FACULDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA S/A –
SESVALI S/A
FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA – FAVIP
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
JOSÉ SEVERINO DE ARRUDA NETO
LUANDA FERREIRA DA SILVA
CARACTERIZAÇÃO DOS PORTADORES DE ESQUIZOFRENIA DO
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DE CARUARU-PE
CARUARU
2011
JOSÉ SEVERINO DE ARRUDA NETO
LUANDA FERREIRA DA SILVA
CARACTERIZAÇÃO DOS PORTADORES DE ESQUIZOFRENIA DO
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DE CARUARU-PE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Faculdade do Vale do Ipojuca, como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem.
Orientador: Prof Durcival Francisco da Silva
CARUARU
2011
A779c
Arruda Neto, José Severino de.
Caracterização dos portadores de esquizofrenia do Centro de Atenção
Psicossocial de Caruaru-PE / José Severino de Arruda Neto e Luanda
Ferreira da Silva. -- Caruaru : FAVIP, 2011.
20 f. : il.
Orientador(a) : Durcival Francisco da Silva.
Trabalho de Conclusão de Curso (Enfermagem) -- Faculdade do
Vale do Ipojuca.
1. Esquizofrenia. 2. Serviço de saúde mental 3. Enfermagem
psiquiátrica. I. Silva, Luanda Ferreira da. II. Título.
CDU 616-083[12.1]
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367
JOSÉ SEVERINO DE ARRUDA NETO
LUANDA FERREIRA DA SILVA
CARACTERIZAÇÃO DOS PORTADORES DE ESQUIZOFRENIA DO
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DE CARUARU-PE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Faculdade do Vale do Ipojuca, como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem.
Orientador: Prof Durcival Francisco da Silva
Aprovado em: ___/___/____
Orientador(a)
_________________________________________________________
1ºAvaliador(a)
_________________________________________________________
2ºAvaliador(a)
_________________________________________________________
CARUARU
2011
Esta obra é dedicada: a todos os acometidos por
esquizofrenia e nossa família por tudo que fizeram
por nós.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por existirmos;
Os nossos familiares, Bárbara Galvão, toda equipe do CAPS de Caruaru e a todos que
ajudaram direta e indiretamente para realização deste trabalho.
Em especial ao professor Durcival Francisco por ter muita paciência conosco e por ter
dedicado seu tempo para que pudéssemos concluir esta pesquisa.
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo a caracterização dos portadores de esquizofrenia
do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de Caruaru-PE. Trata-se de uma
pesquisa documental, descritiva, exploratória de abordagem quantitativa. Este serviço
possui 114 usuários em tratamento e a amostra foi composta por 63 com diagnóstico
definido
para
esquizofrenia,
perfazendo
o
total
de
100%
dos
sujeitos.
Foram
considerados como critérios de inclusão, o ser portador de esquizofrenia, com idade entre
18 e 60 anos, cadastrado no serviço, e o de exclusão foram prontuários ilegíveis. Os
dados foram coletados através de um formulário padronizado e organizado pelos próprios
pesquisadores. Quanto aos resultados, à prevalência da referida patologia foi do sexo
feminino (59 %) e a faixa etária predominante foi de 46 a 60 anos (44,45 %). Todos os
clientes realizaram terapia ocupacional, tratamento clínico medicamentoso, psicoterapia
individual e psicoterapia de grupo. Os principais sinais e sintomas verificados foram:
alucinações (52,38 %) e delírios (42,85 %). A tentativa de suicídio foi verificada em
(43%) dos clientes. Os psicofármacos mais utilizados foram: Haloperidol (69,84 %) e
Biperideno (61,90 %). Verificou-se ainda a incidência do Histórico Familiar (63%),
havendo predisposição genética para o desenvolvimento de esquizofrenia. No que
concerne ao relacionamento familiar dos clientes obteve-se a informação de que (59 %)
deles mantinham um bom convívio. O registro das variáveis é de suma importância para
que se possa identificar um diagnóstico preciso com finalidade de melhorar a qualidade
da assistência e, consequentemente, diminuir o tempo de permanência dos clientes na
instituição.
Palavras chave: Esquizofrenia. Serviços de Saúde Mental. Enfermagem Psiquiátrica.
ABSTRACT
This study aimed at the characterization of patients with schizophrenia at the Center for
Psychosocial Care (CAPS) at Caruaru-PE. It is a documentary research, descriptive,
exploratory qualitative approach. The study population consists of 114 clients with
schizophrenia, of which 63 were selected for the sample comprising 100% of subjects.
