GERENCIAMENTO DE RISCO Circular 3.678 / 2013 Aspectos Qualitativos Revisão: Dezembro /2014 DATA BASE DEZ / 2014 Página 1 de 18 1. Introdução O objetivo deste relatório é apresentar informações relevantes sobre as estruturas e os processos de gerenciamento de riscos adotados pelo Banco Caixa Geral Brasil (denominado ”Banco”, para fins deste relatório), em consonância com as exigências do Banco Central do Brasil (“BACEN”), por meio da Circular nº 3.678, de 31.10.2013, e em aderência aos preceitos e recomendações do Comitê de Supervisão Bancária de Basiléia, contidos no documento "Convergência Internacional de Mensuração e Padrões de Capital: Uma Estrutura Revisada" (Basiléia II), Parte 4, Pilar 3 – Disciplina de Mercado. Este documento elaborado em bases trimestrais é um resumo das principais políticas, normas e procedimentos adotados pelo Banco referentes à gestão de riscos, e à adequação do Patrimônio de Referência (PR) ao Patrimônio de Referência Exigido (PRE). Outras informações como demonstrações contábeis do Banco estão disponibilizadas no site do Banco: http://www.bcgbrasil.com.br Este relatório foi submetido à aprovação da Diretoria Executiva do Banco e na sua elaboração foram considerados critérios de relevância baseados nas necessidades de usuários externos para fins de decisões de natureza econômica. I - Atividades exercidas, estratégia e perspectivas de evolução futura A Presença da Caixa Geral de Depósitos no Brasil Com 136 anos de história, o Grupo Caixa Geral de Depósitos é o maior grupo financeiro português e o banco de referência nos países de língua portuguesa. Com uma ampla oferta de produtos para satisfazer as necessidades dos seus clientes e responder aos desafios da globalização, acompanha e apóia seus clientes onde quer que estejam através de sua rede internacional presente em 24 países. A vocação internacional vem desde 1887, quando a CGD entrou no circuito bancário brasileiro através da Agência Financial de Portugal no Rio de Janeiro a qual foi posteriormente transformada no Banco Financial Português. Desde Abril de 2009 o Banco Caixa Geral – Brasil, que é o sucessor do Banco Financial Português, concentrou suas atividades em banco de atacado e de investimento com o seguinte foco de atuação: Atender clientes globais do Grupo CGD presentes no Brasil ou que neste planejam instalar-se; Atender empresas brasileiras com negócios na Europa, África e Extremo Oriente; Atender Investidores Institucionais em busca de alternativas de investimentos em renda fixa ou renda variável no Brasil e outros serviços financeiros; Atender Pessoas Físicas em busca de alternativas de investimentos; Atender a comunidade luso-brasileira nas suas necessidades de investimentos e empresariais; Atender grandes empresas que atuam nos diversos setores da economia mas com claro compromisso sócio-ambiental; O BCG-Brasil também procura apoiar as operações comerciais e de investimento entre Península Ibérica e Brasil, África e Ásia, onde o Grupo CGD esta presente. Por um lado, Página 2 de 18 porque as empresas brasileiras estão se internacionalizando cada vez mais e chegam à Europa e na África necessitando de parceiros financeiros. Por outro lado, porque as empresas ibéricas vêem um grande potencial de expansão de suas atividades no Brasil. O fluxo de negócios entre Brasil e China constitui-se ainda em uma nova oportunidade de negócios para o BCG-Brasil. A CGD é a única acionista sediada em Macau e com presença do Banco Nacional Ultramarino (BNU) e na China Continental em Zuhai e Shangai. Em Julho de 2014, a CGD Investimentos, corretora pertencente ao BCG Brasil em conjunto com o Caixa BI, anunciou a fusão das suas atividades de HomeBroker com a Rico. Desta operação resultará, sujeita à aprovação do Banco Central do Brasil, a detenção de 51% das ações da Rico CTVM por parte do Grupo CGD. No segundo semestre de 2014, a CGD Investimentos informou o encerramento das atividades de corretagem institucional no Brasil. A reestruturação da CGD Investimentos permitirá que a atividade de corretagem passe a ter uma contribuição positiva para os resultados do Banco em 2015. II – Estrutura Organizacional Para atender seus clientes nos vários segmentos em que atua o BCG-Brasil possui a seguinte estrutura: Área de Negócios Esta área desempenha as seguintes atividades: Produtos de Financiamento e Garantias: Financiamentos em moeda local e moeda estrangeira – incluindo os de comércio exterior Garantias Repasses de Financiamentos do BNDES e do Banco do Nordeste Serviços de Banco de Investimento: Assessoria para: Financiamento de projetos Fusões e Aquisições Financiamentos Estruturados Operações de Mercado de Capitais (Dívida e Ações) Os produtos oferecidos aos clientes compreendem: Produtos de Câmbio Cambio spot e termo Exportação