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A revista do Grupo LET Recursos Humanos
N0 42 | Novembro / Dezembro | 2013 | Ano 7 | www.grupolet.com
ESPECIAL
Instituto da Construção
forma “massa crítica”
para o mercado — Pág. 14
INOVAÇÃO
Charges e horóscopo
na comunicação corporativa ?!
Brasilcap mostra que é possível – Pág.8
ENTREVISTA
Sandro Mabel
Deputado Federal (PMDB-GO)
“desata os nós” da
TERCEIRIZAÇÃO – Pág.3
CAPA
“Bem amigos...
da Gestão de Pessoas!”
Galvão
Bueno
e os momentos de aprendizado
de uma trajetória de sucesso – Pág. 10
Entrevista
Foto: Zuh Ribeiro / Army Agency
Papo com o leitor
“É....,é...é..., éeee
do Brasil!”
Caros leitores,
Bordões são cansativos? Não, são inspiradores. Na época em que fazemos um balanço do ano que chega ao final e traçamos os planos para aquele que virá, conhecer (um pouco mais) grandes profissionais
do mercado traz belos insights a quem atua em Gestão de Pessoas. O exemplo de Galvão Bueno oferece
ao nossos leitor uma imensa e intensa gama de lições. Tirando de letra pressões e “alimentando-se” dos
grandes desafios, ele chegará em 2014 à sua décima cobertura de Copa do Mundo. Mais do que apaixonado pelo que faz, Galvão nos revela, em entrevista exclusiva, que dá para associar esse lado workaholic
ao prazer pelas boas coisas de vida. Também fala do que aprendeu na convivência com algumas outras
grandes personalidades e dos grandes trabalhos que realizou.
Esta é mais uma matéria para ler, guardar e...consultar de vez em quando!
Construir grandes objetivos também é o que proporciona o Instituto da Construção, uma outra matéria especial que trazemos para comprovar que nem tudo está perdido e que não basta apenas ficar lamentando
que “ah vivemos o apagão de mão de obra”. Gente, chega! Trazemos aqui o exemplo de Fábio Perez,
empreendedor social que vem potencializando e qualificando pessoas na Construção Civil.
Na Entrevista Especial, o Deputado Sandro Mabel esclarece de uma vez por todas porque o Projeto de
Lei 4330/2004 irá melhorar muito a condição de trabalho e as relações trabalhistas para nada menos do
que 15 milhões de terceirizados em todo o Brasil. Também contamos nesta edição como a farmacêutica
Zydus Nikkho está lidando com a gestão do tele-trabalho unindo esforços das áreas Jurídico e RH. Ou
como a Brasilcap inovou ao usar charges e linguagem de horóscopo, isso mesmo, em sua comunicação
interna!
E tem muito mais conteúdo de qualidade nesta NEWSLET que você leva para sua ceia de Natal!
Boa leitura e um Próspero Natal a todos vocês!
Joaquim Lauria
Diretor Executivo do Grupo Let Recursos Humanos
Nova visão e práticas Comerciais do Grupo LET
Estar mais próximo ao nosso cliente, onde
quer que ele esteja, com mais frequência,
entendendo e lhe oferecendo soluções cada
vez mais interessantes ao seu negócio é o
foco do Grupo LET ao criar um atendimento
Comercial em cada unidade da consultoria.
“Com cada cliente tenho conversado ao menos uma vez por semana, deixando claro o
quanto é importante ele estar perto da gente”, confirma Mariana Rubia, Comercial LET
de Juiz de Fora (MG), onde o número de
solicitantes aos serviços tem aumentado. “A
LET não tinha tanta divulgação quanto temos
nesse momento e a aceitação está sendo
muito boa”, reforça Carina Aparecida, Comercial LET de Belo Horizonte.
Já na maior megalópole da América Latina, São Paulo, Sandra de Andrade, que
responde pela ações Comerciais, comenta
que o mercado local é altamente competitivo. Como tanta gente oferece praticamente
o mesmo serviço, segundo ela, o Grupo LET
está buscando se diferenciar com formas especiais de surpreender o cliente.
Finalmente no Rio de Janeiro, onde o Grupo LET já contava com o trabalho qualitati2 | Novembro / Dezembro | 2013 |
Sandra de Andrade
O Grupo Let Recursos Humanos
parabeniza o Rio de Janeiro
pela conquista do título
de Patrimônio Mundial da
Humanidade pela Unesco!
Expediente
Grupo LET
Recursos Humanos
Membro Oficial
Matriz – Rio de Janeiro (RJ) - Barra
Centro Empresarial Barra Shopping
Av. das Américas 4.200, Bloco 09,
salas 302-A, 309-A – Rio de Janeiro –
RJ – tel.: (21) 3416-9190
CEP – 22640-102
Site: http://www.grupolet.com
Escritório LET – Rio de Janeiro (RJ)
Centro – Avenida Rio Branco 120,
grupo 607, sala 14, Centro,
Rio de Janeiro (RJ), CEP: 20040-001
tel.: (21) 2252-0780 / (21) 2252-0510.
Escritório LET – São Paulo (SP)
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São Paulo – SP – CEP:01043-000 – Tel:
(11) 2227-0898 ou (11) 5506-4299.
Escritório Juiz de Fora (MG)
Rua Halfeld 414, sala 1207, Centro
Juiz de Fora (MG) – Brasil - CEP:
36010-900 Tel: (32) 3211-5025
Escritório Belo Horizonte (MG)
Rua São Paulo 900, Salas 806 e 807,
Centro, Belo Horizonte - CEP: 30170-131
Tel.: (31) 3213-2301
Diretor Executivo: Joaquim Lauria
Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria
Revista
Fabíola Palo (RJ)
Publicação bimestral
Novembro / Dezembro 2013
Ano 7 – Nº 42
Tiragem 2.000 exemplares
Jornalista responsável (redação e edição):
Alexandre Peconick
(Comunicação Grupo LET)
Mtb 17.889 / e-mail para
[email protected]
Carina Aparecida (BH)
Mariana
Rubia (JF)
vo de Julio Cesar Mauro, a equipe ganhou
o reforço de Fabíola Palo. Ela destaca que
relacionar-se bem é um grande caminho,
mas estabelecer confiança é o segredo do
sucesso. “As empresas querem seriedade,
informações seguras e resultados. E o Grupo
LET pode garantir isto”, afirma Fabíola.
Foi esta sólida imagem de mercado que
atraiu Mariana, Carina, Sandra e Fabíola (nas
fotos ao lado) ao nosso time de qualidade.
Nonono
Foto: Divulgação
Entrevista Especial
Editorial
Diagramação e Arte:
Murilo Lins ([email protected])
Foto da Capa:
TV Globo / Zé Paulo Cardeal
Oportunidades:
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nossas vagas clicando www.grupolet.
com/vagas/candidato e boa sorte!
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Impressão:
Walprint Gráfica e Editora Ltda.
Endereço: Rua Frei Jaboatão 295,
Bonsucesso – Rio de Janeiro – RJ
E-mail: [email protected]
Tel: (21) 2209-1717
Sandro Mabel
Dep. Federal (PMDB-GO) e autor da
PEC 4330/2004 – a “Lei da Terceirização”
“Porque regularizar a TERCEIRIZAÇÃO
moderniza as relações de trabalho”
É
dito que a atual Constituição Brasileira, promulgada
em 1988, tem a alcunha de
“cidadã”. Ocorre que a mesma carecia de muitos ajustes que a
adaptassem à velocidade com a qual
o mercado se transformaria nos anos
seguintes. Por exemplo: 15 milhões de
cidadãos terceirizados não estavam
contemplados em 1988 e não estão,
mesmo 25 anos depois.
O empresário goiano Sandro Mabel (PMDB-GO), que tem pautado sua
vida pública por ações de responsabilidade social e sustentabilidade, tendo
sido inclusive premiado por oferecer
qualidade de vida aos funcionários
de suas empresas, vem lutando há
nove anos no Congresso Nacional
para a aprovação do Projeto de Lei
4330/2004, de sua autoria, que regulamenta a situação dos terceirizados
no país. Ele inclusive presidiu a comissão especial destinada a promover
estudos e proposições voltadas para
a regulamentação do trabalho terceirizado no Brasil.
Mesmo tendo seu nome listado
pela 10ª vez consecutiva como um
dos 100 parlamentares mais influentes no Congresso Nacional ele ainda
não conseguiu que o Projeto tivesse
ido à votação. Entenda o porque nesta
entrevista.
Sandro Mabel – Hoje há terceirizações
bem feitas, por empresas idôneas,
que dão boas condições aos seus terceirizados. Porém, existe uma grande
parcela que sofre com péssimas condições de trabalho. O que proponho é
um marco regulatório. É errado falar
que este projeto vai terceirizar. Não. É
um projeto de proteção ao terceirizado. O projeto cria condições para que
os contratos tenham certos parâmetros. E que as empresas possam ser
fiscalizadas. O projeto vai evitar que o
trabalhador terceirizado leve cano da
empresa.
