SORGO GRANÍFERO:
ESTENDA SUA SAFRINHA COM
SEGURANÇA
1- INTRODUÇÃO
O Sorgo - Sorghum bicolor (L.) Moench
 Origem: África
 Adaptação: áreas com déficit hídrico e altas temperaturas
 Múltiplos usos:
- Grãos: Ração, alimentação humana, amido, álcool
- Forragem: silagem, corte, pastejo, feno
- Cobertura de solo: plantio direto
- Bioenergia : álcool e biomassa
- Vassoura: artesanato
Tipos de sorgo.
Granífero
Silageiro
Vassoura
Biomassa
Pastejo
Sacarino
Tabela 1. Maiores produtores mundiais de sorgo granífero, entre 2010 e 2014
12000.0
Produção (toneladas x 1000)
2010/11
2011/12
2012/13
2013/14
2014/15
10000.0
8000.0
6000.0
4000.0
2000.0
.0
Fonte: USDA
Estados Unidos é o maior produtor mundial de sorgo
Figura 1. Série histórica de área plantada com sorgo granífero no Brasil. Fonte: CONAB, 2014.
Produção
Área
Produtividade
3,000
2,500
2,000
2,000
1,500
1,500
1,000
1,000
500
Produtividade (t.ha-1)
Área (1.000 ha) - Produção (1.000 T)
2,500
500
0
80/81
81/82
82/83
83/84
84/85
85/86
86/87
87/88
88/89
89/90
90/91
91/92
92/93
93/94
94/95
95/96
96/97
97/98
98/99
99/00
00/01
01/02
02/03
03/04
04/05
05/06
06/07
07/08
08/09
09/10
10/11
11/12
12/13
13/14
14/15
0
Safras
 O sorgo [Sorghum bicolor (L.) Moench] é o quinto cereal mais plantado no
mundo, ultrapassado somente pelo trigo, arroz, milho e cevada
 No Brasil, a área cultivada de sorgo granífero é bastante expressiva,
atingindo na safra 2013/14 área plantada de 731 mil hectares
UTILIZAÇÃO DO GRÃO DE SORGO
Na alimentação animal - na forma de ração ou silagem (de
grãos secos ou úmidos);
 Na alimentação humana, como fonte de fibra alimentar e
compostos bioativos
 Farinha, mingaus, pães, cuscuz, bolos, biscoitos e massas;
 Snacks, barras de cereais, tortilhas;
 Na produção de álcool;
 Na produção de cervejas;
UTILIZAÇÃO DO GRÃO DE SORGO
Frango de corte
Pode-se usar sorgo sem
tanino em substituição ao
milho em até 100%;
Sorgo grão INTEIRO sem tanino pode ser usado na ração para
frangos de corte na primeira semana de vida.
Fonte: Silva, et al. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 2014.
 Sorgo em substituição ao milho na dieta de frangos de corte
não interfere no peso vivo, rendimento de carcaça e
rendimento dos cortes.
Fonte: GARCIA, et al. Ciência Agrotécnica, v.29, n.6, p.1248-1257, 2005.
UTILIZAÇÃO DO GRÃO DE SORGO
Galinhas poedeiras
Pode-se usar sorgo sem
tanino em substituição ao
milho em até 100%;
 O sorgo pode substituir totalmente o milho em rações para
poedeiras comercias;
 A adição de pigmentantes naturais ou artificiais é necessária
para não comprometer a pigmentação da gema do ovo;
Fonte: Assuena, et al., Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 1, p. 93-99, jan./mar. 2008
UTILIZAÇÃO DO GRÃO DE SORGO
Codornas
Pode-se usar sorgo sem
tanino em substituição ao
milho em até 100%;
 O sorgo pode substituir totalmente o milho em rações para
codornas japonesas em postura.
Fonte: Moura, et al., R. Bras. Zootec. vol.39 no.12 Viçosa Dec. 2010
UTILIZAÇÃO DO GRÃO DE SORGO
Ração de suínos
Pode-se usar sorgo sem tanino
em substituição ao milho em até
100%;
O sorgo pode substituir o milho até o nível de 100% em rações
de leitões em recria (10 a 30 kg), sem prejudicar a
digestibilidade dos nutrientes e o desempenho dos animais.
Fonte : Fialho, et al. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.1, n.1, p.105-111, 2002.