Importação Financeiro (pagamento de empréstimos, juros, remessa de dividendos, capital, royalties, investimentos do e para o exterior, dentre outros) Produtos de hedge SWAP's NDF's Opções Produtos para Investimentos: Página 3 de 18 CDB Letras Financeiras LCI LCA Títulos Públicos Títulos Privados Área de Pessoas Físicas O Banco Caixa Geral - Brasil dispõe de uma área para atendimento de Particulares (Pessoas Físicas), que oferece aplicações financeiras em renda fixa, tais como Certificados de Depósitos Bancários (CDB’s), Letras Financeiras ou Letras de Crédito Imobiliário (LCI’s). Também são oferecidas operações de compra e venda de moeda estrangeira (exceto moeda em espécie e travellers checks). Área de Investidores Institucionais Oferece produtos para aplicações financeiras, atua na distribuição de operações de Renda Fixa e Renda Variável estruturados com a participação do BCG-Brasil ou que estão em sua carteira. Área de Tesouraria A Tesouraria do BCG-Brasil conta com uma equipe experiente de operadores e possui posição destacada no mercado de câmbio do Banco Central do Brasil. As principais atividades estão relacionadas ao atendimento das necessidades dos clientes em hedge e câmbio, bem como gestão de uma posição proprietária. III – Organograma Societário - Data base: Dezembro de 2014 Caixa Geral de Depósitos (Lisboa) Portugal 99,9% Caixa Participações SGPS 0,1% Caixa Banco de Investimento (Lisboa) Exterior Portugal Brasil Banco Caixa Geral Brasil 50% CGD PINF 50% 100% CGD Investimentos Corretora de Valores e Cambio S. A. IV – Governança Corporativa Página 4 de 18 O Banco possui uma estrutura de governança corporativa que estabelece fóruns colegiados, formalmente organizados, para o acompanhamento e tomada de decisões dos vários aspectos inerentes à gestão e controle do Banco para assuntos relacionados ao gerenciamento de riscos. Possui também estrutura segregada de gerenciamento de riscos de mercado, operacional, crédito, liquidez, auditoria interna, controles internos e compliance. O BCG-Brasil vem aperfeiçoando, a cada dia, seu sistema de gestão, com o objetivo de estar sempre em linha com as melhores práticas de governança corporativa. A abordagem para gestão de riscos compreende a adoção de instrumentos que permitem a consolidação e controle dos riscos relevantes incorridos pelo Banco. Esta abordagem tem por objetivo organizar o processo decisório e definir os mecanismos de controle dos níveis de risco aceitáveis e compatíveis com o volume de capital disponível, em linha com a estratégia de negócio adotada. A consolidação dos riscos abrange todas as exposições relevantes inerentes às linhas de negócio do Banco, agrupados nas seguintes categorias de riscos: de mercado, de liquidez, de crédito e operacional. Esta consolidação é feita através de processo estruturado que compreende o mapeamento, a apuração e a totalização dos valores em risco. Os níveis de exposição a riscos são monitorados por meio de uma estrutura de limites, que são incorporados nas atividades diárias do Banco, através de um processo organizado de gestão e de controle, que atribui responsabilidades funcionais às áreas envolvidas. O envolvimento da Alta Administração se dá em vários níveis, desde o acompanhamento da evolução das exposições até o estabelecimento e execução das ações necessárias à mitigação dos riscos. Dez / 2014 Conselho de Administração: Responsável pelas principais decisões de política empresarial, à exceção daquelas de competência da Assembléia Geral. Atribuições: Página 5 de 18 Atuar de forma a perseguir a consecução do objeto social do Banco e proteger o seu patrimônio; Eleger e destituir os membros da Diretoria Executiva; Escolher e substituir o Diretor Responsável pela Ouvidoria; Definir a estratégia e as alçadas de atuação da Diretoria Executiva, bem como orientá-la a fim de maximizar o retorno do investimento e agregar valor ao empreendimento; Rever e se manifestar sobre o relatório da administração e as demonstrações financeiras preparadas sob orientação da Diretoria Executiva; Deliberar, “ad referendum” da Assembléia Geral, sobre a distribuição de dividendos intermediários, inclusive à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no balanço semestral ou anual; Nomear e substituir auditores independentes; Propor a Assembléia Geral o aumento de capital com a correspondente emissão de novas ações pelo Banco, bem como os termos e as condições dessa emissão; Deliberar sobre a distribuição da remuneração dos membros do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva, quando fixada de forma global pela Assembléia Geral. Órgãos de apoio ao Conselho de Administração: A - Comitê Técnico de Remuneração: Responsável por elaborar a Política de Remuneração dos administradores do BCG-Brasil e, propor ao Conselho