NEWSLET – Qual é a “alma” do seu
Projeto a respeito do tema da Terceirização?
NEWSLET – Por que essas alterações deixarão as relações trabalhistas mais saudáveis?
| 2013 | Novembro / Dezembro | 3
NEWSLET – O que você tem a dizer aos argumentos de que a PEC
4330/2004 “precariza as relações de
trabalho”?
Sandro Mabel – Precarização existe
hoje do jeito em que as coisas estão.
Aqueles que se colocam contra o Projeto alegam que “vamos terceirizar
quem hoje está com carteira –assinada”. Esquece! Não é nada disso!
Estamos falando dos 15 milhões de
terceirizados que estão sem uma legislação! De 22 artigos que o projeto
tem 19 dão segurança ao trabalhador
e um deles, apenas um, dá segurança
jurídica ao empregador. O terceirizado
será um trabalhador que vai evoluir no
mercado, sobretudo com melhores
treinamentos. Não queremos apenas
continuar com esse sistema atual que
é de alocação de mão de obra.
NEWSLET – De que forma a colocação em prática dos principais termos
descritos neste Projeto de Lei poderão
deixar o Brasil mais competitivo, por
exemplo, no mercado internacional?
Sandro Mabel – Em um primeiro momento este projeto de lei, se aprovado, irá organizar a terceirização internamente. Mas é preciso organizar a
nossa casa, para depois pensarmos
o que vamos fazer fora dela. Ou seja,
vamos pegar um monte dessas empresas que estão fazendo com que os
terceirizados sejam precarizados em
seus direitos e qualidade de vida e vamos ajustá-las à lei. Só será preciso às
empresas terceirizarem funções para
4 | Novembro / Dezembro | 2013 |
Novo Dicas NEWSLET
“O terceirizado será
um trabalhador
que vai evoluir no
mercado, sobretudo
com melhores
treinamentos.”
as quais precisem de gente realmente
muito especializada. Dessa forma, regulamentado, o terceirizado não terá
o menor preço, mas o melhor preço.
Dessa forma a competitividade será
aprimorada também externamente,
pois isto será refletido na melhor qualidade do produto oferecido.
NEWSLET – A aprovação desta lei
se arrasta no Congresso Nacional
por nove anos. O que tem sido mais
difícil, no seu entendimento, para se
chegar a um consenso?
Sandro Mabel – A CUT é o principal
obstáculo à aprovação. Ela tem “braços” no Judiciário e para tudo quanto é lado. Eles acham que vão perder
muita receita se a 4330/2004 for aprovada. Ela (a CUT) não quer entender
que uma empresa não precisa ter
1000 trabalhadores. Pode ter 500 sob
regime de carteira assinada e os outros 500 terceirizados. Dessa forma,
vai funcionar muito bem.
NEWSLET – De que forma o Sr. tem
procurado conversar com os sindicalistas em busca de um denominador
comum?
Sandro Mabel – Este projeto que, hoje
está em discussão, não é o texto original que eu elaborei. Houve ajustes
feitos por uma comissão especial que
incluiu as centrais sindicais, inclusive
a CUT. E tem que ser assim, temos
que atuar de uma forma colaborativa,
solidária. Todo mundo tem que ser fiscalizado. Tudo funcionou bem, com a
própria CUT, até que o projeto andou.
Esse foi o problema. Afinal, a ideia da
CUT é participar para postergar. Eles
enganaram o Ministro Gilberto Carvalho totalmente, apenas ganhando tempo para fazer manifestações. Tem que
ser dado um basta nisso! A CUT está
sendo responsável por precarizar 15
milhões de trabalhadores!
NEWSLET – De que forma a nova Lei
de Terceirização, se aprovada é claro, poderá ajudar a nossa economia
a aproveitar o grande fluxo de capital
que certamente acontecerá durante
dos megaeventos de 2014 e 2016 e
mesmo após esse período?
Sandro Mabel – Simples: com a aprovação da nova lei será possível contratar um número muito maior de pessoas e o Brasil dará um salto gigantesco
em sua economia porque, entre muitos outros pontos, o recolhimento de
tributos irá aumentar e também haverá
maior número de pessoas consumindo. Não podemos ficar exportando
só milho, soja e algodão. Temos que
exportar também produtos industrializados.
NEWSLET – Qual tem sido a grande
motivação para que o Sr. continue lutando pela aprovação deste Projeto
de Lei?
Sandro Mabel – Nos últimos nove anos
acabei criando um amor ao sofrimento desses trabalhadores terceirizados.
Por outro lado você vê hoje uma série
de empresas média e pequenas que
estão querendo terceirizar para ter
mais competitividade e estão sendo
impedidos disso.
NEWSLET – Por que é tão difícil no
Brasil os diferentes atores sociais
entenderem o que significa TERCEIRIZAR?
Sandro Mabel – Porque o problema
da CUT não é defender trabalhador,
é perder dinheiro. O problema é que
as maioria dos terceirizados não estão
vinculados às centrais sindicais e não
as sustentam.
“Ler é muuuito bom”
De bate-pronto com o autor
“Tira o Pé da Minha Marmita - Volumes 1, 2 e
3”, de Regina De Lucca Baldini, Qualitymark
Editora
Histórias vividas no dia a dia, contadas de
forma bem humorada, trazem boas lições
para entender e administrar os conflitos e situações polêmicas nas empresas.
“A Gestão Estratégica do Capital Intelectual”, de
David A. Klein, Qualitymark Editora
Como identificar o conhecimento, algo intangível e disseminá-lo a muita gente dentro
das empresas é um dos maiores desafios da
atualidade. O autor deste livro mergulha na
pesquisa e aprofundamento do tema.
“A gestão da Geração Y nas Organizações”, de
Viviane Formosinho Castello Branco – Qualitymark Editora
Viviane, que investiga o tema desde 2008,
nos conta neste bate-pronto, porque é vital
conhecermos e sabermos lidar com esses jovens que chegam cheios de sonhos e novas
ideias nas organizações.
...até por isto, fazemos aqui duas perguntinhas a Viviane
(autora) que muita gente gostaria de ver respondidas. E
ela responde...
Foto: Divulgação
Sandro Mabel – Primeiro porque vai
acabar com esse negócio que existe
em algumas empresas do funcionário comer em um restaurante bacana,
uma comida quentinha, ter um transporte de qualidade e o terceirizado
comer na marmita debaixo da árvore
e ter que ser virar para chegar na empresa. Terceirizado não vai ser mais
trabalhador de segunda categoria. O
meu projeto vai igualar o tratamento
que a empresa tem que dar ao funcionário e ao terceirizado.
Cultura
Por que os “Y” ainda despertam tanto
medo e ansiedade?
V. F. – Porque eles trazem valores próprios e eles querem que as empresas
mudem suas políticas, sua maneira de
ser e agir. Tudo para eles é para ontem.
E as pessoas das gerações anteriores te
dificuldade em compreender isto.
Qual seria a postura ideal para que um líder de organização receba um “Y”?
V. F. – De imediato deve procurar ouvir o que esse jovem
pensa e o que espera da empresa. Já no primeiro momento
deve estabelecer metas junto com este novo colaborador,
considerando o que ele gostaria de fazer. Tudo isto deve
ser conversado de forma clara, sem meias palavras. Eles
(os “Y”) gostam de ser respeitados como colegas. Eele não
respeita pela hierarquia, mas pela qualidade da liderança.
É possível pensarmos em “atitude Geração Y”: pessoas
com mais idade, mas como o perfil “Y”?
V. F. – Sim. Com certeza! Isto é muito da personalidade de
cada um. Veteranos podem ter algumas características dos
“Y”, mas aliando a maturidade.
Da “Sétima Arte”...para os RHs
M
yrna Brandão, jornalista especializada em Cinema e autora do livro “O
Cinema na Gestão de Pessoas”, nos
sugere nesta edição a reflexão sobre
o filme “Intocáveis (Intouchables – 2011)”, de Eric Toledano e Olivier Nakasche
Baseado numa história real, o filme une duas pessoas numa relação improvável: Phillippe, um multimilionário francês, que ficou tetraplégico após um
acidente de parapente e Driss, um imigrante pobre
recém saído da prisão, que é contratado para ser seu
curador.
Para refletir:
O processo de seleção adotado por Philippe para
contratar Driss, fora do convencional e livre de eventuais modelos mentais.
A jornalista
O desafio de, a partir
Myrna Brandão
da diversidade, encontrar
pontos que possam gerar
sinergia.
A importância de conhecer e conviver com as
divergências e conseguir
transformá-las em ações convergentes.
Os caminhos que podem
levar os líderes à conscientização de que as possibilidades se ampliam quando
se busca a troca de experiências e objetivos comuns.
Os bons resultados que podem ser alcançados
quando pessoas trabalhando juntas descobrem afinidades e fazem com que suas diferenças produzam
uma equipe ajustada e motivada.