Were
considered as
criteria
for inclusion, be patient
with schizophrenia, aged
between 18and
60 years
and registered
with
the service. Data
were collected
using a standardized form and organized by the researchers themselves. As to
results, the prevalence of this condition was female (59%) and the predominant age
range was 46 to 60 years (44,45%). All customers have occupational therapy, medical
treatment, medication, individual psychotherapy and group psychotherapy. The main
signs and
symptomse
valuated
were: hallucinations (52.38%)
and
delusions (42.85%). The suicide attempt was found in (43%) of clients. The psychotropic
drugs most used were: haloperidol (69.84%) and Biperiden (61.90%). It was also the
incidence of
family
history
(63%),
with genetic
predisposition
to develop
schizophrenia. As for good family relationships (59%) of clients maintained a
good living. The record of the variables is of great importance to be able to
identify an accurate diagnosis with the aim of improving quality of care and consequently
reduce the
length
of
stay of clients in
the
institution.
Keywords: Schizophrenia. Health mental services. Psychiatric nursing .
SUMÁRIO
Introdução .............................................................................................................
09
Objetivos ...............................................................................................................
10
Metodologia...........................................................................................................
11
Resultados e Discussão..........................................................................................
12
Conclusão ..............................................................................................................
17
Referências ............................................................................................................
18
9
Introdução
A esquizofrenia é um mal que foi conceituado pelo psiquiatra Eugen Bleuler em
1911 e o seu significado estava relacionado à mente dividida, tendo uma contribuição
determinante para o conceito moderno deste distúrbio
(1)
. Segundo Durão e Souza 2006,
é “uma doença mental que se caracteriza por desorganização de diversos processos mentais; é
uma das desordens psiquiátricas mais desafiadoras e complexas que afligem a humanidade,
(2)
levando o indivíduo a apresentar várias sintomatologias”
.
Atualmente, a esquizofrenia representa um dos principais problemas de Saúde
Pública Mundial, que, segundo as estatísticas, atinge 1% da população do planeta sem
que haja distinção de sexo, raça ou classe social. A prevalência da população brasileira
segue esta tendência em que a maioria dos portadores, apresenta-se com idade precoce,
entre 13 a 28 anos(3). Constituindo-se numa doença grave, com origem desconhecida,
com controvérsias em relação às suas causas.
Suas manifestações surgem de acordo
com os tipos de esquizofrenia, conforme o Manual de Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais - DSM-IV e seu diagnóstico diferencial é baseado no quadro clínico (45)
.
As principais formas de esquizofrenia apresentadas são: a paranóide, a
desorganizada ou herbefrênica, a catatônica, indiferenciada e residual (1).
Durão e Souza 2006 apontaram que a sintomatologia observada na esquizofrenia
vem sendo agrupada em sintomas: positivos (delírios, alucinações, desorganização do
pensamento), negativos (diminuição da vontade e da afetividade, o empobrecimento do
pensamento e o isolamento social), cognitivos (dificuldade na atenção, concentração,
compreensão e abstração) e afetivos (depressão, desesperança e as ideias de tristeza,
ruína e, inclusive, autodestruição) (2).
As abordagens psicossociais compreendem um conjunto de ações capazes de
proporcionar aos portadores, melhor integração social, profissional e, consequentemente,
melhor qualidade de vida, considerando-se os limites impostos pela doença
(6)
. Nos
últimos anos, a rede de atenção à saúde mental de base comunitária no Brasil, ampliou
sua oferta de serviços com a criação de novos dispositivos especializados para os
usuários de doença mental
(7)
, uma destas inovadoras formas de tratamento, que tem
seus objetivos centrados na reabilitação psicossocial, é o Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS), o qual foi regulamentado pela Portaria GM Nº 336, de 19 de fevereiro de 2002 (6),
sendo este “um espaço de criatividade, de construção de vida, de novos saberes e práticas. Ao
invés de excluir, medicar e disciplinar, deve acolher, cuidar e estabelecer pontes com a
(8)
sociedade”
.
