FACULDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA S/A – SESVALI S/A FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA – FAVIP CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM JOSÉ SEVERINO DE ARRUDA NETO LUANDA FERREIRA DA SILVA CARACTERIZAÇÃO DOS PORTADORES DE ESQUIZOFRENIA DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DE CARUARU-PE CARUARU 2011 JOSÉ SEVERINO DE ARRUDA NETO LUANDA FERREIRA DA SILVA CARACTERIZAÇÃO DOS PORTADORES DE ESQUIZOFRENIA DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DE CARUARU-PE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade do Vale do Ipojuca, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientador: Prof Durcival Francisco da Silva CARUARU 2011 A779c Arruda Neto, José Severino de. Caracterização dos portadores de esquizofrenia do Centro de Atenção Psicossocial de Caruaru-PE / José Severino de Arruda Neto e Luanda Ferreira da Silva. -- Caruaru : FAVIP, 2011. 20 f. : il. Orientador(a) : Durcival Francisco da Silva. Trabalho de Conclusão de Curso (Enfermagem) -- Faculdade do Vale do Ipojuca. 1. Esquizofrenia. 2. Serviço de saúde mental 3. Enfermagem psiquiátrica. I. Silva, Luanda Ferreira da. II. Título. CDU 616-083[12.1] Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367 JOSÉ SEVERINO DE ARRUDA NETO LUANDA FERREIRA DA SILVA CARACTERIZAÇÃO DOS PORTADORES DE ESQUIZOFRENIA DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DE CARUARU-PE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade do Vale do Ipojuca, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientador: Prof Durcival Francisco da Silva Aprovado em: ___/___/____ Orientador(a) _________________________________________________________ 1ºAvaliador(a) _________________________________________________________ 2ºAvaliador(a) _________________________________________________________ CARUARU 2011 Esta obra é dedicada: a todos os acometidos por esquizofrenia e nossa família por tudo que fizeram por nós. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus por existirmos; Os nossos familiares, Bárbara Galvão, toda equipe do CAPS de Caruaru e a todos que ajudaram direta e indiretamente para realização deste trabalho. Em especial ao professor Durcival Francisco por ter muita paciência conosco e por ter dedicado seu tempo para que pudéssemos concluir esta pesquisa. RESUMO O presente estudo teve como objetivo a caracterização dos portadores de esquizofrenia do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de Caruaru-PE. Trata-se de uma pesquisa documental, descritiva, exploratória de abordagem quantitativa. Este serviço possui 114 usuários em tratamento e a amostra foi composta por 63 com diagnóstico definido para esquizofrenia, perfazendo o total de 100% dos sujeitos. Foram considerados como critérios de inclusão, o ser portador de esquizofrenia, com idade entre 18 e 60 anos, cadastrado no serviço, e o de exclusão foram prontuários ilegíveis. Os dados foram coletados através de um formulário padronizado e organizado pelos próprios pesquisadores. Quanto aos resultados, à prevalência da referida patologia foi do sexo feminino (59 %) e a faixa etária predominante foi de 46 a 60 anos (44,45 %). Todos os clientes realizaram terapia ocupacional, tratamento clínico medicamentoso, psicoterapia individual e psicoterapia de grupo. Os principais sinais e sintomas verificados foram: alucinações (52,38 %) e delírios (42,85 %). A tentativa de suicídio foi verificada em (43%) dos clientes. Os psicofármacos mais utilizados foram: Haloperidol (69,84 %) e Biperideno (61,90 %). Verificou-se ainda a incidência do Histórico Familiar (63%), havendo predisposição genética para o desenvolvimento de esquizofrenia. No que concerne ao relacionamento familiar dos clientes obteve-se a informação de que (59 %) deles mantinham um bom convívio. O registro das variáveis é de suma importância para que se possa identificar um diagnóstico preciso com finalidade de melhorar a qualidade da assistência e, consequentemente, diminuir o tempo de permanência dos clientes na instituição. Palavras chave: Esquizofrenia. Serviços de Saúde Mental. Enfermagem Psiquiátrica. ABSTRACT This study aimed at the characterization of patients with