Foto: Alexandre Peconick
Entrevista Especial
| 2013 | Novembro / Dezembro | 5
Atualidade – Case Zydus Nikkho
Como é DESAFIANTE lidar com o
TELE-TRABALHO
E
stamos entre os 10 países do
mundo que mais acessam
as redes sociais, mas ainda
vivemos o intenso aprendizado quando o assunto é o trabalho
remoto ou o tele-trabalho. Ou seja: há
empresas que estabelecem com os
seus colaboradores relações profissionais que incluem a comunicação
eletrônica, estejam eles em qualquer
lugar: na rua, no restaurante, no aeroporto, na sala de espera de um médico, em um parque.
Mas a eliminação de fronteiras físicas
não significa que a responsabilidade e
o engajamento devam ser afetados.
Ao contrário. Para empresas como a
Zydus Nikkho Farmacêutica lidar com o
tele-trabalho serviu, entre outros resultados, para unir a ampliar as expertises
6 | Novembro / Dezembro | 2013 |
das áreas de RH e Jurídico. Um intenso
trabalho de suporte e troca entre a equipe de Helena Ferro, Gerente Jurídica, e
Dagmar Abel, Gerente de RH, foi e tem
sido imprescindível para o auxílio do dia
a dia dos funcionários que realizam o
tele-trabalho: são mais de 50% de um
total de mais de 300.
Um exemplo desse auxílio: a partir
da automatização da força de vendas,
cada um dos Propagandistas, que
circulam pelo país para divulgar os
medicamentos, foram dados, em comodato, tablets para que eles se comuniquem melhor com clientes, com
a empresa e para que tenham feedbacks mais rápidos em suas buscas.
“Tentamos oferecer aos nossos colaboradores a melhor tecnologia possível para que aperfeiçoem o desem-
penho de suas atividades e tenham
um acesso mais rápido às informações e aos demais setores da empresa”; enfatiza Helena Ferro.
Sempre que se fala em trabalhar
longe dos olhares dos gestores surgem, contudo, dúvidas de ambos os
lados. Se por um lado o empregador
questiona “será que aquele trabalhador está desempenhando sua tarefa
de forma adequada?”; por outro o
trabalhador costuma perguntar “as informações que lanço no equipamento
são uma forma de controle por parte
da empresa? ou “ se eu utilizar o equipamento após o horário normal de trabalho, faço jus a horas extras?
Embora todas elas sejam comuns a
este mercado, esta última (a da hora extra) tem sido a maior dor de cabeça dos
gestores das empresas farmacêuticas.
As equipes da RH e Jurídico da Zydus
Nikkho até a abordaram em um recente seminário do setor. Segundo Roberta Magalhães, Advogada da Zydus
Nikkho, muitos dos que vão à Justiça
alegam que através do equipamento se
exerce o controle de horário e que o fato
de algumas vezes utilizarem o mesmo
fora dos limites da jornada seria o mesmo que “fazer hora extra”, quando, na
prática, eles próprios organizam agendas e lançam informações no sistema
de acordo com suas conveniências.
No caso dos propagandistas da
Zydus Nikkho eles trabalham visitando a classe médica, distribuidoras e
farmácias. Seus ganhos são baseados
em resultados. Como toda e qualquer
mudança, esse novo perfil de trabalho
gera incerteza e riscos, principalmente
na esfera trabalhista, portanto é fundamental que qualquer politica que afete
ou modifique as condições dos trabalhadores sejam avaliadas pelo RH e
pelo Juridico. “Isto nos previne contra
eventuais brechas”, admite Dagmar.
Um exemplo ocorre em relação à
problemas de horas extras. A Zydus
Nikkho orienta seus trabalhadores externos a ter liberdade e autonomia no
desempenho de suas tarefas, podendo organizar agendas e roteiros.
Atuar a distância, além de domínio da tecnologia, exige maturidade e
uma responsabilidade que sejam valores próprios de cada um. Dessa forma, segundo Dagmar Abel, do RH, o
processo seletivo já busca identificar
profissionais que correspondam ou
que sejam aderentes a este perfil.
Qualidade no treinamento também é
um dos segredos para o sucesso com
os tele-trabalhadores. Sempre que a
empresa oferece uma nova ferramenta
aos funcionários, antes que eles comecem a utilizá-la devem receber um
treinamento especifico no qual são passadas informações técnicas e operacionais, assim como as vantagens que
aquela ferramenta vai agregar as suas
competências. Estabelece-se um canal
para expor opiniões e elucidar dúvidas.
“Reforçamos como deve ser utilizado cada instrumento; mostrando a
Foto: Alexandre Peconick
Foto: ShutterStock Images
Atualidade – Case Zydus Nikkho
RH e JURÍDICO – “SUPER GEMÊOS..ATIVAR!”
Da esquerda para a direita Roberta Magalhaes, Dagmar Abel, Helena Ferro
e Liliane Siqueira – parceria que reforça a importância e a dimensão
do trabalho de duas áreas estratégicas para a Zydus Nikkho Farmacêutica
esse novo profissional o ganho que
eles estão tendo com a adoção da
tecnologia, as regras estabelecidas na
política de uso, na qual consta o que
pode e o que não pode ser feito; e, ao
final do programa, cada um assina um
documento se comprometendo a seguir a politica”, conta Dagmar.
Se ainda assim o resultado não for
satisfatório, o empregado a passa por
um programa de coaching que o ajuda
a se aprimorar no tele-trabalho.
Vale a pena pontuar que os teletrabalhadores devem ter o mesmo
contrato de trabalho daqueles que estão internamente na empresa, seja em
salário ou em direito aos benefícios. A
principal diferença é a autonomia do
tele-trabalhador na execução de sua
rotina, e em muitos casos até para estipular o início, intervalos e final de sua
jornada. “O ideal é que sempre que
se adote essa modalidade de trabalho seja de forma parcial ou integral,
todos os detalhes e variantes sejam
previamente combinados entre o trabalhador e seu respectivo gestor ou
direção da empresa”, alerta Roberta
Magalhães.
Helena Ferro, revela que desde que
os departamentos jurídico e RH passaram a adotar uma postura de trabalho
em parceria, os resultados em relação
às demandas judiciais e ao comprometimento das pessoas estão melhores na
Zydus Nikkho.
Medidas de segurança de rede,
proibição de inserção de conteúdos
impróprios e acessos a sites proibidos
e redes sociais através dos equipa-
mentos da empresa, tanto para quem
atua remotamente quanto para quem
atua internamente são adotadas e monitoradas de forma a prevenir riscos e
exposição impropria da empresa além
da violação de segredo. Isto isso não
significa que há cerceamento da liberdade ou invasão de privacidade, uma
vez que tudo é feito de comum acordo e
informado previamente, seja através do
próprio contrato de trabalho, seja através das politicas de concessão e uso.
A empresa não rejeita, porém, as
novas formas de comunicação que
surgem no âmbito tecnológico. Utiliza a seu favor, por exemplo o Skype
para envio de arquivos extensos e
o Viber, o Orkut e o Facebook para
contatos internacionais. “Se não afeta a imagem da empresa não vemos
problema”, considera Liliane Siqueira,
também Advogada do Jurídico.
Inúmeros desafios bem gerenciados ajudaram na quebra de paradigmas. Os termos “RH” e “Jurídico”,
fantasmagóricos em algumas organizações, ganharam na Zydus Nikkho,
para os funcionários, o status de “parceiros de trabalho”. “Das ruas, eles
confiam, sempre que surge um problema, que RH e Jurídico podem lhes
socorrer”, traduz Dagmar. Ela conta
que, ao longo do tempo, essa relação
também lhe trouxe muito aprendizado,
além de ampliar a importância de atuação do RH.
Mas reforça que o mais importante
têm sido os frutos positivos que esse
diálogo traz na prevenção e minimização de problemas.
| 2013 | Novembro / Dezembro | 7
Inovação – Comunicação Interna
PARCEIROS
Thiago Etchatz e Fabiane Borges:
juntos, Gestão de Pessoas e
Comunicação somam, multiplicam
e, sobretudo, colocam em prática
as ideias criativas
Charges e horóscopo
para TRANSFORMAR
Q
uem se acostumou a ler as
dicas do horóscopo e bem
humoradas charges em jornais e revistas dificilmente
imaginou que um dia esse tipo de linguagem pudesse invadir o universo das empresas. Mais ainda: que pudesse servir
de plataforma para comunicar a grande
transformação gerada pela implementação de um novo modelo de competências. Pois aconteceu. Ao invés daqueles
textos frios e diretos que podem até intimidar funcionários, as áreas de Gestão
de Pessoas e de Comunicação da Brasilcap, em parceria, inovaram ao criar
um modelo de 13 charges e horóscopos
com elementos da natureza para representar os níveis hierárquicos da empresa
do mercado de capitalização e coligada
ao Banco do Brasil.
