News A revista do Grupo LET Recursos Humanos N0 42 | Novembro / Dezembro | 2013 | Ano 7 | www.grupolet.com ESPECIAL Instituto da Construção forma “massa crítica” para o mercado — Pág. 14 INOVAÇÃO Charges e horóscopo na comunicação corporativa ?! Brasilcap mostra que é possível – Pág.8 ENTREVISTA Sandro Mabel Deputado Federal (PMDB-GO) “desata os nós” da TERCEIRIZAÇÃO – Pág.3 CAPA “Bem amigos... da Gestão de Pessoas!” Galvão Bueno e os momentos de aprendizado de uma trajetória de sucesso – Pág. 10 Entrevista Foto: Zuh Ribeiro / Army Agency Papo com o leitor “É....,é...é..., éeee do Brasil!” Caros leitores, Bordões são cansativos? Não, são inspiradores. Na época em que fazemos um balanço do ano que chega ao final e traçamos os planos para aquele que virá, conhecer (um pouco mais) grandes profissionais do mercado traz belos insights a quem atua em Gestão de Pessoas. O exemplo de Galvão Bueno oferece ao nossos leitor uma imensa e intensa gama de lições. Tirando de letra pressões e “alimentando-se” dos grandes desafios, ele chegará em 2014 à sua décima cobertura de Copa do Mundo. Mais do que apaixonado pelo que faz, Galvão nos revela, em entrevista exclusiva, que dá para associar esse lado workaholic ao prazer pelas boas coisas de vida. Também fala do que aprendeu na convivência com algumas outras grandes personalidades e dos grandes trabalhos que realizou. Esta é mais uma matéria para ler, guardar e...consultar de vez em quando! Construir grandes objetivos também é o que proporciona o Instituto da Construção, uma outra matéria especial que trazemos para comprovar que nem tudo está perdido e que não basta apenas ficar lamentando que “ah vivemos o apagão de mão de obra”. Gente, chega! Trazemos aqui o exemplo de Fábio Perez, empreendedor social que vem potencializando e qualificando pessoas na Construção Civil. Na Entrevista Especial, o Deputado Sandro Mabel esclarece de uma vez por todas porque o Projeto de Lei 4330/2004 irá melhorar muito a condição de trabalho e as relações trabalhistas para nada menos do que 15 milhões de terceirizados em todo o Brasil. Também contamos nesta edição como a farmacêutica Zydus Nikkho está lidando com a gestão do tele-trabalho unindo esforços das áreas Jurídico e RH. Ou como a Brasilcap inovou ao usar charges e linguagem de horóscopo, isso mesmo, em sua comunicação interna! E tem muito mais conteúdo de qualidade nesta NEWSLET que você leva para sua ceia de Natal! Boa leitura e um Próspero Natal a todos vocês! Joaquim Lauria Diretor Executivo do Grupo Let Recursos Humanos Nova visão e práticas Comerciais do Grupo LET Estar mais próximo ao nosso cliente, onde quer que ele esteja, com mais frequência, entendendo e lhe oferecendo soluções cada vez mais interessantes ao seu negócio é o foco do Grupo LET ao criar um atendimento Comercial em cada unidade da consultoria. “Com cada cliente tenho conversado ao menos uma vez por semana, deixando claro o quanto é importante ele estar perto da gente”, confirma Mariana Rubia, Comercial LET de Juiz de Fora (MG), onde o número de solicitantes aos serviços tem aumentado. “A LET não tinha tanta divulgação quanto temos nesse momento e a aceitação está sendo muito boa”, reforça Carina Aparecida, Comercial LET de Belo Horizonte. Já na maior megalópole da América Latina, São Paulo, Sandra de Andrade, que responde pela ações Comerciais, comenta que o mercado local é altamente competitivo. Como tanta gente oferece praticamente o mesmo serviço, segundo ela, o Grupo LET está buscando se diferenciar com formas especiais de surpreender o cliente. Finalmente no Rio de Janeiro, onde o Grupo LET já contava com o trabalho qualitati2 | Novembro / Dezembro | 2013 | Sandra de Andrade O Grupo Let Recursos Humanos parabeniza o Rio de Janeiro pela conquista do título de Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco! Expediente Grupo LET Recursos Humanos Membro Oficial Matriz – Rio de Janeiro (RJ) - Barra Centro Empresarial Barra Shopping Av. das Américas 4.200, Bloco 09, salas 302-A, 309-A – Rio de Janeiro – RJ – tel.: (21) 3416-9190 CEP – 22640-102 Site: http://www.grupolet.com Escritório LET – Rio de Janeiro (RJ) Centro – Avenida Rio Branco 120, grupo 607, sala 14, Centro, Rio de Janeiro (RJ), CEP: 20040-001 tel.: (21) 2252-0780 / (21) 2252-0510. Escritório LET – São Paulo (SP) Rua 7 de Abril, 127, Conj.42, Centro – São Paulo – SP – CEP:01043-000 – Tel: (11) 2227-0898 ou (11) 5506-4299. Escritório Juiz de Fora (MG) Rua Halfeld 414, sala 1207, Centro Juiz de Fora (MG) – Brasil - CEP: 36010-900 Tel: (32) 3211-5025 Escritório Belo Horizonte (MG) Rua São Paulo 900, Salas 806 e 807, Centro, Belo Horizonte - CEP: 30170-131 Tel.: (31) 3213-2301 Diretor Executivo: Joaquim Lauria Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria Revista Fabíola Palo (RJ) Publicação bimestral Novembro / Dezembro 2013 Ano 7 – Nº 42 Tiragem 2.000 exemplares Jornalista responsável (redação e edição): Alexandre Peconick (Comunicação Grupo LET) Mtb 17.889 / e-mail para [email protected] Carina Aparecida (BH) Mariana Rubia (JF) vo de Julio Cesar Mauro, a equipe ganhou o reforço de Fabíola Palo. Ela destaca que relacionar-se bem é um grande caminho, mas estabelecer confiança é o segredo do sucesso. “As empresas querem seriedade, informações seguras e resultados. E o Grupo LET pode garantir isto”, afirma Fabíola. Foi esta sólida imagem de mercado que atraiu Mariana, Carina, Sandra e Fabíola (nas fotos ao lado) ao nosso time de qualidade. Nonono Foto: Divulgação Entrevista Especial Editorial Diagramação e Arte: Murilo Lins ([email protected]) Foto da Capa: TV Globo / Zé Paulo Cardeal Oportunidades: Cadastre seu currículo diretamente em nossas vagas clicando www.grupolet. com/vagas/candidato e boa sorte! Grupo LET nas redes sociais: Acesse nossas páginas no Facebook e no LinkedIn Impressão: Walprint Gráfica e Editora Ltda. Endereço: Rua Frei Jaboatão 295, Bonsucesso – Rio de Janeiro – RJ E-mail: [email protected] Tel: (21) 2209-1717 Sandro Mabel Dep. Federal (PMDB-GO) e autor da PEC 4330/2004 – a “Lei da Terceirização” “Porque regularizar a TERCEIRIZAÇÃO moderniza as relações de trabalho” É dito que a atual Constituição Brasileira, promulgada em 1988, tem a alcunha de “cidadã”. Ocorre que a mesma carecia de muitos ajustes que a adaptassem à velocidade com a qual o mercado se transformaria nos anos seguintes. Por exemplo: 15 milhões de cidadãos terceirizados não estavam contemplados em 1988 e não estão, mesmo 25 anos depois. O empresário goiano Sandro Mabel (PMDB-GO), que tem pautado sua vida pública por ações de responsabilidade social e sustentabilidade, tendo sido inclusive premiado por oferecer qualidade de vida aos funcionários de suas empresas, vem lutando há nove anos no Congresso Nacional para a aprovação do Projeto de Lei 4330/2004, de sua autoria, que regulamenta a situação dos terceirizados no país. Ele inclusive presidiu a comissão especial destinada a promover estudos e proposições voltadas para a regulamentação do trabalho terceirizado no Brasil. Mesmo tendo seu nome listado pela 10ª vez consecutiva como um dos 100 parlamentares mais influentes no Congresso Nacional ele ainda não conseguiu que o Projeto tivesse ido à votação. Entenda o porque nesta entrevista. Sandro Mabel – Hoje há terceirizações bem feitas, por empresas idôneas, que dão boas condições aos seus terceirizados. Porém, existe uma grande parcela que sofre com péssimas condições de trabalho. O que proponho é um marco regulatório. É errado falar que este projeto vai terceirizar. Não. É um projeto de proteção ao terceirizado. O projeto cria condições para que os contratos tenham certos parâmetros. E que as empresas possam ser fiscalizadas. O projeto vai evitar que o trabalhador terceirizado leve cano da empresa. NEWSLET – Qual é a “alma” do seu Projeto a respeito do tema da Terceirização? NEWSLET – Por que essas alterações deixarão as relações trabalhistas mais saudáveis? | 2013 | Novembro / Dezembro | 3 NEWSLET – O que você tem a dizer aos argumentos de que a PEC 4330/2004 “precariza as relações de trabalho”? Sandro Mabel – Precarização existe hoje do jeito em que as coisas estão. Aqueles que se colocam contra o Projeto alegam que “vamos terceirizar quem hoje está com carteira –assinada”. Esquece! Não é nada disso! Estamos falando dos 15 milhões de terceirizados que estão sem uma legislação! De 22 artigos