Pode-se se usar silagem de grãos úmidos para suínos
Fonte : Patrício, et al. R. Bras. Zootec., v.35, n.4, p.1406-1415, 2006.
UTILIZAÇÃO DO GRÃO DE SORGO
Bovinos
Pode-se usar sorgo, com e sem
tanino, em substituição ao milho
em até 100%;
Sorgo pode ser usado em todas as categorias animais, desde
bezerros a bovinos adultos, seja em confinamento ou em
regime de pastejo;
 A substituição integral de grão úmido de milho por grão úmido
de sorgo não alterou o desempenho de bovinos jovens em
confinamento;
 Fonte : Igarasi, et al. R. Bras. Zootec., v.37, n.3, p.513-519, 2008
UTILIZAÇÃO DO GRÃO DE SORGO
Alimentação humana
VOCE SABE O QUE É DOENÇA
CELÍACA?






Excelente para alimentação humana
Sorgo com tanino é bom pois reduz obesidade
Sem glúten, celíaco pode consumir
Fibra alimentar – alimento funcional
Compostos fenólicos - antioxidantes
Amido resistente
UTILIZAÇÃO DO GRÃO DE SORGO
 Sorgo para pets
Pode-se usar sorgo, com e sem
tanino, em substituição ao milho
em até 100%;
 O sorgo é bem digerido por cães e gatos
 Utilizado em rações
 Não contém micotoxinas
SORGO AJUDA A REDUZIR OBESIDADE EM
CÃES E GATOS
A indústria está usando o sorgo nas rações
Sorgo
Maior ingestão de proteínas, fibras e carboidratos integrais, como sorgo, auxiliam
no programa de perda de peso aumentando a sensação de saciedade do cão
Sorgo com tanino pode ser consumido por pets?
Sim. Taninos são macromoléculas capazes de formar ligações com
outras moléculas como proteínas e carboidratos, resultando em um
menor aproveitamento destes nutrientes pelos animais. Por ser
antidigestivo o sorgo com tanino pode inclusive reduzir a obesidade, o
que é fator interessante para pets e humanos. Além disso o tanino irá
prevenir possíveis oxidações no organismo, reduzindo problemas de
câncer.
O consumo de sorgo ajuda na prevenção de algumas
doenças devido à presença de antioxidantes
Outros produtos a base de sorgo
Cervejas
Grãos
Xarope
Farinha
O SORGO GRANÍFERO
Vantagens do plantio de sorgo
-
Mais tolerante à seca do que outros cereais
Menor custo de produção
Fornecimento de palhada residual
Produção de rebrota
Cultura totalmente mecanizada
Boa liquidez
Menor incidência de micotoxinas nos grãos
Baixo fator de reprodução de nematóides
O sorgo requer
Temperatura: AT = 16 a 38 ºC
T > 38 ºC ou < 16 ºC   Produtividade
Sensível a baixas temperaturas noturnas
 Água: Sorgo 330 Kg H2O/1Kg MS
Milho 370 Kg H2O/1Kg MS
Trigo 500 Kg H2O/1Kg MS
Fonte: Aldrich et al. 1982
Sorgo requer: 25 mm após plantio
250 mm crescimento
25-50 mm maturação (Dogget, 1970)
Principais problemas enfrentados pela cultura
do sorgo
 Estresse hídrico
 Baixa utilização de insumos
 Plantas daninhas
 Pouca variabilidade genética dos híbridos lançados
 Alumínio tóxico, deficiência de fósforo (Cerrado)
 Doenças: antracnose e helmintosporiose
 Plantio tardio
 Plantio em áreas pobres de nutrientes
 Plantio em áreas degradadas
 Preço relativo ao milho (- 20 a 25%)
ÉPOCA DE PLANTIO DE SORGO GRANÍFERO
 No Sul o sorgo é plantado no verão
 No Centro Oeste o sorgo é plantado em sucessão à soja
 No nordeste o sorgo é plantado na época da chuvas, geralmente
em março
 Quanto mais no final das chuvas o risco do plantio de sorgo
aumenta
 Em condições ótimas de umidade o sorgo perde em produtividade
para o milho
 No Centro Oeste, em cultivo de sucessão à soja, o sorgo
granífero é recomendado plantar a partir de meados de fevereiro.
REDUZA SEU
RISCO
PLANTE O SORGO
NA SAFRINHA
Figura 2. Produtividade Milho e Sorgo em diferentes épocas de semeadura. Fonte:
Embrapa Milho e Sorgo – dados não publicados. Ensaios na COMIGO, Rio Verde-GO.
