Trabalho de História 2º Ano – InTIN Atenção: A formatação dos trabalhos deve seguir algumas normas, leia com atenção e siga todos os passos. A formatação correta do trabalho não soma pontos, mas a errada, subtrai. O trabalho deve ser escrito (não digitado) e pode ser feito individualmente, ou em dupla. (EM HIPÓTESE ALGUMA SERÁ PERMITIDO MAIS DE DOIS INTEGRANTES POR EQUIPE) O trabalho deve ser entregue na data combinada (DIA 20/06). Não haverá exceções, portanto, não deixe para fazer o trabalho em cima da hora ou deixar para entregar em outro dia. Se você deixar para realizar o trabalho para os últimos instantes, a responsabilidade será exclusivamente sua e não sou obrigado a receber o seu trabalho posteriormente. Não aceitarei em HIPÓTESE ALGUMA respostas “iguais”, a disciplina de História não se limita a questões “fechadas”, o debate é amplo e depende do ponto de vista de cada um. Portanto, respostas “iguais”, trabalhos anulados. As questões referentes ao trabalho, seguem logo abaixo: Campus Cajazeiras Avaliação – História Prof. João Paulo Fernandes Nome ____________________________________ Nº.: _____Turma: ______Data: O olhar europeu sobre os indígenas: da selvageria à idealização A chegada dos europeus na América permitiu o encontro entre povos que se desconheciam. O choque com culturas e mentalidades diferentes das praticadas na Europa causou muito impacto no velho continente, repercutindo em análises e considerações sobre os povos americanos. Os textos a seguir apresentam duas reflexões antagônicas sobre os indígenas. Leia os textos abaixo e responda às questões propostas: Texto1 "Todas estas nações de gentes [...] seguem sua gentilidade, são feras, selvagens, montanhesas e desumanas: vivem ao som da natureza, nem seguem fé, nem lei, nem rei (freio comum de todo homem racional). E em sinal dessa singularidade lhes negou também o Autor da natureza as letras F, L, R. Seu Deus é seu ventre[...], sua lei, e seu rei, são seu apetite e gosto. [...] Vivem neles tão apagada a luz da razão, quase como nas mesmas feras. Parecem mais brutos em pé que racionais humanados[...]. Nem têm arte, nem polícia alguma, nem sabem contar mais que até quatro, os de mais números notam pelos dedos das mãos e pés [...]. Nos mais costumes são como feras, sem política,sem prudência, sem quase rastro de humanidade, preguiçosos, mentirosos, comilões, dados a vinhos; e só nessa parte esmerados [...]." VASCONCELOS, Simão de. Crônica da Companhia de J Petrópolis: Vozes; Brasília: INL, 19', Texto 2 "Esses povos não me parecem merecer o qualificativo de selvagens somente por não terem sido senão muito pouco modificados pela ingerência do espírito hiumano e não haverem quase nada perdido de sua simplicidade primitiva. [...] Ninguém concebeu jamais uma simplicidade natural elevada a tal grau, ninguém jamais acreditou que pudesse a sociedade subsistir com tão poucos artifícios.É um país, diria eu a Platão, onde não há comércio de qualquer natureza, nem literatura, nem matemática; nem ricos e pobres. existe Contratos, sucessão e partilhas aí são desconhecidas; em matéria de trabalho só sabem da ociosidade; o respeito aos parentes é o mesmo que dedicam a todos; o vestuário, a agricultura e o trabalho dos metais aí se ignoram; não usam vinho nem trigo, as próprias palavras que exprimem a mentira, a traição, a dissimulação, a avareza, a inveja, a calúnia e o perdão só excepcionalmente se ouvem. [...] São homens que saem das mãos dos deuses. MONTAIGNE, Michel de. Ensaios [1580]. São F Cultural/Círculo do Livro, 1996. índio Tarairiu (Tapuia), pintura de Albert Eckhout, 1643 01. Para desenvolver seu raciocínio, Simão de Vasconcelos e Montaigne partem de um mesmo princípio (o modo de vida dos nativos americanos), mas chegam a conclusões opostas. a) Quais são as características comuns sobre os indígenas presentes em ambos os textos? b) A que conclusão chega cada autor? 02. A visão dos europeus sobre o Novo Mundo oscilava entre a identificação com o inferno ou com o com o paraíso. a) Qual a posição de cada texto segundo essa dualidade? b) Transcreva passagens dos textos que justifiquem sua resposta. 03. O texto a seguir é um trecho do relato escrito por Colombo aos reis espanhóis, em 27 de novembro de 1492. Nessa data, Colombo e sua tripulação entraram na ilha de Cuba numa área que ele batizou de Puerto Santo. Terras para colonizar, povos para converter: A descoberta da América por Cristóvão Colombo, pintura do espanhol Salvador Dali, 1958-1959. "Realmente, fiquei tão aturdido com tanta beleza que não sei como me expressar. [...] E vossas altezas ordenarão que uma cidade e fortaleza sejam construídas nestas partes e que estas terras sejam convertidas; e asseguro a vossas altezas que me parece que jamais poderá haver sob o Sol [terras] superiores em fertilidade, em brandura de frio e calor, em abundância de água doce