schizophrenia at the Center for Psychosocial Care (CAPS) at Caruaru-PE. It is a documentary research, descriptive, exploratory qualitative approach. The study population consists of 114 clients with schizophrenia, of which 63 were selected for the sample comprising 100% of subjects. Were considered as criteria for inclusion, be patient with schizophrenia, aged between 18and 60 years and registered with the service. Data were collected using a standardized form and organized by the researchers themselves. As to results, the prevalence of this condition was female (59%) and the predominant age range was 46 to 60 years (44,45%). All customers have occupational therapy, medical treatment, medication, individual psychotherapy and group psychotherapy. The main signs and symptomse valuated were: hallucinations (52.38%) and delusions (42.85%). The suicide attempt was found in (43%) of clients. The psychotropic drugs most used were: haloperidol (69.84%) and Biperiden (61.90%). It was also the incidence of family history (63%), with genetic predisposition to develop schizophrenia. As for good family relationships (59%) of clients maintained a good living. The record of the variables is of great importance to be able to identify an accurate diagnosis with the aim of improving quality of care and consequently reduce the length of stay of clients in the institution. Keywords: Schizophrenia. Health mental services. Psychiatric nursing . SUMÁRIO Introdução ............................................................................................................. 09 Objetivos ............................................................................................................... 10 Metodologia........................................................................................................... 11 Resultados e Discussão.......................................................................................... 12 Conclusão .............................................................................................................. 17 Referências ............................................................................................................ 18 9 Introdução A esquizofrenia é um mal que foi conceituado pelo psiquiatra Eugen Bleuler em 1911 e o seu significado estava relacionado à mente dividida, tendo uma contribuição determinante para o conceito moderno deste distúrbio (1) . Segundo Durão e Souza 2006, é “uma doença mental que se caracteriza por desorganização de diversos processos mentais; é uma das desordens psiquiátricas mais desafiadoras e complexas que afligem a humanidade, (2) levando o indivíduo a apresentar várias sintomatologias” . Atualmente, a esquizofrenia representa um dos principais problemas de Saúde Pública Mundial, que, segundo as estatísticas, atinge 1% da população do planeta sem que haja distinção de sexo, raça ou classe social. A prevalência da população brasileira segue esta tendência em que a maioria dos portadores, apresenta-se com idade precoce, entre 13 a 28 anos(3). Constituindo-se numa doença grave, com origem desconhecida, com controvérsias em relação às suas causas. Suas manifestações surgem de acordo com os tipos de esquizofrenia, conforme o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-IV e seu diagnóstico diferencial é baseado no quadro clínico (45) . As principais formas de esquizofrenia apresentadas são: a paranóide, a desorganizada ou herbefrênica, a catatônica, indiferenciada e residual (1). Durão e Souza 2006 apontaram que a sintomatologia observada na esquizofrenia vem sendo agrupada em sintomas: positivos (delírios, alucinações, desorganização do pensamento), negativos (diminuição da vontade e da afetividade, o empobrecimento do pensamento e o isolamento social), cognitivos (dificuldade na atenção, concentração, compreensão e abstração) e afetivos (depressão, desesperança e as ideias de tristeza, ruína e, inclusive, autodestruição) (2). As abordagens psicossociais compreendem um conjunto de ações capazes de proporcionar aos portadores, melhor integração social, profissional e, consequentemente, melhor qualidade de vida, considerando-se os limites impostos pela doença (6) . Nos últimos anos, a rede de atenção à saúde mental de base comunitária no Brasil, ampliou sua oferta de serviços com a criação de novos dispositivos especializados para os usuários de doença mental (7) , uma destas inovadoras formas de tratamento, que tem seus objetivos centrados na reabilitação psicossocial, é o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), o qual foi regulamentado pela Portaria GM Nº 336, de 19 de fevereiro de 2002 (6), sendo este “um espaço de criatividade, de construção de vida, de novos saberes e práticas. Ao invés de excluir, medicar e disciplinar, deve acolher, cuidar e estabelecer pontes com a (8) sociedade” . 