 A partir de meados de fevereiro a produção de milho na safrinha reduz muito
 Apesar de variar de ano pra ano, o risco de veranico na safrinha tem aumentado
na última década
 O SORGO SUPORTA PLANTIOS MAIS TARDIOS QUE O MILHO
 Em trabalho realizado em 2014, em Rio Verde – GO,
Gontijo et al. 2015. ( não publicado) obtiveram custos
operacionais efetivos
• Milho transgênico = R$ 1.606,18
• Milho convencional = R$ 1.363,16
• Sorgo granífero = R$ 883,60
Este custo pode variar principalmente em relação ao custo
das sementes do híbrido e com o nível tecnológico adotado
Figura 3. Lucratividade operacional milho x sorgo em quatro épocas de semeadura,
em 2014. Rio Verde – GO. Fonte: Embrapa Milho e Sorgo – dados não publicados.
Os resultados mostram que a partir de fevereiro o
plantio de sorgo é vantajoso em relação ao milho
 Estudos mostram que a viabilidade econômica do plantio
de sorgo está com produtividades acima 55 sacas/ha. Isso
considerando todos os custos fixos e variáveis da
propriedade
 Se consideramos a não possibilidade de plantio de outro
cereal na época em que atualmente é plantado o sorgo,
este custo fixo poderia ser retirado dos estudos de
viabilidade.
População de plantas e espaçamento entrelinhas
Espaçamento entre linhas = 45 a 50 cm
 Deixar de 8 a 10 plantas por metro linear
População de plantas =180.000 a 200.000 por hectare
Quanto mais no final da safrinha menor deverá ser a
população de plantas
Se optar por híbridos de maior porte reduzir densidade para
140.00 a 160.000 ptas/ha
Semeadura do sorgo granífero
 Solos mais argilosos ou com maior umidade, a semente deve ser
depositada a 3 cm de profundidade
 Solos arenosos ou com menor umidade no máximo a 5 cm em
relação à superfície do solo
 Fazer deposição do adubo abaixo e ao lado das sementes
 A velocidade de semeadura não deve ultrapassar 6 km/h. Velocidades
maiores podem diminuir a quantidade de sementes depositadas no
solo, reduzindo a população final
 Especial atenção deve ser dada à regulagem do disco de corte da
palhada, facilitando a deposição da semente e do fertilizante nas
profundidades adequadas
Semeadura do sorgo granífero
 Os agricultores têm duas opções básicas para o semeio de sorgo
granífero em linhas, semeadoras-adubadoras a disco e pneumáticas
 Semeadora-adubadora a disco é de menor custo, mas precisa de
atenção maior durante o semeio no campo, para evitar redução da
quantidade de semente
 Semeadora-adubadora pneumática tem vantagens sobre a de discos
na distribuição de sementes, mas tem custo inicial mais alto
 Sempre fazer regulagem da distribuição de sementes e adubo.
Cálculo da quantidade de semente
• Estande final planejado: 180 mil plantas de sorgo granífero/ha
• Espaçamento entre linhas: 0,50 m
• Poder Germinativo = 75%
• Cálculo do número de sementes/m
10.000 m2/0,50m = 20.000 m lineares
180.000plantas/ha/20.000 = 9 sementes/m
• Correção do Poder Germinativo-PG
9 sementes/m /0,75 = 12 sementes/m
• Correção por riscos adversos: falta de água, inseto, doença, etc
Adicionar 10%: 12 + 10%= 13 sementes/m
Cálculo da quantidade de adubo
• Para uma recomendação de 400 kg/ha de 4-14-8
• Espaçamento entre fileiras: 0,50m
10.000 m2/0,50 m = 20.000 m lineares
400.000 g/ha/20.000 m = 20 g/m
• Testar em um local próximo ao de semeio;
• Marcar 10 m no chão e recolher em sacos plásticos, de cada uma
das linhas da semeadora adubadora
20 g/m x 10m = 200 g/10 m
 Na tabela do Manual do Operador, ver as combinações de
engrenagens para a quantidade recomendada e iniciar a calibração.
