Número 84 Agosto de 2009 O emprego no setor do comércio e a crise internacional O emprego no setor do comércio e a crise internacional Desde agosto de 2007, o mundo vem se deparando com uma crise financeira (iniciada no mercado de hipotecas norte-americano) de proporções históricas. Em setembro de 2008, as primeiras grandes consequências começaram a surgir, com a quebra de um dos maiores bancos dos EUA, o Lehman Brothers1. Assim, a crise se alastrou rapidamente pelos países, ganhou dimensões para além do setor financeiro e atingiu as áreas econômica, política e social. Redução do nível de atividade econômica, fechamento de postos de trabalho, aumento do desemprego são apenas alguns dos resultados dessa crise. No Brasil, houve redução no Produto Interno Bruto (PIB) e postos de trabalho foram eliminados, principalmente na indústria. Contudo, as consequências da crise têm se manifestado de forma diferenciada, conforme as características de cada região geográfica ou de cada setor de atividade econômica. Esta Nota Técnica analisa o comportamento do emprego no comércio no princípio deste ano e o relaciona com o desempenho nas vendas e receitas, para indicar os efeitos da crise no comércio. Normalmente, nos três primeiros meses do ano, observa-se redução do número de postos de trabalho no comércio, principalmente com eliminação dos empregos temporários. A alta rotatividade é característica do setor, sendo inferior apenas ao comportamento verificado na Construção Civil e no setor agropecuário. Também se observa que uma parcela expressiva trabalha sem carteira de trabalho assinada, além de realizar longas jornadas semanais2. Desempenho do setor Nos três primeiros trimestres de 2008, o desempenho do comércio varejista foi bastante positivo, como mostram os dados da Pesquisa Mensal do Comércio, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tanto no que se refere ao volume de vendas, quanto em relação à receita nominal (Gráfico 1). O aumento da renda dos trabalhadores pela geração de emprego e pelos resultados favoráveis da negociação coletiva; a elevação do salário mínimo; a ampliação das linhas de crédito e a maior facilidade de acesso contribuíram favoravelmente para uma maior dinâmica do mercado interno e, consequentemente, um melhor desempenho do setor. 1 2 para maiores detalhes ver Nota Técnica 78, de outubro de 2008 Conforme o Boletim do Comércio nº 1 divulgado pelo DIEESE em setembro de 2008. O emprego no setor do comércio e a crise internacional GRÁFICO 1 Evolução das variações mensais do volume de vendas e receita nominal de vendas do comércio varejista Brasil – janeiro de 2007 a março de 2008 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 -1,00 ja n/ 07 fe v/ 07 m ar /0 7 ab r/0 7 m ai /0 7 ju n/ 07 ju l/0 7 ag o/ 07 se t/0 7 ou t/0 7 no v/ 07 de z/ 07 ja n/ 08 fe v/ 08 m ar /0 8 ab r/ 0 8 m ai /0 8 ju n/ 08 ju l/0 8 ag o/ 08 se t/0 8 ou t/0 8 no v/ 08 de z/ 08 ja n/ 09 fe v/ 09 m ar /0 9 -2,00 Volume de vendas Receita nominal de vendas Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Comércio Elaboração: DIEESE – Rede Comerciários Obs.: índices com ajuste sazonal. No entanto, a dinâmica do comércio se alterou no último trimestre de 2008, com diminuição do ritmo de crescimento das vendas e das receitas. Nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2008, o volume de vendas (com ajuste sazonal) variou -1,0%; -1,1% e -0,5%, respectivamente e a receita nominal de vendas (com ajuste sazonal) variou -0,5%, 1,0% e -1,0% respectivamente (Gráfico 1). O crescimento do volume de vendas, que nos três primeiros trimestres de 2008 girou em torno dos 10%, recuou para 6% no último trimestre (Gráfico 2). No entanto, é importante ressaltar que apesar da redução no resultado do último trimestre de 2008, o volume de vendas continuou positivo mesmo com o agravamento da crise. O emprego no setor do comércio e a crise internacional 3 GRÁFICO 2 Variações trimestrais (1) do volume de vendas e receita nominal de vendas do comércio varejista Brasil – 2008 e 2009(2) Volume de Vendas Receita Nominal de Vendas 18 16,9 16,4 15,4 16 14 12 12,2 11,8 10,1 10 9,8 (em %) 9,3 8 6,0 6 3,7 4 2 0 1°trim/ 2008 2ºtrim/ 2008 3°trim/ 2008 4ºtrim/ 2008 1°trim/ 2009 Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Comércio Elaboração: DIEESE – Rede Comerciários Obs.: índices sem ajuste sazonal. Notas: (1) base: igual período do ano