que o projeto tem 19 dão segurança ao trabalhador e um deles, apenas um, dá segurança jurídica ao empregador. O terceirizado será um trabalhador que vai evoluir no mercado, sobretudo com melhores treinamentos. Não queremos apenas continuar com esse sistema atual que é de alocação de mão de obra. NEWSLET – De que forma a colocação em prática dos principais termos descritos neste Projeto de Lei poderão deixar o Brasil mais competitivo, por exemplo, no mercado internacional? Sandro Mabel – Em um primeiro momento este projeto de lei, se aprovado, irá organizar a terceirização internamente. Mas é preciso organizar a nossa casa, para depois pensarmos o que vamos fazer fora dela. Ou seja, vamos pegar um monte dessas empresas que estão fazendo com que os terceirizados sejam precarizados em seus direitos e qualidade de vida e vamos ajustá-las à lei. Só será preciso às empresas terceirizarem funções para 4 | Novembro / Dezembro | 2013 | Novo Dicas NEWSLET “O terceirizado será um trabalhador que vai evoluir no mercado, sobretudo com melhores treinamentos.” as quais precisem de gente realmente muito especializada. Dessa forma, regulamentado, o terceirizado não terá o menor preço, mas o melhor preço. Dessa forma a competitividade será aprimorada também externamente, pois isto será refletido na melhor qualidade do produto oferecido. NEWSLET – A aprovação desta lei se arrasta no Congresso Nacional por nove anos. O que tem sido mais difícil, no seu entendimento, para se chegar a um consenso? Sandro Mabel – A CUT é o principal obstáculo à aprovação. Ela tem “braços” no Judiciário e para tudo quanto é lado. Eles acham que vão perder muita receita se a 4330/2004 for aprovada. Ela (a CUT) não quer entender que uma empresa não precisa ter 1000 trabalhadores. Pode ter 500 sob regime de carteira assinada e os outros 500 terceirizados. Dessa forma, vai funcionar muito bem. NEWSLET – De que forma o Sr. tem procurado conversar com os sindicalistas em busca de um denominador comum? Sandro Mabel – Este projeto que, hoje está em discussão, não é o texto original que eu elaborei. Houve ajustes feitos por uma comissão especial que incluiu as centrais sindicais, inclusive a CUT. E tem que ser assim, temos que atuar de uma forma colaborativa, solidária. Todo mundo tem que ser fiscalizado. Tudo funcionou bem, com a própria CUT, até que o projeto andou. Esse foi o problema. Afinal, a ideia da CUT é participar para postergar. Eles enganaram o Ministro Gilberto Carvalho totalmente, apenas ganhando tempo para fazer manifestações. Tem que ser dado um basta nisso! A CUT está sendo responsável por precarizar 15 milhões de trabalhadores! NEWSLET – De que forma a nova Lei de Terceirização, se aprovada é claro, poderá ajudar a nossa economia a aproveitar o grande fluxo de capital que certamente acontecerá durante dos megaeventos de 2014 e 2016 e mesmo após esse período? Sandro Mabel – Simples: com a aprovação da nova lei será possível contratar um número muito maior de pessoas e o Brasil dará um salto gigantesco em sua economia porque, entre muitos outros pontos, o recolhimento de tributos irá aumentar e também haverá maior número de pessoas consumindo. Não podemos ficar exportando só milho, soja e algodão. Temos que exportar também produtos industrializados. NEWSLET – Qual tem sido a grande motivação para que o Sr. continue lutando pela aprovação deste Projeto de Lei? Sandro Mabel – Nos últimos nove anos acabei criando um amor ao sofrimento desses trabalhadores terceirizados. Por outro lado você vê hoje uma série de empresas média e pequenas que estão querendo terceirizar para ter mais competitividade e estão sendo impedidos disso. NEWSLET – Por que é tão difícil no Brasil os diferentes atores sociais entenderem o que significa TERCEIRIZAR? Sandro Mabel – Porque o problema da CUT não é defender trabalhador, é perder dinheiro. O problema é que as maioria dos terceirizados não estão vinculados às centrais sindicais e não as sustentam. “Ler é muuuito bom” De bate-pronto com o autor “Tira o Pé da Minha Marmita - Volumes 1, 2 e 3”, de Regina De Lucca Baldini, Qualitymark Editora Histórias vividas no dia a dia, contadas de forma bem humorada, trazem boas lições para entender e administrar os conflitos e situações polêmicas nas empresas. “A Gestão Estratégica do Capital Intelectual”, de David A. Klein, Qualitymark Editora Como identificar o conhecimento, algo intangível e disseminá-lo a muita gente dentro das empresas é um dos maiores desafios da atualidade. O autor deste livro mergulha na pesquisa e aprofundamento do tema. “A gestão da Geração Y nas Organizações”, de Viviane Formosinho Castello Branco – Qualitymark Editora Viviane, que investiga o tema desde 2008, nos conta neste bate-pronto, porque é vital conhecermos e sabermos lidar com esses jovens que chegam cheios de sonhos e novas ideias nas organizações. ...até por isto, fazemos aqui duas perguntinhas a Viviane (autora) que muita gente gostaria de ver respondidas. E ela responde... Foto: Divulgação Sandro Mabel – Primeiro porque vai acabar com esse negócio que existe em algumas empresas do funcionário comer em um restaurante bacana, uma comida quentinha, ter um transporte de qualidade e o terceirizado comer na marmita debaixo da árvore e ter que ser virar para chegar na empresa. Terceirizado não vai ser mais trabalhador de segunda categoria. O meu projeto vai igualar o tratamento que a empresa tem que dar ao funcionário e ao terceirizado. Cultura Por que os “Y” ainda despertam tanto medo e ansiedade? V. F. – Porque eles trazem valores próprios e eles querem que as empresas mudem suas políticas, sua maneira de ser e agir. Tudo para eles é para ontem. E as pessoas das gerações anteriores te dificuldade em compreender isto. Qual seria a postura ideal para que um líder de organização receba um “Y”? V. F. – De imediato deve procurar ouvir o que esse jovem pensa e o que espera da empresa. Já no primeiro momento deve estabelecer metas junto com este novo colaborador, considerando o que ele gostaria de fazer. Tudo isto deve ser conversado de forma clara, sem meias palavras. Eles (os “Y”) gostam de ser respeitados como colegas. Eele não respeita pela hierarquia, mas pela qualidade da liderança. É possível pensarmos em “atitude Geração Y”: pessoas com mais idade, mas como o perfil “Y”? V. F. – Sim. Com certeza! Isto é muito da personalidade de cada um. Veteranos podem ter algumas características dos “Y”, mas aliando a maturidade. Da “Sétima Arte”...para os RHs M yrna Brandão, jornalista especializada em Cinema e autora do livro “O Cinema na Gestão de Pessoas”, nos sugere nesta edição a reflexão sobre o filme “Intocáveis (Intouchables – 2011)”, de Eric Toledano e Olivier Nakasche Baseado numa história real, o filme une duas pessoas numa relação improvável: Phillippe, um multimilionário francês, que ficou tetraplégico após um acidente de parapente e Driss, um imigrante pobre recém saído da prisão, que é contratado para ser seu curador. Para refletir: O processo de seleção adotado por Philippe para contratar Driss, fora do convencional e livre de eventuais modelos mentais. A jornalista O desafio de, a partir Myrna Brandão da diversidade, encontrar pontos que possam gerar sinergia. A importância de conhecer e conviver com as divergências e conseguir transformá-las em ações convergentes. Os caminhos que podem levar os líderes à conscientização de que as possibilidades se ampliam quando se busca a troca de experiências e objetivos comuns. Os bons resultados que podem ser alcançados quando pessoas trabalhando juntas descobrem afinidades e fazem com que suas diferenças produzam uma equipe ajustada e motivada. Foto: Alexandre Peconick Entrevista Especial | 2013 | Novembro / Dezembro | 5 Atualidade – Case Zydus Nikkho Como é DESAFIANTE lidar com o TELE-TRABALHO E stamos entre os 10 países do mundo que mais acessam as redes sociais, mas ainda vivemos o intenso aprendizado quando o assunto é o trabalho remoto ou o tele-trabalho. Ou seja: há empresas que estabelecem com os seus colaboradores relações profissionais que incluem a comunicação eletrônica, estejam eles em qualquer lugar: na rua, no restaurante, no aeroporto, na sala de espera de um médico, em um parque. Mas a eliminação de fronteiras físicas não significa que a responsabilidade e o engajamento devam ser afetados. Ao contrário. Para empresas como