ESCOLHA DA CULTIVAR A PLANTAR
TESTE O HÍBRIDO POR DOIS ANOS ANTES
DE PLANTAR EM LARGA ESCALA
 Existe um número elevado de cultivares no mercado
 Ideal é que o produtor faça rotação de cultivares para reduzir a
vulnerabilidade a doenças
 Recomenda-se que o produtor plante mais de uma cultivar por
safrinha
 Começar plantando os híbridos mais tardios, geralmente de maior
teto produtivo e finalizar safrinha plantando híbridos mais precoces
 Comprar sementes de empresas idôneas (poder germinativo > 80%)
ADUBAÇÃO DO SORGO
O sorgo é rústico e se adapta aos solos degradados e
de baixa fertilidade.
O SORGO RESPONDE INTENSAMENTE A
ADUBAÇÃO DO SOLO
ADUBAÇÃO DO SORGO
Tabela 2. Extração de nutrientes pela cultura do sorgo para produção de uma
tonelada de grãos.
Parte da
planta
Planta1
Grãos
N
-----------8,20
17,50
Planta
Grãos
Cu
-----------2,39
2,98
Macronutrientes
S
P
K
Ca
Mg
-------------------------------- kg/t ----------------------------------0,94
0,87
10,60
7,42
5,29
0,83
2,60
2,53
0,18
1,38
Micronutrientes
Fe
Mn
Zn
--------------------------------- g/t -----------------------------------226,76
50,15
17,59
34,55
8,92
12,64
refere-se a folha + caule. Cultivar BRS 330 – produtividade de 12,0 t de massa verde (50 % de matéria seca a
65ºC) e 6,0 t de grãos por hectare. Para converter P em P2O5 e K em K2O, multiplicar por 2,29 e 1,20, respectivamente.
Fonte: Embrapa Milho e Sorgo.
1Planta
DEVE-SE ADUBAR O SORGO PELO MENOS PARA REPOR OS
NUTRIENTES EXTRAÍDOS NOS GRÃOS PARA NÃO CAUSAR
PROBLEMA NA CULTURA SUBSEQUENTE
Tabela 3. Extração média de nutrientes pela cultura do milho destinada à produção de grãos, em
diferentes níveis de produtividades.
Produtividade
t/ha
3,65
5,8
7,87
9,17
10,15
Nutrientes extraídos1
N
P
K
Ca
Mg
----------------------kg/ha -------------------------77
9
83
10
10
100
19
95
7
17
167
33
113
27
25
187
34
143
30
28
217
42
157
32
33
Para converter P em P2O5; K em K2O; Ca em CaO e Mg em MgO, multiplicar por 2,29; 1,20; 1,39 e 1,66; respectivamente.
Fonte: Coelho & França (1995).
1
O MILHO EXTRAI MAIS NUTRIENTES DO QUE O SORGO
ADUBAÇÃO DO SORGO
Tabela 4. Recomendações de adubação de manutenção para o sorgo granífero de acordo com a
interpretação de classes de fertilidade dos solos.
Classes de
Interpretação
Muito bom
Bom
Médio
Baixa
Muito baixo
Adubação de semeadura
N
P2O5
K2O
------------------ kg/ha------------------0
0
0
20 – 30
30
30
20 – 30
50
60
30 - 40
80
80
30 – 40
120
80
Adubação de cobertura
N
K2O
----------- kg/ha ----------80
0
60
0
60
0
80
50
80
80
 Em solos com teores baixos de micronutrientes, aplicar a lanço na
semeadura, 6 kg/ha de zinco, 2 kg/ha de boro, 2 kg/ha de cobre e 6 kg/ha
de manganês
ADUBAÇÃO DO SORGO
 O sorgo apresenta períodos diferentes de intensa absorção, com o
primeiro ocorrendo durante a fase de desenvolvimento vegetativo (V7 –
V12), quando o número potencial de grãos está sendo definido, e o
segundo, durante a fase reprodutiva ou formação dos grãos, quando o
potencial produtivo é atingido.
 Até a época do florescimento, a planta absorve 65, 60 e 80 % de seu
requerimento em N, P e K, respectivamente.
 A absorção de potássio apresenta um padrão diferente em relação ao
nitrogênio e ao fósforo, com a máxima absorção ocorrendo no período
de desenvolvimento vegetativo, com elevada taxa de acúmulo nos
primeiros 30 a 40 dias de desenvolvimento, com taxa de absorção
superior ao de nitrogênio e fósforo, sugerindo maior necessidade de
potássio na fase inicial como um elemento de "arranque”.
