UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA MECANICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECANICA FABIO GONÇALVES DA SILVA Estudo da Viabilidade do Processo de Soldagem FCAW com Adição de Arame Frio, Aplicado a Indústria Naval Belém – PA 2010 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) i FABIO GONÇALVES DA SILVA Estudo da Viabilidade do Processo de Soldagem FCAW com Adição de Arame Frio, Aplicado a Indústria Naval Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mecânica, Instituto de Tecnologia, Universidade Federal do Pará. Área de concentração Materiais e Processos. Orientador: Prof. Dr. Eduardo de Magalhães Braga Belém – PA 2010 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) ii ERRATA E/OU FICHA CATALOGRÁFICA Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) iii Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) iv DEDICATÓRIA Aos meus pais, Carlos A. da Silva e Creuzelina G. Lima. A minhas irmães e sobrinha. A minha namorada. Familiares e amigos. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) v AGRADECIMENTOS - Primeiramente a Deus por conceder-me esta realização; - Ao Prof. Dr. Eduardo M Braga pela orientação, atenção e contribuição científica dedicada a este trabalho e pelo companheirismo e amizade; - Ao Prof. Dr. Jose L. V. Quaresma, pela contribuição técnico-científica, apoio, incentivo e pela amizade; - Aos Professores da área de Materiais e Processos do PPGEM-UFPA pelo apoio; - Aos amigos e colegas mestrandos Lino Rodrigues, Junilce Carla, Donge Arvie, Washington Luis, Emmanuele Sá, Tárcio Cabral e Luiz Paulo pelas contribuições e sugestões; - Aos alunos orientados do Prof. Eduardo Braga: Ariana Lobato, Aline Moreira, Everton, Cássia e Diogo, pela ajuda e contribuição na execução dos experimentos; - Aos colaboradores do Estaleiro Rio Maguari, pela disponibilidade e paciência na execução dos experimentos; - Aos alunos do LCAM; - Aos alunos e técnicos do GETSOLDA, por contribuírem na realização dos ensaios experimentais; - A coordenação do PPGEM-UFPA, pelo apoio; - E, finalmente, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) vi Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam. Romanos 8,28 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) vii RESUMO Este trabalho tem por objetivo avaliar a viabilidade do processo de soldagem FCAW com adição de arame frio aplicado a indústria naval. A utilização desta técnica apresenta grandes vantagens comparadas ao processo FCAW convencional, e a implantação de novas técnicas em processos produtivos impulsionam as indústrias a serem mais competitivas relacionado a preço e qualidade de seus produtos. Neste segmento, este trabalho tem por finalidade a avaliação da qualidade das juntas soldadas pelas técnicas FCAW (convencional) e FCAW-CW (arame frio), apresentando um comparativo da qualidade superficial dos cordões de solda, estabilidade de arco, econômico, geométrico e metalúrgico (fases presentes) entre os dois processos realizados em ambiente industrial. As soldagens foram realizadas em chanfros “V” de chapas de aço baixo carbono estrutural (aço naval ASTM A-131 grau A), em posição plana pelo método semiautomatico. Em todas as condições de soldagem o passe de raiz foi realizado com arame eletrodo AWS E71T-1 de 1,2 mm, com velocidades de 8,5 m/min e gás CO2 como proteção na vazão de 15 L/min. Para os passes de enchimento utilizou-se o mesmo arame eletrodo, porém com três níveis de velocidade de alimentação de arame (6, 8 e 10 m/min) sem e com adição de arame frio da classe AWS ER70S-6. Para o processo FCAW-CW foram realizados dois procedimentos independentes, o primeiro com adição de arame frio de 0,8 mm de diâmetro e o segundo com adição de arame frio de 1,0 mm de diâmetro, a proporção entre as velocidades de alimentação do arame eletrodo e velocidade de alimentação de arame frio foram as seguintes 6/2, 8/3 e 10/4 m/min. Os resultados obtidos mostraram que em relação ao aspecto da sanidade superficial, os cordões de solda apresentaram boa qualidade não apresentando descontinuidades ao longo da junta. Os dados dos oscilogramos se mantiveram coerente ao da literatura pesquisada. Nas características econômicas houve melhorias significativas com a aplicação do arame frio comparado ao convencional, já relacionado as características geométricas houve uma tendência de diminuição de penetração e aumento do reforço. Quanto ao aspecto metalúrgico ocorreu a formação de ferrita com a utilização de arame frio similar processo convencional. Palavras-chaves: Soldagem, FCAW-CW, ASTM A131. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) viii ABSTRACT This work has for objective to evaluate the viability of the welding process FCAW with addition of cold wire applied the naval industry. The use of this technique presents great advantages compared to the process conventional FCAW, and the implantation of new techniques in productive processes impelling the they industries they be more competitive related at price and quality of your products. . In this segment this activity has for purpose the evaluation of the quality the joint welded by technique FCAW (conventional) and FCAW-CW (cold wire),, presenting a comparative of the superficial quality of the strings of it welds, arch stability, economical, geometric and metallurgical (present phases). The welding were accomplished in groove "V " of structure steel (ASTM A-131 Grade A), in position plane by the method semiautomatic in industry in two pass (root and finish). In all the welding conditions the root pass was accomplished with wire electrode AWS E71T-1 of 1,2 mm, with speeds of 8,5 m/min and gas CO2 as protection with flow of 15 L/min. For the finish pass the wire with was used AWS E71T-1 of 1,2 mm , with three levels of feeding speed (6, 8 and 10 m/min) without and with wire cold of the class AWS ER70S-6. For the process FCAW-CW two independent procedures were accomplished with addition of cold wire of 0,8 mm and 1,0 diameter mm, the proportion among the feeding speeds was 6/2, 8/3 and 10/4 m/min. The obtained results showed that in relation to the aspect of the superficial sanity, the strings of it welds they presented of good quality not presenting discontinuity along the joint. The data of the oscillograma stayed coherent to the of the researched literature. In the economical characteristics there were significant improvements with the application of the cold wire compared to the conventional, already related the geometric characteristics there were a tendency of the penetration decrease and of the reinforcement increase. Regarding the aspect metallurgical occurred ferrite formation with the usage of cold wire, similar of conventional process Keywords: Welding, FCAW-CW, ASTM A131. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) ix LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 Figura 2.2 Figura 2.3 Figura 2.4 Figura 2.5 Figura 2.6 Figura 2.7 Figura 2.8 Figura 2.9 Figura 2.10 Figura 2.11 Figura 2.12 Figura 2.13 Figura 2.14 Figura 2.15 Figura 2.16 Figura 2.17 Figura 2.18 Figura 2.19 Figura 2.20 Figura 2.21 Figura 2.22 Figura 2.23 Figura 2.24 Esquema representativo da soldagem a arame tubular com proteção gasosa (Braga, 1997 in Nascimento, 2005 e Mendonça, 2007)........................................................................... Esquema representativo da soldagem a arame tubular autoprotegido (Correa,2006)........................................................ Representação esquemática do equipamento para soldagem FCAW. (Mendonça, 2007)............................................................ Identificação para eletrodos FCAW de aços médio carbono (ASME in Dias, 2003).................................................................... Identificação para eletrodos FCAW de aços baixa liga (ASME in Dias, 2003)................................................................................... Geometria de seções transversais típicas de arames tubulares (Dias, 2004)................................................................................... Efeito da inclinação do eletrodo (Sábio, 2007)............................ Ângulo de posicionamento da tocha (Barra, 2003)..................... Extensão do eletrodo e taxa de deposição (Fortes, 2004).......... Representação esquemática dos principais modos de transferência (Barra, 2003)............................................................ Formas típicas de transferência na soldagem com arames tubulares. Arames: (a) "metal cored", (b) rutílico, (c) básico e (d) auto-protegido. (Modenesi, 2009)............................................. . Representação esquemática do processo MIG/MAG duplo arame. (Groetelaars, 2005)........................................................... (a) e (b) disposições em paralelo, (c) e (d) disposições em série. (Groetelaars, 2005 e Scotti, 2008)................................................ Representação esquemática do sistema com potencial único (Motta, 2002)................................................................................. (a)Tocha de potencial único (modelo fabricado pela AbicorBinzel); (b) detalhes do bocal/bico de contato (Groetelaars, 2005)............................................................................................. Representação esquemática dos sistemas com duplo arame com potenciais isolados (Motta, 2002)....................................... Tochas de potencial isolado: a primeira é integrada, com arames inclinados (modelo fabricado pela Closs); a outra apresenta detalhes do bocal/bico de contato da tocha “c”. (Groetelaars, 2005)....................................................................... Modelo esquemático do 1º protótipo para soldagem arame frio (Bacelar e Ferraz, 2005)................................................................ Disposição da alimentação de arame.(Bacelar& Ferraz,.............. Protótipo do 2º suporte de alimentação de arame frio. (Sábio, 2007)............................................................................................. 2º suporte de alimentação de arame frio desenvolvido para o modo automatizado com controle de ângulo (Sábio, 2007).......... 3º Suporte de alimentação de arame frio (a) protótipo, (b) modo automatizado e (c) modo semiautomatizado. (GETSOLDA)......... Esquema do perfil geométrico do cordão de solda....................... Esquema representativo da diluição medida na seção transversal da solda (Figueiredo, 2005)........................................ Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 28 29 30 33 33 35 36 36 38 41 42 44 45 46 46 47 48 51 53 53 54 55 60 61 x Figura 2.25 Figura 2.26 Figura 2.27 Figura 3.1 Figura 3.2 Figura 3.3 Figura 3.4 Figura 3.5 Figura 3.6 Figura 3.7 Figura 3.8 Figura 3.9 Figura 3.10 Figura 4.1 Figura 4.2 Figura 4.3 Figura 4.4 Figura 4.5 Figura 4.6 Resumo da seqüência do ensaio de LP (Andreucci, 2006)......... Representação esquemática de constituintes microestruturais (Nascimento, 2005)....................................................................... Microestrutura do metal depositado com indicação dos diferentes constituintes (MO) (Modenesi, 2004 e Nascimento, 2005). ........................................................................................... Esquema representativo da peça nas dimensões 9.8 mm, 150 mm e 300 mm (E x L x C) a formar a junta a ser soldada, conforme foi doado pelo Estaleiro................................................. Pistola de soldagem com o sistema auxiliar de alimentação de arame não energizado acoplado................................................... Protótipo do suporte auxiliar de alimentação de arame nãoenergizado. a) Montado e pronto a ser adaptado; b) Desmontado em peças.................................................................. Suporte de Alivio de tensões......................................................... Representação esquemática do corpo de prova (duas peças) nas medidas de 300 x 300 x 9,5 mm; no detalhe o diâmetro, o ângulo de bisel de 22,5º e abertura de fresta de 3.0 mm.............. Esquema representativo da abertura de raiz otimizada, de 3.0 para 2.4 mm, para o passes de raiz sem o passe no reverso do cordão............................................................................................ Aplicação em campo da técnica de soldagem FCAW-CW com adição de arame frio, caracterizando o modo semiautomatico. a) soldador no momento do passe de enchimento; b) detalhe da tocha com o suporte guia de alimentação do arame frio............... Esquema do corte para obtenção das amostras........................... Esquema do perfil geométrico do cordão de solda....................... Representação esquemática da analise geométrica e dos pontos para a analise micrografica.............................................. Desenho esquemático do processo de soldagem com adição de arame frio. Apresentando a técnica de soldagem no sentido empurrando, com arame não energizado disposto e introduzido a frente da poça de fusão.............................................................. Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW convencional, com velocidade de alimentação de arame de 6 m/min ou V6.................................................................................. Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW convencional, com velocidade de alimentação de arame de 8 m/min ou V8.................................................................................. Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW convencional, com velocidade de alimentação de arame de 10 m/min ou V10................................................................................ Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 0.8 de diametro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/frio igual a 6/2 m/min............ Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 0.8 de diâmetro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/ frio igual a 8/3 m/min........... Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 62 66 69 73 75 76 77 83 85 86 93 94 95 98 99 99 100 101 101 xi Figura 4.7 Figura 4.8 Figura 4.9 Figura 4.10 Figura 4.11 Figura 4.12 Figura 4.13 Figura 4.14 Figura 4.15 Figura 4.16 Figura 4.17 Figura 4.18 Figura 4.19 Figura 4.20 Figura 4.21 Figura 4.22 Figura 4.23 Figura 4.24 Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 0.8 de diâmetro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/ frio igual a 10/4 m/min........ Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 1.0 de diâmetro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/ frio igual a 6/2.5 m/min....... Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 1.0 de diâmetro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/ frio igual a 8/3 m/min.......... Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 1.0 de diâmetro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/ frio igual a 10/4 m/min........ Aspecto superficial do cordão de solda no reverso. Passe de raiz com arame tubular de 1.2 mm de diâmetro, com velocidade de alimentação de 8,5 m/min........................................................ Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW com velocidade de alimentação de arame de 6 m/min...... Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW com velocidade de alimentação de arame de 8 m/min...... Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW com velocidade de alimentação de arame de 10 m/min... Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW-CW com adição de arame frio de 0.8 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 6/2 m/min........... Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW-CW com adição de arame frio de 0.8 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 8/3 m/min........... Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW-CW com adição de arame frio de 0.8 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 10/4 m/min........ Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW-CW com adição de arame frio de 1.0 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 6/2.5 m/min....... Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW-CW com adição de arame frio de 1.0 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 8/3 m/min.......... Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW-CW com adição de arame frio de 1.0 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 10/4 m/min........ Qualidade superficial no reverso dos cordões depositados pelo passe de raiz. Realizado com o processo FCAW com o mesmo arame eletrodo, e velocidades de alimentação de 8.5 m/min....... Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW a 6 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo......................................... Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW a 8 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo......................................... Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW a 10 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo......................................... Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 101 102 102 102 103 104 104 104 105 105 105 106 106 106 107 109 110 111 xii Figura 4.25 Figura 4.26 Figura 4.27 Figura 4.28 Figura 4.29 Figura 4.30 Figura 4.31 Figura 4.32 Figura 4.33 Figura 4.34 Figura 4.35 Figura 4.36 Figura 4.37 Figura 4.38 Figura 4.39 Figura 4.40 Figura 4.41 Figura 4.42 Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 0.8 mm) e 6 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo.............................................................................. Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 0.8 mm) e 8 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo.............................................................................. Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 0.8 mm) e 10 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo.............................................................................. Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 1.0 mm) e 6 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo.............................................................................. Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 1.0 mm) e 8 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo.............................................................................. Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 1.0 mm) e 10 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo.............................................................................. Representação gráfica do comportamento da (A) corrente média e (B) tensão média, para os processos FCAW e FCAW-CW com arame frio de 0.8 e 1.0 mm de diâmetro....................................... Efeito da velocidade de alimentação de arame eletrodo sobre a taxa de deposição. Soldagem FCAW, FCAW-CW (0.8 mm) e FCAW-CW (1.0 mm)..................................................................... Efeito da velocidade de alimentação de arame eletrodo sobre a taxa de fusão. Soldagem FCAW, FCAW-CW (0.8 mm) e FCAWCW (1.0 mm)................................................................................. Efeito dos parâmetros operacionais sobre o rendimento. Soldagem FCAW, FCAW-CW (0.8 mm) e FCAW-CW (1.0 mm).. Influencia da velocidade de alimentação de arame eletrodo sobre o Largura média.................................................................. Influencia da velocidade de alimentação de arame eletrodo sobre o Reforço médio................................................................. Influencia da velocidade de alimentação de arame eletrodo sobre a Penetração Lateral média................................................ Gráfico representativo da diluição média obtida dos processos de soldagem.................................................................................. Resultados das analises geométricas no processo FCAW, nos três níveis de velocidade............................................................... Resultados das analises geométricas no processo FCAW-CW (0.8), nos três níveis de velocidade (V6/2.5, V8/3 e V10/4).......... Resultados das analises geométricas no processo FCAW-CW (1.0), nos três níveis de velocidade (V6/2, V8/4 e V10/4)............. Secções transversais dos cordões de solda dos processos de soldagem FCAW, FCAW-CW (0.8 e 1.0 mm), nos três níveis de velocidade..................................................................................... Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 113 114 115 116 117 118 120 124 125 126 128 129 129 130 131 132 133 134 xiii Figura 4.43 Figura 4.44 Figura 4.45 Figura 4.46 Figura 4.47 Micrografia do metal de base ASTM A131 Grau A, apresentando grãos equiaxias de Ferrita (F) orientados em bandas, com ilhas de Perlita (P) de cor escura. Ataque nital 2%. Micrografia do cordão de solda do processo FCAW em 6 m/min: Agregados de Ferrita e Carbetos (FC), Ferrita Acircular (AF) e Ferrita Primária (PF). Ataque nital 2%........................................... Micrografia do cordão de solda do processo FCAW em 8 m/min: Ferrita Acircular (AF), Ferrita Poligonal (PG) e Agregados de Ferrita e Carbetos (FC). Ataque nital 2%...................................... Micrografia do cordão de solda do processo FCAW-CW(1.0) em 6 m/min: Ferrita de Segunda Fase (FS), Ferrita Poligonal (PG(I)) e Ferrita Acircular (AF). Ataque nital 2%....................................... Micrografia do cordão de solda do processo FCAW em 8 m/min: Ferrita Poligonal (PG) e Ferrita Acircular (AF). Ataque nital 2%. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 137 139 140 141 143 xiv LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 Tabela 2.2 Tabela 2.3 Tabela 2.4 Tabela 2.5 Tabela 3.1 Tabela 3.2 Tabela 3.3 Tabela 3.4 Tabela 3.5 Tabela 3.6 Tabela 3.7 Tabela 4.1 Tabela 4.2 Tabela 4.3 Tabela 4.4 Tabela 4.5 Processos de soldagem por Fusão............................................. Vantagens, limitações e aplicações da soldagem FCAW........... Alguns exemplos de classificação usual dos aços...................... Algumas classificações realizadas pela ASTM ......................... Constituintes da zona fundida de aços ferriticos observados ao microscópio ótico, segundo o sistema IIW (in Modenesi, 2004). 27 30 56 56 Composição química do arame tubular E71T-1.......................... Composição química do arame maciço ER70S-6....................... Composição química do aço ASTM A-131 Grau A, fornecido pelo estaleiro, realizada pela COPALA SA................................. Planejamento experimental dos ensaios..................................... Parâmetros variáveis dos processos de soldagem FCAW e FCAW-CW................................................................................... Parâmetros operacionais do passe de raiz................................. Densidade linear dos arames utilizados...................................... 70 71 Parâmetros variáveis retificados dos processos de soldagem Parâmetros de soldagem obtidos de Im e Um............................ Resultado das características econômicas. Soldagem FCAW, FCAW-CW(0.8 mm) e FCAW-CW(1.0 mm)................................ Resultados das características geométricas............................... Composição Química Determinada para o Aço ASTM A 131..... 98 108 65 72 81 82 84 91 122 127 136 LISTA DE EQUAÇÕES Equação 2.1 Equação 2.2 Carbono Equivalente ................................................................ Diluição ..................................................................................... 57 62 Equação 3.1 Equação 3.2 Equação 3.3 Equação 3.4 Equação 3.5 Taxa de Fusão .......................................................................... Taxa de Deposição ................................................................... Rendimento .............................................................................. Taxa de Fusão Modificada ....................................................... Taxa de Deposição Modificada ................................................ 