Rai oXdaspr i nc i pai sr egi õesc or por at i v asdeS ãoPaul o Imagens Ilustrativas Técnica Raio-X das principais regiões corporativas de São Paulo E scolher uma região em São Paulo para instalar uma empresa não é tarefa fácil. Não depende apenas do valor do m² ou das instalações do espaço corporativo. A busca por um local engloba fatores muito mais complexos do que esses. Nessa matéria vamos tratar dos seguintes blocos de regiões: (I) Chácara Santo Antônio e Berrini, (II) Faria Lima/Itaim Bibi e Vila Olímpia, (III) Barra Funda e Pinheiros/Perdizes, (IV) Centro e Paulista e (V) Alphaville. Entre os elementos selecionados como principais para analisar essas regiões estão os seguintes: (I) acessibilidade urbana, que engloba o transporte público e o trânsito; (II) infraestrutura de serviços, como restaurantes, shoppings centers, bancos, faculdades e escolas; (III) segurança, como assaltos, furtos e roubos1 de veículos, e (IV) imagem corporativa, que trata da imagem das ruas e avenidas largas, residências, e como a região é vista no geral. Neste cenário, o potencial imobiliário de São Paulo está bastante limitado devido ao crescimento rápido que deu à cidade o título de centro financeiro do Brasil e de uma das maiores capitais do mundo. Infelizmente para a cidade, esse crescimento se deu de forma desorganizada, o que, atualmente, gera uma série de dificuldades, entre elas a questão da mobilidade dentro da cidade. É o que aponta o diretor da Urban Systems, empresa especializada em análise de dados demográficos em mapas digitais para dimensionamento de tendências em mercados e cidades, Thomaz Assumpção, que declara que “os principais problemas de mobilidade acontecem justamente em função da falta de planejamento urbano, somado a um crescimento desordenado das cidades que têm como consequência um transporte público deficiente, que não acompanha as necessidades de uma população crescente. Isso acaba privilegiando o transporte particular, o que só piora o trânsito e o acesso ao trabalho, estudo ou lazer”. Mas não é apenas o investimento direto em transporte que pode melhorar o cenário da mobilidade urbana no Brasil. Hoje é comum que os centros das grandes cidades importem mão de obra da periferia, forçando um cansativo deslocamento de milhares de pessoas diariamente. Segundo dados da Prefeitura, há na capital paulista 50 empregos para cada 100 habitantes, em média. Em Itaquera, por exemplo, a média cai para 16 vagas para cada 100 moradores. O restante da população passa em média mais de duas horas do trânsito por dia para ir e voltar do trabalho. É como se toda a população de Santos, 418 mil pessoas, ¹ Caracteriza-se roubo quando a vítima é abordada pelo meliante através de força física ou portando qualquer tipo de arma, já o furto é quando a vítima não percebe a subtração do bem ou não está presente no momento. www.buildings.com.br 32 Espaços Corporativos Online Divulgação/Urban Systems Segundo Assumpção, o desenvolvimento de novas centralidades equilibradas e independentes pode ser uma solução na redução da mobilidade urbana, aumento da segurança e qualidade de vida; pode mudar, ainda, a imagem que os paulistanos têm de uma cidade dividida em zonas comercial, residencial e industrial, pois aproxima postos de trabalho e opções de estudo e de lazer às residências. Essa descentralização pode desafogar o trânsito e tornar toda a cidade mais eficaz e agradável para seus moradores e visitantes. “O desenvolvimento de novas centralidades equilibradas e independentes pode ser uma solução na redução da mobilidade urbana, aumento da segurança e qualidade de vida”. Thomaz Assumpção Presidente da Urban Systems cruzasse São Paulo diariamente. Segundo pesquisa divulgada recentemente pela rede Nossa São Paulo, em parceria com o Ibope, o paulistano vê o trânsito como o segundo maior problema da cidade, atrás apenas da saúde. A pesquisa relata que as pessoas gastam, em média, 2:49h se locomovendo dentro de São Paulo. A mobilidade urbana já é uma das questões mais importantes para o paulistano, já que hoje as pessoas gastam, em média, 30% do seu tempo útil presas no engarrafamento. Chácara Santo Antônio e Berrini A Chácara Santo Antônio concentra 70 edifícios corporativos, com um estoque total de mais de 360 mil m², com valores de locação variando entre R$ 45,00/m² e R$ 75,00/m² por mês. A região apresenta uma das menores taxas de vacância da cidade, 0,94%, e para atender