1. DIAGNÓSTICO PRÉ NATAL 2. DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL E MEDICINA REPRODUTIVA 3. DISMORFOLOGIA 4. EDUCAÇÃO EM GENÉTICA 5. ERROS INATOS DO METABOLISMO 6. GENÉTICA COMUNITÁRIA 7. NEUROGENÉTICA 8. ONCOGENÉTICA 9. POLIMORFISMOS RELACIONADOS A DOENÇAS CBGM 2013 1. DIAGNÓSTICO PRÉ NATAL AVALIAÇÃO DE DISPLASIAS ESQUELÉTICAS COM MANIFESTAÇÃO PRÉNATAL NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E MOLECULAR. EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO MAGALHÃES (HCPA/UFRGS) - BRASIL JÚLIO CÉSAR LOGUÉRCIO LEITE LOGUERCIO LEITE (HCPA?UFRGS) BRASIL TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL LUIZ ALBERTO TODESCHINI LAVINIA SCHÜLER-FACCINI MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL Displasias esqueléticas ou osteocondrodisplasias (OCDs) compreendem um vasto grupo de doenças genéticas que comprometem a formação e/ou o desenvolvimento do esqueleto humano. Embora individualmente raras, a prevalência global das OCDs é de aproximadamente 3,2 casos para cada 10.000 nascimentos, apresentando alta taxa de letalidade perinatal. Como parte da iniciativa de estabelecimento de uma rede brasileira de diagnóstico de displasias esqueléticas, este trabalho faz um levantamento das características clínicas e moleculares dos casos de OCD detectados durante a gestação, identificados no Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) entre 1996 e 2013. O estudo foi composto por segmentos retrospectivo e prospectivo e incluiu todos os casos de displasia esquelética com manifestação pré-natal. Casos de disostoses ou de anormalidades ósseas secundárias a outras patologias foram excluídos. Todos os casos suspeitos no período pré-natal foram confirmados por análise radiológica pósnatal e foram reavaliados por profissionais especialistas em OCDs. Amostras de sangue ou de tecidos preservados em parafina foram utilizadas para extração de DNA e posterior investigação molecular por sequenciamento de genes candidatos. Esse trabalho foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCPA. Trinta e seis casos sugestivos de OCD foram recuperados, mas 6 foram excluídos por falta de evidências (n=3) ou por apresentação de displasia esquelética secundária a síndromes ou alterações metabólicas. Dos 30 casos restantes, osteogênese imperfeita tipo 2 foi o diagnóstico mais frequente (n=8), seguida das displasias tanatofórica (n=7) e campomélica (n=4). Alterações menos comuns incluíram acondrogênese tipo 2 (n=3), síndrome de costelas curtas e polidactilia tipos 1/3 (n=2) e acondroplasia, hipocondrogênese, síndrome de Larsen recessiva, displasia espondiloepifisária congênita e displasia espondilometafisária (1 caso cada). Para um paciente não foi ainda possível chegar a um diagnóstico conclusivo, apesar dos indícios claros de OCD. Em todos os casos se observou encurtamento de ossos longos em exame ultrassonográfico de segundo (n=21; 70%) ou terceiro trimestres (n=9; 30%). Nesse grupo de pacientes a letalidade perinatal chegou a 80% (n=24), incluindo óbitos neonatais e natimortos. Doze casos foram especificados no período pré-natal como letais e, desses, todos evoluíram ao óbito, o que corresponde a uma precisão de especificação de letalidade de 100% para essa amostra. Finalmente, para 20 pacientes (67%) foi estabelecida uma hipótese diagnóstica específica antes do nascimento. Esses diagnósticos foram confirmados em 19 indivíduos, resultando em uma acurácia de detecção pré-natal de 63% (19 de 30 casos) para essa amostra. Baseando-se nas características radiológicas de cada caso, foi possível inferir genes candidatos para sequenciamento e confirmação diagnóstica. Até o momento, cerca de um terço dos casos já possue mutações identificadas que corroboraram o diagnóstico clínico. Os achados aqui relatados reforçam as evidências de grande letalidade perinatal nas OCDs e a prevalência das displasias mais frequentes. A definição do caráter letal de uma OCD, assim como a proporção de diagnósticos corretos no período pré-natal, estão de acordo com outros estudos. Além disso, as investigações moleculares propiciam a confirmação diagnóstica e contribuem para o planejamento familiar e o aconselhamento genético. Palavras-Chave:displasias esqueléticas, osteocondrodisplasias, diagnóstico pré-natal, aconselhamento genético CONTRIBUIÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA TRIDIMENSIONAL (TC-3D) NA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PRÉ-NATAL DAS DISPLASIAS ESQUELÉTICAS CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL KLÉBER ANDRADE CURSINO INÊS MINNITI RODRIGUES PEREIRA (FCM DA UNICAMP) - BRASIL KARINA DA COSTA SILVEIRA (UNICAMP) - BRASIL THATIANE YOSHIE KANAZAWA (UNICAMP) - BRASIL LUCIANA CARDOSO BONADIA (UNICAMP) - BRASIL SARA REIS TEIXEIRA (HC-FMRP-USP) - BRASIL DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL Aproximadamente metade das osteocondrodisplasias (OCD) de manifestação perinatal é letal, mas nem sempre a ultrassonografia (US) se mostra eficaz para precisar a letalidade das mesmas na nossa realidade. O presente estudo teve como objetivo avaliar a contribuição da tomografia computadorizada com reconstrução tridimensional (TC-3D) na avaliação diagnóstica pré-natal das OCD com suspeita de letalidade. Para tanto, sete casos de OCD previamente identificados pela US foram submetidos à TC-3D durante o pré-natal após as mães serem devidamente orientadas em consultas com geneticista. A partir da suspeita diagnóstica obtida pela US, esta foi comparada com a hipótese diagnóstica realizada após a TC-3D e posteriormente com o diagnóstico final baseado no estudo radiológico simples do esqueleto completo (Rx) realizado no pós-natal. Em dois casos o diagnóstico final obtido após Rx foi corroborado pela identificação da mutação no gene da OCD em questão. Em dois casos o Rx não pôde ser avaliado. Alterações sugestivas de displasia esquelética foram identificadas pela US entre 17 e 29 semanas (mediana: 20). A TC-3D foi realizada entre 26 e 36 semanas (mediana: 31). O achado relacionado à OCD mais frequentemente descrito pela 1ª US alterada foi o encurtamento de ossos longos (7/7=100%), seguido de hipoplasia de caixa torácica (3/7= 43%). A sequência cronológica dos diagnósticos [US → TC-3D → Rx → estudo molecular] para cada caso é descrita a seguir. Caso 1 (C1): displasia tanatofórica (DT) → Colagenopatia-2 → SEDC → COL2A1 (c.1781G>A); C2: OCD não especificada → Colagenopatia-2 → SEDC → COL2A1 (c.1546G>A); C3: DT → DT → não realizado (NR) → NR; C4: costela curta-polidactilia (SRP) → SRP-III ou IV → SRP-III → em andamento; C5: osteogênese imperfeita (OI) letal → OI letal → NR → NR; C6: OI letal → OI letal → OI-IIA → NR; C7: displasia diastrófica → acondrogênese (ACG) → ACG-IA → NR. Resumindo, a avaliação prénatal com TC-3D corroborou a hipótese diagnóstica sugerida pela US em quatro casos (OI letal [2], SRP e DT) e modificou a hipótese inicial em três ocasiões (SEDC [2] e ACG-IA). Em quatro casos (SEDC [2], SRP-III e ACG-IA), embora a TC-3D tenha identificado alterações adicionais em relação à US, o diagnóstico final foi confirmado somente pelo Rx pós-natal, como deve ser. Em nenhum caso a hipótese enquanto grupo diagnóstico sugerida pela TC-3D foi discordante do diagnóstico radiológico pós-natal quando o mesmo pôde ser realizado. Concluindo, a TC-3D adiciona informações na avaliação diagnóstica pré-natal das OCD e deveria ser considerada nos casos de suspeita de OCD letal durante a gestação, enquanto o Rx pós-natal mantém-se como padrão-ouro na avaliação das OCD, uma vez que permite a identificação de modo mais preciso dos achados necessários para a conclusão diagnóstica. Palavras-Chave:osteocondrodisplasia, diagnóstico pré-natal, TC-3D DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL DE MUCOLIPIDOSE II Α/Β ATRAVÉS DE TESTES BIOQUÍMICOS E DE DNA: UMA ABORDAGEM VIÁVEL E PRECISA. TIAGO KOPPE (UFRGS) - BRASIL OSVALDO ARTIGALÁS (UFRGS) - BRASIL TACIANE ALEGRA (UFRGS) - BRASIL ANGELINA XAVIER ACOSTA MANOEL SARNO MAIRA GRAEFF BURIN (HCPA) - BRASIL FERNANDA SPERB (HCPA/UFRGS) - BRASIL URSULA MATTE (HCPA) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: A mucolipidose do tipo II (ML II) é uma doença lisossômica autossômica recessiva, secundária à deficiência da enzima GlcNAc-1-fosfotransferase (o subtipo α/β é causado por mutações no gene GNPTAB). O diagnóstico geralmente é feito por meio da medida das hidrolases lisossômicas no soro e em fibroblastos, sendo a avaliação pré-natal possível através de ensaios bioquímicos realizados em líquido amniótico. Há poucos relatos sobre a presença de alterações bioquímicas em heterozigotos. Objetivo: relatar o diagnóstico pré-natal de um concepto heterozigoto para ML II. Relato de Caso: O feto é o segundo filho de um casal não-consangüíneo. O primogênito recebeu diagnóstico clínico e bioquímico de ML II, confirmado com seqüenciamento do GNPTAB, que demonstrava homozigoze para a mutação c. [3503_3504delTC] no éxon XIX. Os pais optaram por outra gestação e testes prénatais foram realizados por amniocentese. A análise enzimática de sobrenadantes apresentou atividade normal da hexosaminidase A, β-glicuronidase, α-manosidase e quitotriosidase. O cultivo e a análise enzimática dos amniócitos tiveram resultados de β-glicuronidase e hexosaminidase A total normais, mas a atividade da βgalactosidase e α-iduronidase estavam reduzidas, tornando a análise bioquímica inconclusiva. O seqüenciamento do éxon XIX do GNPTAB demonstrou que o feto era heterozigoto para c. [3503_3504delTC]. Ultra-sonografia obstétrica morfológica e a medida da translucência nucal estavam dentro da normalidade. O bebê nasceu sem intercorrências, com exame físico e antropometria normais. No período pós-natal, análises a partir do plasma, evidenciaram níveis enzimáticos discretamente elevados de α-iduronidase e α-manosidase, mas níveis normais de Hexosaminidase, βglicuronidase, quitotriosidase e β-galactosidase (atividade em leucócitos não avaliada). Conclusão: Acreditamos que este é o primeiro relato de diagnóstico prénatal de ML II através da análise de DNA. De acordo com nossos resultados, os heterozigotos podem apresentar alterações bioquímicas relacionadas com esta doença, assim, a análise de DNA deve ser considerada o método padrão-ouro para o diagnóstico. Palavras-Chave:Diagnóstico pré-natal; mucolipidose II α/β; testes bioquímicos; testes de DNA DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL DE SÍNDROME DE MECKEL-GRUBER CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL JULIANA ALVES JOSAHKIAN (HC-FMRP-USP) - BRASIL CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL MARÍA LUCÍA CASTRO MOREIRA (HC/USPRP) - BRASIL SIMONE GUSMÃO RAMOS (FMRP USP) - BRASIL JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL A Síndrome de Meckel-Gruber é uma ciliopatia autossômica recessiva caracterizada por encefalocele occipital, rins policísticos e polidactilia. A prevalência estimada da condição é em torno de 1/13.250-140.000 gestações, sendo que o gene responsável está no cromossomo 17 (17q21). O diagnóstico pode ser feito ao nascimento ou durante pré-natal. Vários casos diagnosticados por meios ultrassonográficos já foram relatados na literatura. Objetivo: Mostrar, através de um relato de caso clínico de Síndrome de Meckel- Gruber, a importância do diagnóstico pré-natal de doenças genéticas, tanto para prognóstico fetal como para aconselhamento genético. Método: Descrevemos recém-nascido, G1P1A0, filhos de pais não cosanguíneos, mãe com 31 anos. Ultrassonografia obstétrica de 28 semanas de gestação que evidenciou rins multicísticos, oligodrâmnio absoluto e sinais de hipoplasia pulmonar. Ressonância magnética fetal com 31 semanas e 4 dias que evidenciou microcefalia, encefalocele occipital com saco medindo 5,9cm x 2,7cm x 2,2cm, herniação de tronco cerebelar pelo forame Magno e fossa posterior de dimensões reduzidas. Nasceu de parto normal, prematuro de 34 semanas, cefálico, líquido amniótico claro e escasso, apgar 2/1, peso 2100g, comprimento 43cm, sorologias negativas. Evoluiu com óbito após 2 horas de vida, por parada cardiorrespiratória secundária a expansão pulmonar não suficiente. Durante necropsia foram observados face anormal (hipertelorismo, retromicrognatia, nariz achatado, orelhas baixo implantadas, pescoço curto e sobra de pele em nuca), polidactilia pós-axial de mãos e pés, prega palmar única, pé torto, genitália ambígua com ovários rudimentares, rins multicísticos, fígado aumentado com estrias fibróticas, presença de forame em occiptal (orifício de saída da encefalocele). Resultados: Os achados ultrassonográficos foram confirmados ao nascimento. Juntamente a polidactilia, alterações de genitália e dismorfias em face, o diagnóstico clínico de Síndrome de Meckel-Gruber foi realizado. Isso possibilitou o aconselhamento genético para os pais, visto a possibilidade de 25% de recorrência. Conclusões: Enfatizamos a necessidade e importância do acompanhamento conjunto dos serviços de ultrassonografia, patologia e genética médica, visto que as especialidades são complementares, possibilitando diagnóstico precoce mesmo de doenças raras. Palavras-Chave:Meckel-Gruber, diagnóstico pré-natal, aconselhamento genético, rins policísticos, encefalocele, autossômica recessiva EXPERIÊNCIA NO SERVIÇO DE GENÉTICA MÉDICA NO ACONSELHAMENTO GENÉTICO PRÉ-NATAL E PRÉ-CONCEPCIONAL DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE FLÁVIA ROMARIZ FERREIRA (UFRGS) - BRASIL EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL REJANE GUS KESSLER (HCPA) - BRASIL ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL MAIRA GRAEFF BURIN (HCPA) - BRASIL SANDRA LEISTNER-SEGAL (HCPA/SGM) - BRASIL JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO MAGALHÃES (HCPA/UFRGS) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL A etiologia das anormalidades embrionárias e fetais é bastante ampla, incluindo doenças cromossômicas, gênicas e multifatoriais, além das doenças maternas e exposições ambientais. Frente a esta variedade, incentiva-se a busca por serviços de aconselhamento periconcepcional para orientações adequadas para cada situação no intuito de evitar tais desfechos quando possível. O Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (SGM-HCPA) disponibiliza este atendimento em um ambulatório de Genética Pré-natal (GPN-SGM) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) há mais de 20 anos. Este programa é parte do Grupo de Medicina Fetal do HCPA, que realiza atendimento multidisciplinar para as gestantes com anormalidades. Os procedimentos de diagnostico pré-natal invasivo são oferecidos quando indicado. Para as gestantes, é realizada uma consulta após o parto para seguimento e aconselhamento genético. Nas consultas pré-concepcionais, investigam-se os fatores de risco potenciais para gestação, além daquele que motivou o atendimento, e é planejado o acompanhamento durante a futura gravidez.Objetivo: caracterizar a população atendida no GPN-SGM nos últimos 5 anos (período de Janeiro de 2008 a Dezembro de 2012). Métodos: utilizou-se uma abordagem longitudinal retrospectiva. Fichas clínicas dos casais atendidos neste ambulatório foram analisadas de forma descritiva quanto a aspectos sociais e clínicos das mulheres atendidas. De 633 fichas clínicas inicialmente identificadas, 43 foram excluídas por falta de informações essenciais para o estudo. Os dados foram armazenados em Excel.Resultados: Entre o período analisado, a média de atendimento foi de 116 casos novos por ano. A mediana de idade das mulheres atendidas foi de 29 anos (variando de 14 a 50 anos). A maior parte dos atendimentos foi proveniente de 143 cidades do interior do Rio Grande do Sul, entretanto as cidades da grande Porto Alegre contaram com um maior número de consultas por localidade. A maior parte das mulheres tinha ensino médio completo (n=229; 38,81%). O motivo de consulta foi por interesse em planejar uma futura gestação em 48% dos casos (n=284) e por gestação em curso em 52% (n=306). Durante a gestação, a busca pelo serviço concentrou-se em torno das 21 semanas de gestação (variando de 4 a 39 semanas), e motivo de encaminhamento mais frequente foi a presença de anomalia na ecografia fetal (n=135; 44% das gestantes). Conclusões: Nosso estudo evidencia que é possível estabelecer um programa de atendimento prénatal e periconcepcional em serviços públicos de Genética. Em casos de anomalia fetal é importante a investigação da etiologia para estabelecer o aconselhamento genético do casal. A identificação de fatores de risco pré-concepcionais pode permitir o desenvolvimento de futuras estratégias para minimizar desfechos gestacionais adversos e prevenir novos casos de anormalidades. Palavras-Chave:Diagnóstico Pré-Natal, Medicina Fetal, Atenção Pré-Concepcional, Pré-Natal GASTROSQUISE E ONFALOCELE: ESTUDO DE CASOS EM CONCEPTOS NASCIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR POLYDORO ERNANI DE SÃO THIAGO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (HU-UFSC) GRAZIELE DENEGA SOUZA (UFSC) - BRASIL ELIANA TERNES PEREIRA TERNES PEREIRA (UFSC) - BRASIL GABRIELA GUIMARÃES GONÇALVES (UFSC) - BRASIL DAYARA SALES (UFSC) - BRASIL SAMANTHA THIFANI ALRUTZ BARCELOS (UFSC) - BRASIL Introdução: Entre os defeitos da parede abdominal de maior relevância em recémnascidos estão a gastrosquise e a onfalocele. São malformações que, apesar de suas grandes diferenças, se manifestam por herniação de vísceras intra-abdominais. A onfalocele é consequência de um retorno incompleto do conteúdo intestinal para a cavidade abdominal durante a vida intrauterina, de forma que esse conteúdo fica exteriorizado, mas recoberto por membrana. Já a gastrosquise é um defeito na parede abdominal, lateral a um cordão umbilical íntegro, geralmente à direita, por onde há evisceração de órgãos abdominais, não recobertos por membranas. Objetivos: estudar casos de conceptos com malformações da parede abdominal anterior – especificamente onfalocele egastrosquise – nascidos no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC) e analisar fatores associados a esses defeitos. Métodos: foi realizado um estudo transversal retrospectivo, através da revisão de prontuários, no qual foram incluídos todos os conceptos com onfalocele e gastrosquise que nasceram na instituição, de janeiro de 2010 a dezembro de 2012. Resultados: no período do estudo, foram atendidos 16 casos de malformações fetais relacionadas a defeitos no fechamento da parede abdominal. Das malformações analisadas, a mais prevalente foi a gastrosquise, com 62,5% dos casos. Dos casos observados de gastrosquise, sete eram do sexo masculino e três do sexo feminino. Já dos casos de onfalocele, dois eram do sexo masculino, três do sexo feminino e um intersexo. Dos recém-nascidos, 14 tiveram diagnóstico pré-natal e em dois casos não havia especificação da época do diagnóstico. Em 81,3% dos casos, o tipo de parto foi cesárea, sendo que 56,3% foram nascimentos prematuros. Apesar da alta taxa de prematuridade, 56,3% do total foram classificados com tamanho adequado para a idade gestacional. Em quatro recém-nascidos estava presente outra malformação, como atresia de íleo, gemelaridade imperfeita e cardiopatia congênita. Um paciente apresentou restrição do crescimento intrauterino (RCIU). A idade materna variou de 17 a 37 anos, sendo a média de 25,3 anos, e em cinco casos houve o relato de malformações na família. Conclusões: A importância do estudo das malformações do fechamento da parede abdominal anterior reside no seu reconhecimento e realização de diagnóstico pré-natal, através de ultrassonografia, essencial para definir a gravidade dos defeitos de parede abdominal e analisar a possibilidade de malformações associadas, o que é mais recorrente na onfalocele. A família pode ser preparada psicologicamente, sobretudo pela maior frequência em mulheres jovens – o que não é esperado pela população em geral, que associa malformações à idade materna avançada. O diagnóstico precoce também permite que a melhor via de parto seja definida em cada caso, alem de preparar a equipe neonatal e de cirurgia pediátrica, pois muitos bebês podem nascer prematuros e 100% precisarão de intervenção cirúrgica. Palavras-Chave:onfalocele, gastrosquise, malformações INVESTIGAÇÃO DA DISPLASIA CAMPOMÉLICA EM UMA COORTE DE PACIENTES BRASILEIROS. EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO MAGALHÃES (HCPA/UFRGS) - BRASIL JÚLIO CÉSAR LOGUÉRCIO LEITE LOGUERCIO LEITE (HCPA?UFRGS) BRASIL TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL LUIZ ALBERTO TODESCHINI MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL LAVINIA SCHÜLER-FACCINI A displasia campomélica (DC) é uma das osteocondrodisplasias (OCDs) mais prevalentes entre as que se manifestam no período perinatal, sendo comumente letal e determinada por mutações no gene SOX9, importante regulador do desenvolvimento esquelético e testicular. Como parte da iniciativa de estabelecimento da Rede Brasileira de Displasias Esqueléticas, este trabalho busca identificar casos de DC e realizar uma revisão dos achados clínico-radiológicos de uma coorte desses pacientes e, posteriormente, proceder à investigação molecular de SOX9. Esse estudo é composto por segmentos retrospectivo e prospectivo e inclui casos de DC com manifestação perinatal detectados em diferentes serviços de genética médica brasileiros. Todos os casos suspeitos durante o pré-natal foram confirmados por avaliação radiológica pós-natal e reavaliados por profissionais experientes. Amostras de sangue ou de tecidos preservados em parafina foram utilizadas para extração de DNA que serão posteriormente submetidos à investigação molecular por sequenciamento dos éxons e junções éxon/íntron de SOX9. Até o momento, 12 casos de DC foram identificados, todos resultando em óbito perinatal (dez nativivos e dois natimortos). DNA foi obtido em 11 casos. A proporção sexual encontrada foi de 9 pacientes do sexo feminino para 3 do sexo masculino. Dos seis pacientes com cariótipo disponível, todos apresentaram sexo cromossômico concordante com o fenótipo, à exceção de um caso de reversão sexual (46,XY) com genitália externa feminina. Adicionalmente, um recém-nascido do sexo masculino apresentou micropênis e hidrocele bilateral, o que pode estar relacionado a um espectro de alterações sexuais causadas por mutações em SOX9. A mediana de idade materna dos casos foi de 27,5 anos, enquanto que a mediana de idade paterna foi de 31,5 anos. O peso médio ao nascimento foi de 2499 ± 804,5 gramas, enquanto que a altura e o perímetro cefálico médios ao nascimento foram 39,5 ± 4,6 cm e 35,2 ± 5,1 cm, respectivamente. A mediana da idade gestacional da amostra ao nascimento foi de 37 semanas. O sequenciamento será realizado inicialmente nas regiões codificantes do SOX9, uma vez que todos os casos foram letais. Concluindo, esta casuística confirma a grande mortalidade da displasia campomélica e reforça a necessidade da investigação cariotípica nessa displasia, visto que a freqüência de reversão sexual foi de 16%. Esses resultados também atestam a qualidade dos serviços envolvidos, já que 100% dos casos tinham radiografia pós-natal que permitiu a confirmação diagnóstica. Similarmente, 92% dos casos tinham DNA armazenado ou tecido disponível, que agora contribuirão para o estudo molecular de uma casuística brasileira de DC. Por último, os dados desta apresentação reforçam a necessidade de formação de redes para o estudo de doenças raras. Palavras-Chave:Displasias esqueléticas, displasia campomélica, diagnóstico pré-natal, aconselhamento genético RELATO DE CASO: SÍNDROME DO INCISIVO CENTRAL SUPERIOR SOLITÁRIO. CAMILA GARCIA PERINI (UNISUL-PB) - BRASIL LOUISE LAPAGESSE (HIJG) - BRASIL ROSANA CRISTINE OTERO CUNHA (HIJG) - BRASIL FERNANDA MAIA MONTEIRO FASOLO (HIJG) - BRASIL GEAN CARLO ROCHA (HIJG) - BRASIL MAIARA CRISTINA DA SILVA CUNHA GARCIA (HIJG) - BRASIL Síndrome do incisivo central superior solitário (SICSS) é uma alteração do desenvolvimento, considerada como expressão da holoprosencefalia e que envolve ossos cranianos, maxila e dentes (especificamente o incisivo central), incomum na população. O incisivo solitário pode ocorrer de forma isolada ou em associação com outras anomalias de desenvolvimento. Essa alteração no desenvolvimento da oclusão dentária é caracterizada por más formações estruturais, sobretudo na região de linha média do paciente. A incidência é estimada em 1:50.000 nascidos vivos m meninas. A etiologia tem sido associada a mutações no gene Sonic Hedgehog, especialmente deleção do 7q. O objetivo é apresentar um caso da SICSS. Os procedimentos ortodônticos, nesses casos, variam dependendo do grau de comprometimento das estruturas ósseas da maxila, da oclusão em si, e principalmente da sutura palatina mediana. Este relato refere-se a um paciente de 40 dias, masculino, prematuro, baixo peso, que foi levado pela mãe à emergência do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), Santa Catarina, com quadro de dificuldade respiratória e cianose. À anamnese, mãe relatou que o filho apresentou dispneia pós amamentação e regurgitação do leite materno por nariz e boca. Ao exame físico, observou-se que o paciente apresentava, hipertelorismo, terço médio da face reduzido e respiração bucal. Oroscopia demonstrou a presença de palato ogival e fenda palatina. Após internação e seguimento do paciente tomografia computadorizada revelou presença de único incisivo central superior e estenose de seio piriforme. Através da literatura, observa-se a importância do diagnóstico correto e precoce dessa síndrome, uma vez que há possibilidade da mesma estar associada a outros problemas de desenvolvimento. Além disso, o paciente acometido pela SICSS deve ser assistido por uma equipe multidisciplinar de saúde, de forma a otimizar os resultados clínicos e devolver-lhe qualidade de vida. Palavras-Chave:*prematuro *incisivo central superior solítário *genética TRISSOMIA PARCIAL 1Q32-QTER: DESCRIÇÃO DE CASO DETECTADO INTRAUTERINAMENTE MARÍA LUCÍA CASTRO MOREIRA (HC/USPRP) - BRASIL JULIANA ALVES JOSAHKIAN (HC-FMRP-USP) - BRASIL CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL NATÁLIA RENAULT QUARESEMIN JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL A trissomia parcial do braço longo do cromossomo 1 é relativamente rara, com poucos casos descritos na literatura e com uma ampla heterogeneidade citogenética, que torna difícil a definição do fenótipo. Na literatura, está relacionado com atraso de desenvolvimento, distúrbio comportamental e múltiplas dismorfias .Relatamos caso encaminhado por alteração em ultrassonografia pré-natal (12 semanas) com translucência nucal aumentada (10,25 mm), artéria umbilical única e ventrículo cerebral único (holoprosencefalia). Ultrassom morfológico (23 semanas) demonstrou polihidrâmnio, holoprosencefalia alobar, defeito da linha média da face de difícil caracterização, não sendo possível observar osso nasal e coração com provável defeito de septo atrioventricular. Indicado exame citogenético, por cultura de amniócitos as 18 semanas, que evidenciou 46XX,add(5)(p15). Cariótipo da mãe e do avô materno com translocação balanceada 46XX,t(1;5)(q32;p15).O cariótipo do pai foi normal. Gravidez evoluiu com parto prematuro as 30 semanas de gestação. A necrópsia foi autorizada pelos pais e observado: feto macerado, turricefalia, frontal amplo, aumento do diâmetro biparietal , face triangular, microftalmia, micronagtia, hipertricose, hipoplasia nasal, fenda labio palatina, orelhas baixo implantadas e displásicas, pescoço curto, camptodactilia de quirodáctilos bilateralmente, polidactilia pós-axial à esquerda .A partir desses resultados, foi feito diagnóstico de trissomia parcial 1q32-qter. Esse trabalho demostra a importância do diagnóstico citogenético quando estamos frente a achados relevantes no ultrasom pré-natal, possibilitando a definição do prognóstico fetal e o aconselhamento genético. Palavras-Chave:Trissomia parcial 1q32-qter 2. DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL E MEDICINA REPRODUTIVA DIAGNÓSTICO CITOGENÉTICO PRÉ-NATAL A PARTIR DE URINA FETAL NA OBSTRUÇÃO DO TRATO URINÁRIO INFERIOR SIMONE HERNANDEZ RUANO (CDMDACR) - BRASIL SINA HAERI (BCM) - ESTADOS UNIDOS LEILA MONTENEGRO SILVEIRA FARAH (LABGEN) - BRASIL RAQUEL JOFFE (LABGEN) - BRASIL RODRIGO RUANO (BCM) - ESTADOS UNIDOS Objetivo: Testar a hipótese de que o diagnóstico citogenético pré-natal pode ser realizado a partir da urina do feto, em gestações complicadas pela obstrução do trato urinário inferior fetal. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo com todos os casos de fetos que apresentavam obstrução do trato urinário inferior (obstrução LUTO), atendidas ao longo de um período de quatro anos em uma instituição. Foram incluídos todos os casos em que a avaliação citogenética foi testada em amostras de urina fetal, bem como amostras de líquido amniótico. Resultados: Um total de 11 casos, com idade gestacional variando de 15 a 25 semanas, foi submetido a amniocentese e vesicocentese. Avaliação citogenética tradicional foi concluída, com sucesso, a partir do líquido amniótico e, também, a partir de amostras de urina fetal em todos os 11 casos (100%). O cariótipo foi normal em 7 casos (64%), apresentou trissomia do cromossomo 21 em 2 casos (18%), Trissomia do 13, em 1 (9%), e deleção parcial do cromossomo 4, em 1 caso (9%). Conclusão: A avaliação citogenética tradicional pode ser realizada com sucesso a partir de amostras de urina de fetos com obstrução do trato urinário inferior, o que pode ajudar nos casos em que não é possível realizar amniocentese ou biópsia de vilo corial. Palavras-Chave:obstrução do trato urinário inferior, válvula de uretra posterior, atresia uretral, cariótipo fetal, vesicocentesis EXPERIÊNCIA DA OTIMIZAÇÃO DAS TERAPIAS DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA EM 2 CENTROS GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL CATIA CRISTINA MACHADO GASPARONI DE LEMOS (HUPE/UERJ) - BRASIL ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL CECÍLIA AQUINO SEQUEIRA (HUPE-UERJ) - BRASIL MARIA DA PENHA LEITE DOS SANTOS () MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL Objetivos: Relatar a experiência de dois centros com a otimização da TRE, em termos de ajuste de doses e redução do tempo de duração das infusões, ou sua frequência. Métodos: Selecionamos pacientes em infusão por períodos prolongados, (dezenove semanas – sete anos), sem apresentar reações relevantes no último semestre, com mucopolissacaridoses I, II e VI, para redução escalonada da quantidade de etapas, e aumento final da velocidade de infusão, seguindo orientações de bula, ou relatos já publicados de modificações bem sucedidas no protocolo de infusão. Em relação a otimização do consumo de medicação, duas famílias, uma com dois pacientes com MPS II e outra com quatro pacientes com doença de Fabry, ajustamos suas doses, dentro do intervalo terapêutico, de forma a possibilitar a redução do número de frascos utilizados. Concomitantemente, abordamos o problema de ajuste de dose de um paciente com repetidas faltas à terapia, usando o conceito de dose-acumulada. Resultados: Obtivemos sucesso nos objetivos almejados, sem intercorrências no período. Reduzimos o tempo de infusão dos pacientes com MPS I e II em cerca de 100 horas-ano, e dos pacientes com MPS VI em 50 horas-ano. Dois destes pacientes apresentaram relato prévio de reações adversas à infusão, já tendo sido dessensibilizados com sucesso previamente. Reduzimos o consumo de medicação nos casos citados, obtendo uma economia prevista de 50 frascos de Elaprase e 25 frascos de Fabrazyme ao ano. Reduzimos ainda consideravelmente o trabalho da enfermagem com o controle das mudanças de velocidade, permitindo o atendimento simultâneo de mais pacientes. Conclusões: Há possibilidades para manejo dos esquemas de infusão da reposição enzimática, além dos iniciais propostos, que permitiu diminuição do tempo de permanência hospitalar dos pacientes, associado a aumento da taxa de ocupação de leito, otimização do tempo da enfermagem e redução dos custos, naqueles pacientes já estáveis. Demonstramos ainda ser possível aplicar o mesmo protocolo aos pacientes com relato prévio de reações adversas, desde que estas já tenham sido previamente bem controladas. Palavras-Chave:Otimização, Reposição Enzimática O POLIMORFISMO DO RECEPTOR DO HORMÔNIO LUTEINIZANTE INSLQ ESTÁ PRESENTE NA INFERTILIDADE ASSOCIADA À ENDOMETRIOSE CARLA REGINA SCHMITZ (UFRGS) - BRASIL EMILY DE CONTO (UFRGS/HCPA) - BRASIL CARLOS AUGUSTO BASTOS DE SOUZA (HCPA) - BRASIL VANESSA KREBS GENRO (UFRGS) - BRASIL URSULA MATTE (HCPA) - BRASIL JOÃO SABINO LAHORGUE CUNHA FILHO (UFRGS) - BRASIL Objetivo: Avaliar a associação do polimorfismo do receptor do Hormônio Luteinizante (LH) insLQ que consiste na inserção das bases CTGCAG – LeucinaGlicina – no códon 18 do exon 1 do gene em pacientes com infertilidade associada à endometriose. Métodos: Foi realizado um estudo de caso controle comparando 67 pacientes inférteis com endometriose (grupo de estudo) e 65 pacientes férteis (grupo controle). Todas pacientes foram submetidas a videolaparoscopia diagnóstica: o grupo de estudo para diagnóstico de endometriose e o grupo controle para ligadura tubária. Foram dosados os níveis séricos de FSH, LH e CA-125. O DNA das pacientes foi extraído a partir de sangue periférico coletado em EDTA, foi realizada reação de PCR para amplificar a região de interesse no gene e, através de sequenciamento direto, foi possível analisar a inserção LQ no gene das pacientes. Resultados: Os níveis de FSH e LH séricos foram semelhantes entre os grupos estudados, no entanto, os níveis de CA-125 foram maiores no grupo em estudo, como esperado. Vinte e nove pacientes (43%) no grupo de estudo e treze pacientes (20%) no grupo controle apresentaram o polimorfismo insLQ no receptor do LH. Essa diferença foi estatisticamente significativa, sendo p=0,005 e OR 3,05 (IC 95% 1,40 – 6,63). Conclusão: O polimorfismo insLQ, que confere maior sensibilidade ao receptor do LH em células in vitro, está associado ao diagnóstico de infertilidade associada à endometriose em mulheres. Palavras-Chave:LHR, receptor, inserção, polimorfismo, endometriose, infertilidade POLIMORFISMOS DO GDF9 EM MULHERES INFÉRTEIS COM ENDOMETRIOSE EMILY DE CONTO (UFRGS/HCPA) - BRASIL VANESSA KREBS GENRO (UFRGS) - BRASIL CARLOS AUGUSTO BASTOS DE SOUZA (HCPA) - BRASIL JOÃO PAOLO BILIBIO (UFRGS) - BRASIL URSULA MATTE (HCPA) - BRASIL JOÃO SABINO LAHORGUE CUNHA FILHO (UFRGS) - BRASIL Objetivos: Comparar a frequência dos polimorfismos (SNPs) G>C (rs254285), C447T (rs254286), G546A (rs10491279) e G646A, do gene do Fator de Crescimento e Diferenciação 9 (GDF9) entre pacientes inférteis com endometriose e mulheres férteis sem endometriose. Métodos: O grupo controle foi composto por quarenta pacientes férteis submetidas à ligadura tubária. Quinze mulheres inférteis com endometriose em tratamento para gestar por fertilização in vitro (FIV) compunham o grupo de estudo. O DNA dessas pacientes foi extraído a partir do sangue periférico coletado em EDTA e foi realizado o sequenciamento do fragmento do gene que contém os SNPs. A concentração de DNA utilizada na reação de PCR foi de 200 ng/µL determinada por quantificação em espectrofotômetro NanoDrop. A dosagem de FSH como indicador de reserva ovariana foi coletada no 3o dia do ciclo menstrual. A análise estatística aplicada foi Teste t para as variáveis contínuas e Teste de Monte Carlo para as variáveis categóricas. Resultados: Os SNPs não apresentaram diferenças estatísticas entre os grupos. O SNP G>C apresentou p=0,352; C447T, p=0,108; G546A, p=0,645 e para o polimorfismo G646A todas as pacientes apresentaram o genótipo GG, sendo p=1. A média de idade de ambos os grupos foi próxima, não resultando em diferença estatística. A média dos níveis de FSH foi maior no grupo de estudo, sendo de 4,8U/L no grupo controle diante de 8,1U/L no grupo de estudo, o que sugere que a reserva ovariana do grupo de pacientes inférteis com endometriose é menor do que a reserva ovariana do grupo controle. Conclusão: Os resultados preliminares não demonstram diferença gênica ou alélica para os polimorfismos do GDF9 entre os grupos estudados. Palavras-Chave:GDF9, polimorfismos, infertilidade, endometriose 3. DISMORFOLOGIA ACHADOS CLÍNICOS DE UM PACIENTE APRESENTANDO VARIANTE DA SÍNDROME DE KLINEFELTER 49,XXXXY PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL CAMILA SAPORITI MESQUITA (UFCSPA) - BRASIL JULIANA CAVALHEIRO DORNELES (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL SILVIA BARBOSA (UFCSPA) - BRASIL FRANCYELLE OLIVEIRA (UFCSPA) - BRASIL JULIETE NATHALI SCHOLL (UFCSPA) - BRASIL BIBIANA CUNEGATTO (UFCSPA) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: descrever os achados clínicos de um paciente apresentando variante da síndrome de Klinefelter 49,XXXXY. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: o paciente é o primeiro filho de casal com 25 anos (mãe) e 26 anos (pai), ambos não consanguíneos. Durante a sua gestação, diagnosticou-se crescimento intrauterino restrito no sétimo mês. Ele nasceu a termo, por parto normal, pesando 1950 g, medindo 43 cm, e com escore de Apgar no quinto minuto de 9. Ao nascimento, o pediatra levantou a hipótese de síndrome de Down como diagnóstico. O paciente nasceu com pé torto congênito, sendo que necessitou utilizar bota gessada até o quarto mês de vida. Com 1 ano e 6 meses, foi submetido a uma cirurgia para correção da movimentação da perna esquerda. Contudo, não se obteve resultado satisfatório. Ele apresentava sopro cardíaco sistólico. A avaliação clínica cardiológica constatou provável estenose pulmonar sem repercussão hemodinâmica. Quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, ele evoluiu com atraso, sendo que sentou sem apoio com 8 meses, caminhou sozinho com 3 anos e 1 mês. Aos 3 anos e 9 meses ele pronunciava apenas poucas palavras. A radiografia de punho, realizada com 3 anos e 7 meses, mostrou importante retardo da maturação óssea (a idade óssea era de cerca de 6 meses). Neste período, seu peso e altura eram adequados para a idade; porém, seu perímetro cefálico se encontrava no limite inferior da normalidade. Ao exame físico evidenciou-se achatamento occipital do crânio; implantação baixa dos cabelos na fronte e na nuca; fenda palpebral oblíqua para cima; orelhas retrovertidas com hélix sobredobrada; palato alto; hipertelorismo mamário; testículos retráteis e pênis escondido na gordura pubiana; clinodactilia do quinto dedo das mãos; pés planos valgos com leve protusão do calcâneo, e sobreposição dos 2° e 3° pododáctilos bilateral. O cariótipo mostrou a presença de uma constituição cromossômica masculina apresentando tetrassomia do cromossomo X, o que foi compatível com o diagnóstico de variante de síndrome de Klinefelter: 49,XXXXY[25]. Na avaliação endocrinológica, aos 18 anos de idade, verificou-se a presença de hipogonadismo hipergonadotrófico. A radiografia de crânio demonstrou aumento da espessura da calota craniana e da densidade das suturas. Havia prognatismo da mandíbula. A sela túrcica apresentava volume diminuído. A idade óssea era compatível com 15 anos de idade. Na ecografia, os testículos não foram visualizados. Ao eletroencefalograma observaram-se moderadas alterações lentas difusas e alguns esboços de surtos de pontas duplas, difusas, bilaterais e sincrômicas. Conclusões: a síndrome de Klinefelter é uma anomalia cromossômica que se caracteriza por falha na função testicular com azoospermia e níveis elevados de gonadotrofinas. Relatos de variantes da síndrome de Klinefelter são considerados raros. Salientamos a dificuldade do diagnóstico baseado em achados clínicos, uma vez que há sobreposição das características clínicas com outros tipos de cromossomopatia. Em nosso caso, por exemplo, a suspeita inicial foi de síndrome de Down, sendo que esta condição é considerada um diagnóstico diferencial. Sendo assim, a realização do cariótipo é muito importante para a definição etiológica da síndrome e, consequentemente, adequado manejo do paciente. Palavras-Chave:Síndrome de Klinefelter, variante, 49,XXXXY, hipogonadismo, diagnóstico diferencial ACONDROPLASIA: UM ESTUDO DE CASO LETÍCIA SABOIA DA SILVA (UFPEL) - BRASIL INGRID IOOST ESTANIESKI (UFPEL) - BRASIL NICOLE RUAS GUARANY (UFPEL) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Objetivos: O presente estudo tem como objetivo discutir a importância da intervenção terapêutica ocupacional em uma menina com Acondroplasia (nanismo) atendida no setor de Terapia Ocupacional no Núcleo de Neurodesenvolvimento da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Rio Grande do Sul (RS). Métodos: O estudo de caso foi desenvolvido através de análise de prontuário clínico, anamnese com os pais e avaliação de Terapia Ocupacional, desenvolvida especialmente para os pacientes atendidos neste setor. Esta avaliação compreende aspectos tais como capacidades motoras, cognitivas, realização das atividades de vida diária, função social, comunicação, entre outros. Até o momento foram realizadas as avaliações em dois atendimentos de Terapia Ocupacional, semanalmente esta paciente seguirá em atendimento. A avaliação foi realizada por duas estagiárias do Curso de Terapia Ocupacional da UFPel, sendo documentados diariamente. Resultados: H.L.S. sexo feminino, nascida em junho de 2012, na ocasião com 9 meses de vida, nascida e com procedência de Pelotas-RS. Mãe com 24 anos e pai com 67 anos. Foi diagnosticada com Acondroplasia pela equipe multiprofissional dos serviços do Ambulatório de Neurodesenvolvimento da UFPel. A criança apresenta macrocefalia, membros inferiores e superiores curtos e com sobra de pele. A avaliação Terapêutica Ocupacional foi realizada com acompanhamento da mãe, a criança não faz trocas de decúbitos, não engatinha e não fica em pé de forma independente, apresenta controle cervical, tem déficit no controle de tronco, mas senta sem apoio por alguns minutos, realiza preensões adequadamente, responde a estímulos visuais e auditivos, e têm dificuldade respiratória, apresentando grande fadiga quando realiza movimentos que exigem força. Está com o desenvolvimento motor em atraso, porém apresenta desenvolvimento cognitivo adequado a idade. Conclusão: As dificuldades encontradas pelos Acondroplásicos são inexoráveis devido as alterações esqueléticas e deformidades que se desenvolvem ao longo da vida. A intervenção precoce é de extrema importância nessa população. Neste sentido a intervenção terapêutica ocupacional visa promover o desenvolvimento neuropsicomotor da criança e adequação postural a fim de evitar deformidades e facilitar respiração, fortalecer a musculatura da coluna cervical, lombar, membros inferiores e equilíbrio a fim de facilitar as trocas de decúbitos, estimular o engatinhar e futuramente auxiliar na aquisição de marcha de forma independente, a Terapia Ocupacional buscará neste acompanhamento desenvolver autonomia e independência a criança nas suas atividades de vida diária buscando se necessários possíveis adequações. Palavras-Chave:Acondroplasia, Terapia Ocupacional ALBINISMO OCULOCUTÂNEO AFETANDO PAI E FILHO DE ORIGEM INDÍGENA: UM CASO DE PSEUDODOMINÂNCIA? JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL LUCIANA AMORIM BELTRÃO (UFCSPA) - BRASIL VICTÓRIA BERNARDES GUIMARÃES (UFCSPA) - BRASIL PRICILA BERNARDI CARLA GRAZIADIO GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: relatar um paciente de origem indígena com albinismo oculocutâneo, cujo pai é afetado pela mesma condição. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: o paciente é o primeiro filho de pais com 32 anos (mãe) e 30 anos (pai), não consanguíneos, ambos indígenas. Ele nasceu de parto normal, a termo, em uma reserva indígena. Não havia descrição de suas medidas antropométricas ao nascimento. Aos 5 meses, foi hospitalizado por quadro de diarréia acompanhada de febre. Na avaliação, diagnosticou-se sepse e choque hipovolêmico. Ao exame físico, observou-se aspecto facial de origem indígena, com presença de epicanto, base nasal baixa e larga, e impressão de telecanto. Notou-se também a presença de cabelos com coloração clara-alaranjada; nistagmo persistente biltateral, íris clara-esverdeada; palato alto; orelhas com sobredobramento do ramo horizontal da hélix; mamilos invertidos; pele muito clara e hipotonia. Ele apresentava atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, sendo que não possuía ainda sustento cefálico. Suas medidas antropométricas (peso, comprimento e perímetro cefálico) eram adequadas para a idade. A avaliação oftalmológica complementar identificou também rarefação do epitélio pigmentar da retina. No exame neurológico, verificou-se ataxia ocular ligada ao albinismo. O eletroencefalograma em sono e vigília, bem como a tomografia computadorizada de crânio sem contraste foram normais. O pai possuía achados similares, com pele clara e cabelos claros-alaranjados, além de nistagmo. Assim, os achados de nosso paciente, juntamente com os de seu pai, foram compatíveis com o diagnóstico de albinismo oculocutâneo. A mãe era hígida e não possuía casos em sua família de albinismo oculocutâneo. Conclusões: o albinismo oculocutâneo é uma condição genética autossômica recessiva. Assim, em nosso caso (onde há pai e filho afetados), acreditamos que se trate de um padrão de herança pseudominante, onde a mãe, possivelmente, é portadora também da mutação para o albinismo oculocutâneo. Em um primeiro momento, pensamos que os pais pudessem ser originários de uma mesma tribo, ou seja, de uma população mais restrita, o que poderia explicar a possibilidade da mãe ser portadora também da mutação para o albinismo oculocutâneo. Contudo, apesar do local atual de origem da família ser uma comunidade de índios Guarani, a mãe nasceu e cresceu em uma aldeia diferente e bastante distante da do pai (o pai era originário de São Paulo e a mãe, daqui do Rio Grande do Sul). Por outro lado, chamou-nos a atenção que o albinismo oculocutâneo é uma condição comum em algumas tribos da América do Norte e Central (no caso, índios Hopi e Sans Blas, respectivamente). Porém, não encontramos descrição na literatura da frequência de albinismo oculocutâneo entre índios Guarani. Palavras-Chave:Albinismo oculocutâneo, pseudodominância, autossômico recessivo, povos indígenas ALTERAÇÕES DE CARIÓTIPO EM CRIANÇAS COM ATRASO NO DESENVOLVIMENTO ISABEL CRISTINA NEVES DE SOUZA (UFPA) - BRASIL RAIMUNDA HELENA FEIO (UFPA) - BRASIL MARIA SUELY FERNANDES LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA SANTANA DA SILVA (UFPA) - BRASIL AMIRA CONSUÊLO DE MELO FIGUEIRAS (UFPA) - BRASIL Objetivo: Verificar alterações de cariótipo em crianças de 0 a 12 anos com atraso de desenvolvimento estabelecido. Métodos: Estudo transversal de 642 crianças atendidas no Ambulatório de Desenvolvimento do Serviço Caminhar do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, no período 01 de agosto de 2007 a 31 de julho de 2010. Os dados obtidos foram analisados pelos programas Bioestat 5.3. Resultados: O cariótipo foi o exame mais solicitado na avaliação da genética e o que também mais se apresentou alterado em 16,9%, a alteração cromossômica mais encontrada foi a Síndrome de Down, com casos de trissomia simples, mosaicismo e translocações D/G e G/G, além Síndrome de Turner, Síndrome de klinefelter, duplicações envolvendo o cromossoma 9, deleções no 11, 5 e X, isocromossomo e outras translocações. Conclusão: Os resultados encontrados mostram que a investigação das causas de atraso no desenvolvimento devem incluir a avaliação cromossômica, a depender de alterações de exame físico, como por exemplo, fácies típico, que podem levar a uma suspeita inicial, ou mesmo nos casos em que não se tem nenhuma outra evidencia clara da causa do atraso no desenvolvimento, visto que segundo Shevell et al, (2003) o cariótipo estaria alterado em 3,5% a 10%, mesmo na ausência de características dismórficas ou características sugestivas de uma síndrome específica. Palavras-Chave:cariótipo, atraso no desenvolvimento, criança ALTERAÇÕES DENTÁRIAS EM UMA GRANDE AMOSTRA DE PACIENTES COM INCONTINÊNCIA PIGMENTAR: IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO ODONTOLÓGICA FERNANDA DIFFINI SANTA MARIA (UFCSPA) - BRASIL CLÁUDIA POZIOMCZYK MARCIA ANGELICA PETER MAAHS (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL JULIANE NASCIMENTO DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL ANA ELISA KISZEWSKI (UFCSPA) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: verificar as alterações odontológicas em pacientes com incontinência pigmentar (IP). Métodos: para a obtenção da amostra foram revisados os prontuários de pacientes pediátricos com diagnóstico de IP do Serviço de Dermatologia Pediátrica do Hospital Santo Antônio da Criança, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), entre 2003 e 2012. Os pacientes e seus familiares, após a confirmação da doença, foram submetidos a uma avaliação clínica, sendo que foi dada ênfase, no presente estudo, aos aspectos odontológicos. Além do exame clínico, foi realizada uma investigação radiológica utilizando uma radiografia panorâmica, a fim de observar os dentes permanentes e decíduos, e a presença de alguma alteração estrutural nos mesmos. Resultados: a amostra foi composta de 13 pacientes, todos do sexo feminino, com média de idade de 6 anos. Os primeiros sinais de IP foram observados ao nascimento em apenas 2 pacientes, enquanto que nas outras 11 o seu aparecimento ocorreu ao longo do primeiro ano de vida. No momento da análise clínica dermatológica, 11 pacientes apresentavam lesões hipercrômicas lineares, acometendo principalmente os membros inferiores; 1 deles possuía lesões verrucosas e 1 estrias atróficas e hipopigmentadas. Outros achados comuns foram cabelos esparsos com alopécia de vértice (85%) e presença de nevos melanocíticos (31%). Com relação ao exame odontológico, 4 dos 13 pacientes (31%) não entraram no estudo, ou por ter ido a óbito (n=1) ou por não terem tido nenhuma erupção dentária (n=3). No exame clínico, observou-se que dos 9 pacientes avaliados, 7 (78%) apresentavam anomalia dos dentes decíduos, sendo as mais comuns dentes cônicos e diastemas, principalmente nos dentes anteriores superiores e inferiores. Já no exame radiográfico, verificou-se que 6 pacientes (67%) possuíam agenesia dos dentes decíduos, acometendo com maior frequência o incisivo lateral superior. Já em relação aos dentes permanentes, em 8 pacientes (89%) constatou-se a agenesia de algum dente, sendo também o incisivo lateral o mais frequentemente envolvido (63%). Todos os pacientes apresentaram atraso na erupção dentária. Conclusões: a IP é caracterizada por ser uma síndrome rara, de herança ligada ao cromossomo X, com traço dominante, em que existem anomalias com o envolvimento tanto do ectoderma quanto da mesoderma de diferentes órgãos e tecidos, sendo a pele o principal local de acometimento. O gene mutante é geralmente letal para fetos masculinos. Isto justifica o nosso achado de que todos os pacientes da amostra eram meninas. As lesões cutâneas da IP normalmente aparecem ao nascimento ou logo após e manifestam-se em uma série de estágios, que evolui do bolhoso, passando pelo verrucoso e hiperpigmentado, até o atrófico. Com relação aos achados odontológicos, dentes ausentes ou cônicos, e atraso na erupção dentária são frequentes, e foram os principais achados verificados em nossa amostra. Diferentemente da literatura, a impressão que tivemos foi de que a dentição decídua é mais afetada do que a permanente. Assim, achados odontológicos são comuns em IP, sendo que entender todos os aspectos da síndrome torna-se importante, tanto para proporcionar um correto diagnóstico, como para ministrar o adequado manejo dos pacientes. Palavras-Chave:Incontinência pigmentar, avaliação odontológica, dentes cônicos, dentição ANÁLISE COMPARATIVA DE GENOMAS COM AMOSTRAS DE SANGUE EM PAPEL FILTRO DE RECÉM-NASCIDOS COM MALFORMAÇÕES CARDÍACAS CONGÊNITAS: UM ESTUDO PILOTO Mariluce RIEGEL (HCPA/UFRGS) - Brasil Eduardo Enrique Castilla Ieda Maria Orioli Objetivos e Métodos: Amostras de sangue colhidas em papel filtro servem como um recurso valioso para estudos genéticos retrospectivos. Embora a quantidade da amostra de sangue obtida deste modo é limitada, é um método conveniente para o armazenamento de amostras a longo prazo. O objetivo deste estudo foi identificar anormalidades cromossômicas entre as crianças nascidas com malformações cardíacas congênitas através da análise comparativa de genomas por array-CGH (Agilent, 8x60k), utilizando-se DNA recuperado á partir de sangue seco armazenado previamente em papel filtro por 10-12 anos. Após a extração de DNA, a amplificação genômica foi realizada em 15 amostras. Resultados: Em cinco amostras a concentração de DNA obtida foi baixa (<10 ng) e a utilização de DNA para arrayCGH não foi possível. O experimento foi bem sucedido em 6 das 10 amostras de DNA amplificadas. Foram identificados dois indivíduos com uma deleção de 2,5 Mb em 22q11.2 associada com a região da síndrome de del22q11.2. As deleções patogênicas, não detectadas anteriormente, foram identificadas e associadas com o fenótipo nestes dois casos. Em uma amostra, uma trissomia completa do cromossomo 21 foi identificada. Um desequilíbrio genômico envolvendo a região 7q36.3 foi classificado como variação de significado desconhecido. As duas amostras restantes não apresentaram ganho ou perda de sequências genômicas consideradas significativas. Conclusão: Apesar das vantagens que o sangue coletado e armazenado por longos períodos em papel filtro pode oferecer, a recuperação do material genético para fins de análise do genoma ainda é crítica devido a qualidade e quantidade de DNA necessárias para a obtenção de resultados por array-CGH. Entretanto, a utilização de DNA recuperado á partir de manchas de sangue seco para análise cromossômica por microarrays, é uma abordagem inovadora e atraente para os investigadores que necessitam trabalhar com amostras armazenadas em papel filtro, como é o caso dos programas de monitoramento em grande escala, tais como o ECLAMC (Estudo Colaborativo Latino de Malformações Congênitas). Apoio financeiro: FIPE/HCPA 10-560; CNPq 214906/2012-4; Palavras-Chave:análise cromossomica, array-CGH, malformação congenita ANÁLISE DA MUTAÇÃO P250R DO GENE FGFR3 EM CRANIOSSINOSTOSE THAYNE WOYCINCK KOWALSKI (HCPA) - BRASIL JÉSSICA FERRARI (UFCSPA) - BRASIL LILIANE TODESCHINI DE SOUZA (UFRGS) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL MARCUS VINICIUS MARTINS COLLARES (UFRGS) - BRASIL VANESSA SUÑÉ MATTEVI (UFCSPA) - BRASIL TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL Introdução: A craniossinostose é uma malformação com prevalência de 1 em 2000 nascidos vivos. Ocorre devido ao fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas, podendo levar a um aumento da pressão intracraniana, alterando o fluxo sanguíneo cerebral resultando na ocorrência de distúrbios visuais, auditivos e outras disfunções neurológicas. Apresenta etiologia genética, sendo a mutação C749G no gene FGFR3 uma das mais frequentes. Essa mutação leva a substituição P250R no produto gênico, definindo a característica molecular da Síndrome de Muenke, que possui caráter autossômico dominante. Acredita-se que a Síndrome de Muenke afete cerca de 8% de todos os casos de craniossinostose. Objetivo: Esse estudo tem como objetivo analisar a mutação P250R no gene FGRF3 em pacientes com craniossinostose isolada atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e identificar a origem parental dos casos positivos. Métodos: Após assinatura do TCLE, foram coletados 5mL de sangue periférico e procedeu-se a extração de DNA por método Puregene. Para a identificação da mutação foi utilizada a técnica de PCR/RFLP com a enzima de restrição Nci I, sendo o produto da reação aplicado em gel de agarose 2%. Resultados: Foram analisados 25 pacientes com craniossinostose. Cinco casos (20,83%) foram positivos para P250R. Nos 12 casos com envolvimento da sutura coronal, 4 casos (33%) foram diagnosticados e dos 4 casos com sutura sagital, 1 (25%) apresentou mutação positiva. Análise do DNA dos pais em 3 casos demonstrou herança materna em 2 casos e um caso mutação de novo. As mães com a mutação também apresentavam craniossinostose coronal. Um irmão com macrocefalia sem craniossinostose foi também identificado com a mutação, demonstrando a expressividade variável em casos de Síndrome de Muenke. Conclusão: A mutação P250R é freqüente em casos de craniossinostose, principalmente envolvendo as suturas coronais. Sua identificação é fundamental pois apresenta herança autossômica dominante com expressividade variável, contribuindo para um melhor aconselhamento genético nestas famílias. Palavras-Chave:craniossinostose, FGFR3, mutação P250R ASPECTOS CLÍNICOS E CITOGENÉTICOS DE UMA AMOSTRA DE PACIENTES COM FENÓTIPO DE ESPECTRO ÓCULO-AURÍCULOVERTEBRAL (SÍNDROME DE GOLDENHAR): UM ESTUDO PROSPECTIVO ALESSANDRA PAWELEC DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL THAYSE BIENERT GOETZE (UFCSPA) - BRASIL JULIANA CAVALHEIRO DORNELES (UFCSPA) - BRASIL CAMILA SAPORITI MESQUITA (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL JULIANE NASCIMENTO DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: descrever as características clínicas e citogenéticas de uma amostra de pacientes com fenótipo de espectro óculo-aurículo-vertebral (EOAV). Métodos: a amostra foi composta por 23 pacientes que apresentavam achados em pelo menos duas dentre as quatro áreas: oro-crânio-facial, ocular, auricular e vertebral. Todos os pacientes foram submetidos ao cariótipo de alta resolução em sangue por bandas GTG (com contagem de 100 metáfases), hibridização in situ fluorescente para as microdeleções 22q11 e 5p, e pesquisa de instabilidade cromossômica para anemia de Fanconi. Resultados: alterações citogenéticas foram observadas em 3 pacientes (todos através do cariótipo): 47,XX,+mar; 47,XX,+mar/46,XX e 46,XX,t(6;10)(q13;q24). No caso do cromossomo marcador sem mosaicismo, chamou a atenção que este foi marcado pela sonda para microdeleção 22q11, evidenciado que pelo menos parte dele era originária do cromossomo 22. O paciente com 47,XX,+mar/46,XX apresentava um quadro compatível com a síndrome do cat-eye. Não identificamos casos de anemia de Fanconi. Observamos pacientes com história de exposição gestacional à fluoxetina e ao ácido retinóico, teratógenos já descritos em associação com o EOAV. Um dos pacientes foi um gemelar monozigótico discordante para o EOAV que apresentou restrição assimétrica de crescimento durante a gestação. Os pacientes com EOAV caracterizaram-se por um espectro clínico amplo, sendo que intercorrências e necessidade de realização de procedimentos cirúrgicos (tanto cosméticos como curativos) e hospitalizações foram frequentes entre os mesmos. Alguns apresentaram achados atípicos, como defeito de redução de membro inferior e tumoração no terço distal do braço direito, sugestiva de um hemangioma/linfangioma. Conclusões: o EOAV é considerado um defeito da embriogênese que envolve as estruturas originárias dos primeiros arcos branquiais. Fenótipos similares ao do EOAV podem ser encontrados em pacientes com anomalias cromossômicas, gênicas e expostos a diferentes teratógenos, sendo importante o diagnóstico diferencial. Por isso, os autores acreditam que este sempre deva ser perseguido para proporcionar um aconselhamento genético adequado às famílias. Apesar da não identificação de pacientes com anemia de Fanconi, nosso estudo procura ressaltar a importância do diagnóstico diferencial do EOAV com esta condição. Além disso, os autores sugerem que a análise de metáfases no exame de cariótipo seja ampliada em casos de EOAV sem uma etiologia definida para aumentar a possibilidade de que casos de mosaicismo possam ser também identificados. Palavras-Chave:espectro óculo-aurículo-vertebral, síndrome de Goldenhar, cariótipo de alta resolução, FISH, anemia de Fanconi, teratógenos, gêmeos monozigóticos ASSOCIAÇÃO VACTERL NA MATERNIDADE DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG NO PERÍODO DE 1990-2011 ANA PAULA MACHADO BOTELHO (UFMG) - BRASIL BARBARA AKEMY CRUZ (UFMG) - BRASIL ARSONVAL LAMOUNIER JUNIOR (UFMG) - BRASIL JOZIELE SOUZA LIMA (HC-UFMG) - BRASIL MARCOS JOSÉ BURLE DE AGUIAR (FM UFMG) - BRASIL OBJETIVOS: Estabelecer a prevalência da Associação VACTERL no Hospital das Clínicas da UFMG. Identificar as malformações mais frequentes presentes. Verificar a associação com peso ao nascimento, idade e paridade maternas. MÉTODOS: Estudo retrospectivo baseado no Banco de Dados do Estudo Colaborativo LatinoAmericano de Malformações Congênitas (ECLAMC). Foram analisados achados clínicos, radiológicos e necropsia dos casos de VACTERL e sua relação com, peso, paridade e idade maternas, e outras anomalias associadas. Para o diagnóstico da Associação Vacterl foram considerados a presença de, pelo menos, três características fenotípicas, do acrônimo (defeitos vertebrais (V), atresia anal (A), cardiopatias (C), fístula traqueoesofágica (TEF) com atresia de esôfago (AE), displasia renal e displasia radial (R) e anormalidades de membros (L). Esse foi o critério utilizado neste estudo. Foi calculada a incidência da associação VACTERL utilizando o registro de nascimentos. Para estudos de Associação foi utilizado o Risco Relativo e utilizado o programa Openepi versão 3.01.RESULTADOS: Entre agosto de 1990 e dezembro de 2011 ocorreram 52.141 partos, com 1.418 Natimortos (NM), 50.723 Recém nascidos vivos (RNVs). Foram identificados 27 casos de Associação VACTERL (0,51:1.000), 19 RNVs (0,37:1.000) e 8 NMs (5,6:1.000). Dentre os casos identificados, 3 (11,1%) foram do sexo feminino, 15 (55,6%) masculino, 7 (25,9%) intersexo e 2 (7,4%) não especificado. Em 22 casos houve baixo peso ao nascer (<2500 Kg). A Associação VACTERL foi mais frequente em RN de baixo peso, (RR=18,08; IC 95%; 6,849-47,73; p<0,001). Não houve associação com idade materna (RR= 0,57; IC95%, 0,137-2,44; p=0,57), ou com paridade (RR=1,361; IC 95%, 0,6373 2,907;P=0,688). As malformações mais encontradas foram: displasia renal em 22 casos (81,5%), atresia de esôfago com fístula traqueoesofágica em 19 casos (70,4%), atresia anal em 16 casos (59,3%), anomalias de membros em 14 casos (51,85%), cardiopatia em 13 casos (48,1%), defeitos vertebrais em 9 casos(33,3%). O Ultrassom prénatal foi realizado em 74,1% dos casos. Do total de casos, 7 (25,9%) foram submetidos à cirurgia.Dos óbitos,19 casos, 63,1% foram submetidos à autopsia. A taxa de letalidade foi 70,4%. CONCLUSÃO: A prevalência da Associação VACTERL foi maior que a descrita na literatura (1: 40.000 nascimentos), o que pode ser explicado pelo hospital ser centro de referência estadual em medicina fetal e malformações congênitas. A associação com o baixo peso ao nascimento provavelmente é consequência das malformações associadas. O diagnóstico pré-natal foi realizado em um número significativo de casos. Os casos que evoluiram ao óbito, apresentavam principalmente displasia renal e anomalias cardiovasculares. Palavras-Chave:VACTER, VACTERL, malformações congênitas, defeitos vertebrais ATENÇÃO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM FENDAS OROFACIAIS EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM GENÉTICA NO SUS EM ALAGOAS. ANA KAROLINA MAIA DE ANDRADE (UFAL) - BRASIL AMANDA GABRIELA ROSENDO DE BARROS (UFAL) - BRASIL EGABRIELLA DA SILVA MONTEIRO (UFAL) - BRASIL KATHLEEN MOURA DOS SANTOS MOURA (UNCISAL) - BRASIL DIOGO LUCAS LIMA DO NASCIMENTO (UNCISAL) - BRASIL LUCAS RIBEIRO GOMES (UNCISAL) - BRASIL MARSHALL ÍTALO BARROS FONTES (UNCISAL) - BRASIL VERA LUCIA GIL-DA-SILVA-LOPES (UNICAMP) - BRASIL ISABELLA LOPES MONLLEÓ (UFAL) - BRASIL Objetivos: descrever características demográficas e genético-clínicas de crianças e adolescentes com Fendas Orofaciais (FOF) atendidos em serviço de referência em genética no estado de Alagoas. Métodos: Aplicou-se protocolo previamente validado em 111 sujeitos com FOF atendidos no período de setembro/2009 a março/2013. Os pacientes foram provenientes de busca ativa em mutirão de cirurgia corretiva de FOF (Grupo 1) e de demanda espontânea ao Serviço de Genética (Grupo 2). A análise dos dados foi descritiva. Foram utilizados teste Exato de Fisher e Quiquadrado para comparação entre os grupos. Adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: O Grupo 1 foi constituído por 83 (75%) pacientes e o Grupo 2 por 28 (25%). No Grupo 1 a média de idade foi 7,4 anos e 54% eram do sexo masculino enquanto no Grupo 2, a média foi 1,8 anos e 54% eram do sexo feminino. Em ambos os grupos, um terço dos casos foi proveniente da capital e dois terços, do interior; a maioria das mães tinha entre 1 e 8 anos de estudo. Houve diferença entre os grupos em relação à topografia da fenda (p<0,02), sendo as labiopalatais (63%) e esquerdas (54%) mais frequentes no Grupo 1; as fendas labiopalatais e palatais ocorreram na mesma proporção no Grupo 2 (39%), sendo bilaterais em 53% dos casos. No Grupo 2, ocorreram 21% de uniões consanguíneas, duas vezes mais fendas sindrômicas e 25% dos casos eram defeitos congênitos múltiplos sem etiologia definida. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos em relação à taxa de recorrência familial (p<0,15) e a outros fatores de risco descritos na literatura. Entretanto, 25% das mães referiram consumo de álcool e aproximadamente 20%, tabagismo durante a gestação. O acesso à cirurgia primária antes dos dois anos de idade foi mais observado no Grupo 2 (p<0,01). Conclusões: A maior média de idade no Grupo 1 pode refletir dificuldade de acesso a serviços de saúde. Este grupo, cujo acesso à genética se deu por busca ativa, foi predominantemente constituído por pacientes com quadros mais simples em que muitas vezes a etiologia genética não é reconhecida. A procura por avaliação genética foi mais precoce no Grupo 2 e muito provavelmente reflete a maior gravidade clínica dos casos que requerem investigação diagnóstica especializada. Neste grupo, o acesso a serviços de saúde de maior complexidade pode justificar a realização de cirurgia primária mais cedo. Os fatores de risco ambientais identificados são passíveis de prevenção por meio de ações de educação em saúde. Para tanto, seria importante o desenvolvimento de programas de capacitação de profissionais da saúde. Palavras-Chave:Fendas orofaciais, atenção em genética clínica, fatores de risco. AVALIAÇÃO CLÍNICA E CRANIOMÉTRICA DE UMA FAMÍLIA COM ANIRIDIA CONGÊNITA DO SERTÃO DE ALAGOAS ANA KAROLINA MAIA DE ANDRADE (UFAL) - BRASIL ZULEIDE SILVA FERNANDES LIMA (UFRGS) - BRASIL ALINE SAMPAIO FERNANDES (UFAL) - BRASIL BRUNO NOBRE LINS CORONADO (UFAL) - BRASIL REINALDO LUNA DE OMENA FILHO (UNCISAL) - BRASIL VIRGINIA RAMALLO (UFRGS) - BRASIL TÁBITA HÜNEMEIER (UFRGS) - BRASIL VANESSA RODRIGUES PAIXÃO-CÔRTES (PPGBM-UFRGS) - BRASIL LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL ISABELLA LOPES MONLLEÓ (UFAL) - BRASIL Objetivos: Descrever as características clínicas e craniométricas de sujeitos com aniridia congênita pertencentes a uma grande família procedente do sertão de Alagoas. Métodos: A partir da consulta inicial de avaliação diagnóstica e aconselhamento genético de um indivíduo de 29 anos, no Serviço de Genética Clínica da UFAL, foram identificados 51 afetados pertencentes a seis gerações de uma mesma família composta por 163 indivíduos. Foram avaliados 28 afetados quanto à presença de dismorfias e anomalias oftalmológicas. Dados antropométricos e material biológico para posterior extração de DNA foram coletados de 29 afetados e 28 controles intrafamiliais. Os dados foram registrados em protocolo clínicoantropométrico próprio para posterior análise descritiva. Para as comparações craniométricas ultilizou-se o teste de ANOVA simples (α=0.05; df=1). Resultados: A idade dos avaliados variou de 1 a 73 anos, 11 (39%) eram crianças e adolescentes, 15 (54%) eram adultos e 2 (7%) eram idosos, 16(57%) eram do sexo masculino e 12 (43%) do sexo feminino. Dismorfias minor foram encontradas em 20 (71%) afetados, e compreendem: sinofre, orelhas baixo implantadas, pregas epicânticas, afastamento entre hálux e segundo artelho, clinodactilia bilateral dos 5° quirodáctilos. Aniridia foi diagnosticada em 24 sujeitos, sendo total em 22 e parcial em dois. Entre estes, 21 apresentavam acometimento bilateral e três, unilateral da íris. Três pacientes foram diagnosticados com corectopia, sendo dois bilaterais e um unilateral. Um sujeito apresentou corectopia em olho esquerdo e aniridia parcial no direito. As principais comorbidades oftalmológicas compreenderam nistagmo em 27(96%), catarata 18(64%), estrabismo 15(54%), fotofobia 16(57%) opacificação de córnea e microftalmia 11(39%). Considerando as variáveis craniométricas, os indivíduos afetados diferem significativamente (p=0.038) em relação ao seu índice cefálico quando comparados com os controles familiares, apresentando-se mais braquicéfalos. No entanto, quando foram comparados os perímetros cefálicos entre os dois grupos, não foi encontrada diferença estastistica significativa (p=0.193). Conclusões: A análise do heredograma e dos achados clínicos sugere padrão de herança autossômico dominante com expressão fenotípica variável e penetrância completa, características que corroboram a literatura. Destaca-se que esta é a primeira descrição de variação craniofacial em indivíduos com aniridia até o momento. A morfogênese do olho e do neurocrânio é direcionada ao longo do desenvolvimento embrionário por uma complexa rede de genes. É amplamente descrito na literatura diferentes mutações no gene PAX6 como causa mais comum de aniridia. Considerando os resultados encontrados em relação às diferenças craniofaciais entre afetados e não afetados, e o papel interseccional do gene PAX6 para o desenvolvimento da íris e do neurocrânio, é provável que uma única mutação esteja afetando ambos os fenótipos (formato do neurocrânio e formação da íris). Será realizado o screening molecular do gene PAX6, bem como análise morfométrica detalhada destes indivíduos a fim tentar estabelecer uma correlação fenótiposgenótipo. Palavras-Chave:Aniridia congênita, PAX6, morfogênese. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA TIPO I, III E IV ANA PAULA VANZ (HCPA) - BRASIL TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL NEUSA SICA DA ROCHA SICA ROCHA (UFRGS, HCPA) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: As Osteogêneses Imperfeitas (OI) são doenças genéticas, que afetam a biossíntese do colágeno. A incidência aproximada é de 1 a cada 10.000 nascimentos, sendo o padrão de herança autossômico dominante o mais frequente. São caracterizadas por fragilidade óssea, baixa estatura e dentinogênese imperfeita. As OI apresentam variedades clínicas distintas. Sillence (1979) foi o primeiro a propor uma classificação baseada em características clínicas e radiográficas, distribuindo a OI em quatro tipos (tipo I ao IV), essa classificação é amplamente utilizada, embora com a evolução e incorporação de métodos diagnósticos, essa foi estendida a oito apresentações do tipo I ao VIII. O quadro clínico presente nos pacientes com OI leva a uma importante limitação funcional, na maioria dos pacientes, o que acarreta a necessidade da assistência de um cuidador. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida (QV) de cuidadores de crianças e adolescentes com OI. Métodos: Este foi um estudo transversal. A estratégia de amostragem foi de conveniência. O instrumento WHOQOL-Bref foi utilizado para a avaliação da QV. Resultados: foram incluídos 24 cuidadores (média de idade= 39 ± 9,1 anos; mães= 18/24), sendo que 2 dos cuidadores apresentavam o diagnostico de OI. Vinte e dois cuidadores assistiam apenas um indivíduo com OI. Em relação ao tipo de OI dos assistidos, 13 indivíduos apresentavam o tipo IV, 10 o tipo I e 4 o tipo III. Considerando a amostra total, a média do escore total (ET) 4-20 do WHOQOL-Bref foi 14,59 no domínio físico; 13,80 no psicológico; 15,19 no social; 12,87 no ambiental; e do escore total de QV foi 14,16. Não foi observada diferença significativa dos escores de QV de acordo com o tipo de OI do assistido ou com o número de fraturas apresentadas. A correlação entre o nível econômico e os escores de QV não se mostrou significativa. Quando comparadas as médias dos escores desta amostra com as médias em adultos da população referência (validação do questionário WHOQOL-Bref na população brasileira) foi encontrada diferença significativa nos domínios físico, psicológico e ambiental, sendo as menores médias apresentadas pelos cuidadores. Essa diferença permanece quando são comparados somente os 22 cuidadores sem OI. Conclusões: QV parece estar prejudicada, em alguns domínios, em cuidadores de pacientes com OI. Estudos adicionais são necessários para confirmar e sustentar estes resultados, além de tentar elencar os fatores responsáveis por tais valores. Palavras-Chave:Osteogênese Imperfeita, Qualidade de Vida; Cuidadores CAMPTODACTILIA DE GUADALAJARA TIPO I: RELATO DE DOIS CASOS E REVISÃO DA LITERATURA. MARCO ANTONIO CURIATI (UNIFESP) - BRASIL THAMY PELATIERI CANELOI (EPM-UNIFESP) - BRASIL MARIA DE FÁTIMA DE FARIA SOARES (UNIFESP) - BRASIL ANA LUIZA PILLA LUCE (UNIFESP) - BRASIL INTRODUÇÃO: A Camptodactilia de Guadalajara Tipo I (CGTI) (OMIM 211910) ou Síndrome Facio-Toraco-Esquelética, descrita em 1980 por Cantu e col., com 8 casos relatados na literatura, distingue-se das demais camptodactilias por apresentar retardo de crescimento intrauterino, baixa estatura e outras alterações esqueléticas associadas. Segue padrão de herança autossômica recessiva e, em função da sua raridade, sua base molecular permanece desconhecida. Apresenta duas variantes, que são a Camptodactilia de Guadalajara tipo II (OMIM 211920) (que cursa com hipoplasia da patela) e a Camptodactilia de Guadalajara tipo III (OMIM 611929) (que cursa com hipotonia, atraso de desenvolvimento neuropsicomotor e múltiplos nevos em face e dorso, além de herança autossômica dominante). OBJETIVO: Descrever dois casos de Camptodactilia de Guadalajara Tipo I, comparando com os resultados já descritos na literatura. RELATO DOS CASOS: Caso 1: 22 anos, sexo feminino, filha de casal de primos em segundo grau, com baixa estatura, assimetria facial, fronte proeminente, fenda palpebral oblíqua superior, depressão de terço inferior do esterno, camptodactilia bilateral, mais pronunciada em segundo, terceiro e quarto quirodáctilos, com primeiro quirodáctilo aparentemente normal. Adicionalmente apresenta limitação de flexão da articulação coxo-femural e de joelhos, sindactilia parcial de segundo e terceiro pododáctilos e história de luxação de quadril à esquerda, corrigida cirurgicamente. Ao exame radiológico observa-se desproporção crânio-facial, escoliose tóraco-lombar, e ausência de imagem da patela em morfologia habitual, apresentando-se luxada. Caso 2: irmão do caso 1, 16 anos, apresenta baixa estatura, estrabismo divergente, depressão de terço inferior do esterno, costelas inferiores proeminentes, discreta limitação de flexão de cotovelos bilateralmente, camptodactilia bilateral, limitação de flexão de ambos os joelhos e discreta limitação de extensão do joelho direito. As imagens radiológicas demonstraram hipoplasia de terço médio de face, esclerose radial e ulnar distais, camptodactilia bilateral de todos os quirodáctilos e ilíaco pequeno. A patela, inicialmente não observada ao RX na primeira infância, foi identificada na ressonância magnética de joelho, com morfologia e localização normais. DISCUSSÃO: A camptodactilia, cursando com restrição de crescimento intrauterino e baixa estatura, juntamente com outras alterações esqueléticas (braquicefalia, hipoplasia de terço médio de face, hiperlordose de coluna vertebral, ilíacos hipoplásicos e fíbula curta), sugerem o diagnóstico de Camptodactilia de Guadalajara Tipo I. O diagnóstico diferencial deve ser realizado observando as características que definem suas variantes, como a alteração da patela (na CGTII) e o padrão de herança (na CGTIII). CONCLUSÃO: Os casos descritos são compatíveis com o diagnóstico de Camptodactilia de Guadalajara Tipo I. A adição de novos relatos à literatura permite melhor delinear as características clínicas e radiológicas desta síndrome. Palavras-Chave:síndrome malformativa; camptodactilia; baixa estatura; restrição de crescimento intrauterino CARACTERÍSTICAS OROFACIAIS PRESENTES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA PAULA CAROLINA MENDES SANTOS (UFMG) - BRASIL SUÉLEN ALVES TEIXEIRA (UFMG) - BRASIL TÚLIO CANELLA BEZERRA CARNEIRO EUGÊNIA RIBEIRO VALADARES (UFMG) - BRASIL ANA CRISTINA OLIVEIRA (UFMG) - BRASIL A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma patologia de natureza constitutiva, caracterizada pela fragilidade óssea de origem genética. Muitas crianças e adolescentes com OI são identificados com dentinogênese imperfeita, podendo apresentar os dentes com cor castanha acinzentada e perda de estrutura. Também são frequentes as más oclusões, sobretudo aquelas de classe III. Na área odontológica ainda são poucos os estudos dedicados a OI, sendo insuficientes as informações sobre os níveis do estado de saúde e doença bucal das pessoas acometidas por essa anomalia. Sendo assim, esta pesquisa objetiva comparar as características orofaciais de crianças e adolescentes com OI e sem OI e os fatores associados. A coleta de dados acontecerá nos Setores de Ortopedia Pediátrica e de Pediatria do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Os pais/responsáveis responderão um questionário relacionado aos aspectos individuais, demográficos e socioeconômicos relacionados aos filhos. As características bucais das crianças e adolescentes serão investigadas por meio do exame clínico: dentinogênese imperfeita, má oclusão, cárie dentária e higiene bucal. Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG sob parecer 83387/2012. Os dados serão armazenados e analisados por meio do software SPSS. Serão realizadas as análises univariada, bivariada e multivariada Palavras-Chave:Osteogênese imperfeita. Assistência odontológica para pessoas com deficiências. Crianças com deficiência. Criança. Adolescente. CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E CITOGENÔMICA DE UM PACIENTE COM DELEÇÃO 6Q E DUPLICAÇÃO 20P THEOHARIS EFCARPIDIS SFAKIANAKIS (UNIFESP) - BRASIL EDUARDO PERRONE (UNIFESP) - BRASIL PABLO DOMINGOS RODRIGUES DE NICOLA (UNIFESP) - BRASIL SÍLVIA BRAGAGNOLO (UNIFESP) - BRASIL CECILIA MARIA DRAQUE GUILHERME ASSIS SANCHO SYLVIA SATOMI TAKENO (UNIFESP) - BRASIL MARIA ISABEL MELARAGNO (UNIFESP) - BRASIL ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL MIRLENE PINHO CERNACH (UNIFESP) - BRASIL INTRODUÇÃO: Os pacientes com derivados de translocações herdadas de um dos pais, em geral apresentam deleções associadas a duplicações cromossômicas. O quadro clínico é extremamente variável e dependente das alterações na regulação dos genes relacionados com as áreas afetadas. OBJETIVO: Descrever o quadro clínico e citogenômico de um paciente portador de uma síndrome de deleção cromossômica resultante de uma translocação recíproca materna e discutir acorrelação genótipofenótipo dos genes envolvidos na região deletada. PACIENTE E MÉTODOS; Recém-nascido a termo (38 2/7 semanas), parto cesáreo, sexo masculino, peso de 2180 g(<p3), comprimento de 46,5 cm (p3), perímetro cefálico de 38 cm (>p97), Apgar 7/8. Aoexame físico apresentava macrocefalia com fronte ampla, micrognatia, macrotia e fendapalatina, além de hipotonia global. Realizada ressonância nuclear magnética do crânio que mostrou Anomalia de Dandy-Walker, dilatação de ventrículos laterais e hipoplasia do corpo caloso. À Ultrassonografia abdominal foi observado: rins de dimensões reduzidas com hidronefrose bilateral e redução da espessura do parênquima renal. Evoluiu para óbito com cinco meses de vida. Realizado cariótipo com bandas G do sangue periférico do paciente, da mãe e do pai, e SNP-Array do paciente. RESULTADOS Cariótipo do paciente: 46,XY,der (6)t(6;20)(q25;p13)matSNP-Array do paciente: 6q25.1q27(150,766,291-170,914,297)×1,20p13(61,6612,777,194)×3,8q24.3(144,462,000144,823,948)×3. arr Cariótipo com bandas G do sangue periférico da mãe: 46,XX,t(6;20)(q25;p13)Cariótipo com bandas G do sangue periférico do pai: 46,XY. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO A deleção parcial do braço longo do cromossomo 6 apresenta fenótipo característico com microcefalia, face com fendas palpebrais reduzidas, ponte nasal alargada, anomalias de orelhas, micrognatia, fenda palatina e pescoço curto. As anomalias em sistema nervoso são frequentes com disgenesia de corpo caloso, hidrocefalia, heteropias de substância branca e cinzenta resultando em deficiência intelectual e crises convulsivas. Outras anomalias são frequentemente encontradas: defeitos cardíacos, gastrointestinais, hérnia diafragmática, anomalias urogenitais e malformações em membros. Os achados laboratoriais encontrados no paciente sugerem a presença de um rearranjo cromossômico não equilibrado envolvendo os cromossomos 6 e 20, além de uma duplicação cerca de 362 kb no braço longo do cromossomo 8, a qual não está descrita na DGV (Base de dados de variantes genômicas) e tem significado clínico desconhecido. A deleção terminal do braço longo do cromossomo 6 abrange aproximadamente 20,1 Mb enquanto que a duplicação da região distal de 20p abrange cerca de 2,7. O fenótipo resultante em nosso paciente é consistente com os achados na síndrome de deleção terminal do 6q e duplicação do 20p. Possivelmente o maior tamanho observado na deleção do cromossomo 6q explica a predominância do fenótipo final encontrado no paciente e que o aproxima mais das características encontradas na síndrome de deleção parcial do 6q. Palavras-Chave:Síndrome de deleção cromossômica terminal do 6q; síndrome de microduplicação cromossômica do 20p; translocação recíproca parental; anomalias do sistem CARACTERIZAÇÃO DE CROMOSSOMO MARCADOR POR FISH E ACGH EM PACIENTE COM CARIÓTIPO 45,X/ 46,X,+MAR MARIA CECILIA MENKS RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL SANDRA ALVES PEIXOTO PELLEGRINI (IPPMG-UFRJ) - BRASIL COUTINHO,MP GABRIELA LEAL BARROS (UFRJ) - BRASIL DAHER, JG GUIDA, G ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL EVELYN KAHN (IPPMG - UFRJ) - BRASIL MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL Objetivo: Relatar o caso de um paciente com cariótipo 45,X/46,X,+mar e caracterização do cromossomo marcador pelas técnicas de FISH e aCGH. Métodos: Estudo descritivo do tipo relato de caso. Resultados: IR, sexo masculino, oito anos de idade, pardo, Natural do Rio de Janeiro. Encaminhado por atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e distúrbio de comportamento (comportamento autista, agressividade e hiperatividade). Primeiro filho de pais jovens não consanguíneos. G II P II; relato de trombocitopenia materna. Gestação sem intercorrências, com pré-natal completo. Nasceu de parto vaginal, a termo e eutócico (Apgar 8/9); PN = 2.300g, EN = 47cm, PC = 32cm. Desenvolvimento neuropsicomotor: deambulou aos 15 meses, não engatinhou e pronunciou primeiras palavras após dois anos de idade. Relato de duas pneumonias. Na primeira avaliação aos quatro anos de idade, foram obervados: face atípica, triangular, sobrancelhas arqueadas com rarefação do terço externo, cílios longos e espessos, dentes espaçados, hipertelorismo mamilar, prega única palmar bilateral. Genitália externa masculina com testículos tópicos, pênis com tamanho normal e presença de fimose. Ultrassonografia pélvica: próstata normal e ausência de estruturas mullerianas. O estudo citogenético em linfócitos evidenciou cariótipo 45,X [10]/ 46,X,+mar [10]. O cariótipo dos pais foi normal. O cromossomo marcador não pode ser caracterizado pelas técnicas citogenéticas tradicionais. Trata-se de um cromossomo pequeno circular, as técnicas de bandamento C e Q não evidenciaram heterocromatina constitutiva característica do cromossomo Y, a incorporação com BrdU (bromodeoxiuridina) evidenciou replicação tardia. A técnica de FISH, realizada com sondas DXZ1 e DYZ1, não produziu hibridação no cromossomo marcador. A avaliação com as sondas DXZ1 e SRY mostrou a presença de uma ou duas cópias do gene SRY no cromossomo marcador. A técnica de FISH com wcp (whole chromosome painting) para o cromossomo Y mostrou uma marcação descontínua 45,X/46,X,+mar der(Y)(SRY+, wcpY+)/ (SRY++, wcpY++). A avaliação molecular por PCR (polymerase chain reaction) evidenciou a presença dos genes SRY e AMGY. O exame aCGH revelou deleção de grande parte do cromossomo Y, inclusive da região centromérica, também foi detectada duplicação da região 10q11. Conclusões: A ausência de centrômero do cromossomo Y e a descontinuidade da marcação com wcpY sugerem que este cromossomo marcador pode tratar-se de um cromossomo complexo. A região do cromossomo 10 duplicada (q11) contém um elemento regulatório ativo, que poderia originar um neocentrômero. A presença de dois sinais SRY e a descontinuidade da marcação na wcpY podem refletir a instabilidade estrutural do cromossomo característica dos cromossomos em anel. Por outro lado, os neocentromeros podem ter sua eficiência comprometida, acarretando a perda do cromossomo na divisão celular, originando a linhagem 45,X. A genitália externa e o desenvolvimento sexual do probando até a idade atual é normal, concordante com a presença do gene SRY, mesmo na presença de mosaicismo. A repercussão fenotípica desta alteração foi bastante limitada, não sendo evidentes alterações do desenvolvimento sexual. Apoio Financeiro : IPPMG, FAPERJ Palavras-Chave:cariótipo, FISH, cromossomo Y, aCGH CARACTERIZAÇÃO DE CROMOSSOMOS SUPRANUMERÁRIOS POR FISH MARIA CECILIA MENKS RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL SANDRA ALVES PEIXOTO PELLEGRINI (IPPMG-UFRJ) - BRASIL GABRIELA LEAL BARROS (UFRJ) - BRASIL COUTINHO,MP JOÃO GABRIEL LIMA DAHER (UFRJ/IPPMG) - BRASIL ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL OLÍVIA MIRANDA SOARES (UFRJ) - BRASIL ALESSANDRA DE AGUIAR LOUREIRO DOS SANTOS (UFRJ) - BRASIL MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL EVELYN KAHN (IPPMG - UFRJ) - BRASIL Objetivo: Descrever as alterações citogenéticas e fenotípicas de dois indivíduos com cromossomos supranumerários. Métodos: Estudo descritivo do tipo relato de caso. Resultados: Caso 1 – Paciente com 8 anos , sexo masculino, filho de pais não consanguíneos, mãe 37anos e pai 46 anos. GII/PII, gestação sem intercorrências, parto vaginal, a termo e eutócico. Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. Ao exame apresentava: fácies sindrômico, hipertelorismo ocular, epicanto, sinofris, cílios longos, rarefação do terço distal das sobrancelhas, orelhas dismórficas de baixa implantação, palato ogival, boca em tenda, prognatismo, cabelos de implantação baixa, prega simiesca bilateral, pregas adicionais na palma da mão e quirodactilos, fetal pads, clinodactilia do 50 quirodáctilo, afastamento dos 10 e 20 pododáctilos, criptorquidia bilateral, escoliose toraco-lombar. Ultrassonografia abdominal evidenciou ausência de rim direito. Estudo citogenético: 47,XY, +mar. O cromossomo marcador, de tamanho menor que o cromossomo 20, metacêntrico, apresentou-se pouco corado através do bandeamento G, com marcação escura pelo bandamento R e marcação positiva. A técnica de FISH (fluorescent in situ hybridization) mostrou uma marcação com a sonda D18Z1, e marcação dupla com a sonda D18S552 (telomérica 18p), caracterizando um isocromossomo do braço curto do cromossomo 18 (47,XY, +mar (18)(D18Z1+, D18S552++). Caso 2: Paciente com 10 anos, sexo masculino, filho de pais não consanguíneos. História familiar positiva para retardo mental: tio materno, primo materno de primeiro grau e tio-avô materno. GIII/PII/AI (espontâneo), gestação: diminuição da mobilidade fetal, parto vaginal, a termo e eutócico. Observado pé torto congênito. Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor e epilepsia de difícil controle. Ao exame físico apresentava: macrocefalia relativa e orelhas grandes. Estudo citogenético: 47,XY, +mar . A mãe apresentou cariótipo normal, mas o pai negou-se a realizá-lo. O cromossomo extra dicêntrico apresentou marcação pelo bandeamento C e NOR em ambas as extremidades e satélites fluorescentes ao bandeamento Q. A técnica de FISH com as sondas D15Z1 e SNRPN mostrou dupla marcação, caracterizando tetrassomia parcial 15q. Não houve hibridação com as sondas PML, sugerindo que o ponto de quebra é proximal à banda 15q21(47,XY, +mar.ish.idic(15) (D15Z1++,SNRPN++, PML-). Conclusões: As alterações detectadas nestes pacientes são alterações raras, bem caracterizadas, sugerindo a susceptibilidade destes cromossomos a rearranjos. As alterações como implantação baixa de orelhas, palato ogival, pontas dos dedos, distância entre o 10 e 20 pododáctilos, tem alta prevalência nos indivíduos com tetrassomia 18p; a criptorquidia e alterações renais são achados menos frequentes. A síndrome da inv dup (15) é decorrente de rearranjos envolvendo a região crítica das síndromes de Prader-Willi/ Angelman que caracteriza-se pelo retardo mental, hipotonia, convulsões e comportamento autista. O paciente apresentou retardo do desenvolvimento neuropsicomotor e epilepsia de difícil controle, compatível com as características mencionadas; esta alteração é sempre esporádica. As tetrassomias são condições bastante raras, e a observação de novos pacientes proporciona a oportunidade de expandir o conhecimento. Apoio Financeiro : IPPMG, FAPERJ Palavras-Chave:cariótipo, FISH, cromossomo marcador CARACTERIZAÇÃO DE PACIENTES COM DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO DO SEXO (DDS) ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM ALAGOAS ILANNA FRAGOSO PEIXOTO GAZZANEO (UFAL) - BRASIL CAMILA MAIA COSTA DE QUEIROZ (UFAL) - BRASIL MARIA DEYSIANE PORTO ARAUJO (UFAL) - BRASIL PAULO MOZART DE BARROS (UNCISAL) - BRASIL PAULA DIAS PEREIRA (UNCISAL) - BRASIL REINALDO LUNA DE OMENA FILHO (UNCISAL) - BRASIL DIOGO LUCAS LIMA DO NASCIMENTO (UNCISAL) - BRASIL WALTER FERREIRA DE ARAÚJO FILHO ROSEMARY BARBOSA MARINHO (HUPAA/UFAL) - BRASIL ISABELLA LOPES MONLLEÓ (UFAL) - BRASIL Objetivo: Descrever o perfil demográfico e genético-clínico de casos de DDS avaliados no Serviço de Genética Clínica do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes da Universidade Federal de Alagoas (HUPAA/UFAL), referência em genética no SUS em Alagoas. Métodos: Foram revisados 626 prontuários de pacientes atendidos entre Abril de 2008 e Março de 2013. A amostra foi composta de 69 casos sugestivos de DDS. Resultados: Entre os 69 casos, a idade variou de zero a 38 anos, com predomínio de pacientes procedentes do interior do estado (68%), com as seguintes as alterações clínicas: ambiguidade genital (23%), micropênis isolado ou associado a hipospádia, criptorquidia e ginecomastia (23%), amenorreia primária (20%) e outras anormalidades ( hipospádia, criptorquidia e ginecomastia isoladas; hipodesenvolvimento da genitália feminina, virilização de genitália feminina, fusão labial posterior, hipertrofia de clitóris – 20%). Em 14% casos não havia anormalidades ao exame da genitália externa. Exame de cariótipo realizado em 50 pacientes revelou: 46,XY em 54%, 46,XX em 30% e anormalidades numéricas e/ou estruturais em 16%. No subgrupo com exame de cariótipo, a média de idade foi 7,5 anos, predominaram pacientes procedentes do interior (68%), encaminhados por pediatras (26%), com sexo social feminino (52%). Consanguinidade parental ocorreu em 22%, idade materna acima de 35 anos em 16% e recorrência familial em 14%. A etiologia mais comum foi a Monogênica (74%) e as hipóteses diagnósticas compreenderam: Síndrome da Insensibilidade Parcial aos Andrógenos/Deficiência de 5 alfa redutase II (24%), Disgenesias Gonadais (24%), Hiperplasia Adrenal Congênita (18%), Hipogonadismo Hipogonadotrófico (14%), Síndrome de Turner (12%) e distúrbios raros (17 Beta-hidroxiesteróide Desidrogenase III, Síndrome da Persistência dos Ductos de Müller, DDS Ovariotesticular e Agonadismo - 8%). Testes moleculares foram realizados em 31 e estão concluídos em 8 casos. Conclusões: As características avaliadas corroboram a literatura em termos de etiologia, nosologia, sexo cromossômico, bem como alta taxa de consangüinidade parental e recorrência familial. Este trabalho contribuiu para a padronização da rotina de atendimento aos pacientes com DDS no serviço de genética clínica do HUPAA/UFAL. Esta padronização facilitou a condução dos casos no que diz respeito à confirmação diagnóstica e agilidade na tomada de condutas. Os resultados alcançados podem ser extrapolados para a população de Alagoas, uma vez que o serviço em que foi realizado esse estudo é referência em genética no Estado. O reconhecimento do perfil descrito é fundamental para o planejamento da atenção à saúde de pessoas com DDS desde o pré-natal até a idade adulta. Os autores agradecem ao Grupo Interdisciplinar de Estudos dos Distúrbios da Diferenciação do Sexo (GIEDDS), pelo suporte clínico e ao Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG) / Unicamp, pelos realização dos testes moleculares.Suporte: CNPq, FAPEAL. Palavras-Chave:Distúrbios da Diferenciação do Sexo. Anormalidades genitais. Atenção à saúde. CARCINOMA FOLICULAR DE TIREÓIDE EM PACIENTE COM SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN: RELATO DE CASO. Alessandra Miguel KAPP (UFSCar) - Brasil Adriana Rosolia Costa SABBAG (UFSCAR) - Brasil Bruno Garcia ROCHA (UFSCar) - Brasil Victor Hugo MAION (UFSCar) - Brasil Lucimar Retto da Silva DE AVÓ (UFSCar) - Brasil Carla Maria Ramos GERMANO (UFSCar) - Brasil Euclides MATHEUCCI JR (DNA Consult) - Brasil Débora Gusmão MELO (UFSCar) - Brasil A síndrome de Williams-Beuren (SWB) tem incidência estimada em 1:20.000 nascimentos, é causada pela deleção heterozigótica de uma região de 1,5 a 1,8Mb em 7q11.23 e sua patogenia está relacionada a pelo menos 8 genes principais implicados no fenótipo. Clinicamente caracteriza-se por anomalias cardiovasculares, deficiência intelectual leve a moderada, comportamento e fácies típicos. Apesar de anormalidades de tireóide serem frequentes, a associação entre SWB e tumor de tireóide não foi descrita até o momento. Relatamos um paciente com SWB que aos 11 anos de idade desenvolveu carcinoma folicular de tireóide. Paciente do sexo masculino, no momento com 13 anos de idade; mãe com 31 anos e pai com 29 anos na época do nascimento; é o terceiro filho de uma prole de três, possuindo duas irmãs saudáveis. Nasceu de parto cesárea, a termo, com peso e comprimento adequados, sem antecedentes relevantes na história pré e perinatais. Na lactância foram diagnosticados estenose aórtica supravalvar e refluxo gastroesofágico, fez tratamento conservador para ambos os problemas. Durante a primeira infância apresentou atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e aos 5 anos começou a frequentar a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, onde estuda até hoje. Aos 11 anos foi avaliado por médica geneticista; na ocasião apresentava 152cm de estatura (p75), peso de 42.700g (p75-90) e perímetro cefálico de 54cm (p50-75), além do comportamento e das dismorfias faciais características da SWB: hipoplasia de face média, epicanto, íris estrelada, orelhas baixo implantadas, lábios grossos e sorriso frequente. O diagnóstico clínico de SWB foi confirmado por teste genético molecular feito pela técnica de MLPA (“Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification”). Com base nas diretrizes de prática clínica específicas para SWB, como parte do seguimento médico de rotina foi feita avaliação da tireóide. Nessa investigação, diagnosticou-se um tumor caracterizado histologicamente como carcinoma folicular de tireóide. O paciente foi submetido à ressecção cirúrgica da glândula e terapia com iodo radioativo. Atualmente segue com oncologista e endocrinologista pediátrica, realizando reposição hormonal. Problemas de tireóide estão entre as complicações mais comuns em pacientes com SWB e, particularmente na infância, há aumento da prevalência de hipotireoidismo clínico e subclínico, possivelmente devido a uma maior frequência de alterações morfológicas (hipoplasia) na glândula. Os mecanismos moleculares e os genes que levam a essas anormalidades morfovolumétricas são em grande parte desconhecidos. Entretanto, mesmo que os problemas relacionados à tireóide sejam comuns, até onde pesquisamos, nunca foi descrito na literatura um paciente com SWB e câncer de tireóide, sendo este um achado clínico inédito. O carcinoma folicular de tireoide corresponde a 15 a 25% de todas as neoplasias da tireóide, acomete principalmente mulheres na quarta década de vida e tem incidência aumentada nas áreas de deficiência de iodo. Geralmente possui um comportamento mais agressivo do que o carcinoma papilar, com tendência à disseminação hematogênica. No caso aqui relatado, o diagnóstico precoce foi possível por causa do monitoramento de rotina da tireóide, o que ressalta a importância do seguimento clínico criterioso, baseado em evidências científicas, dos pacientes com SWB. Palavras-Chave:Síndrome de Williams; diretrizes de prática clínica; câncer de tireóide. COMPARAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO CLINICA DE SILLENCE E ESCORE DE GRAVIDADE DE AGLAN EM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA EVELISE BRIZOLA BRUNA PINHEIRO KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL MARINA BAUER ZAMBRANO TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL Introdução: A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma desordem genética caracterizada por fragilidade óssea e fraturas de repetição. Devido à alta heterogeneidade na apresentação da doença, existem desde formas leves com nenhuma ou poucas fraturas até formas graves com múltiplas fraturas podendo evoluir para óbito, sendo o principal critério para diagnóstico clínico. A tradicional classificação de Sillence em quatro tipos de OI (I a IV) é a mais comumente utilizada, porém Aglan et al. (2012) propuseram um novo escore para avaliação quantitativa da gravidade clínica na OI. Objetivo: Classificar os sujeitos de acordo com o critério de Sillence e o escore proposto por Aglan et al. (2012) e comparar as classificações em relação ao nível de comprometimento dos sujeitos. Métodos: Este estudo transversal incluiu pacientes de ambos os gêneros, idade entre 0 e 18 anos, com diagnóstico de OI em tratamento no Centro de Referência em OI do Rio Grande do Sul (CROI-RS). Todos os sujeitos foram classificados clinicamente de acordo com critério de Sillence em OI do tipo I ao IV e segundo o escore de Aglan considerando os seguintes critérios: densidade mineral óssea (DMO), marcos motores, deformidade de ossos longos, número de fraturas/ano e desvio padrão para estatura. Cada paciente foi pontuado numa escala de 1 a 20 sendo sub-classicados em leve, moderado ou grave. Resultados: Foram avaliados 61 pacientes sendo 31 do gênero feminino. De acordo com o critério de Sillence 30(49,2%) sujeitos foram classificados com OI tipo I que corresponde a forma leve, 6(9,8%) com OI tipo III forma moderada e 25(41%) com OI tipo IV forma moderada a grave. Dos 30 pacientes com OI tipo I, 29 obtiveram pontuação entre 6 e 10 que corresponde a comprometimento leve e um único paciente obteve escore 12 correspondendo à comprometimento moderado. Dos 6 pacientes com OI tipo III, 4 obtiveram pontuação entre 16 e 20 correspondendo a acometimento grave e os outros 2 pacientes foram moderadamente afetados. Dentre os 25 sujeitos com OI tipo IV, 18 foram classificados como moderadamente afetados e os demais como levemente afetados. Conclusão: Observamos uma correlação entre as classificações, a maioria dos indivíduos que obtiveram pontuações mais baixas no escore de Aglan apresentavam uma forma leve de OI (OI tipo I) e os sujeitos com pontuações mais altas correspondiam às formas moderada ou grave (OI tipo IV e III, respectivamente). O escore quantitativo proposto por Aglan é um instrumento útil para classificação da gravidade clínica em pacientes com OI refletindo a heterogeneidade da doença. Pode ser usado juntamente ao critério de Sillence para realização de uma sub-classificação mais específica dos tipos de OI e para realizar o acompanhamento clínico dos pacientes possibilitando comparação entre as avaliações. Palavras-Chave:Osteogênese imperfeita, classificação, gravidade CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS NA SÍNDROME DE GOMEZ-LOPEZHERNANDEZ: CONTRIBUIÇÃO DA CASUÍSTICA BRASILEIRA CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL LISANDRA MESQUITA BATISTA BATISTA (HCFMRP) - BRASIL JULIANA ALVES JOSAHKIAN (HC-FMRP-USP) - BRASIL MARÍA LUCÍA CASTRO MOREIRA (HC/USPRP) - BRASIL CLARISSA GONDIM PICANÇO DE ALBUQUERQUE (FMRP-USP) - BRASIL JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL A Síndrome de Gomez-Lopez-Hernandez (SGLH) ou Displasia dermo-cerebelotrigeminal (OMIM 601853) é uma rara síndrome neurocutânea (34 casos reportados na literatura) esporádica, de distribuição universal e etiologia ainda não conhecida. É caracterizada pela tríade de romboencefalosinapsis, anestesia do nervo trigêmeo e alopecia focal bilateral de localização geralmente parietal ou parieto-occipital. Com a descrição de novos casos na literatura, outros achados foram descritos como consistentes, tais como: retração de face média, hipertelorismo, FPO para baixo, raiz nasal deprimida, orelhas baixo implantadas e/ou rodadas, hipotonia evoluindo com ADNPM, deficiência intelectual de graus variáveis até inteligência normal, desordens comportamentais como impulsividade e até movimentos estereotipados da cabeça. Devido à descrição de novos pacientes e outros achados clínicos, assim como a observação de que alguns pacientes não preenchiam a tríade descrita, pesquisadores têm sugerido critérios para SGLH. Os critérios obrigatórios incluem romboencefalosinapsis (RES) e alopecia em couro cabeludo (AL), pois a anestesia trigeminal (AT) não foi observada em todos os pacientes. Braquicefalia/turrincefalia e retração de face média são consideradas critérios craniofaciais maiores (CFM), enquanto que estrabismo, hipertelorismo, plagiocefalia e estenose de sutura lambdóide são considerados critérios menores (CFME). Critérios neurológicos (CN) tais como: ADNPM, ataxia, hipotonia, deficiência intelectual e movimentos estereotipados da cabeça são também considerados. Assim, de forma esquemática: RES + AL + AT = SGLH; RES + AL + 1 CFM = SGLH; Também foi considerado que pacientes sem exames de imagem para avaliação de RES podem ser classificados como SGLH provável se houver AL + AT ou AL + 1 CFM ou ainda, SGLH possível, se AL ou 1 CFM com 2 ou mais CN ou CFMM. Após a identificação de mais um paciente com SGLH em nosso serviço, totalizando sete pacientes (20% da casuística mundial), decidimos por caracterizar nossa amostra em relação aos critérios diagnósticos propostos. Nossa amostra é composta por 4 meninos e 3 meninas. A maioria (6/7) foi encaminhada ao nosso serviço por neurologistas pediátricos que observaram ADNPM ou hipotonia associada à dismorfias craniofaciais e suspeita de cranioestenose. Apenas um dos casais é consangüíneo e todos os casos foram esporádicos. Os cariótipos foram normais e todos os pacientes apresentaram a tríade clínica (RES + AT + AL) e já apresentavam complicações relacionadas à anestesia trigeminal (opacificações corneanas). Em relação aos critérios craniofaciais maiores e menores, observamos que todos os pacientes apresentavam tais características. Ressaltamos que o prognatismo não foi considerado como critério maior, porém foi uma característica observada em todos os pacientes. A baixa estatura proporcionada pós natal também foi observada em 6 de 7 pacientes e deveria ser avaliada como critério. Os critérios neurológicos observados em nossa amostra foram condizentes com os da literatura, inclusive em relação à deficiência intelectual que se mostrou de grau variável. Não foi descrito em nossa amostra movimentos estereotipados de cabeça. Critérios diagnósticos são essenciais na construção do raciocínio clínico, na busca de novos acometidos e fatores etiológicos. Palavras-Chave:Síndrome de Gomez-Lopez-Hernandez; romboencafalosinapsis; anestesia de trigêmio; alopécia bilateral; turrincefalia DESAFIO DIAGNÓSTICO: NEUROFIBROMATOSE TIPO1 X SÍNDROME DE WATSON JOSÉ RICARDO MAGLIOCCO CERONI (PUC-SP) - BRASIL MARTA WEY VIEIRA WEY WEY VIEIRA (PUC-SP) - BRASIL JULIO BOSCHINI FILHO BOSCHINI BOSCHINI (PUC-SP) - BRASIL DEBORA APARECIDA RODRIGUEIRO (PUCSP) - BRASIL Objetivos: Alertar o pediatra para a realização do diagnóstico diferencial entre Neurofibromatose tipo1(NF1) e Síndrome de Watson(SW). Metodologia: Descrição de um caso clínico atendido no ambulatório de genética-clínica do Conjunto Hospitalar de Sorocaba e revisão bibliográfica. Resultados: V.S.B., nove meses, sexo feminino, filha de R.S.S.B., sexo feminino, 35 anos com diagnóstico prévio de Neurofibromatose tipo1 (NF1; MIM#162200) procedentes de Itu-SP foi encaminhada ao ambulatório de genética pela cardiologia pediátrica por estenose da artéria pulmonar associada a manchas café com leite espalhadas pelo corpo. Antecedentes pré-natais sem intercorrências. Nascida de parto cesáreo, 35 semanas por restrição de crescimento intrauterino; peso 1850g, comprimento 39cm, perímetro cefálico(PC) 31cm, perímetro torácico 27cm, APGAR 6 e 9. Evoluiu com enterocolite necrotizante, obstrução intestinal, estenose de cólon, infecção neonatal e desconforto respiratório adaptativo, permanecendo três meses na maternidade. Apresentou sorriso social aos seis meses, firmou pescoço aos oito meses. O exame genético-clínico aos 9 meses de idade revelou: 5565g, 58cm, PC=44cm, macrocefalia, fronte alta com implantação alta de cabelos, orelhas com implantação baixa e inclinada para trás, fendas palpebrais estreitas, hipertelorismo, nariz em sela, sopro sistólico 3/4+, manchas café com leite pelo corpo. A NF1 é uma desordem multissistêmica causada por mutações dominantes no gene NF1 localizado em 17q11.2. O National Institutes of Health (NIH) sugere para o diagnóstico clínico presença de dois ou mais dos sinais: seis ou mais manchas café com leite (>5mm pré-puberes); dois ou mais neurofibromas de qualquer tipo ou um ou mais neurofibroma plexiforme; sardas na virilha axilar; glioma óptico; dois ou mais nódulos de Lisch; displasia de esfenoide ou displasia ou afinamento de córtex de ossos longos e parente de primeiro grau com NF1. Este padrão diagnóstico é menos sensível em menores de oito anos. Mutações no gene NF1 são responsáveis ainda pela síndrome de Watson (SW; MIM#193520) que pode apresentar sobreposição fenotípica com a NF1 e a síndrome de Noonan (MIM#163950). A SW é caracterizada por de estenose da artéria pulmonar; manchas café com leite; baixo QI; macrocefalia; baixa estatura; nódulos de Lisch e sardas axilares. A hipótese diagnóstica de V.S.B. foi SW. Estenose da artéria pulmonar é documentada em 52% dos pacientes com SW associada com desvio do eixo cardíaco. Redução de QI em 68% dos portadores, baixa estatura (80% contra 34% na NF1) e estenose da artéria pulmonar somam os três caracteres principais para diferenciar SW e NF1. Macrocefalia relativa está presente em mais da metade dos casos de SW. Também não demonstra associação a fácies específico, comparada às outras síndromes. Conclusões: A avaliação clínica criteriosa é necessária na realização do diagnóstico diferencial entre NF1 e SW. Os critérios do NIH para NF1 somados às condições que caracterizam a SW proporcionaram o diagnóstico clínico de SW em V.S.B. Acreditamos que RSSB também seja portadora de SW, porém com expressão diferente. A família continua em acompanhamento para o adequado aconselhamento genético. Palavras-Chave:Neurofibromatose tipo1, síndrome de Watson, manchas café-com-leite, estesone da artéria pulmonar, diagnóstico diferencial DETECÇÃO DA MICRODELEÇÃO 7Q11.23 POR MLPA® E ESTUDO CLÍNICO DE PACIENTES COM SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN RACHEL SAYURI HONJO (ICR) - BRASIL ROBERTA LELIS DUTRA (FMUSP / UC) - BRASIL LESLIE DOMENICI KULIKOWSKY DEBORA ROMEO BERTOLA CHONG AE KIM (ICR) - BRASIL OBJETIVOS: Pesquisar a microdeleção 7q11.23 pela técnica de Multiplex Ligationdependent Probe Amplification® (MLPA®) em pacientes com suspeita clínica de síndrome de Williams-Beuren (SWB) e descrever os principais achados clínicos dos pacientes com a microdeleção. MÉTODOS: Foram avaliados 65 pacientes (40 do sexo masculino, 25 do sexo feminino), com idades entre 2 e 59 anos (mediana = 14 anos), com características clínicas sugestivas de SWB. Todos os pacientes eram filhos de pais normais. A técnica de (MLPA®) foi usada com kit específico com sondas da região da SWB (MRC Holland). As sondas foram hibridadas ao DNA e os fragmentos ligados foram amplificados por PCR e analisados com software específico. RESULTADOS: A microdeleção de todas as sondas da região 7q11.23 testadas foi detectada por MLPA® em 55/65 pacientes. Um caso de deleção atípica, ou seja, menor que 1,5 Mb, foi observada em um paciente com quadro clínico parcial da síndrome. Os nove pacientes sem deleção tinham um diagnóstico clínico duvidoso da SWB. Dois pacientes tiveram MLPA® positivo para SWB embora apresentassem resultados de FISH negativos. Os achados clínicos dos pacientes com microdeleção típica foram: fácies típica (98,2%), atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (98,2%), comportamento hipersociável (94,5%), hiperacusia (94,5%) e cardiopatia (81,8%). Dentre os pacientes com cardiopatia, 42,2% apresentavam estenose aórtica supravalvar (isolada ou associada a outras anomalias cardíacas), 26,7% apresentavam estenose pulmonar e 31,1% apresentavam outras cardiopatias isoladas ou em associação. Outros achados dos pacientes com microdeleção foram: anormalidades geniturinárias (85,4%), escoliose (56,4%), baixa estatura (43,6%), hérnias inguinais e/ou umbilicais (36,4%), hipertensão arterial (36,4%, com 20% destes apresentando estenose de artérias renais), estrabismo (34,5%), microcefalia (30,9%), sinostose radioulnar (10,9%), hipotireoidismo (14,5%) e hipotireoidismo subclínico (7,3%). Hipercalcemia foi detectada em um paciente apenas. Outros dois pacientes apresentaram nefrocalcinose e um paciente apresentou hipercalciúria, com níveis de cálcio sérico normais. Três pacientes adolescentes foram a óbito por causas cardiovasculares, incluindo um caso de óbito após transplante cardíaco. CONCLUSÃO: A técnica de MLPA® foi eficaz na detecção da microdeleção na região 7q11.23 possibilitando a confirmação diagnóstica da SWB em 84,6% dos pacientes estudados. Além disso, foi possível detectar uma deleção menor atípica em um paciente com fenótipo parcial e confirmar o diagnóstico em dois pacientes com quadro clínico típico de SWB e resultados de FISH negativos. Portanto, o MLPA® constitui-se um método promissor na investigação diagnóstica da SWB. Por ser uma doença multissistêmica, a SWB exige cuidados multidisciplinares e acompanhamento específico a fim de se prevenir complicações. Palavras-Chave:síndrome de Williams-Beuren, MLPA, microdeleção DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN EM UM SERVIÇO PÚBLICO DE GENÉTICA MÉDICA E DISCUSSÃO SOBRE MÉTODOS LABORATORIAIS ADEQUADOS AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE MELISSA MACHADO VIANA (UFMG) - BRASIL MARTIN STOFANKO (GENE-MG) - BRASIL PRICILA DA SILVA CUNHA (UFMG) - BRASIL HIGGOR GONÇALVES-DORNELAS (GENE-MG) - BRASIL MARCOS JOSÉ BURLE DE AGUIAR (FM UFMG) - BRASIL SÉRGIO D. J. PENA Objetivos: O Brasil é considerado uma das economias emergentes do mundo. Seu sistema público de saúde (SUS - Sistema Único de Saúde) cobre despesas médicas para cerca de 80% da população, o que exige abordagens diagnósticas menos dispendiosas quando comparado aos países desenvolvidos. O custo de técnicas aCGH, por exemplo, é proibitivo para a nossa realidade. Assim, o diagnóstico genético baseado em dados clínicos e testes direcionados a alvos específicos seria mais apropriado que técnicas de triagem de todo o genoma. Para testar essa hipótese, foram selecionados 33 pacientes com suspeita de síndrome de WilliamsBeuren (SWB), uma doença sistêmica com fenótipo bem delineado, causada por microdeleções em 7q11.23. Metodologia: Entre 2005 e 2010, 2.399 pacientes foram avaliados pela primeira vez em um serviço público de Genética em Minas Gerais, Brasil. Os prontuários foram analisados e um total de 33 pacientes foram selecionados por apresentarem características clínicas sugestivas de SWB, 24 aceitaram participar da pesquisa. Outros 9 pacientes candidatos foram avaliados em 2011 e até setembro de 2012 e todos aceitaram participar do estudo. DNA foi extraído a partir de esfregaços orais e submetido a uma nova metodologia simples e barata desenvolvida para diagnóstico de sindromes de microdeleção por um laboratório brasileiro (GENE). Todos os resultados foram confirmados por perda de heterozigosidade através de microssatélites e PCR em Tempo Real. Resultados: Um total de 33 amostras foram coletadas. Vinte e um (21) resultados foram positivos para SWB. Como esperado, as principais características de casos positivos em nossa amostra foram lábios proeminentes (95,2%), personalidade amigável (90,5%), filtro nasolabial longo (61,9%), clinodactilia de 5º dedo em mãos (61,9%), fendas palpebrais oblíquas (57,1%), sensibilidade aumentada a sons (47,6%), íris estrelada (42,9%). As principais anormalidades cardíacas foram estenose pulmonar (42%), estenose aórtica supravalvar (21%), regurgitação mitral (15,8%); ecocardiogramas normais foram encontrados em 2 pacientes (17%). Conclusões: Em economias emergentes, é necessário levar em consideração o custo de testes diagnósticos. Nosso trabalho mostra que é possível fazer diagnósticos precisos através de expertise clínico associado a técnicas laboratoriais simples, direcionadas a alvos específicos e com custos adequados à realidade econômica do país. Esta experiência pode ser estendida a outras síndromes genéticas. Palavras-Chave:Síndrome de Williams-Beuren, Microdeleção, Métodos diagnósticos, SUS DIETA HABITUAL E AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE MULHERES PORTADORAS DE SÍNDROME DE TURNER DANIELA FERNANDES TORRALBO (UNIFESP) - BRASIL IEDA T N VERRESCHI MAGNUS REGIOS DIAS DA SILVA MONICA VANNUCCI NUNES LIPAY (FMJ/UNIFESP) - BRASIL Mulheres adultas com Síndrome de Turner (ST) possuem composição corporal e antropometria distinta de mulheres sem a síndrome, com aumento de gordura corporal total e redução de massa magra, o que implica em um aumento de adiposidade neste grupo. Neste estudo, foram avaliados a dieta habitual e os dados antropométricos em portadoras da ST. Foram selecionadas 42 mulheres com ST atendidas regularmente no Ambulatório de Desenvolvimento, Disciplina de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), no período de 2012-2013, considerando-se parâmetros antropométricos (peso, altura, circunferência da cintura) e hábito alimentar (qualidade e frequência de consumo). Os dados foram tabulados e aplicados aos índices para avaliação (IMC – índice de massa corporal, relação cintura-estatura). Na amostra estudada, a média de idade foi de 29 anos (DP:9,59). A grande maioria (92,86%) estava sob reposição hormonal e 26,19% apresentou hipotireoidismo primário e osteopenia. Quanto ao IMC, 4,76% estavam com peso abaixo do normal, 45,24% eram eutróficas, 26,2% estavam com sobrepeso e 23,8% dessas pacientes eram obesas. A circunferência da cintura revelou que 23,81% delas estava sob risco aumentado e 33,33% sob risco muito aumentado para complicações metabólicas associadas à obesidade, e 42,86% estavam dentro da normalidade para essa comorbidade, segundo pontos de corte da Organização Mundial da Saúde. A razão cintura/estatura revelou 61,90% de risco metabólico associado com a obesidade central. Em relação ao hábito alimentar numa frequência de consumo de cinco ou mais vezes por semana, conforme preconiza o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, o consumo adequado de alimentos do grupo protéico (carnes, leite e leguminosas) foi atingido por 66,33% das pacientes. Quanto ao consumo de cereais, 97,62% do grupo atingiu essa frequência, sendo que apenas 4,76% consumiram cereais integrais. Para verduras e tubérculos, 38% e 4,76%, respectivamente, desse grupo apresentou essa frequência de consumo e, quanto às frutas, apenas 23%. A maioria (69%) raramente consome oleaginosas e/ou azeite de oliva (gorduras “boas”); 26% declarou que consome algum tipo de doce. Quanto às bebidas, 38% consomem refrigerantes ou suco artificial diariamente; 92,85% não consomem bebida alcoólica e 64,28% consomem café diariamente. Em relação às frituras, 60% das pacientes declarou que consumia raramente ou até duas vezes por semana. Em nossa amostra, 88% referiu que raramente consome soja ou derivados. Ressalta-se o baixo consumo de frutas e verduras nesta população, dados que estão de acordo com os inquéritos populacionais realizados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), que revelou baixo percentual de consumo (35,6% e 20,6%, para de frutas e verduras, respectivamente) em certas regiões do Brasil,. Também observou-se um baixo consumo de tubérculos, o que corrobora com os dados de outros inquéritos alimentares, presentes no Guia Alimentar para a População Brasileira. Os resultados do estudo evidenciam a importância de se estimular ações educativas de orientação nutricional às pacientes com ST no sentido de promover mudanças e melhoria nos seus hábitos alimentares e qualidade de vida, uma vez que se trata de um grupo sob risco de comorbidades associadas à síndrome. Apoio CNPq/CAPES Palavras-Chave:Síndro de Turner, antropometria, dieta DIFERENCIAÇÃO SEXUAL MASCULINA EM NEONATO COM CARIÓTIPO 46,XX E SRY NEGATIVO SANDRA ALVES PEIXOTO PELLEGRINI (IPPMG-UFRJ) - BRASIL MARIA CECILIA MENKS RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL MICHELINE ABREU RAYOL DE SOUZA (IPPMG/UFRJ) - BRASIL IZABEL CALLAND RICARTE BESERRA (UFRJ) - BRASIL MARILIA MARTINS GUIMARAES (UFRJ) - BRASIL GABRIELA LEAL BARROS (UFRJ) - BRASIL ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL JOÃO GABRIEL LIMA DAHER (UFRJ/IPPMG) - BRASIL MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL Objetivo: Relatar o caso de uma criança com genitália ambígua, cariótipo 46,XX, SRY negativo e presença de testículo. Métodos: Estudo descritivo do tipo relato de caso. Resultados: RBH, branco, sem sexo definido, natural e procedente do Rio de Janeiro. Encaminhado ao Serviço de Genética Médica na primeira semana de vida por ambiguidade da genitália. Filho único de pais jovens, saudáveis, não consanguíneos. Durante a gestação foi observada incompatibilidade entre a sexagem fetal (sexo feminino) e achados ultrassonográficos (sexo masculino). Gestação sem mais intercorrências e uso apenas de paracetamol. Parto vaginal, a termo, eutócico, sem asfixia e sem intercorrências perinatais. Primeiro exame físico: genitália externa ambígua com fusão lábio-escrotal completa com bolsa hipoplasica à esquerda e gônada palpável a direita com morfologia ovalada; gônada palpável no canal inguinal esquerdo; falus medindo 2,3 cm com curvatura para baixo; uretra na parte inferior do falus (hipospádia). Exame físico restante normal. A ultrassonografia pélvica evidenciou ausência de estruturas mullerianas na cavidade pélvica, formação cística vesical comunicando-se com uretra proximal; na bolsa direita presença de gônada ovalada e homogênea, sugerindo imagem testicular normal; não visualizada gônada à esquerda. Cariótipo em cultura de linfócitos: 46,XX. Cariótipo dos pais normal. A técnica de FISH (Fluorescence in situ hybridization) com utilização das sondas DXZ1 e SRY mostrou ausência de hibridação com o SRY. A avaliação por PCR (Polymerase Chain Reaction) dos genes SRY e AMG mostrou ausência de amplificação do gene SRY, com padrão eletroforético de AMGX apenas sem AMGY. A estimulação com testosterona durante três meses (50mg/vez; IM), produziu aumento do falus ocorrendo ereções em alguns momentos, aumento da penugem nas regiões perineal e supra-labial. Frente a estes achados foi mantido o sexo social masculino, e realizada cirurgia para correção da genitália externa e posicionamento do testículo direito na bolsa escrotal e em segundo momento, cirurgia para remoção da gônada esquerda, obtendo-se amostra do tecido gonadal e epidídimo para cultura de células. O exame histopatológico foi compatível com testículo imaturo, verificando-se túbulos seminíferos atróficos e revestidos por células de Sertoli com ausência de células da linhagem germinativa, não apresentando células de Leydig. O estudo citogenético da gônada direita e esquerda, epidídimo esquerdo e cultura de fibroblastos de tecido abdominal evidenciou a constituição 46,XX e ausência de SRY em todos os tecidos. Conclusões: O estudo de diferentes tecidos acompanhado da análise molecular sugerem que a presença de mosaicismo, mesmo de baixas proporções, é improvável. Assim, acreditamos que a diferenciação masculina no probando, na ausência do SRY, está relacionada à expressão de outros genes a montante do SRY. Palavras-Chave:determinação sexual, SRY negative. DISMORFOLOGIA APLICADA AOS TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA – A EXPERIÊNCIA DA APAE VITÓRIA WÉLIDA SALLES PORTELA (HEINSG / APAE) - BRASIL TEREZINHA SARQUIS CINTRA (APAE VITORIA) - BRASIL LIGIA PEREIRA ANDREATI CIBELE MARQUES COELHO DE MEDEIROS CAZELLI (APAE) - BRASIL RICARDO CASSA RODRIGUES ADRIANA EIRA LA GAMBA MALINE VIVIANE BIRIBA BASTOS LEILA ALZIRA LIMA PAIXAO Objetivos: relatar a experiência do ambulatório de Transtornos do Espectro Autista da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Vitória , com ênfase na dismorfologia e suas implicações no aconselhamento genético. Métodos: classificação dos autistas em dismórfico e não dismórfico, com base no algoritmo proposto por Miles et al, em 2008, o qual considera o exame clínico dismorfológico de 12 segmentos corpóreos distintos: estatura, padrão de crescimento de cabelos, orelhas, nariz, face, filtro, boca e lábios, dentes, mãos, dedos, unhas e pés; a presença de microcefalia já caracteriza o paciente como dismórfico. Resultados: Foram atendidos 33 pacientes com diagnóstico de transtorno do espectro autista no período de abril de 2012 a abril de 2013, com média de idade de 5,4 anos ao atendimento, variação de 2 a 14 anos, 76% do sexo masculino e 12% com microcefalia. As áreas dismórficas mais frequentes foram, em ordem decrescente: orelhas, pés, filtro, nariz, face, dedos, boca, dentes, mãos, estatura, unhas e padrão de crescimento de cabelos. As dismorfias mais observadas foram: orelhas em abano (24% dos pacientes), filtro apagado (21% dos pacientes), persistência de coxins adiposos na face palmar dos dedos (15% dos pacientes), pés planos (15% dos pacientes) e clinodactilia de quintos pododáctilos (15% dos pacientes). Foram classificados como dismórficos 24% dos pacientes. Não foi observada diferença significativa na média de idade entre os pacientes dismórficos e não dismórficos. O grupo não dismórfico apresentou uma maior razão sexo masculino/feminino (4:1). Conclusões: A predominância de autismo não dismórfico e uma maior razão masculino:feminino confirmam os dados já relatados na literatura. A classificação dos transtornos do espectro autista em grupos dismórfico e não dismórfico permite orientar o aconselhamento genético, uma vez que espera-se um risco de recorrência menor no primeiro grupo. Palavras-Chave:Palavras – chave: transtorno autístico; autismo infantil; aconselhamento genético DISPLASIA CRANIOECTODÉRMICA I (CED I): RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA EDUARDO PERRONE (UNIFESP) - BRASIL THEOHARIS EFCARPIDIS SFAKIANAKIS (UNIFESP) - BRASIL MARCO ANTONIO CURIATI (UNIFESP) - BRASIL MARIA DE FÁTIMA F. SOARES ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL INTRODUÇÃO: A displasia cranioectodérmica, também conhecida como Síndrome de Sensenbrenner (DCE) é uma doença genética rara, do grupo das ciliopatias, cujo padrão de herança é autossômico recessivo, caracterizada por anormalidades craniofaciais (craniossinostose sagital) e anomalias faciais, esqueléticas e ectodérmicas. É subdividida em quatro grupos conforme as características clínicas e os genes causais (MIM: 218330; 613610; 614099; 614378). A DCE1 (MIM 218330) foi relacionada a mutações no gene IFT122, localizado no cromossomo 3q21 e diferencia-se das demais por apresentar braquidactilia, hipodontia, tórax estreito e fibrose hepática. Até o momento foram descritos aproximadamente 21 casos de DCE. OBJETIVOS: relatar um caso de Displasia Cranioectodérmica I em paciente avaliado no Centro de Genética Médica “Prof. Dr. Decio Brunoni” (UNIFESP) DESCRIÇÃO DO CASO: paciente do sexo masculino, 16 anos, primeiro e único filho de casal não consanguíneo, procedentes de Aracaju (SE). Mãe relata gestação sem intercorrências. Nasceu a termo de parto normal, pesando ao nascer 3000g e medindo 52 cm (RNTAIG). Necessitou de reanimação ao nascer, permanecendo 15 dias na UTI neonatal por desconforto respiratório. Evoluiu com infecções respiratórias de repetição e apresentou quadro de cirrose hepática aos 3 anos de idade. O desenvolvimento neuropsicomotor foi normal. Paciente apresenta queixa de dificuldade de sudorese, mesmo após exercícios extenuantes . Ao exame morfológico apresentava aspecto longilíneo, discreta dolicocefalia, filtro labial longo, rosto alongado, micrognatia, tórax estreito (em sino), dedos das mãos encurtados (braquidactilia) e alargados, escoliose e encurtamento dos pododáctilos. Antropometria: PC: 54,5 cm (+1DP), estatura: 1,80 cm (P75-90) e peso: 68, 1Kg (P50-75). Exames complementares: Cariótipo banda G de sangue periférico: 46, XY; Ecocardiograma: sem alterações significativas; US abdômen total: fígado pequeno com contornos irregulares e serrilhados; baço aumentado com baços acessórios (secundário à hipertensão portal) e rins normais; FO/avaliação oftalmológica: rarefação discreta do epitélio pigmentar retiniano, com vasos e papilas normais e miopia bilateral; Dosagem de homocisteína sérica: normal; Tomografia Computadorizada em 3D de crânio: normal; Radiograma de esqueleto: discreta dolicocefalia; presença de tórax em sino, com estreitamento superior; escoliose, com horizontalização importante do sacro; mãos apresentando braquimesofalangismo do quinto quirodáctilo bilateralmente e encurtamento importante de todas as falanges distais dos quirodáctilos; pés com encurtamento das falanges distais e metatarso valgo bilateralmente. RESULTADOS E DISCUSSÃO: alterações esqueléticas (braquidactilia/tórax estreito), associadas a dismorfias craniofaciais (micrognatia, dolicocefalia) e alterações ectodérmicas (dificuldade de sudorese), com envolvimento fibrótico do fígado sugerem o diagnóstico de Displasia Cranioectodérmica I. O diagnóstico diferencial é realizado com outras ciliopatias que cursam com quadro clínico semelhante, como a Síndrome de Ellis van Creveld (MIM 225500) e Síndrome de Jeune (MIM 208500). O gene IFT122 é importante para manutenção do funcionamento ciliar, uma vez que codifica proteínas que regulam o processo de transporte intraflagelar das moléculas que compõe os cílios. O cílio primário desempenha importante papel nas vias de sinalização do gene SHH, o que justificaria as alterações esqueléticas encontradas no caso. CONCLUSÃO: O caso descrito ilustra um provável diagnóstico de DCE tipo I, delimitando melhor o fenótipo da mesma. A pesquisa molecular permitirá o diagnóstico e classificação mais precisos da Síndrome. Palavras-Chave:Displasia cranioectodérmica; estreitamento torácico; fibrose hepática ; braquidactilia. DISPLASIA GELEOFISICA: RELATO DE DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA THAIS ARBOCESE ZANOLLA (UNIMES) - BRASIL MIRLENE PINHO CERNACH (UNIFESP) - BRASIL CLAUDIO SAIKALI FARCIC FILHO (UNIMES) - BRASIL GABRIELA GIMENES VESCO (UNIMES) - BRASIL NATÁLIA FERNANDA DE VASCONCELLOS BACELLAR (UNIMES) - BRASIL INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Displasia Geleofísica (GPHYSD) é caracterizada por baixa estatura, mãos e pés pequenos, hepatomegalia e características faciais distintas (“face feliz”). Na evolução pode apresentas doença valvular cardíaca progressiva além de limitação articular. O caráter progressivo da doença é sugestivo de doença de depósito lisossomal, ainda não identificado. Outras características incluem ramos da antélice das orelhas espessadas, nariz pequeno com ponte nasal deprimida e narinas antevertidas, bochechas grandes, encurtamento dos membros, pele espessada e reflexos tendinosos profundos hipo-reativos. A GPHYSD1 é causada por uma mutação em homozigose no gene ADAMTSL2 (OMIM #231050). Já GPHYSD2 é causada por uma mutação em heterozigose no gene FBN1 (OMIM #614185). OBJETIVO: Descrever um paciente com quadro clínico sugestivo de GPHYSD e discutir os possíveis diagnósticos diferenciais. RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino, 8 anos e 2 meses. Mãe IVG IVP, casal jovem, não consanguíneo, sem intercorrências gestacionais e história familiar. Nascido de parto espontâneo, a termo, AIG, APGAR 9/10, PN=3,130kg, CN=48 cm e PC=34 cm. Evoluiu com desenvolvimento neuropsicomotor adequado para a idade e hipotiroidismo. Ao exame físico foi observado: estatura=117,5cm (p<3), relação SS/SI=1,17 (esperado 1,03), P=36,9kg (>p97), PC=55,0cm (>p97) e DIP=6,0 cm (p>97). Baixa estatura desproporcionada, macrocefalia, hipertelorismo ocular, ptose palpebral bilateral, sinófris, bochechas grandes, lábio superior fino, face “feliz”, filtro longo e apagado, orelhas de baixa implantação. Mãos pequenas, braquidactilia, clinodactilia de 5˚ dedos, unhas curtas e hipoplásicas. Pés pequenos, largos, braquidactilia, unhas curtas e hipoplásicas, implantação proximal do 4˚ e 5˚ dedos. Encutamento rizomesomélico dos membros superiores e inferiores. Exames complementares: cariótipo 46 XY. Audiometria: perda auditiva condutiva leve a moderada bilateral. Estudo radiológico: úmero com discreto aumento do trabeculado ósseo e alargamento da região metafisária proximal. Mãos: encurtamento de todas as falanges. Discrepância da idade óssea entre o carpo e as falanges. Coluna: vértebra de transição lombo-sacra com megapófises articuladas no sacro. Quadril: alteração do trabeculado ósseo e alongamento dos ilíacos. Pés: falanges distais muito encurtadas, metatarsos do 4º e 5º dedos curtos, ossos do tarso volumosos. Ecocardiograma: normal. DISCUSSÃO: De acordo com o quadro clínico e radiológico foi possível incluir o paciente no grupo das displasias acromélicas que incluem quatro doenças: GPHYSD, Síndrome Weill-Marchesani (WMS), Displasia Acromícrica (ACMICD) e Síndrome de Myhre (MYHR). Todas as quatro são caracterizadas por baixa estatura, braquidactilia e articulações enrijecidas. No entanto, ACMICD (OMIM 102370) apresenta características faciais distintas da GPHYSD e ausência de espessamento progressivo das válvulas cardíacas. WMS (OMIM #614819) apresenta olhos com anomalias no cristalino, tipicamente reconhecidas na infância. MYHR (OMIM #39210) caracteriza-se por prognatismo, anomalias no crânio e grau variável de comprometimento cognitivo. ACMICD e a forma dominante da WMS são alélicas na GPHYSD2. O paciente descrito apresenta diversos sinais condizentes com os achados descritos na literatura em casos diagnosticados com GPHYSD. CONCLUSÃO: Devido ao caráter progressivo da doença, o estabelecimento do diagnóstico e de uma programação de seguimento adequada pode prevenir complicações clínicas e garantir melhor qualidade de vida. Palavras-Chave:displasia geleofísica, mãos pequenas, pés pequenos, displasia esquelética DISPLASIAS ESQUELÉTICAS COM ALTERAÇÕES ARTICULARES ASSOCIADAS AOS GENES CHST3 E KIF22 DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL LUZ M MARTÍN CYNTHIA SILVEIRA (UNICAMP) - BRASIL RAFAELA MENDONÇA (UNICAMP) - BRASIL KARINA DA COSTA SILVEIRA (UNICAMP) - BRASIL LUCIANA CARDOSO BONADIA (UNICAMP) - BRASIL Algumas displasias esqueléticas apresentam um acometimento particular das articulações seja com luxações seja com frouxidão ligamentar. Em 2008 descobriu-se que o fenótipo conhecido como Larsen recessivo é produzido por mutações no CHST3. Mais recentemente, em 2011, mutações no KIF22 foi associada a um outro fenótipo com envolvimento articular importante – a displasia espôndiloepimetafisária tipo Hall também conhecida como SEMDJL tipo leptodactílico ou SEMD tipo Hall. O objetivo desse relato é apresentar três famílias com afetados por essas condições de modo a alertar para um diagnóstico que suspeitamos ser relativamente frequente. Na primeira família o propósito é o segundo filho de casal não consanguíneo cujo diagnóstico de possível síndrome de Larsen ao nascimento foi alterado para displasia espôndilo-epifisária com luxações ou SED tipo-CHST3 após revisão do quadro clínico-radiológico. As alterações radiológicas típicas dessa displasia são luxações de quadril e joelhos, coluna com sinal da cobra, cleft coronal de corpos vertebrais, bifidez da porção distal do húmero e atraso de ossificação do carpo. O sequenciamento direto, em ambas direções dos exons 2 e 3 do CHST3 mostrou a seguinte mutação em homozigose IVS2-1G>C e c.141G>C. Em duas outras famílias, ambas sem história de antecedentes familiar relevante, os afetados eram casos isolados na família e iniciaram a investigação por causa da baixa estatura e hipotonia associada frouxidão ligamentar por volta de um ano idade. Na avaliação radiológica de ambos (em torno de um ano idade) observou-se importante atraso de maturação óssea, epífises minúsculas, comprometimento metafisário, colo de fêmur estreitado e leve escoliose. Uma vez estabelecido o diagnóstico da SEMDJL tipo Hall, procedeu-se a investigação molecular em ambos os afetados. Esta foi realizada a partir do sequenciamento direto bidirecional do exon 4 do KIF22, que mostrou as seguintes mutações: paciente 1 - c.446G>A (R149G) e paciente 2 c.443C>T (P148L), ambas em heterozigose. Concluindo, o estudo desses três casos mostra que esses dois tipos de displasias esqueléticas, SED-CHST3 e SEMDJL-Hall são relativamente fáceis de serem reconhecidos e o estudo molecular é relativamente simples. No entanto, acreditamos ser importante pesquisar a mutação em novos pacientes, uma vez que até o momento poucos tem estudo molecular e a correlação genótipo-fenótipo ainda precisa ser melhor estabelecida. Financiamento: CNPq 402008/2010-3 e CNPq 590148/2011-7 Palavras-Chave:SED-CHST3, SEMDJL-Hall, KIF22 DISPLASIAS ESQUELÉTICAS COM MANIFESTAÇÃO NEONATAL: SÉRIE DE CASOS DO HOSPITAL A05/ECLAMC NATHALIA CORREIA KRAUSE DOS SANTOS (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL RAQUEL GERMER TOJA COUTO (IFF) - BRASIL MARIA AUXILIADORA MONTEIRO VILLAR JUAN LLERENA PATRICIA SANTANA CORREIA (IFF) - BRASIL ALEXANDRE RAMOS LUCIDI (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL MARIANA DE QUEIROZ ARAÚJO GOMES (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL NATÁLYA GONÇALVES PEREIRA (IFF) - BRASIL OBJETIVO: Revisão dos casos de displasia esquelética nascidos no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz- A05) entre o período de março de 2007 até janeiro de 2013. MÉTODO: Análise retrospectiva dos prontuários e informações coletadas através da base de dados do Estudo Colaborativo Latino Americano de Malformações Congênitas (ECLAMC). RESULTADO: Foram diagnosticados 45 pacientes com displasias esqueléticas no período analisado. Todos os casos possuíam evidências de malformação já em ultrassonografia gestacional, sendo 27 pacientes do sexo feminino e 16 do sexo masculino (2 casos sem descrição de gênero), 39 foram nativivos, sendo que 34 faleceram antes da alta, e 6 natimortos. Obtivemos diagnóstico de 44 pacientes, dentre os quais encontramos: Acondrogênese (3 casos), Hipofosfatasia (1 caso), Displasia Cleidocraniana (1 caso), Osteogenese Imperfeita (13 casos),Síndrome de Conradi-Hunermann (1 caso), Nanismo Tanatofórico (11 casos), Hipocondroplasia (2 casos), Condrodisplasia platiespondilica tipo Torrance (1 caso), Displasia Mesenquimal (1 caso), Síndrome de Pollane –Desbuquois (1 caso), Displasia Camptomélica (1 caso), Displasia crâniometafisária (1 caso), Displasia Diastrófica (1 caso), Displasia Pseudodiastrófica (1 caso), Fibrocondrogênese tipo II (1 caso) e Síndrome Costela curta-Polidactilia em 1 caso. CONCLUSÃO: As displasias esqueléticas possuem manifestação clínica heterogênea, podendo variar desde apresentação neonatal com baixa estatura e encurtamento de ossos longos até associações com malformações em outros sistemas.Em todos os casos houve suspeita durante a gestação, porém e necessário o exame clínico após o parto e radiografia de esqueleto para orientação diagnóstica. A mortalidade deste grupo no período neonatal é alta, devido principalmente ao tamanho da caixa torácica /hipoplasia pulmonar associada. Embora não tenha tratamento específico (exceto a osteogênese imperfeita tipo I, III e IV), a importância da confirmação diagnóstica se faz para melhor orientar o prognóstico do caso e o risco de recorrência adequado para a família. Palavras-Chave:osteocondrodisplasia, displasia esquelética, ECLAMC DISPONDILOENCONDROMATOSE COM MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS: RELATO DE UM CASO E REVISÃO DA LITERATURA CLAUDIO SAIKALI FARCIC FILHO (UNIMES) - BRASIL GABRIELA GIMENES VESCO (UNIMES) - BRASIL NATÁLIA FERNANDA DE VASCONCELLOS BACELLAR (UNIMES) - BRASIL MIRLENE PINHO CERNACH (UNIFESP) - BRASIL THAIS ARBOCESE ZANOLLA (UNIMES) - BRASIL INTRODUÇÃO: A Dispondiloencondromatose , descrita por Freisinger et al. em 1993, constitui uma rara displasia esquelética, de herança provável do tipo autossômica recessiva, classificada no grupo das Displasias Espôndilometafisárias. Apresenta como características principais a anisospondila (corpos vertebrais de forma irregular), e lesões “encondroma-like” nas metáfises e diáfises dos ossos tubulares longos. Os pacientes em geral manifestam cifoescoliose precoce e progressiva, costelas condromatosas bífidas e/ou com fusão e membros encurtados com assimetria de membros inferiores. Nakane em 2011 encontrou em um paciente com quadro clínico típico de Dispondiloencondromatose uma mutação de ponto no COL2A1. Acredita-se que a desdiferenciação dos condrócitos com produção de colágeno 1 e não colágeno 2 pode resultar na síntese de tecido fibroso no lugar na cartilagem, alterando a reabsorção da cartilagem e deposição de osso na placa de crescimento. OBJETIVO: Descrever caso clínico com características clínicas e radiológicas de Dispondiloencondromatose e revisar a literatura. RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 3 anos e 11 meses, primeira filha de casal jovem e não consanguineo, sem intercorrências gestacionais. Nascida de parto espontaneo, a termo, AIG, PN 3.160 g, CN 49 cm e PC 33 cm, APGAR 9 e 10. Evoluiu com desenvolvimento neuropsicomotor adequado para a idade e baixa estatura. Ao exame físico foi observado: peso 10,7kg ( Palavras-Chave:Dispondiloencondromatose, encondroma-like, displasia espondilometaepifisária DUPLA ANEUPLOIDIA 45,X/46,XX/ 47,XX,+13 EM PACIENTE COM 24 ANOS: AVALIAÇÃO CITOGENÉTICA E MOLECULAR GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL SANDRA ALVES PEIXOTO PELLEGRINI (IPPMG-UFRJ) - BRASIL JOÃO GABRIEL LIMA DAHER (UFRJ/IPPMG) - BRASIL GABRIELA LEAL BARROS (UFRJ) - BRASIL EVELYN KAHN (IPPMG - UFRJ) - BRASIL MARIA CECILIA MENKS RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL IZABEL CALLAND RICARTE BESERRA (UFRJ) - BRASIL MICHELINE ABREU RAYOL DE SOUZA (IPPMG/UFRJ) - BRASIL MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL MARILIA MARTINS GUIMARAES (UFRJ) - BRASIL Objetivo: Descrever as alterações citogenéticas e moleculares encontradas em uma paciente com baixa estatura, microcefalia, déficit cognitivo e achados dismórficos. Métodos: Estudo descritivo do tipo relato de caso. Resultados: LF, sexo feminino, nascida em 04/06/1986, Natural do Rio de Janeiro, 5 filha de pais não consangüíneos e jovens na época do seu nascimento. G VI/P V, A I. Gestação sem intercorrências. Parto vaginal, a termo e eutócico; PN = 2.060g; EN = 49 cm. Período perinatal sem intercorrências. Desenvolvimento neuropsicomotor normal durante a infância. Evoluiu com dificuldade do aprendizado e baixa estatura. Atualmente, aos 24 anos, tem relativa autonomia social e cursa o ensino médio com aproveitamento deficiente. Apresentou puberdade espontânea com pubarca aos nove anos, telarca aos 10 e menarca aos 11½ anos e ciclos menstruais regulares posteriormente. Hipotiroidismo adquirido aos 12 anos (uso de levotiroxina). Foi encaminhada ao Serviço de Genética Médica por apresentar baixa estatura proporcionada e dismorfias aos oito anos de idade. O exame físico revelou: baixa estatura, microcefalia, blefarofimose, língua protrusa, pescoço curto, tórax em barril, hipertelorismo mamilar, cifoescoliose, cúbito valgo, prega única palmar unilateral, clinodactilia e sindactilia. A avaliação complementar identificou duplicação pielocalicial, sistema cardiovascular normal e exame de imagem do sistema nervoso central normal (TCC). Atualmente sua estatura é de 1,45m. Estudo citogenético: 45,X [13]/ 46,XX[11]/ 47,XX,+13[3]; os pais apresentaram cariótipo normal.Em 2012 a paciente foi reavaliada, o cariótipo foi 45,X [19]/ 46,XX[11]/ 47,XX,+13[6] e realizada técnica de FISH fluorescence in situ hybridization) das células sanguíneas (sondas DXZ1, 13q14-Rb, D7Z1 e D8Z2) e da mucosa oral (sondas DXZ1, 13q14Rb), com os seguintes resultados: sangue nuc.ishDXZ1 X 1 [81%]/DXZ1 x2 [19%], nuc.ish 13q14 X2 [90%]/DXZ1 x3 [10%], nuc.ish D7Z1x2 [97%] D7Z1 x1 , nuc.ish D8Z2x2 [97%] D8Z2x1 [3%] [3%]; mucosa oral nuc.ishDXZ1 X 1 [47%]/DXZ1 x2 [53%] e nuc.ish 13q14 X2 [79%]/13q14 x3 [21%]Conclusões:. A dupla aneuploidia é uma condição incomum, admite-se que o desequilíbrio genômico produzido seria incompatível com o desenvolvimento normal. A maior parte das aneuploidias duplas relatadas se apresenta na forma de mosaico, envolvendo o par sexual e outro par de autossomos. A freqüência de células anômalas aumentou entre as duas avaliações. A freqüência da monossomia X nos núcleos interfásicos diferiu nos dois tecidos e foi maior do que a verificada nas metáfases. A freqüência da trissomia 13 nos núcleos interfásicos diferiu das células mitóticas, sendo maior na mucosa oral em relação ao sangue. Apesar das aneuploidias de autossomos terem impacto fenotípico mais relevante, neste caso a apresentação fenotípica referente à trissomia do cromossomo 13 foi atenuada. Embora a paciente apresente diversos estigmas da síndrome de Turner, apresentou desenvolvimento espontâneo das características sexuais secundárias. Estas aneuploidias possivelmente resultaram de eventos independentes num concepto com constituição 46,XX. A presença das alterações em tecidos de diferentes origens embrionárias evidencia que estes eventos ocorreram no início do desenvolvimento embrionário. Palavras-Chave:cariótipo, FISH, dupla aneuplodia ESPECTRO-ÓCULO-AURÍCULO-VERTEBRAL: PERFIL AUDIOLÓGICO DE 9 CRIANÇAS THAYSE BIENERT GOETZE (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL ALESSANDRA PAWELEC DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL PRICILA SLEIFER SLEIFER (UFRGS) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: O objetivo deste trabalho foi descrever as características audiológicas que podem ser observadas nos pacientes portadores dessa anomalia em uma amostra no Estado do Rio Grande do Sul. Métodos: Nesta investigação foram incluídos crianças atendidas pelo Serviço de Genética Clínica da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre/Serviço de Genética da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre que apresentaram suspeita clínica inicial do diagnóstico de EOAV e que aceitaram participar do estudo. O trabalho foi aprovado pelo CEP de todas as instituições envolvidas sob parecer n° 851/09, de 14/05/2009, os exames auditivos foram realizados na Clínica de Audiologia do Serviço de Fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, configurando um estudo Multicêntrico. Resultados: A amostra final foi composta por 9 crianças com idades entre 1a9m e 12a6m, cinco crianças do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Sete crianças referiram queixa na Orelha Direita, relacionadas a perda auditiva, malformações e problemas crônicos adquiridos pelas infecções recorrentes e duas não possuíam uma queixa específica. Dentre os achados da entrevista quatro tiveram intercorrências no período gestacional, seis nasceram à termo e oito foram hospitalizados após o nascimento. Em relação às alterações auriculares, sete tiveram presença de apêndices pré-auriculares, oito possuem microtia, seis apresentaram implantação baixa de pavilhão auditivo, cinco possuem fístulas pré-auriculares, quatro crianças apresentaram atresia de conduto auditivo. Em relação aos exames auditivos, foram realizados exames como: Audiometria tonal e vocal, Emissões Otoacústicas e Potencial Evocado Auditivo, conforme a necessidade e disponibilidade da criança no dia do exame. Quatro crianças apresentaram audição normal; quatro apresentaram perda auditiva condutiva e uma apresentou perda auditiva neurossensorial. Conclusões: Este trabalho buscou um melhor delineamento dos aspectos fonoaudiológicos apresentados por este grupo de pacientes auxiliando tanto na realização de um diagnóstico auditivo adequado como de um planejamento de intervenção terapêutica otimizada. A identificação precoce de dificuldades auditivas associada a um diagnóstico auditivo desfavorável, permite a realização de intervenções que podem inclusive evitar dificuldades de desenvolvimento e escolares. Palavras-Chave:Espectro Óculo-Aurículo-Vertebral, Genética clínica, Fonoaudiologia ESTRATÉGIA PARA AUXILIAR O DIAGNÓSTICO DAS DISPLASIAS ESQUELÉTICAS NO PERÍODO NEONATAL DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL CYNTHIA SILVEIRA (UNICAMP) - BRASIL Displasias esqueléticas ou osteocondrodisplasias (OCD) compreendem um grupo de doenças extremamente heterogêneo clínica e etiologicamente que, embora sejam relativamente fácil de identificar enquanto grupo patológico, individualmente a maioria delas representa um desafio ao diagnóstico, consequentemente prejudicando o Aconselhamento Genético (AG). Embora o principal exame para o diagnóstico de uma OCD (Rx simples do esqueleto) seja acessível a qualquer um, a dificuldade diagnóstica reside na interpretação desse exame que requer profissional especializado nesse grupo de doenças. Cerca de metade das OCD conhecidas são de manifestação perinatal e entre estas mais de um terço são letais, portanto, desenvolver uma estratégia eficaz para o diagnóstico dessas condições é o objetivo de um projeto financiado pelo CNPq e que pretende disponibilizar auxílio diagnóstico para todo o território nacional. Com esta apresentação pretende-se divulgar o site [http://www.ocd.fcm.unicamp.br/] recentemente disponibilizado na rede e alertar para a necessidade de reconhecimento das OCD no período perinatal de modo a ajudar o diagnóstico bem como a orientação de famílias com afetados por essas condições. Esse auxílio diagnóstico se reveste de especial importância nos casos de OCD letais, visto ser o período perinatal crucial para a tomada de decisões que poderá ou não contribuir para ambos, diagnóstico final e AG. Além do objetivo assistencial, a identificação de certos tipos de OCD tende a fornecer material precioso para um maior conhecimento das doenças genéticas e uma colaboração ampla a esse projeto beneficiará sobremaneira o conhecimento sobre a distribuição dessas condições e de seus respectivos genes associados no território nacional. Concluindo, espera-se que a discussão promovida por esta apresentação ajude a divulgação do presente projeto, tornando-o de fato uma ferramenta eficaz a ser utilizada, sobretudo pelos serviços de atendimento materno-infantil, e contribuindo para tirar as OCD do rótulo de doenças negligenciadas. Financiamento: CNPq 402008/2010-3 Palavras-Chave:displasias esqueléticas, rede, projeto ESTUDO MULTICÊNTRICO DE DIAGNÓSTICO MOLECULAR POR MLPA EM PACIENTES COM MÚLTIPLAS ANOMALIAS CONGÊNITAS E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ROBERTA LELIS DUTRA (FMUSP / UC) - BRASIL EVELIN ALINE ZANARDO (FMUSP) - BRASIL GIL MONTEIRO NOVO FILHO (ICR-HC-FMUSP) - BRASIL MARIA ISABEL MELARAGNO (UNIFESP) - BRASIL JUAN LLERENA ANGELINA XAVIER ACOSTA LIANE DE ROSSO GIULIANI (UFMS) - BRASIL PAULA FRASSINETTI VASCONCELOS DE MEDEIROS (UFCG) - BRASIL LESLIE DOMENICI KULIKOWSKY CHONG AE KIM (ICR) - BRASIL Introdução: Os desequilíbrios genômicos constituem causa frequente de abortamento, anomalias congênitas e deficiência intelectual, no entanto a etiologia desses desequilíbrios ainda não é completamente conhecida, o que dificulta o aconselhamento e a conduta de tratamento na maioria dos casos. O aprimoramento de novas técnicas de diagnóstico citogenômico, como MLPA (Multiplex Ligationdependent Probe Amplification) e a triagem ampla do DNA utilizando arrays, mostraram que a alteração no número normal de cópias gênicas influencia na variabilidade patogênica dos fenótipos em diversas síndromes. Objetivos: Identificar a etiologia da variação do número de cópias gênicas (CNVs) em pacientes com anomalias congênitas e deficiência intelectual e associar as alterações encontradas com o fenótipo clínico dos pacientes. Métodos: Foram estudados 278 pacientes com presença de anomalias congênitas e deficiência intelectual utilizando a técnica de MLPA com os kits específicos para as principais síndromes de microdeleções (P064) e regiões subteloméricas (P036 e P070). Resultados: Identificamos alterações no número de cópias gênicas (CNVs) em 89/ 278 pacientes (32%). Alterações observadas pelo kit P064 foram encontradas em 49/ 89 pacientes (55%), principalmente del 22q11.2 em 20 pacientes e síndrome de Williams em 18 pacientes. As alterações subteloméricas pelos kits P036 e P070 foram detectadas em 40/ 89 pacientes (45%). Conclusões: A técnica de MLPA detectou alterações genômicas (CNVs) em 32% dos pacientes com anomalias congênitas e deficiência intelectual. Assim, esta metodologia pode ser considerada uma ferramenta importante na elucidação diagnóstica, tornando-se viável para a implantação nos serviços de rotina do SUS. Auxílio CNPq 401910/2010-5. Palavras-Chave:anomalias congênitas;deficiência intelectual;MLPA FREQUÊNCIA DE ANOMALIAS CONGÊNITAS EM RECÉM-NASCIDOS NAS MATERNIDADES DE DOIS HOSPITAIS-ESCOLA DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA - ES, BRASIL MARIA DO CARMO DE SOUZA RODRIGUES (HUCAM/UFES) - BRASIL HECTOR YURI CONTI WANDERLEY (UVV) - BRASIL MARIA REGINA GALVEAS OLIVEIRA REBOUÇAS (HEINSG) - BRASIL ANDREA LUBE ANTUNES DE S. THIAGO PEREIRA (HUCAM HSCMV) - BRASIL SANDRA WILLEIA MARTINS (UFES) - BRASIL VERA LUCIA MAIA (UFES) - BRASIL GEISA HOSSOKAWA EGUCHI NEVES (EMESCAM) - BRASIL ALINE XIMENES FRAGOSO (FAESA) - BRASIL FLÁVIA IMBROISI VALLE ERRERA IMBROISI ERRERA (EMESCAM) - BRASIL ELIETE RABBI-BORTOLINI (AEV/FAESA) - BRASIL OBJETIVO: Verificar a freqüência das Anomalias Congênitas (AC) nos recémnascidos (RN) diagnosticados pelo projeto "Caracterização Clínica e Epidemiológica das Anomalias Congênitas nas Maternidades de Dois HospitaisEscolas do Município de Vitória – ES". MÉTODO: Os RN das maternidades Santa Casa de Misericórdia e do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (HUCAM/UFES) foram avaliados por médicos (neonatologistas, pediatras e geneticistas) por um período de doze meses (abril de 2011 a maio de 2012), desde que consentido pelos pais, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para a avaliação foi utilizado o protocolo de Mercks e cols.(2003) e os RN que preencheram os critérios de inclusão, ou seja, pelo menos 1 anomalia maior e 3 ou mais anomalias menores sem anomalias maiores, foram encaminhados para o Serviço de Genética do Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HEINSG), para avaliação clínica específica, diagnóstico, aconselhamento genético e acompanhamento dos pacientes e familiares. Exames de cariótipo e MLPA foram solicitados quando indicado. RESULTADOS: Foram avaliados 2299 RN dos quais 300 (13,04%) foram encaminhados ao Serviço de Genética. Destes, 255 (85%) compareceram ao serviço e foram atendidos pelos médicos geneticistas, em 39 (15,3%) os critérios de inclusão não foram confirmados. Dos 216 RN cujos critérios de inclusão foram confirmados pelos geneticistas, 175 (81%) tiveram o diagnóstico estabelecido e, nestes, as AC foram classificadas por categorias. A maior frequência foi das anomalias que afetam a pele e o sistema vascular (52/175 = 29,71%) com predominância para o hemangioma; seguido de anomalias múltiplas caracterizando síndrome, sequência, espectro ou associação específica (30/175 = 17,14%), com destaque para a freqüência de cromossomopatias como a Síndrome de Down, Edwards, Patau e DiGeorge, síndromes gênicas como a Displasia Tanatofórica, Osteogenesis Imperfecta e Síndrome de Beckwith-Wiedemann, e síndrome ocasionada por agente ambiental a Síndrome Alcoólica Fetal. O terceiro grupo mais freqüente as encontradas na orelha externa (16/175 = 11,42%), em especial a presença de apêndices ou fossetas pré-auriculares. O quarto grupo foi das anomalias dos membros, com predomínio de polidactlia em mãos e anomalias da genitália externa, incluindo criptorquidia e hipospadia, com 9,14% (16/175) para cada uma delas; na parede torácica, mamilo supra-numerário foi encontrado em 7,42% (13/175); nas anomalias do trato digestório e parede abdominal, a gastrosquise foi encontrada em 6,85% (12/175); anomalias do sistema nervoso e dos olhos em 5,71% (10/175). Das anomalias da cavidade bucal, a fenda lábio-palatina foi encontrada em 2,28% (4/175). CONCLUSÕES: Este é um trabalho pioneiro e os resultados mostram a importância do uso de um protocolo clínico e de uma equipe multidisciplinar na avaliação dos RN ainda na maternidade, possibilitando o diagnóstico precoce, o Aconselhamento Genético e o acompanhamento dos pacientes de forma adequada. Em 85% dos RN as AC encontradas na triagem foram confirmadas pelos médicos geneticistas. Palavras-Chave:ANOMALIAS CONGÊNITAS, TRIAGEM, RECÉM-NASCIDOS, DIAGNÓSTICO PRECOCE IDENTIFICAÇÃO DE MUTAÇÕES NO COL2A1 NUMA COORTE DE 17 PACIENTES COM DISPLASIAS ESQUELÉTICAS DO GRUPO COLÁGENO 2 KARINA DA COSTA SILVEIRA (UNICAMP) - BRASIL LUCIANA CARDOSO BONADIA (UNICAMP) - BRASIL CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL CARLOS EDUARDO STEINER (UNICAMP) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL DÉBORA ROMEO BERTOLA ALEXANDER AUGUSTO DE LIMA JORGE (FMUSP) - BRASIL CECILIA MELLADO (PUC) - CHILE GABRIELA FERRAZ LEAL (IMIP) - BRASIL DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL As mutações encontradas no COL2A1, associadas a displasias esqueléticas, guardam alguma relação com hot spots conhecidos, no entanto, a correlação genótipofenótipo ainda não está muito bem reconhecida. O objetivo do presente foi estudar o COL2A1 numa coorte de pacientes com diagnóstico clinico-radiológico compatível com colagenopatia do tipo II de modo a refinar o conhecimento acerca da correlação genótipo-fenótipo. Para tanto utilizou-se como técnica o sequenciamento direto do COL2A1 começando pelos hot spots conhecidos de acordo com cada fenótipo e, sequenciamento completo das regiões codificantes do gene nos casos cuja análise dos hot spots foi negativa. Até o momento foram estudados 17 pacientes, dentre os quais uma mutação foi encontrada em 13 e em quatro pacientes o sequenciamento completo do gene está em curso. Cinco mutações encontradas já haviam sido previamente descritas: G453D (Acondrogênese do tipo II), G594E (Displasia espondiloepifisária congênita - SEDC); G1122R (SEDC), R989C (Displasia espondiloepimetafisária do tipo Strudwick) e uma deleção de 28pb no exon 14 (Displasia Kniest). Cinco novas mutações foram detectadas: três delas, G516S, G480A e G498S, associadas ao fenótipo de SEDC; e as mutações C1315G e c.4387_4389delATT, ambas observadas em pacientes com a Displasia de Torrance (DT). Entre as mutações novas, enquanto as três primeiras estão localizadas no domínio de tripla hélice, as mutações associadas ao fenótipo de DT estão localizadas no domínio C-terminal da proteína. As duas regiões constituem hot spots para os respectivos fenótipos. Interessante notar que as mutações observadas no fenótipo mais comum dessa coorte, SEDC, envolve sempre a troca de uma glicina. Concluindo, os resultados dessa investigação contribuem para um melhor entendimento das bases moleculares das colagenopatias do tipo II e, consequentemente, para uma melhor compreensão da correlação genótipo – fenótipo. As novas mutações descritas reforçam a heterogeneidade das displasias esqueléticas desse grupo bem como a associação de certos domínios protéicos com fenótipos específicos. Financiamentos: CNPq (402008/2010-3, 590148/2011-7), CAPES (02p05032/2010) e FAPESP (98/16006-6). Palavras-Chave:col2a1, colagenopatia, osteocondrodisplasia LESÕES MACULARES PUNTIFORMES EM UMA PACIENTE COM SÍNDROME DE KABUKI PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL NATÁLIA D'ARRIGO VALENTI (ULBRA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL ANDRÉ FREITAS GIOVANNI TRAVI FABIANA VALIATTI SÍLVIA REGINA ROGATTO (UNESP) Objetivos: relatar uma paciente com síndrome de Kabuki apresentando lesões maculares puntiformes. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: a paciente é a primeira filha de pais não consanguíneos com 40 anos (mãe) e 56 anos (pai). Ela nasceu prematura, com 35 semanas de gestação, de parto cesáreo por apresentação pélvica, pesando 2600 gramas, medindo 46 cm, com perímetro cefálico de 32 cm, e escores de Apgar de 7/7. A sua gestação cursou sem intercorrências. A mãe refere ter utilizado cerca de 16 cigarros por dia durante toda a gravidez. Após o nascimento, a criança ficou 14 dias hospitalizada por apresentar dificuldade respiratória, hipoglicemia e icterícia. Possui descrição também de ser hipotônica. Ela evoluiu com episódios de bronquiolite e de otites e sinusites. Não fez o teste do pezinho, contudo, aos 3 meses foi diagnosticado hipotireoidismo. Quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, evoluiu com atraso, sendo que começou a caminhar sozinha com 1 ano e 6 meses de idade. Possui história também de agitação e hiperatividade, sendo que faz tratamento atualmente com fluoxetina. A tomografia computadorizada de crânio evidenciou discreta dilatação ventricular. Um dos eletroencefalogramas demonstrou atividade paroxística multifocal. O cariótipo mostrou a presença de uma constituição cromossômica feminina com inversão 9qh: 46,XX,inv(9)(p11.3q13)[20]. A avaliação oftalmológica evidenciou a presença de lesões maculares puntiformes e de fendas palpebrais com “sobra” lateralmente. Chegou também a ser avaliada pela cardiologia, que evidenciou a presença de um estalido sistólico à ausculta cardíaca. Ao exame físico, realizado aos 11 anos, a paciente apresentava perímetro cefálico de 53 cm (P50-98); altura de 143,5 cm (P50); peso de 47,6 Kg (P90-97); prega epicântica bilateral; eversão das pálpebras inferiores nos seus terços laterais; rarefação das sobrancelhas nas suas porções laterais; nariz tubular e largo com ponta bulbosa; palato ogival; mento proeminente; orelhas grandes; manchas acrômicas em região axilar, ombros esquerdos e região cervical; prega palmar de transição à direita; quintos dedos das mãos curtos com hipoplasia das unhas dos mesmos; hipoplasia das unhas e encurtamento dos segundos dedos dos pés. Conclusões: os achados de nosso paciente foram compatíveis com o diagnóstico de síndrome de Kabuki (SK). Achados oftalmológicos descritos na SK incluem, principalmente, estrabismo, ptose palpebral e coloboma. O achado observado em nossa paciente é considerado raro, sendo que em nossa revisão encontramos apenas um relato na literatura de SK apresentando achados similares. Mais relatos serão importantes para verificar se estas anormalidades oftalmológicas realmente fazem parte do espectro clínico da SK. Talvez, isto possa ter relação com a própria heterogeneidade associada à etiologia da síndrome. Palavras-Chave:Síndrome de Kabuli, alterações oftalmológicas, lesões maculares puntiformes MLPA PARA DETECÇÃO DE DELEÇÕES/DUPLICAÇÕES INTERSTICIAIS EM PACIENTES COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL SEM SUSPEITAS CLÍNICAS ESPECÍFICAS GABRIELA CHADID SALAZAR (UFMG) - BRASIL ANISSE MARQUES CHAMI ANISSE MARQUES CHAMI (HC UFMG) - BRASIL ALINE APARECIDA SILVA MARTINS (UFMG) - BRASIL MARLENE DE MIRANDA (UFMG) - BRASIL LETICIA LIMA LEÃO (UFMG) - BRASIL MARCOS JOSÉ BURLE DE AGUIAR (FM UFMG) - BRASIL VITOR GERALDI HAASE (UFMG) - BRASIL MARIA RAQUEL SANTOS CARVALHO (UFMG) - BRASIL A Deficiência Intelectual (DI) é um transtorno do desenvolvimento caracterizado pelo prejuízo significativo da função intelectual com frequência de aproximadamente 3% da população. A etiologia pode ser genética ou ambiental. Considerando as causas genéticas, o objetivo desse trabalho foi averiguar a freqüência de microdeleções/microduplicações intersticiais em uma pequena amostra de pacientes com cariótipo normal, que apresentavam DI ou atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM) e dismorfismos através da técnica MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification). Outro objetivo foi avaliar a correspondência da suspeita diagnóstica clínica, ou a ausência da mesma, apenas nos indivíduos com resultados positivos. A seleção dos pacientes foi realizada pelo Hospital das Clinicas e extração do DNA foi realizada com protocolo de precipitação salina no Laboratório de Genética Humana e Médica da UFMG. Para o diagnóstico molecular foi utilizado o kit SALSA MLPA p245-A2 (MRC - Holland, Amsterdam, The Netherlands). Este kit contempla 49 sondas que detectam a 21 síndromes, que constituem o conjunto das síndromes de microdeleções/microduplicações mais comuns em humanos. Os resultados foram interpretados através do software GeneMarker. Foram analisados 41 indivíduos que preenchiam os critérios de seleção e encontrado 5 indivíduos com resultados positivos, apenas para as Síndromes de William-Beuren (SWB) e a Síndrome Velocardiofacial (SVCF). Uma vez que foram feitos diagnósticos que não haviam sido suspeitados por um grupo de geneticistas clínicos experientes, buscamos analisar o fenótipo, buscando responder: o quadro clínico típico está presente, mas passou despercebido? 2. O quadro clínico típico não está presente e neste caso, quais são as características? Dentre os indivíduos afetados, dois tinham suspeitas clínicas correspondentes aos resultados moleculares e os demais não apresentavam nenhuma suspeita diagnóstica clínico-sindrômica. Entretanto, para um deles foi aventada a hipótese de Síndrome fetal-alcoólica, pois a suspeita inicial da SVCF havia sido descartada pelo exame de FISH e curiosamente foi confirmada pelo MLPA. Em outro paciente foi evidenciado um distúrbio molecular complexo, marcado pela deleção de duas sondas e pela duplicação da terceira respectivas a SVCF. Estes resultados sugerem que a frequência de formas atípicas possa ser maior do que o esperado, para estas duas condições. Este perfil já era conhecido para a SVCF. Já a SWB, que é um quadro clínico de diagnóstico presumivelmente fácil, pode passar despercebida. Concluímos que os exames moleculares, como a MLPA, podem ter grande valor para os casos, principalmente quando não se define o diagnóstico clínico. Palavras-Chave:microdeleção/microduplicação intersticiais, MLPA, deficiência intelectual, Síndrome de Williams, Síndrome Velocardiofacial MONOSSOMIA 5P E TRISSOMIA 18Q RESULTANTE DE UMA TRANSLOCAÇÃO FAMILIAR (5;18)(P15.33-Q23) LUDMILA SERAFIM DE ABREU (USP) - BRASIL CLARISSA GONDIM PICANÇO DE ALBUQUERQUE (FMRP-USP) - BRASIL MÁRIO CAMPOS JUNIOR (FIOCRUZ) - BRASIL JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL Relatamos uma criança do sexo feminino que ao nascer apresentou múltiplas anomalias incluindo cardiopatia congênita acianótica tipo CIV+CIA+PCA (corrigida cirurgicamente), megacólon congênito (reparado por colostomia) e laringomalácia. Nos primeiros meses a probanda apresentou hipotonia, choro fraco, além de diversas dismorfias craniofaciais como microcefalia, telecanto, epicanto, raiz nasal baixa, filtro nasolabial curto, orelhas displásicas com sobredobramento de hélix e micrognatia. Como a paciente manifestou sinais clínicos de síndrome genética foi realizado exame citogenético de rotina em resolução de 500 bandas, que revelou uma pequena deleção na região distal do braço curto do cromossomo 5. Para confirmar a deleção na região subtelomérica 5p15, foi realizada a técnica de Multiplex Ligation Probe Amplification (MLPA), empregando o kit SALSA P036-E1, que investiga a presença de alterações cromossômicas crípticas em regiões subteloméricas de todos os cromossomos humanos. Os produtos de amplificação foram identificados e quantificados por eletroforese capilar através do sequenciador ABI 3130 Genetic Analyzer (APPLIED BIOSYSTEMS, Foster City, CA, EUA) e, em seguida, foi utilizado o software GeneMapper versão 3.2 (APPLIED BIOSYSTEMS, Foster City, CA, EUA) para verificação dos dados brutos e a qualidade do experimento de MLPA. Dados considerados apropriados para a análise foram então normalizados através do software Coffalyser versão 8.0. Os resultados foram validados empregando o kit de MLPA SALSA P070-A2, também para regiões subteloméricas. A análise de MLPA com os kits P036-E1 e P070-A2 realizada na paciente detectou a presença de uma deleção na região subtelomérica 5p15.33, previamente observada no exame citogenético. Também foi constatada outra anomalia no cromossomo 18, referente a uma duplicação na região subtelomérica 18q23, apresentando a probanda o resultado 46,XX.mlpa05psubtel(P036)X1,18qsubtel(P036)X3. Com suspeita de que essas anomalias cromossômicas teriam sido originadas de um rearranjo cromossômico balanceado familiar, realizou-se o exame citogenético de alta-resolução nos pais da criança. O resultado da mãe apresentou padrão citogenético normal 46,XX, enquanto que o do pai revelou uma translocação equilibrada entre os cromossomos 5 e 18, t(5;18)(5p15;18q23). A confirmação da deleção 5p e a detecção da duplicação 18q observadas na paciente mostram que a análise citogenética convencional pode, algumas vezes, não garantir um diagnóstico correto e preciso. Nesse caso, a técnica de MLPA mostra-se uma alternativa confiável para triagem de pacientes com suspeita clínica de alterações cromossômicas crípticas que exibem exame cariotípico normal. Este estudo mostra a importância da combinação de técnicas de citogenética molecular na genética clínica, dadas às implicações encontradas no atendimento e aconselhamento genético. Suporte Financeiro: CAPES Palavras-Chave:anomalias congênitas, dismorfias, alterações cromossômicas, MLPA, rearranjo familiar, aconselahemnto genético. MOSAICISMO PARA DELEÇÃO PARCIAL DO BRAÇO CURTO DO CROMOSSOMO 18 EM UMA PACIENTE COM SUSPEITA DE SÍNDROME DE TURNER PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL JULIETE NATHALI SCHOLL (UFCSPA) - BRASIL BIBIANA CUNEGATTO (UFCSPA) - BRASIL JULIANE NASCIMENTO DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL MARILUCE RIEGEL (HCPA/UFRGS) - BRASIL GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL CRISTIANE KOPACEK (HCSA/ISCMPA E HMIPV) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: descrever os achados clínicos de uma paciente com mosaicismo para deleção parcial do braço curto do cromossomo 18 encaminhada por suspeita de síndrome de Turner. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: a paciente é a única filha de um casal com 55 anos (mãe) e 64 anos (pai), ambos não consanguíneos. A mãe apresentava diagnóstico de rim pélvico. A gestação da paciente transcorreu sem intercorrências. Ela nasceu a termo, de parto cesáreo, pesando 2600 g e medindo 46 cm. Quanto ao desenvolvimento neuropsicomotor, ela começou a pronunciar as primeiras palavras com 1 ano de idade e a caminhar sozinha antes dos 2 anos. Na escola, apresentou algumas repetências, sendo que está cursando atualmente o 8º ano do ensino fundamental. Há relato de história de picos hipertensivos por volta dos 11 anos de idade, sendo que não afere a pressão arterial desde então. Ela apresentou menarca e a telarca aos 12 anos, época em que foi diagnosticado o rim em ferradura. A pubarca iniciou aos 13 anos. Ela nunca precisou ser hospitalizada e nem faz uso de medicamentos. Ao exame físico, aos 16 anos, evidenciou-se fronte proeminente, raiz nasal baixa, narinas antevertidas, prognatismo, orelhas retrovertidas, mamas e pêlos pubianos em estágio 5 de Tanner, manchas hipercrômicas em tronco e membros seguindo as linhas de Blaschko, aumento dos pelos na região lombossacra, cúbito valgo, clinodactilia de quintos dedos das mãos, encurtamento dos 4º metacarpianos, braquidactilia e encurtamento importante de 4º e 5º metatarsianos. Ela apresentava estatura de 146,5cm ( Palavras-Chave:Mosaicismo 18p, cariótipo, mosaicismo, síndrome de Turner NANISMO TANATOFÓRICO TIPO I: RELATO DE CASO CARLYE NICHELI CECHINATO (UNIOESTE) - BRASIL MARCOS ANTONIO DA SILVA CRISTOVAM (UNIOESTE) - BRASIL RODRIGO AKIRA FURUKAWA EDIRLENE DOROTI WISNIEWSKI NAYARA LIGIDA LONTRA ASSED CAIRES DE SOUZA FERNANDA SOARES DA SILVA TENILLE GIACOBBO PIRES Introdução: O Nanismo Tanatofórico(NT) é uma doença genética rara, que ocorre em aproximadamente 1 em cada 35.000 a 50.000 nascidos vivos. Foi descrito em 1967 por Maretaux et al que se valeram da palavra grega thanatophoros (que carrega a morte) para enfatizar que esses pacientes normalmente morrem logo após o nascimento. Langer et al dividiram essa condição em dois tipos. O tipo 1 é o mais comum. Manifesta-se clinicamente por macrocefalia com abaulamento frontal, exoftalmia e ponte nasal aplainada, tórax estreito, em forma de sino, abdome volumoso e protruso, membros curtos, braquidactilia e excesso de dobras da pele em braços e pernas. Os ossos longos são curvos (mais evidente nos fêmures) e os corpos vertebrais bem achatados (35% ou menos do espaço discal adjacente na região lombar). Os indivíduos acometidos evoluem a óbito por insuficiência respiratória, geralmente até a décima semana de vida. A doença apresenta herança de caráter autossômico dominante e é causada por mutações novas no gene do receptor 3 do fator de crescimento do fibroblasto (FGFR3), localizado no cromossomo 4p16.3. As mutações mais frequentes são Arg248Cys e Tyr373Cys; sendo que a primeira é a mais comum – encontrada em 57% dos casos com fêmur curvo, e a segunda é a que apresenta anomalias radiológicas mais graves. O NT é caracterizado como letal genético, já que os afetados não sobrevivem para transmitir a mutação. Como é causado por mutações novas, os pais não possuem a mutação responsável pela doença e, desse modo, o risco de recorrência na futura prole do casal é desprezível. Objetivo: Descrever um caso clínico de NT Tipo I. Métodos: Os dados foram obtidos a partir da revisão do prontuário, exames laboratoriais de rotina e exames de imagem. Foi realizada uma breve revisão de literatura. Resultados: RN de MT, parto cesariano, com idade gestacional pelo método de Capurro de 39 semanas+3 dias, peso de nascimento: 2530g, perímetro cefálico: 37cm e Apgar:7/9. Apresentava o diagnóstico intrauterino de acondroplasia severa. Evoluiu logo após o nascimento com gemência e taquidispnéia nas primeiras horas de vida. Foi intubado após algumas horas do nascimento e feito surfactante endotraqueal, com boa evolução. Os achados no exame físico, após estabilização do quadro respiratório, foram encurtamento de membros, tórax atrófico, abdome em forma de sino e fronte abaulada. Tomografia de crânio no 1º dia de vida: normal. A paciente permaneceu em ventilação mecânica, pois não tolerava a redução de parâmetros. A cada dia necessitava de aumento dos parâmetros de ventilação mecânica. No 31º dia de vida, foi optado pela realização de uma traqueostomia, o que melhorou significativamente o padrão respiratório. Teve quadro de sepse neonatal sendo tratado com ampicilina/gentamicina por 5 dias e posteriormente com oxacilina/amicacina por 14 dias. Aos 60 dias evoluiu com piora do quadro respiratório por novo episódio séptico, evoluindo para óbito. Conclusão: Os achados clínicos encontrados nesse caso são típicos de NT Tipo I. Salienta-se que é uma doença genética de prognóstico sombrio, porém com possibilidade desprezível de recorrência no mesmo casal. Palavras-Chave:acondroplasia; insuficiência respiratória; recém-nascido NÓDULOS COROIDAIS VISUALIZADOS POR REFLECTÂNCIA À LUZ INFRAVERMELHA COMO CRITÉRIO DIAGNÓSTICO PARA NEUROFIBROMATOSE 1 JULIANA ALVES JOSAHKIAN (HC-FMRP-USP) - BRASIL LETÍCIA FERNANDES BARROSO (FMRP USP) - BRASIL CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL NATÁLIA RENAULT QUARESEMIN MARÍA LUCÍA CASTRO MOREIRA (HC/USPRP) - BRASIL ANDRÉ MESSIAS (USP) - BRASIL VICTOR EVANGELISTA DE FARIA FERRAZ (FMRP-USP) - BRASIL O desenvolvimento da técnica de oftalmoscopia de varredura a laser por refletância à luz infravermelha (NIR; 815 nm) permitiu a visualização e documentação de nódulos na coroide em pacientes com neurofibromatose tipo 1 (NF1) que não podem ser visualizados na fundoscopia tradicional, ou mesmo na angiofluoresceinografia de retina. Recentemente, Viola e cols (2012) propuseram que esse achado fosse incluído nos critérios diagnósticos para a síndrome, sendo especialmente útil em crianças abaixo de 6 anos, uma vez que esse comprimento de onda não está dentro do espectro visível, o que torna o exame confortável para o paciente. Além disso, sabe-se que a incidência dos hamartomas de íris (nódulos de Lisch) aumenta com a idade do paciente e, portanto, seriam menos incidentes que os nódulos de coroide na população pediátrica. Avaliamos 16 casos de NF1, diagnosticados segundo os critérios clássicos, quanto a presença de nódulos coroidais através da NIR. Os nódulos foram encontrados em 100% dos casos, dentre os quais uma criança de 3 anos e 11 meses, que apresentava 2 critérios diagnósticos e ausência de nódulos de Lisch. O critério clássico mais frequente foi a presença de manchas café-com-leite, encontrado também em 100% dos casos, seguido pelos nódulos de Lisch, encontrados em 75%. Assim, apontamos a utilidade deste novo método, especialmente em crianças, e os dados apresentados sugerem sua indicação como futuro critério diagnóstico em NF1. Palavras-Chave:neurofibromatose tipo 1, nódulos de coroide, critério diagnóstico O SERVIÇO DE GENÉTICA MÉDICA NA APAE-FORTALEZA-CE MARIA DENISE FERNANDES CARVALHO (UECEAPAEUNICHRISTUS) - BRASIL ELLAINE DÓRIA FERNANDES CARVALHO HELDER GOMES DE MORAES NOBRE (UECE) - BRASIL VICENTE BRUNO DE FREITAS GUIMARÃES ANTONIO MIGUEL FURTADO LEITÃO (UNICHRISTUS) - BRASIL CAMILA SAMPAIO AMORIM KRISHNAMURTI DE MORAIS CARVALHO Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Fortaleza é uma associação em que, além de pais e amigos dos excepcionais, toda a comunidade se une para prevenir e tratar a deficiência e promover o bem estar e desenvolvimento da pessoa com deficiência. O serviço de Genética Médica da APAE-Fortaleza foi implantado em 2011 pela médica Maria Denise Fernandes Carvalho e sua equipe. Os principais objetivos deste serviço são: diagnosticar os pacientes com doenças genéticas, realizar exames, palestras educativas e aconselhamento genéticos. Métodos: análise descritiva dos prontuários dos estudantes da APAE-Fortaleza em 4 grupos principais: Deficiência Intelectual (DI), Síndrome de Down (SD) e Deficiências Múltiplas (DM). Cada subgrupo passa por triagem genética com a médica e na medida do possível os pacientes passam a ter diagnósticos específicos. Resultados: Do total de registros (300) de crianças acompanhadas pela APAEFortaleza, 50,6% apresentam DI, 43,3% SD e 6% DM. Destes subgrupos, o serviço de Genética Médica tem conseguido diagnosticar doenças específicas tais como: Mucopolissacaridoses, Síndrome de Klipper – Trenaunay, Síndrome do X-Frágil, Síndrome Down-Turner, dentre outras. Além da realização de exames laboratoriais específicos, o serviço de Genética Médica da APAE tem conseguido realizar projetos ou colaboração em conjunto com outros Hospitais (Exemplos: Hospital Dona Libânia de Fortaleza e Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo) para auxílio destes pacientes, além de realização de aconselhamento genético. Conclusão: Ainda que no início do seu funcionamento, o serviço de Genética Médica da APAE – Fortaleza tem beneficiado os pacientes para diagnóstico e tratamentos adequados juntamente com toda a equipe multidisciplinar de terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, etc. Todos estes resultados reforçam os benefícios da presença de um serviço de Genética Médica nas APAEs. Palavras-Chave:APAE-Fortaleza, Genética Médica, Deficiência Intelectual, Síndrome de Down OSTEOPETROSE ASSOCIADA A PIERRE-ROBIN OU SÍNDROME DE LENZMAJEWSKI? CLÁUDIA FERNANDES LOREA (HCPA) - BRASIL ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL FABIANO DE OLIVEIRA POSWAR (HCPA) - BRASIL LIANE ESTEVES DAUDT (HCPA) - BRASIL RENATA KOSTIN () TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL Os autores apresentam um caso de sequência de Pierre-Robin associada à osteopetrose em uma criança de 6 meses de idade. O paciente é o primeiro filho de casal saudável e não consanguíneo. Apresenta irmão materno hígido e história familiar sem particularidades. Sua gestação foi sem intercorrências. Nasceu de parto cesáreo por pré-eclâmpsia materna, com 39 semanas de idade gestacional. Apgar 7 no primeiro minuto e 8 no quinto minuto. O comprimento ao nascer foi 46 cm; peso ao nascer de 2820g e perímetro cefálico de 36 cm. Ao nascimento foram observadas anormalidades craniofaciais, incluindo micrognatia, glossoptose, fenda palatina e pseudoproptose ocular. Paciente teve alta hospitalar com a mãe em 48h, permaneceu no domicílio por 10 dias, período em que foi observado crises de cianose, internando em sua cidade, sendo diagnosticado Pierre-Robin. Foi transferido para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) aos quatro meses de idade para realização de distração osteogênica de mandíbula. No HCPA foi diagnosticada laringomalácea obstrutiva, realizada traqueostomia. Necessitou ventilação mecânica prolongada e após manutenção com oxigênio suplementar devido à traqueostomia. Acometido por pneumonias de repetição, fez uso de diversos esquemas de antibioticoterapia. Durante a internação foi observado anemia grave e achados radiológicos compatíveis com osteopetrose. Ao exame físico, apresentava aparente proptose com hipertelorismo, telecanto, raiz nasal baixa, fenda palatina completa e micrognatia. Evoluiu com dificuldade de ganho ponderal mantido, mesmo com adequado aporte calórico, através de dieta por sonda nasoentérica (SNE); o peso com seis meses de vida era 5200g (menor que p2) e apresentava retardo de desenvolvimento neuropsicomotor. Apresenta hipocalcemia persistente. O cariótipo foi 46, XY. Ecografia de crânio demonstrou corpo caloso delgado ou hipogenético em sua metade distal. Potencial evocado auditivo e visual alterados. Está em acompanhamento com hematologia com plano de transplante de medula óssea (TMO). O achado de osteopetrose e Pierre Robin é incomun, sendo descrito em somente 19 síndromes, entre elas a Síndrome de Lenz-Majewski. Esta síndrome sem base genética definida, está descrita na literatura em somente cerca de 10 casos e se caracteriza por hiperostose óssea associada a fenda palatina e sindactilia de mãos e pés. A hiperostose é em geral moderada a leve, distinta do caso descrito. Há relato de casos leves sem sindactilia de membros. Discute-se a importância do diagnóstico diferencial a fim de realizar o manejo adequado da mesma. Palavras-Chave:Pierre-Robin; Osteopetrose; Displasia esquelética PADRAO DE DEFEITOS CONGÊNITOS (DCS) EM NEONATOS DE UMA MATERNIDE TERCIÁRIA MEMBRO DO ESTUDO COLABORATIVO LATINOAMERICANO DE MALFORMAÇOES CONGÊNITAS (ECLAMC) ALEXANDRE RAMOS LUCIDI (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL MARIA AUXILIADORA MONTEIRO VILLAR ( NATHALIA CORREIA KRAUSE DOS SANTOS (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL PATRICIA SANTANA CORREIA (IFF) - BRASIL MARIANA DE QUEIROZ ARAÚJO GOMES (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL NATÁLYA GONÇALVES PEREIRA (IFF) - BRASIL RAQUEL GERMER TOJA COUTO (IFF) - BRASIL LUÍS FERRAZ ANÍBAL MADEIRA (IFF) - BRASIL GUILHERME DE MACEDO OLIVEIRA JUAN LLERENA O objetivo: descrever a experiência do Instituto Nacional de Saúde da Criança, da Mulher e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF), quanto ao padrão de DCs diagnosticados nos neonatos no ano de 2012. São objetivos específicos: a) determinar a incidência de DCs entre os nascimentos ocorridos no IFF em 2012; b) calcular a frequência de DCs isolados e múltiplos; c) Classificar os DCs em quatro grupos etiopatogenicos : grupo I (malformação), grupo II (deformação), grupo III (disrupçao), grupo IV (displasias); d) sub-classificar o grupo I em malformação isolada (Ia) e múltiplas (Ib); e) agrupar os polimalformados de acordo com o padrão de malformações. Metodologia: revisão de prontuários, ficha ECLAMC e fotografias de neonatos com DCs nascidos entre janeiro e dezembro de 2012. Resultados: nasceram 1290 crianças, 1229 nativivos (95%) , 61 natimortos (5%). A incidência de DCs foi de 17,5 % (228 casos), entre os nativivos 182 tinham DC (15%) e 43 (70,5%) entre os natimortos. 