a Zydus Nikkho Farmacêutica lidar com o tele-trabalho serviu, entre outros resultados, para unir a ampliar as expertises 6 | Novembro / Dezembro | 2013 | das áreas de RH e Jurídico. Um intenso trabalho de suporte e troca entre a equipe de Helena Ferro, Gerente Jurídica, e Dagmar Abel, Gerente de RH, foi e tem sido imprescindível para o auxílio do dia a dia dos funcionários que realizam o tele-trabalho: são mais de 50% de um total de mais de 300. Um exemplo desse auxílio: a partir da automatização da força de vendas, cada um dos Propagandistas, que circulam pelo país para divulgar os medicamentos, foram dados, em comodato, tablets para que eles se comuniquem melhor com clientes, com a empresa e para que tenham feedbacks mais rápidos em suas buscas. “Tentamos oferecer aos nossos colaboradores a melhor tecnologia possível para que aperfeiçoem o desem- penho de suas atividades e tenham um acesso mais rápido às informações e aos demais setores da empresa”; enfatiza Helena Ferro. Sempre que se fala em trabalhar longe dos olhares dos gestores surgem, contudo, dúvidas de ambos os lados. Se por um lado o empregador questiona “será que aquele trabalhador está desempenhando sua tarefa de forma adequada?”; por outro o trabalhador costuma perguntar “as informações que lanço no equipamento são uma forma de controle por parte da empresa? ou “ se eu utilizar o equipamento após o horário normal de trabalho, faço jus a horas extras? Embora todas elas sejam comuns a este mercado, esta última (a da hora extra) tem sido a maior dor de cabeça dos gestores das empresas farmacêuticas. As equipes da RH e Jurídico da Zydus Nikkho até a abordaram em um recente seminário do setor. Segundo Roberta Magalhães, Advogada da Zydus Nikkho, muitos dos que vão à Justiça alegam que através do equipamento se exerce o controle de horário e que o fato de algumas vezes utilizarem o mesmo fora dos limites da jornada seria o mesmo que “fazer hora extra”, quando, na prática, eles próprios organizam agendas e lançam informações no sistema de acordo com suas conveniências. No caso dos propagandistas da Zydus Nikkho eles trabalham visitando a classe médica, distribuidoras e farmácias. Seus ganhos são baseados em resultados. Como toda e qualquer mudança, esse novo perfil de trabalho gera incerteza e riscos, principalmente na esfera trabalhista, portanto é fundamental que qualquer politica que afete ou modifique as condições dos trabalhadores sejam avaliadas pelo RH e pelo Juridico. “Isto nos previne contra eventuais brechas”, admite Dagmar. Um exemplo ocorre em relação à problemas de horas extras. A Zydus Nikkho orienta seus trabalhadores externos a ter liberdade e autonomia no desempenho de suas tarefas, podendo organizar agendas e roteiros. Atuar a distância, além de domínio da tecnologia, exige maturidade e uma responsabilidade que sejam valores próprios de cada um. Dessa forma, segundo Dagmar Abel, do RH, o processo seletivo já busca identificar profissionais que correspondam ou que sejam aderentes a este perfil. Qualidade no treinamento também é um dos segredos para o sucesso com os tele-trabalhadores. Sempre que a empresa oferece uma nova ferramenta aos funcionários, antes que eles comecem a utilizá-la devem receber um treinamento especifico no qual são passadas informações técnicas e operacionais, assim como as vantagens que aquela ferramenta vai agregar as suas competências. Estabelece-se um canal para expor opiniões e elucidar dúvidas. “Reforçamos como deve ser utilizado cada instrumento; mostrando a Foto: Alexandre Peconick Foto: ShutterStock Images Atualidade – Case Zydus Nikkho RH e JURÍDICO – “SUPER GEMÊOS..ATIVAR!” Da esquerda para a direita Roberta Magalhaes, Dagmar Abel, Helena Ferro e Liliane Siqueira – parceria que reforça a importância e a dimensão do trabalho de duas áreas estratégicas para a Zydus Nikkho Farmacêutica esse novo profissional o ganho que eles estão tendo com a adoção da tecnologia, as regras estabelecidas na política de uso, na qual consta o que pode e o que não pode ser feito; e, ao final do programa, cada um assina um documento se comprometendo a seguir a politica”, conta Dagmar. Se ainda assim o resultado não for satisfatório, o empregado a passa por um programa de coaching que o ajuda a se aprimorar no tele-trabalho. Vale a pena pontuar que os teletrabalhadores devem ter o mesmo contrato de trabalho daqueles que estão internamente na empresa, seja em salário ou em direito aos benefícios. A principal diferença é a autonomia do tele-trabalhador na execução de sua rotina, e em muitos casos até para estipular o início, intervalos e final de sua jornada. “O ideal é que sempre que se adote essa modalidade de trabalho seja de forma parcial ou integral, todos os detalhes e variantes sejam previamente combinados entre o trabalhador e seu respectivo gestor ou direção da empresa”, alerta Roberta Magalhães. Helena Ferro, revela que desde que os departamentos jurídico e RH passaram a adotar uma postura de trabalho em parceria, os resultados em relação às demandas judiciais e ao comprometimento das pessoas estão melhores na Zydus Nikkho. Medidas de segurança de rede, proibição de inserção de conteúdos impróprios e acessos a sites proibidos e redes sociais através dos equipa- mentos da empresa, tanto para quem atua remotamente quanto para quem atua internamente são adotadas e monitoradas de forma a prevenir riscos e exposição impropria da empresa além da violação de segredo. Isto isso não significa que há cerceamento da liberdade ou invasão de privacidade, uma vez que tudo é feito de comum acordo e informado previamente, seja através do próprio contrato de trabalho, seja através das politicas de concessão e uso. A empresa não rejeita, porém, as novas formas de comunicação que surgem no âmbito tecnológico. Utiliza a seu favor, por exemplo o Skype para envio de arquivos extensos e o Viber, o Orkut e o Facebook para contatos internacionais. “Se não afeta a imagem da empresa não vemos problema”, considera Liliane Siqueira, também Advogada do Jurídico. Inúmeros desafios bem gerenciados ajudaram na quebra de paradigmas. Os termos “RH” e “Jurídico”, fantasmagóricos em algumas organizações, ganharam na Zydus Nikkho, para os funcionários, o status de “parceiros de trabalho”. “Das ruas, eles confiam, sempre que surge um problema, que RH e Jurídico podem lhes socorrer”, traduz Dagmar. Ela conta que, ao longo do tempo, essa relação também lhe trouxe muito aprendizado, além de ampliar a importância de atuação do RH. Mas reforça que o mais importante têm sido os frutos positivos que esse diálogo traz na prevenção e minimização de problemas. | 2013 | Novembro / Dezembro | 7 Inovação – Comunicação Interna PARCEIROS Thiago Etchatz e Fabiane Borges: juntos, Gestão de Pessoas e Comunicação somam, multiplicam e, sobretudo, colocam em prática as ideias criativas Charges e horóscopo para TRANSFORMAR Q uem se acostumou a ler as dicas do horóscopo e bem humoradas charges em jornais e revistas dificilmente imaginou que um dia esse tipo de linguagem pudesse invadir o universo das empresas. Mais ainda: que pudesse servir de plataforma para comunicar a grande transformação gerada pela implementação de um novo modelo de competências. Pois aconteceu. Ao invés daqueles textos frios e diretos que podem até intimidar funcionários, as áreas de Gestão de Pessoas e de Comunicação da Brasilcap, em parceria, inovaram ao criar um modelo de 13 charges e horóscopos com elementos da natureza para representar os níveis hierárquicos da empresa do mercado de capitalização e coligada ao Banco do Brasil. “Queríamos fazer com que as pessoas se interessassem pelo conteúdo e entendessem o que era esperado delas em termos de atitudes e posturas para o alcance das metas. Temos uma gama gigantesca de informações que chegam aos nossos e-mails, celulares e as pessoas têm pouco tempo 8 | Novembro / Dezembro | 2013 | para leitura; em um formato tradicional de texto, muita gente acaba desprezando a informação”, esclarece Fabiane Borges Fedozzi, Gerente de Equipe, Gestão de Pessoas e Infraestrutura da Brasilcap. O programa inovador deveria, segundo a Gerente, transmitir com eficiência o novo modelo de competência que foi criado no início do ano de 2012 e implementado entre os meses de julho e setembro deste mesmo ano. Toda segunda e quinta feira, durante dois meses e meio, os funcionários recebiam o texto de horóscopo – um parágrafo apenas – por e-mail marketing. As charges eram colocadas no início da semana nos murais espalhados pela empresa e no papel de parede do computador de cada um. “Planeje-se e fique atento aos recursos que tem ao seu alcance”. “O momento está mais propício a,...”