10 Segundo o Ministério da Saúde, o CAPS tem valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira, com a criação destes centros tornou-se possível a organização de uma rede substitutiva ao hospital psiquiátrico do país, sendo estes serviços municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento diário (6) . Quanto aos tipos estes se baseiam segundo seu porte e clientela; assim como CAPS I, serviço aberto para atendimento diário de adultos com transtornos mentais severos e persistentes em municípios com população entre 20 e 70 mil habitantes, o CAPS II atende a mesma especificidade do tipo I, porém em municípios com população acima de 70 mil habitantes, o CAPS III, difere dos citados quanto ao horário de atendimento, o qual funciona 24 horas durante todos os dias da semana. O CAPS i, destina-se a assistência para infância e adolescência e o CAPS ad para usuários de álcool e outras drogas, ambos prestam serviço em regime diário (6) . Para atender o enfoque da assistência do CAPS a enfermagem psiquiátrica brasileira tem se norteado em Peplau pesquisador da psiquiatria, o qual dá ênfase ao papel do enfermeiro como um agente socializador ou em fazer educação à saúde ou técnica, contribuindo assim com seu papel terapêutico(9). Frente ao exposto, o presente estudo se justificou por identificar as características dos portadores desta patologia, viabilizando a ampliação do conhecimento para a enfermagem sobre os diversos aspectos que caracterizam este distúrbio, além de ser realizado em um ambiente que apresenta uma proposta de assistência, cuja metodologia de trabalho busca valorizar a reinserção social e a melhoria das condições de vida dos usuários que são assistidos nesse espaço, no qual a enfermagem está inserida. Objetivos Geral: ● Caracterizar os portadores de esquizofrenia do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) tipo II de Caruaru-PE Específicos: ● Identificar os dados sócio-demográficos dos portadores de esquizofrenia do CAPS de Caruaru. ● Caracterizar o comportamento e elencar os sinais e sintomas mais frequentes dos portadores de esquizofrenia do Centro de Atenção Psicossocial. 11 Metodologia Trata-se de uma pesquisa documental, descritiva, exploratória de abordagem quantitativa cujo estudo foi realizado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Caruaru-PE, o qual é do tipo II e presta serviço aberto para atendimento diário de adultos com transtornos mentais, composto por uma equipe multiprofissional. Este serviço possui 114 usuários em tratamento e a amostra foi composta por 63 com diagnóstico definido para esquizofrenia, perfazendo o total de 100% dos sujeitos. Os critérios de inclusão foram: ser portador de esquizofrenia, ter idade entre 18 e 60 anos e ser cadastrado no serviço, e o de exclusão foram prontuários ilegíveis. A coleta dos dados foi realizada por um formulário estruturado pelos próprios pesquisadores, contendo nove perguntas fechadas, as quais abordam as seguintes variáveis: sexo, idade, tipo de tratamento, sinais e sintomas, tentativas de suicídio, uso de psicofármacos, histórico familiar, bom relacionamento familiar e exame mental. Os dados foram coletados nos meses de setembro a outubro de 2011, digitados no Programa Microsoft Word® 2010, armazenados em uma planilha eletrônica de Microsoft Excel® 2010 e apresentados sob formas de tabelas e gráficos, em frequências absolutas e relativas, usando o Programa Microsoft Excel® 2010. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade do Vale do Ipojuca (CEP/FAVIP), sob o n° 000/63 cumpriu as requisições da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos. 12 Resultados e Discussão 41% 59% Feminino Masculino Gráfico 1: Distribuição da amostra de acordo com o sexo. O sexo feminino apresentou um maior número de portadores de esquizofrenia. Sendo semelhante ao estudo de Centena 2010, que avaliou clientes do Programa de Enfermagem em Saúde Mental Ambulatorial (PESMA), cuja prevalência foi de (90%) para este sexo(10). Divergiu com o estudo de Sena 2009, em que o transtorno foi de 59% para o masculino (7) . O início habitual da esquizofrenia ocorre nos homens em média cinco anos antes das mulheres, cujos hormônios femininos teriam efeitos parecidos com os neurolépticos, por isso os sintomas seriam de início mais tardio, quando as taxas hormonais nas mulheres começam a diminuir. Essa proteção ocorre por existirem diferenças no desenvolvimento cerebral intra-uterino, assim, como efeitos dos estrógeno que agiriam no sexo feminino na vida adulta (11). Tabela 1: Distribuição da amostra de acordo com a idade. Variáveis Idade 18 a 30 anos 31 a 45 anos 46 a 60 anos n= 63 % 10 25 28 15,87 39,68 44,45 A tabela 1 mostra que, em relação à idade, os indivíduos de 31 a 60 anos apresentaram maior prevalência para esquizofrenia. Divergindo do estudo de Leitão e 13 Mary 2000, no qual a faixa etária foi mais precoce para os homens com média de 25 anos e para as mulheres esta foi de 30 anos(12). Na pesquisa de Sena 2009, o aparecimento do distúrbio aconteceu nos homens com idade em torno de 18 a 25 anos e (7) nas mulheres entre 25 e 35 anos . Visto que o aparecimento da esquizofrenia predominou numa idade ativa, ocasionou em uma baixa produtividade, causando aumento de gastos na saúde pública, conflitos familiares, déficit nas interações sociais, dentre outras(7-12). Tabela 2: Distribuição da amostra de acordo com os tipos de tratamento. Variáveis Tipos de tratamentos Terapia ocupacional Clínico medicamentoso Terapia individual Terapia grupal n= 63 % 63 63 63 63 100 100 100 100 Quanto ao tipo de tratamento, revela a tabela 2, que todos os clientes na unidade utilizaram: a terapia ocupacional, o tratamento clínico medicamentoso, a psicoterapia individual e a psicoterapia grupal. A Pesquisa de Moli, Saeki 2009, registrou que, dentre as atividades fornecidas pelo CAPS, as mais realizadas pelos clientes foram os atendimentos psicoterápicos grupais, a terapêutica medicamentosa, o atendimento médico, as oficinas de trabalhos manuais e as festas de confraternização (3). Estudo realizado por Moli, Saeki 2009, não foi evidenciado a utilização simultânea dos quatro tipos de tratamento. A importância da associação desses tratamentos é dado pela potencialização dos mesmos, ocasionando uma diminuição do tempo de permanência do cliente na instituição, sua satisfação e conforto. Nesse contexto, evidencia-se uma assistência multidisciplinar integrada que beneficia não só o cliente, mas a equipe pelo grau de resolutividade e o sistema de saúde em relação à economia dos recursos públicos, buscando o CAPS, favorecer o ajustamento social e, consequentemente, a vida social de portadores de transtorno mental, e não apenas a mera abolição de sintomas(3). 14 Tabela 3: Distribuição da amostra de acordo com os sinais e sintomas mais frequentes. Variáveis Sinais e sintomas Alucinações Delírios Déficit do autocuidado Embotamento Apatia Isolamento social Sonorização do pensamento Ausência de objetivos Respostas verbais incoerentes Roubo do pensamento n= 63 % 33 27 17 17 16 14 13 52,38 42,85 26,98 26,98 25,39 22,22 20,63 11 09 17,46 14,28 07 11,11 Demonstra a tabela 3 que os sinais e sintomas, mais prevalentes na esquizofrenia foram: alucinações e delírios, seguidos de isolamento social, déficit do autocuidado, embotamento, apatia, sonorização do pensamento, ausência de objetivos, respostas verbais incoerentes e roubo do pensamento. Assemelhando-se com estudo de Pinheiro 2010, em que apresentou com maior prevalência os delírios e alucinações (13). É de grande importância ao enfermeiro conhecer os sinais e sintomas característicos da esquizofrenia com finalidade de prevenir e controlar a exacerbação dos mesmos e assim poder proporcionar uma qualidade de vida mais satisfatória aos clientes (13). 