10
Segundo o Ministério da Saúde, o CAPS tem valor estratégico para a Reforma
Psiquiátrica Brasileira, com a criação destes centros tornou-se possível a organização de
uma rede substitutiva ao hospital psiquiátrico do país, sendo estes serviços municipais,
abertos, comunitários que oferecem atendimento diário
(6)
. Quanto aos tipos estes se
baseiam segundo seu porte e clientela; assim como CAPS I, serviço aberto para
atendimento diário de adultos com transtornos mentais severos e persistentes em
municípios com população entre 20 e 70 mil habitantes, o CAPS II atende a mesma
especificidade do tipo I, porém em municípios com população acima de 70 mil
habitantes, o CAPS III, difere dos citados quanto ao horário de atendimento, o qual
funciona 24 horas durante todos os dias da semana. O CAPS i, destina-se a assistência
para infância e adolescência e o CAPS ad para usuários de álcool e outras drogas, ambos
prestam serviço em regime diário
(6)
.
Para atender o enfoque da assistência do CAPS a enfermagem psiquiátrica
brasileira tem se norteado em Peplau pesquisador da psiquiatria, o qual dá ênfase ao
papel do enfermeiro como um agente socializador ou em fazer educação à saúde ou
técnica, contribuindo assim com seu papel terapêutico(9).
Frente ao exposto, o presente estudo se justificou por identificar as características
dos portadores desta patologia, viabilizando a ampliação do conhecimento para a
enfermagem sobre os diversos aspectos que caracterizam este distúrbio, além de ser
realizado em um ambiente que apresenta uma proposta de assistência, cuja metodologia
de trabalho busca valorizar a reinserção social e a melhoria das condições de vida dos
usuários que são assistidos nesse espaço, no qual a enfermagem está inserida.
Objetivos
Geral:
●
Caracterizar os portadores de esquizofrenia do Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS) tipo II de Caruaru-PE
Específicos:
●
Identificar os dados sócio-demográficos dos portadores de esquizofrenia do CAPS
de Caruaru.
●
Caracterizar o comportamento e elencar os sinais e sintomas mais frequentes dos
portadores de esquizofrenia do Centro de Atenção Psicossocial.
11
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa documental, descritiva, exploratória de abordagem
quantitativa cujo estudo foi realizado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de
Caruaru-PE, o qual é do tipo II e presta serviço aberto para atendimento diário de
adultos com transtornos mentais, composto por uma equipe multiprofissional. Este
serviço possui 114 usuários em tratamento e a amostra foi composta por 63 com
diagnóstico definido para esquizofrenia, perfazendo o total de 100% dos sujeitos.
Os critérios de inclusão foram: ser portador de esquizofrenia, ter idade entre 18 e
60 anos e ser cadastrado no serviço, e o de exclusão foram prontuários ilegíveis.
A coleta dos dados foi realizada por um formulário estruturado pelos próprios
pesquisadores, contendo nove perguntas fechadas, as quais abordam as seguintes
variáveis: sexo, idade, tipo de tratamento, sinais e sintomas, tentativas de suicídio, uso
de psicofármacos, histórico familiar, bom relacionamento familiar e exame mental. Os
dados foram coletados nos meses de setembro a outubro de 2011, digitados no
Programa Microsoft Word® 2010, armazenados em uma planilha eletrônica de Microsoft
Excel® 2010 e apresentados sob formas de tabelas e gráficos, em frequências absolutas
e relativas, usando o Programa Microsoft Excel® 2010.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade do Vale
do Ipojuca (CEP/FAVIP), sob o n° 000/63 cumpriu as requisições da Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos.
12
Resultados e Discussão
41%
59%
Feminino
Masculino
Gráfico 1: Distribuição da amostra de acordo com o sexo.
O sexo feminino apresentou um maior número de portadores de esquizofrenia.
Sendo semelhante ao estudo de Centena 2010, que avaliou clientes do Programa de
Enfermagem em Saúde Mental Ambulatorial (PESMA), cuja prevalência foi de (90%) para
este sexo(10). Divergiu com o estudo de Sena 2009, em que o transtorno foi de 59% para
o masculino
(7)
.
O início habitual da esquizofrenia ocorre nos homens em média cinco anos antes
das mulheres, cujos hormônios femininos teriam efeitos parecidos com os neurolépticos,
por isso os sintomas seriam de início mais tardio, quando as taxas hormonais nas
mulheres começam a diminuir. Essa proteção ocorre por existirem diferenças no
desenvolvimento cerebral intra-uterino, assim, como efeitos dos estrógeno que agiriam
no sexo feminino na vida adulta (11).
Tabela 1: Distribuição da amostra de acordo com a idade.