. Esta linguagem de horóscopo, segundo avaliação das equipes de Gestão de Pessoas e de Comunicação, teria mais chance de chamar a atenção das pessoas. Quanto às charges, elas comprovaram ser o complemento ideal, demonstran- do em imagens atitudes como “fazer diferente”, “pensar fora da caixa”, “qualidade e cumprimento de prazos devem andar juntos”, entre outras. A Brasilcap não tinha um chargista. Contratou um desenhista, Will M., o qual, além de receber o texto das 13 competências e orientações sobre situações do dia a dia, conheceu o ambiente da empresa para que pudesse representá-lo em imagens com a maior fidelidade possível. Depois de pronta a charge era encaminhada a um designer da Brasilcap, responsável pelo formato final a ser divulgado. Fabiane informa que não foi realizado qualquer benchmarking para a elaboração do programa. A ideia de usar imagens partiu da percepção de que as pessoas não absorviam com tanta eficácia muito texto, fosse por e-mail ou intranet e de que era preciso algo realmente inovador. “O recurso lúdico atrai e impacta o receptor da mensagem; além disso, o horóscopo foi uma forma de transmitir mensagens diretas e segmentadas para diferentes públicos”, destaca Thiago Etchatz, Técnico Sênior de Comunicação, idealizador desta prática. Usar charges e horóscopo, de certa forma, simplificou o ato de comunicar 13 competências, sendo que cada uma tem três comportamentos esperados e cada comportamento se destinava a um público específico. Foi criada uma matriz na qual “Terra” seriam os Gerentes Executivos; “Fogo”, os Analistas e Técnicos; “Água”, os Gerentes de Equipe; e “Ar”, os Estagiários. Segundo Fabiane, o fato da charge brincar com uma situação formal torna as coisas mais leves e ajuda os funcionários a se envolverem mais com o tema. O exemplo da “Atitude Empreendedora”, na concepção da Brasilcap, é marcante: a charge sobre esta competência mostra duas focas com a bola no nariz, o que, já seria entendido como empreendedorismo; contudo, uma terceira foca, mais ousada, acrescenta cadeiras antes da bola, fazendo diferente. E traduzir comportamentos em imagens deu certo. Para Ricardo da Silveira Bezerra, da Gerência de Desenvolvimento Empresarial e Humano, há 11 anos na empresa, foi muito interessante ver assuntos críticos sendo tratados de uma forma bem amigável. Isto trouxe mais aceitabilidade, na visão dele. “Mostrar uma charge para o funcionário sugerindo, com bom humor, que ele seja mais colaborativo com os companheiros me transmite mais segurança e tranquilidade para agir desta forma”, afirma Ricardo. E ele adorou a charge que mostra como agir fora da caixa. “Pelo desenho percebemos claramente que o mergulho na rotina nos impede de ver que o mundo não se resume ao nosso dia a dia”, avalia. O novo modelo chamou a atenção de funcionárias que estão na empresa há 17 anos, como Adriana Narciso Elias, da área de Relacionamento com o Cliente, e que asseguram nunca terem visto nada igual. “A primeira sensação foi de curiosidade e a segunda foi de leveza; quando me sinto leve fica mais fácil de entender o que a empresa quer de nós”, traduz Adriana que gostou muito da charge dos barquinhos retratando o valor do trabalho em equipe. “Esse modelo me trouxe a vontade de querer ler e isto é muito importante”, sintetiza ela. Antes de provocar o “burburinho dos corredores” e entrar no ar, o novo modelo de Competências, foi comunicado em uma reunião com os 25 gerentes da Brasilcap. O intuito era claro: estimulá-los a multiplicar a novidade. “Precisávamos muito que os gestores fossem parceiros neste importante momento”, explica Fabiane. Junto a cada charge vem o nome de uma competência destacada e uma frase de efeito. Até mesmo nas situações cujas charges geraram alguma espécie de dúvida ou de contestação, o diálogo entre Gestão de Pessoas e as áreas foi aprimorado. Nas equipes de Gestão de Pessoas e de Comunicação ficou a avaliação de que, ao ver imagens e lidar com frases mais fortes, as pessoas percebiam, de fato, o quão importante seria a mudança ou mesmo o aprimoramento da atitude. “Se pudesse dar alguma dica a um gerente de RH diria para estreitar o máximo possível a sua parceria com a área de Comunicação, porque não adianta termos um belo programa se ele não for comunicado com uma estratégia ideal de persuasão, ajudando as pessoas a internalizar e a praticar os conceitos”, ressalta Fabiane. Mais do que nunca, o modelo de comunicação interna da Brasilcap, ainda que visando atingir uma meta com prazo específico, comprovou que a soma de competências entre áreas distintas, intensificada pela “vontade de fazer”, gera inovação. 3 de 13 – Conheça três das 13 charges implementadas Exemplo da linguagem de horóscopo com o viés corporativo. Charges: Will M. Foto: Alexandre Peconick Inovação – Comunicação Interna Exemplo da linguagem de horóscopo com o viés corporativo. | 2013 | Novembro / Dezembro | 9 Personagem / Capa Foto: TV Globo / Renato Rocha Miranda Personagem / Capa ticos, admirado, contestado, debatido, mas nunca esquecido. Apreciador dos memoráveis momentos que a vida lhe traz, Galvão Bueno nos brinda com as grandes lições que sua carreira traz à muita gente que cuida de pessoas nas empresas. NEWSLET – A Gestão de Pessoas destaca a importância do bom relacionamento entre as pessoas para o sucesso do trabalho. Relacionar-se bem é decisivo no seu trabalho? Galvão Bueno “Bem amigos... da área de Gestão de Pessoas” Grandes momentos muito nos ensinam O estilo arrebatador das locuções dá a exata dimensão de um profissional que sempre foi apaixonado pelo que faz. Desde a Rádio Record, onde estreou em 1974, Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno, ou Galvão Bueno, chamava a atenção. Em 1978 fez sua primeira Copa do Mundo pela TV Bandeirantes, quatro anos 10 | Novembro / Dezembro | 2013 | mais tarde, em 1982, a sua primeira pela TV Globo. Em 2014 será a sua 10ª que, com ansiedade, encara como se fosse a primeira. Sua voz emoldura grandes momentos do esporte como os títulos de Nelson Piquet e Ayrton Senna na F-1, o tetra (1994) e o penta (2002) da nossa seleção de futebol, entre tantos outros. Criador de bordões emblemá- Galvão Bueno - Televisão é um trabalho essencialmente coletivo. Fazer TV é saber trabalhar em equipe. Tive a sorte de sempre contar com profissionais muito competentes trabalhando ao meu lado. Eu sou a cara e a voz de uma equipe onde a química e a harmonia são ingredientes essenciais, sem isso eu simplesmente não conseguiria trabalhar. Permito-me citar os repórteres que cobrem seleção para a Globo: Tino Marcos e Mauro Naves. Eu e o Tino estamos juntos há quase 25 anos. Com o Mauro, novato, são “apenas” 18. Eles são a minha referência: complementam a transmissão com informações quentes, de momento. Conversamos muito, discutimos pautas e trabalhamos em total sintonia. Eles enriquecem o meu trabalho. NEWSLET – É na dificuldade que se aprende. Dê-nos um exemplo de como esta frase foi marcante em sua carreira... Galvão Bueno - Hoje as informações circulam em grande velocidade. Numa corrida de F-1, por exemplo, recebemos em tempo real todos os números em telas de computador. Mas já houve tempo em que era tudo “no olho”. Só sabíamos quem era o líder da prova quando o carro passava em frente aos boxes, onde ficam as cabines de transmissão. Isso nos levava a cometer erros. Numa corrida na África do Sul, há mais de 30 anos, simplesmente errei o vencedor, uma situação impossível de se repetir atualmente. Aprendemos muito naqueles dias heroicos. NEWSLET – Muita gente em RH se refere ao termo “zona de conforto” como algo perigoso, negativo. Qual é a sua concepção? Galvão Bueno - Sou apaixonado pelo meu trabalho e aprendi ao longo de quase 40 anos que não existem atalhos fáceis, toda transmissão é um desafio. Já transmiti centenas de jogos da seleção brasileira, mas até hoje, em todos, eu faço questão de ir ao estádio na véspera. Percorro, com calma, o caminho que terei que fazer na hora do tumulto, conheço a cabine de transmissão, “azeito” detalhes técnicos com a