ADUBAÇÃO DO SORGO
 Para o nitrogênio e o fósforo, o sorgo apresenta dois períodos de
máxima absorção durante as fases de desenvolvimento vegetativo e
reprodutivo ou formação dos grãos.
 Estas informações vislumbram três épocas para aplicação de
fertilizantes na cultura: 1ª na semeadura, 2ª no início do crescimento
rápido, ±25 dias após semeadura e, 3ª na fase de diferenciação floral,
±40 dias após semeadura
 A maior exigência do sorgo refere-se ao nitrogênio e potássio,
seguindo-se o cálcio, o magnésio e o fósforo.
 O sorgo não exerce efeito alelopático na soja
 Se não adubar o sorgo ocorrerá a soja da próxima safra será
prejudicada, devido à não reposição dos nutrientes que o sorgo extraiu
para produzir seu grão
ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE ADUBOS EM SORGO GRANÍFERO
Figura 4. Absorção de NPK pelo sorgo. As 1a , 2ª e 3ª aplicação referem-se aos períodos
normalmente recomendados para aplicação de fertilizantes (modificado de
Tisdale et al., 1985)
ADUBAÇÃO DO SORGO
 A adubação nitrogenada em cobertura deve ser efetuada quando
as plantas atingirem entre 30 a 40 centímetros de altura (estádio de
desenvolvimento V5 a V7 folhas).
 Em áreas sem aplicação do gesso agrícola, sugere-se a aplicação
de 30 Kg de S/ha por cultivo, utilizando-se uma fonte nitrogenada
como o sulfato de amônio (24% S).
 Em solos de textura arenosa ou em casos onde a recomendação
da adubação potássica for superior a 80 kg de K2O/ha, sugere-se
que a metade da dose deve ser aplicada por ocasião da
semeadura e a outra metade juntamente com a adubação
nitrogenada de cobertura
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS
 Um dos principais problemas na cultura do sorgo tem sido o controle de
plantas daninhas;
 Existem poucos herbicidas registrados no Ministério da Agricultura para a
cultura do sorgo;
 Somente o herbicida atrazine possui produtos comerciais registrados
para uso na cultura do sorgo, com o objetivo principal de se controlar as
folhas largas;
 O controle de plantas daninhas de folhas estreitas é mais complicado na
cultura do sorgo, devido à grande sensibilidade deste aos princípios
ativos existentes do mercado
Tabela 5. Herbicidas recomendados e registrados para o controle pré
e pós-emergente de plantas daninhas na cultura do sorgo.
Princípio ativo
Atrazine
Produtos comerciais Dose (kg/ha)
Aplicação
Atrazinex WG
Atrazina Nortox 500
SC
Coyote WG
Gesaprim GrDa
Gesaprim 500
Herbitrin 500 BR
2,0 a 3,0
3,0 a 6,5
PÓS
PRÉ e PÓS1
2,0 a 3,0
2,0 a 3,0
4,0 a 5,0
4,0 a 5,0
PÓS
PRÉ e PÓS
PRÉ e PÓS
PÓS inicial3
Proof
4,0 a 5,0
PRÉ e PÓS4
2
1
Pós-semeadura da cultura.
Condição de aplicação (pré ou pós) depende da espécie da planta daninha.
3 Não deve ser aplicado na condição de pré-emergência.
4 Aplicar quando as plantas estiverem com 2 a 4 folhas.
2
Fonte: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (2015).
Evitar plantar sorgo após utilização de dinitroanilinas (pendimethalin
e trifluralin) ou imidazolinonas (imazaquin e imazethapyr)
PROBLEMAS DE RESÍDUO DE HERBICIDAS EM SORGO
 Herbicidas em soja: > problema em sorgo
Imidazolinona - Septer, Pivot
Sulfonilureias – Classic (em área irrigada, causa toxidez em milho)
Diclosulan - Spider (é o que mais pode causar problema no sorgo)
 Herbicidas do milho ( silagem): >problema em sorgo
Fumesafen – Flex – (> milho em área irrigada)
Sulfonilureia - Sanson
Metalaclor - Primestra
Isoxaflutole - Alliance, Provence
PROBLEMAS - USO DE HERBICIDAS
 Algumas formulações de produtos à base de dicloreto de paraquate,
paraquate, simazina e 2,4-D, apesar de serem encontrados na literatura
como seletivos ao sorgo só devem ser aplicados em pré-emergência
Sintomas de doenças foliares
Antracnose
Helminstosporiose
Ergot
Mildio
Ferrugem
MANEJO DE DOENÇAS FOLIARES
 Antracnose é a doenças foliar mais comum, é favorecida por
temperaturas entre 22 e 30 °C e alta umidade
 A helmintosporiose é mais severa onde ocorrem temperaturas amenas e
umidade, condições típicas nos plantios de safrinha
 A ferrugem é favorecida por alta umidade e temperaturas mais amenas e
ocorre na fase entre 45 e 90 dias de plantio
 O míldio apresenta dois tipos de infecção, a sistêmica e a localizada.
