SINGELA REPORTAGEM A decisão do mentor espiritual por ninguém foi bem aceita. Até mesmo aquele Espírito que fora, por assim dizes, favorecido, também não se conformou com a sorte que lhe coube. Dirá você: - É sempre assim. Nem Deus agrada a todos ... Quanto mais um mentor! Vamos, porém, dar maiores detalhes para que você compreenda a razão dessa insatisfação generalizada. O fato se deu no Plano Espiritual. Estavam ali reunidos alguns Espíritos desencarnados recentemente. Conversei com o primeiro. Era o de um velho padre. Em breves palavras sumariou toda sua última existência. Criança órfã de pai e mãe, foi posto por mãos amigas num convento católico, onde abraçou a carreira eclesiástica. Sendo dotado de grande inteligência, aproveitou a oportunidade oferecida e fez-se sacerdote de vasta cultura. Dominava idiomas antigos, como o latim e o grego, além de conhecer a fundo línguas modernas. Mestre em Teologia e Filosofia, seria capaz de manter acesas discussões sobre vários textos pois não se cansava de debruçar-se sobre os Evangelhos. Uma vez desencarnado, queria entrar nos Céus! Não abrira mão de todos os prazeres materiais para merecer o convívio tão afável dos santos e dos anjos celestes? Não se conformara quando aquele mentor lhe dissera que deveria reencarnar e fazer-se professor de uma escola do interior, a fim de colocar todo o seu saber a serviço da instrução da juventude! Entrevistei o segundo. Fora pastor evangélico. Fizera centenas de pregações emocionantes em templos apinhados de fiéis que entoavam lindíssimos cânticos de louvor ao Pai. Também conhecia as Escrituras Sagradas como poucos, pois sua especialidade fora estudar detidamente todos os torneios da letra para melhor exegese salvacionista. Assim, não poderia admitir a estranha ideia de voltar à Terra na condição de chefe de família numerosa, com a tarefa de ser o condutor dos futuros parentes, ele que tanto esperava entrar e ficar para sempre no Reino dos Céus, junto de Deus e ao lado dos eleitos! Talvez eu já adivinhasse sem dificuldade qual o motivo do desapontamento do terceiro personagem. Mas mesmo assim, dirigi-me até ele. E ele, confirmando minhas suspeitas, desmanchou-se em lamentações. - Celso Martins no livro CONTANDO HISTÓRIAS Fora espiritista. E espiritista desde a infância. Frequentou aulas de evangelização, reuniões de Mocidade e encontros de jovens. Uma vez adulto, durante longos anos foi expositor evangélico, proferindo centenas de palestras, participando de sessões mediúnicas, lendo os livros da codificação e coisas assim. Desencarnado, julgava-se merecedor de encarnar num mundo no qual houvesse menos dor e menos ranger de dentes, E quando o mentor lhe indicou nova existência terrena, como médium, para melhor socorrer encarnados e desencarnados, desiludiu-se de vez! Assim, meus três companheiros desejavam imediata promoção e o julgamento mais adequado lhes acenava com a possibilidade de nobres oportunidades de aplicação de seus talentos outra vez na Terra! E eles se desapontaram! E o último? Sim, por que ele também se mostrava contrariado? Também teria sonhado subir a novas escalas evolutivas e fora convidado a regressar ao ninho anterior, de onde os quatro haviam partido fazia algum tempo? Aproximei-me dele. Percebi sem dificuldade que ali estava uma criatura profundamente humilde! - Fiquei confuso: Como poderia então não aceitar o que lhe foa determinado? A decisão partia de uma entidade mais experiente ... Para esclarecer a dúvida, pedi detalhes de seu passado. E com voz embargada, se explicou: Ah! Meu amigo ... Fui auxiliar de enfermeiro. Queria ser médico. Dificuldades financeiras, não me permitiram colocar no dedo a pedra verde do anel de Esculápio. Arrimo de mãe viúva, cheia de filhos menores, fia-me enfermeiro. E consegui ganhar o pão de cada dia para ajudá-la a criar os irmãos. Depois, bem, depois, construi minha família. Família pobre. Mas unida. Nela havia amor. O salário sempre foi pequeno que