equipe. Para mim, a “Zona de Conforto” é estar seguro de que eu me preparei bem e que as condições de uma boa transmissão estão garantidas. NEWSLET – O que costuma fazer para recarregar as baterias? Galvão Bueno – Gosto de jogar golfe, mas consigo fazer isso raramente, embora seja um esporte fascinante e que me permite realmente desligar do dia a dia. Mas meu grande lazer, que só posso fazer nas férias, é navegar. Passei os últimos anos morando na Europa e conheci alguns portinhos da costa da Itália, da Grécia e da Turquia onde realmente consigo renovar as energias para voltar focado no trabalho. Entretanto, eu diria que, acima de tudo, estar com a família é o que realmente descansa minha cabeça. Viajo muito a trabalho e consigo relaxar bastante se tenho a oportunidade de ficar uma semana “grudado” com minha esposa e meu filho caçula, o Luca. NEWSLET – A convivência com personalidades nos transforma. Você concorda? O que você traz de transformador da convivência com: Pelé? Ayrton Senna? Janus Lengyel (inovador da TV)? Nelson Piquet? Emerson Fittipaldi? Roberto Marinho? Reginaldo Leme? Arnaldo Cesar Coelho? Rubens Barrichello? Galvão Bueno - Nunca tive a pretensão de ser um popstar. Procuro conviver com a exposição provocada pelo meu trabalho de maneira tranquila. Aprendi muito com o Pelé, que é o cara mais assediado do mundo e nunca diz não a um fã. Já com o Ayrton Senna aprendi que as pressões do automobilismo amadurecem as pessoas muito cedo. Sobre o Janus Lengyel, digo que ele me mostrou o mundo e me ensinou a viver nele. Por sua vez, Nelson Piquet me mostrou a “irreverência responsável”, é um grande piloto com um senso de humor excepcional. Tudo o que me aconteceu na minha carreira em termos de Formula-1 eu devo ao Emerson Fittipaldi, o pioneiro, o visionário que abriu as portas do mundo ao talento automobilístico brasileiro. Eu não tive muitos contatos pessoais com o Dr. Roberto (Roberto Marinho), mas aprendi dele que nunca se deve ter medo da competência. Ele nos ensinou a procurar sempre os melhores profissionais em todas as áreas de atuação. Foi assim que se fez a Rede Globo de Televisão. Reginaldo Leme e Arnaldo Cezar Coelho: desses dois eu costumo dizer que tenho com eles um casamento sem sexo! Sobre o Rubinho, narrei os 19 anos deles na F-1 e sei da enorme paixão que ele tem pelo que faz. Hoje é engraçado tê-lo como colega de trabalho, comentarista que sabe passar em palavras simples a enorme complexidade dos carros e das corridas. Transformar o complexo em simples: eis uma grande lição! Se vocês me permitem, acrescento o Felipe Massa a esta lista. Nos últimos anos fui vizinho dele. Moramos no mesmo prédio, em Mônaco, e descobri nele um cara totalmente ligado à família. Como ele e a sua família, que adora um bom vinho nas horas de lazer, eu e minha esposa dividimos muitas alegrias e uma bela amizade. NEWSLET – De que forma você lida com algumas críticas que possa vir a receber e que lições tira delas? Galvão Bueno - A gente sempre aprende com a crítica e no meu caso não é diferente. Às vezes eu leio e escuto algumas opiniões que não me agradam e, por ser uma pessoa pública, tenho que conviver com elas. A crítica me ajuda a manter a forma, a ser mais aplicado, eu sei que um erro do Galvão vira notícia. Mas não penso muito nisso, eu me preparo para trabalhar e só faço eventos ao vivo, e, como diz meu amigo Faustão, ao vivo faz quem sabe. NEWSLET – Que dicas você gostaria de oferecer aos profissionais que precisam lidar com pressões? Galvão Bueno - Ainda não me considero pronto para dar conselhos, mas pressões existem em qualquer profissão, na maioria das atividades. O que sempre fiz foi me manter atualizado, informado, e preparado para encarar os desafios, se precisar matar um leão por dia, vou me preparar para isso. NEWSLET – Brasil 2014 será a sua décima Copa do Mundo. Diante de tanta experiência e de procedimentos que se repetirão, dá para fazer diferente? Galvão Bueno - Embora Copa do Mundo não seja novidade para mim, não existe nada que eu possa fazer para evitar uma pequena dose de ansiedade. A TV Globo tem uma equipe super competente, que está se preparando para fazer uma Copa em casa, ou seja, é o projeto dos sonhos de qualquer profissional de televisão. E eu estou me preparando para algo especial. NEWSLET – Como você vê este megaevento para um país como o Brasil? Galvão Bueno - Será um evento grandioso e que vai dar enorme projeção ao Brasil. Mas não podemos - e não devemos - esconder nossos problemas, nossas deficiências e nossas desigualdades. A seleção nos une e, no que depender de mim, vocês ouvirão muitas vezes “Olha o Gol, olha o gol, olha o gol... É do Brasil!” | 2013 | Novembro / Dezembro | 11 Seguranca Coluna Saúde e Segurança no Trabalho Fotos: Alexandre Peconick Foto: Site Sxc.hu Novidade Leyla: antecipando o perfil do RH do futuro Participantes das empresas do segmento cosmético decidiram a estrutura do novo grupo de RH atuando no formato do world café “Evento musical Grupo LET fomenta criação de Grupo de RH nO segmento Cosmético U ma manhã inédita nos quase 14 anos de história do Grupo LET Recursos Humanos reuniu, no último dia 12 de novembro, a diretoria desta consultoria e profissionais de RH de sete organizações do segmento Cosmético. O 1º Encontro RH Cosmético, realizado em um dos auditórios do Centro Empresarial Barra Shopping, atende a uma demanda deste segmento percebida pela área Comercial do Grupo LET de que os profissionais precisavam se reunir para fazer benchmarking e se atualizar com relação às práticas de RH. Dessa forma, pela primeira vez o Grupo LET tomou a iniciativa de fomentar a criação de um Grupo de RH, cujo nome está sendo decidido após este primeiro evento, em votação online. Para estimular o debate, os profissionais de empresas como Viscaya, Granado, Niely Cosméticos, Dermatus, L´Orèal, Embelleze e JRH, foram brindados com a palestra de Leyla Nascimento, Presidente do Instituto Capacitare e ABRH-Nacional, com o tema “Cenários atuais na Gestão de Pessoas”, e com um workshop de integração realizado no modelo de 12 | Novembro / Dezembro | 2013 | world café e ministrado por Claudia Klein, sócia-diretora da Argumentare e do blog Salada Corporativa. Leyla, que acabara de retornar do evento que marcou os 100 anos da Chartered Institute of Personnel and Development (CIPD) em Manchester (Inglaterra), trouxe, em primeira mão, alguns tópicos sobre a nova estrutura que está emergindo e que coloca o RH do futuro como uma ciência, de forma que seus profissionais repensem a formação e a educação. “Ou encaramos RH como ciência ou vamos bater cabeça”, alertou. Ela destacou que o momento de troca e reaprendizado pede que as lideranças saibam ler e interpretar cenários. A Presidente da ABRH-Nacional, também parabenizou o Grupo LET e os profissionais presentes ao dizer que “vocês estão fazendo a história”. Aos profissionais do segmento cosmético, Leyla foi enfática: “ninguém mais quer estar em um ambiente de trabalho que não lhe traga significado”. E esta premissa ganha cada vez mais complexidade para o entendimento dos RHs em um mundo onde, para muita gente, vida pessoal e trabalho se tornam uma coisa só; sem fronteiras. Claudia: “valorizem o relacionamento” Neste aspecto, Claudia Klein, reforçando as palavras de Leyla, chamou a atenção de todos ao iniciar o trabalho de integração dizendo que “vocês têm muitos desafios similares, porém como as especificidades de cada um; aproveitem e construam esse modelo, valorizando o relacionamento”. Organizados em grupos os participantes escolheram os propósitos da criação do novo grupo de RH, temas de interesse para as próximas reuniões e a periodicidade das mesmas. Decidiu-se pela bimestralidade. Ficou claro, por exemplo, o desejo de analisar as práticas não apenas do segmento cosméticos, mas trazer as de outros segmentos para verificar diferentes aplicabilidades. Ao final do evento a Hotéis Eventos e Lazer, empresa apoiadora, sorteou dois finais de semana na Pousada Clave do Sol, em São Pedro da Aldeia (RJ) e a Argumentare, também sorteou brindes entre os participantes. A criação de um novo grupo de RH comprova que o Grupo LET Recursos Humanos se renova e inova buscando, cada vez mais, antecipar grandes soluções ao mercado. só é grandioso se for seguro” *Vanessa de Paula A história musical dos últimos 30 anos na cidade do Rio