de Administração as diversas formas de remuneração fixa e variável dos colaboradores, além de benefícios e programas especiais de recrutamento e desligamento. Este deve reportar-se diretamente ao Conselho de Administração. Demais atribuições: Supervisionar a implementação e operacionalização da Política de Remuneração; Revisar, anualmente, a Política, recomendando ao Conselho de Administração a sua correção ou aprimoramento; Propor ao Conselho de Administração o montante da remuneração global dos Administradores a ser submetido à Assembléia Geral, na forma do art. 152 da Lei nº 6.404, de 1976; Avaliar cenários futuros, internos e externos, e seus possíveis impactos sobre a Política de remuneração; Avaliar, periodicamente, a Política em relação às práticas de mercado, com vistas a identificar discrepâncias significativas em relação a empresas congêneres, propondo os ajustes necessários; Zelar para que a Política esteja permanentemente compatível com a política de gestão de riscos, com as metas e a situação financeira atual e esperada da Companhia e com o disposto na Resolução CMN 3921; e B - Comitê Técnico de Auditoria: composto por três membros, todos eles membros do Conselho de Administração do Banco Caixa Geral Brasil, sendo o coordenador um dos membros independente, tem por objetivo zelar pelo cumprimento das exigências legais e regulamentares, pela integridade e qualidade das demonstrações financeiras da instituição, Página 6 de 18 pela eficácia e efetividade da atuação das auditorias independente e interna, e pelo acompanhamento permanente da qualidade dos controles internos e da gestão de riscos. C - Diretoria Executiva: Responsável pela direção dos negócios do Banco e a prática dos atos necessários ao seu funcionamento. Atribuições: Fazer cumprir as disposições do Estatuto Social e as deliberações do Conselho de Administração; Representar o Banco perante terceiros e implementar as estratégias e a orientação geral dos negócios do Banco consoante as diretrizes fixadas pelo Conselho de Administração; Orientar o trabalho das diversas áreas do Banco, de forma que as mesmas tragam os retornos estabelecidos no planejamento estratégico do Banco; Atuar de forma a buscar a preservação da imagem, rentabilidade, exigências legais, segurança do patrimônio e solidez do Banco; Supervisionar a execução da política comercial, financeira, técnica, administrativa e de planejamento do Banco; Levantar balanços semestrais, elaborar e apresentar anualmente à Assembléia Geral Ordinária as demonstrações financeiras e o relatório de administração, bem como assinálos e publicá-los; Praticar outros atos que lhe venham a ser especificados pelo Conselho de Administração. Comitês de Gestão e Controle de Riscos Os Comitês estão formalmente constituídos em normativo interno, que estabelece seus respectivos objetivos e atribuições, composição e membros votantes, e regras para deliberações. Comitê de Crédito: tem por objetivo avaliar pedido de limites e/ou operações de crédito encaminhadas pela Área Comercial, avaliar negociações ou acordos para regularização de créditos problemáticos.. Comitê Gestão de Risco de Mercado: tem por objetivo acompanhar a aplicação da política global de riscos de mercado, a utilização dos limites institucionais de exposição máxima aos riscos de mercado e liquidez, bem como debater os assuntos relacionados com o controle dos riscos e da exposição financeira do Banco. Comitê de Ativos e Passivos e Liquidez (ALCO): tem por objetivo analisar e avaliar a composição e rentabilidade do balanço, as fontes de liquidez e seus usos, estabeler critérios para monitorar / limitar os GAP’s máximos entre prazo de ativos e passivos, avaliar os riscos da carteira de “não- negociação”. Comitê de Risco Operacional e Controles Internos: tem por objetivo o acompanhamento e debate dos assuntos relacionados com a ocorrência de eventos operacionais, em observância a política definida para o Grupo CGD, bem como dos assuntos relacionados a Página 7 de 18 Controles Internos e pelo acompanhamento da evolução dos planos de ação estabelecidos para mitigar os riscos apontados pelas autoridades competentes. Comitê de Underwriting: tem por objetivo definir as diretrizes para aprovação da participação do BCG, em operações de valores mobiliários no Mercado de Capitais Brasileiro. Comitê de Gestão de Capital: tem como objetivo monitorar e controlar o capital mantido pelo Banco, avaliar sua adequação face aos riscos a que a instituição está sujeita e estabelecer limites de exposição a riscos que afetem o capital. Comitê de Aceitação de Clientes: tem por objetivo reduzir os riscos do uso de produtos e serviços para a prática de crimes de “lavagem” de dinheiro, protegendo, desta forma, o Banco, acionistas, funcionários e clientes. Comitê