“Queríamos fazer com que as pessoas se interessassem pelo conteúdo
e entendessem o que era esperado
delas em termos de atitudes e posturas para o alcance das metas. Temos
uma gama gigantesca de informações
que chegam aos nossos e-mails, celulares e as pessoas têm pouco tempo
8 | Novembro / Dezembro | 2013 |
para leitura; em um formato tradicional de texto, muita gente acaba desprezando a informação”, esclarece
Fabiane Borges Fedozzi, Gerente de
Equipe, Gestão de Pessoas e Infraestrutura da Brasilcap.
O programa inovador deveria, segundo a Gerente, transmitir com eficiência
o novo modelo de competência que foi
criado no início do ano de 2012 e implementado entre os meses de julho e setembro deste mesmo ano. Toda segunda e quinta feira, durante dois meses e
meio, os funcionários recebiam o texto
de horóscopo – um parágrafo apenas –
por e-mail marketing. As charges eram
colocadas no início da semana nos murais espalhados pela empresa e no papel
de parede do computador de cada um.
“Planeje-se e fique atento aos recursos que tem ao seu alcance”. “O
momento está mais propício a,...”. Esta
linguagem de horóscopo, segundo avaliação das equipes de Gestão de Pessoas e de Comunicação, teria mais chance de chamar a atenção das pessoas.
Quanto às charges, elas comprovaram
ser o complemento ideal, demonstran-
do em imagens atitudes como “fazer
diferente”, “pensar fora da caixa”, “qualidade e cumprimento de prazos devem
andar juntos”, entre outras.
A Brasilcap não tinha um chargista. Contratou um desenhista, Will M.,
o qual, além de receber o texto das
13 competências e orientações sobre situações do dia a dia, conheceu
o ambiente da empresa para que pudesse representá-lo em imagens com
a maior fidelidade possível. Depois de
pronta a charge era encaminhada a
um designer da Brasilcap, responsável pelo formato final a ser divulgado.
Fabiane informa que não foi realizado qualquer benchmarking para a elaboração do programa. A ideia de usar
imagens partiu da percepção de que
as pessoas não absorviam com tanta
eficácia muito texto, fosse por e-mail
ou intranet e de que era preciso algo
realmente inovador. “O recurso lúdico
atrai e impacta o receptor da mensagem; além disso, o horóscopo foi uma
forma de transmitir mensagens diretas
e segmentadas para diferentes públicos”, destaca Thiago Etchatz, Técnico
Sênior de Comunicação, idealizador
desta prática.
Usar charges e horóscopo, de certa
forma, simplificou o ato de comunicar
13 competências, sendo que cada uma
tem três comportamentos esperados
e cada comportamento se destinava a
um público específico. Foi criada uma
matriz na qual “Terra” seriam os Gerentes Executivos; “Fogo”, os Analistas
e Técnicos; “Água”, os Gerentes de
Equipe; e “Ar”, os Estagiários.
Segundo Fabiane, o fato da charge
brincar com uma situação formal torna
as coisas mais leves e ajuda os funcionários a se envolverem mais com o
tema. O exemplo da “Atitude Empreendedora”, na concepção da Brasilcap, é
marcante: a charge sobre esta competência mostra duas focas com a bola no
nariz, o que, já seria entendido como
empreendedorismo; contudo, uma terceira foca, mais ousada, acrescenta cadeiras antes da bola, fazendo diferente.
E traduzir comportamentos em imagens deu certo. Para Ricardo da Silveira Bezerra, da Gerência de Desenvolvimento Empresarial e Humano, há 11
anos na empresa, foi muito interessante ver assuntos críticos sendo tratados
de uma forma bem amigável. Isto trouxe mais aceitabilidade, na visão dele.
“Mostrar uma charge para o funcionário sugerindo, com bom humor, que ele
seja mais colaborativo com os companheiros me transmite mais segurança
e tranquilidade para agir desta forma”,
afirma Ricardo. E ele adorou a charge
que mostra como agir fora da caixa.
“Pelo desenho percebemos claramente que o mergulho na rotina nos impede de ver que o mundo não se resume
ao nosso dia a dia”, avalia.
O novo modelo chamou a atenção
de funcionárias que estão na empresa há 17 anos, como Adriana Narciso
Elias, da área de Relacionamento com
o Cliente, e que asseguram nunca terem visto nada igual. “A primeira sensação foi de curiosidade e a segunda
foi de leveza; quando me sinto leve
fica mais fácil de entender o que a
empresa quer de nós”, traduz Adriana
que gostou muito da charge dos barquinhos retratando o valor do trabalho
em equipe. “Esse modelo me trouxe
a vontade de querer ler e isto é muito
importante”, sintetiza ela.
Antes de provocar o “burburinho
dos corredores” e entrar no ar, o novo
modelo de Competências, foi comunicado em uma reunião com os 25
gerentes da Brasilcap. O intuito era
claro: estimulá-los a multiplicar a novidade. “Precisávamos muito que os
gestores fossem parceiros neste importante momento”, explica Fabiane.
Junto a cada charge vem o nome
de uma competência destacada e uma
frase de efeito. Até mesmo nas situações cujas charges geraram alguma
espécie de dúvida ou de contestação,
o diálogo entre Gestão de Pessoas e
as áreas foi aprimorado. Nas equipes
de Gestão de Pessoas e de Comunicação ficou a avaliação de que, ao ver
imagens e lidar com frases mais fortes, as pessoas percebiam, de fato, o
quão importante seria a mudança ou
mesmo o aprimoramento da atitude.
“Se pudesse dar alguma dica a um
gerente de RH diria para estreitar o
máximo possível a sua parceria com
a área de Comunicação, porque não
adianta termos um belo programa se
ele não for comunicado com uma estratégia ideal de persuasão, ajudando
as pessoas a internalizar e a praticar
os conceitos”, ressalta Fabiane.
Mais do que nunca, o modelo de
comunicação interna da Brasilcap,
ainda que visando atingir uma meta
com prazo específico, comprovou que
a soma de competências entre áreas
distintas, intensificada pela “vontade
de fazer”, gera inovação.
3 de 13 – Conheça três das 13 charges
implementadas Exemplo da linguagem de
horóscopo com o viés corporativo.
Charges: Will M.
Foto: Alexandre Peconick
Inovação – Comunicação Interna
Exemplo da linguagem de horóscopo com o viés corporativo.
| 2013 | Novembro / Dezembro | 9
Personagem / Capa
Foto: TV Globo / Renato Rocha Miranda
Personagem / Capa
ticos, admirado, contestado, debatido,
mas nunca esquecido. Apreciador dos
memoráveis momentos que a vida lhe
traz, Galvão Bueno nos brinda com as
grandes lições que sua carreira traz à
muita gente que cuida de pessoas nas
empresas.
NEWSLET – A Gestão de Pessoas
destaca a importância do bom relacionamento entre as pessoas para o
sucesso do trabalho. Relacionar-se
bem é decisivo no seu trabalho?
Galvão Bueno
“Bem amigos...
da área de Gestão de Pessoas”
Grandes momentos muito nos ensinam
O
estilo arrebatador das locuções dá a exata dimensão de um profissional que
sempre foi apaixonado
pelo que faz. Desde a Rádio Record,
onde estreou em 1974, Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno, ou Galvão Bueno, chamava a atenção. Em
1978 fez sua primeira Copa do Mundo pela TV Bandeirantes, quatro anos
10 | Novembro / Dezembro | 2013 |
mais tarde, em 1982, a sua primeira
pela TV Globo. Em 2014 será a sua 10ª
que, com ansiedade, encara como se
fosse a primeira.
Sua voz emoldura grandes momentos do esporte como os títulos
de Nelson Piquet e Ayrton Senna na
F-1, o tetra (1994) e o penta (2002) da
nossa seleção de futebol, entre tantos
outros. Criador de bordões emblemá-
Galvão Bueno - Televisão é um trabalho essencialmente coletivo. Fazer
TV é saber trabalhar em equipe. Tive a
sorte de sempre contar com profissionais muito competentes trabalhando
ao meu lado. Eu sou a cara e a voz
de uma equipe onde a química e a
harmonia são ingredientes essenciais,
sem isso eu simplesmente não conseguiria trabalhar. Permito-me citar os
repórteres que cobrem seleção para
a Globo: Tino Marcos e Mauro Naves.
Eu e o Tino estamos juntos há quase
25 anos. Com o Mauro, novato, são
“apenas” 18. Eles são a minha referência: complementam a transmissão
com informações quentes, de momento. Conversamos muito, discutimos
pautas e trabalhamos em total sintonia. Eles enriquecem o meu trabalho.
NEWSLET – É na dificuldade que
se aprende. Dê-nos um exemplo de
como esta frase foi marcante em sua
carreira...
Galvão Bueno - Hoje as informações
circulam em grande velocidade. Numa
corrida de F-1, por exemplo, recebemos em tempo real todos os números
em telas de computador. Mas já houve
tempo em que era tudo “no olho”. Só
sabíamos quem era o líder da prova
quando o carro passava em frente aos
boxes, onde ficam as cabines de transmissão. Isso nos levava a cometer erros. Numa corrida na África do Sul, há
mais de 30 anos, simplesmente errei
o vencedor, uma situação impossível
de se repetir atualmente. Aprendemos
muito naqueles dias heroicos.
