QI; macrocefalia; baixa estatura; nódulos de Lisch e sardas
axilares. A hipótese diagnóstica de V.S.B. foi SW. Estenose da artéria pulmonar é
documentada em 52% dos pacientes com SW associada com desvio do eixo cardíaco.
Redução de QI em 68% dos portadores, baixa estatura (80% contra 34% na NF1) e
estenose da artéria pulmonar somam os três caracteres principais para diferenciar
SW e NF1. Macrocefalia relativa está presente em mais da metade dos casos de SW.
Também não demonstra associação a fácies específico, comparada às outras
síndromes. Conclusões: A avaliação clínica criteriosa é necessária na realização do
diagnóstico diferencial entre NF1 e SW. Os critérios do NIH para NF1 somados às
condições que caracterizam a SW proporcionaram o diagnóstico clínico de SW em
V.S.B. Acreditamos que RSSB também seja portadora de SW, porém com expressão
diferente. A família continua em acompanhamento para o adequado aconselhamento
genético.
Palavras-Chave:Neurofibromatose tipo1, síndrome de Watson, manchas café-com-leite, estesone da artéria pulmonar,
diagnóstico diferencial
DETECÇÃO DA MICRODELEÇÃO 7Q11.23 POR MLPA® E ESTUDO
CLÍNICO DE PACIENTES COM SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN
RACHEL SAYURI HONJO (ICR) - BRASIL
ROBERTA LELIS DUTRA (FMUSP / UC) - BRASIL
LESLIE DOMENICI KULIKOWSKY
DEBORA ROMEO BERTOLA
CHONG AE KIM (ICR) - BRASIL
OBJETIVOS: Pesquisar a microdeleção 7q11.23 pela técnica de Multiplex Ligationdependent Probe Amplification® (MLPA®) em pacientes com suspeita clínica de
síndrome de Williams-Beuren (SWB) e descrever os principais achados clínicos dos
pacientes com a microdeleção. MÉTODOS: Foram avaliados 65 pacientes (40 do
sexo masculino, 25 do sexo feminino), com idades entre 2 e 59 anos (mediana = 14
anos), com características clínicas sugestivas de SWB. Todos os pacientes eram
filhos de pais normais. A técnica de (MLPA®) foi usada com kit específico com
sondas da região da SWB (MRC Holland). As sondas foram hibridadas ao DNA e os
fragmentos ligados foram amplificados por PCR e analisados com software
específico. RESULTADOS: A microdeleção de todas as sondas da região 7q11.23
testadas foi detectada por MLPA® em 55/65 pacientes. Um caso de deleção atípica,
ou seja, menor que 1,5 Mb, foi observada em um paciente com quadro clínico parcial
da síndrome. Os nove pacientes sem deleção tinham um diagnóstico clínico duvidoso
da SWB. Dois pacientes tiveram MLPA® positivo para SWB embora apresentassem
resultados de FISH negativos. Os achados clínicos dos pacientes com microdeleção
típica foram: fácies típica (98,2%), atraso do desenvolvimento neuropsicomotor
(98,2%), comportamento hipersociável (94,5%), hiperacusia (94,5%) e cardiopatia
(81,8%). Dentre os pacientes com cardiopatia, 42,2% apresentavam estenose aórtica
supravalvar (isolada ou associada a outras anomalias cardíacas), 26,7%
apresentavam estenose pulmonar e 31,1% apresentavam outras cardiopatias isoladas
ou em associação. Outros achados dos pacientes com microdeleção foram:
anormalidades geniturinárias (85,4%), escoliose (56,4%), baixa estatura (43,6%),
hérnias inguinais e/ou umbilicais (36,4%), hipertensão arterial (36,4%, com 20%
destes apresentando estenose de artérias renais), estrabismo (34,5%), microcefalia
(30,9%), sinostose radioulnar (10,9%), hipotireoidismo (14,5%) e hipotireoidismo
subclínico (7,3%). Hipercalcemia foi detectada em um paciente apenas. Outros dois
pacientes apresentaram nefrocalcinose e um paciente apresentou hipercalciúria, com
níveis de cálcio sérico normais. Três pacientes adolescentes foram a óbito por causas
cardiovasculares, incluindo um caso de óbito após transplante cardíaco.
CONCLUSÃO: A técnica de MLPA® foi eficaz na detecção da microdeleção na
região 7q11.23 possibilitando a confirmação diagnóstica da SWB em 84,6% dos
pacientes estudados. Além disso, foi possível detectar uma deleção menor atípica em
um paciente com fenótipo parcial e confirmar o diagnóstico em dois pacientes com
quadro clínico típico de SWB e resultados de FISH negativos. Portanto, o MLPA®
constitui-se um método promissor na investigação diagnóstica da SWB. Por ser uma
doença multissistêmica, a SWB exige cuidados multidisciplinares e acompanhamento
específico a fim de se prevenir complicações.
Palavras-Chave:síndrome de Williams-Beuren, MLPA, microdeleção
DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN EM UM SERVIÇO
PÚBLICO DE GENÉTICA MÉDICA E DISCUSSÃO SOBRE MÉTODOS
LABORATORIAIS ADEQUADOS AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
MELISSA MACHADO VIANA (UFMG) - BRASIL
MARTIN STOFANKO (GENE-MG) - BRASIL
PRICILA DA SILVA CUNHA (UFMG) - BRASIL
HIGGOR GONÇALVES-DORNELAS (GENE-MG) - BRASIL
MARCOS JOSÉ BURLE DE AGUIAR (FM UFMG) - BRASIL
SÉRGIO D. J. PENA
Objetivos: O Brasil é considerado uma das economias emergentes do mundo. Seu
sistema público de saúde (SUS - Sistema Único de Saúde) cobre despesas médicas
para cerca de 80% da população, o que exige abordagens diagnósticas menos
dispendiosas quando comparado aos países desenvolvidos. O custo de técnicas
aCGH, por exemplo, é proibitivo para a nossa realidade. Assim, o diagnóstico
genético baseado em dados clínicos e testes direcionados a alvos específicos seria
mais apropriado que técnicas de triagem de todo o genoma. Para testar essa
hipótese, foram selecionados 33 pacientes com suspeita de síndrome de WilliamsBeuren (SWB), uma doença sistêmica com fenótipo bem delineado, causada por
microdeleções em 7q11.23. Metodologia: Entre 2005 e 2010, 2.399 pacientes foram
avaliados pela primeira vez em um serviço público de Genética em Minas Gerais,
Brasil. Os prontuários foram analisados e um total de 33 pacientes foram
selecionados por apresentarem características clínicas sugestivas de SWB, 24
aceitaram participar da pesquisa. Outros 9 pacientes candidatos foram avaliados em
2011 e até setembro de 2012 e todos aceitaram participar do estudo. DNA foi
extraído a partir de esfregaços orais e submetido a uma nova metodologia simples e
barata desenvolvida para diagnóstico de sindromes de microdeleção por um
laboratório brasileiro (GENE). Todos os resultados foram confirmados por perda de
heterozigosidade através de microssatélites e PCR em Tempo Real. Resultados: Um
total de 33 amostras foram coletadas. Vinte e um (21) resultados foram positivos
para SWB. Como esperado, as principais características de casos positivos em nossa
amostra foram lábios proeminentes (95,2%), personalidade amigável (90,5%), filtro
nasolabial longo (61,9%), clinodactilia de 5º dedo em mãos (61,9%), fendas
palpebrais oblíquas (57,1%), sensibilidade aumentada a sons (47,6%), íris estrelada
(42,9%). As principais anormalidades cardíacas foram estenose pulmonar (42%),
estenose aórtica supravalvar (21%), regurgitação mitral (15,8%); ecocardiogramas
normais foram encontrados em 2 pacientes (17%). Conclusões: Em economias
emergentes, é necessário levar em consideração o custo de testes diagnósticos. Nosso
trabalho mostra que é possível fazer diagnósticos precisos através de expertise
clínico associado a técnicas laboratoriais simples, direcionadas a alvos específicos e
com custos adequados à realidade econômica do país. Esta experiência pode ser
estendida a outras síndromes genéticas.
Palavras-Chave:Síndrome de Williams-Beuren, Microdeleção, Métodos diagnósticos, SUS
DIETA HABITUAL E AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE MULHERES
PORTADORAS DE SÍNDROME DE TURNER
DANIELA FERNANDES TORRALBO (UNIFESP) - BRASIL
IEDA T N VERRESCHI
MAGNUS REGIOS DIAS DA SILVA
MONICA VANNUCCI NUNES LIPAY (FMJ/UNIFESP) - BRASIL
Mulheres adultas com Síndrome de Turner (ST) possuem composição corporal e
antropometria distinta de mulheres sem a síndrome, com aumento de gordura
corporal total e redução de massa magra, o que implica em um aumento de
adiposidade neste grupo. Neste estudo, foram avaliados a dieta habitual e os dados
antropométricos em portadoras da ST. Foram selecionadas 42 mulheres com ST
atendidas regularmente no Ambulatório de Desenvolvimento, Disciplina de
Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), no período de
2012-2013, considerando-se parâmetros antropométricos (peso, altura,
circunferência da cintura) e hábito alimentar (qualidade e frequência de consumo).
Os dados foram tabulados e aplicados aos índices para avaliação (IMC – índice de
massa corporal, relação cintura-estatura). Na amostra estudada, a média de idade
foi de 29 anos (DP:9,59). A grande maioria (92,86%) estava sob reposição hormonal
e 26,19% apresentou hipotireoidismo primário e osteopenia. Quanto ao IMC, 4,76%
estavam com peso abaixo do normal, 45,24% eram eutróficas, 26,2% estavam com
sobrepeso e 23,8% dessas pacientes eram obesas. A circunferência da cintura
revelou que 23,81% delas estava sob risco aumentado e 33,33% sob risco muito
aumentado para complicações metabólicas associadas à obesidade, e 42,86%
estavam dentro da normalidade para essa comorbidade, segundo pontos de corte da
Organização Mundial da Saúde. A razão cintura/estatura revelou 61,90% de risco
metabólico associado com a obesidade central. Em relação ao hábito alimentar
numa frequência de consumo de cinco ou mais vezes por semana, conforme
preconiza o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, o
consumo adequado de alimentos do grupo protéico (carnes, leite e leguminosas) foi
atingido por 66,33% das pacientes. Quanto ao consumo de cereais, 97,62% do grupo
atingiu essa frequência, sendo que apenas 4,76% consumiram cereais integrais. Para
verduras e tubérculos, 38% e 4,76%, respectivamente, desse grupo apresentou essa
frequência de consumo e, quanto às frutas, apenas 23%. A maioria (69%) raramente
consome oleaginosas e/ou azeite de oliva (gorduras “boas”); 26% declarou que
consome algum tipo de doce. Quanto às bebidas, 38% consomem refrigerantes ou
suco artificial diariamente; 92,85% não consomem bebida alcoólica e 64,28%
consomem café diariamente. Em relação às frituras, 60% das pacientes declarou que
consumia raramente ou até duas vezes por semana. Em nossa amostra, 88% referiu
que raramente consome soja ou derivados. Ressalta-se o baixo consumo de frutas e
verduras nesta população, dados que estão de acordo com os inquéritos
populacionais realizados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), que revelou
baixo percentual de consumo (35,6% e 20,6%, para de frutas e verduras,
respectivamente) em certas regiões do Brasil,. Também observou-se um baixo
consumo de tubérculos, o que corrobora com os dados de outros inquéritos
alimentares, presentes no Guia Alimentar para a População Brasileira. Os
resultados do estudo evidenciam a importância de se estimular ações educativas de
orientação nutricional às pacientes com ST no sentido de promover mudanças e
melhoria nos seus hábitos alimentares e qualidade de vida, uma vez que se trata de
um grupo sob risco de comorbidades associadas à síndrome. Apoio CNPq/CAPES
Palavras-Chave:Síndro de Turner, antropometria, dieta
DIFERENCIAÇÃO SEXUAL MASCULINA EM NEONATO COM CARIÓTIPO
46,XX E SRY NEGATIVO
SANDRA ALVES PEIXOTO PELLEGRINI (IPPMG-UFRJ) - BRASIL
MARIA CECILIA MENKS RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
MICHELINE ABREU RAYOL DE SOUZA (IPPMG/UFRJ) - BRASIL
IZABEL CALLAND RICARTE BESERRA (UFRJ) - BRASIL
MARILIA MARTINS GUIMARAES (UFRJ) - BRASIL
GABRIELA LEAL BARROS (UFRJ) - BRASIL
ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL
GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL
JOÃO GABRIEL LIMA DAHER (UFRJ/IPPMG) - BRASIL
MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
Objetivo: Relatar o caso de uma criança com genitália ambígua, cariótipo 46,XX,
SRY negativo e presença de testículo. Métodos: Estudo descritivo do tipo relato de
caso. Resultados: RBH, branco, sem sexo definido, natural e procedente do Rio de
Janeiro. Encaminhado ao Serviço de Genética Médica na primeira semana de vida
por ambiguidade da genitália. Filho único de pais jovens, saudáveis, não
consanguíneos. Durante a gestação foi observada incompatibilidade entre a sexagem
fetal (sexo feminino) e achados ultrassonográficos (sexo masculino). Gestação sem
mais intercorrências e uso apenas de paracetamol. Parto vaginal, a termo, eutócico,
sem asfixia e sem intercorrências perinatais. Primeiro exame físico: genitália externa
ambígua com fusão lábio-escrotal completa com bolsa hipoplasica à esquerda e
gônada palpável a direita com morfologia ovalada; gônada palpável no canal
inguinal esquerdo; falus medindo 2,3 cm com curvatura para baixo; uretra na parte
inferior do falus (hipospádia). Exame físico restante normal. A ultrassonografia
pélvica evidenciou ausência de estruturas mullerianas na cavidade pélvica, formação
cística vesical comunicando-se com uretra proximal; na bolsa direita presença de
gônada ovalada e homogênea, sugerindo imagem testicular normal; não visualizada
gônada à esquerda. Cariótipo em cultura de linfócitos: 46,XX. Cariótipo dos pais
normal. A técnica de FISH (Fluorescence in situ hybridization) com utilização das
sondas DXZ1 e SRY mostrou ausência de hibridação com o SRY. A avaliação por
PCR (Polymerase Chain Reaction) dos genes SRY e AMG mostrou ausência de
amplificação do gene SRY, com padrão eletroforético de AMGX apenas sem AMGY. A
estimulação com testosterona durante três meses (50mg/vez; IM), produziu aumento
do falus ocorrendo ereções em alguns momentos, aumento da penugem nas regiões
perineal e supra-labial. Frente a estes achados foi mantido o sexo social masculino,
e realizada cirurgia para correção da genitália externa e posicionamento do testículo
direito na bolsa escrotal e em segundo momento, cirurgia para remoção da gônada
esquerda, obtendo-se amostra do tecido gonadal e epidídimo para cultura de células.
O exame histopatológico foi compatível com testículo imaturo, verificando-se túbulos
seminíferos atróficos e revestidos por células de Sertoli com ausência de células da
linhagem germinativa, não apresentando células de Leydig. O estudo citogenético da
gônada direita e esquerda, epidídimo esquerdo e cultura de fibroblastos de tecido
abdominal evidenciou a constituição 46,XX e ausência de SRY em todos os tecidos.
Conclusões: O estudo de diferentes tecidos acompanhado da análise molecular
sugerem que a presença de mosaicismo, mesmo de baixas proporções, é improvável.
Assim, acreditamos que a diferenciação masculina no probando, na ausência do SRY,
está relacionada à expressão de outros genes a montante do SRY.
Palavras-Chave:determinação sexual, SRY negative.
DISMORFOLOGIA APLICADA AOS TRANSTORNOS DO ESPECTRO
AUTISTA – A EXPERIÊNCIA DA APAE VITÓRIA
WÉLIDA SALLES PORTELA (HEINSG / APAE) - BRASIL
TEREZINHA SARQUIS CINTRA (APAE VITORIA) - BRASIL
LIGIA PEREIRA ANDREATI
CIBELE MARQUES COELHO DE MEDEIROS CAZELLI (APAE) - BRASIL
RICARDO CASSA RODRIGUES
ADRIANA EIRA LA GAMBA MALINE
VIVIANE BIRIBA BASTOS
LEILA ALZIRA LIMA PAIXAO
Objetivos: relatar a experiência do ambulatório de Transtornos do Espectro Autista
da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Vitória , com ênfase na
dismorfologia e suas implicações no aconselhamento genético. Métodos:
classificação dos autistas em dismórfico e não dismórfico, com base no algoritmo
proposto por Miles et al, em 2008, o qual considera o exame clínico dismorfológico
de 12 segmentos corpóreos distintos: estatura, padrão de crescimento de cabelos,
orelhas, nariz, face, filtro, boca e lábios, dentes, mãos, dedos, unhas e pés; a
presença de microcefalia já caracteriza o paciente como dismórfico. Resultados:
Foram atendidos 33 pacientes com diagnóstico de transtorno do espectro autista no
período de abril de 2012 a abril de 2013, com média de idade de 5,4 anos ao
atendimento, variação de 2 a 14 anos, 76% do sexo masculino e 12% com
microcefalia. As áreas dismórficas mais frequentes foram, em ordem decrescente:
orelhas, pés, filtro, nariz, face, dedos, boca, dentes, mãos, estatura, unhas e padrão
de crescimento de cabelos. As dismorfias mais observadas foram: orelhas em abano
(24% dos pacientes), filtro apagado (21% dos pacientes), persistência de coxins
adiposos na face palmar dos dedos (15% dos pacientes), pés planos (15% dos
pacientes) e clinodactilia de quintos pododáctilos (15% dos pacientes). Foram
classificados como dismórficos 24% dos pacientes. Não foi observada diferença
significativa na média de idade entre os pacientes dismórficos e não dismórficos. O
grupo não dismórfico apresentou uma maior razão sexo masculino/feminino (4:1).
Conclusões: A predominância de autismo não dismórfico e uma maior razão
masculino:feminino confirmam os dados já relatados na literatura. A classificação
dos transtornos do espectro autista em grupos dismórfico e não dismórfico permite
orientar o aconselhamento genético, uma vez que espera-se um risco de recorrência
menor no primeiro grupo.
Palavras-Chave:Palavras – chave: transtorno autístico; autismo infantil; aconselhamento genético
DISPLASIA CRANIOECTODÉRMICA I (CED I): RELATO DE CASO E
REVISÃO DA LITERATURA
EDUARDO PERRONE (UNIFESP) - BRASIL
THEOHARIS EFCARPIDIS SFAKIANAKIS (UNIFESP) - BRASIL
MARCO ANTONIO CURIATI (UNIFESP) - BRASIL
MARIA DE FÁTIMA F. SOARES
ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL
INTRODUÇÃO: A displasia cranioectodérmica, também conhecida como Síndrome
de Sensenbrenner (DCE) é uma doença genética rara, do grupo das ciliopatias, cujo
padrão de herança é autossômico recessivo, caracterizada por anormalidades
craniofaciais (craniossinostose sagital) e anomalias faciais, esqueléticas e
ectodérmicas. É subdividida em quatro grupos conforme as características clínicas e
os genes causais (MIM: 218330; 613610; 614099; 614378). A DCE1 (MIM 218330)
foi relacionada a mutações no gene IFT122, localizado no cromossomo 3q21 e
diferencia-se das demais por apresentar braquidactilia, hipodontia, tórax estreito e
fibrose hepática. Até o momento foram descritos aproximadamente 21 casos de DCE.
OBJETIVOS: relatar um caso de Displasia Cranioectodérmica I em paciente
avaliado no Centro de Genética Médica “Prof. Dr. Decio Brunoni” (UNIFESP)
DESCRIÇÃO DO CASO: paciente do sexo masculino, 16 anos, primeiro e único filho
de casal não consanguíneo, procedentes de Aracaju (SE). Mãe relata gestação sem
intercorrências. Nasceu a termo de parto normal, pesando ao nascer 3000g e
medindo 52 cm (RNTAIG). Necessitou de reanimação ao nascer, permanecendo 15
dias na UTI neonatal por desconforto respiratório. Evoluiu com infecções
respiratórias de repetição e apresentou quadro de cirrose hepática aos 3 anos de
idade. O desenvolvimento neuropsicomotor foi normal. Paciente apresenta queixa de
dificuldade de sudorese, mesmo após exercícios extenuantes . Ao exame morfológico
apresentava aspecto longilíneo, discreta dolicocefalia, filtro labial longo, rosto
alongado, micrognatia, tórax estreito (em sino), dedos das mãos encurtados
(braquidactilia) e alargados, escoliose e encurtamento dos pododáctilos.
Antropometria: PC: 54,5 cm (+1DP), estatura: 1,80 cm (P75-90) e peso: 68, 1Kg
(P50-75). Exames complementares: Cariótipo banda G de sangue periférico: 46, XY;
Ecocardiograma: sem alterações significativas; US abdômen total: fígado pequeno
com contornos irregulares e serrilhados; baço aumentado com baços acessórios
(secundário à hipertensão portal) e rins normais; FO/avaliação oftalmológica:
rarefação discreta do epitélio pigmentar retiniano, com vasos e papilas normais e
miopia bilateral; Dosagem de homocisteína sérica: normal; Tomografia
Computadorizada em 3D de crânio: normal; Radiograma de esqueleto: discreta
dolicocefalia; presença de tórax em sino, com estreitamento superior; escoliose, com
horizontalização importante do sacro; mãos apresentando braquimesofalangismo do
quinto quirodáctilo bilateralmente e encurtamento importante de todas as falanges
distais dos quirodáctilos; pés com encurtamento das falanges distais e metatarso
valgo bilateralmente. RESULTADOS E DISCUSSÃO: alterações esqueléticas
(braquidactilia/tórax estreito), associadas a dismorfias craniofaciais (micrognatia,
dolicocefalia) e alterações ectodérmicas (dificuldade de sudorese), com envolvimento
fibrótico do fígado sugerem o diagnóstico de Displasia Cranioectodérmica I. O
diagnóstico diferencial é realizado com outras ciliopatias que cursam com quadro
clínico semelhante, como a Síndrome de Ellis van Creveld (MIM 225500) e Síndrome
de Jeune (MIM 208500). O gene IFT122 é importante para manutenção do
funcionamento ciliar, uma vez que codifica proteínas que regulam o processo de
transporte intraflagelar das moléculas que compõe os cílios. O cílio primário
desempenha importante papel nas vias de sinalização do gene SHH, o que
justificaria as alterações esqueléticas encontradas no caso. CONCLUSÃO: O caso
descrito ilustra um provável diagnóstico de DCE tipo I, delimitando melhor o
fenótipo da mesma. A pesquisa molecular permitirá o diagnóstico e classificação
mais precisos da Síndrome.
Palavras-Chave:Displasia cranioectodérmica; estreitamento torácico; fibrose hepática ; braquidactilia.
DISPLASIA GELEOFISICA: RELATO DE DE CASO E REVISÃO DA
LITERATURA
THAIS ARBOCESE ZANOLLA (UNIMES) - BRASIL
MIRLENE PINHO CERNACH (UNIFESP) - BRASIL
CLAUDIO SAIKALI FARCIC FILHO (UNIMES) - BRASIL
GABRIELA GIMENES VESCO (UNIMES) - BRASIL
NATÁLIA FERNANDA DE VASCONCELLOS BACELLAR (UNIMES) - BRASIL
INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Displasia Geleofísica (GPHYSD) é caracterizada
por baixa estatura, mãos e pés pequenos, hepatomegalia e características faciais
distintas (“face feliz”). Na evolução pode apresentas doença valvular cardíaca
progressiva além de limitação articular. O caráter progressivo da doença é sugestivo
de doença de depósito lisossomal, ainda não identificado. Outras características
incluem ramos da antélice das orelhas espessadas, nariz pequeno com ponte nasal
deprimida e narinas antevertidas, bochechas grandes, encurtamento dos membros,
pele espessada e reflexos tendinosos profundos hipo-reativos. A GPHYSD1 é causada
por uma mutação em homozigose no gene ADAMTSL2 (OMIM #231050). Já
GPHYSD2 é causada por uma mutação em heterozigose no gene FBN1 (OMIM
#614185). OBJETIVO: Descrever um paciente com quadro clínico sugestivo de
GPHYSD e discutir os possíveis diagnósticos diferenciais. RELATO DE CASO:
Paciente do sexo masculino, 8 anos e 2 meses. Mãe IVG IVP, casal jovem, não
consanguíneo, sem intercorrências gestacionais e história familiar. Nascido de parto
espontâneo, a termo, AIG, APGAR 9/10, PN=3,130kg, CN=48 cm e PC=34 cm.
Evoluiu com desenvolvimento neuropsicomotor adequado para a idade e
hipotiroidismo. Ao exame físico foi observado: estatura=117,5cm (p<3), relação
SS/SI=1,17 (esperado 1,03), P=36,9kg (>p97), PC=55,0cm (>p97) e DIP=6,0 cm
(p>97). Baixa estatura desproporcionada, macrocefalia, hipertelorismo ocular, ptose
palpebral bilateral, sinófris, bochechas grandes, lábio superior fino, face “feliz”,
filtro longo e apagado, orelhas de baixa implantação. Mãos pequenas,
braquidactilia, clinodactilia de 5˚ dedos, unhas curtas e hipoplásicas. Pés pequenos,
largos, braquidactilia, unhas curtas e hipoplásicas, implantação proximal do 4˚ e 5˚
dedos. Encutamento rizomesomélico dos membros superiores e inferiores. Exames
complementares: cariótipo 46 XY. Audiometria: perda auditiva condutiva leve a
moderada bilateral. Estudo radiológico: úmero com discreto aumento do
trabeculado ósseo e alargamento da região metafisária proximal. Mãos:
encurtamento de todas as falanges. Discrepância da idade óssea entre o carpo e as
falanges. Coluna: vértebra de transição lombo-sacra com megapófises articuladas
no sacro. Quadril: alteração do trabeculado ósseo e alongamento dos ilíacos. Pés:
falanges distais muito encurtadas, metatarsos do 4º e 5º dedos curtos, ossos do tarso
volumosos. Ecocardiograma: normal. DISCUSSÃO: De acordo com o quadro clínico
e radiológico foi possível incluir o paciente no grupo das displasias acromélicas que
incluem quatro doenças: GPHYSD, Síndrome Weill-Marchesani (WMS), Displasia
Acromícrica (ACMICD) e Síndrome de Myhre (MYHR). Todas as quatro são
caracterizadas por baixa estatura, braquidactilia e articulações enrijecidas. No
entanto, ACMICD (OMIM 102370) apresenta características faciais distintas da
GPHYSD e ausência de espessamento progressivo das válvulas cardíacas. WMS
(OMIM #614819) apresenta olhos com anomalias no cristalino, tipicamente
reconhecidas na infância. MYHR (OMIM #39210) caracteriza-se por prognatismo,
anomalias no crânio e grau variável de comprometimento cognitivo. ACMICD e a
forma dominante da WMS são alélicas na GPHYSD2. O paciente descrito apresenta
diversos sinais condizentes com os achados descritos na literatura em casos
diagnosticados com GPHYSD. CONCLUSÃO: Devido ao caráter progressivo da
doença, o estabelecimento do diagnóstico e de uma programação de seguimento
adequada pode prevenir complicações clínicas e garantir melhor qualidade de vida.
Palavras-Chave:displasia geleofísica, mãos pequenas, pés pequenos, displasia esquelética
DISPLASIAS ESQUELÉTICAS COM ALTERAÇÕES ARTICULARES
ASSOCIADAS AOS GENES CHST3 E KIF22
DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL
LUZ M MARTÍN
CYNTHIA SILVEIRA (UNICAMP) - BRASIL
RAFAELA MENDONÇA (UNICAMP) - BRASIL
KARINA DA COSTA SILVEIRA (UNICAMP) - BRASIL
LUCIANA CARDOSO BONADIA (UNICAMP) - BRASIL
Algumas displasias esqueléticas apresentam um acometimento particular das
articulações seja com luxações seja com frouxidão ligamentar. Em 2008 descobriu-se
que o fenótipo conhecido como Larsen recessivo é produzido por mutações no
CHST3. Mais recentemente, em 2011, mutações no KIF22 foi associada a um outro
fenótipo com envolvimento articular importante – a displasia espôndiloepimetafisária tipo Hall também conhecida como SEMDJL tipo leptodactílico ou
SEMD tipo Hall. O objetivo desse relato é apresentar três famílias com afetados por
essas condições de modo a alertar para um diagnóstico que suspeitamos ser
relativamente frequente. Na primeira família o propósito é o segundo filho de casal
não consanguíneo cujo diagnóstico de possível síndrome de Larsen ao nascimento foi
alterado para displasia espôndilo-epifisária com luxações ou SED tipo-CHST3 após
revisão do quadro clínico-radiológico. As alterações radiológicas típicas dessa
displasia são luxações de quadril e joelhos, coluna com sinal da cobra, cleft coronal
de corpos vertebrais, bifidez da porção distal do húmero e atraso de ossificação do
carpo. O sequenciamento direto, em ambas direções dos exons 2 e 3 do CHST3
mostrou a seguinte mutação em homozigose IVS2-1G>C e c.141G>C. Em duas
outras famílias, ambas sem história de antecedentes familiar relevante, os afetados
eram casos isolados na família e iniciaram a investigação por causa da baixa
estatura e hipotonia associada frouxidão ligamentar por volta de um ano idade. Na
avaliação radiológica de ambos (em torno de um ano idade) observou-se importante
atraso de maturação óssea, epífises minúsculas, comprometimento metafisário, colo
de fêmur estreitado e leve escoliose. Uma vez estabelecido o diagnóstico da SEMDJL
tipo Hall, procedeu-se a investigação molecular em ambos os afetados. Esta foi
realizada a partir do sequenciamento direto bidirecional do exon 4 do KIF22, que
mostrou as seguintes mutações: paciente 1 - c.446G>A (R149G) e paciente 2 c.443C>T (P148L), ambas em heterozigose. Concluindo, o estudo desses três casos
mostra que esses dois tipos de displasias esqueléticas, SED-CHST3 e SEMDJL-Hall
são relativamente fáceis de serem reconhecidos e o estudo molecular é relativamente
simples. No entanto, acreditamos ser importante pesquisar a mutação em novos
pacientes, uma vez que até o momento poucos tem estudo molecular e a correlação
genótipo-fenótipo ainda precisa ser melhor estabelecida. Financiamento: CNPq
402008/2010-3 e CNPq 590148/2011-7
Palavras-Chave:SED-CHST3, SEMDJL-Hall, KIF22
DISPLASIAS ESQUELÉTICAS COM MANIFESTAÇÃO NEONATAL: SÉRIE
DE CASOS DO HOSPITAL A05/ECLAMC
NATHALIA CORREIA KRAUSE DOS SANTOS (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
RAQUEL GERMER TOJA COUTO (IFF) - BRASIL
MARIA AUXILIADORA MONTEIRO VILLAR
JUAN LLERENA
PATRICIA SANTANA CORREIA (IFF) - BRASIL
ALEXANDRE RAMOS LUCIDI (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
MARIANA DE QUEIROZ ARAÚJO GOMES (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
NATÁLYA GONÇALVES PEREIRA (IFF) - BRASIL
OBJETIVO: Revisão dos casos de displasia esquelética nascidos no Instituto
Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira
(IFF/Fiocruz- A05) entre o período de março de 2007 até janeiro de 2013.
MÉTODO: Análise retrospectiva dos prontuários e informações coletadas através da
base de dados do Estudo Colaborativo Latino Americano de Malformações
Congênitas (ECLAMC). RESULTADO: Foram diagnosticados 45 pacientes com
displasias esqueléticas no período analisado. Todos os casos possuíam evidências de
malformação já em ultrassonografia gestacional, sendo 27 pacientes do sexo
feminino e 16 do sexo masculino (2 casos sem descrição de gênero), 39 foram
nativivos, sendo que 34 faleceram antes da alta, e 6 natimortos. Obtivemos
diagnóstico de 44 pacientes, dentre os quais encontramos: Acondrogênese (3 casos),
Hipofosfatasia (1 caso), Displasia Cleidocraniana (1 caso), Osteogenese Imperfeita
(13 casos),Síndrome de Conradi-Hunermann (1 caso), Nanismo Tanatofórico (11
casos), Hipocondroplasia (2 casos), Condrodisplasia platiespondilica tipo Torrance
(1 caso), Displasia Mesenquimal (1 caso), Síndrome de Pollane –Desbuquois (1
caso), Displasia Camptomélica (1 caso), Displasia crâniometafisária (1 caso),
Displasia Diastrófica (1 caso), Displasia Pseudodiastrófica (1 caso),
Fibrocondrogênese tipo II (1 caso) e Síndrome Costela curta-Polidactilia em 1 caso.
CONCLUSÃO: As displasias esqueléticas possuem manifestação clínica
heterogênea, podendo variar desde apresentação neonatal com baixa estatura e
encurtamento de ossos longos até associações com malformações em outros
sistemas.Em todos os casos houve suspeita durante a gestação, porém e necessário o
exame clínico após o parto e radiografia de esqueleto para orientação diagnóstica. A
mortalidade deste grupo no período neonatal é alta, devido principalmente ao
tamanho da caixa torácica /hipoplasia pulmonar associada. Embora não tenha
tratamento específico (exceto a osteogênese imperfeita tipo I, III e IV), a importância
da confirmação diagnóstica se faz para melhor orientar o prognóstico do caso e o
risco de recorrência adequado para a família.
Palavras-Chave:osteocondrodisplasia, displasia esquelética, ECLAMC
DISPONDILOENCONDROMATOSE COM MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS:
RELATO DE UM CASO E REVISÃO DA LITERATURA
CLAUDIO SAIKALI FARCIC FILHO (UNIMES) - BRASIL
GABRIELA GIMENES VESCO (UNIMES) - BRASIL
NATÁLIA FERNANDA DE VASCONCELLOS BACELLAR (UNIMES) - BRASIL
MIRLENE PINHO CERNACH (UNIFESP) - BRASIL
THAIS ARBOCESE ZANOLLA (UNIMES) - BRASIL
INTRODUÇÃO: A Dispondiloencondromatose , descrita por Freisinger et al. em
1993, constitui uma rara displasia esquelética, de herança provável do tipo
autossômica recessiva, classificada no grupo das Displasias Espôndilometafisárias.
Apresenta como características principais a anisospondila (corpos vertebrais de
forma irregular), e lesões “encondroma-like” nas metáfises e diáfises dos ossos
tubulares longos. Os pacientes em geral manifestam cifoescoliose precoce e
progressiva, costelas condromatosas bífidas e/ou com fusão e membros encurtados
com assimetria de membros inferiores. Nakane em 2011 encontrou em um paciente
com quadro clínico típico de Dispondiloencondromatose uma mutação de ponto no
COL2A1. Acredita-se que a desdiferenciação dos condrócitos com produção de
colágeno 1 e não colágeno 2 pode resultar na síntese de tecido fibroso no lugar na
cartilagem, alterando a reabsorção da cartilagem e deposição de osso na placa de
crescimento. OBJETIVO: Descrever caso clínico com características clínicas e
radiológicas de Dispondiloencondromatose e revisar a literatura. RELATO DE
CASO: Paciente do sexo feminino, 3 anos e 11 meses, primeira filha de casal jovem e
não consanguineo, sem intercorrências gestacionais. Nascida de parto espontaneo, a
termo, AIG, PN 3.160 g, CN 49 cm e PC 33 cm, APGAR 9 e 10. Evoluiu com
desenvolvimento neuropsicomotor adequado para a idade e baixa estatura. Ao exame
físico foi observado: peso 10,7kg (
Palavras-Chave:Dispondiloencondromatose, encondroma-like, displasia espondilometaepifisária
DUPLA ANEUPLOIDIA 45,X/46,XX/ 47,XX,+13 EM PACIENTE COM 24 ANOS:
AVALIAÇÃO CITOGENÉTICA E MOLECULAR
GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL
SANDRA ALVES PEIXOTO PELLEGRINI (IPPMG-UFRJ) - BRASIL
JOÃO GABRIEL LIMA DAHER (UFRJ/IPPMG) - BRASIL
GABRIELA LEAL BARROS (UFRJ) - BRASIL
EVELYN KAHN (IPPMG - UFRJ) - BRASIL
MARIA CECILIA MENKS RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
IZABEL CALLAND RICARTE BESERRA (UFRJ) - BRASIL
MICHELINE ABREU RAYOL DE SOUZA (IPPMG/UFRJ) - BRASIL
MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
MARILIA MARTINS GUIMARAES (UFRJ) - BRASIL
Objetivo: Descrever as alterações citogenéticas e moleculares encontradas em uma
paciente com baixa estatura, microcefalia, déficit cognitivo e achados dismórficos.
Métodos: Estudo descritivo do tipo relato de caso. Resultados: LF, sexo feminino,
nascida em 04/06/1986, Natural do Rio de Janeiro, 5 filha de pais não
consangüíneos e jovens na época do seu nascimento. G VI/P V, A I. Gestação sem
intercorrências. Parto vaginal, a termo e eutócico; PN = 2.060g; EN = 49 cm.
Período perinatal sem intercorrências. Desenvolvimento neuropsicomotor normal
durante a infância. Evoluiu com dificuldade do aprendizado e baixa estatura.
Atualmente, aos 24 anos, tem relativa autonomia social e cursa o ensino médio com
aproveitamento deficiente. Apresentou puberdade espontânea com pubarca aos nove
anos, telarca aos 10 e menarca aos 11½ anos e ciclos menstruais regulares
posteriormente. Hipotiroidismo adquirido aos 12 anos (uso de levotiroxina). Foi
encaminhada ao Serviço de Genética Médica por apresentar baixa estatura
proporcionada e dismorfias aos oito anos de idade. O exame físico revelou: baixa
estatura, microcefalia, blefarofimose, língua protrusa, pescoço curto, tórax em barril,
hipertelorismo mamilar, cifoescoliose, cúbito valgo, prega única palmar unilateral,
clinodactilia e sindactilia. A avaliação complementar identificou duplicação
pielocalicial, sistema cardiovascular normal e exame de imagem do sistema nervoso
central normal (TCC). Atualmente sua estatura é de 1,45m. Estudo citogenético:
45,X [13]/ 46,XX[11]/ 47,XX,+13[3]; os pais apresentaram cariótipo normal.Em
2012 a paciente foi reavaliada, o cariótipo foi 45,X [19]/ 46,XX[11]/ 47,XX,+13[6] e
realizada técnica de FISH fluorescence in situ hybridization) das células sanguíneas
(sondas DXZ1, 13q14-Rb, D7Z1 e D8Z2) e da mucosa oral (sondas DXZ1, 13q14Rb), com os seguintes resultados: sangue nuc.ishDXZ1 X 1 [81%]/DXZ1 x2 [19%],
nuc.ish 13q14 X2 [90%]/DXZ1 x3 [10%], nuc.ish D7Z1x2 [97%] D7Z1 x1 , nuc.ish
D8Z2x2 [97%] D8Z2x1 [3%] [3%]; mucosa oral nuc.ishDXZ1 X 1 [47%]/DXZ1 x2
[53%] e nuc.ish 13q14 X2 [79%]/13q14 x3 [21%]Conclusões:. A dupla aneuploidia
é uma condição incomum, admite-se que o desequilíbrio genômico produzido seria
incompatível com o desenvolvimento normal. A maior parte das aneuploidias duplas
relatadas se apresenta na forma de mosaico, envolvendo o par sexual e outro par de
autossomos. A freqüência de células anômalas aumentou entre as duas avaliações. A
freqüência da monossomia X nos núcleos interfásicos diferiu nos dois tecidos e foi
maior do que a verificada nas metáfases. A freqüência da trissomia 13 nos núcleos
interfásicos diferiu das células mitóticas, sendo maior na mucosa oral em relação ao
sangue. Apesar das aneuploidias de autossomos terem impacto fenotípico mais
relevante, neste caso a apresentação fenotípica referente à trissomia do cromossomo
13 foi atenuada. Embora a paciente apresente diversos estigmas da síndrome de
Turner, apresentou desenvolvimento espontâneo das características sexuais
secundárias. Estas aneuploidias possivelmente resultaram de eventos independentes
num concepto com constituição 46,XX. A presença das alterações em tecidos de
diferentes origens embrionárias evidencia que estes eventos ocorreram no início do
desenvolvimento embrionário.
Palavras-Chave:cariótipo, FISH, dupla aneuplodia
ESPECTRO-ÓCULO-AURÍCULO-VERTEBRAL: PERFIL AUDIOLÓGICO DE
9 CRIANÇAS
THAYSE BIENERT GOETZE (UFCSPA) - BRASIL
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
ALESSANDRA PAWELEC DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL
PRICILA SLEIFER SLEIFER (UFRGS) - BRASIL
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
Objetivos: O objetivo deste trabalho foi descrever as características audiológicas
que podem ser observadas nos pacientes portadores dessa anomalia em uma amostra
no Estado do Rio Grande do Sul. Métodos: Nesta investigação foram incluídos
crianças atendidas pelo Serviço de Genética Clínica da Universidade Federal de
Ciências da Saúde de Porto Alegre/Serviço de Genética da Irmandade Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre que apresentaram suspeita clínica inicial do
diagnóstico de EOAV e que aceitaram participar do estudo. O trabalho foi aprovado
pelo CEP de todas as instituições envolvidas sob parecer n° 851/09, de 14/05/2009,
os exames auditivos foram realizados na Clínica de Audiologia do Serviço de
Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, configurando um
estudo Multicêntrico. Resultados: A amostra final foi composta por 9 crianças com
idades entre 1a9m e 12a6m, cinco crianças do sexo masculino e quatro do sexo
feminino. Sete crianças referiram queixa na Orelha Direita, relacionadas a perda
auditiva, malformações e problemas crônicos adquiridos pelas infecções recorrentes
e duas não possuíam uma queixa específica. Dentre os achados da entrevista quatro
tiveram intercorrências no período gestacional, seis nasceram à termo e oito foram
hospitalizados após o nascimento. Em relação às alterações auriculares, sete tiveram
presença de apêndices pré-auriculares, oito possuem microtia, seis apresentaram
implantação baixa de pavilhão auditivo, cinco possuem fístulas pré-auriculares,
quatro crianças apresentaram atresia de conduto auditivo. Em relação aos exames
auditivos, foram realizados exames como: Audiometria tonal e vocal, Emissões
Otoacústicas e Potencial Evocado Auditivo, conforme a necessidade e
disponibilidade da criança no dia do exame. Quatro crianças apresentaram audição
normal; quatro apresentaram perda auditiva condutiva e uma apresentou perda
auditiva neurossensorial. Conclusões: Este trabalho buscou um melhor delineamento
dos aspectos fonoaudiológicos apresentados por este grupo de pacientes auxiliando
tanto na realização de um diagnóstico auditivo adequado como de um planejamento
de intervenção terapêutica otimizada. A identificação precoce de dificuldades
auditivas associada a um diagnóstico auditivo desfavorável, permite a realização de
intervenções que podem inclusive evitar dificuldades de desenvolvimento e escolares.
Palavras-Chave:Espectro Óculo-Aurículo-Vertebral, Genética clínica, Fonoaudiologia
ESTRATÉGIA PARA AUXILIAR O DIAGNÓSTICO DAS DISPLASIAS
ESQUELÉTICAS NO PERÍODO NEONATAL
DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL
CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL
CYNTHIA SILVEIRA (UNICAMP) - BRASIL
Displasias esqueléticas ou osteocondrodisplasias (OCD) compreendem um grupo de
doenças extremamente heterogêneo clínica e etiologicamente que, embora sejam
relativamente fácil de identificar enquanto grupo patológico, individualmente a
maioria delas representa um desafio ao diagnóstico, consequentemente prejudicando
o Aconselhamento Genético (AG). Embora o principal exame para o diagnóstico de
uma OCD (Rx simples do esqueleto) seja acessível a qualquer um, a dificuldade
diagnóstica reside na interpretação desse exame que requer profissional
especializado nesse grupo de doenças. Cerca de metade das OCD conhecidas são de
manifestação perinatal e entre estas mais de um terço são letais, portanto,
desenvolver uma estratégia eficaz para o diagnóstico dessas condições é o objetivo
de um projeto financiado pelo CNPq e que pretende disponibilizar auxílio
diagnóstico para todo o território nacional. Com esta apresentação pretende-se
divulgar o site [http://www.ocd.fcm.unicamp.br/] recentemente disponibilizado na
rede e alertar para a necessidade de reconhecimento das OCD no período perinatal
de modo a ajudar o diagnóstico bem como a orientação de famílias com afetados por
essas condições. Esse auxílio diagnóstico se reveste de especial importância nos
casos de OCD letais, visto ser o período perinatal crucial para a tomada de decisões
que poderá ou não contribuir para ambos, diagnóstico final e AG. Além do objetivo
assistencial, a identificação de certos tipos de OCD tende a fornecer material
precioso para um maior conhecimento das doenças genéticas e uma colaboração
ampla a esse projeto beneficiará sobremaneira o conhecimento sobre a distribuição
dessas condições e de seus respectivos genes associados no território nacional.
Concluindo, espera-se que a discussão promovida por esta apresentação ajude a
divulgação do presente projeto, tornando-o de fato uma ferramenta eficaz a ser
utilizada, sobretudo pelos serviços de atendimento materno-infantil, e contribuindo
para tirar as OCD do rótulo de doenças negligenciadas. Financiamento: CNPq
402008/2010-3
Palavras-Chave:displasias esqueléticas, rede, projeto
ESTUDO MULTICÊNTRICO DE DIAGNÓSTICO MOLECULAR POR MLPA
EM PACIENTES COM MÚLTIPLAS ANOMALIAS CONGÊNITAS E
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
ROBERTA LELIS DUTRA (FMUSP / UC) - BRASIL
EVELIN ALINE ZANARDO (FMUSP) - BRASIL
GIL MONTEIRO NOVO FILHO (ICR-HC-FMUSP) - BRASIL
MARIA ISABEL MELARAGNO (UNIFESP) - BRASIL
JUAN LLERENA
ANGELINA XAVIER ACOSTA
LIANE DE ROSSO GIULIANI (UFMS) - BRASIL
PAULA FRASSINETTI VASCONCELOS DE MEDEIROS (UFCG) - BRASIL
LESLIE DOMENICI KULIKOWSKY
CHONG AE KIM (ICR) - BRASIL
Introdução: Os desequilíbrios genômicos constituem causa frequente de
abortamento, anomalias congênitas e deficiência intelectual, no entanto a etiologia
desses desequilíbrios ainda não é completamente conhecida, o que dificulta o
aconselhamento e a conduta de tratamento na maioria dos casos. O aprimoramento
de novas técnicas de diagnóstico citogenômico, como MLPA (Multiplex Ligationdependent Probe Amplification) e a triagem ampla do DNA utilizando arrays,
mostraram que a alteração no número normal de cópias gênicas influencia na
variabilidade patogênica dos fenótipos em diversas síndromes. Objetivos: Identificar
a etiologia da variação do número de cópias gênicas (CNVs) em pacientes com
anomalias congênitas e deficiência intelectual e associar as alterações encontradas
com o fenótipo clínico dos pacientes. Métodos: Foram estudados 278 pacientes com
presença de anomalias congênitas e deficiência intelectual utilizando a técnica de
MLPA com os kits específicos para as principais síndromes de microdeleções (P064)
e regiões subteloméricas (P036 e P070). Resultados: Identificamos alterações no
número de cópias gênicas (CNVs) em 89/ 278 pacientes (32%). Alterações
observadas pelo kit P064 foram encontradas em 49/ 89 pacientes (55%),
principalmente del 22q11.2 em 20 pacientes e síndrome de Williams em 18 pacientes.
As alterações subteloméricas pelos kits P036 e P070 foram detectadas em 40/ 89
pacientes (45%). Conclusões: A técnica de MLPA detectou alterações genômicas
(CNVs) em 32% dos pacientes com anomalias congênitas e deficiência intelectual.
Assim, esta metodologia pode ser considerada uma ferramenta importante na
elucidação diagnóstica, tornando-se viável para a implantação nos serviços de
rotina do SUS. Auxílio CNPq 401910/2010-5.
Palavras-Chave:anomalias congênitas;deficiência intelectual;MLPA
FREQUÊNCIA DE ANOMALIAS CONGÊNITAS EM RECÉM-NASCIDOS NAS
MATERNIDADES DE DOIS HOSPITAIS-ESCOLA DO MUNICÍPIO DE
VITÓRIA - ES, BRASIL
MARIA DO CARMO DE SOUZA RODRIGUES (HUCAM/UFES) - BRASIL
HECTOR YURI CONTI WANDERLEY (UVV) - BRASIL
MARIA REGINA GALVEAS OLIVEIRA REBOUÇAS (HEINSG) - BRASIL
ANDREA LUBE ANTUNES DE S. THIAGO PEREIRA (HUCAM HSCMV) - BRASIL
SANDRA WILLEIA MARTINS (UFES) - BRASIL
VERA LUCIA MAIA (UFES) - BRASIL
GEISA HOSSOKAWA EGUCHI NEVES (EMESCAM) - BRASIL
ALINE XIMENES FRAGOSO (FAESA) - BRASIL
FLÁVIA IMBROISI VALLE ERRERA IMBROISI ERRERA (EMESCAM) - BRASIL
ELIETE RABBI-BORTOLINI (AEV/FAESA) - BRASIL
OBJETIVO: Verificar a freqüência das Anomalias Congênitas (AC) nos recémnascidos (RN) diagnosticados pelo projeto "Caracterização Clínica e
Epidemiológica das Anomalias Congênitas nas Maternidades de Dois HospitaisEscolas do Município de Vitória – ES". MÉTODO: Os RN das maternidades Santa
Casa de Misericórdia e do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes da
Universidade Federal do Espírito Santo (HUCAM/UFES) foram avaliados por
médicos (neonatologistas, pediatras e geneticistas) por um período de doze meses
(abril de 2011 a maio de 2012), desde que consentido pelos pais, por meio da
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para a avaliação foi
utilizado o protocolo de Mercks e cols.(2003) e os RN que preencheram os critérios
de inclusão, ou seja, pelo menos 1 anomalia maior e 3 ou mais anomalias menores
sem anomalias maiores, foram encaminhados para o Serviço de Genética do
Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HEINSG), para avaliação
clínica específica, diagnóstico, aconselhamento genético e acompanhamento dos
pacientes e familiares. Exames de cariótipo e MLPA foram solicitados quando
indicado. RESULTADOS: Foram avaliados 2299 RN dos quais 300 (13,04%) foram
encaminhados ao Serviço de Genética. Destes, 255 (85%) compareceram ao serviço
e foram atendidos pelos médicos geneticistas, em 39 (15,3%) os critérios de inclusão
não foram confirmados. Dos 216 RN cujos critérios de inclusão foram confirmados
pelos geneticistas, 175 (81%) tiveram o diagnóstico estabelecido e, nestes, as AC
foram classificadas por categorias. A maior frequência foi das anomalias que afetam
a pele e o sistema vascular (52/175 = 29,71%) com predominância para o
hemangioma; seguido de anomalias múltiplas caracterizando síndrome, sequência,
espectro ou associação específica (30/175 = 17,14%), com destaque para a
freqüência de cromossomopatias como a Síndrome de Down, Edwards, Patau e
DiGeorge, síndromes gênicas como a Displasia Tanatofórica, Osteogenesis
Imperfecta e Síndrome de Beckwith-Wiedemann, e síndrome ocasionada por agente
ambiental a Síndrome Alcoólica Fetal. O terceiro grupo mais freqüente as
encontradas na orelha externa (16/175 = 11,42%), em especial a presença de
apêndices ou fossetas pré-auriculares. O quarto grupo foi das anomalias dos
membros, com predomínio de polidactlia em mãos e anomalias da genitália externa,
incluindo criptorquidia e hipospadia, com 9,14% (16/175) para cada uma delas; na
parede torácica, mamilo supra-numerário foi encontrado em 7,42% (13/175); nas
anomalias do trato digestório e parede abdominal, a gastrosquise foi encontrada em
6,85% (12/175); anomalias do sistema nervoso e dos olhos em 5,71% (10/175). Das
anomalias da cavidade bucal, a fenda lábio-palatina foi encontrada em 2,28%
(4/175). CONCLUSÕES: Este é um trabalho pioneiro e os resultados mostram a
importância do uso de um protocolo clínico e de uma equipe multidisciplinar na
avaliação dos RN ainda na maternidade, possibilitando o diagnóstico precoce, o
Aconselhamento Genético e o acompanhamento dos pacientes de forma adequada.
Em 85% dos RN as AC encontradas na triagem foram confirmadas pelos médicos
geneticistas.
Palavras-Chave:ANOMALIAS CONGÊNITAS, TRIAGEM, RECÉM-NASCIDOS, DIAGNÓSTICO PRECOCE
IDENTIFICAÇÃO DE MUTAÇÕES NO COL2A1 NUMA COORTE DE 17
PACIENTES COM DISPLASIAS ESQUELÉTICAS DO GRUPO COLÁGENO 2
KARINA DA COSTA SILVEIRA (UNICAMP) - BRASIL
LUCIANA CARDOSO BONADIA (UNICAMP) - BRASIL
CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL
CARLOS EDUARDO STEINER (UNICAMP) - BRASIL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
DÉBORA ROMEO BERTOLA
ALEXANDER AUGUSTO DE LIMA JORGE (FMUSP) - BRASIL
CECILIA MELLADO (PUC) - CHILE
GABRIELA FERRAZ LEAL (IMIP) - BRASIL
DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL
As mutações encontradas no COL2A1, associadas a displasias esqueléticas, guardam
alguma relação com hot spots conhecidos, no entanto, a correlação genótipofenótipo ainda não está muito bem reconhecida. O objetivo do presente foi estudar o
COL2A1 numa coorte de pacientes com diagnóstico clinico-radiológico compatível
com colagenopatia do tipo II de modo a refinar o conhecimento acerca da correlação
genótipo-fenótipo. Para tanto utilizou-se como técnica o sequenciamento direto do
COL2A1 começando pelos hot spots conhecidos de acordo com cada fenótipo e,
sequenciamento completo das regiões codificantes do gene nos casos cuja análise
dos hot spots foi negativa. Até o momento foram estudados 17 pacientes, dentre os
quais uma mutação foi encontrada em 13 e em quatro pacientes o sequenciamento
completo do gene está em curso. Cinco mutações encontradas já haviam sido
previamente descritas: G453D (Acondrogênese do tipo II), G594E (Displasia
espondiloepifisária congênita - SEDC); G1122R (SEDC), R989C (Displasia
espondiloepimetafisária do tipo Strudwick) e uma deleção de 28pb no exon 14
(Displasia Kniest). Cinco novas mutações foram detectadas: três delas, G516S,
G480A e G498S, associadas ao fenótipo de SEDC; e as mutações C1315G e
c.4387_4389delATT, ambas observadas em pacientes com a Displasia de Torrance
(DT). Entre as mutações novas, enquanto as três primeiras estão localizadas no
domínio de tripla hélice, as mutações associadas ao fenótipo de DT estão localizadas
no domínio C-terminal da proteína. As duas regiões constituem hot spots para os
respectivos fenótipos. Interessante notar que as mutações observadas no fenótipo
mais comum dessa coorte, SEDC, envolve sempre a troca de uma glicina.
Concluindo, os resultados dessa investigação contribuem para um melhor
entendimento das bases moleculares das colagenopatias do tipo II e,
consequentemente, para uma melhor compreensão da correlação genótipo –
fenótipo. As novas mutações descritas reforçam a heterogeneidade das displasias
esqueléticas desse grupo bem como a associação de certos domínios protéicos com
fenótipos específicos. Financiamentos: CNPq (402008/2010-3, 590148/2011-7),
CAPES (02p05032/2010) e FAPESP (98/16006-6).
Palavras-Chave:col2a1, colagenopatia, osteocondrodisplasia
LESÕES MACULARES PUNTIFORMES EM UMA PACIENTE COM
SÍNDROME DE KABUKI
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL
JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL
NATÁLIA D'ARRIGO VALENTI (ULBRA) - BRASIL
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL
ANDRÉ FREITAS
GIOVANNI TRAVI
FABIANA VALIATTI
SÍLVIA REGINA ROGATTO (UNESP)
Objetivos: relatar uma paciente com síndrome de Kabuki apresentando lesões
maculares puntiformes. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da
literatura. Resultados: a paciente é a primeira filha de pais não consanguíneos com
40 anos (mãe) e 56 anos (pai). Ela nasceu prematura, com 35 semanas de gestação,
de parto cesáreo por apresentação pélvica, pesando 2600 gramas, medindo 46 cm,
com perímetro cefálico de 32 cm, e escores de Apgar de 7/7. A sua gestação cursou
sem intercorrências. A mãe refere ter utilizado cerca de 16 cigarros por dia durante
toda a gravidez. Após o nascimento, a criança ficou 14 dias hospitalizada por
apresentar dificuldade respiratória, hipoglicemia e icterícia. Possui descrição
também de ser hipotônica. Ela evoluiu com episódios de bronquiolite e de otites e
sinusites. Não fez o teste do pezinho, contudo, aos 3 meses foi diagnosticado
hipotireoidismo. Quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, evoluiu com atraso,
sendo que começou a caminhar sozinha com 1 ano e 6 meses de idade. Possui
história também de agitação e hiperatividade, sendo que faz tratamento atualmente
com fluoxetina. A tomografia computadorizada de crânio evidenciou discreta
dilatação ventricular. Um dos eletroencefalogramas demonstrou atividade
paroxística multifocal. O cariótipo mostrou a presença de uma constituição
cromossômica feminina com inversão 9qh: 46,XX,inv(9)(p11.3q13)[20]. A avaliação
oftalmológica evidenciou a presença de lesões maculares puntiformes e de fendas
palpebrais com “sobra” lateralmente. Chegou também a ser avaliada pela
cardiologia, que evidenciou a presença de um estalido sistólico à ausculta cardíaca.
Ao exame físico, realizado aos 11 anos, a paciente apresentava perímetro cefálico de
53 cm (P50-98); altura de 143,5 cm (P50); peso de 47,6 Kg (P90-97); prega
epicântica bilateral; eversão das pálpebras inferiores nos seus terços laterais;
rarefação das sobrancelhas nas suas porções laterais; nariz tubular e largo com
ponta bulbosa; palato ogival; mento proeminente; orelhas grandes; manchas
acrômicas em região axilar, ombros esquerdos e região cervical; prega palmar de
transição à direita; quintos dedos das mãos curtos com hipoplasia das unhas dos
mesmos; hipoplasia das unhas e encurtamento dos segundos dedos dos pés.
Conclusões: os achados de nosso paciente foram compatíveis com o diagnóstico de
síndrome de Kabuki (SK). Achados oftalmológicos descritos na SK incluem,
principalmente, estrabismo, ptose palpebral e coloboma. O achado observado em
nossa paciente é considerado raro, sendo que em nossa revisão encontramos apenas
um relato na literatura de SK apresentando achados similares. Mais relatos serão
importantes para verificar se estas anormalidades oftalmológicas realmente fazem
parte do espectro clínico da SK. Talvez, isto possa ter relação com a própria
heterogeneidade associada à etiologia da síndrome.
Palavras-Chave:Síndrome de Kabuli, alterações oftalmológicas, lesões maculares puntiformes
MLPA PARA DETECÇÃO DE DELEÇÕES/DUPLICAÇÕES INTERSTICIAIS
EM PACIENTES COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL SEM SUSPEITAS
CLÍNICAS ESPECÍFICAS
GABRIELA CHADID SALAZAR (UFMG) - BRASIL
ANISSE MARQUES CHAMI ANISSE MARQUES CHAMI (HC UFMG) - BRASIL
ALINE APARECIDA SILVA MARTINS (UFMG) - BRASIL
MARLENE DE MIRANDA (UFMG) - BRASIL
LETICIA LIMA LEÃO (UFMG) - BRASIL
MARCOS JOSÉ BURLE DE AGUIAR (FM UFMG) - BRASIL
VITOR GERALDI HAASE (UFMG) - BRASIL
MARIA RAQUEL SANTOS CARVALHO (UFMG) - BRASIL
A Deficiência Intelectual (DI) é um transtorno do desenvolvimento caracterizado
pelo prejuízo significativo da função intelectual com frequência de aproximadamente
3% da população. A etiologia pode ser genética ou ambiental. Considerando as
causas genéticas, o objetivo desse trabalho foi averiguar a freqüência de
microdeleções/microduplicações intersticiais em uma pequena amostra de pacientes
com cariótipo normal, que apresentavam DI ou atraso do desenvolvimento
neuropsicomotor (ADNPM) e dismorfismos através da técnica MLPA (Multiplex
Ligation-dependent Probe Amplification). Outro objetivo foi avaliar a
correspondência da suspeita diagnóstica clínica, ou a ausência da mesma, apenas
nos indivíduos com resultados positivos. A seleção dos pacientes foi realizada pelo
Hospital das Clinicas e extração do DNA foi realizada com protocolo de precipitação
salina no Laboratório de Genética Humana e Médica da UFMG. Para o diagnóstico
molecular foi utilizado o kit SALSA MLPA p245-A2 (MRC - Holland, Amsterdam, The
Netherlands). Este kit contempla 49 sondas que detectam a 21 síndromes, que
constituem o conjunto das síndromes de microdeleções/microduplicações mais
comuns em humanos. Os resultados foram interpretados através do software
GeneMarker. Foram analisados 41 indivíduos que preenchiam os critérios de seleção
e encontrado 5 indivíduos com resultados positivos, apenas para as Síndromes de
William-Beuren (SWB) e a Síndrome Velocardiofacial (SVCF). Uma vez que foram
feitos diagnósticos que não haviam sido suspeitados por um grupo de geneticistas
clínicos experientes, buscamos analisar o fenótipo, buscando responder: o quadro
clínico típico está presente, mas passou despercebido? 2. O quadro clínico típico não
está presente e neste caso, quais são as características? Dentre os indivíduos
afetados, dois tinham suspeitas clínicas correspondentes aos resultados moleculares
e os demais não apresentavam nenhuma suspeita diagnóstica clínico-sindrômica.
Entretanto, para um deles foi aventada a hipótese de Síndrome fetal-alcoólica, pois a
suspeita inicial da SVCF havia sido descartada pelo exame de FISH e curiosamente
foi confirmada pelo MLPA. Em outro paciente foi evidenciado um distúrbio
molecular complexo, marcado pela deleção de duas sondas e pela duplicação da
terceira respectivas a SVCF. Estes resultados sugerem que a frequência de formas
atípicas possa ser maior do que o esperado, para estas duas condições. Este perfil já
era conhecido para a SVCF. Já a SWB, que é um quadro clínico de diagnóstico
presumivelmente fácil, pode passar despercebida. Concluímos que os exames
moleculares, como a MLPA, podem ter grande valor para os casos, principalmente
quando não se define o diagnóstico clínico.
Palavras-Chave:microdeleção/microduplicação intersticiais, MLPA, deficiência intelectual, Síndrome de Williams,
Síndrome Velocardiofacial
MONOSSOMIA 5P E TRISSOMIA 18Q RESULTANTE DE UMA
TRANSLOCAÇÃO FAMILIAR (5;18)(P15.33-Q23)
LUDMILA SERAFIM DE ABREU (USP) - BRASIL
CLARISSA GONDIM PICANÇO DE ALBUQUERQUE (FMRP-USP) - BRASIL
MÁRIO CAMPOS JUNIOR (FIOCRUZ) - BRASIL
JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL
Relatamos uma criança do sexo feminino que ao nascer apresentou múltiplas
anomalias incluindo cardiopatia congênita acianótica tipo CIV+CIA+PCA
(corrigida cirurgicamente), megacólon congênito (reparado por colostomia) e
laringomalácia. Nos primeiros meses a probanda apresentou hipotonia, choro fraco,
além de diversas dismorfias craniofaciais como microcefalia, telecanto, epicanto,
raiz nasal baixa, filtro nasolabial curto, orelhas displásicas com sobredobramento de
hélix e micrognatia. Como a paciente manifestou sinais clínicos de síndrome genética
foi realizado exame citogenético de rotina em resolução de 500 bandas, que revelou
uma pequena deleção na região distal do braço curto do cromossomo 5. Para
confirmar a deleção na região subtelomérica 5p15, foi realizada a técnica de
Multiplex Ligation Probe Amplification (MLPA), empregando o kit SALSA P036-E1,
que investiga a presença de alterações cromossômicas crípticas em regiões
subteloméricas de todos os cromossomos humanos. Os produtos de amplificação
foram identificados e quantificados por eletroforese capilar através do sequenciador
ABI 3130 Genetic Analyzer (APPLIED BIOSYSTEMS, Foster City, CA, EUA) e, em
seguida, foi utilizado o software GeneMapper versão 3.2 (APPLIED BIOSYSTEMS,
Foster City, CA, EUA) para verificação dos dados brutos e a qualidade do
experimento de MLPA. Dados considerados apropriados para a análise foram então
normalizados através do software Coffalyser versão 8.0. Os resultados foram
validados empregando o kit de MLPA SALSA P070-A2, também para regiões
subteloméricas. A análise de MLPA com os kits P036-E1 e P070-A2 realizada na
paciente detectou a presença de uma deleção na região subtelomérica 5p15.33,
previamente observada no exame citogenético. Também foi constatada outra
anomalia no cromossomo 18, referente a uma duplicação na região subtelomérica
18q23,
apresentando
a
probanda
o
resultado
46,XX.mlpa05psubtel(P036)X1,18qsubtel(P036)X3. Com suspeita de que essas
anomalias cromossômicas teriam sido originadas de um rearranjo cromossômico
balanceado familiar, realizou-se o exame citogenético de alta-resolução nos pais da
criança. O resultado da mãe apresentou padrão citogenético normal 46,XX,
enquanto que o do pai revelou uma translocação equilibrada entre os cromossomos 5
e 18, t(5;18)(5p15;18q23). A confirmação da deleção 5p e a detecção da duplicação
18q observadas na paciente mostram que a análise citogenética convencional pode,
algumas vezes, não garantir um diagnóstico correto e preciso. Nesse caso, a técnica
de MLPA mostra-se uma alternativa confiável para triagem de pacientes com
suspeita clínica de alterações cromossômicas crípticas que exibem exame cariotípico
normal. Este estudo mostra a importância da combinação de técnicas de citogenética
molecular na genética clínica, dadas às implicações encontradas no atendimento e
aconselhamento genético. Suporte Financeiro: CAPES
Palavras-Chave:anomalias congênitas, dismorfias, alterações cromossômicas, MLPA, rearranjo familiar,
aconselahemnto genético.
MOSAICISMO PARA DELEÇÃO PARCIAL DO BRAÇO CURTO DO
CROMOSSOMO 18 EM UMA PACIENTE COM SUSPEITA DE SÍNDROME DE
TURNER
PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL
VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
JULIETE NATHALI SCHOLL (UFCSPA) - BRASIL
BIBIANA CUNEGATTO (UFCSPA) - BRASIL
JULIANE NASCIMENTO DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL
MARILUCE RIEGEL (HCPA/UFRGS) - BRASIL
GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL
CRISTIANE KOPACEK (HCSA/ISCMPA E HMIPV) - BRASIL
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
Objetivos: descrever os achados clínicos de uma paciente com mosaicismo para
deleção parcial do braço curto do cromossomo 18 encaminhada por suspeita de
síndrome de Turner. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da
literatura. Resultados: a paciente é a única filha de um casal com 55 anos (mãe) e 64
anos (pai), ambos não consanguíneos. A mãe apresentava diagnóstico de rim pélvico.
A gestação da paciente transcorreu sem intercorrências. Ela nasceu a termo, de
parto cesáreo, pesando 2600 g e medindo 46 cm. Quanto ao desenvolvimento
neuropsicomotor, ela começou a pronunciar as primeiras palavras com 1 ano de
idade e a caminhar sozinha antes dos 2 anos. Na escola, apresentou algumas
repetências, sendo que está cursando atualmente o 8º ano do ensino fundamental. Há
relato de história de picos hipertensivos por volta dos 11 anos de idade, sendo que
não afere a pressão arterial desde então. Ela apresentou menarca e a telarca aos 12
anos, época em que foi diagnosticado o rim em ferradura. A pubarca iniciou aos 13
anos. Ela nunca precisou ser hospitalizada e nem faz uso de medicamentos. Ao
exame físico, aos 16 anos, evidenciou-se fronte proeminente, raiz nasal baixa,
narinas antevertidas, prognatismo, orelhas retrovertidas, mamas e pêlos pubianos em
estágio 5 de Tanner, manchas hipercrômicas em tronco e membros seguindo as linhas
de Blaschko, aumento dos pelos na região lombossacra, cúbito valgo, clinodactilia
de quintos dedos das mãos, encurtamento dos 4º metacarpianos, braquidactilia e
encurtamento importante de 4º e 5º metatarsianos. Ela apresentava estatura de
146,5cm (
Palavras-Chave:Mosaicismo 18p, cariótipo, mosaicismo, síndrome de Turner
NANISMO TANATOFÓRICO TIPO I: RELATO DE CASO
CARLYE NICHELI CECHINATO (UNIOESTE) - BRASIL
MARCOS ANTONIO DA SILVA CRISTOVAM (UNIOESTE) - BRASIL
RODRIGO AKIRA FURUKAWA
EDIRLENE DOROTI WISNIEWSKI
NAYARA LIGIDA LONTRA ASSED CAIRES DE SOUZA
FERNANDA SOARES DA SILVA
TENILLE GIACOBBO PIRES
Introdução: O Nanismo Tanatofórico(NT) é uma doença genética rara, que ocorre
em aproximadamente 1 em cada 35.000 a 50.000 nascidos vivos. Foi descrito em
1967 por Maretaux et al que se valeram da palavra grega thanatophoros (que
carrega a morte) para enfatizar que esses pacientes normalmente morrem logo após
o nascimento. Langer et al dividiram essa condição em dois tipos. O tipo 1 é o mais
comum. Manifesta-se clinicamente por macrocefalia com abaulamento frontal,
exoftalmia e ponte nasal aplainada, tórax estreito, em forma de sino, abdome
volumoso e protruso, membros curtos, braquidactilia e excesso de dobras da pele em
braços e pernas. Os ossos longos são curvos (mais evidente nos fêmures) e os corpos
vertebrais bem achatados (35% ou menos do espaço discal adjacente na região
lombar). Os indivíduos acometidos evoluem a óbito por insuficiência respiratória,
geralmente até a décima semana de vida. A doença apresenta herança de caráter
autossômico dominante e é causada por mutações novas no gene do receptor 3 do
fator de crescimento do fibroblasto (FGFR3), localizado no cromossomo 4p16.3. As
mutações mais frequentes são Arg248Cys e Tyr373Cys; sendo que a primeira é a
mais comum – encontrada em 57% dos casos com fêmur curvo, e a segunda é a que
apresenta anomalias radiológicas mais graves. O NT é caracterizado como letal
genético, já que os afetados não sobrevivem para transmitir a mutação. Como é
causado por mutações novas, os pais não possuem a mutação responsável pela
doença e, desse modo, o risco de recorrência na futura prole do casal é desprezível.
Objetivo: Descrever um caso clínico de NT Tipo I. Métodos: Os dados foram obtidos
a partir da revisão do prontuário, exames laboratoriais de rotina e exames de
imagem. Foi realizada uma breve revisão de literatura. Resultados: RN de MT, parto
cesariano, com idade gestacional pelo método de Capurro de 39 semanas+3 dias,
peso de nascimento: 2530g, perímetro cefálico: 37cm e Apgar:7/9. Apresentava o
diagnóstico intrauterino de acondroplasia severa. Evoluiu logo após o nascimento
com gemência e taquidispnéia nas primeiras horas de vida. Foi intubado após
algumas horas do nascimento e feito surfactante endotraqueal, com boa evolução. Os
achados no exame físico, após estabilização do quadro respiratório, foram
encurtamento de membros, tórax atrófico, abdome em forma de sino e fronte
abaulada. Tomografia de crânio no 1º dia de vida: normal. A paciente permaneceu
em ventilação mecânica, pois não tolerava a redução de parâmetros. A cada dia
necessitava de aumento dos parâmetros de ventilação mecânica. No 31º dia de vida,
foi optado pela realização de uma traqueostomia, o que melhorou significativamente
o padrão respiratório. Teve quadro de sepse neonatal sendo tratado com
ampicilina/gentamicina por 5 dias e posteriormente com oxacilina/amicacina por 14
dias. Aos 60 dias evoluiu com piora do quadro respiratório por novo episódio
séptico, evoluindo para óbito. Conclusão: Os achados clínicos encontrados nesse
caso são típicos de NT Tipo I. Salienta-se que é uma doença genética de prognóstico
sombrio, porém com possibilidade desprezível de recorrência no mesmo casal.
Palavras-Chave:acondroplasia; insuficiência respiratória; recém-nascido
NÓDULOS COROIDAIS VISUALIZADOS POR REFLECTÂNCIA À LUZ
INFRAVERMELHA COMO CRITÉRIO DIAGNÓSTICO PARA
NEUROFIBROMATOSE 1
JULIANA ALVES JOSAHKIAN (HC-FMRP-USP) - BRASIL
LETÍCIA FERNANDES BARROSO (FMRP USP) - BRASIL
CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL
CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL
NATÁLIA RENAULT QUARESEMIN
MARÍA LUCÍA CASTRO MOREIRA (HC/USPRP) - BRASIL
ANDRÉ MESSIAS (USP) - BRASIL
VICTOR EVANGELISTA DE FARIA FERRAZ (FMRP-USP) - BRASIL
O desenvolvimento da técnica de oftalmoscopia de varredura a laser por refletância
à luz infravermelha (NIR; 815 nm) permitiu a visualização e documentação de
nódulos na coroide em pacientes com neurofibromatose tipo 1 (NF1) que não podem
ser visualizados na fundoscopia tradicional, ou mesmo na angiofluoresceinografia de
retina. Recentemente, Viola e cols (2012) propuseram que esse achado fosse incluído
nos critérios diagnósticos para a síndrome, sendo especialmente útil em crianças
abaixo de 6 anos, uma vez que esse comprimento de onda não está dentro do espectro
visível, o que torna o exame confortável para o paciente. Além disso, sabe-se que a
incidência dos hamartomas de íris (nódulos de Lisch) aumenta com a idade do
paciente e, portanto, seriam menos incidentes que os nódulos de coroide na
população pediátrica. Avaliamos 16 casos de NF1, diagnosticados segundo os
critérios clássicos, quanto a presença de nódulos coroidais através da NIR. Os
nódulos foram encontrados em 100% dos casos, dentre os quais uma criança de 3
anos e 11 meses, que apresentava 2 critérios diagnósticos e ausência de nódulos de
Lisch. O critério clássico mais frequente foi a presença de manchas café-com-leite,
encontrado também em 100% dos casos, seguido pelos nódulos de Lisch,
encontrados em 75%. Assim, apontamos a utilidade deste novo método,
especialmente em crianças, e os dados apresentados sugerem sua indicação como
futuro critério diagnóstico em NF1.
Palavras-Chave:neurofibromatose tipo 1, nódulos de coroide, critério diagnóstico
O SERVIÇO DE GENÉTICA MÉDICA NA APAE-FORTALEZA-CE
MARIA DENISE FERNANDES CARVALHO (UECEAPAEUNICHRISTUS) - BRASIL
ELLAINE DÓRIA FERNANDES CARVALHO
HELDER GOMES DE MORAES NOBRE (UECE) - BRASIL
VICENTE BRUNO DE FREITAS GUIMARÃES
ANTONIO MIGUEL FURTADO LEITÃO (UNICHRISTUS) - BRASIL
CAMILA SAMPAIO AMORIM
KRISHNAMURTI DE MORAIS CARVALHO
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Fortaleza é uma
associação em que, além de pais e amigos dos excepcionais, toda a comunidade se
une para prevenir e tratar a deficiência e promover o bem estar e desenvolvimento da
pessoa com deficiência. O serviço de Genética Médica da APAE-Fortaleza foi
implantado em 2011 pela médica Maria Denise Fernandes Carvalho e sua equipe.
Os principais objetivos deste serviço são: diagnosticar os pacientes com doenças
genéticas, realizar exames, palestras educativas e aconselhamento genéticos.
Métodos: análise descritiva dos prontuários dos estudantes da APAE-Fortaleza em 4
grupos principais: Deficiência Intelectual (DI), Síndrome de Down (SD) e
Deficiências Múltiplas (DM). Cada subgrupo passa por triagem genética com a
médica e na medida do possível os pacientes passam a ter diagnósticos específicos.
Resultados: Do total de registros (300) de crianças acompanhadas pela APAEFortaleza, 50,6% apresentam DI, 43,3% SD e 6% DM. Destes subgrupos, o serviço
de Genética Médica tem conseguido diagnosticar doenças específicas tais como:
Mucopolissacaridoses, Síndrome de Klipper – Trenaunay, Síndrome do X-Frágil,
Síndrome Down-Turner, dentre outras. Além da realização de exames laboratoriais
específicos, o serviço de Genética Médica da APAE tem conseguido realizar projetos
ou colaboração em conjunto com outros Hospitais (Exemplos: Hospital Dona
Libânia de Fortaleza e Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo) para
auxílio destes pacientes, além de realização de aconselhamento genético. Conclusão:
Ainda que no início do seu funcionamento, o serviço de Genética Médica da APAE –
Fortaleza tem beneficiado os pacientes para diagnóstico e tratamentos adequados
juntamente com toda a equipe multidisciplinar de terapeutas ocupacionais,
fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, etc. Todos estes
resultados reforçam os benefícios da presença de um serviço de Genética Médica nas
APAEs.
Palavras-Chave:APAE-Fortaleza, Genética Médica, Deficiência Intelectual, Síndrome de Down
OSTEOPETROSE ASSOCIADA A PIERRE-ROBIN OU SÍNDROME DE LENZMAJEWSKI?
CLÁUDIA FERNANDES LOREA (HCPA) - BRASIL
ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL
KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL
FABIANO DE OLIVEIRA POSWAR (HCPA) - BRASIL
LIANE ESTEVES DAUDT (HCPA) - BRASIL
RENATA KOSTIN () TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL
Os autores apresentam um caso de sequência de Pierre-Robin associada à
osteopetrose em uma criança de 6 meses de idade. O paciente é o primeiro filho de
casal saudável e não consanguíneo. Apresenta irmão materno hígido e história
familiar sem particularidades. Sua gestação foi sem intercorrências. Nasceu de parto
cesáreo por pré-eclâmpsia materna, com 39 semanas de idade gestacional. Apgar 7
no primeiro minuto e 8 no quinto minuto. O comprimento ao nascer foi 46 cm; peso
ao nascer de 2820g e perímetro cefálico de 36 cm. Ao nascimento foram observadas
anormalidades craniofaciais, incluindo micrognatia, glossoptose, fenda palatina e
pseudoproptose ocular. Paciente teve alta hospitalar com a mãe em 48h, permaneceu
no domicílio por 10 dias, período em que foi observado crises de cianose, internando
em sua cidade, sendo diagnosticado Pierre-Robin. Foi transferido para o Hospital de
Clínicas de Porto Alegre (HCPA) aos quatro meses de idade para realização de
distração osteogênica de mandíbula. No HCPA foi diagnosticada laringomalácea
obstrutiva, realizada traqueostomia. Necessitou ventilação mecânica prolongada e
após manutenção com oxigênio suplementar devido à traqueostomia. Acometido por
pneumonias de repetição, fez uso de diversos esquemas de antibioticoterapia.
Durante a internação foi observado anemia grave e achados radiológicos
compatíveis com osteopetrose. Ao exame físico, apresentava aparente proptose com
hipertelorismo, telecanto, raiz nasal baixa, fenda palatina completa e micrognatia.
Evoluiu com dificuldade de ganho ponderal mantido, mesmo com adequado aporte
calórico, através de dieta por sonda nasoentérica (SNE); o peso com seis meses de
vida era 5200g (menor que p2) e apresentava retardo de desenvolvimento
neuropsicomotor. Apresenta hipocalcemia persistente. O cariótipo foi 46, XY.
Ecografia de crânio demonstrou corpo caloso delgado ou hipogenético em sua
metade distal. Potencial evocado auditivo e visual alterados. Está em
acompanhamento com hematologia com plano de transplante de medula óssea
(TMO). O achado de osteopetrose e Pierre Robin é incomun, sendo descrito em
somente 19 síndromes, entre elas a Síndrome de Lenz-Majewski. Esta síndrome sem
base genética definida, está descrita na literatura em somente cerca de 10 casos e se
caracteriza por hiperostose óssea associada a fenda palatina e sindactilia de mãos e
pés. A hiperostose é em geral moderada a leve, distinta do caso descrito. Há relato
de casos leves sem sindactilia de membros. Discute-se a importância do diagnóstico
diferencial a fim de realizar o manejo adequado da mesma.
Palavras-Chave:Pierre-Robin; Osteopetrose; Displasia esquelética
PADRAO DE DEFEITOS CONGÊNITOS (DCS) EM NEONATOS DE UMA
MATERNIDE TERCIÁRIA MEMBRO DO ESTUDO COLABORATIVO LATINOAMERICANO DE MALFORMAÇOES CONGÊNITAS (ECLAMC)
ALEXANDRE RAMOS LUCIDI (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
MARIA AUXILIADORA MONTEIRO VILLAR (
NATHALIA CORREIA KRAUSE DOS SANTOS (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
PATRICIA SANTANA CORREIA (IFF) - BRASIL
MARIANA DE QUEIROZ ARAÚJO GOMES (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
NATÁLYA GONÇALVES PEREIRA (IFF) - BRASIL
RAQUEL GERMER TOJA COUTO (IFF) - BRASIL
LUÍS FERRAZ ANÍBAL MADEIRA (IFF) - BRASIL
GUILHERME DE MACEDO OLIVEIRA
JUAN LLERENA
O objetivo: descrever a experiência do Instituto Nacional de Saúde da Criança, da
Mulher e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF), quanto ao padrão de DCs
diagnosticados nos neonatos no ano de 2012. São objetivos específicos: a)
determinar a incidência de DCs entre os nascimentos ocorridos no IFF em 2012; b)
calcular a frequência de DCs isolados e múltiplos; c) Classificar os DCs em quatro
grupos etiopatogenicos : grupo I (malformação), grupo II (deformação), grupo III
(disrupçao), grupo IV (displasias); d) sub-classificar o grupo I em malformação
isolada (Ia) e múltiplas (Ib); e) agrupar os polimalformados de acordo com o padrão
de malformações. Metodologia: revisão de prontuários, ficha ECLAMC e fotografias
de neonatos com DCs nascidos entre janeiro e dezembro de 2012. Resultados:
nasceram 1290 crianças, 1229 nativivos (95%) , 61 natimortos (5%). A incidência de
DCs foi de 17,5 % (228 casos), entre os nativivos 182 tinham DC (15%) e 43 (70,5%)
entre os natimortos. 151 casos de DC isolado (66,3%) e 77 (33,7%) múltiplos. O
grupo I compreendeu 167 casos (73,2%), no II teve 1 caso (0,4%) com deformações
consequentes a adramnia por causa externa, o III 52 casos (22,8%), o IV 8 casos
(3,5%) de displasia esquelética (DE). Dentre os 167 neonatos do grupo I, 110 (
65,8%) tinham malformação isolada e 57(34,1%) múltiplas e, dentre estes , 22
(38,5%) correspondiam a síndromes, sendo 17 (29,8%) cromossômicas, 4(7%)
gênicas, e um caso de Síndrome de hipoplasia femoral-face não usual.; 8 (14%)
apresentavam sequência de malformação; 5(8,8%) defeito do campo de
desenvolvimento e 20 casos (35%) não foi possível classificar em nenhuma
categoria, entretanto 6 sugeriram aneuploidias porém não tinham cariotipo, 1 caso
sugere Síndrome de Bardet Bield, 3 casos de associação de malformações de linha
média e restaram 10 casos sem qualquer hipótese diagnóstica, correspondendo a 4%
da série estudada. Conclusão: A incidência de DCs foi maior do que a esperada na
população, o que pode ser explicado pelas características do IFF. A classificação em
categorias etiopatogenicas se mostrou útil para determinar o risco de recorrência
(RR), mesmo quando o diagnóstico etiológico não pôde ser definido. Todos os casos
do grupo II e III (23%) têm RR desprezível; no grupo IV o RR seguirá o diagnóstico
da DE, no grupo Ia geralmente a herança é multifatorial e a investigação parental
dependerá do tipo de malformação, o grupo Ib é o mais complexo.. Cerca de 4060% dos casos de múltiplas malformações permanecem sem diagnóstico etiológico.