 Os sintomas sistêmicos são caracterizados por faixas de tecido verde
alternadas com áreas de tecidos cloróticos distribuídos paralelamente ao
comprimento das folhas. Os sintomas localizados caracterizam-se por
lesões de formato retangular delimitado pelas nervuras das folhas.
 O ergot é favorecido por temperaturas entre 13 e 18,7 °C e 76 a 84% de
umidade.
MANEJO DE DOENÇAS FOLIARES
 O patógeno do ergot infecta o ovário não fertilizado, ocupando o lugar do
pólen e impedindo a produção de grãos ou sementes
 A resistência genética é a primeira medida a ser considerada no manejo
de doenças. Rotação de híbridos pode reduzir doenças foliares
 O tratamento de sementes à base de metalaxyl ajuda no manejo do
míldio
 O sorgo foi inserido pelo MAPA como cultura “minor crops” do milho. Isto
significa que fungicidas registrados para o milho poderão ser registrados
para manejo de doenças do sorgo.
 O uso de fungicidas poderá ser realizado após as empresas solicitarem o
registro para o sorgo
Tabela 6. Princípios ativos registrados no Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento para tratamento de sementes de sorgo visando controle de patógenos.
Princípio ativo
Captana
Fipronil +
piraclostrobina
+ tiofanatometílico
Fludioxonil +
metalaxil-M
Patógenos
Alternaria
alternata;
Alternaria
tenuissima; Aspergillus spp; Cladosporium
cladosporioides; C. sublineolum; E. turcicum;
F.
verticillioides;
Phoma
sorghina;
Rhizoctonia spp.;Rizophus spp.
Alternaria alternata; Aspergillus spp.; C.
sublineolum; F. verticillioides; Penicillium spp.
Aspergillus spp.; C. sublineolum; F.
verticillioides; Penicillium spp.; Pythium
aphanidermatum ; Rhizoctonia solani
Fonte: MAPA, 2013, Embrapa, 2014. 1P.C= produto concentrado
Dose (P.C.)1
120-160 g/100 kg
sementes
100 mL/100 kg
sementes
100 mL/100 kg
sementes
Tabela 7. Fungicidas e doses com potencial1 para a utilização no controle de doenças na
cultura do sorgo. Sete Lagoas, MG –2015.
Principio Ativo
Tebuconazol*
Dose
(P.C.)2
1L/ha
Doenças controladas
Ergot, ferrugem, helmintosporiose
Epoxiconazol + Piraclostrobina*
0,75L/ha
Antracnose, helmintosporiose, ferrugem
Azoxistrobina + Ciproconazol*
0,3L/ha
Antracnose, helmintosporiose, ferrugem
Tebuconazol + Trifloxistrobina*
0,60,75L/ha
Antracnose, helmintosporiose, ferrugem
Propiconazol + Trifloxistrobina*
0,6-0,8L/ha
Antracnose, helmintosporiose, ferrugem
Carbendazim*
0,6L/ha
Antracnose
Fonte: Embrapa, 2014. 1Produtos sem registro no MAPA para doenças foliares em sorgo.
concentrado, *Adicionar óleo mineral 0,5% do volume de calda.
2P.C=
produto
NEMATÓIDES EM SORGO GRANÍFERO
 O Fator de Reprodução de nematóides em sorgo é dependente da cultivar
utilizada
 De forma geral o Fator de Reprodução de sorgo granífero é menor que de
sorgo forrageiro e milho
 O sorgo granífero é utilizado nos Estados Unidos para rotação com soja
em áreas infestadas com nematóides das galhas, pois os genótipos
disponíveis são considerados maus hospedeiros de M. arenaria, M.