151 casos de DC isolado (66,3%) e 77 (33,7%) múltiplos. O grupo I compreendeu 167 casos (73,2%), no II teve 1 caso (0,4%) com deformações consequentes a adramnia por causa externa, o III 52 casos (22,8%), o IV 8 casos (3,5%) de displasia esquelética (DE). Dentre os 167 neonatos do grupo I, 110 ( 65,8%) tinham malformação isolada e 57(34,1%) múltiplas e, dentre estes , 22 (38,5%) correspondiam a síndromes, sendo 17 (29,8%) cromossômicas, 4(7%) gênicas, e um caso de Síndrome de hipoplasia femoral-face não usual.; 8 (14%) apresentavam sequência de malformação; 5(8,8%) defeito do campo de desenvolvimento e 20 casos (35%) não foi possível classificar em nenhuma categoria, entretanto 6 sugeriram aneuploidias porém não tinham cariotipo, 1 caso sugere Síndrome de Bardet Bield, 3 casos de associação de malformações de linha média e restaram 10 casos sem qualquer hipótese diagnóstica, correspondendo a 4% da série estudada. Conclusão: A incidência de DCs foi maior do que a esperada na população, o que pode ser explicado pelas características do IFF. A classificação em categorias etiopatogenicas se mostrou útil para determinar o risco de recorrência (RR), mesmo quando o diagnóstico etiológico não pôde ser definido. Todos os casos do grupo II e III (23%) têm RR desprezível; no grupo IV o RR seguirá o diagnóstico da DE, no grupo Ia geralmente a herança é multifatorial e a investigação parental dependerá do tipo de malformação, o grupo Ib é o mais complexo.. Cerca de 4060% dos casos de múltiplas malformações permanecem sem diagnóstico etiológico. Nesta série, dos 57 casos de polimalformação, aqueles que configuram uma síndrome seguirão seu modelo de herança. As sequencias são esporádicas e a investigação parental seguirá o tipo de malformação que originou a sequência.. Os defeitos de campo de desenvolvimento têm baixo RR e finalmente, nos casos não categorizados, 20/57 (35%) o RR não pode ser definido, mas ainda assim esta abordagem orienta o tipo de investigação familiar a ser implementada. Palavras-Chave:Dismorfologia; defeitos congênitos PASSOS DIRETOS PARA O DIAGNÓSTICO GENÉTICO: DIRETRIZES E ALGORITMO DE INVESTIGAÇÃO CITOGENÔMICA EM PORTADORES DE DOENÇAS RARAS. FLAVIA BALBO PIAZZON (FMUSP - HC) - BRASIL ALEXANDRE TORCHIO DIAS (FMUSP) - BRASIL EVELIN ALINE ZANARDO ROBERTA LELIS DUTRA (FMUSP / UC) - BRASIL MARILIA MOREIRA MONTENEGRO (FMUSP) - BRASIL GIL MONTEIRO NOVO FILHO (ICR-HC-FMUSP) - BRASIL MARIANA MOREIRA BASSO AMOM MENDES NASCIMENTO (HC-FMUSP) - BRASIL CHONG AE KIM (ICR) - BRASIL LESLIE DOMENICI KULIKOWSKI Com o advento das técnicas de análise citogenômica, a medicina moderna tem a sua disposição boas possibilidades para elucidar quadros clínicos indefinidos em portadores de microrrearranjos cromossômicos complexos. O desenvolvimento da técnica de MLPA (Multiplex ligation-dependent probe amplification) juntamente à tecnologia dos arrays (WGAS – whole genome array screening) possibilitou analisar de uma só vez, regiões de interesse em todo o genoma do indivíduo para triar rearranjos genômicos desequilibrados que explicariam os sinais e sintomas dos pacientes portadores de múltiplas malformações congênitas, deficiência intelectual, desordem do espectro autista e déficit de atenção-hiperatividade. Com o objetivo de auxiliar os profissionais da área da saúde a enfrentarem a nova era da Citogenômica, fornecendo diretrizes para a solicitação e interpretação dos novos testes diagnósticos de maneira consciente, criamos um guia prático de solicitação de testes citogenômicos e um algoritmo para o atendimento clínico desses pacientes, baseados na realidade brasileira. Propomos a utilização da triagem inicial pela técnica de MLPA seguida de exames auxiliares, incluindo a FISH e arrays de acordo com complexidade do diagnóstico, acelerando o processo propedêutico. A dificuldade da análise inequívoca dos resultados gerados por essas técnicas evidencia a necessidade imediata das especialidades médicas assimilarem e incorporarem novos conhecimentos da genética médica a sua prática. A triagem genômica utilizando o array como primeiro teste já é consenso na literatura médica, e portanto, um desafio para a realidade do atendimento da genética clinica no SUS. Assim sendo, as técnicas de MLPA e FISH representam uma alternativa de bom custo-benefício para a triagem genômica e definição de alterações submicroscópicas não visualizadas pela citogenética clássica. A discussão de novas diretrizes clínicas e laboratoriais, bem como a adoção do diagnóstico citogenômico para o atendimento adequado dos portadores de doenças raras, sendo esse um caminho irreversível para a saúde pública. Palavras-Chave:algoritmo, diretriz, diagnóstico genético, doenças raras PESQUISA DE MICROREARRANJOS ASSOCIADOS ÀS MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS: A EXPERIÊNCIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO SUL DO BRASIL Luiz Emy DORFMAN (UFRGS) - Brasil Rafaella MERGENER (HCPA) - Brasil Karen Regina SILVA DE SOUZA (UFRGS) - Brasil Júlio César Loguércio Leite LOGUERCIO LEITE (HCPA?UFRGS) - Brasil Mariluce RIEGEL (HCPA/UFRGS) - Brasil OBJETIVOS: Esse trabalho teve como objetivos 1. Identificar regiões cromossômicas e/ou genes candidatos relacionados à defeitos congênitos específicos e, 2. Investigar alterações no número de cópias de sequência de DNA. MÉTODOS: Estudo retrospectivo em amostras de recém-nascidos registrados no Programa de Monitoramento de Defeitos Congênitos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre que apresentam defeitos congênitos e cuja causa é desconhecida, com o emprego de array-CGH, utilizando-se uma plataforma de oligonucleotídeos (Agilent 6x80K). RESULTADOS: Em uma série de 32 amostras de DNA de recém-nascidos com anomalias congênitas múltiplas foram identificadas 4 perdas e 6 ganhos de sequências de DNA ao logo do genoma. As microdeleções foram patogênicas e associados com o fenótipo clínico em dois casos e as microduplicações foram classificadas como patogênicas em outros dois casos. Em duas situações, o desequilíbrio genômico observado foi classificado como variação de significado desconhecido. No restante das amostras as variações do número de cópias (CNVs) foram classificadas como benignas. Em geral, o ganho de sequências envolvendo CNVs foi mais frequente do que a perda, representando ~ 70% dos desequilíbrios. CONCLUSÃO: Apesar de todo o desenvolvimento das técnicas moleculares, restam ainda por ser identificados muitos genes relacionados às malformações congênitas. Acredita-se que os dados obtidos através deste trabalho contribuam para o melhor entendimento das anomalias do desenvolvimento e permitam uma melhor caracterização genotípica dos indivíduos afetados por defeitos congênitos. Os resultados obtidos nesse trabalho reforçam que a análise do genoma através de array-CGH, é um método eficiente para identificar loci cromossômicos e / ou genes candidatos. No entanto, o alto custo associado com os métodos de citogenética molecular e da atual falta de habilidades técnicas e experiência profissional necessárias para a sua aplicação são os principais desafios para os hospitais públicos nos países em desenvolvimento como o Brasil. Palavras-Chave:microrrearranjos, array-CGH, defeitos congênitos PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES TEGUMENTARES EM RECÉMNASCIDOS NORMAIS LUIZA LORENA PIRES RAMOS (UNIRIO) - BRASIL FERNANDO R VARGAS (FIOCRUZ / UNIRIO) - BRASIL ANNA CLÁUDIA E DOS SANTOS (UFRJ) - BRASIL MARIA ANGELICA LIMA (INCA/HUGG) - BRASIL AYLA LETICIA DE LARA PICININI (UNIRIO) - BRASIL ALEXANDRE BUSSINGER LOPES (UNIRIO) - BRASIL INTRODUÇÃO: A presença de múltiplas anomalias pequenas está fortemente associada à presença de defeitos maiores, frequentemente ocultos. A identificação das mesmas pode servir como indicador de morfogênese alterada. OBJETIVO: Estimar a prevalência de alterações tegumentares em recém-nascidos (RN) normais. MÉTODO: Foi realizado exame físico morfológico detalhado e coletada história pessoal e familiar de RN na maternidade do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. RESULTADOS: 67 recém-nascidos foram examinados, dos quais 13 (19,4%) apresentaram anomalias tegumentares. Foram identificados 6 (8,9%) RN com mancha café-com-leite, 2 (3%) com nevo castanho, 2 (3%) com nevo azulado, 2 (3%) com apêndice pré-auricular unilateral, 1 (1,5%) com hemangioma plano, 1 (1,5%) com mamilo acessório e 1 (1,5%) com pápulas pediculadas em ambos os mamilos. Apenas 2 (3%) dos RN apresentou mais de um tipo de anomalia, entretanto em 5 (7,5%) dos RN a anomalia detectada não era única. Entre os 13 RN com anomalia tegumentar identificadas, 5 (38,5%) apresentavam história familiar positiva para as mesmas anomalias identificadas. CONCLUSÃO: Os dados sugerem que as alterações tegumentares apresentam alta prevalência na população normal, sobretudo as manchas café-com-leite. Os mesmos apresentam forte correlação com a história familiar. Palavras-Chave:Anomalias tegumentares, dismorfologia PROBLEMAS OROFACIAIS ASSOCIADOS À MÁ OCLUSÃO EM PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN THIAGO COMPART (UFMG) - BRASIL KARINA BONANATO (UFMG) - BRASIL ANA CRISTINA OLIVEIRA (UFMG) - BRASIL ISABELA ALMEIDA PORDEUS SAUL MARTINS PAIVA (UFMG) - BRASIL Este estudo objetivou analisar a associação entre a prevalência de má oclusão em pessoas com síndrome de Down (SD) e, através do instrumento proxy “Oral health in people with Down syndrome” (OHDS), o impacto de problemas orofaciais na vida desses indivíduos. Foi desenvolvido um estudo transversal com 81 pares de pessoas com SD, 6 a 49 anos, e suas mães/responsáveis em oito instituições (cinco públicas e três privadas) para pessoas especiais de Belo Horizonte-MG e outras quatro cidades da região metropolitana. As mães/responsáveis responderam à versão brasileira do OHDS. As pessoas com SD foram submetidas ao exame clínico bucal, nas próprias entidades, sob luz natural, para avaliação da má oclusão (mordida aberta anterior e mordida cruzada posterior), cárie dentária (índice CPO-D e ceo-d) e higiene bucal (índice de placa). A classe econômica foi verificada através da escolaridade dos responsáveis. As variáveis dependentes foram a prevalência de mordida aberta anterior e de mordida cruzada posterior. A análise estatística foi realizada por meio do teste Qui-Quadrado e do modelo de regressão de Poisson (p<0.10). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A maioria dos indivíduos com SD apresentou mordida cruzada posterior (56,8%) e 38,3% apresentaram mordida aberta anterior. Não houve associação estatística significante entre os tipos de má oclusão avaliados e o OHDS, tanto pelo valor total como dos domínios (p>0,10). Apenas a variável ‘idade’ permaneceu no modelo multivariado. Indivíduos com idade entre 15 e 34 anos tiveram uma chance 1,36 vezes maior de apresentarem mordida aberta anterior (RP=1,36 [IC 90%: 1,02; 2,00]), e quase 3 vezes maior de apresentarem mordida cruzada posterior (RP=2,85 [IC 90%: 1,51; 5,26]), quando comparado às outras faixas etárias. Indivíduos com idade entre 35 e 49 anos tiveram chance 2,17 vezes maior de apresentarem mordida cruzada posterior do que indivíduos de outras faixas etárias (RP=2,17 [IC 90%: 1,12; 4,16]). A prevalência de mordida aberta anterior e mordida cruzada posterior se mostrou estatisticamente associada à variável ‘idade’. O instrumento OHDS não apresentou associação estatisticamente significativa com mordida aberta anterior e com mordida cruzada posterior em pessoas com SD. Palavras-Chave:Síndrome de Down, Odontologia, Má oclusão, Mordida aberta anterior, Mordida cruzada posterior. REARRANJO CROMOSSÔMICO RESULTANDO EM DELEÇÃO PARCIAL 14Q11.3 E 16Q24.3 EM UMA PACIENTE COM POLIMICROGIRIA CLARISSA GONDIM PICANÇO DE ALBUQUERQUE (FMRP-USP) - BRASIL LUDMILA SERAFIM DE ABREU (USP) - BRASIL LISANDRA MESQUITA BATISTA BATISTA (HCFMRP) - BRASIL CARLOS HENRIQUE PAIVA GRANGEIRO (HCRPUSP) - BRASIL CARLOS MAGNO LEPREVOST (HCRP-USP) - BRASIL JOÃO MONTEIRO DE PINA NETO MONTEIRO PINA (FMRP, USP) - BRASIL Lactente do sexo feminino foi encaminhada ao Serviço de Genética Médica por apresentar polimicrogiria e dismorfias faciais. A paciente é filha de casal hígido, não consanguíneo. Sua mãe possui 27 anos, G4P3A1 (aborto espontâneo de primeiro trimestre), realizou pré-natal sem intercorrências e faz referência a dois ultrassons obstétricos normais. Nega uso de medicações, etilismo ou tabagismo. A paciente nasceu de parto cesário eletivo, a termo, com 3050g (p50), medindo 50cm (p50), e perímetro cefálico (PC) de 34cm (p50). Evoluiu com hipotonia, sem choro, necessitando de intubação orotraqueal e permaneceu 36 dias em CTI neonatal. Aos 2 meses apresentava: hipotonia generalizada, comprimento de 55cm (p25), peso de 4250g (p25), PC: 36,5cm (<p2), DIE: 7cm (p75-90), DII: 3,2cm (>p97), fontanela anterior ampla, telecanto com epicanto invertido, dorso nasal alargado, sinofre discreta, hipoplasia malar, filtro naso-labial apagado e longo, labio inferior evertido e micrognatia. Investigação clínica complementar detectou cardiopatia (CIA e PCA), distúrbio de deglutição e polimicrogiria. Solicitou-se exame citogenético de rotina que revelou na probanda o cariótipo 45,XX,der(16)t(14;16)(q11;q24),-14, enquanto seus pais apresentaram resultado normal. Para melhor investigar as regiões subteloméricas envolvidas no rearranjo utilizou-se o MLPA (Multiplex Ligation Probe Amplication) empregando o kit SALSA P036-E1, que investiga alterações cromossômicas crípticas nas regiões subteloméricas de todos os cromossomos humanos, exceto nos acrocêntricos em que as sondas referentes ao braço curto localizam-se no início do braço longo. Os produtos de amplificação foram identificados e quantificados por eletroforese capilar através do sequenciador ABI 3130 Genetic Analyzer (APPLIED BIOSYSTEMS, Foster City, CA, EUA) e, em seguida, foi utilizado o software GeneMapper versão 3.2 (APPLIED BIOSYSTEMS, Foster City, CA, EUA) para verificação dos dados brutos e a qualidade do experimento. Dados considerados apropriados para a análise foram normalizados através do software Coffalyser versão 8.0. Os resultados foram validados empregando o kit MLPA SALSA P070-A2, também para regiões subteloméricas. A análise com os kits P036-E1 e P070-A2 detectou a presença de duas deleção subteloméricas, uma na região 16q24.3 e a outra na região 14q11.3, apresentando a probanda o resultado 45,XX,mlpa”14p”subtel(P036,P070)X1,16qsubtel(P036,P070)X1. Este estudo demonstra que a técnica de MLPA permite um diagnóstico mais preciso, sendo um método eficaz para a triagem de deleções subteloméricas que podem estar associadas a um fenótipo clínico. Palavras-chave: Rearranjo cromossômico, deleções subteloméricas, MLPA Palavras-chave: Rearranjo cromossômico, deleções subteloméricas, MLPA RELATO DE CASO DE QUERUBISMO COM HISTÓRIA FAMILIAR SUGESTIVA DE PENETRÂNCIA REDUZIDA ENTRE AS MULHERES RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL MARCIA ANGELICA PETER MAAHS (UFCSPA) - BRASIL FERNANDA DIFFINI SANTA MARIA (UFCSPA) - BRASIL THAYSE BIENERT GOETZE (UFCSPA) - BRASIL MARILU FIEGENBAUM (UFCSPA) - BRASIL GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: relatar uma paciente com querubismo com uma história familiar de penetrância reduzida. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: a paciente é a segunda gemelar da primeira gestação de pais hígidos com 33 anos (mãe) e 34 anos (pai). Havia história familiar prévia de querubismo no bisavô materno, em 2 irmãos da avó materna, em 3 filhos destes irmãos e em 1 neto de um destes irmãos. A mãe e a avó materna não apresentavam história de sinais de aumento da mandíbula sugestivos de querubismo. A paciente nasceu de parto cesáreo, com 36 semanas de gestação, pesando 2230 gramas, com perímertro cefálico de 32 centímetros e escore de Apgar de 9 no quinto minuto. A mãe refere ter utilizado cerca de 5 cigarros por dia durante toda a gestação. O desenvolvimento neuropsicomotor da criança foi normal. Aproximadamente com 4 anos de idade os pais notaram o aumento da região média e inferior da face, além de linfonodos aumentados em região cervical. No exame físico, com 6 anos e 9 meses de idade, a menina apresentava medidas antropométricas dentro dos limites da normalidade. Observava-se, no exame dismorfológico, fronte proeminente, epicanto bilateral, raiz e ponte nasal alargadas, palato ogival, aumento do espaço entre o primeiro e segundo pododáctilos, aumento da região mandibular com consistência quase pétrea e nódulos cervicais palpáveis e de consistência endurecida. Ela negava dificuldade para respirar ou se alimentar. O pai observou que os dentes da filha demoraram mais para surgir e para cair. A radiografia panorâmica da face revelou a presença de imagens radiolúcidas expansivas multiloculares bilaterais com aspecto radiográfico compatível com querubismo. Não se vizualizaram indícios de início da formação dos terceiros molares. Havia presença de todos os dentes e germes dos permanentes relativos à idade da paciente. Conclusões: os achados de nosso paciente foram compatíveis com o diagnóstico de querubismo. O querubismo é caracterizado pelo alargamento progressivo, indolor e bilateral da mandíbula. Pode ocorrer também o acometimento da maxila. Ele é resultante da substituição do osso por cistos multiloculares compostos de células de estroma fibrótico e semelhantes a osteoclastos. O alargamento é geralmente simétrico. O fenótipo varia de poucas manifestações clínicas até o acometimento severo da mandíbula e maxila, causando dificuldades respiratórias, visuais, de fala e de deglutição. As lesões progridem lentamente até a puberdade, quando estabilizam e depois regridem. Com cerca de 30 anos de idade as anormalidades faciais usualmente não são mais aparentes e a deformidade residual da mandíbula é rara. O querubismo é herdado de forma autossômica dominante. A proporção de casos causados por mutações de novo é desconhecida, devido à expressividade variável e a penetrância reduzida. Nosso caso vai ao encontro aos dados da literatura, que afirma que a penetrância é próxima de 100% nos homens e de 50 a 75% nas mulheres. Palavras-Chave:Querubismo, autossômico dominante, penetrância reduzida RELATO DE CASO SEM DIAGNÓSTICO – ANOFTALMIA CLINICA CONGÊNITA ASSOCIADA A OUTRAS MALFORMAÇÕES E DISMORFIAS. Mariana DE QUEIROZ ARAÚJO GOMES (IFF/FIOCRUZ) - Brasil MARIA AUXILIADORA MONTEIRO VILLAR PATRICIA SANTANA CORREIA (IFF) - BRASIL DAFNE D G HOROVITZ (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL JUAN LLERENA NATÁLYA GONÇALVES PEREIRA (IFF) - BRASIL Objetivo: Descrever e discutir hipóteses diagnósticas de um caso de anoftalmia clinica congênita associada a alterações sistêmicas sem diagnóstico etiológico. Métodos: Relato do caso de um paciente com anoftalmia clinica congênita com anormalidades extra-oculares associadas nascido no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira/FIOCUZ no ano de 2012. Relato do caso: Recém-nascido do sexo masculino nascido a termo pesando 3365 gramas filho de pais jovens não-consanguíneos. Sem relato de malformações na historia familiar. Gestação sem intercorrências. Ao exame apresentava hirsutismo principalmente em membros superiores e dorso, fontanela ampla, fronte proeminente, sobrancelhas esparsas, telecanto, anoftalmia clinica à esquerda, microftalmia à direita, fendas palpebrais de inclinação inferior, epicanto bilateral, microstomia, micrognatia, palato alto, orelhas de formato anormal, pescoço curto, hipertelorismo e hipoplasia mamilar, hipoplasia de falanges terminais com displasia ungueal, genitália externa masculina com falo arqueado sem hipospádia, bolsa escrotal vazia com rafe proeminente, dimple sacral. A avaliação oftalmológica mostrou agenesia de vesícula óptica à direita, microftalmia esquerda grave, microcórnea e opacificação de córnea. Exames complementares: Ultrassonografia transfontanela sugestiva de disgenesia do corpo caloso, megacisterna magna. Ultrassonografia abdominal com rim direito multicístico displásico, rim esquerdo com aumento difuso da ecogenicidade, perda da relação corticomedular e formações císticas agrupadas no pólo superior. Ecocardiograma normal. Broncoscopia com atresia de coana direita. Cariótipo 46,XY. Discussão: Fenótipos oculares e sistêmicos estão associados com vários genes que são conhecidos por causarem anoftalmia/microftalmia em humanos. Baseado nos achados sistêmicos – anormalidades no sistema nervoso central, orelhas displásicas e dimple sacral – foi feita hipótese diagnóstica de microftalmia sindrômica tipo 3. Síndrome de CHARGE também foi aventada, uma vez que a atresia de coana associada a malformações em pacientes sem alterações cromossômicas indica uma associação fraca, não-randômica entre as malformações e o complexo CHARGE. Conclusão: Pesquisa de mutações no gene SOX2 e CHD7 está indicada para complementar a investigação diagnóstica, permitindo um melhor manejo do caso e aconselhamento genético adequado. Palavras-Chave:anoftalmia clínica, CHARGE RELATO DE CASO: CERATOCONE EM UM PACIENTE COM SÍNDROME DE WILLIAMS-BEUREN MELISSA MACHADO VIANA (UFMG) - BRASIL MARIA FRASSON (UFMG) - BRASIL LETICIA LIMA LEÃO (UFMG) - BRASIL MARTIN STOFANKO (GENE-MG) - BRASIL MARCOS JOSÉ BURLE DE AGUIAR (FM UFMG) - BRASIL SÉRGIO D. J. PENA Objetivos: A síndrome de Williams-Beuren é uma doença genética multissistêmica causada pela deleção de 26 genes contíguos, incluindo o gene da elastina, no braço longo do cromossomo 7 (região 7q11.23). O ceratocone, a ectasia corneana mais comum, é uma condição complexa e suspeita-se que tenha origem genética, embora um gene específico ainda não tenha sido identificado. Evidências de etiologia genética incluem herança familiar, discordância entre gêmeos dizigóticos e sua associação com doenças genéticas conhecidas, como a síndrome de Down, Amaurose Congênita de Leber e doenças do tecido conjuntivo. Relatamos aqui um novo caso de associação entre ceratocone e síndrome de Williams-Beuren. Metodologia: A microdeleção em 7q11.23 foi detectada usando uma combinação de técnicas baratas de diagnóstico molecular: Microdeletion/Microduplication Fluorescent Quantification PCR (desenvolvida em laboratório brasileiro - GENE), microssatélites abrangendo toda região cromossômica crítica para a síndrome de Williams-Beuren e PCR quantitativa em Tempo Real. Conclusões: Este é o terceiro caso de associação entre síndrome de Williams-Beuren e ceratocone. Os autores acreditam que a região cromossômica crítica para a síndrome de Williams-Beuren pode ser um possível alvo para futuras investigações sobre a base genética do ceratocone, especialmente o gene LIMK1. Palavras-Chave:Síndrome de Williams-Beuren, microdelecao, ceratocone RELATO DE CASO: SÍNDROME DE PHELAN-MCDERMID ROSENELLE OLIVEIRA ARAÚJO BENÍCIO (SES-DF) - BRASIL ROMINA SOLEDAD HEREDIA GARCIA SILVA (SES-DF) - BRASIL LUCIANA LILIAN DIAS PEREIRA FABÍOLA SCANCETTI TAVARES (HCB/SESDF) - BRASIL MARA SANTOS CORDOBA CRISTINA TOUGUINHA NEVES MEDINA (SES-DF) - BRASIL TALYTA DE MATOS CANÓ (SES/DF) - BRASIL MARIA TERESINHA DE OLIVEIRA CARDOSO INTRODUÇÃO. A síndrome de Phelan-McDermid ocorre quando há deleção da região 22q13.3 e é caracterizada por atraso global do desenvolvimento com importante retardo na aquisição da fala, comportamento autista e dismorfias menores. OBJETIVO. Descrever os achados clínicos de paciente com o diagnóstico de síndrome de Phelan-McDermid. METODOLOGIA: Relato de caso de paciente atendido no serviço de Genética da SES-DF. RELATO DE CASO. O paciente foi encaminhado ao ambulatório de Genética aos 4 anos e 6 meses de idade pela Imunologia Pediátrica. Foi o primeiro filho de casal jovem e não consanguineo. O casal tem uma filha hígida e teve um abortamento de 1º trimestre. Não há relatos de intercorrências durante a gestação. Nasceu a termo, em boas condições clínicas (escore de Apgar igual a 9 no primeiro e no quinto minuto) pesando 2650 g (entre percentis 25 e 50), medindo 46 cm (entre percentis 10 e 25) e com perímetro cefálico de 36 cm (entre percentis 50 e 75). Cursou com episódios de hipoglicemia no período neonatal. Foi encaminhado aos 6 meses de vida à Neurologia Pediátrica por ainda não apresentar sustento cefálico na ocasião. Foi submetido a ecocardiograma, ecografia transfontanela, eletroencefalograma e potencial evocado auditivo de tronco encefálico, todos normais. O motivo do acompanhamento pela Imunologia era linfopenia e redução dos níveis séricos de IgM e IgG. Ao exame físico, apresentava estatura no percentil 75, perímetro cefálico entre percentis 50 e 98; dolicocefalia, estreitamento bitemporal, orelhas grandes e proeminentes, ponta nasal deprimida, columela curta, dentes desalinhados, mancha hipocrômica em flanco direito, medindo 4 x 3 cm, macroorquidia, assimetria de membros inferiores (membro inferior direito maior do que o esquerdo), pregas palmares bem marcadas e encurtamento de 5º quirodáctilo bilateralmente. Cariótipo de sangue periférico com banda G evidenciou deleção da região cromossômica 22q13, estabelecendo o diagnóstico de síndrome de Phelan-McDermid. DISCUSSÃO. As alterações comportamentais encontradas na síndrome são hiperatividade e déficit de atenção, déficit de linguagem e transtornos do sono. As dismorfias habitualmente descritas são dolicocefalia, assimetria facial, prognatismo, orelhas proeminentes. Os pacientes apresentam deficiência mental moderada a grave e podem se apresentar com estatura e/ou velocidade de crescimento elevada. Haploinsuficiência do gene SHANK3, localizado em 22q13.3 é considerada o possível mecanismo envolvido na gênese das alterações cognitivas e comportamentais encontradas na síndrome. CONCLUSÃO. A síndrome de Phelan-McDermid deve ser lembrada nos casos de atraso de desenvolvimento neuropsicomotor, comportamento autista e importante atraso da linguagem com crescimento pôndero-estatural normal ou acelerado. Palavras-Chave:: deleção 22q13, cromossomopatia, deficit cognitivo RELATO DE IRMÃOS COM A SÍNDROME DE EEC (ECTRODACTILIA – DISPLASIA ECTODÉRMICA – FENDA LABIAL-PALATINA) SEM DEMAIS CASOS FAMILIARES: MOSAICISMO GONADAL? JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL OSVALDO ARTIGALÁS (UFRGS) - BRASIL DANIEL TURIK CHAZAN (HMIPV) - BRASIL SILVANA PIRES PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL ALESSANDRA PAWELEC DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivos: relatar um paciente com a síndrome EEC (Ectrodactilia – Displasia ectodérmica – Fenda Labial-palatina) apresentando uma história familiar não usual. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: o paciente é filho de pais com 18 anos (mãe) e 39 anos (pai). Ambos eram hígidos e não apresentavam dismorfias. Havia história prévia de dois filhos do casal com malformações de mãos e pés semelhantes as do paciente. Eles haviam nascido por volta do sexto mês de gestação, o primeiro natimorto e o segundo vivo; contudo, este foi a óbito nos primeiros dias de vida devido à consequências da prematuridade. Na história familiar não existiam outros casos de malformações similares. O paciente, terceiro filho do casal, nasceu de parto cesáreo, com 32 semanas de gestação, pesando 1140 gramas e com escores de Apgar de 2/4. A mãe negava história de ameaça de aborto, uso de medicamentos ou drogas ilícitas e ingestão de bebidas alcoólicas na gravidez. A mãe utilizou cerca de seis cigarros por dia. Após o nascimento, a criança apresentou desconforto respiratório com necessidade de intubação orotraqueal e ventilação mecânica. Na primeira semana evoluiu com parada cardiorespiratória e pneumotórax hipertensivo, vindo a falecer com 1 mês e 26 dias. O exame físico, com 1 dia de vida, foi dificultado pelas condições clínicas do paciente. Ele apresentava fenda labial bilateral e fenda palatina, micrognatia, orelhas displásicas e baixo implantadas, pescoço curto, processo xifóide proeminente, ectrodactilia de mãos e de pés com ausência do 2º e 3º dedos de ambas as mãos e redução/ausência principalmente dos segundos pododáctilos. A ecografia abdominal e o exame de cariótipo por bandas GTG foram normais. O ecocardiograma demonstrou a presença de forame oval patente com fluxo da esquerda para a direita. As radiografias de mãos e pés revelaram ausência de falanges do 2º e 3º dedos das mãos, alteração do 2º metacarpiano da mão esquerda e das falanges do 1º raio direito, além de alteração da morfologia do 2º dedo do pé esquerdo e dos dedos do pé direito. Na avaliação neurológica, o paciente apresentava hiperexcitabilidade, reflexo de Moro exacerbado, tônus e postura de semiextensão de membros superiores e de flexão de membros inferiores. A ecografia cerebral evidenciou aumento do volume dos ventrículos laterais, pequenos cistos periventriculares à direita e múltiplas áreas císticas intraparenquimatosas frontoparietais esquerdas, sugestivas de leucomalácea secundária a evento hipóxicoisquêmico. A avaliação oftalmológica evidenciou retinopatia em olho direito. Conclusões: os achados de nosso paciente foram compatíveis com o diagnóstico de síndrome EEC. Esta é uma condição rara, autossômica dominante, com múltiplas anomalias congênitas, com variável expressão e de penetrância reduzida. O fato interessante neste caso é o acometimento de três irmãos (todos os filhos do casal), sem uma história de sinais da doença, mesmo menores, no restante da família. Devido a isto, levantamos a hipótese da existência de um mosaicismo gonadal por parte de um dos pais. Em nossa revisão da literatura, porém, não encontramos casos indicativos de mosaicismo gonadal envolvendo pacientes com EEC. Palavras-Chave:síndrome de EEC, ectrodactilia, displasia ectodérmica, fenda labial-palatina, mosaicismo gonadal RELATO DE PACIENTE COM SÍNDROME DE MARSHALL-SMITH APRESENTANDO TRIGONOCEFALIA E GLAUCOMA VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL GABRIELA PARIZOTTO (HMIPV) - BRASIL ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL OSVALDO ARTIGALÁS (UFRGS) - BRASIL ANDRÉ LONGHI (HMIPV / SMS-PMPA) - BRASIL PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL SÍLVIA REGINA ROGATTO (UNESP) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL Objetivos: relatar um paciente com a síndrome Marshall-Smith apresentando achados clínicos não usuais. Métodos: relatar um caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: o paciente é o primeiro filho de pais não consanguíneos. A mãe apresentava 31 anos e o pai, 26 anos. Não havia descrição de casos semelhantes na família. Nasceu de parto cesáreo, com 38 semanas de gestação, pesando 3320 gramas, medindo 55 cm, com perímetro cefálico de 39 cm e escores de Apgar de 3/4. Após o nascimento, permaneceu por três meses na UTI neonatal devido à obstrução respiratória alta por micrognatia/glossoptose. Ele foi submetido à traqueostomia aos 18 dias e gastrostomia, aos dois meses de vida. Apresentou episódios frequentes de pneumonia. Identificou-se também um glaucoma congênito, sendo que a cirurgia foi realizada com cinco meses de idade. Ao exame físico, com 2 anos de idade, ele apresentava aspecto longilíneo, face média hipoplásica, impressão de macrocefalia com trigonocefalia, olhos proeminentes com escleras azuladas, micrognatia, orelhas displásicas com sobredobramento dos ramos horizontais dos hélices, hirsutismo, tórax estreito e assimétrico, bolsa escrotal hipoplásica, criptorquidia, dedos das mãos alongados e afilados, frouxidão ligamentar, unhas dos pés hipoplásicas e grande fosseta sacral com cóccix proeminente. A ecocardiografia e a ecografia abdominal foram normais. O cariótipo foi 46,XY, masculino normal. A tomografia computadorizada de crânio com reconstrução 3D revelou sinais de fechamento precoce da sutura metópica (trigonocefalia), além de proeminência de sulcos corticais frontotemporais e sinais de ausência do septo pelúcido. A radiografia de mãos e punhos mostrou aceleração do crescimento ósseo e acentuado alargamento das falanges. Na ecografia abdominal observou-se ptose do rim esquerdo. A criança evoluiu com atraso do desenvolvimento psicomotor (com dois anos ainda não falava e tinha dificuldade de pegar objetos e sustentar a cabeça), além de uma única crise convulsiva. Ele apresentou episódios recorrentes de pneumonia com necessidade de hospitalizações. A avaliação do neurocirurgião foi de não indicar no momento a cirurgia da trigonocefalia. Conclusões: os achados de nosso paciente foram compatíveis com o diagnóstico de síndrome Marshall-Smith. Ela é uma condição causada por mutações no gene NFIX, localizado no braço curto do cromossomo 19 (19p13.3). Atualmente, existem apenas cerca de 40 casos descritos na literatura. Dentro do espectro de anormalidades observadas em indivíduos com a síndrome do Marshall-Smith, não encontramos em nossa revisão nenhuma descrição de fechamento precoce da sutura metópica, nem de glaucoma. Mais relatos serão importantes para verificar se os achados observados fazem parte realmente do espectro de anormalidades associado à síndrome. Palavras-Chave:síndrome de Marshall-Smith, trigonocefalia, glaucoma RELATO DE UMA MENINA APRESENTANDO APLASIA FIBULAR, CAMPOMELIA TIBIAL E OLIGOSSINDACTILIA: SÍNDROME FATCO VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL MAYARA AZEVEDO ROMANO (HMIPV) - BRASIL JANE CRISTINA BENCKE (UFCSPA) - BRASIL JANAINA BORGES POLLI (HMIPV) - BRASIL ROSANA CARDOSO MANIQUE ROSA (HCSA E GHC) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL ROBERT POGUE (UCB) - BRASIL MONICA LEON BACIL () SAMIRA HASAN MUSA (HMIPV) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivo: relatar um caso de síndrome FATCO, uma condição genética bastante rara caracterizada pela presença de aplasia fibular, campomelia tibial e oligossindactilia. Métodos: realizou-se a descrição do caso, juntamente com uma revisão da literatura. Resultados: a paciente é uma menina de sete meses, a segunda filha de pais não consanguíneos. Não havia história de casos similares na família. A gestação da criança cursou sem intercorrências. Ao nascimento evidenciou-se a presença de um número reduzido de dedos com fusão (oligossindactilia) em mão e pé esquerdos, além de encurvamento com encurtamento de ambas as pernas e presença de uma fosseta na sua porção média-anterior. A avaliação radiológica complementar mostrou mão esquerda com presença de dois metacarpos e esboço de um terceiro, além de três falanges proximais, intermediárias e distais não correspondentes, com aparente esboço de fusão parcial nas duas últimas; displasia acetabular; agenesia fibular bilateral, com encurvamento anterior das tíbias, e pé esquerdo com tarso com estrutura óssea única e presença de apenas três metatarsos e três pododáctilos. A avaliação da região crânio/face e da coluna foi normal. Os fêmures também eram normais. A ecografia abdominal e o cariótipo foram normais (46,XX). A criança evoluiu com adequado desenvolvimento neuropsicomotor. Conclusões: a soma dos achados clínicos apresentados pela paciente levaram ao diagnóstico clínico de síndrome FATCO. Sua etiologia ainda não é conhecida; contudo, alguns relatos sugerem um possível padrão de herança autossômico dominante. Em nossa revisão da literatura, encontramos apenas onze casos descritos com esta condição, sendo dois deles brasileiros. Palavras-Chave:Aplasia fibular, campomelia tibial, oligossindactilia, síndrome FATCO RESULTADOS PRELIMINARES DE UM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL SOBRE DEFEITOS CONGÊNITOS CAMILA IVE FERREIRA OLIVEIRA (UNESP) - BRASIL VALÉRIA CRISTINA CARVALHO FERRARESE CRISTINA FERRARESE (FAMERP) - BRASIL FERNANDA SOUZA MONTEIRO (UNESP/IBILCE) - BRASIL BRASILINA DE FÁTIMA MAFEI () TANIA DE FREITAS PERINAZZO (SMS) - BRASIL AGNES CRISTINA FETT CONTE (FAMERP) - BRASIL Anomalia ou defeito congênito (DC) inclui toda alteração funcional ou estrutural do desenvolvimento embrionário ou do feto, decorrente de causas genéticas, ambientais ou desconhecidas, que resultam em comprometimento físico e/ou mental do indivíduo. Podem ser únicos ou múltiplos, de significado clínico maior ou menor. Considerando-se os fatores etiológicos conhecidos e os de origem desconhecida, os DC são observados em 3 a 5% dos recém-nascidos e na maioria das perdas gestacionais. Entre os fatores de risco estão as idade materna e paterna avançadas, consanguinidade parental, agentes disruptivos, carência nutricional, entre outros. O objetivo deste estudo foi analisar de modo prospectivo, durante um ano, recémnascidos e natimortos com DC do município de São José do Rio Preto/SP, para identificar os tipos de DC, incidência, etiologia e fatores de risco. Foram realizados: avaliação física, registros fotográficos, análise de prontuários médicos, análises cariotípica ou moleculares (nos casos indicados), além de coleta de informações complementares com a família. Os dados foram obtidos de todos os nascimentos do período de março de 2011 a fevereiro de 2012, com a participação de todos os hospitais da cidade e em parceria com a Secretaria de Saúde do Município (SSM), que autorizou o acesso a todos os dados. O estudo contou com a participação direta de todos os neonatologistas do município. Durante o período nasceram 5.170 indivíduos, dos quais 163 apresentaram DC. Assim, a incidência foi de 3,1% (intervalo de confiança de 95% -IC95%: 2,71-3,66). Dos 163 casos, 152 (93,2%; IC95%: 88,3-96,2%) eram recém-nascidos e 11 (6,7%; IC95%: 3,8-11,7) natimortos. Foram detectados diversos tipos de DC, menores e maiores, isolados e múltiplos. A síndrome de Down foi a afecção mais comum (8,6%, IC95% IC: 5,2-13,9%), seguida por defeitos de fechamento do tubo neural (8,0%, IC95%: 4,7-13,2%), cardiopatia congênita isolada (7,4%, IC95%: 4,3-12,4%), anomalias do trato urinário (6.1%, IC95%: 3,4-10.9%) e polidactilia (5.5%, IC95% 2,9-10,2%). A idade materna (6,2%, IC95%: 3,4-11,0%), a consanguinidade parental (1,2%, IC95%: 0,3-4,4%) e a predisposição (recorrência) familial (4,3%, IC95%: 2,1-8,6%) foram alguns fatores de risco genético identificados. Os dados preliminares indicam uma incidência elevada de DC na população estudada, compatível com as anteriormente relatadas, com predomínio de causas genéticas e etiologias passíveis de prevenção. Trata-se do primeiro estudo de base populacional, onde todas as crianças do município puderam ser avaliadas, em função da colaboração com a SSM. O conhecimento sobre DC pode auxiliar na elaboração de estratégias preventivas e terapêuticas e no Aconselhamento Genético para as famílias. Palavras-Chave:Anomalia Congênita, Amomalia Cromossômica, Alteração Cromossômica, Recém-Nascidos, Natimortos SIGNIFICADOS DE SAÚDE BUCAL RELATADOS POR MÃES DE CRIANÇAS/ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN: ESTUDO QUALITATIVO EXPLORATÓRIO SUÉLEN ALVES TEIXEIRA (UFMG) - BRASIL PAULA CAROLINA MENDES SANTOS (UFMG) - BRASIL TAHYNA DUDA DEPS ALMEIDA (UFMG) - BRASIL GABRIELA LOPES ANGELO (UFMG) - BRASIL ANA CRISTINA OLIVEIRA (UFMG) - BRASIL O objetivo deste estudo foi conhecer, em caráter exploratório e usando uma abordagem qualitativa, os significados de saúde bucal relatados por mães de crianças/adolescentes com síndrome de Down (SD). A amostra foi composta por 19 mães de crianças/adolescentes com SD que responderam um roteiro de entrevista no Rio de janeiro. No tratamento dos dados foi utilizada a análise de conteúdo temática. Foram trabalhados três núcleos temáticos: saúde geral, saúde bucal e influência da saúde bucal na vida da criança/adolescente com SD. Os resultados revelaram que, para as entrevistadas, a saúde geral e bucal abrangem particularidades ligadas principalmente à ausência de doença, a realização das atividades do cotidiano e ao sentimento de bem estar. As mães demonstraram uma tendência a se responsabilizarem pela conquista ou perda da saúde do filho. Muitas entrevistadas relataram dificuldades para cuidar da saúde bucal dos filhos, considerando a realidade em que vivem. Os conceitos de saúde geral e bucal apresentados pelas mães ainda estão muito associados à ausência de doença. Ficou explicita a tendência das mães em assumir a responsabilidade pela presença ou ausência de saúde/doença em seus filhos. Também deixaram evidente a dificuldade em zelar pela saúde dos filhos perante a realidade de vida que possuem. Palavras-Chave:pesquisa qualitativa, síndrome de Down, saúde bucal SÍNDROME DE CORNÉLIA DE LANGE E A INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NICOLE RUAS GUARANY (UFPEL) - BRASIL DANIELE DORNELLES BENDER (UFPEL) - BRASIL MARIANA DUMER BORGES () - IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Objetivos: O presente estudo tem como objetivo relatar a intervenção terapêutica ocupacional em uma menina com Síndrome de Cornelia de Lange (SCL) atendida no setor de Terapia Ocupacional no Núcleo de Neurodesenvolvimento da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Rio Grande do Sul (RS). Métodos: A amostra do estudo foi composta por uma menina com SCL atendida no setor de Terapia Ocupacional do Núcleo de Neurodesenvolvimento da UFPel de novembro de 2012 a abril de 2013. Os atendimentos eram realizados por duas alunas do Curso de Terapia Ocupacional da UFPel, participantes do Projeto de Extensão “Núcleo de Estudos em Genética e Reabilitação”, cada atendimento foi filmado e documentado detalhadamente. Realizou-se anamnese com cuidador da paciente e avaliação de Terapia Ocupacional, desenvolvida especialmente para os pacientes atendidos neste setor. Esta avaliação compreende aspectos como capacidades motoras, cognitivas, realização das atividades de vida diária, função social, comunicação, entre outros. Realizou-se um total de 16 atendimentos neste período. Resultados: Paciente com 8 anos de idade, sexo feminino, natural da cidade de Pelotas-RS, diagnóstico de Síndrome de Cornelia de Lange. Apresentou desenvolvimento motor atrasado: sustento cefálico aos 4 meses, sentou com apoio aos 5 meses e sem apoio com 1 ano, engatinhou com 1 ano e 2 meses, locomove-se na posição de “gato” e realiza marcha com auxílio de andador apenas em ambiente doméstico. Realiza trocas posturais sem dificuldades, não apresenta deformidades. Apresenta atraso cognitivo significativo, comunica-se através de alguns gestos e expressões faciais, não apresenta linguagem oral. Paciente apresenta sensibilidade tátil exacerbada e movimentos estereotipados como bater de palmas. É dependente nas atividades de vida diária tais como alimentação, autocuidado e vestuário, faz uso de fraldas. Paciente frequenta escola especial na cidade onde reside. A intervenção terapêutica ocupacional foi composta por atividades de estimulação sensorial, cognitiva e de linguagem. Foram propostas atividades com diversos recursos terapêuticos como cubos com diferentes texturas, revistas, fantoches, jogos de encaixe, bolas e brinquedos com sons. Inicialmente paciente apresentou aversão ao toque, batia palmas durante a maior parte do atendimento e virava-se para a parede quando eram oferecidas atividades relacionadas aos objetivos propostos, aparentava desconexão com o ambiente. A partir do quinto atendimento paciente começou a aceitar o toque nas mãos e partes do corpo, a sorrir quando oferecida a atividade e a compreender o significado de algumas sentenças e o significado de atividades básicas tais como jogar bola e explorar os recurso oferecidos. Conclusão: O presente estudo de caso revela a importância da intervenção terapêutica ocupacional em indivíduos com SCL, pacientes com esse diagnóstico apresentam inúmeras alterações orgânicas que influenciam no seu desempenho ocupacional. Através da intervenção precoce estes indivíduos poderão apresentar melhor prognóstico, melhora das capacidades motoras e cognitivas e consequentemente na qualidade de vida tanto do indivíduo quanto dos cuidadores. Palavras-Chave:Síndrome de Cornélia de Lange, Terapia Ocupacional SÍNDROME DE KALLMANN DE DIAGNÓSTICO TARDIO: RELATO DE CASO. ARAÊ RIGÃO DE OLIVEIRA (UFSM) - BRASIL MARIANA RECHIA BITENCOURT (UFSM) - BRASIL IVANA BEATRICE MANICA DA CRUZ (UFSM) - BRASIL ANELISE ZANINI LAUDA (UFSM) - BRASIL MARÇAL ROUMOW (UFSM) - BRASIL MARIELEN SCHNEIDER (UFSM) - BRASIL TÁLIS DE OLIVEIRA SILVA (UFSM) - BRASIL LUIZ ALBERTO FONTOURA PEREIRA FONTOURA PEREIRA (UFSM) - BRASIL Objetivo: Descrever caso de diagnóstico tardio dessa rara patologia com revisão de literatura e aspectos diagnósticos. Relato de Caso: Paciente 42 anos, masculino, agricultor com queixas de dores ósseas generalizadas desde a infância. Relata nunca ter apresentado surgimento de pelos pubianos e barba. Queixa ausência de libido e de ereção. Refere acuidade visual diminuída, perda de memória e hiposmia importante além de hipoacusia em ouvido direito. Ao exame físico constatou-se ausência de pêlos corporais, presença de lábio leporino e fenda palatina corrigidos cirurgicamente, palato ogival, agenesia dentária, hiposmia e arreflexia de pupila esquerda. Apresentava 1,65m de altura, falo pouco desenvolvido e atrofia testicular. Exames laboratoriais evidenciaram níveis diminuídos de testosterona total, FSH e LH com níveis normais de prolactina e dehidroepiandrostenediona sulfatada caracterizando hipogonadismo hipogonadotrófico (HH). Perante as características fenotípicas e quadro laboratorial aventou-se a hipótese de Síndrome de Kallmann (SK) e foi iniciado tratamento com durateston 250mg a cada 20 dias. Paciente mantém acompanhamento ambulatorial com relato de melhora da libido e desempenho sexual. Revisão de Literatura: A SK é um distúrbio genético caracterizado por anomalia do sistema olfativo associado à hipogonadismo hipogonadrotófico hipotalâmico. Sua prevalência é estimada entre 1:10.000 e 1:80.000 nos homens e cerca de 1:50.000 nas mulheres. Acomete preferencialmente o sexo masculino em uma proporção aproximada de 4:1 nos casos esporádicos e de 2:1 nos casos familiares. É descrita tanto como herança autossômica recessiva (mais rara), quanto herança autossômica dominante (mutação genes FGRF1 e NELF), bem como herança ligada ao X (mutação gene KAL-1). Clinicamente observamos hábito eunucóide e atraso do desenvolvimento puberal. Além do comprometimento funcional ofaltivo (anosmia ou hiposmia), os portadores de SK freqüentemente apresentam defeitos morfológicos, como hipotrofia ou ausência do bulbo olfatório uni ou bilateral. Pacientes com SK também podem apresentar outras malformações, como fenda palatina, palato ogival, agenesia renal unilateral ou bilateral (esta incompatível com a vida), sincinesia bimanual (movimentos em espelho), perda auditiva neurossensorial, daltonismo, pé cavo, déficit de aprendizagem, agenesia dental e defeitos da movimentação ocular. O diagnóstico é firmado por história clínica, fenótipo e quadro laboratorial de HH. Pode ser realizado teste de secreção com GnRH, que pode demostrar a responsividade a esse hormônio característica da síndrome. Tratamento visa reposição de esteróides sexuais e apoio psicológico. Conclusão: Esta é uma síndrome incomum, necessário que especialistas conheçam o quadro clínico da doença para que as pacientes tenham orientação e tratamento interdisciplinar adequados e precocemente, visando melhor qualidade de vida desses indivíduos. Palavras-Chave:Sídrome de Kallmann, hipogonadismo hipogonadotrófico SÍNDROME DE KLINEFELTER (49,XXXXY): RELATO DE CASO GLÓRIA COLONNELLI (UEPA) - BRASIL THIAGO DE ALMEIDA RODRIGUES (UEPA) - BRASIL PEDRO IURI CASTRO DA SILVA (UEPA) - BRASIL ANA PAULA ARAUJO GUIMARÃES (UEPA) - BRASIL INTRODUÇÃO: A síndrome de Klinefelter resulta de uma anormalidade cromossômica numérica, na qual se se encontra mais de um cromossomo X no indivíduo do sexo masculino. Caracteriza-se por dismorfias faciais, hipogonadismo hipergonadotrófico, azoospermia e hipodesenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. O cariótipo típico desta síndrome é caracterizado por um cromossomo X a mais (47,XXY). Entretanto, trissomias e tetrassomias do cromossomo X na síndrome de Klinefelter também são relatadas, porém mais raramente, sendo que quanto maior for a aneuploidia mais grave serão as características clínicas, principalmente atraso de linguagem e deficiência intelectual. OBJETIVO: Descrever um caso clínico de Síndrome de Klinefelter com carótipo 49,XXXXY (tetrassomia do cromossomo X). MÉTODOS: Realizou-se exame clínico, exames laboratoriais de rotina, exames de imagem e cariótipo, bem como análise do prontuário do paciente. RESULTADOS: D.K.G.J., 6 anos e 9 meses, sexo masculino. Filho de pais não consanguíneos, os quais negam casos semelhantes na família. É acompanhado por geneticista desde os 10 meses. Nasceu a termo, sem intercorrências na gravidez e pré-natal. Apresentou atraso no desenvolvimento neuro motor, sustentou cabeça com 6 meses, sentou com 8 meses, andou com 1 ano e 6 meses. No momento apresenta atraso de linguagem, deficiência mental e distúrbios de comportamento como agressividade e movimentos estereotipados. Ao exame físico apresenta hipertelorismo ocular, epicanto, estrabismo, fendas palpebrais oblíquas para cima, raiz nasal achatada, pescoço curto e pés planos. Apresentou déficit pôndero-estatural desde o nascimento com idade óssea atrasada, porém, atualmente, cresce no percentil 10%25% (estatura de 113cm). Apresentava ao nascimento Persistência do Canal Arterial de 1,8mm, com shunt sistêmico pulmonar que ocluiu espontaneamente em 2013. Ao exame da genitália externa apresentava pênis com 2,0 cm de comprimento e testículos não palpáveis na bolsa escrotal. Ultrassonografia (USG) de região inguinal e bolsa escrotal demonstrou ausência de testículos em bolsa. Foi então realizada orquidopexia direita com biópsia testicular, em 2011, com resultado mostrando atrofia testicular com hialinização conjuntiva leve. USG de outras regiões sem alterações. Ressonância Magnética do Crânio revela proeminências das cavidades ventriculares laterais, focos de anormalidade de sinal esparsa pela substância branca subcortical e corpo caloso afilado. Resultado do Carótipo: Tetrassomia do cromossomo X (49,XXXXY). O paciente faz acompanhamento clínico com médico geneticista, endocrinopediatra, cirurgião pediátrico, neuropediatra e cardiopediatra, bem como realiza sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional para estimulação precoce. CONCLUSÕES: A criança iniciou a investigação com 10 meses e teve seu diagnóstico confirmado por cariótipo com um ano de idade. O diagnóstico precoce é importante, pois traz os benefícios de uma melhor condução desses casos em relação a tratamento e segmento por vários especialistas da área da saúde. Palavras-Chave:Klinefelter, 49,XXXXY SÍNDROME DE LARSEN ASSOCIADA A CIFOSE CERVICAL: RELATO DE DOIS CASOS FABIANO DE OLIVEIRA POSWAR (HCPA) - BRASIL KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL CLÁUDIA FERNANDES LOREA (HCPA) - BRASIL TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL Objetivos: Relatar dois casos de síndrome de Larsen associados a cifose cervical. Relato dos casos: Paciente 1, sexo masculino, filho único de casal não consanguíneo, nasceu por parto cesárea, com 41 semanas, pesando 3170 g, medindo 48 cm, perímetro cefálico de 33 cm, limitação na extensão dos cotovelos e joelhos e pé torto congênito. Evoluiu com limitação no desenvolvimento motor. Foi referido para avaliação genética com 2 anos e 1 mês. Ao exame, notou-se nariz curto, columela curta, narinas anterovertidas, perfil facial achatado, dimples em cotovelos, limitação na extensão dos cotovelos, luxação de joelhos, pés tortos, pele de consistência amolecida. Cariótipo 46, XY. Enzimas musculares estavam em níveis normais. Ressonância Nuclear Magnética (RNM) mostrou hipoplasia da porção anterior dos corpos vertebrais de C5, C6 e C7, com um acunhamento anterior dos mesmos e, consequentemente, acentuada deformidade cifótica da coluna cervical com o seu epicentro situado ao nível de C6, determinando uma importante redução na amplitude do canal vertebral neste nível com efeito compressivo sobre a medula havendo áreas de hipersinal em T2 no interior da mesma relacionado a mielopatia. Paciente 2, sexo feminino, filha única de casal não consanguíneo, nasceu por parto cesárea devido a malformação detectada na ultrassonografia (micrognatia e membros encurtados), pesando 2755 g, com 40 cm de comprimento. Foi referida para avaliação genética com 1 mês de vida, tendo-se notado micrognatia, raiz nasal baixa, fenda de palato mole, membros curtos, especialmente os inferiores, pés varos, luxação do joelho esquerdo e encurtamento da tíbia. Cariótipo 46, XX. Realizou osteotomia de mandíbula para correção de micrognatia com 2 meses de vida. Ao exame com 1 ano de vida, permanecia sem sustento cefálico, porém era capaz de rolar-se e levantar os membros inferiores. RNM revelou alterações morfoestruturais na coluna cervical, com defeito de pescoço em cisne, relacionado com alterações congênitas das vértebras (hemivértebras). Foi encaminhada para avaliar possível correção cirúrgica do defeito da coluna, a qual foi contraindicada no momento. Conclusões: A síndrome de Larsen está associada a alterações na coluna espinhal, incluindo a escoliose toracolombar e a cifose cervical. Nos pacientes relatados, a presença de cifose cervical decorrente de alterações nos corpos das vértebras cervicais resultou em limitação do movimento e compressão medular. Diferentes opções terapêuticas são descritas tanto antes como após o aparecimento de manifestações neurológicas, não existindo consenso sobre as melhores técnicas a serem utilizadas ou o melhor momento para a correção cirúrgica. Entretanto, o tratamento precoce é recomendado, uma vez que pode prevenir a progressão para paralisia grave, com desfecho letal. Palavras-Chave:Osteocondrodisplasias, Curvaturas da Coluna Vertebral, Anormalidades Craniofaciais, Compressão da Medula Espinal SÍNDROME DE RETT: AVALIAÇÃO DO COMPROMETIMENTO DAS FUNÇÕES MANUAIS DE ACORDO COM A IDADE. AYLA LETICIA DE LARA PICININI (UNIRIO) - BRASIL ALEXANDRE BUSSINGER LOPES (UNIRIO) - BRASIL LUIZA LORENA PIRES RAMOS (UNIRIO) - BRASIL MARIA ANGELICA LIMA (INCA/HUGG) - BRASIL FERNANDO R VARGAS (FIOCRUZ / UNIRIO) - BRASIL Introdução A síndrome de Rett (SR) é uma doença caracterizada pelo progressivo comprometimento das funções neurológicas e motoras com perda gradativa da capacidade de locomoção e a fala, assim como o uso intencional das mãos, que é substituído pelos movimentos estereotipados de “lavar as mãos” e bater palmas. Mutações no gene MECP2, localizado em Xq28, estão associadas à SR. Objetivos Analisar o fenótipo de pacientes com SR e avaliar o comprometimento das habilidades manuais associado à idade através de escala padronizada. Método Trata-se de estudo transversal realizado no ambulatório de genética do Hospital Universitário Gaffrèe e Guinle. Para diagnóstico de SR, assim como a classificação em típico e atípico, foram aplicados os critérios de Neul (Neul et al, 2010) e, para avaliar o uso intencional de mãos, utilizou-se a escala de Downs (Downs et al, 2010). A avaliação foi realizada com 15 pacientes, divididas conforme a idade para o propósito da avaliação: 1: idade menor ou igual à 10 anos (n=4), 2: idade maior à 10 anos e menor ou igual à 19 anos (n=6) e 3: idade superior à 19 anos (n=5). A estatística foi realizada pelo teste de Mann-Whitney. Resultados A média de idade das pacientes foi de 16,5 anos. Os critérios de Neul permitem classificar em SR clássica e atípica, segundo critérios maiores e de suporte. Foram identificadas oito (53%) pacientes com forma clássica da doença e sete (47%) com atípicas. O percentual de formas atípicas apresentado no estudo supera a estimativa pela literatura (25%), sendo a provável limitação o espaço amostral reduzido. As sete pacientes são formas frustras, não apresentando na amostra as outras três formas atípicas: congênita, de epilepsia de início precoce e de linguagem preservada. A escala de Downs avalia a função de mãos, de forma que quanto menor a nota, mais prejudicada é a habilidade manual. As categorias 1 e 2 apresentaram média, respectivamente, de 5.25 e 5.34, mostrando uso de mãos parcialmente preservado; enquanto a categoria 3 apresentou média de 1.2, demonstrando apraxia manual grave (p-valor=0.0098). Logo, revela-se uma diferença entre as outras categorias, podendo relacionar-se à evolução da doença. Esses resultados são compatíveis com o que foi descrito por Downs et al. Comparando-se as habilidades manuais entre as ordens clássica e atípica, foram obtidas as médias de 3.12 e 4.85, respectivamente (p-valor=0.2651). Dessa forma, os grupos não aparentam divergências, possivelmente devido à presença de somente uma forma atípica de SR na amostra e ao tamanho reduzido desta. Conclusões O estudo ratifica o conjunto de características da SR e demonstra um decréscimo importante na habilidade manual conforme o avanço da idade da paciente, devendo-se, provavelmente, à progressão dos sintomas. Embora afete todos os grupos étnicos e seja considerada uma das principais causas de deficiências múltiplas no sexo feminino, os estudos sobre a SR são ainda restritos no Brasil. Diante deste contexto, fica evidente a necessidade de estudos sobre o fenótipo e de como a sintomatologia da síndrome evolui. Palavras-Chave:Síndrome de Rett, Avaliação Funcional, MECP2 SÍNDROME DO CROMOSSOMO 18 EM ANEL – UM RELATO DE CASO. LIVIA D'AVILA PASKULIN (UFRGS) - BRASIL MARILUCE RIEGEL (HCPA/UFRGS) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL OBJETIVO: A Síndrome do Cromossomo 18 em Anel é uma anormalidade citogenética bastante incomum. Para que este raro fenômeno ocorra, é necessário que haja instabilidade nas extremidades cromossômicas, possibilitando a junção dos braços longo e curto cromossômicos. Podem ocorrer deleções e/ou duplicações tanto em regiões teloméricas como em regiões codificantes da cromatina, em ambos os braços ou apenas em um deles. Assim, um indivíduo com esta patologia pode apresentar características de deleções e/ou duplicações tanto do braço curto quanto do braço longo do cromossomo 18. O objetivo deste relato de caso é descrever um caso da Síndrome do Cromossomo 18 em Anel, contribuindo à escassa literatura na caracterização desta rara síndrome. MÉTODOS: História clínica baseada em exames clínicos e laboratoriais de uma menina de 1 ano com cariótipo 46,XX,r(18). RESULTADOS: O caso em questão é uma menina de 1 ano e 1 mês, filha de pais jovens não-consanguíneos. A criança foi encaminhada ao geneticista clínico por retardo de crescimento. Ao nascimento, sua altura e peso eram abaixo do percentil três. A história familiar é negativa para doenças genéticas, e o seu desenvolvimento neuropsicomotor é adequado para a idade. Ecocardiograma e ecografia renal não mostraram alterações. Ao exame físico, além do déficit de crescimento (comprimento e peso abaixo do percentil três), a paciente apresentou perímetro cefálico de 45cm (percentil 50), blefarofimose bilateral, apêndice pré-auricular esquerdo e pé torto. O cariótipo em sangue periférico com bandas GTG evidenciou a presença de um anel derivado do cromossomo 18 nas 20 metáfases analisadas de origem de novo. Através da análise comparativa de genomas por array CGH determinou-se uma deleção na região do braço curto do cromossomo 18, na região 18p11.32-p11.21, de aproximadamente ~13 Mb, onde se localizam dois genes com relevância clínica: LPIN2 (Síndrome de Majeed) e MDUFV2 (predispõe à Doença de Parkinson). CONCLUSÃO: Segundo a literatura, pacientes com deleções do braço curto do cromossomo 18 podem apresentar: retardo do desenvolvimento psicomotor, holoprosencefalia, convulsões, hidrocefalia, hipertelorismo, lábio leporino e fenda palatina, hipotonia, distonia, distúrbios visuais, ptose, infecções de ouvido, cardiopatia, constipação crônica, hérnias abdominais, deficiência do hormônio do crescimento, tireoideopatias e baixos níveis de IgA. No presente caso, é evidente a presença de distúrbio de crescimento e dismorfias, e a ausência de malformações maiores ou retardo de desenvolvimento neuromotor, sugerindo um fenótipo brando, o qual é provavelmente devido ao pequeno tamanho da região deletada. Palavras-Chave:46,XX,r(18); cromossomo em anel; relato de caso; síndrome do cromossomo 18 em anel. SÍNDROME FÊMORO-FACIAL: DESCRIÇÃO DE CINCO NOVOS CASOS E REVISÃO DA LITERATURA ELAINE LUSTOSA MENDES (UNICAMP) - BRASIL CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL DENISE PONTES CAVALCANTI O objetivo do presente trabalho foi avaliar a frequência e a variabilidade fenotipica do espectro da síndrome fêmoro-facial a partir da casuística do arquivo nosológico do Programa de Genética Perinatal (ProGePe) da Unicamp e compará-los com os dados de uma revisão da literatura de modo a delinear o estado da arte dessa condição. A casuística de 20 anos do ProGePe foi levantada a partir da busca dos casos com hipo/aplasia de fêmur no arquivo nosológico digitalizado do programa. A revisão da literatura foi feita a partir do PubMed no período 1975-2012 e se baseou na pesquisa da condição utilizando inclusive os seus sinônimos. No ProGePe foram identificados cinco casos (1,46 /1000) entre 3.418 famílias atendidas no programa no período 1993-2012. A revisão da literatura mostrou 53 casos descritos desde a primeria publicaçao em 1975 até dezembro/2012. Os meninos foram levemente mais acometidos que as meninas (3M/2F) e (26M/25F). Entre 40 e 50% dos casos havia história de diabetes materno (2/5) e (20/44). Não houve relato de consanguinidade em nehuma das amostras (local e revisão da literatura). Quanto à recorrência na família, há dois relatos da literatura de recorrência com sugestão de herança autossômica dominante. Entre os principais achados dismórficos que caracterizam o padrão fenotípico destacam-se os seguintes: filtro longo (5/5) e (32/32); lábio superior fino (5/5) e (18/18); microrretrognatia (5/5) e (36/36); fissuras palpebrais oblíquas para cima (5/5) e (18/20); fenda palatina (3/5) e (32/34); hipoplasia femoral (4/5) e (44/53) - sendo o acometimento preferencialmente bilateral (4/5) e (33/44); ísquios verticalizados (4/5) e (15/15) e pés tortos (4/5) e (17/20). Agenesia de fêmur é um achado menos frequente (1/5) e (17/53), mas que certamente pode fazer parte do fenótipo. No entanto, as variações observadas respectivamente nas frequências para os achados hipoplasia e agenesia de fíbula (1/5) - (17/24) e (2/5) (5/24) podem indicar seja variações no tamanho das amostras seja uma sobreposição desta síndrome com o fenótipo FFU (fêmur-fíbula-ulna). Concluindo, a presente revisão mostra que, embora essa síndrome seja associada a um fenótipo característico, a variabilidade fenotípica existe, tornando às vezes difícil o diagnóstico diferencial com o fenótipo FFU. A importante associação com diabetes materno bem como o relato de alguns poucos casos familiares com transmissão vertical sugere tratar-se de condição de origem complexa. Palavras-Chave:síndrome fêmoro-facial; variabilidade fenotípica; revisão literária SÍNDROME ÓCULO-FACIO-CARDIO-DENTAL: RELATO DA PRIMEIRA PACIENTE BRASILEIRA E REVISÃO DA LITERATURA RODRIGO AMBROSIO FOCK (UNIFESP) - BRASIL ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL Introdução: A síndrome óculo-facio-cardio-dental (OFCD), também conhecida como microftalmia sindrômica tipo 2 (OMIM: 300166), é uma condição rara e que se caracteriza por microftalmia, catarata congênita, dismorfias faciais, cardiopatia congênita e alterações de dentição. Apresenta herança dominante ligada ao X, letal no sexo masculino, sendo o gene BCOR localizado no Xp11.4 o responsável pelas condições clínicas. Até a presente data 83 pacientes foram descritos, com a presença de 38 mutações, e nenhum caso relatado no Brasil. Objetivo: Relatar o primeiro caso brasileiro de OFCD e realizar revisão da literatura. Relato de Caso: Relatamos o caso de uma paciente, sexo feminino, 10 anos de idade, que veio ao Centro de Genética Médica Prof. Dr. Décio Brunoni, na Unifesp, para investigação diagnóstica devido a quadro ortopédico e alteração ocular. A paciente é a terceira filha de pais não são consanguíneos, mãe de 58 anos falecida devido a causas externas, sem história familiar relevante. Após gestação sem intercorrências, a paciente nasceu à termo de parto cesárea, adequada para idade gestacional. Ao nascimento foi identificada cardiopatia congênita (CIA) que foi corrigida aos 2 anos de vida, refluxo vesico-ureteral grau IV e catarata congênita, e episódio de hipoglicemia. Desenvolvimento neuro-pscio-motor adequado, atualmente no quinto ano, com desempenho escolar regular. Ao exame físico tem estatura de 1,53 cm (percentil 97), peso de 49 Kg (percentril 75) e perímetro cefálico de 52 cm (percentil 50). Ao exame dismorfológico, apresenta implantação anômala dos dentes com diastema, palato alto, blefarofimose, ânus anteriorizado e cifoescoliose . O cáriótipo com banda G não evidenciou alterações cromossômicas estruturais ou numéricas. Ressonância magnética de crânio com persistência do cavum do septo pelúcido, pequeno cisto occipital e globo ocular com morfologia ovalada. Discussão: A paciente apresenta características clínicas compatíveis às descritas na síndrome OFCD, entre as quais a catarata congênita, CIA, alterações dentárias, anus anteriorizado e alterações cerebrais. OFCD foi descrita pela primeira vez como uma provável síndrome em 1993, onde Wilkie et al. descreveram a condição em uma mãe e sua filha, e em 1996, Gorlin et al, concluíram que a síndrome era caracterizada por (1) alterações oculares (ex.: catarata congênita, microftalmia, glaucoma), (2) fáscies típica (ex.: alongada, nariz bífido, microtia), (3) cardiopatia congênica (ex.: CIV, CIA, defeito de valva mitral) e (4) alterações dentárias (ex.: radiculomegalia, oligodontia, decídua atrasada e alterações de formato dos dentes), além de sugerir uma herança dominante ligada ao X. Posteriormente, em 2004, o gene BCOR foi identificado como o causador do fenótipo, podendo ocorrer tanto mutação de ponto como microdeleção envolvendo o gene. Todos os casos descritos até o momento são de mulheres afetadas, e o fato de perda gestacional de primeiro trimestre em mulheres afetadas, associado com a ausência de homens afetados, sugere letalidade no sexo masculino . Conclusão: A síndrome OFCD é um diagnóstico diferencial nos casos de síndromes com microftalmia, assim como aquelas com alterações dentárias, que, embora raro, deve ser considerada devido as suas características clínicas típicas. Palavras-Chave:Síndrome oculo-facio-cardio-dental; Microftalmia sindrômica tipo 2; OFCD SÍNDROME OCULOECTORDERMAL – EXPANSÃO DO FENÓTIPO E POSSÍVEL HERANÇA LIGADA AO X ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL CECÍLIA AQUINO SEQUEIRA (HUPE-UERJ) - BRASIL RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL Objetivo: relatar uma criança com a associação de aplasia cutis e dermoide epibulbar (síndrome oculoectodermal), associado a esclerocornea. Metodologia: relato de caso. Resultados: MRCS, 11 meses idade, masculino, pardo, natural e procedente do Rio de Janeiro/RJ. Referido ao Serviço de Genética por aplasia cutis e dermoide epibulbar. É o segundo filho de casal jovem, não consanguíneo. Mãe 30 anos e apresenta aplasia cutis sem anormalidade oftalmológica. Pai 35 anos. Um irmão saudável, atualmente 09 anos de idade. Gestação sem intercorrências, com assistência Pré-Natal completa. Nasceu de parto normal, no termo, sem asfixia. Desenvolvimento neuropsicomento normal para a idade atual. Exame morfológico: apasia cutis confênita em couro cabeludo, dermoide epibulbar e esclerocornea. Ecocardiograma e USG-TF normais. Discussão: A associação de dermoide epibulbar e aplasia cutis é denominada síndrome oculoectodermal (OMIM 600268) e somente 15 casos foram relatados na literatura, sugerindo padrão de herança autossômico dominanante, sem dados para afasta a herança autossômica recessiva. A síndrome Oculoectodermal foi relatada inicialmente em crianças do sexo masculino com aplasia cutis congênita, dermoide epibulbar e hiperpigmentação cutânea. Os relatos subseqüentes descrevem outros achados além da aplasia cutis e do dermoide epibulbar como granuloma de células gigantes e fibromas não ossificante, estrabismo, macrocefalia, distrofia de bexiga e epispadia, granuloma de células gigantes da mandíbula. Não há relatos em associação com com esclerocornea. Considerações Finais: considerado que a mãe apresenta apenas aplasia cutis, os autores sugerem um padrão de herança AD com expressão vairável. Entretanto, em consequência da menor expressividade na mãe, não podemos afastar a possiblidade de herança ligada ao X. Palavras-Chave:síndrome oculoectodermal, aplasia cutis, dermoide epibulbar. SÍNDROME OROFACIODIGITAL TIPO II (SÍNDROME DE MOHR): RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA EDUARDO PERRONE (UNIFESP) - BRASIL SÍLVIA BRAGAGNOLO (UNIFESP) - BRASIL RODRIGO AMBROSIO FOCK (UNIFESP) - BRASIL THEOHARIS EFCARPIDIS SFAKIANAKIS (UNIFESP) - BRASIL MIRLENE PINHO CERNACH (UNIFESP) - BRASIL MARIA DE FÁTIMA F. SOARES () ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL Introdução: A primeira descrição da Síndrome Orofaciodigital (SOFD) foi feita por Mohr em 1941. O fenótipo é caracterizado por alterações orais (fenda labial, pseudofenda, frênulos orais hiperplásicos, língua bífida), associado à dismorfias faciais (assimetria facial, hipoplasia malar,microgantia,hipertelorismo ocular, milium sebáceo) e digitais (poli e sindactilia, duplicação de háluces, braquidactilia e clinodactilia). Alterações específicas têm permitido subclassificar a síndrome em 13 tipos atualmente, com base nos achados clínicos, uma vez que há a definição dos genes causadores apenas para alguns subtipos. A SOFD tipo II ou Síndrome de Mohr (OMIM: 252100) ainda não apresenta sua etiologia gênica definida. Até o momento aproximadamente 30 casos do SOFD tipo II foram relatados. Objetivo e Método: Descrever um caso de Síndrome Orofaciodigital tipo II em recém-nascido avaliado em UTI neonatal do Hospital São Paulo (Unifesp). Descrição de Caso: Segundo filho de casal não consangüíneo, sexo masculino, mãe com um aborto prévio; apresentou diagnóstico pré-natal de malformação de Arnold Chiari tipo II e cariótipo, através de cordocentese com 22 semanas: 46, XY. Nasceu de parto cesariana, pré-termo (36 sem 4/7), apresentando ao exame morfológico: macrocefalia importante (PC = 44 cm), raquisquise evidente, orelhas de baixa implantação, hipertelorismo ocular, fenda palpebral oblíqua ascendente, lábio superior fino, micrognatia, presença de nódulo em língua, polidactilia pós-axial na mão esquerda e duplicação incompleta do 4º dedo da mão esquerda com sindactilia, pé torto congênito bilateral, duplicação de háluces bilateralmente e polidactilia pós-axial no pé esquerdo. No período neonatal foi submetido à correção de raquisquise e derivação ventrículo-peritoneal; durante sua internação na UTI apresentou também episódios de apnéia obstrutiva e dificuldade de ganho pondero-estatural, necessitando de gastrostomia, apresentando critério de alta com seis meses de vida. Exames complementares: FO: normal; Ecocardiograma: normal; US abdômen: normal; RNM crânio com acentuada dilatação do sistema ventricular supratentorial, disgenesia de corpo caloso e colpocefalia; radiografias mostram alterações em dígitos observadas ao exame físico. Resultados e discussão: Os achados clínicos associados a um cariótipo normal sugerem o diagnóstico de SOFD. O caso apresenta alguns aspectos peculiares, como o defeito de fechamento de tubo neural (DFTN) e a hidrocefalia, o que permite pensar no subtipo II ou Síndrome de Mohr, em que as malformações do sistema nervoso são mais comuns. A presença do padrão bilateral das alterações de dígitos também é mais comum na SOFD tipo II. Um subtipo diferencial seria a SOFD tipo XII (caso descrito com DFTN), porém só há um relato de caso da mesma, sendo questionada a sua existência como entidade do grupo ou como uma nova síndrome. Conclusão: A descrição deste caso permite a possibilidade de ampliação do espectro fenotípico e melhor conhecimento da síndrome Palavras-Chave:Orofaciodigital; Mohr; duplicação de háluces; hidrocefalia; micrognatia. SÍNDROME TRICORINOFALANGEANA TIPO II: RELATO DE DOIS CASOS E REVISÃO DA LITERATURA THAMY PELATIERI CANELOI (EPM-UNIFESP) - BRASIL MARCO ANTONIO CURIATI (UNIFESP) - BRASIL MARIA DE FÁTIMA DE FARIA SOARES (UNIFESP) - BRASIL VERA AYRES MELONI (UNIFESP) - BRASIL MARIA ISABEL MELARAGNO (UNIFESP) - BRASIL ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL INTRODUÇÃO: A síndrome tricorinofalangeana tipo II ou síndrome de LangerGiedion (SLG, OMIM 150230) é uma síndrome de genes contíguos causada por uma deleção em hemizigose do cromossomo 8q23.3-q24.11 e apresenta cerca de 50 casos descritos. Embora o tamanho da deleção possa variar, geralmente envolve a perda funcional de cópias dos genes EXT1 (OMIM 608177) e TRPS1 (OMIM 604386). A SLG apresenta características clínicas de duas doenças distintas, ambas com herança autossômica dominante: a síndrome de exostoses múltiplas hereditária (OMIM 133700) causada por mutações ou deleções no gene EXT1 e a síndrome tricorinofalangeana tipo I (OMIM 190350) causada por haploinsuficiência do gene TRPS1. As síndromes tricorinofalangeana tipo I e tipo II apresentam dismorfias craniofaciais e anomalias esqueléticas como epífises das falanges em forma de cone e baixa estatura. A variabilidade de seu fenótipo dependerá do tamanho da deleção que ocorrer no cromossomo e dos genes envolvidos. OBJETIVO: Relatar dois casos de síndrome tricorinofalangeana tipo II com fenótipo variável. RELATO DOS CASOS: Caso 1: Sexo feminino, 8 anos, cabelos finos e esparsos, sobrancelhas grossas, orelhas proeminentes, nariz bulboso, filtro longo, lábio superior fino, palato alto, unhas hipoplásicas e pele redundante. O estudo radiológico do esqueleto revelou hipoaeração das células da mastoide, afunilamento superior do tórax, cifoescoliose, vértebra de transição lombo sacral, epífises falangeanas hiperdensas e em forma de cone, múltiplas exostoses, diminuição da densidade óssea e atraso na idade óssea. Acompanhada neste serviço desde os 2 anos de idade, apresentou luxação congênita de quadril, RDNPM, convulsões e acidose metabólica desde os 3 meses de idade. Atualmente cursa 3ª série do ensino fundamental com dificuldades, peso de 14,8kg ( Palavras-Chave:dismorfologia; microdeleção; síndrome tricorinofalangeana; síndrome de Langer-Giedion. TRISSOMIA PARCIAL 4P: RELATO DE CASO. THIAGO DE ALMEIDA RODRIGUES (UEPA) - BRASIL SIMONE HARU SAWAKI DE MELO E SILVA (UEPA) - BRASIL ANA PAULA ARAUJO GUIMARÃES (UEPA) - BRASIL GLÓRIA COLONNELLI (UEPA) - BRASIL INTRODUÇÃO: Os indivíduos com trissomia parcial do braço curto do cromossomo 4 podem apresentar, com maior frequência, as seguintes características clínicas: microcefalia, hipertonia, prega epicântica, ponte nasal larga e achatada, malformação de orelhas, atraso de crescimento, atraso no desenvolvimento neuro motor e mental, deficiência auditiva, cardiopatia congênita, convulsão, malformações do trato urinário e ausência de corpo caloso. OBJETIVO: Descrever um caso clínico de trissomia parcial 4p. MÉTODOS: Realizou-se exame clínico, exames laboratoriais de rotina, exames de imagem e cariótipo, bem como análise do prontuário do paciente. RESULTADOS: E.V.F.S., 3 anos e 6 meses, sexo masculino. Filho de pais não consanguíneos, os quais negam casos semelhantes na família. Pai relata que a primeira filha de sua 1ª união veio a óbito com 9 meses apresentando cardiopatia congênita e episódios de convulsão. É acompanhado no ambulatório de genética desde os 6 meses. Nasceu a termo, parto cesariano, pré-natal sem intercorrências, Pequeno para Idade Gestacional (2.390g). Após o nascimento, foi internado com quadro de pneumonia e sepse. Apresentava na 1ª consulta hipertonia, convulsões e evoluiu com atraso no desenvolvimento neuro motor e deficiência mental. Ao exame físico apresenta face triangular assimétrica, hemiface esquerda maior que a direita, ptose da pálpebra direita, implantação baixa dos cabelos na fronte, orelhas com implantação baixa. A Ressonância Magnética do Crânio mostrou agenesia completa de corpo caloso. Raios-X dos pés mostraram deformidade de modelagem osteoarticular bilateral. Cariótipo: 46,XY, dic (4;21) (q11;p11.1), apresenta um cromossomo dicentrico formado pelo braço longo do cromossomo 21 e braço curto do cromossomo 4, resultando em trissomia parcial do cromossomo 4p. O propósito apresenta os sinais clínicos descritos nessa síndrome e o cariótipo que confirma essa anomalia cromossômica estrutural. CONCLUSÕES: A criança foi diagnosticada e vem fazendo segmento clínico desde os 6 meses com médico geneticista, neuropediatra, gastropediatra, fsioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, o que resultou em melhora no desenvolvimento neuro motor e mental. Palavras-Chave:Trissomia parcial 4p, trissomia 4p 4. EDUCAÇÃO EM GENÉTICA “QUAL SERÁ FUTURO DO MEU FILHO?” ASSISTÊNCIA AOS PAIS DE CRIANÇAS ATENDIDAS PELO SERVIÇO DE GENÉTICA MÉDICA DO AMBULATÓRIO ARAÚJO LIMA, MANAUS NAIARA PORTUGAL DIAS BICALHO (UFAM) - BRASIL AGUINALDO JOSÉ MENDES DE SOUSA FILHO (UFAM) - BRASIL PAULO ROBERTO HOLANDA (UFAM) - BRASIL CAMILA PRAXEDES CAMPOS BORGES (UFAM) - BRASIL ANA LOHANNA DAMASCENO RABELO (UFAM) - BRASIL VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL MARIA CLAUDIA GROSS (UFAM) - BRASIL O atendimento de genética médica do Ambulatório Araújo Lima (AAL), vinculado à Universidade Federal do Amazonas, efetua em média 50 consultas por mês. Estes pacientes são encaminhados por médicos de diversas especialidades e procedentes de várias cidades do estado do Amazonas, Brasil. Contudo, este direcionamento ao serviço de genética médica gera muitas dúvidas e aflições nos pacientes e seus acompanhantes, uma vez que grande parte chega ao ambulatório sem muitas informações sobre a condição real que os levaram a este serviço. O presente trabalho objetiva relatar as principais dúvidas, demandas e desejos desses pais e responsáveis por crianças com síndromes atendidas pelo serviço de genética médica do AAL usando a óptica de acadêmicos de medicina participantes do projeto de extensão “Padrões de herdabilidade de doenças genéticas de pacientes no Ambulatório Araújo Lima: uma visão multidisciplinar”. O contato com os pais deuse no corredor de espera em que responsáveis e crianças aguardavam pelo atendimento e estes foram convidados a adentrar em uma sala reservada. Neste ambiente, enquanto as crianças entretinham-se com papéis para desenhar e pintar, os pais tomaram conhecimento do projeto e iniciou-se uma conversa que teve como focos principais identificar o conhecimento dos presentes em relação à Genética; verificar o caminho que percorreram até conseguirem o atendimento naquele serviço, além de sanar as principais dúvidas dos acompanhantes. O grupo foi formado por cinco responsáveis, oito crianças e 07 acadêmicos de medicina. Além de mães, o único outro parentesco presente foi uma tia que acompanhava três sobrinhos. A idade dos pacientes variou de 8 meses a 13 anos e apenas dois diagnósticos já estavam concluídos: síndrome de down e artrogripose. Facilmente se percebeu a diferença de comportamento entre as mães que iriam para a primeira consulta com a especialista e as mães de retorno: estas estavam muito mais calmas, embora também não tenham demonstrado compreender a condição genética de seus filhos. Todas se queixaram de terem estado com muitos médicos antes de serem encaminhadas àquele atendimento, o que foi especialmente penoso pela baixa condição financeira, moradia distante e demora nos atendimentos. Quanto à participação dos pais das crianças, revelaram serem compreensivos e protetores, embora não costumassem acompanhar nas consultas. Algumas disseram sofrer com o preconceito em relação aos filhos, tanto na escola e vizinhança quanto na própria família e relataram a uma necessidade urgente de conhecerem a patologia para poderem esclarecer àqueles que, por falta de conhecimento e preconceito, se referiam às crianças pejorativamente. As principais dúvidas citadas se referiram à culpa pela condição do filho, as quais puderam ser sanadas nesta conversa com os acadêmicos de Medicina, que elucidaram os aspectos genéticos e a probabilidade de recorrência da condição na família, usando um ambiente informal e metodologias alternativas para explicar as diferentes doenças, o que facilitou o trabalho do médico durante o aconselhamento genético, uma vez que os termos básicos da genética passaram a ser compreendidos previamente. Assim, a informação revela-se como uma estratégia para melhor aceitação e tranquilidade de todos em relação à criança portadora de síndrome genética. Palavras-Chave:Genética Médica; Serviços em Genética; Serviços Ambulatoriais de Saúde; Aconselhamento Genético; Estudantes de Medicina A LIGA DE GENÉTICA MÉDICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (LIGEM) MARIA DENISE FERNANDES CARVALHO (UECEAPAEUNICHRISTUS) - BRASIL ARTHUR LIMEIRA LIMA LEITE PEDRO BARBOSA OLIVEIRA (UECE) - BRASIL IGOR FARIAS DE ARAÚJO (UECE) - BRASIL HENRIQUE GIRÃO MARTINS () SÍLVIA HELENA LEOPOLDINA CÂNDIDO DOS SANTOS (UECE) - BRASIL MATHEUS PIMENTEL SOMBRA CAMILA SAMPAIO AMORIM JEAN CARLOS SOUZA MACHADO DOS SANTOS CARLOS MACHADO (UECE) BRASIL KRISHNAMURTI DE MORAIS CARVALHO () A Liga Acadêmica de Genética Médica (LIGEM) do curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (UECE), fundada pela professora Maria Denise Fernandes Carvalho e grupo discente em dezembro de 2011, trabalha sobre os três eixos acadêmicos principais: ensino, pesquisa e extensão. A LIGEM tem como objetivos principais: promover o conhecimento da Genética Médica em todos os níveis de saúde, aperfeiçoar a formação dos estudantes de medicina na área da Genética Médica, disseminar conhecimento no meio acadêmico e nas comunidades do Ceará. Métodos: promoção de cursos de atualização em Genética Médica para estudantes e profissionais de saúde, orientação científica de alunos e pósgraduandos, programas de extensão na comunidade. Tudo isso com a finalidade de capacitar os alunos e profissionais de saúde a solucionarem os problemas relacionados às doenças genéticas em geral, tanto no âmbito da genética clínica (que engloba as mais diversas doenças: fibrose cística, câncer ou diabetes) como também nas habilidades laboratoriais, utilizando como base os princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS). Destaca-se, por exemplo, a importância da genética médica na Medicina da Família e Comunidade, já que as doenças genéticas geralmente afetam mais de um indivíduo na mesma família. Resultados: A LIGEM possui projetos de pesquisa: “Células-tronco de cordão umbilical para aplicação em transplantes hepáticos e tratamento da dor neuropática”, além de realizar atividades como extrações de DNA de células da mucosa oral e de células sanguíneas, Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) e eletroforese de ácidos nucléicos e proteínas em laboratório da UECE e salas de aula. Em maio/junho de 2012, a LIGEM realizou um curso de 40 horas Teórico-Prático de Genética Médica, em que foram apresentados diversos temas importantes relacionados à genética aplicada à medicina, como: estrutura e funcionamento dos genes e cromossomos, células-tronco, principais síndromes genéticas, além da discussão de casos clínicos e em abril de 2013 Simpósio de atualização em Mucopolissacaridoses (MPS). A LIGEM conta ainda com estágios em diversos locais, como: o próprio Laboratório de Genética Médica da UECE, a APAE-Fortaleza (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), as emergências do Instituto José Frota (IJF) e do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), através da ECEM (Escola Cearense de Emergências Médicas), o serviço de Genética Médica do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Além disso, existem ainda projetos de estágios em Hospitais parceiros, como o Hospital Infantil Albert Sabin, o Centro Dermatológico Dona Libânia (Projeto Genodermatoses) e o Hospital Geral César Cals. Conclusão: A criação de uma liga com enfoque na genética médica é de extrema importância, pois cada vez mais se percebe que a genética está relacionada a todas as doenças e especialidades médicas. Simples heredogramas podem facilitar o diagnóstico de doenças complexas, as Terapias de Reposição Enzimática (TREs) e a pesquisa clínica em Terapia Gênica têm aberto perspectivas de tratamento e curas para as mais diversas doenças na medicina. Os nossos resultados sugerem a importância de ligas na área de genética em todos os cursos de Medicina. Palavras-Chave:Liga de Genética, Medicina, LIGEM A REDE DE AUXÍLIO DIAGNÓSTICO DO PROJETO COSMO-B: AVALIAÇÃO DO PRIMEIRO ANO EM AÇÃO CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL SHEILA UNGER LUISA BONAFÉ ANDREA SUPERTI-FURGA (UNIL) - SUÍÇA DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL As osteocondrodisplasias (OCD) compreendem um grupo de doenças extremamente heterogêneo que requer avaliação especializada, sobretudo na interpretação dos achados clínico-radiológicos. No contexto nacional, uma vez que o acesso à assistência médica especializada não está disponível a muitos pacientes com OCD, o diagnóstico das mesmas é negligenciado ou realizado de forma incorreta em muitas ocasiões. O CoSMO-B (Congenital Skeletal Malformations and Osteochondrodysplasias in Brazil) é um projeto colaborativo, resultado de uma parceria entre médicos do Brasil e da Suiça com experiência em OCD. Dentre as atividades do projeto criou-se, em fevereiro/2012, uma rede on line [https://groups.google.com/forum/?fromgroups=#!forum/cosmo-b] para consulta diagnóstica, cujos resultados dessa atividade constituem os objetivos desta apresentação. A rede está atualmente constituída por 43 membros sendo seis colaboradores do grupo coordenador brasileiro, seis do grupo coordenador suíço e 31 participantes. Este último grupo encontra-se representado por 24 médicos geneticistas, dois radiologistas, dois endocrinologistas, um clínico geral e dois biólogos. Os membros participantes estão distribuídos nas cinco regiões do país, totalizando 12 Estados, além de dois participantes do Chile. À rede as consultas de casos clínicos são dirigidas através do endereço [email protected] e discutidas on line. As informações (dados clínicos e iconográficos) de cada caso são armazenadas em um banco dados junto à coordenação brasileira e periodicamente revisados de modo a se identificar presença ou ausência de hipótese diagnóstica final e a possibilidade da confirmação diagnóstica por exame molecular. Até o momento foram registrados 50 casos. Em três (6%) casos não havia hipótese inicial e o diagnóstico foi realizado a partir da discussão do caso, enquanto que para os casos com hipótese diagnóstica inicial e final, elas foram concordantes em 22 (44%) ocasiões e discordantes em sete (14%), totalizando dessa forma 32 (64%) casos com diagnóstico final. Em 12 (24%) casos não foi possível aventar uma hipótese após a discussão. Em seis (12%) casos o diagnóstico final ainda não foi estabelecido, uma vez que a investigação encontra-se em andamento. Dentre os diagnósticos realizados, além de OCD reconhecidas mais facilmente, foram identificadas condições raras como omodisplasia e SEMD-JL tipo Beighton. Na apresentação será mostrada a lista completa dos diagnósticos bem como dos genes estudados ou sob estudo até o momento. Concluindo, avaliamos que a presente rede tem-se mostrado um recurso importante tanto para corroborar diagnósticos, como para ratificar hipóteses diagnósticas e contribuir para o aconselhamento genético de pacientes e de familiares. Além da questão assistencial, a rede tem propiciado a capacitação dos integrantes do grupo no campo das OCD, tem ampliado o conhecimento sobre as mesmas no cenário nacional e tem gerado resultados de interesse científico, servindo dessa forma como uma estratégia efetiva e promissora para diagnóstico das OCD no Brasil. Financiamento: CNPq 590148/2011-7; BJRP 0112-10 Palavras-Chave:osteocondrodisplasias, rede de auxílio diagnóstico, projeto CoSMO-B AMPLIANDO CONHECIMENTOS SOBRE MUCOPOLISSACARIDOSES (MPS) NO SERTÃO NORDESTINO: A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA NO PROCESSO DE SENSIBILIZAÇÃO SOBRE A DOENÇA E A APRESENTAÇÃO DE UMA PROPOSTA DE LINHA DE CUIDADO COMTEMPLANDO DO DIAGNÓSTICO PRECOCE À ASSISTÊNCIA INTEGRAL MULTIPROFISSIONAL PARA EQUIPES DE “ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA” NO RIO GRANDE DO NORTE. JUSSARA MELO DE CERQUEIRA MAIA (HOSPED - UFRN) - BRASIL TELMA DE FÁTIMA VITALIANO DA SILVA VERAS (HOSPED/UFRN) - BRASIL LUCIANA CARLA BARBOSA DE OLIVEIRA MARIA CLARA DE ARAÚJO SILVA AS ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) CONSTITUEM UMA POLÍTICA DE ACESSO A INFORMAÇÕES SOBRE O ESTADO DE SAÚDE DAS FAMÍLIAS E IMPORTANTE FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE, CAPAZ DE TRANSFORMAR O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA DE UMA POPULAÇÃO. O CONTATO DIRETO COM OS NÚCLEOS FAMILIARES PERMITE A SUSPEITA DIAGNÓSTICA PRECOCE DE MUITOS AGRAVOS À SAÚDE, NA DEPENDÊNCIA DA CAPACITAÇÃO DA EQUIPE. AS MUCOPOLISSACARIDOSES, DO GRUPO DE DOENÇAS DE DEPÓSITO LISOSSOMAL, PODEM TER SEU DIAGNOSTICO PRECOCE SUSPEITADO A PARTIR DO RECONHECIMENTO DAS MANISFESTAÇÕES CLÍNICAS POR PROFISSIONAIS DA EQUIPE. OBJETIVOS: VISANDO A MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES COM O INÍCIO PRECOCE DO TRATAMENTO INTEGRAL MULTIPROFISSIONAL, INCLUINDO A TERAPIA DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA, O HOSPITAL DE PEDIATRIA HERIBERTO FERREIRA BEZERRA, DA UFRN – DE REFÊNCIA NO ESTADO, ELABOROU UM PROJETO DE EXTENSÃO BUSCANDO A CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE ESF EM CIDADES-POLO DO RIO GRANDE DO NORTE. MÉTODOS: SENSIBILIZAÇÃO DOS GESTORES LOCAIS, ELABORAÇÃO DE CRONOGRAMA E REALIZAÇÃO DE PALESTRAS MULTIPROFISSIONAIS. RESULTADOS: O 1º SIMPÓSIO FOI REALIZADO NA CIDADE DE MOSSORÓ, NA REGIÃO OESTE DO ESTADO, COM PALESTRAS MULTIPROFISSIONAIS E A PARTICIPAÇÃO DE CERCA DE 300 PROFISSIONAIS DE ESF E DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. NA SEQUÊNCIA, OUTROS EVENTOS ESTÃO PROGRAMADOS, CONTEMPLANDO AS DEMAIS REGIÕES DO ESTADO. CONCLUSÕES: A EXPERIÊNCIA EXITOSA MOTIVOU A EQUIPE A INSERIR OUTRAS DOENÇAS GENÉTICAS NO REFERIDO PROJETO. Palavras-Chave:ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA; EDUCAÇÃO EM SAÚDE; MUCOPOLISSACARIDOSES ANÁLISE DAS AVALIAÇÕES GENÉTICO-CLÍNICAS REALIZADAS EM PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO SUS ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL KARYN REGINA JORDÃO KOLADICZ (HCPA) - BRASIL CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL JÚLIO CÉSAR LOGUÉRCIO LEITE LOGUERCIO LEITE (HCPA?UFRGS) BRASIL TÊMIS MARIA FÉLIX (HCPA) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL OSVALDO ARTIGALÁS (UFRGS) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: O atendimento em Genética Clínica inclui consultas ambulatoriais e avaliações de pacientes internados, estas últimas geralmente realizadas sob a forma de consultorias. Devido à maior disponibilização de recursos diagnósticos/terapêuticos, acreditamos que o número e o tipo de pacientes avaliados por médicos geneticistas, em Hospitais Universitários brasileiros, estejam em ascensão. Objetivo: Caracterizar as consultorias solicitadas ao Serviço de Genética Médica (SGM) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre no período de março de 2012 a março de 2013 (período 1), e comparar os dados obtidos com aqueles de período anterior (período 2; março de 1996 a fevereiro de 2005). Material e Métodos: Os dados foram obtidos por meio da revisão do registro de consultorias do SGM no período de março de 2012 a março de 2013. As seguintes variáveis foram analisadas: freqüência de solicitação de consultoria, serviço requisitante e motivo da consultoria. Os motivos foram classificados de acordo com as áreas da Genética Clínica que lhe deram origem. Resultados: Foram solicitadas 335 consultorias no período 1, sendo 43,5% originárias da Pediatria; 36,4% da Neonatologia; 10,2% da Medicina Interna; 3,4% da Psiquiatria; 2,8% da Ginecologia; 2,7% da Cirurgia e 1% da Emergência. A média mensal de consultorias foi de 25,7. Os motivos de solicitação, conforme a divisão das áreas de atenção do SGM, foram: metabólicas em 40,9% dos casos, dismorfológicas em 39,4%, oncogenéticas em 7,7%, associadas á Fibrose Cística em 5,3%, neurogenéticas em 5% e relacionadas a diagnóstico prénatal em 4,1%. No período 2, foram solicitadas 2034 consultorias para o SGM (Pediatria: 44,6%, Neonatologia: 40,6%, Medicina Interna: 7,8%, Psiquiatria: 4,3%, Cirurgia: 1,1% e Emergência 1,1%). A média mensal de consultorias foi 20,1. As consultorias naquele período foram solicitadas por alterações dismorfológicas em 50,7% dos casos, metabólicas em 31,6%, neurogenéticas em 13,9% e oncogenéticas em 2,0%. Discussão/Conclusões: Como era esperado, a maioria das consultorias solicitadas ao SGM envolveu pacientes pediátricos e com suspeita de síndrome metabólica ou dismórfica. Destaca-se, também, um aumento do número de consultorias na área de Oncogenética. Ocorreu aumento gradativo do número de consultorias durante o período analisado, achados que refletem a crescente importância da Genética Clínica no Brasil e a sua maior divulgação entre outras especialidades médicas. Palavras-Chave:avaliação genético-clínico; consultoria ANÁLISE DO ENSINO DE GENÉTICA E GENÔMICA EM CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NO BRASIL LUÍS CARLOS LOPES JÚNIOR EMILIANA DE OMENA BOMFIM (USP) - BRASIL VICTOR EVANGELISTA DE FARIA FERRAZ (FMRP-USP) - BRASIL MILENA FLÓRIA-SANTOS (EERP/USP) - BRASIL Após a conclusão do Projeto Genoma Humano, uma quantidade imensurável de conhecimentos genômicos surgiu e, atualmente, se torna essencial sua integração à prática profissional de enfermeiros. Esses conhecimentos vêm transformando o modelo de atenção à saúde, com implicações para a enfermagem e repercussões no ensino, na assistência e na pesquisa. Embora já seja reconhecida a importância da genética e da genômica na educação de enfermeiros, levantamentos realizados em diversos países mostram que esses conteúdos ainda são limitados nos cursos de graduação desses profissionais, sendo desconhecida a situação nas escolas de enfermagem do Brasil. Objetivos: identificar as oportunidades existentes de educação em genética e genômica, oferecidas por cursos brasileiros que graduam enfermeiros. Métodos: Trata-se de pesquisa exploratória, tipo survey, com delineamento transversal e abordagem quantitativa, realizada no período de fevereiro de 2011 a novembro de 2012. A amostra de conveniência compreendeu 311 Instituições de Ensino Superior cadastradas junto ao Ministério da Educação. Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, os dados foram coletados por meio de questionário eletrônico, com questões sobre: a instituição, o docente, o ensino de genética e/ou de genômica e as “Competências Essenciais de Enfermagem e Diretrizes Curriculares para Genética e Genômica”. Esse instrumento foi validado por meio da Técnica Delphi, seguido por estudo-piloto. Os dados foram armazenados no SurveyMonkey (ferramenta de questionário online), exportados diretamente para planilhas do Microsoft Excel e analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: Responderam ao questionário 138 coordenadores de cursos de enfermagem (44,4%) e 49 docentes de genética (61,2%). A disciplina de genética está presente na maioria dos cursos investigados (67,3%), sendo obrigatória em 81,6% destes, com carga horária média de 36hs. É ministrada, principalmente, por biólogos (77,6%), mestres (83,7%) e doutores (63,3%) nessa área. Seu enfoque principal tem sido em conteúdos de biologia molecular e de genética básica. A estratégia de ensino-aprendizagem mais utilizada na disciplina é a de aulas teóricas (81,6%), com avaliação somativa (57,1%). Quanto às “Competências Essenciais”, a maioria dos coordenadores e docentes de genética concordou com as seguintes: “O enfermeiro facilita ao cliente a referência a serviços de genética e genômica especializados, quando necessário.” (63,8%; 71,5%); e “O enfermeiro identifica clientes que possam se beneficiar de informações e/ou serviços de genéticas e genômica, com base nos dados coletados.” (58%;73,4%), respectivamente. Conclusões: Esses dados demonstram que esses profissionais parecem ter ainda uma visão um tanto conservadora sobre o ensino de genética/genômica para enfermagem. Os resultados desse estudo têm potencial para oferecer subsídios a reflexões sobre o preparo da força de trabalho em enfermagem na era genômica, em consonância com o Sistema Único de Saúde brasileiro. Vislumbra-se que essa pesquisa poderá contribuir com o estabelecimento de diretrizes que possam ser úteis na elaboração dos currículos de graduação e pós-graduação de enfermeiros, bem como no planejamento de atividades de educação permanente, no Brasil e em outros países de língua portuguesa. Dessa forma, estudantes e profissionais de enfermagem poderão alcançar as competências essenciais no cuidado em saúde baseado em genômica. Palavras-Chave:Genética. Genômica. Ensino. Educação em Enfermagem. Currículo. ATENÇÃO ÀS DOENÇAS GENÉTICAS E MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS NO HUPE/UERJ – AVANÇOS E DESAFIOS DE UM PROJETO AMBULATORIAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. RAFAELA PEGAS RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL CLÁUDIO BAPTISTA SCHMIDT (LABORATÓRIO DLE ) - BRASIL TATIANA SILVA CHAVES SILVA CHAVES (UERJ) - BRASIL MARCELO COELHO RAMOS (HUPE/UERJ) - BRASIL ELENICE BASTOS () CATIA CRISTINA MACHADO GASPARONI DE LEMOS (HUPE/UERJ) - BRASIL MARCIA GOMES PEREIRA FERNANDES GOMES (UERJ ?) - BRASIL A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) encontra-se no rol restrito das universidades brasileiras a oferecer atividades de assistência, docência e pesquisa na área da Genética Médica, numa rede informal. O cadastramento destas atividades num projeto de extensão universitária vem permitindo desenvolver com a participação de alunos do curso médico, atividades práticas e teóricas, além da produção de serviços para a comunidade como assistência genético clinica (consultas,exames citogenéticos e aconselhamento genético) e atividade educativa acerca da prevenção da síndrome alcoólica fetal, dentre outros. Objetivamos apresentar dados clínicos, epidemiológicos e citogenéticos de um grupo de pacientes atendidos no ambulatório de Genética Médica do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da UERJ, exposição de material informativo desenvolvido pelos alunos acerca da prevenção da síndrome alcoólica fetal e relatar as dificuldades enfrentadas na condução do trabalho.Trata-se de estudo descritivo, restropectivo, analisando-se levantamento das consultas realizadas no período de abril de 2010 a outubro de 2010 e maio de 2011 a maio de 2012 e dos estudos citogenéticos no período de agosto de 2009 a agosto de 2012. A partir da utilização de instrumento específico foram analisadas e determinadas as frequências das seguintes variáveis:número de consultas realizadas, origem do encaminhamento de 1ª consulta, sexo, faixa etária e diagnósticos estabelecidos. Foram realizadas 480 consultas (158 consultas de 1ª vez e 322 de seguimento a 364 pacientes oriundos da comunidade hospitalar em sua maioria (129/158). Dados acerca do sexo do paciente foi obtido em 110/158 dos casos, com maior prevalência do sexo masculino (65 M e 45 do sexo feminino) e encaminhamento tardio dos pacientes considerando a faixa etária. Laudos citogenéticos conclusivos foram ofertados a 254 pacientes. O estabelecimento dos diagnósticos (119/364), excluindo-se os casos de retardo mental isolado ou associado a malformações congênitas(76/364), permitiu ofertar o aconselhamento genético familiar e o manejo clínico adequado. A participação extracurricular dos alunos no Ambulatório de Genética médica tem permitido a familiarização precoce com a problemática das doenças genéticas/ malformações congênitas e conhecimento do perfil da clientela. Restrição do número fixo de profissionais na especialidade,das metodologias diagnósticas, do espaço físico e do tempo disponibilizado pela grade do curso de medicina ao aluno para a participação no projeto são fatores limitadores do aprimoramento e expansão da atividade. Tornase premente a necessidade de oficialização das atividades e expansão do número de geneticistas clínicos a nível de programa universitário. Palavras-Chave:doenças geneticas, malformacoes congênitas, atividade extracurricular CAPACITAÇÃO DAS EQUIPES ASSISTENCIAIS PARA A ABORDAGEM RESPIRATÓRIA AOS PACIENTES COM MUCOPOLISSACARIDOSES LEONARDO AUGUSTO FOGAÇA TAVARES (HIJPII/FHEMIG) - BRASIL JOSÉ SEMIONATO FILHO Introdução: Organizar um Programa para atender pacientes com mucopolissacaridoses (MPS) não é simples. Em 2007, foi implantado em Belo Horizonte, pela FHEMIG, um programa de MPS (PMPS) no Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), com presta assistência multidisciplinar para pacientes com MPS dentro do Sistema Nacional de Saúde (SUS) a nível ambulatorial e domiciliar. Objetivo: descrever os resultados principais do PMPS do HIJPII/FHEMIG. Pacientes e Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo. observacional. Dados coletados entre 2007-2012. Incluídos todos pacientes do PMPS. Resultados: 25 pacientes do PMPS (5 MPS I, 4 MPS II, 1 MPS III-A, 1 MPS III-B, 14 MPS VI). Seguimento médio: 4,5 anos. Utilizam suporte ventilatório domiciliar (SVD): 16. Mortes: 1 paciente em SVD. 8 realizam manobras com ambú + tosse assistida, 4 realizam condicionamento físico aeróbico, 10 realizam exercícios de reabilitação pulmonar domiciliar. Mediana internações/ano/paciente: 2 infecções respiratórias. 2 traqueostomizados. Usuários de oxigênio domiciliar: 3 antes e 0 pós-PMPS. Apnéia do sono obstrutiva e central não diagnosticada, antes-PMPS: 25, pós-MPSP: 12 com a tratamento via SVD. Acompanhamento multidisciplinar: antes PMPS: 5. Todos os cuidadores foram treinados para exercícios domiciliares e ações durante insuficiência cardiorespiratória aguda. É realizado monitoramento periódico domiciliar via webcam dos pacientes do interior de MG e com agendamento prévio de avaliações no HIJPII. Há disponibilização via Sistema Único de Saúde (SUS) de equipamentos como ventiladores mecânicos e seus aparatos para os pacientes com MPS em todo o Estado de MG, inclusive em áreas rurais e povoados. Conclusão: Com a instalação do PMPS, houve um salto qualitativo no acompanhamento de pacientes com MPS. É possível realizar um acompanhamento e monitoramento multidisciplinar adequado (mesmo que a distância) para pacientes com MPS, mesmo em um país em desenvolvimento de forma eficaz. Palavras-Chave:Capcitação, Mucopolissacaridose, Monitoramento COMPETÊNCIAS EM GENÉTICA DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS, SÃO PAULO. DÉBORA GUSMÃO MELO (UFSCAR) - BRASIL PAMELA KAREN DE PAULA PAULA (UFSCAR) - BRASIL RODRIGO VICTOR VIANA TOMAZ (UFSCAR) - BRASIL STEPHANIA DE ARAÚJO RODRIGUES (UFSCAR) - BRASIL No Brasil, a identificação e o acompanhamento de indivíduos e famílias com anomalias congênitas e doenças genéticas devem ser feitos na Atenção Primária à Saúde (APS), em consonância com a Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica no SUS. Para isso, os profissionais da APS precisam estar qualificados em relação à genética. Em 2007, a “National Coalition for Health Professional Education in Genetics” (NCHPEG) estabeleceu as “Competências essenciais em genética para profissionais da saúde”, sintetizando os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessários para que os avanços da genética sejam transladados adequadamente para assistência à saúde. O objetivo desse estudo foi analisar as competências em genética de profissionais da APS do município de São Carlos, São Paulo. Trata-se de estudo descritivo, no qual enfermeiros, dentistas e médicos participaram respondendo a um questionário elaborado com base nas competências essenciais estabelecidas pelo NCHPEG. Participaram da pesquisa 16 médicos, 07 dentistas e 13 enfermeiros, totalizando 36 profissionais, o que corresponde a cerca de 20% de todos os profissionais que atuam na APS no município. A maior parte dos participantes (75%) era egressa de escolas públicas, 55,6% era do sexo feminino e a média de tempo desde a formatura foi de 19 anos. Em relação aos conhecimentos investigados, cerca de 80% dos participantes reconheceram a terminologia básica usada em genética, mas, de modo geral, os profissionais revelaram dificuldades para identificar padrões de herança: quando confrontados com um heredograma, apenas 27,8% reconheceram corretamente o mecanismo de transmissão autossômico dominante. Aproximadamente 70% do profissionais recomendaram a ingestão de ácido fólico para prevenção de defeitos congênitos e todos relataram orientar sobre hábitos e vícios que podem influenciar no desenvolvimento fetal. A talidomida foi reconhecida como teratogênica por 92% e o álcool por 89% dos profissionais; mas apenas cerca de 50% reconheceram a isotretinoína e 44% o hidantal, como problemáticos. Quanto às habilidades, a maior parte dos profissionais foi capaz de reconhecer dismorfias faciais e encaminhar um paciente com suspeita de doença genética para avaliação especializada. Apesar disso, houve dificuldades para valorizar e reunir informações sobre a história genética de uma família: numa situação de risco para câncer de mama familiar, 27,8% dos participantes se limitaram a perguntar sobre casos na família somente de câncer de mama, ignorando outros cânceres; numa outra situação de atendimento a paciente com síndrome de Down, 58,3% dos profissionais relataram não colher história familiar e não registrar o heredograma. Do ponto de vista atitudinal, 69,4% do participantes mostraram um perfil que pensa na integralidade do cuidado, considerando o contexto socioeducacional do paciente e da sua família na hora de transmitir informações. Porém, 16,7% dos profissionais concordaram em atender uma criança com suspeita clínica de síndrome de Down, sem dividir a dúvida diagnóstica com a mãe; e 11,1% foram prescritivos, orientando mulheres com mais de 40 anos a não engravidarem. Esses resultados podem contribuir para o desenvolvimento de um programa eficiente de educação continuada dos profissionais da APS e colaborar para inclusão da genética médica no SUS. Palavras-Chave:Competência clínica; educação baseada em competências; genética médica; atenção primária à saúde. JUBILEU DE OURO DO DEPARTAMENTO DE GENÉTICA MÉDICA DA UNICAMP CARLOS EDUARDO STEINER (UNICAMP) - BRASIL ANDRÉA TREVAS MACIEL-GUERRA (UNICAMP) - BRASIL ANTONIA PAULA MARQUES-DE-FARIA (UNICAMP) - BRASIL CARMEN SILVIA BERTUZZO (UNICAMP) - BRASIL CLÁUDIA VIANNA MAURER-MORELLI (UNICAMP) - BRASIL DENISE PONTES CAVALCANTI () LUIS ALBERTO MAGNA (UNICAMP) - BRASIL VERA LUCIA GIL-DA-SILVA-LOPES (UNICAMP) - BRASIL ÍSCIA LOPES CENDES (UNICAMP) - BRASIL Objetivos: Apresentar a atuação do Departamento de Genética Médica (DGM) da Unicamp no desenvolvimento dessa especialidade no Brasil ao longo de seus 50 anos de existência. Métodos: Revisão histórica e da estrutura clínica, acadêmica e administrativa do DGM/Unicamp, com ênfase nos dados do Serviço de Genética Clínica. Resultados: O DGM/Unicamp foi fundado em 1963 pelo Prof. Dr. Bernardo Beiguelman, sendo o primeiro do seu tipo no Brasil. Em 1969 teve início o Serviço de Genética Clínica, eixo central dos serviços de saúde em genética à população da região de Campinas, SP. Avaliação diagnóstica, manejo terapêutico e aconselhamento genético são oferecidos a uma população de mais de 4,4 milhões de habitantes residentes em 101 municípios de três regionais de saúde do estado de São Paulo. Atualmente cerca de 400 consultas de casos novos e mais de 2.000 consultas de retorno são conduzidas a cada ano nos 16 ambulatórios de subespecialidade que compreendem o serviço, totalizando cerca de 20.000 pacientes, casais e famílias atendidos nesse período. Além do acolhimento clínico, o DGM/Unicamp fornece bases para a educação de alunos de quatro cursos de graduação na área da saúde. Mais de uma centena de dissertações de mestrado e teses de doutorado e de pósdoutorado foram originadas de suas linhas de pesquisa oferecidas em quatro programas de pós-graduação. Conta com programa de residência médica em Genética Médica desde 1988, tendo formado diversos profissionais inseridos no mercado de trabalho brasileiro, além de residência biomédica nas áreas de citogenética humana e genética molecular humana. Participa de estudos colaborativos nacionais e internacionais, com destaque ao ECLAMC, Projeto Crânio-Face Brasil e Redes EIM e MPS Brasil. No que se refere à sociedade civil e de órgão de classe e às políticas de saúde pública, o DGM/Unicamp coordenou a diretoria da Sociedade Brasileira de Genética Médica no biênio 2000-2002, tendo sucessiva representação no grupo de trabalho para elaboração da Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica e na Comissão de Acesso e Uso do Genoma Humana no Ministério da Saúde brasileiro. Conclusões: Ao longo de seus 50 anos de atuação, o Departamento de Genética Médica da Unicamp contribuiu para o desenvolvimento da Genética Médica e Clínica no cenário nacional e internacional através de assistência clínica, da formação de recursos humanos nos níveis de graduação, pós-graduação e residência médica e biomédica, do desenvolvimento científico e da luta pela inserção da genética médica no sistema público de saúde no Brasil. Palavras-Chave:genética médica; genética clínica; educação médica; saúde pública PADRÕES DE HERDABILIDADE DE DOENÇAS GENÉTICAS DE PACIENTES NO AMBULATÓRIO ARAÚJO LIMA: UMA VISÃO MULTIDISCIPLINAR CAMILA PRAXEDES CAMPOS BORGES (UFAM) - BRASIL RENAN GABRIEL GOMES JÚNIOR (INPA) - BRASIL NAIARA PORTUGAL DIAS BICALHO (UFAM) - BRASIL ANA LOHANNA DAMASCENO RABELO (UFAM) - BRASIL VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL MARIA CLAUDIA GROSS (UFAM) - BRASIL Um projeto de extensão tem como objetivo envolver o aluno da graduação com a comunidade em que ele está inserido. Sendo assim, o projeto Padrões de herdabilidade de doenças genéticas de pacientes no Ambulatório Araújo Lima: uma visão multidisciplinar teve como objetivo promover a aproximação de acadêmicos de Medicina da Universidade Federal do Amazonas - UFAM a outros profissionais que atuam na área de genética, tais como biólogos, enfermeiros, médicos e pósgraduandos, promovendo a interação dos mesmos com a comunidade e com a prática clínica e laboratorial. O projeto teve três grandes linhas de atuação. Na primeira foram promovidas reuniões científicas, as quais foram divididas em temas, tais como aconselhamento genético, cromossomopatias, síndrome alcoólica fetal e pré-natal eficaz. Durante estas reuniões os participantes do projeto estudaram, discutiram, apresentaram artigos científicos e desenvolveram estratégias para desmistificar os temas, criando alternativas para que os mesmos fossem acessíveis à população e elaborando panfletos com explicações e instruções de prevenção, controle e tratamento de alguns problemas genéticos que acompanham a prática médica diária. A segunda ação foi promovida na sala de espera das consultas de aconselhamento genético promovidas no Ambulatório Araújo Lima, do Hospital Universitário Getúlio Vargas, com intuito de diminuir o incômodo causado pela espera das consultas e a agitação dos pacientes. Nesta ação os acadêmicos conversavam com as famílias de maneira informal e as mesmas expunham seus problemas, suas inseguranças e suas dúvidas sobre condição genética que as levaram a buscar auxílio médico. Neste ambiente informal eram repassadas informações sobre o que é o aconselhamento genético e os padrões de herdabilidade de diversas doenças genéticas, sempre utilizando metodologias alternativas para facilitar o entendimento e isso possibilitou que as consultas que foram conduzidas em seguida fossem mais tranquilas, sendo evidente uma melhoria da relação médicopaciente. Na terceira ação os acadêmicos partiram para a prática da genética médica, acompanhando as consultas, o que envolveu investigação diagnóstica, análise de exames laboratoriais e aconselhamento genético. Casos que as vezes são negligenciados pelos profissionais da atenção básica foram vistos e a abordagem era discutida pela médica com os acadêmicos. Portanto, as atividades realizadas em conjunto com professores, alunos, médicos, biólogos e principalmente com a comunidade mostraram-se efetivas e eficazes, tanto para o melhor atendimento dessas famílias, como para a melhor formação dos futuros profissionais, que serão mão de obra não especializada em genética humana, mas, principalmente, capacitada para prestar um serviço de qualidade à atenção primaria à saúde brasileira. Palavras-Chave:genética médica, extensão, medicina PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA “VIVENDO COM TRÊS 21”. ALISSON CORDEIRO MOREIRA (FMJ) - BRASIL ITALO CORDEIRO MOREIRA (ESTÁCIO-FMJ) - BRASIL ANDERSON PONTES ARRUDA (FMJ) - BRASIL ERLANE MARQUES RIBEIRO (FMJ) - BRASIL Objetivos: Com a melhoria nos meios de comunicação e com o consequente acesso a informação, a Síndrome de Down (SD) vem deixando de ser desconhecida dos leigos. Contudo, o preconceito e determinados preceitos ainda são um tabu para a sociedade. Para amenizar esses últimos foi criado o projeto Vivendo com Três 21, composto por alunos de medicina da Estácio FMJ e coordenados por professores da disciplina de Genética Médica da instituição, afim de dar assistência aos portadores de SD, familiares e conscientizando a sociedade. Em suma, descaracterizar a SD com doença incapacitante frente à sociedade, difundir informação e promover saúde para pacientes e familiares. Metodologia: O projeto atua promovendo orientação continuada aos pais e amigos de portadores de SD, através de reuniões semanais e distribuição de folders. O projeto atua em ações sociais panfletando, expondo nossas atividades e o significado dessa dismorfologia para a população. Também é feito acompanhamento clínico dos portadores de SD na clínica da APAE de Juazeiro do Norte, sendo solicitados exames de rotina e encaminhamentos a especialistas quando necessário. Resultados: As reuniões e as orientações têm elucidado dúvidas e auxiliado na melhoria de vida dos pacientes com SD, assim com a assistência clínica é bem recebida. Foram 24 atendimentos no período entre 02 de março e 19 de outubro de 2012, uma vez que é gratuito, continuo e humanizado. Os relatos positivos dos pais dão respaldo a isso. Conclusão: O projeto tem sido bem aceito tanto pelos pais e amigos dos pacientes quanto pelos profissionais de saúde, e graças a essa iniciativa podemos prevenir, acompanhar e diagnosticar complicações comuns da SD. Há um esforço continuo de melhorar os horizontes do projeto focando a inclusão social e ampliando o alcance do projeto sobre a sociedade através de workshops, seminários, palestras em escolas e congressos. Palavras-Chave:Síndrome de Down. Assistência. Conscientização. Saúde Comunitária. Dismorfologia. Educação em genética. SÍNDROME DE DOWN: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E CITOGENÉTICOS DOS PACIENTES ATENDIDOS NO SETOR DE GENÉTICA MÉDICA DA UFAL. REINALDO LUNA DE OMENA FILHO (UNCISAL) - BRASIL RICARDO FERREIRA DE LIRA (UFAL) - BRASIL WESLEY TORRES DE ARAUJO (UFAL) - BRASIL DIEGO LISBOA ARAÚJO () LUÍS HENRIQUE ALVES SALVADOR FILHO (UFAL) - BRASIL CARLOS GUILHERME GAELZER PORCIUNCULA (UFAL) - BRASIL OBJETIVOS: Analisar o perfil epidemiológico e citogenético dos pacientes com Síndrome de Down (SD) atendidos no Setor de Genética Médica (SGM) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), de 1984 a 2012. MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo onde foram revisados 240 prontuários de pacientes com SD desde o início do funcionamento do SGM da UFAL em 1984 até 2012. O estudo foi realizado de outubro de 2012 a abril de 2013. Foram incluídos no estudo, pacientes com diagnóstico de SD firmado por avaliação clínica e/ou citogenética. Foram analisadas variáveis como sexo, idade e a avaliação citogenética baseada no exame de cariótipo desses pacientes. Os dados foram compilados e analisados pelo software Microsoft Excel 2010 e realizado o teste do qui quadrado. RESULTADOS: Durante o período analisado, foram atendidos 240 pacientes com SD. Destes, 101 são do sexo feminino (42%) e 139 do sexo masculino (58%), com idade atual variando de 0 a 43 anos, e média de idade de 12 anos. Em 12 pacientes (5%) não havia informação sobre data de nascimento, sendo excluídos da análise. A faixa etária dos lactentes (0 a 2 anos) é composta por 40 pacientes (17,5%); pré-escolares (3 a 5 anos) compõem 57 pacientes (25%) e na faixa etária dos escolares (6 a 10 anos) estão 24 pacientes (10,5%); 56 pacientes têm entre 11 a 20 anos (24,5%) e 51 pacientes são maiores de 21 anos (22%). Quanto à avaliação citogenética, 44 pacientes (20,8%) possuem descritos os resultados de cariótipo no prontuário, dos quais 38 (86,4%) obtiveram como alteração a trissomia livre do cromossomo 21; 3 pacientes possuem trissomia por translocação (6,8%); 2 paciente são mosaicos (4,5%) e 1 paciente é portador do pseudo-isocromossomo dicêntrico (2,3%). CONCLUSÕES: O SGM da UFAL dispõe de um serviço de genética clínica no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) desde 2004. Em 2006, este serviço passou a dispor de um ambulatório específico para SD, onde são realizadas consultas para diagnóstico e aconselhamento genético. Em 2010, surgiu o Laboratório de Citogenética da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas que fornece os cariótipos para os pacientes do HUPAA. Observamos em nosso estudo uma proporção com predomínio de pacientes do sexo masculino, significativo estatisticamente, quando comparado com a proporção sexual da literatura científica (1:1). Mesmo que não haja predomínio de sexo na SD, a hipótese é de que sociedades latino-americanas possuem maior cuidado com a saúde de filhos do sexo masculino. Quanto à faixa etária, observamos maior predomínio de pacientes em idade pré-escolar, seguidos de pacientes entre 11 e 22 anos, pois, inicialmente, o ambulatório para SD surgiu para o atendimento de pacientes com idade escolar. Quanto à análise citogenética, foi verificado que também é estatisticamente relevante. A alta porcentagem de translocações obtida pode ser justificada pela amostra reduzida (44 cariótipos). Palavras-Chave:Síndrome de Down; cariótipo; idade; sexo. 5. ERROS INATOS DO METABOLISMO A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AS CRIANÇAS COM MUCOPOLISSACARIDOSE CATIA CRISTINA MACHADO GASPARONI DE LEMOS (HUPE/UERJ) - BRASIL LEANDRO DIAS CECÍLIA AQUINO SEQUEIRA (HUPE-UERJ) - BRASIL GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL RENATA MACIEL Objetivos:O objetivo deste estudo foi obter a Sistematização da Assistência de Enfermagem a criança com MPS em terapia de reposição enzimática (TRE). Objetivos específicos: -Identificar fatores relacionados e/ou de risco e as características definidoras presentes nas crianças com MPS em TRE assistidas no cenário; -Listar os diagnósticos de enfermagem (DE) que se aplicam aos fatores relacionados e/ou de risco e as características definidoras presentes nos sujeitos;Discutir os DE correlacionando com a fisiopatologia das MPS;-Apresentar as intervenções de enfermagem. Métodos: Estudo de campo descritivo exploratório com abordagem qualitativa dos dados, desenvolvido no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em crianças com mucopolissacaridose tipo II e VI, em TRE. Utilizou-se a taxonomia II de NANDA (2009-2011) para a obtenção da listagem dos diagnósticos de enfermagem que se aplicam aos fatores relacionados e/ou de risco e as características definidoras presentes nos sujeitos. Utilizou-se a taxonomia de NIC para apresentar as intervenções de enfermagem aos diagnósticos obtidos. Resultados: Foram identificados sete diagnósticos de Enfermagem segundo a taxonomia de Nanda II e relatadas suas características definidoras e fatores relacionados/risco. Todos os diagnósticos encontrados além de se relacionarem com a fisiopatologia da doença, foram confirmados e reafirmados no Histórico de Enfermagem preenchido no ato da internação do paciente. Após a avaliação dos diagnósticos encontrados percebeu-se que muitos estão interligados do ponto de vista funcional e fisiopatológico. Diagnósticos obtidos: Dentição Prejudicada, Deglutição Prejudicada, Risco de Aspiração, Intolerância a Atividade, Mobilidade Física Prejudicada, Padrão Respiratório Ineficaz, Atraso no Crescimento e Desenvolvimento. As intervenções de enfermagem se caracterizaram por sugerir/implementar diversas ações que se aplicaram aos diagnostico obtidos. Para a Dentição prejudicada/Deglutição Prejudicada/Risco de Aspiração: Elevar a cabeceira do leito em 90º durante o horário das refeições, manter a cabeceira elevada por 30-45 minutos após as refeições, posicionar o paciente em decúbito lateral, quando deitado, alimentar o paciente em pequenas porções, oferecer alimentos ou líquidos que possam formar um conteúdo semi-espesso antes de engolir. Para a Intolerância a Atividade/Mobilidade Física Prejudicada: posicionar o paciente para manter o alinhamento corporal apropriado, avaliar o nível de desempenho, usando a escala de mobilidade funcional, assisti-lo na realização das atividades de autocuidado, realizar exercícios de amplitude de movimentos para articulações. Para o Padrão Respiratório Ineficaz: monitorar e avaliar valores gasométricos e leituras da oximetria, avaliar freqüência e profundidade respiratória; atentar para batimento de asa do nariz, retrações torácicas e cianose, utilizar nebulizador para liquefazer secreções; aspirar vias aéreas para remover secreções. Para o Atraso no Crescimento e Desenvolvimento: pesar, medir e rever curva da tabela de crescimento da criança. Conclusões: Identificamos e listamos todos os diagnósticos de enfermagem com suas características definidoras e fatores relacionados e/ou de risco observados nos pacientes com MPS. Os DE se correlacionaram com a fisiopatologia da condição. Ao implementar as intervenções de enfermagem correlacionadas com os diagnósticos apresentados realizamos as prescrições necessárias. Ao se alcançar a sistematização da assistência aos pacientes portadores de mucopolissacaridose em TRE esperamos contribuir para a melhoria da qualidade do cuidar do paciente, e para a Instituição-cenário no processo de implantação da SAE. Palavras-Chave:sistematização da assistência de enfermagem, mucopolissacaridose, diagnóstico de enfermagem ACOMPANHAMENTO DE UM CASO CLÍNICO DE MUCOPOLISSACARIDOSE TIPO VI, DESDE O DIAGNÓSTICO E ACOMPANHAMENTO DO TRATAMENTO DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA JULIA CAVALCANTE DO CARMO (UEA) - BRASIL VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL CLEITON FANTIN (UEA) - BRASIL ANA LOHANNA DAMASCENO RABELO (UFAM) - BRASIL NAIARA PORTUGAL DIAS BICALHO (UFAM) - BRASIL CLÁUDIA REGINA CAETANO LEMOS (UNIMED) - BRASIL IMO, 14 anos de idade, natural de Manaus AM, filho de pais não consanguíneos, diagnosticado como portador da Mucopolissacaridose tipo IV de evolução lenta. Queixa de opacificação da córnea que se iniciou com 1 ano de idade.História de obstrução respiratória com roncos noturnos e ao exame físico inicial apresentava uso de lentes corretivas, fácies discretamente grosseira e com discreta rigidez articular, mas sem atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Sem alterações cardiovasculares nos primeiros exames, baixa estatura, baixo peso para idade e ressonância magnética sem alteração em dois exames. O Tratamento para Reposição Enzimática (TRE) teve início há quatro anos com administração intravenosa semanal de Galsulfase (Naglazyme ®). Desde o início do tratamento, a enzima teve reajuste de dose por 3 vezes. Não houve relato de evento adverso até o presente momento.Notou-se evidente melhora na condição respiratória. Foi notado progresso importante no desenvolvimento pondero estatural, apresentando hoje, uma estatura acima da média para crianças acometidas com a mesma doença. No início da TRE, IMO apresentou quadro de discreto espessamento de válvulas mitral e aórtica. GAG’s urinários em valores normais. Há 1 ano IMO foi submetido a um transplantes de córnea do lado direito e recentemente outro do lado esquerdo com boa evolução. Palavras-Chave:mucopolissacaridose, diagnostico, tratamento, reposição enzimática ADESÃO À TERAPIA DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA EM DOENÇA DE FABRY ALICE SALGUEIRO DO NASCIMENTO MARINHO (UNIRIO) - BRASIL EDNA CORRÊA MOREIRA (HUGG) - BRASIL FERNANDO R VARGAS (FIOCRUZ / UNIRIO) - BRASIL MARIA ANGELICA LIMA (INCA/HUGG) - BRASIL ALEXANDRE BUSSINGER LOPES (UNIRIO) - BRASIL A Doença de Fabry (DF) é uma doença genética, hereditária, crônica, multissistêmica e progressiva, ligada ao cromossomo X. A DF se estabelece porque o corpo é incapaz de produzir uma enzima denominada alfa- galactosidase (α-GAL) em quantidade ou estrutura adequada para realizar a sua função. Quando um homem herda um cromossomo X com o gene de Fabry, ele não produz ou produz pouca α-GAL. Já a mulher, como tem dois cromossomos X, mesmo que herde um gene de Fabry, ela pode contar com outro gene capaz de produzir α-GAL, deste modo, ela pode ser assintomática, ou apresentar toda a gama de sinais e sintomas da doença, ainda que tardiamente, dependendo do processo de inativação do cromossomo X. Os homens com DF transmitem o gene a todas as filhas, porém, a nenhum filho. Já a mulher com DF, em cada gravidez, tem cinquenta por cento de probabilidade de transmitir o gene deficiente tanto às filhas, quanto aos filhos. A pesquisa focaliza-se no processo de aconselhamento genético familiar, em DF, com vistas à Terapia de Reposição Enzimática (TRE), realizado pelo Ambulatório de Genética do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) desde 2010. A família em questão é composta de dezoito filhos, oito do sexo masculino e dez feminino e, seus descendentes. A partir do diagnóstico de DF no “paciente 6”, o teste foi então, oferecido aos demais familiares, onde obteve-se a confirmação do diagnóstico de DF em quatro homens, e duas mulheres, porém, apenas os homens aderiram à TRE. Objetivos: Descrever o perfil de adesão à TRE pelos indivíduos de uma família com histórico de DF. O processo de adesão terapêutica constitui-se em um fenômeno complexo e global, estudado no campo dos psicofármacos e, está relacionada à evolução da doença e ao agravamento do quadro. Métodos: Trata-se de uma pesquisa documental, descritiva, qualitativa. Resultados: Constata - se que a DF, nesta família, foi transmitida por sua genitora, já que os filhos homens foram afetados; nove indivíduos morreram precocemente, sendo sete sem o diagnóstico de DF e dois afetados; três irmãs tiveram o resultado negativo em seus testes; os “membros 08 e 13” não se submeteram ao exame; os quatro irmãos com DF, geraram cinco filhas que são “portadoras” do gene deficiente e, mesmo assintomáticas, em caso de gravidez, podem transmitir o gene anormal a seus filhos. Na segunda geração, com exceção do “indivíduo 14.3”, não há evidência de busca pelo teste para diagnóstico e TRE da doença. Conclusão: Verificou-se que, diferentemente do ocorrido com os homens afetados pela DF nesta família, as mulheres não aderiram à TRE. O fato do aparecimento dos sintomas da DF, em geral, no sexo feminino, se dar tardiamente, conforme literatura da área, talvez, favoreça a não adesão à TRE da DF e, neste caso específico, também a não busca do diagnóstico, pela segunda geração das mulheres, ainda que, pertencentes a uma família com histórico de herança genética da doença. Palavras-Chave:Adesão; Terapia de Reposição Enzimática; Doença de Fabry. ADMINISTRAÇÃO DE ANTIOXIDANTES PREVINE A DIMINUIÇÃO DOS NÍVEIS DE FATOR DE CRESCIMENTO NEURAL (NGF) EM HIPOCAMPO DE RATOS SUBMETIDOS À ADMINISTRAÇÃO CRÔNICA DE AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA CAMILA BRULEZI FURLANETTO (UNESC) - BRASIL GISELLI SCAINI (UNESC) - BRASIL MELINE OLIVEIRA DOS SANTOS MORAIS (UNESC) - BRASIL LETÍCIA BURATO WESSLER (UNESC) - BRASIL LUIZA WILGES KIST (PUCRS) - BRASIL MAURICIO REIS BOGO () PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL GUSTAVO DA COSTA FERREIRA (UNESC) - BRASIL EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL Introdução: A Doença da Urina do Xarope do Bordo (DXB) é uma desordem neurometabólica causada pela deficiência na atividade do complexo da desidrogenase dos α-cetoácidos de cadeia ramificada, levando ao acúmulo dos aminoácidos de cadeia ramificada (AACR) leucina, isoleucina e valina. Considerando que os mecanismos neurotóxicos na DXB são pouco conhecidos, o presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos dos AACR sobre os níveis e a expressão do fator de crescimento neural (NGF) e a influência da coadministração de N-acetilcisteína e deferoxamina. Metodologia: Ratos Wistar infantes (7 dias de vida) receberam duas administrações diárias de um pool de AACR (15,8 uL/g peso corporal) contendo leucina (190 mmol/L), isoleucina (59 mmol/ L) e valina (69 mmol/L) ou salina (grupo controle), em intervalos de uma hora entre as injeções, por via subcutânea. Após a primeira administração do AACR os animais foram suplementados com N-acetilcisteína (20mg/kg) duas vezes ao dia e deferoxamina (20mg/kg) uma vez a cada dois dias. Doze horas após a última administração os ratos foram mortos por decapitação e as estruturas isoladas (córtex cerebral, hipocampo e estriado). Os níveis de NGF foram analisados por ELISA Sanduíche e a análise da expressão foi realizada por qPCR. Resultados: Nossos resultados demonstram que a administração crônica de AACR reduziu os níveis de NGF apenas no hipocampo, sem alterar a expressão do NGF, sugerindo que a diminuição dos níveis de NGF observados neste tratamento não está diretamente relacionado a uma menor expressão gênica do NGF. Adicionalmente, nós observamos que o tratamento com antioxidantes foi capaz de prevenir a diminuição nos níveis de NGF pelo aumento da sua expressão. Conclusão: Os resultados do presente trabalho fornecem evidências de que os AACR podem estar envolvidos na regulação do NGF no hipocampo de ratos. Assim, é possível que a alteração dos níveis de NGF durante a maturação cerebral pode ser de importância crucial no desenvolvimento dos efeitos neurotóxicos do AACR. Além disso, o tratamento com antioxidantes impediu tais alterações, sugerindo que a terapia antioxidante pode ser benéfica para o tratamento da DXB e que o estresse oxidativo pode estar envolvido no mecanismo fisiopatológico subjacente ao dano cerebral observada na DXB. Palavras-Chave:DXB; Aminoácidos de cadeia ramificada; NGF; Antioxidantes ADMINISTRAÇÃO DE ANTIOXIDANTES PREVINE COMPORTAMENTO DEPRESSIVO EM UM MODELO ANIMAL DA DOENÇA DA URINA DO XAROPE DO BORDO GISELLI SCAINI (UNESC) - BRASIL CAMILA BRULEZI FURLANETTO (UNESC) - BRASIL GABRIELA CASAGRANDE JEREMIAS LETÍCIA BURATO WESSLER (UNESC) - BRASIL DIOGO DOMINGUINI (UNESC) - BRASIL CLARISSA MARTINELLO COMIM JOÃO QUEVEDO PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL GUSTAVO DA COSTA FERREIRA EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL Introdução: A doença da urina do xarope do bordo (DXB) é uma alteração metabólica resultante da deficiência do complexo α-cetoácido desidrogenase de cadeia ramificada, resultando no acúmulo dos aminoácidos de cadeia ramificada (AACR) leucina, isoleucina e valina. Considerando que os pacientes com DXB apresentam disfunção neurológica, e que sintomas psiquiátricos são comuns em adolescentes e adultos, o presente estudo teve como objetivo avaliar o comportamento depressivo em animais submetidos à modelo animal da DXB, e a influência da administração concomitante da N-acetilcisteína e deferoxamina e imipramina sobre as alterações comportamentais provocadas pelo tratamento com AACR. Metodologia: Ratos Wistar infantes (7 dias de vida) receberam duas administrações diárias de um pool de AACR (15,8 uL/g peso corpora) contendo leucina (190 mmol/L), isoleucina (59 mmol/ L) e valina (69 mmol/L) ou salina (grupo controle), em intervalos de uma hora entre as injeções, por via subcutânea. Após a primeira administração do AACR os animais foram suplementados com Nacetilcisteína (20 mg/kg) duas vezes ao dia e deferoxamina (20 mg/kg) uma vez a cada dois dias. A imipramina (10 mg/kg), um antidepressivo padrão foi administrado uma vez ao dia durante 21 dias. Doze horas após a última administração os ratos foram submetidos ao teste de nado forçado, habituação ao campo aberto e ao teste de anedonia. Resultados: No presente estudo observou-se que ratos submetidos à administração crônica de AACR apresentaram uma diminuição na ingestão de alimentos doces (Froot Loops), um aumento no peso da glândula adrenal, sem qualquer alteração no peso corporal quando comparado ao grupo controle. Nós também demonstramos um aumento no tempo de imobilidade no grupo DXB no teste de nado forçado. Além disso, como descrito acima, o grupo DXB não apresentou um comprometimento da atividade locomotora, reforçando que a diminuição da ingestão de alimentos doces e o maior tempo de imobilidade no grupo DXB estão relacionados com sintomas depressivos. Adicionalmente, o tratamento com antioxidantes e imipranina preveniu tal efeito, quando comparado com o grupo de DXB. Conclusão: Nossos resultados demonstraram que a exposição crônica aos AACR causa sintomas semelhantes aos da depressão, e que o tratamento com ATX é eficaz na prevenção dessas alterações apresentando efeitos semelhantes a antidepressivos clássicos como a imipramina. Neste contexto, os resultados deste estudo reforçam que o estresse oxidativo deve ser considerado um importante mecanismo fisiopatológico subjacente ao dano cerebral observado na DXB e que o tratamento com antioxidantes apresenta efeitos positivos sobre o comportamento depressivo. Palavras-Chave:DXB; Aminoácidos de cadeia ramificada; Depressão; Antioxidantes ANALISE BIOQUÍMICA DAS ENZIMAS Β-GLICOSIDASE E QUITOTRIOSIDASE EM SANGUE IMPREGNADO EM PAPEL FILTRO EM PACIENTES COM GAUCHER, HETEROZIGOTOS OBRIGATÓRIOS E INDIVÍDUOS NORMAIS. FELIPE TUJI DE CASTRO FRANCO (UFPA) - BRASIL ISRAEL OSVALDO LIMA MELO OSVALDO LIMA MELO (ESAMAZ) - BRASIL SAIDE MARIA SARMENTO TRINDADE () LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA SANTANA DA SILVA (UFPA) - BRASIL Objetivos: Implantar um protocolo laboratorial enzimático fluorimétrico em SIPF que mede a atividade enzimática da β-glicosidase e quitotriosidase. Material e métodos: Foram coletados 10 mL de sangue com heparina de 14 pacientes diagnosticados com DG, 6 heterozigotos obrigatórios e 30 indivíduos controle normais. Para a análise das enzimas β-glicosidase e quitotriosidase foram utilizados o método descrito por Civallero e colaboradores, 2006. Os resultados forem expressos em média ± desvio padrão. Resultados: A atividade enzimática da βglicosidase em indivíduos normais variou de 7.84 ± 2.91 67 nmol de substrato hidrolisado/h/mL, em heterozigotos variou de 4,82 ± 0,67 nmol de substrato hidrolisado/h/mL e em pacientes com DG variou de 0.81 ± 0.73 nmol de substrato hidrolisado/h/mL. Já a atividade enzimática da quitotriosidase em sangue impregnado em papel filtro nos pacientes com DG foi de 316,25 ± 458,11 nmol de substrato hidrolisado/h/mL, nos heterozigotos foi de 3,33 ± 2,82 nmol de substrato hidrolisado/h/mL, enquanto nos indivíduos normais foi de 11,37 ± 10,78 nmol de substrato hidrolisado/h/mL. Conclusão: Houve sobreposição dos valores em indivíduos normais com os heterozigotos para as duas enzimas. É viável a utilização de amostras de sangue em papel filtro para o rastreamento da doença de Gaucher no norte do país. Palavras-Chave:Doença de Gaucher, β-glicosidase, sangue impregnado em papel filtro. ANÁLISE DE MUTAÇÕES NO GENE GLB1 EM PACIENTES COM GANGLIOSIDOSE GM1, NAS FORMAS JUVENIL E CRÔNICA MARCELLA BERGAMINI DE BAPTISTA (UNICAMP) - BRASIL LUCIANA CARDOSO BONADIA (UNICAMP) - BRASIL CARLOS EDUARDO STEINER (UNICAMP) - BRASIL Gangliosidose GM1 é uma doença autossômica recessiva rara, classificada em três formas clínicas de acordo com a idade de apresentação dos sintomas e a gravidade, provocada pela deficiência da enzima lisossômica β-galactosidase que leva ao acúmulo, principalmente, do gangliosídeo GM1. A forma juvenil apresenta progressão lenta, caracterizada por atraso no desenvolvimento do sistema motor e cognitivo, lipidose neuronal e dismorfismos esqueléticos. A forma crônica tem início tardio e é caracterizada por disfunção cerebelar, distonia, baixa estatura, deformidades vertebrais leves, sintomas extrapiramidais progressivos consequentes da deposição de glicoesfingolipídeos no núcleo caudado. O gene codificador da enzima é o GLB1, no qual mais de 130 mutações foram descritas. Objetivo: caracterização molecular dos pacientes diagnosticados com gangliosidose GM1, nas formas juvenil e crônica, atendidos no Ambulatório de Erros Inatos do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Métodos: a triagem de mutações no gene GLB1, de todos os pacientes, foi realizada através de sequenciamento automático no equipamento ABI 3500xl (Life Technologies®). Resultados: Para a análise realizada foram encontradas seis mutações missense previamente descritas (R59H, F107L, L173P, R201H, G311R e T500A), uma inserção previamente descrita (c.1627insG), uma alteração neutra inédita (P152P), um polimorfismo em sítio de splicing previamente descrito (IVS12+8T>C) e um polimorfismo igualmente já descrito (S532G). Conclusão: A mutação T500A, comum à maior parte dos indivíduos, pode sugerir um efeito fundador para essa subpopulação atendida na Unicamp e sua frequência mostra-se distinta de estudos semelhantes que avaliaram a população do sul do país. A alteração R59H, encontrada em duas famílias e segregando juntamente com o polimorfismo IVS12+8T>C, reforça essa hipótese. Além disso, em um caso foi documentada mutação de novo em um dos pacientes, o que pode indicar o aumento da frequência desse distúrbio. A diversidade de alterações encontradas nessa casuística sugere que diferentes alelos estão envolvidos na doença e que sua frequência pode ser alta em nossa população, considerando que o estudo confirmou a hipótese inicial de que os pacientes seriam heterozigotos compostos, por não existir consanguinidade entre os genitores. Palavras-Chave:Gangliosidose GM1; GLB1;Sequenciamento ANÁLISE DOS PRIMEIROS 223 PACIENTES COM EIM DIAGNOSTICADOS PELO SIEM (SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE ERROS INATOS DO METABOLISMO) ANA CAROLINA MONTEIRO DA ROCHA (HCPA) - BRASIL THAYANE DORNELLES (UFRGS) - BRASIL NATHALIA LONGONI (UFRGS) - BRASIL TAINA VIANNA PELLINI (UFRGS) - BRASIL LÍLIA FARRET REFOSCO (HCPA) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL CÉLIO RAFAELLI () ROBERTO GIUGLIANI (HCPA-UFRGS) - BRASIL CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL Os Erros Inatos do Metabolismo (EIM) são doenças usualmente graves que afetam principalmente neonatos e crianças e que, se não devidamente diagnosticadas e tratadas, podem levar o paciente ao óbito ou a seqüelas irreversíveis. Essas doenças são, de uma maneira geral, pouco conhecidas pelos profissionais da saúde, por serem individualmente pouco prevalentes. O diagnóstico precoce e a rápida introdução do tratamento, quando disponível, são importantes para alterar a evolução da doença. O Serviço de Informações sobre Erros Inatos do Metabolismo (SIEM) é um serviço gratuito de informação telefônica/eletrônica que auxilia médicos e profissionais da área da saúde no diagnóstico e tratamento dos pacientes com EIM. O SIEM também colabora para o estabelecimento da frequência dos diferentes EIM no Brasil, identificando sua distribuição nas regiões brasileiras. De outubro de 2001 a março de 2013, o serviço registrou 2338 registros, dos quais 1347 foram casos investigados e que tiveram uma conclusão. Destes, 223 foram diagnosticados como EIM. Os principais grupos de EIM detectados foram: aminoacidopatias (20,8%), acidemias orgânicas (18,4%) e distúrbios do metabolismo energético (17,6%), seguidos de doenças lisossômicas (15,7 %) e doenças do metabolismo dos carboidratos (7,2 %). Consangüinidade pode ser identificada em 18,8% dos casos, e em 27,4% foi observada recorrência familiar. Os sintomas mais freqüentes apresentados pelos pacientes foram: retardo neuropsicomotor (41,5%), convulsões (38,2%) e hipotonia (38,7%), seguidos de manifestações gastrintestinais (24,7%). Dos 223 casos, 40 pacientes (18,0%) evoluíram ao óbito, confirmando a gravidade de muitos desses casos. Informações sobre EIM ainda são escassas no Brasil e dados como este podem auxiliar no planejamento de ações de saúde para diminuir a morbimortalidade associada a essas doenças. Palavras-Chave:Erros Inatos do Metabolismo; Serviço de Informações ASPECTOS CLÍNICOS E RADIOLÓGICOS EM 10 PACIENTES COM GANGLIOSIDOSE GM1. JOAO STEIN KANNEBLEY (UNICAMP) - BRASIL LAÍS ORRICO DONNABELLA BASTOS (UNICAMP) - BRASIL LAURA SILVEIRA-MORIYAMA (UNICAMP) - BRASIL CARLOS EDUARDO STEINER (UNICAMP) - BRASIL Resumo: O estudo visa descrever os aspectos clínicos e radiológicos de10 pacientes atendidos no ambulatório de Erros Inatos do Metabolismo da Unicamp, nas formas juvenil e crônica. Método:Revisão dos prontuários e novas entrevistas para detalhamento da história clínica e do exame físico, em especial o neurológico, bem como aspectos de imagem radiológica, ultrassonográfica e ecocardiográfica. Resultados: As 10 famílias eram procedentes da região de Campinas e sul do estado de Minas Gerais. Na maioria dos casos, a ascendência étnica revelou origem mista, compreendendo antepassados afrobrasileiros, indígenas,ibéricos, italianos, holandeses e alemães. Não foi observada consanguinidade parental em nenhum caso e em uma família houve recorrência familial em irmãos. Com relação à avaliação clínica, a distribuição por sexo foi de 1:1 e a média de idade no momento da avaliação foi de 9,5 anos (5-16 anos). A média de início da apresentação clínica foi 4,75 anos (1-12 anos), sendo que em 4/10 casos a apresentação inicial foi de distúrbio esquelético (três casos suspeita de Moquio B e um caso de SED tarda), enquanto em 6/10 casos a suspeita foi de doença neuroinvolutiva. Com relação ao sistema osteoarticular,todos apresentaram baixa estatura e disostose múltipla sendo que duas pacientes foram submetidas a artoplastia de quadril e uma terceira a osteotomia de cabeça de fêmur bilateral. Em nenhum caso foi identificada visceromegalia, cardiomiopatia ou mancha vermelho-cereja na retina. Outros achados foram 1/10 pacientes com rim em ferradura,1/10 pacientes com angioqueratoma corporal difuso, 1/10 pacientes com litíase renal , 1/10 pacientes com dilatação pielo-calicial , 1/10 pacientes com “cutis vertis girata”, 1/10 pacientes com “os odontoideum” e 2/10 pacientes com hérnia inguinal. O exame neurológico foi realizado por neurologista com especialização em distúrbios do movimento. Em 8/10 pacientes foram observados sinais evidentes de alterações extrapiramidais como distonia e coreia, todos com comprometimento de atividades de vida diária, sendo que em sete o prejuízo estava relacionado ao comprometimento motor, enquanto em um paciente o comprometimento principal era cognitivo. Metade dos pacientes apresentou quadro cognitivo-comportamental. Alterações piramidais foram observadas em 7/10 pacientes . Alterações variadas da motricidade ocular extrínseca foram observadas em 7/10 pacientes.Nenhum dos pacientes apresentou história de epilepsia ou sinais de ataxia cerebelar. Conclusões: Nossa casuística difere da literatura em relação ao tipo de Gangliosidose GM1, predominando as formas juvenil e adulto. O acompanhamento de pacientes com diagnóstico de doença de Morquio B que evoluem com alterações neurológicas pode sugerir um continuo evolutivo que depende de outros fatores, como o tipo de mutação ou SNPs. A presença de cardiomiopatia é descrita na formas infantil e menos frequentemente na juvenil e adulta, podendo estar relacionada ao tipo de mutação no gene GLB1. Em relação ao quadro neurológico, encontramos uma porcentagem grande de alterações piramidais e extrapiramidais. Surpreendentemente, um número significativo de pacientes apresentou também alterações cognitivas comportamentais e de motricidade ocular extrínseca não relatadas na literatura. Palavras-Chave:Gangliosidose GM1/B-galactosidase AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM FENILCETONÚRIA: UM ESTUDO TRANSVERSAL UTILIZANDO PEDSQL ANA PAULA VANZ (HCPA) - BRASIL Introdução: a Fenilcetonúria (PKU) é um erro inato do metabolismo, com herança autossômica recessiva, causado pela ausência ou atividade deficiente da enzima hepática fenilalanina hidroxilase (PAH). Em indivíduos com PKU, a fenilalanina (Phe) não pode ser convertida à tirosina (Tyr), ocorrendo aumento dos níveis plasmáticos da primeira. O tratamento inicia logo após o diagnóstico, o qual geralmente é realizado na triagem neonatal, e, é baseado na dieta restrita em Phe e no uso de fórmula metabólica rica em aminoácidos e isenta de Phe. Indivíduos com PKU não tratados evoluem, principalmente, para o retardo mental grave e convulsões. A mensuração da qualidade de vida (QV) é uma nova ferramenta de avaliação do impacto da doença e dos tratamentos nos pacientes. Os instrumentos conseguem quantificar através dos domínios, os aspectos emocionais, físicos, escolares, ambientais e sociais sob o ponto de vista do paciente não do profissional de saúde. Objetivos: mensurar a QV de crianças e adolescentes com PKU. Métodos: estudo transversal, realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, utilizando o instrumento PedsQLTM (Pediatric Quality of Life Inventory). Este instrumento para avaliação de QV é genérico e validado no Brasil. Este resulta em médias de quatro domínios, o físico, o emocional, o social e o escolar. Quanto mais perto de 100, o resultado dos escores, melhor será a avaliação da QV. Resultados: Foram avaliados 9 crianças com média de idade de 11.3 ± 1.4 e 6 adolescentes com média de idade de 14.3 ± 1.4. Nas crianças, o domínio social apresentou a maior mediana - 90 (70-100) e os domínios escolar e emocional as menores medianas - 70 (62-80) e 70 (52.5- 70), respectivamente. Nos adolescentes, o domínio físico apresentou a maior mediana 87.5 (64-90) e o domínio emocional a menor - 70 (61-81). Quando comparadas as médias dos escores desta amostra com as das população referência (validação do questionário PesdQL) foi encontrada diferença significativa nos domínios físico e escolar, os quais mostraram-se menores no grupo de pacientes com PKU. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa quando comparadas as mediana dos domínios entre crianças e adolescentes. Também não houve diferença nos domínios entre os que estavam com os níveis de Phe controlados ou não, tanto no dia da aplicação, quanto nos últimos 6 meses. Conclusões: Foi observado que alguns escores encontram-se com menores médias quando comparados a indivíduos saudáveis. Serão necessários outros estudos com uma casuística maior para que estes achados possam ser sustentados e melhor esclarecidos. Palavras-Chave:Qualidade de Vida; Fenilcetonúrias; AVALIAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES ÓSSEAS DA DOENÇA DE GAUCHER FILIPPO VAIRO (HCPA/UFRGS) - BRASIL DÉBORA BERTHOLDO () ANA PAULA VANZ (HCPA) - BRASIL LETICIA SALVI () CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL MATHEUS VERNET MACHADO BRESSAN WILKE (UFRGS) - BRASIL MATHEUS BRUNSTEIN CAMARGO (UFRGS) - BRASIL LEONARDO VEDOLIN () IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: A manifestação óssea na Doença de Gaucher (DG) é resultado da infiltração do espaço medular pelas células de Gaucher, e consequente obstrução mecânica e comprometimendo do aporte vascular, os quais podem causar necrose e hemorragias ósseas. Diferentemente das radiografias convencionais, a ressonância magnética (RM) é um método de imagem semiquantitativo eficaz para avaliar a infiltração medular, além de detectar precocemente complicações como infartos e osteonecrose. Vários escores baseados nos achados da RM foram criados com o objetivo de quantificar o comprometimento ósseo; um desses escores é o Bone Marrow Burden (BMB) modificado que avalia a infiltração óssea na coluna e fêmures, e fornece escores de 0 (melhor) a 16 (pior). Objetivos: 1) Descrever a doença óssea identificada por RM e aplicar o escore BMB nos pacientes com DG acompanhados pelo Centro de Referência do RS Métodos: Dezenove pacientes (DG tipo I= 18; DG tipo III= 1), com média de idade de 33,7 anos, foram avaliados. Foram obtidas imagens coronais dos fêmures e sagitais da coluna lombar ponderadas em T1 e T2 e foram analisadas quanto à presença de complicações (infartos ósseos, osteonecrose e fraturas) e quanto ao grau de infiltração da medular óssea. Valores do BMB de 0 a 2 foram utilizados para indicar ausência de doença óssea; de 3 a 7, doença leve; de 8 a 12, doença moderada; e de 13 a 16, doença grave. Resultados: A complicação mais comum foi o infarto na medular óssea femural (n= 5). Um paciente apresentava prótese de quadril e outro prótese de joelho, devido à osteonecrose prévia. Os escores BMB obtidos variaram de 0 a 13 (mediana=8). Dois pacientes apresentaram escore entre 0 e 2 (ambos com DG tipo 1; média de idade= 21,5 anos; média de tempo de tratamento= 118 meses; média de dose de enzima= 30UI/kg/inf), 7 pacientes apresentavam infiltração leve (todos com DG tipo 1; mediana de idade= 45 anos; mediana de tempo de tratamento= 97 meses; mediana de dose de enzima= 30UI/kg/inf), 8 pacientes apresentavam infiltração moderada (todos com DG tipo 1; mediana de idade= 27,5 anos; mediana de tempo de tratamento= 62 meses; 7 estavam recebendo TRE com mediana de dose atual= 20UI/kg/inf, e uma paciente estava recebendo miglustate); e dois pacientes apresentavam infiltração grave (um com DG tipo1, 45 anos, fora de tratamento; e um com DG tipo 3, 14 anos, dose atual de enzima 60UI/kg/inf, 164 meses de tratamento). Discussão/Conclusão: A radiografia convencional é um método ainda muito usado para avaliação de alterações anatômicas como osteonecrose ou presença de frasco de Erlenmeyer em pacientes com DG. No entanto, tanto essas alterações quanto a infiltração óssea, são melhor ou somente avaliadas através de estudo por RM. Somente a avaliação longitudinal dos pacientes e o aumento do tamanho amostral, permitirão o estabelecimento de associações entre o quadro clínico, dose utilizada e gravidade da infiltração medular. Apoio: Genzyme, Actelion. Palavras-Chave:Doença de Gaucher; Ressonância; infiltração óssea AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E ANÁLISE DO ÂNGULO DE FASE A PARTIR DA BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA EM PACIENTES COM FENILCETONÚRIA IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL TATIÉLE NALIN (UFRGS) - BRASIL TÁSSIA TONON (UFRGS) - BRASIL KAMILA CASTRO (HCPA) - BRASIL ANA PAULA REYES (UFRGS) - BRASIL ALBERTO SCOFANO MAINIERI (UFRGS) - BRASIL INGRID SCHWEIGERT PERRY A fenilcetonúria (PKU) é causada pela atividade deficiente da enzima fenilalanina hidroxilase. O nível de fenilalanina (Phe) sanguínea está diretamente relacionado à gravidade do comprometimento neurológico, que também se correlaciona com a idade em que o tratamento foi iniciado. O tratamento da PKU consiste em uma dieta de baixa concentração de Phe, capaz de manter baixa a concentração plasmática desse aminoácido. A Bioimpedância Elétrica (BIA) é um método de avaliação de composição corporal e estado nutricional amplamente utilizado, e que também avalia o fator preditor de integridade celular Ângulo de Fase (AF). Objetivo: a) Caracterizar e comparar a composição corporal e o AF de um grupo de pacientes com PKU com o grupo controle. B) Investigar a relação entre AF e concentração de Phe e parâmetros antropométricos dos pacientes. Metodologia: Estudo transversal, controlado, com amostragem por conveniência. Os sujeitos do estudo foram divididos em dois grupos: (1) pacientes com PKU em acompanhamento no Ambulatório de Erros Inatos do Metabolismo-Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre- e (2) controles sadios. Ambos os grupos foram avaliados quanto ao peso, altura e parâmetros fornecidos pela BIA - Índice de Massa Corporal (IMC), Taxa metabólica basal (TMB), % de massa magra e gorda e AF. Resultados: Foram incluídos 23 pacientes, 11 do sexo masculino (15,8±4,9 anos) e 12 do sexo feminino (13,6±2,3 anos); e 17 controles, 10 do sexo masculino (15,2±5,2 anos) e 7 do sexo feminino (14,2±4,5 anos). A amostra apresentou uma média de IMC de 19,8±3,7 e 20,9±4,6 para pacientes e controles, respectivamente. Dentre o grupo dos pacientes, 18 (78,3%) eram eutróficos, 3 (13%) apresentavam sobrepeso e 2 (7%), obesidade. Não houve diferença, entre pacientes e controles, das percentagens de massa magra (80,9±7,7 e 80,7±7,3, respectivamente) e de massa gorda (19,0±7,5 e 19,2±7,3, respectivamente). As médias referentes à TMB não foram significativamente diferentes entre o grupo PKU e o controle (1177,6±328,1; 1331,7±489,6; respectivamente). No momento do exame, os pacientes apresentaram média do último ano de Phe de 12,1±4,7. Apesar de não haver diferença significativa entre a média do AF do grupo PKU (6,35) e do controle (6.89), houve correlação entre o AF e a Phe para o grupo PKU (r=0,457, p=0,032). No grupo PKU, o AF apresentou correlação positiva com IMC e TMB (r=0,583, p=0,004; r=0,539, p=0,000, respectivamente). Conclusões: O AF não difere entre pacientes e controles, entretanto correlaciona-se com as concentrações de Phe, fato este que pode influenciar na conduta dietoterápica dos pacientes com PKU. Apesar da literatura relatar presenca de excesso de peso entre pacientes com PKU, em nosso estudo não encontramos diferenca de IMC, composição corporal e TBM entre pacientes e controles. Um aumento do tamanho amostral é necessário para confirmar nossos achados. Palavras-Chave:Erros Inatos do Metabolismo;Fenilcetonúria;Bioimpedância AVALIAÇÃO DOS MECANISMOS ENVOLVIDOS NA MORTE CELULAR POR APOPTOSE EM UM MODELO ANIMAL DE DOENÇA DA URINA DO XAROPE DO BORDO FÁBIO ALMEIDA MORAIS (UNESC) - BRASIL GISELLI SCAINI (UNESC) - BRASIL MELINE OLIVEIRA DOS SANTOS MORAIS (UNESC) - BRASIL MATHEUS AUGUSTO DE BITTENCOURT PASQUALI (UFRGS) - BRASIL JOÃO PAULO ALMEIDA DOS SANTOS () DANIEL GELAIN () PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL GUSTAVO DA COSTA FERREIRA (UNESC) - BRASIL EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL Introdução: Doença da urina do xarope do bordo (DXB) é um erro inato do metabolismo causado por uma deficiência na atividade do complexo -cetoácido desidrogenase de cadeia ramificada, resultando no acúmulo dos aminoácidos de cadeia ramificada (AACR) leucina, isoleucina e valina. Considerando que os pacientes com DXB apresentam sintomas neurológicos graves e que os mecanismos dos sintomas neurológicos apresentados pelos pacientes com DXB ainda são pouco compreendidos, o presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da administração aguda de AACR sobre o imunoconteúdo de alguns marcadores envolvidos na morte celular (Bcl-2, Bax, caspase-3/-8). Metodologia: Ratos de 30 dias de vida receberam três administrações de um pool de AACR (15,8 L/g peso corpora) contendo leucina (190 mmol/L), isoleucina (59 mmol/ L) e valina (69 mmol/L) ou salina (grupo controle), em intervalos de uma hora entre as injeções, por via subcutânea. Uma hora após a última administração os ratos foram mortos por decapitação, o cérebro foi removido e o hipocampo e córtex cerebral foram isolados. O imunoconteúdo das proteínas foi analisado por imunoblotting. Resultados: Os nossos resultados demonstram que a administração aguda de AACR causou um aumento nos níveis de Bax e pro-caspase 3/-8 e uma redução nos níveis de Bcl-2, levando a um aumento na razão Bax/Bcl-2 no córtex cerebral. Por outro lado, no hipocampo a administração de AACR aumentou os níveis de Bcl-2 sem alterar a razão Bax/Bcl-2 e diminuiu o imunoconteúdo das pro-caspases 3/-8, sugerindo que estas caspases foram clivadas e ativadas. Conclusão: O presente estudo sugere que múltiplos mecanismos podem estar envolvidos na apoptose induzida pelos AACR no córtex cerebral e hipocampo. Uma das vias apoptóticas é regulada por genes específicos, como do gene Bax, sendo este o gene chave na super-regulação da apoptose induzida por AACR no córtex cerebral. Por outro lado, no hipocampo nossos resultados sugerem que a administração de AACR induz apoptose através da ativação das caspases 3/-8. Assim estes fatores poderia ter uma importância fundamental no desenvolvimento dos efeitos neurotóxicos do AACR. Palavras-Chave:DXB; Aminoácidos de cadeia ramificada; Apoptose; Cérebro. AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS E ANTIINFLAMATÓRIAS EM UM MODELO ANIMAL DA DOENÇA DA URINA DO XAROPE DO BORDO EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL GISELLI SCAINI (UNESC) - BRASIL CAMILA BRULEZI FURLANETTO (UNESC) - BRASIL MELINE OLIVEIRA DOS SANTOS MORAIS (UNESC) - BRASIL LETÍCIA SELINGER GALANT LETÍCIA GALANT (UNESC) - BRASIL FRANCIELI VUOLO DHÉBORA MOZENA DALL IGNA (UNESC) - BRASIL FELIPE DAL PIZZOL () PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL GUSTAVO DA COSTA FERREIRA (UNESC) - BRASIL Introdução: A doença da urina do xarope de bordo (DXB) é um erro inato do metabolismo raro, associado à disfunção cerebral aguda e crônica, causado por uma deficiência na atividade do complexo alfa-cetoácido desidrogenase de cadeia ramificada, resultando no acúmulo dos aminoácidos de cadeia ramificada (AACR) leucina, isoleucina e valina. Considerando que pacientes com DXB apresentam danos neurológicos, muitas vezes precipitados por infecção, o presente estudo teve como objetivo avaliar os níveis de citocinas pró e anti-inflamatórias no hipocampo e córtex cerebral de ratos submetidos a um modelo animal de DXB. Materiais e Métodos: Ratos Wistar de 10 dias de idade receberam três injeções de um pool de AACR (15,8 uL/g peso corpora) contendo leucina (190 mmol/L), isoleucina (59 mmol/ L) e valina (69 mmol/L) ou salina (grupo controle), em intervalos de uma hora entre as injeções, por via subcutânea. Uma hora após a última administração, os ratos foram mortos por decapitação, o cérebro foi removido e o hipocampo e córtex cerebral foram isolados. As análises dos níveis do fator de necrose tumoral-α (TNF- α), interleucina-1B (IL-1B), interleucina 6 (IL-6) e interleucina-10 (IL-10) foram medidos por ELISA sanduíche. Resultados: Verificou-se que a administração aguda de AACR levou a uma diminuição significativa nos níveis de IL-10 e um aumento dos níveis da IL-1β, IL-6 e TNF-α no córtex cerebral de ratos. Por outro lado, no hipocampo, encontramos um aumento apenas nos níveis de IL-6 e uma diminuição nos níveis de IL-10. Conclusão: Em conjunto, estes dados sugerem que a administração de AACR provoca um desequilíbrio entre as citocinas pró e antiinflamatória no cérebro de ratos recém-nascidos. Os nossos resultados podem ajudar a explicar, pelo menos em parte, o dano cerebral característico observado em pacientes com DXB. Palavras-Chave:DXB; Aminoácidos de cadeia ramificada; Citocinas; Cérebro BIOÉTICA E O ADOECIMENTO DAS FAMÍLIAS DE PACIENTES COM MUCOPOLISSACARIDOSES VENTILADOS MECANICAMENTE NO DOMICÍLIO LEONARDO AUGUSTO FOGAÇA TAVARES (HIJPII/FHEMIG) - BRASIL VERA LÚCIA APARECIDA ANASTÁCIO JOSÉ SEMIONATO FILHO Introdução: Programa de Assistência as Mucopolissacaridoses (PMPS)/HJPII assiste no domicílio pacientes com mucopolissacaridoses, com dependência funcional (semi)completa usuárias de ventilação mecânica (VM) com ou sem oxigênio. Crianças e adultos com MPS são atendidos por pneumologista, cirurgiã, fisioterapeuta, enfermeiros, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, psicóloga, assistente social, técnicos em enfermagem e médicos interconsultores de diversas especialidades. Esta Equipe treina os cuidadores e profissionais para a realização dos cuidados respiratórios. A atenção maior do PMPS é para os pacientes com necessidade de ventilação mecânica (VM) domiciliar, de forma contínua ou intermitente, estando em terapia ou não de reposição enzimática. Há carência de estudos sobre a bioética dessa modalidade de assistência no domicílio na pediatria. Objetivo: Descrever as impressões e reflexões acerca da família/cuidador em relação ao paciente com MPS ventilado mecanicamente no domicílio. Métodos: Estudo qualitativo, a partir de entrevistas e análise psico-social. Resultados: Programa de MPS/HIJPII assiste e treina famílias/cuidadores/profissionais para assistência a pacientes com MPS em Minas Gerais. Atualmente, 43 pacientes estão em acompanhamento pelo PMPS. 19 pacientes estão em uso de VM domiciliar (4 de forma invasiva contínua). A frequência com que os pacientes são atendidos é individualizada: diariamente, na vigência de intercorrências agudas ou até semestralmente, em regimes ambulatorial, domiciliar ou hospitalar. Os pacientes que residem no interior de Minas Gerais, mesmo aqueles usuários de VM domiciliar, são assistidos apenas ambulatorialmente, sendo as equipes disponíveis das cidades de origem treinadas pelo PMPS para assistí-los no domicílio ou ambulatorialmente na cidade de residência. Com todas as limitações funcionais, de logística e de recursos financeiros ou do PMPS, alcançou-se resultados em 6 anos de Programa com a instituição da VM domiciliar: mortalidade: apenas 2 casos, número de intubações endotraqueais: apenas 2 casos, necessidade de internação em CTI: apenas 3 casos e incremento na qualidade de vida imensurável. Impressões e reflexões acerca da família/cuidador surgem com o decorrer da permanência do paciente com MPS no domicílio como: dificuldade de aceitação de mudança de profissionais das equipes, incompreensão com as limitações de recursos humanos, materiais e logística dos atendimentos, afastamento de membros do convívio da criança, muitas das vezes até mesmo o próprio pai, inconformismo com a mudança de dinâmica familiar proposta pelas equipes, projeto de vida e de futuro voltado somente para o paciente, manipulações com as equipes, incapacidade de perceber que o paciente está avançando na faixa etária; perda do relacionamento conjugal (quando pais são cuidadores), culto a situação clínica do paciente, expectativas fantasiosas diante de novas intervenções, dificuldade de encarar piora clínica, angústia em relação a progressão da doença de base ou estagnação da condição clínica da criança, reafirmação do Sistema Único de Saúde como direito universal e um dos responsáveis integrais pelo sucesso do caso – aspectos legais. Fica questionado a beneficência em relação ao paciente x maleficência em relação da família. Conclusão: Adoecimento da família de pacientes com MPS em assistência domiciliar é percebido com facilidade pelas equipes mas sua abordagem é complexa, o que pode deflagrar insucesso no relacionamento e qualidade de vida de todos envolvidos. Palavras-Chave:Assistência Domiciliar, Mucopolissacaridose, Ventilação Mecânica, Bioética CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE UMA AMOSTRA DE PACIENTES BRASILEIROS COM MUCOLIPIDOSE II/III E PROPOSIÇÃO DE PROTOCOLO DIAGNÓSTICO TACIANE ALEGRA (UFRGS) - BRASIL MAIRA GRAEFF BURIN (HCPA) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: A Mucolipidose (ML) tipos II e III é uma doença lisossômica (DL) secundária à deficiência da GlcNac-fosfotransferase, responsável pela adição do resíduo de manose-6-fosfato e direcionamento de enzimas ao lisossomo. Nas ML II/III, a atividade das hidrolases lisossômicas encontra-se aumentada no plasma, reduzida em fibroblastos e normal em leucócitos. O diagnóstico definitivo envolve a demonstração da atividade reduzida da GlcNAc-fosfotransferase, cujo ensaio encontra-se disponível em poucos centros de pesquisa. Assim, esta enzima costuma ser avaliada de forma indireta, aferindo-se a atividade de outras hidrolases em plasma e fibroblastos, porém não há consenso sobre quais devem ser investigadas. Objetivo: Caracterizar a atividade de hidrolases lisossômicas de pacientes ML II/III, visando a proposição de um protocolo diagnóstico para essas doenças. Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, realizado em Centro Nacional de Referência para DL, e que incluiu pacientes com diagnóstico clínico e bioquímico de ML II ou III cuja investigação bioquímica foi realizada nesse Centro. Analisaram-se as enzimas pesquisadas em pelo menos 4 pacientes, passíveis de serem medidas em plasma e fibroblastos. Para proposição do protocolo, foram elegidas as enzimas com as maiores diferenças em relação aos valores de referência, e cujos custos de realização fossem os menores possíveis. A média da diferença da atividade enzimática entre pacientes ML II e III foi comparada por meio do teste T de Student para amostras independentes. Resultados: Trinta e quatro pacientes foram incluídos no estudo (Tipo II=22, III=12), todos com enzimas lisossômicas avaliadas em plasma e 13 em fibroblastos. Das 9 enzimas avaliadas quantitativamente em plasma em pelo menos 4 pacientes, oito apresentavam média de atividade aumentada em relação à referência: alfa-manosidase (aumento 36x, n=23/23 pacientes), alfa-L-iduronidase (aumento 14x, n=12/12), alfa-N-acetilgalactosaminidase (aumento 8,2x, n=5/5), alfa-Nacetilglicosaminidase (aumento 8x, n=12/12), hexosaminidase total (aumento 6x, n=33/34), iduronato-sulfatase (aumento 4x, n=12/12), beta-glicuronidase (aumento 3x, n=31/33); apenas a quitotriosidase foi normal, sendo que 1/20 paciente apresentava deficiência desta enzima. Das 10 enzimas avaliadas quantitativamente em fibroblastos em pelo menos 4 pacientes, nove apresentavam média de atividade diminuída em relação à referência: neuraminidase (diminuição 8x, n=10/10), alfa-Liduronidase (diminuição 6,7x, n=9/9), alfa-manosidase (diminuição 5,8x, n=8/8), beta-galactosidase (diminuição 4,7x, n=11/11), esfingomielinidase (diminuição 3,94x, n=7/7), beta-glicuronidase (diminuiçao 3,91x n=9/9), hexosaminidase total (diminuiçao 3,3x, n=10/10), iduronato-sulfatase (diminuição 3,2x, n=7/7), alfa-Nacetilglicosaminidase (diminuição 2,8x, n=4/4); apenas a beta-glicosidase foi normal. Comparando ML II e III, observaram-se níveis de alfa-Nacetilglicosaminidase em plasma mais altos em ML II (p=0,011) e, em fibroblastos, beta-galactosidase (p=0,035) e beta-glicosidase (p=0,046) com atividades médias inferiores em ML II. Discussão/Conclusão: Nossos dados sugerem haver algumas diferenças no fenótipo bioquímico da ML II e III, sendo os primeiros mais afetados. Como a literatura carece de informações sobre o painel enzimático a ser pesquisado nas MLs, frente aos resultados obtidos sugere-se pesquisa em plasma e fibroblastos de: alfa-iduronidase, alfa-manosidasee hexosaminidase total e – apenas em plasma – da arilsulfatase A. Palavras-Chave:mucolipidose II/III, hidrolases lisossômicas CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES COM DOENÇA DE FABRY ACOMPANHADOS NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL THAYANE DORNELLES (UFRGS) - BRASIL ANA CAROLINA MONTEIRO DA ROCHA (HCPA) - BRASIL FILIPPO VAIRO ANGELA MARIA TASCA ROBERTO GIUGLIANI (HCPA-UFRGS) - BRASIL A Doença de Fabry (DF) é uma doença de depósito lisossômico com herança genética ligada ao cromossomo X. Trata-se de um erro inato do metabolismo dos glicoesfingolipídeos, causado por mutações no gene que codifica a enzima alfagalactosidase (α-gal). A redução ou ausência da atividade dessa enzima leva ao acúmulo progressivo de glicoesfingolipídeos nos lisossomos das células endoteliais de diversos órgãos, caracterizando desta forma a DF como uma doença multissistêmica. As principais manifestações vasculares envolvem os rins, coração e sistema nervoso central. O tratamento preconizado é a terapia de reposição enzimática (TRE), que pode amenizar os sinais e sintomas da DF. No Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), temos, até o momento, 49 pacientes em acompanhamento ambulatorial (26 homens e 23 mulheres). Em 65,3% dos pacientes a função renal está alterada. Aproximadamente metade dos pacientes (51%) apresentou alguma anormalidade cardíaca. Cerca de 10 % dos pacientes apresentaram acidente vascular encefálico (AVE). A idade média do início dos sintomas foi de 15 anos de idade, enquanto a idade média ao diagnóstico é de 32 anos. Em 87,5% dos casos, a história familiar é positiva. Metade dos pacientes (49%) realizam a terapia de reposição enzimática (TRE), os outros 51%, fora de TRE,realizam acompanhamento ambulatorial e utilizam medicações específicas para os sistemas afetados.. Ressaltamos a importância do cuidado multidisciplinar, acompanhamento clínico regular e aconselhamento genético para pacientes e familiares com doença de Fabry. Palavras-Chave:Fabry-TRE CASUÍSTICA DA ANÁLISE DE ÁCIDOS ORGÂNICOS URINÁRIOS NO DLE – MEDICINA LABORATORIAL ENTRE JUNHO DE 2008 E FEVEREIRO DE 2013 CLÁUDIO BAPTISTA SCHMIDT (LABORATÓRIO DLE ) - BRASIL EDUARDO VIEIRA NETO (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL LUIZ NELSON L F GOMES (UFRJ) - BRASIL JACQUELINE HAROUCHE RODRIGUES DA FONSECA (LABORATÓRIO DLE) BRASIL CARLOS DA SILVA SANTOS (LABORATÓRIO DLE ) - BRASIL ARMANDO ALVES DA FONSECA (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL Introdução: A análise dos ácidos orgânicos urinários encontra-se ligada ao diagnóstico de diversos erros inatos de metabolismo como as acidúrias orgânicas, algumas aminoacidopatias, defeitos de beta-oxidação, entre outros. O DLE – Medicina Laboratorial foi pioneiro na introdução da tecnologia de cromatografia gasosa associada a espectrômetro de massa na medicina privada brasileira. Objetivo: Relatar a casuística das análises de ácidos orgânicos realizadas no DLEMedicina Laboratorial no período entre junho de 2008 e fevereiro de 2013. Resultados: Durante o período relatado foram analisadas 1945 amostras, dentre as quais 602 apresentaram algum tipo de alteração. Entre as amostras alteradas foi possível obter um diagnóstico conclusivo em 145, correspondendo a 87 pacientes novos e 58 pacientes em acompanhamento. As acidúrias orgânicas com diagnóstico mais frequente foram a Metilmalônica e a Glutárica do tipo 1. Com relação ao restante das amostras alteradas, foram encontrados casos de aciduria lática, alterações sugestivas de uso de medicação ou nutrição parenteral, lesões hepáticas, entre outros. Em diversos casos não foi possível obter um diagnóstico definitivo devido à falta de informações clínicas na solicitação dos exames. Conclusão: A confirmação por métodos definitivos, em geral por meio de análise molecular, das acidúrias detectadas permite concluir que a cromatografia gasosa associada à espectrometria de massa é um exame de grande confiabilidade e importância durante a investigação de erros inatos de metabolismo. Palavras-Chave:ácidos orgânicos, Erros Inatos do Metabolismo DEFEITOS CONGÊNITOS DE GLICOSILAÇÃO – SUSPEITA CLÍNICA E MANEJO NATHALIA CORREIA KRAUSE DOS SANTOS (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL DAFNE D G HOROVITZ (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL PATRICIA SANTANA CORREIA (IFF) - BRASIL Objetivo: descrição de seis casos de defeitos congênitos de glicosilação (CDG), incluindo direcionamento diagnostico, quadro clínico e exames complementares. Método: Análise retrospectiva de prontuários. Resultados: Avaliamos informações relativas a seis pacientes (dois do sexo feminino, quatro do sexo masculino, sendo dois pares de irmãos). Não há consangüinidade em nenhuma das famílias. Observamos que as principais características em comum foram: hipotonia (6/6), atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM )(6/6), dificuldade de ganho pondero-estatural (4/6), refluxo gastroesofágico (4/5), crises convulsivas (3/5), inversão de mamilos (5/6) e deposição anormal de gordura corporal (6/6). Dois irmãos tiveram como manifestação inicial síndrome nefrótica congênita. A principal alteração oftalmológica foi estrabismo, sendo que um paciente apresentava nistagmo e outro palidez de nervo óptico. As alterações laboratoriais foram variáveis e intermitentes ao longo da evolução clínica, sendo mais marcantes alterações em enzimas hepáticas e musculares, além de aumento de hormônio estimulante da tireóide. Três pacientes evoluíram para óbito. Todos os casos foram diagnosticados através de focalização isoelétrica da transferrina, com padrão de bandas compatível com CDG tipo I. Estudo molecular foi realizado em 3 pacientes, tendo demonstrado CDG tipo Ia em um paciente [mutações c.422G>A(p.R141H) e c.691G>A(p.V231M) no gene PMM2-CDG] e CDG tipo Ic [irmãos heterozigotos compostos para as mutações p.H79R(c236A>G) e p.D120G(c.359A>G no gene ALG6) não previamente descritas na literatura]. A conduta clinica perante os pacientes com tal diagnostico tem sido suporte clinico e nutricional, reabilitação, manejo multidisciplinar, com avaliação continua de risco versus beneficio frente a necessidade de intervenção cirúrgica ou medicamentosa.Conclusão: Os CDG configuram condição caracterizada pela glicosilação anormal de oligossacarídeos. Como estes fazem parte da formação de glicolipídeos e glicoproteínas, sua síntese incorreta pode acarretar em acometimento multisistêmico. Os parâmetros laboratoriais podem sofrer variações durante a vida, sem necessariamente ter significado patológico ou sintomas associados. As manifestações clínicas são heterogêneas e nem sempre específicas, sendo necessário um alto grau de suspeição para confirmação diagnóstica. Ressaltamos a importância da avaliação morfológica em casos de hipotonia / ADNPM, com especial atenção para deposição anômala de gordura e estrabismo. Palavras-Chave:cdg, hipotonia,defeito de glicosilação, erro inato do metabolismo DEFICIÊNCIA DE 3 METILCROTONILCOA: RELATO DE CASO ERLANE MARQUES RIBEIRO (FMJ) - BRASIL KALINA LÍVIA LOPES CARNEIRO (HIAS) - BRASIL Objetivos: Relatar um caso de deficiência de 3 metilcrotonil CoA em um paciente acompanhado no serviço de Genética do Hospital Infantil Albert Sabin-FortalezaCeará. Métodos: Relato de caso. Resultados: H.S.S., 7 anos, filho de pais consaguíneos, resultado de incesto do pai, mãe adolescente. Ao nascimento, apresentou quadro de asfixia neonatal. História de convulsões de difícil controle desde os dois meses de vida, tendo iniciado juntamente com quadro de pneumonia. Episódios convulsivos diários, tratados com fenobarbital, sem sucesso. Evoluiu com encefalopatia crônica e, aos três anos, foi encaminhado ao serviço de Genética por consanguinidade e alteração neurológica. A pesquisa de ácidos orgânicos urinários, realizadas no serviço de Erros inatos do Metabolismo do Hospital das Clínicas de Porto Alegre- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, revelou níveis elevados marcado dos ácidos 3-hidroxisovalérico (3-HIVA) e 3-metilcrotonilglicina (3-MCG). Conclusões: A 3-metilcrotonilglicinúria (MCG) é uma doença incluída no rastreio neonatal que até recentemente era considerada uma doença hereditária do metabolismo rara. Na MCG, o catabolismo da leucina é bloqueado no quarto passo devido a deficiência da enzima 3-metilcrotonil-CoA carboxilase (3-MCC). A 3-MCC catalisa a conversão do 3-metilcrotonil-CoA a 3-metilglutaconil-CoA A apresentação clínica é variável e caracterizada principalmente por uma disfunção neurológica severa com encefalopatia. Os pacientes também apresentam retardo psicomotor, hipotonia muscular, cardiomiopatia e leucodistrofia. O diagnóstico bioquímico da deficiência em 3-MCC é caracterizado pelo aumento marcado dos ácidos 3hidroxisovalérico (3-HIVA) e 3-metilcrotonilglicina (3-MCG) na urina e concentrações elevadas de 3- hidroxisovalerilcarnitina (C5-OH) no sangue. O caso relatado mostra uma criança com história de asfixia, filho de mãe adolescente que somente aos três anos de idade, genitora revelou que o pai de seu filho era seu próprio pai. Por esse fato, foram realizados exames para triagem de erros inatos do metabolismo (EIM). Portanto, EIM devem ser investigados nos casos de consaguinidade. A triagem neonatal ampliada de EIM poderia fazer o diagnóstico precoce desses casos e alterar seu desfecho clínico. Palavras-Chave:3 metil crotonil CoA, asfixia neonatal, consaguinidade DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE: AVALIAÇÃO DE ASPECTOS CLÍNICOS E MOLECULARES EM UMA AMOSTRA DE PACIENTES BRASILEIROS TACIANE BORSATTO (UFRGS) - BRASIL FERNANDA SPERB (HCPA/UFRGS) - BRASIL LOUISE LAPAGESSE (HIJG) - BRASIL GISELE ROZONE DE LUCA (HIJG) - BRASIL FRANCISCA LIGIA CIRILO CARVALHO (HIJG) - BRASIL CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL PAULA FRASSINETTI VASCONCELOS DE MEDEIROS (UFCG) - BRASIL CHARLES MARQUES LOURENÇO (HC-FMRP-USP) - BRASIL SANDRA LEISTNER-SEGAL (HCPA/SGM) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: A deficiência de biotinidase (DB) é uma doença monogênica autossômica recessiva cuja forma de diagnóstico-padrão é a medida atividade da biotinidase no plasma. Como esta enzima é muito lábil, o discernimento entre atividade normal, atividade correspondente a heterozigoto, deficiência parcial e deficiência total é bastante prejudicado, podendo dificultar a decisão sobre instituição da terapêutica. Objetivos: Avaliar o histórico clínico e identificar as mutações presentes no gene que codifica a biotinidase (BTD), em uma amostra de pacientes brasileiros com DB. Métodos: Estudo transversal, multicêntrico, com amostragem por conveniência. Foram incluídos indivíduos que apresentavam atividade da biotinidase até 30% da média da atividade normal. Os dados clínicos foram obtidos por preenchimento de formulário específico. Amostras de gDNA foram obtidas a partir de sangue total por técnica de “salting out”, ou por purificação de FTA Classic Card. Os exons 2, 3 e 4 do gene BTD serão sequenciados; a análise iniciou pelo exon 4, uma vez que o mesmo concentra a maioria das mutações já descritas. Resultados: A amostra é atualmente composta por 30 indivíduos nãorelacionados (15 do sexo masculino; três do nordeste, três do sudeste e 24 do sul do Brasil), com idades entre um mês e 18 anos. A DB foi identificada por triagem neonatal em 26 pacientes (cinco com atividade correspondente a heterozigoto; três com deficiência parcial; em 18 casos não foi possível discriminar o grau de deficiência), sendo que 23/26 estão em uso de biotina e nenhum apresenta sintomas. Outros quatro pacientes foram diagnosticados a partir de suspeita clínica (um com deficiência total, e outros três na faixa de heterozigoto; manifestações mais frequentes: atrofia óptica, regressão motora, paresia espástica); o quadro clínico iniciou entre 2 meses e 10 anos de idade, mas a DB só foi diagnosticada entre 7 meses e 18 anos de idade, momento em que o tratamento com biotina foi iniciado. O exon 4 foi analisado em 17/30 pacientes: seis apresentam a mutação p.D444H (c.1330G>C) em heterozigose (deficiência parcial= 2; deficiência não discriminada= 2; nível de heterozigoto= 2); quatro são homozigotos para a mutação p.D444H (em nenhum deles havia discriminação do nível de deficiência); três são heterozigotos p.D444H/p.D252G (c.755A>G) (deficiência não discriminada= 2; nível de heterozigoto= 1); um é heterozigoto p.D252G (deficiência não discriminada); e um é homozigoto para a mutação p.R538S (c.1612C>T) (deficiência total). Conclusões: Nossos resultados preliminares sugerem alta prevalência da mutação p.D444H no Brasil. Conforme descrito na literatura internacional, essa é a variante mais frequentemente associada à DB parcial. A associação da p.R538S em homozigose com DB total também está de acordo com a literatura. O estudo molecular pode esclarecer o diagnóstico do tipo de DB em muitos casos. Apoio: FIPE/HCPA. Palavras-Chave:deficiência de biotinidase; mutações. DENSITOMETRIA ÓSSEA EM 13 PACIENTES COM MUCOPOLISSACARIDOSE (MPS) ANA CAROLINA ESPOSITO (IFF) - BRASIL ANNELIESE LOPES BARTH TADEU DE ALMEIDA LIMA (IFF - FIOCRUZ) - BRASIL MARCIA CRISTINA BASTOS BOECHAT () JUAN LLERENA DAFNE D G HOROVITZ (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL Osteopenia / osteoporose tem sido descritos em modelos animais de mucopolissacaridose (MPS). Pouco se sabe, no entanto, sobre a relevância clínica de tal diagnóstico nesse grupo de pacientes. Objetivos: Avaliar a presença de osteopenia / osteoporose em um grupo de 13 pacientes com MPS tipos I, II, IV e VI. Métodos: Realizada densitometria mineral óssea (DMO) no densitômetro GE Lunar iDEXA, com analise em software pediátrico em pacientes com MPS, 8 do sexo feminino e 5 do sexo masculino e idades entre 5 e 13 anos, sendo: 1 MPS I, 1 MPS II, 6 MPS IV e 5 MPS VI. Foram avaliadas a densidade óssea de região lombar L1-L4, do quadril direito e do corpo inteiro. Os resultados foram comparados com crianças da mesma faixa etária, não se levando em consideração ajustes para estatura dos pacientes. Resultados: Com exceção dos pacientes com MPS I e MPS II, todos os demais apresentaram DMO abaixo do esperado para faixa etária em região de coluna lombar L1-L4. A avaliação do quadril direito mostrou-se dentro dos limites de normalidade para faixa etária em 9 pacientes e acima dos limites no paciente com MPS II que apresenta quadro clinico atenuado. A avaliação de corpo inteiro estava dentro dos limites da normalidade em 10 pacientes. Três meninas com MPS IV apresentaram DMO abaixo dos limites da normalidade para faixa etária em coluna, quadril direito e corpo inteiro. Conclusões: Alguns estudos mostram densidade mineral óssea abaixo do esperado em pacientes com MPS quando comparados com a mesma faixa etária. Há certa divergência entre dados publicados, com alguns autores sugerindo também correção para estatura. Supondo que estes pacientes tenham acúmulo de glicosaminoglicanos em células como osteoclastos, osteoblastos e condrócitos envolvidas na formação, reabsorção e mineralização do tecido ósseo, essas anormalidades combinadas poderiam alterar a densidade ou resiliência óssea. As importantes deformidades ósseas e a baixa estatura frequentemente encontradas na doença poderiam alterar os resultados da DMO e assim interferir na indicação da terapêutica anti-reabsortiva neste grupo de pacientes, com vistas a melhora na qualidade do osso. Portanto, sugere-se que os valores da DMO sejam ajustados para faixa etária, devendo-se ter cautela ao ajustar os valores para estatura em pacientes com MPS. Palavras-Chave:Mucopolissacaridose, densitometria óssea DIAGNÓSTICO PRECOCE DE DOENÇA DE GAUCHER TIPO 1 MATHEUS VERNET MACHADO BRESSAN WILKE (UFRGS) - BRASIL FILIPPO VAIRO (HCPA/UFRGS) - BRASIL LIVIA D'AVILA PASKULIN (UFRGS) - BRASIL CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: A doença de Gaucher (DG) é a doença lisossomal mais frequente. Suas manifestações clínicas incluem anemia, trombocitopenia, hepatoesplenomegalia e dores ósseas devido ao acúmulo de glicocerebrosídeo, especialmente no sistema retículo-endotelial. O genótipo não prevê a variabilidade fenotípica, e a gravidade pode variar entre irmãos e até entre gêmeos monozigóticos. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente de dois anos de idade, atendida no Centro de Referência para o Tratamento e Acompanhamento da Doença de Gaucher do Rio Grande do Sul (CTDG-RS), diagnosticada com DG tipo 1, aos 10 meses de idade por história familiar de DG (irmão com genótipo p.N370S/L444P). Métodos: Foi realizada revisão da literatura e de protocolos de manejo da DG de diferentes países para avaliar o melhor momento para realizar o diagnóstico e início do tratamento. Comparamos com a conduta realizada pela equipe multidisciplinar do CTDG-RS. Resultados: De acordo com a maioria dos protocolos encontrados, recomenda-se o diagnóstico a partir do aparecimento dos sintomas, por haver a possibilidade de minimizar ou retardar o aparecimento de complicações. No entanto, é estabelecido que há danos potenciais em crianças diagnosticadas precocemente tanto na auto estima, quanto na percepção da família em relação à criança, o que acarreta em uma perda da autonomia e da confiança na idade adulta. Quanto ao tratamento, a primeira linha em crianças é a terapia de reposição enzimática (TRE) endovenosa. Faltam estudos das outras terapias em pacientes menores de 18 anos. Salienta-se que a doença iniciada na infância parece ter um caráter mais grave. Há, de forma geral, na literatura, discussões em relação ao início do tratamento em paucissintomáticos. Discussão: A decisão de nossa equipe, em conjunto com a família, em realizar o diagnóstico de forma tão precoce foi estabelecida após percebermos que a dúvida da presença ou não de DG novamente naquela família estava sendo emocionalmente danosa para eles. No acompanhamento ambulatorial, aos 10 meses apresentava níveis baixos de Hb, corrigidos com o uso de sulfato ferroso; aos 20 meses de idade, a paciente apresentava hepatoesplenomegalia leve (examinadores 1 e 2), e ausência de hepatoesplenomegalia aos 26 meses (examinadores 3 e 4) paciente. Entretanto, aos 26 meses de idade, ambos não eram palpáveis. Não há sinais de dor óssea, disfunção hematológica ou sintomas devido à compressão visceral, optou-se por não realizarmos ainda qualquer exame de imagem. O desenvolvimento físico e mental está dentro do esperado para sua idade. A paciente pode ser considerada atualmente assintomática, mas infelizmente, a ausência de sintomas não reflete a não-atividade da doença. A conduta de nossa equipe quanto ao tratamento é expectante. Levamos em consideração suas manifestações clínicas e a perda da qualidade de vida que a TRE por via intravenosa pode representar. A paciente é avaliada regularmente a cada 6 meses seguindo o protocolo de acompanhamento de DG do Ministério da Saúde, e deve iniciar o tratamento tão logo preencha os critérios recomendados pelo mesmo. Conclusões: Faltam relatos de casos de pacientes com DG diagnosticados precocemente e estudos que demonstrem a eficácia e o impacto do tratamento precoce. Palavras-Chave:Gaucher, Relato de Caso, Diagnóstico Precoce. DOENÇA DA URINA DO XAROPE DE BORDO: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS E DESAFIOS TERAPÊUTICOS MARINA DE FRANÇA (UERJ) - BRASIL MARIA HELENA MARTINS GARCIA (HUPE/ UERJ) - BRASIL ANA PAULA DE FARIA LUANA S. MONTEIRO SIMONE RIBAS CLÁUDIO BAPTISTA SCHMIDT (LABORATÓRIO DLE ) - BRASIL GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL ISAIAS SOARES PAIVA (UERJ - UFRJ) - BRASIL RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL A Doença da Urina do Xarope de Bordo (DXB) é um raro erro inato do metabolismo (EIM), de herança autossômica recessiva, decorrente da atividade deficiente do complexo enzimático desidrogenase dos α-cetoácidos de cadeia ramificada (DCCR) responsável pela metabolização dos aminoácidos essenciais de cadeia ramificada (AACR) leucina, isoleucina e valina, e dos seus derivados α-cetoácidos, levando ao acúmulo dos mesmos no organismo com consequentes déficits nutricionais e neurológicos graves. O tratamento deste EIM se baseia na restrição dietética de leucina, ingestão de fórmulas livres de AACR, suplementação alimentar de isoleucina e valina, além do acompanhamento clínico rigoroso e dosagem plasmática regular dos AACR em questão.Objetivo:Relatar o diagnóstico e os desafios no manejo terapêutico de um caso de DXB. Método:Relato de caso a partir de revisão de prontuário e seguimento clínico. Resultado/Conclusão:MELM, feminina, branca, 2a filha de pais jovens não consangüíneos, deu entrada no HUPE aos 12 dias de vida por déficit de sucção e hipoatividade. Apresentava à internação na UTI neonatal desnutrição, hipoglicemia, hipotonia, letargia e bradipnéia.A Cromatografia urinária no 14o dia de vida mostrou aumento de leucina, isoleucina e valina, sendo suspensa a dieta até um mês de idade, quando foi iniciada fórmula para DXB (MSUD-1 ), complementada com óleo de coco, NaCl, Nidex , Nan Pro 1 , além da reposição de isoleucina e valina. Evoluiu com crises de descompensação metabólica, episódios convulsivos e coma. A estabilização clínica a partir do controle dietético, do manejo das intercorrências infecciosas (antibioticoterapia) e do déficit de sucção (gastrostomia) se deu somente a partir do 7o mês de vida, quando recebeu alta hospitalar. No oitavo mês de vida, sua dieta foi modificada para a fórmula específica para DXB (Complex Junior ), complementada com Nan Pro 1 (posteriormente substituido por Nan), isoleucina e valina. Atualmente, a paciente aos 22 meses mantem-se em acompanhamento ambulatorial rigoroso com dosagem peródica (semanal) dos AACR por cromatografia líquida de alta resolução em papel filtro, apresentando curvas antropométricas ascendentes e atraso no desenvolvimento neuro-psico-motor. A ocorrência de quadros infecciosos leves ou mudanças dietéticas sào fatores de graves episódios de descompensaçao clínica que demandam tratamento agressivo do quadro. A opção do transplante hepático tem sido contemplada.O estudo mutacional encontra-se sob análise. Apesar do diagnostico de DXB ter sido relativamente precoce, o dificil manejo clinico-laboratorial, incluindo o acesso a teste rápido, e a lentidão ao acesso dietético específico ainda se constituem desafios para evitar sequelas neurológicas. A caracterização molecular contribuirá para a obtenção do perfil mutacional da populaçao brasileira. Palavras-Chave:Doença da urina do xarope de bordo, diagnostico, manejo clinico, controle laboratorial, EFEITOS IN VITRO DE ALTAS CONCENTRAÇÕES DE FRUTOSE SOBRE A ATIVIDADE DOS COMPLEXOS DA CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS EM FÍGADO DE RATOS JOVENS LUCIANA ROSA (UNESC) - BRASIL GISELLI SCAINI (UNESC) - BRASIL ABIGAIL LOPES (UNESC) - BRASIL NAITHAN LUDIAN FERNANDES COSTA () GUSTAVO DA COSTA FERREIRA (UNESC) - BRASIL EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL Introdução: O acúmulo de frutose é observado em pacientes afetados por frutosemia, um grupo de doenças genéticas cuja fisiopatologia ainda é passível de investigação. Os principais sinais e sintomas da frutosemia são hipoglicemia, icterícia, elevação das enzimas hepáticas e hepatomegalia após a ingestão de frutose na dieta. Diante do contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito in vitro de altas concentrações de frutose sobre a atividade dos complexos da cadeia transportadora de elétrons em fígado de ratos. Material e Métodos: Foram utilizados ratos Wistar de 30 dias de vida. Os animais foram mortos por decapitação e o fígado isolado e homogeneizado. Os homogeneizados foram incubados na ausência (controle) ou na presença de frutose em concentrações crescentes (0.1-10 mM). As atividades dos complexos I-III, II-III e IV da cadeia respiratória foram avaliadas. Resultados e Discussão: Observou-se que altas concentrações (10 mM) de frutose inibiram a atividade do complexo I - III in vitro em fígado de ratos jovens, quando comparado ao grupo controle. Os demais complexos da cadeia transportadora de elétrons não apresentaram nenhuma alteração na presença de frutose. Conclusão: Nossos resultados apontam para um efeito provocado por frutose sobre a atividade da cadeia respiratória, levando provavelmente a disfunção mitocondrial. Pode-se especular que este efeito esteja envolvido na disfunção hepática observada em doentes acometidos por frutosemia. Palavras-Chave:fígado, frutose, cadeia respiratória EMBRIOPATIA POR FENILCETONÚRIA – MANEJO DE UM CASO EMBLEMÁTICO LÍLIA FARRET REFOSCO (HCPA) - BRASIL CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL JOSÉ ANTÔNIO DE AZEVEDO MAGALHÃES (HCPA/UFRGS) - BRASIL TÁSSIA TONON (UFRGS) - BRASIL SOLANGER GRACIANA PAULÃO PERRONE (HCPA) - BRASIL ANTONETTE SOUTO EL HUSNY (HCPA) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL INTRODUÇÃO: A fenilcetonúria (PKU) materna caracteriza-se por níveis elevados de fenilalanina (PHE) sérica durante a gestação, o que pode provocar efeito teratogênico ao feto, condição denominada síndrome da PKU materna. Sendo assim é possível identificar gestantes portadoras de PKU, condição grave, que quando não diagnosticada e tratada precocemente, leva a síndrome de PKU materna. Tal síndrome acomete o feto podendo causar retardo do crescimento intra-uterino, microcefalia, malformações cardíacas, malformações congênitas e retardo mental. OBJETIVOS: Enfatizar a importância do acompanhamento médico e nutricional rigoroso para pacientes com PKU, visando minimizar possíveis prejuízos para o feto, bem como relatar as condutas no período gestacional e reforçar a importância do aconselhamento reprodutivo sistemático para as meninas. RELATO DE CASO: Paciente de 25 anos, Gesta 2 Aborto 1(provocado), estudante universitária, procedente de Novo Hamburgo, foi diagnosticada com PKU com 27 dias de vida, pelo teste de triagem neonatal (PHE = 36 mg/dL; TYR= 2,85 mg/dL). Iniciou dieta pobre em PHE após diagnóstico, mas aos 10 anos de idade abandonou o acompanhamento médico e nutricional por decisão da família. Após 15 anos, retornou ao ambulatório de tratamento para erros inatos do metabolismo do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, grávida de 11 semanas com níveis séricos de PHE 19,6 mg/dL,com índice de massa corporal adequado para idade gestacional. Neste momento foi orientada dieta com 350 mg de PHE com reintrodução da fórmula metabólica isenta de PHE como fonte de proteínas e polímero de glicose para aumentar o aporte calórico diário e planejada internação hospitalar. No momento da internação hospitalar (cinco dias após a primeira consulta), a paciente mostrava níveis séricos de PHE de 9,6 mg/dL. Após 7 dias de internação, os níveis de PHE reduziram para 2,8 mg/dL. Outra internação foi realizada, com duração de 3 dias, na 22ª semana gestacional, devido a dificuldade de manutenção dos níveis de PHE de acordo com os limites preconizados. As ecografias gestacionais, inclusive ecocardiograma fetal, foram todas normais. RN do sexo masculino nasceu com idade gestacional de 38 semanas, parto vaginal, apgar 4-9, pesando 2850g, comprimento47,5 cm, PC – 31 cm. Após o nascimento RN permaneceu sem intercorrências, com todos os testes de triagem neonatal normais. Recebeu alta hospitalar com aleitamento materno exclusivo por 22 dias e após este período complementado com fórmula láctea de 1º semestre por opção da mãe. Até o presente momento criança apresenta boa evolução clínica e nutricional. CONCLUSÃO: Com este relato enfatizamos a importância do acompanhamento das mulheres com PKU antes da concepção para prevenir seqüelas ao feto na gravidez, mesmo que para tal, seja necessária internação da paciente para tratamento dietético rigoroso e para atingir os níveis alvo de PHE. Enfatizamos também a necessidade de manter a ingestão de proteínas e nutrientes adequados à gestação, que são fundamentais para o desenvolvimento do feto e do bem estar da gestante. Além disso, reforçamos a relevância de um programa de aconselhamento reprodutivo dirigido para meninas com PKU, visando o planejamento das gestações e controle periconcepcional adequado dos níveis de PHE. Palavras-Chave:PKU materna; Síndrome da PKU materna ESTADO NUTRICIONAL E NÍVEIS DE FENILALANINA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE FENILCETONÚRIA EM ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL EMELINE ABREU (UFSC) - BRASIL YARA MARIA FRANCO MORENO (UFSC) - BRASIL ROSANE MARIA RIBEIRO RANGEL ROSANE RANGEL (HIJG) - BRASIL RITA HELENA RABELO MARTINS () GISELE ROZONE DE LUCA (HIJG) - BRASIL LOUISE LAPAGESSE (HIJG) - BRASIL Objetivos: Avaliar os níveis de fenilalanina sérica e o estado nutricional de crianças e adolescentes portadores de fenilcetonúria em acompanhamento nutricional. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo realizado com crianças e adolescentes portadores de fenilcetonúria clássica que realizaram acompanhamento nutricional no Ambulatório de Pacientes Crônicos do Hospital Infantil Joana de Gusmão (APACHI), Florianópolis, SC, no período entre 2005 e 2010. Os dados coletados dos prontuários foram equivalentes de 2 consultas ao ano de cada um dos pacientes, no período de 3 anos de seguimento entre 2005 a 2010. Foram excluídos da amostra pacientes maiores de 19 anos, que iniciaram o acompanhamento após 2010 ou que foram a óbito durante o seguimento clínico. As variáveis analisadas foram sexo, idade, número de atendimentos nutricionais realizados, níveis de fenilalanina sérica, peso, altura, que foram obtidas a partir do prontuário dos pacientes, no início do acompanhamento bem como no primeiro e segundo anos de acompanhamento. A avaliação do Estado Nutricional foi realizada pelos cálculos do z-escore dos indicadores antropométricos índice de massa corporal para a idade (z-IMC) e comprimento/estatura para a idade (z-estatura) utilizando os parâmetros de referência propostos pela World Health Organization (WHO, 2006; 2007). Os níveis de fenilalanina sérica foram considerados normais quando inferiores a 8,5 mg/dL. Os dados foram descritos em proporções (intervalo de confiança de 95%) e mediana [intervalo interquartil]. Resultados: A amostra foi composta por 35 pacientes de um total de 145 pacientes elegíveis. Destes, 19 (51,42%) eram meninas e 18 (48,57%) meninos, com mediana de idade de 24 [1; 12] meses. Quanto aos níveis de fenilalanina, na primeira consulta 14 (37,84%) apresentavam valores de fenilalanina dentro da normalidade e 23 (62,16%) níveis acima, com mediana de 11,8 [5,2; 16,18] mg/dL. No segundo ano de tratamento 15 (55,56%) apresentaram valores normais e 12 (44,44%) alterado, com mediana de 5,93 [2,13; 14,27] mg/dL. No terceiro ano de tratamento 12 (75%) apresentaram níveis normais e 4 (25%) níveis alterados, com mediana de 5,27 [3,2; 8,85] mg/dL. O número de atendimentos nutricionais realizados teve uma mediana de 9 [4; 12] consultas. Quanto à avaliação nutricional, o z-IMC apresentou medianas de -0,35 [-0,64; 0,70], 0,21 [-0,49; 0,76] e -0,14 [-0,98; 0,96] e o z-estatura - 0,68 [-1,09; 0,14], -0,70 [-1,17; 0,74] e -0,75 [1,11; -0,37], na primeira consulta, no segundo e terceiro ano de seguimento, respectivamente. Conclusão: Observa-se que um ano após o início do acompanhamento nutricional houve redução no percentual de pacientes com níveis alterados de fenilalanina, bem como a mediana de fenilalanina encontrava-se dentro dos parâmetros aceitáveis para essa população, ainda, os achados se mantiveram após dois anos de seguimento. O estado nutricional dos pacientes durante o seguimento apresentou medianas de z- IMC e z- estatura dentro da normalidade, indicando adequado estado nutricional. O acompanhamento nutricional é fundamental para a manutenção dos níveis de fenilalanina dentro dos parâmetros aceitáveis e garantir o bom estado nutricional, além de contribuir para o desenvolvimento físico e motor e, desta maneira, melhorar a qualidade de vida desta população. Palavras-Chave:fenilcetonúria, fenilalanina, estado nutricional ESTRATÉGIA DE CONTROLE INTERNO DE QUALIDADE: ANÁLISE QUANTITATIVA DE GLICOSAMINOGLICANOS NA URINA DE INDIVÍDUOS SIRLENE GONÇALVES DE ARAUJO (UFPA) - BRASIL FELIPE PINHEIRO OLIVEIRA LARISSA GIORDANA DA CRUZ (UFPA) - BRASIL FELIPE TUJI DE CASTRO FRANCO (UFPA) - BRASIL LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA O presente trabalho tem como objetivo verificar se há diferença nos resultados de dosagem de glicosaminoglicanos (GAGs) realizados em períodos e temperaturas diferentes, e entre homens e mulheres. A amostra foi constituída de 120 indivíduos hígidos em seis faixas etárias, sendo 20 amostras por faixa etária, subdivididas em 10 amostras para gênero masculino e 10 para o feminino. A primeira análise foi realizada no mesmo dia da coleta, e uma alíquota armazenada a 4°C e outra a 20°C. Novamente essas amostras foram analisadas em 7 dias e 30 dias após a primeira análise. A leitura foi realizada em espectrofotômetro com DMB e comprimento de onda de 530nm. Os resultados foram dados em µg/mg de creatinina. Para análise estatística foi utilizado o teste Kruskal-Wallis com o programa BioStat 5.0. As análises realizadas em diferentes períodos mostraram que ocorreu uma redução nos valores de dosagem de GAGs com o decorrer dos dias em quatro das faixas etárias testadas. Em relação a diferentes temperaturas não há diferença estatisticamente na dosagem de GAGs entre urinas guardadas a 4°C e a -20°C; assim como não houve diferença estatisticamente significante na excreção de GAGs entre os gêneros. Conclui-se que estatisticamente o tempo de armazenamento influencia na dosagem de GAGs (p≤0,05) enquanto que a temperatura de armazenamento não parece influenciar nas concentrações de GAGs. Não ocorre excreção diferencial de GAGs entre os sexos masculino e feminino. Palavras-Chave:Glicosaminoglicanos, Mucopolissacaridose, Controle de qualidade. ESTUDO MULTICÊNTRICO EM DIAGNÓSTICO DA DOENÇA DE FABRY EM REGISTROS DE BIOPSIAS DE ANGIOQUERATOMAS SAMANTHA VERNASCHI KELMANN (ICR - USP) - BRASIL CAIO ROBLEDO DC QUAIO (USP) - BRASIL NILTON SALLES ROSA NETO (H9J) - BRASIL CHARLES MARQUES LOURENÇO (HC-FMRP-USP) - BRASIL RUTE LELLIS MARIA CECÍLIA RIVITTI-MACHADO MILVIA ENOCHIBARA () DEBORA ROMEO BERTOLA CHONG AE KIM (ICR) - BRASIL Angioqueratomas são as primeiras manifestações cutâneas da doença de Fabry, doença de depósito lisossomal causada por deficiência da enzima alfa- galactosidade-A. No entanto, angioqueratomas também podem ocorrer em indivíduos normais. O objetivo deste trabalho é determinar a frequência de indivíduos com doença de Fabry em população com diagnóstico histopatológico de angioqueratoma. Uma revisão sistemática de todas os resultados de biópsias de pele realizadas de 2003 a 2012 foi efetivada em quatro grandes centros médicos do Estado de São Paulo. Dos 52 indivíduos com diagnóstico de angioqueratoma que foram reconvocados para nova avaliação clínica, 45 compareceram. Destes, três indivíduos do sexo masculino (idades de 16 a 32 anos) apresentaram atividade diminuída da alfa-galactosidase-A. A confirmação do diagnóstico de doença de Fabry foi realizada com nova prova enzimática e com teste molecular do gene GLA. A frequência de indivíduos com doença de Fabry em nossa amostra composta por pessoas com diagnóstico histopatológico de angioqueratoma foi de cerca de 7%. O estudo das famílias dos indivíduos afetados proporcionou a detecção de adicionais 16 indivíduos afetados. A frequência aqui encontrada é maior quando comparada a estudos de doença de Fabry em indivíduos com cardiopatia ou insufuciência renal. Dessa forma, a presença de angioqueratoma é bom parâmetro clínico da doença de Fabry. Palavras-Chave:angioqueratoma, doença de Fabry, lisossomo FENILCETONÚRIA: UM ESTUDO DE CASO DE INTERVENÇÃO DE TERAPIA OCUPACIONAL COMO TERAPIA DE SUPORTE DANIELE DORNELLES BENDER (UFPEL) - BRASIL NICOLE RUAS GUARANY (UFPEL) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Objetivos: O presente estudo tem como objetivo relatar os dados preliminares de um estudo de caso de um indivíduo com Fenilcetonúria (PKU) atendido no setor de Terapia Ocupacional no Núcleo de Neurodesenvolvimento da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Rio Grande do Sul (RS). Metodologia: O estudo de caso foi desenvolvido através de análise de prontuário clínico, anamnese com cuidador do paciente e avaliação de Terapia Ocupacional, desenvolvida especialmente para os pacientes atendidos neste setor. Esta avaliação compreende aspectos tais como capacidades motoras, cognitivas, realização das atividades de vida diária, função social, comunicação, entre outros. Até o momento foram realizados quatro atendimentos de Terapia Ocupacional, semanalmente, e este paciente segue sendo acompanhado. A avaliação e os atendimentos foram realizados por duas alunas do Curso de Terapia Ocupacional da UFPel, sendo documentados diariamente. Resultados: Paciente com 8 anos de idade, sexo masculino, possui diagnóstico de Fenilcetonúria (através de triagem neonatal) e Autismo. Apresentou atraso na aquisição dos marcos de desenvolvimento motor: sorriu com 1 ano, sentou sem apoio aos 8 meses, não engatinhou e iniciou marcha aos 3 anos. Cuidador relata que paciente foi alimentado com leite de vaca e leite materno até o final do primeiro mês de vida, desde então, realiza dieta específica (dado não confirmado por prontuário clínico). Paciente semi-dependente nas atividades de vida diária: não faz uso de faca e prefere se alimentar no quarto sozinho; não amarra os sapatos, não veste calça e camisa, não coloca meias e sapatos, não escova os dentes ou toma banho sozinho. Apresenta isolamento social e dificuldade no relacionamento com familiares, não apresenta linguagem oral, comunica-se unicamente de forma expressiva através de gestos, imitação e desenhos de atividades cotidianas, em resposta a questionamentos ou para contar sua rotina. Paciente apresenta comportamentos obsessivos como enfileirar brinquedos e organizar objetos de acordo com suas características. Parece apresentar cognição e desenvolvimento intelectual normal: reconhece letras, números, formas, cores, sabe escrever e frequenta o primeiro ano em escola regular pública. Nos atendimentos iniciais, não interagia com as alunas, evitava contato ocular e não respondia perguntas com gestos. A partir do terceiro atendimento passou a realizar atividades de reconhecimento de figuras, cores e encaixe, gesticulava com a cabeça para se comunicar. Após orientação para utilizar gestos com cabeça e mãos para comunicar-se, paciente demonstra maior independência. Conclusão: Indivíduos com Fenilcetonúria apresentam-se suscetíveis a alterações cognitivas, linguísticas, motoras, comportamentais e sociais. Os resultados preliminares deste estudo demonstram a importância da intervenção terapêutica ocupacional para identificar e auxiliar no seu desenvolvimento global. A carência de estudos que exponham os benefícios da Terapia Ocupacional para esses indivíduos evidencia a necessidade de publicações na área. Palavras-Chave:Fenilcetonúria, Autismo, Terapia Ocupacional FRUTOSEMIA: PERFIL CLÍNICO E MOLECULAR EM UM AMBULATÓRIO UNIVERSITÁRIO ARSONVAL LAMOUNIER JUNIOR (UFMG) - BRASIL ANA FACURY DA CRUZ (UFMG) - BRASIL EUGÊNIA RIBEIRO VALADARES (UFMG) - BRASIL Introdução: A frutosemia é um erro inato do metabolismo da frutose, de herança autossômica recessiva, causada por uma mutação no gene codificador da enzima frutose-1,6-difosfato aldolase, cromossomo 9q22.3. A incidência estimada é de 1:26000 nascidos vivos. O diagnóstico pode ser feito por exame de tolerância a frutose, sendo confirmado através do ensaio da atividade de aldolase B ou de sequenciamento do gene ALDOB. De modo geral, o indivíduo tem crescimento e desenvolvimento normais durante o aleitamento materno exclusivo. Com a introdução de novos alimentos à dieta, a ingestão de frutose, sacarose ou sorbitol pode causar vômitos recorrentes, dor abdominal, acidose lática, hipoglicemia, convulsões e coma, evoluindo para insuficiência hepática e renal. O tratamento consiste na remoção completa desses açúcares da alimentação, sendo suficiente para cessar os sintomas e recuperar o crescimento normal. Não há déficit intelectual. Este trabalho tem como objetivo revisar aspectos do diagnóstico e tratamento da frutosemia através de estudo de casos. Materiais e métodos: Revisão da literatura e análise de prontuários de 4 pacientes com diagnóstico de frutosemia atendidos no Ambulatório de Erros Inatos do Metabolismo, Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Resultados: Paciente 1: Quadro importante de vômitos após introdução de alimentação complementar aos 6 meses (sucos, frutas e iogurtes). Perda ponderal significativa após os 8 meses, acompanhada de desidratação e hepatomegalia, sendo internada aos 12 meses para propedêutica, suspeita de frutosemia. Com a introdução de dieta específica restrita em frutose, sacarose e sorbitol atingiu crescimento e desenvolvimento normais, além de normalização da função hepática. Mutação c.524C>A (p.A175D) em homozigose. Paciente 2: Criança hígida até os 6 meses, em aleitamento materno exclusivo. Com a introdução da alimentação complementar iniciou distensão abdominal, irritabilidade, transtorno do sono e desequilíbrio motor. Queda do crescimento e desenvolvimento a partir de 1 ano. Hepatomegalia, biópsia hepática sugestiva de glicogenose, hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia. Diagnóstico clínico com 1 ano e 6 meses. Heterozigota composta, mutações c.360_363delCAAA (p.N120KfsX30) e c.178C>T (p.R60X). Paciente 3: Primeira consulta com 2 anos e 8 meses, com acidose tubular renal, queda no crescimento e hepatomegalia. Vômitos e hipotonia após ingestão de frutas, vegetais e medicamentos com sacarose. Iniciada dieta especial com melhora do quadro. Heterozigoto composto para as mutações c.448G>C (p.A150P) e c.524C>A (p.A175D). Paciente 4: Criança hígida até os três meses quando apresentou vômitos após ingestão de água de coco e refeições com frutas e vegetais. Fez tratamento para refluxo gastroesofágico. Hepatomegalia desde os cinco meses. Internado aos 10 meses, levantada suspeita de frutosemia e modificada a dieta. Melhora do quadro, crescimento e desenvolvimento normais. Heterozigota composta, mutações c.360_363delCAAA (p.N120KfsX30) e c.178C>T (p.R60X). Conclusão: Pais e profissionais de saúde devem estar atentos ao quadro clínico que se inicia com a introdução da dieta complementar. A melhora clínica dos pacientes após início do tratamento dietético sugere o diagnóstico. A análise molecular mostrou heterogeneidade alélica conforme descrito na literatura. Palavras-Chave:Frutosemia, Intolerância Hereditária a Frutose, Donça Autossômica Recessiva GLICOGENOSE TIPO III: RELATO DE CASO EDUARDO VIEIRA NETO (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL MARCOS OLIVEIRA CUNHA (UFRJ) - BRASIL EVELYN KAHN (IPPMG - UFRJ) - BRASIL MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL Objetivos: Relatar um caso de glicogenose tipo III (GSD III), que se apresentou já na primeira infância com hepatoesplenomegalia e retardo do crescimento, com boa tolerância ao jejum e raros episódios de hipoglicemia. Métodos: Revisão do prontuário do paciente. Exame histopatológico de fragmento de tecido hepático obtido por biópsia corado pelo H&E, PAS, PAS após digestão com diastase, Gomori e coloração de Perl para ferro. Dosagem de beta-glicosidase, quitotriosidase, lactato antes e após sobrecarga de dextrose, ácido úrico e ácidos orgânicos urinários. Resultados: ICCS, nascido de parto cesáreo a termo, sem intercorrências, sexo M, branco, pais não consanguíneos, saudáveis, caso único na família. Aos 7m apresentou hepatomegalia e episódios de hipoglicemia, que desapareceram ao longo do tempo; USG com 1a+10m evidenciou hepatoesplenomegalia com aumento difuso do fígado, sem alteração de contorno, nem sinais focais; baço aumentado de tamanho, com densidade homogênea; não havia sinais de icterícia e os exames bioquímicos mostraram leve aumento de transaminases e fosfatase alcalina [TGO = 78 U/L (<40); TGP = 72 U/L (<41); FAL = 885 U/L (<281)], com bilirrubinas e alfafetoproteína normais; aos 3a+1m, foi demonstrada dislipidemia com aumento simultâneo de colesterol total (274 mg/dL), LDL-colesterol e triglicerídeos (188 mg/dL) e diminuição de HDL-colesterol (29 mg/dL); investigação de hepatites virais, doenças autoimunes e de depósito de cobre realizada aos 4a mostrou resultados negativos; ecocardiografia e eletrocardiograma realizados aos 3a+4m e 5a com resultados dentro da normalidade. As transaminases e a GGT tiveram um acentuado aumento ao longo do tempo. Biópsia hepática (2a+1m) mostrou fígado com arquitetura preservada, hepatócitos distendidos, sem vacúolos de esteatose, ausência de fibrose portal e/ou lobular, trama reticular normal, ausência de depósito férrico, ausência de infiltrado inflamatório permeando sinusoides e/ou espaços-porta e depósito de material PAS positivo para glicogênio, PAS após digestão com diastase negativo. Ácido úrico normal [2,6 mg/dL (3,5 - 8,5)] e teste de sobrecarga com dextrose evidenciou aumento de 63% do lactato pós-prandial [basal 15,2 mg/dL (4,5 - 19,8), 60 min 24,3 mg/dL]. Cromatografia de ácidos orgânicos urinários normal. Atividades normais de quitotriosidase plasmática [8,8 nmol/h/mL (8,8 - 132)] e de beta-glicosidase leucocitária [30,0 nmol/h/mg ptn (10 – 45)]. Conclusões: Entre as doenças metabólicas responsáveis, na primeira infância, por hepatomegalia persistente, sem progressão para cirrose, manifestações colestáticas e de necrose hepatocelular, se destacam as glicogenoses (tipos I, III e IV), hemocromatose, doença de Wilson e doença de Gaucher. No presente caso, a ausência de depósito de ferro na biópsia hepática, a normalidade dos marcadores do metabolismo do cobre e da atividade de quitotriosidase e beta-glicosidase convergiram a investigação diagnóstica para as glicogenoses. O curso rapidamente progressivo da glicogenose tipo IV, com óbito por insuficiência hepática antes dos cinco anos afastou este diagnóstico. A ausência de hipoglicemia, hiperlacticemia e de corpos cetônicos urinários após jejum prolongado, o ácido úrico normal descartaram a glicogenose tipo I. A ausência de envolvimento muscular conduziu ao diagnóstico da variante GSD IIIb. Evoluiu com discrasia sanguínea e aumento dos tempos de protrombina e tromboplastina parcial ativado, responsiva à suplementação de vitamina K. Palavras-Chave:Doença de Depósito de Glicogênio Tipo III. Hepatomegalia. Diagnóstico Diferencial. Biópsia. HIPERGLICINEMIA NÃO CETÓTICA: RELATO DE TRÊS CASOS DA FORMA ATÍPICA KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL KARYN REGINA JORDÃO KOLADICZ (HCPA) - BRASIL JONAS ALEX MORALES SAUTE (SGM - HCPA) - BRASIL ANGELA SITTA (HCPA) - BRASIL CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL Introdução: A Hiperglicinemia Não Cetótica Atípica é um erro inato do metabolismo, herdado de modo autossômico recessivo, que pode se apresentar em três formas: neonatal, infantil ou na idade adulta. A clínica é heterogênea e se caracteriza por convulsões, hipotonia, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM), alterações comportamentais, podendo apresentar em alguns casos ataxia, coreoatetose, sinais de neurônio motor superior, atrofia óptica e neuropatia periférica. O diagnóstico da forma atípica é feito pela dosagem de glicina no plasma e no líquor apresentando uma relação líquor/plasma entre 0,04 e 0,2, glicina no plasma variável e glicina no líquor maior que 30. O Benzoato de Sódio pode ser usado na forma atípica, entretanto é difícil avaliar os resultados dos tratamentos, pois as referências são escassas e o inicio do tratamento em idades variadas. Objetivo: relatar o caso de três irmãos com Hiperglicinemia Não Cetótica Atípica. Método: revisão de prontuário e atendimento clínico. Relato de caso: P1, masculino, 20 anos; P2, masculino, 24 anos; e P3, feminino, 22 anos, filhos de pais consangüíneos com 2 filhos hígidos. Os sinais e sintomas dos 3 afetados incluem microcefalia, retardo mental (RM), história de crise convulsiva, hipotonia na infância e quadro neurológico não progressivo. O P1 apresenta grave distúrbio comportamental associado à RM e auto e heteroagressão. O P2 apenas RM leve, com menor comprometimento neurológico e a P3 apresenta um fenótipo intermediário com RM moderado sem sintomas psiquiátricos. Após extensa investigação, foi detectado aumento da glicina no sangue e no líquor (LCR) em P1 e P2. Em P1 a relação glicina LCR/plasma foi de 0,06 e em P2 a relação LCR/plasma foi de 0,02. Este resultado é compatível com Hiperglicinemia Não Cetótica Forma Atípica. Iniciado em março de 2013 o Benzoato de Sódio 250mg/kg/dia, sem relato até o momento de alteração nos sintomas. Conclusão: Com este relato, ressaltamos a importância de investigação metabólica em casos de ADNPM complicado pela presença de crise convulsiva, mesmo com quadro estático. Destacamos também a variabilidade de apresentação clínica na mesma família, mesmo diante de um EIM que pode ter apresentação catastrófica no período neonatal. Plano no futuro de análise molecular para possível correlação genótipo fenótipo. Palavras-Chave:Hiperglicinemia Não Cetótica, crise convulsiva, retardo mental INTOLERÂNCIA HEREDITÁRIA À FRUTOSE EM LACTENTE : RELATO DE CASO Jussara MELO DE CERQUEIRA MAIA (HOSPED - UFRN) - Brasil Benila SABRY COSTA LIRA (HOSPED) - Brasil A intolerância hereditária à frutose é um erro inato do metabolismo infrequente que apresenta sintomas gastrointestinais acompanhados de hipoglicemia, devendo ser considerada na investigação de vômitos recorrentes de etiologia desconhecida em crianças e adultos jovens. Entretanto, por ser incomum, frequentemente não é incluída na elaboração do diagnóstico diferencial, e em consequência, retardando o início do tratamento. Objetivo: ressaltar a importância de se considerar a intolerância à frutose no diagnóstico diferencial de vômitos recorrentes. Métodos: as informações quanto aos dados clínicos e laboratoriais foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com os pais e durante o seguimento ambulatorial do paciente. Resultados: relata-se um caso dessa doença diagnosticado em lactente de 5 meses de idade que apresentava vômitos recorrentes desde o período do desmame. O diagnóstico foi confirmado através de estudo molecular, com sequenciamento do gene da aldolase B. Conclusões: a fisiopatologia da doença, a relevância da história clínica detalhada, buscando relacionar o aparecimento dos sinais e sintomas após ingestão de frutose, sacarose ou sorbitol, e medidas diagnósticas e terapêuticas são discutidas. Palavras-Chave:Intolerância hereditária à frutose; diagnóstico; lactente MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NA MUCOPOLISSACARIDOSE TIPO II (SÍNDROME DE HUNTER): RELATO DE CASO RENAN GABRIEL GOMES JÚNIOR (INPA) - BRASIL JULIA CAVALCANTE DO CARMO (UEA) - BRASIL MARIA CLAUDIA GROSS (UFAM) - BRASIL CAMILA PRAXEDES CAMPOS BORGES (UFAM) - BRASIL NAIARA PORTUGAL DIAS BICALHO (UFAM) - BRASIL VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL O presente relato apresenta o caso de J.C.S.N., do gênero masculino, quatro anos, natural de Manaus – Amazonas, encaminhado ao serviço de atendimento em genética médica do Ambulatório Araújo Lima - AAL para investigação de Mucopolissacaridose tipo II (MPS II). O objetivo do relato é enfatizar os sinais ditos “bandeira vermelha” para suspeição clínica da mucopolissacaridose do tipo II. Trata-se de terceiro filho de pais não consanguíneos, sem intercorrências pré-natais e neonatais, nascido de parto cesariana, pesando 2,850 kg e 51 cm de altura. Aos 1,3 anos a progenitora procurou atendimento médico por notar postura incorreta ao sentar. Pela análise pré-clínica foram observados os seguintes sinais: fácies infiltrado, disostose múltipla, mãos em garra, rigidez articular, hirsutismo, hérnia umbilical e hérnia inguo-escrotal operada, hepatomegalia, dificuldade respiratória e hiperatividade. Desenvolvimento motor e cognitivo normal para a idade. Os exames cardiovasculares e ultrassonografia abdominal não apresentaram alteração. No exame urinário foi constatada a presença de glicosaminoglicanos (GAG’s), e pelo ensaio enzimático a atividade de α-iduronidade não foi detectada. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente, foi dado início ao tratamento semanal de reposição enzimática (TRE). Não houve eventos adversos até o momento. Durante os primeiros meses do tratamento houve melhora no que diz respeito à dificuldade respiratória, redução da apneia e quanto aos sintomas gastrointestinais como a diarreia. Entretanto, houve progressão de alguns sintomas, tais como as alterações craniofaciais e os de ordem osteoarticulares, dificultando sua movimentação, bem como a hiperatividade. Palavras-Chave:MPS II; Reposição enzimática; Bandeira vermelha; fácies infiltrado MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS ATÍPICAS EM UM PACIENTE COM MUCOPOLISSACARIDOSE TIPO I CECÍLIA AQUINO SEQUEIRA (HUPE-UERJ) - BRASIL MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL JOÃO GABRIEL LIMA DAHER (UFRJ/IPPMG) - BRASIL OLÍVIA MIRANDA SOARES (UFRJ) - BRASIL ALESSANDRA DE AGUIAR LOUREIRO DOS SANTOS (UFRJ) - BRASIL EDUARDO VIEIRA NETO (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL Objetivo: Relatar o caso de um paciente com diagnóstico de mucopolissacaridose tipo I, em terapia de reposição enzimática (TRE), que após interrupção da mesma devido à ocorrência de efeitos adversos graves, apresentou manifestações cutâneas atípicas. Métodos: estudo descritivo do tipo relato de caso. Resultados: IVOM, sexo masculino, 5 anos de idade, diagnóstico de mucopolissacaridose tipo I, em terapia de reposição enzimática com laronidase há 3 anos. A 1ª infusão ocorreu em maio de 2010 e na 24ª infusão apresentou reação adversa ao medicamento com placas urticariformes e angioedema. Evoluiu com 12 episódios de reação adversa e, após a 41ª infusão, em outubro de 2011, o paciente foi submetido ao protocolo de dessensibilização que não foi bem sucedido. Após aproximadamente 10 meses, foi feita segunda tentativa com aumento na diluição e no tempo de infusão, sem sucesso. A TRE foi descontinuada em função dos insucessos sucessivos. Há aproximadamente seis meses foi observado o surgimento pápulas endurecidas, não pruriginosas, da mesma coloração da pele que tendem a coalescer, localizadas em dorso, principalmente em região cervical, braços e antebraços. O paciente foi encaminhado ao serviço de dermatologia que aventou a possibilidade das lesões por depósito de glicosaminoglicanos (GAGs), semelhantes às que são usualmente relatadas na mucopolissacaridose tipo II. Conclusões: As mucopolissacaridoses (MPS) são um grupo de doenças metabólicas, com sete tipos identificados, causados por 11 defeitos enzimáticos reconhecidos. Estes defeitos ocorrem devido a mutações em genes que codificam enzimas lisossômicas, responsáveis pela degradação de glicosaminoglicanos, componentes estruturais do tecido conjuntivo. Os GAGs envolvidos na fisiopatologia da MPS são principalmente o dermatan sulfato, heparan sulfato, queratan sulfato e condroitin sulfato. Tanto na MPS I como na MPS II há acúmulo de dermatan sulfato e heparan sulfato, porém ocorrem por defeitos enzimáticos diferentes. Esses metabólitos acumulam em diversos tecidos do organismo, ocasionando uma série de sinais e sintomas, como face grosseira, retardo mental, hepatoesplenomegalia, anomalias esqueléticas, rigidez de articulações, alterações cardiovasculares e opacidade de córnea. De acordo com a literatura, as manifestações cutâneas não são específicas, exceto em pacientes com mucopolissacaridose tipo II, que geralmente apresentam lesões em pápulas ou nódulos endurecidos, coalescentes, da coloração da pele e não pruriginosos sobre as escápulas, membros superiores, tórax e glúteos; causadas por depósitos de GAGs no tecido subcutâneo. Embora não haja relato na literatura de tais lesões como um achado na MPS I; e mesmo que estas lesões sejam consideradas típicas na MPS II, podem não ser exclusivas dessa condição. Palavras-Chave:Mucopolissacaridose tipo I, Mucopolissacaridose tipo II, manifestações cutâneas MUTAÇÃO DE NOVO EM UMA FAMÍLIA COM MUCOLIPIDOSE III GAMA: IMPLICAÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO MOLECULAR E ACONSELHAMENTO GENÉTICO RENATA VOLTOLINI VELHO (UFRGS) - BRASIL TACIANE ALEGRA FERNANDA SPERB (HCPA/UFRGS) - BRASIL MARIA LUIZA SARAIVA-PEREIRA (UFRGS-HCPA) - BRASIL FILIPPO VAIRO (HCPA/UFRGS) - BRASIL URSULA MATTE (HCPA) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: Mucolipidoses II e III (ML II/III) são doenças autossômicas recessivas caracterizadas pelo tráfego e localização subcelular anormal das hidrolases ácidas devido à deficiência da enzima fosfotransferase codificada pelos genes GNPTAB e GNPTG. Mutações em GNPTAB causam ML II ou III alfa/beta, enquanto mutações em GNPTG causam ML III gama. Até o presente momento, 131 mutações foram descritas em GNPTAB e 25 em GNPTG. A maioria destas mutações são únicas ou raras. Mutações de novo não são eventos raros e a percepção de que estas mutações sejam responsáveis por uma fração potencialmente importante em doenças genéticas, mesmo em doenças autossômicas recessivas, gera grandes implicações para o diagnóstico molecular e aconselhamento genético. Objetivos: Relatar uma paciente brasileira com ML III gama resultante da herança de um alelo mutante paterno e de um alelo que provavelmente foi o resultado de uma mutação de novo ou de uma mutação germinal materna. Metodologia: DNA genômico da paciente e de seus pais foram analisados. Éxons e regiões flanqueadoras de GNPTG foram amplificados por PCR e sequenciados em sequenciador automático ABI3100®. Para o teste de maternidade, amostras de DNA do trio foram avaliados usando 32 marcadores. Resultados: O genótipo da probando foi c.[244_247dupGAGT]+[-112C>G,328G>T] (ou p.[F83X]+[E110X]). Ambas as mutações são novas e localizadas nos éxons V e VI, respectivamente. O sequenciamento paterno identificou em heterozigose a mutação p.E110X. Surpreendentemente, na mãe, nenhuma mutação foi detectada. A avaliação de 32 marcadores de DNA confirmou a maternidade com 99,9% de certeza. Discussão/Conclusões: Com base nos resultados, propõe-se que a nova mutação c. 244_247dupGAGT (p.F83X) nesta família tenha sido originada de um mosaicismo germinativo nos óvulos da mãe ou de uma mutação de novo, em um óvulo durante a divisão celular. Em média, 74 variações de um único nucleotídeo (SNVs) e três novas indels ocorrem de novo no genoma de um indivíduo, por geração. Todas estas taxas são fortemente influenciados por fatores como sexo e idade dos pais porém, no presente caso, a idade materna não é avançada. Em doenças autossômicas recessivas, mutações na linhagem germinativa já foram descritas em um paciente com Ataxia Telangiectasia e em dois pacientes com a doença de Gaucher, mas nunca em ML II/III. Este é o primeiro relato de uma mutação de novo em ML III gama com implicações significativas para diagnóstico molecular bem como para o aconselhamento genético. O presente trabalho sugere que mutações de novo podem ocorrer mais frequentemente do que atualmente demonstrado ou identificado em doenças autossômicas recessivas. Palavras-Chave:GNPTG; mutação de novo; mutação em linhagem germinativa; Mucolipidose III O PAPEL DA HIPERFENILALANINEMIA SOBRE PARÂMETROS INFLAMATÓRIOS EM CEREBRO DE RATOS JOVENS LUCIANA ROSA (UNESC) - BRASIL THAYARA HEITICH PEDRO (UNESC) - BRASIL TAMIRES PAVEI MACAN (UNESC) - BRASIL FRANCIELI VUOLO LETÍCIA SELINGER GALANT LETÍCIA GALANT (UNESC) - BRASIL FABRICIA PETRONILHO PETRONILHO (UNISUL) - BRASIL GUSTAVO DA COSTA FERREIRA (UNESC) - BRASIL EMILIO LUIZ STRECK (UNESC) - BRASIL FELIPE DAL PIZZOL PATRÍCIA FERNANDA SCHUCK (UNESC) - BRASIL Introdução: A fenilcetonúria (PKU) é uma doença genética rara causada pela deficiência na atividade da fenilalanina hidroxilase (PAH), levando ao acúmulo de fenilalanina (Phe) nos tecidos e líquidos biológicos de pacientes afetados. Clinicamente, os pacientes apresentam uma severa deficiência intelectual, cuja fisiopatologia ainda é obscura. Objetivo: Investigar os parâmetros inflamatórios e dano oxidativo em cérebro de ratos jovens submetidos a um modelo experimental de hiperfenilalaninemia (HPA). Métodos: Ratos Wistar machos com trinta dias de vida receberam uma única injeção subcutânea de Phe (5.2 µmol/g) e/ou p- clorofenilalanina (p-Cl-Phe, 0,9 µmol/g), um inibidor da PAH. O grupo controle recebeu solução salina nos mesmo volumes. Uma hora após a administração, o córtex cerebral, estriado e hipocampo foram isolados e os níveis de citocinas interleucina-1β (IL-1β), interleucina 10 (IL-10), Fator de necrose tumoral α (TNFα), atividade da mieloperoxidase, conteúdo de grupamentos carbonila e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBA-RS) foram avaliadas. Resultados: Os níves de IL-1β e IL-10 foram aumentados em córtex cerebral pela administração simultânea de Phe e p-Cl-Phe. Além disso, os níveis de TNFα aumentaram em animais que receberam Phe e/ou p-Cl-Phe, quando comparado com o grupo controle. A administração simultânea de Phe mais p-Cl-Phe também aumentou a atividade da mieloperoxidase em estriado e hipocampo. O conteúdo de carbonilas e os níveis de TBA-RS foram aumentadosem todas as estrutiras cerebrais avaliadas. Conclusão: Tomados em conjunto, estes dados mostram que a HPA altera a homeostase das citocinas e provoca dano oxidativo em cérebro de ratos jovens, sugerindo uma possível neuroinflamação. Nossos resultados podem ajudar a explicar, pelo menos em parte, as características do dano cerebral observado em pacientes com PKU. Palavras-Chave:cérebro, inflamação, hiperfenilalaninemia PACIENTES ADULTOS COM FENILCETONÚRIA E QUE OPTAM POR NÃO CONTINUAR O TRATAMENTO – RELATO DE UM CASO COM EVOLUÇÃO INSATISFATÓRIA KARYN REGINA JORDÃO KOLADICZ (HCPA) - BRASIL ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL LÍLIA FARRET REFOSCO (HCPA) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: A fenilcetonúria (PKU) é o mais comum dos erros inatos do metabolismo de aminoácidos. Resulta da deficiência da enzima que catalisa a conversão de fenilalanina em tirosina, a fenilalanina hidroxilase. O acúmulo anormal de Fenillactato, fenilacetato, fenilpiruvato e fenilalanina (Phe) no plasma causa graves consequências ao sistema nervoso central, tais como alterações de marcha, linguagem, hiperatividade, tremor, microcefalia e retardo mental. O tratamento padrão envolve alterações dietéticas e, atualmente, a maioria dos especialistas considera que não deva haver interrupção do mesmo na adolescência e/ou idade adulta. A interrupção do tratamento nessa faixa etária pode aumentar o risco de embriopatia por PKU materna (se o paciente é do sexo feminino) e a prevalência de alterações neurológicas consideradas sutis (como perda de alguns pontos no coeficiente de inteligência, na função executiva e na capacidade de atenção). São poucos os casos relatados na literatura associados ao desenvolvimento de sequelas neurológicas significativas no paciente com PKU quando ocorre interrupção do tratamento na idade adulta. Objetivo: Relatar o caso de paciente masculino com diagnóstico de PKU clássica (genótipo p.I65T/p.R408W) realizado aos dois anos e sete meses de idade (Phe = 20,7 mg/dL), por apresentar irritabilidade, agitação, agressividade e cabelos claros. Permaneceu em dieta específica até os 18 anos, apresentando níveis de Phe que variaram de 7,2 a 25,5mg/dL até os 13 anos, sendo o alvo terapêutico de Phe até 6mg/dl nesta faixa etária. Apresentou variação de Phe de 8,9 mg/dl a 14,4 mg/dl, após os 13 anos, sendo o alvo terapêutico Phe até 15mg/dl. Apresentou desenvolvimento neuropsicomotor adequado para a idade, evoluiu com dificuldade de aprendizagem e desatenção, freqüentou ensino regular com reprovação na primeira e secunda séries, concluiu o ensino fundamental. Não apresentava até os 18 anos sinais focais no exame neurológico. O paciente optou pela descontinuação do tratamento aos 18 anos. Retornou ao tratamento aos 22 anos de idade após episódio de estado de mal convulsivo, evoluindo com regressão neurológica, marcha atáxica e alterações cognitivas e de memória. Paciente havia realizado Ressonancia Nuclear Magnética Encefálica prévia aos eventos convulsivos, com evidencia de lesão de substância branca com predomínio frontal e occiptal, com piora do padrão lesional após o evento convulsivo. A primeira dosagem de Phe quando do regresso era de 16,8 mg/dl. Atualmente, com 32 anos de idade, o paciente realiza dieta restrita e recebe fórmula metabólica específica, apresenta níveis de Phe de 12,1mg/dL. Após o reinicio do tratamento não houve recorrência de crises convulsivas, em monoterapia com droga anticonvulsivante. Apresenta paraparesia espástica com predomínio à direita, deambula com apoio, refere melhora lenta e gradual da força muscular, permanece com alterações de memória recente, atualmente não trabalha, concluiu o primeiro ano do ensino médio com dificuldade escolar importante. Discussão/Conclusões: A necessidade do tratamento dietético e do controle dos níveis de fenilalanina é bem estabelecida na infância. A interrupção do tratamento na idade adulta, ainda preconizada por alguns centros de tratamento, também pode ter consequencias clinicamente relevantes para o paciente, como o presente relato sugere. Palavras-Chave:fenilcetonuria, crises convulsivas, tratamento dietético PERFIL CLÍNICO E BIOQUÍMICO DE UMA AMOSTRA DE PACIENTES BRASILEIROS COM HOMOCISTINÚRIA CLÁSSICA SORAIA POLONI (UFRGS/HCPA) - BRASIL TACIANE BORSATTO (UFRGS) - BRASIL CAROLINA SOUZA (HCPA) - BRASIL PRICILA BERNARDI () CHARLES MARQUES LOURENÇO (HC-FMRP-USP) - BRASIL MARIA JULIANA RODOVALHO-DORIQUI (APAE SAO LUIS) - BRASIL EUGÊNIA RIBEIRO VALADARES (UFMG) - BRASIL MARIA BETÂNIA P. TORALLES () IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: A homocistinúria clássica (HC) é um erro inato do metabolismo causado pela deficiência de cistationina β-sintase (CβS). Bioquimicamente, é caracterizada pelo aumento plasmático marcante de homocisteína e metionina e redução nos níveis de cisteína. As manifestações clínicas envolvem principalmente os sistemas ocular, vascular, nervoso central e ósseo. O tratamento consiste na suplementação de piridoxina (cofator da CβS) em doses de 100 a 1000mg/dia, podendo ser necessário adicionar outras vitaminas (ácido fólico, vitamina B12). A restrição dietética de metionina e a suplementação de betaína são indicadas para os pacientes não responsivos à piridoxina. Um grande estudo sobre a história natural da doença descreveu proporções iguais de pacientes responsivos e não responsivos à piridoxina (Mudd et al., 1985). Estima-se uma prevalência mundial de 1:344.000, com grande variação entre países. Não são conhecidos dados sobre incidência ou prevalência no Brasil. Métodos: um questionário contendo dados referentes ao diagnóstico, situação clínica atual, controle metabólico e tratamento foi enviado a diversos centros de referência de tratamento de doenças genéticas no Brasil. Pacientes de 10 centros foram incluídos no estudo. Resultados: 18 pacientes provenientes de 15 famílias foram incluídos no estudo. Destes, 10 eram procedentes da região sul, 4 da região sudeste, 3 da região nordeste e 1 na região norte. Consanguinidade parental foi reportada em 5 famílias. A mediana de idade foi de 17 anos (8-36 anos). Em relação à idade ao diagnóstico, esta variou de 2 a 25 anos, sendo a mediana de 7 anos. Os principais motivos de investigação de HC foram luxação/subluxação de cristalino (13/18 pacientes) e deficiência intelectual (7/18 pacientes). Dos 15 pacientes com a responsividade à piridoxina descrita, 12 eram não responsivos, 2 parcialmente responsivos e apenas 1 totalmente responsivo. No momento da avaliação, todos os pacientes apresentavam complicações oculares, 11 tinham retardo mental, 4 já haviam apresentado algum evento tromboembólico e 11 tinham alterações ósseas. A mediana dos níveis de homocisteína na avaliação foi de 211µmol/l (mín. 14, máx. 454 µmol/l). Apenas 3 pacientes tinham homocisteína <60µmol/l (alvo terapêutico). Dos 15 pacientes com dados de tratamento, 13 utilizavam piridoxina, 11 betaína, 10 ácido fólico e 4 utilizavam fórmula metabólica e dieta restrita em metionina. De acordo com a impressão da equipe, 3/15 pacientes foram considerados não aderentes ao tratamento, 8 parcialmente aderentes e 5 aderentes. Conclusões: As características da nossa amostra (diagnóstico tardio, manifestações clínicas multissistêmicas, a predominância de pacientes não responsivos à piridoxina) sugerem que a HC é subdiagnosticada em nosso país. É possível que formas atípicas ou atenuadas de HC não sejam diagnosticadas, e falta de conhecimento dos profissionais de saúde sobre a doença contribui para este quadro. Além disso, observa-se que há grande dificuldade no controle metabólico destes pacientes. Isto pode estar relacionado à baixa adesão ao tratamento e à falta de acesso ao tratamento adequado, principalmente no que diz respeito à fórmula metabólica. Palavras-Chave:homocistinúria clássica, deficiência de cistationina beta-sintase, homocisteína PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM SUSPEITA DE ERRO INATO DO METABOLISMO ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO ARAÚJO LIMA, MANAUS - AMAZONAS RENAN GABRIEL GOMES JÚNIOR (INPA) - BRASIL JULIA CAVALCANTE DO CARMO (UEA) - BRASIL MARIA CLAUDIA GROSS (UFAM) - BRASIL CAMILA PRAXEDES CAMPOS BORGES (UFAM) - BRASIL NAIARA PORTUGAL DIAS BICALHO (UFAM) - BRASIL VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL Os erros inatos do metabolismo (EIM) constituem um grupo heterogêneo de alterações genéticas que afetam a síntese, degradação, processamento e o transporte de moléculas no organismo. São descritos mais de 500 doenças classificadas como EIM, o que corresponde a 10% de todas as desordens genéticas, e, ainda que raras, acometem 0,1% da população. Tais alterações hereditárias decorrem de mutações em genes que codificam proteínas que resultam em alteração na síntese e atividade de uma enzima, podem levar ao bloqueio de uma via metabólica, tendo como consequência o acúmulo de seus substratos e/ou falta de seus produtos, gerando, na maioria dos casos, prejuízo mental e físico nos indivíduos. Em vista do grande número de doenças complexas e da diversidade e inespecificidade dos sintomas apresentadas pelos pacientes, o diagnóstico clínico correto dos erros inatos do metabolismo é dificultado, tornando necessária a realização de exames laboratoriais complementares. Buscando conhecer os principais sinais e sintomas que levaram à suspeição de EIM, foram analisadas as fichas de solicitação de investigação laboratorial para erros inatos do metabolismo e solicitação laboratorial para mucopolissacaridose dos pacientes atendidos no consultório de genética médica do Ambulatório Araújo Lima, do Hospital Universitário Getúlio Vargas, Manaus – Amazonas. No período de 01/05/2010 a 30/03/13 cinquenta e um pacientes foram atendidos. A faixa etária variou entre 4 meses e 9 anos, dos quais 30% eram lactentes, 63% do sexo masculino e 27% do sexo feminino. Ainda, 7,7% possuíam relato de consanguinidade. Quanto aos sinais e sintomas de EIM obtidos pela análise dos dados, a maior incidência foi de retardo neuropsicomotor e de crescimento, hipotonia, hepatomegalia e convulsões. Dos pacientes investigados para EIM, 27,5% tiveram resultado positivo. A prevalência da suspeita de EIM sobre o sexo masculino foi observada, contudo como a etiologia genética é complexa e diferentes padrões de herança para a mesmo EIM é relatado não se pode descartar casos ligados ao X recessivo. Os casos de consanguinidade não foram expressivos, todavia, sabemos que constitui um importante dado no diagnostico de EIM pelo fato de aumentar a probabilidade estatística de acúmulo de genes deletérios. Mesmo sendo individualmente raros, os EIM são frequentes em conjunto e seus sinais e sintomas devem ser considerados na investigação diagnóstica, desta forma, a sua ocorrência precisa ser sempre considerada como possível já nos primeiros momentos do exame clínico. Em razão das manifestações clínicas descritas em todos os tipos de EIM é importante o acompanhamento médico, para prevenir e diagnosticar precocemente as complicações, que podem ser tratadas melhorando a qualidade de vida do paciente e da família. Palavras-Chave:EIM; Retardo neuropsicomotor; Alterações genéticas; Alterações hereditárias PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE UMA AMOSTRA DE 15 PACIENTES COM MPS IVA MARIANA GURJÃO (UFCG) - BRASIL GABRIELLA CARVALHO NAPY CHARARA HELMER ARAÚJO MELO (UFCG) - BRASIL ARTHUR DIEGO DE AQUINO MOREIRA (UFCG) - BRASIL CATIA SUELI DE SOUSA EUFRAZINO (UFCG) - BRASIL PAULA FRASSINETTI VASCONCELOS DE MEDEIROS (UFCG) - BRASIL Objetivos: estabelecer o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com Mucopolissacaridose IV A (MPS IV A) atendidos no Hospital Universitário Alcides Carneiro - Universidade Federal de Campina Grande. Métodos: tendo como critério de inclusão a comprovação da deficiência de N acetil galactosamina 6 sulfatase e assinatura do termo de consentimento, foi analisada uma amostra de 15 pacientes, 8 do sexo masculino e 7 do feminino, idades entre 6 e 47 anos. Os dados clínicos foram obtidos através de revisão de prontuários, entrevista com pais e exame físico dos pacientes. Resultados: quanto à procedência, um paciente tem origem pernambucana, os 14 restantes são paraibanos, 13/14 pacientes procedem da mesorregião da Borborema- Paraíba (prevalência 1:22.943 habitantes), constituída por 44 municípios Quanto à idade de início dos sinais e sintomas, 8/15 pacientes apresentaram os primeiros sinais no 1º ano de vida, 6/15 entre 2 e 5 anos e apenas 1 paciente após os 5 anos. No entanto a idade média do diagnóstico enzimático foi 12,4 anos , 4/15 tiveram o diagnóstico após 20 anos de idade e em apenas 1 paciente a confirmação enzimática ocorreu antes de 1 ano de vida. Em relação aos primeiros sinais da doença, predominou o comprometimento ósteo-articular: 3/15 patientes apresentaram geno valgo, 4/15 pectus carinatum, 1/15 geno valgo e pectus carinatum, 3/15 deformidade da coluna. Nos 2/15 pacientes restantes os pais relataram a observação de hérnia inguinal e infecção respiratória recorrente. Embora todos apresentassem baixa estatura inferior ao percentil 5 na idade de realização deste estudo (todos com idade superior a 6 anos), a análise retrospectiva do comprimento médio do nascimento até os 12 meses de vida, dados disponíveis apenas para sexo masculino, localizou o canal de crescimento dos pacientes Morquio, nessa faixa etária, acima do percentil 97. Conclusão: há uma elevada prevalência de MPS IV A na mesorregião da Borborema na Paraiba. A apresentação clínica dos pacientes não difere da descrita na literatura, mas a idade de diagnóstico enzimático foi mais tardia do que a média no Brasil (6,25 anos). O perfil estatural no primeiro ano de vida acima do percentil 97 está de acordo com dados da literatura, e sugere que a macrossomia sem etiologia, no primeiro ano de vida, pode ser um sinal de alerta para o pediatra considerar a hipótese diagnóstica da síndrome de Morquio, em um região com elevada prevalência. Palavras-Chave:Morquio, MPS IVA PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TRIAGEM NEONATAL PARA GALACTOSEMIA NO ESTADO DE SANTA CATARINA LOUISE LAPAGESSE (HIJG) - BRASIL JULIANA LIMA ALMEIDA (HIJG) - BRASIL NATÁLIA HERCULANO DA SILVA FERNANDA MIRANDA MENDES (UFSC) - BRASIL DÉBORA MONTEIRO DOS SANTOS ALVES (UFSC) - BRASIL CAMILA CAMPOS HAMES (UFSC) - BRASIL FRANCISCA LIGIA CIRILO CARVALHO (HIJG) - BRASIL GISELE ROZONE DE LUCA (HIJG) - BRASIL JOSÉ EDUARDO GÓES (HIJG) - BRASIL INTRODUÇÃO: A Galactosemia é uma doença de caráter autossômico recessivo, caracterizada como um erro inato do metabolismo, com incidência ainda desconhecida no território brasileiro. Desde agosto de 2010 a galactosemia passou a compor o grupo de doenças pesquisadas no Teste de Triagem Neonatal (Teste do Pezinho) no Estado de Santa Catarina. OBJETIVO: Avaliar os recém-nascidos submetidos ao Teste de Triagem Neonatal realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (LACEN-SC) que foram reconvocados para nova investigação por apresentarem valor de galactose total (GAOS) a partir do ponto de corte estabelecido: 8mg/dl. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico transversal referente aos primeiros 10 meses de triagem da galactosemia no Estado de Santa Catarina, cujos dados foram coletados nos registros do LACEN. RESULTADOS: Verificou-se que 894 crianças tiveram valores superiores ao ponto de corte, com idade média na primeira coleta de 5,3 dias; valor médio de GAOS de 10,07mg/dl. Destas 884 realizaram a segunda coleta após reconvocação, com idade média de 33,1 dias e valor médio da GAOS de 3,47mg/dl. Dezenove realizaram a terceira coleta, com média de idade de 37,6 dias e valor da GAOS de 5,3 mg/dl em média. A quarta amostra foi obtida em 4 crianças, com idade média de 105,3 dias e valor médio da GAOS de 2,8mg/dl. Aqueles que tiveram a terceira amostra da GAOS persistindo acima de 8mg/dl ou GAOS a partir de 18mg/dl ou sintomatologia característica da doença em qualquer etapa do processo, foram encaminhados ao Ambulatório de referência no Hospital Infantil Joana de Gusmão, totalizando 06 pacientes e 01 diagnóstico confirmado durante investigação subsequente. CONCLUSÃO: Apesar de infrequente, quando diagnosticada, a galactosemia pode ser grave e até fatal se não detectada precocemente, sendo indiscutível a relevância da sua investigação no Teste de Triagem Neonatal, como pioneiramente está sendo realizado no Estado de Santa Catarina. Palavras-Chave:TRIAGEM NEONATAL;GALACTOSEMIA;EPIDEMIOLOGIA POLÍTICA DE SAÚDE PARA ATENDIMENTO DE PACIENTES EM TERAPIA DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA NO ESTADO DO CEARÁ ERLANE MARQUES RIBEIRO (FMJ) - BRASIL KALINA RIBEIRO FONTENELE BEZERRA MÔNICA ADERALDO CARLOS ANTÔNIO BRUNO DA SILVA (UNIFOR) - BRASIL Objetivos: Apresentar a atual política de saúde publica para o tratamento das doenças de depósito a partir da terapia de reposição enzimática (TER) no Ceará. Metodologia: Estudo observacional, descritivo. Resultados: Realizamos a TRE no Ceará desde 2004 e concluímos que a TRE é segura e os efeitos colaterais das drogas utilizadas são de fácil manejo. A partir dessa conclusão iniciamos a política de descentralização da TRE, encaminhando os pacientes do Centro de Referencia na capital para hospitais dos municípios do interior do estado e para terapia domiciliar para os pacientes da capital. O Ceará é um estado com extensão territorial de 148.920,538 Km2 com 184 municípios e alguns destes estão a 14 horas de distância de transporte terrestre da capital. O transporte dos pacientes para realização da TRE é garantido pelo SUS, mas tem alguns problemas como a incompatibilidade de horário e dia da consulta em relação à disponibilidade de transporte dos municípios, má conservação dos carros, risco de acidentes nas estradas, superlotação dos transportes, medo da população de sair do município para capital onde tem dificuldade com alimentação, medo de ser abandonado pelo responsável de transporte na capital, culminando com o estresse familiar. Outro problema relacionado à TRE é a insuficiência de leitos no SUS e sobrecarga de trabalho dos profissionais para atender a população no Centro de Referência, principalmente levando em consideração que a demanda por atendimento cresce continuamente. No período entre 2004-2013 tivemos 39 pacientes em TRE e apenas três óbitos que foram decorrentes da gravidade dos pacientes que iniciaram a terapia associado à falta na TER e ao tratamento de suporte. Para realização da terapia domiciliar é necessário que o paciente tenha realizado 10 infusões no Centro de Referência sem reação relacionada à infusão. Já para a realização da TRE nos municípios é feito um contato prévio com os gestores municipais: prefeito, diretor do hospital e secretário de saúde com apoio da ACDG (Associação Cearense de Doenças genéticas) para organização de treinamento com a equipe de saúde e a coordenação do médico responsável pela TRE do Centro de Referência que será comunicado no caso de intercorrências. Será realizada reunião semestral com os responsáveis pela TRE de cada município e o paciente mantém as consultas trimestrais no Centro de Referência para avaliação do caso e solicitação de exames para monitoramento. Atualmente temos 2 pacientes realizando TRE domiciliar (1 com MPS I e 1 com D. Gaucher), 3 pacientes com D. Gaucher em TRE em posto de saúde, 1 MPS I em TRE no hospital municipal de Juazeiro do Norte e 3 com MPS VI em TRE no hospital municipal de Icó. Conclusão: O processo de descentralização da TRE traz a democratização do conhecimento para os profissionais de saúde dos municípios, benefícios para o paciente como melhora da qualidade de vida com redução de estresse e maior adesão à terapia bem como redução dos custos para o sistema de saúde. Palavras-Chave:Palavras-chave: Genética, Terapia de Reposição de Enzimas, Política de Saúde. PRESENÇA DE LINFÓCITOS VACUOLADOS EM RECÉM-NASCIDO COM MUCOPOLISSACARIDOSE TIPO II MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL SANDRA ALVES PEIXOTO PELLEGRINI (IPPMG-UFRJ) - BRASIL GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA (HUPE/IPPMG) - BRASIL CECÍLIA AQUINO SEQUEIRA (HUPE-UERJ) - BRASIL JOÃO GABRIEL LIMA DAHER (UFRJ/IPPMG) - BRASIL ALESSANDRA DE AGUIAR LOUREIRO DOS SANTOS (UFRJ) - BRASIL OLÍVIA MIRANDA SOARES (UFRJ) - BRASIL MARIA CECILIA MENKS RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL EDUARDO VIEIRA NETO (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL ROBERTO GIUGLIANI (HCPA-UFRGS) - BRASIL Objetivo: Descrever a presença de vacúolos linfocitários em um recém-nascido com Mucopolissacaridose tipo II. Métodos: Estudo descritivo, do tipo relato de caso. Resultados: RSS, sexo masculino, pardo, nascido em 31/01/2013, natural do Rio de Janeiro, terceiro filho de pais não consanguíneos, sendo a progenitora portadora de mutação ainda não identificada no gene IDS, responsável pela Mucopolissacaridose tipo II, já que seu segundo filho e seu irmão têm essa doença. Diabetes gestacional. Parto vaginal, a termo, eutócico. Adequado para a idade gestacional. Alta com a mãe, sem intercorrências. Após o nascimento foram realizadas avaliações para identificação do status da doença e confirmação da deficiência enzimática. O recémnascido apresentou exame neurológico normal, sistema cardiovascular normal, ausência de visceromegalias ou anomalias osteo-articulares. Foi realizada a análise de 100 linfócitos em lâminas coradas com os reagentes May-Grunwald/Giemsa e PAS (periodic acid-Schiff) no sexto dia de vida do probando, em um controle sem doença metabólica (controle negativo) e em um controle com Mucopolissacaridose tipo II em Terapia de Reposição Enzimática (controle positivo). Na coloração MayGrunwald/Giemsa podem ser observadas as categorias 0 (sem vacúolos), 1 (vacúolos pequenos), 2 (vacúolos médios), 3 (vacúolos grandes) e 4 (vacúolos imensos). Resultados: CASO – a) Coloração May-Grunwald/Giemsa: Categoria 1: 7/100; Categoria 2: 3/100 (1 vacúolo); Categoria 3: 2/100 (1 vacúolo); Categoria 4: 1/100 (múltiplos vacúolos); presença de 6 linfócitos grandes com vacúolos, 31 com grandes grânulos rosa e 1 eosinófilo vacuolizado. b) Técnica PAS: positividade de 4/100. CONTROLE NEGATIVO - a) Coloração May-Grunwald/Giemsa: Categoria 1: 8/100 (1 vacúolo) e 2/100 (3 vacúolos). b) Técnica PAS: positividade 1/100. CONTROLE POSITIVO – a) Coloração May-Grunwald/Giemsa: Categoria 1: 7/100 (1 vacúolo), 1/100 (2 vacúolos), 1/100 (vários vacúolos), 1/100 (quatro vacúolos); Categoria 3: 3/100 (2 vacúolos) e 3 linfócitos com depósito no citoplasma. b) Técnica PAS: positividade 1/100. Conclusões: A presença de vacúolos linfocitários já no período neonatal precoce corrobora o início intra-útero do comprometimento da doença em questão apesar da ausência de sinais e sintomas clinicamente visíveis. Palavras-Chave:vacúolos linfocitários, mucopolissacaridose tipo II, PAS, doença lisossômica, síndrome de Hunter QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM FENILCETONÚRIA TRATADOS PRECOCEMENTE EDUARDO VIEIRA NETO (LABORATÓRIO DLE) - BRASIL HEBER DE SOUZA MAIA FILHO (UFF) - BRASIL CLÁUDIA BRAGA MONTEIRO (UERJ) - BRASIL MARCO AURÉLIO MENDES (UFRJ) - BRASIL LILIAN MATTOS CARVALHO (IEDE) - BRASIL VALÉRIA NETO PAIVA MÁRCIA GONÇALVES RIBEIRO (UFRJ) - BRASIL Objetivos: A fenilcetonúria (PKU) é um erro inato do metabolismo da fenilalanina (Phe), causado pela deficiência parcial ou total da enzima fenilalanina hidroxilase (PAH), que resulta em um acúmulo de Phe no sangue e em outros tecidos. Quando não tratada, a maioria dos indivíduos com PKU desenvolve deficiência intelectual grave. A detecção da PKU pela triagem neonatal e a instituição precoce de tratamento dietoterápico resultam em um desenvolvimento cognitivo normal. Em 2001, foi instituído o Programa Nacional de Triagem Neonatal, garantindo o acesso de todos os recém-nascidos brasileiros ao tratamento precoce da PKU. Contudo, a convivência com uma doença crônica que exige tratamento por toda a vida pode ter um impacto sobre o comportamento, a autonomia e o desenvolvimento psicossocial, podendo causar uma redução significativa da qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). O presente estudo avaliou a QVRS de crianças e adolescentes com PKU por meio do questionário genérico Pediatric Quality of Life Inventory - PedsQL 4.0, respondido tanto pelos indivíduos afetados quanto pelos pais e cuidadores. Métodos: Estudo transversal com aplicação do PedsQL 4.0 a uma amostra da população de crianças/adolescentes de 6 a 18 anos de idade, com diagnóstico precoce de PKU, submetidos a tratamento dietoterápico contínuo e acompanhados no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione, e aos pais/cuidadores. Foram utilizados questionários de autoavaliação e de relato dos pais. Aplicou-se o teste t para médias de duas amostras para os escores das dimensões física, emocional, social e escolar, escore sumário de saúde psicossocial e escore total, tendo como comparação os resultados divulgados para escolares saudáveis pelos autores da tradução e validação do PedsQL para o Português do Brasil e para a cultura brasileira. Resultados: Os questionários foram aplicados a 32 crianças e adolescentes com idades entre 6 e 17 anos e a 29 pais e cuidadores. Para o questionário de autoavaliação, as médias (DP) foram: escore total 73,96 (13,43), dimensões física 83,02 (13,58), emocional 67,03 (20,35), social 77,34 (23,31), escolar 62,97 (20,35), escore sumário de saúde psicossocial 69,10 (15,47). Os escores total, das dimensões física, social e escolar e o sumário psicossocial foram significativamente menores que os correspondentes para o grupo controle. Por sua vez, as médias (DP) dos relatos dos pais foram: escore total 80,65 (14,42), dimensões física 92,03 (9,58), emocional 77,24 (19,62), social 83,10 (22,34), escolar 63,45 (24,57), escore sumário de saúde psicossocial 74,60 (17,88). O escore total, os escores das dimensões social e escolar e o sumário psicossocial foram significativamente menores que os correspondentes dos relatos dos pais do grupo controle. Conclusões: A dimensão escolar foi a que mostrou diminuição mais expressiva em relação ao grupo controle. Surpreendeu-nos uma diferença tão significativa, pois presume-se um desenvolvimento cognitivo normal em crianças/adolescentes tratados precocemente. Isto pode indicar uma adesão insatisfatória ao tratamento dietoterápico, que resulta na incapacidade de manter níveis recomendados de fenilalanina sanguínea, com consequências negativas para o desenvolvimento neuropsicomotor. Mesmo dimensões que não são afetadas na PKU, como dor e capacidades motoras básicas, apresentaram uma redução nos questionários de autoavaliação. Palavras-Chave:Fenilcetonúria. Qualidade de vida. Questionários, utilização. RELATO DE CASO DE DOENÇA DE POMPE EM UMA FAMÍLIA DO ESTADO DO AMAZONAS CLEITON FANTIN (UEA) - BRASIL JULIA CAVALCANTE DO CARMO (UEA) - BRASIL RENAN GABRIEL GOMES JÚNIOR (INPA) - BRASIL VÂNIA GADELHA PRAZERES (UFAM) - BRASIL Duas irmãs, a primeira EGBM, 2 anos, primeira filha de casal jovem, não consanguíneo, foi encaminhada para o Hospital Universitário Araújo Lima, Manaus – AM para investigação de doença metabólica devido à miocardiopatia hipertrófica e hipotonia importante .A principal queixa da mãe era que EGBM apresentava desde o nascimento, cansaço às mamadas e aos 5 meses de idade foi internada devido à pneumonia, e nessa internação foi constatado cardiomegalia ao exame radiológico de tórax, tendo sido solicitado avaliação de cardiologista pediatra.Apresentou ecocardiograma com miocardiopatia hipertrófica acentuada e dosagem de Maltase Ácida em papel filtro com 0% de atividade. EGBM apresentou progressão da doença com piora da hipotonia e piora progressiva da função cardíaca. Ficou internada em unidade de terapia intensiva dependente da ventilação mecânica e veio à óbito sem ter conseguido receber infusão de enzima. A segunda irmã, EABM, foi encaminhada para o Hospital Universitário Araújo Lima para investigação de doença metabólica devido à sua irmã ter ido à óbito com complicações de miocardiopatia hipertrófica relacionadas à Doença de Pompe. Até o momento sem sintomatologia clínica, apresentando ecocardiograma normal e dosagem de Maltase Ácida em papel filtro 0% atividade. EABM está aguardando exame molecular, mas já foi solicitado enzima para iniciar tratamento. Palavras-Chave:pompe, miocardiopatia RELATO DE CASO DE PACIENTE COM MUCOPOLISSACARIDOSE TIPO II COM GRAVE ACOMETIMENTO ESQUELÉTICO ANA CAROLINA DE PAULA ISABEL FURQUIM PINHEIRO (HSM) - BRASIL Introdução: A mucoplissacaridose (MPS) tipo II é uma doença de depósito lisossomal, que resulta da deficiência da enzima iduronato-2-sulfatase, uma das responsáveis pela degradação dos glicosaminoglicanos. O gene responsável é o IDS, localizado na região Xq28. Sua incidência é estimada entre 0,31 a 0,71 por 100 mil nascidos vivos. Trata-se de doença crônica e progressiva com grande variabilidade de manifestações clínicas. Caracteriza-se principalmente pela presença de baixa estatura, facies grosseira, cardiopatia, hepatoesplenomegalia, deformidades esqueléticas, rigidez articular e, em alguns casos, deficiência intelectual. Os pacientes necessitam de um acompanhamento multidisciplinar para um manejo adequado das complicações clínicas. Atualmente a terapia de reposição enzimática é o tratamento de escolha destes pacientes, permitindo uma melhora na qualidade de vida. Assim é fundamental a caracterização do quadro clínico dos pacientes e a sua divulgação entre os profissionais de saúde. Objetivo-método: O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico com grave acometimento esquelético de coluna vertebral atendido no serviço de genética do Hospital Municipal da Criança e Adolescente de Guarulhos. Resultado: Paciente masculino 2a6m, filho único de casal jovem e não consanguíneo. Durante a gestação a mãe apresentou episódio de sangramento importante, permanecendo internada neste período. Nasceu a termo, de parto cesárea., com peso de 3.435g, comprimento 49cm e perímetro cefálico de 35,5cm, Apgar 9 e 10. Antecedente familiar materno de abortos de repetição. Evoluiu com desenvolvimento neuropsicomotor adequado (sustento cefálico aos 2m, sentou sozinho aos 7m, andou e falou aos 12m). Aos 6 meses foi observado pelos pais gibosidade ao sentar. Realizado na ocasião um estudo de imagem por ressonância magnética de coluna vertebral onde foi detectado infiltrado inespecífico hematopoiético, deformidade e achatamento da porção anterior do corpo vertebral de L1, cifose angulada e hipertrofia do ligamento longitudinal posterior de todos os níveis. Os achados foram sugestivos de doença de depósito e paciente foi então encaminhado ao serviço de genética médica. Em avaliação inicial foi constatado fácies com infiltrado discreto, córneas não opacas, sem visceromegalias, com grave gibosidade e discreta rigidez articular. Os exames específicos concluíram diagnóstico de MPS II, com baixa atividade de iduronato-2-sulfatase. Atualmente, paciente está em terapia de reposição enzimática, com boa evolução clínica. Conclusão: Este caso demonstra a variabilidade clínica das MPSs, pois a gibosidade com acometimento grave de coluna vertebral é comumente encontrada em pacientes com outros subtipos de MPS, como tipo I e VI. Além disso, a importância do conhecimento de doenças raras por outras especialidades médicas, neste caso o radiologista, permitiu a rápida suspeita de doença de depósito. Sendo assim, o paciente foi encaminhado de forma adequada ao serviço de referência, proporcionando ao mesmo o tratamento enzimático precoce. Palavras-Chave:MPS RELATO DE UMA FAMÍLIA COM DOENÇA DE FABRY (DF) EM ACOMPANHAMENTO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE. ALEXANDRE BUSSINGER LOPES (UNIRIO) - BRASIL LUIZA LORENA PIRES RAMOS (UNIRIO) - BRASIL AYLA LETICIA DE LARA PICININI (UNIRIO) - BRASIL MARIA ANGELICA LIMA (INCA/HUGG) - BRASIL FERNANDO R VARGAS (FIOCRUZ / UNIRIO) - BRASIL INTRODUÇÃO: A DF é um erro inato do metabolismo, de herança ligada ao X (locus Xq22, gene GALA). Há cerca de 250 mutações conhecidas: missence, nonsense ou defeitos do splicing de herança parental, sendo rara a mutação de novo. Todas causam deficiência enzimática de α-galactosidase A (αGAL), gerando acúmulo progressivo – endotelial e intralisossômico – de glicoesfingolipídeos, especialmente a globotriaosilceramida. Apresenta três padrões clínicos: DF clássica, mulheres com sintomas atenuados e variantes atípicas. As mulheres podem apresentar sintomas tão graves quanto os homens. Sua incidência é de 1 a cada 40000 homens e 1 para 117000 na população em geral. Os sinais clássicos de importância diagnóstica são: (1) doença renal crônica (DRC) idiopática, (2) infarto agudo do miocárdio precoce, (3) acidente vascular encefálico precoce (4) angioqueratomas e/ou (5) córnea “verticilata”. A confirmação se dá pela dosagem de atividade de αGAL em homens e genotipagem em mulheres. O tratamento baseia-se na terapia de reposição enzimática (TER) – no momento as agalsidases alfa e beta - associada ao tratamento sintomático. OBJETIVOS: Relatamos uma família de dezoito irmãos, acompanhada no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), com diagnóstico de DF em TRE. MÉTODOS: Estudo de caso de uma família com DF atendida desde 2010 no HUGG. RESULTADOS: o caso índice foi diagnosticado durante a investigação etiológica de DRC, pela atividade de αGAL e posterior genotipagem (p.R356T). Trata-se de uma família com 18 irmãos (8 homens e 10 mulheres), filhos de casal não consanguíneo, originários do Nordeste brasileiro. Os irmãos foram rastreados através de atividade de αGAL e às mulheres foi oferecido exame molecular, permitindo o diagnóstico de três homens e duas mulheres. Além disso, outros dois irmãos também apresentaram DRC, um falecido pela doença e outro supostamente curado via transplante renal. Um homem e uma mulher apresentam distrofia muscular idiopática, ele com diagnóstico de DF. Após o diagnóstico dos casos procedeu-se o rastreamento de sintomas nos afetados com urina de 24h, função renal, avaliação cardiológica e oftalmológica, ecocardiograma, eletrocardiograma e ressonância nuclear magnética de encéfalo. Os homens diagnosticados iniciaram TRE. Um veio a óbito em fevereiro de 2012 por pneumonia. As mulheres têm indicação para iniciar medicação. A seguir um breve resumo dos casos: Paciente 1: JJSF, masculino, 53 anos, diagnóstico de distrofia muscular aos 19 anos. Apresentava macroalbuminúria, acroparestesia, dilatação moderada de raiz de aorta e alteração do padrão de relaxamento ao ecocardiograma. Paciente 2: CJS,masculino, 47 anos, apresentava natriúria, proteinúria. Paciente 3: JJS, masculino, 39 anos, proteinúria. Óbito em fevereiro de 2012 por pneumonia bilateral. Paciente 4: CMS, feminina, 41 anos, hipercolesterolemia e hiponatremia, proteinúria e natriúria. Medicação já solicitada. Paciente 5: LS, feminina 53 anos, rim único (devido à doação para transplante), microalbuminúria. Há indicação para início de medicação. CONCLUSÃO: O diagnóstico de DF frequentemente só é feito em pacientes que já apresentam comprometimentos cardíaco, renal e/ou neurológico avançados. O diagnóstico precoce é fundamental para o início da TRE a fim de atenuar a evolução patogênica. Palavras-Chave:Doença de Fabry, Terapia de Reposição Enzimática TRIAGEM NEONATAL PARA GALACTOSEMIA NO ESTADO DE SANTA CATARINA: A EXPERIÊNCIA DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA LOUISE LAPAGESSE (HIJG) - BRASIL FRANCISCA LIGIA CIRILO CARVALHO (HIJG) - BRASIL GISELE ROZONE DE LUCA (HIJG) - BRASIL FERNANDA MIRANDA MENDES (UFSC) - BRASIL DÉBORA MONTEIRO DOS SANTOS ALVES (UFSC) - BRASIL CAMILA CAMPOS HAMES (UFSC) - BRASIL JULIANA LIMA ALMEIDA (HIJG) - BRASIL NATÁLIA HERCULANO DA SILVA JOSÉ EDUARDO GÓES (HIJG) - BRASIL INTRODUÇÃO A galactosemia é um erro inato do metabolismo de herança autossômica recessiva causado pela deficiência da enzima galactose-1-fosfato uridiltransferase (Gal1put). Após a ingestão de lactose, neonatos afetados podem apresentar sepsis, catarata, distúrbios neurológicos, anemia hemolítica, alterações no aparelho renal e digestivo culminado com a falência de múltiplos órgãos e morte se não retirada rapidamente a lactose da dieta. Desconhece-se a real incidência da galactosemia na população brasileira. Desde 2010 Santa Catarina está realizando a triagem neonatal para galactosemia. OBJETIVO Relatar os casos encaminhados para o Serviço de Genética do HIJG com 2 dosagens de galactose acima de 8mg/dL identificados através da triagem neonatal. MÉTODOS Estudo restrospectivo baseado na análise de prontuários e de dados laboratoriais do Laboratório Central de Saúde Pública de pacientes encaminhados ao HIJG. RESULTADOS Onze pacientes apresentaram duas dosagens acima de 8mg/dL (dosagem 1 9.3 a 80.0 mg/dL; média 23,98 mg/dL e dosagem 2 8.8 a 84.3 mg/dL; média 25.23 mg/dL). Oito eram do sexo masculino. Em 10 pacientes a dosagem de GAL-1-PUT foi realizada (valores 0 a 41 µmol/h/g Hb/ VNR 37-66). A idade de encaminhamento dos pacientes variou de 21 dias a 4 meses e 15 dias (média 1 mês e 27 dias). Os dois casos de galactosemia clássica tiveram o diagnóstico confirmado através da dosagem enzimática e da análise molecular. Três casos estão aguardando a análise molecular para confirmação das variantes da galactosemia. E três casos novos aguardam o resultado da Gal-1-PUT. CONCLUSÕES A triagem neonatal possibilita que pacientes sejam identificados precocemente. No entanto para que o diagnóstico definitivo seja realizado a equipe envolvida deve ter o apoio laboratorial necessário para que os pacientes sejam encaminhados o mais breve possível para a tomada de condutas. Apesar da raridade da doença somente a identificação precoce permite a sobrevida desses pacientes ressaltando a importância da triagem neonatal. Adicionalmente esse estudo poderá analisar o perfil dos pacientes com galactosemia do estado de Santa