NEWSLET – Muita gente em RH se
refere ao termo “zona de conforto”
como algo perigoso, negativo. Qual
é a sua concepção?
Galvão Bueno - Sou apaixonado
pelo meu trabalho e aprendi ao longo
de quase 40 anos que não existem
atalhos fáceis, toda transmissão é um
desafio. Já transmiti centenas de jogos
da seleção brasileira, mas até hoje, em
todos, eu faço questão de ir ao estádio na véspera. Percorro, com calma,
o caminho que terei que fazer na hora
do tumulto, conheço a cabine de transmissão, “azeito” detalhes técnicos com
a equipe. Para mim, a “Zona de Conforto” é estar seguro de que eu me preparei bem e que as condições de uma
boa transmissão estão garantidas. NEWSLET – O que costuma fazer
para recarregar as baterias?
Galvão Bueno – Gosto de jogar golfe, mas consigo fazer isso raramente,
embora seja um esporte fascinante e
que me permite realmente desligar do
dia a dia. Mas meu grande lazer, que
só posso fazer nas férias, é navegar.
Passei os últimos anos morando na
Europa e conheci alguns portinhos da
costa da Itália, da Grécia e da Turquia
onde realmente consigo renovar as
energias para voltar focado no trabalho. Entretanto, eu diria que, acima de
tudo, estar com a família é o que realmente descansa minha cabeça. Viajo muito a trabalho e consigo relaxar
bastante se tenho a oportunidade de
ficar uma semana “grudado” com minha esposa e meu filho caçula, o Luca.
NEWSLET – A convivência com personalidades nos transforma. Você
concorda? O que você traz de transformador da convivência com: Pelé?
Ayrton Senna? Janus Lengyel (inovador da TV)? Nelson Piquet? Emerson
Fittipaldi? Roberto Marinho? Reginaldo Leme? Arnaldo Cesar Coelho?
Rubens Barrichello?
Galvão Bueno - Nunca tive a pretensão de ser um popstar. Procuro
conviver com a exposição provocada
pelo meu trabalho de maneira tranquila. Aprendi muito com o Pelé, que
é o cara mais assediado do mundo
e nunca diz não a um fã. Já com o
Ayrton Senna aprendi que as pressões do automobilismo amadurecem as pessoas muito cedo. Sobre
o Janus Lengyel, digo que ele me
mostrou o mundo e me ensinou a viver nele. Por sua vez, Nelson Piquet
me mostrou a “irreverência responsável”, é um grande piloto com um
senso de humor excepcional. Tudo o
que me aconteceu na minha carreira
em termos de Formula-1 eu devo ao
Emerson Fittipaldi, o pioneiro, o visionário que abriu as portas do mundo
ao talento automobilístico brasileiro.
Eu não tive muitos contatos pessoais
com o Dr. Roberto (Roberto Marinho),
mas aprendi dele que nunca se deve
ter medo da competência. Ele nos ensinou a procurar sempre os melhores
profissionais em todas as áreas de
atuação. Foi assim que se fez a Rede
Globo de Televisão.
Reginaldo Leme e Arnaldo Cezar Coelho: desses dois eu costumo dizer
que tenho com eles um casamento
sem sexo! Sobre o Rubinho, narrei os
19 anos deles na F-1 e sei da enorme paixão que ele tem pelo que faz.
Hoje é engraçado tê-lo como colega
de trabalho, comentarista que sabe
passar em palavras simples a enorme
complexidade dos carros e das corridas. Transformar o complexo em simples: eis uma grande lição! Se vocês
me permitem, acrescento o Felipe
Massa a esta lista. Nos últimos anos
fui vizinho dele. Moramos no mesmo
prédio, em Mônaco, e descobri nele
um cara totalmente ligado à família.
Como ele e a sua família, que adora
um bom vinho nas horas de lazer, eu
e minha esposa dividimos muitas alegrias e uma bela amizade.
NEWSLET – De que forma você lida
com algumas críticas que possa vir a
receber e que lições tira delas?
Galvão Bueno - A gente sempre
aprende com a crítica e no meu caso
não é diferente. Às vezes eu leio e escuto algumas opiniões que não me
agradam e, por ser uma pessoa pública, tenho que conviver com elas. A
crítica me ajuda a manter a forma, a
ser mais aplicado, eu sei que um erro
do Galvão vira notícia. Mas não penso muito nisso, eu me preparo para
trabalhar e só faço eventos ao vivo, e,
como diz meu amigo Faustão, ao vivo
faz quem sabe.
NEWSLET – Que dicas você gostaria de oferecer aos profissionais que
precisam lidar com pressões?
Galvão Bueno - Ainda não me considero pronto para dar conselhos, mas
pressões existem em qualquer profissão, na maioria das atividades. O que
sempre fiz foi me manter atualizado,
informado, e preparado para encarar
os desafios, se precisar matar um leão
por dia, vou me preparar para isso.
NEWSLET – Brasil 2014 será a sua
décima Copa do Mundo. Diante de
tanta experiência e de procedimentos que se repetirão, dá para fazer
diferente?
Galvão Bueno - Embora Copa do
Mundo não seja novidade para mim,
não existe nada que eu possa fazer para
evitar uma pequena dose de ansiedade.
A TV Globo tem uma equipe super competente, que está se preparando para
fazer uma Copa em casa, ou seja, é o
projeto dos sonhos de qualquer profissional de televisão. E eu estou me preparando para algo especial.
NEWSLET – Como você vê este
megaevento para um país como o
Brasil?
Galvão Bueno - Será um evento
grandioso e que vai dar enorme projeção ao Brasil. Mas não podemos - e
não devemos - esconder nossos problemas, nossas deficiências e nossas
desigualdades. A seleção nos une e,
no que depender de mim, vocês ouvirão muitas vezes “Olha o Gol, olha o
gol, olha o gol... É do Brasil!”
| 2013 | Novembro / Dezembro | 11
Seguranca
Coluna Saúde e Segurança no Trabalho
Fotos: Alexandre Peconick
Foto: Site Sxc.hu
Novidade
Leyla: antecipando o
perfil do RH do futuro
Participantes das empresas
do segmento cosmético
decidiram a estrutura do
novo grupo de RH atuando
no formato do world café
“Evento musical
Grupo LET fomenta criação de
Grupo de RH nO segmento Cosmético
U
ma manhã inédita nos quase 14 anos de história do
Grupo LET Recursos Humanos reuniu, no último dia
12 de novembro, a diretoria desta consultoria e profissionais de RH de sete
organizações do segmento Cosmético.
O 1º Encontro RH Cosmético, realizado em um dos auditórios do Centro
Empresarial Barra Shopping, atende a
uma demanda deste segmento percebida pela área Comercial do Grupo LET
de que os profissionais precisavam se
reunir para fazer benchmarking e se
atualizar com relação às práticas de
RH. Dessa forma, pela primeira vez o
Grupo LET tomou a iniciativa de fomentar a criação de um Grupo de RH, cujo
nome está sendo decidido após este
primeiro evento, em votação online.
Para estimular o debate, os profissionais de empresas como Viscaya,
Granado, Niely Cosméticos, Dermatus, L´Orèal, Embelleze e JRH, foram
brindados com a palestra de Leyla
Nascimento, Presidente do Instituto
Capacitare e ABRH-Nacional, com o
tema “Cenários atuais na Gestão de
Pessoas”, e com um workshop de
integração realizado no modelo de
12 | Novembro / Dezembro | 2013 |
world café e ministrado por Claudia
Klein, sócia-diretora da Argumentare e
do blog Salada Corporativa.
Leyla, que acabara de retornar do
evento que marcou os 100 anos da
Chartered Institute of Personnel and
Development (CIPD) em Manchester
(Inglaterra), trouxe, em primeira mão, alguns tópicos sobre a nova estrutura que
está emergindo e que coloca o RH do
futuro como uma ciência, de forma que
seus profissionais repensem a formação e a educação. “Ou encaramos RH
como ciência ou vamos bater cabeça”,
alertou. Ela destacou que o momento
de troca e reaprendizado pede que as
lideranças saibam ler e interpretar cenários. A Presidente da ABRH-Nacional,
também parabenizou o Grupo LET e os
profissionais presentes ao dizer que
“vocês estão fazendo a história”.
Aos profissionais do segmento cosmético, Leyla foi enfática: “ninguém
mais quer estar em um ambiente de
trabalho que não lhe traga significado”.
E esta premissa ganha cada vez mais
complexidade para o entendimento
dos RHs em um mundo onde, para
muita gente, vida pessoal e trabalho se
tornam uma coisa só; sem fronteiras.
Claudia: “valorizem o
relacionamento”
Neste aspecto, Claudia Klein, reforçando as palavras de Leyla, chamou
a atenção de todos ao iniciar o trabalho de integração dizendo que “vocês
têm muitos desafios similares, porém
como as especificidades de cada um;
aproveitem e construam esse modelo,
valorizando o relacionamento”.