Nesta série, dos 57 casos de polimalformação, aqueles que configuram uma
síndrome seguirão seu modelo de herança. As sequencias são esporádicas e a
investigação parental seguirá o tipo de malformação que originou a sequência.. Os
defeitos de campo de desenvolvimento têm baixo RR e finalmente, nos casos não
categorizados, 20/57 (35%) o RR não pode ser definido, mas ainda assim esta
abordagem orienta o tipo de investigação familiar a ser implementada.
Palavras-Chave:Dismorfologia; defeitos congênitos
PASSOS DIRETOS PARA O DIAGNÓSTICO GENÉTICO: DIRETRIZES E
ALGORITMO DE INVESTIGAÇÃO CITOGENÔMICA EM PORTADORES DE
DOENÇAS RARAS.
FLAVIA BALBO PIAZZON (FMUSP - HC) - BRASIL
ALEXANDRE TORCHIO DIAS (FMUSP) - BRASIL
EVELIN ALINE ZANARDO
ROBERTA LELIS DUTRA (FMUSP / UC) - BRASIL
MARILIA MOREIRA MONTENEGRO (FMUSP) - BRASIL
GIL MONTEIRO NOVO FILHO (ICR-HC-FMUSP) - BRASIL
MARIANA MOREIRA BASSO
AMOM MENDES NASCIMENTO (HC-FMUSP) - BRASIL
CHONG AE KIM (ICR) - BRASIL
LESLIE DOMENICI KULIKOWSKI
Com o advento das técnicas de análise citogenômica, a medicina moderna tem a sua
disposição boas possibilidades para elucidar quadros clínicos indefinidos em
portadores de microrrearranjos cromossômicos complexos. O desenvolvimento da
técnica de MLPA (Multiplex ligation-dependent probe amplification) juntamente à
tecnologia dos arrays (WGAS – whole genome array screening) possibilitou analisar
de uma só vez, regiões de interesse em todo o genoma do indivíduo para triar
rearranjos genômicos desequilibrados que explicariam os sinais e sintomas dos
pacientes portadores de múltiplas malformações congênitas, deficiência intelectual,
desordem do espectro autista e déficit de atenção-hiperatividade. Com o objetivo de
auxiliar os profissionais da área da saúde a enfrentarem a nova era da
Citogenômica, fornecendo diretrizes para a solicitação e interpretação dos novos
testes diagnósticos de maneira consciente, criamos um guia prático de solicitação de
testes citogenômicos e um algoritmo para o atendimento clínico desses pacientes,
baseados na realidade brasileira. Propomos a utilização da triagem inicial pela
técnica de MLPA seguida de exames auxiliares, incluindo a FISH e arrays de acordo
com complexidade do diagnóstico, acelerando o processo propedêutico. A
dificuldade da análise inequívoca dos resultados gerados por essas técnicas
evidencia a necessidade imediata das especialidades médicas assimilarem e
incorporarem novos conhecimentos da genética médica a sua prática. A triagem
genômica utilizando o array como primeiro teste já é consenso na literatura médica,
e portanto, um desafio para a realidade do atendimento da genética clinica no SUS.
Assim sendo, as técnicas de MLPA e FISH representam uma alternativa de bom
custo-benefício para a triagem genômica e definição de alterações submicroscópicas
não visualizadas pela citogenética clássica. A discussão de novas diretrizes clínicas e
laboratoriais, bem como a adoção do diagnóstico citogenômico para o atendimento
adequado dos portadores de doenças raras, sendo esse um caminho irreversível para
a saúde pública.
Palavras-Chave:algoritmo, diretriz, diagnóstico genético, doenças raras
PESQUISA DE MICROREARRANJOS ASSOCIADOS ÀS MALFORMAÇÕES
CONGÊNITAS: A EXPERIÊNCIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO SUL DO
BRASIL
Luiz Emy DORFMAN (UFRGS) - Brasil
Rafaella MERGENER (HCPA) - Brasil
Karen Regina SILVA DE SOUZA (UFRGS) - Brasil
Júlio César Loguércio Leite LOGUERCIO LEITE (HCPA?UFRGS) - Brasil
Mariluce RIEGEL (HCPA/UFRGS) - Brasil
OBJETIVOS: Esse trabalho teve como objetivos 1. Identificar regiões cromossômicas
e/ou genes candidatos relacionados à defeitos congênitos específicos e, 2. Investigar
alterações no número de cópias de sequência de DNA. MÉTODOS: Estudo
retrospectivo em amostras de recém-nascidos registrados no Programa de
Monitoramento de Defeitos Congênitos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre que
apresentam defeitos congênitos e cuja causa é desconhecida, com o emprego de
array-CGH, utilizando-se uma plataforma de oligonucleotídeos (Agilent 6x80K).
RESULTADOS: Em uma série de 32 amostras de DNA de recém-nascidos com
anomalias congênitas múltiplas foram identificadas 4 perdas e 6 ganhos de
sequências de DNA ao logo do genoma. As microdeleções foram patogênicas e
associados com o fenótipo clínico em dois casos e as microduplicações foram
classificadas como patogênicas em outros dois casos. Em duas situações, o
desequilíbrio genômico observado foi classificado como variação de significado
desconhecido. No restante das amostras as variações do número de cópias (CNVs)
foram classificadas como benignas. Em geral, o ganho de sequências envolvendo
CNVs foi mais frequente do que a perda, representando ~ 70% dos desequilíbrios.
CONCLUSÃO: Apesar de todo o desenvolvimento das técnicas moleculares, restam
ainda por ser identificados muitos genes relacionados às malformações congênitas.
Acredita-se que os dados obtidos através deste trabalho contribuam para o melhor
entendimento das anomalias do desenvolvimento e permitam uma melhor
caracterização genotípica dos indivíduos afetados por defeitos congênitos. Os
resultados obtidos nesse trabalho reforçam que a análise do genoma através de
array-CGH, é um método eficiente para identificar loci cromossômicos e / ou genes
candidatos. No entanto, o alto custo associado com os métodos de citogenética
molecular e da atual falta de habilidades técnicas e experiência profissional
necessárias para a sua aplicação são os principais desafios para os hospitais
públicos nos países em desenvolvimento como o Brasil.
Palavras-Chave:microrrearranjos, array-CGH, defeitos congênitos
PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES TEGUMENTARES EM RECÉMNASCIDOS NORMAIS
LUIZA LORENA PIRES RAMOS (UNIRIO) - BRASIL
FERNANDO R VARGAS (FIOCRUZ / UNIRIO) - BRASIL
ANNA CLÁUDIA E DOS SANTOS (UFRJ) - BRASIL
MARIA ANGELICA LIMA (INCA/HUGG) - BRASIL
AYLA LETICIA DE LARA PICININI (UNIRIO) - BRASIL
ALEXANDRE BUSSINGER LOPES (UNIRIO) - BRASIL
INTRODUÇÃO: A presença de múltiplas anomalias pequenas está fortemente
associada à presença de defeitos maiores, frequentemente ocultos. A identificação
das mesmas pode servir como indicador de morfogênese alterada. OBJETIVO:
Estimar a prevalência de alterações tegumentares em recém-nascidos (RN) normais.
MÉTODO: Foi realizado exame físico morfológico detalhado e coletada história
pessoal e familiar de RN na maternidade do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle.
RESULTADOS: 67 recém-nascidos foram examinados, dos quais 13 (19,4%)
apresentaram anomalias tegumentares. Foram identificados 6 (8,9%) RN com
mancha café-com-leite, 2 (3%) com nevo castanho, 2 (3%) com nevo azulado, 2 (3%)
com apêndice pré-auricular unilateral, 1 (1,5%) com hemangioma plano, 1 (1,5%)
com mamilo acessório e 1 (1,5%) com pápulas pediculadas em ambos os mamilos.
Apenas 2 (3%) dos RN apresentou mais de um tipo de anomalia, entretanto em 5
(7,5%) dos RN a anomalia detectada não era única. Entre os 13 RN com anomalia
tegumentar identificadas, 5 (38,5%) apresentavam história familiar positiva para as
mesmas anomalias identificadas. CONCLUSÃO: Os dados sugerem que as
alterações tegumentares apresentam alta prevalência na população normal,
sobretudo as manchas café-com-leite. Os mesmos apresentam forte correlação com a
história familiar.
Palavras-Chave:Anomalias tegumentares, dismorfologia
PROBLEMAS OROFACIAIS ASSOCIADOS À MÁ OCLUSÃO EM PESSOAS
COM SÍNDROME DE DOWN
THIAGO COMPART (UFMG) - BRASIL
KARINA BONANATO (UFMG) - BRASIL
ANA CRISTINA OLIVEIRA (UFMG) - BRASIL
ISABELA ALMEIDA PORDEUS
SAUL MARTINS PAIVA (UFMG) - BRASIL
Este estudo objetivou analisar a associação entre a prevalência de má oclusão em
pessoas com síndrome de Down (SD) e, através do instrumento proxy “Oral health in
people with Down syndrome” (OHDS), o impacto de problemas orofaciais na vida
desses indivíduos. Foi desenvolvido um estudo transversal com 81 pares de pessoas
com SD, 6 a 49 anos, e suas mães/responsáveis em oito instituições (cinco públicas e
três privadas) para pessoas especiais de Belo Horizonte-MG e outras quatro cidades
da região metropolitana. As mães/responsáveis responderam à versão brasileira do
OHDS. As pessoas com SD foram submetidas ao exame clínico bucal, nas próprias
entidades, sob luz natural, para avaliação da má oclusão (mordida aberta anterior e
mordida cruzada posterior), cárie dentária (índice CPO-D e ceo-d) e higiene bucal
(índice de placa). A classe econômica foi verificada através da escolaridade dos
responsáveis. As variáveis dependentes foram a prevalência de mordida aberta
anterior e de mordida cruzada posterior. A análise estatística foi realizada por meio
do teste Qui-Quadrado e do modelo de regressão de Poisson (p<0.10). Este estudo
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG). A maioria dos indivíduos com SD apresentou mordida
cruzada posterior (56,8%) e 38,3% apresentaram mordida aberta anterior. Não
houve associação estatística significante entre os tipos de má oclusão avaliados e o
OHDS, tanto pelo valor total como dos domínios (p>0,10). Apenas a variável ‘idade’
permaneceu no modelo multivariado. Indivíduos com idade entre 15 e 34 anos
tiveram uma chance 1,36 vezes maior de apresentarem mordida aberta anterior
(RP=1,36 [IC 90%: 1,02; 2,00]), e quase 3 vezes maior de apresentarem mordida
cruzada posterior (RP=2,85 [IC 90%: 1,51; 5,26]), quando comparado às outras
faixas etárias. Indivíduos com idade entre 35 e 49 anos tiveram chance 2,17 vezes
maior de apresentarem mordida cruzada posterior do que indivíduos de outras faixas
etárias (RP=2,17 [IC 90%: 1,12; 4,16]). A prevalência de mordida aberta anterior e
mordida cruzada posterior se mostrou estatisticamente associada à variável ‘idade’.
O instrumento OHDS não apresentou associação estatisticamente significativa com
mordida aberta anterior e com mordida cruzada posterior em pessoas com SD.
Palavras-Chave:Síndrome de Down, Odontologia, Má oclusão, Mordida aberta anterior, Mordida cruzada posterior.
REARRANJO CROMOSSÔMICO RESULTANDO EM DELEÇÃO PARCIAL
14Q11.3 E 16Q24.3 EM UMA PACIENTE COM POLIMICROGIRIA
CLARISSA GONDIM PICANÇO DE ALBUQUERQUE (FMRP-USP) - BRASIL
LUDMILA SERAFIM DE ABREU (USP) - BRASIL
LISANDRA MESQUITA BATISTA BATISTA (HCFMRP) - BRASIL
CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL
CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL
JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL
Lactente do sexo feminino foi encaminhada ao Serviço de Genética Médica por apresentar
polimicrogiria e dismorfias faciais. A paciente é filha de casal hígido, não consanguíneo. Sua
mãe possui 27 anos, G4P3A1 (aborto espontâneo de primeiro trimestre), realizou pré-natal
sem intercorrências e faz referência a dois ultrassons obstétricos normais. Nega uso de
medicações, etilismo ou tabagismo. A paciente nasceu de parto cesário eletivo, a termo, com
3050g (p50), medindo 50cm (p50), e perímetro cefálico (PC) de 34cm (p50). Evoluiu com
hipotonia, sem choro, necessitando de intubação orotraqueal e permaneceu 36 dias em CTI
neonatal. Aos 2 meses apresentava: hipotonia generalizada, comprimento de 55cm (p25), peso
de 4250g (p25), PC: 36,5cm (<p2), DIE: 7cm (p75-90), DII: 3,2cm (>p97), fontanela anterior
ampla, telecanto com epicanto invertido, dorso nasal alargado, sinofre discreta, hipoplasia
malar, filtro naso-labial apagado e longo, labio inferior evertido e micrognatia. Investigação
clínica complementar detectou cardiopatia (CIA e PCA), distúrbio de deglutição e
polimicrogiria. Solicitou-se exame citogenético de rotina que revelou na probanda o cariótipo
45,XX,der(16)t(14;16)(q11;q24),-14, enquanto seus pais apresentaram resultado normal. Para
melhor investigar as regiões subteloméricas envolvidas no rearranjo utilizou-se o MLPA
(Multiplex Ligation Probe Amplication) empregando o kit SALSA P036-E1, que investiga
alterações cromossômicas crípticas nas regiões subteloméricas de todos os cromossomos
humanos, exceto nos acrocêntricos em que as sondas referentes ao braço curto localizam-se
no início do braço longo. Os produtos de amplificação foram identificados e quantificados por
eletroforese capilar através do sequenciador ABI 3130 Genetic Analyzer (APPLIED
BIOSYSTEMS, Foster City, CA, EUA) e, em seguida, foi utilizado o software GeneMapper
versão 3.2 (APPLIED BIOSYSTEMS, Foster City, CA, EUA) para verificação dos dados brutos e
a qualidade do experimento. Dados considerados apropriados para a análise foram
normalizados através do software Coffalyser versão 8.0. Os resultados foram validados
empregando o kit MLPA SALSA P070-A2, também para regiões subteloméricas. A análise com
os kits P036-E1 e P070-A2 detectou a presença de duas deleção subteloméricas, uma na região
16q24.3 e a outra na região 14q11.3, apresentando a probanda o resultado
45,XX,mlpa”14p”subtel(P036,P070)X1,16qsubtel(P036,P070)X1. Este estudo demonstra que a
técnica de MLPA permite um diagnóstico mais preciso, sendo um método eficaz para a
triagem de deleções subteloméricas que podem estar associadas a um fenótipo clínico.
Palavras-chave: Rearranjo cromossômico, deleções subteloméricas, MLPA
Palavras-chave: Rearranjo cromossômico, deleções subteloméricas, MLPA
RELATO DE CASO DE QUERUBISMO COM HISTÓRIA FAMILIAR
SUGESTIVA DE PENETRÂNCIA REDUZIDA ENTRE AS MULHERES
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL
ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL
MARCIA ANGELICA PETER MAAHS (UFCSPA) - BRASIL
FERNANDA DIFFINI SANTA MARIA (UFCSPA) - BRASIL
THAYSE BIENERT GOETZE (UFCSPA) - BRASIL
MARILU FIEGENBAUM (UFCSPA) - BRASIL
GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL
JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
Objetivos: relatar uma paciente com querubismo com uma história familiar de
penetrância reduzida. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da
literatura. Resultados: a paciente é a segunda gemelar da primeira gestação de pais
hígidos com 33 anos (mãe) e 34 anos (pai). Havia história familiar prévia de
querubismo no bisavô materno, em 2 irmãos da avó materna, em 3 filhos destes
irmãos e em 1 neto de um destes irmãos. A mãe e a avó materna não apresentavam
história de sinais de aumento da mandíbula sugestivos de querubismo. A paciente
nasceu de parto cesáreo, com 36 semanas de gestação, pesando 2230 gramas, com
perímertro cefálico de 32 centímetros e escore de Apgar de 9 no quinto minuto. A
mãe refere ter utilizado cerca de 5 cigarros por dia durante toda a gestação. O
desenvolvimento neuropsicomotor da criança foi normal. Aproximadamente com 4
anos de idade os pais notaram o aumento da região média e inferior da face, além de
linfonodos aumentados em região cervical. No exame físico, com 6 anos e 9 meses de
idade, a menina apresentava medidas antropométricas dentro dos limites da
normalidade. Observava-se, no exame dismorfológico, fronte proeminente, epicanto
bilateral, raiz e ponte nasal alargadas, palato ogival, aumento do espaço entre o
primeiro e segundo pododáctilos, aumento da região mandibular com consistência
quase pétrea e nódulos cervicais palpáveis e de consistência endurecida. Ela negava
dificuldade para respirar ou se alimentar. O pai observou que os dentes da filha
demoraram mais para surgir e para cair. A radiografia panorâmica da face revelou a
presença de imagens radiolúcidas expansivas multiloculares bilaterais com aspecto
radiográfico compatível com querubismo. Não se vizualizaram indícios de início da
formação dos terceiros molares. Havia presença de todos os dentes e germes dos
permanentes relativos à idade da paciente. Conclusões: os achados de nosso
paciente foram compatíveis com o diagnóstico de querubismo. O querubismo é
caracterizado pelo alargamento progressivo, indolor e bilateral da mandíbula. Pode
ocorrer também o acometimento da maxila. Ele é resultante da substituição do osso
por cistos multiloculares compostos de células de estroma fibrótico e semelhantes a
osteoclastos. O alargamento é geralmente simétrico. O fenótipo varia de poucas
manifestações clínicas até o acometimento severo da mandíbula e maxila, causando
dificuldades respiratórias, visuais, de fala e de deglutição. As lesões progridem
lentamente até a puberdade, quando estabilizam e depois regridem. Com cerca de 30
anos de idade as anormalidades faciais usualmente não são mais aparentes e a
deformidade residual da mandíbula é rara. O querubismo é herdado de forma
autossômica dominante. A proporção de casos causados por mutações de novo é
desconhecida, devido à expressividade variável e a penetrância reduzida. Nosso caso
vai ao encontro aos dados da literatura, que afirma que a penetrância é próxima de
100% nos homens e de 50 a 75% nas mulheres.
Palavras-Chave:Querubismo, autossômico dominante, penetrância reduzida
RELATO DE CASO SEM DIAGNÓSTICO – ANOFTALMIA CLINICA
CONGÊNITA ASSOCIADA A OUTRAS MALFORMAÇÕES E DISMORFIAS.
Mariana DE QUEIROZ ARAÚJO GOMES (IFF/FIOCRUZ) - Brasil
MARIA AUXILIADORA MONTEIRO VILLAR
PATRICIA SANTANA CORREIA (IFF) - BRASIL
DAFNE D G HOROVITZ (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
JUAN LLERENA
NATÁLYA GONÇALVES PEREIRA (IFF) - BRASIL
Objetivo: Descrever e discutir hipóteses diagnósticas de um caso de anoftalmia
clinica congênita associada a alterações sistêmicas sem diagnóstico etiológico.
Métodos: Relato do caso de um paciente com anoftalmia clinica congênita com
anormalidades extra-oculares associadas nascido no Instituto Nacional de Saúde da
Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira/FIOCUZ no ano de 2012.
Relato do caso: Recém-nascido do sexo masculino nascido a termo pesando 3365
gramas filho de pais jovens não-consanguíneos. Sem relato de malformações na
historia familiar. Gestação sem intercorrências. Ao exame apresentava hirsutismo
principalmente em membros superiores e dorso, fontanela ampla, fronte proeminente,
sobrancelhas esparsas, telecanto, anoftalmia clinica à esquerda, microftalmia à
direita, fendas palpebrais de inclinação inferior, epicanto bilateral, microstomia,
micrognatia, palato alto, orelhas de formato anormal, pescoço curto, hipertelorismo
e hipoplasia mamilar, hipoplasia de falanges terminais com displasia ungueal,
genitália externa masculina com falo arqueado sem hipospádia, bolsa escrotal vazia
com rafe proeminente, dimple sacral. A avaliação oftalmológica mostrou agenesia de
vesícula óptica à direita, microftalmia esquerda grave, microcórnea e opacificação
de córnea. Exames complementares: Ultrassonografia transfontanela sugestiva de
disgenesia do corpo caloso, megacisterna magna. Ultrassonografia abdominal com
rim direito multicístico displásico, rim esquerdo com aumento difuso da
ecogenicidade, perda da relação corticomedular e formações císticas agrupadas no
pólo superior. Ecocardiograma normal. Broncoscopia com atresia de coana direita.
Cariótipo 46,XY. Discussão: Fenótipos oculares e sistêmicos estão associados com
vários genes que são conhecidos por causarem anoftalmia/microftalmia em humanos.
Baseado nos achados sistêmicos – anormalidades no sistema nervoso central,
orelhas displásicas e dimple sacral – foi feita hipótese diagnóstica de microftalmia
sindrômica tipo 3. Síndrome de CHARGE também foi aventada, uma vez que a
atresia de coana associada a malformações em pacientes sem alterações
cromossômicas indica uma associação fraca, não-randômica entre as malformações
e o complexo CHARGE. Conclusão: Pesquisa de mutações no gene SOX2 e CHD7
está indicada para complementar a investigação diagnóstica, permitindo um melhor
manejo do caso e aconselhamento genético adequado.
Palavras-Chave:anoftalmia clínica, CHARGE
RELATO DE CASO: CERATOCONE EM UM PACIENTE COM SÍNDROME DE
WILLIAMS-BEUREN
MELISSA MACHADO VIANA (UFMG) - BRASIL
MARIA FRASSON (UFMG) - BRASIL
LETICIA LIMA LEÃO (UFMG) - BRASIL
MARTIN STOFANKO (GENE-MG) - BRASIL
MARCOS JOSÉ BURLE DE AGUIAR (FM UFMG) - BRASIL
SÉRGIO D. J. PENA
Objetivos: A síndrome de Williams-Beuren é uma doença genética multissistêmica
causada pela deleção de 26 genes contíguos, incluindo o gene da elastina, no braço
longo do cromossomo 7 (região 7q11.23). O ceratocone, a ectasia corneana mais
comum, é uma condição complexa e suspeita-se que tenha origem genética, embora
um gene específico ainda não tenha sido identificado. Evidências de etiologia
genética incluem herança familiar, discordância entre gêmeos dizigóticos e sua
associação com doenças genéticas conhecidas, como a síndrome de Down, Amaurose
Congênita de Leber e doenças do tecido conjuntivo. Relatamos aqui um novo caso de
associação entre ceratocone e síndrome de Williams-Beuren. Metodologia: A
microdeleção em 7q11.23 foi detectada usando uma combinação de técnicas baratas
de
diagnóstico
molecular:
Microdeletion/Microduplication
Fluorescent
Quantification PCR (desenvolvida em laboratório brasileiro - GENE),
microssatélites abrangendo toda região cromossômica crítica para a síndrome de
Williams-Beuren e PCR quantitativa em Tempo Real. Conclusões: Este é o terceiro
caso de associação entre síndrome de Williams-Beuren e ceratocone. Os autores
acreditam que a região cromossômica crítica para a síndrome de Williams-Beuren
pode ser um possível alvo para futuras investigações sobre a base genética do
ceratocone, especialmente o gene LIMK1.
Palavras-Chave:Síndrome de Williams-Beuren, microdelecao, ceratocone
RELATO DE CASO: SÍNDROME DE PHELAN-MCDERMID
ROSENELLE OLIVEIRA ARAÚJO BENÍCIO (SES-DF) - BRASIL
ROMINA SOLEDAD HEREDIA GARCIA SILVA (SES-DF) - BRASIL
LUCIANA LILIAN DIAS PEREIRA
FABÍOLA SCANCETTI TAVARES (HCB/SESDF) - BRASIL
MARA SANTOS CORDOBA
CRISTINA TOUGUINHA NEVES MEDINA (SES-DF) - BRASIL
TALYTA DE MATOS CANÓ (SES/DF) - BRASIL
MARIA TERESINHA DE OLIVEIRA CARDOSO
INTRODUÇÃO. A síndrome de Phelan-McDermid ocorre quando há deleção da
região 22q13.3 e é caracterizada por atraso global do desenvolvimento com
importante retardo na aquisição da fala, comportamento autista e dismorfias
menores. OBJETIVO. Descrever os achados clínicos de paciente com o diagnóstico
de síndrome de Phelan-McDermid. METODOLOGIA: Relato de caso de paciente
atendido no serviço de Genética da SES-DF. RELATO DE CASO. O paciente foi
encaminhado ao ambulatório de Genética aos 4 anos e 6 meses de idade pela
Imunologia Pediátrica. Foi o primeiro filho de casal jovem e não consanguineo. O
casal tem uma filha hígida e teve um abortamento de 1º trimestre. Não há relatos de
intercorrências durante a gestação. Nasceu a termo, em boas condições clínicas
(escore de Apgar igual a 9 no primeiro e no quinto minuto) pesando 2650 g (entre
percentis 25 e 50), medindo 46 cm (entre percentis 10 e 25) e com perímetro cefálico
de 36 cm (entre percentis 50 e 75). Cursou com episódios de hipoglicemia no período
neonatal. Foi encaminhado aos 6 meses de vida à Neurologia Pediátrica por ainda
não apresentar sustento cefálico na ocasião. Foi submetido a ecocardiograma,
ecografia transfontanela, eletroencefalograma e potencial evocado auditivo de
tronco encefálico, todos normais. O motivo do acompanhamento pela Imunologia era
linfopenia e redução dos níveis séricos de IgM e IgG. Ao exame físico, apresentava
estatura no percentil 75, perímetro cefálico entre percentis 50 e 98; dolicocefalia,
estreitamento bitemporal, orelhas grandes e proeminentes, ponta nasal deprimida,
columela curta, dentes desalinhados, mancha hipocrômica em flanco direito,
medindo 4 x 3 cm, macroorquidia, assimetria de membros inferiores (membro
inferior direito maior do que o esquerdo), pregas palmares bem marcadas e
encurtamento de 5º quirodáctilo bilateralmente. Cariótipo de sangue periférico com
banda G evidenciou deleção da região cromossômica 22q13, estabelecendo o
diagnóstico de síndrome de Phelan-McDermid. DISCUSSÃO. As alterações
comportamentais encontradas na síndrome são hiperatividade e déficit de atenção,
déficit de linguagem e transtornos do sono. As dismorfias habitualmente descritas
são dolicocefalia, assimetria facial, prognatismo, orelhas proeminentes. Os pacientes
apresentam deficiência mental moderada a grave e podem se apresentar com
estatura e/ou velocidade de crescimento elevada. Haploinsuficiência do gene
SHANK3, localizado em 22q13.3 é considerada o possível mecanismo envolvido na
gênese das alterações cognitivas e comportamentais encontradas na síndrome.
CONCLUSÃO. A síndrome de Phelan-McDermid deve ser lembrada nos casos de
atraso de desenvolvimento neuropsicomotor, comportamento autista e importante
atraso da linguagem com crescimento pôndero-estatural normal ou acelerado.
Palavras-Chave:: deleção 22q13, cromossomopatia, deficit cognitivo
RELATO DE IRMÃOS COM A SÍNDROME DE EEC (ECTRODACTILIA –
DISPLASIA ECTODÉRMICA – FENDA LABIAL-PALATINA) SEM DEMAIS
CASOS FAMILIARES: MOSAICISMO GONADAL?
JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL
VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL
OSVALDO ARTIGALÁS (UFRGS) - BRASIL
DANIEL TURIK CHAZAN (HMIPV) - BRASIL
SILVANA PIRES
PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL
ALESSANDRA PAWELEC DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
Objetivos: relatar um paciente com a síndrome EEC (Ectrodactilia – Displasia
ectodérmica – Fenda Labial-palatina) apresentando uma história familiar não usual.
Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: o
paciente é filho de pais com 18 anos (mãe) e 39 anos (pai). Ambos eram hígidos e
não apresentavam dismorfias. Havia história prévia de dois filhos do casal com
malformações de mãos e pés semelhantes as do paciente. Eles haviam nascido por
volta do sexto mês de gestação, o primeiro natimorto e o segundo vivo; contudo, este
foi a óbito nos primeiros dias de vida devido à consequências da prematuridade. Na
história familiar não existiam outros casos de malformações similares. O paciente,
terceiro filho do casal, nasceu de parto cesáreo, com 32 semanas de gestação,
pesando 1140 gramas e com escores de Apgar de 2/4. A mãe negava história de
ameaça de aborto, uso de medicamentos ou drogas ilícitas e ingestão de bebidas
alcoólicas na gravidez. A mãe utilizou cerca de seis cigarros por dia. Após o
nascimento, a criança apresentou desconforto respiratório com necessidade de
intubação orotraqueal e ventilação mecânica. Na primeira semana evoluiu com
parada cardiorespiratória e pneumotórax hipertensivo, vindo a falecer com 1 mês e
26 dias. O exame físico, com 1 dia de vida, foi dificultado pelas condições clínicas do
paciente. Ele apresentava fenda labial bilateral e fenda palatina, micrognatia,
orelhas displásicas e baixo implantadas, pescoço curto, processo xifóide
proeminente, ectrodactilia de mãos e de pés com ausência do 2º e 3º dedos de ambas
as mãos e redução/ausência principalmente dos segundos pododáctilos. A ecografia
abdominal e o exame de cariótipo por bandas GTG foram normais. O
ecocardiograma demonstrou a presença de forame oval patente com fluxo da
esquerda para a direita. As radiografias de mãos e pés revelaram ausência de
falanges do 2º e 3º dedos das mãos, alteração do 2º metacarpiano da mão esquerda e
das falanges do 1º raio direito, além de alteração da morfologia do 2º dedo do pé
esquerdo e dos dedos do pé direito. Na avaliação neurológica, o paciente
apresentava hiperexcitabilidade, reflexo de Moro exacerbado, tônus e postura de
semiextensão de membros superiores e de flexão de membros inferiores. A ecografia
cerebral evidenciou aumento do volume dos ventrículos laterais, pequenos cistos
periventriculares à direita e múltiplas áreas císticas intraparenquimatosas
frontoparietais esquerdas, sugestivas de leucomalácea secundária a evento hipóxicoisquêmico. A avaliação oftalmológica evidenciou retinopatia em olho direito.
Conclusões: os achados de nosso paciente foram compatíveis com o diagnóstico de
síndrome EEC. Esta é uma condição rara, autossômica dominante, com múltiplas
anomalias congênitas, com variável expressão e de penetrância reduzida. O fato
interessante neste caso é o acometimento de três irmãos (todos os filhos do casal),
sem uma história de sinais da doença, mesmo menores, no restante da família.
Devido a isto, levantamos a hipótese da existência de um mosaicismo gonadal por
parte de um dos pais. Em nossa revisão da literatura, porém, não encontramos casos
indicativos de mosaicismo gonadal envolvendo pacientes com EEC.
Palavras-Chave:síndrome de EEC, ectrodactilia, displasia ectodérmica, fenda labial-palatina, mosaicismo gonadal
RELATO DE PACIENTE COM SÍNDROME DE MARSHALL-SMITH
APRESENTANDO TRIGONOCEFALIA E GLAUCOMA
VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL
GABRIELA PARIZOTTO (HMIPV) - BRASIL
ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL
OSVALDO ARTIGALÁS (UFRGS) - BRASIL
ANDRÉ LONGHI (HMIPV / SMS-PMPA) - BRASIL
PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL
SÍLVIA REGINA ROGATTO (UNESP) - BRASIL
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
Objetivos: relatar um paciente com a síndrome Marshall-Smith apresentando
achados clínicos não usuais. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão
da literatura. Resultados: o paciente é o primeiro filho de pais não consanguíneos. A
mãe apresentava 31 anos e o pai, 26 anos. Não havia descrição de casos semelhantes
na família. Nasceu de parto cesáreo, com 38 semanas de gestação, pesando 3320
gramas, medindo 55 cm, com perímetro cefálico de 39 cm e escores de Apgar de 3/4.
Após o nascimento, permaneceu por três meses na UTI neonatal devido à obstrução
respiratória alta por micrognatia/glossoptose. Ele foi submetido à traqueostomia aos
18 dias e gastrostomia, aos dois meses de vida. Apresentou episódios frequentes de
pneumonia. Identificou-se também um glaucoma congênito, sendo que a cirurgia foi
realizada com cinco meses de idade. Ao exame físico, com 2 anos de idade, ele
apresentava aspecto longilíneo, face média hipoplásica, impressão de macrocefalia
com trigonocefalia, olhos proeminentes com escleras azuladas, micrognatia, orelhas
displásicas com sobredobramento dos ramos horizontais dos hélices, hirsutismo,
tórax estreito e assimétrico, bolsa escrotal hipoplásica, criptorquidia, dedos das
mãos alongados e afilados, frouxidão ligamentar, unhas dos pés hipoplásicas e
grande fosseta sacral com cóccix proeminente. A ecocardiografia e a ecografia
abdominal foram normais. O cariótipo foi 46,XY, masculino normal. A tomografia
computadorizada de crânio com reconstrução 3D revelou sinais de fechamento
precoce da sutura metópica (trigonocefalia), além de proeminência de sulcos
corticais frontotemporais e sinais de ausência do septo pelúcido. A radiografia de
mãos e punhos mostrou aceleração do crescimento ósseo e acentuado alargamento
das falanges. Na ecografia abdominal observou-se ptose do rim esquerdo. A criança
evoluiu com atraso do desenvolvimento psicomotor (com dois anos ainda não falava
e tinha dificuldade de pegar objetos e sustentar a cabeça), além de uma única crise
convulsiva. Ele apresentou episódios recorrentes de pneumonia com necessidade de
hospitalizações. A avaliação do neurocirurgião foi de não indicar no momento a
cirurgia da trigonocefalia. Conclusões: os achados de nosso paciente foram
compatíveis com o diagnóstico de síndrome Marshall-Smith. Ela é uma condição
causada por mutações no gene NFIX, localizado no braço curto do cromossomo 19
(19p13.3). Atualmente, existem apenas cerca de 40 casos descritos na literatura.
Dentro do espectro de anormalidades observadas em indivíduos com a síndrome do
Marshall-Smith, não encontramos em nossa revisão nenhuma descrição de
fechamento precoce da sutura metópica, nem de glaucoma. Mais relatos serão
importantes para verificar se os achados observados fazem parte realmente do
espectro de anormalidades associado à síndrome.
Palavras-Chave:síndrome de Marshall-Smith, trigonocefalia, glaucoma
RELATO DE UMA MENINA APRESENTANDO APLASIA FIBULAR,
CAMPOMELIA TIBIAL E OLIGOSSINDACTILIA: SÍNDROME FATCO
VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL
MAYARA AZEVEDO ROMANO (HMIPV) - BRASIL
JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL
JANAINA BORGES POLLI (HMIPV) - BRASIL
ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
ROBERT POGUE (UCB) - BRASIL
MONICA LEON BACIL () SAMIRA HASAN MUSA (HMIPV) - BRASIL
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
Objetivo: relatar um caso de síndrome FATCO, uma condição genética bastante rara
caracterizada pela presença de aplasia fibular, campomelia tibial e oligossindactilia.
Métodos: realizou-se a descrição do caso, juntamente com uma revisão da literatura.
Resultados: a paciente é uma menina de sete meses, a segunda filha de pais não
consanguíneos. Não havia história de casos similares na família. A gestação da
criança cursou sem intercorrências. Ao nascimento evidenciou-se a presença de um
número reduzido de dedos com fusão (oligossindactilia) em mão e pé esquerdos, além
de encurvamento com encurtamento de ambas as pernas e presença de uma fosseta
na sua porção média-anterior. A avaliação radiológica complementar mostrou mão
esquerda com presença de dois metacarpos e esboço de um terceiro, além de três
falanges proximais, intermediárias e distais não correspondentes, com aparente
esboço de fusão parcial nas duas últimas; displasia acetabular; agenesia fibular
bilateral, com encurvamento anterior das tíbias, e pé esquerdo com tarso com
estrutura óssea única e presença de apenas três metatarsos e três pododáctilos. A
avaliação da região crânio/face e da coluna foi normal. Os fêmures também eram
normais. A ecografia abdominal e o cariótipo foram normais (46,XX). A criança
evoluiu com adequado desenvolvimento neuropsicomotor. Conclusões: a soma dos
achados clínicos apresentados pela paciente levaram ao diagnóstico clínico de
síndrome FATCO. Sua etiologia ainda não é conhecida; contudo, alguns relatos
sugerem um possível padrão de herança autossômico dominante. Em nossa revisão
da literatura, encontramos apenas onze casos descritos com esta condição, sendo
dois deles brasileiros.
Palavras-Chave:Aplasia fibular, campomelia tibial, oligossindactilia, síndrome FATCO
RESULTADOS PRELIMINARES DE UM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL
SOBRE DEFEITOS CONGÊNITOS
CAMILA IVE FERREIRA OLIVEIRA (UNESP) - BRASIL
VALÉRIA CRISTINA CARVALHO FERRARESE CRISTINA FERRARESE (FAMERP)
- BRASIL
FERNANDA SOUZA MONTEIRO (UNESP/IBILCE) - BRASIL
BRASILINA DE FÁTIMA MAFEI () TANIA DE FREITAS PERINAZZO (SMS) - BRASIL
AGNES CRISTINA FETT CONTE (FAMERP) - BRASIL
Anomalia ou defeito congênito (DC) inclui toda alteração funcional ou estrutural do
desenvolvimento embrionário ou do feto, decorrente de causas genéticas, ambientais
ou desconhecidas, que resultam em comprometimento físico e/ou mental do
indivíduo. Podem ser únicos ou múltiplos, de significado clínico maior ou menor.
Considerando-se os fatores etiológicos conhecidos e os de origem desconhecida, os
DC são observados em 3 a 5% dos recém-nascidos e na maioria das perdas
gestacionais. Entre os fatores de risco estão as idade materna e paterna avançadas,
consanguinidade parental, agentes disruptivos, carência nutricional, entre outros. O
objetivo deste estudo foi analisar de modo prospectivo, durante um ano, recémnascidos e natimortos com DC do município de São José do Rio Preto/SP, para
identificar os tipos de DC, incidência, etiologia e fatores de risco. Foram realizados:
avaliação física, registros fotográficos, análise de prontuários médicos, análises
cariotípica ou moleculares (nos casos indicados), além de coleta de informações
complementares com a família. Os dados foram obtidos de todos os nascimentos do
período de março de 2011 a fevereiro de 2012, com a participação de todos os
hospitais da cidade e em parceria com a Secretaria de Saúde do Município (SSM),
que autorizou o acesso a todos os dados. O estudo contou com a participação direta
de todos os neonatologistas do município. Durante o período nasceram 5.170
indivíduos, dos quais 163 apresentaram DC. Assim, a incidência foi de 3,1%
(intervalo de confiança de 95% -IC95%: 2,71-3,66). Dos 163 casos, 152 (93,2%;
IC95%: 88,3-96,2%) eram recém-nascidos e 11 (6,7%; IC95%: 3,8-11,7) natimortos.
Foram detectados diversos tipos de DC, menores e maiores, isolados e múltiplos. A
síndrome de Down foi a afecção mais comum (8,6%, IC95% IC: 5,2-13,9%), seguida
por defeitos de fechamento do tubo neural (8,0%, IC95%: 4,7-13,2%), cardiopatia
congênita isolada (7,4%, IC95%: 4,3-12,4%), anomalias do trato urinário (6.1%,
IC95%: 3,4-10.9%) e polidactilia (5.5%, IC95% 2,9-10,2%). A idade materna (6,2%,
IC95%: 3,4-11,0%), a consanguinidade parental (1,2%, IC95%: 0,3-4,4%) e a
predisposição (recorrência) familial (4,3%, IC95%: 2,1-8,6%) foram alguns fatores
de risco genético identificados. Os dados preliminares indicam uma incidência
elevada de DC na população estudada, compatível com as anteriormente relatadas,
com predomínio de causas genéticas e etiologias passíveis de prevenção. Trata-se do
primeiro estudo de base populacional, onde todas as crianças do município puderam
ser avaliadas, em função da colaboração com a SSM. O conhecimento sobre DC
pode auxiliar na elaboração de estratégias preventivas e terapêuticas e no
Aconselhamento Genético para as famílias.
Palavras-Chave:Anomalia Congênita, Amomalia Cromossômica, Alteração Cromossômica, Recém-Nascidos,
Natimortos
SIGNIFICADOS DE SAÚDE BUCAL RELATADOS POR MÃES DE
CRIANÇAS/ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN: ESTUDO
QUALITATIVO EXPLORATÓRIO
SUÉLEN ALVES TEIXEIRA (UFMG) - BRASIL
PAULA CAROLINA MENDES SANTOS (UFMG) - BRASIL
TAHYNA DUDA DEPS ALMEIDA (UFMG) - BRASIL
GABRIELA LOPES ANGELO (UFMG) - BRASIL
ANA CRISTINA OLIVEIRA (UFMG) - BRASIL
O objetivo deste estudo foi conhecer, em caráter exploratório e usando uma
abordagem qualitativa, os significados de saúde bucal relatados por mães de
crianças/adolescentes com síndrome de Down (SD). A amostra foi composta por 19
mães de crianças/adolescentes com SD que responderam um roteiro de entrevista no
Rio de janeiro. No tratamento dos dados foi utilizada a análise de conteúdo temática.
Foram trabalhados três núcleos temáticos: saúde geral, saúde bucal e influência da
saúde bucal na vida da criança/adolescente com SD. Os resultados revelaram que,
para as entrevistadas, a saúde geral e bucal abrangem particularidades ligadas
principalmente à ausência de doença, a realização das atividades do cotidiano e ao
sentimento de bem estar. As mães demonstraram uma tendência a se
responsabilizarem pela conquista ou perda da saúde do filho. Muitas entrevistadas
relataram dificuldades para cuidar da saúde bucal dos filhos, considerando a
realidade em que vivem. Os conceitos de saúde geral e bucal apresentados pelas
mães ainda estão muito associados à ausência de doença. Ficou explicita a tendência
das mães em assumir a responsabilidade pela presença ou ausência de saúde/doença
em seus filhos. Também deixaram evidente a dificuldade em zelar pela saúde dos
filhos perante a realidade de vida que possuem.
Palavras-Chave:pesquisa qualitativa, síndrome de Down, saúde bucal
SÍNDROME DE CORNÉLIA DE LANGE E A INTERVENÇÃO DA TERAPIA
OCUPACIONAL
NICOLE RUAS GUARANY (UFPEL) - BRASIL
DANIELE DORNELLES BENDER (UFPEL) - BRASIL
MARIANA DUMER BORGES () -
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Objetivos: O presente estudo tem como objetivo relatar a intervenção terapêutica
ocupacional em uma menina com Síndrome de Cornelia de Lange (SCL) atendida no
setor de Terapia Ocupacional no Núcleo de Neurodesenvolvimento da Universidade
Federal de Pelotas (UFPel), Rio Grande do Sul (RS). Métodos: A amostra do estudo
foi composta por uma menina com SCL atendida no setor de Terapia Ocupacional do
Núcleo de Neurodesenvolvimento da UFPel de novembro de 2012 a abril de 2013. Os
atendimentos eram realizados por duas alunas do Curso de Terapia Ocupacional da
UFPel, participantes do Projeto de Extensão “Núcleo de Estudos em Genética e
Reabilitação”, cada atendimento foi filmado e documentado detalhadamente.
Realizou-se anamnese com cuidador da paciente e avaliação de Terapia
Ocupacional, desenvolvida especialmente para os pacientes atendidos neste setor.
Esta avaliação compreende aspectos como capacidades motoras, cognitivas,
realização das atividades de vida diária, função social, comunicação, entre outros.
Realizou-se um total de 16 atendimentos neste período. Resultados: Paciente com 8
anos de idade, sexo feminino, natural da cidade de Pelotas-RS, diagnóstico de
Síndrome de Cornelia de Lange. Apresentou desenvolvimento motor atrasado:
sustento cefálico aos 4 meses, sentou com apoio aos 5 meses e sem apoio com 1 ano,
engatinhou com 1 ano e 2 meses, locomove-se na posição de “gato” e realiza marcha
com auxílio de andador apenas em ambiente doméstico. Realiza trocas posturais sem
dificuldades, não apresenta deformidades. Apresenta atraso cognitivo significativo,
comunica-se através de alguns gestos e expressões faciais, não apresenta linguagem
oral. Paciente apresenta sensibilidade tátil exacerbada e movimentos estereotipados
como bater de palmas. É dependente nas atividades de vida diária tais como
alimentação, autocuidado e vestuário, faz uso de fraldas. Paciente frequenta escola
especial na cidade onde reside. A intervenção terapêutica ocupacional foi composta
por atividades de estimulação sensorial, cognitiva e de linguagem. Foram propostas
atividades com diversos recursos terapêuticos como cubos com diferentes texturas,
revistas, fantoches, jogos de encaixe, bolas e brinquedos com sons. Inicialmente
paciente apresentou aversão ao toque, batia palmas durante a maior parte do
atendimento e virava-se para a parede quando eram oferecidas atividades
relacionadas aos objetivos propostos, aparentava desconexão com o ambiente. A
partir do quinto atendimento paciente começou a aceitar o toque nas mãos e partes
do corpo, a sorrir quando oferecida a atividade e a compreender o significado de
algumas sentenças e o significado de atividades básicas tais como jogar bola e
explorar os recurso oferecidos. Conclusão: O presente estudo de caso revela a
importância da intervenção terapêutica ocupacional em indivíduos com SCL,
pacientes com esse diagnóstico apresentam inúmeras alterações orgânicas que
influenciam no seu desempenho ocupacional. Através da intervenção precoce estes
indivíduos poderão apresentar melhor prognóstico, melhora das capacidades
motoras e cognitivas e consequentemente na qualidade de vida tanto do indivíduo
quanto dos cuidadores.
Palavras-Chave:Síndrome de Cornélia de Lange, Terapia Ocupacional
SÍNDROME DE KALLMANN DE DIAGNÓSTICO TARDIO: RELATO DE
CASO.
ARAÊ RIGÃO DE OLIVEIRA (UFSM) - BRASIL
MARIANA RECHIA BITENCOURT (UFSM) - BRASIL
IVANA BEATRICE MANICA DA CRUZ (UFSM) - BRASIL
ANELISE ZANINI LAUDA (UFSM) - BRASIL
MARÇAL ROUMOW (UFSM) - BRASIL
MARIELEN SCHNEIDER (UFSM) - BRASIL
TÁLIS DE OLIVEIRA SILVA (UFSM) - BRASIL
LUIZ ALBERTO FONTOURA PEREIRA FONTOURA PEREIRA (UFSM) - BRASIL
Objetivo: Descrever caso de diagnóstico tardio dessa rara patologia com revisão de
literatura e aspectos diagnósticos. Relato de Caso: Paciente 42 anos, masculino,
agricultor com queixas de dores ósseas generalizadas desde a infância. Relata nunca
ter apresentado surgimento de pelos pubianos e barba. Queixa ausência de libido e
de ereção. Refere acuidade visual diminuída, perda de memória e hiposmia
importante além de hipoacusia em ouvido direito. Ao exame físico constatou-se
ausência de pêlos corporais, presença de lábio leporino e fenda palatina corrigidos
cirurgicamente, palato ogival, agenesia dentária, hiposmia e arreflexia de pupila
esquerda. Apresentava 1,65m de altura, falo pouco desenvolvido e atrofia testicular.
Exames laboratoriais evidenciaram níveis diminuídos de testosterona total, FSH e
LH com níveis normais de prolactina e dehidroepiandrostenediona sulfatada
caracterizando hipogonadismo hipogonadotrófico (HH). Perante as características
fenotípicas e quadro laboratorial aventou-se a hipótese de Síndrome de Kallmann
(SK) e foi iniciado tratamento com durateston 250mg a cada 20 dias. Paciente
mantém acompanhamento ambulatorial com relato de melhora da libido e
desempenho sexual. Revisão de Literatura: A SK é um distúrbio genético
caracterizado por anomalia do sistema olfativo associado à hipogonadismo
hipogonadrotófico hipotalâmico. Sua prevalência é estimada entre 1:10.000 e
1:80.000 nos homens e cerca de 1:50.000 nas mulheres. Acomete preferencialmente o
sexo masculino em uma proporção aproximada de 4:1 nos casos esporádicos e de
2:1 nos casos familiares. É descrita tanto como herança autossômica recessiva (mais
rara), quanto herança autossômica dominante (mutação genes FGRF1 e NELF), bem
como herança ligada ao X (mutação gene KAL-1). Clinicamente observamos hábito
eunucóide e atraso do desenvolvimento puberal. Além do comprometimento funcional
ofaltivo (anosmia ou hiposmia), os portadores de SK freqüentemente apresentam
defeitos morfológicos, como hipotrofia ou ausência do bulbo olfatório uni ou
bilateral. Pacientes com SK também podem apresentar outras malformações, como
fenda palatina, palato ogival, agenesia renal unilateral ou bilateral (esta
incompatível com a vida), sincinesia bimanual (movimentos em espelho), perda
auditiva neurossensorial, daltonismo, pé cavo, déficit de aprendizagem, agenesia
dental e defeitos da movimentação ocular. O diagnóstico é firmado por história
clínica, fenótipo e quadro laboratorial de HH. Pode ser realizado teste de secreção
com GnRH, que pode demostrar a responsividade a esse hormônio característica da
síndrome. Tratamento visa reposição de esteróides sexuais e apoio psicológico.
Conclusão: Esta é uma síndrome incomum, necessário que especialistas conheçam o
quadro clínico da doença para que as pacientes tenham orientação e tratamento
interdisciplinar adequados e precocemente, visando melhor qualidade de vida desses
indivíduos.
Palavras-Chave:Sídrome de Kallmann, hipogonadismo hipogonadotrófico
SÍNDROME DE KLINEFELTER (49,XXXXY): RELATO DE CASO
GLÓRIA COLONNELLI (UEPA) - BRASIL
THIAGO DE ALMEIDA RODRIGUES (UEPA) - BRASIL
PEDRO IURI CASTRO DA SILVA (UEPA) - BRASIL
ANA PAULA ARAUJO GUIMARÃES (UEPA) - BRASIL
INTRODUÇÃO: A síndrome de Klinefelter resulta de uma anormalidade
cromossômica numérica, na qual se se encontra mais de um cromossomo X no
indivíduo do sexo masculino. Caracteriza-se por dismorfias faciais, hipogonadismo
hipergonadotrófico, azoospermia e hipodesenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários. O cariótipo típico desta síndrome é caracterizado por um cromossomo
X a mais (47,XXY). Entretanto, trissomias e tetrassomias do cromossomo X na
síndrome de Klinefelter também são relatadas, porém mais raramente, sendo que
quanto maior for a aneuploidia mais grave serão as características clínicas,
principalmente atraso de linguagem e deficiência intelectual. OBJETIVO: Descrever
um caso clínico de Síndrome de Klinefelter com carótipo 49,XXXXY (tetrassomia do
cromossomo X). MÉTODOS: Realizou-se exame clínico, exames laboratoriais de
rotina, exames de imagem e cariótipo, bem como análise do prontuário do paciente.
RESULTADOS: D.K.G.J., 6 anos e 9 meses, sexo masculino. Filho de pais não
consanguíneos, os quais negam casos semelhantes na família. É acompanhado por
geneticista desde os 10 meses. Nasceu a termo, sem intercorrências na gravidez e
pré-natal. Apresentou atraso no desenvolvimento neuro motor, sustentou cabeça com
6 meses, sentou com 8 meses, andou com 1 ano e 6 meses. No momento apresenta
atraso de linguagem, deficiência mental e distúrbios de comportamento como
agressividade e movimentos estereotipados. Ao exame físico apresenta hipertelorismo
ocular, epicanto, estrabismo, fendas palpebrais oblíquas para cima, raiz nasal
achatada, pescoço curto e pés planos. Apresentou déficit pôndero-estatural desde o
nascimento com idade óssea atrasada, porém, atualmente, cresce no percentil 10%25% (estatura de 113cm). Apresentava ao nascimento Persistência do Canal Arterial
de 1,8mm, com shunt sistêmico pulmonar que ocluiu espontaneamente em 2013. Ao
exame da genitália externa apresentava pênis com 2,0 cm de comprimento e
testículos não palpáveis na bolsa escrotal. Ultrassonografia (USG) de região
inguinal e bolsa escrotal demonstrou ausência de testículos em bolsa. Foi então
realizada orquidopexia direita com biópsia testicular, em 2011, com resultado
mostrando atrofia testicular com hialinização conjuntiva leve. USG de outras regiões
sem alterações. Ressonância Magnética do Crânio revela proeminências das
cavidades ventriculares laterais, focos de anormalidade de sinal esparsa pela
substância branca subcortical e corpo caloso afilado. Resultado do Carótipo:
Tetrassomia do cromossomo X (49,XXXXY). O paciente faz acompanhamento clínico
com médico geneticista, endocrinopediatra, cirurgião pediátrico, neuropediatra e
cardiopediatra, bem como realiza sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia
ocupacional para estimulação precoce. CONCLUSÕES: A criança iniciou a
investigação com 10 meses e teve seu diagnóstico confirmado por cariótipo com um
ano de idade. O diagnóstico precoce é importante, pois traz os benefícios de uma
melhor condução desses casos em relação a tratamento e segmento por vários
especialistas da área da saúde.
Palavras-Chave:Klinefelter, 49,XXXXY
SÍNDROME DE LARSEN ASSOCIADA A CIFOSE CERVICAL: RELATO DE
DOIS CASOS
FABIANO DE OLIVEIRA POSWAR (HCPA) - BRASIL
KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL
ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL
CLÁUDIA FERNANDES LOREA (HCPA) - BRASIL
TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL
Objetivos: Relatar dois casos de síndrome de Larsen associados a cifose cervical.
Relato dos casos: Paciente 1, sexo masculino, filho único de casal não consanguíneo,
nasceu por parto cesárea, com 41 semanas, pesando 3170 g, medindo 48 cm,
perímetro cefálico de 33 cm, limitação na extensão dos cotovelos e joelhos e pé torto
congênito. Evoluiu com limitação no desenvolvimento motor. Foi referido para
avaliação genética com 2 anos e 1 mês. Ao exame, notou-se nariz curto, columela
curta, narinas anterovertidas, perfil facial achatado, dimples em cotovelos, limitação
na extensão dos cotovelos, luxação de joelhos, pés tortos, pele de consistência
amolecida. Cariótipo 46, XY. Enzimas musculares estavam em níveis normais.
Ressonância Nuclear Magnética (RNM) mostrou hipoplasia da porção anterior dos
corpos vertebrais de C5, C6 e C7, com um acunhamento anterior dos mesmos e,
consequentemente, acentuada deformidade cifótica da coluna cervical com o seu
epicentro situado ao nível de C6, determinando uma importante redução na
amplitude do canal vertebral neste nível com efeito compressivo sobre a medula
havendo áreas de hipersinal em T2 no interior da mesma relacionado a mielopatia.
Paciente 2, sexo feminino, filha única de casal não consanguíneo, nasceu por parto
cesárea devido a malformação detectada na ultrassonografia (micrognatia e
membros encurtados), pesando 2755 g, com 40 cm de comprimento. Foi referida
para avaliação genética com 1 mês de vida, tendo-se notado micrognatia, raiz nasal
baixa, fenda de palato mole, membros curtos, especialmente os inferiores, pés varos,
luxação do joelho esquerdo e encurtamento da tíbia. Cariótipo 46, XX. Realizou
osteotomia de mandíbula para correção de micrognatia com 2 meses de vida. Ao
exame com 1 ano de vida, permanecia sem sustento cefálico, porém era capaz de
rolar-se e levantar os membros inferiores. RNM revelou alterações morfoestruturais
na coluna cervical, com defeito de pescoço em cisne, relacionado com alterações
congênitas das vértebras (hemivértebras). Foi encaminhada para avaliar possível
correção cirúrgica do defeito da coluna, a qual foi contraindicada no momento.
Conclusões: A síndrome de Larsen está associada a alterações na coluna espinhal,
incluindo a escoliose toracolombar e a cifose cervical. Nos pacientes relatados, a
presença de cifose cervical decorrente de alterações nos corpos das vértebras
cervicais resultou em limitação do movimento e compressão medular. Diferentes
opções terapêuticas são descritas tanto antes como após o aparecimento de
manifestações neurológicas, não existindo consenso sobre as melhores técnicas a
serem utilizadas ou o melhor momento para a correção cirúrgica. Entretanto, o
tratamento precoce é recomendado, uma vez que pode prevenir a progressão para
paralisia grave, com desfecho letal.
Palavras-Chave:Osteocondrodisplasias, Curvaturas da Coluna Vertebral, Anormalidades Craniofaciais, Compressão
da Medula Espinal
SÍNDROME DE RETT: AVALIAÇÃO DO COMPROMETIMENTO DAS
FUNÇÕES MANUAIS DE ACORDO COM A IDADE.
AYLA LETICIA DE LARA PICININI (UNIRIO) - BRASIL
ALEXANDRE BUSSINGER LOPES (UNIRIO) - BRASIL
LUIZA LORENA PIRES RAMOS (UNIRIO) - BRASIL
MARIA ANGELICA LIMA (INCA/HUGG) - BRASIL
FERNANDO R VARGAS (FIOCRUZ / UNIRIO) - BRASIL
Introdução A síndrome de Rett (SR) é uma doença caracterizada pelo progressivo
comprometimento das funções neurológicas e motoras com perda gradativa da
capacidade de locomoção e a fala, assim como o uso intencional das mãos, que é
substituído pelos movimentos estereotipados de “lavar as mãos” e bater palmas.
Mutações no gene MECP2, localizado em Xq28, estão associadas à SR. Objetivos
Analisar o fenótipo de pacientes com SR e avaliar o comprometimento das
habilidades manuais associado à idade através de escala padronizada. Método
Trata-se de estudo transversal realizado no ambulatório de genética do Hospital
Universitário Gaffrèe e Guinle. Para diagnóstico de SR, assim como a classificação
em típico e atípico, foram aplicados os critérios de Neul (Neul et al, 2010) e, para
avaliar o uso intencional de mãos, utilizou-se a escala de Downs (Downs et al,
2010). A avaliação foi realizada com 15 pacientes, divididas conforme a idade para o
propósito da avaliação: 1: idade menor ou igual à 10 anos (n=4), 2: idade maior à
10 anos e menor ou igual à 19 anos (n=6) e 3: idade superior à 19 anos (n=5). A
estatística foi realizada pelo teste de Mann-Whitney. Resultados A média de idade
das pacientes foi de 16,5 anos. Os critérios de Neul permitem classificar em SR
clássica e atípica, segundo critérios maiores e de suporte. Foram identificadas oito
(53%) pacientes com forma clássica da doença e sete (47%) com atípicas. O
percentual de formas atípicas apresentado no estudo supera a estimativa pela
literatura (25%), sendo a provável limitação o espaço amostral reduzido. As sete
pacientes são formas frustras, não apresentando na amostra as outras três formas
atípicas: congênita, de epilepsia de início precoce e de linguagem preservada. A
escala de Downs avalia a função de mãos, de forma que quanto menor a nota, mais
prejudicada é a habilidade manual. As categorias 1 e 2 apresentaram média,
respectivamente, de 5.25 e 5.34, mostrando uso de mãos parcialmente preservado;
enquanto a categoria 3 apresentou média de 1.2, demonstrando apraxia manual
grave (p-valor=0.0098). Logo, revela-se uma diferença entre as outras categorias,
podendo relacionar-se à evolução da doença. Esses resultados são compatíveis com
o que foi descrito por Downs et al. Comparando-se as habilidades manuais entre as
ordens clássica e atípica, foram obtidas as médias de 3.12 e 4.85, respectivamente
(p-valor=0.2651). Dessa forma, os grupos não aparentam divergências,
possivelmente devido à presença de somente uma forma atípica de SR na amostra e
ao tamanho reduzido desta. Conclusões O estudo ratifica o conjunto de
características da SR e demonstra um decréscimo importante na habilidade manual
conforme o avanço da idade da paciente, devendo-se, provavelmente, à progressão
dos sintomas. Embora afete todos os grupos étnicos e seja considerada uma das
principais causas de deficiências múltiplas no sexo feminino, os estudos sobre a SR
são ainda restritos no Brasil. Diante deste contexto, fica evidente a necessidade de
estudos sobre o fenótipo e de como a sintomatologia da síndrome evolui.
Palavras-Chave:Síndrome de Rett, Avaliação Funcional, MECP2
SÍNDROME DO CROMOSSOMO 18 EM ANEL – UM RELATO DE CASO.
LIVIA D'AVILA PASKULIN (UFRGS) - BRASIL
MARILUCE RIEGEL (HCPA/UFRGS) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
OBJETIVO: A Síndrome do Cromossomo 18 em Anel é uma anormalidade
citogenética bastante incomum. Para que este raro fenômeno ocorra, é necessário
que haja instabilidade nas extremidades cromossômicas, possibilitando a junção dos
braços longo e curto cromossômicos. Podem ocorrer deleções e/ou duplicações tanto
em regiões teloméricas como em regiões codificantes da cromatina, em ambos os
braços ou apenas em um deles. Assim, um indivíduo com esta patologia pode
apresentar características de deleções e/ou duplicações tanto do braço curto quanto
do braço longo do cromossomo 18. O objetivo deste relato de caso é descrever um
caso da Síndrome do Cromossomo 18 em Anel, contribuindo à escassa literatura na
caracterização desta rara síndrome. MÉTODOS: História clínica baseada em
exames clínicos e laboratoriais de uma menina de 1 ano com cariótipo 46,XX,r(18).
RESULTADOS: O caso em questão é uma menina de 1 ano e 1 mês, filha de pais
jovens não-consanguíneos. A criança foi encaminhada ao geneticista clínico por
retardo de crescimento. Ao nascimento, sua altura e peso eram abaixo do percentil
três. A história familiar é negativa para doenças genéticas, e o seu desenvolvimento
neuropsicomotor é adequado para a idade. Ecocardiograma e ecografia renal não
mostraram alterações. Ao exame físico, além do déficit de crescimento (comprimento
e peso abaixo do percentil três), a paciente apresentou perímetro cefálico de 45cm
(percentil 50), blefarofimose bilateral, apêndice pré-auricular esquerdo e pé torto. O
cariótipo em sangue periférico com bandas GTG evidenciou a presença de um anel
derivado do cromossomo 18 nas 20 metáfases analisadas de origem de novo. Através
da análise comparativa de genomas por array CGH determinou-se uma deleção na
região do braço curto do cromossomo 18, na região 18p11.32-p11.21, de
aproximadamente ~13 Mb, onde se localizam dois genes com relevância clínica:
LPIN2 (Síndrome de Majeed) e MDUFV2 (predispõe à Doença de Parkinson).
CONCLUSÃO: Segundo a literatura, pacientes com deleções do braço curto do
cromossomo 18 podem apresentar: retardo do desenvolvimento psicomotor,
holoprosencefalia, convulsões, hidrocefalia, hipertelorismo, lábio leporino e fenda
palatina, hipotonia, distonia, distúrbios visuais, ptose, infecções de ouvido,
cardiopatia, constipação crônica, hérnias abdominais, deficiência do hormônio do
crescimento, tireoideopatias e baixos níveis de IgA. No presente caso, é evidente a
presença de distúrbio de crescimento e dismorfias, e a ausência de malformações
maiores ou retardo de desenvolvimento neuromotor, sugerindo um fenótipo brando, o
qual é provavelmente devido ao pequeno tamanho da região deletada.
Palavras-Chave:46,XX,r(18); cromossomo em anel; relato de caso; síndrome do cromossomo 18 em anel.
SÍNDROME FÊMORO-FACIAL: DESCRIÇÃO DE CINCO NOVOS CASOS E
REVISÃO DA LITERATURA
ELAINE LUSTOSA MENDES (UNICAMP) - BRASIL
CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL
DENISE PONTES CAVALCANTI
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a frequência e a variabilidade fenotipica
do espectro da síndrome fêmoro-facial a partir da casuística do arquivo nosológico
do Programa de Genética Perinatal (ProGePe) da Unicamp e compará-los com os
dados de uma revisão da literatura de modo a delinear o estado da arte dessa
condição. A casuística de 20 anos do ProGePe foi levantada a partir da busca dos
casos com hipo/aplasia de fêmur no arquivo nosológico digitalizado do programa. A
revisão da literatura foi feita a partir do PubMed no período 1975-2012 e se baseou
na pesquisa da condição utilizando inclusive os seus sinônimos. No ProGePe foram
identificados cinco casos (1,46 /1000) entre 3.418 famílias atendidas no programa no
período 1993-2012. A revisão da literatura mostrou 53 casos descritos desde a
primeria publicaçao em 1975 até dezembro/2012. Os meninos foram levemente mais
acometidos que as meninas (3M/2F) e (26M/25F). Entre 40 e 50% dos casos havia
história de diabetes materno (2/5) e (20/44). Não houve relato de consanguinidade
em nehuma das amostras (local e revisão da literatura). Quanto à recorrência na
família, há dois relatos da literatura de recorrência com sugestão de herança
autossômica dominante. Entre os principais achados dismórficos que caracterizam o
padrão fenotípico destacam-se os seguintes: filtro longo (5/5) e (32/32); lábio
superior fino (5/5) e (18/18); microrretrognatia (5/5) e (36/36); fissuras palpebrais
oblíquas para cima (5/5) e (18/20); fenda palatina (3/5) e (32/34); hipoplasia
femoral (4/5) e (44/53) - sendo o acometimento preferencialmente bilateral (4/5) e
(33/44); ísquios verticalizados (4/5) e (15/15) e pés tortos (4/5) e (17/20). Agenesia
de fêmur é um achado menos frequente (1/5) e (17/53), mas que certamente pode
fazer parte do fenótipo. No entanto, as variações observadas respectivamente nas
frequências para os achados hipoplasia e agenesia de fíbula (1/5) - (17/24) e (2/5) (5/24) podem indicar seja variações no tamanho das amostras seja uma
sobreposição desta síndrome com o fenótipo FFU (fêmur-fíbula-ulna). Concluindo, a
presente revisão mostra que, embora essa síndrome seja associada a um fenótipo
característico, a variabilidade fenotípica existe, tornando às vezes difícil o
diagnóstico diferencial com o fenótipo FFU. A importante associação com diabetes
materno bem como o relato de alguns poucos casos familiares com transmissão
vertical sugere tratar-se de condição de origem complexa.
Palavras-Chave:síndrome fêmoro-facial; variabilidade fenotípica; revisão literária
SÍNDROME ÓCULO-FACIO-CARDIO-DENTAL: RELATO DA PRIMEIRA
PACIENTE BRASILEIRA E REVISÃO DA LITERATURA
RODRIGO AMBROSIO FOCK (UNIFESP) - BRASIL
ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL
Introdução: A síndrome óculo-facio-cardio-dental (OFCD), também conhecida como
microftalmia sindrômica tipo 2 (OMIM: 300166), é uma condição rara e que se
caracteriza por microftalmia, catarata congênita, dismorfias faciais, cardiopatia
congênita e alterações de dentição. Apresenta herança dominante ligada ao X, letal
no sexo masculino, sendo o gene BCOR localizado no Xp11.4 o responsável pelas
condições clínicas. Até a presente data 83 pacientes foram descritos, com a presença
de 38 mutações, e nenhum caso relatado no Brasil. Objetivo: Relatar o primeiro caso
brasileiro de OFCD e realizar revisão da literatura. Relato de Caso: Relatamos o
caso de uma paciente, sexo feminino, 10 anos de idade, que veio ao Centro de
Genética Médica Prof. Dr. Décio Brunoni, na Unifesp, para investigação diagnóstica
devido a quadro ortopédico e alteração ocular. A paciente é a terceira filha de pais
não são consanguíneos, mãe de 58 anos falecida devido a causas externas, sem
história familiar relevante. Após gestação sem intercorrências, a paciente nasceu à
termo de parto cesárea, adequada para idade gestacional. Ao nascimento foi
identificada cardiopatia congênita (CIA) que foi corrigida aos 2 anos de vida, refluxo
vesico-ureteral grau IV e catarata congênita, e episódio de hipoglicemia.
Desenvolvimento neuro-pscio-motor adequado, atualmente no quinto ano, com
desempenho escolar regular. Ao exame físico tem estatura de 1,53 cm (percentil 97),
peso de 49 Kg (percentril 75) e perímetro cefálico de 52 cm (percentil 50). Ao exame
dismorfológico, apresenta implantação anômala dos dentes com diastema, palato
alto, blefarofimose, ânus anteriorizado e cifoescoliose . O cáriótipo com banda G
não evidenciou alterações cromossômicas estruturais ou numéricas. Ressonância
magnética de crânio com persistência do cavum do septo pelúcido, pequeno cisto
occipital e globo ocular com morfologia ovalada. Discussão: A paciente apresenta
características clínicas compatíveis às descritas na síndrome OFCD, entre as quais a
catarata congênita, CIA, alterações dentárias, anus anteriorizado e alterações
cerebrais. OFCD foi descrita pela primeira vez como uma provável síndrome em
1993, onde Wilkie et al. descreveram a condição em uma mãe e sua filha, e em 1996,
Gorlin et al, concluíram que a síndrome era caracterizada por (1) alterações
oculares (ex.: catarata congênita, microftalmia, glaucoma), (2) fáscies típica (ex.:
alongada, nariz bífido, microtia), (3) cardiopatia congênica (ex.: CIV, CIA, defeito de
valva mitral) e (4) alterações dentárias (ex.: radiculomegalia, oligodontia, decídua
atrasada e alterações de formato dos dentes), além de sugerir uma herança
dominante ligada ao X. Posteriormente, em 2004, o gene BCOR foi identificado
como o causador do fenótipo, podendo ocorrer tanto mutação de ponto como
microdeleção envolvendo o gene. Todos os casos descritos até o momento são de
mulheres afetadas, e o fato de perda gestacional de primeiro trimestre em mulheres
afetadas, associado com a ausência de homens afetados, sugere letalidade no sexo
masculino . Conclusão: A síndrome OFCD é um diagnóstico diferencial nos casos de
síndromes com microftalmia, assim como aquelas com alterações dentárias, que,
embora raro, deve ser considerada devido as suas características clínicas típicas.
Palavras-Chave:Síndrome oculo-facio-cardio-dental; Microftalmia sindrômica tipo 2; OFCD
SÍNDROME OCULOECTORDERMAL – EXPANSÃO DO FENÓTIPO E
POSSÍVEL HERANÇA LIGADA AO X
ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL
GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL
CECÍLIA AQUINO SEQUEIRA (HUPE-UERJ) - BRASIL
RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL
Objetivo: relatar uma criança com a associação de aplasia cutis e dermoide
epibulbar (síndrome oculoectodermal), associado a esclerocornea. Metodologia:
relato de caso. Resultados: MRCS, 11 meses idade, masculino, pardo, natural e
procedente do Rio de Janeiro/RJ. Referido ao Serviço de Genética por aplasia cutis e
dermoide epibulbar. É o segundo filho de casal jovem, não consanguíneo. Mãe 30
anos e apresenta aplasia cutis sem anormalidade oftalmológica. Pai 35 anos. Um
irmão saudável, atualmente 09 anos de idade. Gestação sem intercorrências, com
assistência Pré-Natal completa. Nasceu de parto normal, no termo, sem asfixia.
Desenvolvimento neuropsicomento normal para a idade atual. Exame morfológico:
apasia cutis confênita em couro cabeludo, dermoide epibulbar e esclerocornea.
Ecocardiograma e USG-TF normais. Discussão: A associação de dermoide
epibulbar e aplasia cutis é denominada síndrome oculoectodermal (OMIM 600268) e
somente 15 casos foram relatados na literatura, sugerindo padrão de herança
autossômico dominanante, sem dados para afasta a herança autossômica recessiva.
A síndrome Oculoectodermal foi relatada inicialmente em crianças do sexo
masculino com aplasia cutis congênita, dermoide epibulbar e hiperpigmentação
cutânea. Os relatos subseqüentes descrevem outros achados além da aplasia cutis e
do dermoide epibulbar como granuloma de células gigantes e fibromas não
ossificante, estrabismo, macrocefalia, distrofia de bexiga e epispadia, granuloma de
células gigantes da mandíbula. Não há relatos em associação com com
esclerocornea. Considerações Finais: considerado que a mãe apresenta apenas
aplasia cutis, os autores sugerem um padrão de herança AD com expressão vairável.
Entretanto, em consequência da menor expressividade na mãe, não podemos afastar
a possiblidade de herança ligada ao X.
Palavras-Chave:síndrome oculoectodermal, aplasia cutis, dermoide epibulbar.
SÍNDROME OROFACIODIGITAL TIPO II (SÍNDROME DE MOHR): RELATO
DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
EDUARDO PERRONE (UNIFESP) - BRASIL
SÍLVIA BRAGAGNOLO (UNIFESP) - BRASIL
RODRIGO AMBROSIO FOCK (UNIFESP) - BRASIL
THEOHARIS EFCARPIDIS SFAKIANAKIS (UNIFESP) - BRASIL
MIRLENE PINHO CERNACH (UNIFESP) - BRASIL
MARIA DE FÁTIMA F. SOARES () ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL
Introdução: A primeira descrição da Síndrome Orofaciodigital (SOFD) foi feita por
Mohr em 1941. O fenótipo é caracterizado por alterações orais (fenda labial,
pseudofenda, frênulos orais hiperplásicos, língua bífida), associado à dismorfias
faciais (assimetria facial, hipoplasia malar,microgantia,hipertelorismo ocular,
milium sebáceo) e digitais (poli e sindactilia, duplicação de háluces, braquidactilia e
clinodactilia). Alterações específicas têm permitido subclassificar a síndrome em 13
tipos atualmente, com base nos achados clínicos, uma vez que há a definição dos
genes causadores apenas para alguns subtipos. A SOFD tipo II ou Síndrome de Mohr
(OMIM: 252100) ainda não apresenta sua etiologia gênica definida. Até o momento
aproximadamente 30 casos do SOFD tipo II foram relatados. Objetivo e Método:
Descrever um caso de Síndrome Orofaciodigital tipo II em recém-nascido avaliado
em UTI neonatal do Hospital São Paulo (Unifesp). Descrição de Caso: Segundo filho
de casal não consangüíneo, sexo masculino, mãe com um aborto prévio; apresentou
diagnóstico pré-natal de malformação de Arnold Chiari tipo II e cariótipo, através
de cordocentese com 22 semanas: 46, XY. Nasceu de parto cesariana, pré-termo (36
sem 4/7), apresentando ao exame morfológico: macrocefalia importante (PC = 44
cm), raquisquise evidente, orelhas de baixa implantação, hipertelorismo ocular,
fenda palpebral oblíqua ascendente, lábio superior fino, micrognatia, presença de
nódulo em língua, polidactilia pós-axial na mão esquerda e duplicação incompleta
do 4º dedo da mão esquerda com sindactilia, pé torto congênito bilateral, duplicação
de háluces bilateralmente e polidactilia pós-axial no pé esquerdo. No período
neonatal foi submetido à correção de raquisquise e derivação ventrículo-peritoneal;
durante sua internação na UTI apresentou também episódios de apnéia obstrutiva e
dificuldade de ganho pondero-estatural, necessitando de gastrostomia, apresentando
critério de alta com seis meses de vida. Exames complementares: FO: normal;
Ecocardiograma: normal; US abdômen: normal; RNM crânio com acentuada
dilatação do sistema ventricular supratentorial, disgenesia de corpo caloso e
colpocefalia; radiografias mostram alterações em dígitos observadas ao exame
físico. Resultados e discussão: Os achados clínicos associados a um cariótipo
normal sugerem o diagnóstico de SOFD. O caso apresenta alguns aspectos
peculiares, como o defeito de fechamento de tubo neural (DFTN) e a hidrocefalia, o
que permite pensar no subtipo II ou Síndrome de Mohr, em que as malformações do
sistema nervoso são mais comuns. A presença do padrão bilateral das alterações de
dígitos também é mais comum na SOFD tipo II. Um subtipo diferencial seria a SOFD
tipo XII (caso descrito com DFTN), porém só há um relato de caso da mesma, sendo
questionada a sua existência como entidade do grupo ou como uma nova síndrome.
Conclusão: A descrição deste caso permite a possibilidade de ampliação do espectro
fenotípico e melhor conhecimento da síndrome
Palavras-Chave:Orofaciodigital; Mohr; duplicação de háluces; hidrocefalia; micrognatia.
SÍNDROME TRICORINOFALANGEANA TIPO II: RELATO DE DOIS CASOS E
REVISÃO DA LITERATURA
THAMY PELATIERI CANELOI (EPM-UNIFESP) - BRASIL
MARCO ANTONIO CURIATI (UNIFESP) - BRASIL
MARIA DE FÁTIMA DE FARIA SOARES (UNIFESP) - BRASIL
VERA AYRES MELONI (UNIFESP) - BRASIL
MARIA ISABEL MELARAGNO (UNIFESP) - BRASIL
ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL
INTRODUÇÃO: A síndrome tricorinofalangeana tipo II ou síndrome de LangerGiedion (SLG, OMIM 150230) é uma síndrome de genes contíguos causada por uma
deleção em hemizigose do cromossomo 8q23.3-q24.11 e apresenta cerca de 50 casos
descritos. Embora o tamanho da deleção possa variar, geralmente envolve a perda
funcional de cópias dos genes EXT1 (OMIM 608177) e TRPS1 (OMIM 604386). A
SLG apresenta características clínicas de duas doenças distintas, ambas com
herança autossômica dominante: a síndrome de exostoses múltiplas hereditária
(OMIM 133700) causada por mutações ou deleções no gene EXT1 e a síndrome
tricorinofalangeana tipo I (OMIM 190350) causada por haploinsuficiência do gene
TRPS1. As síndromes tricorinofalangeana tipo I e tipo II apresentam dismorfias
craniofaciais e anomalias esqueléticas como epífises das falanges em forma de cone
e baixa estatura. A variabilidade de seu fenótipo dependerá do tamanho da deleção
que ocorrer no cromossomo e dos genes envolvidos. OBJETIVO: Relatar dois casos
de síndrome tricorinofalangeana tipo II com fenótipo variável. RELATO DOS
CASOS: Caso 1: Sexo feminino, 8 anos, cabelos finos e esparsos, sobrancelhas
grossas, orelhas proeminentes, nariz bulboso, filtro longo, lábio superior fino, palato
alto, unhas hipoplásicas e pele redundante. O estudo radiológico do esqueleto
revelou hipoaeração das células da mastoide, afunilamento superior do tórax,
cifoescoliose, vértebra de transição lombo sacral, epífises falangeanas hiperdensas e
em forma de cone, múltiplas exostoses, diminuição da densidade óssea e atraso na
idade óssea. Acompanhada neste serviço desde os 2 anos de idade, apresentou
luxação congênita de quadril, RDNPM, convulsões e acidose metabólica desde os 3
meses de idade. Atualmente cursa 3ª série do ensino fundamental com dificuldades,
peso de 14,8kg (
Palavras-Chave:dismorfologia; microdeleção; síndrome tricorinofalangeana; síndrome de Langer-Giedion.
TRISSOMIA PARCIAL 4P: RELATO DE CASO.
THIAGO DE ALMEIDA RODRIGUES (UEPA) - BRASIL
SIMONE HARU SAWAKI DE MELO E SILVA (UEPA) - BRASIL
ANA PAULA ARAUJO GUIMARÃES (UEPA) - BRASIL
GLÓRIA COLONNELLI (UEPA) - BRASIL
INTRODUÇÃO: Os indivíduos com trissomia parcial do braço curto do cromossomo
4 podem apresentar, com maior frequência, as seguintes características clínicas:
microcefalia, hipertonia, prega epicântica, ponte nasal larga e achatada,
malformação de orelhas, atraso de crescimento, atraso no desenvolvimento neuro
motor e mental, deficiência auditiva, cardiopatia congênita, convulsão,
malformações do trato urinário e ausência de corpo caloso. OBJETIVO: Descrever
um caso clínico de trissomia parcial 4p. MÉTODOS: Realizou-se exame clínico,
exames laboratoriais de rotina, exames de imagem e cariótipo, bem como análise do
prontuário do paciente. RESULTADOS: E.V.F.S., 3 anos e 6 meses, sexo masculino.
Filho de pais não consanguíneos, os quais negam casos semelhantes na família. Pai
relata que a primeira filha de sua 1ª união veio a óbito com 9 meses apresentando
cardiopatia congênita e episódios de convulsão. É acompanhado no ambulatório de
genética desde os 6 meses. Nasceu a termo, parto cesariano, pré-natal sem
intercorrências, Pequeno para Idade Gestacional (2.390g). Após o nascimento, foi
internado com quadro de pneumonia e sepse. Apresentava na 1ª consulta hipertonia,
convulsões e evoluiu com atraso no desenvolvimento neuro motor e deficiência
mental. Ao exame físico apresenta face triangular assimétrica, hemiface esquerda
maior que a direita, ptose da pálpebra direita, implantação baixa dos cabelos na
fronte, orelhas com implantação baixa. A Ressonância Magnética do Crânio mostrou
agenesia completa de corpo caloso. Raios-X dos pés mostraram deformidade de
modelagem osteoarticular bilateral. Cariótipo: 46,XY, dic (4;21) (q11;p11.1),
apresenta um cromossomo dicentrico formado pelo braço longo do cromossomo 21 e
braço curto do cromossomo 4, resultando em trissomia parcial do cromossomo 4p. O
propósito apresenta os sinais clínicos descritos nessa síndrome e o cariótipo que
confirma essa anomalia cromossômica estrutural. CONCLUSÕES: A criança foi
diagnosticada e vem fazendo segmento clínico desde os 6 meses com médico
geneticista, neuropediatra, gastropediatra, fsioterapia, fonoaudiologia e terapia
ocupacional, o que resultou em melhora no desenvolvimento neuro motor e mental.