89 90 90 91 92 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) xv SIMBOLOGIA % _ Percentual “Tander Wire” _ Tocha de soldagem com a potencial único “Twin Wire” _ Tocha de soldagem com potencial isolado A _ Ampere AE _ Arame-eletrodo Ar _ Argônio Ar+CO2 _ Mistura Argônio dióxido de carbono Ar-He _ Mistura Argônio-Hélio AWS _ “American Welding Society” b _ Largura do cordão C _ Carbono CC+_ Corrente contínua com o eletrodo no pólo positivo CO2 _ Dióxido de carbono DAPI _ Duplo arame com potencial isolado DAPU _ Duplo arame com potencial único DBCP _ Distância bico de contato peça et al _ Et alili (e outros) FCAW _ “Flux Cored Arc Welding” FCAW-CW (0.8) _ Flux Cored Arc Welding – Cool Wire (com arame frio de 0.8 mm de diâmetro) FCAW-CW (1.0) _ Flux Cored Arc Welding – Cool Wire (com arame frio de 1.0 mm de diâmetro) FCAW-CW _ Flux Cored Arc Welding – Cool Wire He _ Hélio I _ Intensidade de corrente IIW _ “International Institute of Welding” Im _ Intensidade média de corrente KHz _ Freqüência l _ Comprimento do arame consumido L/min _ Vazão de gás l0 _ Comprimento do arco l1 _ Comprimento linear do arame-eletrodo l2 _ Comprimento linear do arame-frio MA _ metal de Adição MAG _ “Metal Active Gas” MAG-CW _ “Metal Active Gas – Cold Wire” MB_ metal de base mf _ Massa final da junta depois da soldagem mi _ Massa inicial da junta antes da soldagem Mn _ Manganês ms _ Milisegundos O _ Oxigênio O2 _ Gás oxigênio P _ Fósforo PL _ Penetração Lateral posição longitudinal ao sentido de deslocamento da tocha R _ Reforço do cordão Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) xvi R% _ Rendimento do processo S _ Enxofre s _ Segundos Si _ Silício t _ Tempo t1 _ Tempo do arame-eletrodo t2 _ Tempo do arame frio TD _ Taxa de deposição TF _ Taxa de fusão tm _ Tempo médio de soldagem dos arames tmax _ Tempo máximo de reabertura do arco tmin _ Tempo mínimo de curto-circuito U _ Tensão Un _ Tensão no vale ou tensão de curto-circuito Un+1 _ Tensão de no pico (reignição do arco) Un-1 _ Tensão de início de formação da gota, Ur _ Tensão de referência Us _ Tensão de soldagem V _ Velocidade V0 _ Tensão em vazio (U0) ZAC_ Zona afetada pelo calor ZTA _ Zona termicamente afetada δ _ Diluição Δt _ Variação de tempo de curto-circuito ΔU _ Variação de tensão I_ Índice de significância ρ1 _ Densidade linear do arame-eletrodo ρ2 _ Densidade linear do arame frio ρ_ Densidade linear do arame consumível Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) xvii SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS LISTA DE EQUAÇÕES SIMBOLOGIA vii viii ix xiv xiv xv 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 20 1.1 Justificativa.................................................................................................... 22 1.2 Objetivos ....................................................................................................... 23 1.2.1 Objetivos Gerais ........................................................................................ 23 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 23 2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA.............................................................................. 24 2.1 Introdução....................................................................................................... 24 2.2 Considerações sobre Soldagem.................................................................. 25 2.3 Considerações sobre o Processo Arame Tubular (FCAW)........................ 28 2.3.1 Metal de Adição........................................................................................... 30 2.3.1.1 Designação de arames tubulares para soldagem com proteção gasosa.................................................................................................................. 32 2.3.2 Características Operacionais e Econômicas........................................... 34 2.3.2.1 Influência da inclinação da pistola......................................................... 35 2.3.2.2 Extensão do Eletrodo.............................................................................. 37 2.3.2.3 Tensão e Corrente.................................................................................... 38 2.3.2.4 Velocidade de Soldagem......................................................................... 39 2.3.3 Gás de Proteção......................................................................................... 39 2.3.4 Modos de transferência metálica............................................................. 41 2.3.4.1 Transferência metálica no processo FCAW......................................... 42 2.4 Processo de Soldagem MIG/MAG Duplo Arame........................................ 43 2.4.1 Características do processo Duplo Arame.............................................. 43 2.4.2 Vantagens e Limitações.............................................................................. 48 2.5 Processo de Soldagem com Adição de Arame Frio................................... 50 2.5.1 Características do Processo Arame Frio.................................................. 51 2.5.2 Sistema de Alimentação de Arame Frio.................................................... 52 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) xviii 2.6 Soldabilidade e Microestruturas dos Aços Estruturais.............................. 55 2.6.1 Classificação dos aços .............................................................................. 55 2.6.1.1 Influencia dos elementos de ligas......................................................... 57 2.6.1.2 Aços Carbono e de Baixa Liga............................................................... 57 2.7 Características Econômicas.......................................................................... 58 2.8 Ensaios Não Destrutíveis (END).................................................................. 59 2.8.1 Ensaio de Sanidade do cordão de solda.................................................. 59 2.8.2 Ensaio por Líquidos Penetrantes.............................................................. 60 2.9 Caracteristicas Geometricas......................................................................... 61 2.10 Caracterização Microestrutural................................................................... 63 2.9.1 Microestrutura da Zona Fundida do Aço Baixo Carbono e Baixa liga... 63 3. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................. 70 3.1 Materiais Utilizados....................................................................................... 70 3.1.1 Consumíveis................................................................................................ 70 3.1.1.1 Arame Eletrodo......................................................................................... 70 3.1.1.2 Arame Frio ou Não-Energizado.............................................................. 71 3.1.1.3 Gás de Proteção....................................................................................... 71 3.1.2 Metal de Base............................................................................................... 72 3.2 Equipamentos Utilizados............................................................................... 73 3.2.1 Bancada de Soldagem ............................................................................... 73 3.2.1.1 Central de Soldagem Múltiplos Processos............................................ 74 3.2.1.2 Sistema de Alimentação de Arame Eletrodo......................................... 74 3.2.1.3 Sistema de Alimentação de Arame Frio................................................. 75 3.2.1.4 Pistola de Soldagem com Suporte Auxiliar de Alimentação de Arame Frio............................................................................................................. 75 3.2.1.5 Balança Digital.......................................................................................... 76 3.2.1.6 Suporte de Atracação.............................................................................. 77 3.2.1.7 Sistema de Aquisição e Processamento de Dados.............................. 77 3.2.1.8 Material para Ensaio de Liquido Penetrante.......................................... 78 3.2.1.9 Equipamentos para ensaios metalográficos ........................................ 78 3.2.1.9.1 Serra de fita............................................................................................ 79 3.2.1.9.2 Embutimento dos Corpos de Prova.................................................... 79 3.2.1.9.3 Lixadeira/Politriz.................................................................................... 79 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) xix 3.2.1.9.4 Sistema de aquisição óptico computadorizado – Analisador de imagens................................................................................................................. 80 3.3 Planejamento Experimental ......................................................................... 80 3.3.1 Metodologia Experimental ......................................................................... 82 3.3.1.1 Ensaios preliminares............................................................................... 84 3.3.1.2 Ensaios experimentais............................................................................ 85 3.3.1.3 Sanidade Superficial................................................................................ 87 3.3.1.3.1 Aspecto superficial do metal depositado........................................... 87 3.3.1.3.2 Ensaio por Líquidos Penetrantes ....................................................... 87 3.3.1.4 Estabilidade de Arco ............................................................................... 88 3.3.1.5 Características Econômicas................................................................... 89 3.3.1.5.1 Equações convencionais..................................................................... 89 3.3.1.5.2 Equações modificadas......................................................................... 90 3.3.1.6 Obtenção das amostras .......................................................................... 92 3.3.1.7 Características Geométricas da Solda................................................... 93 3.3.1.8 Características Químicas......................................................................... 94 3.3.1.9 Características Metalúrgicas .................................................................. 95 3.3.1.9.1 Macrografia e Micrografia..................................................................... 95 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................................... 97 4.1 Resultados dos Ensaios Preliminares ........................................................ 97 4.2 Resultados dos Ensaios de Sanidade Superficial...................................... 99 4.2.1 Ensaio Visual............................................................................................... 99 4.2.2 Ensaio por Liquido Penetrante................................................................ 103 4.3 Resultados da Características da Estabilidade de Arco.......................... 107 4.4 Resultado das Características Econômicas.............................................. 121 4.5 Resultado das Características Geométricas............................................. 127 4.6 Resultados das Analises Químicas............................................................ 135 4.7 Resultados das Características Metalúrgicas (Fases presentes)........... 136 5. CONCLUSÃO.................................................................................................. 144 5.1 Sugestões para Trabalhos Futuros............................................................ 145 6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................ 146 7. AGRADECIMENTOS....................................................................................... 151 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 20 1. INTRODUÇÃO Atualmente, a tecnologia de construção de embarcações apresenta-se em um estágio bastante avançado. Não somente em termos de desenvolvimento de materiais mais apropriados para a indústria naval, mas também em relação ao estudo de novos processos de fabricação capazes de aumentar a produtividade e reduzir os custos de produção. Portanto, a indústria naval moderna apresenta hoje uma grande variedade de materiais, desde os mais comuns destinados às aplicações tradicionais até os especiais, altamente ligados, para satisfazer as condições particulares de cada projeto. A soldagem é quem dita a velocidade de um projeto naval e de dutos. 70% do mercado ainda utilizam sistemas manuais para soldar. No entanto, o aumento dos projetos faz com que haja uma redução nos prazos de entrega e embora os sistemas semi-automáticos sejam os mais usados, os mecanizados tem uma forte tendência para o futuro. Os processos de soldagem mais comuns são eletrodos revestidos, MIG/MAG, arame tubular e TIG (em situações especiais, nas tubulações). O setor naval da mesma forma que outras indústrias continuam procurando por sistemas mais produtivos e mais rápidos. Existem alguns sistemas de mecanização e automação de soldagem para a indústria naval que melhora a produtividade. Trata-se de uma série de processos, onde são estudadas as melhores formas de montagem, a seqüência mais adequada de fabricação e a união dos diversos processos para diminuir o tempo de construção, os custos, melhorar o desempenho e a produtividade. Na indústria naval a solda representa 2% do peso total de um navio, composto por consumíveis de soldagem (arames, eletrodos e fluxos). A técnica FCAW-CW, consiste da utilização do processo FCAW com a introdução de um arame frio, na atmosfera do arco voltaico cuja energia calorífica gerada na ponta do arame em decomposição, arame mestre, provoca a fusão e também a decomposição do arame frio que se mistura, em coalescimento, ao metal fundido do arame mestre e a poça de fusão na geração do metal de solda. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 21 Neste trabalho, o processo de soldagem com adição de arame frio foi utilizado em ambiente fabril, simulando uma condição comum aplicada à junta soldada em comparativo ao processo convencional. Para os experimentos, as variáveis de entrada são: as velocidades de alimentação de arame em três níveis e o diâmetro do arame em dois níveis, conforme trabalhado por Barrozo (2006); como variáveis de resposta obteve-se a sanidade superficial, o estudo dos oscilogramas de tensão e corrente, as características econômicas, as características geométricas e as características metalúrgicas. Os resultados demonstraram que em determinadas condições, o novo processo de soldagem, apresentou aumento significativo nas características econômicas em relação ao modo convencional. As características inovadoras das soldagens FCAW-CW se apresentam como uma alternativa ao aumento da produtividade de empresas que utilizam a soldagem para união e revestimentos de materiais de engenharia. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 22 1.1 JUSTIFICATIVA A demanda de novas técnicas de construção naval apresenta grandes possibilidades de serem absorvidos diante das tendências do desenvolvimento nacional e da região Amazônica. A Amazônia é uma região impressionante e fascinante pelas suas peculiaridades singulares em nosso planeta. Para se contrapor ao desafio da educação superior em Engenharia Mecânica e Naval nesta região, a nova técnica de soldagem proposta neste projeto tem como présupostos procurar melhorar, aperfeiçoar e pesquisar novas técnicas para o processo de construção naval na Amazônia. A construção naval na Amazônia se caracteriza pela utilização, ao longo do tempo, das técnicas e da criatividade dos construtores navais regionais, cujo conhecimento tem sido transferido sem a participação efetiva da comunidade científica, o que tem ocasionado perda de conhecimento e defasagem tecnológica. A carência de informações relativas à navegação amazônica, consolidadas e atualizadas, tem dificultado o poder público em elaborar políticas compatíveis com as necessidades regionais. As tentativas de se estabelecerem novos conceitos para as embarcações fluviais do futuro tais como o casco metálico obrigatório para embarcações acima de determinado porte, têm redundado na adoção de projetos elaborados sem o devido aprofundamento quanto às condições locais de operação, o que pode vir a representar riscos à segurança, ao conforto e às condições de navegabilidade e manobrabilidade. Destarte, a pesquisa de novos processos de soldagem para melhoria de qualidade de fabricação de embarcações se propõe a fornecer informações para nortear a produção de embarcações que atendam aos padrões técnicos, econômicos, sociais e ecológicos, ou seja, segurança estrutural, viabilidade econômica de construção, operação e manutenção. O projeto busca, ainda, aproximar o empresariado local e a academia regional, fornecer aos proprietários de embarcações e estaleiros melhor produtividade de processos de soldagem que possibilitarão melhor qualidade técnica e economicidade, num esforço para a melhoria das técnicas de construção naval da região. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 23 1. 2 OBJETIVOS Este trabalho faz parte de um projeto de pesquisa em desenvolvimento pelo Laboratório de Controle e Análise Metalúrgica (LCAM) e Grupo de Estudos em Tecnologia de Soldagem (GETSOLDA) da UFPA, que investiga a viabilidade operacional da soldagem arame tubular com adição de arame frio (FCAW–CW). Este estudo, apresenta os seguintes objetivos. 1. 2. 1 Objetivo Geral: Desenvolver técnicas alternativas a soldagem de ligas metálicas para a aplicação na fabricação e manutenção de produtos na indústria naval visando garantir uma maior produtividade com melhoria da relação custo/benefício, assegurando na junta soldada a continuidade das propriedades físicas e químicas. 1. 2. 2 Objetivos Específicos: - Dominar a técnica de soldagem FCAW-CW com adição de arame frio. - Estabelecer parâmetros operacionais para as soldagens. - Estudar os efeitos das variáveis envolvidas no processo, tais como natureza do metal de adição e sua composição química, e espessura dos passes e variação da velocidade de soldagem; - Avaliar o desempenho econômico, geométrico e metalúrgico (fases presentes) e químico das soldas depositadas pelo método. - Criar uma base de dados sobre as melhores condições de soldagem associadas à possibilidade de relevantes aplicações industriais. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 24 2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA 2.1 Introdução Tendências de inovações tecnológicas aplicadas ao setor de processos de fabricação e materiais voltadas as industrias tornam-se cada vez mais evidentes ao propor modificações a processos produtivos já consolidados, garantindo maior produtividade com qualidade. Nesse seguimento os processos de soldagem ganham maiores atenções ao proporcionar essas evoluções aos seus métodos e criação de novas técnicas voltadas ao setor produtivo. Em tempos mais remotos, quando não existiam materiais adequados e técnicas de junção eficazes, muitos estaleiros já utilizavam a soldagem na construção de navios e embarcações. Atualmente, a tecnologia de construção de embarcações apresenta-se em um estágio bastante avançado. A experiência adquirida ao longo dos anos permitiu que as necessidades técnicas para a superação dos problemas fossem definidas e as soluções para suprir tais necessidades fossem encontradas. Não somente em termos de desenvolvimento de materiais mais apropriados para a indústria naval, mas também em relação ao estudo de novos processos de fabricação capazes de aumentar a produtividade e reduzir os custos de produção. Em discussão aos vários processos de soldagem, Bracarense (2000), afirma que a soldagem com Arame Tubular (FCAW) possui inúmeras semelhanças com relação ao processo MIG/MAG (GMAW) no que diz respeito aos equipamentos e princípios de funcionamento. Este fato lhe permite compartilhar o alto fator de trabalho e taxa de deposição característicos da soldagem GMAW. Por outro lado, através da soldagem FCAW é possível obter a alta versatilidade da soldagem com eletrodos revestidos no ajuste de composição química e facilidade de trabalho em campo. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 25 Com a demanda pelo aumento da produtividade num mercado cada vez mais competitivo, o processo MIG/MAG convencional começa a não atender mais plenamente às necessidades das indústrias no que se diz respeitos à produtividade; procuram-se taxas de deposição mais elevadas, possibilitando a redução do tempo de soldagem e, conseqüentemente, custos globais e a necessidade de inovações aos processos já consolidados nas linhas de produção (Groetelaars, 2005 e Scotti & Ponomarev, 2008, p.237). A proposta da soldagem FCAW/GMAW com adição de um arame frio se estabelece como uma alternativa técnica e econômica em relação a soldagem MAG e FCAW convencional e MAG com duplo arame. Esta nova versão da soldagem na produção industrial utiliza o equipamento convencional MIG/MAG, mesmo usado para o FCAW com proteção gasosa, com um sistema extra de alimentação de arame, no auxilio da inclusão do arame frio conjugado a tocha de soldagem. Utiliza somente um sistema de proteção gasosa, enquanto que a energia elétrica fornecida ao cabeçote auxiliar de alimentação do arame seja proveniente da fonte de energia a qual o mesmo esta conectado. 2.2 Considerações sobre Soldagem A soldagem é o mais importante processo de união de materiais utilizados industrialmente. Este método de união tem importante aplicação desde a indústria microeletrônica até a fabricação de navios e outras estruturas com centenas ou milhares de toneladas (Marques, 2007). Quites (1979) conceituou a soldagem baseado nos processos existentes na época, por fusão, como: “Operação que visa à união de duas ou mais peças, assegurando na junta, a continuidade das propriedades, químicas e físicas”. Entretanto, com o avanço dos métodos de uniões de vários tipos de materiais, Marques (2007) apresenta uma definição mais abrangente para soldagem baseado no tipo de forças responsáveis pala união: “Processo de união de materiais baseado no estabelecimento de forças de ligação química de natureza similar às atuantes no interior dos próprios materiais, na região de ligação entre os materiais que estão sendo unidos”. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 26 No intuito de unir, revestir e/ou produzir materiais, desenvolveu-se diversos processos de soldagem, entre os quais estão os por fusão com as seguintes características e aplicações, apresentados na Tabela 2.1, a seguir, na qual apresenta os processos de soldagem fortemente ligados a indústria do aço. (Modenesi, 2006). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 27 Tabela 2.1 – Processos de soldagem por Fusão. PROCESSO CARACTERISTICA Soldagem por Automática/mecanizada. Eletro-escória Junta na vertical. Alimentação de arame mecanicamente na poça de fusão. Não existe arco Soldagem ao Automática/mecanizada ou Arco Submerso semi automática. O arco arde sob uma camada de fluxo granular Soldagem com Eletrodos Revestidos Soldagem com Arame Tubular Manual. Vareta metálica recoberta por camada de fluxo APLICAÇÕES Soldagem de aços carbono, baixa e alta liga, espessura ≥ 50 mm. Soldagem de peças de grande espessura, eixos etc. Soldagem de aços carbono, baixa e alta liga. Espessura ≥ 10 mm. Posição plana ou horizontal de peças estruturais, tanques, vasos de pressão, etc. Soldagem de quase todos os metais, exceto cobre puro, metais preciosos, reativos e de baixo ponto de fusão. Usado na soldagem em geral. Soldagem de aços carbono com espessura ≥ 1 mm. Soldagem de chapas O fluxo está contido dentro de um arame tubular de pequeno diâmetro. Auto ou semi-automático Soldagem Automática/mecanizada. ou Soldagem de aços carbono, MIG/MAG semi-automática. O arame é baixa e alta liga, não ferrosos, sólido com espessura ≥ 1 mm. Soldagem de tubos, chapas, etc. Qualquer posição Soldagem a Manual ou automática. O Todos os metais importantes em Plasma arame é adicionado engenharia, exceto Zn, Be e separadamente. Eletrodo não suas ligas, com espessura de consumível de tungstênio. O até 1,5 mm. Passes de raiz arco é constrito por um bocal Soldagem TIG Manual ou automática. Soldagem de todos os metais, Eletrodo exceto Zn, Be e suas ligas, não consumível de espessura entre 1 e 6 mm. tungstênio. O arame é Soldagem de não ferrosos e adicionado separadamente. aços inox. Passe de raiz de soldas em tubulações Soldagem por Soldagem automática. Não Soldagem de todos os metais, Feixe há transferência de metal. exceto nos casos de evolução Eletrônico Feixe de elétrons focalizado de gases ou vaporização em um pequeno ponto. excessiva, a partir de 25 mm de espessura. Soldagem a Como acima Corte de materiais não Laser metálicos Soldagem a Manual. Arame adicionado Soldagem manual de aço Gás separadamente carbono, Cu, Al, Zn, Pb e bronze. Soldagem de chapas finas e tubos de pequeno diâmetro Fonte: Modenesi (2006) e Marques (2007). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 28 2.3 Considerações sobre o Processo Arame Tubular (FCAW) Na soldagem ao arco voltaico com Arame Tubular (Flux Cored Arc Welding FCAW) a coalescência dos metais na zona fundida é obtida pelo aquecimento e fusão do metal de adição na forma de eletrodo tubular contínuo e do metal de base no local de deposição (Modenesi e Marques, 2006 in Mendonça, 2007). Existem duas variações básicas do processo arame tubular: numa a proteção é gerada pelo próprio fluxo contido no eletrodo (soldagem com arame tubular autoprotegido) e outra onde a proteção é complementada por uma nuvem de gás externo, geralmente o CO2. Variações essas discutidas a seguir. (Mendonça, 2007). No processo de soldagem com Arame Tubular autoprotegido, somente a escória, os elementos desoxidantes e desnitretantes e os gases produzidos pela decomposição do seu recheio protegem o metal de solda da ação da atmosfera (principalmente O e N ). Outro método utiliza além do fluxo interno ao arame, um 2 2 gás de proteção adicional, geralmente o CO puro, ou misturas desse gás com 2 argônio. A Figura 2.1, a seguir, representa esquematicamente a soldagem com arame tubular com proteção gasosa, apresentando os elementos presentes durante a abertura de arco, fusão e transferência metálica (Nascimento, 2005). Figura 2.1 - Esquema representativo da soldagem a arame tubular com proteção gasosa (Braga, 1997 in Nascimento, 2005 e Mendonça, 2007). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 29 O equipamento necessário para a soldagem com arame tubular autoprotegido é mais simples, necessitando apenas de uma fonte de energia e de um adequado sistema de alimentação de arame. Dispensa o armazenamento e a alimentação externa de gás e os reguladores de pressão. Já na soldagem que utiliza proteção auxiliar de gás, a tocha é mais robusta, necessitando de um bocal para o direcionamento do gás, que reduz a visibilidade do soldador à poça de fusão (Nascimento, 2005). A Figura 2.2 representa esquematicamente a soldagem com arame tubular autoprotegido, assim como os elementos presentes durante a abertura do arco, fusão e transferência metálica. (Correa, 2006). Figura 2.2 - Esquema representativo da soldagem a arame tubular autoprotegido (Correa, 2006). A fonte de energia geralmente empregada a esse processo, FCAW, tem característica de tensão constante (plana), a qual permite a estabilização do comprimento do arco através de um controle chamado autoajustagem. Em ambas as formas, o processo é normalmente operado na forma semiautomática, utilizando basicamente o mesmo equipamento do processo GMAW, a Figura 2.3 apresenta o equipamento de soldagem a arame tubular com proteção gasosa similar ao usado para soldagem GMAW. Na Tabela 2 observam-se as vantagens, limitações e principais aplicações do processo de soldagem FCAW, no qual pode ser realizado um comparativo com outros processos a fim de avaliar a relação custo-benefício para a eventual aplicação. (Modenesi, 2006). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 30 Figura 2.3 - Representação esquemática do equipamento para soldagem FCAW. (Mendonça, 2007). Tabela 2.2 - Vantagens, limitações e aplicações da soldagem FCAW. Vantagens e limitações Elevada produtividade e eficiência. Soldagem em todas as posições. Custo relativamente baixo. Produz soldas de boa qualidade e aparência. Equipamento relativamente caro. Pode gerar elevada quantidade de fumos Necessita limpeza após soldagem. Fonte: Modenesi, 2006. Aplicações Soldagem de aços carbono, baixa e alta liga. Soldagem de fabricação e de manutenção. Soldagem de partes de veículos. Soldagem de montagem no campo. 2.3.1 Metal de Adição Segundo Barrozo (2006), os arames tubulares podem ser classificados em três (03) tipos segundo o fluxo fusível interno que apresentam: rutílico, básico e metálico. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 31 O fluxo do tipo rutílico é mais comumente utilizado no processo FCAW devido à facilidade de formação da gota. Além disso, possibilita a soldagem fora de posição devido à formação de escória com uma composição que inicia a solidificação em temperaturas altas, permitindo um bom suporte para a sustentação da poça de fusão (Dias, 2003, Nascimento, 2005). Para French e Bosworth (1995), os arames com fluxo do tipo básico são utilizados quando elevadas propriedades mecânicas do metal de solda com baixo níveis de hidrogênio são requeridos. Uma grande desvantagem destes arames é o seu baixo desempenho operacional. Comparados com o arame de fluxo rutílico, eles têm um arco mais instável, com altos níveis de salpicagem. Mesmo em pequenos diâmetros, os arames de fluxo básico não são satisfatórios para a soldagem fora de posição, porque em baixas correntes de soldagem, necessárias para a soldagem fora de posição, a transferência metálica ocorre em grandes gotas, as quais dependem da força da gravidade para uma satisfatória formação. Além disso, no estado líquido a escória básica não garante um suporte adequado de sustentação para a poça de fusão como o da escória líquida produzida pelo arame rutílico. Os arames com recheio metálico fornecem uma alta taxa de deposição e baixíssima formação de escória. Eles normalmente operam usando proteção gasosa rica em argônio e em densidades de corrente e de tensão que facilitem a transferência metálica no tipo spray. Correntes de soldagem para estes arames, são então, usualmente de altos valores. Em baixas correntes o metal é transferido em grandes gotas e, como resultado, a capacidade de soldagem fora de posição fica comprometida. (Dias, 2003, Nascimento, 2005). Esta descrição das características destes arames ilustra que, enquanto o arame de fluxo rutílico oferece fácil operacionalidade para a soldagem em todas as posições, os arames de fluxo básico e com recheio metálico oferecem vantagens potenciais em termos de propriedade mecânica da solda, níveis de hidrogênio difusível, taxa de deposição e eficiência. As principais desvantagens do arame com fluxo básico e com recheio metálico são a restrita faixa de corrente na qual eles operam satisfatoriamente e sua inadequação para o uso em soldagem fora de posição. Segundo Fortes (2006) e Mendonça, (2007), as funções básicas do fluxo são: Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 32 • Desoxidantes e formador de nitretos: atuam de forma a combater a ação do hidrogênio e do oxigênio, diminuindo a possibilidade do surgimento de porosidade e fragilidade, os desoxidantes mais utilizados são manganês e silício; • Formadores de escória: óxidos de cálcio, potássio, silício, ou sódio são adicionados ao fluxo, tendo como função a formação de escória protetora da poça de fusão; • Estabilizadores de arco: elementos como potássio e sódio, são benéficos na obtenção de um arco suave, reduzindo também a salpicagem; • Elementos de liga: as adições de elementos de liga podem melhorar propriedades mecânicas da junta soldada, tais como resistência, ductilidade, microdureza e tenacidade. Os elementos mais indicados para se conseguir isso são: molibdênio, cromo, carbono, manganês, níquel e vanádio; • Geradores de gases: geralmente minerais como a fluorita e o calcário são adicionados ao fluxo para se produzir uma atmosfera gasosa protetora. 2.3.1.1 Designação de arames tubulares para soldagem com proteção gasosa. Esta classe de arame eletrodo tem a sua especificação baseada na norma AWS (American Welding Society), que designa cada símbolo componente da especificação, como ilustrado nas Figuras 2.4 e 2.5 a seguir: Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 33 Figura 2.4 – Identificação para eletrodos FCAW de aços médio carbono (ASME in Dias, 2003). Figura 2.5 – Identificação para eletrodos FCAW de aços baixa liga (ASME in Dias, 2003). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 34 2.3.2 Características Operacionais e Econômicas Machado (1996), Braga (1997) e Mota (1998) afirmam que, comparado com a soldagem com Eletrodo Revestido e MIG, o processo de soldagem FCAW apresenta uma maior taxa de deposição e a possibilidade de redução nos chanfros, com a conseqüente vantagem econômica da redução no volume da massa de metal de adição necessário para o preenchimento total do chanfro. Para Nascimento (2005), o processo de soldagem FCAW é recomendado para a soldagem no campo (ambiente industrial), pois promove adequada proteção ao metal de solda e ao arco voltaico se exposto a velocidade de vento de até 5 m/seg. Além disso, está habilitado para soldar em todas as posições. A composição do fluxo neste processo de soldagem possibilita condições para a transferência metálica no modo spray mesmo com o CO usado como gás de proteção, o que não 2 se observa no processo de soldagem MAG. Segundo Machado (1996), uma desvantagem do processo de soldagem arame tubular é o elevado custo relativo do metal de adição, que ocorre devido às dificuldades operacionais em seu processo de fabricação e, também, devido à pequena demanda de mercado, para o produto. A elevada geração de fumos durante a operação de soldagem somada a necessidade de custos adicionais para a remoção de escória, são fatores que ainda inibem o uso deste tipo de arame em relação aos arames maciços usados nos processos de soldagem MIG, MAG e Arco Submerso. Em Dias (2004), os consumíveis utilizados neste processo de soldagem, são fabricados nos diâmetros que variam de 1,0 a 3,2 mm e a configuração geométrica metal/fluxo, em sua seção transversal, podem apresentar como tubular simples ou “multfoder”, conforme é ilustrado na Figura 2.6. As formas simples, Figura 2.6(e), são de mais fácil fabricação e custos mais baixos. Nas seções mais complexas, Figura 2.6(a, b, c, d), projetadas para arame de maior diâmetro, as características operacionais (estabilidade) do arco são superiores e propiciam melhor soldabilidade, no entanto, têm dificuldades para a soldagem fora da posição plana. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 35 Figura 2.6 - Geometria de seções transversais típicas de arames tubulares (Dias, 2004). 2.3.2.1 Influência da inclinação da pistola A inclinação da tocha de soldagem forma com a reta vertical situada perpendicularmente a linha de soldagem, um ângulo de deslocamento ou de ataque que pode ser para frente ou para trás, negativo ou positivo, segundo as Figuras 2.7 e 8. A utilização da pistola de soldagem pode ser contra ou a favor da direção de soldagem, podendo influir na geometria de solda. A pistola se inclinando para frente, Figura 2.7, ângulo positivo e a favor da direção da soldagem, imaginando-se que esta direção seja efetuada da esquerda para a direita, tem-se a chamada soldagem “à direita”. Neste caso, o jato de plasma empurra o metal líquido para trás e o arco incide mais diretamente no metal de base. Assim, a largura do cordão será menor, com maior penetração e reforço convexo, embora o controle da operação de soldagem seja mais difícil e o efeito da proteção de gás tende a diminuir gerando porosidades. (Sábio, 2007). Em Quites (2002), a pistola juntamente com o eletrodo inclinados para trás, para o lado da solda, ângulo de deslocamento negativo, Figuras 2.7, imaginando-se que a direção de soldagem seja efetuada da esquerda para a direita, têm-se a chamada soldagem “à esquerda”. Desta forma o jato de plasma espalha o material líquido na forma de um colchão fluído. Isto faz aumentar a largura do cordão de solda e diminuir o reforço e a penetração. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 36 Figura 2.7 – Efeito da inclinação do eletrodo (Sábio, 2007) A utilização de um ângulo de deslocamento ou ataque compreendido entre 0 a 20º, já que seu valor depende da posição de soldagem empregada, correspondem à aplicação de ângulos negativos, Figuras 2.8, apesar da facilidade na operação, também provocará baixa penetração além de um cordão largo e chato e com reduzida incidência de salpicos (Barra, 2003). Figura 2.8 – Ângulo de posicionamento da tocha (Barra, 2003). O ângulo de trabalho localiza-se transversalmente à solda, conforme representa na Figura 2.8, corresponde normalmente entre 35 a 115º em relação à vertical, que apresenta influência sobre a simetria do cordão de solda. A seleção do ângulo de trabalho dependerá da posição de soldagem e do tipo de junta. Para Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 37 soldagem semiautomatizada em campo industrial há a necessidade de um profissional que mantenha uma regularidade operacional na deposição do metal de adição. 2.3.2.2 Extensão do Eletrodo Para Fortes (2004), a extensão do eletrodo descreve a distância entre o bico de contato da tocha e o arco, chamado também de “stickout”. As condições de corrente devem ser ajustadas no botão de controle, mas durante a soldagem pode ser necessário reduzir a quantidade de calor na poça de fusão para acomodar uma montagem deficiente ou uma soldagem fora de posição. Um aumento na extensão do eletrodo e a resistência elétrica adicional resultante produzirão uma poça de fusão mais fria e menos fluida. Da mesma forma, qualquer redução na extensão do eletrodo terá o efeito de aumentar a corrente de soldagem, podendo trazer algum benefício no controle da penetração, especialmente onde houver alguma montagem inconsistente. Em alguns casos especiais, onde houver dificuldade de acesso ou em chanfros estreitos, pode ser aplicada uma montagem em que o bico de contato fique protuberante em relação ao bocal, mas deve ser tomado um cuidado especial para garantir uma ação efetiva do gás de proteção. Fortes (2004) cita que quando se opera no modo de transferência por curtocircuito, uma extensão do eletrodo de 12 mm será suficiente para a maioria das aplicações, enquanto que a transferência por aerossol produz uma quantidade maior de calor irradiado e deve ter uma extensão do eletrodo de aproximadamente 20 - 30 mm. Durante a soldagem propriamente dita, qualquer grande variação produzirá um depósito de solda inconsistente, sendo que uma extensão do eletrodo excessivamente grande reduzirá a eficiência da proteção do gás. Para uma dada taxa de alimentação de arame, qualquer aumento na extensão do eletrodo tem o efeito de reduzir a corrente fornecida pela fonte. Aumentando-se a velocidade de alimentação do arame para compensar a queda de corrente resultará em um significativo aumento na taxa de deposição do metal de solda, observado na Figura 2.9. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 38 Figura 2.9 – Extensão do eletrodo e taxa de deposição (Fortes, 2004). 2.3.2.3 Tensão e Corrente A tensão do arco tem uma influência direta no comprimento do arco que controla o perfil do cordão, a profundidade da penetração e a quantidade de respingos. À medida que a tensão do arco é reduzida, a penetração aumenta, sendo particularmente importante em juntas de topo em “V”. Um aumento na tensão resultará em um comprimento de arco também longo, aumentando a probabilidade de ocorrência de porosidade e de mordeduras. Em fontes de tensão constante, a corrente de soldagem está diretamente relacionada à velocidade de alimentação do arame. Quanto maior for a velocidade de alimentação, maior será a corrente fornecida pela fonte de modo a fundir o arame alimentado à poça de fusão. Com arames tubulares com fluxo não metálico, a corrente aplicada deve permanecer preferencialmente na metade superior da faixa recomendada para um determinado diâmetro, exceto para soldagem fora de posição nos diâmetros 1,2 mm e 1,4 mm e quando for empregado o modo de transferência por curto-circuito a correntes abaixo de 220 A. (Fortes, 2004 e Figueiredo, 2005). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 39 2.3.2.4 Velocidade de Soldagem A velocidade de soldagem tem uma influência importante na penetração. Por exemplo, aplicando-se um arame tubular metálico de diâmetro 1,6 mm a 350 A, um aumento na velocidade de soldagem de 30 cm/min para 60 cm/min aproximadamente dobra a penetração na raiz de uma junta em ângulo. Para velocidades acima de 80/100 cm/min, a penetração diminui. Fortes (2004) e Figueiredo (2005) comentam que, da mesma forma, ocorre uma redução na penetração se a velocidade de soldagem baixar para valores menores que 30 cm/min, tendo em vista que o arco pode tender mais para a poça de fusão do que para o metal de base. Ainda, o uso de baixas velocidades de soldagem deve ser evitado quando são requeridas propriedades de impacto a baixas temperaturas. Mesmo que a junta possa ser preenchida em poucos passes, os volumosos depósitos de solda resultarão em grandes aportes térmicos e por isso a tenacidade ao impacto será reduzida. Além disso, no caso de arames tubulares com fluxo não metálico, deve ser considerada a dificuldade de controle da escória a baixas velocidades de soldagem, que pode passar à frente da poça de fusão e gerar inclusões de escória. 2.3.3 Gás de Proteção A utilização de um gás externo à operação de soldagem tem como principal função promover condições favoráveis à ionização e à estabilidade do arco elétrico, proteger a poça de fusão de contaminantes do meio ambiente e garantir níveis de propriedades do cordão de solda adequados a resistência esperada. A formação de óxidos na solda pode ocasionar vários problemas, tais como, porosidade e fragilização. No entanto, a vazão e o tipo de gás de proteção tem um pronunciado efeito sobre os seguintes itens de importância na soldagem a arco voltaico (Irving, 1994 in Bracarense, 2000): Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 40 - Características do arco; - Modo de transferência metálica; - Penetração e perfil do cordão de solda; - Velocidade de soldagem; - Tendência à mordedura; - Ação de limpeza; - Propriedades mecânicas do metal de solda. Para avaliarmos o efeito que a vazão e o gás de proteção exercem na solda e na operação de soldagem, deve-se analisar a influência que o oxigênio e o CO 2 exercem quando adicionados ao argônio ou ao hélio. O argônio e o hélio garantem a proteção quando usados na soldagem de metais não ferrosos. (Nascimento, 2005). Pequenas variações na composição da mistura de gás têm um efeito relativamente pequeno na taxa de fusão do arame em comparação com sua influencia nas características de transferência arco/metal e no comportamento da poça de solda. Cada gás básico contribui com determinadas propriedades para o desempenho global da mistura. (Ferreira, 2007). O gás também tem influência nas perdas de elementos químicos, na temperatura da poça de fusão, na sensibilidade à fissuração e porosidade, bem como na facilidade da execução da soldagem em diversas posições. Os gases nobres (Argônio ou Helio) são preferidos por razões metalúrgicas, enquanto o CO2 puro é preferido por razões econômicas (Carvalho, 1999). Uma mistura à base de Argônio contendo uma certa quantidade de gás oxidante (Oxigênio ou CO2) é necessária para se obter um arco estável. (ASM, 1993, Bracarense, 2000 e Ferreira, 2007). 2.3.4 Modos de transferência metálica Pode-se conceituar transferência metálica como sendo o transporte de gotas fundidas de metal da ponta de um eletrodo consumível para a poção de fusão. A Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 41 classificação dos modos de transferências se faz levando-se em consideração o tamanho da gota, e as características como é transferida. Assim pode-se classificar os modos de transferência metálica como: curto-circuito, globular e “spray” (aerossol), apresentados esquematicamente na Figura 2.10. (Modenesi, 2006, Marques, 2006). Figura 2.10 – Representação esquemática dos principais modos de transferência (Barra, 2003). Para Miranda (2002) uma forma prática de controlar diretamente a transferência metálica consiste em empregar sensores que identifiquem a transferência da gota e reajustar os parâmetros de soldagem (caso necessário) para melhorar a transferência metálica e, conseqüentemente, otimizar o processo. Entretanto, isto nem sempre é fácil de ser realizado em virtude da complexidade dos fenômenos envolvidos, o que dificulta a identificação da transferência metálica. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 42 2.3.4.1 Transferência metálica no processo FCAW. Nesse processo, o fluxo, não metálico ou agente formador de escória, fica localizado no interior da parte metálica do arame, sendo esta a responsável pela condução elétrica até o arco. Este ocorre externamente ao fluxo e, assim, as condições para a fusão são menos favoráveis do que em outros processos com proteção por fluxo. Neste processo, a forma de transferência depende particularmente das características do fluxo no núcleo do arame, Figura 2.11, a seguir. Figura 2.11 - Formas típicas de transferência na soldagem com arames tubulares. Arames: (a) "metal cored", (b) rutílico, (c) básico e (d) auto-protegido. (Modenesi, 2009). Arames com o núcleo de pó metálico e que contêm poucas adições não metálicas ("metal cored") se comportam de forma similar a arames sólidos. A presença, contudo, de adições capazes de estabilizar o arco possibilita a operação com transferência não repulsiva com eletrodo negativo. Arames rutílicos operam normalmente a altas correntes com uma transferência “spray” projetada não axial. Arames básicos operam normalmente com transferência globular não axial a correntes elevadas e curto-circuito para menores correntes. Em arames autoprotegidos, as transferências por curtocircuito e globular repelida são típicas (Modenesi, 2009). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 43 2.4 Processo de Soldagem MIG/MAG Duplo Arame O processo de soldagem MIG/MAG duplo arame tem sido comercialmente aplicado e avaliado nos últimos anos. Conforme Michie et al (1999) in Groetelaars (2005), somente com o advento de equipamentos de soldagem eletrônicos é que o mesmo se tornou comercialmente disponível. Sendo introduzido no mercado no final da década de 40 com o intuito de aumentar a produtividade e versatilidade dentre os processos de soldagem de ligas ferrosas e não-ferrosas. Como o mercado industrial é muito competitivo, o processo MIG/MAG convencional começou a não atender mais a demanda das industriais no que diz respeito à produtividade (Ojo, 2005, Groetelaars , 2007). 2.4.1 Características do processo A soldagem MIG/MAG com dois arames é uma variante do processo MIG/MAG e caracteriza-se pela formação de um par de arcos elétricos entre uma única poça de fundida e dois eletrodos consumíveis continuamente alimentados, ilustrado na Figura 2.12. Comparativamente à soldagem MIG/MAG convencional, o duplo arame apresenta as seguintes características principais: maior taxa de deposição de material, possibilidade de soldagens com velocidades de deslocamento mais elevadas e o menor aporte térmico sobre a peça, este como conseqüência da utilização de velocidades de soldagem mais altas. (Motta e Dutra, 2000, Li e Zhang, 2007 e Scotti e Ponomarev, 2008). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 44 Figura 2.12 – Representação esquemática do processo MIG/MAG duplo arame. (Groetelaars, 2005) A soldagem MIG/MAG ou Gas Metal Arc Welding (GMAW) com dois arames tem como característica básica a abertura de dois arcos elétricos entre uma única poça de fusão e os dois eletrodos consumíveis. Os arcos e a poça de fusão são protegidos por um gás que, em conjunto com os eletrodos, é selecionado de acordo com o tipo de metal de base (Motta, 2000). A energização dos dois arames-eletrodo pode ser feita por uma única fonte (ou duas interligadas em paralelo) ou por duas fontes independentes, o que caracteriza o processo como potencial único (DAPU) ou potencial isolado (DAPI), respectivamente. Como dois alimentadores de arame-eletrodo são utilizados, podem-se usar diferentes composições químicas de arames e obter velocidades de alimentação distintas. Como duas fontes podem opcionalmente ser usadas para comandar os dois alimentadores, diferentes parâmetros elétricos podem ser impostos sobre cada arame. Também pode-se variar a disposição (posicionamento), Figura 2.13, relativa das pontas dos arames em relação à peça, ou seja, disposição em paralelo ou em série (Groetelaars, 2005). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 45 Figura 2.13 – (a) e (b) disposições em paralelo, (c) e (d) disposições em série. (Groetelaars, 2005 e Scotti, 2008). a) MIG/MAG Duplo Arame com Potencial Único Nesse processo de soldagem, os eletrodos são fornecidos por alimentadores de arames independentes havendo, portanto, a energização dos arames através do bico de contato. Por isso, estão submetidos ao mesmo potencial elétrico. Na outra extremidade podem estar conectados aos bornes de uma ou de duas fontes de energia. No caso dos sistemas que empregam uma única fonte de potência, Figura 2.14, esta deverá fornecer as correntes de soldagem com intensidades suficientes para atender às altas taxas de fusão e deposição requeridas pelo processo (Motta, 2002; Groetelaars, 2005). Uma vantagem desse processo de soldagem em relação aos demais é o menor custo operacional, uma vez que o número de equipamentos e acessórios necessários para a soldagem por esse processo é, em geral, inferior em relação aos sistemas com potenciais isolados, que serão caracterizados no próximo item. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 46 Figura 2.14 - Representação esquemática do sistema com potencial único (Motta, 2002). Uma característica do sistema com potencial único é a possibilidade da construção de uma tocha mais compacta e mais leve (Figura 2.15). Um único bico de contato facilita a limpeza automática do bocal, uma vez que ele usualmente é cilíndrico e concêntrico ao bico de contato. Outra característica é que os arames saem do bico de forma paralela. A distância entre os arames é geralmente menor que nas tochas utilizadas para potencial isolado e, em algumas tochas comerciais, pode chegar até a 4 mm. A tocha pode ser inclinada ou trabalhar perpendicularmente à chapa. Figura 2.15 - (a) Tocha de potencial único (modelo fabricado pela Abicor-Binzel); (b) detalhes do bocal/bico de contato (Groetelaars, 2005). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 47 b) MIG/MAG duplo arame com potenciais isolados No segundo sistema, Figura 2.16, os dois eletrodos são isolados eletricamente e os arcos são mantidos por duas fontes de soldagem separadas. O isolamento elétrico entre os eletrodos e a manutenção dos arcos por fontes de soldagem separadas são as características que identificam este processo (Motta, 2002 e Groetelaars, 2005). Portanto, assim como no processo duplo arame com potencial único os eletrodos são fornecidos por dois alimentadores de arames. Uma vantagem deste sistema é a possibilidade de se atuar de forma independente sobre a manipulação dos parâmetros de soldagem de cada arco elétrico, através de ambas as fontes, conferindo-se funções distintas a cada um dos dois arcos. Figura 2.16 - Representação esquemática dos sistemas com duplo arame com potenciais isolados (Motta, 2002) Sistemas com tochas acopladas por um suporte oferecem maior versatilidade, uma vez que utilizam tochas convencionais (facilidade de reposição de peças), e maior flexibilidade, porque permitem a variação da angulação entre as tochas. Nesse último tipo de tocha, a distância entre eletrodos pode chegar até a 25 mm (Kodama et al, 1997 in Groetelaars, 2005). Ainda deve-se lembrar a possibilidade de soldar com a tocha inclinada ou perpendicularmente à chapa. Presume-se que a utilização de tochas de potencial isolado, Figura 2.17, resulte em um maior consumo de gás de proteção e dificuldade de acesso às juntas, já que essa tocha possui maiores dimensões em se comparando com a tocha de potencial. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 48 Figura 2.17 - Tochas de potencial isolado: a primeira é integrada, com arames inclinados (modelo fabricado pela Closs); a outra apresenta detalhes do bocal/bico de contato da tocha “c”. (Groetelaars, 2005). 2.4.2 Vantagens e Limitações Motta (2002) cita que a aplicação do processo duplo arame tem aumentado na indústria, principalmente, em atividades que solicitem um baixo aporte de energia sobre as peças, permitindo a imposição de maior velocidade de deslocamento e ainda proporcionar alta taxa de metal depositado. Além disto, outros autores citam que estas são algumas das principais vantagens do processo com duplo arame em relação ao processo de soldagem MIG/MAG e destacam, ainda, que os problemas como falta de fusão, porosidade e mordedura são drasticamente reduzidas com a aplicação do duplo arame na soldagem. Além da capacidade de obter altas taxas de deposição e velocidade de soldagem, Groetelaars (2007) cita que o processo duplo arame ainda possibilita algumas outras vantagens como: Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 49 • Controlar a geometria do cordão de solda, através do posicionamento da tocha (ângulos), do comprimento de arco e da corrente de cada arame, apresentando-se como uma solução na soldagem de juntas mal ajustadas; • Utilizar eletrodos com diferentes diâmetros e diferentes composições químicas; • Alimentar arames com diferentes velocidades e diferentes intensidades de corrente; • Reduzir o nível de porosidade em altas velocidades devido ao aumento da área da poça de fusão (maior o tempo para liberação dos gases dissolvidos na poça de fusão); • Extrema versatilidade e ampla faixa de aplicações, excelentes características para robotização e pouca produção de escória (intrínsecas ao processo MIG/MAG convencional). Como desvantagem do processo duplo arame temos o custo dos equipamentos e acessórios que compõe o sistema GMAW; os aspectos relacionados com a segurança e saúde com a emissão de luzes ultravioletas por parte do arco elétrico; a necessidade de treinamento de pessoal. Outras limitações são apresentadas por Gonzáles (1999) no uso de duplo arame em MIG/MAG, ou seja: • As taxas de fusão são limitadas – devido principalmente às condições físicas do arco em correntes elevadas; • Interferência do campo magnético ou deflexão magnética devido à proximidade dos arcos. A esta lista de limitações citadas por Gonzáles ainda poderiam ser acrescentados: • Dificuldade na montagem e preparação da área de trabalho onde serão realizadas as soldagens, acarretando em maior tempo de preparação e, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 50 conseqüentemente, aumento dos custos do processo (aumento da complexidade do sistema); • A abertura dos arcos é mais complicada. 2.5 Considerações sobre o Processo de Soldagem com Adição de Arame Frio Para Barrozo (2006), o processo de soldagem arame tubular na versão FCAW-CW se refere à soldagem arame tubular com arame frio e consiste na utilização do processo FCAW com a introdução de um arame frio na atmosfera do arco voltaico gerado na ponta do arame eletrodo (arame energizado). Desta forma, o arame frio se funde em decomposição simultânea com o arame eletrodo na constituição do metal depositado, em coalescimento com o metal de base, para a geração do metal de solda. A concepção desta técnica de soldagem tem como objetivo principal contribuir para o aumento da produtividade de processos de soldagem a arco voltaico que utilizam alimentação contínua de um arame eletrodo até a poça de fusão, ou seja, dos processos GMAW e FCAW (Bacelar e Ferraz, 2005; Barrozo, 2006; Sábio, 2007). Estudos iniciais desenvolvidos por Bacelar e Ferraz (2005), apresentam a soldagem GMAW com arame frio, utilizando arames de 1,2 mm, resultando numa produção média de 70% acima da soldagem GMAW, com bons níveis de estabilidade e qualidade superficial da união. Concluem em seu trabalho a viabilidade operacional do processo, frente aos resultados obtido. Para a realização dos experimentos iniciais, foi necessário o desenvolvimento de um suporte que permitiria a condução do arame frio à poça, que vem inovando com as necessidades de adaptação ao processo, conforme apresentam as literaturas Bacelar e Ferraz (2005), Barrozo (2006) e Sábio (2007), respectivamente. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 51 Em Bacelar e Ferraz (2005), o suporte desenvolvido pelo GETSOLDA e inicialmente testado, apresentou bons resultados, a Figura 2.18, mostra o esquema do 1º protótipo do suporte desenvolvido para o sistema arame frio. Figura 2.18 – Modelo esquemático do 1º protótipo para soldagem arame frio (Bacelar e Ferraz, 2005). 2.5.1 Caracteristicas do Processo Arame Frio O processo de soldagem MAG-CW (CW – “Cold Wire”, Arame Frio) demonstra melhor produção alcançada, em relação ao processo MAG convencional, indicando boa performance no aumento das taxas de fusão e de deposição, observando que a maior evidência no desempenho destas características econômicas ocorreu em função da adição de arame frio, contribuindo na evolução da quantidade de massa fundida dos arames que foi efetivamente incorporada ao metal de solda por unidade de tempo (Sábio, 2007). Segundo Sábio (2007), a transferência metálica no processo de soldagem MAG-CW foi por curto-circuito, se comportou de forma estável em todas as condições, conforme apresentado nos oscilogramas, entretanto, em Barrozo (2006) Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 52 e Mendonça (2007), os estudos de corrente e de tensão não apresentam curtoscircuitos nas soldagens FCAW-CW, o que somado a regularidade e a facilidade das transferências de cargas elétricas e de metal sugerem o modo de transferência do tipo spray. O que confirma os modos de transferência previstos nas literaturas pesquisadas para os modos convencionais. A utilização do gás CO2 para as soldagens MAG-CW e FCAW-CW como gás de proteção é justificada, primeiro por ter custo economicamente viável e segundo por observações significantes na qualidade e desempenho do processo apresentados nos trabalhos de Bacelar e Ferraz (2005), Barrozo (2006), Mendonça (2007) e Sábio (2007). Para Sábio (2004), as velocidades de alimentação de arame eletrodo e arame frio devem apresentar a proporção de 2:1, admitindo que velocidades mais altas podem exceder o limite tolerável e o arame não energizado pode ficar retido e solidificado na poça de fusão, como conseqüência o travamento do sistema. 2.5.2 Sistema de Alimentação de Arame Frio. Os experimentos empregando os processos Arame Frio, foram realizados em uma bancada de soldagem, ajustada para operação automatizada, na posição plana, com as técnicas operacionais puxando e empurrando o arco voltaico. O suporte guia de alimentação do arame frio é acoplado a tocha de soldagem em disposição geométrica transversal e posicionamento longitudinal. No primeiro modelo desenvolvido no laboratório de soldagem da UFPA, foi possível observar a operacionalidade do processo, como também da tocha com o sistema de alimentação do arame frio. As Figuras 2.19 (a) e (b) mostram as possibilidades de soldagem do novo sistema nas posições transversal e longitudinal, respectivamente, pelo método automatizado (Bacelar e Ferraz, 2005). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 53 Figura 2.19 – Disposição da alimentação de arame (a) na posição transversal, (b) na posição longitudinal. (Bacelar & Ferraz, 2005). Para alcançar um alto grau de liberdade para o posicionamento de entrada do arame frio, foi possível também adicionar um transferidor ao protótipo (ver Figura 2.20), o que permite um controle apreciável do ângulo de adição do arame frio. Assim desenvolveu-se o 2º suporte no modo automatizado para dos ensaios em laboratório, Figura 2.21. Figura 2.20 – Protótipo do 2º suporte de alimentação de arame frio. (Sábio, 2007). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 54 Figura 2.21 – 2º suporte de alimentação de arame frio desenvolvido para o modo automatizado com controle de ângulo: (a) disposição “transversal”, (b) disposição “longitudinal” (Sábio, 2007). Num terceiro momento foi possível reduzir dimensões e agregar uma operacionalidade maior, tanto para a execução da soldagem manual, quanto para a manipulação do sistema de adição do arame frio. A Figura 2.22 (a), (b) e (c) ilustra o terceiro suporte desenvolvido pelo Grupo de Soldagem, GETSOLDA. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 55 Figura 2.22 – 3º Suporte de alimentação de arame frio (a) protótipo, (b) modo automatizado e (c) modo semiautomatizado. (GETSOLDA). 2.6 Soldabilidade dos Aços Estruturais. 2.6.1 Classificação dos aços Existem diversos tipos de aços e inúmeras formas de classificá-los: aços estruturais, fundidos, ferramentas, inoxidáveis, laminados a quente, microligados, baixo carbono, ao níquel, cromo-molibidenio, C-1020, A36, temperado e revenido, efervescentes, etc (Hume-Rothery, 1968, Chiaverini, 2002 e Modenesi, 2001). Um sistema muito usado para a classificação de aços é a Designação numérica de Aços Carbonos e Aços Ligados do Americam Iron and Steel Institute, sistema AISI ou SAE, ver a Tabela 2.3, uma vez desenvolvido pela Society of Automotive Engineers, e é adotado basicamente sem alterações pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 56 Tabela 2.3 – Alguns exemplos de classificação usual dos aços. Designação AISI-SAE UNS 10XX G10XXX 15XX G15XXX 43XX G43XXX E51100 50BXX G51986 G50XXX 51B60 G51601 Fonte: Chiaverini, 2002. Tipos de Aços Aços-carbono comuns Aços-Mn com manganês acima de 1% Aços-Ni-Cr-Mo com 1,65 a 2 de Ni, 0,4 a 0,9% de Cr e 0,2 a 0,3% de Mo. Aços-cromo (forno elétrico) com 1% de Cr. Aços-Cr com 0,2 a 0,6% de Cr e 0,0005 a 0,003% de boro Aços-Cr com 0,8% de Cr e 0,0005 a 0,003% de boro Em Modenesi (2001) e pelo CIMM (Centro de Informações Metal Mecânica) são apresentadas outras classificações de aços e ligas metálicas feita pela American Society for Testing and Materials (ASTM), apresentados alguns exemplos na Tabela 2.4. Além das especificações usadas que são pela American Society of Machanical Engineers (ASME), American Petroleum Institute (API) e o American Bureau of Shipping (ABS), e outras organizações normalizadoras nacionais como British Standard (BS) e a (DIN). Tabela 2.4 – Algumas classificações realizadas pela ASTM. Designação ASTM Tipo Especificado A36/ A36M Aço estrutural A131/ A131M Aço estrutural para embarcações A242/ A242 M Aço estrutural de alta resistência e baixa liga A709 Aço estrutural para pontes Fonte: ASM Metals Handbook, 1990 and CIMM – Centro de Informações Metal Mecânica. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 57 2.6.1.1 Influencia dos elementos de ligas. Ainda de acordo com a ABNT, os aços-liga são os que possuem outros elementos de liga, não se considerando como tais os, elementos adicionados para melhorar sua usinabilidade. A soma de todos esses elementos, inclusive carbono, silício, manganês, fósforo e enxofre não deve ultrapassar 6%. No caso do silício, manganês e alumínio, sempre presentes nos aços-carbono, os aços serão considerados ligados quando seus teores ultrapassarem 0,6%, 1,65% e 0,1% respectivamente. (Chiaverini, 1977 e Brown, 2000). A soldabilidade é outra característica muito importante para este tipo de material de construção, visto que a soldagem de peças estruturais é comum. Os aços-carbono comuns também satisfazem plenamente este requisito, pois podem ser soldados sem alteração da estrutura. E pode ser estimada através da utilização de uma das expressões desenvolvidas para essa finalidade. Em Modenesi (2004) e Brandi (1995), uma das mais conhecidas é o efeito da composição química expressa em termos de fórmulas de carbono-equivalente, apresentada na Equação 2.1, quanto maior for o carbono equivalente, menor será a soldabilidade do aço, e mais lentamente deverá ser feito o resfriamento. As temperaturas de pré-aquecimento e interpasses deverão ser maiores e o controle do hidrogênio também deverá ser maior (Kou, 2002). Mn Cr Mo V Ni Cu %C eq % C 6 5 15 Equação 2.1 2.6.1.2 Aços Carbono e de Baixa Liga Aços carbono são ligas de ferro e carbono (até 2%C) contendo ainda, como residuais (de matérias primas ou do processo de fabricação), outros elementos como Mn, Si, S e P. Aços de baixo carbono têm um teor de carbono inferior a 0,15% a 0,3%C. Aços de baixa liga têm uma quantidade total de liga inferior a 2% (Smallman, 1999, Modenesi, 2001 e Fortes, 2004). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 58 Aços de baixo carbono o teor varia entre 0,10 e 0,25%C, o Manganês entre 0,25 e 1,5%Mn, o fósforo máximo é de 0,4%P e de enxofre de 0,5%S, sendo considerados elementos desoxidantes o Mn e o Si (Smallman, 1999 e Brown, 2000). Estes são os aços mais comumente usados em fabricação e construção. São materiais soldáveis por qualquer processo a arco, gás ou resistência. Os aços resistentes ao tempo são aços de baixa liga que podem ser expostos ao ambiente sem serem pintados, a sua resistência a corrosão é quatro vezes a de aços estruturais ao carbono, e são especificados pela ASTM A242. (Modenesi, 2001 e Gottardo, 2006). 2.7 Características Econômicas As características econômicas do arame consumível são compostas através do consumo, da produção e dos rendimentos de deposição. Para Mota (1998) um dos fatores de grande importância na seleção de um arame consumível ou eletrodo para soldagem é o seu desempenho econômico. No entanto, dentre as variáveis capazes de interferir ou influenciar no desempenho do consumível destacam-se: a composição química; o modo de transferência metálica; a natureza e o valor da corrente e a polaridade; os valores da tensão e do comprimento da distância do eletrodo (“stick-out”), além das perdas de metal por salpicagem. Deve-se considerar, ainda, o diâmetro do arame consumível, o tipo de proteção e a fonte de energia, bem como, as condutividades elétricas e térmicas do consumível que, juntamente com as demais condições de soldagem, as quais interferem de maneira bastante complexa no balanço energético do arco voltaico, responsável pela fusão do arameeletrodo. Machado (1993) destaca que o comportamento das características econômicas de um consumível para soldagem a arco voltaico é analisado através do seu desempenho operacional e é representado por TF (taxa de fusão) que pode ser estabelecida pelo seu consumo, TD (taxa de deposição) determinada pela produção. O rendimento R(%) pode ser definido como rendimento de deposição real através da razão entre a massa do consumível, incorporado ao metal de solda, e a massa de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 59 arame consumida durante a operação de soldagem, na mesma unidade de tempo, ou seja, o rendimento é a razão entre as taxas TD/TF adquiridas na soldagem. 2.8 Ensaios Não Destrutíveis (END) Ensaios não destrutivos são realizados em algumas peças e não interferem ou prejudicam o uso ou o processamento posterior das mesmas. Existe um grande número de métodos de ensaio não destrutivo (END), vários dos quais têm aplicação na inspeção de juntas e equipamentos soldados. Em geral, um END não mede diretamente a propriedade de interesse, sendo o valor desta obtido por alguma correlação entre essa e a propriedade realmente medida. Assim, por exemplo, na inspeção por ultra-som, usualmente se mede a intensidade e tempo de retorno da onda sonora refletida pela descontinuidade, sendo esta informação usada para localizar e dimensionar esta descontinuidade. Assim, a confiabilidade de um END depende da unicidade e precisão da correlação entre a propriedade medida e a de interesse (Modenesi, 2001). 2.8.1 Ensaio de Sanidade do cordão de solda O ensaio de Sanidade do cordão de solda ou ensaio visual é o método de inspeção mais simples, o mais utilizado e, em geral, precede qualquer outro tipo de ensaio. É usado na inspeção de superfícies externas para a determinação de tamanho, forma, acabamento, existência de trincas, poros etc, que possam ser observados ao longo do cordão de solda. Pode ser feito a olho nu ou com o uso de instrumentos como microscópios, lupas, espelhos etc. Além disso, instrumentos como réguas e gabaritos são comumente utilizados (Mendonça, 2007). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 60 2.8.2 Ensaio por Líquidos Penetrantes O ensaio por líquidos penetrantes é um método desenvolvido especialmente para a detecção de descontinuidades essencialmente superficiais, e ainda que estejam abertas na superfície do material (Andreucci, 2007). O objetivo do Ensaio por Líquido Penetrante é assegurar a confiabilidade do produto, por meio de: a) Revelação da natureza da descontinuidade sem danificar a peça; b) Obtenção de uma imagem visual, que revela a descontinuidade na superfície da peça (mancha); c) Separação das peças aceitáveis das não aceitáveis segundo o critério estipulado. A Figura 2.23 apresenta um resumo da seqüência do ensaio por líquidos penetrantes. Figura 2.23 – Resumo da seqüência do ensaio de LP (Andreucci, 2006). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 61 2.9 Características geométricas A avaliação da geometria da superfície plana do cordão de solda é realizada pela análise dimensional de sua seção transversal. Segundo Mota (1998) e Braga (1997), para o mesmo material e tipo de junta, a natureza do consumível, a corrente de soldagem, o comprimento do eletrodo, a tensão e a velocidade de soldagem interferem na geometria da solda. A geometria do cordão de solda tem influência básica na resistência mecânica da junta soldada. O esquema representativo do perfil geométrico do cordão de solda está presente na Figura 2.24 e nela estão indicadas as principais grandezas que caracterizam a geometria do cordão de solda: a penetração lateral (PL), o reforço (R) e a largura (L). Figura 2.24 - Esquema do perfil geométrico do cordão de solda. A análise da geometria da solda é realizada pela avaliação dimensional da seção transversal da Figura 2.24. As medidas de largura (L), reforço (R) e penetração (PL), definem tais características geométricas do cordão de solda depositado na superfície do chanfro das peças metálica. Portanto, a largura do cordão de solda tem relação diretamente proporcional a corrente de soldagem, a tensão do arco elétrico e ao diâmetro do consumível, porém, uma relação inversamente proporcional com a velocidade de soldagem (Farias, 1993). O reforço da solda tem relação direta com a corrente de soldagem e inversa com a tensão, com o diâmetro do consumível e com a velocidade de soldagem. Entretanto, alguns estudos com eletrodos revestidos, comprovam que a penetração da solda no metal Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 62 de base tem relação inversa com a velocidade de soldagem, com o diâmetro do arame eletrodo e direta com a corrente de soldagem (Farias, 1993). Em Figueiredo (2005) a composição química final da zona fundida depende da intensidade nas interações das composições químicas do metal de base e da adição e da participação relativa destes na formação da zona fundida. Esta participação relativa é conhecida como “coeficiente de diluição” ou, simplesmente, como “diluição” (δ), que pode ser expressa pela Equação 2.2, como definida abaixo: B .100% B A Equação 2.2 A diluição pode ser medida em macrografias da seção transversal de soldas, como mostra a Figura 2.25. Seu valor pode variar entre 100% (soldas sem metal de adição) e 0% (brasagem). Figura 2.25 – Esquema representativo da diluição medida na seção transversal da solda (Figueiredo, 2005). O controle da diluição é importante na soldagem de metais dissimilares, na deposição de revestimentos especiais sobre uma superfície metálica, na soldagem de metais de composição química desconhecida, caso muito comum em soldagem de manutenção e na soldagem de materiais que tenham altos teores de elementos prejudiciais à zona fundida, como o carbono e o enxofre (Figueiredo, 2005). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 63 2.10 Caracterização Microestrutural A estrutura de uma liga é, invariavelmente, constituída de unidades denominadas elementos estruturais ou microconstituintes. O ramo da tecnologia que estuda e interpreta essas estruturas é chamado metalografia, processo que, além das informações sobre o comportamento da estrutura íntima da liga metálica, fornece subsídios complementares, indicando a linha de direção de muitas das características importantes orientando, assim, sobre as condições de aplicação tecnológica do produto. A compreensão e interpretação da estrutura de um material exige uma gama muito grande de conhecimentos teóricos e práticos. O estudo da estrutura interna dos metais e suas ligas é uma valiosa ferramenta, tanto para o trabalho de pesquisa como para o industrial, fazendo com que a implantação de um sistema de controle metalográfico racional e organizado, ou seja, a perfeita interação analista / metodologia analítico - estrutural, traga grandes benefícios de ordem técnica e comercial devido à sua versatilidade, rapidez e economia de execução. 