Incognita e M. Javanica
 No Brasil os trabalhos com nematóides em sorgo granífero são incipientes
 Ribeiro et al. (2002) avaliou a resistência de dez híbridos de sorgo (CMSXS
378, 760, 761, 762, 9035, 9059, 9055, 9035, 01-04-27 e 01-04-014) a M.
incognita raça 3 e M. Javanica.
 Todos foram tolerantes aos nematoides avaliados
 Carneiro et al. (2007), estudando sete híbridos de sorgo quanto a
resistência às raças 1 e 3 de M. incognita, verificaram que os híbridos BRS
306 e BR 601 foram resistentes a M. incognita raça 3.
 Já para a raça 1 de M. incognita o hibrido BR 601 comportou-se como
imune. Para M. javanica todas as variedades foram consideradas imunes.
 Inomoto et al. (2008), comparando diversos híbridos e variedades de
sorgo, estabeleceu que, como regra geral:
• O sorgo granífero é mau hospedeiro de M. Javanica;
• O sorgo silageiro é bom hospedeiro de M. javanica, porém o sorgo
híbrido ‘BRS 601’ foi exceção.
Meloidogyne incognita
* Híbrido granífero / ** Híbrido Forrageiros /*** Híbrido pastejo
Meloidogyne incognita
Fonte: Brida, A.L. Reação de aveia branca, feijão, sorgo e trigo a
Meloidogyne incognita, M. javanica e M. enterolobii. Dissertação
(Mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências
Agronômicas, Botucatu, 2012. 87 P.
Tabela 8. Índice de galhas (IG), índice de massa de ovos (IMO), e fatores de reprodução (FR) de M. incognita
raça 2 em híbridos de sorgo (Sorghum bicolor L.).
Meloidogyne javanica
Meloidogyne javanica
Sorgo granífero foi mais resistente do que sorgo forrageiro
Fonte: Brida, A.L. Reação de aveia branca, feijão, sorgo e trigo
a Meloidogyne incognita, M. javanica e M. enterolobii.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2012. 87 P.
Tabela 9. Índice de galhas (IG), índice de massa de ovos (IMO), e fatores de reprodução (FR)
de M. javanica em híbridos de sorgo (Sorghum bicolor L.).
Meloidogyne enterolobii
Meloidogyne enterolobii
* Híbrido granífero / ** Híbrido Forrageiros /*** Híbrido pastejo
Todos os híbridos de sorgo foram resistentes
Fonte: Brida, A.L. Reação de aveia branca, feijão, sorgo e trigo
a Meloidogyne incognita, M. javanica e M. enterolobii.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2012. 87 P.
Tabela 10. Índice de galhas (IG), índice de massa de ovos (IMO), e fatores de reprodução (FR)
de M. enterolobii em híbridos de sorgo (Sorghum bicolor L.).
Tabela 11. Fator de reprovação (FR) de Meloidogyne javanica em sorgo silageiros
(S) e graníferos (G), soja e Crotalaria spectabilis em casa de vegetação
Sorgo granífero
possui baixo fator
de reprodução de
Meloidogyne
Fonte: Inomoto, et al., Tropical Plant Pathology, v.33, n.2, 2008
PRINCIPAIS PRAGAS DO SORGO
Lagarta de Elasmopalpus lignosellus
Spodoptera frugiperda - Casal de adultos, lagarta e danos na lavoura
Diatraea saccharalis - Casal de adultos, ovos e lagarta
Pulgão verde
Dano lagarta elasmo no campo
Casal de Adultos e lagarta de Helicoverpa armigera
PRINCIPAIS PRAGAS DO SORGO
 A lagarta elasmo é uma praga que ataca a planta na fase inicial de
desenvolvimento reduzindo o estande da lavoura
 A lagarta penetra na base da planta, formando uma galeria no interior
do colmo
 A incidência desta praga se dá principalmente em período de estiagem,
usualmente de maior ocorrência em plantios de safrinha e em solos
mais arenosos
 A praga de maior importância para a cultura do sorgo é a lagarta-docartucho
 No inicio, raspam as folhas e deslocam-se para as partes mais
protegidas da planta, denominado cartucho
 Para o uso eficiente de inseticidas para o controle, é importante que o
produto atinja o interior do cartucho da planta
PRINCIPAIS PRAGAS DO SORGO
 A broca-da-cana (Diatraea saccharalis) inicialmente raspa a folha e dirige
para a face interna da bainha, penetrando no colmo logo acima do nó
 Ao se alimentar no interior do colmo, a lagarta cava uma galeria
ascendente, que termina num orifício para o exterior.