anterior (2) última informação disponível Comportamento das vendas nos diferentes segmentos Dentre os segmentos do comércio, aquele que mais sofreu impacto nas vendas foi o de Veículos, motos, partes e peças, com um recuo de 10,8% no último trimestre de 2008 (Gráfico 3), devido à maior restrição ao crédito e à redução dos prazos de financiamento. No terceiro trimestre do ano passado, antes de a crise chegar ao Brasil, o segmento de veículos cresceu 18% em relação ao mesmo período de 2007. Além do setor de Veículos, os segmentos de Tecidos, vestuário e calçados (-5,5%) e de Material de Construção (-1,9%) também tiveram variação negativa no último trimestre do ano passado comparados com o último trimestre de 2007. Com o objetivo de estimular o mercado interno, em dezembro de 2008, o governo anunciou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis. O mercado reagiu bem. No primeiro trimestre de 2009, as vendas voltaram a crescer, variando positivamente em 6,0% e somente os segmentos de Material de Construção (-9,9%) e Tecidos, Vestuário e Calçados (-6,6%) apresentaram queda no volume de vendas. Com a O emprego no setor do comércio e a crise internacional 4 recente redução do IPI para itens básicos de material de construção deve ser garantido um impulso adicional para o setor, que só poderá ser confirmado nos próximos meses. Já o item vestuário ocupa uma posição desfavorável numa lista de itens ordenados por “essencialidade” para o consumidor brasileiro o quê, num momento de crise, pode ter contribuído para esse resultado negativo. GRÁFICO 3 Evolução do índice trimestral de volume de vendas(1) no Comércio Varejista por segmento Brasil – 2008 e 2009(2) (em %) 38,6 50,0 32,9 32,3 12,2 15,0 12,3 6,5 6,0 1,3 3,1 4,0 3,7 6,4 12,0 14,2 7,5 5,4 5,2 7,7 12,1 9,3 4,8 4,5 7,3 13,4 13,5 17,9 17,8 18,0 23,2 15,7 11,4 11,4 12,3 10,4 11,3 3,4 3,2 5,2 10,0 19,6 21,4 10,9 8,4 8,4 20,0 11,5 13,3 17,3 13,2 30,0 28,3 29,2 40,0 -9,9 -10,8 -10,0 -6,6 -5,5 -1,9 0,0 -20,0 1°trim/ 2008 2ºtrim/ 2008 3°trim/ 2008 4ºtrim/ 2008 1°trim/ 2009 Combustíveis e Lubrificantes Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo Hipermercados e supermercados Tecidos, vestuário e calçados Móveis e eletrodomésticos Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação Livros, jornais, revistas e papelaria Outros artigos de uso pessoal e doméstico Veículos, motos, partes e peças Materiais de Contrução Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Comércio Elaboração: DIEESE– Rede Comerciários Obs.: índices sem o ajuste sazonal. Nota: (1) base: igual período do ano anterior (2) última informação disponível Os demais segmentos não foram afetados de forma significativa com a crise, e seguiram variando positivamente. O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, por exemplo, obteve um excelente resultado em 2008. Durante todo o decorrer do ano, os percentuais variaram em torno de 30%. No início de 2009, mesmo com a crise, a variação foi 15,0% acima do primeiro trimestre de 2008. O mercado interno foi o principal responsável pela retomada da economia brasileira. A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2009 (-0,8%) demonstrou que a queda da atividade econômica no país foi amortecida pelo consumo das famílias, que teve crescimento de 0,7% em relação ao quarto trimestre de 2008, quando tinha recuado O emprego no setor do comércio e a crise internacional 5 1,8%. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, o consumo das famílias aumentou 1,3%. Apesar de uma diminuição do ritmo de crescimento do comércio varejista no último trimestre de 2008 e primeiro de 2009, o setor segue com índices confortáveis de desempenho. Enquanto muitas empresas estão cortando investimentos para 2009, o setor supermercadista, por exemplo, manteve os altos investimentos previstos para o ano. A massa de rendimentos dos ocupados - importante indicador para o desempenho do comércio, pois sinaliza a capacidade de consumo da sociedade – cresceu em 2008 e teve pequena redução entre janeiro e março de 2009 principalmente pela diminuição do nível de ocupação, segundo os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED)3. Em abril, a massa de rendimentos permaneceu relativamente estável. Estes indicadores fornecem um quadro que permite analisar o movimento do emprego no setor. Diferentemente do que ocorreu na indústria, o efeito da crise no desempenho