de Produtos: tem por objetivo apreciar, debater e aprovar os assuntos relacionados com a estratégia de desenvolvimento, oferta e renovação de produtos e serviços do BCG-Brasil. Comitê de Tecnologia: tem por objetivo promover a redução dos riscos relacionados aos aspectos de tecnologia, a priorização de projetos e demandas envolvendo os sistemas de informação, infraestrutura e telecomunicações do BCG-Brasil, bem como a apresentação de indicadores e níveis de acordo de serviços referentes aos contratos mantidos com fornecedores de serviços de TI. Comitê de Compliance e Auditoria Interna: tem por objetivo debater os assuntos relacionados com a gestão de risco, bem como por supervisionar o cumprimento das disposições legais e regulamentares aplicáveis ao Banco. 2. ATIVIDADE DE GERENCIAMENTO DE RISCOS O Banco utiliza um enfoque estruturado para a padronização das atividades de gerenciamento de riscos. Estas atividades compreendem as seguintes etapas: Identificação de riscos e controles; Avaliação e mensuração de riscos e controles; Análise de vulnerabilidades de controles; Definição do nível de exposição a riscos; Implantação de respostas aos riscos; Definição de indicadores de desempenho; Monitoramento de histórico destes indicadores; e Reporte das informações para a estrutura de governança. A Alta Administração do Banco participa das decisões envolvendo a gestão de riscos, aprovação de políticas corporativas, manuais internos e disseminação da cultura de controles internos, através das reuniões do Conselho de Administração, através da participação da Página 8 de 18 Diretoria Executiva nos comitês descritos no item anterior e através de informes diários encaminhados pelas diversas áreas do Banco à Diretoria Executiva. Funções de Gestão de Risco, Controles Internos, Compliance e Auditoria Interna Em síntese, o Banco adota os seguintes fundamentos na prática da gestão de riscos: Visão consolidada de riscos através de uma estrutura de Comitês; Compatibilização entre níveis de exposição a riscos, limites autorizados e retorno financeiro pretendido; Segregação funcional entre áreas de negócio, controle de riscos, auditoria e processamento operacional; Envolvimento da Alta Administração. Para a execução das atividades de gestão de riscos, o Banco conta com áreas dedicadas que são responsáveis pelos controles consolidados de riscos de mercado, de liquidez, de crédito e operacional, conforme descrito a seguir: 1. Gestão de Riscos a ) Risco de Mercado Conceito: é definido como a possibilidade de ocorrência de perdas financeiras decorrentes da flutuação nos valores de mercado de exposições detidas pelo Banco. Estas perdas financeiras podem ser incorridas em função do impacto produzido pela variação das taxas de juros, das paridades cambiais, dos preços de ações e de commodities. Princípios Básicos: Envolvimento da Alta Administração: o comitê está estruturado com o objetivo de envolver a Alta Administração na supervisão global da tomada de riscos; Segregação de carteiras: para efeito da gestão e do controle consolidado do risco de mercado das exposições, as operações são segregadas em dois tipos de carteiras, conforme a sua estratégia de negócio: carteira trading (negociação) ou carteira banking (não-negociação); Segregação de funções: O controle de risco de mercado é realizado por área independente das áreas de negócios, responsável por executar as atividades diárias de mensuração, avaliação e reporte de risco, permitindo autonomia na condução das atribuições inerentes de sua função; Estabelecimento e acompanhamento dos limites: definição clara e objetiva dos limites autorizados de risco, com acompanhamento e reporte do nível de utilização dos limites autorizados junto a Administração local, Casa Matriz e atendimento aos órgãos reguladores. Medidas e Limites de Risco para Gestão e Controle: O Banco adota um conjunto de medidas objetivas para gestão e controle de riscos de mercado Carteira de Negociação: Página 9 de 18 Valor em Risco (VaR - Value at Risk): medida estatística que quantifica a perda econômica potencial máxima esperada em condições normais de mercado, considerando horizonte de tempo e intervalo de confiança definidos. Mensalmente são realizados testes de aderência dos resultados diários da carteira de negociação ao VaR obtido pelo modelo utilizado histórico, com índice de confiança 99%; Perdas potenciais em Cenários de Estresse (Teste de Estresse): técnica de simulação para avaliação do comportamento dos ativos e passivos do portfólio quando diversos fatores de risco são levados a situações extremas de mercado (baseadas em cenários prospectivos da BM&FBovespa ou própria); Alerta de Stop Loss: perdas efetivas somadas num determinado horizonte de tempo. O Banco adota uma política de alertas baseada em