Palavras-Chave:Trissomia parcial 4p, trissomia 4p
4. EDUCAÇÃO EM GENÉTICA
“QUAL SERÁ FUTURO DO MEU FILHO?” ASSISTÊNCIA AOS PAIS DE
CRIANÇAS ATENDIDAS PELO SERVIÇO DE GENÉTICA MÉDICA DO
AMBULATÓRIO ARAÚJO LIMA, MANAUS
NAIARA PORTUGAL DIAS BICALHO (UFAM) - BRASIL
AGUINALDO JOSÉ MENDES DE SOUSA FILHO (UFAM) - BRASIL
PAULO ROBERTO HOLANDA (UFAM) - BRASIL
CAMILA PRAXEDES CAMPOS BORGES (UFAM) - BRASIL
ANA LOHANNA DAMASCENO RABELO (UFAM) - BRASIL
VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL
MARIA CLAUDIA GROSS (UFAM) - BRASIL
O atendimento de genética médica do Ambulatório Araújo Lima (AAL), vinculado à
Universidade Federal do Amazonas, efetua em média 50 consultas por mês. Estes
pacientes são encaminhados por médicos de diversas especialidades e procedentes
de várias cidades do estado do Amazonas, Brasil. Contudo, este direcionamento ao
serviço de genética médica gera muitas dúvidas e aflições nos pacientes e seus
acompanhantes, uma vez que grande parte chega ao ambulatório sem muitas
informações sobre a condição real que os levaram a este serviço. O presente
trabalho objetiva relatar as principais dúvidas, demandas e desejos desses pais e
responsáveis por crianças com síndromes atendidas pelo serviço de genética médica
do AAL usando a óptica de acadêmicos de medicina participantes do projeto de
extensão “Padrões de herdabilidade de doenças genéticas de pacientes no
Ambulatório Araújo Lima: uma visão multidisciplinar”. O contato com os pais deuse no corredor de espera em que responsáveis e crianças aguardavam pelo
atendimento e estes foram convidados a adentrar em uma sala reservada. Neste
ambiente, enquanto as crianças entretinham-se com papéis para desenhar e pintar,
os pais tomaram conhecimento do projeto e iniciou-se uma conversa que teve como
focos principais identificar o conhecimento dos presentes em relação à Genética;
verificar o caminho que percorreram até conseguirem o atendimento naquele serviço,
além de sanar as principais dúvidas dos acompanhantes. O grupo foi formado por
cinco responsáveis, oito crianças e 07 acadêmicos de medicina. Além de mães, o
único outro parentesco presente foi uma tia que acompanhava três sobrinhos. A
idade dos pacientes variou de 8 meses a 13 anos e apenas dois diagnósticos já
estavam concluídos: síndrome de down e artrogripose. Facilmente se percebeu a
diferença de comportamento entre as mães que iriam para a primeira consulta com a
especialista e as mães de retorno: estas estavam muito mais calmas, embora também
não tenham demonstrado compreender a condição genética de seus filhos. Todas se
queixaram de terem estado com muitos médicos antes de serem encaminhadas àquele
atendimento, o que foi especialmente penoso pela baixa condição financeira,
moradia distante e demora nos atendimentos. Quanto à participação dos pais das
crianças, revelaram serem compreensivos e protetores, embora não costumassem
acompanhar nas consultas. Algumas disseram sofrer com o preconceito em relação
aos filhos, tanto na escola e vizinhança quanto na própria família e relataram a uma
necessidade urgente de conhecerem a patologia para poderem esclarecer àqueles
que, por falta de conhecimento e preconceito, se referiam às crianças
pejorativamente. As principais dúvidas citadas se referiram à culpa pela condição do
filho, as quais puderam ser sanadas nesta conversa com os acadêmicos de Medicina,
que elucidaram os aspectos genéticos e a probabilidade de recorrência da condição
na família, usando um ambiente informal e metodologias alternativas para explicar
as diferentes doenças, o que facilitou o trabalho do médico durante o
aconselhamento genético, uma vez que os termos básicos da genética passaram a ser
compreendidos previamente. Assim, a informação revela-se como uma estratégia
para melhor aceitação e tranquilidade de todos em relação à criança portadora de
síndrome genética.
Palavras-Chave:Genética Médica; Serviços em Genética; Serviços Ambulatoriais de Saúde; Aconselhamento Genético;
Estudantes de Medicina
A LIGA DE GENÉTICA MÉDICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
(LIGEM)
MARIA DENISE FERNANDES CARVALHO (UECEAPAEUNICHRISTUS) - BRASIL
ARTHUR LIMEIRA LIMA LEITE
PEDRO BARBOSA OLIVEIRA (UECE) - BRASIL
IGOR FARIAS DE ARAÚJO (UECE) - BRASIL
HENRIQUE GIRÃO MARTINS () SÍLVIA HELENA LEOPOLDINA CÂNDIDO DOS SANTOS (UECE) - BRASIL
MATHEUS PIMENTEL SOMBRA
CAMILA SAMPAIO AMORIM
JEAN CARLOS SOUZA MACHADO DOS SANTOS CARLOS MACHADO (UECE) BRASIL
KRISHNAMURTI DE MORAIS CARVALHO () A Liga Acadêmica de Genética Médica (LIGEM) do curso de Medicina da
Universidade Estadual do Ceará (UECE), fundada pela professora Maria Denise
Fernandes Carvalho e grupo discente em dezembro de 2011, trabalha sobre os três
eixos acadêmicos principais: ensino, pesquisa e extensão. A LIGEM tem como
objetivos principais: promover o conhecimento da Genética Médica em todos os
níveis de saúde, aperfeiçoar a formação dos estudantes de medicina na área da
Genética Médica, disseminar conhecimento no meio acadêmico e nas comunidades
do Ceará. Métodos: promoção de cursos de atualização em Genética Médica para
estudantes e profissionais de saúde, orientação científica de alunos e pósgraduandos, programas de extensão na comunidade. Tudo isso com a finalidade de
capacitar os alunos e profissionais de saúde a solucionarem os problemas
relacionados às doenças genéticas em geral, tanto no âmbito da genética clínica (que
engloba as mais diversas doenças: fibrose cística, câncer ou diabetes) como também
nas habilidades laboratoriais, utilizando como base os princípios fundamentais do
Sistema Único de Saúde (SUS). Destaca-se, por exemplo, a importância da genética
médica na Medicina da Família e Comunidade, já que as doenças genéticas
geralmente afetam mais de um indivíduo na mesma família. Resultados: A LIGEM
possui projetos de pesquisa: “Células-tronco de cordão umbilical para aplicação em
transplantes hepáticos e tratamento da dor neuropática”, além de realizar atividades
como extrações de DNA de células da mucosa oral e de células sanguíneas, Reação
em Cadeia de Polimerase (PCR) e eletroforese de ácidos nucléicos e proteínas em
laboratório da UECE e salas de aula. Em maio/junho de 2012, a LIGEM realizou um
curso de 40 horas Teórico-Prático de Genética Médica, em que foram apresentados
diversos temas importantes relacionados à genética aplicada à medicina, como:
estrutura e funcionamento dos genes e cromossomos, células-tronco, principais
síndromes genéticas, além da discussão de casos clínicos e em abril de 2013
Simpósio de atualização em Mucopolissacaridoses (MPS). A LIGEM conta ainda
com estágios em diversos locais, como: o próprio Laboratório de Genética Médica
da UECE, a APAE-Fortaleza (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), as
emergências do Instituto José Frota (IJF) e do Hospital Geral de Fortaleza (HGF),
através da ECEM (Escola Cearense de Emergências Médicas), o serviço de Genética
Médica do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas da Universidade de São
Paulo (USP). Além disso, existem ainda projetos de estágios em Hospitais parceiros,
como o Hospital Infantil Albert Sabin, o Centro Dermatológico Dona Libânia
(Projeto Genodermatoses) e o Hospital Geral César Cals. Conclusão: A criação de
uma liga com enfoque na genética médica é de extrema importância, pois cada vez
mais se percebe que a genética está relacionada a todas as doenças e especialidades
médicas. Simples heredogramas podem facilitar o diagnóstico de doenças complexas,
as Terapias de Reposição Enzimática (TREs) e a pesquisa clínica em Terapia Gênica
têm aberto perspectivas de tratamento e curas para as mais diversas doenças na
medicina. Os nossos resultados sugerem a importância de ligas na área de genética
em todos os cursos de Medicina.
Palavras-Chave:Liga de Genética, Medicina, LIGEM
A REDE DE AUXÍLIO DIAGNÓSTICO DO PROJETO COSMO-B: AVALIAÇÃO
DO PRIMEIRO ANO EM AÇÃO
CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL
SHEILA UNGER
LUISA BONAFÉ
ANDREA SUPERTI-FURGA (UNIL) - SUÍÇA
DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL
As osteocondrodisplasias (OCD) compreendem um grupo de doenças extremamente
heterogêneo que requer avaliação especializada, sobretudo na interpretação dos
achados clínico-radiológicos. No contexto nacional, uma vez que o acesso à
assistência médica especializada não está disponível a muitos pacientes com OCD, o
diagnóstico das mesmas é negligenciado ou realizado de forma incorreta em muitas
ocasiões.
O
CoSMO-B
(Congenital
Skeletal
Malformations
and
Osteochondrodysplasias in Brazil) é um projeto colaborativo, resultado de uma
parceria entre médicos do Brasil e da Suiça com experiência em OCD. Dentre as
atividades do projeto criou-se, em fevereiro/2012, uma rede on line
[https://groups.google.com/forum/?fromgroups=#!forum/cosmo-b] para consulta
diagnóstica, cujos resultados dessa atividade constituem os objetivos desta
apresentação. A rede está atualmente constituída por 43 membros sendo seis
colaboradores do grupo coordenador brasileiro, seis do grupo coordenador suíço e
31 participantes. Este último grupo encontra-se representado por 24 médicos
geneticistas, dois radiologistas, dois endocrinologistas, um clínico geral e dois
biólogos. Os membros participantes estão distribuídos nas cinco regiões do país,
totalizando 12 Estados, além de dois participantes do Chile. À rede as consultas de
casos clínicos são dirigidas através do endereço [email protected] e
discutidas on line. As informações (dados clínicos e iconográficos) de cada caso são
armazenadas em um banco dados junto à coordenação brasileira e periodicamente
revisados de modo a se identificar presença ou ausência de hipótese diagnóstica final
e a possibilidade da confirmação diagnóstica por exame molecular. Até o momento
foram registrados 50 casos. Em três (6%) casos não havia hipótese inicial e o
diagnóstico foi realizado a partir da discussão do caso, enquanto que para os casos
com hipótese diagnóstica inicial e final, elas foram concordantes em 22 (44%)
ocasiões e discordantes em sete (14%), totalizando dessa forma 32 (64%) casos com
diagnóstico final. Em 12 (24%) casos não foi possível aventar uma hipótese após a
discussão. Em seis (12%) casos o diagnóstico final ainda não foi estabelecido, uma
vez que a investigação encontra-se em andamento. Dentre os diagnósticos realizados,
além de OCD reconhecidas mais facilmente, foram identificadas condições raras
como omodisplasia e SEMD-JL tipo Beighton. Na apresentação será mostrada a lista
completa dos diagnósticos bem como dos genes estudados ou sob estudo até o
momento. Concluindo, avaliamos que a presente rede tem-se mostrado um recurso
importante tanto para corroborar diagnósticos, como para ratificar hipóteses
diagnósticas e contribuir para o aconselhamento genético de pacientes e de
familiares. Além da questão assistencial, a rede tem propiciado a capacitação dos
integrantes do grupo no campo das OCD, tem ampliado o conhecimento sobre as
mesmas no cenário nacional e tem gerado resultados de interesse científico, servindo
dessa forma como uma estratégia efetiva e promissora para diagnóstico das OCD no
Brasil. Financiamento: CNPq 590148/2011-7; BJRP 0112-10
Palavras-Chave:osteocondrodisplasias, rede de auxílio diagnóstico, projeto CoSMO-B
AMPLIANDO CONHECIMENTOS SOBRE MUCOPOLISSACARIDOSES
(MPS) NO SERTÃO NORDESTINO: A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO
FERRAMENTA NO PROCESSO DE SENSIBILIZAÇÃO SOBRE A DOENÇA E
A APRESENTAÇÃO DE UMA PROPOSTA DE LINHA DE CUIDADO
COMTEMPLANDO DO DIAGNÓSTICO PRECOCE À ASSISTÊNCIA
INTEGRAL MULTIPROFISSIONAL PARA EQUIPES DE “ESTRATÉGIAS DE
SAÚDE DA FAMÍLIA” NO RIO GRANDE DO NORTE.
JUSSARA MELO DE CERQUEIRA MAIA (HOSPED - UFRN) - BRASIL
TELMA DE FÁTIMA VITALIANO DA SILVA VERAS (HOSPED/UFRN) - BRASIL
LUCIANA CARLA BARBOSA DE OLIVEIRA
MARIA CLARA DE ARAÚJO SILVA
AS ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) CONSTITUEM UMA POLÍTICA
DE ACESSO A INFORMAÇÕES SOBRE O ESTADO DE SAÚDE DAS FAMÍLIAS E
IMPORTANTE FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE, CAPAZ DE
TRANSFORMAR O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA DE UMA POPULAÇÃO. O
CONTATO DIRETO COM OS NÚCLEOS FAMILIARES PERMITE A SUSPEITA
DIAGNÓSTICA PRECOCE DE MUITOS AGRAVOS À SAÚDE, NA DEPENDÊNCIA
DA CAPACITAÇÃO DA EQUIPE. AS MUCOPOLISSACARIDOSES, DO GRUPO
DE DOENÇAS DE DEPÓSITO LISOSSOMAL, PODEM TER SEU DIAGNOSTICO
PRECOCE SUSPEITADO A PARTIR DO RECONHECIMENTO DAS
MANISFESTAÇÕES CLÍNICAS POR PROFISSIONAIS DA EQUIPE. OBJETIVOS:
VISANDO A MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES COM O
INÍCIO PRECOCE DO TRATAMENTO INTEGRAL MULTIPROFISSIONAL,
INCLUINDO A TERAPIA DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA, O HOSPITAL DE
PEDIATRIA HERIBERTO FERREIRA BEZERRA, DA UFRN – DE REFÊNCIA NO
ESTADO, ELABOROU UM PROJETO DE EXTENSÃO BUSCANDO A
CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE ESF EM CIDADES-POLO
DO RIO GRANDE DO NORTE. MÉTODOS: SENSIBILIZAÇÃO DOS GESTORES
LOCAIS, ELABORAÇÃO DE CRONOGRAMA E REALIZAÇÃO DE PALESTRAS
MULTIPROFISSIONAIS. RESULTADOS: O 1º SIMPÓSIO FOI REALIZADO NA
CIDADE DE MOSSORÓ, NA REGIÃO OESTE DO ESTADO, COM PALESTRAS
MULTIPROFISSIONAIS E A PARTICIPAÇÃO DE CERCA DE 300 PROFISSIONAIS
DE ESF E DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. NA SEQUÊNCIA, OUTROS
EVENTOS ESTÃO PROGRAMADOS, CONTEMPLANDO AS DEMAIS REGIÕES
DO ESTADO. CONCLUSÕES: A EXPERIÊNCIA EXITOSA MOTIVOU A EQUIPE A
INSERIR OUTRAS DOENÇAS GENÉTICAS NO REFERIDO PROJETO.
Palavras-Chave:ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA; EDUCAÇÃO EM SAÚDE; MUCOPOLISSACARIDOSES
ANÁLISE DAS AVALIAÇÕES GENÉTICO-CLÍNICAS REALIZADAS EM
PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO SUS
ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL
KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL
KARYN REGINA JORDÃO KOLADICZ (HCPA) - BRASIL
CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL
CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL
JÚLIO CÉSAR LOGUÉRCIO LEITE LOGUERCIO LEITE (HCPA?UFRGS) BRASIL
TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
OSVALDO ARTIGALÁS (UFRGS) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Introdução: O atendimento em Genética Clínica inclui consultas ambulatoriais e
avaliações de pacientes internados, estas últimas geralmente realizadas sob a forma
de
consultorias.
Devido
à
maior
disponibilização
de
recursos
diagnósticos/terapêuticos, acreditamos que o número e o tipo de pacientes avaliados
por médicos geneticistas, em Hospitais Universitários brasileiros, estejam em
ascensão. Objetivo: Caracterizar as consultorias solicitadas ao Serviço de Genética
Médica (SGM) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre no período de março de 2012
a março de 2013 (período 1), e comparar os dados obtidos com aqueles de período
anterior (período 2; março de 1996 a fevereiro de 2005). Material e Métodos: Os
dados foram obtidos por meio da revisão do registro de consultorias do SGM no
período de março de 2012 a março de 2013. As seguintes variáveis foram
analisadas: freqüência de solicitação de consultoria, serviço requisitante e motivo da
consultoria. Os motivos foram classificados de acordo com as áreas da Genética
Clínica que lhe deram origem. Resultados: Foram solicitadas 335 consultorias no
período 1, sendo 43,5% originárias da Pediatria; 36,4% da Neonatologia; 10,2% da
Medicina Interna; 3,4% da Psiquiatria; 2,8% da Ginecologia; 2,7% da Cirurgia e
1% da Emergência. A média mensal de consultorias foi de 25,7. Os motivos de
solicitação, conforme a divisão das áreas de atenção do SGM, foram: metabólicas
em 40,9% dos casos, dismorfológicas em 39,4%, oncogenéticas em 7,7%, associadas
á Fibrose Cística em 5,3%, neurogenéticas em 5% e relacionadas a diagnóstico prénatal em 4,1%. No período 2, foram solicitadas 2034 consultorias para o SGM
(Pediatria: 44,6%, Neonatologia: 40,6%, Medicina Interna: 7,8%, Psiquiatria:
4,3%, Cirurgia: 1,1% e Emergência 1,1%). A média mensal de consultorias foi 20,1.
As consultorias naquele período foram solicitadas por alterações dismorfológicas em
50,7% dos casos, metabólicas em 31,6%, neurogenéticas em 13,9% e oncogenéticas
em 2,0%. Discussão/Conclusões: Como era esperado, a maioria das consultorias
solicitadas ao SGM envolveu pacientes pediátricos e com suspeita de síndrome
metabólica ou dismórfica. Destaca-se, também, um aumento do número de
consultorias na área de Oncogenética. Ocorreu aumento gradativo do número de
consultorias durante o período analisado, achados que refletem a crescente
importância da Genética Clínica no Brasil e a sua maior divulgação entre outras
especialidades médicas.
Palavras-Chave:avaliação genético-clínico; consultoria
ANÁLISE DO ENSINO DE GENÉTICA E GENÔMICA EM CURSOS DE
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NO BRASIL
LUÍS CARLOS LOPES JÚNIOR
EMILIANA DE OMENA BOMFIM (USP) - BRASIL
VICTOR EVANGELISTA DE FARIA FERRAZ (FMRP-USP) - BRASIL
MILENA FLÓRIA-SANTOS (EERP/USP) - BRASIL
Após a conclusão do Projeto Genoma Humano, uma quantidade imensurável de
conhecimentos genômicos surgiu e, atualmente, se torna essencial sua integração à
prática profissional de enfermeiros. Esses conhecimentos vêm transformando o
modelo de atenção à saúde, com implicações para a enfermagem e repercussões no
ensino, na assistência e na pesquisa. Embora já seja reconhecida a importância da
genética e da genômica na educação de enfermeiros, levantamentos realizados em
diversos países mostram que esses conteúdos ainda são limitados nos cursos de
graduação desses profissionais, sendo desconhecida a situação nas escolas de
enfermagem do Brasil. Objetivos: identificar as oportunidades existentes de
educação em genética e genômica, oferecidas por cursos brasileiros que graduam
enfermeiros. Métodos: Trata-se de pesquisa exploratória, tipo survey, com
delineamento transversal e abordagem quantitativa, realizada no período de
fevereiro de 2011 a novembro de 2012. A amostra de conveniência compreendeu 311
Instituições de Ensino Superior cadastradas junto ao Ministério da Educação. Após
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, os dados foram coletados por meio de
questionário eletrônico, com questões sobre: a instituição, o docente, o ensino de
genética e/ou de genômica e as “Competências Essenciais de Enfermagem e
Diretrizes Curriculares para Genética e Genômica”. Esse instrumento foi validado
por meio da Técnica Delphi, seguido por estudo-piloto. Os dados foram
armazenados no SurveyMonkey (ferramenta de questionário online), exportados
diretamente para planilhas do Microsoft Excel e analisados por meio de estatística
descritiva. Resultados: Responderam ao questionário 138 coordenadores de cursos
de enfermagem (44,4%) e 49 docentes de genética (61,2%). A disciplina de genética
está presente na maioria dos cursos investigados (67,3%), sendo obrigatória em
81,6% destes, com carga horária média de 36hs. É ministrada, principalmente, por
biólogos (77,6%), mestres (83,7%) e doutores (63,3%) nessa área. Seu enfoque
principal tem sido em conteúdos de biologia molecular e de genética básica. A
estratégia de ensino-aprendizagem mais utilizada na disciplina é a de aulas teóricas
(81,6%), com avaliação somativa (57,1%). Quanto às “Competências Essenciais”, a
maioria dos coordenadores e docentes de genética concordou com as seguintes: “O
enfermeiro facilita ao cliente a referência a serviços de genética e genômica
especializados, quando necessário.” (63,8%; 71,5%); e “O enfermeiro identifica
clientes que possam se beneficiar de informações e/ou serviços de genéticas e
genômica, com base nos dados coletados.” (58%;73,4%), respectivamente.
Conclusões: Esses dados demonstram que esses profissionais parecem ter ainda uma
visão um tanto conservadora sobre o ensino de genética/genômica para enfermagem.
Os resultados desse estudo têm potencial para oferecer subsídios a reflexões sobre o
preparo da força de trabalho em enfermagem na era genômica, em consonância com
o Sistema Único de Saúde brasileiro. Vislumbra-se que essa pesquisa poderá
contribuir com o estabelecimento de diretrizes que possam ser úteis na elaboração
dos currículos de graduação e pós-graduação de enfermeiros, bem como no
planejamento de atividades de educação permanente, no Brasil e em outros países de
língua portuguesa. Dessa forma, estudantes e profissionais de enfermagem poderão
alcançar as competências essenciais no cuidado em saúde baseado em genômica.
Palavras-Chave:Genética. Genômica. Ensino. Educação em Enfermagem. Currículo.
ATENÇÃO ÀS DOENÇAS GENÉTICAS E MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS
NO HUPE/UERJ – AVANÇOS E DESAFIOS DE UM PROJETO
AMBULATORIAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA.
RAFAELA PEGAS
RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL
ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL
GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL
CLÁUDIO BAPTISTA SCHMIDT (LABORATÓRIO DLE ) - BRASIL
TATIANA SILVA CHAVES SILVA CHAVES (UERJ) - BRASIL
MARCELO COELHO RAMOS (HUPE/UERJ) - BRASIL
ELENICE BASTOS () CATIA CRISTINA MACHADO GASPARONI DE LEMOS (HUPE/UERJ) - BRASIL
MARCIA GOMES PEREIRA FERNANDES GOMES (UERJ ?) - BRASIL
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) encontra-se no rol restrito das
universidades brasileiras a oferecer atividades de assistência, docência e pesquisa
na área da Genética Médica, numa rede informal. O cadastramento destas atividades
num projeto de extensão universitária vem permitindo desenvolver com a
participação de alunos do curso médico, atividades práticas e teóricas, além da
produção de serviços para a comunidade como assistência genético clinica
(consultas,exames citogenéticos e aconselhamento genético) e atividade educativa
acerca da prevenção da síndrome alcoólica fetal, dentre outros. Objetivamos
apresentar dados clínicos, epidemiológicos e citogenéticos de um grupo de pacientes
atendidos no ambulatório de Genética Médica do Departamento de Pediatria da
Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da UERJ, exposição de material informativo
desenvolvido pelos alunos acerca da prevenção da síndrome alcoólica fetal e relatar
as dificuldades enfrentadas na condução do trabalho.Trata-se de estudo descritivo,
restropectivo, analisando-se levantamento das consultas realizadas no período de
abril de 2010 a outubro de 2010 e maio de 2011 a maio de 2012 e dos estudos
citogenéticos no período de agosto de 2009 a agosto de 2012. A partir da utilização
de instrumento específico foram analisadas e determinadas as frequências das
seguintes variáveis:número de consultas realizadas, origem do encaminhamento de
1ª consulta, sexo, faixa etária e diagnósticos estabelecidos. Foram realizadas 480
consultas (158 consultas de 1ª vez e 322 de seguimento a 364 pacientes oriundos da
comunidade hospitalar em sua maioria (129/158). Dados acerca do sexo do paciente
foi obtido em 110/158 dos casos, com maior prevalência do sexo masculino (65 M e
45 do sexo feminino) e encaminhamento tardio dos pacientes considerando a faixa
etária. Laudos citogenéticos conclusivos foram ofertados a 254 pacientes. O
estabelecimento dos diagnósticos (119/364), excluindo-se os casos de retardo mental
isolado ou associado a malformações congênitas(76/364), permitiu ofertar o
aconselhamento genético familiar e o manejo clínico adequado. A participação
extracurricular dos alunos no Ambulatório de Genética médica tem permitido a
familiarização precoce com a problemática das doenças genéticas/ malformações
congênitas e conhecimento do perfil da clientela. Restrição do número fixo de
profissionais na especialidade,das metodologias diagnósticas, do espaço físico e do
tempo disponibilizado pela grade do curso de medicina ao aluno para a participação
no projeto são fatores limitadores do aprimoramento e expansão da atividade. Tornase premente a necessidade de oficialização das atividades e expansão do número de
geneticistas clínicos a nível de programa universitário.
Palavras-Chave:doenças geneticas, malformacoes congênitas, atividade extracurricular
CAPACITAÇÃO DAS EQUIPES ASSISTENCIAIS PARA A ABORDAGEM
RESPIRATÓRIA AOS PACIENTES COM MUCOPOLISSACARIDOSES
LEONARDO AUGUSTO FOGAÇA TAVARES (HIJPII/FHEMIG) - BRASIL
JOSÉ SEMIONATO FILHO
Introdução: Organizar um Programa para atender pacientes com
mucopolissacaridoses (MPS) não é simples. Em 2007, foi implantado em Belo
Horizonte, pela FHEMIG, um programa de MPS (PMPS) no Hospital Infantil João
Paulo II (HIJPII), com presta assistência multidisciplinar para pacientes com MPS
dentro do Sistema Nacional de Saúde (SUS) a nível ambulatorial e domiciliar.
Objetivo: descrever os resultados principais do PMPS do HIJPII/FHEMIG. Pacientes
e Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo. observacional. Dados coletados entre
2007-2012. Incluídos todos pacientes do PMPS. Resultados: 25 pacientes do PMPS
(5 MPS I, 4 MPS II, 1 MPS III-A, 1 MPS III-B, 14 MPS VI). Seguimento médio: 4,5
anos. Utilizam suporte ventilatório domiciliar (SVD): 16. Mortes: 1 paciente em
SVD. 8 realizam manobras com ambú + tosse assistida, 4 realizam condicionamento
físico aeróbico, 10 realizam exercícios de reabilitação pulmonar domiciliar. Mediana
internações/ano/paciente: 2 infecções respiratórias. 2 traqueostomizados. Usuários
de oxigênio domiciliar: 3 antes e 0 pós-PMPS. Apnéia do sono obstrutiva e central
não diagnosticada, antes-PMPS: 25, pós-MPSP: 12 com a tratamento via SVD.
Acompanhamento multidisciplinar: antes PMPS: 5. Todos os cuidadores foram
treinados para exercícios domiciliares e ações durante insuficiência
cardiorespiratória aguda. É realizado monitoramento periódico domiciliar via
webcam dos pacientes do interior de MG e com agendamento prévio de avaliações
no HIJPII. Há disponibilização via Sistema Único de Saúde (SUS) de equipamentos
como ventiladores mecânicos e seus aparatos para os pacientes com MPS em todo o
Estado de MG, inclusive em áreas rurais e povoados. Conclusão: Com a instalação
do PMPS, houve um salto qualitativo no acompanhamento de pacientes com MPS. É
possível realizar um acompanhamento e monitoramento multidisciplinar adequado
(mesmo que a distância) para pacientes com MPS, mesmo em um país em
desenvolvimento de forma eficaz.
Palavras-Chave:Capcitação, Mucopolissacaridose, Monitoramento
COMPETÊNCIAS EM GENÉTICA DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS, SÃO PAULO.
DÉBORA GUSMÃO MELO (UFSCAR) - BRASIL
PAMELA KAREN DE PAULA PAULA (UFSCAR) - BRASIL
RODRIGO VICTOR VIANA TOMAZ (UFSCAR) - BRASIL
STEPHANIA DE ARAÚJO RODRIGUES (UFSCAR) - BRASIL
No Brasil, a identificação e o acompanhamento de indivíduos e famílias com
anomalias congênitas e doenças genéticas devem ser feitos na Atenção Primária à
Saúde (APS), em consonância com a Política Nacional de Atenção Integral em
Genética Clínica no SUS. Para isso, os profissionais da APS precisam estar
qualificados em relação à genética. Em 2007, a “National Coalition for Health
Professional Education in Genetics” (NCHPEG) estabeleceu as “Competências
essenciais em genética para profissionais da saúde”, sintetizando os conhecimentos,
as habilidades e as atitudes necessários para que os avanços da genética sejam
transladados adequadamente para assistência à saúde. O objetivo desse estudo foi
analisar as competências em genética de profissionais da APS do município de São
Carlos, São Paulo. Trata-se de estudo descritivo, no qual enfermeiros, dentistas e
médicos participaram respondendo a um questionário elaborado com base nas
competências essenciais estabelecidas pelo NCHPEG. Participaram da pesquisa 16
médicos, 07 dentistas e 13 enfermeiros, totalizando 36 profissionais, o que
corresponde a cerca de 20% de todos os profissionais que atuam na APS no
município. A maior parte dos participantes (75%) era egressa de escolas públicas,
55,6% era do sexo feminino e a média de tempo desde a formatura foi de 19 anos.
Em relação aos conhecimentos investigados, cerca de 80% dos participantes
reconheceram a terminologia básica usada em genética, mas, de modo geral, os
profissionais revelaram dificuldades para identificar padrões de herança: quando
confrontados com um heredograma, apenas 27,8% reconheceram corretamente o
mecanismo de transmissão autossômico dominante. Aproximadamente 70% do
profissionais recomendaram a ingestão de ácido fólico para prevenção de defeitos
congênitos e todos relataram orientar sobre hábitos e vícios que podem influenciar
no desenvolvimento fetal. A talidomida foi reconhecida como teratogênica por 92% e
o álcool por 89% dos profissionais; mas apenas cerca de 50% reconheceram a
isotretinoína e 44% o hidantal, como problemáticos. Quanto às habilidades, a maior
parte dos profissionais foi capaz de reconhecer dismorfias faciais e encaminhar um
paciente com suspeita de doença genética para avaliação especializada. Apesar
disso, houve dificuldades para valorizar e reunir informações sobre a história
genética de uma família: numa situação de risco para câncer de mama familiar,
27,8% dos participantes se limitaram a perguntar sobre casos na família somente de
câncer de mama, ignorando outros cânceres; numa outra situação de atendimento a
paciente com síndrome de Down, 58,3% dos profissionais relataram não colher
história familiar e não registrar o heredograma. Do ponto de vista atitudinal, 69,4%
do participantes mostraram um perfil que pensa na integralidade do cuidado,
considerando o contexto socioeducacional do paciente e da sua família na hora de
transmitir informações. Porém, 16,7% dos profissionais concordaram em atender
uma criança com suspeita clínica de síndrome de Down, sem dividir a dúvida
diagnóstica com a mãe; e 11,1% foram prescritivos, orientando mulheres com mais
de 40 anos a não engravidarem. Esses resultados podem contribuir para o
desenvolvimento de um programa eficiente de educação continuada dos profissionais
da APS e colaborar para inclusão da genética médica no SUS.
Palavras-Chave:Competência clínica; educação baseada em competências; genética médica; atenção primária à
saúde.
JUBILEU DE OURO DO DEPARTAMENTO DE GENÉTICA MÉDICA DA
UNICAMP
CARLOS EDUARDO STEINER (UNICAMP) - BRASIL
ANDRÉA TREVAS MACIEL-GUERRA (UNICAMP) - BRASIL
ANTONIA PAULA MARQUES-DE-FARIA (UNICAMP) - BRASIL
CARMEN SILVIA BERTUZZO (UNICAMP) - BRASIL
CLÁUDIA VIANNA MAURER-MORELLI (UNICAMP) - BRASIL
DENISE PONTES CAVALCANTI () LUIS ALBERTO MAGNA (UNICAMP) - BRASIL
VERA LUCIA GIL-DA-SILVA-LOPES (UNICAMP) - BRASIL
ÍSCIA LOPES CENDES (UNICAMP) - BRASIL
Objetivos: Apresentar a atuação do Departamento de Genética Médica (DGM) da
Unicamp no desenvolvimento dessa especialidade no Brasil ao longo de seus 50 anos
de existência. Métodos: Revisão histórica e da estrutura clínica, acadêmica e
administrativa do DGM/Unicamp, com ênfase nos dados do Serviço de Genética
Clínica. Resultados: O DGM/Unicamp foi fundado em 1963 pelo Prof. Dr. Bernardo
Beiguelman, sendo o primeiro do seu tipo no Brasil. Em 1969 teve início o Serviço de
Genética Clínica, eixo central dos serviços de saúde em genética à população da
região de Campinas, SP. Avaliação diagnóstica, manejo terapêutico e
aconselhamento genético são oferecidos a uma população de mais de 4,4 milhões de
habitantes residentes em 101 municípios de três regionais de saúde do estado de São
Paulo. Atualmente cerca de 400 consultas de casos novos e mais de 2.000 consultas
de retorno são conduzidas a cada ano nos 16 ambulatórios de subespecialidade que
compreendem o serviço, totalizando cerca de 20.000 pacientes, casais e famílias
atendidos nesse período. Além do acolhimento clínico, o DGM/Unicamp fornece
bases para a educação de alunos de quatro cursos de graduação na área da saúde.
Mais de uma centena de dissertações de mestrado e teses de doutorado e de pósdoutorado foram originadas de suas linhas de pesquisa oferecidas em quatro
programas de pós-graduação. Conta com programa de residência médica em
Genética Médica desde 1988, tendo formado diversos profissionais inseridos no
mercado de trabalho brasileiro, além de residência biomédica nas áreas de
citogenética humana e genética molecular humana. Participa de estudos
colaborativos nacionais e internacionais, com destaque ao ECLAMC, Projeto
Crânio-Face Brasil e Redes EIM e MPS Brasil. No que se refere à sociedade civil e
de órgão de classe e às políticas de saúde pública, o DGM/Unicamp coordenou a
diretoria da Sociedade Brasileira de Genética Médica no biênio 2000-2002, tendo
sucessiva representação no grupo de trabalho para elaboração da Política Nacional
de Atenção Integral em Genética Clínica e na Comissão de Acesso e Uso do Genoma
Humana no Ministério da Saúde brasileiro. Conclusões: Ao longo de seus 50 anos de
atuação, o Departamento de Genética Médica da Unicamp contribuiu para o
desenvolvimento da Genética Médica e Clínica no cenário nacional e internacional
através de assistência clínica, da formação de recursos humanos nos níveis de
graduação, pós-graduação e residência médica e biomédica, do desenvolvimento
científico e da luta pela inserção da genética médica no sistema público de saúde no
Brasil.
Palavras-Chave:genética médica; genética clínica; educação médica; saúde pública
PADRÕES DE HERDABILIDADE DE DOENÇAS GENÉTICAS DE
PACIENTES NO AMBULATÓRIO ARAÚJO LIMA: UMA VISÃO
MULTIDISCIPLINAR
CAMILA PRAXEDES CAMPOS BORGES (UFAM) - BRASIL
RENAN GABRIEL GOMES JÚNIOR (INPA) - BRASIL
NAIARA PORTUGAL DIAS BICALHO (UFAM) - BRASIL
ANA LOHANNA DAMASCENO RABELO (UFAM) - BRASIL
VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL
MARIA CLAUDIA GROSS (UFAM) - BRASIL
Um projeto de extensão tem como objetivo envolver o aluno da graduação com a
comunidade em que ele está inserido. Sendo assim, o projeto Padrões de
herdabilidade de doenças genéticas de pacientes no Ambulatório Araújo Lima: uma
visão multidisciplinar teve como objetivo promover a aproximação de acadêmicos de
Medicina da Universidade Federal do Amazonas - UFAM a outros profissionais que
atuam na área de genética, tais como biólogos, enfermeiros, médicos e pósgraduandos, promovendo a interação dos mesmos com a comunidade e com a
prática clínica e laboratorial. O projeto teve três grandes linhas de atuação. Na
primeira foram promovidas reuniões científicas, as quais foram divididas em temas,
tais como aconselhamento genético, cromossomopatias, síndrome alcoólica fetal e
pré-natal eficaz. Durante estas reuniões os participantes do projeto estudaram,
discutiram, apresentaram artigos científicos e desenvolveram estratégias para
desmistificar os temas, criando alternativas para que os mesmos fossem acessíveis à
população e elaborando panfletos com explicações e instruções de prevenção,
controle e tratamento de alguns problemas genéticos que acompanham a prática
médica diária. A segunda ação foi promovida na sala de espera das consultas de
aconselhamento genético promovidas no Ambulatório Araújo Lima, do Hospital
Universitário Getúlio Vargas, com intuito de diminuir o incômodo causado pela
espera das consultas e a agitação dos pacientes. Nesta ação os acadêmicos
conversavam com as famílias de maneira informal e as mesmas expunham seus
problemas, suas inseguranças e suas dúvidas sobre condição genética que as
levaram a buscar auxílio médico. Neste ambiente informal eram repassadas
informações sobre o que é o aconselhamento genético e os padrões de herdabilidade
de diversas doenças genéticas, sempre utilizando metodologias alternativas para
facilitar o entendimento e isso possibilitou que as consultas que foram conduzidas em
seguida fossem mais tranquilas, sendo evidente uma melhoria da relação médicopaciente. Na terceira ação os acadêmicos partiram para a prática da genética
médica, acompanhando as consultas, o que envolveu investigação diagnóstica,
análise de exames laboratoriais e aconselhamento genético. Casos que as vezes são
negligenciados pelos profissionais da atenção básica foram vistos e a abordagem era
discutida pela médica com os acadêmicos. Portanto, as atividades realizadas em
conjunto com professores, alunos, médicos, biólogos e principalmente com a
comunidade mostraram-se efetivas e eficazes, tanto para o melhor atendimento
dessas famílias, como para a melhor formação dos futuros profissionais, que serão
mão de obra não especializada em genética humana, mas, principalmente,
capacitada para prestar um serviço de qualidade à atenção primaria à saúde
brasileira.
Palavras-Chave:genética médica, extensão, medicina
PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA “VIVENDO COM TRÊS 21”.
ALISSON CORDEIRO MOREIRA (FMJ) - BRASIL
ITALO CORDEIRO MOREIRA (ESTÁCIO-FMJ) - BRASIL
ANDERSON PONTES ARRUDA (FMJ) - BRASIL
ERLANE MARQUES RIBEIRO (FMJ) - BRASIL
Objetivos: Com a melhoria nos meios de comunicação e com o consequente acesso a
informação, a Síndrome de Down (SD) vem deixando de ser desconhecida dos leigos.
Contudo, o preconceito e determinados preceitos ainda são um tabu para a
sociedade. Para amenizar esses últimos foi criado o projeto Vivendo com Três 21,
composto por alunos de medicina da Estácio FMJ e coordenados por professores da
disciplina de Genética Médica da instituição, afim de dar assistência aos portadores
de SD, familiares e conscientizando a sociedade. Em suma, descaracterizar a SD
com doença incapacitante frente à sociedade, difundir informação e promover saúde
para pacientes e familiares. Metodologia: O projeto atua promovendo orientação
continuada aos pais e amigos de portadores de SD, através de reuniões semanais e
distribuição de folders. O projeto atua em ações sociais panfletando, expondo nossas
atividades e o significado dessa dismorfologia para a população. Também é feito
acompanhamento clínico dos portadores de SD na clínica da APAE de Juazeiro do
Norte, sendo solicitados exames de rotina e encaminhamentos a especialistas quando
necessário. Resultados: As reuniões e as orientações têm elucidado dúvidas e
auxiliado na melhoria de vida dos pacientes com SD, assim com a assistência clínica
é bem recebida. Foram 24 atendimentos no período entre 02 de março e 19 de
outubro de 2012, uma vez que é gratuito, continuo e humanizado. Os relatos
positivos dos pais dão respaldo a isso. Conclusão: O projeto tem sido bem aceito
tanto pelos pais e amigos dos pacientes quanto pelos profissionais de saúde, e graças
a essa iniciativa podemos prevenir, acompanhar e diagnosticar complicações comuns
da SD. Há um esforço continuo de melhorar os horizontes do projeto focando a
inclusão social e ampliando o alcance do projeto sobre a sociedade através de
workshops, seminários, palestras em escolas e congressos.
Palavras-Chave:Síndrome de Down. Assistência. Conscientização. Saúde Comunitária. Dismorfologia. Educação em
genética.
SÍNDROME DE DOWN: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E
CITOGENÉTICOS DOS PACIENTES ATENDIDOS NO SETOR DE GENÉTICA
MÉDICA DA UFAL.
REINALDO LUNA DE OMENA FILHO (UNCISAL) - BRASIL
RICARDO FERREIRA DE LIRA (UFAL) - BRASIL
WESLEY TORRES DE ARAUJO (UFAL) - BRASIL
DIEGO LISBOA ARAÚJO () LUÍS HENRIQUE ALVES SALVADOR FILHO (UFAL) - BRASIL
CARLOS GUILHERME GAELZER PORCIUNCULA (UFAL) - BRASIL
OBJETIVOS: Analisar o perfil epidemiológico e citogenético dos pacientes com
Síndrome de Down (SD) atendidos no Setor de Genética Médica (SGM) da
Universidade Federal de Alagoas (UFAL), de 1984 a 2012. MÉTODOS: Trata-se de
um estudo retrospectivo onde foram revisados 240 prontuários de pacientes com SD
desde o início do funcionamento do SGM da UFAL em 1984 até 2012. O estudo foi
realizado de outubro de 2012 a abril de 2013. Foram incluídos no estudo, pacientes
com diagnóstico de SD firmado por avaliação clínica e/ou citogenética. Foram
analisadas variáveis como sexo, idade e a avaliação citogenética baseada no exame
de cariótipo desses pacientes. Os dados foram compilados e analisados pelo software
Microsoft Excel 2010 e realizado o teste do qui quadrado. RESULTADOS: Durante o
período analisado, foram atendidos 240 pacientes com SD. Destes, 101 são do sexo
feminino (42%) e 139 do sexo masculino (58%), com idade atual variando de 0 a 43
anos, e média de idade de 12 anos. Em 12 pacientes (5%) não havia informação
sobre data de nascimento, sendo excluídos da análise. A faixa etária dos lactentes (0
a 2 anos) é composta por 40 pacientes (17,5%); pré-escolares (3 a 5 anos) compõem
57 pacientes (25%) e na faixa etária dos escolares (6 a 10 anos) estão 24 pacientes
(10,5%); 56 pacientes têm entre 11 a 20 anos (24,5%) e 51 pacientes são maiores de
21 anos (22%). Quanto à avaliação citogenética, 44 pacientes (20,8%) possuem
descritos os resultados de cariótipo no prontuário, dos quais 38 (86,4%) obtiveram
como alteração a trissomia livre do cromossomo 21; 3 pacientes possuem trissomia
por translocação (6,8%); 2 paciente são mosaicos (4,5%) e 1 paciente é portador do
pseudo-isocromossomo dicêntrico (2,3%). CONCLUSÕES: O SGM da UFAL dispõe
de um serviço de genética clínica no Hospital Universitário Professor Alberto
Antunes (HUPAA) desde 2004. Em 2006, este serviço passou a dispor de um
ambulatório específico para SD, onde são realizadas consultas para diagnóstico e
aconselhamento genético. Em 2010, surgiu o Laboratório de Citogenética da
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas que fornece os cariótipos
para os pacientes do HUPAA. Observamos em nosso estudo uma proporção com
predomínio de pacientes do sexo masculino, significativo estatisticamente, quando
comparado com a proporção sexual da literatura científica (1:1). Mesmo que não
haja predomínio de sexo na SD, a hipótese é de que sociedades latino-americanas
possuem maior cuidado com a saúde de filhos do sexo masculino. Quanto à faixa
etária, observamos maior predomínio de pacientes em idade pré-escolar, seguidos de
pacientes entre 11 e 22 anos, pois, inicialmente, o ambulatório para SD surgiu para o
atendimento de pacientes com idade escolar. Quanto à análise citogenética, foi
verificado que também é estatisticamente relevante. A alta porcentagem de
translocações obtida pode ser justificada pela amostra reduzida (44 cariótipos).
Palavras-Chave:Síndrome de Down; cariótipo; idade; sexo.
5. ERROS INATOS DO METABOLISMO
A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AS CRIANÇAS
COM MUCOPOLISSACARIDOSE
CATIA CRISTINA MACHADO GASPARONI DE LEMOS (HUPE/UERJ) - BRASIL
LEANDRO DIAS
CECÍLIA AQUINO SEQUEIRA (HUPE-UERJ) - BRASIL
GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL
ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL
RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL
RENATA MACIEL
Objetivos:O objetivo deste estudo foi obter a Sistematização da Assistência de
Enfermagem a criança com MPS em terapia de reposição enzimática (TRE).
Objetivos específicos: -Identificar fatores relacionados e/ou de risco e as
características definidoras presentes nas crianças com MPS em TRE assistidas no
cenário; -Listar os diagnósticos de enfermagem (DE) que se aplicam aos fatores
relacionados e/ou de risco e as características definidoras presentes nos sujeitos;Discutir os DE correlacionando com a fisiopatologia das MPS;-Apresentar as
intervenções de enfermagem. Métodos: Estudo de campo descritivo exploratório com
abordagem qualitativa dos dados, desenvolvido no Hospital Universitário Pedro
Ernesto, em crianças com mucopolissacaridose tipo II e VI, em TRE. Utilizou-se a
taxonomia II de NANDA (2009-2011) para a obtenção da listagem dos diagnósticos
de enfermagem que se aplicam aos fatores relacionados e/ou de risco e as
características definidoras presentes nos sujeitos. Utilizou-se a taxonomia de NIC
para apresentar as intervenções de enfermagem aos diagnósticos obtidos.
Resultados: Foram identificados sete diagnósticos de Enfermagem segundo a
taxonomia de Nanda II e relatadas suas características definidoras e fatores
relacionados/risco. Todos os diagnósticos encontrados além de se relacionarem com
a fisiopatologia da doença, foram confirmados e reafirmados no Histórico de
Enfermagem preenchido no ato da internação do paciente. Após a avaliação dos
diagnósticos encontrados percebeu-se que muitos estão interligados do ponto de
vista funcional e fisiopatológico. Diagnósticos obtidos: Dentição Prejudicada,
Deglutição Prejudicada, Risco de Aspiração, Intolerância a Atividade, Mobilidade
Física Prejudicada, Padrão Respiratório Ineficaz, Atraso no Crescimento e
Desenvolvimento. As intervenções de enfermagem se caracterizaram por
sugerir/implementar diversas ações que se aplicaram aos diagnostico obtidos. Para
a Dentição prejudicada/Deglutição Prejudicada/Risco de Aspiração: Elevar a
cabeceira do leito em 90º durante o horário das refeições, manter a cabeceira
elevada por 30-45 minutos após as refeições, posicionar o paciente em decúbito
lateral, quando deitado, alimentar o paciente em pequenas porções, oferecer
alimentos ou líquidos que possam formar um conteúdo semi-espesso antes de engolir.
Para a Intolerância a Atividade/Mobilidade Física Prejudicada: posicionar o
paciente para manter o alinhamento corporal apropriado, avaliar o nível de
desempenho, usando a escala de mobilidade funcional, assisti-lo na realização das
atividades de autocuidado, realizar exercícios de amplitude de movimentos para
articulações. Para o Padrão Respiratório Ineficaz: monitorar e avaliar valores
gasométricos e leituras da oximetria, avaliar freqüência e profundidade respiratória;
atentar para batimento de asa do nariz, retrações torácicas e cianose, utilizar
nebulizador para liquefazer secreções; aspirar vias aéreas para remover secreções.
Para o Atraso no Crescimento e Desenvolvimento: pesar, medir e rever curva da
tabela de crescimento da criança. Conclusões: Identificamos e listamos todos os
diagnósticos de enfermagem com suas características definidoras e fatores
relacionados e/ou de risco observados nos pacientes com MPS. Os DE se
correlacionaram com a fisiopatologia da condição. Ao implementar as intervenções
de enfermagem correlacionadas com os diagnósticos apresentados realizamos as
prescrições necessárias. Ao se alcançar a sistematização da assistência aos pacientes
portadores de mucopolissacaridose em TRE esperamos contribuir para a melhoria
da qualidade do cuidar do paciente, e para a Instituição-cenário no processo de
implantação da SAE.
Palavras-Chave:sistematização da assistência de enfermagem, mucopolissacaridose, diagnóstico de enfermagem
ACOMPANHAMENTO DE UM CASO CLÍNICO DE
MUCOPOLISSACARIDOSE TIPO VI, DESDE O DIAGNÓSTICO E
ACOMPANHAMENTO DO TRATAMENTO DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA
JULIA CAVALCANTE DO CARMO (UEA) - BRASIL
VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL
CLEITON FANTIN (UEA) - BRASIL
ANA LOHANNA DAMASCENO RABELO (UFAM) - BRASIL
NAIARA PORTUGAL DIAS BICALHO (UFAM) - BRASIL
CLÁUDIA REGINA CAETANO LEMOS (UNIMED) - BRASIL
IMO, 14 anos de idade, natural de Manaus AM, filho de pais não consanguíneos,
diagnosticado como portador da Mucopolissacaridose tipo IV de evolução lenta.
Queixa de opacificação da córnea que se iniciou com 1 ano de idade.História de
obstrução respiratória com roncos noturnos e ao exame físico inicial apresentava uso
de lentes corretivas, fácies discretamente grosseira e com discreta rigidez articular,
mas sem atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Sem alterações
cardiovasculares nos primeiros exames, baixa estatura, baixo peso para idade e
ressonância magnética sem alteração em dois exames. O Tratamento para Reposição
Enzimática (TRE) teve início há quatro anos com administração intravenosa semanal
de Galsulfase (Naglazyme ®). Desde o início do tratamento, a enzima teve reajuste
de dose por 3 vezes. Não houve relato de evento adverso até o presente
momento.Notou-se evidente melhora na condição respiratória. Foi notado progresso
importante no desenvolvimento pondero estatural, apresentando hoje, uma estatura
acima da média para crianças acometidas com a mesma doença. No início da TRE,
IMO apresentou quadro de discreto espessamento de válvulas mitral e aórtica.
GAG’s urinários em valores normais. Há 1 ano IMO foi submetido a um transplantes
de córnea do lado direito e recentemente outro do lado esquerdo com boa evolução.
Palavras-Chave:mucopolissacaridose, diagnostico, tratamento, reposição enzimática
ADESÃO À TERAPIA DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA EM DOENÇA DE
FABRY
ALICE SALGUEIRO DO NASCIMENTO MARINHO (UNIRIO) - BRASIL
EDNA CORRÊA MOREIRA (HUGG) - BRASIL
FERNANDO R VARGAS (FIOCRUZ / UNIRIO) - BRASIL
MARIA ANGELICA LIMA (INCA/HUGG) - BRASIL
ALEXANDRE BUSSINGER LOPES (UNIRIO) - BRASIL
A Doença de Fabry (DF) é uma doença genética, hereditária, crônica,
multissistêmica e progressiva, ligada ao cromossomo X. A DF se estabelece porque o
corpo é incapaz de produzir uma enzima denominada alfa- galactosidase (α-GAL)
em quantidade ou estrutura adequada para realizar a sua função. Quando um
homem herda um cromossomo X com o gene de Fabry, ele não produz ou produz
pouca α-GAL. Já a mulher, como tem dois cromossomos X, mesmo que herde um
gene de Fabry, ela pode contar com outro gene capaz de produzir α-GAL, deste
modo, ela pode ser assintomática, ou apresentar toda a gama de sinais e sintomas da
doença, ainda que tardiamente, dependendo do processo de inativação do
cromossomo X. Os homens com DF transmitem o gene a todas as filhas, porém, a
nenhum filho. Já a mulher com DF, em cada gravidez, tem cinquenta por cento de
probabilidade de transmitir o gene deficiente tanto às filhas, quanto aos filhos. A
pesquisa focaliza-se no processo de aconselhamento genético familiar, em DF, com
vistas à Terapia de Reposição Enzimática (TRE), realizado pelo Ambulatório de
Genética do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) desde 2010. A família
em questão é composta de dezoito filhos, oito do sexo masculino e dez feminino e,
seus descendentes. A partir do diagnóstico de DF no “paciente 6”, o teste foi então,
oferecido aos demais familiares, onde obteve-se a confirmação do diagnóstico de DF
em quatro homens, e duas mulheres, porém, apenas os homens aderiram à TRE.
Objetivos: Descrever o perfil de adesão à TRE pelos indivíduos de uma família com
histórico de DF. O processo de adesão terapêutica constitui-se em um fenômeno
complexo e global, estudado no campo dos psicofármacos e, está relacionada à
evolução da doença e ao agravamento do quadro. Métodos: Trata-se de uma
pesquisa documental, descritiva, qualitativa. Resultados: Constata - se que a DF,
nesta família, foi transmitida por sua genitora, já que os filhos homens foram
afetados; nove indivíduos morreram precocemente, sendo sete sem o diagnóstico de
DF e dois afetados; três irmãs tiveram o resultado negativo em seus testes; os
“membros 08 e 13” não se submeteram ao exame; os quatro irmãos com DF,
geraram cinco filhas que são “portadoras” do gene deficiente e, mesmo
assintomáticas, em caso de gravidez, podem transmitir o gene anormal a seus filhos.
Na segunda geração, com exceção do “indivíduo 14.3”, não há evidência de busca
pelo teste para diagnóstico e TRE da doença. Conclusão: Verificou-se que,
diferentemente do ocorrido com os homens afetados pela DF nesta família, as
mulheres não aderiram à TRE. O fato do aparecimento dos sintomas da DF, em
geral, no sexo feminino, se dar tardiamente, conforme literatura da área, talvez,
favoreça a não adesão à TRE da DF e, neste caso específico, também a não busca do
diagnóstico, pela segunda geração das mulheres, ainda que, pertencentes a uma
família com histórico de herança genética da doença.
Palavras-Chave:Adesão; Terapia de Reposição Enzimática; Doença de Fabry.
ADMINISTRAÇÃO DE ANTIOXIDANTES PREVINE A DIMINUIÇÃO DOS
NÍVEIS DE FATOR DE CRESCIMENTO NEURAL (NGF) EM HIPOCAMPO
DE RATOS SUBMETIDOS À ADMINISTRAÇÃO CRÔNICA DE
AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA
CAMILA BRULEZI FURLANETTO (UNESC) - BRASIL
GISELLI SCAINI (UNESC) - BRASIL
MELINE OLIVEIRA DOS SANTOS MORAIS (UNESC) - BRASIL
LETÍCIA BURATO WESSLER (UNESC) - BRASIL
LUIZA WILGES KIST (PUCRS) - BRASIL
MAURICIO REIS BOGO () PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL
GUSTAVO DA COSTA FERREIRA (UNESC) - BRASIL
EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL
Introdução: A Doença da Urina do Xarope do Bordo (DXB) é uma desordem
neurometabólica causada pela deficiência na atividade do complexo da
desidrogenase dos α-cetoácidos de cadeia ramificada, levando ao acúmulo dos
aminoácidos de cadeia ramificada (AACR) leucina, isoleucina e valina.
Considerando que os mecanismos neurotóxicos na DXB são pouco conhecidos, o
presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos dos AACR sobre os níveis e a
expressão do fator de crescimento neural (NGF) e a influência da coadministração
de N-acetilcisteína e deferoxamina. Metodologia: Ratos Wistar infantes (7 dias de
vida) receberam duas administrações diárias de um pool de AACR (15,8 uL/g peso
corporal) contendo leucina (190 mmol/L), isoleucina (59 mmol/ L) e valina (69
mmol/L) ou salina (grupo controle), em intervalos de uma hora entre as injeções, por
via subcutânea. Após a primeira administração do AACR os animais foram
suplementados com N-acetilcisteína (20mg/kg) duas vezes ao dia e deferoxamina
(20mg/kg) uma vez a cada dois dias. Doze horas após a última administração os
ratos foram mortos por decapitação e as estruturas isoladas (córtex cerebral,
hipocampo e estriado). Os níveis de NGF foram analisados por ELISA Sanduíche e a
análise da expressão foi realizada por qPCR. Resultados: Nossos resultados
demonstram que a administração crônica de AACR reduziu os níveis de NGF apenas
no hipocampo, sem alterar a expressão do NGF, sugerindo que a diminuição dos
níveis de NGF observados neste tratamento não está diretamente relacionado a uma
menor expressão gênica do NGF. Adicionalmente, nós observamos que o tratamento
com antioxidantes foi capaz de prevenir a diminuição nos níveis de NGF pelo
aumento da sua expressão. Conclusão: Os resultados do presente trabalho fornecem
evidências de que os AACR podem estar envolvidos na regulação do NGF no
hipocampo de ratos. Assim, é possível que a alteração dos níveis de NGF durante a
maturação cerebral pode ser de importância crucial no desenvolvimento dos efeitos
neurotóxicos do AACR. Além disso, o tratamento com antioxidantes impediu tais
alterações, sugerindo que a terapia antioxidante pode ser benéfica para o tratamento
da DXB e que o estresse oxidativo pode estar envolvido no mecanismo
fisiopatológico subjacente ao dano cerebral observada na DXB.
Palavras-Chave:DXB; Aminoácidos de cadeia ramificada; NGF; Antioxidantes
ADMINISTRAÇÃO DE ANTIOXIDANTES PREVINE COMPORTAMENTO
DEPRESSIVO EM UM MODELO ANIMAL DA DOENÇA DA URINA DO
XAROPE DO BORDO
GISELLI SCAINI (UNESC) - BRASIL
CAMILA BRULEZI FURLANETTO (UNESC) - BRASIL
GABRIELA CASAGRANDE JEREMIAS
LETÍCIA BURATO WESSLER (UNESC) - BRASIL
DIOGO DOMINGUINI (UNESC) - BRASIL
CLARISSA MARTINELLO COMIM
JOÃO QUEVEDO
PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL
GUSTAVO DA COSTA FERREIRA
EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL
Introdução: A doença da urina do xarope do bordo (DXB) é uma alteração
metabólica resultante da deficiência do complexo α-cetoácido desidrogenase de
cadeia ramificada, resultando no acúmulo dos aminoácidos de cadeia ramificada
(AACR) leucina, isoleucina e valina. Considerando que os pacientes com DXB
apresentam disfunção neurológica, e que sintomas psiquiátricos são comuns em
adolescentes e adultos, o presente estudo teve como objetivo avaliar o
comportamento depressivo em animais submetidos à modelo animal da DXB, e a
influência da administração concomitante da N-acetilcisteína e deferoxamina e
imipramina sobre as alterações comportamentais provocadas pelo tratamento com
AACR. Metodologia: Ratos Wistar infantes (7 dias de vida) receberam duas
administrações diárias de um pool de AACR (15,8 uL/g peso corpora) contendo
leucina (190 mmol/L), isoleucina (59 mmol/ L) e valina (69 mmol/L) ou salina (grupo
controle), em intervalos de uma hora entre as injeções, por via subcutânea. Após a
primeira administração do AACR os animais foram suplementados com Nacetilcisteína (20 mg/kg) duas vezes ao dia e deferoxamina (20 mg/kg) uma vez a
cada dois dias. A imipramina (10 mg/kg), um antidepressivo padrão foi administrado
uma vez ao dia durante 21 dias. Doze horas após a última administração os ratos
foram submetidos ao teste de nado forçado, habituação ao campo aberto e ao teste
de anedonia. Resultados: No presente estudo observou-se que ratos submetidos à
administração crônica de AACR apresentaram uma diminuição na ingestão de
alimentos doces (Froot Loops), um aumento no peso da glândula adrenal, sem
qualquer alteração no peso corporal quando comparado ao grupo controle. Nós
também demonstramos um aumento no tempo de imobilidade no grupo DXB no teste
de nado forçado. Além disso, como descrito acima, o grupo DXB não apresentou um
comprometimento da atividade locomotora, reforçando que a diminuição da ingestão
de alimentos doces e o maior tempo de imobilidade no grupo DXB estão
relacionados com sintomas depressivos. Adicionalmente, o tratamento com
antioxidantes e imipranina preveniu tal efeito, quando comparado com o grupo de
DXB. Conclusão: Nossos resultados demonstraram que a exposição crônica aos
AACR causa sintomas semelhantes aos da depressão, e que o tratamento com ATX é
eficaz na prevenção dessas alterações apresentando efeitos semelhantes a
antidepressivos clássicos como a imipramina. Neste contexto, os resultados deste
estudo reforçam que o estresse oxidativo deve ser considerado um importante
mecanismo fisiopatológico subjacente ao dano cerebral observado na DXB e que o
tratamento com antioxidantes apresenta efeitos positivos sobre o comportamento
depressivo.
Palavras-Chave:DXB; Aminoácidos de cadeia ramificada; Depressão; Antioxidantes
ANALISE BIOQUÍMICA DAS ENZIMAS Β-GLICOSIDASE E
QUITOTRIOSIDASE EM SANGUE IMPREGNADO EM PAPEL FILTRO EM
PACIENTES COM GAUCHER, HETEROZIGOTOS OBRIGATÓRIOS E
INDIVÍDUOS NORMAIS.
FELIPE TUJI DE CASTRO FRANCO (UFPA) - BRASIL
ISRAEL OSVALDO LIMA MELO OSVALDO LIMA MELO (ESAMAZ) - BRASIL
SAIDE MARIA SARMENTO TRINDADE () LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA SANTANA DA SILVA (UFPA) - BRASIL
Objetivos: Implantar um protocolo laboratorial enzimático fluorimétrico em SIPF
que mede a atividade enzimática da β-glicosidase e quitotriosidase. Material e
métodos: Foram coletados 10 mL de sangue com heparina de 14 pacientes
diagnosticados com DG, 6 heterozigotos obrigatórios e 30 indivíduos controle
normais. Para a análise das enzimas β-glicosidase e quitotriosidase foram utilizados
o método descrito por Civallero e colaboradores, 2006. Os resultados forem
expressos em média ± desvio padrão. Resultados: A atividade enzimática da βglicosidase em indivíduos normais variou de 7.84 ± 2.91 67 nmol de substrato
hidrolisado/h/mL, em heterozigotos variou de 4,82 ± 0,67 nmol de substrato
hidrolisado/h/mL e em pacientes com DG variou de 0.81 ± 0.73 nmol de substrato
hidrolisado/h/mL. Já a atividade enzimática da quitotriosidase em sangue
impregnado em papel filtro nos pacientes com DG foi de 316,25 ± 458,11 nmol de
substrato hidrolisado/h/mL, nos heterozigotos foi de 3,33 ± 2,82 nmol de substrato
hidrolisado/h/mL, enquanto nos indivíduos normais foi de 11,37 ± 10,78 nmol de
substrato hidrolisado/h/mL. Conclusão: Houve sobreposição dos valores em
indivíduos normais com os heterozigotos para as duas enzimas. É viável a utilização
de amostras de sangue em papel filtro para o rastreamento da doença de Gaucher no
norte do país.
Palavras-Chave:Doença de Gaucher, β-glicosidase, sangue impregnado em papel filtro.
ANÁLISE DE MUTAÇÕES NO GENE GLB1 EM PACIENTES COM
GANGLIOSIDOSE GM1, NAS FORMAS JUVENIL E CRÔNICA
MARCELLA BERGAMINI DE BAPTISTA (UNICAMP) - BRASIL
LUCIANA CARDOSO BONADIA (UNICAMP) - BRASIL
CARLOS EDUARDO STEINER (UNICAMP) - BRASIL
Gangliosidose GM1 é uma doença autossômica recessiva rara, classificada em três
formas clínicas de acordo com a idade de apresentação dos sintomas e a gravidade,
provocada pela deficiência da enzima lisossômica β-galactosidase que leva ao
acúmulo, principalmente, do gangliosídeo GM1. A forma juvenil apresenta
progressão lenta, caracterizada por atraso no desenvolvimento do sistema motor e
cognitivo, lipidose neuronal e dismorfismos esqueléticos. A forma crônica tem início
tardio e é caracterizada por disfunção cerebelar, distonia, baixa estatura,
deformidades vertebrais leves, sintomas extrapiramidais progressivos consequentes
da deposição de glicoesfingolipídeos no núcleo caudado. O gene codificador da
enzima é o GLB1, no qual mais de 130 mutações foram descritas. Objetivo:
caracterização molecular dos pacientes diagnosticados com gangliosidose GM1, nas
formas juvenil e crônica, atendidos no Ambulatório de Erros Inatos do Hospital das
Clínicas da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Métodos: a triagem de
mutações no gene GLB1, de todos os pacientes, foi realizada através de
sequenciamento automático no equipamento ABI 3500xl (Life Technologies®).
Resultados: Para a análise realizada foram encontradas seis mutações missense
previamente descritas (R59H, F107L, L173P, R201H, G311R e T500A), uma inserção
previamente descrita (c.1627insG), uma alteração neutra inédita (P152P), um
polimorfismo em sítio de splicing previamente descrito (IVS12+8T>C) e um
polimorfismo igualmente já descrito (S532G). Conclusão: A mutação T500A, comum
à maior parte dos indivíduos, pode sugerir um efeito fundador para essa
subpopulação atendida na Unicamp e sua frequência mostra-se distinta de estudos
semelhantes que avaliaram a população do sul do país. A alteração R59H,
encontrada em duas famílias e segregando juntamente com o polimorfismo
IVS12+8T>C, reforça essa hipótese. Além disso, em um caso foi documentada
mutação de novo em um dos pacientes, o que pode indicar o aumento da frequência
desse distúrbio. A diversidade de alterações encontradas nessa casuística sugere que
diferentes alelos estão envolvidos na doença e que sua frequência pode ser alta em
nossa população, considerando que o estudo confirmou a hipótese inicial de que os
pacientes seriam heterozigotos compostos, por não existir consanguinidade entre os
genitores.
Palavras-Chave:Gangliosidose GM1; GLB1;Sequenciamento
ANÁLISE DOS PRIMEIROS 223 PACIENTES COM EIM DIAGNOSTICADOS
PELO SIEM (SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE ERROS INATOS DO
METABOLISMO)
ANA CAROLINA MONTEIRO DA ROCHA (HCPA) - BRASIL
THAYANE DORNELLES (UFRGS) - BRASIL
NATHALIA LONGONI (UFRGS) - BRASIL
TAINA VIANNA PELLINI (UFRGS) - BRASIL
LÍLIA FARRET REFOSCO (HCPA) - BRASIL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL
CÉLIO RAFAELLI () ROBERTO GIUGLIANI (HCPA-UFRGS) - BRASIL
CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL
Os Erros Inatos do Metabolismo (EIM) são doenças usualmente graves que afetam
principalmente neonatos e crianças e que, se não devidamente diagnosticadas e
tratadas, podem levar o paciente ao óbito ou a seqüelas irreversíveis. Essas doenças
são, de uma maneira geral, pouco conhecidas pelos profissionais da saúde, por
serem individualmente pouco prevalentes. O diagnóstico precoce e a rápida
introdução do tratamento, quando disponível, são importantes para alterar a
evolução da doença. O Serviço de Informações sobre Erros Inatos do Metabolismo
(SIEM) é um serviço gratuito de informação telefônica/eletrônica que auxilia
médicos e profissionais da área da saúde no diagnóstico e tratamento dos pacientes
com EIM. O SIEM também colabora para o estabelecimento da frequência dos
diferentes EIM no Brasil, identificando sua distribuição nas regiões brasileiras. De
outubro de 2001 a março de 2013, o serviço registrou 2338 registros, dos quais 1347
foram casos investigados e que tiveram uma conclusão. Destes, 223 foram
diagnosticados como EIM. Os principais grupos de EIM detectados foram:
aminoacidopatias (20,8%), acidemias orgânicas (18,4%) e distúrbios do
metabolismo energético (17,6%), seguidos de doenças lisossômicas (15,7 %) e
doenças do metabolismo dos carboidratos (7,2 %). Consangüinidade pode ser
identificada em 18,8% dos casos, e em 27,4% foi observada recorrência familiar. Os
sintomas mais freqüentes apresentados pelos pacientes foram: retardo
neuropsicomotor (41,5%), convulsões (38,2%) e hipotonia (38,7%), seguidos de
manifestações gastrintestinais (24,7%). Dos 223 casos, 40 pacientes (18,0%)
evoluíram ao óbito, confirmando a gravidade de muitos desses casos. Informações
sobre EIM ainda são escassas no Brasil e dados como este podem auxiliar no
planejamento de ações de saúde para diminuir a morbimortalidade associada a essas
doenças.
Palavras-Chave:Erros Inatos do Metabolismo; Serviço de Informações
ASPECTOS CLÍNICOS E RADIOLÓGICOS EM 10 PACIENTES COM
GANGLIOSIDOSE GM1.
JOAO STEIN KANNEBLEY (UNICAMP) - BRASIL
LAÍS ORRICO DONNABELLA BASTOS (UNICAMP) - BRASIL
LAURA SILVEIRA-MORIYAMA (UNICAMP) - BRASIL
CARLOS EDUARDO STEINER (UNICAMP) - BRASIL
Resumo: O estudo visa descrever os aspectos clínicos e radiológicos de10 pacientes
atendidos no ambulatório de Erros Inatos do Metabolismo da Unicamp, nas formas
juvenil e crônica. Método:Revisão dos prontuários e novas entrevistas para
detalhamento da história clínica e do exame físico, em especial o neurológico, bem
como aspectos de imagem radiológica, ultrassonográfica e ecocardiográfica.
Resultados: As 10 famílias eram procedentes da região de Campinas e sul do estado
de Minas Gerais. Na maioria dos casos, a ascendência étnica revelou origem mista,
compreendendo antepassados afrobrasileiros, indígenas,ibéricos, italianos,
holandeses e alemães. Não foi observada consanguinidade parental em nenhum caso
e em uma família houve recorrência familial em irmãos. Com relação à avaliação
clínica, a distribuição por sexo foi de 1:1 e a média de idade no momento da
avaliação foi de 9,5 anos (5-16 anos). A média de início da apresentação clínica foi
4,75 anos (1-12 anos), sendo que em 4/10 casos a apresentação inicial foi de
distúrbio esquelético (três casos suspeita de Moquio B e um caso de SED tarda),
enquanto em 6/10 casos a suspeita foi de doença neuroinvolutiva. Com relação ao
sistema osteoarticular,todos apresentaram baixa estatura e disostose múltipla sendo
que duas pacientes foram submetidas a artoplastia de quadril e uma terceira a
osteotomia de cabeça de fêmur bilateral. Em nenhum caso foi identificada
visceromegalia, cardiomiopatia ou mancha vermelho-cereja na retina. Outros
achados foram 1/10 pacientes com rim em ferradura,1/10 pacientes com
angioqueratoma corporal difuso, 1/10 pacientes com litíase renal , 1/10 pacientes
com dilatação pielo-calicial , 1/10 pacientes com “cutis vertis girata”, 1/10
pacientes com “os odontoideum” e 2/10 pacientes com hérnia inguinal. O exame
neurológico foi realizado por neurologista com especialização em distúrbios do
movimento. Em 8/10 pacientes foram observados sinais evidentes de alterações
extrapiramidais como distonia e coreia, todos com comprometimento de atividades
de vida diária, sendo que em sete o prejuízo estava relacionado ao comprometimento
motor, enquanto em um paciente o comprometimento principal era cognitivo. Metade
dos pacientes apresentou quadro cognitivo-comportamental. Alterações piramidais
foram observadas em 7/10 pacientes . Alterações variadas da motricidade ocular
extrínseca foram observadas em 7/10 pacientes.Nenhum dos pacientes apresentou
história de epilepsia ou sinais de ataxia cerebelar. Conclusões: Nossa casuística
difere da literatura em relação ao tipo de Gangliosidose GM1, predominando as
formas juvenil e adulto. O acompanhamento de pacientes com diagnóstico de doença
de Morquio B que evoluem com alterações neurológicas pode sugerir um continuo
evolutivo que depende de outros fatores, como o tipo de mutação ou SNPs. A
presença de cardiomiopatia é descrita na formas infantil e menos frequentemente na
juvenil e adulta, podendo estar relacionada ao tipo de mutação no gene GLB1. Em
relação ao quadro neurológico, encontramos uma porcentagem grande de alterações
piramidais e extrapiramidais. Surpreendentemente, um número significativo de
pacientes apresentou também alterações cognitivas comportamentais e de
motricidade ocular extrínseca não relatadas na literatura.
Palavras-Chave:Gangliosidose GM1/B-galactosidase
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM FENILCETONÚRIA: UM ESTUDO TRANSVERSAL UTILIZANDO
PEDSQL
ANA PAULA VANZ (HCPA) - BRASIL
Introdução: a Fenilcetonúria (PKU) é um erro inato do metabolismo, com herança
autossômica recessiva, causado pela ausência ou atividade deficiente da enzima
hepática fenilalanina hidroxilase (PAH). Em indivíduos com PKU, a fenilalanina
(Phe) não pode ser convertida à tirosina (Tyr), ocorrendo aumento dos níveis
plasmáticos da primeira. O tratamento inicia logo após o diagnóstico, o qual
geralmente é realizado na triagem neonatal, e, é baseado na dieta restrita em Phe e
no uso de fórmula metabólica rica em aminoácidos e isenta de Phe. Indivíduos com
PKU não tratados evoluem, principalmente, para o retardo mental grave e
convulsões. A mensuração da qualidade de vida (QV) é uma nova ferramenta de
avaliação do impacto da doença e dos tratamentos nos pacientes. Os instrumentos
conseguem quantificar através dos domínios, os aspectos emocionais, físicos,
escolares, ambientais e sociais sob o ponto de vista do paciente não do profissional
de saúde. Objetivos: mensurar a QV de crianças e adolescentes com PKU. Métodos:
estudo transversal, realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, utilizando o
instrumento PedsQLTM (Pediatric Quality of Life Inventory). Este instrumento para
avaliação de QV é genérico e validado no Brasil. Este resulta em médias de quatro
domínios, o físico, o emocional, o social e o escolar. Quanto mais perto de 100, o
resultado dos escores, melhor será a avaliação da QV. Resultados: Foram avaliados
9 crianças com média de idade de 11.3 ± 1.4 e 6 adolescentes com média de idade de
14.3 ± 1.4. Nas crianças, o domínio social apresentou a maior mediana - 90 (70-100)
e os domínios escolar e emocional as menores medianas - 70 (62-80) e 70 (52.5- 70),
respectivamente. Nos adolescentes, o domínio físico apresentou a maior mediana 87.5 (64-90) e o domínio emocional a menor - 70 (61-81). Quando comparadas as
médias dos escores desta amostra com as das população referência (validação do
questionário PesdQL) foi encontrada diferença significativa nos domínios físico e
escolar, os quais mostraram-se menores no grupo de pacientes com PKU. Não foi
encontrada diferença estatisticamente significativa quando comparadas as mediana
dos domínios entre crianças e adolescentes. Também não houve diferença nos
domínios entre os que estavam com os níveis de Phe controlados ou não, tanto no dia
da aplicação, quanto nos últimos 6 meses. Conclusões: Foi observado que alguns
escores encontram-se com menores médias quando comparados a indivíduos
saudáveis. Serão necessários outros estudos com uma casuística maior para que
estes achados possam ser sustentados e melhor esclarecidos.
Palavras-Chave:Qualidade de Vida; Fenilcetonúrias;
AVALIAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES ÓSSEAS DA DOENÇA DE GAUCHER
FILIPPO VAIRO (HCPA/UFRGS) - BRASIL
DÉBORA BERTHOLDO () ANA PAULA VANZ (HCPA) - BRASIL
LETICIA SALVI () CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL
MATHEUS VERNET MACHADO BRESSAN WILKE (UFRGS) - BRASIL
MATHEUS BRUNSTEIN CAMARGO (UFRGS) - BRASIL
LEONARDO VEDOLIN () IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Introdução: A manifestação óssea na Doença de Gaucher (DG) é resultado da
infiltração do espaço medular pelas células de Gaucher, e consequente obstrução
mecânica e comprometimendo do aporte vascular, os quais podem causar necrose e
hemorragias ósseas. Diferentemente das radiografias convencionais, a ressonância
magnética (RM) é um método de imagem semiquantitativo eficaz para avaliar a
infiltração medular, além de detectar precocemente complicações como infartos e
osteonecrose. Vários escores baseados nos achados da RM foram criados com o
objetivo de quantificar o comprometimento ósseo; um desses escores é o Bone
Marrow Burden (BMB) modificado que avalia a infiltração óssea na coluna e
fêmures, e fornece escores de 0 (melhor) a 16 (pior). Objetivos: 1) Descrever a
doença óssea identificada por RM e aplicar o escore BMB nos pacientes com DG
acompanhados pelo Centro de Referência do RS Métodos: Dezenove pacientes (DG
tipo I= 18; DG tipo III= 1), com média de idade de 33,7 anos, foram avaliados.
Foram obtidas imagens coronais dos fêmures e sagitais da coluna lombar
ponderadas em T1 e T2 e foram analisadas quanto à presença de complicações
(infartos ósseos, osteonecrose e fraturas) e quanto ao grau de infiltração da medular
óssea. Valores do BMB de 0 a 2 foram utilizados para indicar ausência de doença
óssea; de 3 a 7, doença leve; de 8 a 12, doença moderada; e de 13 a 16, doença
grave. Resultados: A complicação mais comum foi o infarto na medular óssea
femural (n= 5). Um paciente apresentava prótese de quadril e outro prótese de
joelho, devido à osteonecrose prévia. Os escores BMB obtidos variaram de 0 a 13
(mediana=8). Dois pacientes apresentaram escore entre 0 e 2 (ambos com DG tipo
1; média de idade= 21,5 anos; média de tempo de tratamento= 118 meses; média de
dose de enzima= 30UI/kg/inf), 7 pacientes apresentavam infiltração leve (todos com
DG tipo 1; mediana de idade= 45 anos; mediana de tempo de tratamento= 97 meses;
mediana de dose de enzima= 30UI/kg/inf), 8 pacientes apresentavam infiltração
moderada (todos com DG tipo 1; mediana de idade= 27,5 anos; mediana de tempo
de tratamento= 62 meses; 7 estavam recebendo TRE com mediana de dose atual=
20UI/kg/inf, e uma paciente estava recebendo miglustate); e dois pacientes
apresentavam infiltração grave (um com DG tipo1, 45 anos, fora de tratamento; e
um com DG tipo 3, 14 anos, dose atual de enzima 60UI/kg/inf, 164 meses de
tratamento). Discussão/Conclusão: A radiografia convencional é um método ainda
muito usado para avaliação de alterações anatômicas como osteonecrose ou
presença de frasco de Erlenmeyer em pacientes com DG. No entanto, tanto essas
alterações quanto a infiltração óssea, são melhor ou somente avaliadas através de
estudo por RM. Somente a avaliação longitudinal dos pacientes e o aumento do
tamanho amostral, permitirão o estabelecimento de associações entre o quadro
clínico, dose utilizada e gravidade da infiltração medular. Apoio: Genzyme, Actelion.
Palavras-Chave:Doença de Gaucher; Ressonância; infiltração óssea
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E ANÁLISE DO ÂNGULO DE FASE
A PARTIR DA BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA EM PACIENTES COM
FENILCETONÚRIA
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
TATIÉLE NALIN (UFRGS) - BRASIL
TÁSSIA TONON (UFRGS) - BRASIL
KAMILA CASTRO (HCPA) - BRASIL
ANA PAULA REYES (UFRGS) - BRASIL
ALBERTO SCOFANO MAINIERI (UFRGS) - BRASIL
INGRID SCHWEIGERT PERRY
A fenilcetonúria (PKU) é causada pela atividade deficiente da enzima fenilalanina
hidroxilase. O nível de fenilalanina (Phe) sanguínea está diretamente relacionado à
gravidade do comprometimento neurológico, que também se correlaciona com a
idade em que o tratamento foi iniciado. O tratamento da PKU consiste em uma dieta
de baixa concentração de Phe, capaz de manter baixa a concentração plasmática
desse aminoácido. A Bioimpedância Elétrica (BIA) é um método de avaliação de
composição corporal e estado nutricional amplamente utilizado, e que também
avalia o fator preditor de integridade celular Ângulo de Fase (AF). Objetivo: a)
Caracterizar e comparar a composição corporal e o AF de um grupo de pacientes
com PKU com o grupo controle. B) Investigar a relação entre AF e concentração de
Phe e parâmetros antropométricos dos pacientes. Metodologia: Estudo transversal,
controlado, com amostragem por conveniência. Os sujeitos do estudo foram
divididos em dois grupos: (1) pacientes com PKU em acompanhamento no
Ambulatório de Erros Inatos do Metabolismo-Serviço de Genética Médica do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre- e (2) controles sadios. Ambos os grupos foram
avaliados quanto ao peso, altura e parâmetros fornecidos pela BIA - Índice de Massa
Corporal (IMC), Taxa metabólica basal (TMB), % de massa magra e gorda e AF.
Resultados: Foram incluídos 23 pacientes, 11 do sexo masculino (15,8±4,9 anos) e
12 do sexo feminino (13,6±2,3 anos); e 17 controles, 10 do sexo masculino (15,2±5,2
anos) e 7 do sexo feminino (14,2±4,5 anos). A amostra apresentou uma média de
IMC de 19,8±3,7 e 20,9±4,6 para pacientes e controles, respectivamente. Dentre o
grupo dos pacientes, 18 (78,3%) eram eutróficos, 3 (13%) apresentavam sobrepeso e
2 (7%), obesidade. Não houve diferença, entre pacientes e controles, das
percentagens de massa magra (80,9±7,7 e 80,7±7,3, respectivamente) e de massa
gorda (19,0±7,5 e 19,2±7,3, respectivamente). As médias referentes à TMB não foram
significativamente diferentes entre o grupo PKU e o controle (1177,6±328,1;
1331,7±489,6; respectivamente). No momento do exame, os pacientes apresentaram
média do último ano de Phe de 12,1±4,7. Apesar de não haver diferença significativa
entre a média do AF do grupo PKU (6,35) e do controle (6.89), houve correlação
entre o AF e a Phe para o grupo PKU (r=0,457, p=0,032). No grupo PKU, o AF
apresentou correlação positiva com IMC e TMB (r=0,583, p=0,004; r=0,539,
p=0,000, respectivamente). Conclusões: O AF não difere entre pacientes e controles,
entretanto correlaciona-se com as concentrações de Phe, fato este que pode
influenciar na conduta dietoterápica dos pacientes com PKU. Apesar da literatura
relatar presenca de excesso de peso entre pacientes com PKU, em nosso estudo não
encontramos diferenca de IMC, composição corporal e TBM entre pacientes e
controles. Um aumento do tamanho amostral é necessário para confirmar nossos
achados.
Palavras-Chave:Erros Inatos do Metabolismo;Fenilcetonúria;Bioimpedância
AVALIAÇÃO DOS MECANISMOS ENVOLVIDOS NA MORTE CELULAR POR
APOPTOSE EM UM MODELO ANIMAL DE DOENÇA DA URINA DO XAROPE
DO BORDO
FÁBIO ALMEIDA MORAIS (UNESC) - BRASIL
GISELLI SCAINI (UNESC) - BRASIL
MELINE OLIVEIRA DOS SANTOS MORAIS (UNESC) - BRASIL
MATHEUS AUGUSTO DE BITTENCOURT PASQUALI (UFRGS) - BRASIL
JOÃO PAULO ALMEIDA DOS SANTOS () DANIEL GELAIN () PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL
GUSTAVO DA COSTA FERREIRA (UNESC) - BRASIL
EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL
Introdução: Doença da urina do xarope do bordo (DXB) é um erro inato do
metabolismo causado por uma deficiência na atividade do complexo -cetoácido
desidrogenase de cadeia ramificada, resultando no acúmulo dos aminoácidos de
cadeia ramificada (AACR) leucina, isoleucina e valina. Considerando que os
pacientes com DXB apresentam sintomas neurológicos graves e que os mecanismos
dos sintomas neurológicos apresentados pelos pacientes com DXB ainda são pouco
compreendidos, o presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da
administração aguda de AACR sobre o imunoconteúdo de alguns marcadores
envolvidos na morte celular (Bcl-2, Bax, caspase-3/-8). Metodologia: Ratos de 30
dias de vida receberam três administrações de um pool de AACR (15,8 L/g peso
corpora) contendo leucina (190 mmol/L), isoleucina (59 mmol/ L) e valina (69
mmol/L) ou salina (grupo controle), em intervalos de uma hora entre as injeções, por
via subcutânea. Uma hora após a última administração os ratos foram mortos por
decapitação, o cérebro foi removido e o hipocampo e córtex cerebral foram isolados.
