História Gabarito da Prova Mensal – 1º bimestre 2os anos Cássia mar/12 No: Nome: Turma: 1a) Ambos os textos discutem sobre os métodos profissionais no que diz respeito ao ato de registrar acontecimentos. Além disso, apresentam em comum uma crítica a ideia de “verdade” do documento escrito. No caso de Marc Bloch, ele cita influências subjetivas que norteiam os documentos escritos utilizados pelos historiadores, apontando para o fato de que, mesmo tratando-se de registros oficiais, não podemos alçá-lo à ideia de verdade absoluta. E no caso do artigo jornalístico, o autor retoma a noção e a impossibilidade do ato de escrever ser “imparcial”. Argumenta para isso que, tratando-se de um ato humano, carrega necessariamente toda a parcela de subjetividade que constitui o indivíduo. b) Não. O fato de ser impossível reconstruir a história de forma exata, não retira sua objetividade, visto não ser essa a legitimidade do estudo da história segundo Marc Bloch. Para ele, a função da história é compreender e ser responsável por nossas questões do presente. O historiador, para praticar sua profissão de uma forma legítima, deve esforçar-se por oferecer instrumentos que permitam a análise desse passado e contribua para a melhora das condições atuais. Para isso, ele deve utilizar-se das mais variadas fontes e recursos informativos e não apenas recorrer aos documentos escritos. 2a) O poema trata da política dos cercamentos empreendida pelo Estado inglês a partir da dinastia Tudor. Trata-se da passagem de terras coletivas camponesas para a condição de propriedade privada, cercadas, e com a produção voltada para o mercado. O poeta critica as novas leis dos cercamentos assumindo a defesa dos camponeses que não mais puderam permanecer na terra. Uma das formas de demonstrar sua posição é lamentar o fim das velhas leis feudais culpando os “tiranos odientos” pelas novas leis: os cercamentos. b) A decadência da nobreza feudal e o aumento da importância da agricultura e da criação de ovelhas para abastecer a cidade e suas manufaturas fizeram com que a ascendente burguesia passasse a investir no campo, acelerando o processo de modernização agrária. Junto aos pequenos proprietários, passaram a expulsar os antigos rendeiros que viviam em suas terras, ou seja, a expulsar os camponeses pobres que 1 pagavam impostos, ou seja, parte significativa da renda obtida com a produção pelo direito de permanecer nas terras. Consequência do processo modernizante, o êxodo rural fez com que muitos trabalhadores migrassem para a cidade em busca de empregos urbanos. No entanto, ainda que em franca expansão, a manufatura possuía condições de absorver toda a massa de trabalhadores. O excesso de trabalhadores em busca de emprego faz com que mão de obra se desvalorize, agravando os muitos problemas sociais existentes na cidade. 3a) Os revolucionários que, segundo o texto, contribuíram para que a revolução burguesa derrotasse o Antigo Regime e estabelecesse uma nova orientação política e econômica ao Reino Unido (Inglaterra, Escócia e Irlanda) são, em sua maioria, segmentos menos privilegiados do ponto de vista econômico. Dessa forma, podemos citar os niveladores e principalmente os escavadores, grupo mais radical cujas reivindicações almejavam a ampliação dos aspectos a serem transformados pela revolução, estendo-os ao campo social. b) Ao se referir ao processo Revolucionário Inglês, o autor assinala uma série de conquistas e transformações de ordem burguesa, como o fim de taxações arbitrárias e a soberania do parlamento. Essas transformações asseguram a predominância da ordem burguesa na Inglaterra e as condições políticas necessárias ao pleno desenvolvimento desse segmento social. No entanto, não podemos afirmar que se tratou de uma revolução no sentido pleno, dado que, apesar de ter contado com a participação de grupos menos favorecidos da sociedade – sobretudo como parte do exército dos cabeças redondas durante o período da guerra civil e da consolidação do pode de Oliver Cromwell –, não foi capaz de beneficiar essa parcela da população com transformações sociais mais profundas, tais como o sistema comunal de propriedade e uma ampliação do caráter democrático das instituições, permitindo a participação das camadas populares junto às decisões políticas. c) A imagem de Oliver Cromwell apresenta a figura de um homem grandioso e heroico. Trata-se de uma estátua localizada junto ao Parlamento Inglês sobre um pedestal, o que demonstra a clara intenção de homenageá-lo. A espada com símbolo de luta e bravura alia-se à Bíblia que evoca o caráter religioso das ideias envolvidas na luta pela ascensão burguesa. Levando-se em conta que a vitória de Cromwell sobre o Rei significou a vitória da nova ordem burguesa sobre o Estado Inglês e, consequentemente, a supremacia do poder do Parlamento, inferimos que tal homenagem demonstra a vitória da alta burguesia, que passa a nortear a construção do desenvolvimento capitalista inglês, sagrou-se a grande vitoriosa do projeto revolucionário. 2 4a) O caráter revolucionário apregoado ao movimento iluminista pelo texto dá-se pela profunda influência que essas ideias exerceram sobre os homens e mulheres que lutaram contra a opressiva ordem imposta pelo Antigo Regime. Tal regime se caracteriza, sobretudo, pela existência de um poder absoluto nas mãos do Rei, por uma ordem econômica regida pelos princípios mercantilistas, sociedade estamental e ampla ingerência da Igreja Católica (no caso da Inglaterra, Anglicana) sobre os assuntos políticos. b) Os iluministas criticavam a falta de participação politica e de liberdade de expressão, politica e religiosa. Também eram contra a sociedade rigidamente hierarquizada e com pouca ou nenhuma mobilidade social. Além disso, questionavam a forte atuação do Estado na economia, impedindo a livre atuação do comércio. c) Thomas Hobbes, em uma de suas mais famosas obras – “O Leviatã” –, consagra-se como um dos mais importantes teóricos de defesa do absolutismo monárquico. Sua obra foi escrita justamente no período em que se desenrolava o processo que culminaria pouco tempo depois na chamada Revolução Inglesa, cujo principal objetivo era limitar o poder real e garantir a supremacia do Parlamento (e consequentemente da burguesia) sobre o Estado Inglês. Nesse contexto, sua obra não foi bem aceita justamente por defender o poder absoluto do Rei e, portanto, ser contrária aos interesses do Parlamento onde foi apresentado. 5a) O texto discute as transformações políticas que caracterizam a crise do Antigo Regime. A “ideia de dever” advém da noção de poder absoluto defendido por teóricos do Antigo Regime e cria a percepção de que todos devem obediência plena ao Estado, sem qualquer tipo de contrapartida por parte deste. b) A civilização baseada na ideia de direito surge no conjunto das formulações iluministas. Essas formulações foram elaboradas sempre no sentido de criticar a antiga forma de poder ligada ao absolutismo. Dessa forma, desde os escritos de John Locke e a elaboração da noção de direito da sociedade civil em relação ao Estado, o liberalismo político passa a propor formas de participação e construção do poder estatal como agente que deve agir em prol dos direitos dos governados, e não contra eles. 3