trabalhava até em dois hospitais. Assim se não estava num, estava noutro. Mesmo assim encontrava tempo para socorrer doentes pobres em seus casebres. Apliquei muitas injeções em idosos quase agonizantes! Curei feridas nas pernas de crianças miseráveis! Algumas noites maldormidas ao lado dos que gemiam... Ah! Meu amigo (e limpou uma lágrima que ia rolando pelo rosto) assim vivi em contato com a dor humana. E como se envergonhasse da confissão, no que era ouvido pelo padre, pelo pastor e pelo espírita, arrematou: -Veja, não tive tempo para pensar em mim. Não conheci festas nem passeios. Sequer cuidei de política, futebol ou religião, três temas preferidos pelos homens de meu tempo. Só sei que, após velhice tranquila, cercada de carinho de amigos e familiares, aqui estou. -E porque é que você está descontente com a decisão anunciada pelo mentor que há pouco esteve aqui dando as coordenadas pra todos vocês? -- Ora, meu amigo (respondeu com tristeza) querem que eu vá reencarnar num mundo mais feliz onde poderia sem dificuldades, estudar as ciências médicas de um modo mais completo. ] -E você acaso não se alegra com essa possibilidade? Foi quando ouvi esta explosão de palavras comoventes, cortadas pela pranto: -Mas como querem que eu vá para um mundo melhor, se a Terra ainda tem tanta dor e tanto sofrimento? Eu quero mesmo é voltar pra lá, veja se me entende ... -Mas você merece coisa melhor – teimei em consolá-lo. -E há coisa melhor que eu poderia desejar, senão voltar pra junto de meus doentes na qualidade de enfermeiro de última categoria? -Sinceramente, fiquei sem saber o que mais dizer. -E porque sentisse, onde quer que estivesse, a minha preplexidade, eis que o mentor de novo se fez visível entre nós. Abraçando-me, respondeu, com firmeza: - Deus é Bondade e é Justiça. E por ser bom e justo, vai conceder a este amigo, que acaba de dar provas reais de sua verdadeira humildade, aquilo que tanto quer. Ao lado do padre, do pastor e do espírita, dentro em breve ele estará de novo no cenário terreno. E aí, antes de qualquer manifestação de nossa parte, desapareceu. E eu que vinha de perplexidade em perplexidade, não sei como arrematar esta singela reportagem: Se digo que fiquei bôbo diante da cara feia do padre, dos resmungos do pastor e do desagrado do espírita, ou que fiquei boquiaberto, maravilhado diante da luz que se irradiou da face do ex-auxiliar de enfermagem quando soube da sua volta para cuidar de seus doentes!!!!! Somos um Centro Espírita Kardecista que desenvolve o ensino, o estudo, a prática e a difusão da Doutrina Espírita no seu tríplice aspecto filosófico, científico e religioso - de conformidade com as obras da Codificação de Allan Kardec. Entre nossas atividades temos o atendimento social que no momento atende 49 famílias para as quais mantemos uma campanha permanente de doação de itens da CESTA BÁSICA, sugerindo Arroz, Feijão, Fubá, Óleo, Macarrão, Molho de Tomate, Pó de Café, Açúcar, Sal, Sardinha em Lata, Farinha de Milho e o Leite Longa Vida. Atendemos também em nosso Departamento de Assistência Espiritual e no Departamento de Orientação e Encaminhamento às pessoas que procuram nossa casa para esse fim, Procuramos dentro das nossas possibilidades, seguir os ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo, com disciplina e muito Amor ao Próximo. Pag. 4 CEAL Nesta Edição Ano XIX – no 98 Casa Espírita André Luiz INFORMATIVO – Setembro/Outubro 2014 Depto de Divulgação da CEAL www.cealbp.org A ESCOLA ADEQUADA EDITORIAL Veículo poderoso é a palavra que reflete, de forma segura, o nível moral em que nos encontramos. Falando, o professor eleva a mente dos seus aprendizes. Usando a palavra, o malfeitor arrasta muitos para o crime. Conversando, a mãe educa o filho, apontando-lhe os caminhos da honra e do dever. Usando da palavra, maus líderes conduzem os povos às guerras, permitindo que a boca escancarada da morte ceife vidas preciosas. RACIOCINEM COMIGO Bons governantes, preocupados