de Janeiro foi marcada por grandes eventos que atraíram multidões em vários locais do município. A começar pela primeira edição do Rock in Rio, em 1985, seguida de muitas outras. Já no estádio do Maracanã, Paul McCartney, em 1990, se apresentou para uma plateia estimada em 184 mil pessoas. Um dos maiores palcos do mundo, a Praia de Copacabana, apresentou vários shows como o do roqueiro Rod Stewart, que em 1994 entrou no livro dos recordes, e rendeu um publico de 3,5 milhões de pessoas. Também aconteceu em Copacabana, em 2006, o show histórico dos Rolling Stones, que reuniu 1,5 milhão de pessoas, além, é claro, de uma rainha do axé, a cantora brasileira Claudia Leitte, dois anos mais tarde, em 2008, gravou seu CD para um publico de 1 milhão de pessoas. Uma das maiores divas do pop mundial, Madonna realizou seu ultimo show no Rio em 2012, na cidade dos atletas. Já em setembro deste ano, a mais recente edição do Rock in Rio levou a uma mega área no bairro de Jacarepaguá cerca de 85 mil pessoas, e em sete dias o evento arrecadou uma renda de R$135 milhões. Todas estas informações e números estratosféricos reforçam e confirmam a importância de se investir e priorizar a segurança no trabalho em grandes eventos musicais. Na verdade, os riscos aos quais os profissionais estão expostos, na maioria das vezes, estão associados à montagem e desmontagem do evento. A característica de uma logística montada, na maioria das vezes, em locais abertos, onde o ambiente é desconhecido e o imprevisível impera, traz quase sempre um alto percentual de riscos. Nesse caso, as empresas precisam se precaver e elaborar procedimentos peculiares ao tipo de evento. Para garantirem as condições ambientais de trabalho, no que diz respeito aos aspectos de prevenção, os riscos mais comuns são: Risco Químico (Tintas a base de solvente, poeiras e colas); Risco Físico (Radiação Ultra Violeta, Trabalho a Céu Aberto, Radiação Ionizante, Traba- Nonono lhos com Soldas, Radiações Não ionizantes (microondas) e Ruído); Risco Ergonômico (Levantamento e carregamento manual de peso, postura inadequada de trabalho, trabalho em turno e noturno); Risco de Acidentes (Trabalhos sob carga suspensa. Trabalho com Intempéries, queda da própria altura e/ou por diferença de nível, cortes, escoriações, arranhões, choques elétricos e etc.) Risco Biológico (Contatos com bactérias, vírus, protozoários e etc). Além dos riscos relacionados diretamente com as atividades, as empresas precisam também pensar na infraestrutura que deverão fornecer aos seus colaboradores, como: Condições sanitárias e conforto antes, durante e após o evento, conforme as Normas Regulamentadoras NR-18 e NR-24; o cuidado necessário com a alimentação, desde o preparo até o consumo dos funcionários, seguindo sempre as recomendações da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Acabou? Claro que não. Os empregadores precisam também garantir a segurança pessoal dos trabalhadores, contratando agentes patrimoniais e brigada de combate à incêndio. E, caso aconteça alguma ocorrência, é recomendado também o acompanhamento de uma equipe médica. Para complementar as normas do Ministério do Trabalho, hoje existe uma cartilha expedida pela Prefeitura do Rio de Janeiro específica para eventos musicais realizados na cidade, com instruções e informações nas quais o tema Segurança no Trabalho nunca estará esgotado. *Vanessa de Paula, é a Técnica de Segurança no Trabalho do Grupo LET Recursos Humanos | 2013 | Novembro / Dezembro | 13 Capacitação Fotos: Fábio Perez O professor Paulo Roberto Queiroz orienta um aluno do curso de Pedreiro Assentador e Revestidor durante a oficina Formando MASSA CRÍTICA na Construção Civil E le não foi mais um a resmungar a frase que já virou arroz-de-festa: “falta gente qualificada no mercado”. Não. Muito ao contrário. Carioca, 39 anos, Fábio Perez arregaçou as mangas, substituindo terno e gravatas típicos dos executivos pelos materiais elétricos, hidráulicos e de construção. E não se arrepende. Tem certeza de que está abrindo grandes portas e janelas neste mercado. Com os pés no presente e a visão no futuro, ele sempre teve no sangue a sede pelo empreendedorismo e pelos desafios. Grande especialista em start ups, montou empresas para os outros tocarem. Mas decidiu investir em si mesTodos os cursos têm aulas teóricas em salas climatizadas 14 | Novembro / Dezembro | 2013 | mo quando conheceu o Instituto da Construção, uma franquia de cursos que, mais do que profissionalizar, oferece a pedreiros, pintores, mestres de obras, eletricistas, azulejistas, entre outros, uma visão crítica e global de suas funções em relação ao mercado. Há um ano Fábio abandonou a diretoria de uma grande empresa ao refletir: “Por que não parara de fazer para os outros e fazer para mim?”. O interessante é que, ao investir em cursos para Mestre de Obras, Pedreiro Assentador e Revestidor, Pintor, Azulejista, Instalador Elétrico, Gesseiro Acartonado, Instalador Hidráulico, Decoração de Interiores Comercial e Residencial, ele faria não apenas “para si”, mas para muitas pessoas e empresas de um mercado extremamente carente de qualidade. Basta uma paradinha na história de Fábio para citarmos os números. Só em 2012, o estado do Rio de Janeiro, campeão nacional na geração de empregos para a Construção Civil, admitiu 32.956 pessoas, de acordo com números divulgados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-Rio) e pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. A julgar pelo imenso canteiro de obras que vem se transformando a cidade do Rio já em 2013, estima-se que este número seja muito maior neste ano. E o setor não é impulsionado apenas pelos megaeventos, mas pela Economia do país como um todo. A classe média, por exemplo, está consumindo mais e tem incentivos cada vez maiores para investir em novas moradias. O próprio boom do Pré-Sal, que reflete nas construções, e a instalação de um polo de inovações tecnológicas voltado para a Construção Civil na Baixada Fluminense também são grandes impulsos ao crescimento do setor. Em meio a essa grande geração de postos de trabalho estima-se que hoje haja um déficit de 250.000 trabalhadores na Construção Civil. Somente nos últimos três anos, os salários de pedreiros aumentaram 30%. “Hoje há Mestres de Obras ganhando cerca de 10 mil reais” revela Fábio Perez, que também cita outro dado curioso deste mercado renovado: aumentou o número de mulheres procurando os cursos de Azulejista, de Pedreiro, de Elétrica. “São cursos que não apenas a mulher procura, mas o empresário a prefere porque estes trabalhos requerem um cuidado extremo aos detalhes, além de paciência”, explica. Segundo o empresário, essas mulheres muitas vezes eram empregadas domésticas que, devido à mudança na legislação, perderam oportunidades de trabalho formal ou atuam no varejo. Elas percebem a lucratividade de uma profissão que, em pouco tempo, pode gerar ganhos de até 3 mil reais por mês. Fábio esclarece que o ato de acreditar que um sonho pode dar certo nem sempre é tão simples. É preciso paixão, dedicação e capacidade de se motivar e realizar diante das dificuldades. Um pouco de tudo isto fez com que ele visualizasse que uma casa abandonada no bairro da Taquara, zona oeste do Rio, poderia se transformar em uma escola com modernas instalações. Antes que ele alugasse o local e construísse ali oficinas e salas de aula climatizadas, segundo informação dos moradores, a casa era frequentada por usuários de drogas. “Os vizinhos e o proprietário nos agradecem porque não paramos de investir para transformar o Instituto em um local de excelência”, enfatiza. Em maio deste ano, a franquia carioca do Instituto da Construção foi inaugurada e hoje oferece os oito cursos já citados nesta matéria. Já o Instituto da Construção foi fundado dois anos antes em 2011, pelo jovem empresário David Pinto, também fundador e presidente da rede de franquias Doutor Resolve Reparos & Reformas. A unidade piloto, em São José dos Campos, já tinha no primeiro mês 155 alunos matriculados. Fábio Perez, sócio-diretor da franquia carioca, comemora os seus 350 alunos, número atualizado ao final de outubro, mas planeja ter 1000 até o final de 2014. O diferencial não é apenas oferecer noções técnicas da Foto: Alexandre Peconick Capacitação VISÃO Fábio Perez não para de investir no projeto porque acredita no sucesso do