O imunoconteúdo das proteínas foi analisado por imunoblotting. Resultados: Os
nossos resultados demonstram que a administração aguda de AACR causou um
aumento nos níveis de Bax e pro-caspase 3/-8 e uma redução nos níveis de Bcl-2,
levando a um aumento na razão Bax/Bcl-2 no córtex cerebral. Por outro lado, no
hipocampo a administração de AACR aumentou os níveis de Bcl-2 sem alterar a
razão Bax/Bcl-2 e diminuiu o imunoconteúdo das pro-caspases 3/-8, sugerindo que
estas caspases foram clivadas e ativadas. Conclusão: O presente estudo sugere que
múltiplos mecanismos podem estar envolvidos na apoptose induzida pelos AACR no
córtex cerebral e hipocampo. Uma das vias apoptóticas é regulada por genes
específicos, como do gene Bax, sendo este o gene chave na super-regulação da
apoptose induzida por AACR no córtex cerebral. Por outro lado, no hipocampo
nossos resultados sugerem que a administração de AACR induz apoptose através da
ativação das caspases 3/-8. Assim estes fatores poderia ter uma importância
fundamental no desenvolvimento dos efeitos neurotóxicos do AACR.
Palavras-Chave:DXB; Aminoácidos de cadeia ramificada; Apoptose; Cérebro.
AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS E ANTIINFLAMATÓRIAS EM UM MODELO ANIMAL DA DOENÇA DA URINA DO
XAROPE DO BORDO
EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL
GISELLI SCAINI (UNESC) - BRASIL
CAMILA BRULEZI FURLANETTO (UNESC) - BRASIL
MELINE OLIVEIRA DOS SANTOS MORAIS (UNESC) - BRASIL
LETÍCIA SELINGER GALANT LETÍCIA GALANT (UNESC) - BRASIL
FRANCIELI VUOLO
DHÉBORA MOZENA DALL IGNA (UNESC) - BRASIL
FELIPE DAL PIZZOL () PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL
GUSTAVO DA COSTA FERREIRA (UNESC) - BRASIL
Introdução: A doença da urina do xarope de bordo (DXB) é um erro inato do
metabolismo raro, associado à disfunção cerebral aguda e crônica, causado por uma
deficiência na atividade do complexo alfa-cetoácido desidrogenase de cadeia
ramificada, resultando no acúmulo dos aminoácidos de cadeia ramificada (AACR)
leucina, isoleucina e valina. Considerando que pacientes com DXB apresentam
danos neurológicos, muitas vezes precipitados por infecção, o presente estudo teve
como objetivo avaliar os níveis de citocinas pró e anti-inflamatórias no hipocampo e
córtex cerebral de ratos submetidos a um modelo animal de DXB. Materiais e
Métodos: Ratos Wistar de 10 dias de idade receberam três injeções de um pool de
AACR (15,8 uL/g peso corpora) contendo leucina (190 mmol/L), isoleucina (59
mmol/ L) e valina (69 mmol/L) ou salina (grupo controle), em intervalos de uma hora
entre as injeções, por via subcutânea. Uma hora após a última administração, os
ratos foram mortos por decapitação, o cérebro foi removido e o hipocampo e córtex
cerebral foram isolados. As análises dos níveis do fator de necrose tumoral-α (TNF-
α), interleucina-1B (IL-1B), interleucina 6 (IL-6) e interleucina-10 (IL-10) foram
medidos por ELISA sanduíche. Resultados: Verificou-se que a administração aguda
de AACR levou a uma diminuição significativa nos níveis de IL-10 e um aumento dos
níveis da IL-1β, IL-6 e TNF-α no córtex cerebral de ratos. Por outro lado, no
hipocampo, encontramos um aumento apenas nos níveis de IL-6 e uma diminuição
nos níveis de IL-10. Conclusão: Em conjunto, estes dados sugerem que a
administração de AACR provoca um desequilíbrio entre as citocinas pró e antiinflamatória no cérebro de ratos recém-nascidos. Os nossos resultados podem ajudar
a explicar, pelo menos em parte, o dano cerebral característico observado em
pacientes com DXB.
Palavras-Chave:DXB; Aminoácidos de cadeia ramificada; Citocinas; Cérebro
BIOÉTICA E O ADOECIMENTO DAS FAMÍLIAS DE PACIENTES COM
MUCOPOLISSACARIDOSES VENTILADOS MECANICAMENTE NO
DOMICÍLIO
LEONARDO AUGUSTO FOGAÇA TAVARES (HIJPII/FHEMIG) - BRASIL
VERA LÚCIA APARECIDA ANASTÁCIO
JOSÉ SEMIONATO FILHO
Introdução: Programa de Assistência as Mucopolissacaridoses (PMPS)/HJPII
assiste no domicílio pacientes com mucopolissacaridoses, com dependência
funcional (semi)completa usuárias de ventilação mecânica (VM) com ou sem
oxigênio. Crianças e adultos com MPS são atendidos por pneumologista, cirurgiã,
fisioterapeuta, enfermeiros, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, psicóloga,
assistente social, técnicos em enfermagem e médicos interconsultores de diversas
especialidades. Esta Equipe treina os cuidadores e profissionais para a realização
dos cuidados respiratórios. A atenção maior do PMPS é para os pacientes com
necessidade de ventilação mecânica (VM) domiciliar, de forma contínua ou
intermitente, estando em terapia ou não de reposição enzimática. Há carência de
estudos sobre a bioética dessa modalidade de assistência no domicílio na pediatria.
Objetivo: Descrever as impressões e reflexões acerca da família/cuidador em relação
ao paciente com MPS ventilado mecanicamente no domicílio. Métodos: Estudo
qualitativo, a partir de entrevistas e análise psico-social. Resultados: Programa de
MPS/HIJPII assiste e treina famílias/cuidadores/profissionais para assistência a
pacientes com MPS em Minas Gerais. Atualmente, 43 pacientes estão em
acompanhamento pelo PMPS. 19 pacientes estão em uso de VM domiciliar (4 de
forma invasiva contínua). A frequência com que os pacientes são atendidos é
individualizada: diariamente, na vigência de intercorrências agudas ou até
semestralmente, em regimes ambulatorial, domiciliar ou hospitalar. Os pacientes que
residem no interior de Minas Gerais, mesmo aqueles usuários de VM domiciliar, são
assistidos apenas ambulatorialmente, sendo as equipes disponíveis das cidades de
origem treinadas pelo PMPS para assistí-los no domicílio ou ambulatorialmente na
cidade de residência. Com todas as limitações funcionais, de logística e de recursos
financeiros ou do PMPS, alcançou-se resultados em 6 anos de Programa com a
instituição da VM domiciliar: mortalidade: apenas 2 casos, número de intubações
endotraqueais: apenas 2 casos, necessidade de internação em CTI: apenas 3 casos e
incremento na qualidade de vida imensurável. Impressões e reflexões acerca da
família/cuidador surgem com o decorrer da permanência do paciente com MPS no
domicílio como: dificuldade de aceitação de mudança de profissionais das equipes,
incompreensão com as limitações de recursos humanos, materiais e logística dos
atendimentos, afastamento de membros do convívio da criança, muitas das vezes até
mesmo o próprio pai, inconformismo com a mudança de dinâmica familiar proposta
pelas equipes, projeto de vida e de futuro voltado somente para o paciente,
manipulações com as equipes, incapacidade de perceber que o paciente está
avançando na faixa etária; perda do relacionamento conjugal (quando pais são
cuidadores), culto a situação clínica do paciente, expectativas fantasiosas diante de
novas intervenções, dificuldade de encarar piora clínica, angústia em relação a
progressão da doença de base ou estagnação da condição clínica da criança,
reafirmação do Sistema Único de Saúde como direito universal e um dos
responsáveis integrais pelo sucesso do caso – aspectos legais. Fica questionado a
beneficência em relação ao paciente x maleficência em relação da família.
Conclusão: Adoecimento da família de pacientes com MPS em assistência domiciliar
é percebido com facilidade pelas equipes mas sua abordagem é complexa, o que pode
deflagrar insucesso no relacionamento e qualidade de vida de todos envolvidos.
Palavras-Chave:Assistência Domiciliar, Mucopolissacaridose, Ventilação Mecânica, Bioética
CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE UMA AMOSTRA DE PACIENTES
BRASILEIROS COM MUCOLIPIDOSE II/III E PROPOSIÇÃO DE
PROTOCOLO DIAGNÓSTICO
TACIANE ALEGRA (UFRGS) - BRASIL
MAIRA GRAEFF BURIN (HCPA) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Introdução: A Mucolipidose (ML) tipos II e III é uma doença lisossômica (DL)
secundária à deficiência da GlcNac-fosfotransferase, responsável pela adição do
resíduo de manose-6-fosfato e direcionamento de enzimas ao lisossomo. Nas ML
II/III, a atividade das hidrolases lisossômicas encontra-se aumentada no plasma,
reduzida em fibroblastos e normal em leucócitos. O diagnóstico definitivo envolve a
demonstração da atividade reduzida da GlcNAc-fosfotransferase, cujo ensaio
encontra-se disponível em poucos centros de pesquisa. Assim, esta enzima costuma
ser avaliada de forma indireta, aferindo-se a atividade de outras hidrolases em
plasma e fibroblastos, porém não há consenso sobre quais devem ser investigadas.
Objetivo: Caracterizar a atividade de hidrolases lisossômicas de pacientes ML II/III,
visando a proposição de um protocolo diagnóstico para essas doenças. Métodos:
Estudo transversal, retrospectivo, realizado em Centro Nacional de Referência para
DL, e que incluiu pacientes com diagnóstico clínico e bioquímico de ML II ou III cuja
investigação bioquímica foi realizada nesse Centro. Analisaram-se as enzimas
pesquisadas em pelo menos 4 pacientes, passíveis de serem medidas em plasma e
fibroblastos. Para proposição do protocolo, foram elegidas as enzimas com as
maiores diferenças em relação aos valores de referência, e cujos custos de realização
fossem os menores possíveis. A média da diferença da atividade enzimática entre
pacientes ML II e III foi comparada por meio do teste T de Student para amostras
independentes. Resultados: Trinta e quatro pacientes foram incluídos no estudo (Tipo
II=22, III=12), todos com enzimas lisossômicas avaliadas em plasma e 13 em
fibroblastos. Das 9 enzimas avaliadas quantitativamente em plasma em pelo menos 4
pacientes, oito apresentavam média de atividade aumentada em relação à referência:
alfa-manosidase (aumento 36x, n=23/23 pacientes), alfa-L-iduronidase (aumento
14x, n=12/12), alfa-N-acetilgalactosaminidase (aumento 8,2x, n=5/5), alfa-Nacetilglicosaminidase (aumento 8x, n=12/12), hexosaminidase total (aumento 6x,
n=33/34), iduronato-sulfatase (aumento 4x, n=12/12), beta-glicuronidase (aumento
3x, n=31/33); apenas a quitotriosidase foi normal, sendo que 1/20 paciente
apresentava deficiência desta enzima. Das 10 enzimas avaliadas quantitativamente
em fibroblastos em pelo menos 4 pacientes, nove apresentavam média de atividade
diminuída em relação à referência: neuraminidase (diminuição 8x, n=10/10), alfa-Liduronidase (diminuição 6,7x, n=9/9), alfa-manosidase (diminuição 5,8x, n=8/8),
beta-galactosidase (diminuição 4,7x, n=11/11), esfingomielinidase (diminuição
3,94x, n=7/7), beta-glicuronidase (diminuiçao 3,91x n=9/9), hexosaminidase total
(diminuiçao 3,3x, n=10/10), iduronato-sulfatase (diminuição 3,2x, n=7/7), alfa-Nacetilglicosaminidase (diminuição 2,8x, n=4/4); apenas a beta-glicosidase foi
normal. Comparando ML II e III, observaram-se níveis de alfa-Nacetilglicosaminidase em plasma mais altos em ML II (p=0,011) e, em fibroblastos,
beta-galactosidase (p=0,035) e beta-glicosidase (p=0,046) com atividades médias
inferiores em ML II. Discussão/Conclusão: Nossos dados sugerem haver algumas
diferenças no fenótipo bioquímico da ML II e III, sendo os primeiros mais afetados.
Como a literatura carece de informações sobre o painel enzimático a ser pesquisado
nas MLs, frente aos resultados obtidos sugere-se pesquisa em plasma e fibroblastos
de: alfa-iduronidase, alfa-manosidasee hexosaminidase total e – apenas em plasma –
da arilsulfatase A.
Palavras-Chave:mucolipidose II/III, hidrolases lisossômicas
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES COM DOENÇA DE FABRY
ACOMPANHADOS NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE
CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL
THAYANE DORNELLES (UFRGS) - BRASIL
ANA CAROLINA MONTEIRO DA ROCHA (HCPA) - BRASIL
FILIPPO VAIRO
ANGELA MARIA TASCA
ROBERTO GIUGLIANI (HCPA-UFRGS) - BRASIL
A Doença de Fabry (DF) é uma doença de depósito lisossômico com herança
genética ligada ao cromossomo X. Trata-se de um erro inato do metabolismo dos
glicoesfingolipídeos, causado por mutações no gene que codifica a enzima alfagalactosidase (α-gal). A redução ou ausência da atividade dessa enzima leva ao
acúmulo progressivo de glicoesfingolipídeos nos lisossomos das células endoteliais
de diversos órgãos, caracterizando desta forma a DF como uma doença
multissistêmica. As principais manifestações vasculares envolvem os rins, coração e
sistema nervoso central. O tratamento preconizado é a terapia de reposição
enzimática (TRE), que pode amenizar os sinais e sintomas da DF. No Hospital de
Clínicas de Porto Alegre (HCPA), temos, até o momento, 49 pacientes em
acompanhamento ambulatorial (26 homens e 23 mulheres). Em 65,3% dos pacientes
a função renal está alterada. Aproximadamente metade dos pacientes (51%)
apresentou alguma anormalidade cardíaca. Cerca de 10 % dos pacientes
apresentaram acidente vascular encefálico (AVE). A idade média do início dos
sintomas foi de 15 anos de idade, enquanto a idade média ao diagnóstico é de 32
anos. Em 87,5% dos casos, a história familiar é positiva. Metade dos pacientes
(49%) realizam a terapia de reposição enzimática (TRE), os outros 51%, fora de
TRE,realizam acompanhamento ambulatorial e utilizam medicações específicas para
os sistemas afetados.. Ressaltamos a importância do cuidado multidisciplinar,
acompanhamento clínico regular e aconselhamento genético para pacientes e
familiares com doença de Fabry.
Palavras-Chave:Fabry-TRE
CASUÍSTICA DA ANÁLISE DE ÁCIDOS ORGÂNICOS URINÁRIOS NO DLE –
MEDICINA LABORATORIAL ENTRE JUNHO DE 2008 E FEVEREIRO DE
2013
CLÁUDIO BAPTISTA SCHMIDT (LABORATÓRIO DLE ) - BRASIL
EDUARDO VIEIRA NETO (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL
LUIZ NELSON L F GOMES (UFRJ) - BRASIL
JACQUELINE HAROUCHE RODRIGUES DA FONSECA (LABORATÓRIO DLE) BRASIL
CARLOS DA SILVA SANTOS (LABORATÓRIO DLE ) - BRASIL
ARMANDO ALVES DA FONSECA (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL
Introdução: A análise dos ácidos orgânicos urinários encontra-se ligada ao
diagnóstico de diversos erros inatos de metabolismo como as acidúrias orgânicas,
algumas aminoacidopatias, defeitos de beta-oxidação, entre outros. O DLE –
Medicina Laboratorial foi pioneiro na introdução da tecnologia de cromatografia
gasosa associada a espectrômetro de massa na medicina privada brasileira.
Objetivo: Relatar a casuística das análises de ácidos orgânicos realizadas no DLEMedicina Laboratorial no período entre junho de 2008 e fevereiro de 2013.
Resultados: Durante o período relatado foram analisadas 1945 amostras, dentre as
quais 602 apresentaram algum tipo de alteração. Entre as amostras alteradas foi
possível obter um diagnóstico conclusivo em 145, correspondendo a 87 pacientes
novos e 58 pacientes em acompanhamento. As acidúrias orgânicas com diagnóstico
mais frequente foram a Metilmalônica e a Glutárica do tipo 1. Com relação ao
restante das amostras alteradas, foram encontrados casos de aciduria lática,
alterações sugestivas de uso de medicação ou nutrição parenteral, lesões hepáticas,
entre outros. Em diversos casos não foi possível obter um diagnóstico definitivo
devido à falta de informações clínicas na solicitação dos exames. Conclusão: A
confirmação por métodos definitivos, em geral por meio de análise molecular, das
acidúrias detectadas permite concluir que a cromatografia gasosa associada à
espectrometria de massa é um exame de grande confiabilidade e importância durante
a investigação de erros inatos de metabolismo.
Palavras-Chave:ácidos orgânicos, Erros Inatos do Metabolismo
DEFEITOS CONGÊNITOS DE GLICOSILAÇÃO – SUSPEITA CLÍNICA E
MANEJO
NATHALIA CORREIA KRAUSE DOS SANTOS (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
DAFNE D G HOROVITZ (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
PATRICIA SANTANA CORREIA (IFF) - BRASIL
Objetivo: descrição de seis casos de defeitos congênitos de glicosilação (CDG),
incluindo direcionamento diagnostico, quadro clínico e exames complementares.
Método: Análise retrospectiva de prontuários. Resultados: Avaliamos informações
relativas a seis pacientes (dois do sexo feminino, quatro do sexo masculino, sendo
dois pares de irmãos). Não há consangüinidade em nenhuma das famílias.
Observamos que as principais características em comum foram: hipotonia (6/6),
atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM )(6/6), dificuldade de ganho
pondero-estatural (4/6), refluxo gastroesofágico (4/5), crises convulsivas (3/5),
inversão de mamilos (5/6) e deposição anormal de gordura corporal (6/6). Dois
irmãos tiveram como manifestação inicial síndrome nefrótica congênita. A principal
alteração oftalmológica foi estrabismo, sendo que um paciente apresentava nistagmo
e outro palidez de nervo óptico. As alterações laboratoriais foram variáveis e
intermitentes ao longo da evolução clínica, sendo mais marcantes alterações em
enzimas hepáticas e musculares, além de aumento de hormônio estimulante da
tireóide. Três pacientes evoluíram para óbito. Todos os casos foram diagnosticados
através de focalização isoelétrica da transferrina, com padrão de bandas compatível
com CDG tipo I. Estudo molecular foi realizado em 3 pacientes, tendo demonstrado
CDG tipo Ia em um paciente [mutações c.422G>A(p.R141H) e c.691G>A(p.V231M)
no gene PMM2-CDG] e CDG tipo Ic [irmãos heterozigotos compostos para as
mutações p.H79R(c236A>G) e p.D120G(c.359A>G no gene ALG6) não previamente
descritas na literatura]. A conduta clinica perante os pacientes com tal diagnostico
tem sido suporte clinico e nutricional, reabilitação, manejo multidisciplinar, com
avaliação continua de risco versus beneficio frente a necessidade de intervenção
cirúrgica ou medicamentosa.Conclusão: Os CDG configuram condição
caracterizada pela glicosilação anormal de oligossacarídeos. Como estes fazem
parte da formação de glicolipídeos e glicoproteínas, sua síntese incorreta pode
acarretar em acometimento multisistêmico. Os parâmetros laboratoriais podem
sofrer variações durante a vida, sem necessariamente ter significado patológico ou
sintomas associados. As manifestações clínicas são heterogêneas e nem sempre
específicas, sendo necessário um alto grau de suspeição para confirmação
diagnóstica. Ressaltamos a importância da avaliação morfológica em casos de
hipotonia / ADNPM, com especial atenção para deposição anômala de gordura e
estrabismo.
Palavras-Chave:cdg, hipotonia,defeito de glicosilação, erro inato do metabolismo
DEFICIÊNCIA DE 3 METILCROTONILCOA: RELATO DE CASO
ERLANE MARQUES RIBEIRO (FMJ) - BRASIL
KALINA LÍVIA LOPES CARNEIRO (HIAS) - BRASIL
Objetivos: Relatar um caso de deficiência de 3 metilcrotonil CoA em um paciente
acompanhado no serviço de Genética do Hospital Infantil Albert Sabin-FortalezaCeará. Métodos: Relato de caso. Resultados: H.S.S., 7 anos, filho de pais
consaguíneos, resultado de incesto do pai, mãe adolescente. Ao nascimento,
apresentou quadro de asfixia neonatal. História de convulsões de difícil controle
desde os dois meses de vida, tendo iniciado juntamente com quadro de pneumonia.
Episódios convulsivos diários, tratados com fenobarbital, sem sucesso. Evoluiu com
encefalopatia crônica e, aos três anos, foi encaminhado ao serviço de Genética por
consanguinidade e alteração neurológica. A pesquisa de ácidos orgânicos urinários,
realizadas no serviço de Erros inatos do Metabolismo do Hospital das Clínicas de
Porto Alegre- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, revelou níveis elevados
marcado dos ácidos 3-hidroxisovalérico (3-HIVA) e 3-metilcrotonilglicina (3-MCG).
Conclusões: A 3-metilcrotonilglicinúria (MCG) é uma doença incluída no rastreio
neonatal que até recentemente era considerada uma doença hereditária do
metabolismo rara. Na MCG, o catabolismo da leucina é bloqueado no quarto passo
devido a deficiência da enzima 3-metilcrotonil-CoA carboxilase (3-MCC). A 3-MCC
catalisa a conversão do 3-metilcrotonil-CoA a 3-metilglutaconil-CoA A apresentação
clínica é variável e caracterizada principalmente por uma disfunção neurológica
severa com encefalopatia. Os pacientes também apresentam retardo psicomotor,
hipotonia muscular, cardiomiopatia e leucodistrofia. O diagnóstico bioquímico da
deficiência em 3-MCC é caracterizado pelo aumento marcado dos ácidos 3hidroxisovalérico (3-HIVA) e 3-metilcrotonilglicina (3-MCG) na urina e
concentrações elevadas de 3- hidroxisovalerilcarnitina (C5-OH) no sangue. O caso
relatado mostra uma criança com história de asfixia, filho de mãe adolescente que
somente aos três anos de idade, genitora revelou que o pai de seu filho era seu
próprio pai. Por esse fato, foram realizados exames para triagem de erros inatos do
metabolismo (EIM). Portanto, EIM devem ser investigados nos casos de
consaguinidade. A triagem neonatal ampliada de EIM poderia fazer o diagnóstico
precoce desses casos e alterar seu desfecho clínico.
Palavras-Chave:3 metil crotonil CoA, asfixia neonatal, consaguinidade
DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE: AVALIAÇÃO DE ASPECTOS CLÍNICOS E
MOLECULARES EM UMA AMOSTRA DE PACIENTES BRASILEIROS
TACIANE BORSATTO (UFRGS) - BRASIL
FERNANDA SPERB (HCPA/UFRGS) - BRASIL
LOUISE LAPAGESSE (HIJG) - BRASIL
GISELE ROZONE DE LUCA (HIJG) - BRASIL
FRANCISCA LIGIA CIRILO CARVALHO (HIJG) - BRASIL
CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL
PAULA FRASSINETTI VASCONCELOS DE MEDEIROS (UFCG) - BRASIL
CHARLES MARQUES LOURENÇO (HC-FMRP-USP) - BRASIL
SANDRA LEISTNER-SEGAL (HCPA/SGM) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Introdução: A deficiência de biotinidase (DB) é uma doença monogênica
autossômica recessiva cuja forma de diagnóstico-padrão é a medida atividade da
biotinidase no plasma. Como esta enzima é muito lábil, o discernimento entre
atividade normal, atividade correspondente a heterozigoto, deficiência parcial e
deficiência total é bastante prejudicado, podendo dificultar a decisão sobre
instituição da terapêutica. Objetivos: Avaliar o histórico clínico e identificar as
mutações presentes no gene que codifica a biotinidase (BTD), em uma amostra de
pacientes brasileiros com DB. Métodos: Estudo transversal, multicêntrico, com
amostragem por conveniência. Foram incluídos indivíduos que apresentavam
atividade da biotinidase até 30% da média da atividade normal. Os dados clínicos
foram obtidos por preenchimento de formulário específico. Amostras de gDNA foram
obtidas a partir de sangue total por técnica de “salting out”, ou por purificação de
FTA Classic Card. Os exons 2, 3 e 4 do gene BTD serão sequenciados; a análise
iniciou pelo exon 4, uma vez que o mesmo concentra a maioria das mutações já
descritas. Resultados: A amostra é atualmente composta por 30 indivíduos nãorelacionados (15 do sexo masculino; três do nordeste, três do sudeste e 24 do sul do
Brasil), com idades entre um mês e 18 anos. A DB foi identificada por triagem
neonatal em 26 pacientes (cinco com atividade correspondente a heterozigoto; três
com deficiência parcial; em 18 casos não foi possível discriminar o grau de
deficiência), sendo que 23/26 estão em uso de biotina e nenhum apresenta sintomas.
Outros quatro pacientes foram diagnosticados a partir de suspeita clínica (um com
deficiência total, e outros três na faixa de heterozigoto; manifestações mais
frequentes: atrofia óptica, regressão motora, paresia espástica); o quadro clínico
iniciou entre 2 meses e 10 anos de idade, mas a DB só foi diagnosticada entre 7
meses e 18 anos de idade, momento em que o tratamento com biotina foi iniciado. O
exon 4 foi analisado em 17/30 pacientes: seis apresentam a mutação p.D444H
(c.1330G>C) em heterozigose (deficiência parcial= 2; deficiência não
discriminada= 2; nível de heterozigoto= 2); quatro são homozigotos para a mutação
p.D444H (em nenhum deles havia discriminação do nível de deficiência); três são
heterozigotos p.D444H/p.D252G (c.755A>G) (deficiência não discriminada= 2;
nível de heterozigoto= 1); um é heterozigoto p.D252G (deficiência não
discriminada); e um é homozigoto para a mutação p.R538S (c.1612C>T) (deficiência
total). Conclusões: Nossos resultados preliminares sugerem alta prevalência da
mutação p.D444H no Brasil. Conforme descrito na literatura internacional, essa é a
variante mais frequentemente associada à DB parcial. A associação da p.R538S em
homozigose com DB total também está de acordo com a literatura. O estudo
molecular pode esclarecer o diagnóstico do tipo de DB em muitos casos. Apoio:
FIPE/HCPA.
Palavras-Chave:deficiência de biotinidase; mutações.
DENSITOMETRIA ÓSSEA EM 13 PACIENTES COM
MUCOPOLISSACARIDOSE (MPS)
ANA CAROLINA ESPOSITO (IFF) - BRASIL
ANNELIESE LOPES BARTH
TADEU DE ALMEIDA LIMA (IFF - FIOCRUZ) - BRASIL
MARCIA CRISTINA BASTOS BOECHAT () JUAN LLERENA
DAFNE D G HOROVITZ (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
Osteopenia / osteoporose tem sido descritos em modelos animais de
mucopolissacaridose (MPS). Pouco se sabe, no entanto, sobre a relevância clínica de
tal diagnóstico nesse grupo de pacientes. Objetivos: Avaliar a presença de
osteopenia / osteoporose em um grupo de 13 pacientes com MPS tipos I, II, IV e VI.
Métodos: Realizada densitometria mineral óssea (DMO) no densitômetro GE Lunar
iDEXA, com analise em software pediátrico em pacientes com MPS, 8 do sexo
feminino e 5 do sexo masculino e idades entre 5 e 13 anos, sendo: 1 MPS I, 1 MPS II,
6 MPS IV e 5 MPS VI. Foram avaliadas a densidade óssea de região lombar L1-L4,
do quadril direito e do corpo inteiro. Os resultados foram comparados com crianças
da mesma faixa etária, não se levando em consideração ajustes para estatura dos
pacientes. Resultados: Com exceção dos pacientes com MPS I e MPS II, todos os
demais apresentaram DMO abaixo do esperado para faixa etária em região de
coluna lombar L1-L4. A avaliação do quadril direito mostrou-se dentro dos limites de
normalidade para faixa etária em 9 pacientes e acima dos limites no paciente com
MPS II que apresenta quadro clinico atenuado. A avaliação de corpo inteiro estava
dentro dos limites da normalidade em 10 pacientes. Três meninas com MPS IV
apresentaram DMO abaixo dos limites da normalidade para faixa etária em coluna,
quadril direito e corpo inteiro. Conclusões: Alguns estudos mostram densidade
mineral óssea abaixo do esperado em pacientes com MPS quando comparados com a
mesma faixa etária. Há certa divergência entre dados publicados, com alguns
autores sugerindo também correção para estatura. Supondo que estes pacientes
tenham acúmulo de glicosaminoglicanos em células como osteoclastos, osteoblastos
e condrócitos envolvidas na formação, reabsorção e mineralização do tecido ósseo,
essas anormalidades combinadas poderiam alterar a densidade ou resiliência óssea.
As importantes deformidades ósseas e a baixa estatura frequentemente encontradas
na doença poderiam alterar os resultados da DMO e assim interferir na indicação da
terapêutica anti-reabsortiva neste grupo de pacientes, com vistas a melhora na
qualidade do osso. Portanto, sugere-se que os valores da DMO sejam ajustados para
faixa etária, devendo-se ter cautela ao ajustar os valores para estatura em pacientes
com MPS.
Palavras-Chave:Mucopolissacaridose, densitometria óssea
DIAGNÓSTICO PRECOCE DE DOENÇA DE GAUCHER TIPO 1
MATHEUS VERNET MACHADO BRESSAN WILKE (UFRGS) - BRASIL
FILIPPO VAIRO (HCPA/UFRGS) - BRASIL
LIVIA D'AVILA PASKULIN (UFRGS) - BRASIL
CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Introdução: A doença de Gaucher (DG) é a doença lisossomal mais frequente. Suas
manifestações clínicas incluem anemia, trombocitopenia, hepatoesplenomegalia e
dores ósseas devido ao acúmulo de glicocerebrosídeo, especialmente no sistema
retículo-endotelial. O genótipo não prevê a variabilidade fenotípica, e a gravidade
pode variar entre irmãos e até entre gêmeos monozigóticos. Objetivo: Relatar o caso
de uma paciente de dois anos de idade, atendida no Centro de Referência para o
Tratamento e Acompanhamento da Doença de Gaucher do Rio Grande do Sul
(CTDG-RS), diagnosticada com DG tipo 1, aos 10 meses de idade por história
familiar de DG (irmão com genótipo p.N370S/L444P). Métodos: Foi realizada
revisão da literatura e de protocolos de manejo da DG de diferentes países para
avaliar o melhor momento para realizar o diagnóstico e início do tratamento.
Comparamos com a conduta realizada pela equipe multidisciplinar do CTDG-RS.
Resultados: De acordo com a maioria dos protocolos encontrados, recomenda-se o
diagnóstico a partir do aparecimento dos sintomas, por haver a possibilidade de
minimizar ou retardar o aparecimento de complicações. No entanto, é estabelecido
que há danos potenciais em crianças diagnosticadas precocemente tanto na auto
estima, quanto na percepção da família em relação à criança, o que acarreta em uma
perda da autonomia e da confiança na idade adulta. Quanto ao tratamento, a
primeira linha em crianças é a terapia de reposição enzimática (TRE) endovenosa.
Faltam estudos das outras terapias em pacientes menores de 18 anos. Salienta-se que
a doença iniciada na infância parece ter um caráter mais grave. Há, de forma geral,
na literatura, discussões em relação ao início do tratamento em paucissintomáticos.
Discussão: A decisão de nossa equipe, em conjunto com a família, em realizar o
diagnóstico de forma tão precoce foi estabelecida após percebermos que a dúvida da
presença ou não de DG novamente naquela família estava sendo emocionalmente
danosa para eles. No acompanhamento ambulatorial, aos 10 meses apresentava
níveis baixos de Hb, corrigidos com o uso de sulfato ferroso; aos 20 meses de idade,
a paciente apresentava hepatoesplenomegalia leve (examinadores 1 e 2), e ausência
de hepatoesplenomegalia aos 26 meses (examinadores 3 e 4) paciente. Entretanto,
aos 26 meses de idade, ambos não eram palpáveis. Não há sinais de dor óssea,
disfunção hematológica ou sintomas devido à compressão visceral, optou-se por não
realizarmos ainda qualquer exame de imagem. O desenvolvimento físico e mental
está dentro do esperado para sua idade. A paciente pode ser considerada atualmente
assintomática, mas infelizmente, a ausência de sintomas não reflete a não-atividade
da doença. A conduta de nossa equipe quanto ao tratamento é expectante. Levamos
em consideração suas manifestações clínicas e a perda da qualidade de vida que a
TRE por via intravenosa pode representar. A paciente é avaliada regularmente a
cada 6 meses seguindo o protocolo de acompanhamento de DG do Ministério da
Saúde, e deve iniciar o tratamento tão logo preencha os critérios recomendados pelo
mesmo. Conclusões: Faltam relatos de casos de pacientes com DG diagnosticados
precocemente e estudos que demonstrem a eficácia e o impacto do tratamento
precoce.
Palavras-Chave:Gaucher, Relato de Caso, Diagnóstico Precoce.
DOENÇA DA URINA DO XAROPE DE BORDO: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS
E DESAFIOS TERAPÊUTICOS
MARINA DE FRANÇA (UERJ) - BRASIL
MARIA HELENA MARTINS GARCIA (HUPE/ UERJ) - BRASIL
ANA PAULA DE FARIA
LUANA S. MONTEIRO
SIMONE RIBAS
CLÁUDIO BAPTISTA SCHMIDT (LABORATÓRIO DLE ) - BRASIL
GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL
ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL
RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL
A Doença da Urina do Xarope de Bordo (DXB) é um raro erro inato do metabolismo
(EIM), de herança autossômica recessiva, decorrente da atividade deficiente do
complexo enzimático desidrogenase dos α-cetoácidos de cadeia ramificada (DCCR)
responsável pela metabolização dos aminoácidos essenciais de cadeia ramificada
(AACR) leucina, isoleucina e valina, e dos seus derivados α-cetoácidos, levando ao
acúmulo dos mesmos no organismo com consequentes déficits nutricionais e
neurológicos graves. O tratamento deste EIM se baseia na restrição dietética de
leucina, ingestão de fórmulas livres de AACR, suplementação alimentar de isoleucina
e valina, além do acompanhamento clínico rigoroso e dosagem plasmática regular
dos AACR em questão.Objetivo:Relatar o diagnóstico e os desafios no manejo
terapêutico de um caso de DXB. Método:Relato de caso a partir de revisão de
prontuário e seguimento clínico. Resultado/Conclusão:MELM, feminina, branca, 2a
filha de pais jovens não consangüíneos, deu entrada no HUPE aos 12 dias de vida
por déficit de sucção e hipoatividade. Apresentava à internação na UTI neonatal
desnutrição, hipoglicemia, hipotonia, letargia e bradipnéia.A Cromatografia urinária
no 14o dia de vida mostrou aumento de leucina, isoleucina e valina, sendo suspensa
a dieta até um mês de idade, quando foi iniciada fórmula para DXB (MSUD-1 ),
complementada com óleo de coco, NaCl, Nidex , Nan Pro 1 , além da reposição
de isoleucina e valina. Evoluiu com crises de descompensação metabólica, episódios
convulsivos e coma. A estabilização clínica a partir do controle dietético, do manejo
das intercorrências infecciosas (antibioticoterapia) e do déficit de sucção
(gastrostomia) se deu somente a partir do 7o mês de vida, quando recebeu alta
hospitalar. No oitavo mês de vida, sua dieta foi modificada para a fórmula específica
para DXB (Complex Junior ), complementada com Nan Pro 1 (posteriormente
substituido por Nan), isoleucina e valina. Atualmente, a paciente aos 22 meses
mantem-se em acompanhamento ambulatorial rigoroso com dosagem peródica
(semanal) dos AACR por cromatografia líquida de alta resolução em papel filtro,
apresentando curvas antropométricas ascendentes e atraso no desenvolvimento
neuro-psico-motor. A ocorrência de quadros infecciosos leves ou mudanças dietéticas
sào fatores de graves episódios de descompensaçao clínica que demandam
tratamento agressivo do quadro. A opção do transplante hepático tem sido
contemplada.O estudo mutacional encontra-se sob análise. Apesar do diagnostico de
DXB ter sido relativamente precoce, o dificil manejo clinico-laboratorial, incluindo o
acesso a teste rápido, e a lentidão ao acesso dietético específico ainda se constituem
desafios para evitar sequelas neurológicas. A caracterização molecular contribuirá
para a obtenção do perfil mutacional da populaçao brasileira.
Palavras-Chave:Doença da urina do xarope de bordo, diagnostico, manejo clinico, controle laboratorial,
EFEITOS IN VITRO DE ALTAS CONCENTRAÇÕES DE FRUTOSE SOBRE A
ATIVIDADE DOS COMPLEXOS DA CADEIA TRANSPORTADORA DE
ELÉTRONS EM FÍGADO DE RATOS JOVENS
LUCIANA ROSA (UNESC) - BRASIL
GISELLI SCAINI (UNESC) - BRASIL
ABIGAIL LOPES (UNESC) - BRASIL
NAITHAN LUDIAN FERNANDES COSTA () GUSTAVO DA COSTA FERREIRA (UNESC) - BRASIL
EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL
PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL
Introdução: O acúmulo de frutose é observado em pacientes afetados por frutosemia,
um grupo de doenças genéticas cuja fisiopatologia ainda é passível de investigação.
Os principais sinais e sintomas da frutosemia são hipoglicemia, icterícia, elevação
das enzimas hepáticas e hepatomegalia após a ingestão de frutose na dieta. Diante
do contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito in vitro de altas
concentrações de frutose sobre a atividade dos complexos da cadeia transportadora
de elétrons em fígado de ratos. Material e Métodos: Foram utilizados ratos Wistar de
30 dias de vida. Os animais foram mortos por decapitação e o fígado isolado e
homogeneizado. Os homogeneizados foram incubados na ausência (controle) ou na
presença de frutose em concentrações crescentes (0.1-10 mM). As atividades dos
complexos I-III, II-III e IV da cadeia respiratória foram avaliadas. Resultados e
Discussão: Observou-se que altas concentrações (10 mM) de frutose inibiram a
atividade do complexo I - III in vitro em fígado de ratos jovens, quando comparado
ao grupo controle. Os demais complexos da cadeia transportadora de elétrons não
apresentaram nenhuma alteração na presença de frutose. Conclusão: Nossos
resultados apontam para um efeito provocado por frutose sobre a atividade da
cadeia respiratória, levando provavelmente a disfunção mitocondrial. Pode-se
especular que este efeito esteja envolvido na disfunção hepática observada em
doentes acometidos por frutosemia.
Palavras-Chave:fígado, frutose, cadeia respiratória
EMBRIOPATIA POR FENILCETONÚRIA – MANEJO DE UM CASO
EMBLEMÁTICO
LÍLIA FARRET REFOSCO (HCPA) - BRASIL
CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL
CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO MAGALHÃES (HCPA/UFRGS) - BRASIL
TÁSSIA TONON (UFRGS) - BRASIL
SOLANGER GRACIANA PAULÃO PERRONE (HCPA) - BRASIL
ANTONETTE SOUTO EL HUSNY (HCPA) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
INTRODUÇÃO: A fenilcetonúria (PKU) materna caracteriza-se por níveis elevados
de fenilalanina (PHE) sérica durante a gestação, o que pode provocar efeito
teratogênico ao feto, condição denominada síndrome da PKU materna. Sendo assim
é possível identificar gestantes portadoras de PKU, condição grave, que quando não
diagnosticada e tratada precocemente, leva a síndrome de PKU materna. Tal
síndrome acomete o feto podendo causar retardo do crescimento intra-uterino,
microcefalia, malformações cardíacas, malformações congênitas e retardo mental.
OBJETIVOS: Enfatizar a importância do acompanhamento médico e nutricional
rigoroso para pacientes com PKU, visando minimizar possíveis prejuízos para o feto,
bem como relatar as condutas no período gestacional e reforçar a importância do
aconselhamento reprodutivo sistemático para as meninas. RELATO DE CASO:
Paciente de 25 anos, Gesta 2 Aborto 1(provocado), estudante universitária,
procedente de Novo Hamburgo, foi diagnosticada com PKU com 27 dias de vida,
pelo teste de triagem neonatal (PHE = 36 mg/dL; TYR= 2,85 mg/dL). Iniciou dieta
pobre em PHE após diagnóstico, mas aos 10 anos de idade abandonou o
acompanhamento médico e nutricional por decisão da família. Após 15 anos,
retornou ao ambulatório de tratamento para erros inatos do metabolismo do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, grávida de 11 semanas com níveis séricos de
PHE 19,6 mg/dL,com índice de massa corporal adequado para idade gestacional.
Neste momento foi orientada dieta com 350 mg de PHE com reintrodução da fórmula
metabólica isenta de PHE como fonte de proteínas e polímero de glicose para
aumentar o aporte calórico diário e planejada internação hospitalar. No momento da
internação hospitalar (cinco dias após a primeira consulta), a paciente mostrava
níveis séricos de PHE de 9,6 mg/dL. Após 7 dias de internação, os níveis de PHE
reduziram para 2,8 mg/dL. Outra internação foi realizada, com duração de 3 dias, na
22ª semana gestacional, devido a dificuldade de manutenção dos níveis de PHE de
acordo com os limites preconizados. As ecografias gestacionais, inclusive
ecocardiograma fetal, foram todas normais. RN do sexo masculino nasceu com idade
gestacional de 38 semanas, parto vaginal, apgar 4-9, pesando 2850g, comprimento47,5 cm, PC – 31 cm. Após o nascimento RN permaneceu sem intercorrências, com
todos os testes de triagem neonatal normais. Recebeu alta hospitalar com
aleitamento materno exclusivo por 22 dias e após este período complementado com
fórmula láctea de 1º semestre por opção da mãe. Até o presente momento criança
apresenta boa evolução clínica e nutricional. CONCLUSÃO: Com este relato
enfatizamos a importância do acompanhamento das mulheres com PKU antes da
concepção para prevenir seqüelas ao feto na gravidez, mesmo que para tal, seja
necessária internação da paciente para tratamento dietético rigoroso e para atingir
os níveis alvo de PHE. Enfatizamos também a necessidade de manter a ingestão de
proteínas e nutrientes adequados à gestação, que são fundamentais para o
desenvolvimento do feto e do bem estar da gestante. Além disso, reforçamos a
relevância de um programa de aconselhamento reprodutivo dirigido para meninas
com PKU, visando o planejamento das gestações e controle periconcepcional
adequado dos níveis de PHE.
Palavras-Chave:PKU materna; Síndrome da PKU materna
ESTADO NUTRICIONAL E NÍVEIS DE FENILALANINA EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES PORTADORES DE FENILCETONÚRIA EM
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
EMELINE ABREU (UFSC) - BRASIL
YARA MARIA FRANCO MORENO (UFSC) - BRASIL
ROSANE MARIA RIBEIRO RANGEL ROSANE RANGEL (HIJG) - BRASIL
RITA HELENA RABELO MARTINS () GISELE ROZONE DE LUCA (HIJG) - BRASIL
LOUISE LAPAGESSE (HIJG) - BRASIL
Objetivos: Avaliar os níveis de fenilalanina sérica e o estado nutricional de crianças
e adolescentes portadores de fenilcetonúria em acompanhamento nutricional.
Métodos: Estudo de coorte retrospectivo realizado com crianças e adolescentes
portadores de fenilcetonúria clássica que realizaram acompanhamento nutricional
no Ambulatório de Pacientes Crônicos do Hospital Infantil Joana de Gusmão
(APACHI), Florianópolis, SC, no período entre 2005 e 2010. Os dados coletados dos
prontuários foram equivalentes de 2 consultas ao ano de cada um dos pacientes, no
período de 3 anos de seguimento entre 2005 a 2010. Foram excluídos da amostra
pacientes maiores de 19 anos, que iniciaram o acompanhamento após 2010 ou que
foram a óbito durante o seguimento clínico. As variáveis analisadas foram sexo,
idade, número de atendimentos nutricionais realizados, níveis de fenilalanina sérica,
peso, altura, que foram obtidas a partir do prontuário dos pacientes, no início do
acompanhamento bem como no primeiro e segundo anos de acompanhamento. A
avaliação do Estado Nutricional foi realizada pelos cálculos do z-escore dos
indicadores antropométricos índice de massa corporal para a idade (z-IMC) e
comprimento/estatura para a idade (z-estatura) utilizando os parâmetros de
referência propostos pela World Health Organization (WHO, 2006; 2007). Os níveis
de fenilalanina sérica foram considerados normais quando inferiores a 8,5 mg/dL.
Os dados foram descritos em proporções (intervalo de confiança de 95%) e mediana
[intervalo interquartil]. Resultados: A amostra foi composta por 35 pacientes de um
total de 145 pacientes elegíveis. Destes, 19 (51,42%) eram meninas e 18 (48,57%)
meninos, com mediana de idade de 24 [1; 12] meses. Quanto aos níveis de
fenilalanina, na primeira consulta 14 (37,84%) apresentavam valores de fenilalanina
dentro da normalidade e 23 (62,16%) níveis acima, com mediana de 11,8 [5,2;
16,18] mg/dL. No segundo ano de tratamento 15 (55,56%) apresentaram valores
normais e 12 (44,44%) alterado, com mediana de 5,93 [2,13; 14,27] mg/dL. No
terceiro ano de tratamento 12 (75%) apresentaram níveis normais e 4 (25%) níveis
alterados, com mediana de 5,27 [3,2; 8,85] mg/dL. O número de atendimentos
nutricionais realizados teve uma mediana de 9 [4; 12] consultas. Quanto à avaliação
nutricional, o z-IMC apresentou medianas de -0,35 [-0,64; 0,70], 0,21 [-0,49; 0,76] e
-0,14 [-0,98; 0,96] e o z-estatura - 0,68 [-1,09; 0,14], -0,70 [-1,17; 0,74] e -0,75 [1,11; -0,37], na primeira consulta, no segundo e terceiro ano de seguimento,
respectivamente. Conclusão: Observa-se que um ano após o início do
acompanhamento nutricional houve redução no percentual de pacientes com níveis
alterados de fenilalanina, bem como a mediana de fenilalanina encontrava-se dentro
dos parâmetros aceitáveis para essa população, ainda, os achados se mantiveram
após dois anos de seguimento. O estado nutricional dos pacientes durante o
seguimento apresentou medianas de z- IMC e z- estatura dentro da normalidade,
indicando adequado estado nutricional. O acompanhamento nutricional é
fundamental para a manutenção dos níveis de fenilalanina dentro dos parâmetros
aceitáveis e garantir o bom estado nutricional, além de contribuir para o
desenvolvimento físico e motor e, desta maneira, melhorar a qualidade de vida desta
população.
Palavras-Chave:fenilcetonúria, fenilalanina, estado nutricional
ESTRATÉGIA DE CONTROLE INTERNO DE QUALIDADE: ANÁLISE
QUANTITATIVA DE GLICOSAMINOGLICANOS NA URINA DE INDIVÍDUOS
SIRLENE GONÇALVES DE ARAUJO (UFPA) - BRASIL
FELIPE PINHEIRO OLIVEIRA
LARISSA GIORDANA DA CRUZ (UFPA) - BRASIL
FELIPE TUJI DE CASTRO FRANCO (UFPA) - BRASIL
LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA
O presente trabalho tem como objetivo verificar se há diferença nos resultados de
dosagem de glicosaminoglicanos (GAGs) realizados em períodos e temperaturas
diferentes, e entre homens e mulheres. A amostra foi constituída de 120 indivíduos
hígidos em seis faixas etárias, sendo 20 amostras por faixa etária, subdivididas em
10 amostras para gênero masculino e 10 para o feminino. A primeira análise foi
realizada no mesmo dia da coleta, e uma alíquota armazenada a 4°C e outra a 20°C. Novamente essas amostras foram analisadas em 7 dias e 30 dias após a
primeira análise. A leitura foi realizada em espectrofotômetro com DMB e
comprimento de onda de 530nm. Os resultados foram dados em µg/mg de creatinina.
Para análise estatística foi utilizado o teste Kruskal-Wallis com o programa BioStat
5.0. As análises realizadas em diferentes períodos mostraram que ocorreu uma
redução nos valores de dosagem de GAGs com o decorrer dos dias em quatro das
faixas etárias testadas. Em relação a diferentes temperaturas não há diferença
estatisticamente na dosagem de GAGs entre urinas guardadas a 4°C e a -20°C;
assim como não houve diferença estatisticamente significante na excreção de GAGs
entre os gêneros. Conclui-se que estatisticamente o tempo de armazenamento
influencia na dosagem de GAGs (p≤0,05) enquanto que a temperatura de
armazenamento não parece influenciar nas concentrações de GAGs. Não ocorre
excreção diferencial de GAGs entre os sexos masculino e feminino.
Palavras-Chave:Glicosaminoglicanos, Mucopolissacaridose, Controle de qualidade.
ESTUDO MULTICÊNTRICO EM DIAGNÓSTICO DA DOENÇA DE FABRY EM
REGISTROS DE BIOPSIAS DE ANGIOQUERATOMAS
SAMANTHA VERNASCHI KELMANN (ICR - USP) - BRASIL
CAIO ROBLEDO DC QUAIO (USP) - BRASIL
NILTON SALLES ROSA NETO (H9J) - BRASIL
CHARLES MARQUES LOURENÇO (HC-FMRP-USP) - BRASIL
RUTE LELLIS
MARIA CECÍLIA RIVITTI-MACHADO
MILVIA ENOCHIBARA () DEBORA ROMEO BERTOLA
CHONG AE KIM (ICR) - BRASIL
Angioqueratomas são as primeiras manifestações cutâneas da doença de Fabry,
doença de depósito lisossomal causada por deficiência da enzima alfa-
galactosidade-A. No entanto, angioqueratomas também podem ocorrer em indivíduos
normais. O objetivo deste trabalho é determinar a frequência de indivíduos com
doença de Fabry em população com diagnóstico histopatológico de angioqueratoma.
Uma revisão sistemática de todas os resultados de biópsias de pele realizadas de
2003 a 2012 foi efetivada em quatro grandes centros médicos do Estado de São
Paulo. Dos 52 indivíduos com diagnóstico de angioqueratoma que foram
reconvocados para nova avaliação clínica, 45 compareceram. Destes, três indivíduos
do sexo masculino (idades de 16 a 32 anos) apresentaram atividade diminuída da
alfa-galactosidase-A. A confirmação do diagnóstico de doença de Fabry foi realizada
com nova prova enzimática e com teste molecular do gene GLA. A frequência de
indivíduos com doença de Fabry em nossa amostra composta por pessoas com
diagnóstico histopatológico de angioqueratoma foi de cerca de 7%. O estudo das
famílias dos indivíduos afetados proporcionou a detecção de adicionais 16
indivíduos afetados. A frequência aqui encontrada é maior quando comparada a
estudos de doença de Fabry em indivíduos com cardiopatia ou insufuciência renal.
Dessa forma, a presença de angioqueratoma é bom parâmetro clínico da doença de
Fabry.
Palavras-Chave:angioqueratoma, doença de Fabry, lisossomo
FENILCETONÚRIA: UM ESTUDO DE CASO DE INTERVENÇÃO DE
TERAPIA OCUPACIONAL COMO TERAPIA DE SUPORTE
DANIELE DORNELLES BENDER (UFPEL) - BRASIL
NICOLE RUAS GUARANY (UFPEL) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Objetivos: O presente estudo tem como objetivo relatar os dados preliminares de um
estudo de caso de um indivíduo com Fenilcetonúria (PKU) atendido no setor de
Terapia Ocupacional no Núcleo de Neurodesenvolvimento da Universidade Federal
de Pelotas (UFPel), Rio Grande do Sul (RS). Metodologia: O estudo de caso foi
desenvolvido através de análise de prontuário clínico, anamnese com cuidador do
paciente e avaliação de Terapia Ocupacional, desenvolvida especialmente para os
pacientes atendidos neste setor. Esta avaliação compreende aspectos tais como
capacidades motoras, cognitivas, realização das atividades de vida diária, função
social, comunicação, entre outros. Até o momento foram realizados quatro
atendimentos de Terapia Ocupacional, semanalmente, e este paciente segue sendo
acompanhado. A avaliação e os atendimentos foram realizados por duas alunas do
Curso de Terapia Ocupacional da UFPel, sendo documentados diariamente.
Resultados: Paciente com 8 anos de idade, sexo masculino, possui diagnóstico de
Fenilcetonúria (através de triagem neonatal) e Autismo. Apresentou atraso na
aquisição dos marcos de desenvolvimento motor: sorriu com 1 ano, sentou sem apoio
aos 8 meses, não engatinhou e iniciou marcha aos 3 anos. Cuidador relata que
paciente foi alimentado com leite de vaca e leite materno até o final do primeiro mês
de vida, desde então, realiza dieta específica (dado não confirmado por prontuário
clínico). Paciente semi-dependente nas atividades de vida diária: não faz uso de faca
e prefere se alimentar no quarto sozinho; não amarra os sapatos, não veste calça e
camisa, não coloca meias e sapatos, não escova os dentes ou toma banho sozinho.
Apresenta isolamento social e dificuldade no relacionamento com familiares, não
apresenta linguagem oral, comunica-se unicamente de forma expressiva através de
gestos, imitação e desenhos de atividades cotidianas, em resposta a questionamentos
ou para contar sua rotina. Paciente apresenta comportamentos obsessivos como
enfileirar brinquedos e organizar objetos de acordo com suas características. Parece
apresentar cognição e desenvolvimento intelectual normal: reconhece letras,
números, formas, cores, sabe escrever e frequenta o primeiro ano em escola regular
pública. Nos atendimentos iniciais, não interagia com as alunas, evitava contato
ocular e não respondia perguntas com gestos. A partir do terceiro atendimento
passou a realizar atividades de reconhecimento de figuras, cores e encaixe,
gesticulava com a cabeça para se comunicar. Após orientação para utilizar gestos
com cabeça e mãos para comunicar-se, paciente demonstra maior independência.
Conclusão: Indivíduos com Fenilcetonúria apresentam-se suscetíveis a alterações
cognitivas, linguísticas, motoras, comportamentais e sociais. Os resultados
preliminares deste estudo demonstram a importância da intervenção terapêutica
ocupacional para identificar e auxiliar no seu desenvolvimento global. A carência de
estudos que exponham os benefícios da Terapia Ocupacional para esses indivíduos
evidencia a necessidade de publicações na área.
Palavras-Chave:Fenilcetonúria, Autismo, Terapia Ocupacional
FRUTOSEMIA: PERFIL CLÍNICO E MOLECULAR EM UM AMBULATÓRIO
UNIVERSITÁRIO
ARSONVAL LAMOUNIER JUNIOR (UFMG) - BRASIL
ANA FACURY DA CRUZ (UFMG) - BRASIL
EUGÊNIA RIBEIRO VALADARES (UFMG) - BRASIL
Introdução: A frutosemia é um erro inato do metabolismo da frutose, de herança
autossômica recessiva, causada por uma mutação no gene codificador da enzima
frutose-1,6-difosfato aldolase, cromossomo 9q22.3. A incidência estimada é de
1:26000 nascidos vivos. O diagnóstico pode ser feito por exame de tolerância a
frutose, sendo confirmado através do ensaio da atividade de aldolase B ou de
sequenciamento do gene ALDOB. De modo geral, o indivíduo tem crescimento e
desenvolvimento normais durante o aleitamento materno exclusivo. Com a
introdução de novos alimentos à dieta, a ingestão de frutose, sacarose ou sorbitol
pode causar vômitos recorrentes, dor abdominal, acidose lática, hipoglicemia,
convulsões e coma, evoluindo para insuficiência hepática e renal. O tratamento
consiste na remoção completa desses açúcares da alimentação, sendo suficiente para
cessar os sintomas e recuperar o crescimento normal. Não há déficit intelectual. Este
trabalho tem como objetivo revisar aspectos do diagnóstico e tratamento da
frutosemia através de estudo de casos. Materiais e métodos: Revisão da literatura e
análise de prontuários de 4 pacientes com diagnóstico de frutosemia atendidos no
Ambulatório de Erros Inatos do Metabolismo, Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Minas Gerais. Resultados: Paciente 1: Quadro importante de vômitos
após introdução de alimentação complementar aos 6 meses (sucos, frutas e iogurtes).
Perda ponderal significativa após os 8 meses, acompanhada de desidratação e
hepatomegalia, sendo internada aos 12 meses para propedêutica, suspeita de
frutosemia. Com a introdução de dieta específica restrita em frutose, sacarose e
sorbitol atingiu crescimento e desenvolvimento normais, além de normalização da
função hepática. Mutação c.524C>A (p.A175D) em homozigose. Paciente 2: Criança
hígida até os 6 meses, em aleitamento materno exclusivo. Com a introdução da
alimentação complementar iniciou distensão abdominal, irritabilidade, transtorno do
sono e desequilíbrio motor. Queda do crescimento e desenvolvimento a partir de 1
ano. Hepatomegalia, biópsia hepática sugestiva de glicogenose, hipercolesterolemia
e hipertrigliceridemia. Diagnóstico clínico com 1 ano e 6 meses. Heterozigota
composta, mutações c.360_363delCAAA (p.N120KfsX30) e c.178C>T (p.R60X).
Paciente 3: Primeira consulta com 2 anos e 8 meses, com acidose tubular renal,
queda no crescimento e hepatomegalia. Vômitos e hipotonia após ingestão de frutas,
vegetais e medicamentos com sacarose. Iniciada dieta especial com melhora do
quadro. Heterozigoto composto para as mutações c.448G>C (p.A150P) e c.524C>A
(p.A175D). Paciente 4: Criança hígida até os três meses quando apresentou vômitos
após ingestão de água de coco e refeições com frutas e vegetais. Fez tratamento para
refluxo gastroesofágico. Hepatomegalia desde os cinco meses. Internado aos 10
meses, levantada suspeita de frutosemia e modificada a dieta. Melhora do quadro,
crescimento e desenvolvimento normais. Heterozigota composta, mutações
c.360_363delCAAA (p.N120KfsX30) e c.178C>T (p.R60X). Conclusão: Pais e
profissionais de saúde devem estar atentos ao quadro clínico que se inicia com a
introdução da dieta complementar. A melhora clínica dos pacientes após início do
tratamento dietético sugere o diagnóstico. A análise molecular mostrou
heterogeneidade alélica conforme descrito na literatura.
Palavras-Chave:Frutosemia, Intolerância Hereditária a Frutose, Donça Autossômica Recessiva
GLICOGENOSE TIPO III: RELATO DE CASO
EDUARDO VIEIRA NETO (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL
MARCOS OLIVEIRA CUNHA (UFRJ) - BRASIL
EVELYN KAHN (IPPMG - UFRJ) - BRASIL
MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
Objetivos: Relatar um caso de glicogenose tipo III (GSD III), que se apresentou já na
primeira infância com hepatoesplenomegalia e retardo do crescimento, com boa
tolerância ao jejum e raros episódios de hipoglicemia. Métodos: Revisão do
prontuário do paciente. Exame histopatológico de fragmento de tecido hepático
obtido por biópsia corado pelo H&E, PAS, PAS após digestão com diastase, Gomori
e coloração de Perl para ferro. Dosagem de beta-glicosidase, quitotriosidase, lactato
antes e após sobrecarga de dextrose, ácido úrico e ácidos orgânicos urinários.
Resultados: ICCS, nascido de parto cesáreo a termo, sem intercorrências, sexo M,
branco, pais não consanguíneos, saudáveis, caso único na família. Aos 7m
apresentou hepatomegalia e episódios de hipoglicemia, que desapareceram ao longo
do tempo; USG com 1a+10m evidenciou hepatoesplenomegalia com aumento difuso
do fígado, sem alteração de contorno, nem sinais focais; baço aumentado de
tamanho, com densidade homogênea; não havia sinais de icterícia e os exames
bioquímicos mostraram leve aumento de transaminases e fosfatase alcalina [TGO =
78 U/L (<40); TGP = 72 U/L (<41); FAL = 885 U/L (<281)], com bilirrubinas e
alfafetoproteína normais; aos 3a+1m, foi demonstrada dislipidemia com aumento
simultâneo de colesterol total (274 mg/dL), LDL-colesterol e triglicerídeos (188
mg/dL) e diminuição de HDL-colesterol (29 mg/dL); investigação de hepatites virais,
doenças autoimunes e de depósito de cobre realizada aos 4a mostrou resultados
negativos; ecocardiografia e eletrocardiograma realizados aos 3a+4m e 5a com
resultados dentro da normalidade. As transaminases e a GGT tiveram um acentuado
aumento ao longo do tempo. Biópsia hepática (2a+1m) mostrou fígado com
arquitetura preservada, hepatócitos distendidos, sem vacúolos de esteatose, ausência
de fibrose portal e/ou lobular, trama reticular normal, ausência de depósito férrico,
ausência de infiltrado inflamatório permeando sinusoides e/ou espaços-porta e
depósito de material PAS positivo para glicogênio, PAS após digestão com diastase
negativo. Ácido úrico normal [2,6 mg/dL (3,5 - 8,5)] e teste de sobrecarga com
dextrose evidenciou aumento de 63% do lactato pós-prandial [basal 15,2 mg/dL (4,5
- 19,8), 60 min 24,3 mg/dL]. Cromatografia de ácidos orgânicos urinários normal.
Atividades normais de quitotriosidase plasmática [8,8 nmol/h/mL (8,8 - 132)] e de
beta-glicosidase leucocitária [30,0 nmol/h/mg ptn (10 – 45)]. Conclusões: Entre as
doenças metabólicas responsáveis, na primeira infância, por hepatomegalia
persistente, sem progressão para cirrose, manifestações colestáticas e de necrose
hepatocelular, se destacam as glicogenoses (tipos I, III e IV), hemocromatose, doença
de Wilson e doença de Gaucher. No presente caso, a ausência de depósito de ferro na
biópsia hepática, a normalidade dos marcadores do metabolismo do cobre e da
atividade de quitotriosidase e beta-glicosidase convergiram a investigação
diagnóstica para as glicogenoses. O curso rapidamente progressivo da glicogenose
tipo IV, com óbito por insuficiência hepática antes dos cinco anos afastou este
diagnóstico. A ausência de hipoglicemia, hiperlacticemia e de corpos cetônicos
urinários após jejum prolongado, o ácido úrico normal descartaram a glicogenose
tipo I. A ausência de envolvimento muscular conduziu ao diagnóstico da variante
GSD IIIb. Evoluiu com discrasia sanguínea e aumento dos tempos de protrombina e
tromboplastina parcial ativado, responsiva à suplementação de vitamina K.
Palavras-Chave:Doença de Depósito de Glicogênio Tipo III. Hepatomegalia. Diagnóstico Diferencial. Biópsia.
HIPERGLICINEMIA NÃO CETÓTICA: RELATO DE TRÊS CASOS DA FORMA
ATÍPICA
KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL
ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL
KARYN REGINA JORDÃO KOLADICZ (HCPA) - BRASIL
JONAS ALEX MORALES SAUTE (SGM - HCPA) - BRASIL
ANGELA SITTA (HCPA) - BRASIL
CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL
Introdução: A Hiperglicinemia Não Cetótica Atípica é um erro inato do metabolismo,
herdado de modo autossômico recessivo, que pode se apresentar em três formas:
neonatal, infantil ou na idade adulta. A clínica é heterogênea e se caracteriza por
convulsões, hipotonia, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM),
alterações comportamentais, podendo apresentar em alguns casos ataxia,
coreoatetose, sinais de neurônio motor superior, atrofia óptica e neuropatia
periférica. O diagnóstico da forma atípica é feito pela dosagem de glicina no plasma
e no líquor apresentando uma relação líquor/plasma entre 0,04 e 0,2, glicina no
plasma variável e glicina no líquor maior que 30. O Benzoato de Sódio pode ser
usado na forma atípica, entretanto é difícil avaliar os resultados dos tratamentos,
pois as referências são escassas e o inicio do tratamento em idades variadas.
Objetivo: relatar o caso de três irmãos com Hiperglicinemia Não Cetótica Atípica.
Método: revisão de prontuário e atendimento clínico. Relato de caso: P1, masculino,
20 anos; P2, masculino, 24 anos; e P3, feminino, 22 anos, filhos de pais
consangüíneos com 2 filhos hígidos. Os sinais e sintomas dos 3 afetados incluem
microcefalia, retardo mental (RM), história de crise convulsiva, hipotonia na infância
e quadro neurológico não progressivo. O P1 apresenta grave distúrbio
comportamental associado à RM e auto e heteroagressão. O P2 apenas RM leve, com
menor comprometimento neurológico e a P3 apresenta um fenótipo intermediário
com RM moderado sem sintomas psiquiátricos. Após extensa investigação, foi
detectado aumento da glicina no sangue e no líquor (LCR) em P1 e P2. Em P1 a
relação glicina LCR/plasma foi de 0,06 e em P2 a relação LCR/plasma foi de 0,02.
Este resultado é compatível com Hiperglicinemia Não Cetótica Forma Atípica.
Iniciado em março de 2013 o Benzoato de Sódio 250mg/kg/dia, sem relato até o
momento de alteração nos sintomas. Conclusão: Com este relato, ressaltamos a
importância de investigação metabólica em casos de ADNPM complicado pela
presença de crise convulsiva, mesmo com quadro estático. Destacamos também a
variabilidade de apresentação clínica na mesma família, mesmo diante de um EIM
que pode ter apresentação catastrófica no período neonatal. Plano no futuro de
análise molecular para possível correlação genótipo fenótipo.
Palavras-Chave:Hiperglicinemia Não Cetótica, crise convulsiva, retardo mental
INTOLERÂNCIA HEREDITÁRIA À FRUTOSE EM LACTENTE : RELATO DE
CASO
Jussara MELO DE CERQUEIRA MAIA (HOSPED - UFRN) - Brasil
Benila SABRY COSTA LIRA (HOSPED) - Brasil
A intolerância hereditária à frutose é um erro inato do metabolismo infrequente que
apresenta sintomas gastrointestinais acompanhados de hipoglicemia, devendo ser
considerada na investigação de vômitos recorrentes de etiologia desconhecida em
crianças e adultos jovens. Entretanto, por ser incomum, frequentemente não é
incluída na elaboração do diagnóstico diferencial, e em consequência, retardando o
início do tratamento. Objetivo: ressaltar a importância de se considerar a
intolerância à frutose no diagnóstico diferencial de vômitos recorrentes. Métodos: as
informações quanto aos dados clínicos e laboratoriais foram obtidas por meio de
revisão do prontuário, entrevista com os pais e durante o seguimento ambulatorial do
paciente. Resultados: relata-se um caso dessa doença diagnosticado em lactente de 5
meses de idade que apresentava vômitos recorrentes desde o período do desmame. O
diagnóstico foi confirmado através de estudo molecular, com sequenciamento do
gene da aldolase B. Conclusões: a fisiopatologia da doença, a relevância da história
clínica detalhada, buscando relacionar o aparecimento dos sinais e sintomas após
ingestão de frutose, sacarose ou sorbitol, e medidas diagnósticas e terapêuticas são
discutidas.
Palavras-Chave:Intolerância hereditária à frutose; diagnóstico; lactente
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NA MUCOPOLISSACARIDOSE TIPO II
(SÍNDROME DE HUNTER): RELATO DE CASO
RENAN GABRIEL GOMES JÚNIOR (INPA) - BRASIL
JULIA CAVALCANTE DO CARMO (UEA) - BRASIL
MARIA CLAUDIA GROSS (UFAM) - BRASIL
CAMILA PRAXEDES CAMPOS BORGES (UFAM) - BRASIL
NAIARA PORTUGAL DIAS BICALHO (UFAM) - BRASIL
VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL
O presente relato apresenta o caso de J.C.S.N., do gênero masculino, quatro anos,
natural de Manaus – Amazonas, encaminhado ao serviço de atendimento em genética
médica do Ambulatório Araújo Lima - AAL para investigação de
Mucopolissacaridose tipo II (MPS II). O objetivo do relato é enfatizar os sinais ditos
“bandeira vermelha” para suspeição clínica da mucopolissacaridose do tipo II.
Trata-se de terceiro filho de pais não consanguíneos, sem intercorrências pré-natais
e neonatais, nascido de parto cesariana, pesando 2,850 kg e 51 cm de altura. Aos 1,3
anos a progenitora procurou atendimento médico por notar postura incorreta ao
sentar. Pela análise pré-clínica foram observados os seguintes sinais: fácies
infiltrado, disostose múltipla, mãos em garra, rigidez articular, hirsutismo, hérnia
umbilical e hérnia inguo-escrotal operada, hepatomegalia, dificuldade respiratória e
hiperatividade. Desenvolvimento motor e cognitivo normal para a idade. Os exames
cardiovasculares e ultrassonografia abdominal não apresentaram alteração. No
exame urinário foi constatada a presença de glicosaminoglicanos (GAG’s), e pelo
ensaio enzimático a atividade de α-iduronidade não foi detectada. Com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida do paciente, foi dado início ao tratamento semanal de
reposição enzimática (TRE). Não houve eventos adversos até o momento. Durante os
primeiros meses do tratamento houve melhora no que diz respeito à dificuldade
respiratória, redução da apneia e quanto aos sintomas gastrointestinais como a
diarreia. Entretanto, houve progressão de alguns sintomas, tais como as alterações
craniofaciais e os de ordem osteoarticulares, dificultando sua movimentação, bem
como a hiperatividade.
Palavras-Chave:MPS II; Reposição enzimática; Bandeira vermelha; fácies infiltrado
MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS ATÍPICAS EM UM PACIENTE COM
MUCOPOLISSACARIDOSE TIPO I
CECÍLIA AQUINO SEQUEIRA (HUPE-UERJ) - BRASIL
MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL
JOÃO GABRIEL LIMA DAHER (UFRJ/IPPMG) - BRASIL
OLÍVIA MIRANDA SOARES (UFRJ) - BRASIL
ALESSANDRA DE AGUIAR LOUREIRO DOS SANTOS (UFRJ) - BRASIL
EDUARDO VIEIRA NETO (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL
Objetivo: Relatar o caso de um paciente com diagnóstico de mucopolissacaridose
tipo I, em terapia de reposição enzimática (TRE), que após interrupção da mesma
devido à ocorrência de efeitos adversos graves, apresentou manifestações cutâneas
atípicas. Métodos: estudo descritivo do tipo relato de caso. Resultados: IVOM, sexo
masculino, 5 anos de idade, diagnóstico de mucopolissacaridose tipo I, em terapia de
reposição enzimática com laronidase há 3 anos. A 1ª infusão ocorreu em maio de
2010 e na 24ª infusão apresentou reação adversa ao medicamento com placas
urticariformes e angioedema. Evoluiu com 12 episódios de reação adversa e, após a
41ª infusão, em outubro de 2011, o paciente foi submetido ao protocolo de
dessensibilização que não foi bem sucedido. Após aproximadamente 10 meses, foi
feita segunda tentativa com aumento na diluição e no tempo de infusão, sem sucesso.
A TRE foi descontinuada em função dos insucessos sucessivos. Há aproximadamente
seis meses foi observado o surgimento pápulas endurecidas, não pruriginosas, da
mesma coloração da pele que tendem a coalescer, localizadas em dorso,
principalmente em região cervical, braços e antebraços. O paciente foi encaminhado
ao serviço de dermatologia que aventou a possibilidade das lesões por depósito de
glicosaminoglicanos (GAGs), semelhantes às que são usualmente relatadas na
mucopolissacaridose tipo II. Conclusões: As mucopolissacaridoses (MPS) são um
grupo de doenças metabólicas, com sete tipos identificados, causados por 11 defeitos
enzimáticos reconhecidos. Estes defeitos ocorrem devido a mutações em genes que
codificam
enzimas
lisossômicas,
responsáveis
pela
degradação
de
glicosaminoglicanos, componentes estruturais do tecido conjuntivo. Os GAGs
envolvidos na fisiopatologia da MPS são principalmente o dermatan sulfato, heparan
sulfato, queratan sulfato e condroitin sulfato. Tanto na MPS I como na MPS II há
acúmulo de dermatan sulfato e heparan sulfato, porém ocorrem por defeitos
enzimáticos diferentes. Esses metabólitos acumulam em diversos tecidos do
organismo, ocasionando uma série de sinais e sintomas, como face grosseira, retardo
mental, hepatoesplenomegalia, anomalias esqueléticas, rigidez de articulações,
alterações cardiovasculares e opacidade de córnea. De acordo com a literatura, as
manifestações cutâneas não são específicas, exceto em pacientes com
mucopolissacaridose tipo II, que geralmente apresentam lesões em pápulas ou
nódulos endurecidos, coalescentes, da coloração da pele e não pruriginosos sobre as
escápulas, membros superiores, tórax e glúteos; causadas por depósitos de GAGs no
tecido subcutâneo. Embora não haja relato na literatura de tais lesões como um
achado na MPS I; e mesmo que estas lesões sejam consideradas típicas na MPS II,
podem não ser exclusivas dessa condição.
Palavras-Chave:Mucopolissacaridose tipo I, Mucopolissacaridose tipo II, manifestações cutâneas
MUTAÇÃO DE NOVO EM UMA FAMÍLIA COM MUCOLIPIDOSE III GAMA:
IMPLICAÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO MOLECULAR E
ACONSELHAMENTO GENÉTICO
RENATA VOLTOLINI VELHO (UFRGS) - BRASIL
TACIANE ALEGRA
FERNANDA SPERB (HCPA/UFRGS) - BRASIL
MARIA LUIZA SARAIVA-PEREIRA (UFRGS-HCPA) - BRASIL
FILIPPO VAIRO (HCPA/UFRGS) - BRASIL
URSULA MATTE (HCPA) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Introdução: Mucolipidoses II e III (ML II/III) são doenças autossômicas recessivas
caracterizadas pelo tráfego e localização subcelular anormal das hidrolases ácidas
devido à deficiência da enzima fosfotransferase codificada pelos genes GNPTAB e
GNPTG. Mutações em GNPTAB causam ML II ou III alfa/beta, enquanto mutações
em GNPTG causam ML III gama. Até o presente momento, 131 mutações foram
descritas em GNPTAB e 25 em GNPTG. A maioria destas mutações são únicas ou
raras. Mutações de novo não são eventos raros e a percepção de que estas mutações
sejam responsáveis por uma fração potencialmente importante em doenças genéticas,
mesmo em doenças autossômicas recessivas, gera grandes implicações para o
diagnóstico molecular e aconselhamento genético. Objetivos: Relatar uma paciente
brasileira com ML III gama resultante da herança de um alelo mutante paterno e de
um alelo que provavelmente foi o resultado de uma mutação de novo ou de uma
mutação germinal materna. Metodologia: DNA genômico da paciente e de seus pais
foram analisados. Éxons e regiões flanqueadoras de GNPTG foram amplificados por
PCR e sequenciados em sequenciador automático ABI3100®. Para o teste de
maternidade, amostras de DNA do trio foram avaliados usando 32 marcadores.
Resultados: O genótipo da probando foi c.[244_247dupGAGT]+[-112C>G,328G>T]
(ou p.[F83X]+[E110X]). Ambas as mutações são novas e localizadas nos éxons V e
VI, respectivamente. O sequenciamento paterno identificou em heterozigose a
mutação p.E110X. Surpreendentemente, na mãe, nenhuma mutação foi detectada. A
avaliação de 32 marcadores de DNA confirmou a maternidade com 99,9% de
certeza. Discussão/Conclusões: Com base nos resultados, propõe-se que a nova
mutação c. 244_247dupGAGT (p.F83X) nesta família tenha sido originada de um
mosaicismo germinativo nos óvulos da mãe ou de uma mutação de novo, em um
óvulo durante a divisão celular. Em média, 74 variações de um único nucleotídeo
(SNVs) e três novas indels ocorrem de novo no genoma de um indivíduo, por
geração. Todas estas taxas são fortemente influenciados por fatores como sexo e
idade dos pais porém, no presente caso, a idade materna não é avançada. Em
doenças autossômicas recessivas, mutações na linhagem germinativa já foram
descritas em um paciente com Ataxia Telangiectasia e em dois pacientes com a
doença de Gaucher, mas nunca em ML II/III. Este é o primeiro relato de uma
mutação de novo em ML III gama com implicações significativas para diagnóstico
molecular bem como para o aconselhamento genético. O presente trabalho sugere
que mutações de novo podem ocorrer mais frequentemente do que atualmente
demonstrado ou identificado em doenças autossômicas recessivas.
Palavras-Chave:GNPTG; mutação de novo; mutação em linhagem germinativa; Mucolipidose III
O PAPEL DA HIPERFENILALANINEMIA SOBRE PARÂMETROS
INFLAMATÓRIOS EM CEREBRO DE RATOS JOVENS
LUCIANA ROSA (UNESC) - BRASIL
THAYARA HEITICH PEDRO (UNESC) - BRASIL
TAMIRES PAVEI MACAN (UNESC) - BRASIL
FRANCIELI VUOLO
LETÍCIA SELINGER GALANT LETÍCIA GALANT (UNESC) - BRASIL
FABRICIA PETRONILHO PETRONILHO (UNISUL) - BRASIL
GUSTAVO DA COSTA FERREIRA (UNESC) - BRASIL
EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL
FELIPE DAL PIZZOL
PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL
Introdução: A fenilcetonúria (PKU) é uma doença genética rara causada pela
deficiência na atividade da fenilalanina hidroxilase (PAH), levando ao acúmulo de
fenilalanina (Phe) nos tecidos e líquidos biológicos de pacientes afetados.
Clinicamente, os pacientes apresentam uma severa deficiência intelectual, cuja
fisiopatologia ainda é obscura. Objetivo: Investigar os parâmetros inflamatórios e
dano oxidativo em cérebro de ratos jovens submetidos a um modelo experimental de
hiperfenilalaninemia (HPA). Métodos: Ratos Wistar machos com trinta dias de vida
receberam uma única injeção subcutânea de Phe (5.2 µmol/g) e/ou p-
clorofenilalanina (p-Cl-Phe, 0,9 µmol/g), um inibidor da PAH. O grupo controle
recebeu solução salina nos mesmo volumes. Uma hora após a administração, o
córtex cerebral, estriado e hipocampo foram isolados e os níveis de citocinas
interleucina-1β (IL-1β), interleucina 10 (IL-10), Fator de necrose tumoral α (TNFα),
atividade da mieloperoxidase, conteúdo de grupamentos carbonila e substâncias
reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBA-RS) foram avaliadas. Resultados: Os níves de
IL-1β e IL-10 foram aumentados em córtex cerebral pela administração simultânea
de Phe e p-Cl-Phe. Além disso, os níveis de TNFα aumentaram em animais que
receberam Phe e/ou p-Cl-Phe, quando comparado com o grupo controle. A
administração simultânea de Phe mais p-Cl-Phe também aumentou a atividade da
mieloperoxidase em estriado e hipocampo. O conteúdo de carbonilas e os níveis de
TBA-RS foram aumentadosem todas as estrutiras cerebrais avaliadas. Conclusão:
Tomados em conjunto, estes dados mostram que a HPA altera a homeostase das
citocinas e provoca dano oxidativo em cérebro de ratos jovens, sugerindo uma
possível neuroinflamação. Nossos resultados podem ajudar a explicar, pelo menos
em parte, as características do dano cerebral observado em pacientes com PKU.
Palavras-Chave:cérebro, inflamação, hiperfenilalaninemia
PACIENTES ADULTOS COM FENILCETONÚRIA E QUE OPTAM POR NÃO
CONTINUAR O TRATAMENTO – RELATO DE UM CASO COM EVOLUÇÃO
INSATISFATÓRIA
KARYN REGINA JORDÃO KOLADICZ (HCPA) - BRASIL
ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL
CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL
CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL
LÍLIA FARRET REFOSCO (HCPA) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Introdução: A fenilcetonúria (PKU) é o mais comum dos erros inatos do metabolismo
de aminoácidos. Resulta da deficiência da enzima que catalisa a conversão de
fenilalanina em tirosina, a fenilalanina hidroxilase. O acúmulo anormal de
Fenillactato, fenilacetato, fenilpiruvato e fenilalanina (Phe) no plasma causa graves
consequências ao sistema nervoso central, tais como alterações de marcha,
linguagem, hiperatividade, tremor, microcefalia e retardo mental. O tratamento
padrão envolve alterações dietéticas e, atualmente, a maioria dos especialistas
considera que não deva haver interrupção do mesmo na adolescência e/ou idade
adulta. A interrupção do tratamento nessa faixa etária pode aumentar o risco de
embriopatia por PKU materna (se o paciente é do sexo feminino) e a prevalência de
alterações neurológicas consideradas sutis (como perda de alguns pontos no
coeficiente de inteligência, na função executiva e na capacidade de atenção). São
poucos os casos relatados na literatura associados ao desenvolvimento de sequelas
neurológicas significativas no paciente com PKU quando ocorre interrupção do
tratamento na idade adulta. Objetivo: Relatar o caso de paciente masculino com
diagnóstico de PKU clássica (genótipo p.I65T/p.R408W) realizado aos dois anos e
sete meses de idade (Phe = 20,7 mg/dL), por apresentar irritabilidade, agitação,
agressividade e cabelos claros. Permaneceu em dieta específica até os 18 anos,
apresentando níveis de Phe que variaram de 7,2 a 25,5mg/dL até os 13 anos, sendo o
alvo terapêutico de Phe até 6mg/dl nesta faixa etária. Apresentou variação de Phe de
8,9 mg/dl a 14,4 mg/dl, após os 13 anos, sendo o alvo terapêutico Phe até 15mg/dl.
Apresentou desenvolvimento neuropsicomotor adequado para a idade, evoluiu com
dificuldade de aprendizagem e desatenção, freqüentou ensino regular com
reprovação na primeira e secunda séries, concluiu o ensino fundamental. Não
apresentava até os 18 anos sinais focais no exame neurológico. O paciente optou
pela descontinuação do tratamento aos 18 anos. Retornou ao tratamento aos 22 anos
de idade após episódio de estado de mal convulsivo, evoluindo com regressão
neurológica, marcha atáxica e alterações cognitivas e de memória. Paciente havia
realizado Ressonancia Nuclear Magnética Encefálica prévia aos eventos
convulsivos, com evidencia de lesão de substância branca com predomínio frontal e
occiptal, com piora do padrão lesional após o evento convulsivo. A primeira
dosagem de Phe quando do regresso era de 16,8 mg/dl. Atualmente, com 32 anos de
idade, o paciente realiza dieta restrita e recebe fórmula metabólica específica,
apresenta níveis de Phe de 12,1mg/dL. Após o reinicio do tratamento não houve
recorrência de crises convulsivas, em monoterapia com droga anticonvulsivante.
Apresenta paraparesia espástica com predomínio à direita, deambula com apoio,
refere melhora lenta e gradual da força muscular, permanece com alterações de
memória recente, atualmente não trabalha, concluiu o primeiro ano do ensino médio
com dificuldade escolar importante. Discussão/Conclusões: A necessidade do
tratamento dietético e do controle dos níveis de fenilalanina é bem estabelecida na
infância. A interrupção do tratamento na idade adulta, ainda preconizada por alguns
centros de tratamento, também pode ter consequencias clinicamente relevantes para
o paciente, como o presente relato sugere.