econômico do setor foi menos intenso. O emprego no setor do comércio Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged/MTE) indicam o movimento do emprego formal, por meio das admissões e de demissões com a geração ou fechamento de postos de trabalho. Entre dezembro de 2008 e março de 2009, o setor demitiu uma grande quantidade de empregados, num movimento atípico para dezembro e contrário ao crescimento verificado no último ano. Nesse período, foram fechados 85.845 postos de trabalho (Gráfico 4). Em janeiro de 2009 o fechamento de postos chegou a 50.781. O fenômeno em si é típico para este mês do ano, período em que há mais desligamentos do que admissões, principalmente entre os empregados contratados temporariamente para atender a maior demanda registrada no final do ano. No entanto, os desligamentos de janeiro de 2009 foram muito superiores aos observados em igual mês dos dois anos anteriores, quando somados, atingiriam 24.043 ocupações a menos, ou seja, nem a metade do total de demitidos em janeiro de 2009. 3 Pesquisa realizada pelo DIEESE, Seade, MTE/FAT e convênios regionais, para o conjunto das regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo e no Distrito Federal. O emprego no setor do comércio e a crise internacional 6 GRÁFICO 4 Evolução do saldo da movimentação do emprego no comércio Brasil – janeiro de 2007 a abril de 2009 120.000 99.677 100.000 77.886 80.000 63.773 60.000 54.159 50.352 48.213 36.899 40.000 34.733 13.806 20.000 11.764 19.594 53.260 54.590 36.188 29.921 28.162 30.129 27.921 25.292 17.257 12.868 5.647 0 jan -9.899 -20.000 fev -10.275 mar abr mai jun jul ago set out nov dez -9.697 -15.092 -14.144 -40.000 -50.781 -60.000 2007 2008 2009 Fonte: MTE. Caged Elaboração: DIEESE – Rede Comerciários Nota: foram utilizados os subsetores do IGBE: comércio varejista e comércio atacadista. Em abril de 2009, o setor começa a reagir e volta a contratar, com a geração de 5.647 novas vagas. No entanto, o resultado é substantivamente inferior ao verificado em abril de 2007 e 2008, quando foram criados 36.899 e 34.733 postos de trabalho, respectivamente, e insuficiente para alterar o resultado negativo do ano. O que chama atenção é que, em alguns segmentos com excelentes resultados como o Supermercadista e de Informática e comunicação o número de demissões foi bem maior do que de contratações. Ambas as atividades econômicas acumulam um saldo negativo entre admitidos e desligados nos quatro primeiros meses de 2009, sendo de 4.652 na Supermercadista e de 9.158 na de Comércio de equipamentos de informática e de comunicação. Em igual período de 2007 e 2008, o cenário era o inverso, com a geração de ocupações. No caso do setor de supermercados, foram criados respectivamente 2.820 e 131 novos postos de trabalho, enquanto no setor de equipamentos de informática e de comunicação, a geração de emprego foi de 4.825 e 7.144 respectivamente (Gráficos 5 e 6). O emprego no setor do comércio e a crise internacional 7 GRÁFICO 5 Evolução do saldo da movimentação do emprego no setor supermercadista Brasil – janeiro de 2007 a abril de 2009 20.000 14.992 14.824 15.000 11.223 11.033 10.217 10.000 8.690 8.341 7.302 6.014 6.981 5.422 5.000 4.038 2.766 8.219 6.672 4.808 4.791 3.365 2.797 2.865 1.752 2.502 285 0 jan -142 fev mar abr mai jun jul ago 2008 2009 set out nov dez -1.805 -5.000 -7.752 -7.915 -10.000 -10.236 -15.000 2007 Fonte: MTE. Caged Elaboração: DIEESE Obs.: Foram utilizadas as CNAEs: 47113 - Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - hipermercados e supermercados e 47121 - Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - minimercados, mercearias e armazéns. GRÁFICO 6 Evolução do saldo da movimentação do emprego no comércio de equipamentos de informática e de comunicação - Brasil – janeiro de 2007 a abril de 2009 20.000 15.257 15.000 10.015 10.000 7.497 5.719 5.165 5.000 4.707 1.145 829 7.368 6.584 7.889 7.570 2.577 5.510 4.493 3.660 3.113 2.741 3.351 3.121 541 173 0 jan -1.342 -1.285 fev -1.723 mar abr mai jun jul ago set out -1.879 nov dez -2.000 -5.000 -6.097 -10.000 2007 2008 2009 Fonte: MTE. Caged Elaboração: DIEESE Obs.: Foram utilizadas os Grupos CNAEs: 465 - Comércio atacadista de equipamentos e produtos de tecnologias de informação e comunicação e 475 - Comércio varejista de equipamentos de informática e comunicação, equipamentos e artigos. O emprego no setor do comércio e a crise