e sadia. [.,.] Terra adentro, deve haver grandes povoados e inumeráveis pessoas e coisas de grande lucro; porque aqui, e em tudo mais que descobri e tenho esperança de descobrir antes de voltar a Castela, digo que toda a cristandade fará negócios com eles, mas, acima de todos, a Espanha, à qual tudo isso deve ficar sujeito. E digo a vossas altezas não devem consentir que qualquer estrangeiro comercie ou ponha os pés aqui, exceto a cristandade católica, desde que este foi o fim e o começo da empresa (propósito) que foi para o engrandecimento e glória da religião cristã, nem deve ninguém que não seja um bom cristão vir a estas partes". COLOMBO, Cristóvão. Diário de Cristóvão Colombo [27 nov. 1492], In: SALE, Kirkpatrick. A conquisto do Paraíso: Cristóvão Colombo e seu legado. São Paulo: Zahar, 1992. p. 110-111. a) A opinião de Colombo sobre a América é positiva ou negativa?Justifique. b) A exploração econômica da terra é uma atividade que se choca com a expansão da religião cristã? Justifique. 04. Leia os textos abaixo e responda as questões propostas: Portulano para navegação, próximo ao Mediterrâneo, obra de Gabriel de Valseca, 1439. Trajeto Inglório É preciso esclarecer ao leitor de hoje que, nos séculos XVI e XVII, toda a região compreendida entre o Oriente Próximo e o arquipélago australiano era chamada, indistintamente, de índia. Assim, dando continuidade às explorações marítimas, os portugueses chegaram até o oceano Índico e parte do Pacífico, alcançando a China e o Japão, [sociedades] bem organizadas e fortemente armadas, que souberam impedir a entrada dos invasores. (...) Sob o comando de Lopez Soares, foi despachada de Lisboa, em 1515, uma armada com treze naus, transportando mil e quinhentos homens, além dos tripulantes (...). Chegando a Goa, a nau do embaixador foi nomeada capitania da frota com destino à China (...). Iniciada a viagem, a primeira escala foi na cidade de Pacem, onde buscaram mercadorias valiosas para oferecer ao imperador chinês. Por intermédio de portugueses que ali se encontravam (...) os emissários foram informados de ser justamente essa especiaria [pimenta] muito valorizada entre os chineses. Nesse mesmo porto ocorreu o primeiro percalço da viagem, pois, devido ao descuido de um dos embarcados, uma candeia acesa nos porões ateou fogo a um dos navios. Dali a frota partiu rumo ao Sião, (...) percorrendo todas as ilhas vizinhas oferecendo um termo de paz e comércio com os governantes. Prosseguindo a viagem, o comandante deparou com Rafael Perestrelo, espião da Coroa Portuguesa infiltrado nas embarcações chinesas (...). Perestrelo forneceu informações detalhadas sobre os ventos favoráveis à travessia para a China, induzindo Peres a adiar a viagem para junho do ano seguinte. Durante a espera, a frota sofreu mais uma perda, causada pelo naufrágio de um dos navios durante uma tempestade. Finalmente, em 15 de agosto de 1516, a reduzida frota alcançou a ilha de Tamão (...) pertencente à província de Cantão, zona marítima mais ocidental do reino da China. Desde ali ficou claro aos portugueses que aquele se tratava de um Estado poderoso, considerado por eles mesmos como semelhante à Europa, sendo inviável impor o domínio por força das armas, como de costume. RAMOS, Fábio Pestana. No tempo das especiarias: o império da pimenta e do açúcar. São Paulo: Contexto, 2004. p. 131-132. 1. Aponte: a) os objetivos da viagem narrada no texto; b) as pessoas encontradas ao longo do caminho; c) os percalços enfrentados 2. Com base no texto, defina: a) Como os portugueses construíram seu conhecimento sobre os mares e as rotas de navegação? b) De que forma se relacionavam com os povos encontrados? 3. Elabore um texto sobre a expansão marítima européia. 05. Leia com atenção o poema a seguir: Fernando Pessoa - MAR PORTUGUÊS Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. PESSOA, Fernando. Mensagem. São Paulo: Difel, 1986. p.53. a) Qual é a ideia central do poema do português Fernando Pessoa? b) Copie três versos do poema que se relacionam à expansão portuguesa e explique por que, na sua opinião, eles expressam melhor esse fato histórico. 06. Leia o texto e faça o que se pede. "O mercantilismo não é, efetivamente, uma política econômica que vise ao bem-estar social, como se diria hoje; visa ao desenvolvimento nacional a todo custo.Toda forma de estímulos é legitimada, a intervenção do Estado deve criar todas as condições de lucratividade para as empresas poderem exportar excedentes ao máximo." NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808).2. ed. São Paulo: Hucitec, 1981. p. 61. a) Explique a idéia central do texto, relacionando-o às práticas mercantilistas estudadas em sala de aula. b) Escreva um pequeno texto enfatizando a relação entre Estado Moderno, Mercantilismo e Expansão Marítima. “A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas.” Horácio