com os seus comandados, sua responsabilidade, elaboram discursos de paz e se esforçam por concedê-la. Jesus falou e o Evangelho surgiu como a Boa Nova que todos aguardavam, sofridos e desalentados. Antes Dele, a fim de preparar os caminhos, uma voz se ergueu desde o deserto até as margens do rio Jordão, pregando um novo tempo. Um tempo em que os homens poderiam ouvir o doce cântico de um Rabi. Nas tardes quentes, nas noites amenas, Jesus serviu-Se da palavra para ensinar as verdades do Pai que está nos céus, para manifestar a Sua vontade generosa e curar enfermos. Declaração de Bispo Católico Com Sua palavra salvou da morte por apedrejamento uma mulher que se enganara, esquecendo dos seus deveres de esposa. E a outra ofereceu a água viva que mata a sede de saber espiritual. Serviu-Se da palavra e pediu perdão ao Pai para os que O crucificaram e com a palavra da fé entregou-Se a Deus. O apóstolo Paulo, pela palavra consciente e esclarecedora, levou as boas novas do Reino de Deus a muitos lugares. De tal forma deixava-se inflamar pela inspiração dos céus, que sua palavra convertia multidões. Tão bem se expressava e com tal fervor que chegaram a confundi-lo com o próprio Deus. A tarefa de Evangelização Gandhi serviu-se da palavra para convidar a todos os seus irmãos da Índia a se unirem pelo mesmo ideal. Martin Luther King Jr. discursou em nome da paz, desejando que brancos e negros se sentissem irmãos. Quando a guerra civil devastava o solo americano, o Presidente Lincoln usou da palavra de bom ânimo para levantar a moral dos soldados abatidos pelas derrotas e pelo abandono que acreditavam sofrer. EXPEDIENTE JORNAL CAMINHO DA LUZ Publicação da Casa Espírita André Luiz Coordenação e Diagramação: Ednilsen C. Martinez Acesse estas e outras informações em nosso site www.cealbp.org. A palavra é sempre a manifestação da inteligência sadia ou enferma. É a base da escrita. E, toda vez que utilizamos a palavra, semeamos bênçãos ou espalhamos tempestades. Aprendamos a calar toda frase que destrua porque toda palavra que agride é moeda falsa no tesouro do coração. Singela Reportagem Pensemos sobre a força da palavra e a finalidade para a qual nos foi concedida. Deus que jamais coloca em nosso caminho qualquer instrumento para o mal, espera de nós a bênção e o respeito à palavra, para que sejamos intérpretes da Lei do Amor, nos caminhos da elevação, hoje e sempre. Departamento de Divulgação A prece é sempre um hífen de luz pelo qual você chegará ao Mestre e Guia, livre e feliz. Pag. 1 Conforme os ensinamentos dos Espíritos, a Terra passa por um período muito significativo. Trata-se do término de um estado evolutivo e do princípio de outro. Cuida-se, na conformidade dos ditos populares, do fim dos tempos. Mas é apenas do fim dos tempos de angústia que se fala. A vida no planeta não vai cessar e nem a Humanidade se extinguirá. Vive-se a transição da fase de provas e expiações para a de regeneração e paz. Em decorrência dessa transição, muitos fenômenos angustiantes chamam a atenção. São terremotos, tsunamis, enchentes, desmoronamentos e tragédias as mais diversas. Mas, de outro lado, dão-se ocorrências não menos interessantes: - São os espetáculos da solidariedade, quando incontáveis mãos se movimentam para socorrer quem sofre. Regimes totalitários são postos em xeque por ideais e movimentos democráticos. A evolução informática e a troca de dados tornam mais difícil a criminalidade anônima e impune. São tempos novos esses. Neles, os valores são colocados em teste. É necessário definir-se. Ou se decide viver de forma digna e fraterna ou se busca levar vantagem com a instabilidade temporária. Ocorre que nessa definição de rumos cada um traçará o seu destino. Porque na Terra em breve devem cessar os espetáculos da dor mais atroz. O ambiente planetário se tornará regenerador e pacífico. Os mundos funcionam como escolas nas quais os Espíritos são matriculados pela Divindade. Eles oscilam grandemente em suas