essa demanda por escritórios na região, estão sendo construídos mais de 54 mil m². A Chácara Santo Antônio conta com cerca de 15 restaurantes2, 18 agências bancárias3 e 4 faculdades/escolas4. A Rua Alexandre Dumas, principal via da região, apresentou um volume de 1.200 veículos por hora no horário de pico da manhã e 700 veículos no pico da tarde5. Para melhorar a circulação das pessoas na Chácara Santo Antônio, a região conta com a estação Granja Julieta de Trem da CPTM. Em dezembro de 2011, o 11º Dis- trito Policial de Santo Amaro, pelo qual a região é atendida, foram registradas quase 600 ocorrências de assaltos e 90 veículos roubados ou furtados. Já a região da Berrini conta com 117 edifícios, que totalizam mais de 970 mil m², com valores de locação variando entre R$ 55,00/m² e R$120,00/m² por mês. A região também possui uma alta procura por espaços corporativos, com uma taxa de vacância de apenas 1,71%. Para atender essa alta demanda, estão sendo construídos quase 390 mil m² na região. A Berrini concentra mais de 70 restaurantes, 37 bancos e quatro faculdades/escolas, além de contar com o Morumbi Shopping, Market Place e Nações Unidas na região, que possuem mais de 110 mil m² de lojas e serviços. A Avenida Luis Carlos Berrini, principal via da região, não apontou lentidão no horário de pico da manhã e 32% no pico da tarde, nos 3,9 Km de extensão monitorados pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)7. Para facilitar a mobilidade na região, há as estações de Trem da CPTM Berrini e Morumbi. O 96º Distrito Policial de Monções, que atende a região da Berrini, registrou quase 390 ocorrências de assaltos e 74 veículos roubados ou furtados, no mês de dezembro do ano passado. Para o arquiteto Lourenço Gimenes, essas regiões são vistas com excelência para o mercado corporativo, exclusivamente em função da disponibilidade de edifícios com tipologia adequada às empresas. 2 Apenas Restaurantes classificados pelo Guia Quatro Rodas (bom padrão operacional) e Fast Foods Bob’s, China in Box, Habib’s, Lig Lig, McDonald’s, Pizza Hut, Casa do Pão de Queijo, Giraffas, Burger King, Jin Jin, Spoleto, Baked Potato, Subway, Black Dog, Bon Grillê, Gendai, Rei do Mate, Vivenda do Camarão, Griletto, Roasted Potato, Divino Fogão, China House e pequenas redes. 3 4 Informações levantadas junto ao Banco Central do Brasil. Dados fornecidos pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). 5 Dados fornecidos pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo. - Pico Manhã: das 7 às 10 horas. - Pico Tarde: das 17 às 20 horas. 6 Estatísticas levantadas junto a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. - Mês de referência: Dezembro de 2011 - Total de assaltos (roubos e furtos): 24.890 ocorrências - Total de veículos roubados ou furtados: 6.188 ocorrências. 7 Levantamento realizado pela CET de 6 a 10 de fevereiro de 2012. - A extensão de lentidão obtida é a média das máximas lentidões no período. - Para o cálculo da lentidão foram agrupados os sentidos e pistas de cada via. - Porcentagem do trecho monitorado do corredor que se manteve lenta durante o período pesquisado. www.buildings.com.br 33 Espaços Corporativos Online Divulgação Técnica “Todo plano para novos empreendimentos deve levar em conta a análise histórica dos problemas na região, ou seja, condições de criminalidade, além das habituais preocupações com trânsito, facilidade de acesso aos usuários, serviços existentes, como também análises de prospecção de tendências”. Coronel José Vicente Silva Faria Lima, Itaim Bibi e Vila Olímpia A Faria Lima/Itaim Bibi é uma das regiões que concentra o maior número de edifícios corporativos na cidade; só lá existem mais de 330 prédios, com um estoque total de mais de 1,75 milhões de www.buildings.com.br m², que alcançam o valor de R$ 220,00/m² por mês, o mais alto da cidade. Apesar dos elevados preços, a procura é alta, pois a região tem uma taxa de vacância de 1,47%. Para absorver essa forte demanda na Faria Lima/Itaim Bibi, estão sendo construídos mais de 280 mil m². A região possui uma ampla opção de infraestrutura de serviços, com cerca de 280 restaurantes, 168 agências bancárias, sete faculdades/escolas, além dos Shoppings Iguatemi e Eldorado, com mais de 110 mil m². A Avenida Faria Lima, principal via da região, apresentou 13% de lentidão no pico da manhã e 27% no pico da tarde, nos 7,8 km de extensão monitorados pela CET. Para facilitar a