Palavras-Chave:fenilcetonuria, crises convulsivas, tratamento dietético
PERFIL CLÍNICO E BIOQUÍMICO DE UMA AMOSTRA DE PACIENTES
BRASILEIROS COM HOMOCISTINÚRIA CLÁSSICA
SORAIA POLONI (UFRGS/HCPA) - BRASIL
TACIANE BORSATTO (UFRGS) - BRASIL
CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL
PRICILA BERNARDI () CHARLES MARQUES LOURENÇO (HC-FMRP-USP) - BRASIL
MARIA JULIANA RODOVALHO-DORIQUI (APAE SAO LUIS) - BRASIL
EUGÊNIA RIBEIRO VALADARES (UFMG) - BRASIL
MARIA BETÂNIA P. TORALLES () IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Introdução: A homocistinúria clássica (HC) é um erro inato do metabolismo causado
pela deficiência de cistationina β-sintase (CβS). Bioquimicamente, é caracterizada
pelo aumento plasmático marcante de homocisteína e metionina e redução nos níveis
de cisteína. As manifestações clínicas envolvem principalmente os sistemas ocular,
vascular, nervoso central e ósseo. O tratamento consiste na suplementação de
piridoxina (cofator da CβS) em doses de 100 a 1000mg/dia, podendo ser necessário
adicionar outras vitaminas (ácido fólico, vitamina B12). A restrição dietética de
metionina e a suplementação de betaína são indicadas para os pacientes não
responsivos à piridoxina. Um grande estudo sobre a história natural da doença
descreveu proporções iguais de pacientes responsivos e não responsivos à piridoxina
(Mudd et al., 1985). Estima-se uma prevalência mundial de 1:344.000, com grande
variação entre países. Não são conhecidos dados sobre incidência ou prevalência no
Brasil. Métodos: um questionário contendo dados referentes ao diagnóstico, situação
clínica atual, controle metabólico e tratamento foi enviado a diversos centros de
referência de tratamento de doenças genéticas no Brasil. Pacientes de 10 centros
foram incluídos no estudo. Resultados: 18 pacientes provenientes de 15 famílias
foram incluídos no estudo. Destes, 10 eram procedentes da região sul, 4 da região
sudeste, 3 da região nordeste e 1 na região norte. Consanguinidade parental foi
reportada em 5 famílias. A mediana de idade foi de 17 anos (8-36 anos). Em relação
à idade ao diagnóstico, esta variou de 2 a 25 anos, sendo a mediana de 7 anos. Os
principais motivos de investigação de HC foram luxação/subluxação de cristalino
(13/18 pacientes) e deficiência intelectual (7/18 pacientes). Dos 15 pacientes com a
responsividade à piridoxina descrita, 12 eram não responsivos, 2 parcialmente
responsivos e apenas 1 totalmente responsivo. No momento da avaliação, todos os
pacientes apresentavam complicações oculares, 11 tinham retardo mental, 4 já
haviam apresentado algum evento tromboembólico e 11 tinham alterações ósseas. A
mediana dos níveis de homocisteína na avaliação foi de 211µmol/l (mín. 14, máx.
454 µmol/l). Apenas 3 pacientes tinham homocisteína <60µmol/l (alvo terapêutico).
Dos 15 pacientes com dados de tratamento, 13 utilizavam piridoxina, 11 betaína, 10
ácido fólico e 4 utilizavam fórmula metabólica e dieta restrita em metionina. De
acordo com a impressão da equipe, 3/15 pacientes foram considerados não aderentes
ao tratamento, 8 parcialmente aderentes e 5 aderentes. Conclusões: As
características da nossa amostra (diagnóstico tardio, manifestações clínicas
multissistêmicas, a predominância de pacientes não responsivos à piridoxina)
sugerem que a HC é subdiagnosticada em nosso país. É possível que formas atípicas
ou atenuadas de HC não sejam diagnosticadas, e falta de conhecimento dos
profissionais de saúde sobre a doença contribui para este quadro. Além disso,
observa-se que há grande dificuldade no controle metabólico destes pacientes. Isto
pode estar relacionado à baixa adesão ao tratamento e à falta de acesso ao
tratamento adequado, principalmente no que diz respeito à fórmula metabólica.
Palavras-Chave:homocistinúria clássica, deficiência de cistationina beta-sintase, homocisteína
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM SUSPEITA
DE ERRO INATO DO METABOLISMO ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO
ARAÚJO LIMA, MANAUS - AMAZONAS
RENAN GABRIEL GOMES JÚNIOR (INPA) - BRASIL
JULIA CAVALCANTE DO CARMO (UEA) - BRASIL
MARIA CLAUDIA GROSS (UFAM) - BRASIL
CAMILA PRAXEDES CAMPOS BORGES (UFAM) - BRASIL
NAIARA PORTUGAL DIAS BICALHO (UFAM) - BRASIL
VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL
Os erros inatos do metabolismo (EIM) constituem um grupo heterogêneo de
alterações genéticas que afetam a síntese, degradação, processamento e o transporte
de moléculas no organismo. São descritos mais de 500 doenças classificadas como
EIM, o que corresponde a 10% de todas as desordens genéticas, e, ainda que raras,
acometem 0,1% da população. Tais alterações hereditárias decorrem de mutações em
genes que codificam proteínas que resultam em alteração na síntese e atividade de
uma enzima, podem levar ao bloqueio de uma via metabólica, tendo como
consequência o acúmulo de seus substratos e/ou falta de seus produtos, gerando, na
maioria dos casos, prejuízo mental e físico nos indivíduos. Em vista do grande
número de doenças complexas e da diversidade e inespecificidade dos sintomas
apresentadas pelos pacientes, o diagnóstico clínico correto dos erros inatos do
metabolismo é dificultado, tornando necessária a realização de exames laboratoriais
complementares. Buscando conhecer os principais sinais e sintomas que levaram à
suspeição de EIM, foram analisadas as fichas de solicitação de investigação
laboratorial para erros inatos do metabolismo e solicitação laboratorial para
mucopolissacaridose dos pacientes atendidos no consultório de genética médica do
Ambulatório Araújo Lima, do Hospital Universitário Getúlio Vargas, Manaus –
Amazonas. No período de 01/05/2010 a 30/03/13 cinquenta e um pacientes foram
atendidos. A faixa etária variou entre 4 meses e 9 anos, dos quais 30% eram
lactentes, 63% do sexo masculino e 27% do sexo feminino. Ainda, 7,7% possuíam
relato de consanguinidade. Quanto aos sinais e sintomas de EIM obtidos pela análise
dos dados, a maior incidência foi de retardo neuropsicomotor e de crescimento,
hipotonia, hepatomegalia e convulsões. Dos pacientes investigados para EIM, 27,5%
tiveram resultado positivo. A prevalência da suspeita de EIM sobre o sexo masculino
foi observada, contudo como a etiologia genética é complexa e diferentes padrões de
herança para a mesmo EIM é relatado não se pode descartar casos ligados ao X
recessivo. Os casos de consanguinidade não foram expressivos, todavia, sabemos que
constitui um importante dado no diagnostico de EIM pelo fato de aumentar a
probabilidade estatística de acúmulo de genes deletérios. Mesmo sendo
individualmente raros, os EIM são frequentes em conjunto e seus sinais e sintomas
devem ser considerados na investigação diagnóstica, desta forma, a sua ocorrência
precisa ser sempre considerada como possível já nos primeiros momentos do exame
clínico. Em razão das manifestações clínicas descritas em todos os tipos de EIM é
importante o acompanhamento médico, para prevenir e diagnosticar precocemente
as complicações, que podem ser tratadas melhorando a qualidade de vida do
paciente e da família.
Palavras-Chave:EIM; Retardo neuropsicomotor; Alterações genéticas; Alterações hereditárias
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE UMA AMOSTRA DE 15
PACIENTES COM MPS IVA
MARIANA GURJÃO (UFCG) - BRASIL
GABRIELLA CARVALHO NAPY CHARARA
HELMER ARAÚJO MELO (UFCG) - BRASIL
ARTHUR DIEGO DE AQUINO MOREIRA (UFCG) - BRASIL
CATIA SUELI DE SOUSA EUFRAZINO (UFCG) - BRASIL
PAULA FRASSINETTI VASCONCELOS DE MEDEIROS (UFCG) - BRASIL
Objetivos: estabelecer o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com
Mucopolissacaridose IV A (MPS IV A) atendidos no Hospital Universitário Alcides
Carneiro - Universidade Federal de Campina Grande. Métodos: tendo como critério
de inclusão a comprovação da deficiência de N acetil galactosamina 6 sulfatase e
assinatura do termo de consentimento, foi analisada uma amostra de 15 pacientes, 8
do sexo masculino e 7 do feminino, idades entre 6 e 47 anos. Os dados clínicos foram
obtidos através de revisão de prontuários, entrevista com pais e exame físico dos
pacientes. Resultados: quanto à procedência, um paciente tem origem
pernambucana, os 14 restantes são paraibanos, 13/14 pacientes procedem da
mesorregião da Borborema- Paraíba (prevalência 1:22.943 habitantes), constituída
por 44 municípios Quanto à idade de início dos sinais e sintomas, 8/15 pacientes
apresentaram os primeiros sinais no 1º ano de vida, 6/15 entre 2 e 5 anos e apenas 1
paciente após os 5 anos. No entanto a idade média do diagnóstico enzimático foi
12,4 anos , 4/15 tiveram o diagnóstico após 20 anos de idade e em apenas 1 paciente
a confirmação enzimática ocorreu antes de 1 ano de vida. Em relação aos primeiros
sinais da doença, predominou o comprometimento ósteo-articular: 3/15 patientes
apresentaram geno valgo, 4/15 pectus carinatum, 1/15 geno valgo e pectus
carinatum, 3/15 deformidade da coluna. Nos 2/15 pacientes restantes os pais
relataram a observação de hérnia inguinal e infecção respiratória recorrente.
Embora todos apresentassem baixa estatura inferior ao percentil 5 na idade de
realização deste estudo (todos com idade superior a 6 anos), a análise retrospectiva
do comprimento médio do nascimento até os 12 meses de vida, dados disponíveis
apenas para sexo masculino, localizou o canal de crescimento dos pacientes
Morquio, nessa faixa etária, acima do percentil 97. Conclusão: há uma elevada
prevalência de MPS IV A na mesorregião da Borborema na Paraiba. A apresentação
clínica dos pacientes não difere da descrita na literatura, mas a idade de diagnóstico
enzimático foi mais tardia do que a média no Brasil (6,25 anos). O perfil estatural no
primeiro ano de vida acima do percentil 97 está de acordo com dados da literatura, e
sugere que a macrossomia sem etiologia, no primeiro ano de vida, pode ser um sinal
de alerta para o pediatra considerar a hipótese diagnóstica da síndrome de Morquio,
em um região com elevada prevalência.
Palavras-Chave:Morquio, MPS IVA
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TRIAGEM NEONATAL PARA
GALACTOSEMIA NO ESTADO DE SANTA CATARINA
LOUISE LAPAGESSE (HIJG) - BRASIL
JULIANA LIMA ALMEIDA (HIJG) - BRASIL
NATÁLIA HERCULANO DA SILVA
FERNANDA MIRANDA MENDES (UFSC) - BRASIL
DÉBORA MONTEIRO DOS SANTOS ALVES (UFSC) - BRASIL
CAMILA CAMPOS HAMES (UFSC) - BRASIL
FRANCISCA LIGIA CIRILO CARVALHO (HIJG) - BRASIL
GISELE ROZONE DE LUCA (HIJG) - BRASIL
JOSÉ EDUARDO GÓES (HIJG) - BRASIL
INTRODUÇÃO: A Galactosemia é uma doença de caráter autossômico recessivo,
caracterizada como um erro inato do metabolismo, com incidência ainda
desconhecida no território brasileiro. Desde agosto de 2010 a galactosemia passou a
compor o grupo de doenças pesquisadas no Teste de Triagem Neonatal (Teste do
Pezinho) no Estado de Santa Catarina. OBJETIVO: Avaliar os recém-nascidos
submetidos ao Teste de Triagem Neonatal realizado pelo Laboratório Central de
Saúde Pública de Santa Catarina (LACEN-SC) que foram reconvocados para nova
investigação por apresentarem valor de galactose total (GAOS) a partir do ponto de
corte estabelecido: 8mg/dl. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico transversal
referente aos primeiros 10 meses de triagem da galactosemia no Estado de Santa
Catarina, cujos dados foram coletados nos registros do LACEN. RESULTADOS:
Verificou-se que 894 crianças tiveram valores superiores ao ponto de corte, com
idade média na primeira coleta de 5,3 dias; valor médio de GAOS de 10,07mg/dl.
Destas 884 realizaram a segunda coleta após reconvocação, com idade média de
33,1 dias e valor médio da GAOS de 3,47mg/dl. Dezenove realizaram a terceira
coleta, com média de idade de 37,6 dias e valor da GAOS de 5,3 mg/dl em média. A
quarta amostra foi obtida em 4 crianças, com idade média de 105,3 dias e valor
médio da GAOS de 2,8mg/dl. Aqueles que tiveram a terceira amostra da GAOS
persistindo acima de 8mg/dl ou GAOS a partir de 18mg/dl ou sintomatologia
característica da doença em qualquer etapa do processo, foram encaminhados ao
Ambulatório de referência no Hospital Infantil Joana de Gusmão, totalizando 06
pacientes e 01 diagnóstico confirmado durante investigação subsequente.
CONCLUSÃO: Apesar de infrequente, quando diagnosticada, a galactosemia pode
ser grave e até fatal se não detectada precocemente, sendo indiscutível a relevância
da sua investigação no Teste de Triagem Neonatal, como pioneiramente está sendo
realizado no Estado de Santa Catarina.
Palavras-Chave:TRIAGEM NEONATAL;GALACTOSEMIA;EPIDEMIOLOGIA
POLÍTICA DE SAÚDE PARA ATENDIMENTO DE PACIENTES EM TERAPIA
DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA NO ESTADO DO CEARÁ
ERLANE MARQUES RIBEIRO (FMJ) - BRASIL
KALINA RIBEIRO FONTENELE BEZERRA
MÔNICA ADERALDO
CARLOS ANTÔNIO BRUNO DA SILVA (UNIFOR) - BRASIL
Objetivos: Apresentar a atual política de saúde publica para o tratamento das
doenças de depósito a partir da terapia de reposição enzimática (TER) no Ceará.
Metodologia: Estudo observacional, descritivo. Resultados: Realizamos a TRE no
Ceará desde 2004 e concluímos que a TRE é segura e os efeitos colaterais das
drogas utilizadas são de fácil manejo. A partir dessa conclusão iniciamos a política
de descentralização da TRE, encaminhando os pacientes do Centro de Referencia na
capital para hospitais dos municípios do interior do estado e para terapia domiciliar
para os pacientes da capital. O Ceará é um estado com extensão territorial de
148.920,538 Km2 com 184 municípios e alguns destes estão a 14 horas de distância
de transporte terrestre da capital. O transporte dos pacientes para realização da TRE
é garantido pelo SUS, mas tem alguns problemas como a incompatibilidade de
horário e dia da consulta em relação à disponibilidade de transporte dos municípios,
má conservação dos carros, risco de acidentes nas estradas, superlotação dos
transportes, medo da população de sair do município para capital onde tem
dificuldade com alimentação, medo de ser abandonado pelo responsável de
transporte na capital, culminando com o estresse familiar. Outro problema
relacionado à TRE é a insuficiência de leitos no SUS e sobrecarga de trabalho dos
profissionais para atender a população no Centro de Referência, principalmente
levando em consideração que a demanda por atendimento cresce continuamente. No
período entre 2004-2013 tivemos 39 pacientes em TRE e apenas três óbitos que
foram decorrentes da gravidade dos pacientes que iniciaram a terapia associado à
falta na TER e ao tratamento de suporte. Para realização da terapia domiciliar é
necessário que o paciente tenha realizado 10 infusões no Centro de Referência sem
reação relacionada à infusão. Já para a realização da TRE nos municípios é feito um
contato prévio com os gestores municipais: prefeito, diretor do hospital e secretário
de saúde com apoio da ACDG (Associação Cearense de Doenças genéticas) para
organização de treinamento com a equipe de saúde e a coordenação do médico
responsável pela TRE do Centro de Referência que será comunicado no caso de
intercorrências. Será realizada reunião semestral com os responsáveis pela TRE de
cada município e o paciente mantém as consultas trimestrais no Centro de
Referência para avaliação do caso e solicitação de exames para monitoramento.
Atualmente temos 2 pacientes realizando TRE domiciliar (1 com MPS I e 1 com D.
Gaucher), 3 pacientes com D. Gaucher em TRE em posto de saúde, 1 MPS I em TRE
no hospital municipal de Juazeiro do Norte e 3 com MPS VI em TRE no hospital
municipal de Icó. Conclusão: O processo de descentralização da TRE traz a
democratização do conhecimento para os profissionais de saúde dos municípios,
benefícios para o paciente como melhora da qualidade de vida com redução de
estresse e maior adesão à terapia bem como redução dos custos para o sistema de
saúde.
Palavras-Chave:Palavras-chave: Genética, Terapia de Reposição de Enzimas, Política de Saúde.
PRESENÇA DE LINFÓCITOS VACUOLADOS EM RECÉM-NASCIDO COM
MUCOPOLISSACARIDOSE TIPO II
MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
SANDRA ALVES PEIXOTO PELLEGRINI (IPPMG-UFRJ) - BRASIL
GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL
CECÍLIA AQUINO SEQUEIRA (HUPE-UERJ) - BRASIL
JOÃO GABRIEL LIMA DAHER (UFRJ/IPPMG) - BRASIL
ALESSANDRA DE AGUIAR LOUREIRO DOS SANTOS (UFRJ) - BRASIL
OLÍVIA MIRANDA SOARES (UFRJ) - BRASIL
MARIA CECILIA MENKS RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
EDUARDO VIEIRA NETO (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL
ROBERTO GIUGLIANI (HCPA-UFRGS) - BRASIL
Objetivo: Descrever a presença de vacúolos linfocitários em um recém-nascido com
Mucopolissacaridose tipo II. Métodos: Estudo descritivo, do tipo relato de caso.
Resultados: RSS, sexo masculino, pardo, nascido em 31/01/2013, natural do Rio de
Janeiro, terceiro filho de pais não consanguíneos, sendo a progenitora portadora de
mutação ainda não identificada no gene IDS, responsável pela Mucopolissacaridose
tipo II, já que seu segundo filho e seu irmão têm essa doença. Diabetes gestacional.
Parto vaginal, a termo, eutócico. Adequado para a idade gestacional. Alta com a
mãe, sem intercorrências. Após o nascimento foram realizadas avaliações para
identificação do status da doença e confirmação da deficiência enzimática. O recémnascido apresentou exame neurológico normal, sistema cardiovascular normal,
ausência de visceromegalias ou anomalias osteo-articulares. Foi realizada a análise
de 100 linfócitos em lâminas coradas com os reagentes May-Grunwald/Giemsa e PAS
(periodic acid-Schiff) no sexto dia de vida do probando, em um controle sem doença
metabólica (controle negativo) e em um controle com Mucopolissacaridose tipo II em
Terapia de Reposição Enzimática (controle positivo). Na coloração MayGrunwald/Giemsa podem ser observadas as categorias 0 (sem vacúolos), 1 (vacúolos
pequenos), 2 (vacúolos médios), 3 (vacúolos grandes) e 4 (vacúolos imensos).
Resultados: CASO – a) Coloração May-Grunwald/Giemsa: Categoria 1: 7/100;
Categoria 2: 3/100 (1 vacúolo); Categoria 3: 2/100 (1 vacúolo); Categoria 4: 1/100
(múltiplos vacúolos); presença de 6 linfócitos grandes com vacúolos, 31 com grandes
grânulos rosa e 1 eosinófilo vacuolizado. b) Técnica PAS: positividade de 4/100.
CONTROLE NEGATIVO - a) Coloração May-Grunwald/Giemsa: Categoria 1: 8/100
(1 vacúolo) e 2/100 (3 vacúolos). b) Técnica PAS: positividade 1/100. CONTROLE
POSITIVO – a) Coloração May-Grunwald/Giemsa: Categoria 1: 7/100 (1 vacúolo),
1/100 (2 vacúolos), 1/100 (vários vacúolos), 1/100 (quatro vacúolos); Categoria 3:
3/100 (2 vacúolos) e 3 linfócitos com depósito no citoplasma. b) Técnica PAS:
positividade 1/100. Conclusões: A presença de vacúolos linfocitários já no período
neonatal precoce corrobora o início intra-útero do comprometimento da doença em
questão apesar da ausência de sinais e sintomas clinicamente visíveis.
Palavras-Chave:vacúolos linfocitários, mucopolissacaridose tipo II, PAS, doença lisossômica, síndrome de Hunter
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM FENILCETONÚRIA TRATADOS PRECOCEMENTE
EDUARDO VIEIRA NETO (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL
HEBER DE SOUZA MAIA FILHO (UFF) - BRASIL
CLÁUDIA BRAGA MONTEIRO (UERJ) - BRASIL
MARCO AURÉLIO MENDES (UFRJ) - BRASIL
LILIAN MATTOS CARVALHO (IEDE) - BRASIL
VALÉRIA NETO PAIVA
MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL
Objetivos: A fenilcetonúria (PKU) é um erro inato do metabolismo da fenilalanina
(Phe), causado pela deficiência parcial ou total da enzima fenilalanina hidroxilase
(PAH), que resulta em um acúmulo de Phe no sangue e em outros tecidos. Quando
não tratada, a maioria dos indivíduos com PKU desenvolve deficiência intelectual
grave. A detecção da PKU pela triagem neonatal e a instituição precoce de
tratamento dietoterápico resultam em um desenvolvimento cognitivo normal. Em
2001, foi instituído o Programa Nacional de Triagem Neonatal, garantindo o acesso
de todos os recém-nascidos brasileiros ao tratamento precoce da PKU. Contudo, a
convivência com uma doença crônica que exige tratamento por toda a vida pode ter
um impacto sobre o comportamento, a autonomia e o desenvolvimento psicossocial,
podendo causar uma redução significativa da qualidade de vida relacionada à saúde
(QVRS). O presente estudo avaliou a QVRS de crianças e adolescentes com PKU por
meio do questionário genérico Pediatric Quality of Life Inventory - PedsQL 4.0,
respondido tanto pelos indivíduos afetados quanto pelos pais e cuidadores. Métodos:
Estudo transversal com aplicação do PedsQL 4.0 a uma amostra da população de
crianças/adolescentes de 6 a 18 anos de idade, com diagnóstico precoce de PKU,
submetidos a tratamento dietoterápico contínuo e acompanhados no Instituto
Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione, e aos pais/cuidadores.
Foram utilizados questionários de autoavaliação e de relato dos pais. Aplicou-se o
teste t para médias de duas amostras para os escores das dimensões física,
emocional, social e escolar, escore sumário de saúde psicossocial e escore total,
tendo como comparação os resultados divulgados para escolares saudáveis pelos
autores da tradução e validação do PedsQL para o Português do Brasil e para a
cultura brasileira. Resultados: Os questionários foram aplicados a 32 crianças e
adolescentes com idades entre 6 e 17 anos e a 29 pais e cuidadores. Para o
questionário de autoavaliação, as médias (DP) foram: escore total 73,96 (13,43),
dimensões física 83,02 (13,58), emocional 67,03 (20,35), social 77,34 (23,31),
escolar 62,97 (20,35), escore sumário de saúde psicossocial 69,10 (15,47). Os
escores total, das dimensões física, social e escolar e o sumário psicossocial foram
significativamente menores que os correspondentes para o grupo controle. Por sua
vez, as médias (DP) dos relatos dos pais foram: escore total 80,65 (14,42), dimensões
física 92,03 (9,58), emocional 77,24 (19,62), social 83,10 (22,34), escolar 63,45
(24,57), escore sumário de saúde psicossocial 74,60 (17,88). O escore total, os
escores das dimensões social e escolar e o sumário psicossocial foram
significativamente menores que os correspondentes dos relatos dos pais do grupo
controle. Conclusões: A dimensão escolar foi a que mostrou diminuição mais
expressiva em relação ao grupo controle. Surpreendeu-nos uma diferença tão
significativa, pois presume-se um desenvolvimento cognitivo normal em
crianças/adolescentes tratados precocemente. Isto pode indicar uma adesão
insatisfatória ao tratamento dietoterápico, que resulta na incapacidade de manter
níveis recomendados de fenilalanina sanguínea, com consequências negativas para o
desenvolvimento neuropsicomotor. Mesmo dimensões que não são afetadas na PKU,
como dor e capacidades motoras básicas, apresentaram uma redução nos
questionários de autoavaliação.
Palavras-Chave:Fenilcetonúria. Qualidade de vida. Questionários, utilização.
RELATO DE CASO DE DOENÇA DE POMPE EM UMA FAMÍLIA DO ESTADO
DO AMAZONAS
CLEITON FANTIN (UEA) - BRASIL
JULIA CAVALCANTE DO CARMO (UEA) - BRASIL
RENAN GABRIEL GOMES JÚNIOR (INPA) - BRASIL
VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL
Duas irmãs, a primeira EGBM, 2 anos, primeira filha de casal jovem, não
consanguíneo, foi encaminhada para o Hospital Universitário Araújo Lima, Manaus
– AM para investigação de doença metabólica devido à miocardiopatia hipertrófica e
hipotonia importante .A principal queixa da mãe era que EGBM apresentava desde o
nascimento, cansaço às mamadas e aos 5 meses de idade foi internada devido à
pneumonia, e nessa internação foi constatado cardiomegalia ao exame radiológico
de tórax, tendo sido solicitado avaliação de cardiologista pediatra.Apresentou
ecocardiograma com miocardiopatia hipertrófica acentuada e dosagem de Maltase
Ácida em papel filtro com 0% de atividade. EGBM apresentou progressão da doença
com piora da hipotonia e piora progressiva da função cardíaca. Ficou internada em
unidade de terapia intensiva dependente da ventilação mecânica e veio à óbito sem
ter conseguido receber infusão de enzima. A segunda irmã, EABM, foi encaminhada
para o Hospital Universitário Araújo Lima para investigação de doença metabólica
devido à sua irmã ter ido à óbito com complicações de miocardiopatia hipertrófica
relacionadas à Doença de Pompe. Até o momento sem sintomatologia clínica,
apresentando ecocardiograma normal e dosagem de Maltase Ácida em papel filtro
0% atividade. EABM está aguardando exame molecular, mas já foi solicitado enzima
para iniciar tratamento.
Palavras-Chave:pompe, miocardiopatia
RELATO DE CASO DE PACIENTE COM MUCOPOLISSACARIDOSE TIPO II
COM GRAVE ACOMETIMENTO ESQUELÉTICO
ANA CAROLINA DE PAULA
ISABEL FURQUIM PINHEIRO (HSM) - BRASIL
Introdução: A mucoplissacaridose (MPS) tipo II é uma doença de depósito
lisossomal, que resulta da deficiência da enzima iduronato-2-sulfatase, uma das
responsáveis pela degradação dos glicosaminoglicanos. O gene responsável é o IDS,
localizado na região Xq28. Sua incidência é estimada entre 0,31 a 0,71 por 100 mil
nascidos vivos. Trata-se de doença crônica e progressiva com grande variabilidade
de manifestações clínicas. Caracteriza-se principalmente pela presença de baixa
estatura, facies grosseira, cardiopatia, hepatoesplenomegalia, deformidades
esqueléticas, rigidez articular e, em alguns casos, deficiência intelectual. Os
pacientes necessitam de um acompanhamento multidisciplinar para um manejo
adequado das complicações clínicas. Atualmente a terapia de reposição enzimática é
o tratamento de escolha destes pacientes, permitindo uma melhora na qualidade de
vida. Assim é fundamental a caracterização do quadro clínico dos pacientes e a sua
divulgação entre os profissionais de saúde. Objetivo-método: O objetivo deste
trabalho é relatar um caso clínico com grave acometimento esquelético de coluna
vertebral atendido no serviço de genética do Hospital Municipal da Criança e
Adolescente de Guarulhos. Resultado: Paciente masculino 2a6m, filho único de casal
jovem e não consanguíneo. Durante a gestação a mãe apresentou episódio de
sangramento importante, permanecendo internada neste período. Nasceu a termo, de
parto cesárea., com peso de 3.435g, comprimento 49cm e perímetro cefálico de
35,5cm, Apgar 9 e 10. Antecedente familiar materno de abortos de repetição. Evoluiu
com desenvolvimento neuropsicomotor adequado (sustento cefálico aos 2m, sentou
sozinho aos 7m, andou e falou aos 12m). Aos 6 meses foi observado pelos pais
gibosidade ao sentar. Realizado na ocasião um estudo de imagem por ressonância
magnética de coluna vertebral onde foi detectado infiltrado inespecífico
hematopoiético, deformidade e achatamento da porção anterior do corpo vertebral
de L1, cifose angulada e hipertrofia do ligamento longitudinal posterior de todos os
níveis. Os achados foram sugestivos de doença de depósito e paciente foi então
encaminhado ao serviço de genética médica. Em avaliação inicial foi constatado
fácies com infiltrado discreto, córneas não opacas, sem visceromegalias, com grave
gibosidade e discreta rigidez articular. Os exames específicos concluíram diagnóstico
de MPS II, com baixa atividade de iduronato-2-sulfatase. Atualmente, paciente está
em terapia de reposição enzimática, com boa evolução clínica. Conclusão: Este caso
demonstra a variabilidade clínica das MPSs, pois a gibosidade com acometimento
grave de coluna vertebral é comumente encontrada em pacientes com outros subtipos
de MPS, como tipo I e VI. Além disso, a importância do conhecimento de doenças
raras por outras especialidades médicas, neste caso o radiologista, permitiu a rápida
suspeita de doença de depósito. Sendo assim, o paciente foi encaminhado de forma
adequada ao serviço de referência, proporcionando ao mesmo o tratamento
enzimático precoce.
Palavras-Chave:MPS
RELATO DE UMA FAMÍLIA COM DOENÇA DE FABRY (DF) EM
ACOMPANHAMENTO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E
GUINLE.
ALEXANDRE BUSSINGER LOPES (UNIRIO) - BRASIL
LUIZA LORENA PIRES RAMOS (UNIRIO) - BRASIL
AYLA LETICIA DE LARA PICININI (UNIRIO) - BRASIL
MARIA ANGELICA LIMA (INCA/HUGG) - BRASIL
FERNANDO R VARGAS (FIOCRUZ / UNIRIO) - BRASIL
INTRODUÇÃO: A DF é um erro inato do metabolismo, de herança ligada ao X
(locus Xq22, gene GALA). Há cerca de 250 mutações conhecidas: missence,
nonsense ou defeitos do splicing de herança parental, sendo rara a mutação de novo.
Todas causam deficiência enzimática de α-galactosidase A (αGAL), gerando acúmulo
progressivo – endotelial e intralisossômico – de glicoesfingolipídeos, especialmente a
globotriaosilceramida. Apresenta três padrões clínicos: DF clássica, mulheres com
sintomas atenuados e variantes atípicas. As mulheres podem apresentar sintomas tão
graves quanto os homens. Sua incidência é de 1 a cada 40000 homens e 1 para
117000 na população em geral. Os sinais clássicos de importância diagnóstica são:
(1) doença renal crônica (DRC) idiopática, (2) infarto agudo do miocárdio precoce,
(3) acidente vascular encefálico precoce (4) angioqueratomas e/ou (5) córnea
“verticilata”. A confirmação se dá pela dosagem de atividade de αGAL em homens e
genotipagem em mulheres. O tratamento baseia-se na terapia de reposição
enzimática (TER) – no momento as agalsidases alfa e beta - associada ao tratamento
sintomático. OBJETIVOS: Relatamos uma família de dezoito irmãos, acompanhada
no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), com diagnóstico de DF em
TRE. MÉTODOS: Estudo de caso de uma família com DF atendida desde 2010 no
HUGG. RESULTADOS: o caso índice foi diagnosticado durante a investigação
etiológica de DRC, pela atividade de αGAL e posterior genotipagem (p.R356T).
Trata-se de uma família com 18 irmãos (8 homens e 10 mulheres), filhos de casal não
consanguíneo, originários do Nordeste brasileiro. Os irmãos foram rastreados
através de atividade de αGAL e às mulheres foi oferecido exame molecular,
permitindo o diagnóstico de três homens e duas mulheres. Além disso, outros dois
irmãos também apresentaram DRC, um falecido pela doença e outro supostamente
curado via transplante renal. Um homem e uma mulher apresentam distrofia
muscular idiopática, ele com diagnóstico de DF. Após o diagnóstico dos casos
procedeu-se o rastreamento de sintomas nos afetados com urina de 24h, função
renal, avaliação cardiológica e oftalmológica, ecocardiograma, eletrocardiograma e
ressonância nuclear magnética de encéfalo. Os homens diagnosticados iniciaram
TRE. Um veio a óbito em fevereiro de 2012 por pneumonia. As mulheres têm
indicação para iniciar medicação. A seguir um breve resumo dos casos: Paciente 1:
JJSF, masculino, 53 anos, diagnóstico de distrofia muscular aos 19 anos.
Apresentava macroalbuminúria, acroparestesia, dilatação moderada de raiz de aorta
e alteração do padrão de relaxamento ao ecocardiograma. Paciente 2:
CJS,masculino, 47 anos, apresentava natriúria, proteinúria. Paciente 3: JJS,
masculino, 39 anos, proteinúria. Óbito em fevereiro de 2012 por pneumonia
bilateral. Paciente 4: CMS, feminina, 41 anos, hipercolesterolemia e hiponatremia,
proteinúria e natriúria. Medicação já solicitada. Paciente 5: LS, feminina 53 anos,
rim único (devido à doação para transplante), microalbuminúria. Há indicação para
início de medicação. CONCLUSÃO: O diagnóstico de DF frequentemente só é feito
em pacientes que já apresentam comprometimentos cardíaco, renal e/ou neurológico
avançados. O diagnóstico precoce é fundamental para o início da TRE a fim de
atenuar a evolução patogênica.
Palavras-Chave:Doença de Fabry, Terapia de Reposição Enzimática
TRIAGEM NEONATAL PARA GALACTOSEMIA NO ESTADO DE SANTA
CATARINA: A EXPERIÊNCIA DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA
LOUISE LAPAGESSE (HIJG) - BRASIL
FRANCISCA LIGIA CIRILO CARVALHO (HIJG) - BRASIL
GISELE ROZONE DE LUCA (HIJG) - BRASIL
FERNANDA MIRANDA MENDES (UFSC) - BRASIL
DÉBORA MONTEIRO DOS SANTOS ALVES (UFSC) - BRASIL
CAMILA CAMPOS HAMES (UFSC) - BRASIL
JULIANA LIMA ALMEIDA (HIJG) - BRASIL
NATÁLIA HERCULANO DA SILVA
JOSÉ EDUARDO GÓES (HIJG) - BRASIL
INTRODUÇÃO A galactosemia é um erro inato do metabolismo de herança
autossômica recessiva causado pela deficiência da enzima galactose-1-fosfato
uridiltransferase (Gal1put). Após a ingestão de lactose, neonatos afetados podem
apresentar sepsis, catarata, distúrbios neurológicos, anemia hemolítica, alterações
no aparelho renal e digestivo culminado com a falência de múltiplos órgãos e morte
se não retirada rapidamente a lactose da dieta. Desconhece-se a real incidência da
galactosemia na população brasileira. Desde 2010 Santa Catarina está realizando a
triagem neonatal para galactosemia. OBJETIVO Relatar os casos encaminhados
para o Serviço de Genética do HIJG com 2 dosagens de galactose acima de 8mg/dL
identificados através da triagem neonatal. MÉTODOS Estudo restrospectivo baseado
na análise de prontuários e de dados laboratoriais do Laboratório Central de Saúde
Pública de pacientes encaminhados ao HIJG. RESULTADOS Onze pacientes
apresentaram duas dosagens acima de 8mg/dL (dosagem 1 9.3 a 80.0 mg/dL; média
23,98 mg/dL e dosagem 2 8.8 a 84.3 mg/dL; média 25.23 mg/dL). Oito eram do sexo
masculino. Em 10 pacientes a dosagem de GAL-1-PUT foi realizada (valores 0 a 41
µmol/h/g Hb/ VNR 37-66). A idade de encaminhamento dos pacientes variou de 21
dias a 4 meses e 15 dias (média 1 mês e 27 dias). Os dois casos de galactosemia
clássica tiveram o diagnóstico confirmado através da dosagem enzimática e da
análise molecular. Três casos estão aguardando a análise molecular para
confirmação das variantes da galactosemia. E três casos novos aguardam o
resultado da Gal-1-PUT. CONCLUSÕES A triagem neonatal possibilita que
pacientes sejam identificados precocemente. No entanto para que o diagnóstico
definitivo seja realizado a equipe envolvida deve ter o apoio laboratorial necessário
para que os pacientes sejam encaminhados o mais breve possível para a tomada de
condutas. Apesar da raridade da doença somente a identificação precoce permite a
sobrevida desses pacientes ressaltando a importância da triagem neonatal.
Adicionalmente esse estudo poderá analisar o perfil dos pacientes com galactosemia
do estado de Santa Catarina contribuindo para a melhor caracterização dessa
doença em nosso país.
Palavras-Chave:TRIAGEM NEONATAL;GALACTOSEMIA;
6. GENÉTICA COMUNITÁRIA
ALÔ GENÉTICA: ESTRATÉGIA DE SUPORTE EM GENÉTICA PARA
PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM COM ATENÇÃO PRIMARIA À SAÚDE
TAIANE ALVES VIEIRA (HCPA) - BRASIL
DANIELA BEULCK NADLER (HCPA) - BRASIL
CAMILA GIUGLIANI (UFRGS) - BRASIL
NÍCOLAS ROSAURA REGINA PEREIRA MURCIA MÚRCIA (UFRGS) - BRASIL
LARISSA POZZEBON DA SILVA (HCPA) - BRASIL
ROBERTO GIUGLIANI (HCPA-UFRGS) - BRASIL
Objetivo: Avaliar se o conhecimento adquirido pela aplicação de um programa
educativo presencial de genética médica às equipes de Atenção Primária à Saúde
(APS) é mantido com o passar do tempo e desenvolver estratégias multifacetadas de
suporte continuado. Métodos: O programa educativo, constituído de aulas
ministradas por geneticistas especialistas do Serviço de Genética Médica do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (SGM/HCPA) aos profissionais de três
Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Porto Alegre foi realizado durante os anos de
2010 e 2011 (dados já publicados). A avaliação do programa ocorreu através de
pré/pós-teste, bem como um teste de retenção, aplicado de seis a 12 meses após o
término do programa. Resultados: Quarenta e três profissionais participaram do
programa, sendo que 22 participaram do teste de retenção. Embora duas UBSs
tenham apresentado uma melhora no desempenho expressado pelo número de
acertos no pós-teste, o teste de retenção mostra que este conhecimento não é mantido
ao longo do tempo. A partir da necessidade de um suporte contínuo, foram
desenvolvidas estratégias multifacetadas de suporte para os profissionais,
englobando uma linha de telefone gratuita (Alô Genética) para esclarecimento de
dúvidas e orientações, um website (www.alogenetica.ufrgs.br) com informações e
suporte aos profissionais, sendo divulgadas através de cartazes nas UBSs. Além
disso, o curso presencial está sendo transformado em um curso de Educação à
Distância, proporcionando acesso a um número maior de profissionais da APS, assim
como tornando as aulas disponíveis a qualquer momento através do website para
profissionais cadastrados. Conclusão: Estratégias como estas são fundamentais para
um melhor preparo dos profissionais contribuindo assim para a identificação de
famílias que necessitam de um atendimento especializado em genética, o
encaminhamento oportuno e o posterior acompanhamento dessas famílias no âmbito
da atenção primária.
Palavras-Chave:Genética Comunitária, Genética Médica, Atenção primária à Saúde, Educação em Genética
ANGIODEMA HEREDITÁRIO – ESTUDO DE 35 CASOS
WÉLIDA SALLES PORTELA (HEINSG / APAE) - BRASIL
FARADIBA SARQUIS SERPA (EMESCAM) - BRASIL
TEREZINHA SARQUIS CINTRA (APAE VITORIA) - BRASIL
FERNANDA LUGÃO CAMPINHOS (SCMV) - BRASIL
THEREZINHA RIBEIRO MOYSES
Objetivos: descrever dados demográficos e clínicos de pacientes com angioedema
hereditário (AEH), acompanhados no Hospital Santa Casa de Misericórdia e na
APAE Vitória, a partir da implantação de ambulatório de referência. Métodos: 35
pacientes foram avaliados de maio de 2011 a junho de 2012. Destes, cinco haviam
recebido diagnóstico de AEH e já recebiam tratamento. Os 30 casos restantes foram
diagnosticados no serviço através de história clínica e exames laboratoriais
(dosagem de C4 e avaliação quantitativa e funcional do inibidor de C1). Resultados:
Dos 35 pacientes com AEH, 15 (42,9%) eram homens e 20 (57,1%) mulheres, com
idade entre 4 e 85 anos (média: 30,4 anos). Pertenciam a 6 famílias distintas, sendo
17 pacientes de uma mesma família. Em 20 (57,1%) pacientes os sintomas iniciaram
antes dos 10 anos de idade. O tempo transcorrido entre o início dos sintomas e o
diagnóstico variou de 1 a 38 anos (média: 22 anos) e 24 (68%) pacientes tiveram
diagnóstico após os 10 anos de idade. Clinicamente observou-se grande
variabilidade na frequência, duração e gravidade dos episódios. Todos já haviam
apresentado edema subcutâneo de gravidade variável; 31 (88,6%) pacientes
relataram sintomas gastrointestinais. Sintomas respiratórios foram referidos por 24
(68,2%) pacientes e 20% desses afirmaram necessidade de internação em UTI dada
a gravidade do quadro. As crises duraram de três a cinco dias em 24 (68,2)
pacientes. Dentre os fatores desencadeantes, o trauma mecânico foi mencionado por
17 (49%) pacientes. Em cinco famílias já haviam ocorrido óbitos por edema de
laringe. Após avaliação clínica e laboratorial, 31 (88,6%) pacientes foram
classificados como tendo AEH do tipo I. Quatro (11,4%) pacientes sintomáticos
apresentaram dosagem de C4, inibidor de C1 quantitativo e qualitativo normais, e
foram considerados como tendo provável AEH tipo III. Conclusões: O diagnóstico de
AEH continua tardio e óbitos devido a crises de maior gravidade continuam a
ocorrer. Os níveis séricos de C4 e C1-INH não guardam relação com a gravidade da
doença e níveis normais não a excluem ou denotam quadros de menor
sintomatologia. O diagnóstico precoce, a instituição de terapia apropriada e a
realização de aconselhamento genético podem contribuir para melhorar a qualidade
de vida destes pacientes.
Palavras-Chave:angioedema hereditário, perfil epidemiológico, centros de referência
INVESTIGAÇÃO DE ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS NUMÉRICAS EM
PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS MENTAIS EM MANAUS, AM
CAMILA PRAXEDES CAMPOS BORGES (UFAM) - BRASIL
MARIA CLAUDIA GROSS (UFAM) - BRASIL
RENAN GABRIEL GOMES JÚNIOR (INPA) - BRASIL
As doenças genéticas afetam de 3% a 7% da população e como a origem de várias
deficiências mentais ainda é motivo de especulação, especialmente quando tratamos
das crianças portadoras de necessidade especiais em Manaus, o presente trabalho
visou contabilizar os casos de anomalias cromossômicas em crianças portadoras
desta característica fenotipica em uma instituição filantrópica. Para obtenção de
cromossomos foi efetuada a cultura de linfócitos de 57 indivíduos com diferentes
graus de deficiência mental, sendo 27 do sexo masculino e 30 do sexo feminino. Para
tanto, foi utilizado 2ml de sangue dos indivíduos após assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido por seu responsável legal. Esta pesquisa recebeu
autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP/ CEP-UFAM
CAAE nº 0138.0.115.000-10. Aproximadamente 85% da amostra não apresentou
alterações cromossômicas numéricas, sendo todas as suas células portadoras de
2n=46, XX ou XY. Contudo, um indivíduo apresentou uma falha em uma cromátide
de um homólogo do par 4 em 6,66% de suas células. Nove indivíduos tiveram
alterações numéricas, que provavelmente estão relacionados com o fenótipo dos
portadores. Um indivíduo do sexo masculino apresentou 11,76% de suas células com
trissomia do cromossomo 13. O cromossomo 18 apresentou-se envolvido em três
situações de mosaicismo, em quatro indivíduos (7,4% da amostra): a) trissomia do
18 em 11,76% das células de um do sexo masculino; b) monossomia do 18 em dois
do sexo feminino, sendo que a primeira pessoa apresentou um cromossomo 18 a
menos em 33,3% das células e a outra em 28,57% das metáfases analisadas; c)
mosaicismo duplo em 16,66% das suas células, envolvendo tanto monossomia do 18
quanto do X em um do sexo masculino. Dois indivíduos do sexo feminino
apresentaram alterações numéricas envolvendo o cromossomo 21, sendo que uma
apresentou 100% das suas células com trissomia livre do cromossomo 21 (2n=47,
XX) e a outra 6,66% das suas células com esta característica. A presença de um
fragmento cromossômico foi visualizado em 16,6% das células de um indivíduo do
sexo feminino, não sendo possível identificar o cromossomo que sofreu a perda.
Considerando que todos os indivíduos analisados eram portadores de deficiência
mental e que poucos apresentaram alterações cariotípicas numéricas, acredita-se
que a etiologia é resultado de cuidado pouco eficaz no começo da gravidez não
planejada da mãe e falta de acompanhamento, que podem ter possibilitado a
existência de danos irreversíveis na formação do indivíduo. Assim, o incentivo e
políticas públicas que melhorem a aceitabilidade das gestantes e forneçam um
atendimento psicológico podem diminuir a incidência de deficiências mentais e o
abandono dessas crianças. Ainda, a cariotipagem de portadores de deficiências é
amplamente recomendada, sendo necessário o treinamento dos profissionais da
atenção básica para melhor receber e acompanhar esses indivíduos, fazendo também
o aconselhamento das famílias.
Palavras-Chave:cariotipo, deficiencia mental, levantamento
PERFIL DA FIBROSE CÍSTICA NO ES - DIAGNÓSTICO NA TRIAGEM
NEONATAL
WÉLIDA SALLES PORTELA (HEINSG / APAE) - BRASIL
TEREZINHA SARQUIS CINTRA (APAE VITORIA) - BRASIL
HECTOR YURI CONTI WANDERLEY (UVV) - BRASIL
ANDRESSA COSTA BRAGA COSTA BRAGA (HEINSG) - BRASIL
SARAH FARDIN FARDIN OLIVEIRA (APAE- VITÓRIA) - BRASIL
ELIZABETH PASSAMANI (APAE VITORIA) - BRASIL
OBJETIVO: descrever dados epidemiológicos relacionados à Fibrose Cística (FC)
no estado do Espírito Santo (ES), desde a inclusão de tal doença no programa de
triagem neonatal (TN), em junho de 2009, até dezembro de 2012. MÉTODOS: A
tripsina imunorreativa (IRT) foi dosada em amostras de sangue coletado em papel
filtro S&S 900, utilizando o método imunofluorimétrico. Crianças com IRT igual ou
superior a 70 ng/ml em duas amostras distintas até 45 dias de vida foram submetidas
ao teste do suor, técnica de Gibson & Cooke. RESULTADOS: Foram diagnosticados
22 pacientes, sendo 8 (30%) do sexo masculino e 14 (70%) do sexo feminino. A
mediana de idade ao diagnóstico foi de 41dias. Análise molecular foi realizada em
16 pacientes, e a mutação ∆F508 foi encontrada em aproximadamente 56% dos
alelos. A incidência de FC no ES foi de 1:7507. CONCLUSÕES: A TN para FC tem
possibilitado o diagnóstico precoce em pacientes assintomáticos, além de garantir
uma terapêutica adequada e um melhor conhecimento da doença e seu curso natural.
O aconselhamento genético permite aos familiares uma melhor compreensão da
patologia e do risco genético, na perspectiva de maior adesão ao tratamento, com
redução da morbidade e da mortalidade.
Palavras-Chave:fibrose cística, triagem neonatal, perfil epidemiológico
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE
REFERÊNCIA EM GENÉTICA CLÍNICA NO ESTADO DE ALAGOAS
ZULEIDE SILVA FERNANDES LIMA (UFRGS) - BRASIL
DIOGO LUCAS LIMA DO NASCIMENTO (UNCISAL) - BRASIL
LUCAS RIBEIRO GOMES (UNCISAL) - BRASIL
CARLOS GUILHERME GAELZER PORCIUNCULA (UFAL) - BRASIL
LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL
ISABELLA LOPES MONLLEÓ (UFAL) - BRASIL
Objetivos: descrever características epidemiológicas de pacientes atendidos em um
serviço de referência em genética no Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas.
Métodos: estudo retrospectivo baseado na revisão de prontuários digitais. Utilizou-se
protocolo para coleta de informações demográficas (idade na primeira consulta,
sexo, naturalidade, procedência), fatores de risco (consanguinidade parental, idade
materna ≥ 35 anos, idade paterna ≥ 40 anos, história familial de outro defeito
congênito, recorrência do distúrbio, exposição a teratógenos) e diagnóstico
(categoria diagnóstica, diagnóstico nosológico e situação do diagnóstico). Foram
analisados 569 prontuários de pacientes atendidos no período de maio/2008abril/2012, sendo a amostra constituída por 448 prontuários em condições de
análise. Foi realizada análise descritiva com distribuição de frequência, medidas de
tendência central e dispersão. Resultados: a idade variou de 0 a 67 anos, com
predomínio da faixa etária de 1 a 5 anos (36,2%), 53,3% eram do sexo masculino,
45,5% do sexo feminino e 1,1% não tinham sexo social estabelecido. Cinquenta e
quatro por cento dos indivíduos eram naturais de Maceió, enquanto 53% eram
procedentes do interior do Estado. Foram verificados os seguintes fatores de risco:
24% para história familial de outro defeito congênito, 13% para consanguinidade
parental e recorrência do distúrbio, 12% para idade paterna ≥ 40 anos, 10% para
idade materna ≥ 35 anos e exposição teratogênica. Distúrbios esqueléticos foram
observados em 15%, distúrbios neurológicos e neuromusculares em 12%, síndromes
cromossômicas em 11%, distúrbios do desenvolvimento do sexo e síndromes
dismórficas em 10%, déficit cognitivo associado a dismorfias em 9% e distúrbios
mentais e do comportamento em 7% dos sujeitos. Em 318 casos (71%) foi aventada
alguma hipótese de diagnóstico nosológico, entre estes, 147 casos (33%) estavam
concluídos no momento da coleta de dados. Entre os casos concluídos as categorias
diagnósticas com maior percentual foram as síndromes cromossômicas (30%) e os
distúrbios esqueléticos (19%). Conclusões: observou-se ampla variação na idade e
proporção sexual equivalente. O predomínio de pacientes naturais de Maceió
provavelmente reflete o grande fluxo de casos complexos encaminhados à única
maternidade referência para alto risco do Estado que está localizada em Maceió.
Por outro lado, a maior proporção de pacientes procedentes do interior
provavelmente está relacionada à distribuição populacional em que 2/3 residem no
interior do estado. Os fatores de risco identificados estão relacionados com as
principais etiologias dos defeitos congênitos de origem genética e não genética. O
reconhecimento desses fatores é indispensável ao planejamento de ações de
capacitação dos profissionais de saúde visando à prevenção por meio de educação
em saúde. As categorias diagnósticas com maior número de casos concluídos
correspondem àquelas com maior acesso aos exames diagnósticos. Nos casos das
síndromes cromossômicas o estado de Alagoas conta com um Laboratório de
Citogenética Humana, em funcionamento desde 2010. Quanto aos casos de
distúrbios esqueléticos, em sua maioria o diagnóstico pode ser concluído com
exames de imagens, que estão disponíveis na rede pública. O conjunto de dados deste
trabalho poderá subsidiar o planejamento e implantação de políticas de saúde
segundo as necessidades específicas desta população.
Palavras-Chave:defeitos congênitos, genética no SUS, epidemiologia
SERVIÇO DE GENÉTICA DE ADULTOS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
PEDRO ERNESTO: PERFIL DE ATENDIMENTO DE UM SERVIÇO DE
REFERÊNCIA PARA ADULTOS
CASSIO LUIZ DE CARVALHO SERAO (UERJ / FMP) - BRASIL
EMMALIE TING (UERJ) - BRASIL
RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL
CLÁUDIO BAPTISTA SCHMIDT (LABORATÓRIO DLE ) - BRASIL
GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA
JUAN LLERENA
PEDRO GUIMARÃES COSCARELLI (UERJ) - BRASIL
Introdução: Apresentamos o perfil do atendimento de um serviço de atendimento de
Genética Médica voltada para adultos. Trata-se de serviço vinculado a hospital
geral, com toda a complexidade multidisciplinar que este perfil de atendimento
requer. Desenvolvimento: A maior parte dos serviços de genética disponíveis no
nosso país é vinculado a unidades pediátricas e maternidades de alta complexidade.
Em geral, até a infância e adolescência existe uma rede de suporte clínico,
educacional, fisioterapêutico, fonoaudiológico e de terapia ocupacional bem
estruturada em serviços públicos e particulares. Entretanto, em virtude da enorme
dificuldade de se encontrar acompanhamento clínico e de prevenção terciária nos
pacientes adultos com doenças genéticas ou atraso no desenvolvimento de causa
ambiental, e da maior sobrevida destes decorrente dos avanços tecnológicos das
últimas décadas, o papel do médico geneticista vinculado a um serviço de
atendimento clínico ajuda a suprir esta demanda de pacientes que se sentiam sem
qualquer suporte clínico após atingir uma faixa etária incompatível com
atendimentos em serviços de pediatria. Apresentamos o perfil de atendimento
realizado em nosso serviço com estratificação por etiologia, presença de retardo
mental, necessidade de vigilância para neoplasias, acompanhamento neurológico,
seja comportamental ou para crises convulsivas. Resultados: Atendemos em 1 ano
140 pacientes, sendo 44 pacientes com Síndrome de Down, 38 pacientes com atraso
no desenvolvimento sem etiologia determinada, 9 com autismo, além de diversas
outras etiologias. 53 pacientes necessitam alguma forma de acompanhamento
neurológico, 60 realizam algum procedimento de vigilância para neoplasia, 104
possuem retardo mental. 39 pacientes tiveram mais de uma consulta em um ano.
Conclusões: A demanda por serviços de clínica com suporte para atendimento e
acompanhamento clínico de condições complexas e multidisciplianares é crescente e
a presença de um médico geneticista ajuda a contemplar a reavaliação destes
pacientes por novas tecnologias não disponíveis no início do acompanhamento
clínico destes pacientes, a abordagem aos familiares e de aconselhamento genético, a
importância do estímulo profiossionalizante, além do estimula a independência
destes pacientes.
Palavras-Chave:Genética médica, saúde pública, genética comunitária
TRIAGEM GENÉTICA DE DOENÇA CELÍACA EM INDIVÍDUOS DOADORES
DE SANGUE DA CIDADE DE FORTALEZA
MARIA DENISE FERNANDES CARVALHO (UECEAPAEUNICHRISTUS) - BRASIL
LIZE DE MAGALHÃES BARROSO
CLARISSA ROCHA MONTENEGRO
IÊDA NISHITOKUKADO
CARMEN LÚCIA ORTIZ AGOSTINHO
AYTAN MIRANDA SIPAHI
ANTONIO MIGUEL FURTADO LEITÃO (UNICHRISTUS) - BRASIL
A Doença Celíaca (DC) é uma desordem sistêmica crônica inflamatória e auto-imune
que afeta primariamente o intestino delgado de indivíduos geneticamente
susceptíveis, sendo induzida pelo consumo de proteínas presentes no trigo, centeio e
cevada. Acomete indivíduos de qualquer idade e de ambos os sexos.Pesquisas
realizadas usando marcadores sorológicos, confirmam que a doença é subdiagnosticada. Estimativas fundamentadas em estudos soros-epidemiológicos
sugerem que para cada paciente confirmado como celíaco, existem de 3 a 7 pacientes
oligo ou assintomático sem diagnóstico. Devido a falta de dados epidemiológicos da
doença celíaca na região Nordeste do Brasil, a avaliação de sua prevalência se
mostra de grande importância para a formação de seu perfil epidemiológico no país,
comparando-se com a prevalência, já existente, nos principais centros urbanos do
Sul, Sudeste e Centro-Oeste . O estudo tem como objetivos: identificar as variáveis
sociodemográficas dos doadores do HEMOCE que participarem deste projeto.
Avaliar o perfil genético (HLA classe II) da população em estudo. Relacionar a
prevalência de sintomas digestivos clínicos dos doadores de acordo com o perfil
genético e exames sorológicos. Metodologia: Através de pesquisa descritiva,
transversal com aplicação de questionário e realização de testes genéticos e
sorológicos. Os testes sorológicos anti-transglutaminase tecidual de cobaia IgA (tTg)
pela técnica ELISA e teste anti-endomísio IgA (AAE) pela técnica de
imunofluorescência, e a pesquisa genética foram realizadas, no Laboratório de
Gastroenterologia e no Laboratório de Histocompatibilidade e Imunidade Celular da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em parceria com o
laboratório de genética médica da Unichristus do estado do Ceará. Os dados foram
analisados no programa Epi Info versão 3.5.1 para a análise dos questionários e
através dos testes estatísticos Qui-quadrado e Exato de Fisher. Resultados:
Inicilamente 16 questionários (piloto) foram aplicados, sendo sete pacientes do sexo
feminino e nove masculinos. A idade média foi de 30 anos, com peso e altura média
de 79,3kg e de 1,70m, respectivamente. A maioria (doze) foram pardos e o grau de
escolaridade que prevaleceu (sete) foi o ensino médio. Na história patológica, todos
negaram suspeita ou diagnóstico de doença celíaca e dois tinham intolerância a
lactose em familiares. Nos dados familiares, o local de nascimento dos pais e avós foi
o Brasil e apenas dois relataram ter descendência de bisavós estrangeiros ( italiano e
português). Sobre os sintomas , todos negaram diarreia crônica, perda de peso e
déficit de crescimento. Em relação ao último item , sobre a dieta, dez afirmam ingerir
pão/ biscoito todos os dias, doze e treze respectivamente consomem massas e
tortas/bolos aos fins de semana. Os testes sorológicos e genéticosestão em
análise.Conclusão:O conhecimento do perfil epidemiológico para a DC indicará
uma conduta para os paciente assintomáticos identificados no estudo através do
questionário e principalmente proporcionará a prevalência da DC na população da
cidade de Fortaleza.
Palavras-Chave:Doença Celíaca, HLA classe II, gliadina,anti-trasnglutamonase,anti-endomísio
SPATIAL AND TEMPORAL ANALYSIS OF INFANT MORTALITY FROM
CONGENITAL MALFORMATIONS IN BRAZIL (1996-2010)
Schuler Faccini L1,
Bronberg R2,
Ramallo V3,
Alfaro EL3,
Dipierri JE4
1.
2.
3.
Universidad Federal do Rio Grande do Sur. Brasil;
Hospital General de Agudos "Dr. José María Ramos Mejía", Servicio de
Neonatología, Área de Genética Médica y Poblacional, Buenos Aires, Argentina;
CONICET;
4.
Instituto de Biología de la Altura. Universidad Nacional de Jujuy. Argentina
Objective: To analyze the spatial and temporal distribution (1996-2010) of infant
mortality (IM) due to congenital malformations (CM) in Brazil.
Materials and Methods: Data on births and deaths in children under 1 year of
age classified with ICD10 came from the Computer Department of the Unified
HealthSystem (Datasus). Percentage of CM deaths (CMD%) and the rate
of IM by CM (RIMCM) were calculated by
municipality (5600), Federative Units (27) and regions(North, Northeast, South,
Southeast and CenterWest) The secular trend (ST) and interregional and Federative Units variation in
risk was calculated using Poisson regression. The municipal level spatial
analysis was performed by finding significant clustering of RIMCM and
CMD% (Satscan software).
Results: For all of Brazil, RIMCM and CMD% had a positive SR (p <0.01). At the
regional level, RIMCM presenteda positive SR in the North, Northeast and Midwest
regions, it was negative in the Southeast and zero
in the South. The CMD% exhibited a positive secular rate (SR) in all
regions. Clusters of high CMD% and RIMCM tended to be distributed in the
municipalities of South and Southeast regions.
Conclusion: The pattern of IM by CM for all Brazil was characterized for the
period 1996-2010 by presenting increased RIMCM and CMD%. However, there
were profound interregional disparities between these
indicators of IM by CM with a trend in the southern regions of
the country to decreased RIMCM and an increase ofCMD%, typical of developed
countries.
7. NEUROGENÉTICA
ALTA EXPRESSÃO SÉRICA DO GENE HLA-G ESTÁ ASSOCIADA COM
TUMORES GLIAIS DE PIOR PROGNÓSTICO
KARLA RONA DA SILVA (IEP-SCBH-MG) - BRASIL
KÊNIA CRISTINA SOARES FONSECA MAGALHÃES (IEP/SCBH) - BRASIL
ISABELA JUBÉ WASTOWSKI (UEG) - BRASIL
MILLENA CAROLINA PEREIRA SILVA SOUSA (IEP-SANTA CASA DE BH) BRASIL
LUCAS ALVERNE FREITAS DE ALBUQUERQUE (SCBH) - BRASIL
GERIVAL VIEIRA JÚNIOR (IEP SCBH) - BRASIL
JOSÉ LOPES SOUSA FILHO (SCBH) - BRASIL
GERVÁSIO TELES CARDOSO DE CARVALHO (SCBH) - BRASIL
PAULO PEREIRA CHRISTO (SCBH) - BRASIL
RENATA TOSCANO SIMÕES (IEP/SCBH) - BRASIL
Objetivo: Conhecer o perfil polimórfico e bem como o padrão de expressão proteica
do gene Antígeno Leucocitário Humano G (HLA-G) em amostras de pacientes com
gliomas de alto grau, atendidos e operados na Santa Casa de Belo Horizonte.
Métodos: Avaliamos a expressão plasmática e dois polimorfismos da região 3’ não
traduzida (3’NT) do gene HLA-G: inserção/deleção de 14pb (*In/Del) e +3142 C/G
(*C/G) em 77 pacientes com diagnóstico clínico e cirúrgico de gliomas de alto grau.
Os pacientes foram divididos em dois grupos: 63 glioblastomas (GBM) e 14 com
outros tumores malignos da glia. De cada paciente foram coletados 4 ml de sangue
venoso de onde foi extraído o DNA pelo método de salting out e realizada a
quantificação sérica do HLA-G solúvel (HLA-Gs) pelo método imunoenzimatico
Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA). A identificação dos polimorfismos foi
realizada por PCR convencional onde utilizamos um conjunto de primers que
permitiu fazer, de forma direta, a visualização haplotípica dos polimorfismos
testados. A análise estatística foi realizada com os programas Genepop 3.4 e
GraphPad Prism 5.0. Para a determinação do nível de corte para a positividade do
HLA-Gs foi utilizada a curva do Receptor Operacional de Característica (ROC).
Resultados: Nenhuma associação significante foi encontrada nos testes de
associação entre os polimorfismos e os tipos tumorais e polimorfismos e grau de
expressão de HLA-G. Entretanto, encontramos um aumento significativo da
expressão de HLA-Gs em pacientes com GBM (p=0,0364). A média de expressão foi
de 51,46 U/ml no grupo GBM e 24,11 U/ml no grupo de outros tumores malignos.
Observamos também que pacientes com maior expressão de HLA-G possuem menor
sobrevida, mas este resultado não foi estatísticamente significante. Conclusão: Em
nossas amostras não encontramos associação dos polimorfismos com os gliomas de
alto grau, em com os níveis de expressão proteica do HLA-G. Contudo, nossos
resultados confirmam que a alta expressão de HLA-G está associada a tumores de
pior prognóstico (GBM) e que pode influenciar na sobrevida dos pacientes.
Palavras-Chave:Expressão de HLA-G, polimorfismo 3’NT, GBM, gliomas malignos
ALVOS TERAPÊUTICOS HEMATOPOIÉTICOS NA DOENÇA DE GAUCHER:
AVALIAÇÃO DA COORTE DE PACIENTES DO CENTRO DE REFERÊNCIA
DO RIO GRANDE DO SUL
CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL
MATHEUS BRUNSTEIN CAMARGO (UFRGS) - BRASIL
MATHEUS VERNET MACHADO BRESSAN WILKE (UFRGS) - BRASIL
FILIPPO VAIRO (HCPA/UFRGS) - BRASIL
IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
INTRODUÇÃO: A avaliação da eficácia do tratamento de pacientes com Doença de
Gaucher (DG) tem como foco os alvos terapêuticos e o conceito de doença residual
mínima, os quais, por sua vez, levam em consideração os sistemas afetados pela
doença e que são passíveis de melhora com o tratamento específico, entre eles os
níveis de Hb e plaquetas. OBJETIVOS: Avaliar a evolução dos níveis de Hb e
plaquetas dos pacientes com DG em acompanhamento no Centro de Referência de
DG do Rio Grande do Sul e que não foram submetidos à esplenectomia antes do
início da TRE/TRS. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospectivo, longitudinal,
com amostragem por conveniência. Em relação à Hb, tomou-se como alvo o valor
≥12 g/dL em indivíduos do sexo masculino, e ≥ 11 em mulheres e crianças, e o tempo
para que este nível seja atingido (até 2 anos de tratamento). Quanto às plaquetas, o
alvo foi, para pacientes com trombocitopenia moderada, a concentração ≥ 120.000
U/µL após 2 anos de tratamento, ou o seu aumento em 1,5 vezes em 1 ano; para
pacientes com trombocitopenia grave, considerou-se como alvo o aumento da
concentração em 1,5 vezes após 1 ano de tratamento, ou em 2 vezes após 2 anos.
RESULTADOS: Entre os 37 pacientes acompanhados pelo CRDG-RS e que estão em
tratamento com TRE ou TRS, seis são esplenectomizados, dois apresentavam níveis
normais de Hb e plaquetas quando do início do tratamento e três possuíam tempo de
tratamento inferior a um ano, sendo excluídos da análise. A amostra, portanto, foi
composta por 26 pacientes (DG tipo I= 25, tipo III = 1; sexo masculino= 14), com
idade atual entre 15 e 65 anos, todos em TRE (mediana de tempo de tratamento= 10
anos e 1 mês). Inicialmente, os pacientes foram tratados com Imiglucerase, mas
atualmente seis utilizam Alfataliglicerase, um utiliza Alfavelaglicerase e os demais,
Imiglucerase. A dose de início de tratamento foi 15 UI/kg/inf para 7 (30,4%)
pacientes; nos demais, a dose foi ≥ 30 UI/kg/inf. Treze pacientes apresentavam
anemia ao início do tratamento: nesse grupo, todos os pacientes iniciaram TRE com
dose ≥ 30UI/kg/inf ; onze (84,6%) atingiram o alvo terapêutico em uma mediana de
tempo de 12 meses; os pacientes que não atingiram o alvo são do sexo feminino,
recebem doses ≥ 30UI/kg/inf, e uma delas apresenta baixa adesão ao tratamento.
Vinte e dois pacientes apresentavam trombocitopenia ao início do tratamento: quinze
(68,2%) começaram o tratamento com dose ≥ 30UI/kg/inf; dez (45,5%) atingiram o
alvo em uma mediana de tempo de 15 meses; entre os pacientes que não atingiram o
alvo, 8/12 (66,6%) utilizaram dose ≥ 30 UI/kg/inf e um apresentava DG tipo III.
CONCLUSÃO: Nossos dados estão de acordo com a literatura. Apesar de a
trombocitopenia ser mais frequente na DG que a anemia, a concentração de
plaquetas no sangue segue como um alvo mais difícil de ser alcançado, e sua
melhora, na nossa amostra, não parece ter relação direta com a dose de enzima
utilizada pelo paciente.
Palavras-Chave:GAUCHER;ALVO TERAPEUTICO
ANÁLISE DE MUTAÇÕES DO GENE PLP1 E COMPARAÇÃO DOS DADOS
CLÍNICOS DOS PACIENTES COM HIPOMIELINIZAÇÃO CEREBRAL DA
REDE SARAH DE HOSPITAIS DE REABILITAÇÃO
DANIEL ROCHA CARVALHO (REDE SARAH) - BRASIL
SAVANA CAMILA LIMA DOS SANTOS
BERNARDO JOSE ALVES FERREIRA MARTINS MARTINS (SARAH) - BRASIL
REINALDO ISSAO TAKATA (SARAH) - BRASIL
CARLOS EDUARDO SPECK MARTINS (REDE SARAH) - BRASIL
Objetivos: A doença de Pelizaeus-Merzbacher (DPM) é o fenótipo mais comum
dentre os distúrbios que são caracterizados por hipomielinização do sistema nervoso
central como leucoencefalopatia. A DPM é uma das condições do espectro de
doenças recessivas ligadas ao X provocadas por mutações no gene PLP1. Entretanto,
muitos afetados por este padrão de alteração denominado hipomielinização não têm
mutação no gene PLP1 mesmo com uma apresentação clínica compatível com DPM
(‘DPM-like’, 40% em algumas séries de casos). Ou são acometidos por outra doença
que também cursa com hipomielinização e confunde com a DPM. Analisamos o
diagnóstico e comparamos os dados clínicos de todos os pacientes submetidos à
investigação de mutação no gene PLP1 por hipomielinização cerebral da Rede
SARAH de Hospitais de Reabilitação. Métodos: Revisão dos dados clínicos do
prontuário eletrônico realizada apenas nos pacientes com hipomielinização cerebral
após a análise das imagens da ressonância magnética do encéfalo pelo radiologista.
Consideramos como critério de inclusão a presença de hipersinal na ponderação T2
da substância branca em relação à substância cinzenta (com respectivo isossinal ou
hipossinal leve na ponderação T1) de forma difusa nos hemisférios cerebrais em
exame realizado com mais de 2 anos de idade. Foram excluídos da série os pacientes
com acometimento apenas em segmentos do encéfalo, lesões focais ou outro padrão
de leucoencefalopatia. A investigação de duplicação/deleção de todo ou parte do
gene PLP1 foi realizada através da técnica de MLPA (SALSA MLPA kit P022-B1). O
sequenciamento direto para investigação de mutações de ponto do gene PLP1 foi
realizado nos indivíduos sem duplicação/deleção. Resultados: Os dados clínicos
comparados foram: conclusão de outro diagnóstico, consanguinidade, história de
outro familiar afetado, nistagmo, idade de início e a quadro de manifestação
neurológica de ataxia, sinais piramidais, coreodistonia, epilepsia e desmielinização
periférica detectada por eletroneuromiografia. Foi confirmada a duplicação do gene
PLP1 em sete pacientes (dois irmãos) com DPM forma clássica e um paciente com
deleção do gene (sem nistagmo). Em cinco pacientes com DPM (dois irmãos), foi
identificada mutação no gene PLP1 já conhecida na literatura (IVS6+1G>A;
p.Y58C; p.T156I; p.Q69X), tendo um paciente a forma neonatal. Em outros quatro
pacientes (dois irmãos), foi detectado mutação nova ainda não descrita
(p.Thr118fsX146; p.Ile72AlafsX44; p.T182fsX203), tendo os pacientes uma
manifestação não compatível com a forma clássica de DPM. De um grupo total de 46
pacientes com hipomielinização, 17 pacientes tiveram mutação no gene PLP1 (17/46,
36,9%). Do grupo de 29 pacientes sem mutações no gene PLP1, foi possível concluir
outro diagnóstico em cinco pacientes: paraparesia espástica hereditária ligada ao X
(2), síndrome de Cockayne, hipomielinização com atrofia dos gânglios da base e
cerebelo e hipomielinização com catarata congênita. Foi possível concluir o
diagnóstico clínico compatível com DPM (DPM-Like) em 20 pacientes com
hipomielinização. Conclusões: Mutações no gene PLP1 foram identificadas em 17
pacientes com hipomielinização cerebral. A maioria dos pacientes com
hipomielinização cerebral sem mutação no PLP1 apresentavam fenótipo da DPM
(20/29, 68,9%), incluindo sete mulheres, o que reforça que outros genes estão
envolvidos como causa desta doença.
Palavras-Chave:Doença de Pelizaeus-Merzbacher; gene PLP1, hipomielinização, paraparesia espástica tipo 2
ANÁLISE DE POLIMORFISMOS NOS GENES DA ROTA
SEROTONINÉRGICA EM PACIENTES COM TRANSTORNO DE ESPECTRO
AUTISTA IDIOPÁTICO
NATHALIA OLIVEIRA DE LIMA (UFPA) - BRASIL
LARISSA CRUZ
MISLENE CISZ
AMIRA CONSUÊLO DE MELO FIGUEIRAS (UFPA) - BRASIL
LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA SANTANA DA SILVA (UFPA) - BRASIL
Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) são desordens do neurodesenvolvimento
de etiologia complexa e heterogênea que se iniciam na infância. São caracterizados
por manifestações em três áreas (domínios): social, da comunicação e de
comportamento O sistema neurotransmissor serotoninérgico exerce uma variedade
de funções fisiológicas, incluindo regulação de humor, controle das emoções, funções
cognitivas, e atividade motora, representando um candidato promissor na patologia
dos TEA, já que alterações neste sistema têm sido associadas a transtornos
comportamentais e psiquiátricos. Aqui foram estudados o polimorfismo de
inserção/deleção de 44pb (5HTTLPR) no gene do transportador (5-HTT) e o
polimorfismo G861C no gene do receptor de serotonina 1B (HTR1B). O objetivo
deste trabalho foi investigar a ocorrência dos polimorfismos G861C no gene HTR1B
e o 5HTTLPR no gene 5-HTT em pacientes com TEA idiopático. Inicialmente, foram
selecionados 120 paciente com TEA e seus pais biológicos no Ambulatório de
Autismo, do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza da UFPA e da Casa da
Esperança. A associação entre os polimorfismos e TEA foi testada através de estudo
caso-controle com 110 indivíduos controle, bem como através de teste de associação
baseado em famílias (FBAT). Foi realizada triagem molecular para X-Frágil por
PCR para eliminar os casos de TEA secundário. A determinação dos genótipos foi
feita por PCR-RFLP. Seis (5%) dos pacientes foram excluídos da análise, por se
tratar de TEA secundário. Foram genotipados 71 e 91 pacientes para 5HTTLPR e
G861C, respectivamente. Não houve transmissão preferencial de nenhum dos alelos.
Já na comparação entre casos e controle, os genótipo LaLa de 5HTTLPR (15,6%) e
CC de G861C (16,5%) foram mais frequentes em pacientes do que em indivíduos
controle (0,96%; 4,5%). Foi observado também, que o genótipo LaLa esteve mais
presente em pacientes com diagnóstico de TEA com grave comprometimento da
interação social. Todos os estudos sobre a etiologia dos TEA idiopáticos deveriam
iniciar com uma investigação clínica adequada. Essa abordagem é fundamental para
identificação dos casos de TEA secundário, bem como para distinguir fenótipos
clínicos mais informativos para estudos de associação. Quanto aos polimorfismos
5HTTLPR e G861C, ambos parecem influenciar no risco para TEA, e o primeiro
parece também contribuir para variabilidade fenotípica dos pacientes.
Palavras-Chave:Autismo, serotonina, biologia molecular
ANÁLISE DE VARIAÇÃO NO NÚMERO DE CÓPIAS (CNVS) DA REGIÃO
15Q11-13 EM TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTÍSTICO NO BRASIL
ANA LUIZA BOSSOLANI MARTINS (UNESP) - BRASIL
PATRICIA PEREIRA DO NASCIMENTO (UNESP/IBILCE) - BRASIL
CÍNTIA MARQUES RIBEIRO
DANIELLE DE PAULA MOREIRA (IB-USP) - BRASIL
NAILA CRISTINA VILAÇA LOURENÇO (USP) - BRASIL
CARINA TATIANA GIUNCO (SSP) - BRASIL
DANTE BRUNO AVANSO ROSAN (UNESP/IBILCE) - BRASIL
MARIA RITA PASSOS BUENO (USP) - BRASIL
AGNES CRISTINA FETT CONTE (FAMERP) - BRASIL
Introdução: Os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) são doenças
neuropsiquiátricas muito comuns na população, caracterizadas principalmente por
prejuízos de interação social, comunicação e comportamento. A etiologia é muito
heterogênea e desconhecida na maior parte dos casos, com envolvimento de
múltiplos fatores genéticos e ambientais. Há descrições de mutações e variações no
número de cópias (CNVs) em 15q11-13, onde estão mapeados genes expressos no
sistema nervoso central, que estão envolvidos em neurotransmissão e sinapse.
Objetivos: Avaliar a presença de CNVs na região 15q11-13 em pacientes com TEA, a
presença das CNVs encontradas nos progenitores do afetado, para verificar se são
herdadas ou de novo, e relacionar os achados genotípicos com os fenotípicos.
Métodos: Foram estudados 170 indivíduos, todos com cariótipo normal e com
resultados negativos para a presença de mutações no gene FMR1 e de outras
afecções genéticas clinicamente diagnosticáveis. A investigação de CNVs em 15q1113 foi realizada pela técnica de Multiplex Ligation dependent Probe Amplification
(MLPA), com a utilização do kit P343 (MRC Holland). Resultados: Dos 170
indivíduos testados, apenas um (0,6), com diagnóstico de Autismo Infantil,
apresentou uma microdeleção em 15q11-13, no exon 7 do gene GABRB3, mapeado
na região estudada. O estudo da genealogia revelou que a alteração foi herdada da
mãe, que também a transmitiu para uma de suas outras duas filhas. Tanto a mãe,
como a irmã apresentam fenótipo normal, inclusive, ausência de traços de
personalidade que possam sugerir broad phenotype. O sequenciamento direto de
todo o exon 7 esclareceu que a alteração resultou no polimorfismo de nucleotídeo
único (SNP) rs7501521, caracterizado pela troca A>G, com frequência alélica de
f(A)= 0,998 e f(G)=0,002. Este SNP já foi descrito na população em geral, mas não
em autismo. Aparentemente não possui efeito clínico, apesar de ser raro e estar
localizado em uma região com 78% de chance de ser o sítio aceptor de splicing do
transcrito para a proteína gabrb3. Conclusões: CNVs em 15q11-13 em TEA parecem
ser raras. Entretanto, o polimorfismo rs7501521, que ainda não foi relacionado a
qualquer consequência clínica, por estar localizado em um gene sabidamente
envolvido na etiologia destas doenças, merece ser investigado em casuísticas maiores
para interpretação do significado biológico em TEA. Afinal, são doenças complexas
cujo fenótipo, altamente variável, pode resultar do efeito aditivo de várias alterações
ou variações genéticas que necessitam ser esclarecidas, inclusive, para realização do
Aconselhamento Genético correto das famílias. Suporte Financeiro: FAPESP;
BAP/FAMERP.
Palavras-Chave:15q11-13, CNV, GABRB3, MLPA
DISCUSSÃO SOBRE OS ASPECTOS CLÍNICOS E GENÉTICOS, E
DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO COMPLEXOS NA INSÔNIA FAMILIAR
FATAL: PRIMEIRO CASO DESCRITO NO BRASIL
JOSÉ LUIZ PEDROSO (UNIFESP) - BRASIL
PAULO VICTOR SGOBBI DE SOUZA (UNIFESP) - BRASIL
WLADIMIR BOCCA VIEIRA DE REZENDE PINTO (UNIFESP) - BRASIL
MICHELE CHRISTINE LANDEMBERGER (FAP) - BRASIL
VILMA REGINA MARTINS (AC CAMARGO) - BRASIL
ORLANDO G P BARSOTTINI (UNIFESP) - BRASIL
Objetivos: a insônia familiar fatal representa uma doença priônica rara,
neurodegenerativa, autossômica dominante, geralmente afetando pacientes entre
quinta e sexta décadas de vida, evoluindo de forma rapidamente progressiva para a
morte. A doença resulta de uma mutação no códon 178 (D178N) do gene RPPN
(localizado no cromossoma 20p13), ligado com a metionina no códon 129 do alelo
mutado. Suas principais características patológicas incluem severa perda neuronal
com gliose nos núcleos mediodorsal e ventral anterior do tálamo, e núcleo olivar
inferior, com graus variáveis de espongiose, especialmente no córtex entorrinal.
Nesse trabalho, descrevemos o primeiro caso brasileiro diagnosticado geneticamente
de insônia familiar fatal. Realizamos uma discussão detalhada sobre os aspectos
clínicos e genéticos. Além disso, fazemos uma discussão sobre o fenótipo
apresentado, caracterizado por distúrbios do movimento complexos. Métodos:
avaliamos uma paciente de 67 anos, no Setor de Ataxias do Departamento de
Neurologia da UNIFESP, com história de sonolência excessiva diurna, insônia
noturna, além de dificuldade progressiva da marcha com desequilíbrio e ataxia, há 1
ano. Nos últimos 3 meses, piora importante, com declínio cognitivo. Exame
neurológico mostrando parkinsonismo, tremor do tronco, mioclonias e movimentos
erráticos dos olhos (Vídeo). Vários familiares acometidos, com a mesma doença
(Figura). Resultados: Sorologias, provas reumatológicas, auto-anticorpos
tireoideanos, e marcadores tumorais foram negativos. LCR mostrou apenas
hiperproteinorraquia leve e a proteína 14-3-3 não foi identificada. A RM do crânio
revelou atrofia cerebral difusa leve. A polissonografia mostrou redução no tempo
total de sono, redução importante do sono REM, aumento despertares e episódios de
apnéia central. Foi realizado teste genético para insônia familiar fatal com
sequenciamento do gene RPPN, no códon 178 (D178N). O gene PRNP polimórfico
no códon 129 foi heterozigoto (M129V), com o alelo mutante na metionina (N178 +
M129), o que confirma a suspeita de insônia familiar fatal (Figura). Conclusões: por
se tratar de doença extremamente rara, é difícil descrever um fenótipo típico para a
insônia familiar fatal. O espectro clínico caracterizado por distúrbios do movimento
complexos, incluindo: parkinsonismo, tremores do tronco e movimentos oculares
erráticos, poucas vezes foi descrito na literatura. Quando estas características estão
presentes, presume-se que os núcleos da base e suas conexões estejam envolvidos.
Dados patológicos de pacientes com insônia familiar fatal têm demonstrado que a
degeneração dos neurônios são encontrados principalmente no tálamo e núcleos
olivares. Curiosamente, os pacientes com heterozigose com polimorfismo no códon
129 (M129V) do gene RPPN, como descrito aqui, mostraram alterações cerebrais
mais amplas, e os neurônios apoptóticos também foram encontrados no neocórtex e
estriado. Em geral, esta descrição caso chama a atenção para um fenótipo incomum
da insônia familiar fatal, apresentando distúrbios do movimento complexos,
caracterizados por parkinsonismo, mioclonia, tremor tronco e os movimentos
erráticos dos olhos. Os fenótipos descritos em doenças priônicas são complexos, o
que indica que outros fatores além do genético e ambientais podem contribuir para
essa variabilidade. Os estudos futuros se aproximam sequenciamento do exoma
completa ou do genoma dentro dos membros destas famílias poderão contribuir para
uma melhor compreensão do espectro fenotípico variável de doenças priônicas
genéticas.