 O pulgão-verde é uma praga que ocorre durante todo estádio vegetativo.
 Os adultos como as ninfas sugam seiva das folhas e introduzem toxinas
que provocam bronzeamento e morte da área foliar afetada. são também
importantes vetores de vírus como o do mosaico da cana-de-açúcar.
COLHEITA E PÓS COLHEITA DO SORGO GRANÍFERO
 O principal problema relacionado à colheita do sorgo granífero é
programação adotada pelo agricultor, que em primeiro lugar procede a
colheita de outras culturas, deixando o sorgo para ser colhido
posteriormente
 Atrasam a colheita do sorgo devido à falta de armazéns, já ocupados
com outros grãos da safra de verão
 O sorgo pode ser colhido com umidade abaixo de 28%
 Uma recomendação mais adequada é colher em uma faixa de
umidade intermediária, entre 18 e 20%, mas para tanto precisaria-se
de secagem artificial
 Na falta de secagem artificial, o grão deve ser colhido com um teor de
umidade abaixo de 14%
COLHEITA E PÓS COLHEITA DO SORGO GRANÍFERO
 O sorgo é colhido com as mesmas máquinas utilizadas para
colheita da soja, trigo e o arroz
 É muito importante ter-se uma boa regulagem da velocidade de
trilha para obter-se grãos de qualidade, sem alto índice de
perdas e danos significativos
 Para grãos com alta umidade (acima de 18%), o cilindro deve e
pode operar com uma rotação maior, entre 700rpm a 800rpm
 Para grãos com teor de umidade entre 16 e 18%, sugere-se
operar o cilindro com uma rotação de 550rpm a 650rpm
COLHEITA E PÓS COLHEITA DO SORGO GRANÍFERO
 Perdas totais excessivas, plataforma, trilha e antes da colheita,
acima dos limites de até 10%, não são aceitáveis em práticas
normais.
 A recomendação para regulagem da distância entre cilindro e
côncavo é geralmente entre 4 mm a 12mm, dependendo do
tamanho do grão.
COLHEITA E PÓS COLHEITA DO SORGO GRANÍFERO
 Semelhante a outros cereais o grão de sorgo pode ser conservado
em armazéns, silos metálicos e silos bolsa.
 Em armazém: deve ser projetado de modo a possuir boa
ventilação, conforto térmico e reduzida umidade. Em geral, utilizase sacaria para o armazenamento do sorgo nestas instalações.
 Em silos metálicos: este tipo de instalação permite a secagem e
aeração dentro do próprio silo.
 Em silos bolsa: O silo bolsa consiste em um túnel de polietileno
de alta densidade constituído em camadas. Por ser
hermeticamente fechado, a massa de grãos consome todo o
oxigênio (O2) interno da bolsa e gera dióxido de carbono (CO2).
SILAGEM DE GRÃOS ÚMIDOS
 A conservação de grão na forma úmida com o uso da técnica de
“silagem de grão úmido” tem se mostrado vantajosa para suínos e
bovinos por se apresentar como uma técnica prática e econômica
de conservação do grão.
 A silagem de grão úmido pode ser definida como o produto da
conservação, em meio anaeróbico, de sementes ou grãos de
cereais logo após a maturação fisiológica, com teor de umidade ao
redor de 28%, na amplitude de 25 a 30%.
 Dentre os benefícios desta prática pode-se destacar a antecipação
da colheita, reduzindo perdas no campo por ataques de pássaros,
fungos e insetos e também a diminuição das perdas por ataque de
fungos e insetos durante o período de armazenamento, inclusive
reduzindo riscos de contaminação por micotoxinas.
SILAGEM DE GRÃOS ÚMIDOS
 As práticas de ensilagem para o grão úmido são as mesmas usadas em silagem
da planta inteira, sendo que, no momento da ensilagem, os grãos devem ser
moídos finos (para alimentação de suínos), quebrados ou laminados (para
alimentação de bovinos), facilitando a compactação e fermentação da massa
ensilada.
 Nos casos em que se tem tentado a adição de água ao grão seco, parece que a
melhoria do aproveitamento dos nutrientes se deve mais ao processamento dos
grãos do que à reconstituição em si.
LAVOURA DE SORGO DE ALTA TECNOLOGIA
OBRIGADO !
Embrapa Milho e Sorgo
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SORGO GRANÍFERO