mobilidade das pessoas na região, há a estação de metrô Faria Lima da Linha Amarela, as estações de Trem da CPTM Cidade Jardim e Hebraica-Rebouças, e o Terminal de Ônibus do Largo da Batata. O 15º Distrito Policial do Jardim Paulista, que atente a região da Faria Lima/Itaim Bibi, registrou 318 assaltos e 38 veículos roubados ou furtados, em dezembro de 2011. Para Lourenço, como essa região cresceu de forma mais orgânica, é mais equilibrada do ponto de vista de mistura de usos; os serviços e comércio estão mais adequadamente distribuídos e a infraestrutura de transporte sempre foi mais estruturada pelo fato de ser definida por dois dos principais eixos radiais da cidade (Rebouças e Nove de Julho), reforçado agora pela nova linha amarela e as novas estações da CPTM na Marginal. “No entanto, ainda é uma região que sofre impacto do trânsito, como toda centralidade paulistana. Nesses bairros, há uma paisagem urbana mais atraente, com bairros arborizados, algumas avenidas com boas calçadas e comércio de rua. Os melhores restaurantes e alguns dos melho- res shoppings da cidade estão na região, de forma que se torna muito atraente para executivos”, ressalta o arquiteto. Já a Vila Olímpia possui 103 edifícios corporativos, que somam mais de 580 mil m², e chegam a custar R$ 120,00/ m² por mês. A região também possui uma baixa taxa de vacância, 2,63%, e para atender essa demanda estão sendo construídos mais de 63 mil m². Na região, existem mais de 70 restaurantes, 33 bancos, três faculdades/ escolas, além de contar com as lojas e serviços do Shopping Vila Olímpia, que possui mais de 28 mil m². A Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, uma das principais vias que cortam a região, teve 5% de índice de lentidão no pico da manhã e 51% no pico da tarde, nos 4,9 km monitorados pela CET. Para melhorar o fluxo de pessoas, a região conta com a estação de Trem Vila Olímpia da CPTM. A Vila Olímpia é atendida pelo mesmo Distrito Policial da região da Berrini. 34 Espaços Corporativos Online Barra Funda, Pinheiros e Perdizes A Barra Funda concentra hoje 75 edifícios corporativos, com um estoque total de mais de 410 mil m², com edifícios que chegam a atingir o valor de R$ 65,00/ m² por mês. A taxa de vacância na região é um pouco mais alta, 5,2%, e estão em construção mais de 38 mil m². São mais de 90 restaurantes, 83 agências bancárias, 12 faculdades/escolas, além de três shoppings (Lapa, Bourbon e West Plaza), que somam mais de 90 mil m² para atender as necessidades de trabalhadores e moradores da região. As principais vias que cruzam a região, as avenidas Marquês de São Vicen- te, Ermano Marchetti e Francisco Matarazzo, não apresentaram índices de lentidão no período pesquisado pela CET. A Barra Funda ainda conta com cinco estações de Trem (Imperatriz Leopoldina, Domingos de Morais, Lapa, Água Branca e Palmeiras-Barra Funda) uma estação de metrô (Palmeiras-Barra Funda) e um Terminal de Ônibus, para melhorar o fluxo na região. Além disso, uma nova Operação Urbana está em gestação na prefeitura, o que incrementará o potencial construtivo e deve reverter investimentos públicos na infraestrutura do bairro. De acordo com o Coronel José Vicente da Silva, ex-Secretário Nacional de Segurança Pública, a Barra Funda é um bairro que está saindo a um bom tempo de região problemática para grande oportunidade para investidores, desde a instalação dos fóruns trabalhista e criminal e das torres comerciais, nas proximidades dos shoppings da região. Para Lourenço, a Barra Funda é uma grande aposta para os próximos anos, graças à disponibilidade de farto transporte público e posição estratégica (próxima ao Centro, Marginal e outras avenidas), o bairro poderá receber um grande adensamento sobre os terrenos ocupados pelas antigas indústrias. Já Pinheiros/Perdizes é uma região que concentra menos empreendimentos corporativos, pois se trata de um bairro mais residencial. São 47 edifícios, que totalizam mais de 170 mil m², e chegam ao valor de R$ 80,00/m² por mês. A demanda por escritórios é menor, e, devido a novos lançamentos na região, a taxa de vacância é das mais altas, 18,13%, e não são construídos muitos prédios: hoje há quase 17 mil m² apenas em construção. A região conta com mais de 70 restaurantes, 85 bancos, cinco faculda- www.buildings.com.br des/escolas, além do Shopping Villa-Lobos, que possui mais de 27 mil m² com lojas e serviços. As avenidas Rebouças e Eusébio