características. Alguns se assemelham a hospitais e a penitenciárias. Neles encarnam os doentes da alma, portadores de incontáveis vícios. Orgulhosos, cruéis, preguiçosos e espertos compõem a maioria dos habitantes. Evidentemente, há os que têm sucesso em suas lutas íntimas e não se acomodam a esse quadro. Embora com dificuldade, seu viver é digno. Também há os missionários do amor Divino, que ali estão na qualidade de professores do bem infinito. Mas existem os mundos destinados à tranquila maturação das virtudes. Ser eleito para a paz ou para os duros embates depende da própria realidade íntima. Neste momento, cada homem define o seu futuro. Na Terra, só devem continuar a renascer os dispostos ao trabalho e à vivência do bem. Quem gosta de levar vantagem e fica indiferente ante a dor alheia nela não encontrará mais recursos evolutivos. Pois sensibilidades embotadas necessitam ser trabalhadas por grandes dores. O ser endurecido precisará renascer em mundos mais primitivos, para ter as lições adequadas ao seu caráter. Convém refletir sobre essa transformação do planeta e definir o próprio futuro. Redação do Momento Espírita. Peço a vocês que raciocinem comigo: o Paraíso e o Inferno existem sim, mas ninguém entra ou sai deles senão pelas portas do coração, que estão sempre abertas, tanto na entrada quanto na saída. O grande juiz não está num tribunal público, mas sim dentro de cada filho de Deus e o seu nome é consciência. As chamas eternas são aquelas resultantes de maus atos, que ardem mesmo sem parar, até que o arrependimento e o desejo sincero de mudança de atitudes as apaguem. O dia do juízo não está no calendário, mas na recompensa ou no arrependimento, respectivamente pelo bem ou pelo mal praticados; assim, temos muitos dias do juízo em nossa trajetória existencial. O importante é que o dia seguinte de cada um desses dias do juizo seja sempre a retomada do progresso rumo a um futuro feliz. Nessa viagem, o arrependimento, a resignação e o trabalho de reconstrução serão nossos companheiros de jornada. O abraço da morte, a que os homens chamam de morte, como vocês próprios podem testemunhar, não é o fim da vida; ao contrário, é sua continuidade; o nascimento e a morte, são segmentos de uma mesma reta, percorrida pelo espírito, que é imortal; a vida se processa em dois planos, material e espiritual; para vivenciar no primeiro, há necessidade de um corpo físico, dispensável no plano espiritual; A fome e a sede, tão exigentes, além de outras necessidades e sensações que vêm conosco , representam as fortes impressões deixadas pelo corpo físico, mas que gradualmente irão desaparecendo, à medida que pudermos nos identificar com a nova realidade – fazendo da oração sincera um manancial para nosso sustento. - Assim como as estrelas nascem todas as noites, movimentam-se pelo Céu e morrem todos os dias, também nós nascemos e morremos muitas vezes, até que um dia seremos um Sol a brilhar sem cessar na imensidão celeste. O Dia Mundial da Criança é oficialmente o dia 20 de novembro, data que a ONU reconhece como Dia Universal das Crianças por ser a data em que foi aprovada a Declaração dos Direitos da Criança em 1959 e a Convenção dos Direitos da Criança em 1989. Porém, a data efetiva de comemoração varia de país para país. No ano de 1924, o deputado federal Galdino do Valle Filho teve a ideia de "criar" o dia das crianças. Os deputados aprovaram e o dia 12 de outubro foi oficializado como Dia da Criança pelo presidente Arthur Bernardes, por meio do decreto nº 4867, de 5 de novembro de 1924. Mas somente em 1960, quando a Fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas, é que a data passou a ser comemorada. A estratégia deu certo, pois desde então o dia das Crianças é comemorado com muitos presentes. Logo depois, outras empresas decidiram criar a Semana da Criança, para aumentar as vendas. No ano seguinte, os fabricantes de brinquedos decidiram escolher um único dia para a promoção e fizeram