gatilhos; Sensibilidade (PV01): impacto no valor de mercado dos fluxos de caixa, quando submetidos a um aumento de 1 ponto-base a.a. nas taxas de juros atuais. Limite de exposição a moeda estrangeira: valor máximo que o Banco pode estar exposto a determinada moeda estrangeira (Dólar, Euro, Yen). Para as exposições registradas na carteira de não-negociação são aplicadas as seguintes medidas de risco: Valor em Risco - VaR (10 dias, 99% de confiança); Calculo de sensibilidade - PV01 da carteira. Teste de stress: I. Estimar a variação no valor de mercado das operações registradas na carteira de negociação, com a utilização de choque compatível com o 1º e 99º percentis, de uma distribuição histórica de variações nas taxas de juros, considerando o período de manutenção de um ano e período de observação de cinco anos; II. Estimar a quantidade de pontos base, de choques paralelos nas taxas de juros, necessários para acarretar reduções do valor de mercado das operações não classificadas na carteira de negociação correspondentes a 5% (cinco por cento), 10% (dez por cento) e 20% (vinte por cento) do patrimônio de referência; b) Risco de Liquidez Conceito: O risco de liquidez é o risco do Banco não poder satisfazer necessidades de caixa correntes e futuras, previstas ou imprevistas. O risco de liquidez e de refinanciamento é gerido através de comitê denominado ALCO (Assets and Liability Committee). Este comitê apóia-se em princípios de gestão, que se aplicam tanto em condições normais como em situação de stress de mercado, e tem como objetivos: assegurar uma base de financiamento equilibrada para apoiar a estratégia de desenvolvimento do BCG-Brasil Página 10 de 18 garantir que o Banco esteja sempre em posição de cumprir suas obrigações perante seus clientes não provocar uma crise sistêmica em decorrência de ações do Banco observância aos quesitos regulamentares manter o custo de refinanciamento o mais baixo possível lidar com eventuais crises de liquidez. Os relatórios e análises de liquidez são periodicamente apresentados à Diretoria Executiva e regularmente nas reuniões do comitê ALCO para informar os indicadores de liquidez e os resultados dos testes de estresse. O comitê ALCO também é informado de qualquer situação de crise de liquidez e é o principal responsável por decidir sobre a atribuição de funções de gestão de crises e aprovação de planos de emergência. Conforme metodologia aprovada pelo Comitê foi definido valor mínimo de liquidez, para o horizonte de 90 dias que se baseia, entre outros fatores, em uma análise histórica da evolução das captações do Banco. O Stress Test de liquidez considera, entre outras premissas, queda na base de captações, inadimplência e stress na carteira de derivativos para assim simular um fluxo de caixa para situações adversas. Essa métrica é acompanhada mensalmente no Comitê ALCO. Para administrar a liquidez do caixa são estabelecidas, adicionalmente, premissas de desembolsos e recebimentos futuros, com o objetivo de permitir que ações sejam tomadas com a necessária antecipação. c) Risco de Crédito Conceito: consiste na possibilidade de ocorrência de perdas associadas ao não cumprimento, pelo tomador ou contraparte, de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados. O objetivo da gestão do risco de crédito é apoiar a Alta Administração no processo decisório, definindo estratégias e políticas, estabelecendo limites, mecanismos de mitigação de risco e procedimentos destinados a manter a exposição ao risco de crédito em níveis considerados aceitáveis pela administração da instituição. Princípios Básicos: As áreas de negócios são as responsáveis pelo contato com cliente, identificação de suas necessidades e por formular as propostas de mitigantes de crédito. A área de crédito, com base nas informações fornecidas pelas áreas de negócios, pelo cliente e obtidas de forma independente, emite parecer em relação ao pedido no Comitê de Crédito; Todas as decisões de crédito são formalizadas em atas de reunião assinadas pelos membros do Comitê de Crédito; Página 11 de 18 Negócios especiais ou diferenciados devem envolver os especialistas em suas respectivas áreas que irão prover o apoio técnico necessário ao negócio; Estrutura de comitês e alçadas de aprovação de crédito; Critérios e procedimentos de seleção de clientes; Procedimentos de análise, aprovação e liberação de novos produtos com risco de crédito; Classificação da carteira em níveis de risco, ponderando o rating dos clientes, as garantias envolvidas, prazos e atrasos das operações; Gestão de limites e risco de crédito de contraparte de instrumentos derivativos financeiros; Avaliação do risco em operações de venda ou transferência de ativos; Estabelecimento de limites para a realização de operações sujeitas ao risco de