Instituto da Construção profissão, que são importantes, mas aguçar e aprimorar o senso crítico do profissional formado. Para isto conta com o importante apoio do trabalho da pedagoga Lucília Ricon e uma equipe de 17 professores, todos eles com uma experiência variada no mercado de trabalho e muitos conhecimentos a transmitir. “Formamos pessoas que devem ter senso crítico diante do que estão fazendo; o mercado de trabalho exige muito mais do que “o profissional certinho”. Pede que também tenha noções de meio ambiente, dos impactos de cada ação para dentro da empresa, que saiba atuar em equipe, que se preocupe com o outro”, argumenta Lucília. Ela cita exemplos muito simples: é vital discernir a hora de dar a vez, de saber esperar. Todas as práticas de uma obra são contextualizadas e os alunos também vivenciam situações em que precisam tomar decisões complexas e repentinas. As turmas, em geral, têm 20 alunos para que eles possam ter aulas práticas e dinâmicas de grupo. Ex-funcionário da Light, onde atuou como instrutor por sete anos no setor de fraudes elétricas, Wagner Brandão Dias, que é professor do curso de Ins- talador Elétrico, sempre apreciou a atividade do ensino. “As atualizações técnicas não param; tanto em elétrico, como em construção, ao levá-las para as aulas, além de ensinar aos alunos, aprendo com eles e a parte mais feliz da transmissão de conhecimento é quando percebo que um aluno poderá ser melhor do que eu mesmo. É uma realização”, define o professor. Fábio, Lucília e Wagner destacam que o Instituto não apenas prepara pessoas para o mercado, mas também as instrumentaliza para que elas possam até montar seus próprios negócios. “Oferecemos, com qualidade, oportunidades de estudos a muita gente que mal estudou na vida ou que diz ter aprendido na chamada ´escola da vida´, ou seja, só de olhar os outros fazerem; após o curso, eles estarão aptos a atuar com procedimentos, com mais segurança e com margem de erro reduzida”, assegura Fábio. E não precisa ter experiência na Construção Civil para fazer algum curso. Segundo o sócio-diretor da franquia, basta ser maior de 16 anos, ter vontade para trabalhar e estar com a saúde em dia. Todos os cursos incluem quatro módulos comuns que são ministrados | 2013 | Novembro / Dezembro | 15 Capacitação Alunos do curso de Pedreiro Assentador e Revestidor aprendem a construir uma parede antes da parte técnica. São os seguintes: segurança do trabalho, primeiros socorros, organização financeira e noções completas sobre meio ambiente. O item financeiro, por exemplo, tem sido muito importante para que o trabalhador possa não apenas dimensionar custos de uma obra, “fazer o seu preço” e valorizar mais os materiais que está usando, mas também para a sua vida pessoal. “Estar de bem com as contas ajuda muito a pessoas a manter concentração e o foco no trabalho”, explica Fábio. No caso da segurança do trabalho trata-se de uma exigência legal de que todo funcionário de uma obra precisa cumprir os requisitos na NR-35. “É preciso criar o hábito pela segurança antes mesmo da pessoa ter qualquer experiência em uma obra ou construção”, enfatiza Fábio. Já no item primeiros socorros, desenvolve-se a premissa de que a primeira assistência deve ser a do colega de trabalho, postura que ajuda a amenizar as consequências de um acidente. Não menos importante é o comportamento do descarte correto de materiais que contribui para uma política de obras 16 | Novembro / Dezembro | 2013 | limpas e sustentáveis. Em geral os cursos acontecem no período noturno (aulas semanais) ou em aulas intensivas aos sábados e levam de sete a 14 meses. Além das oficinas, as aulas usam também monitores de TV com apresentações de slides — 50% da carga horária é teórica e 50% prática. As apostilas e uma camiseta do Instituto da Construção são fornecidas gratuitamente aos alunos que não compram nem mesmo cimentos, tijolos, azulejos ou qualquer material hidráulico ou elétrico. Todas as aulas são feitas com materiais da instituição, conseguidos por meio de parcerias regionais e nacionais. As mensalidades ficam, em média a R$ 149 (valor em outubro/2013) o que, segundo Fábio, é quase nada em relação à capacidade que o aluno vai adquirir mais o que ele vai ter de salário quando for trabalhar. O perfil predominante do público, ou cliente interno de Fábio, vem das classes ascendentes C e D, que estão se tornando grandes consumistas. Por isto mesmo, talvez não seja tão curioso que o maior concorrente dele não seja outra instituição acadêmica, Foto: Alexandre Peconick mas sim o imediatismo das pessoas em comprar TV de plasma, geladeiras e móveis, mesmo que seja em 18 parcelas. “Tentamos mostrar a essas pessoas que elas precisam aprender a pensar fora da caixa, ou seja, enxergar como será a vida delas em um longo prazo. Saber investir para colher no futuro é o maior presente que ela pode ganhar ou dar ao filho. Mas elas não se acostumaram a investir nelas, porque, na verdade, nunca ninguém deu esta oportunidade”, analisa o empresário. Enganam-se, porém, aqueles que pensam que o Instituto da Construção não recebe outro tipo de público. Há muitos Engenheiros formados pelas melhores faculdades, também nas salas de aula e oficinas do Instituto. “Na faculdade de Engenharia eles aprendem muito a parte teórica, mas quando têm que conversar com um servente ou mestre de obra, no dia a dia, apresentam dificuldades de compreensão; aqui o Engenheiro tem contato com a linguagem de seus parceiros de obras e aprende porque a interação com todos eles é vital para a obtenção do melhor resultado”, afirma. A responsabilidade de Fábio, e do seu cunhado Marcelo Amado, sócio na franquia, é imensa: afinal lidam com o sonho não apenas de 350 alunos, mas também de seus colaboradores. E o Grupo LET Recursos Humanos tem auxiliado Fábio em seu negócio, ao contratar vendedores que expandem pelo mercado a divulgação das vantagens desse empreendimento. “Estou muito satisfeito com o resultado que o Grupo LET tem me trazido; é muito difícil captar no mercado profissionais que te deem confiança; por isto quando tenho necessidade em algum serviço de RH não penso duas vezes em solicitar o Grupo LET”, aponta. Em janeiro de 2014, Fábio conta com orgulho que estarão sendo formados os 100 primeiros alunos de quatro turmas: Instalador Elétrico, Gesseiro Acartonado, Pedreiro Assentador e Revestidor, Pintor. Gente, como ele garante, não apenas tecnicamente apta, mas com grande capa- cidade de se relacionar bem, tomar decisões e até mesmo gerenciar crises no andamento de um serviço. “É de fato uma transformação: mais do que sair daqui com o dobro ou o triplo do salário que ganhavam, eles conquistam a capacidade de planejar suas vidas, sabendo enxergar o todo de suas atividades”, conclui. O empenho da franquia carioca, além de formar bem os alunos, tem sido o de oferecer o melhor ambiente possível para que eles “se sintam em casa”. Lucília Ricon diz que recebe alunos para solucionar não apenas questões do curso, mas também para orientar em questões pessoais. “Eles adoram esse momento de atenção e isto, também os faz se sentirem parte do Instituto”, acentua a pedagoga. Ela também faz a seleção de professores ministra a eles um curso pedagógico que aprimora a didática. “É preciso, muitas vezes, reflexão e adaptação para falarmos a linguagem dos alunos”, traduz. Sem exagero, garante, ela considera o Instituto da Construção um marco em sua vida profissional. Sentimento que também traz no coração o aluno do curso de Mestre de Obras, Misael Gutemberg, de 32 anos. “Tenho me surpreendido com o nível da escola, o material e os excelentes professores; certamente ao sair daqui estarei me sentindo mais seguro de que serei melhor valorizado”, acredita ele, que já foi pintor e depois servente de obra. Além de ser o parceiro dos sonhos de muita gente, o Instituto da Cons- trução, franquia Jacarepaguá-Rio, também já está se especializando em oferecer cursos customizados para as empresas. Não há limite de formato, tempo ou tamanho. Esta nova demanda, segundo Fábio, vem surgindo da própria tomada de consciência dos empresários da Construção Civil. “Eles (os gestores) já entenderam que, ao investir mais no treinamento dos seus funcionários, eles (funcionários) vão faltar menos às obras, sofrer menos acidentes e deixar menos as empresas”, reforça. O prazer de ver diversas empresas