Palavras-Chave:Insônia familiar fatal; fenótipos; genética; distúrbios do movimento complexos.
DOENÇA DE HUNTINGTON DE INÍCIO PRECOCE- RELATO DE CASO
MARIA CAROLINA FERREIRA BARBOSA RIBAS (HJAF) - BRASIL
RODRIGO ARANTES
FELIPE IBIAPINA DOS REIS (HDH) - BRASIL
WLADIMIR KUMMER (HOSPITAL DONA HELENA) - BRASIL
FLAVIO RIBAS (NNEUROCLINICA) - BRASIL
INTRODUÇÃO A doença de Huntington é uma desordem neurodegenerativa, com
herança autossômica dominante que manifesta-se clinicamente com coréia,
alterações psiquiátricas e demência. Sua prevalência geral é de 5 a 10:100.000,
variando entre em diferentes populações estudadas. A doença de Huntington ocorre
devido à expansão de trinucleotídeos CAG no gene HTT. De forma geral, o início dos
sintomas ocorre entre 35 e 44 anos de vida, sendo que 25% dos casos iniciam-se em
um estágio mais tardio, após os 50 anos. A forma juvenil da doença de Huntington é
rara e representa apenas 05 a 10% dos casos. CASO CLÍNICO ICD, 11 anos e 8
meses, sexo feminino. Vem encaminhada para avaliação com médico geneticista
devido a quadro de dificuldade escolar detectada aos 7 anos. É filha de um casal
jovem, não consangüíneos, que viveram juntos por 10 anos e encontram-se
separados há 6 anos. Sua mãe é G1P1A0, realizou pré-natal sem intercorrências.
Nega sangramentos de primeiro trimestre ou uso de teratógenos durante a gestação.
Nasceu de parto cesáreo, a termo, PN: 4380 G, APGAR: 9 e10. Nasceu bem e
recebeu alta com sua mãe. No primeiro ano de vida a paciente apresentou o DNPM
adequado para sua idade. Foi alfabetizada sem dificuldades. Aos 8 anos iniciou com
dificuldade de concentração e iniciou acompanhamento neurológico. Inicialmente
recebeu o diagnóstico de TDAH e iniciou tratamento e acompanhamento sem
resposta satisfatória. Aos 9 anos iniciou com tiques motores e com rigidez de
articulações. Os sintomas progrediram para alteração da marcha caracterizada por
postura distonica em membro inferior esquerdo, lentificação e maior dificuldade na
execução de movimentos finos. Nunca apresentou crises convulsivas. Durante este
periodo realizou RNM de encéfalo que mostrou atrofia de núcleos caudados
bilateral. Ao exame clínico/neurológico realizado em 2013 observou-se
parkinsonismo simétrico, com rigidez articular, bradicinesia e ausência de tremor
postural ou de repouso. A avaliação cognitiva foi caraterizada principalmente por
alterações executivas com importante apraxia ideomotora. A pesquisa dos pares
cranianos mostrou lentificação de sacadas. Não foram observados movimentos
coreicos ou balísticos. Na história familiar da paciente seu pai havia iniciado por
volta dos 30 anos de idade com quadro neurodegenerativo progressivo e tinha
recentemente recebido o diagnóstico molecular de Doença de Huntington. Seu avó
paterno havia falecido do mesmo quadro há alguns anos. Sua mãe é sadia. Foi
solicitado o estudo molecular da Doença de Huntington cujo resultado foi positivo
(73 repetições CAG). Discussão A antecipação observada na doença de Huntington é
relacionada ao aumento da gravidade dos sintomas e/ou redução na idade de início
dos sintomas. Ocorre mais comumente na transmissão paterna de alelos mutados.
Para indivíduos com mais de 40 repetições CAG, a penetrância é completa e
indivíduos com a forma juvenil têm mais que 60 repetições CAG. Estes dados
encontram-se evidentes no caso clínico apresentado.
Palavras-Chave:Doença de Huntington, variante Westphal
DOENÇA DE MACHADO JOSEPH COM SINTOMATOLOGIA NA INFÂNCIA –
RELATO DE SEIS CASOS
LAURA BANNACH JARDIM (UFRGS) - BRASIL
KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL
ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL
RUI D' AVILA (UFRGS) - BRASIL
KARYN REGINA JORDÃO KOLADICZ (HCPA) - BRASIL
GABRIELE NUNES SOUZA (UFRGS/HCPA) - BRASIL
Introdução: A Doença de Machado Joseph ou Ataxia Espinocerebelar tipo 3
(DMJ/SCA3) é uma doença autossômica dominante associada à expansão CAG no
gene ATXN3 que leva a degeneração dos sistemas que controlam a coordenação
motora. A idade de início dos sintomas é, em média, 32 anos e apresenta-se
inversamente proporcional ao número de repetições de trinucleotídeos. Devido à
instabilidade da mutação, observa-se o fenômeno de antecipação, no qual os
sintomas de uma desordem genética tornam-se aparentes em idade mais precoce que
na geração anterior. Objetivo: relatar uma série de casos de 6 crianças com ataxia e
história familiar de DMJ atendidas no Serviço de Genética Médica do HCPA.
Resultado: todas as crianças iniciaram seu quadro clínico com ataxia de marcha e
são heterozigotas para expansão CAG. Foram avaliados 5 meninas (entre elas 2
irmãs) e 1 menino pertencentes a quatro diferentes famílias. A idade de início dos
sintomas variou entre 5 e 10 anos e a idade atual varia entre 8 e 27 anos. Nestes
casos, o valor da CAG normal foi entre 14 e 27 e a CAG expandida (CAGe) foi entre
78 (inicio da doença aos 5 anos) e 91 (inicio aos 7 anos). Realizado escala SARA
(Scale for the Assessment and Rating of Ataxia) e NESSCA (Neurological
Examination Score for Spinocerebelar Ataxia) em 3 crianças. Paciente 1 com 6 anos
do início dos sintomas, NESSCA 19 e SARA 14,5. Paciente 2 com 7 anos do início
dos sintomas, NESSCA 24 e SARA 40 e paciente 3 com 12 anos do início dos
sintomas, NESSCA 26 e SARA 38. Exame físico atual de 4 dos 6 pacientes: ataxia de
marcha, dismetria, disdiadococinesia, espasticidade e hiperreflexia. Além destes
sintomas, três apresentam distonia, dois estão restritos a cadeira de rodas e dois com
grave incapacidade na fala. Em relação aos genitores, há 3 homens e 2 mulheres
sintomáticos. Os sintomas começaram entre 18 e 31 anos. Obtemos exame molecular
de 3 genitores homens com CAGe de 75 (filha com 80 repetições), CAGe 77 (filha
com 78 repetições) e CAGe de 76 (filha com 81 repetições). Observamos fenômeno
de antecipação entre 10 e 22 anos nesta série. Conclusão: não é comum a
apresentação das ataxias espinocerebelares autossômicas dominantes em crianças,
sendo encontrados poucos casos relatados de DMJ de inicio precoce. Há necessidade
de mais estudos a respeito da história natural da DMJ de início na infância.
Palavras-Chave:A Doença de Machado Joseph ou Ataxia Espinocerebelar tipo 3 (DMJ/SCA3)
EMAGRECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA NA DOENÇA DE MACHADOJOSEPH (DMJ/SCA3) EM UM SERVIÇO AMBULATORIAL ESPECIALIZADO
GABRIELE NUNES SOUZA (UFRGS/HCPA) - BRASIL
LAURA BANNACH JARDIM (UFRGS) - BRASIL
MARCIA KOJA BREIGEIRON (UFRGS) - BRASIL
A Doença de Machado-Joseph, também chamada de ataxia espinocerebelar (SCA) do
tipo 3 (DMJ/SCA3), é uma condição neurogenética de herança autossômica
dominante que afeta o sistema nervoso central. Ataxia, prejuízo da capacidade
funcional e manifestações depressivas, que podem interferir na qualidade de vida,
além do emagrecimento, são alterações clínicas advindas da DMJ/SCA3. Para tanto,
a investigação de possíveis relações entre a qualidade de vida, manifestações
neurológicas e aspectos emocionais poderá dar subsídios para esclarecer a perda de
peso destes indivíduos. O estudo teve como objetivo analisar as condições
nutricionais e a qualidade de vida de indivíduos com a doença de Machado-Joseph
(DMJ/SCA3) atendidos em um serviço ambulatorial especializado. Foram recrutados
44 indivíduos com DMJ/SCA3 (grupo caso) e 41 indivíduos hígidos para DMJ/SCA3
(grupo controle). Os instrumentos utilizados para o grupo caso foram: WHOQOLbrief (qualidade de vida), Índice de Barthel (capacidade funcional), inventário de
depressão de Beck (BDI), e escalas de NESSCA e SARA (comprometimento
neurológico). Ambos os grupos foram avaliados pelo estado nutricional utilizando-se
bioimpedânciometria e medidas antropométricas. Os aspectos bioéticos foram
respeitados. Em relação aos resultados,do total da amostra, 54,1% (n=46) era do
sexo feminino, com média de idade de 41,0 (DP=10,5) anos para grupo caso e 39,9
(DP=10,0) anos para o grupo controle. O início dos sintomas foi de 35,2 (DP=10,0)
anos, o tempo de doença 5,7 (DP=2,2) anos, e o tamanho de repetições CAG de 75
(DP=3). Quanto aos aspectos nutricionais, o grupo caso apresentou-se mais
emagrecido em todos parâmetros avaliados, principalmente no Índice de Massa
Corporal (IMC) e pregas cutâneas quando comparado ao grupo controle (P<0,05).
Quanto aos domínios de qualidade de vida, apenas o referente às relações sociais
apresentou escore reduzido. E nem na capacidade funcional, mas as manifestações
depressivas foram significativas, e se correlacionaram com o IMC, (R=-0,414) e
(P=0,010). Quanto às manifestações neurológicas o escore SARA e NESSCA foram
de 11,2 (DP=3,8) e de 14,2 (DP=4,3), respectivamente. Com base nesses dados
conclui-se que a DMJ/SCA3 leva a perda de peso proporcional entre os dois tecido
(adiposo e ostemuscular), que esta associado à CAGn expandida, e que não possui
relação com a qualidade de vida, mas os sintomas depressivos interferem no
emagrecimento desses pacientes.
Palavras-Chave:Doença de Machado-Joseph. Enfermagem.Perda de massa corporal. Qualidade de vida.
ERROS INATOS DO METABOLISMO EM ADULTOS: EXPANDINDO O
ESPECTRO DAS DOENÇAS METABÓLICAS HEREDITÁRIAS
CHARLES MARQUES LOURENÇO (HC-FMRP-USP) - BRASIL
PEDRO JOSÉ TOMASELLI (HC-FMRP-USP) - BRASIL
ANDRE CLERISTON JOSÉ DOS SANTOS (HCRP) - BRASIL
JULIANA SECCHIN ALGEMIRO (HC-FMRP-USP) - BRASIL
RITA DE CASSIA LEAL () PATRICIA ONOFRE TOSCANO
VANESSA DACCAH MARQUES
CLAUDIA SOBREIRA
WILSON MARQUES JR (HC-FMRP-USP) - BRASIL
INTRODUÇÃO: Erros inatos do metabolismo (EIM) são pouco pesquisados como
causa de doença neurológica em adultos. As apresentações na infância não só são
mais comuns, mas também são mais graves e possuem um fenótipo mais facilmente
identificável. Entre os 200 EIM, ao menos 65 podem cursar com sintomatologia na
vida adulta. OBJETIVO: Descrever os principais EIM identificados em adultos
portadores de doenças neurológicas em um serviço de neurogenética. MATERIAL E
MÉTODOS: Foram avaliados, clinicamente e com exames complementares, cerca de
193 pacientes do ambulatório de Neurogenética do HCFMRP-USP que possuíam
síndromes neurológicas de causa desconhecida e em que se suspeitou de um erro
inato do metabolismo. RESULTADOS: Dos 193 pacientes, identificou-se o erro inato
do metabolismo em 72. Os principais diagnósticos observados foram:
adrenoleucodistrofia / adrenomieloneuropatia, lipofuscinose ceróide neuronal tipo
Kufs, deficiência de vitamina E, abetalipoproteinemia, deficiência de OTC,
deficiência de cobalamina C, mitocondriopatias (NARP, MNGIE, deficiencia de
coenzima Q10), peroxissomopatias, porfiria aguda intermitente, xantomatose
xerebrotendínea, doença de Pompe e distúrbio de glicosilação tipo Ia. Em 89
pacientes, afastou-se um defeito metabólico hereditário, definindo-se outras causas
de disfunção neurológica; 32 pacientes , com alto índice de suspeição para EIM,
continuam em investigação para estabelecimento do diagnóstico. DISCUSSÃO: Os
EIM de apresentação na vida adulta compreendem um grupo heterogêneo de doenças
cuja herança é principalmente recessiva.A detecção desses EIM em pacientes adultos
requer a aplicação de um protocolo sistemático que valorize não só dados da história
familiar e clínica do paciente associando-os a uma gama variada de sinais
neurológicos, muito dos quais sutis, mas também utilização de exames
complementares de forma hierarquizada. CONCLUSÃO: As doenças hereditárias
metabólicas podem ser uma causa importante de doença neurológica no adulto e ,
embora raras, possuem implicações no manejo clínico desses pacientes e no
aconselhamento genético dessas famílias
Palavras-Chave:doenças hereditárias metabólicas, apresentaçao tardia, investigação bioquímica
EXPERIÊNCIA NO SERVIÇO DE GENÉTICA MÉDICA NO
ACONSELHAMENTO GENÉTICO DE DOENÇAS NEUROGENÉTICAS DE
INÍCIO TARDIO NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE
FLÁVIA ROMARIZ FERREIRA (UFRGS) - BRASIL
EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL
ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL
KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL
CLAUDIO MARIA DA SILVA OSÓRIO (UFRGS-HCPA) - BRASIL
MARIA LUIZA SARAIVA-PEREIRA (UFRGS-HCPA) - BRASIL
LAURA BANNACH JARDIM (UFRGS) - BRASIL
LAVINIA SCHÜLER-FACCINI
Os testes pré-sintomáticos para doenças neurogenéticas de início tardio identificam
os indivíduos que irão desenvolver um distúrbio genético em algum período de sua
vida. Para a realização destes testes, os consulentes recebem o aconselhamento
genético, que compreende a transmissão de toda informação disponível sobre os
aspectos clínicos, genéticos e psicossociais da desordem que acomete sua família.
Este processo visa elucidar as dúvidas e facilitar a tomada de decisão dos indivíduos
que serão testados no intuito de um melhor planejamento familiar, pessoal e
profissional.Objetivo: Descrever e caracterizar a população pré-sintomática
atendida no Ambulatório de Neurogenética do Serviço de Genética Médica do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre nos últimos 3 anos. (Janeiro 2010 a Dezembro
de 2012).Metodologia: utilizou-se uma abordagem longitudinal retrospectiva. Fichas
clínicas dos consulentes atendidos neste ambulatório foram analisadas de forma
descritiva quanto a aspectos sociais e clínicos. Resultados: No período analisado
foram atendidos 177 pacientes. Desses, foram excluídos 16 que já apresentavam
sintomas quando compareceram na primeira consulta no ambulatório. A média de
atendimentos foi de 59 consulentes por ano. As doenças genéticas mais comumente
atendidas foram Ataxia Espinocerebelar do tipo 3 (n=116; 72%), Doença de
Huntington (n=20; 12%) e Distrofia Miotônica Tipo 1 (n=06; 3,7%). As demais
desordens compreenderam 12,3% dos casos (n=19). Dos 161 consulentes atendidos
nos quais foi iniciado o protocolo de aconselhamento genético pré-sintomático, 50%
(n=81) concluíram o processo recebendo o resultado após as consultas realizadas
pela equipe multidisciplinar (composta de psicólogo, enfermeiro, psiquiatra,
geneticista e neurogeneticista). Destes 81 consulentes, 31% (n=25) realizaram a
consulta com a psicologia pós-resultado do teste molecular. Conclusão: Destaca-se a
importância da equipe multidisciplinar no processo de testagem em uma fase présintomática, para compreensão e tomada de decisão para realização dos testes
disponíveis por parte dos consulentes, haja vista que apenas uma minoria (15% do
total) efetivamente concluiu o aconselhamento genético. O aconselhamento genético
é uma ferramenta fundamental, especialmente no contexto dos aspectos psicológicos,
para o manejo de indivíduos assintomáticos com história familiar de doenças de
caráter hereditário.
Palavras-Chave:Aconselhamento Genético, Testes Pré-Sintomáticos, Doenças Neurogenéticas de Início Tardio
FENÓTIPOS EM PORTADORAS BRASILEIRAS DA PRÉ-MUTAÇÃO DA
SÍNDROME DO X-FRÁGIL
DAIANE DE ANDRADE (UFSC) - BRASIL
INGRID TREMEL BARBATO (NEUROGENE LAB) - BRASIL
ANGELICA FRANCESCA MARIS
A Síndrome do X-Frágil (SXF) é a forma mais comum de deficiência intelectual
herdada. Em 99% dos casos, ela é resultado da expansão (superior a 200 repetições)
dos trinucleotídeos CGG (Citosina-Guanina-Guanina), no primeiro éxon, região 5’
não-traduzida do gene FMR1, localizado no cromossomo X, região Xq27.3. Na
população, o número de repetições CGG apresenta-se polimórfico, variando de 5 a
mais de 200 repetições. Indivíduos que apresentam repetições CGG entre 55 e 200
são portadores da pré-mutação (PM), pois no processo de meiose, podem transmitir
para a sua prole a mutação completa. A prevalência da PM é de um pré-mutado para
cada 813 homens e uma pré-mutada para cada 259 mulheres. Além da chance de
transmissão da SXF para a próxima geração, existem implicações clínicas que se
manifestam em pré-mutados, como a FXTAS (Síndrome de Tremor e Ataxia Associada
ao X-Frágil), principalmente em homens a partir de 50 anos ou mais e a FXPOI
(Insuficiência Ovariana Primária Associada ao X-Frágil), em mulheres. Mulheres
com PM também podem apresentar outras desordens, como tremor, fibromialgia,
depressão e ansiedade. Este trabalho visa investigar as características de mulheres
portadoras da PM da SXF, reforçar e delinear novos fenótipos que caracterizem este
grupo, para que estas informações possam ser utilizadas futuramente em testes de
triagem na população feminina antes do exame genético. Na pesquisa foram
avaliados um grupo de mulheres portadoras da PM (n=77) e um grupo de controle
(n=89), através da aplicação de um questionário com perguntas relativas à doenças
ou problemas que estas mulheres apresentam ou apresentaram durante a vida.
Diferiram entre os grupos, de modo significativo, as dores musculares (38.96%
portadoras vs. 20.22% controle, p= 0.008) e a menopausa precoce (antes de 40 anos)
(14.86 % portadoras vs. 0% controle; p= <0.001). Foram citadas espontaneamente
alterações hormonais em nível de ovários/útero, por 44.16% das portadoras da PM e
15.73% do controle. Estes fenótipos podem auxiliar na procura de portadoras da PM
na população antes do exame genético, acrescentando ao que já é estabelecido na
literatura, como casos de deficiência intelectual e autismo, casos de tremor/ataxia e
FXPOI/menopausa precoce.
Palavras-Chave:Síndrome do X-Frágil. Pré-mutação. Fenótipos em portadoras.
INVESTIGAÇÃO DA SÍNDROME DO ESPECTRO AUTISTA E SUAS
IMPLICAÇÕES NO ACONSELHAMENTO GENÉTICO
ALEXANDRE RAMOS LUCIDI (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
MILENE VIANNA MULATINHO (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
NATHALIA CORREIA KRAUSE DOS SANTOS (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
PATRICIA SANTANA CORREIA (IFF) - BRASIL
MARIA AUXILIADORA MONTEIRO VILLAR () DAFNE D G HOROVITZ (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL
JUAN LLERENA
Objetivos: Discutir a investigação da síndrome do espectro autista (SEA) e suas
implicações no aconselhamento genético, através do estudo de um indivíduo sem
dismorfias apresentando uma microdeleção de 0.053 Mb em 17p13.2. Métodos:
revisão não sistemática da literatura e relato de caso de um paciente investigado por
hibridização genômica comparativa baseada em microarray (array-CGH).
Resultados: As microdeleções constituem uma importante etiologia dos transtornos
neuropsiquiátricos, entre eles, o espectro autista com ou sem dismorfias, assim, a
incorporação de novas tecnologias na rotina diagnóstica pode ajudar a identificar
novos locus associado ao autismo.
Palavras-Chave:Espectro autista; micro-array; 17p13.2.
MICRODELEÇÕES DO GENE NRXN1 EM INDIVÍDUOS COM AUTISMO
ANA LUIZA BOSSOLANI MARTINS (UNESP) - BRASIL
PATRICIA PEREIRA DO NASCIMENTO (UNESP/IBILCE) - BRASIL
CÍNTIA MARQUES RIBEIRO
CARINA TATIANA GIUNCO (SSP) - BRASIL
DANTE BRUNO AVANSO ROSAN (UNESP/IBILCE) - BRASIL
MARIA RITA PASSOS BUENO (USP) - BRASIL
AGNES CRISTINA FETT CONTE (FAMERP) - BRASIL
Introdução: Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) são alterações do
desenvolvimento neurológico da primeira infância com mecanismos genéticos
complexos, subjacente à sua etiologia. A identificação de variações no número de
cópias (CNVs) raras herdadas e de novo tem destacado genes de risco para TEA,
entretanto, o impacto funcional dessas alterações permanece amplamente
inexplorado. De modo geral, é aceito que os TEA são causados por anormalidades
na estrutura ou funções do cérebro. A neurexina-1 (NRXN1), cujo gene é mapeado no
cromossomo 2p16.3, codifica uma molécula de adesão celular e receptora no sistema
nervoso dos vertebrados. Deleções exônicas nesse gene são indicativos de
predisposição para TEA. Não existem dados sobre a freqüência de alterações na
NRXN1 na população brasileira. Objetivos: A triagem de CNVs de novo no gene
NRXN1 em indivíduos com autismo. Métodos: Foram investigados 392 pacientes
brasileiros com TEA e 210 controles. Os indivíduos foram testados pela técnica
Multiplex Ligation dependent-Probe Ampliication Amplificação Multiplex (MLPA),
utilizando o kit P379 (MRC, Holanda) e por microarray-CGH (8X60K, Agilent).
Todos eles tinham cariótipo normal e resultados negativos para mutações no gene
FMR1. Foi realizada uma caracterização clínica e não tinham doenças genéticas
clinicamente diagnosticáveis. Resultados: Não foram observadas alterações nos
controles, no entanto, duas deleções de novo no NRXN1 foram identificadas em 2
(0,5%) dos pacientes do sexo masculino. Uma das CNVs abrange os exons 4 e 5, com
tamanho 103,8 Kb. A outra envolve o exon 19 com tamanho 110,8Kb. Estas CNVs
não foram descritas no DGV (banco de dados de variantes genômicas) e foram
previamente descritas em pacientes autistas. Além dos TEA, os pacientes em outros
estudos têm deficiência intelectual, atraso de fala e hipotonia, assim como os
pacientes desse estudo. Conclusões: O efeito dessas deleções na expressão gênica e
sua importância clínica da variabilidade fenotípica ainda são desconhecidos. Nosso
estudo corrobora com outros que encontraram CNVs no gene NRXN1 em pacientes
com autismo e sugere que essas alterações parecem ser raras nos autistas
brasileiros. As microdeleções que foram encontradas podem estar envolvidas na
etiologia genética do autismo dos casos estudados. Suporte Financeiro: FAPESP;
BAP/FAMERP.
Palavras-Chave:Autismo,NRXN1, CNV, MLPA
NOVA METODOLOGIA MOLECULAR PARA DISTINÇÃO DAS REPETIÇÕES
CTG E CTA NO GENE ATXN8OS RELACIONADO A ATAXIA
ESPINOCEREBELAR TIPO 8 – SCA8
FREDERICO SCOTT VARELLA MALTA
AMANDA DE CASTRO MAFIA
VANESSA C. OLIVEIRA ALMEIDA (HERMES PARDINI) - BRASIL
FABÍOLA DE ANDRADE CAXITO
Objetivo: Este trabalho visa desenvolver uma técnica molecular que permita
distinguir e mensurar o número de repetições (CTG)n e repetições (CTA)n no gene
ATXN8OS. A presença das repetições (CTG)n está relacionada ao desenvolvimento
da Ataxia Espinocerebelar tipo 8 (SCA8), uma desordem neurodegenerativa
autossômica dominante com penetrância reduzida, caracterizada por ataxia
cerebelar, espasticidade variável e sensação de vibração prejudicada. O gene
ATXN8OS apresenta, adjacente às repetições patogênicas (CTG)n, uma sequencia de
repetições (CTA)n não patogênicas altamente polimórfica; o que dificulta determinar
precisamente o número das repetições patogênicas (CTG)n de um indivíduo e,
consequentemente, confirmar o diagnóstico molecular de SCA8. Método: A técnica
consiste em três reações de PCR; sendo uma voltada para a detecção do número de
repetições (CTG)n, outra para a detecção do número de repetições (CTA)n e uma
terceira para confirmar o número total de repetições no gene ATXN8OS. Os
iniciadores foram marcados com o fluoróforo FAM e os fragmentos de PCR foram
separados em eletroforese capilar no sequenciador ABI3730. Foram analisadas 18
amostras de DNA extraídas de sangue total em EDTA por precipitação alcoólica de
indivíduos com solicitação médica de teste molecular para SCA8. Resultado: Dos
dezoito indivíduos analisados por esta técnica, 94,4% apresentaram + 1 repetição
CTG em relação ao número de repetições esperadas, enquanto 5,4% apresentaram +
2 repetições CTG de variação. Esta variação se deve a fatores de arredondamento no
cálculo matemático para determinação do número de repetições e também ao fato
dos iniciadores desenvolvidos poderem apresentar pequenos desvios no sítio de
ligação à fita de DNA, por se tratar de uma sequencia repetitiva. O cálculo do
número de repetições esperadas é baseado no genótipo nos genitores de cada um dos
indivíduos. Devido ao padrão polimórfico das repetições (CTG)n e (CTA)n, foi
recomendada, como parâmetro de qualidade adicional para o teste, a análise do
material genético dos genitores dos indivíduos testados, visando a confirmação do
tamanho de cada uma destas repetições. Conclusão: Os resultados indicam que a
técnica desenvolvida pode ser empregada na determinação do número de repetições
(CTG)n e (CTA)n, contribuindo para uma determinação mais precisa da extensão da
repetição patogênica (CTG)n e, portanto, para o diagnóstico molecular de SCA8. A
variação observada de até + 2 alelos está dentro da margem aceita nos ensaios de
proficiência de ataxias realizado pelo Colégio Americano de Patologistas (CAP).
Palavras-Chave:Diagnóstico molecular, Ataxia, SCA8, Repetições CTG
OVARIOLEUCODISTROFIA: RELATO DE CASO DE DUAS IRMÃS
ANDRÉ LUIZ SANTOS PESSOA (UNIFOR) - BRASIL
PEDRO HUGO GOUVEIA AZEVEDO DOS SANTOS (UNIFOR) - BRASIL
ANTÔNIA KÁSSIA TIMBÓ MORORÓ (UNIFOR) - BRASIL
KARINE OLIVEIRA MEDEIROS (UNIFOR) - BRASIL
ROGÉRIO PINHEIRO DA COSTA
RAISSA ALMEIDA BARROS DE OLIVEIRA PEREIRA (UNIFOR) - BRASIL
Segue o caso de duas irmãs, LAM e AAM, sexta e sétima filhas de casal
consanguíneo, 49 e 44 anos, respectivamente. Relato de caso Paciente, LAM,
feminino, previamente saudável, iniciou quadro depressivo há 16 anos. Nove anos
depois, evoluiu com ataxia progressiva, quedas frequentes, incontinência urinária e
amenorréia precoce. Três anos depois, apresentou, ao exame neurológico, Síndrome
Global Cerebelar Axial, predominantemente axial (marcha com base alargada e
dificuldade para realizar TANDEM, dismetria e decomposição bilateralmente nas
manobras de Babinski) e Síndrome Piramidal de Liberação (hiperreflexia global com
Babinski bilateral). A Ressonância Magnética (RM) revelou hipersinal em
substâncias branca, estendendo-se até as fibras em U com áreas de malácia
peritrigonais anteriores em FLAIR e T2. Tomografia Computadorizada (TC)
sugestiva de hipoatenuação difusa de substância branca. Progrediu com paraplegia e
dois episódios convulsivos isolados. Recentemente, desenvolveu gradual distonia de
membros superiores, predominantemente à esquerda, afasia, sialorréia e disfagia
progressiva. Paciente, AAM, feminino, quatro anos atrás, iniciou quadro de
menstruação irregular. Demonstrou Síndrome Cerebelar Apendicular ao exame
neurológico. RM revelou redução do volume encefálico e do corpo caloso, com
hipersinais difusos confluentes em substância branca, algumas com restrição à
difusão, favorecendo a hipótese de doença desmielinizante. A TC demonstrou
hipodensididade de substância branca sugerindo desmielinização. Discussão A
leucodistrofia com substância branca evanescente é uma leucoencefalopatia
autossômica recessiva causada por uma mutação em uma das cinco subunidades do
gene EIF2B. Geralmente se inicia na infância com progressão crônica e
exacerbações freqüentes desencadeadas por infecções, trauma craniano ou estresse
mental. Os casos de início na fase adulta usualmente têm curso clínico insidioso e
são menos relacionados ao estresse. Mulheres com a síndrome frequentemente têm
falência ovariana que pode preceder os sintomas neurológicos, levando ao nome
ovarioleucodistrofia. As ovarioleucodistrofias compreendem um grupo raro de
leucodistrofias causadas por mutação nos genes EIF2B2, EIF2B4, EIF2B5. A
falência ovariana pode se expressar por amenorréia prematura ou primária, durante
mais de seis meses, associada a níveis elevados de gonadotrofinas e níveis
diminuídos de estrógeno e progesterona. Ataxia cerebelar e espasticidade são
comuns. Epilepsia pode ocorrer, mas é incomum. A função motora é mais
severamente acometida comparada à deterioração da função mental. Grande parte
dos pacientes chegam a ficar incapacitados e imobilizados. Problemas
comportamentais, sintomas psiquiátricos e sinais de demência foram relatados. Os
achados neuroradiológicos na RM de crânio incluem: hiperintensidades difusas e
simétricas em T2, bem como enceflomalácia peritrigonais, comunicando com
ventrículos. Cerebelo e tronco cerebral também podem ser afetados. References 1)
Mathis, S, Scheper, G.C, Baumann, N, et al. The ovarioleukodystrophy. Clinical
Neurology and Neurosurgery 2008; Volume 110, Issue 10: Pages 1035-1037. 2)
Piana, R; Vanderver, A; Knaap, M; Roux, L; Tampieri, D; Brais, B; Bernard, G, ET
AL. Adult-Onset Vanishing White Matter Disease Due To a Novel EIF2B3 Mutation.
Available at www.archneurol.com, on April 25, 2012. 3) Schiffmann, R; Tedeschi, G;
Kindel, P; Trapp, B; Frank, J; Kaneski, C; Brady, R; Barton, N; Nelson, L; Yanovski,
J, et al. Leukodystrophy in Patients with Ovarian Dysgenesis. Annals of Neurology
1997; Volume 41, No 5.
Palavras-Chave:ovarioleucodistrofia; leucodistrofia; síndrome da matéria branca evanescente; falência ovariana
PACIENTES ESTUDADOS POR ARRAY CGH EM SANTA CATARINA:
INDICAÇÃO, TAXA DIAGNÓSTICA E APLICABILIDADE
MAYARA ANSELMI (UFSC) - BRASIL
ANGELICA FRANCESCA MARIS
INGRID TREMEL BARBATO (NEUROGENE LAB) - BRASIL
JORGE HUMBERTO BARBATO FILHO (HIJG) - BRASIL
MARISTELA OCAMPOS (NEUROGENE) - BRASIL
Objetivos: O presente trabalho pretende investigar como os exames de array CGH
(aCGH) tem auxiliado no diagnóstico e na identificação das bases moleculares de
casos de distúrbios do desenvolvimento como autismo e deficiência mental idiopática
em Santa Catarina, assim como relacionar a taxa diagnóstica obtida aos relatados
na literatura. Metodologia: Para isto foram analisados os resultados de testes de
aCGH efetuados em 80 pacientes, entre 2008 até dezembro de 2012, via o
Laboratório de Genética Neurogene, para obter a proporção de casos em que a
investigação através do aCGH revelou alterações de provável casualidade na
patogênese de pacientes. A maioria dos pacientes havia passado por investigação
prévia do cariótipo convencional, e vários também por análise molecular para
descartar a amplificação patogênica no gene FMR1, que causa a Síndrome do XFrágil, com resultado negativo ou inconclusivo. Os exames investigados foram
realizados com a plataforma Human Genome CGH Microarray 44k ou 60K (Agilent
Technologies), contendo 44.000 ou 60.000 oligonucleotídeos distribuídos pelo
genoma humano, com sequências baseadas na versão HG 18 (Human Genome 36.1)
do genoma humano. O Laboratório Neurogene forneceu o resultado dos exames sem
relacionar qualquer dado identificatório do paciente. Os exames de aCGH foram
revisados e o número de exames com resultado causal positivo em relação ao total de
exames solicitados foi registrado. Resultados: No universo de 80 pacientes
investigados com o exame de aCGH, 28,75% apresentaram alterações consideradas
patogênicas. Do total de exames 26,25% haviam apresentado resultado negativo
para Síndrome do X-frágil, e 38,75% haviam realizado exame do cariótipo por
bandas G, sendo que para 38,71% destes foi realizado aCGH para esclarecimento de
cariótipo inconclusivo, com uma taxa de resolução de 44% destes casos. As
indicações clínicas mais expressivas para aCGH (uma ou várias por paciente)
foram: o autismo (31,25%) e a deficiência intelectual (leve, moderada e severa), com
(86,25%). No autismo o aCGH evidenciou alterações patogênicas para 12% dos
pacientes e para deficiência intelectual a taxa diagnóstica foi de 30,43%.
Conclusões: Sendo o aCGH um método que possibilita uma análise refinada de todo
o genoma, sem necessitar de hipótese diagnóstica prévia, esta se tornou uma
ferramenta de extremo interesse para a investigação de casos idiopáticos (de causa
desconhecida) de distúrbios do desenvolvimento. Considerando o seu valor clínico, o
presente trabalho verificou 28,75% de resultados positivos na taxa diagnóstica dos
exames solicitados, sendo superior ao relatado na literatura (15 a 20%) (Miller et
al., 2010). A taxa diagnóstica menor em casos de autismo pode refletir menos
alterações de número de cópias nestes pacientes ou limitações da plataforma
utilizada para analisar este tipo de patologia. Plataformas mais recentes parecem
apresentar um grau de resolução mais adequado para analisar casos de autismo
(Prasad et al., 2012).
Palavras-Chave:aCGH, Citogenética molecular, Autismo, Deficiência intelectual idiopática
PERFIL CLÍNICO E MOLECULAR DOS PACIENTES DIAGNOSTICADOS
COM DOENÇA DE MACHADO-JOSEPH DO ESTADO DO PARÁ.
LARISSA GIORDANA DA CRUZ (UFPA) - BRASIL
PAULA ARAUJO RAIMUNDA TEIXEIRA (UFPA) - BRASIL
CARLOS EDUARDO DE MELO AMARAL (UFPA) - BRASIL
MISLENE CISZ
MARIA LUIZA SARAIVA-PEREIRA (UFRGS-HCPA) - BRASIL
LAURA BANNACH JARDIM (UFRGS) - BRASIL
LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA
Objetivo: Descrever o perfil dos pacientes cadastrados no Laboratório de Erros
Inatos do Metabolismo (LEIM) da UFPA e diagnosticados com Doença de MachadoJoseph (DMJ) pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HC-PA), enfatizando suas
bases sintomatológicas e se o número de expansões CAG corresponde a idade do
início dos sintomas. Métodos: Foram coletados dados a partir das fichas de
avaliação do Laboratório de Erros Inatos do Metabolismo da Universidade Federal
do Pará e dos laudos emitidos pelo Serviço de Genética Médica do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre. A população estudada compreendeu 42 pacientes, sendo 13
com DMJ. Destes 13, 6 mulheres e 7 homens. Foram analisadas médias de idades
dos pacientes, média de idade sintomática, analise dos sintomas e comparação entre
as expansões CAG e idade de início dos sintomas. Resultados: A média de idade dos
pacientes foi de 37 anos (DP=15,5) e a média de idade de início dos sintomas foi de
30 anos (DP= 14,3). Na análise dos sintomas revelou que 13 pacientes (100%)
apresentam distúrbio da marcha, entre os outros sintomas os mais frequentes foram
disfagia/disartria, com 7 pacientes (53,8%) e piramidalismo, com 6 pacientes
(46,2%). A idade de início dos sintomas associou-se ao número de expansões CAG
nos pacientes com SCA 3 cadastrados no LEIM (p=0,0032; ANOVA). Conclusão: Os
resultados sugeriram que os pacientes cadastrados no LEIM possuem os sintomas de
acordo com os relatados na literatura e as suas expansões trinucleotídicas
corresponde com a idade dos sintomas, mostrando que quando maior o número de
repetições das mesmas, mais cedo os sintomas aparecerão.
Palavras-Chave:Ataxia. Doença de Machado-Joseph. SCA.
PORFIRIAS AGUDAS: APRESENTAÇÃO CLÍNICA, DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO
CHARLES MARQUES LOURENÇO (HC-FMRP-USP) - BRASIL
PEDRO JOSÉ TOMASELLI (HC-FMRP-USP) - BRASIL
JULIANA SECCHIN ALGEMIRO (HC-FMRP-USP) - BRASIL
CAROLINA LAVIGNE MOREIRA (HC-FMRP-USP) - BRASIL
MARCUS VINICIUS VIEIRA DA SILVA GOMES (HCRP-USP) - BRASIL
MONICA NASCIMENTO DE MELO (HC-FMRP-USP) - BRASIL
WILSON MARQUES JR (HC-FMRP-USP) - BRASIL
INTRODUÇÃO: As porfirias são um complexo grupo de erros inatos do metabolismo
caracterizados por alteração da rota biossintética do heme. OBJETIVO: Descrever
os principais achados clínicos e laboratoriais, o tratamento e evolução clínica em
vinte pacientes com porfirias agudas em um centro de referência. MATERIAL E
MÉTODOS: Foram estudos retrospectivamente os prontuários de 54 pacientes com
diagnóstico de porfiria aguda atendidos em um centro de referencia no Brasil.
RESULTADOS: As manifestações clínicas iniciais mais freqüentes foram: dor
abdominal (100% dos pacientes), alteração da cor da urina , mudança no ritmo
intestinal, déficit motor ou sensitivo-motor, vômitos, alteração do nível de
consciência/confusão mental, crises convulsivas, quadros disautonômicos e
distúrbios psiquiátricos. Todos os pacientes tiveram níveis elevados do ácido
deltaminolevulínico e do porfobilinogênio urinários.Os tratamentos mais utilizados
nos surtos foram a administração de glicose, aumento da ingestão de carboidratos,
uso de fenotiazínicos e , quando disponível, infusão com hematina. DISCUSSÃO: A
demora para se chegar ao diagnóstico, associada a sintomatologia pouco específica
da apresentação inicial da doença na maioria dos casos, é um fator preocupante,
pois a crise porfírica geralmente se torna uma emergência médica confundida com
outras doenças mais comuns, o que pode comprometer bastante o tratamento correto
dos pacientes CONCLUSÃO: As porfirias agudas devem entrar no diagnóstico
diferencial de pacientes que apresentem quadros polimórficos com sintomas
disautonômicos associados a dor abdominal com ou sem neuropatia motora
Palavras-Chave:porfirias agudas, diagnóstico, ácido delta-aminolevulínico
RELATO DE CASO: PACIENTE COM LHERMITTE DUCLOS E
MENINGIOMA - POSSÍVEL DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE COWDEN
LUIZA DE MARTINO CRUVINEL BORGES (UP) - BRASIL
ANA CAROLINA POSSEBOM (UP) - BRASIL
QUÉZIA TIZO SANTOS (UP) - BRASIL
Objetivo: O presente estudo relata um caso de uma paciente com a associação de
meningioma e doença de Lhermitte Duclos podendo configurar o diagnóstico de
Síndrome de Cowden. Métodos: Análise do resultado de exames de imagens e de
patologias encontradas no decorrer de três cirurgias realizadas no espaço de um
ano. Resultados: No presente trabalho, relatamos o caso de uma paciente que
procurou um serviço de neurocirurgia devido aos sintomas causados por um extenso
tumor com invasão intra e extracraniana. A atenção inicial para esta patologia levou
ao tratamento cirúrgico e ao diagnóstico de um meningioma. O meningioma
apresentado pela paciente era de grau I típico da OMS, ou seja, o controle local da
lesão foi conseguido após a ressecção total do tumor, sem que ocorresse reincidência
ou qualquer manifestação maligna que levasse a necessidade de tratamentos
radioterápicos ou quimioterápicos posteriores. Posteriormente, a paciente necessitou
de outros dois procedimentos para o tratamento de hidrocefalia causada pela
presença de outro tumor localizado em cerebelo. Este outro tumor já estava presente
em exames anteriores e seu diagnóstico final foi compatível com Gangliocitoma
Displásico do Cerebelo conhecido como Lhermitte Duclos. A associação destes dois
tumores levam à suspeita diagnóstica de síndrome de Cowden. O diagnóstico da
doença é baseado apenas em exames clínicos. Assim, atualmente, defende-se que
qualquer individuo que se apresente com critérios para o diagnóstico da Síndrome de
Cowden seja referenciado a um estudo genético para pesquisa de eventuais mutações
no gene PTEN Conclusão: Recentemente, a existência da doença de Lhermitte
Duclos e meningiomas foi associada à Síndrome de Cowden. Descrita primeiramente
por Lloyd e Dennis em 1963, é uma rara desordem autossômica dominante
caracterizada pela múltipla presença de tumores não cancerígenos chamados de
hamartomas e por um risco aumentado de desenvolver certos cânceres. Todos os
casos de Lhermitte Duclos na idade adulta, independentemente de outras
características, possuem mutações do gene PTEN, que é o de maior suscetibilidade
para a Síndrome de Cowden. Todo paciente com Lhermitte Duclos deveria ser
examinados para a presença de outros elementos da síndrome de Cowden e todos os
pacientes diagnosticados com a síndrome deveriam ser investigados
clinica/neuroradiologicamente para excluir a existência de Lhermitte Duclos.
Infelizmente as metodologias empregadas no diagnóstico genético requerem uma
infraestrutura de equipamentos, materiais de consumo e formação de pessoal
especializado, que, devido ao custo, não se encontra disponível normalmente, assim
como não estão disponíveis para a paciente em questão.
Palavras-Chave:doença genética, pten, lhermitte, meningioma, desordem autossomica
UMA NOVA MUTAÇÃO DE NOVO NO EXON 21 DO GENE DNMT1
CAUSANDO ATAXIA CEREBELAR, SURDEZ E NARCOLEPSIA
JOSÉ LUIZ PEDROSO (UNIFESP) - BRASIL
ORLANDO G P BARSOTTINI (UNIFESP) - BRASIL
Objetivos: a síndrome denominada ataxia cerebelar autossômica dominante, surdez e
narcolepsia (ADCA-DN) é causada por uma mutação no gene DNMT1. O
diagnóstico da ADCA-DN pode ser difícil, já que a tríade clássica de sintomas
podem não estar presentes no início das manifestações clínicas. Além disso o HLADQB1*06:02 é muitas vezes negativo, e casos esporádicos podem ocorrer. Neste
trabalho, discutimos os aspectos clínicos e genéticos de uma mulher de 31 anos de
idade, que se apresentou com ataxia cerebelar, surdez e narcolepsia., e na qual
identificamos uma nova mutação de novo no Exon 21 do gene DNMT1. Métodos:
investigação clínica e genética em uma paciente com ataxia, narcolepsia e surdez.
Avaliada no Setor de Ataxias, Departamento de Neurologia, da Universidade Federal
de São Paulo, São Paulo, Brasil. Cronologia dos sintomas: aos 21 anos, sonolência
excessiva diurna e episódios incontroláveis de sono; aos 24 anos, hipoacusia
bilateral, de caráter progressivo; aos 25 anos, dificuldade da marcha e desequilíbrio,
de caráter progressivo, sendo caracterizada ataxia cerebelar (Vídeo). Também
apresentava amenorreia primária e leve alteração cognitiva. O material para análise
da paciente afetada, 3 irmãos não acometidos e da mãe não acometida, foram
enviados para o Centro de Estudos da Narcolepsia, na Universidade de Standord,
EUA, para sequenciamento do exons 20 e 21 do gene DNMT1. Resultados: o
diagnóstico de narcolepsia foi confirmado pela polissonografia com latências
múltiplas. O HLA-DQB1*06:02 foi positivo. O exame do líquor mostrou níveis
baixos de hipocretina-1 = 191 pg / ml (valor normal > 200 pg/ml). A ressonância
magnética do crânio revelou atrofia cerebral difusa leve, com predomínio cerebelar.
Os exons 20 e 21 do gene DNMT1 foram sequenciados. Haplotipagem dos
marcadores polimórficos foi realizada. O probando apresentou uma mutação no exon
21 do gene DNMT1 - p.Cys596Arg, c.1786T> C. Todos os quatro haplótipos dos
familiares assintomáticos não apresentaram a mutação, indicando que a mutação é
de novo na paciente. Esta mutação não foi encontrada em 90 controles sequenciados
previamente e em 1.000 genomas. Como o pai do probando era falecido e nunca
apresentou sinais neurológicos da doença, os 3 irmãos e a mãe, foram testados e
apresentaram os alelos de tipo selvagem (Figura 1). Haplotipagem de 14 marcadores
em torno da mutação indicaram que a mutação de novo para c.1786T> C no
probando (Figura e tabela suplementar). Conclusões: a paciente relatada nesse
trabalho mostra que a distribuição da ADCA-DN é mundial. A mutação descrita é
nova, e ilustra um caso esporádico com mutação de novo. Nós acreditamos que
muitos outros casos com esta síndrome possam estar sendo subdiagnosticados. O
reconhecimento precoce da ADCA-DN será muito importante no futuro,
principalmente considerando as possíveis medidas terapêuticas em fases iniciais da
doença.
Palavras-Chave:Narcolepsia, ataxia cerebelar, surdez; nova mutação DNMT1; de novo
8. ONCOGENÉTICA
ALTA INSTABILIDADE DE MICROSSATÉLITE – MSI-H E TP53 ASSOCIADA
A RADIOTERAPIA E A QUIMIOTERAPIA NO TRATAMENTO DO
CARCINOMA PT2N0 DE RETO BAIXO
GRAZIELE LOSSO (UFPR =HC) - BRASIL
ROBERTO SILVEIRA MORAES (UFPR-HC) - BRASIL
IARA JOSE TABORDA DE MESSIAS-REASON () Objetivo: Avaliar a incidência da Instabilidade de Microssatélite – MSI-H e TP53 em
carcinomas pT2N0 associada a neo-adjuvância e adjuvância dos tumores de reto
baixo. Métodos: Foram selecionados entre 2002 e 2012, n= 160 pacientes
submetidos a TEM (Microcirurgia Endoscópica Transanal), em um estudo
prospectivo não randômico, n= 14 pacientes com diagnóstico definitivo de pT2N0.
Para análise molecular foram escolhidas amostras da região tumoral e realizadas as
extrações. Os tumores pT2N0 foram testados para os microssatélites (BAT25, BAT26,
D2S123, D5S346 e D17S2720), pela técnica da reação em cadeia da polimerase
(PCR) e sequenciamento genético do exón 10 do gene TP53. Resultados: Dos n=14
com diagnóstico de pT2N0, foram diagnosticados n=6 no pré-operatório e
submetidos a neo-adjuvância (Radioterapia + quimioterapia (Rt+Qt) com resposta
completa e n=6 diagnosticados no pós-operatório e submetidos a adjuvância (n=5
(Rt+Qt) e n=1(Qt). Observaram-se n=2 recidivas nessa série, n=1(Rt+Qt) e
n=1(Qt). Nos que receberam neo-adjuvância houve três deiscências de anastomose,
dois pacientes foram a óbito durante o período observacional. O tempo de
seguimento variou de 6 meses a 10 anos. A análise da MSI-H foi observada em
14,28% dos casos, sendo que todos foram submetidos a neo-adjuvância (Rt+Qt) com
resposta completa. No gene TP53 foram observadas mutações em 47,14% (p>0,05)
dos casos, destes n=1 foi a óbito, n=1 recidiva com neo-adjuvância com (Qt).
Conclusão: O perfil tumoral vem evidenciando alta agressividade dos tumores T2N0
e a importância da neo-adjuvância em casos geneticamente selecionados de
pacientes submetidos a ressecção local.
Palavras-Chave:Instabilidade Microssatélite, Câncer Retal, TEM
ANÁLISE DE MUTAÇÕES NO GENE TP53 EM AMOSTRAS DE GLIOMAS
IGOR ANDRADE PESSÔA (UFPA) - BRASIL
MICHEL PLATINI CALDAS DE SOUZA (IEC) - BRASIL
CARLOS ANTONIO DA COSTA JÚNIOR (UFPA) - BRASIL
EDIVALDO HERCULANO CORREA DE OLIVEIRA (IEC) - BRASIL
NILSON PRAIA ANSELMO (UFPA) - BRASIL
Os tumores cerebrais malignos mais comuns são os gliomas, correspondendo a mais
de 70% dos tumores cerebrais primários. A classificação patológica dos tumores do
Sistema Nervoso Central da Organização Mundial da Saúde distingue quatro
diferentes classes de gliomas baseado no fenótipo da célula tumoral: astrocitomas,
oligodendrogliomas, oligoastrocitomas e ependimomas. Anormalidades moleculares
envolvendo a via do TP53 são eventos importantes na patogênese molecular desses
tumores. Tendo em vista a importância das mutações no gene TP53 nas diferentes
propostas da gênese e progressão de gliomas, o presente trabalho teve como objetivo
analisar o estado mutacional dos éxons 4 - 11 desse gene utilizando como ferramenta
a técnica de Polimorfismo Conformacional de Fita Simples (SSCP). Foram
estudadas 43 amostras de gliomas (32 astrocitomas, 6 ependimomas, 3
oligoastrocitomas e 2 oligodendrogliomas), obtidas de pacientes submetidos à
cirurgia, no Serviço de Neurocirurgia de um hospital de referência em Belém-PA,
sendo que todos os graus de malignidade foram representados nessa amostragem. O
DNA foi extraído com uso de fenol/clorofórmio e precipitado com etanol, sendo
dissolvido com tampão TE e conservado em freezer (Sambrook et al., 1989). Os éxons
4 – 11 foram amplificados através da técnica de PCR, com o uso de iniciadores
específicos. Os produtos dessa amplificação foram submetidos à SSCP, com intuito
de fazer um triagem de mutações nessas regiões. Sete amostras (16,3%)
apresentaram padrão diferenciado de migração na SSCP. As mutações localizaramse: 1 no éxon 4 (10%); 4 no éxon 5 (40%); 4 no éxon 7(40%); e 1 no éxon 10 (10%).
Esses dados corroboram com vários estudos na literatura que indicam que os éxons
mais frequentemente mutados em vários tipos de tumores, inclusive gliomas, são os
éxons 5-8. A prevalência das mutações no TP53 foi maior para os gliomas de alto
grau (71,4%) em comparação aos de baixo grau (28,6%), sendo o Glioblastoma
Multiforme o mais alterado (42,9%). Esses resultados discordam de alguns autores,
cujos resultados mostram que os gliomas de baixo grau e de alto grau não diferem
quanto à frequência de mutações do TP53. Assim, nossos dados sugerem que as
mutações encontradas nessa população são um evento tardio na progressão dos
gliomas, uma vez que apenas 28,6% dos tumores de baixo grau se apresentaram
alterados. Contudo, se faz necessário estudos complementares, com maior número
amostral e uso de técnicas como sequenciamento para que se possa melhorar a
acurácia entre as alterações encontradas e o grau de estadiamento desses tumores.
Palavras-Chave:SSCP; Mutações; Prevalência; Estadiamento
ANÁLISE DO PADRÃO DE METILAÇÃO DE GENES CANDIDATOS
REGULADOS POR TDG EM PACIENTES PORTADORES DE MUTAÇÕES
GERMINATIVAS NO GENE TP53.
FERNANDA PASCHOAL FORTES (A.C. CAMARGO) - BRASIL
HELLEN KUASNE
FABIO ALBUQUERQUE MARCHI
SÍLVIA REGINA ROGATTO (UNESP) - BRASIL
MARIA ISABEL WADDINGTON ACHATZ (A.C.CAMARGO) - BRASIL
A Síndrome de Li Fraumeni (LFS) é uma síndrome rara autossômica dominante de
câncer hereditário, caracterizada por mutações germinativas no gene supressor de
tumor TP53. No Brasil, uma forma variante da LFS é freqüente devido à ocorrência
de uma mutação fundadora, que corresponde à troca de uma arginina por uma
histidina no códon 337, denominada p.R337H. Sabe-se que a p53 regula diversas
vias celulares importantes na regulação do ciclo celular, incluindo a Timina DNA
glicosilase (TDG). A TDG é uma glicosilase especializada que remove a uracila e a
timidina do mau-pareamento entre G-U ou G-T. Essa enzima é necessária para
proteger as ilhas CpG da hipermetilação e ativar a desmetilação de promotores e
estimuladores tecido-específicos. A p53 regula a transcrição do gene que codifica a
TDG, e por sua vez a TDG é responsável pela regulação epigenética de diversos
genes “sentinela”. A metilação do DNA representa uma das mudanças epigenéticas
mais comuns no câncer humano. Por essa razão o objetivo do presente estudo foi
avaliar o padrão de metilação dos genes "sentinela” regulados pela TDG, JUN,
OCT4, SOX2, HOXD8, SOX17, FOXA1, NKX2.2, e das regiões repetitivas ALUyB8
de pacientes portadores da LFS com e sem mutações no gene TP53. Utilizando a
técnica de pirosequenciamento foi avaliado o padrão de metilação dos genes supra
citados a partir de DNA proveniente do sangue periférico de 30 pacientes e 20
controles, subdivididos em cinco grupos. Além disso, DNA extraído de 8 tumores de
pacientes portadores da LFS foram analisados. Os genes SOX17 e HOXD8
apresentaram níveis alterados de metilação na análise do grupo tumoral em relação
ao sangue periférico de todos os grupos (p<0,05). Dentre os genes avaliados não foi
observada diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p>0,05), na
comparação do padrão de metilação dos genes sentinelas no sangue periférico.
Estudos subsequentes envolvendo um número maior de pacientes e de tumores
provenientes de portadores de mutação no gene TP53 serão necessários para a
melhor caracterização da metilação.
Palavras-Chave:p53, TP53, TDG, Síndrome de Li-Fraumeni, p.R337H
ASSOCIAÇÃO ENTRE TRIPLO-NEGATIVIDADE PARA CÂNCER DE MAMA,
HISTÓRIA FAMILIAR POSITIVA E PRESENÇA DE MUTAÇÕES
GERMINATIVAS NOS GENES BRCA1 E BRCA2
GABRIELA CARVALHO FERNANDES (HCB) - BRASIL
TALITHA CEZARETTI BLAU FONSECA () RODRIGO AUGUSTO DEPIERI MICHELLI (HCB) - BRASIL
DEISE REIS DE PAULA MENDES (PIO XII) - BRASIL
ANDRÉ ESCREMIM DE PAULA (HCB) - BRASIL
DANILO VILELA VIANA (HCB) - BRASIL
CRISTOVAM SCAPULATEMPO NETO (HCB) - BRASIL
EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL
Objetivos: Os casos de câncer de mama hereditário representam entre 5 a 10% dos
casos de câncer de mama. A presença de história familiar positiva de câncer de
mama é um indicador importante de risco para síndrome de predisposição
hereditária para esse tipo de câncer. Além disso, as características histopatológicas
associadas aos tumores BRCA positivos podem ter um impacto significativo na
identificação das famílias de alto risco. O presente estudo investigou o significado da
história familiar e pessoal positiva de câncer e o valor preditivo de características
histopatológicas na identificação de pacientes com mutações germinativas nos genes
BRCA1/BRCA2. Métodos: Foram incluídas mulheres com câncer de mama, as quais
foram classificadas em: Grupo 1 (mulheres com mutação germinativa identificada
nos genes BRCA1/BRCA2), grupo 2 (mulheres sem mutações em BRCA1/BRCA2) e
grupo 3 (mulheres com câncer de mama esporádico). As mulheres dos grupos 1 e 2
são provenientes do Departamento de Oncogenética do Hospital de Câncer de
Barretos e encaminhados para teste genético devido a uma suspeita clínica de
síndrome de predisposição hereditária ao câncer de mama, enquanto as do grupo 3
são pacientes do Departamento de Mastologia e estavam em tratamento para câncer
de mama. A probabilidade de mutação em BRCA foi estimada utilizando o modelo de
Myriad, e classificada como baixa (<10%), intermediária (entre 10 e 30%) e alta
(>30%). As mulheres dos grupos 1 e 2 foram testadas para a presença de mutações
germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2 (mutações pontuais e rearranjos gênicos).
Análise da expressão imunohitoquímica para Estrógeno, Progesterona, HER2, Ki67,
Citoqueratina 5/6 e Citoqueratina 14 foram realizadas para as mulheres dos 3
grupos. Resultados: Foram analisadas 227 mulheres, sendo 38 incluídas no grupo 1,
89 no grupo 2 e 100 mulheres no grupo 3. Considerando as 38 mulheres mutadas
(grupo 1), 15 eram portadoras de mutação germinativa em BRCA2, e 23 delas em
BRCA1. Quanto à probabilidade de mutação, observamos que apenas 4,5% das
mulheres do grupo 1 tinham probabilidade <10% versus 33,3% e 62,2% nos grupos
2 e 3, respectivamente. Todas as mulheres classificadas como possuindo
probabilidade de mutação superior a 30% faziam parte do grupo 1. Os resultados
preliminares da análise imunohistoquimica, mostraram que 31 mulheres eram triplonegativas (receptor de estrógeno, progesterona e Her-2 negativos), sendo 12 delas
pertencentes ao grupo 1. Conclusões: A exemplo da história familiar de câncer,
resultados da análise imuno-histoquímica também devem ser incluídos entre os
critérios de seleção de pacientes em risco para câncer hereditário que serão
submetidos ao teste genético. Todas as mulheres com câncer de mama triplo-negativo
do grupo 1 eram mutadas no gene BRCA1 (nenhuma com mutação germinativa
deletéria no gene BRCA2), sugerindo dessa forma que a triplo negatividade é um
importante indicador não apenas da presença de mutações germinativas nos genes
BRCA, mas que além disso pode permitir o direcionamento do teste genético, de
forma a iniciar pelo gene BRCA1 e, somente nos casos em que este for negativo
prosseguir para o teste do gene BRCA2.
Palavras-Chave:Cânccer de mama, mutação e triplo-negativo
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DOS GENES BRCA1 E BRCA2 EM
FAMÍLIAS COM RISCO DE CÂNCER DE MAMA E OVÁRIO HEREDITÁRIO.
ANDRÉ ESCREMIM DE PAULA (HCB) - BRASIL
DEISE REIS DE PAULA MENDES (PIO XII) - BRASIL
GABRIELA CARVALHO FERNANDES (HCB) - BRASIL
CHIARA CAMPOS LEGNARO (HCB) - BRASIL
RUI MANUEL REIS (HCB) - BRASIL
DANILO VILELA VIANA (HCB) - BRASIL
CARLOS EDUARDO MATTOS DA CUNHA ANDRADE (HCB) - BRASIL
RODRIGO AUGUSTO DEPIERI MICHELLI (HCB) - BRASIL
EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL
Objetivos: O câncer de mama é um importante problema de saúde pública por ser a
neoplasia maligna mais freqüentemente diagnosticada em mulheres de todos os
estados brasileiros, e a primeira causa de morte por câncer em mulheres brasileiras
de todas as idades. Sabe-se, atualmente, que 5-10% de todos os casos de câncer de
mama são causados predominantemente por mutações germinativas em genes de
predisposição ao câncer, principalmente nos genes BRCA1 e BRCA2, envolvidos na
Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer de Mama e Ovário. Mulheres com
mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 apresentam risco cumulativo vital para câncer
de mama de até 80%. Com a crescente necessidade de acompanhamento de
pacientes/famílias com história familiar ou pessoal de câncer e cientes do potencial
de prevenção primária e secundária existente para os pacientes/familiares
identificados, o Departamento de Oncogenética (DO) do Hospital de Câncer de
Barretos, oferece a realização do teste genético para as famílias que demonstrarem
voluntariedade e que apresentarem critérios clínicos para Síndromes de
Predisposição Hereditária ao Câncer. O presente trabalho visa identificar probandos
e familiares considerados de “alto risco genético” para câncer de mama e ovário
hereditários, assim como realizar uma caracterização molecular das alterações nos
genes BRCA1 e BRCA2 identificadas. Métodos: Todos os pacientes encaminhados
pelo DO no período de setembro de 2010 a abril de 2013 foram submetidos ao teste
genético. Toda a sequência codificante dos genes BRCA1 e BRCA2, assim como as
junções intron-exon, foram analizados por sequenciamento bidirecional de DNA
(eletroforese capilar - ABI3500XL). A presença de rearranjos gênicos foi investigada
através da técnica de MLPA. Todas as alterações possivelmente deletérias detectadas
foram confirmadas. Resultados: Até o presente momento, 167 familias e 71 familiares
foram encaminhadas para teste genético. Todos os probandos apresentavam história
pessoal/familiar de HBOC. Das 167 famílias, 22% (37/167) apresentaram mutações
deletérias, sendo 15% (25/167) no gene BRCA1 e 7% (12/167) no gene BRCA2.
Enquanto que dos 71 familiares analisados 50,7% (36/71) eram mutados. As
principais alterações encontradas no gene BRCA1 ocorreram no éxon 20 (10
famílias) e éxon 11 (6 famílias). A mutação c.5266insC (5382insC) no éxon 20 foi a
mais frequente (32%). De todas as alterações deletérias encontradas, 16 foram
mutações frameshift, 5 nonsense, 2 missense, 1 de splicing e 1 rearranjo (del exons 5
a 7). No gene BRCA2, das 12 famílias com alterações deletérias, 50% delas
ocorreram no exon 11, sendo que, de todas as mutações detectados, 9 foram
frameshift, 1 de splicing e 1 nonsense. Uma mutação deletéria não descrita
previamente foi identificada no gene BRCA1 (c.5161delC), enquanto que no gene
BRCA2 três mutações novas foram detectadas (C.8488-1G>C, c.8711delT e
c.7987delG). Conclusão: A pesquisa de mutações altamente penetrantes nos genes
BRCA1/2 tem um impacto considerável no manejo de famílias e familiares de alto
risco para câncer de mama e ovário. Uma vez identificadas as alterações genéticas
podem-se traçar condutas mais apropriadas e personalizadas, o que pode ser crucial
para o seu prognóstico, reduzindo a morbi-mortalidade e melhorarando a qualidade
de vida das famílias em questão.
Palavras-Chave:oncogenética, câncer de mama, hereditário, mutação, prognóstico
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE FAMÍLIAS EM RISCO PARA CÂNCER
COLORRETAL HEREDITÁRIO – IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DO
TESTE GENÉTICO
ANDRÉ ESCREMIM DE PAULA (HCB) - BRASIL
DEISE REIS DE PAULA MENDES (PIO XII) - BRASIL
GABRIELA CARVALHO FERNANDES (HCB) - BRASIL
GUSTAVO NÓRIZ BERARDINELLI (CPOM-HCB-FPIOXII) - BRASIL
RUI MANUEL REIS (HCB) - BRASIL
JUNEA CARIS DE OLIVEIRA (FUNDAÇÃO PIO XII) - BRASIL
DANILO VILELA VIANA (HCB) - BRASIL
CARLOS EDUARDO MATTOS DA CUNHA ANDRADE (HCB) - BRASIL
CRISTOVAM SCAPULATEMPO NETO (HCB) - BRASIL
EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL
Objetivos: A Síndrome de Lynch (SL) se caracteriza por uma predisposição
hereditária ao câncer que acomete pacientes jovens e é causada por mutações
germinativas nos genes de reparo de DNA, principalmente MLH1, MSH2 e MSH6.
Indivíduos com SL apresentam risco cumulativo vital de 60% a 80% para
desenvolvimento de câncer colorretal (CCR). Cientes da importância da
identificação de indivíduos sob risco para a SL e sua inclusão em programas de
prevenção/redução do risco de câncer, o Hospital de Câncer de Barretos, oferece,
vinculado ao Departamento de Oncogenética (DO), a realização do teste genético
para indivíduos/famílias em risco para CCR hereditário. O trabalho realizado visa
identificar probandos e familiares em risco, caracterizá-los clínica e molecularmente
e incluí-los, conforme os resultados do teste genético, em programas personalizados
de prevenção/tratamento do câncer. Métodos: Todos os pacientes encaminhados pelo
DO são submetidos ao teste genético, o qual ocorre em duas etapas: 1) rastreamento
primário, realizado através de imunohistoquímica (IHQ) para as proteínas de reparo
(mlh1/msh2/msh6/pms2) e análise da presença de instabilidade de microssatélite
(MSI), associado a analise da mutação V600E no oncogene BRAF. Todos os
pacientes com IHQ e/ou MSI alterada e sem mutações do BRAF, são submetidos à
segunda etapa do teste, que consiste no sequenciamento do(s) gene(s) alterado(s),
conforme indicação da IHQ. Após o sequenciamento gênico, é feita análise da
presença de rearranjos através de MLPA. Todas as alterações possivelmente
deletérias detectadas são confirmadas. Resultados: Até o presente momento, 155
pessoas de 129 famílias foram encaminhadas para teste genético para SL. Todos os
probandos apresentavam história pessoal/familiar de CCR e/ou câncer de
endométrio. Em relação à primeira fase de rastreamento, 7 exames (5.4%) não
puderam ser realizados (ausência de células tumorais ou má qualidade do material).
Das demais, 64.7% (n=79) possuíam IHQ normal e tinham ausência de MSI, e
portanto não seguiram para a segunda fase do teste. Dentre as pacientes com IHQ e
MSI alterado, 7 apresentavam a mutação V600E no oncogene BRAF e tiveram a
hipótese diagnóstica (SL) descartada. Dos 36 pacientes que seguiram para a
segunda fase, 23 (64%) possuíam mutação deletéria em um dos 3 genes testados,
sendo que 9 apresentaram mutação dn gene MLH1, 11 no gene MSH2 e 3 no gene
MSH6. As mutações mais frequentes foram dos tipos frameshift, nonsense e indel
para os gene MLH1, MSH2 e MSH6 respectivamente. Duas familias foram
diagnosticadas com rearranjos (deleção exons 17-19 no gene MLH1 e deleção exons
4-6 no gene MSH2). Dentre os pacientes com mutação germinativa no gene MSH6,
todos apresentaram MSI-L (baixa instabilidade de microssatélites). Até o presente
momento foram testados 26 familiares, dos quais 19 são mutados e já foram
encaminhados para programas de prevenção/redução de câncer. Conclusões: A
realização do teste genético, diagnóstico ou preditivo, é extremamente importante,
pois possibilita um aumento nas taxas de detecção precoce do câncer, diminuição de
morbi-mortalidade associada à doença, melhora no prognóstico e na expectativa de
vida desses pacientes além de tranquilizar os familiares não-portadores e eliminar os
gastos e complicações de rastreamento/intervenções preventivas desnecessárias.
Palavras-Chave:Síndrome de Lynch, câncer colorretal hereditário, microssatélite, prognóstico
DESAFIOS DO ACONSELHAMENTO GENÉTICO EM CÂNCER
COLORRETAL HEREDITÁRIO: O ACOMPANHAMENTO DE FAMILIARES
DOS CASOS ÍNDICE E O ACESSO SUJEITOS SAUDÁVEIS PORTADORES DE
HISTÓRIA FAMILIAR
MILENA FLÓRIA-SANTOS (EERP/USP) - BRASIL
ELIUS ANDRÉS PAZ CRUZ (USP) - BRASIL
JAIR HUBER (HC-FMRP-USP) - BRASIL
PATRÍCIA DA SILVA PINTO () EMILIANA DE OMENA BOMFIM (USP) - BRASIL
VANESSA DOS SANTOS RIBEIRO (EERP/USP) - BRASIL
FLÁVIA MARIA GIORDANO OLIVEIRA (AGC) - BRASIL
VICTOR EVANGELISTA DE FARIA FERRAZ (FMRP-USP) - BRASIL
Dentre os desafios do aconselhamento genético para as síndromes neoplásicas
hereditárias, destaca-se o acompanhamento de familiares dos casos índice,
portadores de câncer ou não, e o acesso de sujeitos saudáveis portadores de história
familiar. É importante que os serviços determinem e otimizem ações que atendam a
essas demandas, respeitando as particularidades dos agrupamentos de tumores
encontrados em cada família. Objetivos: levantar os casos acompanhados por
suspeita de síndromes neoplásicas hereditárias, que contenham o câncer colorretal
na sua constelação de tumores, junto ao Ambulatório de Aconselhamento Genético
do Câncer no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (AGC/HCFMRP/USP), com a
finalidade de conhecer número de indivíduos que é acompanhado por cada família
atendida e de estimar a frequência de casos que foram atendidos apenas por
apresentarem história familiar de câncer de mama. Métodos: foi realizada a revisão
dos registros familiares do AGC/HCFMRP/USP, no período de 2004 a 2012, sendo
coletados os dados sociodemográficos e clínicos, assim como a ocorrência de
história pessoal e/ou familiar de câncer colorretal. Resultados: neste período foram
avaliadas 53 famílias com história pessoal e/ou familiar de câncer colorretal. A
história familiar de câncer estava presente em 19 (35,8%) famílias, e 13 destas
(68,4%) tinham mais de um membro em aconselhamento genético. Apenas dois
(3,8%) sujeitos apresentavam somente história familiar de câncer, sem história
pessoal. A média de idade dos pacientes foi de 39 anos. Conclusões: o
acompanhamento de familiares de portadores de câncer colorretal é realizado com
frequência relativamente alta. Este achado sugere que os esforços da equipe de
aconselhamento genético, nesses casos, estão voltados para o estabelecimento de
estratégias que proporcionem a identificação e o encaminhamento ao serviço de
sujeitos, ainda sem câncer, mas com risco para desenvolverem neoplasias por serem
portadores de história familiar, otimizando a possibilidade de diagnóstico precoce e
prevenção de neoplasias.
Palavras-Chave:síndromes neoplásicas hereditárias. avaliação de risco
DESAFIOS DO ACONSELHAMENTO GENÉTICO EM CÂNCER DE MAMA
HEREDITÁRIO: O ACOMPANHAMENTO DE FAMILIARES DOS CASOS
ÍNDICE E O ACESSO DE SUJEITOS SAUDÁVEIS PORTADORES DE
HISTÓRIA FAMILIAR
EDUARDA MORGANA DA SILVA (FMRP-USP) - BRASIL
MILENA FLÓRIA-SANTOS (EERP/USP) - BRASIL
JAIR HUBER (HC-FMRP-USP) - BRASIL
PATRÍCIA DA SILVA PINTO
EMILIANA DE OMENA BOMFIM (USP) - BRASIL
VANESSA DOS SANTOS RIBEIRO (EERP/USP) - BRASIL
FLÁVIA MARIA GIORDANO OLIVEIRA (AGCE-MAIL:
[email protected]
VICTOR EVANGELISTA DE FARIA FERRAZ (FMRP-USP) - BRASIL
Dentre os desafios do aconselhamento genético para as síndromes neoplásicas
hereditárias, destaca-se o acompanhamento de familiares dos casos índice,
portadores de câncer ou não, e o acesso de sujeitos saudáveis portadores de história
familiar. É importante que os serviços determinem e otimizem ações que atendam a
essas demandas, respeitando as particularidades dos agrupamentos de tumores
encontradas em cada família. Objetivos: levantar os casos acompanhados por
suspeita de síndromes neoplásicas hereditárias, que contenham o câncer de mama na
sua constelação de tumores, junto ao Ambulatório de Aconselhamento Genético do
Câncer no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (AGC/HCFMRP/USP), com a
finalidade de conhecer número de indivíduos que é acompanhado por cada família
atendida e de estimar a frequência de casos que foram atendidos apenas por
apresentarem história familiar de câncer de mama. Métodos: foi realizada a revisão
dos registros familiares do AGC/HCFMRP/USP, no período de 2004 a 2012, sendo
coletados os dados sociodemográficos e clínicos, assim como a ocorrência de
história pessoal e/ou familiar de câncer de mama. Resultados: Neste período foram
avaliadas 81 famílias com história pessoal e/ou familiar de câncer de mama. A
história familiar de câncer estava presente em 72 (88.8%) famílias, mas apenas 11
destas (15,3%) tinham mais de um membro em aconselhamento genético. Apenas 15
(18,5%) sujeitos apresentavam somente história familiar de câncer sem história
pessoal. A maior parte dos casos foi encaminhada de serviços de oncologia e
mastologia do próprio HCFMRP/USP. Conclusões: Os dados apontam para a
necessidade de estabelecimento de estratégias que permitam a ampliação do acesso
ao serviço, envolvendo ações junto ao sistema de referência e treinamento e
educação continuada para os profissionais de saúde, nos diversos níveis de atenção.
Quanto à questão do acompanhamento dos familiares, ações da equipe de saúde do
AGC/FMRP/USP vêm sendo estruturadas, tais como o Grupo de Atividades
Educativas e de Apoio Psicossocial às Famílias e a validação de materiais
educativos para famílias em aconselhamento genético em câncer.
Palavras-Chave:Aconselhamento Genético; Câncer de Mama Hereditário; Casos Índice;
DIAGNÓSTICO DE POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAL NO HOSPITAL
DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE (HCPA): IMPORTÂNCIA DO
RASTREAMENTO ENDOSCÓPICO
HENRIQUE DE CAMPOS REIS GALVÃO (UFRGS) - BRASIL
CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL
HECTOR YURI CONTI WANDERLEY (UVV) - BRASIL
JOÃO CARLOS PROLLA () PATRÍCIA ASHTON-PROLLA (HCPA) - BRASIL
A Polipose Adenomatosa Familial (PAF) é distúrbio sistêmico, autossômico
dominante, caracterizado, em sua forma clássica, pela presença de cem ou mais
pólipos adenomatosos no cólon e no reto de indivíduos afetados. Os adenomas
surgem a partir da puberdade e são, em sua maioria, assintomáticos. Todavia,
hematoquezia, diarréia e desconforto abdominal podem ser observados. Caso não
sejam tratados, há progressão inevitável para o câncer colorretal (CCR) cerca de dez
anos após seu aparecimento. Rastreamento por retossigmoidoscopia ou colonoscopia
com polipectomia deve ser iniciado entre os 10 e 12 anos de vida em indivíduos em
alto risco e naqueles com mutação já detectada em APC. Exames anuais devem ser
realizados até que se tornem inviáveis as polipectomias endoscópicas, sendo então
indicada colectomia redutora de risco de CCR. Os serviços de registro de CCR
hereditário têm importante papel no recrutamento e na adesão de familiares aos
programas de rastreamento e prevenção. Objetivos: descrever os achados associados
a adenomatose colônica em indivíduos com PAF. Métodos: série de casos atendidos
consecutivamente no Ambulatório de Oncogenética do HCPA entre janeiro de 2007 e
dezembro de 2012. Todos os casos foram avaliados por colonoscopia e/ou
retossigmoidoscopia. Resultados: No período, foram avaliados 54 pacientes com
PAF, provenientes de 31 famílias. A idade média dos pacientes na época do
diagnóstico foi de 29,8 anos (variando de 7 a 70 anos). Para 44 (81%) dos 54
pacientes incluídos no estudo, há dados disponíveis sobre sintomatologia antes do
diagnóstico. Destes 44 pacientes, 19 (43%) eram assintomáticos no momento do
diagnóstico e todos eles foram submetidos a rastreamento colônico (que diagnosticou
o distúrbio) devido ao estímulo à investigação por parte de familiares em risco. Nos
outros 25 casos, os sintomas que levaram a realização de exames endoscópicos
foram: hematoquezia em 11 casos (25%), diarreia em 8 (18,2%), desconforto
abdominal em 7 (13,6%), alteração na frequência de evacuações em 5 (11,4%),
fraqueza em um caso e presença de manifestações extracolônicas de PAF (dente
supranumerário e osteoma de mandíbula) em um caso. Mais de um sinal ou sintoma
pode ter sido referido pelo mesmo paciente. Importante ressaltar que 60% (15/25)
dos pacientes diagnosticados já com sintomas tinham história familiar de PAF. Os
indivíduos assintomáticos submetidos a rastreamento tiveram diagnóstico de PAF
com idade média de 18 anos, enquanto a dos pacientes sintomáticos foi de 33 anos
(p=0,02). Dos 54 pacientes acompanhados no período, 17 (31,5%) apresentaram
CCR, sendo que em apenas um dos casos o diagnóstico foi feito em exame de
rastreamento de indivíduo assintomático (p=0,002). Em 2 dos 17 pacientes com
CCR, havia presença de um segundo tumor primário sincrônico em cólon.
Conclusões: A idade já avançada ao diagnóstico de PAF, a presença de sintomas no
primeiro exame endoscópico em um grande número de indivíduos (mesmo naqueles
com história familiar positiva) e o alarmante número de diagnósticos de CCR nesta
série mostram que ampliação no acesso a técnicas de rastreamento de lesões précancerosas e as intervenções cirúrgicas profiláticas em momento adequado devem
ser metas claras e urgentes na atenção à saúde desses indivíduos.
Palavras-Chave:Polipose adenomatosa familial, câncer colorretal, rastreamento
EFETIVIDADE DO ENCAMINHAMENTO PARA ACONSELHAMENTO
GENÉTICO ONCOLOGICO A PARTIR DE UM AMBULATÓRIO DE
GASTROONCOLOGIA DE UM SERVIÇO PÚBLICO UNIVERSITÁRIO
CÉLIA APARECIDA MARQUES PIMENTA (UNIFESP) - BRASIL
FERNANDA TERESA DE LIMA (UNIFESP-EPM; HIAE) - BRASIL
NORA MANOUKIAN FORONES (UNIFESP-EPM) - BRASIL
Introdução: Dentre os casos de câncer colorretal hereditário (CCR), a síndrome de
Lynch corresponde a 10 a 15% dos tumores familiares. Geneticamente se caracteriza
por ser uma síndrome autossômica dominante, com penetrância em torno de 80%.
Atualmente os critérios de Amsterdam II e Bethesda revisados são utilizados no
diagnóstico clínico, sendo o primeiro um critério diagnóstico mais restritivo e o
segundo, um critério de suspeita. O aconselhamento genético oncológico é
importante nestas famílias, para orientação sobre riscos de transmissão da
susceptibilidade ao câncer e orientação sobre protocolos de prevenção e vigilância.
Objetivo: Verificar a efetividade do encaminhamento para aconselhamento genético
oncológico a partir de um serviço de gastrooncologia em uma Universidade Federal.
Casuística e método: Foram levantados os prontuários dos pacientes que
acompanham no setor de oncologia da Disciplina de Gastroenterologia da
UNIFESP, entre abril de 2012 a março de 2013, sendo selecionados 64 que
preenchiam os critérios de Bethesda revisados. Os pacientes foram abordados de
modo uniforme, em seu retorno periódico, e encaminhados para o aconselhamento
genético oncológico. Foi explicado a possibilidade de que o tumor tivesse um
componente familiar, e ressaltado a importância de se verificar a história familiar de
câncer, a importância de uma avaliação específica para definir necessidade de
prevenção, vigilância e rastreamento. Este aconselhamento foi realizado no
Ambulatório de Oncogenética do departamento de Morfologia e Genética da
UNIFESP, e há vagas específicas para agendamento destes doentes. A mesma
profissional que realizou o encaminhamento acompanhou o processo de
aconselhamento genético oncológico. Resultados: No período de 11 meses, foram
entrevistados 27 mulheres (42,2%) e 37 homens (57,8%). Quanto à idade 53,1%
tinham <50 anos. O agendamento para o aconselhamento genético oncológico foi
realizado por 35 pacientes (54,6%). Compareceram 29 pacientes (45,3%), sendo38%
do sexo feminino e 62% do sexo masculino. Dos pacientes que compareceram à
consulta, 31% tinham tumor de cólon ascendente, 42% tinham tumor de sigmoide e
27% tinham tumor de reto, estômago. Quanto a faixa etária, 55% tinham <50 anos.
Através da avaliação da história familiar, 28% dos pacientes preencheram os
critérios de Amsterdam, confirmando clinicamente o diagnóstico de SL. Entre os que
agendaram, observamos maior numero de pacientes em acompanhamento periódico
em relação aos pacientes em quimioterapia (62% versus 22%). Entre os doentes com
metástase, houve somente uma marcação de consulta, sem comparecimento.
Conclusões: Apenas 54% dos pacientes encaminhados procuraram o
aconselhamento genético oncológico. Pacientes em quimioterapia e com tumor
avançado compareceram em menor proporção, talvez por outros compromissos
assumidos em relação ao seu tratamento e até mesmo pelos efeitos colaterais dos
quimioterápicos. A verificação do comparecimento abaixo do esperado permitiu a
identificação de pontos de melhoria no encaminhamento, sendo proposto uma
orientação mais detalhada, com entrega de material escrito e agendamento da
consulta a partir do ambulatório de gastrooncologia. A orientação oncogenética é o
primeiro passo dentro de um processo que visa identificação de riscos e adoção de
medidas de prevenção e vigilância para redução da morbimortalidade associada aos
tumores hereditários.
Palavras-Chave:câncer colorretal, Síndrome de Lynch
FIBROMA NÃO-OSSIFICANTE DE FÊMUR ASSOCIADO A MANCHASCAFÉ-COM-LEITE, NEUROFIBROMAS E TUMOR DE CÉLULAS
GIGANTES: UM ESTUDO DE CASO
THEOHARIS EFCARPIDIS SFAKIANAKIS (UNIFESP) - BRASIL
AMANDA FRANÇA DE NÓBREGA FRANÇA NOBREGA (A.C.CAMARGO) BRASIL
MARIA DE FÁTIMA DE FARIA SOARES (UNIFESP) - BRASIL
ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL
MARIA ISABEL WADDINGTON ACHATZ (A.C.CAMARGO) - BRASIL
Introdução: As Síndromes Neurocutâneas compreendem diversas doenças genéticas
de origem ectodérmica e mesodérmica e que se caracterizam por alterações cutâneas
e do sistema nervoso. Dentre elas, a síndrome de Jaffe-Campanacci - descrita por
Jaffe em 1958 e Campanacci em 1983, caracteriza-se pela presença de múltiplos
fibromas não-ossificantes dos ossos longos e anomalias extraesqueléticas tais como
manchas café-com-leite, deficiência intelectual, anomalias oculares, malformações
cardiovasculares congênitas incluindo prolapso mitral, hipogonadismo e
criptorquidia. Também foi descrita a presença de tumores de células gigantes da
mandíbula. Sua etiologia ainda é desconhecida, porém pode estar relacionada com o
espectro de malformações da Neurofibromatose tipo 1. Não há relatos de recorrência
familiar. Há 23 casos descritos na literatura. Nem todos os casos apresentam
simultaneamente todas as características descritas para a síndrome, no entanto, os
fibromas não-ossificantes estão presentes em todos eles. Objetivo: Relato de caso e
revisão da literatura. Paciente: Paciente com 16 anos, filho de casal de casal jovem
não-consangüíneo. Evoluiu com atraso importante do DNPM. Apresentou um
episódio de convulsão aos 8 anos e tumor de células gigantes na mandíbula e maxila
esquerdas aos 10 anos. Foi submetido à enucleação da lesão maxilar e à
mandibulectomia segmentar com reconstrução óssea a partir da fíbula com recidiva
local do tumor. Na investigação complementar apresentou opacificação de cápsula
posterior de cristalino bilateralmente com retinas normais. Ecocardiografia com
prolapso valvar mitral com degeneração mixomatosa e incompetência discreta a
moderada. Ressonância Nuclear Magnética de abdome superior e pelve com
presença de múltiplas imagens expansivas paravertebrais na topografia de nervos
isquiáticos e no tecido celular subcutâneo da parede do abdome e região glútea
sugestivas de neurofibromas. Raio-X de esqueleto mostrando osteopenia, atraso
importante da idade óssea (para 9 anos de idade), quadril displásico e imagem
encondromatosa em região distal do fêmur direito compatível com diagnóstico de
fibroma não-ossificante. Ao exame dismorfológico apresenta aspecto geral
precocemente envelhecido com lipodistrofia e aspecto papiráceo da pele, manchas
café-com-leite disseminadas por todo corpo e pilificação fina em região genital.