43% 57% Sim Não Gráfico 2: Distribuição da amostra de acordo com tentativas de suicídio. 15 A maioria dos clientes não realizou tentativas de suicídio. Estudos de Beteghlli 2005 e Azevedo 2009 revelaram percentuais condizentes com o presente estudo em clientes que atentaram contra a própria vida, entretanto em menor número, respectivamente (30% e 10%). Vale salientar que os portadores deste transtorno tentam o suicídio uma ou mais vezes nos primeiros 10 anos do desenvolvimento da doença 15) (14- . É de grande importância para o enfermeiro, ouvir atentamente o que o cliente tem a dizer mesmo que não faça sentido, usar palavras de conforto, estar atento a qualquer alteração de humor, se este já fez alguma tentativa observá-lo com mais precaução, retirar objetos que possa machucar a si próprio e aos demais, diminuindo o risco para o suicídio(16). Tabela 4: Distribuição da amostra de acordo com os psicofármacos mais utilizados. Variáveis Psicofármacos mais utilizados Haloperidol Biperideno Levomepromazina Diazepan Clorpromazina n= 63 % 44 39 36 18 10 69,84 61,90 57,14 28,57 15,87 Aponta a tabela 4 que os psicofármacos mais utilizados para o tratamento de esquizofrenia foram: haloperidol e biperideno, seguidos delevomepromazina, diazepan e clorpomazina. Corroborando com o estudo de Giacon e Galera 2006, que, evidenciou como medicamentos mais utilizados a clorpromazina e haloperidol(17). No estudo de Centena 2010, setenta por cento (70%) dos portadores foram medicados com antidepressivos, o que divergiu do presente estudo (10) . Nesse contexto se faz necessário ao enfermeiro o conhecimento dessas drogas, como, efeitos colaterais, dosagens, horários e vias de administração, posologia e interação medicamentosa, na qual a base do tratamento para a esquizofrenia continua a ser de ordem farmacológica, sendo de grande importância ressaltar que, tais medicamentos tratam sintomas e não possuem capacidade de cura(7). 16 37% 63% Sim Não Gráfico 3: Distribuição da amostra de acordo com o histórico familiar. Quanto ao histórico familiar, a grande maioria dos clientes apresentaram uma prevalência para predisposição genética, corroborando com o resultado de Silva 2000, o qual evidenciou que quando o cliente apresenta um parente direto com esquizofrenia o aparecimento do transtorno pode chegar até 9% e no estudo de Sena 2009, esta prevalência foi entre 10% e 15% (18-7) . É de grande importância a realização de um histórico de enfermagem correto contendo a identificação de todas as informações pertinentes dos familiares de portadores de esquizofrenia, para se obter uma análise completa dos seus resultados e uma melhor informação aos clientes pelo enfermeiro (18) 41% 59% Sim Não Gráfico 4: Distribuição da amostra de acordo com o bom relacionamento familiar. 17 A maioria dos clientes tem um bom relacionamento familiar, este é um dado muito importante na medida em que o estudo de Cavalcante, Falcão e Lemos 2008, tem apontado que o bom relacionamento afetivo representa para a vida do cliente uma grande contribuição, posto que auxilia na reorganização da sua vida e proporciona uma melhora significativa no seu estado de saúde(19), representando grande importância para enfermagem, o enfoque dos laços familiares com o cliente e sua família para que se sinta mais assistido e confortável proporcionando um maior bem estar e potencializando o tratamento, ocasionando um melhor prognóstico com o curso da doença (14). Conclusão O presente estudo evidenciou que a esquizofrenia é uma doença multifatorial e crônica, na qual é necessário o conhecimento da caracterização dos portadores desta patologia, o que representa no CAPS grande valia para os clientes, serviço, enfermagem e equipe multiprofissional, favorecendo a identificação da sintomatologia, o que facilita a conclusão dos diagnósticos podendo assim realizar as ações com mais eficiência, organização e humanização, melhorando as formas de tratamento e, consequentemente os clientes passarão a ter um maior intervalo entre as consultas, altas precoces e uma reinserção social mais intensa, constituindo-se de uma autonomia, melhor qualidade de vida, exercício de sua cidadania e expressão da liberdade, garantindo assim, os seus direitos