Variáveis
Idade
18 a 30 anos
31 a 45 anos
46 a 60 anos
n= 63
%
10
25
28
15,87
39,68
44,45
A tabela 1 mostra que, em relação à idade, os indivíduos de 31 a 60 anos
apresentaram maior prevalência para esquizofrenia. Divergindo do estudo de Leitão e
13
Mary 2000, no qual a faixa etária foi mais precoce para os homens com média de 25
anos e para as mulheres esta foi de 30 anos(12). Na pesquisa de Sena 2009, o
aparecimento do distúrbio aconteceu nos homens com idade em torno de 18 a 25 anos e
(7)
nas mulheres entre 25 e 35 anos
. Visto que o aparecimento da esquizofrenia
predominou numa idade ativa, ocasionou em uma baixa produtividade, causando
aumento de gastos na saúde pública, conflitos familiares, déficit nas interações sociais,
dentre outras(7-12).
Tabela 2: Distribuição da amostra de acordo com os tipos de tratamento.
Variáveis
Tipos de tratamentos
Terapia ocupacional
Clínico medicamentoso
Terapia individual
Terapia grupal
n= 63
%
63
63
63
63
100
100
100
100
Quanto ao tipo de tratamento, revela a tabela 2, que todos os clientes na unidade
utilizaram: a terapia ocupacional, o tratamento clínico medicamentoso, a psicoterapia
individual e a psicoterapia grupal. A Pesquisa de Moli, Saeki 2009, registrou que, dentre
as atividades fornecidas pelo CAPS, as mais realizadas pelos clientes foram os
atendimentos psicoterápicos grupais, a terapêutica medicamentosa, o atendimento
médico, as oficinas de trabalhos manuais e as festas de confraternização (3).
Estudo realizado por Moli, Saeki 2009, não foi evidenciado a utilização simultânea
dos quatro tipos de tratamento. A importância da associação desses tratamentos é dado
pela
potencialização
dos
mesmos,
ocasionando
uma
diminuição
do
tempo
de
permanência do cliente na instituição, sua satisfação e conforto. Nesse contexto,
evidencia-se uma assistência multidisciplinar integrada que beneficia não só o cliente,
mas a equipe pelo grau de resolutividade e o sistema de saúde em relação à economia
dos
recursos
públicos,
buscando
o
CAPS,
favorecer
o
ajustamento
social
e,
consequentemente, a vida social de portadores de transtorno mental, e não apenas a
mera abolição de sintomas(3).
14
Tabela 3: Distribuição da amostra de acordo com os sinais e sintomas mais frequentes.
Variáveis
Sinais e sintomas
Alucinações
Delírios
Déficit do autocuidado
Embotamento
Apatia
Isolamento social
Sonorização do
pensamento
Ausência de objetivos
Respostas verbais
incoerentes
Roubo do pensamento
n= 63
%
33
27
17
17
16
14
13
52,38
42,85
26,98
26,98
25,39
22,22
20,63
11
09
17,46
14,28
07
11,11
Demonstra a tabela 3 que os sinais e sintomas, mais prevalentes na esquizofrenia
foram: alucinações e delírios, seguidos de isolamento social, déficit do autocuidado,
embotamento, apatia, sonorização do pensamento, ausência de objetivos, respostas
verbais incoerentes e roubo do pensamento. Assemelhando-se com estudo de Pinheiro
2010, em que apresentou com maior prevalência os delírios e alucinações (13). É de
grande importância ao enfermeiro conhecer os sinais e sintomas característicos da
esquizofrenia com finalidade de prevenir e controlar a exacerbação dos mesmos e assim
poder proporcionar uma qualidade de vida mais satisfatória aos clientes (13).
43%
57%
Sim
Não
Gráfico 2: Distribuição da amostra de acordo com tentativas de suicídio.
15
A maioria dos clientes não realizou tentativas de suicídio. Estudos de Beteghlli
2005 e Azevedo 2009 revelaram percentuais condizentes com o presente estudo em
clientes
que
atentaram
contra
a
própria
vida,
entretanto
em
menor
número,
respectivamente (30% e 10%). Vale salientar que os portadores deste transtorno tentam
o suicídio uma ou mais vezes nos primeiros 10 anos do desenvolvimento da doença
15)
(14-
. É de grande importância para o enfermeiro, ouvir atentamente o que o cliente tem a
dizer mesmo que não faça sentido, usar palavras de conforto, estar atento a qualquer
alteração de humor, se este já fez alguma tentativa observá-lo com mais precaução,
retirar objetos que possa machucar a si próprio e aos demais, diminuindo o risco para o
suicídio(16).
Tabela 4: Distribuição da amostra de acordo com os psicofármacos mais utilizados.