2.10.1 Microestrutura da Zona Fundida do Aço Baixo Carbono e Baixa liga Para os aços com baixo teor de carbono e baixa liga, a poça de fusão solidifica-se inicialmente como ferrita, podendo sofrer uma reação peritética com a formação de austenita. Durante o resfriamento, a ferrita remanescente transforma-se em austenita. Esta, em função das elevadas temperaturas, sofre um grande crescimento de grão, tendendo a apresentar uma estrutura de grãos colunares e grosseiros, similar à estrutura original de fusão da zona de fusão. Em temperaturas mais baixas, inferiores a 900°C, a austenita se decompõe, resultando em diferentes produtos ou constituintes. Assim, a microestrutura da zona fundida do metal de solda baixo carbono e baixa liga é resultado do crescimento epitaxial colunar do metal de solda solidificado, sendo influenciada pelo estado inicial da austenita (composição, tamanho de grão, micro-segregações e estado de deformações), das condições de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 64 aquecimento e resfriamento, bem como do efeito dos elementos de liga (Modenesi, 2004). As fases resultantes da decomposição da austenita são basicamente: ferrita, cementita e martensita. Além destas, pequenas quantidades de austenita podem permanecer inalteradas (austenita retida) e diferentes precipitados (outros carbonetos, nitretos, etc.) e inclusões podem existir (Nascimento, 2005). O Instituto Internacional de Soldagem (IIW) desenvolveu um sistema de classificação para os constituintes do metal de solda, baseado na sua observação com o microscópio ótico, que se tornou o mais aceito atualmente. Segundo este sistema, os constituintes mais comuns da zona fundida podem ser classificados como: Ferrita de Contorno de Grão – PF(G). Ferrita Poligonal Intragranular – PF(I). Ferrita com Segunda Fase Alinhada - FS(A). Ferrita com Segunda Fase Não Alinhada – FS(NA). Ferrita Acicular – FA. Agregado ferrita-carboneto - FC Martensita – M. A Tabela 2.5 resume as características destes constituintes segundo o sistema de classificação do IIW e as Figuras 2.26 e 2.27 ilustram este sistema. Normalmente, em estudos que envolve a correlação entre a microestrutura e as propriedades do metal de solda, é necessário realizar metalografia quantitativa no metal de solda, determinando-se a fração ou predominância de seus diferentes constituintes. Serão discutidas abaixo, de forma bem geral, as características gerais destes diferentes elementos estruturais (Modenesi, 2004). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 65 Tabela 2.5 – Constituintes da zona fundida de aços ferriticos observados ao microscópio ótico, segundo o sistema IIW (in Modenesi, 2004). Constituintes - Ferrita Primária Código - de Contorno de Grão PF(G) - Poligonal Intragranular PF(I) - Ferrita Acircular AF - Ferrita com Segunda Fase Alinhada FS(A) - Ferrita com Segunda Fase Não Alinhada FS(NA) - Agregado Ferrita Carboneto FC - Martensita M Descrição Veios de grãos poligonais associados com os contornos de austeníticos prévios. Grãos de ferrita usualmente poligonais, localizados dentro dos grãos austeníticos prévios e mais 3 vezes maiores do que os grãos ou lâminas adjacentes de ferrita. Grãos de ferrita pequenos e não alinhados localizados no interior dos grãos austeníticos prévios. Uma região de AF comumente inclui placas isoladas de grande razão de forma (relação entre o maior e o menor eixo). Duas ou mais placas paralelas de ferrita. No caso de apenas duas placas, a razão de forma deve ser maior do que 4:1. Se o operador tiver segurança, este constituinte pode ser subclassificado como placa lateral de ferrita, bainita superior ou inferior, FS(SP), FS(UB) ou FS(LB). Ferrita envolvendo completamente ou (i) “microfases” aproximadamente equiaxiais ou distribuídas aleatoriamente ou (ii) lâminas isoladas de AF. Estruturas finas de ferrita e carboneto, incluindo ferrita com carbonetos “interfásicos” e perlita. Se o agregado é claramente identificado como perlita, ele deve ser designado como FC(P). Se o agregado for menor que as lâminas adjacentes dentro do grão austenítico prévio, ele deve ser desprezado. Colônias de martensita maiores que as lâminas adjacentes de ferrita. Se o operador estiver seguro, o constituinte pode ser classificado como martensita laminar ou maclada, M(L) ou M(T). Fonte: Modenesi, 2004. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 66 Figura 2.26 - Representação esquemática de constituintes microestruturais (IIW). Onde: a)- Fronteira imaginária entre PF(G) e FS. bi)- Ferrita sob o retículo <3x a largura média da ripas de ferrita que a circundam. bii)- Ferrita sob o retículo >3x a largura média da ripas de ferrita que a circundam. ci)- Duas ou mais ripas paralelas e relação comprimento/largura > 4/1. cii)- Duas ripas com relação comprimento/largura <4/1 ou ripas não alinhadas ou ripas isoladas de alta relação comprimento/largura. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 67 di)- Área da colônia FC sob o retículo < área individual das ripas de ferrita. dii)- Área da colônia FC sob o retículo > área individual das ripas de ferrita. - Ferrita Primária (PF) – Este constituinte pelo seu aspecto claro e liso pode ocorrer sob duas formas e computadas como constituintes distintos, se o observador estiver confiante que a sua diferença é clara: • Ferrita de Contorno de Grão PF(G) – Constituída por veios de ferrita associados a contorno de grãos austeníticos. É o constituinte de mais fácil identificação no metal de solda pelo seu aspecto claro e liso. Costuma adotar a forma de veios, delineando o contorno de grão colunar da austenita prévia. Isto se deve ao fato que sua nucleação e crescimento ocorrem nestes contornos, conferindo-lhes assim uma forma alongada, Figura 2.26-a. • Ferrita Poligonal Intragranular PF(I) – Caracteriza-se como grãos de ferrita normalmente poligonais, encontradas no interior dos grãos da Austenita Prévia, mas que apresentam dimensões superiores ao triplo da largura média das ripas da Ferrita Acicular ou da Ferrita com Segunda Fase, que as circundam, Figuras 2.26-bii. - Ferrita com Segunda Fase (FS) – Pode ocorrer em duas formas computadas como constituintes distintos, se o observador estiver seguro que a distinção é clara. • Ferrita com Segunda Fase Alinhada FS(A) – Duas ou mais ripas de ferritas paralelas. Quando existirem somente duas ripas, deve-se classificar como Ferrita com Segunda Fase Alinhada somente se sua razão de aspecto for maior que 4:1. Caso isto não se verifique, o constituinte deverá ser classificado como Ferrita Acicular ou Ferrita Poligonal, Figuras 2.26-ci. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 68 • Ferrita com Segunda Fase não Alinhada FS(NA) – Ferrita circundante (completamente) às microfases ou às ripas de Ferrita Acicular. - Ferrita Acicular (AF) – Constituinte intragranular de grão fino, com uma morfologia emaranhada em grãos se entrecruzando no interior do grão da austenita prévia, separados por contornos de alto ângulo e razão de aspecto variando de 3:1 até 10:1. Pode incluir ainda ripas isoladas de elevada razão de aspecto. Uma região de AF freqüentemente apresenta a morfologia de uma estrutura de Widmanstatten, mas também inclui ripas isoladas de comprimento superior a largura, Figuras 2.26-bi,2. 26-cii e 2.26-di. - Martensita (M) – É o micro constituinte que se forma como produto final de transformação, ocorrendo freqüentemente em soldagens com baixo aporte térmico. Colônias de martensita maiores que as ripas de ferrita dentro dos grãos austeníticos prévios adjacentes. Colônias menores devem ser tratadas como microfases. É o constituinte que se forma como produto final de transformação. - Agregados Ferrita e Carbetos (FC) – São constituídos por uma estrutura fina de ferrita e carbetos, incluindo perlita e ferrita com carbetos interfásicos. Constituinte formado fora do contorno de grão da austenita. Apresenta uma estrutura interna cuja resolução fica abaixo da obtida por microscopia ótica, formando áreas escurecidas. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 69 Figura 2.27- Microestrutura do metal depositado com indicação dos diferentes constituintes (MO) (Modenesi, 2004 e Nascimento, 2005). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 70 3. MATERIAIS E MÉTODOS Neste item será apresentada a especificação e a descrição dos materiais e equipamentos utilizados, assim como, a metodologia experimental empregada para os processos de soldagem FCAW (convencional) e FCAW-CW (arame frio), englobando as analises de avaliação propostas. 3.1 Materiais Utilizados 3.1.1 Consumíveis A seleção dos tipos de consumíveis estão relacionadas as suas características de elevada produção, facilidade de manutenção da estabilidade do arco e de facilidade de aplicação da técnica de soldagem. 3.1.1.1 Arame Eletrodo Foi utilizado como arame eletrodo o arame tubular da classe AWS E71T-1 de diâmetro de 1,2 mm, conforme a classificação AWS 5.20. Este consumível energizado será responsável pelo estabelecimento e manutenção do arco voltaico. Esse arame contem fluxo rutílico para soldagem em passe único ou passes múltiplos, natureza e polaridade da corrente CC+, e pode ser aplicado em todas as posições. Apresenta uma ampla faixa de parâmetros operacionais, baixo índice de respingos e facilidade para remoção de escória. Pode ter como gás de proteção CO2 ou mistura gasosa. Destinado a soldagem de aços de baixo e médio teor de carbono. Aplicado em soldagem estrutural e construção pesada em geral. Com composição química presente na Tabela 3.1; Tabela 3.1 – Composição química do arame tubular E71T-1. Elemento (%) C Si 0,05 0,50 Fonte: ESAB, 2008. Mn 1,20 S 0,012 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) P 0,015 71 3.1.1.2 Arame Frio ou Não-Energizado Os arames não-energizados utilizados foram os arames solido “maciço” da classe AWS ER70S-6 nos diâmetros de 0,8 e 1,0 mm, conforme a classificação AWS 5.18. O arame frio sendo o consumível não energizado é responsável pela adição suplementar de massa metálica na composição do metal de solda. É um arame sólido de aço carbono com manganês e silício, cobreado, destinado à soldagem MIG/MAG de aços não ligados para construção em geral. Este arame é recomendado para soldagem tanto em passe único como em múltiplos passes, em CC+, pode ser aplicado com CO2 ou mistura onde se requer um melhor acabamento do cordão de solda e redução do nível de respingo. Devido ao fato de possuir em sua composição química um maior teor de elementos desoxidantes (Silício e Manganês), é a opção mais adequada para ser aplicada sobre a superfície de chapas que tenham moderada quantidade de oxidação (aços patináveis), além de não produzir escória. Na tabela 3.2 esta apresentado a composição química do arame AWS ER70S-6. Tabela 3.2 – Composição química do arame maciço ER70S-6. Elemento (%) C Si 0,07 0,80 Fonte: ESAB, 2008. Mn 1,20 P 0,025 S 0,035 3.1.1.3 Gás de Proteção Como proteção gasosa foi utilizada neste trabalho o dióxido de carbono (CO2) comercialmente puro. O qual selecionado por ser bastante utilizado na indústria de transformação mecânica, na soldagem de aços carbono e de baixa liga pelo processo de soldagem GMAW. Seus fatores determinantes são o seu baixo custo em relação a outros gases de proteção e suas características físico-químicas que proporcionam vantagens operacionais em aplicações ligadas à soldagem de estruturas em aço. A utilização do gás CO2 no processo de soldagem FCAW-CW como gás de proteção é por ter custo economicamente viável e por observações significantes na qualidade e desempenho do processo quando foram utilizadas em práticas Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 72 desenvolvidas em trabalhos experimentais no Labsolda da UFPA, segundo a norma AWS A5.18 recomenda a utilização de CO2 para a soldagem MAG. 3.1.2 Metal de Base O Aço ASTM A-131 Grau A foi selecionado como o metal de base para a soldagem das amostras devido a sua ampla utilização na indústria naval. É um aço estrutural da classe dos aços com baixo teor de carbono e baixa liga, destinado a construção de estruturas navias ou off-shore, apresenta maior resistência a corrosão e sua composição química é apresentada na Tabela 3.3. O material de base empregado foi fornecido pelo Estaleiro Rio Maguari em peças, nas dimensões de 9,5 mm de espessura, 150 mm de largura e 300 mm de comprimento, conforme a Figura 3.1, seguindo a usinagem, pesagem e montagem para a formação da junta a ser soldada. Tabela 3.3 – Composição química do aço ASTM A-131 Grau A. C 0.21* Elementos Químicos Determinados (%) Si Mnmin P S Cr Mo Ni Cu Vmin** 0,5 2,5 x C 0,035 0,035 ≤ 0,02 0,030 Fonte: ASTM A131, Standard Specification for Structural Steel for Ships, Vol 03.01, 2001.p.03. (Obs:* o Maximo de aceitável até 0,23% de carbono para o Grau A; ** a percentagem de vanádio a ser encontrada será de no mínimo de 0,030% e esta relacionado ao Niobio e ao Aluminio). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 73 Figura 3.1 – Esquema representativo da peça nas dimensões 9.5 mm, 150 mm e 300 mm (E x L x C) a formar a junta a ser soldada. 3.2 Equipamentos Utilizados Estão dispostos neste item as descrições dos equipamentos e acessórios utilizados no decorrer da execução de cada fase deste trabalho. É pertinente informar que devido às soldas serem realizadas em ambiente industrial, as fontes de soldagem e os sistemas de alimentação de arame foram fornecidos pelo Estaleiro Rio Maguari, ou seja, são equipamentos de linha de produção. 3.2.1 Bancada de Soldagem A bancada de ensaio para a realização deste trabalho foi constituída pelos seguintes equipamentos: • Uma central de soldagem; • Uma fonte de energia auxiliar; • Dois sistemas de alimentação de arame; • Uma pistola de soldagem; • Uma balança digital; • Um sistema de medição das velocidades dos arames; Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 74 • Uma placa de aquisição e de processamento de dados; • Microcomputador; • Programas computacionais; • Material de ensaio líquido penetrante; • Equipamentos auxiliares de metalografia; • Sistema de Aquisição Óptico Computadorizado Os equipamentos utilizados são descritos a seguir: 3.2.1.1 Central de Soldagem Múltiplos Processos A fonte de soldagem utilizada é multiprocessos, optando-se pelo processo FCAW, conforme empregado na linha de produção, no modo ajuste da fonte em tensão constante, natureza de corrente e polaridade CC+. Tipo: Fonte eletrônica tiristorizada. Modelo: LAI 550. Fabricante: ESAB. Tensão de alimentação: 220, 380, ou 440 V, trifásico, 60Hz. Tensão em vazio: 17 a 55 V. Potência aparente nominal: 22,5 KVA. Compensação de parâmetros: ± 10% de variação da rede elétrica. 3.2.1.2 Sistema de Alimentação de Arame Eletrodo O sistema de alimentação de arame eletrodo é composto por um cabeçote, Modelo: MEF 30. Fabricante: ESAB. Faixa de velocidade do arame: 1,5 – 22 m/min. Sistema de 04 roldanas. Alimentação elétrica: 42 VCA. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 75 3.2.1.3 Sistema de Alimentação de Arame Frio O sistema de alimentação de arame frio é composto por um cabeçote similar ao alimentador de arame eletrodo, sem a energização do arame. Modelo: MEF 30. Fabricante: ESAB. Faixa de velocidade do arame: 1,5 – 22 m/min. Sistema de 04 roldanas. Alimentação elétrica: 42 VCA. 3.2.1.4 Pistola de Soldagem com Suporte Auxiliar de Alimentação de Arame Frio A pistola de soldagem utilizada foi do tipo “push”, conforme especificações e características apresentadas a seguir. Na Figura 3.2, apresenta-se o detalhe da pistola com o sistema auxiliar de alimentação de arame frio acoplado. Fabricante: Oximig. Modelo: Tocha PLUS 500. Figura 3.2 – Pistola de soldagem com o sistema auxiliar de alimentação de arame não energizado acoplado. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 76 Suporte de Alimentação de Arame Frio: na Figura 3.3, é apresentado o esquema ilustrativo do protótipo guia de alimentação de arame frio desenvolvido no laboratório destinado a aplicação no modo semi-automático em ambiente industrial. Nota-se a fácil adaptação do suporte e manuseio do mesmo ao processo de soldagem proposto. Figura 3.3 – Protótipo do suporte auxiliar de alimentação de arame não-energizado. a) Montado e pronto a ser adaptado; b) Desmontado em peças. 3.2.1.5 Balança Digital A balança digital foi utilizada para a pesagem dos corpos de prova, antes e após a deposição do metal de solda, apresenta as seguintes especificações e características a seguir. Modelo: MARK 5000. Fabricante: MARK. Valor máximo: 5000g. Valor mínimo: 2g. Resolução: 0,1g. Erro: 0,1g. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 77 3.2.1.6 Suporte de Atracação Suporte de atracação, Figura 3.4, para evitar distorções na junta soldada. Em ensaios preliminares, sem o uso deste dispositivo, foram observados grandes distorções nos corpos de prova. Figura 3.4 – Suporte de atracação. 3.2.1.7 Sistema de Aquisição e Processamento de Dados. Equipamentos utilizados para aquisição e aferição de dados em tempo real, tais como, vazão de gás, tensão, corrente e velocidade de alimentação de arame. a) Sistema e Placa de aquisição e processamento de dados Modelo: INTERDATA, freqüência de aquisição de 100 kHz por canal Fabricante: IMC/LABSOLDA - UFSC b) Medição de velocidade e metragem de arame. Este sistema de medição é responsável para medir as velocidades de alimentação de arame eletrodo e do arame frio. Dois sistemas de medição foram Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 78 utilizados, um para o arame energizado e outro para o arame frio. Este sistema é acoplado ao arame na entrada do cabeçote e tem a função de medir a velocidade de alimentação de arame e a metragem de arame consumível para o cálculo das características econômicas. Modelo: MVA – 2. Fabricante: IMC/LABSOLDA – UFSC c) Microcomputador Modelo: Pentium 133 MHz Fabricante: Intel d) Programas Computacionais Oscilos.SAP – Utilizado na aquisição dos dados instantâneos da tensão e da corrente durante a soldagem. Fabricante: IMC/LABSOLDA – UFSC Origin 6.0 – Programa computacional utilizado na geração de gráficos para análise de resultados. Fabricante: Microcal Programa para análise gráfica - empregado na geração de gráficos. AutoCAD 2009 – Fabricante Microsoft. Programa comercial de computação gráfica usado na modelagem de sólidos 3D e na medição da geometria das amostras soldadas. 3.2.1.8 Material para Ensaio de Liquido Penetrante Material utilizado no ensaio por líquidos penetrantes para a detecção de descontinuidades essencialmente superficiais. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 79 Dados técnicos: a) Penetrante: VP-30 lavável a água N° 02 Fabricante: MetaL-Chek b) Revelador: D-70 N° 03 Fabricante: MetaL-Chek c) Removedor: E–59 Fabricante: MetaL-Chek 3.2.1.9 Equipamentos para ensaios metalográficos 3.2.1.9.1 Serra de fita. Máquina automática de serrar,responsável pelo corte dos corpos de prova. Modelo: FM18 Fabricante: FRANHO - Máquinas e Equipamentos S/A 3.2.1.9.2 Embutimento dos Corpos de Prova Realizado após o corte, os corpos de prova foram embutidos por resina acrílica, kit de embutimento a frio da AROTEC, contendo o desmoldante D-30, a resina acrílica e o liquido auto-polimerizante A2. 3.2.1.9.3 Lixadeira/Politriz Utilizada para lixar e polir os corpos de prova após o corte. Modelo: DPU-10 Fabricante: Panambra S/A Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 80 3.2.1.9.4 Sistema de aquisição óptico computadorizado – Analisador de imagens. Modelo: Leica DMR, equipado com câmera digital JVC-TK 138 OU e microcomputador Q 550 IW1 com programa de análise de imagens “Leica QWIN”. Fabricante: Leica Resolução: 50 a 500X 3.3 Planejamento Experimental O planejamento experimental será dividido em 04 (quatro) etapas: 1ª: escolha dos parâmetros operacionais de soldagem, FCAW convencional e FCAW-CW com adição de arame não energizado, e preparação da bancada e dos corpos de prova; 2ª: adequação dos processos de soldagem e ensaios preliminares em ambiente industrial; 3ª: aplicação dos métodos de soldagem e obtenção das variáveis de respostas (tensão, corrente e características econômicas); 4ª: concerne das avaliações superficiais e por liquido penetrante, e retirada das amostras para determinação e avaliação das características geométricas, quimicas e metalúrgicas. Estas etapas objetivam o estudo da viabilidade do processo de soldagem FCAW com adição de arame frio ou não-energizado, avaliando as condições de aplicação dos processos realizados na industria sobre as variações provocadas pelas velocidades de soldagem e pela introdução de arame frio à atmosfera do arame eletrodo. Avaliar o processo de soldagem FCAW e FCAW-CW em três níveis de velocidade de alimentação de arame eletrodo e o aporte térmico sobre a geometria do cordão de solda (largura, reforço e penetração), e sobre os parâmetros econômicos (consumo, produção e rendimento), sobre os aspectos metalúrgicos (fases presentes). Os fatores e níveis estudados estão apresentados na Tabela 3.4 e os resultados serão processados e avaliados para a obtenções de resultados. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 81 Tabela 3.4 – Planejamento experimental dos ensaios. Planejamento dos Ensaios Nº de ensaios com o processo FCAW Nº de réplicas Sub-Total Nº de ensaios com o processo FCAWCW Nº de réplicas Sub-Total Total de Ensaios a Executar 03 02 06 06 03 18 24 Todas as soldagens foram realizadas em ambiente industrial, no Estaleiro Rio Maguari SA, localizado no município de Belém as margens do Rio Maguari no distrito de Icoaraci, da própria empresa, pelo modo semiautomatico de linha de produção, na posição plana utilizando uma fonte eletrônica ajustada em tensão constante e polaridade positiva. Os metais de adição utilizados serão os arames compostos da classe AWS E71T-1 de 1,2 mm de diâmetro como o arame energizado e os da classe AWS ER70S-6 com 0.8 mm e 1.0 mm de diâmetro como os arames não energizados ou arame frio. Serão mantidos constantes: o ângulo de inclinação da tocha com o bico de alimentação de arame frio, com vazão de gás em 15 L/min para dióxido de carbono CO2 comercialmente puro. A alimentação do arame energizado será realizada através da tocha de soldagem e a adição do arame frio por meio do suporte guia, suporte auxiliar. Utilizando o arame tubular como o arame energizado, FCAW, e adicionando o arame frio ao processo. Um dos maiores motivos para o uso dessa técnica recai no aumento da produtividade, uma vez empregado dois arames simultaneamente. O suporte serve de guia para o arame frio e como tal foi desenvolvido para este fim, em trabalhos anteriores do laboratório de soldagem do GETSOLDA da FEM/ITEC/UFPA. Durante as soldagens, os valores instantâneos da corrente e tensão de soldagem serão lidos e armazenados através da placa de aquisição de dados referentes ao arame eletrodo. O programa de aquisição de dados fornece os oscilogramas de tensão e de corrente de soldagem e realiza a aquisição dos pontos corrente-tempo e tensão-tempo a cada 25 ms (milisegundos). Como o tempo de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 82 aquisição de um segundo, acarretará no fornecimento de um universo de 4000 pontos para cada ensaio, suficiente para a análise pretendida. Os cordões de solda foram realizados em quatro passes, primeiro o de raiz em seguida no reverso do cordão, com parâmetros determinados em campo, em terceiro o passe de enchimento e reforço, que procederá em duas etapas, para o FCAW convencional e FCAW-CW com adição de arame frio. Ao processo convencional serão variadas as velocidades de alimentação de arame eletrodo (classe AWS E71T-1 com diâmetro de 1,2 mm) em três níveis 6, 8 e 10 m/min. O processo FCAW-CW será realizado em dois momentos, o primeiro com adição de arame frio (classe AWS ER70S-6) de diâmetro de 0.8 mm e o segundo com o de 1.0 mm de diâmetro, as variáveis de velocidade de alimentação de arame eletrodo serão as mesmas do modo convencional sendo essas relacionadas as velocidade de alimentação de arame frio na seguinte proporção: 6/2, 8/3 e 10/4 m/min. Esses parâmetros utilizados estão dispostos na Tabela 3.5 e obtidos de trabalhos anteriores e adaptados a linha de produção, com vazão de gás de proteção no valor de 15 L/min, e tensão e corrente ajustadas em 30 V e 190 A. Tabela 3.5 – Parâmetros variáveis dos processos de soldagem FCAW e FCAW-CW. Fator de Velocidade de Alimentação Arame Eletrodo, (m/min), FCAW - Ø=1.2 mm Arame Frio, (m/min), FCAW-CW - Ø=0.8 mm Arame Frio, (m/min), FCAW-CW - Ø=1.0 mm 6,0 2 2 Nível 8,0 10,0 3 4 3 4 Nos passes de enchimento, serão avaliados o efeito dos três níveis de velocidade e da introdução de um arame não energizado a atmosfera do arco nas características de estabilidade de arco, econômicas, geométricas e metalúrgicos do processo, assim como, será avaliado as características superficiais do cordão de solda. Etapas essas necessárias para viabilização da análise e comparação dos resultados obtidos para os dois processos de soldagem. 