conforme a lei, reduzindo os gastos públicos e respondendo ao Sistema Municipal de Saúde pelo princípio da integralidade. Estas informações possibilitam ao enfermeiro uma elevação do seu nível de conhecimento, como agente terapêutico e líder da equipe de enfermagem firmando a profissão como essência do cuidar, baseados em evidência e elo entre cliente e sociedade, trazendo este dos seus delírios e alucinações para uma realidade como ser integral e holístico. O CAPS de Caruaru realiza associadamente os quatro tipos de tratamento em todos os clientes, o que não foi evidenciado nos estudos a utilização simultânea destes. Esta junção favorece na potencialização destas intervenções, promovendo uma melhor resposta do cliente, o que também denota um trabalho multidisciplinar integrado facilitando na assistência e qualidade aos usuários da instituição. Sugere-se que o serviço forme grupos de autoajuda para relatos e reflexões sobre as experiências exitosas, bem como as negativas, como forma de potencializar e conduzir os clientes, familiares e profissionais. Quanto ao serviço de enfermagem, implantar a Sistematização da Assistência de Enfermagem, sistemática ausente na instituição o que vem a melhorar ainda mais a qualidade da assistência prestada. 18 Referências Bibliográficas 1. Mary, CT. Enfermagem Psiquiátrica: conceitos e cuidados. 3ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. 2. Ana Maria SD; Maria Conceição B M S. cotidiano de portadores de esquizofrenia, após uso de um antipsicótico atípico e acompanhamento em grupo: visão do familiar. Rev Latino-am Enfermagem 2006 julho-agosto; 14(4):586-92. 3. Moli MF; Saeki T.A vida social de pessoas com diagnóstico de esquizofrenia, usuárias de um centro de atenção psicossocial. Rev. Latino-am enfermagem 2009 novembrodezembro; 17(6). 4. Louzã Neto MR. Convivendo com a esquizofrenia: um guia para pacientes e familiares. São Paulo: Lemos; 1996. 5. Louzã Neto MR, Shirakawa I. O enfoque médico atual. In: Louzã Neto MR, Shirakawa I, Barros L. Esquizofrenia: dois enfoques complementares. São Paulo: Lemos; 1999. p. 13-44. 6. Ministério da Saúde (BR). Secretaria Executiva. Secretaria de Atenção à Saúde. Legislação em saúde mental: 1990- 2004. 4ª ed. Brasília: MS, 2004. 7.Sena, LG. Esquizofrenia, 2009. Disponível em www.ibb.unesp.br/ESQUIZOFRENIA, acesso em 10/12/11. 8. Rocha RM. Enfermagem em saúde mental. 2ª ed. Rio de Janeiro: Senac Nacional; 2005. 9. Pavarini CSI, Mediondo MSV, Barham EJ, Varoto VAG, Filizola CLA. A arte de cuidar do idoso: Gerontologia como profissão? Texto e Contexto Enfermagem. 2005; 14(3): 39802. 10. Centena RC. Diagnóstico e intervenção de enfermagem em saúde mental na consulta ambulatorial[Trabalho de Conclusão de Curso]. Escola de Enfermagem/UFRS. Porto Alegre, 2010. 28 p. 11. Silveira, MS. Transtornos Psicóticos nos Usuários dos Centros de Atenção Psicossocial do estado de Sergipe, Aracaju, 2009. 12. Leitão, RJ; Mary, JJ. A Epidemiologia da Esquizofrenia. Revista Brasileira de Psiquiatria. 2000; 22 Supl I: 15-7. 13. Pinheiro, TLS; Cazola, LHO; Sales, CM; Andrade, ARO. Fatores Relacionados com as Reinterações de Portadores de Esquizofrenia. Cogitare Enfermagem, 2010. 15(2), 302-7. 14. Beteghlli, P; Toledo VP; Crepschi. JLB; Duran. ECM. Sistematização da Assistência de Enfermagem em um Ambulatório de Saúde Mental. Rev. Eletrônica de Enf., v. 7, n. 3, p. 334-343, 2005. Disponível em http//www..fen.ufg.br/revista/revista7 3/original 11htm. 15. Azevedo, CFL. Contributo para a Validação do PsychosisEvaluation Tool for Common Use byCarevigers( PECC): Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Desporto na Universidade do Porto, 2009. 19 16. Stefanelli, MC; Fukuda, IMK; Arantes, EC. Enfermagem Psiquiátrica em suas Dimensões Assistenciais. 1ª edição, p. 415-434, São Paulo, 2008 17. Giacon, BCC; Galera, SAF. Primeiro Episódio da Esquizofrenia e Assistência de enfermagem. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v 40 n 2, São Paulo, 2006. 18. Silva, ALF; Gheno, GZ; Aguiar, PRDC; Lopes, R. Esquizofrenia. Porto Alegre, 2000. 19. Cavalcante L P.; Falcão R T S; Lemos L A. Sistematização da Assistência de Enfermagem no Cuidado ao Indivíduo Portador de Esquizofrenia, 2008.