Fronte ampla, hipertelorismo ocular aparente, olhos encovados, ponte nasal
alargada, base nasal alargada, filtro curto, orelhas de baixa implantação, rodadas
anteriormente, lábio superior fino, prognatismo, hipodontia e hipoplasia dentária,
criptorquidia bilateral. Baixa estatura com discreta escoliose compensando balanço
pélvico. Braquidactilia aparente com clinodactilia de 5º dedos das mãos e desvio
lateral dos pés. Marcha desequilibrada com pés planos e geno valgo à esquerda.
Discussão e Conclusão: O paciente apresenta as características fenotípicas próximas
ao fenótipo da síndrome de Jaffe-Campanacci incluindo a presença de manchas cafécom-leite e a presença do fibroma não-ossificante de ossos longos. Devido à
semelhança entre as manifestações fenotípicas dessa síndrome com outras síndromes
neurocutâneas tais como Neurofibromatose tipo 1, Noonan-Neurofibromatose 1,
Displasia fibrosa poliostótica e Schimmelpening-Feuerstein-Mims é importante a
realização de um screening radiográfico mais rigoroso do esqueleto durante a
adolescência para determinar a presença de fibromas não-ossificantes em pacientes
com fenótipo clínico sugestivo de tais síndromes. Estudos moleculares mais
aprofundados serão necessários para o estabelecimento da correlação genótipofenótipo destes casos.
Palavras-Chave:Síndromes Neurocutâneas, Neurofibroma, Fibroma Não-Ossificante, manchas café-com-leite, Tumor
de Células Gigantes, Síndrome de Jaffe-Campanacci
FREQUÊNCIA DE MANIFESTAÇÕES EXTRACOLÔNICAS EM INDIVÍDUOS
COM POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAL ATENDIDOS NO HOSPITAL
DE CLÍICAS DE PORTO ALEGRE (HCPA)
HENRIQUE DE CAMPOS REIS GALVÃO (UFRGS) - BRASIL
PATRÍCIA SANTOS DA SILVA
HECTOR YURI CONTI WANDERLEY (UVV) - BRASIL
CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL
PATRÍCIA ASHTON-PROLLA (HCPA) - BRASIL
JOÃO CARLOS PROLLA () A Polipose Adenomatosa Familial (PAF) é um distúrbio autossômico dominante
causado por mutação em APC. Suas manifestações clínicas envolvem tecidos das três
origens embrionárias (endoderme, mesoderme e ectoderme). Além de cólon e reto,
pólipos podem estar presentes no estômago, intestino delgado e vias biliares,
levando, também nesses órgãos, à predisposição ao câncer. Tumor desmoide,
lipomas, fibromas, osteomas, adenoma de suprarrenal e alterações dentais podem ser
observados, bem como cistos epidérmicos e hipertrofia congênita do epitélio
pigmentar da retina (HCEPR). Neoplasias malignas foram relatadas também em
tireoide, sistema nervoso central, fígado e pâncreas. Cerca de 90% dos indivíduos
com PAF apresentam manifestações extracolônicas (MEC). Com a recomendação de
colectomia profilática levando à efetiva redução na incidência de câncer colorretal,
a morbidade e a mortalidade associadas às MEC vêm recebendo cada vez mais
atenção. Objetivos: descrever a frequência das MEC em pacientes com diagnóstico
de PAF. Métodos: série de casos atendidos consecutivamente no Ambulatório de
Oncogenética do HCPA entre janeiro de 2007 e dezembro de 2012. Os casos foram
avaliados por colonoscopia e/ou retossigmoidoscopia, endoscopia digestiva alta
(EDA), tomografia computadorizada (TC) de abdômen, radiografia panorâmica de
mandíbula, além de exame físico com pesquisa de alterações cutâneas, palpação de
tireoide e exame de fundo de olho. Os exames foram realizados na rotina assistencial
ou, no caso da TC de abdômen, durante investigação de pesquisa. Resultados: No
período, foram avaliados 54 pacientes com PAF, provenientes de 31 famílias. Em 42
dos 54 pacientes incluídos no estudo (78%) há relato de alguma MEC. Pólipos
duodenais foram observados em 46,3% dos indivíduos submetidos a EDA (19/41
indivíduos), sendo que um paciente apresentou adenocarcinoma de duodeno. Pólipos
gástricos foram observados em 36,6% dos casos (15/41). Tumor desmoide foi
descrito em 16,7% dos pacientes submetidos a TC (4/24). Cistos epidérmicos foram
observados em 25,9% (14/54) dos indivíduos, lipomas em 7,4% (4/54), fibroma em
1,9% (1/54). Adenoma de suprarrenal foi descrito em 20,8% (5/24), osteoma de
mandíbula em 33% (8/24), osteoma em outros ossos em 7,4% (4/54), hipodontia em
16,7% (4/24), dentes supranumerários em 12,5% (3/24) e carcinoma de tireóide em
1,9% (1/54). HCEPR foi observada em 68,6% dos pacientes submetidos a avaliação
fundoscópica (24/35). Conclusões: A variação da frequência das MEC é bem ampla
entre as séries publicadas, dependendo das técnicas empregadas nos exames, da
especialidade do profissional avaliador e da regularidade do acompanhamento
clínico pelos pacientes. As frequências observadas neste trabalho estão dentro da
faixa observada na literatura médica. As manifestações clínicas da PAF vão muito
além do manejo dos adenomas colônicos, tornando-se essencial a abordagem
multidisciplinar ao indivíduo afetado e à sua família.
Palavras-Chave:Polipose adenomatosa familial, manifestações extracolônicas, pólipos, tumor desmoide, hipertrofia
congênita do epitélio pigmentar da retina
O USO DE UMA FERRAMENTA DE BAIXO CUSTO PARA RASTREAMENTO
DE CÂNCER HEREDITÁRIO
NATALIA CAMPACCI (HCB - PIO XII) - BRASIL
JULIANA OLIVEIRA DE LIMA () VERONICA RISSATTI
ELIZA MARIA PREVIDEL DE TOLEDO (HCB PIOXII) - BRASIL
LAMIS RAMADAN () EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL
Objetivos: Estimativas Brasileiras apontam que em 2012, tumores malignos
hereditários representaram entre 25.952 a 51.851 casos. No entanto, a maioria
destes tumores não é reconhecida como de origem hereditária. Cientes da
importância da identificação das famílias em risco e sua inclusão em programas de
prevenção do câncer, realizamos um estudo visando identificar indivíduos e/ou
famílias sob risco para síndromes de predisposição hereditária ao câncer (SPHC) em
uma amostra de base populacional com um simples Questionário de Três Perguntas.
Métodos: Foram incluídas 20.000 mulheres usuárias da rede de prevenção do HCB
(unidades fixas e móveis). Participantes respondem um questionário de três
perguntas compostos especificamente por: 1- História pessoal de câncer antes dos 50
anos de idade; 2- História familiar de câncer de mama; colorretal e/ou ovário antes
dos 50 anos de idade; 3 – Presença de três ou mais familiares com câncer antes dos
50 anos de idade. Resultados: De todas as mulheres incluídas no estudo 3.121
responderam pelo menos um sim (Grupo A) restando 16.879 que responderam todas
as questões de forma negativa (Grupo B). De ambos os grupos foram sorteadas
mulheres para serem contactadas e responderem novamente tanto o Questionário de
Três Perguntas (re-teste) quanto um questionário que continha os itens dos Critérios
Clínicos para SPHC (critéios NCCN e ASCO). Do Grupo A, 70 mulheres foram
sorteadas e do Grupo B, 107. Com base nos resultados obtidos pudemos calcular a
sensibilidade e especificidade do nosso instrumento, considerando, como padrãoouro, o preenchimento de critério clínico para alguma SPHC, ou seja, no cálculo da
sensibilidade e especificidade o verdadeiro positivo foi aquele que respondeu
afirmativamente ao Questionário de Três Perguntas e que preenchia critérios clínicos
para alguma SPHC. Obtivemos que a Sensibilidade deste questionário foi de 94,4%
demonstrando uma boa capacidade de detectar os indivíduos em risco para
síndromes de predisposição hereditária. Com relação a especificidade obteve-se um
valor de 74,3%, mostrando, que conforme previsto quando desenhamos o
instrumento, as perguntas são bastante amplas de forma a não perder indivíduos em
risco, o que faz com que tenhamos em nosso grupo amostral uma parcela
significativa de indivíduos que não estejam em real risco para câncer hereditário no
Grupo A, mas que por outro lado, minimiza as nossas chances de que algum
indivíduo em risco não seja identificado. Também levando em conta o fato de nosso
questionário não ser tão estrito e o fato de as SPHC serem relativamente raras, o
Valor Positivo Negativo (VPN) do nosso instrumento foi de 98,1% enquanto o Valor
Preditivo Positivo (VPP) foi de 48,6%. Conclusões: Com base nos resultados
obtidos, concluímos que nosso instrumento é uma ferramenta aplicável para o
rastreamento de SPHC de forma rápida, eficiente e de baixo custo, podendo ser
utilizado em diversas realidades de serviços de saúde bem como poder ser aplicado
por qualquer profissional que atue na área da saúde.
Palavras-Chave:Oncogenética, prevenção, câncer hereditário, rastreamento
PADRÃO HETEROGÊNEO DE DESENVOLVIMENTO TUMORAL EM
FAMÍLIAS PORTADORAS DA MUTAÇÃO GERMINATIVA P.R337H NO GENE
TP53: IMPLICAÇÕES PARA O ACONSELHAMENTO GENÉTICO E
SEGUIMENTO.
GABRIELA CARVALHO FERNANDES (HCB) - BRASIL
DEISE REIS DE PAULA MENDES (PIO XII) - BRASIL
ANDRÉ ESCREMIM DE PAULA (HCB) - BRASIL
RODRIGO AUGUSTO DEPIERI MICHELLI (HCB) - BRASIL
DANILO VILELA VIANA (HCB) - BRASIL
EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL
Objetivos: A Síndrome de Li-Fraumeni (SLF) é uma síndrome rara de predisposição
hereditária ao câncer, que se caracteriza pelo risco aumentado para vários tipos de
tumores, que ocorrem principalmente em idades jovens. Pacientes portadores de
mutação germinativa no gene TP53 apresentam um risco cumulativo vital de
desenvolvimento de câncer de 50% aos 30 anos e de 90% aos 70 anos de idade. A
grande maioria das mutações germinativas descritas no gene TP53 está localizada
na região correspondente ao domínio de ligação ao DNA. No Brasil, uma mutação
particular no exon 10 do gene TP53 (região correspondente ao domínio de
oligomerização da proteína), mais precisamente no códon 337 (c.1010G>A,
p.R337H) vêm sendo descrita em alta frequência em várias famílias aparentemente
não-relacionadas. No entanto, poucos estudos foram realizados fora do eixo Sao
Paulo (capital) – Curitiba – Porto Alegre, de forma que o presente estudo teve como
intuito investigar a presença e frequencia da mutação p.R337H em famílias do
Departamento de Oncogenética do Hospital de Câncer de Barretos. Métodos: Foram
incluídas famílias cujo teste genético foi realizado devido a história familiar
sugestiva de SLF ou por apresentarem história pessoal de câncer de mama em idade
jovem e não apresentarem mutações germinativas nos genes BRCA1/BRCA2. O teste
genético incluiu sequenciamento bidirecional de todos os exons codificantes e busca
por rearranjos gênicos através de MLPA. Resultados: Foram incluídos no estudo 73
pacientes de 49 famílias. Das 49 famílias testadas, 12 (24.5%) tiveram mutação
detectada. Em uma das famílias a mutação detectada foi uma alteração frameshift no
exon 5, c.510insT, enquanto que nas demais (91.7%) a mutação detectada foi a
mutação fundadora p.R337H. As 11 famílias R337H até agora identificadas em nosso
serviço são procedentes do interior do Estado de São Paulo, bem como de Minas
Gerais e Goiás, regiões essas situadas fora do eixo São Paulo – Porto Alegre e, sobre
as quais nada se sabe em termos de prevalência da mutação p.R337H. Em relação à
história familiar, 4 das 11 famílias apresentavam um excesso de casos de câncer de
mama em idade inferior a 40 anos e câncer de mama bilateral; nas demais famílias
(7) houve diagnóstico de pelo menos um caso de câncer adrenocortical na infância,
além de casos de sarcomas, tumores de tireóide, gastricos e de mama; em 2 das 7
famílias o único diagnóstico de câncer na família foi de tumor adrenocortical, sendo
que os pais portadores da mutação são assintomáticos. Dos 24 familiares testados,
14 são positivos para a mutação R337H. Conclusões: Os dados até agora publicados
são corroborados pelos nossos achados e sugerem que o alelo R337H deve estar
presente em uma parcela significativa da população, gerando um problema sem
precedentes para a saúde pública Brasileira, além de um grande número de dilemas
éticos, já que as variações de fenótipos e de penetrância da mutação verificadas nas
diferentes famílias, constituem um desafio para o aconselhamento genético, bem
como para o seguimento clínico, pois pacientes sem história familiar significativa de
câncer podem ser portadores da mutação p.R337H.
Palavras-Chave:Síndrome de Li-Fraumeni (SLF), mutaçao e história familiar
PERFIL DIFERENCIAL DE TUMORES EM UMA AMOSTRA DE PACIENTES
COM NEUROFIBROMATOSE TIPO 1.
Fernanda Teresa DE LIMA (UNIFESP-EPM; HIAE) - Brasil
E-mail: [email protected]
Daiane Pereira GUIMARAES (Unifesp) - Brasil
E-mail: [email protected]
A neurofibromatose tipo 1 é uma doença altamente variável, em que se observa
desenvolvimento de tumores de modo aleatório, não sendo possível inferir um padrão
a partir de manifestações clínicas da doença ou da avaliação de outros familiares
afetados. Genes modificadores, fatores ambientais e epigenéticos são considerados
como possíveis explicações para a alta variabilidade encontrada. Objetivo: Avaliar o
perfil de tumores nos vários indivíduos da mesma família e entre várias famílias com
neurofibromatose tipo 1 (NF1). Métodos: Pesquisa descritiva, retrospectiva,
realizada por meio de revisão de prontuários de pacientes registrados no
ambulatório de neurofibromatose do Centro de Genética Médica da UNIFESP-EPM
e no ambulatório de Oncologia Clínica da mesma instituição, nos anos de 2011 e
2012. Os dados foram coletados e organizados conforme roteiro estruturado tabular,
em planilha Excel®, e posteriormente analisados utilizando-se ferramentas
estatísticas simples para caracterização da amostra em termos de frequência e
distribuição. Resultados: Foram avaliados 142 pacientes com diagnóstico de NF1,
pertencentes a 110 famílias, sendo 59,15% do gênero feminino e 40,85% do gênero
masculino, com mediana de 09 anos. A maior parte dos pacientes apresentava dois
ou três critérios diagnósticos (69,01%). Em 46,73% dos pacientes havia história
familiar positiva, acometendo de duas (76%) a quatro gerações (2%). Tumores
benignos foram observados em 121 pacientes, sendo os neurofibromas (78,17%) e
nódulos de Lisch (31,7%) os mais prevalentes. Vinte pacientes (14%) desenvolveram
neoplasias malignas, sendo as mais frequentes o glioma de vias ópticas (n=8) e o
tumor maligno da bainha do nervo periférico (TMBNP; n=4). Outros tumores
relatados foram sarcoma pleomórfico, feocromocitoma, rabdomiossarcoma
embrionário, astrocitomas e outros gliomas de baixo grau e melanoma de coróide.
Não houve diferença entre os sexos destes 20 pacientes e 55% desenvolveram
tumores malignos com 15 anos ou menos. Todos os pacientes com TMBNP tinham
história familiar positiva, sendo esta positiva em menos de 50% dos pacientes com
outros tipos tumorais. Também foram avaliadas a idade de início do tumor, o número
de critérios diagnósticos apresentados, e a relação entre afetados com e sem tumores
na mesma família. Conclusões: A NF1 é uma condição altamente individual que
exibe extrema heterogeneidade mutacional somática entre afetados da mesma família
e entre diferentes famílias. A ausência de um fenótipo constante de predisposição a
desenvolvimento de tumores malignos associado a manifestações clínicas ou padrões
familiares faz com que a vigilância deva ser mantida, de modo que favoreça um
diagnóstico precoce, importante devido ao comportamento mais agressivo e a baixa
resposta aos tratamentos atualmente disponíveis para estes tumores malignos.
Palavras-Chave:neurofibromatose tipo 1, expressividade variavel, tumores malignos
PREVALÊNCIA DA MUTAÇÃO GERMINATIVA P.R337H NO GENE TP53 EM
FAMÍLIAS COM MÚLTIPLOS CASOS DE CÂNCER.
KELVIN CÉSAR DE ANDRADE (FAP - HACC) - BRASIL
KARINA MIRANDA SANTIAGO (FAP - HACC) - BRASIL
FERNANDA PASCHOAL FORTES (A.C. CAMARGO) - BRASIL
MARIA ISABEL WADDINGTON ACHATZ (A.C.CAMARGO) - BRASIL
AMANDA FRANÇA DE NÓBREGA FRANÇA NOBREGA (A.C.CAMARGO) BRASIL
INTRODUÇÃO: Mutações germinativas no gene supressor de tumor TP53 são
associadas à Síndrome de Li-Fraumeni (LFS) e suas variantes (LFL) e predispõem
portadores a tumores em idade jovem, incluindo sarcomas de partes moles (SPM),
câncer de mama na pré-menopausa, tumores de sistema nervoso central e de
adrenocortical. No Brasil, há uma alta freqüência de uma mutação germinativa no
gene TP53 (p.R337H, CGC>CAC; éxon 10) nas regiões Sul e Sudeste, devido a um
efeito fundador. É estimado que esteja presente em 0,3% da população local, porém
até o momento, apenas algumas famílias portadoras foram detectadas. Desta forma,
o desenvolvimento de critérios adequados para selecioná-las irá permitir não apenas
a identificação de indivíduos portadores, mas possibilitar o inicio precoce de
rastreamento em pacientes em risco. OBJETIVO: Determinar a eficácia de um amplo
critério para detecção de portadores da mutação p.R337H. METODOLOGIA: Neste
estudo, 31 pacientes do Departamento de Oncogenética do A.C Camargo Cancer
Center, SP, foram testados quanto à mutação p.R337H. Os critérios de inclusão
foram: (1) mais de três membros familiares que desenvolveram câncer E (2) ao
menos um deles abaixo dos 50 anos E (3) dois deles parentes de primeiro ou segundo
grau. DNA genômico extraído de sangue periférico foi analisado por Restriction
Fragment Length Polymorphism (RFLP) usando a enzima de restrição Hhal. A
confirmação do caso positivo foi feito por seqüenciamento direto do éxon 10.
RESULTADOS: A mutação p.R337H foi detectada em um dos 31 pacientes (3,22%)
incluidos. A paciente desenvolveu câncer ductal invasivo de mama aos 47 e
adenocarcinoma invasor pulmonar aos 48 anos. Além disso, possui uma história
familiar extensa de indivíduos que também desenvolveram câncer. A probanda
receberá aconselhamento genético e será incluída em protocolo de seguimento para
portadores de mutações germinativas em TP53. DISCUSSÃO: Uma família que
inicialmente não preenchia os critérios de LFS/LFL foi encontrada como portadora
da mutação germinativa p.R337H. Este resultado demonstra que os critérios
propostos podem detectar famílias portadoras da mutação, mas estudos adicionais
incluindo um maior número de famílias serão necessários para definir a sua eficácia,
assim como a inclusão de critérios mais restritos para aumentar a sensibilidade.
Palavras-Chave:Li-Fraumeni, TP53, p.R337H, Oncogenética
SÍNDROME DO NEVO EPIDÉRMICO: RELATO DE PACIENTE COM
RABDOMIOSSARCOMA ASSOCIADO PERMITE CONSIDERAÇÕES SOBRE A
ABORDAGEM GENÉTICA E ONCOLÓGICA.
FERNANDA TERESA DE LIMA (UNIFESP-EPM; HIAE) - BRASIL
CAROLINA N. DE ARAUJO XAVIER
ELIANA M. M. CARAN
Sob o nome síndrome do nevo epidérmico há um grupo de nove doenças distintas
bem definidas, caracterizadas individualmente pelo tipo de nevo apresentado e
herdabilidade; além de várias outras entidades cujos fenótipos não são bem
definidos. Tumores malignos são raros. Descreve-se uma paciente com síndrome do
nevo epidérmico e rabdomiossarcoma, discutindo-se a abordagem sindrômica e
oncológica. Esta paciente do sexo feminino foi avaliada pela primeira vez aos 4
meses de idade, no Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP-GRAACC-UNIFESP, São
Paulo, Brasil), apresentando múltiplas pápulas lineares verrucosas em couro
cabeludo e região cervical, nevus unius lateris em hemicorpo direito e dismorfismos
faciais. Também apresentava uma deformidade congênita do tornozelo direito,
associada a um tumor, cuja biópsia revelou ser um neurofibroma, e um
rabdomiossarcoma na perna direita. Foram realizadas avaliações audiológica,
oftalmológica e neurológica, bem como radiografias de esqueleto e neuroimagem,
para investigação sindrômica, e ressonâncias de tórax e abdômen, para
estadiamento. A paciente foi tratada de acordo com o protocolo padrão brasileiro
para sarcomas (VAC/Ifo e VP16). Sem uma resposta positiva, foi realizada a
amputação de sua perna direita, ocasião em que várias de suas lesões epidérmicas
também foram biopsiadas. Em seguida, a paciente desenvolveu uma massa
linfonodal, não biopsiada por piora de sua condição clínica. Foi a óbito com um ano
e seis meses de idade, por progressão tumoral. A avaliação clínica, dos exames
complementares e anatomiapatológica das lesões epidérmicas possibilitou o
diagnóstico da síndrome de Schimmelpenning. Esta é uma síndrome rara, cujo
diagnóstico frequentemente é retardado. Requer idealmente uma abordagem
multidisciplinar e o time de profissionais que assiste estes pacientes devem estar
cientes da possibilidade de anomalias em múltiplos órgãos e desenvolvimento de
tumores. Somente quatro outros pacientes foram descritos na literatura com
rabdomiossarcoma em associação com nevo epidérmico. Mutações pós-zigóticas em
HRAS e KRAS, dois potentes oncogenes, foram consideradas causadoras da
síndrome de Schimmelpenning, mutações estas que podem justificar a predisposição
ao desenvolvimento tumoral. Poucos pacientes são descritos com tumores, mas,
durante seu manejo, um curso mais agressivo da doença e resistência para a
abordagem oncológica usual deve ser esperado.
Palavras-Chave:sindrome do nevo epidermico, rabdomiossarcoma
UTILIZAÇÃO DAS UNIDADES MÓVEIS E FIXA DE PREVENÇÃO PARA
RASTREAMENTO POPULACIONAL DE FAMÍLIAS COM PREDISPOSIÇÃO
HEREDITÁRIA DE CÂNCER DE MAMA
NATALIA CAMPACCI (HCB - PIO XII) - BRASIL
JULIANA OLIVEIRA DE LIMA
VERONICA RISSATTI
ELIZA MARIA PREVIDEL DE TOLEDO (HCB PIOXII) - BRASIL
LAMIS RAMADAN
RODRIGO AUGUSTO DEPIERI MICHELLI (HCB) - BRASIL
BENEDITO MAURO ROSSI (FUNDAÇAO PIO XII) - BRASIL
DANILO VILELA VIANA (HCB) - BRASIL
EDMUNDO CARVALHO MAUAD (50174568720) - BRASIL
EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL
Objetivos: O câncer de mama e o câncer colorretal estão entre as neoplasias mais
freqüentes em mulheres da região sudeste do Brasil. Além disso, cerca de 10% dos
indivíduos portadores dessas neoplasias podem pertencer a famílias com
predisposição hereditária ao câncer. Considerando a quase inexistência de dados
sobre a prevalência de síndromes de predisposição hereditária ao câncer em nossa
população, assim como a ausência de uma política de ação para o rastreamento de
populações de baixo poder sócio-econômico pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
este estudo foi realizado com o intuito de identificar e caracterizar indivíduos em
risco para síndromes de predisposição hereditária ao câncer de mama e/ou
colorretal em uma amostra de base populacional. Métodos: Foi aplicado um
questionário de três perguntas denominado de Questionário de Rastreamento
Primário (QRP), utilizando estrutura pré-existente de rastreamento de câncer de
mama, por meio de unidades móveis e fixa do Hospital de Câncer de Barretos (HCB)
em uma amostra de base populacional de 20.000 mulheres. Todas as mulheres com
pelo menos uma resposta afirmativa foram incluídas numa segunda fase do estudo,
denominada Rastreamento Secundário, onde um questionário epidemiológico e de
fatores de risco foi aplicado (QRS), assim como realizou-se a construção do
heredograma. Todas as mulheres com pelo menos um familiar afetado vivo e com
critérios clínicos para alguma Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer
serão convidadas para uma terceira fase, que envolverá uma avaliação do risco de
câncer realizada pelo médico geneticista e, caso preencha critérios pré definidos
pelo departamento, serão convidadas a realizar teste genético. Resultados: Dentre as
20.000 mulheres incluídas no estudo, 3.121 (15,6%) possuíam pelo menos uma das
questões afirmativas do QRP. Das mulheres que responderam afirmativamente 17,7%
responderam “sim” na questão referente a história pessoal de câncer antes do 50
anos de idade (Q1); 46%, 21% e 14,6% responderam respectivamente, pelo menos
um “sim” com relação a história familiar de câncer de mama, intestino e ovário em
idade inferior aos 50 anos (Q2); e, com relação a presença de três ou mais familiares
com câncer antes dos 50 anos de idade (Q3) 25,6% responderam afirmativamente.
Estas mulheres foram convidadas a responder o Questionário de Rastreamento
Secundário (QRS), o qual foi aplicado de três formas: pessoalmente, por telefone ou
por carta. Duzentas e quarenta e quatro mulheres responderam o QRS pessoalmente,
977 por telefone e 390 por carta, prefazendo um total de 1.611 mulheres incluídas na
segunda fase do estudo. Uma análise (parcial) de 540 questionários e heredogramas
aponta que 105 famílias possuem suspeita de pelo menos um critério clínico para
Síndromes de Predisposição Hereditária ao Câncer. Conclusões: A realização do
presente estudo possibilitou o acesso à população em geral, a um serviço
especializado e de alta qualidade, e, ao mesmo tempo, permitiu rastrear e tratar
tumores precoces nas famílias/indivíduos com predisposição hereditária. Além disso,
conhecer os usuários do sistema de prevenção é importante para que possamos
implementar medidas adequadas de rastreamento e prevenção do câncer.
Palavras-Chave:Câncer hereditário, câncer de mama, rastreamento, prevenção
9. POLIMORFISMOS RELACIONADOS A
DOENÇAS
ANÁLISE DA AÇÃO SINÉRGICA DAS VARIANTES 894G>T ENOS E INDEL
ECA NA EVOLUÇÃO PARA CHOQUE SÉPTICO ENTRE PACIENTES
CRÍTICOS COM SEPSE.
PAULO ROBERTO VARGAS FALLAVENA (UFCSPA) - BRASIL
LUCAS ROSA FRAGA (UFRGS) - BRASIL
CAMILLA FROES
THAYSE BIENERT GOETZE (UFCSPA) - BRASIL
FERNANDO SUPARREGUI DIAS
CLARICE ALHO (PUCRS) - BRASIL
Pacientes graves e/ou em pós-operatório que entram em sepse (infecção sistêmica
generalizada) são atendidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Além deles,
devido às fragilidades, outros pacientes críticos evoluem para sepse mesmo quando
já internados na UTI. O desfecho desfavorável da sepse é o choque séptico, o qual se
caracteriza pela infecção generalizada adicionada à hipotensão sistêmica. A
hipoperfusão de órgãos com disfunção [quadro típico do paciente crítico] causada
pelo estado de choque séptico pode evoluir à falência de órgãos e, em decorrência,
também ao óbito. A óxido nítrico sintase endotelial (eNOs) e a enzima conversora de
angiotensina (ECA) controlam, respectivamente, a vasodilatação e a vasoconstrição.
As versões gênicas polimórficas 894T-eNOS e D-ECA têm sido amplamente descritas
como associadas à maior capacidade de vaso pressão. Assim, nossa hipótese foi que
pacientes sépticos de UTI duplo homozigotos 894TT/DD poderiam estar mais
protegidos à evolução de choque, dado que apresentariam maior resistência
sistêmica à hipotensão. Genotipamos 585 pacientes de UTI para ambas variantes
polimórficas. De 398 pacientes sépticos, 282 evoluíram para choque. O estudo
associativo entre genótipo (duplo homozigoto 894TT/DD) versus fenótipo (choque
séptico) não mostrou diferença significativa (Chi-square Test; P>0,05). Nosso
trabalho ainda apresenta estudos em subpopulações desta amostragem. Nosso
resultado indica, neste momento, que a indução à hipertensão, a qual é própria do
duplo genótipo 894TT/DD, não age como poder protetivo à hipotensão
desencadeada pela infeção durante a sepse, ou seja, em síntese, não protege o
paciente séptico da evolução ao choque.
Palavras-Chave:ECA, eNOS, Infecção, Sepse, Choque séptico; UTI
ANÁLISE DO PERFIL LIPÍDICO E DA PRESENÇA DO POLIMORFISMO
SSTI EM PACIENTES DIABÉTICOS DE UMA REGIÃO DO SUL DO BRASIL
BRUNA CRISTINA JORDON (UNIVATES) - BRASIL
ADRIANE POZZOBON (UNIVATES) - BRASIL
IVAN CUNHA BUSTAMANTE-FILHO (UNIVATES) - BRASIL
O Diabete melito é a doença metabólica mais comum, sendo caracterizado por
efeitos tardios que quando associado a dislipidemias aumenta o risco de doenças
cardiovasculares. O objetivo do presente estudo foi pesquisar a presença do
polimorfismo SstI da apolipoproteína C-III (apo C III) em diabéticos. Foram
avaliados 65 pacientes com diabete melito, cadastrados no programa SIS
Hiperdia/MS da 16a Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul.
Realizou-se a avaliação antropométrica, avaliação do perfil lipídico e análise do
polimorfismo SstI da apoC-III através da reação em cadeia da polimerase (PCR)
seguida de análise de polimorfismo de fragmento de restrição (PCR-RFLP). A média
da idade da população avaliada foi de 64,67 ± 8,74 e o IMC de 31,09 ± 4,86 Kg/m2
correspondendo à obesidade grau I. Quanto ao uso de medicação antilipêmica, 27
utilizaram e 38 utilizaram fármacos não antilipêmicos. Os valores do Colesterol
total, triglicerídeos, HDL e LDL estavam dentro da faixa considerada normal. Não
foram encontradas diferenças significativas no perfil lipídico entre os sexos, nem com
o uso da medicação. Em relação ao polimorfismo, observa-se que a maioria, ou seja,
52 indivíduos apresentaram genótipo normal (CC) e 13 indivíduos apresentaram
genótipo alterado, sendo 2 (GG) e 11 (CG). O número de alelos C foi de 113 e o
número de alelos G foi de 17. Correlacionando o genótipo dos 38 indivíduos que não
utilizaram medicação antilipêmica e os níveis de triglicerídeos, não se observa uma
associação significativa entre o genótipo CC e os valores de triglicerídeos menores
que 200 mg/dL. Os resultados das dosagens foram analisados estatisticamente,
expressos como a média +/- desvio padrão da média (DP). Utilizou-se o teste t de
Student para comparação das médias do perfil lipídico entre homens e mulheres. As
diferenças entre as médias foram consideradas significativas quando os valores de p
fossem ≤ 0,05. A análise dos polimorfismos foi feita através do teste Qui-quadrado
() para a frequência genotípica e o teste exato de Fischer foi utilizado para a
frequência alélica. Foram utilizados os softwares Biostat 5.0® e Prism 5.0 grafic
pad®. Na população avaliada a maioria dos indivíduos apresentaram genótipo
normal para o polimorfismo SstI sem haver associação com os níveis de
triglicerídeos.
Palavras-Chave:Apolipoproteína C; Diabete Melito; Perfil lipídico e Polimorfismo
ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO LEP G-2548A À MACROSSOMIA FETAL
CAROLINE KROLL (UNIVILLE) - BRASIL
SILLENO JOSÉ DIAS JÚNIOR (UNIVILLE) - BRASIL
SANDRA ANA CZARNOBAY (UNIVILLE) - BRASIL
LESLIE ECKER FERREIRA (UNIVILLE) - BRASIL
SILMARA MASTROENI (UNIVILLE) - BRASIL
MARCO FABIO MASTROENI (UNIVILLE) - BRASIL
Introdução: Nos últimos anos o excesso de peso tem se tornado um dos principais
problemas de saúde pública em diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento,
sobretudo em crianças. Alguns estudos indicam que uma mutação no gene LEP (OB)
está associada ao desenvolvimento da obesidade mórbida, mas poucos estudos têm
associado macrossomia a fatores genéticos. A identificação de genes que possam
predispor o desenvolvimento precoce do excesso de peso é um passo fundamental
para sua prevenção antes mesmo do nascimento. Objetivo: Testar se existe
associação entre o polimorfismo genético LEP G-2548A e a presença de
macrossomia. Métodos: A amostra foi obtida a partir de um estudo maior que
investigou 435 parturientes com idade igual ou superior a 18 anos, idade gestacional
entre 37 e 42 semanas e com recém-nascidos vivos de uma maternidade pública de
Joinville, SC. Para este estudo foram consideradas apenas 126 parturientes e seus
recém-nascidos, 42 que tiveram filhos com peso igual ou superior a 4000g,
classificados como macrossômicos, e 84 não macrossômicos, classificados como
controle. O DNA genômico das mães foi extraído de amostras de sangue venoso, e do
recém-nascido do cordão umbilical no momento do parto. Ambas foram
armazenadas em cartão “clonesaver”, logo após a retirada e conforme instruções do
fabricante. A amplificação do gene LEP G-2548A foi realizada através das técnicas
PCR-RFLP. Os amplicons foram digeridos pela endonuclease Alw44I, e os produtos
de PCR e RFLP submetidos à eletroforese submersa em gel de agarose a 1,5%.
Resultados: A média de idade das mães foi de 24,4 (DP = 6,3) anos. A freqüência
genotípica das mães foi de 50,0% GA, 37,8% GG e 12,2% AA. A freqüência do alelo
"G" foi de 0,63, e do alelo mutante "A" foi de 0,37. Para os recém-nascidos, a
freqüência genotípica foi de 53,6% GA, 39,1% GG e 7,3% AA. A freqüência do alelo
"G" foi de 0,66, e do alelo "A" foi de 0,34. Das 71 mães que apresentaram pelo
menos um alelo "A", 21 (29,5%) tiveram filhos macrossômicos, não havendo
diferença significativa (p=0,555) quanto a presença desse alelo. O mesmo ocorreu
em relação aos recém-nascidos, onde apenas 15 (21,7%) dos 69 recém-nascidos que
apresentaram pelo menos um alelo "A" eram macrossômicos, sendo, neste caso,
significativa (p=0,007) esta diferença. Conclusão: A presença do alelo mutante "A"
do polimorfismo do gene LEP G-2548A nas mães e nos seus filhos não está
associada ao desenvolvimento de macrossomia fetal. Novos estudos serão conduzidos
para testar a associação desse mesmo gene a outros critérios de que classificação do
estado nutricional.
Palavras-Chave:Macrossomia; Obesidade; Polimorfismo; LEP G-2548A; Leptina.
ASSOCIAÇÃO DOS NÍVEIS DE COLESTEROL MATERNO E SEUS
RESPECTIVOS RECÉM NASCIDOS COM O POSSÍVEL
DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS CARDÍACAS.
RAFAELLA ADALGISA SILVA DO NASCIMENTO (UFPE) - BRASIL
DANYELLY BRUNESKA GONDIM MARTINS (UFPE) - BRASIL
JOSE LUIZ DE LIMA FILHO (UFPE.- LIKA) - BRASIL
OBJETIVOS Avaliar a frequência do alelo C referente ao polimorfismo C-786T no
gene eNOS em mulheres e seus respectivos recém-nascidos (pequeno - PIG, adequado
– AIG, ou grande para a idade gestacional - GIG) correlacionando com os níveis de
colesterol e o possível desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
METODOLOGIA Estudo transversal, amostras de sangue coletadas de mulheres
atendidas no Hospital Cândida Vargas Maternidade, João Pessoa-PB. Os recémnascidos foram avaliados em relação ao percentil ao nascer, sendo ≤ 10 PIG, entre
10 e 90 classificados como AIG e ≥ 10 GIG. O DNA genômico foi extraído de
amostras utilizando o kit SV Genomic Wizard (PROMEGA), para análise da C-786T
polimorfismo do gene da eNOS por RFLP. Os níveis de colesterol total foram
mensurados em mg/dL utilizando kit comercial. RESULTADOS Um total de 68
mulheres e seus respectivos recém-nascidos participaram desse estudo. O colesterol
total das parturientes de PIGs foi de aproximadamente 193 mg/dL (±19), para o
grupo de mães de AIGs o valor médio foi de 224,04 mg/dL (±39,39) e das mães GIGs
foi de 221,13 mg/dL (±32,96). Nos recém-nascidos PIGs observou-se a maior média
de colesterol 62,25 mg/dL (±8,25), no grupo AIG a média foi 56 mg/dL (±10,80) e
GIGs apresentaram 57,06 mg/dL (±11,80). A análise do polimorfismo no grupo das
mães detectou a presença de 66,17% do genótipo TT, 32,35% CT e apenas 1,47%
para CC. A frequência do alelo T neste grupo foi 98,52% enquanto 33,82%
apresentaram o alelo C. No grupo dos recém-nascidos PIG foram detectados 75% do
genótipo TT e 25% CT; no grupo GIG, o genótipo TT apareceu em todos os
indivíduos. No grupo AIG, observou-se 60,78% TT e 24,48% CT seguido de 12,24%
dos indivíduos com genótipo CC, que apareceu apenas neste grupo. Para o grupo
dos neonatos também se observou a forte presença do alelo T de até 91,17% em
todos os grupos estudados, sendo o alelo C relacionado com apenas 27,94% dos
indivíduos.CONCLUSÕES O colesterol é componente da membrana celular e
precursor de hormônios esteróides produzidos pela placenta. O óxido nítrico (NO),
molécula do sistema biológico responsável pela homeostase e tônus vascular,
produzido nas células endoteliais pela óxido nítrico sintase (eNOS). O polimorfismo
no gene da eNOS (T-786C) diminui 30-50% da atividade da enzima, diminuindo a
biodisponibilidade do NO e, portanto, a vasodilatação. Assim, o comprometimento
da função endotelial pode contribuir para gênese de doenças cardiovasculares
promovendo um estado de restrição do crescimento uterino. Na gravidez, o colesterol
normalmente aumenta, no entanto, no grupo de parturientes de RN-PIGs observou-se
média mais baixa de colesterol. Por outro lado, o grupo de RN-PIG teve média
aumentada nos níveis de colesterol com relação ao grupo GIG e AIG. Estes dados
sugerem que pode ocorrer uma predisposição a doenças cardiovasculares em adultos
com histórico PIG, corroborando com a hipótese de Barker de programação fetal
para doenças crônicas não transmissíveis em adultos.
Palavras-Chave:eNOS, colesterol, doenças cardiovasculares.
ASSOCIAÇÃO ENTRE O SNP CGIL4 E O FENÓTIPO DE RESISTÊNCIA À
MASTITE EM REBANHO BOVINO DA RAÇA HOLANDESA NO RIO GRANDE
DO SUL
RACHEL DIAS MOLINA (UNIVATES) - BRASIL
DÉBORA MARA KICH (UNIVATES) - BRASIL
TATIANE VEDRAMIN (UNIVATES) - BRASIL
CLAUCIA FERNANDA VOLKEN DE SOUZA (UNIVATES) - BRASIL
DANIEL NEUTZLING LEHN LEHN (UNIVATES) - BRASIL
ADRIANE POZZOBON (UNIVATES) - BRASIL
Ivan Cunha BUSTAMANTE-FILHO (UNIVATES) - Brasil
Os animais desempenham um papel fundamental para o desenvolvimento da ciência.
Os benefícios alcançados com a utilização de animais em pesquisa são inegáveis. Há
doenças que acometem tanto humanos quanto animais como a mastite. A mastite
bovina é a principal patologia da glândula mamária e a maior causadora de
prejuízos na produção leiteira. Sua etiologia é diversa, porém quase sempre
relacionada a problemas de manejo sanitário e de ordenha. Com a finalidade de se
encontrar diferenças genéticas entre indivíduos resistentes ou susceptíveis a mastite,
busca-se marcadores moleculares para identificar características genotípicas
relacionadas à resistência a esta patologia. Portanto, o presente estudo tem como
objetivo determinar a presença do polimorfismo de único nucleotídeo (SNP) CGIL4
associado à resistência à mastite em rebanhos bovinos da raça holandesa. Para
obtenção do DNA genômico, foram coletadas amostras de sangue de 161 animais de
segunda e terceira lactação de rebanhos tecnificados no Vale do Taquari, RS. O
fenótipo de resistência a mastite foi determinado com base no histórico clínico dos
animais. A identificação do SNP foi realizada através da técnica de PCR-RFLP para
produção de um amplicon de 399 pares de base (Sharma et al., 2006). Utilizou-se a
técnica de touchdown PCR para amplificação do gene alvo, e o SNP foi identificado
pela clivagem do gene com a enzima de restrição TaqI. A caracterização da presença
do SNP foi determinada como homozigose GG (dois fragmentos de 125 e 235 pb) ou
AA (dois fragmentos de 125 e 274 pb) ou heterozigose AG (três fragmentos de 125,
235 e 274 pb). A análise da clivagem foi realizada por eletroforese em gel de agarose
3%. A genotipagem GG foi considerada como resistente a mastite (Sharma et al.,
2006). A análise estatística (teste Qui-quadrado), com nível de significância de 5%
demonstrou que não houve associação entre os fenótipos e genótipos comparados. O
genótipo mais frequente observado foi GG (47,82%), seguido por AG com 44,72% e
7,46% AA. As frequências alélicas foram de 70% para o alelo G e 30% para o alelo
A. Conclui-se que na presente amostra populacional, o SNP CGIL4 não está
relacionado ao fenótipo de resistência a mastite clínica bovina. Apesar deste SNP já
ser considerado como um candidato a marcador molecular para resistência a mastite
(OGOREVC et al., 2009), sugere-se que mais estudos com diferentes populações de
bovinos da raça holandesa sejam realizadas para que este gene possa ser
efetivamente validado para uso em programas de melhoramento genético baseado
em marcadores.
Palavras-Chave:Mastite; SNP CGIL4; fenótipo; genótipo
ASSOCIAÇÃO ENTRE UM POLIMORFISMO NA REGIÃO NÃO TRADUZIDA
A 3’ COM NÍVEIS SÉRICOS REDUZIDOS DE MASP-3, A PROTEÍNA
IMPLICADA NA SÍNDROME 3MC
HELLEN CHRIS WEINSCHUTZ MENDES (UFPR) - BRASIL
ANGELICA BEATE WINTER BOLDT (UFPR) - BRASIL
RUDI STEFFENSEN
JENS CHRISTIAN JENSENIUS
STEFFEN THIEL () IARA JOSÉ DE MESSIAS REASON
Objetivo: A serina protease 1 associada à lectina ligante de manose (MASP1) tem um
papel fundamental na ativação do sistema complemento. O gene MASP1 codifica
também para duas outras isoformas, MAp44 e MASP-3, sendo esta última, implicada
na etiologia da síndrome 3MC (Malpuech facial clefting syndrome). Neste trabalho,
buscou-se identificar polimorfismos de MASP1 associados à regulação dos níveis
séricos de MASP-3 e MAp44. Métodos: De 350 amostras de doadores de sangue
dinamarqueses previamente quantificadas para MASP-3 e MAp44, foram
selecionadas 42 amostras, incluindo amostras representativas dos extremos da
distribuição de MASP-3. Estas foram amplificadas e haplotipadas com o auxílio de
iniciadores sequência-específicos (PCR-SSP) para os polimorfismos de nucleotídeo
único (SNP) rs72549262 e rs1109452 do exon 12, o qual é exclusivo de MASP-3. O
trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital de Aalborg e todos os
doadores assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os resultados
foram avaliados com os testes de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis e de correlação
de Spearman (GraphPad Prism 3.0) e os dados genotípicos e haplotípicos (obtidos
por contagem direta), foram analisados com o programa Arlequin 3.1. Resultados:
Identificou-se três haplótipos, na seguinte ordem de frequência: 67,4% CC, 22,8%
CT e 9,8% GT. A variante MASP1*58267T (rs110952) na região não traduzida do
exon 12 apresentou-se associada a níveis mais baixos de MASP-3 (medianas: 4526
ng/ml em homozigotos C/C comparado a 3255 ng/ml em indivíduos com a variante T,
P=0,008). Também houve uma tendência à associação entre este polimorfismo e
níveis mais baixos de MAp44 em heterozigotos C/T (medianas: 2005 ng/ml em
homozigotos C/C, 1647 ng/ml em C/T e 2261 ng/ml em T/T, P=0,092). Não houve
associação com o SNP rs72549262. Também não houve correlação entre os níveis
das isoformas MASP-3 e MAp44. Conclusões: Este é o primeiro trabalho a investigar
a influência de polimorfismos comuns nos níveis séricos das isoformas codificadas
pelo gene MASP1. Observou-se uma associação entre o polimorfismo rs110952 na
região não traduzida a 3’ do gene e os níveis séricos de MASP-3. Caso seja
confirmado com o aumento da amostragem, este resultado, assim como um possível
papel modulador nos níveis de MAp44, pode servir de subsídio para futuros estudos
de associação com doenças envolvendo a ativação do sistema complemento e o
desenvolvimento embrionário. Apoio: CNPq, CAPES.
Palavras-Chave:MASP1, polimorfismo, MASP-3, sistema complemento
AVALIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE SIRT1 E PERFIL LIPÍDICO EM
IDOSOS RIBEIRINHOS.
TÁLIS DE OLIVEIRA SILVA (UFSM) - BRASIL
ARAÊ RIGÃO DE OLIVEIRA (UFSM) - BRASIL
GUILLIERME CHERVENSKI FIGUEIRA (UFSM) - BRASIL
RAFAEL SAIDELLES (UFSM) - BRASIL
LUANA SUÉLING LENZ (UFSM) - BRASIL
NICOLLE KAYSE FERREIRA ARAUJO (UFSM) - BRASIL
IVANA BEATRICE MANICA DA CRUZ (UFSM) - BRASIL
O processo de envelhecimento tem se mostrado diretamente associado ao aumento
dos processos de estresse oxidativo e inflamatório no organismo que, por sua vez
estão relacionados a distúrbios metabólicos como a obesidade, o diabetes, a
hipertensão, a dislipidemia, o câncer, doenças cardiovasculares e
neurodegenerativas. As sirtuínas são um grupo de moléculas que apresentam-se
altamente conservadas entre as mais diversas espécies, estão divididas em sete
classes (SIRT1-7) e, constituem uma família de moléculas regulatórias - a família das
Desacetilases de histonas ou HDACs, que desempenham um papel fundamental na
reversão da acetilação regulatória das proteínas tipo histona. Estão relacionadas a
diversas funções celulares, sendo a Sirtuína 1 (SIRT1) relacionada com a regulação
transcricional, apoptose, regulação metabólica em geral como metabolismo
energético e de lipídeos, longevidade e senescência. Ainda a respeito da atividade da
SIRT1, ela regula a atividade dos receptores LXR do fígado- alfa e beta, que
funcionam como sensores de esterol na regulação do metabolismo lipídico e
colesterol. Nos seres humanos, polimorfismos da SIRT1 têm sido associados com
doenças como Alzheimer, Parkinson, colesterol, doenças cardiovasculares e
desordens relacionadas ao envelhecimento. Em japoneses, polimorfismos têm sido
associados com o metabolismo do colesterol, no entanto, estudos em outras
populações precisam confirmar essa associação. Como o perfil lipídico é
influenciada por variáveis ambientais, o objetivo deste estudo é avaliar a associação
entre o polimorfismo rs2273773 SIRT1 localizada no exon 5 (SIRT1-5) em uma
população de idosos ribeirinhos da Amazônia, residentes no município de Maués,
Brasil e seu perfil lipídico. Estes idosos apresentam um grande gasto energético e a
dieta baseada em peixe, farinha de mandioca e frutas. Realizou-se uma investigação
de estudo transversal utilizado uma amostra de 360 idosos ribeirinhos (13% do total
de Maués > 60 anos). Variáveis de saúde, antropométricas e bioquímicas foram
obtidas e a identificação do polimorfismo da SIRT1 foi realizada através do teste da
PCR (Polymerase Chain Reaction). As variáveis foram comparadas entre os
indivíduos com diferentes genótipos (CC, TT e TC). Em geral, observou-se um
excesso de genótipos heterozigóticos (CC = 13,3%, TT e TC = 3,3 = 83,3%) na
amostra analisada. TT-portadores apresentaram maiores níveis de HDL-colesterol
(83,0 ± 47,8) do que CC (41,9 ± 36,7) e CT (49,3 ± 38,4 mg / dL) (p = 0,031). Outros
parâmetros foram semelhantes entre os genótipos. O polimorfismo SIRT1-5 pode
afetar o perfil lipídico e o genótipo TT pode potencialmente representar um genótipo
de proteção já que está associado a um maior nível de colesterol HDL em alguns
indivíduos idosos com um estilo de vida padrão na região amazônica.
Palavras-Chave:SIRT 1; polimorfismo; envelhecimento.
AVALIAÇÃO DO POLIMORFISMO DE PRESENÇA/AUSÊNCIA DOS GENES
KIR ATIVADORES NA SUSCETIBILIDADE DA ARTRITE REUMATOIDE:
ASSOCIAÇÃO DO GENE KIR2DS2 COM MANIFESTAÇÃO ARTICULAR.
TICIANA DELLA JUSTINA FARIAS (UFSC) - BRASIL
DANILLO GARDENAL AUGUSTO () IVÂNIO ALVES PEREIRA () ADRIANA FONTES ZIMMERMANN (UFSC) - BRASIL
SÔNIA CRISTINA DE MAGALHÃES SOUZA FIALHO
YARA COSTA NETTO MUNIZ (UFSC) - BRASIL
ANDREA RITA MARRERO (UFSC) - BRASIL
MARIA LUIZA PETZL-ERLER (UFPR) - BRASIL
ILÍADA RAINHA DE SOUZA (UFSC) - BRASIL
As células natural killer (NK) estão alteradas em número e fenótipo na artrite
reumatoide (AR). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi investigar a
presença/ausência dos genes que codificam um dos receptores presentes nas células
NK, receptores das células killer semelhantes à imunoglobulina (KIR), em pacientes
com AR, bem como avaliar a associação da presença dos genes KIR ativadores com
o desenvolvimento da patogênese (estudo caso-controle) e com dados clínicos em
pacientes de Santa Catarina. Neste estudo foram avaliados 147 pacientes
diagnosticados com AR (casos) e 164 indivíduos sem histórico de doença autoimune
(controle) para a presença/ausência de 6 genes KIR ativadores (KIR2DS1, KIR2SD2,
KIR2DS3, KIR2DS4, KIR2DS5, KIR3DS1), através da técnica de PCR por primer de
sequência específica (PCR-SSP). As frequências gênicas foram estimadas por
contagem direta e o Odds Ratio (OR) foi estimado para avaliar associação dos genes
KIR ativadores com AR e com dados clínicos, sendo que p≤0,05 foi considerado
significativo. As amostras de pacientes e controles tiveram predominância de
mulheres (87%) com média de 53(±12) anos e com ascendência europeia (86%).
Quanto aos dados clínicos 61,54% dos pacientes com AR apresentaram elevados
níveis do fator reumatoide (FR) e 68,18% dos pacientes apresentaram alto índice de
DAS28, enquanto que 83,33% dos pacientes apresentaram alguma manifestação
restrita à articulação (MA) e 56,91% apresentaram manifestações extra-articulares e
comorbidades (MAE). As frequências de presença/ausência dos 6 genes KIR
ativadores em pacientes com AR assemelharam-se aos estudos com AR e outras
doenças autoimunes no Brasil, bem como as frequências destes genes no grupo
controle aproximaram-se aos demais estudos brasileiros para populações euro
descendentes. Não foi encontrada associação do polimorfismo de ausência e
presença dos genes ativadores com AR. No entanto, a presença do gene ativador
KIR2DS2 foi mais frequente em pacientes com AR que apresentaram MA em relação
ao grupo controle (OR=2,312; p=0,010). Vale ressaltar ainda que houve associação
do tabagismo com fator reumatoide (FR) em pacientes com AR (OR=2,947; p=0,02).
A presença dos genes KIR ativadores não foi associada ao desenvolvimento de AR
neste estudo. Entretanto, o gene KIR2DS2 foi mais frequente em pacientes com a
presença de MA, enquanto que o hábito tabagista foi associado com elevados níveis
de FR.
Palavras-Chave:Artrite reumatoide, genes KIR, receptores de natural killer
COMPOSIÇÃO ANCESTRAL DE PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO COMPARADA COM GRUPO INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS DA
REGIÃO DE RIBEIRÃO PRETO, SP.
NATALIA FAGUNDES CAGNIN (FMRP - USP) - BRASIL
CLÁUDIA VIEIRA WIEZEL (FMRP) - BRASIL
EDUARDO ANTONIO DONADI (FMRP-USP) - BRASIL
CELSO TEIXEIRA MENDES-JUNIOR (FFCLRP-USP) - BRASIL
AGUINALDO LUIZ SIMÕES (FMRP-USP) - BRASIL
Objetivo: Determinar a composição ancestral de pacientes de Lúpus Eritematoso
Sistêmico (LES), provenientes da região de Ribeirão Preto-SP e compará-la com a
composição ancestral de indivíduos saudáveis. Métodos: Foram genotipados por
reação em cadeia da polimerase (PCR) 12 marcadores informativos de
ancestralidade (FY-Null, AT3-I/D, LPL, RB2300, Sb19.3, APO, PV92, CKMM,
DRD2, MID-575, MID-52, MID-93) em 144 pacientes LES do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil e
em 121 indivíduos saudáveis da mesma região. Resultados: A composição ancestral
do grupo LES composta por 0,64 de contribuição Européia, 0,22 de Africana e 0,14
de Ameríndia, foi similar a composição ancestral encontrada no grupo controle
composta por 0,7 de contribuição Européia, 0,17 de Africana e 0,13 de Ameríndia. A
comparação par a par de frequências genotípicas dos 12 marcadores informativos de
ancestralidade revelou que não há diferença significativa entre os grupos pacientes
LES e controles (FST = 0,002 p = 0,135). Conclusões: Apesar de dados da literatura
indicarem que o risco para o desenvolvimento de LES parece ser aumentado em
grupos com ancestralidade Africana quando comparados com grupos Caucasianos,
os dados aqui apresentados mostraram que não há diferença significativa na
composição ancestral entre o grupo de pacientes LES e o grupo de controles
saudáveis da região de Ribeirão Preto. Suporte financeiro: CNPq, FAEPA.
Palavras-Chave:AIMs, Lúpus Eritematoso Sistêmico, composição ancestral
EFEITO DO POLIMORFISMO ALA16VAL DA SUPERÓXIDO DISMUTASE
DEPENDENTE DE MANGANÊS NA HEMÓLISE DE GLÓBULOS
VERMELHOS HUMANOS
PAULINE CHRIST LEDUR (UFSM) - BRASIL
CLARICE PINHEIRO MOSTARDEIRO (UFSM) - BRASIL
RAUL MOREIRA OLIVEIRA OLIVEIRA (UFSM) - BRASIL
SABRINA GUASTAVINO HOMRICH (UFSM) - BRASIL
FRANCINE CARLA CADONÁ (UFSM) - BRASIL
ALENCAR KOLINSKI MACHADO (UFSM) - BRASIL
MARCO AURÉLIO MOSTARDEIRO (UFS) - BRASIL
IVANA BEATRICE MANICA DA CRUZ (UFSM) - BRASIL
Apesar das células vermelhas do sangue (RBC) não possuírem mitocôndrias, alguns
estudos experimentais têm sugerido que a deficiência da enzima superóxido
dismutase dependente de manganês (SOD2) está vinculada com lesão oxidativa e
redução da atividade das RBCs. Todavia, a eficiência da SOD2 em células
hematopoiéticas humanas e as RBCs ainda é incerto. O objetivo deste trabalho foi
investigar se o polimorfismo Ala16Val do gene da SOD2 (rs4880), que está associada
a eficiência da enzima SOD2, poderia exercer influencia sobre a qualidade geral de
glóbulos vermelhos obtidos de doadores saudáveis de diferentes genótipos desta
enzima. Inicialmente, comparamos parâmetros hematológicos e biomarcadores
oxidativos em amostas de RBCs obtidos de 100 doadores saudáveis de diferentes
genótipos da SOD2 (AA, AV e VV). Sequencialmente, testamos se o tratamento in
vitro com queleritrina, um inibidor da atividade da proteína quinase C (PKC),
apresenta influência similar nas células vermelhas considerando os genótipos da
SOD2. As hemácias de doadores do genótipo AA apresentaram menores níveis de
hemólise, de proteínas oxidativas avançadas (AOPP) e óxido nítrico (NO) do que de
indivíduos do genótipo VV. Além disso, a resposta ao tratamento com queleritrina foi
genótipo dependente, de forma que o genótipo AA mostrou maior sensibilidade. Os
resultados sugerem que a eficiência da enzima SOD2 influencia em células
vermelhas humanas, de forma que assim, surge a hipótese de aplicabilidade clínica,
sendo necessários novos estudos experimentais nessa área.
Palavras-Chave:Superóxido dismutase; polimorfismo; glóbulos vermelhos
EFEITO IN VITRO DO QUIMIOTERÁPICO METOTREXATO EM
INDICADORES DE CITO-GENOTOXICIDADE E INFLAMAÇÃO EM
CÉLULAS MONONUCLEARES PERIFÉRICAS PORTADORAS DE
DIFERENTES GENÓTIPOS DO POLIMORFISMO ALA16VAL-SOD2.
FERNANDA BARBISAN (UFSM) - BRASIL
JÉSSICA DE ROSSO MOTTA (UFSM) - BRASIL
RODAYNE KHOURI NASCIMENTO KHOURI NASCIMENTO (UFSM) - BRASIL
MATHEUS MARCON (UFSM) - BRASIL
IVANA BEATRICE MANICA DA CRUZ (UFSM) - BRASIL
Objetivo: Investigar o efeito in vitro do metotrexato (MTX) em indicadores de citogenotoxicidade e inflamação em células mononucleares periféricas (CMP)
portadoras de diferentes genótipos do polimorfismo Ala16Val-SOD2. Metodologia: O
presente estudo experimental, in vitro foi conduzido com amostras de CMPs obtidas
a partir de indivíduos saudáveis previamente genotipados para o polimorfismo
Ala16Val-SOD2. Após a coleta do sangue e separação das CMPs a amostra de cada
indivíduo foi dividida em dois grupos: sem tratamento (Controle, C) e tratadas com
MTX (10 µM). Estas amostras foram incubadas por 24h, 37º. Após este período foi
feita a determinação da viabilidade por ensaio MTT, o efeito genotóxico (ensaio
DNA Cometa), níveis de espécies ativas de oxigênio (EAOs), e análise de marcadores
inflamatórios (Caspase 1) e apoptóticos (caspases 3, 8) via imunoensaios. Os
tratamentos foram estatisticamente comparados com analise de variância de duas
vias seguida de post hoc de Bonferroni. Resultados: O efeito citogenotóxico e na
modulação de marcadores inflamatórios e apoptóticos foi influenciado pelo
polimorfismo Ala16Val-SOD2. CMPs-AA apresentaram maior viabilidade celular e
menores níveis de caspase. Já os níveis de EAos bem como de genotoxicidade foram
similares entre as CMPs tratadas e não tratadas independente do genótipo.
Conclusão: O conjunto dos resultados sugere que o polimorfismo Ala16Val-SOD2
possui influência farmacogenética ao MTX relacionada a toxicidade deste fármaco.
Estudos complementares in vivo precisam ser conduzidos para averiguar o potencial
impacto clinico destes resultados.
Palavras-Chave:Metotrexato, SOD2, farmacogenética, citotoxicidade
EFEITO TOXICOGENÉTICO DO POLIMORFISMO ALA16VAL DO GENE
MNSOD EM LEUCÓCITOS EXPOSTOS IN VITRO AO METILMERCÚRIO
CHARLES ELIAS ASSMANN (UFSM) - BRASIL
PAULINE CHRIST LEDUR (UFSM) - BRASIL
SUZIANI DA CRUZ (UNIFRA) - BRASIL
ADRIANO FLESCH LENZ (UFSM) - BRASIL
THAÍS DOELER ALGARVE (UFSM) - BRASIL
IVANA BEATRICE MANICA DA CRUZ (UFSM) - BRASIL
A contaminação ambiental por metilmercúrio (MeHg) é um grande problema para a
saúde pública em algumas regiões do mundo, como a Amazônia. Seus efeitos tóxicos
parecem ser influenciados tanto por fatores ambientais como genéticos. Porém,
ainda há poucos estudos avaliando a influência genética em humanos expostos ao
MeHg. Assim, o presente estudo buscou avaliar a influência do polimorfismo
genético presente na enzima Superóxido Dismutase dependente de manganês
(Ala16Val-MnSOD) sobre os efeitos citotóxicos relacionados à exposição ex vivo ao
MeHg em leucócitos humanos. A partir da genotipagem de 100 indivíduos (26,4±7,3
anos) foram selecionados sujeitos com diferentes genótipos (AA=08, VV=06 e
AV=12) para a realização dos testes. Foi avaliada a citotoxicidade (via ensaio MTT)
e a produção de radicais livres – RL – (via ensaio da fluorescência da DCFH-DA)
em amostras de leucócitos, dos mesmos sujeitos, expostas e não expostas ao MeHg
(2,5µM por 6h). Os resultados mostraram que leucócitos AA e VV expostos ao MeHg
não aumentaram significativamente os níveis de produção de EROS (Espécies
Reativas de Oxigênio) quando comparados ao grupo controle. Entretanto, os
leucócitos AV, quando expostos ao MeHg, aumentaram a produção de EROs.
Contudo, leucócitos AA expostos ao MeHg apresentaram menor viabilidade quando
comparados aos leucócitos dos genótipos VV e AV sob as mesmas condições. Isto
ocorre provavelmente pelo fato do genótipo AA apresentar maior produção basal de
peróxido de hidrogênio (H2O2) do que os demais genótipos. Estes resultados
sugerem efeito toxicogenético na resposta de células humanas expostas ao MeHg.
Palavras-Chave:Metilmercúrio, Polimorfismo Ala16Val SOD2, Estresse Oxidativo, Viabilidade Celular
ESTUDO ASSOCIATIVO ENTRE VARIANTES GENÉTICAS NAS VIAS DE
DANO OXIDATIVO E O DESFECHO DE PACIENTES CRÍTICOS
FERNANDA MAJOLO (PUCRS) - BRASIL
CLARICE ALHO (PUCRS) - BRASIL
No paciente crítico pode haver Disfunção Múltipla de Órgãos (MODS) e Falência
Múltipla de Órgãos (MOF) por causa de sepse. A sepse, um problema de saúde
pública de grande importância, é uma infecção generalizada, a qual pode evoluir
para o choque séptico (sepse + hipotensão), com a possibilidade de óbito. Pacientes
internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são caracterizados por
apresentarem um quadro patológico crítico e complexo decorrente de fragilidades
fisiológicas graves. A ocorrência de infecção adquirida na UTI já foi relacionada
com a permanência prolongada destes pacientes na unidade e com a evolução da
severidade da disfunção de órgãos, resultando no aumento da taxa de mortalidade. A
equipe de tratamento da UTI se dispõe a salvar o paciente com antibióticos, antiinflamatórios e suporte hemodinâmico na tentativa de controle do foco da infecção.
Em alguns pacientes se consegue controlar a hipotensão e reperfundir os órgãos de
sangue. Mesmo assim, alguns pacientes vão a óbito, pois durante a hipotensão se
desencadearam as vias de dano oxidativo e de necrose, e uma vez desencadeadas, se
tornam irreversíveis. Acredita-se que versões variadas da GPx1,e outras enzimas que
estão diretamente envolvidas com o dano oxidativo possam controlar estes processo
de forma diferente. Conhecer as variantes polimórficas dos genes que codificam as
enzimas GPx1 tem um papel importante para desvendar o efeito que a herança
genética pode ter no desfecho da sepse e choque séptico, bem como sua influência na
suscetibilidade de pacientes com estas condições. O objetivo do presente trabalho é
avaliar variantes polimórficas do gene GPx1 para o desfecho de sepse, choque
séptico, disfunções orgânicas em pacientes críticos. Amostras de DNA extraído de
sangue periférico de 650 indivíduos adultos internados na Unidade de Terapia
Intensiva Geral (UTI) do Hospital São Lucas - PUCRS foram obtidos e a região
3p21.3. do gene GPx-1 foi sequenciado. As análises estatísticas foram submetidas ao
software SPSS. Os genótipos foram denominados: LL (homozigotos para Leucina),
LP (heterozigotos) e PP (homozigotos para Prolina). Os resultados mostraram as
seguintes frequências para o grupo total de pacientes críticos: LL=0,20; LP=0,55;
PP=0,25, estando em equilíbrio de Hardy- Weinberg (Chi Square Test; p=0,749).
Entre os pacientes críticos sépticos as frequências foram: LL=0,22; LP=0,54;
PP=0,24, estando em equilíbrio de Hardy-Weinberg (Chi Square Test; p=0,883). Não
foi encontrada diferença significativa entre os subgrupos de pacientes sépticos e não
sépticos (Chi Square Test; p=0,918). Pacientes portadores do alelo 198Leu poderiam
apresentar tecidos respondendo pior ao estresse oxidativo gerado na sepse, pois este
alelo está associado a deficiência na funcionalidade da enzima. Esses são resultados
prévios, onde será aumentado o número amostral.
Palavras-Chave:GPx-1;Polimorfismo;Sepse;SNP
ESTUDO CLÍNICO E GENÉTICO DE GRUPO DE PACIENTES BRASILEIROS
COM DESORDENS DO ESPECTRO ALCOÓLICO FETAL
GRAZIELA PARONETTO MACHADO ANTONIALLI (NUGEN) - BRASIL
BRUNO COPRERSKI
RENATA MOLDENHAUER MINILLO (UNIFESP) - BRASIL
MICHELE PATRICIA MIGLIAVACCA (UNIFESP) - BRASIL
DECIO BRUNONI (UPM) - BRASIL
ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL
Introdução: A dependência de álcool é um importante problema de saúde pública. O
efeito teratogênico do álcool sobre o feto compreende um espectro de anomalias
estruturais, neurológicas, cognitivas e comportamentais conhecidas como Desordens
do Espectro Alcoólico Fetal – FASD, em que o fenótipo mais grave caracteriza a
Síndrome Alcoólica Fetal (SAF). A influência dos polimorfismos nos loci
codificadores das enzimas álcool desidrogenase (ADH) e acetaldeído desidrogenase
(ALDH) é bem caracterizada no risco do desenvolvimento de dependência ao álcool
em algumas populações, e contribuíram para um melhor entendimento da
contribuição dos fatores genéticos na ação teratogênica do álcool. Objetivos: 1)
Estudar as manifestações clínicas em amostra de pacientes com FASD de acordo com
os Critérios Diagnósticos de Washington; 2) Estabelecer a frequência dos
polimorfismos dos genes das enzimas ADH (ADH1B*3, ADH1B*3, ADH1C*2) e
ALDH (ALDH2*2) nestes pacientes; 3) Comparar os genótipos encontrados nos
pacientes com FASD e a frequência esperada para a população brasileira saudável.
Resultados: Foram avaliadas sob o protocolo de avaliação conhecido como Critérios
Diagnósticos de Washington (The 4-digit Diagnostic Code) 28 crianças brasileiras
com idade entre 11 meses e 17 anos e diagnóstico clínico de FASD. De acordo com
estes critérios, 35,7% dos pacientes (10) foram englobados na categoria diagnóstica
A, que representa a SAF com exposição ao álcool definida, 9 pacientes (32,1%)
foram englobados na categoria C, que representa a SAF Parcial com exposição ao
álcool definida, e os demais pacientes foram classificados entre as categorias E, F, H
e J. Quanto aos polimorfismos: ADH1B*2: genótipo ADH1B*1/1 em 85,19% e
ADH1B*1/2 em 14,81%. Polimorfismo ADH1B*3: genótipo ADH1B*1/1 em 52,17%,
ADH1B*1/3 em 43,48% e ADH1B*3/3 em 4,34%. Polimorfismo ADH1C*2: genótipo
ADH1C*1/1 em 65,38%; ADH1C*1/2 em 19,24% e ADH1C*2/2 em 10,89%.
Polimorfismo ALDH2*2: genótipo ALDH2*1/1 em 98,02% e ALDH2*1/2 em
15,38%. Não foram encontradas diferenças significativas entre a distribuição dos
genótipos de ADH1B*2 e ALDH2*2 encontrado entre os pacientes e o esperado para
população brasileira. O alelo ADH1B*3 foi significativamente mais frequente entre
os pacientes quando comparado com o esperado para a população brasileira
saudável (p<0,001). O alelo ADH1C*2 foi significativamente menos frequente entre
os pacientes quando comparado com o esperado para a população brasileira
saudável (p=0,0058). Conclusões: Apesar de ainda se tratar de uma amostra
pequena de pacientes com FASD, podemos sugerir que a presença do alelo
ADH1B*3 possa ser um fator de risco e a presença do alelo ADH1C*2 possa ser um
fator de proteção contra o desenvolvimento das desordens do espectro alcoólico fetal
na população brasileira.
Palavras-Chave:Desordens do Espectro Alcoólico Fetal, Síndrome Alcoólica Fetal, enzima álcool desidrogenase,
enzima aldeído desidrogenase, polimorfismos.
ESTUDO DA FREQUÊNCIA DOS POLIMORFISMOS DA ENZIMA ÁLCOOL
DESIDROGENASE (ADH1B E ADH1C) E ALDEÍDO DESIDROGENASE
(ALDH2) EM MULHERES ETILISTAS BRASILEIRAS
GRAZIELA PARONETTO MACHADO ANTONIALLI (NUGEN) - BRASIL
BRUNO COPRESKI () RENATA MOLDENHAUER MINILLO (UNIFESP) - BRASIL
MICHELE PATRICIA MIGLIAVACCA (UNIFESP) - BRASIL
DECIO BRUNONI (UPM) - BRASIL
ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL
Introdução: A dependência de álcool é um importante problema econômico,
interpessoal e social em todo o mundo, contribuindo com altos índices de morbi
mortalidade nas sociedades. A influência dos polimorfismos nos loci codificadores
das enzimas álcool desidrogenase (ADH) e aldeído desidrogenase (ALDH),
responsáveis pela metabolização do álcool, no risco do desenvolvimento de
dependência ao álcool é bem caracterizado em algumas populações. A participação
destes polimorfismos na dependência ao álcool ainda não é bem estabelecida e
caracterizada para a população brasileira. Objetivos: Determinar a frequência dos
polimorfismos de ADH1B (ADH1B*2 - Arg47His e ADH1B*3 - Arg369Cys), ADH1C
(ADH1C*2 - Ile349Val), e ALDH2 (ALDH2*2) em população de mulheres etilistas
brasileiras e compará-la a frequência populacional brasileira destes polimorfismos.
Metodologia: Um grupo de 56 mulheres etilistas foi avaliado por instrumentos de
rastreamento do uso inadequado do álcool (CAGE, T-ACE, TWEAK e Short Alcohol
Dependence Data - SAAD). O DNA genômico foi isolado de sangue periférico destas
pacientes, e para a detecção dos polimorfismos dos genes da enzima álcool
desidrogenase (ADH1B*2, ADH1B*3, e ADH1C*2) e aldeído desidrogenase
(ALDH2*2), a região de interesse destes genes foi amplificada por técnica de PCR e
o resultado analisado por eletroforese em gel, após digestão por enzima de restrição
específica. Resultados: Todas as mulheres apresentaram resultado positivo para
dependência ao álcool nos instrumentos CAGE, T-ACE e TWEAK. De acordo com as
respostas obtidas no instrumento SAAD, 66,67% das mulheres apresentam
dependência classificada como grave; 45% apresentam dependência moderada e
5,88% apresentam dependência leve. Para o polimorfismo ADH1B*2 foram
encontrados 94,34% do genótipo ADH1B*1/1 e 5,66% do genótipo ADH1B*1/2.
Para o polimorfismo ADH1B*3 foram encontrados 94,23% do genótipo ADH1B*1/1;
3,85% de ADH1B*1/3 e 1,92% de ADH1B*3/3. Para o polimorfismo ADH1C*2
foram encontrados 64,15% do genótipo ADH1C*1/1, 32,08% de ADH1C*1/2 e
3,77% de ADH1C*2/2. E para o polimorfismo ALDH2*2 foram encontrados 100%
do genótipo ALDH2*1/1. Não foram encontradas diferenças significativas entre a
distribuição dos genótipos de ADH1B*2, ADH1B*3 e ALDH2*2 encontrado entre as
etilistas e o esperado para população brasileira. O alelo ADH1C*2 foi
significativamente menos frequente entre as etilistas quando comparado com o
esperado para a população brasileira saudável (p=0,0058). Conclusões: Apesar de
ainda se tratar de uma amostra pequena de etilistas, podemos sugerir que a presença
do alelo ADH1C*2 possa ser um fator de proteção contra o desenvolvimento da
dependência ao álcool na população feminina brasileira.
Palavras-Chave:Alcoolismo, enzima álcool desidrogenase, enzima aldeído desidrogenase, polimorfismos.
ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DE FREQUÊNCIA ALÉLICA DE 3
POLIMORFISMOS NO GENE IRF6 EM PACIENTES COM FISSURAS ORAIS
NO ESTADO DO PARÁ
DANILO LEÔNCIO PEREIRA DE AGUIAR () MARIA ELISABETE SILVA SANTOS () GEISON LUIZ COSTA DE CASTRO (UFPA) - BRASIL
NEILA SARJA BARROS () ROSANY DE OLIVEIRA LISBOA () MISLENE CISZ
FLAVIA MARTINEZ DE CARVALHO (UFRJ) - BRASIL
E-MAIL: [email protected]
LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA SANTANA DA SILVA (UFPA) - BRASIL
Objetivos: Verificar se as frequências alélicas nos polimorfismos rs2235371(C>T),
rs2013162(C>A) e rs642961(G>A) no gene IRF6 estão associados às fissuras orais
(FO) através do teste de associação alélica. Material e métodos: A amostra foi
composta por 130 indivíduos afetados por FO e um grupo controle de 205 indivíduos
exclusivamente nascidos no Estado Pará. Todos os participantes foram recrutados
entre dezembro de 2010 e dezembro de 2011 no setor de Fissuras orais do Hospital
Ophir Loyola (HOL), Belém–Pará. Utilizou-se o software PLINK 1.07 para testar as
diferenças entre as frequências alélicas de cada polimorfismo entre os indivíduos do
grupo com FO e o grupo controle. Para verificar se essas frequências foram
diferentes foi realizado o teste de Qui–quadrado. Resultados: A diferença nas
frequências alélicas entre o grupo com FO e o grupo controle com relação ao
rs2235371(C>T) foi discrepante, no entanto não foi estatisticamente significante (p
= 0,0892). A razão de chances (OR) menor que 1 sugeriu que este polimorfismo pode
estar atuando como fator de proteção às FO. Os outros 2 polimorfismos também não
apresentaram nenhuma diferença significativa entre o grupo com FO e o grupo
controle. Conclusão: Não foi encontrada nenhuma associação alélica entre os 3
polimorfismos avaliados e a frequência de FO na população estudada. Estudos
genotípicos e de associação com fatores ambientais devem ser realizados para
melhor esclarecimento da casuística desse tipo de malformação congênita.
Palavras-Chave:Fissuras orais, polimorfismos, IRF6
ESTUDO FARMACOGENÉTICO EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA
DO SUL DO BRASIL TRATADAS COM INIBIDORES DA AROMATASE.
OSVALDO ARTIGALÁS (UFRGS) - BRASIL
ANA PAULA ASTARITA SANGOI (UFRGS) - BRASIL
BRUNO VARGAS SILVA (UFRGS) - BRASIL
VANESSA GIARETTA (UFRGS) - BRASIL
PEDRO LIEDKE () RODRIGO PEREZ PEREIRA (HCPA) - BRASIL
MARA HELENA HUTZ () PATRÍCIA ASHTON-PROLLA () IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL
Introdução: O câncer de mama (CM) é um problema de saúde pública mundial,
sendo a primeira causa de óbito por câncer entre mulheres no Brasil. A terapia
endócrina (TE) – na qual os inibidores da aromatase (IA) se incluem - é componente
importante da terapia adjuvante do CM-receptores hormonais positivos. Acredita-se
que a resposta e efeitos adversos dos IA possam estar relacionados ao seu
metabolismo pela enzima aromatase codificada pelo gene CYP19A1. Objetivo: Nosso
estudo procura avaliar fatores clínicos e farmacogenéticos que influenciam na
resposta aos IA, a fim de tornar essa opção terapêutica mais eficaz e custo-efetiva.
Métodos: Em estudo longitudinal prospectivo, foram coletadas amostras de saliva
para extração de DNA e posterior e análise de polimorfismos do gene CYP19A1, de
78 pacientes com CM em tratamento com IA, atendidas no Hospital de Clínicas de
Porto Alegre. Além disso, dados clínicos das mesmas foram obtidos por meio do
preenchimento de ficha clínica específica. Resultados: Das 78 pacientes, 94,8%
declararam-se caucasianas e 5,2% afrodescendentes, com média de idade de 64,7
anos, sendo todas provenientes do Rio Grande do Sul (46,2% de Porto Alegre). ). A
maior parte das pacientes fez uso prévio de tamoxifeno (84,6%), sendo que 96,1%
(75/78) realizaram quimioterapia previamente a TE. As pacientes eram
menopausadas em 53% dos casos (média de idade da menopausa: 47,8 anos). A
média de idade do diagnóstico foi de 59,4 anos, sendo o tipo histológico
predominante o Carcinoma Ductal Invasor (73,1%). Quanto ao grau histológico,
22,7% das pacientes tinham tumores grau I, 53,3% grau II e 25% grau III, com perfil
imunohistoquímico descrito em 73 pacientes (93,6%), dos quais 95,8% e 89%
apresentavam expressão de receptores de estrogênio e progesterona,
respectivamente; positividade para HER2 estava presente em 5,1% dos casos
descritos (2/39). A principal indicação de IA nas nossas pacientes (54,1%) foi
esquema “switch” (3 anos de T seguidos de 2 anos de IA), seguido de progressão
tumoral com T (13,2%), menopausa (7,4%) e efeitos adversos ou reações alérgicas
ao T (7,4%). Entre os IA, a maioria das pacientes fez uso anastrozol (89,7%), e as
demais estavam em uso de exemestano (7,7%) ou letrozol (2,6%); a média de tempo
de uso de IA nessa amostra foi de 21,5 meses. Efeitos adversos foram referidos por
61,5% das pacientes, com uma média de 1,5 efeitos adversos por paciente, sendo os
mais freqüentes: fogachos (24/78), dores articulares (15/78), dores ósseas (13/78),
dores musculares (8/78) e diminuição da função articular (6/78). As análises de
polimorfismos estão em andamento. Discussão: O nosso trabalho mostra que o perfil
das pacientes incluídas está de acordo com o publicado na literatura, com altos
índices de efeitos adversos músculo-esqueléticos, resultando em interrupção ou
descontinuamento do tratamento com perda da efetividade e alto custo relacionado.
O maior detalhamento clínico, bem como a relação com dados moleculares no
decorrer do estudo, poderão vir a proporcionar informações que visem à
individualização das doses e esquemas de uso, bem como melhor indicação e risco
de efeitos adversos às pacientes. Apoio: FAPERGS, FIPE-HCPA, Propesq-UFRGS.
Palavras-Chave:câncer de mama, inibidores da aromatase, farmacogenética, CYP19A1
ESTUDO GENÉTICO DO MYCOBACTERIUM LEPRAE EM INDIVÍDUOS
SADIOS EM FORTALEZA, CEARÁ.
MARIA DENISE FERNANDES CARVALHO (UECEAPAEUNICHRISTUS) - BRASIL
NAYANA MARQUES VIDAL MARQUES VIDAL (UNICHRISTUS) - BRASIL
SABRINA AGUIAR FORTE () ANTONIO MIGUEL FURTADO LEITÃO (UNICHRISTUS) - BRASIL
A hanseníase é considerada um problema de saúde pública, atingindo uma
população independente da faixa etária e do sexo. Portadores assintomáticos da
micobactéria podem ser possíveis reservatórios do Mycobacterium leprae em baixas
concentrações, representando fonte de transmissão da doença. Por meio da detecção
de DNA, analisamos o Mycobacterium leprae em secreção nasal de indivíduos
saudáveis em uma área não-endêmica através da técnica de reação em cadeia da
polimerase (PCR). Método: 121 indivíduos de um Centro Universitário de Saúde
particular de Fortaleza foram selecionados para a coleta de material com o swab
nasal. Tal amostra foi acondicionada para a extração de DNA com a realização da
amplificação do material nucléico e visualização do PCR, além de aplicação de
questionário epidemiológico. Resultados: Observou-se que 28% dos indivíduos
possuíam PCR positivo versus 79% com o laudo negativo. Foi evidenciado que a
maioria era do sexo feminino com idade entre 18 e 30 anos, solteira, considerada de
cor parda com alto poder aquisitivo e foi relatado vacinação com a BCG presente,
bem como a presença de cicatriz em membro superior. Em análise dos hábitos
sociais, verificou-se que a maioria nunca havia tomado banho de açude, feito a
ingestão de carne de tatu ou peba, bem como a criação de animais ficou restrita aos
domésticos (por exemplo, gato e cachorro). Conclusão: A relevância da detecção de
portadores assintomáticos do Mycobacterium leprae através da PCR em amostra de
swab nasal demonstra o benefício em prol do monitoramento destes indivíduos de
forma rápida e de custo acessível, além de contribuir para melhorar as estratégias
epidemiológicas na vigilância de uma doença endêmica no Brasil como a
Hanseníase.