3.3.1 - Metodologia Experimental Neste tópico é apresentada a metodologia experimental empregada para a execução de cada uma das etapas propostas: a determinação de parâmetros de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 83 soldagem do passe de raiz utilizados em aplicação industrial, a realização das soldagens pelos FCAW convencional e FCAW-CW com adição de arame não energizado, a obtenção das características econômicas (taxa de fusão, taxa de deposição e rendimento), das características geometricas do cordão de solda (largura, reforço e penetração lateral) e características metalúrgicas (fases presentes). Conforme a 1ª etapa do planejamento, temos: a) Usinagem dos chanfros conforme modelo utilizado na industria. Peças de aço ASTM A131 Grau A, nas medidas de 300 x 150 x 9,5 mm, neste caso o ângulo de bisel de 22.5° usinado em uma das arestas maiores e sem nariz, ver detalhe da Figura 3.5; b) Montagem dos corpos de prova com abertura de raiz de 3.0 mm, chanfro de 45º, sem nariz, conforme especificações sugeridas pelo Estaleiro, apresentado na Figura 3.5. Seguindo para limpeza e pesagem dos mesmos; Figura 3.5 – Representação esquemática do corpo de prova (duas peças) nas medidas de 300 x 300 x 9,5 mm; no detalhe o diâmetro, o ângulo de bisel de 22,5º e abertura de fresta de 3.0 mm. c) Passe de raiz e no reverso – para estes passes será utilizado o processo convencional, FCAW com o mesmo arame eletrodo da classe E71T-1, nas Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 84 condições operacionais mais adequadas ao soldador, pois não se objetiva analisar estes passes. Condição a ser apresentada durante os ensaios preliminares; d) Passe de enchimento – serão realizados dois passes para o preenchimento total do chanfro, utilizando o FCAW convencional e com a adição de arame frio para comparação. Com a adição de arame não energizado será utilizado dois diâmetros de arame de 0.8 e 1.0 mm da classe AWS ER70S-6. Durante estes passes será feita a aquisição de dados de corrente e tensão de soldagem. 3.3.1.1 Ensaios preliminares Para o passe de enchimento dos processos de soldagens propostos, teve de ser determinado os parâmetros operacionais do passe de raiz, apresentado na Tabela 3.6, os quais foram obtidos pelo método de tentativas, até a melhor aplicação do mesmo, apresentando boas qualidades superficiais e geométricas. Tabela 3.6 – Parâmetros operacionais do passe de raiz. Fatores Velocidade Arame Tubular (AWS E71T-1), Ø = 1,2 mm Vazão do Gás de Proteção (CO2 100%) Tensão (U) Corrente (I) Técnica Operacional Modo Operacional Nivel 8,5 m/min 15 L/min 30 V 190 A Empurrando Semiautomatico Após a determinação dos parâmetros de soldagem do passe de raiz através dos ensaios preliminares, foi iniciado a aplicação desse em todas as juntas montadas conforme apresentada na Figura 3.6, na qual observa-se que a abertura de raiz foi reduzida de 3.0 mm para 2.4 mm, para eliminar o passe no reverso, reduzindo o numero de passes totais de quatro (4) para três (3) com aplicado na indústria. Esta otimização e utilização deste passe de raiz ao processo, representa aumento da produtividade em termos de tempo e custos ao Estaleiro. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 85 Figura 3.6 - Esquema representativo da abertura de raiz otimizada, de 3.0 para 2.4 mm, para o passes de raiz sem o passe no reverso do cordão. Estando prontos os corpos de provas e realizado o passe de raiz, inicia-se a aplicação dos passes de enchimento pelos métodos de soldagem FCAW convencional e FCAW-CW com adição de arame frio, conforme o planejamento experimental proposto neste trabalho. 3.3.1.2 Ensaios experimentais As soldagens pelo processos FCAW convencional foram variadas em três níveis de velocidade de alimentação de arame 6, 8 e 10 m/min pelo método semiautomático no sentido empurrando a tocha por simples deposição, e foram coletados os tempos da soldagem realizada pelo soldador através de um cronometro. Neste caso, foi possível a redução do passe de enchimento passando de dois (2) para um (1), configurando o processo total em dois passes, um de raiz e um de enchimento, que passou a ser adotado aos demais processos. Nos processos FCAW-CW com adição de arame frio, segue a seqüência de velocidade do arame eletrodo (tubular) nas seguintes proporções máximas de 2/1 com o arame não energizado: 6/2, 8/3 e 10/4 m/min. A técnica experimental empregando a soldagem semiautomática aos processos de soldagem, observadas na Figura 3.7, foram iniciadas através de uma seqüência padronizada de operações. Inicialmente a tocha de soldagem foi posicionada, na “orelha” ou “cão”, a 20 mm após a borda da junta a soldar no sentido da soldagem no chanfro, como no detalhe da Figura 3.7. A abertura do arco Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 86 elétrico é iniciada com alimentação do arame-eletrodo e somente decorridos dois segundos (2s) de soldagem entra em ação a alimentação do arame frio na operação caracterizando o processo FCAW-CW e após a estabilização do arco, a deposição do metal de solda segue para o corpo-de-prova e iniciada a contagem pelo cronometro a dois segundos (2s) do momento que a poça entrar no chanfro. A soldagem foi finalizada após a saída da poça de fusão do chanfro e interrupção da alimentação do arame frio, cinco segundos (5s) na “orelha”, para que o processo conclua o passe de solda e o fechamento do arco elétrico, nesta ordem. No entanto, quando a incidência de arame frio fora ou as margens da poça de fusão, o calor gerado pelo arco funde parcialmente provocando a fixação do arame não energizado no cordão de solda interrompendo o processo. Com a intenção de eliminar este fato, o ângulo de 50° apresenta melhor disposição durante a soldagem FCAW-CW. A diferença de tempo na entrada e saída da alimentação dos arames foi essencial para a operacionalização do processo. Estes resultados foram obtidos dos ensaios preliminares, conforme proposto. Figura 3.7 – Aplicação em campo da técnica de soldagem FCAW-CW com adição de arame frio, caracterizando o modo semiautomatico. Soldador no momento do passe de enchimento; no detalhe o ponto de inicio da abertura do arco e ângulo entre os arames. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 87 Durante as operações de soldagem, a aquisição dos dados de corrente e da tensão de soldagem foram obtidas através de uma placa de aquisição de dados em alta freqüência, instalada em um computador Pentium 133 MHz (SAP – sistema de aquisição portátil). O programa OSCILOS SAP de aquisição de dados que fornece os oscilogramas de tensão e de corrente de soldagem e realiza a aquisição dos pontos a cada vinte e cinco milisegundos (25 ms). O tempo de aquisição utilizado foi de um segundo (1s) e acarretará no fornecimento de 4000 pontos para cada ensaio, o que será suficiente para a análise pretendida. Esta aquisição será realizada a partir do terço médio (1/3) do corpo de prova em um único ponto, no qual pode ser considerado o momento que o arco encontra-se mais estabilizado, conforme também proposto pelas literaturas pesquisadas. Foram realizadas duas repetições dos ensaios com aquisição dos dados de corrente e tensão para cada experimento dos processos FCAW e FCAW-CW. 3.3.1.3 Sanidade Superficial 3.3.1.3.1 Aspecto superficial do metal depositado A análise do aspecto superficial do metal depositado tem por objetivo verificar a qualidade da superfície do cordão de solda, a qual depende das condições operacionais de soldagem estabelecidas. O aspecto superficial do metal depositado foi avaliado através de inspeção visual, sem auxilio de qualquer equipamento de precisão, com base na regularidade geométrica da deposição de metal de adição, largura e altura do reforço ao longo do seu comprimento, além da presença de descontinuidades tais como, trincas, porosidade, respingos, mordeduras, deposição insuficiente, abertura de arco, etc, em comparação o FCAW convencional com os FCAW-CW arame frio. 3.3.1.3.2 - Ensaio por Líquidos Penetrantes Os ensaios por líquido penetrante foram efetuados em todas as amostras dos experimentos, sendo, 6 (seis) amostras do processo FCAW convencional e 18 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 88 (dezoito) amostras do processo FCAW-CW. Também foi realizado o mesmo ensaio para a avaliação dos passe de raiz na superfície inversa a solda em todas as amostras soldadas. A superfície de cada amostra soldada, incluindo a raiz no reverso, foram inicialmente limpa e seca para que não houvesse a presença de contaminantes, pois a ocorrência destes, torna o ensaio não confiável. O ensaio foi iniciado através da aplicação do líquido penetrante até formar um filme sobre a superfície da chapa de aço. Em seguida foi determinado um tempo de 10 min, conforme a norma Petrobrás N-1596, para ocorrer o fenômeno da capilaridade e completa penetração do líquido. Após o tempo especificado, foram removidos da superfície o excesso de líquido penetrante e aplicado o revelador, que consiste de um pó fino e branco. Logo em seguida, novamente foram dado um tempo de 10 min para que o líquido penetrante fosse absorvido pelas descontinuidades, revelando-as. A avaliação das indicações os resultados foram registrados em imagens. As amostras foram limpas para depois ser efetuado o corte individual. A avaliação das indicações foi efetuada com a inspeção dos corpos de prova soldados, através da técnica visual sobre as superfícies atacadas. 3.3.1.4 Estabilidade de Arco A avaliação do arco voltaico visa a observação dos oscilogramas de tensão e corrente para a soldagem, que envolvem a transferência metálica, para fins de comparação de resultados entre os processos de soldagem empregados. Para a avaliação do comportamento dinâmico do arco voltaico, inicialmente, foram realizadas a seleção de parâmetros operacionais preliminares da soldagem. Esta seleção de parâmetros preliminares se baseou em dados de trabalhos experimentais anteriores realizados a partir de experimentos desenvolvidos pelo GETSOLDA, sob condições operacionais de soldagem equivalentes, conforme já discutido. Os sinais obtidos durante os processos de soldagem foram monitorados pelo programa computacional oscilos. Este programa avaliou a dinâmica operacional através da interpretação de oscilogramas de tensão e de corrente em função do tempo de soldagem. Os dados instantâneos da corrente e da tensão de soldagem Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 89 foram obtidos por programas computacionais adequados que, em seguida, foram processados para a geração de oscilogramas. Os oscilogramas de corrente e de tensão de soldagem foram tratados por meio de um programa computacional gráfico, que permite a traçagem de todas as curvas tempo x tensão de soldagem (txU) e tempo x corrente de soldagem (txI), através dos dados obtidos pela placa de aquisição durante toda a experiência, cuja finalidade é realizar a aquisição de dados em tempo real, armazenar e processar os dados instantâneos da corrente e da tensão de soldagem, tempo e quantidade de ocorrências de picos ou sinais de queda. 3.3.1.5 Características Econômicas 3.3.1.5.1 Equações convencionais Para avaliar as características econômicas os valores da taxa de fusão (TF), da taxa de deposição (TD) e do rendimento de deposição (R), foram obtidos, para um arame ou modo FCAW convencional, a partir da utilização das Equações 3.1, 3.2 e 3.3, respectivamente. A taxa de fusão (TF), Equação 3.1, representa a quantidade de material (massa) do eletrodo ou arame consumível que é fundida por unidade de tempo. Esta taxa representa a produção em tempo gasto para a realização da soldagem. A taxa de deposição (TD) é definida como a massa fundida do arame-eletrodo depositada e realmente incorporada ao metal de solda, por unidade de tempo, Equação 3.2. e está relacionada ao custo total da operação de soldagem. O rendimento de deposição real (R) é a razão entre a massa do consumível incorporada ao metal de solda e a massa de arame consumida durante a operação de soldagem, na mesma unidade de tempo (Braga, 1998 e Mota, 1996), Equação 3.3. Taxa de Fusão (TF) – Consumo: l TF = 3,6. ρ t Kg h Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) Equação 3.1 90 Sendo, l - Comprimento do arame consumido (m); ρ - Densidade linear do arame (g/m); t- Tempo de soldagem (s) Taxa de Deposição (TD) - Produção: mf - mi TD = 3,6. t Kg h Equação 3.2 Sendo, mf - massa final da junta depois da soldagem (g); mi - massa inicial da junta antes da soldagem (g) Rendimento de Deposição: TD R = x100 [%] TF Equação 3.3 Sendo, TD - taxa de deposição (kg/h); TF - Taxa de fusão (kg/h) 3.3.1.5.2 Equações modificadas A avaliação das características econômicas foram realizadas com a finalidade de comparar a produção dos processos de soldagem FCAW e FCAW-CW estudados. Para trabalhar com dois arames sólidos na experiência foram indispensável à utilização de dois tempos de soldagem, sendo: t1 - tempo de soldagem relativo à execução da soldagem com o arame-eletrodo; t2 - tempo de soldagem relativo à execução da soldagem com o arame frio. Sendo, estes tempos t1 e t2 iguais para o processo FCAW-CW, ao iniciar a soldagem com o arame eletrodo, somente após 1 a 2 s iniciava-se a injeção de arame frio ao arco elétrico, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 91 no entanto, a contagem do tempo de soldagem foi realizada nos momentos de entrada e saída da poça de fusão no chanfro. Para o cálculo da taxa de fusão se faz necessário o valor da densidade linear do arame tubular, da classe E71T-1, e do arame maciço, da classe ER70S-6, empregado nas soldagens com dois diâmetros (0.8 e 1.0 mm). Sendo assim, o valor da densidade foi obtido experimentalmente a partir de dez verificações, com amostras retiradas aleatoriamente, cujo valor médio encontrado para a densidade linear dos arames citados estão dispostas na Tabela 3.7. Tabela 3.7 – Densidade linear dos arames utilizados E71T-1, densid. Linear (g/m), Ø = 1,2mm ER70S-6, densid. Linear (g/m), Ø = 0,8mm ER70S-6, densid. Linear (g/m), Ø = 1,0mm 6,867 3,802 5,965 As Equações 3.4 e 3.5 são referentes a taxa de fusão e a taxa de deposição para dois arames. Logo, estas equações foram modificadas tomando como base as equações 3.1 e 3.2 para atender as necessidades implementadas ao processo FCAW-CW. No entanto, a equação 3.3 referente ao rendimento de deposição não foi alterada. Taxa de Fusão l l TF = 3,6. ρ1 1 + ρ2 2 t2 t1 Kg h Sendo, t1 - tempo do arame-eletrodo (s); t2 - tempo do arame frio (s); ρ1- densidade linear do arame-eletrodo (g/m); ρ 2- densidade linear do arame-frio (g/m); l1 - comprimento linear do arame-eletrodo (m); l2 - comprimento linear do arame-frio (m). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) Equação 3.4 92 Taxa de Deposição mf - mi TD = 3,6. tM t +t tM = 1 2 2 Kg h Equação 3.5 Sendo, tM - tempo médio de soldagem dos arames (s) mf - massa final da junta depois da soldagem (g) mi - massa inicial da junta antes da soldagem (g) 3.3.1.6 Obtenção das amostras As amostras dos corpos de prova são necessárias para a análise geométrica do cordão de solda e foram obtidas através da máquina automática de serrar, embutimento, lixamento e polimento. O critério utilizado para a posição do corte da amostra foi a de seccioná-la na região central, que se julgava a região do cordão onde o arco, bem como, a transferência metálica estivesse mais estável. De cada experimento, foram retiradas uma (1) amostra do modo convencional FCAW, e duas (2) amostras do processo FCAW-CW. A Figura 3.8 apresenta o desenho esquemático do seccionamento transversal das soldas experimentais dos corpos de prova, detalhando o corte para a remoção das amostras. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 93 Figura 3.8 – Esquema do corte para obtenção das amostras. 3.3.1.7 Características Geométricas da Solda A avaliação da geometria do cordão de solda foi realizada pela análise dimensional de sua seção transversal em três amostras do FCAW, uma de cada velocidade de alimentação de arame, e em doze amostras do FCAW-CW, duas para cada parâmetro de velocidade, totalizando quinze (15) amostras dos experimentos. Em cada uma dos corpos de prova soldados (em simples deposição) foi efetuado cortes transversais ao cordão de solda a uma distância mediana, conforme a Figura 3.9, a fim de obter as amostras para caracterização geométrica. As superfícies das seções transversais das amostras foram lixadas por via úmida e atacadas com um reagente químico para posteriormente experimentar o ensaio macrográfico. A preparação da superfície foi executada através do lixamento iniciado com a lixa número 100, em direção normal aos riscos já existentes, passando-se sucessivamente para lixas de granulação mais fina. Em todo o caso, para cada seqüência de lixamento foi mudada a direção de lixamento em 90º. Entretanto, após cada série de lixamento a superfície foi cuidadosamente limpa a fim de que o novo lixamento não fosse contaminado com resíduos da operação anterior. Finalmente, a preparação da superfície é concluída com a lixa de granulometria 600 mesh. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 94 De posse da superfície da amostra limpa, lixada e seca efetuou-se o ataque químico, sendo a composição química do reagente: ácido nítrico comercial com concentração de 2% em etanol (NITAL 2%). Portanto, o ataque químico foi realizado com reagente por imersão durante 15 segundos, em seguida a superfície lavada com álcool etílico hidratado para cessar a reação, e finalmente seca. A superfície lixada da amostra foi imediatamente escaneada e a imagem gerada transferida ao computador. Em seguida, os parâmetros largura (L), reforço (R) e a Penetração Lateral da solda (PL) e a Diluição (δ), ilustrados na Figura 3.9, foram medidos na seção transversal ao cordão de solda com o auxílio do programa comercial de computação gráfica AutoCAD definindo as características geométricas do material depositado. Figura 3.9 – Esquema do perfil geométrico do cordão de solda. 3.3.1.8 Caracteristicas Quimicas Nesta etapa, foram realizadas as analises químicas do metal de base e dos cordões de solda depositados. Os resultados destes exames foram determinados por espectometria de massa, que tem por princípio a queima localizada do material a ser analisado, e este libera um gás o qual processado corresponde a sinais que pode ser interpretados como a composição química ou elementos presentes do material metálico, dados em percentagem, informando também o carbono equivalente. Foram realizadas três (3) queima em cada amostra, e retirada a média dos valores encontrados. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 95 3.3.1.9 Características Metalúrgicas O exame metalográfico consistiu na análise macrografias e micrografias e foi realizado nas seções transversais das soldas. Foram analisados o metal de solda de todas as amostras utilizadas na caracterização geometrica. O objetivo deste exame é identificar nas soldas o tipo de microestruturas presentes. Além disso, verificar em cada região as fases presentes predominantes. A Figura 3.10 apresenta o “lay-out” dos pontos analisados em cada amostra da junta soldada para a realização de exames metalográficos. Figura 3.10 – Representação esquemática da analise geométrica e dos pontos para a analise micrografica. 3.3.1.9.1 Macrografia e Micrografia A análise macrográfica foi realizada na seção transversal das soldas em chanfro com o objetivo de caracterizar o perfil macroestrutural nesta seção em três níveis de aumento, 100X, 400X e 800X. Foram verificadas a incidência de porosidade, a falta de penetração e de fusão, ocorrência de inclusões, etc. A preparação da superfície consistiu em lixamento até a granulometria de 500, 600, 800, 1200 e 1500 mesh, seguido de polimento com pasta de diamente de 3 µm e pano de polimento adequado, e na sequencia o ataque químico com solução de nital 2%, pelo método de imersão e lavagem com etanol hidratado. O objetivo de uma análise micrográfica em uniões soldadas é de avaliar a microestrutura do metal de solda e da zona termicamente afetada. As observações e as análises serão realizadas com o auxilio de um microscópio ótico de marca Leica, e de fotomicrografias de pontos selecionados na superfície observada conforme a Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 96 Figura 3.10. Para a identificação dos principais microconstituintes será adotada a terminologia de padronização proposta na “revisão bibliográfica”, item 2.10Microestruturas, deste trabalho. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 97 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Resultados dos Ensaios Preliminares Nesta primeira avaliação dos resultados, ensaios preliminares, consistiu em observações das melhores condições de soldagem e do treinamento do soldador na aplicação da técnica para todos os processo de soldagem abordados FCAW convencional e FCAW-CW com adição de um arame frio de 0.8 e 1.0 mm de diâmetro. Os principais resultados mostraram que o soldador apresentou-se capacitado as variações dos processos de campo, após os treinamentos e orientações adequadas. Durante os ensaios de aplicação do passe de raiz, com o arame convencional, observou-se a possibilidade de otimização deste processo a partir da eliminação do passe no reverso do cordão. Baseado em observações, analises e ensaios experimentais, foi possível estabelecer parâmetros de soldagem que, de modo geral, se mostraram satisfatório, ou seja, a solda apresentou homogeneidade, reforço mediano e sem descontinuidades aparentes na geometria do cordão no reverso, na aplicação do passe de raiz em uma única etapa, o que consistiu na redução da abertura de raiz de 3.0 mm para 2.4 mm e na determinação da velocidade de alimentação de arame em 8.5 m/min. Ainda durante os ensaios preliminares de soldagem, observou-se que ocorria uma pequena oscilação na saída do arame do dispositivo de alimentação de arame frio. Este fato motivou um novo ajuste no dispositivo e na melhor condição de colocação deste à tocha, culminando no sentido empurrando e com a entrada do arame frio a frente da poça de fusão. A Figura 4.1 ilustra esquematicamente a técnica adotada em todos os ensaios, e a Figura 3.7 (pag.83) mostra o soldador executando a soldagem. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 98 Figura 4.1 - Desenho esquemático do processo de soldagem com adição de arame frio. Apresentando a técnica de soldagem no sentido empurrando, com arame não energizado disposto e introduzido a frente da poça de fusão. Nos ensaios de soldagem com os parâmetros planejados ao processo, observou-se que para o processo de soldagem FCAW-CW com o arame não energizado de 0.8 mm de diâmetro na velocidade de 6 m/min do arame eletrodo, não foi possível realizar as soldagens, devido à excessivos respingos, explosões e descontinuidades, resultando na mudança da velocidade de alimentação de arame frio de 2.0 para 2.5 m/min, gerando uma nova condição de soldagem 6/2.5 m/min. A tabela 4.1 apresenta o novo resultado (anterior Tabela 3.5)para as condições de soldagem. Tabela 4.1 – Parâmetros variáveis retificados dos processos de soldagem. Fator de Velocidade de Alimentação Arame Eletrodo, (m/min), FCAW - Ø=1.2 mm Arame Frio, (m/min), FCAW-CW - Ø=0.8 mm Arame Frio, (m/min), FCAW-CW - Ø=1.0 mm 6,0 2.5 2 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) Nível 8,0 10,0 3 4 3 4 99 4.2 Resultados dos Ensaios de Sanidade Superficial 4.2.1 Ensaio Visual As Figuras 4.2, 4.3 e 4.4 mostram o aspecto superficial das soldas depositadas pelo processo FCAW convencional, nas velocidades 6, 8 e 10 m/min (ou V6, V8 e V10) do arame eletrodo. As Figuras 4.2, 4.3 e 4.4 mostram que as soldas FCAW, modo convencional foram relativamente equivalentes quanto ao aspecto superficial, nas três condições de velocidade do arame eletrodo (AWS E71T-1 de Ф=1.2 mm). A incidência de respingos não foi observada durante este processo, muito provavelmente, devido a uma boa transferência da gota, associada a parâmetros operacionais mais adequados. A regularidade geométrica na largura do depósito se mantém uniforme ao longo do comprimento em cada condição de soldagem. Através da análise visual, dentro da faixa de trabalho, nota-se que o aumento na velocidade do arame eletrodo não alterou significativamente a largura da solda, reduzindo o reforço sem o surgimento de descontinuidades. Não foram observados a presença de defeitos, tais como, trincas ou deposição insuficiente. Figura 4.2 – Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW convencional, com velocidade de alimentação de arame de 6 m/min ou V6. Figura 4.3 – Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW convencional, com velocidade de alimentação de arame de 8 m/min ou V8. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 100 Figura 4.4 – Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW convencional, com velocidade de alimentação de arame de 10 m/min ou V10. As Figuras 4.5, 4.6 e 4.7, apresentam o aspecto superficial das soldas depositadas pelo processo de soldagem FCAW-CW (0.8 mm) com arame frio de 0.8 mm de diâmetro, nas velocidades de alimentação do arame eletrodo/ arame não energizado: 6/2.5, 8/3, 10/4 m/min., respectivamente; e as Figuras 4.8, 4.9 e 4.10, estão os cordões de solda do processo FCAW-CW (1.0 mm) com arame frio de 1.0 mm de diametro, nas seguintes velocidades de alimentação de arame eletrodo/ arame frio: 6/2, 8/3 e 10/4 m/min. Nos processos representados pelas Figuras 4.5, 4.6 e 4.7, as quais se observa o aspecto superficial das soldas, FCAW–CW com adição de arame frio de diâmetro de 0.8 mm, nos três níveis da velocidades de alimentação do arames eletrodo/frio, 6/2.5, 8/3 e 10/4 m/min., as qualidades superficiais desses cordões de soldas se mantiveram equivalente à qualidade das soldas no modo FCAW convencional, não apresentado quaisquer descontinuidade que compromete-se o cordão de solda, para os mesmos níveis de velocidades de alimentação. Entretanto, a introdução de um arame não energizado a atmosfera do arco voltaico e o aumento da velocidade de alimentação geram um aumento na largura, redução no reforço e maior incidência de respingos, além de ser observado o desalinhamento do cordão e ondulações superficiais irregulares, provocadas possivelmente por procedimentos incorretos de operação da soldagem conforme é discutido em Braga (2008, p. 04). Comportamento semelhante foi verificado para as demais condições de alimentação do arame frio, na soldagem FCAW–CW com arame não energizado de diâmetro de 1.0 mm, conforme pode ser verificado pela analise das figuras 4.8, 4.9 e 4.10. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 101 Figura 4.5 – Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 0.8 de diametro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/frio igual a 6/2,5 m/min. Figura 4.6 – Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 0.8 de diâmetro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/ frio igual a 8/3 m/min. Figura 4.7 – Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 0.8 de diâmetro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/ frio igual a 10/4 m/min. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 102 Figura 4.8 – Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 1.0 de diâmetro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/ frio igual a 6/2 m/min. Figura 4.9 – Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 1.0 de diâmetro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/ frio igual a 8/3 m/min. Figura 4.10 – Aspecto superficial do cordão de solda. Processo FCAW-CW com adição de arame frio de 1.0 de diâmetro, com velocidade de alimentação de arames eletrodo/ frio igual a 10/4 m/min. As maiores incidências de respingos são verificadas sobre as soldas depositadas pelo processo FCAW-CW, nas maiores velocidades de alimentação de arame frio, e está relacionada à instabilidade do processo provocada pela vibração do arame frio, que entra em contato a poça de fusão e ao arame eletrodo (arame energizado), causando interferências na transferência metálica. Segundo Mendonça Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 103 (2007, p. 37), o ruído decorrente deste instante de instabilidade sugere que a carga energética do arco voltaico não é suficiente para fundir completamente o arame frio. Neste caso o arame frio passa livremente através do arco voltaico e atinge abruptamente a poça de fusão onde se energiza momentaneamente provocando turbulências e níveis diferentes de respingos de parte do metal fundido, igualmente observado durante as deposições dos cordões de solda para o processo FCAW-CW. Passe De Raiz: O passe de raiz também foi inspecionado quanto ao seu aspecto superficial no reverso da solda. Sendo considerado o primeiro passe a ser aplicado e utilizado como um dos pré-requisitos a aplicação do enchimento pelos processos FCAW e FCAW-CW. Na Figura 4.11, pode-se observar o passe de raiz no reverso do cordão de solda, o qual apresenta as mesmas características de um processo de soldagem simples, incluindo altura e reforço, não apresentando quaisquer descontinuidades ao longo do cordão. As etapas de enchimento foram somente realizadas sobre os passes de raiz que apresentaram boa qualidade superficial. Figura 4.11 - Aspecto superficial do cordão de solda no reverso. Passe de raiz com arame tubular de 1.2 mm de diâmetro, com velocidade de alimentação de 8,5 m/min. Detalhe o cordão de solda no reverso em perfil. 4.2.2 Ensaio por Liquido Penetrante As Figuras 4.12, 4.13 e 4.14 mostram a qualidade superficial das soldas depositadas pelo processo FCAW, nas velocidades de alimentação do arame eletrodo de 6, 8 e 10 m/min, respectivamente. Observa-se, não haver nenhum caso Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 104 de descontinuidade ao longo dos cordões de solda que possa ser revelada pela técnica. Figura 4.12 – Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW com velocidade de alimentação de arame de 6 m/min. Figura 4.13 – Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW com velocidade de alimentação de arame de 8 m/min. Figura 4.14 – Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAW com velocidade de alimentação de arame de 10 m/min. As Figuras 4.15, 4.16 e 4.17, apresentam a qualidade superficial das soldas depositadas pelo processo de soldagem FCAW-CW (0.8) com adição de arame frio de 0.8 mm de diâmetro, respectivamente, nas velocidades de alimentação do arame: 6/2.5, 8/3 e 10/4 m/min.; E as figuras 4.18, 4.19 e 4.20, representam as soldas pelo processo FCAW-CW (1.0) com arame de 1.0 mm de diâmetro, apresentando as seguintes velocidades de alimentação: 6/2, 8/3 e 10/4 m/min. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 105 Figura 4.15 – Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAWCW com adição de arame frio de 0.8 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 6/2.5 m/min. Figura 4.16 – Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAWCW com adição de arame frio de 0.8 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 8/3 m/min. Figura 4.17 – Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAWCW com adição de arame frio de 0.8 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 10/4 m/min. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 106 Figura 4.18 – Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAWCW com adição de arame frio de 1.0 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 6/2 m/min. Figura 4.19 – Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAWCW com adição de arame frio de 1.0 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 8/3 m/min. Figura 4.20 - Qualidade superficial dos cordões depositados pelo processo FCAWCW com adição de arame frio de 1.0 mm de diâmetro, com velocidades de alimentação de arames de 10/4 m/min. Pelos resultados deste ensaio, nota-se que não surgiram descontinuidades ao longo das soldas. Observa-se que as maiores incidências de defeitos revelados foram os respingos, o que não influenciaram na regularidade dos cordões, este fato, muito provavelmente, se deve aos procedimentos de soldagem aliados a técnica operacional do soldador. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 107 Passe de raiz: A Figura 4.21, apresenta a qualidade superficial do passe de raiz no reverso do cordão de solda, no qual não foi observado em todos as aplicações qualquer tipo de descontinuidade ao longo do cordão, esta associada a boa habilidade do soldador. Figura 4.21 - Qualidade superficial no reverso dos cordões depositados pelo passe de raiz. Realizado com o processo FCAW com o mesmo arame eletrodo, e velocidades de alimentação de 8.5 m/min. 4.3 Resultados das Características da Estabilidade de Arco. A analise da estabilidade de arco pode ser representada pelas Figuras 4.22 à 4.32, ilustram o comportamento gráfico do arco voltaico e os oscilogramas de tensão/tempo e de corrente/tempo para a faixa dos parâmetros operacionais de soldagem adotados. A Tabela 4.2, apresenta os dados obtidos para a corrente e tensão durante os experimentos. Observa-se, de modo geral, o aumento da velocidade de alimentação de arame de 6 para 8 e à 10 m/min, nesta seqüencia, houve o aumento dos valores médios de corrente e tensão de soldagem, situação natural, ja que a fonte precisa equilibrar a potência do arco, para fundir uma quantidade maior de arame por unidade de tempo. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 108 Tabela 4.2 – Parametros de soldagem obtidos de Im e Um. Processo de Soldagem FCAW Ф=1.2 mm FCAW-CW Ф=1.2 e 0.8 mm FCAW-CW Ф=1.2 e 1.0 mm Vel. Arame Eletrodo (m/min) Vel. Arame Frio (m/min) 6 8 10 6 8 10 6 8 10 2.5 3 4 2 3 4 Parâmetros Obtidos Im (A) Um (V) 131 148 163 181 242 212 165 191 226 28,6 29,1 31,0 29,7 28,5 29,2 28,1 36,1 34,6 Para uma melhor visualização dos dados da Tabela 4.2 do comportamento da corrente e tensão com a mudança de velocidade de alimentação de arame, foram elaborados os gráficos da Figura 4.22. Por estes gráficos nota-se o perfil de aumento da corrente e tensão com o aumento da velocidade de alimentação de arame para os dois processos empregados. Os oscilogramas das Figuras 4.22 a 4.24 apresentam o comportamento do arco voltaico para o processo FCAW no modo convencional nas velocidades de 6, 8 e 10 m/min, respectivamente, os quais registros de sinais apresentam variações, em nível ou em natureza, capazes de estabelecer uma regularidade na transferência de carga elétrica ou na transferência de metal através da coluna do arco voltaico. O registro de curtos-circuitos, são pouco evidenciados pela queda na tensão do arco quando se utiliza gás ativo como proteção gasosa ao processo arame tubular. A maior velocidade de alimentação do arame eletrodo, V10, Figura 4.22, correspondente a maior corrente média (163 A), produz, também, maior correlação entre as força atuantes no arco voltaico e da transferência de metal. No entanto, este fato não significa que ocorreu instabilidade de arco neste nível de velocidade do arame eletrodo, conforme observados nos trabalhos desenvolvidos por Barrozo (2006) e Mendonça (2007), os quais obtiveram resultados semelhantes para os mesmos processos com parâmetros iguais. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 109 A) B) Figura 4.22 – Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW a 6 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 110 A) B) Figura 4.23 – Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW a 8 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 111 A) B) Figura 4.24 – Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW a 10 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 112 As Figuras 4.25, 4.26 e 4.27,se referem aos oscilogramas obtidos para as velocidades de alimentação do arame eletrodo V6, V8 e V10 com arame frio de 0.8 mm de diâmetro. Pelas figuras, nota-se o comportamento dinâmico de arco voltaico obtido, não alterado significativamente pela introdução do arame frio durante a soldagem FCAW–CW (0.8 mm), entretanto os valores médios de corrente aumentaram de V6 (181 A) a V8 (242 A) e tendeu a baixar de V8 (242 A) para V10 (212 A), devido a fatores operacionais de soldagem, pois a medida que a velocidade de alimentação aumenta o operador também aumenta a velocidade de deslocamento da tocha de soldagem, comportamento relacionado ao processo semiautomático. Neste processo, se observa que foram mantidos os valores médios da tensão como forma a compensar as variações de corrente e manter a regularidade do arco voltaico regular. Estes valores médios de tensão e corrente são obtidos por intermédio do programa oscilos, que dispõem de cursores que possibilitam de forma empírica determinar este valor, ou seja, não é um valor que se obtém de forma automática, mas é um valor aproximado. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 113 A) B) Figura 4.25 – Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 0.8 mm) e 6 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 114 A) B) Figura 4.26 – Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 0.8 mm) e 8 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 115 A) B) Figura 4.27 – Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 0.8 mm) e 10 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo. Os oscilogramas seguintes das Figuras 4.28, 4.29 e 4.30, apresentam os registros das ocorrências do comportamento dinâmico do arco voltaico durante a soldagem FCAW-CW com a introdução do arame frio de 1.0 mm de diametro. Na Tabela 4.2, o desempenho da corrente média obtido nas velocidades de alimentação Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 116 do arame eletrodo, se apresentou equivalente à soldagem FCAW quanto à dinâmica das transferências de carga elétrica, portanto, sem alterações significativas na estabilidade do arco voltaico. Entretanto, os valores médios da tensão e da corrente de soldagem tenderam a se maior, por decorrência da maior velocidade de alimentação de arame eletrodo com arame frio na atmosfera do arco voltaico. (A) (B) Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 117 Figura 4.28 – Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 1.0 mm) e 6 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo. (A) (B) Figura 4.29 – Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 1.0 mm) e 8 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 118 (A) (B) Figura 4.30 – Oscilogramas de corrente e tensão do processo FCAW-CW (diametro do arame frio de 1.0 mm) e 10 m/min a velocidade de alimentação de arame eletrodo: (A) corrente x tempo e (B) tensão x tempo. Pelas interpretações dos oscilogramas de corrente e de tensão de soldagem apresentados, os processos FCAW-CW (0.8 mm e 1.0 mm) nas três velocidades de alimentação de arame eletrodo apresentaram um comportamento dinâmico regular comparando o processo convencional ao processo arame frio. A introdução do Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 119 arame frio na atmosfera do arco voltaico da soldagem FCAW-CW, não promoveu perturbações de natureza significativa capaz de alterar a regularidade do arco relativa da soldagem FCAW, ao se variar a velocidade de alimentação de arames. Portanto, os oscilogramos são característicos de transferência metálica provavelmente por spray, conforme observado também por Barrozo (2006, p.26), o qual afirma a presença de curtos-circuitos de pequena duração sem a transferência de metal e não promovendo perturbações à estabilidade do arco, e se manteve em todos os experimentos mesmo com a adição do arame não energizado, nas faixa de corrente e tensão de trabalho. Pela Figura 4.31, o gráfico apresenta a influencia da velocidade de soldagem dos três processos estudados em relação a corrente media obtida. Observou-se uma tendência de maiores níveis de corrente para as maiores velocidade de arame eletrodo ao analisar cada processo individualmente. Ao comparar os métodos de soldagem FCAW-CW (0.8 e 1.0 mm) ao FCAW convencional, observamos a mesma tendência do aumento dos níveis de corrente, observado também quando se confronta os processos FCAW-CW nas velocidades de 6, 8 e 10 m/min. Resultado não apresentado para o FCAW-CW (0.8 mm) na velocidade de 10 m/min, isto, provavelmente se deve pelo processo apresentar maiores níveis de salpicagem e velocidade de soldagem não compensado pela taxa de fusão, ao contrario do FCAW-CW (1.0 mm) para a mesma velocidade. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 120 (A) (B) Figura 4.31 – Representação gráfica do comportamento da (A) corrente média e (B) tensão média, para os processos FCAW e FCAW-CW com arame frio de 0.8 e 1.0 mm de diâmetro. A utilização de valores de tensão alta, para este arame eletrodo, é recomendada pelo fabricante e esta de acordo a trabalhos ja realizados, Barrozo Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 121 (2006) e Mendonça (2007), nos quais apresentaram comportamento satisfatorio para a aplicação da tecnica FCAW com a adição de um arame não energizado, ou seja, FCAW-CW, com a adição de arame eletrodo de diametro maior ma proporção máxima de velocidade de alimentação de arames de 2:1 (eletrodo:frio), promovendo energia suficiente a coalescer o arame adicional a poça de fusão sem comprometer a qualidade superficial do cordão para os parametros pré-determinados. Os indicativos de instabilidade na operação de soldagem FCAW e FCAWCW (0.8 e 1.0 mm) são de fácil percepção e registro, por afetarem os aspectos geométricos do cordão de solda, observado no exame de sanidade superficial, que representa a qualidade do produto soldado e, relacionado, a superfície da junta, sendo apresentados nestes casos o surgimento de salpicos (quentes) nas adjacências da união o que exige, em muitas situações, e mais evidenciado nas soldagens FCAW-CW em especial no processo FCAW-CW (1.0 mm) na velocidade de alimentação de arame eletrodo de 10 m/min, resultando numa menor taxa de deposição de metal de adição, podendo ser indicado pela leitura dos oscilosgramos. 4.4 Resultado das Características Econômicas. Neste item são apresentados os resultados das características econômicas para as diferentes condições de soldagem estabelecidas. O desempenho destas caracteristicas foram calculados utilizando as Equações 3.1, 3.2 e 3.3, para o processo FCAW convencional, e as Equações 3.3, 3.4 e 3.5, para os processos FCAW-CW (0.8 e 1.0 mm) com adição de arame frio. A Tabela 4.3 apresenta os valores médios da taxa de fusão (TF), taxa de deposição (TD) e do rendimento de deposição (R), obtidos para os processos FCAW, FCAW-CW (0.8 mm) e FCAW-CW (1.0 mm) nos três níveis de velocidade de alimentação de arame eletrodo (6, 8 e 10 m/min). Observamos, em negrito, que os maiores valores das taxas de fusão e deposição, não necessariamente representam maiores rendimentos para os processos em estudo, pois não há como comparar processos com parametros diferentes nesta análise. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 122 Tabela 4.3 – Resultado das características econômicas. Soldagem FCAW, FCAWCW(0.8 mm) e FCAW-CW(1.0 mm). Processo FCAW FCAW-CW (0.8 mm) FCAW-CW (1.0 mm) Velocidade do arame eletrodo (m/min) 6 8 10 6 8 10 6 8 10 Velocidade do arame frio (m/min) 2.5 3 4 2 3 4 Características econômicas TF TD R (kg/h) (kg/h) (TD/TF) 5,95 4,04 67,80 6,78 6,30 82,89 7,60 6,06 83,00 6,65 5,54 84,99 7,46 6,23 83,26 8,51 7,25 85,18 6,67 4,56 68,80 7,86 6,20 78,98 9,03 6,66 73,77 Os resultados desta tabela, 4.3, mostram que o rendimento de deposição apresentou valores abaixo do recomendado pelo fabricante do arame eletrodo, com variação em torno de 67,80 a 85,18%, para o processo FCAW convencional, segundo o catálogo do arame eletrodo utilizado E71T-1, o rendimento deveria ficar em torno de 87%. Este fato pode ser explicado devido se trabalhar fora dos valores recomendados pelo fabricante, que indica uma tensão de 28V e corrente de 150A para se alcançar o valor de rendimento já citado, lembrando que foi utilizado uma tensão média inicial de 32 V e corrente inicial em 190A , ou seja, a diferença no valor de tensão pode ser a resposta para o valor de rendimento abaixo do obtido pelo fabricante. Notou-se também, que de modo geral, as taxas de fusão e a taxa de deposição, tenderam a crescer com o aumento da massa adicionada, devido seus valores crescentes com o aumento da velocidade de alimentação de arame para cada processo. Esta caracteristica de crescimento, observada na taxa de deposição, se faz presente mesmo devido a variação de velocidade (6 8 10 m/min) em cada processo apresentarem niveis de respingos maiores, conforme observado na Tabela 4.3. Os valores das Taxas de Fusão (TF) e Taxas de Deposição (TD), não necessáriamente representam maiores valores de produção. Neste trabalho observamos que as taxas TF e TD para os processos FCAW-CW devem ser analisadas separadamentes e considerados o consumo de material e a produção obtida na realização do cordão de solda, ou seja, o quanto de material é consumido e o quanto foi depositado na junta de cada processo de soldagem proposto. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 123 A taxa de fusão (TF), apresentada no gráfico da Figura 4.32, relaciona a influencia da velocidade de alimentação de arame eletrodo em cada processo. Analisando o modo FCAW, observamos que houve um aumento percentual de 14% de 6 para 8 m/min, e de 28% de 6 para 10 m/min. Em FCAW-CW(0.8), observa-se também um crescimento de 12% na velocidade de 6 a 8 m/min, e mais acentuado ao passar de 6 para 10 m/min, com valor de 28%. No FCAW-CW(1.0), comportamento semelhante foi observado, com 18% de 6 à 8 m/min e 35% de 6 para 10 m/min. Resultados estes, comprovam que a TF cresce proporcionalmente com o aumento da velocidade de alimentação de arame eletrodo. Ainda analisando a TF, notou-se que para a velocidade de 6 m/min em FCAW com 5,95 Kg/h, houve um crescimento de 11,76% e 12,10% nesta taxa quando se muda de tecnica de soldagem de FCAW FCAW-CW(0.8) FCAWCW(1.0), respectivamente. Em 8 m/min apresentando 6,78 Kg/h para FCAW, na mesma sequencia anterior, observamos os valores de 10% (FCAW FCAWCW(0.8)) e 16% (FCAW FCAW-CW(1.0)), e na velocidade de alimentação de arame de 10 m/min esse percentual aumentou para 12% em FCAW-CW(0.8) e para 19% de FCAW à FCAW-CW(1.0). Observou-se ainda, entre os processos, um aumento da taxa de fusão quando da mudança do modo convencional para o modo com a adição de arame frio, com maior crescimento quando do uso do arame de diâmetro de 1,0 mm, independente da velocidade de alimentação de arame, pois adiciona-se maior quantidade de massa ao sistema. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 124 Figura 4.32 - Efeito da velocidade de alimentação de arame eletrodo sobre a taxa de fusão. Soldagem FCAW, FCAW-CW (0.8 mm) e FCAW-CW (1.0 mm). A Figura 4.33 mostra a variação da taxa de deposição – TD em relação a variação das velocidades de alimentação de arame. Por esta Figura nota-se um crescimento progressivo quando do aumento das velocidades de alimentação de arame. Nas condições de FCAW, de 6 m/min para 8 m/min, observa-se um aumento de 56% em TD, já na variação de 6 à 10 m/min, ocorreu um crescimento de 50%. No processo FCAW-CW(0.8), adicionando o arame frio de 0.8 mm, ao variar a velocidade de alimentação de arame energizado de 6 para 8 m/min, observa-se ganhos de 12% e de 30%, quando a velocidade variou de 6 para 10 m/min. Ao adicionar o arame frio de 1.0 mm de diametro, os valores creceram em 36% na variação de alimentação de arame eletrodo de 6 para 8 m/min, e de 46% ao passar de 6 para 10 m/min. Com relação as influencias da adição de arame frio na TD, conforme apresentado na Figura 4.33, foram observados que o processo FCAW ao passar para o FCAW-CW(0.8), apresentou um crescimento significativo de 37%, e que de FCAW para FCAW-CW(1.0) essa percentagem decai para 13%, na mesma velocidade de 6 m/min. Relação semelhante na velocidade de 10 m/min, com 19,6% do modo convencional para FCAW-CW(0.8) mm e redução para 10% em FCAW- Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 125 CW(1.0). Razões estas, devido a incidência de maiores niveis de respingos quando se introduz um arame maciço na atmosfera de arco do arame tubular. Esses salpicos, podem ser considerados como a massa do metal de adição que não foram incorporada na poça de fusão. Entretanto, percebemos que na velocidade 8 m/min, os valores encontrados são considerados semelhantes ou estável, mesmo alterando o processo de soldagem ou o diametro do arame frio. Observou-se ainda que, de modo geral, os processos de soldagem com adição de arame frio apresentaram bom desempenho em termos de taxa de deposição em relação ao processo convencional. Figura 4.33 - Efeito da velocidade de alimentação de arame eletrodo sobre a taxa de deposição. Soldagem FCAW, FCAW-CW (0.8 mm) e FCAW-CW (1.0 mm). A Figura 4.34 mostra a variação do rendimento em relação a variação da velocidade de alimentação de arame nos diversos modelos utilizados. Por esta Figura, observamos que para a velocidade de 6 m/min com 67,80% em FCAW, há tendência de crescimento da produtividade em 22% quando o rendimento chega a 82,89% em 8 m/min, e a 22,5% de ganho em 10 m/min. O processo FCAW-CW (0.8) Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 126 na velocidade de 6 m/min com rendimento de 85% não sofreu variações significativas nas velocidades de 8 e 10 m/min, podendo ser considerado com rendimento médio em 84,47% estável nestas condições. No FCAW-CW(1.0), os rendimentos foram mais significativos com o aumento de velocidade de arame, os quais apresentaram os seguintes resultados: de 6 à 8 m/min com aumento em 15%; e de 7% ao passar de 6 para 10 m/min. Continuando a analise da Figura 4.34, ao analisarmos o comportamento do rendimento na velocidade de alimentação de arame de 6 m/min, ocorreu um crescimento de 25% ao mudarmos do modo convencional para o modo com adição de arame de 0,8mm e de 1,5% do FCAW para FCAW-CW (1.0). Na velocidade de 8 m/min, do processo FCAW para FCAW-CW(0.8), o rendimento se manteve estável, no entanto, ocorreu um decréscimo de 5% entre o modo convencional e o FCAWCW(1.0). Situação semelhante a anterior, ocorreu para a velocidade de 10 m/min, com aumento de 3% de FCAW para FCAW-CW(0.8) e decréscimo de 11% do convencional para FCAW-CW (1.0). Resultados similares para o comportamento crescente da taxa de fusão (TF), taxa de deposição (TD) e rendimento (R), no processo arame tubular com adição de arame frio em comparação ao mesmo processo convencional, foram encontrados nos trabalhos de Barrozo (2006) e Dias (2003). Figura 4.34 - Efeito dos parâmetros operacionais sobre o rendimento. Soldagem FCAW, FCAW-CW (0.8 mm) e FCAW-CW (1.0 mm). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 127 4.5 Resultados das Características Geométricas As características geométricas do metal depositado pelos processos de soldagem foram analisadas para as condições estabelecidas e apresentada nesta seção. Na Tabela 4.4, estão expostos os resultados do desempenho das características geométricas que são referentes aos efeitos da velocidade de alimentação de arame eletrodo e frio, sobre a penetração lateral (PL), o reforço (R), a largura (L) e a diluição (δ). Entretanto, para uma melhor compreensão, os resultados da Tabela 4.4 serão discutidos e apresentados de maneira gráfica e as imagens das secções transversais de alguns corpos-de-prova, para facilitar a percepção da aplicação como resultado prático dos parâmetros operacionais. Na analise dos resultados da Tabela 4.4, podemos observar que os valores da largura tenderam a manter-se estabilizados em uma curta faixa de variação, conforme a Figura 4.35, e foram estimadas médias, na qual o processo FCAW-CW (0.8) apresentou valores acima da média. De modo geral, esses resultados foram satisfatórios a todos os processos analisados. Tabela 4.4 – Resultados das características geométricas. Processo FCAW FCAW-CW (0.8 mm) FCAW-CW (1.0 mm) Veloc. arame eletrodo (m/min) 6 8 10 6 8 10 6 8 10 Veloc. do arame frio (m/min) 2.5 3 4 2 3 4 Características Geometricas Largura (L) (mm) Reforço (R) (mm) Penetração Lateral (PL) (mm) Diluição (δ) (%) 14,43 13,08 13,77 15,39 13,98 16,60 14,19 13,55 14,54 2,10 0,89 0,97 2,12 1,63 2,08 1,53 1,85 0,67 0,44 0,42 0,37 0,64 0,64 1,01 0,72 0,65 0,75 9,24 12,62 12,80 11,30 12,31 17,20 10,00 9,89 14,28 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 128 Figura 4.35 - Influencia da velocidade de alimentação de arame eletrodo sobre o Largura média. Os reforços médio dos cordões de solda, foram observados os comportamentos variados a medida que a velocidade de alimentação de arame energizado aumentava, entretanto, o processo FCAW-CW (0.8) apresentou superioridade no reforço em relação aos demais nas velocidade de alimentação de arame eletrodo de 6 e 10 m/min, e para a velocidade de 8 m/min, seu valor ficou abaixo do FCAW (1.0) na mesma velocidade, variações podendo ser melhor observada na Figura 4.36. Fato este possível, devido ao melhor coalescimento do arame frio na poça de fusão relacionado a velocidade e massa metálica a fundir, promovendo maior deposição, não observado quando foram utilizados o FCAW-CW com o arame frio de 1.0 mm de diametro. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 129 Figura 4.36 – Influencia da velocidade de alimentação de arame eletrodo sobre o Reforço médio. Como podemos observar na Figura 4.37, a influencia da velocidade de alimentação de arame eletrodo para o processo convencional, FCAW, promoveu um decréscimo não significativo da penetração lateral nas três variáveis de velocidade. Figura 4.37 – Influencia da velocidade de alimentação de arame eletrodo sobre a Penetração Lateral média. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 130 Ainda na Figura 4.37, para os dois processos FCAW-CW, os valores de penetração lateral apresentados tenderam a crescer com o aumento da velocidade. Valores estes com possíveis justificativas nas taxas de fusão e deposição dos processos duplo arame. Os dados tabelados mostraram que com o aumento da velocidade de alimentação de arame eletrodo, onde se comprova o efeito dos parâmetros de entrada com suas respectivas respostas. Entretanto, quando são comparados os resultados experimentais entre os processos de soldagem FCAW ao FCAW-CW, observou-se que a penetração lateral média para o FCAW foi inferior aos FCAW-CW (0.8 e 1.0 mm) em todos os níveis de velocidade, pois maior diâmetro de arame representa maior corrente. Durante os processo de soldagem, a diluição descreve a interação entre o metal de base e o metal de adição, os valores médio determinados foram apresentados na Figura 4.38. Neste gráfico, foram observados que a diluição tende a aumentar com o aumento da velocidade. E que mesmo o perfil de crescimento da diluição aos processos FCAW-CW serem semelhantes, o FCAW-CW (0.8) apresentou valores superiores aos do FCAW-CW (1.0). Entretanto, na velocidade de 8 m/min, o processo FCAW convencional se comportou superior aos demais. Figura 4.38 - Gráfico representativo da diluição média obtida dos processos de soldagem. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 131 As soldagens pelo método convencional, FCAW, apresentou as seguintes características em relação as variáveis de velocidade de alimentação de arame: o comportamento da largura não apresentou variações significativas a medida que a velocidade de alimentação de arame aumenta; o reforço apresentou decréscimo acentuado de 50%; a penetração também apresentou baixa, mas neste., não ultrapassou os 15%; já a diluição obteve altas acima de 35%; todas esses resultados foram relacionados as velocidades de alimentação de arame. Na Figura 4.39, podemos observar como foram analisadas as características geométrica do cordão de solda, nas quais, os valores observados estão também presentes na Tabela 4.4. Figura 4.39 – Resultados das analises geométricas no processo FCAW, nos três níveis de velocidade (V6, V8 e V10). No processo FCAW-CW (0.8), os dados de largura (L) se mostraram superior aos demais processos de soldagem, mas com o mesmo perfil gráfico, com decréscimo de 9% de 6 m/min para 8 m/min, e aumento de 8% de 6 a 10 m/min, neste caso. Já o reforço (R) apresentou as mesmas características de decréscimo da primeira velocidade para a segunda, com elevação da primeira para a terceira. A penetração lateral média (PL) manteve-se estável nas velocidades de 6 e 8 m/min e com aumento de 57% em 10 m/min. Isto se deve pela quantidade de massa Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 132 adicional estar em seu valor de melhor aplicação aos processos duplo arame neste trabalho. A Figura 4.40, estão presentes algumas imagens dos cordões de solda utilizados na caracterização geométrica. Figura 4.40 – Resultados das analises geométricas no processo FCAW-CW (0.8), nos três níveis de velocidade (V6/2.5, V8/3 e V10/4). O FCAW-CW (1.0), também apresentou resultados satisfatórios de largura do cordão de solda, com comportamento similar aos FCAW-CW (0.8) e FCAW convencional. No reforço, o perfil do gráfico foi da seguinte forma: acréscimo de 20% de 6 a 8 m/min, com um decréscimo de 57% na velocidade de 6 a 10 m/min. Quanto a penetração, a conduta foi semelhante ao FCAW-CW (0.8) em 6 e 8 m/min, mas em 10 m/min o valor subiu a 4%. Estes valores encontrados são reflexos da introdução de um arame não energizado a atmosfera do arco voltaico, como conseqüência temos baixas taxas de deposição, menores reforços, altos níveis de salpicos, neste caso, e observados na Figura 4.41, das analises geometricas. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 133 Figura 4.41 – Resultados das analises geométricas no processo FCAW-CW (1.0), nos três níveis de velocidade (V6/2, V8/4 e V10/4). Observa-se na analise comparativa dos processos estudados, que os dados de largura não sofreram grandes alterações, entretanto, os valores de reforço e penetração lateral foram bastantes dispersos, nos quais podemos indicar que na soldagem pelo método FCAW-CW com o arame frio de 0.8 mm de diâmetro foi o que apresentou melhor desempenho durante a aplicação em campo, comprovado pelas características geométricas das Figuras 4.39, 4.40 e 4.41. A diluição média, Figura 4.38, obtida dos processos, apresentaram uma tendência de aumento juntamente com o avanço da velocidade para cada técnica de soldagem. Nas imagens da Figura 4.42, são apresentadas as características macrográficas pela diferenciação das áreas presentes distintas, podendo diferenciar as regiões do metal de adição (MA), a zona afetada pelo calor (ZAC) e a parte representada pelo metal de base (MB), além de possíveis identificações de descontinuidades do cordão de solda. Neste caso, observamos as áreas bem definidas, as quais estão tracejadas para melhor visualização do perfil do cordão, juntamente com a sigla específica. Notou-se que na maioria dos casos de soldagem pelo processo FCAW-CW, apresentaram inclusão de escória na área do cordão de solda, a qual é determinante na qualidade do processo, entretanto, no modo FCAW- Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 134 CW(1.0) com alimentação de arame frio de 1.0 mm de diâmetro, nas velocidade de alimentação de arame eletrodo de 6 e 8 m/min, esta descontinuidades não se fez presente. Figura 4.42 – Macrografia das secções transversais dos cordões de solda dos processos de soldagem FCAW, FCAW-CW (0.8 e 1.0 mm), nos três níveis de velocidade. No detalhe são evidenciados a inclusão de escoria. Durante a investigação da qualidade do metal depositado no passe de enchimento, foram observados o surgimento de uma descontinuidade na superfície da secção transversal do cordão de solda, que foram destinadas a caracterização geométrica macrográfica como mostra no detalhe da Figura 4.42. As descontinuidades apresentadas originaram-se no metal de solda em função do aprisionamento de material metálico e não metálico retido na zona fundida. Este aprisionamento resulta do fato destas partículas desprendidas do eletrodo e escória na superfície a ser soldada apresentarem elevado ponto de fusão. Estas descontinuidades, assim como a porosidade, são consideradas prejudiciais por servirem como redutores da área útil resistente e como concentradores de tensão (Braga, 2008, p. 23). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 135 Braga (2008, p. 24) cita que a origem das inclusões baseia-se no fato da presença de partículas metálicas ou não metálicas (oriundas do eletrodo ou do fluxo), com elevado ponto de fusão, dispersas na poça de fusão. Durante o processo de solidificação estas inclusões ficam retidas no interior da zona fundida ou na interface ZTA/zona fundida na soldagem multipasse. Os Fatores influentes na formação das inclusões podem ser: a manipulação inadequada do eletrodo; a remoção incompleta da escória na soldagem multipasse; o aporte de calor insuficiente para refundir a escória; o contato da tocha ou eletrodo não consumível com a poça de fusão (TIG, MIG/MAG e arame tubular); a limpeza inadequada da superfície a ser soldada; o uso de cobre junta inadequado e o perfil inadequado do cordão depositado. As amostras que apresentaram essa descontinuidade foram todas do processo FCAW-CW (0.8) e somente o FCAW-CW (1.0) na velocidade de 10 m/min, fator este que inviabiliza as soldagens citadas. No entanto, os que não apresentam, devem ser destacados como os de possíveis aplicações da técnica FCAW-CW com a adição de um arame frio em ambiente industrial, que são os FCAW-CW (1.0) nas velocidades de 6 e 8 m/min. Os quais apresentam vantagens de sanidade superficial, econômicas com TD de 13% em 6 m/min, acima do modo convencional e geométricos com valores satisfatórios de largura e reforço, diante ao FCAW, que também, não apresentou descontinuidade. 4.6 Resultados da Caracterização Química Nesta etapa, foram analisados a influencia de cada elemento quimico na composição estrutural, presentes no material em estudo durante a aplicação do cordão de solda. Foram obtidos pela norma do metal de base, as composições quimicas bem como as caracteristicas físicas. A composição determinada por espectometria de massa, realizadas em uma empresa de fabricação de vergalões na Região, COPALA AS. São apresentados na Tabela 4.5, os valores relativos ao aço analisado. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 136 Tabela 4.5 – Composição Quimica Determinada para o Aço ASTM A 131. Elementos Químicos Determinados (%) C Si Mn P S Cr Mo Ni Cu V 0.2444 0,2272 0,7800 0,0129 0,0065 0,0244 0,0046 0,0105 0,0051 0,0010 Fonte: COPALA SA, 2010. De acordo com os resultados encontrados da composição química fornecida pela COPALA, na Tabela 4.5, podemos afirmar que o metal de base fornecido, esta coerente a norma ASTM A131, para este material de estudo. Conforme a equação do carbono equivalente (Ceq em %, Eq. 2.01), foram determinados a temperatura de pré-aquecimento, caso necessário. A temperatura a ser fornecida a um aço está relacionada ao seu teor de carbono acrescido dos teores de certos elementos de ligas encontrados no material. Essa temperabilidade, medidas pelo carbono equivalente, proporciona uma maior ou menor facilidade de deposição de metal de adição na superfície do metal de base, como exemplo, temos que a têmpera em aços desfavorece a taxa de deposição, e o pré-aquecimento do material que receberá a solda, reduz este desfavorecimento. O resultado do Ceq ( Ceq=0.3537) determinado experimentalmente e o encontrado na norma ASTM (Ceqn=0.36), os quais são similares, ou seja, o valor obtido esta coerente e com baixa variação. Em Fortes (2005, p.28), Modenesi (2001, p.10) e Norma ASTM (2001, p.03) verificou-se que não há a necessidade de préaquecimento, pois a espessura da chapa a ser soldada é menor que 25 mm, e não haverá multipasses ou secções. Braga (2008, p.19) afirma que para Ceq <0,40, a estrutura não apresentará trinca à quente, e cuidados especiais não serão necessários. 4.7. Resultados das Caracteristicas Metalurgicas (Fases Presentes) As Figuras 4.43 a 4.47 estão presentes a analise metalografica, ou identificação das fases das estruturas formadas, pois estão relacionadas aos efeitos sobre a resistência mecânica da estrutura. Este estudo, limitou-se a identificação qualitativa dos microconstituintes que formam o metal de solda dos processos de soldagem propostos FCAW-CW (0.8 e 1.0) e FCAW convencional, relacionados aos Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 137 parâmetros variaveis impostos as técnicas e ao estudo realizado nos itens 2.10 (pag. 39) e 3.3.1.9 (pag. 75). Devido ao surgimento de inclusão de escória no cordão de solda na maioria dos processos FCAW-CW com adição de arame frio, foram analisadas nesse item, somente as amostras que não apresentaram essa descontinuidade durante a caracterização geométrica. De acordo a normas AWS, materiais que apresentem tal anomalia na sua geometria tornam o processo de soldagem inviável a aplicação. Neste sentido, foram analisadas todas as amostras do FCAW convencional e as FCAW-CW (1.0) a 6 m/min e FCAW-CW (1.0) com 8 m/min de alimentação de arame eletrodo, que não apresentaram essa quaisquer problema nas características geométricas. A Figura 4.43 apresenta a microestrutura do metal de base, o qual foram identificadas as estruturas presentes mais prováveis. Neste material, observaram a presença de fases de estruturas ferriticas com ilhas de perlita, característico para aços baixa liga, conforme as literaturas consultadas, Figura 2.26 do Capítulo 2 na página 75, ASM vol.6. Figura 4.43 – Micrografia do metal de base ASTM A131 Grau A, apresentando grãos equiaxias de Ferrita (F) orientados em bandas, com ilhas de Perlita (P) de cor escura. Ataque nital 2%. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 138 A Figura 4.44 apresenta a Microestrutura de uma chapa laminada de um aço microligado mostrando grãos equiaxiais de ferrita orientados em bandas, do corpo de prova sem ser soldado, imagem semelhante a observada em Metals Handbook, vol.9 (2004, in Marinho, 2007). Nesta Figura, verificaram a presença dos microconstituintes de ferrita (F), que possui uma morfologia de grãos poligonal, além da presença de perlita (P) em formas escuras entre as estrutura matriz ferritica. Essas estruturas estão relacionadas a composição química durante o processo de solidificação. A partir destas informações foram investigadas as estruturas e/ou as alterações provocadas pelo processo de soldagem FCAW-CW com e sem a adição de arame frio, pois entende-se que este processo de solidificação localizado, pode reorganizar as estruturas com adição de elementos de liga na poça de fusão, alem de promover alterações microconstitucionais identificadas na zona afetada pelo calor (ZAC). Foram também observados, os aspectos das zonas identificadas das amostras avaliadas, e estabelecidos um comparativo entre os processos. Entretanto, é apresentado os resultados da microestruturas do cordão de solda (MA) e a identificação das fases presente. A Figura 4.45 representa o cordão soldado pelo processo FCAW convencional na velocidade de alimentação de arame de 6 m/min. Nesta Figura podemos observar que houve a presença da ferrita acicular (AF), mas surgiram além da AF, os microconstituintes ferrita primária (PF) e agregados de ferrita e carbetos (FC). Esta última também é uma ferrita constituída por estrutura fina e carbetos, formado fora dos contornos de grão de austenita. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 139 Figura 4.44 – Micrografia do cordão de solda do processo FCAW em 6 m/min: 1- Agregados de Ferrita e Carbetos (FC), 2- Ferrita Acircular (AF) e 3 – Ferrita Primária (PF). Ataque nital 2%. A Figura 4.45 apresenta a microestrutura do metal de base do processo FCAW a 8 m/min. Nesta Figura pode-se verificar a presença dos microconstituintes ferrita acicular (AF) da ferrita poligonal (PG), alem de agregados de ferrita e carbetos (FC). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 140 Figura 4.45 - Micrografia do cordão de solda do processo FCAW em 8 m/min: 1Ferrita Acircular (AF), 2 – Ferrita Poligonal (PG) e 3 – Agregados de Ferrita e Carbetos (FC). Ataque nital 2%. A Figura 4.46 é correspondente às juntas soldadas pelo processo FCAWCW(1.0) com adição de arame frio de 1.0 mm, na velocidade de 6 m/min. Esta microestrutura representa a região de grãos equiaxiais do cordão de solda e é formada por microconstituintes do tipo ferrita acicular (AF) e ferrita com segunda fase, aparentemente do tipo alinhada. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 141 Figura 4.46 - Micrografia do cordão de solda do processo FCAW-CW(1.0) em 6 m/min: 1- Ferrita de Segunda Fase (FS), 2 – Ferrita Poligonal (PG(I)) e 3 – Ferrita Acircular (AF). Ataque nital 2%. A Figura 4.47 também é representativa das juntas soldadas do modo FCAWCW(1.0), mas neste caso na velocidade de arame eletrodo de 8 m/min. Nesta micrografia, é evidente a presença de ferrita acircular (AF) e a presença de ferrita primária aparentemente do tipo poligonal (PG). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 142 Figura 4.47 - Micrografia do cordão de solda do processo FCAW em 8 m/min: Ferrita Poligonal (PG) e Ferrita Acircular (AF). Ataque nital 2%. De um modo geral, todas as micrografias dos corpos de prova apresentaram semelhança quanto aos microconstituintes presentes, na região do cordão dos perfis das amostras. Como o aspecto microestrutural de um metal de solda é fortemente dependente da composição química e do ciclo térmico que o metal é submetido, a constatação da aparente semelhança dos microconstituintes presentes nas várias micrografias, pode ser atribuída ao fato das juntas soldadas terem sido preenchidas com o mesmo número de passes e com praticamente a mesma energia de soldagem e, conseqüentemente, pelo fato de ter sido utilizado um único tipo de arame para a deposição do metal de solda no processo FCAW convencional (AWS E71T-1) e para os processos FCAW-CW (1.0) com arame frio (AWS ER70S-6) apresentarem composição química semelhantes, o que sugere a homogeneidade da composição química do metal de adição. A ferrita acicular (AF) que é vista como a microestrutura mais desejável para cordões de solda, em virtude dos valores elevados de resistência mecânica e tenacidade que possui, obteve formação comum em todas as micrografias analisadas. Este fato pode ser justificado pela presença Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) de elementos 143 estabilizadores e formadores de ferrita acicular, como o Mn, presente no material de base e no material de solda. Além da Ferrita Acicular (AF), o microconstituinte mais freqüente nas micrografias foram a Ferrita Primaria aparentemente poligonal (PF ou PG), que nas condições configurou como elemento secundário mais predominante. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 144 5. CONCLUSÃO Os ensaios preliminares foram determinantes no bom andamento dos procedimentos de soldagem durante todo o trabalho. O treinamento do soldador, agregado a ajustes durante a aplicação dos processos, garantiram o bom desempenho dos experimentos durante suas execuções. Na avaliação de sanidade superficial das juntas soldadas, foram observados o bom aspecto visual das soldas em todos os processos, apresentando uma regularidade na largura e reforço, sem apresentar qualquer descontinuidade ao longo do cordão. Em todas as condições observadas, o processo de soldagem FCAW-CW apresentou o modo de transferência metálica, muito provavelmente foi do tipo spray. A adição de arame frio, independente do diâmetro do arame utilizado, proporcionou aumento na taxa de fusão TF e taxa de deposição TD em comparação ao processo convencional. A taxa de fusão, de deposição e o rendimento tenderam a aumentar com o aumento da velocidade de alimentação de arame eletrodo, independente do processo. O processo de soldagem FCAW-CW proporcionou rendimentos superiores aos da técnica FCAW convencional com os mesmos parâmetros de aplicação da indústria naval da Região. As altas taxas de produção e de consumo, revelam que estas evoluções dos processos convencionais são uma boa alternativa para as indústrias locais aumentarem sua produtividade a baixo custo de investimento, sendo o FCAWCW de fácil adaptação a linha de produção. A largura, reforço e penetração tenderam a se manterem numa faixa estável, com baixas oscilações com o aumento da velocidade de alimentação de arame, independente do processo utilizado. A diluição média, tendeu a aumentar com o aumento da velocidade de alimentação. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 145 Durante as analise metalográfica, por microscopia optica, foi observada inclusões de escoria na maioria dos cordões de solda nos processos FCAW-CW, entretanto, nas velocidades de alimentação de 6 e 8 m/min com arame frio de 1.0 mm de diâmetro, essa descontinuidade não se fez presente, o que pode ser considerado um parâmetro otimizado para a aplicação do processo FCAW-CW na industria. Pela analise metalografica realizada nas soldas do processo FCAW-CW, não observou-se diferenças significativas das fases presentes, em relação as soldas do processo convencional. 5.1 Sugestões para trabalhos futuros A continuação deste trabalho esta em desenvolvimento em dissertações futuras as quais tem como metas: Analise de microdureza das estruturas presentes e investigações microestruturais por microscopia eleletronico de varedura (MEV); Avaliar o comportamento mecânico das soldas depositadas por ambos os processos; Analisar a resistência à corrosão de soldas através de ensaios eletroquímicos; Realizar a soldagem FCAW-CW utilizando outros consumíveis, arame eletrodo e/ou arame frio; Avaliar o efeito do diâmetro do arame frio na operação de soldagem; Adequar o processo a outras posições de soldagem de campo; Capacitação e treinamento dos soldadores a realização de novos processos de soldagem. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 146 6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ANDREUCCI, R.; Líquidos Penetrantes. jan. 2006, apoio ABENDE. Disponível em: http://www.infosolda.com.br/ andreucci ou http://www.abende.org.br. Acesso em: fev. 2009. ASM Handbook, ASM International, “Welding, Brazing and Soldering”, vol.6, USA, 1993. ASTM A131, Standard Specification for Structural Steel for Ships, Annual Book of ASTM Standards, Vol 03.01. West Conshohocken, PA, USA, 2001. BACELAR, A. R. C. & FERRAZ, A. C. Estudo da Viabilidade Operacional do Processo de Soldagem MAG com Alimentação Adicional de um Arame Frio. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Engenharia Mecânica, UFPA, Belém, 2005. BARROZO, T. S., Estudo da Soldagem FCAW com Arame Frio. Trabalho de Conclusão de Curso, Curso de Engenharia Mecânica, UFPA, Belém, 2006. BRACARENSE, A. Q., Processo de Soldagem por Arame Tubular – FCAW. 2000. 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