Organizados em grupos os participantes escolheram os propósitos da
criação do novo grupo de RH, temas
de interesse para as próximas reuniões e a periodicidade das mesmas.
Decidiu-se pela bimestralidade. Ficou
claro, por exemplo, o desejo de analisar as práticas não apenas do segmento cosméticos, mas trazer as de
outros segmentos para verificar diferentes aplicabilidades. Ao final do
evento a Hotéis Eventos e Lazer, empresa apoiadora, sorteou dois finais
de semana na Pousada Clave do Sol,
em São Pedro da Aldeia (RJ) e a Argumentare, também sorteou brindes
entre os participantes.
A criação de um novo grupo de RH
comprova que o Grupo LET Recursos
Humanos se renova e inova buscando, cada vez mais, antecipar grandes
soluções ao mercado.
só é grandioso se for seguro”
*Vanessa de Paula
A
história musical dos últimos
30 anos na cidade do Rio
de Janeiro foi marcada por
grandes eventos que atraíram multidões em vários locais do município. A começar pela primeira edição do Rock in Rio, em 1985, seguida
de muitas outras. Já no estádio do Maracanã, Paul McCartney, em 1990, se
apresentou para uma plateia estimada
em 184 mil pessoas. Um dos maiores
palcos do mundo, a Praia de Copacabana, apresentou vários shows como
o do roqueiro Rod Stewart, que em
1994 entrou no livro dos recordes, e
rendeu um publico de 3,5 milhões de
pessoas. Também aconteceu em Copacabana, em 2006, o show histórico
dos Rolling Stones, que reuniu 1,5
milhão de pessoas, além, é claro, de
uma rainha do axé, a cantora brasileira Claudia Leitte, dois anos mais tarde, em 2008, gravou seu CD para um
publico de 1 milhão de pessoas. Uma
das maiores divas do pop mundial,
Madonna realizou seu ultimo show no
Rio em 2012, na cidade dos atletas. Já
em setembro deste ano, a mais recente edição do Rock in Rio levou a uma
mega área no bairro de Jacarepaguá
cerca de 85 mil pessoas, e em sete
dias o evento arrecadou uma renda de
R$135 milhões.
Todas estas informações e números
estratosféricos reforçam e confirmam
a importância de se investir e priorizar
a segurança no trabalho em grandes
eventos musicais. Na verdade, os riscos aos quais os profissionais estão
expostos, na maioria das vezes, estão
associados à montagem e desmontagem do evento.
A característica de uma logística
montada, na maioria das vezes, em
locais abertos, onde o ambiente é
desconhecido e o imprevisível impera, traz quase sempre um alto percentual de riscos. Nesse caso, as empresas precisam se precaver e elaborar
procedimentos peculiares ao tipo de
evento. Para garantirem as condições
ambientais de trabalho, no que diz
respeito aos aspectos de prevenção,
os riscos mais comuns são: Risco
Químico (Tintas a base de solvente,
poeiras e colas); Risco Físico (Radiação Ultra Violeta, Trabalho a Céu
Aberto, Radiação Ionizante, Traba-
Nonono
lhos com Soldas, Radiações Não ionizantes (microondas) e Ruído); Risco
Ergonômico (Levantamento e carregamento manual de peso, postura
inadequada de trabalho, trabalho em
turno e noturno); Risco de Acidentes
(Trabalhos sob carga suspensa. Trabalho com Intempéries, queda da
própria altura e/ou por diferença de
nível, cortes, escoriações, arranhões,
choques elétricos e etc.) Risco Biológico (Contatos com bactérias, vírus,
protozoários e etc).
Além dos riscos relacionados diretamente com as atividades, as empresas precisam também pensar na
infraestrutura que deverão fornecer
aos seus colaboradores, como: Condições sanitárias e conforto antes,
durante e após o evento, conforme
as Normas Regulamentadoras NR-18
e NR-24; o cuidado necessário com
a alimentação, desde o preparo até o
consumo dos funcionários, seguindo
sempre as recomendações da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária).
Acabou? Claro que não. Os empregadores precisam também garantir a
segurança pessoal dos trabalhadores, contratando agentes patrimoniais
e brigada de combate à incêndio. E,
caso aconteça alguma ocorrência, é
recomendado também o acompanhamento de uma equipe médica.
Para complementar as normas do
Ministério do Trabalho, hoje existe
uma cartilha expedida pela Prefeitura do Rio de Janeiro específica para
eventos musicais realizados na cidade, com instruções e informações nas
quais o tema Segurança no Trabalho
nunca estará esgotado.
*Vanessa
de Paula, é
a Técnica de
Segurança
no Trabalho
do Grupo
LET Recursos
Humanos
| 2013 | Novembro / Dezembro | 13
Capacitação
Fotos: Fábio Perez
O professor Paulo Roberto Queiroz
orienta um aluno do curso de Pedreiro
Assentador e Revestidor durante a oficina
Formando
MASSA CRÍTICA
na Construção Civil
E
le não foi mais um a resmungar a frase que já virou
arroz-de-festa: “falta gente
qualificada no mercado”.
Não. Muito ao contrário. Carioca, 39
anos, Fábio Perez arregaçou as mangas, substituindo terno e gravatas típicos dos executivos pelos materiais
elétricos, hidráulicos e de construção.
E não se arrepende. Tem certeza de
que está abrindo grandes portas e janelas neste mercado. Com os pés no
presente e a visão no futuro, ele sempre teve no sangue a sede pelo empreendedorismo e pelos desafios.
Grande especialista em start ups,
montou empresas para os outros tocarem. Mas decidiu investir em si mesTodos os cursos têm
aulas teóricas em salas
climatizadas
14 | Novembro / Dezembro | 2013 |
mo quando conheceu o Instituto da
Construção, uma franquia de cursos
que, mais do que profissionalizar, oferece a pedreiros, pintores, mestres de
obras, eletricistas, azulejistas, entre
outros, uma visão crítica e global de
suas funções em relação ao mercado.
Há um ano Fábio abandonou a diretoria de uma grande empresa ao refletir:
“Por que não parara de fazer para os
outros e fazer para mim?”.
O interessante é que, ao investir
em cursos para Mestre de Obras, Pedreiro Assentador e Revestidor, Pintor,
Azulejista, Instalador Elétrico, Gesseiro Acartonado, Instalador Hidráulico,
Decoração de Interiores Comercial
e Residencial, ele faria não apenas
“para si”, mas para muitas pessoas
e empresas de um mercado extremamente carente de qualidade.
Basta uma paradinha na história de
Fábio para citarmos os números. Só
em 2012, o estado do Rio de Janeiro, campeão nacional na geração de
empregos para a Construção Civil, admitiu 32.956 pessoas, de acordo com
números divulgados pelo Sindicato da
Indústria da Construção Civil (Sinduscon-Rio) e pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
do Ministério do Trabalho e Emprego.
A julgar pelo imenso canteiro de obras
que vem se transformando a cidade
do Rio já em 2013, estima-se que este
número seja muito maior neste ano.
E o setor não é impulsionado apenas pelos megaeventos, mas pela
Economia do país como um todo. A
classe média, por exemplo, está consumindo mais e tem incentivos cada
vez maiores para investir em novas
moradias. O próprio boom do Pré-Sal,
que reflete nas construções, e a instalação de um polo de inovações tecnológicas voltado para a Construção
Civil na Baixada Fluminense também
são grandes impulsos ao crescimento
do setor.
Em meio a essa grande geração de
postos de trabalho estima-se que hoje
haja um déficit de 250.000 trabalhadores na Construção Civil. Somente
nos últimos três anos, os salários de
pedreiros aumentaram 30%. “Hoje há
Mestres de Obras ganhando cerca de
10 mil reais” revela Fábio Perez, que
também cita outro dado curioso deste mercado renovado: aumentou o
número de mulheres procurando os
cursos de Azulejista, de Pedreiro, de
Elétrica. “São cursos que não apenas
a mulher procura, mas o empresário
a prefere porque estes trabalhos requerem um cuidado extremo aos detalhes, além de paciência”, explica.
Segundo o empresário, essas mulheres muitas vezes eram empregadas
domésticas que, devido à mudança na
legislação, perderam oportunidades de
trabalho formal ou atuam no varejo. Elas
percebem a lucratividade de uma profissão que, em pouco tempo, pode gerar
ganhos de até 3 mil reais por mês.
Fábio esclarece que o ato de acreditar que um sonho pode dar certo
nem sempre é tão simples. É preciso
paixão, dedicação e capacidade de se
motivar e realizar diante das dificuldades. Um pouco de tudo isto fez com
que ele visualizasse que uma casa
abandonada no bairro da Taquara,
zona oeste do Rio, poderia se transformar em uma escola com modernas
instalações. Antes que ele alugasse o
local e construísse ali oficinas e salas
de aula climatizadas, segundo informação dos moradores, a casa era frequentada por usuários de drogas. “Os
vizinhos e o proprietário nos agradecem porque não paramos de investir
para transformar o Instituto em um local de excelência”, enfatiza.