Matoso, principais vias de Pinheiros, apontaram 9% de lentidão no pico da manhã e 37% no pico da tarde, nos 15 km monitorados pela CET. Já a Avenida Sumaré e o Viaduto Antártica, que cruzam a região de Perdizes não apresentaram índices de lentidão no período pesquisado. Para facilitar a mobilidade das pessoas na região, existem três estações de metrô (Pinheiros, Vila Madalena e Sumaré) e duas estações de Trem (Ceasa e Villa-Lobos-Jaguaré). Essas regiões são atendidas pelo 14º Distrito Policial de Pinheiros, que registrou 384 assaltos e 115 veículos roubados ou furtados, e pelo 23º Distrito Policial de Perdizes, com 669 ocorrências de assaltos e 93 veículos roubados ou furtados, todos registrados em dezembro do ano passado. De acordo com Lourenço, o crescimento da Vila Madalena como pólo de serviços criativos faz com que Pinheiros se torne um meio-termo entre a Vila Madalena e a Faria Lima, como se pode ver por empreendimentos que surgem na rua dos Pinheiros e Pedroso de Moraes. Porém, Perdizes já possui um perfil residencial consolidado e dificilmente será um pólo corporativo. Divulgação Técnica “A Paulista abriga boas empresas e muitos bancos, o que mantém a atratividade e o reconhecimento da avenida como um grande pólo terciário”. Lourenço Gimenes Arquiteto Titular da Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos O Centro da cidade possui 298 edifícios corporativos, com um total de mais de 1,5 milhões de m², com valores de locação variando entre R$ 25,00/m² e R$ 60,00/m² por mês. A região apresenta uma taxa de vacância de 4,23%, porém a falta de terrenos não permite a construção de novos edifícios, assim estão sendo construídos apenas 15 mil m². São mais de 150 restaurantes, 198 agências bancárias, 35 faculdades/escolas e o Shopping Light, com mais de 14 mil m² para atender a demanda por serviços da região. As principais vias que cruzam a região, as avenidas Prestes Maia, Tiradentes e Santos Dumont, apresentaram 54% de lentidão no pico da manhã e 69% no pico da tarde, nos 7,2 km monitorados pela CET. O Centro é onde se concentra a maior quantidade de estações de metrô e terminais de ônibus. São nove estações (Luz, São Bento, Sé, Liberdade, São Joaquim, Vergueiro, República, Anhangabaú e Pedro II) e dois terminais de ônibus (Bandeira e Parque D. Pedro II). O 1º Distrito Policial da Sé é um dos principais que atendem a região do Centro. No último mês de 2011, foram re- 36 Espaços Corporativos Online Centro e Paulista gistrados quase 1.300 assaltos e 21 veículos roubados ou furtados. A Paulista ainda é a região com o maior número de empreendimentos corporativos, são 468 edifícios, que somam quase 2,4 milhões de m², com valores de locação variando entre R$ 50,00/m² e R$ 130,00/ m². A taxa de vacância também é baixa, 2,47%, e para absorver essa demanda estão em construção cerca de 145 mil m². A região é a que oferece a maior quantidade de serviços e infraestrutura da cidade. Há mais de 380 restaurantes, 254 bancos, 39 faculdades/escolas e mais quatro shoppings (Pátio Higienópolis, Frei Caneca, Center 3 e Pátio Paulista), que somam mais de 75 mil m². A Avenida Paulista apontou um índice de 21% de lentidão no pico da ma- nhã e 81% no pico da tarde, na extensão de 5,4 km monitorada pela CET. A Paulista também oferece cinco estações de metrô (Brigadeiro, Trianon-Masp, Consolação, Paulista e Clínicas), para melhorar o fluxo das pessoas na região. O 78º Distrito Policial da Paulista, que atende a região, contabilizou 292 assaltos e 20 carros furtados ou roubados, em dezembro do ano passado. Para Lourenço, a Paulista e o Centro são dois dos mais importantes pólos de negócios da cidade, têm características distintas e sofreram com o crescimento das novas centralidades a sudoeste. No entanto, são imbatíveis no que toca a macroacessibilidade (metrôs, corredores de ônibus, grandes avenidas). “A Paulista tem vantagem pelo fato de haver po- pulação residente consolidada e opções de cultura e lazer, de forma que permite um uso do espaço público e uma diversidade na oferta de comércio e serviços. Abriga boas empresas e muitos bancos, o que mantém a atratividade e o reconhecimento da avenida como um grande pólo terciário”, destaca o arquiteto. Alphaville Alphaville é uma região que cresceu bastante nos últimos anos. Hoje são 39 edifícios corporativos em Alphaville, somando mais de 450 mil m², com valores de locação que variam de R$ 45,00/m² a R$ 90,00/m² por mês. A