internacional 8 Os dados da PED para cinco regiões metropolitanas – Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo - e mais o Distrito Federal confirmam este quadro, pois mostram que, entre janeiro e abril, o nível de ocupação no setor diminuiu mais de 6% e que o movimento de redução neste ano foi mais intenso do que o observado em igual período de 2008. GRÁFICO 7 Evolução do nível de ocupação no comércio Regiões metropolitanas e Distrito Federal – dezembro de 2007 a abril de 2009 (base dez/07=100) Fonte: DIEESE, Seade, MTE/FAT e Convênios regionais.PED - Pesquisa de Emprego e Desemprego Elaboração: DIEESE Obs.: Média das regiões Considerações finais sobre o ajuste no setor A redução do volume de receitas de vendas justificaria a redução no nível de emprego em 85 mil vagas como observado entre dezembro de 2008 e março deste ano? Segmentos que vêm apresentando incremento em suas vendas necessitam ajustar o emprego da forma como foi verificado no setor supermercadista e no de comércio de equipamentos de informática e de comunicação? Mais do que simplesmente ajustar o nível de emprego frente aos efeitos da crise no Brasil, o setor parece aproveitar o momento para ajustar as suas operações através da demissão dos empregados, reduzindo custos e aumentando os lucros. Esta parece ser uma prática observada não apenas no Comércio, mas em todos os setores da economia. Há indicação de que a grande movimentação da força de trabalho verificada pelos registros das demissões e admissões segundo o Caged é reveladora do caráter altamente “flexível” da contratação no mercado de trabalho brasileiro que apresenta, O emprego no setor do comércio e a crise internacional 9 anualmente, elevado número de admissões e de demissões. Os dados expressam a “flexibilidade contratual” do mercado de trabalho, tanto em período de crescimento econômico negativo, quanto no momento de relativo crescimento econômico. Além do que, no momento da decisão de demitir já não existe qualquer custo adicional para a empresa, tornando a demissão um elemento de estratégia de mercado facilitando a realização dos “ajustes da mão de obra”, seja em função da sazonalidade do processo produtivo, seja do ciclo econômico4. 4 Conforme pode ser observado na Nota Técnica nº 80 “Mercado de trabalho formal brasileiro nos anos recentes” O emprego no setor do comércio e a crise internacional 10 Rua Ministro Godói, 310 CEP 05001-900 São Paulo, SP Telefone (11) 3874-5366 / fax (11) 3874-5394 E-mail: [email protected] www.dieese.org.br Direção Executiva Tadeu Morais de Sousa – Presidente STI Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos de São Paulo e Mogi das Cruzes Alberto Soares da Silva – Vice-presidente STI de Energia Elétrica de Campinas João Vicente Silva Cayres – Secretário Sindicato dos. Metalúrgicos do ABC Antonio Sabóia B. Junior – Diretor SEE Bancários de São Paulo, Osasco e Região Antonio de Sousa – Diretor STI Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Osasco e Região Paulo de Tarso G. B. Costa – Diretor Sindicato dos Eletricitários da Bahia José Carlos de Souza – Diretor STI de Energia Elétrica de São Paulo Carlos Donizeti França de Oliveira – Diretor Femaco – FE em Serviços de Asseio e Conservação Ambiental Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo Mara Luzia Feltes – Diretora SEE Assessoramentos, Perícias, Informações, Pesquisas e Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul Zenaide Honório – Diretora Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) Pedro Celso Rosa – Diretor STI Metalúrgicas, de Máquinas, Mecânicas, de Material Elétrico de Veículos e Peças Automotivas de Curitiba Josinaldo José de Barros – Diretor STI Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos de Guarulhos, Arujá, Mairiporã e Santa Isabel Antonio Eustáquio Ribeiro – Diretor SEE Bancários de Brasília – CNTT/CUT Direção técnica Clemente Ganz Lúcio – diretor técnico Ademir Figueiredo – coordenador de estudos e desenvolvimento José Silvestre Prado de Oliveira – coordenador de relações sindicais Francisco J.C. de Oliveira – coordenador de pesquisas Nelson de Chueri Karam – coordenador de educação Claudia Fragozo dos Santos – coordenadora administrativa e financeira Equipe técnica Catia Uehara Daniela Sandi Denis Oshima Roberto Diego Romano Fabiana Carla da Silva Campelo José Silvestre Prado de Oliveira Patrícia Lino Costa Iara Heger (revisão)