Catarina contribuindo para a melhor caracterização dessa doença em nosso país. Palavras-Chave:TRIAGEM NEONATAL;GALACTOSEMIA; 6. GENÉTICA COMUNITÁRIA ALÔ GENÉTICA: ESTRATÉGIA DE SUPORTE EM GENÉTICA PARA PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM COM ATENÇÃO PRIMARIA À SAÚDE TAIANE ALVES VIEIRA (HCPA) - BRASIL DANIELA BEULCK NADLER (HCPA) - BRASIL CAMILA GIUGLIANI (UFRGS) - BRASIL NÍCOLAS ROSAURA REGINA PEREIRA MURCIA MÚRCIA (UFRGS) - BRASIL LARISSA POZZEBON DA SILVA (HCPA) - BRASIL ROBERTO GIUGLIANI (HCPA-UFRGS) - BRASIL Objetivo: Avaliar se o conhecimento adquirido pela aplicação de um programa educativo presencial de genética médica às equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) é mantido com o passar do tempo e desenvolver estratégias multifacetadas de suporte continuado. Métodos: O programa educativo, constituído de aulas ministradas por geneticistas especialistas do Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (SGM/HCPA) aos profissionais de três Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Porto Alegre foi realizado durante os anos de 2010 e 2011 (dados já publicados). A avaliação do programa ocorreu através de pré/pós-teste, bem como um teste de retenção, aplicado de seis a 12 meses após o término do programa. Resultados: Quarenta e três profissionais participaram do programa, sendo que 22 participaram do teste de retenção. Embora duas UBSs tenham apresentado uma melhora no desempenho expressado pelo número de acertos no pós-teste, o teste de retenção mostra que este conhecimento não é mantido ao longo do tempo. A partir da necessidade de um suporte contínuo, foram desenvolvidas estratégias multifacetadas de suporte para os profissionais, englobando uma linha de telefone gratuita (Alô Genética) para esclarecimento de dúvidas e orientações, um website (www.alogenetica.ufrgs.br) com informações e suporte aos profissionais, sendo divulgadas através de cartazes nas UBSs. Além disso, o curso presencial está sendo transformado em um curso de Educação à Distância, proporcionando acesso a um número maior de profissionais da APS, assim como tornando as aulas disponíveis a qualquer momento através do website para profissionais cadastrados. Conclusão: Estratégias como estas são fundamentais para um melhor preparo dos profissionais contribuindo assim para a identificação de famílias que necessitam de um atendimento especializado em genética, o encaminhamento oportuno e o posterior acompanhamento dessas famílias no âmbito da atenção primária. Palavras-Chave:Genética Comunitária, Genética Médica, Atenção primária à Saúde, Educação em Genética ANGIODEMA HEREDITÁRIO – ESTUDO DE 35 CASOS WÉLIDA SALLES PORTELA (HEINSG / APAE) - BRASIL FARADIBA SARQUIS SERPA (EMESCAM) - BRASIL TEREZINHA SARQUIS CINTRA (APAE VITORIA) - BRASIL FERNANDA LUGÃO CAMPINHOS (SCMV) - BRASIL THEREZINHA RIBEIRO MOYSES Objetivos: descrever dados demográficos e clínicos de pacientes com angioedema hereditário (AEH), acompanhados no Hospital Santa Casa de Misericórdia e na APAE Vitória, a partir da implantação de ambulatório de referência. Métodos: 35 pacientes foram avaliados de maio de 2011 a junho de 2012. Destes, cinco haviam recebido diagnóstico de AEH e já recebiam tratamento. Os 30 casos restantes foram diagnosticados no serviço através de história clínica e exames laboratoriais (dosagem de C4 e avaliação quantitativa e funcional do inibidor de C1). Resultados: Dos 35 pacientes com AEH, 15 (42,9%) eram homens e 20 (57,1%) mulheres, com idade entre 4 e 85 anos (média: 30,4 anos). Pertenciam a 6 famílias distintas, sendo 17 pacientes de uma mesma família. Em 20 (57,1%) pacientes os sintomas iniciaram antes dos 10 anos de idade. O tempo transcorrido entre o início dos sintomas e o diagnóstico variou de 1 a 38 anos (média: 22 anos) e 24 (68%) pacientes tiveram diagnóstico após os 10 anos de idade. Clinicamente observou-se grande variabilidade na frequência, duração e gravidade dos episódios. Todos já haviam apresentado edema subcutâneo de gravidade variável; 31 (88,6%) pacientes relataram sintomas gastrointestinais. Sintomas respiratórios foram referidos por 24 (68,2%) pacientes e 20% desses afirmaram necessidade de internação em UTI dada a gravidade do quadro. As crises duraram de três a cinco dias em 24 (68,2) pacientes. Dentre os fatores desencadeantes, o trauma mecânico foi mencionado por 17 (49%) pacientes. Em cinco famílias já haviam ocorrido óbitos por edema de laringe. Após avaliação clínica e laboratorial, 31 (88,6%) pacientes foram classificados como tendo AEH do tipo I. Quatro (11,4%) pacientes sintomáticos apresentaram dosagem de C4, inibidor de C1 quantitativo e qualitativo normais, e foram considerados como tendo provável AEH tipo III. Conclusões: O diagnóstico de AEH continua tardio e óbitos devido a crises de maior gravidade continuam a ocorrer. Os níveis séricos de C4 e C1-INH não guardam relação com a gravidade da doença e níveis normais não a excluem ou denotam quadros de menor sintomatologia. O diagnóstico precoce, a instituição de terapia apropriada e a realização de aconselhamento genético podem contribuir para melhorar a qualidade de vida destes pacientes. Palavras-Chave:angioedema hereditário, perfil epidemiológico, centros de referência INVESTIGAÇÃO DE ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS NUMÉRICAS EM PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS MENTAIS EM MANAUS, AM CAMILA PRAXEDES CAMPOS BORGES (UFAM) - BRASIL MARIA CLAUDIA GROSS (UFAM) - BRASIL RENAN GABRIEL GOMES JÚNIOR (INPA) - BRASIL As doenças genéticas afetam de 3% a 7% da população e como a origem de várias deficiências mentais ainda é motivo de especulação, especialmente quando tratamos das crianças portadoras de necessidade especiais em Manaus, o presente trabalho visou contabilizar os casos de anomalias cromossômicas em crianças portadoras desta característica fenotipica em uma instituição filantrópica. Para obtenção de cromossomos foi efetuada a cultura de linfócitos de 57 indivíduos com diferentes graus de deficiência mental, sendo 27 do sexo masculino e 30 do sexo feminino. Para tanto, foi utilizado 2ml de sangue dos indivíduos após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido por seu responsável legal. Esta pesquisa recebeu autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP/ CEP-UFAM CAAE nº 0138.0.115.000-10. Aproximadamente 85% da amostra não apresentou alterações cromossômicas numéricas, sendo todas as suas células portadoras de 2n=46, XX ou XY. Contudo, um indivíduo apresentou uma falha em uma cromátide de um homólogo do par 4 em 6,66% de suas células. Nove indivíduos tiveram alterações numéricas, que provavelmente estão relacionados com o fenótipo dos portadores. Um indivíduo do sexo masculino apresentou 11,76% de suas células com trissomia do cromossomo 13. O cromossomo 18 apresentou-se envolvido em três situações de mosaicismo, em quatro indivíduos (7,4% da amostra): a) trissomia do 18 em 11,76% das células de um do sexo masculino; b) monossomia do 18 em dois do sexo feminino, sendo que a primeira pessoa apresentou um cromossomo 18 a menos em 33,3% das células e a outra em 28,57% das metáfases analisadas; c) mosaicismo duplo em 16,66% das suas células, envolvendo tanto monossomia do 18 quanto do X em um do sexo masculino. Dois indivíduos do sexo feminino apresentaram alterações numéricas envolvendo o cromossomo 21, sendo que uma apresentou 100% das suas células com trissomia livre do cromossomo 21 (2n=47, XX) e a outra 6,66% das suas células com esta característica. A presença de um fragmento cromossômico foi visualizado em 16,6% das células de um indivíduo do sexo feminino, não sendo possível identificar o cromossomo que sofreu a perda. Considerando que todos os indivíduos analisados eram portadores de deficiência mental e que poucos apresentaram alterações cariotípicas numéricas, acredita-se que a etiologia é resultado de cuidado pouco eficaz no começo da gravidez não planejada da mãe e falta de acompanhamento, que podem ter possibilitado a existência de danos irreversíveis na formação do indivíduo. Assim, o incentivo e políticas públicas que melhorem a aceitabilidade das gestantes e forneçam um atendimento psicológico podem diminuir a incidência de deficiências mentais e o abandono dessas crianças. Ainda, a cariotipagem de portadores de deficiências é amplamente recomendada, sendo necessário o treinamento dos profissionais da atenção básica para melhor receber e acompanhar esses indivíduos, fazendo também o aconselhamento das famílias. Palavras-Chave:cariotipo, deficiencia mental, levantamento PERFIL DA FIBROSE CÍSTICA NO ES - DIAGNÓSTICO NA TRIAGEM NEONATAL WÉLIDA SALLES PORTELA (HEINSG / APAE) - BRASIL TEREZINHA SARQUIS CINTRA (APAE VITORIA) - BRASIL HECTOR YURI CONTI WANDERLEY (UVV) - BRASIL ANDRESSA COSTA BRAGA COSTA BRAGA (HEINSG) - BRASIL SARAH FARDIN FARDIN OLIVEIRA (APAE- VITÓRIA) - BRASIL ELIZABETH PASSAMANI (APAE VITORIA) - BRASIL OBJETIVO: descrever dados epidemiológicos relacionados à Fibrose Cística (FC) no estado do Espírito Santo (ES), desde a inclusão de tal doença no programa de triagem neonatal (TN), em junho de 2009, até dezembro de 2012. MÉTODOS: A tripsina imunorreativa (IRT) foi dosada em amostras de sangue coletado em papel filtro S&S 900, utilizando o método imunofluorimétrico. Crianças com IRT igual ou superior a 70 ng/ml em duas amostras distintas até 45 dias de vida foram submetidas ao teste do suor, técnica de Gibson & Cooke. RESULTADOS: Foram diagnosticados 22 pacientes, sendo 8 (30%) do sexo masculino e 14 (70%) do sexo feminino. A mediana de idade ao diagnóstico foi de 41dias. Análise molecular foi realizada em 16 pacientes, e a mutação ∆F508 foi encontrada em aproximadamente 56% dos alelos. A incidência de FC no ES foi de 1:7507. CONCLUSÕES: A TN para FC tem possibilitado o diagnóstico precoce em pacientes assintomáticos, além de garantir uma terapêutica adequada e um melhor conhecimento da doença e seu curso natural. O aconselhamento genético permite aos familiares uma melhor compreensão da patologia e do risco genético, na perspectiva de maior adesão ao tratamento, com redução da morbidade e da mortalidade. Palavras-Chave:fibrose cística, triagem neonatal, perfil epidemiológico PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM GENÉTICA CLÍNICA NO ESTADO DE ALAGOAS ZULEIDE SILVA FERNANDES LIMA (UFRGS) - BRASIL DIOGO LUCAS LIMA DO NASCIMENTO (UNCISAL) - BRASIL LUCAS RIBEIRO GOMES (UNCISAL) - BRASIL CARLOS GUILHERME GAELZER PORCIUNCULA (UFAL) - BRASIL LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL ISABELLA LOPES MONLLEÓ (UFAL) - BRASIL Objetivos: descrever características epidemiológicas de pacientes atendidos em um serviço de referência em genética no Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas. Métodos: estudo retrospectivo baseado na revisão de prontuários digitais. Utilizou-se protocolo para coleta de informações demográficas (idade na primeira consulta, sexo, naturalidade, procedência), fatores de risco (consanguinidade parental, idade materna ≥ 35 anos, idade paterna ≥ 40 anos, história familial de outro defeito congênito, recorrência do distúrbio, exposição a teratógenos) e diagnóstico (categoria diagnóstica, diagnóstico nosológico e situação do diagnóstico). Foram analisados 569 prontuários de pacientes atendidos no período de maio/2008abril/2012, sendo a amostra constituída por 448 prontuários em condições de análise. Foi realizada análise descritiva com distribuição de frequência, medidas de tendência central e dispersão. Resultados: a idade variou de 0 a 67 anos, com predomínio da faixa etária de 1 a 5 anos (36,2%), 53,3% eram do sexo masculino, 45,5% do sexo feminino e 1,1% não tinham sexo social estabelecido. Cinquenta e quatro por cento dos indivíduos eram naturais de Maceió, enquanto 53% eram procedentes do interior do Estado. Foram verificados os seguintes fatores de risco: 24% para história familial de outro defeito congênito, 13% para consanguinidade parental e recorrência do distúrbio, 12% para idade paterna ≥ 40 anos, 10% para idade materna ≥ 35 anos e exposição teratogênica. Distúrbios esqueléticos foram observados em 15%, distúrbios neurológicos e neuromusculares em 12%, síndromes cromossômicas em 11%, distúrbios do desenvolvimento do sexo e síndromes dismórficas em 10%, déficit cognitivo associado a dismorfias em 9% e distúrbios mentais e do comportamento em 7% dos sujeitos. Em 318 casos (71%) foi aventada alguma hipótese de diagnóstico nosológico, entre estes, 147 casos (33%) estavam concluídos no momento da coleta de dados. Entre os casos concluídos as categorias diagnósticas com maior percentual foram as síndromes cromossômicas (30%) e os distúrbios esqueléticos (19%). Conclusões: observou-se ampla variação na idade e proporção sexual equivalente. O predomínio de pacientes naturais de Maceió provavelmente reflete o grande fluxo de casos complexos encaminhados à única maternidade referência para alto risco do Estado que está localizada em Maceió. Por outro lado, a maior proporção de pacientes procedentes do interior provavelmente está relacionada à distribuição populacional em que 2/3 residem no interior do estado. Os fatores de risco identificados estão relacionados com as principais etiologias dos defeitos congênitos de origem genética e não genética. O reconhecimento desses fatores é indispensável ao planejamento de ações de capacitação dos profissionais de saúde visando à prevenção por meio de educação em saúde. As categorias diagnósticas com maior número de casos concluídos correspondem àquelas com maior acesso aos exames diagnósticos. Nos casos das síndromes cromossômicas o estado de Alagoas conta com um Laboratório de Citogenética Humana, em funcionamento desde 2010. Quanto aos casos de distúrbios esqueléticos, em sua maioria o diagnóstico pode ser concluído com exames de imagens, que estão disponíveis na rede pública. O conjunto de dados deste trabalho poderá subsidiar o planejamento e implantação de políticas de saúde segundo as necessidades específicas desta população. Palavras-Chave:defeitos congênitos, genética no SUS, epidemiologia SERVIÇO DE GENÉTICA DE ADULTOS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO: PERFIL DE ATENDIMENTO DE UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA PARA ADULTOS CASSIO LUIZ DE CARVALHO SERAO (UERJ / FMP) - BRASIL EMMALIE TING (UERJ) - BRASIL RAQUEL BOY (UERJ) - BRASIL CLÁUDIO BAPTISTA SCHMIDT (LABORATÓRIO DLE ) - BRASIL GUSTAVO GUIDA GODINHO DA FONSECA JUAN LLERENA PEDRO GUIMARÃES COSCARELLI (UERJ) - BRASIL Introdução: Apresentamos o perfil do atendimento de um serviço de atendimento de Genética Médica voltada para adultos. Trata-se de serviço vinculado a hospital geral, com toda a complexidade multidisciplinar que este perfil de atendimento requer. Desenvolvimento: A maior parte dos serviços de genética disponíveis no nosso país é vinculado a unidades pediátricas e maternidades de alta complexidade. Em geral, até a infância e adolescência existe uma rede de suporte clínico, educacional, fisioterapêutico, fonoaudiológico e de terapia ocupacional bem estruturada em serviços públicos e particulares. Entretanto, em virtude da enorme dificuldade de se encontrar acompanhamento clínico e de prevenção terciária nos pacientes adultos com doenças genéticas ou atraso no desenvolvimento de causa ambiental, e da maior sobrevida destes decorrente dos avanços tecnológicos das últimas décadas, o papel do médico geneticista vinculado a um serviço de atendimento clínico ajuda a suprir esta demanda de pacientes que se sentiam sem qualquer suporte clínico após atingir uma faixa etária incompatível com atendimentos em serviços de pediatria. Apresentamos o perfil de atendimento realizado em nosso serviço com estratificação por etiologia, presença de retardo mental, necessidade de vigilância para neoplasias, acompanhamento neurológico, seja comportamental ou para crises convulsivas. Resultados: Atendemos em 1 ano 140 pacientes, sendo 44 pacientes com Síndrome de Down, 38 pacientes com atraso no desenvolvimento sem etiologia determinada, 9 com autismo, além de diversas outras etiologias. 53 pacientes necessitam alguma forma de acompanhamento neurológico, 60 realizam algum procedimento de vigilância para neoplasia, 104 possuem retardo mental. 39 pacientes tiveram mais de uma consulta em um ano. Conclusões: A demanda por serviços de clínica com suporte para atendimento e acompanhamento clínico de condições complexas e multidisciplianares é crescente e a presença de um médico geneticista ajuda a contemplar a reavaliação destes pacientes por novas tecnologias não disponíveis no início do acompanhamento clínico destes pacientes, a abordagem aos familiares e de aconselhamento genético, a importância do estímulo profiossionalizante, além do estimula a independência destes pacientes. Palavras-Chave:Genética médica, saúde pública, genética comunitária TRIAGEM GENÉTICA DE DOENÇA CELÍACA EM INDIVÍDUOS DOADORES DE SANGUE DA CIDADE DE FORTALEZA MARIA DENISE FERNANDES CARVALHO (UECEAPAEUNICHRISTUS) - BRASIL LIZE DE MAGALHÃES BARROSO CLARISSA ROCHA MONTENEGRO IÊDA NISHITOKUKADO CARMEN LÚCIA ORTIZ AGOSTINHO AYTAN MIRANDA SIPAHI ANTONIO MIGUEL FURTADO LEITÃO (UNICHRISTUS) - BRASIL A Doença Celíaca (DC) é uma desordem sistêmica crônica inflamatória e auto-imune que afeta primariamente o intestino delgado de indivíduos geneticamente susceptíveis, sendo induzida pelo consumo de proteínas presentes no trigo, centeio e cevada. Acomete indivíduos de qualquer idade e de ambos os sexos.Pesquisas realizadas usando marcadores sorológicos, confirmam que a doença é subdiagnosticada. Estimativas fundamentadas em estudos soros-epidemiológicos sugerem que para cada paciente confirmado como celíaco, existem de 3 a 7 pacientes oligo ou assintomático sem diagnóstico. Devido a falta de dados epidemiológicos da doença celíaca na região Nordeste do Brasil, a avaliação de sua prevalência se mostra de grande importância para a formação de seu perfil epidemiológico no país, comparando-se com a prevalência, já existente, nos principais centros urbanos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste . O estudo tem como objetivos: identificar as variáveis sociodemográficas dos doadores do HEMOCE que participarem deste projeto. Avaliar o perfil genético (HLA classe II) da população em estudo. Relacionar a prevalência de sintomas digestivos clínicos dos doadores de acordo com o perfil genético e exames sorológicos. Metodologia: Através de pesquisa descritiva, transversal com aplicação de questionário e realização de testes genéticos e sorológicos. Os testes sorológicos anti-transglutaminase tecidual de cobaia IgA (tTg) pela técnica ELISA e teste anti-endomísio IgA (AAE) pela técnica de imunofluorescência, e a pesquisa genética foram realizadas, no Laboratório de Gastroenterologia e no Laboratório de Histocompatibilidade e Imunidade Celular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em parceria com o laboratório de genética médica da Unichristus do estado do Ceará. Os dados foram analisados no programa Epi Info versão 3.5.1 para a análise dos questionários e através dos testes estatísticos Qui-quadrado e Exato de Fisher. Resultados: Inicilamente 16 questionários (piloto) foram aplicados, sendo sete pacientes do sexo feminino e nove masculinos. A idade média foi de 30 anos, com peso e altura média de 79,3kg e de 1,70m, respectivamente. A maioria (doze) foram pardos e o grau de escolaridade que prevaleceu (sete) foi o ensino médio. Na história patológica, todos negaram suspeita ou diagnóstico de doença celíaca e dois tinham intolerância a lactose em familiares. Nos dados familiares, o local de nascimento dos pais e avós foi o Brasil e apenas dois relataram ter descendência de bisavós estrangeiros ( italiano e português). Sobre os sintomas , todos negaram diarreia crônica, perda de peso e déficit de crescimento. Em relação ao último item , sobre a dieta, dez afirmam ingerir pão/ biscoito todos os dias, doze e treze respectivamente consomem massas e tortas/bolos aos fins de semana. Os testes sorológicos e genéticosestão em análise.Conclusão:O conhecimento do perfil epidemiológico para a DC indicará uma conduta para os paciente assintomáticos identificados no estudo através do questionário e principalmente proporcionará a prevalência da DC na população da cidade de Fortaleza. Palavras-Chave:Doença Celíaca, HLA classe II, gliadina,anti-trasnglutamonase,anti-endomísio SPATIAL AND TEMPORAL ANALYSIS OF INFANT MORTALITY FROM CONGENITAL MALFORMATIONS IN BRAZIL (1996-2010) Schuler Faccini L1, Bronberg R2, Ramallo V3, Alfaro EL3, Dipierri JE4 1. 2. 3. Universidad Federal do Rio Grande do Sur. Brasil; Hospital General de Agudos "Dr. José María Ramos Mejía", Servicio de Neonatología, Área de Genética Médica y Poblacional, Buenos Aires, Argentina; CONICET; 4. Instituto de Biología de la Altura. Universidad Nacional de Jujuy. Argentina Objective: To analyze the spatial and temporal distribution (1996-2010) of infant mortality (IM) due to congenital malformations (CM) in Brazil. Materials and Methods: Data on births and deaths in children under 1 year of age classified with ICD10 came from the Computer Department of the Unified HealthSystem (Datasus). Percentage of CM deaths (CMD%) and the rate of IM by CM (RIMCM) were calculated by municipality (5600), Federative Units (27) and regions(North, Northeast, South, Southeast and CenterWest) The secular trend (ST) and interregional and Federative Units variation in risk was calculated using Poisson regression. The municipal level spatial analysis was performed by finding significant clustering of RIMCM and CMD% (Satscan software). Results: For all of Brazil, RIMCM and CMD% had a positive SR (p <0.01). At the regional level, RIMCM presenteda positive SR in the North, Northeast and Midwest regions, it was negative in the Southeast and zero in the South. The CMD% exhibited a positive secular rate (SR) in all regions. Clusters of high CMD% and RIMCM tended to be distributed in the municipalities of South and Southeast regions. Conclusion: The pattern of IM by CM for all Brazil was characterized for the period 1996-2010 by presenting increased RIMCM and CMD%. However, there were profound interregional disparities between these indicators of IM by CM with a trend in the southern regions of the country to decreased RIMCM and an increase ofCMD%, typical of developed countries. 7. NEUROGENÉTICA ALTA EXPRESSÃO SÉRICA DO GENE HLA-G ESTÁ ASSOCIADA COM TUMORES GLIAIS DE PIOR PROGNÓSTICO KARLA RONA DA SILVA (IEP-SCBH-MG) - BRASIL KÊNIA CRISTINA SOARES FONSECA MAGALHÃES (IEP/SCBH) - BRASIL ISABELA JUBÉ WASTOWSKI (UEG) - BRASIL MILLENA CAROLINA PEREIRA SILVA SOUSA (IEP-SANTA CASA DE BH) BRASIL LUCAS ALVERNE FREITAS DE ALBUQUERQUE (SCBH) - BRASIL GERIVAL VIEIRA JÚNIOR (IEP SCBH) - BRASIL JOSÉ LOPES SOUSA FILHO (SCBH) - BRASIL GERVÁSIO TELES CARDOSO DE CARVALHO (SCBH) - BRASIL PAULO PEREIRA CHRISTO (SCBH) - BRASIL RENATA TOSCANO SIMÕES (IEP/SCBH) - BRASIL Objetivo: Conhecer o perfil polimórfico e bem como o padrão de expressão proteica do gene Antígeno Leucocitário Humano G (HLA-G) em amostras de pacientes com gliomas de alto grau, atendidos e operados na Santa Casa de Belo Horizonte. Métodos: Avaliamos a expressão plasmática e dois polimorfismos da região 3’ não traduzida (3’NT) do gene HLA-G: inserção/deleção de 14pb (*In/Del) e +3142 C/G (*C/G) em 77 pacientes com diagnóstico clínico e cirúrgico de gliomas de alto grau. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 63 glioblastomas (GBM) e 14 com outros tumores malignos da glia. De cada paciente foram coletados 4 ml de sangue venoso de onde foi extraído o DNA pelo método de salting out e realizada a quantificação sérica do HLA-G solúvel (HLA-Gs) pelo método imunoenzimatico Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA). A identificação dos polimorfismos foi realizada por PCR convencional onde utilizamos um conjunto de primers que permitiu fazer, de forma direta, a visualização haplotípica dos polimorfismos testados. A análise estatística foi realizada com os programas Genepop 3.4 e GraphPad Prism 5.0. Para a determinação do nível de corte para a positividade do HLA-Gs foi utilizada a curva do Receptor Operacional de Característica (ROC). Resultados: Nenhuma associação significante foi encontrada nos testes de associação entre os polimorfismos e os tipos tumorais e polimorfismos e grau de expressão de HLA-G. Entretanto, encontramos um aumento significativo da expressão de HLA-Gs em pacientes com GBM (p=0,0364). A média de expressão foi de 51,46 U/ml no grupo GBM e 24,11 U/ml no grupo de outros tumores malignos. Observamos também que pacientes com maior expressão de HLA-G possuem menor sobrevida, mas este resultado não foi estatísticamente significante. Conclusão: Em nossas amostras não encontramos associação dos polimorfismos com os gliomas de alto grau, em com os níveis de expressão proteica do HLA-G. Contudo, nossos resultados confirmam que a alta expressão de HLA-G está associada a tumores de pior prognóstico (GBM) e que pode influenciar na sobrevida dos pacientes. Palavras-Chave:Expressão de HLA-G, polimorfismo 3’NT, GBM, gliomas malignos ALVOS TERAPÊUTICOS HEMATOPOIÉTICOS NA DOENÇA DE GAUCHER: AVALIAÇÃO DA COORTE DE PACIENTES DO CENTRO DE REFERÊNCIA DO RIO GRANDE DO SUL CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL MATHEUS BRUNSTEIN CAMARGO (UFRGS) - BRASIL MATHEUS VERNET MACHADO BRESSAN WILKE (UFRGS) - BRASIL FILIPPO VAIRO (HCPA/UFRGS) - BRASIL IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL INTRODUÇÃO: A avaliação da eficácia do tratamento de pacientes com Doença de Gaucher (DG) tem como foco os alvos terapêuticos e o conceito de doença residual mínima, os quais, por sua vez, levam em consideração os sistemas afetados pela doença e que são passíveis de melhora com o tratamento específico, entre eles os níveis de Hb e plaquetas. OBJETIVOS: Avaliar a evolução dos níveis de Hb e plaquetas dos pacientes com DG em acompanhamento no Centro de Referência de DG do Rio Grande do Sul e que não foram submetidos à esplenectomia antes do início da TRE/TRS. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospectivo, longitudinal, com amostragem por conveniência. Em relação à Hb, tomou-se como alvo o valor ≥12 g/dL em indivíduos do sexo masculino, e ≥ 11 em mulheres e crianças, e o tempo para que este nível seja atingido (até 2 anos de tratamento). Quanto às plaquetas, o alvo foi, para pacientes com trombocitopenia moderada, a concentração ≥ 120.000 U/µL após 2 anos de tratamento, ou o seu aumento em 1,5 vezes em 1 ano; para pacientes com trombocitopenia grave, considerou-se como alvo o aumento da concentração em 1,5 vezes após 1 ano de tratamento, ou em 2 vezes após 2 anos. RESULTADOS: Entre os 37 pacientes acompanhados pelo CRDG-RS e que estão em tratamento com TRE ou TRS, seis são esplenectomizados, dois apresentavam níveis normais de Hb e plaquetas quando do início do tratamento e três possuíam tempo de tratamento inferior a um ano, sendo excluídos da análise. A amostra, portanto, foi composta por 26 pacientes (DG tipo I= 25, tipo III = 1; sexo masculino= 14), com idade atual entre 15 e 65 anos, todos em TRE (mediana de tempo de tratamento= 10 anos e 1 mês). Inicialmente, os pacientes foram tratados com Imiglucerase, mas atualmente seis utilizam Alfataliglicerase, um utiliza Alfavelaglicerase e os demais, Imiglucerase. A dose de início de tratamento foi 15 UI/kg/inf para 7 (30,4%) pacientes; nos demais, a dose foi ≥ 30 UI/kg/inf. Treze pacientes apresentavam anemia ao início do tratamento: nesse grupo, todos os pacientes iniciaram TRE com dose ≥ 30UI/kg/inf ; onze (84,6%) atingiram o alvo terapêutico em uma mediana de tempo de 12 meses; os pacientes que não atingiram o alvo são do sexo feminino, recebem doses ≥ 30UI/kg/inf, e uma delas apresenta baixa adesão ao tratamento. Vinte e dois pacientes apresentavam trombocitopenia ao início do tratamento: quinze (68,2%) começaram o tratamento com dose ≥ 30UI/kg/inf; dez (45,5%) atingiram o alvo em uma mediana de tempo de 15 meses; entre os pacientes que não atingiram o alvo, 8/12 (66,6%) utilizaram dose ≥ 30 UI/kg/inf e um apresentava DG tipo III. CONCLUSÃO: Nossos dados estão de acordo com a literatura. Apesar de a trombocitopenia ser mais frequente na DG que a anemia, a concentração de plaquetas no sangue segue como um alvo mais difícil de ser alcançado, e sua melhora, na nossa amostra, não parece ter relação direta com a dose de enzima utilizada pelo paciente. Palavras-Chave:GAUCHER;ALVO TERAPEUTICO ANÁLISE DE MUTAÇÕES DO GENE PLP1 E COMPARAÇÃO DOS DADOS CLÍNICOS DOS PACIENTES COM HIPOMIELINIZAÇÃO CEREBRAL DA REDE SARAH DE HOSPITAIS DE REABILITAÇÃO DANIEL ROCHA CARVALHO (REDE SARAH) - BRASIL SAVANA CAMILA LIMA DOS SANTOS BERNARDO JOSE ALVES FERREIRA MARTINS MARTINS (SARAH) - BRASIL REINALDO ISSAO TAKATA (SARAH) - BRASIL CARLOS EDUARDO SPECK MARTINS (REDE SARAH) - BRASIL Objetivos: A doença de Pelizaeus-Merzbacher (DPM) é o fenótipo mais comum dentre os distúrbios que são caracterizados por hipomielinização do sistema nervoso central como leucoencefalopatia. A DPM é uma das condições do espectro de doenças recessivas ligadas ao X provocadas por mutações no gene PLP1. Entretanto, muitos afetados por este padrão de alteração denominado hipomielinização não têm mutação no gene PLP1 mesmo com uma apresentação clínica compatível com DPM (‘DPM-like’, 40% em algumas séries de casos). Ou são acometidos por outra doença que também cursa com hipomielinização e confunde com a DPM. Analisamos o diagnóstico e comparamos os dados clínicos de todos os pacientes submetidos à investigação de mutação no gene PLP1 por hipomielinização cerebral da Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação. Métodos: Revisão dos dados clínicos do prontuário eletrônico realizada apenas nos pacientes com hipomielinização cerebral após a análise das imagens da ressonância magnética do encéfalo pelo radiologista. Consideramos como critério de inclusão a presença de hipersinal na ponderação T2 da substância branca em relação à substância cinzenta (com respectivo isossinal ou hipossinal leve na ponderação T1) de forma difusa nos hemisférios cerebrais em exame realizado com mais de 2 anos de idade. Foram excluídos da série os pacientes com acometimento apenas em segmentos do encéfalo, lesões focais ou outro padrão de leucoencefalopatia. A investigação de duplicação/deleção de todo ou parte do gene PLP1 foi realizada através da técnica de MLPA (SALSA MLPA kit P022-B1). O sequenciamento direto para investigação de mutações de ponto do gene PLP1 foi realizado nos indivíduos sem duplicação/deleção. Resultados: Os dados clínicos comparados foram: conclusão de outro diagnóstico, consanguinidade, história de outro familiar afetado, nistagmo, idade de início e a quadro de manifestação neurológica de ataxia, sinais piramidais, coreodistonia, epilepsia e desmielinização periférica detectada por eletroneuromiografia. Foi confirmada a duplicação do gene PLP1 em sete pacientes (dois irmãos) com DPM forma clássica e um paciente com deleção do gene (sem nistagmo). Em cinco pacientes com DPM (dois irmãos), foi identificada mutação no gene PLP1 já conhecida na literatura (IVS6+1G>A; p.Y58C; p.T156I; p.Q69X), tendo um paciente a forma neonatal. Em outros quatro pacientes (dois irmãos), foi detectado mutação nova ainda não descrita (p.Thr118fsX146; p.Ile72AlafsX44; p.T182fsX203), tendo os pacientes uma manifestação não compatível com a forma clássica de DPM. De um grupo total de 46 pacientes com hipomielinização, 17 pacientes tiveram mutação no gene PLP1 (17/46, 36,9%). Do grupo de 29 pacientes sem mutações no gene PLP1, foi possível concluir outro diagnóstico em cinco pacientes: paraparesia espástica hereditária ligada ao X (2), síndrome de Cockayne, hipomielinização com atrofia dos gânglios da base e cerebelo e hipomielinização com catarata congênita. Foi possível concluir o diagnóstico clínico compatível com DPM (DPM-Like) em 20 pacientes com hipomielinização. Conclusões: Mutações no gene PLP1 foram identificadas em 17 pacientes com hipomielinização cerebral. A maioria dos pacientes com hipomielinização cerebral sem mutação no PLP1 apresentavam fenótipo da DPM (20/29, 68,9%), incluindo sete mulheres, o que reforça que outros genes estão envolvidos como causa desta doença. Palavras-Chave:Doença de Pelizaeus-Merzbacher; gene PLP1, hipomielinização, paraparesia espástica tipo 2 ANÁLISE DE POLIMORFISMOS NOS GENES DA ROTA SEROTONINÉRGICA EM PACIENTES COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA IDIOPÁTICO NATHALIA OLIVEIRA DE LIMA (UFPA) - BRASIL LARISSA CRUZ MISLENE CISZ AMIRA CONSUÊLO DE MELO FIGUEIRAS (UFPA) - BRASIL LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA SANTANA DA SILVA (UFPA) - BRASIL Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) são desordens do neurodesenvolvimento de etiologia complexa e heterogênea que se iniciam na infância. São caracterizados por manifestações em três áreas (domínios): social, da comunicação e de comportamento O sistema neurotransmissor serotoninérgico exerce uma variedade de funções fisiológicas, incluindo regulação de humor, controle das emoções, funções cognitivas, e atividade motora, representando um candidato promissor na patologia dos TEA, já que alterações neste sistema têm sido associadas a transtornos comportamentais e psiquiátricos. Aqui foram estudados o polimorfismo de inserção/deleção de 44pb (5HTTLPR) no gene do transportador (5-HTT) e o polimorfismo G861C no gene do receptor de serotonina 1B (HTR1B). O objetivo deste trabalho foi investigar a ocorrência dos polimorfismos G861C no gene HTR1B e o 5HTTLPR no gene 5-HTT em pacientes com TEA idiopático. Inicialmente, foram selecionados 120 paciente com TEA e seus pais biológicos no Ambulatório de Autismo, do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza da UFPA e da Casa da Esperança. A associação entre os polimorfismos e TEA foi testada através de estudo caso-controle com 110 indivíduos controle, bem como através de teste de associação baseado em famílias (FBAT). Foi realizada triagem molecular para X-Frágil por PCR para eliminar os casos de TEA secundário. A determinação dos genótipos foi feita por PCR-RFLP. Seis (5%) dos pacientes foram excluídos da análise, por se tratar de TEA secundário. Foram genotipados 71 e 91 pacientes para 5HTTLPR e G861C, respectivamente. Não houve transmissão preferencial de nenhum dos alelos. Já na comparação entre casos e controle, os genótipo LaLa de 5HTTLPR (15,6%) e CC de G861C (16,5%) foram mais frequentes em pacientes do que em indivíduos controle (0,96%; 4,5%). Foi observado também, que o genótipo LaLa esteve mais presente em pacientes com diagnóstico de TEA com grave comprometimento da interação social. Todos os estudos sobre a etiologia dos TEA idiopáticos deveriam iniciar com uma investigação clínica adequada. Essa abordagem é fundamental para identificação dos casos de TEA secundário, bem como para distinguir fenótipos clínicos mais informativos para estudos de associação. Quanto aos polimorfismos 5HTTLPR e G861C, ambos parecem influenciar no risco para TEA, e o primeiro parece também contribuir para variabilidade fenotípica dos pacientes. Palavras-Chave:Autismo, serotonina, biologia molecular ANÁLISE DE VARIAÇÃO NO NÚMERO DE CÓPIAS (CNVS) DA REGIÃO 15Q11-13 EM TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTÍSTICO NO BRASIL ANA LUIZA BOSSOLANI MARTINS (UNESP) - BRASIL PATRICIA PEREIRA DO NASCIMENTO (UNESP/IBILCE) - BRASIL CÍNTIA MARQUES RIBEIRO DANIELLE DE PAULA MOREIRA (IB-USP) - BRASIL NAILA CRISTINA VILAÇA LOURENÇO (USP) - BRASIL CARINA TATIANA GIUNCO (SSP) - BRASIL DANTE BRUNO AVANSO ROSAN (UNESP/IBILCE) - BRASIL MARIA RITA PASSOS BUENO (USP) - BRASIL AGNES CRISTINA FETT CONTE (FAMERP) - BRASIL Introdução: Os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) são doenças neuropsiquiátricas muito comuns na população, caracterizadas principalmente por prejuízos de interação social, comunicação e comportamento. A etiologia é muito heterogênea e desconhecida na maior parte dos casos, com envolvimento de múltiplos fatores genéticos e ambientais. Há descrições de mutações e variações no número de cópias (CNVs) em 15q11-13, onde estão mapeados genes expressos no sistema nervoso central, que estão envolvidos em neurotransmissão e sinapse. Objetivos: Avaliar a presença de CNVs na região 15q11-13 em pacientes com TEA, a presença das CNVs encontradas nos progenitores do afetado, para verificar se são herdadas ou de novo, e relacionar os achados genotípicos com os fenotípicos. Métodos: Foram estudados 170 indivíduos, todos com cariótipo normal e com resultados negativos para a presença de mutações no gene FMR1 e de outras afecções genéticas clinicamente diagnosticáveis. A investigação de CNVs em 15q1113 foi realizada pela técnica de Multiplex Ligation dependent Probe Amplification (MLPA), com a utilização do kit P343 (MRC Holland). Resultados: Dos 170 indivíduos testados, apenas um (0,6), com diagnóstico de Autismo Infantil, apresentou uma microdeleção em 15q11-13, no exon 7 do gene GABRB3, mapeado na região estudada. O estudo da genealogia revelou que a alteração foi herdada da mãe, que também a transmitiu para uma de suas outras duas filhas. Tanto a mãe, como a irmã apresentam fenótipo normal, inclusive, ausência de traços de personalidade que possam sugerir broad phenotype. O sequenciamento direto de todo o exon 7 esclareceu que a alteração resultou no polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) rs7501521, caracterizado pela troca A>G, com frequência alélica de f(A)= 0,998 e f(G)=0,002. Este SNP já foi descrito na população em geral, mas não em autismo. Aparentemente não possui efeito clínico, apesar de ser raro e estar localizado em uma região com 78% de chance de ser o sítio aceptor de splicing do transcrito para a proteína gabrb3. Conclusões: CNVs em 15q11-13 em TEA parecem ser raras. Entretanto, o polimorfismo rs7501521, que ainda não foi relacionado a qualquer consequência clínica, por estar localizado em um gene sabidamente envolvido na etiologia destas doenças, merece ser investigado em casuísticas maiores para interpretação do significado biológico em TEA. Afinal, são doenças complexas cujo fenótipo, altamente variável, pode resultar do efeito aditivo de várias alterações ou variações genéticas que necessitam ser esclarecidas, inclusive, para realização do Aconselhamento Genético correto das famílias. Suporte Financeiro: FAPESP; BAP/FAMERP. Palavras-Chave:15q11-13, CNV, GABRB3, MLPA DISCUSSÃO SOBRE OS ASPECTOS CLÍNICOS E GENÉTICOS, E DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO COMPLEXOS NA INSÔNIA FAMILIAR FATAL: PRIMEIRO CASO DESCRITO NO BRASIL JOSÉ LUIZ PEDROSO (UNIFESP) - BRASIL PAULO VICTOR SGOBBI DE SOUZA (UNIFESP) - BRASIL WLADIMIR BOCCA VIEIRA DE REZENDE PINTO (UNIFESP) - BRASIL MICHELE CHRISTINE LANDEMBERGER (FAP) - BRASIL VILMA REGINA MARTINS (AC CAMARGO) - BRASIL ORLANDO G P BARSOTTINI (UNIFESP) - BRASIL Objetivos: a insônia familiar fatal representa uma doença priônica rara, neurodegenerativa, autossômica dominante, geralmente afetando pacientes entre quinta e sexta décadas de vida, evoluindo de forma rapidamente progressiva para a morte. A doença resulta de uma mutação no códon 178 (D178N) do gene RPPN (localizado no cromossoma 20p13), ligado com a metionina no códon 129 do alelo mutado. Suas principais características patológicas incluem severa perda neuronal com gliose nos núcleos mediodorsal e ventral anterior do tálamo, e núcleo olivar inferior, com graus variáveis de espongiose, especialmente no córtex entorrinal. Nesse trabalho, descrevemos o primeiro caso brasileiro diagnosticado geneticamente de insônia familiar fatal. Realizamos uma discussão detalhada sobre os aspectos clínicos e genéticos. Além disso, fazemos uma discussão sobre o fenótipo apresentado, caracterizado por distúrbios do movimento complexos. Métodos: avaliamos uma paciente de 67 anos, no Setor de Ataxias do Departamento de Neurologia da UNIFESP, com história de sonolência excessiva diurna, insônia noturna, além de dificuldade progressiva da marcha com desequilíbrio e ataxia, há 1 ano. Nos últimos 3 meses, piora importante, com declínio cognitivo. Exame neurológico mostrando parkinsonismo, tremor do tronco, mioclonias e movimentos erráticos dos olhos (Vídeo). Vários familiares acometidos, com a mesma doença (Figura). Resultados: Sorologias, provas reumatológicas, auto-anticorpos tireoideanos, e marcadores tumorais foram negativos. LCR mostrou apenas hiperproteinorraquia leve e a proteína 14-3-3 não foi identificada. A RM do crânio revelou atrofia cerebral difusa leve. A polissonografia mostrou redução no tempo total de sono, redução importante do sono REM, aumento despertares e episódios de apnéia central. Foi realizado teste genético para insônia familiar fatal com sequenciamento do gene RPPN, no códon 178 (D178N). O gene PRNP polimórfico no códon 129 foi heterozigoto (M129V), com o alelo mutante na metionina (N178 + M129), o que confirma a suspeita de insônia familiar fatal (Figura). Conclusões: por se tratar de doença extremamente rara, é difícil descrever um fenótipo típico para a insônia familiar fatal. O espectro clínico caracterizado por distúrbios do movimento complexos, incluindo: parkinsonismo, tremores do tronco e movimentos oculares erráticos, poucas vezes foi descrito na literatura. Quando estas características estão presentes, presume-se que os núcleos da base e suas conexões estejam envolvidos. Dados patológicos de pacientes com insônia familiar fatal têm demonstrado que a degeneração dos neurônios são encontrados principalmente no tálamo e núcleos olivares. Curiosamente, os pacientes com heterozigose com polimorfismo no códon 129 (M129V) do gene RPPN, como descrito aqui, mostraram alterações cerebrais mais amplas, e os neurônios apoptóticos também foram encontrados no neocórtex e estriado. Em geral, esta descrição caso chama a atenção para um fenótipo incomum da insônia familiar fatal, apresentando distúrbios do movimento complexos, caracterizados por parkinsonismo, mioclonia, tremor tronco e os movimentos erráticos dos olhos. Os fenótipos descritos em doenças priônicas são complexos, o que indica que outros fatores além do genético e ambientais podem contribuir para essa variabilidade. Os estudos futuros se aproximam sequenciamento do exoma completa ou do genoma dentro dos membros destas famílias poderão contribuir para uma melhor compreensão do espectro fenotípico variável de doenças priônicas genéticas. Palavras-Chave:Insônia familiar fatal; fenótipos; genética; distúrbios do movimento complexos. DOENÇA DE HUNTINGTON DE INÍCIO PRECOCE- RELATO DE CASO MARIA CAROLINA FERREIRA BARBOSA RIBAS (HJAF) - BRASIL RODRIGO ARANTES FELIPE IBIAPINA DOS REIS (HDH) - BRASIL WLADIMIR KUMMER (HOSPITAL DONA HELENA) - BRASIL FLAVIO RIBAS (NNEUROCLINICA) - BRASIL INTRODUÇÃO A doença de Huntington é uma desordem neurodegenerativa, com herança autossômica dominante que manifesta-se clinicamente com coréia, alterações psiquiátricas e demência. Sua prevalência geral é de 5 a 10:100.000, variando entre em diferentes populações estudadas. A doença de Huntington ocorre devido à expansão de trinucleotídeos CAG no gene HTT. De forma geral, o início dos sintomas ocorre entre 35 e 44 anos de vida, sendo que 25% dos casos iniciam-se em um estágio mais tardio, após os 50 anos. A forma juvenil da doença de Huntington é rara e representa apenas 05 a 10% dos casos. CASO CLÍNICO ICD, 11 anos e 8 meses, sexo feminino. Vem encaminhada para avaliação com médico geneticista devido a quadro de dificuldade escolar detectada aos 7 anos. É filha de um casal jovem, não consangüíneos, que viveram juntos por 10 anos e encontram-se separados há 6 anos. Sua mãe é G1P1A0, realizou pré-natal sem intercorrências. Nega sangramentos de primeiro trimestre ou uso de teratógenos durante a gestação. Nasceu de parto cesáreo, a termo, PN: 4380 G, APGAR: 9 e10. Nasceu bem e recebeu alta com sua mãe. No primeiro ano de vida a paciente apresentou o DNPM adequado para sua idade. Foi alfabetizada sem dificuldades. Aos 8 anos iniciou com dificuldade de concentração e iniciou acompanhamento neurológico. Inicialmente recebeu o diagnóstico de TDAH e iniciou tratamento e acompanhamento sem resposta satisfatória. Aos 9 anos iniciou com tiques motores e com rigidez de articulações. Os sintomas progrediram para alteração da marcha caracterizada por postura distonica em membro inferior esquerdo, lentificação e maior dificuldade na execução de movimentos finos. Nunca apresentou crises convulsivas. Durante este periodo realizou RNM de encéfalo que mostrou atrofia de núcleos caudados bilateral. Ao exame clínico/neurológico realizado em 2013 observou-se parkinsonismo simétrico, com rigidez articular, bradicinesia e ausência de tremor postural ou de repouso. A avaliação cognitiva foi caraterizada principalmente por alterações executivas com importante apraxia ideomotora. A pesquisa dos pares cranianos mostrou lentificação de sacadas. Não foram observados movimentos coreicos ou balísticos. Na história familiar da paciente seu pai havia iniciado por volta dos 30 anos de idade com quadro neurodegenerativo progressivo e tinha recentemente recebido o diagnóstico molecular de Doença de Huntington. Seu avó paterno havia falecido do mesmo quadro há alguns anos. Sua mãe é sadia. Foi solicitado o estudo molecular da Doença de Huntington cujo resultado foi positivo (73 repetições CAG). Discussão A antecipação observada na doença de Huntington é relacionada ao aumento da gravidade dos sintomas e/ou redução na idade de início dos sintomas. Ocorre mais comumente na transmissão paterna de alelos mutados. Para indivíduos com mais de 40 repetições CAG, a penetrância é completa e indivíduos com a forma juvenil têm mais que 60 repetições CAG. Estes dados encontram-se evidentes no caso clínico apresentado. Palavras-Chave:Doença de Huntington, variante Westphal DOENÇA DE MACHADO JOSEPH COM SINTOMATOLOGIA NA INFÂNCIA – RELATO DE SEIS CASOS LAURA BANNACH JARDIM (UFRGS) - BRASIL KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL RUI D' AVILA (UFRGS) - BRASIL KARYN REGINA JORDÃO KOLADICZ (HCPA) - BRASIL GABRIELE NUNES SOUZA (UFRGS/HCPA) - BRASIL Introdução: A Doença de Machado Joseph ou Ataxia Espinocerebelar tipo 3 (DMJ/SCA3) é uma doença autossômica dominante associada à expansão CAG no gene ATXN3 que leva a degeneração dos sistemas que controlam a coordenação motora. A idade de início dos sintomas é, em média, 32 anos e apresenta-se inversamente proporcional ao número de repetições de trinucleotídeos. Devido à instabilidade da mutação, observa-se o fenômeno de antecipação, no qual os sintomas de uma desordem genética tornam-se aparentes em idade mais precoce que na geração anterior. Objetivo: relatar uma série de casos de 6 crianças com ataxia e história familiar de DMJ atendidas no Serviço de Genética Médica do HCPA. Resultado: todas as crianças iniciaram seu quadro clínico com ataxia de marcha e são heterozigotas para expansão CAG. Foram avaliados 5 meninas (entre elas 2 irmãs) e 1 menino pertencentes a quatro diferentes famílias. A idade de início dos sintomas variou entre 5 e 10 anos e a idade atual varia entre 8 e 27 anos. Nestes casos, o valor da CAG normal foi entre 14 e 27 e a CAG expandida (CAGe) foi entre 78 (inicio da doença aos 5 anos) e 91 (inicio aos 7 anos). Realizado escala SARA (Scale for the Assessment and Rating of Ataxia) e NESSCA (Neurological Examination Score for Spinocerebelar Ataxia) em 3 crianças. Paciente 1 com 6 anos do início dos sintomas, NESSCA 19 e SARA 14,5. Paciente 2 com 7 anos do início dos sintomas, NESSCA 24 e SARA 40 e paciente 3 com 12 anos do início dos sintomas, NESSCA 26 e SARA 38. Exame físico atual de 4 dos 6 pacientes: ataxia de marcha, dismetria, disdiadococinesia, espasticidade e hiperreflexia. Além destes sintomas, três apresentam distonia, dois estão restritos a cadeira de rodas e dois com grave incapacidade na fala. Em relação aos genitores, há 3 homens e 2 mulheres sintomáticos. Os sintomas começaram entre 18 e 31 anos. Obtemos exame molecular de 3 genitores homens com CAGe de 75 (filha com 80 repetições), CAGe 77 (filha com 78 repetições) e CAGe de 76 (filha com 81 repetições). Observamos fenômeno de antecipação entre 10 e 22 anos nesta série. Conclusão: não é comum a apresentação das ataxias espinocerebelares autossômicas dominantes em crianças, sendo encontrados poucos casos relatados de DMJ de inicio precoce. Há necessidade de mais estudos a respeito da história natural da DMJ de início na infância. Palavras-Chave:A Doença de Machado Joseph ou Ataxia Espinocerebelar tipo 3 (DMJ/SCA3) EMAGRECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA NA DOENÇA DE MACHADOJOSEPH (DMJ/SCA3) EM UM SERVIÇO AMBULATORIAL ESPECIALIZADO GABRIELE NUNES SOUZA (UFRGS/HCPA) - BRASIL LAURA BANNACH JARDIM (UFRGS) - BRASIL MARCIA KOJA BREIGEIRON (UFRGS) - BRASIL A Doença de Machado-Joseph, também chamada de ataxia espinocerebelar (SCA) do tipo 3 (DMJ/SCA3), é uma condição neurogenética de herança autossômica dominante que afeta o sistema nervoso central. Ataxia, prejuízo da capacidade funcional e manifestações depressivas, que podem interferir na qualidade de vida, além do emagrecimento, são alterações clínicas advindas da DMJ/SCA3. Para tanto, a investigação de possíveis relações entre a qualidade de vida, manifestações neurológicas e aspectos emocionais poderá dar subsídios para esclarecer a perda de peso destes indivíduos. O estudo teve como objetivo analisar as condições nutricionais e a qualidade de vida de indivíduos com a doença de Machado-Joseph (DMJ/SCA3) atendidos em um serviço ambulatorial especializado. Foram recrutados 44 indivíduos com DMJ/SCA3 (grupo caso) e 41 indivíduos hígidos para DMJ/SCA3 (grupo controle). Os instrumentos utilizados para o grupo caso foram: WHOQOLbrief (qualidade de vida), Índice de Barthel (capacidade funcional), inventário de depressão de Beck (BDI), e escalas de NESSCA e SARA (comprometimento neurológico). Ambos os grupos foram avaliados pelo estado nutricional utilizando-se bioimpedânciometria e medidas antropométricas. Os aspectos bioéticos foram respeitados. Em relação aos resultados,do total da amostra, 54,1% (n=46) era do sexo feminino, com média de idade de 41,0 (DP=10,5) anos para grupo caso e 39,9 (DP=10,0) anos para o grupo controle. O início dos sintomas foi de 35,2 (DP=10,0) anos, o tempo de doença 5,7 (DP=2,2) anos, e o tamanho de repetições CAG de 75 (DP=3). Quanto aos aspectos nutricionais, o grupo caso apresentou-se mais emagrecido em todos parâmetros avaliados, principalmente no Índice de Massa Corporal (IMC) e pregas cutâneas quando comparado ao grupo controle (P<0,05). Quanto aos domínios de qualidade de vida, apenas o referente às relações sociais apresentou escore reduzido. E nem na capacidade funcional, mas as manifestações depressivas foram significativas, e se correlacionaram com o IMC, (R=-0,414) e (P=0,010). Quanto às manifestações neurológicas o escore SARA e NESSCA foram de 11,2 (DP=3,8) e de 14,2 (DP=4,3), respectivamente. Com base nesses dados conclui-se que a DMJ/SCA3 leva a perda de peso proporcional entre os dois tecido (adiposo e ostemuscular), que esta associado à CAGn expandida, e que não possui relação com a qualidade de vida, mas os sintomas depressivos interferem no emagrecimento desses pacientes. Palavras-Chave:Doença de Machado-Joseph. Enfermagem.Perda de massa corporal. Qualidade de vida. ERROS INATOS DO METABOLISMO EM ADULTOS: EXPANDINDO O ESPECTRO DAS DOENÇAS METABÓLICAS HEREDITÁRIAS CHARLES MARQUES LOURENÇO (HC-FMRP-USP) - BRASIL PEDRO JOSÉ TOMASELLI (HC-FMRP-USP) - BRASIL ANDRE CLERISTON JOSÉ DOS SANTOS (HCRP) - BRASIL JULIANA SECCHIN ALGEMIRO (HC-FMRP-USP) - BRASIL RITA DE CASSIA LEAL () PATRICIA ONOFRE TOSCANO VANESSA DACCAH MARQUES CLAUDIA SOBREIRA WILSON MARQUES JR (HC-FMRP-USP) - BRASIL INTRODUÇÃO: Erros inatos do metabolismo (EIM) são pouco pesquisados como causa de doença neurológica em adultos. As apresentações na infância não só são mais comuns, mas também são mais graves e possuem um fenótipo mais facilmente identificável. Entre os 200 EIM, ao menos 65 podem cursar com sintomatologia na vida adulta. OBJETIVO: Descrever os principais EIM identificados em adultos portadores de doenças neurológicas em um serviço de neurogenética. MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados, clinicamente e com exames complementares, cerca de 193 pacientes do ambulatório de Neurogenética do HCFMRP-USP que possuíam síndromes neurológicas de causa desconhecida e em que se suspeitou de um erro inato do metabolismo. RESULTADOS: Dos 193 pacientes, identificou-se o erro inato do metabolismo em 72. Os principais diagnósticos observados foram: adrenoleucodistrofia / adrenomieloneuropatia, lipofuscinose ceróide neuronal tipo Kufs, deficiência de vitamina E, abetalipoproteinemia, deficiência de OTC, deficiência de cobalamina C, mitocondriopatias (NARP, MNGIE, deficiencia de coenzima Q10), peroxissomopatias, porfiria aguda intermitente, xantomatose xerebrotendínea, doença de Pompe e distúrbio de glicosilação tipo Ia. Em 89 pacientes, afastou-se um defeito metabólico hereditário, definindo-se outras causas de disfunção neurológica; 32 pacientes , com alto índice de suspeição para EIM, continuam em investigação para estabelecimento do diagnóstico. DISCUSSÃO: Os EIM de apresentação na vida adulta compreendem um grupo heterogêneo de doenças cuja herança é principalmente recessiva.A detecção desses EIM em pacientes adultos requer a aplicação de um protocolo sistemático que valorize não só dados da história familiar e clínica do paciente associando-os a uma gama variada de sinais neurológicos, muito dos quais sutis, mas também utilização de exames complementares de forma hierarquizada. CONCLUSÃO: As doenças hereditárias metabólicas podem ser uma causa importante de doença neurológica no adulto e , embora raras, possuem implicações no manejo clínico desses pacientes e no aconselhamento genético dessas famílias Palavras-Chave:doenças hereditárias metabólicas, apresentaçao tardia, investigação bioquímica EXPERIÊNCIA NO SERVIÇO DE GENÉTICA MÉDICA NO ACONSELHAMENTO GENÉTICO DE DOENÇAS NEUROGENÉTICAS DE INÍCIO TARDIO NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE FLÁVIA ROMARIZ FERREIRA (UFRGS) - BRASIL EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL CLAUDIO MARIA DA SILVA OSÓRIO (UFRGS-HCPA) - BRASIL MARIA LUIZA SARAIVA-PEREIRA (UFRGS-HCPA) - BRASIL LAURA BANNACH JARDIM (UFRGS) - BRASIL LAVINIA SCHÜLER-FACCINI Os testes pré-sintomáticos para doenças neurogenéticas de início tardio identificam os indivíduos que irão desenvolver um distúrbio genético em algum período de sua vida. Para a realização destes testes, os consulentes recebem o aconselhamento genético, que compreende a transmissão de toda informação disponível sobre os aspectos clínicos, genéticos e psicossociais da desordem que acomete sua família. Este processo visa elucidar as dúvidas e facilitar a tomada de decisão dos indivíduos que serão testados no intuito de um melhor planejamento familiar, pessoal e profissional.Objetivo: Descrever e caracterizar a população pré-sintomática atendida no Ambulatório de Neurogenética do Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre nos últimos 3 anos. (Janeiro 2010 a Dezembro de 2012).Metodologia: utilizou-se uma abordagem longitudinal retrospectiva. Fichas clínicas dos consulentes atendidos neste ambulatório foram analisadas de forma descritiva quanto a aspectos sociais e clínicos. Resultados: No período analisado foram atendidos 177 pacientes. Desses, foram excluídos 16 que já apresentavam sintomas quando compareceram na primeira consulta no ambulatório. A média de atendimentos foi de 59 consulentes por ano. As doenças genéticas mais comumente atendidas foram Ataxia Espinocerebelar do tipo 3 (n=116; 72%), Doença de Huntington (n=20; 12%) e Distrofia Miotônica Tipo 1 (n=06; 3,7%). As demais desordens compreenderam 12,3% dos casos (n=19). Dos 161 consulentes atendidos nos quais foi iniciado o protocolo de aconselhamento genético pré-sintomático, 50% (n=81) concluíram o processo recebendo o resultado após as consultas realizadas pela equipe multidisciplinar (composta de psicólogo, enfermeiro, psiquiatra, geneticista e neurogeneticista). Destes 81 consulentes, 31% (n=25) realizaram a consulta com a psicologia pós-resultado do teste molecular. Conclusão: Destaca-se a importância da equipe multidisciplinar no processo de testagem em uma fase présintomática, para compreensão e tomada de decisão para realização dos testes disponíveis por parte dos consulentes, haja vista que apenas uma minoria (15% do total) efetivamente concluiu o aconselhamento genético. O aconselhamento genético é uma ferramenta fundamental, especialmente no contexto dos aspectos psicológicos, para o manejo de indivíduos assintomáticos com história familiar de doenças de caráter hereditário. Palavras-Chave:Aconselhamento Genético, Testes Pré-Sintomáticos, Doenças Neurogenéticas de Início Tardio FENÓTIPOS EM PORTADORAS BRASILEIRAS DA PRÉ-MUTAÇÃO DA SÍNDROME DO X-FRÁGIL DAIANE DE ANDRADE (UFSC) - BRASIL INGRID TREMEL BARBATO (NEUROGENE LAB) - BRASIL ANGELICA FRANCESCA MARIS A Síndrome do X-Frágil (SXF) é a forma mais comum de deficiência intelectual herdada. Em 99% dos casos, ela é resultado da expansão (superior a 200 repetições) dos trinucleotídeos CGG (Citosina-Guanina-Guanina), no primeiro éxon, região 5’ não-traduzida do gene FMR1, localizado no cromossomo X, região Xq27.3. Na população, o número de repetições CGG apresenta-se polimórfico, variando de 5 a mais de 200 repetições. Indivíduos que apresentam repetições CGG entre 55 e 200 são portadores da pré-mutação (PM), pois no processo de meiose, podem transmitir para a sua prole a mutação completa. A prevalência da PM é de um pré-mutado para cada 813 homens e uma pré-mutada para cada 259 mulheres. Além da chance de transmissão da SXF para a próxima geração, existem implicações clínicas que se manifestam em pré-mutados, como a FXTAS (Síndrome de Tremor e Ataxia Associada ao X-Frágil), principalmente em homens a partir de 50 anos ou mais e a FXPOI (Insuficiência Ovariana Primária Associada ao X-Frágil), em mulheres. Mulheres com PM também podem apresentar outras desordens, como tremor, fibromialgia, depressão e ansiedade. Este trabalho visa investigar as características de mulheres portadoras da PM da SXF, reforçar e delinear novos fenótipos que caracterizem este grupo, para que estas informações possam ser utilizadas futuramente em testes de triagem na população feminina antes do exame genético. Na pesquisa foram avaliados um grupo de mulheres portadoras da PM (n=77) e um grupo de controle (n=89), através da aplicação de um questionário com perguntas relativas à doenças ou problemas que estas mulheres apresentam ou apresentaram durante a vida. Diferiram entre os grupos, de modo significativo, as dores musculares (38.96% portadoras vs. 20.22% controle, p= 0.008) e a menopausa precoce (antes de 40 anos) (14.86 % portadoras vs. 0% controle; p= <0.001). Foram citadas espontaneamente alterações hormonais em nível de ovários/útero, por 44.16% das portadoras da PM e 15.73% do controle. Estes fenótipos podem auxiliar na procura de portadoras da PM na população antes do exame genético, acrescentando ao que já é estabelecido na literatura, como casos de deficiência intelectual e autismo, casos de tremor/ataxia e FXPOI/menopausa precoce. Palavras-Chave:Síndrome do X-Frágil. Pré-mutação. Fenótipos em portadoras. INVESTIGAÇÃO DA SÍNDROME DO ESPECTRO AUTISTA E SUAS IMPLICAÇÕES NO ACONSELHAMENTO GENÉTICO ALEXANDRE RAMOS LUCIDI (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL MILENE VIANNA MULATINHO (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL NATHALIA CORREIA KRAUSE DOS SANTOS (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL PATRICIA SANTANA CORREIA (IFF) - BRASIL MARIA AUXILIADORA MONTEIRO VILLAR () DAFNE D G HOROVITZ (IFF/FIOCRUZ) - BRASIL JUAN LLERENA Objetivos: Discutir a investigação da síndrome do espectro autista (SEA) e suas implicações no aconselhamento genético, através do estudo de um indivíduo sem dismorfias apresentando uma microdeleção de 0.053 Mb em 17p13.2. Métodos: revisão não sistemática da literatura e relato de caso de um paciente investigado por hibridização genômica comparativa baseada em microarray (array-CGH). Resultados: As microdeleções constituem uma importante etiologia dos transtornos neuropsiquiátricos, entre eles, o espectro autista com ou sem dismorfias, assim, a incorporação de novas tecnologias na rotina diagnóstica pode ajudar a identificar novos locus associado ao autismo. Palavras-Chave:Espectro autista; micro-array; 17p13.2. MICRODELEÇÕES DO GENE NRXN1 EM INDIVÍDUOS COM AUTISMO ANA LUIZA BOSSOLANI MARTINS (UNESP) - BRASIL PATRICIA PEREIRA DO NASCIMENTO (UNESP/IBILCE) - BRASIL CÍNTIA MARQUES RIBEIRO CARINA TATIANA GIUNCO (SSP) - BRASIL DANTE BRUNO AVANSO ROSAN (UNESP/IBILCE) - BRASIL MARIA RITA PASSOS BUENO (USP) - BRASIL AGNES CRISTINA FETT CONTE (FAMERP) - BRASIL Introdução: Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) são alterações do desenvolvimento neurológico da primeira infância com mecanismos genéticos complexos, subjacente à sua etiologia. A identificação de variações no número de cópias (CNVs) raras herdadas e de novo tem destacado genes de risco para TEA, entretanto, o impacto funcional dessas alterações permanece amplamente inexplorado. De modo geral, é aceito que os TEA são causados por anormalidades na estrutura ou funções do cérebro. A neurexina-1 (NRXN1), cujo gene é mapeado no cromossomo 2p16.3, codifica uma molécula de adesão celular e receptora no sistema nervoso dos vertebrados. Deleções exônicas nesse gene são indicativos de predisposição para TEA. Não existem dados sobre a freqüência de alterações na NRXN1 na população brasileira. Objetivos: A triagem de CNVs de novo no gene NRXN1 em indivíduos com autismo. Métodos: Foram investigados 392 pacientes brasileiros com TEA e 210 controles. Os indivíduos foram testados pela técnica Multiplex Ligation dependent-Probe Ampliication Amplificação Multiplex (MLPA), utilizando o kit P379 (MRC, Holanda) e por microarray-CGH (8X60K, Agilent). Todos eles tinham cariótipo normal e resultados negativos para mutações no gene FMR1. Foi realizada uma caracterização clínica e não tinham doenças genéticas clinicamente diagnosticáveis. Resultados: Não foram observadas alterações nos controles, no entanto, duas deleções de novo no NRXN1 foram identificadas em 2 (0,5%) dos pacientes do sexo masculino. Uma das CNVs abrange os exons 4 e 5, com tamanho 103,8 Kb. A outra envolve o exon 19 com tamanho 110,8Kb. Estas CNVs não foram descritas no DGV (banco de dados de variantes genômicas) e foram previamente descritas em pacientes autistas. Além dos TEA, os pacientes em outros estudos têm deficiência intelectual, atraso de fala e hipotonia, assim como os pacientes desse estudo. Conclusões: O efeito dessas deleções na expressão gênica e sua importância clínica da variabilidade fenotípica ainda são desconhecidos. Nosso estudo corrobora com outros que encontraram CNVs no gene NRXN1 em pacientes com autismo e sugere que essas alterações parecem ser raras nos autistas brasileiros. As microdeleções que foram encontradas podem estar envolvidas na etiologia genética do autismo dos casos estudados. Suporte Financeiro: FAPESP; BAP/FAMERP. Palavras-Chave:Autismo,NRXN1, CNV, MLPA NOVA METODOLOGIA MOLECULAR PARA DISTINÇÃO DAS REPETIÇÕES CTG E CTA NO GENE ATXN8OS RELACIONADO A ATAXIA ESPINOCEREBELAR TIPO 8 – SCA8 FREDERICO SCOTT VARELLA MALTA AMANDA DE CASTRO MAFIA VANESSA C. OLIVEIRA ALMEIDA (HERMES PARDINI) - BRASIL FABÍOLA DE ANDRADE CAXITO Objetivo: Este trabalho visa desenvolver uma técnica molecular que permita distinguir e mensurar o número de repetições (CTG)n e repetições (CTA)n no gene ATXN8OS. A presença das repetições (CTG)n está relacionada ao desenvolvimento da Ataxia Espinocerebelar tipo 8 (SCA8), uma desordem neurodegenerativa autossômica dominante com penetrância reduzida, caracterizada por ataxia cerebelar, espasticidade variável e sensação de vibração prejudicada. O gene ATXN8OS apresenta, adjacente às repetições patogênicas (CTG)n, uma sequencia de repetições (CTA)n não patogênicas altamente polimórfica; o que dificulta determinar precisamente o número das repetições patogênicas (CTG)n de um indivíduo e, consequentemente, confirmar o diagnóstico molecular de SCA8. Método: A técnica consiste em três reações de PCR; sendo uma voltada para a detecção do número de repetições (CTG)n, outra para a detecção do número de repetições (CTA)n e uma terceira para confirmar o número total de repetições no gene ATXN8OS. Os iniciadores foram marcados com o fluoróforo FAM e os fragmentos de PCR foram separados em eletroforese capilar no sequenciador ABI3730. Foram analisadas 18 amostras de DNA extraídas de sangue total em EDTA por precipitação alcoólica de indivíduos com solicitação médica de teste molecular para SCA8. Resultado: Dos dezoito indivíduos analisados por esta técnica, 94,4% apresentaram + 1 repetição CTG em relação ao número de repetições esperadas, enquanto 5,4% apresentaram + 2 repetições CTG de variação. Esta variação se deve a fatores de arredondamento no cálculo matemático para determinação do número de repetições e também ao fato dos iniciadores desenvolvidos poderem apresentar pequenos desvios no sítio de ligação à fita de DNA, por se tratar de uma sequencia repetitiva. O cálculo do número de repetições esperadas é baseado no genótipo nos genitores de cada um dos indivíduos. Devido ao padrão polimórfico das repetições (CTG)n e (CTA)n, foi recomendada, como parâmetro de qualidade adicional para o teste, a análise do material genético dos genitores dos indivíduos testados, visando a confirmação do tamanho de cada uma destas repetições. Conclusão: Os resultados indicam que a técnica desenvolvida pode ser empregada na determinação do número de repetições (CTG)n e (CTA)n, contribuindo para uma determinação mais precisa da extensão da repetição patogênica (CTG)n e, portanto, para o diagnóstico molecular de SCA8. A variação observada de até + 2 alelos está dentro da margem aceita nos ensaios de proficiência de ataxias realizado pelo Colégio Americano de Patologistas (CAP). Palavras-Chave:Diagnóstico molecular, Ataxia, SCA8, Repetições CTG OVARIOLEUCODISTROFIA: RELATO DE CASO DE DUAS IRMÃS ANDRÉ LUIZ SANTOS PESSOA (UNIFOR) - BRASIL PEDRO HUGO GOUVEIA AZEVEDO DOS SANTOS (UNIFOR) - BRASIL ANTÔNIA KÁSSIA TIMBÓ MORORÓ (UNIFOR) - BRASIL KARINE OLIVEIRA MEDEIROS (UNIFOR) - BRASIL ROGÉRIO PINHEIRO DA COSTA RAISSA ALMEIDA BARROS DE OLIVEIRA PEREIRA (UNIFOR) - BRASIL Segue o caso de duas irmãs, LAM e AAM, sexta e sétima filhas de casal consanguíneo, 49 e 44 anos, respectivamente. Relato de caso Paciente, LAM, feminino, previamente saudável, iniciou quadro depressivo há 16 anos. Nove anos depois, evoluiu com ataxia progressiva, quedas frequentes, incontinência urinária e amenorréia precoce. Três anos depois, apresentou, ao exame neurológico, Síndrome Global Cerebelar Axial, predominantemente axial (marcha com base alargada e dificuldade para realizar TANDEM, dismetria e decomposição bilateralmente nas manobras de Babinski) e Síndrome Piramidal de Liberação (hiperreflexia global com Babinski bilateral). A Ressonância Magnética (RM) revelou hipersinal em substâncias branca, estendendo-se até as fibras em U com áreas de malácia peritrigonais anteriores em FLAIR e T2. Tomografia Computadorizada (TC) sugestiva de hipoatenuação difusa de substância branca. Progrediu com paraplegia e dois episódios convulsivos isolados. Recentemente, desenvolveu gradual distonia de membros superiores, predominantemente à esquerda, afasia, sialorréia e disfagia progressiva. Paciente, AAM, feminino, quatro anos atrás, iniciou quadro de menstruação irregular. Demonstrou Síndrome Cerebelar Apendicular ao exame neurológico. RM revelou redução do volume encefálico e do corpo caloso, com hipersinais difusos confluentes em substância branca, algumas com restrição à difusão, favorecendo a hipótese de doença desmielinizante. A TC demonstrou hipodensididade de substância branca sugerindo desmielinização. Discussão A leucodistrofia com substância branca evanescente é uma leucoencefalopatia autossômica recessiva causada por uma mutação em uma das cinco subunidades do gene EIF2B. Geralmente se inicia na infância com progressão crônica e exacerbações freqüentes desencadeadas por infecções, trauma craniano ou estresse mental. Os casos de início na fase adulta usualmente têm curso clínico insidioso e são menos relacionados ao estresse. Mulheres com a síndrome frequentemente têm falência ovariana que pode preceder os sintomas neurológicos, levando ao nome ovarioleucodistrofia. As ovarioleucodistrofias compreendem um grupo raro de leucodistrofias causadas por mutação nos genes EIF2B2, EIF2B4, EIF2B5. A falência ovariana pode se expressar por amenorréia prematura ou primária, durante mais de seis meses, associada a níveis elevados de gonadotrofinas e níveis diminuídos de estrógeno e progesterona. Ataxia cerebelar e espasticidade são comuns. Epilepsia pode ocorrer, mas é incomum. A função motora é mais severamente acometida comparada à deterioração da função mental. Grande parte dos pacientes chegam a ficar incapacitados e imobilizados. Problemas comportamentais, sintomas psiquiátricos e sinais de demência foram relatados. Os achados neuroradiológicos na RM de crânio incluem: hiperintensidades difusas e simétricas em T2, bem como enceflomalácia peritrigonais, comunicando com ventrículos. Cerebelo e tronco cerebral também podem ser afetados. References 1) Mathis, S, Scheper, G.C, Baumann, N, et al. The ovarioleukodystrophy. Clinical Neurology and Neurosurgery 2008; Volume 110, Issue 10: Pages 1035-1037. 2) Piana, R; Vanderver, A; Knaap, M; Roux, L; Tampieri, D; Brais, B; Bernard, G, ET AL. Adult-Onset Vanishing White Matter Disease Due To a Novel EIF2B3 Mutation. Available at www.archneurol.com, on April 25, 2012. 3) Schiffmann, R; Tedeschi, G; Kindel, P; Trapp, B; Frank, J; Kaneski, C; Brady, R; Barton, N; Nelson, L; Yanovski, J, et al. Leukodystrophy in Patients with Ovarian Dysgenesis. Annals of Neurology 1997; Volume 41, No 5. Palavras-Chave:ovarioleucodistrofia; leucodistrofia; síndrome da matéria branca evanescente; falência ovariana PACIENTES ESTUDADOS POR ARRAY CGH EM SANTA CATARINA: INDICAÇÃO, TAXA DIAGNÓSTICA E APLICABILIDADE MAYARA ANSELMI (UFSC) - BRASIL ANGELICA FRANCESCA MARIS INGRID TREMEL BARBATO (NEUROGENE LAB) - BRASIL JORGE HUMBERTO BARBATO FILHO (HIJG) - BRASIL MARISTELA OCAMPOS (NEUROGENE) - BRASIL Objetivos: O presente trabalho pretende investigar como os exames de array CGH (aCGH) tem auxiliado no diagnóstico e na identificação das bases moleculares de casos de distúrbios do desenvolvimento como autismo e deficiência mental idiopática em Santa Catarina, assim como relacionar a taxa diagnóstica obtida aos relatados na literatura. Metodologia: Para isto foram analisados os resultados de testes de aCGH efetuados em 80 pacientes, entre 2008 até dezembro de 2012, via o Laboratório de Genética Neurogene, para obter a proporção de casos em que a investigação através do aCGH revelou alterações de provável casualidade na patogênese de pacientes. A maioria dos pacientes havia passado por investigação prévia do cariótipo convencional, e vários também por análise molecular para descartar a amplificação patogênica no gene FMR1, que causa a Síndrome do XFrágil, com resultado negativo ou inconclusivo. Os exames investigados foram realizados com a plataforma Human Genome CGH Microarray 44k ou 60K (Agilent Technologies), contendo 44.000 ou 60.000 oligonucleotídeos distribuídos pelo genoma humano, com sequências baseadas na versão HG 18 (Human Genome 36.1) do genoma humano. O Laboratório Neurogene forneceu o resultado dos exames sem relacionar qualquer dado identificatório do paciente. Os exames de aCGH foram revisados e o número de exames com resultado causal positivo em relação ao total de exames solicitados foi registrado. Resultados: No universo de 80 pacientes investigados com o exame de aCGH, 28,75% apresentaram alterações consideradas patogênicas. Do total de exames 26,25% haviam apresentado resultado negativo para Síndrome do X-frágil, e 38,75% haviam realizado exame do cariótipo por bandas G, sendo que para 38,71% destes foi realizado aCGH para esclarecimento de cariótipo inconclusivo, com uma taxa de resolução de 44% destes casos. As indicações clínicas mais expressivas para aCGH (uma ou várias por paciente) foram: o autismo (31,25%) e a deficiência intelectual (leve, moderada e severa), com (86,25%). No autismo o aCGH evidenciou alterações patogênicas para 12% dos pacientes e para deficiência intelectual a taxa diagnóstica foi de 30,43%. Conclusões: Sendo o aCGH um método que possibilita uma análise refinada de todo o genoma, sem necessitar de hipótese diagnóstica prévia, esta se tornou uma ferramenta de extremo interesse para a investigação de casos idiopáticos (de causa desconhecida) de distúrbios do desenvolvimento. Considerando o seu valor clínico, o presente trabalho verificou 28,75% de resultados positivos na taxa diagnóstica dos exames solicitados, sendo superior ao relatado na literatura (15 a 20%) (Miller et al., 2010). A taxa diagnóstica menor em casos de autismo pode refletir menos alterações de número de cópias nestes pacientes ou limitações da plataforma utilizada para analisar este tipo de patologia. Plataformas mais recentes parecem apresentar um grau de resolução mais adequado para analisar casos de autismo (Prasad et al., 2012). Palavras-Chave:aCGH, Citogenética molecular, Autismo, Deficiência intelectual idiopática PERFIL CLÍNICO E MOLECULAR DOS PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM DOENÇA DE MACHADO-JOSEPH DO ESTADO DO PARÁ. LARISSA GIORDANA DA CRUZ (UFPA) - BRASIL PAULA ARAUJO RAIMUNDA TEIXEIRA (UFPA) - BRASIL CARLOS EDUARDO DE MELO AMARAL (UFPA) - BRASIL MISLENE CISZ MARIA LUIZA SARAIVA-PEREIRA (UFRGS-HCPA) - BRASIL LAURA BANNACH JARDIM (UFRGS) - BRASIL LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA Objetivo: Descrever o perfil dos pacientes cadastrados no Laboratório de Erros Inatos do Metabolismo (LEIM) da UFPA e diagnosticados com Doença de MachadoJoseph (DMJ) pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HC-PA), enfatizando suas bases sintomatológicas e se o número de expansões CAG corresponde a idade do início dos sintomas. Métodos: Foram coletados dados a partir das fichas de avaliação do Laboratório de Erros Inatos do Metabolismo da Universidade Federal do Pará e dos laudos emitidos pelo Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A população estudada compreendeu 42 pacientes, sendo 13 com DMJ. Destes 13, 6 mulheres e 7 homens. Foram analisadas médias de idades dos pacientes, média de idade sintomática, analise dos sintomas e comparação entre as expansões CAG e idade de início dos sintomas. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 37 anos (DP=15,5) e a média de idade de início dos sintomas foi de 30 anos (DP= 14,3). Na análise dos sintomas revelou que 13 pacientes (100%) apresentam distúrbio da marcha, entre os outros sintomas os mais frequentes foram disfagia/disartria, com 7 pacientes (53,8%) e piramidalismo, com 6 pacientes (46,2%). A idade de início dos sintomas associou-se ao número de expansões CAG nos pacientes com SCA 3 cadastrados no LEIM (p=0,0032; ANOVA). Conclusão: Os resultados sugeriram que os pacientes cadastrados no LEIM possuem os sintomas de acordo com os relatados na literatura e as suas expansões trinucleotídicas corresponde com a idade dos sintomas, mostrando que quando maior o número de repetições das mesmas, mais cedo os sintomas aparecerão. Palavras-Chave:Ataxia. Doença de Machado-Joseph. SCA. PORFIRIAS AGUDAS: APRESENTAÇÃO CLÍNICA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO CHARLES MARQUES LOURENÇO (HC-FMRP-USP) - BRASIL PEDRO JOSÉ TOMASELLI (HC-FMRP-USP) - BRASIL JULIANA SECCHIN ALGEMIRO (HC-FMRP-USP) - BRASIL CAROLINA LAVIGNE MOREIRA (HC-FMRP-USP) - BRASIL MARCUS VINICIUS VIEIRA DA SILVA GOMES (HCRP-USP) - BRASIL MONICA NASCIMENTO DE MELO (HC-FMRP-USP) - BRASIL WILSON MARQUES JR (HC-FMRP-USP) - BRASIL INTRODUÇÃO: As porfirias são um complexo grupo de erros inatos do metabolismo caracterizados por alteração da rota biossintética do heme. OBJETIVO: Descrever os principais achados clínicos e laboratoriais, o tratamento e evolução clínica em vinte pacientes com porfirias agudas em um centro de referência. MATERIAL E MÉTODOS: Foram estudos retrospectivamente os prontuários de 54 pacientes com diagnóstico de porfiria aguda atendidos em um centro de referencia no Brasil. RESULTADOS: As manifestações clínicas iniciais mais freqüentes foram: dor abdominal (100% dos pacientes), alteração da cor da urina , mudança no ritmo intestinal, déficit motor ou sensitivo-motor, vômitos, alteração do nível de consciência/confusão mental, crises convulsivas, quadros disautonômicos e distúrbios psiquiátricos. Todos os pacientes tiveram níveis elevados do ácido deltaminolevulínico e do porfobilinogênio urinários.Os tratamentos mais utilizados nos surtos foram a administração de glicose, aumento da ingestão de carboidratos, uso de fenotiazínicos e , quando disponível, infusão com hematina. DISCUSSÃO: A demora para se chegar ao diagnóstico, associada a sintomatologia pouco específica da apresentação inicial da doença na maioria dos casos, é um fator preocupante, pois a crise porfírica geralmente se torna uma emergência médica confundida com outras doenças mais comuns, o que pode comprometer bastante o tratamento correto dos pacientes CONCLUSÃO: As porfirias agudas devem entrar no diagnóstico diferencial de pacientes que apresentem quadros polimórficos com sintomas disautonômicos associados a dor abdominal com ou sem neuropatia motora Palavras-Chave:porfirias agudas, diagnóstico, ácido delta-aminolevulínico RELATO DE CASO: PACIENTE COM LHERMITTE DUCLOS E MENINGIOMA - POSSÍVEL DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE COWDEN LUIZA DE MARTINO CRUVINEL BORGES (UP) - BRASIL ANA CAROLINA POSSEBOM (UP) - BRASIL QUÉZIA TIZO SANTOS (UP) - BRASIL Objetivo: O presente estudo relata um caso de uma paciente com a associação de meningioma e doença de Lhermitte Duclos podendo configurar o diagnóstico de Síndrome de Cowden. Métodos: Análise do resultado de exames de imagens e de patologias encontradas no decorrer de três cirurgias realizadas no espaço de um ano. Resultados: No presente trabalho, relatamos o caso de uma paciente que procurou um serviço de neurocirurgia devido aos sintomas causados por um extenso tumor com invasão intra e extracraniana. A atenção inicial para esta patologia levou ao tratamento cirúrgico e ao diagnóstico de um meningioma. O meningioma apresentado pela paciente era de grau I típico da OMS, ou seja, o controle local da lesão foi conseguido após a ressecção total do tumor, sem que ocorresse reincidência ou qualquer manifestação maligna que levasse a necessidade de tratamentos radioterápicos ou quimioterápicos posteriores. Posteriormente, a paciente necessitou de outros dois procedimentos para o tratamento de hidrocefalia causada pela presença de outro tumor localizado em cerebelo. Este outro tumor já estava presente em exames anteriores e seu diagnóstico final foi compatível com Gangliocitoma Displásico do Cerebelo conhecido como Lhermitte Duclos. A associação destes dois tumores levam à suspeita diagnóstica de síndrome de Cowden. O diagnóstico da doença é baseado apenas em exames clínicos. Assim, atualmente, defende-se que qualquer individuo que se apresente com critérios para o diagnóstico da Síndrome de Cowden seja referenciado a um estudo genético para pesquisa de eventuais mutações no gene PTEN Conclusão: Recentemente, a existência da doença de Lhermitte Duclos e meningiomas foi associada à Síndrome de Cowden. Descrita primeiramente por Lloyd e Dennis em 1963, é uma rara desordem autossômica dominante caracterizada pela múltipla presença de tumores não cancerígenos chamados de hamartomas e por um risco aumentado de desenvolver certos cânceres. Todos os casos de Lhermitte Duclos na idade adulta, independentemente de outras características, possuem mutações do gene PTEN, que é o de maior suscetibilidade para a Síndrome de Cowden. Todo paciente com Lhermitte Duclos deveria ser examinados para a presença de outros elementos da síndrome de Cowden e todos os pacientes diagnosticados com a síndrome deveriam ser investigados clinica/neuroradiologicamente para excluir a existência de Lhermitte Duclos. Infelizmente as metodologias empregadas no diagnóstico genético requerem uma infraestrutura de equipamentos, materiais de consumo e formação de pessoal especializado, que, devido ao custo, não se encontra disponível normalmente, assim como não estão disponíveis para a paciente em questão. Palavras-Chave:doença genética, pten, lhermitte, meningioma, desordem autossomica UMA NOVA MUTAÇÃO DE NOVO NO EXON 21 DO GENE DNMT1 CAUSANDO ATAXIA CEREBELAR, SURDEZ E NARCOLEPSIA JOSÉ LUIZ PEDROSO (UNIFESP) - BRASIL ORLANDO G P BARSOTTINI (UNIFESP) - BRASIL Objetivos: a síndrome denominada ataxia cerebelar autossômica dominante, surdez e narcolepsia (ADCA-DN) é causada por uma mutação no gene DNMT1. O diagnóstico da ADCA-DN pode ser difícil, já que a tríade clássica de sintomas podem não estar presentes no início das manifestações clínicas. Além disso o HLADQB1*06:02 é muitas vezes negativo, e casos esporádicos podem ocorrer. Neste trabalho, discutimos os aspectos clínicos e genéticos de uma mulher de 31 anos de idade, que se apresentou com ataxia cerebelar, surdez e narcolepsia., e na qual identificamos uma nova mutação de novo no Exon 21 do gene DNMT1. Métodos: investigação clínica e genética em uma paciente com ataxia, narcolepsia e surdez. Avaliada no Setor de Ataxias, Departamento de Neurologia, da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, Brasil. Cronologia dos sintomas: aos 21 anos, sonolência excessiva diurna e episódios incontroláveis de sono; aos 24 anos, hipoacusia bilateral, de caráter progressivo; aos 25 anos, dificuldade da marcha e desequilíbrio, de caráter progressivo, sendo caracterizada ataxia cerebelar (Vídeo). Também apresentava amenorreia primária e leve alteração cognitiva. O material para análise da paciente afetada, 3 irmãos não acometidos e da mãe não acometida, foram enviados para o Centro de Estudos da Narcolepsia, na Universidade de Standord, EUA, para sequenciamento do exons 20 e 21 do gene DNMT1. Resultados: o diagnóstico de narcolepsia foi confirmado pela polissonografia com latências múltiplas. O HLA-DQB1*06:02 foi positivo. O exame do líquor mostrou níveis baixos de hipocretina-1 = 191 pg / ml (valor normal > 200 pg/ml). A ressonância magnética do crânio revelou atrofia cerebral difusa leve, com predomínio cerebelar. Os exons 20 e 21 do gene DNMT1 foram sequenciados. Haplotipagem dos marcadores polimórficos foi realizada. O probando apresentou uma mutação no exon 21 do gene DNMT1 - p.Cys596Arg, c.1786T> C. Todos os quatro haplótipos dos familiares assintomáticos não apresentaram a mutação, indicando que a mutação é de novo na paciente. Esta mutação não foi encontrada em 90 controles sequenciados previamente e em 1.000 genomas. Como o pai do probando era falecido e nunca apresentou sinais neurológicos da doença, os 3 irmãos e a mãe, foram testados e apresentaram os alelos de tipo selvagem (Figura 1). Haplotipagem de 14 marcadores em torno da mutação indicaram que a mutação de novo para c.1786T> C no probando (Figura e tabela suplementar). Conclusões: a paciente relatada nesse trabalho mostra que a distribuição da ADCA-DN é mundial. A mutação descrita é nova, e ilustra um caso esporádico com mutação de novo. Nós acreditamos que muitos outros casos com esta síndrome possam estar sendo subdiagnosticados. O reconhecimento precoce da ADCA-DN será muito importante no futuro, principalmente considerando as possíveis medidas terapêuticas em fases iniciais da doença. Palavras-Chave:Narcolepsia, ataxia cerebelar, surdez; nova mutação DNMT1; de novo 8. ONCOGENÉTICA ALTA INSTABILIDADE DE MICROSSATÉLITE – MSI-H E TP53 ASSOCIADA A RADIOTERAPIA E A QUIMIOTERAPIA NO TRATAMENTO DO CARCINOMA PT2N0 DE RETO BAIXO GRAZIELE LOSSO (UFPR =HC) - BRASIL ROBERTO SILVEIRA MORAES (UFPR-HC) - BRASIL IARA JOSE TABORDA DE MESSIAS-REASON () Objetivo: Avaliar a incidência da Instabilidade de Microssatélite – MSI-H e TP53 em carcinomas pT2N0 associada a neo-adjuvância e adjuvância dos tumores de reto baixo. Métodos: Foram selecionados entre 2002 e 2012, n= 160 pacientes submetidos a TEM (Microcirurgia Endoscópica Transanal), em um estudo prospectivo não randômico, n= 14 pacientes com diagnóstico definitivo de pT2N0. Para análise molecular foram escolhidas amostras da região tumoral e realizadas as extrações. Os tumores pT2N0 foram testados para os microssatélites (BAT25, BAT26, D2S123, D5S346 e D17S2720), pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) e sequenciamento genético do exón 10 do gene TP53. Resultados: Dos n=14 com diagnóstico de pT2N0, foram diagnosticados n=6 no pré-operatório e submetidos a neo-adjuvância (Radioterapia + quimioterapia (Rt+Qt) com resposta completa e n=6 diagnosticados no pós-operatório e submetidos a adjuvância (n=5 (Rt+Qt) e n=1(Qt). Observaram-se n=2 recidivas nessa série, n=1(Rt+Qt) e n=1(Qt). Nos que receberam neo-adjuvância houve três deiscências de anastomose, dois pacientes foram a óbito durante o período observacional. O tempo de seguimento variou de 6 meses a 10 anos. A análise da MSI-H foi observada em 14,28% dos casos, sendo que todos foram submetidos a neo-adjuvância (Rt+Qt) com resposta completa. No gene TP53 foram observadas mutações em 47,14% (p>0,05) dos casos, destes n=1 foi a óbito, n=1 recidiva com neo-adjuvância com (Qt). Conclusão: O perfil tumoral vem evidenciando alta agressividade dos tumores T2N0 e a importância da neo-adjuvância em casos geneticamente selecionados de pacientes submetidos a ressecção local. Palavras-Chave:Instabilidade Microssatélite, Câncer Retal, TEM ANÁLISE DE MUTAÇÕES NO GENE TP53 EM AMOSTRAS DE GLIOMAS IGOR ANDRADE PESSÔA (UFPA) - BRASIL MICHEL PLATINI CALDAS DE SOUZA (IEC) - BRASIL CARLOS ANTONIO DA COSTA JÚNIOR (UFPA) - BRASIL EDIVALDO HERCULANO CORREA DE OLIVEIRA (IEC) - BRASIL NILSON PRAIA ANSELMO (UFPA) - BRASIL Os tumores cerebrais malignos mais comuns são os gliomas, correspondendo a mais de 70% dos tumores cerebrais primários. A classificação patológica dos tumores do Sistema Nervoso Central da Organização Mundial da Saúde distingue quatro diferentes classes de gliomas baseado no fenótipo da célula tumoral: astrocitomas, oligodendrogliomas, oligoastrocitomas e ependimomas. Anormalidades moleculares envolvendo a via do TP53 são eventos importantes na patogênese molecular desses tumores. Tendo em vista a importância das mutações no gene TP53 nas diferentes propostas da gênese e progressão de gliomas, o presente trabalho teve como objetivo analisar o estado mutacional dos éxons 4 - 11 desse gene utilizando como ferramenta a técnica de Polimorfismo Conformacional de Fita Simples (SSCP). Foram estudadas 43 amostras de gliomas (32 astrocitomas, 6 ependimomas, 3 oligoastrocitomas e 2 oligodendrogliomas), obtidas de pacientes submetidos à cirurgia, no Serviço de Neurocirurgia de um hospital de referência em Belém-PA, sendo que todos os graus de malignidade foram representados nessa amostragem. O DNA foi extraído com uso de fenol/clorofórmio e precipitado com etanol, sendo dissolvido com tampão TE e conservado em freezer (Sambrook et al., 1989). Os éxons 4 – 11 foram amplificados através da técnica de PCR, com o uso de iniciadores específicos. Os produtos dessa amplificação foram submetidos à SSCP, com intuito de fazer um triagem de mutações nessas regiões. Sete amostras (16,3%) apresentaram padrão diferenciado de migração na SSCP. As mutações localizaramse: 1 no éxon 4 (10%); 4 no éxon 5 (40%); 4 no éxon 7(40%); e 1 no éxon 10 (10%). Esses dados corroboram com vários estudos na literatura que indicam que os éxons mais frequentemente mutados em vários tipos de tumores, inclusive gliomas, são os éxons 5-8. A prevalência das mutações no TP53 foi maior para os gliomas de alto grau (71,4%) em comparação aos de baixo grau (28,6%), sendo o Glioblastoma Multiforme o mais alterado (42,9%). Esses resultados discordam de alguns autores, cujos resultados mostram que os gliomas de baixo grau e de alto grau não diferem quanto à frequência de mutações do TP53. Assim, nossos dados sugerem que as mutações encontradas nessa população são um evento tardio na progressão dos gliomas, uma vez que apenas 28,6% dos tumores de baixo grau se apresentaram alterados. Contudo, se faz necessário estudos complementares, com maior número amostral e uso de técnicas como sequenciamento para que se possa melhorar a acurácia entre as alterações encontradas e o grau de estadiamento desses tumores. Palavras-Chave:SSCP; Mutações; Prevalência; Estadiamento ANÁLISE DO PADRÃO DE METILAÇÃO DE GENES CANDIDATOS REGULADOS POR TDG EM PACIENTES PORTADORES DE MUTAÇÕES GERMINATIVAS NO GENE TP53. FERNANDA PASCHOAL FORTES (A.C. CAMARGO) - BRASIL HELLEN KUASNE FABIO ALBUQUERQUE MARCHI SÍLVIA REGINA ROGATTO (UNESP) - BRASIL MARIA ISABEL WADDINGTON ACHATZ (A.C.CAMARGO) - BRASIL A Síndrome de Li Fraumeni (LFS) é uma síndrome rara autossômica dominante de câncer hereditário, caracterizada por mutações germinativas