ressurgir o antigo decreto. A partir daí, o dia 12 de outubro se tornou uma data importante no Brasil. Estamos novamente convidando todos os jovens frequentadores da CEAL, para as Reuniões do Grupo MOCIDADE ESPÍRITA, todos os sábados que a partir deste mês, acontecerá sempre no horário das 9:00 às 10:30 horas. Sua presença é muito importante para nós. Esperamos por vocês!!!!!!! Pag. 2 Nesta Edição DECLARAÇÃO DE BISPO CATÓLICO Dom Roque Sebastião Rabelo, Bispo Auxiliar do Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, Arcebispo da Arquidiocese Metropolitana de Belo Horizonte, MG, recentemente, num de seus programas diários, às 12,30 horas, com duração de dez minutos, “A Luz do Caminho”, na Rádio América da citada Arquidiocese, fez uma abordagem da conhecida Parábola do Bom Samaritano. Um intérprete da Lei inquiriu Jesus sobre o que deveria fazer, para adquirir a salvação. E o Mestre respondeu-lhe com outra pergunta: O que está escrito na Lei? O homem recitou para Ele o que lemos em Lucas 10:27, e que constitui a base das Tábuas da Lei, ou seja, o preceito do amor a Deus e aos nossos semelhantes. E Jesus disse-lhe: Faça isso. Mas o indivíduo quis saber do Mestre quem é o nosso próximo. Então Jesus narra-lhe a citada Parábola. E ei-la: Um homem foi assaltado entre Jerusalém e Jericó. Descendo em direção a esta cidade, um sacerdote encontrou-o ferido e caído à beira da estrada. Mas, passou direto, sem o socorrer. Em seguida, transitou também pelo mesmo local um levita, uma pessoa muito ligada, igualmente, às práticas religiosas judaicas. Mas, semelhantemente ao sacerdote, nada fez para acudir a vítima. Por fim, um samaritano, ao deparar-se com o homem ferido, cuidou dele, e levou-o para uma hospedaria, pagando todas as despesas feitas com os cuidados de seus ferimentos. E Jesus concluiu que esse Bom Samaritano cumpriu a Lei Divina do amor ao seu próximo. Com essa parábola, Jesus quis, justamente, dar-nos um exemplo da prática do amor ao nosso semelhante, a qual se constitui num dos principais pilares doutrinários da sua Mensagem Evangélica. E outra não é, também, senão a Doutrina Espírita. Enquanto que o Apóstolo São Tiago afirma em sua Carta que a fé sem obras é morta, e o Apóstolo São Paulo diz que mesmo que tenhamos uma fé que remove montanhas, ela de nada vale, se não tivermos caridade, o Codificador do Espiritismo proclamou solenemente que fora da caridade não há salvação. Num momento de inspiração e coragem, Dom Roque comparou os sacerdotes daquela época com os padres e pastores da atualidade. Identificou os levitas com os bispos de hoje, isto é, os intérpretes das questões religiosas, como o eram aqueles. E o Bom Samaritano, segundo o ilustre Prelado da Igreja, é representado hoje pelos Espíritas, os que, realmente, praticam a caridade e o amor ao próximo. Nossos parabéns a Dom Roque, por seu gesto de humildade e de coragem em dizer verdades que, ao mesmo tempo que são uma advertência aos elementos de sua própria Igreja e de outras co-irmãs dela, são um elogio aos Espíritas. Parabéns, também, ao Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, por um seu grande exemplo, igualmente com características afins às do gesto de Dom Roque, quando, já há algum tempo, gravou uma mensagem divulgada por todos os grandes canais de TV de Belo Horizonte, em que, com muita dignidade de um grande, sensato e sábio Cardeal da Igreja, conclama os católicos para colaborarem com a monumental obra de caridade do Núcleo de Assistência Social “Caminhos para Jesus”, conhecida e respeitada organização espírita de assistência a deficientes mentais de nossa Capital, e que cumpre de maneira brilhante as Doutrinas Cristã e Kardecista, organização essa a que não podem faltar aqui, também, os nossos parabéns. Coisas desse gênero são muito louváveis, pois o amor a Deus de palavras é muito fácil, mas, na realidade, muito difícil, já que tem que passar pelo crivo da prática do não fácil amor ao nosso semelhante, e