Palavras-Chave:Epidemiologia. Hanseníase. PCR. Swab nasal. Fortaleza.
EXPRESSÃO DO HLA-E EM PLACENTA DE MULHERES INFECTADAS OU
NÃO PELO HIV-1
JULIANA MARTINEZ (EERP-USP) - BRASIL
MARIANA RODRIGUES SANTIAGO (EERP) - BRASIL
TARSIA GIABARDO ALVES SILVA (FCFAR UNESP) - BRASIL
ROBERTA SERON SANCHES (EERP/USP) - BRASIL
RENAN AUGUSTO PEREIRA (FMRP-USP) - BRASIL
GYL EANES BARROS SILVA () CHRISTIANE PIENNA SOARES () FERNANDO CHAHUD () EDUARDO ANTONIO DONADI (FMRP-USP) - BRASIL
ANA PAULA MORAIS FERNANDES (EERP-USP) - BRASIL
Objetivo: Analisar e comparar a expressão da molécula HLA-E em tecidos
placentários de mulheres infectadas ou não pelo HIV-1. Método: Trata-se de um
estudo transversal e descritivo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo. Foram submetidos ao processamento imunohistoquímico 49
fragmentos de tecido placentário que continham as interfaces materna e fetal da
placenta. Desses, 33 fragmentos era de mulheres infectadas pelo HIV-1 e 16 de
mulheres não infectadas. A expressão da molécula HLA-E foi analisada por um
patologista e classificada como negativa (<5% de marcação), 1+ (6-25% de
marcação), 2+ (26-50%), 3+ (51-75%) e 4+ (>75%). Resultados: A expressão da
molécula HLA-E nos tecidos placentário se deu principalmente na região do
trofoblasto extraviloso (TEV) e em células endoteliais, mas não em vilosidades. Das
placentas advindas de mulheres infectadas pelo HIV-1, 30,3% apresentou marcação
negativa para HLA-E, 27,3% marcou 1+, 21,2% marcou 2+, 15,2% marcou 3+ e
6,0% marcou 4+. Das placentas advindas de mulheres não infectadas pelo HIV-1,
6,25% apresentou marcação negativa para HLA-E, 37,5% marcou 1+, 6,25%
marcou 2+, 25,0% marcou 3+ e 25,0% marcou 4+. Nessa amostra, os dados indicam
que a expressão negativa da molécula HLA-E foi mais frequente (p=0,076) nas
placentas de mulheres infectadas pelo HIV-1 e que a expressão de 4+ foi mais
frequente (p=0,079) nas placentas de mulheres não infectadas pelo HIV-1, o que
contradiz nossa hipótese inicial. Para as demais marcações não foi observado
associação significativa entre a expressão da molécula HLA-E e a infecção pelo HIV1. Conclusão: Estudos indicam que alguns fatores imunogenéticos podem estar
associados na determinação da ocorrência da transmissão materno-infantil (TMI) do
HIV-1. Considerando que o gene responsável pela codificação da molécula HLA-E é
altamente expresso no período gestacional a fim de contribuir com o sucesso da
gestação, e que o HIV-1 é capaz de agir nesse gene aumentando sua expressão a fim
de inibir a atuação do sistema imune, é fundamental analisar a correlação desses
dois fatores a fim de melhor compreender os aspectos fisiológicos que estão
envolvidos na determinação da TMI do HIV-1. A molécula HLA-E marcou
principalmente no TEV e em células endoteliais, mas não nas vilosidades, conforme
também descrito na literatura. Nessa amostra identificamos menor expressão da
molécula HLA-E em mulheres infectadas pelo HIV-1 do que em mulheres não
infectadas. Entretanto outros estudos são necessários para melhor compreender a
atuação dessa molécula na fisiologia da gravidez, especialmente quando associadas
com a presença do HIV-1.
Palavras-Chave:expressão; HLA-E; placenta; HIV-1
FLUXOGRAMA PARA DETECÇÃO DE VARIANTES POTENCIALMENTE
FUNCIONAIS
IZINARA ROSSE DA CRUZ (UFMG) - BRASIL
PABLO AUGUSTO DE SOUZA FONSECA (UFMG) - BRASIL
FERNANDA CAROLINE DOS SANTOS (UFMG) - BRASIL
MARIA GABRIELA CAMPOLINA DINIZ PEIXOTO (EMBRAPA) - BRASIL
MARIA DE FÁTIMA ÁVILA PIRES ÁVILA PIRES (EMBRAPA) - BRASIL
ALINE APARECIDA SILVA MARTINS (UFMG) - BRASIL
MARIA RAQUEL SANTOS CARVALHO (UFMG) - BRASIL
Como o aparecimento de novas técnicas de mapeamento genético, como o GWAS, de
detecção de deleções/duplicações, como o aCGH, e de sequenciamento, como o
sequenciamento completo de genomas e do exoma, o número de novas variantes vem
aumentando exponencialmente. Isto coloca a questão da identificação da relevância
funcional de cada nova variante genética. Esta questão é complexa, pois a maioria
das variantes é implicada indiretamente no fenótipo e a comprovação de sua
relevância funcional depende de estudos subsequentes. Uma vez que a maioria das
variantes não tem repercussão funcional, a seleção daquelas que deverão ser
incluidas em estudos subsequentes precisa se basear em critérios claros. O número
de ferramentas disponíveis também tem aumentado bastante nos últimos tempos. No
presente estudo, nós propomos um fluxograma para a seleção de variantes
potencialmente funcionais. Este fluxograma se basea na resposta das seguintes
perguntas: como foi a conservação evolutiva das variantes? Qual o impacto das
variantes sobre os splicings constitutivo e alternativo? Qual o impacto dos SNPs
exônicos sobre a sequência predita de proteína? Qual o impacto das variantes sobre
os sítios de reconhecimento de miRNAs? Para fim de solucionar essas perguntas,
estabelecemos um fluxograma baseado nas seguintes ferramentas bioinformacionais:
Mega 5.10, Clustal W, Emsembl, PHASE, Translate Tool (Expasy), ORF finder
(NCBI), codon usage tables, miRbase, entre outras. Os critérios da seleção das
ferramentas foram: disponíveis para o público em geral e facilidade de uso. Como
teste de conceito usamos um fragmento do gene da oxitocina bovina, sequenciado
por nós. Nele foram identificados 10 polimorfismos, dos quais cinco afetam sítios
evolutivamente conservados; tres afetam sítios aceptores ou doadores de splicing,
levando ao aparecimento de ORFs alternativas; dois ocorrem em exons, mas geram
mutações silenciosas. O uso das tabelas de utilização preferencial de codons permitiu
detectar que ambos afetam o codon preferencial e que em consequência disto, estes
SNPs podem ser funcionais. Além disto quatro deles afetam sítios de ligação de
miRNAs. Considerando o conjunto de análises realizados, três dos SNPs surgem
como possíveis candidatos funcionais. Além disto, este fluxograma permite apontar
quais as próximas etapas. Neste caso, por exemplo, o fato de aparecerem ORFs
alternativas sugere que as próximas etapas devem incluir o levantamento de bases de
dados de transcriptômica, em busca das ORFs putativas identificadas. O fluxograma
proposto, por focar em funções muito básicas do funcionamento do DNA, RNA e
proteínas tem potencial para ser usado em qualquer espécie.
Palavras-Chave:GWAS, aCGH, exoma, variantes, relevância funcional, ferramentas bioinformacionais
FREQUÊNCIA ELEVADA DE LCT*-13910 C>T ASSOCIADO À
PERSISTÊNCIA DA LACTASE NA POPULAÇÃO MENONITA DO BRASIL
STEFANIE EPP BOSCHMANN (UFPR) - BRASIL
ANGELICA BEATE WINTER BOLDT (UFPR) - BRASIL
ILÍADA RAINHA DE SOUZA (UFSC) - BRASIL
MARIA LUIZA PETZL-ERLER (UFPR) - BRASIL
IARA JOSE TABORDA DE MESSIAS-REASON
Objetivo: Considerando que a expressão da enzima lactase, responsável por clivar a
lactose em glicose e galactose, diminui após a infância em 65% da população
mundial causando a má-digestão desse carboidrato em adultos, e que em populações
com uma longa história de pastoralismo e ordenha, a persistência da lactase (PL) é
prevalente e foi associada a polimorfismos inseridos na região intensificadora do
gene da lactase LCT, nos propomos a investigar a frequência do polimorfismo 13910 C>T, fortemente associado a PL em europeus e também observado em países
não-europeus como o Brasil, e inferir a partir desse marcador os fenótipos
persistência da lactase e hipolactasia primária na população menonita e eurobrasileira do Sul do Brasil. Os menonitas são de descendência europeia e fazem
parte de um grupo favorável para estudos genéticos e de população devido à sua
história de endogamia desde o século XVI e à agregação de doenças observada entre
eles. Métodos: O estudo foi aprovado pelo comitê de ética do Hospital de Clínicas /
UFPR e os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
Após a extração de DNA de leucócitos, utilizamos a PCR de sequencia específica
(PCR-SSP) para genotipar 151 menonitas, 78 (51,7%) do sexo feminino e 73 (48,3%)
do sexo masculino, e 292 euro-brasileiros, 150 (51,4%) do sexo feminino e 142
(48,6%) do sexo masculino. A idade entre os menonitas variou de 18 a 89 (média de
idade = 43), e entre os euro-brasileiros de 18 a 64 (média de idade = 36). As
frequências genotípicas e alélicas foram obtidas por contagem direta. Para a análise
populacional verificamos o equilíbrio de Hardy-Weinberg e realizamos o teste exato
de diferenciação populacional com o software Arlequin 3.5. Resultados: A frequência
da variante -13910*T foi praticamente o dobro entre os menonitas comparado aos
euro-brasileiros (0.63 vs. 0.33, P<0.000001). De acordo, os menonitas apresentaram
uma elevada prevalência do fenótipo persistência da lactase (88.1% vs. 55.5%,
P<0.000001). A distribuição de -13910*T diferiu entre euro-brasileiros e outras
populações europeias, enquanto que os menonitas tiveram frequências similares a
populações da Europa Central. Conclusões: Concluímos, portanto, que a diferença
alélica entre estes dois grupos poderia indicar um efeito fundador na população
menonita e que diferenças na distribuição de PL devem ser consideradas para o
aconselhamento genético dietético no Brasil.
Palavras-Chave:Persistência da Lactase, Euro-brasileiros, Menonitas
INFLUÊNCIA FARMACOGENÉTICA DO POLIMORFISMO ALA16VAL DA
ENZIMA SUPERÓXIDO DISMUTASE DEPENDENTE DE MANGANÊS NA
TAXA ANTIOXIDANTE DO ANTIDEPRESSIVO FLUOXETINA
FABRICIO LUÍS LOVATO (UFSM) - BRASIL
O estresse oxidativo resulta do desequilíbrio entre a produção de oxidantes e o
sistema de defesa do organismo, levando ao aumento de espécies reativas do
oxigênio (EROs – compostos químicos resultantes do metabolismo do oxigênio
molecular, tais como íon peróxido, radical hidroxila e peróxido de hidrogênio) no
interior das células. Há evidências de que o estresse oxidativo está relacionado a
doenças crônicas não-transmissíveis, incluindo as neoplasias, as morbidades
cardiovasculares e transtornos mentais. Devido as EROs serem moléculas de grande
reatividade, o organismo apresenta dois grupos de defesa antioxidante: endógeno,
produzido pelo organismo; e exógeno, que inclui moléculas presentes em alimentos e
em alguns fármacos. A enzima superóxido dismutase dependente de manganês
(SOD2) integra o sistema endógeno antioxidante e apresenta um polimorfismo
genético - Ala16Val, a substituição de uma alanina por uma valina no códon 16,
alterando a estrutura proteica e a atividade da enzima. O alelo A (Ala) da SOD2
possui maior eficiência catalítica que o alelo V (Val), embora envolva um maior risco
de desenvolvimento de neoplasias. As investigações têm associado o alelo V a
disfunções cardiovasculares e metabólicas. A Fluoxetina (C17H18F3NO) é um
inibidor de recaptação neuronal de serotonina, um neurotransmissor relacionado
intimamente aos transtornos de humor. É utilizada no tratamento da depressão e
ansiedade. No entanto, estudos sobre o impacto de variações genéticas no sistema
antioxidante endógeno e o efeito de compostos, especialmente relacionadas à ação
da Fluoxetina, são incipientes. Objetivo: Este estudo busca investigar se o
polimorfismo Ala16Val-SOD2 pode influenciar a resposta da Fluoxetina na presença
ou ausência de um agente pró-oxidante (Peróxido de Hidrogênio - H2O2).
Metodologia: Foram coletadas amostras de sangue de 9 pacientes com diferentes
genótipos para o polimorfismo Ala16Val-SOD2 (AA, AV, VV), sendo as amostras
expostas in vitro à Fluoxetina (concentrações de 10, 25, 50 e 100 µM) com e sem a
presença de H2O2. Em seguida, avaliamos a taxa de produção de espécies reativas
de oxigênio (EROs) através do ensaio fluorimétrico usando reagente 2’7’diacetato de
diclorofluoresceína (DCFH-DA). Resultados: Verificou-se que a atividade da
fluoxetina foi dependente do genótipo. A taxa de oxidação em indivíduos AA diminuiu
significativamente quando expostos a baixas doses de fluoxetina. No entanto, na
presença deste fármaco e H2O2, somente o genótipo VV apresentou um efeito
protetor da fluoxetina, já que nos outros genótipos ocorreram possíveis efeitos
tóxicos. Conclusão: Os resultados sugerem que a ação antioxidante da fluoxetina
pode ser influenciada pelo polimorfismo genético Ala16Val-SOD2.
Palavras-Chave:Estresse oxidativo, superóxido dismutase dependente de manganês, polimorfismo Ala16Val,
Fluoxetina, Peróxido de hidrogênio, ação antioxidante.
LAPOGEDB: BANCO DE DADOS BIOLÓGICOS PARA ESTUDOS DE
GENÉTICA EPIDEMIOLÓGICA
GUILHERME DEBORTOLI (UFSC) - BRASIL
YARA COSTA NETTO MUNIZ (UFSC) - BRASIL
ANDREA RITA MARRERO (UFSC) - BRASIL
ILÍADA RAINHA DE SOUZA (UFSC) - BRASIL
Introdução: Com o crescente volume de informações acerca da variabilidade
humana, a busca por uma correta adequação e anotação dos dados gerados tem
implicado em constantes atualizações metodológicas. Uma forma adequada e
organizada de armazenar dados biológicos evidenciou um papel central em
bioinformática sobretudo no que diz respeito aos Bancos de Dados Biológicos
(BDB). Desde sua implementação em 1994, o Laboratório de Polimorfismos
Genéticos da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil (LAPOGE-UFSC)
coleta amostras biológicas (sangue) e dados epidemiológicos (questionários),
contando atualmente com 1200 amostras da população geral e mais 1200 amostras
de pacientes com câncer de mama e doenças autoimunes (Lúpus Eritematoso
Sistêmico, Psoríase e Artrite Reumatoide). Objetivos: Desenvolver e implementar um
Banco de Dados Biológicos (BDB) estruturado em sistema de gestão de bases de
dados relacionais MySQL, possibilitando futuros estudos em genética epidemiológica
e de metanálises. Métodos: O BDB foi programado em linguagem SQL (MySQL),
tendo sua interface gráfica desenvolvida em linguagem HTML, com implementações
em PHP e JavaScript estabelecendo parâmetros de conexão entre os formulários e
MySQL. A programação foi realizada com o emprego do editor de texto Sublime Text
2 (disponível de forma livre na web). A hospedagem do BDB localiza-se em um
servidor (próprio) da UFSC, com senha criptografada e intransferível, para a
seguridade dos dados. Para garantir o anonimato das amostras e a fácil catalogação
das mesmas, foram gerados códigos automáticos de identificação para cada uma das
amostras. Além disso, são realizadas cópias de segurança três vezes ao dia para
garantir a recuperação dos dados armazenados. Resultados: O banco é alimentado
com dados pessoais, familiais, epidemiológicos, relativos a marcadores genéticos já
investigados pelo grupo de pesquisa do LAPOGE e prontuário clínico obtido junto
aos médicos do Hospital Universitário da UFSC que acompanham aqueles pacientes,
bem como informações acerca dos protocolos de extração, quantificação e
localização física das amostras em freezers. O cadastro e a importação dos
formulários foi realizada pelos alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado
que possuem projetos no laboratório, contribuindo concomitantemente com o
feedback para melhorias no sistema do BDB. Conclusões: A completa importação
dos formulários contribuiu com a organização eficaz das amostras, bem como, com
os trabalhos desenvolvidos em genética epidemiológica no LAPOGE. A organização
no BDB facilitou a busca pelas informações de forma mais rápida e precisa,
poupando esforços de análise de dados tabulados em diferentes arquivos (tabelas).
As próximas etapas serão: (1) a metanálise intercruzando estas informações bem
como adequação para padronização eletrônica da captação de dados através de
Tablets durante as entrevistas e (2) a disponibilização do formato do BDB para
outras instituições, uma vez que a utilização desta linguagem permite que os dados
sejam posteriormente integrados a outros bancos mundiais (Suporte Financeiro:
PNPD-CAPES).
Palavras-Chave:Bioinformática; Genética Epidemiológica; Banco de Dados Biológicos (BDB)
O IMPACTO DA OBESIDADE E INTERAÇÃO DO POLIMORFISMO
ALA16VAL MNSOD EM LIPÍDIOS, BIOMARCADORES SANGUÍNEOS
INFLAMATÓRIOS E OXIDATIVOS.
VERÔNICA FARINA AZZOLIN (UFSM) - BRASIL
CAMILA SIMON (UFSM) - BRASIL
CÍNTIA CÔRTE REAL RODRIGUES (UFSM) - BRASIL
THIAGO DUARTE (UFSM) - BRASIL
EDUARDO BORTOLUZZI DORNELLES (UFSM) - BRASIL
MARIA FERNANDA CATTANI (UFSM) - BRASIL
Investigações anteriores sugerem associação entre obesidade e o polimorfismo do
gene da superóxido dismutase dependente de manganês (MnSOD) Ala16Val. O alelo
V produz enzimas que catalisam o ânion superóxido com menor eficiência do que o
alelo A. Como a obesidade está relacionada com o desenvolvimento de outras
doenças metabólica foi realizado um estudo que analisou o efeito da interação entre
o polimorfismo da MnSOD Ala16Val e obesidade em oxidativo lipídico e inflamatório
em biomarcadores de indivíduos adultos. O estudo envolveu 161 voluntários como
classificados em seis grupos com genótipos diferentes: obesos com diferentes tipos de
Genótipos (AA, VV e AV) e não obesos (AA, VV e AV). Em geral, os grupos AA
apresentam valores mais baixos, enquanto que os VV apresentaram maiores valores
de biomarcadores analisados. Estes resultados sugerem que o metabolismo oxidativo
influenciado pela genética pode minimizar ou maximizar os efeitos da obesidade
sobre o metabolismo lipídico, biomarcadores oxidativos e inflamatórios que também
estão envolvidos na gênese das disfunções e doenças como aterosclerose, diabetes
tipo II e morbidades cardiovasculares.
Palavras-Chave:polimorfismo da MnSOD Ala16Val, obesidade, estresse oxidativo, inflamação, LDL oxidada.
O POLIMORFISMO C.1150T>C NO FGFR3 SERIA UM MODULADOR DO
FENÓTIPO DE OSTEOCONDRODISPLASIAS DO GRUPO FGFR3?
THATIANE YOSHIE KANAZAWA (UNICAMP) - BRASIL
E-MAIL: [email protected]
LUCIANA CARDOSO BONADIA (UNICAMP) - BRASIL
E-MAIL: [email protected]
CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL
E-MAIL: [email protected]
DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL
E-MAIL: [email protected]
Os fenótipos de displasias esqueléticas associados a mutações no FGFR3 embora
apresentem uma correlação genótipo-fenótipo bem estabelecida, podem apresentar
variações, sobretudo no que diz respeito à gravidade clínica. Baseado nessas
variações e num possível efeito modulador do polimorfismo c.1150T>C no FGFR3,
testou-se a hipótese de que tal polimorfismo poderia estar associado
preferencialmente a mutações patogênicas do FGFR3. Se verdadeira essa hipótese,
tal associação resultaria numa maior gravidade do fenótipo? Para tanto, investigouse paralelamente até o momento a presença do referido polimorfismo numa série de
39 pacientes com fenótipos típicos e mutação conhecida no FGFR3 e uma série de
265 controles. A pesquisa desse polimorfismo está sendo feita a partir de
sequenciamento direto do exon 10 do FGFR3. A alteração c.1150T>C foi encontrada
em dois pacientes (frequência de 2,6% do alelo C). Um desses pacientes é portador
de um quadro mais grave de hipocondroplasia (Hch) com manifestação no período
neonatal e apresenta a mutação típica da Hch (c.1620C>A). No entanto, o outro
paciente tem um quadro típico de acondroplasia (Ach) (c.1138G>A). Em ambos os
casos o polimorfismo foi herdado. No paciente com Ach foi observado que a
alteração c.1150T>C se encontra em trans em relação à mutação patogênica. O
haplótipo do paciente com Hch ainda está sob estudo. Entre os 265 controles
estudados, o polimorfismo c.1150T>C foi encontrado em três indivíduos (frequência
de 0,6% do alelo C). Todos os hot spots de Hch foram pesquisados e as mutações
relacionadas à Hch foram afastadas em um dos indivíduos controles até agora. O
alelo C encontra-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg em ambas as amostras, casos e
controles e a comparação das frequências não parece mostrar diferenças até o
momento (p>0,05). Concluindo, a frequência do polimorfismo c.1150T>C parece
igual nos dois grupos, pacientes e controles, até o momento. Assim, os presentes
resultados sugerem que a hipótese de modulação do fenótipo pelo polimorfismo
c.1150T>C não parece ser real. Financiamentos: CNPq (402008/2010-3,
590148/2011-7, 132270/2012-9) e FAPESP (98/16006-6).
Palavras-Chave:osteocondrodisplasia, fgfr3, acondroplasia, hipocondroplasia
POLIMORFISMO DOS 14PB DO HLA-G NA TRANSMISSÃO MATERNO
INFANTIL DO HIV-1
ROBERTA SERON SANCHES (EERP/USP) - BRASIL
JULIANA DOBLAS MASSARO (FMRP-USP) - BRASIL
CELSO TEIXEIRA MENDES-JUNIOR (FFCLRP-USP) - BRASIL
FRANCIELLY MAIARA DA PENNA MATOS (EERP) - BRASIL
JULIANA MARTINEZ (EERP-USP) - BRASIL
SIMONE KASHIMA (FUNDHERP) - BRASIL
SILVANA MARIA QUINTANA (FMRP-USP) - BRASIL
MARIA CÉLIA CERVI (FMRP-USP) - BRASIL
EDUARDO ANTONIO DONADI (FMRP-USP) - BRASIL
ANA PAULA MORAIS FERNANDES (EERP-USP) - BRASIL
Objetivo: Avaliar a influência do polimorfismo da região 14 pb deleção/inserção do
gene do HLA-G na transmissão materno-infantil (TMI) do HIV-1. Métodos: Para este
estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo,
foram coletados amostras de sangue 86 duplas de mãe-filho, sendo que em 58 duplas
a TMI do HIV-1 ocorreu e em 28 duplas a TMI do HIV-1 não ocorreu. O DNA
extraído foi amplificado pela reação de Polimerase Chain Reaction (PCR) e aplicado
em géis verticais de poliacrilamida 7% não desnaturante. Foram analisadas as
frequências alélicas de deleção/deleção (DD), deleção/inserção (DI) e
inserção/inserção (II) de 14 pb. Resultados: Considerando o polimorfismo de
inserção/deleção de 14pb, entre o grupo que a TMI não ocoreu, 22,41% das mães
apresentaram genótipo DD, 62,07% DI e 15,52% II de 14 pb. Das crianças deste
grupo, 20,69% apresentaram genótipo DD; 58,62% DI e 20,69% II de 14 pb. Entre o
grupo que a TMI ocorreu, 25,00% das mães apresentaram genótipo DD, 57,14% DI
e 17,86% II de 14 pb. Das crianças desse grupo, 32,14% eram DD, 46,43% DI e
21,43% II de 14 pb. Ao comparar o genótipo das mães, não houve associação
significativa entre os genótipos DD, DI e II de 14 pb e a TMI (p>0,05), bem como
não houve associação significativa entre o genótipo dos filhos e a ocorrência de TMI
(p>0,05). No que diz respeito à concordância de alelos entre mãe-filho, no grupo em
que a TMI ocorreu observou-se que 67,86% duplas eram concordantes e 32,14%
discordantes, enquanto que no grupo que a TMI não ocorreu, 48,28% eram
concordantes e 51,72% discordantes. A concordância de alelos entre mãe-filho foi
mais frequente no grupo TMI positiva, entretanto não foi observada associação
significativa com a ocorrência da TMI (p>0,05). Em relação aos alelos transmitidos
de mãe para filho, não foi observada associação significativa entre a transmissão de
alelo D ou I e a ocorrência de TMI (p>0,05). Conclusões: Considerando que o HLAG permite auxiliar no entendimento da patologia e avaliação prognóstica de
doenças, podendo emergir como método diagnóstico e alvo terapêutico, este estudo
permite integrar os conhecimentos existentes e prover dados relativos ao HLA-G no
contexto da TMI do HIV-1. Foi observada maior frequência do genótipo de
deleção/deleção da mãe e de concordância genotípica entre mãe-filho nas duplas de
mãe-filho onde a TMI ocorreu. Contudo, outros estudos são necessários para
compreender o papel do polimorfismo de inserção/deleção de 14pb do HLA-G na
TMI, bem como sua associação com outros polimorfismos, como +3142G e +3187A.
Palavras-Chave:HLA-G; polimorfismo; transmissão materno-infantil; HIV-1
POLIMORFISMOS DO GENE MASP2 NA POPULAÇÃO SAUDÁVEL E EM
PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL
STEFANIE EPP BOSCHMANN (UFPR) - BRASIL
GRAZIELE LOSSO (UFPR =HC) - BRASIL
ANGELICA BEATE WINTER BOLDT (UFPR) - BRASIL
ISABELA GOELDNER () ROBERTO SILVEIRA MORAES (UFPR-HC) - BRASIL
IARA JOSE TABORDA DE MESSIAS-REASON () Objetivo: Níveis elevados da serina protease 2 associada à lectina ligante de manose
(MASP-2) estão associados a recorrência e a um pior prognóstico do câncer
colorretal. Neste trabalho, buscou-se avaliar a influência de polimorfismos do gene
MASP2 nos níveis séricos da proteína em indivíduos saudáveis e identificar uma
possível associação entre polimorfismos associados a níveis elevados da proteína e a
susceptibilidade ao câncer colorretal. Métodos: Os níveis séricos de MASP-2 foram
quantificados em 69 doadores de sangue de origem predominantemente européia, da
cidade de Curitiba, por meio de ensaio imunoenzimático (HK326, Hycult
Biotechnology). Onze polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) distribuídos da
região promotora ao último exon foram amplificados e haplotipados por meio de
iniciadores sequência-específicos (PCR-SSP) em ensaio multiplex nas amostras
anteriores e em 289 amostras adicionais de doadores de sangue com mesma origem
étnica e geográfica. Destes, dois SNPs fortemente associados aos níveis séricos da
proteína foram avaliados em 30 amostras de pacientes com câncer colorretal. Todos
os envolvidos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, e o trabalho
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas. Os dados
séricos foram avaliados com o teste de Kruskal-Wallis (GraphPad Prism 3.0) e os
dados genotípicos e haplotípicos (obtidos por contagem direta), foram analisados
com o programa Arlequin 3.1 e o teste exato de Fisher. Resultados: Identificou-se 17
haplótipos distribuídos em conformidade com o equilíbrio de Hardy e Weinberg. Dois
SNPs flanqueando o exon 5 (rs2273344 e rs9430347), o qual é excluído por
recomposição alternativa para a formação de MASP-2, foram associados com a
regulação dos níveis séricos da proteína (P=0,011). Especificamente,
NG_007289.1:g.7164G no intron 4 e NG_007289.1:g.7441A no intron 5 foram
associados com níveis superiores a 600 ng/ml de MASP-2. Em controles, a
frequência deste haplótipo foi de 19,7 ± 1,5%, enquanto que nos pacientes, de 16,7 ±
4,9%. Não foram identificados homozigotos GA/GA nos pacientes. Conclusões: Os
polimorfismos lardeando o exon 5 do gene MASP2 estão associados com a regulação
dos níveis séricos da proteína. O pequeno tamanho amostral de pacientes não
permite concluir ainda sobre a existência de associação com a susceptibilidade ao
câncer. Futuramente, os polimorfismos investigados devem ser avaliados em um
estudo longitudinal com relação ao tempo de sobrevida e recorrência tumoral nestes
pacientes.
Palavras-Chave:Masp-2, Polimorfismos, Câncer Colorretal
RECÉM NASCIDO COM CONDRODISPLASIA PUNCTATA
THAÍS BOMFIM TEIXEIRA (UFMG) - BRASIL
JOZIELE SOUZA LIMA (HC-UFMG) - BRASIL
JOÃO PAULO GONZAGA DE FARIA (UFMG) - BRASIL
MARCOS JOSÉ BURLE DE AGUIAR (FM UFMG) - BRASIL
REGINA AMÉLIA LOPES PESSOA DE AGUIAR (UFMG) - BRASIL
ANGELA SOARES CAMPOS (UFMG) - BRASIL
Recém Nascido com Condrodisplasia Punctata 1 Thaís Bomfim Teixeira, 1 João
Paulo Gonzaga de Faria, 2 Joziele de Souza Lima, 3 Regina Amélia Lopes Pessoa de
Aguiar, 4 Angela Soares Campos, 5 Marcos José Burle de Aguiar 1. Residentes de
Genética Médica do Hospital das Clínicas - Serviço Especial de Genética Médica
UFMG. Belo Horizonte – MG, Brasil. 2. Médica Geneticista da Unidade Neonatal do
Hospital das Clínicas UFMG. Belo Horizonte, MG. 3. Professora Associada,
Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina, UFMG, Belo
Horizonte, MG. 4. Médica especialista em Pediatria (Neonatologia), Hospital das
Clínicas, UFMG, Belo Horizonte, MG. 5. Professor Associado do Departamento de
Pediatria da Faculdade de Medicina. Serviço Especial de Genética Médica do
Hospital das Clínicas UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil. Objetivo: Relatar o caso
de uma lactente nascido no Hospital de Clínicas da UFMG com epífises pontilhadas
e provável diagnóstico de Condrodisplasia Punctata Rizomélica. Resumo: RN de
Q.A.S.S. , 3ª filha de casal saudável, não consanguíneo, mãe G4P3A1. Pré-natal
iniciado com 9/10 semanas de gestação. Mãe negou intercorrências durante a
gravidez, bem como uso de teratógenos. Sorologias: HIV e HBsAg negativos,
Toxoplasmose e Rubéola imunes e Sífilis não reator. Ultrassom (03/10/2012): 19 sem
4 dias, CIUR assimétrico grave, encurtamento de todos os ossos longos avaliados,
face fetal plana com ângulo facial elevado, hipertelorismo, macroglossia, tórax em
sino,mas com boa relação cardio-torácica. Dopplervelocimetria dos vasos uterinos
normais. Submetida a parto cesáreo. Peso nascimento 1580g, comprimento 40cm,
perímetro cefálico 31cm, Apgar: 2/7 e idade gestacional estimada de 39 semanas. Ao
exame físico foram notados: hipoplasia de face media, fronte proeminente, fontanela
anterior ampla, cabelos finos, telecanto, fendas palpebrais inclinadas para cima,
cílios longos, dorso nasal hipoplásico, anti-hélice aparentemente bipartida a
esquerda se confundindo com a crux da hélice, crux da anti-helice proeminente,
aletas nasais redundantes, lábios finos, rizomelia de membros, pregas plantares
anômalas com sulco vertical entre 1º e 2º dedos, prega simiesca parcial à esquerda e
unhas hipoplásicas em pés e mãos. USTF (28/01/2013) sem alterações. Radiografia
de corpo inteiro apresentou epífises pontilhadas e rizomelia, esta mais evidente em
membros superiores. As características clinicas e radiológicas da paciente são
compatíveis com condrodisplasia punctata tipo rizomélico. Atualmente a criança está
com 2 meses de vida e apresenta desenvolvimento neuropsicomotor adequado para
idade. Sem relato de intercorrências clínicas. Conclusões: Condrodisplasia punctata
é um grupo de doenças caracterizada por calcificações periarticulares presentes já
ao nascimento, de etiologia variável. A prevalência do tipo rizomélico é estimada em
1:100.000 nascimentos. Geralmente cursa com prognóstico reservado, com a morte
ocorrendo geralmente durante a primeira década de vida, principalmente devido a
complicações respiratórias. Nosso paciente apresenta boa evolução até o momento,
sendo necessário seguimento a longo prazo para melhor avaliação. De acordo com a
classificação encontrada em Spranger, 2006 e Taybi, 1990 a paciente não parece se
enquadrar nos demais tipos descritos de condrodisplasia punctata.
Palavras-Chave:Condrodisplasia Punctata
RELEVÂNCIA DAS VARIANTES ALÉLICAS E GENOTÍPICAS DOS
POLIMORFISMOS RS12979860 (C/T) E RS8099917 (T/G) DO GENE IL28B EM
PACIENTES MONO-INFECTADOS PELO HCV E CO-INFECTADOS HCV/HIV
BRUNA CRISTINA BERTOL (UNIVILLE) - BRASIL
SIMONE MOREIRA (UNIVILLE) - BRASIL
RAQUEL FRANCINE LIERMANN GARCIA (HMSJ) - BRASIL
LESLIE ECKER FERREIRA (UNIVILLE) - BRASIL
GUILHERME DEBORTOLI (UFSC) - BRASIL
MAURO PINHO (UNIVILLE) - BRASIL
PAULO HENRIQUE CONDEIXA DE FRANÇA (UNIVILLE) - BRASIL
Introdução: A hepatite C é uma doença infecciosa causada pelo vírus da hepatite C
(HCV) implicada em mais de 350 mil óbitos anuais no mundo. A co-infecção com o
vírus da imunodeficiência humana (HIV) impacta o curso da hepatite C, aumentando
o risco de cirrose e elevando as taxas de viremia. Fatores virais e do hospedeiro têm
sido associados com a persistência da infecção pelo HCV. Em anos recentes, foram
identificados Polimorfismos de Nucleotídeo Único (SNPs) próximos ao gene IL28B
associados com a capacidade de eliminação do HCV pelo hospedeiro. Porém, ainda
pouco se conhece a respeito da influência destes SNPs sobre a co-infecção HCV/HIV.
Objetivo: Estimar a relevância das variantes alélicas e genotípicas dos
polimorfismos rs12979860 (C/T) e rs8099917 (T/G) do gene IL28B quanto a
instalação da infecção pelo HCV em pacientes mono-infectados (HCV) e coinfectados (HCV/HIV). Métodos: Foram incluídos 199 indivíduos controle,
apresentando evidência sorológica de ausência de exposição aos HCV e HIV, e 230
pacientes com hepatite C crônica, sendo 53 co-infectados. A genotipagem consistiu
em amplificação dos segmentos gênicos contendo os SNPs de interesse via Reação
em Cadeia da Polimerase (PCR) e análise dos padrões de restrição gerados após
exposição à endonucleases (RFLP). Os amplicons e fragmentos obtidos foram
separados via eletroforese em gel de agarose e registrados sob luz ultravioleta.
Foram estimadas as frequências alélicas e genotípicas de cada locus em casos e
controles. A associação dos genótipos e alelos com a susceptibilidade à infecção pelo
HCV foi verificada através do índice Odds Ratio (OR), adotando-se um Intervalo de
Confiança (IC) de 95% e considerando-se p=0,05 como o nível de significância.
Resultados: Dentre os indivíduos controle com resultados estabelecidos, 47,4%
(90/190) apresentaram o genótipo CC do SNP rs12979860, 43,7% (83/190) CT e
8,9% (17/190) TT, enquanto 29,1% (66/227), 51,5% (117/227) e 19,4% (44/227) dos
pacientes apresentaram genótipo CC, CT e TT, respectivamente. A análise de risco
relativo para o SNP rs12979860 quanto à susceptibilidade ao HCV evidenciou ORs
significativos para a presença do genótipo TT (2,447; p=0,005) e do alelo T (1,851;
p<0,001) no grupo de pacientes em comparação aos controles. Quanto ao SNP
rs8099917, 66,8% (133/199) dos controles apresentaram genótipo TT, 31,2%
(62/199) TG e 2,0% (4/199) GG, enquanto 56,1% (129/230), 40,9% (94/230) e 3,0%
(7/230) dos pacientes apresentaram TT, TG e GG, respectivamente. O genótipo GG
não se constituiu fator de risco no grupo de pacientes (OR=1,530; p=0,712); no
entanto, o alelo G associou-se positivamente com a susceptibilidade ao HCV
(OR=1,438; p=0,041). Comparando-se os pacientes mono-infectados e coinfectados, os resultados obtidos quanto às frequências alélicas e genotípicas de
ambos SNPs, assim como a análise de risco, não demonstraram significância
estatística. Conclusão: O genótipo TT e o alelo T do SNP rs12979860, bem como o
alelo G do SNP rs8099917, constituíram fatores de risco significativo à infecção pelo
HCV. Considerando os dados obtidos, ressalta-se a existência de influência relevante
exercida pelos SNPs próximos ao gene IL28B sobre a instalação da infecção pelo
HCV.
Palavras-Chave:hepatite C; IL28B; Polimorfismos de Nucleotídeo Único (SNPs)
SUSCEPTIBILIDADE E AUTOIMUNIDADE – UM ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO
ENTRE VARIANTES DOS GENES CD40 E CD40L E O PÊNFIGO FOLIÁCEO
CAROLINA MACIEL CAMARGO (UFPR) - BRASIL
DANIELLE MALHEIROS (UP) - BRASIL
MARIA LUIZA PETZL-ERLER (UFPR) - BRASIL
O receptor CD40 e seu ligante CD40L são importantes moduladores da resposta
imune inata e adaptativa. Associações do pênfigo foliáceo (PF), uma doença
autoimune de pele, com os genes CD40 e CD40L já foram descritos em um estudo
anterior do nosso grupo. Dessa forma, este trabalho visou verificar a existência ou
não de associação de genótipos e alelos dos referidos genes com o PF em uma
amostra independente de pacientes e controles e, subsequentemente, em uma amostra
total de ambos os grupos. Foram genotipados, através da técnica PCR-RFLP (PCRpolimorfismo de comprimento de fragmentos de restrição), 119 pacientes e 157
controles para o polimorfismo de base única (SNP) CD40-1C>T e 155 pacientes e 95
controles para o SNP CD40L-726T>C. As frequências genotípicas, alélicas e de
indivíduos portadores foram determinadas através de contagem direta. Para cada
alelo foi estimada uma razão de chances (OR), obtida pelo método de Woolf. Foram
considerados estatisticamente significantes os valores de P inferiores a 0,05. Na
amostra analisada para este estudo, não foi encontrada associação do polimorfismo
CD40-1C>T com o PF. Entretanto, quando esta amostra foi reunida àquela
analisada em estudo anterior, a associação previamente encontrada foi replicada.
Foi observada associação negativa do alelo C com a doença (OR = 1,60; P =
0,003), devido a uma frequência maior de portadores do alelo C (OR = 2,50; P =
0,039) em pacientes da amostra total. Os genótipos T/T (OR = 0,35; P = 0,021) e
T/C (OR = 0,67; P = 0,037) são menos frequentes em pacientes do que em controles.
Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre
afrobrasileiros e eurobrasileiros. Na amostra independente analisada para o
polimorfismo CD40L-726T>C, localizado no cromossomo X, foi observado apenas
um aumento no número de portadores do alelo T em pacientes (OR = 2,50; P =
0,045). Contudo, na amostra conjunta deste estudo com aquela do estudo anterior,
foi observado um aumento na frequência de alelos T (OR = 1,69; P = 0,030) e
diminuição de C (OR = 0,58), devido a uma frequência maior de portadores do alelo
T (OR = 4,80; P = ≤10-3) em pacientes. A frequência do alelo T foi maior em homens
pacientes do que em controles (OR = 3,34, P = 0,017), e tendências de associações
foram observadas em mulheres. Diferenças estatisticamente significativas também
foram encontradas nas subamostras de afrobrasileiros e eurobrasileiros. Os
resultados das análises independentes não replicaram as associações anteriormente
encontradas, no entanto, as associações de ambos os SNPs CD40-1C>T e CD40L726T>C foram confirmadas nas amostras conjuntas. Há associação negativa do
alelo CD40-1C com o PF, e associação positiva do alelo CD40L-726T com a doença.
Os resultados das análises de CD40-1C>T, além de replicarem aqueles do estudo
anterior, intensificam a magnitude da associação. Fica assim demonstrada a
importância do tamanho da amostra para os estudos de associação. Os resultados
desse estudo levam-nos a concluir que os polimorfismos dos dois genes analisados
têm influência na patogênese do PF.
Palavras-Chave:CD40, CD40L, fogo selvagem, estudo de associação caso-controle
UMA NOVA METODOLOGIA PARA GENOTIPAGEM DO POLIMORFISMO
4G/5G DO GENE SERPINE1 POR PCR DUPLAMENTE FLUORESCENTE
FREDERICO SCOTT VARELLA MALTA
CAROLINA KYME VASQUES NONAKA
VANESSA C. OLIVEIRA ALMEIDA (HERMES PARDINI) - BRASIL
FABÍOLA DE ANDRADE CAXITO
Objetivo: Este trabalho visa desenvolver uma técnica molecular para genotipagem
do polimorfismo 4G/5G do gene SERPINE1. Este gene codifica o Inibidor do
Ativador do Plasminogênio tipo 1 (PAI-1), uma serino-protease que regula
negativamente a fibrinólise e prejudica a dissolução de coágulos, além de estar
envolvida na modulação do crescimento de tumores, invasão e angiogênese. O
polimorfismo 4G/5G consiste em uma deleção/inserção de uma guanosina na região
promotora do gene SERPINE1. Por se tratar de uma região com outras quatro
guanosinas, técnicas moleculares mais simples, como PCR-RFLP e PCR ARMS não
são indicadas e/ou aplicáveis para análise desta região. No entanto, a análise deste
polimorfismo é importante, pois ele afeta a transcrição do gene e, portanto, está
relacionado à concentração plasmática do PAI-1. Homozigotos para o alelo 4G têm
concentrações 25% maiores de PAI-1 que indivíduos homozigotos para 5G. Método:
A técnica consiste em uma PCR duplamente fluorescente, utilizando o fluoróforo 6FAM (6-carboxifluoresceina) para o iniciador forward e o fluoróforo HEX
(hexaclorofluoresceina) para o iniciador reverse. O produto de PCR, contendo a
sequência de quatro ou cinco guanosinas em seu interior, é separado por eletroforese
capilar no ABI3730 e os alelos 4G e 5G são determinados de acordo com o tamanho
do produto de PCR. Foram analisadas 51 amostras de DNA, extraído de sangue total
em EDTA transferido para papel FTA Card®, de indivíduos com solicitação médica
para teste molecular para o polimorfismo 4G/5G do gene PAI-1. O genótipo das 51
amostras era previamente conhecido, por terem sido analisadas pela metodologia de
mini-sequenciamento em dHPLC (cromatografia liquida alta pressão desnaturante).
Resultados: A técnica desenvolvida permitiu a amplificação da região genômica
contendo a sequência 4G/5G e a determinação do genótipo com 100% de
concordância com o método de mini-sequenciamento. Os eletroferogramas obtidos
apresentaram resultados bastante nítidos, sem ambiguidade na genotipagem, de fácil
interpretação e sem a presença de stutters que prejudicasse as análises. Além disto, a
técnica por eletroforese capilar é cinco vezes mais rápida que o minisequenciamento, sendo um benefício importante para o médico prescritor e o
paciente. O emprego de iniciadores duplamente marcados é um padrão de qualidade
adicional, que permite confirmar o tamanho do fragmento através da detecção de
ambas as fitas de DNA na eletroforese capilar. Isto é importante para a análise deste
polimorfismo em particular, visto que os alelos 4G e 5G apresentam a diferença de
apenas um par de base em suas sequencias. Conclusão: A reação de PCR
duplamente fluorescente mostrou ser eficaz e mais simples que outros métodos
utilizados na genotipagem do polimorfismo 4G/5G, como a PCR-RFLP e minisequenciamento. Desta forma, a técnica desenvolvida tem grande importância
metodológica; uma vez que poderá ser utilizada nos inúmeros estudos que têm
avaliado a associação do alelo 4G com o risco aumentado de eventos
tromboembolíticos, doenças cardiovasculares, inclusive de 20% para o infarto do
miocárdio, câncer colorretal e de endométrio, além de aborto precoce e préeclâmpsia.
Palavras-Chave:Polimorfismo 4G/5G, SERPINE1, PAI-1, PCR fluorescente
10. Teratogênese e Mutagênese
AVALIAÇÃO DE MARCADORES INFLAMATÓRIOS, ESTRESSE OXIDATIVO
E ÍNDICES DE DANO DE DNA EM PACIENTES COM DOENÇA CELÍACA.
SHARBEL WEIDNER MALUF (UFSC) - BRASIL
DANILO WILHELM FILHO WILHELM FILHO (UFSC) - BRASIL
ILÍADA RAINHA DE SOUZA (UFSC) - BRASIL
EDUARDO BENEDETTI PARISOTTO (UFSC) - BRASIL
GUILHERME DA SILVA DE MEDEIROS (UFSC) - BRASIL
BARBARA BEATRIZ PHILIPPI MARTINS (UFSC) - BRASIL
JULIA SAVAN DA ROSA () TÂNIA SILVIA FRÖDE. () Objetivos: Avaliar marcadores de inflamação (Atividade da Mieloperoxidase - MPO,
adenosina desaminase – ADA e óxido nítrico –NOx) e de estresse oxidativo (Acido
Tiobarbitúrico – TBARS, Catalase - CAT, Superóxido Dismutase - SOD, Glutationa
Peroxidase - GPx) e os níveis de dano de DNA em pacientes com doença celíaca.
Métodos: No estudo foram selecionados 50 pacientes portadores de doença celíaca
(DC) e 30 indivíduos saudáveis (grupo controle). Para as dosagens de MPO, ADA e
NOx e de estresse oxidativo foram utilizadas amostras séricas e as dosagens foram
realizadas por ensaios colorimétricos. Para a análise de dano do DNA foram
utilizadas as técnicas de micronúcleo e Cometa. A análise estatística dos resultados
foram realizados o teste T de Student. Para todas as variáveis valores de P < 0,05
foram considerados significativos. Resultados: Diferenças estatísticas foram
observadas entre o grupo de pacientes com doença celíaca e controles para as
frequências de micronúcleo (MN) (DC: 9,73 ± 2,47; C: 5,82 ± 1,88; P<0,0001) e
para os índices de dano de DNA avaliados pela técnica do cometa (DC: 43,03 ±
28,50; C: 15,21 ± 7,46; P= 0,0010). Quanto aos marcadores de estresse oxidativo e
de inflamação, observou-se aumento nas concentrações de GPx, SOD, MPO e NOx
nos pacientes com DC em relação ao C (GPx: DC: 58,81±3,18, C50,88±9,28, P =
0,011) e SOD: DC: 74,02±21,68, C: 63,44±18,25, P = 0,047), MPO: DC:
1048,0±385,1; C:195,5; P<0,0001; NOx: DC:64,17±52,81, C: 35,15±8,37, =
P=0,035. Em relação aos analitos ADA, CAT e TBARS não houve diferença
estatística entre os grupos de estudo (P> 0,05). Conclusão: Os resultados obtidos até
o momento demonstram que a resposta inflamatória caracterizada pela presença da
atividade da MPO e aumento nas concentrações de óxido nítrico e de enzimas antioxidantes GPx, SOD estão presentes na doença celíaca e podem promover o aumento
nos níveis de dano de DNA.
Palavras-Chave:Doença Celíaca; Dano de DNA; Marcadores inflamatórios; Estresse oxidativo.
AVALIAÇÃO DO USO DE MEDICAMENTOS EM GESTAÇÕES DE MÃES DE
CRIANÇAS PORTADORAS DE CARDIOPATIA CONGÊNITA: DADOS
EPIDEMIOLÓGICOS
JULIANE NASCIMENTO DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL
VICTÓRIA BERNARDES GUIMARÃES (UFCSPA) - BRASIL
LUCIANA AMORIM BELTRÃO (UFCSPA) - BRASIL
PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL
VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL
ERNANI BOHRER DA ROSA (UFCSPA) - BRASIL
DANIÉLLE BERNARDI SILVEIRA (UFCSPA) - BRASIL
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL
GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL
PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL
Objetivo: avaliar o uso de medicamentos em gestações de mães de pacientes
portadores de cardiopatia congênita. Método: a amostra foi constituída de pacientes
consecutivos, com cardiopatia congênita, avaliados em sua primeira hospitalização
em uma unidade de tratamento intensivo cardíaca de um hospital pediátrico de
referência do Sul do Brasil, no período entre 2005-2006. Os pacientes foram
submetidos a exame de cariótipo de alta resolução e a técnica de hibridização in situ
fluorescente (FISH) para a deleção 22q11. Foram incluídos no estudo apenas os
pacientes nos quais se realizou ambos os exames. Os dados foram coletados a partir
de um protocolo clínico, que avaliou dados referentes à gestação dos pacientes,
dando-se ênfase ao uso de medicamentos, com tipo e período em que ocorreu a
utilização dos mesmos. Os medicamentos foram divididos de acordo com a
classificação fornecida pelo Food and Drug Administration (FDA), nas categorias A,
B, C, D e X. Resultados: A amostra foi composta de 198 pacientes, 52% do sexo
masculino, com idade variando de 1 a 4934 dias. O uso de medicamentos no 1º
trimestre de gestação foi relatado por 32,4% das mães, seguidos de 37,7% no 2º
trimestre e 35,8% no terceiro trimestre. De acordo com a classificação do FDA,
medicamentos da classe A foram relatados por 28,4 % das mães, seguidos de 35,8%
da classe B, 24,5% da classe C, 10,8% da classe D e 2,5% da classe X, sendo que
muitas mães utilizaram mais de um medicamento pertencentes a classes de risco
distintas durante o período gestacional. Dos 198 pacientes, 166 (83,8%)
apresentaram exame de cariótipo e de FISH normais. Destes, 133 (80,1%) possuíam
cardiopatia congênita não associada a síndromes. Relato do uso de medicamentos no
primeiro trimestre de gestação esteve presente em 43 (32,3%) destes pacientes.
Medicamentos da categoria D foram relatados em 12 casos (9%) e da categoria X
em 2 (1,5%). Conclusões: a etiologia das malformações cardíacas é pouco
compreendida, sendo que em 10 a 25% dos casos é possível fazer uma associação
com causas conhecidas como teratógenos. Os teratógenos químicos, como os
medicamentos, merecem destaque especial pelo amplo consumo pela população. Em
nossa amostra, observamos uma demasiada utilização de medicamentos das classes
D e X, sobretudo no 1º trimestre de gestação. E isto ocorreu apesar do
acompanhamento pré-natal (descrito em 92,4% dos casos), e do fato de que muitos
dos medicamentos utilizados necessitam de prescrição médica para serem
adquiridos. Assim, sugerimos a necessidade de um maior esclarecimento às mães e,
talvez, até aos próprios médicos, sobre os riscos dos efeitos teratogênicos de certas
medicações, sobretudo no 1º trimestre de gestação. Além disso, acreditamos que
deveria haver uma maior promoção da utilização racional destes medicamentos,
tentando minimizar o seu uso ou utilizando substitutos menos prejudiciais ao feto.
Palavras-Chave:Cardiopatias congênitas, teratogênse, medicamentos, avaliação do uso
AVALIAÇÃO IN VITRO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO DO CORANTE
ERITROSINA B
AYLING MARTINS NG (USP-RP) - BRASIL
CARLA DA SILVA MACHADO (FCFRP) - BRASIL
JOÃO PAULO LOPES DA SILVA (USP) - BRASIL
MILENA CHALES PEREIRA (USP-FMRP) - BRASIL
NATALIA FAGUNDES CAGNIN (FMRP - USP) - BRASIL
TIAGO ALVES JORGE SOUZA (FMRP-USP) - BRASIL
CATARINA SATIE TAKAHASHI (USP/RP) - BRASIL
AGUINALDO LUIZ SIMÕES (FMRP-USP) - BRASIL
Diversos corantes naturais e artificiais são utilizados na fabricação de alimentos e
remédios com o intuito de tornar estes produtos mais atraentes ao consumidor.
Dentre estes corantes, se destaca a eritrosina, pois é um corante que apesar de
aprovado pela Food and Drug Association (FDA), é potencialmente genotóxico,
citotóxico e inibidor de interações protéicas. Entretanto, ainda pouco se sabe acerca
do potencial desse corante na indução de mutações cromossômicas. Assim, no
presente trabalho foi avaliado o potencial citotóxico e mutagênico da eritrosina por
meio do teste do micronúcleo. Para esse fim, foram aplicadas cinco concentrações
diferentes de eritrosina (0,5; 2,5; 5,0; 25 e 50 µg/mL) por 24h nas células da
linhagem CHO-K1. O antibiótico doxorrubicina (DXR- 0,15µg/mL) foi utilizado
como controle positivo. Após o término do tratamento com a eritrosina, as células
foram expostas à citocalasina B (1 mg/mL) por 18h. Em seguida, as células foram
fixadas, coradas e observadas ao microscópio de luz; sendo que 1000 células
binucleadas foram analisadas para a determinação da freqüência de micronúcleos e
500 células para o cálculo do Índice de Divisão Nuclear (IDN). Foi observada uma
diminuição dos valores do IDN com o aumento das concentrações de eritrosina,
entretanto, os valores foram próximos ao valor de 1,86 do controle negativo,
apontando para a ausência de citotoxicidade das concentrações utilizadas. O número
de micronúcleos observados na menor concentração (0,5ug/mL) foi de 4
micronúcleos, valor próximo ao do controle negativo, onde só foi observado apenas 1
micronúcleo. Na concentração mais elevada (50ug/mL) foram observados 14
micronúcleos, enquanto que no controle positivo (DXR) o valor foi de 15
micronúcleos. Outros parâmetros do teste do micronúcleo como a frequência de
pontes nucleoplasmáticas e de brotamentos serão ainda avaliados a fim de investigar
o potencial mutagênico da eritrosina e determinar concentrações seguras e viáveis
para a utilização deste corante.
Palavras-Chave:mutagênese, corante, micronúcleo
CRACK DURANTE A GESTAÇÃO E DESFECHOS PRÉ-NATAIS: RELATOS
DE CASOS E VISÃO DO SERVIÇO DE TERATÓGENOS
MAURÍCIO FONTOURA FERRÃO (UFRGS) - BRASIL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
GIOVANNA SORGATO TESSMANN (UFRGS) - BRASIL
LUCIANA DUTRA MARTINELLI (UFRGS) - BRASIL
PRISCILLA GRANJA MACHADO (UFRGS) - BRASIL
BETINA PICCOLI FRANCIOSI (UFRGS) - BRASIL
KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL
ALBERTO MANTOVANI ABECHE (UFRGS) - BRASIL
LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL
FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL
Objetivos: O crack é um subproduto da preparação da cocaína. Nos últimos anos,
houve um aumento no seu consumo devido ao menor preço, à facilidade de uso, e à
maior potência de efeito. Acumulam-se relatos de que o uso de cocaína durante a
gravidez está associado a baixo peso ao nascer, abortos espontâneos, descolamento
prematuro de placenta e déficit cognitivo. Entretanto, ainda não há consenso sobre o
aumento do risco de malformações. Não há na literatura estudos consistentes sobre
os desfechos adversos do uso de crack durante a gravidez. Assim, nossos objetivos
foram relatar dois casos recentes de recém-nascidos expostos ao crack intra-útero e
realizar um levantamento das consultas sobre o uso de crack na gestação realizadas
ao Sistema Nacional de Informações sobre Agentes Teratogênicos (SIAT). Métodos:
revisão de casuística das consultas realizadas ao SIAT. O SIAT é um serviço de
informação fundado em 1990 e situado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
(HCPA) que atende a população em geral e presta assistência gratuita sobre riscos
durante a gravidez e lactação. Resultados: O primeiro caso é uma recém-nascida,
exposta durante toda a gestação ao crack. A mãe tem 34 anos, tabagista, analfabeta,
solteira; o pai é desconhecido. Ao nascimento, pesava 3,245 Kg, comprimento 50 cm,
perímetro cefálico 35 cm, APGAR 7/8. Ao exame físico foi constatada micrognatia.
Apresentou episódios de queda da saturação O2, e aos 28 dias, foi submetida à
cirurgia para correção da micrognatia. O segundo caso é uma menina que ao
nascimento pesou 2,210 Kg, APGAR 7/9, e apresentava redução de membros e
múltiplas fraturas. A mãe tem 28 anos, é casada e utilizou crack até 4 dias antes do
parto. A paciente tem diagnóstico de osteogênese imperfeita tipo III; foi detectada
também uma comunicação interatrial, sem repercussões hemodinâmicas. A paciente
recebeu alta hospitalar com um mês de vida. Com relação ao histórico de exposições
ao Crack no SIAT, foram localizadas 43 consultas desde 2000, sendo 20 com
exposição gestacional confirmada. Essas gestantes que utilizaram crack constituíam
uma população com mediana de 22,5 anos e de baixa escolaridade. A maioria das
exposições ocorreu durante toda a gestação e houve associação com outras drogas
recreativas (álcool, tabaco e maconha). Foram identificados dois casos de dismorfias
faciais e dois com atraso no desenvolvimento pós-natal. Os seguimentos dos casos
ainda estão em andamento. Conclusões: Os casos apresentados não mostram
nenhum padrão malformativo resultante da exposição. O diagnóstico de osteogênese
imperfeita tipo III é coincidente, enquanto a microgntia merece ser melhor
investigada quanto às causas. Entretanto, o levantamento realizado mostra que perfil
das usuárias tem um padrão que está de acordo com outros trabalhos: alto índice de
uso de drogas recreativas por jovens de baixa renda, mostrando que essa população
tem um risco aumentado para defeitos congênitos e pobre cuidado pré-natal. O
acompanhamento prospectivo de gestantes usuárias de crack pode elucidar os
desfechos dessa exposição e contribuir para medidas de prevenção dos desfechos já
conhecidos principalmente nessa população.
Palavras-Chave:cracj; gestação; teratogênese; cocaina
DNA DAMAGE IN HUMAN LIMPHOCYTES FROM MALE USERS OF CRACK
COCAINE: IMPACT OF WITHDRAWAL
THIAGO ALEY BRITES DE FREITAS (UFRGS) - BRASIL
ROBERTA PASSOS PALAZZO
CÉSAR LUIS REICHERT
FLÁVIO PECHANSKY
FÉLIX KESSLER
GISELE GOMES DE ANDRADE (IPA) - BRASIL
SANDRA LEISTNER-SEGAL (HCPA/SGM) - BRASIL
SHARBEL WEIDNER MALUF (UFSC) - BRASIL
Crack is a very toxic by-product of cocaine that, among many effects, can cause
hypertension, tachycardia, muscle twitching, convulsions and even coma and death.
In this study, 31 active users of crack cocaine recently admitted for treatment at a
drug rehabilitation centre and 40 control subjects were evaluated. DNA damage was
measured in peripheral blood using the comet assay on three occasions: at
admission, 48 hours later and at the end of treatment. For the micronucleus (MN)
technique, tests were performed only at admission and at the end of treatment.
Comparison between controls and crack cocaine users showed significant differences
in the rates of DNA damage (P = 0.037), the frequency of MN (p <0.001) and nuclear
buds (NBUDs) (p <0.001) but not in the frequency of nucleoplasmic bridges (NPBs)
(P = 0.089). Rates of DNA damage quantified with the comet assay at all three time
points revealed statistically significant values only after the end of treatment (P
<0.001), which may indicate both effective action of the repair system and, as far as
possible, elimination of damaged cells after some days of cocaine withdrawal. The
frequency of MN and NPBs calculated during the first assay did not differ from
frequencies obtained after treatment, indicating that the detoxification period was not
long enough to decrease the frequency of already established mutations. The results
of this study reveal the genotoxic and mutagenic effects of crack cocaine use in
human lymphocytes and pave the way for further research to investigate cellular
responses and the possible consequences of DNA damage, such as induction of
irreversible neurological disease and neoplasms.
Palavras-Chave:Crack cocaine, drug rehabilitation, DNA damage, comet assay, CBMN.
EXPOSIÇÃO INTRAUTERINA TARDIA A DERIVADOS CUMARÍNICOS:
RELATO DE CASO E SEGUIMENTO DE UM PACIENTE COM ATRASO NO
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR.
MAURÍCIO FONTOURA FERRÃO (UFRGS) - BRASIL
EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL
BETINA PICCOLI FRANCIOSI (UFRGS) - BRASIL
ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL
FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL
LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
Os derivados cumarínicos são anticoagulantes potentes utilizados no tratamento de
diversos distúrbios tromboembólicos. A varfarina, um dos principais fármacos desse
grupo, tem o potencial de cruzar a barreira hematoplacentária e atingir a circulação
fetal, sendo um potente teratógeno conhecido. Seu efeito teratogênico ocorre a partir
da exposição intra-uterina entre 6 e 12 semanas de gestação e os achados clínicos
característicos dessa embriopatia englobam hipoplasia nasal, condrodisplasia
punctata, microcefalia, fenda labiopalatina e anomalias oftalmológicas, entre outros.
Adicionalmente, há relatos de anormalidades do sistema nervoso central e
sangramento fetal, mesmo em casos de exposição tardia (segundo e terceiro
trimestres). Este trabalho relata um caso sugestivo de embriopatia por cumarínico
devido à exposição fetal tardia. O Sistema Nacional de Informações sobre Agentes
Teratogênicos (SIAT) foi procurado para identificar a relação causal entre a
exposição à cumarina e o atraso no desenvolvimento de um bebê exposto e internado
no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Exames radiológicos, bioquímicos
e moleculares foram utilizados para formular a hipótese diagnóstica. Durante
acompanhamento pré-natal de rotina, evidenciou-se em uma mulher de 29 anos e no
segundo trimestre de gestação um feto com importante restrição de crescimento
intrauterino e baixo peso. A gestação havia ocorrido sem intercorrências até o quinto
mês, quando a paciente apresentou um episódio de dor intensa nos membros
inferiores. Suspeitando de uma possível manifestação de trombose venosa profunda,
seu ginecologista prescreveu o cumarínico Venalot (cumarina 15 mg, troxerrutina
90 mg) o qual a gestante consumiu por 30 dias. Com 36 semanas de gestação a
paciente deu à luz um menino com 1530 g. Ao primeiro exame físico identificou-se
microcefalia, micrognatia e mamilos invertidos. O cariótipo foi compatível com um
indivíduo normal (46,XY). Nos primeiros dias de vida, o bebê desenvolveu
hemorragia intracraniana, distúrbio respiratório e dificuldade de deglutição.
Levantou-se a hipótese diagnóstica de um erro inato do metabolismo, mas diversas
análises bioquímicas excluíram essa possibilidade. Subsequentemente, considerou-se
embriopatia por cumarínico, ainda que as radiografias do recém-nascido não
revelassem sinais de condrodisplasia. Uma ressonância magnética identificou
calcificações talâmicas que se estendiam para os gânglios da base, causando
redução de substância branca. Com cinco meses, o menino foi internado com um
quadro de febre e piora da função respiratória. Observou-se hipotonia axial,
hipertonia de membros e atraso moderado do desenvolvimento neurológico. Cinco
episódios de convulsão ocorreram durante esse período. Até o presente momento, o
paciente encontra-se estabilizado; entretanto, não houve melhora da disfagia.
Existem poucos relatos de exposição intrauterina a cumarínicos durante o segundo e
terceiro trimestres de gestação, mas alguns estudos associam essa exposição a
desfechos como prematuridade, baixo peso ao nascer e hemorragia. Considerando
esses casos e os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, acreditamos que a
exposição ao fármaco cumarínico durante o quinto mês de gestação pode ter
contribuído para os achados clínicos. O seguimento deste caso e os exames
complementares serão decisivos para definir a extensão do atraso no
desenvolvimento neurológico e confirmar a associação aqui proposta.
Palavras-Chave:varfarina; teratogênese: anticoagulação na gestaçao; cumarinicos
FARMACOEPIDEMIOLOGIA DA EMBRIOPATIA TALIDOMÍDICA NO
BRASIL
FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL
MARCELO ZAGONEL DE OLIVEIRA
MARLISE COLLING CASSEL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
ELAINE FARIA MORELO (MS) - BRASIL
DACIO DE LYRA RABELLO NETO (SVS-MS) - BRASIL
LAVINIA SCHÜLER-FACCINI
Objetivos: A talidomida é o teratógeno mais conhecido pelo nascimento de milhares
de crianças com defeitos congênitos na década de 1960. Atualmente está disponível
com muitas utilidades terapêuticas, sendo um dos principais usos para o eritema
nodoso da hanseníase (ENL). O Brasil é um país endêmico de hanseníase e a
talidomida é o padrão ouro para tratamento de ENL. Entretanto, novos casos de
embriopatia por talidomida (ET) têm nascido. Nesse trabalho nós aplicamos uma
ferramenta de vigilância para identificação de fenótipos compatíveis com ET, além
de correlacioná-los com a prescrição de talidomida e prevalência de hanseníase.
Métodos: Foram analisados os defeitos de redução de membros (DRM), dispensação
de talidomida e prevalência de hanseníase nos anos de 2005-2010 em todo o Brasil.
Os DRM foram analisados e posteriormente foi utilizada uma subcategoria, chamada
de fenótipo de vigilância (TEP). Análises de cluster e isolados geográficos foi
realizada para observar agrupamentos incomuns de TEP. Resultados: Durante 20052010 o envio total de talidomida foi de 5.889.210 comprimidos, a prevalência de
DRM foi de 1,6/]10.000 nascimentos, e TEP 0,11/10.000 nascimentos. A análise de
regressão linear mostrou o aumento de 3 casos de TEP para cada 100.000
comprimidos dispensados. Clusters e isolados geográficos foram identificados em
diversas áreas do Brasil. Conclusões: Existe uma correlação direta entre a
quantidade de talidomida prescrita e a surgimento de TEP, além de diversos
agrupamentos incomuns desse tipo de defeito, mostrando que a embriopatia da
talidomida ainda é um problema presente e merece ser vigiada tanto no Brasil
quanto em países que fazem uso dessa medicação.
Palavras-Chave:talidomida; teratógenos; vigilância; defeitos congênitos
INVENTORY OF HERBAL MEDICINES CONSUMED BY BRAZILIAN
WOMEN DURING PREGNANCY
ALBERTO SALAZAR-GRANARA
MICHELI GALVAN
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
ALBERTO MANTOVANI ABECHE (UFRGS) - BRASIL
LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL
Inventory of herbal medicines consumed by Brazilian women during pregnancy
Salazar-Granara Aa,c, Galvan Ma, Sanseverino MTVa, Abeche AMa, SchulerFaccini La,b,c. a Brazilian Teratogen Information Agent Service, Hospital de
Clínicas de Porto Alegre, Brazil b Genetics Department , Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil c Center of Traditional Medicine and
Pharmacology of the San Martin de Porres University, Peru Purpose: The use of
herbal medicines in Brazil is a traditional popular practice. Nonetheless, during
pregnancy it should be considered with caution, due to potential deleterious effects
like abortion and teratogenicity among others. Here we establish the first inventory
of medicinal plants used by Brazilian pregnant women. Method: We analyzed 9,023
clinical records from the Brazilian Teratogen Information Service (SIAT -
http://gravidez-segura.org/) in Porto Alegre, Brazil, from 1990 to 2012. Results: A
total of 267 (3.9%) pregnant women declared to have used at least one herbal
medicine during pregnancy. Most of these herbals were taken as capsules or tablets
(30%) and infusions 16% (31%), Topic preparations were reported by 22%. A total of
145 herbal medicines were registered. The five most used herbals were: (1) Rhamnus
purshiana (Cáscara-sagrada) (17%). There is no clinical evidence of safety for this
herbal medicine, although pre-clinical research didn’t find teratogenic, embryotoxic
or fetotoxic effects; (2) Centella asiatica (Centela) (10%). Clinical trials have shown
severe adverse effects, mainly hepatotoxicity. Animal studies didn’t reveal evidence of
teratogenic, embryotoxic or fetotoxic effect, despite its estrogen-like activities. 3)
Passiflora alata (Maracujá) (10%) is considered safe by the US FDA. However,
experimental studies showed that its bioactive compounds can cross the
haematoencephalic barrier, activating benzodiazepine and opioid receptors. 4)
Cassia angustifolia (Sene) (10%) Clinical studies have revealed hepatotoxic effects
and experimental studies showed genotoxicity, mutagenicity, endometrial stimulation
and uterotonic effects, and it’s recommended to be avoided during pregnancy. 5)
Ginkgo biloba (7%) Laboratory studies show hormonal activity and malformations in
mice fetuses. It’s not recommended during pregnancy. Conclusions: The Medicinal
Plants Monography edited by The WHO contraindicated the use of two of the five
medicinal plants described above during pregnancy (Rhamnus purshiana and Ginkgo
biloba).This database of common herbal products used by pregnant women is,
therefore, of great importance to provide appropriate information for doctors and
patients in this country (CNPq / INAGEMP / PROREXT-UFRGS)
Palavras-Chave:herbal medicines, pregnancy, teratogen
LEVANTAMENTO DAS CONSULTAS EM UM SERVIÇO DE INFORMAÇOES
SOBRE AGENTES TERATOGÊNICOS: DADOS DO SIAT NO PERÍODO DE 5
ANOS.
LUIZA METZDORF (UFRGS) - BRASIL
MARCELA METZDORF
PAULO VITOR CRESTANI
EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL
ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL
LIGIA MARQUES DA ROCHA AZEVEDO (UFRGS) - BRASIL
FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
ALBERTO MANTOVANI ABECHE (UFRGS) - BRASIL
LAVINIA SCHÜLER-FACCINI
Objetivos:Fundado em 1990, o SIAT (Sistema Nacional de Informações sobre
Agentes Teratogênicos) é um serviço que presta atendimento de excelência gratuito
tanto para a comunidade como para profissionais da área da saúde através de
consultas via telefone, fax ou email sobre riscos reprodutivos relacionados à
exposição de gestantes a agentes ambientais, assim como relacionados à exposição
paterna e durante a amamentação. Para cada consulta, é preenchida uma ficha de
atendimento, realizada uma pesquisa na literatura internacional sobre o motivo da
consulta, e elaborado um laudo com os resultados da pesquisa. Coordenado por
professores e médicos especializados em genética e obstetrícia, sua equipe é
multidisciplinar contando com estudantes supervisionados dentro de um serviço de
extensão da UFRGS. O SIAT faz parte do European Network of Teratogen
Information Services (ENTIS). Métodos: Esse trabalho realizou uma revisão de todas
as consultas recebidas no SIAT nos últimos cinco anos. Resultados: Foram
registradas 2181 consultas entre 2008 e 2012. Os fármacos são o principal motivo de
consulta, principalmente os de uso psiquiátrico, como os inibidores seletivos da
receptação da serotonina (n=325;15%) e benzodiazepínicos (n=96;4%). Segue-se o
uso de carbamazepina, utilizada em epilepsia e transtornos do humor, (n=51;2,3%) e
a sibutramina, um anorexígeno (n=47;2,1%). Um motivo também muito frequente de
consulta é o uso de tintura capilar durante a gestação (n=79;3,6%). Observamos o
crescente numero de consultas relativas à exposição paterna, principalmente
relativas ao uso de finasterida, anti-androgênico utilizado para o tratamento da
alopécia masculina, e metotrexate. Conclusão: O grande número de consultas sobre
fármacos de ação no sistema nervoso central mostra a importância de um serviço
como o SIAT. Dentro desta categoria de medicamentos incluem-se alguns de
potencial teratogênico. Entretanto, muitas vezes a doença materna representa um
risco maior e deve ser tratada. Neste caso a escolha do fármaco mais seguro e a
adesão ao tratamento é fundamental. (CNpq, PROREXT-UFRGS)
Palavras-Chave:Teratogênese; saúde materno-infantil; fármacos
MISOPROSTOL E DEFEITOS CONGÊNITOS: EXPERIÊNCIA DO SISTEMA
NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE AGENTES TERATOGÊNICOS (SIAT)
MARIANA COSTA HOFFMEISTER (UFRGS) - BRASIL
FLÁVIA VIEIRA LOPES (UFRGS) - BRASIL
PAULA BAPTISTA SANSEVERINO (UFRGS) - BRASIL
EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL
ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL
FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL
LIGIA MARQUES DA ROCHA AZEVEDO (UFRGS) - BRASIL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
ALBERTO MANTOVANI ABECHE (UFRGS) - BRASIL
LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL
Misoprostol e Defeitos Congênitos: Experiência do Sistema Nacional de Informações
sobre Agentes Teratogênicos (SIAT) Mariana C. Hoffmeister2,3; Flávia V. Lopes 2,3;
Paula. B. Sanseverino 2,3; Eduardo P. Mattos,1,3; André A. Silva 1,3; Fernanda S.
L.Vianna 1,3; Ligia M. R. Azevedo 2,3; Akberto M Abeche 2; Maria Teresa V.
Sanseverino 3; Lavinia Schüler-Faccini 1,3 1 Departamento de Genética,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 2 Faculdade de Medicina,
UFRGS, Porto Alegre, Brasil 3 Serviço de Genética Médica, Hospital de Clínicas de
Porto Alegre, Brasil Objetivos: Fundado em 1990, o SIAT – Sistema Nacional de
Informação sobre Agentes Teratogênicos - presta atendimento gratuito tanto para a
comunidade como para profissionais da área médica. Situado no Serviço de Genética
Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), sul do Brasil, faz parte do
European Network Teratology Information Services (ENTIS. O Misoprostol é um
análogo da prostaglandina; seu uso em tentativas de aborto é difundido no Brasil,
onde o aborto é ilegal. Embora não tenha efeitos teratogênicos em animais, há duas
décadas são relatados casos de teratogenicidade em humanos quando usado no
primeiro trimestre de gestação. A exposição pré-natal ao misoprostol está associada
com risco aumentado de defeitos de redução de membros tranverso-terminais e
Sequência de Möebius (paralisia facial congênita). Métodos: Foram pesquisadas nas
consultas realizadas ao SIAT, entre os anos de 2000 e 2012, aquelas referentes ao uso
de Misoprostol. Resultados: Foram localizadas 100 consultas, sendo 30 casos
retrospectivos, em que o nascimento de bebês com algum defeito congênito, cuja mãe
havia utilizado misoprostol em algum momento da gravidez. Os defeitos mais comuns
encontrados em nossa amostra foram: defeitos de membros (20 casos, sendo 6 pés
tortos congênitos), alterações oculares e visuais (11, sendo 5 estrabismo), defeitos de
sistema nervoso central (18, sendo 4 microcefalia e 3 desenvolvimento
neuropsicomotor e alterações palatinas (palato arqueado, fenda lábio-palatina, lábio
leporino bilateral e palato alto). Em 13 casos existem dados quanto à dose da
medicação utilizada (média de 4 comprimidos via oral e 1 via vaginal). A média de
idade das mulheres foi de 28 anos. Dezoito pacientes estavam no primeiro trimestre
quando utilizaram o Misoprostol, 4 pacientes no segundo trimestre de gestação e em
um caso o medicamento foi utilizado como indutor para o parto; nos demais casos
essa informação foi perdida. Conclusões: Apesar de ter sua venda proibida em
farmácias, o uso clandestino do misoprostol continua causando nascimento de
crianças com defeitos congenitos. O SIAT presta um importante serviço para a
comunidade geral, conscientizando sobre os teratógenos e informando os
verdadeiros riscos conforme o período de exposição Nossos achados em relação às
malformações associadas ao misoprostol estão de acordo com a bibliografia
disponível. Mais esforços são necessários para abordar essas questões com a
comunidade médica e o público em geral e avaliar desfechos a longo prazo
(INAGEMP, CNPq, PROPESQ/UFRGS, PROREXT/UFRGS)
Palavras-Chave:misoprostol, moebius, teratogeno, gravidez
O GENE DA OXIDO NÍTRICO SINTASE ENDOTELIAL (ENOS) E A
SUSCEPTIBILIDADE À EMBRIOPATIA TALIDOMÍDICA
FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL
LUCAS ROSA FRAGA (UFRGS) - BRASIL
LUCIANA TOVO-RODRIGUES (UFRGS) - BRASIL
ALICE TAGLIANI RIBEIRO (FERTILITAT) - BRASIL
FLÁVIA COSTA BIONDI (UFRGS) - BRASIL
CLAUDIA MARQUES MAXIMINO (ABPST) - BRASIL
MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL
MARA HELENA HUTZ
LAVINIA SCHÜLER-FACCINI
Objetivos: A talidomida é um dos mais potentes e conhecidos teratógenos em
humanos. Atualmente ela é utilizada para diversas situações clínicas, como
tratamento de reações da hanseníase e mieloma múltiplo. No entanto, ainda não
estão claros os mecanismos teratogênicos pelos quais ela produz os defeitos
morfológicos.. Uma das hipóteses é o bloqueio da angiogênese por diminuição do
oxido nítrico (NO). Nesse estudo nós avaliamos dois polimorfismos funcionais no
gene da oxido nítrico sintase endotelial (Gene eNOS), uma enzima constitutivamente
expressa, responsável pela produção de NO. Métodos: Foram genotipados através de
PCR em tempo real os polimorfismos do promotor do gene -786T>C e do exon 7
896G>T em 28 pessoas com embriopatia talidomídica (TE), e 68 indivíduos da
população em geral, e suas frequências alélicas, genotípicas e haplotípicas foram
comparadas. Resultados: Foi observada diferença significativa entre os genótipos do
polimorfismo -786T>C (p=0.03) entre os grupos de afetados pela TE e não afetados.
O genótipo TT do polimorfismo 896G>T foi observado em 10,7% dos afetados e
2,9% dos não afetados, mas a diferença não foi estatisticamente significante
(p=0,09). A análise de haplótipos indicou que o haplótipo selvagem -786T/896G
apresentou-se diferentemente distribuído entre os grupos afetados e não afetados
(p=0,004). Conclusões: Os resultados apontam que os indivíduos com TE tem maior
freqüência de alelos associados com menor expressão de eNOS, podendo esse ser um
genótipo de susceptibilidade à TE.
Palavras-Chave:talidomida; teratógenos; vigilância; defeitos congênitos
TERAPIA ANTIOXIDANTE ATENUA ESTRESSE OXIDATIVO EM CRIANÇAS
E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN
EDUARDO BENEDETTI PARISOTTO (UFSC) - BRASIL
THAIS REGINA GARLET () GUILHERME DA SILVA DE MEDEIROS (UFSC) - BRASIL
VERA LÚCIA DE LIZ OLIVEIRA CAVALLI CAVALLI (UFSC) - BRASIL
ARIANE ZAMONER PACHECO DE SOUZA (UFSC) - BRASIL
EMILIA ADDISON MACHADO MOREIRA (UFSC) - BRASIL
EDUARDO MONGUILHOTT DALMARCO (UFSC) - BRASIL
JULIANA BASTOS DALMARCO () ROZANGELA CURI PEDROSA (UFSC) - BRASIL
DANILO WILHELM FILHO WILHELM FILHO (UFSC) - BRASIL
Introdução: A Síndrome de Down (SD), a mais frequente desordem genética, é
causada pela trissomia do cromossomo 21 em humanos. A geração excessiva de
espécies reativas de oxigênio está envolvida na patogenia da SD, resultando na
indução de danos celulares, como peroxidação lipídica, oxidação de proteínas e dano
ao DNA. O objetivo deste estudo foi avaliar o status antioxidante no sangue de
crianças e adolescentes com SD antes e após a suplementação com vitaminas E e C.
Métodos: Biomarcadores de estresse oxidativo foram avaliados no sangue de
pacientes com SD (n=21) antes e após intervenção antioxidante diária (vitamina E
400 mg, C 500 mg) durante 6 meses. Crianças saudáveis (n=18) sem SD foram
recrutadas para constituir o Grupo controle. A atividade da superóxido dismutase
(SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx), glutationa redutase (GR),
glutationa S-transferase (GST), γ-glutamiltransferase (GGT) e glicose-6-fosfato
desidrogenase (G6PD), assim como o conteúdo de glutationa reduzida (GSH), ácido
úrico, vitamina E e de substâncias que reagem com o ácido tiobarbitúrico (TBARS)
foram mensuradas no sangue destes indivíduos. Resultados: Antes da terapia
antioxidante os indivíduos com SD apresentaram aumento da atividade enzimática
da SOD, CAT, GR e GGT, assim como dos níveis séricos de ácido úrico, enquanto
que a atividade da GPx e G6PD, e dos níveis plasmáticos de vitamina E e TBARS
não mostraram diferenças significantes, quando comparados ao grupo controle. A
atividade da GST e o conteúdo de GSH mostraram-se reduzidos comparativamente
aos controles. Após a suplementação antioxidante, as atividades das enzimas SOD,
CAT, GPx, GR e GGT foram “down-reguladas”, enquanto que o conteúdo de TBARS
apresentou grande diminuição. Não foi identificada mudança na atividade
enzimática da G6PD e GST, nem nos níveis de ácido úrico séricos, enquanto que o
conteúdo de GSH e vitamina E mostraram significativo aumento. Conclusão: A
presença da trissomia 21 em crianças e adolescentes resultou em alterações
bioquímicas que contribuem grandemente para o estresse oxidativo sistêmico e
exacerbado nesses pacientes. A terapia antioxidante com vitaminas E e C atenuou
consistentemente tal insulto oxidativo.
Palavras-Chave:Síndrome de Down; estresse oxidativo; antioxidantes; vitamina E
USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS EM CRIANÇAS COM ATRASO NO
DESENVOLVIMENTO.
ISABEL CRISTINA NEVES DE SOUZA (UFPA) - BRASIL
ROSANA FIORINI PUCCINI (UNIFESP) - BRASIL
ROSA MIRANDA RESEGUE (UNIFESP) - BRASIL
Objetivo: Verificar a freqüência do uso de álcool e outras drogas em mães de
crianças de 0 a 12 anos com atraso de desenvolvimento estabelecido. Métodos:
Estudo transversal de 642 crianças atendidas no Ambulatório de Desenvolvimento
do Serviço Caminhar do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, no período
01 de agosto de 2007 a 31 de julho de 2010. Os dados obtidos foram analisados
pelos programas Bioestat 5.3. Resultados: A faixa etária materna de maior
prevalência foi de 20 a 30 anos, ao nascimento, correspondendo a 58,6%, com 70,6%
de intercorrências gestacionais, sendo que o uso do álcool foi referido em 19,9% e
outras drogas ilícitas em 3,4%. Conclusão: A síndrome alcoólica-fetal é a
consequência mais danosa para o feto associada ao consumo de álcool durante a
gravidez, porém os resultados encontrados alertam para a importância de se
verificar o uso de álcool no período gestacional em criança com problema de
desenvolvimento em especial nas que apresentam retardo do crescimento intrauterino e/ou deficiência intelectual, associados ou não a alterações
musculoesqueléticas, geniturinárias e cardíacas.
Palavras-Chave:álcool, atraso no desenvolvimento, criança.
Download

1. diagnóstico pré natal