Em maio deste ano, a franquia carioca do Instituto da Construção foi
inaugurada e hoje oferece os oito cursos já citados nesta matéria. Já o Instituto da Construção foi fundado dois
anos antes em 2011, pelo jovem empresário David Pinto, também fundador e presidente da rede de franquias
Doutor Resolve Reparos & Reformas.
A unidade piloto, em São José dos
Campos, já tinha no primeiro mês 155
alunos matriculados.
Fábio Perez, sócio-diretor da franquia carioca, comemora os seus 350
alunos, número atualizado ao final
de outubro, mas planeja ter 1000 até
o final de 2014. O diferencial não é
apenas oferecer noções técnicas da
Foto: Alexandre Peconick
Capacitação
VISÃO
Fábio Perez não para de investir no
projeto porque acredita no sucesso
do Instituto da Construção
profissão, que são importantes, mas
aguçar e aprimorar o senso crítico do
profissional formado.
Para isto conta com o importante
apoio do trabalho da pedagoga Lucília
Ricon e uma equipe de 17 professores, todos eles com uma experiência
variada no mercado de trabalho e muitos conhecimentos a transmitir.
“Formamos pessoas que devem
ter senso crítico diante do que estão
fazendo; o mercado de trabalho exige muito mais do que “o profissional
certinho”. Pede que também tenha
noções de meio ambiente, dos impactos de cada ação para dentro da
empresa, que saiba atuar em equipe,
que se preocupe com o outro”, argumenta Lucília. Ela cita exemplos muito
simples: é vital discernir a hora de dar
a vez, de saber esperar. Todas as práticas de uma obra são contextualizadas
e os alunos também vivenciam situações em que precisam tomar decisões
complexas e repentinas. As turmas,
em geral, têm 20 alunos para que eles
possam ter aulas práticas e dinâmicas
de grupo.
Ex-funcionário da Light, onde atuou
como instrutor por sete anos no setor
de fraudes elétricas, Wagner Brandão
Dias, que é professor do curso de Ins-
talador Elétrico, sempre apreciou a
atividade do ensino. “As atualizações
técnicas não param; tanto em elétrico,
como em construção, ao levá-las para
as aulas, além de ensinar aos alunos,
aprendo com eles e a parte mais feliz da transmissão de conhecimento é
quando percebo que um aluno poderá
ser melhor do que eu mesmo. É uma
realização”, define o professor.
Fábio, Lucília e Wagner destacam
que o Instituto não apenas prepara
pessoas para o mercado, mas também as instrumentaliza para que elas
possam até montar seus próprios negócios. “Oferecemos, com qualidade,
oportunidades de estudos a muita
gente que mal estudou na vida ou que
diz ter aprendido na chamada ´escola
da vida´, ou seja, só de olhar os outros fazerem; após o curso, eles estarão aptos a atuar com procedimentos,
com mais segurança e com margem
de erro reduzida”, assegura Fábio.
E não precisa ter experiência na
Construção Civil para fazer algum curso. Segundo o sócio-diretor da franquia, basta ser maior de 16 anos, ter
vontade para trabalhar e estar com a
saúde em dia.
Todos os cursos incluem quatro
módulos comuns que são ministrados
| 2013 | Novembro / Dezembro | 15
Capacitação
Alunos do curso de Pedreiro
Assentador e Revestidor aprendem
a construir uma parede
antes da parte técnica. São os seguintes: segurança do trabalho, primeiros
socorros, organização financeira e noções completas sobre meio ambiente.
O item financeiro, por exemplo, tem
sido muito importante para que o trabalhador possa não apenas dimensionar custos de uma obra, “fazer o seu
preço” e valorizar mais os materiais
que está usando, mas também para a
sua vida pessoal. “Estar de bem com
as contas ajuda muito a pessoas a
manter concentração e o foco no trabalho”, explica Fábio.
No caso da segurança do trabalho
trata-se de uma exigência legal de que
todo funcionário de uma obra precisa
cumprir os requisitos na NR-35. “É
preciso criar o hábito pela segurança
antes mesmo da pessoa ter qualquer
experiência em uma obra ou construção”, enfatiza Fábio. Já no item
primeiros socorros, desenvolve-se a
premissa de que a primeira assistência deve ser a do colega de trabalho,
postura que ajuda a amenizar as consequências de um acidente. Não menos importante é o comportamento
do descarte correto de materiais que
contribui para uma política de obras
16 | Novembro / Dezembro | 2013 |
limpas e sustentáveis.
Em geral os cursos acontecem no
período noturno (aulas semanais) ou
em aulas intensivas aos sábados e
levam de sete a 14 meses. Além das
oficinas, as aulas usam também monitores de TV com apresentações de
slides — 50% da carga horária é teórica e 50% prática. As apostilas e uma
camiseta do Instituto da Construção
são fornecidas gratuitamente aos alunos que não compram nem mesmo
cimentos, tijolos, azulejos ou qualquer
material hidráulico ou elétrico. Todas
as aulas são feitas com materiais da
instituição, conseguidos por meio de
parcerias regionais e nacionais. As
mensalidades ficam, em média a R$
149 (valor em outubro/2013) o que,
segundo Fábio, é quase nada em relação à capacidade que o aluno vai adquirir mais o que ele vai ter de salário
quando for trabalhar.
O perfil predominante do público,
ou cliente interno de Fábio, vem das
classes ascendentes C e D, que estão
se tornando grandes consumistas.
Por isto mesmo, talvez não seja tão
curioso que o maior concorrente dele
não seja outra instituição acadêmica,
Foto: Alexandre Peconick
mas sim o imediatismo das pessoas
em comprar TV de plasma, geladeiras e móveis, mesmo que seja em 18
parcelas. “Tentamos mostrar a essas
pessoas que elas precisam aprender a
pensar fora da caixa, ou seja, enxergar
como será a vida delas em um longo
prazo. Saber investir para colher no futuro é o maior presente que ela pode
ganhar ou dar ao filho. Mas elas não
se acostumaram a investir nelas, porque, na verdade, nunca ninguém deu
esta oportunidade”, analisa o empresário.
Enganam-se, porém, aqueles que
pensam que o Instituto da Construção
não recebe outro tipo de público. Há
muitos Engenheiros formados pelas
melhores faculdades, também nas salas de aula e oficinas do Instituto. “Na
faculdade de Engenharia eles aprendem muito a parte teórica, mas quando têm que conversar com um servente ou mestre de obra, no dia a dia,
apresentam dificuldades de compreensão; aqui o Engenheiro tem contato
com a linguagem de seus parceiros de
obras e aprende porque a interação
com todos eles é vital para a obtenção
do melhor resultado”, afirma.
A responsabilidade de Fábio, e do
seu cunhado Marcelo Amado, sócio na
franquia, é imensa: afinal lidam com o
sonho não apenas de 350 alunos, mas
também de seus colaboradores. E o
Grupo LET Recursos Humanos tem
auxiliado Fábio em seu negócio, ao
contratar vendedores que expandem
pelo mercado a divulgação das vantagens desse empreendimento. “Estou
muito satisfeito com o resultado que
o Grupo LET tem me trazido; é muito
difícil captar no mercado profissionais
que te deem confiança; por isto quando tenho necessidade em algum serviço de RH não penso duas vezes em
solicitar o Grupo LET”, aponta.
Em janeiro de 2014, Fábio conta
com orgulho que estarão sendo formados os 100 primeiros alunos de
quatro turmas: Instalador Elétrico,
Gesseiro Acartonado, Pedreiro Assentador e Revestidor, Pintor. Gente,
como ele garante, não apenas tecnicamente apta, mas com grande capa-
cidade de se relacionar bem, tomar
decisões e até mesmo gerenciar
crises no andamento de um serviço.
“É de fato uma transformação: mais
do que sair daqui com o dobro ou o
triplo do salário que ganhavam, eles
conquistam a capacidade de planejar
suas vidas, sabendo enxergar o todo
de suas atividades”, conclui.
O empenho da franquia carioca,
além de formar bem os alunos, tem
sido o de oferecer o melhor ambiente possível para que eles “se sintam
em casa”. Lucília Ricon diz que recebe alunos para solucionar não
apenas questões do curso, mas também para orientar em questões pessoais. “Eles adoram esse momento
de atenção e isto, também os faz se
sentirem parte do Instituto”, acentua
a pedagoga. Ela também faz a seleção de professores ministra a eles
um curso pedagógico que aprimora
a didática. “É preciso, muitas vezes,
reflexão e adaptação para falarmos a
linguagem dos alunos”, traduz. Sem
exagero, garante, ela considera o
Instituto da Construção um marco
em sua vida profissional.