sem o que não existe o amor a Deus. É o que nos afirma São João, em sua Primeira Carta, 4, 20: “ …aquele que não ama a seu semelhante, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” Não vai muito longe o tempo em que só uma minoria de intelectuais católicos e protestantes reconhecia o valor e a importância do Apostolado Espírita, que sempre se conduziu pela prática do amor ao nosso semelhante. Mas agora chegou a vez de os próprios bispos, padres e pastores estarem reconhecendo que os seguidores de Kardec são, também, “ipso facto”, respeitados discípulos de Jesus, sepultando para sempre a ignominiosa e injusta pecha que se lhes atribuiu, por um longo período, de macumbeiros e feiticeiros, embora, por ignorância, e, às vezes, por safadeza mesmo, algumas pessoas ainda continuem querendo denegrir a imagem dos espíritas. A TAREFA DE EVANGELIZAÇÃO NO CENTRO ESPÍRITA – Depto. De Infância e Juventude/FEB “Equipe de Jesus em ação” Esta é a definição de Instituição Espírita dada por Bezerra de Menezes em mensagem datada de 1982, que aborda a relevância da tarefa de evangelização espírita infantojuvenil. Sintética, mas completa, tal definição convida os trabalhadores espíritas a uma ação conjunta e integrada, fortalecida nos ensinos do Evangelho de Jesus e dinamizada pelo espírito de união que deve permear o estudo, a prática e a difusão da Doutrina Espírita. O conjunto das nobres ações, realizadas pelos centros espíritas, encontra ressonância no coração de todos os que buscam o esclarecimento e o consolo proporcionado pelos ensinamentos espíritas, abrangendo a sociedade em geral, desde a tenra idade. Referindo-se aos compromissos da Instituição Espírita, Bezerra completa: (...) como tal [equipe de Jesus em ação], deverá concretizar seus sublimes programas de iluminação das almas, dedicando-se com todo empenho à evangelização da infância e da mocidade. A ação evangelizadora nos centros espíritas promove a aproximação da mensagem de Jesus e dos ensinamentos espíritas aos corações das crianças e jovens, oferecendo-lhes ferramenta para o auto aprimoramentos e para a construção do mundo novo. A fé raciocinada, a prática da caridade e a formação do homem de bem, fundamentadas no conhecimento da Doutrina Espírita, articulam pensamento, sentimento e ação, dando-lhes coerência e fortalecendo os Espíritos recém reencarnados em suas escolhas e atitudes diante da vida. Por essa razão, a organização da atividade de evangelização espírita infantojuvenil nas instituições espíritas apresenta-se como ação relevante e é destacada por Espíritos como Bezerra de Menezes, Guillon Ribeiro, Francisco Thiesen e Joanna de Angelis, cujas mensagens e orientações, de alto significado, são apresentadas nos trechos a seguir: BEZERRA DE MENEZES * Tem sido enfatizado, quanto possível, que a tarefa da Evangelização Espírita Infantojuvenil é do mais alto significado dentre as atividades desenvolvidas pelas Instituições Espíritas, na sua ampla e valiosa programação de apoio à obra educativa do homem. Não fosse a evangelização, o Espiritismo, distante de sua feição evangélica, perderia sua missão Consolador. JOANNA DE ANGELIS * Graças ao trabalho preparatório que se vem realizando há anos junto a criança e ao jovem, é que encontramos uma floração abençoada de trabalhadores, na atualidade, que tiveram o seu inicio sadio e equilibrado nas aulas de evangelização espírita, quando dos seus dias primeiros na Terra. Este ministério de preparação do homem do amanhã facultará ao Brasil tornar-se realmente “O Coração do mundo e a Pátria do Evangelho” Esperamos que os trechos supra citados possam inspirar e auxiliar os tarefeiros a uma ação conjunta nos centros espíritas, unindo esforços em busca da formação do homem novo w da construção do mundo novo, percebendo na tarefa de Evangelização Espírita Infantojuvenil espaço significativo de atuação junto às novas gerações. PROSSIGAMOS UNIDOS. Página extraída de REFORMADOR abril/2013 Pag. 3