crédito, tanto em nível individual quanto em nível agregado - grupo com interesse econômico comum - e de tomadores ou contrapartes com características semelhantes; e Controle de garantias e instrumentos de mitigação de risco de crédito. Em linha com os princípios da Resolução nº 3.721 de 30 de abril de 2009 do CMN, o Banco possui uma estrutura e uma política de gerenciamento do risco de crédito, aprovada pelo seu Conselho de Administração. A área de Risco Crédito, também é responsável pela gestão e controle dos créditos em atraso, apoiando a área comercial nas renegociações e reestruturação de dívida. Apresentamos a seguir tabela com exposição ao risco de crédito (EPR) segregada por fator de risco, bem como o volume de operações em atraso segregadas por faixas de prazo: Exposição ao Risco de Crédito (EPR) 03/2014 Valor do RWAcpad, segmentado pelos fatores de ponderação de risco (FPR) 1% 2% 20% 50% 75% 85% 100% 150% 250% 300% -100% -300% Montantes em R$ mil Página 12 de 18 06/2014 195.505 65 195.071 36 206 3.523 7 190.725 226 987 339 (506) (68) 1.274 2.699 20 190.238 201 999 149 (515) (30) 09/2014 174.068 20 972 8.979 70 31.654 132.184 593 91 (477) (18) 12/2014 179.262 60 716 4.227 14 14.023 158.719 1.551 (49) - Volume de operações em atraso 03/2014 Montante das operações em atraso, bruto de provisões e excluídas as operações já baixadas para prejuízo Atraso até 60 dias Atraso entre 61 e 90 dias Atraso entre 91 e 180 dias Atraso acima de 180 dias Fluxo de operações baixadas para prejuízo no trimestre Montante de operações baixadas para prejuízo no trimestre 06/2014 09/2014 12/2014 837,45 2.087,83 1.619.994,58 - 837,45 - 1.248,04 1.619.994,58 839,79 - - - - - Montantes em R$ mil d) Risco Operacional Conceito: é a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos. Inclui o risco legal, associado à inadequação ou deficiência em contratos firmados pela instituição, bem como as sanções em razão de descumprimento de dispositivos legais e a indenizações por danos a terceiros decorrentes das atividades desenvolvidas pela instituição. O gerenciamento do risco operacional tem como objetivo apoiar a gestão dos negócios por meio da avaliação e controle do risco, da captura e gestão da base de perdas e indicadores de risco operacional e do cálculo do capital alocado para risco operacional, possibilitando a priorização e implantação de ações de melhoria, de acordo com os níveis de apetite a risco definidos pela Alta Administração. Em linha com os princípios da Resolução nº. 3.380 de 29 de junho de 2006 do CMN, o Banco definiu uma política de gerenciamento do risco operacional, com a aprovação ratificada pelo seu Conselho de Administração. Princípios Básicos: Envolvimento da Alta Administração na supervisão global da tomada de riscos através dos comitês e comissões estabelecidos; Mapeamento dos controles e análise dos riscos inerentes e residuais; Captura de perdas operacionais e manutenção de base de dados estruturada com informações referentes aos eventos; Acompanhamento de indicadores de risco operacional (KRIs) ;Análise, comunicação e implantação de planos de ação para melhoria de processos e controles e mitigação dos riscos incorridos; Página 13 de 18 - As funções de gerenciamento de risco operacional são desempenhadas por unidades funcionais segregadas, formalmente constituídas e com atribuições claramente definidas, conforme apresentado a seguir: Área de Controles Internos: responsável por mapear, identificar e avaliar os riscos operacionais e controles existentes nas áreas e processos do Banco, incluindo os serviços terceirizados relevantes; bem como por testar a efetividade dos controles existentes. Responsável, também, por acompanhar o andamento e a implantação dos planos de ação elaborados para mitigar riscos operacionais e para promover melhorias no ambiente de controle e dar ciência ao Comitê ROCI dos resultados dos trabalhos de mapeamento, avaliação e testes de controle, bem como de riscos e eventuais deficiências encontradas que sejam relevantes. Área de Risco Operacional: responsável pela gestão e manutenção da base de dados de perdas operacionais, acompanhamento dos planos de ação para perdas relevantes, definição de metodologias e ferramentas para estruturação de indicadores de risco operacional, construção de cenários e cálculo de capital alocado para risco operacional. Gestores e Colaboradores: Responsáveis pela gestão e revisão dos riscos operacionais existentes nas suas atividades e processos, pela implementação de controles e definição de indicadores para acompanhamento dos riscos e planos de ação para sua mitigação. São também responsáveis pela comunicação tempestiva das ocorrências relacionadas a risco operacional. A área de gerenciamento de Risco Operacional é suportada pela Alta Administração do