taxa de vacância é a mais alta, 29%, e mesmo com esse elevado índice, ainda estão sendo construídos mais Técnica www.buildings.com.br Para o Coronel José Vicente Silva, todo plano para novos empreendimentos deve levar em conta a análise histórica dos problemas na região, ou seja, condições de criminalidade, além das habituais preocupações com trânsito, facilidade de acesso aos usuários, serviços existentes, como também análises de prospecção de tendências. “Para isso seria melhor contratar consultorias que fizessem esse estudo para qualificar melhor os projetos, com possibilidade de analisar cada rua, seu entorno imediato e as condições da região em que se situa e que podem afetar os moradores/ usuários, como acessos perigosos (proximidade de favelas, locais abandonados e mal iluminados). Não bastam os dados estatísticos, cada local deve merecer análise do contexto geográfico, da evolução passada e futura, das relações com a dinâmica sócio-econômico do local”, finaliza o ex-Secretário Nacional de Segurança Pública. De acordo com os dados levantados, a Faria Lima é a região mais segura, apresentando os menores índices de assaltos e roubos. Além disso, é a região mais cobiçada pelas empresas, com uma taxa de vacância baixa e o maior valor de locação por m² da cidade, e a tendência é que siga assim pelos próximos anos. Alphaville, Barra Funda e Chácara Santo Antônio são regiões bastante promissoras, pois apresentam soluções com valores de locação mais acessíveis, principalmente para as empresas de serviços. A região do Centro e da Paulista são as regiões com mais infraestrutura tanto de serviços como de transporte público, porém a escassez de terrenos impede a ampliação. Graças a isso, muitas incorporadoras estão investindo em retrofits na Paulista, como acontece também na região central do Rio de Janeiro. Já no Centro de São Paulo isso não tem ocorrido devido a diversos fatores, entre eles o fato de que a maior parte dos imóveis pertencem a muitos proprietários dificultando a tomada de decisão de uma venda, por exemplo. Outro motivo é que o sentimento de insegurança no Centro ainda é elevado, com um perfil de ocupação muito baixo para as grandes corporações. A Paulista, apesar de ter excelente infraestrutura de serviços e muitas opções de transporte público, é a região que apresenta maior índice de trânsito em São Paulo. n 38 Espaços Corporativos Online Divulgação de 165 mil m², demonstrando que a região promete crescer ainda mais. A região oferece cerca de 40 restaurantes, 16 agências bancárias e os shoppings centers Tamboré, Iguatemi e AlphaShopping para atender a demanda de serviços nos arredores. A cidade de Barueri, onde está localizada a região de Alphaville, tem uma frota de 236 mil veículos diariamente. Dessa frota, 90 mil são veículos que entram de outras cidades na região todos os dias, e 70 mil se concentram em Alphaville e Tamboré. Os horários de pico de trânsito na região são, na parte da manhã, das 8:15 às 8:30h, e à tarde, das 18:45 às 19 horas. De acordo com o Coronel Edson Orrin, coordenador de trânsito de Barueri, o horário de pico da tarde foi reduzido em 1:30h graças à restrição da circulação de caminhões das 17 às 20 horas, em ambos os sentidos das alamedas Mamoré, Purus, Rio Negro e Araguaia e das avenidas Aruanã e Piracema, que passou a vigorar em janeiro. “Com essa restrição, melhorou em 40% a fluidez do trânsito em Alphaville e Tamboré. Em alguns pontos a melhora foi até maior, como no trecho da Alameda Araguaia, entre a Rio Negro e a Piracema, que diminui pela metade o tempo de viagem. O trajeto que era percorrido em 14 minutos agora leva, em média, sete minutos”, acrescenta o coronel. O 2º Distrito Policial de Barueri, que atende a região empresarial e comercial de Alphaville, registrou 106 assaltos e 19 carros roubados ou furtados em dezembro de 2011. Lourenço destaca o fato de Alphaville estar localizada próximo ao Rodoanel, o que facilita bastante a conexão rodoviária com outras regiões do interior que formam a macrometrópole (Sorocaba, Campinas e São José dos Campos). “O crescimento industrial do interior pode re- “A fluidez do trânsito em Alphaville e Tamboré melhorou em 40% com a restrição da circulação dos caminhões. Em alguns trechos, o tempo de viagem até diminuiu pela metade”. Coronel Edson Orrin forçar a vocação de Alphaville como um pólo de serviços ligado à indústria (gestão e suporte)”, acrescenta o arquiteto.