Variáveis
Psicofármacos mais
utilizados
Haloperidol
Biperideno
Levomepromazina
Diazepan
Clorpromazina
n= 63
%
44
39
36
18
10
69,84
61,90
57,14
28,57
15,87
Aponta a tabela 4 que os psicofármacos mais utilizados para o tratamento de
esquizofrenia foram: haloperidol e biperideno, seguidos delevomepromazina, diazepan e
clorpomazina. Corroborando com o estudo de Giacon e Galera 2006, que, evidenciou
como medicamentos mais utilizados a clorpromazina e haloperidol(17).
No estudo de Centena 2010, setenta por cento (70%) dos portadores foram
medicados com antidepressivos, o que divergiu do presente estudo
(10)
. Nesse contexto
se faz necessário ao enfermeiro o conhecimento dessas drogas, como, efeitos colaterais,
dosagens, horários e vias de administração, posologia e interação medicamentosa, na
qual a base do tratamento para a esquizofrenia continua a ser de ordem farmacológica,
sendo de grande importância ressaltar que, tais medicamentos tratam sintomas e não
possuem capacidade de cura(7).
16
37%
63%
Sim
Não
Gráfico 3: Distribuição da amostra de acordo com o histórico familiar.
Quanto ao histórico familiar, a grande maioria dos clientes apresentaram uma
prevalência para predisposição genética, corroborando com o resultado de Silva 2000, o
qual evidenciou que quando o cliente apresenta um parente direto com esquizofrenia o
aparecimento do transtorno pode chegar até 9% e no estudo de Sena 2009, esta
prevalência foi entre 10% e 15%
(18-7)
. É de grande importância a realização de um
histórico de enfermagem correto contendo a identificação de todas as informações
pertinentes dos familiares de portadores de esquizofrenia, para se obter uma análise
completa dos seus resultados e uma melhor informação aos clientes pelo enfermeiro (18)
41%
59%
Sim
Não
Gráfico 4: Distribuição da amostra de acordo com o bom relacionamento familiar.
17
A maioria dos clientes tem um bom relacionamento familiar, este é um dado
muito importante na medida em que o estudo de Cavalcante, Falcão e Lemos 2008, tem
apontado que o bom relacionamento afetivo representa para a vida do cliente uma
grande contribuição, posto que auxilia na reorganização da sua vida e proporciona uma
melhora significativa no seu estado de saúde(19), representando grande importância para
enfermagem, o enfoque dos laços familiares com o cliente e sua família para que se sinta
mais assistido e confortável proporcionando um maior bem estar e potencializando o
tratamento, ocasionando um melhor prognóstico com o curso da doença (14).
Conclusão
O presente estudo evidenciou que a esquizofrenia é uma doença multifatorial e
crônica, na qual é necessário o conhecimento da caracterização dos portadores desta
patologia, o que representa no CAPS grande valia para os clientes, serviço, enfermagem
e equipe multiprofissional, favorecendo a identificação da sintomatologia, o que facilita a
conclusão dos diagnósticos podendo assim realizar as ações com mais eficiência,
organização e humanização, melhorando as formas de tratamento e, consequentemente
os clientes passarão a ter um maior intervalo entre as consultas, altas precoces e uma
reinserção social mais intensa, constituindo-se de uma autonomia, melhor qualidade de
vida, exercício de sua cidadania e expressão da liberdade, garantindo assim, os seus
direitos conforme a lei, reduzindo os gastos públicos e respondendo ao Sistema Municipal
de Saúde pelo princípio da integralidade.
Estas informações possibilitam ao enfermeiro uma elevação do seu nível de
conhecimento, como agente terapêutico e líder da equipe de enfermagem firmando a
profissão como essência do cuidar, baseados em evidência e elo entre cliente e
sociedade, trazendo este dos seus delírios e alucinações para uma realidade como ser
integral e holístico.
O CAPS de Caruaru realiza associadamente os quatro tipos de tratamento em
todos os clientes, o que não foi evidenciado nos estudos a utilização simultânea destes.
Esta junção favorece na potencialização destas intervenções, promovendo uma melhor
resposta do cliente, o que também denota um trabalho multidisciplinar integrado
facilitando na assistência e qualidade aos usuários da instituição.
Sugere-se que o serviço forme grupos de autoajuda para relatos e reflexões sobre
as experiências exitosas, bem como as negativas, como forma de potencializar e conduzir
os clientes, familiares e profissionais. Quanto ao serviço de enfermagem, implantar a
Sistematização da Assistência de Enfermagem, sistemática ausente na instituição o que
vem a melhorar ainda mais a qualidade da assistência prestada.
18
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