no gene supressor de tumor TP53. No Brasil, uma forma variante da LFS é freqüente devido à ocorrência de uma mutação fundadora, que corresponde à troca de uma arginina por uma histidina no códon 337, denominada p.R337H. Sabe-se que a p53 regula diversas vias celulares importantes na regulação do ciclo celular, incluindo a Timina DNA glicosilase (TDG). A TDG é uma glicosilase especializada que remove a uracila e a timidina do mau-pareamento entre G-U ou G-T. Essa enzima é necessária para proteger as ilhas CpG da hipermetilação e ativar a desmetilação de promotores e estimuladores tecido-específicos. A p53 regula a transcrição do gene que codifica a TDG, e por sua vez a TDG é responsável pela regulação epigenética de diversos genes “sentinela”. A metilação do DNA representa uma das mudanças epigenéticas mais comuns no câncer humano. Por essa razão o objetivo do presente estudo foi avaliar o padrão de metilação dos genes "sentinela” regulados pela TDG, JUN, OCT4, SOX2, HOXD8, SOX17, FOXA1, NKX2.2, e das regiões repetitivas ALUyB8 de pacientes portadores da LFS com e sem mutações no gene TP53. Utilizando a técnica de pirosequenciamento foi avaliado o padrão de metilação dos genes supra citados a partir de DNA proveniente do sangue periférico de 30 pacientes e 20 controles, subdivididos em cinco grupos. Além disso, DNA extraído de 8 tumores de pacientes portadores da LFS foram analisados. Os genes SOX17 e HOXD8 apresentaram níveis alterados de metilação na análise do grupo tumoral em relação ao sangue periférico de todos os grupos (p<0,05). Dentre os genes avaliados não foi observada diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p>0,05), na comparação do padrão de metilação dos genes sentinelas no sangue periférico. Estudos subsequentes envolvendo um número maior de pacientes e de tumores provenientes de portadores de mutação no gene TP53 serão necessários para a melhor caracterização da metilação. Palavras-Chave:p53, TP53, TDG, Síndrome de Li-Fraumeni, p.R337H ASSOCIAÇÃO ENTRE TRIPLO-NEGATIVIDADE PARA CÂNCER DE MAMA, HISTÓRIA FAMILIAR POSITIVA E PRESENÇA DE MUTAÇÕES GERMINATIVAS NOS GENES BRCA1 E BRCA2 GABRIELA CARVALHO FERNANDES (HCB) - BRASIL TALITHA CEZARETTI BLAU FONSECA () RODRIGO AUGUSTO DEPIERI MICHELLI (HCB) - BRASIL DEISE REIS DE PAULA MENDES (PIO XII) - BRASIL ANDRÉ ESCREMIM DE PAULA (HCB) - BRASIL DANILO VILELA VIANA (HCB) - BRASIL CRISTOVAM SCAPULATEMPO NETO (HCB) - BRASIL EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL Objetivos: Os casos de câncer de mama hereditário representam entre 5 a 10% dos casos de câncer de mama. A presença de história familiar positiva de câncer de mama é um indicador importante de risco para síndrome de predisposição hereditária para esse tipo de câncer. Além disso, as características histopatológicas associadas aos tumores BRCA positivos podem ter um impacto significativo na identificação das famílias de alto risco. O presente estudo investigou o significado da história familiar e pessoal positiva de câncer e o valor preditivo de características histopatológicas na identificação de pacientes com mutações germinativas nos genes BRCA1/BRCA2. Métodos: Foram incluídas mulheres com câncer de mama, as quais foram classificadas em: Grupo 1 (mulheres com mutação germinativa identificada nos genes BRCA1/BRCA2), grupo 2 (mulheres sem mutações em BRCA1/BRCA2) e grupo 3 (mulheres com câncer de mama esporádico). As mulheres dos grupos 1 e 2 são provenientes do Departamento de Oncogenética do Hospital de Câncer de Barretos e encaminhados para teste genético devido a uma suspeita clínica de síndrome de predisposição hereditária ao câncer de mama, enquanto as do grupo 3 são pacientes do Departamento de Mastologia e estavam em tratamento para câncer de mama. A probabilidade de mutação em BRCA foi estimada utilizando o modelo de Myriad, e classificada como baixa (<10%), intermediária (entre 10 e 30%) e alta (>30%). As mulheres dos grupos 1 e 2 foram testadas para a presença de mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2 (mutações pontuais e rearranjos gênicos). Análise da expressão imunohitoquímica para Estrógeno, Progesterona, HER2, Ki67, Citoqueratina 5/6 e Citoqueratina 14 foram realizadas para as mulheres dos 3 grupos. Resultados: Foram analisadas 227 mulheres, sendo 38 incluídas no grupo 1, 89 no grupo 2 e 100 mulheres no grupo 3. Considerando as 38 mulheres mutadas (grupo 1), 15 eram portadoras de mutação germinativa em BRCA2, e 23 delas em BRCA1. Quanto à probabilidade de mutação, observamos que apenas 4,5% das mulheres do grupo 1 tinham probabilidade <10% versus 33,3% e 62,2% nos grupos 2 e 3, respectivamente. Todas as mulheres classificadas como possuindo probabilidade de mutação superior a 30% faziam parte do grupo 1. Os resultados preliminares da análise imunohistoquimica, mostraram que 31 mulheres eram triplonegativas (receptor de estrógeno, progesterona e Her-2 negativos), sendo 12 delas pertencentes ao grupo 1. Conclusões: A exemplo da história familiar de câncer, resultados da análise imuno-histoquímica também devem ser incluídos entre os critérios de seleção de pacientes em risco para câncer hereditário que serão submetidos ao teste genético. Todas as mulheres com câncer de mama triplo-negativo do grupo 1 eram mutadas no gene BRCA1 (nenhuma com mutação germinativa deletéria no gene BRCA2), sugerindo dessa forma que a triplo negatividade é um importante indicador não apenas da presença de mutações germinativas nos genes BRCA, mas que além disso pode permitir o direcionamento do teste genético, de forma a iniciar pelo gene BRCA1 e, somente nos casos em que este for negativo prosseguir para o teste do gene BRCA2. Palavras-Chave:Cânccer de mama, mutação e triplo-negativo CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DOS GENES BRCA1 E BRCA2 EM FAMÍLIAS COM RISCO DE CÂNCER DE MAMA E OVÁRIO HEREDITÁRIO. ANDRÉ ESCREMIM DE PAULA (HCB) - BRASIL DEISE REIS DE PAULA MENDES (PIO XII) - BRASIL GABRIELA CARVALHO FERNANDES (HCB) - BRASIL CHIARA CAMPOS LEGNARO (HCB) - BRASIL RUI MANUEL REIS (HCB) - BRASIL DANILO VILELA VIANA (HCB) - BRASIL CARLOS EDUARDO MATTOS DA CUNHA ANDRADE (HCB) - BRASIL RODRIGO AUGUSTO DEPIERI MICHELLI (HCB) - BRASIL EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL Objetivos: O câncer de mama é um importante problema de saúde pública por ser a neoplasia maligna mais freqüentemente diagnosticada em mulheres de todos os estados brasileiros, e a primeira causa de morte por câncer em mulheres brasileiras de todas as idades. Sabe-se, atualmente, que 5-10% de todos os casos de câncer de mama são causados predominantemente por mutações germinativas em genes de predisposição ao câncer, principalmente nos genes BRCA1 e BRCA2, envolvidos na Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer de Mama e Ovário. Mulheres com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 apresentam risco cumulativo vital para câncer de mama de até 80%. Com a crescente necessidade de acompanhamento de pacientes/famílias com história familiar ou pessoal de câncer e cientes do potencial de prevenção primária e secundária existente para os pacientes/familiares identificados, o Departamento de Oncogenética (DO) do Hospital de Câncer de Barretos, oferece a realização do teste genético para as famílias que demonstrarem voluntariedade e que apresentarem critérios clínicos para Síndromes de Predisposição Hereditária ao Câncer. O presente trabalho visa identificar probandos e familiares considerados de “alto risco genético” para câncer de mama e ovário hereditários, assim como realizar uma caracterização molecular das alterações nos genes BRCA1 e BRCA2 identificadas. Métodos: Todos os pacientes encaminhados pelo DO no período de setembro de 2010 a abril de 2013 foram submetidos ao teste genético. Toda a sequência codificante dos genes BRCA1 e BRCA2, assim como as junções intron-exon, foram analizados por sequenciamento bidirecional de DNA (eletroforese capilar - ABI3500XL). A presença de rearranjos gênicos foi investigada através da técnica de MLPA. Todas as alterações possivelmente deletérias detectadas foram confirmadas. Resultados: Até o presente momento, 167 familias e 71 familiares foram encaminhadas para teste genético. Todos os probandos apresentavam história pessoal/familiar de HBOC. Das 167 famílias, 22% (37/167) apresentaram mutações deletérias, sendo 15% (25/167) no gene BRCA1 e 7% (12/167) no gene BRCA2. Enquanto que dos 71 familiares analisados 50,7% (36/71) eram mutados. As principais alterações encontradas no gene BRCA1 ocorreram no éxon 20 (10 famílias) e éxon 11 (6 famílias). A mutação c.5266insC (5382insC) no éxon 20 foi a mais frequente (32%). De todas as alterações deletérias encontradas, 16 foram mutações frameshift, 5 nonsense, 2 missense, 1 de splicing e 1 rearranjo (del exons 5 a 7). No gene BRCA2, das 12 famílias com alterações deletérias, 50% delas ocorreram no exon 11, sendo que, de todas as mutações detectados, 9 foram frameshift, 1 de splicing e 1 nonsense. Uma mutação deletéria não descrita previamente foi identificada no gene BRCA1 (c.5161delC), enquanto que no gene BRCA2 três mutações novas foram detectadas (C.8488-1G>C, c.8711delT e c.7987delG). Conclusão: A pesquisa de mutações altamente penetrantes nos genes BRCA1/2 tem um impacto considerável no manejo de famílias e familiares de alto risco para câncer de mama e ovário. Uma vez identificadas as alterações genéticas podem-se traçar condutas mais apropriadas e personalizadas, o que pode ser crucial para o seu prognóstico, reduzindo a morbi-mortalidade e melhorarando a qualidade de vida das famílias em questão. Palavras-Chave:oncogenética, câncer de mama, hereditário, mutação, prognóstico CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE FAMÍLIAS EM RISCO PARA CÂNCER COLORRETAL HEREDITÁRIO – IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DO TESTE GENÉTICO ANDRÉ ESCREMIM DE PAULA (HCB) - BRASIL DEISE REIS DE PAULA MENDES (PIO XII) - BRASIL GABRIELA CARVALHO FERNANDES (HCB) - BRASIL GUSTAVO NÓRIZ BERARDINELLI (CPOM-HCB-FPIOXII) - BRASIL RUI MANUEL REIS (HCB) - BRASIL JUNEA CARIS DE OLIVEIRA (FUNDAÇÃO PIO XII) - BRASIL DANILO VILELA VIANA (HCB) - BRASIL CARLOS EDUARDO MATTOS DA CUNHA ANDRADE (HCB) - BRASIL CRISTOVAM SCAPULATEMPO NETO (HCB) - BRASIL EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL Objetivos: A Síndrome de Lynch (SL) se caracteriza por uma predisposição hereditária ao câncer que acomete pacientes jovens e é causada por mutações germinativas nos genes de reparo de DNA, principalmente MLH1, MSH2 e MSH6. Indivíduos com SL apresentam risco cumulativo vital de 60% a 80% para desenvolvimento de câncer colorretal (CCR). Cientes da importância da identificação de indivíduos sob risco para a SL e sua inclusão em programas de prevenção/redução do risco de câncer, o Hospital de Câncer de Barretos, oferece, vinculado ao Departamento de Oncogenética (DO), a realização do teste genético para indivíduos/famílias em risco para CCR hereditário. O trabalho realizado visa identificar probandos e familiares em risco, caracterizá-los clínica e molecularmente e incluí-los, conforme os resultados do teste genético, em programas personalizados de prevenção/tratamento do câncer. Métodos: Todos os pacientes encaminhados pelo DO são submetidos ao teste genético, o qual ocorre em duas etapas: 1) rastreamento primário, realizado através de imunohistoquímica (IHQ) para as proteínas de reparo (mlh1/msh2/msh6/pms2) e análise da presença de instabilidade de microssatélite (MSI), associado a analise da mutação V600E no oncogene BRAF. Todos os pacientes com IHQ e/ou MSI alterada e sem mutações do BRAF, são submetidos à segunda etapa do teste, que consiste no sequenciamento do(s) gene(s) alterado(s), conforme indicação da IHQ. Após o sequenciamento gênico, é feita análise da presença de rearranjos através de MLPA. Todas as alterações possivelmente deletérias detectadas são confirmadas. Resultados: Até o presente momento, 155 pessoas de 129 famílias foram encaminhadas para teste genético para SL. Todos os probandos apresentavam história pessoal/familiar de CCR e/ou câncer de endométrio. Em relação à primeira fase de rastreamento, 7 exames (5.4%) não puderam ser realizados (ausência de células tumorais ou má qualidade do material). Das demais, 64.7% (n=79) possuíam IHQ normal e tinham ausência de MSI, e portanto não seguiram para a segunda fase do teste. Dentre as pacientes com IHQ e MSI alterado, 7 apresentavam a mutação V600E no oncogene BRAF e tiveram a hipótese diagnóstica (SL) descartada. Dos 36 pacientes que seguiram para a segunda fase, 23 (64%) possuíam mutação deletéria em um dos 3 genes testados, sendo que 9 apresentaram mutação dn gene MLH1, 11 no gene MSH2 e 3 no gene MSH6. As mutações mais frequentes foram dos tipos frameshift, nonsense e indel para os gene MLH1, MSH2 e MSH6 respectivamente. Duas familias foram diagnosticadas com rearranjos (deleção exons 17-19 no gene MLH1 e deleção exons 4-6 no gene MSH2). Dentre os pacientes com mutação germinativa no gene MSH6, todos apresentaram MSI-L (baixa instabilidade de microssatélites). Até o presente momento foram testados 26 familiares, dos quais 19 são mutados e já foram encaminhados para programas de prevenção/redução de câncer. Conclusões: A realização do teste genético, diagnóstico ou preditivo, é extremamente importante, pois possibilita um aumento nas taxas de detecção precoce do câncer, diminuição de morbi-mortalidade associada à doença, melhora no prognóstico e na expectativa de vida desses pacientes além de tranquilizar os familiares não-portadores e eliminar os gastos e complicações de rastreamento/intervenções preventivas desnecessárias. Palavras-Chave:Síndrome de Lynch, câncer colorretal hereditário, microssatélite, prognóstico DESAFIOS DO ACONSELHAMENTO GENÉTICO EM CÂNCER COLORRETAL HEREDITÁRIO: O ACOMPANHAMENTO DE FAMILIARES DOS CASOS ÍNDICE E O ACESSO SUJEITOS SAUDÁVEIS PORTADORES DE HISTÓRIA FAMILIAR MILENA FLÓRIA-SANTOS (EERP/USP) - BRASIL ELIUS ANDRÉS PAZ CRUZ (USP) - BRASIL JAIR HUBER (HC-FMRP-USP) - BRASIL PATRÍCIA DA SILVA PINTO () EMILIANA DE OMENA BOMFIM (USP) - BRASIL VANESSA DOS SANTOS RIBEIRO (EERP/USP) - BRASIL FLÁVIA MARIA GIORDANO OLIVEIRA (AGC) - BRASIL VICTOR EVANGELISTA DE FARIA FERRAZ (FMRP-USP) - BRASIL Dentre os desafios do aconselhamento genético para as síndromes neoplásicas hereditárias, destaca-se o acompanhamento de familiares dos casos índice, portadores de câncer ou não, e o acesso de sujeitos saudáveis portadores de história familiar. É importante que os serviços determinem e otimizem ações que atendam a essas demandas, respeitando as particularidades dos agrupamentos de tumores encontrados em cada família. Objetivos: levantar os casos acompanhados por suspeita de síndromes neoplásicas hereditárias, que contenham o câncer colorretal na sua constelação de tumores, junto ao Ambulatório de Aconselhamento Genético do Câncer no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (AGC/HCFMRP/USP), com a finalidade de conhecer número de indivíduos que é acompanhado por cada família atendida e de estimar a frequência de casos que foram atendidos apenas por apresentarem história familiar de câncer de mama. Métodos: foi realizada a revisão dos registros familiares do AGC/HCFMRP/USP, no período de 2004 a 2012, sendo coletados os dados sociodemográficos e clínicos, assim como a ocorrência de história pessoal e/ou familiar de câncer colorretal. Resultados: neste período foram avaliadas 53 famílias com história pessoal e/ou familiar de câncer colorretal. A história familiar de câncer estava presente em 19 (35,8%) famílias, e 13 destas (68,4%) tinham mais de um membro em aconselhamento genético. Apenas dois (3,8%) sujeitos apresentavam somente história familiar de câncer, sem história pessoal. A média de idade dos pacientes foi de 39 anos. Conclusões: o acompanhamento de familiares de portadores de câncer colorretal é realizado com frequência relativamente alta. Este achado sugere que os esforços da equipe de aconselhamento genético, nesses casos, estão voltados para o estabelecimento de estratégias que proporcionem a identificação e o encaminhamento ao serviço de sujeitos, ainda sem câncer, mas com risco para desenvolverem neoplasias por serem portadores de história familiar, otimizando a possibilidade de diagnóstico precoce e prevenção de neoplasias. Palavras-Chave:síndromes neoplásicas hereditárias. avaliação de risco DESAFIOS DO ACONSELHAMENTO GENÉTICO EM CÂNCER DE MAMA HEREDITÁRIO: O ACOMPANHAMENTO DE FAMILIARES DOS CASOS ÍNDICE E O ACESSO DE SUJEITOS SAUDÁVEIS PORTADORES DE HISTÓRIA FAMILIAR EDUARDA MORGANA DA SILVA (FMRP-USP) - BRASIL MILENA FLÓRIA-SANTOS (EERP/USP) - BRASIL JAIR HUBER (HC-FMRP-USP) - BRASIL PATRÍCIA DA SILVA PINTO EMILIANA DE OMENA BOMFIM (USP) - BRASIL VANESSA DOS SANTOS RIBEIRO (EERP/USP) - BRASIL FLÁVIA MARIA GIORDANO OLIVEIRA (AGCE-MAIL: [email protected] VICTOR EVANGELISTA DE FARIA FERRAZ (FMRP-USP) - BRASIL Dentre os desafios do aconselhamento genético para as síndromes neoplásicas hereditárias, destaca-se o acompanhamento de familiares dos casos índice, portadores de câncer ou não, e o acesso de sujeitos saudáveis portadores de história familiar. É importante que os serviços determinem e otimizem ações que atendam a essas demandas, respeitando as particularidades dos agrupamentos de tumores encontradas em cada família. Objetivos: levantar os casos acompanhados por suspeita de síndromes neoplásicas hereditárias, que contenham o câncer de mama na sua constelação de tumores, junto ao Ambulatório de Aconselhamento Genético do Câncer no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (AGC/HCFMRP/USP), com a finalidade de conhecer número de indivíduos que é acompanhado por cada família atendida e de estimar a frequência de casos que foram atendidos apenas por apresentarem história familiar de câncer de mama. Métodos: foi realizada a revisão dos registros familiares do AGC/HCFMRP/USP, no período de 2004 a 2012, sendo coletados os dados sociodemográficos e clínicos, assim como a ocorrência de história pessoal e/ou familiar de câncer de mama. Resultados: Neste período foram avaliadas 81 famílias com história pessoal e/ou familiar de câncer de mama. A história familiar de câncer estava presente em 72 (88.8%) famílias, mas apenas 11 destas (15,3%) tinham mais de um membro em aconselhamento genético. Apenas 15 (18,5%) sujeitos apresentavam somente história familiar de câncer sem história pessoal. A maior parte dos casos foi encaminhada de serviços de oncologia e mastologia do próprio HCFMRP/USP. Conclusões: Os dados apontam para a necessidade de estabelecimento de estratégias que permitam a ampliação do acesso ao serviço, envolvendo ações junto ao sistema de referência e treinamento e educação continuada para os profissionais de saúde, nos diversos níveis de atenção. Quanto à questão do acompanhamento dos familiares, ações da equipe de saúde do AGC/FMRP/USP vêm sendo estruturadas, tais como o Grupo de Atividades Educativas e de Apoio Psicossocial às Famílias e a validação de materiais educativos para famílias em aconselhamento genético em câncer. Palavras-Chave:Aconselhamento Genético; Câncer de Mama Hereditário; Casos Índice; DIAGNÓSTICO DE POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAL NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE (HCPA): IMPORTÂNCIA DO RASTREAMENTO ENDOSCÓPICO HENRIQUE DE CAMPOS REIS GALVÃO (UFRGS) - BRASIL CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL HECTOR YURI CONTI WANDERLEY (UVV) - BRASIL JOÃO CARLOS PROLLA () PATRÍCIA ASHTON-PROLLA (HCPA) - BRASIL A Polipose Adenomatosa Familial (PAF) é distúrbio sistêmico, autossômico dominante, caracterizado, em sua forma clássica, pela presença de cem ou mais pólipos adenomatosos no cólon e no reto de indivíduos afetados. Os adenomas surgem a partir da puberdade e são, em sua maioria, assintomáticos. Todavia, hematoquezia, diarréia e desconforto abdominal podem ser observados. Caso não sejam tratados, há progressão inevitável para o câncer colorretal (CCR) cerca de dez anos após seu aparecimento. Rastreamento por retossigmoidoscopia ou colonoscopia com polipectomia deve ser iniciado entre os 10 e 12 anos de vida em indivíduos em alto risco e naqueles com mutação já detectada em APC. Exames anuais devem ser realizados até que se tornem inviáveis as polipectomias endoscópicas, sendo então indicada colectomia redutora de risco de CCR. Os serviços de registro de CCR hereditário têm importante papel no recrutamento e na adesão de familiares aos programas de rastreamento e prevenção. Objetivos: descrever os achados associados a adenomatose colônica em indivíduos com PAF. Métodos: série de casos atendidos consecutivamente no Ambulatório de Oncogenética do HCPA entre janeiro de 2007 e dezembro de 2012. Todos os casos foram avaliados por colonoscopia e/ou retossigmoidoscopia. Resultados: No período, foram avaliados 54 pacientes com PAF, provenientes de 31 famílias. A idade média dos pacientes na época do diagnóstico foi de 29,8 anos (variando de 7 a 70 anos). Para 44 (81%) dos 54 pacientes incluídos no estudo, há dados disponíveis sobre sintomatologia antes do diagnóstico. Destes 44 pacientes, 19 (43%) eram assintomáticos no momento do diagnóstico e todos eles foram submetidos a rastreamento colônico (que diagnosticou o distúrbio) devido ao estímulo à investigação por parte de familiares em risco. Nos outros 25 casos, os sintomas que levaram a realização de exames endoscópicos foram: hematoquezia em 11 casos (25%), diarreia em 8 (18,2%), desconforto abdominal em 7 (13,6%), alteração na frequência de evacuações em 5 (11,4%), fraqueza em um caso e presença de manifestações extracolônicas de PAF (dente supranumerário e osteoma de mandíbula) em um caso. Mais de um sinal ou sintoma pode ter sido referido pelo mesmo paciente. Importante ressaltar que 60% (15/25) dos pacientes diagnosticados já com sintomas tinham história familiar de PAF. Os indivíduos assintomáticos submetidos a rastreamento tiveram diagnóstico de PAF com idade média de 18 anos, enquanto a dos pacientes sintomáticos foi de 33 anos (p=0,02). Dos 54 pacientes acompanhados no período, 17 (31,5%) apresentaram CCR, sendo que em apenas um dos casos o diagnóstico foi feito em exame de rastreamento de indivíduo assintomático (p=0,002). Em 2 dos 17 pacientes com CCR, havia presença de um segundo tumor primário sincrônico em cólon. Conclusões: A idade já avançada ao diagnóstico de PAF, a presença de sintomas no primeiro exame endoscópico em um grande número de indivíduos (mesmo naqueles com história familiar positiva) e o alarmante número de diagnósticos de CCR nesta série mostram que ampliação no acesso a técnicas de rastreamento de lesões précancerosas e as intervenções cirúrgicas profiláticas em momento adequado devem ser metas claras e urgentes na atenção à saúde desses indivíduos. Palavras-Chave:Polipose adenomatosa familial, câncer colorretal, rastreamento EFETIVIDADE DO ENCAMINHAMENTO PARA ACONSELHAMENTO GENÉTICO ONCOLOGICO A PARTIR DE UM AMBULATÓRIO DE GASTROONCOLOGIA DE UM SERVIÇO PÚBLICO UNIVERSITÁRIO CÉLIA APARECIDA MARQUES PIMENTA (UNIFESP) - BRASIL FERNANDA TERESA DE LIMA (UNIFESP-EPM; HIAE) - BRASIL NORA MANOUKIAN FORONES (UNIFESP-EPM) - BRASIL Introdução: Dentre os casos de câncer colorretal hereditário (CCR), a síndrome de Lynch corresponde a 10 a 15% dos tumores familiares. Geneticamente se caracteriza por ser uma síndrome autossômica dominante, com penetrância em torno de 80%. Atualmente os critérios de Amsterdam II e Bethesda revisados são utilizados no diagnóstico clínico, sendo o primeiro um critério diagnóstico mais restritivo e o segundo, um critério de suspeita. O aconselhamento genético oncológico é importante nestas famílias, para orientação sobre riscos de transmissão da susceptibilidade ao câncer e orientação sobre protocolos de prevenção e vigilância. Objetivo: Verificar a efetividade do encaminhamento para aconselhamento genético oncológico a partir de um serviço de gastrooncologia em uma Universidade Federal. Casuística e método: Foram levantados os prontuários dos pacientes que acompanham no setor de oncologia da Disciplina de Gastroenterologia da UNIFESP, entre abril de 2012 a março de 2013, sendo selecionados 64 que preenchiam os critérios de Bethesda revisados. Os pacientes foram abordados de modo uniforme, em seu retorno periódico, e encaminhados para o aconselhamento genético oncológico. Foi explicado a possibilidade de que o tumor tivesse um componente familiar, e ressaltado a importância de se verificar a história familiar de câncer, a importância de uma avaliação específica para definir necessidade de prevenção, vigilância e rastreamento. Este aconselhamento foi realizado no Ambulatório de Oncogenética do departamento de Morfologia e Genética da UNIFESP, e há vagas específicas para agendamento destes doentes. A mesma profissional que realizou o encaminhamento acompanhou o processo de aconselhamento genético oncológico. Resultados: No período de 11 meses, foram entrevistados 27 mulheres (42,2%) e 37 homens (57,8%). Quanto à idade 53,1% tinham <50 anos. O agendamento para o aconselhamento genético oncológico foi realizado por 35 pacientes (54,6%). Compareceram 29 pacientes (45,3%), sendo38% do sexo feminino e 62% do sexo masculino. Dos pacientes que compareceram à consulta, 31% tinham tumor de cólon ascendente, 42% tinham tumor de sigmoide e 27% tinham tumor de reto, estômago. Quanto a faixa etária, 55% tinham <50 anos. Através da avaliação da história familiar, 28% dos pacientes preencheram os critérios de Amsterdam, confirmando clinicamente o diagnóstico de SL. Entre os que agendaram, observamos maior numero de pacientes em acompanhamento periódico em relação aos pacientes em quimioterapia (62% versus 22%). Entre os doentes com metástase, houve somente uma marcação de consulta, sem comparecimento. Conclusões: Apenas 54% dos pacientes encaminhados procuraram o aconselhamento genético oncológico. Pacientes em quimioterapia e com tumor avançado compareceram em menor proporção, talvez por outros compromissos assumidos em relação ao seu tratamento e até mesmo pelos efeitos colaterais dos quimioterápicos. A verificação do comparecimento abaixo do esperado permitiu a identificação de pontos de melhoria no encaminhamento, sendo proposto uma orientação mais detalhada, com entrega de material escrito e agendamento da consulta a partir do ambulatório de gastrooncologia. A orientação oncogenética é o primeiro passo dentro de um processo que visa identificação de riscos e adoção de medidas de prevenção e vigilância para redução da morbimortalidade associada aos tumores hereditários. Palavras-Chave:câncer colorretal, Síndrome de Lynch FIBROMA NÃO-OSSIFICANTE DE FÊMUR ASSOCIADO A MANCHASCAFÉ-COM-LEITE, NEUROFIBROMAS E TUMOR DE CÉLULAS GIGANTES: UM ESTUDO DE CASO THEOHARIS EFCARPIDIS SFAKIANAKIS (UNIFESP) - BRASIL AMANDA FRANÇA DE NÓBREGA FRANÇA NOBREGA (A.C.CAMARGO) BRASIL MARIA DE FÁTIMA DE FARIA SOARES (UNIFESP) - BRASIL ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL MARIA ISABEL WADDINGTON ACHATZ (A.C.CAMARGO) - BRASIL Introdução: As Síndromes Neurocutâneas compreendem diversas doenças genéticas de origem ectodérmica e mesodérmica e que se caracterizam por alterações cutâneas e do sistema nervoso. Dentre elas, a síndrome de Jaffe-Campanacci - descrita por Jaffe em 1958 e Campanacci em 1983, caracteriza-se pela presença de múltiplos fibromas não-ossificantes dos ossos longos e anomalias extraesqueléticas tais como manchas café-com-leite, deficiência intelectual, anomalias oculares, malformações cardiovasculares congênitas incluindo prolapso mitral, hipogonadismo e criptorquidia. Também foi descrita a presença de tumores de células gigantes da mandíbula. Sua etiologia ainda é desconhecida, porém pode estar relacionada com o espectro de malformações da Neurofibromatose tipo 1. Não há relatos de recorrência familiar. Há 23 casos descritos na literatura. Nem todos os casos apresentam simultaneamente todas as características descritas para a síndrome, no entanto, os fibromas não-ossificantes estão presentes em todos eles. Objetivo: Relato de caso e revisão da literatura. Paciente: Paciente com 16 anos, filho de casal de casal jovem não-consangüíneo. Evoluiu com atraso importante do DNPM. Apresentou um episódio de convulsão aos 8 anos e tumor de células gigantes na mandíbula e maxila esquerdas aos 10 anos. Foi submetido à enucleação da lesão maxilar e à mandibulectomia segmentar com reconstrução óssea a partir da fíbula com recidiva local do tumor. Na investigação complementar apresentou opacificação de cápsula posterior de cristalino bilateralmente com retinas normais. Ecocardiografia com prolapso valvar mitral com degeneração mixomatosa e incompetência discreta a moderada. Ressonância Nuclear Magnética de abdome superior e pelve com presença de múltiplas imagens expansivas paravertebrais na topografia de nervos isquiáticos e no tecido celular subcutâneo da parede do abdome e região glútea sugestivas de neurofibromas. Raio-X de esqueleto mostrando osteopenia, atraso importante da idade óssea (para 9 anos de idade), quadril displásico e imagem encondromatosa em região distal do fêmur direito compatível com diagnóstico de fibroma não-ossificante. Ao exame dismorfológico apresenta aspecto geral precocemente envelhecido com lipodistrofia e aspecto papiráceo da pele, manchas café-com-leite disseminadas por todo corpo e pilificação fina em região genital. Fronte ampla, hipertelorismo ocular aparente, olhos encovados, ponte nasal alargada, base nasal alargada, filtro curto, orelhas de baixa implantação, rodadas anteriormente, lábio superior fino, prognatismo, hipodontia e hipoplasia dentária, criptorquidia bilateral. Baixa estatura com discreta escoliose compensando balanço pélvico. Braquidactilia aparente com clinodactilia de 5º dedos das mãos e desvio lateral dos pés. Marcha desequilibrada com pés planos e geno valgo à esquerda. Discussão e Conclusão: O paciente apresenta as características fenotípicas próximas ao fenótipo da síndrome de Jaffe-Campanacci incluindo a presença de manchas cafécom-leite e a presença do fibroma não-ossificante de ossos longos. Devido à semelhança entre as manifestações fenotípicas dessa síndrome com outras síndromes neurocutâneas tais como Neurofibromatose tipo 1, Noonan-Neurofibromatose 1, Displasia fibrosa poliostótica e Schimmelpening-Feuerstein-Mims é importante a realização de um screening radiográfico mais rigoroso do esqueleto durante a adolescência para determinar a presença de fibromas não-ossificantes em pacientes com fenótipo clínico sugestivo de tais síndromes. Estudos moleculares mais aprofundados serão necessários para o estabelecimento da correlação genótipofenótipo destes casos. Palavras-Chave:Síndromes Neurocutâneas, Neurofibroma, Fibroma Não-Ossificante, manchas café-com-leite, Tumor de Células Gigantes, Síndrome de Jaffe-Campanacci FREQUÊNCIA DE MANIFESTAÇÕES EXTRACOLÔNICAS EM INDIVÍDUOS COM POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAL ATENDIDOS NO HOSPITAL DE CLÍICAS DE PORTO ALEGRE (HCPA) HENRIQUE DE CAMPOS REIS GALVÃO (UFRGS) - BRASIL PATRÍCIA SANTOS DA SILVA HECTOR YURI CONTI WANDERLEY (UVV) - BRASIL CRISTINA BRINCKMANN OLIVEIRA NETTO (HCPA) - BRASIL PATRÍCIA ASHTON-PROLLA (HCPA) - BRASIL JOÃO CARLOS PROLLA () A Polipose Adenomatosa Familial (PAF) é um distúrbio autossômico dominante causado por mutação em APC. Suas manifestações clínicas envolvem tecidos das três origens embrionárias (endoderme, mesoderme e ectoderme). Além de cólon e reto, pólipos podem estar presentes no estômago, intestino delgado e vias biliares, levando, também nesses órgãos, à predisposição ao câncer. Tumor desmoide, lipomas, fibromas, osteomas, adenoma de suprarrenal e alterações dentais podem ser observados, bem como cistos epidérmicos e hipertrofia congênita do epitélio pigmentar da retina (HCEPR). Neoplasias malignas foram relatadas também em tireoide, sistema nervoso central, fígado e pâncreas. Cerca de 90% dos indivíduos com PAF apresentam manifestações extracolônicas (MEC). Com a recomendação de colectomia profilática levando à efetiva redução na incidência de câncer colorretal, a morbidade e a mortalidade associadas às MEC vêm recebendo cada vez mais atenção. Objetivos: descrever a frequência das MEC em pacientes com diagnóstico de PAF. Métodos: série de casos atendidos consecutivamente no Ambulatório de Oncogenética do HCPA entre janeiro de 2007 e dezembro de 2012. Os casos foram avaliados por colonoscopia e/ou retossigmoidoscopia, endoscopia digestiva alta (EDA), tomografia computadorizada (TC) de abdômen, radiografia panorâmica de mandíbula, além de exame físico com pesquisa de alterações cutâneas, palpação de tireoide e exame de fundo de olho. Os exames foram realizados na rotina assistencial ou, no caso da TC de abdômen, durante investigação de pesquisa. Resultados: No período, foram avaliados 54 pacientes com PAF, provenientes de 31 famílias. Em 42 dos 54 pacientes incluídos no estudo (78%) há relato de alguma MEC. Pólipos duodenais foram observados em 46,3% dos indivíduos submetidos a EDA (19/41 indivíduos), sendo que um paciente apresentou adenocarcinoma de duodeno. Pólipos gástricos foram observados em 36,6% dos casos (15/41). Tumor desmoide foi descrito em 16,7% dos pacientes submetidos a TC (4/24). Cistos epidérmicos foram observados em 25,9% (14/54) dos indivíduos, lipomas em 7,4% (4/54), fibroma em 1,9% (1/54). Adenoma de suprarrenal foi descrito em 20,8% (5/24), osteoma de mandíbula em 33% (8/24), osteoma em outros ossos em 7,4% (4/54), hipodontia em 16,7% (4/24), dentes supranumerários em 12,5% (3/24) e carcinoma de tireóide em 1,9% (1/54). HCEPR foi observada em 68,6% dos pacientes submetidos a avaliação fundoscópica (24/35). Conclusões: A variação da frequência das MEC é bem ampla entre as séries publicadas, dependendo das técnicas empregadas nos exames, da especialidade do profissional avaliador e da regularidade do acompanhamento clínico pelos pacientes. As frequências observadas neste trabalho estão dentro da faixa observada na literatura médica. As manifestações clínicas da PAF vão muito além do manejo dos adenomas colônicos, tornando-se essencial a abordagem multidisciplinar ao indivíduo afetado e à sua família. Palavras-Chave:Polipose adenomatosa familial, manifestações extracolônicas, pólipos, tumor desmoide, hipertrofia congênita do epitélio pigmentar da retina O USO DE UMA FERRAMENTA DE BAIXO CUSTO PARA RASTREAMENTO DE CÂNCER HEREDITÁRIO NATALIA CAMPACCI (HCB - PIO XII) - BRASIL JULIANA OLIVEIRA DE LIMA () VERONICA RISSATTI ELIZA MARIA PREVIDEL DE TOLEDO (HCB PIOXII) - BRASIL LAMIS RAMADAN () EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL Objetivos: Estimativas Brasileiras apontam que em 2012, tumores malignos hereditários representaram entre 25.952 a 51.851 casos. No entanto, a maioria destes tumores não é reconhecida como de origem hereditária. Cientes da importância da identificação das famílias em risco e sua inclusão em programas de prevenção do câncer, realizamos um estudo visando identificar indivíduos e/ou famílias sob risco para síndromes de predisposição hereditária ao câncer (SPHC) em uma amostra de base populacional com um simples Questionário de Três Perguntas. Métodos: Foram incluídas 20.000 mulheres usuárias da rede de prevenção do HCB (unidades fixas e móveis). Participantes respondem um questionário de três perguntas compostos especificamente por: 1- História pessoal de câncer antes dos 50 anos de idade; 2- História familiar de câncer de mama; colorretal e/ou ovário antes dos 50 anos de idade; 3 – Presença de três ou mais familiares com câncer antes dos 50 anos de idade. Resultados: De todas as mulheres incluídas no estudo 3.121 responderam pelo menos um sim (Grupo A) restando 16.879 que responderam todas as questões de forma negativa (Grupo B). De ambos os grupos foram sorteadas mulheres para serem contactadas e responderem novamente tanto o Questionário de Três Perguntas (re-teste) quanto um questionário que continha os itens dos Critérios Clínicos para SPHC (critéios NCCN e ASCO). Do Grupo A, 70 mulheres foram sorteadas e do Grupo B, 107. Com base nos resultados obtidos pudemos calcular a sensibilidade e especificidade do nosso instrumento, considerando, como padrãoouro, o preenchimento de critério clínico para alguma SPHC, ou seja, no cálculo da sensibilidade e especificidade o verdadeiro positivo foi aquele que respondeu afirmativamente ao Questionário de Três Perguntas e que preenchia critérios clínicos para alguma SPHC. Obtivemos que a Sensibilidade deste questionário foi de 94,4% demonstrando uma boa capacidade de detectar os indivíduos em risco para síndromes de predisposição hereditária. Com relação a especificidade obteve-se um valor de 74,3%, mostrando, que conforme previsto quando desenhamos o instrumento, as perguntas são bastante amplas de forma a não perder indivíduos em risco, o que faz com que tenhamos em nosso grupo amostral uma parcela significativa de indivíduos que não estejam em real risco para câncer hereditário no Grupo A, mas que por outro lado, minimiza as nossas chances de que algum indivíduo em risco não seja identificado. Também levando em conta o fato de nosso questionário não ser tão estrito e o fato de as SPHC serem relativamente raras, o Valor Positivo Negativo (VPN) do nosso instrumento foi de 98,1% enquanto o Valor Preditivo Positivo (VPP) foi de 48,6%. Conclusões: Com base nos resultados obtidos, concluímos que nosso instrumento é uma ferramenta aplicável para o rastreamento de SPHC de forma rápida, eficiente e de baixo custo, podendo ser utilizado em diversas realidades de serviços de saúde bem como poder ser aplicado por qualquer profissional que atue na área da saúde. Palavras-Chave:Oncogenética, prevenção, câncer hereditário, rastreamento PADRÃO HETEROGÊNEO DE DESENVOLVIMENTO TUMORAL EM FAMÍLIAS PORTADORAS DA MUTAÇÃO GERMINATIVA P.R337H NO GENE TP53: IMPLICAÇÕES PARA O ACONSELHAMENTO GENÉTICO E SEGUIMENTO. GABRIELA CARVALHO FERNANDES (HCB) - BRASIL DEISE REIS DE PAULA MENDES (PIO XII) - BRASIL ANDRÉ ESCREMIM DE PAULA (HCB) - BRASIL RODRIGO AUGUSTO DEPIERI MICHELLI (HCB) - BRASIL DANILO VILELA VIANA (HCB) - BRASIL EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL Objetivos: A Síndrome de Li-Fraumeni (SLF) é uma síndrome rara de predisposição hereditária ao câncer, que se caracteriza pelo risco aumentado para vários tipos de tumores, que ocorrem principalmente em idades jovens. Pacientes portadores de mutação germinativa no gene TP53 apresentam um risco cumulativo vital de desenvolvimento de câncer de 50% aos 30 anos e de 90% aos 70 anos de idade. A grande maioria das mutações germinativas descritas no gene TP53 está localizada na região correspondente ao domínio de ligação ao DNA. No Brasil, uma mutação particular no exon 10 do gene TP53 (região correspondente ao domínio de oligomerização da proteína), mais precisamente no códon 337 (c.1010G>A, p.R337H) vêm sendo descrita em alta frequência em várias famílias aparentemente não-relacionadas. No entanto, poucos estudos foram realizados fora do eixo Sao Paulo (capital) – Curitiba – Porto Alegre, de forma que o presente estudo teve como intuito investigar a presença e frequencia da mutação p.R337H em famílias do Departamento de Oncogenética do Hospital de Câncer de Barretos. Métodos: Foram incluídas famílias cujo teste genético foi realizado devido a história familiar sugestiva de SLF ou por apresentarem história pessoal de câncer de mama em idade jovem e não apresentarem mutações germinativas nos genes BRCA1/BRCA2. O teste genético incluiu sequenciamento bidirecional de todos os exons codificantes e busca por rearranjos gênicos através de MLPA. Resultados: Foram incluídos no estudo 73 pacientes de 49 famílias. Das 49 famílias testadas, 12 (24.5%) tiveram mutação detectada. Em uma das famílias a mutação detectada foi uma alteração frameshift no exon 5, c.510insT, enquanto que nas demais (91.7%) a mutação detectada foi a mutação fundadora p.R337H. As 11 famílias R337H até agora identificadas em nosso serviço são procedentes do interior do Estado de São Paulo, bem como de Minas Gerais e Goiás, regiões essas situadas fora do eixo São Paulo – Porto Alegre e, sobre as quais nada se sabe em termos de prevalência da mutação p.R337H. Em relação à história familiar, 4 das 11 famílias apresentavam um excesso de casos de câncer de mama em idade inferior a 40 anos e câncer de mama bilateral; nas demais famílias (7) houve diagnóstico de pelo menos um caso de câncer adrenocortical na infância, além de casos de sarcomas, tumores de tireóide, gastricos e de mama; em 2 das 7 famílias o único diagnóstico de câncer na família foi de tumor adrenocortical, sendo que os pais portadores da mutação são assintomáticos. Dos 24 familiares testados, 14 são positivos para a mutação R337H. Conclusões: Os dados até agora publicados são corroborados pelos nossos achados e sugerem que o alelo R337H deve estar presente em uma parcela significativa da população, gerando um problema sem precedentes para a saúde pública Brasileira, além de um grande número de dilemas éticos, já que as variações de fenótipos e de penetrância da mutação verificadas nas diferentes famílias, constituem um desafio para o aconselhamento genético, bem como para o seguimento clínico, pois pacientes sem história familiar significativa de câncer podem ser portadores da mutação p.R337H. Palavras-Chave:Síndrome de Li-Fraumeni (SLF), mutaçao e história familiar PERFIL DIFERENCIAL DE TUMORES EM UMA AMOSTRA DE PACIENTES COM NEUROFIBROMATOSE TIPO 1. Fernanda Teresa DE LIMA (UNIFESP-EPM; HIAE) - Brasil E-mail: [email protected] Daiane Pereira GUIMARAES (Unifesp) - Brasil E-mail: [email protected] A neurofibromatose tipo 1 é uma doença altamente variável, em que se observa desenvolvimento de tumores de modo aleatório, não sendo possível inferir um padrão a partir de manifestações clínicas da doença ou da avaliação de outros familiares afetados. Genes modificadores, fatores ambientais e epigenéticos são considerados como possíveis explicações para a alta variabilidade encontrada. Objetivo: Avaliar o perfil de tumores nos vários indivíduos da mesma família e entre várias famílias com neurofibromatose tipo 1 (NF1). Métodos: Pesquisa descritiva, retrospectiva, realizada por meio de revisão de prontuários de pacientes registrados no ambulatório de neurofibromatose do Centro de Genética Médica da UNIFESP-EPM e no ambulatório de Oncologia Clínica da mesma instituição, nos anos de 2011 e 2012. Os dados foram coletados e organizados conforme roteiro estruturado tabular, em planilha Excel®, e posteriormente analisados utilizando-se ferramentas estatísticas simples para caracterização da amostra em termos de frequência e distribuição. Resultados: Foram avaliados 142 pacientes com diagnóstico de NF1, pertencentes a 110 famílias, sendo 59,15% do gênero feminino e 40,85% do gênero masculino, com mediana de 09 anos. A maior parte dos pacientes apresentava dois ou três critérios diagnósticos (69,01%). Em 46,73% dos pacientes havia história familiar positiva, acometendo de duas (76%) a quatro gerações (2%). Tumores benignos foram observados em 121 pacientes, sendo os neurofibromas (78,17%) e nódulos de Lisch (31,7%) os mais prevalentes. Vinte pacientes (14%) desenvolveram neoplasias malignas, sendo as mais frequentes o glioma de vias ópticas (n=8) e o tumor maligno da bainha do nervo periférico (TMBNP; n=4). Outros tumores relatados foram sarcoma pleomórfico, feocromocitoma, rabdomiossarcoma embrionário, astrocitomas e outros gliomas de baixo grau e melanoma de coróide. Não houve diferença entre os sexos destes 20 pacientes e 55% desenvolveram tumores malignos com 15 anos ou menos. Todos os pacientes com TMBNP tinham história familiar positiva, sendo esta positiva em menos de 50% dos pacientes com outros tipos tumorais. Também foram avaliadas a idade de início do tumor, o número de critérios diagnósticos apresentados, e a relação entre afetados com e sem tumores na mesma família. Conclusões: A NF1 é uma condição altamente individual que exibe extrema heterogeneidade mutacional somática entre afetados da mesma família e entre diferentes famílias. A ausência de um fenótipo constante de predisposição a desenvolvimento de tumores malignos associado a manifestações clínicas ou padrões familiares faz com que a vigilância deva ser mantida, de modo que favoreça um diagnóstico precoce, importante devido ao comportamento mais agressivo e a baixa resposta aos tratamentos atualmente disponíveis para estes tumores malignos. Palavras-Chave:neurofibromatose tipo 1, expressividade variavel, tumores malignos PREVALÊNCIA DA MUTAÇÃO GERMINATIVA P.R337H NO GENE TP53 EM FAMÍLIAS COM MÚLTIPLOS CASOS DE CÂNCER. KELVIN CÉSAR DE ANDRADE (FAP - HACC) - BRASIL KARINA MIRANDA SANTIAGO (FAP - HACC) - BRASIL FERNANDA PASCHOAL FORTES (A.C. CAMARGO) - BRASIL MARIA ISABEL WADDINGTON ACHATZ (A.C.CAMARGO) - BRASIL AMANDA FRANÇA DE NÓBREGA FRANÇA NOBREGA (A.C.CAMARGO) BRASIL INTRODUÇÃO: Mutações germinativas no gene supressor de tumor TP53 são associadas à Síndrome de Li-Fraumeni (LFS) e suas variantes (LFL) e predispõem portadores a tumores em idade jovem, incluindo sarcomas de partes moles (SPM), câncer de mama na pré-menopausa, tumores de sistema nervoso central e de adrenocortical. No Brasil, há uma alta freqüência de uma mutação germinativa no gene TP53 (p.R337H, CGC>CAC; éxon 10) nas regiões Sul e Sudeste, devido a um efeito fundador. É estimado que esteja presente em 0,3% da população local, porém até o momento, apenas algumas famílias portadoras foram detectadas. Desta forma, o desenvolvimento de critérios adequados para selecioná-las irá permitir não apenas a identificação de indivíduos portadores, mas possibilitar o inicio precoce de rastreamento em pacientes em risco. OBJETIVO: Determinar a eficácia de um amplo critério para detecção de portadores da mutação p.R337H. METODOLOGIA: Neste estudo, 31 pacientes do Departamento de Oncogenética do A.C Camargo Cancer Center, SP, foram testados quanto à mutação p.R337H. Os critérios de inclusão foram: (1) mais de três membros familiares que desenvolveram câncer E (2) ao menos um deles abaixo dos 50 anos E (3) dois deles parentes de primeiro ou segundo grau. DNA genômico extraído de sangue periférico foi analisado por Restriction Fragment Length Polymorphism (RFLP) usando a enzima de restrição Hhal. A confirmação do caso positivo foi feito por seqüenciamento direto do éxon 10. RESULTADOS: A mutação p.R337H foi detectada em um dos 31 pacientes (3,22%) incluidos. A paciente desenvolveu câncer ductal invasivo de mama aos 47 e adenocarcinoma invasor pulmonar aos 48 anos. Além disso, possui uma história familiar extensa de indivíduos que também desenvolveram câncer. A probanda receberá aconselhamento genético e será incluída em protocolo de seguimento para portadores de mutações germinativas em TP53. DISCUSSÃO: Uma família que inicialmente não preenchia os critérios de LFS/LFL foi encontrada como portadora da mutação germinativa p.R337H. Este resultado demonstra que os critérios propostos podem detectar famílias portadoras da mutação, mas estudos adicionais incluindo um maior número de famílias serão necessários para definir a sua eficácia, assim como a inclusão de critérios mais restritos para aumentar a sensibilidade. Palavras-Chave:Li-Fraumeni, TP53, p.R337H, Oncogenética SÍNDROME DO NEVO EPIDÉRMICO: RELATO DE PACIENTE COM RABDOMIOSSARCOMA ASSOCIADO PERMITE CONSIDERAÇÕES SOBRE A ABORDAGEM GENÉTICA E ONCOLÓGICA. FERNANDA TERESA DE LIMA (UNIFESP-EPM; HIAE) - BRASIL CAROLINA N. DE ARAUJO XAVIER ELIANA M. M. CARAN Sob o nome síndrome do nevo epidérmico há um grupo de nove doenças distintas bem definidas, caracterizadas individualmente pelo tipo de nevo apresentado e herdabilidade; além de várias outras entidades cujos fenótipos não são bem definidos. Tumores malignos são raros. Descreve-se uma paciente com síndrome do nevo epidérmico e rabdomiossarcoma, discutindo-se a abordagem sindrômica e oncológica. Esta paciente do sexo feminino foi avaliada pela primeira vez aos 4 meses de idade, no Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP-GRAACC-UNIFESP, São Paulo, Brasil), apresentando múltiplas pápulas lineares verrucosas em couro cabeludo e região cervical, nevus unius lateris em hemicorpo direito e dismorfismos faciais. Também apresentava uma deformidade congênita do tornozelo direito, associada a um tumor, cuja biópsia revelou ser um neurofibroma, e um rabdomiossarcoma na perna direita. Foram realizadas avaliações audiológica, oftalmológica e neurológica, bem como radiografias de esqueleto e neuroimagem, para investigação sindrômica, e ressonâncias de tórax e abdômen, para estadiamento. A paciente foi tratada de acordo com o protocolo padrão brasileiro para sarcomas (VAC/Ifo e VP16). Sem uma resposta positiva, foi realizada a amputação de sua perna direita, ocasião em que várias de suas lesões epidérmicas também foram biopsiadas. Em seguida, a paciente desenvolveu uma massa linfonodal, não biopsiada por piora de sua condição clínica. Foi a óbito com um ano e seis meses de idade, por progressão tumoral. A avaliação clínica, dos exames complementares e anatomiapatológica das lesões epidérmicas possibilitou o diagnóstico da síndrome de Schimmelpenning. Esta é uma síndrome rara, cujo diagnóstico frequentemente é retardado. Requer idealmente uma abordagem multidisciplinar e o time de profissionais que assiste estes pacientes devem estar cientes da possibilidade de anomalias em múltiplos órgãos e desenvolvimento de tumores. Somente quatro outros pacientes foram descritos na literatura com rabdomiossarcoma em associação com nevo epidérmico. Mutações pós-zigóticas em HRAS e KRAS, dois potentes oncogenes, foram consideradas causadoras da síndrome de Schimmelpenning, mutações estas que podem justificar a predisposição ao desenvolvimento tumoral. Poucos pacientes são descritos com tumores, mas, durante seu manejo, um curso mais agressivo da doença e resistência para a abordagem oncológica usual deve ser esperado. Palavras-Chave:sindrome do nevo epidermico, rabdomiossarcoma UTILIZAÇÃO DAS UNIDADES MÓVEIS E FIXA DE PREVENÇÃO PARA RASTREAMENTO POPULACIONAL DE FAMÍLIAS COM PREDISPOSIÇÃO HEREDITÁRIA DE CÂNCER DE MAMA NATALIA CAMPACCI (HCB - PIO XII) - BRASIL JULIANA OLIVEIRA DE LIMA VERONICA RISSATTI ELIZA MARIA PREVIDEL DE TOLEDO (HCB PIOXII) - BRASIL LAMIS RAMADAN RODRIGO AUGUSTO DEPIERI MICHELLI (HCB) - BRASIL BENEDITO MAURO ROSSI (FUNDAÇAO PIO XII) - BRASIL DANILO VILELA VIANA (HCB) - BRASIL EDMUNDO CARVALHO MAUAD (50174568720) - BRASIL EDENIR INEZ PALMERO INEZ PALMERO (HCB) - BRASIL Objetivos: O câncer de mama e o câncer colorretal estão entre as neoplasias mais freqüentes em mulheres da região sudeste do Brasil. Além disso, cerca de 10% dos indivíduos portadores dessas neoplasias podem pertencer a famílias com predisposição hereditária ao câncer. Considerando a quase inexistência de dados sobre a prevalência de síndromes de predisposição hereditária ao câncer em nossa população, assim como a ausência de uma política de ação para o rastreamento de populações de baixo poder sócio-econômico pelo Sistema Único de Saúde (SUS), este estudo foi realizado com o intuito de identificar e caracterizar indivíduos em risco para síndromes de predisposição hereditária ao câncer de mama e/ou colorretal em uma amostra de base populacional. Métodos: Foi aplicado um questionário de três perguntas denominado de Questionário de Rastreamento Primário (QRP), utilizando estrutura pré-existente de rastreamento de câncer de mama, por meio de unidades móveis e fixa do Hospital de Câncer de Barretos (HCB) em uma amostra de base populacional de 20.000 mulheres. Todas as mulheres com pelo menos uma resposta afirmativa foram incluídas numa segunda fase do estudo, denominada Rastreamento Secundário, onde um questionário epidemiológico e de fatores de risco foi aplicado (QRS), assim como realizou-se a construção do heredograma. Todas as mulheres com pelo menos um familiar afetado vivo e com critérios clínicos para alguma Síndrome de Predisposição Hereditária ao Câncer serão convidadas para uma terceira fase, que envolverá uma avaliação do risco de câncer realizada pelo médico geneticista e, caso preencha critérios pré definidos pelo departamento, serão convidadas a realizar teste genético. Resultados: Dentre as 20.000 mulheres incluídas no estudo, 3.121 (15,6%) possuíam pelo menos uma das questões afirmativas do QRP. Das mulheres que responderam afirmativamente 17,7% responderam “sim” na questão referente a história pessoal de câncer antes do 50 anos de idade (Q1); 46%, 21% e 14,6% responderam respectivamente, pelo menos um “sim” com relação a história familiar de câncer de mama, intestino e ovário em idade inferior aos 50 anos (Q2); e, com relação a presença de três ou mais familiares com câncer antes dos 50 anos de idade (Q3) 25,6% responderam afirmativamente. Estas mulheres foram convidadas a responder o Questionário de Rastreamento Secundário (QRS), o qual foi aplicado de três formas: pessoalmente, por telefone ou por carta. Duzentas e quarenta e quatro mulheres responderam o QRS pessoalmente, 977 por telefone e 390 por carta, prefazendo um total de 1.611 mulheres incluídas na segunda fase do estudo. Uma análise (parcial) de 540 questionários e heredogramas aponta que 105 famílias possuem suspeita de pelo menos um critério clínico para Síndromes de Predisposição Hereditária ao Câncer. Conclusões: A realização do presente estudo possibilitou o acesso à população em geral, a um serviço especializado e de alta qualidade, e, ao mesmo tempo, permitiu rastrear e tratar tumores precoces nas famílias/indivíduos com predisposição hereditária. Além disso, conhecer os usuários do sistema de prevenção é importante para que possamos implementar medidas adequadas de rastreamento e prevenção do câncer. Palavras-Chave:Câncer hereditário, câncer de mama, rastreamento, prevenção 9. POLIMORFISMOS RELACIONADOS A DOENÇAS ANÁLISE DA AÇÃO SINÉRGICA DAS VARIANTES 894G>T ENOS E INDEL ECA NA EVOLUÇÃO PARA CHOQUE SÉPTICO ENTRE PACIENTES CRÍTICOS COM SEPSE. PAULO ROBERTO VARGAS FALLAVENA (UFCSPA) - BRASIL LUCAS ROSA FRAGA (UFRGS) - BRASIL CAMILLA FROES THAYSE BIENERT GOETZE (UFCSPA) - BRASIL FERNANDO SUPARREGUI DIAS CLARICE ALHO (PUCRS) - BRASIL Pacientes graves e/ou em pós-operatório que entram em sepse (infecção sistêmica generalizada) são atendidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Além deles, devido às fragilidades, outros pacientes críticos evoluem para sepse mesmo quando já internados na UTI. O desfecho desfavorável da sepse é o choque séptico, o qual se caracteriza pela infecção generalizada adicionada à hipotensão sistêmica. A hipoperfusão de órgãos com disfunção [quadro típico do paciente crítico] causada pelo estado de choque séptico pode evoluir à falência de órgãos e, em decorrência, também ao óbito. A óxido nítrico sintase endotelial (eNOs) e a enzima conversora de angiotensina (ECA) controlam, respectivamente, a vasodilatação e a vasoconstrição. As versões gênicas polimórficas 894T-eNOS e D-ECA têm sido amplamente descritas como associadas à maior capacidade de vaso pressão. Assim, nossa hipótese foi que pacientes sépticos de UTI duplo homozigotos 894TT/DD poderiam estar mais protegidos à evolução de choque, dado que apresentariam maior resistência sistêmica à hipotensão. Genotipamos 585 pacientes de UTI para ambas variantes polimórficas. De 398 pacientes sépticos, 282 evoluíram para choque. O estudo associativo entre genótipo (duplo homozigoto 894TT/DD) versus fenótipo (choque séptico) não mostrou diferença significativa (Chi-square Test; P>0,05). Nosso trabalho ainda apresenta estudos em subpopulações desta amostragem. Nosso resultado indica, neste momento, que a indução à hipertensão, a qual é própria do duplo genótipo 894TT/DD, não age como poder protetivo à hipotensão desencadeada pela infeção durante a sepse, ou seja, em síntese, não protege o paciente séptico da evolução ao choque. Palavras-Chave:ECA, eNOS, Infecção, Sepse, Choque séptico; UTI ANÁLISE DO PERFIL LIPÍDICO E DA PRESENÇA DO POLIMORFISMO SSTI EM PACIENTES DIABÉTICOS DE UMA REGIÃO DO SUL DO BRASIL BRUNA CRISTINA JORDON (UNIVATES) - BRASIL ADRIANE POZZOBON (UNIVATES) - BRASIL IVAN CUNHA BUSTAMANTE-FILHO (UNIVATES) - BRASIL O Diabete melito é a doença metabólica mais comum, sendo caracterizado por efeitos tardios que quando associado a dislipidemias aumenta o risco de doenças cardiovasculares. O objetivo do presente estudo foi pesquisar a presença do polimorfismo SstI da apolipoproteína C-III (apo C III) em diabéticos. Foram avaliados 65 pacientes com diabete melito, cadastrados no programa SIS Hiperdia/MS da 16a Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul. Realizou-se a avaliação antropométrica, avaliação do perfil lipídico e análise do polimorfismo SstI da apoC-III através da reação em cadeia da polimerase (PCR) seguida de análise de polimorfismo de fragmento de restrição (PCR-RFLP). A média da idade da população avaliada foi de 64,67 ± 8,74 e o IMC de 31,09 ± 4,86 Kg/m2 correspondendo à obesidade grau I. Quanto ao uso de medicação antilipêmica, 27 utilizaram e 38 utilizaram fármacos não antilipêmicos. Os valores do Colesterol total, triglicerídeos, HDL e LDL estavam dentro da faixa considerada normal. Não foram encontradas diferenças significativas no perfil lipídico entre os sexos, nem com o uso da medicação. Em relação ao polimorfismo, observa-se que a maioria, ou seja, 52 indivíduos apresentaram genótipo normal (CC) e 13 indivíduos apresentaram genótipo alterado, sendo 2 (GG) e 11 (CG). O número de alelos C foi de 113 e o número de alelos G foi de 17. Correlacionando o genótipo dos 38 indivíduos que não utilizaram medicação antilipêmica e os níveis de triglicerídeos, não se observa uma associação significativa entre o genótipo CC e os valores de triglicerídeos menores que 200 mg/dL. Os resultados das dosagens foram analisados estatisticamente, expressos como a média +/- desvio padrão da média (DP). Utilizou-se o teste t de Student para comparação das médias do perfil lipídico entre homens e mulheres. As diferenças entre as médias foram consideradas significativas quando os valores de p fossem ≤ 0,05. A análise dos polimorfismos foi feita através do teste Qui-quadrado () para a frequência genotípica e o teste exato de Fischer foi utilizado para a frequência alélica. Foram utilizados os softwares Biostat 5.0® e Prism 5.0 grafic pad®. Na população avaliada a maioria dos indivíduos apresentaram genótipo normal para o polimorfismo SstI sem haver associação com os níveis de triglicerídeos. Palavras-Chave:Apolipoproteína C; Diabete Melito; Perfil lipídico e Polimorfismo ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO LEP G-2548A À MACROSSOMIA FETAL CAROLINE KROLL (UNIVILLE) - BRASIL SILLENO JOSÉ DIAS JÚNIOR (UNIVILLE) - BRASIL SANDRA ANA CZARNOBAY (UNIVILLE) - BRASIL LESLIE ECKER FERREIRA (UNIVILLE) - BRASIL SILMARA MASTROENI (UNIVILLE) - BRASIL MARCO FABIO MASTROENI (UNIVILLE) - BRASIL Introdução: Nos últimos anos o excesso de peso tem se tornado um dos principais problemas de saúde pública em diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento, sobretudo em crianças. Alguns estudos indicam que uma mutação no gene LEP (OB) está associada ao desenvolvimento da obesidade mórbida, mas poucos estudos têm associado macrossomia a fatores genéticos. A identificação de genes que possam predispor o desenvolvimento precoce do excesso de peso é um passo fundamental para sua prevenção antes mesmo do nascimento. Objetivo: Testar se existe associação entre o polimorfismo genético LEP G-2548A e a presença de macrossomia. Métodos: A amostra foi obtida a partir de um estudo maior que investigou 435 parturientes com idade igual ou superior a 18 anos, idade gestacional entre 37 e 42 semanas e com recém-nascidos vivos de uma maternidade pública de Joinville, SC. Para este estudo foram consideradas apenas 126 parturientes e seus recém-nascidos, 42 que tiveram filhos com peso igual ou superior a 4000g, classificados como macrossômicos, e 84 não macrossômicos, classificados como controle. O DNA genômico das mães foi extraído de amostras de sangue venoso, e do recém-nascido do cordão umbilical no momento do parto. Ambas foram armazenadas em cartão “clonesaver”, logo após a retirada e conforme instruções do fabricante. A amplificação do gene LEP G-2548A foi realizada através das técnicas PCR-RFLP. Os amplicons foram digeridos pela endonuclease Alw44I, e os produtos de PCR e RFLP submetidos à eletroforese submersa em gel de agarose a 1,5%. Resultados: A média de idade das mães foi de 24,4 (DP = 6,3) anos. A freqüência genotípica das mães foi de 50,0% GA, 37,8% GG e 12,2% AA. A freqüência do alelo "G" foi de 0,63, e do alelo mutante "A" foi de 0,37. Para os recém-nascidos, a freqüência genotípica foi de 53,6% GA, 39,1% GG e 7,3% AA. A freqüência do alelo "G" foi de 0,66, e do alelo "A" foi de 0,34. Das 71 mães que apresentaram pelo menos um alelo "A", 21 (29,5%) tiveram filhos macrossômicos, não havendo diferença significativa (p=0,555) quanto a presença desse alelo. O mesmo ocorreu em relação aos recém-nascidos, onde apenas 15 (21,7%) dos 69 recém-nascidos que apresentaram pelo menos um alelo "A" eram macrossômicos, sendo, neste caso, significativa (p=0,007) esta diferença. Conclusão: A presença do alelo mutante "A" do polimorfismo do gene LEP G-2548A nas mães e nos seus filhos não está associada ao desenvolvimento de macrossomia fetal. Novos estudos serão conduzidos para testar a associação desse mesmo gene a outros critérios de que classificação do estado nutricional. Palavras-Chave:Macrossomia; Obesidade; Polimorfismo; LEP G-2548A; Leptina. ASSOCIAÇÃO DOS NÍVEIS DE COLESTEROL MATERNO E SEUS RESPECTIVOS RECÉM NASCIDOS COM O POSSÍVEL DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS CARDÍACAS. RAFAELLA ADALGISA SILVA DO NASCIMENTO (UFPE) - BRASIL DANYELLY BRUNESKA GONDIM MARTINS (UFPE) - BRASIL JOSE LUIZ DE LIMA FILHO (UFPE.- LIKA) - BRASIL OBJETIVOS Avaliar a frequência do alelo C referente ao polimorfismo C-786T no gene eNOS em mulheres e seus respectivos recém-nascidos (pequeno - PIG, adequado – AIG, ou grande para a idade gestacional - GIG) correlacionando com os níveis de colesterol e o possível desenvolvimento de doenças cardiovasculares. METODOLOGIA Estudo transversal, amostras de sangue coletadas de mulheres atendidas no Hospital Cândida Vargas Maternidade, João Pessoa-PB. Os recémnascidos foram avaliados em relação ao percentil ao nascer, sendo ≤ 10 PIG, entre 10 e 90 classificados como AIG e ≥ 10 GIG. O DNA genômico foi extraído de amostras utilizando o kit SV Genomic Wizard (PROMEGA), para análise da C-786T polimorfismo do gene da eNOS por RFLP. Os níveis de colesterol total foram mensurados em mg/dL utilizando kit comercial. RESULTADOS Um total de 68 mulheres e seus respectivos recém-nascidos participaram desse estudo. O colesterol total das parturientes de PIGs foi de aproximadamente 193 mg/dL (±19), para o grupo de mães de AIGs o valor médio foi de 224,04 mg/dL (±39,39) e das mães GIGs foi de 221,13 mg/dL (±32,96). Nos recém-nascidos PIGs observou-se a maior média de colesterol 62,25 mg/dL (±8,25), no grupo AIG a média foi 56 mg/dL (±10,80) e GIGs apresentaram 57,06 mg/dL (±11,80). A análise do polimorfismo no grupo das mães detectou a presença de 66,17% do genótipo TT, 32,35% CT e apenas 1,47% para CC. A frequência do alelo T neste grupo foi 98,52% enquanto 33,82% apresentaram o alelo C. No grupo dos recém-nascidos PIG foram detectados 75% do genótipo TT e 25% CT; no grupo GIG, o genótipo TT apareceu em todos os indivíduos. No grupo AIG, observou-se 60,78% TT e 24,48% CT seguido de 12,24% dos indivíduos com genótipo CC, que apareceu apenas neste grupo. Para o grupo dos neonatos também se observou a forte presença do alelo T de até 91,17% em todos os grupos estudados, sendo o alelo C relacionado com apenas 27,94% dos indivíduos.CONCLUSÕES O colesterol é componente da membrana celular e precursor de hormônios esteróides produzidos pela placenta. O óxido nítrico (NO), molécula do sistema biológico responsável pela homeostase e tônus vascular, produzido nas células endoteliais pela óxido nítrico sintase (eNOS). O polimorfismo no gene da eNOS (T-786C) diminui 30-50% da atividade da enzima, diminuindo a biodisponibilidade do NO e, portanto, a vasodilatação. Assim, o comprometimento da função endotelial pode contribuir para gênese de doenças cardiovasculares promovendo um estado de restrição do crescimento uterino. Na gravidez, o colesterol normalmente aumenta, no entanto, no grupo de parturientes de RN-PIGs observou-se média mais baixa de colesterol. Por outro lado, o grupo de RN-PIG teve média aumentada nos níveis de colesterol com relação ao grupo GIG e AIG. Estes dados sugerem que pode ocorrer uma predisposição a doenças cardiovasculares em adultos com histórico PIG, corroborando com a hipótese de Barker de programação fetal para doenças crônicas não transmissíveis em adultos. Palavras-Chave:eNOS, colesterol, doenças cardiovasculares. ASSOCIAÇÃO ENTRE O SNP CGIL4 E O FENÓTIPO DE RESISTÊNCIA À MASTITE EM REBANHO BOVINO DA RAÇA HOLANDESA NO RIO GRANDE DO SUL RACHEL DIAS MOLINA (UNIVATES) - BRASIL DÉBORA MARA KICH (UNIVATES) - BRASIL TATIANE VEDRAMIN (UNIVATES) - BRASIL CLAUCIA FERNANDA VOLKEN DE SOUZA (UNIVATES) - BRASIL DANIEL NEUTZLING LEHN LEHN (UNIVATES) - BRASIL ADRIANE POZZOBON (UNIVATES) - BRASIL Ivan Cunha BUSTAMANTE-FILHO (UNIVATES) - Brasil Os animais desempenham um papel fundamental para o desenvolvimento da ciência. Os benefícios alcançados com a utilização de animais em pesquisa são inegáveis. Há doenças que acometem tanto humanos quanto animais como a mastite. A mastite bovina é a principal patologia da glândula mamária e a maior causadora de prejuízos na produção leiteira. Sua etiologia é diversa, porém quase sempre relacionada a problemas de manejo sanitário e de ordenha. Com a finalidade de se encontrar diferenças genéticas entre indivíduos resistentes ou susceptíveis a mastite, busca-se marcadores moleculares para identificar características genotípicas relacionadas à resistência a esta patologia. Portanto, o presente estudo tem como objetivo determinar a presença do polimorfismo de único nucleotídeo (SNP) CGIL4 associado à resistência à mastite em rebanhos bovinos da raça holandesa. Para obtenção do DNA genômico, foram coletadas amostras de sangue de 161 animais de segunda e terceira lactação de rebanhos tecnificados no Vale do Taquari, RS. O fenótipo de resistência a mastite foi determinado com base no histórico clínico dos animais. A identificação do SNP foi realizada através da técnica de PCR-RFLP para produção de um amplicon de 399 pares de base (Sharma et al., 2006). Utilizou-se a técnica de touchdown PCR para amplificação do gene alvo, e o SNP foi identificado pela clivagem do gene com a enzima de restrição TaqI. A caracterização da presença do SNP foi determinada como homozigose GG (dois fragmentos de 125 e 235 pb) ou AA (dois fragmentos de 125 e 274 pb) ou heterozigose AG (três fragmentos de 125, 235 e 274 pb). A análise da clivagem foi realizada por eletroforese em gel de agarose 3%. A genotipagem GG foi considerada como resistente a mastite (Sharma et al., 2006). A análise estatística (teste Qui-quadrado), com nível de significância de 5% demonstrou que não houve associação entre os fenótipos e genótipos comparados. O genótipo mais frequente observado foi GG (47,82%), seguido por AG com 44,72% e 7,46% AA. As frequências alélicas foram de 70% para o alelo G e 30% para o alelo A. Conclui-se que na presente amostra populacional, o SNP CGIL4 não está relacionado ao fenótipo de resistência a mastite clínica bovina. Apesar deste SNP já ser considerado como um candidato a marcador molecular para resistência a mastite (OGOREVC et al., 2009), sugere-se que mais estudos com diferentes populações de bovinos da raça holandesa sejam realizadas para que este gene possa ser efetivamente validado para uso em programas de melhoramento genético baseado em marcadores. Palavras-Chave:Mastite; SNP CGIL4; fenótipo; genótipo ASSOCIAÇÃO ENTRE UM POLIMORFISMO NA REGIÃO NÃO TRADUZIDA A 3’ COM NÍVEIS SÉRICOS REDUZIDOS DE MASP-3, A PROTEÍNA IMPLICADA NA SÍNDROME 3MC HELLEN CHRIS WEINSCHUTZ MENDES (UFPR) - BRASIL ANGELICA BEATE WINTER BOLDT (UFPR) - BRASIL RUDI STEFFENSEN JENS CHRISTIAN JENSENIUS STEFFEN THIEL () IARA JOSÉ DE MESSIAS REASON Objetivo: A serina protease 1 associada à lectina ligante de manose (MASP1) tem um papel fundamental na ativação do sistema complemento. O gene MASP1 codifica também para duas outras isoformas, MAp44 e MASP-3, sendo esta última, implicada na etiologia da síndrome 3MC (Malpuech facial clefting syndrome). Neste trabalho, buscou-se identificar polimorfismos de MASP1 associados à regulação dos níveis séricos de MASP-3 e MAp44. Métodos: De 350 amostras de doadores de sangue dinamarqueses previamente quantificadas para MASP-3 e MAp44, foram selecionadas 42 amostras, incluindo amostras representativas dos extremos da distribuição de MASP-3. Estas foram amplificadas e haplotipadas com o auxílio de iniciadores sequência-específicos (PCR-SSP) para os polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) rs72549262 e rs1109452 do exon 12, o qual é exclusivo de MASP-3. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital de Aalborg e todos os doadores assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os resultados foram avaliados com os testes de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis e de correlação de Spearman (GraphPad Prism 3.0) e os dados genotípicos e haplotípicos (obtidos por contagem direta), foram analisados com o programa Arlequin 3.1. Resultados: Identificou-se três haplótipos, na seguinte ordem de frequência: 67,4% CC, 22,8% CT e 9,8% GT. A variante MASP1*58267T (rs110952) na região não traduzida do exon 12 apresentou-se associada a níveis mais baixos de MASP-3 (medianas: 4526 ng/ml em homozigotos C/C comparado a 3255 ng/ml em indivíduos com a variante T, P=0,008). Também houve uma tendência à associação entre este polimorfismo e níveis mais baixos de MAp44 em heterozigotos C/T (medianas: 2005 ng/ml em homozigotos C/C, 1647 ng/ml em C/T e 2261 ng/ml em T/T, P=0,092). Não houve associação com o SNP rs72549262. Também não houve correlação entre os níveis das isoformas MASP-3 e MAp44. Conclusões: Este é o primeiro trabalho a investigar a influência de polimorfismos comuns nos níveis séricos das isoformas codificadas pelo gene MASP1. Observou-se uma associação entre o polimorfismo rs110952 na região não traduzida a 3’ do gene e os níveis séricos de MASP-3. Caso seja confirmado com o aumento da amostragem, este resultado, assim como um possível papel modulador nos níveis de MAp44, pode servir de subsídio para futuros estudos de associação com doenças envolvendo a ativação do sistema complemento e o desenvolvimento embrionário. Apoio: CNPq, CAPES. Palavras-Chave:MASP1, polimorfismo, MASP-3, sistema complemento AVALIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE SIRT1 E PERFIL LIPÍDICO EM IDOSOS RIBEIRINHOS. TÁLIS DE OLIVEIRA SILVA (UFSM) - BRASIL ARAÊ RIGÃO DE OLIVEIRA (UFSM) - BRASIL GUILLIERME CHERVENSKI FIGUEIRA (UFSM) - BRASIL RAFAEL SAIDELLES (UFSM) - BRASIL LUANA SUÉLING LENZ (UFSM) - BRASIL NICOLLE KAYSE FERREIRA ARAUJO (UFSM) - BRASIL IVANA BEATRICE MANICA DA CRUZ (UFSM) - BRASIL O processo de envelhecimento tem se mostrado diretamente associado ao aumento dos processos de estresse oxidativo e inflamatório no organismo que, por sua vez estão relacionados a distúrbios metabólicos como a obesidade, o diabetes, a hipertensão, a dislipidemia, o câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. As sirtuínas são um grupo de moléculas que apresentam-se altamente conservadas entre as mais diversas espécies, estão divididas em sete classes (SIRT1-7) e, constituem uma família de moléculas regulatórias - a família das Desacetilases de histonas ou HDACs, que desempenham um papel fundamental na reversão da acetilação regulatória das proteínas tipo histona. Estão relacionadas a diversas funções celulares, sendo a Sirtuína 1 (SIRT1) relacionada com a regulação transcricional, apoptose, regulação metabólica em geral como metabolismo energético e de lipídeos, longevidade e senescência. Ainda a respeito da atividade da SIRT1, ela regula a atividade dos receptores LXR do fígado- alfa e beta, que funcionam como sensores de esterol na regulação do metabolismo lipídico e colesterol. Nos seres humanos, polimorfismos da SIRT1 têm sido associados com doenças como Alzheimer, Parkinson, colesterol, doenças cardiovasculares e desordens relacionadas ao envelhecimento. Em japoneses, polimorfismos têm sido associados com o metabolismo do colesterol, no entanto, estudos em outras populações precisam confirmar essa associação. Como o perfil lipídico é influenciada por variáveis ambientais, o objetivo deste estudo é avaliar a associação entre o polimorfismo rs2273773 SIRT1 localizada no exon 5 (SIRT1-5) em uma população de idosos ribeirinhos da Amazônia, residentes no município de Maués, Brasil e seu perfil lipídico. Estes idosos apresentam um grande gasto energético e a dieta baseada em peixe, farinha de mandioca e frutas. Realizou-se uma investigação de estudo transversal utilizado uma amostra de 360 idosos ribeirinhos (13% do total de Maués > 60 anos). Variáveis de saúde, antropométricas e bioquímicas foram obtidas e a identificação do polimorfismo da SIRT1 foi realizada através do teste da PCR (Polymerase Chain Reaction). As variáveis foram comparadas entre os indivíduos com diferentes genótipos (CC, TT e TC). Em geral, observou-se um excesso de genótipos heterozigóticos (CC = 13,3%, TT e TC = 3,3 = 83,3%) na amostra analisada. TT-portadores apresentaram maiores níveis de HDL-colesterol (83,0 ± 47,8) do que CC (41,9 ± 36,7) e CT (49,3 ± 38,4 mg / dL) (p = 0,031). Outros parâmetros foram semelhantes entre os genótipos. O polimorfismo SIRT1-5 pode afetar o perfil lipídico e o genótipo TT pode potencialmente representar um genótipo de proteção já que está associado a um maior nível de colesterol HDL em alguns indivíduos idosos com um estilo de vida padrão na região amazônica. Palavras-Chave:SIRT 1; polimorfismo; envelhecimento. AVALIAÇÃO DO POLIMORFISMO DE PRESENÇA/AUSÊNCIA DOS GENES KIR ATIVADORES NA SUSCETIBILIDADE DA ARTRITE REUMATOIDE: ASSOCIAÇÃO DO GENE KIR2DS2 COM MANIFESTAÇÃO ARTICULAR. TICIANA DELLA JUSTINA FARIAS (UFSC) - BRASIL DANILLO GARDENAL AUGUSTO () IVÂNIO ALVES PEREIRA () ADRIANA FONTES ZIMMERMANN (UFSC) - BRASIL SÔNIA CRISTINA DE MAGALHÃES SOUZA FIALHO YARA COSTA NETTO MUNIZ (UFSC) - BRASIL ANDREA RITA MARRERO (UFSC) - BRASIL MARIA LUIZA PETZL-ERLER (UFPR) - BRASIL ILÍADA RAINHA DE SOUZA (UFSC) - BRASIL As células natural killer (NK) estão alteradas em número e fenótipo na artrite reumatoide (AR). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi investigar a presença/ausência dos genes que codificam um dos receptores presentes nas células NK, receptores das células killer semelhantes à imunoglobulina (KIR), em pacientes com AR, bem como avaliar a associação da presença dos genes KIR ativadores com o desenvolvimento da patogênese (estudo caso-controle) e com dados clínicos em pacientes de Santa Catarina. Neste estudo foram avaliados 147 pacientes diagnosticados com AR (casos) e 164 indivíduos sem histórico de doença autoimune (controle) para a presença/ausência de 6 genes KIR ativadores (KIR2DS1, KIR2SD2, KIR2DS3, KIR2DS4, KIR2DS5, KIR3DS1), através da técnica de PCR por primer de sequência específica (PCR-SSP). As frequências gênicas foram estimadas por contagem direta e o Odds Ratio (OR) foi estimado para avaliar associação dos genes KIR ativadores com AR e com dados clínicos, sendo que p≤0,05 foi considerado significativo. As amostras de pacientes e controles tiveram predominância de mulheres (87%) com média de 53(±12) anos e com ascendência europeia (86%). Quanto aos dados clínicos 61,54% dos pacientes com AR apresentaram elevados níveis do fator reumatoide (FR) e 68,18% dos pacientes apresentaram alto índice de DAS28, enquanto que 83,33% dos pacientes apresentaram alguma manifestação restrita à articulação (MA) e 56,91% apresentaram manifestações extra-articulares e comorbidades (MAE). As frequências de presença/ausência dos 6 genes KIR ativadores em pacientes com AR assemelharam-se aos estudos com AR e outras doenças autoimunes no Brasil, bem como as frequências destes genes no grupo controle aproximaram-se aos demais estudos brasileiros para populações euro descendentes. Não foi encontrada associação do polimorfismo de ausência e presença dos genes ativadores com AR. No entanto, a presença do gene ativador KIR2DS2 foi mais frequente em pacientes com AR que apresentaram MA em relação ao grupo controle (OR=2,312; p=0,010). Vale ressaltar ainda que houve associação do tabagismo com fator reumatoide (FR) em pacientes com AR (OR=2,947; p=0,02). A presença dos genes KIR ativadores não foi associada ao desenvolvimento de AR neste estudo. Entretanto, o gene KIR2DS2 foi mais frequente em pacientes com a presença de MA, enquanto que o hábito tabagista foi associado com elevados níveis de FR. Palavras-Chave:Artrite reumatoide, genes KIR, receptores de natural killer COMPOSIÇÃO ANCESTRAL DE PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO COMPARADA COM GRUPO INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS DA REGIÃO DE RIBEIRÃO PRETO, SP. NATALIA FAGUNDES CAGNIN (FMRP - USP) - BRASIL CLÁUDIA VIEIRA WIEZEL (FMRP) - BRASIL EDUARDO ANTONIO DONADI (FMRP-USP) - BRASIL CELSO TEIXEIRA MENDES-JUNIOR (FFCLRP-USP) - BRASIL AGUINALDO LUIZ SIMÕES (FMRP-USP) - BRASIL Objetivo: Determinar a composição ancestral de pacientes de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), provenientes da região de Ribeirão Preto-SP e compará-la com a composição ancestral de indivíduos saudáveis. Métodos: Foram genotipados por reação em cadeia da polimerase (PCR) 12 marcadores informativos de ancestralidade (FY-Null, AT3-I/D, LPL, RB2300, Sb19.3, APO, PV92, CKMM, DRD2, MID-575, MID-52, MID-93) em 144 pacientes LES do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil e em 121 indivíduos saudáveis da mesma região. Resultados: A composição ancestral do grupo LES composta por 0,64 de contribuição Européia, 0,22 de Africana e 0,14 de Ameríndia, foi similar a composição ancestral encontrada no grupo controle composta por 0,7 de contribuição Européia, 0,17 de Africana e 0,13 de Ameríndia. A comparação par a par de frequências genotípicas dos 12 marcadores informativos de ancestralidade revelou que não há diferença significativa entre os grupos pacientes LES e controles (FST = 0,002 p = 0,135). Conclusões: Apesar de dados da literatura indicarem que o risco para o desenvolvimento de LES parece ser aumentado em grupos com ancestralidade Africana quando comparados com grupos Caucasianos, os dados aqui apresentados mostraram que não há diferença significativa na composição ancestral entre o grupo de pacientes LES e o grupo de controles saudáveis da região de Ribeirão Preto. Suporte financeiro: CNPq, FAEPA. Palavras-Chave:AIMs, Lúpus Eritematoso Sistêmico, composição ancestral EFEITO DO POLIMORFISMO ALA16VAL DA SUPERÓXIDO DISMUTASE DEPENDENTE DE MANGANÊS NA HEMÓLISE DE GLÓBULOS VERMELHOS HUMANOS PAULINE CHRIST LEDUR (UFSM) - BRASIL CLARICE PINHEIRO MOSTARDEIRO (UFSM) - BRASIL RAUL MOREIRA OLIVEIRA OLIVEIRA (UFSM) - BRASIL SABRINA GUASTAVINO HOMRICH (UFSM) - BRASIL FRANCINE CARLA CADONÁ (UFSM) - BRASIL ALENCAR KOLINSKI MACHADO (UFSM) - BRASIL MARCO AURÉLIO MOSTARDEIRO (UFS) - BRASIL IVANA BEATRICE MANICA DA CRUZ (UFSM) - BRASIL Apesar das células vermelhas do sangue (RBC) não possuírem mitocôndrias, alguns estudos experimentais têm sugerido que a deficiência da enzima superóxido dismutase dependente de manganês (SOD2) está vinculada com lesão oxidativa e redução da atividade das RBCs. Todavia, a eficiência da SOD2 em células hematopoiéticas humanas e as RBCs ainda é incerto. O objetivo deste trabalho foi investigar se o polimorfismo Ala16Val do gene da SOD2 (rs4880), que está associada a eficiência da enzima SOD2, poderia exercer influencia sobre a qualidade geral de glóbulos vermelhos obtidos de doadores saudáveis de diferentes genótipos desta enzima. Inicialmente, comparamos parâmetros hematológicos e biomarcadores oxidativos em amostas de RBCs obtidos de 100 doadores saudáveis de diferentes genótipos da SOD2 (AA, AV e VV). Sequencialmente, testamos se o tratamento in vitro com queleritrina, um inibidor da atividade da proteína quinase C (PKC), apresenta influência similar nas células vermelhas considerando os genótipos da SOD2. As hemácias de doadores do genótipo AA apresentaram menores níveis de hemólise, de proteínas oxidativas avançadas (AOPP) e óxido nítrico (NO) do que de indivíduos do genótipo VV. Além disso, a resposta ao tratamento com queleritrina foi genótipo dependente, de forma que o genótipo AA mostrou maior sensibilidade. Os resultados sugerem que a eficiência da enzima SOD2 influencia em células vermelhas humanas, de forma que assim, surge a hipótese de aplicabilidade clínica, sendo necessários novos estudos experimentais nessa área. Palavras-Chave:Superóxido dismutase; polimorfismo; glóbulos vermelhos EFEITO IN VITRO DO QUIMIOTERÁPICO METOTREXATO EM INDICADORES DE CITO-GENOTOXICIDADE E INFLAMAÇÃO EM CÉLULAS MONONUCLEARES PERIFÉRICAS PORTADORAS DE DIFERENTES GENÓTIPOS DO POLIMORFISMO ALA16VAL-SOD2. FERNANDA BARBISAN (UFSM) - BRASIL JÉSSICA DE ROSSO MOTTA (UFSM) - BRASIL RODAYNE KHOURI NASCIMENTO KHOURI NASCIMENTO (UFSM) - BRASIL MATHEUS MARCON (UFSM) - BRASIL IVANA BEATRICE MANICA DA CRUZ (UFSM) - BRASIL Objetivo: Investigar o efeito in vitro do metotrexato (MTX) em indicadores de citogenotoxicidade e inflamação em células mononucleares periféricas (CMP) portadoras de diferentes genótipos do polimorfismo Ala16Val-SOD2. Metodologia: O presente estudo experimental, in vitro foi conduzido com amostras de CMPs obtidas a partir de indivíduos saudáveis previamente genotipados para o polimorfismo Ala16Val-SOD2. Após a coleta do sangue e separação das CMPs a amostra de cada indivíduo foi dividida em dois grupos: sem tratamento (Controle, C) e tratadas com MTX (10 µM). Estas amostras foram incubadas por 24h, 37º. Após este período foi feita a determinação da viabilidade por ensaio MTT, o efeito genotóxico (ensaio DNA Cometa), níveis de espécies ativas de oxigênio (EAOs), e análise de marcadores inflamatórios (Caspase 1) e apoptóticos (caspases 3, 8) via imunoensaios. Os tratamentos foram estatisticamente comparados com analise de variância de duas vias seguida de post hoc de Bonferroni. Resultados: O efeito citogenotóxico e na modulação de marcadores inflamatórios e apoptóticos foi influenciado pelo polimorfismo Ala16Val-SOD2. CMPs-AA apresentaram maior viabilidade celular e menores níveis de caspase. Já os níveis de EAos bem como de genotoxicidade foram similares entre as CMPs tratadas e não tratadas independente do genótipo. Conclusão: O conjunto dos resultados sugere que o polimorfismo Ala16Val-SOD2 possui influência farmacogenética ao MTX relacionada a toxicidade deste fármaco. Estudos complementares in vivo precisam ser conduzidos para averiguar o potencial impacto clinico destes resultados. Palavras-Chave:Metotrexato, SOD2, farmacogenética, citotoxicidade EFEITO TOXICOGENÉTICO DO POLIMORFISMO ALA16VAL DO GENE MNSOD EM LEUCÓCITOS EXPOSTOS IN VITRO AO METILMERCÚRIO CHARLES ELIAS ASSMANN (UFSM) - BRASIL PAULINE CHRIST LEDUR (UFSM) - BRASIL SUZIANI DA CRUZ (UNIFRA) - BRASIL ADRIANO FLESCH LENZ (UFSM) - BRASIL THAÍS DOELER ALGARVE (UFSM) - BRASIL IVANA BEATRICE MANICA DA CRUZ (UFSM) - BRASIL A contaminação ambiental por metilmercúrio (MeHg) é um grande problema para a saúde pública em algumas regiões do mundo, como a Amazônia. Seus efeitos tóxicos parecem ser influenciados tanto por fatores ambientais como genéticos. Porém, ainda há poucos estudos avaliando a influência genética em humanos expostos ao MeHg. Assim, o presente estudo buscou avaliar a influência do polimorfismo genético presente na enzima Superóxido Dismutase dependente de manganês (Ala16Val-MnSOD) sobre os efeitos citotóxicos relacionados à exposição ex vivo ao MeHg em leucócitos humanos. A partir da genotipagem de 100 indivíduos (26,4±7,3 anos) foram selecionados sujeitos com diferentes genótipos (AA=08, VV=06 e AV=12) para a realização dos testes. Foi avaliada a citotoxicidade (via ensaio MTT) e a produção de radicais livres – RL – (via ensaio da fluorescência da DCFH-DA) em amostras de leucócitos, dos mesmos sujeitos, expostas e não expostas ao MeHg (2,5µM por 6h). Os resultados mostraram que leucócitos AA e VV expostos ao MeHg não aumentaram significativamente os níveis de produção de EROS (Espécies Reativas de Oxigênio) quando comparados ao grupo controle. Entretanto, os leucócitos AV, quando expostos ao MeHg, aumentaram a produção de EROs. Contudo, leucócitos AA expostos ao MeHg apresentaram menor viabilidade quando comparados aos leucócitos dos genótipos VV e AV sob as mesmas condições. Isto ocorre provavelmente pelo fato do genótipo AA apresentar maior produção basal de peróxido de hidrogênio (H2O2) do que os demais genótipos. Estes resultados sugerem efeito toxicogenético na resposta de células humanas expostas ao MeHg. Palavras-Chave:Metilmercúrio, Polimorfismo Ala16Val SOD2, Estresse Oxidativo, Viabilidade Celular ESTUDO ASSOCIATIVO ENTRE VARIANTES GENÉTICAS NAS VIAS DE DANO OXIDATIVO E O DESFECHO DE PACIENTES CRÍTICOS FERNANDA MAJOLO (PUCRS) - BRASIL CLARICE ALHO (PUCRS) - BRASIL No paciente crítico pode haver Disfunção Múltipla de Órgãos (MODS) e Falência Múltipla de Órgãos (MOF) por causa de sepse. A sepse, um problema de saúde pública de grande importância, é uma infecção generalizada, a qual pode evoluir para o choque séptico (sepse + hipotensão), com a possibilidade de óbito. Pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são caracterizados por apresentarem um quadro patológico crítico e complexo decorrente de fragilidades fisiológicas graves. A ocorrência de infecção adquirida na UTI já foi relacionada com a permanência prolongada destes pacientes na unidade e com a evolução da severidade da disfunção de órgãos, resultando no aumento da taxa de mortalidade. A equipe de tratamento da UTI se dispõe a salvar o paciente com antibióticos, antiinflamatórios e suporte hemodinâmico na tentativa de controle do foco da infecção. Em alguns pacientes se consegue controlar a hipotensão e reperfundir os órgãos de sangue. Mesmo assim, alguns pacientes vão a óbito, pois durante a hipotensão se desencadearam as vias de dano oxidativo e de necrose, e uma vez desencadeadas, se tornam irreversíveis. Acredita-se que versões variadas da GPx1,e outras enzimas que estão diretamente envolvidas com o dano oxidativo possam controlar estes processo de forma diferente. Conhecer as variantes polimórficas dos genes que codificam as enzimas GPx1 tem um papel importante para desvendar o efeito que a herança genética pode ter no desfecho da sepse e choque séptico, bem como sua influência na suscetibilidade de pacientes com estas condições. O objetivo do presente trabalho é avaliar variantes polimórficas do gene GPx1 para o desfecho de sepse, choque séptico, disfunções orgânicas em pacientes críticos. Amostras de DNA extraído de sangue periférico de 650 indivíduos adultos internados na Unidade de Terapia Intensiva Geral (UTI) do Hospital São Lucas - PUCRS foram obtidos e a região 3p21.3. do gene GPx-1 foi sequenciado. As análises estatísticas foram submetidas ao software SPSS. Os genótipos foram denominados: LL (homozigotos para Leucina), LP (heterozigotos) e PP (homozigotos para Prolina). Os resultados mostraram as seguintes frequências para o grupo total de pacientes críticos: LL=0,20; LP=0,55; PP=0,25, estando em equilíbrio de Hardy- Weinberg (Chi Square Test; p=0,749). Entre os pacientes críticos sépticos as frequências foram: LL=0,22; LP=0,54; PP=0,24, estando em equilíbrio de Hardy-Weinberg (Chi Square Test; p=0,883). Não foi encontrada diferença significativa entre os subgrupos de pacientes sépticos e não sépticos (Chi Square Test; p=0,918). Pacientes portadores do alelo 198Leu poderiam apresentar tecidos respondendo pior ao estresse oxidativo gerado na sepse, pois este alelo está associado a deficiência na funcionalidade da enzima. Esses são resultados prévios, onde será aumentado o número amostral. Palavras-Chave:GPx-1;Polimorfismo;Sepse;SNP ESTUDO CLÍNICO E GENÉTICO DE GRUPO DE PACIENTES BRASILEIROS COM DESORDENS DO ESPECTRO ALCOÓLICO FETAL GRAZIELA PARONETTO MACHADO ANTONIALLI (NUGEN) - BRASIL BRUNO COPRERSKI RENATA MOLDENHAUER MINILLO (UNIFESP) - BRASIL MICHELE PATRICIA MIGLIAVACCA (UNIFESP) - BRASIL DECIO BRUNONI (UPM) - BRASIL ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL Introdução: A dependência de álcool é um importante problema de saúde pública. O efeito teratogênico do álcool sobre o feto compreende um espectro de anomalias estruturais, neurológicas, cognitivas e comportamentais conhecidas como Desordens do Espectro Alcoólico Fetal – FASD, em que o fenótipo mais grave caracteriza a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF). A influência dos polimorfismos nos loci codificadores das enzimas álcool desidrogenase (ADH) e acetaldeído desidrogenase (ALDH) é bem caracterizada no risco do desenvolvimento de dependência ao álcool em algumas populações, e contribuíram para um melhor entendimento da contribuição dos fatores genéticos na ação teratogênica do álcool. Objetivos: 1) Estudar as manifestações clínicas em amostra de pacientes com FASD de acordo com os Critérios Diagnósticos de Washington; 2) Estabelecer a frequência dos polimorfismos dos genes das enzimas ADH (ADH1B*3, ADH1B*3, ADH1C*2) e ALDH (ALDH2*2) nestes pacientes; 3) Comparar os genótipos encontrados nos pacientes com FASD e a frequência esperada para a população brasileira saudável. Resultados: Foram avaliadas sob o protocolo de avaliação conhecido como Critérios Diagnósticos de Washington (The 4-digit Diagnostic Code) 28 crianças brasileiras com idade entre 11 meses e 17 anos e diagnóstico clínico de FASD. De acordo com estes critérios, 35,7% dos pacientes (10) foram englobados na categoria diagnóstica A, que representa a SAF com exposição ao álcool definida, 9 pacientes (32,1%) foram englobados na categoria C, que representa a SAF Parcial com exposição ao álcool definida, e os demais pacientes foram classificados entre as categorias E, F, H e J. Quanto aos polimorfismos: ADH1B*2: genótipo ADH1B*1/1 em 85,19% e ADH1B*1/2 em 14,81%. Polimorfismo ADH1B*3: genótipo ADH1B*1/1 em 52,17%, ADH1B*1/3 em 43,48% e ADH1B*3/3 em 4,34%. Polimorfismo ADH1C*2: genótipo ADH1C*1/1 em 65,38%; ADH1C*1/2 em 19,24% e ADH1C*2/2 em 10,89%. Polimorfismo ALDH2*2: genótipo ALDH2*1/1 em 98,02% e ALDH2*1/2 em 15,38%. Não foram encontradas diferenças significativas entre a distribuição dos genótipos de ADH1B*2 e ALDH2*2 encontrado entre os pacientes e o esperado para população brasileira. O alelo ADH1B*3 foi significativamente mais frequente entre os pacientes quando comparado com o esperado para a população brasileira saudável (p<0,001). O alelo ADH1C*2 foi significativamente menos frequente entre os pacientes quando comparado com o esperado para a população brasileira saudável (p=0,0058). Conclusões: Apesar de ainda se tratar de uma amostra pequena de pacientes com FASD, podemos sugerir que a presença do alelo ADH1B*3 possa ser um fator de risco e a presença do alelo ADH1C*2 possa ser um fator de proteção contra o desenvolvimento das desordens do espectro alcoólico fetal na população brasileira. Palavras-Chave:Desordens do Espectro Alcoólico Fetal, Síndrome Alcoólica Fetal, enzima álcool desidrogenase, enzima aldeído desidrogenase, polimorfismos. ESTUDO DA FREQUÊNCIA DOS POLIMORFISMOS DA ENZIMA ÁLCOOL DESIDROGENASE (ADH1B E ADH1C) E ALDEÍDO DESIDROGENASE (ALDH2) EM MULHERES ETILISTAS BRASILEIRAS GRAZIELA PARONETTO MACHADO ANTONIALLI (NUGEN) - BRASIL BRUNO COPRESKI () RENATA MOLDENHAUER MINILLO (UNIFESP) - BRASIL MICHELE PATRICIA MIGLIAVACCA (UNIFESP) - BRASIL DECIO BRUNONI (UPM) - BRASIL ANA BEATRIZ ALVAREZ PEREZ (UNIFESP) - BRASIL Introdução: A dependência de álcool é um importante problema econômico, interpessoal e social em todo o mundo, contribuindo com altos índices de morbi mortalidade nas sociedades. A influência dos polimorfismos nos loci codificadores das enzimas álcool desidrogenase (ADH) e aldeído desidrogenase (ALDH), responsáveis pela metabolização do álcool, no risco do desenvolvimento de dependência ao álcool é bem caracterizado em algumas populações. A participação destes polimorfismos na dependência ao álcool ainda não é bem estabelecida e caracterizada para a população brasileira. Objetivos: Determinar a frequência dos polimorfismos de ADH1B (ADH1B*2 - Arg47His e ADH1B*3 - Arg369Cys), ADH1C (ADH1C*2 - Ile349Val), e ALDH2 (ALDH2*2) em população de mulheres etilistas brasileiras e compará-la a frequência populacional brasileira destes polimorfismos. Metodologia: Um grupo de 56 mulheres etilistas foi avaliado por instrumentos de rastreamento do uso inadequado do álcool (CAGE, T-ACE, TWEAK e Short Alcohol Dependence Data - SAAD). O DNA genômico foi isolado de sangue periférico destas pacientes, e para a detecção dos polimorfismos dos genes da enzima álcool desidrogenase (ADH1B*2, ADH1B*3, e ADH1C*2) e aldeído desidrogenase (ALDH2*2), a região de interesse destes genes foi amplificada por técnica de PCR e o resultado analisado por eletroforese em gel, após digestão por enzima de restrição específica. Resultados: Todas as mulheres apresentaram resultado positivo para dependência ao álcool nos instrumentos CAGE, T-ACE e TWEAK. De acordo com as respostas obtidas no instrumento SAAD, 66,67% das mulheres apresentam dependência classificada como grave; 45% apresentam dependência moderada e 5,88% apresentam dependência leve. Para o polimorfismo ADH1B*2 foram encontrados 94,34% do genótipo ADH1B*1/1 e 5,66% do genótipo ADH1B*1/2. Para o polimorfismo ADH1B*3 foram encontrados 94,23% do genótipo ADH1B*1/1; 3,85% de ADH1B*1/3 e 1,92% de ADH1B*3/3. Para o polimorfismo ADH1C*2 foram encontrados 64,15% do genótipo ADH1C*1/1, 32,08% de ADH1C*1/2 e 3,77% de ADH1C*2/2. E para o polimorfismo ALDH2*2 foram encontrados 100% do genótipo ALDH2*1/1. Não foram encontradas diferenças significativas entre a distribuição dos genótipos de ADH1B*2, ADH1B*3 e ALDH2*2 encontrado entre as etilistas e o esperado para população brasileira. O alelo ADH1C*2 foi significativamente menos frequente entre as etilistas quando comparado com o esperado para a população brasileira saudável (p=0,0058). Conclusões: Apesar de ainda se tratar de uma amostra pequena de etilistas, podemos sugerir que a presença do alelo ADH1C*2 possa ser um fator de proteção contra o desenvolvimento da dependência ao álcool na população feminina brasileira. Palavras-Chave:Alcoolismo, enzima álcool desidrogenase, enzima aldeído desidrogenase, polimorfismos. ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DE FREQUÊNCIA ALÉLICA DE 3 POLIMORFISMOS NO GENE IRF6 EM PACIENTES COM FISSURAS ORAIS NO ESTADO DO PARÁ DANILO LEÔNCIO PEREIRA DE AGUIAR () MARIA ELISABETE SILVA SANTOS () GEISON LUIZ COSTA DE CASTRO (UFPA) - BRASIL NEILA SARJA BARROS () ROSANY DE OLIVEIRA LISBOA () MISLENE CISZ FLAVIA MARTINEZ DE CARVALHO (UFRJ) - BRASIL E-MAIL: [email protected] LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA SANTANA DA SILVA (UFPA) - BRASIL Objetivos: Verificar se as frequências alélicas nos polimorfismos rs2235371(C>T), rs2013162(C>A) e rs642961(G>A) no gene IRF6 estão associados às fissuras orais (FO) através do teste de associação alélica. Material e métodos: A amostra foi composta por 130 indivíduos afetados por FO e um grupo controle de 205 indivíduos exclusivamente nascidos no Estado Pará. Todos os participantes foram recrutados entre dezembro de 2010 e dezembro de 2011 no setor de Fissuras orais do Hospital Ophir Loyola (HOL), Belém–Pará. Utilizou-se o software PLINK 1.07 para testar as diferenças entre as frequências alélicas de cada polimorfismo entre os indivíduos do grupo com FO e o grupo controle. Para verificar se essas frequências foram diferentes foi realizado o teste de Qui–quadrado. Resultados: A diferença nas frequências alélicas entre o grupo com FO e o grupo controle com relação ao rs2235371(C>T) foi discrepante, no entanto não foi estatisticamente significante (p = 0,0892). A razão de chances (OR) menor que 1 sugeriu que este polimorfismo pode estar atuando como fator de proteção às FO. Os outros 2 polimorfismos também não apresentaram nenhuma diferença significativa entre o grupo com FO e o grupo controle. Conclusão: Não foi encontrada nenhuma associação alélica entre os 3 polimorfismos avaliados e a frequência de FO na população estudada. Estudos genotípicos e de associação com fatores ambientais devem ser realizados para melhor esclarecimento da casuística desse tipo de malformação congênita. Palavras-Chave:Fissuras orais, polimorfismos, IRF6 ESTUDO FARMACOGENÉTICO EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA DO SUL DO BRASIL TRATADAS COM INIBIDORES DA AROMATASE. OSVALDO ARTIGALÁS (UFRGS) - BRASIL ANA PAULA ASTARITA SANGOI (UFRGS) - BRASIL BRUNO VARGAS SILVA (UFRGS) - BRASIL VANESSA GIARETTA (UFRGS) - BRASIL PEDRO LIEDKE () RODRIGO PEREZ PEREIRA (HCPA) - BRASIL MARA HELENA HUTZ () PATRÍCIA ASHTON-PROLLA () IDA VANESSA SCHWARTZ (UFRGS HCPA) - BRASIL Introdução: O câncer de mama (CM) é um problema de saúde pública mundial, sendo a primeira causa de óbito por câncer entre mulheres no Brasil. A terapia endócrina (TE) – na qual os inibidores da aromatase (IA) se incluem - é componente importante da terapia adjuvante do CM-receptores hormonais positivos. Acredita-se que a resposta e efeitos adversos dos IA possam estar relacionados ao seu metabolismo pela enzima aromatase codificada pelo gene CYP19A1. Objetivo: Nosso estudo procura avaliar fatores clínicos e farmacogenéticos que influenciam na resposta aos IA, a fim de tornar essa opção terapêutica mais eficaz e custo-efetiva. Métodos: Em estudo longitudinal prospectivo, foram coletadas amostras de saliva para extração de DNA e posterior e análise de polimorfismos do gene CYP19A1, de 78 pacientes com CM em tratamento com IA, atendidas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Além disso, dados clínicos das mesmas foram obtidos por meio do preenchimento de ficha clínica específica. Resultados: Das 78 pacientes, 94,8% declararam-se caucasianas e 5,2% afrodescendentes, com média de idade de 64,7 anos, sendo todas provenientes do Rio Grande do Sul (46,2% de Porto Alegre). ). A maior parte das pacientes fez uso prévio de tamoxifeno (84,6%), sendo que 96,1% (75/78) realizaram quimioterapia previamente a TE. As pacientes eram menopausadas em 53% dos casos (média de idade da menopausa: 47,8 anos). A média de idade do diagnóstico foi de 59,4 anos, sendo o tipo histológico predominante o Carcinoma Ductal Invasor (73,1%). Quanto ao grau histológico, 22,7% das pacientes tinham tumores grau I, 53,3% grau II e 25% grau III, com perfil imunohistoquímico descrito em 73 pacientes (93,6%), dos quais 95,8% e 89% apresentavam expressão de receptores de estrogênio e progesterona, respectivamente; positividade para HER2 estava presente em 5,1% dos casos descritos (2/39). A principal indicação de IA nas nossas pacientes (54,1%) foi esquema “switch” (3 anos de T seguidos de 2 anos de IA), seguido de progressão tumoral com T (13,2%), menopausa (7,4%) e efeitos adversos ou reações alérgicas ao T (7,4%). Entre os IA, a maioria das pacientes fez uso anastrozol (89,7%), e as demais estavam em uso de exemestano (7,7%) ou letrozol (2,6%); a média de tempo de uso de IA nessa amostra foi de 21,5 meses. Efeitos adversos foram referidos por 61,5% das pacientes, com uma média de 1,5 efeitos adversos por paciente, sendo os mais freqüentes: fogachos (24/78), dores articulares (15/78), dores ósseas (13/78), dores musculares (8/78) e diminuição da função articular (6/78). As análises de polimorfismos estão em andamento. Discussão: O nosso trabalho mostra que o perfil das pacientes incluídas está de acordo com o publicado na literatura, com altos índices de efeitos adversos músculo-esqueléticos, resultando em interrupção ou descontinuamento do tratamento com perda da efetividade e alto custo relacionado. O maior detalhamento clínico, bem como a relação com dados moleculares no decorrer do estudo, poderão vir a proporcionar informações que visem à individualização das doses e esquemas de uso, bem como melhor indicação e risco de efeitos adversos às pacientes. Apoio: FAPERGS, FIPE-HCPA, Propesq-UFRGS. Palavras-Chave:câncer de mama, inibidores da aromatase, farmacogenética, CYP19A1 ESTUDO GENÉTICO DO MYCOBACTERIUM LEPRAE EM INDIVÍDUOS SADIOS EM FORTALEZA, CEARÁ. MARIA DENISE FERNANDES CARVALHO (UECEAPAEUNICHRISTUS) - BRASIL NAYANA MARQUES VIDAL MARQUES VIDAL (UNICHRISTUS) - BRASIL SABRINA AGUIAR FORTE () ANTONIO MIGUEL FURTADO LEITÃO (UNICHRISTUS) - BRASIL A hanseníase é considerada um problema de saúde pública, atingindo uma população independente da faixa etária e do sexo. Portadores assintomáticos da micobactéria podem ser possíveis reservatórios do Mycobacterium leprae em baixas concentrações, representando fonte de transmissão da doença. Por meio da detecção de DNA, analisamos o Mycobacterium leprae em secreção nasal de indivíduos saudáveis em uma área não-endêmica através da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). Método: 121 indivíduos de um Centro Universitário de Saúde particular de Fortaleza foram selecionados para a coleta de material com o swab nasal. Tal amostra foi acondicionada para a extração de DNA com a realização da amplificação do material nucléico e visualização do PCR, além de aplicação de questionário epidemiológico. Resultados: Observou-se que 28% dos indivíduos possuíam PCR positivo versus 79% com o laudo negativo. Foi evidenciado que a maioria era do sexo feminino com idade entre 18 e 30 anos, solteira, considerada de cor parda com alto poder aquisitivo e foi relatado vacinação com a BCG presente, bem como a presença de cicatriz em membro superior. Em análise dos hábitos sociais, verificou-se que a maioria nunca havia tomado banho de açude, feito a ingestão de carne de tatu ou peba, bem como a criação de animais ficou restrita aos domésticos (por exemplo, gato e cachorro). Conclusão: A relevância da detecção de portadores assintomáticos do Mycobacterium leprae através da PCR em amostra de swab nasal demonstra o benefício em prol do monitoramento destes indivíduos de forma rápida e de custo acessível, além de contribuir para melhorar as estratégias epidemiológicas na vigilância de uma doença endêmica no Brasil como a Hanseníase. Palavras-Chave:Epidemiologia. Hanseníase. PCR. Swab nasal. Fortaleza. EXPRESSÃO DO HLA-E EM PLACENTA DE MULHERES INFECTADAS OU NÃO PELO HIV-1 JULIANA MARTINEZ (EERP-USP) - BRASIL MARIANA RODRIGUES SANTIAGO (EERP) - BRASIL TARSIA GIABARDO ALVES SILVA (FCFAR UNESP) - BRASIL ROBERTA SERON SANCHES (EERP/USP) - BRASIL RENAN AUGUSTO PEREIRA (FMRP-USP) - BRASIL GYL EANES BARROS SILVA () CHRISTIANE PIENNA SOARES () FERNANDO CHAHUD () EDUARDO ANTONIO DONADI (FMRP-USP) - BRASIL ANA PAULA MORAIS FERNANDES (EERP-USP) - BRASIL Objetivo: Analisar e comparar a expressão da molécula HLA-E em tecidos placentários de mulheres infectadas ou não pelo HIV-1. Método: Trata-se de um estudo transversal e descritivo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Foram submetidos ao processamento imunohistoquímico 49 fragmentos de tecido placentário que continham as interfaces materna e fetal da placenta. Desses, 33 fragmentos era de mulheres infectadas pelo HIV-1 e 16 de mulheres não infectadas. A expressão da molécula HLA-E foi analisada por um patologista e classificada como negativa (<5% de marcação), 1+ (6-25% de marcação), 2+ (26-50%), 3+ (51-75%) e 4+ (>75%). Resultados: A expressão da molécula HLA-E nos tecidos placentário se deu principalmente na região do trofoblasto extraviloso (TEV) e em células endoteliais, mas não em vilosidades. Das placentas advindas de mulheres infectadas pelo HIV-1, 30,3% apresentou marcação negativa para HLA-E, 27,3% marcou 1+, 21,2% marcou 2+, 15,2% marcou 3+ e 6,0% marcou 4+. Das placentas advindas de mulheres não infectadas pelo HIV-1, 6,25% apresentou marcação negativa para HLA-E, 37,5% marcou 1+, 6,25% marcou 2+, 25,0% marcou 3+ e 25,0% marcou 4+. Nessa amostra, os dados indicam que a expressão negativa da molécula HLA-E foi mais frequente (p=0,076) nas placentas de mulheres infectadas pelo HIV-1 e que a expressão de 4+ foi mais frequente (p=0,079) nas placentas de mulheres não infectadas pelo HIV-1, o que contradiz nossa hipótese inicial. Para as demais marcações não foi observado associação significativa entre a expressão da molécula HLA-E e a infecção pelo HIV1. Conclusão: Estudos indicam que alguns fatores imunogenéticos podem estar associados na determinação da ocorrência da transmissão materno-infantil (TMI) do HIV-1. Considerando que o gene responsável pela codificação da molécula HLA-E é altamente expresso no período gestacional a fim de contribuir com o sucesso da gestação, e que o HIV-1 é capaz de agir nesse gene aumentando sua expressão a fim de inibir a atuação do sistema imune, é fundamental analisar a correlação desses dois fatores a fim de melhor compreender os aspectos fisiológicos que estão envolvidos na determinação da TMI do HIV-1. A molécula HLA-E marcou principalmente no TEV e em células endoteliais, mas não nas vilosidades, conforme também descrito na literatura. Nessa amostra identificamos menor expressão da molécula HLA-E em mulheres infectadas pelo HIV-1 do que em mulheres não infectadas. Entretanto outros estudos são necessários para melhor compreender a atuação dessa molécula na fisiologia da gravidez, especialmente quando associadas com a presença do HIV-1. Palavras-Chave:expressão; HLA-E; placenta; HIV-1 FLUXOGRAMA PARA DETECÇÃO DE VARIANTES POTENCIALMENTE FUNCIONAIS IZINARA ROSSE DA CRUZ (UFMG) - BRASIL PABLO AUGUSTO DE SOUZA FONSECA (UFMG) - BRASIL FERNANDA CAROLINE DOS SANTOS (UFMG) - BRASIL MARIA GABRIELA CAMPOLINA DINIZ PEIXOTO (EMBRAPA) - BRASIL MARIA DE FÁTIMA ÁVILA PIRES ÁVILA PIRES (EMBRAPA) - BRASIL ALINE APARECIDA SILVA MARTINS (UFMG) - BRASIL MARIA RAQUEL SANTOS CARVALHO (UFMG) - BRASIL Como o aparecimento de novas técnicas de mapeamento genético, como o GWAS, de detecção de deleções/duplicações, como o aCGH, e de sequenciamento, como o sequenciamento completo de genomas e do exoma, o número de novas variantes vem aumentando exponencialmente. Isto coloca a questão da identificação da relevância funcional de cada nova variante genética. Esta questão é complexa, pois a maioria das variantes é implicada indiretamente no fenótipo e a comprovação de sua relevância funcional depende de estudos subsequentes. Uma vez que a maioria das variantes não tem repercussão funcional, a seleção daquelas que deverão ser incluidas em estudos subsequentes precisa se basear em critérios claros. O número de ferramentas disponíveis também tem aumentado bastante nos últimos tempos. No presente estudo, nós propomos um fluxograma para a seleção de variantes potencialmente funcionais. Este fluxograma se basea na resposta das seguintes perguntas: como foi a conservação evolutiva das variantes? Qual o impacto das variantes sobre os splicings constitutivo e alternativo? Qual o impacto dos SNPs exônicos sobre a sequência predita de proteína? Qual o impacto das variantes sobre os sítios de reconhecimento de miRNAs? Para fim de solucionar essas perguntas, estabelecemos um fluxograma baseado nas seguintes ferramentas bioinformacionais: Mega 5.10, Clustal W, Emsembl, PHASE, Translate Tool (Expasy), ORF finder (NCBI), codon usage tables, miRbase, entre outras. Os critérios da seleção das ferramentas foram: disponíveis para o público em geral e facilidade de uso. Como teste de conceito usamos um fragmento do gene da oxitocina bovina, sequenciado por nós. Nele foram identificados 10 polimorfismos, dos quais cinco afetam sítios evolutivamente conservados; tres afetam sítios aceptores ou doadores de splicing, levando ao aparecimento de ORFs alternativas; dois ocorrem em exons, mas geram mutações silenciosas. O uso das tabelas de utilização preferencial de codons permitiu detectar que ambos afetam o codon preferencial e que em consequência disto, estes SNPs podem ser funcionais. Além disto quatro deles afetam sítios de ligação de miRNAs. Considerando o conjunto de análises realizados, três dos SNPs surgem como possíveis candidatos funcionais. Além disto, este fluxograma permite apontar quais as próximas etapas. Neste caso, por exemplo, o fato de aparecerem ORFs alternativas sugere que as próximas etapas devem incluir o levantamento de bases de dados de transcriptômica, em busca das ORFs putativas identificadas. O fluxograma proposto, por focar em funções muito básicas do funcionamento do DNA, RNA e proteínas tem potencial para ser usado em qualquer espécie. Palavras-Chave:GWAS, aCGH, exoma, variantes, relevância funcional, ferramentas bioinformacionais FREQUÊNCIA ELEVADA DE LCT*-13910 C>T ASSOCIADO À PERSISTÊNCIA DA LACTASE NA POPULAÇÃO MENONITA DO BRASIL STEFANIE EPP BOSCHMANN (UFPR) - BRASIL ANGELICA BEATE WINTER BOLDT (UFPR) - BRASIL ILÍADA RAINHA DE SOUZA (UFSC) - BRASIL MARIA LUIZA PETZL-ERLER (UFPR) - BRASIL IARA JOSE TABORDA DE MESSIAS-REASON Objetivo: Considerando que a expressão da enzima lactase, responsável por clivar a lactose em glicose e galactose, diminui após a infância em 65% da população mundial causando a má-digestão desse carboidrato em adultos, e que em populações com uma longa história de pastoralismo e ordenha, a persistência da lactase (PL) é prevalente e foi associada a polimorfismos inseridos na região intensificadora do gene da lactase LCT, nos propomos a investigar a frequência do polimorfismo 13910 C>T, fortemente associado a PL em europeus e também observado em países não-europeus como o Brasil, e inferir a partir desse marcador os fenótipos persistência da lactase e hipolactasia primária na população menonita e eurobrasileira do Sul do Brasil. Os menonitas são de descendência europeia e fazem parte de um grupo favorável para estudos genéticos e de população devido à sua história de endogamia desde o século XVI e à agregação de doenças observada entre eles. Métodos: O estudo foi aprovado pelo comitê de ética do Hospital de Clínicas / UFPR e os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Após a extração de DNA de leucócitos, utilizamos a PCR de sequencia específica (PCR-SSP) para genotipar 151 menonitas, 78 (51,7%) do sexo feminino e 73 (48,3%) do sexo masculino, e 292 euro-brasileiros, 150 (51,4%) do sexo feminino e 142 (48,6%) do sexo masculino. A idade entre os menonitas variou de 18 a 89 (média de idade = 43), e entre os euro-brasileiros de 18 a 64 (média de idade = 36). As frequências genotípicas e alélicas foram obtidas por contagem direta. Para a análise populacional verificamos o equilíbrio de Hardy-Weinberg e realizamos o teste exato de diferenciação populacional com o software Arlequin 3.5. Resultados: A frequência da variante -13910*T foi praticamente o dobro entre os menonitas comparado aos euro-brasileiros (0.63 vs. 0.33, P<0.000001). De acordo, os menonitas apresentaram uma elevada prevalência do fenótipo persistência da lactase (88.1% vs. 55.5%, P<0.000001). A distribuição de -13910*T diferiu entre euro-brasileiros e outras populações europeias, enquanto que os menonitas tiveram frequências similares a populações da Europa Central. Conclusões: Concluímos, portanto, que a diferença alélica entre estes dois grupos poderia indicar um efeito fundador na população menonita e que diferenças na distribuição de PL devem ser consideradas para o aconselhamento genético dietético no Brasil. Palavras-Chave:Persistência da Lactase, Euro-brasileiros, Menonitas INFLUÊNCIA FARMACOGENÉTICA DO POLIMORFISMO ALA16VAL DA ENZIMA SUPERÓXIDO DISMUTASE DEPENDENTE DE MANGANÊS NA TAXA ANTIOXIDANTE DO ANTIDEPRESSIVO FLUOXETINA FABRICIO LUÍS LOVATO (UFSM) - BRASIL O estresse oxidativo resulta do desequilíbrio entre a produção de oxidantes e o sistema de defesa do organismo, levando ao aumento de espécies reativas do oxigênio (EROs – compostos químicos resultantes do metabolismo do oxigênio molecular, tais como íon peróxido, radical hidroxila e peróxido de hidrogênio) no interior das células. Há evidências de que o estresse oxidativo está relacionado a doenças crônicas não-transmissíveis, incluindo as neoplasias, as morbidades cardiovasculares e transtornos mentais. Devido as EROs serem moléculas de grande reatividade, o organismo apresenta dois grupos de defesa antioxidante: endógeno, produzido pelo organismo; e exógeno, que inclui moléculas presentes em alimentos e em alguns fármacos. A enzima superóxido dismutase dependente de manganês (SOD2) integra o sistema endógeno antioxidante e apresenta um polimorfismo genético - Ala16Val, a substituição de uma alanina por uma valina no códon 16, alterando a estrutura proteica e a atividade da enzima. O alelo A (Ala) da SOD2 possui maior eficiência catalítica que o alelo V (Val), embora envolva um maior risco de desenvolvimento de neoplasias. As investigações têm associado o alelo V a disfunções cardiovasculares e metabólicas. A Fluoxetina (C17H18F3NO) é um inibidor de recaptação neuronal de serotonina, um neurotransmissor relacionado intimamente aos transtornos de humor. É utilizada no tratamento da depressão e ansiedade. No entanto, estudos sobre o impacto de variações genéticas no sistema antioxidante endógeno e o efeito de compostos, especialmente relacionadas à ação da Fluoxetina, são incipientes. Objetivo: Este estudo busca investigar se o polimorfismo Ala16Val-SOD2 pode influenciar a resposta da Fluoxetina na presença ou ausência de um agente pró-oxidante (Peróxido de Hidrogênio - H2O2). Metodologia: Foram coletadas amostras de sangue de 9 pacientes com diferentes genótipos para o polimorfismo Ala16Val-SOD2 (AA, AV, VV), sendo as amostras expostas in vitro à Fluoxetina (concentrações de 10, 25, 50 e 100 µM) com e sem a presença de H2O2. Em seguida, avaliamos a taxa de produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) através do ensaio fluorimétrico usando reagente 2’7’diacetato de diclorofluoresceína (DCFH-DA). Resultados: Verificou-se que a atividade da fluoxetina foi dependente do genótipo. A taxa de oxidação em indivíduos AA diminuiu significativamente quando expostos a baixas doses de fluoxetina. No entanto, na presença deste fármaco e H2O2, somente o genótipo VV apresentou um efeito protetor da fluoxetina, já que nos outros genótipos ocorreram possíveis efeitos tóxicos. Conclusão: Os resultados sugerem que a ação antioxidante da fluoxetina pode ser influenciada pelo polimorfismo genético Ala16Val-SOD2. Palavras-Chave:Estresse oxidativo, superóxido dismutase dependente de manganês, polimorfismo Ala16Val, Fluoxetina, Peróxido de hidrogênio, ação antioxidante. LAPOGEDB: BANCO DE DADOS BIOLÓGICOS PARA ESTUDOS DE GENÉTICA EPIDEMIOLÓGICA GUILHERME DEBORTOLI (UFSC) - BRASIL YARA COSTA NETTO MUNIZ (UFSC) - BRASIL ANDREA RITA MARRERO (UFSC) - BRASIL ILÍADA RAINHA DE SOUZA (UFSC) - BRASIL Introdução: Com o crescente volume de informações acerca da variabilidade humana, a busca por uma correta adequação e anotação dos dados gerados tem implicado em constantes atualizações metodológicas. Uma forma adequada e organizada de armazenar dados biológicos evidenciou um papel central em bioinformática sobretudo no que diz respeito aos Bancos de Dados Biológicos (BDB). Desde sua implementação em 1994, o Laboratório de Polimorfismos Genéticos da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil (LAPOGE-UFSC) coleta amostras biológicas (sangue) e dados epidemiológicos (questionários), contando atualmente com 1200 amostras da população geral e mais 1200 amostras de pacientes com câncer de mama e doenças autoimunes (Lúpus Eritematoso Sistêmico, Psoríase e Artrite Reumatoide). Objetivos: Desenvolver e implementar um Banco de Dados Biológicos (BDB) estruturado em sistema de gestão de bases de dados relacionais MySQL, possibilitando futuros estudos em genética epidemiológica e de metanálises. Métodos: O BDB foi programado em linguagem SQL (MySQL), tendo sua interface gráfica desenvolvida em linguagem HTML, com implementações em PHP e JavaScript estabelecendo parâmetros de conexão entre os formulários e MySQL. A programação foi realizada com o emprego do editor de texto Sublime Text 2 (disponível de forma livre na web). A hospedagem do BDB localiza-se em um servidor (próprio) da UFSC, com senha criptografada e intransferível, para a seguridade dos dados. Para garantir o anonimato das amostras e a fácil catalogação das mesmas, foram gerados códigos automáticos de identificação para cada uma das amostras. Além disso, são realizadas cópias de segurança três vezes ao dia para garantir a recuperação dos dados armazenados. Resultados: O banco é alimentado com dados pessoais, familiais, epidemiológicos, relativos a marcadores genéticos já investigados pelo grupo de pesquisa do LAPOGE e prontuário clínico obtido junto aos médicos do Hospital Universitário da UFSC que acompanham aqueles pacientes, bem como informações acerca dos protocolos de extração, quantificação e localização física das amostras em freezers. O cadastro e a importação dos formulários foi realizada pelos alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado que possuem projetos no laboratório, contribuindo concomitantemente com o feedback para melhorias no sistema do BDB. Conclusões: A completa importação dos formulários contribuiu com a organização eficaz das amostras, bem como, com os trabalhos desenvolvidos em genética epidemiológica no LAPOGE. A organização no BDB facilitou a busca pelas informações de forma mais rápida e precisa, poupando esforços de análise de dados tabulados em diferentes arquivos (tabelas). As próximas etapas serão: (1) a metanálise intercruzando estas informações bem como adequação para padronização eletrônica da captação de dados através de Tablets durante as entrevistas e (2) a disponibilização do formato do BDB para outras instituições, uma vez que a utilização desta linguagem permite que os dados sejam posteriormente integrados a outros bancos mundiais (Suporte Financeiro: PNPD-CAPES). Palavras-Chave:Bioinformática; Genética Epidemiológica; Banco de Dados Biológicos (BDB) O IMPACTO DA OBESIDADE E INTERAÇÃO DO POLIMORFISMO ALA16VAL MNSOD EM LIPÍDIOS, BIOMARCADORES SANGUÍNEOS INFLAMATÓRIOS E OXIDATIVOS. VERÔNICA FARINA AZZOLIN (UFSM) - BRASIL CAMILA SIMON (UFSM) - BRASIL CÍNTIA CÔRTE REAL RODRIGUES (UFSM) - BRASIL THIAGO DUARTE (UFSM) - BRASIL EDUARDO BORTOLUZZI DORNELLES (UFSM) - BRASIL MARIA FERNANDA CATTANI (UFSM) - BRASIL Investigações anteriores sugerem associação entre obesidade e o polimorfismo do gene da superóxido dismutase dependente de manganês (MnSOD) Ala16Val. O alelo V produz enzimas que catalisam o ânion superóxido com menor eficiência do que o alelo A. Como a obesidade está relacionada com o desenvolvimento de outras doenças metabólica foi realizado um estudo que analisou o efeito da interação entre o polimorfismo da MnSOD Ala16Val e obesidade em oxidativo lipídico e inflamatório em biomarcadores de indivíduos adultos. O estudo envolveu 161 voluntários como classificados em seis grupos com genótipos diferentes: obesos com diferentes tipos de Genótipos (AA, VV e AV) e não obesos (AA, VV e AV). Em geral, os grupos AA apresentam valores mais baixos, enquanto que os VV apresentaram maiores valores de biomarcadores analisados. Estes resultados sugerem que o metabolismo oxidativo influenciado pela genética pode minimizar ou maximizar os efeitos da obesidade sobre o metabolismo lipídico, biomarcadores oxidativos e inflamatórios que também estão envolvidos na gênese das disfunções e doenças como aterosclerose, diabetes tipo II e morbidades cardiovasculares. Palavras-Chave:polimorfismo da MnSOD Ala16Val, obesidade, estresse oxidativo, inflamação, LDL oxidada. O POLIMORFISMO C.1150T>C NO FGFR3 SERIA UM MODULADOR DO FENÓTIPO DE OSTEOCONDRODISPLASIAS DO GRUPO FGFR3? THATIANE YOSHIE KANAZAWA (UNICAMP) - BRASIL E-MAIL: [email protected] LUCIANA CARDOSO BONADIA (UNICAMP) - BRASIL E-MAIL: [email protected] CAROLINA ARAUJO MORENO (UNICAMP) - BRASIL E-MAIL: [email protected] DENISE P CAVALCANTI (UNICAMP) - BRASIL E-MAIL: [email protected] Os fenótipos de displasias esqueléticas associados a mutações no FGFR3 embora apresentem uma correlação genótipo-fenótipo bem estabelecida, podem apresentar variações, sobretudo no que diz respeito à gravidade clínica. Baseado nessas variações e num possível efeito modulador do polimorfismo c.1150T>C no FGFR3, testou-se a hipótese de que tal polimorfismo poderia estar associado preferencialmente a mutações patogênicas do FGFR3. Se verdadeira essa hipótese, tal associação resultaria numa maior gravidade do fenótipo? Para tanto, investigouse paralelamente até o momento a presença do referido polimorfismo numa série de 39 pacientes com fenótipos típicos e mutação conhecida no FGFR3 e uma série de 265 controles. A pesquisa desse polimorfismo está sendo feita a partir de sequenciamento direto do exon 10 do FGFR3. A alteração c.1150T>C foi encontrada em dois pacientes (frequência de 2,6% do alelo C). Um desses pacientes é portador de um quadro mais grave de hipocondroplasia (Hch) com manifestação no período neonatal e apresenta a mutação típica da Hch (c.1620C>A). No entanto, o outro paciente tem um quadro típico de acondroplasia (Ach) (c.1138G>A). Em ambos os casos o polimorfismo foi herdado. No paciente com Ach foi observado que a alteração c.1150T>C se encontra em trans em relação à mutação patogênica. O haplótipo do paciente com Hch ainda está sob estudo. Entre os 265 controles estudados, o polimorfismo c.1150T>C foi encontrado em três indivíduos (frequência de 0,6% do alelo C). Todos os hot spots de Hch foram pesquisados e as mutações relacionadas à Hch foram afastadas em um dos indivíduos controles até agora. O alelo C encontra-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg em ambas as amostras, casos e controles e a comparação das frequências não parece mostrar diferenças até o momento (p>0,05). Concluindo, a frequência do polimorfismo c.1150T>C parece igual nos dois grupos, pacientes e controles, até o momento. Assim, os presentes resultados sugerem que a hipótese de modulação do fenótipo pelo polimorfismo c.1150T>C não parece ser real. Financiamentos: CNPq (402008/2010-3, 590148/2011-7, 132270/2012-9) e FAPESP (98/16006-6). Palavras-Chave:osteocondrodisplasia, fgfr3, acondroplasia, hipocondroplasia POLIMORFISMO DOS 14PB DO HLA-G NA TRANSMISSÃO MATERNO INFANTIL DO HIV-1 ROBERTA SERON SANCHES (EERP/USP) - BRASIL JULIANA DOBLAS MASSARO (FMRP-USP) - BRASIL CELSO TEIXEIRA MENDES-JUNIOR (FFCLRP-USP) - BRASIL FRANCIELLY MAIARA DA PENNA MATOS (EERP) - BRASIL JULIANA MARTINEZ (EERP-USP) - BRASIL SIMONE KASHIMA (FUNDHERP) - BRASIL SILVANA MARIA QUINTANA (FMRP-USP) - BRASIL MARIA CÉLIA CERVI (FMRP-USP) - BRASIL EDUARDO ANTONIO DONADI (FMRP-USP) - BRASIL ANA PAULA MORAIS FERNANDES (EERP-USP) - BRASIL Objetivo: Avaliar a influência do polimorfismo da região 14 pb deleção/inserção do gene do HLA-G na transmissão materno-infantil (TMI) do HIV-1. Métodos: Para este estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, foram coletados amostras de sangue 86 duplas de mãe-filho, sendo que em 58 duplas a TMI do HIV-1 ocorreu e em 28 duplas a TMI do HIV-1 não ocorreu. O DNA extraído foi amplificado pela reação de Polimerase Chain Reaction (PCR) e aplicado em géis verticais de poliacrilamida 7% não desnaturante. Foram analisadas as frequências alélicas de deleção/deleção (DD), deleção/inserção (DI) e inserção/inserção (II) de 14 pb. Resultados: Considerando o polimorfismo de inserção/deleção de 14pb, entre o grupo que a TMI não ocoreu, 22,41% das mães apresentaram genótipo DD, 62,07% DI e 15,52% II de 14 pb. Das crianças deste grupo, 20,69% apresentaram genótipo DD; 58,62% DI e 20,69% II de 14 pb. Entre o grupo que a TMI ocorreu, 25,00% das mães apresentaram genótipo DD, 57,14% DI e 17,86% II de 14 pb. Das crianças desse grupo, 32,14% eram DD, 46,43% DI e 21,43% II de 14 pb. Ao comparar o genótipo das mães, não houve associação significativa entre os genótipos DD, DI e II de 14 pb e a TMI (p>0,05), bem como não houve associação significativa entre o genótipo dos filhos e a ocorrência de TMI (p>0,05). No que diz respeito à concordância de alelos entre mãe-filho, no grupo em que a TMI ocorreu observou-se que 67,86% duplas eram concordantes e 32,14% discordantes, enquanto que no grupo que a TMI não ocorreu, 48,28% eram concordantes e 51,72% discordantes. A concordância de alelos entre mãe-filho foi mais frequente no grupo TMI positiva, entretanto não foi observada associação significativa com a ocorrência da TMI (p>0,05). Em relação aos alelos transmitidos de mãe para filho, não foi observada associação significativa entre a transmissão de alelo D ou I e a ocorrência de TMI (p>0,05). Conclusões: Considerando que o HLAG permite auxiliar no entendimento da patologia e avaliação prognóstica de doenças, podendo emergir como método diagnóstico e alvo terapêutico, este estudo permite integrar os conhecimentos existentes e prover dados relativos ao HLA-G no contexto da TMI do HIV-1. Foi observada maior frequência do genótipo de deleção/deleção da mãe e de concordância genotípica entre mãe-filho nas duplas de mãe-filho onde a TMI ocorreu. Contudo, outros estudos são necessários para compreender o papel do polimorfismo de inserção/deleção de 14pb do HLA-G na TMI, bem como sua associação com outros polimorfismos, como +3142G e +3187A. Palavras-Chave:HLA-G; polimorfismo; transmissão materno-infantil; HIV-1 POLIMORFISMOS DO GENE MASP2 NA POPULAÇÃO SAUDÁVEL E EM PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL STEFANIE EPP BOSCHMANN (UFPR) - BRASIL GRAZIELE LOSSO (UFPR =HC) - BRASIL ANGELICA BEATE WINTER BOLDT (UFPR) - BRASIL ISABELA GOELDNER () ROBERTO SILVEIRA MORAES (UFPR-HC) - BRASIL IARA JOSE TABORDA DE MESSIAS-REASON () Objetivo: Níveis elevados da serina protease 2 associada à lectina ligante de manose (MASP-2) estão associados a recorrência e a um pior prognóstico do câncer colorretal. Neste trabalho, buscou-se avaliar a influência de polimorfismos do gene MASP2 nos níveis séricos da proteína em indivíduos saudáveis e identificar uma possível associação entre polimorfismos associados a níveis elevados da proteína e a susceptibilidade ao câncer colorretal. Métodos: Os níveis séricos de MASP-2 foram quantificados em 69 doadores de sangue de origem predominantemente européia, da cidade de Curitiba, por meio de ensaio imunoenzimático (HK326, Hycult Biotechnology). Onze polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) distribuídos da região promotora ao último exon foram amplificados e haplotipados por meio de iniciadores sequência-específicos (PCR-SSP) em ensaio multiplex nas amostras anteriores e em 289 amostras adicionais de doadores de sangue com mesma origem étnica e geográfica. Destes, dois SNPs fortemente associados aos níveis séricos da proteína foram avaliados em 30 amostras de pacientes com câncer colorretal. Todos os envolvidos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, e o trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas. Os dados séricos foram avaliados com o teste de Kruskal-Wallis (GraphPad Prism 3.0) e os dados genotípicos e haplotípicos (obtidos por contagem direta), foram analisados com o programa Arlequin 3.1 e o teste exato de Fisher. Resultados: Identificou-se 17 haplótipos distribuídos em conformidade com o equilíbrio de Hardy e Weinberg. Dois SNPs flanqueando o exon 5 (rs2273344 e rs9430347), o qual é excluído por recomposição alternativa para a formação de MASP-2, foram associados com a regulação dos níveis séricos da proteína (P=0,011). Especificamente, NG_007289.1:g.7164G no intron 4 e NG_007289.1:g.7441A no intron 5 foram associados com níveis superiores a 600 ng/ml de MASP-2. Em controles, a frequência deste haplótipo foi de 19,7 ± 1,5%, enquanto que nos pacientes, de 16,7 ± 4,9%. Não foram identificados homozigotos GA/GA nos pacientes. Conclusões: Os polimorfismos lardeando o exon 5 do gene MASP2 estão associados com a regulação dos níveis séricos da proteína. O pequeno tamanho amostral de pacientes não permite concluir ainda sobre a existência de associação com a susceptibilidade ao câncer. Futuramente, os polimorfismos investigados devem ser avaliados em um estudo longitudinal com relação ao tempo de sobrevida e recorrência tumoral nestes pacientes. Palavras-Chave:Masp-2, Polimorfismos, Câncer Colorretal RECÉM NASCIDO COM CONDRODISPLASIA PUNCTATA THAÍS BOMFIM TEIXEIRA (UFMG) - BRASIL JOZIELE SOUZA LIMA (HC-UFMG) - BRASIL JOÃO PAULO GONZAGA DE FARIA (UFMG) - BRASIL MARCOS JOSÉ BURLE DE AGUIAR (FM UFMG) - BRASIL REGINA AMÉLIA LOPES PESSOA DE AGUIAR (UFMG) - BRASIL ANGELA SOARES CAMPOS (UFMG) - BRASIL Recém Nascido com Condrodisplasia Punctata 1 Thaís Bomfim Teixeira, 1 João Paulo Gonzaga de Faria, 2 Joziele de Souza Lima, 3 Regina Amélia Lopes Pessoa de Aguiar, 4 Angela Soares Campos, 5 Marcos José Burle de Aguiar 1. Residentes de Genética Médica do Hospital das Clínicas - Serviço Especial de Genética Médica UFMG. Belo Horizonte – MG, Brasil. 2. Médica Geneticista da Unidade Neonatal do Hospital das Clínicas UFMG. Belo Horizonte, MG. 3. Professora Associada, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina, UFMG, Belo Horizonte, MG. 4. Médica especialista em Pediatria (Neonatologia), Hospital das Clínicas, UFMG, Belo Horizonte, MG. 5. Professor Associado do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina. Serviço Especial de Genética Médica do Hospital das Clínicas UFMG. Belo Horizonte, MG – Brasil. Objetivo: Relatar o caso de uma lactente nascido no Hospital de Clínicas da UFMG com epífises pontilhadas e provável diagnóstico de Condrodisplasia Punctata Rizomélica. Resumo: RN de Q.A.S.S. , 3ª filha de casal saudável, não consanguíneo, mãe G4P3A1. Pré-natal iniciado com 9/10 semanas de gestação. Mãe negou intercorrências durante a gravidez, bem como uso de teratógenos. Sorologias: HIV e HBsAg negativos, Toxoplasmose e Rubéola imunes e Sífilis não reator. Ultrassom (03/10/2012): 19 sem 4 dias, CIUR assimétrico grave, encurtamento de todos os ossos longos avaliados, face fetal plana com ângulo facial elevado, hipertelorismo, macroglossia, tórax em sino,mas com boa relação cardio-torácica. Dopplervelocimetria dos vasos uterinos normais. Submetida a parto cesáreo. Peso nascimento 1580g, comprimento 40cm, perímetro cefálico 31cm, Apgar: 2/7 e idade gestacional estimada de 39 semanas. Ao exame físico foram notados: hipoplasia de face media, fronte proeminente, fontanela anterior ampla, cabelos finos, telecanto, fendas palpebrais inclinadas para cima, cílios longos, dorso nasal hipoplásico, anti-hélice aparentemente bipartida a esquerda se confundindo com a crux da hélice, crux da anti-helice proeminente, aletas nasais redundantes, lábios finos, rizomelia de membros, pregas plantares anômalas com sulco vertical entre 1º e 2º dedos, prega simiesca parcial à esquerda e unhas hipoplásicas em pés e mãos. USTF (28/01/2013) sem alterações. Radiografia de corpo inteiro apresentou epífises pontilhadas e rizomelia, esta mais evidente em membros superiores. As características clinicas e radiológicas da paciente são compatíveis com condrodisplasia punctata tipo rizomélico. Atualmente a criança está com 2 meses de vida e apresenta desenvolvimento neuropsicomotor adequado para idade. Sem relato de intercorrências clínicas. Conclusões: Condrodisplasia punctata é um grupo de doenças caracterizada por calcificações periarticulares presentes já ao nascimento, de etiologia variável. A prevalência do tipo rizomélico é estimada em 1:100.000 nascimentos. Geralmente cursa com prognóstico reservado, com a morte ocorrendo geralmente durante a primeira década de vida, principalmente devido a complicações respiratórias. Nosso paciente apresenta boa evolução até o momento, sendo necessário seguimento a longo prazo para melhor avaliação. De acordo com a classificação encontrada em Spranger, 2006 e Taybi, 1990 a paciente não parece se enquadrar nos demais tipos descritos de condrodisplasia punctata. Palavras-Chave:Condrodisplasia Punctata RELEVÂNCIA DAS VARIANTES ALÉLICAS E GENOTÍPICAS DOS POLIMORFISMOS RS12979860 (C/T) E RS8099917 (T/G) DO GENE IL28B EM PACIENTES MONO-INFECTADOS PELO HCV E CO-INFECTADOS HCV/HIV BRUNA CRISTINA BERTOL (UNIVILLE) - BRASIL SIMONE MOREIRA (UNIVILLE) - BRASIL RAQUEL FRANCINE LIERMANN GARCIA (HMSJ) - BRASIL LESLIE ECKER FERREIRA (UNIVILLE) - BRASIL GUILHERME DEBORTOLI (UFSC) - BRASIL MAURO PINHO (UNIVILLE) - BRASIL PAULO HENRIQUE CONDEIXA DE FRANÇA (UNIVILLE) - BRASIL Introdução: A hepatite C é uma doença infecciosa causada pelo vírus da hepatite C (HCV) implicada em mais de 350 mil óbitos anuais no mundo. A co-infecção com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) impacta o curso da hepatite C, aumentando o risco de cirrose e elevando as taxas de viremia. Fatores virais e do hospedeiro têm sido associados com a persistência da infecção pelo HCV. Em anos recentes, foram identificados Polimorfismos de Nucleotídeo Único (SNPs) próximos ao gene IL28B associados com a capacidade de eliminação do HCV pelo hospedeiro. Porém, ainda pouco se conhece a respeito da influência destes SNPs sobre a co-infecção HCV/HIV. Objetivo: Estimar a relevância das variantes alélicas e genotípicas dos polimorfismos rs12979860 (C/T) e rs8099917 (T/G) do gene IL28B quanto a instalação da infecção pelo HCV em pacientes mono-infectados (HCV) e coinfectados (HCV/HIV). Métodos: Foram incluídos 199 indivíduos controle, apresentando evidência sorológica de ausência de exposição aos HCV e HIV, e 230 pacientes com hepatite C crônica, sendo 53 co-infectados. A genotipagem consistiu em amplificação dos segmentos gênicos contendo os SNPs de interesse via Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e análise dos padrões de restrição gerados após exposição à endonucleases (RFLP). Os amplicons e fragmentos obtidos foram separados via eletroforese em gel de agarose e registrados sob luz ultravioleta. Foram estimadas as frequências alélicas e genotípicas de cada locus em casos e controles. A associação dos genótipos e alelos com a susceptibilidade à infecção pelo HCV foi verificada através do índice Odds Ratio (OR), adotando-se um Intervalo de Confiança (IC) de 95% e considerando-se p=0,05 como o nível de significância. Resultados: Dentre os indivíduos controle com resultados estabelecidos, 47,4% (90/190) apresentaram o genótipo CC do SNP rs12979860, 43,7% (83/190) CT e 8,9% (17/190) TT, enquanto 29,1% (66/227), 51,5% (117/227) e 19,4% (44/227) dos pacientes apresentaram genótipo CC, CT e TT, respectivamente. A análise de risco relativo para o SNP rs12979860 quanto à susceptibilidade ao HCV evidenciou ORs significativos para a presença do genótipo TT (2,447; p=0,005) e do alelo T (1,851; p<0,001) no grupo de pacientes em comparação aos controles. Quanto ao SNP rs8099917, 66,8% (133/199) dos controles apresentaram genótipo TT, 31,2% (62/199) TG e 2,0% (4/199) GG, enquanto 56,1% (129/230), 40,9% (94/230) e 3,0% (7/230) dos pacientes apresentaram TT, TG e GG, respectivamente. O genótipo GG não se constituiu fator de risco no grupo de pacientes (OR=1,530; p=0,712); no entanto, o alelo G associou-se positivamente com a susceptibilidade ao HCV (OR=1,438; p=0,041). Comparando-se os pacientes mono-infectados e coinfectados, os resultados obtidos quanto às frequências alélicas e genotípicas de ambos SNPs, assim como a análise de risco, não demonstraram significância estatística. Conclusão: O genótipo TT e o alelo T do SNP rs12979860, bem como o alelo G do SNP rs8099917, constituíram fatores de risco significativo à infecção pelo HCV. Considerando os dados obtidos, ressalta-se a existência de influência relevante exercida pelos SNPs próximos ao gene IL28B sobre a instalação da infecção pelo HCV. Palavras-Chave:hepatite C; IL28B; Polimorfismos de Nucleotídeo Único (SNPs) SUSCEPTIBILIDADE E AUTOIMUNIDADE – UM ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE VARIANTES DOS GENES CD40 E CD40L E O PÊNFIGO FOLIÁCEO CAROLINA MACIEL CAMARGO (UFPR) - BRASIL DANIELLE MALHEIROS (UP) - BRASIL MARIA LUIZA PETZL-ERLER (UFPR) - BRASIL O receptor CD40 e seu ligante CD40L são importantes moduladores da resposta imune inata e adaptativa. Associações do pênfigo foliáceo (PF), uma doença autoimune de pele, com os genes CD40 e CD40L já foram descritos em um estudo anterior do nosso grupo. Dessa forma, este trabalho visou verificar a existência ou não de associação de genótipos e alelos dos referidos genes com o PF em uma amostra independente de pacientes e controles e, subsequentemente, em uma amostra total de ambos os grupos. Foram genotipados, através da técnica PCR-RFLP (PCRpolimorfismo de comprimento de fragmentos de restrição), 119 pacientes e 157 controles para o polimorfismo de base única (SNP) CD40-1C>T e 155 pacientes e 95 controles para o SNP CD40L-726T>C. As frequências genotípicas, alélicas e de indivíduos portadores foram determinadas através de contagem direta. Para cada alelo foi estimada uma razão de chances (OR), obtida pelo método de Woolf. Foram considerados estatisticamente significantes os valores de P inferiores a 0,05. Na amostra analisada para este estudo, não foi encontrada associação do polimorfismo CD40-1C>T com o PF. Entretanto, quando esta amostra foi reunida àquela analisada em estudo anterior, a associação previamente encontrada foi replicada. Foi observada associação negativa do alelo C com a doença (OR = 1,60; P = 0,003), devido a uma frequência maior de portadores do alelo C (OR = 2,50; P = 0,039) em pacientes da amostra total. Os genótipos T/T (OR = 0,35; P = 0,021) e T/C (OR = 0,67; P = 0,037) são menos frequentes em pacientes do que em controles. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre afrobrasileiros e eurobrasileiros. Na amostra independente analisada para o polimorfismo CD40L-726T>C, localizado no cromossomo X, foi observado apenas um aumento no número de portadores do alelo T em pacientes (OR = 2,50; P = 0,045). Contudo, na amostra conjunta deste estudo com aquela do estudo anterior, foi observado um aumento na frequência de alelos T (OR = 1,69; P = 0,030) e diminuição de C (OR = 0,58), devido a uma frequência maior de portadores do alelo T (OR = 4,80; P = ≤10-3) em pacientes. A frequência do alelo T foi maior em homens pacientes do que em controles (OR = 3,34, P = 0,017), e tendências de associações foram observadas em mulheres. Diferenças estatisticamente significativas também foram encontradas nas subamostras de afrobrasileiros e eurobrasileiros. Os resultados das análises independentes não replicaram as associações anteriormente encontradas, no entanto, as associações de ambos os SNPs CD40-1C>T e CD40L726T>C foram confirmadas nas amostras conjuntas. Há associação negativa do alelo CD40-1C com o PF, e associação positiva do alelo CD40L-726T com a doença. Os resultados das análises de CD40-1C>T, além de replicarem aqueles do estudo anterior, intensificam a magnitude da associação. Fica assim demonstrada a importância do tamanho da amostra para os estudos de associação. Os resultados desse estudo levam-nos a concluir que os polimorfismos dos dois genes analisados têm influência na patogênese do PF. Palavras-Chave:CD40, CD40L, fogo selvagem, estudo de associação caso-controle UMA NOVA METODOLOGIA PARA GENOTIPAGEM DO POLIMORFISMO 4G/5G DO GENE SERPINE1 POR PCR DUPLAMENTE FLUORESCENTE FREDERICO SCOTT VARELLA MALTA CAROLINA KYME VASQUES NONAKA VANESSA C. OLIVEIRA ALMEIDA (HERMES PARDINI) - BRASIL FABÍOLA DE ANDRADE CAXITO Objetivo: Este trabalho visa desenvolver uma técnica molecular para genotipagem do polimorfismo 4G/5G do gene SERPINE1. Este gene codifica o Inibidor do Ativador do Plasminogênio tipo 1 (PAI-1), uma serino-protease que regula negativamente a fibrinólise e prejudica a dissolução de coágulos, além de estar envolvida na modulação do crescimento de tumores, invasão e angiogênese. O polimorfismo 4G/5G consiste em uma deleção/inserção de uma guanosina na região promotora do gene SERPINE1. Por se tratar de uma região com outras quatro guanosinas, técnicas moleculares mais simples, como PCR-RFLP e PCR ARMS não são indicadas e/ou aplicáveis para análise desta região. No entanto, a análise deste polimorfismo é importante, pois ele afeta a transcrição do gene e, portanto, está relacionado à concentração plasmática do PAI-1. Homozigotos para o alelo 4G têm concentrações 25% maiores de PAI-1 que indivíduos homozigotos para 5G. Método: A técnica consiste em uma PCR duplamente fluorescente, utilizando o fluoróforo 6FAM (6-carboxifluoresceina) para o iniciador forward e o fluoróforo HEX (hexaclorofluoresceina) para o iniciador reverse. O produto de PCR, contendo a sequência de quatro ou cinco guanosinas em seu interior, é separado por eletroforese capilar no ABI3730 e os alelos 4G e 5G são determinados de acordo com o tamanho do produto de PCR. Foram analisadas 51 amostras de DNA, extraído de sangue total em EDTA transferido para papel FTA Card®, de indivíduos com solicitação médica para teste molecular para o polimorfismo 4G/5G do gene PAI-1. O genótipo das 51 amostras era previamente conhecido, por terem sido analisadas pela metodologia de mini-sequenciamento em dHPLC (cromatografia liquida alta pressão desnaturante). Resultados: A técnica desenvolvida permitiu a amplificação da região genômica contendo a sequência 4G/5G e a determinação do genótipo com 100% de concordância com o método de mini-sequenciamento. Os eletroferogramas obtidos apresentaram resultados bastante nítidos, sem ambiguidade na genotipagem, de fácil interpretação e sem a presença de stutters que prejudicasse as análises. Além disto, a técnica por eletroforese capilar é cinco vezes mais rápida que o minisequenciamento, sendo um benefício importante para o médico prescritor e o paciente. O emprego de iniciadores duplamente marcados é um padrão de qualidade adicional, que permite confirmar o tamanho do fragmento através da detecção de ambas as fitas de DNA na eletroforese capilar. Isto é importante para a análise deste polimorfismo em particular, visto que os alelos 4G e 5G apresentam a diferença de apenas um par de base em suas sequencias. Conclusão: A reação de PCR duplamente fluorescente mostrou ser eficaz e mais simples que outros métodos utilizados na genotipagem do polimorfismo 4G/5G, como a PCR-RFLP e minisequenciamento. Desta forma, a técnica desenvolvida tem grande importância metodológica; uma vez que poderá ser utilizada nos inúmeros estudos que têm avaliado a associação do alelo 4G com o risco aumentado de eventos tromboembolíticos, doenças cardiovasculares, inclusive de 20% para o infarto do miocárdio, câncer colorretal e de endométrio, além de aborto precoce e préeclâmpsia. Palavras-Chave:Polimorfismo 4G/5G, SERPINE1, PAI-1, PCR fluorescente 10. Teratogênese e Mutagênese AVALIAÇÃO DE MARCADORES INFLAMATÓRIOS, ESTRESSE OXIDATIVO E ÍNDICES DE DANO DE DNA EM PACIENTES COM DOENÇA CELÍACA. SHARBEL WEIDNER MALUF (UFSC) - BRASIL DANILO WILHELM FILHO WILHELM FILHO (UFSC) - BRASIL ILÍADA RAINHA DE SOUZA (UFSC) - BRASIL EDUARDO BENEDETTI PARISOTTO (UFSC) - BRASIL GUILHERME DA SILVA DE MEDEIROS (UFSC) - BRASIL BARBARA BEATRIZ PHILIPPI MARTINS (UFSC) - BRASIL JULIA SAVAN DA ROSA () TÂNIA SILVIA FRÖDE. () Objetivos: Avaliar marcadores de inflamação (Atividade da Mieloperoxidase - MPO, adenosina desaminase – ADA e óxido nítrico –NOx) e de estresse oxidativo (Acido Tiobarbitúrico – TBARS, Catalase - CAT, Superóxido Dismutase - SOD, Glutationa Peroxidase - GPx) e os níveis de dano de DNA em pacientes com doença celíaca. Métodos: No estudo foram selecionados 50 pacientes portadores de doença celíaca (DC) e 30 indivíduos saudáveis (grupo controle). Para as dosagens de MPO, ADA e NOx e de estresse oxidativo foram utilizadas amostras séricas e as dosagens foram realizadas por ensaios colorimétricos. Para a análise de dano do DNA foram utilizadas as técnicas de micronúcleo e Cometa. A análise estatística dos resultados foram realizados o teste T de Student. Para todas as variáveis valores de P < 0,05 foram considerados significativos. Resultados: Diferenças estatísticas foram observadas entre o grupo de pacientes com doença celíaca e controles para as frequências de micronúcleo (MN) (DC: 9,73 ± 2,47; C: 5,82 ± 1,88; P<0,0001) e para os índices de dano de DNA avaliados pela técnica do cometa (DC: 43,03 ± 28,50; C: 15,21 ± 7,46; P= 0,0010). Quanto aos marcadores de estresse oxidativo e de inflamação, observou-se aumento nas concentrações de GPx, SOD, MPO e NOx nos pacientes com DC em relação ao C (GPx: DC: 58,81±3,18, C50,88±9,28, P = 0,011) e SOD: DC: 74,02±21,68, C: 63,44±18,25, P = 0,047), MPO: DC: 1048,0±385,1; C:195,5; P<0,0001; NOx: DC:64,17±52,81, C: 35,15±8,37, = P=0,035. Em relação aos analitos ADA, CAT e TBARS não houve diferença estatística entre os grupos de estudo (P> 0,05). Conclusão: Os resultados obtidos até o momento demonstram que a resposta inflamatória caracterizada pela presença da atividade da MPO e aumento nas concentrações de óxido nítrico e de enzimas antioxidantes GPx, SOD estão presentes na doença celíaca e podem promover o aumento nos níveis de dano de DNA. Palavras-Chave:Doença Celíaca; Dano de DNA; Marcadores inflamatórios; Estresse oxidativo. AVALIAÇÃO DO USO DE MEDICAMENTOS EM GESTAÇÕES DE MÃES DE CRIANÇAS PORTADORAS DE CARDIOPATIA CONGÊNITA: DADOS EPIDEMIOLÓGICOS JULIANE NASCIMENTO DA SILVA (UFCSPA) - BRASIL VICTÓRIA BERNARDES GUIMARÃES (UFCSPA) - BRASIL LUCIANA AMORIM BELTRÃO (UFCSPA) - BRASIL PATRÍCIA TREVISAN (UFCSPA) - BRASIL VINICIUS FREITAS DE MATTOS (UFCSPA) - BRASIL ERNANI BOHRER DA ROSA (UFCSPA) - BRASIL DANIÉLLE BERNARDI SILVEIRA (UFCSPA) - BRASIL RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA (UFCSPA E HMIPV) - BRASIL GIORGIO ADRIANO PASKULIN (UFCSPA) - BRASIL PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN (UFCSPA) - BRASIL Objetivo: avaliar o uso de medicamentos em gestações de mães de pacientes portadores de cardiopatia congênita. Método: a amostra foi constituída de pacientes consecutivos, com cardiopatia congênita, avaliados em sua primeira hospitalização em uma unidade de tratamento intensivo cardíaca de um hospital pediátrico de referência do Sul do Brasil, no período entre 2005-2006. Os pacientes foram submetidos a exame de cariótipo de alta resolução e a técnica de hibridização in situ fluorescente (FISH) para a deleção 22q11. Foram incluídos no estudo apenas os pacientes nos quais se realizou ambos os exames. Os dados foram coletados a partir de um protocolo clínico, que avaliou dados referentes à gestação dos pacientes, dando-se ênfase ao uso de medicamentos, com tipo e período em que ocorreu a utilização dos mesmos. Os medicamentos foram divididos de acordo com a classificação fornecida pelo Food and Drug Administration (FDA), nas categorias A, B, C, D e X. Resultados: A amostra foi composta de 198 pacientes, 52% do sexo masculino, com idade variando de 1 a 4934 dias. O uso de medicamentos no 1º trimestre de gestação foi relatado por 32,4% das mães, seguidos de 37,7% no 2º trimestre e 35,8% no terceiro trimestre. De acordo com a classificação do FDA, medicamentos da classe A foram relatados por 28,4 % das mães, seguidos de 35,8% da classe B, 24,5% da classe C, 10,8% da classe D e 2,5% da classe X, sendo que muitas mães utilizaram mais de um medicamento pertencentes a classes de risco distintas durante o período gestacional. Dos 198 pacientes, 166 (83,8%) apresentaram exame de cariótipo e de FISH normais. Destes, 133 (80,1%) possuíam cardiopatia congênita não associada a síndromes. Relato do uso de medicamentos no primeiro trimestre de gestação esteve presente em 43 (32,3%) destes pacientes. Medicamentos da categoria D foram relatados em 12 casos (9%) e da categoria X em 2 (1,5%). Conclusões: a etiologia das malformações cardíacas é pouco compreendida, sendo que em 10 a 25% dos casos é possível fazer uma associação com causas conhecidas como teratógenos. Os teratógenos químicos, como os medicamentos, merecem destaque especial pelo amplo consumo pela população. Em nossa amostra, observamos uma demasiada utilização de medicamentos das classes D e X, sobretudo no 1º trimestre de gestação. E isto ocorreu apesar do acompanhamento pré-natal (descrito em 92,4% dos casos), e do fato de que muitos dos medicamentos utilizados necessitam de prescrição médica para serem adquiridos. Assim, sugerimos a necessidade de um maior esclarecimento às mães e, talvez, até aos próprios médicos, sobre os riscos dos efeitos teratogênicos de certas medicações, sobretudo no 1º trimestre de gestação. Além disso, acreditamos que deveria haver uma maior promoção da utilização racional destes medicamentos, tentando minimizar o seu uso ou utilizando substitutos menos prejudiciais ao feto. Palavras-Chave:Cardiopatias congênitas, teratogênse, medicamentos, avaliação do uso AVALIAÇÃO IN VITRO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO DO CORANTE ERITROSINA B AYLING MARTINS NG (USP-RP) - BRASIL CARLA DA SILVA MACHADO (FCFRP) - BRASIL JOÃO PAULO LOPES DA SILVA (USP) - BRASIL MILENA CHALES PEREIRA (USP-FMRP) - BRASIL NATALIA FAGUNDES CAGNIN (FMRP - USP) - BRASIL TIAGO ALVES JORGE SOUZA (FMRP-USP) - BRASIL CATARINA SATIE TAKAHASHI (USP/RP) - BRASIL AGUINALDO LUIZ SIMÕES (FMRP-USP) - BRASIL Diversos corantes naturais e artificiais são utilizados na fabricação de alimentos e remédios com o intuito de tornar estes produtos mais atraentes ao consumidor. Dentre estes corantes, se destaca a eritrosina, pois é um corante que apesar de aprovado pela Food and Drug Association (FDA), é potencialmente genotóxico, citotóxico e inibidor de interações protéicas. Entretanto, ainda pouco se sabe acerca do potencial desse corante na indução de mutações cromossômicas. Assim, no presente trabalho foi avaliado o potencial citotóxico e mutagênico da eritrosina por meio do teste do micronúcleo. Para esse fim, foram aplicadas cinco concentrações diferentes de eritrosina (0,5; 2,5; 5,0; 25 e 50 µg/mL) por 24h nas células da linhagem CHO-K1. O antibiótico doxorrubicina (DXR- 0,15µg/mL) foi utilizado como controle positivo. Após o término do tratamento com a eritrosina, as células foram expostas à citocalasina B (1 mg/mL) por 18h. Em seguida, as células foram fixadas, coradas e observadas ao microscópio de luz; sendo que 1000 células binucleadas foram analisadas para a determinação da freqüência de micronúcleos e 500 células para o cálculo do Índice de Divisão Nuclear (IDN). Foi observada uma diminuição dos valores do IDN com o aumento das concentrações de eritrosina, entretanto, os valores foram próximos ao valor de 1,86 do controle negativo, apontando para a ausência de citotoxicidade das concentrações utilizadas. O número de micronúcleos observados na menor concentração (0,5ug/mL) foi de 4 micronúcleos, valor próximo ao do controle negativo, onde só foi observado apenas 1 micronúcleo. Na concentração mais elevada (50ug/mL) foram observados 14 micronúcleos, enquanto que no controle positivo (DXR) o valor foi de 15 micronúcleos. Outros parâmetros do teste do micronúcleo como a frequência de pontes nucleoplasmáticas e de brotamentos serão ainda avaliados a fim de investigar o potencial mutagênico da eritrosina e determinar concentrações seguras e viáveis para a utilização deste corante. Palavras-Chave:mutagênese, corante, micronúcleo CRACK DURANTE A GESTAÇÃO E DESFECHOS PRÉ-NATAIS: RELATOS DE CASOS E VISÃO DO SERVIÇO DE TERATÓGENOS MAURÍCIO FONTOURA FERRÃO (UFRGS) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL GIOVANNA SORGATO TESSMANN (UFRGS) - BRASIL LUCIANA DUTRA MARTINELLI (UFRGS) - BRASIL PRISCILLA GRANJA MACHADO (UFRGS) - BRASIL BETINA PICCOLI FRANCIOSI (UFRGS) - BRASIL KARINA CARVALHO DONIS (HCPA) - BRASIL ALBERTO MANTOVANI ABECHE (UFRGS) - BRASIL LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL Objetivos: O crack é um subproduto da preparação da cocaína. Nos últimos anos, houve um aumento no seu consumo devido ao menor preço, à facilidade de uso, e à maior potência de efeito. Acumulam-se relatos de que o uso de cocaína durante a gravidez está associado a baixo peso ao nascer, abortos espontâneos, descolamento prematuro de placenta e déficit cognitivo. Entretanto, ainda não há consenso sobre o aumento do risco de malformações. Não há na literatura estudos consistentes sobre os desfechos adversos do uso de crack durante a gravidez. Assim, nossos objetivos foram relatar dois casos recentes de recém-nascidos expostos ao crack intra-útero e realizar um levantamento das consultas sobre o uso de crack na gestação realizadas ao Sistema Nacional de Informações sobre Agentes Teratogênicos (SIAT). Métodos: revisão de casuística das consultas realizadas ao SIAT. O SIAT é um serviço de informação fundado em 1990 e situado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) que atende a população em geral e presta assistência gratuita sobre riscos durante a gravidez e lactação. Resultados: O primeiro caso é uma recém-nascida, exposta durante toda a gestação ao crack. A mãe tem 34 anos, tabagista, analfabeta, solteira; o pai é desconhecido. Ao nascimento, pesava 3,245 Kg, comprimento 50 cm, perímetro cefálico 35 cm, APGAR 7/8. Ao exame físico foi constatada micrognatia. Apresentou episódios de queda da saturação O2, e aos 28 dias, foi submetida à cirurgia para correção da micrognatia. O segundo caso é uma menina que ao nascimento pesou 2,210 Kg, APGAR 7/9, e apresentava redução de membros e múltiplas fraturas. A mãe tem 28 anos, é casada e utilizou crack até 4 dias antes do parto. A paciente tem diagnóstico de osteogênese imperfeita tipo III; foi detectada também uma comunicação interatrial, sem repercussões hemodinâmicas. A paciente recebeu alta hospitalar com um mês de vida. Com relação ao histórico de exposições ao Crack no SIAT, foram localizadas 43 consultas desde 2000, sendo 20 com exposição gestacional confirmada. Essas gestantes que utilizaram crack constituíam uma população com mediana de 22,5 anos e de baixa escolaridade. A maioria das exposições ocorreu durante toda a gestação e houve associação com outras drogas recreativas (álcool, tabaco e maconha). Foram identificados dois casos de dismorfias faciais e dois com atraso no desenvolvimento pós-natal. Os seguimentos dos casos ainda estão em andamento. Conclusões: Os casos apresentados não mostram nenhum padrão malformativo resultante da exposição. O diagnóstico de osteogênese imperfeita tipo III é coincidente, enquanto a microgntia merece ser melhor investigada quanto às causas. Entretanto, o levantamento realizado mostra que perfil das usuárias tem um padrão que está de acordo com outros trabalhos: alto índice de uso de drogas recreativas por jovens de baixa renda, mostrando que essa população tem um risco aumentado para defeitos congênitos e pobre cuidado pré-natal. O acompanhamento prospectivo de gestantes usuárias de crack pode elucidar os desfechos dessa exposição e contribuir para medidas de prevenção dos desfechos já conhecidos principalmente nessa população. Palavras-Chave:cracj; gestação; teratogênese; cocaina DNA DAMAGE IN HUMAN LIMPHOCYTES FROM MALE USERS OF CRACK COCAINE: IMPACT OF WITHDRAWAL THIAGO ALEY BRITES DE FREITAS (UFRGS) - BRASIL ROBERTA PASSOS PALAZZO CÉSAR LUIS REICHERT FLÁVIO PECHANSKY FÉLIX KESSLER GISELE GOMES DE ANDRADE (IPA) - BRASIL SANDRA LEISTNER-SEGAL (HCPA/SGM) - BRASIL SHARBEL WEIDNER MALUF (UFSC) - BRASIL Crack is a very toxic by-product of cocaine that, among many effects, can cause hypertension, tachycardia, muscle twitching, convulsions and even coma and death. In this study, 31 active users of crack cocaine recently admitted for treatment at a drug rehabilitation centre and 40 control subjects were evaluated. DNA damage was measured in peripheral blood using the comet assay on three occasions: at admission, 48 hours later and at the end of treatment. For the micronucleus (MN) technique, tests were performed only at admission and at the end of treatment. Comparison between controls and crack cocaine users showed significant differences in the rates of DNA damage (P = 0.037), the frequency of MN (p <0.001) and nuclear buds (NBUDs) (p <0.001) but not in the frequency of nucleoplasmic bridges (NPBs) (P = 0.089). Rates of DNA damage quantified with the comet assay at all three time points revealed statistically significant values only after the end of treatment (P <0.001), which may indicate both effective action of the repair system and, as far as possible, elimination of damaged cells after some days of cocaine withdrawal. The frequency of MN and NPBs calculated during the first assay did not differ from frequencies obtained after treatment, indicating that the detoxification period was not long enough to decrease the frequency of already established mutations. The results of this study reveal the genotoxic and mutagenic effects of crack cocaine use in human lymphocytes and pave the way for further research to investigate cellular responses and the possible consequences of DNA damage, such as induction of irreversible neurological disease and neoplasms. Palavras-Chave:Crack cocaine, drug rehabilitation, DNA damage, comet assay, CBMN. EXPOSIÇÃO INTRAUTERINA TARDIA A DERIVADOS CUMARÍNICOS: RELATO DE CASO E SEGUIMENTO DE UM PACIENTE COM ATRASO NO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR. MAURÍCIO FONTOURA FERRÃO (UFRGS) - BRASIL EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL BETINA PICCOLI FRANCIOSI (UFRGS) - BRASIL ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL Os derivados cumarínicos são anticoagulantes potentes utilizados no tratamento de diversos distúrbios tromboembólicos. A varfarina, um dos principais fármacos desse grupo, tem o potencial de cruzar a barreira hematoplacentária e atingir a circulação fetal, sendo um potente teratógeno conhecido. Seu efeito teratogênico ocorre a partir da exposição intra-uterina entre 6 e 12 semanas de gestação e os achados clínicos característicos dessa embriopatia englobam hipoplasia nasal, condrodisplasia punctata, microcefalia, fenda labiopalatina e anomalias oftalmológicas, entre outros. Adicionalmente, há relatos de anormalidades do sistema nervoso central e sangramento fetal, mesmo em casos de exposição tardia (segundo e terceiro trimestres). Este trabalho relata um caso sugestivo de embriopatia por cumarínico devido à exposição fetal tardia. O Sistema Nacional de Informações sobre Agentes Teratogênicos (SIAT) foi procurado para identificar a relação causal entre a exposição à cumarina e o atraso no desenvolvimento de um bebê exposto e internado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Exames radiológicos, bioquímicos e moleculares foram utilizados para formular a hipótese diagnóstica. Durante acompanhamento pré-natal de rotina, evidenciou-se em uma mulher de 29 anos e no segundo trimestre de gestação um feto com importante restrição de crescimento intrauterino e baixo peso. A gestação havia ocorrido sem intercorrências até o quinto mês, quando a paciente apresentou um episódio de dor intensa nos membros inferiores. Suspeitando de uma possível manifestação de trombose venosa profunda, seu ginecologista prescreveu o cumarínico Venalot (cumarina 15 mg, troxerrutina 90 mg) o qual a gestante consumiu por 30 dias. Com 36 semanas de gestação a paciente deu à luz um menino com 1530 g. Ao primeiro exame físico identificou-se microcefalia, micrognatia e mamilos invertidos. O cariótipo foi compatível com um indivíduo normal (46,XY). Nos primeiros dias de vida, o bebê desenvolveu hemorragia intracraniana, distúrbio respiratório e dificuldade de deglutição. Levantou-se a hipótese diagnóstica de um erro inato do metabolismo, mas diversas análises bioquímicas excluíram essa possibilidade. Subsequentemente, considerou-se embriopatia por cumarínico, ainda que as radiografias do recém-nascido não revelassem sinais de condrodisplasia. Uma ressonância magnética identificou calcificações talâmicas que se estendiam para os gânglios da base, causando redução de substância branca. Com cinco meses, o menino foi internado com um quadro de febre e piora da função respiratória. Observou-se hipotonia axial, hipertonia de membros e atraso moderado do desenvolvimento neurológico. Cinco episódios de convulsão ocorreram durante esse período. Até o presente momento, o paciente encontra-se estabilizado; entretanto, não houve melhora da disfagia. Existem poucos relatos de exposição intrauterina a cumarínicos durante o segundo e terceiro trimestres de gestação, mas alguns estudos associam essa exposição a desfechos como prematuridade, baixo peso ao nascer e hemorragia. Considerando esses casos e os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, acreditamos que a exposição ao fármaco cumarínico durante o quinto mês de gestação pode ter contribuído para os achados clínicos. O seguimento deste caso e os exames complementares serão decisivos para definir a extensão do atraso no desenvolvimento neurológico e confirmar a associação aqui proposta. Palavras-Chave:varfarina; teratogênese: anticoagulação na gestaçao; cumarinicos FARMACOEPIDEMIOLOGIA DA EMBRIOPATIA TALIDOMÍDICA NO BRASIL FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL MARCELO ZAGONEL DE OLIVEIRA MARLISE COLLING CASSEL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL ELAINE FARIA MORELO (MS) - BRASIL DACIO DE LYRA RABELLO NETO (SVS-MS) - BRASIL LAVINIA SCHÜLER-FACCINI Objetivos: A talidomida é o teratógeno mais conhecido pelo nascimento de milhares de crianças com defeitos congênitos na década de 1960. Atualmente está disponível com muitas utilidades terapêuticas, sendo um dos principais usos para o eritema nodoso da hanseníase (ENL). O Brasil é um país endêmico de hanseníase e a talidomida é o padrão ouro para tratamento de ENL. Entretanto, novos casos de embriopatia por talidomida (ET) têm nascido. Nesse trabalho nós aplicamos uma ferramenta de vigilância para identificação de fenótipos compatíveis com ET, além de correlacioná-los com a prescrição de talidomida e prevalência de hanseníase. Métodos: Foram analisados os defeitos de redução de membros (DRM), dispensação de talidomida e prevalência de hanseníase nos anos de 2005-2010 em todo o Brasil. Os DRM foram analisados e posteriormente foi utilizada uma subcategoria, chamada de fenótipo de vigilância (TEP). Análises de cluster e isolados geográficos foi realizada para observar agrupamentos incomuns de TEP. Resultados: Durante 20052010 o envio total de talidomida foi de 5.889.210 comprimidos, a prevalência de DRM foi de 1,6/]10.000 nascimentos, e TEP 0,11/10.000 nascimentos. A análise de regressão linear mostrou o aumento de 3 casos de TEP para cada 100.000 comprimidos dispensados. Clusters e isolados geográficos foram identificados em diversas áreas do Brasil. Conclusões: Existe uma correlação direta entre a quantidade de talidomida prescrita e a surgimento de TEP, além de diversos agrupamentos incomuns desse tipo de defeito, mostrando que a embriopatia da talidomida ainda é um problema presente e merece ser vigiada tanto no Brasil quanto em países que fazem uso dessa medicação. Palavras-Chave:talidomida; teratógenos; vigilância; defeitos congênitos INVENTORY OF HERBAL MEDICINES CONSUMED BY BRAZILIAN WOMEN DURING PREGNANCY ALBERTO SALAZAR-GRANARA MICHELI GALVAN MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL ALBERTO MANTOVANI ABECHE (UFRGS) - BRASIL LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL Inventory of herbal medicines consumed by Brazilian women during pregnancy Salazar-Granara Aa,c, Galvan Ma, Sanseverino MTVa, Abeche AMa, SchulerFaccini La,b,c. a Brazilian Teratogen Information Agent Service, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brazil b Genetics Department , Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil c Center of Traditional Medicine and Pharmacology of the San Martin de Porres University, Peru Purpose: The use of herbal medicines in Brazil is a traditional popular practice. Nonetheless, during pregnancy it should be considered with caution, due to potential deleterious effects like abortion and teratogenicity among others. Here we establish the first inventory of medicinal plants used by Brazilian pregnant women. Method: We analyzed 9,023 clinical records from the Brazilian Teratogen Information Service (SIAT - http://gravidez-segura.org/) in Porto Alegre, Brazil, from 1990 to 2012. Results: A total of 267 (3.9%) pregnant women declared to have used at least one herbal medicine during pregnancy. Most of these herbals were taken as capsules or tablets (30%) and infusions 16% (31%), Topic preparations were reported by 22%. A total of 145 herbal medicines were registered. The five most used herbals were: (1) Rhamnus purshiana (Cáscara-sagrada) (17%). There is no clinical evidence of safety for this herbal medicine, although pre-clinical research didn’t find teratogenic, embryotoxic or fetotoxic effects; (2) Centella asiatica (Centela) (10%). Clinical trials have shown severe adverse effects, mainly hepatotoxicity. Animal studies didn’t reveal evidence of teratogenic, embryotoxic or fetotoxic effect, despite its estrogen-like activities. 3) Passiflora alata (Maracujá) (10%) is considered safe by the US FDA. However, experimental studies showed that its bioactive compounds can cross the haematoencephalic barrier, activating benzodiazepine and opioid receptors. 4) Cassia angustifolia (Sene) (10%) Clinical studies have revealed hepatotoxic effects and experimental studies showed genotoxicity, mutagenicity, endometrial stimulation and uterotonic effects, and it’s recommended to be avoided during pregnancy. 5) Ginkgo biloba (7%) Laboratory studies show hormonal activity and malformations in mice fetuses. It’s not recommended during pregnancy. Conclusions: The Medicinal Plants Monography edited by The WHO contraindicated the use of two of the five medicinal plants described above during pregnancy (Rhamnus purshiana and Ginkgo biloba).This database of common herbal products used by pregnant women is, therefore, of great importance to provide appropriate information for doctors and patients in this country (CNPq / INAGEMP / PROREXT-UFRGS) Palavras-Chave:herbal medicines, pregnancy, teratogen LEVANTAMENTO DAS CONSULTAS EM UM SERVIÇO DE INFORMAÇOES SOBRE AGENTES TERATOGÊNICOS: DADOS DO SIAT NO PERÍODO DE 5 ANOS. LUIZA METZDORF (UFRGS) - BRASIL MARCELA METZDORF PAULO VITOR CRESTANI EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL LIGIA MARQUES DA ROCHA AZEVEDO (UFRGS) - BRASIL FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL ALBERTO MANTOVANI ABECHE (UFRGS) - BRASIL LAVINIA SCHÜLER-FACCINI Objetivos:Fundado em 1990, o SIAT (Sistema Nacional de Informações sobre Agentes Teratogênicos) é um serviço que presta atendimento de excelência gratuito tanto para a comunidade como para profissionais da área da saúde através de consultas via telefone, fax ou email sobre riscos reprodutivos relacionados à exposição de gestantes a agentes ambientais, assim como relacionados à exposição paterna e durante a amamentação. Para cada consulta, é preenchida uma ficha de atendimento, realizada uma pesquisa na literatura internacional sobre o motivo da consulta, e elaborado um laudo com os resultados da pesquisa. Coordenado por professores e médicos especializados em genética e obstetrícia, sua equipe é multidisciplinar contando com estudantes supervisionados dentro de um serviço de extensão da UFRGS. O SIAT faz parte do European Network of Teratogen Information Services (ENTIS). Métodos: Esse trabalho realizou uma revisão de todas as consultas recebidas no SIAT nos últimos cinco anos. Resultados: Foram registradas 2181 consultas entre 2008 e 2012. Os fármacos são o principal motivo de consulta, principalmente os de uso psiquiátrico, como os inibidores seletivos da receptação da serotonina (n=325;15%) e benzodiazepínicos (n=96;4%). Segue-se o uso de carbamazepina, utilizada em epilepsia e transtornos do humor, (n=51;2,3%) e a sibutramina, um anorexígeno (n=47;2,1%). Um motivo também muito frequente de consulta é o uso de tintura capilar durante a gestação (n=79;3,6%). Observamos o crescente numero de consultas relativas à exposição paterna, principalmente relativas ao uso de finasterida, anti-androgênico utilizado para o tratamento da alopécia masculina, e metotrexate. Conclusão: O grande número de consultas sobre fármacos de ação no sistema nervoso central mostra a importância de um serviço como o SIAT. Dentro desta categoria de medicamentos incluem-se alguns de potencial teratogênico. Entretanto, muitas vezes a doença materna representa um risco maior e deve ser tratada. Neste caso a escolha do fármaco mais seguro e a adesão ao tratamento é fundamental. (CNpq, PROREXT-UFRGS) Palavras-Chave:Teratogênese; saúde materno-infantil; fármacos MISOPROSTOL E DEFEITOS CONGÊNITOS: EXPERIÊNCIA DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE AGENTES TERATOGÊNICOS (SIAT) MARIANA COSTA HOFFMEISTER (UFRGS) - BRASIL FLÁVIA VIEIRA LOPES (UFRGS) - BRASIL PAULA BAPTISTA SANSEVERINO (UFRGS) - BRASIL EDUARDO PREUSSER DE MATTOS (UFRGS) - BRASIL ANDRÉ ANJOS DA SILVA (HCPA) - BRASIL FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL LIGIA MARQUES DA ROCHA AZEVEDO (UFRGS) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL ALBERTO MANTOVANI ABECHE (UFRGS) - BRASIL LAVINIA SCHULER-FACCINI (UFRGS) - BRASIL Misoprostol e Defeitos Congênitos: Experiência do Sistema Nacional de Informações sobre Agentes Teratogênicos (SIAT) Mariana C. Hoffmeister2,3; Flávia V. Lopes 2,3; Paula. B. Sanseverino 2,3; Eduardo P. Mattos,1,3; André A. Silva 1,3; Fernanda S. L.Vianna 1,3; Ligia M. R. Azevedo 2,3; Akberto M Abeche 2; Maria Teresa V. Sanseverino 3; Lavinia Schüler-Faccini 1,3 1 Departamento de Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 2 Faculdade de Medicina, UFRGS, Porto Alegre, Brasil 3 Serviço de Genética Médica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Brasil Objetivos: Fundado em 1990, o SIAT – Sistema Nacional de Informação sobre Agentes Teratogênicos - presta atendimento gratuito tanto para a comunidade como para profissionais da área médica. Situado no Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), sul do Brasil, faz parte do European Network Teratology Information Services (ENTIS. O Misoprostol é um análogo da prostaglandina; seu uso em tentativas de aborto é difundido no Brasil, onde o aborto é ilegal. Embora não tenha efeitos teratogênicos em animais, há duas décadas são relatados casos de teratogenicidade em humanos quando usado no primeiro trimestre de gestação. A exposição pré-natal ao misoprostol está associada com risco aumentado de defeitos de redução de membros tranverso-terminais e Sequência de Möebius (paralisia facial congênita). Métodos: Foram pesquisadas nas consultas realizadas ao SIAT, entre os anos de 2000 e 2012, aquelas referentes ao uso de Misoprostol. Resultados: Foram localizadas 100 consultas, sendo 30 casos retrospectivos, em que o nascimento de bebês com algum defeito congênito, cuja mãe havia utilizado misoprostol em algum momento da gravidez. Os defeitos mais comuns encontrados em nossa amostra foram: defeitos de membros (20 casos, sendo 6 pés tortos congênitos), alterações oculares e visuais (11, sendo 5 estrabismo), defeitos de sistema nervoso central (18, sendo 4 microcefalia e 3 desenvolvimento neuropsicomotor e alterações palatinas (palato arqueado, fenda lábio-palatina, lábio leporino bilateral e palato alto). Em 13 casos existem dados quanto à dose da medicação utilizada (média de 4 comprimidos via oral e 1 via vaginal). A média de idade das mulheres foi de 28 anos. Dezoito pacientes estavam no primeiro trimestre quando utilizaram o Misoprostol, 4 pacientes no segundo trimestre de gestação e em um caso o medicamento foi utilizado como indutor para o parto; nos demais casos essa informação foi perdida. Conclusões: Apesar de ter sua venda proibida em farmácias, o uso clandestino do misoprostol continua causando nascimento de crianças com defeitos congenitos. O SIAT presta um importante serviço para a comunidade geral, conscientizando sobre os teratógenos e informando os verdadeiros riscos conforme o período de exposição Nossos achados em relação às malformações associadas ao misoprostol estão de acordo com a bibliografia disponível. Mais esforços são necessários para abordar essas questões com a comunidade médica e o público em geral e avaliar desfechos a longo prazo (INAGEMP, CNPq, PROPESQ/UFRGS, PROREXT/UFRGS) Palavras-Chave:misoprostol, moebius, teratogeno, gravidez O GENE DA OXIDO NÍTRICO SINTASE ENDOTELIAL (ENOS) E A SUSCEPTIBILIDADE À EMBRIOPATIA TALIDOMÍDICA FERNANDA VIANNA (UFRGS) - BRASIL LUCAS ROSA FRAGA (UFRGS) - BRASIL LUCIANA TOVO-RODRIGUES (UFRGS) - BRASIL ALICE TAGLIANI RIBEIRO (FERTILITAT) - BRASIL FLÁVIA COSTA BIONDI (UFRGS) - BRASIL CLAUDIA MARQUES MAXIMINO (ABPST) - BRASIL MARIA TERESA VIEIRA SANSEVERINO (SGM-HCPA) - BRASIL MARA HELENA HUTZ LAVINIA SCHÜLER-FACCINI Objetivos: A talidomida é um dos mais potentes e conhecidos teratógenos em humanos. Atualmente ela é utilizada para diversas situações clínicas, como tratamento de reações da hanseníase e mieloma múltiplo. No entanto, ainda não estão claros os mecanismos teratogênicos pelos quais ela produz os defeitos morfológicos.. Uma das hipóteses é o bloqueio da angiogênese por diminuição do oxido nítrico (NO). Nesse estudo nós avaliamos dois polimorfismos funcionais no gene da oxido nítrico sintase endotelial (Gene eNOS), uma enzima constitutivamente expressa, responsável pela produção de NO. Métodos: Foram genotipados através de PCR em tempo real os polimorfismos do promotor do gene -786T>C e do exon 7 896G>T em 28 pessoas com embriopatia talidomídica (TE), e 68 indivíduos da população em geral, e suas frequências alélicas, genotípicas e haplotípicas foram comparadas. Resultados: Foi observada diferença significativa entre os genótipos do polimorfismo -786T>C (p=0.03) entre os grupos de afetados pela TE e não afetados. O genótipo TT do polimorfismo 896G>T foi observado em 10,7% dos afetados e 2,9% dos não afetados, mas a diferença não foi estatisticamente significante (p=0,09). A análise de haplótipos indicou que o haplótipo selvagem -786T/896G apresentou-se diferentemente distribuído entre os grupos afetados e não afetados (p=0,004). Conclusões: Os resultados apontam que os indivíduos com TE tem maior freqüência de alelos associados com menor expressão de eNOS, podendo esse ser um genótipo de susceptibilidade à TE. Palavras-Chave:talidomida; teratógenos; vigilância; defeitos congênitos TERAPIA ANTIOXIDANTE ATENUA ESTRESSE OXIDATIVO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN EDUARDO BENEDETTI PARISOTTO (UFSC) - BRASIL THAIS REGINA GARLET () GUILHERME DA SILVA DE MEDEIROS (UFSC) - BRASIL VERA LÚCIA DE LIZ OLIVEIRA CAVALLI CAVALLI (UFSC) - BRASIL ARIANE ZAMONER PACHECO DE SOUZA (UFSC) - BRASIL EMILIA ADDISON MACHADO MOREIRA (UFSC) - BRASIL EDUARDO MONGUILHOTT DALMARCO (UFSC) - BRASIL JULIANA BASTOS DALMARCO () ROZANGELA CURI PEDROSA (UFSC) - BRASIL DANILO WILHELM FILHO WILHELM FILHO (UFSC) - BRASIL Introdução: A Síndrome de Down (SD), a mais frequente desordem genética, é causada pela trissomia do cromossomo 21 em humanos. A geração excessiva de espécies reativas de oxigênio está envolvida na patogenia da SD, resultando na indução de danos celulares, como peroxidação lipídica, oxidação de proteínas e dano ao DNA. O objetivo deste estudo foi avaliar o status antioxidante no sangue de crianças e adolescentes com SD antes e após a suplementação com vitaminas E e C. Métodos: Biomarcadores de estresse oxidativo foram avaliados no sangue de pacientes com SD (n=21) antes e após intervenção antioxidante diária (vitamina E 400 mg, C 500 mg) durante 6 meses. Crianças saudáveis (n=18) sem SD foram recrutadas para constituir o Grupo controle. A atividade da superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx), glutationa redutase (GR), glutationa S-transferase (GST), γ-glutamiltransferase (GGT) e glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), assim como o conteúdo de glutationa reduzida (GSH), ácido úrico, vitamina E e de substâncias que reagem com o ácido tiobarbitúrico (TBARS) foram mensuradas no sangue destes indivíduos. Resultados: Antes da terapia antioxidante os indivíduos com SD apresentaram aumento da atividade enzimática da SOD, CAT, GR e GGT, assim como dos níveis séricos de ácido úrico, enquanto que a atividade da GPx e G6PD, e dos níveis plasmáticos de vitamina E e TBARS não mostraram diferenças significantes, quando comparados ao grupo controle. A atividade da GST e o conteúdo de GSH mostraram-se reduzidos comparativamente aos controles. Após a suplementação antioxidante, as atividades das enzimas SOD, CAT, GPx, GR e GGT foram “down-reguladas”, enquanto que o conteúdo de TBARS apresentou grande diminuição. Não foi identificada mudança na atividade enzimática da G6PD e GST, nem nos níveis de ácido úrico séricos, enquanto que o conteúdo de GSH e vitamina E mostraram significativo aumento. Conclusão: A presença da trissomia 21 em crianças e adolescentes resultou em alterações bioquímicas que contribuem grandemente para o estresse oxidativo sistêmico e exacerbado nesses pacientes. A terapia antioxidante com vitaminas E e C atenuou consistentemente tal insulto oxidativo. Palavras-Chave:Síndrome de Down; estresse oxidativo; antioxidantes; vitamina E USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS EM CRIANÇAS COM ATRASO NO DESENVOLVIMENTO. ISABEL CRISTINA NEVES DE SOUZA (UFPA) - BRASIL ROSANA FIORINI PUCCINI (UNIFESP) - BRASIL ROSA MIRANDA RESEGUE (UNIFESP) - BRASIL Objetivo: Verificar a freqüência do uso de álcool e outras drogas em mães de crianças de 0 a 12 anos com atraso de desenvolvimento estabelecido. Métodos: Estudo transversal de 642 crianças atendidas no Ambulatório de Desenvolvimento do Serviço Caminhar do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, no período 01 de agosto de 2007 a 31 de julho de 2010. Os dados obtidos foram analisados pelos programas Bioestat 5.3. Resultados: A faixa etária materna de maior prevalência foi de 20 a 30 anos, ao nascimento, correspondendo a 58,6%, com 70,6% de intercorrências gestacionais, sendo que o uso do álcool foi referido em 19,9% e outras drogas ilícitas em 3,4%. Conclusão: A síndrome alcoólica-fetal é a consequência mais danosa para o feto associada ao consumo de álcool durante a gravidez, porém os resultados encontrados alertam para a importância de se verificar o uso de álcool no período gestacional em criança com problema de desenvolvimento em especial nas que apresentam retardo do crescimento intrauterino e/ou deficiência intelectual, associados ou não a alterações musculoesqueléticas, geniturinárias e cardíacas. Palavras-Chave:álcool, atraso no desenvolvimento, criança.