Banco, sendo os assuntos reportados e discutidos no Comitê de Risco Operacional e Controles Internos (CROCI). O Banco possui também metodologia e sistema aplicativo, que é o mesmo utilizado por sua Matriz – a Caixa Geral de Depósitos – para o registro dos eventos de risco operacional e indicação dos processos a que se relacionam. Planos de Contingência – Continuidade Operacional: O Plano de Continuidade de Negócios (PCN) do BCG-Brasil visa reduzir o risco de perdas financeiras e de imagem, provendo a habilidade de recuperar e restaurar suas operações em casos de catástrofe, desastres ou interrupção dos serviços e processos críticos. O PCN tem por objetivo também a conformidade com as melhores práticas e atender aos requisitos do BACEN (Resolução 3380), que define a necessidade de um PCN para cenários de contingência ou emergência. Realiza testes periódicos que são documentados assim como os planos de ação, se aplicável. O último teste realizado foi em setembro/2014 Treinamentos e Conscientização sobre Riscos e Controles O direcionamento, conteúdo e periodicidade dos treinamentos específicos relacionados ao tópico acima são definidos pelos gestores responsáveis das Áreas de Compliance, Controles Internos e Risco Operacional. Todos os colaboradores receberam treinamento sobre a conscientização do risco operacional e disseminação da cultura de controles através da implementação da metodologia ROCI que segue as diretrizes estabelecidas pela matriz, a Página 14 de 18 utilização da ferramenta “SAS”, para a gestão do risco operacional, bem como, sobre procedimentos para conhecimento do cliente e prevenção a lavagem de dinheiro. 2. Controles Internos Tem por objetivo assegurar, em conjunto com as demais áreas do banco, a adequação, fortalecimento e o funcionamento do Sistema de Controles Internos da Instituição, procurando mitigar os riscos de acordo com a complexidade de seus negócios, bem como disseminar a cultura de controles. O modelo de governança adotado – ROCI - está alinhado às diretrizes da matriz (CGD) e é composto pelo conjunto das estruturas de gestão do Risco Operacional e Controles Internos. O objetivo é de assegurar e concretizar, eficaz e eficientemente, que o ambiente de riscos e controles das atividades pertinentes ao Banco, passem pela identificação dos processos, avaliação, monitoramento e mitigação do risco operacional. Neste contexto, o modelo de governança implementado no grupo teve em consideração as orientações expressas em alguns documentos de referência em termos de enquadramento regulamentar: Acordo de Basiléia II; 'Sound Practices for the Management and Supervision of Operational Risk', do Basel Committee on Banking Supervision, de Fevereiro de 2003; 'Public Company Accounting Reform and Investor Protection Act', conhecido como 'Acto de Sarbanes-Oxley' (SOX); Modelo COSO (Committee of Sponsoring Organizations), criado em 1985. Em síntese, as orientações referidas consubstanciaram-se na definição de um conjunto de princípios estratégicos que conduzem as atividades presentes na gestão do Risco Operacional e Controles Internos do BCG-Brasil abaixo explicitados: Envolvimento da Diretoria Executiva na definição, implementação e acompanhamento do modelo de gestão do Risco Operacional e Controles Internos; Independência entre a função da gestão do Risco Operacional e Controles Internos das restantes unidades de negócio e das funções de controle; Consistência e coerência para divulgar no âmbito Risco Operacional e Controles Internos às restantes áreas do Banco; Processos de reporte e monitoramento contínuos; Implementação de práticas de responsabilização mediante a atribuição de responsabilidades de gestão de risco operacional aos donos de processos; Políticas de divulgação internas e externas transparentes; Implementação de uma cultura de comunicação e envolvimento do BCG-Brasil na temática da gestão do Risco Operacional e Controles Internos; Integridade na identificação de riscos; Conformidade das políticas de gestão do Risco Operacional e Controles Internos com as restantes áreas funcionais do BCG-Brasil e com o enquadramento legal vigente; Página 15 de 18 Transparência e clareza na definição da estratégia, políticas, responsabilidades e papéis. A implementação deste modelo é evolutiva, sendo que existirá uma gestão conjunta das áreas de Controles Internos e Risco Operacional. 3. Compliance Responsável por assegurar o cumprimento e conformidade da legislação e de todas as normas regulamentares, internas e externas, adoção de uma cultura de Compliance, ao nível dos processos, colaboradores e sistemas de informação e propor ao Conselho de Administração a correção ou aprimoramento de políticas, práticas e procedimentos relacionados com a não observância das disposições legais e regulamentares. A Área de Compliance possui uma linha de reporte funcional com a Matriz do Banco Caixa Geral em Portugal. 