Senhora, é possível perceber ;.â -|No final feliz do romance e a idealização romântica' claramente a questão do dinheiro Leiaofragmentot.... fez Seixas recuou um Passo até o meio do aposento' e uma profunda cortesia, à quat Aurélia respondeu.' Depois atravessou lentamente a câmara nupcial agora iluminada. Quando erguia o reposteiro ouviu a voz da mulher' - Um instante! disse Aurétia' - Chamou-me? - O passado esté extinto. Estes onze meses, não fomos nós que os vivemos, mas aqueles que se acabam de separar, e Para semPre. Não sou mais sua mulher; o senhor já não e mais meu marido. Somos dois estranhos' Não é Manuel Antônio de Almeida: a estética da malandragem -f verdade? Seixas confirmou com a cabeça. Pés, Fernando' deixou de que nunca amoÍ meu quÀ aceites e suptico-te - Pois bem, agora ajoelho-me eu a teus ser teu, ainda quando mais cruetmente ofendia-te' A moça travara das mãos de Seixas e o levara arrebatadatanta uo mesmo lugar onde cerca de um ano antes ela inftigira ao mancebo ajoethado a seus pés, a crue[ afronta' mes- Aqueta que te humithou, aqui a tens abatida, no a mo tugar onde uttrajou-te, nas iras de sua paixão' Aqui como te adora, porque feliz e teu tens implorando Perdão o senhor de sua alma. Seixas ergueu nos braços a formosa muther, que ajoejá em férvilhara a seuipés; os tábios de ambos se uniam funesto PerPassou no do beijo, quando um Pensamento gesto grave um com de si afastou Ele marido. do espírito a iinda cabeça de Aurétia, iluminada Por uma aurora de amor, e fitou nela o othar repassado de profunda tristeza' Não, Aurétia! Tua riqueza seParou-nos Para semPre' A moça desprendeu-se dos braços do marido' correu a ao toucador, e trouxe um papel lacrado que entregou - Seixas. - O que é isto, Aurétia? - Meu testamento. o papel Era o confessava que ela em testamento um efetivamente uniimenso amor que tinha ao marido e o instituía seu Ela despedaçou o lacre e deu a [er a Seixas versaI herdeiro. - Eu o escrevi togo depois do nosso casamento; Pensei que morresse naquela noite, disse Aurélia com gesto sublime. üas Seixas contemplava-a com os othos rasos de lágrimas' tem, horror? Pois faz-me viver' meu repetires' 5e não for bastante' a de meio Fernando. É o mas eu a dissiParei. uÍta-' - Esta riqueza causa-te inal, J:: t""' lore da noite' acaricianAs cortinas cerraram-se, do santo misterioso hino o cantavam ftores, das do o seio tica amor conjuga[. Pnte DOe ALENCAR, José de'Senhora' São Paulo: Moderna, 2006' p' 19S-e00' IFragmento)' aspecto marcante nos romances de Alencar a caracterizamulheres fortes' donas ção das herolnas românticas como seguir seus personagens,procuram Essas destino. de seu ideais mais puros, mesmo que para isso tenham de enfrentar a condenação da sociedade' É o caso, por exemplo' de Maria da GlÓria, protagonista de Lucíola,que se transforma numa cortesã para ajudar a família empobrecida' E J contrário das obras de Macedo e de Alencar, que retratam de basicamente a elite burguesa ,MemÓriasdeumsargento camadas as destaca Almeida, de milíciqs, de Manuel Antônio mais baixas da população. A idealização presente nos romances dos dois primeiros autores dá lugar a personagens que precisam enfrentar as dificuldades da vida, recorrendo a pequenos golpes, intrigas e favores para superá-los' 0 livro é estruturado em episódios e tem como fio condutor as aventuras de Leonardinho' filho de Leonardo Pataca e gostar Maria da Hortaliça, considerado um anti-herói por de malandragem e estar sempre envolvido com mulheres Ao e confusões. -) 0 humor com que o narrador conta a histÓria e apresenta instituiçÕes supostamente sérias e respeitadas confere maior realismo às personagens e aos acontecimentos' Por isso,Memorias.'. destoa dos demais romances românticos' aproximando-se bastante de uma comédia de costumes' de Esse olhar crÍtico e irônico reaparecerá na obra realista Machado de Assis. No trecho de MemÓrias de um sargento de millcias' a seguir, fica evidente o humor crítico do narrador em relaBrasil: a existência de çaã a um costume muito comum no na casa de uma favor de que vivem pessoas agregados, fJrnfÍ", não se constituindo propriamente em membros dela, nem em criados. Esse tema também será abordado por Machado de Assis, especialmente em Oom Easmurro' por meio da Personagem José Bias' porque a família Em certas casas os agregados eram muito úteis' ocasião de dar já tirava grande proveito áe ieus serviços, e tivemos padrinho de finado do história a disso quando contamos "*utpìo número' o maior em eram estas e por:ém, vezes outras Leonardo; se prendia que parasita agregado, refinado vaCio, era uma verdadeira a dar os ajudá-la sem seiva da participava lhe que à"árvïre famitiar, deta' E o caso frutos, e o que é mais ainda, chegava mesmo a dar cabo o se na primeira hipótese o esmagavam com é que, apesar de tudo, os favores na peso de'mit exigências, se lhe batiam a cada passo com o tomava Por seu cara, se o fitho mais vetho da casa, por exempto' os pais em divertimento, e à menor e mais justa queixa saltavam-lhe aturavam quanto cima tomando o partido de seu fitho, no segundo tornava-se o agregado desconcerto havia com paciência de mártir' ralhava escravos' os castigava punha, dispunha, quase rei em casa, negócios' com os filhos, intervinha enfim nos mais particulares breve o nosso Em quat dos dois casos estava ou viria estar em passar' amigo Leonardo? O teitor que o decida peto que se vai ALMEIDA,ManuelAntÔniode'Memóriasdeumsargentodemilícias' úado guq r' de nde Reposteiro: cortinado que serve para substituir ou dissimular uma porta' Travara: segurara com força' Infligira: imPusera, aPlicara' Mancebo: rapaz' Rio de JanLiro: Melhoramentos' s' d' p 165' [Fragmentoì' br Eonteúdo digital Moderna PLUS http://ww modernaplus'com urbano' Tema animado: Ro mantismo no Brasil: o romonce