aquecendo a economia e muita gente feliz porque mudou de vida mexe com a cabeça da Fábio. Ele costuma dizer que “vai ser uma realização estar, de repente, na rua e receber um aperto de mão de alguém dizendo que eu ajudei a mudar a vida dele”. Foto: Fábio Perez Foto: Fábio Perez Capacitação O professor Wagner orienta alunos do cursos de Instalador Elétrico – e na foto acima, ele e a pedagoga Lucília Ricon no almoxarifado onde é armazenado todo o material a ser usado nas oficinas dos cursos | 2013 | Novembro / Dezembro | 17 Sala de Visitas Notas Sala de Visitas - Artigo Fotos: Divulgação FETRANSPOR Nonono A felicidade da realização: Ana Rosa Bonilauri ao lado de aluno do Projeto Rodoviário Cidadão “Capacitando MOTORISTAS DE ÔNIBUS” *Ana Rosa Chopard Bonilauri A Universidade Corporativa do Transporte (UCT) é uma área da Federação das Empresas de Transporte de Passageiro do Estado do Rio de Janeiro (FETRANSPOR) que tem como associados 10 sindicatos patronais, agregando 208 empresas e 100 mil rodoviários, sendo 40 mil são motoristas, dos quais 18 mil trabalham no município do Rio de Janeiro. Os motoristas são os prioritários para nós porque revelam e fornecem os elementos de percepção da população sobre a prestação de serviços. Para eles, o Programa Motorista Cidadão, hoje transmutado para Projeto Rodoviário Cidadão retoma e introduz no inconsciente do trabalhador e de sua liderança um novo olhar que arranca do significado da cadeia de valor da indústria de transporte de passageiros, a praticidade, regulamentos e gestão de trânsito, para achar em seu interior o homem! Não um sujeito “condutor”, portanto robotizado, para operar coisas feitas para levar gente que paga por isso daqui-para-ali! Descortina-se o espaço humano! E daí para frente nada será igual ou parecido! Nos veículos, nas empresas e na sociedade a representação social da equipe, aquela que “movimenta as pessoas que buscam satisfazer 18 | Novembro / Dezembro | 2013 | necessidades sociais” se dignifica e explode como condição de satisfação, de fidelização, de “labor” no sentido dado por Hanna Arendt, que humaniza o “homem” produtor e o “homem” consumidor em seres reais, pensantes, determinantes do “valor” que se paga no uso mais prosaico da coisa ou serviço. Dessa “viagem” sem volta o que vamos ganhando com o Projeto, além da alegria dos alunos que superam as barreiras de estudar, se submeter a uma prova e comemorar um certificado com colegas, “chefes” e parentes; é a certeza de que nosso Setor se insere como protagonista de um novo e moderno mundo de negócios, que valoriza ideias, posturas e valores como a mais legítima capacidade de gerar riqueza sustentável. É importante destacar que o Projeto, em parceria com a FGV-Rio, já formou 19.098 motoristas-cidadãos desde 2006 e 807 líderes desde 2010. Os motoristas – alunos, além da participação nas aulas, são submetidos a uma prova que acontece na própria FGV. Somente os aprovados participam da cerimônia de formatura. Nessa ocasião são conferidos os certificados e um crachá dourado que ficará no peito do rodoviário indicando publicamente essa conquista que os denomina como Rodoviário Cidadão. Turma do Projeto Rodoviário Cidadão exibe , com orgulho, seus certificados Para que o resultado positivo seja completo, é preciso concluir o ciclo da cidadania, com a população também exercendo seu papel de cidadã, no que diz respeito ao tratamento com os profissionais e no zelo pelo que é coletivo. Os temas do Projeto, trabalhados em 44 horas/aula, incluem das relações de consumo, passando pelos princípios de marketing, discutindo ainda a questão da cidadania e do desempenho no trabalho à qualidade de vida. Além disso, contextualizando o sistema de transporte na mobilidade urbana, todos os aspectos institucionais são considerados, especialmente a relação de concessão pública versus a prestação de serviços públicos de transporte. Muitas vezes a complexidade da temática, a exigência da cobrança popular nos faz pensar no quanto de significativo e importante para a profissão é possível absorver! Nosso Motorista sente-se prestigiado ao sair do “texto oficial”, das leis de trânsito, da direção defensiva, das noções de primeiros socorros e atendimento ao passageiro. Ele cai no mundo real: das relações contratuais, dos interesses na perspectiva ganha-ganha, na vida profissional que cansa, consome boas horas com a família. Mas recebe a dignidade de um trabalhador completo, cuja atuação é essencial para a dinâmica da sociedade no que existe de mais humano e efetivo: o direito de ir-e-vir! *Ana Rosa é Presidente da UCT e Diretora de Gestão de Pessoas da FETRANSPOR. Foi eleita também A Profissional do Ano de RH em 2012 pelo Prêmio Ser Humano ABRH-RJ. Acon Notas - Acontecimentos POR AGORA... De Alexandre Peconick Grupo LET no ABRH na Praça LET Rio no Largo da Carioca LET BH na Praça Afonso Arinos À esquerda, Leyla Nascimento (ABRH-Nacional), premia vencedores da categoria Média e Grande Empresa Noite de gala da Gestão de Pessoas 13 vencedores! Isto mesmo. Em noite concorridíssima no VIVO RIO, com a presença de autoridades da Prefeitura e do Governo do Estado No Rio e em Belo Horizonte (MG) nossos profissionais de RH participaram, no dia 18 de outubro, do ABRH na Praça 2013 cadastrando currículos e orientando pessoas sobre o mercado. Em BH representou a estreia, no Rio, o retorno. Foram oito horas de muito trabalho voluntário em praças públicas. Segundo Joaquim Lauria, do Grupo LET, “estar neste evento reforça a parceria que a LET tem com a ABRH-Nacional, ABRH-RJ e ABRH-MG, além das populações das grandes cidades, desejosas de mais acesso às oportunidades”. do Rio, foram reconhecidos os melhores cases e trabalhos acadêmicos em 2013 do Prêmio Ser Humano ABRH-RJ. Esta é a 33ª vez que a entidade premia os melhores de RH do Rio; a 15ª sob a batuta do competente professor José Carlos de Freitas, que, ao circular pelas mesas, se confessou admirado com a velocidade de postagem da euforia dos vitoriosos nas redes sociais. “Hoje há uma grande mobilização”, celebrou. 50 anos da FIDAGH, no Rio Mais de 150 pessoas participaram, dia 22 de novembro, do Seminário Interamericano de Gestão de Capital Humano, no Hotel Sheraton Rio, em celebração dos 50 anos da FIDAGH – Federación Interamericana de Asociaciones de Gestión Humana. Tomaram posse pela nova diretoria da entidade, a panamenha Jeannette Karamañites (Presidente) e a brasileira Leyla Nascimento (Vice-Presidente). Nossos parabéns à Leyla, este ícone da gestão, por mais esta grande conquista! LET leva oportunidades à Manguinhos Pela terceira vez em 2013, facilitando o acesso das comunidades ao mercado, o Grupo LET participou da feira de oportunidades Emprega Rio, promovida pela empresa Essência Cultural. No dia 30 de setembro, nossos profissionais, como Erica Silva (foto), foram à Manguinhos, zona norte do Rio. 355 moradores tiveram seus currículos cadastrados e, alguns, já encaminhados à posições do mercado de trabalho. Sobre Trabalho Temporário Aconteceu no dia 26 de novembro, promovido pela ASSERTTEM, um importante evento que debateu os temas do e-Social, da certificação das empresas de trabalho temporário, prorrogação de contrato e normativas de inspeção. Este foi mais um importante passo rumo à melhoria do atendimento às empresas que contratam esta modalidade de serviço. e-mails para esta seção [email protected] | 2013 | Novembro / Dezembro | 19 O mercado está mais global e dinâmico. O Grupo LET Recursos Humanos, com alta tecnologia e profissionais qualificados, elimina as fronteiras. Se você procura uma organização que, mais do que serviço, lhe oferece parceria, clique-nos, ligue ou nos faça uma visita. Acesse www.grupolet.com ou ligue para (21) 3416-9190 e confira! Certificado com a ABNT NBR ISO 9001:2008, o Grupo LET é a única consultoria de RH do Estado do Rio de Janeiro filiada à Rede RH Nacional e à NPA (National Personnel Associates). Acesse GRUPO LET no Facebook e Twitter. Oferecemos os seguintes serviços: Recrutamento e seleção • Administração de Mão-de-obra temporária e Tercerizada • Terceirização de serviços • Busca de novos talentos Executive search • Check up profissional • Treinamento Grupo RECURSOS HUMANOS Matriz - Rio: Centro Empresarial Barra Shopping Avenida das Américas, 4.200 – BL.9 –salas 302 A e 309 A, Barra da Tijuca – Rio de Janeiro (RJ) – CEP 22640-102