4. Auditoria Interna Sua principal função é avaliar os controles internos existentes, bem como das obrigações regulatórias, emitindo relatório a respeito de recomendações, objetivando: revisar e avaliar a eficácia, suficiência e aplicação dos controles internos; determinar o grau de confiança das informações; observar normas internas e legislação pertinente; avaliar a qualidade alcançada na execução de tarefas determinadas para o cumprimento das respectivas responsabilidades, entre outras. ALOCAÇÃO DE CAPITAL REGULATÓRIO A partir de 01 de julho de 2008 entrou em vigor a legislação do BACEN obrigando as instituições financeiras a alocar capital para risco operacional. O Banco optou pela utilização da Abordagem do Indicador Básico. Apresentamos a seguir detalhamento do Patrimônio de Referência (PR) em nível I e II e também do Patrimônio de Referência Exigido (PRE) Patrimônio de Referência (PR) Patrimônio de Referência (PR) Patrimônio de Referência Nível I Patrimônio Líquido Contas de Resultado Credoras Contas de Resultados Devedoras Ajustes ao Valor de Mercado - TVM e Instrumentos Financeiros Derivativos Ajuste prudencial - Ativos Diferidos Patrimônio de Referência Nível II 03/2014 411.980 411.980 417.358 302.078 (302.645) (4) (4.807) - Montantes em R$ mil Página 16 de 18 06/2014 406.176 406.176 417.358 517.017 (523.424) (4.775) - 09/2014 405.891 405.891 410.952 311.718 (310.598) (1.791) (4.390) - 12/2014 361.102 361.102 410.952 827.332 (874.083) (2.656) (443) - Patrimônio de Referência Exigido (PRE) PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA PARA LIMITE DE COMPATIBILIZAÇÃO DO PR COM O PRE PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA (PR) PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA EXIGIDO (PRE) VALOR TOTAL DA PARCELA RWACPAD VALOR TOTAL DA PARCELA RWACAM VALOR TOTAL DA PARCELA RWAJUR[1] VALOR TOTAL DA PARCELA RWAJUR[2] VALOR TOTAL DA PARCELA RWAJUR[3] VALOR TOTAL DA PARCELA RWAACS VALOR TOTAL DA PARCELA RWAOPAD VALOR DA MARGEM OU INSUFICIÊNCIA 03/2014 06/2014 09/2014 12/2014 411.980 411.980 238.386 195.505 14.318 7.874 2.481 1 455 17.752 173.594 406.176 406.176 224.017 195.071 4.016 3.133 3.705 1 339 17.752 182.159 405.891 405.891 204.753 174.068 1.765 7.681 2.852 10 304 18.073 201.138 361.102 361.102 204.230 179.262 1.128 4.172 1.588 7 18.073 156.872 Montantes em R$ mil GERENCIAMENTO DE CAPITAL O Banco Caixa Geral Brasil BCG Br possui uma estrutura de gerenciamento de capital compatível com a natureza de suas operações, a complexidade dos produtos e serviços oferecidos, e a dimensão de sua exposição a riscos e com objetivo de assegurar a otimização do capital regulatório utilizado em seus negócios e avaliar as necessidades futuras deste capital a fim de garantir a estabilidade da instituição financeira no longo prazo. A estrutura de gerenciamento de capital tem como objetivo o gerenciamento do risco, a avaliação da necessidade de capital e a divulgação de informações das atividades empreendidas pelo grupo, de forma a manter as atividades da entidade com parâmetros prudentes. A estrutura de gerenciamento de capital visa o contínuo monitoramento, o controle e otimização do capital regulatório, através do planejamento de metas, com base nos diversos cenários econômicos, de modo a avaliar constantemente a necessidade de capital e a planejar metas e objetivos estratégicos. O Plano de Capital é elaborado em consonância com o Orçamento da Instituição para os próximos 3 anos, e é aprovado pelo Conselho de Administração. A Alta Administração é envolvida em todas as iniciativas relevantes inerentes a gestão de riscos sendo que a estrutura de governança propicia adequada avaliação dos riscos incorridos pelo Banco e o efetivo gerenciamento dos mesmos. Além disso, conta com níveis de alçadas tanto individuais como colegiadas levando-se em conta a independência necessária para a tomada das decisões. Página 17 de 18 O BCG Br possui Comitês que desenvolvem ações técnicas com o objetivo dar subsídios para a tomada de decisões da Administração, para minimizar as perdas e eliminar os impactos sobre o negócio, priorizando a prudência sobre altos retornos, sem comprometer a rentabilidade da instituição. CGD Securities Em julho de 2014, foi anunciada a integração da Directainvest, home broker da CGD Securities, com a RICO CTVN S.A. Essa operação insere-se no processo de aquisição de uma participação de 51% pela CGD Securities no capital social da Rico, em fase de aprovação do Banco Central do Brasil. Nesse sentido, a partir de 8 de setembro de 2014, as operações de home broker executadas pelo site da Directainvest passaram a ser processadas exclusivamente pela Rico. Página 18 de 18