Sentimento que também traz no
coração o aluno do curso de Mestre
de Obras, Misael Gutemberg, de 32
anos. “Tenho me surpreendido com o
nível da escola, o material e os excelentes professores; certamente ao sair
daqui estarei me sentindo mais seguro de que serei melhor valorizado”,
acredita ele, que já foi pintor e depois
servente de obra.
Além de ser o parceiro dos sonhos
de muita gente, o Instituto da Cons-
trução, franquia Jacarepaguá-Rio,
também já está se especializando em
oferecer cursos customizados para
as empresas. Não há limite de formato, tempo ou tamanho. Esta nova demanda, segundo Fábio, vem surgindo
da própria tomada de consciência
dos empresários da Construção Civil. “Eles (os gestores) já entenderam
que, ao investir mais no treinamento
dos seus funcionários, eles (funcionários) vão faltar menos às obras, sofrer
menos acidentes e deixar menos as
empresas”, reforça.
O prazer de ver diversas empresas
aquecendo a economia e muita gente
feliz porque mudou de vida mexe com
a cabeça da Fábio. Ele costuma dizer
que “vai ser uma realização estar, de
repente, na rua e receber um aperto
de mão de alguém dizendo que eu
ajudei a mudar a vida dele”.
Foto: Fábio Perez
Foto: Fábio Perez
Capacitação
O professor Wagner orienta alunos do cursos de
Instalador Elétrico – e na foto acima, ele e a pedagoga
Lucília Ricon no almoxarifado onde é armazenado todo
o material a ser usado nas oficinas dos cursos
| 2013 | Novembro / Dezembro | 17
Sala de Visitas Notas
Sala de Visitas - Artigo
Fotos: Divulgação FETRANSPOR
Nonono
A felicidade da
realização: Ana Rosa
Bonilauri ao lado
de aluno do Projeto
Rodoviário Cidadão
“Capacitando
MOTORISTAS DE ÔNIBUS”
*Ana Rosa Chopard Bonilauri
A
Universidade
Corporativa do Transporte (UCT) é
uma área da Federação
das Empresas de Transporte de Passageiro do Estado do Rio
de Janeiro (FETRANSPOR) que tem
como associados 10 sindicatos patronais, agregando 208 empresas e 100
mil rodoviários, sendo 40 mil são motoristas, dos quais 18 mil trabalham no
município do Rio de Janeiro.
Os motoristas são os prioritários
para nós porque revelam e fornecem
os elementos de percepção da população sobre a prestação de serviços. Para eles, o Programa Motorista Cidadão, hoje transmutado para
Projeto Rodoviário Cidadão retoma
e introduz no inconsciente do trabalhador e de sua liderança um novo
olhar que arranca do significado da
cadeia de valor da indústria de transporte de passageiros, a praticidade,
regulamentos e gestão de trânsito,
para achar em seu interior o homem!
Não um sujeito “condutor”, portanto
robotizado, para operar coisas feitas
para levar gente que paga por isso
daqui-para-ali!
Descortina-se o espaço humano! E
daí para frente nada será igual ou parecido! Nos veículos, nas empresas e
na sociedade a representação social
da equipe, aquela que “movimenta
as pessoas que buscam satisfazer
18 | Novembro / Dezembro | 2013 |
necessidades sociais” se dignifica e
explode como condição de satisfação,
de fidelização, de “labor” no sentido
dado por Hanna Arendt, que humaniza o “homem” produtor e o “homem”
consumidor em seres reais, pensantes, determinantes do “valor” que se
paga no uso mais prosaico da coisa
ou serviço.
Dessa “viagem” sem volta o que
vamos ganhando com o Projeto, além
da alegria dos alunos que superam as
barreiras de estudar, se submeter a
uma prova e comemorar um certificado com colegas, “chefes” e parentes;
é a certeza de que nosso Setor se insere como protagonista de um novo e
moderno mundo de negócios, que valoriza ideias, posturas e valores como
a mais legítima capacidade de gerar
riqueza sustentável.
É importante destacar que o Projeto, em parceria com a FGV-Rio, já formou 19.098 motoristas-cidadãos desde 2006 e 807 líderes desde 2010. Os
motoristas – alunos, além da participação nas aulas, são submetidos a uma
prova que acontece na própria FGV.
Somente os aprovados participam da
cerimônia de formatura. Nessa ocasião são conferidos os certificados e
um crachá dourado que ficará no peito
do rodoviário indicando publicamente essa conquista que os denomina
como Rodoviário Cidadão.
Turma do Projeto Rodoviário Cidadão exibe ,
com orgulho, seus certificados
Para que o resultado positivo seja
completo, é preciso concluir o ciclo
da cidadania, com a população também exercendo seu papel de cidadã,
no que diz respeito ao tratamento com
os profissionais e no zelo pelo que é
coletivo.
Os temas do Projeto, trabalhados
em 44 horas/aula, incluem das relações de consumo, passando pelos
princípios de marketing, discutindo
ainda a questão da cidadania e do desempenho no trabalho à qualidade de
vida. Além disso, contextualizando o
sistema de transporte na mobilidade
urbana, todos os aspectos institucionais são considerados, especialmente
a relação de concessão pública versus a prestação de serviços públicos
de transporte.
Muitas vezes a complexidade da
temática, a exigência da cobrança
popular nos faz pensar no quanto de
significativo e importante para a profissão é possível absorver! Nosso
Motorista sente-se prestigiado ao sair
do “texto oficial”, das leis de trânsito,
da direção defensiva, das noções de
primeiros socorros e atendimento ao
passageiro. Ele cai no mundo real:
das relações contratuais, dos interesses na perspectiva ganha-ganha, na
vida profissional que cansa, consome
boas horas com a família. Mas recebe
a dignidade de um trabalhador completo, cuja atuação é essencial para a
dinâmica da sociedade no que existe
de mais humano e efetivo: o direito de
ir-e-vir!
*Ana Rosa é Presidente da UCT e
Diretora de Gestão de Pessoas da
FETRANSPOR. Foi eleita também A
Profissional do Ano de RH em 2012
pelo Prêmio Ser Humano ABRH-RJ.
Acon
Notas - Acontecimentos
POR AGORA...
De Alexandre Peconick
Grupo LET no ABRH na Praça
LET Rio no
Largo da
Carioca
LET BH
na Praça
Afonso
Arinos
À esquerda, Leyla Nascimento
(ABRH-Nacional), premia
vencedores da categoria Média e
Grande Empresa
Noite de gala da Gestão
de Pessoas
13 vencedores! Isto mesmo. Em
noite concorridíssima no VIVO RIO,
com a presença de autoridades da
Prefeitura e do Governo do Estado
No Rio e em Belo Horizonte (MG)
nossos profissionais de RH participaram, no dia 18 de outubro, do
ABRH na Praça 2013 cadastrando
currículos e orientando pessoas
sobre o mercado. Em BH representou a estreia, no Rio, o retorno.
Foram oito horas de muito trabalho voluntário em praças públicas. Segundo Joaquim Lauria, do
Grupo LET, “estar neste evento
reforça a parceria que a LET tem
com a ABRH-Nacional, ABRH-RJ e
ABRH-MG, além das populações
das grandes cidades, desejosas
de mais acesso às oportunidades”.
do Rio, foram reconhecidos os
melhores cases e trabalhos acadêmicos em 2013 do Prêmio Ser
Humano ABRH-RJ. Esta é a 33ª
vez que a entidade premia os melhores de RH do Rio; a 15ª sob a
batuta do competente professor
José Carlos de Freitas, que, ao
circular pelas mesas, se confessou admirado com a velocidade
de postagem da euforia dos vitoriosos nas redes sociais. “Hoje
há uma grande mobilização”, celebrou.
50 anos da FIDAGH, no Rio
Mais de 150 pessoas participaram, dia 22 de novembro, do Seminário Interamericano de Gestão de Capital Humano, no Hotel Sheraton Rio, em celebração dos 50 anos da FIDAGH – Federación Interamericana de Asociaciones
de Gestión Humana. Tomaram posse pela nova diretoria da entidade, a panamenha Jeannette Karamañites (Presidente) e a brasileira Leyla Nascimento
(Vice-Presidente). Nossos parabéns à Leyla, este ícone da gestão, por mais
esta grande conquista!
LET leva oportunidades à
Manguinhos
Pela terceira vez em 2013, facilitando o acesso das comunidades ao mercado, o Grupo LET
participou da feira de oportunidades Emprega Rio, promovida
pela empresa Essência Cultural.
No dia 30 de setembro, nossos
profissionais, como Erica Silva
(foto), foram à Manguinhos, zona
norte do Rio. 355 moradores tiveram seus currículos cadastrados
e, alguns, já encaminhados à posições do mercado de trabalho.
Sobre Trabalho Temporário
Aconteceu no dia 26 de novembro,
promovido pela ASSERTTEM, um
importante evento que debateu os
temas do e-Social, da certificação
das empresas de trabalho temporário, prorrogação de contrato e
normativas de inspeção. Este foi
mais um importante passo rumo à
melhoria do atendimento às empresas que contratam esta modalidade
de serviço.
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GALVÃO BUENO